Revista Indústria Capixaba 319

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Publicação Oficial do Sistema Findes • Julho/Agosto 2015 • Distribuição gratuita • nº 319 • IMPRESSO

Entrevista Lições de vida do maestro João Carlos Martins Economia O fortalecimento do Sul capixaba

Jornada de trabalho Opções para continuar empregando

Ajuste fiscal Saiba qual é o impacto e os custos para a indústria Capa_319.indd 1

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Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani Vice-presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto 1º diretor administrativo: José Augusto Rocha 2º diretor administrativo: Sérgio Rodrigues da Costa 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade Bertollo Diretores: Almir José Gaburro, AtilioGuidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, EnnioModenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, NevitonHelmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, OrtêmioLocatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, TullioSamorini, Vladimir Rossi Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, EdnilsonCaniçali, José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro Serviço Social da Indústria – Sesi Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Orlando Bolsanelo Caliman Representantes das atividades industriais Titulares: Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Jose Carlos Bergamin, Gibson Barcelos Reggiani Suplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Sergio Rodrigues da Costa, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam Pessotti Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Lauro Queiroz Rabelo Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar Superintendente: Luis Carlos de Souza Vieira Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Benízio Lázaro, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano RaizerMoura Suplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta Neto Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Ministério da Educação Titular: aguardando indicação do MEC Suplente: Ronaldo Neves Cruz Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: aguardando indicação Senai/DN Suplente: aguardando indicação Senai/DN Diretor-regional: Luis Carlos de Souza Vieira

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Centro da Indústria no Espírito Santo – Cindes Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani 2º vice-presidente: Aristoteles Passos Costa Neto 3º vice-presidente: Houberdam Pessotti Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos, Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior,Helio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro Machado. Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Helcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos Guerra Conselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie. Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies Presidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos Guerra Membro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio Malanquini Membro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Luis Carlos de Souza Vieira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Instituto Euvaldo Lodi – IEL Diretor-regional: Marcos Guerra Conselheiros: Luis Carlos de Souza Vieira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Vladimir Rossi, José Bráulio Bassini, Houberdam Pessotti, Aristoteles Passos Costa Neto e Aureo Mameri Conselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos Santos e Sérgio Rodrigues da Costa Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Instituto Rota Imperial – IRI Diretor-geral: Marcos Guerra Diretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, AdeturMetropolitana Suplentes: Jorge DeocézioUliana, TullioSamorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo Zandonadi Membros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

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Condomínio do Edifício Findes (Conef) Presidente: Marcelo Ferraz Goggi Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats) Coordenador-geral: Gibson Barcelos Reggiani Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Claudio José Rezende Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam Pessotti Câmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel Mendonça Câmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Presidente: Jose Carlos Bergamin Conselhos Temáticos Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso Menegueli Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcílio Rodrigues Machado Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna Mameri Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade Bertollo Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Franco Machado Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg Rodrigues Conselho Temático de Educação (Conedu) Presidente: Luciano Raizer Moura Conselho Temático de Energia (Conerg) Presidente: Nélio Rodrigues Borges Conselho Temático de Economia Criativa (Conect) Presidente: Jose Carlos Bergamin Diretorias Regionais Diretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider Kunsch Diretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da Findes em Barra de São Francisco e região Vice-presidente institucional da Findes: Não definido Diretoria da Findes em Cariacica e Viana Vice-presidente institucional da Findes: Rogério Pereira dos Santos Diretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna Mameri Diretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel AntonioGiacomin Núcleo da Findes em Guaçuí e região: Vice-presidente institucional da Findes: Bruno Moreira Balarini Diretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José Carnieli

Núcleo da Findes em Santa Maria de Jetibá e região Vice-presidente institucional da Findes: Denilson Potratz Núcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Diretoria da Findes em Serra: Vice-presidente institucional da Findes: José Carlos Zanotelli. Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio Brambilla Diretoria da Findes em Vila Velha Vice-presidente institucional da Findes: Vladimir Rossi Diretoria da Findes em Vitória Vice-presidente institucional da Findes: Não definido Diretores para Assuntos Específicos e das Entidades Diretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio Malanquini Diretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de Castro Diretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Diretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Paulo Roberto Almeida Vieira Diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais: Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona Diretor para Assuntos de Relações Internacionais: Rodrigo da Costa Fonseca Diretor para Assuntos do IEL: Aristoteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do Ideies/CAS: EgidioMalanquini Diretor para Assuntos do Cindes: Aristoteles Passos Costa Neto Diretor para Assuntos do IRI: Adenilson Alves da Cruz Diretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos Bergamin Diretor para Assuntos do Senai: Benízio Lázaro Sindicatos da Findes e respectivos presidentes Sinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Egidio Malanquini | Sindmadeira: Luiz Henrique Toniato Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Pablo José Miclos Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti Sandis Sindmóveis: OrtêmioLocatelli Filho | Sindimassas: Levi Tesch Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores:Silésio Resende de Barros Sinvel:Delson Assis Cazelli | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini Sindilates: Claudio José Rezende | Sindipesca: Mauro Lúcio Peçanha de Almeida Sindividros: Arisson Rodrigues Ferreira | Sinrecicle: Romário José Correa de Araújo

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Nesta Edição

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Cenário O ano de 2015 começou turbulento para a economia brasileira. Com um déficit fiscal de R$ 17,24 bilhões, o Governo Federal não demorou para anunciar um amargo, mas fundamental, ajuste de 0,8% na carga tributária. Confira os impactos da medida para a indústria brasileira.

ENTREVISTA

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Regente e diretor artístico da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, o maestro João Carlos Martins fala sobre a importância da música em sua vida, obras que o marcaram e momentos inesquecíveis nos palcos em quase 70 anos de carreira.

Economia Com quase um milhão de habitantes, respondendo por metade do Produto Interno Bruto industrial do Espírito Santo, os municípios do Sul do Estado geram mais de 130 mil empregos. Conheça as potencialidades e as alternativas de desenvolvimento da região, debatidas durante o encontro de lideranças “Avança Sul”.

indústria 34 Mesmo um ambiente de pessimismo e de incertezas reserva boas oportunidades de negócios. Enquanto alguns setores contabilizam prejuízos, outros, como os de tecnologia da informação e o cafeeiro crescem, gerando emprego e renda.

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Edição nº 319 Julho/Agosto 2015

inovação Ciente do potencial da música não apenas em sua faceta cultural, mas também educacional, o Sistema Findes desenvolveu o “Sesi Música Clássica na Escola”. O projeto deverá alcançar 320 alunos, com aulas de violino, viola, violoncelo e contrabaixo, a serem ministradas pelos integrantes da Orquestra Camerata Sesi

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastião Constantino Dadalto, Aristoteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benízio Lázaro, Eugênio José Faria da Fonseca, Annelise Lima, Fábio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Arêas. Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES) Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Natália Magalhães, Rafael Porto e Diego Pinto Gerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

Caso de Sucesso Diretor da Ingral, João Baptista Depizzol Neto mostra que saber aproveitar as oportunidades é uma característica importante para quem deseja empreender. Conheça a história do diretor e como ele transformou a sua empresa em destaque no setor gráfico capixaba.

Depto. Comercial – D irem/Findes Tel: (27) 3334-5791– revistaindustria@findes.org.br

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Produção Editorial

Gestão 42 Considerada uma necessidade do mercado, a flexibilização das jornadas de trabalho é apontada como forma de conter custos com demissões e manter a produtividade das empresas brasileiras. Além da redução de jornada e salário, aprovada recentemente, há ainda opções como o home-office e o lay off.

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produção: Cláudia Luzes Editoração e apoio: Michel Sabarense e Jéssica Nonato Copidesque: Marcia Rodrigues Textos: Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa e Lui Lima Fotografia: Jackson Gonçalves, Renato Cabrini, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial

Sustentável 46

Impressão

Com o país em uma grave crise hídrica, a economia de um indispensável recurso é palavra de ordem em todos os setores, e a indústria vem fazendo a sua parte. Confira como entidades como o Consuma têm incentivado o reúso da água nas indústrias do Estado. Julho/Agosto 2015 • 319

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editorial

Entendendo 2015

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primeiro semestre deste ano apresentou um panorama complexo para a indústria capixaba. Os números divulgados pelo IBGE revelam que obtivemos o melhor resultado do país, com crescimento de 17,2% na produção física acumulada entre janeiro e junho – bem acima da média nacional, em queda acentuada de -6,3%. A realidade do setor produtivo, porém, fornece perspectivas bem mais desafiadoras. Também no primeiro semestre, o Espírito Santo registrou saldo negativo de 14 mil postos de trabalho – com 5 mil demissões apenas na indústria. A aparente dicotomia tem explicação. Parte do bom desempenho do Espírito Santo nos indicadores do IBGE se deve à atividade extrativa, que cravou alta de 25,4% no semestre, ainda influenciado pelas inaugurações da oitava usina da Vale e da quarta usina da Samarco. A metalurgia emplacou acréscimo de 33,5%, em decorrência da reativação do terceiro alto-forno da ArcelorMittal e da movimentação da cadeia produtiva de aço. Paralelamente, entraram em operação novas plantas industriais no interior do Estado, a exemplo de Marcopolo/Volare, Estaleiro Jurong, Bagó, Itatiaia e Bertolini, entre outras, colaborando para o crescimento de 6,7% da indústria de transformação. Em áreas tradicionais, como nas indústrias de alimentos (-9,5%) e de minerais não metálicos (-4%), o cenário é outro. Mas o que causa tamanha disparidade? É preciso lembrar que o setor capixaba amargou retração de -2,1% no primeiro semestre de 2014 e de -4,2% em 2013. A comparação gera o chamado “carregamento estatístico”, no qual o que se classifica como crescimento é, na verdade, uma recuperação de números antes negativos. Não deixa de ser uma boa notícia para o Espírito Santo, mas nos mantém em alerta, principalmente diante da instabilidade política que vive o Brasil. A crise entre o Governo Federal e o Congresso paralisa decisões importantes, freia novos investimentos e cria um impasse para a economia. O momento exige unidade e muito trabalho. Não podemos apostar no desequilíbrio, mas lutar pelas reformas necessárias para a geração de renda e expansão nos negócios. Somente no Espírito Santo, cerca de R$ 13 bilhões serão investidos pela iniciativa privada nos próximos anos.

É preciso preparar terreno para receber esses empreendimentos, com estabilidade política, jurídica e econômica. O pessimismo cego não nos ajudará a vencer os desafios. O Sistema Findes tem feito a sua parte: busca dialogar com os diferentes segmentos e desenvolver bons projetos. No primeiro semestre, realizamos entregas importantes, como as unidades móveis de Marilândia e São Domingos do Norte, a Escola Móvel em Santa Maria de Jetibá – que marca também a inauguração do novo Núcleo da Findes na região – e o Sesi Saúde em Laranjeiras, entre vários outros projetos em andamento. Estamos criando bases sólidas para enfrentar o momento atual, nos inserirmos nas novas cadeias produtivas e ampliarmos a competitividade da indústria capixaba. Com inovação, criatividade e decisões pautadas sempre pela racionalidade, conseguiremos dar continuidade à recuperação iniciada no Estado, servindo de referência para o país. Que esta edição da Revista da Indústria possa jogar luz sobre nossas lideranças, estimulando reflexões que ajudem a superar empecilhos e gerar oportunidades para os capixabas. Desejo uma leitura repleta de aprendizado a todos.

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

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Cenário por Lui Lima

O gosto amargo de um remédio necessário A necessidade do ajuste fiscal é uma unanimidade, mas sua execução divide opiniões, por onerar a indústria

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omo já era previsto pela maioria dos analistas econômicos, 2015 começou turbulento para todos os setores da economia. O déficit fiscal de R$ 17,25 bilhões, de acordo com o Governo Central, referente ao ano passado e diagnosticado no fim do mês de janeiro representou o maior rombo da história nas contas públicas e já dava o tom do que estava por vir. O tão necessário ajuste fiscal anunciado pelo Governo Federal chegaria como um amargo, porém imprescindível, remédio a ser tomado. O termo “ajuste fiscal”, aliás, transcendeu a barreira da teoria e deixou de ser um jargão apenas de economistas. A urgência de colocá-lo em prática no país tornou-se uma unanimidade entre especialistas e classes produtoras. Mais que isso, passou a ser amplamente utilizado pelo cidadão comum, defendido pela mídia e pelo setor empresarial

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como salvação (ou único caminho para ela) da economia e saída para a retomada do crescimento. E não é para menos. Segundo dados do próprio Tesouro Nacional, os gastos do Governo em 2014 subiram mais que o triplo das receitas – todo o dinheiro recolhido com impostos e outras fontes – e, pela primeira vez desde 2009, houve queda na arrecadação total. Ou seja, a conta não fecha,e os motivos para isso são muitos.Passam pelo socorro oferecido pela União às empresas do setor energético, que se viu à beira do caos por conta da falta de chuvas nos últimos meses daquele ano. Passam também pela decisão de pagar mais caro para segurar os reajustes na conta de luz e nos combustíveis, o que, naquele momento, representaria um significativo aumento na inflação e um golpe em cheio nas pretensões nas urnas da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Mas principalmente, passam pelo fraco desempenho da indústria e pelo desaquecimento do comércio.

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“Na verdade, o Governo está cortando apenas na produção. O corte tem que ser verticalizado, um pouco em cada setor, não apenas nas indústrias. O Brasil precisa de produção, de exportação, que as pessoas se mantenham empregadas. Do contrário, como espera ter arrecadação?” Áureo Mameri, presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder)

Mais tributos, menos gastos Como consequência da desaceleração da economia, a dívida bruta brasileira deu um salto de 56,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 63,4%, entre 2013 a 2014, o que tornou o país menos confiável para se fazer negócios, aos olhos do capital estrangeiro. Prova disso é que boa parte do ano já se passou, e o Brasil segue correndo risco de perder o grau de investimento dado pela agência de análise de risco Standard’s & Poor’s em 2008 – o grau de investimento é uma espécie de recomendação de que determinado mercado pode ser considerado seguro para se investir. Ou seja, o país não só perdeu riqueza e se endividou mais, como pode, inclusive, deixar de receber aportes futuros, caso não resolva seus problemas internos. Para o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, essa, aliás, é uma das grandes preocupações dos industriais. “Todos esses fatores promoveram a falta de confiança do empreendedor industrial.Isso é péssimo porque, com menos confiança, menos a iniciativa privada investe, e isso afeta toda a cadeia produtiva e impede o crescimento das empresas e, consequentemente, a geração de emprego e renda”, afirma. Para tentar cobrir o rombo nas contas da União, o jeito foi fechar as torneiras e tentar aumentar a arrecadação. Ao enxugar as despesas, o Executivo anunciou em maio cortes de R$ 69,9 bilhões no orçamento e de outros R$ 8,6 bilhões em julho – no total, o maior contingenciamento da história nacional –, com bloqueios de gastos de R$ 1,9 bilhão por mês, redução (retenção de 21,1%) nos recursos destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), diminuição dos repasses feitos ao BNDES e um dos subsídios ao setor elétrico. Nem mesmo os programas sociais e direitos trabalhistas ficaram a salvo. As medidas incluem mudanças nas regras do abono salarial (renda extra dada anualmente para quem ganha até dois salários mínimos) e do seguro-desemprego, aumentando o período exigido para o trabalhador poder usufruir dos benefícios, além de maiores restrições para a concessão da pensão por morte e do auxílio-doença. Em contrapartida, para elevar as receitas, passou a oferecer menos benefícios para exportadores; cortou desonerações na carteira de trabalho (medida criada pelo próprio Governo); aumentou o IPI para automóveis, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o IOF no crédito. Também subiu os tributos incidentes sobre os produtos importados, em especial os cosméticos, estimando obter uma arrecadação, ainda este ano, de R$ 694 milhões e R$ 381 milhões, respectivamente. Mesmo com todas as medidas que tomou, e que aumentarão a carga tributária brasileira em 0,8 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, segundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o Governo teve a menor arrecadação para o mês de junho desde 2010, quando recolheu aos seus cofres 87,28 bilhões de reais, já corrigido pela inflação. No sexto mês de Julho/Agosto 2015 • 319

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Cenário Previsão de investimentos da segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL), apresentado pelo Governo Federal. Áreas

Montante previsto

Portos

R$ 37 bilhões

Aeroportos

R$ 8,5 bilhões

Ferrovias

R$ 86,4 bilhões

Rodoviárias

R$ 66,1 bilhões

2015, captou R$ 97,09 bilhões, uma queda real de 2,44%. No total deste ano, a arrecadação federal somou 607,20 bilhões de reais, uma redução em termos reais de 2,87%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo Marcos Guerra, com exceção das microempresas, que possuem uma legislação de tributação própria, todas as outras (pequena, média e de grande porte) têm sentido com força os efeitos dessa crise.

