Revista Indústria Capixaba nº 317

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Março/Abril 2015 • Distribuição gratuita • nº 317 • IMPRESSO

Empresas que mudaram o Estado

Grandes empresas transformaram a economia e criaram um horizonte de oportunidades E mais: Serginho Groisman, indústrias mais sustentáveis, o peso dos impostos IND 317.indb 1

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Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani Vice-presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: Elcio Alves 2º diretor administrativo: José Augusto Rocha 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Sérgio Rodrigues da Costa, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniçali, José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Jose Carlos Bergamin, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto e Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Sergio Rodrigues da Costa, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam Pessotti Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Lauro Queiroz Rabelo Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Luis Carlos de Souza Vieira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano Raizer Moura Suplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta Neto Representante do Ministério da Educação Titular: aguardando indicação do MEC Suplente: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz Guerra Suplente: aguardando indicação do Senai/DN Diretor-regional: Luis Carlos de Souza Vieira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva

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Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani 2º vice-presidente: Aristoteles Passos Costa Neto 3º vice-presidente: Houberdam Pessotti Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos, Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior, Hélio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro Machado Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos Guerra Conselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio Malanquini Membro representante do setor industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Luis Carlos de Souza Vieira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-regional: Marcos Guerra Conselheiros: Luis Carlos de Souza Vieira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur Metropolitana Suplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo,

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Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior Condomínio do Edifício Findes (Conef) Presidente: Marcelo Ferraz Goggi Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Gibson Barcelos Reggiani Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Claudio José Rezende Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel Mendonça Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Jose Carlos Bergamin Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso Menegueli Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcílio Rodrigues Machado Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade Bertollo Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Franco Machado Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg Rodrigues Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges Diretorias Regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider Kunsch Diretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol Neto Diretoria da Findes em Barra de São Francisco e região Vice-presidente institucional da Findes: Não definido Diretoria da Findes de Cariacica e Viana Vice-presidente institucional da Findes: Rogério Pereira dos Santos Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio Giacomin Diretoria da Findes em Guaçuí e região Vice-presidente institucional da Findes: Bruno Moreira Balarini Diretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento

Diretoria da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José Carnieli Diretoria da Findes em Santa Maria de Jetibá e região Vice-presidente institucional da Findes: Não definido Diretoria da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Diretoria da Findes em Serra Vice-presidente institucional da Findes: José Carlos Zanotelli Diretoria da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio Brambilla Diretoria da Findes em Vila Velha Vice-presidente institucional da Findes: Vladimir Rossi Diretoria da Findes em Vitória Vice-presidente institucional da Findes: Não definido Diretores para Assuntos Específicos e das Entidades Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Paulo Roberto Almeida Vieira Diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais: Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona Diretor para Assuntos de Relações Internacionais: Rodrigo da Costa Fonseca Diretor para Assuntos do IEL: Aristoteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Aristoteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do IRI: Adenilson Alves da Cruz Diretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos Bergamin Diretor para Assuntos do Senai: Benízio Lázaro Sindicatos da Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Egidio Malanquini | Sindmadeira: Luiz Henrique Toniato Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindilates: Claudio José Rezende Sindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Pablo José Miclos Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti Sandis Sindipesca-ES: Mauro Lúcio Peçanha de Almeida | Sindividros-ES: Maurício Silva Ribeiro Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Levi Tesch Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros Sinvel: Delson Assis Cazelli | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

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Cenário Importantes geradoras de empregos e renda, as grandes indústrias de setores como siderurgia e mineração foram fundamentais para o crescimento do Estado. Confira as mudanças promovidas no cenário econômico capixaba a partir da chegada dessas empresas.

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Entrevista

Saúde

De passagem pelo Espírito Santo, onde participou da 10ª Convenção Anual Sesi/Senai/IEL, o jornalista e apresentador Serginho Groisman falou sobre os desafios da educação no Brasil e como percebe a juventude atualmente.

Um problema que afeta milhões de pessoas no mundo, o sedentarismo também tem grande impacto na indústria. Conheça as ações desenvolvidas pelo Sistema Findes para combater e reduzir esse mal, que já mata mais que a obesidade.

30 INDÚSTRIA

36 Inovação

Na lista dos países com a maior carga tributária, o Brasil segue colocando sobre as indústrias de transformação um pesado fardo para carregar. Compreender os obstáculos criados pelos impostos é fundamental para se encontrar soluções. 6

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Em um momento delicado de crise hídrica e incertezas no abastecimento energético, projetos visando a otimização desses recursos são implantados em indústrias capixabas e promovem a preservação do meio ambiente.

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Março/Abril 2015 • Distribuição gratuita • nº 317 • IMPRESSO

48 Empresas que mudaram o Estado

Grandes empresas transformaram a economia e criaram um horizonte de oportunidades

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E mais: Serginho Groisman, indústrias mais sustentáveis, o peso dos impostos Capa_Findes_317.indd 1

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Caso de Sucesso A Pães Lekker está celebrando 20 anos de mercado. Empreendedor por natureza, o diretor Levi Tesch fala sobre os números que fizeram da empresa uma referência em seu segmento e comenta as novidades que estarão brevemente nas gôndolas do Estado.

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Publicação oficial do Sistema Findes Março/Abril – 2015 ▪ nº 317 Conselho Editorial – Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastião Constantino Dadalto, Aristoteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benízio Lázaro, Eugênio José Faria da Fonseca, Annelise Lima, Fábio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Arêas. Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Natália Magalhães, Rafael Porto e Milan Salviato Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas Depto. Comercial – Direm/Findes Tel: (27) 3334-5791– revistaindustria@findes.org.br

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Produção Editorial

Sustentável Trabalhar de modo sustentável é ter consciência de que não basta produzir e comercializar um produto, é preciso pensar também nos impactos que esses itens podem ter após o consumo. Saiba o que é e como se adequar a essa logística reversa.

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Cláudia Luzes Editoração e apoio: Equipe Línea Copidesque: Marcia Rodrigues Textos: Gustavo Costa, Luciene Araújo, Lui Lima e Nadia Baptista, Fotografia: Jackson Gonçalves, Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial

Impressão

54 Fatos em Fotos 56 cursos

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Editorial

Revertendo o pessimismo

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esde o início do ano, quando apresentamos uma perspectiva otimista para o Espírito Santo – contrapondo a às previsões para o Brasil –, destacamos a relevância e o peso da indústria na economia capixaba. Passados os primeiros meses, de 2015, dados do IBGE comprovam nossa análise: o setor extrativo registrou salto de 35% no primeiro bimestre, e a indústria de transformação inicia sua recuperação, com 5,7% de avanço no mesmo período. Segmentos tradicionais, como metalurgia (47%) e celulose (8,1%), voltaram a crescer, enquanto as indústrias de minerais não metálicos (-10,9%) e de alimentos (-23,4%) amargaram queda. A instabilidade na política econômica do Brasil ainda traz incertezas e impacta o ânimo dos empresários. Em março, o Índice de Confiança do Empresário Industrial bateu recorde negativo, com preocupantes 37,5 pontos na média nacional e apenas 35,7 no Espírito Santo. A marca histórica aponta para um ano de cautela e ajustes, mas os números da indústria dão razão aos otimistas, revelando, mais uma vez, um crescimento acima da média para o Espírito Santo: no primeiro bimestre, a produção física da indústria geral teve alta de 21,7%, a melhor do país – que sofre recuo de 7,1%. Mesmo durante a crise, a chegada de novas plantas industriais movimentará a economia capixaba. A produção de setores com maior valor agregado, a exemplo de Jurong, Itatiaia, Bertolini e Marcopolo/Volare, entre outras, incrementa a produção física das indústrias de transformação e amplia o leque de oportunidades para as indústrias-satélite, atuando no suprimento da cadeia produtiva. As ampliações realizadas por Vale, Samarco e ArcelorMittal Tubarão têm sido fundamentais para amenizar a crise e o pessimismo pelos quais nossa indústria passa. Pensando nisso, aprofundamos nesta edição o debate sobre a relevância histórica das indústrias de mineração e de aço na sustentação da economia capixaba: juntas, respondem por mais de 30 mil empregos, entre diretos e terceirizados, e movimentam um volume muito maior de negócios,

gerando receita para Governo e prefeituras, beneficiando supermercados, padarias, escolas e shoppings por onde circulam seus trabalhadores. A reportagem especial pontua, ainda, os investimentos realizados na área ambiental, preocupação permanente da indústria capixaba. No âmbito nacional, aproveitamos o momento em que Congresso, Governo e sociedade discutem soluções para o país e analisamos a trajetória da indústria de transformação nos últimos 30 anos. A redução da tributação cumulativa e a ampliação da competitividade, duas bandeiras debatidas há anos na Findes, foram analisadas em ampla reportagem. O texto revela o valor absurdo de R$ 1,04 trilhão pagos pelo setor produtivo em impostos no Brasil. Na indústria de transformação, 45% de tudo que é produzido é recolhido como imposto. Na seção de entrevistas, o destaque desta edição é o apresentador Serginho Groisman e suas considerações sobre educação – outro ponto essencial para o desenvolvimento socioeconômico do país. Desejo uma leitura repleta de boas reflexões a todos,

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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Cenário por Gustavo Costa

As empresas que mudaram o Espírito Santo Grandes indústrias que transformaram a economia e as oportunidades no Estado

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eja em tempos de otimismo no mercado ou em períodos de incertezas na economia nacional e internacional, as grandes empresas instaladas no Espírito Santo sempre representaram importantes molas propulsoras para o desenvolvimento regional. Por conta de elevados investimentos e dos processos de produção e comercialização, essas organizações geram divisas e oportunidades de crescimento para os capixabas. Elas também lideram uma indústria que puxa para cima o Produto Interno Bruto no Estado, destacando-se inclusive quando comparado com a média nacional. Segundo estudo realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), e divulgado em abril, o PIB capixaba fechou 2014 com avanço de 4,6%, índice muito acima do nacional (0,1%).

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou em fevereiro que a expansão da indústria local em 2014 foi de 5,6%, nada menos que o segundo melhor resultado do Brasil. Empresas como Vale, ArcelorMittal Tubarão e Samarco se sobressaem nas áreas de mineração e siderurgia e estão intrinsecamente ligadas ao cenário favorável de que o Espírito Santo desfruta hoje. No entanto, até a metade do século passado, a situação da economia capixaba era bem diferente, dependendo basicamente da agricultura e do comércio. É o que afirma a professora de Economia da Ufes e consultora Angela Maria Morandi. “O Espírito Santo ficou isolado do Brasil por muito tempo. Em termos econômicos, podemos dizer que o Estado começou com o café, por volta de 1850, no sul, como uma expansão do café fluminense. Até por conta disso, a ligação da economia

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“Elas contribuem com as comunidades à sua volta. Classifico essas organizações como empresas cidadãs” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Composição setorial histórica do PIB no Estado Setor

1960

1970

1980

1990

2000

Agropecuária e pesca

41,3

20,8

14,7

6,0

8,8

Indústria

5,3

13,2

36,2

36,4

37,1

Comércio e serviços

52,9

66,1

49,1

57,6

54,1

Fonte: Livro “Cafeicultura e Grande Indústria”

cafeeira se deu por todo o século XIX com o Rio de Janeiro. Arrecadando pouco, o Estado só viu as mudanças com o então governador Muniz Freire. A partir de 1896, ele começou o trabalho de tornar Vitória a capital financeira do Estado, de fato. Tivemos a construção do porto e o processo de migração. A economia, até então, se sustentava por ser de base familiar: 80% da população ainda vivia no campo. Chegamos aos anos 1960 ainda com uma economia rural. A indústria correspondia a apenas 5,3% do PIB”, disse Angela, que trabalhou no Planejamento Estratégico do Espírito Santo 2030 e é conselheira do Espírito Santo em Ação. Segundo a professora, desde o início do século XX já se falava em implantar uma indústria voltada para o beneficiamento de minério de ferro e de uma siderúrgica em Vitória.

“Mas era algo que não saía do papel. Isso mudou com a chegada da Vale, a partir da década de 1940, que abriu uma porta para o Espírito Santo se comunicar com o exterior. Era o início da industrialização no Estado. A base da indústria no mundo é o aço, e começamos a perceber isso. A chegada da Vale representou um salto qualitativo da relação com o restante do mundo”, explicou. O outro grande salto para a mudança no cenário econômico se deu com a construção do Porto de Tubarão, em 1966. “Perceberam que um porto de grande escala era fundamental para manter e alcançar novos clientes. O Porto de Vitória era muito pequeno para a exigência internacional. Um porto maior era necessário, assim como a duplicação da estrada de ferro”, falou. Morandi ressalta que, ao assumir o Governo do Espírito Santo, em 1971, Arthur Carlos Gerhardt Santos percebeu que, se não fossem feitos grandes investimentos, a economia não iria adiante. “Ele viu que as pelotizadoras seriam essenciais para o Estado crescer. A Vale entrou com duas usinas de imediato (Tubarão 1 e 2). E, assim, a participação da indústria no PIB estadual pulou para 13,2% em 1970 e chegou a 37,1% em 2000. Podemos dizer que a Vale foi a ‘mãe’ do processo de industrialização do Estado”, frisou. Ângela cita ainda que esse novo momento da economia capixaba viabilizou também a chegada da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), hoje ArcelorMittal Tubarão. “A empresa poderia ter ido para o Maranhão, Março/Abril 2015 ▪ 317

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Cenário

mas o Espírito Santo acabou vencendo a disputa. Para se desenvolver, uma siderúrgica precisa ter três coisas: mercado, minério e carvão. Achar as três coisas no mesmo lugar é muito difícil. E aqui, a ArcelorMittal encontrou as três: o minério na porta, com uma ferrovia produtiva; o carvão, também acessível, graças ao Porto de Praia Mole; e o mercado disponível, podendo vender para os Estados Unidos e a Europa. Ela fazia placas de aço e hoje também laminados, sempre com muito valor agregado. E então vieram a Samarco e a própria Aracruz Celulose (hoje Fibria). Esses grandes projetos deram um outro volume para a economia, em termos de representação no PIB, geração de empregos e renda. Um projeto da ArcelorMittal chegou a empregar 6,5 mil pessoas. Essa massa salarial tem um enorme poder de multiplicar na economia do Estado. Mesmo que os lucros da empresa não fiquem 100% aqui, ficando os salários, já temos movimentação de produtos e serviços. Assim, são beneficiados supermercados, escolas, oficinas, lojas, padarias e uma infinidade de outros negócios”, enfatizou. Samarco investe em projetos que ampliam a sua produção, diminuem riscos e proporcionam mais eficiência

Produção e estrutura Com um importante papel econômico no Estado e figurando entre as maiores companhias do Espírito Santo, a Vale, a Samarco e a ArcelorMittal Tubarão fazem todos os anos grandes investimentos em solo capixaba. Esses projetos mobilizam a cadeia de fornecedores e a mão de obra especializada. A Vale, por exemplo, investiu só em 2014 um montante de US$ 1,8 bilhão no Espírito Santo. “Mantemos em Vitória, no Complexo de Tubarão, o maior centro de exportação de pelotas de ferro e o porto mais eficiente do mundo, além de uma das ferrovias mais produtivas do país. A Vale investe para garantir a eficiência, a produtividade e a competitividade de suas operações no Complexo de Tubarão. Em 2014, a empresa deu início à operação da oitava usina de pelotização do complexo. Também está investindo na modernização das instalações do Porto de Tubarão. Ao longo de cinco anos, o porto receberá investimentos para a revitalização do sistema elétrico dos seus terminais marítimos e a substituição de máquinas de pátio, com o objetivo de garantir segurança e eficiência energética e operacional, sem que haja necessidade de expandir a sua área física”, disse Maurício Max, diretor de Pelotização da mineradora.

