Revista ES Brasil 132

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ARGENTINA Os “hermanos” arrumam a casa e voltam a crescer

SONEGAÇÃO Mais de R$ 500 bilhões fora dos cofres públicos

SINDIFER Manoel Pimenta traça panorama do setor metalmecânico

SAMARCO Roberto Carvalho: os desafios “pós-Fundão”

Nº 132 • R$ 10,50 • www.esbrasil.com.br

IMPRESSO

Como o sistema tem sido capaz de vencer a recessão e de ajudar na retomada do desenvolvimento




SUMÁRIO

CAPA

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Especial

Após oito anos do governo Cristina Kirchner, que mergulhou a Argentina em um crise profunda, Macri promete recuperar a economia. Confira o que o novo gestor tem feito para arrumar a casa e atrair investidores estrangeiros e locais.

Foto: Divulgação

Em um mundo com escassez cada vez maior de recursos, o cooperativismo se torna importante ferramenta para estruturar um novo conceito nas relações de trabalho, capaz de fortalecer produtores e alavancar mais recursos.

Foto: Washington Alves - Light Press

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Entrevista

Roberto Carvalho, diretor-presidente da Samarco, fala sobre as medidas adotadas após o rompimento da barragem de Fundão, no município mineiro de Mariana, e o que tem tornado inviável a retomada das atividades ainda este ano.

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Olimpíadas

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Periscópio

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O Endereço da História

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Gastronomia

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Modus Vivendi

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Tira-Gosto

ARTIGOS

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Adilson Neves

Enio

Bergoli

Cooperativismo avança na contramão da crise!

ESB Pergunta

A inovação tem transformado a indústria metalúrgica capixaba, e as empresas de montagem do Espírito Santo hoje estão entre as mais competitivas do país. Manoel Pimenta, presidente do Sindifer, destaca conquistas e barreiras do setor.

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Líder é o diferencial nas organizações em tempos de incerteza

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Agenda

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Favorita ao ouro olímpico no vôlei de praia, a dupla brasileira Alison e Bruno Schmidt fala sobre as suas expectativas para a realização do maior evento esportivo do mundo no país.

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60 Test Drive A segunda geração da BMW X1 chega com alterações estéticas e de potência. Confira o design inovador e sofisticado e o supermotor, os grandes atrativos desta máquina.



EDITORIAL ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.

C

riado na segunda metade do século 19, o cooperativismo vem mostrando que está mais forte do nunca, mesmo em tempos de recessão, período que é marcado pela instabilidade de diversos setores brasileiros. Basta vermos os números desse segmento, que possui mais de 6 mil cooperativas distribuídas no país, responsáveis pela geração de 361 mil empregos. Uma força também vista em nosso Estado, que nos últimos cinco anos apresentou um crescimento de 63% e um faturamento de R$ 4,4 bilhões. Com tamanho avanço, será que poderíamos aproveitar ainda mais o cooperativismo como forma de fortalecimento da economia nacional? Acompanhe essa e outras respostas na análise de especialistas. A eleição de Macri para a presidência da Argentina e a atual crise no Brasil têm gerado uma série de comparações entre as duas economias. Mas, ao contrário do que aconteceu em 2002, quando o nosso foi considerado a bola da vez, agora são os “hermanos” que despontam como exemplo de administração que tem buscado soluções eficientes para arrumar as finanças e garantir a retomada de investidores, tanto estrangeiros quanto nacionais. Confira as medidas que vêm sendo adotadas pelo novo comando da Casa Rosada para baixar a inflação em mais de 20% até 2019. A ES Brasil deste mês entrevistou o diretor-presidente da Samarco, Roberto Carvalho, que detalhou as ações e os procedimentos tomados pela mineradora após o rompimento da barragem de Fundão, no final do ano passado. Entenda quais são os desafios que precisam ser superados para a reativação das operações e saiba como anda a batalha da empresa para solucionar as questões socioambientais e econômicas após o desastre. Ainda nesta edição, conversamos com o presidente do Sindifer e vice-presidente do Sistema Findes, Manoel Pimenta, que falou sobre a importância da inovação e da qualificação da mão de obra capixaba para um melhor desempenho do setor metalmecânico no Estado. Na seção “Aonde Ir” fazemos um passeio pela região de Afonso Cláudio, município que possui uma grande riqueza histórica e cultural, além de uma gastronomia de dar água na boca. E o que não faltam são opções de lazer para quem está em busca de diversão, como a Pedra dos Três Pontões, referência quando o assunto é o salto de voo livre. Na coluna “Test Drive”, você fica por dentro das novidades do BMW X1, um verdadeiro SUV compacto que ostenta materiais e itens de elevada qualidade. Um modelo capaz de despertar o espírito aventureiro daqueles que são apaixonados por carros luxuosos, devido ao seu design inovador e sofisticado. Acompanhe ainda as principais notícias que marcaram o Espírito Santo e o Brasil no mês de julho, além de nossos artigos e colunas que trazem o que há de mais relevante e atual para todos os capixabas. Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil

OPINIÃO DO LEITOR “Gosto muito dos conteúdos da revista, principalmente das matérias que falam sobre a área de comércio exterior. A linguagem de fácil entendimento também não deixa a desejar.” Herivelto Miranda de Castro, técnico contábil

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“A ES Brasil mantém o leitor atualizado sobre o que acontece no Brasil e no Espírito Santo, com notícias e matérias bastante apuradas. As colunas também são muito boas, principalmente a ‘Test Drive’.” Tiago Gomes, publicitário

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PUBLICIDADE Gerente de Publicidade Fernanda Sartório Gerentes de Contas Beatriz Lopes de Souza, Eliézer Gomes e Rodrigo Reis Apoio Comercial Marcela Vidigal da Costa (27) 2123-6506 - publicidade@nexteditorial.com.br

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EXCLUSIVO

LUCIENE ARAÚJO

Foto: Valter CampanatoAgência Brasil

Sabemos da responsabilidade que temos e da importância da Samarco para as populações de muitas cidades mineiras e capixabas”

SAMARCO: VOLTA DAS ATIVIDADES APENAS EM 2017 DIRETOR-PRESIDENTE, ROBERTO CARVALHO FALA SOBRE A BATALHA DA EMPRESA PARA SOLUCIONAR AS QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS E ECONÔMICAS QUE SURGIRAM APÓS O ROMPIMENTO DA BARRAGEM

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O retorno das operações depende da liberação da licença ambiental pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais. Diante do cenário atual, fica cada vez mais remota a possiblidade de uma volta ainda em 2016”

A

pós oito meses do desastre socioambiental ocorrido com o rompimento da barragem em Mariana, em novembro de 2015, o diretor-presidente da Samarco, em entrevista concedida no início de julho, fala sobre as ações de recuperação que vêm sendo adotadas pela empresa e os desafios que ainda precisam ser vencidos para a retomada das operações, inicialmente anunciada para o último trimestre deste ano, mas que só irá ocorrer em 2017. A importância econômica da Samarco para o Espírito Santo e o Brasil é indiscutível. Tanto que, mesmo diante de todos os problemas socioambientais surgidos com o rompimento da barragem de Fundão, a empresa recebe reiteradas manifestações de apoio à retomada das atividades. O que ainda precisa ser resolvido para essa reativação? O retorno das operações depende da liberação da licença ambiental pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais – processo iniciado em 24 de fevereiro –, que permitirá a retomada das atividades de lavra e beneficiamento do minério de ferro, na Unidade de Germano, em Mariana, e não há prazo definido para isso. Logo, a empresa não pode precisar quando reinicia suas atividades. Não estamos acelerando a retomada das operações, que se dará de forma absolutamente segura. Esse é um compromisso que assumimos. Sabemos da responsabilidade que temos e da importância da Samarco para as populações de muitas cidades mineiras e capixabas; éramos responsáveis por milhares de empregos diretos e indiretos, gerávamos emprego, renda e tributos. No Espírito Santo, 50% da arrecadação de Anchieta vinham de tributos da Samarco. Quando falamos que precisamos voltar a operar, estamos falando também da responsabilidade que temos com as populações dessas cidades.

A previsão anunciada há dois meses era de que, inicialmente, haja a retomada de 60% das atividades. Essa projeção está mantida para o último trimestre deste ano? O que não vai funcionar e por quê? Diante do cenário atual, fica cada vez mais remota a possiblidade de uma volta ainda em 2016. Já entramos no segundo semestre do ano e, após a liberação da licença, ainda será necessário um prazo para que a Samarco adeque sua rota de produção ao novo modelo de disposição de rejeitos em cavas, e não em barragem. É justamente esse novo modelo (uso de cavas) que limita a produção da empresa em 60% da capacidade. A expectativa é utilizar as cavas por um período de dois a três anos, durante o qual um modelo definitivo para a disposição de rejeitos possa ser estruturado.

Quanto a paralisação da Samarco representou de impacto nas balanças comerciais do Espírito Santo e do Brasil? Mesmo com a paralisação das atividades em novembro, a Samarco foi a 12ª maior exportadora do país em 2015, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI). As exportações da empresa representaram 1% do total embarcado pelo Brasil em 2015, que foi de R$ 191 bilhões, o que significa um percentual de 10% de equivalência no saldo da balança comercial. Sem elas, o déficit da balança comercial brasileira triplicaria no ano passado. Qual a provisão feita pela empresa para reparação de danos, pagamento de multas e exigências do Governo por conta do rompimento da barragem? A Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, assinaram um acordo para acelerar a implementação coordenada de medidas de recuperação social, ambiental e econômica. Temos o compromisso de que toda a região impactada será recuperada. Onde não for possível, por questões técnicas, haverá ações compensatórias. Para isso, assinamos um acordo inédito. Em agosto, a Fundação criada pelo acordo assumirá a gestão das ações que, até então, estão sendo realizadas pela Samarco. Já houve necessidade de aporte financeiro por parte da Vale e da BHP Billiton? Não. Até o momento, a Samarco vem utilizando seu próprio caixa para todas as ações. Importante ressaltar que temos contado, desde o primeiro momento após o acidente, com o apoio irrestrito dos acionistas. Qual a redução do quadro pessoal, tanto em Ubu (Anchieta) quanto em Mariana, durante esse período de paralisação das atividades? Qual o tempo previsto para que se “normalize” o número de funcionários? Desde o rompimento da barragem, a Samarco tomou uma série de ações para a manutenção de seu quadro de empregados. A empresa utilizou alternativas como licença remunerada, férias coletivas e dois períodos de layoff – suspensão temporária dos contratos de trabalho. Porém, em razão da indefinição sobre a data da volta da operação e com a certeza da redução na produção, a Samarco luta agora para manter 60% dos empregados. Por isso, foi acertado com os sindicatos de Minas e do Espírito Santo a adoção de um PDV (Programa de Demissões Voluntárias). A meta é que 1.200 dos cerca de 3.000 empregados nos dois estados façam adesão ao programa. radio.esbrasil.com.br •

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Qual o montante dos impostos gerados pela Samarco? Em 2014, a Samarco pagou um total de R$ 1,5 bilhão em tributos municipais, estaduais e federais. A divisão entre os entes e especificamente entre os municípios segue a legislação tributária brasileira e prevê repasses indiretos, ou seja, a Samarco paga o tributo ao Estado ou à União, que, por sua vez, repassam os valores aos municípios. O Ministério Público de Minas Gerais recomendou a não autorização à retomada da operação, alegando que, apesar de as multas somarem R$ 472 milhões, a mineradora ainda não pagou nada. Por que não pagar? A Samarco entende que há questões – inclusive técnicas – nas decisões que precisam ser reanalisadas antes de qualquer pagamento. Por esse motivo, a empresa tem exercido o seu direito de ampla defesa e aguarda o retorno dos órgãos. Caso as autuações sejam confirmadas, a empresa irá cumprir as obrigações. O acordo fechado entre os governos do Espírito Santo e de Minas Gerais com a União prevê aporte de recursos nos próximos 20 anos. Qual o valor do repasse, nos dois primeiros anos, à Fundação criada para fazer a recuperação da região afetada? As ações já foram especificadas pelos governos? Que novas medidas foram implantadas após o acordo? A Samarco repassará à Fundação R$ 4,4 bilhões nos três primeiros anos para custear os projetos. A partir de 2019, as contribuições anuais para a Fundação serão definidas de acordo com a previsão de execução dos projetos. Outros R$ 500 milhões serão disponibilizados como medida compensatória para obras de saneamento básico que serão realizadas pelas prefeituras impactadas até o final de 2018. O acordo prevê a criação de uma Fundação de direito privado que ficará responsável pela implantação de cerca de 41 programas reunidos em duas principais frentes de trabalho, uma socioeconômica e outra socioambiental. O documento concentra

as ações emergenciais que vêm sendo adotadas pela Samarco desde novembro e propõe novos projetos. Desse total, 93% já estão em andamento, como a reconstrução das comunidades impactadas, a dragagem da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (MG), a construção dos diques para conter os sedimentos remanescentes da barragem de Fundão e que auxiliam na melhoria da turbidez da água em todo o Rio Doce, de sistemas de captação alternativa de água nas cidades que dependem do Rio Doce, como adutoras em Colatina e Linhares, aqui no Espírito Santo. Qual a avaliação da Samarco sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender a homologação do acordo? A Samarco recorreu da decisão. O acordo, assinado entre as partes no último mês de março, prevê uma série de programas socioambientais e socioeconômicos de recuperação dos impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. As obrigações contidas no acordo continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento. Qual o total de famílias atendidas pela Samarco desde o acidente e de que forma esse trabalho acontece? Que medidas ainda emergenciais continuam em andamento (fornecimento de água, casas alugadas, socorro na zona rural - animais e plantações que dependiam do Rio Doce)? A Samarco mantém, desde o dia 5 de novembro, a assistência às famílias impactadas pelo acidente. Em menos de 24 horas, todos os que perderam suas casas foram hospedados em hotéis da região e, antes do Natal, já estavam em casas alugadas, mobiliadas e equipadas. A reconstrução das comunidades afetadas está em andamento, e até que as novas vilas estejam prontas as famílias ficam em imóveis alugados. A empresa atuou para garantir a volta dos estudantes às aulas ainda em 2015, oferece assistência médica e psicológica, formação

Foto: Washington Alves - Light Press

Em 2014, a Samarco pagou um total de R$ 1,5 bilhão em tributos municipais, estaduais e federais. No Espírito Santo, 50% da arrecadação de Anchieta vinham de tributos da Samarco” 10

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Mesmo com a paralisação das atividades em novembro, a Samarco foi a 12ª maior exportadora do país em 2015, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDCI)”

Foto: Washington Alves - Light Press

profissional, reinserção no mercado de trabalho, entre outras ações. Indenizou as famílias das vítimas e os que perderam sua moradia. Paralelamente, mantém a assistência financeira às famílias que tinham sua fonte de subsistência ligada diretamente ao Rio Doce. Até o momento, já foram entregues cerca de 7 mil cartões, no valor de um salário mínimo por família, mais 20% por dependente e o valor de uma cesta básica calculado pelo Dieese. Em parceria com o Instituto Capixaba de Ciências e Administração (ICCA), faz estudos para a avaliação da qualidade da água do Rio Doce para irrigação. Laudos periódicos estão sendo emitidos com uma análise específica sobre seu uso para esse fim e apresentados às autoridades que possuem a competência legal para se posicionarem sobre o assunto. Em todo o Espírito Santo, os documentos indicam que a qualidade da água está própria para irrigação. Entre as exigências direcionadas à Samarco, está a elaboração de um novo plano de emergência da mineradora. Quais medidas de segurança constam agora e que não existiam anteriormente? O plano de emergência já atendia a todas as exigências legais previstas. A exigência de revisão do plano diz respeito à avaliação do novo cenário de risco após o rompimento da barragem de Fundão, considerando o mapa de inundação, caso ocorresse o mesmo com as barragens de Germano e Santarém (estudo de Dam Break). Dessa revisão, foram avaliados os possíveis impactos de uma ruptura das barragens remanescentes e as ações a serem tomadas em casos de emergência. Após o acidente, a Samarco intensificou o monitoramento das barragens e instalou novos instrumentos. Também foram instaladas as sirenes de emergência nas comunidades abaixo das estruturas atuais, em acordo com as Defesas Civis dos municípios envolvidos. Há risco de alguma outra barragem da empresa se romper? As estruturas das nossas barragens estão estáveis e não há vazamento de rejeitos, fato já comprovado por vistorias recentes de órgãos federais à área. As estruturas são

monitoradas 24 horas por dia, por meio de radares, câmeras e inspeções diárias realizadas pela equipe técnica da empresa. Quais os projetos que já estão em andamento para recuperação do meio ambiente, além do monitoramento? Diversas ações de recuperação ambiental estão em andamento. A Samarco concluiu a construção de três diques para a clarificação da água que segue da área das barragens para os rios Carmo e Gualaxo, em Minas Gerais, e estuda com as autoridades competentes a construção de outras estruturas semelhantes. A construção dessas estruturas resulta em melhoria da turbidez da água do Rio Doce, principalmente no Espírito Santo. A empresa já recuperou 31 dos 68 canais de afluentes dos rios, possibilitando a chegada de água limpa aos cursos principais. Também está em andamento a dragagem da Hidrelétrica Risoleta Neves, para a retirada dos rejeitos que ficaram retidos na represa, e já foram iniciadas as discussões para a definição das primeiras 500 nascentes que serão recuperadas, dentro do total de 5 mil estipuladas no acordo assinado em março. O senhor assume a presidência de uma empresa de extrema importância ao país, no momento envolvida num acidente socioambiental de extrema gravidade. Esse é o maior desafio da sua carreira? Como administrar essa pressão? Sou mineiro. Formei-me em Engenharia Metalúrgica na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e ingressei na Samarco. Já são 31 anos de empresa, local onde construí minha vida. Grande parte dos meus anos de empresa foi passada no Espírito Santo, estado pelo qual tenho um carinho muito grande. Na Samarco passei por diversos cargos até assumir a diretoria comercial, em 2001. Em janeiro deste ano, recebi essa missão de presidir a mineradora no momento mais difícil da empresa. Sabemos que somos responsáveis pela enorme tarefa expressa e posso afirmar que não mediremos esforços para cumprir com as nossas obrigações. Temos um grande compromisso não só com as pessoas e o meio ambiente impactado, mas com também toda a sociedade. radio.esbrasil.com.br •

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AGENDA 05 A 07 DE AGOSTO

XIX FESTA DO MORANGO O sertanejo Israel Novaes e a banda Skank estão entre as atrações da 29ª Festa do Morango, que promete lotar o Centro de Eventos Morangão. Além disso, o tradicional desfile das rainhas e das princesas mirins e adultas, no primeiro dia do evento, terá novidades. Os vestidos que estão sendo confeccionados exclusivamente para as candidatas irão remeter a diferentes localidades da Itália, de onde chegou a maior parte dos imigrantes que colonizaram a região. Duas tortas gigantes de morango e outras centenas de menores serão produzidas e comercializadas durante os três dias de programação. Mais de 600 voluntários se encarregam de preparar tudo da melhor forma para receber os visitantes. 25 E 26 DE AGOSTO

CAPACITAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO Um evento promovido pelo instituto Esafi irá abordar temas avançados e casos práticos relacionados a licitações, contratos administrativos e LC 147/14. O curso será ministrado pelo analista de Orçamento e Finanças do MS, Marcos Lopes, que já atuou como chefe da Divisão de Pagamento da Secretaria de Turismo do Espírito Santo, contador e gerente de Administração dos Correios da Regional Espírito Santo e Diretoria Administrativa em Brasília e na Assistência à Educação da Secretaria de Educação do Distrito Federal. As atividades ocorrerão na sede da Esafi, localizada na Avenida Rio Branco, 1765, Praia do Canto, Vitória. 20 E 21 DE AGOSTO

I WORKSHOP INTERNACIONAL DE BIORREMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS “Desafios atuais e futuros, nanotecnologia e membranas flutuantes” é o tema central do evento que a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) – Seção ES e a Universidade Federal do Espírito Santo irão realizar em agosto, no auditório do CCJE – Ufes, em Vitória. O I Workshop Internacional de Biorremediação de Áreas Contaminadas, associado ao XI Sesma – Seminário Estadual sobre Saneamento e Meio Ambiente, terá como foco principal as crises hídrica e energética que afetam o território capixaba e outras regiões do Brasil. Serão objeto de discussão os ambientes construídos de forma sustentável, enfatizando a busca de estratégias que aumentem a eficiência ambiental de empreendimentos existentes tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais. Informações adicionais em http://www.abes-es.org.br/evento/. 12

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09 A 12 DE AGOSTO

VII CAKE DESIGN EXPO 2016 E EXPO BRASIL CHOCOLATE 2016 Direcionado para o mercado de confeitaria, cake designers, chefs confeiteiros, chocolatiers e aficionados por bolos, doces e chocolates, a sétima edição da Cake Design e Brasil Chocolate será realizada no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo. O evento terá uma ampla agenda de atividades, como cursos a preços populares e gratuitos, exposição de produtos e serviços, concurso e exposição de bolos, palestras e workshops, além da presença de profissionais nacionais e internacionais da alta confeitaria. Diversos temas serão abordados: negócios, mercado brasileiro de confeitaria e chocolates, novidades dos expositores, informações técnicas, grade de cursos, tendências, curiosidades, concurso e exposição de bolos, entre outras. Contato: r.tosatti@360rp.com.br.

