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Temas Livres
Chef Patrick Martin – Executive e Technical Director Le Cordon Bleu.
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9h-9h30 - Demonstração 2: Pannacotta
9h30-10h – Intervalo
10h-11h - Demonstração 3: Pato confitado
Chef Alain Uzan - Chef de Production Le Cordon Bleu Sao Paulo
...................................................................................... TRABALHOS CIENTÍFICOS: TEMAS LIVRES
A EXPRESSÃO NO PLASMA DO MIR-139-3P ESTÁ RELACIONADA AO RISCO CARDIOVASCULAR EM ADOLESCENTES
Payolla TB; Brandão-Lima PN; de Carvalho GB, Sarti FM, Fisberg FM, Rogero MM.Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil Tanyara Baliani Payolla Tema livre
Objetivo: Avaliar a relação entre a expressão plasmática do miR-139-3p e o risco cardiovascular em adolescentes, por meio do índice aterogênico do plasma (IAP), coeficiente aterogênico (CA) e índices de Castelli (IC) 1 e 2. Metodologia: Estudo transversal, de base populacional, que avaliou 188 adolescentes. Foram excluídos indivíduos com doenças inflamatórias agudas, câncer ou em uso de medicamentos e fumo. A expressão de miR-139-3p no plasma foi realizada por meio de qPCR em tempo real, usando a técnica de chip Fluidigm. O perfil lipídico sérico foi avaliado por meio de método enzimático colorimétrico. O IAP foi calculado por meio do log10 da razão triacilglicerois por HDL-c. O CA foi calculado como a razão entre colesterol não HDL-c e HDL-c, da seguinte forma: (colesterol total - HDL-c)/HDL-c. Os IC-1 e o IC-2 foram calculados, respectivamente, como colesterol total/HDL-c e LDL-c/HDL-c. Teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de Dunn foi aplicado para avaliar as diferenças entre a expressão plasmática do miR-139-3p em adolescentes com sobrepeso e obesidade. O risco cardiovascular foi determinado como IC-1 > 3,5 e IC-2 > 2,2 para os adolescentes de ambos os sexos. Além disso, foi aplicado o teste de correlação de Spearman entre as variáveis estudadas, considerando-se p < 0,05 para significância estatística. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (CAAE 36607614.5.0000.5421) Resultados: A amostra foi composta por 54,3% de mulheres, com idade mediana de 15 (12-19) anos e 30,8% foram classificados com sobrepeso e/ou obesidade. Observou-se que 55,9 % dos indivíduos apresentavam dislipidemias, sendo a reduzida concentração de HDL-c a alteração mais frequente (35,3%). A presença de risco cardiovascular foi observada em, aproximadamente, 35% e 29% da amostra quando avaliada pelo IC-1 e IC-2 respectivamente. A expressão plasmática do miR-139-3p estava elevada no grupo de adolescentes com sobrepeso (p = 0,0179) e obesidade (p = 0,0090) em relação ao grupo com peso adequado. A expressão do miR-139-3p apresentou correlação positiva com o IC-1 (r = 0,1599; p < 0,05), o IC-2 (r = 0,1616; p = 0,05), e o CA (r = 0,1599; p < 0,05). Conclusão: A expressão plasmática elevada do miR-1393p está associada ao aumento do risco cardiovascular em adolescentes. Fontes de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
A PERCEPÇÃO DE GRADUANDOS DOS CURSOS DE NUTRIÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E O COMER INTUITIVO.
Dutra, SB; Mecenas, AS; Pereira, EXD; Santos, AA; Guar-
nieri, RS; Silva, ZM. Universidade Estácio de Sá/UNESA- Rio de Janeiro, Brasil. Renata dos Santos Guarnieri. Tema Livre
Assuntos que abordem a temática da alimentação saudável e do comer intuitivo estão se tornando cada vez mais relevantes no contexto social atual, haja vista que o número de casos de sobrepeso e obesidade cresce continuamente, sendo considerado um problema de Saúde Pública no Brasil. Considerando a importância desse tema para a sociedade brasileira e para os profissionais da saúde, este trabalho teve como objetivo verificar a percepção de estudantes dos cursos de graduação em Nutrição e Educação Física, de uma instituição privada no estado do Rio de Janeiro, com relação as suas escolhas alimentares e analisar se existia o reconhecimento de suas necessidades fisiológicas. Foram entrevistados 68 discentes, sendo 54 estudantes do curso de Nutrição e 14 do curso de Educação Física, entre os meses de setembro a outubro de 2020. A coleta dos dados foi realizada por meio de um formulário virtual e as informações obtidas foram tabuladas com auxílio do Microsoft Excel 16.0. Antes da realização das entrevistas, o projeto foi devidamente aprovado pelo Comitê de Ética e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Quanto aos resultados, ao serem questionados se confiavam no próprio corpo, no que diz respeito ao quanto comer sem a necessidade de regras externas, 44,44% dos alunos do curso de Nutrição responderam que sim, enquanto apenas 28,57% dos alunos do curso de Educação Física afirmaram tal confiança. Em relação à questão que abordava se suas escolhas alimentares eram realizadas conforme o que consideravam mais saudável, em detrimento das suas vontades alimentares, 44,44% dos alunos de Nutrição e 71,43% dos alunos de Educação Física afirmaram que sim. Esses achados evidenciaram que os alunos dos cursos de Nutrição e Educação Física demonstraram diferentes tendências em relação ao comer intuitivo e confiança sobre seus próprios corpos, fato que gera preocupação pois trata-se de indivíduos que já detêm algum conhecimento a cerca da abordagem do tema. Palavras-chave: Padrões Alimentares. Dieta Consciente. Preferências Alimentares. Comer Intuitivo.
