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Dia do Diploma
Liberdade
Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quanto há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca. O mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca...
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Fernando Pessoa
Seleção da Drª Zaida Braga Presidente do Conselho Geral Dia do Diploma - 12ºano Mafalda Sanches - 12ºano - 2021/2022


João Barão - Diploma de Mérito e de excelência

Beatriz Gonçalves - 12ºano - 2021/2022
ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA
Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 novojornalesas@gmail.com 5 l Jornalesas




Parabéns
Turma de Ciências e Tecnologias - 12º C
Turma de Economia - 12º D
Turma de Humanidade- 12º E
conversa com… Sara Cardoso Martins
É bom sentir que o esforço destes três anos foi recompensado! Isto não é necessariamente ser a melhor aluna da escola, mas ter tido os resultados que tive, obviamente que me deixa orgulhosa.
Qual a sensação de ser a aluna com a melhor classificação a terminar o 12ºano na Escola Secundária Aurélia de Sousa?
A escola tinha imensos alunos, senti que havia muitos colegas tão bons como eu e muitos mereciam também os mesmos resultados que eu obtive. Foi também graças a essas pessoas que eu fui sempre trabalhando mais. Ser a melhor aluna também se deve aos meus colegas. Pensar que não somos piores nem melhores que os outros motiva-nos, leva-nos a trabalhar mais. Não temos que ser melhor que os outros, mas sim melhor do que nós já eramos.
Como organizaste o teu tempo para conseguires obter o sucesso?
Acho que não há um segredo. Nós devemos ter é concentração. Os horários de 12º ano são muito mais livres, nós temos mais tempo. No 10º e 11ºano a carga horária é grande. O que temos de fazer é, se estamos nas aulas pensamos nas aulas, se estamos a estudar, estamos focados nesse estudo. O importante não é o tempo que passamos a estudar, mas sim tentarmos fazer com que esse tempo seja produtivo e depois quando estamos com os nossos amigos ou a ver alguma série, devemos concentrar-nos nisso. Também precisamos de descontrair e de nos abstrair do estudo e da escola. Eu, por exemplo, sempre tive outras atividades. Andava na natação e frequentava um grupo de escoteiros, mas quando chegava a casa pensava: “Ok, agora tenho de estudar”. Nesses momentos, focava-me nesse estudo, para não ter de passar o fim de semana todo fechada a estudar. Se nós estivermos atentos e ouvirmos os professores e o que eles nos explicam é meio caminho andado para estudarmos e percebermos tudo, caso contrário, em casa, vamos ter um trabalho acrescido. Eu tentava ao máximo aproveitar as aulas. Os professores dão dicas e se nós ouvirmos bem, há certas coisas que aparecem nos testes e nós rapidamente nos lembramos
Tens algum método de específico de estudo?
Eu nunca usei o mesmo método. Em disciplinas como matemática ou físico-química, para aprender, temos que aplicar, fazendo exercícios. Depois há outras disciplinas mais teóricas, como filosofia e biologia. Nestas, a melhor maneira é ir fazendo alguns resumos e depois ir lendo em voz alta. Eu tentava explicar a mim mesma o que estava a ler até conseguir perceber. O que sempre funcionou para mim foi andar e falar em voz alta de maneiras diferentes, como se estivéssemos a dar aulas a outras pessoas. Mais do que a teoria, precisamos de saber aplicar.

