Edição 99

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Outubro | 2011

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99 Ano ii

A herança de Orfei, o domador que transformou a história do circo

RAÍZES

DEIXADAS PARA TRÁS

Renato

Henrichs Depois de Juá e Cazuza, Lageado Grande também quer se anexar a Caxias

Cerca de 60% das propriedades rurais de Caxias estão nas mãos apenas de casais a caminho da aposentadoria. Diante desse cenário, um grupo de jovens se mobiliza para tentar conter o êxodo no campo

Em que creem os poetas ateus

Roberto

Hunoff Uma semana para debater a vocação empreendedora

Maurício Concatto/O Caxiense

Promotora teme o dia em que dirá “Sua Excelência, o réu”

R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

Quem faz as capas do jornal é um artista! Tão bonitas que parecem uma pintura. Parabéns!

Roberto Hunoff | 4 Empresa caxiense aproveita nova legislação e inova nos ônibus

Cristiano Pontes Dias Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista | 5 Promora Sílvia Regina Becker Pinto explica sua “postura de vanguarda” Boa Gente + Top 5 | 7 As melhores fotos do Clube do Fotógrafo e as melhores capas do jornal O Caxiense Êxodo rural | 8 O futuro da colônia preocupa os casais que restaram nela

@jornalisi @ocaxiense dá oportunidade merecida aos caxienses para ter acesso à voz franca do @deputadopepe. Parabéns! :) #recomendo #ocaxienseentrevista

Circo | 14 A magia do visionário Orlando Orfei passa por Caxias

@rafalumi Pra que chapéu? Vai usar como? Da série #coisasqueeunãoentendo #trajesoficiais

Adan Marini/O Caxiense

Literatura | 11 As virtudes e os pecados dos poetas que não acreditam em Deus

@gutteressimone Nunca gostei dos vestidos das representantes da festa. Por que sempre eles têm que lembrar trajes coloniais??? #trajesoficiais

Guia de Cultura | 16 Nando Reis homenageia o brega, Borghetti toca o clássico e Rosanah canta como uma deusa na Parada Livre Artes | 19 A beleza de uma Cuba marginal e a poesia de quem não tem pátria

@urizentech Adoramos a capa da edição 98 do jornal @ocaxiense – ela faz uma analogia ao game Pac-Man #edição98

HQCX | 20 Tragédia imigrante na BR-116

@vereadorbeltrao Parabéns ao veículo @ocaxiense pelo trabalho ético e principalmente imparcial. Retrata a realidade da cidade sem proselitismo e sem veto.

Dupla CA-JU | 21 O retrospecto de Caxias e Juventude para tentar chegar às quartas de final Guia de Esportes | 22 Jogos no Jaconi e no Centenário e rali saindo do Martcenter

Prefeitura inaugura primeira ciclovia em via pública | Infelizmente, numa rua lá nos cafundós. Vai virar recreação e não vai beneficiar em nada o trânsito onde ele é realmente um problema. Prefeitura de Caxias do Sul: Tomando decisões relevantes, só que ao contrário. Rafael Rodrigues

Renato Henrichs | 23 São Francisco de Paula está se despedaçando: agora, Lageado Grande se movimenta para ser anexado a Caxias

Expediente

@danieldalsoto A capa da edição 98 do jornal @ocaxiense é muito criativa. Parabéns, já são 98 edições sempre com capas inéditas. #edição98

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Passei por lá, tá muito bonito, que seja a primeira de muitas. Carlos R. Vargas

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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22 a 28 de outubro de 2011

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

SEGUNDA | 17.out Nariz de palhaço contra a greve dos médicos

Não se faz mais protesto sem nariz de palhaço. E lá estava ele na manifestação contra “o descaso na saúde pública no município de Caxias do Sul”. Dezenas de manifestantes se reuniram em frente à prefeitura e gritaram palavras de ordem contra a gestão municipal de saúde e a greve dos médicos, que se aproxima do sétimo mês. No dia seguinte, os manifestantes ganharam um novo motivo para ampliar a indignação. Os médicos recusaram a proposta da prefeitura que beneficiaria apenas os novos contratados. Clínicosgerais, por exemplo, ganhariam R$ 2.125 por 12 horas semanais.

TERÇA | 18.out Soberanas da Festa da Uva apresentam figurino

O mistério de um mês e meio se desfez. A Festa da Uva apresentou os trajes oficiais da rainha Roberta Toscan e das princesas Aline Casagrande e Kelin Zanette. As peças fazem referências a temas da edição de 2012, como a primeira transmissão em cores da TV brasileira.

QUARTA | 19.out DCE tenta criar a Primavera Universitária

Soberanas exibiram os trajes com os quais farão a divulgação da Festa da Uva

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Antes mesmo de a Universidade de Caxias do Sul confirmar a proposta de reajuste das mensalidades, o Diretório Central dos Estudantes começou a mobilização. Como os árabes, que apostaram nas redes sociais para derrubar ditadores, os líderes iniciaram campanha na internet para evitar o aumento, numa espécie de Pri-

mavera Universitária. Também montaram acampamento no campus principal. Na sexta-feira (21), a UCS confirmou a proposta de 9,8% de reajuste, que será discutida nesta segunda-feira (24).

QUINTA | 20.out Chame a Samu, receba a Guarda Municipal

Não estranhe se, ao chamar o Samu, a Guarda Municipal aparecer primeiro. A Secretaria de Segurança Pública determina que os agentes é que devem se deslocar primeiro à via pública onde houver um paciente caído. O atendimento médico só chegará mais tarde, caso eles verifiquem necessidade. Mas por que a Guarda Municipal? Segundo a secretaria, a escolha se deu porque é dela a função de resguardar os serviços municipais – entre eles, o Samu.

SEXTA | 21.out Lista revela as diferenças salariais na prefeitura

Relação divulgada com exclusividade pelo site do jornal na sextafeira revelou dados interessantes sobre os salários do funcionalismo municipal. Um exemplo são os médicos, que fazem greve por melhor remuneração. Pelo menos 10 deles recebem entre R$ 8 mil e R$ 9,4 mil por 20 horas semanais. A variação entre rendimentos para a mesma função, que chega a superar 30 vezes, também chama a atenção. Professores recebem entre R$ 396 e R$ 13 milComo O Caxiense havia antecipado na terça (18), um dos 20 procuradores recebe o maior salário da prefeitura: R$ 18,4 mil. É o único com rendimento maior do que o prefeito Sartori (R$ 18,1 mil).

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

O Grupo Tecnovidro, de Farroupilha, recebe até sexta-feira (28) inscrições para a quarta turma do Projeto Pescar, oferecido pela empresa desde 2009, tendo já formado 22 profissionais. Os interessados devem ter de 16 a 19 anos e, preferencialmente, estar cursando a 7ª série do Ensino Fundamental. A renda familiar per capita deve ser inferior a meio salário mínimo. O curso de iniciação profissional em beneficiamento de vidros tem 800 horas aula, com início programado para fevereiro de 2012.

Produto local

Marcopolo e Neobus expuseram na VII Exposição Internacional de Produtos e Serviços de Transporte e Trânsito, um dos maiores eventos destinados à mobilidade urbana do Brasil, seus modelos para o transporte coletivo de médias e grandes cidades. A Marcopolo desenvolveu o Viale BRT, versão articulada com até 21 metros de comprimento e capacidade para transportar 145 passageiros. O veículo tem exclusivos conjuntos óticos dianteiro e traseiro em LEDs e é o primeiro ônibus urbano no mercado brasileiro a contar com dispositivo de acendimento automático dos faróis mesmo durante o dia. Já a Neobus expôs o modelo Mega BRT articulado de 18,60 metros direcionado para circular na Transoeste, corredor expresso de ligará a Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Inovação para

mobilidade A partir de 2014 toda a frota nacional de ônibus terá de ser equipada com elevadores para garantir a acessibilidade e aos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, como gestantes, idosos e obesos, além dos cadeirantes. A obrigatoriedade está prevista em decreto federal de 2004. Para atender a este mercado, a caxiense Tercek Usinagem de Precisão desenvolveu um elevador elétrico automático,

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que pode ser ajustado a qualquer ônibus nacional. De acordo com o diretor Aurélio Dal Zotto Boff, o elevador tem baixo custo de manutenção e seu processo de movimentação reduz o tempo de parada atual para o embarque e desembarque. Foi desenvolvido com apoio do Finep, organismo federal que financia projetos inovadores. Ao custo de R$ 6 mil, o equipamento começa a ser vendido no Rio de Janeiro.

Ecoturismo

Para consolidar o foco no desenvolvimento da ecoaventura, aproveitando seu conjunto arquitetônico, com imóveis centenários, e belezas naturais, o distrito de Criúva desenvolve intensa programação até domingo (23). A iniciativa da Associação PróDesenvolvimento de Criúva contempla a 1ª Festa Nacional de Aventura, Ecoturismo e Sustentabilidade, que é uma mostra de produtos e serviços e práticas de turismo de aventura; a sétima edição do evento gastronômico Sabores de Criúva na noite deste sábado (22); e a primeira Stress Escape Running, caminhada ou corrida, dependendo do participante, realizada em estrada de chão batido, no domingo.

Empreendedorismo

Durante toda a próxima semana a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego realiza atividades voltadas à promoção do empreendedorismo. Uma das principais atrações será a palestra do consultor Max Gehringer na terça-feira (25), a partir das 20h, no UCS Teatro. Os ingressos – dados em troca de um livro em bom estado –, no entanto, já estão esgotados. Outro evento importante será o encontro dos cinco Arranjos Produtivos Locais da Serra Gaúcha na terça-feira (25), das 8h às 12h, na CIC Caxias. Representantes do Trino Polo, Polo de Moda da Serra Gaúcha, Moveleiro da Serra Gaúcha, Vitivinicultura e Metalúrgico Automotivo da Serra Gaúcha debaterão temas de comum interesse. A Semana Municipal do Empreendedorismo se desenvolve até o dia 28, com mais de 40 atividades, envolvendo parcerias com 50 entidades.

Curtas

Comemoração

Única montadora de capital 100% nacional, a Agrale completou 49 anos de existência em 14 de outubro. Neste período já produziu 370 mil motores a diesel, 76 mil tratores e 85 mil caminhões e chassis. A data foi marcada com

Preparando 2012

Com o tema Planejar e Fazer Juntos, a Voges Motores realiza até terça-feira (25), no Intercity, a sua 5ª Convenção de Vendas. Estarão reunidos os 80 representantes e 20 distribuidores de motores elétricos e inversores de frequência dos 26 estados do Brasil e da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia,

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homenagem a 74 profissionais que completaram 10 e 25 anos de empresa. Atualmente a empresa tem quatro parques industriais, três deles em Caxias do Sul, e um em Mercedes, na Província de Buenos Aires, na Argentina.

Costa Rica, El Salvador, Bolívia e República Dominicana. O objetivo é planejar o mercado interno e externo com as ações de venda para o ano de 2012. Na convenção será oficialmente apresentada a linha de chaves de partida, que teve prélançamento na Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, em Porto Alegre.

A Unicred Nordeste - RS comemorou 19 anos com jantar e baile nesta sexta-feira (21), no Clube Juvenil. A instituição financeira cooperativa tem cerca de 3 mil associados e administra R$ 107 milhões de ativos. A unidade de Caxias do Sul da Ftec Faculdades promoverá palestras sequenciais voltadas à Gestão da Qualidade. Na terça-feira (25), a partir das 18h50, ocorrerá a palestra Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001) e de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHAS 18001).