“A Samarco investe em projetos que garantam os mais altos padrões de eficiência, tendo como base a crença de que é preciso equilibrar as dimensões econômica, social e ambiental” Kleber Terra, diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco Foto: Jeffferson Rocio

“Esses grandes projetos deram um outro volume para a economia, em termos de representação no PIB, geração de empregos e renda” Angela Maria Morandi, professora de Economia e consultora

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Foto: Agência Vale

A Vale trabalha para garantir a eficiência, a produtividade e a competitividade em suas operações

Geração de empregos no Estado (diretos ou terceirizados)

13 mil 11,4 mil 6,5 mil Fonte: Empresas citadas

No Estado, a Vale concentra suas atividades no Complexo de Tubarão, em Vitória. Com 14 mil quilômetros quadrados de área física, a planta contempla as diretorias de Pelotização, de Operações Portuárias e de Operações Logísticas da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Na escalada de 2,9 milhões em 1966 para as atuais 120 milhões de toneladas de minério e pelotas de ferro por ano, o modal portuário teve papel fundamental no escoamento da produção da empresa. Também integram o complexo o Terminal de Produtos Diversos (TPD), responsável pela movimentação de grãos e fertilizantes; o Terminal de Praia Mole (TPM), que atua na movimentação de carvão mineral, coque e manganês; e o Terminal de Granéis Líquidos, operado pela Petrobras na movimentação de combustíveis. Ainda no setor de mineração, a Samarco possui duas unidades industriais localizadas em Minas Gerais e no Espírito Santo, interligadas por três minerodutos com cerca de 400 quilômetros de extensão cada. Sediada em Belo Horizonte, a empresa possui ainda um terminal marítimo próprio em Ubu, litoral sul do Espírito Santo, e escritórios de vendas em Amsterdã (Holanda), Hong Kong (China) e Vitória. A companhia, que uniu a capacidade empreendedora da brasileira Samitri ao conhecimento da norte-americana Marcona, iniciou suas operações em 1977, com um promissor projeto de concentração de minério de baixo teor, transporte, pelotização e exportação. A partir de 1990, construiu novas bases empresariais

que incluíam um domínio tecnológico pleno, exemplificado pelo início das operações da mina de Alegria, em substituição à mina original, de Germano, além da construção de sua segunda usina de pelotização. Nos anos 2000, entrou na fase de maturidade, marcada pela qualidade, em todos os seus aspectos. Já em 2013, a Samarco encerrou o ano com 2,9 mil empregados e outros 3,5 mil contratados, e vendas superiores a 21 milhões de toneladas de pelotas. Em operação no Estado desde 1983 - após cinco anos de obras, orçadas em US$ 3 bilhões - a ArcelorMittal Tubarão é outra organização que tem o DNA capixaba. Responsável pela fabricação de produtos que estão presentes na rotina e no dia a dia de milhões de pessoas em todo o mundo, a empresa, que produzia nos seus primórdios cerca de três milhões de toneladas de placas de aço por ano, hoje saltou para 7,5 milhões de toneladas de semiacabados de aço (placas e bobinas a quente). Contabiliza atualmente 5,4 mil empregados próprios e cerca de 6 mil terceirizados e é a terceira maior produtora brasileira de aços laminados planos. A siderúrgica está situada em uma região com condições privilegiadas, tanto para a produção (recebimento de matérias-primas e insumos), quanto para a comercialização (abastecimento dos mercados interno e externo). “A companhia é hoje uma das mais importantes geradoras de receitas para o Estado. Dados de 2014 mostram que a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi de R$ 179 milhões e a de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), de R$ 36 milhões”, falou Benjamin Baptista Filho, diretor-presidente da empresa.

“O foco segue o compromisso de deixar um legado positivo à sociedade. Isso se dá pela constante busca das melhores práticas de gestão socioambiental e de governança” Maurício Max, diretor de Pelotização da Vale Março/Abril 2015 ▪ 317

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Cenário Forte atuação também na área ambiental Além do sucesso nos seus respectivos setores e do caráter multiplicador de oportunidades, as três companhias têm em comum grandes ações na área de responsabilidade socioambiental. Na Vale, esses investimentos são constantes, promovendo de maneira sustentável o desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo. A empresa mantém iniciativas como o Museu Vale, o Parque Botânico Vale, a Reserva Natural Vale, o Trem de Passageiros e a Estação Conhecimento, que fomentam o desenvolvimento ambiental, social e cultural do Estado. O diretor de Pelotização da empresa, Maurício Max, frisa que todo o processo produtivo possui um rigoroso sistema de controles ambientais que funciona 24 horas por dia para evitar a emissão de poeira, com acompanhamento por câmeras no Centro de Controle Ambiental. E, em parceria com o Ministério Público Estadual, o Instituto Estadual de Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vitória e a comunidade, a mineradora participa do desenvolvimento de um estudo que vai mapear as fontes emissoras, gerando informações fundamentais para que os órgãos ambientais possam fazer uma gestão estratégica da qualidade do ar da Grande Vitória. Entre 2007 e 2013 a mineradora investiu cerca de R$ 700 milhões em controles ambientais. Isso passa por todo o sistema produtivo da Vale no Complexo de Tubarão, desde a chegada do minério até o embarque nos navios. Um exemplo eficaz dessas ações é o uso dos wind fences, que diminuíram em cerca de 77% o arraste de poeira das pilhas de minério e pelotas. “Também temos estreitado cada vez mais nossa relação com as comunidades, sempre partindo da premissa da transparência, da proximidade e da integração com as pessoas. Além de visitas periódicas aos bairros e às entidades, com reuniões e encontros para tratar de assuntos específicos de cada bairro, desenvolvemos também o projeto Diálogo Social, que consiste na participação dos gestores operacionais da Vale no relacionamento constante com as comunidades”, destacou ele. Já a ArcelorMittal Tubarão tem uma visão inovadora em relação à sua gestão hídrica, atmosférica e energética. “Desde o início de nossas operações, já investimos mais de US$ 750 milhões em equipamentos e sistemas de controle ambiental, tornando-nos benchmarking em indicadores ambientais”, reforçou Benjamin Baptista Filho. A siderúrgica possui à sua volta um extenso cinturão verde, com mais de 2,6 milhões de árvores e arbustos, que foi enriquecido nos

“Desde o início de suas operações, já investimos mais de US$ 750 milhões em equipamentos e sistemas de controle ambiental” Benjamin Baptista Filho, diretorpresidente da ArcelorMittal Tubarão

A ArcelorMittal Tubarão possui à sua volta um extenso cinturão verde

pátios de matérias-primas e que tem como função principal ser uma barreira natural de vento ao redor da usina. Em um investimento de US$ 3,5 milhões, também instalou wind fences nas seis pilhas de carvão localizadas no pátio da Sol Coqueria, em virtude da não viabilidade do cinturão verde no local por causa da área física disponível. Nos últimos dois anos, a empresa vem executando um plano de investimento da ordem de US$ 100 milhões, que visa a reduzir ainda mais suas emissões e aprimorar seus equipamentos de controle ambiental nos vários processos da produção de aço. A Samarco, por sua vez, busca aprimorar seus processos para reduzir os impactos ambientais inerentes ao negócio de mineração. Investe em projetos que ampliam a sua competitividade, diminuem riscos e proporcionam mais eficiência. Em 2013, foram promovidas ações focadas em temas do segmento, como gestão de água e efluentes líquidos, geração de resíduos e rejeitos, emissões de gases e material particulado e impactos sobre a biodiversidade. No total, foram investidos R$ 183,2 milhões em melhorias ambientais, dos quais R$ 75,5 milhões relacionados aos investimentos do Projeto Quarta Pelotização e R$ 107,7 milhões associados às melhorias no controle ambiental das operações. A Samarco possui uma equipe especializada em gestão ambiental atuando nas operações e projetos em Minas Gerais e no Espírito Santo. Em Ubu, litoral sul capixaba, os temas principais são emissões atmosféricas e de gases e a gestão dos efluentes líquidos, além de biodiversidade, eficiência energética e geração de resíduos. Também em 2013, a empresa finalizou o Termo de Compromisso Ambiental firmado com o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). A iniciativa, que contemplou diversas melhorias nos mecanismos de controle ambiental adotados pela Samarco, em um investimento de R$ 250 milhões, estabeleceu a instalação das wind fences ao

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Foto: ArcelorMittal Tubarão

redor do pátio de estocagem de minério e a modernização e ampliação da rede automática de monitoramento da qualidade do ar nas comunidades vizinhas. Também instalou precipitadores eletrostáticos - que são equipamentos que alcançam um índice de eficiência de remoção de partículas de até 99% - nas usinas de pelotização 1 e 2, localizadas na unidade de Ubu, entre outras ações relevantes na questão ambiental. “O setor industrial é, por natureza, um importante indutor do desenvolvimento econômico e social de países e regiões. São ganhos que vão desde a geração de empregos, renda e impostos aos constantes investimentos em capacitação profissional, busca por inovação e aplicação de tecnologias para concepção de novos produtos e aprimoramento da eficiência dos negócios. Pautada em um diálogo transparente e multilateral, a Samarco aprimora continuamente seus processos, investe em projetos que garantam os mais altos padrões de eficiência, tendo como base a crença de que é preciso equilibrar as dimensões econômica, social e ambiental para compartilhar valor com toda a sociedade”, destacou Kleber Terra, diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco.

Diálogo As grandes indústrias não apenas criam ações voltadas para a sustentabilidade, mas também canais de debate com a sociedade. “O foco segue o compromisso da empresa de deixar um legado positivo à sociedade. Isso se dá pela constante busca das melhores práticas de gestão socioambiental e de governança, de forma ética e mantendo diálogo aberto com todos os setores da sociedade”, disse Maurício Max, da Vale. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, observou a importância de essas organizações se mostrarem permanentemente abertas ao diálogo. “Elas contribuem com as comunidades à sua volta e investem bastante no controle

“Essas empresas colocam o Estado em um patamar logístico reconhecido internacionalmente” José Eduardo Azevedo, secretário de Estado de Desenvolvimento

da emissão de resíduos. Classifico essas organizações como empresas cidadãs, dando grande foco a áreas como meio ambiente, cultura e lazer”,falou.Guerra comentou ainda que operações do porte de Vale, Samarco e ArcelorMittal são fundamentais para colocar a produção industrial em um patamar positivo. “Uma empresa como a Vale gera quatro vezes mais empregos indiretos que diretos. Sem falar que essas companhias são grandes parceiras do Sistema Findes, devido a tudo que representam. É incontestável a importância delas para a nossa economia. Além de tudo, as grandes empresas fazem com que o mercado se desenvolva. Temos hoje o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor), que conta com 11 grandes indústrias mantenedoras e serve como ferramenta para qualificar empresas que buscam ser fornecedoras, melhorando a qualidade de seus produtos e serviços”, frisou. O secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, concorda com o presidente do Sistema Findes. Para Azevedo, trata-se de empresas estruturantes, inseridas em cadeias de produção internacionais, que atuam em nível de excelência e, por consequência, exigem o mesmo grau de qualidade de seus parceiros. “Além disso, por terem terminais de escoamento de sua produção, essas empresas também foram responsáveis por colocar o Estado em um patamar logístico reconhecido internacionalmente. A Sedes entende que esses projetos têm uma representatividade muito grande na geração de emprego e renda, e é necessário encontrar um equilíbrio entre a convivência com as cidades e seus meios de produção. Por isso, procuramos sempre criar instâncias de discussão participativa”, enfatizou o secretário. As grandes empresas vieram para transformar todo o cenário econômico e a vida dos capixabas. Essas mudanças continuam acontecendo e, por conta do trabalho dessas organizações, o Espírito Santo segue no caminho do desenvolvimento e hoje é destaque em todo o Brasil. Março/Abril 2015 ▪ 317

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Indústria em Ação

Seminário Norwegian Brazilian acontece no Estado

Indústria capixaba é destaque nacional Mesmo em um ano complicado, com as realizações de eleições e Copa do Mundo, a indústria capixaba registrou o segundo melhor resultado do país em 2014. De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas em fevereiro último, o crescimento do setor local alcançou 5,6% no ano passado, superando até mesmo as expectativas do Sistema Findes. Em coletiva de imprensa promovida em janeiro, o presidente Marcos Guerra usou um estudo do Ideies para apontar um possível incremento de 4,8% na produção capixaba. Os números do IBGE colocaram o Estado atrás apenas do Pará, que registrou, em 2014, acréscimo de 8,1% na produção física. Contudo, na comparação entre os meses de dezembro de 2013 e 2014, a indústria capixaba obteve o melhor resultado do país: assinalou 12,8% de avanço. Já em relação ao mês de novembro, o Estado sofreu queda de 3,3%, acompanhando tendência nacional – houve decréscimo em 12 das 14 unidades pesquisadas pelo IBGE. Para Marcos Guerra, o bom resultado é reflexo do momento do setor extrativo, além dos investimentos existentes no Estado e da chegada de novas empresas. “A indústria tradicional vive um momento de grandes desafios, mas acreditamos que o Espírito Santo continuará crescendo acima da média nacional. Nossa perspectiva é otimista, mas com o pé no chão, principalmente porque 2015 será um ano de ajustes em diversas áreas. A consolidação dos novos investimentos e a diversificação da indústria devem gerar melhorias e novas oportunidades para a economia capixaba”, frisou.

Por meio de seu Centro Internacional de Negócios (CIN-ES), o Sistema Findes realizou, no dia 25 de março, o Seminário Institucional Norwegian Brazilian Day. Para o evento, o Plenário do edíficio. Findes, em Vitória, recebeu representantes do setor metalmecânico e as entidades que compõem o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás. A finalidade da iniciativa foi consolidar o acordo firmado em 2010,e retomado em 2014, entre o Governo do Espírito Santo e a NCE Subsea – líder mundial em tecnologia de exploração submarina – para o desenvolvimento mútuo do setor de petróleo de gás entre o Estado e a Noruega. Foram tratados assuntos como promoção tecnológica e a cooperação entre as empresas dos dois países, ações para promoção do aumento de competitividade das pequenas e médias empresas norueguesas e brasileiras e uso de mecanismos na promoção e financiamento. O evento é resultado de uma missão de empresários e entidades capixabas realizada na Noruega, durante a Feira ONS (Offshore Northen Seas).

Diretoria em Vila Velha apresenta projeto do Senai Centromoda Com um grupo composto pelo vice-presidente institucional da Findes em Vila Velha, Vladimir Rossi, o diretor adjunto, Luís Carlos Azevedo de Almeida, e a equipe de Engenharia do Sistema Findes, foi apresentado no dia 6 de fevereiro ao prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda, o projeto de construção do Senai Centromoda Araçás. Orçado em R$ 5,8 milhões, o centro de inovação, design e formação profissional funcionará anexo à unidade do Senai já existente no bairro Araçás. A previsão inicial é de que sejam realizadas 700 matrículas por ano. O Centromoda contará com modernos laboratórios de Confecção, Risco e Corte, Modelagem, Moulage, Bordado, CAD, Design, Estamparia e Mecânica de Máquinas. Entre as possibilidades de formação estão: acabamentos têxteis, tecido de malha e malha com elastano, planejamento de coleção e modelagem, moda street e surfwear, colorista, alfaitaria e design de moda.

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entrevista por Gustavo Costa

Serginho Groisman “O professor deixa a sua impressão digital na vida dos alunos. As pessoas guardam as imagens dos seus educadores para sempre”

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ornalista, apresentador e ator, Serginho Groisman entende a cabeça da juventude como poucos comunicadores. Há mais de três décadas trabalhando com o público jovem, ele acompanhou as mudanças sociais e de consciência que aconteceram entre diferentes gerações de brasileiros. De passagem pelo Espírito Santo, onde participou como palestrante da 10ª Convenção Anual Sesi/Senai/IEL, Serginho conversou com a Revista da Indústria sobre a importância da educação no país e o seu cenário, atual e futuro.

Na sua carreira, você acompanhou algumas gerações de jovens. O que mudou, por exemplo, daquele jovem dos anos 1980 para o de hoje? Naquela época não existia internet. Acho que isso foi um fator de divisão incrível. Classifico o jovem em antes da internet e depois dela. A internet trouxe o acesso a tudo o que você quiser. É possível estudar, viajar, se divertir, tudo através dela. Outra coisa que notei ter mudado foi uma maior consciência ecológica. Ainda não é suficiente,

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“Na educação profissionalizante, o aluno está aprendendo um ofício. E, em pouco tempo, estará na indústria, no mercado de trabalho, precisando mostrar não só o conhecimento técnico, mas também bom comportamento pessoal” mas avançamos muito nesse tema. Também não fomos até onde poderíamos com a aceitação das diferenças de cor de pele e opção sexual. Melhorou, mas ainda há um caminho para ser percorrido. E acho que o jovem ainda reluta em entrar na política partidária brasileira. Ele pensa que aquilo não serve, não faz parte da realidade dele. Isso precisa mudar, ser renovado, para que tenhamos um novo Brasil. Você acha possível traçar um perfil para o jovem brasileiro? Não há só uma resposta. Um jovem de 15 anos de classe média alta e que estudou a vida toda em uma escola particular é bem diferente de outro, na mesma idade, que é infrator e passou a vida entrando e saindo da antiga Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Não dá para traçarmos um perfil, são gritantes as diferenças. E nesse Brasil de realidades tão distintas, só quando um projeto educacional analisar essas diferenças e estabelecer metas que não valorizem somente números, mas sim professores e alunos, é que caminharemos para a frente.

