MERCADO GALOPANTE A criação de cavalos, focada na raça crioula, avança no interior de Caxias do Sul
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Caxias do Sul, novembro de 2010 | Ano I, Edição 51 | R$ 2,50
2011, o ano
do bilhão
André T. Susin/O Caxiense
Prevendo se abastecer com recursos que atingirão pela primeira vez os 10 dígitos, o Município vai priorizar água, asfalto e esgoto no orçamento do ano que vem
Câmara de Vereadores: divergências sobre o acordo da próxima presidência | Renato Henrichs:
nova tarifa de ônibus em discussão | Roberto Hunoff: aeroporto abrirá espaço para mais companhias aéreas
Índice
www.OCAXiENSE.com.br
A Semana | 3
As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Aeroporto fechará o ano com alta de 35% no número de passageiros
Parabéns pelo trabalho jornalístico que cada vez mais surpreende os caxienses! Marcelo Poletto
Eleição do DCE | 5
Entidade estudantil da UCS ganha uma terceira força em sua composição Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Legislativo | 6
Acordo para indicar o próximo presidente da Câmara põe situação e oposição em desacordo
Tecnologia israelense | 8
Irrigação e segurança, com receitas que podem ser importadas, pautaram a viagem da comitiva de autoridades caxienses
Orçamento do Município | 10
@Kely_Melo Aproveitando o intervalo da aula, para dar uma olhadinha no @ocaxiense dessa semana, estou ansiosa para ler tantas matérias interessantes. #edição50 @leo_tportella Tive o prazer de visitar a redação do @ocaxiense. Espaço bem legal que reúne grandes profissionais de jornalismo! Gostei muito! #jornalismo
Onde a prefeitura investirá em 2011
Orquidófilos | 12
As paixões que uma flor é capaz de despertar
Mercado das artes | 13 A receita de quem transforma barro em sucesso profissional
Mudança no Plano Diretor | O plano diretor de Caxias sempre foi uma piada! Bairros residenciais, fábricas, parreirais, represas: um ao lado do outro. Suzana Daudt
Criação de Cavalos | 14
Aumento da demanda pela raça crioula anima a lida no interior do município
Protesto contra Enem na Câmara | Quando nós, estudantes da História, fomos fazer protesto semelhante na própria Câmara, nos barraram e tivemos de nos contentar em apenas segurar cartazes. Jeruza Bortolini
Artes | 16
Reflexões cubistas coloridas pela pop art
Festival de blues | 17
Novo encontro de estrelas e amantes do gênero na Estação Férrea
NO SITE
Protesto contra Enem na Câmara | Na manifestação contra o Enem, tivemos a intenção de mostrar à população de Caxias do Sul que existe preocupação com o futuro da educação do país, queríamos deixar claro que nem todos os estudantes são alienados. Protestamos contra o descaso. Giulia Santin
Guia de Cultura | 18
Fim de semana juvenil, de Harry Potter a Fresno
Dupla CA-JU | 20
O tamanho do rombo nos cofres da dupla
A liderança desses estudantes deve ser responsabilizada por incentivar o ódio, a xenofobia. Qual é o problema de convivermos com pessoas que nasceram em outro lugar? Falta de respeito com os vereadores e a sociedade em si. E ainda ganharam dinheiro da prefeitura. Mauricio Lima Vazquez
Guia de Esportes | 21
Bicicletas tomam as ruas centrais de Caxias na manhã de domingo
Renato Henrichs | 23
Pedido de reajuste dos funcionários da Visate, de 7,5%, indica o aumento da tarifa que virá
Assista ao audioslide com fotos de André T. Susin e reportagem de José Eduardo Coutelle sobre a criação de cavalos em Caxias do Sul.
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
20 a 26 de novembro de 2010
Resposta da Codeca | Nota enviada pelo diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico: Esclarecemos aos leitores que, ao contrário do que foi publicado na edição de 13 a 19/11, a CODECA nunca testou capina com glifosato. A informação correta é: há três meses a CODECA trabalha no projeto teórico de Estudo sobre o Controle de Ervas Daninhas. O trabalho de campo será realizado pela UCS, com devida autorização da Fepam e acompanhamento do Ibama e técnicos de ambos órgãos ambientais, e incluirá testes com pelo menos oito técnicas diferentes de capina (água quente, fogo, produto biodegradável a base de extrato vegetal, roçada convencional, produto orgânico a base de extrato de ervas, ureia, cloreto de sódio e também o glifosato). A CODECA não defende nenhuma prática específica de capina e irá aguardar os resultados da pesquisa, que será realizada por técnicos da universidade e equipes da Companhia, com acompanhamento dos órgãos ambientais. Trata-se de uma iniciativa pioneira que poderá posteriormente trazer resultados e subsídios, não só para Caxias, mas para todos os municípios brasileiros.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
paula.sperb@ocaxiense.com.br Fotos: Josmari Pavan, Divulgação/O Caxiense
editado por Paula Sperb
A Semana
“Mostramos que os estudantes não estão apáticos”, diz o estudante Henrique Stumpf, que protestou contra o Enem na Câmara de Vereadores
SEGUNDA | 15 de novembro Economia
Comércio abre no feriado
No feriado da Proclamação da República, o comércio de Caxias abriu as portas. A recomendação foi Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), que autorizou mão de obra de funcionários, além dos donos das lojas, diferentemente do que aconteceu nos outros feriados.
TERÇA | 16 de novembro Trânsito
Mudanças no Rio Branco A rua Adelmar Faccioli terá sentido único da General Zeca Netto até a Av. Rio Branco. A medida melhorará segurança e circulação no trecho.
QUARTA | 17 de novembro Plano Diretor
Prédios mais altos na região do Mato Sartori O potencial construtivo de oito
quadras no entorno do Mato Satori foi aumentado por um projeto de lei complementar aprovado na Câmara. Lotes terão permissão de construir prédios até quatro vezes maiores, dependendo do tamanho do terreno. O limite atual é de construções de até três andares. Denise Pessôa (PT), Ana Corso (PT), e Daniel Guerra (PSDB) votaram contra. O vereador Elói Frizzo (PSB) defende que é apenas uma correção do Plano Diretor.
Câmara de Vereadores
Votos visíveis no site
Os votos dos vereadores em todas as sessões passarão a ser disponibilizados no site da Câmara, conforme projeto de lei do vereador Daniel Guerra (PSDB) aprovado nesta quarta-feira (17). A proposta de Guerra foi aprovada por unanimidade.
Enem
Estudantes protestam na Câmara
Uma manifestação contra os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) interrompeu a sessão da Câmara de Vereadores. Cerca de 180 estudantes ocuparam o plenário. Um deles usou um microfone para se
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manifestar. Os pronunciamentos dos vereadores foram interrompidos, assim como as votações em andamento. Os manifestantes discutiram com os vereadores Rodrigo Beltrão (PT), que foi vaiado e se retirou da sessão, e Assis Melo (PCdoB), que pediu respeito.
Camelódromo
PF apreende R$ 1 milhão em mercadorias
A Operação Vinhedo, da Receita Federal, realizada nesta quarta-feira (17) no Camelódromo de Caxias, resultou na apreensão de 400 caixas de mercadorias avaliadas em R$ 1,064 milhão. Entre os produtos apreendidos em 33 lojas estão telefones celulares, videogames, CDs, DVDs, cigarros e brinquedos. A operação envolveu 50 servidores da Receita Federal, com apoio do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
QUINTA | 18 de novembro Trabalho
Renner abre vagas A Renner contrata colaboradores para suas lojas em Caxias do Sul.
Serão selecionadas pessoas para cargos de caixa, assistente de vendas, assistente de produtos financeiros, auxiliar de loja, auxiliar de estoque e fiscal de loja. Os interessados devem comparecer às lojas da Renner do Prataviera Shopping, Iguatemi Caxias ou San Pelegrino Shopping Mall, levando currículo e documento de identidade com foto.
SEXTA | 19 de novembro DCE da UCS
Chapa 1 vence eleição A partir de 2011, a Chapa 1 (Movi mentação) comandará o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Caxias do Sul (DCE-UCS). O grupo foi eleito com 42,17% dos votos válidos na madrugada desta sexta-feira (19). A chapa 2 (DCE Por Você) teve 31,46% dos votos, e a Chapa 3 (Hora de Avançar),4,1%. Como o sistema é proporcional, os três grupos farão parte da composição das 11 coordenadorias. Porém, a chapa vencedora escolherá primeiro e ficará com a maioria dos cargos. A eleição teve 5.573 votantes. Foram eleitos também os representantes de 20 Diretórios Acadêmicos (DAs).
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O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Reconhecimento
A Associação Riograndense de Imprensa – Seccional Serra Gaúcha fará, na segunda-feira (22), durante reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul, a entrega do Troféu ARI Serra Gaúcha de Jornalismo. Serão homenageados o editor do jornal O Caxiense, Felipe Boff; o repórter da Rádio Difusora Marçal Rodrigues; a apresentadora do programa Estúdio Aberto da UCS TV, Viviane Salvador; a professora dos cursos de Comunicação da UCS, Marlene Branca Sólio; o fotógrafo do jornal Pioneiro Roni Rigon; o diretor da Spaghetti Filmes, Lissandro Stallivieri; e o ex-diretor da Rádio Caxias Gildo Flores. No encontro a jornalista Juçara Tonet Dini passará o cargo de presidente da seccional para Paulo Cancian.
Movimento aéreo
O Aeroporto Regional Hugo Canterggiani deverá fechar o ano com a movimentação de 172 mil passageiros, em alta de 35% sobre igual período do ano passado, que atingiu a marca de 127 mil. Até outubro, o administrador Henrique Elustondo já registra 140 mil passageiros transportados exclusivamente pela Gol. Em relação a 2005, o melhor dos seis anos, o crescimento será da ordem de 4%.
Fim da exclusividade
As obras de ampliação do aeroporto – que ganhará, entre outras melhorias, sala de embarque cinco vezes maior – permitirão que o movimento pelo aumento de companhias aéreas em operação torne-se mais efetivo. Haverá cinco espaços destinados a empresas aéreas. Desde 2008, a Gol está sozinha no mercado, impondo preços que lhe são convenientes e decidindo quando pousar – registre-se que na quarta (17), com condições climáticas consideradas adequadas, o piloto surpreendeu a todos seguindo para Porto Alegre. O fato repercutiu na CIC de Caxias, que ficou sem o palestrante da reunião-almoço. O presidente Milton Corlatti foi contundente: “É uma situação vergonhosa diante do que Caxias do Sul arrecada e recebe como retorno. Estamos ilhados pela inabilidade política. Está na hora de mais empresas operarem na cidade.”
Troféu metalúrgico
Os empresários Edson Tomiello, Ricardo Borghetti e Oscar de Azevedo serão agraciados na sexta-feira (26) com o Mérito Metalúrgico Gigia Bandera 2010, distinção concedida anualmente pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs). A solenidade ocorrerá às 20h, no Juvenil. Também será lançada a edição 2010 do Balanço Social do Simecs.
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O Caxiense
20 a 26 de novembro de 2010
Sofisticação urbana
A Neobus desenvolveu o modelo urbano Mega BRT, nas versões articulado e biarticulado, com a sofisticação do conforto e serviços de um ônibus rodoviário. O veículo foi lançado na FetransRio 2010, no Rio de Janeiro, e depois seguiu para apresentações nas principais capitais e cidades de porte médio do País. Dentre as novidades estão maior altura e largura interna e incorporação de serviços, como os de internet e televisão, além de ar condicionado diferenciado. O design
externo aposta na aerodinâmica e no efeito de percepção visual de um trem bala. A área envidraçada na dianteira do ônibus foi ampliada, conferindo visual inovador. Para o diretor-presidente da encarroçadora, Edson Tomiello, o ônibus tem todas as condições de atrair mais passageiros, principalmente os que usam veículo particular para o deslocamento diário. Sua expectativa é a venda de 300 a 500 unidades no ano que vem, do total de 4,4 mil que espera montar.
Veneno perigoso
Mesmo otimista com o novo governo liderado pela presidente Dilma Rousseff, o empresário José Antônio Fernandes Martins, integrante do Conselho de Administração da Marcopolo, alertou para a necessidade de algumas mudanças na política econômica para evitar que o Brasil siga o mesmo caminho dos Estados Unidos: a desindustrialização. Para Martins, que integra a diretoria de várias entidades empresariais, a estratégia de estimular importações como forma de conter a inflação é um veneno para a economia nacional. Ele assegurou que se não forem tomadas medidas, como redução dos gastos públicos e dos impostos, acompanhada de investimentos em infraestrutura e mudanças na política cambial, em até cinco anos o Brasil será os Estados Unidos de hoje, um país sem indústrias e abastecidos por produtos chineses. Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
A diretoria da Friolã definiu como meta para o próximo ano crescimento de 35% nas vendas. Uma das estratégias para chegar ao objetivo é a coleção outono/inverno, já apresentada aos representantes do Sul do País, e que chega ao varejo em março. Ela mistura fios com cores exclusivas, bordados manuais e jacquards. Com 40 anos de presença no mercado, a empresa acaba de criar um setor de marketing para fortalecer a marca e adequar-se às tendências do mercado da moda. A nova estrutura já resultou em ampliação do quadro de representantes e foco de atuação nos principais mercados consumidores de malha, grande parte deles no Sul do País. Em janeiro, a Friolã participará da Feira Nacional da Indústria da Moda em Gramado.
Divulgação/O Caxiense
Estratégias para crescer
Parceria
A Dedeka, indústria caxiense de roupas infantis e para bebês, destinará para a Associação Criança Feliz 5% do valor da venda de quatro referências de sua coleção outono-inverno 2011. Os produtos, que chegarão
ao varejo a partir de janeiro, têm um tag diferenciado e selo no catálogo. A Associação Criança Feliz atende crianças e adolescentes em condições de vulnerabilidade social de 12 bairros do entorno do Fátima Baixo.
Curtas
Em substituição a Esdânio Pereira, Sandro Trentin assumiu nesta semana como diretor regional da SAE Brasil – Seção Caxias do Sul. A posse deu-se em encontro de encerramento das atividades deste ano. A entidade reúne engenheiros e interessados na mobilidade urbana.
denominado Balada Chic do Sala, que será realizado na sede social do Recreio da Juventude, a partir das 20h, também marca a apresentação da diretoria 2011 da Associação Sala de Arquitetos, que terá como presidente o arquiteto Alexandre Pinheiro Machado.
