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Halloween

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Desporto

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Desde pelo menos o ano 1745, o dia e a noite de Halloween são adorados ou temidos por toda a população. E porque será? Eu digo -vos porquê! Porque, nesse dia, os mortos voltam à vida; as bruxas amaldiçoam os habitantes; os monstros andam por todo o lado e os espíritos malignos ou assombram alguém ou possuem o seu corpo! Apesar de ser uma tradição mais inglesa e americana, há um bocadinho de Halloween em toda a parte! Como por exemplo na escola Aurélia de Sousa! O Halloween é uma tradição inglesa apreciada por muita gente. As turmas do 7º ano, por sugestão da disciplina de Inglês, desenvolveram um projeto na disciplina de Expressão Plástica que consistiu na criação de monstros inventados pelos alunos. Assim, durante mais ou menos 3 semanas, os alunos de Artes Visuais dedicaram-se ao planeamento e à construção das suas monstruosas aberrações, obrigando a sua criatividade, conhecimento sobre o tema e principalmente o medo e o terror, fluir pela sala. Para o desempenho do projeto, foram necessárias duas etapas: o planeamento (esboço/desenho) e a construção! Para o planeamento, os alunos tiveram de ter mais ou menos na cabeça os materiais que iriam querer utilizar, novos ou reciclados. Depois, seria somente transportar a imaginação para o papel e, desenhando uns olhos aqui, umas pernas ali, um bocado de sangue aqui… o planeamento/ esboço/desenho estaria realizado. Na segunda etapa, os alunos seriam obrigados a trazer para a esco la os materiais que tinham planeado usar. Alguns trouxeram lã (maioritariamente para usar como cabelo), outros alumínio, plástico, tecido, botões, tinta… e, com a ajuda da professora e dos próprios colegas, os monstros começaram a ficar mesmo assustadores. Claro que não ficaram (todos) exatamente iguais ao esboço, pois quando as coisas não correm como esperamos temos de arranjar forma de “dar a volta por cima”, o que também mostrou maturidade e dedicação da parte dos alunos. Foi assim que uma iniciativa que parecia até não valer a pena, fez com que os alunos e professoras da Escola Secundária Aurélia de Sousa conseguissem criar um ambiente de espanto, um bocadinho de nada de medo e o mais importante, conseguiram transportar o espírito de Halloween para dentro da escola. O objetivo era dar a devida importância às diversas celebrações espalhadas pelo mundo, dando-as a conhecer à comunidade escolar de forma dinâmica e divertida.

Curiosidade: Há muita gente que não sabe, mas para quem quiser saber, a palavra “Halloween” é uma abreviatura da expressão” All Hallows' Eve” que é a junção das palavras “hallow”, que significa "santo", e ”eve,” que significa "véspera", pois ocorre no dia anterior à celebração do Dia de Todos os Santos.

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Margarida Carvalho - 7ºD

Margarida Carvalho - 7ºD

Raquel Alexandra - 7ºD

15 l Jornalesas

Creepy Stories and Spooky Surprises in Aurélia de Sousa School

1º Prémio - The Halloween Comic Book, Matilde Costa, 8°C 2º Prémio - The Mansion of the Seven Heads, Leonor Rocha, 8°D 3º Prémio - The Spooky House - Isabel Carvalho, 8ºB This school year, all the students of the 8th Grade (classes A, B, C and D) decided to celebrate Halloween by writing creepy stories and creating spooky objects connected to the Halloween’s imaginary. In order to involve all the school community in this festivity they organised an exhibition of their work in the school atrium. To this activity the students of Arts (7th and 8th graders) contributed to the exhibition with their “monsters” built during classes. In the end there was a contest and prizes were given to the three best written creepy stories and to the two best conceived spooky creatures.

