Guia Mangá Universo

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Pr贸logo Um conto que come莽a na Lua


Oh, Romeu, Romeu!

*

Por que és tu, Romeu?

Não há Romeu!

Não temos ninguém para o papel dele.

Não temos muito tempo até o festival de artes...

té 20 dias a do io íc in o ! festival

O que vamos fazer?

* Clube de Teatro! Procuram-se membros!

Colégio Kouki


Bem, é melhor começarmos a pensar em como faremos para encenar a peça com apenas duas pessoas.

Uma peça inteira com apenas duas pessoas? Yamane: 1° ano do ensino médio

Podíamos tentar uma comédia?

Kanna: 1° ano do ensino médio

NÃO! Sorrisos falsos

Pop!

Eu não quero fazer uma comédia. Não há romance em uma comédia!

Acho que um musical está fora de questão...

Romance? Hã?

Memóriaaaaa!* Tão sozinha no canil!

N.T.: Referência à música Memory, do musical Cats, de Andrew Lloyd Webber.


Rejeitei todas as propostas das equipes de esportes para me dedicar ao palco...

Isso é horrível!

Talvez uma equipe de esportes fosse mais adequada a você.

... mas parece que os garotos de hoje não têm nenhum interesse em atividades culturais.

De qualquer forma...

Se não conseguirmos realizar uma apresentação nesse festival de artes... A escola fechará o clube de teatro.

20 dias ! O que foi isso?

Ba r

ulh

o


Oi, Sr. Ishizuka! Sério? Bem, venha, entre!

! u f! P u f P u f! P

Trouxe uma nova aluna que deseja participar do clube de teatro!

Olá!

Nossa!

Esta é Glória! Ela é uma estudante de intercâmbio vinda dos Estados Unidos e acabou de chegar do aeroporto.

5


Não acredito que você é a única pessoa que apareceu!

Como foi seu voo?

Já chega!

Ei! Temos um trabalho a fazer!

Sensei?

Argh!

Glória deseja fazer parte do clube de teatro porque está interessada na cultura japonesa.

Ok, ótimo. Mas que peças podemos encenar com três pessoas?

Por que algumas pessoas têm tanta sorte?

Ela sabe ler japonês, né?

Nem sequer decidimos o que faremos para o festival, mas não vejo como...

* Fantasias

*

6  Prólogo  Um conto que começa na Lua


O que você acha? H esp a bili d de ecia l a de tro : ar ca- tista rá p i da

O que você está fazendo?

Uau! Um kimono!

Bem...

Hoje à noite...

Hã? A Lua...

... será obscurecida por minhas lágrimas!

Ela gosta mesmo do Japão, não é mesmo? E conhece muito de mangá, anime e literatura antiga.

ca l a

Mesmo a maioria dos apaixonados pelo Japão não conhece a história do Demônio Dourado!

frio

s

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Não! Você não deve se aproximar! Kanichi-san!

Ch ute Kanic h i!

Rasteja, rasteja

Uf!

Espere...

Que tal Kaguyahime, do Conto do Cortador de Bambu?

Hã? Essa história não é um pouco infantil?

Não se preocupe. Eu vou adaptá-la!

Vejamos...

8  Prólogo

... Kaguya-hime pode ser uma princesa de uma terra distante!


Isso significa que eu interpretarei Kaguya-hime?

O que você acha, Kanna?

Hummm...

Está bem!

Muito obrigada!

Essa será a festa de boas-vindas de Glória!

rto

A pe

Está bem, está bem!

Bem-vinda ao clube de teatro do colégio Kouki, Glória!

Você sabia que o conto do cortador de bambu é considerado o texto mais antigo da literatura do Japão?

Atuar nessa peça será uma boa oportunidade para Glória estudar a cultura japonesa.

Parece ter nascido uma amizade durante a encenação do Demônio Dourado.

Vamos relembrar o Conto do Cortador de Bambu.

Como você pode imaginar, o Sr. Ishizuka é o professor de literatura japonesa!