29 E 30 DE AGOSTO

SALÃO SABORES Consolidado como o maior evento técnico e de negócios da gastronomia e da hotelaria no Espírito Santo, o Salão Sabores chega à sua 16ª edição este ano. O evento, que é organizado pelo Sindbares/Abrasel-ES, acontecerá no Hotel Golden Tulip Porto Vitória, na Enseada do Suá, Vitoria. O encontro acontece em consonância com a campanha #amorS2es, do Governo do Estado, que busca impulsionar o turismo doméstico. Serão dois dias de intensa programação, com rodadas de negócios, palestras, aulas show, expositores e uma grande novidade: o concurso “Chefs do Sabores”, que vai eleger a melhor dupla de cozinheiros do Salão. Haverá ainda o painel “Gorjeta e Trabalho Intermitente”. Informações: feirasabores.com.br.



Existem duas causas para a corrupção do país: a impunidade e as falhas no sistema político. Se hoje colhemos problemas plantados no passado, agora precisamos achar uma solução, e as ‘Dez Medidas’ (Contra a Corrupção) são o primeiro passo nesse sentido” Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Paraná, em visita ao Espírito Santo

Periscópio Foto: Fernando Frazão/Ag. Brasil

Foto: Divulgação

FAMÍLIAS COM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA TERÃO PRIORIDADE O Governo Federal informou, no dia 14 de julho, uma mudança no programa “Minha Casa Minha Viva”, que dará prioridade a famílias com crianças nascidas com microcefalia, dispensando-as do sorteio para serem incluídas no projeto. O anúncio foi feito pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo. “É com satisfação, atendendo orientação do presidente da República, neste momento em que o país e, de modo especial, a região Nordeste, sofre com a zika e o surto de microcefalia, que o Ministério das Cidades, dentro das prioridades de atendimento da população brasileira de acesso a esse programa na faixa 1, passa a estabelecer a prioridade máxima às famílias que tenham tido filhos portadores da microcefalia”, disse o titular da pasta. A faixa 1 é destinada a quem tem renda familiar de até R$ 1,8 mil por mês.

SERVIÇO E COMÉRCIO FECHAM MAIS DE 2,2 MIL POSTOS DE TRABALHO NO ES

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CONFORTO E QUALIDADE DE VIDA NO MAIOR HOTEL DAS MONTANHAS Situado a poucos metros da Rota do Lagarto – um dos roteiros turísticos mais visitados do Espírito Santo – o Bristol Vista Azul promete encantar a todos com sua imponência e beleza. O empreendimento, que será inaugurado em meados de setembro, possui 113 suítes hoteleiras e 116 unidades residenciais, distribuídas em mais de 20 mil metros quadrados, com uma ampla estrutura de serviços e lazer para o atendimento dos hóspedes e clientes, com lounge, lareira e minibar na entrada, espaço para massagens e descanso, sala de TV, adega no subsolo, salão de jogos para adultos, lan house e espaço kids. O complexo, que tem o Grupo Izoton como incorporadora, será administrado Grupo Allia/Rede Bristol. “O empreendimento terá um foco muito importante de divulgação em nível nacional como também em seus entornos de mercado, que são Minas Gerais, Rio de Janeiro e o mercado primário do Espírito Santo, que há muito tempo se ressente de ter um projeto dessa magnitude e dessa grandeza num dos lugares que ele mais se orgulha, além das praias, que são as montanhas capixabas”, afirmou Luiz Fantin, diretor de Marketing da Allia Hotels. JORNADA

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, revelaram que o setor de serviços liderou as perdas de vagas formais no Espírito Santo em maio. De acordo com o levantamento, foram dispensadas 2.288 pessoas, das quais 1.380 são do segmento de serviços e 908 do comércio. Dentre os 78 municípios capixabas, os que mais se destacaram na criação de empregos no mês foram Pinheiros (+1.270 postos), Linhares (+908) e Conceição da Barra (+444). Na contramão, aqueles que perderam mais postos de trabalho foram Vila Velha (-585), Vitória (-508) e Cachoeiro de Itapemirim (-321). 14

BRISTOL VISTA AZUL

MPF-ES QUER QUE 10 MUNICÍPIOS ADOTEM PONTO ELETRÔNICO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE Uma recomendação do Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) pode fazer com que 10 prefeituras do Norte do Estado, além da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), passem a adotar o ponto eletrônico como forma de controle de frequência dos servidores públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A orientação é fruto de um inquérito civil público que apura o cumprimento integral da carga horária de trabalho desses profissionais e vale para os municípios de Boa Esperança, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, São Mateus e Vila Pavão. Tanto as prefeituras quanto a Sesa têm um prazo de 60 dias para implantar e regular o funcionamento do registro eletrônico de frequência e para colocá-lo de forma visível nas recepções de todas as unidades públicas de saúde, inclusive hospitais públicos, unidades de pronto-atendimento e postos de saúde e do Programa Saúde da Família.

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ES BRASIL PERGUNTA

Foto: Divulgação

Manoel Pimenta Presidente do Sindifer (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo) e vice-presidente da Findes (Federação das Indústrias do Espírito Santo) fala sobre o que é necessário para o crescimento das empresas do setor metalmecânico capixaba. ESB Qual o cenário da produção do setor metalmecânico no Espírito Santo? É a mesma realidade encontrada no restante do país?

A produção do setor está abaixo de sua capacidade instalada, acompanhando o desempenho da indústria como um todo. Não tivemos uma queda de produção expressiva, pois a indústria metalúrgica capixaba diversificou-se bastante nos últimos anos. Além disso, o setor de montagens mostrou-se bastante vigoroso, uma vez que os grandes investimentos no país, mais especificamente, no segmento de papel e celulose, foram realizados por nossas empresas, hoje consideradas as melhores e mais competitivas nessa área. Manoel Pimenta

ESB Quais os principais desafios do setor? São os mesmos dos últimos dois anos? MP A ampliação da participação no setor de petróleo e gás e a produção de itens de

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maior valor agregado. Neste momento, algumas empresas têm investido no desenvolvimento de novos produtos que em breve estarão atendendo todo o território brasileiro e com potencial para exportação. É a inovação transformando a indústria metalúrgica capixaba. ESB Como minimizar o grau de dependência da economia capixaba em relação às commodities? MP Apesar de nossa indústria ter se diversificado bastante e reduzido o grau de dependência em relação às produtoras de commodities, é bom lembrar que não estamos interessados em diminuir a participação nesse segmento, até porque muitas de nossas empresas se especializaram em contratos de manutenção. Queremos, sim, ampliar oportunidades para outros segmentos. Interessante registrar que hoje não se discute mais a competência das empresas capixabas em fabricações e montagens de

grandes plantas industriais. Além disso, a Operação Lava Jato tem levado o impedimento de algumas empresas nacionais a participarem de licitações públicas, proporcionando novas oportunidades. ESB A interiorização do desenvolvimento no Estado continua sendo uma necessidade? MP A interiorização é uma necessidade do Estado, visto que o desenvolvimento deve ser levado a toda a sociedade. No entanto, os benefícios fiscais da Sudene estão atraindo muitas empresas para o Norte capixaba. Em relação ao Sul, temos um grupo de empresas que se especializou em fabricação de equipamentos para o setor de mármore e granito com qualidade de nível internacional. Essas empresas também têm procurado desenvolver produtos para a área de petróleo e gás. Torcemos para que a Ferrovia 118 saia do papel e ajude ainda mais o desenvolvimento do Sul do Estado. Defendemos ainda que essa região seja contemplada com um polo de inovação, a exemplo de São Catarina, Paraná e Pernambuco e outros estados, como forma de incentivo à criação de novas empresas de base tecnológica que possam gerar produtos e empregos de valor agregado. Quem sabe algum município se habilite usar os royalties para esse fim?


Como avalia a qualificação da mão de obra local? ESB

Nosso Estado não fica nada a dever em relação aos outros no que diz respeito à qualificação profissional. Um ponto que precisa ser trabalhado é o ensino de língua estrangeira, pois, segundo pesquisa recente, apenas 3% dos trabalhadores capixabas da indústria metalúrgica falam inglês. Em alguns estados, esse percentual chega a 10%. É um desafio que temos pela frente. Em relação à formação básica, temos as mesmas limitações que todos os trabalhadores brasileiros têm, que é a baixa qualidade da educação brasileira. MP

A oferta de cursos profissionalizantes atende à demanda das indústrias capixabas do setor? ESB

MP Hoje temos muitos cursos à disposição, e sobram vagas nas escolas. Acredito que em breve teremos o retorno do Pronatec, que permitirá a inclusão de mais alunos em cursos técnicos. Temos aqui um grande desafio, que é melhorar a qualidade do ensino.

Qual a importância da inovação para o setor? ESB

O assunto inovação é o de maior destaque em nosso setor. Sabemos que sem produtos e serviços inovadores ficaremos sem espaço para crescimento. Existem empresas capixabas produzindo equipamentos até para a indústria aeronáutica, demonstrando assim nossa capacidade de inovação. MP

ESB Como o sindicato tem agido para auxiliar as empresas do setor a enfrentar a crise?

Muito tem sido feito por nosso sindicato para o enfrentamento desta crise que já era anunciada. Além de capacitação gerencial constante, apoio às demandas trabalhistas e incentivo aos eventos de negócios, temos promovido ações que visam à manutenção e à ampliação das oportunidades para as indústrias locais nas obras dos grandes complexos. MP

ESB Quanto a paralisação das atividades de mineração tem afetado o setor metalmecânico? MP Com a paralisação da Samarco, cerca de 1.200 empregos diretos já foram cortados e as perspectivas de recuperação dessas vagas não são de curto prazo. Estamos fazendo um grande movimento com empresas e entidades do Sul do Estado para o retorno breve da Samarco, pois não se pode abrir mão de uma empresa que gera tantos empregos, rendas e oportunidades à população capixaba, principalmente para a

Hoje não se discute mais a competência das empresas capixabas em fabricações e montagens de grandes plantas industriais. É preciso trabalhar o ensino de língua estrangeira, pois apenas 3% dos trabalhadores capixabas da indústria metalúrgica falam inglês”

região Sul. Acreditamos que o trabalho de recuperação dos danos ambientais deve ser em paralelo com o retorno das atividades. Pelo que acompanhamos e conhecemos da Samarco, bem como a seriedade na condução dos negócios de seus acionistas (Vale e BHP), a empresa tem condições de, em médio prazo, restabelecer as condições da segurança para retomada das operações. ESB Qual sua avaliação acerca da ação do Sindifer nos últimos três anos? O que precisa avançar ainda em termos de organização sindical? MP O Sindifer hoje tem um nível de associação que supera em 50% o número de indústrias do setor. Esse deve ser um dos maiores níveis de associativismo do país. Isso se deve a uma participação ativa do grupo de diretores, que desempenha de forma brilhante seu papel no setor. São todos voluntários que dedicam boa parte de seu tempo em prol do desenvolvimento do Espírito Santo. ESB E quais os seus próximos desafios profissionais? MP Assim como para a grande maioria, nosso desafio é ampliar o leque de clientes dentro e fora do Estado, trabalhando com foco em segurança e produtividade, ética e responsabilidade socioambiental. Com relação ao Sindifer, termino meu mandato no dia 22 de agosto, quando passarei a gestão ao empresário Lucio Dalla Bernadina, a quem desejo sucesso desde já. Como desafio profissional, estarei até o fim do ano realizando o lançamento de uma nova indústria química no Espírito Santo junto com mais dois empresários.

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ECONOMIA

LUCIENE ARAÚJO

O NOVO COOPERATIVISMO SISTEMA É APONTADO COMO PRINCIPAL VIA NA CONSTRUÇÃO DE UM FUTURO SUSTENTÁVEL

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odos os anos, desde 1923, no primeiro sábado de julho é comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo, um movimento que surgiu no Brasil em 1847, nos sertões do Paraná, seguindo padrões europeus, e hoje abriga no país mais de 6,6 mil organizações, que geram 361 mil empregos e possuem 50 milhões de pessoas vinculadas a uma delas. Esses modelo de negócios envolve mais de um bilhão de associados em todo o mundo, um número que representa 14,3% da população do globo. Mas qual o papel do cooperativismo em um planeta que demanda, com urgência cada vez maior, o fortalecimento de um novo conceito para a utilização dos recursos naturais? De que forma essa união pode desenhar um quadro mais positivo para economia nacional? Quais os entraves que

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precisam ser resolvidos por esses empreendimentos para agregar valor aos produtos e ganhar novos mercados? A cultura que sustenta essa mobilização em prol de uma produção mais justa e solidária – do compartilhamento, de olhar o outro – pode gerar um estreitamento nas relações de trabalho, uma postura mais colaborativa, que levem seus atores a utilizar com mais responsabilidade os recursos disponíveis, de maneira que sobre mais para todos e melhore o bem-estar coletivo, avalia a economista Arilda Teixeira, professora doutora da Fucape Business School. “O cooperativismo tem na economia esse papel de atenuar condições que o capitalismo traz de concentração de renda, de egoísmo. O cooperativismo vem mostrar um lado oposto,


“Entre os desafios que precisam ser vencidos pelo cooperativismo, é imperativo que se consiga agregar valor, por intermédio da capacitação de cooperados e fortalecimento das estruturas” Esthério Sebastião Colnago, presidente do Sistema OCB/ Sescoop-ES

“Neste ano serão aplicados R$ 100 milhões na infraestrutura das cooperativas; 26 mil propriedades rurais capixabas receberão apoio na comercialização de produtos, e serão disponibilizados R$ 4,8 bilhões de crédito e financiamentos” – Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do Sistema OCB/Sescoop-ES

O COOPERATIVISMO NO ES Ramo Agropecuário Crédito Consumo Educacional Habitacional Produção Saúde Trabalho Transporte Total

Nº de cooperativas 29 27 1 9 3 2 17 9 24 121

Total de cooperados 27.009 195.125 1.785 1.867 1.689 53 4.869 443 3.910 236.750

Fonte: OCB-ES. Ano Base 2015

de como a solidariedade e a união são capazes de trazer benefícios maiores para todos. A ideia de compartilhamento veio para ficar, está dentro da agenda do século 21”, defende. O sistema avança, mesmo na crise, e contribui de modo significativo para o desenvolvimento do Espírito Santo. Em nove ramos da economia – agropecuário, crédito, saúde, consumo, educação, produção, transporte, trabalho e habitacional – o território capixaba tem hoje 134 cooperativas funcionando de forma regular, 92,4% delas (121) registradas no Sistema OCB-Sescoop/ES. Em outros estados, há atuação ainda nos setores de infraestrutura, mineral, turismo e lazer. Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Espírito Santo (OCB-ES), Esthério Sebastião Colnago ressalta que o “mais moderno e competitivo modelo de negócio existente” deu ênfase à busca de apoio de seus parceiros nos projetos para desenvolvimento das cooperativas e seus cooperados. “Em 2015, foram mais de R$ 7,9 milhões relativos aos convênios firmados em benefício às cooperativas. O Sebrae-ES deu suporte aos nossos projetos em R$ 5,720 milhões, a Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo), num montante de R$ 631.388;

Total de empregados 2.140 1.222 10 275 75 0 3.862 33 251 7.868

e a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, no último ano, investiu mais de R$ 1,6 milhão”, informou. Mas nem tudo são flores. A necessidade de capacitação de mão de obra, o cuidado com a água e o grande e complexo desafio de reorganizar as relações de trabalho são questões que precisam de atenção especial.

AGROPECUÁRIO Mesmo com as mudanças no setor produtivo, algumas particularidades, como o ainda baixo nível de escolaridade dos agricultores ou a dificuldade de acesso aos meios de comunicação, travam o avanço da implantação de níveis de tecnologia exigidos pelo mercado. Daí a necessidade de integração nesse meio. Sobre as tendências do cooperativismo agropecuário no mundo e os desafios para o Brasil, Esthério Colnago enfatiza que é imperativo agregar valor, por intermédio da capacitação de cooperados e fortalecimento das estruturas. As 29 cooperativas do setor rural, que reúnem mais de 27 mil produtores, são responsáveis por fornecer boa parte dos alimentos que chegam às mesas dos capixabas – 55% do leite processado no Estado e 1,5 milhão de sacas de café/ano passam pelo cooperativismo. Algumas dessas instituições são bastante conhecidas da população, como a Veneza, a Selita e a Coopeavi. E todas elas têm convivido com o fantasma da maior crise hídrica já enfrentada no Estado, causadora de sérios prejuízos às organizações. Quanto às soluções para a escassez da água, Colnago frisa que não existem medidas eficazes de curto prazo. E que, especialmente no Norte, é preciso contar com a chuva, em conjunto com ações como a construção de barragens e mesmo das caixas secas, entre outras. O presidente da Veneza, José Carnieli, é enfático ao falar sobre a falta desse recurso natural. “É preciso menos discurso e mais ação. Todos sabemos as medidas que devem ser tomadas, mas na prática, está muito lento”, lamentou. radio.esbrasil.com.br •

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VOCÊ SABIA? NO ESPÍRITO SANTO O COOPERATIVISMO...