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Andaste sempre numa escola pública…
Sim, foi algo que a minha mãe defendeu sempre e eu aconselho, porque acho que nas escolas públicas nós temos uma diversidade grande de alunos e de ambientes e essa diversidade é um dos fatores que nos ajuda a crescer enquanto alunos e enquanto pessoas, porque percebemos como são outras realidades. Há bons e maus colegas, mas a culpa não é só deles é também das circunstâncias familiares e, por vezes, económicas. Acho que este é um contexto muito importante no nosso crescimento e no nosso desenvolvimento. Mas julgo haver escolas públicas que são tão boas ou melhores que muitas escolas privadas.
Tinhas explicações? Alguém que te ajudasse?
Não, eu nunca tive explicações durante os três anos. Somente na altura do exame, vi algumas coisas com uma tia que dá explicações de Físico-Química. Habitualmente, tentava na aula tirar qualquer dúvida específica com a professora e resolvia as minhas questões. Sempre senti que conseguia ir vendo as coisas por mim.
Preferes o estudo mais digital ou mais físico (com caderno…)
Este ano, eu tenho feito um pouco a transição para o digital. Por exemplo: colegas mais velhos mandam-nos muitas coisas em PDF, em WPP e estar sempre a imprimir tudo acabava por gastar imenso papel. Ainda continuo a fazer anotações em papel, mas tenho seguido também através do computador. Sinto que ao escrever em papel, ao ter mesmo as coisas na mão percebo muito melhor e mais facilmente.
E sobrou sempre tempo para as outras atividades e para estar com os amigos?
Às vezes, quando tinha dois ou três testes numa semana, eu não conseguia e tinha de faltar aos “escuteiros“ ou não estava tanto com os meus amigos, mas era só em algumas semanas. Também faço natação e isso é importante. Enquanto estás a nadar estás a fazer desporto, estás-te a mexer e é saudável, por outro lado também não estás a pensar em tudo o que tens para fazer, para estudar e nas aulas que vais ter. Estás a descontrair mesmo.
Então achas que o desporto te ajuda a evoluir mentalmente para estares mais preparada?
Sim, porque em medicina e em todos os cursos, no geral, se nós só nos preocuparmos com a saúde física, mais cedo ou mais tarde, vamos ter um esgotamento porque a nossa mente não aguenta, temos também que ter formas de descontrair.
Qual a tua opinião sobre as redes sociais?
Este verão passei muito pouco tempo nas redes sociais. Eu usava-as principalmente para marcar coisas com os meus amigos. Depois estava com eles. Para quê usar as redes sociais? Estava em casa: aproveitei imenso para estar com a minha família. Atualmente, na Universidade, pertenço a grupos com pessoas da minha turma, pessoas do meu curso e até mesmo o grupo da praxe. Os grupos também servem para recebermos informações e nos mantermos atualizados, por exemplo, as páginas do Instagram do ICBAS, da Associação de Estudante. De outra forma haveria muitas coisas que nos podiam acabar por passar ao lado. Acho que é cada vez mais difícil uma pessoa não ter redes sociais.
Uma curiosidade, a situação das praxes?
Já tinha ouvido muitas pessoas dizer que no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) costumava ser tranquilo, que não havia problemas nem exageros. Então, fui experimentar e acabei por gostar. Permitiu-me aproximar de várias pessoas e sinto que ajudou a minha integração.
Entrevista preparada pela aluna Madalena Pinto, 7º C Foto acima com os alunos que realizaram a entrevista Pedro Pinto, Sara Cardoso (entrevistada) , Rafaela Sousa e Scarlett Maurer - 11ºI
Foto abaixo - Sara, segunda aluna contando da direita, com a turma A do 12ºano e as professoras, Clementina Silva de Psicologia e Zaida Braga de Português, no Dia do Diploma em setembro de 2022
CONCURSO Ilustração, Fotografia, Poesia Visual

As Bibliotecas das Escolas do Agrupamento Aurélia de Sousa, em articulação como o Projeto Cultural de Escola (PCE), pretendem promover um CONCURSO para a criação de um trabalho artístico (ilustração, fotografia ou poesia visual) sobre a obra de José Saramago, no âmbito da comemoração do centenário deste escritor. Os trabalhos realizados deverão inspirar-se no texto inédito de José Saramago, escrito em maio de 1997 para os alunos desta Escola, com o propósito de os sensibilizar para o valor da leitura. “A razão por que se abre um livro para ler é a mesma
com que olham as estrelas: querer compreender. Mas não há nenhuma lei que obrigue as pessoas a levantar os olhos para o espaço ou a baixá-los para esse outro universo que é a página escrita (…) Sempre haverá alguém para abrir comovido um livro, para querer saber o que está para além das aparências. Cada livro é uma viagem para o outro lado. “

Entrega de Prémios
Comemorou-se no dia 24 de outubro o Dia da Biblioteca Escolar. Para assinalar este dia, realizou-se a entrega de prémios aos vencedores do concurso literário promovido, no ano letivo anterior, pela Biblioteca Escolar da Escola Secundária Aurélia de Sousa em conjunto com o Departamento de Português.
Muitos parabéns aos premiados!



