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EDITORIAL

A história do real

Editoriais do jornal O Estado de S. Paulo são grandes formadores da massa crítica do País. Entretanto, há muito não se observava tamanha reprodução de um texto pertinente, até mesmo nas redes sociais. E poder-se-ia até supor a comemoração inconsciente de a sociedade atualmente estar vivenciando o resultado que foi relatado naquela feliz reflexão publicada no centenário diário a 27 de fevereiro de 2014.

A revolução do real. Há 20 anos uma revolução sem armas e sem passeatas começou a mudar a vida dos brasileiros, quando o presidente Itamar Franco assinou a Medida Provisória (MP) 434 e criou a Unidade Real de Valor (URV), embrião de uma nova moeda, o real. Naquele mês de fevereiro, os preços ao consumidor subiram 40,27% e a alta acumulada em 12 meses chegou a 757,29%. Em 2013, a inflação anual ficou em 5,91%. Há 20 anos, os preços de bens e serviços aumentavam muito mais que isso em apenas uma semana. Recebido o pagamento, os trabalhadores corriam ao supermercado para abastecer a casa. A corrosão do salário em poucos dias era muito maior do que foi em todo o ano passado. Como o ar, a água, as praças e a ordem democrática, a moeda é um bem público e a sua preservação é uma das obrigações mais importantes do poder político. Cumprir essa obrigação é também proteger os pobres, os mais indefesos diante da alta de preços. Em tempos de inflação elevada, o reajuste de seus ganhos é normalmente mais lento que a alta do custo de vida. Além

disso, eles são menos capazes de poupar e de buscar proteção em aplicações financeiras. Políticas de transferência de renda teriam sido inúteis no Brasil da espiral inflacionária, porque os benefícios seriam rapidamente anulados pelos preços em disparada. Apesar disso, há quem defenda a tolerância à inflação como política progressista. Assinada em 27 de fevereiro, a MP entrou em vigor no dia seguinte, com a publicação no Diário Oficial. Durante quatro meses o Brasil teria duas moedas. A URV serviria como referência de valor. O cruzeiro real, ainda em circulação, continuaria usado para os pagamentos e outras operações do dia a dia. Lançada com o valor inicial de CR$ 647,50, a URV seria reajustada todos os dias até a emissão da nova moeda, em 1.º de julho. Nesse período, serviu de base para o reajuste de todos os preços, a atualização de contratos e a fixação da taxa de câmbio pelo Banco Central (BC). Emitido o real, com valor correspondente a CR$ 2.750,00, houve de novo a unificação monetária, com um só instrumento servindo como unidade de conta, meio de pagamento e reserva de valor. Não seria apenas uma nova moeda, como aquelas criadas em planos anteriores de estabilização e logo erodidas e desmoralizadas por um novo surto inflacionário. A atualização diária dos preços, com base na variação da URV, deveria servir para uma recomposição geral de valores e de suas proporções. Tudo se passaria como se a indexação fosse levada ao extremo para em seguida, de repente, ser interrompida. Autores de

planos anteriores haviam tentado vencer a inflação inercial - a realimentação constante da alta de preços pelo prolongamento do impulso inflacionário. Mas essas tentativas haviam sempre envolvido congelamentos de preços e truques variados. Não haveria mágicas no real. Proibir a indexação na maior parte dos contratos foi uma das primeiras medidas, a partir da reforma monetária. Mas essa iniciativa teria sido anulada pelo retorno da inflação, se faltassem esforços muito mais ambiciosos. Avançou-se na desestatização para aliviar o Estado e aumentar a eficiência do governo e de importantes indústrias de base e de infraestrutura. Ampliou-se a abertura comercial. Iniciou-se, enfim, uma complexa renegociação das dívidas de Estados e municípios. Esse arranjo incluiu a extinção ou reforma de bancos estaduais. Essa manobra permitiu o ressurgimento de uma política monetáriaeficaz, algo impossível quando o BC era forçado a sancionar a desordem criada pelos governos de Estados e seus bancos. Só um BC revigorado e com bons instrumentos poderia ter vencido com rapidez, como venceu, os surtos inflacionários de 2002-2003 e de 2009. Em 2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal completaria a reforma. Com o real, o brasileiro passou a dispor de novo de uma moeda respeitável e adequada às funções clássicas de meio de troca, unidade de conta e reserva de valor. Como tantas outras conquistas, essa também é reversível. Nenhuma moeda é indestrutível quando se combinam por algum tempo a tolerância à inflação, a irresponsabilidade fiscal e o populismo”. n

