Notícias de Viseu - 4 de Março 2021

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Semanário Independente e Regionalista / Director e Fundador: Fernando de Abreu ANO XLV - Nº 2230 - Quinta-feira, 4 de Março 2021 - Preço: 0,60 € - IVA incluído

Câmara de Castro Daire inicia construção de parque aventura PPR Comunidades Intermunicipais demonstram perplexidade e repúdio Perplexidade e repúdio foram sentimentos demonstrados por algumas Comunidades Intermunicipais (CIM) relativamente ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas há outras que consi-deram que o documento integra investimentos estratégicos para os seus territórios. Os autarcas da CIM Viseu Dão Lafões mostram-se perplexos por não estarem previstos investimentos “para a competitividade e desenvolvimento desta região, no domínio da saúde, dos recursos hídricos, da rede viária estruturante e das ‘missing links’ [ligações/linhas de comunicação em falta]”

Assembleia rejeita moção para revogação da cobertura do Mercado 2 de Maio em Viseu Notícias de Viseu / Complexo CONVENTURISPRESS - Avenida do Convento nº 1 - Orgens - 3510-674 Viseu Norte www.issuu.com/noticias de viseu - publicidade@noticiasdeviseu.com -www.noticiasdeviseu.com; www.facebook.com/noticiasdeviseu


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2 Opinião

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março 2021 Quinta-feira Registo DGCS 102220 Depósito Legal 182.842/02 Semanário - sai às 5ªs feiras

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ÍNDICE DESTA EDIÇÃO

Opinião....................................... 2 Viseu........................................... 4 Diversos ................................... 3 Regional ................................. 5/6 Saúde........................................ 7 Publicidade .............................. 8

Quinta-feira 04/03/2021

EM TEMPO DE PANDEMIA Por Humberto Pinho da Silva Nestes tristes dias de pandemia, em que os médicos do Serviço de Saúde, lamentam que não se tem o devido cuidado, protegendo-se e protegendo o seme-lhante, lembrei-me de antigo chefe, que tive, quando era menino e moço. Já não recordo seu nome, varreuse completamente da memória. Sei que era homem delicado e que gostava de falar bonito. Terminado o turno, costumava dizer: “ Podem sair!”. Mas com a chegada da liberdade e com ela a democracia, criou-se a ideia, que o cargo de chefia, perdera autoridade e até respeito, portanto já não era preciso, o dirigente, autorizar a saída. Cada qual, terminado o serviço, ou o

relógio indicasse a hora, podia abandonar o local de trabalho, sem se despedir do chefe. Certa vez, estávamos em plena “ democracia”, o dirigente, verificando que poucos restavam, pois quase todos haviam saído sorrateiramente, virou-se para os que ficaram e disse: “ Os bens comportados podem sair… ” Se em ditadura se cumpria, mais por medo, que respeito, em democracia, implantou-se o caos. Largas franjas de trabalhadores, deixaram de cumprir: o regulamento, no trabalho e na via pública. O transeunte não atravessava na passadeira; o automobilista, não respeitava o pião, nem o próprio código

de estradas era cumprido, e muitos guardas pareciam tão receosos, como o célebre polícia: Jõ Soares… Razão tinha Jean Jacques Rousseau ao escrever: a democracia é o melhor regime que se conhece, mas só viável se os homens fossem deuses. Apesar das recomendações sanitárias e do número alarmante de infectados e de mortes, muitos continuam a deambular sem mascara; a realizar imponentes festas, com elevadas presenças; e não deixam de viajar, frequentando hotéis, restaurantes e lugares de prazer. O confinamento é imprescindível…para os outros (os bem

comportados)! As praias transbordam de banhistas. Enchem-se as estâncias de férias e centros comerciais; e como ninguém quer tomar atitudes duras, no receio de perderem o título de democrata, a pandemia, prolifera pelo mundo. O aparecimento de vacina não é bastante, de imediato, para imunizar a totalidade da população. É imperioso obedecer às recomendações de virólogos e epidemiólogos e igualmente, que os políticos pensem: que o primordial não é a economia, mas o bem-estar, a saúde de todos.

Crónicas de Lisboa

Uma Criança ou Um Cão? Poderia começar esta crónica de outra forma, mas optei por descrever uma situação real que acabei de observar nestes tempos de pandemia e confinamentos. Sou avô de três netos, irmãos e de idades próximas entre os 3 e os 9 anos, e com os pais em teletrabalho e os mais velhos em “telescola”, pediram-me para tomar conta , durante o dia, do mais novo, o que não é fácil, porque os parques infantis estão todos encerrados, tornando-se difícil ocupar as crianças duma forma mais sã. Decidi-me ir com ele para Monsanto, porque as regras do confinamento me permitiam, não a aldeia típica na Beira Baixa, mas sim o parque urbano e pulmão da cidade de Lisboa. Ao meu lado, estacionou uma mãe, ainda jovem, que começou a “descarregar” os seus seres, que eram compostos por duas crianças, talvez de 1 e 3 anos e dois cães de tamanho médio. E lá ia ela, a meu lado e do meu neto, com uma no carrinho, outra pela mão e os dois cães com as trelas. Atraseime um pouco para observar a cena e ficar a pensar sobre duas realidades que a sociedade portuguesa atravessa, isto é, a falta de crianças e cada vez mais animais de estimação, como substitutos dos filhos. Uma criança começa a ser tão rara que pode ser equiparada a um diamante, pelo que muitos dos educadores tratam-nas como “princesas e príncipes”, acabando por cometer exageros, com consequências na formação da sua personalidade, mas também o cuidado que é preciso ter com essas pérolas cada vez mais raras. Enquanto a natalidade continua a descer preocupantemente, colocando Portugal na cauda dos países desenvolvidos, o número de animais de companhia (cães, gatos, etc) aumenta. “Há mais de 2 milhões de cães e de 250 mil gatos em Portugal, segundo os registos oficiais, mas, na realidade, serão bem mais, sobretudo felinos, se somarmos os que fogem às contas oficiais. Um estudo apontava, em 2016, para a existência

