Outubro | 2011
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98 Ano ii
Pepe Vargas
diz que Sartori faz um “bom governo”, mas poderia fazer mais
Roberto
Hunoff Prefeitura aguarda estudo belga para gerar energia a partir do lixo
Nova Veneza,
a filial caxiense em Santa Catarina Renato
CRIME SEM CASTIGO
Com apenas 22% do efetivo ideal, Polícia Civil prioriza outros delitos e ignora o furto, deixando caminho livre para ladrões
Henrichs Táxi-lotação aumentará não só a frota, mas o valor da passagem
Marco de Menezes,
o patrono boa-praça
R$ 2,50
Índice
www.OCAXIENSE.com.br Os apaixonados por cachorros e animais de estimação não podem perder a edição dessa semana.
Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense
A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4 Prefeitura aguarda estudo até o fim do ano para transformar lixo em energia O Caxiense entrevista | 5 Pepe Vargas considera “bom” o governo Sartori, mas quer fazer mais Criminalidade | 7 O descaso em números: Polícia Civil consegue recuperar bens furtados em apenas 16% dos casos
Léo Portella
@DogWood_bed Já leram @ocaxiense dessa semana? Reportagem fantástica sobre o mercado pet #auau #mercadopet
Aventura | 10 Moradores de Nova Veneza (SC) querem repetir antepassados caminhando até Caxias Guia de Cultura | 12 Feira do Livro encerra com cabaré literário e Luiz Melodia
@PauloKowaleski A matéria do @ocaxiense da jornalista Carol de Barba “Quando Caxias rima com Poesias” foi muito feliz ao abordar este tema. #poesia
HQCX | 15 Augusto dos Anjos em quadrinhos
@lucaszapparolli tio da casquinha eterno! #tiodacasquinha
Personagem | 16 A poesia de ser patrono da Feira do Livro
@Adro76 eu li e quase chorei. :( #tiodacasquinha
Boa Gente + Top 5 | 18 Os campeões mundiais em mecatrônica e os mais vendidos da Feira do Livro
No Site
Artes | 19 Seis pingos de nostalgia
Promotora critica juízes e o Estado na CIC | É uma pena que a sociedade esteja aplaudindo a voz irresponsável da Promotora de Justiça Silvia Becker, que mais uma vez atribuiu ao Poder Judiciário a culpa pelos problemas decorrentes da lei. Juízes não criam leis, nem as podem modificar, nem aplicá-las como bem entenderem. A lei é feita pelo Poder Legislativo, e esse é que deveria ser criticado e cobrado, não só pela referida Promotora de Justiça, mas pelo povo, que elege os legisladores. Luciana Fedrizzi Rizzon, juíza
Guia de Esportes | 20 Basquete só por diversão ou para valer (a liderança do Estadual) Dupla CA-JU | 21 A Copinha entrando na reta final Renato Henrichs | 23 Mudança no táxi-lotação vai deixar o transporte mais seletivo, inclusive no preço
Expediente
Enquanto alguns criticam, outros aplaudem. E de pé. Filio-me a estes últimos, que assistiram à palestra na íntegra! Parabéns, Dra. Silvia, precisamos muito de mais gente como a senhora! Matheus Kintschner Rossi
Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
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O Caxiense
8 a 14 de outubro de 2011
Aplaudo, de pé também, a promotora, pois independente do que é ou não permitido, de quem pode ou não pode criar leis, TODOS podemos fazer mais para que os bandidos fiquem no lugar de direito, na cadeia. Pode ser através de palestras de sensibilização, entrevistas, passeatas, sugestões de leis aos legisladores etc. De fato não acompanho as ações do Judiciário, mas imagino que o mesmo quase nada tem feito em prol da segurança da sociedade, dentro ou fora de sua alçada. Augusto Silveira Martins É de pessoas assim que precisamos, e não de pessoas que se escondem atrás de suas mesas e ficam lá de braços cruzados assistindo o dia passar. Não sou de Caxias, mas o trabalho desta promotora está chamando tanto atenção que já ultrapassou os limites da cidade, é algo digno de uma medalha o empenho pra colocar bandido na cadeia. É lá o lugar deles. Diego Hebrique Benemann
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A Semana
Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense
editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br
A alegria lotou os Pavilhões; a esperança pautou negociações entre a secretária Maria do Rosário e o médico Marlonei
SEGUNDA | 10.out Ensino superior se expande em Caxias
corre o risco de aparecer em uma indesejada lista. O Estado deu a partida a mais uma tentativa de cobrar o IPVA de 2010, por carta e pelo Diário Oficial. Se não pagarem, os motoristas terão o nome inscrito na dívida ativa, e o caso poderá parar na Justiça. Em todo o Rio Grande do Sul, 25 mil donos de veículos fabricados entre 2004 e 2010 estão no alvo da Secretaria da Fazenda. Caso todos quitem a conta, o Estado terá arrecadado R$ 8,76 milhões – o suficiente para comprar 30 ambulâncias para os bombeiros.
Caxias se consolida como um interessante mercado para a educação privada. Depois do Murialdo, chegou a vez de outro colégio tradicional de Caxias do Sul investir no ensino superior. O La Salle planeja o primeiro vestibular em 2012. A faculdade terá cinco cursos, com foco em negócios: Administração, Ciências Contábeis, Recursos Humanos, Processos Gerenciais e Gestão Financeira. Os caxienses agora torcem para que, depois de tanta instituição QUARTA | 12.out privada, a cidade ganhe uma universidade pública federal. A UFR- Um playground gigante no Dia das Crianças GS estuda um campus na Serra. Por um dia, os Pavilhões não foram da Festa da Uva, mas da Festa TERÇA | 11.out Comunitária das Crianças. Segundo a prefeitura, mais de 26 mil Governo cobrará IPVA meninos e meninas aproveitaram atrasado de 1,1 mil o feriado para se divertir em um Um grupo de 1,1 mil caxienses evento com brincadeiras, lanches
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e muita alegria. A espera pelo cachorro-quente chegava a demorar uma hora. A fila também era gigante para a cama elástica. Com tantas atrações, o número de voluntários também era expressivo. Foram cerca de 600 pessoas.
QUINTA | 13.out Passagem intermunicipal irá pesar mais no bolso
A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) se debruçou nos números, fez os cálculos e encaminhou a proposta. Sugere um aumento de 6,86% no transporte intermunicipal na Serra. A Agergs analisa o percentual até o fim do ano. O reajuste até não seria tão pesado não fosse por um detalhe. Em janeiro, os usuários arcaram com uma alta de 6,09%. Segundo a Metroplan, o duplo aumento se deve a atrasos. O primeiro reajuste deveria ter ocorrido em junho de 2010.
SEXTA | 14.out Uma proposta pelo fim de uma greve sem fim
Os espectadores interminável greve dos médicos, que se arrasta há seis meses, estavam ansiosos por um desfecho. A prefeitura, enfim, apresentou uma proposta para aos grevistas. Sugeriu a criação de um novo quadro de servidores – que, na prática, significa aumento de salário e mudança na carga horária, mas apenas para os novos contratados. Embora tenha, a exemplo da prefeitura, mantido os detalhes em sigilo, o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, considerou o plano um avanço. Mas quer mais. Reivindica, agora, que os profissionais do quadro atual também tenham reajuste. De qualquer forma, levará a proposta à categoria, que deve analisá-la na próxima semana. A prefeitura está otimista. O sindicato, nem tanto. Será que a paralisação agora termina?
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O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
O Dia da Criança, comemorado em 12 de outubro, adicionou em torno de R$ 16 milhões na receita de outubro dos supermercados do Rio Grande do Sul, representando em torno de 2% do total. A projeção da Associação Gaúcha dos Supermercados é que as vendas desta data ficaram 8% acima das consolidadas em 2010. A entidade também estima que 30% das vendas de brinquedos no Estado para esta data ocorreram em supermercados. O passo seguinte é focar as vendas de Natal e Ano Novo. O presidente da associação, Antônio Cesa Longo, projeta vendas maiores e preços dos produtos, em sua maioria, muito próximos dos praticados em 2010.
Compra e venda
A intenção inicial da Lupatech era de vender a Microinox, principal unidade do segmento metal. Mas esta semana comunicou que recebeu oferta da Forjas Taurus, de Porto Alegre, para a compra da Steelinject, empresa criada em 1993, com foco na produção de peças em aço. O valor proposto é de R$ 14 milhões, sujeito a auditoria o que deve ocorrer em até 45 dias. A decisão da diretoria da Lupatech é de aceitar a proposta, faltando o aval do Conselho de Administração. Nos últimos cinco anos, a Lupatech se notabilizou pela aquisição de empresas, 17 no total, incluindo algumas no Exterior, a maioria com foco na atividade de petróleo e gás, justificativa para o processo atual de alienação de companhias.
Lixo vai
virar energia Já faz tempo que se discute e se avalia alternativas para transformar o lixo de Caxias do Sul em energia, algo comum na Europa, e também em algumas cidades brasileiras. Mas parece que agora o projeto sairá do papel. Até o final do ano, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente espera receber de empresa belga o estudo de viabilidade econômica e técnica para transformar em energia o gás metano gerado no antigo aterro de São Giácomo. A partir deste estudo será aberta licitação para contratação de empresa para gerir a atividade, bem como elaborado projeto de lei, para análise legislativa, visando estabelecer como será a participação do Município. Segundo o secretário Adelino Telles, a expectativa é de gerar, ao longo de 10 anos, seis me-
Seminário na CIC
A CIC de Caxias do Sul programou para segunda-feira (17), das 8h às 14h, a realização da 10ª edição do Seminário de Negócios Internacionais da Serra Gaúcha, que tratará do tema Inovação tecnológica nas exportações – a diferenciação do produto como estratégia para sair na frente. Entre os palestrantes convidados estará Marcelo Portugal, consultor da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul. O empresário José Antônio Fernandes Martins, conselheiro da Marcopolo, falará sobre mercados internacionais na reuniãoalmoço tradicional da entidade. Ainda haverá apresentação de cases da Grano Alimentos, Inova Sistemas Eletrônicos e Tonederm.
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O Caxiense
Qualificação de jovens
gawatts mensais, volume suficiente para atender todas as demandas elétricas da estrutura da administração municipal.
Em relação ao aterro Rincão das Flores o projeto é outro e ainda está em fase inicial. Na sextafeira à tarde foi entregue ao prefeito José Ivo Sartori estudo de queima do lixo hoje depositado no aterro, com sua transformação igualmente em energia. A estrutura, que tem por base tecnologias russa e francesa, seria montada em São Giácomo. A partir da decisão do prefeito, a secretaria deve acelerar as tratativas para também viabilizar esta alternativa. Se concretizada, o hoje aterro Rincão das Flores seria desativado, pois todo o lixo orgânico seria incinerado. Dudu Leal, Divulgação/O Caxiense
Sem crise
A principal feira
A 20ª edição da Mercopar, que se inicia na terça-feira (18), movimentará público superior a 30 mil pessoas, dentre visitantes e expositores. A feira, que se estende até o dia 21, garantirá lotação plena dos hotéis da cidade e região, repetindo os anos anteriores. Promovida pelo Sebrae/RS e pela Hannover Fairs Sulamerica, a feira reúne expositores dos setores de automação industrial, borracha, eletroeletrô-
Chácara Eberle
A CFL, incorporadora de alto padrão da região Sul do Brasil, será a responsável pela construção de dois empreendimentos na Chácara Eberle. De acordo com Luciano Bocorny
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nico, energia e meio ambiente, metalmecânico, movimentação e armazenagem de materiais, plástico e serviços industriais. A organização espera superar em 5% o volume de negócios em relação a 2010, que ficaram acima dos R$ 100 milhões. Toda a programação da feira ocorrerá no Parque da Festa Nacional da Uva e o governador Tarso Genro é esperado para a abertura, às 19h de terça-feira.
Corrêa, diretor de incorporações da empresa, os projetos totalizam 52 mil m² de área construída, gerarão 400 empregos diretos e movimentarão em torno de R$ 150 milhões no comércio.
A Marelli recebe até o dia 31 de outubro inscrições para mais uma turma do Projeto Pescar, voltado a jovens de ambos os sexos em situação de vulnerabilidade social que desejam uma oportunidade de profissionalização. São oferecidas 20 vagas para o curso de Iniciação em Produção Mecânica, ministrado na fábrica da Marelli a partir de fevereiro de 2012, num total de 800 horas/aula. Interessados devem se inscrever na empresa, localizada na BR-116, próximo ao bairro Serrano.
