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Revista do

A Revista do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo • Set/Out/Nov • Ano 2 • Nº 7

A FORÇA DA MEC SHOW

Feira do setor metalmecânico movimenta mais de R$ 50 milhões em negócios

Saúde e segurança As novidades da Semana Prevenir Gestão Carga tributária: é possível aliviar esse peso

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Editorial

Uma feira de sucesso

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m quadro menos nebuloso e mais acalentador, com taxas e indicadores apontando para uma retomada da economia, mesmo que ainda em busca da consolidação, mostra que o caminho para a volta do crescimento é longo. Embora vá aos poucos se descolando do pesado panorama político, o cenário econômico nacional permanece delicado, sujeito a graves intempéries, o que exige do empresário atenção máxima em todas as frentes relacionadas à condução e à operação de seus empreendimentos. Nessa realidade desafiadora, a inovação tecnológica é a aposta do nosso setor e, obviamente, o eixo principal que movimenta o maior evento da área, a Mec Show. Em sua 10ª edição, o encontro reuniu em três dias 12 mil visitantes e 150 empresas e marcas. Confira na nossa matéria de capa todos os detalhes da feira. Nesta edição da Revista do Sindifer, destacamos também outro evento que vai mobilizar o segmento. É a Semana Prevenir, que traz uma série de atividades voltadas ao bem-estar e à proteção do trabalhador. Circuito de corrida e caminhada, palestras, atendimento ao público, rodada de negócios e entrega de prêmios às iniciativas que se sobressaíram são alguns dos atrativos da programação, que ocorrerá entre 26 de novembro e 2 de dezembro. No âmbito da gestão, trazemos uma reportagem sobre uma ferramenta indispensável em um país com alta carga de impostos: a governança tributária. Se o nome ainda não lhe soa familiar, é bom ir se acostumando, pois trata-se de um instrumento capaz de evitar autuações e elevar a lucratividade. Sim, é possível aliviar o peso desses encargos nos ombros (e na folha) de quem empreende. Leia e avalie a melhor maneira de adaptar-se a esse contexto. Ainda no campo tributário, mostramos as mudanças trazidas com o projeto de convalidação dos incentivos fiscais recentemente aprovado no Congresso. As novas regras facilitam as decisões. Não será preciso que um estado obtenha concordância unânime de todos os membros do Confaz para oferecer o estímulo, fundamental para a atração de empresas e a geração de empregos. Veja o que muda. Boa leitura.

Lúcio Dalla Bernardina Presidente do Sindifer

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Notícias Expediente

PRESIDENTE

Luis Soares Cordeiro

Lúcio Dalla Bernardina

Luiz Alberto de Souza Carvalho Luiz Henrique Pessanha de Sousa

DIRETORIA Antônio Ermelindo Ribeiro Falcão de Almeida Antonio Prando Antonio Carlos J. Macedo Bruno Carlesso

Manoel de Souza Pimenta Neto Marcos Antonio Pilloti Marilza Sarmenghi Milena Soares Matheus Pêsso da Silveira

Cesar Daher Carneiro

Paulo José Garayp

Cristiana Scelza Daives Carlo de Souza Alvarenga

Paulo Caetano

Darcy Rodrigues Filho

Rusdelon Rodrigues de Paula

Eliane Gomes

Vicente Bezerra

Etore Selvatici Cavallieri Eugênio José Faria da Fonseca

EQUIPE

Fausto Frizzera Borges

Breno Carneiro de Rezende Brotto

Gilmar José Marchesi

(27) 3225-8457 | breno@sindiferes.com.br

Gilmar Luis Delatorri Leite Gilson Pereira Haroldo Olívio Marcellini Massa Jacqueline Donateli Simões João Marcos Dell Pupo Jonas Altoé

Gerlane Delpupo (28) 3521-4035 | sindifersul@sindiferes.com.br Jonathan Aguiar da Silva (27) 3225-8457 | jonathan@sindiferes.com.br Mariana Pin (27) 3264-0734 | sindifernorte@sindiferes.com.br

José Augusto Folleto

Rita de Cassia Dillem

José Emilio Brandão Leonardo Jordão Cereza

(27) 3225-8457 | rita@sindiferes.com.br

Lucio Dalla Bernardina

Dr. Odair Nossa Sant’Ana

Luciana Soares

(27) 3225-8457 | juridico@sindiferes.com.br

SEDE Rua Dr. Juiz Alexandre Martins de Castro Filho, 180 Ed. Cesar Daher Carneiro, Santa Luíza - Vitória/ES Cep: 29045-410 - Telefones: 27 3225-8457 | 27 3225-8821 E-mail: sindiferes@sindiferes.com.br

LINHARES Av. Filogônio Peixoto, nº 396, Aviso, Linhares/ES – 29901-290 Telefone: 27 3264-0734 E-mail: sindifernorte@sindiferes.com.br

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Av. Domingos Alcino Dadalto, s/n, Monte Cristo, Cachoeiro de Itapemirim/ES - 29312-200 Telefone: 28 3521-4035 E-mail: sindifersul@sindiferes.com.br

Uma empresa do Grupo Next Editorial Diretor: Mário Fernando Souza

Apoio: Mara Cimero

Gerente Editorial: Letícia Vieira

Fotografia: Jackson Gonçalves, Fotos cedidas e arquivos Next Editorial

Gerente de Produto: Elisângela Egert Textos: Aline Pagoto, Ivy Coutinho, Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa, Luciene Araujo e Weber Caldas Editoração: Hobberson Miranda e Michel Sabarense

Copidesque: Márcia Rodrigues Colaboraram nesta edição: Fabio Brasileiro, Alessandra Lambert e Sergio Rogerio de Castro

Contato: Av. Paulino Müller, 795, Jucutuquara – Vitória/ES CEP 29040-715 Telefax: (27) 2123-6500 redacao@lineapublicacoes.com.br www.lineapublicacoes.com.br

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SUMÁRIO

Enquanto a recuperação da economia ainda patina, a 10ª Feira de Metalmecânica foca a inovação como mola propulsora do setor. Em julho, quem foi ao evento pôde conferir os lançamentos de 150 expositores. A expectativa é de concretizar mais de R$ 50 milhões em negócios em 12 meses.

Incentivos fiscais: um estímulo ao emprego A convalidação das isenções fiscais foi aprovada no Congresso. Já não é mais necessária a unanimidade no Confaz para estados concederem o estímulo: basta anuência de dois terços dos membros. Atração de empregos e empresas é uma das vantagens esperadas com as novas regras.

SAÚDE E SEGURANÇA| 54

ESPECIAL | 08

CAPA

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O sucesso da Mec Show: R$ 50 milhões em negócios

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Fabio Brasileiro

Série de programações vai trazer atividades voltadas ao bem-estar e à segurança dos profissionais, no ambiente de trabalho e fora dele. Evento, que acontece entre 26 de novembro e de 2 de dezembro, também contemplará as melhores iniciativas com o Prêmio Sesi Prevenir.

Reforma trabalhista, verdades e utopias

O líder de hoje 12

Semana Prevenir vem aí

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Alessandra Lamberti e Mariana Barbosa

Escola de Associativismo, apoie essa ideia 52

Sergio de Castro

Fuja da teia tributária

Veja como a governança tributária pode ajudar sua empresa a prevenir autuações e até elevar a lucratividade, recuperando valores de impostos já pagos acima do exigido. Em tempos de tributos que superam a casa de R$ 1 tri só este ano, ferramenta se torna mais que necessária.

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Especial Por Luciene Araújo

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Incentivos fiscais têm novas regras, mais justas e transparentes Temer sanciona lei do Senado que dá fim à guerra fiscal entre estados

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cenário econômico ainda é bastante desafiador, mas não se pode negar que a economia reuniu força suficiente para manter certo descolamento da crise política e começa a apresentar sinais de recuperação. O desafio atual é melhorar o ambiente de negócios e estimular investimentos. Mas, para estruturar esses pontos, cruciais ao desenvolvimento econômico, é fundamental que haja segurança jurídica. E foi justamente nesse contexto que se reacendeu o debate sobre a convalidação dos incentivos fiscais. Tirou-se o Projeto de Lei Complementar 54/2015 da gaveta e garantiu-se que o processo caminhasse a passos largos até a aprovação final. Sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB) e publicada no último dia 8 de agosto no Diário Oficial da União, a Lei Complementar nº 160/2017 convalida os incentivos fiscais relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), concedidos ao longo dos anos pelos estados em desacordo com a legislação vigente, com o objetivo de atrair empresas – especialmente indústrias – para gerar empregos e crescimento econômico. Essa competição por investimentos ficou conhecida como “guerra fiscal”. O texto aprovado, que teve como relator o senador capixaba Ricardo Ferraço e como principal justificativa acabar com as disputas entre as unidades da federação, cria regras claras para a extinção gradual dos benefícios já existentes, bem como para a implementação de novos incentivos – agora, conformes as leis e dentro de parâmetros mais igualitários. A proposta, originalmente encaminhada no início de 2015 para a Câmara Federal, passou por modificações nas mãos dos deputados, que a aprovaram na forma de um substitutivo, posteriormente alterado novamente no Senado e, finalmente deliberado pelo Plenário da Casa com uma regra de transição que dá uma vida longa para que os setores atacadista e de

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Especial

comércio exterior (os maiores beneficiados) possam se reestruturar: cinco anos para encerrar o incentivo, mantido o valor integral do benefício até o fim. De acordo com o senador Ricardo Ferraço, as mudanças que haviam sido feitas na Câmara prejudicavam as empresas instaladas no Espirito Santo, pois acrescentavam uma redução gradual dos benefícios de tal forma que, já no segundo ano, perderiam 20%. Isso, diz ele, poderia gerar uma migração em massa dessas empresas para outros estados, o que ameaçaria, só no setor atacadista, mais de 30 mil empregos. O texto aprovado no Senado garante a manutenção dessas empresas e empregos no Espírito Santo. “A regularização dos incentivos fiscais já existentes em todos os estados e uma política de normas que regulem com transparência novos benefícios são importantíssimas, pois isso resolve a ‘guerra fiscal’, dá segurança jurídica aos estados e os coloca dentro da Constituição”, destacou o senador. NOVAS REGRAS A atualização da lei, já sancionada, determina prazos específicos para a concessão de novos incentivos fiscais e para a extinção daqueles que já vigoravam contrariando regras legais. Esses prazos variam de acordo com o setor de negócios beneficiado. Além disso, torna desnecessária a concordância unânime de todos os membros do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para que um estado conceda um incentivo fiscal, bastando apenas o voto favorável no Confaz de um mínimo de 2/3 dos estados e 1/3 dos estados integrantes de cada uma das cinco regiões do país. A política de incentivos fiscais foi fundamental para atrair e consolidar arranjos econômicos que geram empregos, oportunidades e desenvolvimento para diversas regiões do Espírito Santo. “Podemos citar a chegada da WEG, da Marcopolo, da Oxford, da Arezzo. Todos esses empreendimentos geram empregos e renda para a população e receita para o governo. Se considerarmos somente o exemplo de dois dos nossos arranjos econômicos incentivados – o Fundap e o comercial

“Temos que estar preparados para o fim da transição, atuando com foco na melhoria: das práticas de gestão das empresas, da qualificação profissional dos capixabas, dos mecanismos de infraestrututura e das ações para desburocratizar o dia a dia dos empreendedores” – José Eduardo Faria de Azevedo, secretário de Estado do Desenvolvimento

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PRAZO DE VIGÊNCIA DOS NOVOS BENEFÍCIOS ATÉ 15 ANOS – Agropecuária, indústria, infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano. ATÉ 8 ANOS – Atividades portuária e aeroportuária vinculadas ao comércio exterior, incluindo operação praticada pelo contribuinte importador. ATÉ 5 ANOS – Manutenção e incremento de atividades comerciais, desde que o benefício seja para o real remetente da mercadoria. ATÉ 3 ANOS – Operações e prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in natura. ATÉ UM ANO – Demais setores. Fonte: PLS 130/2014 – Complementar e SDC 5/2017

atacadista –, eles geraram R$ 1,2 bilhão de arrecadação de ICMS em 2016.” Ferraço destacou ainda que isso equivale a seis vezes a capacidade de investimento com recursos próprios do Governo do Estado, em todos os municípios e em todas as áreas. “Somente o setor atacadista reúne cerca de 700 empresas e 30 mil empregos e gera aproximadamente R$ 750 milhões de ICMS todos os anos. Por isso a importância da aprovação desse projeto, do qual fui relator: garantimos a sobrevida desses instrumentos, que são de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e social do Espírito Santo. Ao manter os incentivos para o comércio, para o setor atacadista e para a indústria, estamos mantendo 150 mil empregos para o nosso Estado.” ATRATIVOS Forte diferencial competitivo, a adoção de políticas de incentivos fiscais que garantam redução de impostos ou mesmo isenção para empresas de determinados segmentos é bastante comum. Essas ofertas, que desoneram de forma significativa os custos das empresas beneficiadas, mais que uma excelente oportunidade, podem se configurar como fator determinante na decisão do investidor sobre o local de instalação da nova empresa. E justamente em consequência de incentivos fiscais atraentes, diversas empresas passaram a desenvolver suas atividades econômicas em estados pouco industrializados, pois eles permitem que um maior volume de recursos seja direcionado para viabilizar tanto as instalações quanto as operações empresariais. Diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Aroldo Natal Silva Filho reforça que a convalidação dos incentivos fiscais aprovada levará as empresas que atuam no Estado do Espírito Santo a permanecer em terras capixabas. “Com isso, teremos a garantia da manutenção dos empregos existentes e da arrecadação do Estado.

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Além disso, poderemos trabalhar para que outras empresas aqui se instalem, o que aumentará o nível de empregos e, consequentemente, nossa renda.” SEGURANÇA E TRANSPARÊNCIA O secretário de Estado da Fazenda, Bruno Funchal, que contribuiu para a elaboração do texto da nova lei, classificou sua sanção como boa notícia. “A convalidação vai conferir legalidade e segurança jurídica aos contratos já firmados”, destaca, esclarecendo que a arrecadação estadual poderia ser duramente afetada caso não houvesse a convalidação: “Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal tem diversos pedidos de inconstitucionalidade de incentivos fiscais para analisar. Isso gerava insegurança jurídica para as empresas, já que, de uma hora para outra, poderiam ver os incentivos cancelados instantaneamente.” Funchal também sublinhou a importância da regra de transição para a eliminação dos incentivos. “Em 15 anos, benefícios para a indústria serão cessados; em oito anos, no caso das empresas do comércio exterior; e em cinco anos, para o setor atacadista. No médio e no longo prazo, podemos trabalhar formas de compensar a extinção dos benefícios, deixando o Estado mais atrativo para as empresas”, afirma. O secretário faz questão de frisar, no entanto, que o Espírito Santo se coloca bem à frente dos concorrentes, em termos de competitividade. Além de estar bem posicionado geograficamente, os investimentos em infraestrutura e logística em execução, portos, aeroporto, ferrovias e rodovias, preparam o Estado para atrair novos negócios com o fim da guerra fiscal. “Nesse sentido, nosso governo trabalha com uma agenda de desburocratização, de simplificação e de melhoria do ambiente de negócios, bem como investe na qualificação da mão de obra. Tudo isso é levado em consideração na hora em que uma empresa decide onde vai se instalar.” Por fim, observa, em uma ação coordenada, todos os estados terão que obedecer aos mesmos prazos para cessar os incentivos.

TRANSPARÊNCIA De acordo com dispositivos inseridos pela Câmara e confirmados pelo Senado, todos os incentivos fiscais em vigor na data de sanção da nova lei deverão ser validados pelo Confaz num prazo de 180 dias e ficarão disponíveis para consulta pública no Portal Nacional da Transparência Tributária. Os estados que concederem incentivos fiscais em desacordo com as regras estabelecidas ficarão sujeitos a sanções como a interrupção de transferências voluntárias de outros entes da federação e a proibição de contratar operações de crédito. Essas punições serão aplicadas caso o governo de outro estado apresente uma denúncia que seja aceita pelo Ministério da Fazenda.

“Nosso governo trabalha com uma agenda de desburocratização, de simplificação e de melhoria do ambiente de negócios, bem como investe na qualificação da mão de obra. Tudo isso é levado em consideração na hora em que uma empresa decide onde vai se instalar” Bruno Funchal, secretário de Estado da Fazenda

“Além disso, o projeto de lei aprovado também visa a aumentar a transparência dos incentivos concedidos, que vão ficar disponíveis para consulta no site do Confaz”. TRANSIÇÃO PLANEJADA O estabelecimento de prazos para a extinção dos programas de incentivo ao desenvolvimento existentes no país também é destacado pelo secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo: “O nosso esforço agora é fortalecer esse trabalho conjunto, que envolve poder público, iniciativa privada e instituições, para manter nossa agenda de desenvolvimento, ampliando a competitividade do Espírito Santo. Temos de estar preparados para o fim da transição, atuando com foco na melhoria: das práticas de gestão das empresas, da qualificação profissional dos capixabas, dos mecanismos de infraestrutura e das ações para desburocratizar o dia a dia dos empreendedores”. O diretor-presidente do Bandes integra a lista dos defensores das políticas de desenvolvimento, por meio das quais o Estado propicie vantagens às empresas que aqui se instalem. “Somos um país continental e, com a política tributária atual, temos uma desigualdade brutal entre os estados. Portanto, entendo ser necessário criar atrativos para que essa desigualdade seja compensada. Afinal, quando essas empresas fazem a opção de vir para cá, elas precisam ver algum atrativo, assim como o Estado também precisa aumentar sua arrecadação. Caso não tivéssemos esses incentivos, tais empresas não estariam aqui hoje, gerando renda e empregos.” Aroldo Natal chama a atenção dos que ainda são contra as políticas de incentivos fiscais. “Para essas pessoas, vale a máxima: ‘100% de nada é nada’. Com a convalidação, penso que mais empresas poderão vir para o Espírito Santo, atuando em vários segmentos, tais como atacadista, comércio exterior, indústrias, entre outras. Nosso Estado sempre primou por conceder incentivos que fossem importantes para o desenvolvimento local, e as regras sempre foram absolutamente claras. Tenho certeza de que o Estado continuará atuando nessa mesma linha, em que a transparência e a responsabilidade ditarão o rumo da política de desenvolvimento. É nisso que o governo tem pautado sua atuação e dado exemplo para o país.”