Os editores de O Campeão sentem-se à

vontade em afirmar que cada anúncio veiculado neste veículo tem um princípio de qualidade. São 15 anos aplicando a lei de respeito recíproco. O que não levaríamos para casa também não oferecemos a nossos leitores. Não fazendo concessões nos tem feito bem.


GOVERNANÇA

O ajuste da Lupatech Empresa ajuíza plano de recuperação judicial em Nova Odessa

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Lupatech já comunicou ao mercado e aos acionistas de movimento que dá sequência à reestruturação do endividamento e do capital da companhia Esperado desde o fim do ano passado, o plano de recuperação judicial da Lupatech S.A foi ajuizado na Comarca de Nova Odessa, Estado de São Paulo, onde está situada a sede da Companhia. A gaúcha Lupatech, fornecedora de equipamentos e serviços para plataformas da Petrobras, é uma espécie de símbolo do sobe e desce recente da indústria nacional de petróleo. Cinco anos atrás, quando o país estava fascinado com a promessa do recém-anunciado pré-sal, a Lupatech chegou a valer 3 bilhões de reais na Bovespa. Parecia aquele tipo de investimento que não tinha como dar errado. A empresa era a maior fornecedora nacional da Petrobras — como a estatal desenvolveria dezenas de novas plataformas para explorar o pré-sal, a Lupatech teria sucesso garantido. Mas, como hoje se sabe, o pré-sal começou a fazer água, a Petrobras entrou em crise e, já que era o elo mais fraco dessa cadeia toda, a Lupatech se deu mal. Muito mal.

A situação da Lupatech nunca foi tão crítica. Segundo executivos próximos à operação, a companhia encerrou 2012 com 30 milhões de reais em caixa. Com o pagamento dos juros de títulos da dívida programado para janeiro, estima-se que essas reservas tenham caído pela metade. Para quem acompanha a evolução da Lupatech a partir de quando a mesma adquiriu a Metalúrgica Nova Americana, a agressiva aquisição de concorrentes visava consolidar-se junto à Petrobras com um completo arco de produtos e serviços, se preparando sobretudo com vistas ao Pré-sal, motivo de buscar aporte financeiro a longo prazo. Em 2000 esse grupo gaúcho adquiriu ações do capital social da Metalúrgica Nova Americana (MNA) e em 2009, as operações na Rua Dom Pedro II, em Americana, foram transferidas para a vizinha Nova Odessa onde se implantou moderna planta industrial no terreno onde funcionou o shopping Outlet Center, às margens da Rodovia Anhanguera. Segundo a revista Exame, ali se realizou significativos investimentos com o objetivo de tornar essa unidade a melhor e mais moderna fábrica de válvulas industriais no Brasil. Atualmente é referência nacional na fabricação de válvulas-esfera principalmente para o mercado de petróleo e gás.

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Com forte aporte financeiro na moderna planta industrial de Nova Odessa, o presidente do BNDES esteve presente à inauguração.

Culpa do PT?

