Notícias de Viseu - 3 de Dezembro 2020

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VISEU

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232087050 Entrevista a Gustavo Cruz, pintor viseense

Desde de criança que desenho. Uma das minhas primeiras memórias foi um desenho que a minha mãe fez (ela desenhava algumas vezes). Lembro-me do meu fascínio como se tivesse acontecido ontem. Entretanto, fui crescendo, a escola e a família foram "matando" a criança que havia dentro de mim.

Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2225 - Quinta-feira, 3 de Novembro 2020 - Preço: 0,60 € - IVA incluído

Viseu aposta na dinamização do comércio local e numa programação cultural segura, neste Natal

Encontros literários de Viseu Tinto no Branco abrem-se ao mundo num formato 100% digital O festival literário Tinto no Branco, em Viseu, conta este ano com o regresso de Mia Couto, tem o ator António Fagundes e a enóloga Jancis Robinson, entre convidados, e assume a designação "encontros", numa edição totalmente em 'streaming'. “Este ano o Festival Literário Tinto no Branco perde propositadamente o termo festival, para não haver más interpretações, e assume o termo 'encontros literários'", disse o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Jorge Sobrado.

Viseu assume-se como Cidade Sustentável com reforço na área ambiental

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2 Opinião

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dezembro 2020 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

SEDE e REDAÇÃO: Complexo Conventurispress Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Tel: 232087050 email: geral@noticiasdeviseu.com http://noticiasdeviseu.com/ estatuto-editorial/ DIRETOR: Fernando de Abreu Av. do Convento, nº 1 3510-674 Viseu Norte Publicidade publicidade@noticiasdeviseu.com PROPRIEDADE Nodigráfica - Informação e Artes Gráficas, Lda. Empresa Jornalística nº 223518 Contribuinte: 501 511 784 Nº Registo Conservatória: 1299 Capital Social: 75.000,00 Euros SÓCIOS detentores de mais de 5% do capital Fernando Mateus Rodrigues de Abreu - Administrador Graça Maria Lourenço de Abreu Anabela L. de Abreu - Gerentes COLABORADORES Acácio Pinto Laurinda Ribeiro Celso Neto Serafim Marques Francisco da Paixão Humberto Pinho da Silva Gabriel Bocorny Guidotti Vitor Santos DELEGAÇÕES Lisboa - Pais da Rosa S. Paulo - Adriano Costa Filho Ourense - Sílvia Pardo Gabande (Esp.) - Enric Ribera TIPOGRAFIA: Exemplo - Artes Gráficas Lda. Castanheiro do Ouro 3610-119 Tarouca TIRAGEM Mês de Novembro 7500 ex Dec. Lei 645/76 de 30/7

ÍNDICE DESTA EDIÇÃO

Viseu .................................... 3 Diversos ................................. 4/5/6 Saúde........................................ 7 Última .................................... 8

Quinta-feira 3/12/2020

Entrevista a Gustavo Cruz, pintor viseense Quando é que alimentaste a tua fome de expressão, isto é, quando surgiu em ti essa necessidade artística? Desde de criança que desenho. Uma das minhas primeiras memórias foi um desenho que a minha mãe fez (ela desenhava algumas vezes). Lembro-me do meu fascínio como se tivesse acontecido ontem. Entretanto, fui crescendo, a escola e a família foram "matando" a criança que havia dentro de mim. Como consequência, o desenhar passou a acontecer de forma muito silenciosa, desenhava durantes as aulas, no carro na espera pelos meus pais, por ai… mas nunca acreditei realmente que fosse possível ser pintor, é algo que não se fala, é apenas um sonho de criança, um devaneio. Andei perdido vários anos, a vida sorria-me mas eu não sorria de volta. Até que um dia, a minha tia levou-me a um workshop de desenho com modelo ao vivo, desenhei livre de tempo, fui banhado de alegria, fiz um desenho bonito, o instrutor ficou admirado, e eu também, já não desenhava há 5 anos. No dia seguinte deu um filme sobre um pintor chinês e nessa mesma noite tive um sonho. A partir daí entendi que senão me conseguisse expressar através da pintura, nunca seria merecedor e respeitador perante a vida que Deus me deu. Isto aconteceu faz 3 anos, sinto que só nasci quando isso aconteceu. Que temáticas costumas oferecer às tuas telas? Vejo que homenageias diversos pormenores da nossa cidade. Sou um pintor representativo, gosto de representar a natureza e tudo a que ela dá a luz. Não imagino que poderíamos sonhar algo tão belo e fantástico como a vida nesta Natureza abundante, divina. Por isso, represento paisagens, pes-

soas e, claro, monumentos da minha cidade; um pintor tem de pintar primeiro a sua cidade, pintar a sua raiz, mostrar a beleza que há nela. Procuro algo eterno, em tudo o que pinto, e a beleza é eterna, é permanente. Falemos de influências. Que artistas (pintores ou outros) influenciaram a tua estética ou alma? Curiosamente, os artistas que mais me influenciaram não foram pintores. Dostoievski, Tolstoi, Khalil Gibran, Jalal ad Din Rumi, Buda, Zaratustra, Osho, Agostinho da Silva, Sócrates, Gurdjieff. Estes são os homens da minha vida. Estes tiraram-me a venda dos olhos, estes ajudaram a minha alma a ficar mais brilhante. Do ponto de vista estético, posso dizer que o pintor que mais me encanta, Sorolla. Consegues, enquanto pai de tela e tinta, escolher o teu quadro favorito? Consigo. Procuro sempre fazer um quadro bonito, que tenha música. Mas sei que por vezes, por razões a nos inexplicáveis, aparecem quadros mais especiais e intemporais que os restantes.

