Publicação trimestral l junho 2021 l número L X (60)
É fraqueza desistir-se da cousa começada Luís de Camões1 O texto seguinte foi o contributo do Lugar da Ciência para o Livro das Memórias da Escola Secundária Aurélia de Sousa, em bom tempo organizado pelas professoras Fátima Candeias, Fernanda Melo e Elsa Rocha. São memórias que assinalam uma parte da vida da ESAS, mas também é informação disponível aos curiosos que querem conhecer a evolução da ESAS, da Escola e do Sistema de Ensino. Sendo o texto que a seguir se apresenta uma síntese da atividade do Lugar da Ciência desde a sua fundação, em 2008, até à integração da Escola Secundária Aurélia de Sousa no Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa, ele é também um contributo para a sua história, uma achega ao conhecimento do seu já longo percurso de vida autónomo, das suas atividades, dos seus intervenientes e do modo de envolvimento de outros, quer a nível interno, quer externo.
LUGAR DA CIÊNCIA “A ciência é uma narrativa humana como a literatura ou a pintura” Marcelo Gleiser, em entrevista ao Jornal Público de 5 de Julho 2011
“…hás de me dizer se é cada coisa para seu lado ou se isto anda tudo ligado” Sérgio Godinho, Isto Anda Tudo Ligado do disco O Irmão do Meio
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Vemos, ouvimos e lemos. A Escola Secundária Aurélia de Sousa (ESAS) tem tido uma procura regular de alunos interessados em frequentar cursos de Ciência e Tecnologia do Ensino Secundário manifestando, muitos deles, a vontade de concretizar um percurso universitário nessas áreas. A grande maioria desses alunos são curiosos, empenhados e informados, têm vontade e prazer em querer saber mais. Embora muitos deles tenham gosto em participar em atividades, em particular nas que envolvem Ciência e Tecnologia, sabemos também que muitos outros podem vir a ser mais interessados e curiosos deixando-se mobilizar para a cultura científica e tecnológica e deixando-se envolver em atividades curriculares e extracurriculares de Ciência e Tecnologia.
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Desde há vários anos que é valorizada a importância da Ciência e Tecnologia na sociedade e na formação pessoal e social do estudante por ajudar a compreender o mundo atual nas suas vertentes social, tecnológica e científica, como fator de desenvolvimento local e nacional, e como elemento de afirmação internacional. São conhecidas, por exemplo, as acções levadas a cabo neste sentido, desde 1995, pela Agência para o Desenvolvimento da Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva, a criação do Pavilhão do Conhecimento e de Centros de Ciência Viva por todo o país.
Citado na abertura do livro das Memórias da Escola Secundária Aurélia de Sousa.
Em 2008/09, não pudemos ignorar. Um grupo de professores do antigo Departamento de Matemática e Ciências Experimentais da Escola Secundária Aurélia de Sousa decidiu apostar na criação de uma estrutura escolar vocacionada para a divulgação da Ciência e Tecnologia, como espaço aberto a iniciativas que mobilizassem as áreas disciplinares referidas, constituído por professores e estudantes interessados em participar na promoção e na divulgação da cultura científica e tecnológica na escola. Constatouse então que existiam condições efectivas na ESAS para a promoção do gosto pela descoberta, pelo conhecimento e pela experimentação científica, aberto à difusão na escola de informação sobre Ciência e Tecnologia, aberto à criação de novos públicos apreciadores das referidas temáticas. Criou-se assim um ambiente propício ao desenvolvimento de um projeto de Ciência e Tecnologia partindo-se de experiências anteriores de organização de Semanas da Ciência e Tecnologia e de outras atividades curriculares e extracurriculares, facto que pareceu ser suficiente para se acreditar que os passos seguintes seriam concretizáveis, teriam sucesso.
Com o apoio efetivo da Direção da Escola, fundouse o Lugar da Ciência (LdC) tendo como principal missão mobilizar/sensibilizar a comunidade escolar para o desenvolvimento de competências nas áreas científicas e tecnológicas, fomentando a curiosidade, o espírito científico e a vontade dos alunos em aprofundar conhecimentos. O Lugar da Ciência foi definido como estrutura da Escola Secundária Aurélia de Sousa aberta a todos os que nela quisessem participar, aberta a todas a iniciativas que envolvessem áreas disciplinares como a Matemática, a Física, a Química, a Biologia, a Geologia, a Astronomia e a Informática/Robótica. O Lugar da Ciência constituiu-se desde logo como um movimento de voluntários, interessados no conhecimento científico, na experimentação e na aplicação da ciência, entusiasmados pela ciência e tecnologia, na sua promoção e divulgação na escola. Neste contexto, decidiu-se alargar a ação do LdC envolvendo, sempre que possível, outras áreas disciplinares escolares, num entendimento de que a cultura científica e tecnológica é parte integrante do desenvolvimento pessoal, social e cultural de todos. Decidiu-se também que toda a ação do LdC deveria procurar a colaboração e o envolvimento de professores de instituições do ensino superior e de investigadores interessados na divulgação da ciência e da tecnologia. De facto, desde a sua cons-
tituição que o Lugar da Ciência ESAS tem contado com a presença regular e o apoio de professores e investigadores da Universidade do Porto (Faculdade de Ciências, Faculdade de Engenharia e Faculdade de Medicina), da Universidade de Coimbra (Faculdade de Ciências e Tecnologia), da Universidade de Aveiro, da Universidade do Minho, da Universidade de Lisboa e do Instituto Politécnico do Porto (Laboratório de Sistemas Autónomos do Instituto Superior de Engenharia do Porto e Instituto de Vila do Conde). Mas também de Institutos de Investigação como o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), bem como de professores, estudantes, encarregados de educação e antigos alunos da escola. Em abril de 2008, dos seis projetos preparados pelo grupo de professores envolvido no arranque do projeto LdC, cinco foram apresentados ao concurso Ciência na Hora, aberto pela Agência para o Desenvolvimento da Cultura Científica e Tecnológica Ciência Viva. Três foram aprovados e apoiados: Põete a andar robô, Matemática: estudar, experimentar, descobrir e Aquaurélia. Desde então são organizadas pelo LdC atividades curriculares e extracurriculares de divulgação de Ciência e Tecnologia iniciando cada ano letivo com uma palestra proferida por um professor convidado, numa sessão que tem marcado o arranque das atividades do ano do LdC e da Semana da Ciência e Tecnologia. Esta Semana, uma das atividades do programa anual do Lugar da Ciência, tem constituído um momento importante de promoção de actividades de divulgação da ciência e da tecnologia junto da comunidade escolar, tem sido também um momento de grande mobilização de estudantes e professores. Realizada anualmente, esta Semana da Ciência e Tecnologia ESAS tem tido sempre como referência as Semanas da Ciência e Tecnologia celebradas nas Universidades, nas Faculdades, nos Institutos de Investigação e nos Centros Ciência Viva espalhados pelo país, tendo como calendário de realização a semana que inclui o dia 24 de novembro, dia em que se comemora o nascimento do professor Rómulo de Carvalho, dia instituído em Portugal como Dia Nacional da Cultura Científica e Tecnológica.