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Artigo

Fabio Brasileiro é diretor de Logística da Vale

O líder de hoje

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m tempo de mudanças constantes dentro e fora das organizações, o papel do líder na condução das empresas é cada vez mais estratégico e decisivo para o sucesso dos negócios e para a construção de um legado para a sociedade. A principal função de um líder é inspirar as pessoas a despertarem os seus próprios talentos e habilidades e, com isso, incentivá-las a crescer e a evoluir tanto profissional quando pessoalmente. É mostrar que, sim, é possível crescer, se desenvolver, alcançar os seus sonhos e realizar os seus objetivos, sempre de forma transparente, ética, humana, respeitosa e inspiradora. Para isso, é importante respeitar, saber ouvir, ter empatia e humildade para aprender com o outro. Essas, entre tantas outras, são algumas das habilidades indispensáveis a um verdadeiro líder. O papel do líder para o liderado deve perpassar pelo exemplo, pela coerência entre o falar e o agir, pelo respeitar e ouvir os diversos pontos de vista dos seus liderados e ajudar as pessoas a alcançar sempre os melhores resultados. Não menos importante é ser transparente e demonstrar interesse e respeito genuíno pela individualidade de cada um. O grande desafio para os líderes é continuar evoluindo e desenvolvendo essas habilidades, o que significa nunca

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perder a capacidade de aprender com o outro e de se comunicar com os seus liderados de forma cada vez mais eficaz e próxima. Todo líder deve ter em mente que o sucesso é fruto de trabalho coletivo e que o reconhecimento é consequência de equipes engajadas e comprometidas, que buscam ir além e deixar um legado positivo não só para a empresa, mas também para a sociedade como um todo. Para alcançar isso, é necessário imprimir um estilo de liderança que envolva os liderados e que se baseie na simplicidade, na confiança e na capacidade de realização de cada um. É preciso ter propósito e objetivos claros. É primordial acreditar na capacidade criativa das pessoas, oferecendo condições para que elas possam se desenvolver e se sentirem realizadas. Dessa forma, teremos indivíduos mais engajados e, consequentemente, mais realizados no trabalho e na vida pessoal. Não é tarefa fácil. Por isso um líder deve ser movido por desafios diários e pela possibilidade de contribuir e de fazer a diferença na vida das pessoas e da empresa que representa. Um líder preparado e comprometido com sua missão tem a oportunidade de deixar um legado positivo, com oportunidades melhores para as atuais e futuras gerações.

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Especial Por Gustavo Costa

Mec Show: feira otimiza novos negรณcios 14

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Pautada pela inovação, edição 2017 marca a retomada do crescimento do setor metalmecânico

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m sucesso. Foi assim que o presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina, se referiu à 10ª edição da Mec Show, Feira da Metalmecânica + Inovação Industrial, que movimentou cerca de 12 mil pessoas e apresentou as novidades de 150 marcas e empresas. Já consolidada no calendário estadual e nacional, a feira, que serve como vitrine para o setor metalmecânico do Espírito Santo, aconteceu entre 18 e 20 de julho, no Carapina Centro de Eventos, na Serra. Mais de R$ 50 milhões em negócios estão previstos para os próximos 12 meses, a partir de conversas iniciadas na Mec Show. O evento é uma promoção do Sindifer e do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), com realização da Milanez & Milaneze e correalização do Sebrae-ES. Segundo Bernardina, o evento teve como foco a tecnologia. “Trabalhamos este ano o conceito de inovação e como isso pode alavancar bons negócios. Foram três dias de integração, negociações e grandes ideias. Independentemente do cenário de crise, estamos percebendo que a economia este ano começou a se descolar da instabilidade política. Os indicadores estão melhorando: a inflação caindo e a taxa básica de juros deve fechar o ano em torno de 8%. E tudo que acontece na economia tem impacto no nosso segmento. Esperamos um segundo semestre de crescimento tímido mas que, ainda assim, representa uma esperada retomada”, destacou. A abertura da Mec Show registrou a presença de muitas autoridades e gestores de várias esferas. Representantes

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Especial

“Trabalhamos este ano o conceito de inovação e como isso pode alavancar bons negócios” Lúcio Dalla Bernardina, presidente do Sindifer

do Sistema Findes, Abimaq, Abimei, ABM, Instituto Aço Brasil, ISA-ES, Fórum Capixaba de Petróleo e Gás e Governo do Estado do Espírito Santo participaram da cerimônia. O governador Paulo Hartung lembrou que a feira mostra a força do Estado e sinaliza um momento de novo fôlego para a economia. “Temos que aproveitar este primeiro momento de reação da economia e termos força e energia para assumirmos uma liderança coletiva no país. Precisamos continuar o processo de reformas modernizadoras necessárias para recuperarmos a competitividade”, disse. Já o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, foi o moderador da II Conferência e Encontro de Negócios do Setor de Petróleo do Sul e Sudeste do Brasil (Petrosul), que aconteceu no auditório principal do espaço. A reunião foi idealizada com o objetivo de promover o encontro de redes petros nacionais, com apresentação de palestrantes internacionais. A Mec Show sediou também o Encontro Tecnológico, com as demandas mapeadas pela Petrobras e que repre-

sentam oportunidades de negócios para pequenas empresas capixabas. O encontro é fruto de uma parceria entre o Sebrae-ES, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás e a Petrobras. O Sebrae também promoveu as Rodadas de Negócios, que sempre dão ensejo a negociar diretamente com os setores de compras das grandes empresas do Estado. Já o Seminário e Exposição de Instrumentação, Sistemas, Elétrica e Automação, o Isa Show ES, chegou à sua 16ª edição oferecendo conhecimento e sinergias capazes de fortalecer ainda mais o setor de automação no Estado. A programação contou com minicursos, exposição de empresas e apresentação de trabalhos técnicos voltados para profissionais da indústria.

“A tecnologia é fundamental para empresas de todos os setores hoje, e quando se fala nas indústrias do segmento metalmecânico, a demanda é muito grande por inovação e soluções que reduzam custos e otimizem processos”

Luciano Raizer Moura, presidente do Sindinfo

Empresas receberam clientes e parceiros nos estandes

Vitrine: equipamentos chamaram a atenção do público

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SINDIFER HOMENAGEIA PRIMEIROS ASSOCIADOS A 10ª edição da Mec Show foi encerrada com uma grande homenagem aos muitos empresários que atuaram para fortalecer o setor metalmecânico ao longo dos anos. “Temos uma cerimônia de premiação todos os anos, com algumas empresas que prestaram ou prestam algum serviço para nosso sindicato sendo lembradas. Mas, neste ano, resolvemos fazer algo diferente: homenagear os associados mais antigos do Sindifer. Aqueles que iniciaram todo esse trabalho. Esses homenageados contribuíram para que a feira surgisse e se transformasse nesse sucesso”, disse o presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina.

ILHA DA INOVAÇÃO As novas tendências de mercado e a tecnologia foram temas debatidas no estande chamado Ilha da Inovação, que trouxe atividades como as apresentações de casos de sucesso ligados à indústria 4.0. A segunda edição desse espaço tecnológico contou com um ambiente inédito para a exposição de protótipos e simuladores interativos. A Ilha teve sua área ampliada, aproximou os visitantes e permitiu que conhecessem na prática a funcionalidade de uma indústria cada vez mais pautada pelo avanço tecnológico.

Mais eficiência e menos custos nas tecnologias apresentadas no evento

Daniel Freitas, da Insfor, falou das soluções criadas no campo da robótica, enquanto Yago Barbosa, capitão da equipe Warrior, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), explicou o modo de funcionamento da construção de robôs de combate e como essa tecnologia pode beneficiar a indústria. “Essa atividade trabalha com a evolução da robótica. O nosso robô General já foi campeão em uma competição internacional, vencendo equipes de diversas universidades. Isso mostra que temos muitos talentos, mas muitos precisam sair do país, pela falta de incentivo e pelos altos impostos, que dificultam até o acesso às peças. É preciso que o país desperte para a importância de incentivar competições na área da robótica e a produção tecnológica. Isso cria profissionais melhores e desenvolve a indústria. Hoje, a nossa equipe tem um desafio lúdico, mas isso é muito importante para os engenheiros, que após saírem da faculdade precisarão resolver problemas no seu dia a dia e apresentar soluções”, disse Barbosa. O presidente do Cdmec, Durval Vieira, esteve na Ilha da Inovação e falou sobre a importância das ações lá desenvolvidas. “Precisamos aproveitar o mercado das grandes

Temas importantes para o setor metalmecânico foram debatidos

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“Temos que aproveitar este momento de reação da economia e termos força e energia para assumirmos uma liderança coletiva no país” Paulo Hartung, governador

empresas aqui instaladas para desenvolver novos produtos e procurar novos mercados, no Brasil e exterior. É essencial investir em educação, estimular o empreendedorismo, criar a cultura da inovação nas escolas e entre os fornecedores, melhorar a gestão das empresas e praticar o associativismo, na certeza de que, juntos, faremos o Espírito Santo ainda melhor”, destacou. O tema inovação também esteve muito presente na apresentação do conjunto de projetos que concorreram ao Mec Inova dentro do conceito da Ilha. Uma comissão formada pelo Sindifer, Cdmec, Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Sebrae-ES, InovaFindes e Fest, com a participação de representantes convidados da ArcelorMittal Brasil, Petrobras, Prysmian Cabos e Sistemas, Samarco, Vale e WEG Linhares Equipamentos Elétricos, analisou iniciativas e apontou os ganhadores em duas categorias. Em “Micro e Pequenas Empresas”, o primeiro lugar ficou com a Hábil Treinamentos, com o projeto “Realidade virtual aplicada em treinamentos de segurança”. Já na categoria “Médias e Grandes Empresas”, a vencedora foi a Vale, com o projeto “Modelagem, simulação e controle do processo de pelotamento de uma usina de pelotização”.

No último dia da feira aconteceu ainda o Grand Prix Senai de Inovação, com a premiação dos melhores projetos de soluções desenvolvidos por estudantes, empresas e instrutores do Senai e do Ifes. A equipe do Senai Linhares venceu nas categorias manufatura integrada, elétrica industrial e manutenção mecânica. A premiação também contemplou as modalidades CAD, logística e soldagem. “O Prêmio Mec Inova incentiva o desenvolvimento de soluções inovadoras por parte das empresas. Já o Grand Prix do Senai serve como um estímulo para trabalhos focados no aumento da produtividade e na redução de custos”, explicou o presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina.

Atrações não faltaram nos corredores da Mec Show

Feira foi local de grande interação do mercado

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Autoridades marcaram presença na abertura da feira

EXPOSITORES SATISFEITOS Um dos maiores estandes da feira, o Infoshow reuniu várias empresas do setor de TI. Promovido pelo Sindicato das Empresas de Informática no Estado do Espírito Santo (Sindinfo), em parceria com o Sebrae-ES, o Infoshow contou com a presença de nove empresas e grandes novidades em produtos e serviços. “A tecnologia é fundamental para empresas de todos os setores hoje, e quando se fala nas indústrias do segmento metalmecânico, a demanda é muito grande por inovação e soluções que reduzam custos e otimizem processos. Já somos antigos parceiros da

Momento mais aguardado do ano, evento reuniu setor

Mec Show, e o balanço, mais uma vez, é muito positivo”, frisou o presidente do Sindinfo, Luciano Raizer Moura. Outra parceira antiga da Mec Show e que celebrou a edição 2017 da feira foi a Espiral Engenharia, que apresentou uma plataforma de cremalheira de alta tecnologia europeia, da Electroelsa. “Participamos desde a primeira edição da Mec Show, e os resultados não poderiam ser melhores. Temos 19 anos de mercado, e nos 10 de feira estivemos apresentando o que há de mais moderno para o setor metalmecânico. Crescemos com o evento, que vemos como uma grande vitrine do segmento”, disse o

Ilha da Inovação brilhou mais uma vez e apresentou novos talentos

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Especial

“Precisamos aproveitar o mercado das grandes empresas aqui instaladas para desenvolver novos produtos e procurar novos mercados, no Brasil e exterior”

Durval Vieira, presidente do Cdmec

A feira recebeu 12.263 visitantes de 22 Estados brasileiros e de 11 países

Rodada de negócios: 700 encontros entre 70 fornecedoras locais e 10 âncoras do Brasil e de outros países. Mais de R$ 15 milhões de negócios aos próximos 11 meses.

diretor comercial da Espiral Engenharia, Aimar Gualande. E os preparativos para a próxima edição já começaram. Segundo o diretor da Milanez & Milaneze, Alberto Piz, a edição do ano que vem deve seguir a tendência de forte presença de empresas estrangeiras. “Já estamos em negociação com novos parceiros e delegados internacionais de VeronaFiere para que em 2018 tenhamos uma maior internacionalização e inserção do segmento de petróleo e gás na feira”, falou. E assim, em um momento de retomada do crescimento do setor metalmecãnico capixaba, a Mec Show se mostra mais internacional do que nunca, pautando o mercado e atendendo a importantes demandas da indústria.

A 11ª edição da feira será realizada entre os dias 7 e 9 de agosto de 2018

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Os headsets de realidade virtual foram destaque na feira.

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Sustentabilidade Especial Por Ivy Coutinho

Uso sustentável da Reserva Natural Vale rende título da Unesco 22

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Atividades de conservação, pesquisa e uso sustentável dos recursos florestais foram os itens que garantiram a qualificação

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ma das maiores áreas protegidas de Mata Atlântica do país é mantida desde 1950 pela Vale. Trata-se da Reserva Natural Vale (RNV), localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo. Com 23 mil hectares, a RNV é um dos últimos grandes remanescentes da Floresta de Tabuleiro, uma das formações atualmente mais ameaçadas do bioma Mata Atlântica. Por sua importância nas atividades de conservação, pesquisa e uso sustentável dos recursos florestais, a RNV recebeu da Unesco o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, qualificação que foi renovada pela terceira vez em junho deste ano. A importância da área para a conservação vegetal também é representada pela sobreposição de diversos territórios demarcados: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e Patrimônio Mundial da Costa do Descobrimento, pela Unesco; Área Prioritária para a Conservação da Biodiversidade; Mosaico de Áreas Protegidas da Foz do Rio Doce; Corredor Central da Mata Atlântica e Corredor Sooretama-Goytacazes-Comboios, todos concedidos pelo Ministério do Meio Ambiente e ainda Important Bird Area e Endemic Bird Area, pela BirdLife International. Além da conservação da diversidade biológica, são desenvolvidas na RNV pesquisas científicas de relevante repercussão para a sociedade e essenciais para o conhecimento e manejo da Floresta de Tabuleiro. Desde que foi adquirida pela Vale, nos anos 50, até o momento, já foram catalogadas na Reserva mais de 3.000 espécies vegetais, mais de 1.500 morfoespécies de insetos e 102 espécies de mamíferos, além de 56 de anfíbios, 64 de répteis e 391 de aves. Nos últimos 30 anos, cerca de 100 novas espécies de plantas foram descritas com base nas pesquisas apoiadas pela RNV.

