Edição 58

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Janeiro | 2011

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58 Ano ii

O tamanho da ocupação caxiense nas praias do Litoral Norte Renato

Henrichs O perigoso “diálogo” de Beto Albuquerque sobre o pedágio

O que Kalil e Marisa produziram na Assembleia Roberto

Hunoff Financiamento da Caixa bate recorde na habitação

OSKAR METSAVAhT:

O CAXIENSE

RADICAL O criador da famosa grife Osklen conta por que saiu de Caxias do Sul, fala dos obstáculos e aventuras de sua escalada de sucesso e compartilha sua visão de mundo

Acervo Osklen, Divulgação/O Caxiense

CHIQUE

Douglas,

campeão de basquete e operário na madrugada

R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

Praia | 5 Números e costumes da invasão caxiense no Litoral Norte

André T. Susin/O Caxiense

Roberto Hunoff | 4 Contratos do Programa Minha Casa Minha Vida superaram em 38% as metas da Caixa

Coisa linda o anúncio institucional da página central da edição 57! Realmente, muito foi feito, inclusive revolucionaram a maneira como o caxiense lê jornal. Parabéns! Roberta Mattana

Assembleia | 9 A produção dos deputados caxienses na última legislatura

@EronVoesch É o fim! E as autoridades competentes? Não fazem nada? É crime federal! O cara já foi preso 6 vezes e a rádio continua #rádiopirata

Boa Gente | 12 Um ator das antigas, dois clássicos jovens talentos, velhas, novas – e boas – locadoras

@mfurlann Parabéns ao @ocaxiense pela reportagem da rádio pirata União FM, fechada 6 vezes e sempre volta... #rádiopirata

Perfil | 13 A trajetória do médico, esportista, documentarista e criador Oskar Metsavaht

Artes | 18 A melancolia de um gato surdo e um grito poético de luta Perfil | 19 Douglinhas, cestinha do Basquete Caxias, joga em todas fora da quadra Dupla CA-JU | 21 Às vésperas do Gauchão, correria no Departamento Médico

Alexander Fernandes, Foto Itália, Div./O Caxiense

Guia de Cultura | 16 Oficinas de teatro em Caxias e teatro de rua no litoral

@FelipeGrivot Parabéns @ocaxiense pelo app para iPhone. Já dou minhas 5 estrelas para o produto e toda a redação! #ocaxiensenoiPhone @julianoeb Congratz para o @ocaxiense com seu app para iPhone :) curti #ocaxiensenoiPhone @hernan_g @ocaxiense Eu já baixei e recomendo! Parabéns #ocaxiensenoiPhone

@fabiolapezzini @ocaxiense O que eu mais admiro em vocês é essa prestação nas redes sociais... é bom saber que podemos ter retorno de um jornal tão sério! #ocaxiense

Guia de Esportes | 22 Jogue basquete e futebol de areia, faça rafting no mar e aprenda a surfar

@Gabeemendez Adoro esses Top 5 que o pessoal da redação @ocaxiense faz :D #top5

Renato Henrichs | 23 Beto Albuquerque prega “diálogo” para resolver a questão dos pedágios, destoando das promessas de Tarso

@Bruno_zilli @ocaxiense Parabéns pelo ano de 2010 de jornalismo sério, e que continue crescendo em 2011! #ocaxiense

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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@SimoneAndreola Adoro @ocaxiense porque só tem gente boa! Jornalistas de verdade! #ocaxiense

Cartel da gasolina | O preço cada vez mais alto, quando as autoridades vão tomar providências? Perdi a esperança. Wolnei Padilha

No Site

O Caxiense no iPhone | Um aplicativo de um jornal local é importante pra cidade. Parabéns ao jornal pela iniciativa. Ezequiel Lovat

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Silvio Alves, Div./O Caxiense

Fábio Pozzebom, Div./O Caxiense

Maicon Damasceno/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Novas certidões não chegaram a Caxias; cartel nos postos está sob investigação em Brasília; Abgail se compromete com aeroporto em Vila Oliva

SEGUNDA | 3.jan

TERÇA | 4.jan

Viagens de ônibus estão mais caras

Abgail defende novo aeroporto em Vila Oliva

O feriado de Ano Novo já teve preço novo para quem viajou de ônibus na região. As tarifas intermunicipais subiram 6,09%, encarecendo as viagens entre Caxias e Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Santa Teresa e São Marcos. Para a vizinha Farroupilha, por exemplo, passou de R$ 2,85 para R$ 3. O valor é metade da tarifa de pedágio da Convias – que, aliás, está na fila à espera de reajuste, para breve.

BM prendeu 8 por dia no ano passado

Se depender da nova secretária de Turismo, Abgail Pereira (PC do B), o governo do Estado confirmará Vila Oliva como local de construção do aeroporto regional. Pouco antes da posse, a comunista – que concorreu ao Senado na última eleição, com votação significativa – ressaltou que o futuro do turismo em Caxias passa por investimentos em infraestrutura, e revelou sua posição: “Não tem como fugir do debate sobre o aeroporto. Ainda não tivemos acesso ao estudo técnico do governo anterior, mas eu, como caxiense, acho que deveria ficar em Caxias”. Argumentos, aliás, não faltarão para que Abgail defenda essa posição. No estudo do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), que analisou 15 itens, Vila Oliva ficou com nota técnica de 9,69, contra 5,34 da outra opção, Monte Bérico, em Farroupilha – defendida por lideranças de Bento Gonçalves. Mais do que isso: o diretor do DAP considerou a segunda alternativa “inviável”.

O relatório final assinado pelo comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM) revela que os brigadianos fizeram 2.943 prisões em Caxias em 2010 – oito por dia. No ano, atenderam 38.553 ocorrências, média de 105 por dia. Dos 2.237 veículos furtados, a BM recuperou 1.546, quase 70%. O número total de prisões, porém, está longe de representar a quantidade de criminosos reti- QUARTA | 5.jan rados das ruas. Boa parte sai da cadeia em questão de horas ou Dezembro impulsionou dias, por ordem da Justiça. E tam- alta da cesta básica bém há os que foram presos 1, 2, O apetite das festas de fim de 3... vezes no ano. ano acabou causando indigestão

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ao bolso, e alimentando a famigerada inflação. A cesta básica fechou o ano com alta de 5,2% em relação a 2009, custando R$ 517,30. Detalhe: metade desse impulso nos preços ficou a carga do mês de dezembro. Levando-se em conta a evolução do salário mínimo no período, entretanto, o poder de compra do caxiense cresceu 4%.

Cartórios locais ainda não emitem as novas certidões

as conversas gravadas em um processo administrativo para avaliar se 12 comerciantes de Caxias cometeram o crime de formação de cartel, combinando preços.

TV Brasil transmitirá os jogos da Série C

Ótima notícia para a torcida grená: TV Brasil anunciou que fará a cobertura completa da Série C em 2011. Os direitos de transmissão dos jogos foram adquiridos pela emissora estatal – que no ano passado já televisionou a terceira divisão a partir das quartas de final – junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Uma pena que, justo agora, a UCS TV deixa de retransmitir o sinal da TV Brasil, optando pelo Canal Futura. Em Caxias, a TV Brasil passa somente na televisão por assinatura.

As novas certidões de nascimento, casamento e óbito, padronizadas pela Casa da Moeda, vão chegar atrasadas a Caxias. Na véspera do início da validade dos documentos, os cartórios locais ainda não haviam recebido o material necessário para emiti-los – nem tinham previsão para isso. As novas certidões têm marca d’água e microletras, e são impressas da mesma forma que SEXTA | 7.jan as cédulas de dinheiro, tudo para Verba federal para evitar falsificações.

construir três creches

QUINTA | 6.jan 12 postos sob suspeita de formação de cartel

As intercepções telefônicas feitas pelo MP que já causaram complicações judiciais para donos de postos de combustíveis agora foram parar em Brasília. A Secretaria de Direito Econômico vai usar

Caxias foi incluída na lista de 223 municípios brasileiros que receberão dinheiro para construir creches, dentro da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Em todo país, estão previstas 520 novas escolas de educação infantil. Por aqui, deverão ser três. A falta de vagas nas creches públicas é problema de longa data na cidade.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Representação

O advogado André Vanoni de Godoy, ex-presidente do Conselho Deliberativo da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul e atual membro do Conselho Superior, assumiu como vicepresidente do Sebrae/RS, indicado entre os 15 membros integrantes do Conselho Deliberativo da entidade. Godoy integrará a diretoria encabeçada pelo empresário Vitor Hugo Koch, também presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul. O Sebrae/RS tem orçamento previsto de aproximadamente R$ 500 milhões para os próximos quatro anos de gestão. Sua missão é a de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo.

Incorporação

Os acionistas da Lupatech aprovaram a proposta da diretoria de incorporação da Valmicro pela companhia, sem aumento de capital ou emissão de novas ações. Com a decisão, a empresa fundada em 1984 foi extinta – ela foi a segunda unidade do Grupo Lupatech, que começou sua trajetória em 1980 com a Microinox. A medida objetiva simplificar a estrutura societária da companhia, devendo repercutir em melhores margens operacionais. As atividades da Valmicro, que tinha fábrica em Veranópolis, serão absorvidas por filiais do grupo.