Profª de Inglês, Ângela Lopes

Teens’ world

Ateenager is someone who is between thirteen and nineteen years old, often defined as emotionally unstable. At this stage there’s a huge physical and emotional change that leaves parents worried. The society has the idea that all teens are the same: rebels, with pimples on the face, constantly looking to argue, and always doing something bad like getting bad marks at school or hanging out with a dangerous group. The pimples on the face are a sad reality; however in my opinion, all teens are different from one another, and there isn’t any typical behaviour for us to follow. Adolescence is a difficult time where we change our looks and build our personality and likes or dislikes. So we just want to try new things and be more independent and mature. After all, school and family can be very hard for us teens to handle. But this stage is when we’re young and free, with lower responsibilities and when we create more memories. So I think that being a teen is actually great, and we must enjoy it while it lasts.

A minha experiência no Lemun 2022

Omeu nome é Gonçalo Sarabanda e sou um dos alunos da Escola Secundária Aurélia de Sousa que participou no Lemun deste ano e, desde já vos digo, foi INCRÍVEL. Para quem não sabe, o Lemun é uma “Model United Nations”, ou seja, uma simulação das Nações Unidas, na qual discutimos diversos tópicos, dependendo do comité e temos de defender as ideias do país que nos foi atribuído. Este projeto inclui bastante trabalho da nossa parte nos meses antecedentes à conferência, tanto dentro, como fora da escola, mas no final tudo vale o esforço. Esta conferência realizou-se em Leiden, na Holanda. Leiden é uma cidade linda, que eu nunca tinha visitado, nem provavelmente teria visitado se não fosse esta conferência. Ao longo de três dias, discutimos, intensivamente, resoluções atrás de resoluções, sobre tópicos como a redução do consumo de carne ou os direitos das mulheres na educação, tentando fazer aprovar as ideias do país que nos fora atribuído, Egipto no meu caso, criando alianças e contra-argumentado as críticas. No segundo dia, a minha proposta acerca da redução do consumo de carne esteve mais de três horas em debate, recebendo inúmeras críticas de países que se colocaram contra a redução, como a Rússia ou a Espanha (cujo delegado era na realidade vegetariano), mas foi fortemente apoiada por países como a Inglaterra e a Suíça. No final, lá consegui aprovar a resolução com 17 votos a favor e 12 contra. Além da conferência em si, esta atividade teve um aspeto social extremamente positivo, pois, ao mesmo tempo, tivemos a oportunidade de ficar hospedados em casas de estudantes da nossa idade, o que, na minha opinião, nos deu uma visão muito clara da vida naquele lugar. A família que me acolheu era fantástica! Mostraram-me a cidade, as comidas tradicionais e ainda tive a oportunidade de ir de bicicleta, todos os dias, para a escola. Foi incrível! Esse aspeto foi tão importante como a conferência! Sinceramente, acho que os MUN são experiências incríveis e toda a gente devia ter esta oportunidade. Vale a pena o esforço pelas memórias que ficam, pelos amigos e pelas experiências que se vivem e que são inesquecíveis! Recebi já convites das pessoas com quem estive, para participar em mais e mal posso esperar! Gonçalo Sarabanda, 12ºD

Lemun - Leiden - Países Baixos

Foto de grupo - Margarida Pereira, Matilde Pinto, Mafalda Monteiro, Mariana Pinto, Maria Costa, Gonçalo Sarabanda (12ºD), Marta Rodrigues, Ana Camelo e Pedro Fernandes - 11º D Profª Catarina Cachapuz e Profª Ana Amaro

17 l Jornalesas

SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: COMEMORAÇÕES NO LUGAR DA CIÊNCIA

