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VISEU
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232087050 Formação de futebol do Tondela com 22 casos positivos Os escalões de futebol sub-17 e sub19 do Tondela têm 22 jogadores com testes positivos ao vírus SARS-CoV2, 21 vivem em comunidade, anunciou , dia 20, o clube que suspendeu os treinos desde a identificação do primeiro caso. “O Clube Desportivo de Tondela vem por este meio atualizar a informação relativa aos casos de covid-19 nos nossos escalões de formação, atualizando para 22 os testes positivos à SARS-CoV2”, anunciou o clube na página oficial da internet.
Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2222 - Quinta-feira, 22 de Outubro 2020 - Preço: 0,60 € - IVA incluído
Casa de Santa Eulália em Penalva do Castelo classificada bem de interesse público
Festival de cinema Vista Curta de Viseu alarga o olhar sobre a África lusófona O festival de cinema VistaCurta, organizado pelo Cine Clube de Viseu, propõe um “olhar especial” sobre a África lusófona com realizadores como Margarida Cardoso, Billy Woodberry e Sol de Carvalho como convidados, anunciou a organização. “Há um filme 100% moçambicano, desde o texto ao realizador [“Mabata Bata”], há São Tomé com [a realizadora] Margarida Cardoso, que também aborda Moçambique, [há o documentarista norte-americano] Billy Woodberry, um homem que aborda as questões coloniais em Angola. E este 'puzzle' foi propositado para haver um especial olhar e mais abrangente”, do festival, sobre a África de expressão portuguesa, admitiu o presidente do Cine Clube de Viseu.
Município de Tondela investe mais de 60 mil euros na requalificação de dois polidesportivos
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2 Opinião
Quinta-feira 22/10/2020
Escriba Nº43
22 outubro 2020 Quinta-feira
Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte
Entrevista ao cantor viseense Henrique Matos Henrique Matos, músico viseense, peregrina pelos caminhos do sonho e da nação. Assume-se patriota musical e acérrimo defensor da cultura popular portuguesa, o que se confirma no título do seu próximo disco “Paixões e Tradições”, unindo, numa frater-
Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Serafim Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de Setembro 15000 ex Dec. Lei 645/76 de 30/7
ÍNDICE DESTA EDIÇÃO Opinião................................... 2 Cultura.................................... 4 Diversos ................................. 3/ 5/6 Saúde........................................ 7 Última .................................... 8
nidade de coerências, o sentir à palavra. No 43º número do Escriba, o cantor afinou a voz para uma entrevista. FP: Henrique, agradeço, em nome do Notícias de Viseu, a entrevista que cede à rábula Escriba. Falemos da sua carreira. Em que circunstâncias da vida descobriu a vocação musical? HM: Comecei por participar em festivais regionais com canções da minha autoria. Depois de vencer um desses concursos na minha terra, Farminhão, representei Viseu num concurso nacional, em Portimão, por volta de 1999. Fiquei em 3ºlugar e com o título de melhor letra. Foi nesse auditório cheio que compreendi que podia fazer as pessoas felizes com a minha música. FP: Como descreveria, então, os primeiros anos da sua carreira?
HM: Como um sonhador. No início sonhava com multidões, mas nunca imaginei estar onde estou actualmente, já com 16 CDS e com algum reconhecimento nacional e internacional, junto das comunidades imigrantes. O meu começo foi humilde, mas nem por isso me inibi de ambicionar muito mais, tanto a nível artístico como pessoal. FP: Que artistas influenciaram a sua estética musical? No fundo, as grandes referências. HM: Sempre gostei de ouvir cantores da música popular portuguesa como Roberto Leal, Carlos Paião, Cândida Branca-Flor, José Cid. Ainda assim, gosto muito de artistas que não têm necessariamente a ver com o meu registo, desde Roberto Carlos, Pink Floyd, ABBA, Demi Roussos. FP: As pessoas que escutam os seus temas apercebem-se de uma certa elasticidade temática. Tanto invoca a sátira política e social, como fala de costumes e de experiências pessoais. Reconhece esta variedade ou tem algum tipo de preferência? HM: Eu componho letras e canções ao vento da inspiração. De facto, procuro variar as minhas mensagens. Faço também temas de tributo, como aquele que fiz à minha falecida mãe com a canção “Mãe”. Ainda assim, o que mais gosto é explorar as valências que Portugal tem. Eu amo Portugal, como diz o meu tema. O próximo projecto da minha carreira chamase “Paixões e Tradições” onde des-
crevo com muita alegria e orgulho as coisas fantásticas que o nosso país tem. Sou um patriota de gema. FP: Somos dois! Saindo agora da questão temática, gostava de perguntar que tipo de sensações assolam o seu espírito quando pisa um palco? HM: Quando estou fora do palco, sou o Henrique Matos homem, pai, marido, filho, amigo. No palco transcendo-me e assumo a minha identidade artística. Sinto uma enorme alegria e gratidão ao ver que as pessoas desfrutam da minha arte. Devido à situação que passamos, estou com uma verdadeira fome de palco. Apesar de não ter palco neste momento, tenho conseguido criar tempo de qualidade com família e amigos. FP: Conseguiria escolher um só artista para dueto e um palco de sonho? HM: Roberto Carlos, num palco que ele escolhesse no Brasil. FP: Pode partilhar com os leitores do Notícias de Viseu o nome de um músico viseense que acha que merece reconhecimento? HM: Sim, temos Celso Coelho, um cantor romântico da zona de Besteiros. É esse nome que pretendo divulgar. FP: De que forma é que Viseu, a sua terra-mãe, tem acolhido a sua arte ao longo dos anos? HM: Tive uma fase muito bonita em que o Município de Viseu me apoiou com todo o carinho. Era raro o ano em que não actuasse na Feira de São Mateus, reconhecendo que tenho muitas
saudades do conceito da feira mais tradicional, quando o responsável de espectáculos era o Dr. Jorge Carvalho. Desde há 4 anos que tenho sido posto de lado devido a posturas vingativas de pessoas influentes da nossa cidade. Tenho orgulho em ser de Viseu, nomeadamente da zona de Farminhão, onde nasci, e isso não me será retirado seja por quem for. FP: Refere-se a alguém especificamente? HM: Sim, estou a falar do actual Presidente da Câmara. Convidoume para actuar na Feira de São Mateus no seu primeiro ano enquanto presidente, elogiando-se de forma presencial no término do espectáculo. Prometeu replicar o convite para o ano seguinte, mas não aconteceu. Foi desrespeitoso quando o confrontámos pessoalmente, dirigindo-se de modos indelicados à minha esposa. Contudo, isto está esquecido. Não é esse episódio que suja a bonita relação que tenho com a minha cidade. FP: Para terminarmos, Henrique. Que mensagem deseja enviar para os seus admiradores? HM: Uma palavra de agradecimento e carinho para todos os que acompanharam o meu percurso até hoje. Fiquem atentos ao lançamento do meu futuro disco “Paixões e Tradições”. Estendo o meu agradecimento a ti, Francisco, pela entrevista e também ao jornal Notícias de Viseu. Obrigado. Francisco Paixão
APRENDER PORTUGUÊS COM O EÇA Não sou filólogo nem purista, nem sequer escritor. Limito-me a ser modesto cronista, e deixo fugir – para minha vergonha, – calinadas, que muito me desgostam. Consolo-me, porém, ao reconhecer, que muita boa gente – de elevado grau académico, – incorre, também, em crassos erros de palmatória. Vem o preâmbulo a propósito de escritores consagrados, reconhecidos pela crítica, como excelentes prosadores, que apresentam, involuntariamente, em romances e ensaios, graves erros gramaticais. Escritores, soberbos estilistas, como foi o extraordinário Eça de Queiroz, pecaram e pecam por enxamearem as obras de: galicismos, anglicanismos e neologismo, inconcebíveis.
