Dezembro | 2010
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a safra da
A riqueza de recursos naturais do interior caxiense abre uma alternativa econômica milionária: a geração de energia nas Pequenas Centrais Hidrelétricas. Mas também gera preocupação: a fiscalização ambiental sobre os empreendimentos é pobre em recursos humanos e materiais
Ano ii
Renato
Henrichs As posições de Pepe e Pauletti, ausentes na sessão dos 62% de reajuste
As ambições de Daneluz, novo líder do Legislativo
Roberto
Hunoff Ônibus da indústria caxiense dão exemplo ambiental no país e no mundo
Marco de Menezes,
poesia elevada às nuvens Dupla
CA-JU No Ju, o ânimo de Beto e a saída de Iran; no Caxias, a estreia de Lisca André T. Susin/O Caxiense
energia
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R$ 2,50
Índice Roberto Hunoff | 4 A vanguarda tecnológica – e ambiental – da indústria caxiense Capina química | 5 Agora, a Fepam também proíbe os testes com glifosato
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site
www.OCAXIENSE.com.br A matéria “Memórias em película” está ótima. Recomendada para os historiadores de plantão lerem. Clarissa Silveira
Hidrelétricas | 6 Uma fonte milionária no interior de Caxias exige atenção ambiental Legislativo | 10 O novo presidente da Câmara Municipal tem ambições estaduais Cidadania | 12 Deficientes abastecem o mercado de trabalho Boa Gente | 13 Exemplos em ecologia, artes e esportes; e as cinco melhores livrarias Literatura | 14 Marco de Menezes e a vitória da poesia Artes | 16 Expressão marginal em letras e desenhos Mídia | 17 A visita de um comunista de Caxias a Cuba e o debate sobre a liberdade de impresa na ilha de Fidel Guia de Cultura | 18 Dias Cinzas no Teatro Municipal e todas as cores do Amarp no Ordovás Dupla CA-JU | 21 Ju ganha ânimo nos amistosos e perde as histórias do dr. Iran na comissão técnica Guia de Esportes | 22 Finais do basquete e torneio de hóquei Renato Henrichs | 23 Deputados federais de Caxias estavam ausentes na sessão que aprovou o aumento de salários
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
@Adro76 Não tem fiscal? É só criar um disquedenúncia. Porque senão essa lei vai ser muito barulho por nada. #leiantifumo @RC_Dias Como eu falava outro dia por aqui. Não adianta aprovar lei contra o fumo se não tem fiscal nem para fiscalizar leis já existentes #leiantifumo @andrepelinser Estive viajando e só agora vi a matéria sobre o glifosato da ed. 53. Excelente! Competente e imparcial. Parabéns @ocaxiense e Valquíria Vita #glifosato @Bruno_zilli Acabo de ler a carta do sindicato médico no @ocaxiense. Dizer que as pessoas invejam os médicos foi o fim... #edição54
No Site
Lei antifumo | É importante lembrar que, se a prefeitura não dispõe de pessoal para garantir o cumprimento da Lei, todos podemos atuar como fiscalizadores. Roberta Mattana Taxa da água | Cinco anos pagando por uma taxa, que na verdade deveria ser paga pelo poder público. Mais uma vez os vereadores deram as costas para o povo. Não houve discussão alguma, o que é lamentável. Eduardo Gomes Silva Aumento das passagens | Mais um aumento sem discussão. No final do ano, quando todos já estarão de férias, vão aprovar mais este aumento. Os vereadores e a prefeitura nada vão fazer para impedir este aumento. O povo deve ir para as ruas contra este absurdo. Se a tarifa aumentar, a cidade vai parar! Daniel Dalsoto
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Circulaçao antecipada | A próxima edição do jornal O Caxiense será entregue (e distribuída nas bancas) um dia antes do que o normal: na sexta-feira (24), véspera de Natal.
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Fechamento comercial | Em função da circulação antecipada na próxima edição, a autorização de anúncios e a entrega de material também ocorrerão um dia antes: até o meio-dia de quinta-feira (23).
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O Caxiense
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A Semana
editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br
SEGUNDA | 13.dez Livro do Ano foi escrito e lançado em Caxias
nicipal de Recursos Hídricos. Residências terão acréscimo de R$ 4,32 na conta mensal; comércio, R$ 8,91; e indústria, R$ 23,16. É melhor se acostumar, porque a cobrança prosseguirá por cinco anos.
novo revés. A Fepam afirmou que não autorizou o uso do glifosato nos testes que a UCS planeja fazer, sob encomenda da Codeca. O estudo de alternativas às custosas e barulhentas roçadeiras prevê experimentos com outras sete modalidades, incluindo a capina tradicional – como se essa já não se conhecesse muito bem... A Codeca diz que o glifosato (nome comercial: Roundup) é apenas uma delas, longe de ser prioridade. Só não dá para entender, então, por que a companhia insiste tanto em um método proibido pela Anvisa, por uma lei municipal e, agora, pela Fepam. Leia mais sobre o assunto na página 5.
jetivo principal (especialmente na fronteira) é flagrar o transporte de armas e drogas, mas o equipamento é capaz de flagrar outras irregularidades – como o produto não bater com o que está declarado na documentação. A experiência foi breve, mas deixou a vontade de, em 2011, o Porto Seco de Caxias também comprar o seu. O de Uruguaiana saiu por R$ 2 milhões.
A semana começou com uma grande notícia para a cultura caxiense. Marco de Menezes, poeta nascido em Uruguaiana e radicado aqui, foi duplamente vencedor no 17º Prêmio Açorianos de Li- QUARTA | 15.dez teratura, o principal do Estado e um dos mais importantes do país. Um fiscal para 1,5 mil Com Fim das Coisas Velhas, estabelecimentos comerciais Azul estuda voar em Caxias Marco ganhou na categoria PoeNo dia em que entrou em vie projeta linha de ônibus sia e foi eleito o autor do Livro do gor, a lei que proíbe o cigarro em Ano. Leia um perfil do escritor na locais de uso público – exceto se A Azul Linhas Aéreas pode ser o página 14. houver área de fumantes isolada primeiro reforço da ampliação do – já encontrou um adversário: a Aeroporto Hugo Cantergiani, que falta de estrutura para sua fiscadeve estar concluída em março. O Gratuidades do ônibus lização. A tarefa, que cabe à Sepresidente da companhia esteve voltarão a ser discutidas cretaria de Urbanismo, não será em Caxias para estudar a abertuAdiado por causa do ano elei- fácil. O órgão tem, proporcional- QUINTA | 16.dez ra de voos por aqui. Antes disso, toral – para não desgastar can- mente, apenas um fiscal para cada pensa em uma alternativa rododidatos governistas –, o aumen- 1,5 mil estabelecimentos do gêne- Indústria caxiense aeroviária: quer operar uma linha to da passagem de ônibus deve ro (bares, restaurantes, casas no- cresce 31,3% em 2010 de ônibus do Aeroporto Salgado ser definido na próxima semana. turnas). O secretário já adiantou Boa parte da exuberância do Filho para Caxias. Para 2011, também deve voltar que precisará abrir concurso para número se deve à referência para à pauta uma das questões mais aumentar a equipe. Até lá, a saída comparação – 2009, o ano da crise debatidas ao longo deste ano: as é torcer pela conscientização de mundial –, mas ainda assim a in- SEXTA | 17.dez gratuidades. “Alguém paga pelos fumantes e comerciantes. dústria caxiense pode comemorar. descontos e, geralmente, são as O crescimento de 31,3% em 2010, Operação Verão reforça pessoas com menor poder aquianunciado pelo Simecs, mantém segurança na Rota do Sol Mais guichês agilizam sitivo. A discussão do transporte Graças à Câmara de Indústria, Caxias em ritmo mais acelerado coletivo não diz respeito somente serviço na rodoviária do que o de países como a Chi- Comércio e Serviços (CIC) de aos usuários, é um benefício para Ainda em tempo de dar conta na. Sinal de uma capacidade de Caxias, em parceria com órgãos a cidade toda”, avisa o secretário do movimento 30% maior nas recuperação incrível – ainda mais estaduais, a viagem pela RSC-453 Jorge Dutra. festas de fim de ano, estão en- com o dólar baixo, que favorece (Rota do Sol) fica mais segura. trando em funcionamento sete importações e prejudica exporta- Começou a Operação Verão Rota novos guichês na rodoviária. Nos ções. O faturamento total dos se- do Sol, que instalou em Lajeado TERÇA | 14.dez primeiros meses de 2011, os três tores metal-mecânico, automotivo Grande um ponto de apoio com guichês atuais serão reformados, e eletroeletrônico no ano também Polícia Rodoviária Estadual, Aprovada taxa extra para Samu e Bombeiros, além de sere vão passar a atender exclusiva- impressiona: R$ 17,1 bilhões. abastecimento de água viço de informações. A entidade mente os passageiros que compagou o aluguel do espaço, próxiA partir de abril, o caxiense praram passagens pela internet. mo a um posto de gasolina, para começará a pagar um extra pela As medidas facilitam, e muito, a Raio-x em caminhão ampliação do sistema de abasteci- vida de quem viaja de ônibus. Um pente-fino tecnológico se garantir o reforço. A iniciativa mento, que tem na Barragem do encarregou da fiscalização das car- aumenta o cacife político da CIC Arroio Marrecas sua obra mais gas que chegam ao Porto Seco de para reivindicar um novo posvisível. A Câmara de Vereadores A Fepam também Caxias do Sul durante a semana. to da Polícia Rodoviária em Vila aprovou – sem os votos do PT e diz não ao glifosato O caminhão-scanner, emprestado Seca – o Daer defende que seja do tucano Daniel Guerra – a nova A intenção de aplicar a capina pela aduana de Uruguaiana, faz mais perto de Caxias. A Operação contribuição, para o Fundo Mu- química nas ruas de Caxias sofreu um raio-x dos contêineres. O ob- Verão vai até 28 de fevereiro.
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Roupas mais caras
O vestuário é o grupo de consumo com maior alta de preços no ano em Caxias: 12,87%. É o que aponta o Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela UCS. O índice do vestuário é mais do que o dobro do indicador geral, que soma 6,16%. Em novembro, por conta de roupas e acessórios para homens, o aumento foi de 2,3%. No geral a inflação mensal teve alta de 0,27%, bem abaixo do registrado em outubro: 0,63%. Alimentação, com 1,68%, e saúde e higiene pessoal com 0,52% contribuíram para segurar a inflação do mês. No ano o acumulado é de 6,16%.
Avanço maior
Dentre os supermercadistas de Caxias do Sul o otimismo com as compras de final de ano é ainda maior. O presidente do Sindigêneros, Jorge Salvador, projeta alta de até 14%, contribuindo para que no ano o aumento fique em 7%. As vendas de dezembro devem ficar 20% maiores que as de novembro.
Vanguarda
tecnológica
A indústria metalúrgica caxiense ganhou destaque nesta semana em dois momentos singulares para o segmento do transporte coletivo. A Tuttotrasporti, empresa liderada pelo empresário Agenor Boff, entregou ao governo do Estado de São Paulo o primeiro ônibus da América Latina movido a hidrogênio, combustível de fontes inesgotáveis e que não emite nenhum tipo de poluente. O veículo é resultado de seis anos de desenvolvimento em conjunto com empresas e instituições do Brasil e do Exterior e que agora, homologado pelo governo paulista, passa a ser alternativa ao uso do diesel no transporte coletivo. No momento, é um ônibus mais caro do que o convencional, mas seu idealizador assegura que a partir da 100ª unidade comercializada ele já passa a ser competitivo. Que a Visate, operadora do transporte coletivo local, seja uma das próximas a colocar o modelo em sua frota.
Outra participação da indústria de Caxias do Sul é no desenvolvimento do primeiro ônibus elétrico híbrido com motor a combustão movido a etanol do mundo, apresentado oficialmente nesta semana durante a realização da 40ª Cúpula de Presidentes do Mercosul e Estados Associados, Cúpula Ñandeva. O protótipo integra o Projeto Veículo Elétrico, da binacional Itaipu, e foi utilizado pela primeira vez por 11 chefes de Estado da América do Sul, dentre eles Luiz Inácio Lula da Silva. A Tuttotrasporti participou com o desenvolvimento do chassi, dotado de suspensão pneumática, que pode ser rebaixada para melhorar o acesso dos passageiros ao interior do veículo. A também caxiense Euroar forneceu o sistema eletrônico de ar-condicionado, de papel essencial e fundamental no veículo, que não tem janelas, seguindo as tendências mundiais de design e aerodinâmica.
Confiança
O diretor-presidente do Grupo Voges, Osvaldo Voges, estabeleceu como meta para o ano que vem faturamento de R$ 500 milhões, em alta de 25% sobre os R$ 400 milhões projetados para 2010. Ele confia, especialmente, na abertura de novos nichos de mercado, com destaque para o segmento estatal. Voges aumentará em 10% sua capacidade produtiva de motores e investirá R$ 50 milhões na nova fundição que começa a construir em janeiro. Mesmo confiante, tem duas preocupações: possível desemprego e inflação. A partir de segunda-feira (20), 1,8 mil dos 2,3 mil trabalhadores do grupo entram em férias e retornam nos dias 3 e 10 de janeiro.
Meta superada
Ainda sem o resultado de dezembro, a receita bruta acumulada no ano pela Randon já superou as estimativas do ano. A companhia apurou valor de R$ 5,1 bilhões, alta de 52,8% sobre igual período do exercício passado, e 2% acima dos R$ 5 milhões revisados na metade do ano – a primeira estimativa era de R$ 4 bilhões. A receita líquida dos 11 meses atingiu R$ 3,363 bilhões, crescimento de 50,9%. Os números de dezembro ficarão abaixo da média do ano, porque a empresa inicia férias coletivas na próxima segunda-feira (20), retomando as atividades em dois momentos de janeiro: 3 e 10.