de seis milhões de animais de estimação no país (36%, cães e 22%, gatos), estando estes presentes em mais de metade dos lares portugueses”. Estes dados do estudo deveriam deixar-nos preocupados, não só em contraste com a baixa natalidade, mas porque revela uma crescente idolatria para com os animais de estimação e que evidencia outros problemas da sociedade. Pensemos no crescente número de portugueses a votarem no PAN, cuja sigla, para mim, diz; Partido Animais e Natureza, porque, se não, deveria ser PPAN (Partido Pessoas, Animais e Natureza). Ademais, choca e sensibiliza mais certas pessoas tudo o que se passa com os animais, abandono ou maus tratos, por exemplo, do que com o abandono de idosos e crianças maltratadas. Vergonha, é o que deveríamos sentir. E pensar: “Quo Vadis”, sociedades modernas e “ricas? Na falta de afetos humanos, procuram compensar com os afetos que dedicam aos animais de estimação, em muitos e muitos casos a raiar o ridículo e da falta de higiene nesses afetos, como partilhar muitas coisas próprias dos humanos, incluindo dormirem juntos, etc. Se o apego a animais de companhia se “justifica” em idosos, como forma de combaterem a solidão, desde que não existam os exageros atrás citados, já para com pessoas e casais mais novos a idolatria pelos animais revela carências e ou desequilíbrios e dificuldades nos relacionamentos familiares e sociais.” Quanto mais conheço os humanos, mais gosto dos animais, blá, blá,” - dizem, escondendo uma dificuldade nos relacionamentos e buscando nos animais aquilo que não conseguem partilhar com os humanos. Basta andar pelas ruas e pelos parques e observar “cenas e comportamentos” de bradar aos céus. São gente ou serão bichos, os donos dos animais que assim se comportam de forma tão ridícula e absurda? Vemos imensos casais,

casados ou a viverem em conjugalidade, cujo “filho”, (é assim que chamam aos animais, tais como: “é menino ou menina?”; “vem à mamã”, etc,) é um ou dois cães e ou gatos. O “elo” da sua união e da sua diversão acaba por ser um animal que é também o “bibelot” do casal que, contudo, também implica encargos relevantes e trabalhos e perda de independência de vida. Ter filhos? Nem pensar, ademais: “trazer uma criança para este mundo tão mau e sem condições, blá, blá…” - dizem, mentido, porque a razão maior deste desapego para com a maternidade e paternidade é, essencialmente, quererem usufruir o hedonismo no seu máximo e ter um filho, para não dizer ter mais, é algo que tem um custo pessoal e financeiro elevado. Se podem usar o tempo e o dinheiro nos prazeres, para quê e porquê ter um filho? - dizem. “O nosso filho é este de quatro patas que não chora, deixanos dormir a noite, não usa fraldas, etc, etc. “- justificam-se. Tem despesas e trabalhos? Sim, tem, mas não são comparáveis às suportadas com um filho e muito menos quando alguns casais corajosos ousam ter mais do que um, como os dois exemplos que aqui cito. Se esta cultura dos nossos adultos jovens, em idade procriadora, já se sentia desde há muito e com os reflexos na progressiva baixa da natalidade, esta crise pandémica veio agravar e de que maneira o futuro da natalidade em Portugal. Estudos recentes revelam, por exemplo, que 91,2% dos inquiridos que têm filhos não quererão ter outro a curto prazo, e aqueles que não têm nem querem ter filhos para já é de 89,8%. Se a pergunta fosse feita, por exemplo:“ter um filho ou um cão”, questão real que muitos jovens casais questionam e discutem entre eles, a percentagem de respostas por um cão seria, provavelmente, de envergonhar os humanos. Aliás, esta mentalidade está cada vez mais enraizada na nossa sociedade e abrange várias idades, incluindo os

“avós dos filhos/cão”, como alguns se intitulam. “Então, meu caro, quando é que o tua filha te “dá” um neto? perguntei. “Ela e o companheiro não estão a pensar nisso e vão adoptar um cão e eu também prefiro. Depois ainda sobrava trabalho para mim.” respondeu. A propósito desta baixa inclinação para a paternidade, cito um pequeno anúncio que há vários anos atrás, passava na rádio, por altura do Dia do Pai (celebrado a 19 de Março), duma marca de preservativos: “Obrigado, Pai, por Não teres usado …(nome da marca)”. Pois é, se os pais daqueles que preferem ter um ou mais cães, em vez de um ou mais filhos, tivessem usado preservativo, eles não estariam aqui para usufruírem deste mundo de que tão mal dizem, mas onde tanto gozam os benefícios deste “mundo mau”. O futuro pós-Covid não vai ser como dantes e muitos ainda não se aperceberam disso e outros estão demasiado desconfiados do futuro. É claro que as condições para ter filhos dificilmente serão melhores do que o antes Covid, mas serão incomensuravelmente melhores daquelas que os pais destes “anti paternidade” tiveram, e cujos pais os criaram e lhes deram tantas coisas! Alguns passaram enormes sacrifícios para darem um futuro bem melhor aos seus filhos e que contra os seus desejos e sonhos não vão ser avós, como eu sou e também os pais da jovem mãe mencionada logo no inicio desta crónica que consegue conciliar, louvese-lhe o redobrado sacrifício, de ter também dois cães, mostrando, como muitos exemplos, que se pode ser pai/mãe e usufruir dos benefícios dos animais de companhia ou, eu prefiro o termo, animais de estimação. Sermos avós, mas avós presentes e participativos, é como ser pai e mãe em segunda mão. Eu, pessoalmente, sentir-me-ia triste, se não fosse avô e um avô como sou. Que felicidade, acreditem! Serafim Marques Economista (Reformado)