Lugar da Ciência, Carlos Morais
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Não podemos ignorar.
Ao longo destes quatro anos de actividade, foram tratados nas Semanas da Ciência e Tecnologia ESAS numerosos temas, entre os quais destacamos temas de matemática, física, astronomia, biologia, geologia, medicina, botânica, robótica, informática e energias. Além da Semana da Ciência e Tecnologia ESAS, já foram realizadas dezenas de atividades, como, por exemplo, Aquaurélia, Carro solar, Ciência em tradução, Ciência filme a filme, Ciência Semana a Semana, Concurso: Logótipo Lugar da Ciência, Ecoaurélia, Espalhem a Notícia, Filosofia, Ciência e Tecnologia, Genética no Laboratório, Jogos Matemáticos, Ler Ciência, Jogos Romanos de Tabuleiro, Lugar da Ciência no Jornalesas, Matemática: estudar, experimentar, descobrir, Põe -te a andar robô, Semana da Energia, Sorrisos amarelos, Tardes de matemática, etc. Em 2012/2013, a Escola Secundária Aurélia de Sousa estará envolvida em quatro projectos ESCOLHER CIÊNCIA (EC) financiados pela Agência para o Desenvolvimento da Cultura Científica e Tecnológica Ciência Viva: EC – Círculos de Matemática (FCUP); EC – Escolher Química (FCUP); EC – Robôs em Movimento (FEUP); EC – Escola Científica (IPATIMUP).
Ainda em 2012/2013, já como Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa, candidatar-se-á com o projecto Fazer Melhor, Aprender Mais – contribuir para a melhoria das aprendizagens – ao projeto EMA da Fundação Calouste Gulbenkian. Em síntese, verificamos que o trabalho desenvolvido tem sido muito gratificante e tem mostrado que é possível, com atividades de índole científica e tecnológica, estimular a curiosidade de muitos estudantes e promover e desenvolver uma cultura científica e tecnológica, preparando os alunos para novos desafios. Pensamos que o envolvimento dos estudantes nestas atividades pode comprometê-los mais nas suas tarefas escolares e ajudá-los a fazer melhores escolhas pessoais, escolares e profissionais. Acreditamos que, deste modo, a escola se mostra mais estimulante para muitos dos alunos que a procuram.»
Lugar da Ciência, Carlos Morais
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Comemoração do Dia da Biologia 2021 Mais uma vez, o grupo disciplinar de Biologia e o Lugar da Ciência comemoraram, no dia 3 de março, o Dia da Biologia. O tema eleito para este ano letivo foi a Microbiologia. O confinamento não impediu que os alunos das turmas de 10º e 11º anos, na disciplina de Biologia e Geologia, e das turmas de 12ºano, em Biologia, dedicassem o seu tempo à construção de pósteres científicos que evidenciaram a importância de diferentes microrganismos no quotidiano da vida da população humana. Assim, os alunos demonstraram a sua criatividade e o seu gosto pela ciência, produzindo trabalhos de muito boa qualidade.
LdC Lugar da Ciência
Dia mundial do Ambiente 5 de junho 2021
Alunos da turma D do 9ºano
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ndo de encontro ao tema do Dia Mundial do Ambiente 2021, “A Restauração dos Ecossistemas”, lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Lugar da Ciência (LdC) promoveu a “Construção de um jardim vertical”, uma atividade aberta a toda a comunidade escolar.
elementos da comunidade escolar que contribuíram para o enriquecimento do jardim. Dado o interesse manifestado, este projeto poderá ter continuidade no próximo ano letivo de um modo melhorado.
As instruções para a sua construção foram divulgadas na página do agrupamento, em cartazes expostos um pouco por toda a escola e pelos alunos do 10ºB.
Marina Gonçalves, profª Coordenadora Lugar da Ciência
No âmbito da comemoração do Dia Mundial do Ambiente 2021, “A Restauração dos Ecossistemas”, lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e em colaboração com o Lugar da Ciência (LdC) a turma A do 10.º ano, dinamizada pela docente Lucinda Motta, participou na “Construção de um jardim vertical” na grade de proteção do campo de jogos da ESAS.
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O jardim foi construído na grade de proteção do campo de jogos, de frente para o corredor envidraçado do piso 0, a partir do dia 31 de maio e até ao final do ano letivo e contou com a colaboração direta das turmas do 9ºA, 9ºD, 10ºA e 10ºB, e também de outros.
Dia da Biologia 2021 Microbiologia Vírus Os vírus poderão ser diferentes agentes infecciosos submicroscópicos. Podem infetar qualquer ser vivo, desde uma bactéria até uma planta. Não são considerados seres vivos, uma vez que não possuem uma estrutura de célula e são completamente dependentes de outras células para se reproduzir. Apresentamos o vírus mais marcante do século XXI : SARS-COV-2.
O que é o SARS-COV-2 ? O SARS-COV-2 é o vírus responsável pela doença COVID-19 ou Síndrome Respiratória Aguda Grava, que pertence à família viral coronavírus. Este novo vírus apresenta-se muito perigoso devido à sua capacidade de adaptação a novos ambientes e meios.
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Este vírus é um tipo de RNA que funciona como mRNA e tem na sua constituição 29 proteínas, mas a mais importante apresentase na sua membrana, a proteína S que se irá ligar à proteína humana ACE-2 uma vez dentro do corpo humano. Quando ambas as proteínas “se juntam”, a célula abre a membrana celular e permite a entrada do vírus. Após a entrada do vírus, o organismo será fortemente atacado e a resposta imunológica variará de pessoa para pessoa. Esta proteína S apresenta alterações face aos já conhecidos coronavírus, o que pode ser a explicação para o elevado poder infeccioso do vírus, uma vez que a proteína de superfície do SARSCOV-2 é capaz de se ligar mais eficazmente à proteína ACE-2 e torna o vírus suficiente para iniciar o seu ciclo de infeção.