Responde por 55% de todo o leite processado

Possui a maior operadora de plano de saúde suplementar há cerca de 30 anos e é líder de recall...

Comercializa 1,5 milhão de sacas de café todos os anos

Na modalidade financeira, é o 2º maior aplicador de recursos no agropecuário capixaba e o 1º de recursos do Funcafé

Abriga 10%, das 200 maiores empresas

....E nove entre as 20 empresas com maior rentabilidade de vendas.

Nos hospitais da rede pública e filantrópicos, realiza 75% do atendimento de urgência e emergência por meio de cooperativas de especialidades médicas

Fonte: OCB-ES

CRÉDITO Há exemplos de fusões muito bem-sucedidas no mercado capixaba. O Sicoob-ES, que surgiu da união entre as cooperativas de Linhares e Rio Bananal, hoje é o maior sistema cooperativo de crédito do país. Com atuação no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a instituição tem 189 mil associados e oito organizações filiadas. Em âmbito nacional, atua em 2,4 mil unidades e atende 3,3 milhões de filiados. Tradicionalmente, em cenário de recessão, as cooperativas de crédito tendem a se fortalecer, mas o Sicoob atingiu resultados acima da média brasileira. Mesmo diante da situação econômica bastante ruim e da queda de receita principalmente das cooperativas de agronegócios, que gerou atrasos nos pagamentos das tomadas de créditos, o grupo encerrou o primeiro semestre com bons resultados. De acordo com Nailson Dalla Bernadina, diretor da entidade, o desempenho foi apoiado sobretudo nas receitas de serviços (em especial consórcio e seguros), que alcançaram a cifra de R$ 56,6 milhões nos primeiros seis meses do ano, um montante 21,6% superior ao mesmo período de 2015. “Não houve aumento das tarifas de serviços nem das taxas de juros neste semestre. O crescimento é resultado da ótima relação custo x benefício do portfólio de produtos da cooperativa”, afirma Bernardina. A instituição, acrescenta, vem atendendo às demandas dos agricultores de forma individualizada, analisando o impacto da frustração da safra e realizando renegociações. Também está buscando alternativas junto às fontes geradoras de recursos de crédito rural para melhorar as condições de amortização das operações diante da crise hídrica. Os ativos tiveram alta de 22%, e agora a organização administra R$ 4,8 bilhões em bens e direitos. O patrimônio líquido também está mais valorizado: encerrou o semestre em R$ 1,1 bilhão. E o saldo de depósitos subiu 28% e fechou o semestre em R$ 2,7 bilhões. Os valores em poupança também registraram aumento de 4% e totalizaram R$ 482 milhões. 20

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Nailson contou que a instituição se planejou para obter esses frutos positivos. “Mantivemos uma média de rentabilidade do patrimônio líquido de 25,5% nos últimos três anos, mas o importante é aproveitar muito bem esse resultado, então conseguimos aprovar junto aos cooperados 55% em reservas da operação, o que fez com que a nossa composição de patrimônio líquido melhorasse, e consequentemente, a cota de capital social”, explicou. Outro fator que impacta os empreendimentos, especialmente os menores, é o desemprego. “O panorama de crise nos afeta diretamente, uma vez que gera muitas demissões. Aqueles que conseguem sobreviver a esse momento como empregados não nos trazem dificuldades, mas perdemos muitos cooperados”, observa o presidente da Credi-Garoto, Dimarcos Bertholini do Rosário. A organização tem como meta ampliar em 30% o número de associados nos próximos dois anos e chegar a 3 mil até 2020. “Hoje trabalhamos com foco nas regionais; a Chocolates Garoto possui oito delas. Estamos também com um projeto já em “O cooperativismo tem na economia esse papel de atenuar condições que o capitalismo traz de concentração de renda e de egoísmo. A ideia de compartilhamento veio para ficar, está dentro da agenda do século 21” – Arilda Teixeira, professora doutora da Fucape Business School


“Não basta conquistar bons resultados, é preciso saber aproveitá-los. Conseguimos aprovar junto aos cooperados 55% em reservas da operação, o que melhorou a cota de capital social” Nailson Dalla Bernardina, diretor do Sicoob-ES

“O cooperativismo capixaba tem governança, preocupação com o resultado, e é voltado para potencialidade e alcance. O caminho é esse” - Everaldo Colodetti, diretor de Crédito e Fomento do Bandes

andamento no Banco Central para tentar dar atenção às demais empresas do setor alimentício”, completou. Na avaliação do diretor de Crédito e Fomento do Bandes, Everaldo Colodetti, o cooperativismo frente ao mercado profissional pode ser uma importante arma para solucionar o desemprego. Para ele, mesmo diante de tantos problemas, o sistema não deve se tornar um meio de precarização das relações de trabalho. “Os bons exemplos têm mostrado tradição e modernidade como aliados”, analisou. O dirigente enfatiza que as expectativas de futuro para o cenário capixaba são positivas. “O cooperativismo capixaba tem governança, preocupação com o resultado, é voltado para potencialidade, alcance. E o caminho é esse.”

Problemas como judicialização da saúde, aumento da sinistralidade e falta de mão de obra qualificada estão entre os fatores prejudiciais às cooperativas da área que, segundo o diretor, só podem ser combatidos com maio envolvimento dos cooperados. “Sem dúvidas, são desafios que ameaçam todo o setor de saúde suplementar. Se conseguimos crescer e fazer nosso negócio evoluir e se tornar mais dinâmico e sustentável, é porque temos investido numa gestão eficiente, que persegue a qualidade diariamente, que se mantém vigilante em relação aos custos, que busca as soluções inovadoras. Práticas que só são possíveis porque temos a colaboração e a confiança do médico cooperado”, disse. Mas Milanez defende a necessidade de que a área da saúde seja reinventada no país, e o maior desafio hoje é focar a prevenção de doenças, visando à promoção da saúde. “A saúde pública e SAÚDE privada está falida. Passamos 17 dias na Europa estudando o O cooperativismo envolvendo profissionais de saúde é muito cooperativismo e entendemos que o modelo antigo, em que o forte no Brasil. O setor está presente em 85% do território médico conhecia todo o histórico de saúde do paciente, tem se nacional. Localmente, além de 75% dos atendimentos em hospitais mostrado mais eficiente que o modelo adotado pelos Estados públicos do Espírito Santo serem efetuados por cooperativas, Unidos e pelo Brasil, com excesso de especializações. Por isso a Unimed Vitória possui 37% do mercado capixaba, está entre as temos como meta investir ainda mais e ampliar o nosso modelo 25 maiores empresas do Estado e é a primeira colocada em seu de atenção primária, na cultura da prevenção de doenças e no ramo de atuação. cuidado integral”, explicou. “Temos hoje 2.300 médicos cooperados e mais de 324 mil Entre os resultados positivos previstos em 2016, clientes. Nossa estratégia de negócio passa pela qualidade do o superintendente do Sistema OCB-Sescoop-ES, Carlos André corpo de cooperados, pela construção de um novo modelo de Santos de Oliveira, citou a aplicação de R$ 100 milhões na assistência, focado na saúde preventiva e no cuidado integrado e infraestrutura interna das cooperativas; o apoio a 26 mil também na oferta de serviços de excelência em unidades próprias propriedades rurais capixabas na comercialização de produtos e credenciadas”, afirma o diretor de Mercado da instituição, agropecuários, na agroindustrialização e na assistência Remegildo Gava Milanez. técnica; e a realização de 6,1 milhões de atendimentos na área de saúde, entre consultas, exames e internações, e nvolve n d o u m c u sto RESULTADOS NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS total de R$1 bilhão ao Crescimento nominal Destaques 2011 2015 longo do ano. Além disso, nos últimos 5 anos (%) serão disponibilizados Ingressos (faturamento em R$ bilhões) 2,7 4,4 63% R$ 4,8 bilhões de crédito e Cooperados 196.214 232.440 19% financiamentos para todos Colaboradores* 6.591 7.829 19% os setores da economia Impostos recolhidos (federais, estaduais 88,4 263,1 198% c ap i x a b a e e nt re g u e s e municipais em R$ milhões) 234 habitações, com Sobras (lucro) (R$ milhões) 93,2 281,7 202% investimento estimado Ativo total (R$ bilhões) 3,5 6,2 77% em R$58,2 milhões. Esses Patrimônio líquido (R$ bilhões) 0,784 1.685,00 115% números evidenciam ainda Capital social (R$ milhões) 412,7 892,3 116% mais a relevância do setor para a economia local. Fonte: OCB-ES. Ano Base 2015 radio.esbrasil.com.br •

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ECONOMIA

Confira o vídeo com os principais momentos do debate sobre o Novo Cooperativismo em nosso site: esbrasil.com.br

ESB DEBATE

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o último dia 12 de julho, o ESB Debate reuniu academia, gestores e associados para discutir todas essas questões apresentadas na matéria, durante a terceira edição do evento deste ano, que trouxe como tema “O Novo Cooperativismo”. A necessidade de capacitação de mão de obra, o cuidado com a água e o grande e complexo desafio de reorganizar as relações de trabalho ganharam destaque. As principais mudanças no cenário cooperativista nos últimos cinco anos foi o tópico que abriu a noite. Esthério Sebastião Colnago, presidente da OCB-ES, comentou que, apesar de já se verificar a elevação no número de jovens e mulheres na função de dirigentes tanto dos núcleos de produção, quanto das cooperativas, é preciso ampliar de forma significativa essa presença. “Precisamos capacitar cada vez mais esses profissionais. Já formamos mais de 300 jovens para atuar junto às cooperativas e agora está sendo fortalecido o núcleo de capacitação das mulheres. Isso vai oxigenar o setor, humanizar os processos, trazer melhorias”, apontou. Doutora em Economia e coordenadora e professora dos cursos de graduação e mestrado da Fucape Business School, Arilda Teixeira reiterou que o grande e complexo desafio, não apenas do Espírito Santo, mas de todo o Brasil, é capacitar a mão de obra. Para ela, o bom senso e a integridade moral que compóem a base do cooperativismo impedirão a precarização do trabalho. Também estava no time de debatedores o diretor de Fomento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Everaldo Corteletti. Ele destacou que o significativo crescimento do setor levou à criação de linhas de crédito específicas às cooperativas O diretor-executivo do Sicoob-ES, Nailson Dala Bernardina, ponderou que ainda há muito a ser conquistado pelo segmento de crédito. “Nos EUA, na França e no Canadá, 30% da população estão vinculados às cooperativas de crédito. Na Áustria e na Holanda, esse percentual é de 20%, enquanto no Brasil, a média é de 4%. Aqui no Espírito Santo, temos já 10% da população. Somos referência no país”, enumerou. Para ilustrar a grandiosidade do cooperativismo no Espírito Santo, o moderador do evento e superintendente da OCB-ES, Carlos André de Oliveira, reiterou uma série de indicadores. 22

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A participação do público foi de extrema importância para o enriquecimento do tema, devido à grande quantidade de profissionais renomados presentes na plateia, que puderam levantar questionamentos relevantes sobre o novo cooperativismo

Um deles aponta que, das 200 maiores empresas em solo capixaba, 10% são cooperativas. Além disso, acrescenta, as organizações locais desse tipo faturaram R$ 4,4 bilhões em 2015, um crescimento de 65% nos últimos cinco anos. Outro dado importante enfatizado é que 71.633 alunos da rede pública de ensino são transportados diariamente por cooperativas. O público participou ativamente do debate, encerrado às 22 horas, e aplaudiu a colocação de Arilda Teixeira, que chamou a um reflexão sobre as relações trabalhista atuais. “O Brasil vai precisar de muita coragem e amadurecimento para reorganizar o sistema trabalhista. Terá de optar se quer emprego ou se quer estabilidade. Todo mundo é a favor da flexibilização quanto está desempregado, entrou para o trabalho, quer direitos e garantias. Esse sistema privilegia uma elite mínima em detrimento da grande massa de trabalhadores. Chega de discurso. Quer melhorar? Seja você um vetor de transformação onde estiver, trabalhe, seja honesto, e assim teremos poderemos sim ser um país do futuro.” No encerramento do evento, a economista fez um alerta também bastante aplaudido. “O Brasil está precisando de atitude. Já falamos demais, todo mundo já entendeu que estamos passando por um problema difícil. Então vamos agir nos nossos âmbitos de atuação. Quer melhorar? Sejamos cada um de nós um vetor da melhoria, da eficiência, da integridade moral e de comprometimento com um projeto Brasil, que este país está precisando para que se torne uma nação do presente e não ficarmos envergonhados no futuro com as nossas lambanças”, conclui. O debate, promovido pela Next Editorial/Revista ES Brasil e com correalização da OCB-ES (Organização das Cooperativas Brasileiras), contou com apoio de Hotel Bristol, Café Delta Q, Iamonde Design de Eventos e rádio ES Brasil.



ADILSON NEVES

GESTÃO

é executive coach e consultor em Gestão Estratégica e Recursos Humanos

LÍDER É O DIFERENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES EM TEMPOS DE INCERTEZA O FUTURO É CONSTRUÍDO PELAS DECISÕES QUE O LÍDER TOMA TODOS OS DIAS

O

líder empresarial mostra sua alta capacidade de comando em tempos de incertezas, de adversidade, de crise. Esse tem sido o quadro brasileiro nos últimos tempos. Manter o moral elevado da equipe e promover uma cultura de enxergar além das nuvens de tempestade é tarefa árdua, mas absolutamente necessária. A palavra de ordem é inspirar pessoas e manter o ritmo da motivação e a disciplina do crescimento sustentável. Ser veloz em se adaptar à nova realidade, seja do ponto de vista das pessoas, seja da organização. Isso porque muitas companhias demoram muito a reagir, conservando uma postura letárgica. Não foi o que fez Steve Jobs na Apple em 1997, quando sua empresa estava à beira da falência. Ele se reinventou, acreditou, tomou a iniciativa e conseguiu transformar a companhia na maior do mundo. Eu detesto escutar esta frase: “Estou correndo atrás do prejuízo”. Minha dica é que você acorde líder e vá à luta. Olhe ao seu redor e encontre as lacunas que podem ser preenchidas no seu negócio. Perceba as oportunidades no meio do caos. Elas existem e estão lá. Se preciso, reposicione o seu negócio de acordo com o mercado, pesquisando e entendendo o rumo que é preciso tomar, calibrando as suas engrenagens empresariais.

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Busque ter ao seu lado pessoas capacitadas e que saibam executar, acompanhar e reordenar planos de ação e objetivos. Ninguém é capaz de fazer tudo sozinho ou saber todas as coisas. Se preciso for, contrate, mas mantenha os pés no chão, um olho fixo no fluxo de caixa e outro no relacionamento com os seus clientes.

O papel do líder é decisivo para garantir a saúde e a longevidade sustentável do negócio, entendendo as pessoas, reconhecendo os seus méritos, ensinando, incentivando, mostrando o caminho e liderando pelo exemplo” Estabeleça as prioridades, mas não muitas, para não perder o foco. E o recado final é executar, pois essa é a disciplina dos resultados. Todas as empresas, sejam elas pequenas ou grandes, acabam por ter processos de operações e pessoal, mas poucas os administram com profundidade e sinergia,

visando a obter resultados planejados. Muitas vezes, esses processos estão descolados da realidade diária do negócio ou não estão integrados entre si. Hoje, principalmente em tempos de aperto, a diferença entre uma empresa e sua concorrente é cada vez mais a sua habilidade em executar com competência, utilizando-se de pessoas certas nos lugares certos. Líderes precisam enfatizar a estratégia em todos os níveis da organização, sem perder o foco na implementação. Execução é um conjunto específico de comportamento e técnicas, e cabe ao líder criar a atmosfera que permita que todos dominem para que aconteça a vantagem competitiva. Confesso que é difícil executar, porque isso é cultura e precisa ser implantada gradativamente dentro das organizações, como uma disciplina; mas é ligada diretamente ao efeito líder. Não é defeito líder, hein! O futuro é construído pelas decisões que o líder toma todos os dias, e cada uma delas vai influenciar as pessoas e a organização. O papel do líder é decisivo para garantir a saúde e a longevidade sustentável do negócio, entendendo as pessoas, reconhecendo os seus méritos, ensinando, incentivando, mostrando o caminho e atuando pelo exemplo.



GESTÃO

EMPREGO

DEMISSÕES EM PEQUENOS NEGÓCIOS CAEM PELO TERCEIRO MÊS CONSECUTIVO IMPOSTÔMETRO

BRASILEIROS JÁ PAGARAM 1 TRILHÃO DE REAIS EM IMPOSTOS NESTE ANO O valor de tributos pagos pelos brasileiros em 2016 ano alcançou a marca de R$ 1 trilhão por volta das 13h30 de 5 de julho, segundo o “Impostômetro” localizado em frente à Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). O painel, que exibe o total arrecadado em todo o país, apresenta um “atraso” de seis dias em relação ao ano passado, quando a cifra foi atingida na data recorde de 29 de julho. O montante abrange impostos municipais, estaduais e federais pagos desde 1º de janeiro, de acordo com cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “Enquanto a indústria enfrenta um momento desafiador, é triste lembrar que falta transparência do Governo Federal quanto à aplicação desses recursos, com péssimo retorno em serviços básicos, como saúde, educação e segurança. A cada R$ 100 que os capixabas recolhem para Brasília, apenas R$ 37 retornam em investimentos e recursos. Ninguém aguenta mais”, afirmou Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes.

COMÉRCIO EXTERIOR

MOEDA

BITCOIN SUPERA O OURO NO BRASIL Nos primeiros seis meses de 2016, o volume de negociação de bitcoins nas Bolsas brasileiras ultrapassou o volume de ouro na BM&F. De janeiro a junho, mais de R$ 164 milhões foram transacionados nesse mercado em decorrência da moeda digital, enquanto os lotes de OZ1D e OZ2D (250g e 10g de ouro, respectivamente) registraram cerca de R$ 153 milhões. Apenas no mês de junho, o volume de bitcoins negociados foi duas vezes maior do que o do metal precioso, segundo o artigo de Fernando Urich, mestre em Economia da Escola Austríaca e autor do livro “Bitcoin - A moeda na era digital”. Uma marca inédita e histórica que comprova o forte crescimento da criptomoeda no Brasil. Segundo o site bitValor.com, o volume até junho supera em 45% o do ano de 2015 inteiro, quando foram alcançados R$ 113 milhões de negócios. CRISE

PEDIDOS DE FALÊNCIA CRESCEM 26,5% NO PAÍS Os pedidos de falência no Brasil aumentaram 26,5% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015. Uma realidade que, segundo a Boa Vista SCPC, pode ser justificada pela recessão econômica no país, combinada com juros altos e inflação elevada. De janeiro a junho, foram registradas 1.098 socilitações de falência, enquanto as de recuperação judicial (nos quais as empresas pedem proteção contra credores) somaram 1.078 ocorrências, com um salto de 113,5% no confronto anual. “Sem previsão de mudança no cenário macroeconômico em 2016, os indicadores parecem conservar, de forma mais intensa, a tendência observada ao longo de 2015”, afirmou a Boa Vista SCPC em seu relatório. 26

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Pelo terceiro mês consecutivo, o número de demissões nas micro e pequenas empresas brasileiras apresentou queda, representando 10,7% do saldo negativo do total de vagas em maio. Os dados, que foram divulgados por um levantamento do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, mostram que naquele mês foram encerrados 7,7 mil contratos profissionais. Um número que é 88% inferior ao das organizações de médio e grande portes, que tiveram um desempenho negativo de 66,2 mil. “A saída para o Brasil se recuperar está nos pequenos negócios. Ainda estamos tendo um número maior de demissões do que de admissões, mas com incentivos de crédito e de desoneração de impostos, podemos reverter esse quadro rapidamente”, destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos (foto).