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Diversos 3

Quinta-feira 04/03/2021

Câmara de Castro Daire inicia construção de parque aventura Um parque de aventura com um percurso pedestre, piscinas naturais e zonas para várias atividades desportivas vai brevemente começar a ser construído em Castro Daire, com o intuito de atrair visitantes ao concelho, anunciou a autarquia. O município do distrito de Viseu já adjudicou a empreitada para a criação do Pombeira Adventure Park, que "tem como objetivo principal a atração turística ao território através da valorização dos recursos endógenos", em especial dos recursos naturais associados à Rede Natura 2000, ao Rio Paiva e à Serra do Montemuro. A construir no lugar da Pombeira (ponto de interesse da Rota da Água e da Pedra), este parque foi concebido a pensar nos vários segmentos da população, englobando tanto "a vertente do

mero lazer, como a vertente dos aficionados pelas atividades mais radicais", refere a autarquia, em comunicado. Um dos 'ex-libris' do parque será o miradouro da Pombeira, a instalar num ponto considerado estratégico. Segundo a autarquia, "será possível observar o parque em toda a sua dimensão e esplendor, bem como todo o enquadramento natural de toda a envolvente", a partir de um miradouro numa plataforma com 12 metros, nove dos quais suspensos sob a falésia e a cascata da Pombeira, o que criará "a sensação ao visitante/turista de estar a flutuar sob o parque". O Pombeira Adventure Park irá disponibilizar vários equipamentos que permitirão aos visitantes atividades como o 'canyoning', com descida do leito do rio a partir da

zona do miradouro. "Em sentido inverso, a subida até à zona do miradouro será efetuada através da 'via ferrata' que será construída e que acompanhará o curso do rio, subindo e descendo as paredes rochosas, alternando entre a margem direita e esquerda", avança. As duas margens serão ligadas por três pontes que possibilitarão a vista panorâmica das lagoas deste local, acrescenta. A autarquia refere que quem preferir atividades menos radicais tem ao dispor um trilho de aventura circular, com cerca de cinco quilómetros e início e fim no miradouro, que possibilitará apreciar a vista o vale do Rio Vidoeiro "através da caminhada ou, numa perspetiva competitiva, para o treino de 'trail running'". "Contará, ainda, com a ligação

ao percurso pedestre já existente, que permitirá a ligação aos moinhos e à cascata da Pombeira, num ramal de ida e volta, perfazendo a extensão total de 6,2 quilómetros", acrescenta. Com este investimento, a autarquia pretende "o reforço da coesão territorial e da competitividade e, por via da criação de estruturas que contribuam para a associação dos recursos ao território, apostar na melhoria da qualidade de vida das populações, em resultado do aumento do número de visitantes e da dinamização da economia local". O Pombeira Adventure Park funcionará também como Centro de Atividades Outdoor do município de Castro Daire. Neste âmbito, terá um espaço de apoio/receção com parque de estacionamento, "que irá funcionar como a porta de

entrada para as múltiplas rotas disponíveis no concelho para a prática de desportos e turismo de natureza", explica. “Estamos a falar num investimento, numa primeira fase, a rondar os 200 mil euros e que tem um apoio do PROVERE [Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos], através da Valorização e Qualificação da Rota da Água e da Pedra das Montanhas Mágicas, em que a entidade promotora é a ADRIMAG [Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Serras do Montemuro, Arada e Gralheira], em cerca de 80 mil euros”, disse à agência Lusa, no ano passado, o presidente da autarquia, Paulo Almeida.

Gulbenkian reforça apoio à criação artística com 350 mil euros para originais A Fundação Calouste Gulbenkian reforçou este ano o apoio à criação artística de obras originais, para 350 mil euros, nas áreas das artes visuais, cinema, dança e teatro, face às "necessidades atuais" do setor cultural, anunciou hoje a instituição. Em comunicado, a Fundação Gulbenkian adianta que este apoio, que teve um reforço relativamente a 2020, está inserido no conjunto de apoios anuais à cultura, este ano num valor global de 1.150.000 euros, envolvendo também as áreas das bolsas de formação no estrangeiro, apoio a exposições em França, onde possui uma delegação, na capital, e aquisição de obras de arte. Contactado pela agência Lusa, o diretor do Programa Gulbenkian Cultura, Miguel Magalhães, indicou que a Fundação decidiu fazer uma "reorganização dos vários apoios anuais na área da cultura, e abrir os concursos todos ao mesmo tempo", para receber candidaturas até 30 de abril. Assim, ao mesmo tempo, foram abertos os concursos para o apoio à criação artística de obras originais das artes visuais, cinema, dança e teatro no valor de 350 mil euros, os concursos para bolsas de formação no estrangeiro em artes visuais, artes performativas e música, com um valor de 600 mil

euros, e os de apoio à realização de exposições em França, no valor de 200 mil euros, através da delegação da Fundação em Paris. "Houve uma arrumação dos apoios da Gulbenkian que são feitos por concursos distribuídos ao longo do ano, e passaram a abrir todos ao mesmo tempo, o que não acontecia até agora", explicou Miguel Magalhães, acrescentando que, além desta alteração, deu-se um reforço na área do apoio à criação, tendo em conta as circunstâncias atuais do setor da cultura, afetado pela pandemia. Aos apoios, podem candidatarse os artistas portugueses que residam e trabalhem em território nacional ou instituições privadas sem fins lucrativos de produção artística, indica o comunicado da Gulbenkian, acrescentando que a Fundação "pretende chegar a um maior número de agentes artísticos, acompanhando a progressiva multidisciplinaridade da criação contemporânea". Estes apoios, num valor global de 1.150.000 euros, "surgem em linha com o compromisso da Fundação de apoiar os artistas e as suas estruturas de criação, privilegiando os criadores mais originais e inovadores", aponta a Gulbenkian. Para a presidente da Fundação

