Dezembro | 2010 |S31 |S1° |D2 |S3 |T4 |Q5 |Q6 |S7
57 Ano ii
A rádio
pirata
está no ar, e fazendo festa Roberto
Hunoff Janeiro virá com aumentos na água, nos táxis e talvez nos pedágios
Testemunhos que contam a
história
de Caxias na Justiça
Os robôs ganham espaço na indústria
O QUE A CASA FEZ
PELO POVO
Renato
Henrichs Devolução de verba na Câmara indica que já é hora de rever seu orçamento
Reformas e projetos na Casa da
André T. Susin/O Caxiense
Do campeão de projetos, Renato Nunes (PRB), que apresentou 24, a Edio Elói Frizzo (PSB), que não protocolou nenhum, saiba o que a Câmara de Vereadores produziu em 2010
Cultura R$ 2,50
Índice Roberto Hunoff | 4 Prepare o bolso, pois vêm aí os reajustes de janeiro Legislativo | 5 Quem fez o que na Câmara de Vereadores em 2010
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site
www.oCAXiENSE.com.br Parabéns a O Caxiense pela belíssima matéria sobre o MTD. Alexandre Pereira
Judiciário | 8 Centro de Memória preserva, nos processos, parte da história de Caxias indústria | 10 A robótica assume funções na fábrica e exige qualificação da mão de obra Cultura | 14 Reformas vão atualizar a estrutura de três décadas da Casa da Cultura Guia de Cultura | 16 12 filmes em cartaz; festas populares de virada do ano, só no Litoral Artes | 18 Roupa suja na máquina de lavar e tecnologia de varal Boa Gente | 19 Destaques entre livros e papéis e o melhor milk shake da cidade escondido Rádio Pirata | 20 Seis vezes fechada pela PF, a União FM está de volta Dupla CA-Ju | 21 O saldo dos amistosos e a expectativa por um atacante Guia de Esportes | 22 inscrições em Caxias e atrações no litoral Renato Henrichs | 23 A sobra de dinheiro na Câmara demonstra responsabilidade – e orçamento exagerado
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
Jornal o Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
2
O Caxiense
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
@paulofinger O app de vocês vai, ou deveria, servir de exemplo pra maioria dos veículos impressos que tem por aí... Parabéns! #ocaxiensenoiphone @petersondanda @ocaxiense é um exemplo de como a mídia deveria tratar seu “consumidor”. Parabéns novamente! #ocaxiensenoiphone @Rodrigopontes10 @ocaxiense o app para iPhone ficou show!!! Recomendo. #ocaxiensenoiphone @CarloDeBortoli As capas do jornal @ocaxiense são muito criativas... #edição56 @mario_chaves E eu quero 60% de aumento de salário, pra suportar tanto aumento #reajustedotáxi
NO SITE
Museu Municipal cercado| Não vai aumentar o respeito da população com a memória da cidade. A medida desrespeitou a memória ao prejudicar a estética do prédio. Ramon Tisott Reajuste na tarifa do táxi | Haverá reciclagem e treinamento para os taxistas serem mais cordiais com os passageiros? Rodrigo Collaro Consulta Popular da Câmara de Vereadores | Fui participar e deu duas mensagens de erro. A primeira dizia que o questionário estava em branco, apesar de estar todo preenchido. Na segunda, deu erro na programação. Não sei por que o número de filhos que eu tenho vá interessar para esse cadastro. Alexandre Masotti A consulta Popular é fruto de uma licitação e estamos ajustando a ferramenta junto à empresa contratada, assim que tomamos conhecimento do problema. Quanto ao comentário do Alexandre, referente às informações do cadastro, afirmo que são importantes para possibilitar os filtros analíticos. O número de filhos, por exemplo, pode ser relevante no momento de analisar assuntos que envolvem o sistema educacional, creches, licenças, entre tantos outros. Eloá Nespolo, chefe de comunicação da Câmara Assista ao vídeo da festa da rádio pirata União FM, que ocorreu com autorização da prefeitura em frente a um módulo da Brigada Militar, no bairro Fátima.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
A Semana
André T. Susin/O Caxiense
editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br
Prefeitura espera encontrar ainda em 2011 uma área central para construir uma nova biblioteca. A atual, porém, não será desativada
SEGUNDA | 27.dez Mais ambulâncias e dinheiro para a saúde
Boas notícias abriram a semana. O governo federal equipou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que funciona junto ao Postão 24h, com mais seis ambulâncias. E o governo estadual assinou convênio para repassar R$ 1 milhão ao Hospital Pompéia, destinados à compra de equipamentos para a UTI Adulto, o que permitirá a ampliação do setor em mais 10 leitos.
Câmara estreia Consulta Popular e devolve sobra
A Câmara de Vereadores estreou seu sistema de Consulta Popular na internet com quatro perguntas sobre assunto já debatido, aprovado e sancionado: a Lei Antifumo. O questionário, que pode ser preenchido mediante cadastramento no site do Legislativo, pergunta se o cidadão concorda com a proibição, quem deve ser multado em caso de infração e quais as expectativas de reação dos estabelecimentos e dos fumantes à nova legislação. Serviu como teste da ferramenta, que, como diz o nome, tem caráter apenas consultivo. Se aplicada antes da votação de projetos importantes, tem potencial para ser um bom termômetro da opinião pública. Depois de inaugurar a Consulta Popular, o presidente Moisés Paese (PDT) – que passa o cargo a Marcos Daneluz (PT) no dia 3 – devolveu à prefeitura a tradicional sobra de caixa da Câmara. Neste ano, R$ 3,3 milhões.
80 projetos culturais disputam R$ 1,3 milhão
Até março, a cidade deverá conhecer quais – e quantos – dos 80 projetos inscritos no Financiarte receberão dinheiro público para realização em 2011. A verba total é de R$ 1,3 milhão. Menos que a metade dos recursos que restaram na Câmara de Vereadores, como se viu. Mas, aparentemente, mais do que o suficiente para incentivar bons e bem feitos projetos de literatura, música, teatro, dança, artes visuais, cinema e vídeo, folclore e artesanato na cidade. No ano passado, o Financiarte também teve sobra: cerca de R$ 700 mil. A prefeitura conseguiu mudar a lei para permitir um segundo edital, se necessário – o que já poderá ser feito em 2011. Em 2010, o dinheiro teve que retornar ao caixa geral da prefeitura, mas parte dele será aplicada na área cultural, reforçando o entorno do Ordovás com a criação de pontos de cultura no antigo Albergue Municipal e na sede da UAB.
TERÇA | 28.dez Taxistas pedem 10% de reajuste em 2011
Os taxistas de Caxias estão pedindo aumento da bandeirada, de R$ 3,80 para R$ 4,20, e do quilômetro rodado, de R$ 1,90 para R$ 2,10, em 2011. A expectativa da categoria é que os estudos técnicos da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade sejam concluídos na primeira semana de janeiro, definindo a nova tarifa, que não é reajustada desde 2008. O Sindicato dos Taxistas reconhece que o movimen-
www.ocaxiense.com.br
to em 2010 foi excelente, muito em função da insuficiência de táxis da cidade: apenas 277. A categoria reivindica a liberação de 27 carros a mais, especialmente para atender os bairros – as maiores necessidades, conforme o sindicato, estão no Interlagos, no Bela Vista, no São Caetano e no Santa Lúcia Cohab. Independentemente do que resolver a Secretaria, uma coisa é certa: o táxi continuará custando caro em Caxias. Para efeito de comparação: em Porto Alegre, a bandeirada é de R$ 3,52, e o quilômetro rodado custa R$ 1,76 – por lá, os valores foram reajustados em agosto deste ano.
Comércio não consegue preencher 300 vagas
O apagão da mão de obra na cidade tornou-se ainda mais evidente com a chegada do verão. Das 1 mil vagas de emprego temporário abertas nesta época do ano no comércio, 300 não foram preenchidas, segundo estimativa do presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), Ivanir Gasparin. Nos empregos permanentes, a situação não é diferente. A previsão de Gasparin para 2011 é de dificuldades para contratação especialmente nas áreas técnicas, como eletroeletrônicos e imóveis. Para o presidente do sindicato dos comerciários, Silvio Luiz Frasson, o horário de expediente e a remuneração insuficiente são as principais causas, levando os trabalhadores a preferirem a indústria. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Antônio Kuyava, discorda da questão salarial, mas
reconhece que o horário, que se estende aos finais de semana, pesa na decisão de quem procura emprego. A falta de gente para trabalhar, diz Kuyava, já está freando a expansão do comércio em Caxias.
QUARTA | 29.dez Prefeitura busca área para nova Biblioteca Municipal
O plano é anunciado como uma das prioridades para 2011: construir uma nova Biblioteca Municipal, com localização também central e espaço ampliado para oficinas, contação de histórias e restauração de livros, entre outras melhorias em relação à atual. Esta, porém, não seria desativada. A expectativa do secretário municipal de Cultura, Antonio Feldmann, é pelo menos definir a área este ano. A obra, entretanto, deverá ficar para a próxima administração. Leia mais sobre o assunto na página 14.
QUINTA | 30.dez Horários reduzidos e portas fechadas no comércio
Repartições públicas e bancos não funcionam nesta sexta-feira, véspera de Ano Novo. Os shoppings Iguatemi, San Pelegrino e Prataviera abrem com horário reduzido, encerrando o expediente no final da tarde. No sábado, primeiro dia de 2011, só o Iguatemi atende, mas parcialmente – a abertura é opcional para os lojistas. Os supermercados estarão atendendo nesta sexta-feira, mas a maior parte – especialmente os hipermercados – estará fechada no sábado.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
3
Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Mais aumentos
Certificação
A partir de 1º de janeiro todo produto agrícola orgânico precisará ter o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica para sua comercialização. A determinação é do Ministério da Agricultura por meio de instrução normativa editada em dezembro de 2008 e que estabeleceu o prazo de dois anos para a adequação. O selo, que garante ao consumidor que o produto é cultivado sem aplicação de aditivos e adubos químicos, será concedido por entidade auditada pelo Ministério. Os agricultores de Caxias do Sul e região, que comercializam seus produtos na Feira Ecológica, já atendem à nova determinação. O aval é dado pela Rede Ecovida, organismo que tem 23 núcleos regionais e atuação em 170 municípios, congregando 200 agricultores, 20 organizações não governamentais e 10 cooperativas de consumidores.
Depois da oficialização do aumento da tarifa de ônibus para R$ 2,50 a partir de sábado, 1º de janeiro, o início de 2011 reserva novas altas nos preços dos serviços públicos. Os taxistas esperam que a Secretaria Municipal dos Transportes e da Mobilidade Urbana confirme o pedido de aumento de 10% nas suas tarifas. O índice elevaria a bandeirada dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,20 e o quilômetro rodado de R$ 1,90 para R$ 2,10. Os taxistas alegam defasagem nos preços que não são reajustados desde o início de 2008. Já o Samae deve anunciar na última semana de janeiro o índice de reajuste das tarifas de águas e esgotos, a ser aplicado a partir de 1º de março. O cálculo considera a variação anual dos custos da autarquia. O último reajuste elevou as tarifas em mais de 21%.
Mudanças
Também é esperado para a virada de ano o reajuste nos preços dos pedágios do Polo Rodoviário de Caxias do Sul. Não há confirmação oficial ainda, mas o índice deverá ser da ordem de 5%, o mesmo autorizado para Gramado, onde o preço subiu para R$ 7,20. Nas quatro praças de Caxias do Sul o valor deverá subir para R$ 6,40, mesmo que ainda haja indefinição sobre quem fiscalizará os serviços das concessionárias. A Associação Nacional de Transportes Terrestres confirmou nesta semana que o Ministério dos Transportes retomará as estradas concedidas ao Estado – em agosto a governadora Yeda Crusius, de forma unilateral, anunciou o fim do convênio existente com a União. Já o governador eleito Tarso Genro pensa o contrário: quer manter o controle com o Estado.
Posse
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Qualificação
Guilherme Jordani, Divulgação/O Caxiense
O Caxiense
A caxiense Metadados, fornecedora de software para gestão de pessoas, fechou o exercício de 2010 com crescimento de 17% em sua receita. Para 2011, a meta de expansão é de 25%. A empresa foi reconhecida, pela segunda vez consecutiva, com o Prêmio Fornecedores de Confiança, organizado pela Editora Segmento em parceria com a Revista Melhor – Gestão de Pessoas, publicação oficial da Associação Brasileira de Recursos Humanos. A Metadados emprega 80 pessoas em Caxias do Sul, Novo Hamburgo e São Paulo.
na virada
O InterCity Premium de Caxias do Sul mudou sua direção geral, agora sob o comando de Denilson Althmann. Com mais de 20 anos de experiência na área, o profissional paulistano, formado em administração de empresas, já atuou em várias redes internacionais. Dentre as mudanças imediatas na estrutura do hotel anuncia a troca do carpete por piso vinílico, substituição dos aparelhos de televisão e qualificação do mobiliário e dos enxovais, num investimento superior a R$ 700 mil. Sua meta é de elevar para 71%, já em 2011, a ocupação dos 118 apartamentos do estabelecimento.