Expansão
A Support Informática, de Caxias, estima para 2011 crescimento de 15% nos negócios. Uma das apostas será a Computação na Nuvem, que consiste em contratar serviços como e-mail e portais de acesso, pela internet. Os usuários pagam por aquilo que utilizarem, sem terem tudo instalado no computador.
Última semana
Esta semana será decisiva para as vendas de Natal e Final de Ano no comércio. Para facilitar ainda mais as compras as lojas de ruas manterão as portas abertas até 20h, enquanto nos shoppings o horário será estendido até 23h. Na sexta-feira o funcionamento será encerrado às 18h. O Iguatemi idealizou a campanha Portal Mágico de Natal. Sorteia milhares de prêmios instantâneos e, no dia 24, um Xsara Picasso. Para concorrer basta somar R$ 150 em compras e fazer a troca das notas fiscais. Os cupons de-
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vem ser colocados na urna até sexta-feira, 24, às 15h45. O sorteio do carro será logo na sequência. O Prataviera Shopping colocou promotoras em restaurantes e casas noturnas focados nos públicos A e B para divulgar a sua campanha Sonho de Natal Prataviera Shopping. Você pede e o seu anjo realiza”. O shopping premia com uma bolsa exclusiva todos os consumidores com compras acima de R$ 150. A expectativa das entidades do setor é que as vendas cresçam de 10% a 12% sobre o Natal de 2009.
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Dalila Manfrói, Divulgação/O Caxiense
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região Uva e Vinho, João Leidens, reconhece que, em breve, o segmento hoteleiro de Caxias precisará elevar a sua oferta de leitos. Ele admite que, por enquanto, os 3,1 mil leitos são suficientes para a demanda, mas diz que projetos serão necessários em função da expectativa promissora do turismo. As cidades próximas se movimentam. Bento Gonçalves ganhará novo hotel a partir de segunda-feira (20), com 120 leitos. Quem quer potencializar o seu turismo não pode admitir a falta de leitos, principalmente em períodos em que não há eventos.
Divulgação/O Caxiense
Hotelaria
Maicon Damasceno/O Caxiense
A química da polêmica
DESENTENDIMENTO
AMBIENTAL Fepam nega ter autorizado testes com o glifosato na capina, mas Codeca e UCS não descartam usá-lo no estudo que custará R$ 200 mil ao Município
Codeca vai investir em pesquisa de alternativas à roçada tradicional. Uma delas, a aplicação de glifosato (Roundup), é contra a lei
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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br
m estudo que custará R$ 200 mil, anunciado como pioneiro no Brasil – pois pode determinar a substituição das roçadeiras hoje responsáveis pela capina nas ruas –, deve iniciar em 2011 em Caxias. Seria algo de se empolgar, não fosse por um desentendimento entre as partes envolvidas. No mês passado, a Codeca afirmou que possuía autorização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para os testes com oito formas de capina (água quente, fogo, produto biodegradável, roçada convencional, produto orgânico, ureia, cloreto de sódio e glifosato) na área urbana. A UCS, contratada para isso, sustenta que recebeu da Codeca a autorização emitida pela Fepam. Porém, o órgão estadual nega ter permitido a prática com glifosato, proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por lei municipal. A Codeca baseia-se em um documento de 30 de setembro no qual a diretora-presidente da Fepam, Regina Telli, informa que recebeu o Projeto de Avaliação de Impactos e Monitoramento de Práticas de Controle de Plantas Daninhas em Áreas Urbanas. “Ao saudar essa iniciativa vamos nos manifestar favoravelmente ao estudo projetado, para o qual nos colocamos à disposição para colaborar, na medida de nossas
disponibilidades, conjuntamente Labres, reforça: “Não foi emitido úlcera a alterações do sistema com as demais instituições partí- nenhum documento de licença de nervoso. Conforme o projeto da cipes”, diz o texto. operação para a Codeca, e é daqui Codeca, quem testaria o produto que toda licença sai”. seriam seus funcionários. Na semana que passou, enLovatel afirma desconhecer a tretanto, Mauro Moura, assessor Adiló Didomenico, diretor- proibição: “Quando foi o projeda presidência da Fepam – indi- presidente da Codeca, novamente to (para a Fepam), constavam os cado por Regina para manifestar- não aceitou dar entrevista. Por e- tratamentos. Estava lá: tratamense em seu nome –, afirmou que o mail, afirmou que “os testes serão to com herbicida”. A aplicação do documento não vale como aval: realizados pela UCS – não pela glifosato está no cronograma do “A Fepam não autorizou nada. Codeca”, e que por isso as infor- estudo. “A não ser que ocorram Fez um ofício dizendo que está de mações devem ser outras coisas que acordo em participar do projeto. buscadas junto à a gente não saiba. Só isso.” E explicou que os testes universidade. Mas “Se fizerem Mas aquilo que está de capina química não poderão Jaime Lovatel, coor- teste, o promotor escrito até agora ser feitos porque a Anvisa não denador do curso de público vai abrir é que vai ser feito permite o uso de qualquer herbi- Agronomia da UCS, um inquérito teste com glifosato. cida em perímetro urbano. “Claro um dos responsáEstá para começar que a técnica com glifosato não veis pelo estudo, diz contra eles. agora em janeiro”, vai ser testada. Será feito o convê- que o trabalho será Porque não anuncia o professor. nio, que está em elaboração, onde realizado “total- pode fazer”, Pelo que diz a Fetécnicos da Fepam vão acom- mente em conjun- alerta Moura, pam, no entanto, panhar testes de alguns tipos de to com a Codeca” da Fepam os envolvidos devecapina, mas nenhum com capina e que a função da riam ter pressa é de química, porque não tem produ- UCS será analisar o esclarecer a questão: to autorizado”, garantiu Moura. que acontecerá no meio ambien- “Se fizerem teste, o promotor púO que ocorreu, conforme ele, foi te com os testes. “A Codeca nos blico vai abrir um inquérito conapenas uma conversa, em setem- passou um documento em que a tra eles. Porque não pode fazer”, bro, em que a Codeca disse que Fepam autoriza a execução desses alerta Moura. Em outro e-mail ao faria um projeto e a Fepam con- tratamentos a campo. Não entra- jornal, a Codeca informou que os cordou que participaria. Moura ríamos nesse trabalho de pesqui- testes devem durar um ano e que diz que não lembra quais formas sa se ele envolvesse algo que não é “o resultado do estudo somente de capina a Codeca informou permitido”, ressalta. será adotado após análise criteque pretendia pesquisar. “Pode O uso e o teste com glifosato são riosa e autorização dos órgãos até estar escrito ali, mas na hora proibidos pela Anvisa, cujo pare- ambientais, incluindo a Fepam e dos testes só autorizamos coisa cer oficial informa que “a capina a própria Anvisa”. Reiterou que o que a legislação permita. A Fe- química em áreas urbanas expõe glifosato “está longe de ser o foco pam não está autorizando capina a população ao risco de intoxica- da pesquisa” e adiantou que mais química para ninguém”, reafirma. ção, além de contaminar a fauna uma opção entrou nos planos A chefe do serviço de licencia- e a flora local”. Um relatório da para substituir a capina: “vapor d’ mento e controle de agrotóxicos agência destaca os sintomas das água utilizado em equipamento da Fepam, Marta Elisabeth Valin pessoas expostas ao glifosato, de sob alta pressão”.
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Pequenas e Polêmicas Centrais Hidrelétricas
A LUZ QUE VEM
DO CAMPO
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Interior de Caxias descobre uma nova vocação econômica, mas o impacto ambiental das usinas é questionado por quem se preocupa com o futuro dos recursos hídricos
Construção da PHC Palanquinho altera o cenário dos campos de Criúva
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por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
m novo nicho de mercado, que tem a água como matéria-prima, vem sendo descoberto em território caxiense. No interior do município, o campo deixa de servir à criação de gado ou à agricultura para dar espaço a fontes de energia elétrica. Hoje, Caxias sedia quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), exploradas por grupos fortes do setor energético. O número de usinas só não é maior porque a implantação das PCHs percorre um longo caminho de autorizações e licenciamentos ambientais. Projetos e estudos técnicos trouxeram grandes empresas ao interior de Caxias, uma região de relevo acidentado e rios com quedas d’água naturais. O perfil dos recursos hídricos daqui se encaixa nos requisitos que exigem uma PCH. Normalmente, as usinas menores são instaladas em rios de pequeno e médio porte, aproveitando as cascatas que se formam no percurso. O custo da energia elétrica produzida pelas PCHs é maior que o de uma usina hidrelétrica de grande porte, por causa do tamanho dos reservatórios, que não pode ultrapassar 3 km², e a potência instalada é de, no máximo, 30 megawatts. Mesmo assim, esses empreendimentos vêm recebendo incentivos do poder público devido ao menor impacto ambiental e à geração descentralizada e independente de energia elétrica. Somente na Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, que abrange parte de Caxias do Sul, estudos de empresas que atuam no segmento apontaram mais de 50 pontos de possível aproveitamento hidrelétrico por meio de PCHs. Três deles foram efetivados com a instalação das usinas Palanquinho e Criúva, no Rio Lajeado Grande, e da usina do Rio São Marcos, na divisa de Caxias com o município de mesmo nome. As usinas de Criúva e Palanquinho pertencem à Hidrotérmica S.A, companhia sediada em Porto Alegre que investiu cerca de R$ 240 milhões para transformar a pacata região de Criúva em uma área geradora de energia elétrica. Raul Reis é um dos pequenos proprietários da localidade de Rincão das Flores indenizados pela empresa. Sobre parte de suas terras foi construída a hidrelétrica Criúva, que entrou em funcionamento há um ano. Com a indenização equivalente aos 34 hectares desapropriados, Reis comprou um apartamento no Centro de Caxias e viu o restante da propriedade ser valorizado pela construção de estradas vicinais e pela expansão da rede de energia elétrica. O valor pago por cada hec-
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Antiga barragem no Arroio Piaí, com as características ideais para uma PCH, atrai atenção de futuros empreendedores tare girou em torno de R$ 1.670. “Era uma área de mato, íngreme, que não teria proveito para a minha criação ou produção de alguma cultura. E eles ainda deixaram uma casa boa pronta, que hoje o meu capataz usa. Para mim, foi um ótimo negócio”, comemora o pecuarista. Quem lucra ainda mais com o negócio são os empreendedores. No mercado livre de energia, o valor do megawatt/hora gira em torno de R$ 150. Como uma PCH pode produzir até 21.9 megawatts/hora em um mês, os rendimentos no período chegam a R$ 3,2 milhões. A energia gerada nas PCHs é colocada à disposição em rede para ser comercializada a empresas com nível de consumo acima de 500 kilowatts/mês. “Atualmente, a oferta é inferior à procura. Quem produz tem mercado garantido”, avalia Cléo Moraes, consultor na área energética. “Isso porque os preços aqui são compensatórios. Nos estados onde há estatais a tarifa é mais baixa. No caso do Rio Grande do Sul, que
tem concessionárias como a RGE, se fizéssemos algo errado. Então as tarifas são maiores do que o vendemos para a Galópolis Enerpreço de mercado livre”, compa- gia em 2004”, conta Luiz Carlos ra. Estima-se que o investimento Toniolli, presidente da Cootegal. de instalação gire em torno de R$ “Como usávamos a energia só 4 milhões a 5 milhões para cada para o turno de trabalho de oito megawatt de potência instalado. horas, não compensava financeiA Usina Galópolis, ramente. Eles aprolocalizada no Arroio veitam de maneira Pinhal, foi implan- “Era uma área profissional, com a tada com a intenção de mato, usina rendendo 24 de ser uma fonte íngreme, horas por dia”, comparticular. Pertenpara. Atualmente, o cente ao tradicional que não teria potencial de 1.5 kw Lanifício São Pedro, proveito para é comercializado a hidrelétrica pro- produção. Para no mercado livre de duzia energia para mim, foi um energia. o funcionamento ótimo negócio”, Em 2007 o goverda empresa. Com a no do Estado deu aquisição da indús- conclui Raul início ao Programa tria pela CooperatiGaúcho de PCHs, va Têxtil Galópolis, a apostando na oferta Cootegal, o empreendimento teve de alternativas energéticas para seu perfil modificado. “A usina empreendedores privados através tinha a necessidade de uma mo- do potencial hídrico gaúcho. A dernização que envolvia muito iniciativa passa por uma adequadinheiro. Como a gente não en- ção do setor energético, que busca tendia do assunto, poderíamos ser redução do papel do Estado nas desapropriados pela Agência Na- funções empresariais. Na prática, cional de Energia Elétrica (Aneel) a Secretaria Estadual de Infraes-
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trutura e Logística voltou os olhos para o assunto e percebeu um expressivo número de projetos de PCHs outorgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que não haviam iniciado a construção. A partir de contatos esclarecedores com as secretarias de Fazenda e Meio Ambiente, que apontaram os motivos que barravam o andamento dos empreendimentos, passou-se a oferecer prioridade em licenciamentos, oportunidades de financiamentos, facilidades na contribuição e apoio na conexão de redes. Onze empresas aderiram ao programa e hoje estão com pequenas centrais hidrelétricas em pleno funcionamento. “O Estado ganha com a construção dessa usina, porque uma PCH, ao contrário de uma grande hidrelétrica, compra equipamentos e gera empregos aqui dentro do Rio Grande, não vem um grande grupo de fora simplesmente ocupar uma área”, explica João Carlos Felix, assessor técnico da Secretaria. Para o consultor Moraes, o interesse do