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certificadas

mentos saudáveis. Para participar o agricultor deve seguir normas de aplicação de defensivos e respeitar períodos de carência para a colheita da uva. Por meio de lotes, a produção será analisada em laboratório na cidade de Viamão para identificar se existem resíduos dos defensivos. Se atender aos requisitos a uva receberá o selo que certifica a sua condição como saudável. Depois da uva o programa será estendido para as demais culturas.

Férias

A partir da segunda-feira (10), a rede Magic Game oferecerá entretenimento para os frequentadores do Iguatemi Caxias. Até

o dia 13 de fevereiro a Praça de Eventos será transformada em parque de diversões com diversas atrações para crianças e adultos.

Cesta mais cara

O custo da cesta básica de Caxias do Sul fechou o ano em alta, com o mês de dezembro representando 55% da elevação total. Sob influência muito forte da alimentação, que aumentou 3,36%, o índice mensal chegou a 2,81%, o mais alto do ano. Com isso, o preço da cesta básica evoluiu 5,20% no ano passado, ou R$ 25,42 em valores absolutos, elevando o custo para R$ 517,30. Durante o ano o grupo formado pelos alimentos apresentou alta de 6,11%,

enquanto o de não-alimentares ficou em 1,53%. Se forem tomados como comparação os aumentos do ano do salário mínimo e da cesta básica o poder de compra do caxiense cresceu 4%. Em dezembro de 2009 era necessário 1,058 salário mínimo para comprar os produtos da cesta. Um ano depois o índice caiu para 1,014 salário mínimo. Os dados são do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul.

Os fiscais de trânsito aplicaram mais de 42 mil multas a motoristas em Caxias do Sul ao longo do ano passado. O número é 22% superior ao consolidado em 2009. A maioria das infrações cometidas é falar ao telefone enquanto dirige o veículo, cruzar o sinal vermelho e não usar o cinto de segurança. Para 2011 a fiscalização ganhará 10 novos fiscais, que se incorporarão ao quadro atual de 56. A secretaria anuncia que a fiscalização será reforçada para reduzir a incidência de infração e, assim, melhorar a segurança no trânsito.

Qualidade

O principal objetivo da diretoria da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) para este ano é obter a certificação na norma ISO 9001. A meta está definida no planejamento estratégico da companhia desenvolvido ao longo dos últimos seis anos. Em termos de receita, o diretorpresidente Adiló Didomênico estima valor de R$ 66 milhões, em alta de 10% sobre o resultado esperado para 2010. Ele também antecipa que a companhia fechará o balanço do ano passado com margem final positiva. A maior parte da receita da Codeca tem origem na coleta de lixo.

Imposto veicular

Em torno de 25% dos proprietários de 167,5 mil veículos que devem pagar o IPVA em Caxias do Sul liquidaram esta dívida com o Estado aproveitando o desconto que chegou a 24,5%. Em valo-

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O site do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis da Serra Gaúcha recebeu 48.625 acessos no ano passado, em alta de 30% sobre o 2009. Pessoas de 362 cidades do Brasil, e de outros 36 países, visitaram a página da entidade para alguma pesquisa. A maioria procurou informações sobre a planilha referencial de honorários, curiosidades do setor contábil e agenda de cursos e eventos.

Multas

Uvas

A Secretaria Municipal da Agricultura organiza para o mês de fevereiro a realização de edições especiais do Ponto de Safra exclusivamente para a venda de uvas certificadas, cultivadas por agricultores que integram a Associação dos Produtores de Uvas Cobertas. O diretor executivo da secretaria, Arno Roberto Costanzi, destaca que as uvas certificadas são o primeiro produto a integrar o programa que objetiva a produção de ali-

Acessos

res representa algo como R$ 24 milhões, pois a estimativa é que os caxienses apurem mais de R$ 95 milhões deste imposto. Metade do valor volta aos cofres da prefeitura e o restante fica com o Estado.

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Divulgação/O Caxiense

A Caixa Econômica Federal superou em 38% a meta de contratações de moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida em Caxias do Sul. O objetivo era atingir 2,5 mil contratos, mas o ano fechou com 3.451, gerando financiamentos na ordem de R$ 180 milhões. Nos 71 municípios abrangidos pela Superintendência sediada em Caxias do Sul, o movimento financeiro chegou a R$ 400 milhões com a assinatura de 8.515 contratos – a meta era de 5,8 mil. O gerente regional da instituição, Valdir Angst, destaca que a superação das metas deu-se pelo aumento na adesão de construtoras. Para 2011, a estratégia inicial é de atingir 2,5 mil contratos em Caxias e 5,8 mil na região. Mas o representante da Caixa aposta em números maiores. Em todo o Brasil foram fechados mais de 1 milhão de contratos com valor financiado de quase R$ 53 bilhões.

Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Recorde na habitação


Andrè T. Susin/O Caxiense

Hábitos de verão

Para a família de Alano, aproveitar a tranquilidade de Curumim é programa obrigatório todos os anos

CAXIAS À

BEIRA-MAR

P

por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

egar trânsito na Rota do Sol, principalmente na parte mais antiga da rodovia, até Lajeado Grande. Comer pastel em Tainhas, parar para tirar foto da serra depois do túnel da cascata. Dormir depois do almoço – tem hotel com plaquinha indicando que o horário de silêncio é das 23h às 8h e das 13h às 15h. Comer sonho de doce de leite logo em seguida. Soltar estrondosos foguetes a qualquer hora do dia. Andar no meio da rua arrastando o chinelo de dedo. Jogar escova, sinuca, bocha. Sentir-se à vontade no ambiente mais democrático frequentado por caxienses – de chinelo, bermuda e com a pele queimada pelo sol, quase todo mundo é igual. Mais do que uma opção de lazer, o ritual de ir às praias do Litoral Norte gaúcho, em especial Curumim, Areias Brancas, Arroio do Sal e Torres, tem ares de hábito obrigatório para quem vive em Caxias. Com algumas adaptações ao longo dos anos, os balneários se moldaram aos costumes e encarnaram com naturalidade o papel de colônia de férias da “gringolândia”. A praia mais próxima da cidade segue como território inquestionável de veranistas caxienses.

Com menos de 2 mil habitantes fixos, Curumim chega a receber 15 mil pessoas na alta temporada. Mas uma passagem rápida pelas ruas principais revela que outros moradores da Serra descobriram o caminho da Rota do Sol. Carros com placas de Bento Gonçalves, Nova Petrópolis, Canela, Gramado, Passo Fundo e Erechim dividem espaço com os de Caxias. Márcia Fassbinder, hoteleira e subprefeita do distrito de Capão da Canoa, aponta os novos ocupantes como a principal clientela das hospedagens de Curumim. Na vizinha Areias Brancas não é diferente. Os casais Inelbe e Justino Tondel, de Antônio Prado, e Maria Estela e Estevão Comin, de Nova Roma do Sul, fazem coro ao justificar a opção por um hotel. “Se a gente aluga ou compra uma casa aqui na praia tem que trabalhar igual, mas o que a gente quer é descansar”, afirma Inelbe. Se moradores de outras cidades ainda não fazem um investimento maciço em imóveis no litoral, optando pela hotelaria, nos demais hábitos repetem os caxienses. Entre eles a frequência matutina e vespertina à beira da praia e os passeios a Capão da Canoa ou Torres nos não raros dias de chuva. “Mas o que todos priorizam mesmo é o descanso”, avalia Márcia. A tranquilidade é aponta-

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Novos ventos sopram nas praias dos caxienses, levando mais moradores da Serra e criando a expectativa de um parque eólico em Arroio do Sal da como o principal motivo para Brancas, casas antigas de madeira não abrir mão de veranear nas dão lugar a amplas construções, tradicionais praias. Outro indí- mas que seguem pertencendo aos cio de que o público frequentador mesmos donos – na maioria casegue formado prioritariamente xienses – ou, pelo menos, às mespor famílias está na religiosida- mas famílias. Com a conclusão do de. Em Curumim, a Igreja Cató- asfaltamento na Rota do Sol, em lica mantém seu público cativo 2007, comerciantes e moradores – mas agora divide espaço com locais observaram a mudança no duas correntes da Igreja Luterana, comportamento dos veranistas. uma Batista e uma Assembleia de Em vez de reservar 15 dias seguiDeus. dos para aproveiA família do emtar a temporada de presário Gelson “É um ano em verão, a estadia na Alano, 44 anos, é praia passou a ocora típica frequenta- Curumim, o outro rer mais frequendora das praias dos em Curumim. É temente aos fins de gringos. Já perdeu como estar em semana. “Eu lembro as contas de quan- Caxias, né! E é do tempo que levava tas vezes foi para bom para deixar quase cinco horas Curumim, gosta da de viagem pela Fretranquilidade e de as crianças eway. Se antes deencontrar muitos saírem”, diz morava tanto tempo conhecidos, e re- Gelson para chegar, valia a serva 15 dias a cada pena ficar mais temverão para a estadia po”, analisa a subem uma casa alugada. “É um ano prefeita Márcia. em Curumim, o outro em Curumim. É como estar em Caxias, né! Com o crescente número E é bom para deixar as crianças de frequentadores, o comércio saírem”, diz Alano. As “crianças” percebeu a oportunidade para se são Gislaine, 14 anos, e Gisele, desenvolver, aumentando as op19 anos. A mais nova conta que a ções de lojas, bazares, lancherias, única opção de lazer é ir de carro restaurantes e mercados. O perfil para o Centro e ouvir música. Em dos investidores desse setor dealto volume, normalmente. monstra que, na praia, caxiense pensa mais em descansar do que Em Curumim e em Areias trabalhar. Afora alguns estabe8 a 14 de janeiro de 2011

