Publicação trimestral l dezembro 2020 l número L V I I I (58)
Percurso de sucesso A nossa melhor aluna do 12ºano A Rita frequentou a E. S. Aurélia de Sousa desde o 7ºano, tendo concluído o secundário no Curso de Artes Visuais com a melhor média do 12ºano ( 2019/2020 ). Ingressou, este ano, no Curso de Design de Comunicação. O seu lindo e terno sorriso conquistou- nos no instante em que a conhecemos.
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Sempre sentiste vocação para Artes? Acho que foi a partir da primária, quando vi o meu irmão já no secundário com as disciplinas todas de que eu gostava. Sou mais prática do que teórica. Em pequenina, gostava de desenhar e via o meu irmão e a minha prima e fui descobrindo que era aquilo que eu queria. Tinha boas notas a tudo e podia escolher. A opção pelo Curso de Design da Comunicação, foi um processo difícil e a resolução final aconteceu uma semana antes de me matricular. Como foi o teu percurso escolar? Gostei muito de andar aqui na ESAS, porque os professores são realmente muito competentes e sabem o que estão a fazer. O seu paternalismo ajudou-me a organizar e a evoluir. E as expectativas em relação à faculdade? Estás a gostar? Não sei, por este ano estar a ser diferente do habitual. Eu estava à espera que fosse exigente e está a ser. Estou cheia de trabalhos, é um bocado stressante e o ambiente era o que eu esperava, pessoas diferentes, com objetivos diferentes. Em termos sociais, não, de todo. Tenho aulas com turmas diferentes, com alunos de outros cursos. É difícil a comunicação.
R. Aurélia de Sousa 21, 4000-099 Porto Telefone: 936 411 219 raquelcouto@sapiens-porto.pt
Parabéns, Rita ! atenção nas aulas, redigindo os vossos próprios apontamentos. Assim, conciliar tudo não chega a ser um problema. É importante ter uma atividade extra porque ajuda a ser mais responsável e organizar melhor o tempo. Não deixem de estar com os amigos, é necessário para relaxar, e sair da pressão de “ter de estudar”, “ter de estudar”, mesmo que não possa ser todas as semanas. Não acho necessário ter muitos amigos, mas escolher quem queremos para nos acompanhar. Mais vale ter poucos e bons. Memórias que não te importas de partilhar connosco. Momentos marcantes. O Clube de fotografia com o professor António Carvalhal, no 10ºano. Vale muito a pena. Nós trabalhávamos com a fotografia analógica. Só usávamos uma lata com um furo. Recordo também o Clube Europeu e as viagens que fizemos. Consideras que aqui a ESAS te forneceu os recursos (materiais/humanos) necessários para alcançares o teu sucesso académico?
É isso, está a ser difícil, porque quero falar com as pessoas, causar boa impressão e não é possível. As pessoas vão falando, mas não há o convívio depois das aulas. É mesmo só ir às aulas e vir embora. Ainda assim, tenho poucas aulas em videoconferência, pois a maior parte são aulas práticas. Por vezes, é difícil para os professores manterem a distância, como é o caso da cadeira de Desenho em que precisam de vir junto de nós. O que te vês a fazer no futuro? Ainda não sei o que quero fazer. Desde pequena que estou ligada à música, no canto e no piano, e à dança, no ballet. Neste momento, frequento um curso de três anos no Teatro Musical em Gaia. Sou tímida, mas adoro comunicar. Esta poderá ser uma das minhas opções e o Design, o plano B. Só com o tempo é que vou perceber o que será mais importante e mais seguro para mim. Neste momento, tenho essas duas escolhas em cima da mesa. A pergunta clássica: como conseguias conciliar o ballet, a música e as saídas com amigos e ainda assim ter óptimas notas? No Básico, foi mais fácil; no Secundário, já foi diferente. Não deixar as coisas para a última e estar com
Sentiste que os professores tiveram influência nas tuas escolhas? A empatia com o professor ajuda muito. A tua motivação? Sou uma pessoa muito competitiva e sempre quis dar o máximo de mim, embora não pareça. Queria ver os resultados na pauta, isso faz-me bem. Dar o melhor de nós em qualquer situação e depois logo se vê. Sentiste algum tipo de pressão na escolha do curso da parte da tua família ou da comunidade escolar? Seguir um curso mais prestigiado? Sim. Os meus pais, nem tanto, fui-os preparando, mas o resto da família, sim. Até na escolha das disciplinas do secundário. Mas, se vocês estiverem confortáveis nas vossas escolhas, não se deixam afetar. A escola deu-me espaço e confiança para prosseguir com as minhas dúvidas. Entrevista conduzida pelas alunas, Ana Cândida, Margarida Monteiro, do 9ºB e Rita Araújo do 11º H Equipa Jornalesas
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É o teu 1º ano na faculdade e a situação pandémica não ajuda à socialização.
Aqui na escola, os professores são muito empenhados, fazem sempre o máximo para que a matéria seja dada e que vocês se sintam bem. Querem mesmo saber de vocês, por isso confiem. Quanto aos materiais e equipamentos, os problemas até na faculdade acontecem, principalmente agora que a crise está aí. Isso é normal.
Celebração do 75º aniversário das Nações Unidas (24 de outubro de 2020) “Enfrentamos desafios colossais. Com solidariedade e cooperação globais podemos superá-los. É a razão de ser das Nações Unidas.”
Foto António Carvalhal, prof.
António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas
Foto António Carvalhal , prof.
Foto António Carvalhal , prof.
Foto António Carvalhal , prof.
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Performance realizada pelo 12º J, no dia 19 de novembro de 2020
Salvar Palavras (1)
Orientações para a recuperação e consolidação das aprendizagens, pág. 7. Documento do Ministério da Educação. A Performance realizada foi uma extensão da atividade de desenvolvimento socioemocional de regresso à escola, realizada no início do ano com os objetivos de promover o sentimento de pertença à escola e ao grupo e de estabelecer a ligação a situações do dia a dia.
(2)
Conta Corrente, Virgílio Ferreira.
Performance realizada pelo 12º J, no dia 19 de novembro de 2020, na entrada da escola, entre as 10h e as 10.30h. Cooperaram os professores: António Carvalhal (fotografia), Catarina Cachapuz (construção da atividade e da Performance com os alunos), Luísa Ribeiro (publicação no facebook do Clube Europeu), Maria do Carmo Rola (cartazes), Paulo Moreira (apoio informático e divulgação na Página da Escola), e equipa JornalESAS. Alunos participantes: Carolina Machado, Cristiano Alves, Francisco Cardoso, Joana Coelho, Lia Pedrosa, Luís Neto, Mafalda Alves, Patrícia Machado, Sofia Andrade, Vanda Leite e Vitória Venuto. Catarina Cachapuz, profª de Educação Física
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Aurélia de Sousa respira… “As PALAVRAS estiveram longe da escola durante muito tempo… no nosso regresso, pensamos nas PALAVRAS que mais estimamos e que podem estar em risco de se perderem”(1), num mundo em que tantas PALAVRAS são ditas … mas que parece ter esquecido o valor da PALAVRA. Permanecemos imóveis numa alusão ao tempo em suspenso. Pintamos o preto de branco em sinal de esperança, porque “a função da esperança é preencher o que nos falta” (2). Hoje, vamos ter a oportunidade de salvar as PALAVRAS que são mais importantes para nós. Aceitem a nossa oferta. Tornem-se guardiões das PALAVRAS recebidas. Solidariedade. Criatividade. Convívio. Comunicação. Paciência. Paz. Empatia. Esperança. Amizade. Chuva. Respeito. Normalidade. Esperança. Paciência. Tranquilidade. Positividade. Ajuda. Respirar. Família. Liberdade. Amor. Compreensão. Companhia. Abraço. Intimidade. Saúde. Conforto. Tolerância. Cooperação. Obrigado. Esta é também a nossa forma de evocar os 75º aniversário das Nações Unidas, na esperança de que, como realçou o seu Secretário Geral, o mundo seja capaz de enfrentar os colossais desafios que lhe são colocados, com solidariedade e cooperação.