A RELAÇÃO ENTRE N-ÓXIDO DE TRIMETILAMINA (TMAO) E DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Ferres, L.; Serralha, R.S.; Higa, E.M.S.Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP Lucas Ferres Tema Livre
Introdução: O N-óxido de trimetilamina (TMAO) é um composto nitrogenado resultante da metabolização pelas bactérias intestinais e posteriormente pelo fígado de aminas quaternárias, como a colina e L-carnitina, que são encontradas em grandes concentrações em produtos de origem animal, como a carne vermelha, ovos e leite. No meio clínico, o TMAO tem ganhado bastante atenção em relação a sua influência sobre doenças cardiovasculares (DCV), principalmente relacionado à aterosclerose, por outro lado, indivíduos que apresentam restrição no consumo de alimentos de origem animal, como vegetarianos e veganos, demonstram menor risco de desenvolverem essas doenças. Todavia, apesar do TMAO já ser apontado como um biomarcador para as DCV, a influência deste composto em outros sistemas, como o neurológico, ainda é pouco explorada. Objetivo: O objetivo do presente trabalho é avaliar os novos achados da relação entre TMAO e doenças neurológicas. Metodologia: Foi realizado um levantamento bibliográfico nos idiomas português e inglês entre os anos de 2015 a 2021 utilizando a base de dados Medline com as palavras chaves: Cardiovascular Disease, Microbiota e Neurological Disorder. Resultados: Recentemente, o crosstalk do eixo intestino-cérebro vem ganhando importância no meio científico e clínico. Nesse cenário cria-se a hipótese da possível interação entre os metabólitos produzidos pela microbiota intestinal e o sistema neuronal. A partir disso, foi investigado o potencial do TMAO em atravessar a barreira hematoencefálica, no qual foram apresentados resultados concretos. Continuando com a linha de estudos, a partir da análise do fluido cérebro-espinhal de indivíduos saudáveis ou que apresentavam algum tipo de distúrbio neurológico, foram demonstrados níveis significantes de TMAO, comprovando sua entrada no sistema nervoso em humanos. Logo, esses resultados incentivaram diversos cientistas a relacionar esse composto com algumas doenças neurológicas; assim, foi descrito uma relação direta dos níveis de TMAO em indivíduos portadores da doença de Alzheimer. Nesse contexto, através de um estudo em animais, os pesquisadores notaram
que a introdução do consumo de compostos inibidores da formação de TMAO tem demonstrado ser um potencial terapêutico nessa população. Ademais, outros achados foram descritos a partir da suplementação do TMAO em animais, sendo observado a promoção do envelhecimento neuronal com danificação de sinapses e redução da expressão de proteínas relacionadas à plasticidade, acompanhada pelo declínio cognitivo. Por fim, foi demonstrado que o TMAO pode contribuir para o aumento do estresse oxidativo, promovendo a redução de fatores relacionados com a proteção neurológica e inibição da apoptose. Conclusão: Portanto, níveis plasmáticos elevados de TMAO podem apresentar além do risco cardiovascular, alteração na área cognitiva, podendo estar relacionados principalmente a doenças neurodegenerativas devido a indução do estresse. Entretanto, mais estudos são necessários para compreender os mecanismos pelos quais o TMAO interage em nosso sistema nervoso.
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE DIETAS ENTERAIS ARTESANAIS
SANTO, L., VITOI, N., GONÇALVES, L., SILVA, A., SILVA, K., PORTARI, G., DOVICHI, S. Departamento de Nutrição/ICS/Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Brasil Selma Sanches Dovichi Tema Livre
Objetivo: Elaborar fórmulas alternativas de dietas artesanais enterais com composição adequada para pacientes adultos e idosos sem necessidade de alterações dietoterápicas em terapia nutricional enteral (Dieta Normal) e para pacientes com Insuficiência Renal Crônica também em terapia nutricional enteral (Dieta IRC), utilizando exclusivamente alimentos in natura ou minimamente processados, de fácil preparo e baixo custo, para o cuidado alimentar domiciliar. Metodologia: Foram elaboradas três formulações de dietas enterais conforme a descrição a seguir: Dieta Normal, normocalórica (2000kcal), normoproteica, normolipídica, normoglicídica, suficiente em fibras, vitaminas e minerais e Dietas IRC para homens e para mulheres, nas quais foram adotadas as recomendações dietéticas para IRC e as ofertas nutricionais foram adequadas ao sexo. Para o planejamento das dietas e adequação nutricional aparente foi utilizada a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (USP,TBCA 7.1). Além disso, foram reproduzidas as dietas enterais Padrão (para pacientes em terapia nutricional enteral domiciliar sem necessidade de alterações dietoterápicas) e IRC (para pacientes de ambos os sexos, seguindo recomendações dietoterápicas para IRC), ambas de acordo com o Manual de Dietas Artesanais do Hospital de Clínicas da UFTM. Os cinco tipos de dietas enterais foram produzidos no Laboratório de Técnica Dietética/Departamento de Nutrição da UFTM e submetidos a um esquema de gotejamento em equipo simulando uma situação de infusão real, por 12 horas, e coleta de alíquotas, em triplicata, da solução infundida nos tempos O, 6, 9 e 12h. As amostras de dietas artesanais foram então submetidas a análise da composição centesimal (umidade, cinzas, lipídios, proteínas e carboidratos totais) adotando os métodos descritos pelo Instituto Adolfo Lutz (2008) no Laboratório de Análise de Alimentos/Departamento de Nutrição da UFTM. Os dados obtidos foram testados e por serem paramétricos foram expressos em Média ± Desvio Padrão e submetidos à ANOVA seguida de teste de Tukey, considerando significantes resultados de p<0,05. Resultados: A