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ACORDO PODERÁ AUMENTAR EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A UNIÃO EUROPEIA EM R$ 250 MILHÕES POR ANO O Brasil poderá exportar R$ 250 milhões a mais por ano para a União Europeia devido a um acordo recente assinado na Organização Mundial do Comércio (OMC) que permite a ampliação das vendas de alguns produtos agrícolas e animais para o bloco econômico. As negociações, que duraram três anos e foram iniciadas após a entrada da Croácia na UE, em julho de 2013, estabelecem o aumento das quotas de importação de açúcar e de carnes de frango e de peru, que entram no bloco econômico com tarifa reduzida. No caso do setor sucroalcooleiro, além de elevar a quota de importação com tarifa reduzida em 114 mil toneladas de açúcar por ano, o Brasil poderá exportar o produto com tarifas mais baixas que as atuais por sete anos. O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, confiar que as novas condições definidas serão implementadas o mais rápido possível.



FATOS Em 2011, o Espírito Santo importou 293.254 veículos. No ano passado chegaram ao Estado 65.701 unidades

ESPÍRITO SANTO TEM O PIOR DESEMPENHO ENTRE OS PRINCIPAIS IMPORTADORES

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o primeiro semestre deste ano, o Espírito Santo registrou queda de 35,2% nas importações, em relação a igual período de 2014, totalizando US$ 1,8 bilhão contra US$ 2,8 bilhões. Esse foi o pior resultado, dentre os principais estados importadores do Brasil. Santa Catarina ficou com a segunda maior perda, de 32%, com US$ 4,7 bilhões ante US$ 6,9 bilhões, nos intervalos analisados. O levantamento, feito pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), faz um comparativo ainda com os estados de São Paulo (-26,6%), Minas Gerais (-26,4%), Rio de Janeiro (-24,5%) e Paraná (-22,6%). O Espírito Santo vem perdendo competitividade em relação aos demais portos brasileiros, o que interfere diretamente nos resultados do comércio exterior, explica o presidente da entidade, Marcilio Rodrigues Machado. “O Estado é referência no setor importador, mas estamos perdendo cargas para outros estados, seja por conta de mudanças na legislação, seja por falta de infraestrutura portuária adequada, principalmente para contêineres”, reforçou. Nos seis primeiros meses de 2016, a maior retração na pauta de compras capixabas foi observada nas operações com automóveis (-56%), seguidas por vestuário (-53%), equipamentos de telefonia celular (-40%), máquinas e equipamentos (-37%) 28

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e carvão mineral (-31%). “O resultado do primeiro semestre deste ano foi o pior dos últimos 10”, lembrou Machado. Em 2015, em julho, com um declínio 23% nas importações no primeiro semestre, se comparado com 2014, o Espírito Santo já vinha perdendo posição a cada ano nessa atividade entre as principais unidades federativas. Estudo feito pelo Sindiex apontava que a participação capixaba no total importado pelo país havia caído de 5,4% para 3%, entre 2006 e 2015. Hoje esse percentual é de 2,7%, o pior desempenho dos últimos 10 anos (2007 a 2016). Ainda no ano passado, ao confrontar a performance com outros locais, como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, a situação capixaba já era a pior em termos de crescimento de desembarque e perda de representatividade. Enquanto esses estados, que faziam transações valores próximos aos nossos, viram dobrar suas importações em 10 anos, a nossa taxa ficou próxima de 25%, reduzindo a presença no peso total. Entre 2007 e 2016, o Estado baixou as operações em 36,2%. As exportações realizadas pelo Espírito Santo também marcaram queda no primeiro semestre deste ano diante de 2015: 41%, totalizando US$ 3,1 bilhões contra US$ 5,3 bilhões. Petróleo teve o pior desempenho no período, com encolhimento de mais de 70% nas vendas; seguido por minério de ferro

PRINCIPAIS PRODUTOS DA IMPORTAÇÃO CAPIXABA IMPORTADOS arvão mineral C utomóveis, tratores e suas partes A quipamentos elétricos E áquinas e equipamentos/veículos M para movimentação de cargas atérias têxteis e suas obras M eite e lacticínios L Fonte: Sindiex

(-66%), ferro e aço (-22%), celulose (-14%) e rochas ornamentais (-4%). Além de serem compostas por commodities – que sofrem com variação de preço no mercado internacional –, as exportações do Espírito Santo esbarram também em problemas estruturais, visto que, por deficiência no acesso ao porto, muitas operações passam a ser feitas por outros estados. “Sem que navios maiores possam entrar no canal de Vitória, o empresariado precisa embarcar suas mercadorias por outros portos. Estamos buscando solucionar essas questões, que refletem no tempo de trânsito e no aumento de custos nas operações para as empresas capixabas, visando a trazer mais desenvolvimento aos negócios e ao Espírito Santo”, destacou o presidente do Sindiex.


Em 2015, o Brasil exportou 2.323.594 toneladas de rochas ornamentais, e o Espírito Santo respondeu por 72% desse total

MÁRMORE As vendas para o exterior de mármores e granitos por empresas capixabas tiveram um aumento de mais de 16% em volume, no primeiro semestre deste ano, frente a 2015, porém houve uma baixa em valores de 3,8%, quando o setor exportou um total de US$ 475 milhões. Mesmo com a diminuição no preço médio de mais de 17%, o que refletiu no resultado final, o Espírito Santo mantém a liderança nos negócios feitos no mercado internacional. Minas Gerais é o segundo colocado no ranking dos principais exportadores do país, com US$ 64,1 milhões, com um tombo de mais de 13% nas vendas no primeiro semestre deste ano. Em terceiro segue o Ceará, que no período analisado exportou US$ 13,5 milhões, um acréscimo

de mais de 33% se comparado com o mesmo intervalo de 2015, de acordo com o Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas). No primeiro semestre, a China manteve a liderança como o principal comprador de blocos do Espírito Santo, somando US$ 61,7 milhões, um crescimento de 21,58% sobre o mesmo prazo de 2015 (US$ 50,7 milhões), comprovando o aquecimento da economia do país asiático. As vendas para os Estados Unidos, primeiro destino das chapas de granitos do Brasil, principalmente dos materiais considerados exóticos ou super exóticos, ficaram em US$ 375,8 milhões, uma queda de 8,81%, resultado consequente do preço das chapas de granitos, que amargaram

ÍNDICES DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO Exportação |

Importação

US$ 8,0 bi

7,2

US$ 6,0 bi US$ 4,0 bi US$ 2,0 bi 0

4,2 3,2

3,9 2,8

2,8 2,8

3,3

4,9

5,1

4,4 3,5

5,9

3,6

5,3 3,1 2,8 1,8

1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem 1º Sem

2007

Fonte: Sindiex

4,8

6,2

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

OS SEIS ITENS QUE DOMINAM A EXPORTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO EXPORTADOS Minério de ferro Produtos de ferro e aço Mármore, granito e outras pedras Celulose Tubos flexíveis de ferro ou aço Petróleo - óleos brutos Fonte: Sindiex

a maior desvalorização no mercado internacional, de 13,91%.

MAMÃO O Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de mamão, atrás de México e Índia, respectivamente. E Linhares é conhecido como a capital nacional de exportação da fruta, que, porém, não está no ranking dos cinco produtos mais vendidos pelo Espírito Santo. O município tem o segundo Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, e a agropecuária local contribuiu, em 2015, com R$ 238,8 milhões e 20% desse total gerado pela cadeia produtiva da fruta. Em 2015, dos 39.798.647 quilos exportados, 12.034.498 saíram de Linhares. Além do Espírito Santo, destacam-se na atividade a Bahia, maior fornecedor nacional, e Rio Grande do Norte. radio.esbrasil.com.br •

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FATOS

EM ANO OLÍMPICO ATLETAS CAPIXABAS GANHAM NOVO CENTRO DE TREINAMENTO

O

Centro de Treinamento (CT) Jayme Navarro de Carvalho está pronto para receber mais atletas com a conclusão das obras de reforma, modernização e ampliação. A inauguração, realizada em 13 de julho, contou com a presença do governador Paulo Hartung, de secretários de Estado e de demais autoridades. O novo espaço vai permitir que os capixabas possam participar de competições nacionais e internacionais em condições de igualdade, avalia Hartung. “Queremos em nosso Estado esportes de alto rendimento, mas também que a atividade física faça parte da rotina da sociedade, com prática regular. Também temos que buscar resultados importantes nas competições, pois eles servem como símbolos e motivam a adesão esportiva.”

“Queremos em nosso Estado esportes de alto rendimento, mas também que a atividade física faça parte da rotina da sociedade, com prática regular. Também temos que buscar resultados importantes nas competições, pois eles servem como símbolos e motivam a adesão esportiva” Paulo Hartung, governador do Estado do Espírito Santo

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Localizado no bairro de Bento Ferreira, em Vitória, o complexo é o primeiro em território capixaba voltado ao treinamento de atletas de alto rendimento. As intervenções foram gerenciadas pelo Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) e tiveram investimento de R$ 6.108.151,76. “Os atletas capixabas estão ganhando um equipamento esportivo de alta qualidade, o que é fundamental para o desenvolvimento de um bom trabalho esportivo”, enfatizou o secretário de Esportes e Lazer do Estado, Edilson Barboza. Quem também compareceu à solenidade foi Fábio de Carvalho, filho de Jayme Navarro de Carvalho, esportista que dá nome ao Centro. “Fico honrado com a homenagem ao meu pai. Ele foi um atleta muito importante para o Estado, como muitos que estão aqui nesta inauguração. Só tenho a agradecer”, disse.

MODIFICAÇÕES Foram construídos dois ginásios - um de lutas e outro de ginástica rítmica e artística - e duas quadras de areia para vôlei de praia. E os dois ginásios poliesportivos passaram por reformas. O espaço destinado à ginástica possui área interna de 1.496 metros quadrados e recebeu piso vinílico em manta, tablados para as modalidades, barras paralelas, cavalo, barra fixa, barras assimétricas, mesas de saltos, trave, argola, fossos de apoio, barra com espelho, vestiários, além de salas de apoio. Para tornar o ambiente ainda mais confortável tecnicamente, foram usados telhas termoacústicas e elementos que propiciam troca de calor. Outro destaque é a melhoria da acessibilidade, que foi tratada tanto internamente, com a construção e a instalação de rampas, bebedouros e vestiários adaptados, quanto externamente, com a instalação de calçadas, rampas e demais.



FATOS

Foto: Divulgação

VITÓRIA TERÁ PARQUE TECNOLÓGICO EM 2018

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pós 26 anos da apresentação do primeiro projeto, o lançamento do edital de licitação das obras do Parque Tecnológico ocorreu no dia 29 de junho, durante o seminário “Vitória, Cidade Inteligente e Humana”, na sede da Fucape, em Goiabeiras. A previsão é para que as obras sejam iniciadas nos próximos três meses, concluídas ao final de 2017, a ativação das operações está agendada para o começo de 2018. O investimento será de R$ 10 milhões e promete gerar, já no primeiro ano, cerca de 140 empregos. PRIMEIRA FASE DAS OBRAS Área: 3.500 metros quadrados Investimento: R$ 7 milhões que irá abrigar: Incubadora O TecVitória e mais 15 empresas de tecnologia da informação ocal: Rua Armando Moreira de L Oliveira, 550 – B – Goiabeiras - Vitória

Maquete: Arquistudio

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Com infraestrutura para atrair empresas da base tecnológica, como incubadoras, empresas de software, laboratórios de certificação de produtos, agentes de fomento à ciência, o complexo tornará Vitória referência em tecnologia e inovação. Estudos para a implantação do parque estimam a geração de 16 mil postos de trabalho diretos em duas décadas e mais de 41 mil indiretos. A arrecadação de impostos projetada para o período chega a R$ 18 milhões. O primeiro edifício, batizado de Centro de Inovação, terá uma área de 3.500 m² em Goiabeiras, em um terreno próximo à Faculdade Multivix, e vai abrigar a incubadora de empresas TecVitória, além de outras 15 de tecnologia da informação, por meio de concessões. A prefeitura ainda pretende construir outros três prédios, mas não há data prevista para as etapas seguintes. “A nossa grande vantagem é que esse recurso já está em caixa, o que garante que a obra cumprirá normalmente o prazo. Nossa expectativa é de que em 12 anos sejam criados 8.700 empregos e circulem R$ 18 milhões em impostos com a construção do parque”, afirma André Gomyde, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV) e da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas. Ele explica que Vitória não tem espaço para produção agrícola ou industrial, o que torna o perfil do campo tecnológico

mais adequado ao desenvolvimento local. “O setor de tecnologia e inovação movimenta quase R$ 1,3 trilhão em todo o mundo, e o Brasil tem participação quase nula nisso. A princípio, vamos direcionar a produção para atender as indústrias internas, como os setores de petróleo, games, celulose e minério de ferro. Mas a expectativa é de expandir para o comércio externo, com a chamada indústria 4.0, focada na robótica, na biotecnologia e na nanotecnologia, os setores que estão em alta”, explica. No complexo, poderão ser idealizados e executados projetos de diversas áreas, como metalmecânica, de automação e de tecnologia da informação. O local também irá abrigar laboratórios de pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), agências de fomento e empreendimentos que tratam de propriedade intelectual. “O Parque Tecnológico Metropolitano de Vitória é um habitat de empreendedorismo e inovação que faltava no Espírito Santo. Ao implantar o Centro de Inovação, primeiro edifício comunitário do parque, Vitória dá um passo para se equipar às cidades globais com economia baseada em conhecimento, irradiando para todo o território capixaba uma nova vertente de desenvolvimento”, destaca Tadeu Pissinati Sant’Anna, assessor para Implantação de Polos de Inovação do Ifes.



FATOS

A SONEGAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO E NO BRASIL

M

ais de R$ 500 bilhões em 2016. Esse é o valor que deverá ser desviado dos cofres públicos do Brasil por meio da sonegação de impostos, segundo estimativas do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). A cifra é sete vezes maior que o prejuízo do país com a corrupção, calculado em R$ 67 bilhões ao ano. SONEGAÇÃO FISCAL NO ES Confira algumas estimativas da Receita Federal: Faturamento total oculto pelas empresas do setor de rochas ornamentais participante do esquema criminoso, supere R$ 1,5 bilhões nos últimos cinco anos. Operação Cerveja Fria - sonegação no setor de bebidas frias pode alcançar aproximadamente R$ 150 milhões por ano. Operação Robusta - no setor de café, estima-se um desfalque da ordem R$ 1,7 bilhão nos anos de 2012/13. Em 2015, a continuidade da operação adicionou cerca de R$ 11 milhões na arrecadação estadual. Operação Sanguinello - valores em impostos fraudados superam a casa dos 450 milhões de reais na venda de bebidas quentes Fonte: Receita Federal

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Até julho de 2015, 12.547 empresas apresentavam, no total, uma dívida tributária de R$ 723,38 bilhões, em um universo em torno de 13 milhões das organizações registradas, aponta o Censo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Isso significa que 0,1% das firmas responderia por mais de 62% de todo o estoque tributário da Dívida Ativa da União (DAU), que fechou o ano passado em R$ 1,162 trilhão. A elevada taxa de encargos aliada à sensação do cidadão de estar sendo lesado ao pagá-los sem o devido retorno dos serviços públicos e à busca do aumento em sua margem de lucro são as principais “justificativas” do contribuinte para o não pagamento das obrigações com o Fisco. Este ano, entre os dias 1º de janeiro e 14 de junho, de acordo com o Sonegômetro (veja quadro), apelido dado ao sistema que mensura o baque na entrada das receitas, o país perdia R$ 16 mil por segundo, ou mais de R$ 59 milhões por hora, quantia que poderia distribuir, por exemplo, 845 mil benefícios do Bolsa Família ou construir 572 km de asfalto ecológico.