O Departamento de Jovens Empresários da CIC de Caxias realiza a 1ª Coelhada de Natal, na sexta-feira (26), às 20h, no Salão da Comunidade da Linha 80, em Flores da Cunha. Trata-se de um evento beneficente para arrecadar brinquedos e reverter 10% do lucro para três entidades assistenciais: Centro Assistencial Vó Juvelina, Casa Abrigo do Sol Nascente e Serviço de Prevenção à Vida e Casa Hospedaria (Seprevi). Ingressos a R$ 35 para adultos e R$ 20 para crianças.
A Indústria de Alimentos Tondo recebe na segunda-feira (22), em Porto Alegre, o troféu Carrinho Agas 2010, entregue desde 1984 pela Associação Gaúcha de Supermercados. A empresa caxiense será distinguida como melhor fornecedora de massas com a marca Orquídea. A seleção dos 30 indicados foi rigorosa e realizada em parceria com o instituto de pesquisas Nielsen Brasil.
O primeiro Encontro das Trabalhadoras Metalúrgicas de Caxias do Sul terá como temática principal a defesa da igualdade e por mais direitos. A programação se desenvolverá sábado e domingo (20 e 21), no Hotel Samuara, com projeção de reunir mais de 200 participantes. Com mais de 50 anos de atuação na arquitetura, Guimarães Francisco da Silva recebe neste sábado (20) o Prêmio Sala de Arquitetos. O evento
A Associação de Engenheiros Agrônomos programou um debate para a quinta-feira (25), a partir das 18h, no auditório do Bloco A da UCS. Dentre as palestras, destaque para os temas O futuro da agricultura familiar na Serra Gaúcha e Alimentos e agrotóxico: o importante é a saúde. De 25 a 28 de novembro, no Parque da Festa da Uva, ocorre a 4ª edição da Construfair, feira que reunirá empresas do setor da construção civil. A expectativa dos organizadores é ter mais de 160 marcas expositoras.
Troca de comando O empresário Valdemor Trentin assumiu, nesta semana, a presidência do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul em substituição a Rafael Tregansin. Dentre suas metas está a qualificação da mão de obra, pois falta pessoal para o canteiro de obras, engenheiros e gestores. Os funcionários para funções que não exigem maiores conhecimentos são recrutados em cidades próximas ou de outras regiões. A solenidade também marcou a entrega do prêmio Mérito da Construção Civil ao diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon (foto). A escolha deu-se em função de sua atuação à frente da autarquia na concretização do programa de saneamento básico, com a construção do sistema de abastecimento de água Marrecas e o Plano de Tratamento de Esgoto e Despoluição dos arroios Tega, Belo, Pinhal, Pena Branca e Samuara, nos quais o Samae está investindo mais de R$ 300 milhões.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Política estudantil
A Chapa 1 (Movimentação), que abriga filiados petistas, recuperou a hegemonia, deixando em segundo a Chapa 2 (DCE por Você), integrada por pedetistas
TROCA DE
COMANDO A
por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
partir de 2011, o grupo Movimentação voltará ao comando do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). A Chapa 1 foi eleita com 42,17% dos votos válidos na madrugada desta sexta-feira (19). A Chapa 2 (DCE Por Você) conquistou 31,46% dos votos, e a Chapa 3 (Hora de Avançar) ficou com 24,1%. Como o sistema que rege o diretório é proporcional, os três grupos farão parte da composição das 11 coordenadorias. De acordo com o estatuto, a chapa que conquistar 10% dos votos válidos da eleição ganha o direito de estar no colegiado que dirige o DCE. Porém, os vencedores escolherão primeiro e ficarão com a maioria dos cargos. O coeficiente eleitoral que define quantas coordenadorias cada chapa ocupará deve ser definido nesta segunda-feira (22). A eleição, que ocorreu de terça (16) a quinta-feira (18), teve 5.573 votantes, sendo 2.350 para a Chapa 1, 1.753 para a Chapa 2 e 1.343 para a Chapa 3. Foram 95 votos brancos (1,7%) e 32 nulos (0,57%). A apuração se estendeu por quatro horas, encerrando às 3h20 de sexta-feira. Houve três casos de impugnação de urnas. Conforme o presidente da comissão eleitoral, Leandro Magalhães, nas urnas de Vacaria e do bloco A do campus de Bento Gonçalves havia cédulas a mais do que o registro de votantes na lista de assinaturas. No núcleo do Vale do Caí, a comissão acredita que a eleição tenha sido fraudada por problemas no preenchimento das listas de assinaturas e nas cédulas. Foram eleitos também os representantes de 19 diretórios acadêmicos (DAs). O desafio do DCE no próximo ano será fazer três grupos de jovens, com pensamentos e ideologias distintas, se
entenderem no comando da entidade que representa cerca de 33 mil alunos de graduação da UCS, mais os de pósgraduação. Na atual gestão, a Chapa 2 ocupa seis coordenadorias, enquanto a Chapa 1 tem cinco. A Movimentação foi quem propôs e implantou o sistema proporcional em 2007, mas viu seu plano dar errado quando colocado em prática. A intenção da proporcionalidade era de uma gestão compartilhada e, na visão do grupo, mais democrática, com estudantes de correntes diferentes administrando o DCE ao mesmo tempo. Nas eleições de 2007 e 2008 não houve chapas concorrentes, e a Movimentação dirigiu o DCE com um grupo único de coordenadores, teoricamente sem um líder desempenhando o papel de presidente. Em 2009, surgiu a DCE Por Você como oposição à Movimentação, derrotando-a nas eleições.
Representante da Chapa 1, o acadêmico de Farmácia Vinicius Postali, 23 anos, é o titular da Coordenadoria de Formação. Para ele, não houve unidade dentro do DCE para colocar em prática a proporcionalidade. “A primeira experiência não foi nada positiva. A Chapa 2 não nos chamava para as reuniões, fomos só em três durante um ano”, conta, afirmando que o DCE não teve posicionamento sobre assuntos como o aumento das mensalidades e reajuste no Restaurante Universitário. Fabian Tamura, 22 anos, aluno de Engenharia de Produção e atual coordenador de Extensão do DCE, pertencente à outra chapa, diz que a experiência do colegiado foi conduzida da melhor maneira possível: “99% das decisões foram tomadas em conjunto, respeitando a democracia”. Entre as conquistas defendidas pela Chapa 2 ao longo de 2010, o grupo cita shows, palestras, convênios no comércio e refor-
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Alternância entre chapas ligadas a partidos diferentes ganhará, na próxima gestão do DCE da UCS, a companhia de uma terceira força
ma da sede do DCE. A Movimentação tali, da Chapa 1, disse que 2009 marmobiliza-se pela criação de uma creche cou o exemplo errado do que pretende para filhos de estudantes da UCS, pas- a proporcionalidade “Com três chapas, sa livre para alunos e contra aumento vamos ter que fazer do jeito certo. Nós abusivo das mensalidades. temos uma boa experiência de diálogo Os grupos rivais têm claras identi- e vamos tentar lidar com as três forças.” ficações com partidos políticos. Enquanto a Movimentação reúne filiados Agora, o embate entre as chado PT, o DCE Por Você tem líderes pas 1 e 2 ganhou um terceiro elemento. com filiação ao PDT. No entanto, as Contrária à política partidária dentro duas chapas minimizam as influên- do DCE, a Chapa 3 conquistou 24,1% cias partidárias e credos votos e terá tituladitam a outros fatores res na coordenadoria. os desentendimentos Uma espécie de “Eu desconheço a preinternos. “As nossas Marina Silva do ferência política dos diferenças não passam pleito estudantil, nossos integrantes e a pela política partidáorientação que nós pasria, tanto porque o mas com direito samos foi que no DCE PDT nacional é aliado a uma fatia do partido político não endo PT, a gente só veri- poder, a Chapa 3 tra. Porque a partir do fica essa rivalidade no prega que o DCE momento que tu tomas contexto local. O que partido não há mais nos diferencia são as seja independente debate, há monólogo”, práticas e as priorida- de partidos opina Jean Michel Baú, des. Ser filiado a um 23 anos, acadêmico de partido não é errado. Publicidade e PropaSe eu fizer só pelos meus, estamos to- ganda, representante da Chapa 3. Uma dos perdidos. Até com o presidente da espécie de Marina Silva das eleições esRepública é assim”, opina Postali, da tudantis, o grupo saiu da apuração, na Movimentação. Ao menos nesse pon- madrugada de sexta (19), prometento, a Chapa 2 concorda com a 1. Na do manter o posicionamento isento. avaliação de Tamura, o problema não “Com a estrutura que nós tínhamos, só foi falta de maturidade dos dirigentes. com três equipes para passar nas salas “Todos os integrantes, independente- e pedir votos, é um excelente resultado, mente da chapa, têm sua noção pesso- que credencia o nosso crescimento no al do que é política bem desenvolvida. ano que vem. Não vamos nos coligar O que acontece são conflitos de ideais.” com nenhuma das chapas para honrar Uma das principais propostas da o voto dos estudantes que escolheram Chapa 2, caso permanecessem como a independência que nós representagrupo majoritário, era de convocar mos”, afirma Baú. A Chapa 3 quer disuma assembleia para alterar o estatuto, cutir as grades curriculares dos cursos, retornando ao sistema presidencialista. defender o diálogo em detrimento aos “Vamos ter que aprender a trabalhar grandes atos e movimentos, que, na com os três grupos. Temos que digerir avaliação de Baú, não surtiram o efeito isso ainda”, limitou-se a afirmar o atual esperado, e colher sugestões dos alucoordenador de Integração do DCE, nos sobre como aumentar a receita e Leonel Ferreira, após a apuração. Pos- diminuir os custos da universidade. 20 a 26 de novembro de 2010
O Caxiense
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O jogo da sucessão
DESACORDO
SOBRE O ACORDO
Vereadores já divergem sobre o trato feito no início da legislatura para definir quem será o presidente da Câmara em 2011
André T. Susin/O Caxiense
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Cadeira de Paese aguarda novo dono
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O Caxiense
20 a 26 de novembro de 2010
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br disputa pela cadeira que Harty Moisés Paese (PDT) ocupa até o final do ano mal começou e divergências já aparecem na Câmara de Vereadores. O novo ou a nova presidente da Casa terá que convencer os parlamentares de sua versão sobre um acordo verbal feito no final da legislatura anterior. Enquanto a base governista alega que o acerto – que definiu os partidos que presidiriam a Câmara nos quatro anos do segundo governo Sartori – estipula que no terceiro ano, 2011, o cargo seria ocupado pela oposição, parlamentares petistas insistem que ficou claramente estabelecido que a cadeira seria especificamente do PT. No final de 2008, as lideranças dos partidos firmaram um pacto decidindo que Édio Elói Frizzo (PSB) presidiria o Legislativo durante mais um ano e depois seria substituído por um vereador do PDT. Até 2010, o trato foi cumprido. A discussão é se continuará sendo assim a partir de janeiro de 2011. “Quem assume é a oposição, eles ficaram de indicar o candidato. Não dissemos que seria um partido ou outro”, afirma a líder do governo, Geni Peteffi (PMDB). “Nunca existiu um acordo para dar a presidência para a oposição, sempre foi para o PT. Deixamos claro na reunião no início da legislatura que a presidência seria nossa no terceiro ano”, rebate a líder petista na Câmara, Ana Corso. O PT ganhou mais um argumento no dia 3 de outubro para reivindicar a cadeira. Em 2011, quando o vereador Assis Melo (PC do B) assumir sua cadeira de deputado na Câmara Federal e dará lugar a um suplente petista, o partido terá a maior bancada. “Em qualquer lugar o partido com maior representação assume a presidência. A proporcionalidade atingida pela via eleitoral tem que ser refletida na composição da mesa”, articula Ana. Já o PMDB tem a seu favor o argumento de que nem sempre os pactos são respeitados. Mauro Pereira (PMDB) afirma que votará a favor do PT com uma condição: “Tem que ser
alguém que não seja oposição por ser oposição, que respeite o projeto político que foi construído nos últimos seis anos e tenha experiência administrativa. Como o Marcos Daneluz, que votou conosco (a bancada governista) em diversos temas polêmicos, como a taxa de iluminação”. As eleições deste ano tirarão, além de Assis, outro político que pode influenciar a escolha do próximo presidente da Câmara. Alceu Barbosa Velho (PDT) assume uma cadeira na Assembleia e Caxias ficará sem vice-prefeito nos últimos dois anos da administração Sartori. Na ausência do prefeito e do vice, quem assume é o presidente da Câmara, que, no próximo ano, se o acordo for mantido, será de oposição. “Ninguém que assuma no lugar do prefeito seria tão irresponsável para fazer alguma bobagem. Também, se fizer bobagem, vamos lá e batemos”, diz Geni. “Na hipótese de o prefeito viajar, não seríamos nenhum Paulo Feijó (vice da governadora Yeda Crusius). Temos consciência de que a cidade elegeu o Sartori”, alega Ana Corso, acrescentando que o PT dificilmente irá administrar o Executivo. “Alceu será diplomado no dia 17 de janeiro, mas assume no dia 1º de fevereiro. Então, o prefeito tem um mês para tirar férias. Obviamente, Sartori não vai abrir uma brecha para assumirmos.” Também envolvidos na querela, os representantes do PC do B, partido que forma com o PT a oposição na Câmara, preferem não se manifestar sobre o teor do pacto. O presidente da bancada comunista, Renato de Oliveira, alega que o assunto ainda não foi discutido. Essa conversa deve ocorrer na próxima semana, segundo ele. Quem coordenou as negociações em 2008 foi Assis Melo, que prefere não se comprometer. “Uns dizem que a presidência era do PT, outros da oposição. O PC do B, com dois votos, não fará diferença, e a Câmara tem buscado o consenso nessas questões”, esquiva-se Assis. No próximo ano, o partido terá apenas uma cadeira na casa, já que As-
sis cederá lugar ao petista Clauri Flores – que foi vereador entre 1992 e 1996 e secretário de Habitação e de Obras no governo Pepe Vargas (PT). Atualmente, Clauri dirige a Escola Estadual de Ensino Médio Alexandre Zattera. O petista não entrou na discussão sobre a sucessão na presidência da Câmara e enumera prioridades para sua atuação legislativa nos próximos dois anos. “Pretendo trabalhar em prol da educação. Tanto pela fundamental e média quanto pela luta por uma universidade federal na cidade, porque hoje os alunos pagam muito caro para estudar.” As articulações pela presidência do Legislativo caxiense devem esquentar mesmo depois da votação do orçamento para o próximo ano. Além da cadeira principal, há a expectativa para saber se os partidos manterão as presidências das nove comissões permanentes da Casa. Neste ano, PT e PMDB têm duas cada. A entrada de Clauri fortalece o PT, mas não a ponto de alterar a balança oposição-situação. A base governista continuará com a maioria da Câmara, com 11 vereadores contra seis oposicionistas. Por ora, as líderes do PMDB e do PT já dão sinais de que a disputa pode ser acirrada. “Ficaria muito ruim se tivessem se utilizado do PT para a eleição dos outros presidentes e não cumprissem o acordo quando chegar a vez do partido”, afirma Ana, lembrando que o PT aprovou o nome de Moisés Paese sem questionar. “A imprensa tem uma pressa enorme. Eles (os oposicionistas) são dois partidos, então, que façam um acordo. Pode até ter inversão para que o terceiro ano seja do partido e o quarto da oposição”, pondera Geni. Ambas vereadoras admitem que o acordo não está gravado em pedra, foi “verbal”, nas palavras de Geni, e “entre damas e cavalheiros”, segundo Ana. “Se eles não quiserem cumprir o acordo, virão sinais, e ninguém aqui é bobinho de não perceber”, avisa Ana. A última sessão do ano, em 15 de dezembro, que aprovará o nome do próximo presidente, promete não ser das mais tranquilas.
