O campeão

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Filhos: ter ou não ter?

Elisabetta Canalis, modelo e apresentadora italiana: “Ficar grávida nunca foi um objetivo para mim. Meus cães satisfazem plenamente o meu instinto maternal” - Pág. 6

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Obesidade

Motor

Encartes

Todo ano, montanha de dinheiro é despejada nas agências publicitárias com um só objetivo: transformar os cerca de 50 milhões de crianças brasileiras em consumidores precoces, alavancando... - Pág. 13

O número de cirurgias de redução de estômago, indicadas no tratamento da obesidade mórbida, sofreu um aumento de 500% no Brasil. O comunicador Faustão arriscou essa técnica não aprova... - Pág. 8

O novo Jetta - Está no mercado brasileiro! Totalmente novo e projetado na Alemanha, o modelo é maior, mais confortável, e esportivo, introduz uma nova plataforma, especialmente desenvolvida.... - Pág. 18

O leitor de O Campeão recebe olhares de atenção. Esta edição circulou com os seguintes encartes: Lojas Colombo, Magazine Luiza, Casas Pernabucanas, Race Pneus, Laboratório DMS Burnier, Oticas Sumaré, O Boticário.


02 Editorial

Jogo de cena O Jornal de Nova Odessa foi muito feliz: “Numa época em que o prefeito reduz o horário de funcionamento das creches e quer cortar até cesta básica dos estagiários, prejudicando centenas de pessoas sob a alegação a corte de gastos, seria controverso a prefeitura botar dinheiro no bolso de empresários. A prefeitura alega que o usuário será beneficiado, pois parte da passagem será paga pela prefeitura”. Entendemos que o usuário será beneficiado quando a Prefeitura exigir da operadora que respeite os horários, não mude itinerários constantemente confundindo os usuários, e não recolha os ônibus fora do horário de maior demanda. Não adianta botar dinheiro público para ficar como está. Basta vontade de administrar em favor do povo - não contra! Por quê não fazer leilão de linha por linha dos bairros entre empresas menores? É mais fácil fiscalizar e exigir cumprimento de contrato - e temos gente capacitada para tanto, mesmo que seja só de operadoras sediadas aqui. É muito mais interessante para o usuário ter prestadora menor do que ficar na

mão de uma única empresa que atende a cidade com o maior desprezo pois tem interesses maiores mas não larga a carniça! É preciso cuidado com os balões de ensaio dos comunicados da prefeitura. Há pouco, ela queria vender o “filé mignon” dos terrenos da municipalidade localizado em frente ao Pague Menos com o argumento de fazer caixa para pagar o funcionalismo em dezembro passado. Felizmente não colou, mas todos sabiam nas mãos de quem cairia o filé... Se uma prefeitura comprar uma frota de automóveis diretamente de concessionária certamente fará execelente negócio devido à concorrência de mercado. Entretanto, se essa prefeitura resolve alugar a mesma frota de um fornecedor, digamos, em uma triangulação, ninguém será capaz de avaliar o quanto de dinheiro poderia render na negociação para eventual fundo de campanha... Seria irresponsabilidade afirmar aqui que dando a uma concessionária o poder de explorar o transporte coletivo de uma cidade com subsídio por uns 100 anos o quanto isso poderia render... Quem pagaria a conta?

Vergonha de quê? É preocupante a indiferença, a apatia do cidadão para com sua sociedade. Se há um fato perigoso que atinja seu quintal ele reage; do contrário, se acontecer no vizinho, “não estou nem aí!” O individualismo é um mal que vem se alastrando e fazendo as pessoas se isolarem e no máximo se limitarem ao formalismo de um insípido “bom dia, tudo bem?” Se há um fato grave que atingindo a cidade, “a responsabilidade é do prefeito, eu não vou me manifestar, prefiro minha cervejinha...” Omissões à parte, desta coluna um alerta aos senhores vereadores para que se manifestem ao que está se tornando corriqueiro: Nova Odessa foi escolhida por investidores que viram na excepcional localização da cidade junto a uma das principais rodovias do Estado o ponto ideal para investimento de peso destinado a eventos agropecuários que, não se sabe o porquê, não se concretizou embora a obra acabada, tenha permanecido por bom tempo sem uso. Com a falta de locais para eventos de grande porte, aquela infra-estrutura tornouse opção natural para abrigar grandes festas, eventos e feiras visto que espaços desse nível são raros no Estado de São Paulo. Senhores vereadores: toda obra realiza-

da no município, seja particular ou pública, torna-se patrimônio da sociedade local. O individualismo de hoje fez muita gente perder noção de amor-próprio e até da própria personalidade, mas é deveras constrangedor ver nos grande jornais ou na televisão, grandes eventos promovidos por agitadores culturais utilizando o território do município, omitirem o nome de Nova Odessa em suas propagandas, e às vezes no máximo citam local do evento: Rodovia Anahnguera, entre Campinas e Americana... Não seria nenhum bairrismo, nenhuma arrogância aprovar-se lei determinando que todo produto, evento e/ou toda divulgação que utilizando território novodessense, o nome da cidade seja citado, passível de multa pela omissão. Afinal, a empresa vem para cidade, recebe isenção de impostos e na hora de identificar sua localização esta se omite por vergonha? Vergonha de quê? Apenas como exemplo, nossos prezados vereadores estão cansados de ler quando abrem embalagem do sonhado objeto de desejo: “Produzido na Zona Fanca de Manaus - Visite o Amazonas!” Por quê afinal, têm vergonha de Nova Odessa? Vergonha de quê?

CALDEIRÃO

Coincidências brasilis

Não aos ditadores daqui Paulínia, nossa vizinha cidade, tem renda expecional graças à indústria química ali instalada, mas tem problemas como muitos outros municípios: escolas e hospitais precários, falta de creches. E, para parte dos 60 mil habitantes, o orçamento de cerca de 500 milhões de reais estava sendo usado, na melhor das hipóteses, para obras não prioritárias. Exemplo: um shopping center, inaugurado com show de Ivete Sangalo. Nada contra o show, mas alguns acharam caro: 500 mil reais. Um grupo de cidadãos resolveu canalizar as reclamações. Em maio de 2005, eles criaram a Associação dos Moradores e Amigos de Paulínia, a AMA-Paulínia, nos moldes de ong semelhante em Ribeirão Bonito, também em São Paulo. Já no lançamento, denunciaram: a prefeitura ha-

via pagado por dez quadras esportivas que não existiam. Três semanas depois, as quadras foram entregues. Veio outra batalha. A prefeitura pretendia encobrir a primeira igreja da cidade com uma pirâmide de cristal. Graças a intervenção conjunta da ong e do Ministério Público, a igreja foi tombada e a obra, impedida. São alguns exemplos. A cada mês, a ong recebe denúncias que se transformam em ações na Justiça e pedidos por maior transparência. Com o trabalho, incomoda autoridades. Marcos Aurélio Teixeira, presidente do conselho administrativo da entidade, não se intimida: “Independentemente de quem estiver no governo, essa ong vai estar sempre no pé dos políticos”, diz. Por Bruno Hoffmann

Chico e a mulher mandona Havia um ano que Chico Buarque estava autoexilado na Itália. Por um amigo, soube que a situação no Brasil havia melhorado. Não foi o que viu quando desembarcou no Rio em 1970. O cenário era de censura, tortura e arbitrariedades promovidas pelo governo. A situação o inspirou a criar então Apesar de Você, que sairia em compacto, com Desalento do outro lado. Até hoje Chico afirma que essa é uma de suas poucas músicas realmente dirigidas aos militares. O compositor enviou a canção à censura sem muita esperança de que fosse aprovada. Não se sabe como a música voltou liberada e sem cortes. O compacto vendeu mais de 100 mil cópias em menos de um mês. Quando o governo se tocou que o “você” da letra poderia ser o presidente militar Emílio Garrastazú Médici,

a música já estava na boca do povo: Apesar de você / Amanhã há de ser outro dia... A polícia invadiu a gravadora. As cópias foram destruídas. O censor que liberou a letra foi punido. O compositor foi chamado para explicar quem era o tal “você” da canção. Chico saiu-se com essa: “É uma mulher muito mandona”. A partir daí, as composições do ex-símbolo do bom-mocismo começariam a ser recebidas com má vontade especial pelos censores. A canção tornou-se uma espécie de hino contra a ditadura militar. Numa carta a Vinicius de Moraes, Chico explicou com despojamento a experiência de gravar uma de suas primeiras músicas contra a ditadura: “Deu bolo com o Apesar de Você, tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro”.


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Fatos

Aciano, nova diretoria Prestes Maia e Sumaré Animado, grupo espera oferecer novos seriços

Membros da Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo A Associação Comercial e Empresarial de Nova Odessa, dia 16 de março passado, empossou a nova diretoria, composta por 19 empresários, representantes da indústria, comércio e prestação de serviços do município. Não são remunerados e sim voluntários, colaboradores para com a sociedade. Diretoria Executiva: Presidente: Oscar Araium Jr. (Casa Lethônia); Vice- Presidente: Marcelino A. Satiro (Jeanete Emp.); 1.º Tesoureiro: Renato Marin (Reds Calçados); 2.º Tesoureiro: José Alexandre Miranda (MM Móveis);1.º Secretário: Samuel Marin (Pepi Calçados); 2.º Secretário: Mário S. Caetano (Paralelo); Diretor de Indústrias: Sinvaldo L. Andrade (Andrade Confec.); Diretora Social: Ivonete Antunes (Jeanete Emp.).

Conselho Deliberativo: Alexandre J. Cecilio (Faculdades Network), Edson Berggren (Barbarex), Eliene da S. Freire (Freire modas), Francisco C. Barilon (Maramar Confec.), Leonardo B. Costa (No Canto), Valdomiro G. Souza (Miro Acess.), Claudio H.M. Ezziq (Caldo Quenga), Elbes J. Covalenco (Canal), José C. Maximiano (Posto Maxi Vitória), Lucia H.T.L. Rodrigues (New Look Cosm.), Samuel J. Teixeira (Paraíso Verde Cont.). O novo presidente, Oscar Araium Júnior, enfatizou que a meta dessa diretoria visa concretizar a nova sede localizada à Rua 15 de Novembro, 685 e, partir daí, oferecer novos serviços que o maior espaço na nova sede permitirá à Associação oferecer à comunidade.

Como será o trânsito na Rebouças em 20 anos?