Este revela-se, assim, um vírus que ataca o sistema respiratório e poderá causar graves danos no sistema imunológico, sendo transmitido por gotículas respiratórias e por contacto com objetos ou superfícies que contêm partículas virais. Inês Silva, Inês Nunes, Joana Pimenta, José Pedro, Miriam Branco, 11ºB
Notícia comentada
https://pt.euronews.com/
onsidero estranho que não tenha ouvido esta notícia em Portugal, enquanto foi um assunto muito polémico na Ásia. Por tal motivo, despertoume a curiosidade de o pesquisar. Esta notícia relata que o Japão anunciou o avanço da descarga para o mar de mais de 1,2 milhão de metros cúbicos de água que está armazenada na central nuclear de Fukushima. Essas águas surgiram desde 2011, no segundo maior acidente nuclear da História, na central de Fukushima, devido a um sismo causado por um tsunami e, de acordo com as autoridades japonesas, a sua descontaminação não irá acabar antes de 2050. De acordo com os planos do Governo japonês, os próximos dois anos vão ser dedicados à continuação das operações de filtragem e à construção das infraestruturas necessárias, para que a empresa Tokyo Electric Power esteja em condições de fazer a primeira descarga em 2023. Segundo as autoridades japonesas e os especialistas internacionais, as descargas de água filtrada de centrais nucleares são operações de rotina em todo o mundo. Apesar de ser apenas uma quantidade parci
al de descarga, corresponde a uma dimensão gigantesca, sendo considerado um passo essencial para o longo processo de desativação do complexo, no que houve concordância por parte dos EUA. No entanto, outros países da Ásia como a Coreia do Sul e a China discordam da decisão, considerando-a extremamente irresponsável, tendo em conta a preocupação dos impactos negativos que possam pôr em causa a segurança das populações e do ambiente envolventes, pedindo um estudo mais aprofundado e mais sugestões externas. As preocupações estendem-se também ao próprio Japão, onde os sindicatos das pescas têm pressionado o Governo a não libertar a água de Fukushima para o oceano, temendo “um impacto catastrófico na indústria”, manifestando os seus protestos, como apresentado na imagem da notícia. Publicado por “Público”, no dia 13 de abril de 2021 Notícia para Geografia - ZhiXu Ni , 11ºF
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Auto da Barca do Inferno
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Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: leitura dramatizada realizada pelo Centro Educativo do Teatro Nacional São João (TNSJ)
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Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, é uma obra de leitura obrigatória no 9º ano. É uma peça de caráter religioso e visa moralizar a sociedade quinhentista, sem nunca pôr de lado uma vertente cómica. Para corrigir e educar a sociedade do seu tempo, Gil Vicente recupera um mito clássico, o mito do Caronte, colocando as personagens a serem julgadas num cais. Este auto apresenta um desfile das mesmas, sendo o Diabo e o Anjo personagens alegóricas e as restantes personagens -tipo. Estas representam os principais defeitos dos vários estratos da sociedade quinhentista, os quais estranhamente continuam atuais. Assim sendo, nada melhor do que uma leitura dramatizada realizada pelo Centro Educativo do TNSJ para nos ajudar a compreender e a apreciar a peça. Como o Auto apresenta inúmeros arcaísmos, por vezes, torna-se difícil a compreensão do desenrolar das cenas, pelo que a representação teatral, apesar de não ter tido o mesmo impacto que teria se fosse vista ao vivo, facilitou o entendimento da obra. Foi notório o empenho dos atores, que acabaram por tornar a peça bastante mais agradável e divertida, cativando a nossa atenção. O Parvo foi das personagens que mais nos atraiu, uma vez que o ator que o representou usou a sua criatividade para trazer maior comicidade à sua cena. Por fim, agradecemos ao Centro Educativo do TNSJ por nos ter proporcionado um momento tão agradável e enriquecedor, que, sem dúvida, superou as nossas expectativas, e, por isso, gostaríamos de repetir com outros textos. Ana Carolina Monteiro, Cláudia Pinto e Sara Monteiro, 9º D
Frei Luís de Sousa Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett: leitura dramatizada online
ão foi a pandemia nem o confinamento que impediram que a leitura dramatizada da obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, se realizasse. Como para tudo nos últimos tempos que temos vivido, conseguiu encontrar-se uma solução para esta atividade poder acontecer, porém, noutros moldes. Promovida pelo Centro Educativo do Teatro Nacional São João, a leitura foi feita online, através da plataforma Zoom e, para um evento que teve de mudar de planos em cima da hora, na minha opinião, esteve bastante bem organizada. As instruções para aceder foram-me dadas atempadamente e consegui estar presente na sessão a horas sem qualquer problema. Em relação ao elenco em si, o facto de, em alguns casos, um/a só ator/atriz fazer mais do que uma personagem levou-me, por vezes, a ficar confusa. No entan-
Bruna Corgas, 11º I (Literatura Portuguesa)
R. Aurélia de Sousa 21, 4000-099 Porto Telefone: 936 411 219 raquelcouto@sapiens-porto.pt
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to, penso que esta é a única crítica menos positiva que tenho a fazer ao espetáculo. De facto, adorei a forma como os atores e atrizes conseguiram apresentar, mesmo através de um ecrã, uma expressividade cativante que me manteve atenta durante toda a sessão. Gostei, em especial, da atriz que interpretou Maria: encarnou o papel de uma maneira tão realista que todos os sentimentos que acompanharam a personagem, desde a tristeza à curiosidade, se tornaram os sentimentos da própria atriz. Em geral, o espetáculo, atendendo às condições existentes, foi muito bem organizado e de fácil acesso. O elenco, na minha opinião, conseguiu atingir o objetivo de cativar e de tornar presentes todas as fortes emoções que surgem ao longo desta obra. Em suma, os papéis foram muito bem interpretados, o que me ajudou a entender muito melhor o texto.
Cidadania e Desenvolvimento
Exposição dos trabalhos realizados em Cidadania e Desenvolvimento da turma 10ºJ
Artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.
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Igualdade, sempre… Quer no passado, Quer no presente! Trabalho, constante, Pão igualmente, Género? só um… Há outro diferente??? Raça? A Humana… Preconceito…desconheço! Mas há quem chame Machismo, Feminismo, Discriminação, Transfobia E outros palavrões… Usados dia a dia… Geração XXI, Não há espaço pra a diferença… Somos todos iguais, Por dentro e por fora, Mudemos o mundo, COMECEMOS, AGORA!!!! Texto e fotografia - Ana Carolina Moreira, Geammal André, Renan Costa, 10ºJ
Cidadania e Desenvolvimento Artigo 4 da Declaração Universal dos Direitos Humanos Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. O Homem arrasta-se por eras…. submisso, indefeso, amarrado, preso! Outrora…naus transportaram corpos amordaçados, Subordinados, servis a “senhores superiores”. O mundo uniu-se porque os mares se navegaram… E o conceito de raça, de culturas e de Fados, Em vez de enaltecidos, forma subjugados! Ao longo dos tempos…as coisas mudaram? Há outra escravatura, escondida, invisível… Outra aberta, à vista descoberta… No trabalhador que é mal pago, No povo explorado, Na criança abusada, que não recebe nada… Em quem presta vassalagem a patrões desumanos, A quem prende e subjuga, por debaixo dos panos… Se ESCRAVATURA se lia: “Servidão e Submissão” … Hoje ela existe, quer vejam quer não… Mudou a palavra Mas o sentido NÂO!!!
Rua da Alegria, 961 4000-048 Tlf 225505795
Praça do Marquês de Pombal Tel. 225 022 121
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Texto e fotografias Leandro Santiago, Rafaela Lopes e Teresa Pinho, 10º J
Cidadania e Desenvolvimento Artigo 24 da Declaração Universal dos Direitos Humanos Todos os seres humanos têm direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas. Almas arrastadas… O pão colhido a cada hora, A mão servente, as bocas abertas, Vazias, com silêncios sofridos, Fomes, corpos cansados e vidas incertas… 1789… Projeto de mudança… O sol promete raiar, e o povo, Que marchava como num carreiro de formigas, Crê mudar as suas vidas! Salgadas ou temperadas com salários, Habitação, mais saúde, qualidade Promessas de felicidade… Tempo de qualidade, família feliz, igualdade…. Será isto tudo realidade??? Acreditamos no futuro… e que 1789 seja honrado, de verdade, e não um sonho obscuro!