Com relação ao papel dos pais na educação dos filhos, acredita que os valores familiares trazem efeitos positivos também para a vida acadêmica do aluno? Com certeza. Na educação profissionalizante, por exemplo, o aluno está aprendendo um ofício. E, em pouco tempo, estará na indústria, no mercado de trabalho, precisando mostrar não só o conhecimento técnico, mas também bom comportamento pessoal. Tudo isso contribui para gerar um bom aluno e, mais tarde, um bom profissional. A família não deve se furtar às suas responsabilidades. Os pais não podem terceirizar a criação dos filhos. Em tempos em que meio milhão de estudantes tiram zero na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quais os impactos de uma leitura deficiente? A leitura significa a formação do vocabulário, desenvolvimento intelectual e retenção de conhecimentos. No Enem, temos redações absurdas, não só em termos de

Embora seja garantida pela Constituição, a educação no Brasil tem uma qualidade aquém da desejada. Do seu ponto de vista, a educação poderá um dia ser encarada realmente como prioridade para um país que busca crescer? Espero que sim. E acho que a educação começa pelo incentivo à leitura. Ainda perdura a falta de leitura no nosso país. O jovem brasileiro lê pouco. A meu ver, é algo cultural e que precisa ser mudado. Eu vou falar sobre uma experiência: estive em Buenos Aires, na Argentina, e desde o táxi notei como as coisas lá são diferentes. O motorista estava lendo, enquanto aguardava clientes. Nas ruas, pude ver muitas livrarias, algo que não é a nossa realidade aqui. As pessoas lá pegam um livro, sentam em um café, pedem uma água e ficam lendo. Não que a Argentina seja referência em educação ou economia – inclusive, estão em situação pior do que nós –, mas as atitudes fazem a diferença. É importante não deixar as coisas apenas para o Governo. Quando o brasileiro aprender realmente a ler, quando os pais incentivarem o gosto da leitura nos filhos, as coisas poderão mudar. Uma educação melhor significa uma escola melhor, um professor valorizado e uma sociedade melhor. JAN/FEV 2015 ▪ 316

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entrevista

concordância, mas que não seguem um raciocínio lógico. Isso é, sim, uma amostra de que não se lê como se deveria no país. A leitura traz mais opções para a expressão, e a falta da leitura traz um empobrecimento do vocabulário. Citei a internet como marco, mas é preciso usá-la para coisas positivas, o que também passa pela leitura. Não adianta o jovem usar a internet o dia inteiro, se não usá-la para o próprio crescimento. Ao concluir a faculdade, os alunos se mostram aptos a desempenhar uma profissão com excelência? Do jeito que estão as coisas, acho que não. Infelizmente, o ensino que está sendo praticado não significa garantia de um profissional competente no mercado. No meu tempo, por exemplo, fiz a faculdade de Jornalismo. Hoje não se precisa mais. É como se qualquer pessoa pudesse desempenhar essa função. Acho que a faculdade vai além da grade curricular. Ela permite uma convivência, estabelece entre as pessoas uma relação que é muito importante para o exercício da profissão. Eu dei aula em faculdade e destruí a grade curricular, ao mesmo tempo em que trazia coisas novas. Dava aula de Rádio e TV, Jornalismo e Trabalho de Conclusão de Curso. Não reprovava ninguém por falta, só ia para a sala quem queria. O que vai mostrar se

você é bom não sou eu ou outro professor, é o mercado. Você pode aproveitar a faculdade e os professores de uma maneira positiva ou não. A escolha deve ser do aluno. Não podemos ficar controlando pessoas de 18, 20 anos. Então, aboli isso. E adivinhe: ninguém faltava. É preciso rever mesmo muitos conceitos nas instituições de ensino. Como as esferas governamentais, entidades de ensino e a indústria nacional podem melhorar o perfil desses estudantes? A atuação do Governo, em parcerias com entidades e a indústria, é fundamental para a educação. Se tivermos escolas de qualidade, teremos profissionais de qualidade. Já tivemos época em que as escolas públicas eram mais disputadas do que as particulares. Isso se inverteu em vários eixos. O Governo, as autoridades, devem com certeza se focar na educação. Mas não são suficientes só os recursos, só dinheiro. É preciso saber o que fazer, que orientação dar a um Brasil tão diferente. A gente também não pode estabelecer uma só política pública. As regiões têm pensamentos e características diferentes. Falta esse olhar. O Brasil começou o ano com as incertezas da mudança de Governo, anúncio de pacotes que visam ao controle de contas públicas e outras medidas não muito populares. O que você espera para o país em 2015? É um ano bem difícil de prever. Terminamos 2014 com uma eleição e um país muito dividido. Quando parecia que a área econômica estava tomando um bom caminho, explodiram vários escândalos de corrupção. Ter uma opinião formada é complicado. Mas posso dizer que 2015 será bem tenso, o mercado deve se preparar para um ano conservador. Em sua participação na 10ª Convenção Sesi/Senai/ IEL, você falou sobre os desafios da educação. Quais são os grandes gargalos nacionais quando se fala nesse tema? Eu acho que algumas questões são recorrentes quando se fala em desafios na educação: a qualificação e o salário dos professores. Essas duas coisas precisam ser resolvidas. Investir no professor é fundamental para que ele tenha condições de realizar um bom trabalho. Esses profissionais têm a vocação do amor e precisam que olhemos por eles. Além disso, também precisamos ter a escola como símbolo

“A educação começa pelo incentivo à leitura. Ainda perdura a falta de leitura no nosso país” 20 Indústria Capixaba – Findes

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“A atuação do Governo, em parcerias com entidades e a indústria, é fundamental para a educação” de uma educação mais qualificada. Ela precisa ser o centro de um bairro inteiro, o ponto de referência das coisas boas. Nós vemos, infelizmente, que muitas escolas públicas não são preservadas, já que o aluno não sente que a escola é dele. Ele pensa que é de outro, não dele. Então, falta a identificação que leva ao zelo. E também é preciso entender o jovem de hoje, o que ele espera da escola, seus objetivos de vida. Durante o evento, você falou para uma plateia de centenas de professores e educadores. Qual é o recado que gostaria de deixar para esse público? Que eles entendam que o professor deixa a sua impressão digital na vida dos alunos. As pessoas guardam as imagens dos seus educadores para sempre. A profissão de professor é difícil, e a recompensa não é necessariamente monetária, mas é algo que marca profundamente gerações. Os educadores são importantes nas escolhas individuais que os alunos podem fazer.

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O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, liderou o grupo de federações do Sudeste

Comitiva se reúne com Agência Nacional de Águas

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presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, liderou uma comitiva formada por representantes das federações das indústrias da Região Sudeste em reunião com a Agência Nacional de Águas (ANA). O grupo recebeu em São Paulo, no dia 2 de março, na Confederação Nacional da Indústria, o presidente do órgão regulador, Vicente Andreu Guillo. O encontro, que serviu para o debate sobre a crise de água no Brasil, contou ainda com o secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Carlos Gadelha. No ponto de vista de Guerra, que também é presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (Coema-CNI), é preciso haver um

engajamento na questão hídrica de todos os setores da sociedade. “Temos buscado bons exemplos em todo o mundo para a crise nacional. Nova Iorque, por exemplo, sofreu com cinco grandes secas nos últimos 100 anos, e foi preciso investir para solucionar o problema. A indústria está intensificando o trabalho de tratamento, o uso e a reutilização da água que já realiza, mas será preciso promover grandes mudanças também na cultura da população para evitar que enfrentemos situações semelhantes no futuro”, explicou ele. O capixaba lembrou que pequenas soluções podem resultar em grande economia. “Um sanitário antigo, por exemplo, gasta 18 litros de água por descarga; um modelo mais moderno gasta apenas seis. Precisamos desenvolver produtos mais eficientes”, disse.

Calçado capixaba faz sucesso no exterior Os calçados capixabas têm tido destaque no mercado internacional. O Estado registrou a venda de mais de 19 mil pares do produto para o exterior no primeiro mês de 2015, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados). Os pares comercializados geraram receita de US$ 231,5 mil. O levantamento constatou ainda que os calçados capixabas estão mais valorizados no exterior. O preço médio do par passou de US$ 8,83, em janeiro de 2014, para US$ 12, no primeiro mês deste ano, revelando um acréscimo de 35,9%. Apesar do otimismo, a saída de calçados do Espírito Santo para o mercado externo representou uma queda de 24,6% em janeiro. Para o presidente do Sindicalçados, Altamir Alves Martins, tratou-se de um mês atípico para o setor. “Acreditamos que o mês de janeiro foi anormal, e que será diferente ao longo do ano. As vendas de janeiro nas feiras nacionais e internacionais e os pedidos de compradores diretos estão sendo produzidos e faturados parte em fevereiro e parte nos demais meses”, frisou ele.

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ARTIGO

Indústria caminha junto com economia?

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pergunta que se faz atualmente é: “A indústria caminha junto com a economia?”. Em função das grandes incertezas que envolvem essas duas frentes, embora previsões quantitativas sejam quase inviáveis de se fazer, pode-se dizer, com certeza, que se a indústria vai mal, a economia também vai mal, e vice-versa. A economia do país mostrou dados extremamente preocupantes em 2014, apontando um déficit fiscal nunca visto. Veja o quadro:

Variação da produção industrial Dezembro 2014 (%) No mês (com ajuste sazonal)

Mesmo mês do ano anterior

No ano

Indústria geral

-2,8

-2,7

-3,2

Bens de capital

-23,0

-11,9

-9,6

2011

US$ 29,8 bi

Bens intermediários

-0,8

-1,5

-2,7

2012

US$ 19,4 bi

Bens de consumo

-2,0

-3,2

-2,5

2013

US$ 2,4 bi

Bens de consumo durável

-2,2

-9,7

-9,2

2014

US$ (-3,9) bi – déficit

2015

US$ (-6,0) bi – déficit

Semiduável e não durável

-1,7

-1,3

-0,3

Extrativa mineral

0,5

9,0

5,7

Transformação

-2,8

-4,4

-4,3

Somente o déficit na indústria de transformação, em 2014, entre exportação/importação, atingiu a cifra enorme de US$ 111 bilhões. O saldo em conta-corrente, que era em média US$ 55 bi negativos, subiu em 2014 para US$ 90,9 bi, representando 4,12% do PIB, quando o limite máximo, de acordo com o Tratado de Mastrich da União Europeia, é não mais do que 3%. A taxa de juros Selic fechou o ano em 11,75% e deverá agora, nos próximos meses, atingir 13%. O câmbio, embora tenha sido recuperado em parte (R$ 3,02), ainda está longe do patamar exigido para recuperarmos a balança comercial com as exportações – valor necessário de R$ 3,50. O PIB do país fechou 2014, ainda não oficialmente, em praticamente zero%.

Fonte: IBGE

Apenas os investimentos estrangeiros diretos (IEDs) vêm se mantendo no nível de US$ 62,5 bi, ajudando a cobrir o déficit em contas-correntes. Felizmente, o país ainda mantém reservas líquidas cambiais de US$ 375 bi que cobrem a dívida externa. O quadro acima mostra a indústria geral com queda de -3,2% em 2014, sendo que a indústria de transformação teve recuo de -4,3%. A queda em -9,6% em bens de capital mostra claramente a desconfiança total das empresas em fazer investimentos. A participação da indústria de transformação sobre o PIB vem caindo ano a ano. A indústria chegou a responder por 3% da produção industrial mundial 30 anos atrás. Talvez, atualmente, tenha pouco mais que 1,5%. Por que chegamos a essa situação, quando encerramos o PIB de 2010 em 7,5%, logo após a crise de 2008? As razões foram várias. A estratégia das medidas do Governo Federal em privilegiar o consumo e não o investimento não foi adequada, e o modelo adotado está hoje esgotado. A Fazenda está estabelecendo medidas duríssimas de ajuste fiscal para conseguir um superávit primário de 1,2%. Especialistas acham que, embora difícil, essa ação será alcançada. Se for, certamente o Brasil conservará o Grau de Investimento pelas agências de rating, e aos poucos caminharemos para uma rota de crescimento, cujos bons resultados só aparecerão em 2016. É fundamental que os atritos entre Poderes Executivo e Legislativo sejam superados. Nós, industriais, precisamos estar mais unidos do que nunca, e lutar para que a economia possa se estabilizar, sem que a nós sejam impostas medidas que possam nos destruir. José A.F. Martins é presidente da Fabus e do Simefre Março/Abril 2015 ▪ 317

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Inovação Saúde por Gustavo Costa

Os perigos do sedentarismo A falta de atividade física regular, que mata mais que a obesidade, também afeta a indústria. Confira as ações desenvolvidas pelo Sesi-ES para combater esse problema

C

onsiderado um dos mais sérios agravos para o corpo e a mente, o sedentarismo pode afetar diretamente a saúde do trabalhador e o seu desempenho. Um estudo da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, divulgado recentemente revelou que a falta de atividade física mata duas vezes mais que a obesidade e o sobrepeso, dois (re)conhecidos vilões. A pesquisa mostrou que 676 mil das 9,2 milhões de mortes na Europa em um ano foram causadas pelo sedentarismo, contra 337 mil decorrentes da obesidade. O levantamento apontou também que se exercitar por cerca de 20 minutos por dia pode reduzir o risco de desenvolvimento de doenças do coração e câncer.

Um outro estudo, feito pela empresa Sul América Saúde entre 2010 e 2012 com mais de 41 mil profissionais no Brasil, apontou as categorias que mais se descuidam da saúde. Na indústria de transformação, 64,1% dos pesquisados são sedentários, enquanto 56,7% estão obesos ou com sobrepeso. Ciente da seriedade do problema, o Sesi-ES desenvolve ações de incentivo à prática de esportes e a hábitos saudáveis. Para o diretor de Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin, quando se fala em combate ao sedentarismo, um dos maiores desafios é a conscientização dos seus malefícios à saúde. “O sedentarismo pode resultar em uma série de doenças crônico-degenerativas, com graves consequências.Por esse motivo, o Sesi vem trabalhando com programas

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Vantagens de se praticar atividades físicas: • Reduz o risco de desenvolver diabetes • Reduz o risco de morte prematura • Diminui o risco de doenças cardiovasculares • Diminui o risco de desenvolver pressão alta • Ajuda a controlar o peso corporal • Diminui a ansiedade e depressão • Ajuda no ganho de força e massa muscular • Promove o bem-estar psicológico • Melhora a qualidade de vida na terceira idade

que objetivam conscientizar sobre o problema e estimular a prática da atividade física espontânea, como hábitos naturais do cotidiano do trabalhador”, explicou. O Sesi-ES desenvolve ações como o programa Sesi Ginástica na Empresa, que atende 84 organizações e aproximadamente 23.500 trabalhadores com sessões de ginástica laboral, contribuindo para a mudança do estilo de vida e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida desses trabalhadores. Realizada por um educador físico, a atividade tem efeitos benéficos na saúde em geral, podendo reduzir a ansiedade e elevar a autoestima. Melhorar a qualidade de vida também é uma premissa do Indústria Positiva, que busca criar junto à empresa serviços integrados de saúde, com base no diagnóstico completo realizado em seus colaboradores. O programa ajuda a diminuir os afastamentos do trabalho provocados por doenças, que atualmente representam em torno de 11% do custo da indústria. Apontando indicadores

“Cada vez mais existe o estímulo para se adotar uma prática moderada de exercícios físicos, como, por exemplo, 30 minutos de caminhada. Muitas organizações têm consciência da importância dos hábitos saudáveis na vida dos seus trabalhadores e promovem ações para combater o sedentarismo” Marcos Alex Silva, gerente do Departamento de Qualidade de Vida (DQV) do Sesi/Senai

“O sedentarismo pode resultar em uma série de doenças crônicodegenerativas. A falta de atividade física pode levar a graves consequências” José Carlos Bergamin, diretor de Assuntos do Sesi-ES

“negativos” e oportunizando sua mudança para “positivos”, o Indústria Positiva propõe soluções específicas e prevê o acompanhamento dessas saídas, possibilitando alcançar ao mesmo tempo mais saúde para trabalhadores e aumento de produtividade e competitividade da empresa. “O projeto surgiu a partir da demanda das indústrias capixabas pelo acompanhamento das condições de vida de seus empregados, trazendo, por consequência, um quadro geral da saúde nas empresas em que trabalham. Seu objetivo principal é ofertar soluções integradas, a partir do desenvolvimento de competências específicas”, falou Marcos Alex Silva, gerente do departamento de Qualidade de Vida (DQV) do Sesi-Senai. Já o Sesi Desafio Saúde atua diretamente junto ao trabalhador oferecendo consultoria, palestras motivacionais e informativas, ações físico-esportivas em grupo e individuais, além de mudanças de hábitos relacionados à alimentação. Ele é executado por meio de uma equipe multiprofissional composta por especialistas das áreas de educação física, nutrição e fisioterapia. Existe também o Programa Mais Saúde, em que uma equipe de enfermagem realiza levantamento das condições de saúde dos empregados, estabelece grupos de risco e trabalha de forma geral e isolada os temas aderentes por meio de palestras e campanhas. Outras iniciativas de destaque quando se fala em atividade física são os Jogos do Sesi, competições regionais que classificam os atletas-trabalhadores para a etapa nacional, além da Corrida do Trabalhador, que teve a sua 7ª edição no ano passado.

