Caderno Especial - Edição 88

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PEQUENOS EM

GRANDE

ESTILO

Dia dos Pais 2011

cx


De filho para pai

QUANDO EU CRESCER

QUERO SER CRIANÇA E

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A moda inverte os papéis: agora, o estilo infantil é que serve de referência para descontrair o guarda-roupa dos adultos

squeça aquele velho clichê do superpai, de terno, gravata, pasta e capa do Super-Homem, tão usado para homenageá-lo no segundo domingo de agosto. Convocamos as próprias crianças para usar a fantasia de um pai superestiloso e provar que não é só a moda dos adultos que influencia a moda infantil. O universo lúdico dos pequenos também se infiltra no mundo sóbrio dos pais, trazendo novas cores e texturas e servindo como válvula de escape para quem vive a rotina estressante de ser gente grande. A estilista Luciana Vicenzi, a Lu, conhece bem essa mistura, tanto como mãe quanto como criadora. Em casa, lida com os gostos e reivindicações da filha Ana Clara, que com apenas 4 anos já escolhe o próprio visual e dá pitaco no dos outros. “Cada vez que ela diz que o meu marido, Alexandre, não está bonito, ele tem um treco”, brinca. Na profissão, como consultora e designer de diversas marcas, além de identificar com frequência cada vez maior essa troca de informações, coloca em prática a irreverência e o bom-humor das crianças na hora de fazer roupas para gente grande. “O adulto pegou do guarda-roupa infantil o ser mais leve”, avalia. No processo de desenvolvimento da marca Pó de Pimenta, por exemplo, Lu busca referências, principalmente de cores, no cenário

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infantil. “Quando vou fazer a cartela não me atenho apenas ao adulto, porque o conjunto fica muito sisudo”, justifica. Além de cores mais variadas e brilhantes, a moda infantil também costuma ser muito mais rica em aviamentos, bordados, estamparias, enfim, todos esses detalhes que, tecnicamente, são chamados de design de superfície. De acordo com Lu, as texturas com cara de artesanais – ou mesmo o artesanato legítimo, feito pelas avós, mães e tias prendadas – que marcaram presença não só nas passarelas internacionais como nas últimas edições do Fashion Rio e da São Paulo Fashion Week, surgiram primeiro em coleções infantis. “Nas roupas das crianças já era comum e o adulto resgatou”, explica. A importância do design como valor agregado aos mais variados produtos e o crescimento de profissões ligadas ao setor criativo também contribuíram para a entrada de elementos que estimulam a imaginação em campos considerados mais sérios até poucos anos atrás. “A toy art, por exemplo, veio de uma necessidade infantil. Eu não vou brincar de Barbie, mas também quero uma boneca. Ao mesmo tempo em que a minha filha quer brincar com aquela que muda os cabelos de cor, eu também. Ou guardar meus materiais no estojo de lata da Moranguinho que vem de brinde no lanche

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do McDonald’s. Em ambientes menos densos é mais fácil criar”, conta Lu. Nesse contexto, o resgate de personagens marcantes da infância e o básico tênis-jeans-e-camiseta conquistaram espaço ao lado ou mesmo combinados com o tradicional terno-e-gravata. Na última década, marcas como a brasileira Cavalera ficaram conhecidas pelas t-shirts com estampas ousadas que misturam crítica social e ícones das histórias em quadrinhos. O estilista francês Jean Charles De Castelbajac, intitulado pela revista inglesa Dazed & Confused como “King of Cartoon” – o Rei dos Quadrinhos –, desde 1978 já trabalhava com imagens como a do Gato Félix, Snoopy, Pernalonga, Patolino e, mais recentemente, South Park, em diversos tipos de peças, até mesmo suéteres e casacos. Além de descontrair qualquer formalidade, são artifícios que possibilitam aos pais voltar a ser crianças e reforçar os laços com os filhos. Seguindo essa filosofia, para promover o encontro entre pais e filhos e fortalecer essa relação, a marca infantil caxiense Dedeka criou o programa Moro no Mundo, em que as temáticas das coleções da empresa são pensadas para possibilitar jogos e atividades interativas. Segundo a estilista da marca, Amanda Montanari Zenato, as pesquisas para desenvolvimento das peças sempre apontam que os pais são a prin-


cipal referência para o que a criança quer ser no futuro, desde a carreira até a roupa. “Como criadora, me preocupo não apenas com a estética, mas na formação de uma opinião, de que valores esse pai e essa criança levam para casa junto com a roupa. Em fazer moda com consciência e conteúdo”, explica. Filha única, Amanda tem na mãe e no pai – seu “príncipe encantado” – exemplos muito presentes até hoje. “Meus pais sempre foram muito preocupados no que eu estava assistindo, ouvindo... Graças a isso tenho opiniões claras e uma visão crítica, que levo na vida e no trabalho”, conta. Mas as pesquisas da Dedeka também apontam que a informação de moda está chegando cada vez mais cedo aos pequenos – e eles, consequentemente, já têm suas próprias preferências. “Às vezes o gosto da criança pode se assemelhar ao dos pais, mas é importante não forçar e deixá-la mostrar o que têm por dentro”, avalia.

[ ] Página 2: Polo listrada Social Club (R$ 99) | Página 3: Cardigã Vittorio Veneto (R$ 154 à vista e R$ 187 a prazo), camisa xadrez Mercato D’Uomo (R$ 169,90). Expediente | Produção, styling e texto: Carol De Barba | Fotografia: Maurício Concatto | Modelos: Bernardo Forini, Francisco Farina e Murilo Campagnolo | Edição: Marcelo Aramis | Roupas e acessórios: Mercato D’Uomo Boutique (3027-3225) | Locação: Living do De Carli Residence, decorado pela arquiteta Suzana Miotto. Empreendimento da Fisa Incorporadora (3289-2300) | Agradecimentos: Cassiano Farina, Suani Campagnolo, Clari Forini e Carlos Pontalti (making of).

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[ ] Página 4: Na esquerda, paletó de veludo Convicto (R$ 231 à vista ou R$ 280 a prazo), camisa Convicto (R$ 161 à vista ou R$ 195 a prazo), sapato Cospirato (R$ 238 à vista ou R$ 289 a prazo). Na direita, camisa Mercado D’Uomo (R$ 161 à vista ou R$ 195 a prazo) | Página 5: Polo listrada Convicto (R$ 109,90), lenço preto Convicto (R$ 49,90), manta de tricô Social Club (R$ 99,90), polo rosa 1st Level (R$ 224 à vista ou R$ 272 a prazo), paletó de moletom Convicto (R$ 231 à vista ou R$ 280 a prazo), lenço xadrez branco Convicto (R$ 69,90).

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[ ] Página 6: Na esquerda, terno de lã fria Mercato D’Uomo (R$ 419 à vista ou R$ 559,20 a prazo), gravatas (R$ 39,90 a 149,90), camisa Mercato D’Uomo (R$ 129,90). Na direita, cardigã Convicto (R$ 105 à vista ou R$ 128 a prazo), camisa Social Club (R$ 119,95 à vista ou R$ 204 a prazo) | Página 7: Camisa jeans Convicto (R$ 154 à vista ou R$ 187 a prazo), gravata (R$ 39,90) | Contracapa: Colete Convicto (R$ 125,90 à vista ou R$ 152,90 a prazo), camisa 1st Level (R$ 289,90).

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