Revista Análise - Ideies

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A estrutura da economia criativa

Ideies: Indicadores da indústria capixaba 6

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Sondagem Industrial no Espírito Santo 12

Sondagem da Indústria da Construção no Espírito Santo 14

Publicação do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies – Entidade do Sistema Findes – Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


Análise – Ideies

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Carta Ideies

Gestão da marca: fundamental para articular as indústrias tradicional e criativa Caro leitor, Nesta edição da Análise, estamos destacando como a gestão da marca, também conhecida como branding, é importante para o sucesso da indústria tradicional ao se articular com a indústria criativa. Citando autores e entidades internacionais que tratam desse tema, buscamos mostrar o que é a marca e como os consumidores enxergam esse elemento de peso, que pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso na concorrência cada vez mais acirrada internacionalmente. Na matéria seguinte, detalhamos qual é a estrutura da economia criativa, com base em importante pesquisa realizada no Reino Unido sobre como é relevante a integração das pequenas e médias empresas com as grandes companhias, especialmente em software e em indústrias de jogos de computador, para que consigam o desenvolvimento e o financiamento de seus negócios, muitas vezes negados pelos bancos de fomento. Ainda trazemos as últimas pesquisas promovidas pelo Ideies até a data da elaboração deste número da Análise com dados referentes a maio deste ano. Uma delas revela os indicadores industriais do Espírito Santo, apontando que, embora as horas trabalhadas tenham aumentado, o faturamento caiu, registrando queda na produtividade da indústria capixaba. As outras duas pesquisas, a Sondagem Industrial no Espírito Santo e a Sondagem Indústria da Construção trazem as últimas informações sobre o momento atual e as expectativas da indústria e do setor da construção para os próximos seis meses. Boa leitura! Doria Porto Diretor-executivo do Ideies

Publicação do Ideies • JULHO 2014 • nº 20 • ano 04

Diretoria Plenária da Findes - 2011/2014 Presidente – Marcos Guerra 1º Vice-Presidente – Manoel de Souza Pimenta Neto 2º Vice-Presidente – Ernesto Mosaner Junior 3º Vice-Presidente – Sebastião Constantino Dadalto 1º Diretor Administrativo – Ricardo Ribeiro Barbosa 2º Diretor Administrativo – Tullio Samorini 3º Diretor Administrativo – Luciano Raizer Moura 1º Diretor Financeiro – Tharcicio Pedro Botti 2º Diretor Financeiro – Ronaldo Soares Azevedo 3º Diretor Financeiro – Antonio Tavares Azevedo de Brito

Diretores Alejandro Duenas • Flávio Sérgio Andrade Bertollo Egídio Malanquini • Benízio Lázaro • Gibson Barcelos Reggiani • Vladimir Rossi • Wilmar Barros Barbosa • Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi • Leonardo Souza Rogerio de Castro • Mariluce Polido Dias • Luiz Alberto de Souza Carvalho • Luis Carlos de Souza Vieira • Ademar Antônio Bragatto • Edvaldo Almeida Vieira • José Domingos Depollo • Ademilse Guidini • Elcio Alves • Ortêmio Locatelli Filho • Rogério Pereira dos Santos Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona • Wilmar dos Santos Barroso Filho • Evandro Simonassi

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo Presidente do Sistema Findes / Cindes Marcos Guerra Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial Egídio Malanquini Diretor-Executivo do Ideies Antonio Fernando Doria Porto Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC Cíntia Peterle Tavares Pedruzzi – Coordenadora Núcleo de Inteligência Competitiva – NIC Marcela Moulin Brunow Freitas – Coordenadora Núcleo de Defesa de Interesse – NDI Karina Goldner Fideles Biriba – Coordenadora Núcleo de Competitividade Industrial -NCI Aline Elisa Cotta d’Avila - Coordenadora

Equipe de Produção: Antonio Fernando Doria Porto • Cintia Peterle Tavares Pedruzzi Andressa Kelly de Oliveira • Cleide Maria Perin Motta Flaviana Silva de Oliveira Santos • Gustavo Bergami

Contatos: Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 2.053, Ed. Findes - 3º andar Bairro: Santa Lúcia, Vitória/ES - CEP: 29.056-913 Telefone: (27) 3334-5626 - site: www.Ideies.org.br Siga o Ideies no Twitter: @Ideies

