Noticias de Viseu 22 de Dezembro 2016

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLII - Nº 2126 - Quinta-feira 22 de Dezembro de 2016 - Preço: 0,60 Eur. - IVA incluído

REVISITANDO LEONOR BARATA

“Sinto-me em casa quando estou no Grão Vasco”

Natal na solidão do Fujaco

Pág. 6

GUALTER MIRANDEZ

ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES

“O grande problema é a falta de poder de compra” Pág.3

Centro nacional para doença de Alzheimer poderá nascer na antiga maternidade Pág. 10

DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO

Populações sem os apoios prometidos após os incêndios Pág. 4 e 5

SIMÕES & COSTA & FILHOS, LDA

Comércio e Indústria de Madeiras, Lda

Madeiras nacionais Fábrica de serração

Quinta das Moitas | Estrada Santo Estevão Viseu | Telef 232 411012 | Fax 232 415 509 | email: geral@simoescostafilhos.com

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2 Opinião

22

Mensagem de Natal 2016

Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

Redação: Telefone: 232 087 050 e-mail:geral@noticiasdeviseu.com Publiciciade Telemóvel: 968 072 909 publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela Lourenço de Abreu - Gerentes COLABORADORES Sofia Meneses Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Fernando José Ribas de Sousa Celso Neto Armindo Amaral Serafim Marques Maria Helena Marques Pedro Gomes de Almeida Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa São Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Pau (França) - Laurinda Ribeiro Gabande (Espanha) - Enric Ribera TIRAGEM Mês de Outubro 30.000 exemplares Dec. Lei 645/76 de 30/7 INDICE DESTA EDIÇÃO Opinião .................................. .............2 Natal.....................................................3 Destaque...........................................4/5 Cultura..............................................6/7 Sociedade..........................................8/9 Saúde...................................................10

O SALVADOR

E aquele Menino, olhos brilhantes, Face encantada, de panos envolto, Deitado numa simples manjedoura, Simples, de pobreza assustadora, Encarnou como Messias Senhor, Entre os homens, como eterno Salvador, Para glória de Deus nas alturas E paz na terra, entre povos errantes.

dezembro 2016 quinta-feira

SEDE: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte

Quinta-feira 22/12/2016

D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu

Estamos a chegar ao aniversário do Natal de Jesus!... O Natal de Jesus foi anunciado ao longo do Advento de todo o Antigo Testamento… E Jesus nasceu, há 2016 anos e anunciou o Reino de Deus! Os valores deste Reino – que são a realização do Natal – têm sido anunciados desde há 2016 anos… E, tantos deles, ainda não aconteceram! Quer dizer: Deus cumpre a Sua parte, desde o início… Nós não estamos a fazer tudo para que o Natal tenha sua expressão universal… Continuaremos a evocar o Natal do passado, representado no Presépio… E estamos à espera dos valores do Reino de Deus que devem acontecer na paz, no amor, na justiça, na verdade, na vida… E são tão necessários e urgentes! No Natal de Jesus, já acontecido, os Autores foram Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo e Maria e José… No Natal que queremos que aconteça, somos todos nós, os que devemos concretizar os valores do Reino de Deus. Olhando esta nossa Sociedade, consequência da vida de todos nós, sentimos como é tudo tão diferente do anunciado pelo Céu, em Belém, quando os Anjos cantaram: “glória a Deus nas alturas e paz na terra, aos homens que Deus ama”! A vida dos homens continua a estar em perigo em tanto lado… A glória de Deus não é participada… Daí que o Natal esteja, também, em perigo. Ficam somente as luzes, as montras, os presépios de imagens de barro ou de pano, as prendas… Tiramnos o melhor: os valores daquele Menino, filho de Deus e de Maria, que nasceu para nós e que nos ofereceu o Seu Reino… Desejo um Santo e Feliz Natal para todos!

Seus pais, partindo da Galileia, Da cidade de Nazaré, dirigiram-se Para as montanhas da Judeia, A casa de Zacarias e Isabel E, daí a Belém, cidade de David, Onde nasceu o Messias Senhor, Filho do Altíssimo, crescido em graça, Para se tornar Jesus, o Salvador.

Hoje, entre os homens por ele amados, Uma luz brilha nas suas mentes, Para os converter, para os glorificar, Já que o Reino de Deus se aproxima, Para nos dar a paz e do mal nos livrar. TUA imagem, luz radiante e ardente, Glória dum Pai que está no céu, Cobre-nos de amor, deixa-nos sonhar!...

Amansa teu amado rebanho impaciente, Dai-lhe paz, mais consciência e sabedoria, Para, na Glória de Deus, viverem este dia De Natal cheios de graça, em harmonia, Num eterno e profundo amor, sem agonia, Entre pobres e ricos, senhores e plebeus, Judeus, palestinos, lusos ou fariseus, Sendo Emanuel o selo dessa garantia.

Fernando de Abreu

“Natal 2016! Uma luz resplandece nas trevas!”… Por Maria Helena Marques ( Prof.ª Ensino Secundário)

Uma luz fulgurante, resplandecente, que irrompe e brilha através das densas trevas, oferecendo à humanidade tão carente, a verdadeira paz. Guiados por essa luz aproximemo-nos do Presépio. Encontramos Maria e José com o Deus – Menino, o Príncipe da Paz, que nasceu para nós, e para a humanidade de todos os tempos, até ao Juízo Final. O glorioso nascimento do Menino Jesus constitui uma inesgotável fonte de salvação. E, invariavelmente – sobretudo neste ano tão atravessado por ameaças, convulsões e terrores – o convite que nesta festividade mais uma vez nos é feito vem carregado de promessas: Junto do Deus – Menino podemos encontrar a verdadeira paz, como aconteceu com os pastores e os Reis Magos. Mas por Ele somos também convidados a ir ao encontro dos irmãos mais

pequeninos e feridos do nosso tempo, que precisam do nosso acolhimento, amor e ajuda. Na pobreza do Presépio de Belém, recebemos o convite para o desprendimento do supérfluo e o compromisso com os mais necessitados. Por isso mesmo, o Natal de Jesus é ensinamento e uma ordem…É na pessoa desses “ pequeninos”, que também hoje Jesus espera e quer ser reconhecido, acolhido, hospedado e amado. Sem dúvida, celebrar o Natal de Jesus não consiste apenas em recordarmos que Jesus nasceu na história humana, mas que hoje e sempre quer nascer no nosso coração, nas nossas famílias, comunidades e no mundo. Desde sempre nos encantou ver as ruas, lojas, casas e as igrejas das nossas cidades e aldeias com enfeites e luzes! O Presépio nas famílias e ruas das cidades fala-nos do cumprimento da promessa de salvação feita por Deus, enviando-nos o Messias prometido, espe-rado e

anunciado pelos profetas. É o presépio que nos indica que o homenageado principal da festa é e deve ser sempre Jesus E que o Natal de Jesus é um sinal permanente que nos fala do amor de Deus, mas ao mesmo tempo nos interpela com a pergunta: que lugar é que o Deus – Menino da gruta de Belém, ocupa hoje na minha vida? Infelizmente devemos reconhecer que, para alguns de nós, mesmo cristãos, Ele ainda não é a prioridade da festa natalícia! A Bíblia relata que Jesus no seu tempo veio ao mundo e que os seus não O reconheceram e, por isso, não O acolheram. Perguntemo-nos: hoje é diferente?! O que devemos fazer para que o verdadeiro Natal de Jesus, não se transforme apenas num tempo de consumo ou num banquete de família? Jesus nasceu na gruta de Belém e quer hoje nascer na gruta do nosso coração! Que lugar Lhe reservamos? Como

o preparamos?! Neste nosso mundo em que abundam dificuldades e carências de todo o género, Jesus espera também ser reconhecido nos pobres, nos doentes, nos refugiados… e nas crianças feridas e abandonadas! Nunca o esqueçamos: “Tudo o que fizeres ou deixares de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos é a Mim que o fazes”… Estamos em vésperas do Natal. A celebração consciente e alegre do Nascimento de Jesus Cristo, em cada ano, não depende das condições sociais e individuais do momento. Quanto maior for a angústia, tanto mais cresce a expetativa de uma superação do mal-estar reinante, através da comemoração do Natal de Jesus. O Natal é um apelo atual dirigido a cada um, no sentido de viver e anunciar a mensagem do Presépio. Recordemos as lições esquecidas que brotam da mangedoura: Há ali um ambiente religioso, com a presença do

Menino – Deus, de seus Pais – Maria e José – as vozes dos Anjos, a homenagem dos Pastores, dos Reis Magos… Vislumbra-se uma magnífica riqueza, através da pobreza do estábulo. A felicidade que tem o seu lugar ali, no meio da carência de bens materiais: reconhecemos até o início do itinerário da Redenção da Humanidade: da Gruta de Belém ao suplício do Gólgota, à vitória da Ressurreição… até ao Pentecostes! E Maria Santíssima aí estava sempre presente! Figura amável, materna, que está e continua, também nos nossos dias, na História da Igreja, da Humanidade e do nosso País – (neste ano particularmente, em que ce-lebramos agradecidos e jubilosos, o Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917!), e que assim permanecerá até ao fim dos tempos! Feliz Centenário! Um Santo Natal!


