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Utilização de Fitoterápicos por Praticantes de Atividade Física
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RESUMO: O consumo de fitoterápicos com o objetivo de aumentar o desempenho na prática de atividade física está cada vez maior e, sua prescrição deve ser realizada por profissionais qualificados para tal fim. Nutricionista e/ou médicos são profissionais com a capacitação necessária, para que os objetivos relacionados à manutenção da saúde na prática de atividade física sejam alcançados sem eventuais transtornos. Existe uma grande relação entre a nutrição e atividade física, uma vez que, as funções orgânicas, podem ser otimizadas através de uma nutrição adequada. Diversos benefícios são atribuídos a algumas plantas, incluindo a capacidade de aumentar níveis hormonais, principalmente de testosterona, e, com isso, estimular vias associadas à síntese proteica. O objetivo do trabalho foi investigar as evidências científicas sobre o uso de fitoterápicos por praticantes de atividade física. O estudo foi realizado por meio de uma revisão narrativa da literatura. Há evidências que os praticantes de atividade física fazem o consumo de fitoterápicos, em sua maioria sem prescrição adequada, sendo os mais consumidos a Camellia sinensis (Chá verde), Cúrcuma longa (Açafrão da terra) e o Zingiber officinale roscoe (Gengibre) devido suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e devido ao papel no aumento de força, massa muscular e no rendimento esportivo. ABSTRACT: The consumption of herbal medicines to increase performance in the practice of physical activity is increasing, its prescription must be performed by professionals qualified for that purpose, a nutritionist and / or doctors who are professionals with the necessary training, so that the objectives related to maintenance of health in the practice of physical activity are achieved without adverse effects. There is a great relationship between nutrition and physical activity, since organic functions can be optimized through adequate nutrition. Several benefits are attributed to some plants, including the ability to increase hormone levels, especially testosterone, and thereby stimulate pathways associated with protein synthesis. The objective of the work was to investigate the scientific evidence on the use of herbal medicines by practitioners of physical activity. The study was carried out through a narrative review of the literature. In view of the above, there is evidence that physical activity practitioners consume herbal medicines, in which the majority of users consume without proper prescription. Among the most consumed, Camellia sinensis (Green tea), Turmeric (Saffron) stands out and Zingiber officinale roscoe (Ginger) due to their antioxidant, anti-inflammatory properties and increase sports performance allowing for increased strength and muscle mass.
................. Introdução ..................
A busca pelo corpo ideal tem tornado as academias de musculação um núcleo de encontro de vários interesses por parte dos frequentadores. A qualidade de vida, recuperação e/ou manutenção da saúde, as práticas regulares de exercício físico, a estética, o ganho e definição de massa muscular, a perda de peso, o treinamento para competição (amadores e profissionais), dentre outros, são os motivos que levam as pessoas cada vez mais às academias (LIZ, ANDRADE, 2016) A atividade física é entendida como todo e qualquer movimento corporal que resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso e, assim, seja no trabalho, no lazer e nas demais atividades diárias é apontada como importante aliada na manutenção corporal e prevenção de doenças crônicas degenerativas (GLANER, 2002). A frequente busca pelo corpo ideal faz com que inúmeras pessoas ultrapassem seus limites de estrutura física, na tentativa da obtenção de uma aparência estética que julgam ser mais importante que o cuidado com a própria saúde (CASTRO, 2010). Os padrões estéticos aliados à falta de uma cultura corporal saudável, tem levado a população a usar de forma abusiva substâncias tidas como promotoras de melhorias estéticas (SANTOS; SANTOS, 2002). Dentre estas substâncias, destacam-se os fitoterápicos, que são medicamentos à base de plantas, julgados popularmente como menos agressivos a saúde (YUNES; PEDROSA; FILHO, 2001). De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada-RDC