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rial (Coplan).“Para o município, co da fundação. Para liberar um o que essas usinas representam é empreendimento, a Fepam exige a reversão de ICMS”, afirma San- ainda o cumprimento de diretridra. O ICMS cobrado é de 25% zes para proteger o volume dos caso seja vendido para fins co- rios, a preservação de cardumes, merciais ou 17% para indústrias. contenção de encostas, abertura Conforme a arquiteta, a Hi- de estradas e outros cuidados. “O drotérmica S.A. ignorou a etapa princípio da função da Fepam é municipal e partiu direto para a sempre duvidar dos projetos dos instância estadual, conquistando empreendedores, porque o que junto à Fepam a autorização para manda é o dinheiro. Se deixar construir a PCH Palanquinho. Já para cobrar depois da obra, eles a Fepam diz que os empreende- alegam que já gastaram demais e dores descumpriram as diretrizes que não podem fazer as compendo projeto enquanto construíam sações. Infelizmente, no Estado a barragem. Como consequência, há várias usinas prontas há vários a Hidrotérmica sofreu uma ação meses que não podem entrar em compensatória para minimizar o funcionamento enquanto a situaimpacto ambiental. Pelo corte de ção não estiver regularizada ”, reaproximadamente 1,5 mil árvores vela Mattos. sem licença, a empresa erguerá o Além de autorizar a implanParque Municipal Palanquinho, tação, a Fepam é a responsável com 92 hectares voltados ao eco- pela fiscalização periódica, ou turismo e à educação ambiental, pelo menos deveria ser. “É difícil, que deve ser inaugurado em 2011. porque a quantidade de empreenNa região do Taquari-Antas, o dimentos é grande e os recursos comitê responsável reclama que humanos e materiais da Fepam a Fepam não permitiu a atua- são pequenos, então as ações fisção do grupo nas avaliações dos calizatórias ficam muito aquém empreendimentos. do ideal”, admite. “Desde maio nós O técnico recotentamos negociar “Entendemos nhece que uma com eles para que a que a barragem, indepengente possa moni- contribuição dentemente do tatorar essas usinas, manho, sempre vai não só na hora da do Rio Caí já causar algum tipo de implantação como está dada, sem impacto ambiental. na operação”, afir- ter por que A função do órgão é ma Daniel Schmitz, fazer novas fazer o possível para presidente do co- barragens”, que as mudanças mitê. “Eu acredito na natureza fiquem que precisamos ter diz Corrêa dentro do aceitável, essas hidrelétricas além de propor as independentes, mas ações de compencom um certo cuidado”, pondera. sação – por exemplo, a criação A Fepam defende que não vai de uma área de proteção permaadiante nas autorizações caso não nente que funcionará como um haja a concordância das instân- espaço para que a natureza reaja cias municipais. “Nós abraçamos àquela agressão. “Não se faz um a decisão da prefeitura”, afirma omelete sem quebrar os ovos”, reJuarez Martinez Mattos, técni- flete Mattos. André T. Susin/O Caxiense
incentivo do governo são os me- reconstruída em outro local, disnores impactos ambientais, por solvendo a referência história que se tratar de uma fonte de energia possui hoje. limpa e sustentável, e pela relação “O planejamento do comitê é direta com os menores custos de contra abarramentos no Rio Caí. distribuição. “A energia que será Já existem muitas barragens que distribuída está próxima do local acabam levando a água para o Rio de consumo, pordos Sinos e esse retanto, os custos são curso não volta. Nós menores”, avalia. entendemos que a “Atualmente, contribuição do Rio a oferta é Os impactos amCaí já está dada, sem inferior à bientais das PCHs, ter por que fazer procura. Quem apesar de menores novas barragens”, em relação a grandes produz tem afirma o presidente usinas, são suficien- mercado do comitê, Sebastes para impedir a garantido”, tião Corrêa. A direimplantação de notriz formalizada em destaca o vos empreendimen2007 foi encaminhatos. Na bacia do Rio consultor Moraes da ao Conselho de Caí, que também Recursos Hídricos, abrange Caxias do ligado à Secretaria Sul, três PCHs não saíram do pa- de Meio Ambiente do Estado, que pel, pelo menos até agora, por im- até hoje não manifestou seu pareplicações que causariam na vege- cer. “Nós recomendamos que, entação, na fauna e na paisagem da quanto isso, a Fepam (Fundação região. A intenção não foi adiante Estadual de Proteção Ambiental) por conta da atuação do Comitê tenha cautela no licenciamento Caí, um colegiado de entidades de qualquer empreendimento na representativas de diferentes seg- região, justamente pelos motivos mentos da sociedade e de órgãos que os estudos apontaram”, compúblicos. Em 2002, a Performan- pleta Corrêa. ce Centrais Hidrelétricas, sediada A ação do comitê teve respaldo em São Paulo, apresentou estudos no Plano Diretor de Caxias, em e sinalizou interesse em construir vigor desde 2007. Para construir barragens na região pela primei- as PCHs, os empreendedores ra vez. Desde então, os membros precisam da anuência municipal. do comitê passaram a demonstrar Dentro de algumas áreas do zoneresistência ao projeto. O grupo amento rural do Município não realizou por conta estudos de im- pode haver esse tipo de estrutura. pacto que apontaram consequ- A restrição se agrava quando a ências negativas na qualidade da área se encaixa em uma Zona Eságua e na preservação da vege- pecial de Interesse Ambiental. “Só tação ciliar, além da inviabiliza- com a certidão de zoneamento do ção do aproveitamento turístico município é que o empreendedor na região, que oferece condições pode buscar a autorização da Fepara prática do rafting e de tri- pam, e então conquista a anuênlhas. Uma das barragens atingiria cia da Aneel para iniciar as obras”, a Ponte do Raposo, localizada em explica a arquiteta Sandra Brum, Vila Oliva. Construída em 1940, a diretora da Coordenadoria de ponte teria que ser desmontada e Planejamento e Gestão Territo-
Para redescobrir a antiga barragem, no entanto, um rastro de destruição foi deixado no interior do Município
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AMBIÇÃO NA PRESIDÊNCIA
Marcos Daneluz (PT) comandará a Câmara de Vereadores em 2011 de olho em um cargo no Estado ou uma cadeira na Assembleia daqui a dois anos
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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
aliança para disputar a prefeitura em 2012? Eu sou contra alianças com fins eleitorais. Elas devem ser para administrar a cidade. Tenho certeza que o PC do B e o PT poderão estar juntos compondo um programa para Caxias, como outros partidos que possam se incorporar a isso. Também acho que a evolução política do país permite que partidos historicamente com diferenças possam, em determinado momento, desenvolver ações e planos juntos para governar uma cidade ou Estado.
rosto e os gestos denunciavam o nervosismo de Marcos Daneluz (PT) na tarde de quarta-feira (15). Ele franzia a testa e mordia o dedo indicador enquanto esperava o momento da escolha do novo presidente da Câmara de Vereadores. No discurso para defender sua candidatura na tribuna, saiu-se com frases um pouco desconexas e a voz sem a firmeza de costume. Depois de vencer o concorrente ao cargo, Renato de Oliveira (PC do B), por 10 votos a sete, Daneluz conversou com O O senhor também estava cotado Caxiense na manhã seguinte. para assumir a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul Por que o PT e o PC do B, alia- (Ceasa). A presidência da Câdos históricos, não conseguiram mara era sua segunda opção? chegar a um consenso sobre Minha primeira opção era me quem deveria ser o candidato da tornar deputado estadual, e quaoposição à presidência? se aconteceu. Fiquei como quarO PC do B tem o direito de rei- to suplente, hoje sou o segundo e vindicar e de buscar um espaço posso me tornar o primeiro, pormuito próprio aqui na Casa. O que o terceiro (Aldacir Oliboni) que aconteceu com essa candida- também deve assumir uma autura do PC do B não atinge nossa tarquia. Nas eleições, tínhamos o história de lutas. É um momen- compromisso também com o goto específico. Acabou a eleição e, verno do Tarso. Quando acabou a para nós, tudo voltou ao normal. disputa, me coloquei à disposição Entendíamos que tínhamos uma para ocupar algum cargo que tidas maiores bancadas, que será a vesse ligação com a minha vida maior a partir de janeiro (com a política. Essa discussão está sendo entrada do petista Clauri Flores na feita no governo do Estado, mas vaga do comunista Assis Melo), e está sendo demorada. Quando toque o acordo não era com a opo- mei a atitude de concorrer à presição, mas com o PT. sidência do Legislativo e ganhar, abdiquei dessa ideia. Em 2011, seNão atrapalha uma possível rei presidente da Câmara de Ca-
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xias. A partir do encerramento do mandato, vou estar novamente à disposição do governo do Estado e gostaria muito de compor o governo nesse segundo momento. Com vários deputados que serão candidatos a prefeito com possibilidades de eleição, confesso e sonho muito com a possibilidade de, daqui a dois anos, me tornar deputado estadual.
Por causa da preferência do conjunto.
Na quarta-feira houve reuniões de Renato Oliveira e, em seguida, do senhor com a bancada governista. Vocês tentaram convencer os vereadores sobre quem seria o melhor presidente? Tentamos até o último momento chegar a um acordo, mostrar para o PC do B que E se o senhor for o PT e o PC do B chamado na As- “A partir do conduzindo a Casa sembleia, deixaria encerramento era muito parecido. a presidência da do mandato, A situação chamou Câmara? os dois e pediu se vou estar à Nesse momento havia possibilidade é quase impossível disposição do de entendimento. que eu seja chama- governo do Saímos de lá e voldo porque o primei- Estado. Gostaria tamos a conversar ro escalão já está muito de compor com os vereadores formado e foram o governo” do PC do B, e não apenas dois deputahouve entendimendos chamados. Ento. Aí saíram as duas tão, na primeira composição do candidaturas. governo Tarso é impossível acontecer isso. O PT nunca havia presidido a Casa, mesmo no governo Pepe A negociação dentro do PT Vargas. O que muda para o parpara escolher o candidato deixa tido? marcas no partido? É um sinal muito grande do Absolutamente não. Tenho crescimento e do amadurecimengrande respeito e sou amigo pes- to do partido. Hoje o PT não é um soal da Ana Corso. Sabíamos que partido que tem um ou dois quaos dois tinham essa aspiração e dros, em Caxias, inclusive, para em conjunto com os outros ve- ocupar algumas funções especíreadores do PT entendemos que ficas. meu nome seria o melhor. O senhor ocupando a presidênPor causa da preferência da situ- cia da Câmara em 2011 e, quem ação? sabe, um cargo no governo do
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guém na política: eu defendo um projeto de governo distinto do governo Sartori. Agora, se assumir a prefeitura, temos que ter a responsabilidade de substituir o prefeito nessa condição, e não para desenvolver o projeto do PT. Serei um prefeito em exercício para continuar com É um desejo seu? os serviços públicos, Claro. Alguém “Confesso dar continuidade às que é vereador e e sonho obras do governo disputou uma ca- muito com a Sartori e andamento deira na Assembleia possibilidade normal ao projeto dizer que não quer que está aí. Não vou ser prefeito é uma de, daqui a me oportunizar para heresia, uma boba- dois anos, valorizações polítigem. Significa que me tornar cas individuais ou é uma pessoa que deputado para levar ao poder não tem aspirações estadual” o projeto do Partido futuras. Eu gostaria, dos Trabalhadores. sim, de ser prefeito O do PT temos que da nossa cidade, mas isso passa construir e ganhar nas urnas, esse por muitos momentos. Isso pode que está aí foi ganho. Jamais irei ser construído agora? Quem sabe. disputar, na ausência do prefeito, Mas pode demorar mais um pou- o seu projeto. Este eu pretendo co. Essa é uma discussão que tem disputar, se necessário for, nas urque ser feita em toda a base do PT. nas, que é o momento correto. Vamos nos preparar para apresentar um projeto para ganhar as O senhor chegou a deixar o PT eleições municipais. Temos vários durante o escândalo do mensanomes. Estamos vivendo um mo- lão. Decepcionou-se com o parmento no partido em que de fato tido naquele momento? temos que parar de privilegiar Minha saída do PT tem vários os individualismos e privilegiar ingredientes. Um deles foi o menaqueles que têm capacidade de salão. Outro foram desentendicumprir programas e convencer a mentos internos sobre o modelo sociedade. de constituição de partido. Continuei na minha linha política, faO ideal seria que a aliança daqui zendo oposição ao governo Sartoa dois anos fosse maior, já que ri e votando os bons projetos dele. o PT e o PC do B disputaram a A minha volta ao PT foi construprefeitura contra 14 partidos ída a partir do interesse do PT e que apoiavam Sartori? do meu também. Obviamente Tenho a visão que aqui em Ca- que isso significou um desconxias o PT precisa buscar aliados, tentamento dos companheiros do mas que de fato tenham vontade partido em que estava (PSB), mas de desenvolvimento para nossa não deu, não tínhamos afinidade. cidade. Não precisa ter sigla, o Lula e o Tarso dão exemplo disso. O que estava te incomodando Acho muito ruim dizer que aqui dentro do PT mudou? em Caxias o PDT e o PMDB têm Não sei. Acho que mudou por que ficar fora porque somos ad- causa da minha postura. Meu versários. Somos adversários no único erro na saída do PT foi que, campo das ideias, mas, por que, ao invés de sair, deveria ter ficaem determinados pontos, não po- do e lutado para mudar o partido. demos ser companheiros? O PT Na emoção, optei por um outro tem que estar aberto a isso. Não caminho. Confesso que hoje faria significa castrar as ideias. Mostra diferente, procuraria meu espaço maturidade política. e faria minha luta interna. Não tínhamos clareza do que aconteHá a chance, se Sartori se ausen- cia em Brasília e aqui não consetar, de o senhor assumir a prefei- guíamos abrir espaço para novas tura. Qual será sua postura? lideranças. Aquele momento foi Não podemos enganar nin- superado.