A história de Kaguya-hime Há muito, muito tempo, um velho cortador de bambu estava passando por um bosque quando encontrou um misterioso caule de bambu reluzente. Quando ele o cortou, encontrou uma pequena garotinha — tão pequenina que cabia na palma de sua mão. Pensando que os deuses tiveram pena dele e de sua esposa, um casal idoso sem filhos, o cortador decidiu levar a pequena garota para casa, de modo que ele e sua mulher pudessem criá-la como filha. Desse dia em diante, sempre que cortava um caule de bambu, o cortador encontrava uma pepita de ouro em seu interior. Pouco a pouco, ele se tornou muito rico. A garota cresceu rapidamente e, em apenas três meses, havia se tornado uma filha gentil e amorosa.

Como ela cresceu tão rápido?

É um conto de fadas, dãã...

A garota, que se chamava Kaguya-Hime, era tão bela que se tornou conhecida mesmo na distante capital. Muitos pretendentes tentavam conquistá-la, mas ela não estava interessada em nenhum deles. Mesmo assim, cinco desses homens não puderam ignorar sua beleza e pediram sua mão em casamento. Como condição para aceitar o pedido, KaguyaHime solicitou a cada um de seus pretendentes que lhe trouxesse um raro tesouro, impossível de ser encontrado. Naturalmente, nenhum deles teve sucesso.

Quais eram os tesouros?

10  Prólogo  Um conto que começa na Lua

Ah, coisas como uma joia de várias cores, retirada do pescoço de um dragão, algo desse tipo...


Pediram ao príncipe Otomo que encontrasse a joia do dragão, mas ele sabia que se confiasse a tarefa a seus samurais, um deles acabaria roubando o tesouro. por isso o próprio príncipe partiu em seu barco em busca da joia. Porém, no caminho, ele enfrentou uma terrível tempestade. Esse tipo de aventura certamente daria uma história interessante, mas vamos seguir em frente...

O imperador também se interessou por Kaguya-Hime — mas acabou rejeitado como os outros. À medida que os anos passavam, Kaguya-Hime se tornava mais e mais melancólica ao olhar a Lua, e conforme a Lua cheia do outono se aproximava, ela muitas vezes chorava. O velho cortador de bambu estava muito preocupado. Quando lhe perguntava o que havia de errado, ela respondia: “Não sou deste mundo! Venho da capital da Lua e devo retornar para lá quando for Lua cheia”.

e Quando seria Lua cheia?

De acordo com o calendário antigo, seria na 15ª noite do 8° mês. Atualmente, essa seria a lua cheia que acontece em setembro — a Lua da colheita.

Quando soube disso, o imperador tentou capturar KaguyaHime para si, antes que ela retornasse à Lua. Ele cercou a casa dela com soldados, mas guerreiros da Lua desceram e derrotaram seus homens. Antes de partir para a Lua, Kaguya-Hime deu ao velho cortador de bambu uma carta e um elixir de imortalidade que ele deveria entregar ao imperador. Então, os emissários da Lua colocaram o manto de plumas da dama celestial nos ombros de Kaguya-Hime, e todas as suas memórias da Terra desapareceram. Ela retornou à Lua, puxada por uma força invisível. O imperador leu sua carta, mas decidiu que não queria viver para sempre se não pudesse vê-la novamente. Por isso, ordenou que seus homens queimassem o elixir no topo da montanha mais alta do país — aquela mais próxima da Lua. Desse dia em diante, a montanha em que o elixir foi queimado tornou-se conhecida como Monte Fuji, da palavra japonesa para imortalidade (fushi).

A história de Kaguya-hime  11


Agora eu vejo que tipo de história é essa!

É um romance de ficção científica ambientado na antiguidade!!

O Japão é tão legal!

Urgh, é desconcertante ser tão admirada.

Mas Kaguya-hime é, de fato, uma alienígena que veio da Lua — isso é ficção científica.

Quando isso aconteceu?