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Prefeitura de Caxias do Sul, Divulgação/O Caxiense
Viagem de negócios
SEMENTES
Grupo de 24 pessoas, incluindo o prefeito José Ivo Sartori, foi recebido em empresas e em kibbutz, as comunidades que trabalham em cooperativa
DO DESERTO O
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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
país mostrado às 24 pessoas que participaram da missão técnica – incluindo o prefeito José Ivo Sartori (PMDB) – a Israel não foi a nação lembrada pelos conflitos e pela indústria bélica. Os 11.335 quilômetros de distância que separam Caxias do Sul da capital Jerusalém foram superados por um motivo que ultrapassa os embates étnicos do mundo árabe. Sem questionar ou debater o direito de judeus ou palestinos de ocupar a Terra Santa, a comitiva caxiense foi a empresas e centros produtores e de pesquisa para conhecer a tecnologia empregada em Israel e buscar oportunidades de negócios. O que mais chamou a atenção foi o modo como o país lida com a falta de chuva. Enquanto no Brasil a precipitação média varia de caudalosos 2 mil milímetros por ano na Amazônia a escassos 200 no semi-árido, em Israel vai de 1,1 mil milímetros no norte a apenas 100 milímetros no sul, por causa do deserto de Nagev. “Eles fazem um controle da eficiência do uso da água. Reciclam a usada na cidade para a agricultura, dessalinizam a do mar e utilizam a água das montanhas, como na Galileia”, relata o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Nestor Pistorello. “O fator São Pedro foi eliminado lá. Não entra na cabeça deles se falarmos que temos seca no Brasil. Isso significa incompetência”, afirma o coordenador do curso de Agronomia da Universidade de Caxias do Sul, Jaime Luiz Lovatel, que também participou da visita. O professor relata que em Tel Aviv, coração econômico do país, a irrigação da grama e de árvores é controlada por computador. Na agricultura, o sistema
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de gotejo é tão eficiente que produtores sabem quantos centímetros cúbicos de água cada planta necessita. Produtos químicos são adicionados na irrigação, o que elimina a necessidade de mão de obra para passar pesticida nas plantas.
O nível da pesquisa acadêmica no país impressiona Jaime, que calcula que 75% do financiamento nessa área, em Israel, é feito pela inciativa privada, contra apenas 20% no Brasil. A maioria daqueles que trabalham nas universidades também ocupa funções no setor privado, o que é uma vantagem, segundo o coordenador. “O pesquisador é avaliado pela utilidade do que produz em Israel, não pela quantidade, como aqui. Deveríamos parar de chorar esperando que o governo financie pesquisa no Brasil.” Nem todos os participantes da missão técnica fizeram o mesmo roteiro. Jaime se concentrou em conhecer os sistemas de irrigação e na tecnologia utilizada na agricultura, setor que tem foco diferente do brasileiro.“Logo que chegamos, falaram que o negócio deles é desenvolver tecnologia para vender sementes, não frutas e verduras.” O professor experimentou produtos ainda indisponíveis no mercado brasileiro, como pepino doce. Israel é o nono país em número de patentes de plantas no mundo, com 261 registros, segundo o Departamento Norte-Americano de Patentes e Marcas. O Brasil é o 21°. Conforme Jaime, israelenses ganham quatro vezes mais ao vender sementes ao invés do produto final. O professor da UCS acompanhou a técnica de cruzamento assexuado para gerar novos tipos de tomates geneticamente modificados. Filipinos e indianos trabalham em uma estufa – a mão de obra é majoritariamente internacio-
Comitiva caxiense que visitou Israel conheceu processos de irrigação e tecnologia de segurança que poderão ser importados
nal nos processos manuais, relata. Eles meras com infravermelho e carros da tiram parte das estomas, estruturas polícia com GPS fazem parte do centro celulares das plantas responsáveis pela de operações da cidade. “Nas ruas, não troca gasosa, antes que elas possam ser encontramos policiais, mas a ação em polinizadas, processo que é feito de caso de emergência é muito rápida. É acordo com os resultados desejados um mundo diferente do nosso.” para cada tomate. Na próxima semana, o grupo que foi O presidente do Sindicato dos Traba- a Israel fará a primeira reunião para lhadores Rurais de Caxias do Sul, Rai- avaliar os projetos que conheceu na mundo Bampi, voltou de Israel empol- viagem. O primeiro efeito prático deve gado para promover modificações na ser na área da agricultura: Caxias poprodução caxiense. “Temos que mudar derá ganhar duas unidades demonstranossa visão. Eles estão aplicando tec- tivas de sistemas de irrigação de uma nologia na agricultura empresa israelense. e transformando o deSegundo o presidente serto em região produ- “O fator São da Federação Israelita tora.” Raimundo cita o Pedro foi do Rio Grande do Sul, sistema de organização Henry Chmelnitsky, israelense como exem- eliminado lá. antes da delegação plo a ser seguido. As Se falarmos que caxiense, Israel já rekibbutz, comunidades temos seca no cebera uma comitiva que trabalham como Brasil, isso gaúcha em 2009. O incooperativas, comteresse das empresas e pram maquinário para significa do Estado israelense é, utilizar na agricultu- incompetência”, obviamente, fazer bons ra de forma conjunta. afirma Jaime negócios. O governo “Precisamos abraçar brasileiro faz parte do todo o processo de acordo Mercosul-Israel produção. Com essa indústria de nicho firmado neste ano para aumentar as de mercado, em que cada um trabalha transações entre o Brasil e o país árapor si, vai ser difícil crescer.” be, que atingiram um pico de R$ 1,8 bilhão em 2008 e caíram para menos Entretanto, nenhuma missão de R$ 1 bilhão no ano passado por técnico-econômica a Israel estaria causa da crise mundial. Para Caxias completa sem uma visita à indústria do Sul, além de tentar comercializar armamentista – o país gasta aproxima- equipamentos e sistemas de irrigação, damente a metade de seu orçamento Israel enviará propostas de empresas em segurança. O secretário de Segu- de segurança oferecendo softwares e rança Pública e Proteção Social de Ca- câmeras para a prefeitura. A se julgar xias, Roberto Louzada, visitou cinco pelas impressões da comitiva caxiense, empresas – entre elas, a Elbit Systems, as chances de negócios são grandes. responsável pelas câmeras de vigilân- Afinal, a habilidade para vender é uma cia usadas na Copa do Mundo da Áfri- virtude semeada por lá desde a antica do Sul e fornecedora da Embraer. guidade, quando os fenícios transforLouzada ficou impressionado com o maram o território seco em um próssistema de segurança de Jerusalém: câ- pero ponto de comércio marítimo.
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Dinheiro público
A segunda etapa do Programa de Asfaltamento do Interior (PAI) receberá um total de R$ 37,5 milhões
AS OBRAS DO ANO
BILIONÁRIO
Água, asfalto e esgoto serão as prioridades do Município em 2011, quando o orçamento alcançará pela primeira vez a casa dos 10 dígitos
H
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br á quem acredite que 2012 será um ano sombrio – segundo o calendário maia, o último ano da Terra. Na porção do planeta que cabe a Caxias do Sul, as expectativas são bem diferentes: 2012 deverá ser um ano de grandes inaugurações. O ano-chave para que essa previsão animadora se confirme, porém, é 2011, quando o Município terá pela primeira vez um orçamento bilionário, e aplicará a parcela de investimentos em grandes obras para serem entregues no ano seguinte – que, no calendário político, tem outra importância: é ano eleitoral. Mais precisamente, em 2011 a prefeitura prevê arrecadar R$ R$ 1.051.790.680. Com o aumento da receita, crescerá também o valor do investimento em obras na cidade, que será de R$ 169.943.795. Talvez você não sofra com falta d’água em casa, não perceba que as ruas pelas quais dirige todos os dias são asfaltadas e nem saiba para onde vai seu esgoto. Pois essas serão as três prioridades da administração municipal para o ano que vem: terminar o Sistema Marrecas, o Programa de Asfaltamento do Interior e o Plano de Despoluição dos Arroios. Parte das obras, que são continuações do que foi feito em 2010, será custeada com o dinheiro dos impostos que você paga todos os anos. É didaticamente que o secretá-
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rio municipal de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo, explica como são feitos os cálculos do Orçamento Municipal. Ele volta ao ano de 2009 para se fazer entender. “O orçamento de 2010 foi feito em setembro de 2009, período em que ainda se estava em crise mundial. Por isso, não dá para comparar o deste ano com o do ano passado (em 2010 o Orçamento foi de R$ 884.884.644). Fizemos o orçamento de 2011 com projeção de aumento nos impostos muito pequena, porque achávamos que 2010 ia ser um ano em que não ia crescer. Então reestimamos as receitas de 2010”, esclarece Búrigo. “A maior parte da receita dos orçamentos, em torno de 30%, vem do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do governo do Estado. A cada dois meses pegamos todos os impostos e reestimamos o orçamento. Em 2010, o que aconteceu foi que pela nossa reestimativa tudo aumentaria. Então reestimamos todas as receitas e chegamos num valor. Daí fizemos projeção para 2011, entre inflação e crescimento econômico, o que deu em torno de 8%, e acrescentamos isso, chegando ao número da receita”, diz, referindose ao R$ 1 bilhão, “que é o orçamento consolidado, da prefeitura com todas as secretarias, mais a Câmara de Vereadores, o Samae, a FAS e o Ipam”. O restante dos recursos é destinado a pagar o custeio da máquina pública, “um valor bastante expressivo”, assinala Búrigo, assim como a folha de pagamento dos servidores, que em 2011 custará R$ 326.172.440.
Mesmo com orçamento bilionário, nas o maior investimento do ano que Búrigo reclama que o ideal seria um vem – em 2011, a obra receberá R$ valor maior para poder investir mais 43.967.350 –, mas sim de toda a hisem obras. “Está muito ajustado. As tória de Caxias do Sul. “Não é só uma despesas com serviços barragem, é um sistepúblicos estão crescenma completo”, saliendo mais que a receita. “Não é só ta, enumerando que, Atendemos cerca de 1 uma barragem, além da barragem, há milhão de habitantes, é um sistema estações de tratamennão apenas os 430 mil to e de bombeamento daqui, por causa dos completo”, diz e centros de reservamunicípios de entorno, Caberlon sobre ção sendo construídos. que usam Caxias como o Marrecas, Para justificar o valor referência. O governo a obra mais cara da obra, ele compara o federal joga atribuiMarrecas com o Faxições para o Município da história de nal, hoje a maior bare não repassa verbas. Caxias do Sul ragem de Caxias: “No Recebemos mais atripassado, nas obras do buição, porém, menos Faxinal, foi construída recursos”, queixa-se o secretário. a estação de tratamento de água, deDepois do Sistema Marrecas, do as- pois a barragem em três etapas, uma faltamento e do esgoto, os gastos mais adutora e, anos depois, outra adutora. expressivos em 2011 serão com má- Então, era um investimento diluído ao quinas, transporte coletivo, reivindi- longo de 20 anos, ao contrário desta cações do Orçamento Comunitário e vez, que é investimento completo. E a intervenção no bairro Fátima Baixo. o sistema estará completo no dia da Sobre os investimentos, Búrigo diz que inauguração (prevista para o final de eles se encaixaram no andamento dos 2011)”, anuncia Caberlon. contratos de empréstimos – dos quase O Marrecas terá potencial para abasR$ 170 milhões, segundo ele, R$ 110 tecer Caxias por um quarto de século, mil serão financiados. “Marrecas e as- e foi planejado pensando-se no crescifaltamento, por exemplo, tiveram seus mento da população da cidade. O núcontratos de empréstimos assinados mero de habitantes do município pode em 2009, e o grande desembolso com chegar tranquilamente a 700 mil sem volume de obras ocorrerá em 2011.” que eles fiquem sem água, conforme Caberlon. “Todos os principais sisteMarcus Vinícius Caberlon, mas atuais de abastecimento, Faxinal, diretor geral do Serviço Autônomo Maestra, Dal Bó e Samuara, estão em Municipal de Água e Esgoto (Samae), sua capacidade máxima, e não têm destaca que o Marrecas não é ape- mais como serem ampliados. É isso
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que a nova barragem vai suprir daqui para a frente”, explica o diretor da divisão de planejamento do Samae, Gerson Panarotto. A barragem, que está sendo construída em Vila Seca, será capaz de acumular 33 bilhões de litros e atenderá 250 mil pessoas. Como essa quantidade de habitantes não surgirá em Caxias de um dia para o outro, em um primeiro momento o Marrecas absorverá partes do sistema atual, “para dar uma folgada”, como diz Panarotto. “Esse sistema está sendo concluído agora porque já sabíamos que a partir de 2012 ia começar a faltar água na cidade”, observa o diretor. O que muda para a população, segundo Caberlon, é que, além de contar com um novo sistema, o já existente no Faxinal poderá será modernizado: “Basta ver que no meio desse feriado (15 de novembro) houve intervenções para corrigir adutoras (o que deixou alguns bairros sem água). Com o Marrecas, poderemos fazer essas intervenções. Vamos poder investir em tecnologia a partir da disponibilidade de um novo sistema”. Por enquanto, sete quilômetros e meio de adutoras de água bruta e tratada, num total de 26 quilômetros, já foram implantados para o Marrecas. A obra da estação de tratamento está em 40%, e a barragem está na fase de escavações.
