LUXO Mais que glamour, um estilo de vida
NEGÓCIOS Aplicativos locais que facilitam seu dia a dia
Constelar Ferramenta para grandes dilemas empresariais
GOVERNANÇA Aprenda a gerir tributos e aumente sua lucratividade
D Nº 144 • R$ 10,50 • www.esbrasil.com.br
10 anos de crise O que podemos aprender com ela?
Lições do passado que ficam para o presente e o futuro do Espírito Santo e do Brasil entrevista Leonardo de Castro fala sobre os planos à frente da findes
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CAPA
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SUMÁRIO
Dez anos de crise. A falta de estabilidade na economia já se arrasta por uma década, e hoje as incertezas políticas impedem prever o fim desse cenário. Nesta edição, ES Brasil faz uma análise de acontecimentos que impactaram os setores produtivos nacionais e as possíveis soluções para o crescimento do país, principalmente no Espírito Santo.
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Entrevista
O mais jovem empresário a assumir a presidência da Findes e que ficará à frente da entidade até 2020, Leonardo de Castro afirma que o foco da nova diretoria será atuar no tripé inovação, produtividade e desenvolvimento de mercado. Nessa entrevista, fala sobre os caminhos a serem tomados e desafios que precisam ser vencidos para que o Brasil e do Espírito Santo possam retomar o crescimento.
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Entrevista
Especialista em Cidades Criativas, Ana Carla Fonseca acredita que um ambiente diferente e elaborado propicia a realização pessoal. Ela defende que todos nascem com o potencial ligado à inovação, mas isso não é condição única e suficiente para que essa capacidade seja concretizada. Na entrevista, a analista detalha os motivos que podem levar o indivíduo a ser criativo e o modo de aproveitar ao máximo essa qualidade.
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Periscópio
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Agenda
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Família SA
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Política
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Gestão
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Corecon
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O Endereço da História
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Motores
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Tira-Gosto
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40 Gestão A rotina empresarial é repleta de decisões. Abrir ou fechar um negócio? Contratar ou demitir funcionários? Como inovar na gestão? Mas há uma ferramenta que pode orientá-lo bastante. A Constelação Organizacional dá transparência a situações que estão nebulosas e, dessa forma, auxiliam na definição de ações estratégicas.
O Espírito Santo tem a gastronomia como uma grande vitrine para mercado nacional, mas a tecnologia também vem se tornando um ponto forte. Aplicativos, alguns recém-lançados, foram desenvolvidos para facilitar a vida dos consumidores. E o melhor, há apps com DNA capixaba, aqui idealizados e voltados para as necessidades da população do Estado.
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Sustentabilidade é caminho para o desenvolvimento
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Enio Bergoli
Mobilidade urbana: o futuro dos capixabas sendo construído hoje
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Luiz Fernando Schettino
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Atualidade
O mercado de luxo capixaba convida cada vez mais seus adeptos a gastar em favor do conforto, para saciar um desejo, materializar uma emoção, buscar extrema qualidade, externar bom gosto ou mesmo poder. Especialistas confirmam que o segmento movimenta a economia e apostam em um crescimento considerável até 2020.
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editorial ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.
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m meados de 2007, começou a crescer no mercado financeiro norte-americano uma bolha cujo estouro ecoa até hoje ao redor do mundo. E esse estouro ocorreu no ano seguinte, quando a promessa era de que o Espírito Santo se tornaria a “bola da vez” com a descoberta da camada pré-sal. Foi o início de uma turbulência financeira que já dura 10 anos. E claro que não poderiam ser pequenos os impactos em um Estado com 52% de sua economia internacionalizada. Mas o que aprendemos com a recessão, agravada no Brasil pela instabilidade política? Confira diversas análises sobre os acontecimentos que atingiram a economia brasileira e os caminhos que podem contribuir para o desenvolvimento do Espírito Santo.
Em meio a esse cenário, o empresário Leonardo de Castro assume a presidência da Findes com o desafio de estruturar uma convergência de ações capazes de melhorar o ambiente de negócios, estimular a inovação e, assim, garantir uma indústria forte. Veja outros posicionamentos defendidos pelo dirigente, entre eles a adoção do empreendedorismo como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico na construção de um Espírito Santo mais próspero.
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Diretor-Executivo Mário Fernando Souza Diretora de Operações Julicéia Dornelas
EDITORIAL Editor-Executivo Mário Fernando Souza Gerente de Produto Elisângela Egert Gerente Editorial Leticia Vieira Apoio Produção Mara Cimero Estagiária de Redação Aline Pagotto Textos Gustavo Costa, Luciene Araújo, Mary Martins, Weber Caldas e Yasmin Vilhena Edição de Arte Hobberson Miranda e Michel Sabarense Colaboraram nesta edição Enio Bergoli e Luiz Fernando Schettino Fotografia Jackson Gonçalves e fotos cedidas e arquivos Next Editorial
Um ambiente bem elaborado é capaz de propiciar realização pessoal. A afirmação é da especialista em Cidades Criativas Ana Carla Fonseca, a entrevistada desta edição. Ela defende que todos nascem com o potencial criativo, mas isso não é condição única e suficiente para que esse traço seja concretizado. Por isso, aponta, é preciso seguir as diretrizes para que essa qualidade seja aproveitada ao máximo.
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E enquanto o Brasil se esforça para retomar o eixo – previsões de especialistas apontam para um crescimento de no máximo 1,5% em 2017 –, o mercado de luxo tem projeções de avanço de expressivos 4% ao ano até 2020, quando o número de milionários no território nacional deverá registrar um salto de 37%, passando de 168 mil para 229 mil. No Espírito Santo, esse nicho conquista cada vez mais os que estão em busca de, principalmente, experiências únicas.
Gerente de Publicidade Scheila Ramos Gerente de Contas Rodrigo Moscon Apoio Comercial Lívia Souza (27) 2123-6506 - publicidade@nxte.com.br
Aplicativos desenvolvidos exclusivamente no Espírito Santo prometem facilitar a vida dos capixabas e turistas. Veja como seu smartphone pode ajudá-lo no seu dia a dia e mantê-lo conectado ao trabalho, à família e aos amigos. Boa leitura!
Analista de Marketing Antônio Nogueira Assinatura e números anteriores: (27) 2123-6525 Serviço de Atendimento ao Assinante Segunda a sexta, das 9h às 18h
Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil
REDAÇÃO
Trazemos ainda artigos e opções de boa gastronomia e entretenimento.
Opinião do Leitor
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MERCADO LEITOR
“A ES Brasil traz um conteúdo bastante segmentado. Moro no Espírito Santo há cinco anos e, desde que cheguei aqui, a revista se tornou leitura constante. A publicação traz análises muito boas sobre a política e a economia tanto nacional quanto estadual, além de artigos e boas dicas gastronômicas e turísticas.”
“Acompanho a ES Brasil não apenas em sua versão impressa, mas também pelo site. Sou fã do cuidado com que a notícia do dia a dia do Espírito Santo é apurada, dos artigos e das saborosas dicas sobre a rica gastronomia de nosso Estado. Para ficar perfeita, só está faltando uma coluna de moda.”
Maurício Sena, ortodontista
Marisa Trombini , estilista
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Endereço: Avenida Paulino Müller, 795 Jucutuquara – Vitória/ES – CEP 29040-715 Telefax: (27) 2123-6500 (27) 2123-6527/2123-6529 98147-5951 E-mail: redacao@nxte.com.br
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ESPECIAL
luciene araújo
Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil? A ausência de tranquilidade na economia já se arrasta por uma década e hoje as incertezas políticas impedem prever o fim desse cenário
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m novembro de 2007, uma notícia colocava o Estado em evidência. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciava a descoberta de petróleo na camada pré-sal, em uma extensão de 800 quilômetros, do Espírito Santo a Santa Catarina. Segundo a Petrobras, a exploração das jazidas começaria pelo litoral capixaba, e os royalties renderiam ao Estado e a quatro de seus municípios cerca de R$ 4,5 milhões. Em meio a tantas expectativas positivas de desenvolvimento para o Brasil, que se tornaria autossuficiente e passaria a exportar o “ouro
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negro”, a economia mundial foi abalada por algo inesperado: a quebra do Lehman Brothers, tradicional banco norte-americano, o que explicitou o grave problema não apenas no mercado imobiliário, mas também em todo o sistema financeiro dos EUA Considerado o pior acontecimento depois do crack da Bolsa de 1929, o fato foi oficializado no dia 15 de setembro de 2008 e marcou o início de uma crise que iria desestruturar fortes economias, como a europeia e a canadense, e também impactar de forma significativa os países emergentes.
Dias depois da concordata pedida pelo Lehman, houve a falência da maior empresa seguradora dos Estados Unidos, a AIG (American International Group), e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro registrou a maior contração de sua história, queda de 1,5% no quarto trimestre de 2008 em relação ao anterior. No Brasil, grandes empresas, como a então Aracruz Celulose (hoje Fibria) e a Votorantim, amargaram baques bilionários. O mundo assistiu a um forte declínio no consumo, o que acabou afetando a produção e os investimentos privados. A redução da demanda geral levou à perda de dinamismo da economia. “A crise sinalizou que viria ao fim de 2006, mostrou que estava instalada em 2007, quando os consumidores começaram a entregar seus imóveis diante da impossibilidade de arcar com as mensalidades, e estourou em 2008, com a quebra das empresas que financiavam os imóveis. E o problema de ordem financeira que se iniciou nos Estados Unidos contaminou imediatamente a Europa e foi para a Ásia por conta da internacionalização do mercado financeiro”, explica a economista e professora da Fucape Arilda Teixeira. Tudo começou no primeiro mandato de Bill Clinton, quando o presidente norteamericano diminuiu as exigências de acesso a financiamentos, o que levou muito mais pessoas a adquirir seus imóveis, impulsionando tal mercado. As agências financiadoras desses bens vendiam ativos para outra financeira, que emitia papel de aplicação para ganhar os rendimentos da
O Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA, pediu concordata em 2008. Em setembro daquele ano, registrou baixa contábil de US$ 7,8 bilhões
“O Brasil parou de crescer porque aqui voltou a imperar a ideia de soberania total do mercado e porque, desde 2015, o país não tem política industrial” Arlindo Vilasqui, economista Ufes
unidade imobiliária, criando uma cadeia de aportes. “Mas o sistema financeiro é flutuante, e a mensalidade, paga de acordo com a taxa do dia do vencimento. Nesse período, a política monetária do FED, o banco central dos EUA, elevou os juros para controlar a inflação, e diversos mutuários não tiveram capacidade de pagar. A legislação diz que, com três meses de atraso, o imóvel é tomado automaticamente. Assim, muitos imóveis começaram a ser devolvidos. Por isso foi chamada de crise subprime”, destaca Arilda. Em outras palavras, fabricavam-se riquezas sob a forma INVESTIMENTO fictícia, por meio Nos próximos cinco anos, a Petrobras deverá investir US$ 2,5 de negociação de bilhões no Espírito Santo, quase R$ 8 bilhões. O anúncio foi feito pelo presidente da estatal, Pedro Parente, que veio ao Estado para títulos em mercados a cerimônia de posse do novo presidente da Findes, Leonardo de de derivativos, e esse Castro, no início de agosto patrimônio virtual descolou-se forteIndústria Industrias de Industrias Mês geral mente da economia extrativas transformação real. “A crise de 2008 Dezembro 2015 4,4 6,4 1,8 foi falta de escrúDezembro 2016 -18,7 -31,0 -1,4 pulo dos agentes Maio 2017 3,4 4,6 2,3 econômicos.”
A crise no mercado imobiliário norteamericano conseguiu fazer violento estrago ao redor do planeta. “Simples entender isso. Um chinês pode, sem sair de casa, fazer aplicações na bolsa de Nova Iorque; um norte-americano pode comprar títulos públicos no Brasil e fazer aplicações. O capital financeiro não tem barreiras nem proprietário definido. Pode ser um fundo de pensão, de investimento. A tecnologia da informação permite às pessoas saber quais as melhores aplicações. Não é mais necessariamente onde eu moro que estou aplicando meu dinheiro. Por isso, o contágio do sistema financeiro hoje é incontrolável”, detalha Arilda. Economista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Arlindo Vilasqui avalia que o processo econômico não é tão datado. “Mas podemos apontar alguns eventos que contribuíram para essa crise. Vamos começar pela chamada crise do petróleo, na década de 1970, que na realidade foi uma mudança de preços relativos na economia mundial, a favor dos países produtores, o que desencadeou uma mudança estrutural na economia mundial.” O petróleo passou a circular pela economia mundial, por meio dos bancos privados, em razão das tecnologias da informação e das telecomunicações. Um processo crescente de financeirização global, propiciado por uma alta exponencial de ativos financeiros e pela velocidade com que circulam em escala mundial. “O d i n hei ro s empre c i rc u lou mundialmente, mas em velocidade e intensidade muito diferentes das que radio.esbrasil.com.br •
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ESPECIAL
Há menos de um ano na Presidência, Michel Temer amarga 95% de repovação, situação pior que a de Dilma às vésperas do impeachment, quando a petista tinha 63% de reprovação
vemos hoje. Há 50 anos você quase não ouvia falar em derivativos, é um fenômeno novo”, complementa Vilasqui. Para ele, tal realidade “não respeita fronteiras” e se impôs a partir do chamado Consenso de Washington, realizado em 1989, pelo Instituto Internacional de Economia, sob o nome de “Latin Americ Adjustment: How Much Has Happened?” (Ajuste da América Latina: quanto já foi feito?). No encontro, que reuniu instituições, economistas, pensadores e gestores públicos, foram traçadas recomendações para ampliar o neoliberalismo nos países da América Latina. O objetivo era acelerar o desenvolvimento sem piorar a distribuição de renda, por meio de três eixos centrais: abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e controle fiscal macroeconômico. “No Brasil, com Mário Henrique Simonsen e depois Delfim Netto na Fazenda; na Inglaterra, com a primeira-ministra Margaret Thatcher; e nos Estados Unidos, com o presidente Ronald Reagan, criou-se uma liberdade irrestrita para a movimentação do capital financeiro. Por exemplo, o limite de transferência do lucro de uma multinacional no Brasil para fora do país deixou de existir. E essa livre movimentação abriu espaço para uma série de crises nos últimos 50 anos: na Rússia, na Coreia, na Argentina, no Brasil, no México e, mais recentemente, no mercado imobiliário estadunidense”, aponta Vilasqui. O professor defende que o capital financeiro nesse sistema “depende de presas” e aponta algumas delas. “A presa da década de 1990 no Brasil foi a privatização; na China, foi a transferência de ativos para montar empresas; e nos anos 2000, foi o mercado imobiliário. Então, quando falamos de 2007, estamos nos referindo a uma erupção desse vulcão em permanente incandescência. Obviamente que continuamos a viver problemas em países europeus. A Grécia é o caso mais emblemático, mas Portugal, Espanha França e Itália estão passando por isso”, observa. Vilasqui defende que esse processo é permanente, porque o poder político do capital é globalizado. “Não há como tentar segurar isso. Quando interessa ao poder, ele provoca impeachment se criada qualquer possibilidade de uma alternativa a essa liberdade. 10
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Uma delas foi desenhada recentemente com os Brics (acrônimo que se refere aos países emergentes membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”. Mas então por que China, Rússia e Índia têm conseguido crescer acima da média brasileira? Nesse ponto os economistas Arilda e Vilasqui indicam a mesma causa: falta de políticas públicas industriais que tirem o país da dependência das commodities. No entanto, os analistas discordam quanto à responsabilidade de gestores públicos. “O Brasil parou de crescer porque aqui voltou a imperar a ideia de soberania total do mercado e porque, desde 2015, o país não tem política industrial, enquanto essas outras nações têm. Aqui, o chamado ideal de liberdade é controlado pelas mineradoras e pelo agronegócio, os dois maiores poderes econômicos e políticos no Brasil”, critica Vilasqui. Arilda apresenta outra visão. “O governo Lula, ainda que tenha tido a mesma percepção do de Dilma, foi mais esperto e teve sorte. Ele deu autonomia ao Banco Central de fazer uma política monetária mais crível que a de Dilma, além de ter sido muito beneficiado com a alta da cotação das commodities. O crescimento da China sustentou a demanda mundial por commodities em 2010 e também em 2011. Lula teve superávit fiscal e pôde contar com reservas em dólares não porque estava fazendo uma boa gestão ou controlando bem os gastos, mas porque entrava muito dinheiro. Ocorre que o ritmo que as despesas passaram a crescer se tornou muito maior que a receita. A China decidiu se voltar aos problemas internos e desacelerou a economia brasileira.” Arilda afirma ainda que Dilma é de uma geração de economistas instruída pelo viés socialista, por ser coletivamente mais justo, o que acabaria com as desigualdades. “E se fôssemos olhar pelo lado social, ele seria infinitamente mais justo que o capitalismo. O problema é que Dilma nomeou como secretário do Tesouro Nacional uma pessoa tão irresponsável quanto ela, o Arno Augustin, que fez uma contabilidade criativa, escondendo gastos excessivos, déficits. Produziu um resultado falso e, com isso, foi contaminando a credibilidade na política fiscal, além de produzir aumento nos gastos
FUNDAP Em 2012, uma decisão política originou prejuízos bilionários ao Espírito Santo, a aprovação do Projeto de Resolução do Senado (PRS) 72/2010, que reduzia e uniformizava a alíquota de importação do ICMS de operações interestaduais. Na prática, decretava o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias, o Fudap. Em dezembro de 2016, o ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho declarou que a empresa pagou cerca de R$ 4 milhões a senadores para garantir a aprovação do PRS. Segundo o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex-ES), o fim do Fundap, até março deste ano, já causou perdas de mais de R$ 4 bilhões ao Estado, e 70 empresas de exportação deixaram o território capixaba.
Inflação anual -ipca(série histórica)
públicos, principalmente com pessoal. A manipulação contábil dos resultados fiscais veio à tona, e isso é sim crime constitucional, o que permitiu o pedido de impeachment da presidente. O PT acabou com a possibilidade de, nos próximos 100 anos, a social democracia voltar ao poder no Brasil. O governo Dilma concluiu a lambança que o governo Lula começou”, frisa Arilda. Em relação a Michel Temer, ambos concordam que o presidente deve ser investigado, pois não há por que não se verificar as sérias acusações colocadas. A população, alertam, precisa ficar atenta aos deputados que se posicionaram contra essa apuração.
Âmbito social Professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo, Lívia de Cássia Godoi Moraes destaca que a crise de 2008 tem seus fundamentos na década de 1970, quando não se conseguia mais atingir as taxas de lucro dos “30 anos gloriosos” do pós-Segunda Guerra Mundial. “Em resposta a essa crise, houve grande reestruturação na organização do trabalho, o toyotismo se tornou hegemônico, o ideário político predominante passou a ser o neoliberalismo. E, na tentativa de ter uma resposta financeira mais rápida, a economia deu lugar ao processo de financeirização crescente. Foi essa aposta no mundo financeiro (fundos, bolsa de valores, títulos da dívida, derivativos) que desembocou na crise de 2007/8 nos EUA”, aponta. Lívia explica que essa postura no mundo financeiro, “somada à reestruturação produtiva, fez com que houvesse desindustrialização”. Ao mesmo tempo em que se facilitaram os créditos, mais pessoas ficavam desempregadas, até que não puderam mais pagar os empréstimos, lembra a socióloga. “A bolha estourou. Isso se deu porque a economia encontra-se mundializada e financeirizada, portanto, interconectada.” Para ela, a política econômica brasileira – desde Fernando Henrique Cardoso, passando pelos governos do PT e chegando
“O PT acabou com a possibilidade de, nos próximos 100 anos, a social democracia voltar ao poder no Brasil. O governo Dilma concluiu a lambança que o governo Lula começou” – Arilda Teixeira, economista e professora da Fucape
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a Temer – tem privilegiado gastos financeiros em detrimento dos sociais. “A exigência de superávit primário faz com que seja economizado investimento em saúde, educação e demais políticas sociais para pagamento de juros e amortização da dívida pública. É importante destacar que juros altos não são determinados pelo mercado, mas são decisões políticas, que perpassam todos os governos citados. A situação se agrava com a aprovação da PEC 55, atual EC 95, que congelou gastos sociais por 20 anos.” Em recente palestra para mulheres empreendedoras em Vitória, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que o problema é mesmo gigantesco, pois a dívida pública hoje corresponde a 75% do PIB nacional, com previsões de ficar ainda maior. “Fazendo todas as reformas, os ajustes necessários, veremos esse percentual chegar a 85% do PIB, e somente daqui a 10 anos teremos uma curva decrescente.” Há uma crise internacional que tem repercussões sobre o Brasil, cujos governos vêm respondendo de forma a privilegiar a lógica financeira em vez de atentar para problemas sociais, avalia a socióloga. “A reforma trabalhista vem para diminuir ainda mais os direitos trabalhistas e reduzir os salários dos empregados. E o problema não será falta de conhecimento em como se utilizar o dinheiro individualmente, será falta de dinheiro mesmo.” Para ela, o governo capixaba tem respondido com mais austeridade e mais cortes sociais, o que a experiência europeia já mostrou não ser a solução para o problema. “O país que melhor respondeu à crise na Europa foi Portugal, que privilegiou a indústria e os gastos sociais, com pautas especiais no combate do trabalho precário, em detrimento das opções financeiras especulativas.”
