Edição 46

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CULTURA GANHA RITMO Inspirado pelo blues, o jazz dá o tom para um novo festival de música em Caxias

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Caxias do Sul, outubro de 2010 | Ano I, Edição 46 | R$ 2,50

POR QUE

PARALISAR

VIROU ROTINA

Os médicos da rede municipal – única categoria que se mantém parada, completando neste sábado 48 dias consecutivos de interrupção nos atendimentos – são hoje o caso mais evidente de um movimento de protesto que, em 2010, vem transformando a cidade conhecida pelo trabalho em terra das paralisações. Bancários, metalúrgicos, servidores municipais e trabalhadores rodoviários também usaram o instrumento da greve – durante dias ou apenas horas, com maior ou menor razão – para pressionar os patrões. E tiveram êxito. Renato Henrichs: estátua de Santa Teresa abençoará entrada de Caxias | Estacionamento: Zona Azul,

questionado na Justiça, pode ter reajuste de 15% a 20% | Roberto Hunoff: feira espera mais de 30 mil pessoas


Índice

www.OCAXIENSE.com.br André T. Susin/O Caxiense

A Semana | 3

As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

Esperando mais de 30 mil visitantes, a Mercopar lota os hotéis da cidade

Novos horizontes | 5

Dois shoppings em construção e um hipermercado em estudo animam o comércio

Parabéns por ter, em sua equipe, jornalistas com estilo impecável! Parabéns pelos perfis dos eleitos de encher os olhos. Lisiane Zago

Tíquete ou multa | 6

Contestado na Justiça, o polêmico Zona Azul já tem previsão de aumento para 2011

A segunda batalha | 8

@giseletegner É tão bom abrir o jornal e não ver a página policial, obrigada @ocaxiense #edição45 Marcelo Mugnol/O Caxiense

PT e PSDB locais querem trazer Dilma e Serra a Caxias no 2º turno. Indio vem neste sábado

Piquete permanente | 10

Médicos, bancários, metalúrgicos e servidores municipais mostram o poder das greves

A arte da tradição | 13 A família do circo revela sua rotina em torno do picadeiro

@patiifagundes No clima da Feira do Livro, ganhei do @ocaxiense a biografia do Raul Randon, e aproveitei para presentear :) né @_gvieira #assinatura

A arte da renovação | 15 Fãs de blues e jazz mostram como um festival leva a outro

Misssão Sherlock Holmes | 17

@erimadril Parabéns ao @ocaxiense pelas reportagens dos perfis dos candidatos eleitos! Muito bem conduzidos e escritos! SUCESSO! #edição45

Guia de Cultura | 18

@florzynha está mais interessante ler @ocaxiense do que tuitar... #edição45

Artes | 20

@regesschwaab agradecimentos ao @ocaxiense pelo destaque e os sinceros parabéns pelas excelentes matérias com os deputados na #edição45. Baita ideia. #edição45

Saldos da Feira do Livro misturam livros de primeira a quinta categoria, antigos best-sellers e eternos fracassos de vendas. Ao garimpo! Um ótimo livro com desconto e um grande show com entrada franca nos últimos dias de Feira do Livro Roupa contemporânea de dança: memória. Uniforme antigo de escola: saudade.

Dupla CA-JU | 21

@alexdenoia Curiosa a campanha do jornal O Caxiense focando a profundidade das abordagens... pois acho que é justamente isso que falta a ele. #publicidade

Julinho quer ficar no Caxias. Scola quer ficar no Juventude

Guia de Esportes | 22

Um rally para levantar a poeira do interior de Caxias e Farroupilha

@leo_tportella Tô louco pra ler a edição do O Caxiense desta semana... tomara q o meu pai se lembre de trazer =)#edição45.

Renato Henrichs | 23

Caxias vai ganhar uma estátua da padroeira Santa Teresa na entrada da cidade

@samuAPZ Mesmo estando no Canadá o @ocaxiense me mantém informado do que acontece na minha terrinha... ooo beleza... #online

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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@JoeGuidini @ocaxiense acaba de ganhar meu respeito ainda mais, depois de ter usado com sucesso uma célebre frase: “Sigam-me os bons!” Hahaha! Adorei! #online

O Caxiense

16 a 22 de outubro de 2010

ocaxiense@ocaxiense.com.br

Perfil de Assis Melo | Gostaria de cumprimentar pela reportagem sobre o deputado eleito Assis Melo. Leitura atrativa e envolvente. Rocheli Camargo Sobre o título (Imperador operário), nem uma coisa, nem outra! Está certa a afirmação do Sr. Getulio Fonseca da Silva, de que este último ato na Randon foi planejado e calculado para causar impacto. Vamos ver o que o tal de imperador fará em Brasília. Quanto à sua votação, sem explicação, temos o nosso Tiririca! Claudio Biasio

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


editado por Paula Sperb

A Semana

SEGUNDA | 11 de outubro Caxias do Sul, o filme

Exibições gratuitas iniciam na próxima semana

Quem não assistiu ao documentário Caxias do Sul: Tradição e Inovação de um Povo no período em que ele ficou em cartaz no GNC Cinemas, poderá assisti-lo de graça no Centro de Cultura Ordovás, a partir de terçafeira, dia 19. A estreia será aberta à comunidade às 20h. Até o fim de outubro, o documentário fica em cartaz todos os dias, às 18h, sempre gratuitamente. A solenidade de entrega dos direitos autorais do filme ao Município será na segunda-feira, dia 18. Com isso a prefeitura fica autorizada a exibir o documentário realizado por produtoras de Porto Alegre. O secretário da Cultura, Antonio Feldmann, ressalta que podem ser agendadas, diretamente com o cinema do Ordovás, sessões em horários alternativos, para escolas ou grupos.

TERÇA | 12 de outubro Dia da Criança

Mais de 25 mil pessoas nos Pavilhões Cachorro-quente, refrigerante, pipoca, algodão-doce e picolé e diversas atividades como futsal, vôlei, basquete, basquete trio, taekwondo e capoeira fizeram a alegria das crianças e acompanhantes que aproveitaram o feriado nos Pavilhões da Festa da Uva. No total, cerca de 25 mil pessoas prestigiaram a festa. Se apresentaram grupos como Sul Mania, Trio Sertanejo, Só Batidão e Canteriando. Outro atrativo musical foi o XIII Encontro regional de Bandas Marciais e de Fanfarras, com cinco bandas de Caxias do Sul e cinco de outros municípios. De Caxias, se apresentaram a Banda Marcial de Ca-

xias do Sul, a Banda de Fanfarra Olga Maria Kaiser, a Banda Irmã Guerino de Ana Rech, a Banda Meyer, da E.E. Emílio Meyer, e a Banda Marcial da Escola Cristóvão de Mendoza.

QUARTA | 13 de outubro Animação

Curtas serão exibidos dia 28

Pelo sétimo ano consecutivo, o Dia Internacional da Animação é celebrado no Brasil com uma mostra, simultânea e gratuita, de curtas-metragens nacionais e internacionais. No dia 28, às 19h30, ocorre a mostra oficial, no Ordovás. Caxias do Sul é uma das 400 cidades do país a participar. Outros 30 países também participam do Dia Internacional da Animação

Paul McCartney

Ingressos à venda em Caxias

Caxias do Sul tem ponto de venda dos ingressos para o show do ex-beatle Paul McCartney, em Porto Alegre, na noite de 7 de novembro. No site de venda de ingressos online e na bilheteria do estádio Beira-Rio, onde acontecerá a apresentação, os ingressos estão esgotados. Na cidade, quem vende é a empresa Rupestre Turismo Ecológico. Os preços dos setores variam de acordo com a posição. Cadeira numerada ímpar custa R$ 302, gramado livre – anel inferior, R$ 314, cadeira numerada par, R$446 e gramado premium, R$ 674. O valor corresponde ao ingresso e transporte. A Rupestre funciona das 9h às 12h e das 13h30 às 18h30, na Sinimbu, 1.280, sala 403. O telefone é 3202-1575.

Eleições

Não haverá passe livre no segundo turno

O segundo turno das eleições para presidência não terá a facilidade do passe livre para os eleitores

www.ocaxiense.com.br

paula.sperb@ocaxiense.com.br

caxienses. De acordo com a Viação Santa Teresa (Visate), não foi recebida nenhuma solicitação da Justiça Eleitoral por meio de ofício.

Rua Visconde de Pelotas, 330.

SEXTA | 15 de outubro

Restaurante comunitário

Mensalidades da UCS

Refeição volta a custar R$ 1

Reajuste deve ser de 7,94%

Há cinco meses, encerrou-se a parceria da prefeitura com a iniciativa privada para oferecer refeições nos restaurantes comunitários do município. Após alguns meses custando R$ 1,50, a refeição voltou a custar R$ 1 para o consumidor, no último dia 4 de outubro. Para impedir o reajuste, a prefeitura elevou o investimento no projeto.

Está definida em 7,94% a proposta de reajuste das mensalidades da UCS para o próximo semestre. A informação foi divulgada pelo site da UCS. O texto explica que a reitoria adotou medidas rígidas de controle do orçamento em vigor para readequá-lo às mudanças decorrentes da filantropia, com a lei 12.101.Por causa dessas adequações foi necessário modificar o orçamento de 2010. A elaboração do orçamento para 2011, incluindo o reajuste das mensalidades, será analisada ainda este mês pelo Conselho Diretor.

Feira do Livro

Os 10 mais vendidos

Até segunda-feira (11), a Bíblia era o livro mais vendido na Feira do Livro de Caxias, seguido de Querido John, Nicholas Sparks; Comer, Rezar, Amar, Elizabeth Gilbert; Nosso Lar, Francisco Cândido Xavier; 1822, Laurentino Gomes; A Cabana, William P. Young; De Todo o Meu Ser, Mônica de Castro; Última Música, Nicholas Sparks; Se Abrindo Pra Vida, Zibia Gasparetto, e, em décimo lugar, Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec.

QUINTA | 14 outubro Eleições 2010

Indio deve vir a Caxias Os organizadores da campanha de José Serra (PSDB) no Estado confirmaram a vinda de seu candidato a vice-presidente, Indio da Costa (DEM), a Caxias do Sul. Será neste sábado (16) à noite. A chegada de Indio está programada para as 19h. A agenda prevê um encontro com lideranças políticas e empresariais e a inauguração do comitê suprapartidário da campanha, na

Alimentação

Feira Ecológica comemora data neste sábado O Dia Mundial da Alimentação, comemorado neste sábado, 16, em mais de 180 países, terá programação especial na Feira Ecológica de Caxias do Sul. Das 6h30min às 11h30min, os consumidores que forem até a Rua Augusto Pestana, junto à antiga Estação Férrea, irão degustar alimentos livres de produtos químicos em um espaço especialmente montado para a ocasião. Durante toda a manhã, nutricionistas darão orientações sobre o consumo de produtos ecológicos e a correta alimentação, enquanto profissionais da Escola Técnica de Enfermagem do Hospital Pompéia realizarão a medição da pressão arterial dos frequentadores da feira. A nutricionista Leticia Simon, representante da Fundação de Assistência Social (FAS), organizador do evento juntamente com a Feira Ecológica, explica que a escolha foi feita devido aos benefícios da comida sem a presença de pesticidas e herbicidas e da alimentação saudável.

16 a 22 de outubro de 2010

O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

A 9ª edição do Seminário de Negócios Internacionais da Serra Gaúcha terá como objetivo incentivar e potencializar a internacionalização das empresas. A iniciativa da Diretoria de Negócios Internacionais da CIC de Caxias do Sul ocorre na segunda-feira (18), a partir das 7h45. Haverá apresentações de especialistas e técnicos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que também participarão de encontros individuais com empresários para elucidação de dúvidas. Inserida na programação, a reunião-almoço terá a presença do diretor corporativo e de relações com investidores da Randon e vice-presidente da Federação das Indústrias, Astor Schmitt.

Feira de negócios

A 19ª edição da Mercopar - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial reunirá mais de 600 expositores nacionais e internacionais, que ocuparão 15 mil m² dos pavilhões e do Centro de Eventos da Festa da Uva. Além de empresas brasileiras, estão confirmadas representantes da Argentina, África do Sul e China, entre outros países. Promovida pelo Sebrae/RS e Hannover

Fairs Sulamerica, a feira ocorrerá de 19 a 22 de outubro, das 14h às 21h. A expectativa da organização é superar a marca de R$ 64 milhões em negócios, resultado da edição do ano passado, e receber mais de 30 mil visitantes. A hotelaria de Caxias do Sul e região é uma das mais beneficiadas pela feira: as acomodações estão 100% tomadas por toda a próxima semana. Maurício Concatto, Divulgação/O Caxiense

Internacionalização

Premiação

O acadêmico de Tecnologia em Polímeros da Universidade de Caxias do Sul e bolsista PIBIC/ CNPq Vinicios Pistor obteve o segundo lugar no 8º Prêmio Destaque do Ano em Iniciação Científica. A entrega do prêmio ocorrerá na terça-feira (19), na abertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação em Brasília. A pesquisa permitiu contornar os problemas de processamento do poliuretano termoplástico, que garante uma infinita gama de aplicações do material. Entre elas, a fabricação de engrenagens e tubos cirúrgicos para a área da saúde. O trabalho está ligado ao desenvolvimento da nanotecnologia e extrusão reativa, temas considerados de alta tecnologia. Divulgação, UCS/O Caxiense

Novo canal fica para março

Ouvir melhor

Sob a coordenação da fonoaudióloga Daniela Lazzarotto, a Rede de Clínicas Direito de Ouvir abriu unidade em Caxias do Sul. Considerada a maior rede de clínicas do Brasil especializada em aparelhos auditivos, tem como objetivo ajudar o deficiente auditivo a se reintegrar à sociedade, comercializando seus produtos com custos reduzidos.

Qualificação social

Para suprir a falta de mão de obra qualificada no setor contábil de Caxias do Sul o SesconSerra Gaúcha criou o Projeto Capacitar. Por meio dele é oferecido treinamento prático para atuação no departamento fiscal e pessoal dos escritórios. A iniciativa vai além e busca a integração de jovens em vulnerabilidade social, que buscam oportunidade no mercado de trabalho. Dos 60 inscritos para o curso, 41 contarão com bolsa de estudos custeada por empresa associada ao Sescon. Após o término do curso, o sindicato atuará na colocação desta mão de obra nos escritórios.

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O Caxiense

16 a 22 de outubro de 2010

A expectativa de início de operação da televisão aberta CNT em Caxias do Sul para este final de ano não se confirmará. A rede transferiu para março de 2011 o início da programação em sistema 100% digital. No momento, a geradora está em fase de testes. Mesmo assim, a cidade ganha destaque no canal. A Madal Palfinger será o case

do programa Radar Television deste domingo, às 19h30, com a apresentação de seus produtos direcionados à reciclagem de resíduos industriais. Atualmente, a CNT só pode ser assistida em Caxias pela TV por assinatura Sky, no canal 25, e por antena parabólica (com direcionamento para o satélite Brasil Sat B4).

Curtas

A CDL Jovem promove na segunda-feira (18), a partir das 18h, no Bergson Executive Flat, palestra sobre etiqueta profissional. A atividade será conduzida pela empresária e comunicadora Lisete Alberici Oselame. O evento é aberto ao público em geral e gratuito.

ocorrerá de 22 a 24 de outubro no Centro Diocesano de Formação Pastoral. A ação é destinada a empresários, profissionais liberais, executivos, líderes comunitários e políticos que sintam necessidade de harmonizar os ambientes de trabalho. Mais informações pelo telefone 3211 0131.