Apoio à agricultura
Por meio do Fundo Municipal de Desenvolvimento Rural, a Prefeitura de Caxias do Sul financiará R$ 180 mil para 14 produtores rurais das localidades de Criúva, Ana Rech, Fazenda Souza, Vila Cristina e Santa Lúcia do Piaí. Desde 2005, o Fundo já beneficiou 189 agricultores, com o financiamento de quase R$ 1,9 milhão. De forma geral, os recursos agora liberados serão aplicados na ampliação das áreas plantadas e nos pavilhões, e na aquisição de equipamentos.
Curtas
A Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados organiza mais uma edição do Projeto Capacitar, que oferece treinamentos práticos sobre as rotinas contábeis. O curso é direcionado a jovens em vulnerabilidade social, maiores de 18 anos, desempregados e que queiram ingressar no mercado de trabalho na área contábil. Mais informações pelo fone 3226-2504. Ocupando área de 350 m², a Shoo Calçados abrirá loja em Caxias do Sul a partir de quinta-feira (20). Localizada na Rua Plácido de Castro, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, oferecerá sapatos, bolsas e acessórios femininos. A iniciativa é das empresárias Sheila Cornutti e Alexandra Paese, que também investiram num bistrô. A Sweet Laura, da chef Laura Fadanelli, e a Ferronatto Chocolates fecharam acordo para a elaboração de produtos diferenciados em Caxias do Sul. As primeiras novidades gastronômicas são bolos, com recheios e coberturas especiais. Daniela Ferronato, diretora da Ferronato, afirma que o objetivo é de criar sabores exclusivos com receitas inéditas.
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Maurício Concatto/O Caxiense
O Caxiense entrevista
“NÃO É UM MAU
GOVERNO, MAS
DARIA PARA FAZER MAIS” Pepe Vargas (PT) diz que Sartori faz “um bom governo”, mas que poderia ser melhor se aproveitasse o grande momento econômico do país. E acrescenta: “gostaria de ser prefeito de novo”
E
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
m apenas um momento Pepe Vargas balbuciou ao receber O Caxiense para a entrevista a seguir. Foi quando avaliou o governo de José Ivo Sartori (PMDB), apontando o que considera seus principais problemas: saúde e trânsito. A hesitação durou pouco tempo. Durante o restante da conversa, o deputado federal se posicionou firmemente como candidato. O que muda com o projeto de lei complementar que amplia a Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas relatado pelo senhor? A ampliação dos limites de enquadramento e das faixas do Simples (categoria que minimiza os impostos para empresas) vai significar redução de carga tributária imediata para muitas empresas. Para outras não é já, mas quando aumenta o faturamento e troca de faixa. E outras terão a possibilidade de se enquadrar como optante do Simples. A lei também dizia que quando uma empresa do Simples ficava inadimplente com os tributos automaticamente era excluída. Estava com uma dívida e ainda pagava mais imposto. Retiramos a proibição do parcelamento. As empresas que têm dívidas vão poder parcelar em até 60 vezes. Também vão poder faturar o limite com exportação. O senhor fez emendas que trariam recursos para o Aeroporto Regional de Vila Oliva. Estava planejado, o Estado não foi atrás desse dinheiro e ele foi remanejado. Na realidade, o governo do Estado (na gestão Yeda Crusius, do PSDB) perdeu a oportunidade
de captar recursos para a elaboração do projeto. Eram R$ 5 milhões e no Plano Plurianual 2006-2011 também estava previsto. Agora estamos rearticulando. No dia 17 (segunda), as prioridades do Rio Grande no orçamento vão ser discutidas na Assembleia. Mas eu já falei com o Pinheiro (deputado Walter Pinheiro, PT/BA, relator do Plano Plurianual 2012-2015) que vamos fazer emenda para o aeroporto e para a Rodovia da Serra. E ele disse que vai acolher. E por que essas perdas de emendas acontecem? Na maioria das vezes, o governo ou o setor que poderia captar o recurso ou não elabora o projeto ou depois fica em análise técnica que não é complementada. Com a prefeitura de Caxias aconteceu isso (com a passarela na BR-116 no São Ciro). Estava lá, para análise, os caras se passaram... Tinha uma que eu tinha feito para melhorias de áreas de subabitação. Eu falei com o pessoal da prefeitura, não posso colocar uma bola nas costas da prefeitura porque tem que dar contrapartida. A Secretaria da Habitação perdeu R$ 500 mil há três ou quatro anos. Não elaboraram o projeto. R$ 500 mil dá para fazer um bocado de coisa. O senhor teria sido convidado para assumir a Secretaria das Micro e Pequenas Empresas e o Ministério das Relações Institucionais. Isso sempre foi especulação da mídia, nunca fui convidado efetivamente. Em dezembro passado, durante a formação do governo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) deveria ir para alguém do Nordeste – ficou com o
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Sul e Sudeste durante os oito anos tudo bem, que seja do PT. Mas se de governo Lula. Nós apoiávamos tiver um nome de mais potencial, o Afonso Florence (PT/BA), que a gente indica o vice. Acho que é assumiu o MDA. Se não fosse o essa a costura. Tenho defendido Afonso, eu iria para o Ministé- isso e o PT, mais ou menos, acho rio da Micro e Pequena Empresa, que a maioria, tem essa compreenquando fosse criado. Tem gente são. que defende meu nome por ser presidente da Frente Parlamen- O senhor relatou a Emenda 29 tar da Micro e Pequena Empresa, em 2008. Qual o impacto que a mas não tem nenhuma discussão nova legislação vai ter em munidentro do governo sobre isso, nem cípios como Caxias, onde há uma a presidente Dilma me convidou paralisação médica que já dura para ser. Não existe candidato a mais de seis meses? ministro, existe convite da presiDo jeito que foi votado, sem fondência. Eu não estou te adicional (de reme movimentando cursos), ela tem dois para isso. Até por- “Se governar aspectos positivos. que, no momento fosse só Tem um capítulo em que coloquei receber que trata da definimeu nome à disposi- tapinhas nas ção em lei do que ção do partido aqui são ações no serviço costas seria em Caxias para ser público de saúde e candidato a prefeito, barbada. Mas outro sobre a fiscanão tenho que fazer governar é lização e controle movimentação para administrar dos recursos aplicavirar ministro. dos. Mas a greve dos conflitos” médicos não é proMas isso foi em deblema. Quem está zembro, quando explicitou seu no governo vai sempre lidar com desejo de concorrer a prefeito reivindicações corporativas. Se para o PT local? governar fosse só receber tapinhas Já faz dois ou três meses. A di- nas costas seria uma barbada. Mas reção municipal pediu se eu, o governar é administrar conflitos. Marcos (presidente da Câmara de O que não dá é uma greve durar Vereadores, Marcos Daneluz) e a cinco meses e a administração Marisa (deputada estadual Mari- municipal não fazer nada. Tem sosa Formolo) colocávamos nossos lução para esse troço aí. Não cabe nomes à disposição. Eu disse que a mim dizer qual é, mas tem solusim e que só acho que nós não ção. devemos ter uma disputa. Nós temos que formar consenso. E acho O senhor acha que a negociação que o PT não deve dizer que tem deveria ter começado antes? candidato a prefeito. Ele tem que Claro. E a quem cabe fazer isso? indicar um nome e discutir com Não é nem à imprensa, nem à potenciais aliados quais os nomes UAB. Eu acho que a lógica da que eles venham a apresentar. Se administração é a seguinte: “essa o nome do PT for o com a maior greve só vai desgastar os médicos. potencialidade de vitória eleitoral, A população vai culpá-los. Então 15 a 21 de outubro de 2011
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deixa, não precisamos resolver”. Eu acho que tem sim uma parcela da população que culpa os médicos. Os médicos não cumprem horário, mas quem deve fiscalizar? O descumprimento de horário é um acordo que já funcionava no seu governo. Ah, mas o furo é muito mais embaixo. Eu fui prefeito durante oito anos. Por que não tinha greve, reclamação de cumprimento de horário e briga com o sindicato? Porque a equipe da Secretaria da Saúde estabeleceu procedimentos e metas que cada equipe de saúde tinha que cumprir. O que está faltando na saúde de Caxias é gestão. O senhor concorda com esse método de dividir o tempo que os médicos deveriam trabalhar pelo número de consultas, de acordo com o que gostariam de ganhar? Eu não vou entrar nesse mérito, estou dizendo que falta gestão. Não estou dizendo que a culpa é da secretária, que tem que ter respaldo do centro do governo. Temos um retrocesso na saúde em Caxias a olhos vistos.
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O senhor diz que o governo Dilma não é neoliberal. Alguns partidos de esquerda não concordariam. Quem, o PSol? O problema do PSol é que está deixando de ser um partido para virar uma seita autoproclamada que se basta a si mesma. Eu não digo isso com prazer, digo com tristeza. O PSol jamais vai conseguir ser governo porque não quer viver a contradição de ser governo. De não poder implementar todo o teu programa histórico por causa das funções objetivas, da correlação de forças. Tem meu amigo deputado todo dia lá no plenário “Porque a dívida, porque a dívida...”. Tudo bem, mas tu quer que eu faça o que com a dívida? Eu também queria não pagar a dívida.
“No período em que fui prefeito, o Brasil quebrou duas vezes”, reclama Pepe
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Com as trocas de ministros, a faxina ética foi feita? Nenhum governo se organiza para fazer faxina. Se alguém do governo fez alguma coisa errada, tem que sair. É o que a Dilma está fazendo. O nosso governo vem fazendo combate à corrupção desde o primeiro dia. O script é mais ou menos o seguinte: a Controladoria Geral da União identifica uma evidência de irregularidade; se ela é forte, pede para a Polícia Federal investigar. A corrupção sempre teve, o que aumentou foi o combate. A oposição ao governo, partidária e midiática, tenta passar para a população que a corrupção aumentou. Como avalia o governo Sartori? Tem pontos positivos e negativos. Considerando que vivemos numa situação de praticamente pleno emprego, acho que daria
para fazer mais. Não é um mau governo, é um governo bom, mas daria para fazer mais. E qual o principal problema de Caxias do Sul na sua avaliação? Hoje, saúde. Disparadamente. Em segundo lugar, segurança sempre é problema, mas é algo que a municipalidade não pode fazer muito. E trânsito, não só pelos veículos mas também pelo pedestre, por causa da violência. O senhor quer deixar a Câmara e ser candidato? Eu só não vou ser candidato a prefeito em duas hipóteses. Se o partido não quiser que eu seja, e não tem problema, abro mão. E se na coligação que a gente fizer tiver um nome com mais possibilidade (de vencer) do que eu. Se for por mim, pelo meu desejo, eu gostaria de ser prefeito de novo. A dobradinha PT-PC do B em Caxias só vai acontecer se seu partido apoiar Manuela D’Ávila em Porto Alegre? Acho que nos maiores municípios do Estado devemos tentar manter a coalizão (que elegeu Tarso Genro). É legítimo e até desejável que os partidos apresentem nomes. Ao mesmo tempo temos que ter capacidade de sentar e os partidos apoiarem o nome que tem maior viabilidade eleitoral e reconhecer para abrir mão. A tese é essa. Transformar tese em realidade é o desafio de negociação, de conversa. Na última eleição municipal, o senhor acha que foi esse o erro, ter coligação muito pequena? Na eleição passada, praticamente todos os candidatos que tentavam a reeleição se reelegeram porque o momento econômico era extremamente positivo. E eles foram inteligentes. Qual era o discurso: o Pepe teve oito anos, o Sartori também tem que ter oito anos. Esse discurso é mortal. Também teve mérito deles, claro. Mas acho que se tivéssemos uma aliança maior não ia fazer tanta diferença. Não é a soma de partidos, a maioria dos eleitores não tem partido. Por que o senhor quer ser prefeito novamente? O que eu não fiz foi porque não tinha recurso para fazer. No período em que eu fui prefeito de Caxias, o Brasil quebrou duas vezes. Quando olho para trás, digo que a gente fez mágica. Agora tudo é ao contrário. Num ambiente desses, podemos fazer muito mais do que a gente fez. Por isso que acho que o governo atual poderia aproveitar muito mais esse momento positivo que estamos vivendo. Fora alguns erros graves que tem tido, como a greve (dos médicos) e o caso do Marrecas (onde o corte de árvores para a represa está suspenso).