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Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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As indústrias criativas e a gestão da marca

P

ela importância da estreita relação entre o design e a marca nas empresas, esta matéria trata da gestão da marca nas indústrias criativas com reflexos no modelo tradicional. Em todo o mundo, as indústrias criativas estão crescendo mais rápido do que os setores econômicos tradicionais. Entre elas, encontram-se as voltadas para o design

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

nas indústrias tradicionais de móveis, rochas ornamentais, na moda e em alimentos e bebidas, grandes empregadoras de mão de obra. Porém, como a concorrência é cada vez mais globalizada, o fortalecimento das empresas desses nichos depende de sua diferenciação a partir da construção de uma marca consistente e robusta, além de design e inovação.


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As indústrias criativas baseiam-se no conhecimento e, por esse motivo, estão mais propensas a confiar em seus próprios funcionários e processos internos para aumentar a criatividade em suas atividades. O resultado do trabalho, por sua vez, eleva a reputação criativa da empresa e fortalece a marca organizacional, razão pela qual é estratégico para as indústrias tradicionais priorizarem esse fato. O que a marca não é Segundo Marty Neumeier em seu livro “The Brand Gap”, a marca não é um logo (abreviação de logotipo e que significa “palavra” em grego), que no design é um sinal visual feito a partir de uma palavra com fontes personalizadas. Quando as pessoas falam sobre a marca, estão na realidade se referindo a um logo, símbolo (como da Nike), monograma (como da IBM) ou outro ícone qualquer. Ainda conforme Neumeier, a marca também não é um sistema de identidade visual corporativa nem é um produto. Os profissionais de marketing falam em gerenciar marcas, mas na realidade estão se referindo a gerenciar produtos, vendas, distribuição e qualidade dos produtos. Então, o que é a marca? Neumeier diz que marca é “a percepção íntima, o sentimento viceral de uma pessoa em relação a um produto, serviço ou empresa. Em outras palavras, marca não é o que você, empresário, diz que ela é. É o que os outros dizem que ela é”. Segundo o Guia de Estudos em Administração (MSG, na sigla em inglês), as marcas são diferentes dos produtos, no sentido de que elas são “o que os consumidores compram”, enquanto os produtos são “o que as empresas fabricam”.

Análise Análise–– Ideies Ideies

A marca é um acúmulo de associações emocionais e funcionais. É uma promessa de que o produto irá executar de acordo com as expectativas dos clientes. Ela molda as expectativas dos clientes sobre o produto. As marcas geralmente têm uma marca registrada que as protege de uso por outros. A marca dá informações específicas sobre a empresa, bem ou serviço, diferenciando-os dos outros no mercado. Para Neumeier, a marca traz uma garantia sobre as características que tornam o produto ou serviço único. É um meio de conscientizar as pessoas do que a empresa representa e quais são as ofertas. Para um consumidor, a marca significa: • Fonte de produto; • Delegação da responsabilidade para o fabricante do produto; • Menor risco; • Menos custo para pesquisar; • Símbolo de qualidade; • Acordo ou pacto com o fabricante do produto; • Dispositivo simbólico. As marcas simplificam a decisão de compra dos consumidores. Com o tempo, eles descobrem aquelas que satisfazem suas necessidades. Se os consumidores reconhecem uma determinada marca e têm conhecimento sobre isso, tomam uma rápida decisão de compra e poupam tempo. Além disso, economizam custos de pesquisa em um produto. Os consumidores continuam leais a uma marca enquanto acreditarem e terem um entendimento implícito de que ela vai continuar a atender às suas expectativas e executar, da maneira desejada, suas necessidades de forma consistente. Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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Enquanto os consumidores obtêm benefícios e satisfação com o produto, será mais provável que continuem a comprar determinada marca. Marcas também desempenham um papel crucial no significado de algumas funcionalidades do produto para os consumidores. Para o fabricante, a marca significa: • Base da vantagem competitiva; • Forma de conferir aos produtos associações únicas; • Forma de identificação de fácil manuseio; • Forma de proteção jurídica das características únicas dos produtos; • Sinal de qualidade para o cliente satisfeito; • Meio de retornos financeiros. A marca, em suma, pode ser definida como promessa de um produtor para fornecer, de forma consistente, um conjunto único de características, vantagens e serviços aos compradores e consumidores. É um nome, termo, sinal, símbolo ou uma combinação de todos de forma planejada para diferenciar os bens e serviços de um produtor ou grupo de produtores de seus concorrentes. Nas indústrias criativas, a marca conecta os quatro elementos principais da empresa criativa: clientes, empregados criativos, gestão de design e donos. A marca não é nada mais do que uma variedade de lembranças na mente dos clientes. Representa valores, ideias, design e até mesmo a personalidade. É um conjunto de associações funcionais, emocionais, racionais e de benefícios que mantém a mente ocupada no mercado-alvo. Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

