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Quarteto de Cordas de Matosinhos em espetáculo conjunto

Espetáculo conjunto com a Companhia Nacional de Bailado, no Teatro Camões, em Lisboa

O Quarteto de Cordas de Matosinhos esteve no Teatro Camões, em Lisboa, para um projeto dinâmico com a Companhia Nacional de Bailado.

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Neste novo programa, a Companhia Nacional de Bailado juntou três coreógrafos, Anne Teresa de Keersmaeker, Fábio Lopez e Alexander Ekman, com percursos, linguagens e estéticas distintas, mas que se ligam entre eles através das partituras das suas obras – diferentes compositores para quartetos de cordas.

A música escrita para quarteto de cordas foi, assim, o elo de ligação entre os três coreógrafos que dão vida aos movimentos dos bailarinos em palco. O Quarteto de Cordas de Matosinhos, presente em cena, esteve encarregue da interpretação musical deste espetáculo.

Não sendo a primeira vez que surge a oportunidade de cooperar em produções de bailado (anteriormente, com a Companhia Nacional de Bailado em 2016 e com a Companhia Paulo Ribeiro em 2021), o Quarteto explorou a sua performance em palco, deixando as habituais quatro cadeiras para uma presença mais dinâmica e participativa juntamente com os bailarinos.

A par da dança, foram escutadas obras de Ludwig van Beethoven em Grosse Fuge (Keersmaeker), espetáculo homónimo da peça musical deste compositor (op. 133, em Sib Maior); de Gavin Bryars em Avant Qu’il N’y Ait Le Silence (Lopez); e em Cacti (Ekman) desde improvisos e fragmentos de algumas obras de L.v. Beethoven, Franz Schubert e Joseph Haydn.

O Quarteto de Cordas de Matosinhos foi criado em 2007 por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos. Desenvolve um importante trabalho de preservação da herança musical portuguesa e europeia, realizando também, nos últimos anos, concertos regulares em igrejas e capelas do concelho, assumindo-se como um instrumento fundamental do objetivo de democratizar a fruição cultural em Matosinhos. Tem atuado nos principais palcos nacionais e europeus, tendo vencido, em 2014, o prémio Rising Stars da Organização Europeia de Salas de Concertos.

Paulo Gaspar Professor Doutor

FIM DAS NOTAS ATÉ AO 9.º ANO

E... se de repente as notas fossem banidas até ao 9.º ano de escolaridade? Melhor explicando… os alunos desde a entrada na escola até ao términus do 9.º ano, não deveriam ter notas. Um dos paradigmas que, de algum modo, “facilitou” o trabalho escolar, porque tudo era resumido à média dos “testes”, deixou de ter qualquer sentido, face à evolução do nosso mundo. Com efeito, todo o percurso da escola foi marcado por palavras, como, “teste”, “prova”, “exame”, de entre outras. Nos tempos de hoje, essas palavras terão de ser “ocultadas” porque não faz sentido hierarquizarmos crianças e jovens pelas notas, não faz sentido compararmos o incomparável. A escola tem de se assumir como a única instituição que privilegia a formação integral das nossas crianças e jovens numa dimensão holística, onde apenas e só importa a evolução pessoal de cada individuo. Assim sendo, qual a importância de etiquetar cada aluno com uma nota? Não nos parece que “uma nota” seja um indicio significativo para quem quer que seja. Ao nível da educação importa que cada ser humano percorra uma série de etapas para desse modo potencializar todas as suas capacidades enquanto ser individual e social. Os professores também têm mudado as suas práticas educativas, embora num ritmo menos acelerado do que o expectável, para desse modo irem ao encontro das necessidades formativas de cada aluno. Todo o trabalho escolar tem a finalidade de contribuir para o desenvolvimento de cada um, de modo a cada percurso ser marcado pela diversidade e onde apenas importa a comparação intraindividual. Nesse sentido o feedback torna-se a palavra central em todo o processo educativo, deixando de existir qualquer tipo de nota para “marcar” a formação de cada um. Feedback para as aquisições, cognitivas, comportamentais, atitudinais, de entre outras, que sejam relevantes para a construção de um ser humano que se quer diferente do atual, de modo a reconstruirmos um outro mundo, mais saudável, num sentido lato. Desse modo, a escola tem o seu foco no percurso aquisitivo de competências de cada aluno, onde se desenham estratégias de reforço e/ou alternativas para se consolidarem competências que se tornem instrumentos de adaptabilidade ao mundo de hoje. Se assim for, para que servem as notas no ensino básico de escolaridade? Ousamos responder…

NÃO HÁ NECESSIDADE DE “DAR NOTAS”!

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