Acabo de folhear: “ Falar e Escrever”,vol. II de Cândido de Figueiredo, e deparo com a pergunta formulada por menina (senhora?) do Rio de Janeiro, dizendo que Eça escreveu nos “Maias” a frase: “gochemente dissimulado na sombra” e interroga sua opinião. O conhecido filólogo, comenta: “ Se fosse apenas neologismo! Mas é um galicismo descarado e absolutamente inadmissível. Como advérbio de modo pressupõe o adjectivo goche, que nós não temos, não precisamos nem teremos, enquanto nos ufanarmos de falar português. “ Não há ninguém que não admire o formoso talento do autor de “Os Maias”, e a imaginação, mas, realmente, se Lulu quer estudar a língua portuguesa, nos livros de Eça de Queirós, dou-lhe os
meus sentimentos, porque nunca saberá” O bom português encontra-se em escritores, como: Camilo e Castilho, e em numerosos e respeitados prosadores brasileiros e portugueses. Acerca de Camilo, Vasco Botelho do Amaral, in: “Glossário Critico de Dificuldades da Língua Portuguesa” diz: “ A linguagem de Camilo é riquíssima de valores expressivos (…) Em todas as páginas revela o Mestre o diligente estudo a que se consagrou, auscultando os dizeres das bocas populares e investigando nos clássicos, documentos ignorados, mas de inestimáveis riquezas idiomáticas. Junte-se a isso o extraordinário génio verbal e estilístico do escritor, e como resultado nos apresentará a admirável vernaculidade da língua de Camilo”
O português do Brasil, apesar de tentativas infrutíferas de “criarem” uma língua, e haver sofrido influència do tupi, quibundo e dialectos africanos, além de vocábulos de línguas europeias, continua, com alguns baldões, a ser respeitada pelos consagrados prosadores do Brasil. Porém, bom seria – penso eu, – que neologismos importados, só fossem introduzidos, após escutarem os países de língua portuguesa. É o caso, entre outros, dos telefones móveis: celular num, telemóvel noutro, se pretendemos, que os da Comunidade da Língua Portuguesa, se entendem entre si.
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Diversos
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Casa de Santa Eulália em Penalva do Castelo classificada bem de interesse público O Governo classificou como monumento de interesse público a Casa de Santa Eulália, um solar da freguesia de Pindo, no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu. “Considerada um dos melhores solares da região das Beiras”, inserida na quinta agrícola do mesmo nome, a Casa de Santa Eulália é “uma construção de meados do século XVIII, com origens remontando à centúria anterior”, afirma a portaria de classificação do solar, publicado no Diário da República. De acordo com o diploma, o monumento, que é “bem representativo de uma certa aristocracia rural, relacionada com o morgadio de Santa Eulália, conserva, em traços gerais, as características originais da arquitetura solarenga do centro de Portugal”. O imóvel é constituído por e capela, acompanhadas por diversas
dependências de caráter agrícola, incluindo lagares de azeite e de vinho, alambique, casa de moagem, forno de pão, habitações secundárias e anexos destinados aos animais. “O solar, com dois pisos, desenvolve-se horizontalmente, destacando-se a fachada principal, brasonada e acessível por escadaria de lances simétricos, com a capela adossada à esquerda, e ainda a longa varanda de colunatas das traseiras", pormenoriza o documento. Na capela, "merecem referência o retábulo, em talha dourada e policromada, e o teto em caixotões”, acrescenta. A classificação da Casa de Santa Eulália, por parte da secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, resulta de “critérios relativos ao caráter matricial do bem, ao seu valor estético, técnico e material
intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”, justifica “A zona especial de proteção (ZEP) tem em consideração a envolvente natural e construída do bem imóvel, de características urbano-rurais, e a sua localização em relação à povoação de Santa Eulália”. Assim, face ao “enquadramento, as vias circundantes e a morfologia, condicionamentos e limites físicos do local” e “antecipando possíveis intervenções futuras”, o solar e o espaço envolventes foram classificados para garantir "os valores patrimoniais do imóvel, bem como a integridade dos espaços existentes e o contexto espacial e pontos de vista que constituem a sua bacia visual”. Simultaneamente, é “criada uma área de sensibilidade arqueo-
lógica, correspondente a toda a ZEP” o que obriga a que “todas as operações urbanísticas que incidam sobre edifícios de génese anterior ao primeiro quartel do século XX” sejam “precedidas de trabalhos arqueológicos de caráter preventivo. Também “as alterações de uso e ocupação de solo, bem como eventuais demolições ou modificações de construções, devem ficar
condicionadas à realização de trabalhos arqueológicos (acompanhamento, sondagens ou esca-vação), após parecer da administração do património cultural competente”. O aparecimento de vestígios arqueológicos durante "qualquer intervenção obriga à paragem imediata dos trabalhos no local e à comunicação às autoridades", determina ainda a publicação.