A Reserva Natural Vale oferece serviço de hospedagem, com espaços dedicados ao lazer, e instalações de qualidade para acomodar os hóspedes

Nos últimos 30 anos, aproximadamente 100 novas espécies de plantas foram descritas com base nas pesquisas apoiadas pela RNV

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Sustentabilidade

Aponte seu leitor de QR Code para chegar ao endereço

A Reserva é aberta ao público todos os dias, das 8h30 às 16h, oferecendo caminhadas em trilhas ecológicas e um Centro de Exposições sobre a Mata Atlântica, além de atividades diversas como dinâmicas e oficinas com foco em sustentabilidade. O local conta ainda com estrutura completa para a realização de visitas, eventos, treinamentos e cursos. PROTEÇÃO ECOSSISTÊMICA Ao lado da Reserva Natural Vale está localizada a Reserva Biológica de Sooretama (Rebio Sooretama), com cerca de 24 mil hectares. A área é uma unidade de conservação federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e é protegida com o apoio da Vale, sobretudo no que diz respeito à caça e a incêndios florestais, principais crimes ambientais lá praticados. Como resultado das ações de proteção ecossistêmica da Vale, realizadas tanto na RNV, quanto na Rebio Sooretama, somente no ano passado foram registradas 185 ocorrências entre caça, apreensão de equipamentos, caçadores, munição e armas de caça. Realizadas com o apoio da Polícia Militar Ambiental, as blitze preventivas têm o intuito de reduzir ou neutralizar ações que gerem impactos negativos à fauna e à flora das duas reservas, que constituem o maior remanescente de Mata Atlântica ao norte do Espírito Santo, somando quase 50 mil hectares. Juntas, elas correspondem a aproximadamente 10% da área de cobertura florestal original remanescente no Estado. No início do século passado, a Mata Atlântica cobria todo o Espírito Santo. Hoje, da mata original, restam apenas 11% no ES e 8,5% no país, dispersos principalmente em áreas fragmentadas, desconectadas e, muitas delas, sem qualquer proteção. Esse cenário faz com que as duas reservas ganhem uma importância ainda maior no contexto ambiental brasileiro atual. Os pesquisadores da RNV desenvolveram tecnologia para recuperação de florestas, incluindo margens de corpos d’água (nascentes, córregos, rios e lagoas). Essa tecnologia é aplicada em projetos de restauração ambiental no Espírito Santo, e o conhecimento gerado é compartilhado, contribuindo para a implantação de diversos projetos de restauração no

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A RNV mantém um dos maiores viveiros de mudas do Brasil quando avaliada a riqueza de espécies produzidas

bioma Mata Atlântica, não somente nas áreas mineradas pela Vale, mas também em áreas não relacionadas às operações da empresa. PESQUISAS COM FLORA E HERBÁRIO A Reserva Natural Vale é também considerada um grande banco genético e abrigo de diferentes espécies da flora típica da Mata Atlântica. Desde 1981, são feitas coletas sis-

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PROJETOS DESENVOLVIDOS NA RNV PROJETO QUIRÓPTEROS: estudo baseado no inventário de espécies de morcegos presentes na Reserva, sendo este um grupo que desempenha importantes funções ecológicas, por exemplo, como polinizadores e dispersores de sementes. Os primeiros resultados do estudo apontam esta área de Mata Atlântica como a de maior diversidade de espécies de morcegos no país. A pesquisa mostrou que o local abriga 51 espécies, o que corresponde a cerca de 70% dos tipos de morcegos conhecidos para o Espírito Santo. Os registros incluem também espécies ameaçadas de extinção, além de três espécies que até então não haviam sido registradas para o Estado. Também foram identificadas outras oito espécies que não possuíam registro para o município de Linhares. PROJETO FUNCIONALIDADE DE CORREDORES: investiga quais espécies utilizam os fragmentos de mata existentes no entorno da Reserva para avaliar o potencial desses remanescentes enquanto áreas de conexão entre os grupos de espécimes que habitam diferentes áreas. Atualmente os estudos estão sendo realizados com espécies vegetais e pequenos mamíferos (roedores e marsupiais). São encontradas na reserva mais de 3.000 espécies vegetais

temáticas na área, o que tem trazido como resultado novas espécies botânicas descritas para a Ciência, chegando a mais de 100. Nos últimos sete anos, 38 novas espécies de flora foram descritas a partir de material coletado na Reserva Natural Vale e seu entorno. Para embasar as pesquisas com a flora, a Reserva conta com um herbário, ou seja, uma coleção de plantas secas que contribui para o conhecimento da flora da Mata Atlântica. Como resultado desse trabalho, mais de 3.600 espécies de plantas já foram catalogadas e podem ser consultadas tanto in loco, quanto virtualmente, através do site http://splink.cria.org.br. Esse compartilhamento de informações, que teve início em 1979, quando o herbário foi indexado e registrado no Index Herbariorum World (publicação que lista os herbários de todo o mundo), proporcionou a descoberta de espécies e gêneros da Mata Atlântica que até então eram desconhecidos pela Ciência. Atualmente, amostras de espécies botânicas coletadas na Reserva integram o acervo de diferentes herbários do Brasil e do mundo. É o caso do Virtual Botanic Garden, do New York Botanical Garden, do Missouri Botanical Garden (EUA) e do Royal Botanic Gardens (Reino Unido), alguns dos maiores herbários do mundo que também disponibilizam o material para consulta pela internet. No Brasil, o material coletado na Reserva é depositado no Instituto de Botânica de São Paulo, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na Universidade Federal do

PROJETO MUTUM-DE-BICO-VERMELHO E PROJETO FELINOS: iniciativas de conservação focadas no estudo da população local de mutuns e de onça-pintada, além de outras espécies ameaçadas na Mata Atlântica. O bloco composto pela Reserva Natural Vale (RNV) e pela Reserva Biológica de Sooretama (Rebio Sooretama) representa a última área com ocorrência destas espécies no Espírito Santo e um dos últimos refúgios naturais de mutuns-do-de-bico-vermelho e de onças-pintadas na Mata Atlântica. A rotina das onças-pintadas é monitorada por meio de armadilhas fotográficas – câmeras automáticas de 35 mm acopladas a sensores infravermelhos que detectam movimento. O objetivo do estudo é entender como as onças se distribuem e se relacionam no interior da Reserva e o quanto a espécie já perdeu de variabilidade genética para avaliar possíveis intervenções e evitar seu desaparecimento do Estado. Até o momento, com as fotografias foi detectada a presença de nove onças adultas, sendo três machos e seis fêmeas. Entretanto, os resultados das análises genéticas indicam que existem, no mínimo, 11 indivíduos da espécie na RNV. PROJETO FITÓLITOS (ESTUDO DE PALEOAMBIENTE): avalia a dinâmica da vegetação ao longo dos últimos 12.000 anos para ajudar a entender como as mudanças climáticas influenciaram e influenciarão a vegetação do litoral capixada, contribuindo também para um melhor entendimento de como essas alterações podem afetar outras partes do planeta. OBSERVAÇÃO DE AVES (BIRD WATCHING): a RNV tem se firmado cada vez mais como destino dos adeptos do bird watching, atividade que consiste na observação de aves em seu habitat. Há mais de 10 anos o local é visitado por pessoas de diversas partes do mundo que buscam observar a riqueza de espécies que habitam a Floresta de Tabuleiro. Para se ter ideia, a área abriga 391 espécies de aves. O número representa quase 21% das espécies registradas no Brasil, que, de acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, conta com 1.901 diferentes tipos de aves. A facilidade de acesso às áreas florestadas por meio de trilhas e estradas, bem como a estrutura de hospedagem existente na Reserva Natural Vale, complementam a lista de atrativos do local para a prática da atividade. A RNV é classificada pela BirdLife International como uma Important Bird Area, em razão do número significativo de espécies endêmicas e ameaças encontradas nesse bloco de Floresta de Tabuleiro.

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Sustentabilidade

Mais de 1.500 morfoespécies de insetos estão presentes na reserva. Entre eles, o bicho-pau

Espírito Santo (Ufes) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outros. VIVEIRO DE MUDAS A Reserva mantém um dos maiores viveiros de mudas do Brasil, quando avaliada a riqueza de espécies produzida. Sua capacidade anual de produção é de 3 milhões de mudas, podendo chegar a 5 milhões, sendo cerca de 800 espécies tropicais, com especial destaque para a Floresta de Tabuleiro, uma das formações mais ameaçadas da Mata Atlântica. As mudas produzidas na Reserva, em sua grande maioria espécies da Mata Atlântica, são destinadas principalmente aos projetos de reflorestamento. Algumas delas, inclusive, estão ameaçadas de extinção, como a braúna-preta, o jacarandá, a caviúna e a peroba amarela, dentre outras. HOSPEDAGEM O Hotel da Reserva Natural Vale conta com amplos espaços livres dedicados ao lazer e instalações de qualidade para acomodar seus hóspedes. A área de hospedagem é distribuída em módulos, onde a denominação individual é uma família botânica de ocorrência na Reserva Natural Vale. Já os nomes dos apartamentos de cada módulo são baseados nas diferentes espécies de cada família botânica. São 51 apartamentos com

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total de 119 leitos distribuídos em chalés de madeira de reflorestamento, e módulos de alvenaria, classificados nas categorias luxo, ouro e prata. Os das duas primeiras categorias são equipados com ar-condicionado, telefone, frigobar e TV a cabo. Não é permitido acampar no local e não é permitida a entrada de animais domésticos. As áreas de lazer contam com piscinas, tanto para crianças, quanto para adultos, sauna a vapor, salão de jogos, brinquedoteca, redário, sala fitness, sala de TV, campo de futebol, quadra poliesportiva e trilhas ecológicas. Em períodos de feriados prolongados, o Hotel da Reserva Natural Vale também disponibiliza uma programação especial com pacotes de hospedagem. As reservas devem ser feitas antecipadamente pelos telefones (27) 3371-9797 e (27) 3371-9799 ou pelo e-mail reservas.rnv@vale.com. DAY USE Se a ideia for somente passar o dia no local, os visitantes têm ainda a opção day use. Pelo sistema, é possível ter acesso a toda a estrutura de lazer do hotel diariamente, das 8h30 às 16h, mediante o pagamento de uma taxa de R$ 18,00 para crianças com idades entre 6 e 11 anos, e de R$ 42,00 para as demais faixas etárias. Crianças de 0 a 5 anos não pagam. Importante ressaltar que o valor informado contempla apenas o acesso à área de lazer do hotel. Despesas com alimentação e outros itens são cobrados à parte. Caso a intenção seja apenas reunir a família para um almoço especial em meio a um ambiente cercado pela Mata Atlântica, o espaço conta com um restaurante self-service com opções variadas de pratos que valorizam a culinária local. O valor do quilo é de R$ 39,50 de segunda a sábado e R$ 43,90 aos domingos. Bebidas e sobremesas, também em opções diferenciadas, podem ser adquiridas à parte. Não é permitido levar alimentos ou bebidas para a área do hotel, possibilidade somente aberta aos visitantes que apresentem alguma restrição alimentar.

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Artigo

Alessandra de Almeida Lamberti é especialista em Higiene e Segurança do Trabalho

Reforma trabalhista: verdades e utopias

A Mariana Barbosa Figueira é especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho

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ssim como ocorreu em 1943, ocasião em que foi sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, não há como negar que a sanção da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 – reforma trabalhista, provocará mudança radical no mercado econômico, bem como na sociedade brasileira de modo geral. Isso se atribui ao fato latente de a legislação trabalhista não ter dado conta de acompanhar o avanço social e econômico que o país vivenciou nos últimos 74 anos. As lacunas legislativas foram tantas que o Brasil se tornou líder em ações trabalhistas, tendo sido ajuizadas mais de 3 milhões somente no último ano. A inovação legislativa, de forma ambiciosa e necessária, tem primado a valorização do negociado entre o patrão e o colaborador em detrimento daquilo que determina a lei – salvaguardados os direitos sociais previstos na Constituição Federal. Tem-se, portanto, que a nova legislação, inteligentemente, concedeu maior autonomia para que empregado e empregador deliberem acerca de demandas do cotidiano laboral – afinal, são eles os atores dessa situação jurídica. E mais, a reforma trabalhista objetiva promover a adequação das normas laborais à real necessidade do cenário social contemporâneo. Ora, como imaginar que regras estabelecidas há

mais de 70 anos poderão regulamentar as demandas atuais? O congestionamento do Poder Judiciário, especificamente da Justiça do Trabalho, é prova robusta de que a reforma é indispensável. Hoje, pode-se afirmar que a nova lei alcança os imperativos da economia brasileira, de maneira que a diminuição dos custos com a possibilidade de flexibilização na gestão de pessoas, indiscutivelmente, harmonizará as relações de trabalho, encorajando o empresariado a investir em sua mão de obra, assim ofertando novos postos de trabalho, o que terá impacto positivo no contexto socioeconômico, tendo em vista a consequente impulsão da economia nacional. E que não se diga que a reforma precarizará as relações de trabalho, isso porque a possibilidade de negociação de pontuais condições laborais colocará o empregado em pé de igualdade com o empregador, extirpando a chamada “judicialização” da rescisão do contrato de trabalho. É certo que havia necessidade de alterações, mas o problema a ser enfrentado atualmente é saber como tirar proveito da nova estrutura proposta. Um dos pontos que merecem destaque refere-se à ampla negociação individual de direitos, desprivilegiando a negociação coletiva, inclusive afastando sua ultratividade e a obrigação ao custeio das entidades sindicais. A situação fica ainda

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mais evidente quando observada a criação da comissão de empregados, que é vista como uma nova representação, pois os membros serão eleitos pelos próprios trabalhadores, sendo vedada a participação sindical. A união fazia a força, já dizia o ditado, pois aos sindicatos eram atribuídos poderes e possibilidade de estabelecer condições diferenciadas, tanto para a classe de trabalhadores, quanto para as empresas, o que, de certa forma, deixava as partes acomodadas quanto ao estabelecimento de condições a serem observadas. Ocorre que agora está afastada a intervenção sindical, e o poder de negociação ficará na relação direta entre as partes, sendo indiscutível que só será possível tirar vantagem dessa liberdade quando aplicada com prudência e se observados os princípios que regem o direito do trabalho. Neste ponto, salientam-se o princípio da norma mais favorável, visto que, em havendo conflito ou interpretações distintas das normas, o entendimento que vigorará será o que for de melhor valia para o empregado; o princípio da irrenunciabilidade de direitos, considerando que inúmeros direitos não podem ser objeto de renúncia, sob pena de nulidade do ato praticado, pois sempre que houver intenção de desvirtuar, impedir ou fraudar aplicação dos preceitos do direito do trabalho, o ato é nulo de pleno direito; o próprio princípio da continuidade da relação de emprego, pois há privilégio à manutenção da relação e ao contrato por prazo indeterminado; os princípios da intangibilidade e irredutibilidade salarial, que protegem a manutenção do salário; e ainda o princípio da primazia da realidade, donde se observa que a realidade como de fato foi vivida tem privilégio sobre o que restará estabelecido entre documentos e eventuais recibos. É preciso considerar, daqui em diante, que a solução dos conflitos deve vir por meio de diálogo, visto que esse é o caminho para fortalecimento e desenvolvimento do país. Ressalta-se que a possibilidade de eventual fiscalização das entidades sindicais nas relações não poderá mais ocorrer e, portanto, se a harmonia não se estabelecer, as questões que deveriam ser resolvidas entre as partes só serão solucionadas em demandas judiciais. Também poderão ser questionados pela Justiça laboral eventuais ajustes aos contratos vigentes, na intenção de aplicar as novas condições propostas

pela lei. E, para evitar isso, é preciso ter prudência ao sugerir alteração para contratação por hora trabalhada e pagamento com remuneração proporcional ao tempo despendido pelo colaborador; ou na autorização do trabalho em casa, visto que afastada a possibilidade de fiscalização de ambiente seguro e saudável; também quando autorizar o trabalho da grávida em locais insalubres; na majoração da jornada de trabalho para realização de horas extras ou compensações em banco de horas, ou para aplicar jornada variável ou fixa em 12 horas seguidas; e ainda nas questões simples como o parcelamento de férias. É de se observar, ainda, que a alteração de direitos ou mesmo da concessão destes demanda regulamentação própria. E como é novo, necessário também que a Justiça trabalhista se manifeste, de modo a afinar ou refinar entendimentos, inclusive para rever súmulas ainda em vigor, como é o caso da terceirização, das horas in itinere e intervalo intrajornada suprimido. Assim, pensamos que aguardar é a melhor e mais prudente sugestão para tirar maior proveito da nova legislação. No entanto, é válido salientar, também, que as novas regras trazem acalento quanto à real aplicação da justiça, pois as aventuras jurídicas poderão ser repreendidas, não diretamente pelos julgadores, mas por força de aplicação da lei processual, que exigirá prova do estado de miserabilidade para deferimento de justiça gratuita, adequação ao ônus da prova – aquele que alegar deverá provar suas alegações –, imposição de obrigação ao pagamento de honorários e despesas processuais àquele que perder a demanda, possibilidade de condenação das partes e testemunhas a multa por litigância de má-fé, que pode variar entre 1% e 10% do valor atualizado da causa, como também a representação da empresa, visto que o preposto não mais precisará ser empregado do demandado. Por fim, tem-se a expectativa de que as relações daqui em diante serão moldadas conforme o interesse das partes, o que colará empregados e empregadores em relação de igualdade. É ver para crer! E, verdade seja dita, sonhamos com a aplicação da justiça na relação entre empregados e empregadores, esteja você de que lado estiver!

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Gestão Por Weber Caldas

Não caia na armadilha dos impostos

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Criar estruturas de governança tributária mostra-se uma saída para desenredar as empresas da teia de impostos e taxas municipais, estaduais e federais que fazem da legislação de tributos do Brasil a mais complexa do mundo

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OF, IPI, IRPF, ICMS, Cofins, CSLL, CPMF... Não é preciso conhecer o significado de todas essas siglas para saber o que representam. Por trás dessa sopa de letrinhas, está uma série de tributos que sobrecarrega o bolso dos contribuintes. Prova disso foi registrada no último dia 15 de junho, quando o Impostômetro – aparelho que mede a alta carga tributária brasileira, colocado em frente à sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória – atingiu a marca de R$ 1 trilhão. Esse valor representa a soma de todos os impostos pagos pela população e por empresas ao longo do ano, no Brasil. Para se ter uma ideia, com esse dinheiro daria para comprar três milhões de carros de luxo. Ou para reforçar um time de futebol com 1.216 craques como Neymar, que recentemente se tornou o jogador mais caro da história ao trocar o Barcelona pelo Paris Saint-Germain. Para os especialistas, essa cifra demonstra a necessidade de o setor empresarial apostar na governança tributária, como forma de não cair na armadilha das obrigações fiscais, formada por um emaranhado de leis municipais, estaduais e federais cada vez mais focadas em aumentar a arrecadação. Por meio da governança tributária, é possível escapar dos riscos dessa verdadeira teia de tributos, como as indesejadas multas em caso de não pagamento de um imposto, muitas vezes desconhecido. A ferramenta também ajuda a prevenir autuações e crimes contra a ordem tributária. E até dá para aumentar a lucratividade da empresa, por meio da recuperação de impostos já pagos acima do valor necessário.