“O Governo Federal está querendo jogar a dívida do país nas costas do trabalhador” Charles Alcântara, presidente da Fenafisco

Foto: WilsonDiasAgenciaBrasi

BUSCA PELO AUMENTO DA MARGEM DE LUCRO E ELEVADA TAXA DE ENCARGOS ESTÃO ENTRE AS “JUSTIFICATIVAS” DO CONTRIBUINTE

Nesse mesmo período, o acumulado de 2016 já era de R$ 235 bilhões. O Espírito Santo não foge à regra. Em 2015, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) incumbida de calcular e verificar essas baixas descobriu um rombo de mais de R$ 3 bilhões, após a quebra de sigilo fiscal das 500 maiores devedoras do Estado, todas elas grandes empresas. As mazelas causadas por essa irregularidade são muitas. A prática ilícita causa uma criminalidade em cadeia que passa por toda forma de ocultação de patrimônio, explica o promotor de Justiça Lidson Fausto da Silva, que preside o Cira (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos), uma força-tarefa criada em 2014, composta por Ministério Público do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado e Polícia Civil. “O sujeito que sonega precisa ocultar esses proveitos ilícitos e aí adota uma série de práticas que caracterizam lavagem de dinheiro. Normalmente há necessidade de corromper agentes públicos que atuam na fiscalização ou na formalização e na constituição da empresa, em nome de terceiros, ocultando os verdadeiros proprietários do empreendimento. Criam empresas falsas somente para, que por meio desse CNPJ, seja aberta uma conta, com constituição de empréstimo, transição de valores e falsificação de documentos. E o que é pior,


essas empresas impedem a livre concorrência, porque aquele que sonega tem condição favorável no mercado de praticar preços menores”, destaca o promotor. O ato, além de criminoso, é contraproducente. Para compensar as receitas que não chegam aos cofres públicos, o Governo aumenta impostos, e o setor empresarial deixa de investir. Mas é a faixa da população que mais depende dos serviços públicos a que sente os maiores impactos negativos, avalia Silva. “A sonegação atinge a capacidade do Estado de aplicar políticas públicas, e isso aflige principalmente aquele que mais necessita, porque prejudica o acesso público à educação, à saúde. Além disso, todo aquele que atua com valores que não podem ser declarados emprega sem observar a legislação trabalhista”, explica. Segundo ele, se atingíssemos um limite tolerável de sonegação, teríamos o efeito oposto do que se preconiza hoje na esfera política brasileira acerca da necessidade de elevar tributos. “Se em vez de pensar em aumentar a carga tributária, o Governo Federal tivesse neste momento o foco em reaver o que foi desviado, somente o crédito que o Estado tem e foi utilizado indevidamente por terceiros seria suficiente para sanar a dívida do país”, ressalta. O promotor faz ainda uma crítica ao atual sistema tributário e enfatiza a necessidade de mudanças, o que, segundo ele,

“A sonegação, além de criminosa, é contraproducente” Lidson Fausto da Silva, promotor de Justiça que preside o Cira

só deverá se concretizar com maior envolvimento da sociedade na causa. “Aqueles que recebem um salário mínimo suportam 37% desse valor em tributos; para os que ganham acima de 20 salários mínimos, esse índice cai para 17%. A população precisa se aproximar desse problema. Envolver-se no debate. Isso precisa mudar”, alerta. Os resultados dessa integração de agentes públicos já são positivos, tendo sido recuperados R$ 50 milhões para os cofres capixabas em casos que, isoladamente, as instituições já vinham trabalhando havia anos sem êxito, em um período muito complicado de recessão financeira. “Criamos ferramentas para permitir ao indivíduo a quitação das contas sem inviabilizar o empreendimento. O Governo irá enviar agora para a Assembleia Legislativa um projeto que autoriza o que chamamos de afetação do patrimônio. O indivíduo vem aqui e se compromete a

SONEGAÇÃO NO BRASIL R$ 235 bilhões de 1º de janeiro a 14 de junho de 2016. O que poderia ser feito, comprado ou pago com esse dinheiro? Educação 17 milhões de salas de aulas equipadas 1 1,5 milhões de salários anuais de professores do ensino fundamental 1 ,9 milhão de ônibus escolares Segurança 5 milhões de postos policiais equipados 7 ,1 milhões de salários anuais de PMs 7 .830 presídios de segurança máxima Saúde 3 milhões de ambulâncias equipadas 8,2 milhões de postos de saúde com todos os aparelhos necessários Fonte: http://www.quantocustaobrasil.com.br/

pagar ‘X por cento’ de seu faturamento mensal para ir saldando as dívidas ao longo de um determinado período, evitando a demanda judicial. Vamos tentando costurar alternativas e muitas vezes a gente desperta no empresário o entendimento acerca da possibilidade de redução na carga tributária nos próximos exercícios financeiros”, detalhou. Não é possível precisar o tamanho da sonegação no Estado. “Entretanto, tomando como medida fraudes apuradas nos setores de rochas ornamentais, bebidas frias, café e bebidas quentes, importantes atividades econômicas do Espírito Santo, contextualizam a complexidade e o volume desse crime que afronta a ética e a democracia”, afirma o diretor do Sindifiscal-ES, Eustaquio Francisco Xavier. Além do montante que escapa pelo ralo da corrupção, boa parte desses impostos no Brasil é utilizada para o funcionamento da burocracia estatal e ao pagamento da dívida pública. Mas fato que a sonegação está intimamente ligada à corrupção. Ambas são contravenções que lesam os caixas públicos e, assim, diminuem a condição do Espírito Santo de executar políticas públicas e pagar as contas. Trata-se de uma realidade que tem acirrado o discurso em Brasília, sob a alegação de que um combate efetivo contra a sonegação resolveria o problema do Brasil, sem necessidade de retomar impostos ou adotar exigências que tornem mais difícil a aposentadoria. “O Governo está querendo jogar a dívida do país nas costas do trabalhador, como se fosse resolver o problema, enquanto o aparelhamento correto do Fisco seria suficiente para cobrir o ‘rombo’ nos cofres públicos”, defende o presidente da Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital), Charles Alcântara. A argumentação se sustenta facilmente nas cifras registradas pelo Sonegômetro. radio.esbrasil.com.br •

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EVENTO PROMOVE INTERCÂMBIO DE NEGÓCIOS

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Fotos: Divulgação

FATOS

Vista da cidade de Orlando, na Flórida, onde ocorrerá o evento, que busca estreitar a relação entre empresas brasileiras e norte-americanas

mpresas brasileiras que estejam interessadas em incrementar negócios nos Estados Unidos não podem deixar de participar do Invest & Business Meeting, que será realizado entre os dias 29 e 30 de setembro, no Alecrim Buffet Brazilian Restaurant, localizado na cidade de Orlando, na Flórida. A rodada de negócios, que faz parte de uma iniciativa da Multipla Group – companhia sediada no Brasil e nos EUA, com experiência em gerir eventos comerciais e missões empresariais no país e no exterior – busca reunir construtoras, incorporadoras, imobiliárias, redes de franquias, mármore e granito, hotéis e negócios afins do mercado brasileiro interessados em comercializar produtos e serviços a clientes norte-americanos. De acordo com Adilson Neves, diretor de Recursos e Negócios da Multipla Consulting & Training, o evento busca garantir aos clientes facilidade e agilidade na prospecção de negócios, por meio de um contato presencial.

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“As empresas brasileiras, de uma maneira geral, são muito tímidas quando o assunto é prospecção, até porque muitas delas não compreendem que o negócio não deve ser feito por telefone ou pela internet, e sim de forma presencial, para que esse contato seja ainda maior. Esse estreitamento é fundamental para a geração de negócios”, explica. O grande diferencial do Invest & Business Meeting, segundo Adilson, é a continuidade das conversas entre clientes e empresas, que é fortalecida mesmo após o término da rodada de negócios. “Uma empresa que tem o costume de participar de grandes feiras por muitas vezes acaba fazendo um primeiro contato ao longo do evento que não se estende após o seu término. Com o Invest, iremos proporcionar essa continuidade nos negócios por meio de uma assistência da Multipla Group.” Interessados em participar comercialmente podem fazer a inscrição no hot site da programação pelo endereço http://investbusinessusa.com.



AGRO

Foto: Leonardo Duarte/Secom-ES

GOVERNO DO ESTADO INAUGURA UNIDADE FRIGORÍFICA EM GUAÇUÍ

A Prefeitura de Guaçuí e a Secretaria e Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) inauguraram no final do mês de junho a Unidade Frigorífica Regional Sul Gregório Trigo Gil. A obra, que faz parte de uma demanda antiga dos pecuaristas da região do Caparaó, irá melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais, com a diminuição de custos com transporte e abate de animais, além de ampliar a arrecadação municipal. Foram investidos mais de R$ 3 milhões para a conclusão da estrutura, incluindo aquisição da área e de equipamentos e construção das instalações físicas. “Estamos escrevendo um histórico diferente de muitos outros estados. Para nós, é uma grande felicidade conseguir investir e inaugurar obras prioritárias para a agricultura, que irão beneficiar o produtor rural e também o consumidor”, afirmou Octaciano Neto, secretário de Estado da Agricultura, durante a solenidade. MERCADO

EXPORTAÇÕES DE FRANGO E SUÍNO REGISTRAM CRESCIMENTO EM JUNHO

As exportações brasileiras de carne de frango – considerando produtos in natura e processados – cresceram 4,1% em junho de 2016 se comparadas com o mesmo período de 2015, atingindo a marca de 411,9 mil toneladas. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o desempenho em todo o primeiro semestre foi 13,86% maior, com 2,266 milhões de toneladas embarcadas, ou 276 mil toneladas a mais em relação ao mesmo intervalo do ano passado. “Novamente a China foi um dos grandes destaques do mês, com exportações em volume 72% superior ao registrado em junho do ano passado”, disse em nota o presidente-executivo da entidade, Francisco Turra. Já as vendas ao exterior de carne suína in natura somaram 53,3 mil toneladas em junho, 31,4% acima do mesmo mês de 2015. No acumulado do primeiro semestre, as exportações atingem 301,1 mil toneladas, com uma elevação de 55,5%. SECA

LINHARES ANUNCIA PACOTE DE AÇÕES PARA ENFRENTAR A ESTIAGEM

A Prefeitura de Linhares anunciou uma série de ações para enfrentar a crise hídrica que vem se intensificando nos últimos meses na região. Entre as iniciativas, estão a construção do ponto de captação na Lagoa Nova; a limpeza e a retirada de matéria orgânica acumulada no leito do Rio Pequena; e o racionamento da distribuição de água às quartas-feiras e aos domingos. A gestão municipal também irá alertar o público por meio de uma campanha. “É importante que a população tenha consciência da necessidade de poupar água. Nosso município possui 69 lagoas, mas a captação atual é feita em apenas um ponto, no canal que liga a Juparanã ao Rio Doce. Estamos bem próximos do volume morto do canal e precisamos utilizar nossos recursos hídricos com ainda mais responsabilidade”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luciano Cabral. 38

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Foto: Emater

INVESTIMENTO

VENDAS

ENTRESSAFRA E SECA FAZEM PREÇO DO LEITE SUBIR A entressafra de leite e a seca que atinge o Estado aparecem como as principais responsáveis pelo encarecimento do produto e de seus derivados. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), o litro pago ao produtor ficou em R$ 1,33 em junho, com uma alta de 4,92% com relação a maio, quando o preço ao fornecedor foi de R$ 1,26. Segundo o gerente de Aquicultura, Pesca e Produção Animal da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), Anderson Baptista, o cenário atual tem feito com que os animais apresentem uma produção menor, em função da redução da pastagem para alimentação. “O que impacta é a seca, que tem atingido o Espírito Santo, e a entressafra, que ocorre entre os meses de abril e setembro, que é um período de estiagem. A partir de outubro, quando acaba a entressafra, o valor deve ter uma retração”, explicou.

ARÁBICA

COCA-COLA ENTRA NO MERCADO DE CAFÉ COM GRÃOS DO ES Ampliar o acesso do consumidor à categoria de cafés especiais. Esse é o objetivo da Coca-Cola Brasil com o seu mais novo produto, o Café Leão, feito com grãos 100% arábica, cultivados, torrados e embalados no país. Com uma mistura de grãos do cerrado mineiro e das montanhas do Espírito Santo, a produção envolverá uma rede de pequenos e médios agricultores das duas regiões. Há duas versões de torras: escura, com a bebida encorpada e equilibrada com aroma e sabor intensos; e média, com cheiro e gosto balanceados com dulçor marcante. Inicialmente, a mercadoria será encontrada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba, com a previsão de chegar aos principais pontos de venda nacionais a partir de janeiro de 2017. “A Leão quer expandir a disponibilidade de café de alta qualidade no mercado, aumentando o acesso do consumidor brasileiro a esse tipo de produto, para que esse segmento possa se desenvolver e ajudar no crescimento da categoria no país”, disse o vice-presidente de Novos Negócios da Coca-Cola Brasil, Sandor Hagen.



ESPECIAL

ANA LUCIA AYUB

Foto: Divulgação

EL DÍA QUE ME QUIERAS ...

ARGENTINA SE MANTÉM ARRUMANDO A CASA PARA RECEBER INVESTIMENTOS QUE PODEM CHEGAR A US$ 5,6 BILHÕES

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senso comum alimenta rivalidades entre Brasil e Argentina, principalmente no futebol. Mas competitividades à parte, a eleição de Maurício Macri lá e a crise cá têm levado a muitas comparações entre as duas realidades. Análises publicadas no início do ano no país dos “hermanos”, no Uruguai e nos Estados Unidos indicavam uma inversão de papéis, com o Brasil deixando de ser a “bola da vez’’ e a Argentina entrando “em alta’’. Segundo o Financial Times, “o Brasil começa se parecer com a Argentina de 2001, e a Argentina, sob o comando de Macri e sua promessa de uma política econômica mais ortodoxa, está começando a se parecer com o Brasil de 2002, quando Lula ganhou a presidência ao combinar promessas de justiça social com políticas econômicas equilibradas’’, diz, em referência ao ano em que a crise vizinha se aprofundou e que consolidou nossa ascensão no cenário global. O que surpreende é que, apesar de ser uma economia maior, com mais reservas internacionais (US$ 376 bilhões contra US$ 28 bilhões) e ter ratings de crédito melhores junto a todas as maiores agências classificadoras, o Brasil está 40

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perdendo dinheiro estrangeiro, enquanto a rival está ganhando. Como explicar isso? Durante seus oito anos no Governo, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner implementou políticas comerciais protecionistas visando a reforçar a indústria local e aumentou os gastos sociais para tentar ajudar milhões a saírem da pobreza, após a devastadora crise de 2002. Com os altos preços mundiais de grãos, seus primeiros anos no poder foram de crescimento econômico. No entanto, o boom das commodities, os gastos elevados do Governo e os controles da moeda contiveram o avanço e elevaram a inflação para acima de 30%. Com um perfil mais liberal que sua antecessora, Macri venceu o pleito prometendo recuperação, uma manobra que vai demandar habilidade para manter as conquistas sociais da última década e evitar outra turbulência. Após seis meses no poder, ele suspendeu o imposto sobre exportação de carne, trigo e milho como parte de seu plano de revitalizar o setor agrícola, e flexibilizou as restrições no mercado de câmbio, o que levou a uma forte desvalorização do peso argentino. Entrou em acordo


“Já faz 15 anos que estamos à margem do mundo. Crédito para infraestrutura e desenvolvimento para a nação é o que precisamos para crescer e gerar emprego” Alfonso Prat Gay, ministro da Fazenda e Finanças da Argentina Foto: Divulgação Foto: Nestor Galina

O ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat Gay, disse em Madri, Espanha, em maio, que o objetivo é chegar a 2019 com uma inflação de 5% – a estimativa para 2016 é de 25%. “Faz 15 anos que estamos à margem do mundo. Crédito para infraestrutura e desenvolvimento para a nação é o que precisamos para crescer e gerar emprego”, afirmou. No Brasil, as incertezas sobre o andamento do ajuste fiscal e as desconfianças sobre a situação política do país podem gerar um impasse para o retorno do crescimento. Para as três maiores agências de risco do mundo, a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s, mais do que um governo Dilma Rousseff ou Michel Temer, é crucial que Brasília empreenda reformas, sobretudo fiscais, para sanar o déficit e retomar os avanços e os investidores estrangeiros. Diante das dificuldades de executar tais mudanças num cenário complexo, seja com o PT ou seja com PMDB no comando, a previsão das agências é de manutenção da crise econômica pelos próximos dois anos.

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NEGÓCIOS BILATERAIS A aplicação de uma série de medidas de restrição contra as importações protagonizada pelo governo de Cristina Kirchner provocou uma queda na entrada de produtos brasileiros no mercado com os fundos americanos que possuíam os títulos da dívida argentino nos últimos anos, aliada à concorrência com os itens pública e realizou o primeiro pagamento em abril. Dessa forma, chineses, que ganharam espaço no mercado vizinho. Em 2015, o país volta ao mercado internacional de crédito. a fatia do Brasil para a Argentina representou 21,8%, enquanto a dos As medidas pretendem restabelecer a confiança dos investidores países asiáticos, 29,5%. Em maio as exportações brasileiras para o e da própria população, alimentando assim um otimismo sobre o parceiro de Mercosul superaram as importações, com um pequeno futuro, mesmo com um crescimento negativo de –1% previsto pelo incremento de 2,27%, enquanto os desembarques baixaram 23% em Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2016. É o cenário de um relação ao mesmo período de 2015. país em situação pior que o atual contexto da economia brasileira, Na opinião do economista e professor dos MBAs da Fundação mas com perspectivas positivas de mudanças. Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, a melhoria da relação bilateral não deve ocorrer no curto prazo. “A Argentina ainda CRISE E PERCEPÇÃO DA ECONOMIA Enquanto isso, o Brasil enfrenta uma das piores recessões de sua história. O PIB deve ter queda de mais de 3% este ano; o desemprego alcançou um dos maiores patamares, 11,2% no mês de abril; e a inflação acumula alta de 9,32 % nos 12 meses até maio. Mais do que gerar meramente um efeito econômico, diversas políticas nesse campo também afetam a percepção da população local e externa sobre as autoridades monetárias e/ou fiscais. É através delas que o Governo pode ganhar ou perder credibilidade, atingindo as expectativas dos agentes financeiros. É mais fácil convencer alguém a disputar um jogo quando as regras são conhecidas. Não há dúvida de que, com o fim das restrições cambiais, uma maior transparência das instituições e o ajuste das contas públicas reequilibrarão o ambiente macroeconômico na Argentina. Entretanto, é preciso levar em conta que os ajustes serão difíceis e custosos, considerando necessidade de correções no mercado cambial, diminuição de subsídios e realinhamento de tarifas públicas “Como Macri acena para menores obstáculos, a expectativa é – a energia já teve um aumento de 250%, a água e o gás, entre 216% e que as barreiras extratarifárias entre o Brasil e a Argentina sejam 375%, e os combustíveis, de 12% –; tudo isso em meio a uma inflação flexibilizadas” – Mauro Rochlin, economista e professor dos MBAs da próxima a 30% ao ano e escassez de reservas internacionais. Fundação Getúlio Vargas


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Exportações Argentina é o 10º país A para quem o Brasil vendeu mais produtos neste ano, representando 3% das exportações capixabas rincipais produtos: minério P de ferro, café, granitos trabalhados e pimenta

argentinos cresceram 70% este ano em comparação ao ano anterior, o que não constitui uma “ameaça” para o comércio exterior. “Se a indústria está importando insumos, significa que existe mercado para seus produtos. As maiores economias do mundo apresentam vigor tanto na exportação como na importação. Através das importações, os empresários têm a oportunidade de conhecer parceiros, estreitar relacionamentos e passar a vender seus produtos para o mercado argentino. O erro é o isolamento”, ressalta.