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Branding, a gestão da marca Atualmente se utiliza muito o termo branding para a gestão da marca, que significa, para a Associação Americana de Marketing (AMA, na sigla em inglês), fazer com que um potencial consumidor perceba a marca como a única solução para o que ele busca. A única escolha lógica para o que ela está oferecendo. Branding é um sistema de comunicação que deixa claro por que a marca importa. De acordo com a Global Brands, “branding é o conjunto de ações ligadas à administração de marcas. São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da sua natureza meramente econômica, passando a fazer parte da cultura e influenciando a vida das pessoas. Essas ‘ações’ se relacionam a símbolos que têm a capacidade de simplificar e enriquecer as nossas vidas, num mundo cada vez mais confuso e complexo”. A gestão da marca começa quando a empresa tem um profundo conhecimento do termo “marca”. Isso significa a definição da marca, o posicionamento da marca e a entrega da marca. Nada mais é do que uma arte de criar e manter a marca. Inclui o gerenciamento das características tangíveis e intangíveis dela. Em caso de marcas de produtos, os bens tangíveis evoluem o próprio produto, o preço, o design, a embalagem, etc, enquanto no caso das marcas de serviços os bens tangíveis referem-se à experiência dos clientes. Os fatores intangíveis incluem as conexões emocionais com o produto ou com o serviço. Por todos esses motivos, é importante que a indústria tradicional, em articulação com a indústria criativa, coloque como prioridade estratégica o branding como fator crítico de sucesso para seu posicionamento frente a concorrência internacional.


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A estrutura da economia criativa

D

e modo geral, a estrutura da economia criativa é a mesma nos países desenvolvidos, nos emergentes e nos em desenvolvimento, compreendendo um setor produtivo, uma rede de distribuição e marketing, além de um conjunto de consumidores que desejam produção criativa. Porém, a predominância é de pequenas e médias empresas (PMEs), que estão principalmente no início da cadeia produtiva, que é a criação.

Em alguns países, as PMEs criativas competem, de maneira assimétrica, com as grandes companhias, que são verticalmente integradas. Por exemplo, no Reino Unido - especialmente em software, em indústrias de jogos de computador e, em menor medida, na publicidade e no cinema - as MPEs disputam significativamente com gigantes multinacionais. Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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Julgando pela importância econômica das indústrias criativas, a elevada percentagem de trabalhadores por conta própria e independente não deve ser esquecida. Segundo uma pesquisa no Reino Unido sobre os últimos cinco anos, as PMEs das indústrias criativas não estão sendo identificadas, e suas operações não estão incluídas pelas agências de apoio ao desenvolvimento empresarial e de desenvolvimento econômico tradicional. Como as PMEs das indústrias criativas não se encaixam em modelos dos “negócios-padrão” das instituições financeiras, tem havido uma tendência para que as agências tradicionais de apoio às empresas considerem esse setor como não economicamente viável. Por outro lado, as PMEs das indústrias criativas tendem a considerar essas agências como não capazes de entender as suas necessidades específicas. A pesquisa descobriu que no Reino Unido existe uma necessidade real de apoio às PMEs das indústrias criativas, especialmente nos negócios startup (empresas iniciantes). Os empreendedores e trabalhadores nas PMEs das indústrias criativas geralmente têm pouco treinamento formal para os negócios, significando muitas vezes que muitas falhas são devido a erros elementares, como insuficiência de fluxo de caixa; inadequada contabilidade; dívidas incobráveis, ignorância sobre impostos, saúde e segurança no trabalho, emprego e outras regulamentações.