Tem início na segunda-feira (18) a programação da Semana Externa de Prevenção de Acidentes de Origem Elétrica, organizada pela RGE. A iniciativa, que se estende até o dia 22, objetiva conscientizar a população sobre os riscos da energia elétrica. O início das atividades será marcado por solenidades na sede da concessionária às 10h.

O Cursão Pré-Vestibular programou para o dia 23 de outubro a 10ª edição do seu Simulado. As inscrições são gratuitas e abertas à comunidade. As provas ocorrerão na UCS a partir das 14h.

O Restaurante e o Empório Per Mangiare promove neste sábado (16) nova edição do Festival de Espumantes. O evento ocorrerá na sede campesO presidente do Sescon-Serra tre do Recreio da Juventude, a partir Gaúcha, Tiago De Boni Dal Corno, di- das 20h. vulgará as ações do Comitê Municipal O presidente do Conselho de do Empreendedor Individual no Encontro Estadual da Lei Geral das Micro Administração das Empresas Randon, e Pequenas Empresas. O debate ocor- Raul Anselmo Randon, palestra segunrerá na quinta-feira (21), no Anfiteatro da-feira (18) no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalda Sogipa, em Porto Alegre. ves. A partir das 20h falará sobre sua O 64º Encontro de Reflexão trajetória aos empresários de Bento e para Dirigentes Cristãos de Empresas região.

Em alta

O Dia das Crianças rendeu bons dividendos para os supermercadistas. As vendas cresceram 8,5% na comparação com o ano passado. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo, os brinquedos importados lideraram as vendas do setor para a data, que deverá responder por cerca de 1,5% do faturamento do segmento em outubro.

Profissionalização

A 5ª Feira de Oportunidades terá como essência a qualificação profissional. Marcado para quartafeira (20), no Senac de Caxias do Sul, o evento terá palestras, oficinas, workshops e ações de orientação profissional. As atividades são abertas ao público e o valor da inscrição é simbólico, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível. Na cidade a programação se inicia às 8h e termina às 20h, com mesa redonda sobre o tema Transformando Oportunidades em Resultados, que reunirá empresários de Caxias do Sul e região. Realizada bi-anualmente, a Feira de Oportunidades figura como uma das mais importantes ações de incentivo à qualificação profissional no Rio Grande do Sul.

Expectativa

A diretoria da NC², nova fabricante mundial de caminhões, anuncia na quarta-feira (20), em São Paulo, o início de sua operação no Brasil e em qual cidade erguerá a sua unidade fabril. Caxias do Sul sonha com este projeto, mas pelo que se sabe a escolha tende a ser por uma cidade paulista ou mineira. A prefeitura, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, manteve tratativas com a diretoria da empresa, que utiliza unidade da Agrale para a montagem de seus caminhões destinados à exportação. Porém, a última conversa foi em junho. Lideranças municipais demonstraram preocupação quando souberam que a empresa anunciará na quarta-feira onde fará o investimento.

Distinção feminina A diretoria da Microempa programou para quinta-feira (21) a solenidade de entrega do Troféu Empreendedorismo Feminino. As indicadas foram Ana Paula Turatti Tonial, da Pioneiro Alimentos, e Cláudia Lima da Silva, do Centro Estético Baiana, de Caxias do Sul; Liana Salete Saugo Alberton, da Lia Colchões, de Farroupilha; e Inês Fagherazzi Bettoni, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves. A cerimônia de premiação será na CIC de Caxias.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Intervene, Divulgação/O Caxiense

Aposta no consumo

O Caxias Plaza Shopping, com abertura prevista para 16 de novembro, terá 40 lojas entre a Júlio e a Sinimbu

COMÉRCIO

EM EXPANSÃO

O

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

Natal vai ser mais gordo este ano. Pelo menos essa é a aposta de investidores do comércio caxiense. Somadas as lojas que abrirão no San Pelegrino Shopping e no Caxias Plaza Shopping, que ocupará o espaço das Casas Bahia e tem abertura prevista para 16 de novembro, Caxias ganhará cerca de 160 lojas para ajudar a rechear o saco do bom velhinho quando ele passar pela cidade. O diferencial do Caxias Plaza é a localização: a Avenida Júlio de Castilhos está invariavelmente abarrotada em início de mês, e o empreendimento conta com outra entrada pela rua mais movimentada do município, a Sinimbu. “O Centro é um ponto de comércio muito forte. Ao contrário do Iguatemi que recebe mais fluxo depois das 18h e nos finais de semana, a Júlio tem movimentação o dia todo”, argumenta Josué Bassanesi, subgerente da imobiliária Bassanesi, responsável pela comercialização do empreendimento. “O público alvo é o comerciante caxiense. Será um shopping de centro com lojas de qualidade e bonito, mas não sofisticado, requintado”, descreve Bassanesi, comparando o Caxias Plaza, que tem a estrutura de uma galeria, ao Prataviera. Neste ano, Caxias já ganhou outro centro comercial, mas com uma localização diferente do habitual. O Alpha Center, no bairro São José, aglomera quatro lojas de 1,2 mil metros quadrados – Manlec, QueroQuero, Lebes e Center Motor – e o supermercado Kastelão, com 2,8 mil metros quadrados. “Principalmente as redes de eletrodomésticos estão saindo do Centro para os bairros por causa do aluguel

mais baixo e da possibilidade de oferecer estacionamento”, explica Valdecir Antunes, gerente da imobiliária Grazziotin, que gerencia o Alpha Center. A tendência vai ao encontro do Plano Diretor, que dividiu Caxias em 15 regiões e propõe que lojas ou centros comerciais de grande porte, com mais de 3 mil metros quadrados, sejam construídos fora do segundo anel viário, formado pelas perimetrais. “Na verdade, procuramos, através do zoneamento, fazer uma melhor distribuição das atividades e descentralizar aquelas de grande fluxo”, explica Sandra de Brum, diretora da Coordenadoria de Planejamento e Gestão Territorial da Secretaria de Planejamento. O controle é feito através da autorização do tamanho das construções, pelos índices de aproveitamento do terreno. O maior incremento no varejo caxiense virá, sem dúvida, com o San Pelegrino. Apesar de não haver data confirmada para a abertura do shopping, uma das âncoras, a Americanas, anuncia inauguração para 28 de outubro. Os impactos no comércio, no entanto, irão além do interior do prédio envidraçado. “Normalmente, quando um shopping entra em operação, as oportunidades de negócio nos arredores crescem e o setor imobiliário é aquecido”, aponta Luiz Felipe Tavares, superintendente do San Pelegrino, citando o exemplo do aumento do comércio no entorno do Iguatemi. O superintendente afirma que o San Pelegrino abrirá com quase 100% das lojas em operação. “E mesmo quem não inaugurar conosco vai abrir nos próximos 15 ou 30 dias, porque ninguém quer perder o trimestre mais forte do varejo.” “Hoje temos 15 mil unidades sendo construídas em Caxias. É a maior

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Novos empreendimentos no varejo caxiense entusiasmam imobiliárias e serão teste da força do setor na cidade explosão nessa área (da construção civil em geral), e o comércio está efervescendo”, afirma o secretário municipal de Urbanismo, Francisco Spiandorello. Segundo ele, a média mensal de alvarás para abertura ou reforma de imóveis aumentou 40% nos últimos 12 meses – em 2009, eram liberados 500 projetos por mês, contra 700 neste ano. “Nunca houve uma média tão alta. Os olhos de grandes grupos nacionais estão voltados para Caxias.” Um desses grupos seria o Walmart, proprietário dos supermercados Big, Nacional, Maxxi e Walmart, que estaria interessado no terreno do antigo Clube Palermo para construir um hipermercado. Marcos Rosa, diretor de operações da Walmart Brasil no Estado, não confirma novos investimentos em Caxias além da abertura do Nacional junto ao San Pelegrino. “Não temos projeto (de hipermercado) aprovado. Foi autorizada a demolição do Palermo”, pondera Spiandorello. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Guilherme Sebben, o Walmart consultou sua pasta sobre a possibilidade de abertura de um mercado naquela área, já que empreendimentos com mais de 2 mil metros quadrados precisam ser aprovados pela Comissão de Impacto Econômico. “Sabemos que estão desenvolvendo um projeto para a área porque vieram nos procurar para saber como funciona a comissão há cerca de um mês.” O secretário também revela que outro centro de compras, com um hipermercado e algumas lojas, poderá abrir no bairro Fátima, próximo ao posto São Luiz – investidores fizeram a mesma consulta à secretaria há alguns meses. Para o presidente da Câmara

de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caixas do Sul, Luiz Antonio Kuyava, os novos investimentos não significam uma expansão do setor. “Está havendo mais ou menos uma substituição no comércio, não a abertura de novos pontos.” Kuyava acredita que os comerciantes estão passando por um processo de profissionalização. “Aquele modelo do cara que pegava o FGTS e o ‘paitrocínio’ para abrir uma loja está acabando. Os lojistas caxienses estão mais amadurecidos. Além disso, negócios familiares em que os donos não se especializam, via de regra, não duram mais do que três gerações.” O subgerente da Bassanesi avalia que o Centro continua sendo o lugar mais visado por lojistas, mas aponta que o valor do metro quadrado subiu, nos últimos anos, aproximadamente na mesma proporção do restante da cidade. Para o presidente da CDL, a construção de espaços comerciais nos bairros será uma tendência. “É natural termos uma descentralização, mas esse processo ainda não está tão maduro. No futuro, o nicho de mercado vai ser criado em locais pontuais em que cada bairro se especializará em um negócio específico”, aposta, citando a concentração de bares no Largo da Estação Férrea como exemplo. “Em 15 ou 20 anos, a maioria do comércio vai se concentrar em shoppings. O que vai sobrar para as galerias e o comércio de rua serão os negócios mais familiares”, prevê Kuyava. Enquanto as projeções dele não se confirmam, caxienses podem contar, pelo menos, com a abertura de novos empregos no no San Pelegrino e no Caxias Plaza. Para os investidores, a percepção de como a cidade absorverá os dois novos conglomerados de lojas certamente irá pautar empreendimentos futuros. 16 a 22 outubro de 2010

O Caxiense

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André T. Susin/O Caxiense

Guarde seus tíquetes

ZONA NEM TÃO AZUL

Ainda motivo de polêmica entre os usuários, apesar de estar em operação há mais de 10 anos, sistema de parquímetros teve concessão ampliada sem licitação

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

uram poucos segundos o contato entre uma pessoa e um parquímetro. É só colocar as moedas que vão determinar o tempo de estacionamento, apertar o botão verde e ouvir o “piiiii”. Mas, para muitos, é o suficiente para se irritar com as caixas de alumínio que estão em praticamente todas as quadras do centro de Caxias. “Às vezes é um porre, as moedas não passam. E nunca tem ninguém para auxiliar. Semana passada, coloquei só R$ 1, porque a máquina não aceitou mais, e acabei sendo multada porque passei cinco minutos do tempo. Quer dizer, multar eles multam”, reclama Adra Cavion. “Eu odeio isso aqui. E poderia ser mais barato, com todos os impostos que pagamos”, diz Elisa Pellin. “Eu apoio e fico feliz que tenha estacionamento no Centro, mas tem esse problema de não aceitar as moedas e de não tolerar atrasos”, completa Rosmari Zanrosso. “Nem bom, nem ruim, mas necessário”, pondera Alex Costa. Todos os usuários fizeram a mesma cara feia quando chamados a opinar sobre o Zona Azul. Outro ponto em comum foi que nenhum deles disse saber da ação que veio à tona na semana passada, na qual o Zona Azul foi julgado ilegal em primeira instância. Tampouco eles sabiam que o valor do estacionamento pago, sem escapatória, aumentará. O sistema de parquímetros em Caxias começou em 1999. O contrato previa dez anos de concessão do serviço à Rek Parking Empreendimentos e Participações, empresa de Santa Maria que administra o Zona Azul em 10 cidades do Rio Grande do Sul. A concessão venceria em fevereiro de 2009.

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O Caxiense

16 a 22 de outubro de 2010

Considerada ilegal pela Justiça, prorrogação do estacionamento pago será julgada em segunda instância. Enquanto isso, a Rek Parking pede aumento entre 15% e 20%

Mas, dois meses antes, a lei 6.927 foi aprovada na Câmara de Vereadores, ampliando-a por cinco anos. No dia 6 de outubro, o promotor Adrio Rafael Paula Gelatti anunciou que obteve, na Justiça de Caxias, o reconhecimento de nulidade da prorrowgação do contrato entre Município e Rek Parking em uma ação civil pública. O argumento do Ministério Público foi que não houve processo de licitação, o que impediu que outras empresas tivessem a chance de disputar a concessão do serviço. Ao fazer isso, segundo Gelatti, o Município extrapolou a própria competência. “Tem uma série de legislações hierarquicamente superiores à lei municipal que dizem que se a prorrogação não consta no contrato original nem no edital de licitação não pode ser prorrogada. Burlaram a legislação federal para possibilitar essa renovação. Hoje temos uma empresa que opera na ilegalidade. Ela está explorando o que não tem direito.” Gelatti acredita que, com uma nova licitação, os serviços poderiam ser melhorados, inclusive os parquímetros, máquinas que considera ultrapassadas. “Poderia ter novo parque de máquinas, porque são 10 anos usando o mesmo tipo de tecnologia. Houve um ataque ao regime democrático. Foi um agir incorreto e ilegal do agente público e nisso a gente tem que ser bastante rígido, para que se contrate as empresas não de acordo com as conveniências, mas de forma que possibilite a concorrência”, defende o promotor. Segundo o MP, atualmente a Rek Parking teria faturamento bruto superior a R$ 283 mil por mês, ou seja, R$ 3,4 milhões por ano. Portanto, desde fevereiro de 2009, quando a promotoria entende que deveria ter sido feita a nova licitação, o Zona Azul arrecadou

mais de R$ 5,6 milhões. Até que haja a decisão em segunda instância, Gelatti recomenda que as pessoas guardem os tíquetes, pois poderão ser ressarcidos pela Rek Parking posteriormente. Segundo ele, as três decisões mais prováveis do Tribunal de Justiça do Estado, a quem cabe decidir a questão, devem ser: 1) Se ficar provado que houve dano coletivo à comunidade, determinar que o dinheiro seja devolvido aos usuários que apresentarem os tíquetes; 2) Determinar multa à Rek Parking, que será depositada no Fundo Municipal de Defesa do Consumidor, o que geralmente ocorre quando não é possível mensurar o quanto cada pessoa foi lesada; 3) Reconhecer a ilegalidade, mas decidir que a empresa não agiu de má fé, então não precisará devolver dinheiro nem pagar multa. Todas as opções implicariam em uma nova licitação. Os valores, repassados ou não, deverão fazer parte de uma ação judicial própria, após julgada a ação de inconstitucionalidade. Portanto, prepare-se para guardar seus tíquetes por muito tempo. O procurador do Município, Lauri Romário Silva, afirma que a prefeitura está elaborando o recurso para que a Rek Parking continue gerenciando o estacionamento pago. Ele diz que não foi organizada uma nova licitação “por uma questão de interesse público”. “O Município, quando estava se aproximando do fim do prazo, verificando que a prorrogação era a melhor escolha, decidiu que se fizesse uma nova licitação teria que aumentar o valor de estacionamento. Além disso, diminuiria o valor dos repasses. Hoje, a Rek Parking passa 39% do que arrecada para a FAS (Fundação de Assistência Social). Se tivesse uma nova licitação

isso cairia para 15%”, diz Lauri, para quem a ação do MP prejudicará a cidade. A Rek Parking também se organiza para recorrer. “Tomamos cuidado de fazer uma reunião com todo o nosso pessoal para tranquilizarmos que não muda absolutamente nada com isso. Temos convicção de que vamos reverter essa decisão”, afirma o diretor da empresa, Flávio Lenz de Macedo. Ele defende o entendimento dos departamentos jurídicos tanto da prefeitura quanto da Rek Parking. “Se o contrato não dizia que podia renovar, também não dizia que não podia. Houve um silenciar sobre isso.” Com a prorrogação, a empresa assumiu o compromisso de não alterar o preço – R$ 1,30 por uma hora de estacionamento – por um ano. Esse prazo, porém, expirou em fevereiro de 2010. E não há reajuste há quatro anos. O que leva a uma única e lógica conclusão: “Fizemos avaliações e a empresa já encaminhou à prefeitura um pedido de solicitação de reajuste de 15% a 20%. A tarifa está defasada”, diz Macedo. Se aumentar 20%, uma hora no Zona Azul custará R$ 1,56, o que deve ser arredondado para R$ 1,55. Para o procurador do Município, mesmo se houver reajuste, o aumento será menor do que se fosse licitado. “A média das ofertas seria acima do valor que poderá ser negociado. Sem contar que se for reajustado agora tem que levar em consideração que ficou mais de um ano sem reajuste, e, se tivesse sido feita licitação, já estaria em vigência”, afirma Lauri. Ele diz que o aumento está sendo estudado e só deverá ocorrer no ano que vem. E ressalta que, até que não haja a decisão final da Justiça, tudo segue na normalidade. É preciso, portanto, continuar visitando os parquímetros.