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Texto e fotografia de Jorge Ilie, Wesley Flôr, 10ºJ
Cidadania e Desenvolvimento Dá uma 2ª vida à roupa que não usas”
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o âmbito do trabalho para a semana de projeto da disciplina “Cidadania e Desenvolvimento”, com o tema “Educação Ambiental”, o nosso grupo decidiu realizar uma recolha de roupa, com o objetivo de sensibilizar os alunos e toda a comunidade educativa a reutilizar este bem. As roupas angariadas seriam doadas, na sua totalidade, à loja “Humana”, uma instituição sem fins lucrativos que revende as peças de roupa a um preço muito inferior e cujos lucros obtidos são utilizados para ajudar o desenvolvimento em Moçambique e na Guiné-Bissau. Contudo, devido ao confinamento imposto pelo Governo, a loja teve de encerrar e, portanto, só conseguimos doar alguma da roupa que havíamos recolhido anteriormente. Assim, a restante foi colocada num contentor de roupa, onde terá como destino a reciclagem, a reutilização ou a entrega para ação social. Aconselhamos todos os que tiverem oportunidade de visitar esta loja, não só doando roupa como também comprando, pois estes são os dois métodos através dos quais podemos ajudar esta causa.
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Sara Soares, Rita Cunha, Inês Guerreiro, e Inês Pais, 11ºF
E se ...“e-ART-h”
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ão…o título não é um erro! É apenas a realidade, resumida numa palavra, onde três letras se destacam: “ART”. Tenho-me vindo a aperceber de que a Arte é das coisas mais importantes da vida. O que seria de nós, num mundo sem arte? E SE…não existisse o desenho, a arquitetura, a escultura, a literatura, a pintura, a música, o teatro, a dança ou o cinema? O mundo seria, certamente, um lugar frio e desinteressante! Contudo, sabemos que existe Arte muito valorizada e Arte muito desvalorizada… Um dos feitos que a Pandemia veio realçar foi, precisamente, a realidade dos artistas do mundo inteiro. E SE…a Arte desaparecesse? Eu, que vejo Arte em pequenas coisas, em coisas banais que os muitos não veem…que vejo arte no incomum, no erro, no surreal…só penso: E SE… a Arte e todas as suas expressões deixassem de existir? Curiosamente, nas últimas semanas, aos domingos à noite, tenho assistido ao programa de Bruno Nogueira denominado “Princípio, meio e fim”. Esse programa inspira-me. Nesse momento, os quatro humoristas têm duas horas para descrever um jantar, e depois dão o texto a cinco atores para o reproduzirem. O processo criativo é simplesmente genial, quase poético, na minha opinião… Por vezes, os humoristas enganam-se a escrever palavras ou erram na pontuação, mas deixam ficar assim, e é assim que tem de ser representado. O próprio Bruno Nogueira refere, no início do programa, a seguinte frase: “Acreditem no que vos digo: há beleza no erro.” A capacidade de ver Arte, em algo que a nossa sociedade não considera sê-lo é um privilégio e um dom. E SE…A Arte se ausentasse? Damos a arte como garantida, mas não devíamos…. Quando ouço música, leio um livro ou vejo um filme, imagino-me na situação descrita, quer na letra quer na música, nos universos representados. A Arte tem essa capacidade, de nos transportar para outra realidade e
isso é simplesmente mágico e indiscritível, pois cada um sente algo diferente, novo, seu… Não me consigo imaginar chegar a casa, depois de um dia árduo de trabalho, e não ouvir a minha música ou não admirar os quadros que habitam as paredes… A mensagem que gostaria de passar é a de que todo o tipo de Arte tem valor! Se você aí…que me está a ler vivesse na realidade de “E se não existisse arte?”, nem sequer estaria a ler este texto. Xavier Cardoso, 10ºI
Maria Miguel, 11ºJ
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Maria Miguel, 11ºJ
Jerusalém, 24 de maio de 2021
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u estou com medo. Muito medo. Não sei exatamente o que está a acontecer… apenas ouço barulhos altos de bombas e aviões. Vejo também o meu pai a andar de um lado para o outro na nossa pequena casa e a minha mãe a chorar a um canto. Já até tentei perguntar o que está a acontecer, porém ninguém me responde nada mais do que: "Vai ficar tudo bem, Alice". Isso eu sei. Quer dizer, eu tento saber, porque em tempos de guerra de nada se tem certeza. Vou tentar distrair-me. E tu, diário, vais ajudar-me. Esta é a primeira vez que escrevo em ti, diário - se é que posso chamar-te assim, já que és somente uma folha de papel tirada de um caderno já usado. Vou apresentar-me, então. O meu nome é Alice, moro em Jerusalém, Palestina, e tenho os meus sinceros 12 anos. Sou filha única, porém nunca fui mimada - acho, pelo menos. Eu amo escrever, mas nunca fui de seguir um diário, espero que ess...
O pai chamou-me, então não consegui terminar a frase e nem lembro mais do que ia dizer. Ele pediu-me para que eu fizesse companhia à mãe, já que ele teria de sair. Quis perguntar para onde ia, porém, achei melhor não tocar no assunto. A mãe chorava muito. Dizia entre lágrimas: - "Por favor, Ruan, fica. Tu não precisas de ir." O pai respondia: "Preciso, eles precisam de mim." - "Nós precisamos de ti." - "Desculpa, vamo-nos ver logo.". - "É claro que não, Ruan! Encara a realidade. Estamos a ser bombardeados. " - "Isabel, a Alice está aqui." - "É bom que esteja, para ver o seu pai pela última vez" - "Eu vou voltar, mas agora preciso de ir. Vocês vão ficar bem" E, sem mais um olhar, o pai dirigiu-se à porta e saiu. Eu, que tinha passado a conversa inteira sem falar nada – porém, com milhares de perguntas-, agora não conseguia falar nada. Eu já tinha as minhas dúvidas de que estávamos a ser atacados, porém restava-me saber a causa. Já tinha ouvido o pai, um homem muito bem informado, falar sobre o porquê de os israelitas querem matar- nos, porém não consigo entender. Somos todos humanos, não nos devíamos matar. Além do mais, eu sou uma criança, porque deveria eu morrer? Ficámos eu e mãe sentadas na sala. Ela já se tinha acalmado um pouco e, para esperar o pai voltar, ficámos um bom tempo a conversar sobre o que mais gostávamos de conversar: livros. De repente, o telefone toca e a mãe pula para atender. No começo, parece estar tudo bem, porém ela logo começa a chorar e aí toca a campainha de casa. Sem saber se eu atendia ou se ficava parada, vejo a mãe a mandar esconder-me. Claro que eu não queria deixá-la sozinha, mas acho que, naquela hora, era a melhor coisa que podia fazer; estava muito enganada. Escondida dentro do meu guardaroupa, ouço passos, bofetadas e um tiro. Depois, depois não ouço mais nada. É assim que eu me torno não a Alice filha única, mas a Alice que nunca vai saber quem ligou para a sua mãe porque não tem a quem perguntar. Só me restas mesmo tu, diário. Clarice Fonseca, 11ºI (Português do Brasil)
Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com
Junho . 2021 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)
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ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA