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Estado no futuro, se gabarita para disputar a prefeitura? Ninguém se gabarita por si próprio, quem gabarita um político é seu trabalho. Tenho feito uma grande luta desde 97, quando entrei nisso. O que vai acontecer no futuro ninguém sabe.
Em desacordo, oposição teve dois candidatos: Renato (E) e Daneluz
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Edital de Citação - Cível
4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul
Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: Sustação de Protesto. Processo: 010/1.05.0027238-0 (CNJ:.0272381-60.2005.8.21.0010). Autor: Walter Sirtoli. Réu: Naloy Comercial Ltda. Objeto: CITAÇÃO de Naloy Comercial Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de CINCO (05) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 23 de novembro de 2010. SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Cláudia Rosa Brugger.
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Edital de Citação
1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul.
Prazo: 30 (trinta dias. Natureza: Anulatória. Processo: 010/1.07.0009814-6 (CNJ:.0098141-24.2007.8.21.0010). Autor: Fras-Le S.A. Réu: Epoxy Serviços e Comércio Ltda. Objeto: citação de Epoxy Serviços e Comércio Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, a presente ação, ciente de que, em não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 01 de novembro de 2010. SERVIDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta. JUIZ: Darlan Élis de Borba e Rocha.
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Combustível da cidadania
Francieli e Luciel, que têm Síndrome de Down, fazem parte da equipe do Posto Cidadão
INCLUSÃO SEM LIMITES
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
rotina de Gelson Dal Moro, 36 anos, mudou totalmente há cerca de oito anos. Morador de Cacique Doble, ele trabalhava como agricultor e, nos períodos em que não havia plantio nem colheita, fazia bicos como pedreiro. Nos feriados costumava visitar a família em Caxias. Em uma viagem de Páscoa, fez uma ultrapassagem mal sucedida. O acidente partiu sua coluna em dois pontos e tirou-lhe para sempre a movimentação das pernas. “Levei três anos para aceitar a cadeira de rodas. Antes, eu só lamentava. Sem aceitar não dá para viver”, conta Gelson. Hoje, ele está completamente adaptado à nova condição. Trabalha há pouco mais de dois anos como frentista no Posto Cidadão, da rede Ditrento. Distante do campo, o dia a dia de Gelson ainda começa ao alvorecer. Exatamente às 6h05 o frentista pega um ônibus do Loteamento Residencial Morada dos Alpes até o Centro, e em seguida outro até o posto. José Josil de Macedo, 33 anos, também supera diariamente uma deficiência física. Teve paralisia em uma das pernas aos seis meses de idade, motivo da sua dificuldade de movimentação. Entretanto, isso nunca impediu que ele tivesse
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Posto de gasolina oferece oportunidade para que deficientes conquistem seu espaço no mercado de trabalho
uma vida normal. Nascido e criado em Vacaria, José trabalhou por muitos anos na colheita de maçã e da uva. Quando a família mudou-se para Caxias, ele veio junto. Trabalha como frentista há pouco mais de um ano ao lado de Gelson e de Elias Mello de Oliveira, que também é cadeirante. Os três colegas vencem as limitações físicas com trabalho em equipe. A cadeira de rodas permite que Gelson e Elias atuem somente na bomba de combustível, verifiquem a validade do extintor de incêndio e calibrem os pneus dos carros. Toda a vez em que é necessário conferir a frente do veículo, chamam o auxílio de José. Com uma das mãos apoiando a perna defeituosa, José limpa o para-brisa, examina o óleo e a água do radiador. Nem menos capazes, nem menos cobrados, os três recebem o mesmo tratamento que os outros funcionários, segundo o gerente do posto, Kleber Fernando Mortari. Desde o primeiro projeto, o Posto Cidadão já foi desenhado para abrigar as cadeiras de rodas. Todos os corredores e portas são mais largos, corrimões foram instalados em diversos pontos, o chão em frente às bombas de combustível recebeu pintura indicativa da área de circulação dos frentistas. Banheiros e vestiários
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foram construídos para permitir velas, filmes e o time do coração, a movimentação dos cadeiran- o Internacional. “Lavo muitos pates. Dos 15 funcionários, cinco nos grandes e pesados. Daí cansa sofrem de alguma deficiência. um pouco. Ontem (segunda-feira, Kleber explica que eles não têm dia 13), lavei 46 panos. Todos os a mesma agilidade que um traba- dias eu conto”, diz Francieli. lhador comum, mas, Luciel e Francieli em contrapartida, hoje têm uma vida são extremamente “Levei três anos profissional producomprometidos e para aceitar a tiva graças ao Cenresponsáveis, pois cadeira de rodas. tro Ocupacional sabem que o mer- Antes eu só Santa Rita de Cáscado de trabalho é órgão da Apae lamentava. Sem sia, mais restrito para que se encarrega de aceitar, não dá eles. buscar colocação para viver”, para as pessoas com Luciel Renato diz o frentista alguma deficiência Bueno, 25 anos, que Gelson mental no mercado tem Síndrome de de trabalho. A psiDown, é encarregacóloga Natália Berdo da limpeza da loja de conveni- tuzzi conta que, além da inserção ência e da colocação dos produtos social, os excepcionais se tornam nas estantes há dois anos. Tímido pessoas mais independentes com com estranhos e ao mesmo tem- o passar do tempo. “Muitas vezes po um trabalhador caprichoso e eles são capazes de nos surprecompenetrado, Luciel se entrega ender. As famílias falam que eles completamente às tarefas. Depois crescem muito depois de ingresde tentar entrar em duas grandes sarem em algum trabalho.” indústrias metal-mecânicas, ele Os demais funcionários do conquistou o emprego no posto posto têm o privilégio de poder incentivado pela família e pela ajudar e acompanhar esse desenAssociação dos Pais e Amigos dos volvimento no dia a dia. “O Lu é Excepcionais (Apae). extremamente trabalhador e não Francieli Cristina Colloda, que para nunca. A Francieli é muito também tem Síndrome de Down, carinhosa, vem nos abraçar e dar o acompanha na atividade há qua- beijos. Os dois são diferentes, mas se dois meses. Mais comunicativa, igualmente encantadores”, revela ela aproveita as pausas no traba- Gisele Fernandes Valim, caixa da lho para ler nos jornais sobre no- loja de conveniências.
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Cargnino O envolvimento de Ary Cargnino com produtos orgânicos é simultâneo ao enlace com sua mulher, Arlete. Há 22 anos o casal de Ipê – cidade referência na produção ecológica – cultiva alimentos livres de agrotóxicos. Plantando e vendendo para a Feira de Porto Alegre com a família, nos finais de semana, Ary decidiu abrir o próprio negócio há nove anos. A Fruteira Ecológica (Bento Gonçalves, 2483) vende produtos orgânicos também produzidos pela família. Desde que se mudaram para Caxias do Sul, nunca consumiram nada que levasse agrotóxico. Daí também surgiu a ideia de montar a Fruteira, já que todos alimentos da família eram trazidos de Ipê e muitos eram vendidos para interessados em uma alimentação que respeita o meio ambiente e valoriza a saúde.
Neste ano, o nome de Cristiane Marcante ganhou força suficiente para se tornar grife. E, no ano que vem, a assinatura da artista plástica e empresária vai substituir Decor Arte, razão social da sua galeria na Via Decoratta. Há oito anos Cristiane começou a pintar, há três anos e meio decidiu vender obras de arte, há dois ajustou a paleta de cores (muitas) e alinhou o traço (cubista). Depois de 12 exposições realizadas em 2011 – com Sensações e Emoções e Eu vivo, e você? –, a artista ganhou reconhecimento e novos clientes. Para 2012, Cristiane tem novos planos. Suas obras vão colorir a Bienal de Firenze, na Itália.
Barbosa Rodrigo Barbosa diz que deve tudo o que tem – os amigos, inclusive – ao basquete. Hoje, aos 35 anos, o treinador e cofundador do Caxias do Sul Basquete passa a maior parte do tempo dentro dos ginásios. Aos seis anos, começou a jogar pela Sogipa, em Porto Alegre. Sua carreira inclui 13 anos como professor no Recreio da Juventude e uma rápida passagem pela equipe adulta da Ulbra. O resultado do perfil exigente do treinador pode ser conferido dentro de quadra. Nos seis anos de existência, a equipe de Rodrigo chega a sua quinta final no Campeonato Gaúcho, e luta para levantar a taça pela segunda vez.
Do Arco da Velha | Há cinco anos a livraria e café é o melhor local para caxienses que gostam de folhear, olhar e, principalmente, ler livros com a companhia de um ótimo capuccino. Do Arco da Velha também abriga eventos como Luz do Verbo, para leituras e debates literários, e faz encomendas de livros, inclusive pelo Twitter. Saraiva | É a maior livraria de Caxias,
no Iguatemi. Oferece, além de um belo acervo de livros, revistas nacionais e importadas, CDs, DVDs e eletrônicos. Uma boa pedida é fazer o cartão fidelidade para ganhar descontos a cada compra. Para completar um passeio cultural, fica bem do lado do cinema.
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por Paula Sperb e Marcelo Aramis
Mercado de Ideias | Em janeiro, a livraria completa 16 anos vendendo exclusivamente livros e funcionando no mesmo local, a tradicional Galeria Martinato, no Centro. Rodeada por estabelecimentos comerciais, não cedeu à tentação de oferecer outros artigos. Maneco | O destaque é para a loja do Centro, que prima por bons títulos e bom atendimento, além de ter uma pequena cafeteria. Há 30 anos em funcionamento, também é a casa da Editora Maneco.
Nobel | A mais jovem livraria da cidade abriu recentemente no San Pelegrino Shopping e faz parte da maior rede do país. O acervo à venda é basicamente de best sellers, mas conta com uma boa oferta de livros infantis e uma área de estar só para os pequenos. 18 a 23 de dezembro de 2010
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Coisas novas
Versos de amarrar
em nuvem Fim das Coisas Velhas, terceiro livro de Marco de Menezes, é a primeira obra de poesia eleita na principal categoria do Prêmio Açorianos: o Livro do Ano
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O Livro do Ano é o primeiro de Marco pela Modelo de Nuvem
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comercial, pois referendou o trabalho de uma pequena e recém criada editora, a Modelo de Nuas entranhas do movimento estu- vem, que pertence ao autor e ao dantil caxiense, no final da década fiel grupo que o acompanhava na de 1980, havia um jovem tímido, premiação. Ao ouvir o resultado, a vestido de preto, magrinho, cabe- primeira reação de Marco foi beiludo e meio metaleiro. Escobar jar e agradecer sua parceira, nos era o codinome pelo qual os com- negócios e na vida, Camila Corpanheiros o chamavam, inspira- nutti, a quem ele atribui o fundados em Jose Benito Escobar Pé- mento e a realização de seus últirez, um dos fundadores da FSNL mos livros. Entre os amigos que (Frente Sandinista de Libertação estavam lá, Cristian Marques – o Nacional), partido socialista da outro sócio da editora – e Fabiano Nicarágua. O jovem Scholl (fotógrafo da que, por ter a letra capa). A livraria Do bonita, confeccio- “Ganhar na Arco da Velha tamnava os dos cartazes categoria bém foi citada nos do grupo, gostava de poesia foi uma a g r a d e c i m e nt o s . desenhar, ler e ou“Sempre foi minha felicidade vir música. Cursava parceira e simplesMedicina e frequen- imensa, pois foi mente porque se ela para isso que tava disciplinas de não existisse, Caxias Filosofia e Psicologia trabalhamos e seria mais pobre.” como aluno ouvinte. lutamos”, diz o A poesia surgiu na Preenchia blocos, vida de Marco bem médico poeta cadernos, guardanaantes de qualquer pos, qualquer papel parceria. Porque foi que pudesse ser esela e não a prosa é crito, com poesia. um mistério sobre o qual o auVinte e cinco anos, três livros tor tem algumas desconfianças. de poemas e uma editora depois, Marco sempre teve uma grande Escobar, o Marco de Menezes, é o biblioteca à disposição e, desde grande vencedor do 17º Prêmio cedo, meteu-se entre os livros. Açorianos de Literatura – Fim Clássicos, de autores como T.S. das Coisas Velhas levou não só Elliot, Fernando Pessoa, Vinicius o título da categoria poesia como de Moraes e Drummond. Para também foi eleito o Livro do Ano. o menino tímido e quieto, a sala No primeiro dia depois do even- repleta de livros, num dos tantos to, ainda num misto de cansaço cômodos da casa colonial portupós descarga de adrenalina, sono guesa onde ele morava, no centro e cerveja quente, Marco conver- de Uruguaiana, era um parque de sou por quase duas horas com O diversões. Caxiense. E ainda não acreditaEle viveu ali, na residência que va. “Ter sido indicado já foi mui- pertencia ao avô militar, com os to bom, era o consolo caso não pais e os dois irmãos, até os 12 fosse premiado, principalmente anos. Depois da morte dos avós foi por estar concorrendo com no- morar na periferia. Trocou a arismes consagrados tanto pela mídia tocracia decadente pela realidade quanto por seus pares, como Fa- do povo das classes médias e baibrício Carpinejar e João Gilberto xas e começou a escrever. A muNoll”, disse. “Ganhar na categoria dança de bairro também mudou Poesia foi uma felicidade imensa, o entendimento de Marco sobre pois foi para isso que trabalhamos as diferenças do mundo e despere lutamos.” Mas Livro do Ano foi tou nele um impulso permanente algo que tomou outra proporção, de escrever – foi aí que a poesia nas palavras dele, “estarrecedora”. virou sua mirada de mundo, sua forma discursiva. A paisagem de É a primeira vez que um Uruguaiana, a geografia daquela livro de poesia leva o prêmio região, o rio Uruguai – corrente principal, o que recupera um pa- de metáforas que inspira muitos tamar que o gênero vem, histori- outros poetas – e o lado românticamente, perdendo para a prosa. co do menino que tinha na cabeça Demonstra também que o juri é muitos mundos ao mesmo tempo rigoroso e não sofre influência são marcas presentes até hoje na por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
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produção de Marco. Havia outra biblioteca que ele costumava frequentar naquela época, no apartamento do tio Álvaro. Lá, ele teve contato com referências riquíssimas, mesmo que ainda não fosse maduro o suficiente para aproveitá-las: Shakespeare, Cervantes, Goethe, filosofia grega e Erico Veríssimo; A Montanha Mágica, de Thomas Mann e Ulysses, de James Joyce, decifrado com a ajuda de grupos de estudo, coordenados por Donaldo Schüller, formou seu espírito para a literatura. Mais tarde, herdou do tio os livros e a profissão: médico. Foi para fazer o vestibular de Medicina que ele veio para Caxias do Sul, aos 17 anos, com as poesias na bagagem.