Quinta-feira 22/12/2016

Natal 3

GUALTER MIRANDEZ, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES

“O grande problema é a falta de poder de compra”

A Associação de Comerciantes do Distrito de Viseu (ACDV) e a Câmara Municipal de Viseu dividem entre si o custo das iluminações de Natal (74 mil euros no total). A “ideia luminosa” é atrair as pessoas e estimulá-las a fazer as suas compras no comércio local. Gualter Mirandez, presidente da ACDV, confia nos resultados desta parceria, embora saiba que a mesma não pode fazer milagres. Há superfícies comerciais a mais e dinheiro a menos nas carteiras.

das grandes superfícies comerciais junto do comércio tradicional? - Temos claramente comércio a mais, isso é um dado adquirido. Há superfícies comerciais a mais por metro quadrado, não só em Viseu, mas em todo o país. É uma situação que não tem comparação com nenhum outro país da Europa. Depois, nestas alturas temáticas, como o Natal, com mais propensão para compras, há uma grande dispersão. A isto junta-se o menor poder de compra. Ainda recentemente o INE divulgou dados que revelam que o Mercado Interno ainda não recuperou.

- As luzes e a animação natalícia no centro da cidade em que medida impedem que o consumidor não vá fazer compras a outros lados? - Não digo que impeçam. O que eu digo é que a animação é um aliciamento. Cria uma maior vontade de ir ao centro da cidade e constitui um estímulo para que as compras sejam feitas no comércio tradicional. Há um velho ditado que diz: “Da quantidade nasce a qualidade”. Se houver muitas pessoas a visitar as ruas da cidade, as vendas terão propensão para melhorar.

- Dezembro, com as compras de Natal, ainda pode ser designado, como antigamente, “o mês armazém”? - Pois, é como diz, antigamente, dezembro era o “mês armazém”. Não era só dezembro, era, também, a Páscoa e o mês de agosto. Eram meses de eleição em que se vendia mais e dava para compensar os meses do ano de menor procura. O Natal era e ainda é o melhor mês do ano em termos de vendas. Mas, antigamente, havia um determinado montante destinado às compras e hoje o montante é mais pequeno. Por isso, as pessoas tentam comprar menos e escolhem produtos mais acessíveis.

- Os comerciantes, de uma forma geral, são proativos ou, pelo contrário, são passivos e desmotivados? - Creio que há de tudo um pouco. Temos comerciantes já com outra agressividade, outra visão. Mesmo entre os mais antigos, há comerciantes muito ativos que defendem os seus negócios. O grande problema, repito, é a falta de poder de compra.

- Considera, portanto, que o problema está na redução do poder de compra e não tanto no impacto

- Disse, durante a apresentação do

“VOALÁ” 2017

Teatro aéreo na passagem de ano e Mário Laginhas em concerto de Reis Um espectáculo especial piromusical e de teatro aéreo, com a atuação da companhia espanhola “Voalá”, irá animar Viseu na noite da passagem de ano. Cenários e atores suspensos prometem um espectáculo original, com acrobacias e música. O momento terá início logo após as 12 badaladas e prolongar-se-á até perto da 1h00. Wilson Honrado, conhecido DJ, introduz a última noite do ano e encerra a festa. O Concerto de Ano Novo e Reis,

dia 6 de janeiro, no Teatro Viriato, terá como convidado especial Mário Laginha, a juntar-se à Orquestra Filarmonia das Beiras. Como manda a tradição, não faltarão os Cantares de Janeiras e dos Reis. “2016 foi um ano muito especial em Viseu, um ano de muitos centenários comemorativos – 100 anos do Museu Nacional Grão Vasco e dos Paços do Concelho, 500 anos da Misericórda e da sagração da Sé de Viseu. Não

poderíamos fechar o ano e dar as boas vindas ao Ano Oficial para Visitar Viseu (2017), sem um momento marcante. Com este conjunto de iniciativas, o Município encerra o programa “Viseu Natal Sonho Tradicional”, cujo cartaz, descentralizado em todas as freguesias, incluiu 100 espectáculos de música e teatro e envolveu mais de 120 instituições locais.

Voalá- teatro aéreo

programa “Viseu Natal, Sonho Tradicional”, que são sempre os mesmos a aderir… - Esse desabafo não é de hoje. Por exemplo, quando tentamos que todos contribuam com algum valor para que as ruas fiquem iluminadas, seria bom que todos participassem, para que o valor a pagar por cada um seja realmente baixo. Entendo que haja quem tenha mais dificuldades em participar, mas cada um deveria dar o que pudesse, mediante as suas capacidades, para não serem sempre os mesmos.

- Qual a vantagem de comprar no comércio tradicional? - Há várias vantagens e já nem vou só pela questão do atendimento, o qual é realmente personalizado. Quem está atrás do balcão ajuda o cliente a encontrar o que procura e aconselha-o, para que o cliente faça a melhor compra possível. Nas superfícies comerciais, o cliente escolhe os produtos por voto próprio, muitas vezes sem saber bem o que está a comprar, porque não tem quem o oriente. Mas não é só o atendimento que é melhor. É também o próprio produto. No comércio tradicional, não são produtos massificados, todos iguais, quer sejam comprados em Viseu quer seja noutro ponto qualquer do país. Temos fornecedores próprios, muito distintos e, por isso, o cliente pode encontrar produtos diferentes. Outra vantagem é a relação preço-qualidade. O cliente fica a ganhar, porque em vez de fazer compras por atacado, faz uma escolha de qualidade. Mas, claro está, as pessoas têm o direito de fazer as suas compras onde melhor entenderem.


4 Destaque

Natal na solidão do Fujaco

Quinta-feira 22/12/2016

No Verão, apareceu em todas televisões, rodeada de chamas, envolta na tragédia dos incêndios. Depois, voltou ao silêncio e ao esquecimento. Em vésperas do Natal, o Notícias de Viseu foi até à aldeia do Fujaco. As árvores mortas e o negro dos caminhos, ainda vestem a serra de luto. Na aldeia, desponta o verde de pequenas hortas renascidas das cinzas. Na consoada, haverá bacalhau com batatas e couves, sem faltar o calor de uma lareira e de uma família – quem a tiver. Para outros, será apenas mais uma noite. Tempo de estar só.

Os cerca de 25 habitantes do Fujaco, aldeia de S. Pedro do Sul, são idosos, na grande maioria, e vivem das suas magras reformas. Antes dos incêndios, tinham hortas, oliveiras, laranjeiras, castanheiros, videiras e colmeias. O fogo levou-lhes tudo e agora, salvo raras excepções, já não têm forças nem ânimo para voltar a cavar a terra e a fazê-la produzir. Aqui e além, contudo, renascem pequenas hortas. Nas ruas da aldeia, cruzamonos com gatos, curiosos por ver estranhos, e as galinhas passeiamse livremente. Mais difícil é encontrar pessoas. No final da tarde, quando o sol desaparece por trás das serras, ouvem-se vozes chamando as ovelhas e as cabras. Ao longe, com os rebanhos e as casas de xisto que parecem brotar naturalmente da encosta da Serra da Arada, a aldeia assemelha-se a um presépio (sem Menino-Jesus, pois há décadas que ali não nasce uma criança). Não há decorações de Natal no exterior, mas as árvores carregadas de dióspiros a brilhar ao sol são uma bonita ornamentação oferecida pela natureza. “Uma noite igual às outras”

A quadra natalícia é ali vivida sem qualquer animação comunitária. A festa anual mais popular da aldeia é a Senhora dos Remé-

dios, comemorada a 8 de setembro. Para alguns, a noite de consoada será, apenas, “mais uma noite igual às outras”, como nos disse, com um sorriso envergonhado, o senhor Virgílio Duarte, de 69 anos. Parte da população está em lares e é lá que passa o Natal. Outros vão para junto de familiares que vivem noutras terras. Entre os que ficam, há quem receba refeições ao domicílio, provenientes, sobretudo, do Lar de S. Martinho das Moitas. Outros encarregam-se por si mesmos de reviver a tradição, na intimidade dos seus lares. Sem excessos, mas com o mais importante: família e aconchego. Em casa de Maria Gomes, de 71 anos, haverá, como sempre, bacalhau, polvo, rabanadas e outros doces natalícios. Às vezes, passam a consoada em Lisboa, onde vivem os filhos, mas “não é a mesma coisa”, afirma. “Aqui é melhor, porque temos o fogão a lenha e este ambiente que tornam tudo mais gostoso”. Alegre e comunicativa, Maria Gomes contrasta com outras mulheres do Fujaco, com as quais, em vão, tentámos conversar. Fechadas e fugidias, talvez viúvas, resta-nos interpretar o seu silêncio. “Este Natal?... Nem sei se lá chego!...”, murmurou uma senhora, logo nos

virando as costas, olhar baixo e passo apressado.