nº 48, de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), fitoterápicos são todos os medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou partes de plantas medicinais raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou sementes, que possuem propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico ou tratamento sintomático das doenças, validadas em estudos etno-farmacológicos, documentações científicas ou ensaios clínicos de fase III. Entretanto muito destes fitoterápicos são utilizados com base no empirismo, como fóruns de discussão na internet, blogs e também na oralidade que ocorre principalmente no contexto das acadêmicas de musculação (RATES, 2001). São muitos os efeitos prometidos pelos fabricantes dos fitoterápicos, tais como, a melhoria da capacidade de trabalho, a eliminação do cansaço mental, a melhoria do desempenho físico dentre outros (VIERO, 2005). Algumas plantas, como Curcúma longa, Mucuna pruriens, e Zingiber officinale Roscoe, são utilizadas frequentemente por praticantes de musculação com o propósito de aumentar massa muscular, embora o número de estudos seja limitado e ocorra, na verdade, uma extrapolação dos resultados de pesquisas que mostram apenas as propriedades afrodisíacas dessas plantas, para a hipertrofia muscular (SOUZA, 2014). Na medicina tradicional, o uso de algumas plantas com propriedades afrodisíacas representa uma das modalidades mais antigas de tratamento da disfunção sexual, que inclui disfunção erétil ou impotência, hipogonadismo, ejaculação precoce, entre outros. Alguns desses estudos mostraram melhorias da função sexual e aumento de hormônios sexuais, como testosterona e hormônio luteinizante. E, devido a esse aumento de hormônios, principalmente a testosterona, o uso dessas plantas começou a ser difundido entre indivíduos que buscam melhorias no desempenho e hipertrofia muscular (SOUZA, 2014). Muitas destas substâncias são julgadas empiricamente como ergogênicas, embora produzam efeitos contrários e, assim, consideradas como substâncias ergolíticas e acabam por interferir negativamente no rendimento de quem as utiliza (KENNY; WILMORE; COSTILL, 2011). Assim a ansiedade em otimizar o desempenho físico e obter um corpo idealizado padrão fez com que o conceito de “Esporte e Saúde” entrasse em detrimento uma vez que apenas a estética tem sido enfatizada (BARRETO, 2003). Tendo em vista a demanda crescente da utilização de fitoterápicos em academias de musculação (KLEIN et al., 2009), verifica-se que a prescrição por profissionais capacitados é de fundamental importância para a manutenção da saúde e da qualidade de vida, devendo ter como base a comprovação cientifica e dosagens individualizadas. Segundo a legislação brasileira, são profissionais capacitados para prescrever fitoterápicos comumente usados em academias os médicos (CFM, 1992), nutricionistas (CFN, 2013), além do farmacêutico, que formalmente não é um profissional prescritor, mas que pode indicar o uso de fitoterápicos isentos de prescrição (CFF, 2011; FONSECA, 2008).
Dessa forma é importante uma maior sensibilização sobre o uso de fitoterápicos por praticantes de atividade física, bem como a orientação do consumo por profissional capacitado, com o objetivo de garantir segurança nessas práticas e também minimizar os efeitos adversos à saúde que o consumo indiscriminado pode causar. Nesse contexto o objetivo deste trabalho foi levantar dados na literatura sobre o uso de fitoterápicos por praticantes de atividade física.
................ Métodologia ...................
Estudo de natureza qualitativa e exploratória, desenvolvido por meio de uma revisão de literatura narrativa, elaborada por meio da busca de artigos científicos nas bases de dados Pub Med, Scielo e Scopus utilizando como descritores: phytotherapy; physical activity; phytotherapy and physical activity. Foram incluídos no estudo artigos em inglês e português disponíveis na integra e que apresentaram abordagens relevantes para o tema proposto. Foram excluídos aqueles artigos que se repetiam nas bases de dados analisadas, bem como, mediante leitura do resumo ou artigo completo, não estava condizente ao tema abordado. Quanto a interpretação de dados, esta foi realizada a luz da literatura cientifica disponível, reafirmando que os resultados encontrados atendiam aos objetivos propostos nesse estudo.
................ Resultados .....................