Festival de cinema Vista Curta de Viseu alarga o olhar sobre a África lusófona O festival de cinema VistaCurta, organizado pelo Cine Clube de Viseu, propõe um “olhar especial” sobre a África lusófona com realizadores como Margarida Cardoso, Billy Woodberry e Sol de Carvalho como convidados, anunciou a organização. “Há um filme 100% moçambicano, desde o texto ao realizador [“Mabata Bata”], há São Tomé com [a realizadora] Margarida Cardoso, que também aborda Moçambique, [há o documentarista norte-americano] Billy Woodberry, um homem que aborda as questões coloniais em Angola. E este 'puzzle' foi propositado para haver um especial olhar e mais abrangente”, do festival, sobre a África de expressão portuguesa, admitiu o presidente do Cine Clube de Viseu. Rodrigo Francisco explicou à agência Lusa que “são histórias e filmes que se debruçam sobre as ex-colónias, porque é a luta habitual do cine clube de escavar, de percorrer um caminho de encontrar filmes que não são vistos”. “Estamos a falar de cinema. São países irmãos, por todas as razões. Mas o cinema deles está mais distante do que se calhar outros cinemas e é essa a missão” dos cine clubes, explicou. O cine clube organiza o festival de cinema VistaCurta, de 27 a 31
de outubro, em Viseu, e, este ano, conta com a exibição de 29 filmes, 11 curtas-metragens em competição, 15 sessões em sala, dois concertos e uma exposição de fotografia e texto dedicada às mais recentes intempéries de Moçambique. “Não nos faz muito sentido falar só das coisas sem procurar, sobretudo quando são realidades mais frágeis, apoiar e divulgar. Não é só falar e mostrar é também o como podemos ajudar e contribuir e, daí a ideia de reeditar um livro que está à venda na exposição”, no Museu Almeida Moreira, disse, referindo-se a "O Dia em que a Terra se Fez Mar", de Tiago Miranda e Raquel Moleiro, e à tempestade Idai que destruiu toda a região da Beira. A receita da venda contribuirá para a Escola Secundária da Manga, desta cidade moçambicana. Em Viseu, no decorrer do festival, estarão Margarida Cardoso e Billy Woodberry, um dos fundadores do movimento colectivo de cineastas afro-americanos “L.A. Rebellion”, surgido em Los Angeles, que participarão em debates. O cineasta Sol de Carvalho estará através de videoconferência”, na sessão, uma vez que, “dada a distância, não foi possível estar fisicamente".
Sobre a competição de 'curtas', este ano, por causa da pandemia, o festival “está limitado a 11 [filmes], apesar de haver mais inscrições com um recorde, mas a duração de tempo em sala limitou ao número” de películas a exibir e, por isso, vai haver “uma mostra 'online', o que provavelmente será inédito”, disse. Também a exibição de filmes em lares e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), que o Cine Clube de Viseu costuma fazer, “porque são dos públicos mais castigados pela pandemia”, tem este ano outra abordagem, por causa da pandemia: a organização resolveu, “em parceria com sete instituições, exibir filmes”, mas sem ir alguém do cine clube falar sobre ele.
“Outra diferença notória do festival é a realização dos dois concertos em horário diurno, o que não aconteceria se não houvesse pandemia”, explicou Rodrigo Francisco à Lusa, adiantando que vão acontecer no Teatro Viriato. Os Mão Morta Redux, em formato trio, animam ao vivo o filme mudo soviético “A casa na Praça Trúbnaia”, de Boris Barnet. Quanto a “Um piano afinado pelo cinema”, o concerto conta, “por um lado, com a música original e ao vivo do pianista Filipe Raposo e, por outro, com grandes heróis do cinema mudo, como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Georges Méliès”, de quem serão exibidas 'curtas' metragens. Ao longo de cinco dias podem ver-se filmes dos realizadores con-
vidados como “Mabata Bata”, obra sobre o conto de Mia Couto, que abre o festival, e “Monólogos com a história”, ambos de Sol de Carvalho, “A story from Africa”, de Billy Woodberry, “Yvone Kane” e “Understory”, de Margarida Cardoso. Será ainda feita a antestreia de “Num dia de vento, atira-se ao ar”, de Eva Ângelo, e exibidos títulos como “O peculiar crime do estranho sr. Jacinto”, filme de animação de Bruno Caetano, e apresentado o novo de João Botelho, “O ano da Morte de Ricardo Reis”, sobre o romance de José Saramago. O filme convidado “O que arde”, do cineasta franco-espanhol Oliver Laxe, inspirado nos incêndios rurais que marcaram a Galiza, encerra o festival.