Técnica de moldagem e produto final

Asemana da Ciência e Tecnologia, que decorreu entre 23 e 30 de novembro, incluiu as comemorações do Dia Nacional da Cultura Científica, em 24 de novembro, data escolhida em honra de Rómulo de Carvalho (o poeta António Gedeão, a quem se deve o fantástico poema “Pedra Filosofal”) que foi professor de Física e Química e responsável pela promoção do ensino de Ciência e de Cultura Científica, em Portugal. Na ESAS, o Lugar da Ciência empenha-se em motivar a comunidade escolar para a importância da curiosidade e da comunicação científicas que tanto enriquecem o processo investigativo e a divulgação da cultura decorrente do estudo científico, tendo promovido as seguintes atividades: No dia 23 de novembro, as comemorações iniciaram-se com a realização de uma Oficina de simulação de fósseis por moldagem, para todas as turmas do 7ºano (duas turmas durante a manhã e duas turmas durante a tarde), tendo sido dinamizada pelo 10ºA em aula desdobrada de Biologia e Geologia com orientação da Dra. Marina Gonçalves, com o objetivo de simular a origem de fósseis pelo referido processo. O sucesso da atividade ficou patente nos produtos finais da oficina , moldes elaborados pelos alunos e expostos no átrio da escola.

No dia 24 de novembro, a manhã foi dedicada à ilustração científica como meio de divulgação de resultados inerentes à prática científica. De acordo com o programa estabelecido pelo Lugar da Ciência, foi inicialmente apresentada ao 10ºB uma palestra sobre a importância da ilustração na comunicação científica, tendo a Dra. Manuela Lopes enfatizado o rigor que deve estar na base da elaboração de registos ilustrativos da informação séria e completa que se pretende transmitir. Seguiu-se uma atividade prática, no laboratório, em que os alunos ilustraram a morfologia externa da folha de uma espécie vegetal aleatória, colhida no jardim da escola, e o respetivo aspeto microscópico da epiderme foliar .

(A) Ilustração do aspeto macroscópico da folha (B) fotografia (C) ilustração microscópica de epiderme foliar

Legenda:

1-Estoma 2-Parede celular

Modelos de aproveitamento de energia solar com conversão em energia elétrica (casa) energia motora (carro) e energia calorífica (forno solar)

No dia 25, sexta-feira, foi inaugurada a exposição “Energias alternativas” no Laboratório polivalente, com a apresentação de diferentes modelos e estruturas exemplificativas do uso de energia do Hidrogénio, energia eólica e energia solar (fig.3), pelas Dras. Arminda Ferreira, Maria da Luz Carvalheira, Paula Pinheiro e Clara Mesquita, tendo sido enfatizada a importância das energias não poluentes capazes de substituir as ambientalmente comprometedoras energias fósseis. Tendo estado um dia de sol, estas atividades foram complementadas com a observação do funcionamento de um carrinho solar e de um forno solar, no exterior, sob a ação direta da luz solar. A exposição foi visitada por várias turmas, nomeadamente o 7ºB, 7ºC, 8º A, 8ºB e 11ºB, cujos alunos se revelaram muito empenhados em compreender os processos evidenciados.

Feira de Minerais e Fósseis, na ESAS

Ainda no dia 25, a turma do 8ºA participou numa sessão do projeto Healthy Waters, em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação e a FEUP, tendo refletido sobre a origem dos poluentes emergentes (substâncias potencialmente tóxicas que são libertadas em águas residuais, não sendo ainda monitorizadas nas ETAR) e sobre modos de reduzir o respetivo impacte ambiental. No dia 28, o auditório da ESAS recebeu a Dra. Ana Leite Oliveira que, no âmbito da promoção da cultura científica pela Universidade Católica, dinamizou a palestra intitulada “A Natureza é extraordinária: vamos imitá-la?” para as turmas A, B e C de 12ºano . A palestra abordou interessantes aspetos da Bioengenharia e da Genética Médica, no âmbito das investigações científicas que têm sido feitas para criar inovações favoráveis à superação de dife-

“A Natureza é extraordinária: vamos imitá-la”

Nos dias 28 e 29 de novembro, a comunidade escolar pôde apreciar e mesmo comprar exemplares de fósseis e minerais que são testemunho da geodiversidade da Terra e da sua geodinâmica única, numa exposição-venda instalada na escola a convite do Lugar da Ciência. Sendo a feira de minerais, fósseis e pedras semi-preciosas uma prática habitual anual, este evento tem sempre características surpreendentes e é recebido por todos com um entusiasmo renovado. Afinal, os recursos naturais são de uma tal beleza e complexidade que ultrapassam, invariavelmente, as maiores expectativas. Todas as atividades realizadas contaram com o entusiasmo e empenho dos professores e dos alunos participantes, tendo sido integralmente cumpridos os objetivos propostos no contexto educativo do Lugar da Ciência.