4
Crescimento
A Universidade de Caxias do Sul confirmou para 2011 a oferta de três novos cursos de mestrado e um de doutorado. Cada um deles deverá oferecer não mais de 20 vagas. De acordo com o vice-reitor da
Confiança
A Hyva do Brasil, fabricante de cilindros hidráulicos e guindastes, estabeleceu meta de crescimento de 14% a 18% no próximo ano, devendo alcançar receita líquida de R$ 137 milhões. O incremento projetado se dá sobre uma base de comparação muito forte, pois o exercício de 2010 fechou com alta de 89% em relação ao ano anterior, resultando em receita
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
instituição, José Carlos Köche, mais de 70% dos candidatos é de profissionais de mercado em busca de especialização. Para 2014 a meta da universidade é chegar a 20 mestrados e 10 doutorados, dobrando os números atuais.
de R$ 110 milhões, acima inclusive do desempenho de 2008. O diretor geral, Rogério De Antoni, afirma que este foi o melhor ano dos 15 da empresa de capital holandês no Brasil. Para atender a demanda projetada a matriz autorizou investimento no aumento da capacidade de produção de cilindros, aplicados em caminhões basculantes.
O empresário Maurício de Lima Michelon, diretor da Estratégika Soluções Empresariais, assume no dia primeiro de janeiro, sábado, a presidência da diretoria executiva da Microempa. Seus vice-presidentes serão Patrícia Daniela Dani, Fabrício José Gonçalves e Pedro Steffens. Nas diretorias assumirão Joacir Hylário Fontana,Carlo Furtado, Veroni Marques Macedo e Angelo Artur Mestriner. A entidade congrega 1,5 mil empresas de micro e pequeno porte da região.
Fechados
Assim como ocorreu no dia 25 de dezembro, os supermercados de Caxias do Sul estarão fechados neste sábado, 1º de janeiro. Só poderão abrir aqueles estabelecimentos que não usarem mão de obra contratada. A restrição integra o acordo do dissídio coletivo da categoria. O funcionamento normaliza no domingo, situação que também vale para o comércio varejista.
Novos mercados
O Grupo PCP definiu para 2011 o início de operações no Exterior, visando países do Mercosul com atuação nos segmentos de guindastes, implementos rodoviários, máquinas agrícolas e ônibus. Em 2010, a empresa processou 100 mil toneladas de aços planos. Para 2011, o diretor Humberto Cervelin estima acompanhar o crescimento projetado pelo Instituto Aço Brasil (6% para o mercado nacional). Mas dependendo das vendas externas o resultado da empresa deve ser maior.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
O balanço da Câmara
PRODUÇÃO LEGISLATIVA Vereadores caxienses aprovaram 201 leis em 2010. No entanto, poucas foram iniciativas deles
André T. Susin/O Caxiense
O
www.ocaxiense.com.br
campeã no número de projetos aprovados, justifica a primazia – e balanço do ano mostra que o Le- o alto índice de aprovação – dos gislativo caxiense, na verdade, projetos enviados pelo Executivo. não legislou muito. Os vereado- A razão é, segundo a vereadora, res conseguiram aprovar apenas a “noção (dos vereadores) do que oito projetos próprios – excluí- é bom para Caxias”. Na Câmadas as 55 denominações de locais ra, trabalham seis vereadores de públicos e as três concessões de oposição contra 11 que apoiam agraciamento – dos 91 apresen- o governo de José Ivo Sartotados nas 129 sessões ordinárias e ri (PMDB). “Muitas vezes não três extraordinárias de 2010. Três há sintonia (entre o Legislativo e parlamentares propuseram duas o Executivo). Mas tivemos uma leis durante o ano. Outros três, produção excelente, os vereadosomente uma. E Edio Elói Frizzo res entenderam as propostas e a (PSB) nem chegou a protocolar agilidade que precisávamos, espeprojeto. cialmente nos últimos 15 dias.” O número de proposições caiu A vereadora também é, empaem relação a 2009 – foram 281 tada com Frizzo, a que mais precontra 343. O presidente da Casa, side comissões na Câmara. Geni Harty Moisés Paese (PDT), apon- comanda duas – inclusive a que ta o entusiasmo do primeiro ano aprova as finanças do Executivo. da legislatura para justificar a di- “Muitas vezes somos criticados ferença, e lembra por causa dos proda importância da jetos de lei que nofinalização de três “Dizer que meiam ruas, mas é etapas da Consoli- apresentou 30 uma coisa de que dação das Leis do projetos é uma ainda temos a prerMunicípio – os có- ilusão de ótica. rogativa”, reclama, digos de Meio Amseguindo o coro de Só para gastar biente, de Posturas outros vereadores. e de Obras –, pro- papel e tempo A Câmara não pode cesso que segue em dos vereadores. propor leis que sig2011. nifiquem custos ou Uma idiotice”, “É normal, tu diz Frizzo criem receitas para o não tem mais muiMunicípio. Os vereto o que inventar. adores devem levar A Constituição foi aprovada em essas ideias para que a prefeitura, 89. Tem muito vereador que aca- se tiver interesse, as transforme ba apresentando muito projeto e em projetos de lei. O Legislativo 90% são inconstitucionais, têm tem nove comissões permanentes vício de origem”, justifica Frizzo. e quatro provisórias. Nas comisO vereador lembra da importân- sões, que somaram 227 encontros cia do trabalho em comissões em 2010, os parlamentares atuam – ele participa de cinco, preside mais livremente. Reuniões com duas – e alega que trabalhou mui- convidados podem ser convocato como relator de projetos nos das para ouvir e debater os angrupos. “Dizer que apresentou seios da população, e os projetos 30 projetos é uma ilusão de ótica. dos vereadores têm a chance de Só para gastar papel e tempo dos merecer uma discussão mais devereadores. É um gasto irrespon- talhada. sável por parte da Câmara. Uma Em 2010, seis projetos foram idiotice, do meu ponto de vista.” derrubados na Comissão de Também com poucas propos- Constituição, Justiça e Legislação tas, duas, Assis Melo (PC do B) por serem considerados inconsnão relaciona as eleições deste titucionais. O que mais sofreu ano com a sua baixa produtivi- com esse veto foi também o que dade. “Não tem nada a ver com mais apresentou propostas: Renaa minha candidatura. Apresentei to Nunes (PRB). Ele teve resposprojetos que, no nosso enten- ta negativa em quatro de seus 24 dimento, poderiam ser votados projetos no ano. neste ano.” Conheça, nas páginas a seguir, os projetos apresentados pelos 17 A líder do governo na vereadores caxienses ao longo de Câmara, Geni Peteffi (PMDB), 2010. por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
5
O que cada vereador fez em 2010
Fotos: Diego Netto e Cristofer Giacomet (ver. Pedro Incerti)
RENATO NUNES (PRB)
GUSTAVO TOIGO (PDT) Projetos | 8
Projetos | 24
O
Denominações | nenhuma Participação em Comissões | 3 (preside a de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança)
campeão em projetos teve duas proposições aprovadas: a lei que limita o volume do som nos carros e um complemento que torna mais rígidas as penalidades para quem ultrapassar o limite. A maioria das propostas (oito) é voltada para os idosos, sugerindo desde a criação de programas de assistência e conscientização até estacionamento gratuito na Zona Azul. Três delas foram consideradas inconstitucionais e aguardam reformulação do vereador para voltar à pauta. Ele tem dois projetos que obrigariam motoristas de ônibus escolares e funcionários de colégios e creches a passar por cursos psicotécnicos. Nunes quer que estudantes com deficiência tenham vagas garantidas nas escolas mais próximas de suas casas e que paradas de ônibus tenham placas indicando o itinerário do transporte público. Também propõe a instalação de câmeras de segurança em creches, escolas e abrigos para idosos. Mães não atendidas pelo sistema municipal de creches deveriam ganhar auxílio, segundo projeto do vereador. Outras propostas são a campanha Multa Moral para conscientizar pessoas que usam indevidamente o estacionamento de gestantes, um sistema de prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal e os programas Travessia Segura, Deixe a Vida Passar e Escolha o Mascote da Escola nos colégios municipais. Nunes ainda defende que médicos das UBSs possam pedir exames sem que os pacientes passem por consultas com especialista. DENISE PESSÔA (PT) Projetos | 10
N
6
Denominações | 7 Participação em Comissões | 3 (preside a Pró-Hospital de Pronto Socorro Regional em Caxias do Sul)
enhum dos projetos da petista foi aprovado. Três são voltados para a juventude: o que assegura o direito de estudantes de ensino médio se organizarem em grêmios estudantis, o que garante meia-entrada para estudantes em eventos com preços promocionais – sem limite de ingressos vendidos – e também obriga os estabelecimentos a ter em cartazes divulgando o benefício em locais visíveis e, por fim, o que cria o Conselho Municipal da Juventude. A vereadora quer instituir a Semana Municipal de Conscientização do Doador de Medula Óssea, assegurando o atendimento prioritário de doadores voluntários, e criar o Dia Municipal da Etnia Polonesa. De sua autoria, tramitam ainda um projeto que regulamenta feiras itinerantes de produtos de atacado, outro que cria ciclopistas na cidade e um terceiro que determina que somente locais autorizados possam vender óleo lubrificante para carros, ficando proibido o descarte desses vasilhames em lixo comum. Denise propõe também que vereadores tenham acesso a informações financeiras do Executivo e de empresas prestadoras de serviço para o Município e que a fiscalização do assédio moral em setores da administração municipal seja regulamentada.
O Caxiense
Denominações | 6 Participação em Comissões | 4 (preside a de Constituição, Justiça e Legislação)
D
ois projetos de Toigo foram aprovados. Um aumenta de quatro para seis os assentos para idosos nos ônibus e outro obriga empresas de telecomunicação e energia a recolher entulhos depois de fazer consertos em postes. Duas propostas são sobre o trânsito: uma libera idosos de passar pela catraca e outra obriga a Zona Azul a manter um 0800. Toigo quer instituir percentual de 30% de árvores frutíferas em locais públicos, obrigar lojas de eletroeletrônicos a receber material descartado e determinar que lixeiras com cinzeiros sejam instaladas a cada quadra e em parques públicos. Pretende criar ainda o Programa Bolsa Esporte Olímpico, que daria apoio financeiro (não inferior a meio salário mínimo mensal), médico, psicológico e técnico a atletas. VINICIUS RIBEIRO (PDT) Projetos | 8
A
Denominações | nenhuma Participação em Comissões | 6
maioria das proposições de Vinicius está ligada ao cargo de secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, que ele deixou para concorrer a deputado estadual. Seis são de melhorias no sistema de transportes. Destas, duas são voltadas aos ciclistas: uma pede que locais públicos e privados tenham estacionamento para bicicletas e outra que paradas de ônibus ofereçam o serviço. O vereador também quer que multas de trânsito possam ser parceladas. Vinicius propõe ainda que a Central de Associações Comunitárias seja considerada de utilidade pública. Seu único projeto aprovado criou a Escola do Legislativo, que deve oferecer formação para parlamentares e servidores públicos em geral. A Lei Antifumo, que partir de um projeto seu, foi oficialmente aprovada na forma de projetos substitutivos de outros vereadores. GENI PETEFFI (PMDB) Projetos | 7
A
Denominações | 26 Participação em Comissões | 4 (preside a de Desenvolvimento Econômico e a do novo aeroporto)
penas dois projetos de Geni não foram aprovados em 2010, e ainda tramitam. Um deles garante aposentadoria para funcionários municipais celetistas estáveis. O outro determina a instalação de escada móvel em caixas de autoatendimento bancário para anões. Geni também aprovou um projeto que obriga bancos que só têm caixas eletrônicos em andares superiores a instalarem o equipamento no térreo para uso de deficientes, idosos e gestantes. A partir de outro projeto dela, hotéis e motéis são obrigados a ter pelo menos 2% de seus quartos e apartamentos prontos para receber deficientes. Duas entidades ganharam certificado de utilidade pública com projetos de Geni: a Casa Lar Filipe e a Associação de Clubes de Mães de Caxias do Sul.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
RODRIGO BELTRÃO (PT) Projetos | 7
O
Denominações | 2 Participação em Comissões | 4 (preside a de Legislação Participativa e Comunitária)
vereador quer instituir a Feira de Economia Solidária do Município e oficializar a Feira Ecológica da Estação Férrea, implantar o sistema tributário Simples de Caxias do Sul, reservar vagas para idosos em estacionamentos, tornar obrigatório o uso de produtos da agricultura familiar na merenda escolar e tornar o Centro Espírita No Caminho da Luz entidade de utilidade pública. Seu único projeto aprovado foi um título de Cidadão Caxiense. ALAOR DE OLIVEIRA (PMDB) Projetos | 5 Denominações | 5 Participação em Comissões | 1 (preside a Comissão de Ética Parlamentar)
O
vereador fez projetos que asseguram o aumento da segurança em locais de pesca e banho e no entorno de casas lotéricas e agências bancárias. Alaor quer instituir a Semana Municipal de Conscientização dos Bons Costumes em Caxias – projeto que visa a “resgatar e fazer lembrar que boas maneiras não fazem mal a ninguém”, conforme escreve o vereador na justificativa – e o Prêmio Aluno Nota Dez. O peemedebista apresentou um pedido de concessão de título de Cidadão Caxiense. Todos os seus projetos estão em tramitação. ARLINDO BANDEIRA (PP) Projetos | 5 Denominações | 3 Participação em Comissões | 5 (preside a Comissão de Ética Parlamentar)
O
vereador teve dois projetos aprovados em 2010. Uma concessão de título de Cidadão Emérito e a declaração de utilidade pública para a Associação dos Moradores do Bairro Mattioda. O projeto que regulamenta a venda de espetinhos de carne foi vetado. Duas propostas estão em tramitação: a criação de serviço voluntário com objetivos cívicos, culturais, científicos, educacionais ou de assistência social na cidade e uma lei que permite que brigadianos e bombeiros não paguem o ônibus mesmo quando não estiverem fardados. DANIEL GUERRA (PSDB) Projetos | 4
G
Denominações | 1 Participação em Comissões | 6
uerra teve um único projeto aprovado: o que define que os votos de cada vereador nas sessões plenárias sejam disponibilizados na internet. Outra proposta relacionada ao Legislativo solicita que os projetos enviados para análise do Executivo tenham prazo para voltar à Câmara. O tucano ainda quer exigir embalagens transparentes para alimentos perecíveis vendidos na cidade e obrigar restaurantes com buffet a proteger os alimentos de “gotículas de saliva”.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
U
Denominações | 14 Participação em Comissões | 4 (preside a de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação)
ma homenagem de cidadão caxiense foi aprovada e o projeto para que os oficiais de justiça pudessem estacionar onde quisessem por 60 minutos (quando em cumprimento de mandado) foi arquivado. Mauro também propõe que pessoas idosas e deficientes já cadastrados no SUS possam agendar consultas nas UBS por telefone.