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Insegurança
Na casa do vigilante Enio Barbosa Velho, ladrões levaram aparelho de TV e um par de sapatos – justo aquele usado para a missa de domingo
duas vezes
vítima D
por GESIELE LORDES e JOSÉ EDUARDO COUTELLE gesiele.lordes@ocaxiense.com.br jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
epois de 10 anos pagando aluguel, a auxiliar de produção de 31 anos conseguiu concretizar um desejo: juntou economias, fez um empréstimo e comprou a casa própria, em um condomínio no bairro Marechal Floriano, em 2008. Mas o sonho ameaçou ruir por culpa de criminosos. No dia 13 de setembro, uma terça-feira, a mulher, que pediu para não ser identificada, chegou à sua residência às 18h15 – quase duas horas mais tarde do que o habitual, por conta de uma reunião na empresa onde trabalha. Notou que havia algo errado logo na entrada: o portão e a porta da frente haviam sido arrombados. Ladrões aproveitaram a ausência da dona, invadiram o lar onde ela vive sozinha e vasculharam tudo. Levaram quatro ursos de pelúcia e os R$ 400 que serviriam para pagar a parcela
A cada nove horas, um caxiense vira alvo de furto. Não bastassem o trauma e o prejuízo, ele ainda precisa enfrentar o descaso. A Polícia Civil só recupera bens em 16% dos casos
da casa que venceria duas semanas depois. Mais de um mês se passou, e a vítima não recebeu satisfação dos investigadores sobre o inquérito, muito menos conseguiu recuperar o dinheiro. Para quitar a prestação do financiamento da casa, a mulher, que recebe R$ 1,3 mil por mês, obrigou-se a fazer outro empréstimo. A auxiliar de produção está longe de ser exceção em Caxias do Sul. Ela foi vítima de um delito que a Polícia Civil, por carência de efetivo, costuma ignorar: o furto (quando não há violência ou grave ameaça). Um levantamento exclusivo a partir do Mapa do Crime – que faz um resumo diário dos principais registros no plantão policial – comprova o descaso com uma das ocorrências mais comuns em Caxias do Sul. Ao consultar uma amostra de 31 furtos de setembro (o que equivale a quatro em cada 10 casos do mês), o jornal O Caxiense contabilizou que apenas 16% conseguiram reaver pelo
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menos uma parte dos bens graças à ação policial. “Acredito que os policiais não conseguirão recuperar meu dinheiro. Eles têm muitas ocorrências. Garanto que eles nem lembram mais da minha”, revolta-se.
do embaixo da mesa. Mesmo que não tivesse encontrado a porta dos fundos arrombada e notado o sumiço de uma TV 20” e de um par de sapatos novos – “o melhorzinho, de ir na missa no domingo” – sabia “Não conseguirão o que havia aconA exemplo da recuperar meu tecido. Afinal, não auxiliar de produ- dinheiro. Nem era uma experiência ção, o vigilante Pau- lembram mais nova. Semanas antes, lo Enio Barbosa Veladrões já haviam inlho, 59 anos, integra da minha vadido a residência o grupo das vítimas ocorrência”, e levado uma televique jamais reaveram lamenta dona são, um rádio portáos objetos furtados. de uma casa til e um aparelho de O drama começou arrombada DVD. Ele registrou na manhã de sábaocorrência, mas nem do, 10 de setembro, conta com a recupeapós uma jornada de trabalho ração de seus bens. “Tenho pouca madrugada adentro. Ele chegou esperança. Aqui em Caxias, rouem casa, mas, diferentemente de bo (na verdade, furto) não dá em outros dias, estranhou o silêncio nada”, lamenta. – a gata Zuma, sua única compaA descrença no trabalho polinheira, não foi recebê-lo com seus cial também chegou à família do miados. Depois de alguns passos arquiteto Guilherme Perretti, 35 que separam a entrada da frente anos. “Já fui assaltado umas três da cozinha, Paulo viu seu animal ou quatro vezes e nunca reavemos de estimação encolhido e assusta- os bens. Boletins de ocorrência só 15 a 21 de outubro de 2011
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Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm). “Caxias é a região mais mal suprida do Estado”, reconhece Wagner, que culpa o alto custo de vida pela dificuldade em convencer os agentes a permanecer no município. Para mudar esse quadro, o Palácio Piratini anuncia a contratação de 500 novos policiais para todo o Rio Grande do Sul – ainda não há definição sobre o número para Caxias. O grupo aguarda a autorização para iniciar o curso de formação, previsto para ocorrer até janeiro.
cumprem pena por furto. Mesmo com aumento de efetivo não vejo como mudar. Iria aumentar um pouco o número de prisões, mas não ia resolver o problema”, destaca. Nos casos em que se dispõe a investigar, cada vez mais raros, a polícia enfrenta a inexistência de testemunhas como uma das principais barreiras. “A ausência de flagrantes dificulta muito o processo”, explica Carnaúba. A facilidade de comercialização das mercadorias furtadas também trabalha contra a apuração dos casos – e, como se não basO titular da 1ª Delegacia tasse, ainda incentiva novos atada Polícia Civil (região central), ques. “Enquanto a sociedade não Vítor Carnaúba, acredita que o re- entender que comprar uma peça forço é insuficiente furtada num ferrona tentativa de coibir velho vai contribuir o problema. Ele per- “A gente não sabe para novos furtos cebe brechas na leas ocorrências não gislação, que tornam onde investir. vão diminuir. Todos difícil a permanência Colocamos temos nossa parcela dos responsáveis pe- cerca, e olha o de culpa. O cidadão los furtos. Com pena que aconteceu”, desonesto contribui. de dois a oito anos de assusta-se um É uma questão de reclusão, boa parte consciência”, ressalta dos bandidos costu- operador de Wagner. ma cumprir a sen- máquinas Para frear a receptença em liberdade. vítima de furto tação e evitar a venE isso ocorre até seda de peças de carros rem condenados por furtados e roubados, crimes seguidos. “Prendemos dois, o Estado aposta em uma parceria três bandidos todos os dias. O pre- entre o Departamento Estadual sídio está cheio de criminosos que de Trânsito (Detran), Ministério Maurício Concatto/O Caxiense
servem para bloquear talões de remota a chance de que a Polícia cheques e para retirar o seguro. Civil encontre sua cafeteira, a paHoje, a única coisa organizada é o nificadora, o micro-ondas e o aspicrime”, desabafa. No rador levados pelos caso mais recente, invasores. em 13 de setembro, “Boletins de bandidos furtaram ocorrência só A omissão poliaparelhos eletrônicial com os furtos se cos da casa dos tios. servem para tornou um dos mais Em outras ocasiões, bloquear talões eloquentes efeitos do Guilherme perdeu de cheques e déficit histórico de um carro para assal- para retirar o agentes. O próprio tantes e sofreu um seguro”, diz diretor do Departasequestro relâmpamento de Polícia do o arquiteto go. Interior do Estado, Tão desesperan- Guilherme Mário Wagner, aponçosa como o arquita a escassez como o teto está Fabiana principal culpado. Pacheco – e suas críticas come- Em 1980, o Estado contava com çam pelo policiamento ostensivo. 5.849 agentes. Três décadas de“É mais fácil encontrar na favela pois, a população gaúcha cresceu (os objetos furtados) do que usar o 37,5%, mas o efetivo reduziu: caiu serviço da Brigada”, afirma. A ação 4,16% e atingiu a marca de 5,6 mil dos ladrões ocorreu no mesmo policiais, a metade do ideal. Com o dia em que os tios de Guilherme cobertor curto, o órgão se vê obrisofreram o ataque. Ela chegou em gado a priorizar crimes consideracasa, em São Luiz da 6ª Légua, pela dos mais graves, como homicídios manhã, e encontrou a porta aber- e assaltos de grandes proporções. ta e as luzes acesas. Ao ligar para o “Houve acréscimo populacional, 190, o policial militar pediu, para a aumento da concentração urbana, surpresa dela, que ela própria ve- o surgimento das novas drogas, e rificasse se havia bandidos em sua ficamos com efetivo cada vez mais casa. “Me disseram que poderia reduzido”, constata. entrar porque não tinha ninguém O cenário em Caxias do Sul é me esperando. E que se tivesse al- ainda mais desalentador. As nove guém, era para eu ligar. Como se delegacias têm 98 servidores, 342 a desse tempo, né?’”, reclama. A re- menos do que o recomendado, sevolta cresceu porque ela considera gundo o Sindicato dos Escrivães,
Os ataques a objetos ou equipamentos dentro de carros representam 5% do total de furtos registrados no Mapa do Crime de setembro
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Público, Brigada Militar, e Polícia Civil. O programa prevê que os ferros-velhos apresentem na nota fiscal a origem de cada item comercializado. Em Caxias foram cadastradas 26 empresas que ainda precisam se credenciar junto ao Detran para atuar como Centros de Desmanche de Veículos Automotores, Comércio de Peças Usadas e Reciclagem de Sucatas (CDVs).
processo.
O caso de um operador de máquinas de 33 anos confirma a observação de Ana Caroline. Ele e a mulher, uma publicitária de 27 anos, acreditavam que o patrulhamento e a cerca ao redor da casa, no bairro Arco Baleno, seriam suficientes para afugentar os bandidos. Engano. No dia 8 de setembro, ladrões levaram duas Tvs 42”, a câmera filmadora e a câmera Sem conseguir prender os fotográfica. Agora, eles instalaram culpados ou recuperar os bens, a câmeras de vigilância. Mas se senPolícia Civil acaba por alimentar tem inseguros dentro da própria um preocupante efeito entre as casa. “A gente não sabe onde invítimas. Mesmo sendo um crime vestir. Colocamos a cerca, e olha o sem violência, o furto traz conse- que aconteceu...”, assusta-se. quências psicológiA comerciante cas. As filhas de três Leonor de Oliveira, e sete anos da dona “A polícia não nos moradora de Forde casa Valquíria deu esperança queta há 32 anos, foi Casagrande ainda ainda mais longe em não se recuperaram de reaver nada. busca de proteção. do susto de ver a Disseram que Depois de dois armoradia revirada no iriam cruzar os rombamentos e cindia 5 de setembro, dados quando co assaltos em um depois de ladrões encontrassem ano, ela reuniu em furtarem dois notetrês dias, com oubooks e o videoga- algo”, reclama tros 22 moradores (a me Nintendo Wii. A Valquíria maioria comercianfamília nem sequer tes), R$ 1.189 para comprou substitutos contribuir na manupara os objetos levados – e não é tenção de uma viatura. Ela pretenpela crença de que haverá a recu- de, com os vizinhos, assumir parte peração, mas pelo temor da repe- do custo para que um PM possa tição do prejuízo com um novo residir no bairro. “Já temos um ataque. “A polícia não nos deu es- policial que disse que aceita morar perança de reaver nada. Disseram aqui”, conta. que iriam cruzar os dados quando O subcomandante do 12º BPM encontrassem algo”, lamenta Val- de Caxias do Sul, major Jorge quíria. Émerson Ribas explica que a falta No bairro Desvio Rizzo, a fi- de servidores impede que a BM lha de seis anos da dona de casa faça o patrulhamento de forma Danieli Aparecida Leite, 26 anos, ideal, que segundo ele seria o atentambém sofreu abalo com o furto dimento em cada bairro. “O trana casa, em 25 de setembro. “Se balho preventivo não é feito como visse o desespero dela porque leva- gostaríamos. O atendimento da ram o micro-ondas e não poderia ocorrência é prioridade e prejudiesquentar o leite para o irmão de ca o patrulhamento”. Ribas contrês anos...”, preocupa-se a mãe. sidera importante a contribuição Situação semelhante viveu a fa- financeira da comunidade, mas mília de Maria Quissini, que so- deixa claro que a isso não comprofreu ataque à residência, no bairro mete o atendimento unicamenSagrada Família, no mesmo dia te ao bairro. “Ela (a viatura) vai que Danieli, enquanto passeava. atender onde houver necessidade. “Meu neto chorava muito. Não Não podemos fazer policiamento conseguia dormir direito”, lembra. particular.” Professora do curso de Serviço Para atender aos anseios dos Social da Universidade de Caxias bairros caxienses, o oficial revela do Sul, a assistente social Ana Ca- que a Brigada Militar tem um proroline Gonzales Jardim teme que a jeto de ampliação do policiamento situação só piore, incentivada pela comunitário. Ele não dá detalhes, impunidade. Na avaliação dela, a mas a Secretaria da Segurança Púsociedade se encaminha cada vez blica já anunciou um Território mais para uma população nortea- da Paz, com ações policiais e preda pelo medo, vivendo em condo- ventivas, na Zona Norte. Até que mínios cercados por grades. a proposta saia do papel, só resta Outro fator destacado por Ana uma saída: reforçar as trancas de Caroline que aumenta o sentimen- casa. “A polícia não tem condições to de impunidade é a exclusão da de cuidar a cidade toda para que vítima no processo criminal. No não ocorram arrombamentos,” reatual modelo, o criminoso é con- conhece o major. denado com a restrição da liberdaCom a fragilidade do policiade, e não com a reparação do dano. mento ostensivo e a omissão nas Ela conta que no Brasil já existem investigações, é o próprio caxiense iniciativas de Justiça restaurativa quem precisa assumir sua seguem que a vítima pode ser ouvida rança, obrigação do Estado. e contribuir para o andamento do Salve-se quem puder!