Bem, não é como se ela estivesse elogiando você...

Há muitas histórias semelhantes em outros países asiáticos, mas... ... uma na qual alguém vem da Lua para a Terra existe apenas no Japão.

12  Prólogo  Um conto que começa na Lua

Essa história também nos faz lembrar do festival Otsukimi da lua da colheita, não é?


Hee hee hee! O que você está fazendo?

O que significa Otsukimi? Apanharam da Yamane

Ela deve ter aprendido isso lendo mangá!

É um festival em que você come bolinhos de arroz enquanto olha para a Lua!

Não, não!

Não é só isso!

Você deixou de fora todo o romance!

A primeira vez em que a humanidade pisou na superfície da Lua foi em 1969, com a tripulação norte-americana da Apollo 11!

Grrrrr

me incomoda Olhar para você nessa fantasia.

Atualmente, qualquer pessoa pode voar para o espaço em um foguete. Kaguya-hime vir da Lua não é mais ficção científica!

O Japão enviou um satélite para orbitar a Lua em 2007!

Seu nome era Kaguya!

A história de Kaguya-hime  13


Viu o que eu quis dizer? Kaguya-hime vir da Lua não é mais tão interessante.

Bem, e se ela viesse de um lugar muito mais distante?

sim! Essa é uma ótima ideia!!

Será um romance do espaço sideral!!

É sério? Você realmente gostou de minha ideia? Há muito tempo eu pensei em me tornar um roteirista...

Não se preocupe! Yamana pode escrever um bom roteiro!

Cócegas

Ha ha ha

14  Prólogo  Um conto que começa na Lua

Não vejo a hora!

Parem com isso!

Cócegas

Entendi, entendi! Sou apenas o professor, velho e invisível... Ai, ai...


Bem, acabei de perceber que não sei muitas coisas sobre o Universo...

...

O que houve? Não conheço muito além da Lua...

Sem problema!

Hã? Mas você não pode me ensinar. Você também não entende nada de ciência!

Ah...

Ha Ha Ha Ha! Confie em mim!! Você é muito insegura! Onde está sua autoconfiança?

Ahá!

Isso mesmo!

A história de Kaguya-hime  15


Sobre o que vocês estão conversando? Não é justo apenas vocês duas entenderem!

Não se preocupe...

Você verá em breve!

Vamos lá!

16  Prólogo  Um conto que começa na Lua


Em uma viagem pelo espaço sideral!

Mas, primeiro, eu estou indo para casa.

me encontrem lá mais tarde!

corre, corre

A história de Kaguya-hime  17


Mitos cósmicos Como as pessoas do Japão antigo sabiam que a Lua era um corpo celestial como a Terra? O Conto do Cortador de Bambu é um conto de fadas japonês conhecido por praticamente todos no Japão. O Conto de Genji, escrito aproximadamente há mil anos, menciona que o primeiro conto de fadas falava da história de um cortador de bambu. Entretanto, não deixa de ser surpreendente que os japoneses antigos acreditassem na existência de uma cidade na Lua, onde viviam pessoas. Por muito tempo, a humanidade acreditou que o Universo era um pequeno espaço que envolvia o mundo em que vivemos. Mapas de tempos antigos mostram corpos celestiais, como o Sol, a Lua e as estrelas, na forma de pequenas entidades presas à superfície de uma concha envolvendo a Terra. Mas, em um Universo como esse, a história de Kaguya-Hime não faria sentido. As pessoas que criaram sua história tinham uma visão diferente do Universo, uma em que a Lua era outro mundo no qual pessoas viviam. Veja a seguir algumas outras visões do Universo em tempos antigos.

Visão do Universo da Índia antiga Na Índia Antiga, as pessoas acreditavam na existência de uma tartaruga que estava sobre uma enorme cobra enrolada e que elefantes ficavam sobre o casco dessa tartaruga, carregando uma Terra hemisférica. Pensava-se que o Sol aparecia e desaparecia à medida que dava voltas ao redor da montanha mais alta, a qual ficava no centro do mundo (o monte Sumeru, que provavelmente representava o Himalaia). A Lua, que era a lanterna do vigia noturno dessa montanha, crescia e minguava dependendo da direção em que se voltava o vigia.