Intitulas as tuas obras? Se sim, o título define-se pela temática da obra ou por uma espécie de invocação hermética e de difícil interpretação? Não gosto de intitular obras. A pintura é uma arte visual, não acho que precise de bengalas. Além disso, noto que alguns pintores intitulam obras para dar a entender alguma coisa que o quadro por si só não consegue; ou por medo de o espectador não ter sensibilidade suficiente para entender a obra. E contra mim falo, porque quando o faço, é precisamente por isso. E quando dou título, é sempre algo bastante simples. Pintas o que vês ou vês o que pintas? Bem, os dois. Pinto o que vejo e vejo o que pinto. Observo muito a natureza ao meu redor, uma caminhada que para uma pessoa comum demoraria 10 minutos, comigo estende-se por 30. Gosto de estar sempre a observar e absorver a beleza do que me rodeia, mas também comtemplo muito os meus quadros, quando pinto desapareço, então só consigo realmente observa-los quando os acabo de pintar, e aí consigo retocar ou al-

terar algo. Durante o processo eu, os pincéis, as cores, a tela e o que estou a representar tornamo-nos um só. Mas a natureza é linda, é mestre, por mais que doa ao meu ego, nada é mais belo que a natureza, por isso os quadros são sempre algo morto, têm um início e um fim. Agora a vida, a natureza, o universo, são eternos. Persegues algum sonho artístico? Tento ser muito cauteloso quanto aos sonhos. Ter os pés bem assentes na terra e ao mesmo tempo voar em sonhos é uma das características humanas, mas a vida já me mostrou que sonhar dentro dela não faz muito sentido, a vida já parece um sonho, agora é deixar-me levar. Tudo que aconteceu de bonito na minha vida aconteceu naturalmente, sem planear, sem sonhar. Mas sou humano, e sim sonho, principalmente artisticamente. No fundo, estou cá para viver. Sinto que pintar é algo que a vida me pede para fazer, mas sei que não é tudo, e como disse um grande mestre: até os artistas, um dia, têm de crescer. Francisco Paixão

O ORÇAMENTO DE ESTADO E A IMPRENSA LOCAL Por Humberto Pinho da Silva

A imprensa, em geral, sobrevive em grandes dificuldades. Contribui, para isso, a diminuição do hábito de leitura, perda de assinantes, e escassez de publicidade. Mas é a imprensa regional, que se debate com maiores problemas. Cada vez mais se verifica, jornais com décadas de existência, fecharem as portas das redacções. E no entanto, sem a imprensa local, não pode haver democracia plena, porque é a única massmedia, que relata, em pormenor, os acontecimentos do pequeno burgo, e dá voz à população, apre-

sentando os ensejos e dificuldades de quem vive nessas povoações. Já não falo da imprensa de inspiração cristã. Com o desinteresse de muitos crentes, ano a ano, vai perdendo leitores. Esperava-se que o Estado, que tanto elogia o trabalho da imprensa, junto da emigração, e o facto de recentemente, o Primeiro Ministro, ter agradecido, em Fátima, a colaboração da Igreja, no combate à pandemia, se lembrasse dessa imprensa pobre. Infelizmente o Orçamento de Estado, para 2021, não apresenta

qualquer melhoria para os jornais da província, apesar da AIC ter apresentado modestas propostas, que minimizavam as mais prementes dificuldades. Eram referentes a melhorias em IRS, de forma a beneficiar leitores e títulos; beneficio em IRC às empresas que façam publicidade na imprensa regional; e pequena diminuição da taxa postal, no envio da publicação. Como o Estado se esqueceu de ajudar as publicações regionais, cabe agora, a vez, dos partidos políticos, essa necessidade.

A Brasileira


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Viseu 3

Quinta-feira 3/12/2020

Viseu aposta na dinamização do comércio local e numa programação cultural segura, neste Natal Campanha “Escolha bem, escolha local” apela ao consumo no comércio e restauração locais, à solidariedade e à cultura segura. Rua Direita integra Mercado de Natal. Cidade-jardim é cidade-luz. Até 6 de janeiro, Viseu veste-se de luz para viver a magia da quadra natalícia e proporciona iniciativas culturais seguras para toda a família, grande parte das quais em formato digital. O Município de Viseu avança ainda com uma campanha promocional, sem precedentes, de estímulo ao consumo no comércio e na restauração locais, à solidariedade social e à frequência de espaços culturais seguros. Famílias, jovens e crianças viseenses dão a cara por uma campanha que chegou às ruas a semana passada e que motiva toda a comunidade a contribuir para a animação económica local, causas sociais ligadas à deficiência e para experiências culturais seguras. “Neste Natal temos o dever de criar uma consciência social, económica e cultural mais forte. Todos podemos e devemos contribuir para que ninguém seja deixado para trás. É esse o sentido das apostas que fazemos”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal, António Almeida Henriques. Este ano, serão cerca de 390 mil lâmpadas a iluminar a cidadejardim, de baixo consumo e com tecnologia LED, que se acenderam já na passda sexta-feira, dia 27. A ligação aconteceu ao final da tarde,

no Rossio, e o momento foi transmitido em live streaming no Facebook do Município de Viseu. As decorações luminosas deste ano vão embelezar 31 praças, avenidas, ruas e edifícios na cidade, feitas de mais de 39 quilómetros de cordão de luz. O centro histórico vai ter seis instalações de luz, uma delas também com som, e as Freguesias vão desfrutar de 29 espaços iluminados de Natal. O Rossio volta a receber uma grande peça de luz: um presente gigante. Neste Natal, o CUBO MÁGICO do verão regressa à Praça da República em forma de prenda, com um gigantesco laço no topo. O projeto de iluminação de Natal resulta de um acordo de parceria com a AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Simulares de Portugal e terá novas extensões neste ano: a rua Miguel Bombarda recebe iluminação pela primeira vez e a avenida António José de Almeida é integralmente coberta. Neste Natal, não é só a luz que vai embelezar o centro histórico. A cidade-jardim vai ficar ainda mais florida com elementos ajardinados decorativos na Rua Formosa, Rua Direita, Largo Mouzinho de Albuquerque, Praça D. Duarte, Rua da Paz, Avenida Alberto Sampaio (escadinhas de Santo Agostinho) e Largo General Humberto Delgado. Outra das novidades deste ano é a extensão do Mercado de Natal, que habitualmente está residente no Mercado 2 de Maio, para a Rua