assinam a trilha do curta-metragem de Bruno Polidoro O vazio além da janela, a sociedade na editora e uma união que já dura quatro anos. A música e companhia de Camila é material poético para Marco. “De uns tempos para cá, meus versos estão com um ritmo muito próprio, acho que a música ajuda a trazer à tona estruturas interessantes”, reflete. Seus versos livres estão mais consistentes graças à música. A veia romântica do jovem que se apaixonava toda semana por uma Outra influência nos poe- garota diferente também perpassa mas de Marco é a música. Quan- todos os seus livros. do criança, em Uruguaiana, viMarco ajudou a fundar o bar venciou a época de Vôo Livre, no final ouro da Califórnia dos 80 e início dos da Canção Nativa. “Dessa geração 90, onde se articuque passou pelo As primeiras, ele laram vários exconta, tinham uma Cio da Terra, poentes da cultura qualidade absurda. tirei muito o que em Caxias – Paulo “O folclore não estaRibeiro, que tamva tão contaminado usei para definir bém concorreu ao pela corrente tradi- meus próprios Prêmio Açorianos, cionalista xenófoba, caminhos na categoria ensaio, ao contrário, tinha intelectuais”, era um dos frequenmuita modernida- conta Marco tadores. A boemia e de”, lembra. Além a efervescência do das califórnias, ele Moulin Rouge de se criou ouvindo os outros sons Toulouse Lautrec e da fada verda fronteira, a mistura com o de estão para a intelectualidade folclore do Prata, principalmen- parisiense assim como esse bar te milonga. Na adolescência, se esteve para o desenvolvimento rendeu ao rock e ao metal, Led das diversas artes por aqui. Foi Zeppelin, Pink Floyd, Deep Pur- nessa época que Marco se casou ple, até Black Sabbath e Metallica. pela primeira vez com Lídia, mãe Adulto, trouxe de volta a milonga, do seu único filho, João Caetano. encantou-se pelo jazz e pela MPB. “Foi um casamento muito feliz, Com tanta sensibilidade para durou 15 anos. Foi uma relação as manifestações artísticas, seria bonita, mas a separação, como toimpossível que esses elementos das, traumática”, lamenta. Como não acabassem como referência se trauma fosse coisa de mulher, dentro da sua poesia, seja pon- Marco oscila entre a confissão de tual a algum autor ou na estética culpa e a compaixão. Diz que tem do poema. Oficialmente, ele só um lado feminino muito forte, começou a utilizar música como que exerce em seus poemas. “A instrumento de trabalho a partir poesia é irmã da ficção quando, de uma parceria com Vinicius através dela, assumo lugares e Todeschini. Os poemas de Marco vozes que não são meus. Ela me foram musicados por Todeschini dá máxima liberdade, agora, se o no CD Arrebaldeação, lançado fruto disso terá valor, já é outra em 2004 pelo Fundoprocultura. história”, diz. Perceber esse valor em sua próFoi na procura por uma pria poesia é algo relativamente próxima parceria musical que recente para Marco, se levarmos ele encontrou a musicista Camila em conta que ele escreve desde os Cornutti, sua atual esposa. Juntos, 13 anos. Encorajado pelos leitores
em quem ele confiava, Marco resolveu participar do Concurso Literário de Caxias do Sul, em 1997. Organizou um belo volume e foi premiado. A partir dali, conheceu pessoas do meio que o estimularam, principalmente o amigo e também poeta Eduardo Dal’Alba. Foi ele quem escreveu a apresentação do primeiro livro de Marco, As Horas Dragas, resultado do concurso, devidamente melhorado conforme as orientações do juri e elogiado por José Clemente Pozzenato. A partir daí, Marco começou a olhar seus poemas de uma outra forma, a guardá-los com mais cuidado, pensando na publicação. De saída, participou da coletânea Matrícula Dois (1998), como representante da nova geração de poetas da Serra Gaúcha. Em 2007 lançou seu segundo livro, Pés de Aragem. E em 2009 lançou a terceira obra, o premiado Fim das Coisas Velhas, o primeiro pela sua própria editora. A Modelo de Nuvem não deixa de ser mais um dos romantismos de Marco, pela manutenção do idealismo e do sonho de que é possível uma outra realidade. Conforme Marco, a pequena editora tem uma grande tarefa: “não se deixar levar pelos ventos do mercado e publicar o que, no nosso critério, tem qualidade”. Depois do Açorianos, Marco vai continuar se esforçar para publicar o dos outros. “Porque a poesia é uma coisa traiçoeira. Hoje eu tenho boas ideias, escrevo bons versos, mas amanhã, nada é garantido.” Marco não tem fé na poesia como não tem fé em um Deus com cara de homem. Não tem fé em coisa nenhuma. No entanto, não despreza a beleza do absurdo da existência. Na sua mente, muitos mundos continuam existindo, como acontecia com o menino de Uruguaiana e o jovem Escobar. Seja como médico ou poeta, Marco tem habilidade para transformar a vida em invenção mágica da realidade e sensibilidade para materializar a poesia da existência em “versos de amarrar em nuvem”. Fotos: Arquivo Pessoal/O Caxiense
A participação no movimento estudantil (era o Secretário de Biomédicas do DCE) e o ambiente da academia, embora fosse um tempo de resquícios da paranoia pós-ditadura e crise do movimento, também ajudaram a construir o poeta. “Foram fundamentais para solidificar a coluna vertebral da minha personalidade, que ainda estava meio porosa”, explica. Marco voltou-se para o conhecimento, aproximou-se da filosofia e foi capaz de reorganizar toda bagagem da adolescência de uma forma mais proveitosa. Apesar de certas questões dogmáticas, havia uma preocupação desses grupos na formação dos envolvidos. Estudava-se desde feminismo e ecologia até autores do marxismo que ele nunca deixou de ler. “Dessa geração que passou pelo Cio da Terra, tirei muito do que usei para definir meus próprios caminhos intelectuais”, conta. No fim, Marco também entrou em crise, saiu do movimentou e foi estudar Psicanálise. “Migrei para uma área que, de certa forma, aproximasse a Medicina do meu lado artístico sensível, algo que trouxesse um elemento utópico”, lembra, ensaiando características que, “modéstia a parte”, são seus fortes: a humanidade na relação médico-paciente. Acabou homeopata, especialidade que
exige tratamento individualizado, mas não exerce mais. Atualmente, quem tem o azar de recorrer à emergência do Postão 24h pode ter a sorte de ser atendido pelo poeta. “Eu sou um crítico da forma como a Medicina é exercida – automática, robotizada –, e tento me aproximar mais dos pacientes, mesmo na emergência”, conta. “Agrada-me ouvir as histórias do outro, pois sei que dali vão surgir palavras e frases para abastecer e enriquecer meus versos.”
Membro do movimento estudantil na juventude, Marco lançou o primeiro livro em 99. Viveu a infância em Uruguaiana, na casa dos avós
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Mundo
S
vagabundo por Marcelo Moura iga mundo vagabundo! Vá em frente mesmo que atrás venha gente. Continue com esses dentes tortos, mastigando debilmente tudo que te dizem e fazem, distribuindo sorrisos horripilantes para os que te encaram. És vagabundo por obrigação, pois te constroem noite e dia sem reclamar, não precisas fazer nada, não te dão qualquer opção. Permaneça esperando que tentem te reinventar ou te destruir, existe gente capaz, acredite nas pessoas, mesmo que elas não acreditem em ti. Para ti tudo é fácil, mundo vagabundo, na verdade nem deverias existir, poderias ser apenas um conceito, uma reles nomenclatura, poderias significar muito menos. Vives vagando por aí feito um maltrapilho sem eira nem beira, recebendo culpas e glórias sem ter feito coisa alguma. Tu abrigas muitos debaixo dos teus paradigmas, e também exclui aqueles que não seguem teus caprichos. Entendas mundo vagabundo, és caótico e genial nas grande cidades, limpo e reacionário nos campos, és complexo nas grandes mentes e entediante nas pequenas. Devem ter te dado esse nome, mundo, por rimar com imundo, ou quem sabe profundo, oriundo... de onde? Tu não nasceste nem morreste, só está por aí, para todos que te querem e te precisam. Vais assistir a partida de todos sem dizer uma palavra, não tens a menor consideração pelos que te deixam. Tu não tens, como nós, uma vida para viver ou perder, e é por isso que não te invejo mundo, pois és apenas o cenário de nossas grandiosas vidas.
Matias Lucena
| Alien Rat Skull |
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
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O universo pop aparece logo nas cores da obra que fez parte da exposição Badass, de Matias Lucena, com curadoria de Mona Carvalho. Colorida, a caveira desenhada no computador, diferente da maioria dos desenhos do artista feitos à lápis, lembra referências pessoais como tatuagens e rock n’ roll. Quadrinhos e publicidade influenciam Matias, que brincou com símbolos míticos no artefato nórdico da caveira.
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Michael Susin, Acervo Pessoal/O Caxiense
Viagem ao país de Fidel
Cubanos leem o Granma, maior e mais tradicional jornal estatal, distribuído em todo o país e também fora, na versão internacional
NOTÍCIAS DA
IMPRENSA CUBANA
A
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
cerimônia de entrega do Prêmio Sakharov para liberdade de expressão, na quarta-feira (15), não contou com a presença do maior agraciado – a exemplo do Nobel da Paz, no dia 10, quando o governo chinês impediu que Liu Xiaobo deixasse o país para receber o reconhecimento. Guillermo Fariñas não pôde receber o Sakharov do Parlamento Europeu na França. O governo dos irmãos Castro o acusa de ser funcionário do Escritório para os Interesses dos Estados Unidos em Havana. O cubano já foi preso por ter supostamente espancado um idoso no ano passado. Na prisão, começou uma greve de fome pedindo a libertação de presos políticos. O Parlamento Europeu atribui a soltura de sete pessoas a seu sacrifício, e por isso concedeu-lhe o prêmio. “Não há liberdade de imprensa ou de expressão em Cuba. A crítica interna é vigiada e qualquer protesto político é condenado à prisão”, afirma o professor de jornalismo internacional da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) Jacques Wainberg. “Há plena liberdade de imprensa, existem vários veículos de comunicação e associações de jornalismo”, rebate Vânia Barbosa, jornalista aposentada e presidente do Conselho Deliberativo da Associação Cultural José Martí
Com apoiadores e críticos ferrenhos, regime comunista mantêm mídia estatal para divulgar ações do governo
do Rio Grande do Sul. A constituição cubana limita a propriedade de meios de comunicação ao governo, que tem três jornais de circulação nacional, quatro estações de TV, seis de rádio nacional e uma internacional, segundo a ONG norte-americana Freedom House. No entanto, existem jornais e agências de notícias independentes, como a Hablemos Press. Vânia foi uma das organizadoras da 1ª Brigada Internacional contra o Terrorismo Midiático, que ocorreu em Caimito, cidade próxima a Havana, entre os dias 16 e 20 de novembro. O estudante de Relações Públicas da UCS e fotógrafo Michael Susin foi um dos 11 brasileiros que participaram do evento, que reuniu 60 comunicadores de 24 países. Michael conta que ouviu palestras de jornalistas cubanos. “Os próprios meios de comunicação estatais garantem espaço para a crítica. Mas a crítica é mais propositiva do que aqui, não é contra os governantes, é contra aspectos negativos de uma lei, por exemplo”, afirma. “Os órgãos oficiais, obviamente, têm a tutela, a edição, e efetivamente só divulgam a mensagem do governo”, discorda Vilson Antonio Romero, diretor do Departamento de Direitos Sociais e Imprensa Livre da Associação Riograndense de Imprensa (ARI).
lucionários cubanos celebridades, Unidas já terem pedido para que como Yoani Sánchez, blogueira e as restrições fossem reduzidas. autora do livro De Cuba, com Carinho. “É uma brecha da comuniAtualmente, o governo cação, mas os governos tentam cubano debate mudanças no sisbloquear o acesso, a exemplo do tema econômico do país. A intenque acontece com o Wikileaks. O ção é diminuir o número de fungrande inconveniente disso é que, cionários públicos, maioria dos como a internet é rudimentar em assalariados. Vilson acredita que Cuba, um contingente muito pe- essas modificações não aumentaqueno de habitantes rão a quantidade de têm acesso às crítiveículos indepencas”, analisa Vilson. “A crítica dentes de comuniEle, que também interna é vigiada cação na ilha, mas edita o Tambor na e qualquer que outras podem Aldeia, relatório so- protesto é impulsionar isso. bre a liberdade de “Num prazo de uma imprensa no mun- condenado”, diz década, teremos do, lembra que as Wainberg. “Há uma nova situação. restrições de acesso plena liberdade A tendência é que não são exclusivida- de imprensa”, Cuba comece cada de cubana. vez mais a fazer esrebate Vânia Michael faz parte forços, pressionada da Juventude Soinclusive por outros cialista do Partido Comunista países latino-americanos, abrindo do Brasil (PC do B) e conta que brechas à liberdade de comunicao uso da internet é feito no que ção. A mobilização da comunidaos cubanos chamam de Palácios de internacional favorece que a da Comunicação, locais de aces- distensão aconteça e o regime de so público. Moradores da ilha Castro, por mais que dure há tannão têm rede em casa. Universi- to tempo, está muito próximo do dades, hospitais e alguns hotéis fim. Os dois (Fidel e Raul) já estêm conexão à internet. “Eles são tão com idade avançada e, com a automaticamente bloqueados se morte deles, a tendência é mudar quiserem entrar em qualquer site alguma coisa, virem outros goverde notícias dos Estados Unidos. nantes”, aposta o editor. Vânia, no Mas a internet é limitada por cau- entanto, afirma que o governo é sa do embargo”, garante Vânia. sustentado pela ideia da revoluOs Estados Unidos mantêm um ção, não pela figura dos dois lídeembargo econômico a Cuba des- res. Enquanto especialistas discuNos últimos anos, a profu- de 1962, apesar de 19 resoluções tem, o espião ou herói Guillermo são de blogs tornou contrarrevo- da Assembleia Geral das Nações Fariñas permanece calado.
