Desempenho da indústria capixaba melhora 03
A produção mundial da indústria de transformação 09 em 2014
A competitividade dos países em 2014 14
Brasil cai no ranking da competitividade global 16
Publicação do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies – Entidade do Sistema Findes – Novembro 2014 – Nº 22 – Ano 4
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Análise – Ideies
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Carta Ideies
A indústria do Espírito Santo recupera produção em 2014 Caro leitor, A produção física da indústria capixaba já se encontra com crescimento positivo de 1,6% no acumulado até agosto de 2014, em relação ao ano anterior, ocupando a quarta colocação entre os estados brasileiros que são pesquisados pelo IBGE, com ganhos de 11,2% em três meses consecutivos de taxas positivas. Neste número da revista Análise, mostramos quais os setores que estão avançando em suas produções, além de destacarmos uma série de informações e análises sobre as pesquisas mensais elaboradas pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), como o crescimento do faturamento real da indústria no acumulado até agosto, alcançando mais 8,47%, da massa salarial real, das horas trabalhadas e da utilização da capacidade instalada. Apesar da recuperação da produção industrial, a confiança do industrial capixaba caiu para 46,9 pontos em outubro, após aumento em setembro. Na matéria seguinte, trazemos as informações da Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (Unido, na sigla em inglês) sobre a produção da indústria de transformação nas várias regiões do mundo e em vários países, com crescimento mundial de 3,3% no segundo trimestre de 2014, menor do que aconteceu no primeiro trimestre, quando o avanço foi de 4,8%. A Unido destaca que as restrições econômicas nos países industrializados afetaram a produção das nações emergentes e em desenvolvimento do Leste da Ásia e da América Latina. Como faz todos os anos, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou, em setembro, o Relatório Global de Competitividade 2014-2015, mostrando que, pelo sexto ano consecutivo, a Suíça lidera os 10 melhores e, novamente neste ano, Singapura classifica-se como a segunda mais competitiva do mundo. Os detalhes são registrados em matéria específica. Por último, abordamos a avaliação sobre a competitividade do Brasil feita pelo WEF que levou à perda de uma posição entre os 144 países que compõem o relatório, ficando como a 57ª economia mais competitiva do mundo. Os pilares básicos para a competitividade de uma nação, levantados pelo WEF (Instituições, Infraestrutura, Ambiente Macroeconômico, Saúde e Educação Fundamental), possuem notas baixas no Brasil, o que compromete o desenvolvimento da economia no longo prazo e o aumento da competitividade. Boa leitura! Doria Porto Diretor-executivo do Ideies
Publicação do Ideies • Novembro 2014 • nº 22 • ano 04
Diretoria Plenária 2014 – 2017 Presidente da Findes – Marcos Guerra 1º Vice-presidente da Findes – Gibson Barcelos Reggiani 2º Vice-presidente da Findes – Aristoteles Passos Costa Neto 3º Vice-presidente da Findes – Benízio Lázaro 1º Diretor administrativo da Findes – Elcio Alves 2º Diretor administrativo da Findes – Luciano Raizer Moura 3º Diretor administrativo da Findes – José Augusto Rocha 1º Diretor financeiro da Findes – Tharcicio Pedro Botti 2º Diretor financeiro da Findes – Ronaldo Soares Azevedo 3º Diretor financeiro da Findes – Flavio Sergio Andrade Bertollo
Diretores Almir José Gaburro • Atilio Guidini • Elias Cucco Dias Emerson de Menezes Marely • Ennio Modenesi Pereira II Jose Carlos Bergamin • José Carlos Chamon • Luiz Alberto de Souza Carvalho • Luiz Carlos Azevedo de Almeida • Luiz Henrique Toniato • Loreto Zanotto • Mariluce Polido Dias • Neviton Helmer Gasparini • Ocimar Sfalsin • Ortêmio Locatelli Filho Ricardo Ribeiro Barbosa • Samuel Mendonça Sérgio Rodrigues da Costa • Silésio Resende de Barros Tullio Samorini • Vladimir Rossi
Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo Presidente Marcos Guerra Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial Egídio Malanquini Diretor-executivo do Ideies Antonio Fernando Doria Porto Coordenadoria de Gestão da Informação – CGI Cintia Peterle Tavares Pedruzzi Coordenadoria de Gestão Estratégica – CGE Marcela Moulin Brunow Freitas Coordenadoria de Gestão do Conhecimento - CGC Aline Elisa Cotta Davila Coordenadoria de Economia Criativa – CEC Karina Goldner Fideles Biriba
Equipe de Produção: Antonio Fernando Doria Porto • Cintia Peterle Tavares Pedruzzi Andressa Kelly de Oliveira • Cleide Maria Perin Motta Flaviana Silva de Oliveira Santos
Contatos: Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 2.053, Ed. Findes - 3º andar Bairro: Santa Lúcia, Vitória/ES - CEP: 29.056-913 Telefone: (27) 3334-5626 - site: www.ideies.org.br Siga o Ideies no Twitter: @Ideies
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Desempenho da indústria capixaba melhora no acumulado até agosto de 2014
A
indústria capixaba apresentou crescimento no faturamento real no acumulado de janeiro a agosto de 2014, em relação ao do mesmo período de 2013 (+8,47%), impulsionado, sobretudo, pelas indústrias extrativas (+31,39%), de impressão e reprodução (+13,52%) e de derivados de petróleo e biocombustíveis (+8,13%). Em contrapartida, as maiores quedas ocorreram nos setores de borracha e material plástico (-26,30%), metalurgia (-8,69%) e alimentos (-7,37%). Ver tabela 1 e gráfico 1.