Atividade física: movimento é saúde Caminhada, ciclismo, natação. Quando se fala em combate ao sedentarismo, a palavra de ordem é movimento. Delmiro Dias Neto, professor de Educação Física do Sesi Março/Abril 2015 ▪ 317

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Saúde

“Notamos os funcionários mais dispostos, e isso tem impacto positivo no ambiente de trabalho. Todos participam e gostam bastante das ações realizadas pelo Sesi”

Ações do Sesi-ES • Sesi Ginástica na Empresa • Desafio Saúde • Indústria Positiva • Atividades físicas e esportivas • Corrida do Trabalhador

Adrielli Vicente, técnica de Segurança do Trabalho da Vital Engenharia

em Jardim da Penha, lembra que essas e outras atividades são sempre bem-vindas. “No CAT de Jardim da Penha são oferecidas várias opções de atividades físicas, como natação, hidroginástica, musculação, ginástica localizada. O sedentarismo, lembra o gerente do Sesi-Senai, é combatido com a mudança de estilo de vida. “Cada vez mais existe o estímulo para se adotar uma prática moderada de exercícios físicos, como, por exemplo, 30 minutos de caminhada. Muitas organizações têm consciência da importância dos hábitos saudáveis na vida dos seus trabalhadores e promovem ações para combater o sedentarismo”, disse Marcos Alex Silva. É o caso da Vital Engenharia. A empresa, localizada em Vitória, conta com 975 funcionários e, além das palestras internas que realiza, participa da Corrida do Trabalhador e da ginástica laboral oferecidas pelo Sesi. “Desenvolvemos esse trabalho com resultados muito positivos. Notamos os funcionários mais dispostos, e isso tem impacto positivo no “O ambiente de trabalho pode e deve ser um local que estimule a adoção de uma vida mais saudável” José Augusto dos Santos Servino, gerente-geral de Recursos Humanos da ArcelorMittal Tubarão

ambiente de trabalho. Todos participam e gostam bastante das ações realizadas pelo Sesi, tanto da ginástica quanto da corrida, que acontece uma vez por ano”, conta a técnica de Segurança do Trabalho da empresa, Adrielli Vicente. Em sua opinião, as ações desenvolvidas pelo Sesi são importantes para o Estado, uma vez que disseminam a cultura de hábitos que elevarão a qualidade de vida dos funcionários. Na Arcelor Mittal Tubarão, o Sesi também oferece a ginástica laboral e a orientação aos exercícios. São 12 profissionais de Educação Física realizando atendimento de segunda a sexta-feira, pela manhã. Em média, 600 funcionários por dia, em 45 áreas, entre administrativas e operacionais, são atendidos. A prática da ginástica laboral ocorre no próprio setor do funcionário, para facilitar a participação. Segundo Alexandro da Silva, professor de Educação Física do Sesi responsável pela ginástica laboral na ArcelorMittal, as ações são fundamentais no ambiente industrial.“Antecipar-se, prevenindo doenças do trabalhador, é evitar prejuízos para a empresa onde esse funcionário atua, seja reduzindo faltas ou diminuindo o risco de queda na produtividade”, disse. Para o gerente-geral de Recursos Humanos da ArcelorMittal Tubarão, José Augusto dos Santos Servino, além de diminuir a carga de estresse ao interromper o trabalho por alguns minutos, a ginástica laboral tem contribuído para evitar o sedentarismo entre os empregados. “Também tem proporcionado às nossas equipes a realização de dinâmicas de interação, que contribuem para a melhoria do clima organizacional. Nos dias atuais, em que a competitividade é e será um diferencial nos negócios das empresas, as condições físicas e psicológicas dos empregados são muito importantes. Para nós, o ambiente de trabalho pode e deve ser um local que estimule a adoção de uma vida mais saudável”, frisou. Ao combater o sedentarismo, ganham todos: funcionário, empresa e sociedade. Hábitos que levam apenas minutos do dia podem fazer grande diferença para a qualidade de vida. As ferramentas e o conhecimento estão disponíveis. Basta levantar da cadeira, alongar-se e começar a dar novos passos rumo a uma nova rotina.

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Indústria em Ação

Palestras motivaram o público, que pôde interagir e trocar experiências

10ª Convenção reúne mais de mil educadores

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ducação que Transforma”. Com esse tema, o Sistema Findes realizou, no dia 20 de fevereiro, a 10ª edição anual da Convenção Sesi/Senai/ IEL. Um total de 1,1 mil educadores de todo o Espírito Santo participou do evento, que aconteceu no Centro de Convenções de Vitória e teve início com o Hino Nacional, executado ao som de violão e voz do ex-aluno da unidade Sesi Cobilândia Joaquim Cleverson Bahiense dos Santos. A Convenção foi aberta pelo primeiro vice-presidente Findes, Gibson Reggiani, que representou o presidente da entidade, Marcos Guerra. “Educar é o ato mais nobre que um ser humano pode realizar. Que este espaço sirva para energizar nossos educadores, provocar reflexão e uma visão mais humana da sala de aula. Não há desenvolvimento social e econômico se não houver educação”, frisou ele. A programação contou com arte, mágica, malabarismo e palhaçada, cortesia do Circo Grock. Outro destaque ficou com as palestras que ofereceram espaço para a discussão sobre as novas formas de ensinar e como essa transformação do ambiente escolar ajuda na evolução do aprendizado de cada aluno. O professor Rivadávia Drummond abriu o círculo de palestras, com o tema “Educação que Transforma”. Ele abordou a evolução das tecnologias e citou alguns produtos e processos que não evoluíram ao longo dos anos e se tornaram obsoletos. Pediu ainda aos professores que fizessem uma autoavaliação do que cada um realiza de diferente na sala de aula e como estão renovando a forma de educar. Em seguida, o antropólogo Roberto DaMatta palestrou sobre “Democracia, Educação e Cidadania”, 28

apontando ritos de passagem e busca pela identidade e reconhecimento na sociedade. E o ciclo terminou com um bem-humorado bate-papo com o jornalista e apresentador de TV Serginho Groisman, que falou sobre os atuais desafios da educação. José Carlos Bergamin, diretor para Assuntos do Sesi-ES, destacou a grande participação do público. “Sabia que o evento seria grande, mas mesmo assim fiquei positivamente surpreendido. A convenção foi um grande momento para tratarmos a motivação e chamamento à responsabilidade dos profissionais de Educação. E eles vieram, das unidades de todo o Estado, dispostos a fazer a diferença, a realmente transformar. A aprovação do evento foi ‘ótima’ para praticamente todos os presentes, o que nos deixou muito felizes. A seleção de palestrantes também foi fantástica, fazendo uma conexão correta com o tema proposto. Acredito que tenha sido a melhor já realizada”, disse. No final da Convenção, o vice-presidente da Findes e diretor para assuntos do Senai-ES, Benízio Lázaro, falou sobre o balanço do evento. “Quero agradecer o que vocês, professores, fazem por nossa instituição. Sem vocês, com certeza absoluta, a nossa indústria, as nossas empresas não seriam as mesmas de hoje. A transformação passa principalmente pela cabeça dos professores, que constroem o senso crítico dos alunos. O nosso quadro de educadores é tão bom ou superior aos profissionais das mais conceituadas escolas, e temos capacidade para melhorar ainda mais. Vocês são transformadores da juventude que passa pelo Sesi e pelo Senai. E é isso que a indústria espera e necessita. Muito obrigado”, frisou.

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Diretoria Regional em Serra tem sede instalada Foi instalada no dia 12 de fevereiro a sede da Diretoria Regional da Findes no município de Serra. A estrutura fica localizada na Avenida Paulo Miguel Bohomoletz, junto ao Senai. O vice-presidente institucional da Findes na Serra, José Carlos Zanotelli, e o diretor adjunto, Romário José Correa de Araújo, estão na nova Diretoria Regional que tem a finalidade de aproximar os industriais do município e debater melhorias para o setor produtivo por meio de parcerias com entidades diversas, visando a fortalecer a indústria local. A redistribuição dos 78 municípios sob a abrangência das diversas Diretorias e Núcleos Regionais foi debatida no Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) do Sistema Findes, que tem como presidente o empresário e vice-presidente institucional da entidade em Cachoeiro de Itapemirim e região, Áureo Vianna Mameri.

O líderes da nova Diretoria da Findes em Serra, Romário José Correa de Araújo e José Carlos Zanotelli, ao lado do presidente Marcos Guerra

Vila Velha ganha nova Regional Sede de importantes indústrias, que movimentam setores como o de vestuário, produtos alimentícios, atividade moveleira e construção civil, Vila Velha ganhou no dia 10 de fevereiro uma nova Diretoria do Sistema Findes, que foi instalada na Rodovia Darly Santos, no Centro Integrado Sesi/Senai/IEL, no bairro Araçás. A Regional mapeará o perfil econômico da cidade, apontando os pontos fortes e onde ainda é possível melhorar para gerar mais renda e emprego. O vice-presidente institucional da Findes em Vila Velha, Vladimir Rossi, destaca que a presença da Findes no município aproxima o industrial da entidade. “Estamos motivados a fazer um trabalho em equipe junto ao conselho regional que vamos criar para unificar as indústrias de Vila Velha da Federação, ouvindo suas demandas”, explicou. Além de Rossi, estiveram presentes na inauguração da sede o diretor-adjunto, Luis Carlos Azevedo de Almeida, e o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Sesi Campo Grande passa a sediar a Diretoria da Findes de Cariacica e Viana A nova Diretoria foi instalada no dia 31 de março, em solenidade que contou com a presença do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Também aconteceram as posses dos empresários que compõem o Conselho Regional: Martha Elizabette Colodetti Albermaz, Raphael Cassaro Machado, Welinton Simões Filho, Adilson Ruela Cinha, Dionisio Elasio Marianelli e José Vasconselos Júnior. A Diretoria será liderada pelo vice-presidente institucional Rogério Pereira dos Santos e por seu diretor adjunto, Álvaro José Bastos Miranda. “Cariacica e Viana têm importantes indústrias e precisamos muito desse olhar macro e atento do Sistema Findes em nossas cidades”, disse Rogério.

Da esquerda para a direita: Vice-presidente institucional da Findes de Cariacica e Viana, Rogério Pereira dos Santos, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra e o diretor adjunto, Álvaro José Bastos Miranda

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Indústria por Lui Lima

Tributação é pedra no sapato das indústrias de transformação Mesmo em crise econômica, Governo não abre mão da alta carga tributária. Qual a saída para o setor?

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e perguntados sobre quais os principais entraves para a indústria brasileira, é muito provável que 10 entre 10 empresários da área da indústria de transformação apontem a alta tributação entre os mais fortes motivos que impedem o crescimento industrial. E há razão para isso. De acordo com o estudo “A Carga Tributária para a Indústria de Transformação”, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) do setor – exatamente, 45,4% – é utilizada para pagar os impostos que incidem sobre a atividade. Ainda segundo a pesquisa, o tributo mais oneroso para o segmento é o ICMS, que representa 37% da arrecadação. Entre os impostos federais, o PIS/Cofins é o maior (21,7% da arrecadação), seguido pelo INSS (13,2%) e pelo IPI,

que corresponde a 7% do total de tributos pagos pela indústria de transformação brasileira. Todos esses, somados a taxas federais, abocanham 66% do total dos tributos pagos pelas empresas brasileiras. O estudo da Firjan aponta também que R$ 1,04 trilhão foram arrecadados em impostos durante o ano de 2012 pelo setor industrial, sendo que, desse montante, R$ 322,7 bilhões foram recolhidos pela indústria de transformação. Tamanho ônus tem um custo para as indústrias que vai muito além da questão financeira, como se pode notar na participação do setor no PIB nacional, que caiu de 25% para 12% nas últimas duas décadas, conforme dados obtidos em levantamento feito pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A participação

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revelou que no mês de janeiro houve redução de 81,8 mil postos de trabalho do segmento, em relação ao mesmo período de 2014, o pior resultado desde 2009. “Vários setores da indústria brasileira têm uma enorme dificuldade de competir com produtos que vêm de fora e isso diminui muito as expectativas de crescimento e, consequentemente, a geração de empregos”, afirma Leonardo de Castro, diretor para Assuntos Tributários da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). A alta carga tributária pesa ainda mais para a indústria de transformação, em decorrência da maior capacidade desse campo de agregar valor à economia. As diversas etapas que um produto percorre na cadeia produtiva – adicionando valor em cada uma delas – tornam esse setor mais suscetível à cobrança de impostos em cascata e amplificam a carga tributária incidente sobre ele. Segundo Castro, esse é um processo que penaliza o empresário. “Não é uma conta muito difícil de se fazer. Com mais tributos, e ainda o aumento nos preços de energia e combustíveis e a desaceleração do consumo, há uma significativa diminuição da margem de lucro da empresa, que, por sua vez, fica mais temerosa de fazer investimentos”, analisa. Ele explica que desonerar o lucro é garantia de conversão em novos investimentos em curto, médio e longo prazo, principal necessidade da economia no momento. Para Gibson Barcelos Reggiani, industrial e presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Estado do Espírito Santo (Sindicacau-ES), os impostos equivalem a 70% do preço final do produto, sendo os mais pesados o ICMS (17%) e o IPI (30%). Na avaliação do executivo, o impacto é sempre muito alto para as empresas. “Estamos em um período em que o poder aquisitivo está diminuindo por causa da inflação. Por isso, quando repassamos o aumento dos custos ao consumidor, a demanda diminui. Nós já percebemos um arrefecimento nas vendas”, revela. Ainda de acordo com ele, o setor industrial está trabalhando junto ao Governo do Estado para que as indústrias capixabas fiquem em posição de igualdade, com a mesma tributação que é praticada em mercados vizinhos. “Precisamos das mesmas condições para podermos competir com as empresas de outros estados”, afirma. da indústria de transformação na pauta exportadora brasileira recuou de 78,2% em 2006 para 61,6% em 2014, segundo estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A carga tributária também atrapalha diretamente a competitividade das empresas nacionais, e isso se reflete em capacidade de crescimento, geração de empregos e condições de investimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego passou de 4,3% em dezembro de 2014 para 5,3% em janeiro de 2015. Por sua vez, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego,

“O Planalto precisa fazer economia em gastos supérfluos e, ao mesmo tempo, promover investimentos. Fornecer linhas de crédito favoráveis às indústrias e procurar fazer acordos bilaterais com países ou zonas com poder de compra, como zona do Euro e Nafta” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes Março/Abril 2015 ▪ 317

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Indústria “O poder aquisitivo está diminuindo por causa da inflação. Por isso, quando repassamos o aumento dos custos ao consumidor, a demanda diminui. Nós já percebemos um arrefecimento nas vendas” Gibson Barcelos Reggiani, industrial e presidente do Sindicacau

Em nível nacional, as expectativas para os próximos anos não são boas. Passando por uma situação complicada na área econômica, o Brasil não sinaliza, ao menos em um curto prazo, a possibilidade de redução da carga tributária. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, é incisivo ao tratar do assunto. Para ele, 2014 foi um ano perdido para a indústria nacional. “Temos vários agravantes que sinalizam um aumento no desemprego, como elevação das tarifas de energia elétrica e dos impostos incidentes sobre os combustíveis”, ressalta. Ao assumir o cargo de ministro da Fazenda, no dia 5 de janeiro, Joaquim Levy disse que o equilíbrio fiscal “é a chave para a confiança e para o desenvolvimento do crédito, que permite a mais empreendedores levarem à frente seus projetos, contribuindo para a geração de emprego, o bem-estar geral e a riqueza da nação”. Na ocasião, ele confirmou que foram “aparados” os subsídios aos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para setores empresariais, e alinhada com a melhor prática internacional a legislação que rege as pensões pagas pelo setor público e alguns outros programas sociais. Na prática, a intenção é evitar excessos na concessão de novos benefícios e fortalecer o sistema.