Eunice T. Pinto, Div./O Caxiense/O Caxiense

Qualificação

O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho realiza reuniãojantar na segunda-feira (24), no Restaurante Tulipa, nos Pavilhões da Festa da Uva. Na pauta palestra sobre Como aumentar suas vendas através da exportação continuada, com apresentação de Aleksander Richard de Assis e Gilberto Agrello, integrantes do Programa Export Plastic. O superintendente regional do Banco do Brasil, Robélio Arnoldo Furst, irá explanar sobre financiamentos para o setor plástico. Na terça-feira (25) ocorrerá o lançamento do livro Empreendedorismo – Decolando para o Futuro, elaborado por Glauco Cavalcanti e Márcia Tolotti. O evento será às 9h na sede da CEEM/FGV. Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável de Caxias do Sul será o tema da reunião-almoço da CIC de segunda-feira (24). A apresentação caberá ao secretário do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Guilherme Sebben. Instituto DeVita – Oncologia e Hematologia promove palestra com os especialistas em câncer Antonio Carlos Buzaid e Carlos Bairros. A apresentação, na quartafeira (26), a partir das 18h, na CIC de Caxias do Sul, será sobre o tema Câncer tem Cura. Até quinta-feira (27), o Senac recebe inscrições para cursos gratuitos oferecidos pelo Governo Federal por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Voltado a estudantes do 2º e 3º anos do Ensino Médio de escolas estaduais, o programa oferecerá em Caxias do Sul cursos de gestão, informática, comércio, gastronomia e beleza.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista

“Estamos vivendo uma inversão de valores. Uma ‘geração miojo’, onde tudo se faz imediatamente, online”, reflete Sílvia Regina Becker Pinto

“TENHO UMA POSTURA

DE VANGUARDA”

Promotora que apontou problemas na nova legislação penal teme que vá “chegar a hora em que terei que dizer ‘Sua Excelência, o réu’”

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

s aplausos em pé durante a reunião-almoço da CIC no dia 10 foram seguidos de reações ainda mais fervorosas na sessão de comentários do site de O Caxiense. Em meio aos elogios, houve quem discordou da coordenadora da Promotoria Criminal Pública de Caxias do Sul, Sílvia Regina Becker Pinto. Uma dessas pessoas foi a titular da 6ª Vara Cível, juíza Luciana Rizzon, que classificou a promotora como uma “voz irresponsável” comentando no site do jornal. Ao conceder a entrevista abaixo, Sílvia chegou a solicitar a leitura do texto antes de sua publicação. O Caxiense concordou apenas em repassar a ela, por e-mail, a gravação da conversa. A senhora critica a Lei 12.403. Qual a falha da nova legislação? É que ela institui uma série de medidas cautelares paliativas à prisão, que acaba sendo feita somente em última instância, mas não traz elementos de como serão fiscalizadas essas medidas. Que medidas a lei sugere ao invés da prisão preventiva?

O monitoramento com tornozeleiras, por exemplo. Nem no regime semiaberto temos condições de fiscalizar de forma eficaz. Como é que as medidas de não se aproximar de alguém ou não sair de casa em determinado horário vão dar certo? O que, sem fiscalização, costuma dar certo no país? Sem contar que ela (a lei) deixa muitas questões a debater. Por exemplo, a prisão preventiva substitutiva do não cumprimento das medidas. É automática, não é? Daqui um pouquinho fica resumido a ir no cartório, não passa nem na frente do juiz, para assinar uma folhinha. A vida humana está muito banalizada. Temos uma série de garantias, e eu não estou propondo redução delas no devido processo penal, mas uma leitura mais integrada da sociedade. Ela está farta de pagar a conta. Não fiz nenhuma crítica ao Judiciário, como foi noticiado na imprensa. O que eu disse é que eu temia que as pessoas fossem bater nas portas do Poder Judiciário e que esse fosse pagar a conta – porque são os juízes que prendem e soltam –, quando o grande responsável é o Executivo, que não dando vazão aos investimentos de forma adequada em saúde, educação e segurança pública busca atenuar a superlotação carcerária através

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da nova legislação. E quem paga Pelo que a senhora está falando, o conta? A sociedade. É a vontade uma reforma na legislação penal dos que estão no poder travestida não seria suficiente. de uma vontade democrática. É que nos ocupamos durante muitos anos, principalmente Essa lei foi criada há mais de 10 no pós-guerra e no pós-ditadura, anos. Por que aprová-la agora, e com o direito dos acusados em genesses moldes? ral. E a população está totalmente Ela sofreu uma desprotegida. série de emendas, e também não foi “Esse discurso Como cidadã, a sedrive-thru. Teve um de que juiz tem nhora se sente despropósito e embasa- que cumprir a protegida? mento em um estu- lei posta é servia Eu me sinto. Esdo – sobre a crimitamos vivendo uma nalidade de 15 anos à Revolução inversão de valores. atrás. Compare a Francesa. Não Uma “geração mioserve ao Estado população carcerájo”, onde tudo se faz ria e as organizações democrático imediatamente, oncriminosas, princi- de direito” line. Onde as orgapalmente no narnizações criminosas cotráfico, dos dois giram dinheiro laperíodos. Defendo que a Consti- vado por vários países em 24h. E tuição Federal tem como destina- no Judiciário se fala em diligência. tários não só os réus, mas toda a Remonta à ideia do século XIX, sociedade. Está na hora de parar com uma carruagem. Hoje, saímos de entronizar o princípio de não de casa para comer comida caseira culpabilidade e passar a verificar em restaurante, tamanha é a inverque a Constituição é um conjun- são de valores que vivemos. Existe to. Vai chegar a hora em que terei uma certa parcela de culpa da soque dizer “Sua Excelência, o réu”, ciedade no controle social disso, quando nós também temos direi- porque temos uma política clientos fundamentais. É hora de equi- telista e assistencialista que não se librar de novo a balança porque eu preocupa muito em desenvolver não sei, no andar da carruagem, aspectos críticos. onde isso vai parar. 22 a 28 de outubro de 2011

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A senhora falou que a integração entre Ministério Público, Polícia Civil e Judiciário é arcaica. Como ela poderia melhorar? Eu acho que aqui em Caxias a relação com a Polícia Civil e com a Brigada Militar é boa. Com relação aos juízes criminais que adotam essa postura de que o processo penal é um processo de partes, não vou entrar em nomes, eles não vão investir nisso. Eles compreendem que quebram a sua imparcialidade, deixam a cargo da acusação a produção de provas e tudo mais. E eu respeito isso. Em outros casos, juízes têm uma posição de que eles têm uma responsabilidade na condução desse processo na busca de uma verdade real – uma postura mais ativista dentro do processo. E esses juízes poderiam buscar alternativas. É possível dois controles de constitucionalidade. No Brasil, temos um controle misto. Pode ser feito da lei em abstrato, que é feito perante a corte constitucional no STF pelas pessoas previstas. E também há o controle difuso que se dá em cada caso concreto, com suas particularidades. Em cada recanto desse Brasil continental, cada juiz é juiz constitucional e pode declarar naquele caso inconstitucional esse ou aquele dispositivo. E é aí que eu acho que um papel ativista do Judiciário deve existir. Esse discurso de que juiz tem que cum-

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prir a lei posta é um recurso que servia à Revolução Francesa. Não é um discurso que sirva ao Estado democrático de direito que quer partir para o Estado de Justiça. Foi isso que a juíza Luciana Rizzon, titular da 6ª Vara Cível de Caxias do Sul, disse: que juízes devem aplicar a lei. Esse juiz que é a boca da lei servia muito bem à revolução liberal, mas não serve ao Estado de direito do terceiro milênio. Hoje, bem pelo contrário – e é por isso que eu sigo confiando no Judiciário –, é dever do Judiciário deixar de aplicar a lei substancialmente injusta. Ou seja, quando o conteúdo da lei é materialmente inconstitucional. Senão ela só tem forma de lei, e o conteúdo dela não é de lei. É o que faz cada juiz quando manda fornecer remédio, tratamento e internação apesar de não haver, por exemplo, previsão orçamentária ou licitação. Afasta da legalidade porque tem um direito prioritário naquele caso concreto, que é o direito a vida, à subsistência e à integridade física. Eu nem sabia, quando eu li aquilo ali (comentário no site do jornal), que era a juíza, porque ela não se identificou como juíza. Mas a postura dela, para mim, é retrógrada. Eu tenho uma postura de vanguarda, de ativismo judicial. Senão, coloco o

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que quiser na lei e tem que aplicar. uma audiência para ouvir todo Hitler fez isso, mas nós do terceiro mundo, testemunhas da acusação milênio não podemos aplicar. e da defesa. Essa lei a juíza da 1° Vara Criminal não aplica. Não Quais seriam os resultados se a obstante a lei mande fazer isso, a mudança no papel juíza faz uma leitura do inquérito polique eu respeito. Eu cial fosse aprovada “Não raro um me insurgi até onde nos moldes em que processo demora eu pude, entrei com tramita no Legisla- 10 anos para correções até aonde tivo hoje? eu pude, e fui venciser julgado em No meu âmbito da. Não adianta gasde atuação, o juri júri. E se a tar pólvora aí. Ela detestemunha ocular ficará inviabilizado. signa uma audiência. Vai se desvincular morreu? É muito Enquanto ela não o inquérito policial, bom para quem ouvir todo mundo que vai subsidiar a é acusado” da acusação, ela não denúncia, mas dedesigna uma para pois não vou poder ouvir a defesa. E nós fazer referência no processo. Não temos um prazo para cumprir o raro um processo demora 10 anos processo penal. Só aí se levou muipara ser julgado em júri. Aqui em to mais que o prazo que a lei diz Caxias isso é bem normal – com que deve levar essa primeira fase réu preso, anda mais rápido. Volta do processo do júri (90 dias). Essa na tua consciência 10 anos atrás e é uma interpretação que ela dá à lei eu vou te perguntar o que aconte- e não aplica o Artigo 411, faz jusceu no dia tal de 2001. Tudo vai ser tamente o contrário do que aquela uma noção nebulosa, que tem que pessoa fez, que diz que a minha ser referendada por algo quando voz é irresponsável. Ou seja, mais a tua ideia era fresca em torno do uma interpretação pró-réu. Até aí assunto. E se a testemunha ocular tudo bem, desde que essa postunesses 10 anos morreu? É muito ra não vá ser depois causa de exbom para quem é acusado. cedente do prazo de formação da culpa para ser fundamento para Como o Judiciário poderia ser conceder liberdade provisória. Lá mais eficaz? eu não aplico a lei, e aqui eu digo Uma mudança estrutural. Por que excedeu o prazo e que vou solexemplo, a legislação nova criou tar.

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por Marcelo Aramis Maurício Comcatto/O Caxiense

Adriano

Soldatelli “Corretor de imóveis é a minha profissão. Fotografia é a paixão”, diz Adriano Soldatelli, o presidente do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul, que dedica boa parte dos seus esforços ao hobby. Semanalmente, uma média de 35 membros do clube se reúnem para trocar experiências técnicas, conceituais e compartilhar seus portfólios. A maioria dos 75 integrantes do clube também não trabalham com fotografia, mas buscam nos encontros a qualidade dos profissionais e o intercâmbio de ideias. "O engenheiro vê a foto de uma maneira diferente da psicóloga. Às vezes, alguém dá uma interpretação para a tua foto diferente daquilo que tu imaginavas. Ainda assim, uma boa interpretação para aquela imagem", explica Adriano. Com 31 anos de história, o clube realiza no San Pelegrino uma exposição para apresentar seus integrantes. “Uma boa foto é aquela que não precisa ser explicada”, diz o presidente. Na exposição, porém, as 44 imagens ganham legendas dos seus autores. Legendas merecidas. Eles falam dos bastidores e do valor das fotos mais importantes dos seus portfólios. A obra que Adriano escolheu foi feita em expedição fotográfica em 2006, ano em que ele ingressou no clube. “A foto foi aceita na Bienal Cor de Fotografia, em Salvador. Foi um bom começo”. A cena mostra linhas formadas pelas diferentes fases de uma plantação de trigo, da germinação à colheita. É também uma metáfora ao clube, que tem integrantes de 17 a 86 anos. Para Adriano, na arte da fotografia, sempre é tempo de semear. “Um fotógrafo que já colheu tudo está fora. Aqui até os grandes mestres têm o que aprender com os jovens”.