Gulbenkian, Isabel Mota, citada no comunicado, estes apoios são "uma aposta na continuidade do trabalho e na capacidade de criação dos nossos artistas, em tempos difíceis, bem como um incentivo à formação dos jovens no estrangeiro, através da concessão de bolsas", sublinha. Complementarmente a este apoio, a Gulbenkian acrescenta que mantém a estratégia de

aquisição anual de obras de arte contemporânea para a coleção do Centro de Arte Moderna, que este ano contará com um investimento na ordem dos 500 mil euros. Os concursos nas três áreas de apoio - criação artística, bolsas de formação e exposições em França - estarão abertos até 30 de abril, com informação no sítio 'online' gulbenkian.pt. Em abril de 2020, a Fundação

Calouste Gulbenkian reforçou o apoio de emergência à cultura em 500 mil euros, e atribuiu um apoio à criação no valor de 200 mil euros, para ajudar o meio artístico a enfrentar a crise causada pela covid19, depois de ter disponibilizado um milhão de euros em março desse ano, a ser concedido aos artistas também no quadro do impacto da pandemia na cultura.


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Viseu 4

Quinta-feira 04/03/2021

Assembleia rejeita moção para revogação da cobertura do Mercado 2 de Maio em Viseu A Assembleia Municipal de Viseu rejeitou , dia 1, uma moção, subscrita por PS, CDS, BE e CDU, pedindo a revogação da decisão da Câmara de executar a cobertura do Mercado 2 de Maio, no centro da cidade. “A moção foi rejeitada com uma abstenção, 13 votos a favor e 32 contra”, anunciou o presidente da Assembleia Municipal de Viseu, José Mota Faria, após quase duas horas de discussão do documento apresentado pelo deputado socialista Cristophe Pedrinho e assinada por todos os partidos menos o PSD. O documento defendia que “a cobertura prevista pelo Município para o Mercado 2 de Maio, localizado no coração da cidade de Viseu, estará em profunda dissonância com o lugar, com a envolvente, com a sua história e com a sua identidade, constituindo-se, assim, como um grave e inadmissível atentado patrimonial e urbanístico”. Entre os argumentos, a moção

refere “a megaestrutura em ferro e vidro, com uma grande volumetria e altura, que se destacará do restante edificado, cobrindo uma praça ao ar livre numa área densamente edificada, provocará um forte impacto visual que descaracterizará o centro da cidade”. “Os proclamados benefícios ambientais e económicos decorrentes da instalação de painéis fotovoltaicos na referida cobertura, não apenas não se vislumbram, como também configuram um inaceitável crime ambiental”, aponta o documento. Além disso, sustenta, a intervenção configura “desrespeito cabal pelo trabalho autoral”, nos anos de 1990, dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Pedro Madureira. “Não é compreensível o elevado investimento” – 4,3 milhões de euros – afirmam os subscritores da moção, recordando que a sua posição é partilhada pelo “Movimento Cívico Nacional contra atentado patrimonial na Praça 2 de Maio, em Viseu”, expresso na Carta

Aberta e Petição tornada pública no dia 16 de fevereiro. Após a intervenção dos deputados de todos os partidos políticos e do presidente da Junta de Freguesia de Viseu, o presidente da Câmara, Almeida Henriques, falou para “esclarecer vários pontos de todo o processo” e revelar “a proposta de alteração do arquiteto Álvaro Siza” há 11 anos, aquando do início do processo da requalificação do espaço. “Eu vou desvendar o tal projeto do arquiteto Siza Vieira de alteração. É esta folha e é tão simples como isto: alteração da plataforma de saibro por lajetas de granito, que foi feita, porque na primeira Xiva foi tudo parar à Rua Formosa, mas dão à praça uma mobilidade reduzida, o que é lamentável e tem de ser colocada uma alcatifa para dar algum conforto”. Siza Vieira “previa retirar 12 magnólias à praça” e com esta requalificação “vão ser retiradas apenas duas”, que serão “replantadas

no Parque Aquilino Ribeiro”, assegurou o autarca. O projeto “também previa 24 bancadas de betão armado projetado com estrutura metálica com cobertura metálica e duas águas”, afirmou, adiantando que “o tal projeto fantástico do arquiteto de cobertura que, há 11 anos, custaria 450 mil euros mais IVA à autarquia”. Almeida Henriques lembrou os “vários momentos de discussão pública que o processo teve” ao longo do tempo e que “não houve nenhuma voz a contestar” e sublinhou que “foi a ordem dos Arquitetos que liderou o processo do concurso de ideias”, em 2014, altura em que o autor do projeto assinou uma autorização para o uso dos desenhos. “O arquiteto Siza Vieira, para que não restem dúvidas, no dia 31 de outubro de 2014, assinou uma declaração expressa em que diz que declara para os devidos efeitos que autoriza a utilização dos desenhos à Sociedade de Reabili-

tação Urbana no âmbito do concurso público de conceção, vulgo concurso de ideias, pare revitalização da praça pública do 2 de Maio em Viseu”, realçou. De acordo com o presidente da Câmara, a diferença do atual projeto de requalificação está nos “painéis fotovoltaicos para produzir energia renovável”. “Estava previsto vidro duplo e agora está previsto um vidro fotovoltaico”, que “permite a transparência e a luminosidade” da praça e “a produção de energia renovável para o espaço e outros edifícios”, acrescentou. Almeida Henriques concluiu a sua intervenção, na primeira sessão da Assembleia Municipal via zoom, garantindo que “a obra está consignada e vai até ao fim”, com um custo de 4,3 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus.