O caminho para isso passa pela montagem de uma equipe que seja capaz de organizar, controlar e revisar todos os procedimentos tributários dentro da corporação. Assim, por meio desse gerenciamento, impede-se que o impacto de uma carga pesada de tributos comprometa o futuro do negócio. “A governança tributária parte da ideia de agir preventivamente, com uma equipe técnica especializada, que planeje e controle o pagamento de impostos e também busque oportunidades de reduzir o custo tributário”, explica Rogério Dias Correia, professor de Direito Tributário da Fucape Business School. “Quanto maior a abrangência do negócio, mais importante se torna ter gente pensando sobre isso.” Só assim para conseguir lidar com o sistema tributário brasileiro, considerado o mais complexo do mundo e um desafio para os mais experientes especialistas. “Esse conceito de Estado que reparte as competências tributárias em três níveis de governo propicia uma comple-

O QUE DÁ PARA FAZER COM R$ 1 TRILHÃO • Construir 27 milhões de postos policiais equipados; • Contratar 97,5 milhões de professores do ensino fundamental por ano; • Fornecer cestas básicas para toda a população brasileira por 21 meses; • Comprar 16 milhões de ambulâncias equipadas. Fonte: Entrevistados da matéria

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Gestão

xidade muito grande. O contribuinte acaba tendo de lidar com uma gama absurda de tributos, nas esferas municipais, estaduais e federal”, destaca o professor. E esses tributos estão presentes em boa parte das atividades de uma empresa. Até mesmo naquelas mais simples: a contratação de um serviço, a venda de uma mercadoria, a compra de matéria-prima ou a realização de uma doação. “Qualquer passo que a gente der, para qualquer direção, sempre haverá um tributo. Entra dinheiro ou sai dinheiro, tem algum imposto a ser pago”, afirma o advogado tributarista Ricardo Dalla. “As empresas que têm a percepção do alcance disso criam uma estrutura mínima de governança no sentido de implementar as ações necessárias para a recuperação da carga tributária paga indevidamente ou uma iniciativa para arcar com uma carga tributária menor, independentemente do ingresso em juízo.” Essa estrutura de governança tributária assume o papel que, durante muito tempo, ficava a cargo apenas da contabilidade, setor cada vez mais sobrecarregado pela avalanche de responsabilidades financeiras. “O contador sempre foi o responsável por dar o primeiro atendimento e realizar os estudos tributários. Mas a questão ficou tão complexa que esse profissional acabou sendo absorvido por toda a operação”, observa o professor Rogério Correia. “Aí, quando o advogado tributarista é acionado, numa segunda etapa, a situação já está judicializada, com auto de infração. Só dá tempo de tentar remediar o problema.” Porém, para que o problema não se agrave, é preciso que a equipe de governança tributária seja formada por especialistas, capazes de compreender a complexidade das leis que regem a cobrança de impostos no Brasil. “Nos estados, por exemplo, há muitos impostos que demandam um conhecimento bastante especializado. Há detalhes que não estão muito aparentes e precisam de uma análise mais profunda na legislação. E são poucas as pessoas que detêm esse conhecimento”, avalia Rogério Correia. “Por isso, existem empresas que montam departamentos e subdepartamentos só para atuar com tributação, tendo

“Embora seja um custo manter uma estrutura de governança tributária, é bom lembrar que quem conhece bem a legislação leva vantagem em relação ao concorrente” Rogério Dias Correia, professor de Direito Tributário da Fucape

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ENTENDA O QUE É GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA É o conjunto de procedimentos de gestão empresarial cuja finalidade são a coordenação, controle e revisão de todos os processos tributários, reduzindo os riscos fiscais e oferecendo transparência nas demonstrações financeiras. OS PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA TRIBUTÁRIA 1) MORALIDADE E ÉTICA É necessário desenvolver o conceito de ética negocial no âmbito interno da empresa, a partir do debate sobre moral em questões tributárias, evitando que somente motivações essencialmente comerciais norteiem o planejamento tributário. 2) LEGALIDADE A empresa deve seguir as leis tributárias, que envolvem normas infralegais e leis de outros ramos do Direito que exercem influência na área (leis societárias, criminais, contábeis, trabalhistas etc.). 3) COMPLIANCE É necessário que a empresa cumpra todas as obrigações tributárias, principais e acessórias, seguindo os padrões regulatórios e apresentando resultados transparentes, que revelem realmente a situação financeira da corporação. 4) LUCRATIVIDADE A finalidade da existência da empresa é ser lucrativa, favorecendo seus empregados, clientes, fornecedores, sócios e acionistas, bem como a economia em geral. Porém, essa lucratividade deve harmonizar-se com os outros princípios, especialmente ética e moralidade, evitando receber autos de infração e multas por sonegação fiscal, o que compromete seriamente a imagem da empresa.

profissionais especializados em lidar com tributos diretos e outros, com tributos indiretos.” Exemplo disso está na complexidade da legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esse tributo, que varia de estado para estado, é um dos que exigem alto grau de compreensão por parte dos especialistas em governança, como deixa claro o professor. “A Constituição de 1988 definiu uma estrutura geral do ICMS e estabeleceu regras que devem ser seguidas por todos os entes federativos. No entanto, dentro do âmbito da liberdade que têm, os estados enveredaram por uma guerra, passando a utilizar a política fiscal para atrair empresas”, explica Rogério Correia. “Dentro desse contexto, o contribuinte tem de lidar com um sistema cada

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vez mais complexo. E o cálculo do ICMS ficou mais difícil. De um estado para outro a diferença é muito grande.” Não bastasse a dificuldade de interpretação das leis, outro desafio para as empresas são as mudanças constantes na legislação, principalmente no âmbito do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), onde as jurisprudências são alteradas constantemente. A lei, que antes era entendida de um jeito, passa a ser interpretada de outra forma, a partir da decisão de um juiz. Só isso basta para mudar todo o planejamento das empresas. Daí surge mais uma missão para a governança tributária: controlar e acompanhar todas essas modificações. “Toda hora há mudança na lei. Toda hora surge um novo entendimento. Há casos em que o Supremo Tribunal Federal suprime uma expressão de um artigo, por ser inconstitucional, e muda todo o entendimento da lei. Aí a União vai

CARGA PESADA Evolução da carga tributária no Brasil (% do PIB) 2015

32,66

2014

32,42

2013

32,67

2012

32,70 33,39

2011 2010

32,44

2009

32,27

2008

33,53

2007

33,66

2006

33,31 0

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Fonte: Receita Federal

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“Empresas devem sempre se aliar a profissionais especializados em legislação tributária para não serem devoradas pelos impostos” Ricardo Dalla, advogado tributarista

lá e faz outra lei, modificando aquela expressão suprimida pelo Supremo”, exemplifica o advogado Ricardo Dalla. “Há alterações cotidianas na legislação”, complementa Rogério Correia. “E o maior problema nem é só esse. Como o entendimento jurisprudencial também muda, é preciso estar acompanhando de perto as decisões do Poder Judiciário, porque coisas que até então não eram aceitas passam a ser e vice-versa.” Com o apoio de sua governança tributária, cabe às empresas ficarem atentas a essas modificações. Afinal, ainda é comum o pagamento de tributos de forma indevida pelo simples desconhecimento da legislação e do sistema tributário. “A todo momento, no nosso escritório, recuperamos tributos pagos indevidamente pelas empresas. Tributos que foram submetidos à regra de repercussão geral pelo Supremo e julgados em Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) com efeito erga omnes (para todos)”, aponta Ricardo Dalla. Por isso, mesmo que não tenha condições financeiras para montar uma equipe de governança tributária, o advogado aconselha, ao menos, que as empresas sempre se amparem em profissionais qualificados nesse assunto. “As empresas precisam criar estruturas para cuidar dos seus interesses tributários. Se não tiverem condições para isso, que pelo menos busquem profissionais talentosos, tanto da contabilidade, quanto da advocacia”, recomenda. Afinal, é preciso se fortalecer para lidar com a máquina de arrecadação das três esferas de governo. A carga tributária do Brasil equivale a 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior percentual da América do Sul, o que obriga os brasileiros a trabalharem 153 dias no ano apenas para pagar impostos. “A área tributária, nos âmbitos municipal, estadual e federal, é um gigante poderoso, que faz da arrecadação a sua vitória. E a galinha dos ovos de ouro dela são as empresas, que fazem desse país uma potência”, destaca Ricardo Dalla. “Então, mesmo que não tenha uma governança tributária, as empresas devem sempre se aliar a profissionais capacitados para não serem devoradas por esse gigante.”

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Gestão Por Weber Caldas

Constelação dá novo rumo às empresas

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Saiba como funciona a constelação organizacional, uma nova ferramenta para ajudar empresários e executivos a resolver dilemas e tomar decisões importantes

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e repente, o voo que parecia tranquilo encara uma turbulência. Um nevoeiro dificulta a visão do piloto, que fica sem saber que caminho seguir. Com o tempo fechado, torna-se impossível tomar uma decisão sobre qual é a melhor direção. Porém, quando o avião se livra das nuvens e o horizonte clareia, a viagem volta à normalidade. Já é possível escolher o caminho ideal rumo ao destino desejado. É exatamente isso o que as constelações organizacionais fazem para as empresas: dão transparência a situações que estão nebulosas. Pode envolver a decisão sobre lançar ou não um determinado produto, qual profissional contratar para um cargo específico ou mesmo conflitos existentes em setores da companhia. Em casos como esses, entre outros, o constelador entra em cena para ajudar o executivo a agir e fazer a melhor escolha. “O dia a dia de um empresário é marcado por alguns dilemas. Abrir ou fechar um

negócio? Contratar ou demitir funcionários? Como inovar na empresa? A constelação organizacional surge como uma ferramenta para ajudá-lo a encontrar uma solução e tomar uma decisão”, explica Cesar Cordeiro, sócio-fundador da S100, empresa paulista de capacitação humana e consultoria em estratégia organizacional. “A constelação é uma forma de olhar para aquilo que está implícito”, completa o psicoterapeuta Alicio Gobis, diretor da Gobis Consultores, que já prestou esse serviço para 50 empresas dos mais diferentes setores, desde 2007. “Essa ferramenta pode ser usada em empresas de todos os tipos e tamanhos. Já atendi rede de óticas, produtoras de eventos, hospitais, escritórios de advocacia etc.” Como se percebe, a ferramenta, apesar do nome sugestivo, não tem nada de mística. “No Brasil, esse nome é muito ingrato. Constelação, para nós, latinos, tem um entendimento meio esotérico, e o trabalho sistêmico não tem nada

ENTENDA O QUE É CONSTELAÇÃO ORGANIZACIONAL? Também chamadas de abordagem ou análise sistêmica, as constelações organizacionais são ferramentas usadas para a tomada de decisões e solução de questões individuais, grupais e coletivas nas empresas. COMO FUNCIONA? Por meio dessa técnica, um cliente (empresário, gestor, executivo etc.) traz uma questão a ser resolvida com o apoio da constelação organizacional. Após uma curta delimitação e foco na questão e nos resultados a serem alcançados, o constelador ajuda o cliente a se livrar do emaranhado de dúvidas e dilemas que o impedem de agir. QUAL É O OBJETIVO DESSE TRABALHO? O resultado dessa abordagem é abrir para o cliente novas percepções, alternativas de ação e encaminhar soluções para a questão trazida. Vale lembrar que esse empresário/executivo deve ser a pessoa responsável pela solução daquela questão, tendo a autonomia decisória para tanto. À constelação organizacional não cabe apresentar soluções, mas apenas caminhos para que o cliente tome a sua decisão.

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Gestão

disso. Não vamos fazer um mapa astral da empresa”, brinca Cesar Cordeiro. PARA FAMÍLIAS, EMPRESAS E INDIVÍDUOS A origem, na verdade, vem da Alemanha, considerada o berço das constelações. Coube ao psicoterapeuta, teólogo e pedagogo Bert Hellinger, na década de 1920, desenvolver, a princípio, as constelações familiares, baseado em duas grandes influências: o psicodrama e a escultura familiar. Depois de ser desenvolvida com sucesso para questões familiares, a ferramenta passou a ser aplicada também em empresas. Em 1995, o alemão Gunthard Weber realizou um trabalho que o fez ser considerado o “pai” das constelações organizacionais. Ao longo da última década, essa dinâmica se difundiu e ganhou corpo em todo o continente europeu. No Brasil, porém, o início de sua utilização ainda é bem recente. “O fato de as constelações serem ainda pouco conhecidas faz surgirem muitos tabus”, admite Cesar Cordeiro. “É como o trabalho de coaching há 10 anos. Era algo desconhecido. Hoje esses profissionais já são mais respeitados e bastante utilizados pelos mais diferentes gestores”. O sócio da S100 lembra que, como em qualquer área, é preciso escolher bem o profissional que vai realizar esse serviço. “Existem ‘consteladores’ e consteladores. Se você for contratar um coach, há aqueles que cobram R$ 100,00 e outros, R$ 800,00 a sessão. Assim como há médicos que fazem uma cirurgia por R$ 1.000 e outros que fazem por R$ 50 mil. A diferença está na qualidade do trabalho e na capacidade do profissional”, alerta Cesar. Essa situação se verifica, segundo ele, quando um especialista em constelação familiar tenta oferecer seu serviço a uma empresa para a realização de uma constelação organizacional. Há diferenças óbvias entre a aplicação dessas duas ferramentas. A principal delas está na própria estrutura. O pertencimento a uma família vem desde o nascimento e continua mesmo depois da morte. Já no caso de uma organização, esse pertencimento é temporário, além de ser uma escolha.

“Com a ajuda da constelação, o empresário vê tudo o que está acontecendo. Passa a perceber o que está implícito, sob um ângulo que ainda não havia observado”

Alicio Gobis, constelador e diretor da Gobis Consultores 36

“Não dá para fazer uma constelação organizacional para solucionar um problema. Como toda e qualquer ferramenta, ela vai levantar análises e informações para que o executivo tome a própria decisão” - Cesar Cordeiro, constelador organizacional e sócio-fundador da S100

Isso já é suficiente para tornar o sistema organizacional mais complexo, na visão dos especialistas. O mesmo vale para a hierarquia, que apresenta diferenças claras entre uma família e uma empresa. Assim, o trabalho com constelações familiares tem sido mais executado por terapeutas e psicólogos, eventualmente ligados ao setor de Recursos Humanos. Em termos empresariais, os facilitadores que aplicam as constelações organizacionais têm um perfil mais próximo ao de um consultor de empresas. Dessa forma, o modo de trabalho, as abordagens e as visões apresentam distinções durante a utilização dessas duas ferramentas. “Muitas vezes, consteladores familiares tentam entrar no meio organizacional. E aí há um problema”, relata Cesar. “É preciso carregar uma bagagem de gestão de empresa. Ter conteúdo para fazer uma boa constelação organizacional. No meu caso, fui executivo de multinacionais por muitos anos, dentro e fora do Brasil. Nessa hora, toda essa experiência enriquece o processo de contribuir para o empresário ter a maior clareza possível para a solução do seu problema.” É essa experiência do constelador que ajuda o empresário ou executivo a desatar o nó que o impede de tomar a melhor decisão em relação a um problema ou dilema. “Às vezes, surge um nó que trava o executivo. Ele não consegue tomar uma decisão porque não visualiza a situação de forma clara. Então, a dinâmica da constelação organizacional traz uma maior clareza de informações, de dimensões do tema, que o ajudam a tomar uma decisão”, explica o constelador. Em situações desse tipo, o primeiro desafio desse profissional é entender a dúvida ou dilema do executivo. Para isso, realiza-se uma entrevista pessoal, em que o contratante expõe os problemas que o impedem de tomar uma decisão. Depois que a questão é compreendida, a ferramenta é utilizada para acabar com o emaranhado que paralisou o empresário. “O trabalho de constelação não existe para solucionar um problema. Como toda e qualquer ferramenta, é usado para fazer análises e levantar informações para que o executivo tome a própria decisão. Se, depois da constelação, o execu-