Foto: Divulgação

A capital Buenos Aires é o centro financeiro, industrial, comercial e cultural do país

Foto: Anderson Spinelli

enfrenta problemas no cenário econômico e, enquanto o quadro de recessão se mantiver, isso vai demandar um pouco mais de tempo. Mas como Macri acena para menores obstáculos, a expectativa é de que as barreiras extratarifárias sejam flexibilizadas. Isso vai depender do cenário dos dois países”, explica. No comércio com o Espírito Santo, a Argentina ocupa a 3ª colocação entre os países dos quais o Estado mais importa e a 10ª entre os exportadores, de acordo com dados do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação (Sindiex). As vendas externas capixabas, em que predominam o minério de ferro (72% das vendas), café, granitos trabalhados e pimenta, tiveram um desempenho negativo de quase 50% este ano, motivado pela baixa na demanda do minério de ferro. “Houve redução na demanda chinesa e queda nos preços das commodities, o que impactou principalmente o minério de ferro”, reforça o presidente do Sindiex, Marcílio Machado. O acidente da Samarco ocorrido em Minas Gerais e que atingiu no Espírito Santo também prejudicou as transações do insumo. Machado estima que o impacto pode gerar uma perda equivalente a US$ 358 milhões no ano nas saídas de mercadorias para os países da América. Os argentinos compraram 3% do total que sai do Estado, mas Machado acredita que pode haver melhorias nessa relação. “Com a política de Macri mais pragmática em relação aos negócios, vários segmentos de mercado podem ser explorados, como a indústria de confecção, moveleira e de calçados. Os empresários capixabas devem participar de missões comerciais e tentar conhecer melhor o mercado argentino, visando a exportar produtos de maior valor agregado. Mesmo demandando algum tempo para eliminar as estruturas criadas pelo governo Kirchner, é preciso se antecipar ao futuro e agir rápido para conquistar um público com muitas semelhanças culturais. Se não o fizerem, outros o farão, como os chineses, que já estão se expandindo fortemente na América Latina”, diz. Nas importações, os principais itens que os capixabas consomem são automóveis, malte, leite integral e trigo. Em seguida, aparecem lingotes de alumínio, alhos e vinhos. As aquisições de produtos

Importações rgentina é o 3º país A que o Espírito Santo mais importa produtos s principais produtos que O os capixabas compram dos argentinos são automóveis e malte, seguidos de leite integral, cremes em pó e trigo

NOVOS INVESTIMENTOS Com uma postura mais amigável ao capital estrangeiro, a Argentina voltou a atrair multinacionais interessadas em investir. Com duas fábricas de ônibus naquele país, a brasileira Marcopolo já sentiu mudanças positivas com as novas políticas adotadas por Macri. A empresa, que tinha a meta de exportar 100 unidades de ônibus para o mercado argentino neste ano, já viu os pedidos aumentarem para 150. A brasileira JBS, a maior processadora de carne do mundo, voltou a se interessar em expandir seus negócios por lá. Prejudicada pelas restrições de exportação de carne bovina impostas pelo Governo anterior, a companhia fechou quatro das cinco unidades de abate no país. Agora planeja retomar as atividades nas unidades paralisadas. O fim do controle cambial, a retirada das travas comerciais e a expectativa de uma retomada do crescimento fizeram também despertar o interesse dos empreendimentos que ainda não têm presença no território vizinho. De acordo com a consultoria argentina Abeceb, muitas empresas brasileiras sondaram o mercado nos últimos meses, parte disposta a expandir os negócios, mas outras parcelas querendo estrear naquele país, de olho na área de infraestrutura e energia. Nos últimos anos, o contexto político-econômico de Buenos Aires diminuiu o ânimo dos brasileiros para apostar na terra dos hermanos. Desde 2012, os investimentos de cá para lá caíram de US$ 618 milhões para US$ 109 milhões no ano passado, segundo dados do Banco Central.


Foto: Divulgação

Bariloche concentra a maior área de esqui da América do Sul, o que atrai um grande número de visitantes

O tango desenvolveu-se na cidade de Buenos Aires no final do século XIX e mantém-se até hoje como tradição dos portenhos

FLUXO DE CAPITAIS LÍQUIDO Montante de transações financeiras em milhões de dólares (US$)

-341.6 -1815.5 -3723.4

-2960.3

-3216.6

-5850.2 Jul. 2015

-3405.7

-1849

-2016.3

-2623.2

Out. 2015

Jan. 2016

Apr. 2016

Jul. 2013

Jan. 2014

5028 3494

5388.596

6170.956

525.332

1317

-1233

-330

Jan. 2013

296

1170

ARGENTINA

-2706

Esse movimento também se refletiu nas dificuldades de importar e exportar. Por isso, cerca de 50 organizações brasileiras deixaram a Argentina nos últimos quatro anos, segundo o presidente do Conselho da Câmara de Comércio Argentino, Alberto Alzueta. “As empresas não conseguiam atingir os resultados programados”, explica Azueta. Já as que permaneceram tiveram que fazer alguns ajustes para sobreviver. Hoje, cerca de 250 empresas brasileiras têm filiais argentinas. “Maurício Macri conseguiu em seis meses reverter as expectativas no país. Os problemas existem, mas a perspectiva mudou, assim como o humor no ambiente de negócios”, explica. Segundo a Abeceb, nos primeiros quatro meses deste ano, negócios locais e internacionais já anunciaram projetos em um total de US$ 5,6 bilhões. Na opinião de especialistas, a Argentina voltou ao cardápio de países atraentes na América Latina, mas ainda está longe de se tornar artífice de uma onda de novos investimentos. “São decisões que levam tempo, e a Argentina ainda tem problemas a serem resolvidos. Mas nesse período teve uma postura muito clara em relação às mudanças econômicas, e isso é música para os ouvidos do mercado”, frisa o economista Mauro Rochlin. O cientista social Marcos Troyjo, também economista, compartilha da opinião. “Os investidores que projetam suas análises para a Argentina aguardam o resultado do primeiro ano do Governo. O acervo de realizações até agora é positivo, mas o país ainda não apresentou à comunidade de investimentos quais são os grandes projetos, sobretudo no campo da infraestrutura. Tampouco se haverá de fato uma mudança de natureza no Mercosul. O próprio governo Macri entende que neste primeiro ano o grande objetivo é colocar a casa em ordem. Se isso for bem-feito, a fase de investimentos pode tardar um pouco, mas será mais intensa e duradoura”, afirma.

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“Com a política de Macri mais pragmática em relação aos negócios, vários segmentos de mercado podem ser explorados, como a indústria de confecção, moveleira e de calçados” Marcílio Machado, presidente do Sindiex-ES

-324.9

779.4

BRASIL

Jul. 2014

Jan. 2015

Jul. 2015

Jan. 2016

Fonte: Ministério da Fazenda da Argentina

A maior diferença entre os dois países é a mensagem de seus governos sobre como tratarão a crise, e a sinalização de Macri tem sido mais bem recebida. Com mais certezas do que incertezas, o mandatário consegue convencer os investidores a destinar capital para o seu país, apesar da situação macroeconômica. radio.esbrasil.com.br •

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ENIO BERGOLI

GESTÃO

é engenheiro agrônomo, coordenador de Política Agrícola da SEEA (Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos), ex-secretário de Agricultura do Espírito Santo

COOPERATIVISMO AVANÇA NA CONTRAMÃO DA CRISE EM 2016, SERÃO R$ 4,8 BILHÕES DE OFERTA DE CRÉDITO E R$ 100 MILHÕES EM INVESTIMENTO INTERNO DAS COOPERATIVAS

A

té a década de 1990, as discussões sobre o cooperativismo no Brasil centravam-se principalmente em negócios do ramo agropecuário, pelo fato de representarem, em muitas regiões, uma das poucas possibilidades de agregação de valor à produção rural, além da inserção no mercado de pequenos e médios agricultores. Atualmente o cooperativismo avança pelo mundo e pelo país, tanto nas discussões quanto nas ações, por meio de organizações agrícolas, de crédito, de consumo, de produção, de transporte, médicas, educacionais, de trabalho e outras que, apesar de suas particularidades, encontram-se sob uma doutrina baseada em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Aqui no Espírito Santo, esse movimento vivencia, nos últimos anos, uma recuperação de imagem e de resultados efetivos, que foi construída com muito trabalho, dedicação e intercolaboração por mais de 130 cooperativas, quase 8 mil funcionários diretos e cerca de 240 mil cooperados. O s nú m e r o s d o s e t o r r e l a c i o nados à socioeconomia capixaba são

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impressionantes. São nove cooperativas entre as 20 empresas com maior rentabilidade de vendas, 75% do atendimento de urgência e emergência na área da saúde, além de segundo maior aplicador de recursos de crédito, só para citar alguns exemplos.

Em 2015, o cooperativismo do Espírito Santo faturou R$ 4,4 bilhões, um crescimento nominal de 63% em apenas quatro anos” Em 2015, o cooperativismo do Espírito Santo faturou R$ 4,4 bilhões, um crescimento nominal de 63% em apenas quatro anos. Nesse mesmo período, o patrimônio líquido das cooperativas capixabas mais do que dobrou, saindo de R$ 784 milhões para quase R$ 1,7 bilhão. Neste ano de 2016, o segmento vai na contramão da crise. Serão R$ 100 milhões de investimentos na infraestrutura interna das cooperativas e R$ 4,8 bilhões de

crédito e financiamentos disponibilizados para todos os setores da economia, onde o Sicoob-ES tem relevante papel. No campo social, a área cooperativa tem como meta até o fim deste ano entregar 234 habitações e realizar o transporte diário de 71 mil alunos, o que equivale a 75% de toda a rede pública estadual. São pelo menos 26 mil propriedades rurais capixabas que se vinculam diretamente ao movimento para garantir a comercialização de produtos agropecuários, a agroindustrialização e a assistência técnica aos agricultores. Há uma correlação histórica positiva entre cooperativismo e tempos de crise, quando se aguçam os sentimentos de colaboração e solidariedade humana. Em decorrência, as pessoas se unem para ajudar umas as outras, visando à solução de problemas comuns. Portanto, ao avançar na contramão da crise, o cooperativismo confirma sua história e trajetória, destacando-se cada vez mais como uma opção e uma solução para o crescimento da economia em tempos difíceis. Afinal, solidariedade e cooperação são conceitos inseparáveis que devem ser cultivados em todas as épocas, em especial naquelas de crise.



PANORÂMICAS

Parceria do Editor

CONSELHO ORIENTA QUE É HORA DE EMPREENDER

HOMENAGEM

HAROLDO ROCHA É ESCOLHIDO ECONOMISTA CAPIXABA DO ANO Haroldo Rocha, atual secretário do Estado da Educação, foi escolhido pelo Corecon-ES para receber o Prêmio de Economista Capixaba de Destaque de 2016. A homenagem ocorrerá durante o encontro “Agenda para o Brasil Sair da Crise”, nos dias 11 e 12 de agosto, em Vitória. Segundo o presidente do Conselho, Eduardo Araújo, a opção pelo nome de Haroldo se deu pelos relevantes serviços prestados à comunidade e pelas contribuições dadas para o desenvolvimento do Estado. Ao homenageado será concedida como troféu uma escultura em bronze, criada pelo artista plástico capixaba Wedson Penithencia, que representa os desafios da carreira e as habilidades exigidas dos profissionais.

Um total de 2.400 empresas já fechou as portas este ano no Espírito Santo. Em contrapartida, foram iniciados 3.200 novos negócios. Para o presidente do Conselho Regional de Economia, Eduardo Araújo, quem entra hoje no mercado enfrenta maior competitividade. “Isso não quer dizer que as portas estão fechadas, mas sim que é preciso ter competência para gerir o empreendimento que se inicia”, avaliou.

PRIMEIRO CURSO DE PERÍCIAS JUDICIAIS Acontecerá pela primeira vez em Vitória, no mês de outubro, o Curso Perícias Judiciais, cuja carga horário é de 15h. Economistas inscritos no Corecon-ES terão 10% de desconto. O conteúdo a ser transmitido está atualizado segundo o Novo Código de Processo Civil e irá proporcionar aos participantes o conhecimento da prática, da burocracia e dos elementos técnicos para a realização da perícia judicial. As aulas serão ministradas de 3 a 6 de outubro, das 19 horas às 22h45, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Vitória). Inscrições e informações: 0800 600 3622 ou fernanda@manualdepericias.com.br.

AGENDA

VITÓRIA VAI SEDIAR ENCONTRO DE ECONOMISTAS DO SUDESTE Vitória vai sediar o Encontro de Economia do Sudeste, nos dias 11 e 12 de agosto, com o tema: “Agenda para o Brasil sair da crise”. O evento, organizado pelos Conselhos Regionais de Economia, reunirá pesquisadores, empresários e profissionais de diferentes áreas para debater propostas para a superação da turbulência atual. Entre os nomes confirmados está Samuel Pessôa, doutor em Economia, que fará palestra sobre os caminhos para retomada do crescimento. A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, também garantiu presença no encontro, que tem o apoio da revista ES Brasil. Inscrições no site: www.corecon-es.org.br. 46

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ECONOMISTAS SÃO VOLUNTÁRIOS EM MUTIRÕES DO PROCON Como se organizar financeiramente para não cair novamente na inadimplência? Essa é a principal dúvida dos consumidores durante os mutirões de renegociações de dívidas, realizados pelos Procons municipais e o Procon Estadual. Os eventos têm recebido o apoio e a parceria do Corecon-ES, representados por economistas que trabalham de forma voluntária nas iniciativas. Dentre os motivos apontados por eles para terem chegado a um alto índice de não pagamento dos débitos estão desemprego, casos de divórcio e falências de empresas.



OLIMPÍADAS

Foto: Mauro De Sanctis/FIVB

LUCIENE ARAÚJO

Alison Cerutti e Bruno Schmidt A DUPLA QUE VAI LEVAR O ORGULHO CAPIXABA PARA A ARENA DE COPACABANA NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

N

a véspera da viagem para o Rio, onde irão disputar os Jogos Olímpicos, Alison Cerutti e Bruno Schmidt (o Mamute e o Mágico, como são chamados) receberam no dia 28 de julho o carinho dos fãs durante o último treino em areias capixabas, sob o comando do técnico Leandro Brachola, na Praia da Costa, em Vila Velha. A dupla falou sobre a expectativas para o principal torneio esportivo do mundo e sobre seus planos. Desde a conquista da prata em Londres 2012, como vem sendo a 48

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preparação para repetir o resultado do Pan e levar o ouro pra casa? Alison Cerutti Há quatro anos eu jogava com Emanuel, que dispensa comentários, exemplo dentro e fora de quadra. Mudei de vida, voltei a morar em Vitória, montamos um centro de treinamento maravilhoso, jogo com um atleta que pensa da mesma forma que eu. A gente evoluiu muito, como time, como pessoa. Estamos muito bem preparados, fisicamente e mentalmente, e isso nos conforta, nos dá a tranquilidade de que faremos nosso melhor em todos os jogos.

Em 2015, a Federação Internacional elegeu você (Alison) como melhor bloqueio e, junto com Bruno, levou o prêmio de melhor dupla. Isso aumenta a cobrança? AC Existe sim essa pressão de representar bem nosso país e o Espírito Santo, mas ela é muito gostosa, estamos acostumados. Claro que é um evento único, sonho de todo atleta, mas é preciso tranquilidade. Sabemos que cada partida deve ser jogada como uma final, para que o jogo apareça e a torcida se torne nosso terceiro jogador.


Cada partida deve ser jogada como uma final, para que o jogo apareça e a torcida se torne nosso terceiro jogador” – Alison

O fato de o vôlei de praia completar duas décadas de participação em Olimpíadas torna o evento ainda mais especial? AC Um sabor ainda melhor. Vinte anos depois de 1996, quando tudo começou, representar o Brasil, em casa... momento realmente único. Quais os pontos fortes desta dupla? AC Nosso time é muito bem fisicamente, muito bem mentalmente, e sabe jogar campeonatos grandes. Esses são os três pontos fortes da dupla. A gente gosta de campeonatos grandes, e os resultados historicamente são bons. A maturidade emocional de perceber quando o parceiro não está no seu melhor dia pesa tanto quanto a preparação física e técnica? AC Exatamente. Aos 30 anos já temos essa maturidade porque jogamos com parceiros anteriormente que nos ensinaram isso. Bruno aprendeu com Benjamim, e eu, com Emanuel. Isso nos ajudou muito a fazer a leitura do jogo. O atleta mais velho passa esse ensinamento naturalmente, e hoje já estamos passando aos mais novos. Quando fui jogar com Emanuel, tinha 24 anos, e perguntava tudo para ele. Hoje nossa dupla fala muito pouco e consegue se entender só de olhar. Isso é um diferencial importante dentro da quadra.

AC Se eu pudesse entrar na quadra central no primeiro jogo com a bandeira do meu Estado, certamente faria. Mas tenha a certeza de que, se ela estiver presente na quadra, vai me deixar muito feliz e farei um “coisinha” diferente (risos). Carrego sempre uma bandeira do Brasil e outra do Espírito Santo; olho para elas e me lembro de momentos de luta, vitórias. Isso me fortalece.

Do que foi preciso abrir mão para chegar até aqui? AC Nesses últimos três anos, abri mão de muita coisa, de estar mais próximo da família, dos amigos, e não me arrependo de nada. Perdi aniversários, casamentos, mas estou indo para a segunda Olimpíada e, desta vez, para representar meu Estado, meu país aqui no Brasil. Olho para trás com muito orgulho.

Quais os projetos da dupla ainda para este ano e para 2017? AC Ser capaz de manter essa estrutura aqui, mesmo diante da crise que o Brasil atravessa, com graves problemas de patrocínio. São 20 pessoas envolvidas, o que demanda um alto custo. Também treinamos quatro meninas que já estão no cenário nacional e mundial. O Brasil precisa continuar com a mentalidade de manter incentivos, criar novos. Esse é o maior legado que a Olimpíada pode deixar aos brasileiros.

Você sempre carrega a bandeira do Espírito Santo. E nas Olimpíadas? Como fará, já que essa manifestação não será permitida?

Algum outro objetivo especial na lista das metas a serem atingidas? AC Q uero ajud ar muit a gente ainda. Existem jovens que podem ter

um futuro melhor. Ontem (27 de julho) inauguramos um projeto social, “Grande Sacada”, em Viana, com 400 crianças. Não sei se todos se tornarão atletas, mas tenho certeza de que sairão seres humanos melhores. Se cada atleta fizer um pouquinho, podemos ter um futuro melhor no país. Não é fácil, mas é preciso contribuir com o que for possível. E dentro de quadra quero apoiar a nova geração. Não somos mais uma hegemonia no vôlei de praia, por isso precisamos ter pessoas fortes por trás, e esse é um trabalho que o Emanuel vem desenvolvendo muito bem, para que o Brasil recupere essa hegemonia. Qual sua avaliação sobre tantas notícias negativas envolvendo a organização dos Jogos? AC Minhas expectativas são as melhores. Em Londres também chegamos com o fantasma do terrorismo, muito se falou na possibilidade de atentado. Acho que serão os 15 dias mais seguros do Rio de Janeiro, a Força Nacional está nas ruas. E quando os Jogos começarem, o espírito olímpico, as disputas, os resultados, passarão a ser o centro das atenções. Vai dar tudo certo, se Deus quiser. radio.esbrasil.com.br •

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O vôlei envolve a sensibilidade de perceber a hora de ajudar seu parceiro mais que você mesmo. Graças a Deus nossa dupla tem essa maturidade” Bruno Schmidt Vocês conquistaram recentemente a etapa croata do Circuito Mundial. Como é celebrar essa vitória às vésperas do Rio 2016? Bruno Schmidt O circuito mundial foi muito importante para demonstrar a necessidade de estarmos focados na busca pela melhor performance. Não existe mais hegemonia no masculino, nenhuma dupla venceu mais de um Grand Slam; é preciso manter regularidade durante todo o torneio. Trabalhamos muito para chegar à nossa melhor performance este ano. E na Croácia a gente conseguiu isso. Quais as expectativas para sua primeira Olimpíada? BS Estamos vivenciando uma fase competitiva, com países muito fortes, as duas duplas da Holanda, as duas dos Estados Unidos, da Letônia, da Rússia, os dois times da Itália. O cenário é bastante competitivo, com diversas possibilidades para uma final. E o Brasil – com nossa dupla, mais o Evandro e o Pedro – os quatro entrando nessa competição com muita vontade, muito orgulho, alegria de representar o país em casa. O vôlei está atravessando um momento muito interessante. A certeza de ter a maioria da torcida gritando o nome de vocês alivia ou aumenta a pressão? BS Um pouco dos dois. A gente vai sempre se contagiar de forma positiva com aquela arena lotada transmitindo energia, mas o desejo e a ansiedade de buscar o melhor resultado são maiores, e a gente acaba se cobrando mais. Na Olimpíada não dá pra errar. Mas a gente consegue lidar bem com isso e chamar a torcida para jogar junto. 50

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O segredo do sucesso está em cada um perceber o dia ruim do parceiro e puxar a responsabilidade daquele momento? BS O vôlei de praia é exatamente isso. Não apenas estar na bola, atacar, fazer ponto, comemorar. Envolve muitos outros fatores. Se fosse apenas a questão técnica, teríamos muitos outras duplas absurdas. A Europa está cheia de jogadores altíssimos, que saltam muito e com muita força física. Mas o vôlei envolve a sensibilidade de perceber a hora de ajudar seu parceiro mais que você mesmo. Graças a Deus nossa dupla tem essa maturidade. Treinamos isso, estamos bem focados no controle emocional, e isso faz a diferença. O fato de ser sobrinho de Oscar Schmidt, nossa grande referência no basquete, influenciou você a seguir pelo caminho do esporte? BS Toda a minha família, desde meus avós, entende a importância do esporte, mesmo que não seja para formar atleta profissional, mas como ferramenta para tornar as pessoas melhores, ensinar valores que você leva pro resto da vida. Para o sucesso profissional, facilita muito o apoio da família, tanto que é bastante comum ver, por trás de atletas que se destacam, famílias que apoiaram esses objetivos, esses sonhos. E estou tendo a felicidade de ter a minha paixão, o vôlei de praia, como profissão. Sou muito grato por isso. Melhor jogador de vôlei de praia do mundo, melhor defensor, jogador mais ofensivo. Atleta do ano.