composição nutricional dos cinco tipos de dietas enterais foi estimada utilizando a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (USP, TBCA 7.1) e o rótulo dos produtos alimentícios, a partir do que foi verificado que as dietas artesanais propostas como Dieta Normal e Dietas para homens com IRC e para Mulheres com IRC atingem as recomendações nutricionais para adultos e idosos, enquanto que as dietas enterais Padrão e IRC constantes no Manual de Dietas do Hospital de Clínicas da UFTM não foram adequadas do ponto de vista nutricional e principalmente dietoterápico, além de utilizarem produtos alimentícios processados ou ultraprocessados na sua composição. Em adição, há perdas de nutrientes na administração destas duas dietas, de modo que podem impactar no estado nutricional dos pacientes que as recebem. Já as três dietas artesanais formuladas como alternativas tiveram poucas alterações de composição durante o período de infusão; notadamente a dieta artesanal Normal, na qual se apurou aumento da umidade e redução dos carboidratos totais ao final da infusão. As demais dietas artesanais propostas não sofreram alterações de composição durante a infusão. Conclusões: Dietas artesanais enterais formuladas exclusivamente com alimentos in natura ou minimamente processados são viáveis para uso domiciliar, adequadas em composição
nutricional e dietoterápicas e não sofrem influência do tempo de infusão. Assim, sugere-se que estas sejam uma alternativa concreta para a terapia nutricional enteral domiciliar acessível, desde que formuladas corretamente.
DESCRIÇÃO DA COMENSALIDADE APÓS INTRODUÇÃO ALIMENTAR: UM ESTUDO PILOTO
Sobrinho, M.; Vieira, V.Faculdade de Saúde Pública, USP. São Paulo. Brasil Monique de Paula Sobrinho Tema livre
Introdução: A comensalidade é a valorização do alimento no momento da refeição e caracteriza-se pelo comer em companhia, com atenção e em um ambiente apropriado. Nos primeiros anos de vida, período de importante crescimento e desenvolvimento, a comensalidade pode contribuir com o estímulo à autonomia e com a formação de hábitos alimentares. Objetivo: Descrever a comensalidade de crianças após o período da introdução alimentar. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem descritiva com conteúdo levantado por meio de autopreenchimento de questionário e entrevista onlines gravadas com 3 mulheres com filhos de 12 a 15 meses residentes em território nacional. A entrevista abordou companhias do bebê, interação da mãe, ambiente da casa onde ocorrem as refeições, técnicas de incentivo e/ou pressão, uso de telas, respeito aos sinais de recusa e aceitação alimentar, manipulação dos alimentos pelas mãos do bebê e sinais do bebê que expressam satisfação e/ou incômodos durante a refeição. Os conteúdos foram sistematizados pela entrevistadora para possibilitar a sua descrição. O projeto está aprovado pelo Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) n° 44366721.1.0000.5421. Resultados: A primeira mãe, devido à situação pandêmica atual, consegue participar mais das refeições com seu filho por conta do home office. O bebê recebe o almoço da família, inclusive sem alteração de consistência, mas no jantar alimentação de preparação liquidificada. Principalmente no almoço, a mãe relata o interesse da criança em manipular os alimentos com as mãos. O uso de tablet com música infantil é rotina durante as refeições, que ocorrem em assento infantil acoplado à cadeira da mesa da sala de jantar, local onde todos da casa comem. Eventualmente, a mãe senta o filho na pia como incentivo. Não compartilham o momento da refeição juntos, pois mãe come após o filho terminar. Relata-se que, após saciado, demonstra sinais corporais de rejeição, como virar o rosto e fechar a boca. A segunda dupla também realiza mais refeições juntas por conta do home office e o bebê recebe a mesma refeição da família, em variedade e consistência, sem o uso de telas. As refeições ocorrem junto da família na sala com auxílio de assento infantil acoplado à mesa. Há o incentivo da mãe, e a filha ao longo das refeições bate palmas e dança. Além disso, ela conversa com a filha, que manipula os alimentos com as mãos, mesmo após parar de ser alimentada, explicitando os mesmos sinais corporais da primeira dupla. O bebê da terceira dupla recebe a alimentação da família, mas levemente amassada, com a televisão ligada no mesmo ambiente, mas, segundo a mãe, não assistem. Compartilham o momento da refeição conversando, que ocorre na sala. O filho permanece no assento infantil acoplado à cadeira apenas enquanto está comendo. A partir de sinais de rejeição, a mãe relata que cessa o oferecimento e retira-o do assento. Há interesse da criança em manipular os alimentos com as mãos enquanto permanecesse à mesa. Conclusão: Diferente do que é recomendado com relação à comensalidade, o uso de telas e o comer separado da família foram observados em alguns relatos sobre a comensalidade infantil, além de duas entrevistadas retirarem os filhos do assento após terminar de comer ainda que demonstrem interesse em explorar os alimentos com as mãos. Por outro lado, foi positivo verificar que as crianças alimentam-se à mesa, em assento adequado. Ademais, quando as mães comem junto, como estímulo visual e social para o filho, fortalece-se a formação dos hábitos alimentares. O reforço positivo, por sua vez, favorece à autonomia infantil. Também é importante o respeito aos sinais de saciedade. Destaca-se que o home office, decorrente da pandemia, contribuiu positivamente com o comer em família para uma entrevistada. Além das características acerca da comensalidade, as crianças, em algumas situações, ainda recebem alimentos amassados ou liquidificados, o que não é recomendado para a idade.