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Cultura
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Espetáculo “Gabo" coloca diferenças em evidência no palco do Teatro Viriato em Viseu As diferenças vão ser colocadas em evidência no palco do Teatro Viriato, em Viseu, por três bailarinos e uma marioneta, durante o espetáculo “Gabo”, que tem estreia marcada para dezembro. Criado pelo grupo Dançando com a Diferença e encenado por Patrick Murys, o espetáculo tem o nome da marioneta que é manipulada pelos bailarinos e usada para despertar o público para questões como o feio e o bonito, a realidade e a ilusão. Patrick Murys - que nunca tinha trabalhado na área da dança inclusiva, mas tem criado espetáculos motivados pela pesquisa do lugar do ator como ser total – contou à agência Lusa que a ideia inicial era ter crianças a participarem ativamente no processo de criação, o que não foi possível devido à covid-19. “Com o coronavírus, alteraram-
se muitas coisas”, referiu, acrescentando que, no entanto, se mantém a ideia de dirigir este espetáculo às crianças e aos jovens, para que possam fazer a sua análise sobre as diferenças. Segundo o encenador, o objetivo passou por “centrar as pesquisas sobre o que é diferente, o que é belo, o que é monstruoso, e propor imagens, situações ligadas à marioneta ou momentos mais físicos para confrontar o olhar” de quem está a assistir. Em palco, estarão Diogo Peres e João Estrela, do grupo Dançando com a Diferença, e José Pereira (mais conhecido por Zé Mágico) que, além de intérprete, está responsável pela coordenação da parte de ilusionismo do espetáculo. “Cada criação tem as suas próprias forças e obstáculos. A maior dificuldade desta foi chegar
a um terreno comum aos intérpretes”, contou Patrick Murys. Todos os intérpretes são de Viseu. Zé Mágico foi convidado para este espetáculo, enquanto Diogo Peres e João Estrela foram escolhidos por Patrick Murys de entre mais de 20 elementos do Dançando com a Diferença. “Se eu pudesse, ficava com todos”, frisou, acrescentando que a dança inclusiva é para si “um terreno de pesquisa que não acabou”. Diogo Peres, de 18 anos, estagiou no Teatro Viriato na sequência de um curso profissional na área do teatro, mas não imaginava poder trabalhar com nomes como os de Patrick Murys ou de Romulus Neagu (responsável pela coreografia). “Pensava muito: ‘Será que algum dia consigo alcançar este objetivo?” contou Diogo à Lusa, acrescentando que agora quer “al-
cançar mais e mais”. Diogo admitiu que, quando subir ao palco no dia da estreia, em 09 de dezembro, é provável que esteja nervoso, mas garantiu que depois irá “viver o momento”. Já João Estrela, de 25 anos, que depois de um percurso na área do desporto se apaixonou pela dança, disse que não estará nervoso, até porque “os ensaios estão a correr super bem”. Para Zé Mágico, o grande desafio deste projeto é gerir a diferença de cada um: “Dentro da diferença de cada um encontramos a nossa igualdade”. Criado na Madeira, o grupo Dançando com a Diferença tem, desde 2017, um núcleo em Viseu. Nos últimos anos, tem trabalhado em parceria com o Teatro Viriato num projeto que envolve escolas e instituições de apoio a deficientes. Para o seu diretor artístico,
Henrique Amoedo (que é artista residente no Teatro Viriato), o espetáculo “Gabo” surge “no ciclo normal do crescimento e do desenvolvimento do projeto”. “O projeto teve uma fase muito próxima das instituições e das escolas, que continua a ter, mas agora muito mais com o foco artístico, da performance, do espetáculo”, explicou. Em Viseu, o grupo é coordenado por Ricardo Meireles e conta com mais de 20 elementos. No que respeita às escolas e às instituições, envolve entre 80 e 90 pessoas, que têm aulas regulares. O espetáculo será apresentado de 09 a 12 de dezembro, sendo que, no último dia, será exibido o documentário “Gabo, posso entrar aí?”, de Carla Augusto.
OBRA DE OLIVER LAXE “O QUE ARDE” VENCE CINEECO 2020 O último dia do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela culminou com o anúncio dos grandes vencedores da edição deste ano, pautada pela resiliência e determinação do Município de Seia em manter o Cineeco no calendário oficial dos Festivais a nível nacional e internacional. Para o ano há mais cinema ambiental, de 9 a 16 de outubro de 2021. Na Competição Internacional de Longas-Metragens, a obra cinematográfica de Oliver Laxe, “O Que Arde”, conquistou o “Grande Prémio Ambiente – Município de Seia”. Uma parábola rural passada numa aldeia aninhada nas montanhas da Galiza, que se depara com um fogo florestal, após o regresso à comunidade de um condenado. A narrativa está assente na Natureza (a humana e a da terra) que pode destruir ou autodestruir-se. Na mesma categoria, “El Tren de Los Pies Ligeros”, de Miguel Coelho, conseguiu arrecadar o “Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros”, um documentário que nos leva numa viagem pela Sierra Tarahumara, no México, ao âmago de um universo isolado onde vivem povos indígenas com a sua visão peculiar do mundo e do que os rodeia. A Menção Honrosa coube a Oriane Descout e a sua utopia de um “Castelo de Terra” no interior do Brasil.
Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, a animação “Entre Baldosas”, do argentino Nicolas Conte, ficou com o “Prémio Curta Metragem Internacional Turistrela”, já a animação portuguesa da autoria de Bruno Caetano, “O Peculiar Crime do Sr. Jacinto” arrecadou o “Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados”. Na Competição de Séries e Reportagens Televisivas, o trabalho de Vera Moutinho, “Anna Mergulha no Lixo para Combater o Desperdício Alimentar”, uma narrativa sobre dumpster diving, conquistou o “Prémio Televisão”. Nesta 26ª edição do Cineeco, o cinema ambiental português esteve em grande destaque entre as longas e curtas-metragens, representando cerca de metade de todas as obras em competição de entre os 77 filmes e documentários de mais de 25 países, exibidos ao longo de uma semana, entre 10 e 17 de outubro. Desde logo, a forte presença de obras nacionais refletiu-se também no Palmarés oficial deste ano, como atestam ainda o “Prémio Camacho Costa - Lipor” (melhor longa-metragem em língua portuguesa) alcançado por Nuno Tavares, a estrear-se na realização com “A Alma de Um Ciclista”, uma inusitada e bela viagem pela paixão das bicicletas e pela descoberta das nossas próprias reflexões sobre o mundo;
e, ainda, a conquista do “Prémio Curta-Metragem em Língua Portuguesa” para Patrícia Pedrosa em “Vi(r)agens”. Documentário que nos fala da atual “pausa planetária” e do medo que nos confronta com as nossas próprias limitações. O jovem realizador de Oliveira do Hospital, Tiago Cerveira, volta a receber o “Prémio Panorama Regional – Casa da Passarella”, com a “Máscara de Cortiça”, depois de no ano passado ter subido ao palco a agradecer o mesmo galardão por “Pagar a Promessa”. Este ano, Cerveira levou ao Cineeco, a corrida do Entrudo das Aldeias de Xisto de Góis. O “Prémio Valor da Água – Águas do Vale e do Tejo” foi atribuído a Henry M. Mix e Boas Schwarz com “On Thin Ice”, um documentário sobre os efeitos das alterações climáticas no Ártico russo. O Júri da Juventude, composto por um painel de seis jovens, atribuiu os seguintes galardões: “Prémio da Juventude Longas Metragens Internacionais” – “The Village and the Wildfire, de Kathrin Reichwald; “Prémio da Juventude Curta-Metragem Internacional” – “O Peculiar Crime do Sr. Jacinto”, Bruno Caetano; “Prémio da Juventude para Série e Reportagem de TV” - “Malcata – Conto de uma Serra Solitária”, Miguel Cortes Costa e Ricardo Guerreiro; “Prémio da Juventude Longa-Metragem em