Divergências Se a necessidade do ajuste fiscal é tratada como unanimidade, a forma como ele vem sendo conduzido ainda é ponto de discórdia. A principal crítica é que, embora o Governo Federal tenha passado uma tesoura nos investimentos e resolvido aumentar ainda mais a já alta carga tributária, a mesma rigidez não tem se repetido quando os gastos são do próprio Executivo. “O Governo precisa fazer um ajuste fiscal. Disso todos nós sabemos e já era para ter sido feito muito antes. O problema é que a opção é sempre cortar os investimentos, em vez de rever o custo da máquina pública e diminuir a burocracia. Ao mesmo tempo, aumenta-se por todos os lados a tributação, que já é enorme. Isso asfixia a indústria, que não consegue crescer”, afirma Leonardo Souza Castro, diretor para Assuntos Tributários da Findes. Segundo Castro, ao menos no primeiro momento o ajuste deverá tornar ainda mais difíceis as possibilidades de investimento e a produção das indústrias, uma vez que o comércio já sentiu os efeitos da crise econômica, que levou à queda no consumo e, consequentemente, na demanda industrial. Sem investimentos e sem incentivos, a tendência é que as empresas diminuam custos cortando pessoal – cenário já vivido hoje. Ainda de acordo com o dirigente, o país deve escolher qual caminho pretende seguir. “A forma atual onera em muito as indústrias e isso se reflete depois na geração de riqueza. É preciso reduzir o custeio da máquina pública e melhorá-la; empregar menos gente, reduzindo drasticamente os cargos comissionados. A forma como o ajuste fiscal está caminhando é incoerente e não sustentável, porque, 12

apesar de aumentar a tributação, o Governo continua gastando muito”, diz Castro. Para o diretor da Findes, a situação da indústria é a mais crítica, pois o setor já vinha perdendo competitividade há alguns anos, tendo comprometidos o seu crescimento e a sua produção. Aos custos elevados da energia, do transporte e da logística, somam-se os juros, estratosféricos e crescentes, uma complexidade tributária absurda e uma infraestrutura sucateada, que já carecia de investimentos antes da crise. Tudo isso torna a sustentação da indústria (para não falar em sua expansão) uma missão quase impossível. Castro avalia que a situação tende a ser ainda mais complicada. “Como o ajuste fiscal está todo pautado na redução de investimento e no aumento de impostos, o Espírito Santo será ainda mais prejudicado, uma vez que a tendência é que os investimentos, que já são raros, se tornem ainda menores nos próximos anos”, explica. Nem mesmo a visita recente do ministro dos Portos, Edinho Araújo, para autorizar a construção do novo terminal de uso privado (TUP) de carga geral, empreendimento da Nutripetro, em Aracruz, norte do Espírito Santo, e a retomada das obras de dragagem do Porto de Vitória serviu para injetar algum otimismo. “Há oito anos dizem que estão dragando, e agora o ministro pediu mais dois anos. É algo irreal, não tem eficiência industrial que aguente tanta ineficiência pública”, criticar o dirigente. Para Paulo Menegueli, presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da Findes (Coal), o Governo não tem se preocupado com as dificuldades e necessidades das indústrias e, no caso do Espírito Santo, há uma dívida histórica a ser quitada por parte da União. “O Governo Federal tem uma dívida com o Estado de mais de 20 anos. São ampliações de rodovias, reformas de portos, construções de ferrovias e de um novo aeroporto, que foram prometidos há décadas e até hoje não tivemos solução”, opina Menegueli. Ainda de acordo com ele, o ajuste fiscal irá afetar principalmente os estados de menos arrecadação, caso do Espírito Santo. O presidente da Findes, Marcos Guerra, para quem o Governo Federal planejou mal o Orçamento para 2015 e o próprio ajuste fiscal, destaca ainda outro erro na condução da política econômica: a elevação das alíquotas de contribuição patronal para a maioria dos 56 setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento adotada no primeiro mandato de Dilma Rousseff. “Isso será muito ruim para o setor produtivo. Em alguns segmentos havendo aumento de 150% da taxação em cima da contribuição ao INSS. É um custo muito alto”, protesta. Ainda de acordo com Guerra, é preciso que ocorram ajustes estruturais, e não apenas superficiais, como os que vêm acontecendo. “O Governo pode aumentar os impostos o quanto quiser, mas enquanto não forem feitos os ajustes fiscais, não há tributação que dê jeito. É preciso fazer os

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investimentos necessários, ou então o cenário não mudará tão cedo”, salienta. Para Flávio Bertollo, presidente do Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem), o grande perigo é que as medidas tomadas em prol do ajuste fiscal pelo Governo não surtam o efeito esperado, uma vez que não solucionam o problema principal, que é o gasto excessivo por parte da União. “Isso pode gerar um círculo vicioso, porque as indústrias, já sufocadas pela alta tributação, com novos aumentos de impostos irão investir e produzir menos, para evitar prejuízos. Com menos produção, cortam-se empregos. O aumento do desemprego diminui o poder de compra e o consumo. O consumo menor faz com que as indústrias produzam menos”, explica. Bertollo avalia que o ajuste vai ser ruim para todos do setor produtivo, mas que o Espírito Santo ainda tem um panorama melhor que outros estados “O Espírito Santo tem a economia muito atrelada à exportação, e o câmbio atual tem sido favorável a quem exporta.Além disso,caso as obras nos portos,anunciadas pelo ministro dos Portos, de fato sejam retomadas, podemos ter uma melhora também para os setores de construção pesada e metalmecânico, ainda que seja pequena”, pontua. Esse círculo vicioso já pode ser sentido. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria de transformação registrou queda do faturamento, da produção e do emprego no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2014. De acordo com a entidade, as horas trabalhadas na produção, indicador do nível de atividade da área industrial, recuaram 8,6% nos seis primeiros meses de 2015, contra o mesmo período do ano passado. Ainda nessa comparação, o faturamento do segmento caiu 7% e o emprego, 4,6%, pior resultado registrado desde 2009. “Na verdade, o que estamos vendo é que o Governo está cortando apenas na produção. O corte tem que ser

Evolução da arrecadação de tributos pelo Governo Federal nos últimos cinco anos 104.00 100.00 96,000 92,000 88,000 jan/11

Em bilhões de reais

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“O Governo pode aumentar os impostos o quanto quiser, mas enquanto não forem feitas as mudanças necessárias nas áreas tributária e democrática, não há tributação que dê jeito”. Marcos Guerra, presidente da Findes

verticalizado,um pouco em cada setor,não apenas nas indústrias. O Brasil precisa de produção, de exportação, que as pessoas se mantenham empregadas. Do contrário, como espera ter arrecadação?”, questiona Áureo Mameri, presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder).

Solução com iniciativa privada Com cortes passando também pelos investimentos em infraestrutura – até agora foram confirmados pelo menos R$ 25 bilhões a menos disponíveis no orçamento de 2015, segundo o Ministério do Planejamento –, a solução para não parar no tempo e perder ainda mais competitividade tem sido o recurso às parcerias público-privadas. Para isso, a presidente Dilma Rousseff anunciou em junho deste ano o lançamento da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), que pretende conceder à iniciativa privada investimentos que chegam a R$ 198,4 bilhões, sendo R$ 69 bilhões até 2018. A intenção é que os portos atraiam R$ 37 bilhões em investimentos, os aeroportos R$ 8,5 bilhões, ferrovias R$ 86,4 bilhões e as rodovias, 66,1 bilhões. O PIL tenta unir o útil ao agradável, ou seja: além de ampliar e modernizar a infraestrutura do país, que sabidamente cria sérios entraves ao crescimento de setores importantes, como o agronegócio e a indústria, objetiva reverter as projeções, muito ruins, para a economia em 2015 e 2016. As obras previstas poderiam aumentar o emprego e os investimentos nesse momento crítico de ajuste fiscal, inflação alta e crescimento econômico negativo. Para Áureo Mameri, a iniciativa é boa, pois vai ao encontro das principais necessidades atuais do país. “Eu acho que as parcerias público-privadas são a solução, porque, pelo menos em tese, dariam agilidade à indústria e viabilizariam a volta dos investimentos”, diz. No entanto, ele afirma que é preciso deixar as regras claras, para que os empresários tenham confiança em investir e a sociedade não seja prejudicada. “Esses projetos têm que ter começo, meio e fim. Como vai ser? Vamos abrir o mercado? Quem vai poder participar? Seria interessante, por exemplo, Julho/Agosto 2015 • 319

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Cenário abrir o mercado para empresas estrangeiras especializadas em obras de infraestrutura, uma vez que muitas daqui estão envolvidas em inquéritos e processos por corrupção”, analisa. Paulo Menegueli também vê vantagens na parceria entre Estado e iniciativa privada. De acordo com ele, é a alternativa mais interessante para não onerar o Estado, possibilitando “colocar a casa em ordem”. Entretanto, pleiteia que haja menos intromissão do Estado. “É preciso que o Governo pratique o mínimo de intervenção na iniciativa privada, uma vez que as leis do mercado já são muito perversas para aqueles que querem produzir e gerar empregos no país”, afirma. Como não poderia deixar de ser,a crise econômica,suas raízes e consequências também têm influenciado fortemente a política nacional, com articulações contrárias e a favor das ações do Planalto. A crise se institucionalizou ao ponto de a presidente Dilma Rousseff convocar uma reunião com governadores de todos os estados brasileiros para defender a necessidade de colaboração mútua para que o país volte a crescer. Em outras palavras, buscando junto aos chefes dos Executivos estaduais o apoio que, hoje, não possui no Congresso. Também é utilizando a política que os industriais tentam defender seus interesses, principalmente junto aos congressistas capixabas. Segundo Paulo Menegueli, essa é uma das formas que os empresários tem encontrado para tentar reverter

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“O governo precisa fazer um ajuste fiscal. O problema é que a opção é sempre cortar os investimentos, em vez de rever o custo da máquina pública e diminuir a burocracia” Leonardo Souza Castro, diretor para Assuntos Tributários da Findes iniciativas que julgam prejudiciais ao setor. “Por meio da CNI e do Coal/Findes, temos atuado fortemente no esclarecimento dos parlamentares acerca dos impactos das medidas propostas para as empresas”, destaca Menegueli. Não há mágica a ser feita no atual momento. Os ajustes são necessários para que o país atravesse a crise atual e se prepare para um novo ciclo de crescimento, como afirma a presidente Dilma Rousseff. Aos industriais, cabem a inteligência e a paciência para atravessar o momento complicado, e a união para terem suas demandas atendidas pelo poder público. O remédio é amargo, mas deve ser tomado por todos, não apenas pelo setor industrial.

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Artigo

A Findes e os setores criativos

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im, criatividade sempre existiu. Não, a economia criativa não é um novo setor. No Brasil, ao abrir uma empresa, o seu Cnae principal a direciona para uma classe econômica enquadrada em um de quatro setores: indústria, comércio/serviço, agricultura ou transportes. Então, o que é economia criativa? São atividades econômicas já existentes e que foram categorizadas como criativas por aplicar em seu processo produtivo mais conhecimento e, claro, criatividade, em comparação aos setores tradicionais. E o que é indústria criativa? Ok, não há consenso (em âmbito mundial) acerca desse termo. Então, na Federação das Indústrias do Espírito Santo – Findes (responsável por uma classe econômica, a indústria), decidimos utilizar o termo “setores criativos”. Desde a crise mundial de 2008, o Brasil tem sofrido com a queda da quantidade de indústrias, a chamada desindustrialização. E alguns setores estavam desatendidos por um órgão que os representasse. De acordo com a Unctad, 18 setores econômicos foram “categorizados” como criativos. E, destes, três figuram como indústria (predominância de transformação ou extração),que são: audiovisual, games e joias. Diante desse cenário, os empresários desses três campos estão se organizando por meio da criação de sindicatos patronais de indústria. No caso do audiovisual, está em processo de filiação o Sindicato da Indústria Cinematográfica do ES (Sinaes). O setor de joias também está buscando sua representação, por meio do Sindicato da Indústria de Joias. Já os “meninos” dos games encontraram ambiência do Sindicato da Indústria de Informática do ES (Sindinfo) e estão se reunindo quase que semanalmente para discussão dos rumos do setor no Estado.

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Não custa lembrar que esses setores criativos não geram tantos postos de trabalho, mas possuem renda média salarial acima dos tradicionais. É uma indústria que não polui e tem perfil empreendedor na colaboração (co working, coletivos etc). A Findes está se moldando para atender a esses três novos segmentos industriais. É um desafio até para os técnicos das entidades (Sesi, Senai e IEL), já que são bem diferentes da indústria tradicional - como as áreas metalmecânica, automotiva e de construção etc. Para tanto, a Federação implantou, em 2014, a Gerência Executiva de Economia Criativa do Sesi/Senai DR-ES, em parceria com o Ideies, para acompanhar e incentivar o desenvolvimento desses setores. Em junho de 2015 foi instalado também o Conselho Temático de Economia Criativa (Conect) da Findes, que identificou pessoas relacionadas aos 18 setores criativos para se reunirem mensalmente com a finalidade de gerar empregos, além de resgatar e reter talentos. Os objetivos do Conect são: elaborar um Plano Setorial da Indústria Criativa; estabelecer programas de intercâmbio e cooperação técnica; mapear a indústria criativa no Espírito Santo; propor políticas públicas para o setor; e realizar formação continuada por meio de fóruns, congressos, oficinas e palestras. E a indústria tradicional? E a indústria tradicional versus a economia criativa? Acho que pode ser tema para um próximo artigo. É preciso aproximar ainda mais a indústria tradicional da economia criativa, pois é comprovado que o produto possui maior valor agregado quando esses dois universos atuam em conjunto. Necessário, também, debater os rumos de uma indústria cada vez mais criativa, que ampliará a atuação dos setores criativos em todo o Estado.

José Carlos Bergamin é presidente do Conselho Temático da Economia Criativa da Findes (Conect)

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Indústria em Ação

Marcos Guerra participa de Cúpula Brasil-Estados Unidos

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ma comitiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI) participou da Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos, realizada em Washington, no dia 30 de junho. Um dos membros da comitiva foi o presidente do Sistema Findes, vice-presidente da CNI e presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Coema), Marcos Guerra, que acompanhou as discussões entre empresários e sobre acordos e oportunidades de negócios entre os dois países. De acordo com o dirigente, existe um grande interesse dos empresários americanos a respeito do mercado brasileiro. “Foi notável a presença de grandes companhias – a exemplo de GE, Boeing, Walmart, Embraer entre outros – e com interesse pelo Brasil. Uma das maiores surpresas foi o grau de expectativa que alimentam, acreditando que uma maior participação no mercado internacional poderá alavancar a economia brasileira. Eventos desse porte caracterizam uma grande oportunidade para o Brasil”, falou ele. Para Guerra, a indústria do Espírito Santo também deve ser beneficiada pela integração cada vez maior dos dois países. “O Espírito Santo possui 52% de sua economia voltados para o mercado internacional e deve aproveitar o momento para expandir a carteira de negócios com os Estados Unidos. É preciso incluir a indústria brasileira nas cadeias globais de valor, indo além da pauta de commodities, trabalhando com produtos de maior valor agregado e gerando novos negócios”, destacou. Promovido pela CNI, pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos (US Chamber), pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)

e pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), o encontro, encerrado pela presidente Dilma Rousseff, teve a participação de representantes da CNI, de dirigentes de empresas brasileiros e americanos, do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, e da secretária de Comércio dos Estados Unidos, Penny Pritzker. Considerando apenas os produtos industrializados, os Estados Unidos são o principal mercado das pautas brasileiras. A cada US$ 100 exportados pelo Brasil para os EUA US$ 81 são de itens industrializados. Um levantamento feito pela CNI mostra que as empresas brasileiras pagam 30% em juros, royalties e serviços ao governo americano quando enviam suas receitas ao Brasil. Rússia, Índia, China e África do Sul desembolsam entre 0% e 25%.

Mais de 700 certificados são entregues em Baixo Guandu Com a premissa de disponibilizar capacitação profissional com a qualidade que é marca registrada do Senai, a Escola Móvel segue apresentando bons resultados. Em parceria com a Prefeitura de Baixo Guandu, a Diretoria Regional da Findes em Colatina e Região entregou no dia 1º de junho mais de 700 certificados de conclusão de cursos ministrados pela iniciativa, nas áreas de vestuário, mecânica, alimentos, informática, elétrica e administrativo. O evento contou com as presenças do prefeito municipal, Neto Barros, e do vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antônio Giacomin, que em seu discurso enfatizou os avanços alcançados pelas ações de interiorização do Sistema Findes. “Os Conselhos Regionais, formados por industriais de cada região, nos trazem as demandas de qualificação profissional, o que as empresas estão precisando. Ouvimos também qual a demanda dos municípios e ofertamos os cursos de acordo com as vocações de cada um”, falou ele.