Capas | O Caxiense

Esta edição marca o fim de uma era em O Caxiense: capas de jornal com estilo de revista. A próxima, de número 100, marca o início de outra, ainda mais desafiadora (veja na página central). Não é demais dizer que cada uma das 99 capas até aqui foi uma aventura. A maior parte delas exigiu dias (e madrugadas) de produção, longas reuniões para discutir ideias e dezenas de fotografias descartadas até se chegar a uma versão final. Abaixo, o editor Felipe Boff elege suas capas preferidas – já pensando nas que virão.

A história que não se conta (edição 17) | Não,

A Festa da Uva está chegando (edição 11) | 1) Pe-

Lucro filantrópico (edição 34) |

Mato Sartori : beleza aprisionada (edição 12) | Às vezes, a natureza

Caxias não foi "descoberta" por italianos. Muito antes deles, era território dos índios (ainda que poucos). Para contar como essa história foi esquecida, praticamente soterrada pelo permanente resgate da imigração europeia, calamos uma menina kaingang com um rasgo. Um recurso para algo que está faltando – e que merece ter voz.

Um beijo contra o Preconceito (edição 75) | A

capa mais elogiada do jornal até hoje, com grande repercussão (até mesmo nacional), especialmente nas redes sociais. Na semana em que o STF reconheceu o direito dos homossexuais à união estável, O Caxiense teve a coragem de estampar um beijo gay na primeira página para registrar a histórica decisão e ilustrar uma reportagem que contou como vivem os casais do mesmo sexo em Caxias do Sul. Entre os principais jornais do país, apenas O Globo (no mesmo dia) e o Correio Braziliense (depois) fizeram algo semelhante na capa. Humildemente, gostamos mais da nossa.

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A receita de sucesso da Associação de Apoio às Pessoas com Câncer (Aapecan) demonstrada pela significativa sobra de caixa em seus balanços, levou-nos a fazer uma reportagem investigativa sobre esta notável exceção entre as entidades assistenciais. Tão notável que mereceu nossa capa. Depois, a concorrência (do jornal, não da Aapecan) correu atrás.

gue um trem; 2) Pegue um sinalizador de torcida; 3) Amarre o sinalizador na chaminé do trem; 4) Acenda-o com o trem em movimento; 5) Fotografe. Na bucólica Garibaldi, onde champanhes estouram por conta e idosos correm atrás de trens, O Caxiense fez a Maria Fumaça pintar o céu de de bordô para homenagear a nossa festa.

conspira a nosso favor. Conseguimos exatamente a imagem que planejávamos – e dentro do próprio Mato Sartori – para sintetizar a reportagem sobre o que impedia o parque ecológico de ser inaugurado. Uma borboleta que não consegue voar, presa a uma teia de aranha. No caso do parque, felizmente, ela escapou. 22 a 28 de outubro de 2011

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Problemas de sucessão

O CAMINHO DO

ABANDONO Com 60% das propriedades nas mãos de uma geração prestes a aposentar, o interior de Caxias sofre com o êxodo rural dos jovens

Maurício Concatto/O Caxiense

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Angelo pôs as terras à venda, mas vai manter a casa para receber os netos

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produtores da fruta. Angelo não culpa a genética que lhe deu duas filhas, nem acha ngelo, 67 anos, faz parte da quinta que teria sido diferente se tivesgeração dos Cambruzzi que mo- se herdeiros homens. Para ele, o ram na propriedade de 16 hecta- problema está no valor pago pela res nas colônias de Santa Justina. indústria vinífera aos produtores. Talvez também seja a última. Para Ele alega que os agricultores já que as filhas pudessem ir à escola, perderam R$ 600 milhões desde a família construiu uma casa no 2005 pelos preços praticados pela bairro Santa Catarina. Na década indústria. Nesse cenário, pretende 1980, Angelo acostumou-se a de trabalhar somente até 2013. A passar as semanas sozinho na co- disputa entre produtores e indúslônia. “Consegui formar uma filha trias, que a cada ano discute sobre médica”, orgulha-se, referindo-se as diferenças de centavos a serem a Claudete, 41 anos. A outra filha, pagos pelo quilo da uva, desgasta Marivete, 43 anos, mudou-se com Angelo. “As cantinas até pagavam o marido e os filhos para Sorocaba direito até 2005. Mas aí, para ti(SP) há dois anos. Na mesma épo- rar a febre dos políticos, começaca, Angelo terminava a construção ram a oferecer o mínimo. Como de uma nova e ampla não aconteceu nada, casa para acomodar continuaram abu“Em 40 anos, os netos que comesando de lá para çavam a demons- das cerca de cá”, desabafa o agritrar gosto pela co- 100 famílias que cultor. “Não vale a lônia. “Eles gostam tinha aqui, não pena insistir. O Conda brincadeira, mas gresso e o Senado não sabem o que é o sobraram 60. estão podres, pode trabalho”, constata o Daqui a 15 ou escrever aí, e ninavô, que hoje lamen- 20 anos não vai guém faz nada pelo ta o vazio da cons- ter ninguém”, pequeno produtor”, trução de dois pisos prevê Angelo brada, com um sorfeita com olhos para riso conformado o futuro. mesmo quando fala Após a última safra, em que ele dos mais tristes assuntos. “Nossa e a mulher, Severina, colheram as situação ficou ruim porque não teuvas de sete hectares de parreiras, mos quem nos defenda”, acrescenAngelo colocou parte das terras ta, afirmando que, se pretendesse à venda. As dificuldades de man- seguir na atividade, participaria de ter um empregado, com despesas manifestações por maiores preços fixas, também colaboram com o como as que eram organizadas pedesânimo. Ele pretende ficar ape- los sindicatos na década de 70. nas com a casa recém-feita, para o lazer dos netos e para que não Para o presidente do Sinditenha que se adaptar à vida na ci- cato Rural de Caxias do Sul (Sindade. Durante a semana, Angelo dirural), Valmir Susin, 71 anos, o ainda experimenta a solidão da problema da sucessão no campo época de escola das filhas, já que passa pela fuga dos jovens do inSeverina precisa ir a Caxias para terior. Conforme estimativa da fazer fisioterapia e ir ao médico. entidade patronal, 60% das proSe vê sozinho e perdido na casa priedades agrícolas do município amarela de dois andares. Angelo têm apenas o casal trabalhando. já havia experimentado o mesmo Com um perfil prioritariamente movimento de saída da colônia na de agricultura familiar, as plandécada de 1970, quando o último tações sofrem com a atração de de seus sete irmãos deixou o cam- empregos na cidade e a facilidade po. “Em 40 anos, das cerca de 100 de, no meio urbano, não ter profamílias que tinha aqui, não sobra- blemas com o granizo e outras inram 60. Daqui a 15 ou 20 anos não tempéries. Conforme Susin, há 40 vai ter mais ninguém”, contabiliza anos uma liderança do meio rural, o morador de Santa Justina, hoje o problema é recorrente na realidistante da urbanização. Ele teme dade do campo, mas agora se agraque desmanchem os parreirais, va pela diminuição das famílias. mas imagina que os possíveis com- “Antes eram sete, oito, nove filhos. pradores da colônia sejam grandes Então, mesmo que alguns fossem por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

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de plantar, podar e colher, normalmente sem folgas ou feriados. Enquanto Nelson se dedica às árvores frutíferas do quintal, Líbera pinta com tinta cor de rosa e boa dose de dedicação a recém construída cancha de bocha, um agrado aos filhos e genros que vêm visitá-los aos fins de semana. O casal de agricultores nunca deixou de preparar a casa e fazer de tudo para que os filhos sentissem apreço pelo interior. “Ninguém mais gosta da colônia. É muito difícil”, diz Líbera. “Difícil era uma vez que a única coisa que tinha para ajudar era mula e boi. Hoje que tem máquina é fácil”, discorda Nelson.

um dos auges do cultivo de uvas de mesa. Porém, já sob a administração de Deoclides, o pai deles, uma crise do modelo vigente fez com que a produção declinasse e a família cogitasse e possibilidade de sair do campo. Por dificuldades no manejo, temia-se que a uva de mesa desaparecesse da Serra Gaúcha. Frente ao desânimo dos pais com a atividade, Charles, o filho mais velho da família de apenas dois irmãos, não se conformava em ver a terra onde nasceu e cresceu prestes a ser deixada para trás. Enquanto isso, procurava se encontrar em outra profissão, mais urbana. Tentou odontologia, letras, uma emPara buscar um caminho presa metalúrgica e ser vendedor que mantenha os jovens no cam- de rua – nesta função, a última po, o sindicato rural organizou esperança de estar ao ar livre, uma um grupo de 10 prodas coisas que mais dutores com idades sentia falta da vida entre 18 e 37 anos “A colônia no campo. A preoque se reúnem pe- também precisa cupação com o meio riodicamente para de inovação”, ambiente e o estudo discutir maneiras lembra Charles, do inglês levaram para que o trabalho Charles a Minnesoque tenta agrícola seja atratita, nos Estados Univo para jovens como convencer mais dos, convidado para eles. Uma das lide- jovens como trabalhar em um ranças do grupo é ele a ficar centro de educação Charles Venturin, 37 no campo ambiental. “Só fez eu anos. Na propriedater mais certeza que de da família Veno meu lugar era aqui turin, a produção prioritária sem- e, se eu quisesse ficar, ia precisar pre foi a vinífera, uma tradição há fazer as coisas de um jeito diferenmais 50 anos. No tempo do nono, te”, conta. o avô de Charles e Maicol, houve Charles credita à técnica que deMaurício Concatto/O Caxiense

embora, sempre ia sobrar quem um assalto sofrido sete dias antes ficasse.” de começar a erguer a casa própria As pequenas propriedades aca- ao lado da moradia dos pais foi debam vendidas para se tornar chá- finitivo para sua saída. Os ladrões caras de lazer ou levaram o material ainda, conforme a de construção que localização, receber “Enquanto a ele havia comprado indústrias. O presi- gente pensar fazer a residência. dente do Sindirural que pássaro ou André passou a observa que as famí- árvore tem mais trabalhar na fábrica lias com uma prode peças plásticas de valor que o dução maior estão um tio. A adaptação se mudando para homem do campo, à rotina na indústria, áreas mais amplas e não vamos evitar admite ele, foi terrícom relevo que per- (o êxodo rural)”, vel. Passar o dia enmitem a mecaniza- diz Susin tre as quatro paredes ção dos processos, da empresa fechada, como os campos de com barulho e calor São Francisco de Paula e Camba- das injetoras, além de ter horários rá do Sul, o que possibilita cresci- rigorosos, representou um pesademento às plantações. lo de André. “Se não fosse o fim de A violência também é apontada semana na colônia, ao ar livre, não como um problema que afugenta digo que ficava louco, mas estava os produtores rurais. “Enquanto a por aí”, confessa, acrescentando gente pensar que um pássaro, uma que não deixou de cuidar das parvertente ou uma árvore tem mais reiras que mantém na propriedavalor que o homem do campo, não de. vamos conseguir evitar isso. Ah, se Os pais de André, Nelson, 67 tivéssemos a proteção da Brigada anos, e Líbera Piccoli, 57 anos, Militar como a fauna e a flora têm também têm uma filha, Danieda Patram (a polícia ambiental)”. la, 32 anos, que jamais cogitou a possibilidade de ficar na colônia. Foi a violência que levou Líbera defende a decisão da moça. André Piccoli, 37 anos, a se decidir Como na maioria dos lugares, a por deixar o campo em busca de mulher é quase fadada a ter jornaum emprego com carteira assina- da dupla de trabalho, dentro e fora da, 13º salário, fundo de garantia de casa. A diferença, porém, é que e aposentadoria, apesar de não além de cuidar de lavar, passar, cogostar de morar na cidade. André zinhar e criar os filhos, o trabalho cogitava continuar na colônia, mas na colônia inclui as árduas tarefas