Assembleia Municipal de Viseu quer ligação ferroviária à cidade A Assembleia Municipal de Viseu aprovou, dia 26, por unanimidade uma moção que exige ao Governo as “diligências necessárias” para a integração no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de uma ligação ferroviária a Viseu. “A ligação da ferrovia a Viseu, para além de um anseio da região, trata-se de um investimento estruturante e prioritário identificado desde 2014 no PETI3+ [Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020]. Esta ligação reveste-se de maior importância por Viseu ser a cidade a única cidade da Europa, com esta

dimensão, sem qualquer ligação ferroviária”, sustenta o deputado social-democrata. Pedro Alves defendeu ainda no documento apresentado à Assembleia Municipal que se trata, “igualmente, de uma ligação ferroviária reiteradamente assumida, como prioridade, pelo atual e anterior ministro das Infraestruturas e está inserida no plano ferroviário nacional, onde se assume a ligação de comboio a todas as capitais de distrito”. Assim, a Assembleia Municipal de Viseu, de acordo com a deliberação na sua reunião , quer que “o Governo promova as diligências

necessárias para integrar a ligação de Viseu à linha da Beira Alta, no âmbito do PRR, uma vez que se enquadra no âmbito da mobilidade sustentável”. A moção vai, entretanto, ser envia-da para o primeiro-ministro, para os ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital e das Infraestruturas e Habitação e aos “grupos parlamentares e deputados únicos, com lugar na Assembleia da República”. A moção apresentada por Pedro Alves, que também é presidente da distrital do PSD de Viseu, aponta “exemplos de resiliência do interior do país” ao destacar obras

esperadas na região e que não constam no PRR. “O Centro Oncológico de Viseu. Há alguma razão que justifique a sua ausência que não a falta de vontade política? Por que razão não está prevista a nova unidade de internamento para o serviço de psiquiatria no campus do Hospital S. Teotónio?”, pergunta o documento. A moção questiona ainda se “alguém consegue explicar a escolha pela ligação ao IP3 dos concelhos a sul (distrito de Coimbra) e não a conclusão do IC12”, que liga Canas de Senhorim, em Nelas, a Santa Comba Dão, assim como

questiona o motivo pelo qual a “duplicação do IP3 [Coimbra-Viseu] também não consta das prioridades” do PRR. “O Plano de Recuperação e Resiliência e o próximo quadro comunitário seriam ferramentas essenciais que o Governo poderia aproveitar, mas que não quer. (…) Um plano que queria levar a Bruxelas às escondidas dos portugueses e que apenas tem algumas semelhanças com a proposta de Costa e Silva”, acusa.

Zé Gomes "de corpo e alma" como novo treinador do Académico de Viseu Zé Gomes foi apresentado esta segunda-feira como novo treinador do Académico de Viseu, o 16.º e antepenúltimo classificado na II Liga de futebol, e diz estar "de corpo e alma" neste novo projeto. O sucessor de Pedro Duarte, que se demitiu na passada semana, esteve na sala de imprensa do Estádio do Fontelo para se mostrar "confiante" e com "máximas ex-

pectativas" para o trabalho em Viseu. "Deixei uma posição confortável que tinha no Rio Ave para assumir este desafio, e nem sequer hesitei quando recebi o convite", disse, acrescentando que considera estar a dar "mais um passo em frente" na sua ainda curta carreira como treinador. Zé Gomes, 44 anos, tem o nível

4 que lhe permite treinar equipas das competições profissionais e trocou o cargo de adjunto de Miguel Cardoso no Rio Ave para ser o terceiro técnico da época no Académico de Viseu, depois de Sérgio Boris e Pedro Duarte, e não escondeu a ambição que tem para a sua carreira, considerando ser o Académico de Viseu "o clube ideal para me dar essa projeção".

Além dos sub-23 do Rio Ave, e do Rio Ave B, Zé Gomes passou ainda como técnico principal pela equipa do Bragança e assume agora o antepenúltimo classificado da II Liga, mas, apesar da posição delicada dos viseenses na classificação, desvalorizou: "Acredito muito neste grupo de trabalho, há aqui muita qualidade, e gente de muito caráter, que vai fazer com

que rapidamente possamos subir na tabela", disse. "Dependemos apenas de nós, por isso não há drama nenhum", referiu, reafirmando a sua confiança que vai alcançar o objetivo de manter os viseenses na II Liga de futebol.


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5 Regional

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Comunidades Intermunicipais demonstram perplexidade e repúdio Perplexidade e repúdio foram sentimentos demonstrados por algumas Comunidades Intermunicipais (CIM) relativamente ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas há outras que consideram que o documento integra investimentos estratégicos para os seus territórios. Os autarcas da CIM Viseu Dão Lafões mostram-se perplexos por não estarem previstos investimentos “para a competitividade e desenvolvimento desta região, no domínio da saúde, dos recursos hídricos, da rede viária estruturante e das ‘missing links’ [ligações/linhas de comunicação em falta]”. A não inclusão do Centro Oncológico do Centro Hospitalar Tondela/Viseu e da criação e reforço da rede de Psiquiatria e de Cuidados Continuados foram alguns dos investimentos que apontaram. Importa “corrigir a corrente de massificação do eixo litoral” porque, “se não for assim”, será dada, “definitivamente, uma machadada final na coesão territorial e nos territórios de baixa densidade”, alertam. Já os autarcas da CIM do Douro repudiam este plano apresentado pelo Governo por o considerarem uma “fraude”, uma “ilusão” e a “última oportunidade” de inverter o

ciclo demográfico negativo e o isolamento. Os autarcas durienses entendem que “não foram levadas em linha de conta as necessidades, planos estratégicos e de desenvolvimento” da CIM, “condenando as aspirações das mais de 200 mil pessoas desta região e de todo o interior de Portugal”. Para a CIM Terras de Trás-osMontes, o PRR é “um atentado” à região, por deixar de fora as necessidades e pretensões deste território. “Ironicamente, uma estratégia que assume a resiliência económica, social e territorial do país como a principal prioridade, apresenta-se como um atentado à capacidade de resiliência deste território do interior do país”, lamenta. Na sua opinião, “basta olhar para o que está previsto no mapa dos investimentos na ferrovia, defendida como um investimento de futuro para o desenvolvimento do país”, mas que exclui “os distritos de Bragança e Vila Real, os únicos (do país) sem investimentos previstos neste campo”. As críticas da CIM da Região de Coimbra vão para o facto de o PRR ser “muito focado” em investimentos nas áreas metropolitanas e