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Para a monja, lucro financeiro só acontece se existir o lucro social

Monja Coen palestra em Vitória

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introspecção e a reflexão como ferramentas de gestão foram defendidas no meeting “Interser: ampliando o significado de resultados”, realizado no dia 18 de junho, no Auditório da Rede Gazeta, em Vitória. Ministrado pela monja Coen, o encontro apresentou um novo parâmetro de competitividade e autoconhecimento para fortalecer as relações, a interação, a capacidade de dialogar e a tranquilidade na liderança. Para Coen, mesmo o concorrido mercado corporativo pode ser um bom lugar para se investir no crescimento pessoal. “Trabalhar em uma empresa competitiva permite que as pessoas desenvolvam soluções e estratégias dos mais diversos problemas. Ter prazos permite que o trabalho seja executado em um tempo hábil”, falou. No ponto de vista da representante budista, mesmo um bom nível da concorrência pode ser um fator benéfico para os negócios. “A minha excelência depende de que, necessariamente, meus concorrentes sejam muito bons. Por isso não posso ser egoísta, preciso pensar no coletivo. Nós queremos competitividade porque precisamos dela. A competição é boa, pois se não tivermos concorrência, não conseguimos produzir bem”, explicou. Para a monja, é fundamental pensar de forma positiva e analisando todo o cenário, expandindo o olhar e respeitando o próximo. Nesse contexto, reforçou, é importante que as pessoas percebam que devem existir o respeito mútuo e o ambiente corporativo ético. O lucro financeiro só acontece se existir o ganho social. “Estamos todos interligados em uma rede chamada ‘interser’, onde a ação individual impacta o ambiente coletivo”, frisou.

Monja Coen Missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo, com sede no Japão, a monja Coen Sensei é a primaz fundadora da Comunidade Zen Budista, criada em 2001, com sede em Pacaembu, em São Paulo. Ela iniciou seus estudos budistas no Zen Center of Los Angeles (ZCLA) e foi ordenada monja em 1983, viajando em seguida para o Japão, onde permaneceu por 12 anos. Retornou ao Brasil em 1995 e liderou durante seis anos as atividades no Templo Busshinji, sede sul-americana da tradição Soto Shu, tema pelo qual se graduou no mestrado. Foi em 1997 a primeira mulher e a primeira pessoa de origem não japonesa a assumir a presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil. Julho/Agosto 2015 • 319

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Entrevista por Gustavo Costa

Maestro João Carlos Martins “Eu fiz de cada músico da minha orquestra uma tecla de piano”

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econhecido e respeitado em todo o Brasil e no exterior, o músico João Carlos Martins é considerado um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach. Iniciou ainda criança a sua vitoriosa carreira como pianista e rodou o mundo executando obras de grandes mestres. Nem os problemas físicos e as 23 cirurgias corretivas que sofreu pararam esse obstinado paulistano, que se diz um “teimoso por natureza”. Mesmo após ficar impossibilitado de tocar piano, em 2002, como consequência dos problemas enfrentados, ele não abandonou a música. Estudou e voltou dois anos depois como maestro, assim permanecendo desde então. Atual regente e diretor artístico da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, o João já lançou 25 álbuns. Conheça mais a respeito desse talento brasileiro, que é o retrato vivo do amor à música e da superação pessoal. Como a música entrou em sua vida?

Entrou na minha vida aos 8 anos, por influência do meu pai. Quando criança, ele tinha o sonho de se tornar pianista. Mas ele teve parte da mão decepada antes da primeira aula de piano. Muitos anos depois, eu desenvolvi o gosto pela música e pude realizar esse sonho, por nós dois. Foi algo muito marcante na nossa história. A partir daí, o crescimento foi rápido. Seis meses depois, eu ganhei um concurso de piano. Pouco tempo se passou e, em 1953, comecei a minha carreira em âmbito nacional. Foi ali, aos meus 13 anos, que posso dizer que percebi que música era realmente o que eu queria fazer pelo resto da vida. Já aos 18, veio o momento de me apresentar para plateias de fora do país. Qual era o cenário da música clássica quando começou e como a vê hoje no país?

A música clássica estava passando por um período áureo. A Segunda Guerra Mundial havia acabado poucos anos antes, e muito da parte cultural do cenário europeu acabou vindo para a América do Sul, não só na música, mas em todas as artes. Foi um momento de grandes descobertas, reconhecimento e curiosidade a respeito daquela cultura.

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Infelizmente, seguiu-se a este um período menos otimista, com mais dificuldades para os músicos. E agora, creio que a música clássica está voltando com força ao cenário brasileiro. É bom poder acompanhar este novo momento de apreciação da cultura. Além do talento, sua carreira é também associada à superação. O senhor precisou superar uma grave lesão e também um golpe sofrido em um assalto. Como foi enfrentar esses momentos difíceis e retornar aos palcos?

Acho que a cada adversidade, temos que fazer escolhas em nossa vida. Ou você estabelece uma plataforma para subir, construindo um caminho para algo melhor; ou você se entrega e cai de vez em um abismo. Eu sempre preferi a plataforma para manter a esperança e o meu sonho. Cada recuperação foi difícil e apresentou grandes desafios, dos mais diversos tipos. Mas a força de vontade foi e sempre será maior que as dificuldades. Já tendo se apresentado mais de 5 mil vezes, pode citar quais os concertos que mais o marcaram?

Os concertos que mais me marcaram, por incrível que pareça, aconteceram no mesmo teatro: o Carnegie Hall, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Tinha 20 anos na minha estreia lá. Foi algo muito especial para mim. Já em 1978, voltei, depois do primeiro acidente que sofri, e foi igualmente marcante. Retornei lá também após o assalto do qual fui vítima em 1995, na Bulgária. E, finalmente, quando iniciei a minha vida de regente. Então, foi naquele palco que tive os momentos mais emocionantes da minha vida profissional. Como foi a experiência de assumir a regência de uma orquestra, após tantos anos no piano?

Eu fiz de cada músico da minha orquestra uma tecla de piano. Da mesma forma que procurava fazer as minhas interpretações quando tocava, hoje faço o mesmo como regente de uma orquestra. Procuro trabalhar a minha individualidade com cada músico, e o resultado tem sido muito bom. No final,

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“A música é a prova de que Deus existe”

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Entrevista

“A cultura e a educação estão ligadas, e a música é um dos elos que promovem essa ligação” com muitos bons profissionais. E é uma satisfação muito grande ser regente titular e diretor artístico da Orquestra Bachiana Filarmônica Sesi de São Paulo. Felicito a ação do Sesi-ES e desejo que outras como essa possam aparecer e se consolidar no nosso país. A cultura e a educação estão ligadas, e a música é um dos elos que promovem essa ligação. Eu conheci a música muito cedo, e ela mudou a minha vida. Que muitas outras crianças possam ser alcançadas dessa forma. Acho que o Espírito Santo está crescendo muito na parte musical. A sua orquestra tem uma qualidade maravilhosa e conta com grandes regentes, como Helder Trefzger e Leonardo David. Vejo um futuro muito promissor no que se refere à música para Vitória e todo do Estado. Qual é o maior desafio de quem deseja viver da música no país?

creio que não importa se é piano ou regência, o importante é que a música venceu. Alguma obra tem significado especial para o senhor?

Quando tocava piano, a obra que soava especial para mim era “O Cravo Bem Temperado”, de Johann Sebastian Bach. É algo belíssimo, realmente encantador. Já como regente, sem dúvida alguma, a 9ª Sinfonia de Ludwig Van Beethoven. Claro, em todos esses anos, toquei muitas outras magníficas peças, de grandes compositores da história da música, mas tendo que apontar, acho que essas foram as obras que mais marcaram a minha trajetória. Além de contar com a Orquestra Camerata, que leva música de qualidade para os trabalhadores da indústria do Estado, o Sesi-ES agora tem o projeto Música na Escola. Como o senhor percebe a realização de iniciativas como essa?

É muito importante para o país que a iniciativa privada, por meio das entidades que a representam, possa mostrar que a música não depende exclusivamente de ações do Governo. Essas ações servem para incentivar e reconhecer o talento dos nossos músicos. Creio que a iniciativa privada poderia ter uma orquestra de ponta em nosso país, já que contamos

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O maior desafio é nunca deixar de acreditar em si mesmo. A partir do momento em que acreditamos no nosso potencial, na nossa força, podemos projetar as nossas ideias. E quando isso acontece, certamente o músico chega ao coração do público e consegue o respeito e o reconhecimento por seu talento. O resto é consequência, e as coisas acabam acontecendo. Quais os conselhos que daria para os profissionais que estão começando agora?

Essa questão eu responderei com uma pequena anedota. Uma menina recém-chegada a Nova Iorque estava na Rua 27 e queria saber a localização do Carnegie Hall. Ela perguntou a uma velhinha como chegar até lá. A resposta foi. “Estudando muito, minha filha”. Então, o meu conselho é este: estude muito, dedique-se, que do conhecimento e da perseverança vem o crescimento. Com 75 anos de idade e quase 70 de carreira, o que é música para o senhor? E quais os objetivos que ainda deseja alcançar profissionalmente?

A música, do meu ponto de vista, pode ser definida com uma frase: é a prova de que Deus existe. E quando se fala de projetos, compartilho do sonho de Villa-Lobos, que era fechar o Brasil em forma de coração por meio da música. No tempo dele, não havia internet ou televisão. Hoje, nós temos essas grandes ferramentas de comunicação, fica mais fácil. Estou atrás desse sonho. Mais um, dos muitos objetivos em minha vida.

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Indústria em Ação

Conexão com a Indústria debate terceirização

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om o tema “Terceirização da Mão de Obra”, a Conexão com a Indústria foi um destaque do Cindes no dia 20 de julho. Com as presenças de empresários, industriais e profissionais da área jurídica, o encontro tratou de assuntos como crescimento econômico, ampliação do mercado de trabalho e modernização das organizações. O vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani, defendeu na ocasição a adoçao da terceirização como forma de agilizar a atuação nas empresas. “Essa é uma questão imperativa para sermos mais competitivos e modernizarmos nossas indústrias”, falou. O juiz do trabalho Cassio Ariel Moro explicou que quem garante emprego não é a lei, mas sim uma economia forte.

Para ele, existe um excesso de leis no país, o que acaba por criar uma falsa ideia de proteção. “Um conceito falso que o excesso de leis cria é o de que a terceirização ‘precariza’ o trabalho. O que causa precariedade é o ímpeto fraudulento, não a terceirização”, frisou. Já o advogado trabalhista Alberto Nemer avaliou a medida como a evolução do mercado e da garantia dos empregos no país. “Há um falso conceito sendo criado, que é a precarização do trabalho. Isso é uma inverdade, porque é algo natural para que o mercado evolua e deixemos de viver essa insegurança jurídica”, afirmou. O evento foi encerrado pelo senador Ricardo Ferraço, que sugeriu a criação de um grupo de trabalho voltado para a questão da terceirização.

Seminário apresenta projetos para crise energética Apresentar saídas que tornem cada vez mais viáveis a eficiência energética e as fontes de energia alternativas, baratas e ecologicamente corretas. Esse foi o objetivo do seminário “Soluções para a Crise de Energia”, uma iniciativa do Sistema Findes, por meio do seu Conselho Temático de Energia (Conerg). Realizado no dia 16 de junho no Plenário do Edíficio Findes, o evento movimentou empresários, gestores da iniciativa privada e também do setor público, além dos sindicatos empresariais filiados à Federação. Foram apresentados os cases da SunEdison no Brasil, que tem ações inovadoras voltadas para a geração de energia solar; da EnerDynamic no Brasil, que possui um híbrido de gerador de energia eólica e fotovoltaica, de custo baixo e instalação em apenas uma hora; da Engineering do Brasil, com um portal para o gerenciamento do sistema de energia das empresas; da Weg do Brasil, com iniciativas que também promovem a eficiência na geração; e do Bandes, com as linhas de crédito disponíveis para projetos para o fim proposto. Em seguida ocorreu o ciclo de debates, com diversas questões levantadas a respeito dos projetos e sobre as condições para se evoluir na geração com fonte alternativa e limpa no Estado.

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Evento divulga vencedores do 3º Prêmio IAB

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Salão da Indústria do Edifício Findes, em Vitória, sediou na noite de 23 de junho a solenidade de divulgação dos vencedores do 3º Prêmio Senai de Inovação em Alimentos e Bebidas (Prêmio IAB). Uma iniciativa do Sistema Findes, por meio de sua Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas e com o apoio do Senai-ES, o prêmio reconhece as inovações de micro, pequenas, médias e grandes empresas associadas aos sindicatos filiados à Federação. O presidente da Câmara, Claudio José Rezende, lembrou a importância de incentivos como este para ajudar a indústria a retomar o crescimento. “É fundamental que o consumidor saiba identificar o produto local por meio de embalagens e concepções diferenciadas, inovadoras. Temos uma agropecuária muito forte, que abastece as indústrias de alimentos e bebidas. É um círculo virtuoso que faz com que os produtos capixabas estejam cada vez mais presentes nas prateleiras dos supermercados. E o Prêmio IAB vai ao encontro Grupo de Concorrência

Categoria

Design de Embalagem Micro/Pequeno Porte Inovação de Produto

Design de Embalagem Médio/Grande Porte Inovação de Produto

Classificação

desses objetivos, promovendo maior competitividade e revertendo o quadro de crise por meio do estímulo à inovação e à tecnologia empregadas na produção de alimentos e bebidas pelas indústrias locais”, disse ele. Já o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, falou sobre os bons resultados do processo de interiorização do desenvolvimento da atividade. “A indústria capixaba enfrenta os mesmos problemas que a indústria nacional. É neste momento que o Sistema Findes faz a sua parte para superarmos a crise por meio de um prêmio que já vem gerando resultados positivos para o setor de alimentos e bebidas”, enfatizou. As empresas vencedoras do 3º Prêmio Senai de Inovação em Alimentos e Bebidas, em suas respectivas categorias, tiveram seus produtos divulgados na Super Acaps PanShow, a grande feira do varejo do Estado. Elas garantiram também uma visita à Feira Anuga 2015, maior evento do ramo de alimentos e bebidas do mundo, realizado na Alemanha. Empresa

Representante

Carnielli Indústria de Café

Pedro Carnielli

Bon Apetit Temperos

Victor Faé

Café Vista Linda

Marcus Malanquini

Trentino Cafés Especiais

Janine de Sá Lima Piatarolo

Cachaça Santa Terezinha

Adwalter Menegath

Espírito Cacau

Paola Ceolin G. Pereira

SPA (Sociedade Produtora de Alimentos)

Flavio Abaurre

Refrigerantes Coroa

Cibeli Marques

Água Pedra Azul

Luciana Rambalducci

Atum do Brasil

Mauro Lucio Peçanha

Café Meridiano

Cleverson Pancieri

Pães Lekker

Levi Tesch

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Economia por Fernanda Zandonadi

Rochas, turismo e petróleo: os alicerces do sul do Estado Encontro de lideranças debate como alavancar a economia de Cachoeiro e região

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ense em uma lugar de exuberante beleza natural e imenso potencial turístico, rico em petróleo e gás natural, dono das mais belas rochas ornamentais do país e de um setor agropecuário forte. O sul do Espírito Santo teria tudo para se destacar no cenário produtivo. Mas carece de uma infraestrutura suficientemente desenvolvida para dar suporte a tanta riqueza. Com essa preocupação, empresários e poder público estão discutindo

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as alternativas para alavancar a região. O primeiro passo já foi dado. Em junho, em Pedra Azul, Domingos Martins, aconteceu o encontro de lideranças “Avança Sul”. No evento, foram listadas as obras e as ações que poderiam fomentar o crescimento das cidades do sul do Estado, hoje povoadas por quase um milhão de habitantes e respondendo por metade do Produto Interno Bruto industrial do Espírito Santo, registrando mais de 130 mil empregos.

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“Além das obras, está em discussão a necessidade de tornar a parte sul do Estado uma região mais visível para investimentos” Marcos Guerra, presidente da Findes

Quatro pontos mereceram atenção mais detalhada: a construção de um aeroporto regional em Cachoeiro de Itapemirim, destinado a receber aeronaves de médio porte; a implantação da ferrovia EF-118, que ligará Vitória ao Rio de Janeiro; a aceleração das obras do Porto Central, em Presidente Kennedy; e o acompanhamento do processo de concessão à iniciativa privada da BR-262, que liga Vitória a Belo Horizonte e representa um importante acesso à área central do Brasil.