Com cinco gerações dedicadas ao cultivo de uvas, os Cambruzzi não têm mais como seguir a tradição. Os pais ficaram sozinhos na propriedade

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Depois de tentar outras profissões e estudar no interior, Charles voltou para as parreiras e convenceu o pai, Deoclides, a modernizar o manejo senvolveu a salvação de um destino que não lhe agradava nem um pouco. “Se não fosse a cobertura (dos parreirais), eu já seria dentista”, constata. Inspirado na produção de moranguinhos, em 1996 Charles fez, por conta própria, a primeira cobertura para uvas de mesa de que tinha ouvido falar. Muita gente achou que seria loucura. O pai estranhou muito. Mas graças à personalidade tranquila de Deoclides e à insistência de Charles foi possível se tornar o que hoje é referência para a o cultivo de uvas de mesa na região. Além de proteger a fruta de pragas comuns às videiras, a invenção permitiu a redução do uso de agrotóxico. “Tinha produto que a gente aplicava duas vezes por semana. Hoje, precisa só de uma vez a cada 20 dias”, exemplifica. Demorou seis anos para chegar no padrão ideal de qualidade. “A colônia também precisa de inovação”, argumenta.

deve encarar a propriedade como um negócio e gerenciá-la como a empresa que é. “No campo se está sujeito a tudo, tu pode perder um ano inteiro em cinco minutos. Mas cortar o vínculo é complicado”, avalia. Para Charles, estar ao sabor do clima não pode servir de desculpa para não permanecer no campo. Afinal, qualquer ramo de atividade está exposto a crises e contratempos. Ele tem convicção de que a sua geração será a última a trabalhar na propriedade que há 50 anos pertence à família. “A cidade está vindo para cima da gente”, justifica, cercado por loteamentos que se instalam na área já aprovada no Plano Diretor como zona residencial – o que, pelo menos, barra a instalação de indústrias. Com a especulação imobiliária rondando a propriedade – que tem uma bem cuidada casa de dois andares e jardim impecável –, os Venturin sabem que, assim que forem forçaApesar do avanço, as par- dos a vendê-la, será possível manreiras dos Venturin ter o mesmo padrão continuam sujeitas de vida sem precisar a intempéries, uma “Um dia vão trabalhar. “O comconstante cruel da se dar conta plicado é se desfazer agricultura que afu- que não se come daquilo que foi semgenta muita gente. roupa, máquinas, pre a tua vida”, ponAgora, se preparam dera Charles. para a 16ª safra co- se come comida, Outra regra, para berta em dois dos e aí talvez o ele, é a preocupa28 hectares da pro- homem do campo ção ambiental. “Nos priedade em Monte seja valorizado”, dias de hoje, com Bérico. Na opinião diz Charles toda a informação, de Charles, para o jotelevisão tem até no vem do interior perquinto dos infernos, manecer onde está, é preciso antes é deprimente que as pessoas não de qualquer coisa gostar do que preservem o meio ambiente”, lafaz. Porém, só isso não basta. Ele menta Charles. “Não vejo dificul-

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dade nenhuma em separar o lixo cia, ele entende que as principais de casa, guardar os agrotóxicos falhas dos governos que resultam direito e depois devolver as emba- no abandono do campo são a falta lagens. É o mínimo”, de incentivos para a indigna-se. Apesar agricultura e a deficida defesa ferrenha “Eu já tenho ência a regulação dos às boas práticas, idade, mas preços de mercado, Charles não conde- seria bom se o para que a já árdua na os danos causavida no campo não negócio pudesse dos pelos ancestrais seja agravada por continuar”, ao meio ambiente. dificuldades finanEra a prática normal afirma Deoclides, ceiras. e não havia informa- com o conforto Na avaliação dos ção. Porém, a nova de ter um sucessor produtores rurais, geração não tem os órgãos públicos na atividade desculpas. de pesquisa, como Para o pai, a aceiEmbrapa e Cetagro, tação das novas deixam a desejar técnicas foi um tanto difícil, mas na principal tarefa que deveriam Deoclides pôde ver e reconhecer cumprir: estudos técnicos e práque a qualidade de vida da família ticas que facilitem o trabalho no melhorou. Ela passou a viver bem campo. “Estão lá para trabalhar morando na propriedade, e ainda pelas necessidades do setor”, aponrecuperando a tradição da uva de ta Charles. Eles também reclamam mesa. da falta de organização do campo. Sob a ótica de Deoclides, um cal- “O governo é que deveria fazer um mo senhor de 64 anos, o problema zoneamento agrícola e indicar o não é o abandono do campo, mas que cada produtor tem que plana invasão da cidade, pelo menos tar. Por exemplo, agora todo munsobre as colônias de Monte Bérico. do produz uva tinta, puxada prinAo contrário do saudosismo típico cipalmente pelo suco. Se der uma dos mais velhos, Deoclides suspi- crise do suco de uva, um monte de ra quando pensa no futuro. “Ah, gente vai quebrar e acabar tendo a gente sente. Eu já tenho idade, que sair do campo”, diz Charles. mas seria bom se o negócio puOutra preocupação dos agriculdesse continuar”, reflete, satisfeito tores é a carência de estudo técnicom o presente. Ele lembra que co especializado voltado ao setor. por pouco o negócio não deu erra- “Não sei como Caxias é a potência do. Conforme as dificuldades au- agrícola que é sem ter uma escola mentavam, Deoclides imaginava técnica”, questiona Charles. “Um que a família teria que encontrar dia as pessoas vão se dar conta que outra atividade, mas jamais cogi- não se come roupa e máquinas, se tou abandonar a terra para, quem come comida, e aí talvez o homem sabe, viver recluso em um aparta- do campo seja valorizado”, afirma mento na cidade. Pela experiên- o produtor.

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Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Letras da blasfêmia

Uili, Leandro e Narval, a trindade da Litteris Te Deum, recorrem à literatura para resolver os conflitos com um Deus que nunca encontraram

os poetas que não vão para o céu

Eles deixaram de acreditar em Deus, romperam com as suas religiões e expulsaram seus demônios nos livros. Agora se reúnem, religiosamente, para evoluir como escritores

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por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br

mãe dizia e o menino acreditava. Talvez ele tivesse mais fé do que ela naquelas palavras. “Reza. Pede para Deus. Ele pode fazer tudo”. Não bastasse acompanhar a família todos os domingos à missa, ele ainda conversava com Deus todas as noites. De manhã, olhava embaixo da cama, cada vez com menos fé, esperando ver seu desejo materializado. Aos sete anos, o Papai do Céu o decepcionou pela primeira vez, talvez mais do que o Papai Noel, para quem já nem fazia pedidos. O presente – um sabre de luz Jedi – nunca apareceu sob o colchão como um milagre, desses que ele acreditava que o Todo Poderoso era capaz de fazer. Uili Bergamin, 32 anos, ainda teve outras decepções com Deus. Atualmente os conflitos religiosos “bem resolvidos” do ateu convicto rendem longos debates com dois amigos escritores, Leandro Angonese, 38 anos, e Luis Narval, 45 anos – outros ex-católicos –, no grupo literário Litteris Te Deum. No princípio, a associação queria ser editora. Mas seria preciso um milagre para superar as dificuldades do mercado. Hoje, o selo da Litteris, impresso nos livros dos seus integrantes, é a marca de um grupo que se reúne nos cafés da cidade para discutir diversos temas, criticar a produção textual um do outro e aprender a escrever. Do latim, Litteris Te Deum significa algo como letras (cartas) a teu Deus. No entanto, a cacofonia de “a teu”, a semelhança sonora de Te Deum com tedéu (gíria para confusão) e o tom de blasfêmia

do nome – grafado sob um fecho de carta alusivo às correspondências papais e às sociedades secretas – fazem mais sentido à proposta do trio: a literatura questionadora e transgressora sobre qualquer tema. No entanto, Deus, o tema preferido de quem não acredita nele, é recorrente na obra e nas conversas da trindade. Aos 17 anos, Uili foi catequista na catolicíssima Cotiporã, onde passou a infância e a adolescência. “Eu seguia o programa do catecismo. Me questionava sozinho, no meu íntimo”, lembra. O escritor escolhe bem as palavras e fala pausadamente. “Seria um bom padre”, devem ter deduzido as freiras do Hospital Beneficente Nossa Senhora da Saúde, quando mandaram padres à sua casa com a missão de conquistá-lo para o sacerdócio. “Fiquei no seminário um só dia. Nunca me senti ‘chamado’”. Em Caxias, enquanto se distanciava da religião católica, um processo que ele descreve como o abandono de um vício, Uili ainda frequentou centros espíritas à procura de Deus. Em 2005, rompeu definitivamente com a espiritualidade e registrou as brigas com Deus em O Sino do Campanário, um sucesso de vendas – está na 4ª edição – que lhe rendeu o título de patrono da Feira do Livro de Cotiporã em 2007. Publicou mais quatro livros, sobre temas diversos, que devem garantir pelo menos a memória do escritor quando a história chegar ao fim. “Se existe alguma eternidade é a da matéria. Vou virar adubo, que alimentará a planta, que servirá de alimento para o animal, e virar adubo novamente...”.

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“Eu queria ser santo”, pensava o soldador e poeta Leandro Angonese quando entrou para o seminário em Passo Fundo, contrariando o pai e realizando o “sonho de toda mãe”, que ainda reza por ele, faz novena e pede que vá à igreja. “Tinha ideia de que eles eram santos. Vi muita injustiça, desprezo... Nada condizia com a “verdade de Cristo”, conta Leandro, que sofreu mais em um ano no seminário do que em um ano no quartel. “Eu tomava um remédio que não fazia efeito”, diz o poeta em uma metáfora à sua breve incursão pelo espiritismo e mais cinco anos na Igreja Pentecostal, onde “Cristo nunca se revelou”. No seu terceiro livro, Orações de um Ateu, a maior blasfêmia entre as publicações da Litteris, Leandro segue a estrutura de um roteiro de missa e faz várias referências à Bíblia. São versos mais corrosivos do que libertadores, talvez a última penitência de quem decidiu sepultar a fé depois de muito ter ignorado a razão. Ovelha desgarrada da família, ele vê os dois filhos irem à igreja evangélica todos os domingos, levados pela mãe. Não se sente confortável em acompanhá-los e evita discutir religião em casa. Ainda digere o trauma de anos de “perda de tempo” até “começar a raciocinar”. “Não tenho a ilusão de que a vida é dura porque não fui um bom filho ou não rezei direito o Pai Nosso”, (in)conforma-se o “herege das letras”. “Jesus disse muita bobagem...” “Ele secou uma figueira porque ela não deu frutos. E nem era época de figos...” “Um carpinteiro que jogava bola contigo agora aparece

e diz que é o filho de Deus!?”, disparavam Uili e Leandro quando a entrevista se transformou em um tradicional debate da Litteris. Luiz Narval fazia o advogado de Jesus: “Vocês esquecem que a sabedoria opera milagres. E Ele era o sumo sacerdote de todas as ciências”. De família católica não praticante, a religião predominante no mundo, Narval é o único do trio que não frequentava a igreja durante a infância. Não era rebeldia, simplesmente preferia brincar na rua. Narval, que se define como gnóstico, frequentou diversas religiões e se decepcionou com todas. “Confundi Jesus com a religião. E por isso tentei renegá-lo”, constata. Além da sabedoria de Cristo, ele acredita em energia cósmica, civilizações inteligentes fora da Terra, poder milagroso do conhecimento, planeta Y e um lugar sem nome para onde ele talvez mereça ir, em forma de “outra criatura”, depois da morte. Autor do livro A Mansão da Rue Lafayette, contos escritos durante 20 anos de conflitos religiosos, Narval é o mais novo membro da Litteris. Ali, ninguém tem intenção de converter ninguém a nada, mas os mistérios do poeta que crê em muita coisa esquentam o debate e testam o fôlego argumentativo dos ateus. Antes de Narval, a Litteris teve outros dois integrantes. Maquiam Silveira deixou o grupo para dedicar-se ao teatro. Vagner Hertzog, que era o ateu mais radical, mudou da água para o vinho. Na última vez que procurou os ex-colegas, levou as revistas Despertai e Sentinela, clássicos da literatura da sua nova vocação: testemunha de Jeová. Um desafio à razão.