“Só cá vivem os velhotes”

O senhor António, de 78 anos, ainda não sabia, no dia em que conversámos com ele, como e onde iria passar o Natal. “Talvez vá ao Rochedo [café-restaurante da aldeia] jantar qualquer coisinha, mas não posso gastar muito, sou pobrezinho. Nem um gato tenho”. Toda a sua vida foi passada no Fujaco e, hoje, as memórias são a sua maior riqueza. “Na minha mocidade havia aqui muitas raparigas e bem bonitas. Agora só cá vivem os velhotes”, observa. “Nasci aqui e aqui fiquei, a cuidar das territas. Hoje, já não posso trabalhar”, diz,

Sr. António Duarte

mostrando as mãos com os dedos deformados pela artrose. Falou-nos dos “tempos de miséria” vividos na infância e recordou a melhoria das condições de vida, anos mais tarde, já adulto, em que ia às feiras da região. “Íamos sempre a pé. Agora quer ir tudo de carro!”, comenta num tom crítico. António Duarte, como quase todas as pessoas da terra, frequentou a escola da aldeia, onde aprendeu a ler e a escrever. “Era uma professora muito boa, mas davanos muita porrada”, recorda. Fechada há décadas, a escola, em frente à capela da Senhora dos Remédios, é hoje a sede da associação cultural local, cuja atividade se desenvolve sobretudo no Verão, época em que regressam alguns

Sr. Virgílio Duarte

emigrantes. Foi também aqui que Natália Lourenço, nascida na década de 40, aprendeu as primeiras letras. “A escola abriu tinha eu 10 anos. Andei lá até aos 12 e depois tive que ir trabalhar, guardar as cabras e as vacas. Era uma vida dura, os caminhos eram difíceis; hoje os acessos são muito mais fáceis”. “Isto é um bairro de sossego”

Natália e o marido, António Martins, ambos naturais do Fujaco, gostam da vivência na aldeia, mas deslocam-se, frequentemente, a Viseu e a outras terras. São pessoas ativas, com alguns relacionamentos urbanos, mas apreciam a pacatez da aldeia. “Isto é um bairro


Quinta-feira 22/12/2016 de sossego”, diz o senhor António Martins. “Tem bons ares, boas águas, boas pessoas”, acrescenta Natália. Os seus filhos raramente vêm ao Fujaco. A juventude vai estudar para fora e não regressa. Há muitas casas vazias. Os habitantes morrem e os herdeiros, quando os há, não vêm ocupá-las. “É pena”, diz o presidente da Junta de Freguesia de Sul. “Se as alugassem ou vendessem, inclusive para fins turísticos, as casas não se degradavam e a aldeia ganhava mais vida”, defende. O Café-Restaurante Rochedo, com 20 anos de existência, é o único ponto de encontro social. Os proprietários, José Soares e Glória de Fátima, bons anfitriões, conhecem toda a gente da aldeia e estão sempre disponíveis para dois dedos de conversa. Servem refeições por encomenda e, no Natal, se for preciso, partilham a mesa com quem lhes bate à porta. As suas terras foram também devoradas pelas chamas. Salvou-se um rebanho comunitário e um conjunto de colmeias. As abelhas, porém, acabarão por morrer, “por falta de flores”, lamenta José Soares. Nos terrenos queimados, só daqui a alguns anos, voltará a nascer a flora necessária à apicultura. Apesar do prejuízo dos incêndios, o casal retomou a sua vida normal. Os filhos costumam aparecer ao fim-de-semana e há sempre um almoço feito com alegria e produtos da região. Glória de Fátima expressa aquele que, apesar de tudo, parece ser o sentimento geral: “Gosto disto. Vive-se mais à-vontade e temos sempre umas couves e umas batatas…”. Sofia Meneses

Destaque 5

Populações sem os apoios prometidos após os incêndios

A aldeia do Fujaco não recebeu, até hoje, os apoios prometidos pelo Estado, destinados a minorar os prejuízos causados pelos incêndios. Nem os habitantes do Fujaco, nem os de outras povoações igualmente devastadas pelos fogos, como a aldeia de Açores, foram ressarcidos, porque não reuniam os critérios de elegibilidade inerentes às candidaturas. Indignado com a situação, o presidente da Junta de Freguesia (JF) do Sul disse ao NV, que quem decidiu sobre as medidas de apoio e respectivas candidaturas não conhece a realidade. “Antes de decidirem nos gabinetes, deviam vir cá conhecer isto, para tomarem decisões de acordo com as verdadeiras necessidades das pessoas que aqui vivem”, diz Pedro Maurício Pereira. O autarca adianta que a Junta de Freguesia se disponibilizou para ajudar a preencher os formulários, mas, além dos prazos serem demasiado curtos, a grande maioria da população não reunia os requisitos exigidos. Os apoios, segundo o presidente da Junta, destinavam-se a quem apresentasse um projeto na área agrícola e tivesse uma atividade organizada como agricultor, o que não se enquadra no perfil dos habitantes. “Aqui, as pessoas limitam-se a praticar, apenas, uma agricultura de subsistência”, explica Pedro Maurício Pereira. Apenas os criadores de animais receberam algum apoio, nomeadamente, fardos e farinha enviados pela Câmara de S. Pedro do Sul e por uma empresa do Alentejo. José Soares, morador no Fujaco, perdeu dezenas de hectares nos incêndios e tentou candidatar-se. Em vão. “Os apoios não se enquadravam na minha situação e fazer um projeto é complicado. Vieram uns fardos de palha para o gado, mas, de resto, não recebi nada, nem tenho esperança de vir a receber”. O descontentamento do presidente da JF do Sul é partilhado pelo seu colega da União de Freguesias de Carvalhais e Candal, Carlos Almeida. “Anunciaram os apoios com grande pompa e circunstância; fomos à Extensão Rural da Direcção Regional de Agricultura; chamamos as pessoas que vieram a correr com a esperança de serem ressarcidas dos prejuízos; tentámos ajudá-las a preencher os documentos, mas, depois, disseram-nos que era preciso que os candidatos estivessem coletados, tivessem seguros e uma data de entraves. Em suma, não havia condições de elegibilidade e ninguém recebeu nada”, lamenta.

Mangualde em festa até 7 de janeiro

Até 7 de janeiro, o «Natal em Mangualde 2016», tem muito para oferecer às crianças em especial, e à população em geral, numa organização da Câmara Municipal, com o apoio da Associação Empresarial de Mangualde. A iluminação de natal traz mais brilho ao centro da cidade, onde estão decoradas diversas rotundas. A animação de rua também não falta. Entre outras iniciativas, haverá até 6 de janeiro, uma Moldura de Natal Fotográfica, no Largo Dr. Couto, para os mangualdenses tirarem a sua foto natalícia na cidade. No mesmo largo, encontra-se a Casa do Pai Natal, Oficinas de Natal e Artesanato. O Concerto de Ano Novo, com a Orquestra POEMa e a Orquestra Juvenil das Escolas de Mangualde, terá lugar, no dia 7 de janeiro, às 21h00, no Complexo Paroquial de Mangualde.

Solidariedade “Por um Sorriso”

A Câmara de Mangualde, nesta quadra natalícia, realiza mais uma edição da campanha de recolha de brinquedos “Por um Sorriso…”. Esta ação de solidariedade realiza-se até 16 de dezembro e os brinquedos podem ser entregues no átrio da Câmara (2ª a 6ª das 9h00 às 17h00). A ação insere-se na Programação «Natal em Mangualde 2016».