Direita. 10 as lojas devolutas irão reabrir até 6 de Janeiro, com novas ofertas de artesanato tradicional e urbano, gastronomia e vinhos. “É um passo mais no esforço de revitalização da Rua Direita, a que se seguirá no início de 2020 a adoção de um sistema de incentivos ao arrendamento comercial e à modernização de lojas”, declarou o Presidente da Câmara. A rua histórica de Viseu vai receber a “1ª Loja de Artesanatos de Viseu”, um espaço de “exposição e venda de peças artesanais de Estanhos Artísticos de Bodiosa e de Linho de Várzea de Calde, entre outros patrimónios tradicionais, numa organização dos Museus Municipais”, avançou o Vereador da Cultura, Jorge Sobrado. Já o Mercado 2 de Maio vai re ceber 18 operadores e comerciantes de produtos típicos da época, nas habituais casinhas de madeira. Doçaria tradicional, chocolataria, queijaria, charcutaria, vinho do Dão, padaria, cafetaria, frutaria e frutos secos, florista, artesanato e produtos tradicionais é o que os viseenses e visitantes vão podes adquirir na praça histórica. A ACDV – Associação Cultural do Distrito de Viseu é a instituição parceira do Município nesta organização. No que toca à programação cultural, as principais apostas viram-se para os Museus Municipais e a Biblioteca – considerando as excecionais condições de segurança, booking e higienização dos

espaços, certificados com o selo CLEAN & SAFE, atribuído pelo Turismo de Portugal– e para os eventos em formato de streaming. Além do Festival Internacional de Música da Primavera e do Festival Literário Tinto no Branco, também o Concerto de Coros de Natal será transmitido via online e num modelo de segurança para coralistas. O Pelouro da Cultura do Município avança ainda com a iniciativa “30 Noites, 30 Contos”, em modo digital, para valorizar a tradição do conto de Natal e a experiência literária neste Natal. Este ano, o Museu Almeida Moreira volta a receber a grande exposição de Natal, com inauguração marcada para 13 de dezembro. “Arte Popular no Natal” evoca o imaginário da natividade cristã e a diversidade artística das suas representações. Todos os Museus Municipais apresentam para a quadra uma programação segura, com novas exposições temporárias, sessões de cinema, oficinas de Natal, atividades familiares e a disponibilização de “kits” de trabalho para levar para casa, mas reforçam também a sua presença digital. O Polo Arqueológico de Viseu aproveita o natal para lançar a sua página web e organizar um conjunto de oficinas sobre “a préhistória do cinema”, através de brinquedos óticos de “quando o cinema ainda não era cinema”. Já o Museu de História da Cidade publica uma timeline digital da história de Viseu e organiza um

programa de oficinas de “azulejos repintados”, a partir de uma visita à Capela de Santo António do Solar de Condes de Prime, onde vai decorrer a atividade. O Museu do Quartzo – Centro Interpretativo Galopim de Carvalho organiza espetáculos de magia e ciência, em live streaming, dirigidos ao público infantil, e um workshop de gastronomia com um ingrediente usado há três mil anos: a farinha de bolota. Por sua vez, a Quinta da Cruz regressa em força, na última parte de 2020, à fotografia e ao cinema. A 5 de Dezembro abre a grande ex posição “14/24: Fotografia Contemporânea da Fundação ALTICE Portugal”, numa importante seleção de obras e autores da transição do século XX para o século XXI, na arte fotográfica nacional; a terceira “Mostra de Arte Postal” dedicada ao tema “Luz, câmara, ação”; e a “pequena” exposição “Grandes Cartazes para Filmes Pequenos”, numa parceria com o Cine Clube de Viseu.  “A Cultura é um bem público essencial. Não se conforma com a impossibilidade, nem se pode confinar. Em momentos de crise, temos a obrigação de reinventar o modo de chegar aos nossos públicos e cumprir a nossa missão”, afirma o Vereador da Cultura, Jorge Sobrado. “A aposta em eventos de pequena escala e a digitalização são as nossas apostas. Substituímos dimensão por intensidade”, rematou.

Viseu assume-se como Cidade Sustentável com reforço na área ambiental São 8,7 milhões de euros que o Município de Viseu destina para a conservação e preservação do meio ambiente em 2021. A conservação da natureza, a recolha e seleção de resíduos sólidos, a construção do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia – CRO ou a manutenção de parques e jardins, são alguns dos investimentos a realizar nesta área. A autarquia considera estas apostas estratégicas e cruciais na elevação de Viseu como cidade sustentável, ecologicamente inovadora e modernizada, mas também como relevantes para a atração de novos investimentos. O orçamento para 2021 é o maior de sempre, uma situação

que se deve, principalmente, ao investimento em infraestruturas com aproveitamento de Fundos Comunitários, e à incorporação das verbas correspondentes à Descentralização da Educação. As GOP apontam para o reforço das prioridades fundamentais assumidas no programa Viseu Primeiro 2017/2021, mantendo como áreas fundamentais a Educação, a Coesão Social, a Cultura e o Desporto, bem como a Mobilidade e Ordenamento do Território. “Colocamos as pessoas, os viseenses, em primeiro lugar. Sabemos que o ano de 2021 será incerto e decorrerá num contexto de crise social. Temos, por isso mesmo, de estar muito atentos e

precavidos para responder eficazmente às necessidades mais prementes da população e, ao mesmo tempo, atuar na esfera económica, mantendo o emprego e gerando riqueza. O trabalho realizado até aqui permite-nos estar preparados para enfrentar, talvez, o ano mais difícil dos últimos anos, mantendo o rumo que definimos e a estabilidade que alcançámos – mas que precisamos de manter – nos últimos 7 anos”, conclui António Almeida Henriques. Município de Viseu aprova transferência de competências para as freguesias e respetivas verbas no valor superior a 1M€ Executivo Municipal aprovou

acordos para a municipalização de troços do antigo IP5 e da EN229, bem como bolsas e projetos na área da Cultura e das Artes O Município de Viseu aprovou, em reunião do Executivo, transferência de competências para as 25 freguesias do concelho. O processo inclui também a transferência direta de um envelope financeiro num montante superior a 1 milhão de euros. “Não podíamos estar mais satisfeitos, uma vez que esta é uma decisão que vai de encontro aos valores de subsidiariedade e coesão territorial que temos vindo a defender desde o início do nosso primeiro mandato”, afirma António Almeida Henriques, Presidente do Município de Viseu.