MARCOS DANELUZ (PT) Projetos | 2
A
Denominações | 8 Participação em Comissões | 3 (preside a de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo)
proposta de instituir penalidade para mercados que ultrapassarem o tempo máximo de fila foi vetada. Outro projeto semelhante do petista, para que a regra do tempo máximo valha apenas para estabelecimentos com mais de seis caixas, ainda tramita. ANA CORSO (PT) Projetos | 1
ARI DALLEGRAVE (PMDB) Projetos | 2
A
Denominações | 4 Participação em Comissões | 5
Denominações | 8 Participação em Comissões | 4
vereadora quer estabelecer penalidades para estabelevereador propôs uma mu- cimentos que discriminarem pessoas portadança no Código de Pos- doras de HIV/Aids. O projeto ainda não foi turas do Município para proibir a venda de votado em plenário. “pulseiras do sexo”, mas pediu a retirada do RENATO DE OLIVEIRA (PCdoB) projeto depois. Sua outra proposição, em tramitação, disciplina o uso de outdoors e cartaProjetos | 1 zes na cidade para diminuir a poluição visual. Denominações | nenhuma
O
ASSIS MELO (PC do B) Projetos | 2
O
Participação em Comissões | 3 (preside a de Saúde e Meio Ambiente)
O
Denominações | 1 pedido do vereador de transformar a Participação em Comissões | 6 Associação dos Moradores do Lotea(preside a comissão Pró-Universidade mento Vila Ipê em entidade de direito público Pública de Caxias do Sul)
foi aprovado.
comunista propôs a revisão da lei que PEDRO INCERTI (PDT) institui o Campeonato de Futebol Amador de Clubes Não Filiados, mas acabou reProjetos | 1 ncerti substituiu Vinicius tirando o projeto. A proposição que assegura Ribeiro enquanto o compaque os ônibus Sênior Midi, que começaram a nheiro de partido esteve à frente transitar na cidade este ano, só possam operar da Secretaria de Trânsito, Transcom cobrador, terá que ser votada em plenário portes e Mobilidade. Em 2010, sem a participação de Assis, que assume cargo deixou um projeto de lei tramitando na Casa, na Câmara Federal em 1° de fevereiro.
I
que obriga a separação de caixas em que há movimentação de dinheiro do restante das agências bancárias. EDIO ELÓI FRIZZO (PSB) Projetos | nenhum
Denominações | 4 Participação em Comissões | 5 (preside a de Revisão da Lei Orgânica e a de Educação, Ciência e Tecnologia, Cultura, Desporto e Turismo)
HARTY MOISÉS PAESE (PDT)
O
vereador não pôde ter projetos apreciados ou participar de comissões por ser presidente da Casa em 2010, conforme o regimento interno. Mesmo assim, protocolou uma proposta que deve voltar a tramitar no próximo ano. Ela cria a Semana de Conscientização, Prevenção e Combate à Obesidade. DIVERSOS VEREADORES | 5 projetos, todos aprovados DA MESA DIRETORA | 16 projetos, 15 aprovados e um arquivado COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO (CDEFCO) | 3 projetos, todos aprovados (aprovação de prestação de contas da prefeitura) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO, TRANSPORTE E HABITAÇÃO | 3 projetos, todos aprovados PODER EXECUTIVO | 75 projetos, 71 aprovados
www.ocaxiense.com.br
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
MAURO PEREIRA (PMDB) Projetos | 3
7
O baú do Judiciário
A HISTÓRIA PASSA
PELA JUSTIÇA
Processos arquivados no Centro de Memória da UCS são fonte para a interpretação de hábitos e necessidades dos caxienses do século passado
André T. Susin/O Caxiense
Q
Guardiã do acervo, Elizete catalogou em fichas os casos mais relevantes
8
O Caxiense
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
em outras fontes oficiais, como os livros. Apenas uma das 17 varas existentes na comarca atualmente uando se imagina um arquivo está no Centro. “Os demais prode processos jurídicos, logo vem cessos já foram para Porto Alea imagem de estantes lotadas de gre, e precisaríamos pagar R$ 5 caixas abarrotadas de folhas, que por cada volume para trazê-los remete à peculiar burocracia do de volta”, lamenta a coordenadora sistema judiciário. O projeto de Luiza Horn Iotti. Os assuntos são um novo Código de Processo Ci- tão diversos – desde ações fiscais vil, que está sendo discutido pelo até reconhecimento de paternidaCongresso Nacional, estuda, en- de –, porque a criação de varas estre outras coisas, uma maneira pecíficas ocorreu somente a parde dar fim às pilhas de autos pro- tir dos anos 80. Um levantamento cessuais. A proposta inicial era concluído em 2009 analisou 601 que os documentos pudessem ser caixas que contêm 17.589 procesdestruídos cinco anos após a data sos do período de 1900 a 1980, de arquivamento. Algumas medi- totalizando mais de 1 milhão de das pretendem salvar o que é con- páginas. siderado mais importante, como O cenário é muito parecido a publicação de um com um arquivo aviso prévio da elimide processos qualnação dos processos “A partir de quer, aqueles das – para que possam 1900 começamos estantes e caixas loser resgatados pelas a ver a ação tadas, mas no Cenpartes interessadas do Estado tro de Memória –, a digitalização dos a documentação preocupado documentos – o que recebe tratamenimplicaria em altos em conseguir to especial. Todos dinheiro para custos – e a destinaos processos estão ção dos processos os seus cofres”, sendo recuperados com valor histórico diz Luiza Iotti com um trabalho para arquivos públique vai além da cos. No entanto, ainhigienização e resda não houve entendimento sobre tauração. Estudantes do curso de o tema, que deve ser discutido no- História utilizam estiletes, trinvamente pela Câmara Federal em chas e réguas para eliminar gram2011. Será uma discussão impor- pos e fitas adesivas, causadores tante. Afinal, o que para alguns da oxidação das folhas, além de é apenas entulho de papéis, para reparar as fissuras do papel. Para outros compõe retratos revelado- manusear as páginas deteriorares da sociedade. das pelo tempo é preciso usar Em Caxias, graças à parce- luvas e máscara cirúrgicas, além ria entre o Poder Judiciário e a de ter cuidado e paciência. PaUniversidade de Caxias do Sul, ralelamente à tarefa, os bolsistas alguns processos da comarca lo- do Centro aproveitam para ler o cal já estão salvos. Antes que vi- conteúdo dos arquivos. Aos pourassem uma pequena parcela do cos, a tarefa, aparentemente buMemorial do Judiciário do Rio rocrática e entediante, se mostra Grande do Sul, que reúne pro- reveladora e instigante. A leitura cessos de todo o Estado em Porto mais distraída faz parecer que a Alegre, os documentos da 1ª Vara transcrição de cenas em boletins Cível da cidade foram transfor- de ocorrências ou inquéritos se mados em fontes primárias para tratem de contos e histórias irrepesquisa na universidade. Abri- ais, tamanho o absurdo de alguns gado pelo Instituto Memória casos. Deixada a curiosidade e o Histórica e Cultural, o Centro de espanto de lado, os fatos narraMemória Regional do Judiciário dos tornam-se o ponto de partida reúne 2.350 caixas com processos para a interpretação de costumes, criminais e cíveis, pareceres, atos, necessidades e da realidade de decretos, correspondências, foto- quem vivia na região no século grafias e outros objetos que carre- passado. Com a inquietude que é gam consigo parte da história da própria dos entusiastas da Histócidade, aquela não documentada ria, surgem ideias de pesquisas por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Entre as restaurações, Letícia pesquisa diferenças de gênero: “São raros os processos favoráveis às mulheres” e projetos a partir das revela- pelos jurados, que acharam que o para os seus cofres”, completa a ções dos documentos. réu agiu “em estado de completa coordenadora, explicando a exisperturbação dos sentidos e em tência de tantos processos fiscais Entre uma restauração defesa da honra”. “Casos como nos primeiros anos da comarca. e outra, a acadêmica de História esse demonstram que a família Os inventários também revelam Letícia Tonietto, 22 anos, dedica daqui, que aparece tão idealizada, as relações entre gêneros. “Para atenção especial aos processos também tinha conflitos, e confli- o homem, fica a terra. Para a muque expõem as condições de vida tos graves”, analisa a professora lher, fica uma máquina de cosdas mulheres. Execuções fiscais, Daysi Lange Albeche. tura, uma vaca, um porco, uma pagamentos de dívidas e manuespingarda, por exemplo”, conta tenção de posses são os tipos doDaysi aponta o acervo Luiza. minantes de processos arquivados como uma rica fonte para a hisaté a década de 1930. A partir daí tória do cotidiano. Segundo essa A historiadora Elizete surgem registros que têm mães e corrente, a História é construída Ferrari é uma espécie de guaresposas como autoras e principais não só pelos grandes nomes e diã do acervo. Responsável pela interessadas. Ações de alimentos acontecimentos, mas principal- criação de uma base de dados do e de reconhecimento de paterni- mente por pessoas comuns e pe- Centro de Memória, ela guarda dade revelam as expressivas dife- los hábitos e rituais em fichas de parenças de gênero com as quais as do dia a dia. “Os propel as informações “Para o homem, caxienses eram obrigadas a con- cessos permitem anaque mais chamaviver. “Para tentar provar a pater- lisar as resistências, fica a terra. Para ram sua atenção nidade dos filhos, elas precisavam a maneira como as a mulher, fica ao longo de seis provar que eram ‘honrosas’ e ‘me- pessoas resolvem ou uma máquina de anos de trabalho. recedoras dos direitos’. Advoga- alegam determinaEntre elas, o pridas, escrivãs e juízas começam a das situações, quais costura, uma meiro registro de aparecer só na década de 1970, são os argumentos e vaca, um porco, consumo de entorentão a maioria das decisões foi o tipo de interesses uma espingarda”, pecentes da Vara, tomada somente por homens”, que elas colocam em observa Luiza que guarda várias aponta Letícia. “São raros os pro- jogo. Existe a lei, mas nos inventários semelhanças com cessos favoráveis às mulheres. Dá que tipo de argumenos casos atuais. para perceber que conquistamos tos a gente utiliza Em 1969, uma jodireitos na sociedade mas não para questionar essa lei ou para vem de 19 anos é presa na Zona conseguimos encontrar o nosso forçar uma outra abordagem? Por do Cemitério pelo uso da anfetalugar”, afirma Letícia, avaliando isso, toda a documentação é rica mina Pervitin e de maconha. Nas os anos de dominação retratados nas revelações sociais”, justifica. diversas páginas são retratados nos documentos. problemas sociais aos quais, infeEm casos mais graves, como A professora tem interesse lizmente, a Caxias de Sul de hoje nos processos de homicídios e especial em antigos inventários. se acostumou, como o envolviagressões, é comum a mulher Segundo ela, nos levantamentos mento de menores em furtos, o aparecer como a vítima de crimes de bens surgem revelações a par- uso de drogas e a prostituição. O hediondos. Há o registro de um tir do tamanho das propriedades, desfecho do caso é surpreendenimigrante italiano que espancou dos utensílios existentes e das te: o juiz absolveu a jovem “por e matou a tiros a mulher, que ha- relações familiares. A obrigato- entender que deve se aplicar o via acabado de dar à luz, em 1932. riedade de registrar os pertences máximo de defesa social e o míniPor complicações no parto, o bebê é posterior ao período colonial e mo de sacrifício individual”. nasceu arroxeado. Convencido de imperial brasileiro. “Até então, os Outra história que consta nas que havia sido traído, o homem proprietários de latifúndios nun- fichas de Elizete diz respeito ao matou a mulher afirmando que a ca pagaram imposto, e esse im- inventário de uma senhora que criança era filho de um negro. O posto vai incidir também na área morreu em 1965. O documeninquérito diz ainda que “em sua de colonização italiana, o que co- to relaciona os 245 utensílios da fúria homicida, o homem tentou meça a gerar conflitos”, afirma. “A mulher, sendo o primeiro deles matar também o filho”. Conde- partir de 1900 começamos a ver a um quarto de casal completo e o nado pelo juiz, o comerciante re- ação do Estado Republicano pre- último um cachorro da raça fox. correu da decisão e foi absolvido ocupado em conseguir dinheiro Com a contestação do inventá-
www.ocaxiense.com.br