Contactar o Presidente da República

Carlos Almeida afirma que tencionam contactar o Presidente da República, que na altura visitou a área ardida, para lhe dar conhecimento da situação e sensibilizá-lo no sentido de conseguir uma solução. O NV contactou, também, o presidente da União de Freguesias de Santa Cruz da Trapa e S. Cristovão. António Teixeira disse que, nestas localidades, as populações não sofreram grandes prejuízos materiais, pois o fogo incidiu sobre as áreas mais agrestes dos montes. A Câmara, com a ajuda da União de Freguesias, substituiu os canos de rega queimados e não houve problemas graves a resolver, como noutras freguesias em que arderam casas, arrumos e plantações. Manhouce, S. Martinho das Moitas e Covas do Rio encontram-se entre as freguesias mais afectadas pelos incêndios, mas não conseguimos chegar à fala com os respetivos presidentes das Juntas, antes do fecho da edição. Da Câmara de S. Pedro do Sul recebemos a informação de que o Município não tem, até à data, conhecimento sobre a complexidade das candidaturas aos apoios.

Pista de gelo ecológica em Vouzela

Pelo quarto ano consecutivo, o município de Vouzela e a Associação Empresarial de Lafões promovem o Vouzela Vila Natal, até 25 de dezembro, com diversas iniciativas para toda a família. No programa deste ano, a pista de gelo ecológico, aberta até 8 de Janeiro, é a grande novidade. Trata-se de uma estrutura com cerca de 100 metros quadrados, com lotação máxima para 25 crianças em simultâneo.

Oliveira de Frades com brilho de Natal

O Município, como vem sendo hábito, colocou nas principais artérias comerciais da vila uma iluminação sóbria, mas distinta, alusiva à Quadra Natalícia e colocou, também, diversas passadeiras vermelhas, contribuindo, desta forma, para dinamizar e promover o comércio local. Para além disso, contou com a colaboração dos alunos e professores das Atividades de Enriquecimento Curricular do Concelho que, em conjunto, deram mais brilho às diversas rotundas existentes. As freguesias, à semelhança dos anos anteriores, também, foram decoradas com iluminação natalícia, dando-lhes, assim, maior visibilidade.

Baile de Natal em Mundão

Os Mordomos de Santo António 2017 de Mundão, concelho de Viseu, promovem um Baile de Natal, no dia 25 de Dezembro, no Salão da Junta de Freguesia de Mundão. O encontro natalício começa pelas 17h30.

Tarouca tem presépio em movimento

Pela terceira vez, o Mega Presépio em Movimento de Tarouca volta a estar exposto, junto à Rotunda do Mártir, até 10 de janeiro. A exposição, , que anualmente atrai centenas de visitantes, tem cerca de 65m2, cerca de 250 figuras e é da autoria de José Funina e Silvina Funina. A figuração da azenha, dos bombeiros e do barbeiro são algumas das novidades da edição deste ano, na qual se podem verificar especificidades do quotidiano tarouquense que tornam esta exposição única. A entrada é livre, e o presépio pode ser visitado diariamente, das 9h00 às 12h00, das 14h00 às 20h00.


Quinta-Feira 22/12/2016

6 Cultura

REVISITANDO LEONOR BARATA

“Sinto-me em casa quando estou no Grão Vasco” Leonor Barata e Patrícia Portela apresentaram, ao longo deste ano, a performance “Revisitar”, um olhar diferente sobre a coleção permanente do Museu Nacional Grão Vasco, que parte do Natal e da gravidez de Maria, para, depois, fluir noutros sentidos, sem nunca perder de vista as mães e as “Marias” do país e do mundo. Leonor, intérprete e bailarina, falou-nos sobre a sua desafiante visita guiada.

- Como surgiu esta revisitação? - Revisitar é, como o próprio nome assume, uma nova visita à colecção permanente do Museu e achámos interessante colocar essa visita através de um olhar mais inexplorado: olhar para o que não está lá, a procura de uma certa invisibilidade. - Mas nessa procura há um olhar especial sobre a mulher. - Não quero que isto pareça algo de panfletário, mas o assunto das mulheres interessa-nos muito – a mim e à Patrícia Portela -, não só porque somos mulheres e mães, mas porque percebemos que a nossa sociedade ainda não está a atingir os mínimos para que as mulheres se possam cumprir cabalmente. Têm ordenados mais baixos, menos oportunidades, apesar de estarem no topo nos índices

de competência. A História da Arte é acima de tudo um olhar dos homens que representam as mulheres de uma forma forma encantatória, ora na maternidade ora numa posição de submissão e de serviço. Na última ceia que é um momento fundador da nossa cultura, elas não estão representadas - estão na cozinha. Nunca aparecem como protagonistas. Revisitar procura os invisíveis. Não só as mulheres, mas também, por exemplo, os entalhadores dos quadros, como o S. Pedro de Grão Vasco, que foram importantíssimos mas ninguém fala neles. - Revisitar tem uma boa dose de humor e uma forte componente de provocação. O público reagiu sempre bem? - O público reagiu sempre muito

bem a esta provocação, porque a própria premissa inicial é essa: a de serem participantes activos numa visita guiada que exige a sua participação e cumplicidade. Evidentemente há níveis diferentes: há pessoas naturalmente mais expansivas e outras mais reservadas, mas no geral sempre correu muito bem e com enorme boa disposição.

- Recorre à dança, ao teatro, à literatura e à filosofia. São sempre estas as áreas em que se movimenta? - Sim. Neste projecto em particular a cumplicidade da escritora e artista multidisciplinar Patrícia Portela. No meu percurso pessoal não tenho essas definições e fronteiras presentes. Vou lançando mão do que sou e do que tenho para desenvolver cada um dos pro-

Viseu na Máquina do Tempo Os alunos da licenciatura de Tur ismo do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e a Câmara Municipal de Viseu colocaram em marcha, nas ruas da cidade, a 2ª edição da Máquina do Tempo – Viseu e o Natal através dos séculos. O centro histórico de Viseu reencontrou-se com Viriato, D. Ramiro, S. Teotónio, D. Afonso Henriques, Bispo D. Miguel da Silva, Grão Vasco, Bispo D. Alves Martins e Capitão Almeida Moreira, numa viagem pela história, a que não fal-

tou o humor, a interação com o público e um grande sentido de fraternidade, tónica comum entre o passado e o presente. A iniciativa conta também com a colaboração dos alunos da licenciatura de Marketing do IPV e com o coro infantil e juvenil de Torredeira - Contigo. Os textos e encenação ficaram a cargo de Jorge Fraga, professor do IPV, e das docentes da unidade curricular de Animação Turística.

jectos.

- “A dança é um acontecimento radical e político que pretende mudar a realidade que nos apresentam como inevitável” - são palavras suas. Num país com fraco investimento na cultura e na educação artística, tem sido difícil passar das palavras aos actos? - Há muito para fazer e há muito já feito, as artes e a cultura em geral encerram em si esse potencial de transformação, na medida em que questionam a realidade visível e propõem novos olhares estabelecendo novas ligações. O fraco investimento torna esta actividade mais difícil e nesse sentido radicaliza-a, mas o caminho está a ser feito pelas imensas estruturas e artistas que persistem e desenvolvem o seu trabalho apesar de

tudo. - Em 2017, poderá voltar a Viseu com Revisitar ou com outro projecto? - Não há ainda nada definido mas a minha relação com o Teatro Viriato é longa e por isso acredito que haverá novas oportunidades de colaboração.

- Quando foi a primeira vez na vida que visitou o Museu e que impressão lhe causou, nessa altura? - Da primeira vez não tenho de facto memória, visitei-o em miúda em contexto escolar e os anos apagaram essa experiência. Depois voltei ao museu quando começamos o trabalho para as Visitas Dançadas, primeira visita guiada ao Museu que fiz pela mão da Coreógrafa Aurélie Gandit. Nessa altura impressionou-me a qualidade das obras e a sua diversidade bem como o extraordinário trabalho de recuperação.