Mídias sociais As redes sociais foram o combustível para as revoluções no mundo árabe. Segundo relatório da Dubai School of Government que indica a importância de serviços como Twitter e Facebook, a propagação do movimento conhecido como Primavera Árabe, por toda a região do norte da África e do Oriente Médio, teria sido impossível sem os recursos existentes dessas plataformas. Na Tunísia, país em que se iniciaram os protestos, o Facebook registrou 200 mil novos usuários entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, período em que a população local foi às ruas radio.esbrasil.com.br •
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ESPECIAL
exigir a saída do presidente Zine el Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo havia 23 anos. Entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2011, os usuários do Facebook no mundo árabe passaram de 14,8 milhões para 27,7 milhões. O acesso da imprensa internacional a muitos dos locais envolvidos na Primavera Árabe era restrito, o que tornou o Twitter também importante fonte de informação. Somente nos três primeiros meses da revolução egípcia, a hashtag #Egypt foi utilizada 1,4 milhão de vezes, liderando o ranking mundial na plataforma durante todo o ano de 2011. Já #Jan25, data do início dos protestos contra o presidente Hosni Mubarak, ficou em 10° lugar, com 1,2 milhão de postagens. “A Primavera Árabe foi o grande case de mobilização social dos novos tempos. As pessoas se uniram por uma causa e conseguiram mudanças reais, como a queda do Hosni Mubarak no Egito. E quando a gente fala em países árabes, é preciso destacar o imenso controle da internet. A Síria hoje é um caso bem em voga em relação a isso. E essa mobilização mostrou ao mundo que era possível defender causas”, destaca o jornalista Fernando Mendes, especialista em marketing digital. No Brasil, durante os protestos de 2015, nos meses de março e agosto, considerando as 24 horas dos dias de manifestações, a hashtag #foradilma foi utilizada, respectivamente, 4.117 e 3.233 vezes por hora, segundo levantamento da consultoria Bites. Em setembro do ano seguinte, uma publicação da ONU divulgou duas frases do presidente Michel Temer, durante seu discurso na abertura da Assembleia e a afirmação “O brasileiro
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é um dos 150 líderes que participam do evento essa semana para se trabalhar em conjunto por soluções de desafios globais”. Resutado: a respota dos internautas veio com as hashtags #Foratemer, #foragolpista, #OutTemer e #lutopelademocracia, que dominaram mais de 95% dos comentários do post. E mais: a fala de Temer foi boicotada por delegações de seis países. Estudo realizado pela eMarketer em junho deste ano, coloca o Brasil como os principais usuários de redes sociais em toda a América Latina, com números muito acima do segundo e do terceiro colocado. Em 2014, o Brasil tinha 78,1 milhões de usuários mensais ativos – aqueles que acessam uma rede social ao menos uma vez por mês. No ano seguinte, esse número subiu para 86,5 milhões, o que representa um crescimento de 10,7%. Ao fim do primeiro semestre de 2016, já éramos 93,2 milhões de internautas conectados às mídias sociais como Facebook, Twitter e Instagram. Para 2020, a previsão é de atingirmos a marca de 313,6 milhões. O México aparece em segundo lugar. Saltou de 43,7 milhões em 2014 para 56 milhões em 2016. E a Argentina, terceira colocada da América Latina, tinha 19,2 milhões em 2014 e chegou a junho de 2016 com 21,7 milhões de usuários. De 2012 para 2016, o número de pessoas que utilizam smartphones passou de 14% para 62%, segundo pesquisa do Google. Números que explicam por que analistas do mercado econômico estão tão antenados nas mídias sociais. “Por conta dessa força de movimentação, vem crescendo o monitoramento de rede social, que hoje funciona muito como o termômetro do ânimo da população e é utilizado como pesquisa de confiança do consumidor”, explica Fernando Mendes.
Espírito Santo Os anos de 2008 e 2009 foram muito ruins para a indústria capixaba, que tem 52% de sua produção voltada para o mercado internacional. Mas, a partir de 2010, o cenário mudou de forma significativa, e o Espírito Santo vivenciou um período excelente. “Em 2010, a indústria capixaba registrou o histórico avanço de 32,3%, baseado nas commodities minerais e agrícolas. E até 2014, o Estado cresceu muito acima da média nacional, sempre puxado pela indústria extrativa, especialmente pelas grandes plantas
Após sete quedas seguidas ste ano, a taxa Selic recua para 9,25% ao ano. Essa é a 1ª vez desde o final de 2013 que o juro básico da economia fica abaixo de 10% ao ano
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“A exigência de superávit primário faz com que seja economizado investimento em saúde, educação e demais políticas sociais para pagamento de juros e amortização da dívida pública” Lívia Moras, socióloga e professora da Ufes
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Valor do produtointerno bruto série histórica –(em bilhões de dólares) 2007
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USD 1.694,6
2009
USD 1.664,6
2010 2011
USD 2.209,4 USD 2.615,2
2012
USD 2.413,1
2013
USD 2.392,1
2014
USD 2.346,1
2015
USD 2.256,9
2016
USD 2.171,9
1º semestre
Fonte: Banco Mundial
da Vale, Samarco, ArcelorMittal, Petrobras e Fibria”, destaca o presidente emérito da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Marcos Guerra. Em 2015, apesar de já sentir os efeitos da crise nacional, o Estado ainda garantiu bons resultados. Mas o dia 5 de novembro marcaria o início de um período muito ruim, com a tragédia do rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana, e a consequente paralisação da Samarco. “Em 2016 tivemos um ano péssimo, o 14° pior resultado do Brasil. Todos os segmentos da indústria fecharam no vermelho. Mas este ano, de janeiro a maio, tivemos um crescimento de 3,4%,
“A Primavera Árabe foi o grande case de mobilização social dos novos tempos. As pessoas se uniram por uma causa e conseguiram mudanças reais, como a queda do Hosni Mubarak no Egito” Fernando Mendes, sócio-diretor da Knowledge Media (KM)
Um dos acontecimentos que mais impactaram o país e o Congresso Nacional em 2016 foi o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No dia 31 de agosto, por 61 votos favoráveis e 20 contrários, a petista teve o mandato cassado, mas os direitos políticos foram mantidos
o terceiro melhor resultado do país, atrás somente dos estados de Santa Catarina (4,6%) e Rio de Janeiro (4,2%). E a expectativa é para fechar 2017 em primeiro lugar, em consequência da demanda e da valoração das commodities no mercado internacional, especialmente minério de ferro e petróleo. As exportações de rochas ornamentais, que sofrem menos com a oscilação do mercado, avançaram 7% no primeiro bimestre e devem encerrar o ano também em alta”, aponta Guerra.
Expectativa Os impactos das recessões econômicas internacional e nacional, somados às perdas do Fundap e aos prejuízos causados pela mais grave crise hídrica dos últimos 80 anos, têm mostrado ao Espírito Santo não só a necessidade de manter o equilíbrio fiscal conquistado, mas também de buscar novos caminhos, avalia o secretário estadual de Desenvolvimento, Eduardo Azevedo. “A crise mundial teve impacto diferenciado no Espírito Santo por conta de nossa economia internacionalizada, mais de 50% de nossa economia dependente do comércio internacional. Por isso, num primeiro momento, sofremos mais que outros estados brasileiros com economias voltadas para o mercado interno, que estava aquecido nesse período. Mas também tínhamos bastante organização fiscal, administrativa e financeira, e isso foi muito importante para passarmos por essa fase de forma mais estruturada”, aponta Azevedo. Mas o fato de termos feito a lição e de casa e de o Estado estar organizado, aliado ao aumento do valor das commodities no mercado internacional e aos arranjos que vêm sendo construídos tanto para novos mercados quanto para segmentos tradicionais de exportação (como café, mamão) e de produtos que surgem com investimentos em inovação e investimentos já anunciados, aponta para um futuro promissor. “É preciso focar o fortalecimento dos negócios já existentes, a capacitação de pessoal e a inovação. E é isso que temos feito em parceria com a iniciativa privada”, afirma o secretário. O novo presidente da Findes, Leonardo de Castro, corrobora a colocação do secretário e aponta um crescimento entre 4% e 4,5% na indústria capixaba este ano. Ele reafirma a urgente necessidade do retorno das atividades da Samarco, que correspondem a “5% do PIB capixaba”. radio.esbrasil.com.br •
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LUIz FERNANDO SCHETTINO
sustentabilidade
É professor de Ecologia e Recursos Naturais da Ufes, ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico e ex-diretor-geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe)
Sustentabilidade é caminho para o desenvolvimento Ter comportamento ecologicamente equilibrado é uma maneira eficaz de ser sustentável
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busca pela sustentabilidade requer uma nova postura na relação da sociedade e do indivíduo com o meio ambiente. E essa busca deveria ser permanente, tanto por parte das pessoas, quanto por parte de governos, empresas e instituições civis que atuam na defesa da natureza e da qualidade de vida. Mas há ainda um longo caminho a ser percorrido para transformar as práticas rotineiras em um modelo de desenvolvimento de fato sustentável. Buscar a sustentabilidade deve passar por compreender, entender e respeitar a natureza e suas leis, visando à adoção de práticas sustentáveis no cotidiano que permita à humanidade obter mais qualidade de vida, por meio de um modelo socioeconômico mais racional no uso dos recursos naturais, que assegure o funcionamento adequado da natureza, da economia e da existência humana de forma digna. Ou seja, as atividades socioeconômicas só serão permanentes e em condições de atender aos anseios sociais se optarem por um modelo de desenvolvimento sustentável. Para isso, devem ser respeitadas as legislações ambientais e usadas as melhores tecnologias, com ética, em um Estado democrático de Direito, com uma sociedade procurando ser mais igualitária e inclusiva, e amparada na supremacia das leis. Infelizmente, ainda há setores que adotam um esquema predatório de uso dos recursos naturais, o chamado de “modelo caubói”: por ter uma baixa preocupação com o futuro, em relação aos recursos ambientais
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e às pessoas; por dissociar as atividades econômicas dos problemas sociais e dos impactos socioambientais; e por partir de uma visão utópica de que os recursos naturais são infinitos, de que sempre haverá água,
As atividades socioeconômicas só serão permanentes e em condições de atender aos anseios sociais se optarem por um modelo de desenvolvimento sustentável. Para isso, devem ser respeitadas as legislações ambientais e usadas as melhores tecnologias, com ética, em um Estado democrático de Direito” florestas, solos e ar disponíveis para todos, em quantidade e qualidade. O que não é verdade e não possibilita que o desenvolvimento ocorra em plenitude. Porém, hoje, há conhecimento suficiente para se entender que o modelo
de desenvolvimento deve ser o “espaçonave”, cujas características centrais levam em consideração: o planejamento das ações; a premissa constitucional de que o ambiente deva ser ecologicamente equilibrado; que o planeta Terra é o único veículo que leva todos os seres vivos através do tempo e espaço; que há interconexão entre os impactos e as responsabilidades, sinalizando maior responsabilidade socioambiental aos empreendedores; que os recursos naturais são finitos, se usados como atualmente, razão pela qual precisam ser cuidados; que a busca pela sustentabilidade deve seguir a premissa de agir localmente, mas pensando globalmente; e que cidadãos, empreendedores e governantes necessitam estar conscientes de seus direitos e deveres na proteção ambiental, pois esse patrimônio pertence a todas as gerações e não somente à atual. Assim, a busca pela sustentabilidade visa, principalmente, a construir o melhor caminho para fazer funcionar a economia, levando-se em conta seus impactos sobre os ecossistemas e avaliando que há limites em seus funcionamentos. E ainda: de que eles necessitam de tempos adequados para se renovarem, o que os interesses econômicos nem sempre têm respeitado. Cultura. É isso que precisa ser mudado, visto não faz sentido um desenvolvimento que não utilize os recursos naturais de forma racional, para manter a qualidade de vida da população, no mais elevado nível possível.
É um ganho para a nossa sociedade. Imparável. O que tiver de ser feito será feito sob a Constituição e as leis. O Ministério Público, a Polícia Federal ou o Ministério da Justiça, qualquer instituição que estiver envolvida, estará fortemente comprometida em realizar o trabalho.” Torquato Jardim, ministro da Justiça e Segurança Pública, sobre a Operação Lava Jato
CAPESTER
3,4 mil já baixaram app para denúncias no trânsito O aplicativo Capester, também conhecido como “Tô de Olho Vitória”, foi baixado por mais de 3.400 pessoas neste primeiro mês de parceria com a prefeitura da capital. Até o dia 24 de julho, o app recebeu 461 vídeos, dos quais 77 passaram pelo filtro de inteligência artificial e 57 foram validados como flagrantes de infrações de trânsito. Vitória é a segunda cidade brasileira a fazer uso do Capester, depois de Porto Alegre (RS), onde o aplicativo está em uso há cerca de três meses. “Quem comete uma infração de trânsito na verdade está desrespeitando toda uma coletividade, várias pessoas que se sentem incomodadas com a falta de educação no trânsito. E, com as cartas de advertência educativa pretendemos mostrar isso aos motoristas infratores, para que eles não voltem a desrespeitar o trânsito”, declara o secretário de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana, Tyago Hoffmann.
turismo
Uma das alternativas para melhorar a mobilidade urbana na Grande Vitória, o sistema aquaviário pode voltar a operar em setembro como uma estrutura turística. Foi o que disse o secretário de Desenvolvimento Urbano de Vila Velha, Antônio Marcus Machado. O projeto envolve embarcações no modelo catamarã que levarão de 40 a 50 bicicletas e de 100 a 120 pessoas por viagem. A travessia deve durar de seis a oito minutos. Serão lanchas confortáveis, com Wi-Fi, e o pagamento das passagens será via aplicativo. O valor do pedágio deverá ser igual ao aplicado no Transcol, mas será definido pela empresa que gerenciará o projeto. “Enxergamos que um preço melhor pode trazer mais clientes. Pretendemos integrar o sistema de bicicletas compartilhadas das cidades de Vila Velha e Vitória”, avaliou o secretário. 16
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Mais de R$ 20 milhões em negócios Com o tema “A História do Jeans”, a 10ª edição do Vitória Moda movimentou R$ 21 milhões em negócios neste ano, conforme apontou a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). O evento, que foi realizado entre os dias 11 e 13 de julho, de Centro e Convenções de Vitória, recebeu cerca de 6 mil visitantes, que puderam conhecer de perto as tendências do mercado de moda e vestuário capixaba em um espaço criativo e empreendedor, além de palestras e oficinas. “O evento é muito importante, pois fortalece o setor, interiorizando a mão de obra, que não se concentra em apenas uma região, além de ser uma porta de entrada para a geração de empregos. Estamos muito otimistas e confiantes de que os resultados na economia capixaba serão positivos e teremos números satisfatórios”, destacou Marcos Guerra, o então presidente do Sistema Findes. SAQUES
Mais de 30% do FGTS inativo foram usados para pagar dívidas Um estudo divulgado pelo Ministério do Planejamento, no dia 17 de julho, cuja proposta é identificar os efeitos causados pela liberação de recursos das contas inativas do FGTS, revelou que mais de 30% dos saques foram utilizados para a quitação de dívidas. O resultado teve como base levantamentos feitos por confederações e associações ligadas ao setor de comércio e serviços e por órgãos e autarquias como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Central. Os valores, postos à disposição entre 10 de março e 12 de julho, injetaram R$ 41,8 milhões na economia do país, o que contribuiu para um recuo de 2,4% do endividamento das famílias na comparação de março de 2017 com março de 2016. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 80% do montante dos recursos retirados do Fundo pelos titulares foram direcionados a três segmentos: vestuário e calçados; hiper e supermercados; e móveis e eletrodomésticos.
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Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil
Sistema aquaviário pode voltar a operar em setembro
VITÓRIA MODA
Foto: Claudiano Gomes/Prefeitura de Vila Velha
VÔLEI INTEGRAÇÃO
Centrais de videomonitoramento apresentam resultados A terceira edição do Encontro Metropolitano de Videomonitoramento, realizada no dia 14 de julho, reuniu as centrais de Vila Velha, Cariacica, Vitória, Serra, Viana, Guarapari e Anchieta, para apresentar os primeiros resultados após a implantação da ferramenta eletrônica que compartilha informações em tempo real entre os municípios. O Sistema Integrado de Registro de Ocorrências (Siro), que já é utilizado pelos profissionais há três meses, contabilizou mais de 1.200 ocorrências, envolvendo o que foi captado pelas mais de 700 câmeras. “Agora, todos nós vivenciamos o que vem a ser esta integração, pois nesses 91 dias de experiência com esse software livre, sem nenhum custo para as administrações municipais, contribuímos para uma comunicação mais ágil e instantânea, gerando uma base de dados que incentive ações com mais eficiência para a segurança das cidades”, destacou o analista de Tecnologia da Informação de Guarapari, Claudiney Alves, responsável pela implantação do programa nas prefeituras. AMBIENTAL
Programa das Águas e da Paisagem avança no Estado Os municípios de Conceição do Castelo e Divino de São Lourenço, na região do Caparaó, e Marechal Floriano, na região serrana, passarão a contar com sistema de esgotamento sanitário, por meio do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, que realiza ações voltadas para o planejamento e para a gestão dos recursos hídricos, com investimento específico para o saneamento ambiental. O anúncio foi feito no Palácio Anchieta, em Vitória, no dia 12 de julho. “São R$ 25 milhões de investimentos. É espetacular. Uma obra desta mexe com as possibilidades destes municípios, que têm forte vocação turística. Além disso, cada real investido significa uma economia de quatro reais em despesas com remédios, médicos, unidades de saúde e assim por diante. Isso é saúde preventiva”, afirmou o governador Paulo Hartung.
Capixaba integra nova equipe de vôlei profissional A atleta capixaba Dani Leal (foto) é uma das jogadoras que compõem a nova equipe profissional feminina de vôlei, o Madero CWB, que irá disputar a Superliga B. Sob o comando do técnico Clésio Prado e coordenação técnica de Giba (campeão olímpico), o time conta com nomes importantes do esporte, como o das jogadoras Valeskinha e Fernandinha, medalhistas de ouro nas Olimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012). A assistência técnica será de Tatiana Ribas, que já trabalhou com Bernardinho. “Busquei trazer a mentalidade europeia à gestão financeira do time. Temos várias empresas parceiras, e não apenas um patrocinador grande. O objetivo é que esse projeto dure muitos anos”, disse Giba.
ESCOLA VIVA
Serra e Vila Velha terão mais duas unidades
CONFERÊNCIA
Novos caminhos para os portos capixabas Os desafios e as expectativas do transporte marítimo foram tema da 1ª Conferência Internacional de Portos, realizada entre os dias 3 e 5 de julho, em Vitória. O evento, que faz parte de uma parceria entre o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), contou com a participação de palestrantes internacionais, autoridades, políticos, empresários e especialistas – como o secretário nacional de Portos (SEP), Luiz Otávio Oliveira Campos; o secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, José Eduardo Azevedo de Faria; e os doutores Shuo Ma (China), José Luiz Estrata Llaquet (Espanha) e Fernando Cruz Gonçalves (Portugal). Os convidados fizeram um amplo debate sobre políticas importantes para o Espírito Santo, cuja economia é altamente dependente da livre dinâmica do comércio exterior.
As cidades de Vila Velha e Serra terão mais duas unidades do Escola Viva para o próximo ano. O anúncio foi feito pelo governador Paulo Hartung, no dia 18 de julho, durante a inauguração de uma outra estrutura do programa no município canelaverde: a do Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral Profª Maura Abaurre. “O nosso compromisso com a educação é para formar uma juventude de alto nível de conhecimento e preparada para o mundo de hoje. Para 2018, já estão confirmadas mais duas unidades Escola Viva nos municípios de Vila Velha e Serra. Estamos saindo de 17 escolas em funcionamento, agregando para o ano que vem mais 13 unidades em tempo integral. Somando, teremos no mínimo 30 escolas proporcionando um leque de oportunidades para os jovens capixabas”, disse o secretário estadual de Educação, Haroldo Rocha.