Mensagem na garrafa Carta à morte
Navego por este mar sem fim Sem esperança de voltar Renego a teimosia Tenho ânsias de escapar
Cristiano Alves, 12ºJ
Em tenra idade me apartei Levando a barca do meu pai À clausura quis fugir Mas não consegui escapar! Trajeto de volta não encontrei De peixes e algas me alentei Murchei sem ninguém me amar, Tudo deixei nas ninfas do mar Após décadas a marear A resposta encontrei O lugar que cedo abandonei É o mesmo onde vim dar Envelhecido e doente Relembro o meu ausente lar Ai vida! O que eu não daria Para que a minha mãe um dia Voltasse para me abraçar Saudades de ter um teto Saudades de sentir afeto Ó morte, minha querida, Lava-me esta ferida Embala-me no teu poiso incerto Eu não quero regressar…
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Leva-me, quando voltares, Sem nenhuma piedade, Que o barqueiro Caronte Me embale no seu horizonte Para toda a eternidade! Fabiana 12º G
Mensagem na garrafa ncontraste-me! No meio da turbulência, foste tu que pegaste nesta garrafa e a curiosidade levou-te a “ler-me”! Encontraste-me. Na realidade, encontraste uma versão minha do passado… Gosto de pensar que já não vou ser a mesma quando leres isto. E a verdade é que não sei quando lerás esta mensagem. Um dia depois de eu a ter deitado ao mar? um mês? Um ano? Uma vida? Não sei! E esta dúvida agita qualquer coisa aqui dentro de mim, faz o meu coração palpitar. E, de algum modo, essas incertezas e questões que nunca conseguirei responder, desenham-me um sorriso na cara. Esta mensagem fala-te de mim…a desconhecida que lês! Hoje é dia vinte e três de julho de 2021 e faço dezoito anos… por essa razão, considerei esta data a ideal para me imortalizar neste mundo (este pensamento fasciname: ser imortal nas minhas palavras, nem que seja numa garrafa que flutue ou esteja ancorada nas profundezas do mar). Sou uma mulher-menina, com um metro e setenta e cinco centímetros e cabelos cor de mel. Olhos de avelã, um sorriso caloroso (dizem). Sou adepta de abraços e um ser emocional (embora prefira não admiti-lo)… E hoje… torno-me uma adulta. O dia está quente. Na praia, a areia fina e branca, escalda-me os pés e a água fresca e cristalina incita a uns bons mergulhos. Agora estou sentada num rochedo, fitando o horizonte e a perguntar até onde as minhas palavras irão. Quem amo está comigo hoje. A verdade é que não podia estar mais feliz. Aliás, não podia ser mais feliz. A verdade é que são os abraços destas pessoas que tornam a vida fácil e leve. Acho que sorrio por eles, para eles. Será que tu também tens alguém que te resgatou do fundo do poço da infelicidade? Sebes, há dias menos bons, quando acordamos “com os pés fora da cama”, como se costuma dizer. E temos de aceitar isso. Já me odiei o suficiente por nem sempre ter um sorriso sincero, para entender que às vezes é mesmo assim. Para além disso, sou uma pessoa sonhadora! Desejo criar uma família, numa casa acolhedora, com aqueles que amo; anseio poder fazer aquilo de que gosto e que me realiza, pois, afinal o nosso trabalho deve ser também o reflexo daquilo que somos; aspiro conhecer o mundo, quem sabe, até conhecer-te a ti, que lês esta carta! Pode parecer surrealista, mas nunca se diz nunca (esta é a contradição mais certa de sempre). Mas sabes o que ambiciono, acima de tudo, é de nunca perder a capacidade de sonhar! E tu, quem és, onde vives? quais são os teus sonhos? Escreve-me de volta, desconhecido do futuro! Estou ansiosa por te conhecer e saber como será o nosso hipotético encontro… sonho também com isso!
Sofia Andrade, 12ºJ
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R. de Latino Coelho 5, 4000-315 Porto Telefone: 22 536 9301
17 l Jornalesas
Ana Matilde Terreiro , 12º G
Concurso Literário - 1º lugar ex aequo Deucalião e Pirra Derivámos longos meses num mar que nos assolou, Dissimulados numa só tempestade de ondas bravias e pétreas, Cegos ao sossego na negrura e cerração e imensidão, Na incerteza que nos envolvia; surdos pelo bradar que soou, O som que detinha a liberdade, que a nós tinha em suas pegas. E éramos assim, inteiros e disjuntos, afogados nesta prisão. Até que engoliu a rotina, ela humidificou e submergiu, A confusão lentamente se difundiu com o medo; agora trivializada, A insanidade marítima automatizou-se nos marinheiros sem treino E, despojados de réstia humana, a alienação naval deles se serviu, O oceano rugiu desenfreado, cada onda veio e voltou desassossegada. E éramos assim, fragmentos sem nexo, súbditos de um mar sem reino. Mas o passado que passe! Enquanto passa, darei espaço para que o faça, E no fim, despasso da sua face! Não iremos naufragar. Chegámos à praia após longos meses, sentimos a areia Ainda ensopada - tão íntima, tão fresca! - e aquele outrora rugido Ainda fere o ouvido lá no alto, como que um zumbido eminente, Ainda que a brisa iminente e em frente, talvez excelente, não anseia Por momentos, pois somos crianças a descobrir o mundo em cristal tingido. E éramos assim, curiosos, mas receosos, como um gato na rua alegremente. Depois de todo o cansaço, a recarga começa Com igual passo, singular e intocável, a todo o choro lusitano Único de si, o consolo posterior a um adeus atípico, quase interminável; Sim, falo do que todo o atlas sente, mas somente nós expressamos com certeza, No Poema com desmedida justiça no peito, ó nação de outro insano! E somos assim, próprios e criadores, sentimento palpável, engenho inigualável. Sobrevivemos ao que o temporal perpetua, Com um alto pesar humano cujo barco afunda, Então vivamos por um, dois, todos, até que em nós não flua. Revela o ditado que virá a bonança, E com ela somos de novo, com esperança.
18 l Jornalesas l junho 2021 l L X
E agora em crescendo, o sol suavemente raia, A antiga ferida do ouvir sara e transpõe-se para o nervo ótico Com a brasa claridade e, todos artistas, necessariamente colorimos: De um deserto agreste e desagradável tornámos uma límpida praia, Da chuvada que se chorou e do vasto pélago filtrámos um depósito do Hélicon. E somos assim, imaginários egrégios, hermeticamente nos abrimos. Num futuro não muito distante, e sempre fiel às raízes, novos horizontes Nós encontramos, são novos meios por velejar na calma ou no enjoo temível, Sempre propícios ao embalar sereno ou ao mareal abrupto, Mas isto eu sei: somos a voz marítima cansada, mas jamais longe E por quão pequeno o mundo nos coube, temos o poder de tudo ser possível. Seremos assim, minúsculos e lutadores, e juntos direi que não me preocupo. Poderiam correr mil e uma lágrimas nas caras, Até poderia correr o mar inteiro e deslavar as almas, Que eu continuaria a exclamar que seríamos o sol que clara. Ter dor não é ousar sentir, é viver Ousadamente e reagir ao medo que se irá ter; E partimos com uma só certeza, que isto é ser. Rafael Moreira de Morais, 12ºC
Concurso Literário - 1º lugar ex aequo No seio duma pandemia, uma nova ideia de esperança
Esta pandemia ciclicamente natural, Camuflada dentro dos demais animais, Abre em nós a doce chaga da saudade. A sós, na escuridão de nossas casas, Tocados pela fragilidade humana, Vemos nascer a planta da esp’rança.