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tivo não faz nenhuma ação, não adianta nada”, esclarece Cesar Cordeiro. Alicio Gobis reforça que, em uma constelação, a palavra final é sempre do contratante, seja ele empresário, diretor ou gestor. “O trabalho mostra o que está acontecendo e expõe nuances que estavam implícitas. A partir do momento em que damos esses recursos, o empresário percebe as possibilidades que tem. Aí, cabe a ele tomar a decisão; afinal, trata-se da vida e do destino do negócio dele”, explica o psicoterapeuta. Foi com a ajuda da constelação organizacional que um empresário do ramo imobiliário, de São Paulo, conseguiu sair de um estado de hesitação e lançar um novo produto no mercado, como conta o sócio da S100. “Ele já tinha lançado um condomínio fechado e decidiu comprar um terreno ao lado para fazer um novo empreendimento. Porém, nesse meio tempo, surgiu um concorrente atuando na mesma região. Isso fez com que ele travasse”, relata Cesar. “Então, o constelador entrou em cena para entender a situação. E o empresário expôs as ‘n’ variáveis que o deixavam confuso: ‘O concorrente está muito em cima, eu não sei mais o que faço. O mercado está ruim, a crise está muito forte’, ele dizia. Isso é o que chamamos tipicamente de um emaranhado, ou seja, uma série de situações que deixam o empresário amarrado.” Após passar pela dinâmica da constelação, o empresário percebeu que estava mesmo paralisado devido a um medo que havia criado em relação ao concorrente. “O que fizemos foi desatar esse nó, desfazer o emaranhado. A partir daí, esse empresário percebeu melhor o próprio produto, os seus clientes e toda a realidade do mercado, fazendo uma leitura da situação”, detalha o constelador. “Coube a ele tomar a decisão seguinte, que o destravaria de vez. Como já tinha o projeto pronto do condomínio fechado, só precisava lançá-lo. Então, depois de duas semanas, ele fez isso e conseguiu vender 50% dos lotes já no lançamento.” Por vezes, durante a aplicação da constelação, o empresário que contratou o serviço percebe que o problema era bem diferente do imaginado. “Uma empresária me procurou dizendo que estava tendo problema com a sócia. Depois de realizar a constelação e me aprofundar na questão, ficou claro que era a própria contratante que não estava interessada na empresa. Apresentei esse resultado e ela admitiu: não queria estar mais lá, mas transferia essa problemática para a sócia”, conta Alicio Gobis. Apesar de, após a solução, não ter se reunido mais com a empresária, ele soube, mais tarde, que as sócias seguiram unidas e que a empresa passou até a crescer. “Às vezes, a resolução não é muito agradável para quem está trazendo o problema, mas é necessário expor a situação. Essa mudança de olhar precisa acontecer”, deixa claro o psicoterapeuta, garantindo que o trabalho pode ser feito em total sigilo. “O empresário pode apresentar seu problema para a constelação sem identificar de onde é, mantendo o nome da corporação em segredo.” Como compara Cesar Cordeiro, a constelação organizacional faz parte de uma grande caixa de ferramentas que pode ser

UTILIZAÇÃO NA PRÁTICA NAS EMPRESAS E ORGANIZAÇÕES: • Definição de uma estratégia para uma organização • Criação de um novo e coeso espírito de equipe • Verificação da coerência da estrutura numa organização • Preparação de negociações • Integração após fusão ou aquisição de empresas • Gestão de projetos • Lançamento de marcas e produtos • Teste de projetos ou criação de uma nova empresa • Diagnóstico do funcionamento de uma empresa • Gestão de conflitos nas organizações • Análise do processo de decisão em todas as áreas de negócio • Dinâmicas em empresas familiares • Verificação de eficácia de importantes passos ou mudanças numa organização • Avaliação de diferentes decisões: “Devo fazer isto, ou aquilo, ou talvez outra coisa qualquer?” • Recrutamento e seleção de pessoal PARA OS INDIVÍDUOS (EMPRESÁRIOS, GESTORES, EXECUTIVOS ETC.): • Responder a questões pessoais como “Devo ficar ou devo ir embora de uma empresa?” • Entender a sua posição na organização/empresa • Auxiliar na tomada de decisões • Trabalhar por conta própria ou por conta de outros • Solucionar conflitos com colegas, clientes e fornecedores • Encontrar um bom lugar na empresa • Supervisionar consultores, vendedores e outros profissionais • Encontrar o equilíbrio entre a vida privada e profissional

utilizada por uma empresa ou executivo para ajudar a resolver um problema. Cabe à pessoa saber em que momento usá-la. “Imagine a caixa de ferramentas de um mecânico. Lá tem um alicate, chave de fenda, martelo etc. e cada um é usado em determinado momento. É como se a constelação também ficasse em uma caixa, com várias outras ferramentas que podem ser usadas na gestão de um negócio. Dependendo da situação e da necessidade, o empresário pode utilizá-la para se desvencilhar de uma situação incômoda”, aponta o constelador.

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Registro

Com uma tecnologia pioneira, plataforma oferece velocidade, produtividade e redução de custos

Plataforma da Espiral faz sucesso na Mec Show

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Espiral Engenharia aproveitou a grande vitrine para o setor metalmecânico que é a Mec Show e apresentou, em primeira mão, sua plataforma de cremalheira. Trata-se de uma tecnologia pioneira no país que tem, entre seus muitos diferenciais, a capacidade de se adaptar a fachadas circulares e angulares, lubrificação automática – que reduz a necessidade de manutenção –, velocidade de 10,6 metros por minuto, montagem e desmontagem por meio da própria estrutura, baixo consumo de horas de mão de obra economia no transporte vertical de pessoas e materiais, grande resistência ao vento, sem sofrer com oscilações, um sensor de estabilidade e um fim de curso com nivelamento automático.

O equipamento se transformou no grande destaque do estande da empresa na feira. “Somos parceiros da Mec Show, onde marcamos presença desde o início. E, em 2017, conseguimos novamente prospectar grandes negócios, desta vez com a plataforma de cremalheira, que atende aos mercados industrial e naval, áreas que demandam engenharia de acesso. Muitas empresas mostraram interesse na plataforma, então a expetativa é que possamos fechar contratos interessantes a partir das conversas iniciadas durante o evento. Essa tecnologia chegou ao Brasil há uma semana (início de julho), viabilizada por uma parceria com a empresa italiana Electroelsa, líder no mercado europeu. A plataforma se destaca em trabalhos em grandes alturas, como chaminés e amplas fachadas, tudo com grande velocidade e precisão”, explicou Aimar Gualante, diretor comercial da Espiral.

Reframax conquista “Capacete de Ouro” Em disputa com mais de 250 empresas que atuam no Complexo de Pelotização da Vale, em Vitória, a Reframax celebrou em 2017 o prêmio Capacete de Ouro. De acordo com o “Programa Casa”, que avalia os diversos fornecedores da Vale nos itens saúde, segurança e meio ambiente, a empresa obteve a melhor média em notas do ano, dentro de sua categoria, alcançando assim o Capacete de Ouro definitivo. Em 2016, a Reframax já havia recebido a honraria por obter a maior nota e o melhor desempenho do ciclo avaliado. Para se destacar, a companhia trabalhou conceitos como atuar como um time, traçando objetivos em comum e com cada um dando o seu melhor; a adoção de uma cultura de segurança, com os colaboradores entendendo que os

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conhecimentos aprendidos durante os treinos não são apenas uma questão de protocolo, mas também algo que deve ser parte do cotidiano; e o desafio de buscar melhorar sempre. “Trabalhando esses três pilares, ser campeão era questão de tempo”, disse o diretor de Negócios de Manutenção da empresa, Paulo Henrique Abreu Coelho. A técnica de Segurança do Trabalho Bruna Gobbo Lehmann aproveitou o momento para agradecer a toda a equipe da Reframax. “Esse resultado não aconteceria sem o comprometimento e a dedicação de todos. Acredito plenamente no trabalho em equipe e hoje estamos colhendo os frutos de muito empenho. Tenho grande orgulho de trabalhar em uma empresa tão comprometida como a Reframax e agradeço à Vale pelo apoio durante todos esses anos”, ressaltou.

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Informe publicitário

Intercores terá nova sede em 2018 Com a mudança para o município da Serra, a empresa ganha área mais ampla e localização estratégica

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Intercores, distribuidora de tintas que hoje ocupa uma área de 1.200 metros quadrados (m²) em Santa Lúcia, Vitória, está em processo de construção de sua nova sede, na Serra. Com um terreno quase sete vezes maior, o novo espaço representa um investimento de aproximadamente R$ 7 milhões e promete trazer grandes melhorias à empresa e a seus funcionários. Luiz Mateus, diretor da Intercores, aponta como motivação da mudança a evolução das vendas e do faturamento, além do desenvolvimento de novas marcas da AkzoNobel. “Teremos necessidade de uma área maior para estocagem, além da possibilidade de investimento em logística para a implantação de programas de inovação e tecnologia”, declara. A nova sede terá uma infraestrutura que inclui área construída de galpão com 2 mil m², com pé-direito de 12m

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e misto de pré-moldados e cobertura de estrutura metálica; laboratório de aplicação de produtos; auditório de treinamento e capacitação de colaboradores, aplicadores e clientes; moderna e ampla área administrativa de 350 m² que inclui refeitório, vestiário e área de lazer para funcionários; cinco docas de carregamento e descarregamento; e pátio de estacionamento e manobra de veículos, com aproximadamente 5.500 m². A localização estratégica, próxima ao contorno de Carapina, na Serra, possui fácil acesso às rodovias para o norte, o sul e a região serrana do Estado, o que facilitará o deslocamento da frota da distribuidora. A mudança de endereço está prevista para o segundo semestre de 2018 e, segundo Luiz Mateus, os funcionários estão empolgados e ansiosos. “Com a nova sede, eles terão mais oportunidades de crescimento profissional e acesso a novas tecnologias, além de uma área ampla e com muito mais conforto para exercer suas atividades.” O diretor aponta ainda outro benefício: “O local facilita o acesso a diversos terminais de ônibus para que o deslocamento de casa para o trabalho fique mais fácil para os funcionários”. Outra novidade da Intercores é o recebimento da nova versão do Certificado de Qualidade ISO 9001:2015, conferido pela BSI, em setembro. A distribuidora de tintas também possui qualificação comprovada pelo Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor). Segundo Luiz Mateus, o plano agora é investir no desenvolvimento de todas as marcas de tintas da AkzoNobel, de quem a Intercores é distribuidora exclusiva no Espírito Santo. A empresa busca, até 2020, ser líder nos segmentos decorativo, industrial, marítimo, moveleiro e de repintura automotiva. Pelo visto, está no caminho certo.

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ArcelorMittal Cariacica promove curso para líderes comunitários

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Representantes de bairros vizinhos da empresa participam de curso

ma ação que chama a atenção para a importância de a população promover mudanças em seus bairros. Com essa premissa, a ArcelorMittal Cariacica realizou em julho, no seu auditório, o Curso para Líderes Comunitários. Mais de 50 moradores de bairros próximos à empresa participaram da qualificação, uma iniciativa do Programa Germinar, que fomenta atividades de educação ambiental e social no entorno da siderúrgica. Foram convidados representantes dos bairros Bandeirantes, Bela Aurora, Boa Sorte, Cobilândia, Jardim América, Nova América, São Conrado, Sotelândia, Vale Esperança, Vasco da Gama e Vista Mar. O curso ofereceu palestras e dinâmicas de grupo que trabalharam a importância da atuação colaborativa, além do engajamento e da responsabilidade dos moradores em mudanças efetivas e duradouras para

cada bairro. Aconteceu ainda uma Oficina de Oratória, um exemplo do segundo módulo da qualificação que será realizada nas comunidades. Esse módulo abordará a temática Dicção e Oratória e será ministrado por meio de uma parceria da empresa com a Federação Metropolitana do Movimento Popular da Grande Vitória (Femmp-GV) e com o Conselho Comunitário de Cariacica (Consec). A programação do segundo módulo inclui apresentações sobre a origem e a importância da oratória, técnicas de como falar e se apresentar melhor em público, tipos de oradores, didáticas e dinâmicas da oratória, entre outros.

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Tendência Especial Por Aline Pagotto

Meditação gera qualidade de vida e maior produtividade

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Empresas capixabas investem em práticas meditativas, visando a diminuir a ansiedade e a aumentar a integração entre as equipes

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correria do dia a dia tem deixado a maioria das pessoas cansadas, indispostas, aptas a ter um desentendimento com colegas de trabalho, amigos ou familiares, ou até mesmo a desenvolver uma doença psicossomática – aquelas causadas ou agravadas por distúrbios emocionais ou sentimentos como raiva, ansiedade, angústia, medo e desejo de vingança. Quando não tratados, esses estados mentais são capazes de interferir no metabolismo e na dinâmica do corpo, podendo produzir sintomas ou influenciar o surgimento ou o agravamento de doenças como gastrite, síndrome metabólica e pressão alta. Em busca de melhor qualidade no ambiente de trabalho, e, consequentemente, maior lucratividade, empresas capixabas estão apostando na meditação durante o expediente. A ação proporciona aos funcionários um estado de plenitude e felicidade. A intenção é utilizar essa técnica milenar como ferramenta para a conquista de mais qualidade de vida no trabalho. A MEDITAÇÃO É A SOLUÇÃO? ESTUDOS COMPROVAM O neurocientista americano Richard Davidson, uma das referências mundiais na área e pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, equipou os laboratórios da instituição com máquinas para monitorar o cérebro. Para provar que estava certo, ele colocou monges tibetanos em máquinas de ressonância magnética a fim de mostrar que era mais ativa neles a região do cérebro responsável pelo raciocínio, pela atenção e pelo controle das emoções, conhecido como córtex pré-frontal. “Entendemos que a meditação é um

“Parar por alguns minutos e fechar os olhos desacelera o cérebro, assim todos passam a estar na mesma faixa vibratória”

Gustavo Tanaka, escritor e empreendedor 43

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Tendência DICAS PARA TER SUCESSO DURANTE A MEDITAÇÃO NO TRABALHO Para driblar o estresse natural do ambiente de trabalho, a meditação pode ser uma importante aliada. E para praticá-la no ambiente laboral, é preciso menos do que se imagina.

“A entidade passa a estimular bons relacionamentos e o despertar de uma consciência ampla, mais harmônica, amorosa, em que ‘todos passam a jogar no mesmo time’” - Gislene Ataíde, coach e instrutora de meditação

treinamento para o cérebro, como os exercícios físicos são para os músculos”, destacou. No Brasil, a prática da meditação é tão bem recomendada que o tratamento é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006. Além disso, pesquisas desenvolvidas no país investigam seus efeitos e tentam entender suas vantagens. Bióloga do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, Elisa Kozasa, à frente desses estudos, discutiu a aplicação dessa prática e como ela pode ser utilizada. “Não há consenso na literatura sobre o que é meditação, mas basicamente são práticas em que se treina a atenção sustentada e se desenvolve certo nível de relaxamento físico e mental autoinduzido. O grande ganho das práticas de meditação é treinar a atenção, mas não a ‘atenção tensa’ e sim uma ‘atenção relaxada’, que permite ao indivíduo poder sustentar esse

NÃO SE PRENDA AO TEMPO: Para meditar não é necessário desmarcar todos os compromissos da agenda ou deixar aquela reunião importante para depois. Fazer o exercício por 10 minutos já é o suficiente para que o seu dia seja bem produtivo. USE TÉCNICAS SIMPLES: Para praticar a técnica no trabalho, basta se concentrar no som da sua respiração e, se quiser, colocar uma música leve e com o som baixo para observar os cinco sentidos. TODO LUGAR É LUGAR: Se não há um local próprio para a meditação e não consegue ficar sozinho, sente-se em algum local confortável, com a coluna ereta. Coloque fones de ouvido, com uma música suave, e comece a meditar. Talvez as pessoas nem percebam o que você estará fazendo. MEDITE COM FREQUÊNCIA: Para sentir os efeitos benéficos da meditação, é recomendável que esta seja praticada com frequência. É bom manter uma constância e meditar todos os dias, mesmo que em pouco tempo, assim a mente se condiciona. O ideal é que seja no meio do dia, pois a mente já está cansada do turbilhão da manhã e meditar dá um gás para a outra metade do dia.

estado por longos períodos de tempo”, afirmou em entrevista ao portal Ciência Hoje.

Funcionários da Excon fazem meditação na empresa a cada 15 dias e já sentem o resultado positivo no dia a dia

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MEDITAR É SINÔNIMO DE BENEFÍCIOS Coach e especialista em comportamento humano nas corporações, Gislene Ataíde ministra sessões de meditação em empresas capixabas como forma de aliviar os diversos desafios a que os funcionários são expostos diariamente: alto índice de estresse e pressão pelo alcance de metas, prazos e resultados. Esses desafios costumam promover uma aceleração mental exacerbada, ocasionando desequilíbrio emocional nas relações e nas tomadas de decisões. A especialista garante ser crescente o número de empresas que vêm abrindo as portas para oferecer momentos de meditação aos seus funcionários. “É no trabalho que esse funcionário investe boa parte do seu tempo, por isso é tão importante promover oportunidades de autoconhecimento. Um dos grandes benefícios dessas práticas é o alinhamento entre os valores dos funcionários e os da organização. Pessoas integradas e inteiras estão fazendo o seu melhor e com apreciação”, declarou.