Tabela 1
Faturamento real da indústria Faturamento real
No ano
No mês
Mês/mesmo mês
Dentro do Brasil
-3,16%
3,66%
4,80%
Para o exterior
24,75%
-10,31%
17,71%
TOTAL DO ESTADO
8,47%
-5,49%
4,12%
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Faturamento Real por Setor Variação acumulada de janeiro a agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 (%)
Gráfico 1
Indústria extrativa
31,39
Impressão e reprodução
13,52
Indústria geral
8,47
Derivados de petróleo e biocombustíveis
8,13
Minerais não metálicos
6,81
Móveis
4,22 3,25
Confecções -3,08
Celulose e papel
-4,27
Indústria de transformação
-5,88
Químicos
-7,37
Alimentos
-8,69
Metalurgia -26,30
Borracha e material plástico -40
-20
0
20
40
Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI
Massa Salarial Real A massa salarial real paga pela indústria capixaba registrou um decréscimo de 3,87% no acumulado do ano, relativamente ao acumulado do ano anterior, influenciada, principalmente, pelos setores de celulose e papel (-11,46%), extração (-8,61%) e químico (-5,12%). Já as maiores altas ocorreram nos segmentos de móveis (+29,29%), borracha e material plástico (+24,33%), derivados de petróleo e biocombustíveis (+10,36%),
Tabela 2
Massa salarial da indústria Massa salarial TOTAL DO ESTADO
No ano -3,87%
No mês
2,06%
Mês/mesmo mês 2,13%
confecções (+8,76%) e impressão e reprodução (+7,79%). Ver tabela 2 e gráfico 2. Novembro 2014 – Nº 22 – Ano 4
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Massa Salarial Real por Setor Variação acumulada de janeiro a agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 (%)
Gráfico 2
Móveis
29,29
Borracha e material plástico
24,33
Derivados de petróleo e biocombustíveis
10,36
Confecções
8,76
Impressão e reprodução
7,79
Minerais não metálicos
6,52 3,17
Metalurgia Indústria de transformação
2,77
Alimentos
2,06 -3,87
Indústria geral
-5,12
Químicos -8,61
Indústria extrativa
-11,46
Celulose e papel -40
-20
0
20
40
Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI
Horas Trabalhadas na Produção As horas trabalhadas na produção aumentaram 0,33% no acumulado de janeiro a agosto de 2014, em relação ao mesmo período de 2013, e as maiores altas ocorreram nos setores de derivados de petróleo e biocombustíveis (+36,54%), metalurgia (+4,50%), extração (+3,87%) e impressão e reprodução (+3,25%). Por outro lado, as quedas mais acentuadas se verificaram nos setores de alimentos (-5,90%), borracha e material plástico (-4,57%) e químicos (-3,08%). Ver tabela 3 e gráfico 3.
Tabela 3
Horas trabalhadas na indústria Horas Trabalhadas na Produção
TOTAL DO ESTADO
No ano
0,33%
No mês
-0,44%
Mês/mesmo mês
-2,37%
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Horas Trabalhadas na Produção por Setor: Espírito Santo Variação acumulada de janeiro a agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 (%)
Gráfico 3
Derivados de petróleo e biocombustíveis
36,54
Metalurgia
4,50
Indústria extrativa
3,87
Impressão e reprodução
3,25
Móveis
1,91
Celulose e papel
1,14 0,33
Indústria geral Minerais não metálicos
-0,44
Indústria de transformação
-1,19 -2,33
Confecções
-3,08
Químicos
-4,57
Borracha e material plástico
-5,90
Alimentos -40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI
Utilização da Capacidade Instalada O nível médio de utilização da capacidade instalada da indústria capixaba caiu 1,07% no acumulado do ano em relação ao acumulado do ano anterior, influenciado, principalmente, pelos setores de metalurgia (-19,90%), químicos (-4,85%), borracha e material plástico (-0,75%) e celulose e papel (-0,75%). Em contrapartida, as principais altas ocorreram nos setores de derivados de petróleo e biocombustíveis (+15,42%), móveis (+6,18%), alimentos (+4,25%) e impressão e reprodução (+4,22%). Ver tabela 4 e gráfico 4.