Foto António Carvalhal , prof.
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Despertares Como dizia Nelson Mandela, “Democracia com fome, sem educação e sem saúde para a maioria é uma concha vazia!”. Lutemos para que, pós-pandemia, o nosso mundo não seja essa concha, que está prestes a estalar e a esvaziar…
Foto do prof. António Carvalhal
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Foto do prof. António Carvalhal
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cordo…regresso à escola…sinto-me dentro de um filme de ficção científica, ou melhor já senti isso anteriormente, quando não podia sair, como se estivesse dentro de uma bolha – protegido – e agora, parece que a cúpula se abriu e vou respirar outra vez… estranho! Este regresso às aulas, depois do confinamento, trouxe-me uma sensação agridoce: se , por um lado, fico feliz por, finalmente, voltar à escola e poder ver todos aqueles que não via há algum tempo, por outro lado, as limitações que nos foram impostas foram de tal modo limitadoras, que me fazem questionar se eu realmente estou feliz por voltar à escola, ou se a ideia de ver toda a gente me engana e eu finjo, para mim, estar contente… O regresso à escola, todavia, não me retira do pensamento todos os outros problemas por que estamos a passar. Curiosamente, aquilo que me faz bem, ou seja, o regresso à vida “normal, também me faz mal, pois tenho consciência de que esse convívio que devia ser saudável, neste momento, é um risco para a minha saúde e para a saúde dos que me rodeiam, dos que convivem e vivem diariamente comigo. Tenho de confessar que a ideia de voltar a ver os meus amigos começava a parecer-me impossível e cada vez mais distante, e isso angustiava-me e entristecia-me… Porém, este retorno não me ofereceu exatamente o que eu estava à espera, trouxeme algo diferente, algo que eu não sei definir quanto ao que me provoca… este “regresso vigiado” é, para mim, uma nova versão da ideia de "interação" que eu julgava conhecer. Hábitos comuns tornaram -se uma sombra do que eram, já não podemos tocar, abraçar ou sequer ver rosto dos outros, para além dos olhos – alguns tristes, outros que fingem estar contentes…Não será tudo o mesmo? Cumpro as normas estabelecidas pela DGS (Direção Geral de Saúde) para impedir que esta pandemia alastre por mais tempo, compreendo-as, aceito-as, sei que elas existem em prol da nossa segurança, mas assentir não é apreciar ou ter prazer…é apenas uma ilusão do que um dia me poderá levar a ser feliz!
Vasco Sentieiro, 12ºG
Dias de incerteza Já conto com 14 dias de confinamento... Cuidem-se, isto vai melhorar…num tempo indeterminado…
vida é incerto, tudo muda de um dia para outro, e, por isso, vivemos num clima de angústia e de pavor. Face aos tempos que correm, o meu lema de vida faz ainda mais sentido: viver um dia de cada vez! Como dizia o poeta clássico Horácio: “...carpe diem, quam minimum credula postero", isto é, “...colhe o dia de hoje e confia o mínimo possível no amanhã”. Cuidem-se, isto vai melhorar…num tempo indeterminado…
R. de Latino Coelho 5, 4000-315 Porto Telefone: 22 536 9301
Diogo Santos, 12ºG
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á conto com 14 dias de confinamento e, pela frente, ainda tenho uns quantos para cumprir. Para além disso, é a segunda vez que volto para casa com a possibilidade de, no meu corpo, deambular o novo “Corona” vírus. Tenho de confessar que sempre que escuto o nome “Corona”, associo-o, primeiramente, ao famoso jogador de futebol (o mexicano, Jesús Corona), e depois caio em mim, rio-me pela infantilidade do pensamento, e lá vem a consciência desta “coisa” que nos faz viver numa rotina muito diferente daquela a que estávamos acostumados, e aí o coração aperta! Acordo todas as manhãs a ter de aceitar que os dias são cada vez mais tristes, já não vejo o sorriso das pessoas, já não há abraços, já não posso comunicar de forma espontânea, sem o devido distanciamento…tanta coisa que já não posso! Olho, através da janela do meu quarto, e verifico que estamos num mundo de contrastes, e que, em tempos de pandemia, se vivem situações extremas: desde pessoas superprotegidas- “cobertas da cabeça aos pés com cinco camadas de máscaras” que quase as impossibilita de respirarem - e observamos outras que continuam como se nada estivesse a acontecer, menosprezando as regras da DGS (Direção Geral de Saúde), propagando o vírus e levando o país a ter de confinar, facto desastroso uma vez que a economia também já se encontra doente. Tendo em conta que esta situação não tem prazo para acabar, será por um tempo indeterminado, creio que nos devemos concentrar nas pessoas a quem chamamos de família (a de sangue e a de coração), principalmente naquelas que já estão cá há muito mais tempo do que nós e que merecem ter uma vida segura, protegida, sem medos. No que me diz respeito, graças a Deus ou graças às medidas que a minha família tem adotado, esta doença ainda não me trouxe grandes tristezas, mas tudo na
Zoé Andrade, 9ºE
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A China pode ser considerada um “milagre” nos números de casos de Covid-19?
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esde o início da pandemia, até 24 de novembro de 2020, já foram infetados 268.721 portugueses, com ainda 80.432 casos ativos, enquanto na China, onde surgiu a Covid-19, só houve cerca de 91.359 casos (incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan). Estes números são mesmo incríveis, se atendermos ao facto de a população chinesa rondar os 1.400 milhões e em Portugal viverem pouco mais de 10 milhões e, ainda assim, o número de casos de infeção em Portugal já quase triplicou em relação ao número do total de infetados na China. Inclusivamente, o número de casos ativos em Portugal está muito próximo do número total de infetados na China.