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“As sessões começaram recentemente, mas observei que alguns funcionários já mudaram a postura. Alguns relatam que estão mais tranquilos, que realizam em seus lares as atividades aprendidas aqui. Vejo que estão mais empenhados em suas tarefas e espero que isso seja benéfico para todos” Cibele Rigotti, sócia-gestora da Excon Cantabilidade

Ela enfatiza que as empresas focadas em manter seu clima organizacional positivo e que apostam em medidas para promover o bem-estar e a qualidade de vida ocupacional por meio da meditação proporcionam um ambiente mais favorável, abolindo a atmosfera de conflitos profundos que geram medo, comportamentos de perseguição e vitimismo. “A prática passa a estimular bons relacionamentos e o despertar de uma consciência ampla, mais harmônica, amorosa, em que ‘todos passam a jogar no mesmo time’”, afirmou. Gislene aponta ainda que foi comprovado que, além de aumentar a empatia nas pessoas, há benefícios aliados à melhoria da qualidade do sono, funcionamento cerebral e diminuição do estresse, que podem reduzir os custos das empresas com planos de saúde, afastamentos e acidentes de trabalho. Ela lembra ainda que os problemas causados no ambiente laboral podem gerar variações de humor e irritações frequentes, impaciência e até doenças sérias, como a depressão, a ansiedade e a síndrome do pânico. Autor dos livros “11 Dias de Despertar – Uma Jornada de Libertação do Medo” e “Depois do Despertar – O Fim da Separação e o Surgimento de uma Nova Sociedade”, lançados pela

POR QUE MEDITAR? • Estudiosos de cognição e programação neurolinguística estimam que 47% dos nossos pensamentos referem-se a questões infrutíferas e relacionadas ao sofrimento ou à ansiedade. • Dez minutos de meditação podem reduzir o estresse, prevenir doenças cardíacas e aumentar a energia. • Especialistas recomendam fazer a meditação durante sete dias seguidos para se obter os primeiros resultados.

editora Idea, Gustavo Tanaka empreende em startups e investe seu tempo em palestras e workshops, reforçando a ideia de que a meditação, na maioria das vezes, é a chave para que o profissional desperte e entenda que precisa cuidar do físico para produzir melhor. De acordo com ele, a meditação desenvolve a criatividade e, por isso, o profissional passa a ter ideias valiosas. “As ideias fazem o cérebro ‘se soltar’, aumentando o fluxo de pensamentos e estimulando o surgimento de mais ideias”, afirmou. Em “11 Dias de Despertar”, o autor destaca a importância de o indivíduo se expressar e ser verdadeiro consigo mesmo, de seguir a intuição e não se preocupar em percorrer os mesmos passos de outras pessoas. Obter a realização profissional, por exemplo, faz parte desse conceito. Segundo Tanaka, a prática da meditação deveria ser adotada antes de qualquer atividade importante dentro de uma empresa, para que todos os funcionários estejam em sintonia, proporcionando um dia mais produtivo e mais leve. “Antes de uma reunião, por exemplo, todos deveriam ter uma pausa para meditar. Parar por alguns minutos e fechar os olhos desacelera o cérebro, assim todos passam a estar na mesma faixa vibratória”, pontuou. EMPRESAS ADOTAM O MÉTODO A Excon Contabilidade, localizada em Santa Luiza, Vitória, adotou a meditação a fim de proporcionar o bem-estar dos funcionários. A cada 15 dias, aproximadamente, 16 funcionários entram na sala preparada exclusivamente para esse fim e, durante uma hora, praticam a meditação, orientados por uma especialista. Segundo a sócia-gestora da empresa, Cibele Rigotti, os resultados têm sido satisfatórios. “As sessões começaram recentemente, mas observei que alguns funcionários já mudaram a postura. Eles realizam em seus lares as atividades aprendidas aqui. Vejo que estão mais empenhados em suas tarefas e espero que isso seja benéfico para todos”, relatou. Cibele contou que pratica a meditação há alguns anos e, por isso, foi motivada a levar a técnica ao local de trabalho para ajudar outras pessoas. “Sinto melhorias em meu corpo. Como tenho muitas responsabilidades, não dormia direito, era muito ansiosa, tinha problemas de concentração, mas a meditação me ajudou a melhorar esses pontos. Como funcionou para mim, tenho certeza de que vai funcionar para meus funcionários também”, disse. A coordenadora do Departamento de Pessoal da Excon, Rafaela Favato, contou que nunca teve contato com essa técnica, mas está adorando. “Para mim, tudo isso é novidade. No trabalho, lido com muitas pessoas e acabo ficando ansiosa, e a meditação está me ajudando a controlar isso. Está sendo ótimo praticar essa técnica”, afirmou. Já a responsável pelo Setor de Cadastro da empresa, Karla Cristina Santana, relata que já sente efeitos benefícios do exercício, mesmo em tão poucos dias. “No trabalho, quando sinto que vou ‘explodir’, utilizo a técnica da respiração do bebê, que nos foi ensinada. Paro por alguns minutos, concentro em minha respiração e descarrego tudo de negativo. Tem sido uma experiência incrível”, finalizou.

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Registro

3D Axis traz metrologia e topografia industrial para a Mec Show

Empresa do grupo Tecnimex apresentou tecnologia de ponta em medições tridimensionais

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presentando ao mercado tecnologia de ponta, a 3D Axis, empresa do grupo Tecnimex presente no Estado em uma unidade na Serra, se destacou na Mec Show 2017 com o que há de mais moderno quando o assunto é metrologia e topografia industrial. A empresa apresentou medições tridimensionais (3D) portáteis de longo alcance. Com a sua expertise, a 3D Axis oferece análises em tempo real, com maior precisão e fácil interpretação dos relatórios técnicos apresentados. Segundo Ihara Karoliny Sartório de Alencar, assistente administrativa da empresa, a presença na feira serviu para mostrar a tecnologia pioneira desenvolvida, estreitar laços e fazer negócios. “A participação na Mec Show nos permitiu aumentar o alcance da divulgação da nossa marca e assim ampliar a nossa rede de contatos, contribuindo para a conquista do nosso objetivo, que é obter novos clientes. A exposição de nossas máquinas possibilitou uma boa interação com o público, que pôde ver de perto a funcionalidade e os benefícios de nossas tecnologias para o mercado da topografia/ metrologia, dentre as quais podemos citar: Laser Tracker, Fotogrametria e Laser Scanner”, afirmou ela. O Laser Tracker é um sistema de rastreamento por feixe de laser que permite medir simultaneamente três eixos de qualquer objeto, gerando relatórios detalhados do que foi medido. Portátil, o sistema pode ser transportado para qualquer lugar do país e do mundo. Possui alta precisão (10 micrômetros ou µ/m), capacidade de medição de grandes dimensões (alcance de até 160 m) e possibilidade de medição por pontos ou contínua (até 1.000 pontos/ segundo). Já a Fotogrametria é um sistema de medição por registro de imagens (fotografias), que reconhece as coordenadas nos três eixos de alvos autoadesivos ou magnéticos aplicados sobre uma superfície a ser medida. Tem como características a portabilidade, podendo ser transportado em uma maleta pequena; precisão (5µ/m); insensibilidade às vibrações e às variações da temperatura do ambiente. Finalmente, o Laser Scanner é um sistema que utiliza um feixe de

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laser para “varrer” ambientes – como um galpão industrial ou um edifício –, criando uma nuvem de pontos com coordenadas com uma resolução de milhões de pontos por centímetro quadrado. A tecnologia em digitalização tem aplicações como medição do volume de pilhas de matérias-primas, digitalização de ambientes industriais, identificação de variações geométricas em estruturas grandes e digitalização de ambientes fechados para geração de modelos. Com sede em São José dos Campos (SP), o grupo Tecnimex do Brasil atende empresas no país e no exterior, por meio de contratação local ou externa. Empresas da Itália, Alemanha, Espanha, França, Estados Unidos, China e de vários países da América do Sul se beneficiam do know-how da Tecnimex, recebendo atendimento rápido e eficiente.

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“Transfiro este prêmio para todos os que contribuem para a força do Sindifer e do setor metalmecânico capixaba” Lúcio Dalla Bernardina, presidente do Sindifer

Lúcio Dalla Bernardina é escolhido Líder em Sindicatos Patronais

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m solenidade realizada no dia 2 de agosto, em Vitória, foram homenageados os vencedores do Prêmio Líder Empresarial do Espírito Santo 2017, criado pela Rede Vitória em 2000 e que aponta os empresários que se destacaram durante o ano nos mais diversos segmentos. Nesta 17ª edição, o evento contou com nada menos que 41 categorias, entre comércio, serviços e indústria. Como já é uma tradição da premiação, os vencedores foram escolhidos por voto popular, através do jornal on-line Folha Vitória. “Temos o objetivo de confirmar os líderes dos setores e promovê-los para que sirvam de exemplo para a sociedade como porta-vozes de um setor. É o prêmio mais importante da cadeia produtiva do Espírito Santo e o mais aguardado também”, explicou Fernando Machado, diretor-geral da Rede Vitória. Na categoria Líder em Sindicatos Patronais, a disputa pelo título foi bem acirrada. Lúcio Dalla Bernardina, presidente do Sindifer, alcançou 34,39% dos votos, contra 34,03% de Luiz Carlos Azevedo de Almeida, presidente do Sindipães, e 31,58% de Gilmar Guanandy Régio, presidente do Sindiplast. Dalla Bernardina aproveitou para falar sobre o significado da conquista, importante não apenas para ele, mas também para o setor metalmecânico capixaba. “É um prêmio muito

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significativo, é um reconhecimento público de uma vida de trabalho. Mas, na realidade, considero mais um prêmio para o Sindicato como um todo, da diretoria aos nossos associados. O nosso Sindicato é muito grande e importante, tanto social quanto economicamente, para o Espírito Santo. Então, transfiro este prêmio para todos os que contribuem para a força do Sindifer e do setor metalmecânico capixaba”, declarou. A premiação mais esperada da noite, a da categoria Líder do Ano, também foi bastante concorrida e contou com um representante do setor metalmecânico. Étore Selvatici Cavallieri, diretor-presidente da Imetame, ficou em terceiro lugar na disputa, com 31,55% dos votos. O vencedor, Bento Venturim, presidente do Sicoob-ES, alcançou 34,84%. Já Márcio Almeida, da Unimed Vitória, conquistou 33,61%. O governador do Estado, Paulo Hartung, esteve na cerimônia de premiação e citou a importância de se reconhecer as lideranças empresariais do Espírito Santo. “Tem muita gente que acha que é governo que resolve as coisas. Não é. Governo, quando tenta promover o crescimento econômico, acaba levando o país para a crise. É o que estamos vivendo agora. O que movimenta a sociedade, a máquina econômica, a renda e o emprego é a atividade privada”, pontuou.

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Artigo

Neil Patel é considerado um dos 10 influenciadores digitais mais importantes do mundo e foi reconhecido pelo ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama como um dos 100 grandes empresários

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Por que um desafio tão simples pode mudar o país?

á dois anos, quando desembarquei no Brasil para palestrar em um evento de tecnologia, descobri que era aqui que iria começar a investir. Assim como nos Estados Unidos, minha filosofia nunca foi exclusivamente a de ganhar dinheiro, e sim de ajudar as pessoas. Investir em um país que estava no auge da recessão poderia soar não só como uma loucura mas também como uma grande oportunidade. Atualmente conto com três pontos de apoio no país – em Vitória, Belo Horizonte e São Paulo – e com mais de 50 funcionários diretos e indiretos, e posso dizer que, pela minha experiência nas empresas daqui, o Brasil possui uma política corporativa bem complexa em relação às estrangeiras, principalmente em termos de salário e benefícios. Ao perceber que a maioria das pequenas e médias empresas não oferecia o benefício de bonificação ou participação de lucros e resultados, resolvi colocar a minha prática de ajudar empresas em atividade: irei selecionar uma empresa para receber uma consultoria minha 100% gratuita e garanto que conseguirei aumentar a receita dessa corporação, por meios de ações digitais. A contrapartida? Caso consiga obter o resultado, a empresa deverá dividir parte dos lucros com todos os seus funcionários. O principal objetivo é mostrar para as micros e pequenas empresas que, ao oferecerem a participação de lucros e resultados para os funcionários, problemas crônicos empresariais – como alta rotatividade, desmotivação e baixa produtividade – podem ser extintos.

De forma geral, as pequenas e médias empresas não conseguem pagar aos seus colaboradores aquilo que eles merecem, por questões que envolvem os próprios custos da operação, margem de lucro menor em relação às grandes corporações, entre outros motivos. Quando uma empresa muda seu viés e começa a ver o benefício para os colaboradores como uma forma de investimento no capital humano, passa a perceber que essa é a melhor coisa a ser feita. É justamente neste ponto que queremos sensibilizar os empresários: uma empresa cresce com o suporte de um bom quadro de colaboradores. A equipe, que se dedica diariamente ao negócio, merece ficar com parte do lucro, sim. Isso beneficia a empresa em vários aspectos, como: maior comprometimento, melhora na produtividade e menor rotatividade de funcionários. Pois é, parece que nossa filosofia tem surtido efeito. Em apenas um mês, foram mais de 5 mil inscrições de todas as regiões do país. Apenas no Estado do Espírito Santo, tivemos mais de 100 empresas dispostas a disputar esse desafio, o que mostra que as necessidades não são apenas regionais, mas sim nacionais. Esses números só fortalecem a nossa meta de querer ajudar empresas, pois apontam que elas querem receber ajuda. Acreditamos que um desafio simples pode mudar um pouco a ótica empresarial brasileira, mostrando que não basta investir em máquinas e soluções se os colaboradores não estiverem motivados e dispostos a “brigar pela empresa.

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Registro

Tecnoclean apresentou desengraxante e protetor solar que não agridem a saúde nem o meio ambiente

Tecnoclean investe em produtos ecologicamente corretos

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er pioneira, trazendo para o mercado local não apenas produtos que primam pela qualidade, mas que respeitem medidas de segurança, saúde e meio ambiente. Com esse objetivo, a Tecnoclean, que trabalha há 28 anos na área de limpeza industrial, apresentou ao público capixaba, durante a Mec Show deste ano, um desengraxante ecológico e 100% biodegradável. Fabricado pela Homy Química, ele é ideal para peças, engrenagens e motores, tendo em sua fórmula matérias-primas vegetais, como babaçu, carnaúba, milho e soja. A Tecnoclean garante que os produtos são totalmente seguros, tanto para quem aplica, quanto para o meio ambiente, contrariando o que é prática no mercado,

em que muitas empresas ainda fazem a limpeza com desengraxantes derivados de petróleo. Além disso, a companhia aproveitou o evento para mostrar o protetor solar e o desengraxante para as mãos desenvolvidos pela Gojo/Purell. Servindo para a proteção, restauração e hidratação das mãos dos trabalhadores, os produtos previnem que a pele fique ressecada e com marcas. O desengraxante é para tratamento e limpeza exclusiva das mãos, enquanto o protetor solar, que teve sua primeira produção para a feira, possui FPS 30 e oferece defesa contra radiação UVA e UVB, além de ser hipoalergênico e comercializado em embalagem de 120 ml. “O produto será distribuído exclusivamente em todo o Brasil pela Tecnoclean”, confirma o diretor executivo da empresa, Ary Chamon.

Programa da KSB tem foco na otimização em sistemas hidráulicos Em atuação no país desde 1954 com uma linha de bombas centrífugas, válvulas industriais e serviços de manutenção em geral, a KSB Brasil apresentou na última Mec Show o programa Fluid Future. Trata-se de um conceito que tem foco na eficiência energética para todo o sistema hidráulico. Para alcançar esse resultado, são desenvolvidos cinco módulos, que trabalhando interligados conseguem identificar e promover uma grande economia dentro do ciclo de vida das bombas e válvulas. Isso se traduz em menores gastos com energia elétrica, custos operacionais e um considerável aumento de vida útil dos recursos utilizados no processo. Em um primeiro momento, é feita uma análise do sistema por especialistas da empresa, que apontam de que forma a

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energia pode ser economizada. Logo a seguir, acontecem a busca e seleção das bombas e válvulas corretas. E por fim, utilizando sistemas de controle como o PumpDrive, o processo combina de forma contínua a saída da bomba com os requisitos do sistema. De acordo com o engenheiro e gestor da KSB Brasil, Wânderson Nunes, o programa representa um importante avanço em um cenário em que as transformações mecânica, elétrica e eletrônica são cada vez mais demandadas em todos os setores da indústria. “Assumiremos a produção do futuro apresentando soluções que são exatamente o que a feira pretende, que é apresentar uma grande evolução no que tange a inovação tecnológica industrial”, explicou ele.

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Registro

Vale desenvolve aplicativos e amplia produtividade

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e olho em ações que possam aumentar a produtividade e reduzir gastos, a Vale está desenvolvendo aplicativos para que os colaboradores consigam, por celular ou tablet, executar atividades que antes eram realizadas no papel ou em computadores de mesa (desktops). A AppStore da Vale conta atualmente com 22 aplicativos que tornam o trabalho mais eficiente; diminuem custos de manutenção de equipamentos pesados por meio de processos de otimização; e melhoram indicadores de saúde e segurança. Entre os destaques está o Siga Brizzo, que avisa que o conserto de um vagão de trem já está concluído. Pela ferramenta o mecânico recebe também on-line a ordem de manutenção, sem a intermediação do papel. Apenas em 2016 esse programa resultou na economia de 2,6 milhões de folhas de papel, 376 mil horas de digitação e 7,8 mil horas de deslocamento até as oficinas. Outro diferencial foi criado no ano passado, na forma de um aplicativo que indica defeitos em um vagão de trem após uma viagem. Antes da inovação, tudo era anotado por um inspetor e entregue em seguida para outro empregado, que por sua vez repassava tudo para o computador.

Aplicativos geram processos otimizados e redução de tempo e de desperdícios

Mas, com o aplicativo para tablet, esses dados agora são inseridos diretamente no sistema pelo próprio inspetor. O programa otimizou o processo e beneficiou o meio ambiente, com a redução do gasto de papel. A AppStore fica disponível na intranet da empresa.