Língua Portuguesa” – “A Alma de um Ciclista”, Nuno Tavares; “Prémio da Juventude Curta-Metragem em Língua Portuguesa” – “Átomos de Luz”, Leonor Teixeira; “Prémio da Juventude Panorama Regional” – “Barro Preto, Cultura e Tradição”, Edmundo Marquês e Vítor Pereira. Cineeco 2020 – Seguro e Resiliente até Outubro de 2021
Ecotalks foram abordados temas variados, desde o futuros dos festivais de cinema, face à crise pandémica e o crescimento das transmissões streaming; film comissions e a valorização dos territórios; as novas tecnologias e a educação ambiental; o papel do cinema ambiental na formação dos públicos em idade escolar; e ainda a televisão - cinema e o que im-
O CineEco, como em toda a sua já longa história de edições, ininterruptas, realizou-se com todas as regras de distanciamento e segurança sanitária. Em pleno cenário de crise epidémica, o Festival não quis deixar de assegurar a sua missão de há 26 anos para cá – “a urgência de levar ao público local e nacional a divulgação e sensibilização para as temáticas ambientais”, sustenta a direção do Cineeco. Paralelamente à exibição dos filmes em sala, obedecendo a restritas regras de segurança e distanciamento recomendadas pela Direção-Geral da Saúde em estreita colaboração com o Município de Seia, Cineeco 2020 aconteceu também em formato digital com a realização de 5 debates online. Nas
porta falar sobre as interligações e diferenças nestas duas áreas de entretenimento. Todas as Ecotalks tiveram transmissão live, às 17 horas, no Facebook do CineEco, sem necessidade de pré-registo ou inscrição obrigatória, e contaram também com público restrito em sala. A 27ª edição do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela terá lugar de 9 a 16 de outubro, em Seia. O CineEco 2020 é organizado pelo Município de Seia e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e do Departamento de Ambiente das Nações Unidas. Conta ainda como patrocinador principal a Lipor e com o patrocínio das Águas do Vale do Tejo.
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Diversos
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Município de Tondela oferece livros a lares de idosos do concelho O Município de Tondela ofereceu, na passada sexta feira, dia 16 de outubro, cerca de 200 livros aos lares de idosos do concelho de Tondela, que possuem estrutura residencial. Esta entrega, levada a cabo pelas técnicas do CLDS-4G, permitiu que fossem deixados 18 livros em 11 instituições do concelho: Misericórdia de Vale de Besteiros, Residência Santa Maria, Centro Paroquial de Canas de Santa Maria, Associação Vale do Dão, Lar do Sameiro, Lar Boa Esperança, Lar Pedras Soltas, Lar da 3º Idade, Associação de Solidariedade Social de Caparrosa, Fundação Marcos e Ana Gonçalves e Misericórdia de Tondela. Serão ainda entregues aos Centro de Animação Local em funcionamento. Estes livros, além de edições da ASSOL, com temas ligados à Pedagogia da Interdependência, contemplam temas relacionados com o concelho de Tondela e irão servir mais de 400 utentes. De acordo com a vereadora da Câmara Municipal de Tondela, responsável pelo pelouro da Ação Social, os utentes destes lares vinham manifestando interesse na
leitura, o que levou a que fossem selecionados, para oferta, alguns livros que o Município possuía. "Esta é uma forma de lhes dar alguma ocupação, uma vez que nesta fase da pandemia encontram-se mais confinados e as atividades exteriores, que assinalavam algumas efemérides, não se têm realizado", justificou.
Município de Tondela investe mais de 60 mil euros na requalificação de dois polidesportivos O Município de Tondela investiu mais de 60 mil euros na requalificação de dois polidesportivos do concelho: o Polidesportivo de Canas de Santa Maria e o Polidesportivo de Mouraz. De acordo com o vice presidente da Câmara Municipal de Tondela, Pedro Adão, que é responsável pelo pelouro do Desporto, estas intervenções têm como grande obje-
espaços renovados para a prática do desporto informal”. sublinhou. No caso do Polidesportivo de Canas de Santa Maria foi feita a substituição do tapete relvado sintético, bem como a pintura do muro, reparação e pintura da vedação e ainda a aquisição e fixação de novas balizas. Já no Polidesportivo de Mouraz foi feita a substituição do tapete de relva sintética,
tivo dotar estes equipamentos desportivos de melhores condições, de forma a que se possa continuar a fomentar a prática desportiva. “A prática desportiva é essencial, sendo esta mais uma aposta em infraestruturas desportivas concelhias, disponibilizando-se
assim como a reparação da vedação, lavagem e pintura dos muros. Estas requalificações são resultado de uma parceria do Município de Tondela com as respetivas Juntas de Freguesia
Os Verdes questionam Governo sobre estudo epidemiológico a antigos mineiros O grupo parlamentar de Os Verdes perguntou ao Ministério da Saúde quando prevê realizar um estudo epidemiológico aos antigos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio (ENU) e seus familiares, atendendo às "doenças graves que os afetam". Em comunicado, o grupo parlamentar refere que a deputada Mariana Silva fez uma pergunta na Assembleia da República sobre o estudo epidemiológico que o Governo ficou de realizar, no âmbito do Orçamento do Estado para 2020, que entrou em vigor a 01 de abril. "O Governo ficou incumbido de realizar, no corrente ano, um estudo epidemiológico aos ex-trabalhadores da ENU e seus familiares, tendo em conta as doenças graves que os afetam, nomeadamente as neoplasias malignas", recorda, acrescentando que, "até ao momento, o estudo ainda não saiu do papel". A ENU, que esteve sediada na Urgeiriça (Canas de Senhorim), no concelho de Nelas, foi durante décadas responsável pela exploração das minas de urânio em Portugal. O grupo parlamentar considera que, apesar de nos últimos seis meses o foco do Ministério da Saúde ser a resposta à covid-19, "não deixa de ser igualmente importante dirigir esforços para dar re-
sposta às demais doenças" e "atuar a montante, de forma a prevenir e a detetar doenças numa fase prévia, evitando os danos irreversíveis para a saúde". No seu entender, "é determinante a realização desse estudo epidemiológico" aos antigos trabalhadores da ENU e aos seus familiares. "A atividade mineira de urânio em Portugal, que Os Verdes acompanham há largos anos, deixou um passivo dema-siado pesado, com riscos para o ambiente e saúde pública que perduram no tempo, dado o potencial radioativo deste minério", realça. O grupo parlamentar lembra que foi já realizado "um estudo epidemiológico, denominado MinUrar, centrado exclusivamente na comunidade local de Canas de Senhorim", que abordou "os efeitos aos quais as populações que vivem nas proximidades das minas de urânio estão sujeitas, bem como os impactos que as escombreiras e com águas residuais ácidas ricas em metais pesados dessas mesmas minas exercem sobre a saúde dessas populações". A ENU teve a seu cargo, desde 1977, a exploração de minas de urânio em Portugal. A empresa entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004.