A capital paulista teve sorte de receber na interventoria Adhemar de Barros quando o engenheiro Prestes Maia foi nomeado prefeito em maio de 1938 a novembro de 1945. Prestes Maia iniciou então um plano de urbanismo em cuja execução prosseguiu na interventoria Fernando Costa. Durante sua gestão na Prefeitura, deu prosseguimento a construção do Estádio Municipal da Prefeitura, projetou e abriu as avenidas Duque de Caxias, Nove de Julho, Ipiranga, Conceição, Vieira de Carvalho, São Luís, Anhangabaú, as praças Roosevelt e Clóvis Beviláqua. Construiu a ponte das Bandeiras, a Biblioteca Municipal, a Galeria Prestes Maia, alguns viadutos com exceção dos de Santa Ifigênia e do Chá. A apresentação acima é uma comparação com indigesta realidade por que passa a cidade de Sumaré em se falando de intervenção urbanístca. Prestes Maia quando assumiu o cargo de prefeito a Capital possuía 580.000 habitantes mas ele previu ser necessário prepará-la para receber milhões de habitantes em futuro não muito distante. A maioria das pessoas que conhece a Av. 23 de Maio não imagina que ele fora chamado de louco por ocupar tão largos espaços para um corredor viário. Hoje, o paulistano nem imagina a cidade sem avenidas como aquele “louco administrador” vislumbrou no passado. E Sumaré? Bem... Caminha para seus 300.000 habitantes, mas ao contrário da Capital que na época de Prestes Maia possuía menos veículos que a Sumaré de hoje. Nosso problema é o que fazer, quando em alguns anos a Rebouças for perdendo seu canteiro central qual uma Avenida Paulista que também era super larga... A Rebouças é apenas uma projeção do que será a Sumaré do pertíssimo amanhã, e que nos

O generoso espaço ocupado hoje pela Av. Rebouças não fora planejado para tal. Foi mero acaso da ocupação das linhas de transmissão de energia da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro tempos atuais não pára de emplacar novos veículos. Sorte de Nova Odessa e Sumaré foi o feliz acaso da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro realizar sua eletrificação de locomotivas implantando rede própria de energia, e essa, nem sempre acompanhou o traçado da linha férrea e com isso, ocupou faixa para a linha de alta tensão ao longo desses municípios que inicialmente era picada, depois trilho para carroças e hoje, o pulmão dessas cidades. Passe por essa bonita avenida, sorva-a, aprecie o largo tapete verde oferecido pela Rebouças. Desfrute-a com o melhor dos olhos pois tal imagem bucólica em breve ficará apenas na lembrança.

Discos voadores uniram Raul Seixas e Paulo Coelho A Pomba, uma revista alternativa carioca, caiu às mãos de Raul Seixas em meados de 1972. O músico e produtor da gravadora CBS ficou impressionado com um artigo sobre a existência de discos voadores. Quis conhecer quem havia escrito aquilo. Anotou o endereço e o nome do autor, Paulo Coelho. Na redação, foi recebido pelo próprio Paulo. Só que, com medo de aquele distinto cidadão ser agente da ditadura – Raul estava de terno, gravata, cabelos aparados e pasta de executivo – , respondeu: “O Paulo

não está”. Como o sujeito resolveu aguardar e não arredava pé dali, o editor acabou se apresentando. Marcaram uma reunião na casa de Raul, que queria mostrar alguns textos seus sobre o tema. Paulo aceitou para tentar emplacar um anúncio da revista na CBS. O escritor achou, veja só, a casa do futuro Maluco Beleza careta demais: “É tudo caretinha, tudo bem-comportado. Serviram umas cumbuquinhas com salgadinhos. Há anos que eu não janto na casa de ninguém que tivesse cumbuquinhas com salgadinhos”. Só

começou a se interessar sinceramente quando ouviu algumas canções ao violão. Era o começo da amizade entre dois dos maiores parceiros musicais do País. Mas Raul gostava de melhorar a história, ou dourar a pílula, como se diz. Em entrevista ao Pasquim em 1973, inventou que se conheceram na Barra da Tijuca, meditando, quando apareceu um enorme disco voador. “Era meio prateado. Mas não dava pra ver nitidamente o prateado porque tinha uma aura alaranjada, bem forte, em volta. O Paulo veio correndo, eu não o conhecia, mas ele

disse: ‘Você tá vendo o que eu tô vendo?’. A gente aí sentou, e o disco sumiu num ziguezague incrível.”


04 Geral GESTÃO

Nossa agricultura, só sorrisos Uma boa safra significa sorte grande. Custos baixos, preços altos e safra cheia marcam o 2011 O comportamento das commodities impressiona, quando não assusta. Só o algodão acumula alta de 145% nos últimos 12 meses. Com os preços de praticamente todas as commodities agropecuárias em patamares históricos e a expectativa de boas colheitas, a agricultura brasileira como um todo deve ter um dos anos mais prósperos dos últimos tempos. É possível que 2011 seja o melhor ano da história para o produtor rural no Brasil. Todas as culturas tiveram planilhas muito boas. Dificilmente você vai encontrar um agricultor que tenha tido prejuízo. O Brasil deve colher uma safra recorde. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos, fibras e oleaginosas deverá ficar próxima de 150 milhões de toneladas. Só a produção de soja é estimada em 70,3 milhões de toneladas. A escalada nos preços das commodities é resultado de um conjunto de fatores. O rápido crescimento da China e de outros países emergentes exerce uma forte pressão sobre

a demanda, assim como o uso crescente de alimentos para a produção de combustíveis renováveis – nos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, um terço da produção é destinado à fabricação de etanol. Como a oferta não consegue acompanhar o ritmo, e os estoques são os mais baixos dos últimos 40 anos, o mercado fica particularmente sensível a notícias sobre perdas de produção. Para o bem ou para o mal, ninguém imagina que os preços das commodities vão se perpetuar em patamares estratosféricos. “As commodities agrícolas estão todas com preços excepcionalmente altos, e é muito provável que a oferta como um todo venha a crescer de modo significativo nos próximos anos”, afirma Julio Maria Borges, diretor da Job Economia e Planejamento. “De todo modo, o Brasil está numa situação privilegiada. Grande parte dos investimentos globais na produção de alimentos vai acontecer aqui.”

O Nordeste entrou no mapa da produção de grãos. Em alguns casos, a margem de lucro em culturas como a soja poderá passar de 70% – um retorno excepcional, em qualquer atividade econômica

Em Portugal, lágrimas São Paulo - O jornal britânico Financial Times (FT) ironizou a situação da crise da dívida portuguesa e sugeriu que o país peça anexação à sua antiga colônia na América. A provocação foi feita na coluna “Lex”, publicada nesta sexta-feira (25). Ocupando posições quase opostas economicamente – crescimento do lado brasileiro, fragilidade econômica crônica do lado de lá - os dois países já estariam vivendo uma inversão de papéis, e Portugal, combalido, poderia tirar vantagem de se anexar ao Brasil. “A União Europeia considera Portugal problemático: sem governo, com alta resistência à austeridade e fraca performance econômica (o PIB estagnou na última década). As

negociações são duras”, diz o articulista. “Aqui está uma ideia inovadora para lidar com a situação: a anexação pelo Brasil”, prossegue. Segundo o jornal, ainda que o país europeu se ressinta da perda de status, não se pode dizer que ele tenha força para reclamar: representaria apenas 5% da população do Brasil e 10% do PIB. O influente jornal inglês prossegue elencando as virtudes brasileiras: crescimento do PIB de em média 4% ao ano na última década e presença no seleto grupo dos BRICs, o centro emergente do poder mundial, "uma casa melhor do que a velha e cansada União Europeia". - (Exame)


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05 LEITURA

Virada cultural

Nova Odessa vivenciou uma semana ativa em termos de leitura com dois importantes eventos

Vinícius de Moraes - Na tempestuosa madrugada de 19 de outubro de 1913, nascia o garoto Vinitius. A grafia está correta. Seu pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, um apaixonado pelo latim, dera a ele este nome. Naquela noite nascia na Gávea, o futuro garoto de Ipanema. Escreveu seu primeiro poema de amor aos 9 anos, inspirado em uma colega de escola que reencontraria 56 anos depois. Seus amores eram sua

inspiração. Oficialmente, teve nove mulheres: Tati (com quem teve Susana e Pedro), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli (mãe de Georgina e Luciana), Maria Lúcia Proença (seu amor maior, musa inspiradora de Para viver um grande amor), Nelita, Cristina Gurjão (mãe de Maria), a baiana Gesse Gessy, a argentina Marta Ibañez e, por último, Gilda Mattoso. Mulherengo? Não, mulherólogo, como ele costumava se definir.

Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da platéia que sorria. - Charles Chaplin


06 Família NATALIDADE

Mãe: ser ou não ser?

No passado a reprodução era, como regra, uma manifestação indireta do nosso poderoso instinto

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ão importa quão cheia de atividades seja a vida de uma mulher, mas ela lida, consciente ou inconscientemente, a cada mês, com a possibilidade de ser mãe. Está bem, excluo aqui as que fazem tratamento para suprimir a menstruação, mas a questão é que ser (ou não ser) mãe é uma decisão que se renova no mínimo mensalmente, junto com o útero. E é numa destas voltas do ciclo da vida que você pode se ver exigindo uma resposta definitiva. Justamente o que aconteceu comigo. Casamento indo bem, vida com altos e baixos – mas se encaminhando, tempo passando e, discretamente, fui preparando o terreno para criar, conceber, engravidar, ou como acho lindo em uma das versões em inglês: ficar pregnant, que serve tanto para dizer que se está esperando um bebê quanto para indicar que se está repleta de idéias muito significativas. Como é possível notar, eu escolho as pa-

É

lavras com cuidado. E se digo discretamente é porque camuflei os preparativos para esta nova fase até para mim mesma. Comecei tomando uma vitamina, só para manter a saúde. Como se não fosse nada a dosagem caprichada de ácido fólico. Aí decidi me vacinar contra rubéola, só para não deixar para depois. Comecei a me interessar em ler e ver tudo sobre gravidez e bebês. E logo estava no meio de uma conversa mais séria com o parceiro sobre ter filhos, papo que começou como brincadeira e se aprofundou em discussão acalorada. Mas uma vez que o tema entra em pauta, o pior é encarar as suas próprias objeções. Do que você tem medo afinal? E a resposta a esta pergunta veio rápida: de tudo, mas principalmente de mim mesma. Fui tirando receio por receio, um de cima do outro, desvendando as múltiplas camadas desta grande questão. E lá no fundo encontrei algo assombroso. Estava

logo embaixo do pânico de não amar meu bebê, ao lado do horror de imaginar as conseqüências de minhas neuroses na vida de uma criança e disfarçado em meio a um mosaico de apreensões (O que eu faço se ele chorar? E quando eu estiver cansada? O papel de mãe vai soterrar a minha personalidade?) Foi neste exato ponto que encontrei o maior dos meus temores: o de deixar de ser absolutamente sozinha. É, isto mesmo. Com tanta gente com medo da solidão inerente ao ser humano, num mundo em que pessoas até resolvem ter filho para deixar de ser só, eu invento de me acovardar justamente de deixar de ser só. Porque afinal, a gente sai da casa dos pais, se distancia de amigos, troca de emprego ou profissão, transforma marido em ex, mas filho é para sempre. E imagine como a força desta relação aparece para alguém que vê como regra e com um certo alívio que na vida tudo é mutável.