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

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As MPEs das indústrias criativas também precisam de informações setoriais específicas sobre uma série de questões, como a propriedade intelectual e direitos autorais, os avanços tecnológicos, os requisitos legais e os regulamentares de proteção e de exportação. Elas precisam de consultoria para a construção de planos de negócios realistas, com o objetivo de efetivamente entender e planejar seus negócios. Além disso, as indústrias criativas, pela suas especificidades, requerem consultoria em marketing diferenciado, com o foco na interação com o consumidor. Elas também tendem a colocar muita ênfase no desenvolvimento do produto-líder, às custas do que é realmente o que o mercado deseja. As PMEs das indústrias criativas enfrentam uma série de barreiras ao crescimento à medida que amadurecem, e não há nenhuma maneira previsível para crescer a partir de microempresas para empresas maiores. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), as indústrias criativas são caracterizadas por redes interligadas e flexíveis de produção e manutenção de sistemas abrangendo toda a cadeia. Assim, não obstante a competição assimétrica entre as empresas criativas pequenas ou médias com as grandes, a evidência disponível sugere que as PMEs criativas ganham a partir da presença de empresas de maior porte na indústria, na medida em que essas grandes companhias e multinacionais


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são uma fonte importante de capital, seja a partir de arranjos de subcontratação e terceirização ou de joint ventures. Outros desafios que enfrentam essas empresas incluem a falta de competências empresariais relativas a comercialização e gestão financeira, assimetrias de informação e restrições de recursos que afetam o acesso às tecnologias mais modernas. A Unctad destaca que, em muitos países em desenvolvimento, a rede de apoio da indústria criativa local e de prestação de serviços complementares é praticamente inexistente quando comparada com os países mais desenvolvidos. Nesse sentido, a cadeia de valor das indústrias criativas em muitos países em desenvolvimento possui várias lacunas, principalmente na falta de intermediários que exerçam importante papel na venda dos produtos criativos. Eles são importantes porque é alta a incerteza sobre se uma ideia criativa será comercialmente bem-sucedida ou não na cadeia de valor. Esses intermediários escolhem vencedores e perdedores, como por exemplo, os donos de galerias de artes ou agentes que promovem as artes visuais ou os operadores de turismo. Isso também acontece quando se trata de livros, audiovisual e jogos de computador, que possuem vários olheiros, agentes, editores e estúdios de gravação.

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A Unctad chama a atenção para que não obstante o papel positivo desempenhado por esses personagens nas indústrias criativas, o fato de que a oferta de talentos em geral supera de longe o número desses intermediários, em qualquer setor, é preocupante porque eles concedem poder de mercado que se manifesta como poder de barganha assimétrica entre criadores individuais e esses intermediários. Eles também criam pontos de congestionamento ao longo da cadeia de suprimentos. Essa situação tem uma profunda influência sobre os termos do contrato e pode resultar em baixos retornos, principalmente para os criadores que ainda não conseguiram uma reputação para si mesmos. A prevalência de PMEs no setor criativo mostra a necessidade de os decisores políticos tratarem de maneira diferenciada essas empresas. Elas possuem as mesmas restrições que as PMEs de outras áreas da economia, sendo a principal limitação o acesso ao financiamento para o desenvolvimento de projetos criativos. Grandes empresas podem ser uma fonte de financiamento para as PMEs. Nas economias onde o setor financeiro é 
 melhor adaptado ao financiamento das PMEs e onde as indústrias criativas são oficialmente reconhecidas, elas estão em vantagem. Esse não é o caso na maioria dos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil. Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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Indicadores da indústria capixaba: faturamento recua pelo 2º mês seguido

A

pesquisa “Indicadores Industriais”, realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), registrou queda no faturamento real de 9,4% em maio de 2014, frente ao mês anterior. O decréscimo foi influenciado pela menor demanda, principalmente nos setores de alimentos (-21,9%), metalurgia (-19,6%), indústria extrativa (-8,9%) e químico (-5,4%). Por outro lado, houve acréscimo nas horas trabalhadas na produção (+2,6%), na massa salarial real (+12,9%) e no rendimento médio real (+13,1%). No acumulado do ano, em relação ao montante do ano anterior, houve aumento no faturamento (+7,7%) e nas horas trabalhadas (+1,4%), e nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores, todos os indicadores se elevaram (ver tabela 1). Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