de um novo sistema, que afetará muito mais do que apenas a população que anda de ônibus. No comprido corredor da Sinimbu, que vai do Camelódromo às proximidades do Monumento ao Imigrante, passam 140 ônibus por hora. Muitos deles estão praticamente vazios a partir da parada da Catedral – até ali grande parte dos passageiros já desembarcou. Com o chamado Sistema Troncalizado e Integrado do Transporte Coletivo Urbano, que receberá R$ 17.280.000 do Orçamento Municipal, esse tipo de situação vai diminuir e, consequentemente, deve melhorar o fluxo de todo o trânsito. O que ocorre hoje em Caxias é que as linhas de ônibus deslocam-se dos bairros para o Centro e do Centro para os bairros. “Isso é válido para cidades até certo porte, o que não é mais o caso de Caxias”, explica o engenheiro civil da secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade Juliano De Ros. “Haverá um sistema de troncalização, que é um modelo de vários lugares do mundo. Com ele, fora do anel perimetral as linhas de ônibus do bairro irão até estações principais de integração, que serão 10 em Caxias, e se deslocarão dos bairros até essas estações. Nelas, as pessoas trocam para ônibus maiores, que efetuam o restante do trajeto até o Centro”, afirma De Ros. A troncalização encurta os percursos dos coletivos e, conforme o engenheiro, resultará em mais horários de ônibus dentro dos bairros. “E isso é muito bom para as pessoas”, diz De Ros. Para embarcar nesse segundo ônibus não será cobrada tarifa. A grande demanda de recursos desse sistema de transporte coletivo será para as novas estações de ônibus, mais amplas que as quatro existentes atualmente (no Camelódromo, atrás do Hospital Pompéia, no Ópera e na Catedral). “Essas são as principais. As novas 10, de integração, serão maiores, de cerca de 3 mil m² de área coberta cada uma”, explica De Ros, ressaltando que o investimento para o ano que vem será em duas delas, no Imigrante e no Floresta, em fase de licitação. Seja em água, esgoto, asfalto, máquinas ou transporte coletivo, os gastos do próximo ano foram cuidadosamente planejados por quem acredita que a única coisa que vai terminar em 2012 são as obras da prefeitura. André T. Susin/O Caxiense
Em 1998, uma escola pegou fogo em Criúva. Até que os bombeiros chegassem ao local pela estrada de chão, o colégio, que era uma pequena casa de madeira, reduziu-se a nada. A história é contada por Luiz Guiomar Gonçalves dos Reis, morador de Criúva. “Não que eles fossem evitar o incêndio se tivesse asfalto, mas seria muito mais rápido para chegar”, afirma Reis. Mais antiga do que esse acontecimento é a revindicação dos moradores de Criúva para que as estradas da localidade sejam asfaltadas. Reis estava presente no lançamento da 2ª etapa do Programa do Asfaltamento do Interior (PAI), no final do ano passado, quando foi anunciado que a estrada DalagnoCriúva, de 22 quilômetros, seria asfaltada. Além dessa via, a segunda etapa do PAI pretende contemplar mais de 100 comunidades, e o investimento para 2011 será de R$ 37.500.000, colocan-
do o asfaltamento na segunda posição do esgoto da cidade se melhora a quados investimentos do Orçamento, atrás lidade de vida da população como um apenas do Marrecas. “Faz muito tempo todo. Hoje, esses arroios transportam que queríamos essa estrada asfaltada. carga orgânica, transportam esgoto, e É um trecho muito movimentado. Vai não água. Com o tratamento, a qualibeneficiar todos os nossos distritos e dade de vida de quem mora ao longo as comunidades vizinhas”, diz Marcos desses arroios vai melhorar. E a gente Augusto Sandri, subprefeito de Criúva. vai poder devolver para os rios TaquaReis e Sandri, assim como os outros ri, Antas e Caí, que são nossas bacias moradores do distrito, cansaram de ver de descarga, água com melhor qualidaa estrada de chão castigada pela chu- de. Consequentemente, o Guaíba, em va e pelos buracos. “Com o asfalto vai Porto Alegre, vai receber carga de água melhorar muito. Em todo o interior sem o esgoto de Caxias”, diz Caberlon. de Caxias os alunos vão para a escola “Nossas ações são tão amplas que não de transporte escolar. Vai diminuir o beneficiam só Caxias do Sul. Não estempo de permanência na estrada. Vai tamos tratando esgoto para beneficiar trazer facilidades para os moradores Porto Alegre, mas até isso vai acontedaqui. Muitos vivem da agroindús- cer”, completa o diretor da divisão de tria, vão à cidade no esgoto do Samae, César mínimo uma vez por Casa. semana. Com o asfalto, “Muitos vivem da O plano de despovão economizar tempo agroindústria, luição, que em 2011 e dinheiro”, acredita R$ 33.283.810 vão à cidade uma receberá Reis. “Além de ajudar o do Orçamento, é muito desenvolvimento turís- vez por semana. simples: “É tratar esgotico de Criúva. Imagi- Com o asfalto, to, tirá-lo do contato na ir para um lugar que vão economizar com animais e plantas”, não é nem asfaltado?”, resume César. Nem tempo e acrescenta. tão simples, porém, é A meta da prefei- dinheiro”, diz a administração destura é chegar a 2012 Reis, de Criúva sas obras no meio da com mais de 170 quicidade: “Temos ainlômetros asfaltados no da muitas para o ano interior. Entre os trechos já prontos que vem, e é bem complexo lidar com estão as ligações entre São Luiz da 6ª ruas, interferência de trânsito. Vamos Légua-Caravaggio, Bairro Cruzeiro- abir muito buraco ainda”, diz o diretor, São Virgílio, Rota do Sol-São Brás, Li- tranquilizando que as maiores internha 40-Flores da Cunha e Ana Rech- venções – dos 130 quilômetros de ruas Rota do Sol. “Só quem vive em estrada que precisam ser abertas no plano – já de chão é que dá valor para o asfalto”, foram executadas, como a da Perimeresume Reis. tral Norte, cujo trânsito foi liberado domingo (14), e a da Luiz Michelon, Você já deve ter visto em Ca- que será desobstruída em alguns dias. xias muitas ruas interditadas por obras, Coletar, transportar e tratar esgoto com avisos de “Desculpe o transtorno” são os três objetivos do Samae com o do Samae. Obras que fazem parte do plano de despoluição: “Quando atinPlano de Despoluição dos Arroios, que girmos isso, vamos tirar o esgoto do tem a pretensão de tratar o esgoto de contato com pessoas e animais. Poucos mais de 80% da população caxiense – dias atrás recebemos uma chamada percentual que hoje é de 15%. O plano porque as vacas de uma propriedade envolve a implantação de redes coleto- tomaram água de um esgoto e morras (que recebem o esgoto das casas) e reram”, diz César, que acredita que a interceptoras (onde o esgoto das cole- sociedade ainda não enxerga os betoras deságua e levado para as Estações nefícios que a despoluição dos arroios de Tratamento). Com isso, boa parte poderá trazer para a cidade. do esgoto residencial deixará de ser despejado na água. A quarta prioridade dos inApós o término das obras, os arroios vestimentos de 2011 é com pequenas da cidade não mais serão poluídos obras, máquinas e equipamentos, socada vez que você puxar a descarga, mando R$ 21.577.340. Depois dela por exemplo. “Ao tratar mais de 80% vem o transporte coletivo, por meio
Nas margens da Rota do Sol, tubulações do Sistema Marrecas, que terá investimento de R$ 43,9 milhões em 2011, aguardam instalação
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Paixão pela beleza
O ENCANTO
DE UMA FLOR
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
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Há milhares de espécies de orquídeas
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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br
eza a lenda asiática que uma bela jovem que desdenhava pretendentes acabou se apaixonando por um homem que não lhe retribuía o afeto. Tendo o pedido atendido por uma bruxa, ela transformou o amado em uma árvore, mas acabou sendo também alvo de um feitiço: tornou-se orquídea. E a legendária beleza é, de acordo com o curador do Herbário da Universidade de Caxias do Sul (HUCS), Ronaldo Adelfo Wasum, o que mais conta para os admiradores de uma orquídea. Wasun diz que ela é a planta mais evoluída do reino vegetal. Tudo em função da coevolução, em que uma espécie animal e uma vegetal se desenvolvem juntas. “Vai além da espécie humana”, acrescenta, ao refletir que o homem evolui, mas não ao mesmo passo que a natureza. Há orquídeas com formas e aromas específicos para atrair determinados insetos, lembra o curador. Diferentemente de outras flores – que têm seu pólen espalhado pelo ar para gerar outras plantas nos arredores –, a orquídea depende sempre de agentes polinizadores para fecundação. Dentro da família Orchidaceae, estão catalogadas 2.419 espécies nativas brasileiras. Destas, 1.620 são endêmicas, ou seja, típicas da nossa flora, e só ocorrem no Brasil. Internacionalmente, calcula-se que existam entre 25 mil e 30 mil espécies, afirma Wasum. Há ainda as orquídeas híbridas, resultantes de cruzamentos de espécies para se chegar a cores ou formatos específicos. Em Nova Palmira, interior de Caxias, Eleandro Rech cultiva, para vender, 600 variedades da planta – concentradas, porém, em apenas três espécies – no Orquidário do Vale. No berçário, onde ficam as mudas recémchegadas de um laboratório de outro orquidófilo, em Farroupilha, há 25 mil delas, mantidas em temperatura amena por cerca de seis meses até a troca de recipiente. Em outra estufa, as plan-
Colecionadores unidos por associações e comerciantes compõem o mundo orquidófilo
tas repousam por mais um ano e meio ou dois. Depois, passam outros dois ou três anos em seus vasos definitivos até estarem prontas para a venda. O mês de novembro é de entressafra. “Eu sei quando cada uma floresce. Essas aqui estarão prontas para o Natal. Aquelas lá, no Dia das Mães”, conta Rech. Ele explica cada detalhe de suas orquídeas com carinho. Mostra as sementes de uma: minúsculas partículas de poeira dourada. Descreve como o formato da flor convida o agente polinizador a buscar um pouco do pólen e carregá-lo consigo. Chama o labelo, a parte inferior da flor, de “aeroporto de mosquito”. Em uma terceira estufa, as plantas adultas aguardam a venda ou alguma exposição. Entre os exemplares, há orquídeas originárias da África, da Ásia, da Colômbia e do Suriname.
Rech faz parte dos Orquidófilos Reunidos de Caxias do Sul (Orca), grupo fundado em 2002 que congrega entre 20 e 25 pessoas, segundo seu presidente, Airton Zattera, um empresário da construção civil que tem a orquidofilia como hobby. Em casa, ele conserva 1,2 mil plantas “só por passatempo” em dois orquidários de 6m x 12m. Suas amadas ficam em meio a cascatinhas e espelhos d’água. “Tem que ser coisa bonita, de encher os olhos”, afirma. Tudo começou com uma depressão. Zattera ganhou uma orquídea de presente e foi paixão à primeira vista. Ele explica que a Orca é uma entidade sem fins lucrativos, que reúne seus membros uma vez por mês e arrecada mensalidades de R$ 10 para divulgação, organização e participação em eventos. E o calendário dos orquidófilos é cheio. Afinal, há 30 associações do gênero no Estado. No início do mês, a Orca organizou seu evento anual, a 11ª Exposição Regional de Orquídeas. Em dois dias, entre 12 mil e 15 mil pessoas apreciaram orquídeas no Centro de Eventos dos Pavilhões. Cerca de 6 mil plantas estavam à venda. O comércio de orquídeas, diz o presidente, é muito grande na Serra, mas a
maioria das plantas vem de São Paulo. Com produção própria, os orquidários locais estão tentando baratear o preço da flor, que varia de R$ 5 a R$ 8 por uma muda das mais comuns, mas pode custar milhares de reais. A média é de R$ 50 por planta adulta. Para manter uma orquídea, a regra geral é evitar contato direto com o sol e excesso de água. “Não é difícil de cultivar, só precisa de luminosidade e ventilação. Ela não gosta de ser paparicada. Quanto menos movimentá-la, melhor”, explica Zattera. A planta leva de cinco a sete anos para florescer, e 80% dos colecionadores, segundo o presidente, são do sexo masculino. “Depois diz que homem não tem paciência!”, brinca. Um deles é Valtoir Antonio Gardini. Há 20 anos ele preserva orquídeas no jardim de casa, no Bela Vista. E vai além da admiração. Gosta de estudar e saber tudo sobre elas. “Sou um curioso”, define-se. O colecionador adquire suas plantas em exposições, orquidários e pela internet, mas somente se confirmar a idoneidade do produtor, para não correr o risco de se decepcionar com uma muda depois. A perfeição é o Santo Graal, a flor da orquídea se assemelhando ao máximo com um círculo. Para alcançá-la, diversas intervenções forçam a evolução de uma espécie na marra. São observados cor, textura e substância, que interfere na durabilidade da flor. “A natureza nos deu, o homem aperfeiçoou”, diz Gardini. O comércio de mudas nativas, não cultivadas em orquidário, é proibido – apesar de sua fama, a orquídea está em extinção. A retirada de uma muda da natureza está sujeita a multa. “Viva ou morta, é crime”, resume Zattera. Em um ambiente controlado, as flores se desenvolvem de modo particular. Rech diz que elas reagem a estímulos, como música clássica. Ele, porém, limita a trilha sonora do cultivo ao som da chuva e ao canto dos pássaros. “Até porque não gosto de Beethoven e de Mozart, sou do rock. Acho que elas não gostariam do que eu ouço”, brinca Rech.