Equipa “Lugar da Ciência”

Dia do Diploma - Turma de Humanidades - 12ºF

Visita de estudo ao Parque da Cidade

8ºA no Parque da Cidade, em novembro de 2022

OProjeto “OBSERVA” é um projeto dinamizado pela C.M.P. com o objetivo de permitir aos alunos o conhecimento da biodiversidade de Parques Urbanos, nas diferentes estações do ano. Pretende-se que os alunos se envolvam na observação e interpretação do mundo natural, aprendendo a valorizar a biodiversidade e os recursos que a Natureza tão facilmente nos oferece. O 8ºA da Escola Secundária Aurélia de Sousa participa neste projeto no âmbito das atividades organizadas pelo Clube Ciência Viva na Escola/Lugar da Ciência, no presente ano letivo de 2022/23, fazendo quatro visitas ao Parque da Cidade respetivamente em novembro, em janeiro, em março e em maio, com registo das alterações observadas na paisagem. Como resultado do trabalho de campo realizado durante as referidas visitas, em contexto de Ciências Naturais e de Educação Física, espera-se que os alunos completem o mapa de um troço do Parque, com identificação das espécies arbóreas presentes e respetiva localização. Na primeira visita, já realizada, foi feita a exploração do mapa geral do Parque seguida de uma caminhada com reconhecimento geral da paisagem num troço definido. Foi ainda relembrado o modo de utilização de guias de campo, na sequência da observação atenta de musgos, líquenes e de uma grande variedade de espécies de cogumelos. A visita decorreu em bom ambiente de sociabilização, tendo os alunos revelado elevado interesse e participação nas atividades propostas.

Manuela Lopes - Profª de Ciência da Natureza

Aceite o desafio e visite os Passadiços do Paiva

Nestes últimos anos, o Grupo de Educação Física, tem organizado caminhadas com percursos por lugares absolutamente extraordinários. O dia da caminhada é sempre memorável! Desta vez, a sorte coube aos alunos de 11ºano que, no dia 4 de outubro, rumaram aos Passadiços do Paiva, parte integrante do Arouca Geopark , distrito de Aveiro e Território da Humanidade. Surpreendidos? Pois é verdade, “todo o município de Arouca está classificado como Geoparque Mundial da UNESCO. Cada centímetro dos 328 quilómetros quadrados. Cada sorriso que acolhe quem aqui chega. Cada flor de urze que pinta o planalto da Serra da Freita. Cada gota de água dos rápidos do rio Paiva. Todo este manto verde guarda, cioso, 41 sítios de interesse geológico (geossítios), e quase metade dele está classificado pela Rede Natura 2000.” (in: http://aroucageopark.pt) O trajeto programado desde a Praia Fluvial do Areinho, até à praia Fluvial de Espiunca, cerca de 8 km, permitiu a passagem pelos Geossítios: Garganta do Paiva; Cascata das Aguieiras; Praia do Vau e Gola do Salto. Apesar da dureza do desafio, pois as escadas são muitas, os sorrisos e a boa disposição não deixaram esmorecer os caminhantes. Para quem não está familiarizado com o termo “geossítio”, este é um local de especial interesse geológico e geomorfológico. Nos passadiços do Paiva, os geossítios encontram-se ao longo de um itinerário que tem como cenário-base o rio Paiva, ajudando-nos a perceber a importância deste curso fluvial na construção da paisagem através de processos erosivos, do transporte e da deposição de sedimentos. De entre os amantes da biologia, da geologia e da geografia, há sempre uma palavra a dizer perante tão deslumbrante património. Desde as espécies botânicas, passando pelos afloramentos rochosos, até ao ecoturismo, tudo se completa numa simbiose perfeita. As paisagens idílicas encantaram os mais distraídos e as sensações vividas irão garantidamente perdurar na memória coletiva. Todos levam a vontade de partilhar a experiência com os amigos e a família. E levam também a satisfação de terem chegado ao fim do trajeto, de terem superado a íngreme escadaria, de terem aceitado o desafio. Os benefícios da prática regular da atividade física não se esgotam na melhoria dos biomarcadores associados ao conceito fisiológico de saúde, vão mais além e promovem melhorias no relacionamento interpessoal, na integração social e na autoestima. A caminhada ainda permitiu observar a Falha da Espiunca, desfrutar de um pic-nic, muito convívio e, aos mais afoitos, um banho refrescante na praia fluvial de Espiunca / rio Paiva … e deixou a vontade de não perder as próximas propostas. Esta iniciativa irá, certamente, atrair novos visitantes para o Geopark de Arouca e contribuirá para o desenvolvimento de uma região que até há poucos anos era desconhecida, pois era inacessível.