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28 E 29 DE AGOSTO
agenda
Salão Sabores 2017 19 e 20 DE AGOSTO
Espetáculo “Desesperados” chega a Vitória Foto: Divulgação
O ator Marcus Majella (ao centro da foto), o Ferdinando do humorístico “Vai que Cola”, chega a Vitória com Pablo Sanábio e Pedroca Monteiro para apresentar no Teatro da Ufes a comédia “Desesperados” nos dias 19 (às 21h30) e 20 de agosto (às 18h). O espetáculo gira em torno de três figuras principais, Bia, Marcondes e Ricardo, que sofrem de solidão e carência. De tão problemáticos que eles são, cada situação vivida se torna uma comédia. Ao todo, o trio interpreta mais de 40 personagens, que se esbarram e ganham vida em diferentes situações na mesma história. O roteiro é assinado por Fernando Ceylão e a direção, por João Fonseca. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site www.tudus.com.br ou na bilheteria do teatro, das 15h às 20h. 22 A 25 DE AGOSTO
Cachoeiro Stone Fair
27 DE AGOSTO
Tiago Iorc em Vila Velha
No dia 27 de agosto, a Área de Eventos do Shopping Vila Velha vai receber novamente Tiago Iorc, que trará um show repleto de novidades do seu último álbum, “Troco Likes”. O jovem artista, responsável por sucessos como “Amei Te Ver”, “Coisa Linda” e “Alexandrina”, conquista cada vez mais espaço no cenário brasileiro ao dialogar com a música pop, amigável às rádios e às trilhas sonoras, com sons contemporâneos de caráter autoral. O cantor começa mais uma turnê com banda ou em formato voz e violão. Os ingressos podem ser adquiridos nas lojas Jaklayne Joias (Grande Vitória) e Soft Modas (Guarapari) e por meio do site www.blueticket.com.br. 18
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11 A 17 DE SETEMBRO
Festival de Cinema de Vitória Considerado o maior evento de audiovisual do Espírito Santo, o Festival de Cinema de Vitória será promovido entre os dias 11 e 17 de setembro, no Teatro Carlos Gomes, em Vitória, com entrada gratuita. A 24ª edição traz ao público capixaba uma seleção com as mais recentes realizações brasileiras da sétima arte e insere o Estado no circuito nacional de festivais da área. Entre as novidades, está a Mostra Nacional de Videoclipes, cuja sessão exibirá a “safra” de obras feitas país afora e buscará evidenciar os diversos caminhos e experimentações presentes na atual produção desse gênero. E como todos os anos, um artista capixaba é homenageado. Desta vez, a iniciativa renderá tributo à capixaba Margareth Galvão, que coleciona mais de 45 trabalhos como atriz, diretora e dramaturga.
Foto: Divulgação
Considerada um ponto de encontro do polo de beneficiamento de rochas ornamentais do Espírito Santo e uma das maiores feiras do setor, a Cachoeiro Stone Fair será realizada entre os dias 22 e 25 de agosto, das 14h às 20h, no Parque de Exposição Carlos Caiado Barbosa, em Cachoeiro de Itapemirim. Reunindo em um único espaço empresas nacionais e internacionais, o evento oferece um amplo espaço para o fechamento de grandes negócios dentro de toda a cadeia produtiva do segmento. Com grande participação de marmoristas, distribuidores e importadores, a iniciativa tem entre seus principais visitantes os profissionais ligados à construção civil, que a prestigiam todos os anos em busca de novidades para seus clientes mais exigentes. O credenciamento pode ser realizado online por meio do site http://www.cachoeirostonefair.com.br. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail info@cachoeirostonefair.com.br ou por meio dos telefones (27) 3434-0615 e (27) 3434-0616.
O maior evento do setor gastronômico será realizado entre os dias 28 e 29 de agosto, no Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia. Trata-se de um espaço ideal para que empresários e profissionais da hotelaria e da gastronomia, experts da culinária, gourmands (apaixonados pelo universo gastronômico), críticos e acadêmicos troquem conhecimento e experiências, além de viabilizarem negócios. A programação contará com palestras de chefs e profissionais renomados nacionalmente. As inscrições no site www.feirasabores.com.br. Mais informações por meio do telefone (27) 3345-0921 ou e-mail info1@salaosabores.com.br.
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19 a 21 DE SETEMBRO
Super Feira Acaps PanShow De 19 a 21 de setembro será realizada a Super Feira Acaps Panshow – Convenção e Feira de Negócios de Supermercados e Padarias do Espírito Santo. O encontro acontecerá no Carapina Centro de Eventos, na Serra, e será destinado aos proprietários, diretores, executivos, gerentes, compradores e encarregados de setores. As inscrições podem ser feitas gratuitamente até o dia 7 de setembro por meio do site www.superfeiraacaps.com.br. Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (27) 3324-3599 ou pelo e-mail: inscricao.feira@acaps.org.br.
Conteúdo Especial - Parceria do Editor
Maturidade
MPEs
Desafios dos negócios de pequeno porte Segundo os dados da Rais/2015, 92% das empresas brasileiras têm entre zero e 10 empregados. Pesquisa realizada pelo Sebrae com 6.617 micro e pequenos empreendedores mostra que 23,5% dos donos de MPEs contam com sócios familiares e 22,6% possuem empregados familiares. Esses números indicam que a maior parte dos negócios de pequeno porte ainda está na fase do proprietário controlador e que a maioria das famílias empresárias encontra-se no seu estágio inicial. Portanto, ainda enfrentarão os desafios da sucessão patrimonial e de gestão.
SUCESSÃO
Empresas sem plano de sucessão A 8ª Pesquisa sobre Empresas Familiares da PwC mostrou que 54% das empresas familiares brasileiras não possuem um plano de sucessão em vigor, contra 43% da média global. Como reflexo, a pesquisa mostrou que, em geral, apenas 12% das empresas vão além da terceira geração e apenas 3% passam da quarta geração. A pesquisa entrevistou 2.802 líderes de empresas familiares de 50 países.
LONGEVIDADE
Equilíbrio entre família e empresa Grande parte dos dilemas de uma empresa familiar só é percebida com o passar dos anos. Compreender o momento em que se encontra a empresa e a família é fundamental para a definição das melhores práticas de gestão e de governança. O sucesso da empresa familiar passa pelo correto tratamento de cada uma das suas dimensões (famíliapropriedade-gestão). O segredo da longevidade do negócio está em manter um equilíbrio entre família coesa e saudável, propriedade responsável e gestão profissional.
Expansão
EIXO DA EMPRESA
Início Jovem Família
Entrada na empresa
Trabalho Conjunto
Passagem do bastão
Proprietário Controlador
EIXO DA FAMÍLIA
Sociedade entre irmãos EIXO DA PROPRIEDADE
O MODELO TRIDIMENSIONAL DA EMPRESA FAMILIAR
Consórcio de primos
Toda empresa familiar é um sistema formado por três subsistemas que se sobrepõem e interagem entre si: Família, Propriedade e Gestão. Entender a composição de cada um desses sistemas, os interesses de cada um dos seus integrantes e o modo como eles se relacionam é fundamental para compreender o próprio negócio e as suas fontes de conflito. No entanto, o modelo dos Três Círculos, que descreve os sistemas da empresa familiar, é uma figura estática e, assim sendo, não contempla uma variável importantíssima: o tempo. Para que se tenha uma compreensão mais clara do negócio, é necessário considerar cada sistema em seu estágio de desenvolvimento. Para tanto, criou-se o Modelo Tridimensional, pelo qual cada sistema é representado por um eixo no qual se pode observar o momento temporal. No eixo “Propriedade”, a empresa familiar, em sua fase inicial, tem o controle consolidado em uma pessoa ou casal. Nessa etapa, o grande desafio é a capitalização da empresa. O próximo estágio, com a chegada da segunda geração, é o da sociedade de irmãos. Aqui o desafio é a harmonização do controle entre eles, que se tornaram sócios por herança. Na terceira fase, a do consórcio de primos, o grande desafio é administrar a complexidade da família e do grupo de acionistas. No eixo “Família”, o primeiro estágio é o da jovem família empresária, cujo maior desafio é criar um empreendimento viável. A fase seguinte marca a entrada dos filhos no negócio e o maior desafio é administrar a chegada de uma nova geração. Na próxima etapa, do trabalho em conjunto, há que se promover a comunicação, a cooperação e a administração dos conflitos entre as gerações no negócio familiar. Por fim, há a fase da passagem do bastão, em que se enfrentam a necessidade do desligamento de uma geração e a transição da liderança para outra. O eixo “Empresa” traz o estágio inicial da empresa, em que se busca a sobrevivência do negócio. Em seguida, vem a fase da expansão, quando normalmente se verifica o processo de profissionalização. E, por fim, a etapa da maturidade, em que a base de clientes é estável ou em declínio. Nessa etapa, devem ser privilegiadas a estabilidade e a perenidade do negócio. Compreender o estágio de desenvolvimento de cada eixo é crucial para definir as melhores práticas de gestão e de governança aplicáveis à empresa familiar. Adriano Salvi Conselheiro de administração certificado pelo IBGC, professor convidado da Fundação Dom Cabral e sócio da Vix Partners Governança Corporativa
Danielle Quintanilha Merhi Psicanalista, especialista em empresas familiares, professora convidada da Fundação Dom Cabral e sócia da Vix Partners Governança Corporativa
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entrevista
Foto: Sagrilo
Não acreditamos em prosperidade individual em um ambiente precário. Precisamos evoluir com a sociedade, integrar os interesses para que exista o equilíbrio”
Leonardo de Castro presidente da findes defende inovação, produtividade e avanço de mercado para retomada do crescimento 20
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Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) está sob nova direção. Leonardo de Castro é o mais jovem empresário a assumir, aos 45 anos, a presidência da entidade. Após obter, de modo unânime, o voto dos 31 sindicatos habilitados, ele comandará a instituição até 2020. A nova liderança da organização também é composta por 45 empresários, entre vice-presidentes, conselheiros e diretores. Conselheiro na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo afirma que o foco da diretoria será avançar nos processos de capacitação e inovação, defendendo ainda o associativismo.
Qual o desafio da indústria neste momento? Estamos inseridos em uma crise que o Brasil nunca vivenciou, e as empresas de forma geral precisam de esforço redobrado para sobreviver a este momento de extremo desafio. Mas também tivemos avanços importantes: conseguimos aprovar a lei da terceirização, a reforma trabalhista, a convalidação dos incentivos fiscais e o marco regulatório do pré-sal. Preferimos acreditar que vamos avançar nas reformas, que a sociedade entendeu que tudo vai muito além da política pura e assumiu protagonismo nesse jogo. O desafio está em concretizar as reformas da Previdência, tributária e política. Ainda é muito importante cobrar que o ajuste fiscal ocorra no campo da despesa, e não do aumento de impostos, como aconteceu recentemente em relação aos combustíveis e outras especulações que temos visto. Após um período muito acima da média nacional, há dois anos a indústria capixaba vem enfrentando sérios problemas. Qual a expectativa de resultado para este ano? Estamos com as commodities mais bem valorizadas no mercado, e isso é importante para o Espírito Santo. Temos um cenário de inflação controlada e redução de taxas de juros de 1% a cada 40 dias e esperamos que esse ritmo de redução da Selic se intensifique. Apostamos em um crescimento entre 4% e 4,5% para a indústria capixaba em 2017. Mas isso não significa que podemos festejar demais; na verdade é preciso muita cautela, porque em 2016 tivemos queda acima de 18% na produção. Para um crescimento representativo, que faça a indústria avançar realmente, será necessário um cenário positivo no mercado internacional e também ações concretas tanto dos governos federal e estadual, em conjunto com a iniciativa privada. No que diz respeito à Findes, vamos trabalhar muito em cima do tripé inovação, produtividade e desenvolvimento de mercado. O fato de termos feito a lição e casa e de o Estado estar organizado, aliado ao aumento do valor das commodities no mercado internacional e aos arranjos que vêm sendo construídos tanto de novos mercados para segmentos tradicionais de exportação – como café, pedras ornamentais e mamão – quanto para novos produtos que surgem com investimentos em inovação, são fatores que nos permitem otimismo, mas com o pé no chão. O que é necessário para consolidar uma ambiência mais favorável aos negócios e às necessidades da indústria no Espírito Santo para obter os melhores resultados? O Espírito Santo tem sido uma exceção nacional no que diz respeito à política pública: temos equilíbrio fiscal, prioridade para questões que são realmente relevantes ao desenvolvimento, como é o caso da educação. E esse cenário precisa ser mantido, melhorado ainda mais. Além disso, é necessário o retorno da Samarco o quanto antes, pois a mineradora representa 5% do PIB do Espírito Santo. Outro ponto, que já citei, é o de
concretização das reformas para estimular a indústria capixaba e, por fim, capacitar profissionais e inovar em todos os segmentos. Como a Findes tem se mobilizado para o retorno da Samarco? Em julho agora, com o vice-governador do Espirito Santo César Colnago, estivemos reunidos com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, para tratar dos pontos que ainda atrasam a retomada da siderúrgica, os dois processos de licenciamento que faltam para reiniciar as operações. É um desejo de todos nós que a empresa retome as atividades o quanto antes. O que a Samarco deixa de arrecadar de ICMS para o Espírito Santo equivale hoje a todo o investimento que o Estado está fazendo. Se a Samarco estivesse operando, o Estado dobraria a sua capacidade de investimento próprio. O trabalho da Findes para fortalecer o associativismo, que se tornou referência na CNI, será mantido nesta gestão? O que fazer para expor ainda mais nosso Sistema, nossos produtos e serviços? Na posse da nova diretoria, no último dia 3 de agosto, tivemos a presença de Pedro Parente, que preside a Petrobras, maior indústria no Espírito Santo, potencial catalisador do desenvolvimento do nosso Estado. Temos uma iniciativa na Federação que é o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, que objetiva justamente desenvolver a cadeia de fornecedores para essa indústria. Vocês puderam acompanhar os investimentos anunciados para os próximos cinco anos no Espírito Santo, na ordem de US$ 2,5 bilhões, quase R$ 8 bilhões, o que dá a dimensão das oportunidades que irão surgir. Temos uma agenda de leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo); o próximo agora em setembro. A expectativa é de investimentos futuros de R$ 50 bilhões. Mas há diversas outras cadeias e arranjos. Daí a necessidade de garantir que a indústria esteja preparada. Na área de produtividade, vamos aproximar o Senai ainda mais da indústria, qualificar ainda mais o ensino, porque somente por meio da formação de mão de obra especializada e de boas ferramentas de gestão é que a gente cresce na produtividade, melhora os índices de competitividade da indústria capixaba. Reiterando, vamos atuar no tripé inovação, produtividade e desenvolvimento de mercado. Temos uma visão associativa, que valoriza o trabalho coletivo como forma de criar um ambiente mais saudável aos negócios, para todos. Não acreditamos em prosperidade individual em um ambiente precário. Precisamos evoluir com a sociedade, integrar os interesses para que exista o equilíbrio. Há décadas a Findes demanda soluções para os mesmos gargalos na infraestrutura. Podemos ser mais otimistas quanto à chegada das soluções? A indústria continua bastante preocupada com a logística de escoamento da produção capixaba. Existem melhorias fundamentais que não foram finalizadas, como a ampliação do aeroporto e a dragagem do Porto. E a situação das estradas que cortam o Espírito Santo não está nada boa. Apesar de o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, ter garantido a duplicação da BR-101, durante visita ao Estado, não especificou o tempo de espera para o início das obras. Existe um contrato com cláusulas. Precisamos entender quais cláusulas, tanto das obrigações quanto dos direitos, que fugiram do controle. E buscar um equilíbrio para a retomada das obras na BR-101. radio.esbrasil.com.br •
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atualidade
luciene araújo
Mercado de luxo: o requinte que impulsiona a economia Especialistas apostam em crescimento de pelo menos 4% ao ano até 2020
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omenagear alguém querido ou importante, saciar um desejo, materializar uma emoção, buscar extrema qualidade, externar bom gosto ou mesmo poder. Além da condição financeira privilegiada, muitas são as razões que atraem o consumidor para o segmento dos produtos de alto padrão. Roupas e acessórios de grife, carros, iates, helicópteros ou aviões particulares, viagens ou festas deslumbrantes podem proporcionar momentos repletos de significados que “não têm preço”.
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O mercado de luxo cresceu, globalmente, 4% nos últimos seis meses e deve ultrapassar a marca de mais de R$ 3 trilhões até o fim deste ano, segundo estudo elaborado pela consultoria Bain & Company em parceria com a Fondazione Altagamma, fundação italiana da indústria de bens de primeiríssima linha. A estimativa é que o setor lucre entre R$ 968 bilhões e R$ 986 bilhões até 2020, com base em elevação de vendas anuais de 3% a 4%, a partir de 2017. Essa mesma análise mostra ainda que o e-commerce
lidera os canais de compras e já representa o terceiro maior mercado global do setor (7%), atrás somente dos EUA e do Japão. De acordo com o relatório “Global Power of Luxury Goods Deloitte 2017”, as nações emergentes continuam a impulsionar esses avanços. “Em países como China, Rússia e Emirados Árabes, o consumo cresceu 70%; enquanto nos da Europa, nos Estados Unidos e no Japão esse percentual foi de 53%. Outro ponto importante da pesquisa é que viagens/turismo ainda é a grande oportunidade de alta do setor, uma vez que as pessoas aproveitam para fazer suas compras de marcas luxuosas de bolsas, acessórios e perfumaria tanto nos aeroportos, quanto nos países visitados”, aponta a economista Isabel Berlinck. Mas de que forma o brasileiro, principalmente o capixaba, insere-se nesse mercado?
Ascensão nacional Entre 2012 e 2015, a melhoria do poder aquisitivo dos públicos C e D impulsionou os rendimentos das classes média e média alta, o que por sua vez também elevou a demanda por produtos e serviços de luxo. Em 2014 e 2015, enquanto as vendas totais do setor automotivo caíram 7% e 24%, respectivamente, o segmento premium registrou crescimentos de 18% e de 20%. Nesse intervalo foram comercializadas no Brasil 67,3 mil unidades dos modelos dessa categoria. A mesma faixa percentual foi observada entre as grifes de roupas, bolsas e acessórios. Segundo a LVMH, dono de marcas Dior e Louis Vuitton, a expansão nesse mesmo período chegou a 20%, fator
“Cada vez mais as pessoas têm dado valor às experiências em si, muitas vezes exclusivas, sem cair no âmbito da ostentação” Carolina Pinho, gerente da Tourlines de Jardim Camburi
destaque mundial Dorion Soares foi o único brasileiro convidado a expor na JA Jewelry Show, realizada entre os dias 23 a 25 de julho, em Nova Iorque (EUA), e em uma área nobre da feira chamada Design District. No evento, que apresenta as principais tendências da alta joalheria mundial, as apostas do joalheiro foram o anel em ouro branco com tanzanita e diamantes e o par de brincos em ouro branco, com diamantes e turmalina paraíba. Essa gema, sua favorita, é hoje considerada a pedra mais rara do mundo e a produção quase extinta torna-a cada vez mais cobiçada e cara, com peças que podem chegar a R$ 3 milhões. Para se ter uma ideia, enquanto a confecção da turmalina paraíba é de 20 mil quilates por ano, a de diamantes é de 480 milhões.
que atraiu a vinda de muitas maisons ao país. E um dos motivos que explicam esse fenômeno está na participação desse segmento no mercado nacional, que girava entre 2% e 3% nesse período. A partir de 2016, houve uma desaceleração significativa dessa evolução no Brasil, mas ainda assim os empresários da área podem comemorar resultados bem melhores que os daqueles que atuam nos demais campos. “Algumas marcas foram embora do país em busca de mercados mais atrativos, mas o setor de bolsas e acessórios continua tendo crescimento mais rápido. O de bens de consumo de alto valor mudou um pouco, pois o comportamento do consumidor de alto poder aquisitivo se tornou mais conservador por receio do futuro. No entanto, quando esse público quer satisfazer uma vontade, não mede esforços”, enfatiza a economista Isabel Berlinck. Patrocinar a diversão de amigos é um hobby do qual a estudante Jhennyfer Souza dos Santos, moradora de Manguinhos, na Serra, não abre mão. “Pelo menos duas vezes por mês alugo uma lancha para passar o dia, ou uma casa em Búzios (RJ) para aproveitarmos o fim de semana. Contratamos DJ de fora, compramos boas bebidas. Meu prazer é curtir a vida, me divertir
com pessoas do bem. E isso pode custar R$ 6 mil em uma noite, ou mais”, conta. E quando o assunto é preferência, impera uma espécie de “lealdade” nas compras. Vivendo na Praia da Costa, em Vila Velha, uma das maiores consumidoras de Louis Vuitton de toda a América Latina (que prefere não se identificar) dispõe-se a pagar mais de R$ 23 mil em uma bolsa.