Gonçalo Tenreiro Figueiredo 1º,2º e 3º prémios
Gonçalo Sarabanda, Menção Honrosa de Poesia, Drª Margarida Moreira, Diretora do Agrupamento Aurélia de Sousa, Vera Gandra e Clarice Pelegrini, respetivamente 2º lugar e vencedora na categoria de Conto
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Dietas alternativas

São dietas que dispensam determinados alimentos ou grupos alimentares
Veganismo
Adieta vegan tem como princípio: • o respeito pelos animais rejeitando a exploração animal; • a saúde, pois o consumo excessivo de carne e dos seus derivados aumenta a possibilidade de excesso de peso, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e cancro; • o equilíbrio ecológico, sendo que a pecuária é uma atividade com grande impacto para o ambiente, com consumos elevados de água potável, ocupação de vastas áreas de terreno, e consumos excessivos de combustíveis fósseis.
Vegetarianismo
O vegetarianismo é um estilo de alimentação à base de vegetais, podendo ser adotado por diferentes razões: • O respeito pela vida dos animais (tal como os veganos). • Uma dieta vegetariana bem compensada é geralmente eficaz em equilibrar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e pode evitar alguns tipos de cancro. A base alimentar do vegetarianismo consiste em legumes, frutas e grãos, que são mais baratos do que a carne ou o peixe. Os alimentos vegetarianos processados, como o tofu ou o seitan são, muitas vezes, produzidos pelos próprios consumidores em casa, acabando por se tornar numa dieta economicamente mais sustentável. Um vegetariano reduz um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e, consequentemente, reduz o impacto ambiental da sua alimentação. As frutas, os cereais e os vegetais exigem 95% menos de matériasprimas para serem produzidos. Por exemplo, milhares de litros de água são necessários para produzir um quilo de carne.
A grande diferença entre veganos e os vegetarianos é que os veganos seguem uma filosofia de vida mais restrita do que os vegetarianos. Ambos são contra a exploração animal, mas enquanto que os vegetarianos não comem simplesmente carne, peixe e aves, os veganos evitam de todo qualquer tipo de contacto com produtos de origem animal, por exemplo: mel, leite, ovos, medicamentos, produtos de higiene, entre outros. Os vegetarianos são um pouco mais flexíveis, daí existirem subcategorias como é o caso da dieta ovolatovegetariana…
Dieta Paleo
Adieta Paleo consiste num tipo de alimentação cujos fundamentos se baseiam nos nossos ancestrais caçadores-recoletores. Esta alimentação consiste numa base de alimentos frescos naturais, sem processamento e ricos em fontes de gorduras saudáveis.

Apesar de ser uma dieta restritiva, apresenta benefícios como a ajuda no processo de desenvolvimento dos músculos e perda de peso, pois as proteínas e fibras promovem maior atividade no que respeita o metabolismo, acabando por ser possível a diminuição do risco de doenças crónicas, pois evita que exista um depósito de gorduras nos vasos sanguíneos. Contudo, esta dieta também apresenta desvantagens. Por isso, antes de a seguir, é recomendado o acompanhamento por um nutricionista. Podemos concluir que existem muitas outras dietas alternativas como a dieta macrobiótica, a dieta detox, etc… É claro que cada um deve aderir àquela em que o seu organismo se enquadrar melhor. Adaptado do trabalho de grupo de Pedro Combotas, Mariana Martins, Rita Oliveira e Mafalda Alves , 11ºB ______ Sara Barbosa e Diana Navega, Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia
A