- Actualmente qual é a sua opinião sobre o MNGV? O Grão Vasco é um museu lindo que tem uma vitalidade incrível recusando-se a ficar parado num tempo e propondo sempre formas de se reinventar e revisitar. Para além de uma extraordinária colecção permanente que abrange várias épocas e linguagens. Neste momento sinto-me em casa quando estou no Grão Vasco e isso deve-se muito a afabilidade e simpatia da sua equipe que me recebe sempre de forma muito calorosa. Sofia Meneses


Quinta-Feira 22/12/2016

Cultura 7

Apresentação em Viseu da Antologia «O Olhar da Língua portuguesa, no mundo» Depois de ter sido apresentada, na Casa de Portugal, em S. Paulo- Brasil, Nicah Gomes chegou a Portugal, trazendo em mãos a antologia luso brasileira «O Olhar da Língua portuguesa, no mundo», com o intuito de fortalecer os laços culturais entre os dois países irmãos. A antologia foi apresentada em Viseu, bem como na Universidade de Coimbra, na Casa da Lusofonia, entre outros locais. Justificando esta iniciativa, Nicah Gomes, embaixadora cultural da Casa do Poeta “Lampião de Gás”, referiu: “O projeto «Olhar da língua portuguesa, no mundo» nasceu no intuito de firmar a ponte entre o Atlântico Brasil – Portugal, no sentido dos poetas e escritores de ambos os países virem a ter, nesse campo, colaboração e cooperação livre. Para tanto, aproveitei o resultado do

concurso literário levado a cabo pela Casa do Poeta Lampião de Gás, que foi de enorme sucesso, com aquele mesmo título, inserindo na antologia a grande maioria dos poemas, prosas e crónicas de escritores de todo o mundo, com maior incidência no Brasil e Portugal. Com tudo isto, resultou a publicação de «O Olhar da Língua portuguesa, no mundo»”. Nicah Gomes diz que a

aceitação foi enorme, ao ponto da escola Paulino & Paulino ter proporcionado as viagens para apresentar esta antologia em Portugal. “Daqui para a frente vamos fazer este trabalho todos os anos e, mais, criar caminho de ida e volta para os poetas e escritores de ambos os países, ou seja, trazer os homens das letras do Brasil a Portugal e receber de braços abertos os portugueses, no Brasil. Num ano, o encontro será em Portugal e, no ano seguinte, no Brasil, com a mesma agenda de trabalhos, de modo a que os homens de cultura consigam ter uma maior visão sobre «O Olhar da Língua Portuguesa, no mundo», promovendo o turismo literário, a partir de 2017, não somente entre publicações, mas também juntar os seus autores”, explica.

O Museu Nacional Gão Vasco e os museus de Arte Sacra e da Misericórdia receberam perto de mil visitantes, durante a iniciativa “Há Noite no Museu”, promovida pelos alunos do 3º ano da licenciatura

em Turismo, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu. Música, dança, teatro, prova de vinho e, até, um desfile de moda alternativa (na foto) fizeram parte do programa que se prolongou

com assinalável êxito, pela noite dentro. O evento teve um caráter social, recolhendo donativos destinados ao Centro de Acolhimento Temporário de Viseu, que acolhe crianças até aos 12 anos de idade.

No ano do centenário da fundação do Museu Nacional Grão Vasco, o Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana associou-se às comemorações e estabeleceu uma parceria da qual resultou uma exposição de três obras do acervo do museu nas instalações do Destacamento Territorial de Mangualde, recentemente inaugurado. Poderá ser visto, um Capitel do Séc. XVIII, uma

estátua de Santa Luzia do Séc. XVI e uma pintura de São Francisco Penitente de José de Almeida Furtado, de 1823. Esta iniciativa, integrada nas comemorações do Centenário do Museu, deu o mote para uma acção mais abrangente e, desse modo, o Comando Territorial de Viseu irá convidar outros museus a associarem-se e a exporem obras dos seus acervos em espaços

públicos dos diferentes Quarteis do Comando, implantados no distrito de Viseu. Com o projeto designado de “Guard’Arte” pretende-se colocar os espaços de acesso público dos Quartéis ao serviço da cultura e da comunidade com o objectivo de ajudar na salvaguarda e valorização dos bens artísticos distritais e nacionais.

“Notívagos” enchem Museus

Quartel da GNR expõe obras de arte

outras visões Por José Mateus

Casa da Ribeira – Metamorfoses da Memória

Na Casa da Ribeira encontra-se muito mais que uma simples mostra, avulso, de artesanato tradicional regional da zona de Viseu. A primeira, de três exposições distintas, apresenta-nos a memória da ribeira. Um barco e diversos objetos, além de fotos sobre aquela zona ribeirinha da cidade, trazem-nos ambientes de antigamente, ligados às águas do rio Pavia. Podemos até recuar à sua disputa pelas populações e às origens das Cavalhadas de Vildemoinhos. O artesanato tradicional regional encontra-se exposto de forma exemplar: olaria, tecelagem, rendas de bilros, bordados de Tibaldinho, flores de namorados. Além de uma seleção de peças de qualidade indiscutível, explicam-se os processos e ciclos de trabalho. De assinalar o cuidado posto na sua exposição, graficamente atraente e informativa, aspeto muito importante para visitas de grupos ou de alunos. A informação disponível permite acompanhar a exposição de forma autónoma, ou é uma ajuda preciosa para um professor ou animador. E ainda a preocupação em mostrar a produção contemporânea, nomeadamente na olaria de Molelos, através de peças de design mais invulgar, mas que mantêm a densidade do barro negro. Algumas são autênticas esculturas, que ligam a tradição ao futuro e permitem-nos compreender que, mesmo aquilo que habitualmente se considera mais tradicional, evolui e produz a sua própria continuidade. Um segundo núcleo expositivo, designado precisamente por “Burel – A Metamorfose”, acompanha e mais uma vez explica todo o ciclo de produção da lâ até à feitura do Burel, tecido bem conhecido nas serranias das Beiras. As peças expostas vêm da zona de Castro Daire, da serra de Montemuro. E também aqui, a par com a produção artesanal mais tradicional, podemos apreciar incursões contemporâneas no design de moda que utilizam este tecido tão autêntico, mas agora com formas mais libertas e com uma decoração imaginativa. Num terceiro núcleo expositivo, encontra-se uma iniciativa dinamizada pela associação cultural “Binaural/Nodar” com o patrocínio também da Câmara Municipal de Viseu. Trata-se do projeto “Viseu Rural 2.0” que segundo explica o respetivo website “é um projeto integrado de documentação patrimonial, de criação artística sonora e media e de difusão cultural”. Esta iniciativa parte do pressuposto que é necessário equilibrar a recente evolução e dimensão urbana de Viseu, com a matriz rural do seu território, que durante décadas moldou o universo social e humano e as formas de trabalho e produção. A Binaural/Nodar acolhe artistas de diversas nacionalidades, que se dedicam prioritariamente à recolha sonora e audiovisual na região de Viseu. Esses materiais constituem depois a base para a criação de peças contemporâneas originais, de acesso livre. A Associação promove ações de dinamização com alunos desde o pré-escolar ao terceiro ciclo, e lançou já 2 concursos internacionais de criação musical a partir do seu arquivo sonoro. Na Casa da Ribeira encontra-se o resultado do segundo concurso (fotografias e sons). Evidentemente esta mostra é para um público mais específico, nomeadamente escolar, e valoriza-se se for acompanhada e explicada. É muito importante perceber que a criatividade, seja ela qual for, também se pratica, preferencialmente fora da nossa zona de conforto.

AVISO NOVAS TARIFAS

Nos termos e para efeitos do n.º 2 do art. 6º do DecretoLei nº. 8/93, de 11 de Janeiro, informamos que irão ser praticadas novas tarifas, a partir de 2 de Janeiro de 2017. Consulte as novas tabelas, oportunamente disponíveis, nos postos de venda e agentes habituais.alargado.


8 Sociedade

Em memória de António Rodrigues Bispo

A Assembleia Municipal de Viseu aprovou, segunda-feira, um voto de pesar pelo falecimento do jornalista António de Jesus Rodrigues Bispo. O presidente da Câmara declarou que o Município lhe irá atribuir a Medalha de Mérito Municipal a título póstumo. Rodrigues Bispo, que o Notícias de Viseu se honra de incluir entre os seus colaboradores e amigos, faleceu no dia 8 de dezembro, vítima da doença de que padecia desde ou-

tubro de 2014. Nascido em 15/05/1937, na localidade de Rio de Loba, concelho de Viseu, Rodrigues bispo, depois de completar os estudos na Escola Industrial e Comercial de Viseu, iniciou a sua actividade profissional como tipógrafo, na empresa Gilberto Carvalho, personalidade que sempre o inspirou e que lhe despertou a curiosidade jornalística. Destaca-se, ainda, a passagem pelo Jornal da Beira e Éden Gráfico. Movido pela grande paixão que sempre teve pelo desporto e pelo gosto que desenvolveu pela escrita, deu, igualmente, apoio a muitos órgãos de comunicação social, na área do desporto, fazendo a cobertura de todos os eventos que ocorriam na cidade de Viseu, designadamente dos jogos de futebol, nomeadamente o Académico de Viseu. Foi, nesta área, um percursor dos atuais comentadores desportivos. Foi correspondente dos jornais de expressão nacional Diário Popular, Comércio do Porto, Jornal de Notícias e Primeiro de Janeiro e, a nível regional, do Notícias de Viseu e