Espírito Santo Segundo Isabel Berlinck, no Espírito Santo os segmentos de festas, acessórios e veículos são os que se mantiveram em alta para operar nesse nicho, mesmo diante do comportamento conservador do público-alvo, em meio à incerteza do futuro. “Um exemplo de pequenas mudanças é que, antes, o patriarca comprava carro zero para todos da família. Agora o carro principal é zero e os demais, geralmente dos filhos e da esposa, são seminovos”, compara. A situação citada pela economista é uma tendência não apenas no Estado, mas também em todo o país. A Ferrari, que em 2013 vendeu 37 superesportivos com preços acima de R$ 1 milhão no Brasil, comercializou 21 unidades em 2016. As saídas da Maserati caíram de 21 para 12 veículos no período, e as da Lamborghini, de 14 para quatro. radio.esbrasil.com.br •
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atualidade
“Em comemorações muito especiais é comum uma programação inicial de gasto em torno de R$ 50 mil ultrapassar R$ 500 mil ... Para os grandes sonhos, não tem preço, mas para todo o resto, cartão de crédito” - Stela Miranda, cerimonialista
O consumidor de luxo no Brasil, inclusive o do Espírito Santo, mudou mesmo de perfil nos últimos dois anos, garante o joalheiro Dorion Soares. Segundo ele, entre 2012 e 2015 registrouse um movimento de avidez bem maior da demanda, mas o requinte hoje apresenta uma nova faceta, com um público mais maduro. “Foi um período em que muitas das aquisições eram impensadas, davam-se pelo simples fato de gastar. Mas o consumidor abandonou tendências e passou a buscar algo que esteja alinhado com seus valores. Assim, ao procurar uma joia, fará uma compra que classificamos como definitiva, uma peça que irá passar de geração para geração na família. E essa realidade não é somente a do Brasil, mas também do mercado internacional.” O designer avalia que o apreço pela sensação de exclusividade é um das principais características destes novos tempos. “É um mercado que tem como marca a diferenciação. A alta joalheria exige refinamento, seja em uma peça mais minimalista, seja nas mais suntuosas. É preciso reunir qualidade da gema, alto padrão de acabamento, releitura de estilo e atemporalidade.” Alguns de seus clientes capixabas já pagaram em uma joia o valor de um carro importado. Em São Paulo e Curitiba há aqueles que optaram por peças únicas, com gemas tão específicas e raras que ultrapassaram o gasto de R$ 1 milhão. Mas é possível ter acesso a um belo produto por valores bem menores. “A alta joalheria é composta por joias opulentes que podem alcançar valores de um apartamento de luxo. Porém, em joalherias especializadas há peças com essa leitura a partir de R$ 10 mil”, comenta Dorion Soares. 24
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Cerimônias Acostumada a organizar as mais badaladas e glamourosas festas no Espírito Santo, a cerimonialista Stela Miranda reitera a exclusividade como uma importante característica de uma celebração de luxo. Segundo ela, é bastante comum um evento inicialmente previsto para custar R$ 50 mil acabar ultrapassando os três dígitos. Anualmente, ela realiza de 15 a 20 festas orçadas em R$ 300 e R$ 600 mil, entre casamentos e aniversários de debutantes. Mas uma ou duas vezes nesse período há comemorações que primam pelo exclusivismo e registram gastos que variam entre R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões. “São clientes que vestem Vera Wang, Elie Saab ou Valentino, por exemplo. Tecidos com estampas desenvolvidas somente para aquele determinado evento a fim de serem utilizados em capas de almofadas ou nas cúpulas de abajures; guardanapos de linho bordados com as iniciais dos noivos ou da aniversariante; tampos de mesa pintados à mão e até DJs do exterior são alguns dos detalhes que as pessoas estão dispostas a importar para tornar o evento inesquecível. Para os grandes sonhos, não tem preço, mas para todo o resto, cartão de crédito”, assinala Stela. Viagens Mas a opulência não se limita a joias, eventos, carros importados, roupas e acessórios, ou mesmo viagens a Paris e a outras cidades que recebem milhões de turistas todos os anos. Roteiros alternativos, muito luxuosos, têm atraído cada vez mais adeptos, garante a diretora da unidade de Jardim Camburi da Tourlines Viagens, Carolina Pinho. “Cada vez mais as pessoas têm dado valor às experiências em si, muitas vezes exclusivas, sem cair no âmbito da ostentação.
“É um nicho de mercado muito seleto, mas que cresce a cada dia, movimentando a economia e gerando emprego e renda” José Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio-ES
luxo em duas rodas
“As motos mais caras custam de R$ 88 mil a R$ 95.400,00, que são os modelos Street Glide Special e Ultra Limited. Desde a abertura vendemos cerca de 100 unidades desses modelos juntos” Diego Lobato, proprietário da Vitória Harley Davidson Um grande exemplo disso é o crescimento dos pequenos hotéis-butique e resorts no Brasil, que promovem experiências únicas aos hóspedes, como serviços diferenciados de atendimento, bangalôs exclusivos, restaurantes com menus elaborados por chefs estrelados e ainda serviço de transfer realizado por helicóptero para os clientes que não quiserem enfrentar trânsito durante a viagem”, conta Carolina. Construir uma experiência exclusiva é mesmo desafio comum em todos os segmentos desse mercado. São opções como o requintado trem Belmond Grand Hibernian, que reproduz o ambiente de um elegante bar irlandês, acomoda 40 passageiros em cabinessuítes para até dois ocupantes e custa entre 3.318 e 8.108 euros por pessoa (de R$ 12,2 mil a R$ 30 mil, aproximadamente). “Temos uma viagem de 11 noites elaborada para explorar encantadores vilarejos e vivenciar deslumbrantes paisagens, desfrutando de antigos castelos na Irlanda repletos de histórias que foram convertidos em fabulosos hotéis de luxo. Os valores são a partir de 6.488 euros por pessoa (cerca de R$ 24 mil), em apartamento duplo, sem passagem aérea inclusa. Também há pacotes de praias na Indonésia, idas ao Irã, ou resorts e hotéis no Brasil que podem ser ainda mais caros. E o capixaba tem buscado essas novas opções”, detalha. No Espírito Santo, a “menina dos olhos” da hospedagem é a Maria Antonieta, uma suíte em Pedra Azul, na Pousada Rabo do
“Em países como China, Rússia e Emirados Árabes, o consumo cresceu 70%; enquanto na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, esse percentual foi de 53%” - Isabel Berlinck, economista
Enquanto o mercado de altas cilindradas segue em queda, caindo 13,3% em emplacamento em 2017, para a concessionária Vitória Harley-Davidson o setor se mantém firme no Espírito Santo. A unidade na capital é a primeira concessionária Harley do Brasil líder em participação de mercado no acumulado de 2017 e encabeça o segmento de altas cilindradas, abocanhando 43% da fatia no Estado no primeiro semestre. Além disso, a concessionária de Vitória cresce 32% em vendas se comparado a 2016. As motos mais caras custam de R$ 88 mil a R$ 95.400,00, que são os modelos Street Glide Special e a Ultra Limited. “Desde a abertura vendemos cerca de 100 unidades desses modelos juntos. Lembrando que as motos podem ser personalizadas. O ‘harleyro’ (consumidor da marca) pode adquirir outros acessórios e equipamentos para deixar a moto ainda mais ao seu estilo. E isso vai agregando valor. A média de idade dos que compram esses modelos, a maioria homens casados, vai de 35 a 65 anos”, conta o proprietário Diego Lobato.
Lagarto, com cinco cômodos e diária de R$ 1.800,00. “A pousada já surgiu com a proposta de personalização do serviço, mas com menos sofisticação. Há um ano percebemos a demanda por uma suíte mais luxuosa, e surgiu a Maria Antonieta. A tendência é que a cada reforma haja mais requinte em toda a pousada”, relata Ronaldo Carlos, gerente geral da Pousada Rabo do Lagarto. Para garantir uma data, é preciso se programar com no mínimo um mês de antecedência e um pouco de sorte, pois já existem reservas até janeiro de 2018 para momentos especiais como aniversário de namoro e matrimônio, making of de casamento ou dia da noiva. “A segmentação de mercado se apresenta como uma tendência cada vez mais forte em um cenário em que é importante a adaptação às necessidades de cada perfil de cliente. Nesse contexto, o mercado de luxo destaca-se pela alta capacidade de fidelização de um público que não se preocupa com o preço a ser pago pelo produto ou serviço, mas que preza pela qualidade e exclusividade do que está consumindo. É um nicho de mercado muito seleto, mas que cresce a cada dia, movimentando a economia e gerando emprego e renda”, destaca o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. Segundo levantamento realizado pelo banco Credit Suisse em 2016, nos próximos quatro anos o número de milionários no Brasil aumentará de 168 mil para 229 mil, ou 37%. Para a América Latina, a previsão é de expansão de 52% no grupo de possíveis viajantes de alto padrão até 2020. Considerando que o Espírito Santo deva abrigar alguns desses milionários, a expectativa é de que novas opções sofisticadas cheguem ao Estado para movimentar ainda mais a economia. radio.esbrasil.com.br •
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POLÍTICA lava jato 1
Petrobras recupera R$ 716 milhões A Petrobras informou ter recebido, até o último dia 19 de julho, R$ 716 milhões recuperados em meio a acordos de colaboração premiada e de leniência a partir da Operação Lava Jato, após novos valores terem retornado ao caixa da empresa. De acordo com a petroleira, os recursos foram para a Transpetro, que é uma subsidiária da companhia, por meio de três parcelas em cifras repatriadas pelo Ministério Público Federal (MPF). A estatal comunicou, ainda, que continuará adotando medidas jurídicas contra empresas e pessoas, inclusive ex-funcionários e políticos que causaram danos ao seu caixa e à sua imagem. LAVA JATO 2
Conselho do MPF amplia orçamento para Lava Jato em 2018 O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) decidiu ampliar a proposta inicial de orçamento do ano que vem para a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), de R$ 522,6 mil para R$ 1,65 milhão. As verbas são destinadas, sobretudo, a custear gastos com diárias e passagens de procuradores e servidores. Para se atingir esse valor, foram retirados recursos de outras áreas do MPF, sendo reduzidos os gastos para concursos e o reajuste das diárias. A medida foi proposta pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, relator do orçamento da entidade, atendendo integralmente ao que havia sido solicitado pelos procuradores na capital paranaense.
crime
Corrupção pode ir a júri popular Os crimes de corrupção ativa ou passiva poderão ir a júri popular quando o montante desviado superar 500 salários mínimos. É o que estabelece o Projeto de Lei do Senado (PLS) 217/2017, que aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O texto, que altera dispositivos do Código de Processo Penal, atribui nova competência ao tribunal do júri para abarcar casos de corrupção em que o oferecimento, a entrega, a solicitação ou o recebimento de vantagem indevida seja de valor igual ou superior à quantia acima mencionada. Dispõe ainda que o procedimento para o julgamento desses crimes terá uma só fase, a ser iniciada nos moldes do rito ordinário previsto pelo Código de Processo Penal e, a partir da instrução, seguir para o plenário do júri. 26
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ÓRGÃOS PÚBLICOS
Nova regra reduz exigências ao cidadão para prestação de serviço público Um decreto em vigor desde meados de julho simplifica a entrega de documentos, atestados e certidões, dispensando ainda cópias autenticadas ou reconhecimentos de firma no serviço público. Sancionada pelo presidente Michel Temer, a medida tem por objetivo desburocratizar o atendimento aos cidadãos nas repartições públicas. A principal mudança introduzida é a obrigação do órgão público, em vez do próprio cidadão ou empresa, em buscar em outras repartições os diferentes documentos exigidos para a prestação de um serviço. O decreto diz que, ao cidadão, bastará somente escrever uma declaração de próprio punho comunicando que não dispõe dos papéis exigidos. Se a pessoa fizer uma declaração falsa, ficará sujeita a sanções administrativas, cíveis e penais.
SENADO
Semestre foi o mais produtivo dos últimos 10 anos O primeiro semestre de 2017 foi o mais produtivo dos últimos 10 anos no Senado, segundo avaliação do seu presidente, Eunício Oliveira (PMDB, na foto). Em pronunciamento tanto na TV quanto na rádio oficial na Casa, ele fez um balanço do trabalho dos senadores e lembrou que foram realizadas aproximadamente 100 sessões plenárias, sendo aprovadas cerca de 100 proposições. Ao presidir a sessão do Congresso que encerrou os trabalhos do semestre, o peemedebista informou que, em 15 anos, essa foi a segunda vez em que os parlamentares aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) antes do recesso do meio do ano.
economia
Weber Caldas
ESCAPE DA armadilha DOS IMPOSTOS Montar estruturas de Governança Tributária torna-se solução para as empresas não caírem nas ciladas da alta carga de impostos do país e até para aumentarem a lucratividade
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o último dia 15 de junho, o Impostômetro atingiu a marca de R$ 1.000.000.000.000,00, no aparelho que mede a alta carga tributária brasileira, instalado em frente à sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. São tantos zeros que fica até difícil de acreditar, mas o número é este mesmo: um trilhão de reais. Valor que representa a soma de todos os impostos pagos pela população e por empresas ao longo do ano, no Brasil. Para se ter uma ideia, com esse dinheiro daria para comprar mais de dois bilhões de cestas básicas
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ou três milhões de carros de luxo, o que demonstra, para os especialistas, a necessidade de o setor empresarial apostar na governança tributária, como forma de escapar da teia de obrigações fiscais formada por um emaranhado de leis municipais, estaduais e federais, cada vez mais focadas em aumentar a arrecadação. Por meio da governança tributária, é possível evitar as indesejadas multas em caso de não pagamento de um imposto, muitas vezes desconhecido. Também ajuda a prevenir autuações fiscais e crimes contra o Fisco. E até dá para
aumentar a lucratividade da empresa, por meio da recuperação de impostos já pagos acima do valor necessário. Para tanto, é preciso montar uma equipe que seja capaz de organizar, controlar e revisar todos os procedimentos tributários dentro da corporação. Assim, por meio desse gerenciamento, impede-se que o impacto de uma carga pesada de tributos comprometa o futuro do negócio. “A governança tributária parte da ideia de agir preventivamente, com uma equipe técnica especializada, que planeje e controle o pagamento de impostos e também
entendendo
• O QUE É GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA
É o conjunto de procedimentos de gestão empresarial cujas finalidades são a coordenação, o controle e a revisão de todos os processos tributários, reduzindo os riscos fiscais e oferecendo transparência nas demonstrações financeiras.
•O S PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA MORALIDADE E ÉTICA É necessário desenvolver o conceito de ética negocial no âmbito interno da empresa, a partir do debate sobre moral em questões tributárias, evitando que somente motivações essencialmente comerciais norteiem o planejamento tributário. “Embora seja um custo manter uma estrutura de governança tributária, é bom lembrar que quem conhece bem a legislação leva vantagem em relação ao concorrente” Rogério Dias Correia, professor de Direito Tributário da Fucape
busque oportunidades de modo a reduzir o custo tributário”, explica Rogério Dias Correia, professor de Direito Tributário da Fucape Business School. “Quanto maior a abrangência do negócio, mais importante se torna ter gente pensando sobre isso”. Só assim para conseguir lidar com o sistema tributário brasileiro, considerado o mais complexo do mundo e um desafio para os mais experientes especialistas. “Esse conceito de Estado que reparte as competências tributárias em três níveis de governo propicia uma complexidade muito grande. O contribuinte acaba tendo de lidar com uma gama absurda de tributos, nas esferas municipais, estaduais e federal”, destaca o professor. A consequência disso é que boa parte das atividades de uma empresa implica a cobrança de tributos. Mesmo nas ações mais simples e casuais, como fazer uma contratação, vender uma mercadoria, ter um imóvel ou até fazer uma doação, sempre haverá um imposto a ser pago. “Qualquer passo que a gente der, para qualquer direção, sempre haverá um tributo. Entra dinheiro ou sai dinheiro, tem algum imposto a ser pago”, afirma o advogado tributarista Ricardo Dalla. “As empresas que têm a percepção do alcance disso criam uma estrutura mínima de governança no sentido de implementar as ações necessárias para a recuperação da carga tributária paga indevidamente ou uma iniciativa para pagar uma carga tributária menor, independentemente do ingresso em juízo.” Essa estrutura de governança tributária assume o papel que, durante muito tempo, ficava a cargo apenas da contabilidade, setor cada vez mais sobrecarregado pela avalanche de responsabilidades financeiras. “O contador sempre foi o responsável por dar o primeiro atendimento e realizar os estudos tributários. Mas a questão ficou tão complexa que esse profissional acabou sendo absorvido por toda a operação”, observa o professor Rogério Correia.
LEGALIDADE A empresa deve seguir as leis tributárias, que envolvem normas infralegais e leis de outros ramos do Direito que exercem influência na área (leis societárias, criminais, contábeis, trabalhistas, etc.). COMPLIANCE É necessário que a empresa cumpra todas as obrigações tributárias, principais e acessórias, seguindo os padrões regulatórios e apresentando resultados transparentes, que revelem realmente a situação financeira da corporação. LUCRATIVIDADE A finalidade da existência da empresa é ser lucrativa, favorecendo seus empregados, clientes, fornecedores, sócios e acionistas, bem como a economia em geral. Porém, essa lucrativa deve harmonizar-se com os outros princípios, especialmente ética e moralidade, evitando receber autos de infração e multas por sonegação fiscal, o que compromete seriamente a imagem da empresa.
“Aí, quando o advogado tributarista é acionado, numa segunda etapa, a situação já está judicializada, com auto de infração. Só dá tempo de tentar remediar o problema.” Com uma equipe de governança tributária, fica mais fácil aliviar esse problema. Mas os especialistas alertam que é preciso escolher bem os profissionais a serem contratados para exercer essa tarefa nas empresas. “Nos estados, por exemplo, há muitos impostos que demandam um conhecimento bastante especializado. Há detalhes que não estão muito aparentes e precisam de uma análise mais profunda na legislação. E são poucas pessoas que detêm esse conhecimento”, avalia Rogério Correia. “Por isso, existem empresas que montam departamentos e subdepartamentos só para lidar com tributação, tendo profissionais especializados em lidar com tributos diretos e outros, com tributos indiretos”. A importância de ter uma equipe especializada fica clara quando o professor cita a complexidade da legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que varia de estado para estado. radio.esbrasil.com.br •
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economia
“A todo momento, no nosso escritório, recuperamos tributos pagos indevidamente pelas empresas. Daí percebe-se a importância de as organizações manterem estrutura de governança tributária”
Evolução da carga tributária no Brasil (% do PIB) 34
33,66
33,5 33
33,53
33,39
Ricardo Dalla, advogado tributarista
33,31 32,7
32,67
32,66
32,5 32,44
32,27
32
31,5 2006 2007 2008 2009 2010
33,42
2011
2012
2013 2014 2015
Fonte: Receita Federal
“A Constituição de 1988 definiu uma estrutura geral do ICMS e estabeleceu regras que devem ser seguidas por todos os entes federativos. No entanto, dentro do âmbito da liberdade que têm, os estados enveredaram por uma guerra, passando a utilizar a política fiscal para atrair empresas”, explica Rogério Correia. “Dentro desse contexto, o contribuinte tem de lidar com um sistema cada vez mais complexo. E o cálculo do ICMS ficou mais difícil. De um estado para outro a diferença é muito grande.” Outro desafio para as empresas são as mudanças constantes na legislação, principalmente no âmbito do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), onde as jurisprudências são alteradas constantemente. A lei, que antes era entendida de um jeito, passa a ser interpretada de outra forma, a partir da decisão de um juiz. Só isso basta para mudar todo o planejamento das empresas. Daí surge mais uma missão para a governança tributária: controlar e acompanhar todas essas modificações.
Carga tributária por esfera de governo(% do PIB) 22,5
22,2
8,3
22,3
8,2 1,9
8,3 2,1
2,0 2014
2013 UNIÃO
ESTADO
2015 MUNICÍPIO
Fonte: Receita Federal
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“Toda hora há mudança na lei. Toda hora surge um novo entendimento. Há casos em que o Supremo Tribunal Federal suprime uma expressão de um artigo, por ser inconstitucional, e muda todo o entendimento da lei. Aí a União vai lá e faz outra lei, modificando aquela expressão suprimida pelo Supremo”, conta o advogado Ricardo Dalla. “Há alterações cotidianas na legislação”, complementa Rogério Correia. “E o maior problema nem é só esse. Como o entendimento jurisprudencial também muda, é preciso estar acompanhando de perto as decisões do Poder Judiciário, porque coisas que até então não eram aceitas passam a ser e vice-versa.” Cabe às empresas, com o apoio de sua governança tributária, ficarem atentas a essas modificações. Afinal, ainda é comum o pagamento de tributos de forma indevida pelo simples desconhecimento da legislação e do sistema tributário. “A todo momento, no nosso escritório, recuperamos tributos pagos indevidamente pelas empresas. Tributos que foram submetidos à regra de repercussão geral pelo Supremo e julgados em Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) com efeito erga omnes (para todos)”, aponta Ricardo Dalla. Por isso, mesmo que não tenham condições financeiras para montar uma equipe de governança tributária, as empresas devem ao menos se amparar em profissionais qualificados nesse assunto.“As empresas precisam criar estruturas para cuidar dos seus interesses tributários. Se não tiverem condições para isso, que pelo menos busquem profissionais talentosos tanto da contabilidade como da advocacia”, recomenda Ricardo Dalla. Afinal, de acordo com o advogado, é preciso se fortalecer para lidar com a máquina de arrecadação das três esferas de governo. A carga tributária do Brasil equivale a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior percentual da América do Sul, o que obriga a população a trabalhar 153 dias no ano apenas para pagar impostos. “A área tributária, no âmbito municipal, estadual e federal, é um gigante poderoso, que faz da arrecadação a sua vitória. E a galinha dos ovos de ouro dela são as empresas, que fazem desse país uma potência”, destaca Ricardo Dalla. “Então, mesmo que não tenha uma governança tributária, as empresas devem sempre se aliar a profissionais capacitados para não serem devoradas por esse gigante”.