Visão do Universo da Índia Antiga

Visão do Universo do Egito antigo No Egito Antigo, as pessoas acreditavam que Nut, deusa do céu, era sustentada por Shu, deus do ar. Dizia-se que Nut era um símbolo do rio Nilo e que o dia e a noite aconteciam quando o deus do Sol, Rá, percorria o rio em seu barco todos os dias. Pensava-se que a Lua e as estrelas estavam suspensas pelo corpo de Nut.

Visão do Universo do Egito Antigo

18  Prólogo  Um conto que começa na Lua


Visão do Universo da Babilônia antiga Os babilônios pensavam que a Lua e as estrelas estavam presas a um enorme teto em arco, chamado de esfera celestial. A esfera celestial era sustentada pelo monte Ararat e o Sol se movia do leste para o oeste por sua superfície interna.

Visão do Universo da Babilônia Antiga

Na China, onde a Astronomia se desenvolveu primeiro Em contraste com esses Universos imaginários, as pessoas da China e Grécia Antigas tentaram desenvolver modelos científicos do Universo. Foi na China que a astronomia se desenvolveu primeiro. Lá, diversas cosmologias foram concebidas aproximadamente há 2.000 ou 2.400 anos, tendo por base observações dos céus. Duas dessas cosmologias eram chamadas de Gai Tian e Hun Tian. Gai Tian descrevia o céu em forma de domo, como uma redoma, sobre uma Terra hemisférica. Ele era cercado por água (o oceano) e girava uma vez por dia, de leste para oeste em torno do Polo Norte. O Sol também percorria um círculo no céu, e o tamanho desse círculo variava com as estações. Hun Tian, cujo nome significa o céu inteiro, desenvolvia o conceito do Gai Tian, tentando representar de modo mais preciso o movimento dos corpos celestiais. A esfera celestial envolvia tudo como a casca de um ovo, em vez de simplesmente cobrir a Terra como uma redoma, e a variação das constelações, de acordo com as estações, era explicada pela noção de que o Polo Norte se movimentava em vez de permanecer sempre diretamente acima.

Gai Tian: uma cosmologia que posicionava uma redoma esférica sobre a Terra

Hun Tian: uma cosmologia esférica

Na China, onde a Astronomia se desenvolveu primeiro  19


Na Grécia Antiga, onde o tamanho da Terra foi calculado Os gregos antigos tentaram explicar o formato do Universo utilizando o pensamento lógico presente na matemática e física modernas. Um de seus maiores feitos foi a descoberta de que a Terra era um corpo esférico flutuando no espaço. Os gregos antigos também foram os primeiros a calcular o tamanho da Terra. Eratóstenes (que viveu aproximadamente de 276 a.C. a 195 a.C.) foi um estudioso grego importante no Egito durante o período helenístico. Ele calculou o tamanho da Terra utilizando o método que veremos a seguir.

Método de cálculo de Eratóstenes Eratóstenes descobriu um relato dizendo que um bastão, na vertical, ao meio-dia do solstício de verão em Assuão (na parte sul do Egito), não apresentava sombra. Parecia que esse fenômeno podia ocorrer apenas ao sul do Trópico de Câncer, quando o Sol estava no zênite (ponto mais alto do céu). O estudioso, surpreso, se perguntou o que ocorreria em Alexandria, localizada no norte do Egito, e imediatamente realizou o experimento sob as mesmas condições. O resultado foi que a sombra do bastão permaneceu visível. Eratóstenes concluiu, dessa evidência, que a Terra era uma esfera, teoria discutida por alguns estudiosos de seu tempo.