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Guia de Cultura
por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
Exposição | Tempo Revisitado
A fama dos ilustres desconhecidos por MARCELO ARAMIS
De casa nova, o Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul ganhou também uma bela e confortável sala de visitas. Na nova Galeria do Ordovás, pronta para receber convidados ilustres de outros acervos e cheia de expectativas para exposições inéditas, os anfitriões foram os primeiros a ocupar o espaço. Com 122 obras do Amarp, selecionadas pela curadora convidada Odete Garbin, a exposição Tempo Revisitado é um resumo do conteúdo e da trajetória do acervo. Antigas, importantes e valiosas obras que fazem parte da história da arte em Caxias figuram com ares de novidade na galeria. Quem visitou pode relembrar grandes exposições e rever trabalhos de artistas contemporâneos. As maiores surpresas, no entanto, estavam nas obras antigas, inéditas aos jovens olhares. O Amarp tem 640 obras cadastradas por título, autor, data, técnica, dimensões, peso e doador. O acervo reúne as obras que cada artista que expôs nos espaços públicos doou ao Município, além de doações de colecionadores, desde a época da Intendência. A mais antiga, um desenho de grafite, é de 1904, antes de Caxias se tornar cidade. A obra está no primeiro grupo da exposição, dividida por décadas, até 2010. Logo acima, uma gravura em água forte – técnica de gravura em metal – chama atenção pela delicadeza do traço. A obra de 1927 é assinada por Cilner, certamente um artista talentoso, mas de quem não se sabe nem o nome exato. É uma exceção. Enquanto percorre a galeria, Odete Garbin, conhecedora da história da arte caxiense, é capaz de definir a importância de cada obra, explicar as tendências de cada período e encontrar conexões entre os artistas. Conforme a curadora, a exposição é uma tentativa de representar o todo do Amarp e alertar para a importância da preservação. Tempo Revisitado é só um recorte, bem argumentado e criterioso, mas com a marca da curadora. E esse é um dos benefícios de levar o acervo para a galeria. A cada nova curadoria, nova proposta. Novos diálogos. Foi uma aquarela de Rita Brugger que me deu as boas-vindas. Em festas de estranhos é sempre assim, a gente fica procurando os conhecidos. Logo, uma Maria de Victor Hugo Porto, as tramas da Geno, uma cabeça de Bez Batti, uma escultura de Segalla, bolachas de Viviane Pasqual, personagens de Beatriz Balen, poesias de Giacomin e blasfêmias de Sandro Ka se juntaram à rodinha dos meus amigos. Eles estavam na minha contemporânea e pretensiosa lista daqueles que não podiam faltar. No dia seguinte, sem visitas ou canapés, Odete me apresentou outros grandes nomes, que ficam na galeria até o dia 16, quando voltam para uma sala cheia de outros ansiosos para (re)estrear na galeria.
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Exposição Tempo Revisitado tem 122 obras do Amarp selecionadas pela curadora Odete Garbin Mísero, retornam a Nárnia, onde encontram Caspian, agora rei. De lá, eles partem em busca dos Sete Lordes Desaparecidos de Telmar. 10 anos. 115min.
CINEMA l Aparecida, o Milagre | Drama. 14h20, 16h40, 19h10 e 21h20 | Iguatemi Marcos é um bem-sucedido empresário, natural de Aparecida, que, quando jovem, renega a fé dos pais na padroeira do Brasil. Anos depois, quando seu filho único sofre um grave acidente, ele busca a superação através do reencontro com o passado e a fé. Dirigo por Tizuka Yamasaki. Com Murilo Rosa, Maria Fernanda Cândido, Bete Mendes e Leona Cavalli. l TRON, o Legado | Ação. 17h30 (dub.) e 22h20 (leg.) (3D). | Iguatemi O filme é baseado no original TRON, de 1982. A história é uma aventura de alta tecnologia, ambientada num mundo digital, povoado por programas ferozes e jogos fatais. O jovem Sam Flynn vai investigar o paradeiro do pai, desaparecido há 25 anos. Juntos, eles aventuram-se em um universo cibernético que a Disney promete ser visualmente deslumbrante (só está disponível em 3D). Dirigido por Joseph Kosinski. Com Garrett Hedlund e Jeff Bridges. 12 anos. 127 min. Recomenda l As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada | Aventura. 14h, 16h30, 19h, 21h40; 13h e 19h40, 15h e 20h (3D) dub. | Iguatemi Através de um quadro mágico, os irmãos Edmundo e Lúcia Pevensie, com o primo Eustáquio
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MÚSICA
Recomenda l Dias Cinzas | Sábado (18), 21h | Após cinco anos de trabalho, a banda Álgida lança seu primeiro álbum, pelo Financiarte. As principais referências são grupos do pós-punk inglês como The Cure, Bauhaus e Joy Division. Os integrantes são Anderson Aguzzoli (baixo), Diego (guitarra), Elias (vocal), Andrius (teclado) e Primata (bateria eletrônica prograAINDA EM CARTAZ – Enfim mada). Viúva. Comédia. Domingo (19), Teatro Municipal 20h. Ordovás | Harry Potter e Entrada franca | Casa da Cultura as Relíquias da Morte: Parte 1. Aventura. 15h15, 18h30 (dub.) l Baile de Máscaras | Sábado e 21h30 (leg.). Iguatemi | Mega- (18), 23h | mente. Animação. 13h40, 15h40, A festa já está na 3ª edição e a 17h40 e 13h (3D) (dub.). Iguatemi ideia é que todo mundo vá mas| Tropa de Elite 2. Policial. 14h10, carado. Quem for a caráter ganha 16h50, 19h20, 21h50. Iguatemi. desconto no ingresso. O show é 17h e 19h30, sem sessão às 17h na da banda de meninas Miss Take, sexta (17). UCS | estilo anos 80. Vagão Bar INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quar- R$ 10 (máscara), R$ 12 (nome na ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), lista até 00h) e R$ 15 | Estação FérR$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos rea | 3223-0007
l A rede social | Drama. 19h30 e 22h (leg.). | Iguatemi Eleito melhor filme de 2010 pelas mais importantes associações de críticos americanas, o filme recebeu seis indicações ao Globo de Ouro. A Rede Social aposta ainda em indicações ao Oscar. Por aqui, continua em cartaz em apenas duas sessões. Dirigido por David Fincher. 14 anos. 117 min., leg..
e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
Recomenda l Festa do Beco | Sábado (18), 23h | A famosa balada porto-alegrense sobe a Serra. A trilha, com muito eletrorock, é dos DJs residentes em POA Schutz, Machuca e Dani Lacert, e do convidado Caio Britto. Mtwo Bistrô R$ 20 ou R$15 (nome na lista) | Perimetral | 3027-3145 l Electric Blues Explosion | Terça (22), 22h |
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No repertório, releituras de clássicos do blues e Southern Rock, como B.B. King, Gary Moore, Eric Clapton, Buddy Guy, Lynyrd Skynyrd e também artistas mais contemporâneos, como Jonny Lang, Pride and Glory, Gov’t Mule, Joe Bonamassa e Richie Kotzen. Sempre com uma pegada mais enérgica, característica da formação musical e das influências do guitarrista e vocalista Rodrigo Campagnolo. Mississippi R$ 8 (feminino) e R$ 10 (masculino) | Moinho da Estação | 30286149 l PH Vip | Sexta (24), 23h59 | As atrações principais são os DJs Divine Girls (4Djanes) e You&Me (Live). No warm-up, Dj Cassiano Oxley, e nos telões, VJ Leo (Integrante do Projeto Life is a Loop). Os ingressos vão de R$ 20 a R$ 1.800 (camarote), variando em sete categorias, conforme o quão VIP você quer ser. À venda nas lojas Évidence e Cia Básica. All Need Master Hall BR-116 | 3028-2200 TAMBÉM TOCANDO: Sábado (18): Hammer Down. 22h. Rock. Mississippi. 3028-6149 | Dr. Eruption. Tributo a Van Halen. Vagão Classic. 9136-5071 | Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Izzi Louise. Pop rock. 23h. Santo Graal. 3211-1873 | Ana Paula Chedid e Lazaro Nascimento. Após, Fabricio Beck. MPB, samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Festa Latina. Latina
e eletrônico. Pepsi. 3419-0900 | Banda Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Poder da Criação. Reggae. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Domingo: Sunday Harp. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Domingueira. DJ Fumaça. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Terça (21): Acústico com Vini e Isack. MPB, rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (22): Pietro Ferreti e Bico Fino. Samba Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Acústico Mark e Wood. Rock. 20h. Vagão Classic. 9136-5071 | Fernando Costa. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Sexta (24): Natal sem Controle. Rockstuff. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Natal Havana. DJ Gustavo Bravetti. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Rafa & Tita. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 |
EXPOSIÇÕES l Aos Mestres | De terça a sábado, a partir das 17h | Ideias, conceitos e atitudes de cada período importante da História da Arte, desde a pré-história, passando pelo cubismo, até a arte contemporânea, são as inspirações dos artistas Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. As 14 obras da exposição também ilustram o Calendário com Arte 2011.