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A arte de ganhar dinheiro
ROSAS DE OURO E BONECAS DE LUXO rte e dinheiro sempre tiveram uma relação estreita. E conturbada. As mãos que esculpem, pintam quadros e tocam instrumentos musicais geralmente não desenvolvem habilidades para contar dinheiro. Aperfeiçoam técnicas da pesca, mas não têm vocação – não querem, não são capazes – de vender o próprio peixe. Cabeças criativas têm pouco espaço para assuntos financeiros, não sabem multiplicar. Mas as mãos ainda coçam, por dinheiro. Vítima de tantas diferenças entre artistas e empreendedores, a relação da arte com o sucesso financeiro quase sempre é paixão platônica. Há quem acredite na arte como produto de consumo e na figura do artista
investidas em sonho antigo. “Fiz curso de pintura, desenho, escultura. Aproveitava todo o tempo livre.” Um desses cursos, o de escultura, Simone fazia no atelier Ampliatto, onde trocava as aulas por trabalho. Foi ali que o caminho certo apareceu em curvas de acaso. “Sobre uma placa de gesso com argila mole, comecei a passar os dedos assim (faz movimentos circulares) e visualizei uma rosa”, conta. A primeira rosa, um espiral plano e disforme, passou por diversas etapas de criação. “Fiz vários testes, fui melhorando o produto. Precisava transformar aquilo em algo vendável.” Hoje o carro-chefe das vendas é uma rosa de argila, um espiral de pétalas feito de uma única peça. Em menos de um minuto, Simone esculpe uma em tamanho natural. “Trabalho com esto-
“A venda é a coroação do trabalho do artista. Meus clientes se apaixonam pelo meu trabalho. Se estou vendendo, então está bom”, deduz a artista que nunca ganhou com o atelier menos do que no serviço público. O caminho de Daniela Antunes, 28 anos, até a arte foi parecido com o de Simone: tortuoso. Ela cursou Administração e trabalhou em uma agência de RH. “Meu propósito era ganhar dinheiro. Quando a pessoa tem dinheiro pode fazer o que quiser. Quando não tem, faz o que aparece”, diz Daniela, que sonhava com arte e tinha pesadelos com o trabalho na agência. Frustrada, entrou em pânico, literalmente. Deixou o emprego, e a arte resolveu a Síndrome. Na mesma escola em que Simone aprendeu suas técnicas, Da-
quando ouço que nosso trabalho não é arte, é artesanato. Mas eu não posso dizer que quem faz biscuit, por exemplo, não faz arte. O problema das pessoas é querer catalogar tudo”, analisa Daniela. Enquanto se discute os rótulos e o segredo das Carolinas, tabeladas entre R$ 140 e R$ 480, Daniela continua vendendo bem. “Eu penso de um jeito empresarial. Não acho errado ganhar dinheiro com arte.” Atualmente, ela trabalha em uma nova série, a Trupe, uma linha mais conceitual. Essas Carolinas circenses tem surpreendido pelo potencial comercial e pelo avanço na escultura, mas a artista ainda não se sente segura para expor em galerias. “Acho que ainda preciso amadurecer”, pondera. Preciosismo? “Tenho baixa autoestima. Problema de artista antiFotos: André T. Susin/O Caxiense
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por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br
Simone Sgorla e Daniela Antunes trabalham com o que sempre sonharam e ensinam empreendedorismo
Quando decidiram viver de arte, Simone e Daniela criaram produtos vendáveis e esqueceram os preconceitos e vaidades de artista empreendedor como solução para o trauma do talento pobre. Esses – venerados e desprezados pela própria classe – conseguem comprovar que os opostos se atraem. “Desde criança diziam que eu seria artista. Fiz Direito”, diz Simone Sgorla D’Vieira, 38 anos, que agora tem nome artístico e é pessoa jurídica. A frustração profissional de Simone veio por engano. Encarregado de inscrevê-la no vestibular para Desenho, na Universidade de Passo Fundo, Cassiano Vieira, o namorado de Simone, hoje marido, esperou na fila do pagamento, mas ignorou a da inscrição. “Perdi o vestibular. Meu pai ficou muito bravo. Aí eu disse: ‘quem sabe, eu faço uma coisa melhor no ano que vem’.” Ela se formou em Direito, concretizou o sonho do pai, mas nunca exerceu a profissão. Simone veio para Caxias em 1997 em busca de alternativas, novos ares e dinheiro. Atuou como secretária e, em 2000, passou em um concurso municipal. Ficou sete anos cuidando de crianças na Casa Abrigo Sol Nascente. A manhã e as quatro tardes livres que Simone tinha por semana foram
ques – explica a artista enquanto abre gavetas cheias de rosas, separadas por tamanho – e vou montando as peças conforme os pedidos.” As rosas são vendidas separadamente ou em mandalas, quadros, espelhos, aramados, caixas de vidro, arabescos de ferro. A menor, uma rosa avulsa do tamanho de uma moeda de R$ 0,50 centavos, pode ser comprada por duas moedas desse mesmo valor. A peça mais cara, um quadro com 5 mil rosas, foi vendido a R$ 3 mil. As rosas levaram algum tempo para se sustentar. Simone entrou no Atelier Maria do Barro só em 2003, e dividia o espaço com um grupo de artesãs. No início, era responsável por todo o processo, desde o preparo da argila – um segredo do negócio – até a cobrança. Só em 2007 largou o serviço público para se dedicar exclusivamente às rosas. Hoje a artista compra argila especial pronta, manda esticar em finíssimas lâminas – diferencial das suas peças – e já planeja contratar um marchand. Simone realizou duas exposições, que lhe deram fama e reconhecimento. Suas peças de arte também são vendidas para decoração, nenhum demérito para Simone.
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niela também trabalhou para pagar go”, responde a jovem e vanguardista os cursos. Em 2006, Simone e Daniela escultora. passarm a dividir o atelier. Daniela, que esculpia nus femininos, também Envolvida com exposições em passou a perseguir um produto ven- parceria com arquitetos, Daniela condável. “Sempre acontetinua estudando esculcem umas coisas boas tura, pretende dar curquando a gente relaxa. “A venda é a sos e quer mandar uma Num momento de re- coroação do Carolina para Ana Malaxamento, brinquei. ria Braga. Recentementrabalho do Coloquei um vestidite, Simone mandou ronho em uma boneca artista. sas, ganhou um espaço nua e nasceu a Caro- Se estou ao vivo no programa e lina.” em revistas nacionais vendendo, As Carolinas, um de decoração. Ela está pouco meninas, pelo então está bom”, cursando Design de romantismo; outro diz Simone Sgorla Produto, trabalha em tanto mulheres, pela D’Vieira um presente para Xuxa sensualidade – alegres e despacha encomencomo no oposto de das para todo o Brasil, Daniela criança – começaram a deco- rescaldos de Ana Maria. Cenógrafos rar projetos de arquitetura e caíram de novelas também ganharam rosas. no gosto do mercado de arte e de de- Simone aguarda ansiosa. Sobre dicas coração. “Quem compra uma Caroli- de empreendedorismo na arte, ambas na, compra pela arte que tem por trás. destacam a divulgação. Daniela reOutra parte compra para decorar a sume: “Não quero morrer pobre nem casa. Alguns compram porque viram espero ser descoberta aos 50 anos. na casa dos amigos ou na TV”, reve- Ninguém bate aqui no atelier para dila Daniela. “Ouvia dizer que arte não vulgar o meu trabalho. Tu veio. Mas, vende muito e que quando se faz para se tu não me encontrasse, um dia eu ia vender é prostituição. Fico chateada te encontrar.” 20 a 26 de novembro de 2010
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Celeiro de negócios
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INVESTIMENTO
A GALOPE
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Mercado em expansão, a criação de cavalos também atrai empresários de outras áreas e avança pelo interior de Caxias
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br onge dos olhos atentos de juízes e de observadores curiosos, BT Ipê e seu professor, Jaison Macedo, ensaiam diariamente, por pelo menos uma hora, para competir entre os melhores da região. Sempre no final da tarde, quando o sol já pinta a paisagem com tons mais suaves, eles se encaminham para o palco circular de grama e terra para aprimorar os movimentos. Em vez de sapatilha, a ferradura é o calçado desse artista. Primeiro, algumas voltas lentas para aquecer o corpo e dar elasticidade aos membros. Após alguns minutos, o dançarino e seu mestre mostram habilidade em passos mais complexos, que incluem corridas com parada abrupta e o andar de costas, semelhante ao moonwalk de Michael Jackson. Por fim, o grande número: o giro frenético. Com a rédea nas mãos, Jaison conduz BT Ipê em rodopios de velocidade crescente sem sair do lugar, primeiro no sentido horário e em seguida no inverso. Ipê é um cavalo puro sangue da raça crioula. É o garanhão e personagem principal da Cabanha Morro Agudo, assim batizada por abrigar em suas terras o pico mais alto do distrito de Criúva. Sob o comando de Jaison, domador e o encarregado do local, ele é levado, após o treinamento, para sua modesta baia individual de poucos metros quadrados. Lá, o animal de 16 anos avaliado em R$ 25 mil recebe ração e milho. O treinamento diário não tem como fim a disputa de provas campeiras. Por ser um garanhão, ou seja, um cavalo não castrado, a principal atividade de BT Ipê – BT significa Bastos Tellechea, cabanha onde ele nasceu, em Uruguaiana; e Ipê é uma homenagem à árvore – é fecundar todas as éguas da cabanha. O adestramento é realizado para que sua prole obtenha uma boa qualidade genética. E, por ser único, Ipê tem muitas regalias. Sua pelagem é lavada todos os dias. A crina é cuidadosamente penteada e aparada, e todas as semanas ele toma banho com xampus especiais. A criação, de aproximadamente 420 hectares, mantém cerca de 70 animais, entre éguas, cavalos castrados e potros. O processo da doma inicia quando o animal atinge os dois anos de idade. Nessa época, ele é encaminhado para o redondel, o palco onde Ipê pratica diariamente os seus passos, para mais tarde vir a ser montado – um trabalho que leva aproximadamente seis meses. Conforme o vice-presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos dos Vinhedos, Jorge Luiz Sehbe, pelo menos 100 criatórios da raça fazem parte da associação, totalizando cerca de 2,5 mil animais. Sehbe explica que esses cavalos são os preferidos na região Sul do Brasil devido à sua adaptação ao clima e à sua versatilidade e força no trabalho do campo. A origem da raça data da época da colonização da América. Foi trazida por portugueses e espanhóis há pouco mais de cinco séculos. Soltos, os cavalos procriaram, formando manadas selvagens. Somente no século XVIII, na Argentina, sua criação foi retomada, quando começou
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a seleção e o aprimoramento genético da raça.