“Na reunião, elegemos os principais pontos que precisam ser trabalhados para promover o desenvolvimento. A construção da ferrovia EF-118, por exemplo, vai melhorar muito a logística de transporte na região e ainda trará celeridade ao início das obras do Porto Central, que foi o segundo item discutido. Também estamos debatendo a necessidade de tornar a parte sul do Estado uma região mais atrativa para investimentos”, enumera o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra. Além das obras físicas, propostas econômicas também entraram na discussão. Uma delas é a possibilidade de a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) abarcar todas as regiões do Estado, a exemplo do norte capixaba, já incluído em sua área de abrangência. Na prática, fazer parte da área da Sudene significa que empresas lá instaladas podem contar com incentivos fiscais e linhas de financiamento a juros bem abaixo dos de mercado, viabilizando a implantação e/ou ampliação de projetos produtivos. A região sul é rica em rochas ornamentais e um grande celeiro de petróleo e gás. A riqueza mineral, no entanto, não parece surtir o efeito esperado no desenvolvimento das cidades. “Alguns municípios recebem muitos recursos, mas têm uma gestão ruim, e isso traz impacto negativo para a própria cidade e para toda a região. Presidente Kennedy, por exemplo, tem muito recurso e pouquíssimo investimento no desenvolvimento local. É um lugar importante, onde o Poder Executivo deveria estar atento e buscando o crescimento mas, no fim, realiza pouco. Quando uma cidade chama a gestão da região e consegue ter liderança, ela ajuda a desenvolver todo o entorno. Mas não é o que acontece com Presidente Kennedy”, avalia. Julho/Agosto 2015 • 319

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Economia

Zona de Processamento de Exportação (ZPE) E Presidente Kennedy é mesmo a bola da vez. O Porto Central será instalado entre Marobá e Praia das Neves. Além de um ponto precioso para o escoamento da produção, também vai dinamizar a economia local e gerar mais riqueza para toda a região, segundo Guerra. “Vemos como necessária também uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), um local onde os produtos são fabricados, desembaraçados e encaminhados ao mercado. Com isso, a região também receberá uma parcela a mais na hora da distribuição do ICMS”, avalia Guerra. A indústria de rochas ornamentais,braço forte da economia local e estadual, tem sua competitividade minada pela falta de infraestrutura adequada, revelam os empresários do setor. O tema foi posto em discussão durante o “Avança Sul”: “A falta de um porto é o que gera mais entraves logísticos para nós. O porto ou a ferrovia precisam ser acelerados, para que possamos escoar nossos produtos com mais rapidez. Isso é fundamental. Nossa região é bem localizada, mas falta infraestrutura logística. O que nos anima é que os portos estão recebendo investimentos da iniciativa privada. Hoje, nosso polo de mármore e granito é forte, mas nossa logística é mais cara do que a do norte do Estado, por exemplo, o que reduz a nossa competitividade”, revela Valdecy

“O Porto Central será como uma loja-âncora em um shopping center. Vai ancorar uma nova fase de crescimento do sul, uma região que já tem dinamismo e agora vai ganhar infraestrutura” Paulo Hartung, governador do Estado do Espírito Santo

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As Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) caracterizam-se como áreas de livre comércio com o mercado externo, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro. As empresas que se instalam em ZPES têm acesso a tratamentos tributário, cambiais e administrativos específicos. Para o Brasil, além do esperado impacto positivo sobre o balanço de pagamentos decorrente da exportação de bens e da atração de investimentos estrangeiros diretos, há benefícios como a difusão tecnológica, a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social. Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Roberte Viguini, vice-presidente do Sindirochas e proprietário da Cajugram Granitos e Mármores do Brasil Ltda. Cidades com clima e vocação para o turismo, como Venda Nova do Imigrante,Domingos Martins e Marechal Floriano, também foram abraçadas. A ideia é construir um aeroporto de médio porte que abra as portas para o turismo. “Um aeroporto voltado para receber turistas favorece essas cidades. Outra região que precisa ser observada, pois também tem vocação para o turismo, é o Caparaó. Direcionar as montanhas para o turismo e as cidades banhadas pelo oceano para a cadeia do petróleo e gás seria perfeito”, observa Guerra.

Dinamismo depende de infraestrutura Para o governador do Estado, Paulo Hartung, a economia do sul capíxaba é dinâmica, importante e provedora de serviços na área educacional e da saúde pública. É ainda uma área propensa ao turismo, com eventos importantes, como a Festa da Polenta, em Venda Nova do Imigrante, e o Festival de Alegre, ambos com repercussão nacional. Ele cita também a região do Caparaó, riquíssima em belezas naturais e com enorme potencial turístico. “Estou promovendo a aproximação da nossa equipe de Turismo com essa região. Precisamos dinamizá-la”, explicou. Hartung salienta, porém, que o primeiro passo para levar crescimento é trabalhar na infraestrutura, e para isso está se articulando com o Governo Federal, atento ao leilão que vai conceder à iniciativa privada as obras de

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duplicação da BR-262, um dos principais gargalos logísticos. “Estamos em diálogo para acertar que a concessão não seja feita por pequenos trechos, mas ponto a ponto, de Vitória a Belo Horizonte. Acreditamos que um projeto assim será viável economicamente, resolverá um importante gargalo de nossa infraestrutura e nos dará uma excelente ligação com Minas Gerais e todo o Brasil central”, explica. Com relação à EF-118, ou Ferrovia Litorânea, o governador destacou que esta será uma grande obra estruturadora de desenvolvimento. “Tivemos uma vitória importante com a marcação das audiências públicas em Vitória, Campos e Rio de Janeiro. Mas precisamos envolver as grandes empresas que ficam no Espírito Santo no projeto, para que ele ganhe musculatura e massa e fique de pé já nos próximos anos”. Hartung salientou ainda que a ferrovia ajudará a viabilizar também a implantação do Porto Central, em Presidente Kennedy. “E isso certamente será um novo vetor de desenvolvimento do sul do Estado. O Porto Central será como uma loja-âncora em um shopping center. Vai ancorar uma nova fase de crescimento do sul, uma região que já tem dinamismo e agora vai ganhar infraestrutura”. O vice-presidente institucional da Findes em Cachoeiro e região e presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder), Áureo Mameri, afirma que há, sim, necessidade de discutir a infraestrutura da região como caminho para fortalecer a economia. “O sul tem várias entidades organizadas, que trabalharam isoladamente durante um tempo. Hoje, há a união desses grupos, e assim surgiu o Avança Sul. Nós não temos logística nenhuma para atrair grandes investimentos para a nossa região. Temos belezas naturais, temos riquezas minerais, mas falta infraestrutura para a locomoção do turista o escoamento da produção. E é isso que estamos discutindo. Queremos abrir possibilidades para criar uma boa ambiência de negócios”, comenta. Para o coordenador do Movimento Empresarial Sul Espírito Santo (Messes), José Bessa Barros, os números apresentados durante o encontro de lideranças e as discussões realizadas apontam o caminho para um Espírito Santo possível. “Precisamos trabalhar com otimismo e pé no chão. Estamos exortando o empresariado, viabilizando novos negócios e firmando compromissos com o Governo

“Temos belezas naturais, temos riquezas minerais, mas falta infraestrutura para a locomoção do turista e escoamento da produção. E é isso que estamos discutindo” Áureo Mameri, vicepresidente institucional da Findes em Cachoeiro e região

Estadual, até mesmo para cobrar depois o que tem sido debatido aqui. Queremos ouvir, propor alternativas e trabalhar juntos”, enfatizou Bessa. Lúcia Dornellas, presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), também é a favor das discussões em torno do desenvolvimento local, já que fomentar uma infraestrutura que funcione é uma forma de incrementar os negócios. “Os pequenos negócios são uma excelente estratégia para o desenvolvimento local, pois geram trabalho, renda e emprego, possibilitando oportunidades para toda a população. Temos no sul do Espírito Santo cadeias econômicas diversificadas e com grande potencial, base propícia para disseminarmos o empreendedorismo”.

Sobre o Avança Sul O Avança Sul prevê uma reunião anual, mas a ideia é que os polos regionais continuem a discussão e a implantação das ideias debatidas no evento. Este ano, estiveram na rodada de debates o governador Paulo Hartung, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, os vice-presidentes institucionais da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Anchieta, respectivamente, Áureo Mameri e Fernando Kunsch, secretários de Estado e representantes dos principais setores produtivos. Em pauta, perspectivas e ações que possam revigorar a região, combalida pela escassez de investimentos em infraestrutura, e ampliar a competitividade das empresas. Julho/Agosto 2015 • 319

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Feira reunirá empresas da construção em 2016 Voltada para um dos segmentos que mais crescem no Estado e que prevê investimentos de mais de R$ 9 bilhões para os próximos três anos, a Expo Construções tem data e local para acontecer: 14 e 16 de junho de 2016, no Carapina Centro de Eventos, na Serra. Uma iniciativa de 13 sindicatos ligados à indústria de construção, a feira traz painéis e palestras com as tendências para o setor, além de abrir espaço para empresas fornecedoras da construção, criando um ambiente ideal a negócios, troca de experiências e lançamentos de produtos e serviços. A primeira edição, em 2014, recebeu 10 mil visitantes de 14 estados. As rodadas de negócios e as transações feitas nos estandes movimentaram cerca de R$ 20 milhões.

Entidades da Findes são destaques em palestra Com uma palestra voltada para o corpo gerencial e técnico do Sistema Findes, industriais e conselheiros, o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi falou sobre “A Visão do Sistema Indústria para o Sesi, o Senai e IEL”, no dia 19 de junho, no Teatro do Sesi. O diretor abordou a trajetória das entidades e das expectativas para os próximos anos. No Sesi, a prioridade será dar um novo formato para as áreas de educação e saúde do trabalhador. No Senai, que já está presente em 2,6 mil municípios brasileiros e beneficia 4 milhões de alunos por ano, a meta é alcançar 95% de satisfação entre os industriais. Já sobre o IEL, o diretor abordou a gestão de estágio e carreira, formando executivos. Houve ainda um talk show mediado pelo presidente do Sindinfo, conselheiro do Senai e presidente do Conedu, Luciano Raizer. Participaram como debatedores o 1º vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani; o diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira; e o superintendente do IEL, Fábio Dias.

Empresas são recertificadas no Prodfor O Auditório da Petrobras, em Vitória, foi palco na noite de 23 de julho da comemoração das 73 empresas recertificadas no Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor). Além da anfitriã, ArcelorMittal, Canexus, Cesan, EDP, Fibria, Samarco, Vale e Technip, os parceiros Findes, IEL e Sebrae receberam as fornecedoras reabilitados, das quais 58 delas no Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF), oito no Sistema de Gestão Ambiental (SGA), seis no Sistema de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSS); e uma no Sistema de Gestão Financeira, Fiscal e Trabalhista (SGFFT). Para o coordenadorgeral do Programa, Alexandre Dias, o desenvolvimento desses parceiros fez com que a melhoria contínua nos processos trouxesse mais qualidade. “O Prodfor não apenas qualifica e desenvolve os fornecedores, mas também os aproxima das mantenedoras. É o melhor e o maior programa de gestão da qualidade do Brasil, com mais de 600 empresas certificadas”, falou.

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Américo Buaiz Filho, ao lado do presidente da Findes, Marcos Guerra: história marcada pela superação

Américo Buaiz Filho é destaque no Contando Histórias

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m projeto promovido pelo Cindes para reconhecer as trajetórias de homens e mulheres que trabalharam para o desenvolvimento do Espírito Santo e que visa a resgatar as memórias política, social e econômica do Estado, o Contando Histórias teve mais uma edição realizada no dia 10 de julho. Realizado em Pedra Azul, em Domingos Martins, na abertura do Meeting de Líderes Industriais, o evento homenageou o empresário Américo Buaiz Filho. Nascido em Vitória, ele se formou em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, em 1973, especializando-se depois em Administração. Enquanto estudante universitário, estagiou no Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - e na Casa da Moeda do Brasil, onde depois exerceu a função de economista. Desde 1973 trabalha no Grupo Buaiz, onde ocupou os cargos de gerente administrativo, diretor de Finanças e Administração e diretor-superintendente. Tendo sido eleito por 10 vezes consecutivas Líder Empresarial pelo voto direto dos leitores da Gazeta Mercantil, Américo é hoje diretor-presidente do Grupo Buaiz, que atua com alimentos e comércio exterior, comunicações, empreendimentos imobiliários e shopping centers.

O empreendedor falou sobre sua carreira com detalhes, lembrando a evolução do Grupo Buaiz, o envolvimento nos negócios da família e a expansão do legado do pai, Américo Buaiz. Conhecido pelo apelido de Mequinho, abordou ainda grande momentos da indústria capixaba. O público foi presenteado com uma história repleta de exemplos de superação frente às mais diversas adversidades. Américo Buaiz Filho foi o sétimo participante da segunda edição do projeto Contando Histórias. Nas anteriores, foram homenageados Helio Dórea, Jônice Tristão, Hilda Cabas, Carlos Aguiar, Max Mauro e Sergio Rogerio de Castro. O encontro teve também uma palestra do economista Roberto Gianetti, que traçou um panorama do atual período econômico brasileiro. Foi realizado com a finalidade de criar o ambiente para um fórum de discussões e um momento de integração e troca de experiências entre os empresários, servindo para tratar de assuntos estratégicos e desdobrando temas importantes para a indústria. Julho/Agosto 2015 • 319

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Indústria em Ação

Mec Show bate recorde de negócios A edição 2015 da Feira da Metalmecânica, Energia e Automação - Mec Show registrou recordes nos números de visitantes e de negócios. Entre 28 e 31 de julho, o evento realizado no Pavilhão de Carapina movimentou mais de R$ 70 milhões em contratos e um público de 17,8 mil pessoas.Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Materiais Elétricos no Estado (Sindifer-ES), Manoel Pimenta, os resultados mostraram que, mesmo em momento de crise,é possível enxergar oportunidades. “As empresas e as pessoas precisam se reinventar, e a feira trouxe essa oportunidade”, ressaltou, ao lembrar que a participação de profissionais no primeiro dia de minicursos do Sesi, do Senai e do IEL superou o total dos quatro dias da edição de 2014.

Encontro reúne sindicatos do Sistema Findes Em uma oportunidade que serviu para reunir representantes das entidades patronais e o Sistema Findes, foi realizado em junho o 2º Encontro de Integração dos Sindicatos, Áreas Sindicais e de Mercado. O evento contou com as presenças da maioria dos executivos que hoje respondem pelas empresas capixabas de diversos setores O primeiro a falar na ocasião foi o presidente do Sincafé, Egídio Malanquini; seguido do gerente do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes, Darcy Lannes. O diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira, detalhou as ações das entidades, que desempenham há décadas um trabalho tão importante para as indústrias. A seguir vieram os discursos do superintendente corporativo da Findes, Marcelo Ferraz; do superintendente do IEL-ES, Fábio Dias; e da gerente de Relações com o Mercado, Simone Sarti. Dias lembrou a importância da integração entre Findes e sindicatos. “A Federação das Indústrias é a casa dos sindicatos”, ressaltou.

Fórum de Petróleo e Gás promove workshops regionais Estimular novas oportunidades de negócios. Essa foi a finalidade dos workshops regionais organizados pelo Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, promovidos nos dias 11,12 e 15 de junho, nas diretorias regionais da Findes em São Mateus, Linhares, Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim. Gestores, empresários, lideranças públicas e entidades de classe participaram da iniciativa. A Coordenação Executiva do Fórum apresentou a sua estrutura de governança e de funcionamento, além das ações que estão sendo feitas. O Sebrae abordou o convênio firmado com a Petrobras para apoiar as micro e pequenas empresas, enquanto a estatal mostrou as oportunidades de negócios em todas as áreas de fomento da cadeia produtiva. A realização dos workshops agradou ao presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) da Findes, Áureo Vianna Mameri, que falou sobre a importância de se levar aos municípios do interior as possibilidades da cadeia de petróleo e gás. “Parabenizo a Coordenação do Fórum, que, por meio de Findes, Sebrae e Petrobras, está interiorizando essas ações, de modo que todos tenham oportunidades de trabalhar para a cadeia petróleo e gás no Estado”, frisou.

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Findes instala conselho voltado para a economia criativa Incentivar a inovação, o empreendedorismo, a descoberta de novos talentos e a geração de empregos. Com essas premissas, o Sistema Findes instalou, no dia 23 de junho, o seu Conselho Temático de Economia Criativa (Conect). Presidido por Jose Carlos Bergamin, o grupo possui representantes de Sebrae-ES, IEL-ES, Ideies e Ufes, além de entidades ligadas a cinema, produção audiovisual, video games, artes, moda e cultura. Para Bergamin, uma aproximação da indústria tradicional e a economia criativa traz benefícios como produtos com maior valor agregado. “Queremos agregar todo o trabalho realizado por prefeituras, institutos, órgãos não governamentais e demais entidades para criarmos um ambiente em comum que gere riqueza, que torne toda a produção criativa do Espírito Santo algo altamente rentável, do ponto de vista econômico”, falou. Já o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, observou que o Estado possui vários setores da indústria capixaba que lidam diretamente com a economia criativa. “A criação deste Conselho, portanto, fortalecerá a economia capixaba por meio de ações criativas, mas também agregando mais setores a esse processo”, disse.