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Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação Entrada franca | Junto ao Boteco 13, no Largo da Estação Férrea | 3221-4513
3021-7348 | Mostra dos Trabalhos da Oficina de Artesanato do Distrito de Criúva. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural do Ipam. 3222-9270 | Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira. Bob De Grandi. De segunda a sexta, das 8h30min às 18h, e sábado, das 10h às 16h. Até sábado (18). Galeria Municipal. 3221-3697 |
Recomenda l Tempo Revisitado - Obras do Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul | De terça a sexta, das 9h às 19h, e sábado e domingo, das 15h às 19h | Um resumo do conteúdo do Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul (Amarp) pelo olhar e pela memória da curadora Odete Garbin. DANÇA Galeria de Artes do Ordovás Entrada franca | Ordovás | Luiz Antunes, 321 | 3901-1316 l Broadway | Sábado (18) e domingo (19), às 20h30 | AINDA EM EXPOSIÇÃO: Aves No espetáculo, 170 bailarinos do Sul. Cristiano Dalla Rosa. De da Endança interpretam coreoterça a sexta, das 8h às 11h30 e grafias de jazz, hip-hop e dança das 13h30 às 18h, e sábado, das contemporânea inspiradas nos 9h às 11h30. Até sexta (24). Mu- grandes musicais de Nova York, seu de Ciências Naturais – UCS. entre eles A Chorus Line, O Fan3218-2100 | Diversidade Cultu- tasma da Ópera, All That Jazz, ral nos Trilhos da História de Grease, Mágico de Oz e Hair. Os Caxias do Sul. Antônio Carlos coreógrafos são Cris Dall’Agno, Lorenzetti. De segunda a sexta, Diana Tomé, Juliano Dias, Lisa das 10h às 16h. Prefeitura de Ca- Susin, Marina Vilchez, Nicole xias do Sul – 3º piso. 3218-6000 | Giovanella, Maximiliano Dantas, Exposição de Arte Natal Luz da Plínio Viana e Stefânia Demori. Vida. Francielle Telles e Santte- UCS Teatro les Eventos e Fotografias. De se- R$ 25 (à venda na escola, na Av. gunda a domingo, das 8h às 20h. Júlio de Castilhos 1503/ 1º andar) | Sesc. 3221-5233 | Identidades Si- UCS | 3223 9497 multâneas: imagens de um lugar ou de lugar qualquer. Simone l Trajetórias | Domingo (19) Rosa. De segunda a sábado, das e segunda (20), 20h30 | 10h às 19h30, e domingo, das 16h O espetáculo da Escola Prepaàs 19h. Catna Café. 3212-7348 e ratória de Dança da Cia. Muni-
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cipal de Dança de Caxias do Sul é uma composição coreográfica desenvolvida com base no reflexo de um processo de educação e sensibilização em dança contemporânea e artes integradas. As coreografias são da bailarina da Cia. Municipal e professora da EPD, Janaina Cruz. Teatro Pedro Parenti Entrada franca | Casa da Cultura l Uma viagem pelo Oriente | Sábado (18) e domingo (19), às 20h30 | A proposta do 12º Festival da Hayet Escola de Dança é mostrar um pouco sobre os países do Oriente através da dança. São 18 coreografias, representando países como Egito, Tunísia, Argélia, Marrocos e Turquia. Destaque para a mistura de balé clássico com dança faraônica e para a dança cigana. No final do espetáculo, uma banda instrumental árabe, com 14 integrantes, faz show ao vivo. Teatro São Carlos R$ 18 (à venda na escola, na R. Garibaldi, 1094/ 3º andar) | R. Feijó Júnior, 778 | 3221-6387
NATAL l 1ª Feira de Natal do Artesanato Caxiense | Diariamente, das 12h às 20h | A feira encerra sexta (24), com a participação de várias associações de artesãos caxienses e do Banco de Vestuário de Caxias do Sul, com exposição de peças de confecção e tear. Haverá estacionamento e praça com produtos alimentícios produzidos pelos artesãos. Estação Férrea Entrada franca | Estacionamento da Estação Férrea (ao lado da Secretaria da Cultura) l 16ª Encenação do Presépio Vivo | Terça, (21), 19h) | A programação inicia com uma apresentação musical do grupo do Centro de Reabilitação de Pelotas, formado por 30 pacientes com deficiência mental, associada ou não à deficiência física. Após, a encenação do presépio vivo representado por um grupo de 16 funcionários do Pompéia. A encenação, com cerca de uma hora de duração, tem textos de Tânia Tonet e é dirigida por Cleimar Córdova dos Santos. A noite encerra com o Coral Louvores, de Nossa Senhora da Saúde, regido pelo doutor Valério Casagrande. Em caso de chuva, o evento será cancelado. Jardim do Hospital Pompéia Entrada franca | Av. Júlio de Castilhos, 2163 | 3220-8000 l Concertos de Natal | Quarta (22), 21h | A apresentação especial reúne a cantora Fafá de Belém e a Orques-
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tra da Unisinos, sob a regência do maestro Evandro Matté. Após o espetáculo, haverá show pirotécnico. Parque dos Macaquinhos Entrada franca | 3221-5233 l Concerto de Músicas Natalinas | Quarta (22) e quinta (23), 20h30 | Espetáculo do Coro de Câmara Cant’Arte, um grupo autônomo e independente que existe desde 1982. A direção musical e regência são de Anita Bergmann Campagnolo. O concerto ocorre em duas datas: quarta (22), na Capela de São Miguel e Todos os Anjos, em Ana Rech, e quinta (23), na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, no bairro de Lourdes. Entrada franca | l Natal Brilha Caxias 2010| Com o tema Embarque no espírito desta estação, os organizadores fazem uma alusão ao aniversário de Caxias com a chegada do trem. Veja a programação da semana para Caxias e interior: l Encenação do Nascimento de Jesus | Sábado (18), 21h | Participação de atores da comunidade e dos convidados especiais Sandra Fisch, Miguel Angelo e Cristiano Ferreira. Também haverá a chegada do Papai Noel e show de fogos de artifício. Praça Central Entrada franca | Distrito de Santa Lúcia do Piaí Sábado (18): Galópolis – V Magia de Natal no Vale Iluminado. Chegada do Papai Noel. 21h. Praça Matriz | Domingo (19): Fazenda Souza – Um Natal de Luz e Fartura. Desfile. 20h. Avenida Dante Marcucci | Galópolis – V Magia de Natal no Vale Iluminado. Encenação do nascimento do Menino Jesus. 21h. Praça Matriz | Quarta (22): Criúva – Divino Natal 2010. Celebração natalina, apresentação de corais e encenação do presépio vivo. 19h30. Igreja Matriz. | Quinta (23): Fazenda Souza – Um Natal de Luz e Fartura. Cavalgada do Natal Gaúcho. 20h30. Ruas do Distrito | Sexta (24): Fazenda Souza – Um Natal de Luz e Fartura. Missa do Galo, show de fogos e distribuição de balas pelo Papai Noel. Igreja Matriz e Praça | Santa Lúcia do Piaí – Natal Esperança 2010. Missa do Galo com encenação natalina, coral, músicos e show pirotécnico. 22h. Igreja Matriz. | Criúva – Divino Natal 2010. Missa do Galo. 21h. Igreja Matriz | Vila Cristina – Natal da Criança. Distribuição de caixas de bombons. 22h. CTG Galpão da Amizade | Vila Cristina – Natal da Criança. Distribuição de doces e refrigerantes para as crianças de Nova Palmira. 22h30. Armazém Nova Palmira |
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MÉRITO GIGIA BANDERA Mais de 300 pessoas, entre as quais, autoridades, convidados e imprensa, participaram no Clube Juvenil em Caxias do Sul da solenidade de outorga do Mérito Gigia Bandera 2010. Os três empresários escolhidos para a 18ª edição do mérito foram: Edson Tomiello (presidente da Neobus), Ricardo Borghetti (diretor comercial da Master Power Turbos, de São Marcos) e Oscar de Azevedo (diretor industrial da Aspro do Brasil, empresa pertencente a Luxxon - Grupos Lupatech e Axxon. Durante a cerimônia que contou ainda, com representantes da Itália, o presidente do SIMECS, Getulio Fonseca fez um relato das ações empreendidas pelo SIMECS. Na oportunidade, entregou ao prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori uma cópia do Balanço Social da entidade. Para apresentar os homenageados, o ponto alto da noite foi um vídeo documentário com imagens e fatos marcantes de cada um. Desde 1987, o SIMECS reconhece com o Troféu Gigia Bandera personalidades que, com sua visão estratégica, representação institucional, empresária e de defesa da livre iniciativa, projetam suas organizações. PARCERIA SIMECS / SCHIO Durante a solenidade do Mérito Gigia Bandera, a Associação das Indústrias de Schio e o SIMECS, firmaram um aditivo ao protocolo assinado no ano de 1999 que trata de colaboração nas áreas de relações de trabalho, formação profissional e tecnológica, meio ambiente e técnico-comercial. Na oportunidade assinaram o aditivo, o Presidente da Associação Industrial de Schio, Luigi Schiavo e o Presidente do SIMECS, Getulio Fonseca. Como testemunhas deste ato, assinaram: Erminio Colareda, Dário Vívian e Luigi Dalla Via – representantes italianos. Representando o Brasil, Raul Anselmo Randon (que é oriundo daquela provincia italiana) e João Cláudio Pante ( que firmou o protocolo em 1999 como presidente do SIMECS). BALANÇO SOCIAL 2010 Aproximadamente 260 milhões de reais foram investidos pelas empresas representadas pelo SIMECS em benefícios sociais aos seus funcionários no ano de 2009, entre os quais, programas de saúde, educação, transporte, alimentação. Ao lançar a 11ª edição do Balanço Social durante o Mérito Gigia Bandera 2010, o presidente Getulio Fonseca afirmou que este trabalho certamente será motivo para uma reflexão do volume de ações realizadas pelas empresas do segmento do SIMECS, beneficiando 57 mil trabalhadores e seus dependentes, num universo de mais de 200 mil pessoas, número que hoje corresponde a uma cidade de porte médio. BENEFÍCIOS SOCIAIS No Balanço Social 2010 a média mensal de remuneração por trabalhador passou para R$1.902,00. Os investimentos sociais atingiram R$ 370,00 mensais por trabalhador sem desconto sobre os seus ganhos. Portanto, a remuneração mais os benefícios em média por mês totalizaram R$2.272,00. Quanto aos programas de Participação nos Lucros e Resultados, houve uma distribuição superior a R$69 milhões entre os funcionários por parte das empresas participantes no ano 2009. As empresas do SIMECS, que representam a força de trabalho da região também oferecem assistência médica, ambulatorial, hospitalar, odontológica, auxíliofarmácia e auxílio-educacional, entre outros beneficios. EVENTOS REALIZADOS EM 2010 O SIMECS realizou no ano de 2010, em média, sete eventos por mês, com mais de três mil participantes nos principais municípios que compõem a sua base regional. Somente em Caxias do Sul foram realizados em média três eventos mensais, totalizando mais de duas mil pessoas participantes, entre as quais, empresários e profissionais das empresas do segmento metalmecânico, especialmente as de pequeno porte. Foram 80 palestras, seminários, cursos, entre outros. Todos os eventos foram realizados de forma gratuita, sem nenhum custo para as empresas que estivessem em dia com suas obrigações junto à entidade. DESCENTRALIZAÇÃO DE RECURSOS Em 2010, o SIMECS completou o terceiro ano do projeto de descentralização de recursos para os municípios de sua base. Aproximadamente 40 projetos envolvendo mais de mil pessoas foram desenvolvidos em 2010 pelas bases regionais do SIMECS. As empresas metalúrgicas instaladas nos municípios de Carlos Barbosa, Farroupilha, Garibaldi, São Marcos e Veranópolis realizaram diversas ações referentes ao projeto de Descentralização de Recursos, proposto pela entidade. Entre estas ações constam: cursos (metrologia, CNC, soldador, trigonometria, entre outros) palestras e visitas técnicas. O processo de Descentralização das Bases do SIMECS é uma ação pioneira do sindicato. A integralidade da contribuição sindical, ou seja, 25% do orçamento do SIMECS são aplicados neste projeto. NORMA ABNT ISO 26000:2010 Entrou em vigor no dia 1º de dezembro a nova norma de Responsabilidade Social ABNT ISO 26000:2010 - diretrizes sobre responsabilidade social. A informação é da Comissão de Segurança e Saúde Ocupacional do SIMECS. A norma foi objeto de demorados estudos e com intensa participação internacional, cabendo ao Brasil papel de destaque em sua formatação. Ela padroniza conceitos e fornece orientações para todos os tipos e portes de organizações com respeito aos diversos aspectos referentes à responsabilidade social e ao desenvolvimento sustentável e de sua implementação nas empresas em geral, uniformizando conceitos e deixando claro que a Responsabilidade Social não limita-se ao âmbito empresarial mas atinge todas as organizações da sociedade, visando a sustentabilidade. Assim, a Norma estabelece como definição de Responsabilidade Social: responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente por meio de um comportamento ético e transparente. RETROSPECTIVA 2010 O presidente Getulio Fonseca salientou que 2010 foi um período produtivo, de intenso trabalho e de muitas realizações para o SIMECS. Em 2010, o SIMECS foi palco de importantes eventos econômicos, entre os quais, as palestras especiais com o ex-ministro de Infraestrutura e ex-presidente da Petrobras, Ozires Silva e ainda, com o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. Outro fato importante do ano foi a realização de quatro missões técnico-comerciais em nível nacional e internacional. O SIMECS firmou parceria com a Associação Industrial de Schio, Província de Vicenza Itália, estreitando as relações comerciais entre as empresas representadas pelas duas entidades. Um dos fatos importantes de 2010 foi o fechamento da Convenção Coletiva de 2010 nas bases da entidade. Outra importante informação do ano foi o início dos cursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS, Campus Caxias do Sul, escola cuja iniciativa foi liderada pelo SIMECS. Outro acontecimento marcante do foi a 18ª edição do Mérito Metalúrgico Gigia Bandera, destacando os empresários Edson Tomiello, Oscar de Azevedo e Ricardo Borghetti. Conforme Getulio Fonseca, as ações empreendidas pelo SIMECS são resultantes de uma entidade que acredita no trabalho como fonte de realização.
Boas festas! SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – simecs@simecs.com.br
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Dupla
Edgar Vaz, E.C. Juventude, Div./O Caxiense
por FABIANO PROVIN
Oi no Ju
A empresa de telefonia Oi oficializou o patrocínio com o Juventude no dia 13. Assim como a parceria firmada com o Caxias no dia 7 de dezembro, o contrato com o alviverde será válido para o primeiro semestre, ou seja, na disputa do Gauchão. Além da Oi, o Ju é patrocinado pelo Grupo Fátima. Segundo o vice-presidente de marketing do clube, Mauro Trojan, negociações com outras duas marcas estão em andamento e podem ser anunciadas em breve. Na ocasião, o presidente Milton Scola entregou uma camisa ao diretor de mercado da empresa, Éverton Sommer. A camisa (foto) é da fabricante Penalty, que tem contrato vigente com o clube até 31 de dezembro. A Dalponte, nova parceira do alviverde, pretende entregar os novos fardamentos até 12 de janeiro. Na manhã do dia 14 foi assinado o contrato com a Dalponte.
Vitória melhora ânimo no Jaconi
Os últimos amistosos e jogotreino do Juventude de preparação para a disputa do Gauchão a partir de 16 de janeiro já são coisas do passado. No dia 15 de dezembro o alviverde recebeu e venceu o Canoas no Estádio Alfredo Jaconi por 1 a 0. O treinador Beto Almeida, ao término do teste, elogiou o grupo e disse que a vitória foi muito importante para melhorar a moral do grupo. “O resultado positivo era fundamental, após aquele amistoso com o Porto Alegre, quando fomos humilhados diante do nosso torcedor. Precisávamos vencer, e isso foi importante principalmente devido à atuação consistente da equipe”, defendeu Beto. Para o técnico, a principal virtude da equipe foi a personalidade. Foi um bom teste para o Ju, principalmente pelo fato de que o time que era denominado Ulbra, virou Universidade e agora se tornou Canoas Sport Club também participará da primeira divisão do
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Campeonato Estadual. Em relação às últimas partidas, o meia Cristiano mostrou evolução, mas acredito que precisará de mais jogos para voltar ao nível que a papada conhece. Foi dele, de falta, o gol da vitória contra o Canoas. O zagueiro Fred, o volante Jardel e o lateral esquerdo Alex Teles também foram destaque. Este último veio das categorias de base e é uma boa surpresa – Anderson Pico que trate de perder logo os quilos extras, senão ficará no banco. Uma boa notícia também foi o retorno do zagueiro Rafael Pereira, que entrou na segunda etapa do teste. Ele havia rompido os ligamentos do tornozelo esquerdo durante um treino no Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC). O próximo amistoso do Juventude será no dia 21, em casa, contra o Novo Hamburgo, provavelmente às 20h. Dois dias depois, novo confronto, desta vez contra o Veranópolis, às 17h.