Principais impostos da indústria de transformação (em participação na arrecadação): ICMS

37%

INSS

13,2%

PIS/Cofins

21,7% IPI

7%

Passo atrás e insegurança política Dentro dessa nova diretriz econômica, as principais preocupações dos empresários são com a proposta de revisão das alíquotas de desoneração da folha de pagamento e com a redução da alíquota do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), o que, na prática, diminui o benefício para os exportadores de manufaturados. Criados como forma de viabilizar a competitividade das indústrias em meio à crise econômica internacional, esses mecanismos tiveram papel importante para vários setores, e a possibilidade do fim dessa ajuda deixa os empresários com frio na espinha. Segundo Castro, o ajuste fiscal de fato é importante para a economia, mas tais medidas podem significar um tiro no pé. “Essas ações podem gerar forte impacto para a indústria e para a economia nacional. Elas precisam vir acompanhadas de uma agenda de promoção da competitividade”, analisa. Para o diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Antônio Fernando Doria Porto, a medida seria “um retrocesso para a competitividade”. “Essa decisão poderá trazer consequências inclusive para a manutenção do emprego, principalmente em um período em que a indústria de transformação vem registrando queda em sua produção”. A torcida dos industriais é que a decisão não vá adiante. Responsável por 22% dos postos de trabalho com carteira assinada do país e sendo o setor que oferece os melhores salários, juntamente com o de serviços, a indústria foi o que mais segurou empregos, mesmo com a queda da economia. “Isso inviabilizaria a produção nacional e promoveria o desemprego no país. É um aumento muito grande, de uma hora para outra. Aliado a isso, há a alta de juros e do frete. São gastos que o consumidor final sente no bolso e que provavelmente não vai entender”, afirma Marcos Guerra. Em sua opinião, o fato de o Governo Federal retirar uma medida que ele mesmo criou demonstra “insegurança política”, também prejudicial ao setor industrial, que “não tem mais gordura para queimar”. “Isso poria por terra todo o planejamento de médio e longo prazo e mostra que há uma falta de comando. A confiança do empresário industrial nunca esteve tão baixa”, salienta. De fato, as medidas do Governo até aqui fizeram com que os empresários do segmento industrial ficassem bastante pessimistas com o futuro. Segundo dados da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu para 37,5 pontos em março, o menor desde janeiro de 1999 e bem abaixo da média histórica nacional, de 56,5 pontos. O ICEI do Estado também teve queda, de 37,9 para 35,7 pontos em março. Com essa instabilidade, a alta carga tributária fica ainda mais ameaçadora, principalmente quando aliada aos altos juros praticados no país e à valorização do dólar.A combinação tem deixado os setores que dependem de matéria-prima

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importada em situação ainda mais complicada. “A indústria têxtil reduziu em mais de 50% seu faturamento. As indústrias de vestuário, moveleira e calçadista também passam por dificuldades e tiveram quedas significativas, com desemprego acentuado”, conta Guerra.

Espírito Santo No Espírito Santo, a indústria de transformação é composta, principalmente, por empresas de metalurgia, rochas ornamentais, plástico, vestuário, móveis e alimentos, que têm uma participação de 8,6% do PIB capixaba. A esses segmentos, juntam-se novos setores com início de produção no Espírito Santo, como indústria naval, automobilística, linha branca e motores, entre outros, que também passam a ser importantes, pois mudam o perfil da indústria estadual com produtos de maior valor agregado. A despeito da crise política e econômica por que o Brasil passa neste começo de 2015, as expectativas são melhores para o Espírito Santo. Segundo o presidente do Sistema Findes, o Estado recebeu aportes importantes que deverão puxar o crescimento industrial capixaba. “São investimentos em usinas siderúrgicas de grande porte, além da instalação do Estaleiro Jurong. Todas essas inaugurações devem fazer a produção geral crescer”, pondera. Entretanto, ainda de acordo com Guerra, isso não quer dizer que tudo esteja totalmente nos eixos. “As indústrias no Estado estão enfrentando um período difícil também. É um crescimento dentro de uma realidade muito complicada, e isso precisa ser levado em consideração. Além disso, temos o problema do abastecimento de água, que pode dificultar ainda mais esse quadro”, salienta. Proposta das indústrias Segundo Doria Porto, o Governo do Estado deveria manter os Contratos de Competitividade e ampliá-los para outros setores industriais, o que permitiria o aumento do poder de fogo da indústria capixaba frente a outros mercados. “Também é preciso dar forte apoio no fomento à inovação e aos novos investimentos de indústrias que estão se instalando, ou que venham a se instalar no Espírito

“Com mais tributos, e ainda o aumento nos preços de energia e combustíveis e a desaceleração do consumo, há uma significativa diminuição da margem de lucro da empresa” Leonardo de Castro, diretor para Assuntos Tributários do Sistema Findes

“É preciso dar forte apoio no fomento à inovação e aos novos investimentos de indústrias que estão se instalando, ou que venham a se instalar no Espírito Santo, com maior valor agregado e com mais tecnologia envolvida” Antônio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

Santo, com maior valor agregado e com mais tecnologia envolvida”, frisa. No âmbito federal, o diretor do Ideies avalia que é importante que, paralelamente ao ajuste necessário das contas públicas, sejam aplicadas medidas como a redução da burocracia. “É preciso simplificar os tributos e implantar uma política ativa de apoio à exportação, questões fundamentais para o aumento da competitividade da indústria, além da modernização das relações do trabalho, o que é importante para elevar a produtividade, garantindo assim a sustentabilidade empresarial, a geração de emprego e renda e a proteção do trabalhador”. Para Marcos Guerra, é necessário “cortar na carne”. “O Planalto precisa fazer economia em gastos supérfluos e, ao mesmo tempo, promover investimentos. Fornecer linhas de crédito favoráveis às indústrias e procurar fazer acordos bilaterais com países ou zonas com poder de compra, como Zona do Euro e Nafta”, explica. Na avaliação de Leonardo de Castro, uma forma de garantir a competitividade mesmo em tempos de crise e com a alta carga tributária é investir na qualificação da mão de obra. “Isso ajuda a aumentar a produtividade”, afirma. É difícil saber qual rumo o país tomará nos próximos dois anos, mas é complicado vislumbrar esse futuro com otimismo. Ainda assim, o melhor remédio contra a crise, para empresários e para o Governo, é não deixar de investir. De um lado, o poder público deve oferecer condições certas para que as indústrias readquiram a confiança de que ainda vale a pena fazer investimentos no país. Isso só será possível com revisão da tributação no Brasil, redução dos impostos, taxas de juros menores burocracia simplificada, entre outras medidas. Do mesmo modo, as indústrias, mesmo com dificuldades, devem pensar em maneiras inovadoras para reduzir ao máximo seus custos e melhorar a eficiência da produção. Ou seja, devem continuar investindo, mesmo que em volume menor e de forma mais pontual, apoiadas em um planejamento estratégico bem-feito. Março/Abril 2015 ▪ 317

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Indústria em Ação

Wagner Tiso e Jan Zalud na temporada de cultura A temporada 2015 do Sesi Cultura foi aberta oficialmente no dia 18 de março, com grandes nomes da música. Um dos mais competentes músicos e arranjadores do país, Wagner Tiso se apresentou no Teatro do Sesi, em Jardim da Penha, e foi acompanhado pelo violoncelista Jan Zalud e pela Orquestra Camerata Sesi. Um dia antes aconteceu uma sessão especial, muito aplaudida, para convidados do Sistema Findes. Mineiro da cidade de Três Pontas, Tiso participou do conjunto Sambacana, Som Imaginário e foi integrante do famoso Clube da Esquina, além de fazer arranjos para grandes músicos. Já Jan Zalud é natural da República Tcheca. Ele recebeu máster classes com professores renomados e apresentou-se como solista em vários países. E vem muito mais por aí. No dia 30 de abril, a Orquestra Camerata Sesi traz o maestro Ernani Aguiar e Luiza Braga para um concerto. No dia 21 de maio, é a vez do Ciclo Beethoven, com a convidada Jitka Hosprová participando de uma noite que terá as Sinfonias nº 6 e nº 8 e Max Bruch. Já em 9 de junho é o cantor Leoni que apresentará grandes sucessos de sua carreira. A programação segue até o final do ano.

Crise hídrica é debatida em Anchieta O Conselho Regional do Sistema Findes de Anchieta se reuniu na Câmara Municipal para discutir a crise hídrica que afeta o Espírito Santo. O encontro, presidido pelo vice-presidente institucional Fernando Schneider Künsch, aconteceu no dia 25 de fevereiro e contou com a participação de empresários e autoridades. O secretário municipal de Meio Ambiente de Anchieta, Marcelo Lopes Dalbom, apresentou ações feitas pela prefeitura na busca por reduzir o problema da falta de chuvas na região e necessidade de economia de água. “Discutimos alguns pontos para orientar os empresários das indústrias da região sobre como economizar. A captação e a preservação da água da chuva, a recirculação da água nos sistemas produtivos, a implementação dos projetos concebidos sob a ótica da sustentabilidade e a recuperação e reciclagem de materiais são alguns exemplos”, explicou o secretário.

Reunião em Linhares debate investimentos e educação A primeira reunião do Conselho Regional do Sistema Findes em Linhares de 2015, realizada no dia 4 de março, foi pautada por assuntos como crise energética e hídrica, investimentos industriais e educação. Coordenado pelo vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento, e pelo diretor adjunto, Wilmar Barros Barbosa, o evento foi aberto pela apresentação do projeto de implantação da usina termelétrica em Linhares. A explanação foi feita pelo gerente-geral da Lasa Destilaria, Jerônimo Pandolfi. Já o gerente da Manabi, Romeu Rodrigues, falou sobre o projeto do Porto Norte Capixaba, que será construído no litoral de Linhares. No final da reunião, o gerente do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de Linhares, Claudenir Fernandes, apresentou aos industriais o balanço de metas atingidas pela unidade durante 2014 e as metas previstas para este ano.

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Adequar o tempo da indústria ao da educação é um dos desafios do Sesi-Senai, segundo Vieira

Luis Carlos Vieira assume a liderança do Sesi-Senai

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ovos desafios passam a fazer parte da rotina de Luis Carlos de Souza Vieira. Ele foi designado para ocupar os cargos de superintendente do Sesi-ES e de diretor regional do Senai-ES. Graduado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luis Carlos agregou ao longo de 31 anos de profissão as funções de diretor regional do Senai-ES, diretor administrativo e financeiro e diretor de Desenvolvimento do Departamento Nacional do Senai no Rio de Janeiro, diretor de desenvolvimento do Departamento Nacional do Sesi em Brasília, diretor regional do Senai-SP, superintendente do Sesi-SP, e reitor do Centro Universitário Newton Paiva em Belo Horizonte. Confira as expectativas nesse seu “retorno à casa”. Como vê esse novo desafio em sua carreira? Luis Carlos de Souza Vieira - Com muito orgulho e bem mais experiente, por ter vivido por 20 anos fora, entendendo economias complexas, estados diferentes, tenho a oportunidade, dada pelo presidente Marcos Guerra, de retornar à diretoria do Senai e do Sesi. Eu estou muito feliz com a chance de utilizar aqui no Espírito Santo o conhecimento que acumulei ao longo da minha vida. Quais os grandes gargalos da educação profissionalizante? O principal gargalo é adequar o tempo da indústria ao tempo da educação. Não cabe mais a ideia de que é possível resolver a educação profissionalizante apenas com boa vontade. É preciso conhecimento, trazer para o Senai profissionais com mestrado, doutorado e que já passaram pelo mercado. É preciso conciliar a expertise da academia com a experiência real do que vemos nas indústrias. O segundo desafio é a necessidade de se saber olhar para a economia. Se há vaga, você forma; se não tem, você direciona para o setor que tem demanda. A educação é para todos, e a educação profissionalizante é voltada para o mundo do trabalho. E o terceiro desafio é buscar a vocação regional. A interiorização das ações é um compromisso da atual gestão. Queremos dar acesso à educação e

capacitação a toda demanda existente no Estado. E para isso, fazemos investimentos regionais. Qual é a sua opinião a respeito das Agências de Treinamento Municipais e das escolas móveis? São estratégias flexíveis. Não temos que discutir demanda, temos que atender a todas. Se uma região tem 2 mil, 200 ou 20 profissionais, temos que buscar estratégias de atender a todos. E ATMs e escolas móveis são ações complementares às unidades fixas. É impossível, para qualquer federação da indústria, chegar a todos os municípios de um estado. Então, é preciso criar estratégias racionais, de baixo custo mas de grande eficácia e qualidade. E esses são os casos das ATMs e das unidades móveis. Essas ações - que usam recursos do Pronatec e a cota de gratuidade (dois terços do orçamento do Senai) levam educação profissionalizante a lugares de forma pioneira. Atender às grandes empresas é fácil, mas trabalhamos para atender também àquela fábrica de cerâmica que só tem cinco funcionários, ou aquela padaria no interior do Estado. Quais serão os investimentos em 2015? Estamos no meio de um planejamento, que prevê investimentos de R$ 200 milhões até 2017.Esses recursos já estão assegurados em orçamento, e as obras já foram licitadas e estão em andamento. Destaco obras como o Instituto Senai de Tecnologia, em Vitória. Orçado em R$ 30 milhões, ele dará todo o suporte em inovação, pesquisa e prestação de serviços ao setor metalmecânico. Temos também o Centromodas em Araçás, voltado para a indústria de confecção. E já foi inaugurado o de Colatina. Temos ainda a reconfiguração do Sesi e do Senai de Linhares e Colatina. Em Anchieta, teremos em agosto a inauguração de uma nova unidade do Senai. Cachoeiro de Itapemirim também ganhará uma unidade. Foi inaugurada a de Nova Venécia, e está planejada a de São Mateus. São mais de 10 unidades móveis novas e o término do nosso Centro Cultural, que deve ficar pronto em um ano. Então, obras para o desenvolvimento de nossas ações não faltarão. Março/Abril 2015 ▪ 317

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Inovação por Nadia Baptista

Indústrias mais sustentáveis Projetos de otimização de recursos hídricos e energéticos implantados em indústrias capixabas ajudam a preservar o meio ambiente

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esde 2014, o Brasil vem vivenciando uma situação extrema relacionada à escassez de recursos hídricos, com consequente queda na produção de energia hidrelétrica. Diante de um cenário tão complexo, cujos primeiros contornos vêm se desenhando há alguns anos, as indústrias capixabas têm buscado alternativas para a crise hídrica e energética. O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) reconhece essas iniciativas, que resultam na

preservação do meio ambiente e na melhoria na qualidade de vida na região onde as indústrias estão instaladas, por meio do Prêmio Findes/Senai de Meio Ambiente. “A Findes sempre incentivou as indústrias capixabas a adotarem práticas sustentáveis, em todos os setores. Ações como reúso de água e utilização de fontes alternativas de energia já fazem parte dos projetos de muitas empresas industriais. Agora, diante do cenário em que o Estado e o país se encontram, no que diz respeito à escassez hídrica e,

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A captação da água pluvial é coletada nas coberturas da Estel Serviços

consequentemente, energética, essas ações precisam estar ainda mais presentes no dia a dia das empresas, visando à diminuição da demanda por água e energia e reduzindo o risco de agravar a escassez hídrica e a ocorrência de apagões”, afirma o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) da Findes, Wilmar Barros. Para algumas indústrias, a preocupação com a preservação da água e a economia de energia elétrica já são realidade há algum tempo. É o caso da Estel Serviços Industriais Ltda, localizada em Aracruz. Desde outubro de 2012, a empresa, que presta serviços de montagem e manutenção industrial, tem obtido bons resultados decorrentes do aproveitamento de água pluvial nas instalações de sua sede. Por meio de coleta, armazenamento e utilização das águas da chuva para fins não potáveis em suas atividades, a Estel economiza mais de 1,5 mil m3 de água por mês, o que representa uma redução mensal na conta de água de cerca de R$ 5 mil. Em pouco mais de três anos, a empresa conseguirá obter o retorno do investimento feito para a implantação do sistema, com a vantagem adicional de preservar o meio ambiente. “O sistema proporcionou à Estel uma considerável economia de água e a manutenção de áreas verdes em suas instalações, aliando a sustentabilidade às suas atividades. Além de permitir a proteção de um valoroso recurso natural, o projeto possibilita a manutenção de cerca de 18 mil m2 de área verde e a proteção do ecossistema existente na região de espécies vegetais e animais. Práticas sustentáveis garantem a minimização da utilização de água tratada da concessionária, disponibilizando-os para a comunidade, com significativa redução de custos para empresa”, ressalta a diretora administrativa da Estel, Marilza Sarmenghi.