Importa salientar que a transferência de competências abrange todas as freguesias do concelho de Viseu e abrange diferentes áreas de atuação. Assim, as Juntas de Freguesia passarão a ser responsáveis, por exemplo, pela gestão e manutenção dos espaços verdes; pela limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros; pela gestão e manutenção de feiras e mercados; pela realização de pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1º CEB; pela autorização da atividade de exploração de máquinas de diversão; ou pela autorização da colocação de recintos improvisados, entre muitas outras.


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Diversos 4

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Portugal de Lés-a-Lés reinventa estrada mítica Dizem que é a estrada da moda, aquela que todos devem fazer pelo menos uma vez na vida! Mas, todos sabemos, é muito mais do que isso. De primordial eixo viário no Plano Rodoviário Nacional de 1945 a local de culto internacional, a Estrada Nacional 2 sofreu inúmeras alterações ao longo de uma história atribulada. Desde sempre percorrida no Portugal de Lés-a-Lés, com a utilização de diversos troços ao longo de todo o País, a N2 vai ter, em 2021, um papel bem diferente.

atravessando 11 rios (e muitos outras linhas de água como a nossa bem conhecida ribeira do Vascão) e gastando pneu nas curvas de 11 serras. Uma fuga ao habitual desafio de ‘fazer a N2’, com uma ligação entre dois extremos de Portugal que será um hino ao mototurismo, na descoberta das diferenças e particularidades das paisagens, gentes, património, gastronomia e história, sempre apoiados pela Associação de Municípios da Rota da

Não, não pensem que a edição 23 da grande travessia organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal vai ser uma ‘simples’ viagem ao longo da N2. Nada disso! Vai ser, isso sim e como em todas anteriores jornadas do maior evento mototurístico da Europa, uma descoberta monumental de um País diversificado, de cultura rica, gastronomia farta e paisagens deslumbrantes. Das serras transmontanas à vastidão do oceano que banha a costa algarvia, dos mais recortados vales às mais amplas planícies, das imensas curvas a norte às retas a perder de vista a sul. Tempo de descoberta de 11 dos 18 distritos que constituem o mapa continental, com a passagem por 35 concelhos,

Estrada Nacional 2. Aliás, fica a promessa da Comissão de Mototurismo da FMP que haverá muito mais para ver para lá dos 738,5 quilómetros (em breve serão 739,26 km) que ligam Chaves a Faro. Outras estradas nacionais, regionais, municipais e uns quantos caminhos sem classificação serão percorridas pela enorme caravana ao longo dos mais de 1000 quilómetros plenos de descoberta e recheados de enormes surpresas. Curiosos? Mais novidades estão a ser preparadas para o evento que já tem data marcada: 2 a 5 de junho! Portugal de Lés-a-Lés

Município de Carregal do Sal adere a projeto para reduzir o insucesso escolar A Câmara Municipal aprovou a adesão ao projeto SAPIE - Sistema de Alerta Precoce do Insucesso Escolar. Desenvolvido pela Associação Tempos Brilhantes, em parceria com a empresa Educoach, S.A., entidade investidora no âmbito dos Títulos de Impacto Social (TIS), do Portugal Inovação Social, exclusivamente com fundos comunitários, o projeto foca-se na prevenção do risco de insucesso e abandono escolar precoce. Iniciado em 2018/2019 com 75 Agrupamentos de Escolas, integrou, perante o aval do Município, no ano letivo passado, o Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal. Tratando-se de uma solução suportada por uma plataforma Web, que permite a

partilha de conhecimento e articulação entre os vários intervenientes educativos locais, em que se incluem os Municípios, e perante esta nova fase em que o projeto tem de subsistir por si mesmo, a Câmara Municipal de Carregal do Sal deliberou apoiar a implementação do SAPIE no Município de Carregal do Sal. A adesão ao projeto SAPIE resulta num investimento de 1410,00€ (mais IVA) municipais, fundamentado na importância e impacto do projeto, cujo relatório de avaliação do primeiro ano indica que foi mais de 5 vezes superior ao seu compromisso com o programa de financiamento e resultou em menos 408 retenções nos Agrupamentos envolvidos.

Orçamento de Viseu é estratégico para o combate à pandemia e fomento da atividade económica Grandes Opções do Plano destinam 71,9 milhões de euros para funções sociais e económicas e 8,7 milhões de euros para a preservação do meio ambiente O Município de Viseu aprovou dia 26, em reunião do Executivo, o orçamento para 2021, cujo montante ascende a 104,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 19% face ao ano anterior. Se somarmos o orçamento do SMAS, no valor de 18,3 milhões, o montante global ascende a 122,7 milhões de euros. O documento está especialmente focado no combate à crise social e económica gerada pela pandemia. Pautado pelo rigor orçamental, o plano prevê uma poupança corrente de 7,2 milhões de euros, que permitirá reforçar os ativos patrimoniais do Município de Viseu. “O orçamento para 2021 foi construído num contexto totalmente atípico, marcado pela pandemia da COVID-19, que não sabemos como se desenvolverá ou quando terminará. Por isso mesmo, a autarquia vai centrar a sua ação na aceleração da economia, na criação e manutenção do emprego e ainda no fortalecimento do tecido social, para que a qualidade de vida, uma marca incontornável do concelho, seja preservada”, explicou António Almeida Henriques, Presidente do Município de Viseu. Assim, as funções sociais e económicas, são a grande prioridade das Grandes Opções do Plano (GOP) para o próximo

ano, recebendo um total de 71,9 milhões de euros. No que respeita à vertente social, verifica-se um acréscimo de 21,2% face a 2020, que se justifica pela situação que se vive em todo o mundo. Programas como o Viseu Ajuda, o Viseu Social, o Viseu Habita ou o Viseu Solidário, serão reforçados em 2021, bem como transferências para as freguesias e apoios para as instituições sem fins lucrativos e famílias. No que respeita à economia, a autarquia destina cerca de 28 milhões de euros (mais 21,5% do que no ano transato) para apoio ao investimento e ao empreendedorismo, e ainda para a dinamização da economia. Saliente-se neste ponto o montante de 1,5 milhões de euros, no âmbito do programa Viseu Investe, direcionado para novos incentivos e apoios para a atração de investimentos e de empresas. Destaque ainda para a fiscalidade municipal, onde o Município mantém o compromisso da estabilidade. Nesse sentido, é proposta a manutenção de taxas mínimas de Impostos Municipais, como é o caso do IMI, a aplicação do IMI familiar, a isenção de derrama para micro, pequenas e médias empresas, a minoração do IMI no Centro Histórico e a redução de 1% na taxa de IRS. “Mantemos uma política amiga das famílias, poupando cerca de 8 milhões de euros em impostos aos Viseenses por ano, uma média de 170€ por família”, adianta António Almeida Henriques.