Adaptado do trabalho de grupo de Claúdia Pinto, Bruno Rodrigues, João Azevedo e Inês Ribeiro, 11ºB
______
Sara Barbosa e Diana Navega, Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia
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Textos inspirados no filme «A avó mais aborrecida do mundo inteiro», de Damaris Zielke Viver por nós as duas
Achave roda na fechadura, como todas as outras vezes em que entrei neste apartamento. Mas desta vez não sou recebida por um “Olá, Greta!”. Apenas pelo olhar confuso do rapaz que lhe trazia as compras. - A senhora… - Morreu- interrompo-o. A minha voz soa abafada, como se estivesse a falar do fundo de uma garrafa. - A minha avó morreu. Ele fica ali a olhar para mim especado, não fala. Por isso, falo eu. - A minha avó morreu há duas semanas . O funeral dela foi há duas semanas também. Não houve uma pessoa que não dissesse “É normal”. Por essas palavras ou por outras quaisquer. Que é normal que ela tenha existido e que agora já não exista. Que é normal que ela era e agora já não é. A minha avó era doce e querida e atenciosa e agora é ar, um fragmento da minha imaginação, um buraco que me faz lembrar todas as coisas que ela era. Paro. Continua calado. - Eu costumava pensar que tinha a avó mais enfadonha do mundo. - Porquê?- pergunta o rapaz, de um modo pacífico, demasiado pacífico. - Porquê? - repito a pergunta, ironicamente, e rio-me, um riso seco, sem graça nem alegria - porque ela dormia muito, passava muito tempo a olhar para fotos antigas e não gostava que mexessem nas coisas dela. Agora eu percebo. Quero dormir até me esquecer que ela morreu. Quero passar o tempo a olhar para as fotos dela. Quero deixar tudo como da última vez que ela as viu. Quero fazer isso, na esperança que alguma coisa a traga de voltaas lágrimas fervilham-me cara abaixo- é a primeira vez que entro aqui desde que ela morreu, porque, se eu não visse, nunca podia ter a certeza que ela não continuava aqui, a existir. Agora sei que ela já não é nada, nem aqui, nem em lado nenhum. Sento-me no sofá, pouso a cabeça nas mãos, os cotovelos nos joelhos. Ouço a minha respiração, entrecortada, aos soluços, pesada no silêncio. - Como é que era a tua avó?- pergunta o rapaz Acalmo-me o suficiente para responder e levanto a cabeça. - Ela era baixinha. Tinha caracóis brancos como açúcar em pó. Os olhos eram castanhos (sorrio) e bondosos. Raramente se ria, mas quando o fazia, ria-se com tanta vontade... Tinha a pele enrugada e macia ao mesmo tempo. - A casa continua igual? - Sim- olho em volta- continua um apartamento pequeno, velhinho, mas acolhedor. As janelas ainda deixam entrar o sol, a luz, o calor. A mesa continua no mesmo sítio. As prateleiras continuam encostadas à parede. E os bibelôs continuam os mesmos. O sofá continua pequeno, mas comprido o suficiente para alguém se deitar. Desato a rir. - Uma vez, organizei um funeral para ela aqui. O rapaz está a olhar para mim, com um semblante aflito. Acha que enlouqueci. - O funeral da tua avó foi aqui? - Não! Meu Deus, não - continuo a rir-me, pois a sua suposição é ainda mais engraçada do que o que ocorreu de facto. - A minha avó adormeceu uma vez. Eu estava aborrecida, queria brincar. Decidi brincar aos funerais; ela era a morta. A parte mais engraçada é que ela acordou a meio. Calo-me, recordando aquele dia. - Esse foi o dia em que ela decidiu começar a criar memórias.