Utilização da capacidade instalada na indústria Utilização da capacidade instalada
Tabela 4
No ano
No mês
TOTAL DO ESTADO (variação)
-1,07%
1,10%
TOTAL DO ESTADO (percentual de utilização)
78,91%
82,75%
Mês/mesmo mês 0,41%
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Utilização da Capacidade Instalada por Setor Variação acumulada de janeiro a agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 (%)
Gráfico 4
Derivados de petróleo e biocombustíveis
15,42
Móveis
6,18
Alimentos
4,25
Impressão e reprodução
4,22
Indústria extrativa
1,23
Confecções
-0,12
Minerais não metálicos
-0,34
Celulose e papel
-0,73
Borracha e material plástico
-0,75
Indústria geral
-1,07 -1,47
Indústria de transformação -4,85
Químicos -19,90
Metalurgia -25
-15
-5
5
15
25
Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI
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Produção física da indústria A produção física da indústria capixaba, segundo o IBGE, registrou alta de 1,6% no acumulado dos oito meses de 2014 frente a igual período de 2013. Dois dos cinco setores pesquisados apontaram aumento: indústrias extrativas (+6,2%), devido principalmente à maior extração de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e minerais não metálicos (+1,9%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento na produção de granito talhado ou serrado. As pressões negativas mais relevantes foram exercidas pelos setores de metalurgia (-7,7%) e de produtos alimentícios (-8,0%), explicadas, principalmente, pela menor produção de bobinas a quente de aços ao carbono e tubos flexíveis e tubos trefilados de ferro e aço, no primeiro ramo; e de açúcar cristal, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, balas, pastilhas, chocolate branco e outros confeitos sem cacau e bombons e chocolates em barra, no segundo.
Produção Física Industrial Espírito Santo Variação acumulada até agosto de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 (%) Indústria geral
Gráfico 5
1,6
Indústria extrativa
6,2
Indústria de transformação Alimentos
-3,7
-8,0
Celulose, papel e produtos de papel
-0,4
Minerais não metálicos Metalurgia básica
1,9
-7,7
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Fonte: PF/ IBGE Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Queda na confiança do industrial capixaba O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), caiu 3,2 pontos em outubro de 2014, em relação ao mês anterior, se posicionando abaixo da linha divisória de 50 pontos
(46,9 pontos). O indicador, que havia aumentado em setembro, interrompendo seis meses de queda, voltou a cair em outubro, influenciado tanto pelo indicador de condições atuais como pelo de expectativas, já que ambos retrocederam. Na comparação com outubro de 2013, cujo indicador era de 53,2 pontos, o ICEI registrou um decréscimo de 6,3 pontos.
Índice de Confiança do empresário industrial - ICEI Espírito Santo (em pontos)
Gráfico 6
75 70 65 Média histórica 57,6
60 55 50
46,9
45 40 fev/10
jun/10
out/10
fev/11
jun/11
out/11
fev/12
jun/12
out/12
fev/13
jun/13
out/13
fev/14
jun/14
out/14
Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI A média histórica considera o período de fev/2010 a out/2014
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A produção mundial da indústria de transformação no primeiro semestre de 2014 Novembro 2014 – Nº 22 – Ano 4 Analise22_FINAL_THI.indd 9
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A
Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (Unido, na sigla em inglês) divulgou relatório com informações sobre a produção mundial na indústria de transformação destacando que as restrições econômicas nos países industrializados afetaram a produção dos países emergentes e em desenvolvimento do leste da Ásia e da América Latina.
O relatório indica que o crescimento da produção manufatureira mundial caiu para 3,3% no segundo trimestre de 2014, em comparação com o avanço de 4,8% no primeiro trimestre do ano. Devido à tendência de queda nos últimos meses, a alta anual da produção global deverá ser de 3,7% em 2014, que é maior do que em 2013, mas muito menor do que as expectativas anteriores. Ver gráfico 1 e tabelas 1 e 2.