Fitoterapia
A palavra fitoterapia origina-se dos termos Phyton, que significa “vegetal”, e Therapeia, que significa “terapia”, dessa forma, é a terapêutica que utiliza plantas medicinais com efeitos farmacológicos medicinais, alimentícios, coadjuvantes técnicos ou cosméticos e para obter efeito farmacológico pode-se utilizar as folhas, caule, flores, raízes e frutos das plantas medicinais (ZAMBON et al., 2018).Atualmente o uso dessas plantas tem sido muito comum para fins diversos, no processo de emagrecimento, tratamento auxiliar e não farmacológico da obesidade (VERRENGIA et al., 2013) e na prática esportiva. Aos poucos os fitoterápicos tomam espaço nos tratamentos em obesidade, por apresentarem baixo custo, por ser um método natural e acessível para a população. Estudos relatam que os fitoterápicos agem no organismo acelerando o metabolismo e moderando o apetite, promovendo assim, a redução de ingestão alimentar. Além do efeito antioxidante, ação lipolítica e diurética, esses efeitos ocorrem devido aos princípios ativos de todos os fitoterápicos dentro de doses recomendadas. Os fitoquímicos presentes nos fitoterápicos conferem melhor desempenho esportivo, aumentando força e resistência. (ZAMBON et al., 2018).
Fitoterapia e Atividade Física
A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que requer gasto de energia acima dos níveis de repouso. Sua prática é fundamental em qualquer idade e tem sido considerado um meio de preservar e melhorar a saúde e a qualidade de vida do ser humano (FREIRE et al., 2014). A atividade física promove alteração metabólica, gerando inflamação e estresse oxidativo, resultando em um comprometimento imune a saúde do atleta, em especial em exercícios de longa duração e de resistência. Nesse sentido, alguns fitoterápicos contribuem para o melhor desempenho esportivo, aumentando força e resistência, além de atuar como adaptógeno, ou seja, dando condições ao organismo de responder a situação estressora (FILHO, 2017).
A fitoterapia tem sido eficaz no emagrecimento, devido a inibição do apetite e a redução da adipogênese, além dos efeitos laxativos, diuréticos e antioxidantes, que auxiliam a perda de peso e eliminam produtos do metabolismo do corpo humano (LUCAS et al., 2016). Os fitoterápicos também podem atuar como importantes anti-inflamatórios, antioxidantes, e auxiliar na recuperação pós-exercício combatendo a dor, na melhora do sistema imune e como coadjuvante no tratamento de lesões musculares. Na nutrição esportiva, a ênfase é dada aos fitoterápicos que modulam dor e inflamação, principalmente pós-atividade ou recuperação de lesão (FILHO, 2017). Dentre os fitoterápicos utilizados por praticantes de atividade física, por desempenharem papéis de fundamental importância na otimização do desempenho físico, os trazidos, mais frequentemente, na literatura científica são: a Camellia sinensis, Curcúma Longa, Mucuna Pruriens, Zingiber officinale roscoe. Camellia sinensis A Camellia sinensis conhecida como chá verde, apresenta flavonoides(antioxidantes) e catequinas que atuam de diversas formas e contribui para diminuição do peso corporal (VILELA; SOUZA, 2015). O chá verde é considerado um alimento funcional, sendo a segunda bebida mais consumida no mundo. Evidências mostram seu efeito termogênico com aumento do gasto energético e promoção da oxidação de gorduras. Segundo a ANVISA, a propriedade funcional do alimento é caracterizada por possuir substâncias que além da função de nutriente, apresenta benefícios relativos ao papel fisiológico ou metabólico que apresenta no crescimento, desenvolvimento e
manutenção das funções normais do organismo. O consumo de chá verde aliado à prática de exercício físico auxilia no maior ganho de massa magra e maior perda de gordura comparado à prática de exercício físico isolado, além de aumento de força muscular, quando consumido antes da prática (FERNANDES et al, 2017). Os flavonoides contidos no chá verde agem no sistema nervoso simpático modulando a noradrenalina, aumentando a termogênese e a oxidação lipídica, inibindo hipertrofia e hiperplasia dos adipócitos, precavendo que ocorram depósitos de gordura e ajustando o peso corporal (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010). As interações medicamentosas, bem como a presença de anti-nutrientes são alguns dos efeitos adversos do chá. Os polifenóis presentes