Indicadores Industriais do Espírito Santo – maio/2014 (Percentual médio)

Tabela 1

Mai 14/ Mai 13

Mai 14/ Mai 13

Acum 14/ Acum 13

12 meses/ 12 meses anteriores

Faturamento real¹

-9,4

4,6

7,7

7,3

Massa salarial²

12,9

5,2

-3,4

3,8

Horas Trabalhadas na Produção

2,6

-2,1

1,4

2,7

Rendimento Médio Real²

13,1

4,3

-5,8

0,8

INDÚSTRIA GERAL

¹ Deflator: IPA/OG-FGV | ²Deflator: INPC-IBGE Fonte: Findes/Ideies/CNI


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O nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) subiu 0,8% em maio de 2014 em comparação ao mês anterior e se posicionou em 81,5% (ver gráfico 1 e tabela 2). A ociosidade no mês foi de 18,5%. No acumulado de 2014, em relação ao de 2013, a UCI cresceu 0,7%, sendo as médias dos dois períodos de 80,2% e 79,5%, respectivamente.

Variação do Faturamento Real da Indústria do Espírito Santo

Gráfico 2

60 40 20

Utilização da Capacidade Instalada - UCI

Gráfico 1 0 -20

100

Maio

-40

Abril 80,7

81,5

-60

80

mai/11

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

nov/13

mai/14

Deflator: IPA/OG-FGV Fonte: Ideies/Findes/CNI

Horas trabalhadas na produção As horas trabalhadas avançaram novamente A s horas trabalhadas na produção registraram novo aumento: 2,6% em maio de 2014 em relação ao mês anterior (gráfico 3); O acréscimo ocorreu pelo segundo mês consecutivo nesse mesmo tipo de comparação, sendo o terceiro em 2014; R elativamente ao mesmo mês de 2013, o decréscimo foi de 2,1%; N o acumulado do ano, em relação ao acumulado do ano anterior, houve um aumento de 1,4%.

50

20

Tabela 2

Utilização da Capacidade Instalada INDÚSTRIA GERAL

mai/14

abr/14

mai/13

81,5

80,7

80,5

Variação das Horas Trabalhadas na Produção da Indústria do Espírito Santo

Gráfico 3

11 Percentual médio Fonte: Findes/Ideies/CNI

6

Faturamento real Indicador registra nova queda O faturamento real registrou uma queda de 9,4% em maio de 2014, em relação ao mês anterior (gráfico 2); O decréscimo ocorreu pelo segundo mês seguido nesse mesmo tipo de comparação, sendo o quarto em cinco meses de 2014; E m relação a maio de 2013, houve um aumento de 4,6%; N o acumulado do ano, frente ao acumulado do ano anterior, o crescimento foi de 7,7%.

1

-4

-9

mai/11

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

nov/13

mai/14

Fonte: Ideies/Findes/CNI

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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Utilização da Capacidade Instalada da Indústria do Espírito Santo - Percentual médio

Gráfico 4

Variação da Massa Salarial da Indústria do Espírito Santo

Gráfico 5

88 15 86 84 82 -5

80 78 76

-25

74 mai/11

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

nov/13

mai/14

Utilização da Capacidade Instalada UCI se eleva em maio A utilização da capacidade instalada da indústria capixaba se elevou em 0,8% em maio de 2014, em relação ao mês anterior; E sse indicador tem apresentado crescimento ou estabilidade em 2014 nesse tipo de comparação; A indústria operou com uma média de 81,5% da capacidade instalada, ficando a ociosidade em 18,5%; N a comparação com maio de 2013, a UCI aumentou 1,0%; N o acumulado do ano também houve acréscimo (+0,7%).

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

nov/13

mai/14

Deflator: INPC-IBGE | Fonte: Ideies/Findes/CNI

Fonte: Ideies/Findes/CNI

Massa Salarial Real O indicador cresceu após dois meses em queda A massa salarial real aumentou 12,9% em maio de 2014, em relação ao mês anterior; O acréscimo ocorreu após dois meses seguidos de queda, nesse mesmo tipo de comparação, sendo o segundo em 2014; Frente a maio de 2013, observou-se um acréscimo de 5,2%; N o acumulado do ano, em relação ao acumulado do ano anterior, houve queda de 3,4%.

mai/11

Rendimento médio real O rendimento médio também aumentou O rendimento médio real, que é apurado por meio da relação entre a massa salarial e o pessoal empregado, apresentou um acréscimo de 13,1% em maio de 2014, em comparação ao mês anterior (gráfico 6); O aumento é o maior dos últimos 15 meses nesse mesmo tipo de comparação; E m relação a maio de 2013, houve um crescimento de 4,3%; N o acumulado do ano, frente ao acumulado do ano anterior, observou-se uma queda de 5,8%.