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Respeitável artista

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UMA LENDA

SOB A LONA

Arquivo Circo Orlando Orfei, Divulgação/O Caxiense

Orlando Orfei, o pai do circo moderno, já não viaja com sua caravana – e, de casa, observa sua adorada arte perder a capacidade de domar o público

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por diversas honrarias – recebeu títulos no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná – é obrigado leoa filhote estava quase morta a ficar em casa, aos cuidados da quando os funcionários do circo terceira esposa, Ertha, desde que a encontraram. Conseguira fugir e se descobriu vítima do Mal de Alentrar na jaula de um dos tigres do zheimer. Depois de escapar dos espetáculo, que a estraçalhou. Os 57 ferimentos causados por leões, piores ferimentos eram na coluna Orlando foi derrubado pela próvertebral da pobre felina. O diag- pria mente, decerto ansiosa por nóstico imediato decretou que, se fincar raízes num tempo em que por acaso sobrevivesse, ficaria pa- a chegada do circo, como ele fazia ralítica. Para evitar o sofrimento com seus felinos, domava cidades da bichana, o dono do circo man- e atraía multidões. dou que fosse sacriMas o show tem ficada e tratou de se que continuar. E preocupar em ad- “Se o leão deitava continua a cargo de no chão, em vez quirir outro animal. um dos seis filhos Seis meses de- de brigar com ele, de Orlando, Mario pois, observava usava o chicote Orfei, que, além de com preocupação o administrar o espepara fingir que comportamento do táculo, herdou do empregado encarre- estava caçando”, pai o comando da gado de dar cabo da conta Mario, sobre famosa atração das leoazinha. Descon- a veia cômica de Águas Dançantes. fiava que o funcio- Orlando Orfei Italiano como Ornário – uma pena, lando, Mario tem tão competente! – prazer em contar as escondia uma garota em seu trai- histórias de uma família que deler, algo absolutamente proibido dicou-se inteira às artes circenses. nos domínios circenses (para evi- Tudo começou no final do século tar, principalmente, a infiltração XIX, com seu tataravô, Abelardo, de fugitivas na caravana). “Abra a um seminarista que apaixonouporta”, ordenou o chefe. Com mui- se perdidamente por uma cigana ta relutância, o subordinado obe- e fugiu da carreira religiosa para deceu. E foi aí que a magia do circo tornar-se saltimbanco com o clã aconteceu. Orlando Orfei deu de da amada. De espetáculos na rua, cara com um verdadeiro milagre o empreendimento foi evoluindo, pesando mais ou menos 60 quilos, passando pelas mãos do bisavô e comendo uns 5 quilos de carne do avô de Mario (ambos chamapor dia e, em troca, com toneladas dos Paulo Orfei), até se tornar um de carinho para dar. Um milagre circo propriamente dito. Orlando que sobreviveu ao ataque de tigre nasceu em 1919, no meio de acrocom um gracioso defeito na colu- batas e feras amestradas. Cresceu na: perdeu boa parte da força das e desenvolveu ali, em pleno picapatas traseiras, o que lhe dava um deiro, todas as suas habilidades belo rebolado ao caminhar. artísticas e um tino único para os Orlando e Sofia – foi esse nome negócios circenses. de origem grega, que significa Foi graças a ele, ainda na Itália, Deus e sabedoria, que ele esco- que o circo passou a viajar com lheu para ela – apaixonaram-se à uma frequência maior. Também primeira vista e viveram uma vida foi Orlando o inventor dos comerjuntos, mais fora do que dentro do ciais em alto-falantes ambulantes. picadeiro, divulgando espetáculos “Isso quem me contou foi um proem passeios de carro, indo a res- pagandista, porque eu ainda não taurantes, à praia, a eventos im- era nascido”, adverte Mario, antes portantes, até que a chama da leoa de contar o causo. De acordo com enfraquecesse. Para que ela não se ele, durante a Segunda Guerra, apagasse jamais, o gênio das ar- Orlando observava com muita tes circenses fez um trato consigo atenção os carros americanos cirmesmo. Chamou as outras duas cularem com aqueles megafones leoas que teve na vida, as estrelas compridos, que pareciam trombas de sua performance de domador, de elefante, anunciando um bomtambém de Sofia. E ao lado de bardeio ou notícias dos campos de suas Sofias, Orlando Orfei seguiu batalha. Quando o conflito chegou seu rumo, meio nômade, levando ao fim e os norte-americanos escaminhões cheios de encantos de queceram seu lixo pelos ferros-vecidade em cidade, carregando seu lhos europeus, Orlando arrematou mundo nas costas e desbravando a um dos equipamentos, colocou trilha do circo moderno. em cima de um veículo comum e começou a usá-lo para divulgar as Até o dia 4, o Circo Orlando atrações do circo. “Diz que galinha Orfei estaciona um pouquinho da deixava de botar ovo quando o sua mágica num terreno da Peri- carro passava (risos). Naquela épometral Norte, em Caxias do Sul. ca não existia esse tipo de barulho”, Mas o homem que dá nome à ca- comenta Mario. ravana já não viaja mais com ela. Orlando também levou a caleO italiano nato – Cavaleiro Oficial fação a diesel para baixo das loda República da Itália, diga-se de nas. Para ele, o circo era um tipo passagem – e cidadão brasileiro de negócio favorecido pelo frio da por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

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da cidade. Lá mandou fincar uma placa com a profecia que, poucos meses depois, viraria realidade: “Nasce aqui o maior espetáculo da América do Sul, o Circo Orlando Orfei”. O negócio e seus animais sempre foram a prioridade e a grande paixão da vida de Orlando. Apesar de ter residência fixa em São Paulo e no Rio, um parque de diversões fixo (o Tivoli) e outro itinerante (o Luna), seu verdadeiro lar era na terceira e maior carreta que compunha a caravana do circo. Para relatar os acidentes e doenças que sofreu – como o derrame que praticamente o tirou do picadeiro, aos 83 anos, durante a grande turnê pela América Latina, após um show em Santa Cruz de La Sierra – ou os feitos que conquistou, os amigos e familiares referem-se aos números de leões e cidades onde a lona foi montada. Orlando jamais sacrificou um animal sem necessidade. Em dificuldade, atrasava o pagamento dos funcionários para comprar os 64 quilos diários de carne para alimentar oito adorados felinos e as maçãs de que seus quatro elefantes

Conforme Mario, os familiares não recebiam nenhuma atenção especial do patriarca. Ao contrário, eram mais cobrados do que qualquer outro artista. Ainda assim, o circo teria fechado as portas se o herdeiro não tivesse assumido o empreendimento e o comando das Águas Dançantes, original da década de 1930 e hoje uma das atrações principais, que mistura fontes d’água e luzes. “Sem querer me achar, mas acho que faço as águas dançarem melhor que o meu pai. Sabe quando se mistura tanta cor que fica sem cor? Acho que no final da carreira ele fazia um pouco isso”, reflete. Se tudo der certo, até o final de 2012, a história de Orlando Orfei deve virar um documentário em longa-metragem pelas mãos do diretor carioca Sylas Andrade. “Já temos um depoimento muito comovente do ator Marcos Frota, que também veio de circo. Estamos colhendo material de arquivo, batalhando grana em Leis de Incentivo à Cultura”, diz Andrade. A intenção é que o filme seja pura e simplesmente uma homenagem Fotos: Arq. Circo Orlando Orfei, Div./O Caxiense

Europa, e deveria se aperfeiçoar década de 1950. Naquele período, para atrair mais público justamen- o maestro dos felinos era o astro te nos meses de inverno, e não o dos grandes circos. “Era como se contrário. “No verão, todo mun- fosse o Roberto Carlos (cantor)”, do quer sair de lambreta e passe- compara o herdeiro. O Circo Orar com a namorada, fei, que já possuía não assistir apresenuma atração com tações dentro de um “Quando um tigres, comprara um forno”, argumenta- leão morria, ele novo número de leva aos membros da não saía de perto ões, só que o então associação de circos até que fosse domador titular reitaliana. Os outros cusou-se a enfrentar diretores achavam enterrado, para os animais recémnão deixar a ideia estapafúrdia. chegados à casa sem Chamavam-no Sr. ninguém roubar que eles passassem, Lambreta, como for- a pele”, lembra antes, por um períma de provocação, o amigo David odo mais longo de ao questionar como adaptação. Orlando sobreviveriam os resolveu encarar a trabalhadores e animais e com que bronca. E foi justamente da sua vontade a plateia seria motivada ignorância no trato com os bichos a sair de casa. Além disso, explica que emergiu sua maior qualidade Mario, “instalar o tipo de calefação como domador: a comicidade. “Se que existia naquele tempo custava o leão saltava e deitava no chão, mais que comprar um circo novo”. em vez de brigar ele usava o chicoNão contente, Orlando pesquisou, te para fingir que estava caçando”, testou e acabou desenvolvendo um explica Mario, erguendo os cotosistema próprio de aquecimento, velos, fazendo mira e apertando o que garantiu o perfeito funcio- gatilho de uma arma invisível para namento do Circo Orfei durante imitar o pai. O encontro com Sofia todo o rigoroso inverno. Somente foi a bênção que lhe faltava para muitos anos depois os nobres pa- se tornar um dos melhores doma-

Orlando, que também foi dublê de cinema, com Liz Taylor; com uma das Sofias; e comandando as Águas Dançantes, herdadas pelo filho Mario (D) res da associação de circos, que trataram de providenciar equipamentos semelhantes, reconheceram que Orlando era um visionário. “Ele me contou que foi o maior elogio que recebeu porque veio do seu maior rival, um dos irmãos da família Togni (outra importante e tradicional família do ramo circense na Itália)”, relata Mario. Quanto às habilidades artísticas, Orlando também tinha muitas. Fora da arena, era pintor, escultor e escritor de prosa e poesia, mesmo tendo estudado apenas até a 4ª série do primário. No picadeiro, estreou como malabarista. Depois, foi equilibrista, andando de bicicleta sobre uma fina corda. “Um dia, uma mulher da plateia perguntou ‘e se te vier um espirro?’ Ele respondeu ‘eu caio!’, e nunca mais fez o número”, revela o filho. Das alturas voltou para o solo, como mágico. Até que finalmente assumiu as rédeas, ou melhor, o chicote. Conforme Mario, a oportunidade de tornar-se domador, função que o consagrou, apareceu de surpresa, em meados da