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Andrè T. Susin/O Caxiense

A mesma tranquilidade levou Vaccari e Tomazoni a fixarem morada na praia, enaltecendo o clima, mas lamentando a falta de estrutura lecimentos do ramo da alimentação, que levaram para o litoral marcas e receitas consagradas pelo paladar caxiense, o comércio é dominado por empresários e funcionários da região. Natural de Três Cachoeiras, Tamires Schmitt, 19 anos, conseguiu emprego em um bazar de Arroio do Sal graças ao movimento intenso da alta temporada. Depois de atender uma senhora, típica descendente italiana que deu muitas ordens sobre como fazer um pacote de presente, a jovem admite que ainda está se acostumando com os modos da clientela. “São bem exigentes e pechincham muito. E falam de um jeito engraçado. Mas graças a eles eu estou trabalhando”, reflete. O crescimento dos balneários não trouxe só impactos positivos. Em Curumim, quando a ociosidade da baixa temporada dá lugar para a movimentação de reparos nas casas, normalmente a partir de outubro, serviços como limpeza de ruas e recolhimento de lixo passam a não dar conta da demanda. “A subprefeitura funciona como uma mini Secretaria de Obras, hoje temos maquinário sempre disponível”, diz a subpre-

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feita, apontando investimentos da emancipação se desenvolveu em asfaltamento, revitalização muito. Também queremos nos de praças e opções de lazer como desenvolver, e através da emanconquistas da gestão. cipação temos mais condições, Alguns moradores defendem porque concentraria recursos de a emancipação de Curumim – arrecadação na sede, além dos junto com o balneário vizinho repasses estaduais e federais direArroio Teixeira – do município to para cá. Capão não vai perder de Capão da Canoa como for- com isso”, argumenta. A ideia é ma de garantir uma que o futuro munimaior concentração cípio sobreviva do de recursos para as “São exigentes turismo, a exemplo e pechincham comunidades. Prodo que já ocorre prietário de uma muito. E falam atualmente. “Na dépousada em Arroio de um jeito cada de 90 tivemos Teixeira, Carlos Anque decidir a qual engraçado. Mas tonio Bauer preside município Curua comissão que trata graças a eles mim pertenceria. sobre o assunto, es- eu estou Para nós, não era tabelecida em 2002. trabalhando”, interessante ficar Bauer está animado reflete Tamires com Terra de Areia, com uma provável com economia volreunião que ocorretada prioritariará entre comissões semelhantes mente para o agronegócio, sendo de todo o Estado e o novo gover- que poderia ficar com Capão da no. Diz que a intenção é fazer a Canoa, de vocação turística”, recomunidade ser ouvida sobre a lembra Márcia. À época, ficou esproposta. Preocupado em não tabelecido que Terra de Areia fiparecer contrário à prefeitura de caria com o território ao norte de Capão, ele acredita que a deman- um pequeno riacho que ladeia o da por uma estrutura municipal balneário, que hoje abriga a praia na região é evidente. “Quando de Nova Curumim. Arroio do Sal pertencia a Torres era uma praia paralisada, e depois Mesmo sem uma infraestrutu-

ra completa, os destinos de verão dos caxienses se tornaram a moradia de alguns, principalmente aposentados. O mecânico Nelson Agostinho Vaccari, 73 anos, mudou-se com a esposa para Curumim há quatro anos. “Não tinha mais o que eu fazer lá em Caxias”, explica. O caminhoneiro aposentado Sadi Tomazoni, 58 anos, há oito morando no balneário, acrescenta que “o padrão de vida é diferente, a qualidade também”, e emenda um diálogo com Vaccari sobre violência, para eles inexistente em Curumim. “Um cara me contou que Caxias teve mais de 100 mortes no ano passado.” “Aqui não teve nenhuma, né?”, constatam, satisfeitos. Mesmo assim, reclamam da falta de policiamento, ao lado da estrutura de saúde, como o principal defeito do novo lar. “A gente tem que apelar para vigilância privada”, conta Vaccari. Provocados a falar sobre a possível emancipação de Curumim, Vaccari reage: “Mas como? Isso aqui não tem uma indústria!”. Tomazoni pondera, afirmando que arrecadação de IPTU daria o principal suporte às contas do município. No fim, os amigos acabam concordando que

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a praia merece o desenvolvimento que a novidade traria. Novos moradores são os principais responsáveis pela vida própria que os balneários ganharam na baixa temporada. Mas apesar de passarem a maior parte do tempo na praia – e usarem os serviços oferecidos pelas prefeituras litorâneas, muitos residentes declaram que ainda vivem em Caxias ou na cidade de origem. Isso implica em menos repasses de verbas federais para as prefeituras do litoral. “Para o Fundo de Participação dos Municípios o que vale é o levantamento do Censo. Se conseguíssemos alcançar 10 mil habitantes, alcançaríamos um novo nível de repasse, bem maior, mas ainda não foi dessa vez”, lamenta o Secretário de Turismo, Esporte, Indústria e Comércio de Arroio do Sal, Mateus Coelho Ribeiro. Ninguém sabe ao certo onde termina o município de Arroio do Sal e onde começa a praia de Areias Brancas. No entanto, moradores e frequentadores são unânimes quando apontam essa última como a maior concentração de caxienses por quilômetro quadrado no Litoral Norte. Não que Arroio do Sal não os receba, longe disso. Dos 22.900 carnês de IPTU emitidos pela prefeitura,

6.400 vão para endereços de Arroio do Sal e 6.430 são enviados para Caxias. O restante é remetido para outros 49 municípios. Mas Areias Brancas é o destino de tantas famílias de Caxias que os frequentadores se sentem tão à vontade como se estivessem em casa. Na Sociedade de Amigos de Areias Brancas é comum ver gente conversando em dialeto talian com naturalidade. Os cardápios de restaurantes e lancherias se assemelham bastante com os da Serra. Empresas de Caxias patrocinam eventos que ocorrem no balneário por perceber que o público alvo está presente nas terras litorâneas. Em Arroio do Sal, com 7.744 habitantes, conforme o Censo 2010, a população salta para 80 mil pessoas entre dezembro e fevereiro. Com o esgotamento de espaços nas praias tradicionalmente frequentadas por moradores da região metropolitana de Porto Alegre, como Tramandaí e Capão da Canoa, a região surge como opção para novos empreendimentos imobiliários. Até o fim de 2012, 10 novos condomínios fechados devem ser construídos. Nos oito primeiros meses de 2010, o número de projetos de edificações aprovados pela prefeitura equivale à mesma marca dos 12 meses do ano anterior. Não por

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acaso a construção civil é o setor verão, Torres, com sua combinaque mais gera empregos na cida- ção de boa infraestrutura e paide, seguido pelo turismo. Apesar sagens naturais, atrai caxienses de a prefeitura comemorar a ex- com a intenção de fixar o local pansão imobiliária, há a preocu- de veraneio. Todo ano, cerca de pação do ponto de vista sanitário. 3 mil carnês de IPTU são remetiEm 2010 o município renovou o dos pela prefeitura local a enderecontrato de prestação de serviços ços caxienses. Após veranear em com a Companhia Riograndense praias como Curumim, Arroio do de Saneamento (Corsan) para o Sal e Itapeva, sempre em imóveis abastecimento de água e a cole- alugados, a engenheira mecânica ta e tratamento de esgoto, com a aposentada Maria Emília Zamcondição de que a pieri, 55 anos, pasautarquia faça tamsou a fazer parte da bém um sistema de “Quando Arroio estatística. Pesquiesgoto para cidade, do Sal pertencia sando preços de terhoje inexistente, a Praia da Cal, a Torres era uma renos, além do tratamento reduto de caxienses, e fornecimento de praia paralisada, apareceu como a ope depois se água. ção mais em conta. O município tam- desenvolveu Após dois anos de bém vive a gran- muito”, diz Bauer, construção, a casa de expectativa da ficou pronta para para emancipar construção de um abrigar a família duparque eólico com Curumim rante alguns dias da 20 torres, como o de alta temporada e nos Osório. Técnicos da feriados, e ser alugaAlemanha já realizaram os testes da em outras épocas. Localizada que habilitam a região para pro- ao fundo do Morro das Furnas, duzir energia a partir do vento. fica perto da principal razão para “Não é que vá abastecer direta- Maria Emília ter escolhido essa mente Arroio do Sal, mas a ener- praia para investir. “Aqui não tem gia cai na rede da CEEE e gera só mar, parece que a energia é dibons impostos para o município”, ferente, por causa dessa variedade empolga-se o secretário Mateus. da natureza. Além disso, Torres oferece serviços melhores”, avalia. Dependendo ainda menos “E a gente não deixa de se sentir do movimento da temporada de em casa.”