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Na minha opinião, existem vários fatores que possam explicar esta diferença: Medidas duras (positivas, embora sejam consideradas violação dos direitos humanos, para alguns) rapidamente implementadas no início da pandemia na China, enquanto Portugal o fez demasiadamente tarde, por exemplo, o uso obrigatório de máscaras;
proibição da circulação entre os concelhos; isolamento profilático de todos os que contactam com um suspeito e realização de vários testes (pelo menos três) durante a quarentena; Medidas que foram sendo acrescentadas ao longo da pandemia na China, por exemplo, proibição da circulação nas ruas; medida da temperatura à saída e entrada de qualquer edifício; uso obrigatório do “StayAway Covid” chinesa, em que dá código verde, caso não tenha estado em contacto com infetados para poder circular; controlo na entrada dos estrangeiros e nos produtos importados. Experiência da China em relação à nova Covid-19, pois tem características semelhantes ao Sars-Covid-1, surgido em 2003, sendo que, na altura, foram anotados vários aspetos negativos que não se repetiram nesta nova pandemia, isto é, reagiram da melhor forma possível, o que resultou numa grande eficácia. Além disso, observamos que, mesmo agora na China, com os casos ativos quase inexistentes, (a maioria importados), ainda optam por usar máscaras; medida constante de temperaturas; uso da aplicação “StayAway Covid” e controlo das fronteiras (viagens e importações). Assim, podemos afirmar que dificilmente haverá uma segunda vaga de Covid-19 na China. Dando um exemplo concreto, quando Xinjiang registou 54 casos confirmados nos últimos dois meses, a China tomou medidas significativas para controlar um surto em Kashgar, que fica em Xinjiang, isolou a cidade e testou cerca de 4,75 milhões de pessoas em cerca de três dias, apesar ter só havido 54 surtos. Concluindo, os números chineses da Covid causam grande surpresa, mas seria possível impor medidas tão apertadas no mundo ocidental, por exemplo em Portugal? Penso que é muito improvável. ZhiXu Ni, 11ºF
Bibliografia: https://rr.sapo.pt/2020/10/16/mundo/covid-19-como-explicar-o-milagre-chines-ate-portugal-jatem-mais-casos/noticia/211236/ https://www.rtp.pt/noticias/mundo/covid-19-a-situacao-aominuto-do-novo-coronavirus-no-pais-e-no-mundo_e1277706 https://observador.pt/2020/11/23/ covid-19-china-testa-milhoes-e-impoe-bloqueios-apos-detetar-surtos-em-tres-cidades/ https://tvi24.iol.pt/internacional/coronavirus/covid-19-segunda-vaga-na-china-e-improvavel-diz-
“ Na China, a ditadura do partido comunista explica o sucesso e a autoridade dos meios, do mesmo modo que a liberdade da democracia explica o fracasso, mas o sistema político ou a experiência do SARS não explicam tudo.(…)” “ Tão simples, usar máscara quando não há distância. E nem isto conseguimos fazer. Praça do Marquês de Pombal Tel. 225 022 121
Clara Ferreira Alves , in Expresso , 27 de novembro 2020
Viver em “pandemia” de a ouvir, de a sentir. Regras impostas vieram, enraizaram: hoje, já não nos esquecemos da máscara em casa, já não precisamos que nos lembrem para desinfetarmos as mãos. É quase orgânico, instintivo. Todavia, a nossa essência não se alterou. Os nossos cérebros não são tão fáceis de programar. Por isso, olhamos para o passado com saudade, com desejo. Pela primeira vez, acho que todos desejamos que o futuro seja apenas o passado. O passado confortável, conhecido e inócuo. Mas o passado torna-se mais distante a cada amanhecer. E o futuro ninguém consegue exatamente prever. Ainda assim, “vivemos” todos os dias como se nada se passasse. Forçados, quer pelo ritmo natural da vida, quer pelo que por nós foi criado. Seguimos com o olhar posto no futuro, essa linha imprevisível e distante. Sempre o foi, mas agora a nossa perceção é maior. Deparados com as exigências do “Agora”, acrescidas às incertezas do futuro, sempre apreensivos pela “nova realidade”, começamos a afastar-nos do presente, ainda que a tendência seja olhar para trás…. Porque lá éramos felizes ou, pelo menos, menos infelizes. Encontramo-nos em estado de “dupla pandemia”, uma exterior, provocada pelo Coronavírus, e outra criada por nós e bem presente nas nossas mentes, que se manifesta no pânico, na incerteza, no medo, este sim acompanha-nos para todo o lado… Com a máscara no rosto e álcool-gel no bolso, caminhamos sem saber bem para onde, nem como, nem porquê... somos bonecos ambulantes a dar contas a erros do passado, em que a realidade era outra, a que tanto desejamos hoje! Parafraseando Alberto Caeiro, diria, tal como ele: “Vive, dizes, no presente; Vive só no presente. Mas eu não quero o presente, quero a realidade; Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede” Mafalda Peixoto, 12ºH 1. Eckhart Tolle; 2. Allan Percy
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esde o ano letivo transato que nos vemos confrontados com uma realidade diferente e com um futuro dúbio, incerto, ambíguo… Rapidamente deixámos de pensar nos meses ou dias que viriam, para nos focarmos no dia, na semana seguinte, no viver o AGORA! Como diz um dos maiores escritores e filósofos contemporâneos1, “Seja qual for o conteúdo do momento presente, aceita-o com se o tivesses escolhido. Trabalha sempre com ele e não contra ele. Torna-o teu amigo e aliado, e não teu inimigo. Isso vai milagrosamente transformar a tua vida”. Tentei seguir esses conselhos, mas, na verdade, não foi fácil! Creio que suspendemos, até com alguma leviandade, projetos futuros, cessámos as infindas planificações e procurámos encarar o presente da melhor forma. Encarámo-lo, mas não o vivemos. Pareceu-nos adequado fazê-lo, até porque a realidade era nova e a esperança da sua efemeridade persistia entre nós: “O que o mito de Cronos ou Saturno nos ensina? – o tempo devoranos, e por isso devemos aproveitá-lo ao máximo. Cada ação valiosa que realizamos no dia a dia é uma pedra na boca do velho deus, pois o tempo passa inutilmente para queles que querem perdê-lo 2 . Cronos engoliu os meses e o que consideraríamos ser atípico, anormal, passou a ser a nova forma de viver, a “nova realidade” o nosso “normal. Aquilo que julgávamos ser apenas uma grande dor de cabeça, veio a tornar-se numa enxaqueca crónica… E num piscar de olhos, o verão passou. Passou… e esse “hiato temporal” assemelhou-se a um tempo em que a música de fundo era tão alta que o latejar da nossa cabeça já não era audível, embora permanecesse. Porém, setembro chegou. Atirando-nos para o presente, obrigando-nos a pensar no futuro. Trouxe as reais preocupações quotidianas, com as quais estávamos habituados a lidar… Contudo, a dor de cabeça permanecia. E, com o passar do tempo, agudizava, tornava-se mais desperta… a música já tinha acabado e o único som era a dor intermitente…. Adaptamo-nos a ela, mas não conseguimos deixar
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ós, alunos do 10.º A, estamos preocupados com a crescente poluição relativa à pandemia que estamos a viver. Aqui vão as nossas mensagens de sensibilização:
Máscaras no chão, não!
Não deites as máscaras para o chão, diz não à poluição!
Para o mundo ajudar as luvas e as máscaras deves reciclar!
Para a pandemia desaparecer o ambiente deves proteger!
Pessoas sem coração deitam as máscaras para o chão!
Máscaras e luvas no chão é falta de educação!
Faz uma boa ação e não deites a máscara para o chão! Alunos do 10.º A
Painel da autoria de Sofia Andrade, Vanda Leite e Vitória Souza do 12º J
Poluição por máscaras e luvas
Aurélia sob confinamento
10 l Jornalesas l junho 2020 l L V I I
Os problemas trazidos pela COVID-19 à ESAS
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omos o Hugo, a Inês e a Mariana e vimos lançar um alerta aos alunos da escola. Neste cenário pandémico, é nosso dever respeitar as indicações da DGS – manter o distanciamento social, usar sempre máscara, desinfetar as mãos regularmente e não partilhar objetos pessoais. Com o regresso ao ensino presencial, manifestamos uma grande preocupação quanto à eficácia dos métodos implementados nos estabelecimentos escolares. Salientamos que grande parte dos alunos retira a máscara ao sair da escola e aglomeram-se em grupo não mantendo o distanciamento necessário.
Assim e apesar de todas as medidas preconizadas, temos verificado que os cuidados não têm sido suficientes e propomos a redução dos desportos coletivos ou qualquer atividade que exija contacto dos alunos, a desinfeção do calçado à entrada na escola ou em qualquer pavilhão/sala e a uma maior vigilância para evitar o ajuntamento dos alunos. Em suma, toda a comunidade escolar está a habituar-se às novas regras de prevenção, porém há aspetos a melhorar.
Hugo Cardoso, Inês Silva e Mariana Ribeiro, 12.º A
Setembro Amarelo já passou, e agora? “Vou-me matar nessa aula chata” ou “Quero morrer, está muito quente” podem ser só uma brincadeira, mas podem também ser um pedido de ajuda escondido. Se tu estiveres a sentir-te assim, busca ajuda! Familiares, amigos, professores… qualquer pessoa pode ajudar-te. E se estiveres a sentir-te aflito e com desejo de te autoflagelares, liga ou manda mensagem para uma dessas “hotlines”. Ver página 12 Alguns dados sobre o suicídio: Enquanto tu lias este texto, 3 pessoas mataram-se no mundo. A taxa de suicídios em homens é o dobro da das mulheres, e em alguns países essa diferença é ainda maior. Em Portugal, a diferença é o triplo. A taxa de suicídio aumenta por grupo etário. 1,4 por cento das mortes mundiais é causada por suicídio, porém essa taxa pode ainda ser maior, pois muitos países ainda consideram o suicídio ilegal e, por isso, classificam as mortes por lesão não intencional. O número de pessoas que morrem por suicídio é o dobro de quem morre por homicídio.