“Práticas sustentáveis garantem a disponibilidade dos recursos para a comunidade e a redução de custos para a empresa” Marilza Sarmenghi, diretora administrativa da Estel

A água pluvial é coletada pelas coberturas das áreas prediais que compõem a sede da empresa, que totalizam 7,5 mil m2. Os recursos captados são direcionados a um reservatório com capacidade de 650 mil litros e, em seguida, para um castelo d’água. “A partir desse castelo, a água é distribuída por gravidade para duas redes hidráulicas distintas, que alimentam os pontos de uso de água potável e não potável, isoladamente, de modo a atender às exigências técnicas mínimas quanto a higiene, segurança, economia e conforto a que devem obedecer as instalações prediais. Nos períodos de estiagem, representados pelos meses de maio, junho e julho, quando o Março/Abril 2015 ▪ 317

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Inovação

Samarco baixou a altura das torres de refletores, o que trouxe ganhos em várias áreas e uma economia de R$ 240 mil por ano no consumo de energia

“Procuramos priorizar e incentivar a adoção de alternativas sustentáveis viáveis na busca por processos industriais limpos e com condições de geração de energia” Wilmar Barros Barbosa, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) do Sistema Findes

volume de chuvas não é suficiente para suprir a demanda de água não potável, a Estel conta com um poço artesiano para captação de água subterrânea”, explica Marilza. A sustentabilidade está presente em outros recursos implantados na sede: sistema de captação de energia solar para aquecimento de água de processo; banco de capacitores para redução de consumo de energia reativa; arquitetura com aproveitamento da ventilação e iluminação natural; sistema inverter de refrigeração, proporcionando uma economia de 40% de energia por mês; e tratamento de efluentes de processo e sanitários, entre outras características que ajudam a reduzir custos e preservar o meio ambiente.

Economia e proteção da fauna Já na mineradora Samarco, um projeto de iluminação implementado no Porto de Ubu, em Anchieta, baixou a altura das torres de refletores, o que trouxe ganhos em várias áreas. A maior facilidade de manutenção permitiu a redução do número de lâmpadas usadas e de sua potência, o que representará uma economia de 881,3 MWH por ano no consumo de energia. A iluminação dos pátios de estocagem e das vias secundárias ficou melhor, ampliando a segurança náutica

para operações de atracação de navios. E, por fim, mas não menos importante, o novo sistema diminuiu e redirecionou os feixes de luz nos pátios de estocagem de minério de ferro e na área do porto, o que permitiu o aumento de 60% na ocorrência de desovas das tartarugas marinhas na Praia do Além, vizinha ao terminal portuário. As tartarugas marinhas, que estão na lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção, são guiadas pelas luzes do céu refletidas no mar; por isso, a iluminação artificial pode causar desorientação em mães e filhotes. A praia adjacente ao terminal portuário passou a ter iluminação zero, o que gerou condição favorável para as desovas, monitoradas pela Fundação Pró-Tamar e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De acordo com o monitoramento, cerca de 130 ninhos e 12 mil ovos de tartaruga foram protegidos até o final da última temporada, entre setembro de 2013 e março de 2014. “A Samarco realiza ações de fotomitigação e de controle dos níveis de luminosidade para preservar as desovas e os nascimentos dessas espécies nas praias adjacentes ao Porto de Ubu. Agora estamos colhendo os resultados desse trabalho”, destaca a analista de Meio Ambiente da Samarco, Sandrelly Lopes. Iniciativas como as da Estel e da Samarco são incentivadas e premiadas pela Findes. Os projetos foram reconhecidos pelo Prêmio Findes/Senai de Meio Ambiente, nos anos de 2013 e 2014, respectivamente. “Procuramos priorizar e incentivar a adoção de alternativas viáveis sustentáveis, na busca por processos industriais limpos e com condições de geração de energia”, completou a coordenadora técnica do Consuma, Crislaine Guasti.

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Sustentável por Luciene Araújo

A indústria capixaba e os desafios da logística reversa Apesar das dificuldades de consenso entre os diversos atores nesse processo, o Brasil já conquistou índices de reciclagem equiparados a muitos países do primeiro mundo

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a década de 1980, quando os ecologistas trouxeram o termo sustentabilidade para o debate, nem empresas nem cidadãos imaginavam que equacionar a crescente geração de resíduos sólidos com sua disposição final sustentável se tornaria um dos maiores desafios de toda a sociedade. O aumento da população urbana – e, consequentemente, da produção de resíduos – intensificou a dificuldade para as cidades implantarem processos adequados,

gerenciáveis e sustentáveis, de destinação desses materiais. Assim, a discussão cresceu na esfera pública. Em agosto de 2010, após 20 anos de debates, foi instituída no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei nº 12.305/10, que definiu, em âmbito nacional, os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativos à gestão de resíduos sólidos, incluídos os perigosos (como agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos

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O Brasil no Panorama Internacional da Reciclagem País

Aterros e/ou lixões

Incineração com recuperação de energia

Compostagem + Reciclagem

Brasil

89%

-

11%

República Tcheca

76%

14%

10%

Espanha

62%

6%

32%

França

41%

32%

27%

Portugal

73%

20%

7%

Reino Unido

79%

7%

14%

Suécia

9,7%

46%

43,6%

Estados Unidos

54,4%

13,6%

32%

Colômbia

95%

-

5%

O Brasil, a exemplo de países europeus como República Tcheca, Espanha, França, Portugal e Suécia, tem apostado no desenvolvimento de embalagens mais leves que resultem em menos resíduos, na diminuição dos componentes das embalagens e no aumento da eficiência dos sistemas de coleta seletiva para desenvolvimento do mercado de recicláveis. Vêm sendo feitos também investimentos significativos em pesquisa e tecnologia para aprimoramento da reciclagem. Fonte: www.cempre.org.br

Mas, apesar de existirem avanços significativos, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2012, cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos deixaram de ser coletados e, por consequência, tiveram destino impróprio, o que representa quase 24 milhões de toneladas de lixo descartadas de forma incorreta.

e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes). A nova lei trouxe o conceito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos – a chamada logística reversa. Em outras palavras, isso representou a obrigatoriedade de as cadeias produtivas assumirem o retorno dos produtos descartados e adotarem sua adequada destinação, para reduzir os impactos causados à saúde da população e ao meio ambiente.

Aplicabilidade da PNRS A lei definiu três possíveis instrumentos para a implantação da logística reversa no país: regulamento, acordo setorial e termo de compromisso. Os acordos setoriais, firmados entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, têm sido a opção preferencial do Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística Reversa (Cori), presidido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e composto também pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); da Fazenda; e da Saúde. Para estabelecer a corresponsabilidade, existe um chamamento de fabricantes, distribuidores e importadores, com ênfase em sindicatos patronais e associações de classes econômicas, que devem definir, junto com o legislador – Ministério do Meio Ambiente, em caso da PNRS, e órgão ambiental, em caso estadual -, as metas que cada segmento Março/Abril 2015 ▪ 317

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Sustentável

“Daremos continuidade à busca por medidas que propiciem o trato das questões que afligem as empresas. O debate se dará de forma mais próxima e mais criteriosa, o que deve gerar melhores resultados” Wilmar Barros Barbosa, presidente do Consuma

deve cumprir em termos de abrangência, eficiência de coleta ou percentual de recolhimento do total fabricado. Definidas as metas, fabricantes, distribuidores e importadores criam uma entidade gestora, sem fins lucrativos, para gerir esse negócio, subcontratando ou não empresas especializadas para realizar essa operação. Mas o prazo para os produtores adotarem essas medidas terminou em 2014. Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) publicaram, em novembro de 2014, um edital convidando setores da indústria a apresentarem propostas de programas de logística reversa, como previsto pela PNRS. “O objetivo é o desenvolvimento econômico e social, pela viabilização da coleta e restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,

Cenário brasileiro O Brasil é um dos maiores recicladores de PET do mundo – em 2005, processou nesse sistema 174 mil toneladas. A revista Recycling International (de outubro de 2006) noticiou que a Europa recuperou 790 mil toneladas de PET no mesmo período. A Alemanha comandou o crescimento, e outros bons níveis ficaram com a Polônia e a França. Apesar da ampla capacidade de reúso desse material na Alemanha e em países vizinhos, mais de 100 mil toneladas de garrafas recolhidas pelo varejo alemão só foram recicladas na China. Vale informar que 57% dessas embalagens são transformadas em fibra de poliéster. Fonte: www.cempre.org.br

para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou ainda para que seja realizada sua destinação final de forma ambientalmente adequada. Nesse processo, a responsabilidade é compartilhada entre diversos setores (fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores, entre outros)”, explicou a presidente do Iema, Sueli Tonini. O prazo para entrega das propostas já se encerrou, e o órgão ambiental está analisando os documentos encaminhados. Os setores cujas propostas forem aprovadas serão convidados a assinarem Termos de Compromisso com o Estado, pelos quais se obrigam a implementar seus programas de logística reversa no Espírito Santo. Alguns segmentos se adiantaram ao edital e buscaram o Estado para assinarem seus Termos de Compromisso. É o caso do setor de embalagens de óleos lubrificantes, que tomou essa iniciativa em agosto de 2014. “Cabe ressaltar que é importante essa mobilização dos setores, pois o Termo de Compromisso é um apoio institucional que o Estado está oferecendo, cumprindo com seu papel de fomentar a implementação da logística reversa”, reforçou Sueli Tonini. Já a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio de seu Conselho Temático de Meio Ambiente, o Consuma, vem desde então se reunindo com integrantes de sindicatos e câmaras setoriais da indústria, orientando-os a procurarem o órgão ambiental a fim de que cada setor possa explicar sua realidade e quais processos seriam os mais adequados a cada um. Um Termo de Cooperação Técnica foi assinado entre o Consuma e a Seama/Iema/Agerh criando um Grupo de Trabalho (GT) para tratar desse e de outros assuntos relativos ao meio ambiente. O GT promoveu uma reunião na sede da Findes em que os empresários puderam sanar suas dúvidas diretamente com o corpo técnico do Iema responsável pela implantação da logística reversa no Estado. “Este ano, com o retorno das reuniões do GT, via importante e privilegiada de contato entre as empresas e o órgão ambiental, daremos continuidade à busca por medidas que propiciem o trato das questões que afligem as companhias. O debate se dará de forma mais próxima e mais criteriosa, o que deve gerar melhores resultados”, destaca o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa. E um forte aliado acaba de chegar para ajudar no cumprimento da PNRS: é o recém-criado Sindicato das Empresas de Reciclagem - Sinrecicle, que se insere no processo com a expertise das empresas associadas, algumas com 40 anos de operação com resíduos no Estado. “A logística reversa é mais uma atividade-meio com que a maioria das empresas geradoras terá de se ocupar para atender às exigências legais. Ora, se temos um setor cuja

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experiência e atividade-fim é lidar com resíduos, por que não estabelecermos parcerias que resultem em ganhos para todas as partes envolvidas?”, sugere o presidente do Sinrecicle, Romário Corrêa de Araújo, operando nesse mercado há 17 anos. O presidente reitera que o desafio maior é reunir à mesa todos os atores da cadeia da logística reversa. “Não é um processo simples. Estive em Portugal e, mesmo lá, onde a logística reversa já funciona há mais de duas décadas, ainda se observam gargalos de ordem cultural e operacionais”, garantiu.Romário destaca que a adequação à lei não é opcional. “Esse processo não tem mais volta, e apesar de estarmos com apenas cinco anos de legislação, já obtivemos consideráveis avanços, com índices de reciclagem equiparados a muitos países do primeiro mundo”, finaliza.

Bons exemplos Dois setores que já avançaram nesse processo são o de embalagens de óleo lubrificante e o de agrotóxicos. Pelo acordo setorial firmado com o Ministério do Meio Ambiente, foi criado o Instituto Jogue Limpo, subsidiado pelos fabricantes de óleos lubrificantes, o qual já encaminhou mais de 330 milhões de embalagens de óleos desse produto recolhidas gratuitamente de postos de gasolina e concessionárias cadastrados. O resíduo é retirado das embalagens coletadas, que depois são prensadas e enviadas para reciclagem. Segundo Kaíto Pablo Bueno, gerente operacional da GRI, gestora do Jogue Limpo em cinco estados e no Distrito Federal, “no Espírito Santo, 100% dos municípios “Não é um processo simples. Estive em Portugal e, mesmo lá, onde a logística reversa já funciona há mais de duas décadas, ainda se observam gargalos de ordem cultural e operacionais” Romário Corrêa de Araújo, presidente do Sinrecicle

Descartes no Brasil

15%

Outros materiais, incluindo os rejeitos, sem possibilidade de reciclagem

35% Lixo seco

50% Lixo orgânico

Do lixo seco, cerca de 70% são embalagens Fonte: Ministério do Meio Ambiente

já são atendidos”, totalizando uma média de 14 toneladas de embalagens por mês em território capixaba. Novos acordos setoriais devem ser fechados com as áreas de medicamentos e de eletroeletrônicos. Mas o fato é que, nesse complexo desafio, do ponto de vista financeiro, a logística reversa é bem mais cara que as formas tradicionais de destinação de resíduos, o que gera preocupação entre os gestores das empresas quanto ao aumento do custo de produção. Além dos gastos com compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto também inclui os custos relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. É necessária uma quebra de paradigma por todos: a disposição do consumidor em deixar o resíduo no local de compra, a fiscalização efetiva do órgão ambiental, a logística com recolhimento eficiente, uma busca por tecnologias que aumentem a reciclabilidade. E essa nova cultura exige educação ambiental. A Política Estadual de Educação Ambiental (Lei nº 9.265) está sendo regulamentada pelas secretarias de Meio Ambiente (Seama) e de Educação (Sedu). Entre as atividades descritas no programa estão formação de agentes multiplicadores; desenvolvimento de estudos, pesquisas, experimentações e projetos de intervenção; fortalecimento da educação ambiental nos planos de bacia hidrográfica, dos fóruns de participação popular; e dos centros de educação ambiental; e expansão da educação ambiental na zona rural para preservação, conservação, recuperação e manejo do território. Atingir essa meta é um excelente negócio para o planeta. Março/Abril 2015 ▪ 317

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Indústria em Ação

Senai de Linhares ganha sistema de exaustão de poeira Capixabas participam da final de torneio de robótica Com projetos inovadores, as equipes Troia, do Sesi Linhares, e MarvelBots, do Sesi Araçás (Vila Velha), marcaram presença na grande final do Torneio de Robótica First Lego League, realizada entre os dias 13 e 15 de março, em Brasília (DF). Os projetos de pesquisa desenvolvidos pelas equipes capixabas se destacam por utilizarem brinquedos tradicionais para auxiliar no aprendizado em sala de aula. O torneio é classificatório para a etapa mundial, que se divide entre EUA, Austrália, Espanha e outros países. A participação foi considerada uma grande oportunidade para esses alunos do ensino médio, que já tomam contato com a robótica, o segmento que agrega mais tecnologia e inovação, ou seja, o que existe de mais moderno na indústria. As duas equipes conquistaram a vaga para a grande final após a etapa regional classificatória, ocorrida em novembro do ano passado, em Vitória. A turma de Linhares, inclusive, ficou em 1º lugar naquela seletiva. Neste ano, as equipes são desafiadas pelo FLL World Class a redefinir os modos como o conhecimento e as habilidades para o século XXI são adquiridos. Os times precisam ensinar as maneiras pelas quais as pessoas querem e necessitam aprender. Durante o evento, os grupos foram avaliados em quatro provas: core values, design de robô, desafio do robô e projeto de pesquisa.

O investimento na reforma e na ampliação do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL Linhares já está gerando bons frutos. Além de laboratórios e salas de aulas, as obras preveem o lançamento de novas tecnologias. No Senai, por exemplo, o destaque é voltado para o setor moveleiro. A oficina de marcenaria recebeu um sistema de filtragem e exaustão de poeira, melhorando as condições de ensino e aprendizagem para os 440 alunos atendidos. Também serão feitos investimentos na modernização em laboratórios de automobilística, ensaios destrutivos, mecânica, meio ambiente, metalografia, metrologia, solda e vestuário. Para Claudenir Fernandes, gerente do Senai de Linhares, o sistema de filtragem deixou o ambiente de aprendizado ainda melhor. “Orçado em R$ 350 mil, o sistema está em funcionamento há cinco meses, e os resultados têm sido muito bons. Antes, a poeira ficava no ambiente, em volta da máquina, e o profissional ficava exposto a ela e aos pedaços pequenos de madeira. Agora, mais de 90% desses resíduos são coletados e concentrados no silo, de onde poderão ser descartados de forma mais correta. Além da questão ambiental, o ambiente ficou mais agradável e saudável. Já tivemos retorno das pessoas, falando que isso diminui até problemas como alergias”, ressaltou.