Diário da Guarda, A Voz das Beiras, Diário de Viseu, Jornal da Beira, Agência Lusa e rádios locais. O Sr. Azevedo Pinto foi, também, uma referência no seu percurso, e com ele o gosto pelas notícias atingiu o expoente máximo e a autonomização, tornando-se jornalista profissional em setembro de 1979, possuindo a Carteira Profissional nº 707. Foi sempre uma pessoa muito interessada na comunidade e, entre outras atividades, foi membro da Ação Católica, pertenceu à comissão fundadora do Grupo Desportivo Leões da Beira de Rio de Loba, foi secretário da Junta de Freguesia de Rio de Loba e Irmão da Santa Casa da Misericórdia. Foi um apaixonado pela sua terra natal, Rio de Loba e por Viseu, cidade do seu coração, para onde veio viver em 1960. Desde sempre acompanhou o crescimento da cidade com o maior entusiasmo, admirava as pessoas que estiveram à frente dos seus destinos, exatamente por terem feito com que Viseu fosse uma das melhores cidades para se

Quinta-feira 22/12/2016

Autarquias promovem Educação para a Paz

viver, o que o enchia de orgulho, não se coibindo, contudo, de ter uma posição criticamente interventiva, atento ao que se passava na cidade para, com a sua colaboração jornalística, contribuir para que fosse ainda melhor. Temos como exemplo o “Postal da semana”, que publicava semanalmente no Jornal da Beira, aonde terminou a sua longa carreira profissional, em 15 de maio de 2014, com 77 anos. A doença não o venceu porque nunca desistiu de lutar de todas as formas: cuidados médicos a que aderiu entusiasticamente, para melhorar a saúde; participação muito ativa no Desporto Sénior e nos diversos Percursos Pedestres; presença constante num grupo de amigos com quem partilhava momentos de construção afetiva e emocional; atividades e responsabilidade familiares, sendo um “chef” exímio até ao último dia. O Notícias de Viseu envia as condolências à Família enlutada, na certeza de que as boas memórias constituirão um forte alento na presente Quadra Natalícia.

CONFERÊNCIA SOBRE A CRIANÇA E AS VIOLÊNCIAS EM VISEU

Laborinho Lúcio defende “direito a desarrumar” “ A criança tem direito ao tempo de ser criança”, realçou Laborinho Lúcio, perante a assistência que encheu o Salão Nobre da Associação Comercial. O antigo ministro da Justiça veio a Viseu, a convite do Grupo de Trabalho contra a Violência Doméstica e de Género da Assembleia Municipal de Viseu, proferir uma conferência sobre “Direitos da Criança e Violências”. Ao longo da sua comunicação, o orador colocou mais perguntas do que respostas, refletindo e convidando a refletir sobre a criança enquanto “sujeito de direitos” – Direito de Ser e Direito de Pertencer. Laborinho Lúcio considerou que, além da violência física e psíquica, resultante de agressões, abusos e negligência, há outras formas de violência a que muitas crianças estão sujeitas na nossa sociedade, como por exemplo, o consumo el-

evado de programas de televisão, com informação excessiva e precoce, que a criança não compreende. Fundamental é também o “direito de brincar”, pelo que os pais e encarregados de educação devem fomentar brincadeiras que estimulem a interactividade e a relação com os outros e evitar darlhes brinquedos “que fazem tudo sozinhos”. Na opinião de Laborinho Lúcio, “brincar é uma coisa muito séria”, pelo que os TPC (trabalhos de casa) devem ser reduzidos e a desarrumação do quarto e das suas gavetas deve ser respeitada,permitindo a “fantasia do real”, essencial ao desenvolvimento. “A desarrumação é uma forma da criança se arrumar”, defendeu. Quanto ao Direito de Pertencer, o conferencista realçou que as crianças precisam de uma família, biológica ou não, que as adopte verdadeiramente,

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, realizou uma visita oficial a S. Pedro do Sul, dia 19 de dezembro, para presidir à inauguração do Centro de Incubação de Empresas e conhecer a realidade empresarial do concelho. A visita começou na Avicasal e na

Casa do Aido, tendo o secretário de Estado destacado a capacidade empreendedora e a inovação tecnológica existente nestas duas empresas. Durante um almoço de trabalho com empresários do concelho, João Vasconcelos assistiu à apre-

As Câmaras Municipais de S. Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Armamar assinaram um protocolo para a promoção da implementação do “Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz” nas escolas do concelho. Esta cerimónia decorreu no auditório do Regimento de Infantaria n.º 14, em Viseu, e contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues e do secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel. O Referencial será implementado no ano letivo 2017/2018 na disciplina de “ Educação para a Cidadania” e visa sensibilizar os alunos do Pré-Escolar, do Ensino Básico e do Ensino Secundário para a cultura da segurança, da defesa nacional e da paz aproximando os cidadãos das Forças Armadas.

ou seja, que as respeite e que lhes dê o colo de que necessitam. O jurista falou também sobre a indisciplina nas escolas, tendo colocado várias questões para reflexão. Elogiou o “muito que se faz de bom” na escola pública, mas con-

siderou que “é urgente intervir, porque há um grande número de crianças excluídas no seu interior”. Laborinho Lúcio criticou os modelos feitos em abstracto, sem aplicação concreta, caso a caso, que aumentam a exclusão e impedem

que a escola seja um espaço de desenvolvimento aberto à pluralidade. “Seremos verdadeiramente inclusivos?”, questionou.

sentação do Parque Empresarial de Pindelo dos Milagres e do Projeto de investimento para a reabilitação da antiga fábrica de resina de Figueiredo de Alva. O Centro de Incubação de Empresas, localizado nas instalações da antiga Escola Primária das Termas,

foi inaugurado oficialmente pelo membro do Governo que congratulou a autarquia por ser pioneira na região de Lafões nesta iniciativa que valoriza, estimula e cativa os jovens empreendedores do concelho. A visita terminou no auditório do

Balneário Rainha D. Amélia onde foram apresentados os novos produtos a ser comercializados a partir de janeiro.

Sofia Meneses

S. Pedro do Sul inaugura Centro de Incubação de Empresas


Quinta-feira 22/12/2016

CANDIDATURA APROVADA Viseu Dão Lafões terá plataforma de Emergência Intermunicipal O Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos – POSEUR aprovou a candidatura submetida pela CIM Viseu Dão Lafões com vista a assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de sinistros. A candidatura à “Plataforma de Emergência e Proteção Civil Intermunicipal”, integrada no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial Viseu Dão Lafões 2020, tem como objetivo construir uma base tecnológica, de apoio ao

planeamento e gestão de riscos no âmbito da proteção civil. O projeto envolve um investimento elegível de 165 mil de euros e um fundo associado de 140 mil de euros. Pretende-se, também, com a criação e implementação da “Plataforma de Emergência e Proteção Civil Intermunicipal”, o desenvolvimento e instalação de um sistema de informação avançado de monitorização de risco e catástrofes para a proteção civil e gestão dos recursos naturais, bem como, o envolvimento e partici-

pação das principais entidades e agentes de proteção civil, localizados nos diferentes municípios integrantes da CIM Viseu Dão Lafões. A região e a CIM Viseu Dão Lafões passará assim a ter um instrumento que auxiliará os seus responsáveis nos processos de tomada de decisão através da identificação de estruturas e espaços críticos e antecipação de cenários, através da recolha de informação, em tempo real.

Campanha “Eu Acolho” em Viseu

A Amnistia Internacional- Núcleo de Viseu, em parceria com a Freguesia de Viseu, assinalou, na Rua da Paz, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, apresentando à comunidade viseense a campanha sobre os refugiados "Eu Acolho", que pretende desconstruir os preconceitos e os mitos existentes em torno da questão dos refugiados. Foi também apresentado o maior evento global de Direitos Humanos a "Maratona de Cartas". Ao nível do distrito, a "Maratona de Cartas" tem vindo a envolver cada vez mais escolas e instituições locais,” promovendo nas crianças e jovens, desde cedo, a consciência da importância de serem cidadãos ativos na defesa dos seus direitos e dos direitos dos outros”, refere a Amnistia Internacional- Núcleo de Viseu.

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PSP reforça patrulhamento no Natal e passagem de ano

A Polícia de Segurança Pública vai reforçar o patrulhamento e o policiamento junto de grandes superfícies, zonas de elevada concentração de pessoas e nas zonas de maior incidência de acidentes no sentido de prevenir e fiscalizar comportamentos ilícitos e/ou de risco para a segurança da população durante o Natal e a Passagem de Ano. A Operação “Polícia Sempre Presente – Festas Seguras 2016” iniciou-se no dia 15 de dezembro e termina às 24H00 do dia 2 de janeiro de 2017. A PSP vai apostar no aumento da visibilidade policial e do patrulhamento nas zonas e espaços de maior circulação de pessoas, bens e viaturas, com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade e de sinistralidade rodoviária. Neste período estará ativo o programa de vigilância a residências. Para usufruir do mesmo, os interessados devem fazer o pedido presencial numa esquadra da PSP para que, no período de ausência, os agentes policiais se desloquem com frequência às residências para verificar a inviolabilidade das mesmas e, simultaneamente, prevenir a ocorrência de furtos ou outros ilícitos.