Mega Evento Nutrição 2021 22º Congresso Internacional de Gastronomia e Nutrição Food Service/Gastronomia
DESENVOLVIMENTO DE UMA BEBIDA VEGETAL
CASEIRA PARA O PÚBLICO VEGANO EM IDADE PEDIÁTRICA
Moura R. Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, Brasil. Raquel Correia de Sousa Moura Tema Livre.
OBJETIVO: Desenvolver um produto alimentício que possa ser consumido de forma a complementar dietas vegetarianas sendo fonte de ferro, zinco, vitamina C e proteína, cujo consumo é relevante para o bom crescimento e desenvolvimento do público infantil (até 2 anos de idade) vegetariano estrito. MÉTODO: A partir de diretrizes e materiais científicos, desenvolveu-se uma bebida vegetal “caseira”, com consumo adequado para crianças veganas com até 2 anos de idade. RESULTADOS: Desenvolveu-se uma bebida vegetal caseira destinada ao público infantil vegano, utilizando extrato vegetal hidrossolúvel de castanha-de-caju, soja cozida, suco de maçã e farinha de jabuticaba. A bebida formulada, em sua porção, oferece em média 38,71% da IDR de ferro, 56% da IDR de zinco, 32,06% da IDR de vitamina C e uma média de 70% da IDR proteica para crianças com idade entre 6 meses e 2 anos, podendo ser classificado como “alto em” ferro, zinco e vitamina C, e classificado como com “alto teor” de proteína, de acordo com a legislação vigente. CONCLUSÃO: A bebida vegetal produzida apresentou valores nutricionais adequados ao complemento de dietas vegetarianas para o público infantil (até 2 anos de idade), além de características sensoriais que tendem a despertar uma melhor aceitação pelo público-alvo.
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM SITUAÇÃO DE ISOLAMENTO SOCIAL
Morioka C, Andrade SC. Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública. São Paulo, Brasil Clarisse Morioka Tema Livre
RESUMO O Novo Coronavírus, agente causador da COVID-19, chegou ao Brasil em fevereiro de 2020, com o aumento exponencial da transmissão da doença e as medidas de distanciamento social, os atendimentos presenciais de nutrição e de outras especialidades da área da saúde foram temporariamente suspensos, e muitas pessoas têm procurado por soluções milagrosas para prevenção e tratamento ao vírus por meio da alimentação, evidenciando a importância de práticas de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), no sentido da promoção de saúde nesse cenário. O trabalho tem como objetivo descrever o processo de elaboração de materiais didáticos digitais, a fim de apoiar o desenvolvimento de ações de promoção da alimentação adequada e saudável no âmbito da Atenção Básica em tempos de isolamento social. Por meio de e-mails e caixas de perguntas, nas redes sociais, foram levantadas dificuldades e demandas de seguidores e usuários dos serviços do Centro de Referência em Alimentação e Nutrição - CRNutri do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, relacionadas à alimentação, bem como hábitos e mudanças de comportamentos decorrentes do distanciamento social. A partir desses dados, observaram-se alterações de saúde ou de estilo de vida durante o isolamento social, com 37 respostas obtidas, 62,2% relataram diminuição da prática de exercício físico, 45,9% aumento do apetite, 40,5% dificuldade para dormir ou piora da qualidade do sono e 29,7% sentimento de angústia. A partir das respostas, foram elaborados e divulgados materiais didáticos sobre aquisição, higiene, escolha e preparo dos alimentos, participação nas tarefas domésticas, modos de se relacionar com o próprio corpo, saúde mental, autocuidado, imunidade, relações sociais, entre outros. As redes sociais incentivam a interação do público com as publicações, os materiais elaborados ampararam os usuários e os seguidores do CRNutri com orientações no cenário de suspensão das atividades presenciais, e revelaram a potencialidade das redes sociais na promoção de saúde. Descritores: Educação Alimentar e Nutricional; Atenção Básica à Saúde; Rede social; Isolamento social.
Mega Evento Nutrição 2021 22º Congresso Internacional de Nutrição, Longevidade e Qualidade de Vida Nutrição Clínica EIXO CÉREBRO-INTESTINO: IMPACTO DA MICROBIOTA INTESTINAL NA DOENÇA DE PARKINSON
PORTELLA, F.; BARCELLOS, J. Centro Universitário São Camilo. São Paulo. Brasil. Fernanda Portella
Tema livre.