dores que o mundo já viu. “Aquela tanto gostavam. O amigo David ao mestre do circo moderno. Seleoa era tão boazinha... foi a sorte Avelar – que trabalhou durante 10 gundo Mario, Orlando não faz do meu pai.” anos como engenheiro elétrico do questão dessas pompas. Sem o zelo circo, tornou-se praticamente um da mulher, que o segura em casa, Em 1969, convidado por um assessor de imprensa do empre- provavelmente estaria ainda na esamigo empresário, Orlando veio endimento pela proximidade que trada, nem que fosse apenas ocuao Brasil pela primeira e definiti- ainda tem com o proprietário (são pando um assento do respeitável va vez. A proposta de uma espécie vizinhos) e se considera “um filho público, esperando para morrer de mini-turnê, reunindo apenas e afilhado” de Orlando – conta que no circo – e, talvez não seja exaalgumas atrações do Circo Orfei ele fazia até funeral para os ani- gero dizer, com o circo, que não é e usando estádios e ginásios como mais. “Quando um leão morria, mais o mesmo desde o surgimento palco, parecia perfeita. Os espetá- ele não saía de perto até que fos- dos Soleils e Tholls da vida, especulos foram um sucesso, mas, infe- se enterrado, para táculos contemporâlizmente, de onça Orlando não en- não deixar ninguém neos mais parecidos tendia. O tal amigo deu um calote roubar a pele”, lem- “Sem querer com os balés. Saudonos artistas, desaparecendo com bra. Há quem prefi- me achar, mas sistas e admiradores o lucro. Ainda bem que o doma- ra acreditar, inclusi- acho que faço as do velho Circo Ordor desconfiou da esmola e trou- ve, que foi a tristeza águas dançarem fei ainda têm tempo xe consigo a lona – apenas a lona, por se afastar dos para homenagear sem um cano sequer da estrutura animais, proibidos melhor que seu criador. Basta necessária para erguê-la. Como nos circos brasilei- o meu pai”, diz sentar-se embaixo era conhecido de alguns empre- ros desde 2009, um o filho Mario, de sua lona, voltar a sários italianos, estabeleceu-se em dos motivos que ti- que também ser criança por uma São Paulo e, com a ajuda de seu raram o domador administra o circo hora e aplaudir de pé bom papo, foi reerguendo o circo. aposentado do picaquando o espetáculo “Tudo fiado”, ri Mario, descreven- deiro. De fato, talvez terminar com as pado como Orlando conseguiu um Orlando amasse mais os animais lavras de seu idealizador: “em um carpinteiro para fazer a fundação do que qualquer coisa. “Se aprendi mundo moderno onde a diversão e pediu ao então prefeito Paulo algo foi porque quis, não porque se baseia em violência, sexo e porMaluf que lhe cedesse o enorme ele me ensinou”, revela o filho, com nografia, o circo ficou puro como terreno onde hoje é a rodoviária um quê de mágoa. uma poesia”.

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Guia de Cultura

Paramount Pictures, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Duas meninas dizem “Bloody Mary” três vezes diante do espelho e revivem velhos sustos filmados em Atividade Paranormal 3

CINEMA

l Atividade paranormal 3 | 14h45, 16h, 18h40, 21h | GNC Uma nova versão, com mesma receita, do bem-sucedido Big Brother dos Espíritos. Agora os seres malígnos aprontam suas travessuras diante das câmeras no quarto de duas garotinhas. Prepare-se para os mesmos sustos e gritos mais agudos. Dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman. Com Katie Featherston, Sprague Grayden e Lauren Bittner. 2011. 84 min. l A última estrada da praia | Sábado e domingo, às 18h | Ordovás Um filme gaúcho, feito por um diretor gaúcho, baseado no romance de um gaúcho. Em uma viagem pelo litoral gaúcho, três amigos – dois homens e uma mulher – vivem experiências libertadoras de um triângulo amoroso e a angústia de conviver com um novo amigo estranho. O protagonista do romance O Louco do Cati não fala, os outros personagens não o entendem e o diretor espera que o público o interprete. No sábado a sessão é gratuita. Estreando em Caxias. Dirigido por

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Fabiano de Souza. Com Rafael Morgan Freeman, Ashley Judd e Sieg, Marcos Contreras e Miriã Harry Connick Jr. 2010. 130 min. Possani. 2010. 93 min. l Gigantes de Aço | 13h40, Recomenda 16h15, 19h, 21h40 | GNC l Gainsbourg – O homem O personagem de Hugh Jackque amava as mulheres | Sá- man aprende a se relacionar com bado, 15h e 20h e domingo, às o filho – Dakota Goyo, a grande 20h | Ordovás estrela do filme – enquanto treina “A feiúra é superior à beleza, um robô para vencer nos ringues. porque dura para sempre”, disse Uma espécie de Rocky que se pasGainsourg, o feio mais sedutor sa em 2020, quando lutas entre da França dos anos 60, que teve humanos não têm mais graça. Esos orgasmos de Briggite Bardot e treando em Caxias. Dirigido por Jane Birkin na música e na cama. Shawn Levy. 2011. 127 min. Ele também disse Você é muito bonita E eu quero te comer à Whi- l Amizade colorida | 20h, tney Houston, em um programa 22h10 | GNC de TV ao vivo. O filme é um conto Mila Kunis e Justin Timber– e não uma cinebiografia, ressal- lake interpretam um casal que faz va o diretor – sobre os amores, as (muito) sexo sem compromisso. mulheres, os vícios e a vida obs- E a dupla se deu tão bem no filme cena do ícone da música francesa. que surgiram boatos sobre um roEntrando na 2ª semana em car- mance real entre os dois. Os atotaz. Dirigido por Joann Sfar. Com res desmentem. São apenas bons Eric Elmosnino, Lucy Gordon e amigos. Entrando na 4ª semana Laetitia Casta. 2010. 130 min. em cartaz. Dirigido por Will Gluck. 2011. 109 min. l Winter, o golfinho | 13h15 15h30 | GNC l O Filme dos Espíritos | Antes da prevista superação, 13h50, 16h, 18h40, 21h | GNC grandes doses de puro sofrimenA pretensão não era fazer uma to. No filme um golfinho perde versão da obra de Alan Kardec a cauda, ganha uma prótese es- para o cinema. O Livro dos Especial e vira amigo de um garo- píritos aparece nas histórias dos to que vive isolado. Entrando na personagens. No entanto, o tom 2ª semana em Caxias. Dirigido didático, a publicidade das Casas por Charles Martin Smith. Com André Luiz e o excesso de histó-

rias em 98 minutos transformam o filme em novela. E o roteiro desperdiça as melhores atuações, de Ana Rosa e Nelson Xavier. Entrando na 3ª semana no GNC. Dirigido por André Marouço e Michael Dubret. Com Reinaldo Rodrigues e Ana Rosa. 2011. 98 min. l Os Três Mosqueteiros | 14h15, 16h40, 19h20, 21h50 (3D), 17h45, 19h50 22h. Na quinta (26) não haverá sessão às 22h | GNC A força clássica de “um por todos e todos por um” e a tecnologia 3D mantêm o sucesso do filme, mais preocupado com o entretenimento do que com a história original. Para se divertir desviando das espadas. Entrando na 3ª semana em cartaz. Dirigido por Paul W. S. Anderson. Com Logan Lerman, Matthew Macfadyen e Ray Stevenson. 2011. 110 min. l O Zelador Animal | 13h30, 15h40, 17h50, 20h | GNC Os desencontros amorosos de um gordinho simpático, zelador de um zoológico, se encaixam nas categorias animais falantes, romances bobos, adultos inocentes, Sessão da Tarde....................... Desculpe, cochilei. Dirigido por Frank Coraci. Com Kevin James, Rosario Dawson e Leslie Bibb. 2011. 102 min

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


l Larry Crowne – o amor está de volta | 18h | UCS Julia Roberts e Ton Hanks vivem um romance adolescente aos 50. Demitido, ele volta a estudar e se apaixona pela professora. É o recomeço. Os dois gigantes do cinema não conseguiram evitar o fracasso nas bilheterias. Depois de três semanas em cartaz no GNC, Larry Crowne retorna. Julia Roberts merece uma segunda chance. Dirigido e protagonizado por Tom Hanks. Com Julia Roberts e Sarah Mahoney. 2011. 98 min.

Talvez o cult também possa virar brega. All Need Master Hall R$ 40 (antecipados), R$ 50 (5° lote) | Castelnovo, 13.351, Capivari | 3028.2200

Pablo Chasseraux, Divulgação/O Caxiense

l Smurfs | 16h | UCS Para cada adulto que reclama da injustiça com a versão original, dezenas de crianças ajudam a manter o filme em cartaz. Promovendo o encontro de gerações e cantando um “lalalala” capaz de irritar um pônei maldito, eles já estão há três meses em cartaz. Dirigido por Raja Gosnell. 103 min. 2011.

l Concerto Orquestra Sinfônica e Primeira Semana da Etnia | Sábado, 20h30, e domingo, a partir das 11h A Orquestra Sinfônica toca, no sábado às 20h30, durante a programação da 1ª Semana das Etnias. Com canções polonesas, alemãs e, obviamente, italianas, o concerto quer mostrar que por aqui as etnias convivem bem e que Caxias vai além da italianidade. No domingo, haverá uma celebração eucarística, às 11h, e um almoço com um cardápio com comidas suíças, alemãs, italianas e polonesas na igreja Nossa Senhora Mãe do Imigrante, no bairro Desvio Rizzo– ingressos a R$ 25. Para a programação não ficar tão europeia, o Grupo ACOrDA se apresenta com referências latinoamericanas. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

Washington Possato, Divulgação/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

l Conan, o Bárbaro | 20h | UCS Bárbaro! ou Tsc tsc tsc, barbaridade... De volta ao cinema caxiense, mais um conflito entre os saudosistas e os novos públicos. Dirigido por Marcus Nispel. Com Jason Momoa, Ron Perlman e l Mova-se | Quinta (27), 20h Rose McGowan. 2011. 113 min. A festa será animada pelo grupo Zingado, que apresenta diversos ritmos da l Trilogia das Cores | Sábado e cultura brasileira através de percussão, Domingo, às 20h | Sesc canto e dança. No encerramento do Um diretor polonês que trata da his- Caxias em Movimento, com tantas retória francesa terá seus filmes exibidos ferências à inquietude do corpo, seria pelo projeto CineSesc. Krzysztof Kies- um despropósito ficar parado. Então, lowski produziu a Trilogia das Cores, encontre um espaço entre as mesas do obras que se baseiam nos lemas da Re- Aristos e mova-se! volução Francesa e nas cores da bandei- Aristos ra para tratar da realidade contempo- Entrada gratuita | Júlio de Castilhos, junrânea do país. Na sexta (21), ocorreu a to ao Clube Juvenil | 3221-2679 exibição do filme A Liberdade é Azul. Recomenda No sábado, é a vez de A Igualdade é Branca. No domingo, A Fraternidade é l Concerto da Primavera | DoVermelha. mingo, às 10h30 Leve o chimarrão. Renato Borghetti é INGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e quinta (exa grande atração da retomada dos conceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores certos ao ar livre da Orquestra Sinfônide 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-fei- ca da UCS. Se chover, o concerto será ra: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, do- transferido para o UCS Teatro, mas aí mingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores sem aqueles elementos tão agradáveis de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: para um domingo de manhã: o chimarR$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores rão, o sol e o espírito da primavera. de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 UCS (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor- Entrada gratuita | Francisco Getúlio Varrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209- gas, Petrópolis | 3218-2100 5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

l Meninas Cantoras de Nova Petrópolis | Domingo, às 20h30 O “meninas” do nome do grupo que integra o Projeto Meninas Cantoras do Rio Grande do Sul, parece desproporcional ao repertório. Um coral de jovens cantoras interpreta músicas eternizadas na vozes de Edith Piaf, Marlene DietriMÚSICA ch, Janis Joplin, entre outros grandes Recomenda nomes. l Nando Reis e os infernais | Sá- Ordovás bado, 21h R$ 10 | Luiz Antunes 312, Panazzolo | O brega pode virar cult. Foi essa a pro- 3901-1316 posta de Nando Reis quando fez dueto com Wando e é assim também com o l X Parada Livre de Caxias, com Bailão do Ruivão, show que chega a Ca- Rosana | Domingo, às 13h xias. No espetáculo, músicas bregas e Primeiro as divas depois “A Deusa”. As composições conhecidas do cantor in- drag queens Valma Classic Kieer e Giotegram o repertório da noite. Entre as vanna Playmobil comandam a festa em misturas mais pesadas, a música Cho- um trio elétrico com shows musicais, rando se foi, que no CD tem participa- música eletrônica com “as melhores do ção de Joelma e Chimbinha, do Calypso. momento” e gogo boys. Rosana deve