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uma radiografia
dos furtos em caxias
Mais metade dos 79 casos registrados pelo Mapa do Crime, produzido pelo jornal O Caxiense a partir de consulta aos arquivos policiais, tem como alvo as residências. O Centro é o bairro campeão de ataques, que predominam à tarde e às terças-feiras. Confira os dados:
Alvo | Total 79 casos
■ Residência | 51,89% ■ Carro | 25,31% ■ Comércio | 15,18% ■ Em carro | 5,06% ■ Indústria | 2,53% BAIRROS MAIS VISADOS Centro | 12 Desvio Rizzo | 7 Marechal Floriano | 4 Santa Catarina | 4
TURNOS Tarde | 34 Madrugada | 21 Noite | 16 Manhã | 8
DIAS DA SEMANA MAIS VISADOS Terça | 18 Quinta | 15 Domingo | 12
AÇÃO POLICIAL *
■ Sem recuperação | 77,41% ■ Recuperação parcial | 12,90% ■ Recuperação pela vítima | 6,45% ■ Recuperação total dos bens | 3,22% * Com base em amostragem de 31 casos que tiveram suas vítimas contatadas pelo jornal entre segunda (10) e terça-feira (11)
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Fotos: Cris Freitas, Divulgação/O Caxiense
Peregrinação histórica
Tem devoção a Caravaggio, tem Monumento ao Imigrante, tem galeto e polenta. A cidade de 13 mil habitantes é uma espécie de mini-Caxias
DE VOLTA PARA
O PASSADO P
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por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
olenta, galeto e massa compõem o principal prato turístico da Capital Catarinense da Gastronomia Típica Italiana. E alimentam a economia. Na cidade baseada na agricultura, na avicultura e na metalmecânica, o negócio da comida é levado tão sério que o título foi oficializado pelo governo por meio da Lei 12.789 do código estadual. Mas o cardápio de Nova Veneza, município de aproximadamente 294 km² e 13 mil habitantes nas montanhas da microrregião de Criciúma, entre Forquilhinha e Siderópolis, na divisa com a gaúcha São José dos Ausentes, tem ainda outras atrações. A cidade de clima mesotérmico úmido, com invernos frios e média de 19° no verão, orgulha-se de ser a primeira colônia oficial do Brasil República, fundada em 1891 por colonizadores oriundos principalmente da região de Veneza, na Itália. O Monumento ao Imigrante Italiano, erguido na entrada da Nova Veneza, recepciona os visitantes e indica que, ali, os costumes dos antepassados sobrevivem ao tempo. A quase três quilômetros do centro – 10 minutos de carro, 30 de bicicleta ou 50 a pé – , seguindo pela Estrada Centenária ou Via do Imigrante, mais uma parada obrigatória, nas Casas de Pedra Nono Luigi Bratti, construídas 115 anos atrás com basalto. Seguindo adiante, até a outra ponta da cidade, o turista encontra o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio,
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Grupo de Nova Veneza, filial caxiense em Santa Catarina, prepara-se para percorrer o caminho até a Pérola das Colônias a pé, exatamente como faziam seus antepassados
que atrai milhares de romeiros especialmente no último final de semana de maio, homenageando a santa de devoção dos primeiros moradores da localidade. O leitor atento já deve ter percebido, mas qualquer semelhança entre Nova Veneza e Caxias do Sul não é mera coincidência. Há 100 anos, era comum para os imigrantes catarinenses, nos períodos de entressafra, buscar formas alternativas de ganhar dinheiro na já desenvolvida Pérola das Colônias. Esse “eldorado” caxiense foi procurado pelos catarinenses das primeiras décadas do século passado até meados de 1950. A maior parte dos viajantes eram homens que deixavam as famílias temporariamente para trabalhar na construção de ferrovias e rodovias da Serra Gaúcha, como a BR-116. Chegar a Caxias do Sul sem estradas nem recursos suficientes para bancar o mais simples meio de transporte – a carroça – foi outra prova da perseverança dos colonos. A maioria percorria os quase 260 km de distância que separam as duas cidades a pé, pelo meio do mato, abrindo as primeiras trilhas na Serra da Rocinha. Hoje, para celebrar e relembrar esses feitos heroicos de seus antepassados, um grupo de neovenezianos igualmente corajosos está planejando reviver a aventura na Expedição Caxias do Sul 2012, exatamente como era feita naquele tempo: passo a passo.
de recentemente – “a pressão está plica. meio desregulada” – o aposentado Em depoimento ao Arquivo Aroldo Ghislandi, 71 anos, diz ter Histórico Municipal João Spadari vitalidade e vontade de acompa- Adami, Romualdo Miot, que munhar o grupo durante pelo menos dou-se da catarinense Lauro Mülum dia de jornada. “Acho que tem ler para cá em 1948 e trabalhou na bastante fundamento. Tu vai bus- construção da BR-116, conta que car uma cultura, um sistema de “eram umas colônias meio fravida, uma situação cas lá na região” de de muitos anos atrás, Santa Catarina. Por como o povo fazia “Tu vai buscar isso, quando surgia a para sobreviver”, jus- uma cultura, um oportunidade, tanto tifica. os chefes de família sistema de vida, Todos os ascen- uma situação quanto os meninos dentes homens da não hesitavam em de muitos anos sua família – pai, abraçá-la. No caso avós e tios – fize- atrás, como o dos primeiros, o obpovo fazia para ram a peregrinação, jetivo era melhorar a alguns até mais de sobreviver”, diz renda da casa. Para uma vez. “O meu Aroldo, 71 anos os segundos, era a pai foi para fazer chance de somar comida para uma suas primeiras ecoturma grande. Quando terminou, nomias. Os mais velhos e habilidoveio embora e trouxe um pane- sos atuavam no serviços pesados. lão, que mostrava para a gente”, “Eram só trabalhos de pedra, murelembra. Durante a infância, ele ralhões”, lembra Miot. Os jovens se emocionava ao ouvir os relatos ficavam com as atividades mais das dificuldades que os viajantes leves, como levar e buscar água passavam. Por exemplo, quando e ferramentas para os superiores anoitecia ou o cansaço batia, eles – eram os chamados pinantes ou estendiam suas roupas no chão e bochas. dormiam embaixo dos pinheiros. Também vibrava com as histórias O último “peregrino” de das “façanhas” de um tio, que jun- quem se tem conhecimento, Octou dinheiro para comprar um re- tavio Nazari, faleceu no ano pasvólver mas gastou toda a munição sado, aos 98 anos. É seu sobrinho, disponível se exibindo, ou de outro o historiador e empresário Nicola que conseguiu comprar um cavalo Gava, quem encabeça o ousae assim por diante. “Aqui, naquela do projeto de refazer a jornada. época, não tinha nada. O que esses Gava não é nem historiador nem imigrantes plantaram não tinha jornalista por formação, mas desquem comprasse. Faltavam outras de os 18 anos trabalhou em rádio Apesar de ter descoberto al- mercadorias, dinheiro para o sal, criando e imitando vozes de perguns pequenos problemas de saú- uma carroça pra ir na missa”, ex- sonagens caricatos da cultura ita-
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liana – como uma nona e um coOlivo é bioquímico, doutor em lono – e se apaixonou pelo tema. Ciências dos Alimentos, professor Hoje, seu sustento provém de uma da USP e dono de duas empresas empresa de terraplanagem, o que da área de alimentos, uma em São não interrompeu sua trajetória de Paulo e a outra em Criciúma. Por 30 anos pesquisando. Tanto que “diversão e saúde”, já percorreu passou os últimos 20 entre idas e o Caminho de Santiago de Comvindas da Itália – 74 vezes, gaba- postela; a rota Inca, que leva a se –, estudando as origens das fa- Machu Picchu, no Peru; a Estrada mílias que habitam o Extremo Sul Real, por onde passavam as mulas de Santa Catarina. carregadas de ouro Nesse tempo, escreem Minas Gerais; veu oito livros sobre “Nossos nonos escalou parte do fizeram isso. o assunto – nenhum Aconcágua; e correu publicado –, gravou Estão todos diversas meias madiscos com canções motivados. Tudo ratonas – as últimas folclóricas e criou o foram em Praga, projeto Baúco, ma que é história há seis meses, e em non tanto, que usa acaba sendo Chicago, em setemseus 12 personagens emocionante”, bro. É essa experipara fazer o resgate, explica Olivo, o ência que usará para registro e publica- preparador físico treinar, durante os ção dos vestígios da próximos sete meimigração em Nova ses, os participantes Veneza. Para 2012, ele está pre- da expedição. No último dia 4 Oliparando a publicação de três das vo promoveu a primeira reunião obras que tem guardadas, e ainda com os interessados em Nova Vequer produzir mais uma após a ca- neza. Como Nicola, também consminhada, relatando as “peripécias” tatou uma grande procura, mas da aventura e o material que já alerta: “Os caminhantes terão uma coletou com os descendentes dos infraestrutura segura para ameniprimeiros migrantes. zar eventuais problemas, mas essa Além do tio Nazari, os avós de aventura também é um desafio. Se Nicola participaram das migra- recebem as coisas muito fácil, as ções temporárias para a Serra, e é pessoas se acomodam”. com base nos relatos que eles deiA previsão de Olivo é que a jorxaram que está sendo elaborado o nada dure uma semana, isso se os trajeto da expedição. “Havia dois participantes tiverem fôlego e concaminhos, um por São José dos dições de percorrer aproximadaAusentes e outro pela Serra da Ro- mente 37 km por dia. “Na subida cinha. Vamos neste último, que era de serra, de forma confortável, se o mais usado e o mais curto”, infor- faz 3 km por hora. No plano, em ma. Daqui a um mês Nicola deve torno de 5 km por hora. É mais ou fazer a rota de carro, para marcar menos de 8 a 10 horas caminhanbem o caminho com um GPS. do por dia”, detalha. Para enfrentar Também pretende visitar a prefei- tudo isso, desde já o grupo colotura de Caxias e de outras cidades cará em prática uma rotina de cada Serra Gaúcha para pedir apoio minhadas semanais cuja duração e organizar uma recepção especial irá gradativamente aumentando e aos viajantes – o prefeito de Nova controlará a alimentação. Também Veneza, Rogério José Frigo, já se receberá instruções sobre como comprometeu a instalar no dia e enfrentar o frio – que costuma no local da saída um outdoor es- ser forte nos dias escolhidos para tampando os nomes de todas as a expedição – e um dos grandes famílias cujos descentes fizeram o problemas de todo caminhante: os duro caminho no passado. “A par- calos. Para combatê-los, ou pelo tida será no dia 26 de maio, que menos amenizá-los, Olivo ensina: é Dia de Nossa Senhora de Cara- “Tem que passar vaselina no pé e vaggio. A chegada deve entrar no usar duas meias, uma fina e outra roteiro da festa da cidade, porque grossa por cima. E a bota ou botiNova Veneza comemora aniver- na já deve estar acostumada com o sário no dia 20 de junho”, planeja, pé, não pode ser nova.” Os aventucompletando com orgulho: “aqui reiros também irão aprender exerestá bem divulgado, mexeu com cícios de alongamento, fundamena sensibilidade do povo. Não tem tais para evitar lesões musculares. gente que não tenha um parente, Embora cuide mais da parte fíalguém que foi”. sica, Olivo compara a expedição ao Caminho de Santiago de ComApesar da grande adesão, postela, famoso por causar impaca ideia é que o grupo de aventurei- tos também espirituais. “Nossos ros seja formado por não mais de nonos fizeram isso. Escutei mui30 pessoas, para que seja possível tos relatos dos colegas sobre seus garantir a segurança de todos. O antepassados, estão todos motivaresponsável técnico, que além de dos. Tudo que é história, que mexe questões como acompanhamento com a gente, acaba sendo emociode ambulância cuidará da prepara- nante”, reflete. Emoção que certação física e psicológica dos cami- mente não faltará aos caxienses nhantes, será o empresário e espe- quando receberem os intrépidos cialista – por hobby – em jornadas neovenezianos entre maio e junho e maratonas Rubison Olivo. de 2012.