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Segundo round

No comitê de Dilma, desafio é ampliar votação da petista, que perdeu em Caxias. No de Serra, a coordenação foi repassada à juventude do partido

A LUTA PELO

PLANALTO

EM CAXIAS

A

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

chegada do segundo turno deu fim aos sorrisos amarelos e à estratégia de evitar o confronto direto – nos debates antes de 3 de outubro, os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) sequer faziam perguntas um ao outro, exceto quando obrigados pelas regras dos encontros. O clima já mudou no debate do último domingo (10), na Band, e as repercussões do aumento de temperatura poderão ser sentidas em Caxias do Sul. A campanha de José Serra se reestruturou na cidade. No primeiro turno, o tucano não tinha comitê em Caxias do Sul ou coordenação de campanha no Estado. O candidato a vice-presidente Indio da Costa (DEM) chegou a dormir em Caxias sem ter nenhuma atividade de campanha agendada, segundo o deputado federal não reeleito Ruy Pauletti (PSDB) – agora, para se redimir, Indio anuncia visita a Caxias neste sábado à noite. A vitória inédita do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul – Dilma fez 46,95% dos votos contra 40,59% de Serra e 11,33% de Marina – acendeu o sinal vermelho na campanha tucana. José Serra visitou o Estado na quarta (13) e um comitê pluripartidário foi inaugurado em Caxias do Sul no dia seguinte, apesar das dificuldades da legenda na cidade. “Em Caxias, nós (do PSDB) não temos um diretório, nem executiva municipal, apenas uma comissão provisória indicada pelo diretório estadual. Mas estamos muito entusiasmados com o segundo turno e vamos trabalhar todos juntos pela eleição de Serra”, afirma o vereador Daniel Guerra. O tucano revela que antes da inauguração do comitê, que reúne 11 partidos, o material de campanha de Serra ficava

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estocado na bancada do partido na Câmara de Vereadores. Segundo Pauletti, a central de campanha será coordenada pela Juventude do PSDB. A poucas quadras do QG pró-Serra, também na Rua Os Dezoito do Forte, o comitê de Dilma não chegou a fechar entre o primeiro e o segundo turno. Deputado estadual reeleito e coordenador da campanha de Dilma no Estado, Raul Pont esteve em Caxias do Sul no sábado (9) para avaliar os resultados das urnas. A cidade manteve o histórico de não eleger um representante petista ao Palácio do Planalto – Serra teve 46,76% dos votos, Dilma 36,82% e Marina 15,14% em Caxias. “Apesar da Dilma não ter vencido, melhoramos muito em relação a 2006”, assinala Pont. Nas últimas eleições presidenciais, Geraldo Alckmin (PSDB) derrotou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Caxias com 61,23% dos votos no primeiro turno. Apesar de manter o espaço do comitê, o PT fará modificações e adições na sua composição. “Vamos montar um comitê sindical e um popular e social, com a participação de movimentos sociais e do comunitário”, afirma o coordenador da campanha em Caxias do Sul Vitor Hugo Gomes. O petista acrescenta que o comitê partidário também será reestruturado. “Pretendemos trabalhar preferencialmente com partidos da aliança nacional e trazer o apoio do PDT e do PTB, que vão compor o governo estadual, e do PMDB. Esses partidos ficaram contidos no primeiro turno por causa da campanha no Estado.”

As coordenações locais não demoram a responder qual o maior desejo para dar fôlego às campanhas: querem que os candidatos venham a Caxias. “É uma reivindicação nossa

O PT, que não parou a campanha, e o PSDB, que se reorganiza na cidade, tenta trazer Dilma e Serra. O vice Indio vem neste sábado trazer um comício Dilma-Lula para o programa de governo é muito semeCaxias porque acreditamos que a vin- lhante ao da Dilma”, avalia Vitor Hugo. da da candidata poderia promover um As estratégias para conquistar os contato direto com as bases”, expõe apoiadores da acreana em Caxias do Vitor Hugo. O presidente municipal Sul não serão muito diferentes das do PT, Alfredo Tatto, acrescenta que utilizadas no primeiro turno: ambos existe a possibilidade de Dilma vir a os partidos prometem passeatas, banCaxias por causa da passagem de Lula deiraços e adesivação de carros com pela cidade em campaa presença de líderes nhas anteriores. partidários da cidade e A visita de Serra “Serra venceu da região. No caso do a Porto Alegre não em Caxias e a PMDB caxiense, exisfoi acompanhada so- cidade é um tem pressões dos dois mente de militantes e partidos cabeças de curiosos. A coordena- colégio eleitoral chapa para um anúncio ção local do PSDB foi grande, em que de apoio. “Esperamos à Capital para tentar ele representa que o prefeito Sartori sensibilizar os organi- uma liderança reconheça a legitimidazadores nacionais da de da decisão do particampanha da neces- muito forte”, do em nível nacional e, sidade de uma visita diz Spiandorello por coerência partidádo tucano a Caxias, ria, se engaje na campasegundo Francisco nha. Na composição do Spiandorello. “Serra venceu em Caxias governo atual, os municípios governae a cidade é um colégio eleitoral bem dos por partidos aliados se beneficiagrande, em que ele representa uma ram enormemente. Caxias nunca receliderança muito forte.” Pauletti revela beu tanto dinheiro do governo federal”, que irá para Brasília ou São Paulo para provoca Raul Pont. propor um roteiro de visitação de SerA distribuição de panfletos na rua ra no Estado, que incluiria as regiões deve se intensificar conforme o dia da fronteira, de plantação de tabaco e 31 se aproxima. Já que as peças locais Caxias do Sul. da disputa presidencial voltaram a se “O segundo turno é uma nova elei- mover para conquistar o seu voto – ção. Tem propaganda nova, novos dis- nenhum dos lados está em situação cursos e os debates podem ser mais de apenas aguardar que se repita a aprofundados, apesar de ser uma cam- votação do primeiro turno sem fazer panha muito rápida, com exigências campanha –, não se surpreenda se, ao muito dinâmicas”, observa Spiando- retornar ao seu carro depois de deixárello. Nessa fase do pleito, boa parte lo estacionado, tiver se tornado apoiadas atenções estão voltadas para con- dor involuntário de um candidato que quistar os eleitores de Marina Silva, in- desgosta, exibindo seu sorridente rosto dependentemente de quem a candidata em um adesivo colado em lugar inverde ou seu partido decidirem apoiar. conveniente, ou encontrar o limpador “A Dilma só não ganhou em Caxias de para-brisa adornado não com uma do Sul por conta dos votos da Marina. multa, mas com muito mais santinhos Acreditamos que o voto da Marina é do que você precisaria para lembrar de ideológico. Ela ficou 30 anos no PT e um número de dois dígitos.

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Ve铆culos

Im贸veis


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Luta de classes

Após 15 dias de protestos, quando chegaram a interromper o atendimento de 33 agências na cidade, bancários conseguiram aumentar índice de reajuste

A GREVE GANHA FORÇA Sem médico, sem banco, sem ônibus, sem professor. Por longos dias ou poucas horas, os caxienses têm convivido com paralisações em diversos setores

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por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br e JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br onhecida pelo trabalho, Caxias do Sul vive um ano marcado pela interrupção dele. O insucesso das negociações entre sindicatos de trabalhadores e patronais – incluindo nessa última categoria o poder público – resulta numa onda de paralisações em diversos segmentos, sentidos desde o início de 2010. A greve mais simbólica, tanto pelo número de pessoas prejudicadas por ela quanto por sua extensão, é a dos médicos da rede municipal. Os profissionais concursados para atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) completam neste sábado 48 dias consecutivos parcialmente parados (no ano, somam 57); o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) fez 10 dias de paralisações setoriais, que afetaram temporariamente as secretarias de Saúde, Habitação, Obras, Transportes e Agricultura, além de escolas municipais; o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Caxias do Sul trancou as garagens da Viação Santa Tereza (Visate) das 5h às 6h30 no dia 16 de setembro, impedindo aproximadamente 66 mil pessoas de tomar o ônibus pela manhã; os bancários, no ápice da greve encerrada quarta-feira (13), pararam os serviços de 33 agências em Caxias. Desde a promulgação da Constituição de 1988 a greve é legalizada no Brasil. A esse respeito, porém, o primeiro texto era breve e não definia exatamente o seu significado. No ano seguinte, o então presidente José Sarney complementou-o com a Lei 7.783. Ela tornou legítimo o exercício do direito de greve, a suspensão coletiva, temporária e pacífica total ou parcial de prestação pessoal de serviços empregados. Seria a forma legal de os funcionários, em desacordo com os patrões, conquista-

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rem melhores condições de trabalho e reajustes salariais. A doutora em História e professora do curso de Sociologia da Universidade de Caxias do Sul Vânia Herédia lembra que as greves nem sempre foram relacionadas aos salários, mas à precarização do trabalho. “Antigamente isso não era comum, porque a greve era o último recurso que uma categoria usava para demonstrar o seu descontentamento, para fazer pressão. Hoje passou a quase um mecanismo de negociação, sem que isso tenha um caráter positivo ou não. O próprio Estado autoriza, com a Constituição, que legitima mas não regulamenta”, analisa. O presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, recorre à legislação sancionada por Sarney para justificar os protestos da categoria. A lei permite a paralisação quando as negociações entre empregados e empregadores não resolverem impasses. Em maio de 2009, o sindicato apresentou as resoluções de uma assembleia, que exigiam um plano de carreira e reajuste salarial para a categoria, à prefeitura. Sem êxito na reivindicação, organizou uma “greve de advertência”, segundo Marlonei, em 2009, e em abril de 2010 recomeçou o movimento, paralisando o trabalho por quatro dias. Foi então que a disputa entre médicos e prefeitura ganhou um mediador externo, a Justiça. A greve foi interrompida por uma liminar obtida pelo Município. O sindicato recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado, que, em agosto, decretou a legalidade da greve, desde que 50% das atividades fossem mantidas. Os médicos chegaram a pedir um reajuste de 292,5% no salário básico, que passaria para R$ 8,5 mil. Em 8 de setembro, como proposta emergencial para suspender a greve, solicitaram uma gratificação emergencial de R$ 1,2 mil para cada profissional por cerca de um ano

até a implantação de um plano de car- não precisamos fazer nada na rua porreira e a definição de um percentual de que fazemos as nossas mobilizações aumento. Até hoje o sindicato aguarda online – é uma webgreve. Modéstia à uma resposta da prefeitura. parte, os médicos são muito organizaEnquanto isso, a Secretaria da Saú- dos e têm consciência das suas reivinde contabiliza o prejuízo. Com base no dicações. Não precisamos de reuniões número de atendimentos realizados presenciais”, justifica Marlonei. em períodos semelhantes, estima-se Agora, o sindicato quer um julgaque 22,3 mil pacientes deixaram de ser mento definitivo para não depender atendidos na rede municipal em um de liminares. A 2ª Vara de Fazenda período de 40 dias – somadas as con- Pública do Município julgará a legalisultas em Unidades Básicas de Saúde e dade da greve, além de uma segunda no Centro de Atendimento Especiali- e importante questão, que diz respeito zado. A pequena Maà representação da canuela, três anos, filha tegoria – se é por meio de Catiane Ramos, 20 do Sindicato dos Médi“Um procurador anos, é parte dessa incos ou do Sindicato dos feliz estimativa. Apesar ganha R$ 4 mil Servidores Municipais de chegar à UBS do e atende 33h por (Sindiserv). “Mas sembairro Cruzeiro, onde semana. Daí o pre há chance de recormora, às 5h30 da úlrer. Se for favorável a médico vai tima quarta (13), Canós, a prefeitura entra tiane não conseguiu trabalhar 20h com recurso, se não, é atendimento para a e ganhar o contrário. Na verdamenina, que reclamava R$ 8 mil?”, de, a última palavra é de uma provável indo Supremo Tribunal questiona Mano fecção urinária. A soFederal”, explica Marlução foi ir ao Pronto lonei, sem demonstrar Atendimento 24h, que muita preocupação. centraliza as consultas de pacientes Pelo lado da prefeitura, o secretário que não conseguem atendimento nos dos Recursos Humanos e Logística, bairros. Em outra ocasião, também Edson Mano, é o responsável por tenem outubro, mãe e filha chegaram no tar uma conciliação com a classe méPostão às 20h e encontraram pacientes dica. Ele entende que a greve é sempre aguardando desde as 15h. “Como não o pior caminho, mas informa que a deera nada muito grave, fomos embora. cisão do Município será tomada com Mas não dá pra descuidar da saúde base no resultado do processo judicial. dela sempre”, preocupa-se. “É uma situação extremamente delicada. Eles (médicos) não aceitam a proPara o presidente do Sindicato posta que passamos para os servidores dos Médicos, a situação vem se arras- públicos. Como se vai negociar? Como tando porque as negociações entre as fica a revolta dos outros servidores? duas partes são “tímidas e fantasmagó- Um procurador que trabalha com dericas”, numa crítica ao que ele chama dicação exclusiva ganha R$ 4 mil por de falta de diálogo. Ao longo da greve, mês, e atende 33 horas por semana. somente metade dos 362 médicos têm Daí o médico vai trabalhar 20 horas e comparecido aos seus postos de traba- ganhar R$ 8 mil? A juíza vai julgar o lho a cada turno, atuando em sistema processo e vamos ver o que vai se fade rodízio. Nesse tempo livre, porém, zer.” Para adiantar o fim da novela, o eles não se reúnem em piquetes. “Nós secretário diz que foi solicitado que o