11 l Jornalesas
Clarice Fonseca, 11ºI
Foto António Carvalhal , prof.
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á estamos em novembro, o que significa que Setembro Amarelo acabou, faz um tempinho. Isso significa, então, que já podemos parar de divulgar essa campanha e podemos todos voltar a fingir que nada precisa de mudar, certo? Bom, primeiramente, sabes o que Setembro Amarelo significa? Se sabes, já é um bom avanço, porque quase todas as pessoas a quem perguntei para fazer minha pequena pesquisa nem sabiam que existia. De acordo com o site da Direção Geral de Saúde de Portugal, “Setembro Amarelo é uma campanha internacional de consciencialização sobre a prevenção do suicídio, que comporta diversas iniciativas formativas, culturais e desportivas, (...) com o propósito de chamar a atenção da população para esta problemática, combatendo o estigma e promovendo a saúde mental.” Na teoria é lindo, certo? O grande problema é que não está a funcionar, mas já falaremos sobre isso. Essa campanha foi criada no Brasil, em 2014, porém o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio desde 2003. A cor dessa campanha foi inspirada num jovem americano de 17 anos que, em 1994, se suicidou no seu Mustang 1968 amarelo. No seu funeral, os seus familiares e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas que continham mensagens de apoio a quem estava passando pelo mesmo. Em Portugal, apenas em 2017, a cidade de Beja aderiu à campanha, organizada pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) e pela associação ARIS da Planície. Agora já sabes o que esse termo significa, portanto, quais são os problemas da campanha? O primeiro é a falta de divulgação. Não adianta muito ter artigos na net se ninguém os lê e se não tem divulgação nas escolas e ambientes de trabalho. Outro grande problema é que, quem conhece, só fala sobre a problemática em setembro, e então… Entretanto, como quase tudo na vida, já há algum esforço em divulgar a campanha para alertar sobre o problema. Desde carrinhas a palestras que trazem o conhecimento para quem não tem acesso a ele. Esse tipo de projeto também é importante porque ajuda as pessoas a reconhecerem os sinais em si próprias e em alguém próximo e fá-las não se sentirem tão sozinhas. E agora… o que tu, como indivíduo, podes fazer? Primeiro, estuda sobre o tema, os seus sinais e formas de prevenção. Depois, observa ao teu redor! Observa as pessoas, as suas falas, as suas entrelinhas. Presta atenção se alguém está mais calado do que seu normal. Entretanto, lembra-te que nem todas as pessoas que têm depressão ou são suicidas se comportam de forma triste, desanimada… muitas vezes pode ser o oposto, por isso, fica de olho no seu humor depreciativo, suicida. Frases como
O mesmo olhar em tempos "que a dor separou" - ontem como hoje
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os dias atuais, à semelhança de tempos mais distantes, como é exemplo a época dos Descobrimentos, vivemos em permanente inquietude e medo do que poderá vir a acontecer. Este clima incerto, anteriormente vivido pela armada portuguesa que partia em busca do desconhecido, é agora imposto por uma pandemia. Por um lado, uma das semelhanças que se verificam é o facto de as pessoas mais frágeis estarem cada vez mais receosas com a ameaça deste vírus. Tanto os idosos, os quais têm um maior risco de ficar debilitados com esta doença, como as mães, preocupadas com os seus filhos que são possivelmente expostos à mesma diariamente, de forma parecida a esse tempo, desejam apenas que o mal não lhes bata à porta, não tendo grandes meios para
o evitar. Por outro lado, observa-se outro ponto comum: o afastamento das pessoas, nomeadamente de famílias ou amigos. Em período de confinamento, fomos obrigados a ficar longe das pessoas de quem mais gostamos. O mesmo acontecia na época que Luís Vaz de Camões retrata. Tal afastamento pode provocar sentimentos de cariz negativo em nós, visto que o Homem é um ser que necessita de viver em comunidade e de estar em contacto com os outros. Apesar de distintas, estas duas situações ficarão para a História e puseram-nos, sem dúvida, à prova. Gostaria de acreditar que toda a tristeza e receio provocados possam tornar-nos mais fortes e conscientes, aprendendo com ambas as crises. Vera Carminé Gandra, 10.º F
Dica da Clarice Fonseca - 11º I Precisas de ajuda ? 112 é a linha de apoio nacional Voz de Apoio Hotline: (+351) 225 506 070 E-mail Helpline: sos.vozdeapoio@mail.telepac.pt Telefone SOS Palavra Amiga Hotline: (+351) 232 424 282 / 213 544 545 / 912 802 669 Liga grátis - 800 209 899 Telefone da Amizade Porto Hotline: (+351) 228 323 535 E-mail Helpline: jo@telefone-amizade.pt SOS-Criança: Liga 116 111
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Fonte: emaze.com
(consultado em 08/09/2020).
CVV- Brasil https://www.cvv.org.br/ Chat confidencial ou ligação por skype
Atemporalidade da mensagem camoniana
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o observar as estrofes 105 e 106 do Canto I da obra Os Lusíadas e ao refletir acerca da situação pandémica em que atualmente vivemos, pode retirar-se uma conclusão sobre a intemporalidade desta reflexão camoniana. A estância 105 sugere que a vida é incerta, que a qualquer momento tudo pode mudar. Além disso, refere que nós nunca estamos seguros, pois há muitos perigos à nossa volta e nós é que não os vemos, porque eles estão escondidos. Na estrofe 106, é comentado o facto de estarmos rodeados de morte e insegurança e de como não há nenhum lugar em que estejamos resguardados de todo o mal. Com esta situação de pandemia, foi instalado o medo
nas pessoas e a realidade destas alterou-se. Enquanto, anteriormente, podiam sair livremente e interagir à vontade, agora têm de cumprir várias regras e há sempre a possibilidade de serem infetadas. Além disso, a morte está sempre a acontecer e todo o mundo está a sofrer com esta situação. Podemos concluir que, embora estas estrofes tenham sido escritas no século XVI, relatam perfeitamente a situação em que agora vivemos, o que demonstra a atemporalidade da mensagem épica de Camões. Sara Soares , 11ºF
13 l Jornalesas
Texturas do imaginário renascentista - Educação Visual
Estrela Pindo - 9ºE
À descoberta do Irão A cultura Iraniana e o Irão são, relativamente, desconhecidas por parte do mundo.
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cultura Iraniana e o Irão são, relativamente, desconhecidos por parte do mundo. O Irão é muitas vezes confundido com o Iraque, a língua é confundida com o árabe ou é conhecida como “iraniano”, embora a designação correta seja “persa”. Para reconhecer o Irão no mapa, é necessário viajar para o Médio Oriente: é o país que faz fronteira com a Turquia e o Iraque, a ocidente; a Arménia, o Azerbaijão, a noroeste; o Turquemenistão, a nordeste; o Afeganistão e o Paquistão, a leste; com o Golfo Pérsico, a sul. Estes mesmos países são os únicos que celebram o ano novo a 21 de março. A língua oficial é o persa, também conhecida como parse, fársi ou parsi - uma língua que pertence ao ramo indo-iraniano das línguas indo-europeias. É amplamente falado no Irão, no Afeganistão, no Tajiquistão e, em menor escala, na Arménia, Turquemenistão, Azerbaijão, no Bahrein e Paquistão. No entanto, para além de persa, existem outras línguas como azeri, curdo, gilaki, mazandarani, luri, árabe, balochi, turcomeno, Qashqai, Taleshi, Baadi.