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Guia de Cultura
Universal Pictures International, divulgação/O Caxiense
por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br
Vida do cantor e compositor Serge Gainsbourg, um talentoso feio rodeado de beldades, ganha versão no cinema
CINEMA Recomenda l Gainsbourg – O homem que amava as mulheres | Quinta e sexta, às 19h30, sábado e domingo, às 20h | Ordovás Não foi por conta da feiura caricata de Serge Gainsbourg, um dos maiores compositores e cantores franceses, que o desenhista Joaan Sfar resolveu se aventurar na direção desta cinebiografia. A vida do cantor e compositor realmente rende um bom filme. Gainsbourg teve uma vasta (e qualificada) lista de mulheres. As vida amorosa deve tê-lo inspirado em Je T’aime, Moi Non Plus, a música mais sexy de todos os tempos. A bela Jane Birkin, que sussurra Oh oui je t’aime, oh mon amour e suspira como em um orgasmo na canção, divide a lista das conquistas de Gainsbourg com Brigitte Bardot e Juliette Grecco. Estreando em Caxias. Com Eric Elmosnino, Lucy Gordon e Laetitia Casta. 2010. 130 min.
18h40, 21h | GNC A história é real: uma golfinho que teve sua cauda amputada após se ferir em uma rede de captura de caranguejos. Agora ela usa uma prótese para conseguir nadar e é protagonista do filme. Mar de lágrimas no cinema. Estreando em Caxias. Dirigido por Charles Martin Smith. Com Morgan Freeman, Ashley Judd and Harry Connick Jr. 2010. 130 min. l Gigantes de Aço | Sábado e domingo, às 21h (leg) | GNC Depois da direção de Uma noite no Museu, Shawn deixou as quinquilharias no passado para investir em tecnologia de 2020. A brutalidade das lutas de boxe fica reservada aos robôs. Na 2ª semana em pré-estreia (?!). Dirigido por Shawn Levy. Com Hugh Jackmann, Evangeline Lilly e Dakota Goyo. 2011. 127 min.
l Amizade colorida | 17h, 19h30, 21h45 (leg) | GNC Os personagens de Justin Timberlake e Mila Kunis passam o tempo inteiro seminus fazendo sexo em todas as partes da casa. Sem compromisso, sem envolvimento, até que l Winter, o golfinho | Sábado o roteiro “deliciosamente clichê” os e domingo, às 13h40, 16h, 18h40, obrigue. 3ª semana em cartaz. Diride segunda a quinta, às 13h40, 16h, gido por Will Gluck. 2011. 109 min.
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l Os Smurfs | 14h45, no GNC | Sábado e domingo, às 16h, na UCS Eles voltaram depois de 30 anos, conheceram Nova York, conquistaram novos fãs e reencontraram os velhos. Já estão no cinema há 11 semanas. Tempo suficiente para matar a saudade, né? Dirigido por Raja Gosnell. 103 min. 2011. l O Filme dos Espíritos | 14h30, 16h50, 19h10, 21h15 | GNC Da safra dos longas com temática espírita, o filme desponta como o mais odiado pela crítica. A cenografia e a edição são consideradas televisivas demais e nem mesmo as boas atuações dos globais – e também televisivos – Nelson Xavier e Ana Rosa conseguiram salvar o roteiro. 2ª semana no GNC. Dirigido por André Marouço e Michael Dubret. 2011. 98 min. l Os Três Mosqueteiros | Sábado e domingo, às 14h, 16h20, 19h, 21h30 (leg), 14h15, 16h40 (3D, dub), 19h20, 22h (3D, leg) | GNC O 3D não é a única novidade do remake. A história fala em apocalipse e em salvação humana. A vontade de fazer um filme de época e contemporâneo modernizou até as armas do século XVI. 2ª semana em cartaz. Dirigido por Paul W. S. An-
derson. Com Logan Lerman, Matthew Macfadyen e Ray Stevenson. 2011. 110 min. l O Zelador Animal | 13h30, 15h40, 17h50, 20h | GNC O funcionário de um zoológico precisa escolher entre casar ou continuar com o emprego em meio aos animais. Então os bichos ganham voz para lhe dar conselhos. Segundo a crítica, um mico. 2ª semana em cartaz. Dirigido por Frank Coraci. Com Kevin James, Rosario Dawson e Leslie Bibb. 2011. 102. l Sem Saída | 22h10 | GNC O filme foi feito para Taylor Lautner. A câmera fixa nele, o roteiro foi pensado para ele. Tanto esforço... E o protagonista é o que há de pior no filme. 4ª semana em cartaz. Dirigido por John Singleton. Com Lily Collins e Alfred Molina. 2011. 106 min. l Planeta dos macacos: a origem | Sábado e domingo, às 18h | UCS Cientistas criam uma substância capaz de desenvolver o cérebro dos macacos. Porém, a macaquice dos humanos não previa a personalidade histérica dos primatas. Dirigido por Rupert Wyatt. Com James Franco, Andy Serkis e Freida Pinto. 2011. 105 min.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
MÚSICA l 6º Mississippi In Concert | Quinta (20), às 20h30 A casa de máquinas da Estação vai servir de cenário para o evento que tradicionalmente traz bons nomes do blues internacional. Desta vez, são os americanos Guy King e Danny Nichilo, que serão acompanhados de Décio Caetano. Casa das máquinas R$ 16, R$ 8 (estudantes e idosos) | Estação Férrea, São Pelegrino | 3028-6149 Recomenda l Madrugadão da Feira do Livro | Sábado, às 21h A Feira do Livro sai momentaneamente da praça e faz um madrugadão no bar, ao inspirador clima dos cabarés. Sugestão do patrono Marco de Menezes, a festa terá atrações de música e dança além de prosa e poesia. Para abrir a noite, o quarteto de saxofones e o Coral Municipal. A polêmica fica por conta da exibição do documentário Deixa o Zé falar, sobre
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Tatieli Sperry Monteiro, Divulgação/O Caxiense
INGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
| Josy e Junior. Sertaneja. 23h. Xerife. 3025-4971 | BlackBirds. Tributo a Pink Floyd. 22h. Mississippi. 30286149 | Darkshadowns. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Sandinista. Rock. l Grande Concerto Sinfônico | 23h. Vagão Classic. 3223-0616 Domingo, às 15h30 e às 17h30 Os antigos eventos de escola se profissionalizaram e agora viraram granMÚSICA des concertos. Nesta apresentação, a Recomenda Orquestra La Salle Caxias vai mostrar o trabalho desenvolvido com mais de l Romeu e Julieta – Jamais vós 200 pessoas. vereis algo semelhante | Sábado Colégio La Salle e domingo, às 20h Entrada gratuita | La Salle, 1.004, São Raulino Prezzi e Ana Fuchs se diverPelegrino | 3223.7551 tem para interpretar o casal shakespeariano.Aproveite as últimas sessões, TAMBÉM TOCANDO: Sábado “jamais vós vereis algo semelhante”. (15): Radiofonia. Pop Rock. 22h. Por- Teatro do Sesc tal Bowling. 3220-5758 | Kooks. Rock. R$ 20, R$ 10 (estudantes e idosos) | Mo22h. La Barra. 3028-0406 | Branco no reira César, 2.462, Pio X | 3221-5233 preto. Rock. 23h30. The King. 3021Recomenda 7973 | Junk Box. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradi- l Memórias de uma solteirona cionalista. 21h. Paiol. 3213-1774 | Beba | Sábado e domingo, às 20h do Samba. Samba. 22h. Boteco 13. A maratona chegou na metade e este 3221-4513 | Natalia Damini. Eletrô- já é o segundo final de semana que o nica. 23h. Nox Versus. 3027-1351 | Di- monólogo interpretado por Zica Stomitri Nakov. Eletrônica. 23h. Havana. ckmans terá apresentação em Caxias. 3215-6619 | DJ Kahball e DJ Rodrigo Na peça, uma mulher com um certo Reis. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419- bloqueio sexual conta suas dificulda0900 | Little Boogie. Blues. 22h. Mis- des em se relacionar. sissippi. 3028-6149 | Lynyrd Skynyrd. Casa de Teatro Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Pú- R$ 10, R$ 5 (estudantes e idosos) | Rua blica. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Olavo Bilac, 300, São Pelegrino | 3221Domingo (16): Declarações. Pagode. 3130 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Cris Caberlon. Acústico. 18h. The King. l Sexo, amor e rosas | Domingo, 3021-7973 | Domingueira. Set com às 20h DJ’s. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | TerNão se deixe enganar pelo tom roça (18): Robledo Rock e Domênico mântico do título. Quem sobe ao palAnzolim. Rock. 22h. Bier Haus. 3221- co é o Gaúcho Eliseu. De botas e bom6769 | Flávio Ozelame Trio. Blues. bacha, o figurino clichê do stand up 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quarta gaúcho, ele vai falar de sexo, a piada de (19): Pietro Ferreti e Bico Fino. MPB. preferência nacional. Comédia ao ní22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício vel do Guri de Uruguaina, um pouco e Daniel. Tradicionalista. 21h. Paiol. mais xucra e bem menos engraçada. 3213-1774 | The Blues Beer. Blues. Teatro São Carlos 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta R$ 30 (na hora), R$ 20 (antecipado), (20): Sertanexa. Sertanejo. 22h. Portal R$ 10 (estudantes e idosos) | Feijó JúBowling. 3220-5758 | Tríplice. Rock. nior, 778, São Pelegrino 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Macuco. Tradicionalista. 21h. Paiol. 3213-1774 | DANÇA Vini e Mike. Rock. 22h. Aristos. 32212679 | Aeromoças. Rock. 22h. Missis- l Caxias em movimento | De tersippi. 3028-6149 | Sexta (21): Moog. ça (18) a domingo (23) Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220Depois do teatro e da literatura, che5758 | Volux. Rock. 22h. Bier Haus. gou a vez da dança. No palco, grupos 3221-6769 | Barbaquá e Canteriando. de Caxias se apresentam em compacTradicionalista. 21h. Paiol. 3213-1774 tos de 10 a 15 minutos. As entradas Zé do Rio. Aristos R$ 5 | Av. Júlio de Castilhos, Centro | 3221-2679
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l Cowboys e Aliens | Sábado e domingo, às 20h | UCS O personagem de Daniel Craig descobre que possui uma pulseira que faz qualquer cowboy abandonar o revólver. Não é merchandising da Power Balance. É a salvação contra os extraterrestres. 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por Jon Favreau. Com Harrison Ford e Olivia Wilde. 2011. 118 min.
Últimas chances para assistir Romeu & Julieta e sete dias para prestigiar a dança
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l Frames da Dança | De 19 de outubro a 13 de novembro. De segunda a sábado, das 8h às 20h Para dar largada ao Caxias em Movimento a curadoria de Mona Carvalho traz de volta a exposição que mostra um pouco da história da Cia. Municipal de Dança. Sesc Entrada gratuita | Moreira César, 2462, Centro | 3901-1316 l Vitor Senger | Até sábado (15), das 9h às 15h Madonna, Elvis, Billie Holiday, Marlene Dietrich e Ray Charles são algumas das celebridades da música e do cinema que Senger retrata em grandes telas. Nas cores da tinta acrílica, a versão do artista sobre a personalidade de cada ícone. Arte Quadros Entrada gratuita | Rua Feijó Júnior, 975, Via Decorata | 3028.7896
VÍDEOARTE l Entrada Franca | Sexta (21), às 22h30 O projeto exibe alguns filmes produzidos por Norman McLaren, um artista visual que experimentou inovações técnicas e estéticas nos vídeos de animações. Teatro Moinho da Estação Entrada gratuita | Estação Férrea | 3021-1568
FINANCIAMENTO
l Financiarte | Até 20 de outubro Para ter os trabalhos avaliados pela comissão de seleção do Financiarte, os artistas precisam se apressar. Somente até a próxima quinta, a Secretaria da Cultura recebe os projetos. Para se inscrever é preciso apresentar um currículo que comprove o domínio técnico-teórico do segmento em que tem interesse, comprovante de endereço, RG, CPF, PIS l Moúsai: À luz do luar, en- e Certidão Negativa Municipal.