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Na quinta (14) foram retirados cartazes da greve dos bancários, que gerou filas nas lotéricas. A paralisação dos médicos segue castigando usuários Judiciário agilize o processo. A sentença também irá definir se os médicos precisarão pagar ou não pelas horas não trabalhadas. Assim como a mãe que não consegue atendimento médico para a filha, quem não coloca as contas em dia também se preocupa. Com o iminente corte de água e de luz da sua casa, no bairro Serrano, a auxiliar de cozinha Rosilene Maciel Pazzini alterou seu horário de trabalho na última quarta para poder pagar as contas já vencidas. “Mas eu pago sempre em dia, só não consegui este mês por causa da greve”, argumentava, na fila de uma casa lotérica. “Eu só acho engraçado ver os bancos fechados com o pessoal sentado na frente, tomando chimarrão, como se fosse folga”, observou Rosilene. A cena ilustrava a greve dos bancários, encerrada na quarta. A queda de braço entre bancos e funcionários foi por causa do dissídio da categoria. No mais grave dos 15 dias de paralisação, 33 agências fecharam as portas em Caxias. Enquanto a classe trabalhadora pedia 11% de reajuste, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) oferecia 4,29%. O diretor de saúde e relações do trabalho do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região, Vilmar Castagna, conta que a relação com a entidade patronal sempre foi complicada. “Eles são intransigentes. A greve não é o melhor recurso, mas é o único que a gente tem. Devíamos conversar para chegar a um acordo, mas esgotamos todas as negociações.” A assistente de negócios do Banco do Brasil Silvana Perotoni liderava um grupo de oito colegas que fazia piquete em frente à agência central do banco no último dia de paralisação. Anima-

dos com a proposta apresentada pela mesmos reajustes que nós”, diz Silvana. Fenaban na véspera, vislumbravam o Em uma agência do Banrisul no fim da greve e também da rotina assu- Centro, o protesto era liderado por mida por eles há 15 dias. “É pior fazer Luciane Lodi, operadora de caixa em greve. Tem que chegar antes do horário outra agência, no bairro Pio X. De para pedir que os colegas não entrem e corneta em punho, ela bradava sobre é cansativo fazer piquete, mas é neces- a necessidade de um plano de carreira. sário”, defende Silvana. A paralisação A certa altura, interrompeu o discurinclui ouvir reclamações e xingamen- so para pedir a uma colega: “Chama lá tos de quem teve sua vida atrapalhada a Marlene, não deixa ela entrar”. “Eu por ela. “Mas tem até uns que param, não quero falar com ninguém do sinperguntam o que a gente quer e daí dicato”, disse a funcionária que deveria concordam”, ressalva um funcionário. ser barrada. “Ela é comissionada, esses “Os bancos faturaram cifras altíssimas sofrem muita pressão para não parar”, em plena crise mundial, explicou a sindicalisnão tem como não conta, voltando a defencordar com a nossa luta”, “Na volta, até der as reivindicações justifica outro. da categoria e contem acúmulo de No entanto, a sociólodenando a postura ga Vânia Herédia enten- trabalho, mas o do banco. “Eles não de que a compreensão pior é olhar os estão se importando popular não seja algo tão colegas que porque querem que fácil de ser alcançado. não aderiram e os clientes cada vez “Ao invés de fortalecer mais se atendam por a discussão, a socieda- vão receber os conta, seja nos caixas de acaba ficando contra. reajustes”, diz a eletrônicos ou nos Uma parte da população bancária Silvana postos corresponnem sabia o motivo da dentes. Mas um banparalisação dos bancáco sem pessoas não rios. No fundo, os indivíduos não têm existe”, argumentou. Conforme o sinconsciência coletiva. Uma parte da so- dicato, cerca de 70% dos atendimentos ciedade não utiliza o serviço público e ocorrem nos caixas eletrônicos. para eles não interessa as posições. FalNo caso dos bancários, o apelo da ta uma consciência pública”, acredita. greve surtiu efeito. A categoria conseguiu fechar um acordo que garantiu Não é preciso ir muito longe um aumento de 7,5% para todos os para esbarrar na incompreensão dos salários e 16,33% sobre o piso. A resooutros. Nem mesmo as horas extras a lução superou a do ano passado, que serem cumpridas até 15 de dezembro estabeleceu o dissídio em 6%, sendo para compensar as não trabalhadas destes 1,5% de ganho real. eram consideradas a pior parte do fim da paralisação dos bancários. “Na volta O funcionários municipais da greve, até tem acúmulo de traba- também aderiram às paralisações para lho, mas o pior é olhar para os colegas pleitear aumento salarial. As interrupque não aderiram e que vão receber os ções setoriais dos serviços foram o ul-

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timato do Sindiserv para que a prefeitura apresentasse uma nova proposta de dissídio. O sindicato inicialmente pedia 8,93%, índice que alega ter baseado na arrecadação da prefeitura nos últimos dois anos. “Eu imaginava que ficássemos entre 2% e 3% (de ganho real)”, conta o presidente do sindicato dos servidores, João Dorlan. O resultado foi 2,8% de ganho real – 1,5% será pago a partir da folha de novembro e 1,3% em abril de 2011 –, que o sindicalista credita o resultado à pressão sobre o poder público. “Sem as paralisações, eles manteriam algo próximo a 1%. Não existe patrão ou gestor bonzinho. Eles vão se pautar pela pressão que sofrerem”, afirma Dorlan. Ele relembra que, antes deste ano, a última paralisação dos servidores municipais foi em 1994. “Eu estava entrando no serviço público nessa época. As sequelas fizeram com que as pessoas ficassem desestimuladas. Todos recuperaram os 28 dias perdidos. Demorou muito para despertar para a paralisação novamente. Os mais antigos entenderam que já era hora de voltarmos à luta”, avalia. O secretário dos Recursos Humanos e Logística, Edson Mano, também esteve à frente da negociação com os servidores. Ele conta que a proposta de ganho real que permitiu o acordo não estava prevista inicialmente pois a categoria já recebe o índice da inflação a cada três meses. “Na verdade o serviço público não chegou a ser afetado com as paralisações setoriais. Demos toda a liberdade para a ação do sindicato.” Atualmente, cerca de 25% da receita do município são aplicados em despesas de educação e 15% de saúde. O funcionalismo fica com uma fatia mais substancial do bolo. Aproximadamente 42% da receita são destinados à ma-

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nutenção dos 6 mil servidores, algo em torno de R$ 20 milhões com salários e mais R$ 4 milhões para as leis sociais.

nificativa em relação às demais. Seu principal motivo foi o Programa de Participação nos Resultados (PPR). O PPR é uma bonificação oferecida por Os primeiros a coalgumas empresas locarem a greve na paupara complementar ta de assuntos da cidade o salário dos funeste ano foram os meta- “Não existe cionários. Leandro lúrgicos. Em meados de patrão ou gestor alega que os emprefevereiro, o sindicato da bonzinho. Eles sários precisam se categoria e funcionários adaptar à partilha vão se pautar da Randon paralisaram dos lucros. “Dois as atividades. Ao longo pela pressão que anos atrás, com a do ano, Keko, Tomé e sofrerem”, crise mundial, até se Lupatech passaram pela afirma Dorlan, entendia esta posmesma situação, sem, no tura (de não pagar presidente entanto, ser necessária a PPR). Agora não dá intervenção da Brigada do Sindiserv mais”, sustenta. Militar – na Randon, o O presidente do líder sindical Assis Melo Simecs, Getulio da chegou a ser detido. Só neste segmen- Silva Fonseca, entende que a greve é to, foram 21 dias de greve. As empresas uma ferramenta legítima dos trabanão divulgaram os valores perdidos. lhadores, mas alerta que a razão dela Leandro Velho, atual presidente do precisa ser analisada. “Nos casos da Sindicato dos Metalúrgicos, que afir- Randon e da Lupatech, temos um ma ter cerca de 15 mil associados, rompimento do contrato. Isso é uma garante que o diálogo sempre é a pri- coisa que está nos preocupando. Normeira opção para resolver os impasses. malmente essas grandes empresas têm “Nós não nos levantamos de manhã diversos segmentos que participam do pensando em fazer greve.” O sindica- complexo. A Lupatech tem 24 emprelista justifica as paralisações acusando sas, e cada uma é diferente. Queremos algumas empresas de intransigência. ver se os contratos são malfeitos. DaAs quatro manifestações fortaleceram qui a pouco, elas vão acabar eliminana categoria, que teve seu melhor dissí- do a participação nos resultados. Nosdio em termos de ganho real. A nego- sa preocupação é com as empresas que ciação com o Sindicato das Indústrias poderiam aderir ao PPR e aumentar o Metalúrgicas, Mecânicas e de Material salário do trabalhador”, explica. Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) reAs 2,5 mil indústrias do setor metalsultou em reajuste de 8,1% (2,79% de mecânico são responsáveis por 53 mil ganho real). Assim, o piso passou de empregos em Caxias. Getulio diz que, R$ 580,80 para R$ 667,84 nas empresas antes de tudo, o Simecs pensa na saúde com até 50 funcionários e de R$ 657,80 do trabalhador, e depois no lucro da para R$ 771,08 naquelas com o quadro empresa. E completa: “As grandes confuncional maior. quistas ocorrem não porque nos peAs paralisações dos metalúrgicos, dem, mas sim porque a gente concede.” entretanto, tiveram uma diferença sigO colunista econômico do jornal O

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Caxiense, Roberto Hunoff, não acredita que a ameaça de terminar com o PPR venha a se concretizar. “Acho que não vai se chegar a esse ponto, porque de fato o PPR é uma forma de o trabalhador se empenhar mais. Ele já é considerado uma regra informal. As pessoas não iriam participar para oferecer ideias e melhorar os serviços se fosse cancelada a gratificação.” Ele lembra que as perdas das empresas seriam menores do que os dias não trabalhados nas greves se elas tivessem estabelecido uma conversação com os funcionários. “Acho que o empresariado não tem uma capacidade muito grande para o diálogo nessas horas”, avalia.

paralisação foram 80 linhas interrompidas e mais de 66 mil passageiros afetados. Para os funcionários da Visate, o protesto trouxe uma esperança. O vereador Assis Melo (PCdoB) encaminhou pedido de mudança na Lei de Diretrizes da Política Municipal de Gestão do Transporte Coletivo e Seletivo, solicitando que os ônibus leves não possam operar sem cobrador. O projeto deve ser votado nas próximas semanas. “Eles não vão poder passar por cima da lei. Onde vão colocar essas pessoas?”, indaga Tacimer. O diretor superintendente da Visate, Fernando Ribeiro, se manifesta sobre o episódio em nota oficial. Ele afirma que a “paralisação gerou um enorme Uma paralisação sentida de ime- prejuízo para a população, que ficou diato pela população foi a da Viação privada do serviço de transporte coleSanta Tereza. Das 5h às 6h30 do dia tivo por cerca de 2h” e que “a quebra da 16 de setembro, cerca de 500 pesso- receita do dia impacta diretamente nos as bloquearam a saída dos ônibus das investimentos da empresa para qualifigaragens da Visate em protesto pela car o atendimento.” implantação dos veículos Sênior Midi Com maior ou menor prejuízo à po(menores e sem cobrador) em sete pulação – e maior ou menor razão em linhas. Segundo os manifestantes, a suas motivações –, a greve será uma medida fez com que 46 situação com a qual funcionários deixassem Caxias dificilmente de exercer a sua ativi- “As grandes deixará de conviver. dade naquele momento. conquistas A socióloga Vânia O temor do Sindicato ocorrem não Herédia ressalta que dos Trabalhadores em mesmo em países deTransportes Rodoviá- porque nos senvolvidos esse merios de Caxias era de pedem, mas canismo é utilizado, que a empresa demitisse sim porque a lembrando os casos essas pessoas. “Pela in- gente concede”, de França e Itália, que formação que temos, espassaram por protesses cobradores estão na diz Getulio, tos contra mudanças reserva, sem saber para do Simecs na estabilidade emonde vão. Não iremos pregatícia e na preaceitar demissões”, providência. “As formas mete o presidente do sindicato, Taci- para chegar na greve é que são diferenmer Kulmann, que ameaça fazer nova tes. Temos aqui um esvaziamento no greve se a situação não for resolvida. discurso”, analisa Vânia. Vazios ou não, Para a sociedade, os resultados da os discursos prometem continuar.

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A vida sob a lona

QUE SEJA ETERNO

ENQUANTO

DIVIRTA No Circo Bremer, o motoqueiro do Globo da Morte tem medo do trânsito, o palhaço arrumou casamento em um mês e a moça dos 50 bambolês sonha em fazer faculdade

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br s 60 integrantes do Circo Bremer – que saiu de São Paulo para fazer turnê nos três estados do Sul –, entre artistas e encarregados da manutenção, não sabem dizer quantas cidades conheceram. Nem teriam como se lembrar dos muitos rostos das pessoas que os viram chegar em estilo triunfal, em comboio, com 15 trailers, seis ônibus e uma Fiorino vermelha anunciando os horários de espetáculo. Os artistas têm certeza apenas de uma coisa. Que ninguém se arrepende da vida que escolheu. “Quem bebe da água da lona nunca mais sai debaixo dela”, costumam dizer. O que os donos do circo não esperavam é que a viagem duraria tanto. Faz 10 anos que a turnê do Bremer começou, tempo suficiente para a entrada de novos artistas, a saída de alguns, a paixão de muitos casais e até o nascimento de crianças. Quando desmontar a lona e sair de Caxias, na segunda-feira (18), o Bremer finalmente voltará a São Paulo. Mas os artistas não sabem disso ainda. São os administradores que decidem o trajeto e os avisam apenas com um dia de antecedência. O que não parece incomodar nenhum deles, pois o que os faz permanecer no circo é justamente saber que nenhum mês de trabalho será igual ao outro. São 20h30 quando Edimar Humberto Portugal, 49 anos, veste um casaco de terno preto e troca os sapa-

tos embarrados por pares lustros. Nos fundos do palco, ele pega o microfone e começa a mexer as pernas de um lado para o outro. Há barro no chão. Foi um trabalho duro instalar o circo na área do Villagio Iguatemi, próximo ao shopping, principalmente porque choveu muito. E Edimar está com dor de cabeça. As dançarinas que abrirão o espetáculo chegam pelos fundos da lona. Estão muito maquiadas e exibem um biquíni fio dental amarelo e ostentosas plumas da mesma cor na cabeça. Equilibram-se no barro em sapatos de salto prateados. Cortando a fumaça de gelo seco, elas descem os degraus até o picadeiro e iniciam uma coreografia. Depois da abertura, Edimar, o mestre de cerimônias, apresenta-se à plateia. Dá uma olhada geral para o público daquela noite e se sente feliz com o que vê. Ele e a esposa, Roselaine Bremer, 40 anos, têm as maiores responsabilidades. O trabalho deles vai desde acordar cedo e arejar a lona até pagar os funcionários, que recebem semanalmente – dependendo da sua função no circo, mas independentemente da quantidade de público. Edimar e Roselaine são, respectivamente, da quarta geração da família Portugal e Bremer. “Meu bisavô, meu avô e meu pai eram de circo. Não sei o que é ficar numa cidade parado. Pra gente não tem rotina. A vida de vocês, para nós, é que é difícil”, diz Edimar. “Já veio muito cantor se apresentar, a Xuxa filmou aqui, teve cena de novela, a filha do Lula foi nos assistir, andamos dois

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dias de balsa com todas as coisas do circo em cima para chegar a Manaus. Olha, a gente monta um livro com as histórias do Bremer”, conta Roselaine.

casa já está com a gente”, explica, sorrindo com seus dentes pequenos. Antes e depois dos espetáculos, Alex, assim como todos os outros artistas, vende brinquedos e lanches que ajudam o circo a se manter. A participação coletiva é a mesma na hora de erguer a lona. “Não interessa se é artista da Rússia. Todo mundo ajuda”, diz Roselaine.