Quando percebeu que esse “baixinho” poderia ser um gigante? BS Não foi fácil (risos). Sempre acreditei em mim e tive muito prazer em jogar, mas nos últimos oito anos pensei em parar três vezes e só não parei porque minha família esteve o meu lado. Meu pai foi o principal incentivador. Então passei a superar as dificuldades e fui me tornando cada vez mais forte em todos os aspectos. Quanto tempo foi necessário o “paitrocínio”, antes que pudesse viver do esporte? BS Até hoje ainda tenho apoio em determinadas situações. E a falta de patrocínio quase me fez parar. A ausência de políticas públicas é o maior entrave para resultados melhores. Agora o Governo faz de tudo para apoiar, mas sabíamos que isso ocorreria às vésperas da Olimpíada. Infelizmente, em setembro será cada um por si, como antes. Espero que o Brasil seja muito vitorioso, para que movimente esse trabalho em uma direção correta. Somos um país muito imediatista, não temos mentalidade de longo prazo, de crescer de forma gradual. Os compromissos sociais precisaram ser deixados de lado diante da rotina de treinos e campeonatos? BS Este ano ainda está mais tranquilo, ao lado da família, bem mais light. Em 2015, buscando a classificação, tivemos 11 torneios, além da rotina de treino puxada, e passamos a maior parte do tempo fora, foi bem difícil. Por isso é fundamental estar do lado de pessoas que entendem e gostam quase mais do que a gente (risos).



INFORME PUBLICITÁRIO

ITAPARICA CADA VEZ MAIS NOBRE GALWAN COMEÇA A FORMAR GRUPO DE CONDÔMINOS PARA CONSTRUÇÃO DO MAR DO CARIBE, NA PARTE MAIS MODERNA DE ITAPARICA

A

parte mais moderna da praia de Itaparica vai ganhar um lançamento Galwan com muito lazer, em um dos últimos grandes terrenos de frente para o litoral de Vila Velha. O condomínio Mar do Caribe será levantado em uma área de 6.600 metros quadrados (m²), ao lado de construções modernas e em frente a um trecho tranquilo da orla, com calçadão reformulado. Com apartamentos de três e quatro quartos, todos de frente ou com vista para o oceano, o Mar do Caribe é concebido para atender famílias, principalmente as que têm crianças. “É um empreendimento moderno e com estrutura de clube. Além da excelente área de lazer, com mais de 20 itens, inclusive quadra, duas piscinas, cinema, salão de beleza e academia, o acabamento é bem bacana. 52

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Fica em uma área de Itaparica com condomínios modernos, praia tranquila e calçadão reformulado”, explica Jean Setúbal, diretor comercial da Galwan Imobiliária. O projeto ainda está em fase de formalização de adesão de interessados. “As obras começam assim que fecharmos o grupo. No momento, as pessoas que estão aderindo conseguem ter a opção de escolha de unidade”, afirma José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da construtora Galwan. Localizado na avenida Estudante José Júlio de Souza, o empreendimento tem apartamentos de três quartos e duas vagas de garagem com tamanhos que medem de 82,70 m² a 115,70 m².


Todas as imagens são ilustrativas e sujeitas a pequenas alterações

CONDOMÍNIO MAR DO CARIBE Localização: Avenida Estudante José Júlio de Souza, de frente para o mar, em Itaparica. Apartamentos: três quartos com duas vagas de garagem, quatro quartos com três vagas de garagem e coberturas com até quatro vagas de garagem. Informações e adesões: 3200-4004

CRÔNICA

APOLOGIA AO SOL Dias e dias de vento sul gelado, uma chuvinha intermitente, céu plúmbeo. Realmente, um inverno como há muito não se via. Mas como “não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe”, abro a janela hoje pela manhã, e o que vejo? Um radiante Sol! Eu sei que a chuva é necessária e que os dias frios têm também os seus encantos (até gosto bastante de um friozinho), mas nós, brasileiros, que estamos acostumados a “morar num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, quando o Sol desaparece por dias e dias a fio, vamos ficando meio que peixe fora d’água, e até nosso estado de espírito vai se tornando meio cinzento. Por essas e outras é que eu fiquei tão contente ao abrir a janela do quarto e me deparar com um céu sem nuvens, completamente azul, e com um luminoso Sol dourando toda a paisagem. Sem mais delongas, apresso-me para uma caminhada no calçadão da Praia da Costa. A natureza, naturalmente saudosa, estava toda engalanada, pronta para cortejar sua majestade, o Sol. No mar, foi estendida uma esteira dourada, tecida com certeza em noites enluaradas, por hábeis mãos de misteriosas sereias que, enquanto faziam sua trama, eu aposto, cantavam suaves e fascinantes melodias à luz do luar. Há os céticos que dizem ser essa esteira simplesmente o reflexo do sol na água (coitados, não sabem de nada!). Eu prefiro a minha versão! “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!”, dizia o consagrado Olavo Bilac em seus versos “Ouvir Estrelas”.

As unidades de quatro quartos possuem três vagas de garagem e variam de 140,60 m² a 152,90 m². As coberturas vão de 185,17 m² a 330,19 m², com até quatro vagas de garagem. Todos os cômodos já vêm com rebaixamento em gesso, com previsão para instalação de ar-refrigerado do tipo split, bancadas em granito, medidor individualizado de água e de gás, e caixa de descarga ecologicamente correta. A fachada é moderna, toda revestida em cerâmica, e no lazer, o salão de festas multiúso e a academia serão entregues climatizados. Outros itens focados nos adultos são salão de jogos, gourmet grill, espaço gourmet, salão de beleza, pub, sala de repouso, sauna seca, sauna a vapor, spa, churrasqueira a gás e piscina adulto. Com quadra recreativa descoberta e área de cinema, o Espaço dos Jovens será específico para esse público. Já as crianças contam com brinquedoteca, espaço family, playground 0-4 anos, playground 5-12 anos, piscina infantil e salão de festas infantil.

Zéa Galvêas Terra - Cronista zeagalveasterra@gmail.com Eu não ouvi estrelas, mas tentei conversar com uma, pois nada me impedia de “puxar” uma prosa com o astro-rei enquanto caminhava. Fui logo dizendo: “Não acho justo que você desapareça por tantos dias! Seus raios quentes e salutares são imprescindíveis à vida. São eles que enxugam roupas nos varais, afugentam o mofo, beneficiam a saúde, fazem crescer flores e frutos, enfeitam mares, rios e vales, aquecem o corpo e a alma. Enfim, você é uma preciosa dádiva de Deus! Eu o perdoo (continuo o meu monólogo), porque desconfio que o seu sumiço tenha justa causa. Teria você se casado com a Lua e estariam em outras plagas curtindo uma lua de mel? (sem trocadilho). Minha desconfiança tem fundamento, pois a Lua também anda sumida. Há muito tempo ela não vem deitar seus raios sobre a minha cama e aí descansar seu brilho. É... Faz sentido. Vocês sumiram juntos! Se você se casou, o casamento lhe fez muito bem, pois você reapareceu es – plen – do – ro - so!”. Falei sozinha. Não fui capaz de ouvir uma resposta sequer. Mas também não tem importância, porque a missão do Sol é a de aquecer, iluminar e embelezar a vida, e não a de dar conversa a simples mortais.

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Rua que leva o nome de Alziro Vianna, no Centro de Vitória, participante ativo de uma das fases mais tumultuosas da história do Espírito Santo

Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder a essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

ALZIRO VIANNA - A REVOLTA DE XANDOCA: DO CONFRONTO SE FORJA A DEMOCRACIA

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José Eugênio Vieira é pesquisador com diversos livros publicados sobre a História do Espírito Santo e atualmente ocupa a Superintendência do Sebrae

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lziro Vianna viveu uma das fases mais tumultuosas da História do Espírito Santo e dela participou ativamente. Abastado e honesto atacadista na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde nasceu em 30 de outubro de 1878, foi envolvido, por força de acontecimentos que atingiram sua visão do Estado, a um conflito político que chegou muito perto da eclosão de uma revolução. Muito antes desses registros, em 1904, Alziro Vianna, filho do major Frimo da Conceição Vianna e de Ambrozina Vianna, dedicava-se à tranquila vida de comerciante com a loja “Vianna Lima e Comp.”, em sociedade com João Evangelista de Lima e Nestor Gomes - este último viria a ser governador do Espírito Santo. Era uma empresa em comandita destinada à exploração de comércio por atacado de diversos gêneros. Um segundo estabelecimento, a “Casa Comercial Ferreira Vianna”, ampliou seus negócios. Humanista e generoso, Alziro Vianna dedicou-se desde cedo a atividades voltadas para o bem comum, esbrasil •

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tendo sido eleito, no dia 13 de março de 1892, primeiro secretário da Associação Beneficente Cachoeirense. Sua inexperiência no campo político levou-o a uma desastrosa disputa municipal, em 1908. Candidato da oposição ao cargo de prefeito, obteve apenas 92 votos, sendo derrotado pelo seu adversário, sufragado com 788. Em 1913, escolhido vice-presidente do PRL (Partido Republicano Liberal), foi envolvido em ocorrências que iriam abalar a própria estrutura político-democrática do Espírito Santo. Em 25 de março de 1916, foram realizados conturbados pleitos para o Governo do Estado. O resultado apontou a vitória de Marcondes Alves de Souza, mas foi impugnado pelo doutor Pinheiro Júnior, fundador do PRL (Partido Republicano Liberal), do qual Vianna fora titular da vice-presidência, em 1913. Esse entrevero teve desdobramentos até a chamada “Revolta do Xandoca”, quando o candidato derrotado se autoproclamou governador do Estado, sediando sua estrutura administrativa em Colatina.


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Alziro Vianna foi nomeado, pelo governador autodeclarado, prefeito de Cachoeiro de Itapemirim. O alto escalão da Justiça brasileira considerou ilegal o movimento liderado pelo presidente do PRL, julgando como legítima a vitória de Marcondes Alves de Souza. Uma tentativa de sublevação foi denunciada pelo jornal “Diário da Manhã”, na edição de 9 de maio de 1916. Com destaque, o periódico publicou, sob o título “Denúncia à nação”, que um grupo armado, comandado por Vianna, se preparava para atacar municípios e até a capital. O fato não se confirmou, mas se sabe que em 1921 o antigo comerciante, e já então prócer político, transferiu sua residência para Vitória, exercendo na cidade atividade como professor. Alziro Vianna, homem atento à demarrage da economia do Estado, tornou-se acionista do Banco do Espírito Santo. Foi novamente indicado, em 24 de novembro de 1923, para substituir o secretário da Fazenda, o que já fizera em outras ocasiões, e logo depois, em 4 de dezembro, para suceder o secretário da Instrução, enquanto durasse o impedimento do titular, Mirabeau da Rocha Pimentel. Presidente do Estado, Florentino Avidos assinou o Decreto 6.660, datado de 23 de abril de 1924, nomeando-o secretário da Fazenda, função que exerceu até 1928. Realizou, por seu filho Ary de Figueira Vianna, o sonho de ser prefeito de sua cidade natal, entre 1943 e 1946, e como representante de seus comunícipes no Legislativo foi deputado

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estadual, deputado federal (1946 a 1951) e senador da República (de 1955 a 1963). Internado para tratamento na Casa de Saúde Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, lá faleceu, depois de dois meses no hospital, aos 56 anos de idade. Seu corpo foi transladado para Vitória e sepultado no Cemitério de Santo Antônio. Deixou os filhos Ary, Anízio, Amaryls, Magdalena e Maria Laura, casada com o doutor Beleza. Sua esposa chamava-se Corinthia Ferreira da Silva, cujo consórcio foi realizado na Vila de Castelo, no dia 27 de fevereiro de 1904. (Copidesque: Rubens Pontes).

Mais fotos e vídeos na galeria do site: www.esbrasil.com.br/oenderecodahistoria

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ESTILO

EXPOSIÇÃO DE ESCULTURAS EM FERRO QUE DIALOGAM COM O TEMPO

INSCRIÇÕES ENCERRADAS PARA A 5ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE CINEMA DE MUQUI A Mostra Competitiva oficial da 5ª edição do Festival de Cinema de Muqui encerrou, no dia 22 de julho, as inscrições para o recebimento de curta-metragens. A programação que acontece anualmente no município, localizado no Sul do Estado, realiza uma edição comemorativa em 2016 em homenagem aos cinco anos do evento, trazendo como tema o território do tato e do contato pelas mãos e pelo intercâmbio. Dentre as novidades está o troféu “Palma”, concebido pela artista plástica Cláudia Puget, que premiará o melhor filme do júri popular, composto exclusivamente por um grupo de 10 pessoas da cidade. Os filmes inscritos também concorrem ao troféu “Catraca” de melhor filme (documentário, animação e ficção). O evento tem previsão para ocorrer nos dias 9 e 10 de setembro.

A memória do artista como inspiração para o seu trabalho. Essa é a premissa da exposição “A Linha no Tempo e no Espaço”, do escultor Zuilton Ferreira, que está aberta para visitação do público na Casa Porto das Artes Plásticas, em Vitória. A mostra, que conta com 18 peças, tem como referência as recordações de infância do artista, que usa linhas retas, curvas, arcos e semiarcos, para reinterpretar suas vivências na época. O trabalho também dialoga com as lembranças ligadas ao litoral, em que as curvas ganham novos contornos que remetem ao mar e à relação do homem com a natureza. A exposição segue até o dia 27 de agosto, de terça a sexta-feira, das 12 às 19 horas, e aos sábados, das 10 às 14 horas.

GALERIA CULTURAL É INAUGURADA EM SANTA TERESA

TEATRO CARLOS GOMES SEDIA EVENTO PARA ALEXANDRE LIMA

O município de Santa Teresa inaugurou, no dia 25 de junho, a Galeria Cultural Virgína Gasparini Tamanini, um espaço voltado a cultura, artesanato e agroindústria. A abertura contou com a presença do vicegovernador, César Colnago; dos secretários de Estado João Gualberto (Cultura); Rodrigo Coelho (Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social) e José Sales (Turismo); entre outras autoridades. “Uma demanda que temos é a criação do Centro de Referência do Artesanato Capixaba, e esse espaço tem tudo para oficialmente se tornar referência estadual. A equipe de Artesanato da Secretaria acompanhou de perto o processo, e a entrega atende às solicitações da Associação. Além disso, ficamos felizes por ver em um prédio uma integração tão importante de políticas, unindo cultura, assistência e desenvolvimento social, artesanato, agroindústria e empreendedorismo”, destacou Rodrigo Coelho.

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Foto: Divulgação

Foi realizada entre os dias 22 e 31 de julho, no município de Domingos Martins, mais uma edição do Festival Internacional de Inverno de Música Erudita e Popular. O evento contou com mais de 100 atrações, que ficaram distribuídas em diversos pontos da cidade, como o Palco Principal, o Coreto da Praça Dr. Arthur Gerhardt, a Igreja Luterana, a Rua de Lazer e o Espaço Imperador (localizado ao lado do Centro Cultural). Diversas apresentações de bandas e artistas deram um toque especial na festa, como Elias Santos, do Lion Jump, Flávia Mendonça, Grupo Kizomba, Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (foto), Vale Música Jazz Band, entre outros. A edição deste ano também contou com 12 oficinas com aulas voltadas para Prática de Orquestra, Prática de Big Band, Prática de Choro, Prática de Coral (Sede), Violoncelo, Contrabaixo, Violino, Viola, Coral em Paraju e Melgaço, Concertina e Prática de Metais.

Foto: Divulgação

MÚSICA, CULTURA E MUITA ANIMAÇÃO NA 23ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE INVERNO

O Teatro Carlos, no centro da capital, sediou no dia 1 de julho, a terceira edição do show “Viva Alex Acusticamente”, evento que reverte toda a sua renda para o tratamento do músico e ex-secretário de Cultura de Vitória Alexandre Lima, que está em um “estado vegetativo persistente” desde setembro de 2013, quando sofreu uma grave dissecção na aorta. De acordo com Amaro Lima, músico e irmão de Alexandre, a ideia da terceira edição partiu da Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi). Diferente dos eventos anteriores, os shows foram realizados em um formato intimista, apenas com voz e violão. Participaram dessa corrente do bem Anderson Ventura (Java Roots), Renato Casanova (Casaca), Nano Vianna (5nós), Fred (Macucos), Diego Lyra (banda Kalifa), entre outros.