Maurício Reolon, Jornal Serra Nossa, Div./O Caxiense
Fabiano Provin/O Caxiense
Profissional respeitado dentro e fora do Juventude, Iran José Cercato (foto), 69 anos, o contador de histórias do Estádio Alfredo Jaconi, não integra mais a comissão técnica alviverde. Contratado inicialmente para fazer exames nas piscinas da ex-sede campestre, o médico está no Juventude há 32 anos – completados em março de 2010. No Ju o assunto não é tratado oficialmente – nem se fala em dispensa. A direção pretende contratar um ortopedista até o início do Gauchão. Até lá, o médico eventual do grupo profissional é o mesmo que responde pelas categorias de base, dr. Denis Toniazzo.
Maicon Damasceno/O Caxiense
Contrata-se médico
Primeiro teste
O Caxias do técnico Lisca faz na tarde de sábado, dia 18, em Flores da Cunha, o primeiro teste de preparação para a disputa do Gauchão. O adversário do jogo-treino, às 16h, no Estádio Homero Soldatelli, será o time amador do Da Rocha. No dia 15 o treinador grená promoveu o primeiro coletivo, que teve Matheus; Alisson, Edson Rocha, Neto e Edu Silva; Marcos Rogério, Itaqui, Edenílson e Rodrigo Paulista; Pedro Henrique e Waldison.
Primeiro adversário
O Caxias estreará na Copa do Brasil em 2011 contra o CeilândiaDF. A vaga foi conquistada no Gauchão deste ano – foi campeão do Interior e ficou em 2º na classificação geral. O jogo de ida será no dia 16 de fevereiro, em Brasília. O jogo de volta está previsto para o dia 23 de fevereiro, no Centenário. Esta será a oitava vez que o clube grená participará da competição (disputou em 1991, 1999, 2000, 2001, 2002, 2007 e 2009).
Sem pay-per-view
A torcida grená não ficou muito satisfeita com a informação divulgada pelo coordenador de esportes da RBSTV e da TVCOM, Gustavo Manhago. No Twitter, ele disse que no Gauchão 2011 a RBSTV e a TVCOM terão direito a transmitir um jogo cada por rodada. No pay-per-view (canal pago) haverá transmissão somente das partidas da dupla Gre-Nal e do Juventude. Ou seja, o Caxias ficou fora do expediente do canal.
O Guerreiro agora é alviazul O volante Lauro, 37 anos, decidiu continuar jogando futebol. O Baixinho conversou com dirigentes do Juventude no dia 15 e comunicou que pretende seguir, pelo menos, mais dois anos na profissão. No dia 16 o Guerreiro foi apresentado no Esportivo, onde jogará a Segundona gaúcha. Ele promete continuar ajudando o time que o revelou: “Não tenho absolutamente nenhuma mágoa. O Ju me ajudou muito. Já coloquei meu nome à disposição e devo
continuar fazendo o trabalho junto ao marketing do clube, visitando escolas, entre outras coisas. Não preciso ter contrato para isso. Faço por gosto”. O eterno ídolo alviverde ainda não sabe o que fará depois de pendurar as chuteiras, mas diz que gostaria muito de trabalhar na formação de atletas. Lauro Antonio Ferreira da Silva é natural de Alegrete. Formouse na base do Ju e passou por Palmeiras, Etti-Jundiaí, Grêmio e Ulbra (atual Canoas).
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Guia de Esportes
por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br
RÚSTICA l IV Rústica Noturna | Sábado, 20h30 | Exatamente uma hora é o tempo máximo que os atletas inscritos terão para percorrer os 6,7 mil metros da prova que irá movimentar a noite de Ana Rech. A largada será na Praça Pedavena, em frente à subprefeitura. O percurso inclui as ruas Dante Marcucci, Nino Marsiaj, Silva Facciolo, Avenida Rio Branco e rótula da Marcopolo, com chegada novamente na praça. A prova sai independentemente de chuva ou trovoadas. Praça Pedavena Participação gratuita | Av. Rio Branco, Ana Rech
Hóquei reúne 4 times domingo
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Amanda Zanette, Divulgação/O Caxiense
BASQUETE Recomenda l Caxias do Sul Basquete x Sogipa | Domingo, 19h | A equipe treinada por Rodrigo Barbosa entra em quadra para disputar a terceira partida do play-off final do Campeonato Gaúcho. Diante da sua torcida, o Caxias do Sul Basquete tenta repetir o feito de 2009, quando venceu o Java, de Estância Velha, na decisão, ficando com o título. O jogo terá transmissão da Rádio Caxias e da TVCOM. Ginásio do Juvenil Ingressos antecipados no Posto Tonolli a R$ 3. Na hora, R$ 5 | Marquês do Herval, 197
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CICLISMO
FUTEBOL
l 6ª Etapa do Campeonato Gaúcho de Resistência | Domingo, 9h | Cerca de 100 ciclistas darão o seu máximo na disputa da última etapa do Campeonato Gaúcho de Resistência, prova que define o grande campeão. A Associação Caxiense de Ciclismo (Acaci) estará representada por pelo menos cinco atletas. A largada está marcada para as 9h, em frente ao Santuário de Nosso Senhora do Caravaggio, em Farroupilha. Estacionamento de Caravaggio Entrada gratuita | Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, Farroupilha
l Caxias x Da Rocha | Sábado, 16h | Lisca terá o seu primeiro teste no comando da equipe grená, jogando em Flores da Cunha. O adversário é o Da Rocha. Se você o desconhece, não se culpe pela ignorância. O Da Rocha é um time caxiense de futebol amador. Para o jogo-treino, o Caxias deve entrar em campo com: Matheus; Alisson (Patrício), Edson Rocha, Neto e Edu Silva; Marcos Rogério, Itaqui, Edenílson e Rodrigo Paulista; Pedro Henrique e Waldison. Na quinta-feira (23), às 16h, o Caxias volta aos gramados, também em Flores da Cunha, para um segundo jogo-treino com a equipe do Sindicato dos Atletas Profissionais. Estádio Homero Soldatelli Entrada gratuita | Barros Cassal, 377, Flores da Cunha
HÓQUEI EM LINHA Recomenda l Campeonato de Integração | Domingo, a partir das 10h30 | Patins, tacos e discos devem movimentar a Arena Municipal neste domingo. A competição reúne quatro das cinco equipes gaúchas de Hóquei em Linha. Destas, duas são caxienses. O Time de Hockey de Caxias (THC) e o Pirates, rivais locais, irão brigar para erguer mais um caneco. De fora, vêm o Hunters, de Novo Hamburgo, e o Blade, de Porto Alegre Os primeiros jogos começam às 10h30, e a final está programada para as 16h. Arena Municipal Entrada gratuita | Luiz Antunes, ao lado do Centro de Cultura Ordovás (Luiz Antunes, 312, Panazzolo)
l Juventude x Novo Hamburgo | Terça (21), 20h | O time alviverde busca a segunda vitória consecutiva para engrenar de vez na pré-temporada e esquecer as derrotas para o Porto Alegre e para a Marcopolo. O time treinado por Beto Almeida, que venceu por 1 a 0 o Canoas Sport Club na quarta-feira (15), agora tem um desafio mais complicado: ganhar do Novo Hamburgo, equipe que derrotou o alviverde por 3 a 1 na última edição da Taça Fábio Koff. O Juventude deve entrar em campo com: Jonatas; Fred, Umberto e Tiago Silva; Celsinho, Tiago Renz, Jardel, Cristiano e Alex Teles; Denílson e Ismael Espiga. Alfredo Jaconi Entrada gratuita | Hércules Galló, 1.547, Centro
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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Entre outras vantagens, que começam a ser reconhecidas, a definição das taxas do Fundo Municipal de Recursos Hídricos evitará que o aumento da tarifa de água alcance a faixa de 18%, percentual que vinha sendo reivindicado pelo Samae. A nova tarifa – em torno 8% - deverá ser anunciada antes da virada do ano. E mais: a instituição do fundo força o governo municipal a criar a tarifa social, antiga aspiração de vereadores e presidentes de bairros.
Alternativa
Marcos Daneluz (PT) está eleito, enfim, presidente da Câmara de Vereadores. A candidatura Renato Oliveira (PC do B), admitem agora integrantes da base governista, era somente uma estratégia governista no caso de os petistas fecharem em torno do nome de Ana Corso (PT). Assis Melo, colega de Renato, gostou da ideia e começou a negociar com seus pares. A confirmação de Marcos Daneluz como candidato do PT eliminou aquilo que seria para muitos um problema.
Alinhamento
A vinda do governador eleito Tarso Genro a Caxias na última quarta-feira à noite é mais uma quebra de paradigmas que tem como patrono procedimentos adotados pelo presidente Lula. Quem poderia acreditar, anos atrás, que um líder petista, eleito para o mais importante cargo do Estado, viria se encontrar com dirigentes de sindicatos patronais, na CIC, com o intuito de discutir propostas de governo?
Pelo patrimônio
O Ministério Público criou projeto piloto de regionalização na defesa do patrimônio público. O promotor de Justiça Adrio Gelatti, da Promotoria Especializada de Caxias do Sul, foi designado para coordenar investigações e ações judiciárias na região. Com essa indicação, o MP só oficializa um trabalho que vinha sendo desenvolvido com muita habilidade por Gelatti.
Por sinal
Ausentes da sessão
Ficaram mal na foto os dois re- alguns eleitores caxienses já recopresentantes caxienses na Câmara mendam: recusar a diferença proFederal em relação ao reporcionada pelo reajuste ajuste de salários de presalarial, como fez com sidente, vice-presidente, os 99% de aumento ausenadores e deputados toconcedido aos vereafederais. Ausente da sesdores caxienses nos anos são porque o voo para 80, fato que alavancou Brasília atrasou, o tucasua trajetória política. no Ruy Pauletti diz que o aumento aprovado é Os vereadores caexagerado e inoportuno, xienses não serão bemas não votaria contra neficiados com o efeito se estivesse em plenário. cascata do reajuste de Também ausente da senadores e deputados sessão, “por estar tenfederais – que elevará o tando derrubar o regime salário dos deputados de urgência da votação”, estaduais. Por força da o petista Gilberto Pepe Lei Municipal 6.842, de Vargas diz considerar o julho de 2008, o salário aumento um equívoco. dos parlamentares caxienses está fixado em Por não ter sido reR$ 6.938,85. Só poderá eleito, Pauletti não será beneficiado sofrer reajuste mediante correção com o aumento de 62% no salário de inflação do período – no caso, os dos deputados federais. O reajuste anos de 2009 e 2010 –, e ela será repassará a vigorar no ano que vem. passada juntamente com a revisão Reeleito, Pepe poderá seguir o que salarial dos servidores municipais.
Posso garantir que não discutiremos isso nos próximos dias. E, quando acontecer, será uma decisão coletiva Marcos Daneluz, presidente eleito da Câmara de Vereadores, questionado se os parlamentares caxienses também vão aumentar os próprios salários.
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Dois pontos importantes do encontro de Tarso Genro com empresários caxienses: 1) a decisão pelo local do futuro aeroporto da região será técnica, mantendo-se, portanto, a escolha de Vila Oliva; 2) rodovias federais serão devolvidas à União, conforme proposta (não acatada) da governadora Yeda Crusius.
Pré-candidato à sucessão da Fiergs, o empresário Astor Schmitt tem propostas que deveriam constar em qualquer plataforma eleitoral de políticos preocupados de fato com o futuro do país.
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Vereadores da situação voltaram a confirmar esta semana que, por ocasião do acordo para formação da Mesa Diretora, ficou acertado que no terceiro ano da atual legislatura a presidência seria ocupada pela oposição. Naquela oportunidade, Ana Corso ressaltou que não seria da oposição, mas do PT. À época, ninguém contestou.
Ciranda
No ano que vem, em caso de ausência ou impedimento do prefeito José Ivo Sartori, o novo presidente da Câmara, Marcos Daneluz, assumirá a função. Na possibilidade da ausência de Daneluz – caso ele acabe aceitando convite para algum (a essa altura improvável) cargo no Estado –, assumiria a presidência do Legislativo o vice, Mauro Pereira (PMDB). Para preocupação e desconforto da líder do governo Geni Peteffi (PMDB) .
Honra ao mérito
O prefeito José Ivo Sartori e o comandante do 5º Comando Regional de Bombeiros, tenentecoronel Júlio Cesar Marobin, presidem nesta segunda-feira (20) solenidade de entrega de medalhas de Defesa Civil. Serão 16 militares (a maioria do comando regional da BM) e 10 civis os agraciados. Entre eles, Adiló Didomenico, Francisco Spiandorello, Flávio Cassina, Mauro Pereira, Maria de Lourdes Grisson e Milton Corlatti.
Sonho possível
Hegemonia
Eleito presidente da Assembleia Legislativa do Estado, o deputado Adão Villaverde rompe hegemonia da corrente interna Democracia Socialista (DS) dentro do PT do Rio Grande do Sul. O mesmo acontece, em parte, com a escolha de Marcos Daneluz para a presidência da Câmara Municipal.
Plataforma
Os votos favoráveis dos comunistas Assis Melo e Renato Oliveira ao Fundo Municipal de Recursos Hídricos têm ligação direta com a campanha para a presidência da Câmara.
Diferenças
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Fundo social
Exemplo: expansão da capacidade do sistema educacional, treinamento e qualificação da mão de obra da indústria, focando as necessidades setoriais em diferentes regiões.
O presidente do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes, Éder Dal’Lago, não confirma a realização de encontro dos conselheiros na próxima semana, a fim de definir a nova tarifa do transporte coletivo urbano de Caxias do Sul. Mas a Visate encaminhou a solicitação há horas. E, depois de dois anos de espera, a concessionária espera que a passagem urbana passe para, no mínimo, R$ 2,60. É o que ela espera.
Retoque
Aprovado o reajuste de 6,96%, a prefeitura pretende arrecadar R$ 50 milhões em 2010 só com o IPTU. As modificações deverão beneficiar uma parte dos 159 mil contribuintes do imposto. Eles só esperam que, com isso, a administração possa cuidar mais do aspecto da cidade. Ela anda precisando de um trato.
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