- Está a valer ?- pergunta ele. - Está- murmuro, sentindo os olhos a lacrimejar. - Então, ela ainda é. - O quê? - Disseste que ela já não era nada. Mas se fizeste boas memórias suficientes para esta horrível valer a pena, então a tua avó ainda é tudo o que era, porque tu ainda levas tudo o que ela era contigo, todos os dias, para todo o lado. Fico quieta e calada durante o que me parece uma eternidade. Finalmente, movo-me e limpo as lágrimas. - Tens razão. - Eu sei. Sorriu para mim e saiu. Passado um pouco, saio eu também. Desço as escadas e saio para a rua. Inspiro o ar, que cada dia se torna mais frio. As folhas já começaram a cair. É o primeiro outono que a minha avó não vai viver. Mas é também o primeiro que vou viver por nós as duas. Sara Morais, 9ºD
Memórias Uma tarde/te com a avó
Era uma vez uma avó, bom a minha avó. Ela tem cabelos grisalhos e a pele enrugada, tem olhos castanhos, mas ao sol ficam esverdeados. Às vezes penso se ela já fez alguma coisa interessante, se a vida dela já teve alguma cor, alguma diversão, algo além de ver fotos de pessoas que já não estão cá ou de colecionar objetos estranhos com os quais nem se pode brincar. -Greta, vem comer - disse ela com a sua voz de mel. -Já vou- respondi eu, apressada para voltar a brincar. Durante este almoço, só me foquei no relógio de cuco, que estava com a hora mal marcada. Ele ficava na sala de jantar. As paredes lá eram forradas com papel de parede florido, que estava tapado com fotos e bugigangas. O chão era de uma alcatifa acastanhada, que ela estava sempre a aspirar. Mais tarde, nesse dia, ela ensinou-me um jogo de cartas novo, o crapô. E daí em diante, essa tornou-se a nossa tradição: sempre que eu ia lá dormir, eu e ela jogávamos. Ela deixava-me sempre ganhar, ou, pelo menos, era o que ela me dizia! Os anos passaram e agora eu é que mostro fotos sem parar, faço sestas depois do almoço e até tento cozinhar um terço do que ela cozinhava. Quanto a ela, o céu ganhou uma nova estrela, mais brilhante, com mais alegria e, sobretudo, com mais amor.
Maria Palmeiro, 9ºD Era mais uma quinta feira normal e, como habitual, os meus pais trouxeram-me a casa da minha avó. Ela é muito querida e preocupa-se muito comigo. É apenas uns centímetros mais alta que eu e tem os olhos mais lindos que eu alguma vez já vi. São verdes e, quando olho para eles, lembro-me das maravilhas da natureza. Gosto muito dos seus cabelos louros e encaracolados, iguais aos da minha mãe. Quando chego a casa da minha avó, dou-lhe sempre um grande abraço e brinco com as minhas figuras de ação. - Tu vais ver, eu vou chegar primeiro à meta! - disse o boneco brincalhão. - Não, se eu puder impedir… - garanti. Buuuuumm! - ouviu-se um som de explosão. - Greta, o almoço está na mesa! - avisou a avó. - Já vou! Terminamos isto mais tarde, bonecos. – concluí. Quando chego à mesa, vejo que o almoço é, outra vez, peixe e, como qualquer criança da minha idade, não gosto nada. Apenas me serve de consolo a tarte de maçã que a minha avó prepara sempre que venho a casa dela. É mesmo muito boa e parece que a cada dentada viajo por um mundo de sabores. Quando acabamos de almoçar, vamos até ao parque e ficamos lá a olhar para as árvores com folhas que agora já não são verdes, mas sim castanhas, devido ao início do outono. Ouço o chilrear dos pássaros que bailam no ar à nossa volta. O céu está de um azul marcante, como se estivesse a tentar demostrar alguma emoção, alegria talvez. As pessoas à nossa volta riem, saltam, brincam e correm. Às vezes, a minha avó conta-me histórias muito bonitas da sua infância, como quando se apaixonou pelo meu avô, ou quando brincava com a sua mãe. Para ela, era indiferente se fazia chuva, ou sol, desde que estivesse com as pessoas de que mais gostava. A vida dela era como um conto de fadas, daqueles que, independentemente de alguma coisa correr mal, terão sempre um final feliz.