Durante o ano, ao contrário do que acontece em Portugal, é fácil notar a mudança das estações, uma vez que existem temperaturas bem definidas para cada estação do ano. O mês mais quente é Julho (22/40.°c) e o mês mais frio é Janeiro (-3/7,°c). Um dos lugares mais quentes do mundo é também no Irão, o Deserto de Lute, ou seja, o deserto vazio. “Em cinco dos sete anos - 2004, 2005, 2006, 2007 e 2009 - a temperatura mais alta da superfície da Terra foi encontrada no deserto de Lute.”, afirma EARTH OBSERVATORY e NASA. O Monte Damavand, situado a 70 km a NE de Teerão e a70 km a sul do Mar Cáspio, é a montanha mais alta do Médio Oriente e o segundo vulcão mais alto da Ásia (depois do vulcão Kunlun, no Tibete). A última vez que entrou em erupção foi há cerca de 7 300 anos. O Irão tem um total de 74,8 milhões de habitantes. A maior concentração populacional localiza-se nas quatro maiores cidades: Teerão (15 milhões de pessoas)(fig2), Mashad, segunda maior cidade, a cidade com maior importância religiosa(fig1), Isfahan, e depois Karaj.
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Dia Mundial da Alimentação (1)
A maior percentagem de alunos (68,7%) disse consumir Leite e Iogurtes ao pequeno-almoço, o que, optando pelas versões magras e light, acaba por ser uma excelente escolha. Já nos cereais é importante escolher as versões com menos açúcares adicionados e, em relação ao pão, escolher uma opção saudável para o acompanhar. O consumo de bolos e os sumos devem ser evitados e a fruta deveria aparecer em maior número de respostas, uma vez que uma alimentação equilibra-
da deve contar com o consumo diário de algumas peças de fruta. Considerando a fruta como um alimento muito importante, analisou-se de seguida a regularidade com que esta era consumida. O mesmo foi questionado em relação aos doces, refrigerantes e fast-food, como hamburgers e pizza. Através da votação obtida, podemos considerar que há ainda, naturalmente, vários aspetos a melhorar, como o aumento de número de peças de fruta consumidas por dia, mas o consumo pouco frequente de doces, refrigerantes e fast-food são aspetos positivos a reter. Pretendeu-se, ainda, tentar obter informações relativamente ao número de refeições e o seu conteúdo, nomeadamente, o número de refeições realizadas e que tipo de lanche realizam de manhã e de tarde, período onde, por norma, estão na escola. As respostas obtidas indicaram que cerca de 94,5% dos alunos tomam as três principais refeições (pequenoalmoço, lanche e jantar). Se adicionarmos a merenda a meio da manhã e o lanche da tarde, a percentagem de alunos que tem as cinco refeições desce para os 84%. Relativamente à ceia, apenas 13% dos alunos relatam comer alguma coisa antes de ir para a cama. Quanto à merenda, apenas 53,9% dos alunos indicaram fazer esta refeição. Esta consiste principalmente em pão, leite ou iogurte e bolachas. O lanche a meio da tarde já é mais frequente, contando com resposta afir-
mativa de 82% dos alunos. Os alimentos prediletos desta refeição são semelhantes aos do lanche da manhã, sendo a fruta apenas consumida por 28,7% dos alunos. De realçar que nenhum estudante mencionou comer batatas fritas em qualquer um dos lanches, tendo os bolos de pastelaria e os sumos percentagens igualmente baixas nas escolhas. É importante realçar que um dos fatores que pode ser responsável pela falta de atenção dos alunos no final da manhã de aulas é a falta de alimentação a meio da manhã.
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ara assinalar o Dia Mundial da Alimentação, que teve lugar no dia 16 de outubro, o grupo de estágio de Biologia e Geologia da ESAS elaborou um questionário a fim de identificar os comportamentos alimentares dos estudantes do 9º ano de escolaridade. O questionário foi respondido eletronicamente, poupando um recurso tão importante como o papel, permitindo a recolha mais célere dos dados estatísticos e respeitando as recomendações da DGS no que respeita ao manuseamento de papel e distância social. Assim, foi possível alcançar 115 alunos do 9º ano de escolaridade, do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa. A maior percentagem de alunos que respondeu ao questionário tinha 14 anos (77,4%); com 13 anos (13%) e 15 anos (9,6%). À primeira pergunta “Com que frequência tomas o pequeno-almoço?”, 76,5% indicou tomar o pequenoalmoço todos os dias, 11,3% dos alunos assinalou tomar 4-6 vezes por semana, 7,8% indicou tomar 1-3 vezes por semana e 4,3% assinalou nunca tomar o pequeno almoço. Devemos relembrar que o pequeno-almoço é uma das refeições mais importantes do dia pois, após o jejum noturno, é essencial restabelecer a energia e os nutrientes necessários para começar um novo dia. À pergunta “Em que consiste o teu pequeno-almoço?”, as respostas obtidas foram as que se observam no gráfico seguinte:
Dia Mundial da Alimentação (2)
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O questionário incluía, também, um rótulo apelando ao espírito crítico e de interpretação dos alunos. Através da visualização do rótulo, 68,7% dos alunos consideraram que se tratava de um alimento não saudável, enquanto 6,1% consideraram-no saudável. 25,2% indicaram não saber avaliar o produto através da leitura do rótulo. A interpretação dos rótulos dos alimentos é crucial, pois permite-nos saber os nutrientes presentes na constituição do alimento. Neste caso, tratava-se de um produto, efetivamente, pouco saudável uma vez que conta com um excesso de açúcares, pois possui 30 g de açúcar em 100 g do produto.
Por fim, e como a alimentação não é o único fator a ter em conta para um estilo de vida saudável, foi questionado se os alunos praticam desporto fora da escola e o número de vezes semanais que o praticam. Os resultados obtidos foram positivos, pois 61,7% dos alunos revelaram fazer desporto fora da escola. O desporto tem crucial importância nesta fase da vida dos jovens, permitindo a criação de amizades e laços socias, a melhoria da autoconfiança e autoestima e o combate à obesidade. Ter uma vida ativa faz com o que desempenho no contexto escolar seja ainda mais produtivo!
Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa
Dia Mundial da Dia Mundial da Alimentação (3) Alimentação 16 de Outubro de 2020 Semanalmente Semanalmente
Semanalmente Semanalmente Semanalmente Semanalmente
Diariamente Diariamente
Diariamente Diariamente
A cada refeição
A cada refeição principal principal Água e infusões 1,5 a Água e infusões a 2 litros pordia 21,5litros por
A água deve ser o hidratante diário de eleição. Bebe 1,5 a 2 litros, o que se traduz em cerca de 8 copos por dia
dia
Estilo Estilode devida vida Atividade física Atividade diária diária 60 min
Equilíbrio Equilíbrio emocionall emocional
Controlo de Controlo de peso peso
Técnicas de culinária saudáveis
Culinária saudável
Descanso Descanso adequado adequado
Biodiversidade e sazonalidade
Biodiversidade e do Produtos tradicionais, amigos ambiente sazonalidade
Convivência Convivência
820 milhões de pessoas não têm alimentos suficientes, enquanto dois mil milhões de homens, mulheres e crianças têm sobrepeso ou são obesos.
Para além do questionário, e para assinalar o dia Mundial da Alimentação, o núcleo de estágio de Biologia e Geologia espalhou, em pontos-chave da Escola Secundária Aurélia de Sousa, cartazes com mensagens importantes para consciencializar a comunidade escolar, contribuindo para a promoção de um estilo de vida mais saudável.