Impostômetro alcança R$ 1 trilhão Uma ferramenta que mostra o quanto o brasileiro paga de tributos durante o ano, o Impostômetro localizado em frente ao Edifício Findes, em Vitória, apontou, em 29 de junho, a marca de R$ 1 trilhão em impostos arrecadados. É um triste recorde, alcançado 44 dias antes do esperado. No ano passado, essa cifra só foi atingida em 12 de agosto. A quantia, que representa o total de impostos municipais, estaduais e federais pagos no país desde o dia 1º de janeiro, pode ser explicada pelo aumento do peso da carga tributária, que atualmente consome cinco meses de salário do trabalhador. “Enquanto as perspectivas apontam para um ano de retração na economia, a arrecadação de impostos segue avançando – chegando a 35,7% do Produto Interno Bruto. Como consequência, a indústria sofre com a baixa competitividade, causada também pela burocracia excessiva e pelo custo Brasil, e o cidadão não vê retorno do dinheiro que gasta. Precisamos de investimentos em infraestrutura e de alternativas que melhorem a qualidade de vida da população. Quem mais sofre é o brasileiro, que em breve trabalhará metade do ano apenas para pagar impostos”, disse o primeiro vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani.

Sinconfec define nova diretoria Os associados ao Sindicato das Indústrias de Confecções do Espírito Santo (Sinconfec) reuniram-se no dia 8 de julho para definir a nova diretoria que irá liderar a entidade pelos próximos três anos. Em um pleito de chapa única, Clara Orlandi foi escolhida para a presidência, tendo Valéria Faccini como vice-presidente. A votação aconteceu no Edifício Findes, em Vitória. Sempre visando ao desenvolvimento do setor, Clara tem comandado ações de sucesso no sindicato, como o B.Bazar, um outlet com várias marcas capixabas e nacionais.

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Economia Indústria por Lui Lima

A indústria longe da crise

Enquanto o país beira a recessão, o setor cafeeiro e o de tecnologia da informação seguem crescendo e contratando

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situação da economia não é boa, e isso não é segredo nem novidade para ninguém. Com o poder aquisitivo do brasileiro diminuindo gradativamente a cada mês, a indústria, que já passava por processo de queda de produção há alguns anos, vem sendo o setor mais atingido. Prova disso é que, até fevereiro deste ano, 70% das empresas dessa área pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram baixas em suas produções, em comparação ao mesmo período do ano

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passado. O leve crescimento de 0,6% registrado em maio não foi suficiente para impedir que o primeiro semestre de 2015 fechasse com recuo de 8% nesse resultado. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), índice que mede o nível de atividade, mostrando a porcentagem do parque industrial que está trabalhando, alcançou 65% em junho, o menor percentual desde janeiro de 2011, quando teve início a série histórica.

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Ainda conforme o levantamento, o indicador de evolução da produção revela retração intensa e disseminada entre as empresas, sobretudo entre as de médio e pequeno portes. Segmentos como os de construção, infraestrutura, óleo e gás e de bens duráveis são os que mais têm sofrido com o desaquecimento da economia. O exemplo dos milhares de carros parados nos complexos fabris em uma melancólica espera pela melhora das vendas é o que melhor ilustra o quadro atual. O problema, é claro, é muito mais profundo do que apenas uma queda pontual na demanda por automóveis. Com o declínio das vendas e, consequentemente, da operação nas fábricas, o faturamento e a oferta de postos de trabalho encolheram. Além disso, há toda uma cadeia produtiva que depende da montadora. É o caso da indústria de autopeças, que deve ter diminuição de até 33,2%, segundo projeções do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). O mau resultado é fruto direto dos recuos no consumo e no crédito, que provocam um efeito dominó em todas as empresas da cadeia. O setor de vestuário também passa por situação complicada. Com a redução do poder aquisitivo da população, a disponibilidade do brasileiro em complementar o guarda-roupa também ficou menor. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), tudo aponta que o resultado será pior que o decrécimo de 7% na receita previsto no começo do ano. Mas entre os campos mais afetados pela crise, a construção civil com certeza figura no topo. Um verdadeiro coquetel de problemas que incluem ajuste fiscal, elevação dos juros e modelagem das concessões no setor de infraestrutura jogou o segmento em uma crise que parece não ter fim. Como se não bastasse, a Operação Lava Jato derrubou qualquer expectativa de crescimento para este ano.

Investimentos realizados por setor US$ 1,7 bilhão foi o total que a indústria cafeeira faturou entre janeiro e março deste ano, 36,18% a mais que no ano passado

US$ 165,6 bilhões é o total de investimentos previstos em TI este ano, no Brasil, 5% a mais que em 2014

“As empresas estão se planejando para aumentar a produtividade, recorrendo à tecnologia, e os softwares se tornam essenciais nesse sentido. Isso tem criado muitas oportunidades para o setor” - Luciano Raizer, presidente do Sindicato das Empresas de Informática (Sindinfo)

Como consequência, de maio de 2014 a maio de 2015, 593.375 de postos de trabalho com carteira assinada foram fechados, contabilizou o Sindicato Nacional da Indústria da Construção (Sincon). Os motivos para isso convergem no fato de que o Brasil perdeu competitividade após os anos de avanço, porque se transformou em um país caro demais, com uma tributação alta, assim como os custos da energia, da logística, dos encargos trabalhistas e do investimento. Mas nem tudo são notícias ruins. Afinal, há atividades que obtiveram resultados positivos ou, ao menos, não perderam tanto em termos de faturamento. Um bom exemplo são as indústrias de tecnologia da informação. Segundo a empresa International Data Corporation (IDC), que presta consultoria e pesquisa de mercado, o ramo de TI nacional terminará este ano como o sexto setor com mais investimentos, com expectativa de chegar a US$ 165,6 bilhões, 5% a mais que em 2014. Já o crescimento global deve superar os US$ 3,8 trilhões, mais do que no ano passado, ultrapassando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo-ES), Luciano Raizer Moura, as empresas não estão ascendendo nem caindo. E essa estabilidade, na atual conjuntura, é vista positivamente pelo segmento. A área de desenvolvimento de software não está sentindo os efeitos negativos da crise econômica, compensando os maus resultados do varejo. Isso ocorre por um motivo muito simples de entender: para diminuir a necessidade de mão de obra contratada, os empresários investem em Julho/Agosto 2015 • 319

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Indústria

serviços automatizados. “As empresas estão se planejando para aumentar a produtividade recorrendo à tecnologia, e os softwares se tornam essenciais nesse sentido. Isso tem criado muitas oportunidades”, conta Raizer. A demanda de trabalho torna a atividade uma das únicas que devem continuar abrindo vagas. Segundo a Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), a contratação de profissionais de TI deve ter um aumento de 30% até 2016. O mercado já emprega, atualmente, 1,3 milhão de pessoas. Para dar continuidade à boa fase, a indústria local conta com a ajuda do Sindinfo, que capacita os associados por meio de ações, palestras e eventos de interesse. “Vamos ao Fórum Mobile São Paulo para discutir mobilidade e aplicativos de telefone e visitaremos também a Rio Info, que é a maior do país sobre o assunto”, informa Raizer. Outro caminho é a discussão com o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) para conseguir linhas de investimento em tecnologia a fim de subsidiar novos produtos com juros mais atrativos.

Setor cafeeiro Historicamente, a produção de café teve um papel preponderante na economia capixaba. Na atual crise econômica, “As indústrias procuraram aprimorar o parque tecnológico, a qualidade dos produtos e as tecnologias utilizadas na produção do café, e isso aumentou em muito a qualidade da matériaprima. Ou seja, os produtores se prepararam para o momento adverso de agora” - Egídio Malanquini, presidente do Sindicato das Indústrias de Café (Sincafé)

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o setor reforçou sua importância para o Estado. Isso porque, para quem exporta, o câmbio tem sido um grande aliado, ao contrário daqueles que importam, para quem o real desvalorizado perante o dólar assusta e causa prejuízos. Assim, os produtores voltados ao mercado externo estão conseguindo bater recorde em cima de recorde de faturamento. É o que revela o presidente do Sindicato das Indústrias de Café (Sincafé), Egídio Malanquini. Os números comprovam: as exportações de café obtiveram a cifra de US$ 1,7 bilhão nos três primeiros meses deste ano, receita 36,18% maior do que o US$ 1,25 bilhão consolidado no mesmo período em 2014. Os dados são do Informe Estatístico do Café, publicado mensalmente pelo Departamento do Café (Dcaf ) da Secretaria de Produção e Agroenergia (Spae) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse resultado ocorreu mesmo diante do aumento de apenas 4,86% do volume de café embarcado nos primeiros meses de 2015, ante o mesmo período de 2014. Ao todo, foram mais de 8,9 milhões de sacas de 60 kg vendidas ao exterior, sendo que no mesmo intervalo do ano passado foram exportadas 8,5 milhões de sacas. O segredo para os bons saldos, diz Malanquini, está nos investimentos feitos há alguns anos, apostando na eficácia da gestão, em inovação e no aperfeiçoamento da qualidade. “As indústrias procuraram aprimorar o parque tecnológico, a qualidade dos produtos e as tecnologias utilizadas na produção do café, e isso aumentou em muito a qualidade da matéria-prima. Ou seja, os produtores se prepararam para o momento adverso de agora”, afirma. Mesmo passando por um “período de adequação”, o mercado interno também tem ido bem. O faturamento cresceu entre 1% e 1,5% até o fim do primeiro semestre deste ano, perante uma média de 5% no mesmo prazo dos últimos três anos anteriores. Entretanto, diante da diminuição das compras por parte dos consumidores, o resultado continua sendo considerado bom. Carro-chefe do produto na última década, com os maiores índices de vendas, os cafés especiais também contribuem para o bom desempenho, com expansão entre 3% e 5%, mesmo com a diminuição do poder aquisitivo do brasileiro – o que representa uma mudança definitiva no hábito de consumo de uma parcela da população. “É um público que não se importa se o preço aumentou nos supermercados. Ele vai comprar porque procura por qualidade e pode pagar por isso”, analisa Malanquini.

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Indústria

Profissionais qualificados e estrutura: Sesi-ES investe na saúde dos trabalhadores da indústria

Sesi Saúde é inaugurado em Serra

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om a maior concentração de indústrias de todo o Espírito Santo, o município da Serra já tem a sua unidade do Sesi Saúde. Localizada no Edifício Ative Centro Empresarial, em Laranjeiras, a estrutura, que foi inaugurada no dia 16 de julho, contou com investimentos da ordem de R$ 860 mil, sem contar equipamentos e pessoal. Recebendo o nome do ex-diretor para Assuntos do Sesi-ES Alejandro Duenas, em reconhecimento à sua atuação para concretizar a implementação do Sesi Saúde, o espaço tem capacidade de realizar cerca de 100 mil atendimentos por ano em diversas especialidades, das consultas ocupacionais à parte de cardiologista e oftalmologia, passando ainda por exames radiológicos, ortopedia, pneumologia, otorrinolaringologia, espirometria, audiometria, acuidade visual, eletrocardiograma, análises clínicas e odontologia. Para o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, ampliar o número de unidades do Sesi Saúde é fundamental para a indústria capixaba. “Produtividade e competitividade são palavras essenciais para a indústria brasileira. Muito se fala sobre investimentos em infraestrutura, mas é preciso lembrar que a qualidade de vida do trabalhador é parte fundamental nesse processo. Garantir profissionais motivados e valorizados é o mesmo que estimular a inovação no ambiente de trabalho”, disse. O presidente foi representado na solenidade pelo diretor para Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin, que falou sobre a importância da nova unidade para os trabalhadores da região, que não precisarão mais se deslocar até o Sesi Saúde de Vitória para serem atendidos. “Cerca de 52% da demanda na unidade de Vitória eram de trabalhadores da Serra.

Só isso já seria motivo suficiente para trazermos o Sesi Saúde para o município. Além disso, a Serra cresce cada vez mais, tendo muitas indústrias. Estamos contribuindo não somente com a saúde do trabalhador, mas também com a sua qualidade de vida ao trazer para cá toda a gama de serviços”, comentou ele. O superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos Vieira, falou sobre a conquista, que é levar a grande estrutura na área da saúde para fora da capital. “É preciso reconhecer o talento das pessoas que tiveram a coragem de avançar e fazer diferente. O presidente Marcos Guerra, Alejandro Duenas e a ex-superintendente do Sesi-ES Solange Siqueira foram os grandes idealizadores deste momento. O Sesi tem no Espírito Santo uma estrutura muito voltada para a educação. E também queremos fazer a diferença na área da saúde. Nós temos a missão, até por conta dos recursos arrecadados da indústria, de dar esse retorno aos nossos trabalhadores. Estamos investindo R$ 15 milhões nas unidades do Sesi Saúde em Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Serra. Queremos levar toda a tecnologia e estrutura da capital para essas regiões. O que está idealizado hoje no Estado é o que está preconizado em toda a gestão estratégica do Sesi Nacional”. Patrono do Sesi Saúde de Laranjeiras, Duenas se disse emocionado pela homenagem recebida e muito feliz por ver a obra entregue aos trabalhadores da indústria capixaba. “Ser patrono é uma honra e mais uma responsabilidade: a de trazer sempre qualidade de vida para os nossos funcionários. Temos o dever de fazer com que a indústria possa estar sempre forte, principalmente em momentos como este que atravessamos. Sem indústrias, não existem trabalhadores; sem trabalhadores, não existe o Sesi. Agradeço a todos”, frisou. Julho/Agosto 2015 • 319

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Indústria

Inauguração da escola contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do governador do Estado, Paulo Hartung; e do embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann

Santa Maria de Jetibá ganha Escola Móvel Unidade deverá atender mais de 1,5 mil pessoas em um ano

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cidade de Santa Maria de Jetibá recebeu no dia 29 de julho a sua Escola Móvel Sesi/Senai/IEL. Com a perspectiva de atender mais de 1,5 mil pessoas em um ano, a estrutura formará mão de obra nas áreas automotiva e de construção civil, construção pesada, têxtil e vestuário e tecnologia da informação. O município também ganha duas unidades móveis para apoio Operacional, nas áreas de Alimentos/Panificação e Costura/Vestuário. As unidades de Panificação e Confecção vão oferecer cerca de 40 vagas cada, com cursos de padeiro, salgadeiro e costureiro industrial. A solenidade de inauguração contou com o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do governador do Estado, Paulo Hartung; e do embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann; do senador Ricardo Ferraço; e do novo vice-presidente institucional da Findes em Santa Maria de Jetibá, Denilson Potratz; além de outros representantes do Sesi-ES e do Senai-ES e empresários da região. Guerra aproveitou para falar sobre a importância da presença das entidades do Sistema Findes no município. “Uma das principais metas da nossa gestão é a interiorização. Estamos não apenas intensificando os investimentos em educação do Sistema Findes, mas também ampliando nossa presença institucional. Com a instalação da Escola

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Móvel e do Núcleo Regional da Findes na região, trabalhamos para atender às demandas do setor produtivo local com qualificação profissional e abrimos espaço para o diálogo entre os industriais”, falou ele. Para o governador do Estado, a inauguração da escola foi um autêntico gol de placa das entidades do Sistema Findes. “Na área da educação e qualificação profissional, é o verdadeiro ‘7 a 1’ dos capixabas e descendentes de alemães que aqui residem, pois Santa Maria é um motor no desenvolvimento dos municípios do interior do Estado do Espírito Santo. Precisamos enfrentar nossos problemas e avançar na qualidade educacional do país e do Estado e, para isso, é necessário desenvolver soluções inovadoras como esta, para sermos atrativos e eficientes no enfrentamento desse desafio”, frisou Hartung. Já Denilson Potratz falou do desafio que é assumir a tarefa de aumentar a competitividade e mapear as indústrias dos municípios de Itaguaçu, Itarana, Laranja da Terra, Santa Leopoldina e Santa Teresa – abrangidos pelo novo Núcleo da Findes em Santa Maria de Jetibá e região. ““O meu papel é levantar as demandas dos empresários locais e levar até a Findes. Fico feliz por fazer parte da Federação e receber no município a Escola Móvel, que beneficiará os moradores”, destacou o vice-presidente institucional da entidade.