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Walter Fagundes, Divulgação/O Caxiense

Marcelo Bertani, Divulgação/O Caxiense

Prestação de contas

Kalil lembra da comissão sobre combate às drogas e Marisa recorda dos projeto na área da educação como maiores contribuições

22 PROJETOS

EM 4 ANOS A

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

o longo de quatro anos e 506 sessões plenárias, a atuação dos dois deputados estaduais caxienses na Assembleia Legislativa não foi marcada por grandes números. Kalil Sehbe (PDT) e Marisa Formolo (PT) produziram, respectivamente, 14 e oito projetos de lei. O pedetista teve sete aprovados, e a petista, apenas dois. Marisa tentou emplacar 25 emendas aos orçamentos, ao Plano Pluri-Anual e a projetos do Executivo – obteve sucesso quatro vezes. O agora secretário de Esportes e Lazer do Estado apresentou 19 – viu três serem aprovadas ou anexadas. No entanto, ambos consideram a produção boa. “Foi excelente, trabalhei muito e com coisas concretas”, avalia Kalil. “A grande maioria dos temas com os quais me envolvi foram vitoriosos. Tem deputado que não conseguiu aprovar lei nenhuma. Não fiz mais porque a sociedade não me demandou mais leis. Os deputados que são campeões em projetos de lei não são campeões em acompanhar a luta do povo”, afirma Marisa. Entre as contribuições da última legislatura, a petista destaca os resultados do trabalho na subcomissão sobre a situação

da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Marisa foi uma das três proponentes do grupo. “Cento e um professores foram demitidos em 2008. Criamos 17 comitês de apoio à universidade e conseguimos fazer com que ela não fosse fechada. Agora, só precisa ser reformulada”, avalia a deputada reeleita. Ela lembra também da emenda ao Plano Pluri-Anual 2008-2011 que destinou R$ 790 mil à reforma de colégios. “Com isso, conseguimos terminar a escola de Fazenda Souza.” Kalil realça o trabalho no combate às drogas. Ele propôs a criação de uma comissão especial para tratar do tema, que foi aprovada. “Dobramos o número de leitos para dependentes.” O pedetista também assinala a atuação na comissão especial dos Parques Tecnológicos, grupo proposto por ele e outros 49 deputados. O grupo fez o texto que acabou inspirando a Lei de Inovação. “Vai melhorar muito o nível de competitividade das empresas gaúchas. A inovação traz novos produtos, mercados e empregos. A origem da lei é do Executivo, porque deputados não podem dar rabisco fiscal, mas quem escreveu ela fui eu”, defende Kalil. Ele também foi o autor da lei que obriga o voto aberto nas sessões da Assembleia e a que transformou o CTG Herdeiros da Tradição em patrimônio cultural

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Com produção modesta em números, Kalil e Marisa defendem a importância de sua atuação na última legislatura na Assembleia Legislativa

do Estado, projetos aprovados – a intenção era tornar obrigatóneste mandato, mas apresentados ria a representação proporcional na legislatura anterior. com, quando possível, uma vaga para cada sexo nas comissões Kalil começou seu último permanentes da Casa. No mesmandato na situação e terminou mo período, Kalil protocolou um na oposição. O PDT deixou o go- projeto de lei, quatro requerimenverno Yeda Crusius tos e duas emendas. (PSDB) nos primeiA deputada diz que ros 100 dias. Mesmo “Os deputados não há relação entre assim, diversos re- que são campeões essa queda quantiquerimentos assina- em projetos tativa e sua campados pelo deputado de lei não são nha à reeleição. “A pediram que procampanha acontece jetos do Executivo campeões em mais no segundo sefossem votados: 13 acompanhar a mestre. Na primeira repasses de imóveis luta do povo”, metade do ano, predo Estado a muni- afirma a petista sidi a comissão escípios; duas transfe- Marisa pecial de Educação rências de rodovias Profissionalizante e, a municípios; os pena segunda, publididos de votação do relatório final camos o guia de cursos do Estada CPI do Detran e do projeto de do”, justifica Marisa. contratação emergencial de servidores da Secretaria de Obras. Os deputados caxienses não “Minha vida parlamentar sempre participaram das três Comissões foi de construção, o Estado em Parlamentares de Investigação primeiro lugar. Votei os proje- mais polêmicas da legislatura: a tos que considerava importantes, dos Pedágios, a do Detran e a da como a capitalização do Banrisul Corrupção. Na dos pedágios, Mae os repasses de asfaltos”, explica risa Formolo e Dionilso Marcon Kalil, que também atribui os pe- (PT) protocolaram requerimento didos ao fato de ter sido vice-líder comum contra o relatório final de bancada. do grupo. “O texto era do BerDurante o ano de 2010, Marisa fran Rosado (PPS), que servia à não apresentou nenhum projeto política do governo e favorecia as de lei ou requerimento. Apenas concessionárias. Nosso voto em um pedido de projeto de resolu- separado serviu para que o Tribução com outros cinco deputados nal de Contas da União do Estado 8 a 14 de janeiro de 2011

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fizesse uma auditoria que evidenciou o superfaturamento dos contratos”, afirma Marisa. Mesmo não sendo parte do grupo, o pedetista questiona a validade da CPI do Detran. “Como o assunto já estava na esfera jurídica, fizemos um debate político. O que a Assembleia levantou de novo? Não digo que foi inútil, mas foi um debate mais político do que construtivo”, avalia Kalil. Marisa, no entanto, defende os resultados da comissão. “Conseguimos o apoio da sociedade gaúcha para parar parte do Duplica RS, que previa mais 15 anos de prorrogação dos contratos dos padágios.”

queimadas sem prejudicar o meio lamentar da base aliada. Maria ambiente. Hoje, isso é algo que Helena já comandou a comissão atormenta a vida deles”, adianta quando dois colegas de partido Alceu. Ele pretende entrar no de- foram eleitos prefeitos e ela virou bate sobre os pedágios, posiciona- titular na Casa, depois de ter ficase contra a devolução de estradas do dois anos na suplência. “Vasob a tutela gaúcha ao governo mos promover um debate mais federal e é a favor do término claro sobre como os repasses do dos contratos com Estado chegam aos as concessionárias. municípios. Muitas Também deverá de- “Minha vida vezes, os municífender o movimento parlamentar pios precisam de tradicionalista, que, sempre foi de dinheiro para uma segundo o pedetis- construção, o escola e vêm para ta, hoje está “muito uma UBS”, diz a Estado em jogado”. deputada eleita, reprimeiro velando que quer O início de lugar”, diz o convocar um fórum mandato na Assem- pedetista com representantes bleia, porém, não é Kalil dos municípios para sinônimo de quadebater a questão. tro anos legislando. O ano também Isso porque daqui a dois anos há será de mudanças para Marisa e eleições municipais, e parte dos Kalil. A petista passará, agora, a deputados será chamada à dispu- ser parte da base governista. “Os ta. Alceu, por exemplo, é cotado compromissos não mudam, aupara ser candidato a prefeito: “O menta a pressão da sociedade, futuro a Deus pertence. Fui diplo- que pede respostas mais rápidas mado para ser deputado até 2014. por estarmos no governo”, consiMas, se o partido precisar de mim dera Marisa, que pretende retolá na frente, estarei à disposição”. mar o projeto que restringe o uso Maria Helena Sartori não po- de animais pela BM para impedir derá ser candidata por ser mu- violência na repressão aos movilher do prefeito José Ivo Sartori mentos sociais. Kalil já assumiu (PMDB), o que a faz buscar es- a Secretaria de Esporte e Lazer paços maiores na Assembleia. A e quer transformar o Estado “na peemedebista pretende presidir melhor sede da Copa do Mundo”. a comissão de Finanças, Planeja- Enquanto Kalil e Marisa alinham mento, Fiscalização e Controle, promessas e planos para os próque aprova o orçamento do go- ximos anos, veja ao lado um reverno – e que tradicionalmente, sumo do que os dois fizeram na no entanto, é presidido por par- última legislatura. Marco Couto, Divulgação/O Caxiense

ceber é mais penalizado do que quem quer. Sempre fiz muito apoio social e agora vou poder fazer ainda mais”, diz Marisa. Kalil, que não poderá receber o novo salário, já que deixou a Assembleia para ser secretário e não foi eleito deputado federal em 2010, defende o reajuste, comparando os vencimentos dos deputados aos de servidores do Judiciário e do setor privado. “Não temos que nivelar por baixo. Nunca votei contra aumento de servidores públicos. São 55 deputados para 1 milhão de gaúchos, um para cada 600 mil. Se fosse o diretor de uma empresa responsável por 600 mil funcionários, No apagar das luzes da le- quanto ganharia? Respeito a opigislatura, mais uma votação con- nião pública, mas votei com mitroversa. A Assembleia seguiu nha coerência”, argumenta Kalil. a onda do Congresso Nacional – que subiu os salários dos deNo dia 1° de fevereiro deste putados federais e senadores em ano, Marisa ganhará a companhia 61,83% – e reajustou a remune- de dois outros representantes da ração dos deputados estaduais cidade no Palácio Farroupilha. Alem 73,3%, de R$ 11.564.76 para ceu Barbosa Velho (PDT) e Maria R$ 20.042,34. Marisa defendia, Helena Sartori (PMDB) assumem junto com a bancada do PT, um seus mandatos na Assembleia. As percentual menor. Queria que os negociações para as comissões e salários passassem para R$ 15 mil a composição da Mesa Diretora em 2011 e R$ 17.400 em 2013, da Casa avançaram na semana acompanhado a evolução do salá- que passou, mas só devem ser rio mínimo. Apesar de ter votado completadas nas próximas duas. contra o aumento, a deputada si- O atual vice-prefeito afirma que naliza que não devolverá o exce- será segundo secretário da Mesa dente ao poder público. “Vamos e participará da comissão de tomar uma decisão com a próxi- Agricultura, Pecuária e Coopema bancada, possivelmente em rativismo. “Vou tentar mostrar fevereiro ou março. Cobram essa tecnicamente que é possível que posição nossa, quem não quer re- os pequenos produtores façam