rio por um dos filhos, aparece a existência de um centro espiritualista de umbanda no bairro Jardim América. Elizete também encontrou os primeiros registros de acidentes de trânsito da 1ª Vara Cível, a partir da década de 40. “Tem a história de um casal que vem de Porto Alegre pela BR-116 em que o homem tem o braço decepado por um caminhão com o carros deles em movimento. Isso a 20 quilômetros por hora, quando a estrada ainda era de chão, então tu imagina como eram as coisas”, exemplifica. Uma das responsáveis pela conservação dos processos é a escrivã Nair Bez. “Existe o problema da falta de espaço, mas a 1ª Vara Cível foi o nosso primeiro cartório e conta a história da comarca. Por isso eu sempre pensei em salvaguardar os processos. Foi uma luta muita grande”, ressalta. Além do Centro de Memória na UCS, parte dos processos de Caxias está guardada no Arquivo Judicial da Comarca, instalado em 2006 no bairro Rio Branco para tentar resolver o problema da falta de espaço no Foro. Conforme Luiza, a intenção é que o Centro de Memória transforme-se num laboratório para os acadêmicos, em especial dos cursos de Direito e História, disponibilizando o acervo para consulta local. O caminho para a ampliação do acesso ao arquivo não é tão simples, já que envolve a autorização do Judiciário e a privacidade de pessoas ainda vivas ou de seus descendentes. No entanto, a acadêmica Letícia dá uma pista do que pode acontecer caso mais pesquisadores tenham acesso aos casos retratados nos processos. “A história de Caxias ainda está muito mal contada, é preciso mostrar uma trajetória mais corajosa e menos alegórica do que esta que temos aí”, sugere.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
9
André T. Susin/O Caxiense
Aliados tecnológicos
Os robôs, como o da Sumig, estão sendo utilizados em funções insalubres, que oferecem risco aos funcionários
Os funcionários
do futuro. E do presente
S
10
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br
e você achava que, no futuro, os robôs substituiriam os funcionários nas fábricas... bom, você estava certo. Pelo menos em parte. Nas empresas de Caxias do Sul já se percebe que os homens estão convivendo com ágeis máquinas japonesas – chamadas de robôs, mas que não são nada parecidas com os retratados pelo cinema. Eles chegam para aumentar a produção, qualificar os produtos e, diferentemente do que se pode imaginar, melhorar as condições de trabalho dos funcionários. A Foca, empresa caxiense que produz elevadores, catracas de ônibus e linhas de bloqueio para metrôs e trens, tem dois robôs. Juntos, fazem 17 horas diárias de serviço há um ano. A ideia da empresa era adquirir apenas um, mas pela facilidade de financiamento comprou dois ao custo total de R$ 500 mil. A decisão de investir em máquinas foi tomada porque não havia mais espaço no pavilhão para bancadas e novos soldadores, o que se tornou um problema, já que havia demanda para isso, como explica o gerente industrial André Azevedo. “Em vez de contratar mais soldadores,
O Caxiense
Empresas caxienses investem na compra de robôs. Eles produzem mais, com melhor qualidade e realizam os serviços que a maioria dos trabalhadores evita
com a chegada das duas células de implementos rodoviários, que tui de quatro a cinco funcionários robotizadas admitimos quatro adquiriu, no final de 2010, dois e não gera encargos como uma programadores.” robôs de solda para componen- pessoa para a empresa. Além distes de suspensão, que começarão so, não pede férias, não adoece, Na produção da Foca os 14 a operar em janeiro. “Os funcio- não fuma, não grita, não tira atessoldadores que trabalham de dia e nários da área não tado, não reclama, os sete que fazem o turno notur- serão dispensados, nem traz problemas no dividem espaço tranquilamen- mas realocados “Não basta sindicais”, observa. te com os dois robôs. Um funcio- para outras ativida- mais ser apenas Em alguns setores nário está sempre com cada um des”, explica o dire- soldador, e empresas os robôs deles. Enquanto o robô solda, ele tor industrial Fabio precisa ser um conseguem se mancoloca as peças, ambos atuando Paludo. ter sem a ajuda do programador”, em ritmo frenético. “Ele tem que homem: “Havendo saber de solda e de programação”, De acordo com adverte o peça para abasteciconta Azevedo. Odacir Conte, di- gerente mento ele trabalha O robô faz a parte de cima e a retor executivo do industrial sozinho. Em vez de base das catracas produzidas pela Sindicato das In- André Azevedo o funcionário ir busFoca. Por turno são produzidas dústrias Metalúrcar a peça no estoque de 70 a 80 unidades, variando de gicas, Mecânicas e para ser trabalhada 140 a 160 no dia. “É o que eu fa- de Material Elétrico (Simecs), as pelo robô, a máquina recebe um ria com dois funcionários. Agora grandes empresas da região estão comando do interior de uma sala, faço com um robô”, explica. investindo forte na robotização. pega o item determinado e o leva Por causa da produtividade dos “Se não fizerem isto perderão para a linha de montagem. É um robôs, a Foca não precisou au- mercado, porque os robôs estão robô que anda,” observa o diretor mentar a área de produção, nem nos países mais desenvolvidos. executivo. demitiu funcionários. Mas como Com máquinas antigas e lentas a quantidade de peças produzi- não se têm produtos de qualidaSe um robô realiza o trabadas cresceu, contratou novos sol- de,” explica. lho de quatro ou cinco funcionádadores. “Para eles ficou ótimo, O investimento em um robô re- rios, o raciocínio é que, daqui a porque continuam na fábrica e torna para a empresa em oito me- alguns anos, as fábricas não preficaram responsáveis pelas peças ses, ou mais, dependendo do seu cisarão mais de pessoas. “A tenmais complexas, elaboradas e le- tamanho, estima Getulio Fonseca, dência é que, aos poucos, quem ves. Antes era aquela mesmice”, presidente do Simecs. Outra van- tem condições de adquirir equiexplica Azevedo. tagem, segundo ele, é que o robô pamentos substituirá os homens. O mesmo caminho está sendo não demanda os mesmos gastos Por outro lado, alguém tem que seguido pela Guerra, fabricante que um trabalhador: “Ele substi- construí-los. A mão de obra terá
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
indústrias, mas concorda que em Sumig, empresa que só adquire alguns setores, como na fundição, máquinas no Japão. O modelo muitas empresas ainda usam os mais usado nas indústrias caxienmesmos processos de 30, 40 anos ses é o chamado articulado vertiatrás. “Os jovens não querem tra- cal, que imita um braço, mas que balhar nessa área, até porque em mais se parece com uma broca termos salariais não compensa. usada por dentistas na obturação Então é preciso ter melhorias”, de uma cárie – só que em tamaafirma. “O sindicato nho gigante. sabe que as tecnoloA Sumig adequa gias estão evoluindo “A eliminação a célula à peça que e que isso se reflete de vagas no chão o cliente pretende no mercado, mas tem de fábrica será aplicar a robotique ser tudo dentro compensada zação. Para isso, é da normalidade. Os um projeto e pela abertura de feito postos de trabalho vários testes, estes precisam ser garan- outras em áreas realizados na pretidos em outras fun- pensantes”, sença dos clienções na empresa”, de- projeta Fonseca, tes. “Nem sempre fende. todos conhecem do Simecs No entanto, as como funciona condições para a um robô. Preparamudança de perfil dos funcioná- mos os clientes para que possam rios não acompanham o uso das utilizá-los. Eu sempre pergunto: máquinas nas fábricas. Na rede ‘quem é o pai do robô?’, para que particular, o custo dos cursos de esse seja o que vai programá-lo, programação foge do orçamento ensinar os colegas. Quando a firda maioria dos trabalhadores, que ma recebe a célula ele já teve treidificilmente contam com subsí- namento, viu peças serem produdios das empresas para essa área. zidas e está com local pronto para “Acreditamos que isso mudará recebê-lo. Daí vai precisar de pescom o Instituto Federal de Edu- soas para trocar as peças e apertar
da e precisamos disso”, afirma. A mão de obra para operar os robôs, entretanto, também é escassa, já que é muito recente. “Quando abrem vagas no Sine, pedindo aptos a operar robôs, há pouquíssimos disponíveis. Por isso as empresas os treinam”, diz Tiburi. “Pedimos para funcionários: ‘tu preferes que teu filho seja soldador ou programador de robô?’”, afirma Juarez Fochesatto, diretor da Powermig, outra empresa caxiense que produz células robotizadas para empresas de todo o Brasil. Ele ressalta que a preocupação de que o robô vai substituir a vaga de um funcionário é ilusão, pois as máquinas estão sendo direcionadas às atividades insalubres. “Aqui somos em 20 e trabalhamos todos em função dos robôs, o que não existia anteriormente. Então mudam-se as funções.” As células produzidas na Powermig – também com robôs do Japão – custam em média R$ 300 mil e são vendidas para fábricas com processos de soldagem e de rebarbação. “Hoje empresas de pequeno porte, que faturam de Fotos: André T. Susin/O Caxiense
que se deslocar para construir, pensar, projetar e programar esses robôs. Será pessoal mais elitizado, caro e especializado”, diz Conte. Segundo ele, ao mesmo tempo em que os funcionários de “chão de fábrica” perderão seu espaço, aumentarão as vagas para os das áreas de engenharias, “aquelas pensantes”. “Se uma máquina faz o trabalho de quatro, será que todos serão aproveitados na área técnica? Essa proporção nem sempre é a mesma. Sou do tempo em que o empregador tinha orgulho de empregar muitas pessoas. Hoje não é a mesma coisa. Ouvimos ‘hoje faço com a metade dos funcionários aquilo que fazia antigamente’. Porque a máquina vem substituir o homem”, afirma. Para Fonseca, a falta de mão de obra para a área da solda e montagem, as mais perigosas à saúde, constituem o problema que os robôs resolveram. “Ele realiza as funções perigosas e insalubres sem risco e dá mais qualidade às peças”, diz o presidente do Simecs. De acordo com Conte, funcionários já não se sujeitam mais a fazer certos tipos de trabalho. A
A robótica não substitui o homem, mas muda as funções dele nas empresas e exige mão de obra qualificada robotização os substitui nessas atividades mais sujas, difíceis, pesadas, repetitivas e que podem causar acidentes. “Dois exemplos nas empresas locais: áreas de solda e de polimento de cutelaria. Na soldagem, além dos raios da solda, tem a fumaça. Eles têm que usar macacão, avental de couro, luva, máscara. E sofrem muito com o calor. Na cutelaria o robô assumiu todas as tarefas antes realizadas manualmente”, diz. Na Tramontina, com matriz em Carlos Barbosa, o custo final das peça ainda caiu 10%. “Isto a torna competitiva em relação a China. E não houve redução do quadro, só troca de função,” diz Fonseca. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, Leandro Velho, faz ressalvas à utilização dos robôs nas
cação, Ciência e Tecnologia, porque Caxias não pode ser um dos maiores polos metal-mecânico do país sem ter educação pública na área”, reflete o sindicalista.
botões”, explica Tiburi. Em 2010, a Sumig vendeu oito células para empresas de Caxias, com custo variando de R$ 200 mil a R$ 500 mil. “Mas tivemos casos de R$ 2 milhões”, diz o gerente. A Um robozinho de rosto construção de uma célula pode malandro, olhos verdes e pernas demorar de 15 a 90 dias. cruzadas é uma espécie de mascote da Sumig, empresa, que dentre Tiburi concorda com Fonoutros produtos, fabrica células seca, quando diz que o investirobotizadas. O robozinho, en- mento das empresas em robotizatretanto, é o oposto das enormes ção ocorre também pela falta de máquinas de 170 kg a 200 kg que mão de obra para alguns servisaem da Sumig. ços: “Em um passado não muito No Brasil não são produzidos distante, as empresas buscavam robôs, só montadas as suas célu- robôs para substituir, porque tilas – estruturas de aço posiciona- nham muitos funcionários e gasdas ao redor da máquina. Cerca tos. Com o passar do tempo, não de 90% dos robôs que vêm para conseguiram mais pessoas para o país são japoneses, mas há fá- soldar, que é mão de obra básica bricas também na Itália, Suécia, para a nossa indústria. Não tem França e Alemanha, segundo Fá- quem queira trabalhar com soldabio Tiburi, gerente da robótica da gem. Hoje a indústria está aqueci-
www.ocaxiense.com.br
R$ 2 milhões R$ 5 milhões por ano, são as que mais investem em robôs pela necessidade de adequação ao mercado e concorrência, principalmente com a China. O robô é constante, aumenta a produção e a qualidade. O operador tem dias que não está tão bem e não produz da mesma maneira”, diz Fochesatto. Para Odacir Conte, a robótica substitui partes das operações de uma fábrica. A grande questão talvez seja justamente uma das palavras dessa frase: partes. Na Foca, segundo o gerente industrial André Azevedo, o robô é incapaz de realizar algumas atividades, como por exemplo, o encaixe de uma pecinha no interior da catraca, só possível de ser feito por mão humana. E sem essa peça a catraca não funciona.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
11
Em 2010...