Orçamento da Comunidade Viseu Dão Lafões para 2021 A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões anunciou que o orçamento para 2021, aprovado por unanimidade no conselho intermunicipal, é superior a 10 milhões de euros (ME) e que continua a privilegiar a mobilidade e transportes. “Este orçamento é, fundamentalmente, um orçamento que tem em consideração as exigências dos novos tempos, com a presença da pandemia covid-19 na nossa região e no país, mas com uma noção clara dos desafios que a região tem pela frente e com olhos postos no futuro”, refere, em comunicado, o presidente da Viseu Dão Lafões. Rogério Mota Abrantes esclarece que este “documento estratégico foi aprovado por unanimidade em sede de Conselho Intermunicipal e que será submetido à aprovação da Assembleia Intermunicipal”. “Conta com um orçamento que ascende a mais de 10 ME”, ou seja, 10,6 ME, sendo superior ao de 2020 em 500 mil

euros. Na nota de imprensa, este responsável assume que “a área da mobilidade e dos transportes continuará a assumir, no ano de 2021, um grande destaque, iniciando-se o projeto-piloto de transporte flexível que se inicia em seis municípios, mas que depois será alargado a todo o território”. “Iniciar-se-á a execução de um projeto no domínio da mobilidade suave, com a construção de várias ciclovias e/ou vias pedonais, em vários municípios, e o investimento em modos de transporte mais suaves, como é o caso das bicicletas”. Também a Educação faz parte do orçamento para 2021 e, neste sentido, a Comunidade “continuará a desenvolver o plano de promoção do sucesso educativo nas escolas da região, com vários projetos inovadores, em perfeita articulação com os agrupamentos de escolas e com cada um dos municípios”.


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Orçamento de São Pedro do Sul é de 33,5 milhões de euros O orçamento para 2021 de São Pedro do Sul é de 33,5 milhões, afirmou o vicepresidente do município. “O orçamento para 2021 é de 33,5 milhões de euros (ME). Se comparado com o do ano anterior, há um acréscimo de três milhões de euros, porque o orçamento para o próximo ano é num clima de incerteza a vários níveis”, assumiu à agência Lusa Pedro Mouro. Um aumento que a Câmara sentiu a necessidade de fazer, uma vez que teve de “reforçar a área social”. O executivo prevê “criar um fundo de emergência municipal para acudir a situa ções que possam surgir, quer para as famílias, quer, sobretudo, para as IPSS e, portanto, há um conjunto de medidas na área social”. O documento, que foi aprovado, dia 24, em reunião do executivo, que conta com maioria socialista, e que vai à votação da assembleia municipal “em meados de dezembro”, também prevê verbas para “acudir à empresa municipal que tem a atividade termal”. “Por força destas circunstâncias, da pandemia, tem uma receita, comparado com 2019, com uma redução na ordem dos 70%. E, de forma a garantir a estabilidade e os empregos para 2021, a Câmara teve de acautelar essa situação”, adiantou. Pedro Mouro explicou que “há um equilíbrio financeiro da empresa municipal que a Câmara terá de fazer em 2021 para não colocar em risco os postos de tra-

balho” e só na área termal “são mais de 150” trabalhadores. O vice-presidente acrescentou que o orçamento municipal para 2021, para além de toda a área social, “também tem de acudir a outras situações, ou seja, tem de aumentar o investimento público para ajudar a economia local, as empresas locais, sobretudo obras públicas”. Para isto, Pedro Mouro explicou que o executivo conta com “o que possa vir dos fundos comunitários. “A grande fatia do aumento do orçamento é no pressuposto de que vamos conseguir alguns fundos comunitários que irão estar disponíveis para 2021”, admitiu, lembrando que “há um conjunto de obras em mãos, algumas maiores, como a requalificação da escola secundária, a recuperação da antiga cadeia e outros investimentos na área do turismo e nas serras”. Este responsável defendeu que a autarquia deve “tentar estar sempre na vanguarda do aproveitamento turístico, esperando sempre que 2021 seja melhor que 2020” e, para além disso, espera uma “melhoria gradual da otimização dos recursos”. “Ao diminuirmos despesas correntes, podemos tentar libertar receitas, como por exemplo os 150 mil euros que a autarquia vai abdicar em 2021, ao baixarmos para dois por cento as receitas que o município tem do IRS dos cidadãos, para ajudar as famílias”, disse.

CÂMARA MUNICIPAL DE S. PEDRO DO SUL PROPÕE REDUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO NO IRS, ALIVIANDO A CARGA FISCAL DAS FAMÍLIAS A Câmara Municipal de S. Pedro do Sul aprovou, no passado dia 12 de novembro, a proposta de redução da participação variável no IRS dos sujeitos passivos residentes no concelho, passando de uma participação de 4% em 2020, para 2% em 2021.

COVID-19. Os municípios têm direito a uma participação de 5% na coleta de IRS da sua área territorial, podendo prescindir desta participação, parcial ou totalmente. Após diversos anos em que esta participação se