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Indústria

As Unidades chegaram aos municípios de Marilândia e São Domingos do Norte

Unidades para móveis e confecção são inauguradas

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Sistema Findes entregou no dia 31 de julho duas novas unidades móveis. Os contemplados foram os municípios de Marilândia e São Domingos do Norte. Na solenidade de inauguração, estiveram presentes o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o governador do Estado, Paulo Hartung; o senador Ricardo Ferraço; o vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin, além de outras autoridades, empresários da região e representantes do Sesi-ES e Senai-ES. Em Marilândia, os moradores receberam a unidade de Madeira e Mobiliário, que tem capacidade para atender 12 alunos por turma em curso de 280 horas/aula na área de marcenaria, nos turnos da tarde e da noite. Serão três meses de qualificação profissional. Já em São Domingos do Norte, o foco foi na indústria de confecção, que possui a mesma estrutura física, além de equipamentos modernos de costura industrial. Foram disponibilizadas 40 vagas para o curso de Costureiro Industrial do Vestuário Tecido Plano. “Essas unidades provam que o Sistema Findes tem priorizado os investimentos em educação e na interiorização do desenvolvimento capixaba. A escolha de Marilândia e São Domingos do Norte não é política, mas fruto do diálogo com o setor produtivo. Estamos trazendo o que há de mais moderno em tecnologia, com equipamentos de ponta e um modelo de unidade móvel raro no país. Não priorizamos quantidade, mas a qualidade dos profissionais que formamos. Queremos que esse trabalhador cresça na indústria, inove, melhore sua qualidade de vida e, consequentemente, ajude no crescimento do Espírito Santo”, enfatizou Marcos Guerra. No ponto de vista do governador Paulo Hartung, inovar nas políticas públicas educacionais desde o ensino primário até o profissionalizante é uma questão vital

para o desenvolvimento. “Faço questão de acompanhar a inauguração de unidades de ensino e capacitação porque precisamos avançar, e muito, na melhoria da educação básica do país e do Estado. É necessário quebrar paradigmas, ser contemporâneo, atrativo para nossos jovens e formar um bom capital humano para atender às necessidades do mercado de trabalho. Temos que destacar esse tipo de ação e incentivar que outras Federações e instituições façam o mesmo, pois é esse o caminho do crescimento, com condições mais iguais na corrida da vida e no acesso da população ao conhecimento e ao saber”, explicou ele. Para Manoel Antonio Giacomin, o dia era de celebração, já que dois municípios da Regional da Findes em Colatina receberam suas unidades móveis. “Agradeço pelos investimentos realizados pelo presidente Guerra na Regional de Colatina, ressaltando seu importante papel na interiorização à frente da Findes, buscando sempre despertar novos polos industriais, com formação de mão de obra em diferentes regiões”, frisou. Julho/Agosto 2015 • 319

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Economia Inovação por Gustavo Costa

Projeto do Sesi une música e educação

“Sesi Música Clássica na Escola” deverá alcançar 300 alunos das séries iniciais

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om diversos e complexos significados, a educação vai muito além da relação tradicional entre professor e aluno em sala de aula. O desenvolvimento intelectual de um estudante se dá muito em função também de sua interação com o meio onde está inserido, e nesse contexto diversas metodologias didáticas podem ser aplicadas no processo de ensino e aprendizagem. Uma dessas ferramentas é a música, capaz de transmitir palavras, sentimentos, pensamentos e ideais que podem fazer a diferença nas escolhas pessoais, presentes e futuras. Ciente do potencial da música não apenas em sua faceta cultural, mas também educacional, o Sesi desenvolveu o seu projeto “Música Clássica na Escola”. A iniciativa começou a se formar a partir da Camerata Sesi e possibilitou a elaboração de um projeto focado na interação entre escola e cultura. “O projeto surge a partir de uma demanda do presidente da Findes, Marcos Guerra, e do superintendente

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“Nosso trabalho é descobrir grandes talentos e ajudar na educação de qualidade para o trabalhador da indústria” Maestro Leonardo David, regente da Camerata Sesi do Sesi, Luis Carlos Vieira. Ambos nos motivaram a criar algo que aproximasse a música da educação. O projeto consiste em aulas de violino, viola, violoncelo e contrabaixo, ministradas pelos músicos da Orquestra Camerata Sesi aos alunos das escolas da entidade na Grande Vitória”, explicou o maestro Leonardo David, regente da Camerata Sesi. De acordo com ele, a ação tem objetivos audaciosos: alcançar 300 alunos das séries iniciais da rede Sesi, com

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“A ideia é, no futuro, formar ‘Cameratinhas’ compostas por alunos que participaram do projeto Sesi Música Clássica na Escola” Luis Carlos Vieira, superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES

aulas coletivas e individuais, com teoria musical (leitura de partituras) e o instrumento escolhido pelo estudante. A estimativa é de que sejam atendidos alunos das unidades do Sesi de Jardim da Penha e Maruípe, em Vitória; de Cobilândia e Araçás, em Vila Velha; de Campo Grande e Porto de Santana, em Cariacica; e do Sesi Laranjeiras, na Serra. “Será formada uma orquestra de cordas com todos os alunos do projeto, visando à prática de música em grupo”, detalhou o maestro.

Acessibilidade à cultura Leonardo David percebe o “Sesi Música Clássica na Escola” como um programa fundamental no que se refere à acessibilidade à cultura. “A música clássica é uma vertente ainda pouco divulgada e disseminada em nossa sociedade. Nosso trabalho é descobrir grandes talentos e ajudar na educação de qualidade para o trabalhador da indústria. Entendo que estaremos realizando um projeto pioneiro, que trará grandes resultados sociais, e intervencionista cultural na educação do trabalhador da indústria e de seus dependentes”, enfatizou o músico. O projeto tem início previsto para o segundo semestre do ano, e já existe a intenção da gravação de um CD e da realização de uma turnê nacional para divulgação do trabalho, que serviria para celebrar os resultados dos esforços de formação de instrumentistas nas escolas do Sesi.

Sesi Música Clássica na Escola O projeto será oferecido aos alunos das unidades do Sesi em: • Vitória Jardim da Penha Maruípe

• Cariacica Campo Grande Porto de Santana

• Vila Velha Araçás Cobilândia

• Serra Laranjeiras

“Queremos diversificar a Camerata Sesi nas vertentes que a música proporciona,com cantores locais e nacionais,da música clássica ao pop, passando pelos diversos gêneros musicais. Em 2015, iniciamos essa nova vertente em alguns eventos. Por fim, a ideia é, no futuro, formar ‘Cameratinhas’ compostas por alunos que participaram do projeto Sesi Música Clássica na Escola”, disse o superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos Vieira. Para ele, o investimento em cultura traz grandes resultados. “A integração cultura e educação mais o esporte são os pilares da educação preconizada pela Unesco para o século XXI e que a Rede Sesi de Educação adota em sua metodologia de ensino. A cultura é uma poderosa ferramenta de desenvolvimento do ser humano. A música, por exemplo, estimula áreas do cérebro e desenvolve habilidades importantes como a cognição, o raciocínio lógico, a coordenação motora, a concentração e a socialização”. De acordo com Vieira, a ação é mais uma oportunidade que o Sesi oferece para que os capixabas possam vivenciar e conhecer variados aspectos da cultura. Além do “Sesi Música Clássica na Escola”, a entidade dispõe de duas novas frentes relacionadas à cultura em 2015. O primeiro é o “Sesi Música”, que promove concertos didáticos e espetáculos musicais apoiados pela Camerata do Sesi. Já o “Cultura nas Escolas Sesi” foi criado para promover festivais escolares de música e peças de teatro, biblioteca in box e cinema no teatro. Com atividades inclusivas, o Sesi democratiza o consumo cultural e promove o desenvolvimento social. Por meio da música, abre um novo horizonte de sonhos, desafios e oportunidades para as novas gerações de alunos. Que muitos talentos possam surgir a partir do projeto. Julho/Agosto 2015 • 319

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Gestão por Gustavo Costa

A decisão para continuar empregando Redução da jornada de trabalho, home-office, lay off. Conheça as alternativas para evitar as demissões

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m um cenário em que o desemprego ronda vários setores da economia do país, a presidente Dilma Rousseff assinou em julho uma medida provisória que possibilita reduzir a jornada e o salário dos trabalhadores. O chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE) tem o objetivo de estimular a permanência da mão de obra em empresas que se encontram em dificuldades financeiras temporárias, permitindo diminuir em até 30% o expediente e em até 15%, no máximo, a remuneração. Em contrapartida, enquanto estiverem no PPE, as organizações não podem demitir seus funcionários. A diferença salarial será paga pelo Governo com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Assim, um profissional que ganhe originalmente R$ 2,5 mil e tenha a sua jornada reduzida em 30% receberá R$ 1.750,00 da empresa e R$ 375,00 do FAT, totalizando R$ 2.125,00.

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A flexibilização das jornadas é uma alternativa para que as companhias possam conter custos com demissões e manter a sua produtividade, pela retenção de pessoal qualificado. Mas não é a única. Há também opções como o home-office, praticado por pelo menos 10% dos colaboradores no Brasil

“O setor industrial hoje está optando por demitir para reduzir custos, e a redução de jornada sozinha não resolve isso. É preciso ir além” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Indústria Capixaba – Findes

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Evolução do Emprego no Espírito Santo janeiro a junho 2015 Setores

Admissões

Demissões

Saldo

Variação

Indústria de transformação

34.004

34.711

-707

-0,55

Indústria extrativa mineral

1.533

1.437

96

0,73

Serviços industriais de utilidade pública

1.435

1.848

-413

-4,28

22.383

26.588

-4.205

-6,57

Indústria da construção civil

Trabalhadores de férias coletivas ou licença remunerada no Estado: 3 mil Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

e no mundo; e o lay off, utilizado principalmente na indústria automobilística e que prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho por cinco meses, com o funcionário recebendo do Governo o seguro-desemprego e da empresa a complementação do salário. Cada modalidade traz as suas vantagens para os patrões. De acordo com o Instituto Gallup, os colaboradores que adotam parcialmente o homeoffice, por exemplo, dedicam quatro horas semanais a mais ao trabalho do que os que cumprem jornada nos escritórios das empresas. Já no lay-off, há a suspensão, também provisório, dos custos trabalhistas. Ao analisar as possibilidades para a flexibilização, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, não percebe grandes vantagens no programa aprovado por Brasília. “Entre as opções disponíveis, creio que a menos ruim é o lay off. De fato, a redução de 30% não é boa. Quando você adere a ela, precisa oferecer uma certa estabilidade para a categoria”, disse. Para Guerra, a questão não será solucionada com uma única medida, mas sim com um plano econômico robusto. “A instabilidade econômica foi criada pelo Governo Federal pela falta de ajustes, de um plano de recuperação do país e de escândalos. Isso tudo desencadeou um desequilíbrio e queda do índice de confiança do empresário. O setor industrial hoje está optando por demitir para baixar custos, e a redução de jornada sozinha não resolve isso. É preciso ir além”, argumentou. Para o vice-presidente da Findes, Gibson Reggiani, a redução, enquanto medida emergencial, pode aparentar ser algo bom para promover o equilíbrio do caixa da empresa. “Assim, o dinheiro que entra é maior que o dinheiro que sai”, aponta. No entanto, ele ressalta: “Ter equilíbrio financeiro não significa que a empresa esteja dando lucro”, disse. Ele define como assombrosa a fila de desempregados recorrendo ao auxílio-desemprego. “Essa situação não é boa para o Governo, não é boa para as empresas e não é boa para a sociedade. Corremos o risco de ver o parque industrial do país desmantelado. Logo, medidas se fazem necessárias”. Segundo Reggiani, não existe uma solução que sirva para todos no mercado, e cada empresa precisa analisar o conjunto

de ações a serem adotadas para manter a sua mão de obra. “Algumas não terão que implementar redução de jornada ou férias coletivas; outras, serão mais atingidas e precisarão fazer uma análise econômica e financeira sobre a jornada encolhida. É possível trabalhar com prejuízo? Sim, mas é fundamental saber como sustentar o caixa, já que, quando houver a retomada do crescimento do país – o que deve acontecer por volta de 2017, segundo os especialistas –, as empresas terão se mantido no mercado e com seus trabalhadores experientes e qualificados. Isso é muito importante para viabilizar de fato essa retomada. O custo para capacitar funcionários e colocar as linhas de produção para operar a partir do zero é muito alto”, ponderou.

Mais informações para as indústrias Obter esclarecimentos sobre qual opção escolher é de grande importância para a indústria. Pensando nisso, o Sistema Findes oferece, por meio dos mais diversos sindicatos, eventos que contam com a participação de especialistas das áreas jurídica e trabalhista. “Os sindicatos e a Federação estão promovendo ações para informar os industriais capixabas. Em eventos destinados aos diversos setores de nossa economia, discutimos questões como acordos coletivos, reuniões com os sindicatos e direitos trabalhistas, entre outras. A ideia é sempre preservar a nossa força laboral qualificada. É melhor e traz menos custos manter esses trabalhadores do que requalificar todos os funcionários quando a crise passar. Nos sindicatos, as empresas encontram apoio jurídico, sabendo o que podem ou não fazer para manter suas atividades sem sustos e evitando mais encargos no futuro. Existe toda uma movimentação da Findes para apoiar as empresas neste momento difícil para a economia”, frisou Reggiani. Além disso, o Sistema Findes conta com o Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt), que foi criado para acompanhar as alterações da legislação trabalhista e sindical e as inovações que ocorrem nesse universo. “Temos debatido o tema, repassando adiante as informações filtradas, analisadas, comentadas e prontas para que as empresas Julho/Agosto 2015 • 319

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Gestão

possam se adequar à nova situação. Não podemos errar. É muito importante registrar que o Consurt conta com uma equipe qualificada que dá segurança e retaguarda. Nosso time é muito bom e muito experiente. Em Brasília, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), também o grupo de apoio às Relações do Trabalho e Desenvolvimento Social se supera a cada dia”, falou o presidente do conselho, Haroldo Olívio Marcellini Massa. Para ele, redução da jornada, home-office e lay off possuem seus pontos positivos e negativos, sendo necessário que o empreendedor ou gestor tenha completo conhecimento da situação econômico-financeira de sua empresa e do seu nicho de mercado para fazer a opção mais correta. “A eficácia, em tempos de crise tão grave como a que enfrentamos, passa pela dedicação austera ao gerenciamento dos custos e pela atenção às oportunidades. É relevante destacar que não é só a empresa que deve se dedicar a manter a produção e o emprego. A responsabilidade sempre será tripartite. Essa deve ser a crença”, falou. A oferta de ferramentas de informação é importante, mas para que elas tenham sucesso, é fundamental que haja interesse por parte dos industriais. É o que pensa Marcos Guerra. “O empresário precisa conhecer direitos e deveres do trabalhador e do empregador. Não adianta encolher a jornada se não houver uma perspectiva de melhora a curto prazo. Além disso, quando se tem uma diminuição de jornada, é preciso ter em mente que os demais setores da economia não param. Então, a sua empresa terá que ter estrutura para funcionar naquele período. Logo, não temos uma redução significativa na empresa, apenas uma medida paliativa. Os setores de logística, serviços, fornecedores, todos trabalham. E a gente precisa atender com qualidade”.

A opção das empresas capixabas Dadas as alternativas, haveria alguma que se encaixasse mais efetivamente na indústria do Espírito Santo? Para os empresários e dirigentes consultados, não há “receita de bolo” capaz de atender a todos, com mercados tão distintos. “Não parece possível apontar uma alternativa. Cada negócio,

O que é home office Traduzida literalmente, a expressão inglesa home office significa ”escritório em casa”. É possível trabalhar desta forma a partir de três tipos de arranjo: como autônomo (trabalhando por projetos avulsos); como dono ou sócio de uma empresa home based (que tem sua sede em uma residência); ou ainda como funcionário de uma empresa tradicional, desempenhando em casa, em tempo parcial ou total, tarefas atribuídas pelo empregador; é esta a modalidade referida no início da reportagem, também conhecida como teletrabalho.

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“A eficácia em tempos de crise passa pela dedicação austera ao gerenciamento dos custos e atenção às oportunidades” Haroldo Olívio Marcellini Massa, presidente do Consurt

cada segmento, cada empresa, deverá encontrar seu caminho. É uma opção individual. Uma indústria de fabricação seriada – porcas e parafusos, por exemplo – deveria parar um turno, dar férias coletivas, ou reduzir a jornada de trabalho? São muitas as variáveis. Antes de qualquer escolha, é preciso domínio absoluto da condição da empresa e do mercado. Da empresa,ainda é possível; já do mercado,não há perspectivas. Não há como, no momento, enxergar mais do que 180 dias à frente. A flexibilização passa por demanda de médio prazo, linha de produção e ponto de equilíbrio das contas”, explicou Massa. De acordo com ele, as demissões, que têm custo muito elevado, ainda podem ser a melhor decisão; contudo a competência e a qualificação do quadro de colaboradores não devem ser desmanteladas. “A experiência se renova a cada rodada, e o que valia ontem já não serve mais para hoje. São questões que têm recebido destaque em nossas reuniões do Consurt. De todas, a minha atenção se concentra fortemente na prevenção de acidentes, na qualificação dos trabalhadores e na remuneração por desempenho. Não atingiremos a maturidade sem uma obstinada busca da verdade, da credibilidade e da confiança”. Para o presidente do Conselho, essas são as molas mestras do bom resultado das negociações. O presidente da Findes, Marcos Guerra, afirma que o setor industrial capixaba cresceu muito, e a percepção sobre as relações e condições de trabalho está mais madura. “Isso é muito bom. Quando você fecha uma convenção coletiva, é preciso enxergar a longo prazo. Quando se faz uma concessão para o trabalhador, não é possível retirar depois. Logo, esse amadurecimento é necessário”, disse. Na avaliação do dirigente, mesmo neste momento, há oportunidades para os bons trabalhadores. As empresas estão revendo profissionais que não rendem o esperado e optam por aqueles de resultados mais eficazes. Para estes, sempre haverá espaço. A indústria precisa cortar custos para sobreviver, e um dos tópicos nessa questão passa pela redução de colaboradores ou pela adequação daqueles necessários. A opção final deve ser aquela mais alinhada às necessidades e à capacidade financeira de cada indústria.