Evolução da produção mundial da indústria de transformação Mundo
Economias desenvolvidas
Gráfico 1
Economias emergentes e em desenvolvimento
9
6
3
0
-3 4º trim. 2012
1º trim. 2013
2º trim. 2013
3º trim. 2013
4º trim. 2013
1º trim. 2014
2º trim. 2014
Fonte: Unido
Tabela 1
Estimativa de crescimento do valor adicionado real de produtos manufaturados por grupo de países - 1º trimestre 2014 (%) Participação no mundo (2010)
Em relação ao trimestre anterior
Em relação ao mesmo período do ano anterior
100,0
4,5
4,8
Economias desenvolvidas
67,7
0,0
2,5
América do Norte
22.4
0,5
2,4
Europa
24,7
0,2
2,4
Leste da Ásia
17,2
-1,3
3,7
Economias emergentes e em desenvolvimento (por grupo de desenvolvimento)
32,3
11,9
8,6
China
15,3
19,1
13,1
Economias industriais emergentes
13,8
0,7
0,1
Os países menos desenvolvidos
0,5
1,0
2,8
Outras economias em desenvolvimento
2,7
1,0
0,2
Economias emergentes e em desenvolvimento (por região)
32,3
11,9
8,6
África
1,5
0,3
2,1
Ásia e Pacífico
21,7
14,6
10,3
América Latina
5,8
-0,6
-0,6
Outros
3,3
1,4
6,5
Mundo
Fonte: Unido
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Tabela 2
Estimativa de crescimento do valor adicionado real de produtos manufaturados por grupo de países - 2º trimestre 2014 (%) Participação no mundo (2010)
Em relação ao trimestre anterior
Em relação ao mesmo período do ano anterior
100,0
-0,5
3,3
Economias desenvolvidas
67,7
0,0
1,5
América do Norte
22,4
1,6
3,7
Europa
24,7
0,2
1,4
Leste da Ásia
17,2
-2,5
-1,4
Economias emergentes e em desenvolvimento (por grupo de desenvolvimento)
32,3
-1,2
6,5
China
15,3
-2,2
9,3
Economias industriais emergentes
13,8
0,7
0,6
Os países menos desenvolvidos
0,5
-1,6
0,1
Outras economias em desenvolvimento
2,7
2,8
6,2
Economias emergentes e em desenvolvimento (por região)
32,3
-1,2
6,5
África
1,5
1,2
2,7
Ásia e Pacífico
21,7
-1,6
7,9
América Latina
5,8
-0,4
-1,9
Outros
3,3
1,8
3,3
Mundo
Fonte: Unido
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A redução no dinamismo industrial no segundo trimestre de 2014 foi observada em todas as regiões do mundo do Leste da Ásia até a América Latina. A desaceleração ocorreu tanto nos países desenvolvidos como nos emergentes e em desenvolvimento, mas a Europa desempenhou um papel decisivo para esse resultado por várias razões. Em primeiro lugar, o crescimento da produção industrial observado no final de 2013 e início de 2014 ainda não tinha ganhado força suficiente para a plena recuperação. Em segundo lugar, o ano de 2014 começou com o aumento dos conflitos no norte de África, no Oriente Médio e, mais recentemente, na Ucrânia. As incertezas geopolíticas diminuíram a confiança tanto dos investidores como dos consumidores,
provocando saída de capitais e queda nos preços com repercussões negativas sobre produção industrial. As tensões geopolíticas em curso e as sanções econômicas recíprocas têm afetado seriamente o processo de recuperação em países europeus, onde o crescimento da produção no segundo trimestre de 2014 caiu para 1,4%, enquanto no primeiro trimestre foi de 2,4%. A produção industrial recuou nos países europeus, como França, Alemanha e Itália, o que foi também observado no Japão e na República da Coreia. Porém, a expansão da produção no Reino Unido e nos Estados Unidos não foi afetada. De acordo com estimativas da Unido, o crescimento global da produção industrial nos países desenvolvidos caiu de 2,5% no primeiro trimestre para 1,5% no segundo trimestre de 2014. Tabela 3
Taxas de crescimento estimada de produção por setor de fabricação em relação ao mesmo período do ano anterior - 1º trimestre de 2014 (%) Economias emergentes e em desenvolvimento
Economias desenvolvidas
Mundo
Alimentos e bebidas
6,3
2,1
4,0
Produtos com tabaco
22,0
-2,3
18,7
Têxteis
5,7
2,8
4,9
Artigos de vestuário, peles
9,5
1,2
7,2
Couro, produtos de couro e calçados
10,8
-0,8
7,1
Produtos de madeira (exceto móveis)
3,9
2,6
3,0
Papel e produtos de papel
13,1
0,6
4,9
Impressão e publicação
9,6
-0,3
1,2
Coque, produtos petrolíferos refinados, combustível nuclear
6,5
0,9
4,0
Produtos químicos
4,0
3,1
3,4
Produtos de borracha e de matérias plásticas
7,5
5,5
6,2
Produtos minerais não metálicos
11,8
6,3
9,2
Metais básicos
11,0
3,7
8,3
Produtos metálicos
12,6
4,3
6,5
Máquinas e equipamentos
9,8
5,0
6,8
Escritório de contabilidade e de informática
11,4
3,7
4,3
Máquinas e aparelhos elétricos
9,5
2,9
6,5
Rádio, televisão e equipamentos de comunicação
18,5
7,9
16,8
Equipamentos médicos de precisão e instrumentos ópticos
15,4
-0,6
2,0
Veículos automóveis, reboques, semirreboques
1,0
8,7
7,1
Outros equipamentos de transporte
9,7
2,4
6,5
Mobiliário; fabricação
13,9
4,0
9,0
Total de fabricação
8,6
2,5
4,8
Fonte: Unido
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Como são responsáveis por quase dois terços do valor adicionado da produção mundial, o crescimento desses países tem peso significativo na produção global. A instabilidade geopolítica recente na Europa causou um impacto negativo sobre o crescimento dos países emergentes, segundo o relatório. A taxa de crescimento do valor adicionado real de produtos manufaturados desses países diminuiu de 8,6% no primeiro trimestre de 2014 para 6,5% no segundo trimestre, com quedas significativas na América Latina, em particular na Argentina (-3,0%) e no Brasil (-5,4%), além do Chile, com -1,0%. Apesar dessas tendências negativas, os países emergentes e em desenvolvimento darão a principal contribuição para o crescimento global da produção industrial, cuja estimativa é de um aumento de 6,1% em 2014.