Encontros literários de Viseu Tinto no Branco abrem-se ao mundo num formato 100% digital O festival literário Tinto no Branco, em Viseu, conta este ano com o regresso de Mia Couto, tem o ator António Fagundes e a enóloga Jancis Robinson, entre convidados, e assume a designação "encontros", numa edição totalmente em 'streaming'. “Este ano o Festival Literário Tinto no Branco perde propositadamente o termo festival, para não haver más interpretações, e assume o termo 'encontros literários'", disse o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Jorge Sobrado. A iniciativa Tinto no Branco - Encontros Literários de Viseu vai decorrer de 04 a 06 de dezembro e "vai ser 100% digital e 100% local”, sublinhou, mantendo no entanto a expectativa de assim chegar a novos mercados e a outras latitudes da lusofonia, como Brasil e Moçambique. Jorge Sobrado explicou que o programa “será realizado exclusivamente em ‘streaming’, com as sessões ao vivo e sem qualquer público presente”, “grande parte das quais a partir da Casa do Miradouro”, em Viseu, onde a programação foi apresentada aos jornalistas. Em ‘streaming’ fora de Portugal estão, desde já assumidas, as participações dos convidados do Brasil, os atores António Fagundes e Patrícia Pillar e o jornalista e escritor Afonso Borges, e, do Reino Unido, a crítica de vinhos Jancis Robinson. Estes convidados “marcarão presença a partir dos seus países”, através do endereço “tintonobranco.pt”. Este ano, continuou o vereador, “há uma atenção especial ao Brasil, e acontece num ano em que Viseu se dedica ao cinema e artes visuais”. Nesse sentido, António Fagundes e Patrícia Pillar são convidados, “não só pela projeção na televisão e cinema, como também por todo o trabalho realizado com adaptações literárias, também no teatro”. “A aclamada crítica de vinhos, britânica, atualmente colunista do Financial Times e responsável pela garrafeira da Rainha de Inglaterra, Jancis Robinson, vai estar à conversa, numa 'entrevista de vida', com Carlos Lucas, durante a qual, certamente, o vinho do Dão, que também conhece, vai ser um dos assuntos principais”, destacou Jorge Sobrado. Mia Couto está de regresso ao festival, a partir de Moçambique, e, este ano, será à conversa com o cineasta seu compatriota Sol de Carvalho, que realizou o filme “Mabata Bata”, em 2017, inspirado num dos primeiros contos de Mia Couto, “O dia em que explodiu

Mabata Bata”, de 1986. A atriz Rita Blanco é outra das convidadas e estará à conversa com Patrícia Pillar, assim como o jornalista e escritor Rui Cardoso Martins, que escreveu a peça “Última Hora”, incluída na temporada do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, que conversará com os irmãos Rapazote. “Dois irmãos gémeos, o Afonso e o Bernardo, naturais de Viseu, que se têm destacado no mundo do audiovisual", evidenciou Jorge Sobrado, recordando a seleção do filme de ambos "Corte", para o programa Cinéfondation do Festival de Cannes. Os autores Dionísio Vila Maior e Jorge Marques têm sessões marcadas para apresentarem os seus livros, assim como Isaque Ferreira e Rui Spranger, que têm agendado um espetáculo de poesia para a noite de sábado. De 04 e 06 de dezembro, há igualmente destaque para sessões com os viseenses Alberto Correia, que apresentará uma edição municipal “Viseu Sabe Bem”, em conversa com o 'chef' Diogo Rocha e o historiador Luís Fernandes. Esta sessão sucede à abertura dos encontros literários, que está agendada para as 18:00, do dia 04 de dezembro, com uma sessão orientada por Mário Augusto, que “fará uma espécie de ‘quizz’ à volta do cinema e da literatura”. O produtor dos "encontros", Tito Couto, da Booktailors, não poupou elogios à Câmara Municipal de Viseu por manter a iniciativa num ano de pandemia, e considerou que, “com esta edição digital, o festival chegará a novos mercados e a outras latitudes do mundo lusófono”. O presidente da Câmara, António Almeida Henriques, acrescentou que o festival “vai muito além do mundo lusófono, porque também chegará aos estudantes e amantes da língua portuguesa” e “de forma segura, porque é na segurança da casa de cada um, no quentinho da lareira, com a família, num fim de semana diferente”. “É um convite para ficar em casa em tempos de pandemia. Um fim de semana em que poderemos fazer quase tudo o que temos feito nos anos anteriores, no Solar do Vinho do Dão, mas desta feita em casa, na nossa segurança, a degustar a nossa comida e o nosso vinho do Dão”, desafiou António Almeida Henriques.

Troços do IP5 e da EN229 vão ser municipalizados

Após aprovação na Assembleia Municipal, a proposta irá implicar a redução do IRS a pagar por todos os residentes em S. Pedro do Sul, traduzindo-se num apoio complementar aos munícipes neste período difícil, marcado pelos efeitos da pandemia de

manteve no seu valor máximo, foi possível, com o empenho deste executivo, criar condições financeiras para devolver progressivamente uma parcela deste imposto aos sampedrenses.

A autarquia de Viseu aprovou a celebração de dois Acordos de Mutação Dominial entre as Infraestruturas de Portugal e o Município de Viseu. O primeiro refere-se ao troço do antigo IP5, situado entre o nó da Penoita e o nó da A24, numa extensão total de quase 10 km. Ao abrigo deste acordo, ficou ainda definido que a Infraestruturas de Portugal pagará ao Município de Viseu cerca de 1,4 milhões de euros, para obras de reposição de bom estado de conservação do troço de estrada. Na sequência deste processo, a Câmara Municipal de Viseu

estará em condições de avançar com o nó de ligação do IP5 à freguesia de Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita. O segundo Acordo de Mutação Dominial tem por objeto a integração na rede viária do Município de Viseu do troço de estrada da EN229, entre o km 74,017 e o km 75,784, na extensão total de 1,767 km. O troço em questão revela-se de especial importância, nomeadamente para a concretização da rotunda junto ao antigo Matadouro, que facilitará a ligação entre Viseu e Sátão.


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Diversos 6

Quinta-feira 3/12/2020

“Crónicas de Lisboa”