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O que os deputados caxienses fizeram na última legislatura KALIL SEHBE (PDT) Projetos | 14 Aprovados | 7 - Obriga agências bancárias a terem porta com detector de metais e guarda volumes. - Torna a Festa da Uva patrimônio histórico e cultural do RS. - Transforma a Sociedade Partenon Literário patrimônio histórico do Rio Grande do Sul. - Modifica o texto dos avisos em elevadores de “Atenção: antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar” para “Atenção: antes de entrar, verifique se o elevador está parado neste andar”. - Proíbe a venda de jogos e brinquedos que induzam à violência. Na justificativa, agradece “as preciosas contribuições da colega Marisa Formolo”. - Batiza de Rodovia Padre Pedro Rizzon a VRS-815, em São Marcos. - Cria a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia.

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Arquivados | 6 - Obrigaria o (a) governador (a) a morar no Palácio Piratini.

MARISA FORMOLO (PT) Projetos | 8 Aprovados | 2 - Obriga a instalação de sensores eletrônicos nas praças de pedágio para que o poder público possa conferir as receitas das concessionárias com o número de veículos que trafega nas rodovias. - Institui o Dia Estadual da Consciência Indígena. Arquivados | 6 - Criaria política estadual de renegociação de dívidas de contratos de crédito educativo. - Modificaria a composição da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), criando eleições para escolher os representantes dos usuários e dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) no órgão. - Regulamentaria o uso de cães e cavalos pela Brigada Militar, restringindo as atividades para busca e salvamento, policiamento ostensivo de vias públicas e localização de entorpecentes. - Criaria a Política Estadual da Família Cidadã para garantir a articulação entre entes do Estado a fim de promover segurança social para famílias em situação de vulnerabilidade. - Criaria a Política Estadual de Co-

- Liberaria farmácias para comercializar artigos de conveniência e alimentos. - Criaria o cargo de biomédico no quadro geral de servidores do Estado. - Incluiria um representante da União Estadual dos Estudantes (UEE) no Conselho Estadual de Educação. - Obrigaria que recursos das loterias esportivas da Caixa Econômica Federal transferidos ao Estado fossem utilizados somente na construção de ginásios de esportes, quadras cobertas, aquisição e instalação de equipamentos esportivos. - Limitaria o número de alunos em sala de aula nos colégios estaduais. Turmas de 1ª a 4ª série teriam, no máximo, 25 alunos; de 5ª a 9ª, 30; do ensino médio, 35. Retirados | 1 - Nomearia a VRS-015, em Farroupilha, de Rodovia Padre Pedro Rizzon. Esse projeto foi substituído pelo que deu a mesma denominação à VRS815, aprovado. Emendas | 19 Aprovadas | 1 - Suprime metas da Procuradoria-

letivos de Trabalho, que daria apoio a grupos de produtores, como pequenas cooperativas. - Obrigaria que 30% dos alimentos servidos em órgãos públicos – escolas, prisões, creches, hospitais, asilos, casas de passagem, abrigos e unidades militares – fossem comprados de produtores agroecológicos locais. Retirados | nenhum Emendas | 25 Aprovadas | 4 - Inclui R$ 790 mil no Plano Plurianual 2008-2011 para manutenção de escolas da rede pública. - Altera o texto do PL 191/97 para que o Estado articule ações junto ao Fome Zero para garantir segurança alimentar a pessoas em situação de vulnerabilidade. - Garante que devedores do Programa de Crédito Educativo (Procred) que faleceram ou aposentados por invalidez não tenham que pagar seus débitos. - Aumenta de 90 para 180 dias o prazo de negociação das dívidas do Procred depois da publicação da lei que modificou as regras de financiamento. Rejeitadas | 18 - R$ 1 milhão, retirados da Secretaria da Fazenda, para compras de equipamentos para o Hospital Geral de Caxias do Sul.

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Geral da União o seguinte trecho: “Proporcionar a representação dos interesses da administração pública estadual em juízo, a assistência jurídica aos municípios, bem como zelar pela constitucionalidade dos atos da Governadora e pela observância dos princípios constitucionais pela administração direta e indireta”. Segundo a justificativa de Kalil, o item limita “de forma inconstitucional e ilegal” a atuação do órgão. Anexadas ao orçamento | 2 - R$ 600 mil para melhorias no Aeroporto Hugo Cantergiani, no orçamento de 2008. - R$ 50 mil para o Hospital Filantrópico de Bom Jesus, no orçamento de 2008.

Km 109 da RS-453, acesso ao Posto Cavalleri, em Farroupilha. - R$ 100 mil para construir trevo no Km 106 da RS-453, no acesso ao Hotel Farina, em Farroupilha. - R$ 1 milhão para ampliar o número de leitos do SUS destinados a dependentes químicos. - R$ 50 mil para melhorias da UBS de Muliterno. - R$ 10 mil para melhorias em uma UBS de Vista Alegre do Prata. - R$ 50 mil para o Hospital de Caridade Brasiliana Terra, em Tupanciretã. - R$ 500 mil para o Programa de Apoio a Comunidades Terapêuticas. - Instituiria Previdência Complementar para os servidores públicos. - Modificaria atribuições da Procuradoria-Geral do Estado – apresentado Rejeitadas | 15 três vezes, uma das quais aprovadas. - R$ 800 mil para asfaltar a Rua Má- Reduziria impostos de mercadores rio Lopes, que liga Caxias do Sul a Flo- para melhorias no Estádio Beira-Rio res da Cunha. e para a construção da Arena do Grê- R$ 400 mil para pavimentação da mio, dentro do projeto de lei que moRSC-392, em Tupanciretã. dernizou as regras do ICMS no Estado. - R$ 200 mil para construir passarela na RS-470, em Bento Gonçalves. Retirada | 1 - R$ 300 mil para instalação de lom- Uma das tentativas de reduzir o bada eletrônica na RS-470, em Bento ICMS para produtos usados nas obras Gonçalves. dos estádios que receberão jogos da - R$ 100 mil para construir trevo no Copa 2014 foi apresentada e retirada.

- R$ 2 milhões para a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), retirados dos orçamentos da Casa Civil e da Secretaria Geral de Governo. - Criaria programa de educação no campo. Duas versões do projeto foram apresentadas: uma previa R$ 1 milhão, retirado das receitas de gabinetes e órgãos centrais; outra, R$ 500 mil, retirados da Secretaria de Planejamento e Gestão – esta última foi assinada por seis deputados, inclusive Kalil Sehbe (PDT). - Incluiria cursos de graduação e pós-graduação nos gastos com cursos tecnológicos, emenda também assinada por Elvino Bohn Gass (PT). - R$ 200 mil para a manutenção do Conselho Estadual de Educação. Apresentada com sete deputados, inclusive Kalil Sehbe (PDT). Os recursos seriam retirados do orçamento da Casa Civil, da Casa Militar e do Gabinete da Governadora. - R$ 24 milhões, retirados do Detran, para manutenção de espaços escolares. - Alteraria redação da lei orçamentária para que o Estado garanta níveis de aprendizagem apropriados no ensino fundamental e médio. Com Elvino Bohn Gass (PT). - Ampliaria os programas Primeiro Emprego, Renda Mínima Familiar e Frentes de Trabalho e implementaria Redes Municipais de Assistência Social de Proteção à Criança e ao Adolescente, ao Idoso, ao Dependente Químico, à Pessoa Portadora de Deficiência e à

População Adulta, uma política pública para PPDs e programa de reconhecimento, demarcação e regularização das áreas das Comunidades Remanescentes de Quilombos. - O orçamento do Fundo de Apoio à Cultura passaria de cerca de R$ 400 mil para R$ 2,4 milhões. - Aumentaria em R$ 1,25 milhão os recursos do Plano Pluri-Anual 20082011 para produção, valorização e difusão das manifestações culturais, retirando recursos do orçamento da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, emenda apresentada quatro vezes - Retiraria a palavra “produção” das atribuições da Secretaria da Cultura na lei que modificou a estrutura administrativa do Estado – apresentado duas vezes. - Incluiria garantia à segurança alimentar nas atribuições da Secretaria da Justiça e Desenvolvimento Social – apresentado duas vezes. Retiradas | 3 - Permitiria que devedores do Programa de Crédito Educativo (Procred) pudessem sanar débitos prestando serviços ao Estado. - Obrigaria que recursos de quitações de dívidas com o Procred fossem destinados ao Fundo Rotativo de Crédito Educativo (Fundocred). - A lei com as novas regras do Procred entraria em vigor na data da publicação.