… devolvemos à reportagem o status que ela merece, tratando com profundidade e originalidade de temas como meio ambiente, saúde, economia, política, educação, história, cultura, esporte; … jogamos futebol em uma cama elástica, subimos em um trem em movimento, vasculhamos museus e gavetas atrás de fotografias históricas, dirigimos atores em cena, criamos um modelo exclusivo de gravata, colamos adesivos vermelhos em 5.000 jornais, queimamos a primeira página e montamos uma rede elétrica dentro de uma caixa de tomates, entre outras coisas, para fazer nossas capas;
… acompanhamos a dupla CA-JU em campo, transmitimos imagens ao vivo dos estádios, dedicamos um podcast exclusivo aos times do coração da cidade, comentamos, fotografamos, demos voz aos torcedores, apoiamos os nossos clubes;
… fizemos a mais completa e democrática cobertura das eleições em Caxias do Sul. Ouvimos candidatos de todos os partidos, transmitimos ao vivo de Porto Alegre entrevistas com os principais concorrentes ao Piratini, montamos um estúdio na Redação para conversar com representantes de todas as correntes políticas, transmitimos ao vivo os comícios de Dilma e Serra em Caxias, promovemos debates inéditos, revelamos os bastidores e as contas das campanhas eleitorais;
… fizemos milhares de amigos nas redes sociais, instauramos um diálogo aberto de verdade entre o jornal e seus leitores, ganhamos um prêmio de reconhecimento, abrimos uma nova fronteira para o jornalismo independente, provamos que conteúdo é fundamental;
… divulgamos praticamente todos os eventos culturais da cidade, cobrimos os mais importantes – como o New Jazz Festival, transmitido ao vivo no site –, valorizamos a produção local com resenhas de livros, filmes, peças de teatro e espetáculos de dança e grandes reportagens, discutimos com profundidade (e propriedade) a cultura caxiense;
o
… fomos o primeiro jornal do Sul do país a lançar sua versão para o iPhone.
Em 2011, vamos fazer muito mais.
André T. Susin/O Caxiense
obras em cartaz
O Teatro Pedro Parenti fechará por meio ano, mas as obras ainda não têm data certa. A Biblioteca Demetrio Niederauer talvez fique aberta
A CULTURA
EM REFORMA
A
14
por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima já fechou as portas para as reformas. Entretanto, ainda há pouco de concreto sobre quando elas irão começar e quanto tempo vão durar. Três projetos – um do Teatro Pedro Parenti, outro da Galeria Gerd Bornheim e o terceiro da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer – ainda estão sendo finalizados para entrar em processo de licitação. Fazem parte do pacote melhorias nas partes elétrica, hidráulica e técnica, redistribuição de espaços e troca do telhado. O teatro – que já está fechado, com previsão de assim permanecer nos próximos seis meses – e a biblioteca já têm verba garantida: R$ 145.912,42 e R$ 392.175,94, respectivamente. O dinheiro sobrou do Programa Urb-Al, um acordo firmado entre a prefeitura e a União Europeia em 2004, encerrado em 2008, com objetivo de desenvolver o turismo e a preservação do patrimônio histórico. O destino da galeria, onde as obras custariam em torno de R$ 185 mil, ainda é incerto, bem como o início e o tempo de execução da reforma. A galeria irá passar por alterações mais simples. A intenção é
O Caxiense
Com infraestrutura da década de 80, Casa da Cultura sofrerá mudanças no teatro, na biblioteca, na galeria e até no café do térreo
apenas climatizar o local. “Queremos adequá-la para receber obras e coleções importantes, o que não é possível hoje. Em 2008, tivemos algumas obras do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) numa exposição e precisamos locar equipamento”, exemplifica o secretário municipal de Cultura, Antonio Feldmann. No restante, a reforma envolve manutenções, adequações às normas de segurança e otimização do espaço – a falta dele, aliás, é o grande problema. De acordo com a diretora, Magali Quadros, a Casa da Cultura ficou pequena devido ao crescimento da biblioteca, que ocupa três dos quatro andares do edifício. “Estamos entre prédios, então, não temos para onde avançar, só podemos nos adequar à área já existente, readaptando e repensando o que existe”, explica. Maria Beatriz Pinheiro Machado, responsável pelo setor de conservação de acervo – que está substituindo a diretora em férias, Maria Cristina Tiburi Pisoni –, concorda. “Estamos numa construção feita na década de 80, para um acervo de 50 mil livros. Hoje, temos um acervo que chega a mais de 100 mil livros”, demonstra.
Existe também a demanda de es- umidade é muito prejudicial para paço para armazenar o material o acervo”, justifica. As infiltrações, utilizado nos programas de estí- que atingem a sala de periódicos, mulo à leitura. “Se depender da no segundo andar, entram no criatividade da equipe, temos a conserto. “O teto é muito baixo possibilidade de fazer mais proje- e, além do sofrimento em dias de tos. Porém, a criação acaba esbar- chuva, o calor é intenso. Muitas rando na falta de espaço físico”, pessoas chegam a passar mal lá afirma Maria Beatriz. Para aco- dentro”, diz Maria Beatriz. modar melhor essas atividades e A Secretaria da Cultura afirma deixar os ambientes mais amplos, que, durante as reformas, ao conalgumas paredes serão deslocadas trário do teatro, a biblioteca não e outras suprimidas, deve fechar. Maria gerando a redistriBeatriz acredita que buição de algumas “Estamos numa alguns consertos áreas. A biblioteca construção feita serão grandes deganha, ainda, o re- na década de 80, mais, farão barulho forço de uma sala no para um acervo e sujeira, causando segundo andar, que transtornos às peshoje é ocupada pelo de 50 mil livros. soas que tentarem Hoje, temos mais teatro, e banheiros estudar e pesquinovos, adequados de 100 mil”, sar lá dentro. Esse às necessidades dos observa impasse, afirma deficientes físicos. Feldmann, será reMaria Beatriz Outro item consolvido apenas com templado é a troca o início das obras: da fiação elétrica, que é a mesma “Reformas são complicadas. Ao desde a construção do prédio, em longo do trabalho, novos proble1982. “De lá para cá o volume de mas podem ser descobertos. Porequipamentos (computadores, tanto, isso vai acabar sendo defilâmpadas) triplicou e o sistema nido apenas junto à empresa que não dá mais conta”, alerta a fun- vencer a licitação.” cionária. As aberturas de alumínio que, como a fiação, carreNo teatro, as principais gam o peso dos 28 anos de uso, mudanças são em relação à catambém serão substituídas. “Elas bine de som e luz e às saídas de A quantidade de obras na apresentam defeitos de vedação, emergência. Conforme a nova biblioteca é só uma das questões. em alguns pontos entra água e a planta, a cabine, que atualmen-
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
culos – e algumas infiltrações no com o Sesc”, afirma. chão serão eliminadas. Angela, da Unidade de Teatro, Com o único teatro público do também acha que o novo espaço Município fechado durante meio do Ordovás deve suprir boa parano, os responsáveis acreditam te da demanda. A unidade proque nem as companhias nem os move uma série de projetos que espectadores vão sair prejudi- utilizam o Pedro Parenti e trazem cados. “Janeiro e fevereiro são diversas peças de fora, além de meses mortos para estimular apresennós”, justifica Bertações dos artistas tila. Mesmo com o “Com a locais. Os principais Verão Cultural, pro- resolução desses são o Caxias em movido pela Secre- problemas, que Cena (que vai para a taria Municipal da são gravíssimos, 13ª edição) e a TemCultura, Angela Loporada do Teatro pes, coordenadora podemos trazer Caxiense. “O fechada Unidade de Te- espetáculos mento não vai afeatro, concorda que de melhor tar nossos projetos. os dois primeiros qualidade”, A Casa da Cultura meses do ano são a prevê Feldmann acaba absorvendo baixa temporada de a maior parte dos espetáculos. “Temos espetáculos em funuma dificuldade não só de atrair ção dos custos e da capacidade, plateia, mas também artistas dis- mas temos percebido que os grupostos a se apresentar nessa épo- pos gostam de se apresentar em ca”, conta. Quanto aos outros qua- outros lugares, principalmente os tro meses, Magali, a diretora da mais intimistas”, diz Angela. casa, é taxativa. “É preferível dar Para o secretário Feldmann, as um prazo maior do que se com- obras são inevitáveis e emergenprometer com os artistas e, por ciais. “É para dar melhores conum imprevisto, não poder cum- dições, principalmente ao teatro. prir e cancelar em cima da hora.” Com a resolução desses problemas, que são gravíssimos, podeSem o Pedro Parenti, depois mos trazer espetáculos de melhor das férias, os olhares se voltam qualidade.” Com a verba do teapara a abertura do tão esperado tro e da biblioteca garantidas, ele Salão de Artes, já que o Teatro do espera conseguir recursos do goMoinho, na Estação Férrea, deve verno para a galeria e tentar conficar pronto apenas no segundo cluir as três obras de uma vez só. semestre. “Teremos um ganho Na verdade, as quatro. É que, pamuito grande com o teatro do ralelamente, será construído um Ordovás, que deve inaugurar em espaço que está sendo chamado março, a partir do dia 10”, projeta de Vitrine da Produção Artística o secretário Antonio Feldmann. e Cultural Caxiense, onde hoje O espaço será alternativo, longe fica o McCafé, em parceria com do tradicional modelo italiano, a associação Sala de Arquitetos e com palco e plateia móveis, mas o Núcleo de Artes Visuais (Navi). Magali está tranquila. “As pessoO contrato com a cafeteria venas não ficarão abandonadas. Já ce no dia 5 de janeiro, e a empretemos e continuaremos fazendo sa já recebeu uma notificação da muitas parcerias, principalmente Secretaria da Cultura de que não
será renovado. Segundo o secretário, a ideia é transformar o local, que atualmente é apenas um ponto comercial, em um ambiente integrado à proposta da Casa de Cultura. “Será uma espécie de showroom para todo tipo de produção: literária, musical, artes visuais, plásticas”, explica. “Nada melhor que um local no Centro para mostrar o que a gente produz em termos de arte e cultura. Quem ganha são os nossos artistas, que fazem realmente a cultura no dia a dia”, enfatiza Feldmann. A intenção é que a Vitrine funcione também como uma espécie de ampliação do foyer, para que o público tenha um espaço bonito e aconchegante enquanto aguarda o início dos espetáculos no Teatro Pedro Parenti. “As pessoas não precisarão ficar mais no frio, na chuva ou ao ar livre, poderão estar ali apreciando os produtos dos nossos talentos locais, do Financiarte e da LiC Municipal”, observa Feldmann. Como a verba para construção da Vitrine não está incluída no orçamento da reforma, os recursos serão captados com outras empresas e entidades. Para a construção da Vitrine, porém, não há previsão. Tanto a diretoria da Sala de Arquitetos quanto a do Navi passam por mudanças e ainda não definiram nada a respeito. Mas o arquiteto Alexandre Pinheiro Machado, futuro diretor da Sala, acredita que em março o projeto comece a engrenar. “O convite veio no final de dezembro. Como tudo para nas festas de final de ano, ainda não sentamos para discutir nada”, justifica. Sobre as obras da Casa da Cultura, Feldmann prevê que o edital da licitação que escolherá a empresa responsável pela obra sairá entre janeiro e fevereiro. A reforma, talvez, em março. André T. Susin/O Caxiense
te fica no mezanino, desce para o primeiro andar da plateia. De acordo com a coordenadora do teatro, Bertila Boff Lucas, a visibilidade do ponto atual é muito ruim, prejudicando principalmente a operação de luz dos espetáculos. “Já perdemos algumas apresentações devido a esse problema. Essa reforma tem que sair, pois as instalações não condizem mais com o tempo de hoje no teatro”, afirma. Mas a mudança será apenas estrutural – não serão adquiridos novos equipamentos de iluminação pois, segundo Magali, não há necessidade. “O teatro é de porte médio e não comporta uma capacidade muito maior de luzes. Quando precisamos de algo especial, a casa, o artista ou a produção locam o equipamento. Não vale a pena investir no que será pouco usado”, completa. Ainda no teatro, as portas das saídas de emergência serão trocadas por novas, que abrem para fora, conforme exigências da legislação de proteção e prevenção contra incêndios. A plateia baixa perde alguns lugares, devido ao deslocamento da cabine e, também, à retirada de uma fileira de cadeiras nas laterais, para adequação dos corredores aos padrões exigidos para permitir o acesso de portadores de necessidades especiais. No mezanino, o vão central será preenchido com poltronas – as laterais serão adequadas, como na plateia baixa – e a guarda de metal, que atrapalha a visão, será substituída por uma de material transparente. Por fim, uma área na parte externa, que é uma saída alternativa do palco, atualmente usada como depósito de cenários, será transformada numa espécie de camarim de apoio. O teto de zinco será trocado – quando chove, o barulho atrapalha os espetá-
Espaço nobre, o café cederá lugar ao que vem sendo chamado de Vitrine da Produção Artística e Cultural Caxiense
www.ocaxiense.com.br
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
15
Guia de Cultura
por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br
16
O Caxiense
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
Aventura. 13h 30, 18h50, 21h20; 13h e 19h40, 15h30 e 20h (3D) dub.. Iguatemi | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1. Aventura. 16h (dub.). Iguatemi | Megamente. Animação. 13h20 (dub.). Iguatemi | TRON, o Legado. Ação. 13h (dub.) e 22h20 (leg.) (3D). Iguatemi. | Tropa de Elite 2. Policial. 16h50, 19h20, 21h50. Iguatemi.