Edimar apresenta o primeiro número, o da barra de ferro. Três homens vestindo calças e suspensórios pretos penduram-se na barra e fazem uma série de exercícios que exigem muita força. Mesmo assim, sorriem. Um deles é Alex Júnior, 28 anos. De pele morena, O show de mágica do Bremer cabelo curto pintado de loiro e com é feito por uma mulher. No picadeiro, braços fortes, Alex ela recebe uma jovem, deve ter mudado muique entra em uma caito desde o dia em que “Não sei o xa comprida e, ao som pisou no Bremer pela que é ficar numa de Carmina Burana, é primeira vez, aos 12 serrada ao meio pela anos, para ser vende- cidade parado. mágica. “Oooooh”, exdor de maçã do amor. Pra gente não clama a plateia. A caiAté durou algum tem- tem rotina. A xa é separada em duas po nessa função, mas vida de vocês, partes, depois volta a se logo ficou fascinado juntar. A menina levanpela emocionante vida para nós, é ta – inteira, é claro – e do picadeiro e, ainda que é difícil”, recebe os aplausos. criança, teve a certeza compara Edimar “A gente quis mude que era isso o que dar para não ser só um queria fazer. Pediu perhomem que faz. E deu missão à mãe, que precisou ir ao juiz certo”, conta a mágica Edilamar Portupara conseguir uma autorização para gal, 41 anos. Os momentos mais mágio menino trabalhar. “E desde lá estou cos da vida dela foram os nascimentos aqui. Nunca me passou pela cabeça dos filhos, cada um em um Estado. mudar minha vida.” Stephany nasceu quando o circo estava Solteiro, Alex mora sozinho em um em São Paulo; Luis, em Novo Hamburdos trailers que rodeiam a lona do cir- go; e Larissa, em Camboriú. Hoje, deco. O melhor dessa vida, segundo ele, pois das três crianças, Edilamar prefere é a praticidade das moradias. “Onde ficar apenas nos truques, mas continua vamos, nossa casa vai. Você, para ir ao treinando outras modalidades circenRio de Janeiro, tem que alugar um lu- ses. “Tem que passar para os filhos”, gar para ficar. Para nós, é só ir. A nossa justifica, olhando para Stephany, 11

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anos, que participa do show de mágica com a mãe. Com predileção por Matemática e Português, Stephany vai para a escola onde o Bremer estiver, mas aprendeu a ler no circo. Desde 1948, uma lei garante vagas nos colégios para filhos de artistas circenses. No dia em que chegam em uma nova cidade, procuram a escola mais próxima e se matriculam. Podem ser quatro dias ou quatro meses, todas as crianças vão à aula. Com algumas diferenças: não precisam usar uniforme – vestem um abrigo próprio do Bremer, branco, identificado com o nome do circo e do artista –, não pagam mensalidade e fazem provas especiais. “Não adianta ser um artista que não sabe nem conversar”, explica Edimar, salientando que os estudos são a maior preocupação dos adultos com as crianças do circo.

crianças não parecem muito preocupadas, talvez por não entender o quão perigoso é um Globo da Morte. Para evitar que se machuquem no caso de um acidente, os motoqueiros usam, além do capacete, protetores para pescoço, peito, joelho, cotovelo e pé. “Tem que treinar quase diariamente. O que não pode acontecer é ficar tonto, porque daí não controla a moto, não enxerga o outro e cai. Tem que andar de bicicleta e de moto em círculos até não aguentar mais”, conta Edimar. O mais experiente motoqueiro do Globo da Morte do Bremer, que apresenta o número desde 1985, no entanto, tem medo de dirigir moto na cidade. “Não tenho nem a carteira. É muito perigoso. Não depende só da gente. Mesmo se você está devagar, pode vir um louco e bater em você.” O que acontece no Globo da Morte não é programado. “Se combina, não dá certo. Tem só um líder que dá um sinal de saída, que sou eu, porque sou o mais velho. Eu olho para os três, dou um tempinho e digo ‘vai’. Daí saímos os três juntos”, explica Edimar. “Se der alguma coisa errada com um, vêm todos para baixo”, afirma, deixando à mostra um anel de ouro com o símbolo da maçonaria na mão direita. Keoma era ainda criança quando interessou-se pelo Globo da Morte. Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Depois da mágica, é a vez de Helouise Silva Portugal, 15 anos, a menina dos bambolês, filha de Edimar e Roselaine. O número foi aprendido com uma professora dos Estados Unidos contratada pelo pai. O treinamento durou um ano e meio. “Parece facilzinho, mas tem que prestar atenção em cada parte do corpo. É uma sequência: joelho, cintura, pescoço e mão”, explica. “Eu adoro esse número”, diz, alisan-

Próximos ao teto de lona azul, eles da tua casa que eu vou dormir lá’. Em saltam de um trapézio a outro, fazen- um mês namoramos, noivamos e cado o público pensar no que poderia samos”, conta, ressaltando: “A maioria acontecer caso alguma daquelas ágeis do pessoal do circo casa com menina mãos escorregasse. Lá no alto está Ke- da cidade”. A esposa dele, Ivone, traoma Cordeiro de Oliveira, 22 anos, balha na venda de churros do circo. mas com cara de muito mais novo. Ele Eles tiveram dois filhos, que os acomnão sabe explicar como é essa relação panham no Bremer. Uma é dançarina íntima “não poder vie o outro é o trapezista ver sem” que o artista Keoma, que, como o mantém com o circo. “Onde vamos, pai, também se apaixo“Ah, sei lá. Deve estar nou por uma “menina nossa casa vai. no sangue. Nasci aqui da cidade” e agora está e vou morrer aqui. Você, para ir ao formando a própria faMinha vida é isso”, re- Rio de Janeiro, mília sob a grandiosa sume. Keoma não pen- tem que alugar lona circense. sou em fazer faculdade. Quanto a Isadora, um lugar para Nem saberia o que curque tinha “pavorzinho sar. “Não sei fazer outra ficar. Para nós, de palhaço”, dobrou-se coisa senão isso.” de rir no número de é só ir”, Keoma mora com a diz Alex Cebolinha – parece ter esposa, Rochele, com esquecido rápido do quem é casado há oito medo. meses. Conheceu-a em uma das cidades que entraram na turnê do Bremer, Chega a parte final do show. e ela entrou na vida do circo por ele. “Coragem, sangue frio. A máquina da Hoje, Rochele é a fotógrafa que re- emoção não tem comparação.” Anungistra a emoção no rosto do público cia-se o Globo da Morte, e a plateia, com uma máquina digital para depois ao ouvir os aceleradores, espera que vender as imagens estampadas em um máquinas potentes entrem em cena. chaveiro, a R$ 5. Quem chega, porém, é Luisinho, “o motoqueiro mais jovem, com apenas Com o fim do número dos trape- seis anos”, empolga-se o apresentador. zistas, entram os palhaços. “Eu gosto O menino franzino dirige uma moto

Keoma, filho do palhaço Elbio, participa do Globo da Morte. Edilamar comanda o show de mágica. Sua sobrinha, Helouise, treinou seu número com uma professora dos EUA

do o longo cabelo castanho. Na apresentação, ela começa girando todo o corpo com cinco bambolês, que chegarão a 50. Naquele momento, volta toda a sua atenção para os aros em movimento. “Penso em fazer o número perfeito para agradar o pessoal que está assistindo. Se erro, já saio irritada.” Helouise acha difícil imaginar um futuro longe do circo, mas revela um desejo: fazer faculdade. Embora ainda faltem alguns anos para que precise decidir qual curso, ela adianta que deverá ser algo na área de Administração: “Para que eu possa ficar no circo e cuidar dessa parte”. Como seria impossível conciliar as aulas de um curso superior fixo com a rotina de viagens do circo, Helouise pretende fazer faculdade a distância. “Vai ser uma experiência a mais. Vai que um dia, tomara a Deus que não, acabe o circo? Daí eu vou ter uma coisa a mais para fazer”, acautela-se a jovem. Quando Helouise deixa o picadeiro, quatro homens entram para apresentar um número de trapézio.

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de circo. Só tenho um pavorzinho de palhaço. Eu tenho certeza que eles usam peruca”, diz Isadora Ceconello, seis anos, na plateia. Magro e baixo, o palhaço Cebolinha, quando está fora do picadeiro, fala pouco e fuma muito. “Primeiro eu sou o capataz. Monto e desmonto o circo. Cada um desses processos dura de dois a três dias”, conta ele, cujo nome é Elbio Oliveira, 50 anos “bem vividos e sem se arrepender de nada”. Elbio não para. Antes do show, fuma um cigarro enquanto varre o chão e organiza as cadeiras para o público. O principal estímulo para trabalhar no circo, segundo ele, é gostar do que se faz. “Tem que ser tudo com amor.” Amor, aliás, foi o que motivou uma mulher a deixar a vida em São Leopoldo e partir com o circo depois de ter se apaixonado por Elbio, há 26 anos. “Quer saber a história verdadeira? Eu era domador e ela estava assistindo à apresentação. Mas nós já nos conhecíamos. E nos odiávamos. Ela tinha uma lanchonete na frente do circo. Até que um dia eu cheguei lá e disse ‘dá a chave

igualmente pequena. Quando We Will Rock You começa a tocar, Luisinho entra na esfera e começa a dirigir em círculos. Durante o dia, quando não está se apresentando, Luisinho gosta de vestir uma camisa do Grêmio e um boné virado para trás. “Tenho sete anos. Mas eles falam seis, só para as pessoas dizerem ‘aaaah, ele tem só seis anos’”, revela Luis Bremer, filho da mágica Edilamar. Ele não sabe precisar desde quando faz o número da moto, só diz que “faz tempo”. Supõe-se que o “faz tempo” de uma criança de seis anos, digo, sete não possa ser tão longo assim. Enquanto não chega a hora de seu show, Luisinho nem sempre assiste ao espetáculo. “Fico deitado”, diz o garoto, que divide um beliche com a irmã, Stephany, no trailer da família. Luisinho cede lugar às motos mais potentes. Tudo está escuro, a não ser por quatro faróis. Os motoqueiros, entre eles Edimar e Keoma, iniciam a barulhenta apresentação, fazendo muitos adultos prenderem a respiração. As

“Acho que eu gosto das coisas difíceis. Da adrenalina.” Na hora, não sente medo, apenas ansiedade. Que aumenta conforme o tamanho da plateia e sua empolgação. “O Globo não se ensaia. Depois que aprende, é cada um por si.” Ao fim de uma hora e meia de apresentação, todos os artistas do Circo Bremer entram no palco para agradecer os aplausos. O espetáculo fez o consultor de vendas João Carlos Vidor Daris, 29 anos, relembrar a infância. “No meu tempo, tinha bem mais circo, e hoje, infelizmente, essa arte está se acabando. Eu trago minha filha porque gostaria que ela tivesse esse mesmo sentimento. Eu sei que o pessoal do circo batalha”, diz João. E a batalha diária do circo continua depois de Caxias, onde os artistas se apresentam neste final de semana, em sessões às 15h, às 17h30 e às 20h30. Até quando o circo estará na estrada, não há como saber. Se depender dos artistas, por muito tempo. “O circo será eterno porque o circo é uma eterna criança”, conclui o apresentador.

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Tribaltech 2010, Divulgação/O Caxiense

Maicon Damasceno/O Caxiense

Tempo de festivais

Billy Branch veio de Chicago para o último Moinho Blues Festival. O New Jazz, que estreia este ano, investe nas atrações locais, como o Projeto Ccoma

DO BLUES

AO JAZZ C

por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br

om o intervalo de um mês, Caxias sediará dois festivais com envergaduras diferentes, mas que se aproximam na temática. Primeiro, em 23 e 24 de outubro, a cidade contemplará o nascimento do New Jazz Festival, com dois dias dedicados ao ritmo. O segundo é o já familiar Moinho Blues Festival, organizado pelos proprietários do Mississippi Delta Blues Bar, em sua terceira edição, de 25 a 27 de novembro. Em comum, a apreciação por gêneros musicais não reconhecidamente populares. Na terra da Festa da Uva, há muitas opções para os ouvidos – o bom e velho rock & roll e a música eletrônica são apenas algumas delas. Poucos ritmos, porém, são cercados de tal mística e têm raízes tão profundas quanto os ritmos agraciados pelos festivais – que, além dos acordes melódicos das guitarras chorosas do blues e das improvisações elegantes do jazz, serão animados por workshops e conversas entre os músicos. Os festivais terão atrações locais, nacionais e internacionais, contemplando artistas da cidade, valorizando o que de bom é produzido no país e oferecendo pouso a músicos vindos das terras norte-americanas. O Moinho Blues Festival levará aos seus agora cinco palcos aproximadamente 30 shows, com variedade de estilos do blues. Entre elas, Celso Blues Boy, um dos pioneiros do ritmo no Brasil, os caxienses da Lennon Z & The Sickboys Trio, com uma levada mais rockabilly, e artistas internacionais como Peter Madcat e Kenny Neal. Mistura e versatilidade também fazem parte dos shows do New Jazz Festival, com diversas vertentes do rit-

mo americano. Desde o eletro jazz do Projeto Ccoma até o jazz mais clássico do Fernando Aver Jazz Trio, passando pela influência oriental do trio Mahabharata. Alguns DJs também farão suas apresentações misturando música eletrônica, jazz e o que mais aprouver, sem restrições. Na história da música, o blues é um precursor. Um dos pilares do ritmo, o músico Willie Dixon, cunhou uma frase que define esse status de paternidade sobre outros gêneros: “O blues é a raiz, o resto são os frutos”. O blues veio dos estados sulistas norteamericanos, como Mississippi, Alabama e Geórgia, dos lamentos dos negros escravos, trabalhadores em plantações de algodão e de outros cultivos. Também tem como berço os chamados spirituals, momentos em que a pregação da fé afro-americana era realizada por meio de cânticos. A época é o início do século 20. O sul dos Estados Unidos viu crescer e se reproduzir um gênero musical com influência duradoura e capacidade de expor o estado de espírito de quem o toca. Dele, surgiram variações. O bluegrass, o rhythm & blues e até o rock & roll tiveram esse pai tão cheio de alma e energia. No Brasil, o blues demorou para chegar e aterrissou para valer somente nos anos 80. Ofuscado pela Música Popular Brasileira e outros gêneros mais notórios no país, o blues, por aqui, é pouco mais que um adolescente, entrando em seus 20 e poucos anos. De acordo com a reportagem especial 20 Anos de Blues no Brasil, de Eugênio Martins Júnior para a edição 13 da revista Ao Vivo, de maio de 2009, os marcos iniciais do blues no Brasil fi-