Mariana Amaral, 9ºD
País de Produção : Alemanha Técnica: Computador 3D
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A avó mais enfadonha do mundo
Farinha, açúcar, ovos, chocolate em pó, tudo derramado em cima da mesa! A cozinha estava uma autêntica confusão. Coisas no chão. A avó de um lado para o outro. - Greta, já puseste o açúcar no bolo? – pergunta a avó. Eu respondo: - Já vou pôr. Eu e a minha avó tínhamos ido fazer um bolo de mármore. Ultimamente, a avó estava mais feliz, tranquila e davame mais liberdade. Porém, continuava a não me deixar pintar as fotos de família. Quando a avó foi buscar a farinha, não viu que tinha um ovo partido no chão, pisou-o, escorregou e caiu para trás. Fiquei em pânico, pois não sabia o que fazer. Fui à casa do vizinho, contei-lhe o que se tinha passado e ele chamou uma ambulância. Quando cheguei ao hospital, a avó foi diretamente para a ala de urgências e eu fiquei na sala de espera com vizinho. Uma hora depois (parecia que tinha passado uma eternidade) o médico veio avisar-nos de que ela ia ficar uma semana internada. O meu vizinho ligou aos meus pais e eles vieram buscar-me. Não dormi aquela noite, com medo de perder a minha avó. No dia seguinte, estava a tomar o pequeno-almoço com os meus pais, disseram-me que a avó estava em coma e que devíamos despedirmo-nos dela, porque a probabilidade de ela sobreviver era pouca. Vesti a minha melhor roupa e seguimos para o hospital. Entramos no seu quarto, e vimo-la deitada com os olhos fechados como estivesse a dormir. Só consigo pensar como seria a vida sem a avó, sem o seu acordeão, sem o seu sorriso, sem os seus bolos, tartes e queques deliciosos. Estou a pensar nisto, quando sinto o aperto de mão. Penso que é imaginação, mas é realidade. - Greta! – diz a avó. - Sim, avó. Estou aqui contigo. – respondo. - Estou feliz por estares aqui. Fiquei com uma alegria enorme, porque, por momentos, pensei que ela pudesse partir. Começou a contar-me histórias da sua infância, sobre como brincava com os seus amigos ou como se apaixonou pelo meu avô. Lágrimas escorrem-me pela cara e só consigo pensar em quão enfadonha seria a minha vida sem a avó. Sofia Lopes, 9ºD
A vingança de Colette
Texto inspirado no filme «Esperança de Vida», de Léanne Pfeiffer, Samuel Desert, Maxime Liquard, Enola Durand, Olivier Radola, Maëlys Poulet, Clément Estrade, Quentin Wallaert.
Depois da saída de Colette, o casal pensou que ia ter que esperar muito tempo até que a velhinha partisse para um mundo melhor, por isso rasgaram o contrato. Passado pouco tempo, Colette sofreu um acidente de carro, acabando por falecer, deixando o casal desapontado, pois ia ficar sem a sua casa de sonhos. No dia seguinte, começaram a pensar numa forma de reverter a situação, decidindo falar com o consultor imobiliário. Quando chegaram ao escritório, foram atendidos pelo Sr. Alberto, um homenzinho baixo com bigode à Charlot, cabelo escorrido colado na testa e com umas calças zangadas com uns sapatos já muito usados. O escritório, um espaço pequeno pouco agradável, tinha uma escrivaninha cansada, coberta de papéis. Nas paredes, estavam desenhados vários padrões com cores variadas sem sentido aparente: triângulos laranjas, losangos verdes e círculos violetas. Duas prateleiras carregadas de livros pareciam queixar-se de dores nos ossos de tanto peso. Como se encontra o meu casal preferido? - cumprimentou o Sr. Alberto com um tom trocista. O casal, atrapalhado, respondeu: Precisamos da sua ajuda para resolver um problema. Intrigado, o consultor perguntou: - Problema? O marido, muito corado, respondeu: - Acidentalmente, rasgamos o contrato de compra da casa da Dona Colette. O Sr. Alberto, ao ouvir a resposta, começou mentalmente a esfregar as mãos. Pensou para si que tinha ali uma oportunidade para ganhar mais dinheiro. - Então, se é assim, eu devolvo-vos o dinheiro e já não precisam de se preocupar com a casa! - propôs ao casal. A senhora, desconsolada, perguntou: - Será que não podemos fazer um novo contrato? O consultor, com um sorriso malicioso, respondeu: - Sem problema! O preço é que subiu. Ah! Ah! Ah! Ana Isabel Henrique 9ºD
País de Produção : França Técnica: Computador 3D