Disney Enterprises, Divulgação/O Caxiense
da Fórmula-1 boquiaberto com uma corajosa pilotagem nas ruas escorregadias de Monte Carlo. Fala também da rivalidade com Alain Prost, dos títulos mundiais, CINEMA da primeira vitória no Brasil e do Recomenda fatídico GP de 1994. Livre. 107 l Enrolados | Animação. 18h min.. (dub.) | Iguatemi A nova animação 3D da Dis- l Amor por Contrato | Coney conta a história de Rapunzel média. 14h15, 16h40, 21h30 (leg.) de um jeito um pouco diferente. | Iguatemi O bandido mais procurado – e A família Jones é linda, consedutor – do reino, Flynn Ryder, fiante, unida e a casa deles está está em fuga. Ao esconder-se cheia de móveis e aparelhos de numa misteriosa torre, ele acaba luxo. Uma perfeição invejada perefém de uma jovem loura, irri- los vizinhos mas que, na verdade, tante, com 21 metros de cabelo é apenas uma nova estratégia de mágico: Rapunzel. Para fugir do marketing indireto para que os confinamento, ela faz um trato produtos que fazem essa perfeicom o charmoso ladrão e os dois ção virem objeto de desejo. Diripartem numa fuga cheia de lou- gido por Dirigido Derrick Borte. curas. Dirigido por Nathan Gre- Com David Duchovny, Demi no e Byron Howard. 102 min.. Moore e Amber Heard. 14 anos. 98 min.. l Incontrolável | Ação. 19h10 (leg.) | Iguatemi l De pernas pro ar | ComéNo melhor estilo Armageddon, dia. 14h, 16h30, 19h, 21h40. | um engenheiro veterano e um Iguatemi jovem condutor de um trem coAo perder o emprego, uma exelocam suas vidas em risco e ela- cutiva workaholic junta-se à dona boram um plano incrível para de um fracassado sex shop e passa evitar que uma locomotiva de- a vender produtos eróticos para senfreada, que leva uma carga mulheres, a domicílio, com direitóxica, cause um desastre numa to a demonstrações. A ideia acaárea densamente povoada. Diri- ba se transformando num grande gido por Tony Scott. Com Denzel negócio para ela, mudando sua Washington, Chris Pine e Rosário vida profissional e conjugal. DiriDawson. 10 anos. 99 min.. gido por Roberto Santucci. Com Ingrid Guimarães, Maria Paula, Recomenda Flávia Alessandra e Bruno Gal Senna | Documentário. 15h10 gliasso. 14 anos. 97 min.. e 19h50 | Iguatemi A terceira novidade da sema- AINDA EM CARTAZ – Aparena fala sobre um dos maiores cida, o Milagre. Drama. 14h30. nomes do automobilismo e um Iguatemi. | A rede social. Drama. ídolo brasileiro. O documentário 17h20 e 22h (leg.). Iguatemi. | traz momentos do ano de estreia As Crônicas de Nárnia – A Viado piloto, que deixou o mundo gem do Peregrino da Alvorada.
INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910. As salas não abrem na sexta (31). | O UCS Cinema permanecerá fechado até 31 de janeiro. |
MÚSICA Recomenda l Rafa & Tita | Terça (4), 22h | A dupla abre os trabalhos de 2011 com seu clássico show acústico. Estão juntos desde 2003, com qualidade e repertório que agradam gregos e troianos: desde Hotel Califórnia (Eagles), Like A Rolling Stone (Bob Dylan), Sorte (Caetano Veloso), até propostas mais alternativas, como Ode aos ratos (Chico Buarque), Telegrama (Zeca Baleiro), At your side (The Corrs), Cartouche (Blackmore’s Night).
Nova Rapunzel da Disney é nervosinha
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
grupos de até 30 crianças e a visi- Intensiva de Teatro | ta deve ser agendada (fone 3901O ator e diretor teatral Raulino 1386). Prezzi ministra a oficina entre os Estação Férrea dias 10 e 14 de janeiro, das 19h30 às 22h30. Durante os encontros, serão trabalhados jogos dramátiTEATRO cos, improvisação, aquecimento Recomenda corporal, trabalho vocal, comul Inscrições: Oficina de Te- nicação corporal e leituras de texatro para Crianças | De se- tos. A oficina é aberta a todos os gunda a sexta, das 9h às 12h e das públicos, principalmente a quem 13h30 às 18h | não tem ligação com o teatro. VaAs inscrições devem ser feitas gas limitadas. pessoalmente, na Unidade de Te- B.A.S.E atro da Secretaria Municipal de R$ 200 | Marques do Herval, 31| Cultura. A oficina conta com o 3021-1599 apoio do Sesc de Caxias do Sul e é voltada para o público de oito a 13 PRAIA anos. Será ministrada pela atriz Carla Vanez. Haverá duas turmas l Capão da Canoa: 1º Ré(de 17 a 28 de janeiro e de 31 de veillon Folia – Festival Chijaneiro a 11 de fevereiro), uma no marock. 16h. | Missa – Projeto turno da manhã e à tarde, com Jesus no Litoral. 20h. | Lançaaulas de segunda a sexta-feira. mento do CD Banda Surfistas Unidade de Teatro da Paz. 21h. | Show Isaías Rock. R$ 10 e R$ 5 (conveniados Sesc) | 21h30. | Vinny Lacerda e BanCentro de Cultura Ordovás | 3901- da. 22h. | Espetáculo Recomeço. 1316 | 22h30. | Show pirotécnico. 00h. | Banda Cravo e Canela. 00h15. l Inscrições para treina- | DJ Keko Medeiros. 2h. À beiramento A arte de represen- mar. tar | De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h | l Arroio do Sal: Baile de O ator e diretor Davi de Sou- Ano Novo. 23h. Rondinha Hoza promove a oficina de 19 a 21 tel. Balneário de Rondinha. (51) e de 26 a 28 de janeiro, das 19h 3606.1166 | Festa da Virada – às 22h. O objetivo é desenvolver a DJ Moisa. 22h. | Evidência Bancomunicação e a liderança através da Show e Banda Woods. 23h e de jogos dramáticos, trabalhar a 00h15. | Contagem regressiva e criatividade e espontaneidade, queima de fogos. 23h55. Praça estimular as capacidades intelec- do Mar. tuais e os relacionamentos sociais, e trabalhar habilidades físicas l Torres: Reveillon da Sapt. como: voz, olhar, gestos, movi- Ceia, show de Elys Cardozo e DJ. mentos, equilíbrio, flexibilidade, 22h. (51) 3664-1221 | Reveillon expressão corporal e verbal. na Praia Grande. DJ, banda Sala de Ensaio – Centro Cultural Asas ao Vento e grupo Mania de R$ 200 | Júlio de Catilhos, 1526/2º Você. 21h. | Contagem regressi| 3221-0261 va da virada, show piromusical. 23h55. | Banda Inimigos da HP. l Inscrições para Oficina 00h15. À beira-mar. Universal, Divulgação/O Caxiense
Mississippi tação Férrea, com visitação livre. R$ 8 (feminino) e R$ 10 (masculi- Estação Férrea no) | Estação Férrea | 3028-6149 | l Tempo Revisitado - Obras TAMBÉM TOCANDO – Terça do Acervo Municipal de Ar(4): Banda Disco Acústico. Pop tes Plásticas de Caxias do rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 Sul | De terça a sexta, das 9 h às Quarta (5): The Blugs. Rock. 19 h, sábado e domingo, das 15 h 22h. Mississippi. 3028-6149 | às 19 h | Quinta (6): Atsushi and The Com 122 obras, selecionadas Moisties. Rock. 22h. Mississip- pela curadora convidada Odete pi. 3028-6149 | Bora Balança + Garbin, a exposição procura faDJ Eddy. Sertanejo universitário. zer um resumo do conteúdo do Portal Bowling. 3220-5758 | Open Acervo Municipal de Artes Plás2011. Eletrônico. 23h. Pepsi Club. ticas de Caxias do Sul (Amarp). 3419-0900 | Sexta (7): Creeden- São trabalhos de todas as épocas ce Clearwater Revival Tribute. da história da arte em Caxias. O Rock. 22h. Mississippi. 3028- mais antigo é um desenho de gra6149 | Agente Ed + DJ Eddy. Pop fite, de 1904. rock. Portal Bowling. 3220-5758 | Galeria do Ordovás Reabertura Havana. Constelação Entrada franca | Luiz Antunes, e DJ Alibú. Pagode e eletrônico. 321 | 3901-1316 00h. Havana. 3224-6619 | AINDA EM EXPOSIÇÃO – Aos Mestres. Giovana Mazzochi e EXPOSIÇÕES Marcos Clasen. De terça a sábal Releituras – Exposição do, a partir das 17h. Galeria em de Roupas dos Anos 80 | De Transição – Teatro Moinho da segunda a sexta, das 8h às 18h30 | Estação. 3221-4513 | Diversidade Roupas confeccionadas pelos Cultural nos Trilhos da História alunos da 8ª série da Escola Mu- de Caxias do Sul. Antônio Carnicipal de Ensino Fundamental los Lorenzett. A partir de quarta Erny de Zorzi, com materiais re- (5), de segunda a sexta, das 8h30 ciclados, sob orientação das pro- às 18h30, sábados das 8h30 às fessoras Sandra Gomes (Artes), 12h30. Espaço Cultural da FarmáIvete Ferreira (português) e Clau- cia do IPAM. 3222-9270 | Identidete de Castro (Educação Física). dades Simultâneas: imagens de Galeria da SMED um lugar ou de lugar qualquer. Entrada franca | Borges de Medei- Simone Rosa. De segunda a sábaros, 260 | 3901-2323 do, das 10h às 19h30, e domingo das 16h às 19h. Catna Café. 3212l Mostra de Grafite Caxias 7348 | 100 Anos | até fevereiro | Os painéis, dos grafiteiros Digo, LEITURA Dub, Favelinha, Feio, Hauli, HP, Marcos, Melão e Ray, mostram o l Biblioteca da Estação | das olhar do grupo sobre o centená- 9h às 12h, e das 13h30 às 1730 | rio da cidade. Eles foram grafitaÉ um espaço de leitura infantil dos durante o Encontro de Arte e e juvenil, num ambiente lúdico, Cultura Popular da SMC e estão com acervo diversificado. A caexpostos ao longo do Largo da Es- pacidade de atendimento é para
Estreia de Senna surpreende caxienses que tinham perdido as esperanças de assistir ao documentário sobre o ídolo brasileiro
www.ocaxiense.com.br
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
17
Artes
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
artes@ocaxiense.com.br
Paquito Masiá | Tecnologia |
Os utensílios domésticos foram tema de um dos concursos promovidos entre os membros do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul. Paquito Masiá eliminou os óbvios talheres, panelas e acessórios de cozinha para buscar surpresas em outros cômodos. Destacou os velhos prendedores de roupa, nas suas palavras “fundamentais em qualquer casa, de engenharia impressionante e ótimo design”. Obra-prima da engenharia doméstica, os prendedores não chegaram a participar do concurso. Acabaram cedendo lugar aos cabides, com função parecida, engenharia simplificada e design igualmente interessante.
CAMISETA SUJA
NA MÀQUINA DE LAVAR
“
V
18
por NATÁLIA BORGES POLESSO cheia de camisetas. Ainda podia ver, pelas frestas, o armário lotaou contar uma história... do. Cores, estampas, tamanhos, Ela queria ser vestida. Desejou modelos, estilos. Era também que a escolhessem. Na prateleira uma prateleira lotada, só que com não fazia muito sentido, no meio porta. Intrigou-se. E mais ainda de tantas cores, estampas, tama- enquanto dava voltas e voltas na nhos, modelos, estilos. Porque es- água da máquina de lavar. Não tar ali não a fazia nem menos nem entendeu porque foi pendurada mais. Era só mais uma camiseta, e deixada do lado de fora no frio simples! E nem em promoção es- da noite e depois na chuva finitava! Quando a compraram foi o nha da manhã. Toda amassada dia mais feliz da sua vida. Toda numa pilha de roupas limpas e branca e honesta poderia ir a sujas, perna de calça jeans enroqualquer lugar. E quando saiu da lada. Mais tarde foi dobrada de loja já no corpo, tomando o sol de um jeito muitíssimo estranho e início de tarde, pensou que aquilo socada num cubículo cheirando a sim era vida! Combinava com a naftalina. Ficou ali por dias e dias. rua, bem mais que com a pratelei- Aguardava a mão que a escolhesra. O carro, o restaurante, a sor- se novamente, embora temesse veteria,... mas quando todo verde ser vestida novamente. Até que do parque se chocou com ela, não chegou a manhã de domingo, e pode crer! Deixou-se ser usada. O ela foi escolhida. Afinal, era uma chão, a grama, a bola. camiseta de domingo, oras! Não O que ela não sabia é que uma servia para ir ao trabalho, a festas, camiseta é só uma camiseta. Ao restaurantes caros, mas sim para chegar em casa, foi arremessa- passear no parque. Cada camiseta da do banheiro para uma cesta é uma camiseta. Essa não servia
O Caxiense
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
para outra coisa, somente para se sujar aos domingos. Deixouse ser vestida! A terra, as folhas, as árvores, a bola... o chão. Tudo era muito comovente, ela era a camiseta de domingo mais digna do mundo. A mais linda para domingos. O que ela não sabia é que uma camiseta de domingo é só uma camiseta. Mas não importava, estaria novamente digna para algum domingo depois de ser lavada. Infelizmente, por descuido, foi lavada com roupas pretas. Foi colocada de molho numa espuma fedida, jogada na bacia, quase ferveu no sol e bem mais tarde quando suas fibras já quase se desfaziam, foi estendida. Bem, já não se podia dizer que era uma camiseta branca. Era uma camiseta encardida e, quase transparente em alguns pontos. Foi posta numa gaveta cheirando a mofo. Mas continuava acreditando na mão que a escolhesse, pois embora não tão decente ainda se achava
digna de ser vestida. Esperou. Foi posta numa sacola que foi posta numa caixa que foi posta num carro que parou não se sabe onde e lá foi escolhida mais uma vez. Deixou-se ser vestida! A bola... o chão. Afinal, era uma camiseta de domingo, encardida, mas honesta. Um dia foi jogada num amontoado de panos carcomidos e malcheirosos. Percebeu que eles sumiam gradativamente. E pior! Reapareciam, na frente da pia. Cada vez mais rotos e sujos. Agora tinha medo de ser escolhida. Não demorou muito. Deixou-se ser... usada. A terra, o chão... nem tão comovente. Não era digna. Não era nada. Só um farrapo. Que foi esgotado...” “Nossa! Que história horrível!” “É que as camisetas não pensam... e acabam assim” “Que horror!” “Mas não se preocupe! Nós somos saias...”
