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Escola Municipal Ana Maria Alves dos Santos


O fazendeiro Dr. Macário Cerqueira, era proprietário da Fazenda Muchila, onde foi construído o conjunto habitacional “João Durval Carneiro”

popularmente

conhecido

como

Feira

X.

O nome Muchila deve-se a uma lenda folclórica feirense ocorrida no século XVIII. Quando os Holandeses invadiram a Bahia em 1624, os portugueses e brasileiros fugiram para então vila de Feira de Santana com as mochilas cheias de ouros, conta à lenda que esse ouro foi enterrado na fazenda, a história relata ainda que povos antigos andaram fazendo escavações em busca das mochilas de ouro que nunca foram encontradas.


O conjunto habitacional Feira X nasceu e se expandiu em virtude da implantação do Centro Industrial do Subaé - CIS localizado em frente ao Feira X na parte externa do Anel de Contorno. A professora da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, Nacelice Barbosa Freitas discutiu a urbanização em Feira de Santana como uma demanda criada pela implantação do CIS nas décadas de 70,80 e 90 do século. XX. Esse processo de expansão urbana se deu em virtude deste desenvolvimento industrial do comercio e do setor de serviços em Feira de Santana. O Jornal Folha do Norte noticiou que houve solicitações ligadas ao setor industrial recém-instalado na cidade sobre a criação de conjuntos habitacionais populares. A Urbis realizou o cadastramento de operários. “Construção das unidades habitacionais que seriam construídas no Bairro Muchila III, hoje conhecido por Feira X. O conjunto foi feiro em duas etapas. A primeira delas com 1.807 unidades foi inaugurada no dia 22 de agosto de 1985, e foi entregue com água, luz, rede de esgoto, quatro parques infantis e um centro comunitário. A segunda etapa foi entregue no ano seguinte com 1.900 unidades.” Jornal Folha do Norte.


O conjunto Feira X está localizado na parte interna do Anel de Contorno, Avenida Eduardo Fróes da Mota uma rodovia nacional que interliga o interior da Bahia a capital, bem como as várias partes do Brasil.

A proximidade do conjunto habitacional Feira X e o Centro Industrial do Subaé, separados apenas pela Avenida Eduardo Fróes da Mota contribuiu para a rápida expansão populacional e comercial do bairro Muchila.


O crescimento do conjunto ocorreu paralelamente ao desenvolvimento de atividades comerciais na localidade reforçando a “tradição comercial” de Feira de Santana. A farmácia Ribeiro foi a pioneira no conjunto que atualmente consolida um comércio forte que conta com mercearias, mercadinhos, supermercados, farmácias, joalherias, sorveterias, restaurantes, lojas de confecção, lotérica da caixa, salões de beleza, casa de eventos além da tradicional feirinha aos domingos. “Quando cheguei ao conjunto habitacional Feira X não tinha farmácia alguma para atender a necessidade dos moradores.” (Hélio Ribeiro de Souza, proprietário).

Hélio Ribeiro, proprietário da farmácia há 30 anos relatou que assim que casas do conjunto foram entregues, ainda sem pavimentação nas ruas percebeu que as pessoas precisavam de remédios e serviços. Diante disso construiu sua primeira farmácia.


O conjunto Feira X conta com a policlínica Dr. João Durval Carneiro que fica situada na Rua A e atende em média 100 pessoas diariamente, relatou o coordenador de enfermagem Marcio Mario de Souza. A implantação do serviço para o atendimento de 24hrs teve a intensa participação de Pedro Paulo Santos Silva uma das lideranças do conjunto Feira X contribuiu muito de forma decisiva na implantação do serviço de saúde de urgência e emergência em 24 horas.


A urbanização de Feira de Santana nas décadas de 1970, 1980 e 1990 contribuiu para a diversificação do campo religioso feirense e na localidade do conjunto com as representações da Igreja Católica, diversas denominações protestantes como também de práticas religiosas de matriz afro-brasileira como o candomblé. “Este processo de urbanização do município de Feira de Santana e a consequente ocupação dos bairros, loteamentos, logradouros das décadas de 70,80 e 90 do século XX, foram fundamentais para a expansão da pluralidade religiosa.” (DIAS, 2009, p.28).


Em 1988 começava um projeto de escola que iria atender as necessidades de muitas crianças do conjunto habitacional Feira X, os moradores não satisfeitos com a situação do bairro começaram a reivindicar seus direitos, iniciando uma grande luta, manifestações, caminhadas e reuniões. A representante do clube das mães a Sr.ª Ana Maria Alves dos Santos naquele mesmo ano fez um levantamento de 5.200 crianças entre 6 e 12 anos de idade que estavam sem estudar. A escola foi fundada durante o governo do prefeito Colbert Martins através de uma parceria com o governo do estado e de um movimento social do Clube de Mães do Bairro Muchila, foi projetada com uma estrutura ampla e aos poucos foi sendo ampliada com pequenas reformas, mas só no ano de 2016 houve uma grande reforma no então governo de José Ronaldo de Carvalho. Fundada há 26 anos a escola levou o nome de sua patronesse Ana Maria Alves dos Santos que é uma líder de expressão da comunidade.


O projeto Andorinhas realizado pelos alunos da Escola Municipal Ana Maria Alves dos Santos durou oito anos e foi liderado pela Prof.ª Ana Rúbia, lançou quatro livros “Fragmentos de Vida”. E foi o responsável pela Lei 077/14 sancionada na Câmara de Vereadores no dia 22 de Outubro, em favor da VIDA contra o ABORTO.


O Feira X é o maior conjunto habitacional do interior da Bahia, tem a estrutura de uma cidade e conta com um forte comércio , escolas, posto de saúde , clinicas, transporte coletivo, base policial, igrejas entre outras. Tudo isso facilita a vida dos moradores fazendo das visitas ao centro da cidade uma opção e não uma obrigação como ocorre em outros bairros da cidade. Como em qualquer outro lugar, o Feira X também enfrentou alguns problemas, a segurança foi um deles e para a alegria dos moradores do conjunto hoje conta com o apoio da base policial localizada na Rua B, para a melhoria da segurança e qualidade de vida da comunidade.


Fotografias e Edições Alunos do 6º ao 9º ano Fontes orais: Ana Maria Alves dos Santos Hélio Ribeiro de Souza Pedro Paulo Santos Silva Fontes Escritas: Jornal Folha do Norte http://memoriadefeirasa.blogspot.com.br/2012/11/historia-do-mochilafeira-x-o.html

Bibliografia: DIAS, Caroline. 2009


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