Já Sinto Saudades do Futuro Esta situação pandémica inimaginável, qual guerra mundial, leva-me a pensar nos pós Covid-19 e a sentir saudades do futuro, ainda muito incerto. Mas, como assim, se a saudade é um sentimento de algo ou de alguém que nos marcou ou marca positivamente, no passado? Saudade de alguém que amámos e que já perdemos, por exemplo um ente querido ou um amor. Saudade de algo que foi bom para nós, etc. “… é por isso que eu tenho mais saudades…; Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis! De que amámos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência…”. O passado deixou-nos “marcas” profundas, no corpo e na alma, mas que, por isso, constituíram as bases da nossa personalidade. Nunca o termo “UCI” foi tão

mencionado no nosso quotidiano e, talvez, muita gente não saiba bem o que representa, apesar das muitas imagens das UCIs que passam, frequentemente, nas televisões. É algo técnica e humanamente reveladora duma certa complexidade médica, porque quem ali cai está num processo de doença ou lesão muito complexa e a exigir “cuidados intensivos”. Daí designar-se por UCI = Unidade de Cuidados Intensivos. Ali luta-se pela vida e os seus membros (enfermeiros, médicos, etc) ali estão permanentemente e prontos a socorrerem alguém cujo processo de sobrevivência se sente ameaçado. Dali saem alguns para as enfermarias de recuperação, mas outros, infelizmente, com outro destino principalmente nesta terrível pandemia que terá começado na China e depois alastrou a todos os cantos do mundo, apanhando ricos e pobres, mas principalmente os “velhos”, essa franja da sociedade, em número crescente por força da longevidade, que começou a ser malquista nas sociedades onde o

culto por tudo que é “jovem” passou a ser dominante. Velhos? São um estorvo na sociedade do hedonismo e do consumismo, qual vida frenética, agora bloqueado pelas medidas de contenção que visam suster a propagação do vírus e que veio reduzir quase a zero essas atividades que empregavam milhares e milhares de pessoas e que delas obtinham o seu rendimento e agora ou ficaram reduzidas a zero ou com rendimentos insuficientes para o seu sustento e respetivas famílias. Por exemplo, o desporto de espetáculo, as múltiplas atividades do turismo, o lazer diverso (tempo disponível para alem das obrigações de trabalho, aproveitável para o exercício de atividades prazerosas), etc. Eram e são sectores das sociedades modernas que alimentam a economia e agora estão numa profunda crise e cujo futuro se advinha muito difícil. Como sair da crise e colocar esta poderosa máquina novamente a girar? Até o dia de amanhã nos parece incerto, mas, sabemos, vai ser muito difícil. Por isso, já sinto saudades do

futuro, que foi idealizado com base num passado e cons-truído ao longo destas curtas décadas, mas que dificilmente será do modo que o idealizámos, porque este Covid19 veio “colocar em xeque” um modelo de sociedade e de economia que vivia da “máquina de fazer e girar dinheiro” e em que este era a principal energia desse modelo de sociedade. O dinheiro e tudo aquilo que com ele se pode comprar, principalmente o Lazer, foi sacralizado e endeusado. Uma questão pertinente, não é o que fazemos do dinheiro que ganhamos, mas sim o que é que o nosso dinheiro faz de nós, tornando-nos refém desse “bem” que faz girar esta poderosa máquina económico-social e agora caminha para uma crise de consequências imprevisíveis, o que nos leva a temer esse futuro. Neste terrível período que atravessamos, olho muito para o passado, de que tenho saudades de muitas coisas que realizei, mas, acima de tudo, de muita coisa que ficou por fazer e agora esta ameaça, principalmente sobre a minha geração na

qual estou incluído nos maiores de setenta e com alguma patologia, no leva a temer o futuro com o qual ainda sonhámos. Tenho saudades do passado, mas estas saudades levam-me a sentir saudade dum futuro ameaçado e que dificilmente será como aquilo que há menos de um ano sonhámos. Saudade, a palavra que nos enche de energia para agirmos, mas neste terrível período, agir na prevenção de contágio do Covid-19, é uma atitude de civismo, de sobrevivência pessoal e de solidariedade para com todos os que não resistiram (cerca de quatro milhares de portugueses) a este “bicho” e a todos os outros portugueses envolvidos diretamente nesta pandemia, desde os doentes e pessoal da área médica, agora chamados de heróis. Confinar e respeitar as regras básicas para evitar o alastramento do contágio, é um esforço de todos, para que o futuro volte a ser risonho. Serafim Marques Economista

BMW 327 CABRIOLET DE 1938 REFORÇA COLECÇÃO DO MUSEU DO CARAMULO O Museu do Caramulo viu a sua colecção permanente reforçada com um extraordinário BMW 327 Cabriolet de 1938. O BMW 327 Cabriolet é o primeiro exemplar da marca alemã a integrar a colecção permanente de automóveis e a estreia não poderia ser melhor, já que se trata de um recordista de vendas préguerra. Para Salvador Patrício Gouveia, Presidente da Direcção do Museu do Caramulo, “O BMW 327 Cabriolet vem dar um novo sabor à colecção automóvel do museu na medida em que, além de se tratar de uma marca que não estava actualmente presente na exposição, o modelo foi produzido na década de 30, um dos períodos dourados da indústria automóvel”. O automóvel foi doado ao Museu do Caramulo por Ricardo Sáragga e já se encontra em exposição, podendo agora ser visto e apreciado de Terça-feira a Domingo. Sobre o BMW 327 Cabriolet (1938) O modelo 327 da “Bayerische Motoren Werke AG”, em português, fábrica de motores da

Baviera, foi inicialmente lançado em 1937, com carroçaria tipo cabriolet, sendo ainda possível, à época do lançamento, adquiri-lo na versão coupé. Utilizando o chassis curto, tipo escada, do 326, o seu motor de seis cilindros de maior capacidade dispunha de 1971cc e debitava 60cv. A potência era transmitida por intermédio de uma caixa de quatro velocidades, tendo também travões hidráulicos nas quatro rodas. Entre os entusiastas da marca,

há o entendimento que este modelo terá sempre sido ofuscado pelo irmão mais velho, o mais rápido, leve e compacto 328, lançado um ano antes. Ainda assim, na sua época, foi este o modelo recordista de vendas da marca, com 1396 unidades produzidas entre 1937 e 1941, incluindo a retoma de produção após 1945. O sucesso de vendas em muito se deve ao facto de este modelo dispor de quatro verdadeiros lu-

gares, ao contrário do seu antecessor, já que possuía uma carroçaria mais longa, mais larga e mais pesada. Ainda que menos potente e ágil do que o 328, revelava-se uma opção mais confortável e refinada, que acabou por conquistar um público-alvo mais amplo na Alemanha do período pré-guerra. A década de 30 do século passado foi o momento de viragem no qual a indústria automóvel virou as costas ao figurino original da carruagem de cavalos, dando-se assim o

início ao desenho automóvel contemporâneo e no qual este modelo é um dos seus melhores intérpretes. Embora o BMW 327 fosse um automóvel muito avançado para a sua época, os processos de produção que o sustentavam não o eram. Longe da capacidade e processos produtivos há muito estabelecidos nos EUA, a fábrica de Eisenach, onde a BMW produzia este modelo, simplesmente não era capaz de o fazer em larga escala, e o investimento necessário para operar tais mudanças era difícil de justificar numa Alemanha onde poucos poderiam imaginar sequer a compra de um automóvel próprio. Todos os BMW daquela época eram assim, em grande parte construídos à mão, por habilidosos artesãos, cuja mão-de-obra e detalhe encareciam o produto final. Ainda que de altíssima qualidade, o elevado valor proposto era apenas acessível a clientes particularmente que ao não conseguirem resistir ao desenho moderno e apelativo do 327, acabavam por despender 7450 reichsmarks pela versão coupé, e 7500 pela versão cabriolet.