IEL promove workshop de Educação Executiva Com o tema “Innovation Management – Uma nova e diferente abordagem”, o Instituto Euvaldo lodi (IEL-ES) realizou, no dia 10 de março, o seu primeiro workshop de Educação Executiva Internacional. O evento foi promovido em parceria com a Universidade Steinbeis, da Alemanha, destaque internacional quando se fala em escolas de negócios para programas de educação executiva. Aproximadamente 200 pessoas estiveram presentes, entre empresários, executivos e gerentes do Sistema Findes, além de superintendentes do IEL de outros estados. As palestras ficaram por conta do alemão Peter Dostler e do brasileiro Fábio Zimmermann, que abordaram o “Modelo de Transferência de Tecnologia Steinbeis”, “Liderança e Resultados: Novo Paradigma” e “Contextualizando a Inovação”. O vice-presidente da Findes e diretor para Assuntos do IEL-ES, Aristoteles Passos Costa Neto, abriu o workshop e lembrou que a busca pela inovação deve ser sempre uma constante no dia a dia de uma empresa. “O tema é bastante atual e nós, como empresários, precisamos buscar a inovação para nos mantermos firmes no mercado”, frisou. O público foi dividido em grupos e realizou atividades que reforçaram o tema abordado. Para o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, o workshop debateu a importância de se aplicar a gestão da inovação dentro das empresas. “Não apenas formulando estratégias, mas também desenvolvendo uma cultura de inovação, com todos entendendo aonde a empresa quer chegar”, explicou ele. 44

Indústria Capixaba – Findes

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Seminário do Sesi pede novo olhar para a qualidade de vida

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er qualidade de vida é estar bem física, mental, psicológic a e emocionalmente. Em tempos onde milhares de pessoas sofrem com o estresse, o sedentarismo e a obesidade, qualidade de vida significa saúde, paz, um ambiente agradável de trabalho, um lar harmonioso e relacionamentos sociais felizes. Todos esses fatores estiveram em debate no 3º Seminário Sesi de Qualidade de Vida. Com o tema “Qualidade de Vida: um novo olhar”, o evento aconteceu no Itamaraty Hall, em Vitória, no dia 20 de março e contou com palestrantes renomados nacionalmente. O encontro foi aberto por Julio Zorzal, gerente de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi-DN, com a apresentação das estratégias do Sesi para a qualidade de vida. Depois foi a vez de Ana Cristina Limongi França falar sobre “Qualidade

de vida no século XXI e sua aplicabilidade em prol da melhoria do desempenho profissional”. Ana Cristina é professora da Universidade de São Paulo (USP), doutora, mestre e psicóloga do trabalho. Após o almoço, Fátima Jinnyat abordou o tema “Bem sentir para bem viver”. Ela é professora dos cursos de pós-graduação e programas de MBA da FIA/FEA/USP, sócia-proprietária da Jinnyat Desenvolvimento Empresarial e ministra workshops, seminários e palestras em todo o Brasil. E o evento foi finalizado em alto-astral, com a palestra “Na medida do possível”, com o apresentador do programa “Bem Estar”, Fernando Rocha. Com seu jeito simples e bom humor característico, ele mostrou a razão do seu sucesso nas manhãs da Rede Globo.

Etanol do Espírito Santo registra maior aumento no país Os brasileiros têm acompanhado com apreensão as altas registradas no valor dos combustíveis nos últimos meses. E o aumento não foi sentido apenas na gasolina, como se poderia esperar. O Espírito Santo traz um marca que não permite qualquer tipo de comemoração para os motoristas. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Estado tem a maior cotação do país, com 1,03% de aumento. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Espírito Santo (Sindiquímicos), Elias Cucco, essa elevação pode estar relacionada ao alto índice de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que onera o custo final, além da falta de estímulo na produção. “É necessário comparar os percentuais praticados pelos estados e perceber o futuro, promissor, desse combustível. Se esse quadro persistir, a expectativa é de constantes quedas no consumo”, enfatizou Cucco.

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Artigo

O desenvolvimento do Espírito Santo em tempos de vacas magras

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realidade da economia brasileira nos próximos anos é desfavorável ao desenvolvimento capixaba em função das crises (econômica e política), corolários do esgotamento da política econômica adotada após a crise de 2008 e da coalizão que comanda o Governo Federal. As disfunções estruturais do Estado brasileiro, refletidas no chamado “custo Brasil”, agravaram- se a ponto de comprometer, não apenas a competitividade e o crescimento da economia em padrões internacionais, como também a própria estabilidade macroeconômica. Para piorar, o setor de petróleo e gás, principal responsável pelo dinamismo econômico brasileiro e capixaba, encontra-se no cerne da crise. As principais variáveis (taxa de juros, câmbio, acesso ao crédito e impostos) completam o quadro de incerteza, gerando pessimismo generalizado, que influencia negativamente as decisões de investimento e os novos empreendimentos. Os ajustes fiscais, nos planos nacional e estadual, representam uma restrição adicional para a execução de políticas públicas de desenvolvimento do nosso Estado.

Diante desse cenário, precisamos enfrentar e vencer o pessimismo. Acelerar e estreitar o trabalho em rede das instituições públicas e privadas, em especial as envolvidas no ativismo pelo desenvolvimento. Essa postura permite que empreendamos em conjunto em busca de iniciativas inovadoras. É exatamente nessa hora que precisamos mostrar capacidade de agir diferente, de mudar de estratégia, de aproveitar a agenda colocada pela crise para fazer o novo. O Bandes irá se reinventar para ser um banco de soluções para o desenvolvimento, ao lado dos empreendedores capixabas, das entidades empresariais, dos prefeitos e também das empresas de fora do Estado que queiram atuar em terras capixabas. É preciso identificar oportunidades de ganhar eficiência e produtividade, eliminar desperdícios, destravar obstáculos e eliminar burocracias, aproveitar mercados, inovar nas parcerias público-privadas e em modelagens criativas capazes de viabilizar operações e projetos. É preciso capacidade para enxergar as oportunidades que a crise mostra, como por exemplo, na agenda ambiental. Gerenciar recursos hídricos, incentivar geração de energia com fontes alternativas e gestão de resíduos sólidos de forma mais eficiente. Ativos ambientais devem ser preservados ao mesmo tempo em que são usados para gerar crescimento econômico e desenvolvimento humano. Essa é a fórmula que precisamos adotar em nosso Estado, inspirando-nos em experiências internacionais exitosas, como a Costa Rica. A economia criativa e a exportação para os Estados Unidos são também oportunidades que a crise não destrói, ao contrário, fortalece-as. Nesse sentido, é fundamental a promoção do ativismo com capilaridade, pelo desenvolvimento em direção aos municípios do interior, até os distritos e as comunidades rurais, onde moram 25% dos capixabas. Desenvolver envolve necessariamente buscar o equilíbrio regional e, para tanto, deve-se valer das possibilidades abertas pela moderna tecnologia de informação e comunicação. As velhas estradas serão incapazes de nos ajudar a atravessar a crise e conquistar vitórias e avanços em nosso desenvolvimento. A boa notícia é que quem ousa fazer diferente sobrevive e chega à frente. Luiz Paulo Vellozo Lucas é diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)

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Caso de Sucesso entrevista

Levi Tesch Empreendedor por vocação

E

m 2015, o empresário Levi Tesch celebra uma importante data: a sua empresa, a Pães Lekker completa duas décadas de mercado. Com sede recém-inaugurada em Afonso Cláudio, mesma cidade onde o empreendedor nasceu, a Lekker chega ao seu 20º aniversário com números de destaque. São 12 toneladas produzidas ao dia e 15 itens no portfólio, com a previsão de finalizar o ano com produção de 15 toneladas e novos lançamentos. Empreendedor por natureza, Levi já havia criado outra empresa de destaque antes: o Supermercado Schwambach, que, também com mais de 20 anos de existência, hoje é administrado pelos filhos do empresário. “Criei a Lekker em 1995, para fornecer pães para o meu supermercado, mas notei que havia uma demanda e resolvi investir nesse setor. Em 2002, passamos a vender para o varejo do interior do Estado. E a partir de 2007, chegamos às lojas da Grande Vitória. Até então, só produzíamos pão de forma, de hambúrguer e hot-dog, além da rosca. Então, contratamos um engenheiro de alimentos e criamos a linha de pães especiais”, relatou. O carro-chefe da empresa segue sendo o pão de forma, mas a linha de pães especiais e light ganha terreno nas vendas, de acordo com Tesch. Os produtos já são distribuídos para 40 municípios do Espírito Santo, e a Pães Lekker conta atualmente com 120 colaboradores. “Fomos muito bem recebidos nos grandes supermercados de Vitória. Com um produto de qualidade e exposto nas principais gôndolas do Estado, o crescimento foi grande. E, com a planta nova, devemos crescer ainda mais nos próximos cinco anos”, projeta.

A nova sede tem 6.000 m² de área e representa um marco para a cidade e para o Estado, em capacidade de produção e sustentabilidade. Com o projeto de tratamento de efluentes sanitário associado à fertirrigação de seringueiras, a Pães Lekker conquistou o primeiro lugar na categoria “Proteção dos Recursos Hídricos” no Prêmio Findes/Senai de Meio Ambiente 2014. A empresa desenvolveu um sistema ecológico de fácil operação para tratamento e aproveitamento agrícola do esgoto gerado na indústria de panificação. Levi Tesch avalia a sua trajetória com satisfação: “Creio que esses 20 anos foram de aprendizado e conquistas. A Pães Lekker se mostrou um investimento acertado, e que vem se desenvolvendo com grande velocidade. A empresa é hoje referência em sustentabilidade, reaproveitando a água que utiliza, e também em gestão. Recentemente obtivemos a certificação no Prodfor, programa de desenvolvimento de fornecedores que é destaque não só no Estado, mas em todo o Brasil. Ficamos muito contentes em alcançar mais esse diferencial”, enfatizou.

O futuro Sempre buscando oferecer novidades e alcançar mercados diferentes, ele comenta sobre o que vem pela frente. “Estamos para lançar no mercado a bisnaguinha tradicional, para tornar o nosso mix ainda mais amplo. Traremos novidades para a Super Acaps PanShow, importante evento do setor varejista capixaba, e teremos novos sabores de panetone para o Natal. Além disso, queremos, ainda em 2015, colocar nossos produtos nas gôndolas do Rio de Janeiro. São novos desafios que traçamos e que nortearão o nosso trabalho nos próximos meses”, falou.

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Indicadores

FALTA DE CONFIANÇA É DISSEMINADA NA INDÚSTRIA CAPIXABA

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Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, Tabela 1 Índice de Confiança do Empresário Industrial pesquisa realizada pelo Sesi/Senai/ES, ICEI – Espírito Santo e Brasil por meio de sua Gerência Executiva de Out/14 Nov/14 Dez/14 Jan/15 Fev/15 Mar/15 Economia Criativa, e pelo Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial Brasil 45,8 44,8 45,2 44,4 40,2 37,5 do Espírito Santo), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Espírito Santo 46,9 47,3 45,0 43,9 37,9 35,7 recuou novamente em março de 2015, Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI em relação ao mês anterior (-2,2 pontos). O resultado, que se manteve abaixo da linha divisória de 50 pontos, chegou ao menor nível de toda a série 2,3 pontos, respectivamente. Na comparação com março de histórica (35,7 pontos). O decréscimo, pelo quarto mês conse- 2014, quando chegou era 52,7 pontos, o indicador registrou cutivo, foi influenciado tanto pelo indicador de condições atuais, uma baixa de 17,0 pontos. quanto pelo indicador de expectativas, atingindo baixas de 2,6 e O ICEI da indústria brasileira apresentou redução de Gráfico 1

Índice de Confiança do Empresário Industrial - ICEI ES (em pontos) 70 65 60 55 50 45 40 35

Média histórica 56,6

jun/10

dez/10

jun/11

dez/11

jun/12

dez/12

jun/13

dez/13

Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI A média histórica considera o período de fev/2010 a fev/2015

jun/14

35,7 mar/15

2,7 pontos em março de 2015, sendo essa a terceira queda consecutiva em 2015. Em relação a março de 2014 (52,5 pontos), a confiança da indústria nacional decresceu 15,0 pontos. O índice mostra falta de confiança do empresário pelo 12º mês seguido, já que se mantém abaixo da linha divisória de 50 pontos (37,5 pontos). O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais O indicador de condições atuais,apurado com base na percepção dos industriais capixabas em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, apontou redução de 2,6 pontos em março de 2015 se comparado ao mês anterior, continuando dessa maneira abaixo da linha divisória de 50 pontos (27,5 pontos). Esse decréscimo foi motivado pelos três itens que compõem o indicador: condições da economia (-0,5 ponto), do Estado (-2,7 pontos) e da empresa (-2,8 pontos). Todos se mantêm na faixa 50

inferior a 50 pontos: condições da economia (20,0 pontos), condições do Estado (22,9 pontos) e condições da empresa (30,5 pontos). Frente ao resultado de março de 2014, constatou-se expressivo declínio no indicador de condições atuais (-17,7 pontos) e em todos os itens que o compõem. A indústria brasileira registrou declínio no indicador de condições atuais em março de 2015, em relação ao mês anterior (-2,4 pontos), permanecendo bem abaixo da linha

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Indicador de Condições Atuais divisória de 50 pontos (29,8 pontos). A queda foi influenciada tanto pelo item “condições da economia brasileira” (-2,6 pontos), como pelo de “condições atuais da empresa” (-2,3 pontos), ambos continuam na faixa inferior a 50 pontos. No confronto do resultado de março de 2015 com março de 2014 verificou-se significativa redução no indicador de condições atuais (-14,9 pontos), bem como nos dois itens que compõem o indicador.

Tabela 2

ESPÍRITO SANTO

BRASIL

Mar/14

Fev/15

Mar/15

Mar/14

Fev/15

Mar/15

45,2

30,1

27,5

44,7

32,2

29,8

Economia brasileira

38,2

20,5

20,0

38,6

22,5

19,9

Estado

40,6

25,6

22,9

-

-

-

Empresa

47,7

33,3

30,5

47,9

37,2

34,9

CONDIÇÕES ATUAIS ¹ Com relação a:

1 - Em comparação com os últimos seis meses Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

Percepção do Empresário Industrial – Expectativas para os próximos seis meses Em março de 2015, os industriais do Indicador de Expectativas para os próximos seis meses Tabela 3 Espírito Santo mantiveram os prognósticos negativos com relação aos próximos ESPÍRITO SANTO BRASIL seis meses, pois o indicador de expectativas fechou em queda pelo sexto mês consecutivo Mar/14 Fev/15 Mar/15 Mar/14 Fev/15 Mar/15 (-2,3 pontos comparado ao mês anterior), permanecendo bem abaixo da linha diviEXPECTATIVAS ² 56,2 41,8 39,5 56,4 44,1 41,4 sória de 50 pontos (39,5 pontos). Também Com relação a: ocorreu redução em dois dos três itens que integram o indicador: expectativa em relaEconomia brasileira 47,1 27,4 28,5 48,4 33,0 30,0 ção ao Estado (-3,7 pontos) e à empresa Estado 49,5 37,4 33,7 (-2,4 pontos). Apenas o item expectativa da economia brasileira obteve crescimento de Empresa 60,0 46,8 44,4 60,4 49,8 47,2 1,1 ponto. Contudo, todos os indicadores posicionaram-se abaixo da linha divisória: 2 - Para os próximos seis meses Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI expectativa da economia brasileira com 28,5 pontos, do Estado com 33,7, e da empresa com 44,4. Em comparação que formam o indicador, “com relação à economia ao mesmo mês de 2014, observou-se relevante decréscimo de 16,7 brasileira” e “com relação à empresa”, que caíram 3,0 pontos, influenciado por todos os itens formadores desse indicador. e 2,6 pontos, respectivamente. Ambos se posicionaram O indicador de expectativas da indústria nacional fechou com abaixo da linha divisória de 50 pontos. Março de reduções em março de 2015, se comparado ao mês anterior 2015 em relação a março de 2014 mostrou expressiva (-2,7 pontos), mantendo-se na faixa inferior a 50 pontos (41,4 pontos) queda no indicador de expectativa (-15,0 pontos), pelo sexto mês consecutivo. O decréscimo foi reflexo dos dois itens por influência relevante dos dois itens que o compõem.