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egundo o jornalista Políbio Braga, “A Lupatech de Nestor Perini, morto aos 60 anos em um hotel, em 2013 nos EUA, foi vítima da imprevidência e megalomania dos petistas na Petrobras. A maior aposta que o empresário Nestor Perini fez em toda a sua vida, a Lupatech, que ele criou em 1980, passou da condição de estrela ascendente para a posição de pato manco quando a Petrobrás, sua maior cliente de equipamentos e serviços para plataformas de petróleo, revisou seus planos de investimentos há 3 anos e cancelou encomendas que garantiriam a saúde financeira da empresa de Caxias do Sul. A Petrobras revisou em 2011 os planos imprevidentes e megalômanos do governo Lula para o pré-sal e levou para o precipício muitos dos seus parceiros. O empreendedor da Lupatech acreditou piamente no que lhe disseram os aventureiros petistas e pagou caro por isto. Nestor Perini, 60 anos, levado por um infarto em Nova Iorque, já não mandava mais sozinho na companhia, porque o controle passou para outros investidores. Neste momento, a Vinci Partners tenta comprar a maior parte das ações. Somente R$ 800 milhões podem salvar a Lupatech, mas ela não consegue este dinheiro. Ela não para de dar prejuízos desde 2010. Suas ações não param de cair e a companhia vale míseros R$ 150 milhões atualmente. No dia 26 de março de 2010, ela valia R$ 1,2 bilhões em valor de mercado. No dia 22 de junho, a empresa deu novo calote no mercado, deixando de pagar juros que venceram de dinheiro que conseguiu no mercado externo”. n eferências: www.petroleoetc.com.br www.exame2.com.br, Jornal do Commercio/Roberto Hunoff, de Caxias do Sul


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Você já abraçou seu filho hoje?

EDUCAÇÃO

Estamos na era da correria: trabalho em excesso, trânsito, compromissos diversos, estresse, falta de tempo para cuidar de si, cuidar de casa, marido, filhos...

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fa! Como estamos cheios de coisas ultimamente, hein? E nossas crianças, onde ficam, nessa correria do dia a dia? Muitas ficam em casa, com a babá, outras passam o dia inteiro na escola, outras com uma agenda lotada de compromissos (agenda de gente grande!). Ter filhos exige uma responsabilidade muito grande e uma boa dose de atenção. Não adianta pagarmos uma excelente babá, a escola “top” ou dar presentes caríssimos, nada disso suprirá algo que não se compra. Crianças precisam de atenção, carinho, amor, tempo para brincar com seus pais. E isso, não se vende na loja de brinquedos e não se terceiriza. Sonhar, fantasiar, escutar os sonhos de nossos filhos e, compartilhar com eles os nossos, faz com que conheçamos melhor nossas crianças, nos aproximamos mais delas, nos sentimos mais íntimos, e elas, em contrapartida, se aproximam mais de nós.

Brincar e vivenciar as fantasias de nossas crianças faz com que fortaleçamos ainda mais o vínculo entre pais e filhos. Participar da vida de nossos filhos não requer ficar o dia todo, mas significa ficar um tempo com QUALIDADE. Atenção: qualidade é diferente de quantidade! As crianças de hoje estão carentes de PAI e MÃE. Com o mundo globalizado e moderno, não ficamos mais sozinhos com nossos filhos, estamos sempre “acompanhados” de um telefone ou computador. Entre uma brincadeira ou outra, uma pausa para atender uma ligação, checar mensagens de texto ou e-mails.

Algumas crianças não conseguem entender esse “dividir o meu pai ou minha mãe”, e ficam irritadas, cobram atenção, carinho, exclusividade. O que é um direito delas. Um direito de ter os pais só para elas! Vamos escutá-las com o coração e dar a atenção que elas precisam e merecem! Hoje em dia é comum vermos pais “terceirizando a educação de seus filhos”. Pagar uma boa escola pode significar se ausentar da linda tarefa de educar um ser humano. A escola é uma parceira nessa tarefa, mas a responsabilidade principal é nossa, enquanto pais. EDUCAR uma criança tem desafios, dificuldades, requer tempo e paciência, mas é de uma recompensa imensurável. Vamos nos aproximar ainda mais de nossas crianças, com qualidade, amor, sinceridade! Não vamos perder mais tempo! O futuro depende do presente, e o presente é AGORA! Você já beijou e abraçou seu filho hoje? Que tal fazer isso agora? Julia Buarque

Psicóloga Infantil e Adolescente Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional pela UNB

Contatos: 61- 8116-5410 julia.buarque@babyblogbr.com.br


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TECNOLOGIA

Capitalismo selvagem e ciência

Seleto grupo investidor, entre eles Liberty Global, Google, HSBC Principal Investments, Northbridge Venture Partners, Satya Capital e outros primos ricos, se uniram para investir em ousado projeto da O3b Networks Limited, um provedor de serviços de satélite global.