OBJETIVO: Analisar pesquisas e dados que sustentem a correlação entre o eixo cérebro-intestino e a longevidade saudável, em especial como a microbiota saudável pode prevenir o desenvolvimento ou avanço das doenças neurodegenerativas, em especial o Parkinson. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática acerca da correlação entre uma microbiota saudável e a possível prevenção ou desaceleração do processo de doenças neurodegenerativa. A coleta de dados foi feita a partir das plataformas Scielo e PubMed, com estudos de 2016 a 2021. Foram utilizados para a busca 4 descritores sendo eles, “microbiota”, “intestino”, “Parkinson”, “neurodegenerativas”, por meio da técnica booleana AND/OR. Como critérios de inclusão foram utilizados os idiomas português, inglês e tempo de publicação do estudo. RESULTADOS: A doença de Parkinson (DP) se constitui como uma doença neurodegenerativa multifocal, que tem como características: rigidez muscular, tremor, movimentos lentos, acinesia, andar e caminhar dificultados. Outros sintomas que não motores são: demência, disfunção autonômica e depressão. É conhecida principalmente pela perda dopaminérgica na substância negra do cérebro, mas também tem como característica a presença dos corpos de Lewy no corpo neuronal (polímeros insolúveis a alfa-sinucleína) que, entre outros impactos, promovem morte neuronal e neurodegeneração. A Organização Mundial da Saúde (OMS) em suas pesquisas calcula que 1% da população com mais de 65 anos seja portadora dessa doença. No ano de 2005, a estimativa era de que mais de 4 milhões de indivíduos a partir dos 50 anos tivessem a doença, e as projeções indicam que até 2030 esse número vá duplicar. No Brasil, a epidemiologia é escassa, com estimativa de 200 mil portadores da doença até os dados mais recentes e em países como os Estados Unidos (onde existem dados epidemiológicos mais atualizados) surgem, por ano, cerca de 59 mil novos casos. Nesse contexto a microbiota, habitat de 100 trilhões de bactérias e alguns outros microrganismos, com aproximadamente 3 milhões de genes (150 vezes maior que o do corpo humano) intriga a ciência. A hipótese é de que esses micróbios junto ao enorme genoma poderiam modular e impactar sobre a fisiologia, biologia e comportamento humano. Essa rede bidirecional chamada de “eixo microbiota-intestino-cérebro” já foi associada a inúmeras doenças quando desregulada, o que despertou a necessidade de maiores pesquisas para novas estratégias terapêuticas. Desse modo, a microbiota influi nos níveis de neurotransmissores, receptores e fatores neurotróficos e foi constatado em estudos que nos casos de DP que gêneros como Enterobacteriaceae estão aumentados e são associados à gravidade dos sintomas motores, incluindo instabilidade postural e dificuldade na marcha. Desta forma, os probióticos podem ser de grande ajuda, contribuindo com a melhora da função do TGI, reduzindo permeabilidade intestinal, translocação bacteriana e a neuro inflamação no sistema nervoso. As principais cepas estudadas e que mostram benefício com relação a sintomatologia da doença são: Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium bifidum, Lactobacillus reuteri e Lactobacillus fermentum, que mostram reduzir sinais clínicos comuns na patologia tais como, diminuição da inflamação sistêmica e nervosa, diminuição da resistência à insulina, aumento da sensibilidade à insulina, melhora da saúde intestinal com relação a peristalse intestinal, consistência de fezes, diminuição de inchaço abdominal, entre outros. CONCLUSÕES: A microbiota, agora aceita como potencial moduladora da biologia humana, atraiu grande atenção principalmente no que diz respeito às alterações na neuroquímica cerebral. Essas alterações, que acontecem por mecanismos variados como mostram os estudos, entre eles estão os neurais, imunológicos e endócrinos que podem desta maneira direcionar alvos terapêuticos a diferentes moduladores da doença de Parkinson. Entre as ações mais documentadas estão alterações em: estresse oxidativo na região cerebral, plasticidade sináptica, renovação de gaba, expressão do receptor gabaérgico, entre outros. Os novos dados apontam ainda que a composição desse microbioma é alterado nos portadores da DP, e que essa disbiose se correlaciona com as variações motoras, alterações estas que poderiam vir a se tornar biomarcadores da doença. Os probióticos tem se mostrado cada vez mais como agentes de tratamento para diversas doenças e para os profissionais da saúde, em especial nutricionistas, é de grande valia que estes sejam ainda mais elucidados. Entretanto, ainda que existam uma variedade considerável de dados ainda, é necessário estabelecer uma relação causal entre a microbiota e o Parkinson, e saber dessa correlação inicial pode impactar na busca por novos tratamentos e prevenções com enfoque numa microbiota saudável.
EXPRESSÃO PLASMÁTICA DOS MICRORNA 16 E
376A E SUAS RELAÇÕES COM OBESIDADE E INFLAMAÇÃO EM IDOSOS PARTICIPANTES DO ISA-CAPITAL
Carvalho G*, Brandão-Lima P, Payolla T, Sarti F, Fisberg R, Rogero M. Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Gabrielli Barbosa de Carvalho Tema Livre