Agora como eu supostamente devo lidar com isto? Sei por experiência de vários embates que agüento o tranco de muita coisa pesada. Mas minha coragem se vai quando imagino que meu filho poderia ter que passar pelas mesmas provas. Vergonhosamente, perco aí toda fé e confiança no divino. Minhas múltiplas cicatrizes passam de medalhas de honra a sinais dos perigos do mundo. É como, já escaldada pela vida, entregar o coração de bom grado para outro ser carregar e ficar assistindo de longe o portador subir na corda bamba pela primeira vez. E isto me corrói, da mesma maneira que é corrosiva esta minha vontade de ver a minha história se expandir em uma outra vida e finalmente entender a intensidade dos sentimentos estampada no rosto das mães. Elas se juntam, desabafam, mas continuam. Quero entrar no clã! Será que agüento? Portal Desabafo de Mãe.

Qual a hora certa para ter um filho?

incrível, mas até hoje os casais que decidem não ter filhos são olhados com desconfiança, como se estivessem traindo a sociedade e a espécie humana. O argumento que sustenta as críticas – e atinge principalmente a mulher – é o da necessidade de satisfação do instinto materno: só mesmo uma mulher muito desalmada não tenderia a exercer seus impulsos naturais. Assim se manifestam as pessoas que seguem os passos de nossos ancestrais, sem nunca refletir sobre o modo como devemos conduzir nossas vidas. Se tomarmos outros mamíferos como base, verificaremos que o instinto surge a partir do nascimento da prole. Uma cadela não se entrega à maternidade até que nasçam seus filhotes, quando se torna feroz defensora e guardiã do bem-estar deles. Da mesma forma, acredito que nas mulheres esse instinto se revela apenas a partir da gestação. Ele se mostra nos cuidados que

dedicam ao bebê e não no desejo de ter filhos. Quando pensamos sobre o passado da nossa espécie, percebemos duas importantes características. A primeira: a reprodução era, como regra, uma manifestação indireta do nosso poderoso instinto sexual – e não da vontade de ser mãe! Com tanto desejo e com recursos anticoncepcionais tão pobres e pouco conhecidos, os casais já voltavam da lua-de-mel grávidos. A preocupação com o tema sempre foi muito maior do que a atual. As pessoas viam as mulheres que não engravidavam como problemáticas, detentoras de algum distúrbio. A segunda característica se refere à função das crianças na vida familiar do passado. Todos festejavam o nascimento como uma importante conquista. Famílias numerosas podiam arar extensões maiores de terra, o que produzia maiores lucros. Além dos benefícios materiais, os pais contavam com outra vantagem: teriam amparo na velhice. Não havia dúvidas sobre o

assunto. E hoje? Por que ter filhos nestes dias tão cheios de contratempos e dificuldades? As razões que estiveram a favor da reprodução ao longo de séculos não existem mais: eles não cuidarão de nós na velhice e só alguns nos trarão benefício prático – é claro que existem exceções. Eles tendem a ser dependentes por tempo indeterminado, nos custam muito dinheiro e dificilmente poderão – ou acharão que devem – retribuir algo. Outra coisa: o sexo e a reprodução deixaram de ter a correspondência de antes. Temos de aprender a pensar sobre nós e nosso tempo. Não faz mais sentido engravidar porque todo mundo engravida. Precisamos respeitar os casais que decidem não ser pais, o que indica que preferem se dedicar a outras causas a se sentir perpetuados em seus descendentes, a cuidar de crianças e acompanhar seu crescimento ou a se beneficiar da alegria e da agitação que levam para os lares. Ter ou não

filhos deve ser assunto de discussão para cada casal, uma vez que a decisão é muito relevante para o modo de vida que deseja imprimir à sua existência. Não existe um caminho melhor que o outro. Ser pai ou mãe não é obrigatório, mas facultativo.

Flávio Gikovate é médico psicoterapeuta, Email: instituto@flaviogikovate.com.br


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Família

40 motivos para não ter filhos Se você tiver muita sorte, seu filho só vai te explorar por 25 anos!

Corinne Maier é psicanalista e econo-

mista e seus livros são inspirados por Jacques Lacan, Roland Barthes e Michel Foucault. Foi apelidada de “heroína da contracultura” pelo New York Times depois do sucesso mundial da sua obra, Bom Dia, Preguiça. Essa escritora ataca um dos tabus mais intocáveis da nossa sociedade: os filhos. Cansada de discursos conformistas e da literatura abundante em louvor das alegrias da maternidade ou da paternidade radiosas, a ensaísta rebelde revela quarenta boas razões para não sucumbir à tentação da procriação. No livro, Maier consegue tratar o assunto com um bom humor sarcástico e claro, não deixa também de ser um certo desabafo por ela mesma ser mãe de dois rebentos, que segundo ela, “Eles não se importaram e nem sequer leram. Eles leem coisas mais apropriadas para a idade deles.” Numa atitude corajosa, Maier desafia o conceito cristão e milenar de que ser mãe é a melhor coisa do mundo, é “padecer no paraíso”. Longe disso, em capítulos curtos, diretos e debochados, ela demonstra com lucidez as 40 razões pelas quais as pessoas deveriam pensar não uma, duas, mas várias vezes antes de ter essa “espécie de anão cheio de vícios e com uma crueldade inata” em suas casas. Frase cunhada pelo escritor Michel Houellebecq e que dá título ao capítulo 12. Como se vê, esse livro está longe de ser simpático às criancinhas mimosas. Veja os argumentos mostrados pelo livro “Sem Filhos: 40 Razões para Você Não Ter”, de Corinne Maier (editora Intrínseca)

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- “O Parto: uma tortura” “As alegrias do parto são uma propaganda enganosa. Exceto para algumas mulheres, cujos corpos provavelmente foram projetados a partir de um modelo tubiforme, o parto dói. Aliás, dói muito”

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- “Evite se tornar uma mamadeira ambulante” “Amamentar é uma escravidão. Para começar, dói. Além disso, já viram peito de mulher que amamenta? Não dá muito apetite. São feridos por estrias, leite que sempre escorre dos bicos, argh, argh” - “Saiba manter seus amigos” “Como se sabe, o amor imbeciliza as pessoas. Não há quem aguente o apaixonado que fala da sua Dulcinéia por duas horas a fio (...). O mesmo acontece em relação aos pais maravilhados, admirados com o produto das suas entranhas e que enchem todos em volta pelo excesso de devoção parental” - “O filho: um estraga-prazeres” “O filho nem sempre acaba com o amor, mas muitas vezes acaba com o desejo. O atentado estético contra o corpo da mulher a faz, durante vários meses, parecer um bicho grande, disforme e engordado à força”

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- “Ela é conformista” “ A criança detesta ser diferente e não tolera que os pais se singularizem. Meus filhos me avisaram que estava fora de questão os colegas nos verem em nosso velho Peugeot 205, todo batido”

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- “Um aliado objeto do capitalismo” “O consumo é o principal pilar da paternidade. É preciso se munir de uma lista incrível de objetos para se tornar um pai digno desse nome”

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- “Mantê-la ocupada: um quebra cabeça” - “Mais tarde, será necessário inscrever as crianças numa quantidade de atividades extraescolares, o que, na maioria das vezes, implica levá-las e buscá-las”

- “Seu filho obrigatoriamente o decepcionará” - “O filho é a revanche que tarda, mas não falha. (....) Estamos convencidos de que podemos preservar o filho do erro do qual achamos que fomos vítimas. É claro, cometem-se outros, talvez mais graves” - “As famílias são um horror” “Família significa brigas junto da árvore de Natal, ‘instantes-verdade’ difíceis com a sogra (sem que você tivesse absolutamente desejado algo assim), ódios requentados há várias gerações e segredos familiares que ninguém se atreve a evocar, mas que pesam sobre todos” - “Crianças demais na Terra” “Para quem vive na Europa e na América, ter filhos é imoral: são cada vez mais recursos raros desperdiçados por um modo de vida sempre mais voraz, mais fantasista, masi sedento por combustíveis, mais destruidor do ambiente”. Polêmica, mãe de 2 filhos, Corinne Maier, sapeca: “Um filho pesa muito sobre a mãe. Temos a impressão de que nunca fazemos o sificiente. Querer educar bem uma criança é uma forma de neurose”, opina.

Em 2007, a psicanalista e escritora suiça Corinne Maier, 48 anos, lançou “Sem Filhos: 40 razões para Você não ter”. Best-seller na França, o livro enfureceu uma sociedade muito zelosa das suas políticas natalistas. “Não, os vossos maravilhosos bebês não têm nenhum futuro, porque cada criança nascida num país desenvolvido é um desastre ecológico para o planeta inteiro. E vocês vão trabalhar que nem uns mouros durante vinte anos para os “educar”.


08

Saúde

PESO

Redução de estômago cresce 500% Brasil está em segundo lugar no ranking de cirurgias realizadas, atrás apenas dos Estados Unidos O número de cirurgias bariátricas, conhecidas como redução de estômago e indicadas no tratamento da obesidade mórbida, sofreu um aumento de 500% no Brasil na última década, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. O procedimento foi realizado cinco mil vezes em 1999, número que passou de 30 mil em 2009. Esse crescimento coloca o Brasil na segunda posição do ranking mundial de cirurgias bariátricas, ficando atrás apenas dos EUA, com 300 mil procedimentos por ano. A redução do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40 em pessoas com idade superior a 18 anos,

O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35 e 40 e o paciente apresentar diabetes, hipertensão arterial, apneia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade. Nos casos que o IMC do paciente fica entre 35 e 40 é preciso uma avaliação prévia e individualizada para ver se realmente a cirurgia bariátrica é recomendável. A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais, explica o médico Roberto Rizzi, especialista em obesidade. A cirurgia, porém, não garante a redução de peso em definitivo. As informações são do Jornal da Tarde.