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Ano letivo: 2020/2021 Elaborado por Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia
Trabalho de Mafalda Sanches e de Teresa Catita, 11ºF
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Dia da Filosofia
No dia 19 de novembro comemorou-se o Dia Mundial da Filosofia, levando a cabo uma exposição de trabalhos dos alunos.
Dia da Filosofia Bioética Bioética - é o estudo transdisciplinar entre as Ciências biológicas, Ciências da saúde, Filosofia e Direito, que considera e reflete sobre questões onde não existe consenso moral, por exemplo a clonagem. Clonagem - produção de indivíduos geneticamente iguais. Divide-se em clonagem terapêutica e clonagem reprodutiva.
Argumentos Contra
Argumentos a Favor A clonagem terapêutica teria a vantagem de não oferecer riscos de rejeição se o doador fosse a própria pessoa (ex: substituir o tecido cardíaco numa pessoa que sofreu um enfarte). Diminuição ou fim tráfico clandestino de órgãos. Ajudar casais inférteis que não podem ter filhos, mesmo após anos de tratamento de infertilidade.
Lucius Annaeus Séneca, filósofo da corrente estoica, afirmava que “o homem é uma coisa sagrada para o homem”.
É considerado antiético, pois a probabilidade de tentativas falhadas é muito elevada. A clonagem humana pode criar uma população que envelhece rapidamente. Pode mudar a forma como lidamos com a perda de alguém, pois poder-se-ia substituir essa pessoa por um clone e nunca aceitarmos a morte.
Trabalho de Joana Cabral e Élia Zhang, 11ºD
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Rua Aurélia de Sousa, 49 4000-099 Porto 225024182 - 914185084
Revista da imprensa as nossas escolhas “ O Porto será mais verde, azul e denso? ”
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Este projeto foi apresentado na Câmara do Porto sendo que o arquiteto principal que dirigiu este plano foi o vereador do urbanismo desta instituição, Pedro Baganha. Embora já tenha sido aprovado pelo executivo, a validação final será dada em assembleia municipal até março de 2021. Medidas propostas: A nível dos espaços verdes: Ampliação de parques já existentes como o de São Roque e o Parque da Cidade (crescerá para a zona do queimódromo e com a aquisição de uma propriedade privada). Transformação de logradouros (terreno anexado a uma habitação) em jardins de proximidade. Abertura de um corredor ecológico (faixa de vegetação) entre a Arca d’Água e o Carvalhido. Entidades e privados que abram o seu jardim ao público, de acesso grátis ou pago, receberão em troca benefícios fiscais. A nível da habitação e do desenvolvimento urbano: Vão-se focar no oriente da cidade Invicta, em torno da Corujeira alicerçada em projetos estruturantes como o terminal intermodal de Campanhã ou a ponte D. António Francisco dos Santos, que irá ligar a área a expandir a Oliveira do Douro, em Gaia. O objetivo é ser “uma cidade 15 minu-
tos”, ou seja, que os moradores tenham acesso a parques, comércio e, se possível, ao local de trabalho a um quarto de hora de distância a pé ou de bicicleta. Desejam um maior índice de edificabilidade e relançar a recuperação demográfica, após décadas de debandada de residentes para a periferia. A nível dos recursos hídricos: Colocar trechos de ribeiras a descoberto, não só para fazer coincidir o número de espaços verdes com o número de espaços azuis, como também para ajudar no combate ao fenómeno de cheias face às alterações climáticas, pois a criação de bacias de retenção de águas permite maior permeabilidade dos solos funcionando como uma “cidade-esponja”. O objetivo é uma cidade com mais gente, mais bem servida de transportes coletivos não poluentes, mais serviços e atividade económica forte, de forma a diminuir a deslocação casa/emprego e a haver uma menor dependência do automóvel e, consequentemente, diminuindo a pegada ecológica da mobilidade. Seleção de Sara Soares, 11ºF Adaptado Expresso - Data: 7.11.2020 - Isabel Paulo (https://expresso.pt/sociedade/2020-11-07-O-Porto-sera-maisverde-azul-e-denso)
Revista da imprensa as nossas escolhas
Número de emigrantes portugueses a retornar mais que duplica no 1º semestre de 2020. O número de emigrantes portugueses a pedir repatriação no 1º semestre de 2020 mais do que duplicou em relação ao mesmo período no ano passado. Isto pode explicar-se pela pandemia que vivemos agora. Dado que 14% destas pessoas são emigrantes da Ásia e 63% da África, o seu retorno pode justificar-se por uma procura de mais segurança em termos de saúde. Estes emigrantes retornados pedem ajuda ao Estado português para serem enviados de volta à pátria, sendo que o Governo providencia voos àqueles que não conseguem voltar por iniciativa própria. A longo prazo, o contributo destes cidadãos vai revelarse benéfico para a economia do país, atendendo à fase em que nos encontramos. Por outro lado, num primeiro momento, esta entrada de população traduz-se em mais encargos para o Estado, tendo em conta, novamente, esta fase complicada que atravessamos.
Painel do Jornalesas evocativo do Natal do ano 2020
Número de emigrantes portugueses a retornar mais que duplica no 1º semestre de 2020
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Seleção de Rita Cunha – 11ºF Adaptado de Jornal De Notícias (jn.pt) nov. 2020
Poesia O senhor do poder
Demolidor implacável Destróis tudo Em toda a parte Tudo levas sem aviso Quem te deu esse poder? Quem te disse que és preciso? Vives bem, isso sei eu… Mas vê a dor que causaste! As vidas que já levaste!? É hora de te colheres Devolve ao mundo a sua arte!
Rafaela Sousa - 9ºE
Vírus nómada, trapaceiro Visitas todos sem consultar Invejo essa liberdade Já que a minha vieste roubar
Fabiana Santos, 12ºG
A criação da mente
Rafaela Silva - 9ºE
O amor é uma mentira, Engana tão ferozmente Que chego a crer que é amor A ilusão criada na mente Quem a sente e quem a vive Ao acordar não sente dor Não pela alegria que tem Mas pela crença no amor E num ciclo vicioso A mente brinca sem parar Sendo o homem a cobaia Da sua arte de pensar
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Fabiana Santos, 12ºG
O Museu do Prado As Obras de Arte falam / São Objetos de Comunicação
uma exposição
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ma exposição presente em espaços diariamente percorridos na escola Aurélia de Sousa (16 de novembro a 2 de dezembro), lançava novos desafios a toda a comunidade educativa, o de interromper percursos apressados, mecanizados e o de incitar à permanência num desses lugares, ainda que por breves momentos e num desejo de retorno. Uma exposição de vinte reproduções de obras de arte selecionadas entre as muitas do Museu do Prado, disponibilizadas pela Consejeria de Educación da Embaixada de Espanha, em Lisboa, evento da iniciativa dos grupos disciplinares de Espanhol, Educação Visual e História. As imagens expostas em três dos espaços tão familiares da escola - o átrio, um corredor e a biblioteca - transformaram-nos porque os habitaram temporariamente e con-
vidaram-nos a olhá-las, a lê-las, a refletir sobre as possíveis histórias e sobre as intenções dos seus autores. Autores de objetos que representam, nas palavras de Jorge de Sena, “[…] uma Humanidade Viva, pessoas vivas, pessoas, especialmente pessoas […]”. Realizaram-se visitas guiadas aos espaços expositivos, por uma professora espanhola, elaboraram-se fichas de observação de obra e propôs-se aos alunos a recriação de algumas delas. Através destas actividades, houve a intenção de sensibilizar os alunos para a complexidade e subjetividade da leitura deste tipo de obras, de educar o olhar e promover várias expressões. Aguardemos então pelas atividades que serão e irão estar expostas nesses mesmos lugares. Carmo Pires, profª de História da Cultura e das Artes
Cinanima vai às escolas CINANIMA vai às escolas inseriu-se na 44ª Edição do Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho e teve como objetivo levar aos alunos de todos os níveis de ensino programas de cinema de animação de autor com qualidade artística e de produção, maioritariamente, europeia. Melhorar a literacia fílmica das crianças e jovens faz parte da missão do CINANIMA e este ano, com fortes restrições impostas às Escolas devido à pandemia, o CINANIMA ofereceu, gratuitamente, programas de filmes de curta-metragem, cada um adequado ao respetivo nível de ensino. Entre a ESAS e AG, foram realizadas cerca de 38 sessões de visualização, totalizando cerca de 662 espectadores. Paula Cunha, profª de Educação Visual
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Ler Ciência/escrever Ciência No projeto Ler|Escrever Ciência, o Lugar da Ciência tem apresentado, ao longo dos anos, numerosas sugestões de leitura de ciência e divulgação da ciência, dirigidas quer a alunos do Ensino Básico quer a alunos do Ensino Secundário e, indiretamente, também aos professores. Pretende-se assim estimular a curiosidade individual, a vontade em querer saber mais, em aprofundar o que já se sabe. Procurar mais informação e conhecimento que esclareçam dúvidas e completem outros conhecimentos.