Notas - Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br), e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. - O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 96 empresas capixabas (25 pequenas, 47 médias e 24 de grande porte). Dessas, 26 empresas pertencem à indústria da construção.

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Indústria em Ação

Dirigentes da Regional em Guaçuí visitam ATM O vice-presidente institucional da Findes em Guaçuí e região, Bruno Balarini, e o diretor adjunto, Elias Carvalho Soares, fizeram no dia 24 de fevereiro uma visita institucional à Agência de Treinamento Municipal (ATM) local. Eles foram recebidos pela gerente do Centro Integrado Sesi/ Senai/IEL de Cachoeiro de Itapemirim, Cláudia Paixão, e sua equipe. A finalidade da visita foi apresentar aos novos dirigentes regionais as ações desenvolvidas pela ATM, que funciona desde julho de 2014. O Núcleo Regional da Findes irá formular um cadastro com os profissionais formados na ATM que servirá para atender à demanda do mercado de trabalho, principalmente aos empresários da região que, muitas vezes, carecem de mão de obra qualificada em diversos setores. Hoje, a ATM de Guaçuí oferece gratuitamente os cursos de qualificação para auxiliar administrativo, auxiliar de recursos humanos, operador de computador, pedreiro, pintor, armador de ferragens, eletricista, padeiro e operador de retroescavadeira.

Findes participa do Gabinete de Gestão Integrada Formado por especialistas de vários órgãos e setores da sociedade, o Gabinete de Gestão Integrada Ambiental (GGIA) se reuniu no dia 12 de fevereiro, no gabinete do prefeito de Vitória, Luciano Rezende, para debater a crise hídrica, assunto que tem preocupado os brasileiros nos últimos meses. A falta de chuvas, o desperdício de água em muitas cidades, o tratamento deficiente de esgoto e a destinação do lixo doméstico foram alguns dos pontos discutidos. Na avaliação de Rezende, se forem somados os diferentes ângulos do mesmo cenário, o GGIA pode fazer uma interpretação melhor. “Estamos juntando pessoas que têm experiências na área ambiental para discutir água, pó preto, esgoto, arborização, energia limpa, reciclagem e outros temas para que possamos produzir decretos, leis, ações, articulações e irmos avançando nessa questão”, falou ele.

Sesi faz pesquisa com pais e alunos Obter subsídios para a melhoria na qualidade do processo de ensino-aprendizagem do Sesi. Com esse objetivo, foi realizada, entre agosto e outubro de 2014, uma pesquisa entre pais e alunos do Sesi, professores, além de pais e estudantes de outras escolas. O levantamento apontou que a percepção positiva sobre o Sesi chega a 81,9% dos respondentes, superior à avaliação feita por alunos que estudam em outras escolas. Uma média de 74,8% dos pesquisados indicaria o Sesi para amigos e parentes, índice que chega a 87,2% dos pais e dos alunos da instituição. O estudo mostrou também que uma média de 74,8% dos consultados recomendaria o Sesi para amigos e parentes, percentual que chega a 87,2% dos pais e dos alunos da instituição. Quando perguntados se gostam da escola atual, os ouvidos deram ao Sesi o maior índice de menções positivas: 92,6% contra 78,2% dos concorrentes e 66,6% dos egressos. É, ainda, a escola onde os alunos ficam mais tempo: 5,3 anos, contra 3,2 dos alunos egressos e 4,1 das outras. Os atributos mais associados ao Sesi são confiança, responsabilidade e ética. A principal vantagem de estudar nessa instituição é, na opinião dos entrevistados, a qualidade no ensino. Realizada em todas as unidades, que receberão, em breve, um resumo dos seus resultados individuais, a pesquisa teve metodologia quantitativa e qualitativa. Ao todo, foram entrevistadas mais de duas mil pessoas.

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Alunos de São Gabriel da Palha recebem certificado Um novo horizonte de oportunidades se abriu para alunos do curso de Soldador de Processo Eletrodo Revestido, que receberam no dia 11 de fevereiro o certificado de conclusão na Unidade Móvel do Senai, em São Gabriel da Palha. Os diplomas foram entregues em uma solenidade que contou com as presenças do vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin, e do prefeito Henrique Vargas, além de dirigentes da Federação. Giacomin falou sobre a importância de se buscar qualificação. “Quero parabenizar a todos que conquistaram este certificado do Senai. Durante este período de três meses de estudo, vocês venceram muitos desafios, aprenderam, se dedicaram, Brasil já tem a 3ª energia e agora saem preparados para trabalhar nas indústrias da região”, frisou. Já o prefeito da cidade agradeceu ao Sistema mais cara do mundo Findes pelos investimentos em qualificação profissional que Assim como já havia acontecido em janeiro, o custo médio a entidade levou para a região por meio da Agência de da energia elétrica para a indústria brasileira segue subindo. Treinamento Municipal (ATM) e da Unidade Móvel de Se no primeiro mês do ano, o aumento chegou a 11,5%, Solda. “Ter um diploma hoje é de fundamental importância em fevereiro a alta foi de 23,4%, alcançando R$ 498,30 por para o cidadão. É por meio do estudo e do conhecimento MWh. A informação foi divulgada no dia 6 de fevereiro, que as portas se abrem para o crescimento e desenvolvimento pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro profissional, levando mais dignidade para as pessoas. (Firjan), através do site “Quanto custa a energia elétrica para a E hoje, por meio da entrega destes certificados do Senai, indústria do Brasil?”. De acordo com a pesquisa da entidade, uma entidade de reconhecimento nacional, comemoramos o aumento aconteceu depois da Revisão Tarifária a conquista de todos vocês que se dedicaram ao curso de Extraordinária (RTE) de 58 distribuidoras, autorizada Soldador”, analisou Vargas. pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com média de R$ 275,74 por MWh, o Brasil pulou da 6ª para a 3ª posição em ranking que contempla 28 países, ficando atrás apenas da Índia e da Itália. Se o Brasil está no triste pódio das economias que mais gastam, o Espírito Santo é o vice-campeão quando se trata da comparação entre estados. Nessa lista, as primeiras posições ficaram com Mato Grosso (R$ 603,80/MWh), Espírito Santo (R$ 603,30/MWh) e Goiás (R$ 581,50/MWh). Para conferir o ranking completo, acesse o site www.quantocustaenergia.com.br.

Sindicacau espera reação do setor na Páscoa Marcado por incertezas, o ano de 2015 não começou bem para o mercado de cacau. O processamento do produto no Brasil está 9,5% menor que o do último trimestre, devido aos altos preços praticados. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos de Cacau, Balas, Doces e Conservas Alimentícias do Espírito Santo (Sindicacau), no Espírito Santo a situação não é muito diferente. A queda das vendas gira em torno de 16%, em relação ao último trimestre. Para Paulo Gonçalves, diretor suplente do Sindicacau, a solução pode estar na Páscoa, época do ano muito aguardada por empresas do setor. “Ainda não se pode projetar nenhuma estimativa de aumento, mas estamos trabalhando para que a Páscoa seja melhor do que ano passado. Identificamos também que, desta vez, o mercado está à procura de produtos funcionais e com alto teor de cacau”, explicou ele.

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Fatos em Fotos

Música clássica abre Sesi Cultura 2015 O teatro do Sesi em Jardim da Penha ficou lotado no dia 17 de março, em uma apresentação especial para convidados da Orquestra Camerata Sesi. O destaque da noite ficou por conta das participações do compositor e arranjador Wagner Tiso e do violoncelista tcheco Jan Zalud. O concerto, que faz parte da série “Sesi Música Clássica”, foi um aquecimento da abertura da temporada 2015 do Sesi Cultura, no dia 18 de março. Até o final do ano, várias outras atrações estão programadas. 1 – O assessor de Planejamento da Fecomércio, Mário Borgo, o empresário Jose Carlos Bergamin e o superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos de Souza Vieira 2 – A professora Lucia Helena Simões Poubel, o colunista Maurício Prates e sua esposa, Carmen Prates 3 – O maestro regente da Orquestra Camerata Sesi, Leonardo David; o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o arranjador Wagner Tiso; e o violoncelista tcheco, convidado especial da noite, Jan Zalud 4 – Durante o evento foi apresentada toda a programação do Sesi Cultura em 2015 5 – O empresário Jose Arildo Orlandi e a presidente do Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sinconfec), Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi 6 – Luis Carlos Vieira ao lado do maestro Leonardo David 7 – Os diretores do Sistema Findes Luiz Carlos Azevedo de Almeida e Vladimir Rossi 8 – A empresária Toninha Denadai e o psicólogo José Luciano Domingos 9 – Músicos da Orquestra Camerata Sesi brindaram o público com uma inspirada apresentação 10 – O presidente Marcos Guerra, acompanhado do cônsul honorário da República Theca, Odilon Borges; do maestro da Orquestra Filarmônica do Estado do Espírito Santo, Helder Trefzger; e do presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (CDMEC), Antonio Falcão

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Cursos e Cia

Capacitação é foco de ações dos sindicatos

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partir desta edição, a coluna também abre espaço para cursos promovidos pelos sindicatos que compõem o Sistema Findes. Fique atento e veja as oportunidades oferecidas em capacitação profissional no Estado.

Sindiplast oferece curso de Técnico em Plástico Em uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo (Sindiplast-ES) fechou mais uma turma com 45 pessoas para o 2° curso de Técnico em Plástico. Inédita no Estado, a atividade tem a finalidade de formar pessoas qualificadas para o exercício da profissão. E já estão abertas as inscrições para a 3ª turma, com início previsto para o segundo semestre deste ano. O curso, que tem duração de dois anos, enfatiza a interpretação da relação entre estruturas, propriedades e aplicações dos materiais plásticos comerciais e a utilização de conceitos considerados essenciais voltados ao processamento, seleção e caracterização de polímeros. Para buscar mais informações e se inscrever, basta acessar o site www.sindiplastes.org.br e clicar no banner “Técnico em Plástico”. Evento de capacitação em vidro chega ao interior Depois do sucesso do Encontro de Capacitação em Vidro (Comvidro) em Vitória, chegou a vez do interior do Espírito Santo receber o evento. No dia 15 de agosto, será a vez de Linhares, e no dia 17 de outubro, de Cachoeiro de Itapemirim. O encontro representa uma oportunidade de capacitação tanto para engenheiros, arquitetos, especificadores e donos de vidraçarias, quanto para vidraceiros, instaladores e outros profissionais do ramo vidreiro. A iniciativa conta com palestras abordando importantes assuntos para o setor, além de criar a integração entre os fornecedores de produtos e serviços da área. Para mais informações, entre em contato com o Sindicato das Indústrias de Vidros do Estado do Espírito Santo (Sindividros) pelo telefone (27) 3334-5949, ou pelo e-mail sindividros@sindividros-es.com.br. 56

Programação de Cursos Senai Vitória Curso Metrologia

Período

CH

Início previsto para 14/04/2015

40 horas

Serra Curso

Período

CH

NR-10

Início previsto para 21/04/2015

40 horas

Caldeireiro

Início previsto para 27/04/2015

160 horas

Operador de Empilhadeira

Início previsto para 27/04/2015

40 horas

Mecânico de Refrigeração Industrial

Início previsto para 04/05/2015

40 horas

Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão

Início previsto para 04/05/2015

200 horas

Soldador no Processo Eletrodo Revestido

Início previsto para 08/05/2015

240 horas

Soldador no Processo Eletrodo Revestido

Início previsto para 22/05/2015

240 horas

Liderança assertiva é tema de curso do IEL Característica muito valorizada nas relações interpessoais, tanto no âmbito profissional quanto na vida cotidiana, a assertividade representa uma postura afirmativa importante ao lidar com as inúmeras situações do dia a dia.

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Programação de Cursos Senai Vila Velha Curso

Período

CH

Sketch Up

Início previsto para 25/04/2015

40 horas

Corel Draw para moda

Início previsto para 04/05/2015

40 horas

Instalador Hidráulico

Início previsto para 11/05/2015

Programação de Cursos IEL Vitória

160 horas

Ser assertivo está relacionado não ao que é certo ou errado, mas à forma pessoal de lidar com os problemas, expor e defender as próprias opiniões. Um líder assertivo deverá ter a capacidade de se auto afirmar de maneira autêntica, direta e transparente. No curso “Liderança Assertiva: Com Foco em Resultados”, o IEL aborda esse tema e incentiva o desenvolvimento da assertividade. O curso acontece entre 4 e 6 de maio, no Sesi de Jardim da penha, em Vitória.

Curso

Período

CH

Formação de Auditor Interno da Qualidade

Início previsto para 27/04/2015

20 horas

Técnicas de Comunicação Competência Essencial para o Sucesso

Início previsto para 27/04/2015

8 horas

Gestão e Análise de Riscos

Início previsto para 11/05/2015

20 horas

Logística Integrada

Início previsto para 20/05/2015

20 horas

Informações e inscrições: E difício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

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Artigo

Desafios da competitividade em cadeias de valor

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omentos de restrições econômicas, paradoxalmente, são oportunos para identificar novos mercados, avaliar possibilidades e inovar. Historicamente, mesmo diante de incertezas conjunturais, os pequenos negócios têm papel estratégico ao transformar realidades e dinamizar a economia por meio da cooperação. As razões desse protagonismo são conhecidas e relevantes: eles totalizam 99% das empresas formais no Brasil, respondem por 52% da geração de emprego e 27% do PIB. Mas é sua característica intrínseca - capacidade de adaptação e flexibilidade frente às mudanças - que diferencia e fortalece esse segmento. Em mercados mais exigentes, micro e pequenas empresas ganham força quando percebem a importância de se organizar em parcerias ou em redes empresariais, e deixam de atuar individualmente. Para os pequenos negócios, é estratégico integrar cadeias de valor de grandes companhias, tendo em vista a maior competitividade em todas as empresas envolvidas. Nessa perspectiva, pequenas e grandes empresas podem ser parceiras e alçar voos mais altos em busca de maior produtividade e mais qualidade. Ao participar de cadeias de valor, elas atuam de forma complementar e, com isso, desenvolvem uma relação ganha-ganha com reflexos positivos em toda a constelação empresarial.

Assim, encadeamento produtivo, para o Sebrae, são relacionamentos cooperativos, de longo prazo e mutuamente atraentes. Inovar, além de prioridade da agenda nacional, é requisito para uma presença marcante e perene nos mercados onde atuam. Importa também ser abrangente para que as empresas aprendam entre si e com as suas líderes, identifiquem os desafios da cadeia de valor, ampliem as oportunidades de negócios e reduzam o grau de dependência da grande empresa. No Espírito Santo, as experiências apoiadas pelo Sebrae rendem bons frutos. Exemplos são os projetos de fortalecimento no setor de petróleo, gás e energia, que envolveu 250 empresas por meio da parceria Sebrae e Petrobras; e da cadeia produtiva da indústria de esquadrias de alumínio e vidreiros, que atendeu a 50 pequenos negócios. Outro projeto, na cadeia produtiva de serviços de saúde, vai beneficiar 70 pequenos negócios vinculados à Unimed Sul Capixaba. E com a Vale, o projeto da cadeia de mineração na Região Metropolitana da Grande Vitória vai atender 25 pequenas empresas. A interação entre grandes e pequenas empresas, tendo em vista objetivos comuns, vem produzindo resultados expressivos. Pesquisa feita pelo Sebrae em 2014 constatou que a qualidade do produto/serviço aumentou para 71,4% dos entrevistados; o faturamento cresceu 33,8% em média para 65,8% dos consultados; e a lucratividade subiu 25,8% em média para 48,1% dos empresários. Houve ainda 30,5% de elevação média na produtividade, apontada por 58,1% dos entrevistados. Para alcançar esses resultados, foi necessário vencer resistências, vislumbrar ganhos conjuntos, aprimorar processos, produtos e, principalmente, a gestão do negócio. Por isso, o desafio é desenvolver a competência das empresas de pequeno porte para que tenham condições de fazer suas próprias mudanças, se adaptar para cumprir os requisitos das grandes companhias, além de aumentar a produtividade e agregar valor ao negócio. Atender a requisitos tecnológicos e de gestão também está no foco da oferta e da demanda em encadeamentos produtivos. Os desafios são muitos, mas os ganhos são para todos, inclusive, para as próprias comunidades e para a economia regional, que fica mais robusta à medida que avançam os encadeamentos produtivos em todo o país. O Sebrae, por sua vez, cumpre sua missão de promover a competitividade dos pequenos negócios, fortalecendo a economia nacional. Heloisa Menezes é diretora técnica do Sebrae Nacional

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Indústria Capixaba – Findes

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