Faustão fez redução de estômago criticada por médicos O apresentador da TV Globo Fausto Silva (foto), o Faustão, se submeteu a uma cirurgia de redução de estômago que não está regulamentada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica). A informação é de Fernanda Bassette, da Folha de S.Paulo. A cirurgia foi realizada pelo médico Áureo

Ludovico de Paula, que conseguiu na Justiça ficar mais próximo da autorização para voltar a realizar um tipo de cirurgia bariátrica (conhecida como redução do estômago) que além do emagrecimento promete ajudar no controle do diabetes. Esse médico havia sido proibido de aplicar a técnica em outros pacientes porque o procedimento não tem autorização nacional e

Seis meses após submeter-se a uma cirurgia de redução de estômago, comandada pelo Dr. Áureo Ludovico de Paula, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Fausto Silva conseguiu realizar a meta de emagrecer 30 quilos. é considerado experimental. Só poderiam ser operados casos considerados entre a vida e a morte pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). O médico, agora, conquistou a possibilidade de realizar a cirurgia do diabetes, chamada cientificamente de interposição de íleo, sem aprovação do Cremego. Despacho assinado pelo desembargador Daniel Paes Ribeiro, do Tribunal Regional Federal (TRF) da Primeira Região, libera Ludovico da autorização prévia, mas exige outras regras. Antes de se submeter à operação qualquer paciente deve ser informado que o procedimento é totalmente experimental e não tem eficácia garantida. Todos os riscos devem estar escritos em consentimento assinado pela equipe e pelo doente. A decisão jurídica determina ainda que

toda a cirurgia deverá ser filmada. Foi determinado também que o pedido de autorização da cirurgia seja protocolado no Conselho Federal de Medicina e na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado de Ludovico, tem convicção de que, com isso, o cliente poderá voltar a operar imediatamente. “Concordamos com todas as exigências do desembargador. O registro no CFM é praticamente uma questão burocrática”, afirmou. Já o Tribunal Regional Federal não avalia que a decisão está totalmente liberada. Antes mesmo da decisão judicial, o CFM já havia criado uma câmara técnica para avaliar a cirurgia do diabetes. O diabetes não tem cura, é líder de causa de morte e está associada a complicações de outros problemas graves como AVC.


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“Na minha opinião o que importa mesmo não é homenagear os mortos, levando-lhes regularmente flores às sepulturas, pois isso é formal e fácil. O que me parece de maior importância é tratá-los bem, com amor possível, enquanto estão vivos.” (Érico Veríssimo)


10 Educação CONSUMO

Nas prateleiras, a opção sustentável Varejistas criam programas que permitem aos clientes conferir a cadeia produtiva

Imagine um supermercado no futuro. Um consumidor está diante de dois cortes de carne bovina iguais, com preço e qualidade semelhantes, mas de marca diferente. Ele tem dificuldade em decidir qual das peças levar para casa. Então, saca seu smartphone e fotografa um selo, disponível em apenas um dos produtos, parecido com um código de barras. Um programa no próprio aparelho faz a leitura das informações criptografadas na imagem e retorna ao comprador todos os dados sobre a cadeia produtiva da carne em questão: local da fazenda onde cresceu o boi, data do abate e frigorífico onde isso ocorreu, observância de normas de higiene e respeito às legislações trabalhista e ambiental. Ciente de que o produto que está prestes a comprar está de acordo com estritamente todos os padrões de excelência, esse consumidor já não tem dúvidas: opta pela carne que lhe ofereceu maior transparência quanto à produção, da origem às prateleiras do supermercado. Até 2010, isso parecia um devaneio futurista. No espaço de alguns meses, porém, os três gigantes brasileiros do ramo de supermercados – Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart – lançaram programas que oferecem a seus clientes a oportunidade de conferir toda a cadeia de valor de uma parcela de suas mercadorias, dando-

lhes a chance de decidir pela compra não apenas com base em preço ou qualidade, mas também em transparência e adequação a critérios sanitários, sociais e ambientais. Entre as linhas de produtos incluídas nessas ações estão carnes, pescados, frutas, legumes, verduras e ovos, entre outros Por enquanto, os produtos estão disponíveis apenas em algumas das lojas das respectivas redes e ainda correspondem a parcelas pequenas do volume total comercializado por esses grupos. Por essa razão, há críticas: “Procuramos por carnes rastreadas em lojas e não as encontramos. Além disso, esses produtos são inacessíveis para uma boa parte da população. Ainda é um mercado em nichos”, atesta Adriana Charoux, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Críticas à parte, é começo de uma nova cultura de fornecimento e consumo. Segundo Herlene Monteiro, consumir produtos cuja origem é garantida é questão de qualidade de vida. “É o mesmo que conhecer a cozinha dos restaurantes que visitamos. Nossa vida melhora a partir do momento em que sabemos o que compramos. É a certeza de que estamos adquirindo algo de quem produziu com responsabilidade”, afirma. Suas falas poderiam remeter a uma consumidora atenta aos mais altos padrões de qualidade. Herlene,

Ao dar atenção a nichos de mercado, o marketing antecipou o futuro e aí está: não se imaginava tão cedo o consumidor poder obter rastreamento de alimentos desde a carne até ao pé de alfac porém, é muito mais que isso: ela é uma das produtoras de banana preferidas pelas grandes redes de varejo. Ela mesma já pensava em rastreabilidade, sem que isso fosse uma demanda do mercado há mais de dez anos. Herlene tem mais de 1 milhão de pés de banana em Jacupiranga, cidade da região do vale do Ribeira, no extremo sul do estado de São Paulo. “Tudo isso produzido adequadamente”, orgulha-se. Não foi nada fácil atingir esse patamar de excelência. Isso porque seus maiores concorrentes são produtores que, segundo ela, plantam e manejam seus frutos sem qualquer cuidado. “Existem muitos agricultores que não se importam com nada disso. Utilizam químicos não registrados, mão de obra escrava e qualidade que apenas os olhos veem. São maus produtores, mas não são responsabilizados por isso”, alerta ela. Aí reside o maior benefício

dos programas de certificação e rastreabilidade dos grandes atores do varejo. Antes mesmo de atingir o consumidor, essas iniciativas aumentam a justiça na competição entre produtores. À medida que as redes privilegiam a compra de parceiros conhecidos por sua conformidade com os padrões de qualidade, vão excluindo do mercado os maus produtores. No vocabulário de Herlene, ser responsável é saber de onde vêm as mudas e como foi o preparo do solo, preocupar-se com o meio ambiente, descartar corretamente o lixo de agrotóxicos, observar a jornada trabalhista de seus empregados, garantir atendimento dentário, certificar-se de que os filhos dos lavradores estão na escola e suas casas têm esgoto e banheiro. Com uma lista dessas de preocupações, não é à toa que hoje ela encabece os quadros de fornecedores de grandes redes varejistas. “Eles me descobriram e isso me ajudou muito”, comemora.


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Sabores

Polenta rápida de forno Ingredientes n2 n1 n2 n5 n2

colheres(sopa) de margarina cebola grande ralada dentes de alho amassados xícaras(cha) de água xícaras(cha) de flocos de milho pré-cozido nsal a gosto n 1 xícara(cha) de queijo tipo mussarela ralada

n1

copo de requeijão cremoso(220g.) n 1 embalagem de salsaretti bolonhesa(340g.) n 2 colheres(sopa) de queijo tipo parmesão ralado Modo de Prepar Numa panela média, aqueça metade da margarina e doure a cebola e o alho. Junte a água e os flocos

de milho. Abaixe o fogo e misture até os flocos ficarem dissolvidos. Tempere com sal. Cozinhe em fogo brando, mexendo sempre até ferver e a preparaçao ficar em uma textura cremosa de polenta. Acrescente a margarina restante. Distribua pelo fundo de um refratário médio, metade da polenta. Sobre a polenta, espalhe a mussarela e o requeijão. Cubra com o restante da

polenta. Despeje pela superfície o salsarete e polvilhe com o queijo parmesão. Leve ao forno médio preparado, por cerca de 15 minutos para que os queijos derretam.


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Monja Coen

Japão

Se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto. Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro. Kokoro ou Shin significa coração-menteessência. Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada? Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las. Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas. Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros. Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.

Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos - mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água. Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte. Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão. Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, por minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem. Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidados e respeitados. O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei.

Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto. Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais. Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”. Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo. Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente. Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu

próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto. Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução. Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março. Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar. Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas. Mãos em prece (gassho), Monja Coen Enviado a O Campeão por mayaamar@hotmail.com


13 PROPAGANDA

Já pediu para a mamãe comprar? A Suécia proibe publicidade na tevê dirigida a crianças menores de 12 anos. No Brasil, um anúncio a cada dois minutos!

Na casa do educador, escritor e músico Gerson Borges Martins, de 41 anos, a decisão foi radical. “Optamos por eleger a segunda-feira como o dia da televisão desligada. No começo as crianças estranharam, mas a gente sempre encontra outra atividade para se divertir”, explica. Casado com a professora Rosana Marcia Borges e pai de Bernardo e Pablo, ele procura os espaços públicos de lazer em sua cidade, São Bernardo, para levar os filhos. “É preciso pôr um freio nesse consumo desenfreado proposto pelas mídias, que gera crianças problemáticas e adultos emocionalmente infantilizados.” Sites na internet, merchandising na tevê, atividades nas escolas disfarçadas de eventos educativos, embalagens coloridas e chamativas, colocação estratégica dos produtos nas gôndolas dos supermercados... Entretanto, é no mundo encantado da televisão que a publicidade infantil age com mais força, apresentando soluções para qualquer necessidade. É possível colecionar amigos, tornar-se popular e dar gargalhadas de alegria. Tudo pode ser divertido, desde que se “compre” o produto oferecido na telinha. “Toda publicidade dirigida às crianças é abusiva, e elas precisam ser preservadas. Até os 12 anos de idade não se tem a consciência crítica e o entendimento de um discurso persuasivo formado”, adverte uma psicóloga. Um anúncio a cada dois minutos No país em que as crianças passam mais tempo diante da televisão no mundo, com uma média diária de 4 horas e 54 minutos (para 4 horas e 26 minutos na escola), a publicidade infantil é voraz. No dia 1º de outubro do ano passado o Instituto Alana apurou a quantidade de inserções comerciais em sete canais com programação infantil. Entre o período das 8 às 18 horas foram contabilizadas 1.077 propagandas. Curiosamente, os canais de tevê por assinatura, que supostamente seriam bancados por mensalidades, foram aqueles que mais exibiram anúncios. O Cartoon, que tem público-alvo formado por crianças entre 6 e 12 anos, por exemplo, veiculou 274 propagandas, com média de uma a cada dois minutos de programação. O Discovery Kids, que atrai crianças ainda na primeira infância, apresentou 227 anúncios. Talvez isso justifique o insistente “Compra, mãe!” ouvido por toda parte nas semanas que antecederam o Dia das Crianças. A ONG apurou que, entre os 390 produtos anunciados, 295 eram brinquedos, 30, peças de vestuário e 25, alimentos. A mé-

A crescente troca dealimentos tradicionaiscomo arroz, feijão, carne, ovos e verduras na mes do brasileiro por produtos não saudáveis eindustrializados se devejustamente ao marketing. “As campanhas publicitárias milionárias são extremamente eficazes em amplificar as ‘vantagens’ dos alimentos ultraproces sados, promovendo sua hiperpalatabilidade e sua conveniência e estimulando o consumo compulsivo”.