pescoço descarnado e as articulações aproximadamente 10 hectares, a Cabagrandes, além de serem dóceis e muito nha Alvorada Verde, na localidade de resistentes. A tranquilidade do manga- Pedancino, abriga cerca de 38 animais larga foi o que atraiu Adaltro, que antes das das raças crioula, árabe e campeicriava cavalos quarto de milha – desis- ra. Cassiano Ricardo Boff é o admitiu deles por considerá-los de persona- nistrador do negócio, que iniciou de lidade nervosa. A intenção do criador forma familiar sob o comando do pai era oferecer animais para a prática de 20 anos atrás. Após formar-se em Vemodalidades esportivas, ramo em que terinária, Cassiano assumiu a direção, atua há mais de 20 anos. Entre as es- e hoje, aos 33 anos, comanda sozinho pecialidades dos mangalarga estão a a cabanha. O criador conta que foi um cavalgada, o salto, a baliza e também o dos primeiros a trazer o cavalo árabe laço. “A maciez dos seus movimentos é para a região, e, mais recentemente, o incomparável”, elogia. cavalo campeiro. Este último tem oriAdaltro não sofre forte concorrência gem catarinense, e há apenas 30 anos em Caxias, como ocorre com dezenas teve sua raça registrada. Distingue-se de criadores de cavalos crioulos espa- pelo porte pequeno, com peso entre lhados pelo interior do município. O 334 e 352 e quilos, bem inferior ao do Haras Marchador é, conforme ele, o crioulo, que pode chegar a 450 quilos. único que cria mangalarga em toda a Cassiano explica que os campeiros são Serra – no Estado, que Adaltro tenha muito versáteis e se prestam à realizanotícia, só existem mais três criado- ção de diversas atividades. “São muito res em Novo Hamburgo. Atualmente, bons para as provas esportivas e tamo haras tem 40 éguas, 30 potros e dois bém para as atividades no campo. Sua garanhões. Um dos machos procria- marcha é muito cômoda”, descreve o dores é Namoro, natural de Minas Ge- criador. rais, Estado que sedia Perto dos três anos a associação dos criade idade os animais já dores da raça. Namoro estão prontos para se“A maciez atravessou três estados dos seus rem vendidos, a preços para se tornar o resque variam de R$ 5 mil ponsável pelas próxi- movimentos é a R$ 10 mil, dependenincomparável”, mas gerações do haras. do do porte e da raça. Adaltro diz que o assegura Mas não é somente mercado da raça está Adaltro, ao comércio de animais em ascensão. Ele vende que Cassiano se dedica. quase todos seus ani- elogiando Agora, ele começa a ormais para compradores a raça ganizar a realização de da região. Após com- mangalarga um enduro equestre na pletar dois anos de vida região. A ideia é popue passar pelo processo larizar o esporte hípico de doma, que dura em torno de 90 que mais cresce no mundo. Para isso, dias, um cavalo castrado já está pron- além da vontade, que tem de sobra, to para ser comercializado. Custa, em Cassiano busca parcerias e patrocinamédia, R$ 5 mil. A fêmea pode atingir dores. Com o enduro, o animal que R$ 8 mil. Além do preço, a égua se di- sempre serviu às necessidades da lida ferencia pela crina raspada. do campo ganhará destaque e, por que não, alguns minutos de glória no pódio Com uma área bem menor, de esportivo. Fotos: André T. Susin/O Caxiense
acompanha com a missão de fecundálas e gerar potros saudáveis após os 11 meses de gestação. Um dos poucos O crescimento da demanda e animais que são mantidos enclausurao valor de mercado são alguns fatores dos em uma das 13 baias disponíveis que atraem novos criadores. O preço do curral é Chimarrão, garanhão de de um cavalo castrado varia de R$ 5 três anos que se prepara para o promil a R$ 8 mil. As fêmeas e garanhões cesso da doma. Com um porte alto e podem passar dos R$ pelagem escura, o ca15 mil. E essa cifra é valo ainda não aceita ínfima se comparada “Estou o trato do adestrador com um dos seus maio- experimentando. e tenta dar coices toda res exemplares da raça, a vez que ele se aproo BT Faceiro do Junco, Acredito que xima. Sandro alimenta campeão do Freio de deve demorar de Chimarrão e os demais Ouro – a principal pro- dois a três anos potros não domados va do Estado, que ava- para começar a três vezes ao dia com lia a parte morfológica uma mistura de milho, e funcional do animal. dar resultado”, ração e um composto O premiado tem bons diz o criador feito de farelo de soja e motivos para se chamar Odimar aveia. Faceiro: vale R$ 1,1 miO domador desemlhão. penha sozinho a funOdimar Toigo é um dos novos in- ção de cuidar da cabanha e domesticar vestidores da criação de cavalos. Há todos os animais. A lida começa logo pouco mais de três meses, inaugurou ao nascer do sol. Cerca de 10 horas do a Cabanha T’Eqüinas, na divisa entre dia de Sandro são dispendidas para o Caxias do Sul e São Francisco de Pau- treinamento individual dos cavalos. la. “Estou experimentando para ver se Ele também da conta, com prazer, de o negócio dá certo. Acredito que deve tarefas como a retirada de ferraduras demorar de dois a três anos para come- velhas e a colocação de novas a cada çar a dar resultado”, projeta o empresá- 45 dias. Sandro, 30 anos, que mora na rio, que, entretanto, não tem nada de cabanha com a mulher e o filho, não se novato no ramo. Nascido em Vacaria, sente isolado a mais de 40 quilômetros Odimar sempre manteve contato di- do centro de Caxias e a 30 de São Marreto com os cavalos na lida campeira. cos. Natural de Dom Pedrito, comeQuando mudou-se para Caxias, traba- çou a lidar com cavalos aos 13 anos e lhou como pedreiro até conseguir abrir desenvolveu afeição especial por esses sua pecuária e um galpão para guardar animais. animais. Para o sucesso da nova empreitada Além do cavalo crioulo, outras de Odimar, dois personagens são mui- raças ganham espaço e se tornam uma to importantes: o garanhão Juruna da opção para compradores em Caxias. Boa Vista e o domador e encarregado Desde 1987, Adaltro Viezze mantém Sandro de Freitas Xavier. Nos 30 hec- o Haras Marchador no distrito de Vila tares de terra, praticamente todos os Seca. Os 80 hectares de extensão são animais ficam soltos pela propriedade. ocupados exclusivamente por mangaAs 18 éguas correm livremente e se largas. Esses animais têm como prinalimentam de pasto natural. Juruna as cipais características o tronco forte, o
Jaison adestra Ipê, garanhão que faz passos de Moonwalk na Cabanha Morro Agudo, em Criúva (esquerda); cavalos são criados soltos na Cabanha T’Equinas (direita)
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Cristiane Marcante | Felicidade |
Na exposição Eu vivo, e você?, com curadoria de Mona Carvalho, que ocupa o Jardim de Inverno do Sesc (Veja no Guia de Cultura, página 18), Cristiane Marcante pinta cenas onde os personagens vivem para refletir sobre o existir. O traço cubista e as cores da pop art desenham quebras de rotina, momentos de lazer e de tranquilidade. Felicidade segue uma receita simples: natureza, sol, um banco, boa companhia e boa leitura. Enquanto não se faz nada, os personagens de Cristiane vivem. E você?
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
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Para gringo ver
Caxias
Cultura negra do Sul dos Estados Unidos pautou a criação de espaços do festival idealizado por Toyo, como um barracão inspirado nas casas dos escravos americanos
do Blues D
por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
e quinta-feira (25) a sábado (27), estrelas e amantes do blues desembarcam na Estação Férrea de Caxias do Sul para confraternizar em torno do ritmo. A terceira edição do Moinho da Estação Blues Festival promete ser aquilo que os idealizadores Toyo Bagoso e Rodrigo Parisotto desejavam realizar desde o início, inspirados nos grandes festivais que frequentam nos Estados Unidos. “Eu não esperava que fosse crescer, dobrar de tamanho, então isso dá um pouco mais de confiança para fazer aquilo que a gente queria”, afirma Toyo. Quem foi nas edições passadas pode esperar mais em 2010. As atrações internacionais foram reforçadas. Dessa vez serão cinco bluseiros americanos – o gaitista Peter Madcat Ruth na quinta-feira, Donny Nichilo & Sax Gordon, que tocam com a Igor Prado Band na sexta, e Dave Riley e Kenny Neal, no sábado, além dos argentinos Nico Smoljan y Shakedancers. Umas das novidades da edição é o palco Highway 61, carregado de referências à tradição do blues. A começar pelo nome – o mesmo da rodovia que ladeia o rio Mississipi conhecida como The Highway Blues – passando pela estrutura – um barracão inspirado nas casas dos escravos americanos, onde os músicos tocarão da varanda. A proposta é reservar o espaço para shows intimistas, “com os músicos tocando baixinho, perto do público, que vai ser de no máximo 300 pessoas”, imagina Toyo. As tradicionais jam sessions ocorrem na pizzaria Vesúvio. Sob tutela de Andy Boy e estrutura da Ser-
rano Amps e Antiguidades Perpétua, o repertório será coordenado para contemplar principalmente os clássicos do blues. O palco do Mississipi Delta Blues Bar também terá shows nos três dias, sempre marcados para as 23h50. O Boteco 13 estreia cedendo espaço para a Confraria do Blues, de Porto Alegre. O festival tomará conta de todos os espaços possíveis na Estação. O pavilhão em frente ao Havana Café será sede de três atividades diferentes: filmes sobre blues exibidos pelo grupo Sujeito Coletivo, workshops que envolvam guitarras e baterias, e um leilão beneficente e silencioso, com lances feitos por meio de uma planilha. Quem fizer a proposta mais alta leva o objeto e ajuda o Centro Assistencial Portal da Luz. Alguns workshops serão realizados no Zum Zum Café. Repleto de referências ao mundo da música típica do sul dos Estados Unidos, a edição 2010 conquistou o apoio das secretarias municipais da Cultura e do Turismo, que reconheceram o potencial do evento. “Pela procura de ingressos, vai vir muito mais gente de fora. É interessante ter um festival temático em que as pessoas possam aproveitar o estilo de música que gostam e ainda fazer turismo na Serra Gaúcha. E não existe essa estrutura física em nenhum festival do Brasil. Ter um moinho, na frente da antiga estação ferroviária da cidade, com a Secretaria da Cultura ocupando esse espaço e mais diversos bares e lojas no mesmo local significa muito.” Se o reconhecimento de quem está de fora vem aos poucos, os músicos caxienses que acompanham o festival
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Blues Festival 2010 ocupa o Largo da Estação Férrea com a promessa de se consolidar como referência internacional desde o início reverenciam com em- rem casualmente no Mississipi Bar em polgação a iniciativa. O vocalista Rafa outubro de 2009. Com um repertório Gubert se apresentará com os cariocas escolhido a partir da troca de e-mails, da Blues Groovers, banda de apoio que provavelmente a apresentação acontoca com bluseiros internacionais re- tecerá sem nenhum ensaio. “Nós tenomados. Após cinco meses de discus- mos uma química muito forte, vamos são de repertório pela apostar nisso”, acredita internet, o show da o guitarrista Rafa Schuquinta-feira acontecerá “A gente não se ler. Como se a química com apenas um ensaio. sente intimidado e a potência vocal da “O primeiro festival foi Lucille não fosse o basuma experiência, mas pelas estrelas, tante, o show vai contar é inacreditável para ficamos à vontade com as 35 vozes do CoCaxias ter um evento para trocar ral Municipal na múdesses, é de nível inter- experiência sica Bohemia Rapsody, nacional. Parece uma do Queen. Cantora da cidade do blues”, elogia porque é esse banda e do coro, Fran o espírito”, diz Gubert. Duarte não vê a hora de O guitarrista Rodri- Campagnolo subir ao palco principal go Campagnolo tamdo festival para o show bém não economiza com seus colegas. “Esadjetivos sobre o Blues Festival. “Foi tou super emocionada, até com medo uma honra participar da primeira edi- de chorar na hora. Eu cantei 12 anos na ção, mas o festival teve uma mudança Lucille e isso significa muito pra nós.” exponencial de lá pra cá, por isso a expectativa para este ano é tão boa.” InCom shows simultâneos acontefluenciado a se tornar guitarrista por cendo desde cedo (o primeiro dos três conta do blues, ele encara com natu- dias começa às 18h), os organizadores ralidade a possibilidade de cruzar com convocam o público a aproveitar o fesos figurões internacionais em alguma tival da forma mais intensa possível. A jam session. “A gente não se sente in- ideia é que cada um leve sua cadeira e timidado pelas estrelas de fora, fica- até cobertor pra curtir os shows num mos à vontade para trocar experiência clima de piquenique em família. Os porque é esse o espírito de um festival ingressos para os dois primeiros dias blues”, afirma. custam R$ 30 cada, enquanto o de sáO espírito de integração do evento bado sai por R$ 40. Passaporte para as motivou um encontro muito aguar- três noites custa R$ 80. Os pontos de dado para quem acompanha a cena venda são o Mississippi Delta Blues musical caxiense. A Lucille Band, que Bar, a Hamburgueria Jaime Rocha e fez sucesso na década de 1990, retoma- a Livraria do Arco da Velha. “A gente rá sua principal formação para show quer crescer como mais um evento da único, que acontece sábado no palco cidade”, sugere Toyo, que ainda sonha principal do festival. A ideia surgiu em ver na calçada do seu bar aquilo depois dos integrantes se encontra- que viveu em terras americanas. 20 a 26 de novembro de 2010
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Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Felipe Boff
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Tire seu uniforme de Hogwarts do armário e guarde os encantamentos na memória – eles serão necessários para enfrentar Valdemort em As Relíquias da Morte - Parte 1
CINEMA
l Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 | Aventura. 13h, 15h50, 18h40, 21h30 (dub.) e 13h20, 16h10, 19h e 21h50 (leg.) | Iguatemi Primeira parte do capítulo final da saga do bruxo e seus amigos. Enquanto eles procuram derrotar Valdemort, o vilão caça Harry Potter e o quer como prêmio. A segunda parte, só em julho de 2011. Dirigido por David Yates. Com Daniel Radcliffe e Emma Watson. 12 anos, 147 min.. l Destinos Ligados | De quinta (25) a domingo (5) | Ordovás Três mulheres têm as vidas entrelaçadas em torno de temas como maternidade e adoção. Dirigido por Rodrigo García. Com Naomi Watts e Samuel L. Jackson. 14 anos 125 min., leg.. AINDA EM CARTAZ – Atração Perigosa. Policial. 21h40. Iguatemi | Coco Chanel & Igor Stravinsky. Até domingo, 20h. Ordovás | Comer, rezar, amar. Drama. 20h. UCS. A sessão de terça (23) não será exibida. | Garfield – Um Super-Herói Animal (3D). Animação. 14h10. Iguatemi | Gente
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Grande. Comédia. 18h. UCS | Jackass (3D). Comédia. 18h e 22h10. Iguatemi | Jogos Mortais: O Final (3D). Terror. 16h e 20h. Iguatemi | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Muita Calma Nessa Hora. Comédia. 13h40, 16h20, 18h50 e 21h10. Iguatemi | RED – Aposentados e Perigosos. Ação. 13h50, 16h30 e 19h10. Iguatemi | Tropa de Elite 2. Policial. 14h20, 16h50, 19h20 e 22h. Iguatemi | Te doy mis ojos. Segunda (22), 14h. Entrada franca. Ordovás | Marido Por Acaso. Comédia romântica. Quinta (25), 15h. Matinê às 3. Ordovás. INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Ho-
rários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
TEATRO
l O Boi dos Chifres de Ouro | Sábado, domingo e segunda (22), 20h30 | Comédia em que o pai dá a filha em casamento para quitar uma dívida no interior gaúcho, o que gera inúmeras situações divertidas. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l Sublime Brincadeira ao Luar | Sexta (26) e terça (30) , 20h30 | Uma mistura de personagens de Shakespeare e seus temas favoritos, como confusão amorosa, bosques, elfos, fadas e humanos ludibriados pela paixão, encerra a 12ª Mostra da Tem Gente Teatrando. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esq. Regente Feijó) | 3221-3130
EXPOSIÇÕES
l As Loucas | De segunda a sábado, das 17h às 21h | Marcos Leal expressa mulheres de personalidade forte e irreverentes num traço que chama de “cubismo arredondado”. Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação Entrada franca | Augusto Pestana, s/n° | 8404-1713 l Xilogravuras | De segunda a domingo, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 21h | Marinês Busetti apresenta seu trabalho geométrico gravado em madeira em sua 17ª exposição individual. As obras brincam com a percepção, com efeitos de ilusão de ótica. Casa de Teatro Entrada franca | Olavo Bilac, 300 (esq. Regente Feijó) | 3221-3130 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Auto(Re) Velações. Karine Perez. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8. 3289-9000 | Aves do Sul. Cristiano Dalla Rosa. De terça a sextas-feira, das 8h às 11h30min e das
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
13h30min às 18h, e sábado, das 9h às 11h30min. Museu de Ciências Naturais – UCS. 3218-2100 | Badass. Matias Lucena. De segunda a sábado, das 10h às 19h30min, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 30217348 | Construção da Identidade de Artista. Cristhian Caje. Segunda e terça, das 8h às 22h30. Hall Inferior – Campus 8. 3289-9000 | Eu vivo, e você? Cristiane Marcante. Segunda a domingo, das 8h às 20h. Jardim de Inverno – Sesc. 3221-5233 | Mostra Marcas da Cultura Gaúcha: Paisagens Gaúchas em Graffiti. Fábio Panone Lopes (Hauli), Henrique Padilha (HP) e Jonathan Souza de Oliveira (Favelinha). De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural do Ipam. 3222-9270 | Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira. Bob De Grandi. De segunda a sexta, das 8h30min às 18h, e sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | Olhares II 2010 sobre a Memória de Caxias do Sul. Coletiva. De segunda a sexta, das 9h às 17h. Sala de Exposições Temporárias – Museu Municipal. 3221-2423.