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Renato Borghetti, Rosanah e Nando Reis: um clássico dos clássicos, o clássico do brega e um brega cult no fim de semana caxiense 22 a 28 de outubro de 2011

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se apresentar às 18h no final do evento. Para o delírio de todos. Praça Dante Alighieri Entrada gratuita | Av. Júlio de Castilhos, Centro| 3901-1381

ta Parede Dança Contemporânea, Oito Tempos Escola de Dança de Salão, Stúdio de Dança Camila Oliveira. 20h Teatro São Carlos R$ 10 (geral), R$ 5 (estudantes e idosos) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino | 3901-1316

l Sexto Sentido | Sábado, às 18h A apresentação mostra a capacidade da dança e da música em transformar. No palco, o resultado de um trabalho feito com quem tem Transtornos Globais de Deficiência. São mais de 70 pessoas atendidas pelo Centro-Dia, TEATRO mantido pela FAS. Recomenda UCS Teatro l Memórias de um solteiro- Entrada gratuita| Francisco Getúna | Sábado e domingo, às 20h lio Vargas, Petrópolis | 3901.1480 É o ponto final da maratona de espetáculos. Mas ainda dá tempo de correr e pegar as últimas apreFESTA sentações do monólogo de uma solteirona que não desencalha. l 10 anos do Centro de CulEm dois finais de semana , cerca tura | Sábado a partir das 12h de 170 pessoas assistiram a peça. O espaço de cultura mais comCasa Tem Gente Teatrando pleto da cidade, e o campeão de R$ 10, R$ 5 (estudantes e idosos) | público entre as casas públicas Rua Olavo Bilac, 300, São Pelegri- conta com galerias, teatro, café e no | 3221-3130 cinema. Para comemorar o aniversário de 10 anos, o Ordovás terá 11 horas e trinta minutos de atrações culturais. O barulho está DANÇA liberado até às 23h30. Além de Recomenda exibição de filmes (veja progral Caxias em movimento | De mação de cinema), a programaterça (18) a domingo (23) ção conta com almoço especial O Teatro São Carlos tira do – Risoto de Frango do chef Gê e palco os apetrechos dos gaúchos saladas diversas, 12h, R$ 12 e hastand up para receber os espetá- ppy hour com a Banda Disco, às culos que encerram o Caxias em 19h. Para encerrar a noite, a sesMovimento. A artista homena- são Zaravídeo exibe uma série de geada Cláudia Palma se apresen- musicais que marcaram as décata no sábado e, assim como os das de 70, 80 e 90. outros grupos, faz um compacto Ordovás que não deve demorar mais que R$ 10 | Luiz Antunes 312, Pana20 minutos. zzolo | 3901-1316

PROGRAMAÇÃO: Sábado: Cláudia Palma (SP), Escola Preparatória de Dança, Núcleo de Dança da Faculdade da Serra Gaúcha, Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, Grupo ArticulAções. 20h. Domingo: Ney Moraes Grupo de Dança, R. Oeste Crew, Quar-

xias do Sul | De 11 a 31 de outubro. De segunda a domingo das 10h às 22h Com 31 anos de história em Caxias, o clube dispensa apresentações. Mas eles fazem questão. Nessa exposição, 44 fotógrafos mostram suas melhores obras para velhos conhecidos e novos admiradores. San Pelegrino Entrada gratuita | Av. Rio Branco, São Pelegrino | 3022-6700 l Cuba muito além de rum e charuto | De 25 a 31 de outubro. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 15h às 19h. Fábio Grison foi a Cuba cheio de referências do que todo mundo conhece. Vasculhando “os quintais” e conversando com gente de lá, descobriu outro país: 22 cenas da sua Cuba inédita. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes 312, Panazzolo | 3901-1316

AINDA EM EXPOSIÇÃO: Moúsai: À luz do luar, entre sombras, o patrimônio se revela. Fotografias. Coletiva. De 18 de outubro a 26 de novembro. De terça a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal. 32212423 | Auto(BIOgrafia). Gravuras. Tänia Silvestre. De segunda a sextafeira, das 8h30min às 18h30min e aos sábados, das 8h30min às 12h30min. Farmácia do Ipam. 3901-1316 | Crianças do Outro Lado do Mundo. Fotografia. Ilka Felippini. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | Esculturas de Elisa Zattera. Pinturas e esculturas. Elisa Zattera. De segunda a sábado, das 9h às 18h30. Salão de Beleza Iza. 3223-8135 | Nobre Beleza. Pinturas. Júlia Webber. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, 16h às 19h. Catna Café. 3221-5059 | O ventre e o leite. Escultura, desenho e poesia. Bruno Segalla. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Instituto Bruno Segalla. 3027-6243 | Programa de Linguagem Atípica. EXPOSIÇÕES Diversas. Coletiva. De 10 a 31 de oul Muito Prazer, somos o tubro. De segunda a sexta-feira, das Clube do Fotógrafo de Ca- 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 Maurício Concatto, Divulgação/O Caxiense

Também tocando: Sábado (22): Moog. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Izzi e Louise. Rock. 22h. Bier Haus Bar. 3221-6769 | Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJ Memê. Eletrônica. 23h. Havana. 3215-6619 | Juke Joint. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | DJ Jorgeeeeenho. Eletrônica. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Mouai. Rock. 23h. Vagão Classic. 32230616 | Dj Mari Brino. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0900 | Eduardo e Ezequiel. Sertanejo. 23h. Place des Sens. 3025-2620 | Caxias Acústica e Agente Ed. Rock. 23h30. Buku’s. 3215-3987 | Unidade na Kadência. Pagode. 23h30. ConD. 3021-1056 | Blues de Bolso. Blues. 23h. Leeds. 3238-6068 | Domingo (23): Swing Natural. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Domingueira. Set com DJ’s. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Terça (25): Gustavo Reis. Pop. 22h. Bier Haus Bar. 3221-6769 | Maurício Santos. Acústico. 21h30. Boteco 13. 3221-4513 | The Blugs. Rock. 22h. Mississippi. 30286149 | Quarta (26): Tríplice. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 21h. Paiol. 3213-1774 | Fúlvio Motta Trio. MPB e Rock. 22h30. Boteco 13. 3221-4513 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | All Jazzeira. Jazz. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (27): Hugo e Samuel. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Disco. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Disco. Rock. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | Adriano Trindade e Banda. Samba rock. 23h30. Boteco 13. 32214513 | Sexta (28): Jack Brawn. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Disco. Rock. 22h. Bier Haus Bar. 3221-6769 | Quar-

teto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Léo Quadros. Tradicionalista. 23h. Xerife. 30254971 | The Bluesmakers. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Los Infernales. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Mercey Trio. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Sexta Cultural. MPB. 21h. Zarabatana. 3228-9046

Meninas Cantoras de Nova Petrópolis cantam repertório de gente grande no Ordovás: Edith Piaf, Marlene Dietrich e Janis Joplin

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Fábio Grison | Sem título |

Em abril do ano passado, quando viajou sozinho a Cuba, Fábio pretendia conhecer um país além dos clichês, do comunismo decadente, Fidel e Che. Atraído por uma exposição fotográfica em um pequeno espaço cultural, encontrou nos fundos da casa um show de salsa, uma performance despreocupada com o apelo turístico. A cena artística, dessas que estão disponíveis em qualquer esquina de Havana, integra uma série de 22 imagens que o fotógrafo mostra na exposição Cuba Muito Além de Rum e Charuto (Ver Guia de Cultura, página 16). As fotos de Fábio não são imunes ao deslumbramento de turista, mas revelam o olhar de um forasteiro que ultrapassou a sala de visitas.

EXISTIR por JÔNATAS LUIZ MARIA

Não tenho pátria, nasci sobre águas profundas, E meu triunfo é estar em tudo que é imensidão. Quando em silêncio, calo-me de terremotos, Quando falo é por bradar revolução dos continentes. Não tenho ideias, pensamentos, sou apenas instante. E se percebo, é momento, nunca lembrança. Ide vós, encontrar tesouros, viçosos, incontáveis. Eu, busco harmonias nos hiatos de notas de perfume. Não tenho matéria, porque expresso-me poesia, Espreguiço-me essências para despertar primaveras. E vós, que sois uma data, num calendário imaginário, Não sabeis que me reconstituo em cada fase da lua. Minha construção tem paredes de vento, e marés, Fonte de minha vida é primeiro beijo de amantes. Vagar pelo mundo é quedar-se em constelações; Sabeis, meu ofício é pintar ilusões, na flor das letras

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Dupla por JOSÉ EDUARDO COUTELLE | jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br Rodrigo Fatturi, Div./O Caxiense

Meninos bons de bola

Edgar Vaz, Div. O Caxiense

As categorias sub-15 e sub-17 do Juventude vêm fazendo bonito no Campeonato Estadual. Os meninos das duas categorias seguem na liderança de seus grupos. Os mais novos, no último jogo, empataram em 0 a 0 com o Parobé na casa do adversário. Com o resultado, a equipe alviverde soma 11 pontos em cinco jogos disputados. O próximo desafio do time infantil será contra o Atlético Osoriense no CFAC, neste sábado (29). Os rapazes do sub-17 retornam aos gramados do CFAC na próxima quarta-feira (26). O adversário é o Americano, de Novo Hamburgo. Os papos, que vêm de vitória de 2 a 0 sobre o Pinheiros, somam sete pontos em três jogos e são líderes da chave 11.

Em busca de reforços

Após a escolha de Amauri Antonio Hickmann (foto) para o cargo de coordenador de futebol, o Caxias deverá dar seguimento à contratação de reforços, desta vez para funções dentro de campo. Hickmann, 49 anos, é natural de Santa Cruz do Sul, e atua como técnico de futebol desde 2007. Como jogador, defendeu o Caxias entre 1985 e 1987, além de Avenida, Internacional, Atlético/GO, Olaria, Uberlândia, Lajeadense e Maringá.

DESAFIO GRENÁ

A substituição do zagueiro Souza por Vinicius e do goleiro Sidivan por André Sangalli não surtiu o efeito esperado contra o Pelotas na última quarta-feira (19). No caso, a vitória. A opção do treinador Ricardo Cobalchini era iniciar a partida com um time mais experiente, capaz de suportar a pressão adversária. De fato, a substituição teve sim um efeito positivo: não ser goleado pelo Lobão e dar adeus de forma antecipada à Copa Laci Ughini. E isso foi evitado graças à grande atuação de André Sangalli (foto), que, com a experiência dos seus 31 anos, evitou que outras três bolas estufassem a rede grená.

Para este domingo (23), o Caxias precisará afinar o pontaria de seus atacantes para marcar os três gols necessários para seguir na competição. Mas, sobretudo, terá que acertar o sistema defensivo. Conforme o regulamento, de saldo qualificado, caso o Pelotas marque um gol no Estádio Centenário o Caxias precisará se superar e fazer pelo menos quatro.

Nas seis partidas disputadas em casa na fase de grupos, o time grená venceu três, empatou uma e perdeu duas. Entretanto, em apenas uma vitória conseguiu marcar mais de três de diferença, o escore necessário para derrotar o Pelotas.

Foi na terceira partida pela Copinha, quando o Caxias goleou o Passo Fundo por 6 a 1, com gols de Tiago Duarte, Rodrigo Dias, Marinho, Jean e Thomaz. Já o retrospecto do Pelotas nos jogos fora de casa é um fator positivo para o Caxias. Além de conquistar a classificação para o mata-mata com apenas a 5ª colocação da chave da Fronteira, o clube pelotense totalizou quatro derrotas e apenas duas vitórias jogando fora da Boca do Lobo. Entretanto, mesmo não obtendo bons resultados, a equipe treinada por Carlos Galvão jamais foi derrotada por mais de um gol de diferença.