Carros abandonados retirados das ruas de Viseu

Ao longo da operação de remoção de carros abandonados, lançada pela Câmara Municipal de Viseu em Abril passado, foram retirados das ruas de Viseu 260 carros em estado de abandono, 178 dos quais voluntariamente pelos seus proprietários após a notificação camarária. Ao todo foram identificados mais de 280 viaturas nesta situação. Neste momento, os armazéns municipais preparados para receber as viaturas rebocadas reservam ainda 67 veículos, de um total de 82 carros recebidos. 15 cidadãos vieram a recuperar a posse dos seus veículos já neste parque. A operação gerou um rendimento de 4000 euros que permite fazer face aos custos com a utilização do reboque. Metade desse valor resulta da cobrança de coimas associadas à intervenção e outra metade da venda de veículos colocados em hasta pública.

BE interroga Governo sobre a prisão de Viseu

O deputado José Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda (BE), fez uma pergunta, na Assembleia da República, acerca da sobrelotação da prisão de Viseu, problema que a Comissão Distrital de Viseu do BE já tinha denunciado num comunicado enviado à comunicação social (ver edição de 8 dezembro do NV). O BE, baseado nos dados da Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, sublinha que Viseu tem a prisão mais sobrelotada do país, com uma taxa de ocupação de 222,7%. Com capacidade para alojar 54 reclusos, está com mais de 150, com oito presos por camarata, o que “é uma vergonha para a cidade e para a região de Viseu”, diz a Comissão Distrital. Manuel Pureza considera que esta situação “além de manifestamente atentatória da dignidade pessoal destes presos, potencia conflitos entre estes e mesmo entre estes e o corpo da guarda prisional, colocando também em risco sério a segurança de todos os envolvidos”. O deputado lembra que por proposta do grupo par-

Sociedade

lamentar do BE, o Orçamento do Estado para 2017 contempla uma norma na qual se prevê uma estratégia plurianual de requalificação e modernização do sistema prisional, cujo objetivo é o de proceder a um levantamento das necessidades existentes nas prisões quer ao nível do edificado, quer ao nível dos recursos humanos. Desta avaliação resultará um relatório, a apresentar no início de setembro de 2017. Defendendo que “a privação da liberdade, inerente à condição de recluso, não pode somar a privação ou a limitação da dignidade do encarcerado”, Manuel Pureza pergunta se o Governo tem conhecimento da situação e que medidas pensa o Ministério da Justiça adotar para dar resposta aos problemas existentes na prisão de Viseu. O BE quer também saber se o Governo irá desenvolver alguma estratégia político-criminal com o objetivo de reduzir estruturalmente a população reclusa.

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Quinta-feira 22/12/2016

10 Saúde

Centro nacional de Alzheimer nascerá na antiga maternidade

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As instalações da antiga maternidade da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV) poderão vir a acolher, depois das necessárias obra de requa-lificação, um centro nacional destinado à doença de Alzheimer e à demência em geral. O projecto, que pretende incluir, não só o acolhimento de doentes, mas também a investigação científica, está a ser pensado juntamente com outras instituições de Viseu que vêm trabalhando, nos últimos anos, na área da demência: Obras Sociais do Pessoal da Câmara Municipal e Serviços Muni-cipalizados de Viseu, Associação Hípica e Psicomotora de Viseu e Câmara Municipal de Viseu. José Carreira, presidente da direção das Obras Sociais, é também o presidente da Associação Alzheimer Portugal para o quadriénio de 2017-2020, facto que reforça a oportunidade de concretização duma ideia que está a ganhar cada vez mais consistência. Durante a cerimónia de encerramento das Comemorações dos 500 anos da

SCMV, o assunto foi referido pelo vicepresidente da autarquia. Joaquim Seixas aproveitou a presença do ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, para defender a pertinência desse projecto, o qual diz respeito a um domínio carecido de respostas a nível nacional. “Seria interessante marcar os 500 anos da Misericórdia com um projeto pioneiro, avançando com um centro nacional para a doença de Alzheimer, a partir de Viseu”, declarou. Também o provedor da SCMV, Adelino Costa, tentou sensibilizar o ministro para as vantagens do esta-belecimento de parcerias entre o Estado e as instituições particulares de solidariedade social (IPSS), em particular as Misericórdias, presentes em todo o país. Em resposta, o ministro salientou o investimento feito, nas últimas décadas, a nível de equipamentos para as IPSS, e lembrou que Portugal 2020 não optou pelo reforço das verbas neste sector, pelo que o esforço terá quer vir

das autarquias e das comunidades intermunicipais. Vieira da Silva disse confiar na capacidade de resposta da Misericórdia, já que esta instituição conseguiu resistir e bem a períodos muito mais críticos como foram os últimos cinco anos. À margem da cerimónia, Adelino Costa disse ao NV que, caso não seja possível uma candidatura no âmbito do Portugal 2020, a Misericórdia equaciona avançar na mesma com os traba-lhos de recuperação do edifício da antiga maternidade, para que ali possa ser instalado o centro nacional para as doenças de Alzheimer. Mas, para que este possa funcionar em pleno e prestar os devidos cuidados de saúde, “será importante um protocolo com o Estado, que assegure uma comparticipação por cada utente”, sublinhou.

A Delegação Regional do Centro da Saúde em Português celebrou um ano de existência, dia 12 de dezembro, com um programa especial, centrado na inauguração da nova sede, um espaço cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Viseu. Na ocasião, foi também, formalizada a cedência por parte da Câmara Municipal de Viseu, de uma unidade móvel, para a actividade da delegação. Coube a Inês Figueiredo apresentar os objectivos da Saúde em Português, entidade que, em Viseu, no seu primeiro ano de existência (2016), conseguiu implantar dois projetos destinados aos mais desfavorecidos: o “Saúde na Esquina”, de apoio à população que se

prostitui, e o “Saúde sem Teto”, para ossem-abrigo. “Através de seis equipas multidisciplinares voluntárias compostas por médico, enfermeiro, psicólogo e voluntário, conseguimos prestar cuidados de saúde completos e de qualidade a estas populações que, para além de muitas vezes estarem marginalizadas, têm efectivamente necessidades mais complexas e que não podemos simplesmente ignorar”, disse Inês Figueiredo. A Delegação Regional do Centro da Saúde em Português quer que 2017 seja o ano da consolidação da sua acção, para o que espera continuar a contar com o apoio da comunidade. Na cerimónia inaugural participaram o

bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, que benzeu as instalações, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Adelino Costa, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Henrique Almeida, e o presidente da Saúde em Português, Humberto Vitorino. Com 23 anos de existência, a Saúde em Português tem como foco “o desenvolvimento integral da pessoa humana”, atuando junto das populações mais vulneráveis. “São já mais de 600 mil os destinatários que beneficiaram da ação da Saúde em Português, em países como a Guiné, Moçambique, Angola, Brasil, Haiti, Filipinas, Sri Lanka, Timor, entre outros”, salientou Inês Figueiredo.

SM

Saúde em Português inaugura sede

Centro Hospitalar rejeita acusações do SEF

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, EPE, em resposta à denúncia da Direcção Regional da Beira Alta do Sindicato de Enfermeiros Portugueses (DRBASEP), sobre a falta de condições de trabalho e de meios para a atividade profissional (ver edição do Notícias de Viseu de 8 de dezembro), declara que se orgulha de apresentar ao longo dos anos “muito boas condições hoteleiras de apoio aos doentes bem como condições de trabalho para os seus profissionais”. Em comunicado, o CHTV salienta que “sempre que são detetadas necessidades de reforço dos meios disponíveis, existem atuações conformes, pelo que rejeitamos a acusação efetuada pelo elemento sindical”. Recorde-se que o Sindicato declarou que “nos últimos meses os enfermeiros do CHTV se têm confrontado com a falta de fardas em número suficiente para se vestirem assim como a falta de roupa para os utentes internados na instituição”. O comunicado do Conselho de Administração não se pronuncia sobre a acusação do SEF de que o CHTV deve aos Enfermeiros mais de 28 mil horas”, nem sobre on “aumento da carga horária”.