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Artigo

Sergio Rogerio de Castro é diretor da Escola de Associativismo

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Escola de Associativismo, apoie essa ideia

ma escola para ajudar as associações a serem melhores, a produzirem mais resultados para os seus associados. Uma escola que pretende apoiar o país a criar mais bem-estar para todos. Como? Com associações mais organizadas, mais respeitadas, que fortalecem a sociedade civil organizada para que ela interaja com mais competência com as autoridades eleitas. Associações com protagonismo em propostas, motivação e articulação, com críticas construtivas, mobilização organizada para a geração de mais bem comum, o que se traduz em melhoria da qualidade de vida para toda a sociedade. Como o associativismo é um tema muito amplo, uma vez que desde um condomínio até um partido político são exemplos de atividades associativistas, foi definido um foco de trabalho. A opção foi iniciar pelas associações empresariais e por aquelas que dão suporte a hospitais filantrópicos, com as quais estamos interagindo nesses dois primeiros anos de operação. Nesse período, a Escola de Associativismo produziu e difundiu conteúdo sobre o tema, contando, para esse fim, com mais de 30 colaboradores voluntários. No seu site (www.escoladeassociativismo.com) e nas suas páginas no Facebook e no Linkedin, a entidade disponibiliza muita informação para o fortalecimento das associações. Nossa sustentabilidade financeira é obtida com parcerias, apoios e doações. Adotamos a estratégia de produzir módulos didáticos (MDs) abordando temas de alta relevância para o fortalecimento do associativismo. Um módulo didático é composto por um vídeo de curta duração, fácil de ser visto, uma cartilha de leitura amigável (ambos disponíveis gratuitamente no site da escola) e uma apresentação que é utilizada pelos

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“professores” para aprofundar o tema numa palestra. Seis MDs já foram produzidos: “Os benefícios de uma sede”; “A importância da renovação”; “A inovação no associativismo”; “Aumentando o número de associados”; “Desenvolvendo mercado por meio das associações” e “Governança: não é só o presidente que precisa trabalhar”. No site são encontrados cursos gratuitos (vídeo e cartilha), uma videoteca com mais de 50 títulos sobre o tema, indicação de livros, textos inspiradores sobre o associativismo, além de uma agenda da Escola e de notícias, ambas atualizadas mensalmente. Por meio do site também é possível fazer doação para a manutenção das atividades da escola. No espaço “Prestando Contas” está disponível nosso plano de trabalho e orçamento, bem como os relatórios de atividades que registram, com detalhes, o que fizemos e como investimos os recursos arrecadados. A Escola se empenha em atender às solicitações de palestras feitas pelas associações. Até aqui alcançamos o Espírito Santo, como programado. Já estamos aptos a avaliar a possibilidade de atendermos a outros estados, como já aconteceu com o Sindicato dos Panificadores do Rio de Janeiro, onde nos apresentamos para um público de mais de 100 empresários. Você pode apoiar essa ideia navegando no nosso site e nos enviando sugestões de como podemos fazer melhor, comentando o que estamos fazendo, indicando o site para outros associativistas, aceitando convite eventual da escola para ser um colaborador de conteúdo, para ser um “professor”, ou fazendo doação para a sustentabilidade financeira da Escola, que não aceita qualquer recurso público para a sua manutenção. Aceite o nosso convite, apoie a Escola de Associativismo.

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Saúde e segurança Especial Por Gustavo Costa

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Semana Prevenir coloca saúde e segurança em foco 4ª edição do evento contará com palestras, prêmios e ações que chamam a atenção para a importância da prevenção de acidentes

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om a missão de debater e contribuir para a redução de acidentes de trabalho no Espírito Santo e no país, a Semana de Saúde e Segurança Prevenir movimentará a Grande Vitória entre 26 de novembro e 2 de dezembro. Em sua quarta edição, a Prevenir contará mais uma vez com diversas ações, distribuídas por diferentes locais, dias e formatos. Uma iniciativa do Sindifer, com o apoio do Sinduscon e do Sindirochas e organizada

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR DA SEMANA PREVENIR 2017 PREVENIR NA PRAIA Data: 26 de novembro Horário: 9h Local: Praia de Itaparica, Vila Velha ABERTURA SOLENE Data: 27 de novembro (segunda-feira) Horário: 19h Local: Auditório da Findes, Vitória ENTREGA DO PRÊMIO SESI PREVENIR DE BOAS PRÁTICAS Data: 27 de novembro Horário: 20h Local: Auditório da Findes SEMINÁRIO DE SAÚDE E SEGURANÇA Data: 29 de novembro Horário: 9h às 17h Local: a definir RODADA DE NEGÓCIOS Data: 30 de novembro

(quinta-feira) Horário: 14h às 18h Local: a definir ENTREGA DO PRÊMIO ESCOLA SEGURA Data: 1º de dezembro Horário: 15h Local: a definir ESPAÇO SESI Data: 28 a 30 de novembro Horário: 15h30 às 19h30 Local: Terminais rodoviários de Laranjeiras (Serra), Campo Grande (Cariacica) e Itaparica (Vila Velha) Data: 1º e 2 de dezembro Horário: 14h às 22h Local: Rodoviária de Vitória PREVENIR NO PARQUE Data: 2 de dezembro Horário: 9h às 12h Local: Parque Pedra da Cebola, Vitória

pela Dupla Produções, o evento conta com um comitê técnico formado pela Vale, Engelmig, ArcelorMittal, Fibria, Sesi, Senai, Sebrae-ES, Perfil Alumínios, Grupo Águia Branca, Outotec, Engelmig e Corpo de Bombeiros do Estado do Espírito Santo. Em 2017, a Semana Prevenir será inaugurada com uma ação na Praia de Itaparica, chamando a atenção do público sobre a importância da prevenção de acidentes. “Teremos o Circuito de Corrida e Caminhada da Semana Prevenir. Queremos incentivar a prática de exercícios. O esporte sempre é uma grande forma de abordar a questão da saúde. Mudamos da Praia de Camburi, local do ano passado, para Itaparica e estamos esperando um bom movimento”, disse o presidente do Sindifer, Lúcio Dalla Bernardina. Já durante a abertura oficial, que movimentará o Edifício Findes, em Vitória, todos os envolvidos na coordenação e realização da Prevenir estarão presentes. São esperados presidentes dos sindicatos, patrocinadores, autoridades de várias esferas e representantes da imprensa, para quem será apresentado detalhadamente todo o projeto, dos objetivos às atividades. A sensibilização da população a respeito da importância do tema contará com atividades que serão desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros Militar, Senai e outras empresas parceiras do evento. As ações passam pela Unidade Móvel Dual NR-33, NR-35 e de Soldagem, ambas do Senai, com demonstração de segurança no trabalho realizado em espaço confinado e segurança para as operações executadas em altura; a simulação com o equipamento Convencedor do Senai; a formatura dos novos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros Militar e o lançamento da Operação Verão – Salvamar da corporação, com simulação de resgate na água com apoio aéreo e terrestre; a apresentação da banda do Exército; exposição de veículos do Corpo de Bombeiros e do Exército; e recreação infantil, entre outras. ATIVIDADES Não faltarão atividades durante a Semana. A começar pela entrega do Prêmio Sesi Prevenir de Boas Práticas,

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Saúde e segurança

“A Semana Prevenir é isto: um evento pensado para a nossa gente, um momento de incluirmos todos no debate por mais bem-estar e segurança. O desejo é de sempre fazer um evento melhor que o do ano anterior” - Lúcio Dalla Bernardina, presidente do Sindifer

criado com o objetivo de reconhecer e valorizar iniciativas desenvolvidas. A premiação, que acontecerá no Edifício Findes, no dia 27 de novembro, estimula a construção de uma cultura de saúde e segurança no ambiente empresarial por meio da apresentação de práticas, processos e produtos, novos ou aprimorados, desenvolvidos pelas empresas e organizações, subdivididas em grupos, de acordo com seu porte: pequeno, médio ou grande. Os trabalhos serão selecionados por uma comissão julgadora composta por profissionais das empresas que constituem o comitê técnico da Prevenir. Também está confirmada a realização, na Semana Prevenir 2017, do seminário que servirá para atualizar e capacitar o trabalhador. Na programação, temas relativos a saúde e segurança serão abordados por especialistas, que dividirão com os participantes seus conhecimentos e experiências. O objetivo é fomentar uma rede de informações útil para todos. “O seminário é o ponto alto da Semana Prevenir, e nele são abordadas as melhorias em saúde e segurança para os trabalhadores. Teremos palestras maiores pela manhã e apresentações de casos de sucesso de empresas na parte da tarde. Queremos terminar cada dia de evento com uma palestra master, sempre ministrada por um convidado renomado”, frisou o presidente do Sindifer. Com o apoio do Sebrae-ES, o evento oferecerá ainda uma Rodada de Negócios, focada em produtos e serviços especialmente voltados para a saúde e segurança do trabalhador da indústria capixaba. A Rodada, realizada por meio de reuniões agendadas entre as empresas fornecedoras e demandantes, cria o ambiente propício para que elas negociem seus produtos e serviços e estabeleçam novas parcerias. As reuniões duram de 20 a 30 minutos, tempo suficiente para que os participantes apresentem suas necessidades, produtos e serviços de maneira eficiente. Outro destaque da Semana Prevenir é o Prêmio Escola Segura, que reconhece boas ideias desenvolvidas dentro das unidades de ensino capixabas que debatem temas transversais ao comportamento na prevenção de acidentes no ambiente

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escolar e laboral, em casa e no lazer. Para escolher as finalistas, um grupo multidisciplinar de especialistas de empresas privadas e órgãos públicos realiza visitas às escolas públicas municipais para aplicação de um check-list de autogestão. “Gosto muito do Escola Segura. É uma ação na qual premiamos escolas com boas ideias e que sabem envolver os alunos no debate por mais segurança. Em 2016 premiamos escolas da Serra, e este ano faremos o mesmo com as de Vila Velha. A avaliação é feita por um grupo formado por representantes do Sindifer, bombeiros e empresas privadas. Queremos que a premiação seja sempre algo itinerante, reconhecendo as boas ideias de diferentes escolas do Estado”, enfatizou Dalla Bernardina. E por falar em crianças e adolescentes sendo incentivados a debater práticas de segurança, a Prevenir levará até o Parque Pedra da Cebola, em Vitória, uma manhã de diversão aliada à conscientização para o público infantil. “Provavelmente essa ação acontecerá pela manhã, também em realização conjunta com o Corpo de Bombeiros. Queremos que as crianças saibam desde cedo reconhecer e evitar acidentes. Haverá teatro e atividades interativas, tratando do assunto de forma lúdica e reforçando o quanto as atitudes preventivas são importantes para todos. A Semana Prevenir é isto: um evento pensado para a nossa gente, um momento de incluirmos todos no debate por mais bem-estar e segurança. O desejo é de sempre fazer um evento melhor que o do ano anterior”, disse o presidente do Sindifer. E ampliando ainda mais o alcance da Semana Prevenir, a exemplo do que ocorreu na edição anterior, neste ano será realizado mais uma vez o Espaço Sesi, com atendimentos gratuitos aos cidadãos feitos por uma equipe multidisciplinar das áreas de saúde e segurança do trabalho da entidade em locais de grande circulação, como os terminais rodoviários. O objetivo é conscientizar o máximo de pessoas possível sobre a importância da prevenção. “É uma ação muito importante do Sesi, que orienta a população sobre a importância da segurança não apenas no trabalho, mas também em casa. Acidentes fora do ambiente de trabalho preocupam igualmente e devem ser prevenidos”, explicou Bernardina. Deverão ser oferecidos os serviços de aferição de pressão, diagnóstico resumido de estilo de vida saudável e massoterapia. Na edição 2016 do evento, o Sesi atendeu 1.170 pessoas nos terminais do Transcol da Grande Vitória. A Semana Prevenir é uma grande corrente para envolver toda a sociedade capixaba em uma causa nobre: criar e reforçar o compromisso de cada um com a busca por um ambiente de trabalho e uma sociedade mais seguros para todos. Um Espírito Santo com menos acidentes é um Estado que produzirá mais, desenvolvendo-se melhor e oferecendo mais oportunidades para seus habitantes.

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Registro

Ação da Imetame beneficia 17 mil crianças

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ientes de como os meses mais frios do ano podem ser difíceis para os mais carentes, funcionários da Imetame Metalmecânica se mobilizaram e promoveram, nos fins de semana dos meses de junho e julho, a ação “Amor que Aquece 2017”. Por meio da iniciativa, foram distribuídos cobertores e conjuntos de agasalhos para aproximadamente 17 mil crianças de localidades do Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. O diferencial deste ano foi que a mobilização também abrangeu os idosos, presenteando pessoas da terceira idade com camisolas e cobertores. Os colaboradores da empresa se mostraram muito satisfeitos em poder levar conforto para tantas pessoas em comunidades próximas às instalações da Imetame. “É recompensador ver o sorriso no rosto de uma criança e a gratidão estampada

no olhar das vovós. Só tenho a agradecer a Deus, primeiramente, e à empresa por mais essa oportunidade. Foi muito lindo poder contribuir com esse sonho”, frisou o operador de equipamentos Thiago de Oliveira. Outro funcionário muito feliz por fazer parte da ação foi o assistente de produção Leonardo Silva Carneiro. ‘‘É muito gratificante poder participar dessa ação social. E mais gratificante ainda é poder levar um pouco de alegria para as crianças. Sou muito grato pelo convite, foi um prazer apoiar cada criança”, enfatizou ele. Com sede em Aracruz, a Imetame atua em todo o território nacional, prestando serviços de fabricação, montagem e manutenção mecânica industrial, com destaque para os segmentos de papel e celulose, siderurgia, mineração, óleo e gás.

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Perfil Indústria

Haroldo Massa e Ricardo Brum Diretores da Cetest-ES prezam pela prestação de serviços

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á 39 anos nascia a Cetest-ES, fruto da união de engenheiros das maiores empresas do segmento de instalação de climatizadores no mercado brasileiro daquela época (1978). Sempre à frente do seu tempo, esses profissionais decidiram inovar, já prevendo a crise provocada pelo chamado “milagre econômico” – crescimento da economia durante o regime militar, que ocorreu entre 1969 e 1973. Termar, Cebec, Carrier, Ceibrasil e Starco se uniram e daí surgiu a Cetest -ES. Segundo Haroldo Massa, diretor administrativo, este foi “um marco para a história da manutenção capixaba”. Na época de sua fundação, a empresa contava com 1.200 colaboradores, sendo a maior do segmento na América Latina. “Em fevereiro de 1990, consolidando o conceito de regionalização, iniciamos as atividades da Cetest -ES Manutenção e Utilidades Ltda., utilizando uma inovadora visão empresarial”, contou Haroldo. O diretor revela também, com orgulho, que a empresa obteve a certificação no Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) já em sua primeira turma, no ano de 1998. Primeira instituição a se filiar ao Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), a Cetest-ES participa intensamente das atividades de seu setor, além de contar com representantes nas diretorias do próprio sindicato, da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), da Associação Brasileira de Manutenção (Abraman) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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ATUALIDADE Localizada em Novo Horizonte, no município da Serra, hoje a empresa atua no segmento de engenharia de manutenção, com foco na manutenção e serviços em ar-condicionado, cozinhas industriais, manutenção predial e automação de edifícios. “Nosso quadro de colaboradores em sua totalidade é graduado no ensino médio, com formação profissional no Senai-ES, em fabricação de equipamentos. Nosso centro de treinamento é próprio e é onde nossos líderes transmitem seus melhores conhecimentos”, explicou Ricardo Brum, diretor de Planejamento e das Ações Operacionais de Engenharia. Ricardo destaca, ainda, que treinar e qualificar pessoas é o diferencial da Cetest-ES. “Formamos nossa mão de obra em cursos in door, nos fabricantes e em parceria com o Senai-ES. É motivo de satisfação empresarial ver nossos estagiários e engenheiros, formados por nós, gerenciando grandes complexos industriais, gerenciando novas empresas e reforçando quadros de docentes em instituições de ensino.” Para Haroldo, ter o perfil de sua empresa retratado neste número da Revista do Sindifer é uma honra. “ Pa r t i c i p a r d e s t a e d i ç ã o é m u i t o i m p o r t a n t e , especialmente por termos sido homenageados na Mec Show 2017 como a empresa mais antiga filiada ao Sindifer. São 27 anos de parceria e luta pelo desenvolvimento do setor metalmecânico do Espírito Santo”, concluiu.