regiões autónomas dos Açores e Madeira e esquecer, “quase por completo, o resto do país no que toca a investimentos”. Entre os investimentos que consideram estratégicos e prioritários para a competitividade e desenvolvimento da região e que foram esquecidos no PRR, estão a construção da nova maternidade de Coimbra, o porto da Figueira da Foz e a expansão a outros municípios da futura da rede do “metrobus”. Um “veemente protesto” surge da parte do presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Ribau Esteves, pelo facto de a ampliação do Hospital de Aveiro estar ausente do PPR, não aceitando a justificação do PS de que a obra teria de ficar de fora por o documento contemplar apenas medidas que se concretizem até 2026. “Dá para fazer até dois hospitais, assim o Governo o queira”, considera. O presidente da CIM Beiras e Serra da Estrela fala numa “discussão pública de farsa”, apenas “para satisfação do Governo”, e lamenta que os municípios não tenham sido ouvidos. “Esta visão que o Governo apresenta para o país, de facto,

não é para o país, é para partes do país. É para as Áreas Metropolitanas. É para Lisboa, e a grande Área Metropolitana de Lisboa, é para o Porto, e a grande Área Metropolitana do Porto, é para a Madeira e é para os Açores. O resto do território não tem, efetivamente, relevância nenhuma neste programa”, critica Luís Tadeu. Opiniões diferentes têm as CIM do Tâmega e Sousa e do Algarve, que se congratulam pelo facto de o PRR permitir avançar com investimentos estratégicos para as suas regiões. Segundo a CIM sediada em Penafiel, "as prioridades apresentadas pelo PRR para o Tâmega e Sousa garantem um conjunto de investimentos na rede rodoviária da região", entre os quais "a construção do IC35, ligando Penafiel a Entre-os-Rios, a ligação de Baião à Ponte da Ermida (Resende), a variante à EN211, de Quintã (Marco de Canaveses) a Mesquinhata (Baião), com ligação ao concelho de Cinfães, e a variante à EN210, de Celorico de Basto à A7". A estes investimentos somamse a construção da ligação da Zona Industrial de Cabeça de Porca (Felgueiras) à A11 e a melhoria das acessibilidades à Área de Localiza-

ção Empresarial de Lavagueiras (Castelo de Paiva). Também a Comunidade Intermunicipal do Algarve se mostra satisfeita com esta “oportunidade única” para concretizar projetos “há muito aguardados” na região. “São intervenções muito importantes para o território no sentido de esbater e evitar faltas de água, um problema que é cíclico e, cada vez mais, agravado pelas alterações climáticas”, sublinha o seu presidente, António Pina. Na semana passada , a Associação Nacional de Municípios Portugueses apoiou os investimentos na saúde previstos no PRR “para que não se repitam as dificuldades” evidenciadas no combate à pandemia da covid-19. “É necessário dar um outro enfoque à saúde e às condições de trabalho nesta área”, defende o presidente do conselho diretivo da ANMP, Manuel Machado, acrescentando que “estão detetadas algumas fragilidades” do Serviço Nacional de Saúde e que os municípios apoiam “um reforço dos investimentos” em recursos humanos, equipamentos e instalações.

MANGUALDE VAI FALAR SOBRE “VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES ÍNTIMAS E PANDEMIA” Webinar gratuito, inserido nas comemorações do Dia da Mulher No âmbito da prevenção e combate ao flagelo da violência doméstica em contexto familiar, a Câmara Municipal de Mangualde reconhece esta problemática como sendo de extrema preocupação. Assim, e para comemorar o Dia da Mulher, a 8 de março, irá promover um webinar gratuito, dirigido a profissionais de diversas áreas de atuação e à comunidade em geral, tendo como objetivo discutir o agravamento da violência doméstica e de género, dos abusos físicos e psicológicos, causados pela pandemia. O dia será ainda assinalado com uma homenagem a personalidades femininas de destaque na sociedade local, na área da saúde. WEBINAR- Violência nas Relações Íntimas e Pandemia

Por ocasião do Dia da mulher, que se assinala no dia 8 de março, vai ter lugar a conferência online

#Violêncianas RelaçõesÍntimasePandemia. Este Webinar será transmitido em direto no TEAMS e no Facebook da Câmara Municipal de Mangualde. A sessão de abertura está a cargo da Vereadora da Ação Social, Maria José Coelho, que moderará também a conferência, e com a participação presidente da Câmara, Elísio Oliveira, na sessão de encerramento. O Webinar palestrantes:

tem

pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género – na Associação Famílias instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que abordará a temática: Impacto psicológico da Violência Doméstica O webinar é um evento GRATUITO para toda a comunidade. Para participar basta enviar um email para: sofia.vaz@cmmangualde.pt ou sara.saraiva@cmmangualde.pt .

como

Ilda Afonso, diretora do P´RA TI – Centro de Atendimento e Acompanhamento de Mulheres Vítimas de Violência e em 2018 a coordenação do EIR – Emancipação, Igualdade e Recuperação, centro de Atendimento para Vítimas de Violência Sexual, cuja temática incidirá nas Dificuldades no atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, em tempo de Pandemia. Maria Benedita Gomes, Psicóloga Clínica, Coordenadora dos Projetos Agir +, Sinergias, Convergências e DiverCidade, apoiado

Homenagem às Mulheres Locais Como forma de celebrar o Dia da Mulher, o município de Mangualde marca ainda este dia com uma singela homenagem a todas as mulheres que prestam serviços na área da saúde, como forma de agradecimento pelo trabalho abnegado que têm executado em prol dos concidadãos. A cerimónia de homenagem realizar-se-á junto da USF Terras de Azurara, USF de Mangualde, Unidade de Cuidados na Comu-

nidade, Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados e Unidade de

Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia.