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projeto envolve uma rede de satélites de última geração para operadoras de telecomunicações, provedores de Internet, empresas e clientes governamentais em mercados emergentes. A rede O3b fornecerá conectividade de banda larga em todos os lugares da Terra dentro de 45 graus de latitude norte e ao sul do equador. Essa vasta área de cobertura inclui mercados emergentes e insuficientemente servidas de Internet em banda larga. A rede O3b irá combinar o alcance global do satélite com a velocidade de uma rede de fibra ótica proporcionando milhares de milhões de consumidores e empresas em quase 180 países, a baixo custo, alta velocidade, baixo Internet latência e conectividade móvel. Esse projeto não visa fazer distribuição, ou seja, não se interessa em vender para o cliente final. Ele tem a noção de que serão necessárias empresas locais para realizar a distribuição. Dessa forma os provedores de acesso Internet serão os clientes do O3b e, graças ao baixo custo do link, haverá uma redução natural no custo dos acessos. Para eles, não há nenhum preconceito contra o tamanho do provedor, que pode ser de uma operadora gigante a um operador de quarteirão. A O3b vem desenvolvendo esse projeto de estrutura nada barata com financiamento de investidores gigantes já citados, e prossegue no lançamento dos satélites utilizando foguetes russos e agora no início de 2014 os primeiros testes foram realizados com sucesso. Steve Collar, CEO da O3b Networks disse: “Este primeiro teste bem sucedido ao vivo de

Nas fotos acima e abaixo, montagem e lançamento do cargueiro Soyuz a levar mais um satélite O3b.

O projeto da O3b: conjunto de 16 potentes satélites e antenas terrenas compactas para oferecer acesso à Internet a baixo custo na América Latina, África, Oriente Médio, Ásia, Austrália, somando-se uma população coletiva de mais de três bilhões de pessoas

voz em banda larga e vídeo em uma solução sem fio móvel 4G/LTE é uma evidência de que a nossa constelação de satélites pode suportar tecnologias de 4G/LTE, para oferecer backhaul para 4G remoto/redes LTE. Ele vai estender o alcance desta tecnologia sem fio em rápido crescimento em ambientes remotos e difíceis

enfrentados pelos socorristas, trabalhadores humanitários e os usuários militares”. De Nova Odessa, nossa pequena aldeia, observamos um mundo cada vez mais modernoso, compactado e sobretudo, como o capitalismo selvagem encanta a humanidade: ele banca ideias de pesquisas em todos níveis para se servir ainda mais de nosso deslumbramento com o novo! Mais: http://www.o3bnetworks.com


CONSUMO

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O valor do consumidor O consumidor nem sempre tem razão

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roca de presentes - Depois do Natal, as lojas ficam cheias de consumidores querendo trocar presentes. Mas a lei diz que o lojista só é obrigado a trocar se o produto tiver defeito. “Comerciantes permitem a troca, mas isso é uma cortesia”, diz o advogado Alexandre Berthe. A exceção é para compras feitas pela internet ou por telefone, que podem ser devolvidas, seja qual for o motivo, em até sete dias O Código de Defesa do Consumidor infelizmenteainda conta espertalhões que ainda não se ajustaram à nova realidade. Mas é louvável ouvir histórias de respeito, boa vontade no atendimento ao consumidor.