Luís Neto, 12º J
Seguindo o exemplo apolíneo, O virulento broto floresceu a leste, Deixando as ambições p'ra ocaso.
Nos lares, a solidão dá as mãos à velhice. Agora, também os guardiões da sabedoria Têm fé no levantar das restrições. Nesta imobilidade escura e quase senil, Nós, assíduos espectadores do passado, Pensamos em criar o novo futuro. Aguardamos o escurecer da noite Para que possa vir a tardia claridade Iluminar os sacrifícios feitos. Ouve-se o último repicar dos sinos e nem uma badalada na campa do meu irmão. Por toda a parte, podridão... E, se a realidade da fatalidade é inegável, Só me resta um resquício da ilusão do que já houve. Se apenas o sonho comandasse a vida... Mantém-se este sonho de branca nostalgia, Até se alimentam expectativas d'um amanhã que nos permita replicar o passado. Sim, à luz da dor, as fragilidades finalmente tornam-se motivações. E a pandemia continua a queimar o futuro, Brasa inalcançável deste comboio infernal. Até já sinto a temperatura a aquecer! Enquanto as fontes da vida evaporam, Os rostos, as lágrimas molham. Agora percebo:
E gritai comigo, que é hora! MEMENTO MORI, AD MELIORA!!!
Carolina Sofia Marques Martinho, 12ºH
19 l Jornalesas
A morte é o inevitável início do fim E a verdadeira esperança Reside em ter esperança no além.
Dança (com e sem sentido)
20 l Jornalesas l junho 2021 l L X
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esde o início dos tempos que o ser humano sente a necessidade de dançar. Mas em que consiste esse conjunto de movimentos? Por vezes livres, muitas vezes coreografados... desde o Antigo Egito e da Grécia Antiga até aos dias de hoje? Por que razão? Talvez porque a dança, como desporto, faz bem ao corpo, melhora a nossa forma física, ou então porque como arte, é apreciada e os seus adeptos permitiram que chegasse até aos dias de hoje? Nem uma coisa nem outra razão, ou talvez as duas ... e mais umas quantas outras… Que dela advêm inúmeras qualidades físicas e que a sua demonstração artística é altamente apreciada, não há dúvidas. Contudo, a razão da sua permanência, e constante associação à vida e cultura humana poderá ser explicada pelo efeito que a dança tem nos que a executam. Bailarinos ou amadores, todos já sentimos, pelo menos uma vez na vida, vontade de dançar. Não só para fazermos exercício físico, ou porque a dança é bonita, mas porque precisávamos de o fazer como um mandamento imperioso, ao qual não ousávamos sequer recusar… Acaso ou consequência da nossa condição humana que anseia por ser exprimir. Talvez porque, muitas vezes, não chegam para quem não sabe o que quer dizer. Nem o que sente. Ou como não sentir. Talvez até, para não dizer o que decerto sente... Nesses momentos, a dança parece-nos tão natural como falar ou sentir. Essencialmente, porque o é, simplesmente existe. Falar, sentir, dançar estão relacionados com a experiência humana, com a nossa relação com o mundo e connosco mesmos: simultaneamente, obra e criador do que somos. Não danço só porque me alegra ver os outros dançarem. Faço-o quando estou triste, quando estou feliz, ou quando o instinto me pede… e nunca é da mesma forma! Faço-o por mim, porque é a melhor maneira de me expressar de me sentir plenamente “EU”. Dançar é deixar que a alma invada o coração e a mente e que os esvazie, ao ritmo em que comanda, completamente, toda a matéria que nos compõe. É a sensação de agarrar tudo enquanto não se é nada. Leve, sempre leve. Sendo levados pelo espírito que concebe e a possui, numa transição constante, qual meditação, entre o real que se sente e o real que se experiencia. Nesse transe, estamos mais vivos do que nunca, mais despertos… E vivemos, também, mais depois disso. Acordados para o mundo, ansiamos pelo sono que desperta os sentidos e acalenta os pensamentos. Esse fizemo-lo, é nosso, reside na dança, manifesta-se nos Homens!
Mafalda Peixoto, 12º H
Livros Uma apreciação incerta quanto à sua pureza
uando me foi proposta uma exposição oral para a disciplina de Português sobre a obra Para Averiguar do seu Grau de Pureza, de Jacinto Lucas Pires, aceitei imediatamente, com um agrado, quase como um encorajamento. E foi assim que, tendo-a lido na plenitude, fiquei envolto na incerteza, no limiar do não saber o que dizer, mas com tanto para falar. Esta obra reúne 13 contos, denominados “13 prosas com janelas”, acompanhadas de um prefácio com o vocábulo “janela” e seus variados significados. Claro que são fundamentais, para a interpretação dos contos, cada um dos seus diferentes significados; todavia, irei destacar um em concreto: “Abertura na parede de um edifício, acima do pavimento, para deixar passar a luz e o ar”. Todas as elucidações são autênticas pistas para o que há de vir, histórias aparentemente sem sentido que irão ganhar claridade e vida consoante cada interpretação, dependendo da pureza que cada um de nós conferir com cada decifração, cada ‘janela aberta’ sempre que abrirmos uma página. Antes de mais, diria que, acima de tudo, este livro é surreal, sempre disjunto da normalidade, estranho. A escrita do autor ora se compõe de frases compridíssimas, carregadas de vírgulas (por vezes até sem elas), ora de frases curtas, umas seguidas às outras incansavelmente, causando uma incerteza no leitor relativamente ao ritmo a que deve proceder no ato da leitura. Há expressões, frases, palavras continuamente repetidas, como se de um mero pensamento do narrador se tratasse. Há declarações altamente abstratas e um tanto filosóficas e uma linguagem vulgar, por vezes agressiva até, cheia de calúnia. E, por fim, ultrapassada esta “análise formal” chegamos aos temas aborda
dos. A meu ver, temos uma construção dos diversos lados em situações que nos afligem. Um relacionamento amoroso que acaba sem explicação, outro que fica em remissão quase um ano, o ato do suicídio, o ato de tirar a vida a alguém, o ato de uma vida surgir de nós sem o que a faz -a própria vida-, sofrer uma traição, ser uma das partes de uma traição, ser incomodado no dia a dia devido a uma traição. Como é obvio, não posso analisar cada um dos contos, nem sequer um irei analisar aqui. Mas posso dizer que foram dois contos que escolhi ‘às cegas’ e apresentei na aula de Português: “Sombra e Luz” - possivelmente o mais conhecido desta coletânea contistae “O vazio”, na minha opinião, o apogeu surrealista deste livro, verdadeiramente caótico e brutal, na mais animalesca definição desta mesma palavra. Dito tudo isto, recomendo vivamente a leitura desta obra. Não será para todos, mas é um livro, no meu entender, único e muito pouco abordado, que talvez merecesse um maior reconhecimento. Já para não falar de toda a veia artística e literária de Lucas Pires, alguém prolífico e com um ‘catálogo’ tremendo para a jovem idade que tem. Rafael Morais, 12.º C
21 I Jornalesas
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Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e para a Paz
T
eve início no passado dia 6 de abril o Dia Mundial da Atividade Física e também o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e para a Paz. O nosso Agrupamento, por intermédio do Grupo Disciplinar de Educação Física, não deixou passar em branco este dia! Desenvolveu, com 33 turmas, num total de 512 alunos, uma iniciativa que levou à reflexão sobre a importância da atividade física, os valores associados ao desporto assim como o contributo do desporto e da atividade física para o cumprimento dos objetivos para o desenvolvimento sustentável, definidos na Agenda 2030.