Para quem se vai aventurar é bom lembrar:

• Leve sempre água consigo e uma mochila para trazer o lixo • Não utilize chinelos ou calçado de praia • Evite barulhos e atitudes que perturbem a paz local • Em períodos de sol intenso, recomenda-se o uso de protetor solar • É proibido fumar, fazer fogueiras, acampar ou fazer desportos radicais Um agradecimento a quem se entrega de corpo e alma, ano após ano, na concretização destas iniciativas. Referimo-nos ao Grupo de professores de Educação Física, em particular aos responsáveis pela organização desta atividade: Alexandre Libânio, Catarina Cachapuz e Isabel Silveira. Mas também, a todos os que aceitaram o desafio de participar, e foram muitos: 115 alunos oriundos de todas as turmas do 11º ano; 4 professores, Victor Ferreira, José Esteves, João Pedro Ribeiro e duas estudantes estagiárias de Biologia, Daniela Navega e Sara Barbosa.

Para saber mais sobre a Falha da Espiunca

bit.ly/3F0eysV Profª Catarina e equipa Jornalesas

21 I Jornalesas

Vindo de longe…

Chegou a Portugal há oito meses, vindo da Ucrânia. Está na nossa Escola a completar os seus estudos e entusiasmado com a língua portuguesa.

Encontra-se a frequentar as aulas de PLNM (Português Língua Não Materna).

22 l Jornalesas l dezembro L X I V

Quais foram as tuas primeiras impressões de Portugal?

Quando cheguei aqui a Portugal, fiquei muito feliz ao ver todos os monumentos do centro da cidade e, em particular, a ponte D. Luís que liga Porto e Gaia.

Porque escolheste vir para Portugal? E para o Porto?

Quando a guerra começou e o exército russo entrou em Kiev, a minha mãe ficou muito assustada e disse-me “Nós vamos embora”. Planeávamos ir para a Polónia, mas um primo ligou-lhe e disse-lhe –“Se estás a ter problemas com esta situação podes vir viver para o meu apartamento em Portugal, porque eu vou viajar para a Ucrânia.” Começamos a organizar a nossa viagem e encontramos alguns voluntários que nos ajudaram a vir para Portugal. Fizemos a viagem com outros ucranianos. Eramos seis, três mães com os seus filhos e os voluntários.

Foi muito difícil sair da Ucrânia?

Deixei amigos com quem mantinha uma boa relação. Depois, quando cheguei a Portugal e comecei a lidar com vários problemas, como por exemplo a Segurança Social, não fiquei a pensar na Ucrânia e continuo a não pensar muito. A minha preocupação é o meu caminho daqui para a frente e não o que deixei para trás. Isso ficou na Ucrânia.

Como foi a integração no País? Na Escola? Na turma?

Os portugueses são muito simpáticos e recetivos para com os ucranianos. Para mim Portugal é o melhor país da Europa para viver. Tem pessoas fixes, um ótimo clima e tem mar por perto. Já frequentei esta escola no ano passado, embora só durante 3 meses e não foi difícil, pelo contrário, adaptei-me com facilidade.