AONDE IR

AFONSO CLÁUDIO, A CIDADE DAS CACHOEIRAS

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ocalizado a 138 km de Vitória, o município de Afonso Cláudio, o maior da região serrana do Espírito Santo, apresenta nos dias de verão temperaturas que superam até mesmo as da capital capixaba. A base das atividades que recepcionam o visitante, com vasta riqueza histórica e cultural, variedades de opções e ótima culinária, não por acaso é o agroturismo. Símbolo local e um dos lugares mais bonitos de lá, a Pedra dos Três Pontões, com 1.100m de altitude, além de bastante procurada pelos trilheiros, é ponto de salto de voo livre. Repleto de belezas naturais, Afonso Cláudio é conhecida como a Cidade EXPERIMENTE Que tal ganhar o céu? É bem provável que você se apaixone pela adrenalina de um voo duplo. Voo Adventure Parapente Contato: (27) 99977-4295 (Denison) Email: denison.fly@hotmail.com / pedrinimarmoreegranito@yahoo.com.br Escola de Parapente Solto no Ar Contato: (27) 99947-6263 (Wilson Trindade)

Fotos: Divulgação Prefeitura

das Cachoeiras, abrigando dezenas delas. As mais frequentadas são a Cachoeira Bonita, a 5 km de distância do Centro, e um pouco mais à frente, a de Santa Luzia (12 km), com queda d’água de 50m e uma piscina natural bastante apreciada. Mas há ainda as cachoeiras Ibicaba, Bela Vista, Fazenda Milton Dias, Guandu, Ibatinga, Rio das Cobras e Rio São Domingos Grande. E em meio a exuberantes paisagens, encontram-se ainda a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes e a Bica de Água Corrente (fonte hidromineral). Também não é difícil se encantar com as localidades de Santo Antônio, Brejalbinha e São Pedro, onde estão sendo criados canários amarelos, que um dia já foram comuns na região. Mais de mil já foram soltos na natureza, por iniciativa do fazendeiro Libério Zandonadi, que ficou reconhecido na cidade por essa iniciativa. E da mesma forma que um grupo vem cuidando de repovoar os céus, uma outra turma tem garantido esse empenho em relação aos rios, com a instalação da Eco-Estação do Rio Peixe, distante a apenas 6 km do Centro. A instituição já soltou dezenas de milhares de alevinos in natura. Vale a pena também conhecer o Centro Cultural José Ribeiro Tristão, situado no Parque Florestal José Ribeiro Tristão, a 1 km do Centro. Não espere nada soberbo em gastronomia e hospedagem na cidade. A riqueza está nas paisagens e nas opções de

GASTRONOMIA As aventuras em Afonso Cláudio começam cedo e muito provavelmente a fome também chegará com antecedência. E nada melhor nessa hora que uma comidinha caseira feita com muito capricho. No Restaurante da Ana, a cada dia tem um prato diferente, mas o destaque da casa fica mesmo por conta da feijoada completa, servida toda quarta-feira e, claro, aos domingos.

RESTAURANTE DA ANA Endereço: Av. Eliezer Lacerda Fafá, 389 – São Tarcísio. Funcionamento: das 10 às 14h Contato: (27) 3735-1509

aventura. Mas no Hotel 3 Pontões, à margem da Cachoeira do Rio do Peixe, com ampla área arborizada, você dorme com o barulhinho bom da queda d’água e é despertado pelo cantar dos pássaros, além de ter garantido conforto, higiene e bom atendimento. Confira a instalações em www.hotel3pontoes.com.br. Reservas podem ser feitas telefone (27) 3735-3737.



Fotos: Divulgação

TEST DRIVE

BMW X1

O prazer de dirigir a cada viagem

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segunda geração do BMW X1, disponível na BM Vitória, se tornou um verdadeiro SUV compacto, abrindo outros caminhos e indo além das soluções rotineiras. Desde a primeira percepção, fica clara a imponência do veículo, bastante presente nas alterações estéticas consonantes com o novo conceito do modelo, que de crossover passa a ser identificado como utilitário esportivo. Mantendo a filosofia BMW X, o interior do carro ostenta materiais de elevada qualidade e acabamentos especiais que encantam ao primeiro contato. A intuitiva concepção de uso o torna bastante convidativo e extremamente versátil. Todos os seus detalhes internos fazem com que o X1 se destaque por seu design inovador e sofisticado, e por uma praticidade vista em seu generoso painel central, que vem com suportes para bebidas fechados por persianas e outros compartimentos para objetos que elevam a sua versatilidade. Por dentro, impressionam os bancos de posição elevada, que oferecem uma vista panorâmica tanto para o condutor quanto para os passageiros, proporcionando um aumento considerável da segurança no trânsito, além de um conforto maior. O design externo desperta o espírito aventureiro, devido aos componentes característicos de um SAV (sports activity vehicle) que combinam a versatilidade e a esportividade do estilo de vida urbano. Detalhes como as air blades na porta do bagageiro e a integração das cortinas de ar nas entradas frontais são um atrativo à parte, por contribuir para uma aerodinâmica perfeita e um consumo reduzido. O novo BMW é perfeitamente reconhecível mesmo em plena escuridão, devido à sua inconfundível frente que permite uma imediata identificação como membro da família X. Seus faróis LED oferecem uma luz eficiente para intensidades baixas e altas, com uma luminosidade muito mais forte e de maior alcance do cone luminoso.

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BMW X1 Motorização: 2.0 turbo de 192cv ou 231cv Transmissão: automática de 8 marchas Pneus: run flat Rodas: Aro 18’ ou 19’ Dimensões • Comprimento: 4,439m • Largura: 2,06m • Altura: 1,612m Capacidade • Porta-malas: 505 litros • Tanque: 61 litros

As versões sDrive20i X-Line e xDrive25i M Sport vêm ainda com teto solar elétrico panorâmico, que confere uma visão fantástica, inundando de luz o interior e oferecendo um ambiente espaçoso e aberto. Outros diferenciais interessantes ficam por conta da abertura e do fechamento automático do porta-malas, com a chave do veículo ou com o botão localizado na tampa da porta traseira. Também não podemos deixar de falar da mais nova geração de motores a gasolina BMW TwinPower Turbo, que demonstra uma potência ágil e uma resposta surpreendente, mesmo em baixos giros. Os motores inovadores aliam a última tecnologia de injeção de combustível e o controle totalmente variável das válvulas, incluindo o duploVANOS com turbocompressão, o que representa a base fundamental da estratégia de desenvolvimento do BMW EfficientDynamics. Um resultado incrível que comprova ainda mais a agilidade da BMW.


NISSAN SENTRA RENOVA VISUAL NA LINHA 2017

FORD FIESTA 1.0 ECOBOOST ESTREIA NO PAÍS POR R$ 71.990 O Ford Fiesta foi o modelo escolhido para estrear o aclamado motor 1.0 EcoBoost no país, que rende 125 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 17,3 kgfm a 1.400 rpm. Saindo por R$ 71.990, o veículo, que em um primeiro momento é oferecido somente a gasolina, vem apenas na versão topo de linha, rebatizada de Titanium Plus. O conjunto tricilíndrico é um dos mais modernos à venda no Brasil, trazendo bloco de ferro fundido, coletor de escape integrado ao cabeçote, injeção direta de combustível, resfriamento dos pistões, duplo comando variável de válvulas e correia banhada a óleo. Já a transmissão é automatizada de dupla embreagem Powershift de seis marchas, com opção de trocas sequenciais.

USO DO FAROL BAIXO EM RODOVIAS PASSA A SER OBRIGATÓRIO DURANTE O DIA Motoristas precisam ficar mais atentos às novas regras de trânsito, que passaram a exigir, desde o dia 8 de julho, o uso de farol baixo nas rodovias do país durante o dia. A medida busca aumentar a segurança nas estradas, reduzindo o número de acidentes frontais. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a presença de luzes acesas diminui entre 5% e 10% o número de colisões durante o dia. Estudos mostram que a maioria das batidas de frente é causada pela não percepção do outro veículo por parte do motorista, a tempo de reagir para evitar o acidente ou pelo julgamento errado da distância e velocidade do automóvel que trafega na direção contrária em casos de ultrapassagem. Aqueles que forem flagrados com as luzes apagadas serão multados em R$ 85,13, por infração leve, e terão quatro pontos na carteira de habilitação.

O novo Nissan Sentra chegou ao mercado apresentando mudanças em seu visual, além de equipamentos novos e melhorias no sistema de direção e no isolamento acústico. O modelo vem com grandes novidades no design externo, como a grade com friso em forma de V; os faróis com contornos irregulares LED de posição (na versão mais cara); o capô com vincos mais pronunciados; e os para-lamas mais encorpados. O sedã também apresenta um aspecto ainda mais esportivo devido às novas rodas de liga leve e ao volante inspirado no cupê 370Z, com três raios e área central reduzida. A maior ousadia, porém, fica por conta dos novos equipamentos do Sentra 2017 (que vem em três versões), como a transmissão automática, controle eletrônico de estabilidade, sensor de estacionamento, ar-condicionado dual zone, piloto automático, sistema multimídia, câmera de ré, teto solar, entre outros itens.

500 CILINDRADAS CHEGAM À MOTO VENA A linha de motocicletas de 500 cilindradas da Honda já se encontra disponível na Moto Vena, em Vitória. Projetadas para quem precisa de um meio de locomoção eficaz e econômico, as versões 2016 chegam com novo design, cores e grafismos, além de melhorias que dão um toque a mais na esportividade, sem deixar de lado o conforto e a facilidade de pilotagem. As motos, com destaque para os modelos CB 500F e CB 500X, contam com três anos de garantia sem limite de quilometragem e com o serviço de assistência Honda Assistance 24h, disponível em todo o território nacional e em países do Mercosul.

VOLVO INICIA PRÉ-VENDA DO XC60 DIESEL A Volvo já está aceitando reservas de interessados no XC60 movido a diesel. O veículo, que vem com motorização 2.4 turbodiesel (mais potente do segmento, com 220 cv), foi oferecido neste mês de julho com um valor promocional de R$ 199 mil. Em agosto, seu preço será reajustado para R$ 215.950. O XC60 é o modelo da marca mais vendido no país, respondendo por 65% das comercializações da empresa no Brasil. De janeiro a julho deste ano, foram quase 900 unidades. Além da versão D5, o carro vem nas opções 2.0 T5, de 245 cv, e 3.0 T6, com 305 cv. radio.esbrasil.com.br •

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GASTRONOMIA

ALTA GASTRONOMIA NAS MONTANHAS O Argento Parrilla está alçando voos mais altos, expandindo sua alta gastronomia para a região das montanhas. O estabelecimento, que faz muito sucesso na Grande Vitória, agora também irá apresentar o que há de melhor na culinária “hermana” na região de Pedra Azul, em Domingos Martins, por meio de seu novo restaurante, o Argento Vista Azul, que ficará localizado dentro Bristol Vista Azul, empreendimento de luxo que será inaugurado em meados de setembro. Quase 80% do cardápio seguirá a mesma linha de seus restaurantes da região metropolitana, porém, trazendo como novidade, uma mesa de frios e quentes, que irão servir de acompanhamento a carnes, peixes e frutos do mar. De acordo com Fernando Salem, sócio-proprietário da casa, serão 30 acompanhamentos no total. “Os clientes poderão escolher uma proteína e se servirem nas mesas, que terão saladas, massas, risotos, sopas, batatas, entre outras opções. O Argento Vista Azul terá capacidade para 160 pessoas, além de outras 60, que também poderão desfrutar o lounge”, explica. O estabelecimento funcionará todos os dias, no horário do almoço e do jantar. Foto: Divulgação Foto: Tadeu Brunelli

PRIMEIRA UNIDADE DO COCO BAMBU É INAUGURADA NO ESTADO Considerado como um dos mais premiados restaurantes brasileiros, o Coco Bambu desembarcou neste mês de julho no município de Vila Velha. O estabelecimento, presente em sete estados do país, está instalado na entrada gourmet do Shopping Praia da Costa, em uma área de área de 2.500 m2 que inclui espaço exclusivo para eventos, sala VIP, brinquedoteca, duas adegas climatizadas com 200 rótulos nacionais e internacionais, além de uma torteria. No Estado, a unidade está sob o comando dos sócios Rafael Rocha, Thiago Studart e Fernando Grangeiro. Dentre as delícias que podem ser saboreadas, está o prato “Rede de Pescador”, o carro-chefe da casa, que leva lagosta, camarão, mexilhões, peixe e lula grelhados, acompanhado de arroz de açafrão.

CONHEÇA AS DELÍCIAS DO MADERO STEAK HOUSE Os apaixonados por hambúrgueres estão com motivos de sobra para comemorar a chegada do Madero Steak House ao Estado. O estabelecimento, inaugurado recentemente nos shoppings Vitória e Praia da Costa (Vila Velha), oferece um cardápio completo de sanduíches gourmets e carnes especiais, como o premiado Cheeseburger Madero, feito com uma combinação das melhores carnes, pão crocante assado na hora, alface americana, tomates frescos, cebola grelhada, queijo cheddar e a inconfundível maionese artesanal. A Picanha Super Premium e o Bife de Chorizo também são uma ótima pedida. Ambos são grelhados na churrasqueira e servidos com uma pequena salada e molho chimichurri, preparado com ervas frescas. “Temos o cuidado de oferecer um alimento que seja sempre muito saudável, sem abrir mão do sabor diferenciado das receitas artesanais que trouxe de família”, revela o chef e empresário paranaense Junior Durski.

MENU ES BRASIL ALESSANDRO ELLER

chef do restaurante Amarillo Localizado junto ao Acquamania, em Guarapari, o Amarillo é um restaurante contemporâneo que tem como conceito a comida caseira com toque do chef. Entre os destaques do menu está a picanha suína. “Esta picanha é servida com molho de limão e batatas. Recomendo este prato porque a combinação da carne com a acidez do molho cítrico proporciona um sabor incrível que todos adoram!.”



IVO NOGUEIRA DIAS

SOMOS SERES CHEIOS DE PAIXÃO

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uando você estiver deprimido e confuso e precisar de amor e carinho e nada, nada, estiver dando certo, apenas feche os olhos e pense em mim e logo eu estarei aí para iluminar a sua noite mais escura. Você tem um amigo. Basta chamar o meu nome e, você sabe, onde quer que eu esteja eu irei correndo pra ver você de novo. Seja primavera, seja verão, seja outono ou seja inverno, basta você me chamar. E eu estarei aí, estarei sim; afinal, você tem um amigo. Se o céu lá acima de você ficar escuro e cheio de nuvens e aquele vento frio do norte começar a soprar, basta ficar de cabeça fria e chamar o meu nome bem alto, e você sabe que logo eu estarei batendo à sua porta, juntinho de você. Basta chamar o meu nome, e você sabe, onde quer que eu esteja eu irei correndo pra ver você de novo, afinal, você tem um amigo. E não é bom saber que tens um amigo? Mesmo quando as pessoas possam ser tão frias. Elas te magoarão. Elas te abandonarão. E vão até tentar tirar a sua alma se você deixar. Mas não deixe. Basta chamar o meu nome e você sabe, onde quer que eu esteja eu irei correndo pra ver você de novo, afinal você tem um amigo, um amigo pra andar, pra falar e tudo o mais. Não importa o quão deprimido você se sinta às vezes. É sempre bom saber que você tem um amigo. Não deixe que termine o dia sem ter crescido um pouco, sem ter sido feliz, sem ter ampliado os teus sonhos. Não se deixe vencer pelo desânimo. Não permita que alguém retire o direito de se expressar, o que é quase um dever. Não abandone os desejos de fazer da sua vida algo ainda mais extraordinário. Não deixe de acreditar que as palavras e a ousadia podem mudar o mundo. Aconteça o que acontecer, a nossa essência ficará intacta. Somos seres cheios de paixão. A vida pode ser um deserto ou um oásis e isso só dependerá das nossas atitudes.

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Seja você o protagonista da sua própria história. Ainda que o vento, por vezes, sopre contra, a vida continua. Não deixe nunca de sonhar, porque são os sonhos que tornam o homem livre. Só você pode realizar isso. Amizade é algo fundamental em nossa vida. E aqui me refiro a amigos de verdade, não os imaginários ou os virtuais, tão na moda hoje em dia, com os quais se trocam palavras à distância sem um maior compromisso. Os reais serão verdadeiramente, bem poucos. Ter amigos em quem se pode confiar e se amparar nos momentos em que possamos estar carentes e até mesmo por demais de felizes é algo muito especial. Eu, particularmente, posso afirmar que tenho pouco desses amigos verdadeiros. Dá pra contar nos dedos de uma das mãos e, creio, sobrarão dedos. Mas também tenho a certeza de que, no momento em que precisar desse amigo, poderei contar e não me decepcionar. Isso já tem ocorrido. Em um tempo tão etéreo, como o que vivemos nossos dias, em que tudo é passageiro e o que é fato ao amanhecer já não se sustenta pelo meio do dia e deixou de ser relevante ao entardecer, ter e poder contar com o “ombro amigo” é de fundamental importância para uma existência equilibrada. Busque esses momentos únicos e pessoais e cultive o verdadeiro valor de uma amizade. Isso fará toda a diferença na sua vida. O sol está dentro de cada um. Sorrir e acreditar em si são o caminho para alcançar a luz e o brilho que irradia da própria existência e acalenta a crença em nós mesmos. Acreditemos no próprio sol, ele mora no “eu” e ilumina o tudo e o todo. A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano. Victor Hugo



LUIZ FERNANDO LEITÃO tiragosto@revistaesbrasil.com.br

PRATOS DO DIA O Livro de Ouro das Revoluções Mark Almond Felicidade ou Morte Leandro Karnal

Eu Te Odeio Corey Taylor

ANTES DE MORRER

• A picanha de sol do MeatPack é imperdível. • Festa do Morango, Festival do Vinho e forró em Itaúnas. Mesmo na crise, o ES faz belos eventos. • Madero e Coco Bambu são as novidades de Vila Velha. • A coluna se solidariza com os moradores do Grand Parc. • O Norte tá sofrendo com a seca. • Apareceu uma lanterninha no fim do túnel.

Inspirados no projeto artístico “Before I Die”, o animador Ângelo Valente e a gerontologista Sofia Nunes resolveram perguntar a um grupo de idosos que moram no Centro Comunitário da Gafanha do Carmo, em Portugal, o que eles gostariam de fazer antes de morrer. As respostas foram surpreendentes. Alguns revelaram que queriam voltar a enxergar, outros sonhavam em dirigir um carro novamente ou simplesmente em mudar a cor do cabelo. O melhor é que, com a campanha, vários desejos foram realizados. O ensaio completo dos sonhos e dos desejos pode ser conferido no site do Centro. Foto: Divulgação

MOQUEQUINHAS

PURA ARTE

• As Olimpíadas • Os atentados

Foto: elaviaja.wordpress.com

CARDÁPIO DE ASSUNTOS

Sexo e arte: seriam os dois compatíveis? Para quem acha que sim, existem sete locais que exploram o assunto mundo afora. Quer fazer o tour mundial de museus sobre sexo? Segue a lista: Sex Machine, na República Tcheca; Heritaje Musem, em Las Vegas (EUA); Venustempel, em Amsterdã (Holanda); World Erotic Art Museum, em Miami (EUA); Museu Erótico, em San Petersburgo (Rússia); Antique Vibrator Museum, em San Fransisco (EUA); Museu Jeju Loveland, na Coreia do Sul. Boa viagem!

• As delações premiadas

DICA DO CHEF

• Pokémon • Madame Trump • As eleições de Vitória

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“A companhia de um bom livro e uma taça de vinho.” Prof. Sergio Rodrigues revistaesbrasil

A SAIDEIRA! “É um homem muito perigoso, pois acredita em tudo o que diz.” Honoré Mirabeau




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