SARAU l Café Filosófico | Sábado, 20h | Estetização do Cotidiano Através do Design é o tema deste bate-papo, com mediação dos professores Douglas Onzi Pastori (Design de Produto) e Simone Côrte Real Barbieri (Filosofia). Zarabatana Café Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3228-9046
DANÇA l 3º Salão Sul – Mostra de Dança de Salão de Caxias do Sul | Sábado e domingo (21) | O evento, iniciado na quinta (18), discute e democratiza a dança de salão. Confira a programação, com palestras e apresentações de dança: Sábado: Panorama do cenário nacional da Dança de Salão. Bate-papo com bailarinos convidados. 18h30. Clube Ballroom. Baile de Confraternização. 21h. Clube Juvenil | Domingo: Mostra de Encerramento. Apresentação de escolas e grupos de dança. 18h. Largo da Estação Férrea. Festa de
Encerramento. 19h. Mississippi. l Espetáculo Ballet Margô | Sexta (26) e sábado (27), 20h30 | Apresentação de final de ano das cerca de 70 alunas da escola, com ballet clássico, dança contemporânea, dança de rua e teatro. Atenção para a coreografia de 29 alunos de escolas públicas selecionados para o espetáculo Bonecos: Sonhos e Memórias. Teatro Municipal R$ 15 (público em geral) e R$ 7,50 (estudantes e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
Sopros, Ale Ravanello Blues Combo, Lennon Z & The Sickboys e Electric Blues Explosion. Palco Mississippi Delta Blues Bar: The Headcutters. Palco Confraria do Blues (Boteco 13): Décio Caetano (PR) & The Brothers. Palco Serrano Amps & Perpétua (deck Vesúvio): Intervalos – Andy Boy & Tiago Dandréa. l Bebeto Alves | Terça (23), 20h |
MÚSICA
O cantor e compositor e sua banda, Os Blackbagual, mostram canções do álbum Bebeto Alves em 3D. De diferente: são três discos unidos pelo título. Tem retrospectiva da carreira de Bebeto, trilhas sonoras para TV e também músicas inéditas. Multiplicados. Teatro do Sesc R$ 15 (público em geral), R$ 7,50 (estudantes e sênior) e R$ 5 (comerciários) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233
l 3º Moinho da Estação Blues Festival | De quinta (25) a sábado (27), a partir das 18h |
l Coral Municipal de Caxias do Sul | Sábado, domingo e segunda (22), 20h30 |
O festival de blues da cidade começa na próxima quinta, com cinco palcos e atrações nacionais e internacionais. Quinta (25): Palco Principal: Blues de Bolso, Blues Beers, Rafa Gubert, Celso Blues Boy e Peter Madcat. Palco Highway 61: Juke Joint, Franciele Duarte e Lennon Z & The Sickboys. Palco Mississippi Delta Blues Bar: The Headcutters. Palco Confraria do Blues (Boteco 13): Pacific 22. Palco Serrano Amps & Perpétua (deck Vesúvio): Intervalos – Andy Boy & Tiago Dandréa | Sexta (26): Palco Principal: The Headcutters, Nico Smoljan y Shakedancers, Pata de Elefante, Ricardo Werther e Igor Prado Band, Donny Nichilo & Sax Gordon. Palco Highway 61: Uncle Cleeds & Quinteto de Sopros, Rafael Salib, Daniel Hunger e Feijão, Franciele Duarte e Décio Caetano & The Brothers. Palco Mississippi Delta Blues Bar: Beale Street. Palco Confraria do Blues (Boteco 13): Ale Ravanello Blues Combo. Palco Serrano Amps & Perpétua (deck Vesúvio): Intervalos – Andy Boy & Thiago Dandréa | Sábado (27): Palco Principal: Alamo Leal & Blues Groovers, Solon Fishbone, Lucille Band, Dave Riley e Kenny Neal. Palco Highway 61: Uncle Cleeds & Quinteto de
BR-Paixão é o novo espetáculo do coral, que apresenta interpretações para canções de Lupicínio Rodrigues, como Esses Moços e Nervos de Aço, e Noel Rosa, como Com que roupa? e Conversa de Botequim. O show, que mistura música e encenação, é o início das comemorações dos 35 anos do coral. Teatro Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
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l Fernandinho | Sábado, 21h | A Igreja Sara Nossa Terra traz o cantor gospel para um show que, na semana passada, esgotou os dois primeiros lotes de ingressos esgotados. O terceiro lote pode ser encontrado nas Lojas Bulla, Cia Básica, Livraria Geração Eleita, CIECS, Matrix Instrumentos Musicais, igrejas Sara Nossa Terra e Morphine Produções. Pavilhões da Festa da Uva R$ 20 (3º lote) e R$ 25 (na hora) | Ludovico Cavinatto, 1.431 | 3222-8823 ou 3028-2200 l Fresno | Sexta (26), 1h | A banda gaúcha faz show para agradar a gurizada e os pais que eventualmente acompanharão os rebentos. Antes e depois, o som fica por conta
de Rodrigo Reis. As portas abrem às 22h. Ingressos antecipados podem ser adquiridos na Morphine Produções e na loja Cia Básica. All Need Master Hall R$ 20 (pista VIP), R$ 50 (camarotes, valor por pessoa – vendidos em grupo fechado para até 22 pessoas ou individual), R$ 40 (mezanino, por pessoa) | Castelnovo, 13.351 | 3028-2200 ou 7811-3036 l JL e Por Natureza | Sábado, 22h30 | Lançamento do clipe Eu vivo para rimar, do rapper JL, que faz show com a banda de reggae Por Natureza e com Ministro. Ainda, apresentações dos DJs Negadalucas, César e Vacaria e um show de b.boys de Bento. Santo Graal R$ 8 | João Adami, 240 | 3221-1873 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: AC/DC Cover RS. Rock. 23h30. Vagão Classic. 9136-5071 | Audiotronic. Pop. 23h30. La Boom. 3221-6364 | Bete Balanço. Pop rock. 22h30. Arena. 3021-3145 | Billy Hide. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Creedence Clearwater Revival Tribute. Rock. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Electromag Party – Especial Lumiere. Eletrônico. Pepsi. 3419-0900 | Flash Back. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Half Moon Band. Rock. Homenagem a Janis Joplin. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Magnitude e KSamba. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Saturday Havana. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Suco Elétrico. Mutantes cover. 23h. Aristos. 3221-2679 | Ton & Os Karas. Anos 80. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Domingo: Blackbirds. Rock. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Projeto Ccoma. Electro jazz. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Terça (23): Beale Street. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Juliano Moreira e Trio. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (24): Domênico Anzolim. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (25): Victor Hugo e Samuel. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (26): Dan Ferretti Trio. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Flavio Ozelame. Pop rock. 23h30. Vagão Classic. 9136-5071 | Ópera Liz. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Predator. Metal. 23h. Vagão Bar. 3223-0007.
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O Caxiense
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CA-JU DUPLA
Fabiano Provin
fabiano.provin@ocaxiense.com.br
A mesada de R$ 400 mil do Caxias
E-mails e cartas do departamento de marketing do Caxias comprovam o discurso do presidente grená, Osvaldo Voges, em 8 de novembro, quando anunciou que não abandonará o Caxias. A comunicação aos associados deixa claro que Voges desembolsa cerca de R$ 400 mil mensais só para cobrir o déficit e manter o clube de portas abertas. No e-mail enviado quarta-feira (17), o departamento explica aos torcedores que apenas de pagamentos referentes a dívidas antigas o Caxias precisará gastará, em 2011,
R$ 150 mil mensais, em média. “Estamos literalmente convocando os torcedores a ajudarem o Caxias”, resume o presidente – seja buscando novos sócios ou comprando e ajudando a vender espaços publicitários no Centenário. A meta é arrecadar R$ 450 mil mensais em 2011. Segundo a Carta aos Associados, neste ano a comercialização de placas rendeu R$ 45 mil mensais (a meta é chegar a R$ 150 mil em 2011). Os patrocínios no uniforme somaram R$ 105 mil/mês (o
objetivo também é R$ 150 mil no próximo ano). O quadro de sócios em 13 de novembro era de 2.053 ativos, sendo 1.482 em dia – renda de R$ 51,2 mil no mês. Para 2011, a meta é ousada: chegar a 5 mil associados, ou seja, mais do que duplicar o montante atual. A divulgação dos números é uma amostra da estratégia de Voges (que já emprestou perto de R$ 20 milhões ao Caxias) e dos dirigentes: mostrar a real situação do clube e sensibilizar a torcida grená – antes que seja tarde.
O título e parte do texto de abertura desta coluna na última edição fizeram o presidente do Caxias, Osvaldo Voges, ligar para este colunista. “Quando tem coisa boa, eu falo. E quando tem coisa que não gosto, eu falo também”, disse o empresário. A nota intitulada “Voges ficou de novo” motivou-o a explicar o seguinte: “Não estou brincando de ficar. Eu passarei. O
Caxias é eterno. Eu não brinco com esse tipo de coisa”. A nota dizia que o presidente quase saiu do clube pela terceira vez, mas esta foi a primeira vez que Voges manifestou pública e enfaticamente que poderia sair do Caxias. Nos anos anteriores, nos bastidores, o descontentamento pela falta de títulos foi claramente perceptível.
Voges ressalta que está preocupado com outra coisa: “Estou pagando contas há quase quatro anos. Aqui na cidade é muita conversa e pouco dinheiro”, desabafa, referindo-se à falta de apoio. Não há dúvida de que Voges não está brincando à frente do Caxias. Afinal, quem tiraria do bolso R$ 400 mil por mês para pagar dívidas que não são suas e manter uma instituição?
Mobilização Verde
A direção está convocando a torcida, organizada ou não, para o segundo amistoso do Ju antes do Gauchão. Uma mobilização está agendada para as 13h30 deste sábado (20), na frente da sede da Mancha
Masters
Antes do amistoso do time principal, às 14h, a equipe de Masters alviverde será apresentada oficialmente ao torcedor que comparecer ao estádio. O jogo festivo será contra um combinado do Recreio da Juventude. No dia 14, os papos veteranos venceram por 4 a 3 o Planalto, equipe amadora que disputa o Municipal de Veranópolis. Os gols do Ju foram marcados por Claudinho (2)
Voges não está brincando
Estreante
Na Série D, competição em que o Juventude estreará em 2011, o Guarany-CE sagrou-se campeão da quarta divisão ao bater o AméricaAM (também garantido na C). O primeiro jogo da decisão terminou em 1 a 1 e foi realizado em Santarém (PA) porque o Estádio do Sesi, em Manaus (AM), não apresentava as condições mínimas (!) exigidas pelo regulamento do campeonato. No jogo de volta, o Guarany fez 4 a 1 em casa. O time amazonense, acusado de escalar irregularmente um jogador, pode ainda ser eliminado (e perder a vaga na Série C) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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O Caxiense
e Fernando Rech (2). Na noite de sexta (19), o Departamento de Masters foi oficialmente criado pela direção durante jantar no Salão Paroquial dos Pavilhões da Festa da Uva. Entre os integrantes do Masters estão Humberto, Isoton, Picoli, Ericson, Márcio Angonese, Lauro, Paulo César, Fernando Rech, Ferreira, Ortunho, Pedro Haroldo, Claudinho, Vagner e Plein.
Série C
Fabiano Provin/O Caxiense
Não fica
Apesar do anúncio de que teria o contrato renovado para o próximo ano, o volante Éverton Garroni (à direita na foto, ao lado do também volante Tiago Silva) não permanecerá no Jaconi na próxima temporada. O argumento da direção é que o técnico Beto Almeida irá investir nos garotos das categorias de base. Beto e o futuro vice de futebol, Raimundo Demore, tentam, assim como os dirigentes do Caxias, contratar um atacante de referência e um meia articulador. Porém, as fichas só serão apostadas em jogadores diferenciados.
Verde (bem na esquina da Hércules Galló com a Borges de Medeiros). A proposta é fazer uma passeata pelas ruas próximas ao Estádio Alfredo Jaconi. O amistoso com o Porto Alegre será às 16h30, no Jaconi.
A terceira divisão também deve sofrer alterações em sua fórmula de disputa. Em vez de quatro grupos de cinco equipes, seriam dois grupos com 10 agremiações cada, uma reivindicação antiga de dirigentes do Caxias e do BrasilPe. Classificariam-se os quatro primeiros de cada chave. Na fase seguinte, os vencedores dos quatro mata-mata estariam na Série B.
A CBF deve divulgar até o final do ano o planejamento para 2011. O que a entidade já definiu é que os estaduais deverão ser disputados entre 16 de janeiro e 15 de maio; a Copa do Brasil irá de 16 de fevereiro a 8 de julho; a Série A, de 22 de maio a 4 de dezembro; a B, de 22 de maio a 27 de novembro; a Série C, de 17 de julho a 20 de novembro; e a Série D, de 18 de julho a 13 de novembro.
Números alviverdes
No Juventude, valores arrecadados com patrocínios estáticos e no fardamento são considerados questões internas do Conselho Deliberativo. Quando o presidente Milton Scola assumiu, em janeiro de 2010, a dívida do clube era de R$ 14,3 milhões. Quando foi reeleito para comandar o clube em 2011, Scola disse que
Condições
Reportagem da RedeTV! no feriado do dia 15 apresentou o campeão da Série D. Mas mostrou também o calvário que a maioria dos clubes enfrentam para disputar a competição. No Norte e Nordeste, as distâncias são os principais problemas, com jogadores percorrendo mais de 1,5 mil quilômetros de ônibus para disputar uma partida. Independentemente da região do país, vestiários sem portas ou fechaduras e gramados que só têm grama no nome serão apenas algumas das dificuldades a serem encaradas pelo Juventude caso avance pelas fases do torneio. A CBF não oficializou, mas é provável que a quarta divisão, dis-
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putada por 40 clubes, seja dividida em 2011 em oito chaves regionalizadas, com cinco equipes cada. O Ju ficaria no grupo com outros dois gaúchos (um deles o Cerâmica, que decidirá o título da Copa Enio Costamilan com o Inter B) e dois catarinenses (Brusque e um time a ser definido no Estadual 2011). Neste ano, a D foi dividida em 10 grupos de quatro times. Caso a CBF confirme a alteração, o Ju, se quiser subir para a Série C, terá de disputar pelo menos 12 jogos (oito na fase classificatória e quatro em dois mata-mata, nas oitavas e nas quartas de final, respectivamente). Se quiser ser campeão, serão 16 partidas.