Investigadores do Politécnico de Leiria apresentam resultados de estudo sobre neurociências aplicadas ao Turismo Integrado no Festival ART&TUR, que decorre até dia 23 de outubro, em Viseu, um grupo de 10 bolseiros liderado pelos docentes Francisco Dias e Rui Martins, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politécnico de Leiria, vai apresentar os resultados de um estudo de neurociências aplicadas ao Turismo. Na base da investigação está um conjunto de seis filmes de promoção turística, que integram a lista dos 72 filmes da short list do 13.º Festival ART&TUR, que foram submetidos a estudos experimentais/la-boratoriais de neurociências. Os 10 investigadores, liderados pelos docentes da ESTM, monitorizaram o impacto emocional dos filmes, utilizando sistemas de eletroencefalografia (EMOTIV EPOC HEADSET). Cada filme foi visionado por uma amostra de 36 pessoas com capacetes EMOTIV no seu escalpe, medindo as ondas cerebrais a cada milissegundo. Os resultados finais destas experiências serão apresentados, juntamente com os respetivos filmes, na Conferência Internacional “Tourism Marketing and Destination Branding”, integrada na programação do Festival, numa dinamização do Centro de In-
vestigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CITUR) do Politécnico de Leiria. O professor Rui Martins dá início à sessão de apresentação, com uma contextualização dos estudos laboratoriais que visaram deferir o impacto de filmes de promoção turística no cérebro das audiências. Segue-se a apresentação do primeiro par de filmes, “O Algarve fica-te bem" versus "Turisme en Familia", analisados pelos bolseiros Ricardo Pãozinho, Sara Araújo e Cláudio Estrela, bem como os filmes "Norway. Seasons" versus "Rijeka – I miss you", estudados por Ana Carina Pinto, Leonor Nabais e Miguel Ângelo Silvestre. Por sua vez, Ana Rita Martins, Bruno Garreau, Sara Ferreira e Cátia Lucas são os investigadores que vão apresentar os filmes "Rota Eurovelo 1" versus "Reconnect with your Zen Takahama". Após a apresentação de cada par de filmes, serão divulgados e explicados os respetivos resultados em gráficos, que medem as emoções sentidas por uma audiência de 36 pessoas durante o visionamento das obras cinematográficas, assim como uma comparação da performance relativa dos filmes.
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Diversos
Quinta-feira 22/10/2020
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Cova da Piedade vence em Viseu e 'afunda' Académico no último lugar da II Liga O Cova da Piedade venceu , dia 18, o Académico, por 2-0, em Viseu, em jogo da sexta jornada da II Liga portuguesa de futebol, com um autogolo de Joel e um tento de João Vieira, ambos na primeira parte. Joel marcou aos 27 minutos, na própria baliza, e João Mário, aos 43, selando o segundo triunfo na prova dos piedenses, que passaram a contar sete pontos, mais quatro do que os viseenses, cada vez mais últimos. O primeiro lance de perigo foi criado pelo Cova da Piedade, aos quatro minutos, com João Vieira a escapar pela direita e a rematar ao poste da baliza defendida por Ricardo Janota, que, aos sete, após um canto, negou outro vez o golo ao mesmo jogador. O Académico de Viseu criou a
sua melhor situação aos 26 minutos, com Luisinho a cruzar na direita e João Meira a desviar, quando Yuri aparecia na pequena área pronto para finalizar. Na resposta, o Cova da Piedade chegou ao golo, de forma caricata, com Joel a perder na direita para Gonçalo Maria, com o extremo dos forasteiros a cruzar e Fábio Santos a cortar, mas contra o mesmo Joel, que colocou a bola na sua baliza. Aos 43 minutos, João Vieira aproveitou o adiantamento da defesa do Académico de Viseu, isolou-se e, só com Janota pela frente, apontou o segundo golo do Cova da Piedade. Sérgio Boris mexeu na equipa para a segunda parte, com as entradas de Paul Ayongo, Paná e Tiago Mesquita e, com o Cova da Piedade a recuar mais no terreno,
na defesa da vantagem de dois golos, o Académico de Viseu chegou mais vezes perto da área adversária, mas sem criar claras oportunidades de golo. O lance de maior perigo aconteceu aos 56 minutos, com Carter a escapar pela direita, a cruzar, mas Paul Ayongo, ao segundo poste, a não chegar a tempo para finalizar. O Cova da Piedade esteve ainda perto de voltar a marcar, mas o cabeceamento de Arnold, após um canto, passou junto ao poste. No Académico de Viseu, referência para o central Fábio Santos, que voltou a jogar pelos beirões, o que não acontecia desde 03 de março de 2019, altura em que sofreu uma grave lesão, uma fratura do perónio, num jogo em Matosinhos, frente ao Leixões. Jogo no Estádio Municipal do
Sérgio Boris deixa comando técnico do Académico de Viseu Sérgio Boris deixou de ser o treinador do Académico de Viseu, avançou à agência Lusa uma fonte da SAD do atual último classificado da II Liga portuguesa de futebol, após seis jornadas. O técnico, de 44 anos, que tinha chegado a Viseu no início da temporada, não resistiu aos resultados e a passagem por Viseu durou apenas seis rondas, deixando a capital da Beira Alta sem conseguir vencer qualquer jogo oficial, num saldo de três empates e três derrotas. A ‘gota de água’ foi a derrota no jogo
de hoje, por 2-0, na receção ao Cova da Piedade, com o técnico a colocar o lugar à disposição durante uma conversa que manteve no final do encontro com o presidente da SAD, António Albino, que aceitou o pedido. O novo treinador deverá ser anunciado brevemente e a estreia no banco acontecerá na partida da sétima jornada da II Liga de futebol, sábado, no Seixal, frente ao Benfica B.