“A publicidade é a principal responsável pelo desenvolvimento de problema como consumismo infantil, erotização precoce e diminuição do tempo dedicado exploração sexual, a brincar, violência, estresse

dia de preço desses produtos era de R$ 160. Não existem leis específicas que impeçam a propaganda direcionada às crianças no país. Cabe ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) disciplinar as campanhas. Em 2006 o órgão proibiu o uso de verbos no imperativo, como “compre isso”, “não perca”, entre outros. Contudo, por se tratar de um conselho formado pe-

los próprios anunciantes, sua competência é questionada por especialistas na área de infância. Preocupadas com os efeitos da publicidade nas crianças, 150 instituições lançaram, no fim de 2009, o “Manifesto pelo Fim da Publicidade e da Comunicação Mercadológica Dirigida ao Público Infantil”, que já reúne cerca de 13 mil assinaturas. Segundo

familiar e, principalmente, obesidade e transtornos alimentares”. o documento, a propaganda deve ser voltada aos pais ou responsáveis. “A utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing”, adverte o manifesto.

Como o mundo cuida das crianças Algumas regras sobre publicidade infantil em alguns países desenvolvidos Alemanha – Os programas infantis não podem ser interrompidos por publicidade e não se devem usar crianças para apresentar vantagens especiais e características de produtos não adequados a elas. n Áustria – A publicidade é proibida nas escolas. n Bélgica – Não são permitidas propagandas voltadas a crianças menores de 12 anos na região flamenga; n

n Canadá – Pessoas ou personagens conheci-

dos pelas crianças não podem promover ou endossar produtos ou serviços. Há limite de 8 minutos de publicidade comercial a cada hora de programação para crianças. Na província de Quebec a publicidade de produtos direcionados a crianças menores de 13 anos não é permitida em nenhuma mídia; n Dinamarca – É proibido todo tipo de publicidade durante programas infantis e cinco minutos antes ou depois;

Estados Unidos – Limite de 10 minutos e 30 segundos de publicidade por hora, nos fins de semana. Durante a semana são 12 minutos por hora. É proibida a vinculação de personagens infantis à venda de produtos nos intervalos de programas desses mesmos personagens; n Holanda – As tevês públicas não podem interromper programas infantis dirigidos a crianças menores de 12 anos com publicidade. n


Saúde DESCASO

Vergonha da cidade Prefeitura em xeque: o abandonado bosque é o grande criador de mosquito

Nova Odessa está tendo grande dificuldade para conviver com a administração de sua Prefeitura. Parece que estão batendo cabeça e sempre estão correndo a apagar incêndios mostrados pela imprensa. Entretanto, o caso da dengue está se tornando sério e o dinheiro enviado pelo governo federal não consegue cumprir seu objetivo integralmente. Um absurdo foi o relato de um funcionário que visita as casas no combate ao mosquito desabafar seu inconformismo com o fato de não darem atenção ao bosque perto da rodoviária. A prefeitura não o limpa e o combate aos mosquitos não chega até lá. Caminhoneiros na hora do almoço escolhem as sombras nas calçadas daquele bosque, almoçam lançando depois os marmitex e vasilhames dentro do bosque. Caso semelhante são as equipes de esporte que vêm competir no ginásio ao lado e também lançam os descartáveis naquele mato. O citado funcionário observa que setores da prefeitura não se falam e os moradores próximos àquele local estão correndo sério risco de entrarem na estatística do Instituto Adolfo Lutz que vem confirmando casos crescentes de dengue na cidade. Há pouco, a imprensa noticiou o caso dos pneus na garagem municipal e correndo, a prefeitura tratou de mandá-los à reciclagem. Não poderiam ter tomado essa iniciativa sem dedo da imprensa? Segundo a assessoria de imprensa da pre-

feitura, a queda na dengue é de 80,7% menor do que no ano passado. O contribuinte, o eleitor, gostaria é que não tivesse nenhum caso de dengue no município. O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta segunda-feira, 18 de abril, o 32º caso de dengue em Nova Odessa neste ano. O caso foi registrado pela Vigilância Epidemiológica como autóctone e, a partir desta terça-feira, dia 19, a equipe da Prefeitura inicia o trabalho no bairro da vítima, no Jardim Éden. Graças a esse trabalho e à adesão da população ao combate aos criadouros das larvas do mosquito transmissor, a redução de casos com relação ao mesmo período do ano passado é de 80,7%. Em 19 de abril de 2010, eram 166 casos. O 32º caso é de uma jovem de 19 anos, moradora do Jardim Éden. O trabalho de prevenção a novos casos de dengue no bairro começa na manhã desta terça-feira, quando os agentes de Saúde do Setor visitam na vizinhança da paciente, na “busca ativa” de criadouros das larvas do aedes aegypti e de eventuais novos pacientes sintomáticos. Criadouros Para que a cidade não tenha novos casos positivos de dengue, toda a população pode atuar na eliminação de criadouros de suas casas. Estão entre os criadouros mais conhecidos os entulhos, vasilhames, garrafas, pratos de vasos de plantas, latas, pneus velhos e bromélias.

Fechado a cadeado, o bosque abandonado, provocou passeata de moradores em protesto, conseguindo adesão até de vereador da base governista Porém, os servidores da Prefeitura também já encontraram larvas do aedes aegypti em locais menos prováveis, como caixas de isopor, caixas de leite, garrafas de todos os tipos, latas,

sacolas plásticas, vidros de remédios, baldes, vasos sanitários, box de banheiro, motor de geladeira (antigas), galões de água, entre outros. É obrigação de todos se conscientizarem.


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Educação COMPETIÇÃO

A saudável guerra de robôs

A

No Summer Challenge, Policamp vence o campeonato de combate entre robôs

Policamp sagrou-se campeã do Summer Challenge – Guerra de Robôs, realizado dias 26 e 27/03, no Centro de Lazer Tarundu, em Campos do Jordão. A exposição dos robôs campeões – Combate, na modalidade leve de até 5,5 quilos, e Sumô, até 3 quilos - aconteceu na noite dessa terça-feira, no Hall de Convívio da Instituição. Os 7 robôs, entre eles um militar, usados nesse tipo de competição, foram o foco da atenção de todo o Campus. A Policamp foi representada nesta “Guerra de Robôs” por alunos do 1º e 9º ano de Engenharia de Controle e Automação e Tecnologia em Automação, e pelo prof. Paulo César Gonçalves. Os robôs produzidos pelos cursos de Engenharia da Policamp venceram na final a Universidade Federal de Itajubá (Minas gerais), que ficou com o vicecampeonato, e PUC, do Paraná, que ficou em terceiro lugar. “O objetivo deste evento – Guerras de Robôs - é mostrar qual universidade tem a capacidade de desenvolver robôs de ponta, com boa tecnologia e preparo para suportar diferentes situações”, explicou o professor Paulo Gonçalves. Mateus Cutri, do 1º ano, disse que o resultado foi surpreendente. “Sabemos que os cursos de Engenharia da Policamp estão entre os melhores, mas nessas competições, estão sempre os melhores de todas as faculdades e

universidades brasileiras. Confesso que não esperava pegar o primeiro lugar. Valeu muito, principalmente porque ainda estamos no 1º ano”. Campeões Essa modalidade esportiva ‘Guerra dos Robôs’ foi inspirada nas competições americanas, e acontece no Brasil desde 2001. Ela reúne alunos das mais tradicionais universidades de engenharia numa disputa de gênios e envolve robôs de vários tamanhos e capacidade. A Policamp tem um bom retrospecto nessas competições. Sua primeira participação foi em 2007, quando conquistou o 3º lugar. Em 2008, ganhou o 1º lugar na modalidade de Sumo, até 3 quilos. Em 2009, pegou a 4ª colocação na modalidade de Combate. Ano passado não participou, por causa do TCC dos alunos. Neste evento do último final de semana, a Policamp participou com 8 robôs, em cinco modalidades: de batalha (5,5 quilos, 13 quilos e 55 quilos) e Hockey (goleiro e dois atacantes). O Campeão, na modalidade de Combate, apesar do peso de 5,5 quilos, tem um giro de 19 mil rotações por minuto e tecnologia de ponta. Seu material é de alumínio aeronáutico e naval, moto-redutor revestido de titânio e motor de autopotência. Sua missão: destruir o adversário. Passou por todos intacto, o que garantiu o troféu de primeiro lugar. Já o Sumo venceu nada menos que 27

Entre robôs e medalhas, alunos e professores em momento de confraternização. adversários. Sua missão: lançar o adversário fora do ringue em três minutos de luta ou nocauteá-lo por duas vezes. Resultado final, mais um troféu de campeão. Os alunos assistiram ao vivo manobras do robô Ninja, que mostrou boa ‘performance’, com alta velocidade, e estrutura para lutar de ambos os lados, ou seja, até ponta cabeça.

Os alunos conheceram o Robô Militar, que participará da Automec 2011 no Anhembi, em São Paulo. A expectativa é reunir em 78 mil metros quadrados de exposição e 900 expositores, cerca de 70 mil visitantes. A boa participação da Policamp este ano deve colocá-la entre as cinco melhores equipes do Brasil. Valeu alunos, professores e coordenação das Engenharias da Policamp!