70% do valor estava pago e o restante fora renegociado. Com relação à torcida, o Ju tem atualmente 9.838 associados, sendo 8.928 com as mensalidades em dia. Em setembro, os sócios renderam aos cofres alviverdes mais de R$ 125,2 mil. Em agosto, quando ainda disputava a Série C, a arrecadação social chegou a R$ 145,9 mil.
Em casa
O Caxias fará a pré-temporada para o Gauchão 2011 no quintal de casa. A série de treinamentos físicos e táticos será no Centro de Treinamentos (CT) Baixada Rubra, localizado junto ao Estádio Centenário – aliás, um dos grandes investimentos da gestão Voges. A apresentação do grupo de jogadores e da comissão técnica comandada pelo treinador Lisca está marcada para 1º de dezembro. O objetivo é realizar dois jogos-treino e dois amistosos, ainda sem adversários definidos. Segundo o gerente de futebol grená, Júlio Soster, as novida-
des no grupo, por enquanto, serão os recém-contratados André (goleiro, ex-Ceará), Edson Rocha (zagueiro, exGuaratinguetá-SP) e Waldison (atacante, ex-ChapecoenseSC). “Ainda buscamos um camisa 9 e um camisa 10. Vamos contratar para outras posições, mas essas são nossas reais necessidades”, aponta Soster. O dirigente grená lembra também que o meia Marcelo Labarthe, o volante Renan e os atacantes Adriano e Mauro não tiveram seus contratos renovados com o Caxias. O goleiro Ricardo terá o contrato rescindido.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Rodrigo Fatturi, S.E.R. Caxias/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
Juvenis da dupla CA-JU decidem neste domingo, no Centenário, quem vai à final do Estadual. O Ju sai em vantagem
BASQUETE l Caxias do Sul Basquete x Sogipa | Sábado, 20h30 | Caxias do Sul Basquete e Sogipa entram em quadra para disputar o jogo que pode redefinir a liderança do Campeonato Gaúcho. O time caxiense, treinado por Rodrigo Barbosa, ocupa a 2ª colocação, com 9 pontos em cinco jogos. O adversário é o atual líder, com um ponto a mais. Para a partida, Rodrigo não contará com o armador Cristian Cadillac, lesionado. Já o pivô Rubinho foi liberado pela equipe médica e deve disputar a partida. Clube Juvenil Ingressos antecipados no Posto Tonolli a R$ 3. Na hora, no local do jogo, R$ 5 | Marquês do Herval, 197
CICLISMO l 8º Passeio Ciclístico | Domingo, 10h | Este domingo é dia de lubrificar a correia da bicicleta e colocá-la para rodar pela cidade. Com 5,1 quilômetros de extensão, o passeio ciclístico deve reunir dezenas de praticantes de todas as idades. O trajeto é um circuito pela região central de Caxias. A largada está programada para as 10h, com saída em frente à prefeitura. O roteiro passa pela Avenida Júlio de Castilhos e segue pelas ruas Marechal Floriano, Ernesto Alves, Vereador Mário Pezzi e Os 18 do Forte, retornando pela Alfredo Chaves ao ponto de partida. As inscrições são gratuitas e todos os participantes concorrerão ao sorteio de quatro bicicletas. Largada em frente à prefeitura Inscrição gratuitas | Alfredo Chaves, 1.333, Exposição
HANDEBOL l Campeonato Estadual Feminino Adulto | Domingo, 19h30 | As meninas do Luna/UCS decidem o título da competição contra a Feevale de Novo Hamburgo. Esta será quin-
ta vez que as duas equipes se enfrentam neste ano, com duas vitórias para cada lado. Ginásio da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis
FUTEBOL l Juventude x Porto Alegre | Sábado, 16h30 | O treinador Beto Almeida terá a segunda oportunidade de testar o grupo para o Gauchão. O time alviverde enfrenta o Porto Alegre, comandado pelo técnico Zaluar, que derrotou o Inter-B por 3 a 2 na última quinta (18). O Juventude também estreou na prétemporada com vitória. Bateu o Serrano, em Canela, por 1 a 0 no sábado passado. Estádio Alfredo Jaconi Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e pessoas acima de 60 anos) | Hércules Galló, 1.547, Centro Online | O Caxiense transmitirá
o jogo ao vivo, incluindo a preliminar dos Masters, em www.ocaxiense.com.br
l Caxias x Juventude (Juvenil) | Domingo, 17h | Este final de semana será de festa para pelo menos uma parte dos torcedores caxienses. No domingo, atletas juvenis grenás e alviverdes entram em campo para definir o finalista do Campeonato Gaúcho da categoria. Quem se sair melhor pegará pela frente o vencedor da outra semifinal, disputada por Internacional e Bagé. No primeiro jogo da decisão, na última quinta-feira, o Juventude derrotou o seu rival por 3 a 1. Estádio Centenário Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano l Campeonato Integração | Sábado, 14h15 e 16h30, e domingo, 14h15 e 16h30 | Entre as quatro categorias disputadas, o Madrid classificou-se para três decisões de título que ocorrem neste
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final de semana. O Estrela conseguiu o mesmo feito, e as duas equipes disputam as categorias sênior e veteranos. O Palmeiras é o terceiro e último finalista. O jogo de volta, que irá definir os campeões, está agendado para o próximo final de semana. Sábado, 14h15: Madrid x Estrela (Sênior) | 16h30: Estrela x Madrid (Veteranos) | Domingo, 14h15: Palmeiras x Madrid (Suplentes) | 16h30: Estrela x Palmeiras (Titulares) Campo do time mandante Entrada gratuita l Copa União | Sábado e domingo, 14h30 e 16h30 | Ao todo, oito equipes estão classificadas para o primeiro jogo da final nas quatro categorias. E, diferentemente do que ocorreu no Campeonato Integração, nenhum clube conseguiu chegar na decisão de duas categorias. Entre os titulares, Pedancino e Juvenil fizeram campanhas muito semelhantes, indicativo de equilíbrio na decisão. As duas têm 10 vitórias e 5 empates. Somente o saldo de gols coloca o Juvenil à frente. Sábado, 14h30: São Virgílio x Botafogo (Master) | 16h30: São Luiz x Canarinho (Veterano) | Domingo, 14h30: São Francisco x Bevilacqua (Suplentes) | 16h30: Pedancino x Juvenil (Titulares) Campo do time mandante Entrada gratuita l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 14h30 e 16h | Neste sábado ocorre a 7ª e última rodada da 1ª fase do campeonato. As quatro equipes que disputam as semifinais já estão definidas, e os jogos servirão apenas para determinar os cruzamentos. Os classificados são CFA Caxias do Sul, Águia Negra, Grêmio Murialdo e Sagrada Família. Sábado, 14h30: GE Conceição x CFA Caxias do Sul (Municipal 1), Águia Negra x Projeto CAE (Enxutão) | 16h: Grêmio Murialdo x Sagrada Família (Municipal 1) Municipal 1 e Enxutão Entrada gratuita | Municipal: Av. Circular Pedro Mocelin, s/n°, Cinquente-
nário; Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l Futebol Sete Série B | Sábado, 16h e 17h | Dia de decisão nas semifinais do campeonato, em jogo único. O Luna teve a melhor campanha do grupo na fase anterior. Venceu os dois jogos disputados com folga, por pelo menos três gols de diferença. O adversário do Luna é a Eaton, que sofreu para se classificar, avançando graças ao saldo de gols. Sábado, 16h: Luna ALG x Eaton | 17h: Jost x Sulbras Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima
FUTSAL l XV Copa Penalty Nordestão | Sábado, 12h, domingo, 10h e 14h, terça (23), 20h, quarta (24), 17h | O momento é de decisão. Todos os jogos da rodada valem vaga para a final do campeonato nas categorias disputadas. O destaque fica por conta dos meninos do pré-mirim das equipes do Vasco da Gama e da Top Sport, que disputam o primeiro jogo da semifinal neste domingo. Sábado, 12h: América Rio Branco x ACBF (Infanto – Andi) | Domingo, 10h: Vasco da Gama x AABB (Infantil – Vascão) | 14h: Vasco da Gama x Top Sport (Pré-mirim – Vascão) | Terça, 20h: Cortiana x AABB (Pré-mirim – Saturno) | Quarta, 17h: Top Sport x ACBF (Infantil – Salgado Filho) Ginásio de Esportes Andi, Vasco da Gama, Salgado Filho e Saturno Entrada gratuita l Campeonato Sesi Série B | Sábado, 13h, 14h, 15h e 16h | Quatro classificados para a semifinal serão decididos nesta última rodada da 3ª fase da competição. Guerra e Sumig estão bem posicionados. Pisani e Intral estão sem esperanças. Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima
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Im贸veis
Caxias do Sul, 20 a 26 de novembro de 2010
Ve铆culos
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
O município de Caxias do Sul deixará de ter vice-prefeito no dia 1° de fevereiro do ano que vem. Naquela data, o advogado Alceu Barbosa Velho assumirá a vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa, renunciando ao cargo de vice. Se o prefeito José Ivo Sartori se ausentar da cidade, deverá ser substituído pelo futuro presidente da Câmara de Vereadores. Vindo da oposição. Dentro do PT, a disputa está entre Ana Corso e Marcos Daneluz, preferido da situação.
Destaque nacional
No trânsito, o automóvel é uma arma, e o gatilho é o acelerador Éder Dal’Lago, presidente reeleito do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte Maicon Damasceno/O Caxiense
Sem vice
Aprendendo a lição
André T. Susin/O Caxiense
Se mais uma vez a prova do Enem revelou incompetência, ao menos parece que alguma lição de cidadania os estudantes podem tirar. Manifestações e protestos aconteceram pelo país, incluindo a interrupção da sessão legislativa caxiense na última quartafeira (17). A trapalhada do órgão do Ministério da Educação encarregado da tarefa de aplicar o exame realmente fez jus à evocação circense que alguns jovens portavam.
Caxias do Sul foi o único Município gaúcho agraciado com o prêmio Procel - Cidade Eficiente em Energia Elétrica, concedido pela Eletrobrás e Instituto Brasileiro de Administração Municipal, em 11 de novembro em Campinas, (SP). A distinção coube ao Samae, na categoria Sistemas de Saneamento, nova categoria do prêmio. O controle dos níveis de água tratada no Parque da Imprensa e no bombeamento da Estação da Zona Norte, sincronizando volume e desligamento de bombas centrífugas em horário de ponta, reduziram em 32,2% o consumo de energia.
Só depois do plano?
Tarifa urbana Novo Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, empossado na quarta-feira (17), tem por finalidade assessorar a administração municipal na busca de soluções aos problemas do setor. Mas, antes disso, todos sabem que o Conselho terá uma única tarefa nas próximas semanas:
Finalizando a temática do ano, evocativo de datas históricas centenárias, o Natal desembarcou no último dia 17, na Praça Dante Alighieri, com direito a procissão luminosa e eventos que seguem até 19 de dezembro. O sucesso da apresentação de canto infantil no ano passado – apesar da dublagem, que decepcionou alguns –, tendo como cenário as janelas do Clube Juvenil, foi amplificado com projeto que envolveu 100 crianças durante todo este ano. O resultado do projeto multidisciplinar, da Secretaria da Cultura, poderá ser conhecido nos dias 16 e 17 de dezembro.
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Transparência para todos A aprovação unânime dos vereadores da proposição de Daniel Guerra (PSDB), para inserção do voto individual sobre as matérias tratadas em plenário, no site da Câmara, também revelou que os holofotes da transparência poderão, futuramente, estender-se ao registro de comparecimento integral nas sessões e comissões, entre outros.
Desafio
Definida esta pauta, muitos desafios devem ser debatidos. Um deles poderia ser o de extinguir, definitivamente, a passagem do pedestre em qualquer trecho da rua, a qualquer momento. É até surpreen-
Estação do Natal
definir o percentual de aumento da tarifa do transporte coletivo na cidade – e recomendá-lo ao prefeito. Os funcionários da Visate negociam com a empresa um reajuste salarial de 7,5%. Por aí, dá para ter uma ideia do percentual de aumento da passagem.
dente que não aconteça um número maior de atropelamentos, tal o grau de imprudência que se observa. Pura sorte, digamos. Uma campanha permanente para reduzir esse comportamento seria oportuna.
Enquanto o novo não vem
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Assim nem o vice-prefeito consegue algum resultado. O presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos, afirmou que os profissionais que exercem suas funções no serviço público “não vão registrar horário no ponto eletrônico, até que a administração municipal apresente proposta de plano de carreira.” A instalação de ponto eletrônico foi recomendada pelo Ministério Público ainda em 2009 e reforçada novamente. Ainda que também recomendado pelo mesmo órgão, a implantação de cargos e níveis diferenciados na carreira, a complexa tarefa exige tempo e cuidado maior. Subjugar uma coisa à outra tem um objetivo: adiar o cumprimento de horário – e/ou o desconto por horas não trabalhadas – pelo máximo de tempo possível.
A impossibilidade de o avião da Gol aterrissar aqui na quarta-feira, devido a alegadas – e suspeitas – “condições meteorológicas adversas”, reforçou a ideia que as lideranças políticas da cidade precisam ampliar o foco. O novo Aeroporto Regional é fundamental para o futuro da região, mas não dá para perder de vista a necessidade de se aparelhar o atual. Sob pena de continuarem vexames como o ocorrido. Outra ação diz respeito à necessidade de uma empresa concorrente aos atuais serviços da Gol.
Na oposição
Desde a eleição de 3 de outubro, o PP caxiense teve a mesma posição de descartar participação no governo Tarso Genro. Apenas esta semana a executiva estadual do partido chegou ao mesmo consenso. Assumirá o papel de oposição ao futuro governador, a partir de janeiro de 2011. Em ambos os casos, os integrantes do PP concluíram que as urnas colocaram o partido na oposição. 20 a 26 de novembro de 2010
O Caxiense
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