Objetivos: Analisar a expressão plasmática dos microRNA-16 e -376a de acordo com o índice de massa corporal (IMC) e identificar a presença de associações com parâmetros antropométricos e biomarcadores inflamatórios em idosos participantes do estudo de base populacional Isa-Capital. Métodos: Neste estudo transversal, foram avaliados 193 idosos participantes do Isa-Capital 2015. Foram considerados como critérios de exclusão: participantes com doenças inflamatórias agudas e que fizessem uso de medicamentos que pudessem influenciar nos resultados. O IMC foi classificado de acordo com a recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde. A circunferência da cintura (CC) foi utilizada para o diagnóstico da obesidade central, segundo critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde: ≥ 102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres. A expressão plasmática do microRNA foi quantificada por qRT-PCR, utilizando chip Fluidigm. A expressão dos microRNA-16 e -376a, de acordo com o IMC, foi avaliada por meio do teste de Kruskal-Wallis seguido de teste de Dunn, enquanto a correlação de Spearman foi utilizada para a análise da relação entre os microRNA propostos e os marcadores antropométricos e inflamatórios. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (CAAE: 366607614.5.0000.5421). Resultados: Os idosos avaliados apresentaram idade mediana de 68 ± 11 anos, sendo em sua maioria do sexo feminino (52%). Além disso, aproximadamente 45% apresentaram sobrepeso/obesidade e o valor mediano da CC dos idosos foi de 99±15 cm. Avaliando os microRNA, de acordo com o IMC, verificou-se que o microRNA-16 apresentou menor expressão em indivíduos com sobrepeso e obesidade em relação aos indivíduos com baixo peso. Ademais, idosos com peso adequado apresentaram maior expressão do microRNA-16 (p=0,015) em comparação aos idosos com sobrepeso. Em relação ao microRNA-376a, indivíduos com peso adequado apresentaram maior expressão em comparação com indivíduos com sobrepeso (p=0,042) e obesidade (p=0,002). As expressões plasmáticas dos microRNA-16 e -376a apresentaram correlações negativas com IMC (r=-0.1702, p=0.018; r=-0.1954, p=0.006), CC (r=-0.1617, p=0.025; r=-0.1900, p=0.008) e concentrações plasmáticas de leptina (r=-0.2637, p<0.001; r=-0.1494, p=0.038), do fator de necrose tumoral-α (TNF-α) (r=0.2218, p=0.002; r=-0.1843, p=0.010) e da molécula de adesão intercelular-1 (ICAM-1) (r=-0.1997, p=0.005; r=0.1525, p=0.0342). Conclusões: A expressão plasmática dos microRNA-16 e -376a foi menor em idosos com sobrepeso e obesidade em relação àqueles com baixo peso ou peso adequado, e apresentou correlações com parâmetros antropométricos e inflamatórios, o que indica o papel potencial destes microRNA como biomarcadores do risco cardiovascular em idosos. Palavras-chave: MicroRNA; Obesidade; Inflamação. Financiamento: 2020/03104-5 e 2017/05125-7 (FAPESP) | 150834/2020-9 (CNPq).
Expressão plasmática do miR-150 está relacionada à resistência à insulina em indivíduos adultos participantes de um estudo de base populacional
Brandão-Lima, PN1,*; Payolla, TB1; Carvalho, GB1; Sarti, FM2; Fisberg, RM1; Rogero, MM1. 1Departamento de nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.2Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Paula Nascimento Brandão Lima Tema Livre
Objetivo: Avaliar a expressão plasmática do miR-150 e sua relação com biomarcadores glicêmicos em indivíduos adultos com resistência à insulina (RI). Metodologia: Estudo transversal, de base populacional no qual foram avaliados 192 indivíduos adultos participantes do ISA-capital 2015, que não apresentavam doenças inflamatórias agudas, câncer ou faziam uso de medicamentos que afetariam o desfecho principal. A expressão de miR-150 no plasma foi quantificada por qPCR em tempo real, a concentração plasmática de glicose em jejum foi determinada por meio do método enzimático colorimétrico e a insulina plasmática por meio de imunoensaio multiplex. O HOMA1-IR foi calculado de acordo com a fórmula: insulina plasmática em jejum (uUI/ml) x glicose em jejum (mg/dl) / 405. Os indivíduos foram distribuídos em dois grupos de acor-
do com a presença (RI, n = 81) ou ausência (não-RI, n = 111) de RI, utilizando o ponto de corte para o HOMA1-IR de 2,71. Foram aplicados o Teste de Mann-Whitney para avaliar a diferença entre os grupos e correlação de Spearman para observar a relação entre a expressão do miR-150 e as variáveis estudadas. Os resultados foram apresentados em mediana e valores mínimo e máximo. Valor de p < 0,05 foi considerado significativo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição com número de parecer 43838621.7.0000.5421. Resultados: A amostra total foi composta por 54,7% de mulheres, com mediana de idade de 41 [20-59] anos. Os indivíduos com RI apresentaram valores elevados de circunferência da cintura (101,1 [68,5-132,1] cm), índice de massa corporal (29,9 [19,5-43,5] kg/m2), glicose em jejum (101 [85-364] mg/dL), insulina plasmática (17,6 [7,5-76,8] uUI/mL) e HOMA1-IR (4,4 [2,7-26,8]) quando comparados ao grupo não-RI (p < 0,01). Além disso, a expressão plasmática do miR-150 mostrou-se aumentada (1,0 [0,2-5,9] fold change) em indivíduos com RI quando comparado aos indivíduos não-RI (0,9 [0,3-11,6] fold change) (p = 0,03). A expressão plasmática do miR-150 mostrou-se correlacionada positivamente com a insulinemia (p < 0,01) e valores de HOMA1-IR (p < 0,01), de maneira independente à glicemia em jejum, índice de massa corporal e circunferência da cintura. Conclusão: A expressão plasmática do miR-150 está associada à RI em indivíduos adultos, sendo relacionada de maneira direta à insulinemia e valores de HOMA1-IR. Palavras-chave: microRNA, risco cardiovascular, biomarcadores, metabolismo glicêmico. Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).