Gil Vicente e Tondela empatam em Barcelos Gil Vicente e Tondela empataram , dia 17, 1-1, em jogo da quarta jornada da I Liga de futebol, no qual a equipa tondelense jogou com menos um jogador desde os 12 minutos, devido à expulsão do guardaredes Babacar Mbaye. Em Barcelos, os anfitriões - que ainda não perderam na prova – inauguraram o marcador aos 25 minutos, por intermédio do avançado brasileiro Samuel Lino, mas o Tondela restabeleceu a igualdade aos 58, com um golo do defesa Filipe Ferreira. O Gil Vicente, que tem um jogo em atraso, com o Sporting, subiu ao sétimo lugar, com cinco pontos, enquanto o Tondela ocupa a 16.ª e antepenúltima posição, com dois, continuando sem vencer na competição, após a realização de quatro
partidas.
Fontelo, Viseu. Académico de Viseu - Cova da Piedade, 0-2. Ao intervalo: 0-2. Marcadores: 0-1, Joel, 27 minutos (própria baliza). 0-2, João Vieira, 43. Equipas: - Académico de Viseu: Ricardo Janota, Joel (Paná, 46), Mathaus, Fábio Santos, Jorge Miguel, Fernando Ferreira, Zimbabwe (Tiago Mesquita, 46), Yuri Araújo (Paul Ayongo, 46), Luisinho, André Carvalhas (Bruninho, 72) e Carter (João Vasco, 76). (Suplentes: Ricardo Fernandes, Pica, Diogo Santos, Puch, Bruninho, João Vasco, Tiago Mesquita, Paná e Paul Ayongo). Treinador: Sérgio Boris. - Cova da Piedade: Cléber, João
Amorim, Zarabi, Bruno Bernardo, João Meira, Gonçalo Maria (Wilson, 90), Cele, Pepo (Varela, 88), Arnold, Patrão e João Vieira (Kakuba, 80). (Suplentes: Adriano Facchini, Kakuba, Yan Victor, Varela, Gonçalo Tavares, Wilson, Balogun, Chico e Hugo Machado). Treinador: António Pereira. Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Mathaus (41), Patrão (52), Zarabi (86) e Tiago Mesquita (90+4). Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.
Formação de futebol do Tondela com 22 casos positivos Os escalões de futebol sub-17 e sub-19 do Tondela têm 22 jogadores com testes positivos ao vírus SARS-CoV2, 21 vivem em comunidade, anunciou dia 20, o clube que suspendeu os treinos desde a identificação do primeiro caso. “O Clube Desportivo de Tondela vem por este meio atualizar a informação relativa aos casos de covid-19 nos nossos escalões de formação, atualizando para 22 os testes positivos à SARS-CoV2”, anunciou o clube na página oficial da internet. Segundo a mesma nota de imprensa, “são 21 atletas residentes e um não resi-
dente, sendo que todos se encontram em isolamento e a cumprir todas as regras definidas pela Direção-Geral da Saúde”. Dos 29 atletas que vivem em comunidade, por estarem destacados das suas origens para terem formação em futebol no Tondela, cinco tiveram resultado negativo à covid-19 e dois estão assintomáticos e aguardam marcação do teste. “Mais informamos que todo o 'staff' afeto ao departamento de formação testou negativo”, anunciou o clube, que “suspendeu os treinos desde o primeiro caso positivo” na formação de futebol.
Município de Tondela aprova regulamentos para as ZIM e para benefícios fiscais ao investimento e famílias O Município de Tondela aprovou dia 20,por unanimidade o regulamento que irá reger as zonas industriais municipais (ZIM) do concelho de Tondela, bem como o regulamento que prevê̂ a atribuição de benefícios fiscais ao investimento e ainda às famílias. De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Tondela, José́ António Jesus, o regulamento para as zonas industriais municipais do concelho estabelece as regras e os critérios que regem a alienação onerosa de lotes tanto na ZIM de Tondela, como na ZIM do Lagedo. “Este documento vem também regular qualquer iniciativa, projeto empresarial, in-
dustrial ou serviço, que se queira instalar numa das nossas ZIM”, acrescentou. Já sobre o regulamento de benefícios fiscais e do investimento, José́ António Jesus sublinha que vem dar continuidade às políticas de incentivo à instalação de empresas, apoiando a criação de emprego, o empreendedorismo e desenvolvendo paralelamente políticas sociais para a fixação de jovens e famílias. “A atribuição de benefícios fiscais às empresas e às famílias torna o concelho de Tondela mais atrativo e competitivo, criando riqueza e combatendo a desertificação. Pretendemos continuar a apostar no bem-estar da nossa população”, apontou.