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Dois eventos ousados, dedicados a gêneros menos comerciais, criam cultura e escrevem a história da música caxiense cam divididos entre um show da lenda figurou no line up. viva B. B. King em São Paulo, em 1979, No primeiro festival, a estrutura e apresentações constantes de Buddy de quatro palcos já existia. A rua foi Guy e Junior Wells em 1985. fechada com a bênção da Secretaria Hoje, diversas cidades do país rea- Municipal de Cultura e aí tinha início lizam seus festivais e uma tradição. Os dias, shows em homenagem porém, não se mantiao ritmo americano. “As pessoas veram. Antes, os shoTanto que o guitarrista sabem o que é ws foram realizados de Carlos Johnson, uma o nome jazz, mas quinta-feira a domingo. das atrações interna“Aqui, domingo o pescionais do festival de não o que é a soal não sai. Lá nos Esblues caxiense de 2009, música. Com tados Unidos domingo confessou aos poucos o New Jazz, é o dia mais forte, onde que restaram em sua vão acabar o pessoal passa o dia companhia no amainteiro no festival, faz nhecer após o final conhecendo piquenique.” do evento que não há melhor”, diz Lidia Com a quinta-feira, lugar que mais ame e deu tudo certo, pois na valorize o blues do que cultura caxiense quinta o Brasil. “Nem em Chicago”, disse, ci- é noite de festa. Para trazer um pouco tando sua terra natal. A reconhecida deste domingo americano, um palco índole passional brasileira o cativou. a mais estará disponível nesta edição. “Um palco alternativo vai ficar em um Descendo pelo mapa, o solo da pedaço da Estação, cercado e pequeno, região do sul do país é extremamente funcionando das 18h às 22h. Aí não fértil para blueseiros. O Moinho Blues atrapalha vizinho e quem vem pode fiFestival já é referência, alardeado como car por lá, fazer um piquenique e curtir o maior festival do gênero na América a área”, explica Toyo. do Sul. Os idealizadores são Toyo BaO que se mantém desde o primeiro goso e Rodrigo Parisotto, donos do bar ano é a preferência por bandas que toMississippi, que abriu suas portas na cam no Mississippi. “Ainda seguimos Estação Férrea em julho de 2006. essa ideia de que quem costuma tocar Toyo é fã incondicional de blues e no bar e tem frequência maior tem figura certa nos festivais americanos. prioridade. Ou para quem faz um traEm 2008, ele levou o amigo Parisotto balho forte e de pesquisa”, define. para o festival de Chicago e a bagagem Para exemplificar, Toyo faz referência voltou cheia de ideias. Para fazer algo à banda catarinense The Headcutters, ainda naquele ano, tendo os eventos de Itajaí. A banda está prestes a comamericanos como padrão, tinham ape- pletar 10 anos e é formada por quatro nas três curtos meses. “A ideia era fazer amigos de infância. Nas apresentações, um festival pequenininho, só com ban- percebe-se o cuidado com a música e das de Porto Alegre e de Caxias”, ex- com as roupas. O trabalho tem foco no plica Toyo. Obviamente e felizmente, o que eles chamam de grandes mestres plano não correu como imaginado, já do passado, dos anos 40 e 50. A preoque até o norte-americano Magic Slim cupação, porém, não é somente estéti16 a 22 outubro de 2010

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Arte de Luciana Lain sobre obras de Lindomar Silveira/O Caxiense

ca. “Também temos equipamentos da do ela, a escolha das atrações do New época, para fazer a banda soar como os Jazz foi feita na base da indicação. Alvelhos discos de blues. Trata-se de uma guém que conhecia alguém, que lemverdadeira viagem no tempo. Back to brava de mais alguém. O primeiro da 50’s!”, afirma o vocalista, Joe Mahrofer. lista foi o músico Fernando Aver. Presente em todas as edições do fesAver destaca um dos nomes que intival e frequentemente se apresentando dicou, o guitarrista Joel Rodrigues, que no palco do bar caxiense, a The He- toca uma guitarra de dois braços e com adcutters não se importa com a longa estilo diferenciado. A dica veio de uma viagem para Caxias. O ponto aqui é cidade vizinha, Bento Gonçalves, já carimbado, sem dúvida, por conta da que o cenário jazz de Caxias é compliqualidade das atrações do Blues Festi- cado. “Há uma escassez muito grande val. “Trata-se do maior, melhor e mais de músicos. É um meio restrito, sembem organizado festival de blues da pre com as mesmas pessoas. Alguns América do Sul, e daqui a pouco será têm capacidade, mas não fazem trabaum dos melhores do mundo. Com ab- lho instrumental”, avalia. soluta certeza digo isso!”, confia Joe. A amplitude dos estilos a serem O entusiamo dos patrocinadores, en- apresentados é uma estratégia para fatretanto, ainda não é tão grande quanto cilitar o contato com plateias que ainda o dos músicos e do público. “Encontro não são muito familiares ao jazz. “Não todas as dificuldades é ritmo de apelo comerpossíveis. Depois de cial, mas noto que semquatro, cinco, seis “Trata-se do pre tem público novo e edições o pessoal vai maior e melhor gente nova que gosta”, confiar. Agora não codiz Aver. festival de blues nhecem bem”, lamenta Intercalando os shoToyo. A melhor manei- da América do ws, haverá apresenra de colocar o festival Sul, e daqui a tações de dança com em pé é a permuta. É pouco será um roupas de época e um um troca-troca de serworkshop de circuit dos melhores viços, baseado na mabending com o DJ Paneneira norte-americana do mundo”, tone, no qual a intenção de fazer festivais. “Lá, aposta Joe é tirar som de partes de a cidade trabalha pelo objetos eletrônicos. festival, parece coisa bem familiar. É o clima que queremos O New Jazz é, para Lidia, a oporaqui.” tunidade de apresentar o trabalho de Com as permutas firmadas, o orga- músicos da cidade ao grande público. nizador afirma que o evento não existe “Mostra o que nós temos, que é muito para dar lucro, mas também não pode bom e ninguém enxerga. Estão escondar prejuízo. “Este ano praticamente didos.” Ela conta que até grupos de rap triplicamos os cachês dos músicos”, a procuraram para, de alguma forma, comemora. Outras novidades possí- entrar no evento. “É ruim dizer não, veis, ainda sem confirmação, seriam mas a gente tem que aprender.” um Encontro de Vespas e um leilão de O festival começou com a alegria de bluesmobilia. uma brincadeira. Primeiro, as bandas A ideia é sempre crescer, já que, de foram selecionadas e convidadas. Deacordo com Toyo, material do mundo pois, veio o patrocínio. “A pior parte”, inteiro é enviado para os encarregados admite Lidia. Para divulgação, um do festival para tentar a chance nos mês: tempo recorde. A organizadopalcos de Caxias. Até na Finlândia há ra considera que as pessoas ainda são banda de blues, acredite. fechadas quando o assunto é investir em cultura. Lojas foram convidadas Advindo do blues, a estrela da a expor seus produtos no festival sem outra atração é o jazz. A idade deles é custo algum. E, acredite, parte delas praticamente a mesma, e ambos são fãs recursou o espaço. Outras, mais antede quebrar barreiras, de ser vanguarda nadas, toparam. e de detestar mesmice. A origem do O evento começa pequeno, mas com jazz remonta à sulista New Orleans, intenção de gente grande. “Ninguém palco de uma miscelânea que absorveu sabia o que era blues há dois anos. Eso blues com improvisação e swing. pero poder chegar um dia ao tamanho As variações do jazz remetem inva- do festival de blues, que hoje está inriavelmente aos instrumentos que o troduzido na cultura da cidade”, deseja diferenciam do blues: os metais. Trom- Lidia. bone, trompete e saxofone, por exemSegundo Toyo, com o tempo foi-se plo, são peças perfeitas para criar uma perdendo aquele preconceito que rotumúsica envolvente e dançante. Basta lava o blues como chato. “Além da múlembrar das chamadas big bands, crias sica, há o contexto social, a informado jazz nos anos 30 e 40. ção.” Lidia torce para que o New Jazz No Brasil, não é um gênero popular, seja bom para a cena cultural caxiense. podendo até parecer elitista aos desavi- “As pessoas sabem o que é o nome jazz, sados. Para desmistificar, o evento que mas não sabem o que é a música. Com o Aristos London House abrigará no o New Jazz, elas vão acabar conhecenpróximo fim de semana procura, além do melhor, ficando curiosas e quem de dar espaço para quem toca esse tipo sabe até pesquisando e ouvindo em de som, criar uma cultura da admira- casa depois.” ção ao jazz. Não precisa fazer trato com o demo De acordo com uma das organizado- – como, reza a lenda, fez o blueseiro ras do New Jazz Festival, Lidia Ribeiro, Robert Johnson – para conseguir asda agência Arquivo Design, o exemplo sistir a todos os shows sem furar, sem a seguir é o Moinho Blues Festival, falhar. Confira a programação ao lado. evento consolidado. “Se com o blues é É investimento no bem estar de seus possível, com o jazz também é.” Segun- ouvidos. E da alma, por que não?


Memórias póstumas

EM BUSCA DO

LIVRO PERDIDO

Diferencial das livrarias, que parecem vender as mesmas obras, está no ponto mais modesto das bancas, os caixotes de saldos seção dos saldos é a metonímia de uma feira do livro. É como se dentro daquele caixote de madeira, à margem das obras da hora, habitassem personagens de um mundo paralelo, tão longe dos holofotes, mas ao mesmo tempo ainda tão perto de um possível leitor. Mesmo sendo ainda um livro, esse objeto, deslocado do seu universo, parece mais fadado à reciclagem do que a habitar a estante de algum leitor mais atento. Não fosse pelo aparente desprezo, essas publicações não teriam sido lançadas dentro desse buraco silencioso. E nem mesmo o mais famoso alquimista dessa seara literária brasileira consegue fazer-se ouvir e voltar à vitrine. Paulo Coelho, o mago, vendedor de livros mais célebre do país, tem diversas obras suas no ostracismo dos saldos. Antes de revelar quais obras do

com o livreiro Cristiano Bartez Gomes, da livraria do Maneco, ele explica que o tal saldo, não a seção em si, mas a palavrinha que se usa para atrair a atenção do leitor e identificar essa porção de madeira à margem das bancas de livros, anda meio demodê. É como dizer que aquele ator da novela é um pão e que o filme Tropa de Elite 2 é supimpa. Para resumir, demodê é algo fora de moda, como casar e ter filhos – dizem alguns –, por exemplo. Enfim, é por isso que algumas livrarias estão tirando a plaquinha de saldos e no lugar fixam cartazes de uma sedução pós-moderna e antenada com a nova ordem mundial. “Preços especiais” ou “preços promocionais” rebatizam os saldos de ontem. No entanto, não tem mudado muito a avaliação do que cabe ou não nesse anexo modesto da melhor parte da banca de livros. Se bem que procurar um bom livro (e aqui cabe uma pa-

desbravadores de saldos, desferindo a inflação argentina, o craque anda uma doce e grená ironia. O vencedor mal na cotação. Talvez por isso divida está só, do outro Paulo, o Coelho, di- hoje em dia o mesmo caixote de uma vide o pó e os ácaros de um balaio da obra de valoroso requinte como O Dolivraria Do Arco da gue Alemão, de Jean Velha com outras raLanning. ridades de maior e me- Mesmo um E ainda há quem se nor quilate, provando emaranhado derreta lendo A Lira que até o título da obra literário dos Vinte Anos, do do mago está equivoultrarromântico Álcomo essses cado. vares de Azevedo. Se Nem tudo que está ainda é visto bem que A ciência espremido no caixo- como um oásis para ficar rico, escrito te de saldos, ou como para o leitor por Wallace D. Watse diz na contempotles, ou A Mágica do raneidade, de preços paciente e Marketing, de Clóvis especiais, é do arco da dedicado Tavares, podem ser velha. Tem muito limais úteis a uma certa vro novo, que não foi classe de vestibulandos manuseado nem mesmo pelo livreiro, semialfabetizados e com pensamento dando sopa. Tem tempero pra todo mais pragmático. Nem mesmo as balpaladar. Ironia sutil, dessas macha- zacas independentes e de uma recatadianas, nos deparamos com As obras- da presença de espírito ficarão imunes primas que poucos leram – volume aos tórridos romances sensuais, como 2, organizado por Heloisa Seixas. É o A Romana ou A Satânica Rival de Fotos: Reprodução, MArcelo Mugnol/O Caxiense

A

por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br

Clássicos, raridades inúteis e preciosidades literárias fazem da compra nos saldos um exercício de paciência, mas que reserva boas surpresas imortal (?) Paulo estão à deriva, é preciso explicar o que é e o que cabe num saldo. A definição chula, sem eira nem beira, diz que saldo é um lugar onde tudo pode. Não importa se é alta, média, baixa ou rasa literatura. Cabe até o que não é literatura. Essa caixa de madeira, geralmente quadrada, raramente retangular, e quase nunca com arestas arredondadas, comporta um sem fim de manuais – do mundo fabuloso da informática ao caos da sobrevida após a separação, e da preparação de lanches à encantada e sentimental flora medicinal. O preço: bem, o valor que se dá ao livro na seção de saldos é proporcional ao valor que um ser humano geralmente dá ao livro. É incomensurável. Para o bem e para o mal. E por isso vai de R$ 1 a R$ 50. Sim, caro leitor, essa variação é percebida dentro do caixote de saldos. O universo literário está cansado de saber que saldo tem preço mais em conta. Sempre. Ou deveria ser assim, pelo menos. Mas é que conversando

rada à moda filosófica, porque quem julga se o objeto recheado de palavras é bom ou não é o olho de quem fita, a expectativa de quem pega na mão e, por fim, o dinheiro que esse comprador pode desembolsar) pode ser uma tarefa muito divertida. Entre um e outro caroço literário, como Os Traficantes de Bebês ou Nocaute – Um Golpe Certeiro, Uma Vítima Fatal, é possível encontrar uma edição pop art de Tom Sawyer, de Mark Twain, um dos favoritos do patrono Marcos Fernando Kirst. Tateando ainda em outras bancas pode-se deparar com um livro do próprio patrono, A História nas Estantes, sobre a Biblioteca Pública de Caxias do Sul, ou do ex-patrono Paulo Ribeiro, As Luas que fisgam o peixe. Mas o mais vendido da BelasLetras na seção de saldos é Meu Pequeno Juventudista, escrito por outro ex-patrono, José Clemente Pozenato, e ilustrado por Fredy Varela. “O Juventude tinha de ser campeão em alguma coisa, né!”, brincou um desses leitores

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paradoxo literário desvelado. Talvez tão ou mais paradoxal do que o jornalista Paulo Francis, cujo perfil escrito por Daniel Piza segue ali, preso na areia movediça dos saldos, por um troco de R$ 5. Ou ainda tão paradoxal, e quem sabe por isso mesmo destinada à extinção, a obra Por que as mulheres escrevem mais cartas do que as enviam?. Talvez porque no longínquo ano de 1996, quando a autora lançou o livro, alguém ainda escrevesse cartas neste planeta. Agora, o que levaria um leitor/ adorador, talvez fanático, comprar uma edição de livro quase como um caderno, fotográfico, editado/lançado pela revista Caras argentina, sobre o mito Diego Armando Maradona, à venda na Calle Corrientes da Praça Dante Alighieri? Ainda mais quando na capa o astro argentino veste uma sunga/cuecão de estilo neorrenascentista? O eterno camisa 10 anda valendo R$ 15 na Feira do Livro. Noves fora

Angélica. Mas, se nada disso lhe interessar, sempre haverá um certo livro à tua espera nos saldos da Paullus. Por R$ 5 você pode fazer terapia indireta, lendo obras como Terapia do Corpo, Terapia da Tristeza e Terapia do Aniversário. Mesmo um emaranhado literário como esses ainda é visto como um oásis pelos leitores pacientes e dedicados. Porque atrás de um livro de radiestesia sempre pode estar uma obra-prima de João Cabral de Melo Neto ou um estranho no ninho, como Os Anos Mitterrand, sobre o ex-presidente francês. Talvez seja pelo conteúdo dos saldos, ou preços especiais, como queiram, que se possa enxergar melhor que tipo de livraria você anda frequentando. Em alguma parte, alguma literatura. Mesmo que do mais baixo calão, nem por isso desprezível. Preciosidades como essas não existem nas prateleiras, só nos caixotes do saldão. 16 a 22 outubro de 2010

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Guia de Cultura

por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis

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Literatura | História de não acontecer