Mega Evento Nutrição 2021 22º Congresso Internacional de Gastronomia e Nutrição Food Service/Gastronomia
IMPORTÂNCIA DAS FICHAS TÉCNICAS NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS EM UM EMPREENDIMENTO SOCIAL
SOUZA, T.A.C1*; ROSA, JNS1; ALMEIDA, ABS1; SOUZA, ACB1; OLIVEIRA, BS1; OLIVEIRA IP2; GARCÊS LA1; SILVA, MOR3; SILVA, RMR3. 1Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Brasil; 2Escola de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, Brasil; 3Instituto Rede Berço das Águas, Goiânia, Brasil. 28
Thaísa Anders Carvalho Souza Tema Livre
INTRODUÇÃO:A Ficha Técnica de Preparo é uma ferramenta de apoio operacional, pelo qual se faz o levantamento dos custos, ordenação do preparo e o cálculo do valor nutricional da preparação. É também um instrumento para o controle dos gêneros, na qual aparecem discriminados todos os ingredientes. São descritas todas as etapas e o tempo do processamento, bem como a ordem e as quantidades de alimentos, além do detalhamento da técnica de preparo para cada uma das preparações. OBJETIVO: Relatar o processo de construção das fichas técnicas dos alimentos processados produzidos pelo grupo de referência da Casa de Biscoitos da Dindinha, empreendimento social vinculado ao Instituto Berço das Águas. MATERIAIS E MÉTODOS: As fichas técnicas foram elaboradas no laboratório de técnica e dietética da Faculdade de Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Goiás (UFG), no segundo semestre de 2019. O grupo de mulheres da Casa de Biscoitos da Dindinha prepararam suas receitas e um grupo de monitoras registraram todo o processo. Para a construção das fichas técnicas, inicialmente foi feito o Mise in place, a separação, pesagem de todos os ingredientes por receita, anotando o peso bruto e o peso líquido, fator de correção e a medida caseira padronizada. Com o tempo estimado, anotou-se o tempo de pré-preparo, em seguida, foi registrada a técnica de preparo da receita de acordo com o processo feito pelas quitandeiras. Após a preparação já pronta foi anotado o tempo de preparo e o cálculo do rendimento total, porções e peso por porção. RESULTADOS: Foram elaboradas 16 fichas técnicas, sendo 10 de alimentos doces (biscoitos, bolos e pães) e 6 de alimentos salgados (biscoitos e pães). Todos as preparações utilizam ingredientes regionais e provenientes da agricultura familiar, além de serem alimentos que valorizam a cultura alimentar da população goiana. Fortalece assim a tradição no consumo das quitandas e dos produtos regionais. A partir dos dados coletados foi possível calcular a composição nutricional de cada alimento para a elaboração dos rótulos das preparações. Para isso, utilizou-se o manual “Rotulagem Nutricional Obrigatória”, que indica que o valor energético médio por porção de produtos de panificação deve ser de aproximadamente 150 kcal. Em cada porção foi estabelecido a quantidade de calorias, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio. A ficha técnica é uma das etapas do processo de regularização dos alimentos processados prontos para a oferta ao consumidor. CONCLUSÕES: A elaboração das fichas técnicas
permitiu o aprendizado bilateral por parte das mulheres pertencentes ao grupo de economia solidária e pelas monitoras do projeto. Considerou-se em todo o processo o conhecimento popular e o conhecimento científico para alcançar o resultado final. Assim foi possível conhecer e padronizar as receitas da Casa de Biscoitos da Dindinha, o que permitiu o controle de qualidade e o registro desses produtos para sua comercialização formal. Isso gera uma oportunidade de renda, o que traz um maior empoderamento e autonomia a este grupo de mulheres do empreendedorismo social.
O CONSUMO ALIMENTAR E A AUTO CULPABILIZAÇÃO ENTRE UNIVERSITÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA EM DUQUE DE CAXIAS- RIO DE JANEIRO.
Dutra, SB; Mecenas, AS; Pereira, EXD; Santos, AA; Guarnieri, RS; Silva, ZM. Universidade Estácio de Sá/UNESA- Rio de Janeiro, Brasil. Renata dos Santos Guarnieri. Tema Livre.
Com a imposição de um padrão corporal pela sociedade, atrelado a distorção de imagem, um indivíduo pode desenvolver transtornos alimentares que, consequentemente, afetarão a sua vida de diversas maneiras. Considerando a importância dessa temática tanto para a área da Nutrição quanto para a de Saúde Pública, o objetivo desta pesquisa foi analisar a concepção de auto culpabilização em relação ao consumo alimentar de universitários dos cursos de Administração, Biomedicina, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Fisioterapia, Nutrição, Logística, Medicina Veterinária, Pedagogia, Psicologia e RH de uma instituição privada em Duque de Caxias- Rio de Janeiro/Brasil. Antes da coleta de dados, o projeto foi devidamente aprovado pelo Comitê de ética e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para coleta dos dados foram realizadas perguntas objetivas, por meio de um questionário online, disponibilizado pela plataforma Google Forms, para 276 discentes, entre agosto e outubro de 2020 e os dados foram tabulados em uma planilha da Microsoft Excel 16.0. Os estudantes apresentavam idades entre 18 e 39 anos, independentemente do sexo. Quando questionados sobre sentir culpa ao comer algo que consideravam não saudável ou não planejado, 55,6% declararam que sim, sendo 117 do sexo feminino e 32 do sexo masculino. 61,1% declararam que evitam, propositalmente, comer alguns alimentos, como fonte de gorduras, carboidratos ou calóricos, sendo 130 do sexo feminino e 39 do sexo masculino. Após a análise dos dados, constatou-se que a maioria dos participantes do sexo feminino sentiam culpa ao ingerir determinados alimentos, apesar de alguns participantes do sexo masculino também relatarem esse sentimento. Embora o sentimento de culpa possa estar relacionado a diversos fatores, sendo um deles a influência da mídia com relação a um padrão de beleza, mais estudos nessa área são necessários. Palavras-chave: Transtornos alimentares. Universitários. Auto culpabilização
PROCESSOS DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ASSISTÊNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO CUIDADO ONCOLÓGICO.