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Regional 6

Quinta-feira 04/03/2021

PPR

Municípios da Região de Aveiro criticam "reduzido investimento" na Saúde A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) aprovou, dia 1, o seu parecer na consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (PRR), no qual critica o reduzido investimento na Saúde. Lembrando que o PRR "nasce de uma crise social e económica que tem origem num problema sanitário", a Comunidade Intermunicipal lamenta que o documento não tenha "uma área de investimento nos Cuidados de Saúde secundários ou hospitalares, com exceção para 196 milhões de euros para equipamentos dos Hospitais de Lisboa, Sintra e Seixal". "A Saúde, que assume a Componente 1 do PRR, tem apenas 9,8% da dotação financeira do PRR e 24% da dotação do pilar da resiliência, o que é manifestamente insuficiente e incoerente com a situação que vivemos", critica a CIRA. Os municípios da CIRA consideram que o PRR "padece de um grave deficit de participação do País na sua elaboração e na consideração de propostas apresentadas por diversas entidades", sublinhando que, das oito propostas concertadas e aprovadas pelo Conselho Regional de investimentos considerados estruturantes (e cinco deles na área da saúde), nenhuma foi acolhida no PRR, nomeadamente a ampliação (com Centro Académico Clínico) e ampliação do Hospital de Aveiro no âmbito do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, a primeira prioridade na Região de Aveiro". A CIRA conclui que o PRR enferma de uma visão e de opções centralizadas excessivamente em Lisboa, secun-

darizando os municípios, apesar do seu conhecimento direto do território, em áreas como a "Eficiência Energética em Edifícios" (Componente 13), dotada de 250 milhões de euros exclusiva para a Administração Pública Central. Outros exemplos apresentados são na Componente 17 da "Qualidade e Sustentabilidade das Finanças Públicas", de onde está excluída a Administração Local, na Componente 19 da "Administração Pública: Digitalização, Interoperabilidade e Cibersegurança", ou ainda na Componente 10 da "Mobilidade Sustentável". “É absolutamente urgente definir o modelo de governação do PRR, que deve, o mais possível, assentar em entidades existentes, e que tem de tratar desde já, de estruturar, negociar e formalizar acordos de contratualização da sua execução, nomeadamente com os Municípios e com as Comunidades Intermunicipais, garantindo capacidade de execução em devido tempo”, sublinha. Afirmando o total empenho em materializar a Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial da Região de Aveiro, a CIRA e os onze municípios que a constituem consideram que o PRR é “um instrumento muito importante (…) para apoiar a recuperação social e económica da Região”, sendo que “tem de ser cuidada a sua complementaridade com o Quadro de Fundos Comunitários 2021/2027”. "Matérias como a Defesa Costeira e a qualificação e valorização de zonas sensíveis e delicadas na gestão dos valores ambientais e da presença do Homem, como a Ria de Aveiro e a Ria

Formosa, entre outras, deviam constar dos investimentos do PRR", acrescenta. A Comunidade entende ainda que deve ser fortalecido o pilar das empresas, "com linhas específicas de apoio aos setores mais penalizados pela Pandemia". No que respeita às "Vias para a Competitividade" a CIRA faz ver que deveriam ser incluídas obras como um novo nó rodoviário na A1 e Via Rápida de Ligação para as Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE) de Anadia e de Oliveira do Bairro, e o prolongamento da EN224 para a Murtosa (até à EN109-5), para servir a AAE da Murtosa. "A Ligação Ferroviária entre Aveiro, Viseu, Guarda e Salamanca, com o perfil técnico para ser competitiva face ao transporte rodoviário, é uma aposta fundamental para a competitividade das nossas exportações e para a redução da pegada ecológica deste setor dos transportes", reconhece a entidade que representa a Região de Aveiro, observando que essa ligação ferroviária "ficará ancorada no Porto de Aveiro, que tem de receber mais investimento". São aspetos positivos do Plano a que a CIRA dá relevo no parecer, a inclusão do eixo rodoviário Aveiro Águeda, assim como do "IC35 Sever do Vouga / IP5 (A25)", na "EN333 a ligação do nó de Águeda do IC2 à EN235 em Perrães, para acesso à A1" e a "ligação do Parque Empresarial do Casarão ao IC2". A aposta na Habitação Social é também aplaudida pela Comunidade Intermunicipal da Região.

Movimentos ibéricos querem lítio fora das prioridades do Governo Vinte e quatro movimentos e associações ibéricos que se opõem aos projetos de mineração nos dois lados da fronteira uniram-se para exigir ao Governo português que retire o lítio das prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A participação das organizações na consulta pública do PRR,incidiu sobre a proposta para uma “fileira integrada de lítio e fabricação de baterias” que o Governo português pretende executar em parceria com o Governo espanhol. “Rejeitamos a classificação do projeto como ‘estratégico’ por representar apenas a uma visão centrada da Comissão Europeia, como representante da indústria mineira e da indústria automóvel, mas não corresponde aos desejos das comunidades locais, em ambos os países”, referiram os movimentos num comunicado enviado à agência Lusa. Para estas organizações, a chamada “mineração transfronteiriça” conta

com “um amplo histórico de objeções, incluindo registo de denúncias feitas no passado, devido aos impactos que a mineração pressupõe para ambos os lados da fronteira, tanto em Espanha como para Portugal”. “A mineração a céu aberto e em grande escala implica a destruição de proporções significativas de território, com danos irreparáveis para o ambiente e cujo seu impacte altamente lesivo perdurará ao longo de gerações”, salientaram. Os movimentos e associações de ambos os países rejeitam “veementemente” os projetos propostos atualmente para a extração do lítio, tanto em Extremadura, Galiza (Espanha), como na Beira Interior, em Trás-osMontes e no Minho e dizem que, “sem a anuência das populações, não têm legitimidade para avançar”. No PRR, segundo acrescentaram, “são referidas não só as principais jazidas de lítio e de outros recursos mi-

nerais que se encontram próximas da fronteira, como também alegam que Portugal possui a capacidade de atrair a tecnologia e empresas interessadas na refinação deste metal”. Referiram ainda que o “passo intermédio entre a refinação e a produção de baterias é a fabricaçao ̃ de células de lítio” e que o “Instituto Ibérico de Nanotecnologia (INL) (pertencente aos dois países) está a desenvolver projetos de criaçao ̃ de células de última geraçao ̃ que poderão em breve entrar em fase de testes”. Terminou na segunda-feira o prazo de consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, que prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.