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Economia Especial Por Fernanda Zandonadi

Leis trabalhistas: novas regras prometem estimular a economia 60

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Mudanças preveem mais transparência nas negociações e um ambiente de negócios que pode fomentar novas vagas de emprego

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uito já se falou, a favor e contra, sobre a reforma trabalhista recém-aprovada pelo Congresso e sancionada sem vetos, no dia 13 de julho, pelo presidente Michel Temer. A despeito das polêmicas geradas na sociedade e dos embates ocorridos entre governo e oposição, para os especialistas não há muitas dúvidas: as mudanças são positivas e significam, na prática, geração e formalização de empregos, além da possibilidade de um cenário mais atraente aos investidores. Para os pequenos, micro e médios empresários, a proposta abre portas para novas vagas. Com a possibilidade de negociação, até mesmo o Judiciário pode ganhar: regras mais claras geram maior segurança jurídica. Alguns pontos da reforma, que Temer chamou de Lei de Modernização Trabalhista, no entanto, poderão alterados por medidas provisórias. O governo enviou aos parlamentares uma minuta do que pretende alterar na reforma trabalhista antes de sua entrada em vigor, dentro de 120 dias após publicação no Diário

CONFIRA OS PONTOS MAIS POLÊMICOS DA REFORMA TRABALHISTA QUE, ENTRE OUTROS, PODEM VIR A SER ALTERADOS POR MEDIDA PROVISÓRIA: GRÁVIDA OU LACTANTE EM AMBIENTE PREJUDICIAL À SAÚDE Atualmente, isso é proibido, mas a reforma trabalhista prevê a possibilidade de grávidas trabalharem em condições insalubres (como barulho excessivo, calor, frio ou radiação em excesso) desde que estas sejam de grau mínimo ou médio e que as mulheres apresentem um atestado médico que lhes permita exercer tais funções. Se a insalubridade for de grau máximo, a grávida continuaria impedida de trabalhar no local. Também as lactantes (mulheres que estão amamentando), hoje proibidas de atuar em locais insalubres, independentemente do grau de risco, poderão passar a exercer essas atividades, desde que tenham um atestado médico que lhes garanta que seja seguro. JORNADA 12 X 36 Embora já ocorra e seja bastante comum em áreas com a da saúde e da segurança, por exemplo, a jornada de trabalho de 12 horas consecutivas seguida por um intervalo de 36 horas contínuas de descanso ainda não estava regulamentada por lei. Com a reforma, ela fica valendo oficialmente. Mas, da forma como consta no projeto, o trabalhador pode ser compelido a cumprir jornadas extenuantes que comprometam sua saúde e integridade física, segundo Ricardo Ferraço, que sugere que tal opção seja permitida apenas por acordo ou convenção coletiva. TRABALHO INTERMITENTE Criada com a reforma, essa modalidade permite a contratação de empregados sem horários fixos, recebendo de acordo com o tempo trabalhado e, portanto, sem a garantia de uma jornada mínima. Além do pagamento pelas horas trabalhadas, haveria direito ao pagamento proporcional de férias, FGTS, Previdência e 13º salário. A medida, segundo o texto aprovado, visa a reduzir a rotatividade de mão de obra e a permitir a contratação de pessoas que têm maior dificuldade de cumprir a jornada “cheia’”. A sugestão é que a medida provisória delimite setores específicos em que o trabalho intermitente seja permitido e crie salvaguardas que impeçam abusos ao trabalhador.

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Economia MUDANÇAS APROVADAS O texto sancionado pela Presidência no dia 13 de julho tem 120 dias a partir de sua publicação no Diário Oficial para entrar em vigor e altera a lei atual em vários aspectos, como férias, trabalho em casa, plano de carreira e jornada de trabalho. Veja as principais mudanças: HORAS IN ITINERE O tempo que o trabalhador passa em trânsito entre sua residência e o trabalho, na ida e na volta da jornada, com transporte fornecido pela empresa, deixa de ser obrigatoriamente pago ao funcionário. O benefício é garantido atualmente pelo Artigo 58, parágrafo 2º da CLT, nos casos em que o local de trabalho é de difícil acesso ou não servido por transporte público. BANCO DE HORAS Hoje, as horas excedentes trabalhadas em um dia podem ser compensadas em outro dia, desde que não excedam o limite de 10 horas diárias e, no período máximo de um ano, a soma das jornadas semanais de trabalho previstas. Pela nova regra, o banco de horas pode ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação se realize no mesmo mês. TEMPO NA EMPRESA Pelo texto, deixam de ser consideradas como integrantes da jornada atividades como descanso, estudo, alimentação, higiene pessoal e troca do uniforme. A CLT considera o período em que o funcionário está à disposição do empregador como serviço efetivo. DESCANSO Atualmente, o trabalhador tem direito a um intervalo para descanso ou alimentação de uma a duas horas para a jornada padrão de oito horas diárias. Pela nova regra, o intervalo deve ter, no mínimo, meia hora, mas pode ser negociado entre empregado e empresa. Se esse intervalo mínimo não for concedido, ou for concedido parcialmente, o funcionário terá direito a indenização no valor de 50% da hora normal de trabalho sobre o tempo não concedido. RESCISÃO A rescisão do contrato de trabalho de mais de um ano só é considerada válida, segundo a CLT, se homologada pelo sindicato ou autoridade do Ministério do Trabalho. A nova regra revoga essa condição. RESCISÃO POR ACORDO Passa a ser permitida a rescisão de contrato de trabalho quando há “comum acordo” entre a empresa e o funcionário. Nesse caso, o trabalhador tem direito a receber metade do valor do aviso prévio, de acordo com o montante do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), até o máximo de 80%, mas não recebe o seguro-desemprego. REPRESENTAÇÃO LABORAL Toda empresa com mais de 200 empregados deverá ter uma comissão de representantes para negociar com o empregador. A escolha será feita por eleição, da qual poderão participar inclusive os não sindicalizados. Não poderão votar os trabalhadores temporários, com contrato suspenso ou em aviso prévio. Veja na íntegra a alteração e consolidação das Leis do Trabalho (CLT): http://bit.ly/reformatrabalhista13467

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“Acredito que a reforma trabalhista gera segurança, e essa segurança vai dar mais oportunidade para o relacionamento entre empregado e empregador”.

Alberto Nemer, advogado tributarista Oficial. A minuta toca em 10 pontos, entre eles temas controversos que foram discutidos durante a tramitação, como o trabalho intermitente, a jornada 12 por 36 horas e o trabalho em condições insalubres das gestantes e lactantes. O mercado, porém, já comemora a modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que remonta a 1940. O advogado tributarista Alberto Nemer avalia que as mudanças são positivas. “A geração de emprego é difícil prever, mas as novas regras são mais claras, geram segurança jurídica, diminuem a possibilidade de ativismo judicial e darão mais possibilidades de se negociar condições”, afirma. Além disso, segundo ele, a transparência nas negociações vai demandar mais empresas especializadas nas atividades, o que gera atração de negócios para o país. “Acredito que essa segurança trazida pela nova lei vai dar mais oportunidade para o relacionamento entre empregado e empregador. Uma das consequências, certamente, será o aumento da formalização de empregos. Um ponto que é preciso evidenciar e que beneficia a todas as partes é que o pagamento por bonificação ou premiação será feito sem que incida sobre os valores dos salários. Isso significa que esses

93,5%

Dos mais de 20 milhões de empresas regularmente constituídas no Brasil são de micro e pequeno porte. Juntas, elas empregam de 50% a 65% da força de trabalho nacional, segundo o senador Ricardo Ferraço

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“A geração de emprego é difícil prever, mas as novas regras são mais claras, geram segurança jurídica, diminuem a possibilidade de ativismo judicial e darão mais possibilidades de se negociar condições” Ricardo Ferraço, senador

valores não vão pesar nos encargos, como os previdenciários, Imposto de Renda ou recolhimento do FGTS”, ressalta. O relator do projeto da reforma trabalhista (PLC 38/2017) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, Ricardo Ferraço, defende as mudanças e afirma que as leis estão ultrapassadas e já não atendem ao mercado e aos trabalhadores. “Essas leis foram importantes para defender os trabalhadores em 1940. Mas o aperfeiçoamento que estamos fazendo é fundamental. Nele, estamos garantindo os direitos fundamentais do cidadão, que já estão consagrados na Constituição”, ressalta. Segundo Ferraço, o artigo 7º da Constituição, com seus 34 incisos, já garante por si só esses direitos. Além do mais, acrescenta, hoje são 140 milhões de brasileiros em idade produtiva. Desses, apenas 50 milhões têm carteira assinada. Na prática, continua o senador, são 90 milhões de pessoas trabalhando informalmente por conta da burocracia exigida nas contratações ou demissões. “Além do mais, temos quase 14 milhões de desempregados no país hoje, muitas vezes por conta da falta de flexibilidade nas leis. Quando pensamos na geração de emprego, fica a impressão de que as grandes empresas são responsáveis pela maior parte das vagas. Isso não condiz com a realidade. É o pequeno empresário

2.000.000

De novos postos formais de trabalho serão criados em dois anos com a aprovação da nova lei trabalhista, que entra em vigor a partir de novembro. A estimativa é do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira

que gera emprego. No país, de 65% a 70% dos empregos são gerados pelos micro e pequenos empresários. E essa reforma surge para flexibilizar a contratação e, ao mesmo tempo, dar proteção ao trabalhador”, explica. A seu ver, mesmo a terceirização da atividade-fim, que gerou grande atrito com os trabalhadores, é positiva. “É importante olharmos para o mundo e vermos o que está dando certo. Planeta afora, não há distinção entre atividade-meio e atividade-fim. Temos, portanto, que partir da premissa de que a globalização é uma realidade e nela há cadeias de operação se organizando por especialização. Temos que ficar atentos a este momento. Por exemplo: um celular. As peças são feitas em diversas partes do mundo, pois as fábricas se especializaram e assim ficaram competitivas. Todas essas peças vão para um determinado país, como a China. E o que faz a detentora da marca do celular? Terceiriza toda a contratação. Se não gera emprego diretamente, ela o faz na terceirização. O importante é que abre vagas em vários pontos do mundo e oferece empregos com garantias trabalhistas”, observa.

TRAMITAÇÃO

A medida provisória (MP) que pretende alterar pontos da reforma trabalhista deve ser editada ainda em agosto, disse o senador Ricardo Ferraço. O parlamentar participa de um grupo com senadores, o relator da reforma na Câmara e representantes do governo federal, que busca convergência em torno do conteúdo da MP, que irá alterar pontos específicos do texto aprovado pelo Congresso Nacional e já sancionado pelo presidente Michel Temer. “Eu acho que é a tendência [ser editada em agosto]. Estamos trabalhando com esse objetivo. Agora, o que está nos movendo mais: é o tempo ou é fazer uma lei que não descaracterize os princípios que fazem parte do escopo ou do objetivo original? Se tiver que gastar 10 dias a mais ou 15 dias a mais, a nossa tese é que a pressa é inimiga da perfeição”, disse Ferraço após participar de um debate sobre a reforma na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Segundo o líder do governo, senador Romero Jucá, relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não há prazo definido para a conclusão da MP e há tempo para sua edição. “Encaminhei para vários parlamentares os pontos [da MP] que são objeto do acordo no Senado para serem discutidos. Na hora em que estiverem amadurecidos, a MP será editada. Não tem previsão. É importante dizer que esta lei só vale daqui a 120 dias. Para ter uma medida provisória que modifique a lei, ela tem que ocorrer antes de 119 dias. Então, nós temos um prazo razoável”, concluiu.

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Agenda 6 a 9 de novembro

Fabtech North America A Fabtech Internacional é a maior feira norte-americana em formação e fabricação metálica, tubos e tubulações, e soldagem. O evento acontece em Chicago, Estados Unidos. Os convidados podem comparar a formação e a fabricação metálica e o equipamento de soldagem em ação. As tecnologias apresentadas na Fabtech são de automatização, robótica, dobrados, acabamentos, hidroformação, perfuração, serras, borrifadores, ferramentas e soldagem.

9 de novembro

2º Seminário EspíritoSantense de Corrosão Iniciativa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), o evento atenderá à indústria impactada pelo efeito da corrosão, promovendo a integração de conhecimentos e métodos que colaborem com a minimização das consequências na manutenção dos ativos das empresas. Será um dia todo voltado a palestras, exposição e lançamentos de projetos. O seminário será no Sesi de Jardim da Penha, em Vitória.

7 a 11 de novembro

China International Industry Fair A CIIF - Feira Internacional da Indústria da China é um evento que acontece anualmente desde 1999 e é dedicado ao setor da indústria de equipamentos do país. Será realizado em Xangai e é uma plataforma para que indústrias e empresas de equipamentos possam entrar comercialmente na parte oeste da China. A feira vai ocupar 280 mil metros quadrados com 2,5 mil expositores. São esperados 160 mil visitantes de negócios. Outras informações sobre o evento estão no www.ciif-expo.com.

24 e 25 de novembro

15º Moldes ABM O Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes - Moldes ABM chega à 15ª edição em 2017. O evento acontece em Sumaré (SP) e contará com debates entre ferramenteiros, projetistas, fabricantes, compradores, acadêmicos e profissionais das indústrias metalúrgicas, siderúrgicas e de materiais. A programação tem por objetivo promover a troca de conhecimento sobre a indústria ferramenteira, tecnologias de produção, elaboração de projetos e de controles mais recentes, bem como apontar rumos para o futuro. Os interessados devem fazer a inscrição no www.abmbrasil.com.br.

8 de dezembro

Enaiq O 22º Encontro Anual da Indústria Química abordará as mudanças no cenário energético e de matériasprimas mundiais e os impactos no setor químico, além de discutir sobre as tendências para o segmento em nível nacional e a sua inserção em um cenário de globalização. Também serão apresentadas as perspectivas para 2018. O Enaiq acontecerá no hotel Sheraton WTC, em São Paulo. Informações no site www.enaiq.org.br/.

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28 de novembro a 2 de dezembro

Semana Prevenir Também pautada permanentemente em debater a necessidade de diminuir o número de acidentes de trabalho no país, a Semana de Saúde e Segurança Prevenir movimenta Vitória em sua quarta edição. Diversas ações serão realizadas, em diferentes pontos da cidade. O evento é uma iniciativa do Sindifer correalizada por Sesi, Senai e Sebrae. Confira todos os detalhes da Prevenir nesta edição e programe-se.

6 a 9 de março 2018

EletroMetalMecânica 2018 Lançamentos em máquinas e equipamentos, automação industrial e TI, peças em aço inox, tecnologia ambiental, serviços industriais, engenharia de produção e medição e controle de processos. Isso e muito mais deverá agitar Chapecó (SC), durante a realização da EletroMetalMecânica 2018, que receberá visitantes de empresas de diversos setores produtivos. A feira acontecerá no Parque de Exposição Tancredo Neves. Mais informações: www.eletrometalmecanica.com.br.

14 a 18 de maio de 2018

Intercorr 2018 Até o dia 15 de novembro, a Associação Brasileira de Corrosão (Abraco) recebe os resumos dos trabalhos para o Intercorr 2018 – Congresso Brasileiro de Corrosão. A Abraco comemora 50 anos na edição do próximo ano, que será realizada em São Paulo. O evento será o momento para reunir toda a comunidade técnico-científica dessa área. Profissionais de empresas, universidades e institutos de pesquisas terão a oportunidade de promover intercâmbio de informações, divulgando estudos e avanços tecnológicos da corrosão nas mais variadas formas de controle e prevenção. Inscrições e outras informações no www.abraco.org.br/intercorr2018.

5 e 6 de dezembro

1º Congresso Brasileiro de Indústria 4.0 A Fiesp organiza o evento para discutir as mudanças e os desafios da 4ª revolução industrial, no Teatro do Sesi, em São Paulo. O congresso será um espaço para conhecer as novas tecnologias e os impactos que trazem para os negócios e saber como se preparar para esta nova fase. São dois dias de workshops, palestras e muita informação com profissionais capacitados que trazem o que há de mais atual no assunto indústria 4.0. As inscrições devem ser feitas pelo http://hotsite.fiesp.com.br/industria40.

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Registro

“O reconhecimento é um sinal de que, mesmo com o custo alto, vale muito a pena investir em inovação” Luiz Alberto Souza Carvalho, diretor-presidente da Tecvix

Tecvix é homenageada no 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria

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om a participação de cerca de 3,4 mil empresas, aconteceu entre 27 e 28 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, o 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o evento recebeu palestrantes brasileiros e internacionais, além de apresentar produtos inovadores e casos de grande sucesso. Foram homenageados 22 projetos, entre eles o da empresa capixaba Tecvix, apresentado no ano passado. O público conferiu, através de telões, as histórias de organizações de diversos portes e áreas de atuação. Essas experiências fazem parte do livro “22 Casos de Inovação”, com histórias de sucesso de 11 empresas de pequeno e médio porte e 11 grandes companhias. A Tecvix foi destaque na categoria “Inovação Tecnológica” com o projeto de desenvolvimento do Tubo para Injeção de Vapor. “Foi muito gratificante ter um projeto como caso de sucesso. Fomos a única empresa capixaba no evento, e sermos homenageados pelo que apresentamos no ano passado com nossa inclusão no livro foi muito especial. O reconhecimento é um sinal de que, mesmo com o custo alto, vale muito a pena investir em inovação”, falou o diretor-presidente da Tecvix, Luiz Alberto Souza Carvalho.

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Outros pontos altos da edição 2017 do congresso foram o Sistema de Ergonomia do Sesi, que chamou atenção por capturar os movimentos humanos por meio de 17 sensores espalhados pelo corpo; o robô autônomo FlatFish, primeiro desenvolvido no Brasil e que será utilizado para inspeção visual em 3D de alta resolução no mar; protótipos em forma de animais chamados Bionics e que apresentam novas tecnologias para a indústria; e o robô humanoide NAO, que é capaz de cantar, dançar, andar e conversar com as pessoas. Produzido na França, o robô fez sucesso no estande do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), dando informações a respeito de iniciativas como o Inova Talentos. O balanço do evento, segundo Carvalho, não poderia ter sido melhor. “O congresso foi um evento de alto nível, com participações marcantes de representantes dos EUA, Rússia e vários outros países, além de muitas novidades tecnológicas. A organização está de parabéns. E notei que aumentou também o número de empresas: mais de 3 mil. O evento realmente estava nota 10. Espero que nos próximos anos outras empresas do Espírito Santo possam desenvolver projetos e participar também. É algo muito positivo para o nosso setor como um todo”, observou.

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