Evolução da produção industrial por setor A tendência de taxas de crescimento positivas em todos os setores industriais nos países emergentes e em desenvolvimento continuou durante o segundo trimestre de 2014, apesar de uma desaceleração nessa dinâmica. A expansão da produção foi menor em 15 dos 22 setores. As tabelas 3 e 4 mostram o desenvolvimento detalhado das taxas de crescimento da produção industrial em todo o mundo para todos os setores industriais no primeiro e segundo trimestres, respectivamente em relação ao mesmo período de 2013. Tabela 4
Taxas de crescimento estimada de produção por setor de fabricação em relação ao trimestre anterior - 2º trimestre de 2014 (%) Economias emergentes e em desenvolvimento
Economias desenvolvidas
Mundo
Alimentos e bebidas
1,1
0,8
0,9
Produtos com tabaco
-2,5
-2,0
-2,5
Têxteis
-1,5
-0,4
-1,2
Artigos de vestuário, peles
-6,6
-0,8
-5,1
Couro, produtos de couro e calçados
-7,8
2,8
-4,7
Produtos de madeira (exceto móveis)
0,3
0,2
0,2
Papel e produtos de papel
-8,0
-0,7
-3,4
Impressão e publicação
3,3
-1,6
-0,8
Coque, produtos petrolíferos refinados, combustível nuclear
-1,6
-0,4
-1,1
Produtos químicos
4,9
-1,2
1,0
Produtos de borracha e de matérias plásticas
-1,7
-0,7
-1,1
Produtos minerais não metálicos
-8,3
-0,6
-4,7
Metais básicos
-0,5
-1,2
-0,8
Produtos metálicos
-10,2
-0,6
-3,3
Máquinas e equipamentos
-3,8
-1,5
-2,4
Escritório de contabilidade e de informática
0,0
2,1
2,0
Máquinas e aparelhos elétricos
5,2
-0,6
2,6
Rádio, televisão e equipamentos de comunicação
-1,7
-3,8
-2,4
Equipamentos médicos de precisão e instrumentos ópticos
0,7
1,9
1,7
Veículos automóveis, reboques, semirreboques
2,0
0,0
0,4
Outros equipamentos de transporte
-1,5
0,6
-0,6
Mobiliário; fabricação
-6,5
-0,5
-3,7
Total de fabricação
-1,2
0,0
-0,5
Fonte: Unido
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A competitividade dos países em 2014
O
Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou em setembro o Relatório Global de Competitividade 2014-2015 mostrando que as perspectivas de crescimento das economias avançadas são melhores do que têm sido nos últimos anos, embora distribuídas de maneira desigual. A recuperação nos Estados Unidos parece estar solidificada com fortes números da produção e do emprego. A economia do Japão está retomando seu avanço depois de duas décadas de estagnação. Na Europa o quadro é mais variado, com muitos países mostrando uma expansão mais forte e retornando à tendência histórica de suas taxas de crescimento, enquanto outros continuam a sofrer com o fraco crescimento da demanda interna, o desemprego elevado e a fragmentação financeira. Para as economias emergentes e em desenvolvimento, entre elas a do Brasil, a previsão é de um crescimento mais modesto do que já realizaram no passado. Depois de vários anos liderando o crescimento global, o desempenho dessas economias pode ser afetado por um ambiente em mudança, caracterizado por maior dificuldade de acesso ao capital e pelos preços mais baixos das commodities que alimentaram o crescimento. Na avaliação anual dos fatores que determinam a produtividade e a prosperidade dos países, o relatório identifica a implementação não uniforme de reformas estruturais em diferentes regiões e em níveis de desenvolvimento distintos como o maior desafio para sustentar o crescimento global. Além disso, também realça o talento e a inovação como duas áreas nas quais os dirigentes nos setores público e privado precisam colaborar de modo mais eficiente para poder atingir desenvolvimento econômico sustentável e de inclusão. Os dez melhores em competitividade O topo do ranking continua a ser dominado pelas economias ocidentais altamente avançadas e vários tigres asiáticos.
Pelo sexto ano consecutivo, a Suíça lidera os 10 melhores e, novamente neste ano, Singapura classifica-se como a segunda mais competitiva economia do mundo. No geral, os rankings no topo permaneceram relativamente estáveis, embora seja importante notar os progressos significativos realizados pelos Estados Unidos, que sobe ao terceiro lugar este ano, e pelo Japão, que avança três posições para o sexto lugar Ver quadro 1. Os BRICS Com uma posição acima do ano anterior, a China ocupa o 28º lugar, continuando a liderar as economias dos BRICS por uma ampla margem, bem à frente de Rússia (53º), África do Sul (56º), Brasil (57º) e Índia (71º). Ver gráfico 1.