E assim, cada um em sua casa, no E@D, participou, refletiu e contribuiu para o produto final que resultou num pequeno vídeo em que todos mostraram o seu “#CartãoBranco” assim como o valor por si escolhido. (https://www.youtube.com/watch?v=VzTRj4gW7B4)
22 l Jornalesas l março 2021 l L I X
Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e para a Paz – 6 de abril
“O nosso nome é?” Sabiam que temos um Grupo Equipa de Escalada no nosso Agrupamento? Concurso: “O nosso nome é?”
S
abiam que o nosso Agrupamento apadrinha a mascote que será a imagem de todos os projetos de Escalada do Desporto Escolar e da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal destinados a crianças e jovens? É verdade! - O nosso grupo equipa de Escalada desenvolve os seus treinos regulares na parede de escalada da FADEUP (fruto de um protocolo entre o Agrupamento de Escolas e a Faculdade). - Durante os meses de março e abril realizou-se o Concurso: “O nosso nome é?”. Promovido pela Direção Geral da Educação – Desporto Escolar e pela FCMP. Proporcionou -nos o debate sobre vários temas e, em confinamento, sentimos que trabalhamos bem em equipa! Participaram 21 turmas da ESAS e EBAG, aproximadamente 399 alunos, com excelentes propostas de nomes. Após a 1ª fase do concurso, com a participação de escolas de Norte a Sul do País, o Agrupamento teve 3 nomes que passaram à fase Nacional (turmas 7ºA - Alpina, 9ºB – João Mosquetão e 9ºA – Joana Montanha). Depois do esforço de todos, foi com enorme satisfação que recebemos a notícia de que o nome Alpina tinha sido um dos vencedores da votação a nível Nacional! “O sucesso desta iniciativa só foi possível graças ao empenho de professores e alunos e, nesse sentido, a DGE- Desporto Escolar e a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal agradecem todo o seu trabalho e entusiasmo em torno da iniciativa. O Alturas e a Alpina serão, doravante, os nossos companheiros de aventuras verticais!” Comunicado tornado público a 13 de abril.” Mais uma vez: Parabéns! Mesmo em confinamento, conseguimos seguir em frente e dar asas à nossa criatividade! E já sabem que, se quiserem viver de perto esta aventura que é escalar, podem fazê-lo no nosso Agrupamento!
23 I Jornalesas
Coordenadora do Desporto Escolar - Profª Rita Pacheco
Curso profissional de Técnico em Animação de Turismo
24 l Jornalesas l março 2021 l L I X
Novo
Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto Tlf. 225029821
25 l Jornalesas
Projeto "Inovar o Caminho" Foi através de uma reapropriação do Programa Mentorias, proposto pelo agrupamento no início do ano letivo, que surgiu o nosso Projeto "Inovar o Caminho".
O
nosso Projeto "Inovar o Caminho" seguiu o mesmo pressuposto do Prograna Mentorias: um aluno mais velho auxilia um aluno mais novo. Como alunas estagiárias do Curso de Educação Social, implementamos o programa auxiliando 3 alunos do 7°ano e 4 alunos do 8°ano, previamente seleccionados, por correrem o risco de não transitarem de ano e ser necessário trabalhar algumas competências sociais para motivá-los e levá-los a investir na escola, não só na transição imediata de ano escolar, mas para melhorar o desempenho académico futuro. Pretendíamos, portanto, que este projeto permitisse uma orientação mais individualizada para os alunos e que estes aprendessem a estudar (recorrendo a técnicas de estudo mais apelativas), a terem uma melhor organização e também a ficarem mais motivados para o estudo. Desta forma, foi realizado um trabalho que caminhasse para o sucesso escolar destes alunos. Ao longo das sessões, semanais de 2 horas, durante o 3º período, trabalhávamos também temas sociais sensíveis
na sociedade e no desenvolvimento pessoal dos diferentes alunos, nomeadamente a comunicação entre pares; alunos e professores; a valorização da escola e o racismo. O tema do racismo surgiu numa das sessões, por expressa escolha dos alunos e, para nós, estudantes de Educação Social, fez todo sentido “trabalhar” este tema e contribuir para que estes poucos alunos sensibilizassem outros alunos através da elaboração de cartazes em que se apela à necessidade de discussão do tema. Por fim, estando na reta final do nosso estágio, queremos agradecer a toda a comunidade escolar por nos ter recebido tão bem, assim como a disponibilidade do Serviço de Psicologia e Orientação da Escola Aurélia de Sousa por nos ter apoiado em todo o processo. Não menos importante, queremos também deixar o nosso agradecimento aos alunos, Agostinho, Jerson, José, Leonardo, Márcio, Maxi, e Ricardo do 7º e do 8º ano de escolaridade, por se terem empenhado num projeto que é tão nosso como deles.
As estagiárias Inês Sá e Sofia Silva
26 l Jornalesas l março 2021 l L I X
( Escola Superior de Educação )
Concurso Literário 2021
Índice
Lugar da Ciência
2
Dia Mundial Ambiente
5
Dia da Biologia
6
Notícia comentada
7
Auto Barca do Inferno
8
Frei Luís de Sousa
9
Cidadania e Desenvolvimento
10
E se ...
14
Jerusálem
15
Mensagem na garrafa
16
Concurso Literário
18
E
stivemos, no último ano, fechados em nossas casas, privados do contacto daqueles que amamos, prisioneiros do medo. Muitos poetas e artistas escreveram sobre a esperança, a força que nos faz seguir em frente em momentos difíceis. Tal como a Natureza acorda sempre verde e em flor todas as primaveras, também a esperança habita os corações. Este ano, o desafio do concurso literário lançado aos nossos alunos, consistia em transmitir uma mensagem de esperança, escrevendo um conto ou um poema que inspirasse optimismo e confiança no futuro. Este tema foi desafiante para os concorrentes que apresentaram um grande número de trabalhos, sendo de destacar a grande qualidade de muitos dos textos apresentados a concurso.