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Saúde
Quinta-feira 22/10/2020
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Os probióticos são determinantes na prevenção das doenças respiratórias das crianças Em época de regresso às aulas e de pandemia, uma alimentação equilibrada, com probióticos específicos, como os lactobacillus e as bifidobactérias, assim como a suplementação com vitamina D, podem ter “um importante papel na prevenção das infeções respiratórias agudas, muito frequentes na idade pediátrica, sobretudo nos grupos etários mais jovens, imunologicamente imaturos e mais suscetíveis a infeções virais e bacterianas”, alerta a médica Maria Leonor Bento, especia-lista em Pediatria e Alergologia Infantil do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. De acordo com a pediatra, as “infeções respiratórias agudas, incluindo as rinofaringites, amigdalites e a otite média aguda de etiologia viral, ou bacteriana, são muito frequentes na idade pediátrica, com uma prevalência que aumenta nos meses mais frios, ou seja, a partir do outono e até ao final do inverno, observando-se um aumento substancial do consumo de antibióticos e um elevado absentismo escolar”. E explica que este facto se deve, por um lado, “a uma a uma imaturidade imunológica própria da idade e, por outro lado, ao contacto com maior carga de vírus e bactérias nos infantários e nas escolas”. Como 70% das células produtoras de anticorpos residem no nosso intestino, uma das formas mais simples de prevenir as frequentes idas ao médico passa por garantir o bom fun-
cionamento da microbiota intestinal, que desempenha um papel fundamental na defesa do organismo. “Vários trabalhos científicos têm demonstrado que a microbiota intestinal tem um papel importante no aumento dos mecanismos de defesa contra doenças infeciosas, em especial as infeções intestinais e respiratórias”, sublinha a médica. Lembra também que as infeções respiratórias são “uma importante causa de morbilidade na idade pediátrica e que, por vezes, deixam sequelas a nível do aparelho respiratório”. Podem ainda ser um fator precipitante do aparecimento ou agravamento de alergia respiratória, como é o caso da asma brônquica. Maria Leonor Bento salienta que, “quando existe um desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) há uma perda da integridade da barreira protetora do intestino”, o que pode desencadear várias patologias, incluindo as infeções respiratórias”. Os probióticos, que são microrganismos vivos protetores que se encontram naturalmente em alguns alimentos e ou suplementos, contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal e conseguem modular a resposta do sistema imunitário. Porém, e no que respeita às infeções respiratórias, nem todos probióticos têm a mesma capacidade de proteção. De acordo com alguns estudos, os Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis Bb-12 “parecem ser mais eficazes na prevenção das in-
feções respiratórias agudas e da otite média aguda na idade pediátrica”.1-3 Segundo Maria Leonor Bento, são múltiplos os fatores que influenciam o tipo de flora microbiana intestinal que se desenvolve desde o período neonatal. “O tipo de parto, é um deles, havendo diferenças entre o parto eutócico versus parto por cesariana, no que respeita ao início da estimulação do sistema imune intestinal, a qual é mais precoce no parto eutócico em que existe um contacto direto da mucosa intestinal do recém-nascido com microrganismos da flora vaginal e intestinal materna através da deglutição das secreções e líquido amniótico”, explica. O tipo de alimentação desde o nascimento também influencia a microflora intestinal do recém-nascido e do pequeno lactente e consequentemente o desenvolvimento do sistema imune local. A médica frisa que “o leite materno para além das suas propriedades nutritivas essenciais ao bom desenvolvimento do lactente, constitui um verdadeiro suplemento e um estímulo imunológico natural”. Isto porque “é rico em anticorpos IgA secretores (IgAs), em células imunologicamente competentes, em probióticos naturais como lactobacillus e bifidobactérias e em prebióticos naturais, que vão favorecer um desenvolvimento adequado do sistema imune da criança desde o seu nascimento, reduzindo o risco infecioso e alérgico”. Pediatra M. Leonor Bento
A presença dos cuidados paliativos reflete o grau de civilização de uma sociedade O mês de Outubro tem sido nos últimos anos dedicado aos cuidados paliativos. Neste ano excêntrico, pelo contexto de pandemia, o foco sobre os cuidados paliativos é mais do que nunca necessário. E também o é a exigência da sua inclusão no sistema de saúde. É por muitos tido que a presença dos cuidados paliativos reflete o grau de civilização de uma sociedade. Essa civilidade é hoje testada globalmente. É-o particularmente neste lado ocidental do mundo, do qual fazemos parte, e que acreditamos como mais evoluído. O que são cuidados paliativos? Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde são cuidados que " visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com a identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também psicológicos, sociais e espirituais". A pandemia que estamos a viver tem atingido de forma mais gravosa os
mais vulneráveis. A taxa de mortalidade nos idosos está entre 14,8% a 21,9%, sendo a taxa de mortalidade global de 2% a 5%. São estes os doentes para quem uma escalada de cuidados poderá não ter indicação, por não terem capacidade de sobreviver a um ambiente agressivo de cuidados intensivos. E são estes, maioritariamente, os doentes alvo dos cuidados paliativos. A necessidade de aplicar os princípios dos cuidados paliativos para atender às necessidades globais do doente e apoiar a família/cuidador, é crucial em contexto de crise humanitária e é transversal a todos os níveis de cuidados, desde a enfermaria geral às unidades mais diferenciadas. É particularmente importante nos contextos epidemiológicos, em que o afastamento físico dos doentes e famílias pelo risco de contágio, leva a uma disrupção do ambiente sócio familiar. O envolvimento de psicólogos e assistentes sociais, assim como o apoio de líderes religiosos e voluntários, é de extrema importância nestas situações. Contudo, em contexto de crise humanitária, os cuidados paliativos são
muitas vezes deixados para um segundo plano. Frequentemente, e porque a prioridade é salvar vidas, as acções paliativas apenas são incluídas quando o tratamento curativo não se revela eficaz. Mas o objectivo mandatório de salvar vidas não pode criar uma dicotomia entre cuidados curativos e cuidados paliativos. Doentes em tratamento intensivo necessitam paralelamente de uma abordagem holística em que estão inerentes os princípios paliativistas, e para os doentes para os quais é evidente que a cura não é possível, aliviar o sofrimento e/ou acompanhar o processo de morte é a prioridade. É também muito importante que o contexto epidemiológico não deixe sem cuidados todos os outros doentes que continuam a sofrer de outras doenças que não Covid-19. A priorização do tratamento de agudos deve também ser pensada em função do tratamento das agudizações de doentes crónicos, através das equipas de proximidade já existentes.
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