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INFORME PUBLICITÁRIO
A tranquilidade de viver em Itaparica Bairro é um dos mais valorizados de Vila Velha e recebe três empreendimentos Galwan nos próximos anos
C
onhecida como uma das mais belas orlas do Espírito Santo, Itaparica se tornou também um dos metros quadrados mais concorridos de Vila Velha. O bairro é tranquilo e ao mesmo tempo completo, com escolas, bares, restaurantes, hospitais, padarias, supermercados, farmácias e todas as facilidades para quem escolhe morar por lá.
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“Itaparica preserva um ar bucólico, mas vem crescendo muito com o passar dos anos. É um bairro completo, que oferece diversas facilidades para os moradores, além de ter uma orla perfeita para o lazer de toda a família e também para a prática de exercícios físicos”, destaca o supervisor comercial da Galwan, Junior Pereira.
Mar Dourado Residencial
Pensando nisso, a construtora também está investindo no bairro. São três empreendimentos em obras: o Mar do Caribe e o Mar Dourado, de frente para o mar, e o London Ville, que fica a uma quadra da famosa praia. Os futuros moradores poderão usufruir de uma estrutura completa nos condomínios, da vista privilegiada e de um calçadão a poucos passos de casa. De alto padrão, o Mar Dourado está sendo construído de frente para o mar de Itaparica e perto de tudo. São mais de 2 mil metros quadrados de área de lazer e apartamentos de três e quatro quartos, com até duas suítes, que têm de 105 a 149 metros quadrados. A área comum, a ser entregue completa e equipada, contará com piscinas, espaço gourmet, academia, quadra, espaço mulher, sala de jogos e playground. O Mar do Caribe, também de frente para a praia, tem à disposição apartamentos de três e quatro quartos, com até 152 metros quadrados e até três vagas de garagem. O lazer inclui itens como brinquedoteca, playground, quadra, cinema, spa, piscinas e espaço gourmet. A uma quadra da orla ficará localizado o London Ville. O empreendimento contempla apartamentos de três quartos (com uma suíte) de 78 a 111 metros quadrados. Ao futuro morador será oferecida uma estrutura completa na área de lazer, que inclui itens como piscinas, academia, salão de festas, sala de jogos, sala de repouso, brinquedoteca, espaço do jovem e cinema. Seguindo o padrão de projetos da construtora, todos os cômodos dos apartamentos serão entregues com rebaixamento em gesso, previsão para instalação de ar-condicionado do tipo split, bancadas em granito, medidor individual de água e gás e caixa de descarga ecologicamente correta. Além disso, os empreendimentos vêm com uma fachada moderna, revestida em cerâmica, e varandas com peitoril de alumínio e vidro laminado. Os pisos dos quartos são em porcelanato, com opção de laminado de madeira, e as salas e varandas são em porcelanato.
Três e quatro quartos com suíte com duas e três vagas de garagem. Coberturas duplex com até três suítes e até quatro vagas de garagem. Localização: Avenida Estudante José Júlio de Souza, Itaparica, Vila Velha. Lazer: completo e equipado com itens como piscinas, espaço gourmet, sala de massagem, academia, sala de repouso, sauna a vapor, cinema, spa, playground, espaço mulher e quadra.
LONDON VILLE RESIDENCE Três quartos, com suíte e até três vagas de garagem para coberturas. Localização: Praia de Itaparica, Vila Velha. Lazer: completo e equipado com itens como espaço dos jovens, brinquedoteca, academia, salão de jogos, espaço mulher com sala de massagem, sala de repouso e espaço gourmet.
CONDOMÍNIO MAR DO CARIBE Três quartos, até três vagas de garagem e coberturas duplex com até quatro vagas de garagem. Localização: Avenida Estudante José Júlio de Souza, Itaparica, Vila Velha. Lazer: completo e equipado com itens como brinquedoteca, quadra, playground, piscinas, espaço gourmet, cinema e spa.
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entrevista
E u estive recentemente em Domingos Martins, onde eles estão tentando encontrar um turismo mais pautado pela singularidade do espaço que vai muito na linha das conexões da cultura”
Ana Fonseca Para A especialista em Cidades Criativas, ambiente inovador propicia realização pessoal: todos nascem com o potencial de ser criativo, mas isso não é suficiente 34
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A
s cidades criativas são locais que impulsionam e encorajam a imaginação, a criatividade, a tecnologia e o espírito empreendedor da comunidade, abrangendo seus moradores e visitantes. A interação ocorrida nesses espaços gera conexões que favorecem o conceito. Especialista em Cidades Criativas, Ana Carla Fonseca conversou com a revista ES Brasil após uma palestra por ela ministrada em Vitória. Na sua análise, o ambiente criativo proporciona a sensação de pertença e a realização pessoal que se reflete em atitudes ousadas e empreendedoras. Há requisitos que uma cidade precisa preencher para ser classificada como criativa? Existe um índice de cidades criativas que foi desenvolvido por um economista chamado Richard Flórida, dos Estados Unidos. E eu acho que justamente a tentativa de se criar uma metodologia harmonizada é o defeito desse índice. Porque, para poder imaginar o que seria uma cidade criativa, ele, por exemplo, definiu que ela precisa ter tantos Phd e uma quantidade de depósito de patente (invenção de produto ou processo inovador), e isso é muito importante para uma cidade de grande porte, mas não é para uma cidade pequena. O que funciona melhor não é você ter indicadores tão precisos ou quantificáveis, mas é você ter esses eixos, essas características que a gente adota como de inovação, de conexão e de cultura para ver se a cidade está indo de forma mais “arredondada” para esse caminho. O que diferencia cidades inteligentes de cidades criativas? As cidades inteligentes, via de regra, são pautadas por um desenvolvimento tecnológico que, bem aplicado, faz com que as pessoas tenham mais qualidade de vida, vençam vários desafios de mobilidade e infraestrutura. Quando a gente fala de cidades criativas, as inovações tecnológicas e sociais são importantes. Ou seja, como você consegue reinventar os contextos, as conexões entre público e privado e entre áreas da cidade. E por fim a cultura, uma questão que a gente soma à proposta de cidades inteligentes, que é a identidade da cidade, a essência da cidade. O que é mais anímico na cidade a gente chama de cultura cidade criativa. Isso dá menos peso, por assim dizer, à questão tecnológica, não que não seja uma questão importante, pois de fato é. Mas ela traz outros ingredientes e eu não vejo um conceito melhor ou pior que o outro. Acho que são diferentes recortes sobre uma esfera. E não dá para ver a esfera inteira ao mesmo tempo. A cidade criativa é sustentável, empreendedora, inteligente, mas são questões que se somam para a gente reinventar o contexto.
As cidades inteligentes, via de regra, são pautadas por um desenvolvimento tecnológico, que bem aplicado faz com que as pessoas tenham mais qualidade de vida, vencer vários desafios de mobilidade e infraestrutura”
Quais são os principais desafios vividos pelas cidades que querem estabelecer o conceito criativo? Eu acho que primeiro é o entendimento do conceito. A gente vive uma falácia muitas vezes que é de que como as pessoas são criativas e está tudo resolvido. Primeiro temos que entender o que é uma cidade criativa e, segundo, articular essa governança compartilhada na prática de que políticas públicas são políticas governamentais que se juntam ao setor privado e à sociedade civil. Isso eu vejo como um dos maiores desafios que a gente vive no Brasil hoje, independentemente do que estejamos vivendo nos governos federal e estadual, a vida ocorre nas cidades. Temos que fazer um esforço maior nesses contextos que são possíveis de mudar fazendo essa articulação. E aí o grande problema que se encontra é o pensamento de curto prazo. Como é esse pensamento? Os gestores públicos pensam: “Ah , mas eu tenho uma gestão de quatro anos que, às vezes são de dois”. E aí é que o papel da sociedade civil e do setor privado é absolutamente vital, porque eles continuam. Então eles conseguem fazer pressão política o suficiente para que o
Como vê as cidades brasileiras no contexto criativo mundial? Não existe um ranking, um olhar metodologicamente alinhado que permita fazer essas comparações. A gente faz mais por intuição ou por comparações de exemplos do que por uma forma mais metodologicamente desenvolvida. Mas eu acho que a gente tem uma diversidade muito grande de cidades nas nossas mais de 5 mil. Você pega o contexto de cidade ribeirinhas da Amazônia, e depois de cidades organizadas e com uma mentalidade muito germânica como em Santa Catarina, e aí fica difícil falar de Brasil. Eu vejo isso como um grande manancial de possibilidades. Se a gente começar a conhecer as cidades, se a gente parar de pensar sempre nas mesmas cidades e olhar para o que estão fazendo as outras... Não é que uma cidade é mais criativa que a outra, mas é o que está acontecendo, e a gente não tem esse trabalho de difusão, a meu ver. radio.esbrasil.com.br •
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A gente vive muitas vezes uma falácia, a de que, como as pessoas são criativas, está tudo resolvido. Primeiro temos que entender o que é uma cidade criativa e, segundo, articular essa governança compartilhada na prática”
Há alguma cidade que se destaca nesse aspecto? Uma cidade que tem se destacado agora na busca desse conceito é Santa Rita de Sapucaí, no sul de Minas Gerais. A cidade possui 40 mil habitantes, mas investe desde a década de 50 em tecnologia. Uma sinhá resolveu criar a primeira escola técnica em Eletrônica do Brasil na cidade, que ainda vivia na era do café. Tem essa questão da tecnologia, mas a cidade é muito viva em termos culturais e muito conectada. As pessoas têm muito a sensação de comunidade. De modo que uma cidade de 40 mil habitantes acaba se tornando um exemplo promissor do que seria uma cidade criativa. Há alguma cidade no Espírito Santo que possa ser considerada criativa no seu ponto de vista? As cidades do Espírito Santo vêm fazendo tantas coisas nesse sentido, mas essas atividades ainda não possuem a visibilidade como mereciam ter. Eu não conheço os contextos locais profundamente, mas vejo que há varias iniciativas como eixos, como a questão da inclusão digital em Vitória. Estive recentemente em Domingos Martins, onde que eles estão tentando encontrar um turismo mais pautado pela singularidade do espaço que vai muito na linha das conexões da cultura.
próximo gestor, ainda que eventualmente não queira dar continuidade, sinta que o custo político de descontinuar é tão grande, que ele vai acabar optando por continuar. A economia é importante nesses conceitos de cidade criativa e cidades inteligentes? Sim. Se pegarmos as fases históricas, os ciclos econômicos sempre foram representados fisicamente pelas cidades, basta pensar na economia industrial e na evolução industrial. Eram cidades muito poluídas, sempre com um rio (que era para onde os dejetos eram jogados), mas fica aquela imagem de cidade industrial por causa da economia. Hoje, quando a gente fala de cidade criativa, tem que ser uma cidade propícia a essa criatividade. Então há uma sinergia, uma simbiose muito importante entre economia e cidade. A população e a capacidade financeira das cidades interferem diretamente na aplicação destes conceitos? O que eu gosto desses conceitos é que, quando eles são bem trabalhados, você pode aplicá-los a qualquer contexto de cidade, independentemente da escala dela. Os desafios das cidades são proporcionais à sua escala. De modo que, se falarmos de três características, inovações, conexões e cultura, independentemente das escalas das cidades, você as tem. Então o que você revela ali é da cultura do espaço. 36
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Quais os impactos desses movimentos criativos na relação das pessoas com os espaços públicos e com as próprias cidades? A gente costuma dizer que a cidade é um ser vivo, e é curioso que na hora de representar até por desenho uma cidade, você pensa somente nos espaços construídos. Mas, se os espaços construídos fossem os órgãos de um corpo vivo, a seiva vital, o sangue, flui justamente pelos espaços públicos. De modo que não há como não dar valor ao espaço público, como se você passasse de um lugar ao outro pulando. Os espaços públicos são os que dão amálgama à cidade. É no espaço público que a diversidade se encontra, não tem como você ser criativo e inteligente se não lidar com o que é distinto do seu. É como se você pegasse o chef de cozinha mais gabaritado e pedisse para ele inventar receitas sempre com água e farinha. Chega uma hora que não dá para fazer nada. Mas, se você começa a expandir o horizonte dos seus por conta desses encontros de diversidades, que é o que se dá no espaço público, onde todo mundo transita independentemente do gênero, faixa etária ou classe social , você individualmente amplia seu repertório de receitas e de ingredientes para receitas, e a cidade se beneficia porque ela nada mais é do que a soma desses vários cidadãos. Como o município pode proporcionar ambientes que encorajam a imaginação? Eu sou muito defensora das pequenas ações. Eu acho que a beleza está nessas pequenas ações dentro de uma concatenação estratégica. E quando se pensa em ações envolvendo a criançada, existem muitas ações que podem ser feitas. Por exemplo, a cidade de Lisboa, em Portugal, há muitos anos desenvolve o orçamento participativo com as crianças das escolas públicas. É “dado” para elas uma quantia em dinheiro, que é sempre pouca, porque o importante é o processo. Então eles são questionados: “Vocês, escola X (ou seja, todos os alunos), onde querem aplicar esse dinheiro para melhorar Lisboa?”. De início eles imaginavam que os estudantes iriam
pedir chocolates na merenda, esses tipos de coisas. Então, as crianças, quando são questionadas sobre o que pensam sobre as cidades, começam a se atentar sobre o que é a cidade. Elas pedem para acertar uma calçada, porque uma idosa caiu; para restaurar uma igreja... Esses são os cidadãos do amanhã. Então, fazer um conjunto de ações com as crianças é muito promissor para o desenvolvimento de uma cidade diferente do que a que a gente tem hoje. No momento atual de crise ética e política, é difícil ser criativo? Eu tenho aquela máxima de que a crise traz oportunidade. Eu acho que às vezes a gente se cansa um pouco dessa máxima, mas quando você chega em casa, olha seus filhos e vê que não tem escolha e não pode deixar um país ou uma cidade pior do que aquela que herdou, isso traz um outro alento. Eu entro nesta lógica: quando não se tem recurso, se dá nó em pingo d’água. Então, se é feito isso em casa, na gestão pública municipal e nas empresas, acho que a gente tem que se permitir ousar um pouco mais. Não colocando grandes montantes de investimento, às vezes, não é nem uma questão financeira. Às vezes é a impossibilidade de se fazer uma intervenção no espaço público, porque não tem uma regulamentação que permita ou porque não tem iluminação depois das 10 horas. É muito mais o caso de uma integração dos diferentes atores para que essas intenções se
concretizem do que se ter “rios” de dinheiro para investir em algo que seja transformador. Em situações de crise, temos que resgatar a autoestima das pessoas. Mas isso é possível aqui no Brasil? Não é fácil, mas é possível. Eu vejo iniciativas incríveis que transformam contextos locais e que só não são transponíveis para outros contextos para resolver problemas muito similares que não são conhecidas. A gente tem uma falta de “troca de figurinhas” de iniciativas que são profundamente inspiradoras e que, em conjunto, poderia resolver o problema de todo mundo. Mas tudo tem que passar pelo acreditar. Ou você acredita, aposta e faz uma coisa diferente no dia a dia ou você vai virar um muro de lamentações. Eu acho que as empresas têm reagido porque percebem que não têm escolha, e o cidadão só pode fazer isso também. Os gestores públicos sabem atrair e reter talentos? A gente tem um desperdício, quase um genocídio de talentos criativos no nosso país. Porque, muitas vezes, como a gente não consegue tangibilizar aquilo que ele está aportando, não dá valor ao que ele traz. E nem tudo é quantificável, sobretudo a inovação. Como nunca foi feita, não tem como ser quantificada. Muitos dos nossos gestores sentem pressão porque têm que cumprir metas, mas se não se permitirem ser um pouco mais ousados no que consideram inovação, a tendência é que cada vez menos eles atinjam essas metas e cada vez menos haja inovações.
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gestão
PRONATER
empresas com mais de um ano poderão aderir
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POUPANÇA
As instituições voltadas para atuação com o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater) poderão iniciar os trabalhos mais cedo. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (CAPADR) aprovou proposta do deputado Zé Silva (SD-MG), que reduz, de cinco anos para um ano, o tempo de constituição legal necessário para cadastramento de empresas e outras constituições jurídicas. O texto estabelece a progressividade quanto ao número máximo de famílias atendidas a partir do primeiro até o quinto ano de criação da organização. Empresas formadas há um ano poderão atender até mil famílias rurais. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Falta de água pode afetar 25% dos empreendimentos brasileiros Até o fim deste ano, um em cada quatro donos de pequenos negócios deve sofrer com racionamento hídrico. De acordo com o Sebrae, os empresários que atuam no setores de serviços e indústria são os que mais temem perder faturamento com problemas relacionadas à falta de água, seguidos pelos do comércio e da indústria. Os empreendedores dos estados da Paraíba, Ceará, Sergipe e Espírito Santo são os mais preocupados com a interrupção do serviço de fornecimento. Para ajudar as micro e pequenas empresas, o Sebrae dispõe de soluções para os empreendedores diminuírem o consumo, cortarem custos e darem um passo a mais em direção ao desenvolvimento sustentável do negócio. Entre as ações sugeridas, está o Sebraetec, programa que permite que as micro e pequenas empresas tenham acesso subsidiado a serviços em inovação e tecnologia, visando à melhoria de processos e produtos. TECNOLOGIA
Empresas que trabalham com funcionários externos precisam ficar atentas aos gastos de reembolso. Esse é um gargalo que o Espresso App pode ajudar a superar. O aplicativo é uma alternativa que ajuda a economizar e gerenciar melhor os gastos dos funcionários em viagens e visitas a clientes. Cada colaborador que precisar de reembolso da empresa pode baixar o app e registrar as despesas. Já o financeiro conta com uma plataforma para auditar, criar fluxos de aprovação e classificar gastos por equipes e categorias.
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Deve sair em agosto um acordo que ajudará a definir os rumos da negociação entre poupadores e bancos, que já se estende por anos. Quem aplicava dinheiro na chamada caderneta nas décadas de 1980 e 1990 tem alegado que os planos econômicos lançados nos governos de José Sarney e Fernando Collor de Mello causaram perdas nos rendimentos. Essas alegações já somam milhares de ações na Justiça. Segundo a ministra e advogada-geral da União, Grace Mendonça, a expectativa é que até o início de agosto seja fechado um acordo entre os bancos e os clientes. Essa negociação irá definir os valores a serem pagos com a aplicação de descontos e como será feito o parcelamento do ressarcimento. Com os descontos concedidos aos bancos, pode ser que os beneficiários recebam um valor inferior ao que receberiam na época. Hoje, a maioria dos poupadores têm mais de 80 anos.
ECONOMIA
Isenção de IPI pela Internet A Receita Federal implantou o Sistema de Concessão Eletrônica de Isenção IPI/IOF (Sisen), por intermédio do qual os taxistas poderão requerer a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF). O sistema está disponível no site da Receita Federal e pode ser acessado, inclusive, por dispositivos em plataformas mobile.
RENDA
Aplicativo facilita gestão de reembolsos nas empresas
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Perdas na poupança nas décadas de 80 e 90 podem ter desfecho em agosto
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28% dos empreendedores capixabas se tornaram empresários Um levantamento do Sebrae mostrou que, na opinião dos empresários, os principais benefícios de se tornar dono do próprio negócio estão associados à renda. No ranking nacional, 31% dos entrevistados disseram que manter a renda foi o fator principal na decisão de empreender. Outros 26% escolheram o desafio como forma de ter independência financeira. Conciliar trabalho e família e se realizar profissionalmente ficaram na terceira e quarta posição, com 22% e 15% respectivamente. No Espírito Santo, 28,6% dos entrevistados revelaram que optaram por abrir uma empresa como forma de manter a renda.
gestão
Weber Caldas
NOVA ONDA NAS EMPRESAS É “CONSTELAR” Criada na Alemanha, a Constelação Organizacional surge como uma nova ferramenta para ajudar empresários e executivos a resolver dilemas e tomar decisões importantes
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voo parecia tranquilo. Céu de brigadeiro, nenhuma nuvem à frente. De repente, o tempo fecha. O avião encara uma turbulência. O nevoeiro em frente impede a visão e torna difícil para o piloto saber que caminho seguir.
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Sem nitidez quanto à direção, fica impossível tomar uma decisão. Porém, quando a turbulência passa e o horizonte clareia, a viagem volta à normalidade. Já é possível escolher o melhor rumo para alcançar o destino desejado.