20
Livro
21
Desporto
22
Curso Novo
24
Estagiárias SPO
26
Editorial
28
27 l Jornalesas
Dança
O pintor David Hockney publicou, em março de 2020, desenhos seus com uma mensagem de esperança: “Lembrem-se que não se pode cancelar a primavera.”
Editorial Enquanto me questiono sobre o tema deste Editorial, ocorre-me o título do último livro de António Lobo Antunes, Que farei quando tudo arde?, não sei se pelo hábito de anos a manusear, selecionar, arrumar ou propor livros, ou porque esta pergunta traduz o momento atual e está intimamente presente no nosso espírito, pessoal e coletivo. Este título, que retoma um verso do poeta renascentista Sá de Miranda (sec. XVI), traduz a inquietação ou angústia que nos assaltam nos momentos em que os nossos alicerces pessoais ou sociais são abalados e a nossa segurança, as nossas expectativas são postas em causa. Desde sempre, a humanidade confrontou-se com estas inquietações, seja por causas naturais ou autoinfligidas, sendo obrigada a assumir, individual e coletivamente, consequências muito profundas, as quais mudaram vidas e o curso da História. Instintivamente também, a esta interrogação responde-me a voz e o belíssimo poema de Luís Goes: É preciso acreditar! E esta resposta surge-me pela necessidade absoluta de acreditar no futuro, de acreditar nas oportunidades que sempre surgem nos momentos de crise, acreditar nas capacidades humanas, na força dos grandes ideais e, também, na força da palavra. O mundo de hoje é um paradoxo! Se as comunicações e a informação se processam com uma rapidez e um alcance nunca imaginado, também sabemos que há manipulação e persiste o silenciamento ou censura em muitos pontos do globo. No entanto, nunca houve provas tão claras de que formamos um todo interdependente, que os grandes problemas, da pandemia às alterações climáticas ou aos grandes conflitos, só têm solução se tratados à escala global, e que “ninguém se salva sozinho”. Daí que uma das primeiras atitudes a desenvolver, neste mundo de contrastes e de fanatismos reacendidos, seja o conhecimento do outro, em relação ao qual cada um de nós se situa. Surpreendeu-me saber que o grego Heródoto, considerado o pai da História, autor da história da invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C., dedicou a sua vida a tentar compreender a origem do profundo confronto entre gregos e persas, entre Oriente e Ocidente, desde tempos imemoriais. Viajante incansável, visitou inúmeras cidades dentro do Império Persa para conhecer o inimigo e poder relatar a guerra com conhecimento e visão alargada, derrubando preconceitos e provando que “a linha divisória entre barbárie e civilização nunca é uma fronteira geográfica entre diferentes países, mas sim uma fronteira moral dentro de cada povo; aliás, dentro de cada indivíduo.” 1 E esta abordagem, com mais de vinte e cinco séculos, continua a ser profundamente revolucionária porque precisamos conhecer culturas diferentes, conhecer o outro, para nos situarmos e compreendermos a nossa própria identidade. O momento atual interpela-nos. Como interpelou muitas gerações, ao longo dos tempos, após grandes tragédias coletivas como foram as duas Guerras Mundiais no século XX. Desses tremendos desafios de reconstrução surgiram respostas que determinaram, em grande medida, o mundo em que hoje vivemos e de que são exemplo a União Europeia ou a Organização das Nações Unidas, cujos objetivos incluem manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento económico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. Temos de saber estar à altura dos tempos; sacudir a indiferença e adotar uma visão ampla e empática; assumir uma atitude construtiva, quer em termos pessoais como sociais, desde logo nas nossas famílias ou no universo escolar, ambientes fundamentais onde nos forjamos como indivíduos e cidadãos. Que as dificuldades não nos façam esmorecer mas nos incentivem a descobrir novas oportunidades e a ter mais motivos para sonhar. Cada um de nós recebe uma partitura única, inalienável, contributo fundamental para a construção de um mundo mais próspero, justo e harmonioso, precisamente porque diverso e polifónico. E então, talvez se abra um horizonte que nos permita sonhar com uma cidadania universal… Maria Luísa Saraiva
FICHA TÉCNICA Coordenadores: Anabela Dias Cruz (profª) Carmo Rola (profª), Filomena Moreira (profª) e Julieta Viegas (profª) Revisão de textos: Filomena Moreira (profª) e Anabela Dias Cruz (profª) Capa: Autorretrato de Cristiano Alves, 12ºJ Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª) Equipa redatorial: Ana Amaro, profª de Português; Anabela Braga da Cruz, profª de Português; Ana Carolina, 9ºD; Ana Carolina, 10ºJ; Ana Matilde, 12ºG; Bruna Corgas, 11ºI, Cláudia Pinto, 9ºD; Clarice, 11ºI; Carlos Morais, profº Lugar Ciência/Matemática; ; Fabiana, 12ºG; Filomena Moreira, profª de Português; Geammal André, 10ºJ; Helena Sampaio, profª Coordenadora das Bibliotecas AEAS; Inês Guerreiro, 11ºF; Inês Silva,11ºB; Inês Nunes,11ºB; Joana Pimenta,11ºB; João Pedro, profº de Biologia; José Fernando, profº de Português; José Pedro, 11ºB; José Manuel Soares, profº Coordenador do Curso Profissional; Leandro Santiago, 10ºJ; Inês Sofia, Estagiária SPO; Jorge Llie, 10ºJ; Julieta Viegas, profª Geografia; Lucinda Motta, profª Biologia; Luísa Saraiva, ex-profª Coordenadoradas Bibliotecas AEAS; Mafalda Cruz, 12ºJ; Marina Gonçalves, profª Coordenadora do Lugar da Ciência; Miriam Branco, 11ºB; Rafael Lopes, 10ºJ; Renan Costa, 10ºJ; Sara Monteiro, 9ºD; Sara Soares, 11ºF; Rafael Morais, 12ºC; Rita Cunha, 11ºF; Rita Pacheco, profª Coordenadora do Desporto Escolar; Sepúlveda, 12ºano; Sofia Silva, Estagiária do SPO; Teresa Pinho, 10ºJ; Wesley Flôr, 10ºJ; Xavier Cardoso, 10ºI e ZhiXu Ni, 11ºF. Ilustrações: Cristiano Alves, 12ºJ; Luís Neto, 12ºJ; Maria Miguel, 11ºJ; Sofia Andrade, 12ºJ - Disciplina de Desenho (prof.ª Carmo Rola, 12ºano e profº António Carvalhal, 11ºano) Financiamento: Brun’s l Pão Quente; Café Onital; Clínica Dr. Alberto Lopes l Psicologia l Hipnoterapia; Doce Alto l padaria. pastelaria. take-away Estrela do Lima l Café Restaurante; Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Estudio Tai Chi Center l Taichi. Pilates. yoga; Glam l Instituto de Beleza; Jaime Loureiro & filhos Lda l artigos de escritório ; Sotinco l Tintas; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; UrbanClinic l Estética; Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.
Junho . 2021 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas) ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com
Ex- Profª Coordenadora das Bibliotecas AEAS
____________________________________________________________________ 1
Irene Vallejo, O Infinito num Junco. Lisboa, Bertrand Editora, 2020, pp.179-182
2,50 €