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Secretaria da Cultura Augusto Pestana, 50, São Pelegrino | 3901-1388
LITERATURA l Feira do Livro | Até domingo (16), das 10h às 20h Quando der 20h de domingo, o patrono Marco de Menezes terá uma triste missão. Ele deverá passar pelos estandes da Feira do Livro e, com o sino na mão, badalar o encerramento do evento literário. No domingo, às 18h30, Luiz Melodia faz show para espantar a melancolia e comemorar o sucesso da feira, que teve 17 dias de intensa programação e vendeu 65 mil exemplares até a quarta (12). Sábado Contação de histórias: Contapete. 10h. | Rian Augusto Michaelsen Hann (5 anos). Aluno da E.E.I. Tre Bambine. 11h | Adriana Camelo Lucena. E.M.E.F. Santa Lúcia. 13h | Vivandeiros da Alegria. 14h | Matheus do Grupo Vivandeiros da Alegria. 15h | Fabiano Finco e Paula Corrêa. Venha ler comigo. 19h | Autógrafos: Diário de um Professor. Otávio Rojas. 15h | Chegaram os americanos. Paulo Ribeiro. 15h30 | Elis, mãe de dois mundos. Laurindo Hentz. 16h | Dicionário Gaudério. Luís Augusto Fischer. 17h | Apocalypse: The 25th Anniversary Box Set. Integrantes da Banda Apocalipse. 17h | Tudo é passageiro. José Mário Aguzzoli. 17h | As meninas. Adriana Antunes. 18h
Fábio Grison, Divulgação/O Caxiense
para as apresentações custam R$ tre sombras, o patrimônio 10. Estudantes e idosos pagam R$ 5. se revela | De 18 de outubro a Confira a programação. 26 de novembro. De terça a sábado, das 9h às 17h ESPETÁCULOS: Quarta (19): As visitas guiadas do I CaMisto. Grupo de Criação e Pesquisa minhos da Memória renderam em Cultura Popular. Ordovás. 20h | mais que conhecimento àqueQuinta (20): Grupo de Criação les que participaram do passeio. e Pesquisa em Cultura Popular, Elas resultaram em uma mostra Famiglia Trentina, Circus Magic fotográfica com imagens dos Show, Grupo de Danças Místi- principais locais da visitação. O cas Estrelas do Oriente e Grupo projeto é uma parceria com o Atlantics. Teatro São Carlos. 20h | Clube do fotógrafo. Sexta (21): Grupo Experimen- Museu Municipal tal – Vídeodança, Rakaça Templo Entrada gratuita | Visconde de de Dança do Ventre, Cia. Uerê!, Pelotas, 586, Centro | 3221-2423 Grupo Essência Crew, Compacto Espaço Cultural e Escola de Dança AINDA EM EXPOSIÇÃO: Flamenca Tablado Caxias. 20h. Te- Auto(BIOgrafia). Gravuatro São Carlos ras. De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h30min e WORKSHOP: Dança Contem- aos sábados, das 8h30min às porânea e Improvisação dirigida 12h30min. Farmácia do Ipam. “Corpo Criativo”, com Cláudia 3901-1316 | Crianças do OuPalma. Quinta (20), das 15h às 19h, tro Lado do Mundo. Fotografia. e sexta (21), das 11h às 15h. Sala da Ilka Felippini. De segunda a sexCia. Municipal de Dança (Ordovás). ta, das 8h às 22h30. Campus 8. Entrada gratuita. Reservas na Uni- 3289-9000 | Esculturas de Elisa dade de Dança. Zattera. Pinturas e esculturas. Elisa Zattera. De segunda a sáBATE-PAPO: Espaço Aberto com bado, das 9h às 18h30. Salão de Claudia Palma. Sexta (21). 16h. São Beleza Iza. 3223-8135 | Nobre Carlos. Entrada gratuita. Beleza. Pinturas. Júlia Webber. De segunda-feira a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, 16h às 19h. Catna Café. 3221-5059 | O EXPOSIÇÕES ventre e o leite. Escultura, deseRecomenda nho e poesia. Bruno Segalla. De l Cuba muito além de rum e segunda a sexta, das 9h às 12h e charuto | De 17 a 24 de outubro. das 14h às 17h. Instituto Bruno De segunda a sexta, das 10h às 16h Segalla. 3027-6243 | Pinturas As paisagens e o povo cubano Aeropostais. Pintura. Eugenio formam o cenário das imagens de Dittborn. Até sábado (15). Das Fábio Grison. O fotógrafo mostra 15h às 19h | Programa de Linmostra as facetas um tanto desco- guagem Atípica. Diversas. Colenhecidas da cultura da ilha. tiva. De 10 a 31 de outubro. De Prefeitura segunda a sexta-feira, das 8h às Entrada gratuita | Rua Alfredo Cha- 22h30. Campus 8. 3289-9000 | ves, 1333, Exposição | 3218-6001
Teatro: Ai que medo! Alunos do Jardim da E.E.I. Perci dos Santos. 10h30 Música: Vinícius Lima. 12h. | Coral Municipal. 16h | Bob Shut. 19h Debates: Maria Helena Balen. Alunos da Educação de Jovens e Adultos. 10h | Avaliação das atividades da ACL. 16h | Luís Augusto Fischer. Mediação Lisana Bertussi. 17h Domingo Contação de histórias: Contapete. 10h, 14h | Neiva de Fátima Ramos e Ana Cristina Frainer Tonin. 10h30 | Contação de Histórias no Sesi. 11h Autógrafos: Vi um bicho genial lá no fundo do quintal. Sylvia Roesch. 16h | Emanuela 28 de outubro. José Leandro dos Santos. 16h Teatro: 3º Encontro da Arte Declamatória. 10h | Releitura de histórias, poemas, desenhos (varal). 11h30 | O Incrível Caso do Sumiço da Letras. Ueba. 15h30 Música: Alunos da Oficina de Música do Sesi. 15h | Luiz Melodia. 18h30
Luiz Melodia encerra a Feira do Livro e Fábio Grison mostra Cuba além dos clichês
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Maurício Concatto/O Caxiense
Anfitrião das letras
Como é ser patrono? “Tu vais descobrindo”, responde Marco, um boa-praça que diverte leitores e amigos no maior evento literário caxiense
A PRAÇA AOS
CUIDADOS DO POETA
T
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por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
odos os dias, o dindo sobe a Sinimbu para afagar sua afilhada. Vem cheio de graça, peito estufado, com a ecobag preta no ombro esquerdo – estampada com motivos da calçada de Copacabana e os dizeres “bossa nova” –, ansioso para chegar à noite preenchida de literatura. Os tênis de camurça marrom atravessam a Dr. Montaury em passos nervosos, como se estivessem prestes a criar vida e correr sozinhos pelos corredores que já conhecem de cor e salteado. A boca, que veio abrindo em câmera lenta durante esses poucos metros, atinge a esquina cheia de dentes. Pés fincados no chão, ele ajeita os cabelos desarrumados atrás da orelha, coloca a mão esquerda na cintura, eleva o braço direito e, protegendo os olhos do sol com a mão em concha, observa toda a extensão da Praça Dante. Faz com o olhar o que devia ser por direito do abraço, se as proporções e a situação não fossem absurdas: acaricia, protege, zela. Mas o momento de contemplação dura pouco. Sem cerimônias, como é da sua natureza, Marco de Menezes adentra o primeiro corredor de bancas que enxerga para usufruir com o maior prazer do mundo dos poderes que lhe foram investidos desde o dia 30 de setembro, quando tornou-se, na prática, patrono da 27ª Feira do Livro de Caxias do Sul. Poeta por ofício e médico de
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profissão, Marco chegou a tirar férias da medicina e da emergência do Postão 24 horas para dedicar-se integralmente à função de “padroeiro”, como costumam denominar os amigos mais próximos. A primeira visita que o titular da função costuma fazer em seu território é ainda pela manhã, logo após a abertura das livrarias. Antes mesmo de passar pela coordenação, vai circular pelos arredores, nas bancas, conversar com os livreiros, vendedores e frequentadores da praça, para espantar um sentimento que bate ainda lá na esquina. “Fico pensando o que será que aconteceu enquanto eu não estava. Me sinto meio desatualizado”, diz, como se tivesse culpa por não poder simplesmente tirar um saco de dormir da bolsa e passar a noite no Leiturário. Na terça (11), quando as portinholas revelaram livros só ao meio-dia (a feira só abre de manhã, às 10h, de sexta a domingo), o patrono prestigiou o ritual de abertura. Ajudou o xerife dos livreiros, Roberto Vargas, da livraria Fogaça, a tocar o sino que autoriza e comunica o início dos trabalhos. Vargas recebeu o convidado de braços abertos. “É gente da gente”, dizia para quem quisesse ouvir de que lado da lei o patrono está. Apesar de circular bastante, o quartel-general de Marco é mesmo o Café Literário, local que acaba reunindo os membros da cena das letras caxiense anualmente em época de Feira do Livro.
De férias do estetoscópio, o patrono Marco de Menezes faz poesia com olhares, sorrisos, abraços e conversas na Feira do Livro
A frequência é tanta que a pro- sobre os olhos prietária, Lucy Maitelli, deu a ele [da garota, a exclusiva regalia de poder anotar tampouco é boa a sombra se o dorso seus pedidos em uma caderneta do amante ao invés de pagar na hora. Se não [se esturrica houver lançamento ou evento no para fazer amor. auditório, é lá que o visitante verá (...) o patrono, acomodado em algum Os corpos discretos mas nunca em canto, um braço sobre a barriga e repouso, o outro apoiando a mandíbula, la- pulmões abertos, tinha de Heineken sobre a mesa – frases curtas. ou café expresso e pão de queijo, se É difícil fazer amor mas se aprende. for de manhã –, prestando atenção na conversa de seus pares. “Nem sei se as pessoas gosDesde segunda (10), esses mo- tam. Se alguém prestar atenção mentos só foram em um verso que interrompidos para seja está bom”, conque o poeta decla- “Fico pensando clui Marco, depois masse poesias nos o que aconteceu de encerrar a transalto-falantes do enquanto eu não missão e desligar o evento. Oculto pela estava. Me microfone. De acorcabine da coordenado com ele, a escolha ção, saudou os lei- sinto meio do tema erótico foi desatualizado”, tores com um simapenas devido ao seu pático “caríssimos diz Marco, que humor naquele dia, visitantes da Feira só falta dormir porém a tensão dos do Livro. Aqui quem na praça amantes é bastante fala é o patrono, comparável à apreMarco de Menezes” ensão do patrono em e inaugurou as intervenções com enfrentar as implicações do cargo. Uma garota católica toca flauta, de “Ok ler o poema ali, porque ninAntonio Cisneros. Surpreendidas guém sabe quem é, ninguém está pela voz do além, algumas pessoas vendo. Mas tem um outro nível de se assustaram. Outras, absortas em exposição que me perturba”, consuas compras ou compromissos, fessa. De fato, Marco virou, ainda nem deram bola. Mas em todos os que momentaneamente, uma cecorredores pelo menos uma pes- lebridade de ascensão e duração soa parou, cabeça nas nuvens, para meteórica – um celetoide, seria fruir os versos. a definição acadêmica conforme os conceitos do professor Alex Para fazer amor Primo, pesquisador de ciberculdeve evitar-se um sol muito forte tura da UFRGS. É impossível dar
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Minutos depois de despedirse de Motta e acomodar-se no café, Marco encontra outra figurinha carimbada, o ator Claudio Troian. Com Troian, cuja frequência na feira é quase tão assídua quanto a dele, o papo é outro. Chega quase a uma discussão filosófica sobre o quão rarefeita a condição de padrinho da feira é. Para ambos, não existe um padrão de comportamento, regras, uma receita, muito menos um uniforme como os que transformam gente comum em super-herói. “Tu vais descobrindo”, opina o poeta, enquanto Troian parte para uma avaliação de desempenho. “Ele está sendo ótimo. O Marco é muito diferente, não tem aquele estereótipo do patrono”. O estereótipo do patrono, para ele, é o daquele autor sisudo, catedrático, solene, que emana uma aura de erudição e um alarme de raro acesso, como se fosse impossível qualquer aproximação do leitor. Exatamente o contrário do homem falante de meia idade, com cabelos bagunçados, óculos redondos e camiseta verde-lima ilustrada com “Dinosaurs against creationism” (dinossauros contra o criacionismo) sobre quem repousam as honras da 27ª edição da Feira do Livro. Troian tem toda razão. Nenhum catedrático conseguiria cumprimentar, entre beijos e carinhos maternais, a escritora Maria Helena Balen, membro da Academia Caxiense de Letras, usando o chamamento “e aí, véia louca”. Nenhum erudito estaria escondido na última fila da premiação lotada de crianças do 4º Concurso Literário da Rede Recria, morrendo de
vergonha, torcendo para não ter ta. Noutra feita, acabou deixando que discursar, e em seguida subiria de participar de uma oficina de ao palco para entregar os prêmios origami no espaço da Academia com a felicidade e a empolgação de Caxiense de Letras porque foi acuum adolescente. Um conservador sado, “como um político”, de não jamais teria um ex-patrono cúm- conseguir a mesa que tinha proplice para fazer cometido para os partimentários sobre os cipantes. Na tarde de atributos físicos de “Ele está sendo terça (11), teve que uma colega (leiadar jeito de conciliar se bunda e coxas), ótimo. O Marco três compromissos principalmente na é muito no mesmo horário – frente de uma jor- diferente, não o coquetel do Recria, nalista. Se tivesse tem aquele o Venha Ler Comigo a postura de um estereótipo do e o lançamento do liser magnífico para vro A Menina da Faquem Deus deu o patrono”, elogia zenda, da sua própria dom da poesia, não o amigo editora, a Modelo de vibraria ao desco- Claudio Troian Nuvem. “Ser rei não é brir que o lançafácil”, foram as sábias mento tem comida palavras com que a grátis nem se agarraria num copo ilustradora da obra, a artista plásde Sarandi Laranja e numa bande- tica Rita Brugger, lhe aconselhou ja de risoles e croquetes. A espo- antes de elogiar tanto suas poesias sa de Marco, a musicista Camila quanto seu trabalho como patroCornutti, não só concorda como no. é prova viva do carisma do poeta. Quem já ocupou o cargo conAlém de visitar a feira diariamen- corda com Rita. O jornalista Marte e presenciar inúmeras abor- cos Kirst, grande homenageado de dagens espontâneas, ela também 2010, relembrou, acompanhando acompanha o marido em diversos Marco em boa parte dos eventos compromissos pós-fechamento da tarde e da noite de terça, o ritdas bancas, como jantares com os mo pesado que enfrentou no ano autores convidados. “É bacana ser passado. Para ele, Caxias tem um patrono porque as pessoas podem bom número e um belo nível de ter um contato mais real com o es- autores, não precisa mais importar critor. E ele é muito amável, muito patronos, como fazia antigamente. afetuoso. Talvez a literatura esteja “Ele está de acordo com o perfil precisando disso”, reflete Camila. que naturalmente se estabeleceu nas últimas feiras. Os patronos O curto mas intenso perí- caxienses verdadeiramente se doodo de patronagem também tem aram, estiverem presentes o tempo suas agruras. “Nos primeiros dias, todo, virando de fato divulgadolevei um pataço do dono de uma res do evento”, analisa. E complelivraria que disse nunca me ver ta: “Vai causar um bom problema circulando pelas bancas”, lamen- para os próximos”. 3.