Indústria Capixaba – Findes

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Metrologia é tema de seminário

Varejo capixaba celebra seu grande momento

Especialistas abordaram o monitoramento, a mensuração correta de processos e a importância da qualidade em um seminário realizado no dia 7 de julho, no auditório do Edifício Findes. Com o tema “Metrologia e Qualidade”, o evento apresentou ao público a modo de ampliar a competitividade por meio da medição adequada de produtos e processos, além de atender padrões de qualidade exigidos internacionalmente. O diretor de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro e membro do Comitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM), Humberto Siqueira Brand, palestrou sobre “A evolução da metrologia”; o pesquisadortecnologista em Metrologia e Qualidade no Inmetro e coordenador da Qualidade da Diretoria de Metrolodia Científica e Industrial - Dimci/Inmetro, Silvio Francisco dos Santos, tratou de “A importância de um sistema para a gestão da qualidade dos resultados”; e o diretor-geral da Underwriters Laboratories (UL) para a América Latina, Álvaro Medeiros de Faria Theisen, falou a respeito de “Metrologia, qualidade, acreditação e certificação como ferramentas para abertura de mercados”.

Atração mais aguardada do ano no setor supermercadista do Estado, a Super Feira Acaps PanShow aconteceu entre 7 e 9 de julho no Carapina Centro de Eventos, na Serra. Estima-se que a partir dela sejam movimentados até R$ 176 milhões em negócios nos próximos meses. Mais de 20 mil pessoas participaram do encontro, que é uma iniciativa da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e do Sindicato da Indústria de Panificação do Espírito Santo (Sindipães), com correalização do Sebrae, patrocínio de Sistema Findes, Garoto, Sincades e Gráfica Jep, além do copatrocínio do Sicoob. A 29ª edição teve mais de 200 expositores e contou com rodada de negócios com fornecedores de menor porte. “Por meio das rodadas organizadas pelo Sebrae, os expositores puderam vender seus produtos e serviços aos 15 maiores grupos de supermercados da região metropolitana, às 15 maiores cadeias de supermercados e mercearias do interior do Estado e às 15 maiores redes de panificadoras capixabas”, explicou o diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai.

Sincafé e Sebrae realizam Salão de Cafés Especiais Em uma parceria de sucesso, o Sincafé e o Sebrae-ES realizaram mais uma vez o o “6º Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo – Cafeteria Modelo” durante a “Super Acaps PanShow”, realizada entre 7 e 9 de julho, no Centro de Eventos Carapina, na Serra. O espaço foi novamente um dos destaques da feira, tendo uma cafeteria modelo para inspirar os donos de padarias e supermercados. O público pôde conhecer e degustar bebidas, além de ter à disposição baristas que distribuíram drinques à base de café. O Sebrae também trouxe a sua Padaria Conceito e o Polo de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em sua 29ª edição, a Super Acaps Panshow foi uma iniciativa da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e do Sindicato da Indústria de Panificação do Espírito Santo (Sindipães), movimentando 200 expositores ligados ao varejo, milhares de pessoas e milhões de reais em negócios.

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Sustentável Indústria por Gustavo Costa

Indústria focada no uso consciente da água

Com o incentivo de entidades e conselhos como o Consuma, reúso da água ganha força nas indústrias do Estado

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m plena crise hídrica, o Brasil segue em um cenário no qual a economia de água não é apenas aconselhável, mas também fundamental para que o país não corra o risco de parar. A indústria nacional consome atualmente cercada de 17% dos 2,3 milhões de litros retirados por segundo dos rios. Se por um lado é considerada uma das grandes consumidoras do precioso recurso natural, a atividade mostra que também faz a sua parte para poupá-lo e reaproveitá-lo. Segundo dados do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) do Sistema Findes e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 90% da água empregada por setores como os de máquinas e

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equipamentos, automóveis, siderurgia e têxtil são reutilizados. No Espírito Santo, a situação não é diferente. “A indústria capixaba vem, produzindo com responsabilidade e atenta ao momento delicado”, explicou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Segundo ele, a Federação das Indústrias, por meio do Consuma e do Conselho Temático de Energia (Conerg), incentiva toda a cadeia produtiva a adotar ações voltadas para o uso responsável e o reaproveitamento. Para o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa, a maior parte das grandes indústrias reutiliza e promove o tratamento da água gasta em seus processos. “A indústria não só a consome para diversas finalidades como também

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Distribuição geográfica da água

Com 85,5% da população brasileira e apresentando forte atividade industrial, as regiões Sudeste, Nordeste e Sul possuem somente 9% dos recursos hídricos do país. As regiões Centro-Oeste e Norte contam com apenas 13% da população do país, mas respondem por 89% das bacias hidrográficas disponíveis Fonte: Floresta Digital

procura devolvê-la para a natureza em volume e em condições ainda melhores do que as registradas no momento da captação. Mas quando se fala em reúso, não há uma regulamentação. Por isso, demos início no Consuma a um trabalho de conhecimento sobre o tema e sobre como esse procedimento pode ser aplicado para que uma empresa não sofra problemas futuros. Contamos inclusive com um especialista da CNI para tratar da questão hídrica. É bom lembrar que os melhores modelos são desenvolvidos por quem está sendo impactado por uma situação e precisa agir. Reúso de água é complexo, mas as indústrias têm se saído bem. A maioria tem estações de tratamento de água, ao contrário da agricultura, por exemplo, que utiliza a água bruta, sem tratamento. Muitos processos produtivos permitem o reúso, basta saber como fazer para se ter bons resultados”, disse ele. Um exemplo de boa gestão dos recursos hídricos pode ser observado na ArcelorMittal Tubarão, que explorou a sua localização privilegiada para implantar um projeto em que

“Reúso de água é complexo, mas as indústrias têm se saído bem. Muitos processos produtivos permitem o reúso, basta saber como fazer para ter bons resultados” Wilmar Barros Barbosa, presidente do Consuma

95% de toda a água utilizada pela usina vêm do mar. Após ser captada, ela circula por diferentes setores, resfriando equipamentos e retornando ao oceano, sem entrar em contato com nenhum material que represente risco ao meio ambiente. Somente 5% da água utilizada pela empresa são originários do sistema público de abastecimento. E mesmo esse volume de água doce é foco de um gerenciamento que tem como objetivo diminuir o uso e ampliar o reaproveitamento. A Estação de Tratamento de Água de Reúso possibilitou à ArcelorMittal Tubarão aumentar a sua produção para 7,5 milhões de toneladas de aço por ano, ao mesmo tempo que reduziu o volume utilizado de 900 m3/hora para 450 m3/hora. A mineradora Vale é outro bom exemplo. Lá, a queda do consumo e o reaproveitamento hídrivo alcançam 74%. Em um intervalo de 18 anos, entre 1996 e 2014, o gasto de água na companhia registrou uma diminuição mensal de 368.762 m3, montante suficiente para abastecer diariamente uma cidade como Viana. Mas esse resultado não é fruto do acaso. A empresa implantou dois sistemas de recuperação de águas industriais, que permitem tratar todo o efluente proveniente da pelotização. Se na década de 1990 produzir uma tonelada de pelota demandava 380 litros de água, atualmente essa operação é realizada com apenas 93 litros.

Atuação do Consuma Os temas ligados à área ambiental são tratados nas reuniões do Consuma, que acontecem na maioria das vezes mensalmente. O Conselho discute e propõe soluções e alternativas para os diversos assuntos, além de realizar eventos como o seminário promovido em junho – “Cenários para o Reúso de Água nas Indústrias do Espírito Santo” –, que envolveu o setor industrial e órgãos do Governo, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) e a Cesan. No módulo I, detalhado no dia 2 de junho, no Plenário da Findes, foi destaque a pauta “Bases Legais do Reúso”, Julho/Agosto 2015 • 319

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Sustentável Indústria

com palestras do advogado especialista Leonardo Estrela Borges, da Superintendência Jurídica da CNI, e dos engenheiros Luiz Cláudio Rodrigues e Dalton Ramaldes, da Cesan. Já no módulo II, no dia 24, no mesmo local, foram apresentados cinco casos de sucesso em reúso de água em indústrias do Espírito Santo, de Minas Gerais e de São Paulo, além de uma palestra da Agerh sobre o atual cenário da escassez hídrica no Estado. “Estamos acompanhando a evolução da problemática da escassez de água nas bacias hidrográficas estaduais – bem como as federais, não diretamente ligadas à supervisão do Estado”, explicou o presidente do Consuma. Para ele, mesmo com a seriedade do momento, o segmento industrial entende que deve analisar a crise como uma oportunidade ímpar para ver a totalidade do problema, atuando de forma tanto preventiva quanto corretiva. Na visão do secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rodrigo Júdice, o Conselho tem peso fundamental nas discussões que se referem ao consumo consciente. “Principalmente diante do quadro de escassez hídrica que estamos enfrentando desde o início do ano, a pior crise do Espírito Santo nos últimos 40 anos. Este é o momento de debatermos novas tecnologias, iniciativas e ações que contribuam para aumentar o índice de eficiência das indústrias. O Consuma da Findes tem pautado agendas importantes sobre o reúso dos recursos hídricos, como o seminário que discutiu alternativas de utilização racional, contribuindo para o esclarecimento dos participantes, com foco nos gestores empresariais. “A sustentabilidade é a questão mais importante do século, e os empresários têm papel fundamental para reverter a lógica da produção desassociada de um planejamento que proteja as futuras gerações”- Rodrigo Júdice, secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

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Mais importante é que os setores produtivos, que possuem responsabilidade social, segundo nossa Constituição Federal, participem dos fóruns de discussão, nacionais e estaduais, que debatem a gestão das águas, a capacidade dos nossos aquíferos, a recomposição florestal por meio de sistemas agroflorestais, entre outros temas, pois a sustentabilidade é a questão mais importante do século, e os empresários têm papel fundamental para reverter a lógica da produção desassociada de um planejamento sustentável, que proteja as futuras gerações”, falou. Para Júdice, garantir a segurança hídrica é um grande desafio, posto como prioridade no Planejamento Estratégico 2015/2018 do Governo do Estado. “Serão construídas 60 novas barragens, num investimento de R$ 60 milhões. As obras devem começar em 2016, com o objetivo de aumentar o volume de água reservada em 100 milhões de m³, distribuídos em barragens públicas e privadas por todo o Espírito Santo. Estamos cuidando também da qualidade dos nossos rios. A Agerh já deu início às discussões sobre os Planos de Bacia e Enquadramento em bacias hidrográficas importantes, como as dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória. Esses instrumentos são previstos pelas políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e são estratégicos para a gestão dos recursos hídricos”, destacou. O secretário ressaltou o fato de que, diferentemente do que ocorreu no começo de 2015, quando o Estado passou por um momento de escassez de chuvas, o período de estiagem normalmente ocorre de julho a setembro, com tendência a se intensificar a partir de agosto. “Não está afastada a necessidade de eventuais medidas de contenção. O importante é o cidadão consumir os recursos hídricos de forma consciente e que as indústrias aprimorem seus sistemas de reúso da água, pois o cenário de atenção, segundo a última resolução da Agerh, ainda está em vigor”. A parceria entre indústria e Executivo estadual foi inclusive estreitada na questão hídrica em janeiro, quando o governador Paulo Hartung recebeu no Palácio Anchieta representantes do Sistema Findes, e das federações da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio) e dos Transportes (Fetransportes), além do Movimento Empresarial ES em Ação. Na ocasião, Hartung pediu a cooperação e o apoio das instituições para que seja feito um trabalho que vai da conscientização contra o desperdício ao debate sobre os diversos usos da água. Os setores produtivos aceitaram o desafio e, por meio de planejamento e ações tanto pontuais quanto permanentes em seus processos, vêm alcançado resultados positivos para suas atividades e para a sociedade como um todo.

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Atualidade Indústria por Gustavo Costa

Mais competitividade para as indústrias capixabas Sancionada pelo governador Paulo Hartung, Lei nº 10.397 concede tratamento tributário diferenciado na aquisição de equipamentos

O

mês de julho foi marcado por uma boa notícia para as indústrias capixabas enquadradas no Simples Nacional. Desde o dia 20 daquele mês até 31 de dezembro de 2016, fica valendo o diferimento do diferencial de alíquota nas aquisições, inclusive importações, de máquinas e equipamentos. O diferimento é uma espécie de substituição tributária, em que existem uma postergação ou adiamento do pagamento do imposto e, ao mesmo tempo, a transferência da responsabilidade para a quitação desse encargo a um terceiro. A medida passou a vigorar com a sanção, pelo governador do Estado, Paulo Hartung, da Lei nº 10.397, que inclui os artigos 179-A e 179-B na Lei nº 7.000, de 27 de dezembro de 2001. Segundo o secretário de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, a Lei nº 10.397 tem o objetivo de contribuir para que as empresas possam investir em máquinas e

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equipamentos com recursos tecnológicos mais avançados e adequar suas instalações às exigências das legislações sanitária, trabalhista, de segurança do trabalho e de direitos do consumidor. “Ao colocá-la em vigor, o Executivo estadual possibilita o aumento da produção e a melhoria no ambiente de atendimento ao consumidor”, disse. Ele lembra, porém, que o artigo 179-B, que institui o diferimento na aquisição de máquinas e equipamentos para as indústrias optantes pelo Simples Nacional, destina-se apenas àquelas cujas entidades representativas tenham firmado Contrato de Competitividade com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento. O incentivo permite às organizações renovarem em seu parque fabril para o processo produtivo, uma vez que o custo na compra para esse propósito será menor, em razão do diferimento do ICMS. “Os Contratos de Competitividade concedem tratamento

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tributário diferenciado para empresas de 20 setores, sendo 17 do segmento industrial, contribuindo para aumentar a competitividade das companhias estabelecidas no Estado do Espírito Santo em relação às similares de outras regiões do país”, afirmou o secretário. O vice-presidente da Findes, Leonardo de Castro, diz que o investimento em novos equipamentos vai ficar mais barato. “Foi muito inteligente a ação do Governo Estadual ao retirar o imposto sobre o investimento para a indústria. Agora, as MPEs beneficiadas com o diferimento poderão renovar as suas máquinas e não terão que fazer o pagamento do ICMS de 10% à vista. O mesmo vale para equipamentos importados, que terão os 17% de ICMS diferidos. É muito significativo, principalmente para as MPEs, que não trabalham no regime de crédito e débito, ou seja, isso era custo direto, na veia”, explicou. Castro enfatiza ainda que a lei é fruto de um intenso trabalho feito pela Findes junto ao Executivo. “É uma bandeira antiga e importantíssima para as MPEs do Espírito Santo. Precisamos de dispositivos que ajudem o industrial a investir cada vez mais em equipamentos modernos e produtivos”.

Empresas mais competitivas Podendo adquirir a custo mais baixo novos equipamentos, com tecnologia mais avançada e maior eficiência na produção, as empresas do Estado ganham força no mercado, pois são capazes de fornecer produtos mais baratos e de melhor qualidade. “As empresas terão mais condições de competitividade, não tendo essa despesa na compra da máquina. Esse valor poderá fortalecer o capital de giro ou ainda ser direcionado a novos investimentos. Em um país que só fala em aumentar carga tributária, essa ação do Governo Estadual é muito positiva”, frisou Castro.