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Anahi

Fros A jornalista Anahi é dona do próprio negócio de assessoria de imprensa e, desde sempre, dona do próprio nariz. Independente, é mãe de dois filhos educados com a visão sustentável de mundo da mãe. Anahi, que trabalha assessorando grandes empresas, também atende a Feira Ecológica de Caxias e é praticamente a imagem perfeita – aliás, ela busca a perfeição em todos seus trabalhos – da Feira. Consome alimentos orgânicos não só por que são saudáveis, mas por que acredita na causa. Filha de um uruguaio e de uma brasileira, é apaixonada e expressiva. Quando criança fazia palhaçadas e teatro de rua. Em 2010, apresentou a peça Mosaico na conclusão do curso de teatro, com texto intenso sobre frustrações e dilemas humanos.

Férias | Locadoras

San Remo |Uma das locadoras de

vídeo mais antigas da cidade – está no mercado há 30 anos – também tem o melhor acervo. No site sanremovideo. com.br é possível montar listas com os filmes vistos. Em novo local, ao lado do McDonalds desde maio de 2010, mantém a organização dos DVDs separados por diretores consagrados para a alegria dos cinéfilos e lançamentos em Blu-Ray.

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Texas Vídeo | Pagar R$ 2 para ver em casa bons filmes nacionais como Quincas Berro D’água, que ficou apenas uma semana em cartaz no cinema em Caxias, é uma das promoções bacanas da locadora. Com acervo, inclusive de clássicos (novos e antigos), localização privilegiada (na área do posto em frente à prefeitura), estacionamento e seção infantil com brinquedos, a Texas tem cara de Blockbuster - espaçosa e tecnológica (com scanner da digital para cadastro do cliente) -, mas atendimento amigo de locadora familiar.

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André T. Susin/O Caxiense André T. Susin/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

por Paula Sperb e Marcelo Aramis

Tonus João

Fundador do grupo Miseri Coloni, que completa 30 anos de história, Tonus coordena os projetos especiais da Secretaria Municipal da Cultura (SMC). Como ator, ele vê diminuir o número de falantes do talian, dialeto das peças do Miseri Coloni, mas garante que ainda há plateia, inclusive entre quem não entende uma só palavra da peça. “O papel do Miseri é também não deixar morrer o dialeto. Mesmo quem não entende consegue perceber o espetáculo.” Como administrador, Tonus assume um personagem raro na cena teatreira. “É preciso trocar de roupa, se despir do ator e agir com a razão. Não pode deixar a paixão em primeiro plano.” Capito?

Guilherme

Vieira Na época da escola, Guilherme estudava para provas de Física programando fórmulas em uma calculadora científica. A aptidão para programação é antiga. Há seis anos, o empresário da Flip Studio, empresa que desenvolve sistemas para mobilidade, trabalha na área. O estudante de Ciências da Computação cria softwares móveis há dois anos e, há pelo menos um, já tinha a ideia de montar a Flip, que surgiu em agosto de 2010. Em Caxias do Sul, a Flip não tem concorrentes, são todos em nível nacional, um mercado novo e inovador. Guilherme desenvolveu o aplicativo para iPhone do jornal O Caxiense, o primeiro app de jornal do Sul do Brasil.

Nossa Vídeo | Possui duas filiais, mas uma delas é especial: a do Posto

BR, esquina da Vereador com a Sinimbu. Além de ser fácil de estacionar e ter horários diferenciados (vai até tarde da noite), ela é cheia de raridades – por exemplo TRON de 1982, que a San Remo, campeã em filmes antigos, não tem. Nas terças e quartas, a locadora de 20 anos sempre tem alguma promoção.

Queops | Talvez você não conheça, mas a Queops é a melhor opção para quem mora longe do Centro entre os bairros Salgado Filho, Esplanada, São Cateano... Fica na Av. Bom Pastor, que liga todos esses bairros. Além do cafezinho e chá oferecido pelos funcionários, você pode levar o cartaz do seu filme preferido para casa, basta pedir e colocar seu nome em uma lista. A Queops não tem filmes pornográficos. Audiolar | Provavelmente na época do VHS você tenha sido cliente da Au-

diolar. Agora, com predominância de DVDs, ainda mantém alguns filmes raros em fita. A locadora deu origem à Videolar, fabricante de fitas, CDs e DVDs, que hoje tem fábricas em São Paulo e Manaus, e um site de comércio de eletrônicos.

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Perfil

CAXIENSE TROPICAL

MINIMALISTA SOFISTICADO A trajetória do médico que tornou-se criador, símbolo do Rio de Janeiro e mestre do brazilian way of life nas passarelas

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Marcio Madeira, Divulgação/O Caxiense

Oskar dá identidade à Osklen, marca brasileira de maior sucesso do Exterior

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no Exterior, a Osklen –, o ilustre caxiense teve a oportunidade de conhecer o templo e meditar na arol, pode me emprestar meia sala do próprio Dalai Lama. Enhora da tua vida?”, disse a voz tretanto, tio Oskar não conseguiu pidona da minha amiga Valen- entrar em um clube na sua terra tina ao telefone. Era uma sexta- natal para mostrar a pista que ajufeira à tarde, exatos 10 minutos dara a construir e – que, segundo após o fechamento da edição de ele, cogitou-se até batizar com seu Natal de O Caxiense. “É que o nome: Oskar Metsavaht. tio Oskar quer levar os guris na Minutos depois, nos enconpista de skate do clube e preci- trávamos no apartamento de samos de um sócio. Vem com a uma de suas irmãs mais velhas, a gente?” Morrendo de vontade de professora de teatro e cinema da ver minha melhor amiga – e con- UCS Henriette Metsavaht Cará. fiando na sorte de repórter –, saí Mesmo envolvido com os predo caminho de casa e peguei a parativos da grande festa de NaBento, em direção ao Recreio da tal da família, que o traz à cidaJuventude. Ao chegar lá, me es- de todos os finais de ano, Oskar peravam tio Oskar e aceitou emprestar seus filhos, Thomas, meia hora da sua “Caxias demora Felipe (agarrados a concorrida vida um skate empresta- para enxergar as para O Caxiense. do pela top caxien- coisas que não Incomodado com se Gabriela Rhein, são focadas no o episódio que acairmã da internaciobara de acontecer, nal Guisela Rhein), dinheiro e na disparou: “Eu vou ansiosos para entrar indústria.Cultura te falar por que saí no clube, e Maria aqui demorou daqui. Caxias é uma Caetana, que iria muito para ser cidade que nunca com Valentina até o entendida” prestigiou nem eu Centro fazer comnem minha famípras. “Que bom lia. Meu pai (Renato que tu veio, desculpa atrapalhar”, Metsavaht) ajudou a fundar a faagradeceu Oskar, visivelmente culdade de Medicina e vários clualiviado ao me ver para prestar bes, de caça, o primeiro de golfe, socorro. “Quero mostrar a pista o Juvenil, o Rotary. A mãe (Maria para os meninos, ajudei a projetá- Amélia Metsavaht) participou da la”, me explicou. Nos dirigimos fundação da faculdade de Filosoà Secretaria mas, após enfrentar fia. Eles também puxaram muito aproximadamente 40 minutos de a cena cultural da cidade. E nunca burocracia e atendimento que es- foram prestigiados. Eu também, gotaram a paciência do criador e nunca fui e continuei não senícone mundial do “brazilian soul” do”. Quando começou a trabalhar – lema do estilo de vida inspirado com moda, há 20 anos, e durante principalmente na cultura cario- muito tempo, Oskar foi cliente da ca, que mistura urbanidade, natu- Pettenati. Por isso, foi com a fáreza e harmonia –, não pudemos brica de tecidos caxiense que ele entrar. Admirador do budismo, buscou parceria para seus primeinas gravações do documentário ros projetos de sustentabilidade Surfando as montanhas sagra- com o uso de materiais alternadas do Himalaia (2008) – um dos tivos, oito anos atrás. Na época, muitos projetos paralelos à traje- a empresa rejeitou as ideias de tória de médico/estilista/empre- Oskar. “Levei um projeto bacasário e diretor de uma das mar- não e eles disseram ‘isso não dá, cas brasileiras mais reconhecidas é caro’. Hoje, vejo que eles fazem por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

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só porque é moda. Podiam ter até fomentado, pois eram projetos legítimos que eu estava trazendo. Agora eles importam, imagine, ao invés de ajudar as coisas daqui.” É por essas e outras que o diretor de criação e estilo da Osklen prefere prestigiar outros lugares do Brasil, como o Rio de Janeiro – cidade que o adotou –, São Paulo e a Amazônia – onde a marca desenvolve pesquisas com materiais alternativos. “Acho uma cidade trabalhadora, que investiu na sua indústria, admiro algumas empresas, seus líderes e fundadores. O corajoso colono italiano que chegou aqui sem nada e construiu tudo. Mas, por outro lado, acho que Caxias demora para enxergar as coisas que não são focadas no dinheiro e na indústria. Cultura aqui é uma coisa que demorou muito para ser entendida e que hoje em dia é força econômica também.” É justamente ao que julga faltar a Caxias que Oskar atribui seu sucesso como criador: o contato com a cultura e o meio ambiente, que veio de berço. Orgulha-se em contar que Metsavaht, sobrenome de origem estoniana (o brasão da família é presença constante em produtos da Osklen), significa guarda florestal. “A gente teve uma relação muito forte, com o pai, de compreender a natureza. Acampávamos desde pequenos, tanto em praia quanto na mata. Ele nos levava para surfar, pescar, caçar”, conta. Além da paixão pelo meio ambiente, Renatão,