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Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense
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meia volta na feira sem que ele seja abordado. Por desconhecidos, turistas – “uma gente de Uruguaiana (sua terra natal) veio falar comigo”, exemplifica –, leitores que ele nunca viu na vida e que o procuram para revelar sua admiração ou simplesmente cumprimentá-lo pelos feitos. Ao lado da sala da coordenação, há um trabalho de crianças de uma escola municipal em sua homenagem, com imagens da sua infância e adolescência, textos e uma enorme caricatura, que ele adorou. “Fiquei chocado com as crianças que me desenharam com aquela boca de Ferreira Gullar. Eu tenho os lábios fininhos da minha mãe”, aponta, um tanto relutante quanto ao merecimento da exaltação. “É um estranhamento bacana. Tem um lado meu que se regozija, mas não é o meu melhor lado”, pondera. No fim das contas, quem deixa o tímido patrono menos constrangido são mesmo os conhecidos, que estão por todos os lados e surgem a qualquer momento, como num passe de mágica. “Ele nem lembra, mas fui eu que comprei os primeiros poemas dele”, diz Ângelo Motta, irmão da coordenadora da feira, Luiza Motta, ao esbarrar com Marco perto do auditório, quase na porta do café. “Claro que lembro”, retruca o patrono, e continua a conversa animado, relembrando com o amigo a época em fazia cartões e marcadores de livro em papel vergê e vendia no bar Vôo Livre. Ao mesmo tempo, ele atira beijos no ar para Lucy, que ao vê-lo passar em frente ao café já o aguarda com a caderneta em punho. 2.
1. Todo dia, Marco deixa o carro em casa e sobe a Sinimbu a pé para ir à Feira do Livro; 2. Lucy Maitelli, do Café Literário, já decorou as preferências do patrono; 3. Da cabine da coordenação, Marco faz a poesia ecoar pela praça; 4. A homenagem das crianças, que o desenharam com “aquela boca de Ferreira Gullar”; 5. “É gente como a gente”, aprova o xerife Renato Vargas; 6. Cara de paisagem diante das delícias no coquetel do Recria 15 a 21 de outubro de 2011
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por Marcelo Aramis
Maicon e Christian
Pelissaro Pasin Alessi Na última semana, Maicon Pasin e Christian Alessi, ambos de 21 anos, trouxeram quatro medalhas de uma competição em Londres e encontraram em Caxias a garantia de um futuro promissor. Os alunos do Senai Caxias, premiados como os melhores da delegação brasileira na 41ª WorldSkills Competition, ganharam o ouro na categoria mecatrônica – empatados com os competidores do Japão. Eles cursaram Mecatrônica no Senai durante dois anos e foram escolhidos para representar a escola na competição: mais dois anos de treinamento. “Eu sempre gostei de montar e desmontar coisas”, conta o caxiense Maicon, que, junto com o colega, teve que montar um equipamento e fazê-lo funcionar no menor tempo possível para conquistar o ouro inédito do Senai na olimpíada. Além de ganhar da escola bolsas de estudos integrais para a faculdade, eles estão analisando propostas de trabalho. “O maior prêmio é esse reconhecimento internacional”, diz Christian, de Nova Pádua, ao comemorar o resultado dos quatro anos, “oito horas por dia”, de dedicação aos estudos.
Em um levantamento dos mais vendidos da Feira do Livro – até quarta (12) –, O Pequeno Príncipe, clássico do público que mais lê, não apareceu nem no Top 10. Os best sellers Água Para Elefantes, de Sara Gruen, e De Volta à Cabana, de C. Baxter Kruger, amargaram o sexto e sétimo lugares, à frente do comemorado caxiense Invenção da Galeteria, de Rosana Peccini. Na lista dos campeões, marcada pela autoajuda e espiritualidade, Ágape, do padre Marcelo Rossi, o rei nacional dos esotéricos também, foi ignorado. Cedeu espaço a um frei.
Mais vendidos | Feira do Livro
Fazer o Bem, do frei Jaime Bettega | Ele tem três per-
fis no Facebook, dois deles lotados. Os mais de 10 mil amigos virtuais e outros milhares das redes sociais reais – além das soberanas da Festa da Uva, que foram garotaspropaganda do livro durante meia hora na feira – renderam ao frei a venda de 1.371 exemplares. No livro, lançado pela Belas -Letras, ele aproveita a formação em Filosofia, Teologia e Administração de Empresas para lançar reflexões sobre como ser feliz tendo como meta a felicidade alheia.
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Bíblia Sagrada | Nesta edição da feira, os 66 livros contidos na Sagrada Escritura perderam o trono para os superatuais 46 pequenos textos de frei Jaime. Foram 569 exemplares vendidos, 802 a menos do que o “compacto contemporâneo” da Palavra de Deus. Feliz Por Nada, de Martha Medeiros | Top nacional, a
velha receita de “crônicas do cotidiano” vendeu 251 exemplares. Não é por falta de mapas que não se encontra o caminho para a felicidade. Da L&PM.
A vida sabe o que faz, de Zíbia Gasparetto | O mais recente livro de Zí-
bia também está entre os mais vendidos do Brasil. Os mais de 12 milhões de livros que a autora já vendeu e os 170 exemplares comercializados por aqui aumentam o prestígio dos que a antecedem na lista. Da Vida & Consciência
Direito Civil, Direitos Reais, de Alexandre Cortez Fernandes | O
último da lista é também o mais surpreendente deste TOP 5 por ser técnico. O quarto livro do professor de Direito, sobre o direito de propriedade, é voltado a profissionais e acadêmicos da área. O livro vendeu 65 examplares. “Acho que é generosidade das pessoas”, justificou Alexandre, que não sabia que estava na lista. Os 15 anos de trabalho na UCS e a simpatia do professor talvez sejam os motivos do sucesso. Da Educs.
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Marcos Clasen | Sem título |
A exposição se chama “Chuvas”, mas não há pingos d’água nas telas de Marcos Clasen. Talvez a própria falta do elemento que dá nome à exposição explique a melancolia da mostra que começa a partir de 03 de novembro no Catna Café. Em seis obras, Clasen utiliza os tons escuros, com doses de vermelho, para guiar o espectador aos mais soturnos sentimentos. O artista usa, pela primeira vez em suas obras, referência a ambientes urbanos. Para produzir as telas, ele utiliza a tinta óleo, mas a inspiração é obtida a partir de fotografias tiradas pelo próprio pintor. São imagens que ele observa, e partir delas produz as pinturas. A confusão de cor, Clasen obtém por meio do uso de um único pincel na hora de pintar.
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Guia de Esportes
Leandro Araújo, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br
No final desta semana, Caxias do Sul Basquete terá a revanche contra a Univates, de Lajeado, valendo a liderança
FUTEBOL
do, das 10 às 18h Teste a precisão dos seus arremessos e ainda concorra a diversos prêmios. Ao todo, seis tabelas de basquete estarão à disposição no gramado do Parque dos Macaquinhos para todos se divertirem e disputarem pequenas competições. Além disso, a Arena de Basquete disponibilizará brinquedos infláveis, como cama de bolinha, cama elástica, ringue de guerrinha de cotonetes, tobogã e surf mecânico. Tudo gratuitamente. Parque dos Macaquinhos Entrada gratuita | D. José Barea, Exposição
l Juventude x Passo Fundo | Sábado, às 15h30 A Copa Laci Ughini entra na reta final da fase de grupos, e o Juventude vai em busca de uma vitória sobre o Passo Fundo com o objetivo de alcançar a 3ª colocação da Região Serrana. Com a classificação confirmada, o alviverde quer melhorar a performance para se dar melhor no emparceiramento do mata-mata. Para o jogo contra o Passo Fundo, porém, o time terá os desfalques de Fred, Ramiro, Cristiano, Deoclécio e Moisés. Recomenda Estádio Alfredo Jaconi R$ 10 (arquibancadas) e R$ 5 (es- l Caxias do Sul Basquete x tudantes e idosos) | Hercules Galló, Univates | Sexta (21), 19h 1.547, Centro Após vencer o Estância Velha por 66 a 54, os jogadores treinal Lajeadense x Caxias | Sába- dos por Rodrigo Barbosa seguem do, às 15h30 para a segunda partida do returO Caxias quer ser líder da chave no do Campeonato Gaúcho. Com da Copinha, mas terá que superar cinco vitórias em seis jogos, o o Lajeadense, atual 1º lugar do time caxiense enfrenta o líder ingrupo. Com 20 pontos, a vitória victo da competição e tenta reverdeixaria o time grená empatado ter o retrospecto da primeira fase. com a equipe de Lajeado. No sal- A única derrota ocorreu contra o do de gols, porém, o Caxias leva- time de Lajeado, pela segunda roria a melhor. Para o jogo, o time dada da competição. Para tomar grená não contará com a equipe a liderança, a equipe caxiense completa – Têti e Rodrigo Dias precisa vencer a partida por pelo estão no departamento médico. menos sete pontos de diferença. Estádio Florestal “A princípio a ideia é apenas gaR$ 5 (arquibancada inferior) e R$ nhar, pelo aspecto moral”, projeta 10 (arquibancada superior) | Laje- o treinador. E a missão não é imado possível. No primeiro confronto, o time de Caxias chegou a estar a sete pontos à frente no último quarto, mas deixou a vitória esBASQUETE capar. l Arena de Basquete | Sába- Clube Juvenil
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R$ 5 (na hora) e R$ 3 (antecipado) res colocadas avançam para a fase | Marquês do Herval, 197, Madu- eliminatória. reira Recreio da Juventude Entrada gratuita | Atílio Andreazza, 3.525, Sagrada Família
FUTEBOL DE MESA
l Jogos Abertos de Futebol de Mesa | Sábado e domingo, das 9h às 17h O futebol voltará a ser jogado sobre mesas neste final de semana. A competição municipal reúne 16 treinadores que serão divididos em quatro grupos. Conforme o regulamento, as duas equipes (jogadores) de cada chave que somarem maior pontuação avançam para uma nova fase de grupos. No domingo, os melhores disputam as finais. Dos 16 inscritos, nove fazem parte da AFM Caxias, cinco da AABB e dois vêm de Porto Alegre. Ginásio Vasco da Gama Entrada gratuita | José Soares Oliveira, 2.557, Pio X
VÔLEI l Circuito de Vôlei da Serra Gaúcha | Domingo, das 8h30 às 18h As meninas da categoria infantil das equipes do Colégio Imigrante, Recreio da Juventude e CEEF são as esperanças caxienses de medalhas na competição. Divididos em dois grupos, os três times disputam o circuito ao lado de equipes de São Marcos, Gramado, Nova Petrópolis e Antônio Prado. As oito equipes serão divididas em dois grupos e as melho-
l Campeonato Aberto de Voleibol | Domingo, 8h30 às 17h15 | Mais 12 partidas darão seguimento à competição no naipe feminino. Os jogos serão disputados paralelamente nas quadras do Enxutão e da sede campestre da Marcopolo. Fora as equipes caxienses, participam do campeonato os times AMSM, de São Marcos, e Marista Imaculada, de Canela e Associação Atlética Veranópolis. Enxutão e Marcopolo Entrada gratuita | Enxutão: Luiz Covolan, 421, Santa Catarina; Marcopolo: Rota do Sol, Km 73, em frente à Eurotelhas
NÁUTICOS l Miniolimpíada Náutica | Sábado, às 9h O projeto Caxias Navegar atende 450 crianças no município. Para mostrar um pouco do que aprenderam durante as aulas, as crianças competem na Miniolimpíada Náutica. Nesta idade, porém, o resultado mais importante já está garantido: diversão. Isso se a competição finalmente ocorrer – há duas semanas o evento é cancelado por causa da chuva. Complexo Dal Bó Entrada gratuita | Represa São Miguel, Fátima
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Dupla por JOSÉ EDUARDO COUTELLE | jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
Ascensão da base
Bem menos experientes que Umberto, parte dos atletas formados nas categorias de base passaram a treinar junto com o grupo profissional grená. Para valorizar os jogadores da casa e oferecer oportunidade de promoção, o diretor de futebol Marcus Vinicius Caberlon anunciou que 10 jovens atletas farão parte do time principal para a campanha de 2012. Alguns atletas já trabalharam durante esta temporada no profissional, mas agora ficarão à disposição do técnico Ricardo Cobalchini em tempo integral. O trabalho empregado nas categorias de base recentemente renderam frutos ao clube grená, colocando a instituição como uma das grandes equipes do país na formação de atletas. Entre os promovidos estão o goleiro Anderson Ecker; os laterais Guilherme Lages e Robson Almeida; o zagueiro Renan Bibiano; o volante Vinicius Pietro; os meias Douglas Silveira e Agustín Gutierrez; o meia-atacante Wangler Silva; e os atacantes Elivelton Dias e Giordano Píffero.