Setores industriais com Contratos de Competitividade em vigor 1. Açúcar 2. Água mineral 3. Aguardentes de cana-de-açúcar, melaço e outros 4. Argamassa e concreto não refratário 5. Café torrado e moído 6. Embalagem de material plástico, papel e papelão e de reciclagem plástica, papel e papelão 7. Gráficas 8. Metalmecânico

9. Moagem de calcário e mármores 10. Móveis seriados 11. Móveis sob encomenda 12. Perfumaria e cosméticos 13. Rações 14. Rochas ornamentais 15. Temperos e condimentos 16. Tintas e complementos 17. Vestuário

“Agora, as MPEs beneficiadas com o diferimento poderão renovar as suas máquinas e não terão que fazer o pagamento do ICMS de 10% à vista. O mesmo vale para equipamentos importados, que terão os 17% de ICMS diferidos” Leonardo de Castro, vice-presidente da Findes

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Sindipães), Luiz Carlos Azevedo, a Lei nº 10.397 é uma medida de incentivo e um exemplo de como a administração pública pode trabalhar lado a lado com o empresário para fazer a economia voltar a crescer. “Quando temos apoio, podemos fazer investimentos e manter a economia forte. Quase todo investimento tem como objetivo a expansão do negócio, e poder oferecer produtos e serviços que se destacam em relação aos concorrentes é um grande diferencial. Diante do cenário atual, em que os consumidores buscam economizar e estão com o poder aquisitivo limitado, oferecer um produto de qualidade por um preço acessível mantém satisfeito o público já conquistado e ainda abre a possibilidade de ganhar maior espaço em nosso concorrido mercado”, falou ele. Azevedo afirma que o Estado tem muitos exemplos de empresários, e principalmente os microempreendedores, que precisam modernizar suas instalações e setor de produção, mas enfrentam grandes limitações para investir. Na avaliação dele, a lei veio em boa hora para ajudá-los. “A missão do empreendedor já é difícil, pelos desafios que apresenta em sua essência, e a carga tributária e a burocracia em nosso país só tornam essa tarefa mais complicada. O diferimento do imposto devido representa uma redução no custo inicial do investimento que a empresa deve fazer e, com isso, incentiva que o empresário tome essa decisão. Apesar disso, continuamos precisando da reforma tributária e de apoio governamental para que possamos atravessar essa crise e aumentar nossa contribuição para o crescimento do Brasil”, disse. Leonardo de Castro reforça que a Findes, por meio de sua Diretoria para Assuntos Tributários, está à disposição dos industriais capixabas para qualquer tipo de questão ou dúvida, prestando todo o esclarecimento e o apoio necessário para o fortalecimento do setor. Julho/Agosto 2015 • 319

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Indicadores

ICEI AUMENTA, MAS A CONFIANÇA DO INDUSTRIAL PERMANECE BAIXA

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Índice de Confiança do Empresário Tabela 1 Índice de Confiança do Empresário Industrial Industrial (ICEI) do Espírito Santo, ICEI – Espírito Santo e Brasil pesquisa realizada pelo Sesi/Senai/ES, por meio de sua Gerência Executiva de Mar/15 Abr/15 Mai/15 Jun/15 Jul/15 Ago/15 Economia Criativa, e pelo Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Brasil 37,5 38,5 38,6 38,9 37,2 37,1 EspíritoSanto),sobacoordenaçãodaConfederação Espírito Santo 35,7 37,5 36,6 38,9 35,1 36,9 Nacional da Indústria (CNI), avançou em agosto de 2015, em relação ao mês anterior (+1,8 ponto), Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI tendo assim se reaproximado um pouco mais da linha divisória de 50 pontos (36,9 pontos).O acrésO ICEI da indústria brasileira apresentou ínfima cimo,terceiro não consecutivo no ano,foi impulsionado tanto pelo indicador de redução em agosto de 2015, em relação a julho condições da economia como pelo de expectativas, já que ambos se elevaram. (-0,1 ponto), e permaneceu praticamente estável, Na comparação de agosto de 2015 com agosto de 2014, quando estava em em patamar baixo (37,1 pontos), demonstrando a 46,7 pontos, o ICEI recuou 9,8 pontos. contínua falta de confiança do empresário.

Índice de Confiança do Empresário Industrial - ICEI ES (em pontos) 65 60 55 50 45 40 35 30

Gráfico 1

Média histórica - 55,1

36,9

nov/10

mai/11

nov/11

mai/12

nov/12

mai/13

fev/14

ago/14

Fonte e elaboração: Ideies/Sistema Findes/CNI A média histórica considera o período de fev/2010 a ago/2015

fev/15

ago/15

Esse resultado foi influenciado apenas pelo decréscimo no indicador de expectativas, tendo em vista que o indicador de condições atuais obteve crescimento. Frente a agosto de 2014 (46,5 pontos), o índice de confiança da indústria nacional caiu 9,4 pontos. O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais O indicador de condições atuais,apurado com base na percepção dos industriais capixabas em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, cresceu suavemente em agosto de 2015 em comparação ao mês anterior (+1,2 ponto), porém permaneceu na faixa inferior a 50 pontos (27,5 pontos).O aumento foi influenciado por dois dos três itens que integram o indicador: condições do Estado (+2,1 pontos) e condições da empresa (+1,8 ponto), já que o indicador de condições da economia decresceu (-1,0 ponto).

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Todos se mantiveram abaixo da linha divisória de 50 pontos: condições da economia (17,1 pontos),condições do Estado (22,8 pontos) e condições da empresa (31,3 pontos). Frente ao resultado de agosto de 2014, verificou-se significativo declínio no indicador de condições atuais (-11,1 pontos) e em todos os itens que o formam. A indústria brasileira registrou pequeno avanço no indicador de condições atuais em agosto de 2015, em rela-

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ção ao mês anterior (+0,5 ponto). Esse é o segundo avanço em 2015 do índice, que entretanto continua bem abaixo da linha divisória de 50 pontos (28,1 pontos). O aumento foi influenciado apenas por um dos dois itens que o compõem, “condições da empresa” (+1,0 ponto); já o item “condições da economia brasileira” amargou retrocesso (-0,3 ponto). Ambos permanecem na faixa inferior a 50 pontos. No confronto do resultado de agosto de 2015 com agosto de 2014, contatou-se significativa redução no indicador de condições atuais (-10,3 pontos), bem como nos dois itens que o compõem o referido indicador.

Indicador de Condições Atuais

Tabela 2

ESPÍRITO SANTO

BRASIL

Ago/14

Jul/15

Ago/15

Ago/14

Jul/15

Ago/15

38,6

26,3

27,5

38,4

27,6

28,1

Economia brasileira

28,3

18,1

17,1

31,1

19,4

19,1

Estado

33,6

20,7

22,8

-

-

-

Empresa

42,1

29,5

31,3

42,1

31,7

32,7

CONDIÇÕES ATUAIS ¹ Com relação a:

1 - Em comparação com os últimos seis meses Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

Percepção do Empresário Industrial: expectativas para os próximos seis meses Em agosto de 2015, melhoraram as Tabela 3 Indicador de Expectativas para os próximos seis meses expectativas dos industriais capixabas com relação aos próximos seis meses, pois o BRASIL ESPÍRITO SANTO indicador fechou com um suave aumento de 2,1 pontos frente ao mês anterior, Ago/14 Jul/15 Ago/15 Ago/14 Jul/15 Ago/15 mas se manteve abaixo da linha divisória de 50 pontos (41,6 pontos). Apenas um EXPECTATIVAS ² 50,9 39,5 41,6 50,6 42,0 41,5 dos três itens que integram o indicador Com relação a: avançou: expectativa em relação à empresa (+4,0 pontos). Apresentaram decréscimos Economia brasileira 39,2 29,2 28,4 41,9 32,9 31,3 as expectativas com relação à economia Estado 43,9 33,9 32,3 brasileira (-0,8 ponto) e com relação ao Empresa 55,3 43,4 47,4 54,9 46,7 46,6 Estado (-1,6 ponto). Todos permanecem posicionados abaixo da linha divisória de 50 2 - Para os próximos seis meses pontos: expectativa da economia brasileira Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI com 28,4 pontos; do Estado com 32,3 pontos; e da empresa com 47,4 pontos. Na comparação com agosto de expectativas: “com relação à economia brasileira” de 2014, observou-se redução de 9,3 pontos, influenciado por todos (-1,6 ponto) e “com relação à empresa” (-0,1 ponto), os itens formadores desse indicador. ficando assim ambos posicionados abaixo da linha O indicador de expectativas da indústria nacional decresceu divisória de 50 pontos. Agosto de 2015 em relação em agosto de 2015, se comparado ao mês anterior (-0,5 ponto), a agosto de 2014 demonstrou expressiva redução no continuando na faixa inferior a 50 pontos (41,5 pontos). Esse indicador de expectativa (-9,1 pontos), por influência resultado foi impactado pelos dois itens que formam o indicador relevante dos dois itens que o integram.

Notas - Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de companhia foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações: www.cni.org.br), e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010. - O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. - A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 95 empresas capixabas (26 pequenas, 44 médias e 25 de grande porte). Dessas, 23 empresas pertencem à indústria da construção.

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Fatos em Fotos

Luz, Câmera e Inspiração no Vitória Moda 2015 Criado para inserir o Espírito Santo no calendário da moda nacional, o Vitória Moda teve mais uma edição realizada entre 7 e 9 de julho, no Centro de Convenções de Vitória. Uma iniciativa do Sistema Findes, por meio de sua Câmara Setorial da Indústria do Vestuário e do Sebrae-ES, o evento trabalhou o tema “Luz, Câmera, Inspiração!” e recebeu cerca de 5 mil pessoas. Compradores de diversos estados conheceram as tendências para o verão de 109 expositores. O volume de negócios gerado na etapa business alcançou cerca de R$ 14 milhões. 1 – Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes; Leonardo David, maestro regente da Camerata Sesi; e Claudia Matarazzo, jornalista de moda e etiqueta, na abertura da feira 2 – Sebrae-ES, representado pelo diretor técnico, Benildo Denadai; e pelo diretor-superintendente, José Eugênio Vieira 3 – José Carlos Bergamin, discursou na abertura oficial, que aconteceu no Teatro do Sesi em Jardim da Penha 4 – Os proprietários da W.A. Roupas, Wallace e Denise Vieira 5 – Maria Antônia Denadai, do Sinprocim; e Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, vice-presidente da Findes e presidente da Sinconfec, visitam os estandes 6 – Marcos Guerra prestigiou expositores 7 – José Carlos Bergamin e Marcos Guerra visitam estandes durante o evento 8 – Hid Saib, fotógrafo capixaba, levou sua série “Universo Neon” para a feira 9 – O ator Thiago Martins desfilou para a marca Konyk

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Fotos 1,5,6,8 e 9: Elias Silva

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Skank agita Vitória com Show do Trabalhador Uma das principais bandas brasileiras animou Vitória na noite de 18 de julho. Os mineiros do Skank atraíram milhares de pessoas ao Ginásio Álvares Cabral, em mais uma edição do “Show do Trabalhador da Indústria Capixaba”. Representantes e funcionários de diversos setores cantaram sucessos como “Garota Nacional”, “Jackie Tequila”, “Acima do Sol”, “Resposta” e “Vamos Fugir”, entre outras. O diretor para Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin, em nome do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, falou sobre o grande momento de integração e celebração que o evento significa para os trabalhadores da indústria do Espírito Santo. 1 – O diretor para Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin, ao lado de Roberta Bergamin Rocha 2 – O diretor da Findes, Ricardo Barbosa; e os vice-presidentes da entidade, Manoel Pimenta e Leonardo de Castro 3 – A Orquestra Camerata Sesi começou a esquentando o público 4 – O superintendente corporativo do Sistema Findes, Marcelo Ferraz, ao lado do diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES, Luis Carlos de Souza Vieira, o vice-presidente da Findes, Benízio Lázaro; e os vice-presidentes institucionais da entidade em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento; e em Aracruz e região, João Baptista Depizzol Neto 5 – O superintendente do IEL-ES, Fábio Dias ao lado do diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai 6 – O elétrico Samuel Rosa anima a noite de sucessos

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Caso de Sucesso Indústria em Ação

João Depizzol Empresário da área gráfica prova que crise pode ser sinônimo de oportunidade

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iretor da Ingral Indústria Gráfica, João Baptista Depizzol Neto aprendeu desde cedo a importância de estar preparado para novos desafios. Décimo de 13 irmãos, desde criança trabalhou para ajudar a família, no município de Ibiraçu. Aos 15 anos, fez o curso de Mecânica Geral no Senai de João Neiva. Dois anos depois, estagiou na então Vale do Rio Doce e percebeu que gostava do ambiente industrial. “O meu sonho era um dia poder trabalhar na Vale ou na Aracruz Celulose, hoje Fibria, e, em 1983, consegui realizá-lo, quando esta última me contratou para trabalhar no setor de Suprimentos, no qual fiquei por 14 anos. Lá, obtive um grande aprendizado na área”, falou ele. No início da década de 1990, a companhia começou um processo de terceirização das atividades de apoio, e Depizzol enxergou a oportunidade de atender a algumas demandas da empresa. “Em 1991, o Sebrae fez um trabalho intenso de incentivo ao empreendedorismo em Ibiraçu, e participei de vários cursos voltados à criação de negócios. Passei então a visualizar oportunidades na área gráfica, pois em Ibiraçu e região havia uma grande demanda, e a Aracruz Celulose tinha dificuldade em encontrar fornecedores qualificados”, lembrou. Com o apoio do Sebrae no projeto de viabilidade e um financiamento do Bandes, em 1993 nasceu a Ingral, em sociedade de João com um primo. A empresa, segundo o empreendedor, iniciou suas atividades enfrentando muitos obstáculos, em uma área alugada de 60 m², com equipamentos modestos, inexperiência administrativa, dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e falta de capital para novos investimentos.

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“O cenário econômico era muito desfavorável, com a inflação fora de controle, e nessa época eu ainda trabalhava na Aracruz Celulose, o que não me permitia a devida dedicação à Ingral. Mesmo com tantas dificuldades, sempre acreditei no potencial da gráfica. Quatro anos depois, ainda sem o retorno do investimento, pedi demissão da Aracruz para trabalhar em tempo integral na minha própria empresa”, enfatizou. Com formação técnica em Mecânica e em Contabilidade, Depizzol é casado e tem três filhos. Hoje liderando 38 funcionários, o empresário ressalta que é fundamental estar atualizado e preparado para atender aos mais diversos tipos de clientes. “Costumo sempre dizer que quem não acompanhar, participar ativamente de cursos, feiras e do associativismo, além de estar atento às novidades, corre o risco de sair do jogo. Participando ativamente do mercado, do sindicato e de feiras, e buscando estar antenado com as novidades, você percebe que nada está tão distante que não possa ser alcançado e que o aprendizado é sempre enriquecedor. Destaco também a importância da minha família. Minha esposa e dois dos meus filhos trabalham comigo”. E para conquistar os clientes, ele buscou oferecer uma ampla gama de produtos impressos em papel, desde simples blocos até revistas e catálogos mais sofisticados. Reconhecida em seu setor, a empresa ganhou, no Prêmio Padre José de Anchieta 2015, troféus nas categorias Cardápio, Informativo, Envelope, Caixa e Catálogo. Toda essa trajetória começou e permanece por conta de João Depizzol, que ignorou as dificuldades e fez do empreendedorismo a sua marca.

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Artigo

Foco, trabalho em equipe e disciplina para voltar a crescer

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momento atual é de instabilidade política e econômica em âmbito nacional. O baixo crescimento do país, a pressão inflacionária, o aumento do desemprego, a volatilidade do câmbio e as manifestações populares país afora são eventos que devem chamar a atenção para a urgente necessidade de se renovar a pauta e o modo de operação da política nacional. No Espírito Santo, a situação não é muito diferente. Somada aos desafios do cenário nacional, a situação se agrava devido à crise fiscal que se instaurou no Estado nos últimos anos, resultando na restrição considerável de recursos próprios para investimentos. Desse modo, tem-se de um lado a necessidade de um grande esforço de austeridade financeira, no sentido da redução de gastos públicos e na equalização da receita estadual e das despesas. Por outro, há uma sociedade que vai às ruas reivindicar seus direitos e clamar por ética e responsabilidade administrativa das instituições e dos atores políticos. Nesse contexto, mais do que nunca, é preciso saber onde se está, aonde se quer chegar e como caminhar. Planejar para entregar mais resultados à sociedade, com menos recursos disponíveis. Isso não quer dizer, somente, cortar custos; significa racionalizar processos, melhorar a gestão do Estado e, fundamentalmente, fazer as escolhas certas daquilo que é mais importante, que não pode deixar de ser feito para alcançar os resultados que a sociedade precisa e espera do Governo. Além de saber escolher, é preciso manter firme o curso nas ações definidas como prioritárias, pois a pressão do dia a dia e a

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multiplicidade de interesses relacionados à ação do Governo tendem à dispersão de recursos. A inovação, gerencial e tecnológica, é um dos ingredientes principais para se reduzir desperdícios, alavancar recursos, ou mesmo ampliar o desempenho das entidades e instituições públicas. O Governo do Espírito Santo realizou o Seminário de Planejamento Estratégico, em março, no qual foram debatidas as prioridades para os próximos quatro anos, com uma inovação importante: o debate e a identificação dos principais atores relevantes para corroborar a atuação do Executivo estadual e a elaboração de estratégias de interação com os atores selecionados, que deverão orientar as ações dos secretários e de suas equipes nos próximos anos. Em seguida, foi editado o documento “Orientações Estratégicas do Governo do Espírito Santo para o período 2015-2018”. Trata-se da consolidação dos grandes valores, princípios, desafios, diretrizes e prioridades para o Estado, com vistas a qualificar os serviços públicos e a produzir os melhores resultados para a sociedade. Como nos ensina Peter Drucker, é preciso trabalhar duro para fazer acontecer o plano estratégico. Nesse sentido, estabelecemos um Escritório de Gestão de Projetos Estratégicos, com o propósito de promover o gerenciamento intensivo das prioridades e transformar em realidade o plano estabelecido. Com foco, trabalho em equipe e disciplina na execução, estamos colocando o Espírito Santo novamente no rumo do desenvolvimento sustentável, com inclusão social.

Regis Mattos Teixeira é secretário de Estado de Economia e Planejamento

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