Outra proposta é a da leitura de Os Conceitos Fundamentais da Matemática, de Bento de Jesus Caraça. Na Introdução, o Professor Paulo Almeida, da Universidade de Lisboa, refere que “este livro não é, pois, apenas uma obra de matemática elementar. É sim um livro que, com o pretexto da matemática, visa muito mais longe. A enorme expansão da escolaridade em Portugal no último quarto de século fez dos alunos do fim do secundário e início do universitário a parcela mais importante dos potenciais leitores deste livro. Sendo a matemática sobretudo feita de ideias, encontrará o aluno neste livro um meio de suprir carências e sentir-se-á amplamente recompensado utilizando-o em paralelo com o que vai ou devia ir aprendendo nas aulas.”
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Este ano, as três primeiras sugestões do ano dirigem-se aos alunos que estão a frequentar o 12º ano, leituras muito atuais que podem ajudar a transição, em matemática, da escola secundária para a universidade. A primeira proposta é a da leitura de A Arte de Resolver Problemas, de George Pólya. O livro é uma reflexão sobre a resolução de problemas de matemática que pode contribuir para o desenvolvimento das nossas capacidades de os resolver e de compreender os métodos usados na sua resolução. O autor distingue quatro momentos principais na resolução de um problema: 1. Compreender o problema; 2. Conceber um plano para o resolver; 3. Pôr o plano em execução; 4. Analisar a solução encontrada. Em cada uma destas fases, o autor apresenta várias sugestões. Diz o autor que “só as grandes descobertas permitem resolver os grandes problemas, mas há sempre um pouco de descoberta na resolução de qualquer problema. Um problema que vos é apresentado pode ser simples, mas, se ele desafiar a vossa curiosidade e exigir criatividade, quem o conseguir resolver pelos seus próprios meios experimentará o gosto da descoberta e a satisfação e o prazer de o ter conseguido. Estas experiências, em determinadas idades, poderão gerar o gosto pelo trabalho intelectual e deixar, na mente e no caráter, marcas para toda a vida.”
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índice
Finalmente, sugere-se a leitura de Introdução ao Pensamento Matemático, de Keith Devlin. O tradutor, o professor emérito da Universidade de Évora, Augusto Franco de Oliveira, no prefácio da tradução o tradutor, diz que “o público-alvo deste livro são os alunos dos anos terminais do ensino secundário e dos cursos préuniversitários e politécnicos de introdução à matemática, os chamados cursos de transição. Distingo três características singulares da obra: a parte relacionada com o rigor (ou precisão) da linguagem e alguns aspetos da lógica elementar; a explanação acessível mas rigorosa dos conceitos lógicos básicos (conectivos e quantificadores), …; uma breve introdução a alguns métodos de prova mais comuns, exemplificados com resultados simples e muito claros. O livro … é para ser estudado persistente e intensamente pelos alunos de transição. Além disso, pela sua natureza e conceção, pode constituir um instrumento cultural útil para outros públicos cuja formação matemática não ultrapassou os anos terminais do secundário.” No prefácio da obra, o autor diz-nos que « os matemáticos, cientistas e engenheiros precisam de “fazer matemática”. Mas, para a vida no séc. XXI, toda a gente beneficia em certa medida de ser capaz de pensar matematicamente. (O pensamento matemático inclui o pensamento lógico e analítico, bem como o raciocínio quantitativo, todos eles constituindo aptidões cruciais.) É por isso que tentei tornar este livro acessível a qualquer pessoa que quer ou precisa estender e melhorar as suas aptidões de pensamento analítico. […] O objetivo principal deste livro, …, é ajudar a aprender como se deve abordar um problema novo, que não se encaixe perfeitamente em qualquer modelo já familiar. Tudo se resume a aprender a pensar (sobre um dado problema).» Enquanto os dois primeiros podem ser requisitados na Biblioteca, o terceiro pode ser encontrado nas livrarias e pode muito bem ser incluído numa lista de presentes a enviar ao Pai Natal. Vai sempre a tempo. Carlos Morais, professor de Matemática
Percurso de Sucesso
2
Salvar Palavras
4
Despertares
6
Dias de incerteza
7
China, milagre?
8
Viver em pandemia
9
Poluição
10
Setembro amarelo?
11
O mesmo olhar (…)
12
A temporalidade (…)
13
Irão
14
Dia Mundial da alimentação
15
Dia da Filosofia
18
Revista da Imprensa
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Poesia
22
Museu do Prado
23
Desporto escolar
24
Ler Ciência /Lugar da Ciência
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Programa assistentes Francês
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Programa de assistentes de Francês O Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa aderiu ao Programa de Assistentes de Francês o qual começou no dia 9 de outubro e está previsto acabar no dia 6 de maio. Os principais intervenientes são: a Assistente, Laura Barradas, a professora-tutora, Isabel Araújo, e todo o grupo de professores de Francês do agrupamento.
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Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa aderiu ao Programa de Assistentes de Francês, o qual começou no dia 9 de outubro e está previsto acabar no dia 6 de maio. Os principais intervenientes são: a Assistente, Laura Barradas, a professora-tutora, Isabel Araújo, e todo o grupo de professores de Francês do agrupamento. Este programa abrange escolas de norte a sul, distribuídas pelo Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. No país, estão catorze assistentes, dos quais apenas dois estão na cidade do Porto. Cada um dos assistentes tem um horário de doze tempos letivos distribuídos pelas turmas que tenham o Francês como opção, sendo todas elas do 3º ciclo. No Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa, a Assistente colocada é uma jovem oriunda da região de Paris. Este programa é promovido pela Direção Geral da Educação, pelos serviços regionais da DGEstE, e pela Embaixada de França – Institut Français du Portugal (IFP), parceiro neste programa bilateral luso-francês. Os principais objetivos deste programa são: a divulgação e a promoção da língua e cultura francesas bem como o desenvolvimento das competências comunicativas dos alunos, designadamente ao nível da oralidade. Também nesse sentido, os alunos foram motivados para participarem no “Club de français”, que a Assistente em colaboração com o grupo de Francês dinamizará, registando-se já vinte e quatro alunos inscritos. Este clube funcionará à distância através da plataforma Classroom nos seguintes horários: terça-feira e quarta-feira (17h-18h); quinta-feira (16h-17h). Foi também criada uma conta Instagram @clubdefrancaisaureliadesousa. Rodrigo Neuparth, em colaboração com o 8.º D1
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sta experiência é completamente nova para mim, mas estou a adorar! Escolhi participar neste programa, pois mais tarde gostaria de ser professora de Francês. Enquanto assistente de francês, o meu objetivo é fazer com que os alunos conheçam melhor a cultura e a língua francesas. Devido à pandemia, não podemos realizar algumas atividades na sala de aula. No entanto, tenho feito o meu melhor para me conseguir adaptar e transmitir aos alunos conhecimentos através de atividades lúdicas e divertidas. No Classroom e no Instagram, tento partilhar músicas, filmes e muito mais. Estou a gostar muito de estar na cidade do Porto. Os professores e os funcionários têm sido impecáveis comigo. A maior parte dos alunos está a aderir ao máximo a este projeto, o que me deixa muito feliz. Esta experiência está a ser realmente muito enriquecedora. Laura Barradas, Assistente de Francês
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ette expérience est totalement nouvelle pour moi, mais je suis en train d’adorer! J’ai choisi de participer à ce programme car plus tard je voudrais être professeure de Français. En tant qu’assistante de Français, mon objectif est de transmettre aux élèves tout ce que je sais à propos de la France et de la langue française. En raison de la pandémie, on ne peut pas faire certaines activités dans la salle de classe. Cependant, je fais de mon mieux pour m’adapter à cette nouvelle réalité, tout en faisant avec les élèves des activités ludiques et amusantes. Sur Classroom et Instagram, j’essaye de partager des musiques, films et plus encore. J’adore la ville de Porto. Les professeurs et les fonctionnaires de l’école sont impécables avec moi. La plupart des élèves se donnent à fond dans ce projet, ce qui me rend très heureuse. Cette expérience est vraiment très enrichissante.