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Saúde 7

Quinta-feira 3/12/2020

Centro Hospitalar Tondela Viseu suspende cirurgias não prioritárias A administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) suspendeu todas as cirurgias programadas não prioritárias que envolvam internamento, devido ao “rápido e crescente evoluir” da pandemia de covid-19. “Face ao rápido e crescente evoluir da pandemia de covid-19, o Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) suspendeu todas as cirurgias programadas não prioritárias que envolvam internamento”, explica a organização, em comunicado. A nota de imprensa explica que a “decisão foi tomada no âmbito do plano de contingência para fazer face

ao aumento da necessidade de vagas para internamento de doentes covid19” que, atualmente, “ocupa todo o sétimo andar” do hospital de Viseu. “O CHTV garante a realização de cirurgias prioritárias e muito prioritárias, e todas as cirurgias urgentes. Vai ainda ser mantida a atividade de cirurgia de ambulatório em Viseu e Tondela, bem com o funcionamento dos hospitais de dia”, assume. A administração refere que “as consultas externas se mantêm em funcionamento”, apesar de “prever algumas desmarcações de consultas não prioritárias que serão comunicadas

aos utentes em devido tempo” pelo CHTV. “Esta nova medida surge na sequência das orientações da tutela, no âmbito do alargamento da capacidade de resposta à pandemia. Temos consciência de que nesta fase todos os recursos são preciosos e que é necessário reforçar a capacidade de resposta à covid-19”, considera. Até ao da passada segunda-feira, o CHTV contabilizava 95 internamentos por covid-19, “estando 87 doentes em enfermaria e oito em cuidados intensivos”.

exigências que a realidade, marcada pela COVID-19, implica para todos. Destinada à comunidade local, mas principalmente para voluntários, ou futuros voluntários, bem como instituições que promovem voluntariado, a iniciativa será transmitida nas plataformas digitais do Lamego Com_Tigo. Todos os interessados em assistir à mesa redonda deverão inscrever-se no formulário disponível no link bit.ly/diadovoluntariado2020 , sendo, posteriormente, contactados pela organização com informações sobre como assistir. Esta mesa redonda surge no âmbito do Dia Internacional do Voluntariado, uma efeméride assinalada desde 1985, pelas Nações Unidas, sendo celebrado no dia 5 de dezembro, com o objetivo de incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo mundo. Recorde-se que o “Lamego Com_Tigo” é cofinanciado pelo PO ISE, Portugal 2020 e União Europeia, pelo

therapeutic potential in mouse models of spino-cerebellar ataxias”, foi publicado em julho de 2019 na conceituada revista científica Acta Neuropathologica. Os investigadores descobriram que a proteína CYP46A1, enzima com papel fulcral no metabolismo do colesterol do cérebro, «apresenta níveis mais baixos no cérebro dos doentes com a doença de Machado-Joseph e que a sobre-expressão desta proteína desencadeia a ativação da autofagia (o principal processo de limpeza das nossas células), cuja ativação havíamos demonstrado anteriormente ser extremamente importante para a limpeza dos aglomerados de ataxina-3 mu-

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Fundo Social Europeu, tendo como organismo intermédio o Instituto da Segurança Social. A Obra Kolping de Portugal é a promotora do projeto tendo o Município de Lamego como parceiro.

Investigação desenvolvida no CNC-UC distinguida pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana Um estudo que desvendou o potencial da ativação do metabolismo do colesterol como uma futura terapia para a Doença de Machado-Joseph (DMJ), uma doença neurodegenerativa com elevada prevalência nos Açores, foi distinguido com o prémio “Artigo Científico” pela Sociedade Portuguesa de Genética Humana (SPGH). Desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve e da BrainVectis Therapeutics (França), o trabalho, intitulado “Restoring brain cholesterol turnover improves autophagy and has

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Lamego comemora Dia Internacional do Voluntariado “Lamego Voluntária em tempos COVID-19” é o mote da iniciativa. Numa parceria conjunta do Lamego Com_Tigo, Obra Kolping de Portugal, Delegação de Lamego da Cruz Vermelha Portuguesa e do Município de Lamego, hoje,dia 4 de dezembro, pelas 14h30, no auditório da Obra Kolping, decorrerá uma mesa redonda entre instituições do concelho que pretende sensibilizar a comunidade para a importância do voluntariado e, atendendo ao contexto, refletir sobre as estratégias adotadas de adaptação à pandemia. O formato da iniciativa privilegia a troca de experiências das instituições, enquanto promotoras de voluntariado, partilhando, por isso, experiência e informação sobre uma área nobre e tão relevante como esta, tanto mais num momento em que os desafios são muitos e as dinâmicas são, forçosamente, diferentes do que eram, pelas

Drª. M. Lurdes Botelho

tante, o lixo que se acumula nos neurónios e causa a doença de Machado-Joseph». A entrega do prémio decorreu durante a 24ª reunião da SPGH, na 6ª feira, dia 20 de novembro, aos principais autores do estudo, Liliana Mendonça, do CNC-UC, e Clévio Nóbrega, do CBMR. Segundo os dois investigadores, «a modulação da CYP46A1 poderá levar a uma estratégia terapêutica mais geral, com aplicação a várias doenças neurodegenerativas que apresentam redução nos níveis da CYP46A1 no cérebro, e que – se não puder curar – pode pelo menos aliviar o fenótipo destas doenças».

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