16 Decoração LAZER

Sonho de consumo: churrasqueiras Há churrasqueiras de todos os níveis. Mas para receber os amigos tem que ser especial! 3 A parede e a coluna da churrasqueira foram revestidas por canjiquinha de pedra São Tomé. A área também ganhou armários e um prático e decorativo nicho horizontal na parede, de madeira de demolição, e mais um carrinho com rodizios. Se há churrasqueiras para cada gosto e orçamento, está em Nova Odessa uma especialista em construção de churrasqueiras que há mais de 20 anos atende conforme orientação do cliente oferecendo enorme portifólio de modelos e condições de pagamento, que tem facilitado muita gente a implantar o sonhado objeto de desejo para receber os amigos e parentes: Colonial Churrasqueiras, tel. 3466-1623

As lajotas do piso foram retiradas de uma fazenda do século retrasado. Mas o coração da área externa é, sem dúvida, o forno a lenha revestido de azulejos amarelos,que divide espaço com a churrasqueira de ferro fundido.

Como acender uma churrasqueira? Os “profissionais” conhecem, mas não custa as dicas: Acendimento pelo sistema tradicional

Ideia do cliente, produzida pela Colonial Churrasqueira

4 Embeba em álcool um pedaço de pão, de preferência amanhecido. 4 Coloque-o dentro de um pequeno monte de carvão e cubra-o com mais carvão. 4 ogue um pouco mais de álcool sobre esse monte e depois ponha fogo.

Acendimento pelo sistema vulcão. 4 Enrole em volta de uma garrafa várias tiras de jornal, tomando o cuidado de não fechar a parte superior ou a inferior do objeto. 4 Após enrolar uma camada espessa de papel, retire o objeto, formando assim um canudo de papel. Coloque esse canudo no centro da churrasqueira e envolva-o com carvão, por dentro e por fora. 4 Em seguida, ponha fogo no canudo.


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Motos DICA

Motos estradeiras Resposta à pergunta: “Qual a melhor moto estradeira para um iniciante?”

Cara, de motoqueiro para motoqueiro: compre logo uma V-Max! Ela é tudo de bom! Não tem melhor, pois ela é ágil, rápida, potente, ótima nas curvas, anda bem na cidade e maravilhosamente na estrada. Só tem um problema: se você abusar, morre! São 1.200 cilindradas de puro prazer. A shadow é muito boa, a Mirage nunca andei, a Vulkan é bem ágil, a dragstar muito pesadona. Harley então, só em estrada americana. Mas para você que está começando, aí vai as dicas: Motos estradeiras têm várias sub-classes Custom, Chopper, Cruiser, Touring e Roadster. As Custom são estradeiras leves, ate 900 cilindradas, Tipo Honda Shadow VLX 600, Kawasaki Vulkan 500, etc. As chopper sao custom modificadas pelo usuário ou empresa especializada, as Cruiser são as verdadeiras estradeiras, acima das 1000 cilindradas, tipo Harley Davidson, Vulkan VL 1600, Yamaha Royal Star, etc. As Touring, são as gigantes estradeiras, tipo BMW K 1200 e as Gold Wing, Amazonas, etc. E finalmente as Roadster, que sao mistos de estradeiras com esportivas, tipo Honda Magna VF 750, Yamaha V-Max 1200, etc. As Custom são boas para cidade e estrada, pois são mais leves, ágeis e com boa potência, com conforto nota 8. Já as Cruiser, são péssimas na cidade, pois são muito pesadas, não fazem bem curvas, são lentas e demoram para pegar velocidade. Mas o conforto é nota 10! As Touring e chopper não vamos falar, pois você é iniciante. E restam as Roadster, que são bem ágeis, potentes, bom arranque, bom final, conforto nota 6. Resta saber se você pretende usar na cidade e na estrada, só na cidade ou só na estrada? Se for pegar somente estrada, escolha uma custom ou uma Cruiser. Se for pegar cidade e estrada, opte por uma Roadster ou uma Custom. Entretanto, se for ficar só na cidade, não tem erro, pegue uma Roadster.

As estradeiras têm como principal foco, o conforto e estabilidade nas retas. Por isso, elas têm motores grandes e potentes, para aguentar várias horas de uso ininterrupto, coisa que uma moto de 250 a 500 cilindradas não aguenta. A relação coroa-pinhão, é longa e portanto não tem forca de arranque. Os garfos dianteiros são mais longos, propiciando conforto e boa posição de dirigir, mas ao mesmo tempo, a moto fica mais longa, dificultando as curvas. O pedal geralmente fica bem mais afastado, propiciando conforto, mas tirando o controle nas curvas. Custons e Cruisers em geral, arrebemtam fácil e estradas esburacadas. Elas não podem ver buracos e nem muitas curvas. Portanto, são motos para quem tem mais experiência. Eu estava em um touring no Japão há algum tempo atrás, com uma Vulkan 1600, andando a uns 180 por hora. Numa curva mais fechada, eu quase morri no guard-rail, como ela não faz o pendulo nas curvas, mesmo você usando toda a tangente ela simplesmente sai de lado nas curvas, o jeito foi controlar no acelerador, derrapagem controlada. A sorte é que não tinha carro e eu estava em auto estrada. Se tivesse um buraco, teria morrido. Portanto, cuidado. Uma moto de street ou racing se pilota de um jeito, uma custom é totalmente diferente. Última dica: Quanto mais longa for a moto e mais afastados e baixo os pedais, mais díficil o domínio nas curvas. Ao contrário, quanto mais curta, e pedais mais altos e recuados, mais fácil o controle nas curvas. Na primeira você ganha conforto, na segunda você ganha controlabilidade. E lembre-se: como dizia o Jô Soares, moto foi feito pra cair, se não, teria 3 rodas ou mais. Andar de moto ja é um desafio às leis da natureza e só o estúpido abusa disso. Viva a liberdade, mas com prudência.

A BMW R 1200 RT é uma moto com vocação “touring” em sua essência. Moto Touring? São motocicletas que custam ao redor de R$ 70.000 e chegam a ultrapassar os R$ 100.000. As máquinas da marca americana Harley Davidson representam 78% deste segmento no Brasil, e aparecem na liderança individual há um bom tempo.

Abraços, Otsuka.

Yamaha V-Max 1200

Yamaha V-Max 1200. Com um motor V4 e 145 cv de potência, faz de 0 a 100 km/h em apenas 3 segundos, desempenho que rendeu admiradores em todo o mundo. O design, mistura de clássica com moderna e estradeira.


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Autos

LANÇAMENTO

Eis o novo Jetta

Novo Jetta chega ao Brasil totalmente renovado e em duas versões

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Volkswagen está trazendo para o Brasil a nova geração do Jetta, um dos sedãs médios de maior sucesso em todo o mundo. Totalmente novo e projetado na Alemanha, o modelo é maior, mais confortável e esportivo e introduz uma nova plataforma, especialmente desenvolvida para ele. Com o novo modelo, a Volkswagen espera ampliar e consolidar sua participação no Brasil no disputado segmento dos sedãs de porte médio. Entre os trunfos para o Novo Jetta atingir esse objetivo estão suas duas versões: a Highline, equipada com um conjunto motriz excepcional – motor 2.0 TSI com 200 cv e transmissão DSG com dupla embreagem e seis marchas –, a opção mais potente da categoria. A versão Comfortline conta com motor 2.0 Total Flex e transmissão automática de seis marchas ou manual de cinco.

Novo Jetta Highline – acima do segmento

A versão topo de linha do Novo Jetta se posiciona acima de tudo o que é oferecido no segmento de sedãs médios do mercado brasileiro. Além da mecânica de alta tecnologia, o carro vem equipado, de série, com: rádio MP3 touchscreen com Bluetooth * freios ABS, ASR, EDL l controle eletrônico de estabilidade ESP l rodas de liga com 17 polegadas l ar-condicionado Climatronic com duas zonas l controle automático de velocidade (piloto automático) l sensores de estacionamento dianteiro e traseiro l sensor crepuscular e sensor de chuva l função Coming & Leaving Home de acionamento dos faróis l Bancos revestidos em couro.

Seis airbags – dois dianteiros, dois laterais para os ocupantes da frente e dois do tipo cortina, que protegem a área das janelas laterais de todo o veículo. Para assegurar que os airbags serão acionados o mais rapidamente possível, o Novo Jetta tem um sistema especial de sensores para detectar a intensidade das colisões e ativar o equipamento.

Design: da esportividade à elegância Pleno de personalidade, o exterior do Novo Jetta reflete a nova linha global de estilo da marca Volkswagen. A dianteira, extremamente importante na definição da personalidade de um automóvel, é caracterizada pela horizontalidade das linhas. A grade do radiador, em preto brilhante, combina com o grupo óptico trapezoidal, criando um conjunto estilístico único. Mais abaixo, uma entrada de ar adicional e um aerofólio estilo “bandeja” – inspirado nos splitters usados em carros de competição – dão ao carro um ar definitivamente esportivo. De acordo com o designer brasileiro José Pavone, que participou da criação do Novo Jetta, a transição nesta área dos “ombros” do carro foi tirada integralmente do carro conceito NCC (New Compact Coupé) e adiciona ao estilo dinamismo. Visto de perfil, o carro se destaca exatamente pelos “ombros”, batizados de tornado lines, e pela ênfase dada aos arcos das aberturas das rodas. Ambos unem os volumes maiores, definidos pelas grandes superfícies homogêneas, gerando uma forte impressão de dinamismo. Graças à generosidade das bitolas, há uma transição precisa para a moldura das rodas. O design dos retrovisores externos, com lanternas direcionais integradas, baseia-se no Passat CC. O design interno dos carros da Volkswagen tem como base algumas linhas-chaves: perfeição ergonômica e um claro e destacado nível de qualidade de execução e materiais. Seguindo esses princípios, o interior do Novo Jetta é inteiramente novo mas, de certa forma, parece bastante familiar aos usuários da marca.