Variação do Rendimento Médio Real da Indústria do Espírito Santo

Gráfico 6

30 20 10 0 -10 -20 mai/11 Deflator: INPC-IBGE Fonte: Ideies/Findes/CNI

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

nov/13

mai/14


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Sondagem Industrial no Espírito Santo em maio de 2014

A

pesquisa “Sondagem Industrial no Espírito Santo”, realizada mensalmente pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), apresentou em maio de 2014, em relação ao mês anterior, um acréscimo de 3,8 pontos no indicador de evolução da produção. Também houve aumento no indicador de evolução do número de empregados (+1,6 ponto). O primeiro se posicionou acima da linha divisória de 50 pontos (50,4 pontos), mas o segundo permaneceu abaixo (48,3 pontos). O nível médio de utilização da capacidade instalada de maio de 2014 caiu 2,0 pontos percentuais, frente ao mês anterior, atingindo 74%. Entretanto, a capacidade efetiva em relação ao usual avançou (+1,6 ponto). Apesar do aumento, a indústria capixaba continua operando com uma capacidade inferior ao nível usual para o mês, já que se situou na faixa inferior a 50 pontos (45,7 pontos). O indicador de evolução de estoques de produtos finais decresceu 3,3 pontos, mas se posicionou na linha divisória de 50 pontos (50,2 pontos). O estoque efetivo em

Sondagem Industrial no Espírito Santo – Maio 2014

Tabela 1

Mai/13

Abr/14

Mai/14

Evolução da produção

50,3

46,6

50,4

Evolução do número de empregados

49,8

46,7

48,3

Utilização da capacidade instalada (%)

76,0

76,0

74,0

UCI efetiva em relação ao usual

46,3

44,1

45,7

Estoque efetivo em relação ao planejado

52,0

52,6

50,9

Evolução de estoques de produtos finais

50,1

53,5

50,2

INDICADORES

Fonte: Ideies/Findes/CNI

relação ao planejado também caiu (-1,7 ponto), porém ficou ligeiramente acima de 50 pontos (50,9 pontos), sinalizando que as empresas estão com estoques próximos ao nível desejado. Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


Análise – Ideies

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Expectativas para os próximos seis meses (em junho de 2014 – pontos)

Tabela 2

Jun/13

Mai/14

Jun/14

Demanda

59,7

54,4

51,9

Quantidade exportada

63,1

60,2

64,4

Compras de matéria-prima

55,0

52,7

48,9

Número de empregados

54,5

52,1

49,2

INDICADORES

Fonte: Ideies/Findes/CNI

Na comparação de maio de 2014 com maio de 2013, ocorreram ligeiras altas nos indicadores de evolução da produção e evolução de estoques de produtos finais (ambos com 0,1 ponto) e quedas nos indicadores de: evolução do número de empregados (-1,5 ponto), utilização da capacidade instalada (-2,0 pontos), UCI efetiva em relação ao usual (-0,6 ponto) e estoque efetivo em relação ao planejado (-1,1 ponto). Expectativas em junho de 2014 para os próximos seis meses Em junho de 2014, os industriais capixabas estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, pois a maioria dos indicadores de expectativa pesquisados recuou em Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

relação ao mês anterior, e dois se posicionaram abaixo da linha divisória de 50 pontos. As maiores quedas ocorreram nos indicadores de demanda (-2,5 pontos), compras de matéria-prima (-3,8 pontos) e de número de empregados (-2,9 pontos). A exceção foi o indicador de quantidade exportada, que aumentou (+4,2 pontos). Posicionaram-se acima da linha divisória de 50 pontos os indicadores de demanda (51,9, pontos) e quantidade exportada (64,4 pontos), e abaixo os indicadores de compras de matéria-prima (48,9 pontos) e de número de empregados (49,2 pontos). Na comparação dos resultados de junho de 2014 com os de junho de 2013, observou-se avanço no indicador de expectativa de quantidade exportada (+1,3 ponto) e queda nos demais: expectativa de demanda (-7,8 pontos), de compras de matéria-prima (-6,1 pontos) e de número de empregados (-5,3 pontos).