no chá atuam como quelantes de metais como ferro e cobre, de um modo especial quando consumidos juntos impedindo sua absorção e acarretando deficiência desses nutrientes (VIERO et al., 2005). Irritabilidade, alterações no sistema nervoso central, sistema cardiovascular, hipertensão arterial, alterações na homeostase de cálcio, qualidade do sono e no controle motor, hiperatividade são alguns dos malefícios da ingestão da cafeína a saúde quando consumida em quantidades elevadas. Entretanto, se ingeridas de forma racional apresentam efeitos desejáveis e saudáveis (SOUZA; SICHIERI, 2005). Além das propriedades antioxidantes, as catequinas do chá verde promovem a perda de peso, devido a supressão da ingestão de alimentos, bem como o ganho de peso e acúmulo de gordura, além de aumentar a taxa metabólica, devido ao seu efeito termogênico, possivelmente pela elevação dos níveis de norepinefrina. O consumo de chá verde associado à pratica de exercício físico parece elevar o seu potencial energético, tornando-se um elemento potencial aliado ao emagrecimento. O gasto energético é modulado pela composição corporal, assim faz parte dos programas para perda de peso, promoção do aumento da massa magra e diminuição de gordura, o que resulta na elevação da taxa metabólica em resposta à atividade física (FERNANDES et al, 2017).
Cúrcuma longa L.
O açafrão-da-terra é uma planta com propriedades medicinais notórias, como ação anti-inflamatória, cicatrizante e alívio de problemas estomacais. Também chamado de cúrcuma, turmérico ou simplesmente de açafrão, a parte mais consumida é a raiz, daí o nome açafrão-da-terra, usado em comparação com o chamado “açafrão verdadeiro”, um tempero de gosto semelhante que é extraído a partir de uma flor. Este ativo apresenta ação antioxidante e anti-inflamatória, alguns estudos apresentam tal relação entre a curcumina e os marcadores inflamatórios com eficácia para reduzir a dor muscular tardia, a partir da diminuição dos marcadores, como a creatina quinase, a proteína c-reativa e a lactato desidrogenase. Desse modo, sua ação é a recuperação muscular e fortalecimento do corpo, como por exemplo, uma contração máxima após uma sessão de exercício, e com o uso da cúrcuma, essa ação anti-inflamatória é capaz de melhorar a contração voluntária máxima (MORETES; GERON, 2019). É importante pontuar que esse princípio ativo vegetal assim como outros fitoterápicos apresenta interação farmacocinética que pode interferir na sua eficácia clínica e terapêutica. Alguns medicamentos naturais podem provocar interações medicamentosas quando em associações com alguns tipos de medicamentos alopáticos, portanto, devem-se adotar regulação e cuidados voltados para a fiscalização, controle, comercialização e outros procedimentos envolvendo os fármacos e os fitoterápicos, causando alterações principalmente nos efeitos hematológicos, nas ações metabólicas, reduzindo ou potencializando seus efeitos, ou ainda, interferindo no processo de absorção e eficácia medicamentosa (MORETES; GERON, 2019).
Mucuna pruriens L.
A Mucuna Pruriens é uma planta proveniente da Índia reconhecida pelas suas propriedades afrodisíacas. Indicada no tratamento da doença de Parkinson, da impotência sexual e como anabólico e estimulante da deposição de proteínas nos músculos e proporciona aumento da força e massa muscular. A M. pruriens é utilizada no manejo tradicional de muitas doenças e, além das sementes, as raízes, caules e folhas são também utilizadas para diferentes fins. Sua raiz é amarga, termogênica, emoliente, estimulante, laxante, afrodisíaca, diurética, anti-helmíntica e tônica. Suas folhas são consideradas afrodisíacas, anti-helmínticas, tônicas e são utilizadas em ulceras, inflamações, cefaleias e debilidades gerais (SATHIYANARAYANAN; ARULMOZHI, 2007). Quanto à utilização na atividade física, o suplemento a base de M. pruriens estimula o depósito de proteína nos músculos, além de suportar explosões de força durante os treinos, devido a seu efeito energizante e anti-fadiga, tendo maior eficácia do que a creatina, usada comumente para essa finalidade. Também estimula o au-
mento da força e a massa muscular, através do aumento da testosterona. O seu extrato é também conhecido por estimular o estado de alerta e melhorar a coordenação e ainda a capacidade de aumentar o hormônio de crescimento no homem (LOPES, 2012).