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Saúde 7

Quinta-feira 04/03/2021

Ação de consciencialização alerta para o enfarte agudo do miocárdio A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma nova ação nacional de consciencialização para o enfarte agudo do miocárdio, com o tema “O enfarte também é feminino”. A iniciativa vai ser lançada no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de março, nas redes sociais da Associação, com o objetivo de alertar a população para o facto de esta doença, também, atingir o sexo feminino. “Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. Esta realidade deve-se, em muito, ao estilo de vida contemporâneo. No mundo atual estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade e as mulheres não são exceção, pois muitas vezes vão acumulando funções profissionais e de gestão familiar. Além disso, também os fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, diabetes, menopausa, tabagismo, excesso de peso e sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC. Tal como refere, historicamente, em todo o mundo, o enfarte agudo do miocárdio tem sido considerado uma doença maioritariamente masculina, o

que levou a que, “durante muitos anos, as mulheres fossem subdiagnosticadas e tratadas tardiamente”. “Nos últimos anos, têm sido feitos esforços no sentido de consciencializar a população em geral e os profissionais de saúde, para que se reconheça e se trate de forma célere o enfarte na população feminina. O subdiagnóstico nas mulheres poderá ocorrer devido à maior dificuldade que as mulheres reportam em identificar os sintomas, uma vez que, muitas vezes, ou não sentem uma dor tão intensa ou são capazes de a suportar por mais tempo”, explica Pedro Farto Abreu, coordenador nacional da campanha “Cada Segundo Conta”, em que se insere esta ação. Apesar disto, e de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2018, registaram-se 4.620 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram, maioritariamente homens, com uma relação de 136,2 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média do óbito para as mulheres situou-se nos 81,4 anos. Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2020, foram realizadas 3.817 angioplas-

tias primárias para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, um aumento de 2,5 por cento, face ao ano anterior. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 68 anos, com um índice de massa corporal médio de 29,5, 26 por cento das quais fumadoras. O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Não ignore estes sintomas. Ligue rapidamente 112 e siga as instruções que lhe forem dadas. A ação “O enfarte também é feminino” está inserida na Campanha “Cada Segundo Conta”, promovida pela APIC, que tem como objetivos promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt.

Congresso das Doenças Congénitas da Glicosilação reúne mais de 120 palestrantes internacionais A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e Outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG), em conjunto com a CDG & Allies Professionals and Patient Associations International Research Network (CDG & Allies - PPAIN), vai organizar, de 13 a 16 de maio, a 5.ª Conferência Mundial sobre Doenças Congénitas da Glicosilação (CDG), pela primeira vez em formato híbrido – presencial e virtual. A iniciativa contará com a participação de cerca de 120 palestrantes internacionais, provenientes de várias partes do mundo. “Embora muito provavelmente não nos possamos juntar pessoalmente este ano, devido às contínuas incertezas em torno da pandemia Covid19, estamos a planear o Congresso de forma híbrida. Assim, a opção online assegura o acesso, a equidade e a inclusão de todos os participantes”, afirma Vanessa Ferreira, fundadora da APCDG e co-fundadora e investigadora da rede de investigação CDG & Allies PPAIN. O evento tem como objetivo identificar as principais necessidades e desafios que as famílias CDG e profissionais enfrentam. Pretendendose também conhecer as últimas inovações nesta área de forma a

proporcionar soluções adaptadas a cada doente. "Estamos profundamente gratos a todos os voluntários que estão atualmente envolvidos em assegurar as atividades importantes relacionadas com este evento. Em particular, deixamos o nosso enorme agradecimento aos voluntários do Programa de Voluntariado NOVA Sci & Tech que estão a criar muitos recursos de consciencialização e educação que serão lançados pela primeira vez no decorrer do Congresso. ", afirma Sandra Brasil (investigadora da CDG & Allies - PPAIN e voluntária na APCDG). Além disso, "Andrea Miller da CDG CARE (EUA) deu uma enorme ajuda na definição da agenda, a equipa da CDG & Allies - PPAIN está a assegurar outras operações relevantes relacionadas com a logística e, José Graça a prestar apoio informático. Todos têm sido fundamentais para que o evento seja um sucesso", acrescenta Carlota Pascoal (investigadora da CDG & Allies - PPAIN e voluntária na APCDG). O Congresso de cariz bianual vai ter novidades, como é exemplo o programa Academia “Think Metabolic, Think CDG,” que visa fornecer conhecimentos e competências para que os intervenientes se tornem especialistas

em investigação e desenvolvimento de terapias em CDG. Assim, e de forma a assegurar uma participação ativa na conferência, os participantes poderão alcançar o distintivo de "CDG Expert Level 2". “De dois em dois anos, 450 famílias e profissionais de todo o mundo reúnem-se no nosso Congresso para aprender os mais recentes avanços dedicados ao mundo das CDG. É a oportunidade de muitas famílias terem contacto direto com outras que lutam diariamente por uma melhor qualidade de vida destas crianças e adultos. Este evento também simboliza apoio, força, esperança e amizade.”, conclui Paula Videira (co-fundadora e investigadora da rede CDG & Allies PPAIN). Como foi já referido, na iniciativa vão participar cerca de 120 palestrantes: famílias, associações de doentes, investigadores, médicos, empresas farmacêuticas e especialistas em doenças raras, provenientes de 25 países diferentes. A submissão dos abstracts requer inscrição prévia, que decorre entre os dias 1 de março a 1 de abril de 2021. Para mais informações e inscrições, consultar: https://worldcdg.org/worldconference-cdg

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