Uma consumidora de Nova Odessa adquiriu uma mistura para bolo e achou que não estava de acordo com o que ela havia imaginado. Não titubeou e para tirar a dúvida, ligou à fábrica em Sumaré sendo prontamente atendida. Alguns dias depois os Correios bateram à porta dessa consumidora de Nova Odessa e entregaram caixa (contendo alguns pacotes da massa de bolo e pacotes de bolacha da marca). Essa consumidora relatou que ficara deslumbrada e feliz com a presteza do atendimento do Pastifício Selmi, com uma carta acompanhando os produtos: “Prezado(a) consumidor(a). Agradecemos a sua colaboração e gostaríamos que soubesse que ela é muito importante para nós. Atitudes com a sua contribuem significativamente para

aprimorarmos ainda mais, a qualidade de nossos produtos. Nós do Serviço de Atendimento ao Consumidor, através do telefone 0800115855 (ligação gratuita), estamos sempre à sua disposição para esclarecer dúvidas, trocar ideias e sugestões. Atenciosamente, Marília Raquel Sulinski, atendimento ao consumidor”. No Brasil, felizmente, a maioria de empresas do nível da Pastifício Selmi, zelam pela sua imagem e respeitam o consumidor. Numa linha industrial há o setor de controle de qualidade que às vezes vacila e o problema chega ao colo do consumidor que por sua vez abre a boca entrando em ação do outro lado, o Serviço de Atendimento ao Consumidor com sua diplomacia... Há lgum tempo, consumidor reclamou à revista InfoExame

que sentira-se ludibriado por dado fornecedor e a revista pedira que tal fornecedor se manifestasse e o mesmo embromou tanto que a revista comprou a briga do leitor e algum tempo depois chegara carta da tal empresa se retratando. A falta de respeito ao consumidor às vezes tem o poder aterrorizante de enterrar uma imagem como o caso focalizado pela InfoExame. Para se ter a atenção de milhares de leitores com publicidade dado ao caso exigir-se-ia muito dinheiro. E a malandra consguiu isso de graça - só que negativamente... Como seria bom se nossas operadoras de telefonia cultivassem a cultura do respeito ao consumidor como demonstrou na prática o Pastifício Selmi. Com certeza, orgulho para Sumaré!


12Tereza da praia

MÚSICA

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úcio, arranjei novo amor no Leblon Que corpo bonito Que pele morena Que amor de pequena Amar é tão bom...

Tereza É da praia Não é de ninguém Não pode ser tua Nem minha também Tereza é da praia...

O Dick, ela tem Um nariz levantado Os olhos verdinhos Bastante puxados Cabelo castanho E uma pinta do lado É a minha Tereza Da praia... Se ela é tua É minha também... O verão passou Todo comigo... O inverno pergunta Com quem... Então vamos A Tereza na praia deixar aos beijos do sol E abraços do mar

Num estúdio de gravações, final de expediente, Lúcio Alves e Dick Farney pediram aos amigos Billy Blanco e Tom Jobim uma música para a dupla cantar. Atendidos na hora, esculpiram a duas mãos Tereza da Praia. Quiz o acaso que uma escola se fizesse naquela época pois as inspirações fervilhavam. Carlinhos Lira, que naquela época, não tão famoso, mas não esquece a origem de várias de suas músicas e viaja: “Falam

de um tal “rapaz de família” chamado Vinícios de Moraes... Às vezes, desconhecemos autores de músicas famosas, e João Donato, acreano da cepa, temperado ali em Copacabana, certa vez ao piano suspirou: “Geralmente, atrás de uma boa música há uma boa mulher:

Até Quem Sabe João Donato

Até um dia, até talvez Até quem sabe Até você sem fantasia Sem mais saudade... Agora a gente Tão de repente Nem mais se entende Nem mais pretende

Seguir fingindo Seguir seguindo Agora vou pra onde for Sem mais você... Sem me querer Sem mesmo ser Sem me entender Vou me esquecer... Vou me perder Pela cidade Até um dia, até talvez Até quem sabe...