As dez economias mais competitivas País
Quadro 1
Posição 2014
Posição 2013
Movimento
Suíça
1
1
0
Singapura
2
2
0
EUA
3
5
+2
Finlândia
4
3
-1
Alemanha
5
4
-1
Japão
6
9
+3
Hong Kong
7
7
0
Holanda
8
8
0
Reino Unido
9
10
+1
Suécia
10
6
-4
Fonte: Fórum Econômico Mundial
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Análise – Ideies
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A competitividade na América Latina O Relatório Global de Competitividade 2014-2015 destaca que a reativação econômica na América Latina exigirá a implementação de reformas estruturais, que já deveriam ter sido realizadas há muito tempo, com o aumento dos investimentos em infraestrutura e em inovação. A desaceleração econômica que começou em 2012 continuou em 2013, com uma taxa de crescimento estimada para a região abaixo dos 3%. Para 2014, as previsões de crescimento não são mais otimistas e, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a região está preparada para crescer apenas 2,5%, abaixo da tendência dos últimos anos. No geral, a região continua a sofrer com ventos fortes relacionados a investimentos fracos, uma queda das exportações e dos preços das commodities, e acesso mais apertado para o financiamento que, em grande medida, alimentou o crescimento nos últimos anos. Construir a resiliência econômica da região dependerá da sua capacidade de fortalecer os fundamentos de sua economia, aumentando o seu nível de competitividade. A falta de investimentos suficientes em áreas que favoreçam o crescimento, tais como infraestrutura, desenvolvimento de competências e inovação, juntamente com as reformas insuficientes e tardias necessárias para melhorar as condições de negócios e da alocação de recursos, resulta em uma certa incapacidade das economias locais da região a se moverem para mais setores produtivos e níveis mais elevados de competitividade. O Chile (33ª posição) continua liderando o ranking regional, à frente do Panamá (48ª) e da Costa Rica (51ª).
Principais conclusões do Relatório Global da Competitividade • Reformando para a Prosperidade A recuperação global foi, em grande medida, impulsionada pela política monetária. Para garantir o crescimento a longo prazo, a criação de empregos de qualidade e a prosperidade sustentada, irá exigir dos tomadores de decisão o aumento da produtividade e da competitividade, por meio de reformas estruturais. O progresso a esse respeito tem sido irregular até o momento, tanto nas economias avançadas como nas emergentes. • Investimento inteligente Investimento inteligente em habilidade e inovação é a chave para aumentar a produtividade e a competitividade. Ele também suporta um crescimento mais inclusivo, permitindo que todos possam contribuir e se beneficiar de níveis mais elevados de prosperidade. As economias que sempre permanecem nas classificações mais elevadas de competitividade são aquelas capazes de desenvolver, atrair e reter talentos, e constantemente introduzir novos produtos e serviços de valor agregado mais elevado para o mercado. • Colaboração público-privada A colaboração efetiva entre empresas, Governo e sociedade civil é um pré-requisito necessário, se as reformas e os investimentos forem utilizados para aumentar a produtividade e a competitividade. Isso exige forte liderança pública-privada, uma visão clara e eficaz e uma boa comunicação para construir a confiança entre todas as partes. Assim, é fundamental a criação de mecanismos e instâncias para promover o diálogo.
Desempenho histórico dos países selecionados no Índice de Competitividade Global China
África do Sul
Índia
Gráfico 1
Indonésia
Brasil
100 81 80
60
74
63 51
40
20
0 2007-2008
2008-2009
2009-2010
2010-2011
2011-2012
2012-2013
2013-2014
2014-2015
Fonte: Fórum Econômico Mundial Nota: O valor mais elevado significa uma melhor classificação.
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Análise – Ideies
Brasil perde uma posição no ranking da competitividade global
E
m 2014, o Brasil perdeu mais uma posição no ranking geral. O país é, agora, a 57ª economia mais competitiva do mundo. Os pilares básicos para a competitividade de uma nação – Instituições, Infraestrutura, Ambiente Macroeconômico, Saúde e Educação Fundamental – possuem notas baixas para o Brasil, o que compromete o desenvolvimento da economia no longo prazo e o aumento da competitividade. Ver gráfico 1.