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Fotos: Acervo Osklen/O Caxiense

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1. Oskar, aos 4 anos, na “nevasca” caxiense do ano de 1965 que selaria sua relação de amor com a neve; 2. Durante veraneio em Torres com os irmãos (ele está à direita) e o amigo de infância Jean Louis Maillard (centro); 3. Adolescente, na pista de skate que ajudou a projetar no Clube Recreio da Juventude e não pode visitar no Natal; 4. Com o irmão, Leo, numa das caçadas em que o pai os levava e cujo contato com a natureza serviu de inspiração

como carinhosamente é chama- série Cities: Brooklyn by Spike do o patriarca dos Metsavaht, Lee e Rio by Oskar Metsavaht. transmitiu ao filho o gosto pela Das três opções de rótulo criadas imagem. “Ele filmava, tínhamos por ele – um com as tradicionais Super 8 e até aquelas moviolinhas palmeiras, outro com a calçada de editar filme. Ende Ipanema à noitão, ele nos ensinava te e outro em tons e nós mesmos edi- “Eu descia de areia, inspirado de bermuda, távamos os nossos numa foto de Oskar filmezinhos de skate camiseta e que integrará um e surfe. Acho que é prancha. Pelo livro que está fapor isso que eu sou zendo sobre a praia muito imagético.” mesmo elevador –, a vencedora será De fato, no dia a dia, que o diretor escolhida por voto é difícil ver Oskar do hospital e popular. O preferisem algum tipo de os pacientes do dele é o rótulo câmera na mão ou na maca” das palmeiras. “É envolvido com elas, bem a minha cara: seja fotografando a tropical minimalista festa de Natal da família – com sofisticado.” equipamento de dar inveja a muito profissional –, seja dirigindo Apesar da alma de criador, campanhas da Osklen. A casa aos 17 anos, quando chegou a dos Metsavath também sempre hora de escolher uma profissão, foi muito rica culturalmente gra- Oskar não pensou em arte. “Acho ças à mãe, que era professora de que nunca me deram essa janela. História da Arte e Filosofia, e às Tive que fazer Medicina, depois irmãs, Ana Amélia, artista plásti- trabalhar com moda, para comca, hoje trabalhando com Oskar, preender a essência do que é criar, e Henriette. “A referência estética e virar essa década (2000-2010) que eu tenho do belo vem disso. montando um ateliê”, ri. Ele fez o Eu ajudava muito a mãe a prepa- curso de Medicina aqui mesmo, rar as aulas. Como sempre gostei na UCS. E o pai, que é anestesista, de fotografia, fazia os slides dos colocou o garoto dentro do hoslivros”, revela. Hoje, os passatem- pital desde o início das aulas. “Eu pos da infância e adolescência era rato de hospital”, diz, fazendo tornaram-se profissão. Em janei- trocadilho com a gíria de surfisro, será divulgada a participação ta. “Comecei de baixo: montava do criador no Absolut Arts, pro- a caixa de instrumentos para as jeto mundial que começou com cirurgias. Passei para segundo a participação de Andy Warhol e instrumentador, depois primeiro cujo objetivo é levar arte à garrafa instrumentador, segundo auxida famosa vodka. Farão parte da liar de enfermagem (conforme o

tamanho da cirurgia), até chegar a primeiro auxiliar”, enumera. Apesar de não ser considerado o melhor da turma, Oskar foi único dos colegas a passar para a residência na Unicamp. Porém, não aguentou três meses. “Nasci em Caxias do Sul, não tive culpa. Mas morar em Campinas não dá”, relembra, brincando. E partiu, de mala e prancha, para o Rio, onde podia ter o equilíbrio de vida que sempre quis: estar junto à natureza (perto das montanhas da Mata Atlântica), aos esportes (o surf, principalmente) e cercado de gente vinda de tudo que é lugar. “Não consigo viver numa cidade que não seja cosmopolita. No Rio você tem teatros, cinemas, bares, exposições, galerias, tudo de uma cidade grande misturado com prainha e floresta. É isso. Eu sou carioca desde que nasci.” Na Cidade Maravilhosa, praticamente morou um ano dentro do Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. “A emergência lá é que nem o Vietnã. Você vê e aprende tudo.” A irmã Henriette acrescenta um tempero extra à história: “Lembro que tu contavas que tinha que subir os morros perigosos, às vezes, mas o ‘doutor’ os marginais respeitavam”. “Sim, eu saía muito de ambulância. Conheci todas as favelas do Rio”, concorda ele. E continua a lembrar. “Eu fui para lá de Fiatzinho, as pranchas em cima, feliz da vida, com um adesivo atrás escrito Follow the sun. As médicas me adoravam, se apaixonavam

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quando enxergavam aquele garoto gaúcho, todo bronzeadinho, surfistinha, de branquinho”, conta, empolgando a plateia na sala de estar do apartamento. Sua rotina era assim: acordava bem cedo para fazer o round, a primeira visita aos pacientes. Via todos, conversava com eles, preenchia as fichas. Quando o chefe do estágio chegava, encontrava o serviço pronto, um sorriso estampado na cara do gaúcho e uma pergunta na ponta da língua: “Posso surfar?”. “Ele me adorava, porque eu sabia mais do que os residentes, com tudo que fiz aqui em Caxias, e era amarradão em surf. Aí, eu subia até o quarto andar, onde era a residência médica, me aprontava e descia, de bermuda, camiseta e prancha. Pelo mesmo elevador que o diretor do hospital, o chefe do estágio e os pacientes na maca tomando soro”, diverte-se. Henriette e o marido, Paulo Cará, puderam comprovar a história, que mais parece uma piada clássica do Miguel Couto. “Fomos visitá-lo e ele fez isso: nos levou para conhecer o hospital assim, de prancha e bermuda, no mesmo elevador que os doentinhos”, lembra a irmã.

interface visual da nossa perso- 2009, ela tornou-se a primeira nalidade com o meio social. É de empresa de moda do Brasil a neuproteção mas também da comu- tralizar 100% das suas emissões nicação visual, comportamental. de carbono. E o médico é um observador de Oskar faz questão de preservar comportamento humano. Nós o meio ambiente que tanto gossomos treinados a observar, a ta. Criar o clima, a atmosfera, a fazer um diagnóstico, a analisar campanha, os looks das coleções, sinais e sintomas, ou seja, quan- fazer a direção de arte do shoodo você cria um tratamento, está ting, tudo isso tem inspiração das criando um projeto estratégico – expedições e aventuras dele e do o que não deixa de ser um pro- irmão. As criaturas refletem o escesso criativo. Não tilo de vida do criaé engenharia: cada dor. “O Surfing the doença, cada ser “A coisa que mountains é um prohumano é diferente. eu mais gosto jeto do Leo e meu de Exige interpretasurfar as melhores quando termino ção.” montanhas do munde descer a do. Isso, para nós, Do primeiro montanha é é uma metáfora de casaco para a pri- olhar pra trás mergulhar na culmeira lojinha da pra ver o tura, nas filosofias Osklen foi um pulo. locais, cada um com desenho que fiz Em 1989, Oskar o seu olhar.” O proinaugurou a matriz, na natureza” jeto resultou em três em Búzios. O nome documentários, que vem da combinação mostram os Andes, de Oskar + Leo + Milene (que, o Alaska e as montanhas sagradas na época, era a namorada dele), do Himalaia, que ele considera o explica a sobrinha Violeta Met- ápice. “Há toda uma logística de savaht Croda, que trabalha com o expedição. Temos duas curtições: tio. “Não foi sempre um mar de montar e documentar. É que nem rosas como todo mundo pensa, quando você faz uma viagem e ele deu duro de verdade. Entre monta as fotos para mostrar aos um plantão e outro ele pegava o amigos, só que a gente faz um Fiatzinho e ia até as costureiras pouco mais...” “Profissionalmenno fim do mundo pra ver como te?”, tento adivinhar a palavra. “É, estavam as roupas. Teve até o car- só que não tem nada comercial.” ro roubado com algumas peças Para finalizar a entrevista e deiFotos: Acervo Osklen/O Caxiense

Depois do estágio no Miguel Couto, Oskar abandonou todos os conhecimentos de cirurgia e foi a Paris para realizar

clássicas de Ulysses Geremia – talvez a maior que Caxias do Sul já viu. “Dava para enterrar o pé”, ele me diz, quando retruco que aqui não tem neve “de verdade”. O fato é que, desde então, o menino Oskar encantou-se cada vez mais pela imensidão branca que via nas revistas National Geographic que o pai assinava e pelas aventuras do explorador francês Jacques Cousteau. Aos 18 anos, Oskar viajou pela Europa, acompanhado do amigo Jean Louis Maillard – que também participou da última festa de Natal da família em Caxias. A irmã mais velha, Ana Amélia, estava morando lá, estudando na Sorbonne, mas apesar da guia altamente capacitada os dois subiram os Alpes num Fusquinha – o carro patinava, batia na neve. Foi a primeira vez que Oskar esquiou. “Na volta, olhei os Alpes lá de cima e pensei: ‘ainda vou voltar aqui e fazer uma coisa legal’”, recorda. Anos depois, ele se preparava para passar 52 dias no Aconcágua, acompanhado do irmão caçula, Leonardo, também médico. Foi para essa expedição – com o objetivo de fazer um trabalho para a universidade – que Oskar criou o embrião da Osklen: um casaco. No mesmo ano enfrentou também o Mont Blanc, na França – Leo e ele, aliás, foram os primeiros brasileiros a escalar a montanha mais alta da Europa.