O Highline:

Jetta Comfortline

O novo Jetta é um veículo de projeto inteiramente novo: o sedã de maior porte e espaço interno Mecânica um passo à frente: motor TSI com transmissão DSG O Jetta Highline vem equipado com o consagrado motor 2.0 TSI, com 200 cv e torque de 28,5 kgfm. Este motor utiliza um turbocompressor, sistema de injeção direta de combustível, quatro válvulas por cilindro, comando de válvulas varíavel, gerando uma curva de torque plana a partir de baixas rotações. O resultado é sensível ao menor toque no acelerador: o Jetta Highline acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e alcança a velocidade máxima de 238 km/h. Tudo isso com um consumo médio de 14, 8 km/l na estrada (referência NBR 7024). TSI: muito além do turbo TSI é a sigla para a tecnologia pioneira desenvolvida pela Volkswagen para motores de combustão. Com a injeção direta, o combustível é injetado sob altíssima pressão (até 120 vezes a pressão atmosférica –

o equivalente a 1.200 m embaixo d’água) diretamente na câmara de combustão, por meio de injetores especiais. Isto proporciona imediata e finíssima pulverização do combustível, cuja posterior combustão ocorre de forma completa (menos poluentes) e com baixas perdas (alto aproveitamento do calor gerado). Para aumentar ainda mais o fluxo de ar, os motores TSI dispõem de sobrealimentação, feita por meio de um ou mais turbocompressores. Longe de serem simples rodas d’água, eles funcionam de forma similar a turbinas aeronáuticas, só que com uma fonte de energia grátis: a pressão e a temperatura dos gases de escape, normalmente desperdiçados, movimentam pás altamente eficientes, para bombear mais ar para o motor. O Jetta Comfortline pode ser equipado com a transmissão manual MQ250, de cinco marchas, ou, opcionalmente, com a transmissão automática AQ250 Tiptronic (segunda geração) de seis marchas.

O Novo Jetta Comfortline vem equipado com motor 2.0 Total Flex * rodas de liga leve com 16 polegadas l pneus 205/55 R16, limpadores de para-brisas com variação intermitente l pára-choques, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria l protetor de cárter l Espelhos retrovisores com acionamento elétrico aquecidos l Saída de escapamento dupla. Segurança

O Comfortline conta com três apoios de cabeça traseiros * freios ABS, ASR, EDL * airbags para o motorista e passageiro da frente com desativação para o lado do passageiro * airbags laterais nos bancos dianteiros. Grandes detalhes

O conforto é oferecido pelos detalhes: Alarme antifurto l Aviso sonoro de faróis ligados l Sistema Isofix para fixação de cadeira de segurança para crianças l Aviso sonoro da não utilização dos cintos de segurança l Cintos de segurança frontais com pré-tensionador l Cinto de segurança de três pontos para o passageiro sentado ao centro do banco traseiro l Faróis com dupla parábola l faróis de neblina l Sensores de estacionamento dianteiro e traseiro.


19 DICA

O motor de arranque Vai dar a partida no motor? Desligue tudo!

Uma dica da Revista 4 Rodas difícil de esquecer é a de que ao darmos partida do motor de arranque, esse é tão guloso no consumo de energia que se você tiver faróis acesos, limpador de pára-brisa, ou equipamento de som ligados ao mesmo tempo ao dar a partida, a bateria poderá ter um colapso. A função do motor de arranque consiste em acionar o motor do veiculo até que tenham início as explosões e este possa funcionar por si mesmo. Os motores a gasolina, na sua maioria, têm de atingir um mínimo de 50 RPM para arrancar, o que exige uma potência elétrica considerável, particularmente no inverno quando o motor está frio e o óleo mais espesso. O motor de arranque é o componente elétrico que maior descarga impõe à bateria: no momento em que funciona pode consumir em apenas três segundos a mesma quantidade de energia despendida pela luz de estacionamento durante uma hora. Se a bateria estiver pouco carregada e, portanto, com uma tensão abaixo do seu normal, pode acontecer que o motor de arranque, ao consumir demasiada quantidade de corrente, não permita ao sistema de ignição gerar a voltagem suficientemente elevada para fazer saltar as faíscas entre os elétrodos das velas de ignição. Traduzindo esse último parágrafo, se não tiver energia suficiente para o motor de arranque, o carro poderá te deixar na mão!

É um componente que funciona somente na hora da partida e depois não trabalha mais, em compensação é o maior consumidor de bateria, já que trabalha sem a ajuda do alternador. Uma dica para é que se tome cuidado na hora da partida, não esquecendo de voltar a chave à posição inicial e não forçar se o carro não pegar. Passar mais de 10 segundos forçando o 2ª estágio da chave na ignição gera muito esforço e superaquecimento, favorecendo a queima do induzido e seu campo. Outro erro é acionar a chave quando o motor já está ligado. Isso gera sobre rotação, trazendo danos para todo o conjunto. É um componente que funciona somente na hora da partida e depois não trabalha mais. Uma dica para é que se tome cuidado na hora da partida, não esquecendo de voltar a chave à posição inicial e não forçar se o carro não pegar. Passar mais de 10 segundos forçando o 2ª estágio da chave na ignição gera muito esforço e superaquecimento, favorecendo a queima do induzido e seu campo.

Sábio conselho paterno

- Pai, vou me divorciar da minha mulher. Há seis meses que ela não fala comigo. O pai fica em silêncio durante uns momentos, bebe mais um gole da cerveja e diz: - Pensa melhor a respeito, meu filho; mulheres assim são difíceis de arranjar...


20 Autos TECNOLOGIA

Um Brabham à frente de seu tempo

Em plena era turbo, Murray apostou que o salto não se daria nos motores, mas na aerodinâmica. No início de 1975, Bernie Ecclestone havia chegado a um acordo com a Alfa Romeo para o fornecimento de motores. Apesar de grandes, pesados e com alto consumo, eram também de elevada potência. Após 3 anos sem vitórias e de abandonos por falta de combustível, em 1978 Gordon Murray reformulou o BT46 com um projeto inovador. Sob a parte traseira do carro havia um conjunto de saias: quando o motor tinha seu giro aumentado, o efeito do ventilador era o de visivelmente sugar o carro para próximo do solo. Uma ofensiva de protestos foi apresentada contra o carro em sua primeira corrida. Todos foram rejeitados, e Niki Lauda venceu tranqüilamente. Gordon Murray era um projetista á frente de seu tempo. Em plena era turbo, apostou que o próximo grande salto de desempenho dos carros não se daria nos motores, mas na aerodinâmica. Por isso, ao se deparar com uma folha em branco, entre 1985 e 1986, decidiu criar, para a Brabham, um bólido revolucionário em termos de desenho. Daí surgiu o BT55 (acima). Ao alinhar para os testes de pneus na prétemporada de 25 anos atrás, em Jacarepaguá, o carro causou alvoroço. Pudera: media 82 cm do chão ao santantônio. Tudo era mais baixo do que no resto dos outros carros. Assustou a concorrência o fato de a ideia do projeto fazer sentido: se o aerofólio traseiro é a principal peça responsável pela pressão aero-

dinâmica, deve-se eliminar qualquer obstáculo entre o ar e ela. Rebaixe-se tudo e deixe o vento soprar o mais limpo possível. No mais, o centro de gravidade ficaria mais baixo, o que melhora a estabilidade. Isso tem um custo, é claro: é necessário encontrar uma nova posição para o motor (turbo, lembre-se), redesenhar o câmbio, e até mexer na posição do piloto. Agora, Elio de Angelis e Riccardo Patrese teriam que ficar mais inclinados, abrir as pernas e dobrar mais os joelhos. Os primeiros testes foram acima da expectativa, mas inconclusivos. Quando a temporada começou, porém, os resultados desapontaram. Havia problemas de superaquecimento - aparentemente, os BMW se sentiam desconfortáveis - e aderência. Quebras e mais quebras se sucediam. Resolver tais problemas era o objetivo da equipe nos testes coletivos de Paul Ricard marcados para maio, logo após o GP de Mônaco. No autódromo francês, de Angelis perdeu o controle na aproximação da Verrière, decolou, bateu e ficou preso em meio ás chamas, desacordado. O acidente seria fatal. Derek Warwick o substituiu, mas a equipe estava em frangalhos. Ecclestone e Murray não se entendiam mais. O BT55 foi descartado ao fim da temporada. Murray retomaria suas ideias dois anos depois, na McLaren, com um sucesso assombroso. Mas os princípios esboçados em 1986 subsistem até hoje. A era turbo realmente acabou, numa

O efeito do ventilador era o de visivelmente sugar o carro para próximo do solo. canetada. Motores aspirados tomaram o lugar. Honda e Renault dominaram boa parte dos anos 90. Mas não demorou para a aerodinâmica se tornar o principal fator a influenciar o desempenho dos carros. A prova disso é que, em 2001, a mesma BMW, agora equipando as Williams, desenvolveu uma cavalaria absurda, mas incapaz de sequer ameaçar a supremacia incontestável das

Ferrari. À luz de duas décadas e meia é mais fácil avaliar os erros do BT55. Murray pensou em eliminar obstáculos, quando o conceito que se provou mais bem-sucedido ao longo dos anos foi o de direcionar o fluxo de ar, jogá-lo em direção ao aerofólio. Inegável, porém, que aquele carro baixo e problemático, tal qual um anjo maldito, escondia a genialidade de seu criador.


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Autos

Como escolher uma boa oficina A

Vai dar a partida no motor? Pense duas vezes: E se sua bateria arriar? Desligue tudo!

dica de como escolher uma boa oficina mecânica, fica por conta do site Quatro Rodas. O que mais chama a atenção nas dicas a seguir, é que o site sugestiona a fazer uma espécie de leitura corporal e neuroliguística sobre o que está se passando na oficina. Por mais cuidadoso que você seja, um dia terá de levar o carro a uma oficina, para regular o motor, trocar alguma peça ou consertar um pequeno raspão na lataria. O problema surge quando não se conhece nin-

A

indústria autobilística brasileira dava os primeiros passos e nascia a revista 4 Rodas que se tornou uma bíblia em termos de conceito junto ao mercado. Periódico mensal, é um dos mais antigos títulos publicados pela Editora Abril. Foi a primeira revista de automóveis do mercado editorial brasileiro. A 4 Rodas foi lançada em agosto de 1960 e em agosto de 2010, completou 50 Anos com uma superedição com 264 páginas. Tradição na revista e terror das montadoras a seção “Longa Duração”, a revista simplesmente compra um carro e o avalia por milhares de quilômetros, avaliando a resistência, durabilidade e qualidade do carro.