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
por Paula Sperb e Marcelo Aramis André T. Susin/O Caxiense
Leandro
Verão | Milk Shake
Germano
Weirich Germano é completamente envolvido com livros. Da formação em Letras, do gosto pessoal, do trabalho até projetos profissionais. Proprietário da Livraria e Café Do Arco da Velha junto com o sócio Guilherme Martinato, Germano sempre quis trabalhar rodeado por livros e ter uma livraria. Adorador de poesia e autores russos como Dostoiévski, Germano coleciona obras sobre música brasileira, tanto que na sua biblioteca pessoal há um espaço reservado, e crescente, para o estilo. A livraria apoia a editora caxiense Modelo de Nuvem, desde o seu primeiro livro, Fim das Coisas Velhas, de Marco de Menezes, Livro do Ano no Prêmio Açorianos de Literatura 2010. Germano também dá seu apoio pessoal na editoração, revisão e traduções dos títulos da editora.
André T. Susin/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
Angonese Leandro trabalha em uma metalúrgica e faz extras como garçom de pizzaria. Nas horas mais produtivas, escreve poesia e estuda literatura. Integrante do grupo de discussão Litteris Te Deum, com Uili Bergamin e Luis Narval, ele tem uma relação antiga com os livros. No entanto, demorou para escrever o seu. “Eu achava que não tinha capacidade. Escrever é prática de professores, doutores da literatura, não de metalúrgico”, diz o poeta premiado em diversos concursos de literatura, autor de três livros publicados com apoio do Financiarte. Depois de desistir de acreditar em Deus – tema recorrente em seu texto – Leandro precisou expulsar seus monstros e decidiu fazê-lo na poesia. “Ganhei a imortalidade da minha alma”, revela o ateu. Por enquanto, Leandro, que já é reconhecido pelo seu trabalho como poeta, encara a tarefa como lazer. Vive o hoje com os pés no chão, sem rezar para que as vendas aumentem. “Poesia é difícil. Não importa se as pessoas compram o livro. Só quero que elas leiam”, espera o metalúrgico que é orgulho para a categoria. Dos poetas.
Denise
Cemin Dani Denise Dani esqueceu de como é tirar férias no verão. Há sete anos à frente do Fundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer (Fundel), nessa época ela mergulha em planilhas e documentos de quem presta contas da verba recebida ou busca auxílio para de se adequar à apresentação de novos projetos. “São pessoas que ganham um valor simbólico e trabalham por amor ao esporte”, diz Denise, sobre os monitores, por exemplo, que recebem para trabalhar nos projetos educacionais. Formada em Educação Física, atleta de vôlei e servidora pública, ela já acompanhou 742 projetos, que dividiram com a prefeitura a carga de responsabilidade social. A relação de Denise com os resultados não cabe em planilhas: trabalho pelo esporte e esporte por amor.
Bob’s | A lancheria fechou em junho e deixou muitos órfãos, como os estudantes do Madre Imilda, vizinho do Bob’s. O que muita gente ainda não sabe é que o milk shake de Ovomaltine ainda é vendido na loja de conveniência do posto Tonolli da Sinimbu, em Lourdes. Com granulados, a bebida pode ser comprada das 6h às 23h, horário para atender aquele desejo fora de hora por Ovomaltine. Habibs | O segredo da receita está no ingrediente principal: o sorvete. A marca Ice Lips, do grupo Alsaraiva, proprietário do Habibs, produz 1,5 milhões de litros de sorvete por mês. O milk shake é servido em uma taça e, de tão gostoso, poderia ter o dobro do tamanho. Todos sabores são deliciosos, mas o destaque é para a bebida sabor coco.
www.ocaxiense.com.br
Burger King | Até o canudinho do milk shake é king, com a largura maior que os canudinhos normais para ajudar a tomar grandes goles que causam aquele efeito conhecido como brain freeze. O sabor é marcado tanto no de morango, chocolate, como o de baunilha, nossa indicação. Gelatti | O milk shake da sorveteria da praça de alimentação do Iguatemi tem uma consistência mais suave se comparado ao das redes de fast food. Mas o que nenhuma rede oferece são tantas opções de sabores! Todo sabor do buffet pode virar um milk shake. Dá para provar de pistache, limão, doce de leite... Mc Donalds | É um clássico dos milk shakes. Não é tão
saboroso, a matéria-prima é o sorvete de máquina nos sabores morango, chocolate e baunilha. Mas ganha pontos pelas três opções de tamanho: pequeno, médio e grande. 31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
19
Rádio clandestina
PIRATAS DE VOLTA AO AR
Orkut da Rádio União/O Caxiense
volta da União FM. “Sobre esse ríodo que antecedeu o Natal, um assunto você tem que falar com o anúncio na União FM desejando nosso advogado em Porto Alegre”, boas festas à comunidade. Renato declarou, sem repassar o contato diz não se lembrar disso. Conta do advogado. A programação da que foi procurado para conseguir União FM não tem a autorização da nada de comunitáfesta do dia 19 no ria e segue o modelo Vereadores Fátima, que é o seu das demais rádios Daneluz, que bairro, mas encacomerciais caxien- aparece em fotos minhou a questão à ses no espectro FM. com o pessoal da Secretaria do Meio Transmite muita Ambiente, que conmúsica popular, sem rádio, e Renato cedeu a permissão. pagar os direitos au- de Oliveira, que O vereador também torais, com inter- fez anúncio de diz não lembrar o valos comerciais e Natal, negam nome da pessoa que apresentação de di- apoio à emissora lhe fez essa solicitaversos locutores. No ção. Durante a festa, Natal, veiculou uma os comunicadores mensagem com a participação de agradeceram sua ajuda e apoio. todos da rádio, incluindo Hoff- Ao jornal, entretanto, Renato mann, que na edição 36 do jornal nega ser um apoiador. “Vou até O Caxiense negou envolvimento falar com eles pra ver. Eu tinha André T. Susin/O Caxiense
lata de Skol quente custa R$ 5 na festa que tem no máximo 100 pessoas reunidas na Praça Otacílio Paim, no bairro Fátima, no domingo (19), para ouvir – com problemas de sonorização – Los Medonhos e outras bandas, bem em frente ao módulo da Brigada Militar. Esse tipo de festa necessita de autorização da prefeitura, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, para ser realizada. A autorização foi concedida. A beneficiada foi a Rádio União FM, em nome de seu diretor, Antonio Hoffmann. E esse tipo de rádio, dita comunitária, necessita de outorga do Ministério das Comuni-
– com potência máxima de 25w pela lei. A União FM opera com uma potência de 150w – tanto que é ouvida em bairros como Santa Corona e Santa Catarina, em lados opostos da cidade. Mesmo ilegal, a legislação é evocada de forma recorrente pelos locutores. “A rádio está regularizada”, afirma o comunicador Roberto Echer. “A rádio está liberada judicialmente via Ministério”, diz o locutor Daniel Cowboy. “No momento temos nossa cota (de apoio cultural) permitida por lei fechada. Por lei, a gente não pode ter muito apoiador. Tem uma cota que pode tirar. Na verdade não é nem pra gente, é para a Associação (Associação Cultural e Esportiva, nome oficial da Rádio União FM)”, justifica o locutor Wagner, garantindo que o objetivo da Rádio União FM é Orkut da Rádio União/O Caxiense
A
por PAULA SPERB paula.sperb@ocaxiense.com.br e ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
A Rádio União FM – fechada 6 vezes pela Polícia Federal – está de novo em pleno funcionamento, e fez até festa dos comunicadores no final de ano
Petistas Daneluz e Marco Maia em reunião com o diretor (C) Antonio Hoffmann, também na festa do dia 19; Renato de Oliveira (PCdoB) em evento da rádio cações para seu funcionamento. atender a comunidade do bairro Porém, diferentemente do ampa- Fátima, apesar de revelar que a loro para a festa de final de ano da calização da emissora pirata é no rádio, essa autorização nunca foi bairro São José. A rádio, porém, dada. A União FM, que pode ser só é legalizada da boca para fora. sintonizada no dial 87.9, recente- Na Anatel, não tem nenhuma mente ocupado pela também ile- permissão de funcionamento. gal Rádio Mania FM – como O Caxiense Na União FM, os revelou na edição 36 Embora alegue locutores também –, já foi fechada seis ser comunitária, precisam vender vezes pela Polícia a União segue a publicidade para Federal. sustentar o espaço linha comercial: Festas, jantas, ocupado por seus comunicadores e toca músicas programas. Confor(sem pagar muitos apoios culme uma fonte, para turais – o eufemis- direitos autorais) anunciar em um mo para anúncios e se sustenta com programa radiopublicitários – ten- publicidade fônico o valor é de tam mostrar que a R$ 2 mil por mês. rádio estaria dentro Antônio Hoffmann, dos requisitos da Agência Nacio- que é diretor da rádio – conforme nal de Telecomunicações (Anatel) o documento que solicitou autopara uma rádio comunitária. Le- rização para a festa e segundo foi galmente, Caxias do Sul possui 6 dito ao jornal pelo locutor RoberFMs, 4 AMs e uma comunitária to Echer – não quer comentar a
20
O Caxiense
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
com a União FM. Quem também nega ligação com a União FM é o futuro presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Daneluz (PT). No começo de 2010, Daneluz participou de um encontro da rádio. Na ocasião, também estavam presentes o deputado federal Marco Maia (PT), Antônio Hoffmann e parte da equipe da emissora. Segundo o Orkut da União, foi uma “Reunião para solicitar Ajuda na liberação difinitiva (sic) da Rádio União FM”. “Eu conheço o Antonio (Hoffmann), mas não sou apoiador da rádio. Nunca tive contato. Não tem meu consentimento (sobre o uso de suas fotos no Orkut e no site da emissora pirata). Sei da luta pela legalização da rádio, mas não tem meu apoio”, declara Daneluz ao jornal. O vereador Renato de Oliveira (PC do B) veiculou, durante o pe-
(um anúncio) uma vez. Tinha feito há uns quatro ou cinco anos. Não me lembro”, conta, admitindo já ter anunciado na rádio pirata. Na praça onde foi realizada a festa, no Fátima, havia uma faixa do vereador que também desejava boas festas aos moradores. Mesmo com o conhecimento de autoridades municipais, da PF e da Anatel, a Rádio União FM continua funcionando ilegalmente e alegando ser comunitária. Conforme o engenheiro da Anatel no Rio Grande do Sul, Sidnei Ochman, a agência só age se houver denúncia pelo telefone 133. Sidnei garante que há fiscalização por parte da Anatel – o que torna um mistério o fato de emissora pirata estar no ar. Enquanto isso, a União FM segue fazendo a festa. No próximo dia 15, promove um jantar dançante com os comunicadores da rádio.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Dupla por JOSÉ EDUARDO COUTELLE André T. Susin/O Caxiense
O relatório Brunoro
Ainda na primeira quinzena de janeiro deverá ser apresentado o relatório da Brunoro Sports Business (BSB) sobre o novo planejamento estratégico, financeiro e de marketing do Juventude. O objetivo é organizar a casa do time alviverde para a disputa do Brasileirão Série D. Sempre é bom lembrar que, nos anos 90, a parceria com a Brunoro trouxe grandes resultados. A multinacional italiana Parlamat investiu forte na equipe, e o Ju conquistou os títulos do Gauchão em 1998 e da Copa do Brasil em 1999. Sem a Parmalat e com o relatório em mãos, a direção do Juventude irá definir se manterá a ligação com a Brunoro ou se o clube tocará sozinho o projeto.
Finanças grenás
O Caxias deve fechar a folha de pagamento para a temporada de 2011 em aproximadamente R$ 250 mil. Desse montante, conforme o presidente Osvaldo Voges, R$ 220 mil já estão comprometidos com o atual plantel. O restante deve ser destinado para o salário do tão aguardado centroavante, peça fundamental para a equipe de Lisca. Ao longo dos últimos quatro anos, o Caxias conseguiu reduzir os déficits financeiros. Em 2007, quando assumiu o clube, Voges deparou com uma dívida de R$ 25 milhões. Hoje, essa cifra não passa de R$ 1,4 milhão. A redução provém de uma administração realista e do forte apoio financeiro do Grupo Voges. O resultado dessa política pode ser percebido nos números. Apesar de não ter ganho nenhum título em 2010, a equipe grená encerra o ano com a contabilidade em dia.