Alexandria

Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio Assuão

Os trópicos e o Equador

Eratóstenes também utilizou suas observações para tentar medir o tamanho da Terra. Primeiro, ele mediu a extensão da sombra do bastão. Com isso, calculou que, em Alexandria, ao mesmo tempo e no mesmo dia, os raios do Sol chegavam de uma direção deslocada na vertical por 7,2 graus. Na sequência, ele fez um homem andar de Alexandria a Assuão e determinou, por seus passos, que a distância entre as cidades era de 5 mil estádios (uma unidade antiga de medida),

20  Prólogo  Um conto que começa na Lua


ou aproximadamente 925 km. Então, ele utilizou a fórmula que vemos a seguir para determinar a circunferência da Terra: 925 km x

360° = 46.250 km 7,2°

Ainda que agora saibamos que a circunferência da Terra tem 40 mil quilômetros, o cálculo de Eratóstenes chegou incrivelmente perto desse valor.

Perpendicular à superfície da Terra

Sol

Raios do Sol

D

Polo Norte

7.2°

Alexandria Assuão

7.2°

Terra

Polo Sul

Método de cálculo de Eratóstenes

Outra versão da história diz que Eratóstenes teve a ideia desse experimento depois de ver os raios do Sol atingindo o fundo de um poço, e não ao observar a sombra de um bastão. Independentemente desse fato, é aceito que ele calculou a circunferência da Terra como sendo de cerca de 40 mil quilômetros, o que é um valor aproximado.

Se a Terra é redonda, a Lua também deve ser É razoável supor que estudiosos como Eratóstenes não tenham sido os únicos a perceber que a Terra era redonda. Certos fenômenos — como o fato de que você não pode ver além do horizonte ou de que o topo da vela sempre surge primeiro quando um barco se aproxima — eram óbvios para pessoas cujas vidas estavam muito relacionadas ao mar, e essas ocorrências são inconcebíveis em uma superfície plana. A Grécia Antiga, onde Eratóstenes vivia, era uma nação marítima cercada pelos mares Jônico e Egeu, localizada não muito longe do mar Mediterrâneo. Ainda que apenas por isso, muitos navegadores gregos podem ter imaginado que o mundo deveria ser redondo. Se a Terra é redonda, a Lua também deve ser  21


Por outro lado, quando pessoas que têm uma boa visão observam a luz atingindo a Lua, podem facilmente ver que sua superfície é esférica em vez de chata. Da mesma forma, se você olhar uma fotografia ampliada, verá gradações evidentes na borda externa da Lua, assim como nos limites de sua sombra. Isso não aconteceria se a Lua fosse chata. Agora, vamos retornar para a história de Kaguya-Hime. O Japão é um país de ilhas, cercado pelo mar. Isso significa que, mesmo em tempos antigos, muitos japoneses provavelmente A Terra redonda reconheciam a existência do horizonte curvo, e, desse fato, poderiam ter concluído que a Terra era redonda. Quando missionários europeus viajaram ao Japão no século 16, tentaram introduzir seu conhecimento científico aos senhores feudais que lá encontraram. Um item que ofereciam como exemplo de seu avanço era um globo. Entretanto, ao contrário da expectativa dos europeus, muitos japoneses não se mostraram surpresos pela sugestão de que o mundo era uma esfera. O fato de o povo japonês observar a Lua e se afeiçoar a ela desde tempos antigos também está evidente em seu folclore, como na A Lua é apreciada pelos japoneses desde tempos antigos história do Coelho da Lua. Ainda que festivais Otsukimi (de veneração lunar) pareçam ter como origem a China, diz-se que o costume de observar a Lua existe no Japão desde o período Jomon (aproximadamente de 14.000 a.C. a 400 a.C.). É provável que fosse reconhecido pelos japoneses daquela época que a Lua era uma esfera. Se a Terra — como a Lua — é redonda e flutua no espaço, então a ideia de que pessoas podem viver tanto na Terra quanto na Lua é uma conclusão natural. Portanto, não é surpreendente que esse conceito surja no conto de Kaguya-Hime.

22  Prólogo  Um conto que começa na Lua


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