Para a Fundação Dom Cabral, responsável pelo levantamento dos dados do Brasil, o sobe e desce da competitividade brasileira é fruto da falta de implementação de medidas emergenciais de eficiência e produtividade, tais como a simplificação do marco regulatório da legislação trabalhista, do sistema tributário e, claro, da falta de implementação, na sua totalidade, e dentro dos custos originalmente previstos, dos planos públicos e privados de investimentos em infraestrutura, tecnologia, educação e saúde. Novembro 2014 – Nº 22 – Ano 4
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Análise – Ideies
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Competitividade Brasileira Relatório de Competitividade Global de 2006 a 2014 66
72 64 56
2006
Gráfico 1
2007
2008
2009
58
2010
53
2011
56
57
2013
2014
48
2012
Fonte: Fundação Dom Cabral
Pilares da competitividade brasileira O quadro 1 mostra a colocação do Brasil em cada um dos 12 pilares de como o Fórum Econômico Mundial calcula a competitividade de um país, distribuídos em três categorias: Requisitos Básicos, Determinantes de Eficiência e Inovação e Sofisticação Empresarial. Considerações sobre os pilares que compõem a competitividade no Brasil A Fundação Dom Cabral destaca várias causas que levaram o Brasil a ficar em 57ª posição, retornando, praticamente, ao mesmo nível que estava em 2010 quando atingiu a 58ª posição. A seguir as principais delas. No pilar Instituições, o Brasil ficou na 94ª posição. As causas principais são as baixas performances em fatores como Peso da Regulamentação Governamental (143ª), Confiança nos Políticos (140ª), Desperdício do Governo (137ª), Desvio de Recursos Públicos (135ª) e Transparência do Governo (128ª). Além disso, três fatores associados à criminalidade – Confiabilidade nos Serviços Policiais (83ª), Custo da Violência e Crimes para os Negócios (124ª) e Crime Organizado (119ª) – colocam o Brasil entre as últimas posições. No pilar Infraestrutura (76ª), o Brasil teve um resultado particularmente ruim na qualidade de infraestrutura dos transportes. Seus piores resultados foram nos fatores Qualidade de Estradas (122ª), dos Portos (122ª), das Ferrovias (95ª) e do Transporte Aéreo (113ª). Quanto à Infraestrutura de Comunicações, o Brasil teve um resultado satisfatório, na posição 37ª em assinaturas de telefone móvel por 100 pessoas e na posição 51ª no número de linhas de telefone fixo por 100 pessoas. O terceiro pilar mostra como está o Ambiente Macroeconômico do Brasil, cuja estabilidade é fundamental para o bom funcionamento dos negócios. Nesse quesito, o Brasil ficou na 85ª posição em 2014, com má performance nos fatores Poupança Nacional
Bruta (110ª), Inflação (110ª) e Dívida Bruta do Governo (109ª). Apesar do resultado ruim, o Brasil tem apresentado um bom desempenho na classificação de Risco de Crédito (38ª) desde 2011, e sempre esteve entre os 50 melhores países nesse tópico. O pilar Saúde e Educação fundamental é o último do grupo que integra os requisitos básicos de um país. O Brasil apresentou uma melhora considerável no ranking, alcançando a 77ª posição em 2014. Trabalhadores mais saudáveis e com acesso a uma educação primária de qualidade são importantes para aumentar a produtividade e a eficiência, afetando diretamente a competitividade da nação. Na educação, apesar do número de matrículas no ensino primário ser muito bom (18ª), a qualidade do ensino apresenta uma performance ruim, ocupando a posição 126 no ranking. Para que o país possa avançar nos estágios de desenvolvimento, é necessário que o trabalhador tenha acesso a uma educação de qualidade nos níveis secundário e superior e um bom treinamento no local de trabalho para aprimorar as suas habilidades. É o que mede o pilar Educação Superior e Treinamento, no qual a nota brasileira melhorou de forma considerável, para a 41ª posição. O bom resultado está pautado principalmente pela Qualidade das escolas de negócios (53ª), Disponibilidade de serviços de pesquisa e treinamento (47ª) e Extensão do treinamento de pessoal (44ª). Apesar desses pontos positivos, a qualidade do sistema de educação apresentou um resultado bastante ruim, na 126ª posição. A qualidade dos ensinos de matemática e ciências é preocupante, com o país no 131º lugar nesse quesito. O pilar Eficiência no Mercado de Produtos foi o que teve os piores resultados para o Brasil. Como exemplo, a necessidade de 107,5 dias para se começar um negócio, o que coloca o Brasil na posição 142ª do ranking. O excesso de taxações desestimula o investimento, ficando na 139ª posição no fator Efeito das Taxações para Investimentos,
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Análise – Ideies
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Quadro 1
Pilares da competitividade no Brasil 2014
2013
2012
Variação 2014/2013
Variação 2014/2012
Índice de competitividade global
57
56
48
-1
-9
Requisitos básicos
83
79
73
-4
-10
Instituições
94
80
79
-14
-15
Infraestrutura
76
71
70
-5
-6
Ambiente macroeconômico
85
75
62
-10
-13
Saúde e educação fundamental
77
89
88
12
11
Determinantes de eficiência
42
44
38
2
-4
Educação superior e treinamento
41
72
66
31
25
Eficiência do mercado de produtos
123
123
104
0
-19
Eficiência do mercado de trabalho
109
92
69
-17
-40
Desenvolvimento do setor financeiro
53
50
46
-3
-7
Prontidão tecnológica
58
55
48
-3
-10
Tamanho do mercado
9
9
9
0
0
Inovação e sofisticação empresarial
56
46
39
-10
-17
Sofisticação empresarial
47
39
33
-8
-14
Inovação
62
55
49
-7
-13
Fonte: Fundação Dom Cabral