É exatamente isso o que as Constelações Organizacionais fazem para as empresas: dão transparência a situações que estão nebulosas. Essa missão pode envolver a decisão sobre lançar ou não um determinado
produto, que profissional contratar para um cargo específico ou mesmo conflitos existentes em setores da companhia. Em casos desses tipos, entre outros, o constelador entra em cena para ajudar o executivo a agir e fazer a melhor escolha. “O dia a dia de um empresário é marcado por alguns dilemas. Abrir ou fechar um negócio? Contratar ou demitir funcionários? Como inovar na empresa? A Constelação Organizacional surge como uma ferramenta para ajudá-lo a encontrar uma solução e tomar uma decisão”, explica Cesar Cordeiro, sóciofundador da S100, empresa paulista de Capacitação Humana e Consultoria em Estratégia Organizacional. Como se percebe, a ferramenta, apesar do nome sugestivo, não tem nada de mística. “No Brasil, esse nome é muito ingrato. Constelação, para nós, latinos, tem um entendimento meio esotérico, e o trabalho sistêmico não tem nada disso. Não vamos fazer um mapa astral da empresa”, brinca Cesar Cordeiro. A origem, na verdade, vem da Alemanha, considerada o berço das Constelações. Coube ao psicoterapeuta, teólogo e pedagogo Bert Hellinger, na década de 1920, desenvolver, a princípio, as Constelações Familiares, baseado em duas grandes influências: o psicodrama e a escultura familiar. Depois de ser idealizada com sucesso para questões familiares, a ferramenta passou a ser aplicada também em empresas. Em 1995, o alemão Gunthard Weber realizou um trabalho que o fez ser considerado o “pai” das Constelações Organizacionais. Ao longo da última década, essa dinâmica se difundiu e ganhou corpo em todo o continente europeu. No Brasil, porém, o início de sua utilização ainda é bem recente. “O fato de as Constelações serem ainda pouco conhecidas faz surgirem muitos tabus”, admite Cesar Cordeiro. “É como o trabalho de coach há 10 anos. Era algo desconhecido. Hoje esses profissionais já são mais respeitados e bastante utilizados pelos mais diferentes gestores.”
O que é Constelação Organizacional? Também chamadas de abordagem ou análise sistêmica, as Constelações Organizacionais são ferramentas usadas para a tomada de decisões e solução de questões individuais, grupais e coletivas nas empresas. Como funciona? Por meio dessa técnica, um cliente (empresário, gestor, executivo...) traz uma questão a ser resolvida com o apoio da Constelação Organizacional. Após uma curta delimitação e foco na questão e nos resultados a serem alcançados, o constelador ajuda o cliente a se livrar do emaranhado de dúvidas e dilemas que o impedem de agir. Qual é o objetivo desse trabalho? O resultado dessa abordagem é abrir para o cliente novas percepções e alternativas de ação e encaminhar soluções para a questão trazida. Vale lembrar que esse empresário/executivo deve ser a pessoa responsável pela solução da questão trazida, tendo a autonomia decisória para tanto. À Constelação Organizacional não cabe apresentar soluções, mas apenas caminhos para que o cliente tome a sua decisão.
O sócio da S100 lembra que, como em qualquer área, é preciso escolher bem o profissional que vai realizar esse serviço. “Existem ‘consteladores’ e ‘consteladores’. S e você for contratar um coach, há aqueles que cobram R$ 100,00 e os de R$ 800,00 a sessão. Assim como há médicos que fazem uma cirurgia por R$ 1.000 e outro que faz por R$ 50 mil. A diferença está na qualidade do trabalho e na capacidade do profissional”, alerta Cesar. Esse problema se verifica, segundo ele, quando um especialista em Constelação Familiar tenta oferecer seu serviço a uma empresa para a realização de uma Constelação Organizacional. Há diferenças óbvias entre a aplicação dessas duas ferramentas. A principal delas está na própria estrutura. O pertencimento a uma família vem desde o nascimento e continua mesmo depois da morte. Já no caso de uma organização, esse sentimento ligado à percepção de coletividade é temporária, além de ser uma escolha. Isso já é suficiente para tornar o sistema organizacional mais complexo, na visão dos especialistas. O mesmo vale para a hierarquia, que tem diferenças claras entre uma família e uma empresa. Assim, o trabalho com Constelações Familiares vem sendo mais executado por terapeutas
e psicólogos, eventualmente ligados ao setor de Recursos Humanos. Em termos empresariais, os facilitadores que aplicam as Constelações Organizacionais têm um perfil mais próximo ao de um consultor de empresas. Dessa forma, o modo de trabalho, as abordagens e as visões apresentam distinções, durante a utilização desses dois instrumentos. “Muitas vezes, consteladores familiares tentam entrar no meio organizacional. E aí há um perrengue”, relata Cesar. “É preciso carregar uma bagagem de gestão de empresa. Ter conteúdo para fazer uma boa constelação organizacional. No meu caso, fui executivo de multinacionais por muitos anos, dentro e fora do Brasil. Nessa hora, toda essa experiência enriquece o processo de contribuir para o empresário ter a maior clareza possível para a solução do seu problema.” É essa experiência do constelador que ajuda o empresário ou executivo a desatar o nó que o impede de tomar a melhor decisão em relação a um problema ou dilema. “Às vezes, surge um nó que trava o executivo. Ele não consegue tomar uma decisão porque não visualiza a situação de forma clara. Então, a dinâmica da Constelação O rg an i z a c i on a l t r a z u m a m ai or radio.esbrasil.com.br •
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gestão
utilização na prática Nas empresas e organizações: • Definição de uma estratégia para uma organização • Criação de um novo e coeso espírito de equipe • Verificação da coerência da estrutura numa organização • Preparação de negociações • Integração após fusão ou aquisição de empresas • Gestão de projetos • Lançamento de marcas e produtos • Teste de projetos ou a criação de uma nova empresa • Diagnóstico do funcionamento de uma empresa • Gestão de conflitos nas organizações • Análise do processo de decisão em todas as áreas de negócio • Dinâmicas em empresas familiares •V erificação de eficácia de importantes passos ou mudanças numa organização •A valiação de diferentes decisões: “Devo fazer isto, ou aquilo, ou talvez outra coisa qualquer?” • Recrutamento e seleção de pessoal Para os indivíduos (empresários, gestores, executivos etc.): •R esponder a questões pessoais como “Devo ficar ou devo ir embora de uma empresa?” •E ntender a sua posição na organização / empresa •A uxiliar na tomada de decisões •T rabalhar por conta própria ou por conta de outros •S olucionar conflitos com colegas, clientes e fornecedores •E ncontrar um bom lugar na empresa •S upervisionar consultores, vendedores e outros profissionais •E ncontrar o equilíbrio entre a vida privada e profissional Fontes: www.s100.com.br e www.constelacoesorganizacionais.com
c l are z a d e i n for m a ç õ e s , d e d i m e n s õ e s d o t e m a , que o ajudam a tomar uma decisão”, explica o constelador. Em situações desse tipo, o primeiro desafio é entender a dúvida ou dilema do executivo. Para isso, realiza-se uma entrevista pessoal, em que o contratante expõe os problemas que o impedem de tomar uma decisão. Depois que a questão é compreendida, a ferramenta é utilizada para acabar com o emaranhado que paralisou o empresário. “O trabalho de Constelação não existe para solucionar um problema. Como toda e qualquer ferramenta, é usado para fazer análises e levantar informações para que o executivo tome a própria decisão. Se, depois da Constelação, o executivo não faz nenhuma ação, não adianta nada”, deixa claro Cesar Cordeiro. Foi com a ajuda da Constelação Organizacional que um empresário do ramo imobiliário, de São Paulo, conseguiu 42
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“Não dá para fazer uma constelação organizacional para solucionar um problema. Como toda e qualquer ferramenta, ela vai levantar análises e informações para que o executivo tome a própria decisão” Cesar Cordeiro, constelador organizacional e sócio-fundador da S100
sair de um estado de hesitação e lançar um novo produto no mercado, como conta o sócio da S100. “Esse empresário já tinha lançado um condomínio fechado e decidiu comprar um terreno ao lado para fazer um novo empreendimento. Porém, nesse meio-tempo, surgiu um concorrente atuando na mesma região. Isso fez com que ele travasse”, relata Cesar. “Então, o constelador entrou em cena para entender a situação. E o empresário expôs as ‘n’ variáveis que o deixavam confuso: ‘O concorrente está muito em cima, eu não sei mais o que faço. O mercado está ruim, a crise está muito forte’, ele dizia. Isso é o que chamamos tipicamente de um emaranhado.” Após realizar a dinâmica da Constelação, conforme Cesar, o empresário teve a clareza de que estava emaranhado com o tal concorrente. Ele tinha um nó, de medo pessoal, que havia jogado para o rival. “O que fizemos foi tirar o nó. A partir daí esse empresário percebeu melhor o próprio produto, os seus clientes e toda a realidade do mercado, fazendo uma leitura da situação”, detalha o constelador. “Coube a ele tomar a decisão seguinte, que o destravaria de vez. Como já tinha o projeto pronto do condomínio fechado, só precisava lançá-lo. Então, depois de duas semanas, ele fez isso e conseguiu vender 50% dos lotes no lançamento.” Como compara Cesar Cordeiro, a Constelação Organizacional faz parte de uma grande caixa de ferramentas que pode ser utilizada por uma empresa ou executivo para ajudar a resolver um problema. Cabe à pessoa saber em que momento usá-la. “Imagine a caixa de ferramentas de um mecânico. Lá tem um alicate, chave de fenda, martelo etc, e cada um é usado em determinado momento. É como se a constelação também ficasse em uma caixa com várias outras ferramentas que podem ser usadas na gestão de um negócio. Dependendo da situação e da necessidade, o empresário pode utilizá-la para se desvencilhar de uma situação incômoda”, aponta o constelador.
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Retomada: evento recebeu cerca de 12 mil pessoas, que puderam conferir as novidades de 150 marcas e empresas
Mec Show
Mec Show movimenta mais de R$ 50 milhões
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onsiderada uma vitrine para o setor metalmecânico do Espírito Santo, a Mec Show realizou sua 10ª edição entre os dias 18 e 20 de julho, no Carapina Centro de Eventos. Com foco na inovação industrial, a feira deste ano movimentou mais de R$ 50 milhões de negócios e recebeu cerca de 12 mil pessoas, que puderam conferir as novidades de 150 marcas e empresas. A abertura registrou a presença de muitas autoridades e gestores de várias esferas. O governador Paulo Hartung lembrou que a iniciativa mostra a força do Estado e sinaliza um momento de novo fôlego para a economia. “Precisamos aproveitar este primeiro momento de reação da economia e termos força e energia para assumirmos uma liderança coletiva no país. É fundamental continuar o processo de reformas modernizadoras necessárias para recuperarmos a competitividade”, disse. Ilha da Inovação As novas tendências de mercado e a tecnologia foram temas debatidos no estande “Ilha da Inovação”, que trouxe apresentações de casos de sucesso ligados à indústria 4.0. Daniel Freitas, da Insfor, falou das soluções criadas no campo da robótica, enquanto Yago Barbosa, capitão da equipe Warrior, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), explicou como funciona a construção de robôs de combate e como essa tecnologia pode beneficiar a indústria. O tema inovação também foi bastante recorrente na apresentação do conjunto de projetos que concorreram ao Mec Inova. Uma comissão formada por várias entidades e empresas apontou os ganhadores em duas categorias: “Micro e Pequenas Empresas” e “Médias e Grandes Empresas”. Nesta última a vencedora foi a Vale, com o trabalho “Modelagem, simulação e controle do processo de pelotamento de uma usina de pelotização”. Já no último dia do encontro,
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aconteceu o Grand Prix Senai de Inovação, com a premiação dos melhores projetos de soluções desenvolvidos por estudantes, empreendimentos e instrutores do Senai e do Ifes. A equipe do Senai Linhares venceu nas categorias “Manufatura Integrada”, “Elétrica Industrial” e “Manutenção Mecânica”. A programação foi encerrada com um grande tributo aos inúmeros empresários que atuaram para fortalecer o setor ao longo dos anos. “Temos uma cerimônia de premiação todos os anos, com algumas empresas que prestaram ou prestaram algum serviço para nosso sindicato sendo lembrados. Mas, em 2017, resolvemos fazer algo diferente: homenagear os associados mais antigos do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), realizadora do evento. Aqueles que iniciaram todo esse trabalho. Esses homenageados contribuíram para que a feira surgisse e se transformasse nesse sucesso”, disse o presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina.
os números do mec show 2017 os números • O evento movimentou R$ 50 milhões em negócios. • Cerca de 12 mil pessoas tiveram acesso aos estandes. • 150 marcas e empresas participaram do evento, movimentando a economia. • Mais de 130 reuniões resultaram na geração de mais de R$ 15 milhões para os próximos 11 meses. • Hoje, o Espírito Santo ocupa o terceiro lugar e responde por 17% de toda a produção nacional de petróleo.
Enio Bergoli
mobilidade
Enio Bergoli é diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo – DER-ES
Mobilidade urbana: o futuro dos capixabas sendo construído hoje Apesar dos tempos difíceis, os investimentos em infraestrutura de transportes são feitos no Espírito Santo
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este momento de crise que assola as finanças públicas em todas as esferas de governo, poucos estados na Federação podem falar com propriedade sobre obras de mobilidade urbana como o Espírito Santo. A crise congela investimentos de norte a sul do Brasil, com reflexos negativos também para os capixabas. Mas, nesse breu quase total no qual estamos imersos, nosso Estado vem sendo luz no caminho do desenvolvimento. E não é por acaso, pois por aqui o dever de casa foi feito, e as contas públicas estão organizadas. Isso nos deu a credibilidade e a oportunidade de realizamos importantes investimentos em infraestrutura de transportes que vêm melhorando o dia a dia de nossa gente. A expressão “mobilidade urbana e humana” sintetiza o atual pensamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES) na elaboração de projetos e na execução de obras. Já há a compreensão que as rodovias não são apenas estruturas de ligação, mas também espaços sociais, extensões da vida das pessoas. Com o mundo cada vez mais urbanizado, essas estradas, em boa parte de seus quilômetros, funcionam como típicas vias citadinas, com muitas comunidades e bairros no entorno. A Leste-Oeste, por exemplo, que ligará Cariacica a Vila Velha, será usada tanto por ônibus e caminhões quanto por ciclistas e
pedestres. Logística e mobilidade ao mesmo tempo! Vai integrar muitos bairros dos dois municípios da região metropolitana, como Campo Belo, Vila Isabel, Maracanã, Rio Marinho, Vale Encantado e Cobilândia.
Desde a construção da Terceira Ponte, um projeto de importância inestimável para o Espírito Santo, o Governo do Estado não realizava um volume de investimentos tão grande em infraestrutura de transportes, com foco na mobilidade” Encurtará ainda a distância entre os terminais de Campo Grande, em Cariacica, e Itaparica, em Vila Velha, diminuindo o tempo de deslocamento da população para as suas atividades diárias. A implantação de faixas multiúso nessa e em outras vias vai na linha da humanização. Tudo conciliado dentro de uma nova
opção para o transporte de cargas para o Porto de Capuaba. Desde a construção da Terceira Ponte, um projeto de importância inestimável para o Espírito Santo, o Governo do Estado não realizava um volume de investimentos tão grande em infraestrutura de transportes, com foco na mobilidade. Além da Leste-Oeste, executa as obras da segunda fase da Avenida Alice Coutinho, a modernização da José Sette e a implantação do Contorno de Cariacica. Essas vias são integradas a rodovias fundamentais para o desenvolvimento do Espírito Santo, como a BR-101 e a BR-262. O início das obras do Contorno do Mestre Álvaro, em parceria com o Dnit, previstas ainda para o segundo semestre de 2018, assim como a retomada das obras da ES-388, em Vila Velha, são outros investimentos dentro desse contexto. Mas a mobilidade também é foco fora da Grande Vitória. Em Cachoeiro de Itapemirim, maior cidade do interior do Estado, a ES-482 está sendo duplicada e terá passarela, faixa multiúso e calçada cidadã. Mesmo em tempos são difíceis, o Espírito Santo não se curva ao desânimo. Muito pelo contrário, já iniciamos neste cenário adverso a construção de um futuro melhor para a mobilidade, o que garante um novo tempo de novas oportunidades para os capixabas, além de uma sequência planejada de investimentos, assim que a crise passar. E todas passam!
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panorâmicas
Parceria do Editor
Homenagem O economista e diretor da Futura Consultoria e Pesquisa, José Luiz Soares Orrico, recebeu a homenagem “Economista Destaque 2017”. A condecoração é realizada todos os anos pelo Corecon-ES, em comemoração ao Dia do Economista. A solenidade aconteceu no dia 2 de agosto, no Vitória Prime Hall, em Vitória. Trata-se de um reconhecimento àqueles que, por conta de seu trabalho e dedicação, alcançaram projeção em razão de contribuições aos setores público, privado e acadêmico no Espírito Santo.
premiação academia
Bicampeonato Os estudantes de Ciências Econômicas da Ufes André Luiz de Oliveira Sacani e Vitor Santos Araujo conquistaram o bicampeonato na IV Gincana Estadual de Economia, promovida pelo Corecon-ES, no dia 29 de junho, na universidade federal. “É um importante evento que aproxima o Corecon-ES dos alunos e professores, e estimula o estudo da ciência econômica de maneira lúdica”, afirmou o presidente do Corecon-ES, Victor Nunes Toscano.
COrecon premia artigos e monografias Com a finalidade de estimular a produção acadêmica capixaba em temas relacionados à área, o Prêmio ES de Economia, realizado pelo Corecon-ES, elegeu os melhores artigos de economistas e as monografias elaboradas por estudantes dos cursos de Ciências Econômicas. A premiação foi de R$ 1.000 para os primeiros lugares, incluindo estatuetas e certificados. Os segundos lugares receberam placa de homenagem.
Cidadania e Cooperativismo Financeiro A chefe do Departamento de Educação Financeira do Banco Central do Brasil, Elvira Cruvinel Ferreira, veio a Vitória, no dia 2 de agosto, para ministrar a palestra “Cidadania e Cooperativismo Financeiro”. A apresentação fez parte da programação do evento em comemoração ao Dia do Economista, promovido pelo Corecon-ES.
Almoço com palestra “Taxa de juros e cooperativismo financeiro” foi o tema discutido no encontro “Economia em Debate”, no dia 7 de julho, no restaurante Gosto Português, em Vitória. O diretor-executivo do Sicoob-ES, Nailson Dalla Bernardina, ministrou a palestra sobre o assunto. Diversos economistas capixabas compareceram ao evento, que é promovido pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES). 46
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premiados Monografias de graduação 1º 2º
Antonio Fernando Costa Pella Marina de Abreu Queiroz Artigos de economistas
1º 2º
Julyana Covre Miriam Borges dos Santos
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Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder a essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.
desembargador joão manoel de carvalho José Eugênio Vieira é pesquisador com diversos livros publicados sobre a História do Espírito Santo e atualmente ocupa a Superintendência do Sebrae
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oão Manoel de Carvalho nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ) no dia 9 de junho de 1885, filho de Helena Andrade de Carvalho e Joaquim Galdêncio de Carvalho. Casou-se com Maria Navarro de Carvalho. Formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1911, mas foi no Espírito Santo que se realizou na profissão.
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Ocupou os cargos de secretário de Governo e de interventor na Secretaria de Educação do Estado. Como professor, exerceu o magistério, mas foi como homem das leis que, em 1916, ingressou na magistratura estadual como juiz de Direito na Comarca de Alegre. Foi o primeiro juiz da Comarca de Domingos Martins, de 1919 a 1926. Atuou depois em Santa Leopoldina e Vitória.
Foto: Acervo do Arquivo Público Estadual
O nome da rua homenageia aquele que foi o primeiro juiz da Comarca de Domingos Martins, de 1919 a 1926
Em janeiro de 1931, foi promovido a desembargador, tendo exercido importante atuação de corregedor-geral, vice-presidente e presidente. Pouquíssimos homens João Manuel de Carvalho públicos capixabas deixaram (Desembargador) de participar das lides políticas no Estado, e João Manoel de Carvalho, abandonando a magistratura, não seria exceção. Ajudou a fundar o PL - Partido da Lavoura, em oposição à ação política do interventor João Punaro Bley. Faleceu em Vitória no dia 25 de novembro de 1965, aos 79 anos. (Copidesque Rubens Pontes)
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NEGÓCIOS
Mary Martins
Aplicativos capixabas que facilitam nossa vida Espírito Santo não produz só delícias culinárias. a tecnologia também faz parte deste cardápio
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m tempos de velocidade na informação, a vida parece estar a um clique. Para o próximo passo a ser dado ou a decisão a ser tomada, a orientação está lá, no celular. A tendência é fazer tudo pela tela do aparelho. Que tal então aproveitar melhor o seu smartphone e tornar a vida mais fácil ao longo do dia com aplicativos capixabas? E sp e c i a l i st a e m s e g u r a n ç a d a informação, Gilberto Sudré afirma que estamos vivendo em um verdadeiro tsunami de aplicativos, mas muitos deles não têm funcionalidade. Há aqueles que exigem mais atenção dos usuários, 50
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“Aqui em Colatina, apesar de ser uma cidade pequena e de os supermercados serem próximos, eu gastava muito tempo para fazer pesquisa de preço. Hoje, com o aplicativo, eu sei onde tem o produto mais barato antes de sair de casa” Michelly Lana Pedroni, pedagoga por conter vírus ou ser de procedência duvidosa, apenas ocupando a memória no celular, sem oferecer serventia alguma.