RODADA FINAL
NA COPINHA Para garantir a primeira colocação e trazer o troféu de líder da Região Serrana, o Caxias precisa de apenas uma vitória simples sobre o Lajeadense neste sábado (15), às 15h30. Com 20 pontos, a equipe grená ocupa a segunda colocação, somando seis vitórias, dois empates e três derrotas. Já o time de Lajeado contará com o apoio da sua torcida, que promete lotar o Estádio Florestal. Três pontos à frente do Caxias, o Lajeadense é líder isolado do grupo. Para buscar a vitória por qualquer placar, o técnico Ricardo Cobalchini deverá escalar a seguinte equipe: André Sangalli; Piva, Jean, Souza e Fabinho; Paraná, Marcio Hahn, Ramos e Wangler; Pantico e Pedro Henrique.
tabela. O Passo Fundo ocupa a terceira colocação do grupo, com 18 pontos, apenas dois a mais que os papos. Com uma vitória no Estádio Alfredo Jaconi, o Ju iria a 19 pontos e conquistaria a posição do adversário. A campanha alviverde na Copa Laci Ughini soma quatro vitórias, quatro empates e três derrotas, com um dos piores ataques da competição. Nos 11 jogos disputados, foram marcados apenas nove gols, média superior apenas à do último colocado da chave, o Esportivo, que balançou as redes adversárias por sete vezes. Para reverter esse quadro, a equipe treinada por Picoli deve entrar em campo com: Jonatas; Luis Felipe, Rafael Pereira, Bruno Salvador e Everton; Ricardo Filho, Jardel, Tássio (ou Moisés) e O Juventude também en- Martínez (ou Paulo José); Eraldo frenta um adversário direto da e Zulu.
Torneios na praia
As categorias de base grenás confirmaram presença nas competições Santa Catarina Cup e Punta Cup. Em dezembro a categoria juvenil disputará a SC Cup Sub-16, assim como fez em 2010, com sedes nas cidades de Garopaba e Imbituba. Ao todo, serão 32 equipes divididas em oito chaves de quatro clubes. As duas primeiras colocadas se classificam para as oitavasde-final em jogos eliminatórios. Em de março do ano que vem ocorre a Punta Cup Sub-18, tradicional torneio disputado em Punta Del Este, no Uruguai. Será o terceiro ano consecutivo de participação grená na competição, conhecida como “a Libertadores da categoria”. Ao todo serão 20 times divididos em quatro chaves, com os dois primeiros garantindo classificação para as quartas-de-final. As partidas serão disputadas em Punta Del Este, Maldonado, Aiguá e Pan de Azúcar. A melhor participação grená no torneio foi na edição deste ano, com a terceira colocação.
Volta do Chá
Conhecido como Chá, o preparador físico Fabiano Vieira foi anunciado segunda-feira (10) pela direção grená para retomar função que exerceu entre 2009 e 2010, quando fez boas campanhas na Série C e no Gauchão, respectivamente. Neste ano, com a vinda de Lisca e sua comissão técnica, Vieira perdeu espaço na equipe e transferiu-se para Erechim, onde disputou o Estadual pelo Ypiranga, ao lado do técnico Agenor Piccinin.
Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense
Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense
Na terça-feira (11) a direção grená apresentou o primeiro reforço da equipe para a próxima temporada. O volante Umberto, até poucos dias capitão no Jaconi, reforça a equipe para o Campeonato Gaúcho. O jogador de 32 anos já defendeu Paulista, Guarani, Atlético Sorocaba/SP e Ituiutaba, além do rival alviverde. Com contrato até o fim do Gauchão, Umberto se reapresentará no início da pré-temporada. “Com o maior prazer chego aqui, fui muito bem recebido. A expectativa é a melhor possível para cumprir com o projeto a ser feito em 2012 e chego esperando ser muito feliz aqui”, declarou o volante.
Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense
Reforço do rival
Desfalques O meia Têti, com lesão no músculo adutor da perna direita, e o volante Rodrigo Dias, com dores no joelho esquerdo, estão no departamento médico grená e seguem o tratamento de recuperação. Desfalcam o time de Ricardo Cobalchini contra o Lajeadense.
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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Maurício Concatto/O Caxiense
Homenagens
Pela primeira vez em sua história a Festa da Uva merecerá uma sessão solene na Câmara dos Deputados, em Brasília. A iniciativa, quem diria, foi do deputado Assis Melo (PC do B). Só falta acertar a data para a homenagem. A mais provável é 7 de fevereiro do ano que vem. E, no próximo dia 25, os 80 anos do evento caxiense serão lembrados no Grande Expediente da Assembleia Legislativa, proposta de Maria Helena Sartori (PMDB).
Direitos humanos
Diante da morte em combate do inspetor Luiz Antonio Matos, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores quebrou um paradigma. Sensibilizada com a perda do amigo, a presidente Denise Pessôa (PT) comprovou estar muito acima da ideia ultrapassada de que a comissão defende bandidos. Na próxima sexta-feira (21), realizará audiência pública com a presença do secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, para discutir a situação carcerária e condições de segurança na cidade. No dia 7, será a vez de debater as (más) condições de trabalho dos profissionais da polícia.
Adiló na cabeça
O ex-prefeito Mansueto Serafini Filho esclarece que a chapa de sonhos que ele defende para a sucessão municipal traz Adiló Didomenico como candidato a prefeito – não a vice de Rigotto. Ou seja, o PTB na cabeça de chapa. Para Mansueto, uma candidatura do diretor-presidente da Codeca, com todas as suas qualidades de administrador competente, teria condições de evitar que o partido ficasse a reboque do PMDB ou do PDT.
Mais uma vez o deputado Gilberto Pepe Vargas (PT) pode seguir os passos do primo peemedebista Germano Rigotto. Pepe está sendo cotado para a assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados, função exercida por Rigotto no governo Fernando Henrique Cardoso.
Rota e ruas
Unidade relativa
Representantes dos 15 partidos que formam a base do governo José Ivo Sartori (PMDB) reuniram-se esta semana. O encontro serviu para reforçar o empenho do chefe de Gabinete Edson Néspolo em manter a unidade da coligação até a eleição de 2012. Um trabalho difícil, na medida em que muitos partidos já têm pré-candidatos colocados. Outra constatação óbvia dos presentes: o PMDB está abrindo caminho para a candidatura do pedetista Alceu Barbosa Velho. Só falta acertar o vice.
Líder de governo
TRANSPORTE SELETIVO,
DIFERENCIADO E MAIS CARO Novas regras para o serviço de táxis-lotação deverão significar a consolidação de um transporte seletivo na cidade. Emendas aprovadas quinta-feira (11) na Câmara apontam para isso. Os táxis-lotação deixarão de concorrer com os ônibus do transporte coletivo e passarão a apresentar um serviço diferenciado – apto a fazer com que o caxiense deixe o carro em casa.
As emendas aprovadas na Câmara preveem que a tarifa do táxi-lotação será de 40% a 50% maior que o valor da passagem do transporte coletivo. A ideia é de passar também no preço a cultura de um serviço diferenciado. Esse custo seria justificado pelas vantagens do serviço – de ar-condicionado a poltronas mais confortáveis. Porto Alegre adotou essa prática com bons resultados.
Nenhum dos dois
A Secretaria de Aviação Civil deu o aval para a realização de estudos de viabilidade técnica e econômica para a construção de um novo aeroporto no Estado, entre os municípios de Portão e Nova Santa Rita. Conforme anunciado anteriormente, o novo aeroporto seria
uma alternativa para a expansão do transporte aéreo no Rio Grande do Sul. A cada anúncio desses, fica mais distante o início da construção do aeroporto em Vila Oliva. Se o Estado não tem dinheiro para uma obra dessa envergadura, o que dirá para duas.
Pouco, não?
Horário de verão, que entra em vigor à meia-noite deste sábado (15), vai significar economia de 0,2% no consumo de energia elétrica na re-
gião de abrangência da RGE. Isso significa dois dias ininterruptos de abastecimento de energia numa cidade do porte de Caxias do Sul.
Eu vim para assustá-los ainda mais Sílvia Regina Becker Pinto, promotora criminal de Caxias, ao abrir sua palestra ao empresariado da CIC na segunda-feira (10), com críticas ao Estado e ao Judiciário pela falta de segurança pública
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Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, presidida por Elói Frizzo, não pretende resumir seu trabalho de vistorias à Rota do Sol. Depois de cobrar da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística a agilização do prometido recapeamento da rodovia, em especial do trecho entre Caxias e Lageado Grande, os vereadores da comissão deverão vistoriar também ruas de Caxias do Sul. Tão esburacadas quanto a Rota.
Movimento vivo
Daniel Dalsoto, em nome do Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública de Caxias do Sul, considera “equivocados e inverídicos” os termos da coluna a respeito da tentativa de buscar o impedimento do prefeito José Ivo Sartori por causa das indefinições diante da greve dos médicos da rede municipal de saúde: “A intenção do Movimento Vivo é que o senhor prefeito, enquanto gestor da saúde pública, cumpra com sua obrigação constitucional e humanitária, garantindo o atendimento 100% de qualidade na saúde pública para as pessoas que dependem exclusivamente do atendimento do SUS”.
Direitos sociais
Ao garantir que o movimento não atua por brincadeira e não está disputando espaço político, mas defende os direitos sociais garantidos na Constituição, Dalsoto esclarece que o grupo “é um movimento social, público, irrestrito a qualquer cidadão ou cidadã que dele queira fazer parte, não existindo a figura de presidente, diretores ou qualquer cargo”. “Hoje fazem parte do Movimento Vivo estudantes, consultores, metalúrgicos, aposentados, donas de casa, servidores públicos, profissionais liberais, entre outras categorias”, afirma no e-mail enviado ao colunista.
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