FICHA TÉCNICA
Editorial
Coordenadores: Anabela Braga da Cruz (profª) Carmo Rola (profª), Filomena Moreira (profª) e Julieta Viegas (profª)
Todos por todos
Revisão de textos: Filomena Moreira (profª) e Anabela Dias Cruz (profª)
Uma das extraordinárias características dos seres humanos é que no momento mais difícil das nossas vidas, quando todos os nossos sistemas de apoio parecem estar a desmoronar-se, temos a inteligência de observar a realidade, analisar os problemas e retirar as lições que podem fazer de nós pessoas melhores, enquanto indivíduos e enquanto coletivo. Os tempos de pandemia que vivemos trocaram-nos a volta aos comportamentos e às rotinas. Ameaçam-nos com a crise da economia mais profunda dos últimos cinquenta anos. Perturbam a construção de territórios de afectos e das redes de relação social. Enchem de sombras os projectos futuros e as ambições mais apetecidas. Fazem-nos temer por quem amamos. E, no entanto, somos capazes de aprender as lições que os dias de hoje nos ensinam e, tendo sido obrigados a mudar de vida à força, aprendemos que há algumas coisas que podemos fazer melhor, viver melhor, pensar mais além. A primeira lição é a de que este é o tempo do outro. Um tempo em que as mais pequenas decisões que tomamos são feitas a pensar no bem da outra pessoa, aquela que passa por nós na rua, e aquela com quem nos costumamos cruzar no elevador; a outra que se senta na secretária ao lado da nossa; mais aquela com quem gostamos de partilhar a risota à hora do almoço; a que nos dá ainda um beijo ao deitar na cama, e ainda aquela que nos costumava oferecer um chocolate às escondidas, no tempo em que éramos criança pequena. É a pensar no bem de todas essas pessoas que hoje nos organizamos de modo diferente. Escondemos o sorriso por trás de uma máscara, evitamos ficar demasiado perto, vamos a correr lavar as mãos assim que chegamos a casa, deixámos de nos enroscar no mimo dela, adiamos festas e encontros. E crescemos como pessoas melhores porque somos capazes de refrear os nossos gestos do costume por amor da outra pessoa. Este, que é o tempo de pensar o outro e é, também, o tempo mais desesperado. Os concertos que não se realizam, os restaurantes e cafés que sucumbem à falta de trabalho, as exposições que ficam vazias, os hotéis que não recebem hóspedes, as rotas de transportes aéreos e terrestres que são canceladas, os animadores culturais despedidos da forma mais cruel, o pequeno comércio que perdeu clientes, todos juntos, correspondem a milhares de famílias que ficaram sem rendimento. Sermos capazes de pensar o outro na nossa esfera privada tem que traduzir-se do mesmo modo, em pensar o outro na esfera pública. Sermos capazes de exigir uma sociedade que se organize em função de responder às necessidades de todos, em que todos somos por todos. Nada disto é compatível com as tentativas de ressuscitar ideias de elitismo, de xenofobia e de racismo. É precisamente o inverso, que os tempos exigem. Não é aceitável que alguém seja excluído dos apoios do estado, quando sabemos de tantos que vivem este tempo de pandemia em vãos de prédios, nas arcadas de edifícios, na maior desproteção. Temos uma obrigação com o outro, a de uma sociedade que se organiza melhor para que nos possamos proteger a todos.
Capa: Foto de António Carvalhal Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) Equipa redatorial: Alda Macedo, profª de Inglês; Anabela Braga da Cruz, profª de Português; Carlos Morais, prof. de Matemática; Carmo Pires, profª de História de Arte; Carmo Rola, profª de Desenho; Catarina Cachapuz, profª Ed. Física; Clarice Fonseca, 11º I; Diogo Santos, 12ºG; Élia Zhang, 11ºD; 9ºE; Fabiana Santos, 12ºG, Filomena Moreira, profª de Português; Hugo Cardoso, 12ºA ; Inês Silva, 12ºA; Isabel Araújo, Profª de Francês; Joana Cabral, 11ºD; João Pedro, prof.de Biologia; José Fernando Ribeiro, prof. Português; Laura Barradas, Assistente de Francês; Lucinda Motta, profª de Ciências; Mafalda Peixoto, 12ºH; Mafalda Sanches, 11ºF; Mandana Emadinia, 9ºB; Margarida Monteiro, 9ºB; Mariana Ribeiro, 12ºA ; Núcleo de estágio de Biologia e Geologia da ESAS; Paula Cunha, profª de Ed. Visual; Rita Castro, exaluna da ESAS; Rita Cunha, 11ºF; Rita Teixeira, profª Coordenadora do Desporto Escolar; Rodrigo Neuparth ; 8ºD ; Sara Soares, 11ºF; Teresa Catita, 11ºF; Turmas: 8ºD; 10ºA; 10ºH e 12ºJ; Vasco Sentieiro, 12ºG; Vera Carminé Gandra, 10.º F; Victor Ferreira, prof. de Filosofia, ZhiXu Ni, 11ºF e Zoé Andrade, 9ºE Outros colaboradores: Ana Cândida, 9ºB; Margarida Monteiro, 9ºB; Rafael Morais, 12ºC; Rita Araújo, 11ºH; Sofia Andrade, 12ºJ; Vanda Reis, 12ºJ e Vitória Venuto, 12ºJ. Ilustrações: Estrela Pindo, 9ºE; Rafaela Silva, 9ºE; Rafaela Sousa, 9ºE e Zoé Andrade, 9ºE Fotografia : António Carvalhal, prof. Clube de fotografia Financiamento: Brun’s l Pão Quente; Café Onital; Clínica Dr. Alberto Lopes l Psicologia l Hipnoterapia; Doce Alto l padaria. pastelaria. take-away Estrela do Lima l Café Restaurante; Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Estudio Tai Chi Center l Taichi. Pilates. yoga; Glam l Instituto de Beleza; Jaime Loureiro & filhos Lda l artigos de escritório ; Sotinco l Tintas; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; UrbanClinic l Estética; Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.
dezembro. 2020 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas) ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com
Alda Macedo , profª de Inglês
2,50 € Os textos para a edição L V I I I (58) do Jornalesas foram redigidos segundo as normas do acordo ortográfico