FILOSOFANDO

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Sagaz agitadora cultural O

teatrólogo Antônio Abujamra é conhecido pela irreverência e por seu humor crítico em relação a tabus sociais. Em seu programa “Provocações”, na TV Cultura, que vai ao ar desde 6 de agosto de 2000, tornou-se padrão provocar aos entrevistados “que abram o coração e falem o que gostariam de ter falado e não lhes foi perguntado...” Viviane Mosé, poetisa, filósofa, psicóloga psicanalista, especialista em elaboração e implementação de políticas públicas, mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, publicou sua tese de Publicou sua tese de doutorado Nietzsche e a grande política da linguagem” em 2005 pela editora Civilização Brasileira. Escreveu e apresentou, em 2005 e 2006, o quadro Ser ou não ser, no Fantástico, onde trazia temas de filosofia para uma

Viviane Mosé: “Ser poeta é dizer coisas pequenas, menores...” linguagem cotidiana. Tem diversos livros de poesia, filosofia e psicanálise publicados. Hoje é sócia e diretora de conteúdo da Usina Pensamento, comentarista do programa Liberdade de Expressão, na Rádio CBN, com Carlos Heitor Cony e Artur Xexéu. Em recente aparição no “Provocações”, do Abujamra, Viviane Mosé, na despedida da entrevis-

ta, não teve dúvidas provocou: “Tenho muitas coisas a dizer a todas às pessoas! A cultura é algo que deve ser eternamente transformado. Os valores são coisas que construímos e desconstruímos; e que nós não deveríamos nos deixar afundar pelo desgaste da civilização. Vejo por todo lado niilismos e

negação de tudo! As pessoas vendem a alma por qualquer coisa e isso me incomoda profundamente! As pessoas deveriam criar, deveriam se dedicar ao nada, ao silêncio... Eu queria também falar sobre a solidão: acho que as pessoas odeiam a solidão. E que a gente deveria também cultivar a solidão... Queria dizer também que a poesia é a coisa mais importante do mundo! A arte é a coisa mais importante do mundo! Eu queria dizer que a escola é um horror! Queria dizer que temos que jogar essa escola no lixo e construir uma outra, nova, que não dá para reformar essa coisa medonha! Eu queria dizer que tem escolas maravilhosas no meio desse horror... Eu queria dizer que pessoas criativas conseguem viver em qualquer lugar!


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16Vamosfalar

SAÚDE

de Angústia?

“Angústia é a sensação psicológica que secaracteriza pelo sufocamento, pelo peito apertado, ansiedade, insegurança, falta de humor, e com ressentimentos aliados a alguma dor”

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o campo psiquiátrico a angústia é considerada uma doença e precisa ser tratada. Para a psiquiatria, a angústia está muito próxima da depressão, embora que, nem sempre quem tenha angústias periódicas pode estar sofrendo de depressão e sim uma manifestação da ansie-

dade que é o receio do futuro. A angústia é um sofrimento relacionado ao presente.A angústia também pode estar ligada a causas psicológicas como, complexos, traumas, meio familiar repressores ou desgastantes, podem desencadear sensações de opressão. A angústia somen-

te será considerada uma doença, quando aparecerem outros sintomas, como falta de concentração, tristeza permanente, inquietação, pensamentos negativos.As pessoas que apresentam quadro de angústia e não tem acompanhamento profissional desenvolvem outros distúrbios emocionais, como cansaço físico e mental, comportamento inadequado e baixa auto-estima.A angústia é uma emoção que está à frente de um acontecimento, uma circunstância, ou ocorre por lembranças traumáticas. A

angústia acontece também em estados paranóicos onde a percepção das coisas é muito maior e destorcida.Alguns filósofos dizem que a angústia surge no momento que o homem percebe a sua condenação à liberdade, por isso se sente angustiado já que sabe que é o senhor do seu destino.Reconhecer um quadro de angústia é uma função que cabe a especialistas. Infelizmente, a maioria dos angustiados só procura ajuda especializada quando a sensação ruim beira o insuportável. A angústia é um problema de saúde e necessita de acompanhamento. Se ela anda sufocando-o, chega de sofrer em silêncio: busque auxílio e afrouxe, de vez, esse nó dentro do peito. Dinorá Paulo da Silva Psicóloga Contato:

d.i.n.a@ UOL.com.br) 11 9985-0580 (Vivo) 11 98767-7010 (Tim)


SAÚDE

Como aliviar a angústia

O medo é o maior parceiro da angústia. O medo, quando exagerado, nos paralisa e nos deixa vulneráveis". Talvez você já tenha sentido isso, um peso no peito, o coração apertado, sufocado como um pássaro aprisionado em uma gaiola. Às vezes nem sabemos que nome dar a esse sentimento tão assustador.