e a competitividade fica prejudicada pela prevalência de barreiras para as trocas (115ª) e 138ª no fator Fardo dos Procedimentos Aduaneiros. Em relação à Eficiência do Mercado de Trabalho, dentre as fraquezas detectadas destacam-se o custo de contratação e produtividade (117ª) e a taxa de mulheres empregadas (86ª). A capacidade de retenção de talento (44ª) e a confiança na gestão (44ª) ressaltaram-se como forças para a competitividade do Brasil. Um dos pontos principais desse pilar é a carga elevada de contratação, que prejudica a produtividade e competitividade das empresas no Brasil. No oitavo pilar, Desenvolvimento do Mercado Financeiro, o Brasil apresentou um desempenho mediano, em que se destacam a solidez dos bancos (13ª) e a regulamentação da bolsa de valores (17ª). A maior fraqueza do Brasil nesse pilar é o Índice de Direitos Legais, em que obteve nota 3 em um índice de 0 a 10, na 113ª posição. O pilar Prontidão Tecnológica considera o posicionamento do país, com sua infraestrutura e empresas, na fronteira tecnológica global. De acordo com o relatório, o Brasil encontra-se em uma posição defasada, apesar dos índices médios. As posições são baixas no nível de absorção tecnológica (59ª) e disponibilidade de tecnologias recentes (77ª), mas o
índice para Investimentos Estrangeiros Diretos e Transferência de Tecnologia colocou o país na 39ª colocação. O 10º pilar no grupo de eficiência analisa o Tamanho do Mercado, que tem se mostrado uma das principais vantagens do Brasil. Considerado o 6º maior mercado doméstico do mundo, o 7º maior PIB e com um potencial de exportação classificado na 24ª posição, o país tem um potencial alto de crescimento. No entanto, a taxa de exportação em relação ao PIB ainda é muito baixa, uma das piores do mundo (140ª posição). Esse resultado reflete a baixa competitividade do Brasil em relação aos outros países. O pilar Sofisticação dos Negócios diz respeito a qualidade e eficiência das cadeias produtivas e do processo de produção. O Brasil apresentou diversidade nos fornecedores (21ª posição), porém uma das principais fraquezas desse quesito é a natureza da vantagem competitiva (99ª posição). Por fim, o pilar da Inovação analisa o potencial e a eficiência do processo de inovação no Brasil, cuja capacidade de inovação ficou na 44ª colocação. Esse resultado é reflexo da qualidade das instituições de pesquisa (50ª posição) e do gasto de empresas em P&D, que alcançou o 43º lugar. No entanto, a disponibilidade de engenheiros e cientistas não responde à estrutura descrita, resultando na 114ª colocação neste quesito. Novembro 2014 – Nº 22 – Ano 4
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Fatores inibidores para os negócios no Brasil
Gráfico 2
Regulamentos Tributários
18,2%
Relações de Trabalho Restritivas
15,0%
Oferta Inadequada de Infraestrutura
15,0% 13,5%
Taxas de Impostos Burocracia Ineficiente do Governo
12,0%
Corrupção
8,8%
Força de Trabalho Educada de Forma Inadequada
6,1% 3,4%
Acesso à Financiamento Instabilidade Política
2,4%
Inflação
1,4% 1,1%
Capacidade Insuficiente para Inovar Crime e Roubos
0,8%
Baixa Ética de Trabalho pelos Trabalhadores Nacionais
0,8%
Regulamentos em Moeda Estrangeira
0,6%
Saúde Pública Ruim
0,1% 0,0%
Instabilidade Governamental 0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Fonte: Fundação Dom Cabral
Fatores mais problemáticos para se fazer negócios no Brasil De uma lista de 16 indicadores, os executivos pesquisados escolhem cinco que consideram os mais atrativos da economia brasileira e, em seguida, os colocam em ordem, sendo o primeiro o mais problemático. O gráfico 2 mostra que os Regulamentos Tributários, a Infraestrutura Inadequada e as Regulações Trabalhistas Restritivas são considerados pelo empresariado brasileiro os três principais fatores que trazem empecilhos para os negócios. Esses são os mesmos três fatores que há muitos anos aparecem em destaque no relatório.
Levantamento no Brasil sob responsabilidade da Fundação Dom Cabral Além de acesso a uma ampla base de dados estatísticos, econômicos e sociais, cerca de 4 mil executivos que trabalham no país são convidados a responder a um extenso questionário que avalia as condições competitivas do Brasil no dia a dia. O objetivo é captar suas percepções sobre a realidade econômica, regulatória e educacional do país.
O Relatório de Competitividade Global O ranking de competitividade do Relatório de Competitividade Global está baseado no Índice de Competitividade Global (GCI), que foi lançado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) em 2004. As notas e os rankings são calculados a partir de dados estatísticos, econômicos e das opiniões de executivos de 144 países, cobrindo 12 pilares, dentro dos quais são avaliados vários fatores de competitividade. Para o relatório de 20142015, o FEM ouviu a opinião de mais de 14 mil empresários. Definindo a competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país, os índices do GCI são calculados reunindo os dados em nível de país abrangendo 12 categorias – os pilares da competitividade – que oferecem, de modo coletivo, uma visão abrangente da capacidade que um país tem de competir. Os 12 pilares são: Instituições, Infraestrutura, Ambiente Macroeconômico, Saúde e Educação Básica, Educação Superior e Capacitação, Eficiência do Mercado de Bens, Eficiência do Mercado de Trabalho, Desempenho do Mercado Financeiro, Preparação Tecnológica, Tamanho do Mercado, Sofisticação dos Negócios e Inovação.
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