Gladiador na Europa
O atacante colombiano Cristian Borja, emprestado para o Flamengo em 2010, segue agora para o Velho Continente. Defenderá o Estrela Vermelha de Belgrado, um dos principais times da Sérvia, campeão da Liga dos Campeões da UEFA e da Copa Intercontinental – ambos em 1991. O gerente de futebol do Caxias, Júlio Soster, não revela valores, mas informa que o atacante será emprestado pelo período de um ano para o clube europeu. “O Borja é um jogador interessante, mas o ciclo dele no Caxias já acabou.” Além do atacante, Caçapa também deixará o Centenário. O zagueiro, que tem vínculo com o time grená até maio deste ano, deve ser dispensado. Pretende assinar com o América-RN por um ano.
QUALIDADE
NOS TESTES
“Vamos começar a entrar no polimento”, disse o treinador Beto Almeida logo após a vitória do Juventude sobre o Nacional, do Amazonas, por 1 a 0, na tarde de quarta-feira (29). O time alviverde demonstrou em campo as principais qualidades exigidas pelo treinador: paciência, toque de bola e organização. Com uma formação de três zagueiros, cinco no meio campo – pelo lado esquerdo um ala atacante e pelo direto um lateral defensivo – e dois atacantes, o Ju fez exatamente isso: tocou, lançou e inverteu a bola para os dois lados do campo. Entretanto, o Nacional não atravessou o Brasil para entregar a partida. A equipe amazonense não chegou a criar grandes chances de gol e a principal jogada de armação foi o bico para frente. Mas, ainda assim, manteve um ritmo forte de marcação. Isso até cansar. “Eu só acredito na posse de bola com objetivo, que faça o adversário se desgastar e com isso criar espaços”, teorizou Beto. E foi exatamente o que ocorreu no segundo tempo. Em um
lance típico de centroavante, aos 42 minutos, Zulú (foto) recebeu na cara do gol, deu um corte no zagueiro e colocou a bola no fundo da rede. O atacante já soma três gols com a camisa alviverde. Voltando ao polimento mencionado pelo técnico, o Juventude deverá começar a treinar nos próximos dias jogadas combinadas, lances ensaiados de falta e escanteio. Isso porque o elenco do time está praticamente fechado. Beto Almeida despista, não nega nem confirma a busca de um novo reforço: “A porta está fechada no vestiário, mas sempre aberta para alguém entrar.” Desta forma, o time que venceu o Nacional deve ser a base da equipe que iniciará o Campeonato Gaúcho. O Ju entrou em campo com: Jonatas; Fred, Umberto, Tiago Silva; Moisés, Gustavo, Alex Teles, Jardel, Christian; Julio Madureira e Zulú. Como último teste antes do Gauchão, o Ju deverá enfrentar o Santa Cruz, no Estádio dos Plátanos, no próximo sábado (8), às 17h.
Equipe formada
As portas do Juventude para novas aquisições, a princípio, estão fechadas. Com a vinda do volante Jardel, do lateral esquerdo Anderson Pico e dos atacantes Telê, Denílson, Alvaro e Zulú, a equipe treinada por
www.ocaxiense.com.br
Beto Almeida já está formada para a disputa do Gauchão. Publicamente, porém, a direção do clube não descarta a possibilidade, mesmo que remota, de trazer um novo reforço. Vai depender da necessidade...
Contratação de peso
O último reforço do Caxias foi um jogador de peso, ou de força, para ser mais exato. O zagueiro Vanderlei, 1,86m e 90 kg, tem porte de pugilista. Perfil ideal para ser o xerife do desarme e da contenção dos atacantes adversários. Antes, porém, Vanderlei ainda terá que disputar uma vaga na zaga titular com Edson Rocha e Neto. O jogador foi repatriado após jogar uma temporada no Club Bolivar, do fraco campeonato boliviano. No currículo, conta com dois títulos: Campeão Brasileiro da Série C em 2007 e Campeão Paulista da Série A2 em 2009. Ao todo, o grupo do Caxias para o Campeonato Gaúcho deverá contar com 27 jogadores, sendo seis das categorias de base. Até a última quarta-feira (29), sete reforços haviam aportado no Centenário. A este número deve se somar ainda o regresso do atacante Everton, emprestado ao Internacional e depois ao Bahia. O Caxias começa a disputar o Gauchão no dia 16 de janeiro, contra o Santa Cruz.
Esperança de gols
O atacante Ariel, ex-jogador do Curitiba, depois de ser muito especulado como a possível solução para o ataque do Caxias, acabou descartado completamente por Osvaldo Voges. O mistério de quem será a camisa 9 do time grená responsável por balançar as redes adversárias permanece. O gerente de futebol, Júlio Soster, garante que a negociação para trazer um atacante já está acertada, e que até o fim da próxima semana o jogador deverá ser apresentado junto ao CT Baixada Rubra. Dessa forma, o reforço já estaria à disposição de Lisca para o último amistoso – sábado (8), às 16h, no Centenário – antes da estreia no Campeonato Gaúcho. O provável adversário é a equipe do Inter B.
Sem loucura
Uma pista sobre o nome do atacante pode estar no contracheque a ser ofertado. Os salários da atual folha de pagamento dos jogadores do Caxias variam entre R$ 2,5 mil e R$ 20 mil. O presidente Voges revela que a remuneração do novo jogador até poderá ultrapassar um pouco esse teto, mas não irá fazer nenhuma loucura com o orçamento. Ainda assim, a vinda de um meia avançado não está totalmente descartada. Soster diz que, depois da confirmação do atacante, será discutida a possibilidade de trazer um meia organizador.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
21
Guia de Esportes
Adriano Daka, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br
Na Praia Grande, em Torres, competição aberta de arremessos de basquete distribui brindes aos participantes
JOGOS DE VERÃO l Circuito de Verão Sesc | Inscrições abertas até 24 de janeiro | As inscrições para os jogos do Circuito de Verão estão abertas e podem ser realizadas em qualquer unidade do Sesc/RS e também nos balcões do Sesc-Senac em todo o Estado. Em Caxias, a unidade fica na Rua Moreira César. Para participar, o jogador precisa apresentar a carteira de identidade e CPF ou carteira motorista e ter pelo menos 16 anos. Os jogos ocorrem durante os meses de janeiro e fevereiro com as modalidades de futebol de areia,
22
O Caxiense
vôlei de duplas, futevôlei, basquete de areia e handebol de areia, nas etapas classificatórias municipais. As finais da competição estão programadas para ocorrer nos dias 12 e 13 de março, na Praia Grande, em Torres. Não perca tempo: as vagas são limitadas. Sesc Gratuito | Rua Moreira César, n° 2.462
LITORAL l Bola na Cesta | Domingo, 10h | Chance para testar a precisão em arremessos de lances livres. A partir das 10h deste domingo,
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
10 cestas, de tamanhos diferentes, estarão dispostas na orla da Praia Grande, em Torres. Basta entrar em uma das filas, pegar a bola laranja e arremessá-la em direção ao alvo. Quem acertar receberá uma senha para concorrer aos sorteios de brindes, que ocorrem a cada 10 minutos. A atividade é para pessoas de todas as idades, mesmo que nunca tenham jogado basquete. O que vale mesmo é a diversão. Torres Entrada gratuita | Praia Grande, Torres
Vestindo um colete salva-vidas e manejando remos, grupos formados por oito pessoas e um instrutor, dentro de um bote, pegam onda de uma forma diferente. Para participar não é preciso ter muita técnica nem habilidade. Basta mostrar vontade e espírito aventureiro. O esporte pode ser realizado por pessoas de todas as idades. Este é o segundo ano que a prefeitura de Arroio do Sal promove o rafting de mar, semelhante ao realizado nas descidas dos rios. A diferença é a segurança. Em vez de pedras, os obstáculos são apenas os bancos de areia. A aventura é gratuita, e enquanto um grupo espera sua vez de embarcar, pode aguardar refrescando-se com um banho de mar. l Rafting de Mar | Sexta (7), Praia de Arroio do Sal das 10h às 19h | Entrada gratuita | Arroio do Sal
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
O trabalho de escavação da barragem do Marrecas encontra-se em fase final. É uma boa notícia aos caxienses, dada pelo diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon. Ele pretende iniciar o processo de utilização do reservatório até setembro de 2011. Uma suplementação de R$ 48 milhões ao Samae garantirá a continuidade da obra de maior visibilidade do atual governo do Município. Reajuste da tarifa de água? Será anunciado até o final de janeiro e entrará em vigor a partir de 1º de março.
Táxis em estudo
Depois do transporte coletivo urbano e do táxi-lotação, vem aí o aumento da tarifa dos táxis, mesmo que ela seja uma das mais caras do Estado. A Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade poderia estudar também, como sempre faz, a possibilidade de ampliação da frota. A cidade cresce e o número de táxis permanece inalterado há anos.
Devolução
anual
Todo ano é a mesma coisa. Ao devolver mais de R$ 3 milhões ao Executivo municipal, a Câmara de Vereadores prova, sim, responsabilidade com os recursos públicos, como ressaltou o prefeito José Ivo Sartori (PMDB). Afinal, a Mesa Diretora da Casa poderia inventar mais despesas. Dinheiro não seria o problema. Mas o que precisaria ser resolvido de uma vez por todas é o superdimensionamento do Orçamento do Poder Legislativo. O orçamento deste ano da Câmara foi de R$ 18 milhões. Para 2011, estão previstos gastos de R$ 19 milhões. Sem contar R$ 1,3 milhão para as obras de ampliação do prédio. A reforma já leva em conta o futuro aumento do número de ve-
readores, tendo como base os dados populacionais revelados pelo Censo 2010 do IBGE. No ato simbólico de entrega do cheque de R$ 3.381.663,18, assinado pelo presidente Moisés Paese (na foto abaixo, repassando-o ao secretário Carlos Búrigo), o prefeito José Ivo Sartori chamou a atenção para o aumento acima da média nacional da população caxiense. E, em consequência disso, a crescente necessidade por mais recursos, a fim de se fazer frente as necessidades por obras básicas para garantir educação, saúde, abastecimento d’água... Nos últimos 10 anos, o crescimento populacional brasileiro foi de 12,6%. Em Caxias, chegou a 20,8%.
Diferença pequena
O presidente da Associação dos Táxis-Lotação, Everton Silveira, não esconde a decepção com o aumento da tarifa. Vai passar, no primeiro dia do ano, de R$ 2,50 para R$ 2,75. Além de terem esperado dois anos por esse reajuste, ele ficou muito abaixo do esperado. A diferença entre os valores dos táxis-lotação para o ônibus caiu de R$ 0,30 para R$ 0,25. A notícia boa: com uma tarifa proporcionalmente menor, vai aumentar o numero de usuários do táxi-lotação.
Para mudar
Muda o governo do Estado, crescem as especulações e aspirações a respeito de eventuais modificações no comando da área de segurança pública na região. São mudanças naturais. O que não pode ser encarada como natural é a escalada da violência na cidade. A começar pelo índice de homicídios, na maioria dos casos envolvendo jovens pertencentes às camadas mais pobres da população.
Mais casas
A Secretaria da Habitação pretende construir 1,2 mil unidades habitacionais em 2011. É um número significativo, embora pequeno diante do déficit de 12 mil casas na cidade.
Trabalho de base
Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
Água do Marrecas
De leitor, certamente ligado a vereador mal posicionado na lista, inconformado com os números sobre as atividades de parlamentares caxienses durante o ano que finda, divulgados pela coluna na semana passada: “Não se pode medir a atuação do vereador pelo número de projetos, indicações, moções ou os discursos proferidos em plenário. Até porque o parlamentar não tem muita matéria para legislar, haja visto que os projetos mais importantes serem de iniciativa do Poder Executivo. Registro a importância das audiências públicas, essas sim, a meu ver, de suma importância, juntamente com o trabalho na base, perto do povo”.
Indicativo
É claro que não dá para limitar a atuação de um político exclusivamente pelo número de projetos apresentados por ele na Câmara de Vereadores. É evidente, porém, que se trata de um indicativo importante. Mesmo que, muitas vezes, corra-se o risco de não ser avaliada a qualidade, a pertinência e a relevância dessas propostas.
Menos diferenças
O deputado federal eleito Assis Melo (PC do B) – que deixa a Câmara de Vereadores para tomar posse de sua cadeira em Brasília no dia 1º de fevereiro – tem criticado o aumento de 62% que os atuais parlamentares se autoconcederam. É o primeiro passo para alguma medida que o político poderá tomar ao assumir o trabalho na Câmara Federal. Para Assis, não pode um deputado ganhar R$ 26 mil e um trabalhador o salário mínimo de R$ 540. “Temos que aproximar as diferenças. Os poderes se equiparam por cima e o povo se nivela por baixo”.
Deixa assim
Chego ao Congresso não para resolver todos os problemas do país, mas para ser uma voz dos trabalhadores Assis Melo (PCdoB), deputado eleito, ao criticar o reajuste salarial autoconcedido pelos parlamentares brasileiros.
www.ocaxiense.com.br
Está provado: o clima de festas de fim de ano é mais propício à aprovação de determinados fundos e de reajustes de tarifas. O exemplo brasiliense vem sendo seguido à risca por Caxias do Sul. E algumas entidades comunitárias como a União das Associações de Bairros (UAB), com tímidas reclamações e protestos, parecem ter assumido de vez o “deixa-estarpara-ver-como-é-que-fica”. Mudar esse comportamento poderia ser a maior aspiração da imensa maioria da população caxiense para 2011.
31 de dezembro de 2010 a 7 de janeiro de 2011
O Caxiense
23