Já fizeste amigos?

Sim, tenho os meus colegas de turma e os do meu clube de basquete que integrei há 6 meses. Eles são todos meus amigos e eu gosto deles todos

Quais são as tuas preferências musicais?

Gosto de rap e de hip-hop. O meu rapper favorito chama-se Tbili e o cantor de Hip-Hop é o T-Fest.

E filmes?

Tenho uma série de animação favorita “Os Simpsons”. A minha personagem predileta é o Homer.

Qual é o teu clube de futebol na Ucrânia?

É o Shakhtar que agora é muito popular por causa de um dos jogadores, o Mudryk.

E em Portugal?

É o Futebol Clube do Porto

Sentes-te confortável a falar sobre a Ucrânia?

Sim, não tenho qualquer problema em falar do meu país e da sua situação atual.

Que sonhos tens para o futuro?

O meu maior desejo é que a guerra acabe para poder voltar à Ucrânia, mas só por duas semanas, não para viver lá. Quero apenas visitar a família e os amigos. Pessoalmente, quero ser financeiramente independente. Gostava de uma profissão que me permitisse movimentar, ajudar as pessoas, nada de ficar parado num escritório.

Mensagem para os colegas portugueses?

Devemos ser educados, amáveis e sorrir sempre. Devemos ser felizes e desfrutar de tudo, todos os dias. Devemos ter tempo para apreciar o oceano.

Prato preferido na Ucrânia?

Pierogi /Pyrohy é um tipo de pastel cozido com recheios variados.

Trabalho coletivo

Preparação da entrevista: Madalena, 7ºC, Estrela, Pedro, Scarlett e Rafaela, 11ºI. Realização da entrevista e respetiva tradução, na aula de Língua inglesa, pelos alunos do 11ºG, sob orientação da profª Ana Neves.

Crónica

Sem luz, o que é que nos vai guiar no escuro?

O dia começa mal. Tanto tempo perdido: o meu gato esconde-se na despensa, trinta minutos; a minha torrada queima, cinco minutos; os dentes da bebé da vizinha estão a crescer, a noite toda. Saio de casa mais tarde do que habitualmente, corro desenfreadamente e chego à paragem. O céu encontra-se tão cinzento como a expressão do motorista que me aguarda. Penso em dizer “bom-dia”, mas não tenho energia para sorrir por nós os dois. Sento-me, questiono o gosto musical do locutor da rádio e meto os fones. A meio da viagem, sinto o olhar de alguém e levanto a cabeça. Deparo-me com um psicopata a sorrir para mim. Olho à volta e noto que não é só um. Sinto-me ligeiramente aterrorizado até me aperceber que os sorrisos são genuínos. Verdadeiros. Parece que toda a gente ganhou o Euromilhões. Não estão a sorrir só para mim. Estão a sorrir uns para os outros, para os condutores dos carros ao lado e estes estão a sorrir de volta. Sem reparar, começo também a sorrir; os sorrisos genuínos são assim, brotam de nós. De repente, a energia que não tinha para sorrir por duas pessoas multiplica-se e sorrio pelo autocarro todo. Hoje em dia, as pessoas já não sorriem: falta de coragem ou de vontade, quem sabe. Tendem a culpar a tecnologia ou a rotina, em vez de assumir que é culpa de todos o facto de andarmos tão desligados. Ao ponto de eu ter achado que um estranho a sorrir para mim era um psicopata. Bem, está na altura de nos ligarmos a uma tomada ou a o que quer que o valha, mas liguemse. Antes que seja tarde demais e a lâmpada tenha fundido.

Sem luz, o que é que nos vai guiar no escuro?

Alexandra Ferreira e Sara Morais - 9ºD Ilustração de Diana Lobo . 12ºano

CASA CHINESA

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Rua Alegria 961 - 4000-048 Porto 225 505 795 estreladolima@gmail.com

23 l Jornalesas

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