CDS alerta para alterações prejudiciais aos doentes

O deputado do CDS Hélder Amaral questionou o ministro da Saúde sobre eventuais mudanças nas especialidades hospitalares que poderão vir a afetar o Centro Hospitalar TondelaViseu (CHTV), designadamente no que respeita aos serviços de nefrologia (doenças do sistema urinário, em especial o rim). Em causa está o documento sobre a Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação, Nefrologia, de 23 de setembro último, ainda em fase de discussão pública, cujas alterações propostas poderão vir a traduzir-se numa “perda de competências que prejudicam fortemente a população”. Hélder Amaral pretende saber, entre outras questões, qual será a disponibilidade do Ministério para alteração do mapa e pergunta se foi realizado, no âmbito do estudo que deu origem a este documento, alguma avaliação do custo/benefício. O deputado alerta para a possibilidade de Viseu estar à beira de perder serviços importantes para muitos doentes. No momento atual, o Serviço de Nefrologia do CHTV presta cuidados de saúde à população de Viseu, Dão-Lafões, da zona nordeste até Moimenta da Beira, e na zona este e sudeste da Guarda.


Quinta-feira 22/12/2016

Séniores de Viseu“recordistas” em participação

O programa municipal “Atividade Sénior” de Viseu ultrapassou, em 2016, os números do ano anterior e conquista o título da iniciativa mais participada de sempre: 2220 pessoas inscreveram-se e integraram o programa desportivo, mais 118 face à edição de 2015. 1594 dos participantes são mulheres. Depois do seu arranque em fevereiro, a edição da Atividade Sénior de 2016 encerrou dia 8 de dezembro, com uma cerimónia que reuniu grande parte dos seus aderentes no Multiusos de Viseu. Marcaram também presença o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, e o vereador com o pelouro do desporto, Guilherme Almeida. Nesta edição, também o número total de horas de aulas foi ultrapassado, ascendendo a 2300. Ao longo dos últimos 11 meses, foram realizadas 10 mil horas de aulas, cerca de 241 horas semanais. Um

número que se justifica também pelas medidas implementadas, nomeadamente o incremento dos praticantes de 3 aulas por semana e os blocos de atividades complementares em novas modalidades como o yoga, o boccia ou o atletismo. O programa manteve igualmente a representatividade alcançada em 2015 nas 25 freguesias do concelho e registou um maior número de grupos formados (114) e instituições parceiras (93), entre as quais a Universidade Católica Portuguesa e a Escola Superior de Educação de Viseu, parceiros científicos no estudo e avaliação do programa. A Atividade Sénior traduziu um financiamento de 116 mil da Câmara Municipal de Viseu, num total de investimento de 156 mil euros. A diferença, de 40 mil euros, resulta das taxas de inscrição únicas dos seus participantes. Ainda assim, há a salientar um total de

817 participantes isentos de pagamento (perto de 37%), no âmbito da política solidária a seniores com insuficiência económica. Para o ano há mais

A Atividade Sénior estará de regresso em 2017, com novos objetivos, nomeadamente a criação de

Golfe em convívio natalício O campo de golfe do Montebelo realizou uma festa natalícia com intuitos beneficentes e desta vez contemplando o Cantinho dos Animais de Viseu. A prova teve início com um shotgun que comportou 36 equipas (2 jogadores), começou com o frio da época, mas que rapidamente passou a um radioso sol. A dupla viseense Leonel Seixas/Carlos Figueiredo , que jogou com 25 de handicap, foi a vencedora da prova ao concluir com 55 pontos, os mesmos que a dupla seguinte Vitor Costa/Maria Costa (hand. 36), mas melhor 2ª volta. Seguiram-se, Miguel Antunes/Daniel Antunes (hand. 42) com 54, Rui Basílio/Mário Luís

planos de atividades específicos a outros grupos de risco, para além dos diabéticos, mas também procurando diversificar a oferta de atividades para a comunidade sénior. Segundo a OMS, a inatividade física assume-se hoje como um dos principais fatores de risco de doença.

(hand. 18) 51 e Rui Viçoso/Miguel Costa (hand. 30) com 50. Na vertente pura do golfe (tabela gross), o profissional do Montebelo Rui Basílio, fazendo equipa com o amador Mário Luís, venceram também por desempate (melhor 2ª volta) com a dupla José Marques/Jorge Toste, pois ambas obtiveram 33 pontos. Foram seguidas com 30 pontos, pelas duplas António Moita/Vitor Azevedo e Leonel Seixas/Carlos Figueiredo. A excelente tômbola que encerrou o convívio, acabou por contemplar uma grande parte dos jogadores presentes. Álvaro Marreco

Mundão domina distritais de ténis de mesa

Realizou-se durante o fim-de-semana o campeonato distrital individual de ténis de mesa. Mais uma vez a equipa de Mundão esteve presente, conquistando 9 das 10 provas em que participou, confirmando a hegemonia no ténis de mesa distrital. Na competição de iniciados femininos destaque para a vitória da estreante Filipa Cardoso e para o 3º lugar da Matilde Pina. Em iniciados Masculinos, única prova em que Mundão participou e não venceu, um pódio (3º lugar) pelo estreante Guilherme Figueiredo e um 7º pelo Ary (5 anos). No escalão de infantis Mundão apenas se apresentou na prova masculina que conquistou por intermédio do atleta Simão

Marques, destaque ainda para os 4º, 5º, 7º e 11º lugar alcançado respetivamente pelos atletas Pedro Pereira, Pedro Amorim, Diogo Lopes, Diogo Pacheco. Na competição de cadetes, no género feminino, mais uma vitória por intermédio da Fátima Almeida. Na competição masculina vitória do Diogo Rodrigues, com excelentes prestações dos restantes atletas Simão Marques (4º), Tiago Mendonça (5º), Diogo Pacheco (7º), Pedro Amorim (10º), Vasco (11º) e Francisco (15º). Em juniores femininos 1º e 2º lugar para a Rita Borges e Fátima Almeida. Já em juniores masculinos o Diogo Rodrigues repetiu a vitória dos cadetes batendo na final o seu

companheiro de equipa Rodrigo Mendes, destaque também para os João Magueija (8º), André Amorim (9º), Tomás Cardoso (13º) e Diogo Costinha (14º). Em seniores femininos o domínio de Mundão foi total, ocupando todos os lugares do pódio: 1º Sónia Neves, 2º Mélanie Costa, 3º Ana Santos e 6º Rita Borges. Em seniores masculinos mais do mesmo, vitória para Euclides Santos, um 4º lugar para o André Amorim com exibições fantásticas, 8º Jorge Loureiro e 16º Helder Almeida. Também no escalão de veteranos Mundão dominou com a vitória a sorrir a Euclides Santos, 4º lugar para o Paulo Rodrigues, 5º para Leandro Borges e 6º João Aparício.

Destaque neste escalão para o facto de a maioria dos atletas serem pais dos jovens do clube e que ao acompanhar os seus educandos ao treino iniciaram também a pratica da modalidade. Podemos afirmar que em Mundão a prática do ténis de mesa é eclética, vai dos 5 aos 55 anos de idade.

Desporto 11 Xmas Run angaria cinco mil euros

A iniciativa desportiva e solidária Xmas Run contou, na sua 4ª edição, com milhares de participantes que coloriram Viseu, com os seus fatos de Pai Natal, alguns acompanhados por cães, igualmente trajados, numa contagiante boa disposição. Este ano, a iniciativa angariou cinco mil euros, destinados ao Centro de Acolhimento Temporário (CAT) da Misericórdia de Viseu. Depois do Xmas Run, haverá, dia 6 de Janeiro, uma iniciativa cultural de recolha de fundos para as obras do CAT, desta feita, um concerto na Igreja da Misericórdia.

Escola de Natação de Castro Daire vence em Viseu

A 3ª concentração do Circuito Municipal das Escolas de Natação decorreu na Piscina Olímpica do Forlife, em Viseu, onde participaram 19 Escolas de Natação, representadas por 206 nadadores, tendo a Escola Municipal de Natação de Mangualde obtido 76 pontos. Na classificação geral, a Escola de Natação de Castro Daire mantém o 1º lugar, enquanto a Escola Municipal de Natação de Mangualde ocupa a 4ª posição. A próxima concentração terá lugar no dia 21 de janeiro de 2017, nas piscinas de Castro Daire. A Câmara Municipal de Mangualde, enquanto Comissão Organizadora deste projeto intermunicipal “deseja a todos os atletas, treinadores, árbitros e acompanhantes um Feliz Natal e um próspero Ano Novo”.

Pedro Nuno no Desportivo de Tondela

A CD Tondela – Futebol, SDUQ chegou a acordo com a Sport Lisboa e Benfica, Futebol, SAD para a cedência do atleta Pedro Nuno. Pedro Nuno é um médio português, de 21 anos, natural da Figueira da Foz e que na sua ainda curta carreira de sénior representou a Académica de Coimbra depois de nos escalões de formação ter jogado pela Naval e Benfica. O novo reforço auriverde iniciou os treinos, no passado dia 7 de dezembro, às ordens do treinador Petit.


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