Técnica para aliviar a angústia

Vou chamá-lo de angústia A angústia é um sentimento humano, um sinal de alerta de que algo não vai bem. Não ficamos angustiados sem que exista uma boa razão para isso e, se você olhar ao redor, com certeza será capaz de perceber o que vem oprimindo seu coração. O importante é saber que não nascemos para viver angustiados. Nascemos para fluir pela vida, para atravessar, sim, momentos de dificuldade e aflição, afinal, são esses momentos que nos fazem crescer. Mas a vida não precisa ser um peso, uma dor, um martírio... isso não!!! Se você anda angustiado, talvez esteja teimosamente evitando olhar para algo em sua vida, talvez tenha ignorado outros sinais, talvez esteja tentando anestesiar a si mesmo. Tire a venda de seus olhos e olhe ao redor. - Por que você está se sentindo assim? Faça a si mesmo essa pergunta e cale-se. A resposta virá.

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“Conhece-te a ti mesmo!”, bradou o grande sábio ateniense, Sócrates. E quando a resposta vier a você, seja corajoso! Lembre-se de sua natureza guerreira e lute por sua própria vida. Lute por mais ar em seus pulmões, por mais sorrisos em seu rosto, por mais paz em seus dias. Mude o que tiver que mudar! - O que o aprisiona? Você já pensou nisso? Angústia é um sinal de alerta de que algo não vai bem. Sua principal causa é o medo Somos livres para mudar nossas vidas, assim, na maioria das vezes o que nos aprisiona, nos oprime e nos mantêm prisioneiros é o medo. Medo de mudar, medo de arriscar, medo de perder, medo de recomeçar, medo de errar, medo, medo, medo... O medo é o maior parceiro da angústia. O medo, quando exagerado, nos paralisa e nos deixa vulneráveis. O medo tece cuida-

dosamente as grades imaginárias dessa gaiola ao nosso redor. Preste atenção... as grades são "imaginárias". Não existe gaiola capaz de impedir que uma alma corajosa alce seu voo. Se você permanece angustiado por tempo demais, corre o risco de adoecer. Sua autoestima se fragiliza, o sistema imunológico enfraquece e surge uma vulnerabilidade às doenças emocionais e psicossomáticas. Assim, eu repito, se você está sentindo angústia, pare e olhe com muita verdade para a sua vida. Não se esconda mais em seus medos. Não se engane dizendo a si mesmo que você não é capaz de mudar isso. Não finja que nada está acontecendo. Você está infeliz... O que vai fazer a respeito? Eu vou dividir com você uma visualização. Faça-a sempre que se sentir angustiado.

"Feche os olhos por um momento e localize, em seu corpo, o local onde a angústia se encontra armazenada. Você saberá... talvez esse lugar esteja apertado, talvez esteja até dolorido. Visualize a angústia que está armazenada nesse local como se fosse uma massa escura. Para algumas pessoas essa massa pode se parecer com uma fumaça. Para outras pode parecer sólida como uma rocha. De qualquer maneira, tendo localizado a angústia em seu corpo, comece e prestar atenção na sua respiração. Inspire o ar e imagine uma luz prateada sendo trazida para dentro do seu corpo, junto com o ar. Imagine que a cada inspiração você leva essa luz prateada até o local onde está a sua angústia. É como se essa luz prateada fosse dissolvendo aquela massa escura. Ao expirar, deixe que o escuro da angústia saia junto com o ar. Inspire essa luz prateada, levando-a até o ponto de angústia e expire a angústia. Continue fazendo isso até sentir um alívio." Vale lembrar: se a angústia persistir por tempo demais, busque ajuda. Procure um profissional que o ajude a avaliar o nível e as causas de sua angústia. Não se abandone, ok?

Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/ angustia.htm


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