Existência nos olhos da mãe por PAULA SPERB Um capítulo inteiro em apenas uma frase prova o quanto bem escolhidas são as palavras de História de não acontecer, o primeiro livro de Reges Schwaab e o primeiro livro de prosa da pródiga editora Modelo de Nuvem. Contrário do que se possa ordinariamente concluir ao se deparar com uma prosa tão enxuta, há muito significado em poucas linhas. Por mais que a própria imagem da capa indique o que está por vir ao abrir o livro e que a metáfora da concha e o caracol seguindo seu próprio rastro sinalizem um movimento cíclico, a prosa deve ser lida na sequência indicada pelo autor. Há um “guia de leitura”, tão prescritivo quanto Aristóteles, em sua A Poética, recomendando que “as partes devem ser lidas na ordem apresentada. Obrigatoriamente.” O mundo do menino N.A – que nasce contraditoriamente em 21 de dezembro, quando começa o verão, remetendo ao calor, à proteção do colo morno de uma mãe – cabe todo em sua concha. Mas N.A não consegue caber em si. Ele é um menino que não queria ter nascido, “seguia a pensar que só fora feliz antes de nascer”. A estranheza causada pelas impressões do garoto ao refletir sobre o significado de sua existência fazem com que N.A e Gregor Samsa tenham muito em comum. História de não acontecer está bem próximo de A Metamorfose, de Franz Kafka. Não no estilo, mas na sensação de sufoco e de inquietação que causa no leitor. A semelhança também aparece nas metáforas do caracol e da barata, respectivamente. O Homem, o Velho, a Velha, a Mulher, a Tia, são personagens da narrativa e do universo familiar criado por Reges. Neste aspecto da denominação das pessoas lembra obrigatoriamente José Saramago, em Ensaio sobre a Cegueira, e seus personagens sem nome próprio. N.A passa a vida desejando não ser, abusado pelo Velho, maltratado pela Velha e rejeitado pelo Homem. Mesmo assim não há amargura na sua subjetividade, há até um certo humor, na representação das garfadas da Velha. O livro é uma experiência plena de um jogo de linguagem, como teorizado pelo filósofo Wittgeinstein, em Philosophical Grammar. N.A só tem duas fotografias em cadastros, mas as destruiu. Sabe que “só existe uma verdadeira fotografia... quando nos vemos nos olhos do outro”. A fotografia nos olhos de sua mãe lhe basta. l História de não acontecer Reges Schwaab. Modelo de Nuvem, 84 páginas, R$ 25 (com desconto na Feira do Livro, R$ 20)

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CINEMA

FEIRA DO LIVRO

TEATRO

l Matinê Animê Caxias | Sábado, 15h | Ordovás A primeira das películas será Ookami-san to Shichinin no Nakamatachi, em que menina faz parte de clube, onde um estudante estranho entra por ser apaixonado por ela. Depois vem Sengoku Basara, que homenageia o Japão com uma história de luta por províncias. Para encerrar, Ghost In The Shell: Stand Alone Complex, a realidade é entre corpos e órgãos cibernéticos, aproximando homens de máquinas, em 2030. Entrada franca.

l Fazenda Santa Ana | Sábado, 16h |

l As Aventuras no Trem da Leitura | Sábado e domingo, 16h e 20h | Menina passeia de trem pelos clássicos da literatura nacional. Cia Uerê. Sesc R$ 10, R$ 8 (antecipado) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l Soul Kitchen | De quinta (14) a domingo (24), 20h | Ordovás Proprietário de restaurante na zona portuária de Hamburgo, na Alemanha, vê seu negócio e sua vida pessoal irem por água abaixo. A salvação está em um chef de cozinha temperamental. 14 anos, 99 min., leg.. AINDA EM CARTAZ – A Lenda dos Guardiões (3D) | Animação. 14h05, 16h15 e 18h30. Iguatemi | Avatar – Edição Especial (3D). Aventura. 21h. Iguatemi | Comer, rezar, amar. Drama. 13h20, 16h, 18h50 e 21h50. Iguatemi | Como cães e gatos 2: A vingança de Kitty Galore. Animação. 13h50, 15h50 e 18h10. Iguatemi| Eu os declaro marido e... Larry. Comédia. Quinta (21), 15h. Matinê às 3. Ordovás | Karatê Kid. Aventura. 20h. UCS | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Nosso Lar. Drama. 13h40, 16h10, 18h40 e 21h10. Iguatemi | O Aprendiz de Feiticeiro. Aventura. 18h. UCS | Os vampiros que se mordam. Comédia. 20h e 22h. Iguatemi | Tropa de Elite 2. Policial. 14h, 15h20, 16h30, 17h50, 19h, 20h20 e 21h30. Iguatemi INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

No livro de Maria de Lourdes Gonçalves Avino a beleza natural do cenário só é compatível com a força da personagem Maria Clara, que enfrenta a ira de uma fazendeira. Enredo tão cativante que poderia ser adaptado para a telenovela. (Ed. Maneco) l Geremia: Um Olhar de Pai para Filho | Sábado, 18h | Dividido em três sessões, com fotos de 1880 até 1970, sem pretensão histórica, o livro mostra Caxias e seus personagens pelo olhar de duas gerações. (Belas-Letras) l Sonhos – correndo atrás | Sábado, 18h | Thalita Rebouças parou de adicionar os leitores no Orkut. “Teria que criar um perfil por semana para atender a todo mundo”. Com 18 perfis lotados no Orkut – cada um com mil amigos – e 10 livros lançados para o público juvenil, Thalita vem a Caxias para falar (sério!) sobre estes e outros papos de adolescente. l Ode Paranoide | Domingo, 16h30 Marco de Menezes está mais modernista e menos romântico no seu livro de poesias lançado na sequência de O fim das coisas velhas. Há o cuidado com as palavras, uma certa nostalgia, mas também uma certa fúria nos versos. Destaque para a edição caprichada em capa dura e com belas ilustrações de Marina Polidoro. (Modelo de Nuvem) l Em busca de uma nova vida | Domingo, 14h | Bate-papo com Ana Cristina Vargas, mediação de Solange Sluchtemberg, da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes. LANÇAMENTOS E AUTÓGRAFOS: Sábado: Histórias da Curva da Zona. Mara Scotti. História. 15h. | Missão de Anunciar. Alberto Meneguzzi. Católico. 15h. | O estigma da periferia. Marisa de Andrade. História. Da casa. 16h. | O Mundo em Silêncio. Helô Bacichette, Ignacio Martinez e Marô Barbieri. Infanto-juvenil. Maneco. 16h. | Causos do Boi Voador. Lisana Bertussi e Paulo Iroquez Bertussi. Contos. Educs. 17h. | Perseverar na fé, Confirmados na fé e Celebrar o Natal. Pe. Leomar Brustolin. Católicos. Ed. Paulinas. 17h. | Português profissional. Normélio Zanotto. Didático. Maneco. 17h. | Domingo: O mistério da mesa arranhada. Sylvia Roesch. Infantil. Lorigraf. 15h. | Avance com Estratégia. Patrick Augusto Piccoli. Administração. Publit. 16h. |

l Herlói, o herói | Quarta (20), 15h | O grupo Cuidado que Mancha apresenta peça em que um sujeito comum busca uma música como antídoto para salvar a namorada, adormecida pelo feitiço um mago. Sesc R$ 10, R$ 8 (antecipado) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l A Fables | Sábado e domingo, 15h Com música e teatro de bonecos, a companhia francesa Animatière apresenta três fábulas de Esopo para a atualidade para mostrar que drama e humor são atemporais. Feira do Livro Entrada Franca l Show só para Altinhos | Sexta (22), 20h30 | Davi de Souza apresenta sua personagem Dona Bastiana, que comemora 10 anos. Comédia. Teatro do Sesc 1 kg de alimento não perecível | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

EXPOSIÇÕES l Frames da dança | De segunda a sábado, das 17h às 21h | Fotografias artísticas comemoram os 12 anos da Cia. Municipal de Dança, com trabalhos de Carolina Campos, Claudio Etges, Frank Jeske, Gil Grossi, Guilherme Jordani com fotografias de Joel Jordani, Gustavo Pozza, Lauro Grivot, Maicon Damasceno, Mário André Coelho e Maurício Concatto. Galeria do Teatro Moinho da Estação Entrada franca | Augusto Pestana, s/n° | 9118-6233 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Bez Batti – 70 anos. De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h e aos sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 32213697 | Cultura Tibetana nas peregrinações budistas. De segunda a sábado, das 10h às 19h30min e domingos ,das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 3021-7348 | Eu vivo, e você? De segunda a sexta, das das 9h às 12h e das 13h30 às 19h. Sábados das 9h às 15h. Galeria Arte Quadros. 3028-7896 | Quem é você? 8h às 20h. Jardim de Inverno Sesc. 3221-5233.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


l Microcinema | Sexta (22), das 13h30 | Ministrada pelo professor da UFMG Rodrigo Minelli, dá dicas sobre este formato de duração mínima, baixo custo e com facilidade de exibição pela internet. As inscrições são gratuitas, ao enviar nome completo, RG, CPF e telefone para o email fernanda@alecrimproducoes.com. br até quarta (20). As obras resultantes participam da Mostra Competitiva arte. mov RS, em Porto Alegre. O pré-requisito é ter telefone celular com câmera de vídeo ou máquina fotográfica digital em mãos. Vagas limitadas. Bloco M – Sala 103 – UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2100

MÚSICA

DANÇA

l Caxias em Movimento | De terça (19) a sábado (23) | Primeira edição do evento, reúne grupos de dança da cidade.A entrada é franca e a entrega de troféu de participação e certificados será realizada na terça (26), às 19h, no Boteco 13. Terça (19): Performance Grupo Strondum – MG. 11h e 18h30. Praça Dante Alighieri e Boteco 13. | Workshop Grupo Strondum. Das 15h às 18h. Cia. Municipal de Dança. 18h30min | Quarta (20): Workshop Grupo Strondum. Das 14h às 16h. UCS. | Performance Grupo Stron-

l Bonde do Forró | Sábado, 23h59 | Grupo divulga seu novo DVD, gravado durante a Festa da Uva deste ano. Os primeiros 2 mil ingressos garantem DVD. All Need Master Hall R$ 15 (1º lote), R$ 20 (2º lote), R$ 25 (3º lote), R$ 30 (4º lote) e R$ 40 (camarote e mezanino) | Castelnovo, 13.351 | 30282200 ou 7811-3036 l Coral Municipal | Sábado 10h Apresentação gratuita do Grupo de Câmara do Coral Municipal. Regência da maestrina Cibele Tedesco. Feira do Livro

Divulgação/O Caxiense

OFICINA

dum – MG. 16h15 e 19h. UCS | Garotos da Liberdade, Vin Rouge Espaço Cultural de Danças, Escola de Flamenco La Cueva, CTG Campo dos Bugres, Oito Tempos Escola de Dança de Salão e Jet Project. 20h. Teatro Municipal | Quinta (21): INTRO-MISSÃO URBANA: arte e cidade. Mesa de discussões. Das 14h às 15h30. Teatro Municipal. | Performance Grupo Strondum – MG. 19h30. Teatro Municipal. | Grupo de Danças Místicas Estrelas do Oriente, Escola de Danças Carla Barcellos, Grupo Atlantics Dança de Rua, Grupo Profissional da Hayet Escola de Danças e Grupo de Danças Folclóricas Famiglia Trentina. 20h. Teatro Municipal | Sexta (22): Grupo Articulações, Rakaça Templo de Dança, Ballet Margô, Grupo Estrela Sírius, Espaço Multicultural e Studio de Danças Camila Oliveira. 20h. Teatro Municipal.

l Francis Hime | Domingo, 18h30 Compositor, pianista e cantor Francis Hime, parceiro de nomes como Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Toquinho faz show de encerramento da 26ª Feira do Livro. Feira do Livro Entrada franca TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Balada do Beijo com Dado Dolabella. Eletrônico. 23h. Move. 3214-1805 | Barracuda Project. Eletro rock. 23h. Aristos London House. 3221-2679 | Bossa Nova Trio. Bossa nova. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Cartolas. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Cris Oltz. Pop rock. Feira do Livro. 19h. | Discorama. Eletrônico. Pepsi Club. 3419-0900 | Lennon Z & The Sickboys Trio. Rockabilly. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Long Play. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Predator, Illusion, Meredith, Nantra e Spartans. Metal. 16h. Eco Music Bar. 3215-6890 | Processo IV. Pop rock. Santo Graal. 3221-1873 | Terça (19): Rodrigo Campagnolo e Graziano. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (21): Bob Shut. Bossa nova. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Victor Hugo e Samuel. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (22): Ale Ravanello Blues Combo. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | BahQBem. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Rebeldes. Rockabilly. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Toolbox. Hard rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758.

Francis Hime encerra Feira do Livro

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Frank Jeske

| Frames da Dança | Corpos em aparente (?) desconforto, passos estranhos, figurinos (?) minimalistas. Nenhum roteiro lógico, cenário óbvio ou trilha sonora esclarecedora. Explicar um espetáculo de dança contemporânea é privá-lo da sua essência perturbadora. Adeptos dos enredos com início meio e fim vão para casa sem entender o espetáculo. Desistem na primeira vez. Quem volta, também não é bom entendedor, apenas aproveita a inquietação dos movimentos que rompem o palco para cutucar a plateia. Arte excêntrica - artigo de luxo - a Cia Municipal de Dança de Caxias do Sul, a única oficial do Estado, se sustenta nos palcos há 12 anos. O aniversário é comemorado na exposição Frames da Dança, que abre no dia 19, no Teatro do Moinho da Estação (veja o Guia de Cultura, página 18). Com curadoria de Mona Carvalho, a mostra selecionou 24 fotos artísticas de diversos espetáculos da Cia (acima, Entrecorpo, 2008). Para além dos registros, uma história de altos e baixos. Em breve, a Cia. se despede de Evandro Pedroni e Luan de Lima, bailarinos aprovados em uma audição da renomada escola SEAD, na Áustria. Exportações novamente em alta são animadoras para um grupo cada vez mais perto de acertar o passo.

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O UNIFORME por CLÁUDIO B. CARLOS (CC)

E

ra uma espécie de código. Se, por aqueles dias, me mandassem pôr o uniforme eu deveria saber do esperado inevitável. Acordaram-me cedo. indicaram-me as roupas: camisa branca, calça de tergal azul-marinho, carpins pretos e as indefectíveis congas. Depois, alguém me deu o café e conduziram-me ao necrotério. Sentei-me, ainda acordando, ao lado da mãe. Não entendia nada. Alguns colegas meus foram me abraçar. Eu era a única criança com o uniforme do grupo escolar. Era período de férias. E eu havia esquecido o código. No centro da sala, a esquife e o pai sendo velado.

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


CA-JU DUPLA

Fabiano Provin

fabiano.provin@ocaxiense.com.br

Negociações grenás nas próximas semanas Contratado pelo clube grená no dia 20 de novembro de 2009 após reunião na sede da empresa do presidente Osvaldo Voges, Julinho diz que valoriza primeiro o ambiente e a proposta, e depois o aspecto financeiro. “Se eu for para outro time, que assim seja”, finaliza o comandante do elenco grená na Copa Enio Costamilan. Natural de Porto Alegre, Júlio Camargo foi indicado ao Caxias por Rodrigo Caetano, atual diretor de futebol do Vasco-RJ, que foi dirigente do Grêmio e jogador grená. Julinho iniciou nas categorias de base no Inter, na década de 1990, e se destacou no Grêmio. Comandou o time de juniores entre 2005 e 2009, período em que o

tricolor revelou atletas como Anderson, Léo, Lucas, Carlos Eduardo, Rafael Carioca e Douglas Costa. Em abril de 2009, saiu do Grêmio para trabalhar como auxiliar técnico de Paulo César Carpegiani no Vitória (BA). Trabalhou ainda no RS Futebol (2001-2003), Brasil-Fa e Veranópolis (ambos 2004), Seleção Gaúcha Sub20 (2002) e seleções Sub-20 e Sub-23 do Kuwait (2003-2004). No Gauchão, o Caxias foi campeão do Interior, com 34 pontos, atrás apenas do Grêmio e à frente do Inter e das demais equipes. Na primeira fase (Taça Fábio Koff), Julinho conduziu o grupo na conquista de 19 pontos em 21 possíveis – aproveitamento de 90,5%. No total, 16 jogos, sendo 10 vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. Na Série C, foram duas vitórias, quatro empates (incluindo dois CA-JUs) e duas derrotas. Fotos: André T. Susin/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

O técnico Julinho Camargo, 39 anos, tem contrato até 30 de novembro deste ano com o Caxias. Até o momento, ele garante que o assunto não foi tratado com a direção grená e sustenta que a tendência é de renovação com o clube. “Tenho uma relação muito boa com o grupo e com a diretoria. Não paramos para conversar sobre esse assunto, mas provavelmente nas próximas semanas iremos resolver a questão”, pondera Julinho, que confessa ter recebido o convite para treinar duas equipes. “Não vou falar mais sobre isso. Gosto daqui”, complementa.