Você certamente deve conhecer alguém que foi às compras em um shopping ou em uma avenida movimentada e, ao voltar, experimentou aquela sensação horrível de ter o carro roubado por simplesmente não se lembrar do lugar em que parou o veículo. Para evitar esse “frio na barriga”, o jovem Erasmo Bellumat, 23, aluno do curso de Sistemas da Informação da Universidade Vila Velha (UVV), idealizou o app “Onde Estacionei?”. “A inspiração para criá-lo veio da minha namorada, que deixou o automóvel em Campo Grande, Cariacica. O local estava lotado no dia e, ao retornar, ela ficou 20 minutos procurando por ele.
como funciona o app “onde estacionei?”
PASSO 1
PASSO 2
PASSO 3
PASSO 4
PASSO 5
Ao clicar no botão “Estacionei Aqui”, o app grava a localização do veículo.
Ao se afastar do veículo, o app mostra a localização em tempo real do usuário, a pé. Clicando no botão “Iniciar Navegação”, é aberto o aplicativo de mapas preferido do usuário.
Visão da rota calculada pronta para iniciar a navegação de volta ao veículo estacionado, no Google Maps. Ao clicar no botão “>>” a navegação é iniciada.
Ao clicar no relógio, é solicitada a configuração do tempo do rotativo. No botão iniciar, a contagem é realizada.
O usuário recebe notificação quando o tempo restante alcança 10 minutos.
Fonte: www.financaspraticas.com.br
Pensou até que tinham roubado, porque havia esquecido onde estacionou”, lembra. A ferramenta foi desenvolvida em apenas três semanas e apresenta uma funcionalidade extra: ajuda o motorista a não perder o tempo do estacionamento rotativo, evitando multas. “O aplicativo emite um alerta para o usuário informando quanto tempo falta para acabar o período do rotativo. Quando a pessoa estaciona o carro na vaga, abre o app e faz o registro, e o software cuida de lembrá-lo.”
Quem não tem carro... Vai de ônibus! Um dos maiores desafios atuais para quem se locomove por meio de ônibus na Grande Vitória é economizar tempo durante as viagens. De olho nesse público, José Alexandre Macedo criou o “Meu Destino Vix”, o primeiro aplicativo de transporte coletivo do Espírito Santo. “Ele é focado nos horários de ônibus de todas as empresas do Estado e tem notícias sobre as condições do trânsito. Busca proporcionar sempre o melhor para os usuários e conta com horários do Transcol e dos ônibus de Vitória (os chamados verdinhos) e das viações Sanremo e Alvorada. Os horários estão sempre atualizados e as notícias são de fontes confiáveis.” Nos próximos meses o programa será ampliado e incluirá a frota que atende aos municípios de Aracruz e Guarapari. “Temos a intenção de implantar o aplicativo com ônibus de cidades do interior. Usuários já nos pediram para incluir horários de Cachoeiro de Itapemirim.” Macedo conta que em breve o recurso irá lançar mais uma função: que ônibus pegar. A novidade ajudará turistas e moradores que ainda não conhecem bem a Grande Vitória. “Vai ser basicamente assim: se o usuário quer ir para um lugar, ele digita o local de destino, e o aplicativo identifica onde ele está e qual linha de ônibus deve pegar.”
“O aplicativo é focado nos horários de ônibus de todas as empresas do Estado e tem notícias sobre as condições do trânsito” José Alexandre Macedo, criador do aplicativo “Meu Destino Vix”
Segurança para ir e vir A tecnologia também está a serviço da sua proteção pessoal. Diante de dados cada vez mais alarmantes envolvendo a violência, identificar os lugares onde acontecem os crimes e os locais mais seguros para seguir no trajeto para o trabalho, casa ou escola é imprescindível. O aplicativo PSave, idealizado pelo Marcelo Rodrigues Araújo, 46, é gratuito e tem a proposta de mostrar a rota mais tranquila. “A ideia de criar o app surgiu na crise da segurança pública, em fevereiro deste ano. Ele mostra os locais onde acontecem as ocorrências de roubo, homicídios e outros crimes. O usuário alimenta o aplicativo, e ele sinaliza no mapa radio.esbrasil.com.br •
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NEGÓCIOS
Do bate papo ao app
localizador. Todos os usuários que estão num raio de 20 km da ocorrência recebem o alerta”, detalha. Tanta preocupação é fundamentada pelos números recentes da Polícia Militar, que atende a uma média de 1.500 ocorrências por dia, e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), que em levantamento aponta a volta do crescimento dos registros de mortes violentas. Nos quatro primeiros meses de 2017, houve 585 assassinatos no Espírito Santo, alta de 35,7%, se comparado ao mesmo período de 2016, com 431 homicídios. A sensação que se tem é de que a PM não está tão perto quanto se deveria. O aplicativo capixaba teve mais de 500 mil downloads na Grande Vitória, segundo Marcelo, e já foi apresentado à Sesp. “Estamos abertos a fazer parcerias com órgãos de segurança do Estado e também do país para que eles recebam as ocorrências em tempo real. Os agentes de segurança poderão disponibilizar as viaturas mais próximas do local do fato para atenderem a ocorrência.”
Negócios e tecnologia Segundo pesquisa realizada pela empresa Cheetah Ad Plataform, intitulada “2016 app Olympics”, o Brasil lidera a lista de países com mercados mais competitivos no mundo para aplicativos mobile. Aliar negócios e tecnologia se tornou sinônimo de sucesso, e o jovem Tiago Comério teve a “grande sacada” de criar uma ferramenta que oferece a pessoas físicas e empresas o controle financeiro via smartphone e web. Sócio da empresa Easy Me, sediada em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha, o empreendedor idealizou o aplicativo “Meu Dinheiro”, que é um gerenciador financeiro. “Ele ajuda as pessoas a controlarem seu dinheiro e pagamentos, emite lembretes de vencimento de contas a pagar e a receber. E o que temos de inédito agora no mercado é um gerenciador de investimentos que permite que os usuários vejam a rentabilidade de seus investimentos para compará-los. É a gestão de investimentos acompanhada do controle financeiro”, disse. O app “Meu Dinheiro” conta com 180 mil adeptos entre a versão gratuita e a paga, que é a mais completa.
“Com esse aplicativo, eu consegui economizar bastante. Antes, as minhas compras eram R$ 1.500,00, e agora gasto R$ 1.100,00. Tenho filho pequeno e preciso pesquisar preços, mas não tenho tempo de ficar indo de supermercado em supermercado para fazer isso” Regiane Dalla Bernardina, auxiliar de escritório 52
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Como surgiu o “Seu Pechincha”? Eu e alguns colegas de trabalho estávamos conversando, e uma reclamação constante que ouvíamos das colaboradoras da empresa era a quantidade de panfletos de ofertas de supermercados e papéis jogados nas garagens e enchendo as caixas de correios. Aliamos isso à crise econômica também, e surgiu a ideia. Com quase 20 mil downloads, o que pretende agora? O nosso objetivo é crescer em escala para atingir um número maior da população. Qual é o perfil dos usuários do aplicativo? Pelos comentários que o app recebe, boa parte é mulher. Como é trabalhada a divulgação do “Seu Pechinha”? Apenas pelas redes sociais, em especial Facebook e Instagram.
Do celular para o carrinho de compras Não tem como escapar, uma hora ou outra será a sua vez de fazer compras no supermercado, sejam elas mensais ou semanais. Existem dois tipos de consumidores, os que adoram ir às lojas e os que vão por necessidade. Mas, independentemente do perfil, todos pesquisam preços. Comparar os valores estampados nas gôndolas antes de colocar os produtos no carrinho tem sido um hábito cada vez mais frequente em tempos de crise econômica. Mas gastar gasolina ou sola de sapato para ir de estabelecimento em estabelecimento em busca de ofertas pode ser perda de tempo e dinheiro. Pechinchar é algo que o brasileiro está acostumado a fazer e garante ainda melhores resultados se tiver a tecnologia como aliada. O aplicativo “Seu Pechincha” segue essa proposta. O programa, gratuito e disponível para todas as plataformas, foi criado em dezembro de 2016 no município de Colatina por Eduardo Casotti e alguns colegas de trabalho e, apesar de recente, já atraiu aproximadamente 20 mil downloads. “Fizemos o teste piloto em Colatina e depois partimos para outros centros. Apenas produtos em oferta nos supermercados são registrados pelos supermercadistas mediante cadastro e senha. Temos hoje, em média, 180 supermercados incluídos”, afirma Casotti. Nas pesquisas feitas pelo público do software, três produtos se destacam: cerveja, o item mais demandado, seguida por fraldas e leite, segundo e terceiro lugares, respectivamente. “É incrível como a cerveja é a mercadoria mais procurada, principalmente às sextasfeiras. Boa parte dos nossos usuários busca esse produto em oferta nos supermercados para o churrasco do fim de semana”, lembra.
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agro Foto: Pedro Callegario/Seag-ES
RECONHECIMENTO
Municípios capixabas se tornam a “capital” do inhame Os municípios de Alfredo Chaves, Domingos Martins, Marechal Floriano, Vargem Alta, Venda Nova e Castelo receberam a Indicação Geográfica (IG) na safra de inhame no Brasil. O reconhecimento, feito durante o II Encontro Estadual dos Produtores de Inhame, realizado no dia 7 de julho, é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e usado para identificar a origem de produtos ou serviços que se destacam no país. Um bom exemplo é São Bento de Urânia, em Alfredo Chaves, onde 600 famílias são responsáveis por produzir cerca de 40 mil toneladas do tubérculo por ano. “Quando um produto começa a carregar consigo o nome do local, as pessoas passam a preferi-lo em razão da qualidade e da referência geográfica”, revelou a fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura Beatriz Junqueira. PARCERIA
ES e RJ debatem ações para a agricultura
Exportação de carne suína e bovina apresenta crescimento As exportações brasileiras de carne bovina e suína in natura cresceram em volume e em receita neste último mês de junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), foram exportadas 100,2 mil toneladas de carne bovina in natura nos 21 dias úteis de junho – 3,73% a mais ante as 96,6 mil toneladas em igual período de 2016, somando US$ 422,3 milhões. Já as vendas externas de carne suína in natura totalizaram 54 mil toneladas, com um aumento de 1,3% sobre as 53 mil toneladas embarcadas em junho do ano passado, gerando uma receita de US$ 141,5 milhões. esbrasil •
O município de Presidente Kennedy recebeu, no dia 21 de julho, o 1º Seminário de Pecuária do Leite Centro, Serrano e Sul do Espírito Santo, que teve como objetivo discutir as perspectivas do mercado do leite, além de promover uma troca de conhecimento e histórias de sucesso sobre o segmento. O evento foi promovido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo, em parceria com a Cooperativa Selita e a prefeitura municipal. Segundo Ruy Dias de Souza, diretor de Atendimento do Sebrae-ES, o momento é de repensar e planejar o negócio. “O objetivo do Sebrae é incentivar o produtor de leite”, destacou.
Cientistas descobrem “fórmula” de uvas sem sementes
recuperação
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Desenvolvimento da Pecuária do Leite em pauta
PESQUISA
Discutir as políticas públicas convergentes entre os sistemas de agricultura do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Esse foi apenas um dos assuntos tratados durante um encontro na sede da Secretaria de Agricultura fluminense, em Niterói, no dia 4 de julho, que contou com a participação dos secretários Octaciano Neto (Seag-ES) e Jair Bittencourt (Seappa-RJ) e da presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-RJ), Stella Alves. “Conversamos sobre como o nosso Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a Emater-RJ e a Pesagro (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro) podem fazer para avançar na pesquisa dos dois estados e trocar informações. Por exemplo, eles são muito fortes no campo da floricultura e nós temos a cafeicultura forte. Então, estamos dialogando para desenvolver essa agenda”, declarou Octaciano Neto.
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PRESIDENTE KENNEDY
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Aqueles que gostam de comer uvas sem sementes, mas sem ter que pagar o alto preço cobrado, tiveram uma boa notícia no mês de junho. Pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho em Bento Gonçalves (RS), em parceria a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiram identificar o gene responsável pelo desenvolvimento das sementes nas uvas. A descoberta do papel do gene VviAGL11 - registrada em artigo publicado no Journal of Experimental Botany, editado pela Universidade de Oxford, Inglaterra – pode ser o que faltava para aumentar e baratear a produção de uvas sem sementes, até agora obtidas com complicadas técnicas de resgate de embriões e melhoramento clássico de plantas.
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Atrações internacionais no Shopping Vila Velha
estilo
fotos
Lente universal promete foco perfeito Lançada pela empresa C.P Goerz, a Citograph 35 promete cair no gosto daqueles que gostam de fazer fotos perfeitas. A lente, que é universal, vem com a proposta de manter as imagens sempre em foco, podendo ser utilizada por profissionais e leigos, sem a necessidade prévia de conhecimentos técnicos. O produto é compatível com câmeras de marcas como Sony, Nikon, Canon, Leica e Fuji, dentre outras, e está disponível em várias cores, como amarelo, vermelho e preto. A lente também promete capturar até mesmo imagens em alta velocidade ou com pouca luz, mantendo definição e qualidade. No Brasil, pode ser adquirida por US$ 229 (aproximadamente R$ 735, mais impostos).
Duas atrações internacionais prometem trazer muita beleza e entretenimento para a área de eventos do Shopping Vila Velha em agosto. A primeira delas é o Circo Nacional da China, que conta a jornada de um urso sonhador, com a apresentação de 47 artistas, entre 6 e 55 anos. O espetáculo, a ser apresentado entre os dias 24 a 27, mostra as aventuras de dois pandas punidos por um mestre por causa de suas intenções de viverem sempre na maciota, “comendo todas as comidas gostosas e bebendo todo o vinho do mundo”. Já a outra atração vem diretamente da Ucrânia, com a apresentação do Kiev Ballet, que completa 150 anos de existência em 2017. O grupo, que será destaque no dia 29 de agosto, traz suítes completas, contendo os principais atos dramáticos, solos, pas de deux e atos com todos os bailarinos em cena de duas das principais e mais conhecidas obras de Tchaikovsky: “A Bela Adormecida” e “O Lago dos Cisnes”.
para eles
Traje business casual vira tendência O termo “business casual” vem ganhando força no visual masculino tanto no dia a dia quanto em festas e reuniões. O traje nada mais é do que uma “quebra” na formalidade do look social do trabalho, deixando os homens com uma apresentação um pouco mais despojada, mas sem perder o estilo e a elegância. Vários elementos podem entrar em cena, como o suéter e o blazer (para dias mais frios) ou até mesmo uma camisa de manga longa por dentro da calça, com estampas lisas ou leves, a exemplo do xadrez em padronagens menores. A calça pode ser de sarja, chino, alfaiataria e até jeans (se for mais neutra, sem muitos detalhes). Para os calçados, a dica são as botas (desert boot, chukka boot e chelsea boot), que também ficam muito bonitas em qualquer ocasião. tecnologia
as novidades do iPhone 8 As novidades do iPhone 8 já andam circulando pela internet graças às renderizações trazidas um vazamento conjunto entre a Forbes e a empresa de cases de luxo Nodus. Reforços de peso têm mostrado alguns dos detalhes do aparelho, como o formato da tela, que deve vir mais discreto, usando um fundo preto para que os avisos de sinal e de bateria fiquem sempre visíveis e ao mesmo tempo não atrapalhem no uso diário. Outro detalhe interessante são as bordas, previstas para manterem aproximadamente 4 mm de distância em todos os lados a fim de evitar problemas de toques acidentais. O botão de ligar também sofreu mudanças, podendo vir maior, assim como as lentes, com câmeras duplas e uma resolução de 12 MP em ângulo aberto. 56
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programação
Sinfônica do ES traz apresentações especiais no segundo semestre A Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo (Oses) realizará 50 concertos no segundo semestre deste ano em uma programação pra lá de especial. Divididas em séries, as apresentações vão acontecer não só no tradicional palco do Teatro Carlos Gomes, mas também em escolas, praças e parques, e ainda nos teatros Sesc Glória e Universitário (na Ufes). A nova temporada conta com atrações como o “Rock Sinfônico”, “Concertos para a Família” e “Bossa Nova Sinfônico”, além uma junção do ticumbi (música de cultura popular) com o repertório clássico. A Oses também irá apresentar um concerto temático chamado “Música das Américas” e um programa inteiramente dedicado ao compositor norueguês Edward Grieg. A programação completa pode ser acessada no site da Secretaria de Cultura (www.secult.es.gov.br).
motores
GTX LIMITED 300 Uma experiência sem tamanho
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uem gosta de aventuras no mar não pode deixar de conhecer a moto aquática GTX Limited 300, que conta com o motor mais potente de um Sea-Doo. Sobrealimentada com um intercooler externo, a tecnologia Advanced Combustion Efficiency (ACE) é um dos grandes destaques do jet ski, ao entregar alta eficiência com uma aceleração impressionante. Com um conforto incomparável, o veículo possui diversos itens exclusivos, como o assento ergolock em degraus, que deixa os joelhos mais próximos, numa posição de pilotagem natural, e oferece maior apoio lateral, além de uma estabilidade para o condutor e seus passageiros. Há ainda detalhes extras que conferem características importantes, como capa de proteção, bolsa estanque removível, kit de segurança, cores exclusivas, profundímetro, cabos de ancoragem, organizador de porta-luvas, indicador de temperatura da água e VTS de alta performance. Com um espaço total para carga de 42,8 galões (162 L) em compartimento estanque, coluna de direção ajustável e piloto
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ESPECIFICAÇÕES Capacidade de peso: 272 kg / 600 lb Tipo: Rotax 1500 HO ACE / Rotax 1630 ACE Alimentação: Supercharged com intercooler externo Cilindrada: 1,494 cc (1500 HO ACE) / 1,630 cc (1630 ACE) Arrefecimento: Sistema de arrefecimento de circuito fechado (CLCS) Sistema de ré: iBR eletrônico Partida: Elétrica Tipo de combustível: 87 octanas – mínimo / 91 octanas – recomendado para GTX Limited 300
automático com modo suave, a moto aquática disponibiliza a segunda geração do iBR, que permite frear até 160 pés antes (48,75m), com maior controle e estabilidade. A pilotagem também não deixa a desejar e se encontra disponível em três modos – touring, sport e eco, pelos quais podem ser escolhidos os tipos de potência. Indicado para passeios, o primeiro proporciona uma curva de aceleração mais progressiva, ideal para dois passageiros. Já no segundo, há respostas mais agressivas da aceleração, priorizando o alto desempenho. E o terceiro apresenta a função do iTC, que automaticamente define a melhor rotação para maior economia de combustível. O jet ski se encontra disponível nas cores jet black metalic e deep pewter satin. Pode ser encomendado na Vittacar, localizada na Enseada do Suá, em Vitória.
Foto: Divulgação
Hyundai Tucson ganha novas versões O Hyundai Tucson montado no Brasil acaba de ganhar duas novas versões com preços que variam de R$ 138.900 a R$ 159.600. Além de modelo de entrada (GL) – que vem de série com seis air bags, chave presencial, ESC com assistente de partida em rampa, ar-condicionado de duas zonas, bancos dianteiros elétricos, central multimídia e rodas de liga de 18” –, o veículo apresenta o novo GLS, que inclui teto solar panorâmico, DRL em LEDs, assento comandando por botões, aros maiores, apliques cromados na carroceria e painel de instrumentos com LCD de 4,2”. Outra novidade é o Tucson Limited, que mantém os equipamentos oferecidos pela série limitada Special Edition, com assistente de estacionamento, bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, abertura do porta-malas por gestos e alerta de veículo no ponto cego. Os preços vão de R$ 138.900 a R$ 159.600.
Honda Accord ganha câmbio de 10 marchas A 10ª geração do Accord foi apresentada recentemente pela Honda, trazendo mudanças interessantes, como a estreia do câmbio automático de 10 marchas, já presente na minivan Odissey. O sedã médio-grande da marca, que a partir de agora adota o mesmo design do Civic – com uma traseira curta, similar à de um cupê – tem uma longa lista de equipamentos que podem incluir controlador de velocidade adaptativo com frenagem autônoma de emergência (de série em todas as versões), projeção de informações no para-brisa (HUD), carregamento de celular por indução e bancos de couro com ajuste elétrico, ventilação e aquecimento, além do controle do câmbio automático, que passou a adotar apenas botões, como nos Fiat Mobi e Uno automatizados.