Rodrigo Fatturi, Div./O Caxiense

Retomada alviverde O Juventude ressurge das cinzas com o empate de 1 a 1 contra o Cruzeiro no Estádio Estrelão, em jogo válido pelo primeiro confronto das oitavas de final. Desde que Picoli e os jogadores da equipe principal assumiram a disputa da Copinha no lugar do time B, o Ju tem conquistado importantes resultados: subiu da 5ª para a 3ª colocação na fase de grupos e arrancou um significativo empate em um gol contra

Neste sábado (22), às 17h, além de poder contar com todo o plantel, o time alviverde avançará para às quartas de final com apenas um empate em 0 a 0. Aliás, este foi um resultado bem comum na primeira fase da competição. Das 12 partidas disputadas, quatro foram empates, sendo três sem gols. Outro fator que pode alegrar a torcida

Ainda sem reforços para a disputa dos campeonatos Gaúcho e Brasileiro no ano que vem, a direção do Juventude aposta na renovação com os atuais jogadores. Os primeiros a acertarem a permanência

foram o atacante Zulu e o volante Jardel. Os dois assinaram contrato até 30 de novembro de 2012. O anúncio foi realizado pelo vice presidente de futebol, Raimundo Demore, na tarde da última segun-

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o Cruzeiro.

Renovações alviverdes

alviverde é o retrospecto dentro do Jaconi. O Ju somou três vitórias, três empates e nenhuma derrota. Ao todo, foram nove gols marcados e apenas um sofrido, este no empate de 1 a 1 contra o Santo Ângelo. Caso opte por manter a equipe que jogou contra o Cruzeiro, Picoli começará com Jonatas; Luiz Felipe, Rafael Pereira, Bruno Salvador e Everton; Ricardo Filho, Fabricio, Jardel e Cristiano; Eraldo e Zulu.

da-feira (17). A direção pretende manter os jogadores que tiveram bom rendimento em campo nesta temporada, e nesta semana novas renovações devem ser concretizadas.

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Guia de Esportes

por VAGNER ESPEIORIN | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

FUTEBOL

Caxias busca recuperação no Centenário

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quatro modalidades: estreantes, turismo, rallye e graduados. Recomenda Martcenter (largada) l Juventude x Cruzeiro | Sá- Entrada gratuita | RS-453, 4.140, bado, às 17h Desvio Rizzo Não foi uma vitória, mas valeu a viagem a Porto Alegre. No primeiro jogo das oitavas-de-final da BASQUETE Copa Laci Ughini, o Ju arrancou um empate em 1 a 1 do Cruzeiro l Campeonato Citadino de e, agora, precisa de um modesto 0 Basquete | Domingo, às 15h a 0 para avançar na competição. Três jogos abrem a competiEstádio Alfredo Jaconi ção organizada pela Associação R$ 10 e R$ 5 (estudante e idosos) | de Basquete de Caxias do Sul Hércules Galló, 1.547, Centro (ABACS). Para não faltar a tradicional rivalidade com os vizinhos, Recomenda a Associação de Basquete de Benl Caxias x Pelotas | Domin- to Gonçalves também participa go, às 16h do campeonato. E o primeiro Depois da derrota por 2 a 0 no confronto será justamente entre primeiro jogo, a classificação às a ABACS e o Bento Gonçalves, às quartas-de-final da Copa Laci 15h. Depois, o Recreio da JuvenUghini ficou mais complicada tude enfrenta o Clube Juvenil, às para o Caxias. No confronto de 16h30 e, para fechar, tem Aranhas volta com o Pelotas, a equipe gre- contra UCS-Apacobas, às 18h. ná precisa vencer por dois gols de Clube Juvenil diferença e ter cuidado redobrado Entrada gratuita | Marquês do na zaga. Jogando em casa, o Ca- Herval, 197, Madureira xias não pode levar gol, a menos que tenha força para fazer quatro – culpa do saldo qualificado. HANDEBOL Estádio Centenário R$ 10 e R$ 5 (estudantes e idosos) l Campeonato Estadual | | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Sábado, às 10h30 e 16h Marechal Floriano Os meninos da categoria mirim (até 12 anos) do Recreio da Juventude (RJ) entram em quadra com a missão de manter o título conRALLY quistado no ano passado. A coml VI Rally Cidade de Caxias petição envolve quatro equipes, do Sul | Sábado, às 10h que jogam entre si em turno e reO importante é precisão no ho- turno. Neste sábado, o RJ enfrenta rário, por isso quem chega antes o Colégio Kennedy, às 10h30, e à não necessariamente vence. O tarde, às 16h, o Colégio Farroupiitinerário é mantido em segredo, lha, ambos de Porto Alegre. Apemas o que se sabe é que esta é a sar de o RJ ser o atual campeão da última etapa do campeonato gaú- categoria, a maior parte dos jogacho e, daqui, saem os campeões. dores que estarão em quadra desA disputa conta com mais de 30 ta vez nunca disputou um campecompetidores que concorrem em onato oficial. O returno e as finais

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ocorrerão nos dias 18, 19 e 20 de novembro, em Campo Bom. Recreio da Juventude Entrada gratuita | Atílio Andreazza, 3.525,

RUGBY l Walkirians x Farrapos | Sábado, às 15h | Com a vaga praticamente garantida para a próxima fase da Copa RS, o Walkirians joga contra o Farrapos para definir quem será o 2º colocado da chave. Capela Santo Anselmo Entrada gratuita | Final da Av. Rio Branco, Ana Rech l Serra x São Luis | Sábado, às 16h30 Para se classificar à fase eliminatória da Copa RS, o Serra terá que vencer o líder da competição por uma grande margem de pontos. Campo de Monte Pascoal Entrada gratuita | Em frente à Igreja do bairro Monte Pascoal, Farroupilha

LUTA l 1ª JVT Championship | Sábado, às 20h Alguns dos melhores lutadores do Estado, entre as modalidades de MMA, Muay Thai, Kickboxing e Submission, irão a Flores da Cunha para participar da competição. Serão disputadas 11 lutas casadas. Entre os lutadores, seis representam a academia caxiense Jorge Velho Team. Parque da Fenavindima R$ 20 ingresso na hora e R$ 10 antecipado | Av. Vindima, 1.000, Flores da Cunha

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Depois de Juá e Cazuza Ferreira, outra localidade de São Francisco de Paula quer anexar-se a Caxias: Lageado Grande. O presidente da comissão deliberativa da comissão pró-anexação de Cazuza e Juá, advogado Vitor Hugo Gomes, não só apoia o movimento como será o palestrante da audiência que será promovida em Lageado Grande, sábado que vem, para encaminhar o assunto.

Amparados pela lei

O prefeito de São Francisco de Paula, Décio Colla, não quer nem ouvir falar dessas mobilizações. O prefeito caxiense José Ivo Sartori prefere não se manifestar a respeito. Mas os movimentos pela incorporação de distritos de São Francisco a Caxias estão amparados pela lei estadual 13.587, que regulamenta artigo da Constituição que trata da criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios.

Vem UFRGS, vem Bento Gonçalves vai realizar nesta segunda-feira, 24, audiência pública para discutir a extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul na região. O local foi escolhido a dedo: o ginásio municipal de esportes. Para mostrar a força e o interesse da comunidade bento-gonçalvense em relação ao tema, o prefeito Roberto Lunelli (PT) pretende reunir cinco mil pessoas.

Demanda e oferta de local são itens fundamentais para a definição da sede do campus, como defende o vice-reitor da UFRGS, Ruy Oppermann. Mesmo assim, ele admite que a mobilização política de representantes da região e da própria comunidade regional também será decisiva. O futuro campus da UFRGS terá cursos nas áreas tecnológicas e e ciências agrárias

Muito justo

Neste caso, não se trata de turismo oficial. Os vereadores Vinicius Ribeiro (PDT) e Édio Elói Frizzo (PSB) participaram esta semana, no Rio de Janeiro, do Congresso Brasileiro de Trânsito e Transporte e também visitaram exposição in-

ternacional do setor. Vinicius e Elói são parlamentares que se especializaram nesse tema. E a participação deles em eventos dessa natureza só vai aperfeiçoar o trabalho que desempenham na Câmara.

Luiz Chaves, divulgação/O Caxiense

Lageado caxiense

Proposta aos médicos

A proposta feita pela prefeitura aos médicos da rede pública de saúde prevê, entre seis itens, a realização de concurso público para a admissão de novos profissionais. Além disso, haveria a criação do cargo de médico separado dos demais servidores. Os aprovados seriam lotados no novo nível exclusivo para médico. A remuneração também seria diferenciada e os novos médicos teriam salário maior do que os atuais.

Novo concurso

Os atuais médicos da prefeitura não migrariam para esse nível. Somente seriam lotados no novo patamar aqueles que fizessem novo concurso - e fossem aprovados. O presidente do Sindicato, Marlonei dos Santos, achou essa proposta ineceitável. Mais do que isso: considerou-a “imoral, antiética e que foge ao bom senso”. O tema vai ser discutido pela categoria na próxima terça-feira, 25.

Obra festejada

Embora esteja localizada no perímetro urbano, a obra de pavimentação da rua Atílio Andreazza integra a segunda etapa do Programa de Asfalmento do Interior (PAI), que vem asfaltando boa parte das estradas do município. Com 2,5 km de extensão, o trabalho custou mais de R$ 3 milhões. Um investimento muito bem-vindo. Não por acaso o prefeito José Ivo Sartori e o secretário Edson Nespolo acompanharam nesta sexta-feira (21) os últimos retoques na obra, cuja inauguração ocorre neste sábado (22), com merecidos festejos.

Consulta rápida

De acordo com a proposta da prefeitura ao Sindicato dos Médicos, a carga horária dos novos profissionais do SUS passaria das 20 horas para 12 horas semanais.Isso equivale a duas horas e 24 minutos de atendimento diário a um mínimo de 16 pacientes agendados: nove minutos para cada paciente – sem contar eventuais atrasos, pausa para um cafezinho ou ida ao banheiro.

“Não é o que a gente tinha combinado” Presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, ao recusar proposta da prefeitura para encerrar a greve de mais de seis meses dos profissionais do Sistema Único de Saúde

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Reajustando

Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul reúne-se nesta segunda-feira para discutir, um assunto sempre delicado: aumento das mensalidades na UCS. Antes mesmo dos conselheiros falarem em percentuais exatos, o Diretório Central de Estudantes mobilizou-se para reclamar do reajuste.

Saldo positivo

Políticos governistas acompanham com atenção o movimento da geração de empregos em Caxias. O município é tido como exemplo de superação à crise anunciada. Enquanto no resto do país, os números já evidenciam retração na abertura de postos de trabalho, Caxias ainda apresenta um saldo positivo. Em setembro, foram criadas 683 vagas no mercado. No ano, foram 9.438 novos empregos criados.

Bobagem

Sobrou para o diretor-geral Airton Ciro de Carvalho, no caso da divulgação de supersalários na Câmara de Vereadores. Há quem diga que o episódio – e as consequências dele – foi maquinado por Airton, às vésperas da convenção petista, para alavancar a candidatura Marcos Daneluz a prefeito.

Caminhada

O Movimento Vivo em Defesa da Saúde Pública ataca novamente. Realiza neste sábado (22), às 14h, caminhada pacífica – de São Pelegrino até a Praça Dante Alighieri – para protestar contra a greve dos médicos da rede pública de saúde Para o advogado Luiz Fernando Possamai, integrante do movimento e pré-candidato a prefeito, o movimento quer demonstrar a indignação com o caos em que se transformou a saúde pública em Caxias do Sul.

Reforma no Estatuto

Câmara Municipal paga hoje o preço da permissividade concedida por alguns ex-presidentes da Casa. As concessões desmedidas de benefícios a funcionários provocaram as distorções de supersalários – esses sim inaceitáveis. Resta saber se os atuais vereadores aproveitarão a oportunidade para promover uma profunda readequação do Estatuto do Servidor, a fim de impedir a repetição e a permanência de tais excessos. 22 a 28 de outubro de 2011

O Caxiense

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