- Os indicadores variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam aumento, atividade acima do usual ou expectativa positiva e abaixo de 50 pontos, queda, atividade abaixo do usual ou expectativa negativa. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), contou nesse mês com a participação de 78 empresas capixabas (25 pequenas, 39 médias e 14 grandes).


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Sondagem Indústria da Construção no Espírito Santo em maio de 2014

A

“Sondagem Indústria da Construção”, pesquisa realizada mensalmente pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), registrou aumento em maio de 2014, em relação ao mês anterior, no indicador de evolução do nível de atividade (+4,5 pontos) e no de evolução do número de empregados (+9,6 pontos). O avanço fez com que o primeiro indicador ultrapassasse a linha divisória de 50 pontos (51,2 pontos) e o segundo, apesar de permanecer abaixo, se posicionasse bem próximo à linha (49,3 pontos). O indicador de atividade em relação ao usual cresceu 2,5 pontos e se situou em 46,7 pontos, mostrando que a atividade continua desaquecida e abaixo do esperado para o mês. O indicador de Utilização da Capacidade de Operação (UCO), que mensura o percentual médio de utilização da

Sondagem Indústria da Construção no Espírito Santo – Maio 2014

Tabela 1

Mai/13

Abr/14

Mai/14

Evolução do nível de atividade

43,3

46,7

51,2

Atividade em relação ao usual

41,3

44,2

46,7

Evolução do número de empregados

48,4

39,7

49,3

Utilização da capacidade de operação - UCO (%)

67,0

68,0

75,0

INDICADORES

Fonte: Ideies/Findes/CNI

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


Análise – Ideies

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Expectativas para os próximos seis meses (em junho de 2014 – pontos)

Tabela 2

Jun/13

Mai/14

Jun/14

Nível de atividade

49,9

57,2

60,2

Novos empreendimentos e serviços

51,2

56,3

59,2

Compras de insumos e matérias-primas

49,1

55,4

60,2

Número de empregados

49,8

57,0

59,3

INDICADORES

Fonte: Ideies/Findes/CNI

capacidade de operação da indústria da construção e é apurado com base na percepção empresarial sobre a intensidade no uso dos recursos da empresa para realizar seus serviços e empreendimentos no mês, dada sua capacidade atual de operação, apresentou um acréscimo de 7,0 pontos percentuais em maio de 2014, frente ao mês anterior, situando-se em 75%. Os resultados da pesquisa de maio de 2014, comparados aos de maio de 2013, mostraram crescimento nos indicadores de evolução do nível de atividade (+7,9 pontos), atividade em relação ao usual (+5,4 pontos), evolução do número de empregados (+0,9 ponto) e utilização da capacidade de operação (+8,0 pontos). Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4

Expectativas em junho de 2014 para os próximos seis meses Os empresários da indústria capixaba da construção estão otimistas em relação aos próximos seis meses, pois em junho de 2014, em relação ao mês anterior, todos os indicadores de expectativas se elevaram: nível de atividade (+3,0 pontos), novos empreendimentos e serviços (+2,9 pontos), compras de insumos e matérias-primas (+4,8 pontos) e número de empregados (+2,3 pontos). Todos os indicadores se mantiveram acima da linha divisória de 50 pontos. Em junho de 2014, frente a junho de 2013, também houve acréscimo em todos indicadores: nível de atividade (+10,3 pontos), novos empreendimentos e serviços (+8,0 pontos), compras de insumos e matérias-primas (+11,1 pontos) e número de empregados (+9,5 pontos).

- Os indicadores variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam aumento, atividade acima do usual ou expectativa positiva e abaixo de 50 pontos, queda, atividade abaixo do usual ou expectativa negativa. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), contou nesse mês com a participação de 23 empresas capixabas (5 pequenas e 18 médias+grandes).


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Análise – Ideies

Julho 2014 – Nº 20 – Ano 4


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