Ducati Monster fica ainda mais potente
Foto: Divulgação
A Ducati anunciou a chegada da nova Monster 1200 S no Brasil. Mesmo vindo com mais potência, a versão ficou mais barata, ao menos em seu preço promocional de pré-venda. A máquina estará presente nas concessionárias da empresa a partir de agosto, podendo ser reservada pelo valor de R$ 59.900 no site da marca (anteriormente, o modelo era comercializado por R$ 74.900). Entre as novidades, destacam-se o motor de dois cilindros, que agora alcança 155 cavalos de potência (5 cv a mais que a Monster 1200 S anterior e 15 cv acima da Monster 1200 antiga). O veículo também recebeu alterações no desenho, além do farol dianteiro e do tanque, que perdeu 1 litro, ficando com 16,5 litros. As cores disponíveis são vermelho e cinza.
Lamborghini promete alto desempenho no mar O fabricante italiano Lamborghini – reconhecido mundialmente pelo alto desempenho de seus carros – também promete fazer bonito no mar com um barco de corrida semelhante ao seu superesportivo Lamborghini Aventador. A embarcação, que recebeu o nome de Lamborghini Aventador SV Speedboat Angry Beast, vem para firmar o nome da marca no mercado de iates sem deixar de lado o DNA de seus carros, podendo alcançar uma velocidade máxima de 290 km/h, conforme aponta a empresa. Com 15 metros de comprimento, a lancha foi produzida em fibra de carbono e pode acomodar até seis pessoas a bordo.
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Por Bruna Esteves Distante apenas dois quilômetros do Centro de Santa Teresa, o Vale do Canaã foi um dos locais onde se iniciou a colonização do Município por imigrantes
Santa Teresa, a terra dos beija-flores e das orquídeas
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ocalizada na região serrana do Espírito Santo e a apenas 78 quilômetros da capital, Vitória, Santa Teresa é conhecida por sua cultura, pelo meio ambiente preservado, pelo clima e pela gastronomia peculiar. A cidade conquistou o título de “Capital Estadual do Jazz e do Blues” (em 2012), mas também ganhou notoriedade como a terra dos beija-flores, das orquídeas e de Augusto Ruschi. O município é o líder em produção de uva e vinho no Espírito Santo. Sua história começou em 1874, quando 150 famílias italianas foram conduzidas para Santa Leopoldina. Logo após, 60 delas seguiram para Timbuí e, ainda naquele ano, acabaram presenteadas com lotes territoriais, fundando Santa Teresa. Por isso, a cidade é conhecida como a Colonização Italiana do Brasil, tanto que 90% de sua população são descendentes de imigrantes oriundos do norte do país europeu (Trento, Vêneto e Lombardia). Emancipada em 1891, essa rica terra capixaba tem como atividade principal a agroindústria. Por isso, é impossível visitá-la sem ir a lojinhas com produtos deliciosos que fazem sua economia girar, como biscoitos caseiros, tortas, doces, 60
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salgados, massas, vinhos, licores, queijos e muitos outros atrativos.
Patrimônio histórico-cultural No Centro, está a Biblioteca Municipal Orlando Nascimento, que leva o nome do escritor que lá viveu. O espaço funciona de quinta-feira a domingo (incluindo feriados), das 8h às 16h. Outro patrimônio muito famoso é a Casa Lambert, erguida em 1875 pelos irmãos Lambert, imigrantes italianos. O imóvel é bastante conhecido por ser uma das primeiras construções locais. Hoje, funciona como Casa de Memória, trazendo a história da família e da cidade.
Biblioteca Municipal Orlando Nascimento
Igreja Matriz ao lado da Rua do Lazer
Ainda no Centro, encontra-se a Galeria Cultural Virgínia Gasparini Tamanini. Nos seus três pavimentos, estão instalados a Galeria do Artesanato e da Agroindústria, o Museu da Cultura e Imigração Italiana e o Centro de Convivência do Idoso. Então, se você quer viajar pela história, essa é uma ótima dica!
Gastronomia
Já a Praça Augusto Ruschi talvez seja um dos pontos mais famosos da região. Edificada em 1936 ao estilo europeu, é conhecida por ser local de grandes festas. Para homenagear Augusto Ruschi, a praça recebeu um busto com a imagem do ecologista. Outro ponto muito conhecido da área central é a Rua Coronel Bonfim Júnior, ou melhor, a Rua do Lazer. Lá há variados tipos de gastronomia, além de atrações ligadas ao lazer, música, cultura e arte.
Religião A base religiosa do município é o catolicismo. A primeira capela foi levantada em 1898, e seus sinos foram doados pelo imperador Dom Pedro II. No caso, estou falando da Igreja Matriz, situada ao lado da Rua do Lazer. Na lateral do templo, destaque para um monumento que homenageia o primeiro cinquentenário da fundação da cidade, com os nomes dos imigrantes que lá chegaram. Outro patrimônio muito conhecido é o Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, construída em 1912 pelos colonizadores. Santa Teresa também conta com as comunidades luteranas, que inauguraram em 1902 um templo a 19 quilômetros do Centro. Assim, fica difícil não se sentir em um pedacinho da Itália!
Que tal aproveitar o clima agradável da cidade com um prato típico da Itália? Um ravióli de batata-baroa cai superbem! Confira a receita da Cantina Italiana. Massa: • 4 xícaras de farinha de trigo • 4 gemas • 1 pitada de sal • ½ xícara de água • 1 colher (sopa) de margarina
Rampa de voo livre Amauri Fernandes
Ele foi o primeiro cientista no mundo que conseguiu manter e reproduzir os pássaros em cativeiros, para então desenvolver suas pesquisas que hoje são conhecidas mundialmente. Em 2013, por meio de uma lei municipal, o colibri foi instituído como ave símbolo de Santa Teresa. Outra paixão do ecologista eram as orquídeas . Referência de patrimônio ambiental é o Museu Mello Leitão. Ele foi criado por Augusto Ruschi, que, antes de falecer, transformou a propriedade em que morava no Museu, em 1949. É um belo parque arborizado com jardim rupestre, que contém viveiros de animais, serpentes, aves e muito mais. Possui também um incrível acervo de plantas, destacando, claro, beija-flores e orquídeas. A cidade também conta com incríveis cachoeiras! Como não se encantar pela água cristalina em meio à mata preservada? Se você tiver coragem, em algumas delas também existe a possibilidade de prática de rapel. Mas para os que gostam de passeios mais tranquilos, há também as piscinas naturais.
Meio ambiente Aproximadamente 40% do território da cidade são cobertos pela Mata Atlântica. São diversos centros de conservação e proteção: a Reserva Biológica Augusto Ruschi, a Reserva Biológica de Santa Lúcia e o Parque Municipal de São Lourenço. Santa Teresa foi intitulada como “Doce Terra dos Colibris” por conta da grande quantidade de beija-flores espalhados pela Circuito Caravaggio Se você quer fazer um passeio completo cidade. Inclusive, essas aves foram estudadas durante muito tempo por Augusto Ruschi, por Santa Teresa, a minha dica é seguir o famoso por defender o meio ambiente. Circuito Caravaggio, que consiste em um portfólio produzido por moradores da cidade, contendo empreendimentos turísticos. No auge dessa jornada está a Rampa de Voo Livre Amauri Fernandes. A vista lá de cima é incrível e rende lindas fotos! Mas, se você gosta de fortes emoções, pode contratar uma aventura de parapente e contemplar a beleza da região. Percorrendo o circuito, o visitante tem A cidade é acesso à história, à cultura e à gastronomia que conhecida por “Doce predominam na cidade. Vocês vão adorar! Terra dos Colibris”
Modo de preparo Coloque as gemas numa tigela grande e bata-as com um garfo. Adicione a margarina, a água e o sal. Misture tudo. Ponha a farinha de trigo aos poucos e vá misturando com as mãos, até formar uma massa macia e homogênea. Aguarde 15 minutos. Polvilhe um rolo e uma superfície com farinha e abra a massa até que tenha aproximadamente 4 milímetros de espessura. Caso não tenha molde de ravióli, use cortador de biscoito ou um copo para cortar a massa em círculos. Recheie os círculos com o purê de batatabaroa e dobre a massa pela metade, formando um pastelzinho. Cozinhe os raviólis em água fervente por 5 minutos, mexendo com cuidado. Sirva com molho pomodoro. Recheio - Purê de batata-baroa • 350g de batata-baroa • 50g de requeijão ou creme de leite • 1 colher (sopa) de manteiga • Sal • Cheiro-verde (opcional) Molho pomodoro • 200g de molho de tomate • 3 tomates frescos (sem pele e sem sementes) • 1 maço de manjericão • 4 colheres de azeite • Refogar rapidamente para o manjericão não mudar de cor.
Cantina Italiana Onde fica: Avenida José Ruschi, 347, Centro, Santa Teresa Telefone: (27) 3259-3733 Funcionamento: Segunda a quinta: das 10h30 às 15h | Sexta e sábado: das 10h30 à 00h | Domingo: das 10h30 às 16h.
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MAIS E MELHOR SÉRIE
GAME OF THRONES George R.R. Martin, HBO
Muito esperada pelos amantes da saga, a sétima temporada da série começou no dia 16 de julho e pôs fim ao longo período de espera dos fãs. O primeiro episódio dessa nova leva de aventuras foi considerado divertido e com uma narrativa mais lenta. O site da HBO, que exibe “Game of Thrones”, ficou fora do ar por causa da quantidade de acessos durante a exibição da primeira metade do capítulo. A sétima temporada será mais curta, com sete episódios. A oitava e última tem previsão de ser ainda menor, com seis.
A ARTE DE FAZER ACONTECER David Allen “Vivemos uma época de abundância de informações, solicitações de trabalho e compromissos pessoais. Hoje o mais importante é manter a harmonia entre eficiência no serviço e qualidade de vida. Este livro, assim com a metodologia GTD, tem me ajudado bastante a manter um equilíbrio saudável”. Ravel Di Paula, consultor de marketing digital
ÁLBUM
AGORA É QUE SÃO ELAS 2
O CÍRCULO
Mulheres no Sertanejo, Som Livre
James Ponsoldt
O título traduz o momento especial que as mulheres do sertanejo estão vivendo. A compilação vem para exaltar ainda mais as principais vozes femininas do país, que se destacam com canções sobre amor e traição. “Eu Sei de Cor (Marília Mendonça) e “Você Faz Falta Aqui” (Maiara & Maraisa) são alguns dos hits que fazem parte do álbum.
“O filme retrata o uso da internet, das redes sociais, e como as pessoas estão ficando cada vez mais expostas. A trama apresenta uma grande empresa responsável por conectar os e-mails dos usuários com suas atividades diárias, como compras, senhas e detalhes de sua vida privada. O filme é bem atual e retrata a nossa realidade.” César Bechara Saade Júnior, sócio-proprietário da Libanesa Homem
LIVRO
ESTRANHOS À NOSSA PORTA Zygmunt Bauman, Ed. Zahar
“Estranhos à Nossa Porta”, um dos melhores lançamentos editoriais, aborda um tema atual preocupante, a crise dos refugiados. O autor da obra, Zygmunt Bauman, analisa as origens, o impacto e o pavor que as migrações provocam. MAIS VENDIDOS
NEGÓCIOS 1º
Os Segredos da Mente Milionária | T. Harv Eker, Sextante
2º
Do Zero ao Milhão | Carlos Wizard Martins, Buzz
3º
Poder e Alta Performance | Paulo Vieira, Gente
4º
Go Pro – 7 passos para se tornar um profissional do marketing de rede | Eric Worre, Rumo ao Topo
5º
Qual é a Tua Obra? | Mario Sergio Cortella, Vozes
Fonte: PublishNews - Maio/2017 (até dia 22/06) | (http://www.publishnews.com.br/ranking/mensal/8/2017/4/0/0)
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GUELÃ Maria Gadú “Eu gosto muito do trabalho da Maria Gadú, em especial o seu terceiro álbum, que é autoral. Este é um trabalho com uma boa sonoridade, e o conjunto da obra me chama atenção. É um trabalho forte e ao mesmo tempo apaixonante.” José Carlos Bergamim, Diretor da Fecomércio – ES
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ivo nogueira dias
O que move você ? Qual é o seu sonho?
N
ão é da morte que a maioria das pessoas tem medo. É de chegar ao fim da vida e só perceber então que nunca viveu de verdade Existe um estudo feito por um renomado hospital universitário com mais de 100 pessoas que estavam enfrentando a morte em seus últimos dias de vida. Perguntou-se a eles qual era o maior arrependimento de suas vidas. Quase todos responderam que se arrependiam não do que tinham feito, mas do que haviam deixado de fazer, dos riscos que eles nunca correram, dos sonhos que nunca perseguiram. E eu pergunto a você: Seriam essas suas últimas palavras? Aposto que você tem uma resposta rápida para essa indagação ou que, em algum momento da vida, já deve ter questionado isso. Porém, desta vez, eu proponho que busque, de verdade, responder a essa pergunta. E essa resposta deve ser dada a você. Única e exclusivamente a você!
Quantos desejos da alma não desperdiçamos por medo que eles nos tornem diferentes da massa. Por medo da frustração, Por medo do fracasso, Por medo do futuro? Cada pessoa foi criada para viver, colocar para fora, o sonho que tem dentro de si. Sim, todos nós temos dentro de nossa mente sonhos que vamos idealizando, alimentando. Alguns deixamos acabar. Mas outros nos motivam a lutar, a sermos ousados, a fazermos diferente e, quando finalmente realizados, nos complementam, nos permitem alegrias e conquistas. Existe um ladrão em sua mente que está lá, atrás dos seus sonhos. O nome dele é DÚVIDA! Se você o vir, chame a polícia, mantenha-o longe das crianças, porque ele é procurado por assassinar mais sonhos que o fracasso jamais conseguiu fazer. Ele usa muitos disfarces e, como uma víbora vai cegá-lo, dividi-lo e transformá-lo em alguém que desiste de tentar.
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Quantos sonhos roubados você já não teve? Faça o que for preciso para chegar lá, ao seu sonho de vida. Seja ele voltado a uma conquista material, a um status, a uma situação familiar ou a uma carreira. Não importa! Reflita sobre o que você mais quer na sua vida. Pare por um instante e, então, questione: o que eu preciso fazer para alcançar esse resultado? Claro que muitas coisas não dependerão única e exclusivamente de você. Mas mantenha o foco em você! Cuide do que está dentro do seu campo energético. Vibre com aquilo que você deseja. Tenha fé, calma e determinação. Só não desista de se permitir ser feliz.
ciência e Inovação
INOVAÇÃO
Plataforma on-line gerencia investimentos conforme o perfil do usuário Volta ao mundo ou primeiro milhão de reais? Para colocar qualquer um desses planos em prática, será necessário ter dinheiro. Pensando nisso, ex-executivos da XP Investimentos criaram, há menos de um ano, a fintech Warren. A ferramenta é voltada para a gestão de investimentos de forma automatizada, de acordo com o perfil de risco e os objetivos de cada usuário. Para acessá-la, é necessário responder a um questionário. As respostas são avaliadas por um robô, que define qual é o seu perfil de investidor. Com base nas suas informações, o sistema monta automaticamente a carteira ideal para que você consiga os recursos necessários para chegar lá no prazo desejado.
Novos testes para curar crianças com Leucemia Especialistas do hospital católico Bambino Gesù, localizado em Roma, na Itália, desenvolveram um método que pode ser uma nova esperança para curar crianças portadoras de leucemia. A técnica inovadora das células-tronco feita na entidade foi aplicada em 80 pacientes da instituição com a cura definitiva para “mais de 70% deles”. Por meio de transplante de medula óssea de pais que não são compatíveis para a doação aos filhos, a técnica oferece a mesma possibilidade de cura dos doadores adequados. A equipe, liderada pelo diretor do Departamento de OncoHematologia e Medicina de Transfusão do hospital pediátrico, Franco Locatelli, já havia adotado esse método para doenças relacionadas à imunodeficiência e genéticas. Mas a novidade é que ela também funcionou para a leucemia e diversos tipos de tumores no sangue de crianças. Divulgação/ Prefeitura Municipal de São Paulo
SATÉLITE
Nasa pode privatizar um de seus telescópios mais famosos A Nasa pode privatizar um dos seus telescópios espaciais mais famosos, o Spitzer, a partir de 2019, enquanto é construído um novo, o James Webb, projeto de US$ 10 bilhões. O Spitzer foi o responsável por descobrir o sistema Trappist-1, formado por sete planetas similares à Terra e o qual detém o maior número de corpos celestes potencialmente habitáveis em órbita em torno de uma estrela. O equipamento foi lançado ao espaço por um foguete Delta II da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, no estado da Flórida, em 25 de agosto de 2003.
A Prefeitura de São Paulo apresentou o projeto de um ônibus elétrico, alimentado por baterias, com capacidade para transportar 84 passageiros e com até 300 quilômetros de autonomia. De acordo com a Agência Brasil, o veículo foi totalmente construído no país, e as baterias são feitas de fosfato de ferro, levando de quatro a cinco horas para serem carregadas. O ônibus tem ainda motores elétricos embutidos nas rodas e sistemas auxiliares hidráulicos e pneumáticos, integrados por meio de uma rede de controle. O chassi é feito pela empresa chinesa BYD, que instalou uma fábrica em Campinas (SP) há dois anos em meio. A carroceria é da Caio, que também funciona no interior paulista. A capacidade de produção anual da BYD é de 400 carros por ano.
Adobe vai encerrar Flash até 2020
Divulgação / Nasa
Primeiro ônibus elétrico produzido no Brasil circulará pelas ruas de São Paulo
A Adobe planeja parar de atualizar e distribuir o Flash Player até o fim de 2020. O anúncio foi feito por meio de uma mídia social, na qual a empresa informou que o programa será substituído por outros softwares livres, como o HTML 5, que se desenvolveram e se tornaram boas alternativas para essa função. O Flash era muito usado no começo dos anos 2000 em computadores desktop para melhorar o desempenho de games ou vídeos. Há três anos, 80% dos usuários do Google Chrome visitavam sites do Flash, mas hoje são apenas 17%, e esse número está decaindo, de acordo com o Google. Em comunicado, a companhia alega que o Flash se tornou menos comum”, disse o Google na publicação.
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luiz fernando leitão tiragosto@revistaesbrasil.com.br
pratos do dia
A Saga do Mentiroso, uma História da Falsidade Jeremy Campbell
A Arte do Pensamento Criativo Rod Judkins
Samuel Adams
Sumiu!!!
moquequinhas • O Empório Auguri é o melhor restaurante de Jardim Camburi. • A exposição “A Floresta sob um Novo Prisma”, no edifício-sede da Findes, merece a visita. • O Boutique Beer tá se mudando para o Day by Day. Boa sorte, Fábio. • Leonardo Rogério de Castro assume a presidência da Findes. • Parabéns aos organizadores do Inverno Mágico, em Domingos Martins. • Como tem loja vazia nos shoppings!
Uma startup chinesa resolveu lançar um serviço de compartilhamento de guarda-chuvas. A dinâmica é a seguinte: você chega a um ponto, retira um guarda-chuva, devolve-o em outro local e paga pelo tempo utilizado. Mas tem um problema, a E Umbrella comprou 300 mil guarda-chuvas para abastecer seu serviço e perdeu quase todos em menos de três meses. Suas unidades de aluguel estão presentes em 11 cidades da China e instaladas em estações de ônibus e trem. Para pegar um dos objetos à disposição, basta fazer o pagamento por meio de um aplicativo, que então libera um código de desbloqueio. Os idealizadores só não contavam com o não retorno dos materiais alugados. Mesmo com esse prejuízo, a E Umbrella ainda não cobra taxa dos usuários que não fazem a devolução. E não vai desistir da ideia: o plano é adicionar 30 milhões de guarda-chuvas ao serviço até o fim do ano.
O futuro A consultoria de recrutamento Michael Page apontou cinco habilidades essenciais para a próxima geração de profissionais baseada nas demandas no novo mercado de trabalho. Os especialistas apontaram quais capacidades farão a diferença. São elas: estudo e domínio de programação; adaptação a novos regimes de trabalho; visões e competências para a terceira idade; inteligência computacional; e habilidade prática. E aí? Quem se considera pronto?
cardápio de assuntos • O frio • As trapalhadas do Trump • Os 9 milhões do Lula • Os nove anos de condenação do Lula • As denúncias do Temer • O imposto da gasolina • O saco cheio
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dica do chef “O carbonara do Spaguetti e Cia.” Comandante Roberto Ferreira da Silva, CMG da Marinha do Brasil revistaesbrasil
a saideira!
Compro deputado em qualquer estado, pago (muito) bem. Tratar em BSB, na Praça dos Três Poderes.