Eleição no Ju será dia 25

Confusão pode resultar em interdição do Centenário O ingresso, por parte da direção do Juventude, de uma representação na Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o árbitro Vinícius Costa da Costa pelo empate em 2 a 2 no CA-JU 268, no dia 29 de agosto, pode resultar em mais do que uma punição ao juiz. Pode suspender o presidente papo, Milton Scola, por até 2 anos, e pode interditar o Estádio Centenário por até 10 partidas oficiais. Além disso, cinco jogadores do Caxias, por terem provocado a torcida juventudista, estarão no banco dos réus. O julgamento será feito pela Primeira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no final da tarde de segundafeira (18). O segundo clássico válido pela Série C estava 2 a 1 para o Ju quando o árbitro deu 6 minutos de acréscimo. O Caxias empatou aos 49 minutos, o jogo terminou aos 51 e

aí começou a confusão. O alviverde precisava vencer para afastar o temor do rebaixamento (o que aconteceu mais tarde). O empate complicava – e muito – a situação do time treinado por Beto Almeida. Alguns atletas do Caxias desfilaram exibindo caixões de isopor e papelão diante da torcida juventudista. O presidente papo, Milton Scola, foi para o gramado xingar o árbitro. No início de setembro a direção do Ju montou um vídeo com as imagens da partida onde, segundo argumento dos dirigentes papos, ficariam comprovados erros técnicos, falta de critérios e de disciplina na condução da partida por parte de Vinícius Costa. Scola foi julgado na época e recebeu 15 dias de suspensão. O caso foi reativado após o STJD receber o vídeo. Scola voltará a ser julgado devido a uma entrevista veiculada na imprensa gaúcha, quando criticou o árbitro. Vinícius Costa, por não ter

relatado na súmula toda a confusão, também será julgado. O clube grená poderá ter o estádio interditado pelo fato de o vídeo mostrar o lançamento de objetos para dentro do campo, bem como invasão de torcedores. Os jogadores acusados – podem pegar de dois a seis jogos de suspensão: Adriano, Alisson, Rodrigo Paulista, Anderson Bill e Fernando Wellington (os dois últimos não estão mais no clube). O técnico do Caxias, Julinho Camargo, que é filho de jornalista, acredita que o foco mudou após o término da partida. “Ninguém falou que conseguimos um empate heróico naquele jogo. Conversei com os atletas depois, chamei a atenção de quem tinha de chamar. Por ter convivido com jornalistas, conheço o meio. Aqui em Caxias do Sul tem muita gente boa na área, mas acho que, em alguns momentos, o foco é desviado”, argumenta Julinho.

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O presidente do Conselho Deliberativo do Juventude, Carlito Chies, divulgou no dia 13 que a eleição da diretoria executiva para 2011 será em 25 de outubro. Carlito já pediu, em reunião do Conselho no dia 30 de setembro, para que seja dada a oportunidade ao presidente Milton Scola de permanecer por mais um mandato. Candidatos da oposição deveriam “conversar” com Carlito antes de protocolar uma chapa. Por enquanto, oficialmente, não há informação de movimentação oposicionista. Oficialmente... Scola espera que não seja formado um grupo de oposição. “Mas, se isso for feito, tenho que entender e respeitar porque, mesmo num momento como esse, todo conselheiro tem o direito de submeter o seu nome à apreciação do Conselho”, reflete. Para ele, o pedido feito por Carlito aponta para o futuro. “A união deve ocorrer no sentido de que o Juventude precisa de um projeto de gestão de longo prazo para evitar que pessoas sem conhecimento estejam à frente do clube”. E Scola acha salutar discutir os motivos pelos quais o Ju caiu à Série D. “Isso talvez nos faça encontrar novos caminhos na busca e reestruturação que, me parece, todos querem.”

Gurizada em campo

No lado grená, o elenco profissional participa da Copa Enio Costamilan. No alviverde, tudo parado até o dia 25 de outubro, data da reapresentação dos atletas. Nesse meio tempo, os meninos das categorias de base seguem representando – e bem – a dupla CA-JU em três competições. Os times juvenis (sub-17) e júnior (sub-19) do Caxias e do Juventude disputam, respectivamente, o Estadual e a Copa Alceu Bordignon. Já o grupo infantil (sub-15) do Ju participa do Gauchão da categoria – garantiu classificação antecipada para a fase semifinal.

Renovações

Dois volantes foram os primeiros a garantir permanência no Jaconi em 2011. O primeiro foi o capitão Umberto. O segundo, Éverton Garroni. A direção também negocia com o zagueiro Fred e o lateral direito Celsinho. Este parece ser o caso mais complicado, pois teria pedido um salário que não seria compatível com a nova realidade do clube. E o primeiro reforço foi anunciado para o Gauchão 2011: é o volante Jardel, 24 anos, que estava no Pelotas – time o qual Beto Almeida treinava antes de vir para o Jaconi.

Já que está parado...

O gramado do Estádio Alfredo Jaconi passa por um tratamento especial desde o final de setembro. O terreno foi perfurado para facilitar a oxigenação do solo. O objetivo é melhorar o sistema de drenagem, entre outros benefícios, favorecendo o crescimento mais equilibrado da grama. Após esse processo, haverá colocação de areia, adubo e calcário para finalizar o tratamento. A liberação do campo para a boleirada só acontecerá depois do dia 15 de novembro. Até lá, os treinamentos ocorrerão no Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC).

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Guia de Esportes

guiadeesportes@ocaxiense.com.br Marcio Rossi, Clube Caxias de Rally, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle

A partir da manhã deste sábado, 25 carros percorrerão estradas vicinais de Caxias e Farroupilha em uma corrida que deve durar cinco horas e meia

RALLY

GINÁSTICA

l Troféu Paulo Eduardo de Souza | Sábado, 10h30 | São aproximadamente 150 km de trechos a serem percorridos por 25 carros nas estradas vicinais e rurais de Caxias do Sul e Farroupilha, passando por Forqueta, Desvio Rizzo, Loreto, Monte Bérico, Vila Cristina, São Virgílio, 4ª Légua, São Luiz da 6ª Légua, Vale do Caí e Nossa Senhora da Saúde. Além disso, há mais 25 km de deslocamentos, totalizando cerca de cinco horas e meia de prova. Largada no estacionamento da prefeitura Alfredo Chaves, 1.333 | 3218-6001

l XV Copa Caxias de Ginástica Artística | Sábado, 10h | São aproximadamente 600 participantes de todo o Estado na competição, que se divide nas categorias A, a partir de oito anos até mais de15, e B, formada por ginastas iniciantes. Enxutão Entrada franca | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina

HANDEBOL l Liga Nacional 2010 | Sábado, 19h | Depois da quarta vitória consecutiva, com 30 a 28 sobre o Praia Tênis Clube, a equipe feminina Luna ALG/ Ordena/UCS/Prefeitura de Caxias do Sul enfrenta o Novo Hamburgo. O time caxiense está em 4º lugar na Liga, empatado com o Praia Tênis Clube/ PMV (ES), mas tem um jogo a menos. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/nº, Petrópolis

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O Caxiense

16 a 22 de outubro de 2010

VÔLEI l Campeonato Estadual | Sábado, 14h | É a terceira etapa do campeonato, na categoria infanto masculina. A UCS/ Prefeitura enfrenta a Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo e o Projeto Vôlei Nova Petrópolis. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/nº

FUTEBOL l Caxias x Aimoré | Sábado, 15h | Pela 2ª fase do Estadual Juvenil, o Caxias enfrenta o Aimoré, que tem o mesmo número de pontos, mas com

um gol a menos de saldo – o que mantém a equipe grená na liderança. Estádio Centenário R$ 10 e R$ 5 (para estudantes e pessoas acima de de 60 anos) | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 14h30 e 16h | A gurizada volta aos gramados depois de uma goleada do CFA Caxias sobre o Galópolis na rodada anterior. Campo Municipal 1 e Enxutão Entrada gratuita | Municipal 1: Av. Circular Pedro Mocelin, s/n°, Cinquentenário; Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l Futebol Sete Série B | Sábado, das 12h45 às 17h45 | As equipes jogam pela 3ª rodada da 3ª fase. A Moferko, que perdeu a última partida para a Tecbril por não comparecimento, agora terá de dar as caras contra a Keko. Em contrapartida, Romamar e Luna ALG vêm de um jogo de nove gols, vencido pela Luna. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | 19h, 20h, 21h e domingo, 9h, 10h e 11h | A rodada de quinta (14) definiu os

próximos confrontos. Sábado, 19h: Santa Catarina x BGF (Sta. Catarina) | 20h: União Feminina Flores da Cunha x Real Madames Lupatech (Sta. Catarina) | Terça, 19h: ACBF x UCS/Altech/Tools (Enxutão) | 20h: Real Madames x União Feminina Flores da Cunha (Enxutão) | 21h: Santa Catarina x BGF (Enxutão) Santa Catarina e Enxutão Entrada gratuita | Santa: Matteo Gianella, 1.160, Santa Catarina; Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l Campeonato Sesi Série B | Sábado, 15h às 18h | A 1ª rodada da 3ª fase terá jogos entre oito times. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

BASQUETE l Sul Brasileiro de Clubes Adulto Masculino | Quinta (21) a domingo (24), 18h e 20h | O campeonato terá Estância Velha e Caxias do Sul, representando o RS, Joinville e Videira, por SC, e Campo Mourão e Ponta Grossa, do PR. Clube Juvenil Valor não definido | Victório Buzelato, s/nº, Madureira

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Vereador Marcos Daneluz (PT), diante da decisão da Câmara de manter o veto à punição de estabelecimentos que demorassem mais de 10 minutos para atender clientes nos caixas.

Com Serra

Contra a influência de estrategista e patrocinador de campanha, o vereador Mauro Pereira resolveu aderir ao presidenciável José Serra, ainda que o PMDB gaúcho tenha saído dividido a respeito, no encontro que realizou esta semana. Não é para menos, o próprio Mauro reconhece que 99% dos seus eleitores não fechariam com a candidatura Dilma.

Escalada da violência

A cidade pode conviver com 101 assassinatos em 2010 (ou até a noite de 13 de outubro de 2010, quando foi assassinado Anderson Frizzo, de 33 anos)? Tudo indica que sim. Autoridades da segurança administram de jeito muito particular a trágica marca como se não houvesse possibilidade de revertê-la. De que forma? Fechando o olho. O silêncio, o descaso ou o imobilismo diante dos 101 homicídios tem uma explicação. A maioria deles envolve jovens de baixa renda, muitas vezes sem opções viáveis para sair do círculo da pobreza e da droga. E, portanto, não contam com instrumentos de pressão para mudar esse quadro.

Comemora-se nesta segunda-feira, 18, o Dia do Médico. Uma boa data para se fechar um acordo entre governo municipal e os médicos da rede municipal de saúde, em greve há quase 50 dias. A população usuária das unidades básicas de saúde e do Postão 24 Horas agradeceria.

Abraço cinchado

Como tantos outros candidatos vitoriosos nas urnas na eleição de 3 de outubro, o deputado estadual eleito Alceu Barbosa Velho (PDT) patrocina anúncios nas emissoras de rádio. Agradece a votação e anuncia que irá trabalhar por Caxias do Sul e região na Assembleia Legislativa – “com simplicidade e de portas abertas”.

Deputado Daneluz

Não há dúvidas, dentro do diretório municipal petista, de que deputados eleitos deverão ser chamados por Tarso Genro para o formar o futuro governo do Estado. A consequência disso é que suplentes como o vereador caxiense Marcos Daneluz assumirão na Assembleia.

Imagem da padroeira

Caxias do Sul vai ganhar uma estátua de Santa Teresa, a padroeira da cidade. A obra será instalada junto à rótula de acesso à BR-116, na Avenida São Leopoldo. Com 3,3 metros, será doada à cidade pelas irmãs carmelitas, em comemoração aos 500 anos de existência da congregação religiosa. A implantação está a cargo da mesma comissão que ergueu o campanário da Catedral Diocesana.

Por acordo

Minha interpretação é de que a lei só atingiria os grandes supermercados

Solidariedade?

Promoções na Brigada Saiu quinta-feira no Diário Oficial do Estado a promoção dos comandantes do 12º BPM, antecipada aqui há duas semanas. Agora coronel, Luiz Roberto Bonatto ocupará o comando do 5º CRPO-

Serra a partir da aposentadoria de Telmo Machado de Souza, no final do ano. Leonel Bueno, na condição de tenente-coronel, passará ocupar o comando do 12.

Cobrança

Além de buscar a inversão dos votos do primeiro turno, quando José Serra teve mais votos que Dilma Rousseff em Caxias do Sul, a vinda do presidente Lula à cidade tem outro objetivo: buscar o apoio do prefeito José Ivo Sartori e de outros integran-

tes do primeiro escalão do governo municipal. Afinal, o governo do município contou com muitos recursos federais (empréstimos) para realização de obras de infraestrutura. A conta política está sendo apresentada.

O governo Sartori teve dificuldades para encontrar empresas dispostas a se beneficiar da Lei de Solidariedade, que prevê vantagens fiscais a patrocinadores dos restaurantes comunitários. Por esse motivo, a prefeitura vem bancando R$ 4 dos R$ 5 que a empresa de Novo Hamburgo vencedora da licitação cobra por cada almoço servido nesses restaurantes. O cliente está pagando apenas R$ 1.

Base aliada

A julgar pela inauguração do comitê suprapartidário pró-Serra, na quarta (13), parece impossível uma adesão do governo local à candidatura Dilma. Estavam presentes representantes da maioria das siglas da base governistas, a começar pelo secretário Carlos Búrigo. Ah, e o comitê funciona no local que sediou o comando da campanha de Maria Helena Sartori e Mauro Pereira. Renato Araujo, ABr/O Caxiense

A composição da nova Mesa Diretora da Câmara – que poderá levar a oposição à presidência em 2011 – ainda vai precisar de muitas discussões internas. A líder do governo Geni Peteffi garante que, por força de acordo no início da atual legislatura, a presidência será ocupada “pela oposição” – mas não necessariamente pelo PT. A bancada petista, claro, não entende assim.

André T. Susin/O Caxiense

Da oposição

Campanha local Adeptos de José Serra e de Dilma Rousseff fazem de tudo para trazer seus candidatos a Caxias do Sul na próxima semana. As articulações têm sido cansativas. Mas, até agora, houve apenas a confirmação da presença aqui, neste sábado, do vice de Serra, deputado Indio da Costa (DEM). Se as insistentes articulações dos comitês locais derem certo, Serra estaria aqui na próxima terça-feira, 19. Dilma – ao lado de Lula – viria na quinta, 21.

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