BARCELLOS, J.; OLIVEIRA, J.; MANSHO, L. Centro Universitário São Camilo. São Paulo. Brasil. Julia Barcellos Tema Livre.
OBJETIVO: Abordar a relação estabelecida entre a equipe multiprofissional e o paciente oncológico, bem como demonstrar de que forma o vínculo profissional/paciente interfere no manejo, com ênfase na área da nutrição e enfermagem. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática acerca da equipe multidisciplinar no cuidado ao paciente oncológico exaltando neste cuidado os profissionais enfermeiros e nutricionistas. A coleta de dados foi feita a partir das plataformas BVS e PubMed, com estudos dos últimos 5 anos, de 2016 a 2021. Foram utilizados para a busca 4 descritores sendo eles “neoplasias”, “equipe multiprofissional”, “nutrição”, “enfermagem”, por meio da técnica booleana AND/OR. Como critérios de inclusão foram utilizados os idiomas português, inglês e espanhol e tempo de publicação dos estudos. RESULTADOS: O câncer é uma doença crônica não degenerativa caracterizada pelo seu crescimento desordenado de células que podem afetar mais de 100 diferentes tipos, em tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Os tipos de câncer mais diagnosti-
cados em homem são câncer de próstata (21,7%), pulmão (9,5%) e colorretal (8%), e nas mulheres, câncer de mama (25,2%), pulmão (8,5%) e colorretal (8.2%). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se, que em 2030, o número de pessoas diagnosticadas com câncer aumente em 32%, aproximadamente 27 milhões de casos novos, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivendo com câncer. O tratamento contra o câncer é complexo para o paciente oncológico e provoca consequências físicas, psicológicas e nutricionais, sendo indispensável a presença de uma equipe multidisciplinar para proporcionar uma compreensão mais detalhada e auxiliá-los no melhor manejo da assistência. A equipe multiprofissional representa uma modalidade de trabalho coletivo em diversos âmbitos, sendo aqui no presente trabalho, destacado o hospitalar, ela é pautada na relação recíproca e interligada entre diversas intervenções e técnicas, somada à integração de diferentes áreas profissionais. São inúmeros os benefícios promovidos por uma abordagem multiprofissional, desde um atendimento especializado e mais humanizado ao paciente até uma maior segurança em suas atividades para os profissionais da saúde. O acompanhamento nutricional é uma dessas áreas, realizado pelo profissional nutricionista, ele é fundamental para minimizar a perda de peso, aparecimento de anorexia e déficit nutricional, pois os pacientes oncológicos são susceptíveis à desnutrição e estudos mostram que quase 75% dos pacientes oncológicos apresenta o quadro, aumentando desta forma os riscos de morbimortalidade, risco aumentado para sepse, formação de abscesso e dificuldade de cicatrização no pós-operatório. A intervenção nutricional adequada melhora a resposta clínica e deve levar em consideração a individualidade de cada paciente, suas necessidades nutricionais, estado nutricional estabelecido por diversos métodos desde índice de massa corporal (IMC), dobras cutâneas entre outros, restrições dietéticas, tolerâncias, função gastrointestinal, estado clínico e efeitos colaterais esperado em decorrência do tratamento, além da necessidade da triagem nutricional para identificação do risco de desnutrição. Já o papel da enfermagem no cuidado do paciente oncológico visa entre outros serviços, prestar assistência integral, desde a avaliação diagnóstica, do tratamento, avaliação do nível de dores, até a reabilitação, além de uma boa comunicação com o paciente e seus familiares para ampará-los na compreensão das mudanças psicológicas e físicas decorrentes da doença e apoio emocional, possibilitando um cuidado humanizado. CONCLUSÃO: A equipe multiprofissional retrata o trabalho coletivo, desta forma, a comunicação entre os membros é relevante e de extrema importância para a prática do acolhimento, sendo capazes de fornecer informações preparatórias para processos cirúrgicos e atuar no cuidado do paciente oncológico e de seus familiares. Todavia, um problema de grande preocupação que diversos autores relatam quando se fala de equipe multiprofissional é o do trabalho em equipe, principalmente por conta da falta de comunicação, das diferenças de personalidades e visão técnica por cada área de alguns tratamentos e protocolos. A fundamentação da comunicação entre os profissionais da equipe multiprofissional deve ser realizada através de reuniões periódicas, para atribuir ao paciente oncológico um cuidado em sua completude visto a vasta troca de informações e interação entre os membros da equipe fazendo com que desta maneira o cuidado integrado propicie não somente um ambiente de excelência no cuidado ao paciente como também promova integralidade e harmonia entre os diversos setores. Este estudo tem, portanto, o objetivo de mostrar a importância do cuidado interdisciplinar e todos os benefícios que ele pode gerar, não somente para o paciente como também para os profissionais.
HORTA ESCOLAR COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL
Guerra K, Andrade SC. Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública.São Paulo, Brasil Katherine Guerra Tema Livre
A horta escolar é uma estratégia forte e ativa para o desenvolvimento de atividades de educação alimentar e nutricional (EAN) e incentivo ao consumo de alimentos naturais. O objetivo deste trabalho foi proporcionar reflexões sobre: (1) a potencialidade da horta como instrumento de EAN em uma instituição de ensino infantil; (2) os aspectos alimentares no ambiente escolar e a influência dos diferentes atores sociais envolvidos. O trabalho foi desenvolvido durante o ano de 2019 e visou promover atividades de EAN por meio da criação de uma horta escolar em um Centro de Educação Infantil na zona oeste do município de São Paulo. Atuou-se nos diferentes atores da comu-