Zingiber Officinale Roscoe
O Zingiber officinale roscoe é um tubérculo que possui grande variedade de substancias e componentes, dentre eles ferro e cálcio, conhecido popularmente por Gengibre, faz parte da família das Zingiberaceae, originária do sul da Ásia, porém atualmente espalhada pelo mundo (JUNIOR; LEMOS, 2010). O rizoma é a parte comercial da planta e é fonte de antioxidantes, com componentes ativos como os óleos essenciais gingeróis, shogaóis, zingibereno, falandreno, canfeno, cineol, broneol, citral e carboidratos (LUCIO; FREITAS; WASZCZYNSKYJ, 2010). É mundialmente conhecido por suas propriedades farmacológicas e medicinais e é amplamente comercializado em função do seu emprego na medicina popular (RODRIGUES; LIRA, 2013). No receituário popular é indicado para gripes e resfriados, e para melhorar a digestão (JÚNIOR; LEMOS, 2010). Pode ser utilizado ainda, para problemas gastrointestinais, como náuseas, dores de estômago, diarreia, úlceras gástricas e vômitos, tanto em situações de gravidez quanto em caso de quimioterapia. Possui ação terapêutica como antimicrobiano, anti-inflamatório, antipirético, diurético, antioxidante, além de combater problemas reumáticos, artrite, entre outros ((BOSSI et al., 2016)
O gengibre é um reconhecido alimento termogênico, capaz de aumentar o metabolismo e a queima de gordura. É comum sua utilização como coadjuvante por pessoas que desejam perder peso corporal. O rizoma é eficaz ainda, contra artrite, reumatismo, entorses, dores musculares, dores de garganta, cólicas, prisão de ventre, indigestão, vômitos, demência, febre, doenças infecciosas (LEMOS JÚNIOR; ALVES DE LEMOS, 2010; SILVA, 2017). Ao ser consumido de forma moderada e/ou com prescrição médica, o gengibre apresenta em seus componentes, propriedades que atuam em diversas vias no combate a patologias, promovendo a saúde e o bem-estar. Entretanto, apesar dos benefícios, em alguns casos a utilização do gengibre é contraindicada, como por exemplo, a ingestão de altas posologias por hipertensos. A recorrência no uso indiscriminado do rizoma ou sem prescrição especializada, também podem provocar efeitos contrários ao esperado (NICÁCIO et al. 2018).
......... Considerações Finais .............
Os praticantes de atividade física têm utilizado de forma crescente fitoterápicos com o intuito de ajudar o rendimento esportivo, seja na hipertrofia ou na atrofia de massa muscular dependendo do objetivo a ser alcançado. Dentre os fitoterápicos utilizados, a Camellia sinensis, é a mais frequente citada na literatura, por apresentar função antioxidante e participar do metabolismo dos lipídios, a Cúrcuma longa por possuir ação anti-inflamatória e melhorar a recuperação muscular, a Mucuna pruriens por estimular o aumento da força e massa muscular, e o Zingiber officinale roscoe por apresentar ação termogênica e auxiliar na perda de gordura corporal.
Sobre os autores
Profa. Dra. Regina Márcia Soares Cavalcante – Nutricionista. Especialista em Saúde Pública. Mestre em Ciências e Saúde. Doutora em Alimentos e Nutrição. Professora Adjunta do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí – CSHNB J oyce Selma de Sousa Carvalho - Discente do Curso Bacharelado em Nutrição Universidade Federal do Piauí – CSHNB
PALAVRAS – CHAVES: Atividade física. Suplementos alimentares. Medicamentos Fitoterápicos KEYWORDS: Physical activity. Dietary supplements. Phytotherapics drugs
RECEBIDO: 6/6/22 – APROVADO: 27/6/22
REFERÊNCIAS
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