guém que possa indicar um estabelecimento confiável, e também não se quer recorrer aos serviços, muitas vezes impessoais, de uma concessionária. Então, como reconhecer uma boa oficina? Pode parecer complicado à primeira vista, mas, seguindo dicas básicas, você terá sucesso. O primeiro contato é essencial. Preste atenção no atendimento. Um simples telefonema pode ser revelador. Se for pessoalmente, logo ao chegar, veja se a oficina dispõe um espaço para recepção dos clientes e seus veículos. Os funcionários são atenciosos e educados? De preferência, devem estar uniformizados. Uma vez que você decida deixar o carro para orçamento, é importante que a empresa trate bem dele desde o início. A oficina deve fornecer uma ficha detalhando o estado no qual seu veículo foi recebido, com informações como quantidade de combustível, quilometragem e presença de acessórios (calotas, antena etc.). Além disso, ela deve providenciar capas para os bancos, a fim de proteger o revestimento interno de manchas. E, depedendo do serviço, protetores para a carroceria. Enquanto o orçamento é realizado, aproveite para observar as instalações do local. O ambiente deve ser limpo, organizado e bem iluminado. Equipamentos e ferramentas devem estar em lugar específico, bem como as peças e os demais materiais. Repare na roupa dos mecânicos. Seus uniformes estão sujos demais? Mau sinal. Dependendo dos serviços prestados pela oficina (funilaria, pintura, mecânica), existem alguns equipamentos que são fundamentais para a qualidade do trabalho. Eduardo Augusto dos Santos, supervisor de consultoria do Cesvi Brasil, explica que numa funilaria o processo de lixamento da carroceria deve ser a seco, utilizando ferramentas especiais. “Lixar com água, além de propiciar o surgimento de pontos de ferrugem no futuro, é um processo manual que depende da força empregada pelo funileiro. E, ainda por cima, encharca o chão da oficina”, afirma. Soldas com maçarico tam-

A eletrônica embarcada nos veículos atuais exige equipamentos modernos nas oficinas, mas não é só isso. Não basta contar com os mais modernos aparelhos, se não houver funcionários aptos a lidar eles. bém não são recomendadas, embora ainda comuns em pequenos estabelecimentos. Os estabelecimentos que trabalham com pintura devem contar também com uma cabine ou estufa específica para esse fim. Em uma estufa, a secagem da pintura pode ser feita em cerca de 40 minutos, enquanto, ao ar livre, o processo pode demorar até dois dias. Além disso, a cabine impede que a carroceria tenha contato com a sujeira ou outros resíduos que estejam suspensos no ar. No que diz respeito à parte mecânica, o presidente do Sindirepa. “Não basta contar com os mais modernos aparelhos, se não houver funcionários aptos a lidar eles”, diz Mauro. Uma das maneiras de saber se os mecânicos da oficina são treinados é pelos certificados ou diplomas que as empresas e seus profissionais possuem, os quais devem

estar expostos em locais visíveis. Esses atestados podem vir de entidades como ASE, IQA e Cesvi Brasil, ou de fabricantes de autopeças que fornecem certificados de conclusão de cursos que promovem. Quando o orçamento estiver pronto, um funcionário deverá explicar tudo o que precisa ser feito no carro, esclarecendo todas as dúvidas que você possa ter. Lembre-se de checar se o estabelecimento não é clandestino e, por meio do CNPJ, confira se a empresa não possui processos no Procon local. Ao término do serviço, a oficina deverá apresentar as peças substituídas, além de fornecer a nota fiscal discriminando todos os serviços realizados no veículo. Esses cuidados vão lhe ajudar a escolher uma boa oficina e também a manter seu carro em ordem.


22 Autos

Ford ultrapassa GM Na semana passada foi a vez Brasil divulgar um recorde no número de vendas no setor automotivo. Dia 4 de abril foi o mercado norte-americano mostrar dados positivos de recuperação, chegando em 10% de alta. E levado por um bom momento, o relatório mensal mostrou uma curiosidade entre duas grandes concorrentes. Em março, a Ford vendeu 212.777 veículos nos Estados Unidos, 19,2% a mais que no mesmo período de 2010, e superou a General Motors (GM), que vendeu 206.621 unidades. Isso havia acontecido apenas uma vez na história, em 1998. De acordo com executivos da Ford, os motivos para esses números

englobam a entrada em novos mercados e o atendimento de novos públicos. Além disso, houve um crescimento nas vendas nas regiões litoranesas, com grandes contribuições dos modelos New Fiesta, Fusion e Mustang. As vendas do novo compacto Fiesta somaram 9.787 unidades, 56% a mais que em fevereiro de 2011, enquanto as do sedan Fusion, em 27.566 veículos, 21% a mais que em março de 2010. Por sua vez, o esportivo Ford Mustang teve um forte aumento da demanda, 46,8%, com 8.557 carros vendidos. New Fiesta ajudou a Ford a superar a General Motors no número de vendas.

Medida Provisória de incentivos fiscais Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as regiões beneficiadas pela medidaA Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (13) a Medida Provisória 512/10, que concede mais incentivos fiscais à indústria automotiva instalada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste se vinculados a projetos com novos investimentos e pesquisa de novos produtos ou modelos de veículos. O texto aprovado foi proposto pelo deputado Moreira Mendes (PPS-RO).

A ideia é movimentar a economia, gerando empregos, em uma das mais regiões mais carentes e problemáticas do país. De acordo com a MP, as empresas do setor poderão obter benefícios e isenções de impostos como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS e Cofins até 31 de dezembro de 2020. Agora o Plenário passa para uma nova fase do processo, votando alterações ou não no texto original da Medida Provisória.

Pirelli e seu “pneu inteligente” A Pirelli divulgou que está desenvolvendo um modelo inédito de pneu capaz interagir com a central eletrônica do carro, permitindo um melhor rendimento do conjunto mecânico. Por meio da transmissão de informações eletrônicas, este novo componente será capaz de associar suas atividades com os controles de tração, estabilidade e o ABS. Além disso, o "pneu inteligente" também

poderá captar dados de profundidade dos sulcos e o estado da temperatura do solo. Segundo a Pirelli, os protótipos deste novo produto devem começar a ser testados em 2013. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a empresa Schrader Eletronics, especializada na manutenção de sistemas de monitoramento da pressão dos pneus.

Fiat amplia participação na Chrysler Empresa italiana passa a ter 30% das ações na montadora norte-americana, que entrou emconcordata em 2009 A empresa italiana Fiat ampliou sua participação na Chrysler nesta terça-feira (12/4) depois que a fabricante norte-americana de veículos divulgou a conquista das metas definidas pelo governo dos Estados Unidos, quando recebeu uma ajuda financeira em 2009. Agora, a Fiat tem 30% da Chrysler e o sindicato UAW possui 59,2%. O Tesouro dos EUA detém 8,6% e o governo canadense tem 2,2% de participação. De acordo com um comunicado divulgado pela Chrysler, a empresa alcançou as metas de vendas internacionais e fechou um acordo para expandir sua presença fora da América do Norte, por meio da rede de concessionárias da Fiat. Em 2010, a Chrysler teve faturamento de

US$ 5,4 bilhões fora da América do Norte, de acordo com documento enviado aos reguladores norte-americanos em 25 de fevereiro. A Chrysler também tinha que vender seus veículos por meio de 90% das concessionárias da Fiat na América Latina, mas leis locais de franquias foram obstáculos para que esse objetivo fosse atingido. Por isso, a Chrysler alterou o acordo com o Tesouro dos EUA para permitir que seus carros sejam vendidos com a marca Fiat no Brasil. A empresa norte-americana está sob comando de Sergio Marchionne, que é também presidente-executivo da Fiat, desde que a montadora emergiu da concordata financiada pelo governo dos EUA em junho de 2009. De acordo com a imprensa especializada local, Marchionne quer chegar a 51% de participação na Chrysler.


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Autos DICA

O que diz um pneu Normalmente você pode fazer avaliações do que você compra sem depender do vendedor

Muita gente entrega a chave ao técnico e nem quer saber... Outros, são observadores e gostam de saber o que é feito no carro e como funciona. Fazer a leitura das informações inscritas na parte lateral do pneu é um desses casos. Essa leitura permite identificar a medida do pneu, dados de fabricação, os limites de seu uso, velocidades e carga, etc. No momento que da comprar pneus novos para o carro pode-se identificar e interpretar todas as informações contidas na sua lateral. Na lateral do pneu vem contidas todas as informações necessárias para que se possa adquirir o produto adequado as suas necessidades. Veja abaixo:

Cada tipo de pneu tem uma aplicação e características específicas. A escolha correta implica no desempenho e durabilidade do pneu assim como na segurança dos passageiros do veículo: Pneus de alta performance Pneus que proporcionam grande aderência e estabilidade e suportam altas velocidades. São pneus de grande diâmetro e largura, perfil baixo (50, 45, 40 ou 20) e rodas de 17, 18 19 ou 20 polegadas e construção radial. Oferecem pouco corforto. Pneus convencionais São os pneus recomendados pelos fabricantes de veículos. Possuem diâmetro normal, perfil série 60, 65 ou 70 e rodas de 15 ou 16 polegadas e de construção radial. Confortáveis, são silenciosos e têm grande durabilidade.

205 - Largura de secção do pneu em milímetros (205 mm); n 50 - Percetual da altura da secção em relação a largura, também chamada de Relação de aspecto , também conhecida como Série ou Perfil.(50% da largura ou aproximadamente 102 mm); n R - Construção Radial n 15 - Diâmetro interno do aro em polegadas (15 polegadas) n 86 - Índice de carga (normalmente as lojas especializadas dispõe da tabela indicativa de carga, que neste exemplo equivale a 530 kg) n V - Velocidade do pneu (da mesma forma que o índice de carga, existe um diagrama ou tabela que mostra a velocidade máxima para a qual o pneu foi construído, que no exemplo é de 240 km/h ) n

TUBELESS - Indica que trata-se de um pneu que dispensa câmara de ar. n CV90 - Desenho dos sulcos do pneu. n MAX.LOAD RATING Taxa Máxima de Carga de 1224 LBS n MAX. PERMISS. INFLAT. PRESS Pressão Máxima de 36 PSI n TREAD: 6 PLIES (2 RAYON + 2 STEEL +2 NYLON)As lonas são compostas de 6 camadas, sendo duas de Rayon, duas de aço e duas de Nylon n SIDEWALL: 2 PLIES RAYON As laterais tem lonas com duas camadas de Rayon No nosso exemplo temos 86 V onde 86 corresponde 530Kg no índice de Carga e o V corresponde a 240 Km/h no indice de Velocidade. Confira abaixo os dois índices.ndice de Velocidade n

Pneus on / off road (uso misto) São pneus destinados à veículos utilitários, pick up's e camionetes. Podem ser utilizados no asfalto e em estradas de terra e são de construção radial. Oferecem conforto relativo e dependendo do desenho da banda de rodagem, podem produzir ruído na rodagem. Pneus off road São pneus que devem ser utilizados somente em estradas de terra e são normalmente de construção diagonal. São pneus normalmente usados em competições OFF ROAD ou utilizados em serviços nas fazendas. Sua utilização em estradas de asfalto comprometem a segurança pois seu índice de velocidade é baixo e diminuem também a durabilidade do pneu além de produzir altas vibrações e ruído devido ao desenho da banda de rodagem.



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