O médico e o criador: Oskar acompanha de perto suas criaturas e tem prazer em documentar os bastidores da Osklen sua formação em Traumatologia do Esporte. Especializou-se no uso da mesoterapia, na época uma técnica nova e criticada. Na volta, trabalhou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) implementando pesquisas na área de fisiatria. “Acho que fui aos poucos fugindo da Medicina (clínica). Mas sempre fui disso, das novidades. Quebrei paradigmas”, reflete. Em seguida, foi convidado para trabalhar no primeiro centro de Medicina Esportiva do Rio de Janeiro – a oportunidade que ele esperava para se estabelecer definitivamente na capital carioca. No meio da bem-sucedida carreira de médico, manteve o gosto pela aventura. Oskar e a neve se conheceram em 1965, numa famosa nevasca retratada em fotos

É lá que Oskar vê pela primeira vez o snowboard, com o qual “surfaria” na neve das montanhas dos sonhos pelo mundo afora. E é na França, berço da moda, que o casaco desperta a atenção dos outros alpinistas. “Nesse caso, a roupa envolve o corpo humano para proteger do frio, do calor, de agressões. Ou seja, para fazê-la, você tem que entender de ergonomia e de biofísica. Quem mais entende disso do que um médico? A gente entende muito mais do que um designer. Muito. Far away. Conhecemos todos os layers e a relação com o meio”, explica. Vai além, esclarecendo, para qualquer um que tenha dúvidas, como um médico consegue ter tanto sucesso nas passarelas. “Moda é o comportamento humano, é uma

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de roupa dentro”, conta. Quase 20 anos depois, a Osklen é considerada a marca brasileira de maior sucesso no Exterior, tem lojas nas cidades mais importantes do país e do mundo – Nova York, Milão, Roma, Tóquio e, agora, Miami –, é a única grife nacional a ter ocupado uma página inteira na Vogue norte-americana, foi aplaudida de pé pelo estilista japonês Kenzo no desfile de verão 2009 e reverenciada por Valentino, no Rio Summer 2008. A empresa é madrinha do “instituto e”, uma instituição sem fins lucrativos fundada por Oskar para promover o desenvolvimento humano sustentável, com projetos como o e-fabrics, que identifica tecidos e materiais desenvolvidos a partir de critérios socioambientais. Em

xar Oskar curtir seu Natal, faço uma última pergunta. Se seu trabalho, como ele mesmo me disse, começa com um lápis preto e uma folha branca, e o sucesso da Osklen mora na sua capacidade de reduzir conceitos a um minimalismo que é pura essência, quero saber o que representa para ele, como criador, a imensidão branca das montanhas cobertas neve, aquele branco tão branco que chega a ser azul (cores que vestia na entrevista e durante a festa em família). A resposta vem à altura: “A coisa que eu mais gosto quando termino de descer a montanha é olhar pra trás pra ver o desenho que fiz na natureza. É uma linha, a forma mais simples que existe, mas é uma assinatura, tem o meu estilo, a minha essência”.

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Guia de Cultura

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

locam suas vidas em risco e elaboram um plano incrível para evitar que uma locomotiva desenfreada, que leva uma carga tóxica, cause um desastre numa CINEMA área densamente povoada. DiriRecomenda gido por Tony Scott. Com Denzel l 72 horas | Suspense. 16h40, Washington, Chris Pine e Rosário 19h20 e 21h50 (leg.) | Iguatemi Dawson. 10 anos. 99 min.. A vida parece perfeita para John Brennan até que sua mulher, Lara, l Senna | Documentário. 22h20 é presa por um assassinato que | Iguatemi ela diz não ter cometido. Após Para felicidade geral da nação, o três anos cumprindo sentença e filme continua em cartaz. DestaJohn fazendo de tudo para provar que para os momentos do ano de a inocência da esposa, ao mesmo estreia do piloto, em que deixou o tempo em que cuida do filho e mundo da Fórmula-1 boquiaberleciona em uma universidade, a to com uma corajosa pilotagem última apelação é negada e Lara nas ruas escorregadias de Monte tenta cometer suicídio. Para sal- Carlo, os títulos mundiais, a privá-la da prisão, John monta um meira vitória no Brasil e o fatídico plano mirabolante de fuga que GP de 1994. Livre. 107 min.. tem apenas uma chance para dar certo. Dirigido por Paul Haggis. l De pernas pro ar | ComéCom Russell Crowe, Elizabeth dia. 13h40, 15h50, 18h e 20h10. | Banks, Olivia Wilde e Liam Nee- Iguatemi son. 14 anos. 131 min.. Depois de perder o emprego, uma executiva sem tempo para a l Entrando numa fria família e pouco preocupada com maior ainda com a família a vida pessoal se junta a dona de | Comédia. 14h, 16h30, 19h e um fracassado sex shop para sal21h40 (leg.) | Iguatemi var o negócio. Enquanto aprende No segundo final de semana em sobre os sex toys, a protagonista cartaz nos EUA o filme já supera- (Ingrid Guimarães) descobre os va os US$ 100 milhões de arreca- prazeres da vida. 14 anos. 97 min.. dação (31 de dezembro a 2 de janeiro). Dez anos, dois filmes e um AINDA EM CARTAZ – As Crôpar de gêmeos Focker depois, pa- nicas de Nárnia – A Viagem do rece que Greg está finalmente su- Peregrino da Alvorada. Aventubindo no conceito do sogro Jack. ra. 14h10 dub.. Iguatemi | Tropa Porém, quando Greg arruma um de Elite 2. Policial. 22h10. Iguaemprego à noite para aumentar a temi. renda da família, Jack volta a sus- Iguatemi: Segunda e quarpeitar do genro. E é bem na festa INGRESSOS ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), de aniversário dos gêmeos, que R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 reúne os clãs Focker e Byrnes, que (meia entrada, crianças menores de 12 anos Greg tentará provar ao sogro que e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, pode ser o chefe da família. 12 R$ domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 anos. 98 min.. (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior

l Enrolados | Animação. com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inR$ 11 (estudantes, crianças menores 13h50, 16h, 18h10, 20h20 (dub.) teira), de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e e 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças (dub.) (3D) | Iguatemi O bandido mais procurado – e na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910. | O sedutor – do reino, Flynn Ryder, UCS Cinema permanecerá fechado até 31 está em fuga. Ao esconder-se de janeiro, e o Ordovás até o dia 20. | numa misteriosa torre, ele acaba refém de uma jovezinha loura, irritante, com 21 metros de cabelo mágico: Rapunzel. Para fugir do confinamento, ela faz um trato com o charmoso ladrão e os dois MÚSICA partem numa fuga cheia de louRecomenda curas. Dirigido por Nathan Greno e Byron Howard. Livre. 102 l Aniversário Os Blackbirmin.. ds| Sábado (8), 23h | Com 3 discos, mais de mil shol Incontrolável | Ação. ws, turnês pelo estado e por Santa 14h30, 16h50, 19h10, 21h20 (leg.) Catarina, Paraná, São Paulo e Es| Iguatemi pírito Santo, a banda comemora Um engenheiro veterano e um 14 anos de trajetória e o respeito jovem condutor de um trem co- conquistado na cena rocker. Para

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Personagem de Russel Crowe planeja fuga para tirar esposa da cadeia

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LITORAL

l Arroio do Sal: Festival Chimarock e show com Nasi (exIra!). Sábado (8). 16h. Praça do Mar. | Banda Ginga Show. Domingo (9). 17h. Beira-mar. Rondinha l O Auto da Alta | Sábado (8) e Quarta (13), às 19h | Na comédia do grupo UEBA Teatro de Rua, Ruzarin, um paspalho, tenta conquistar a senhorita Alta, uma moça bela, solitária e temperamental. Para isso, ele pede ajuda a dois músicos do local, Eberaba e Barnabé, que acabam se divertindo por conta das trapalhadas de Ruzarin. O texto é de Jonas Marcel Piccoli, que também integra o elenco ao lado de Aline Fernanda Zilli, Bruno André Zilli e Rodrigo Tedesco Guidini. Praça Pinheiro Machado Entrada franca | Av. Beira Mar s/ nº | Torres l 5ª na Praça | Quinta (13), a partir das 19h | O projeto reúne shows das bandas Chipe 3, Blackoute, Black River, Dínamo e W.Set. Praça XV de Novembro Entrada Franca | Centro, próx. Camelôs | Torres AINDA EM TORRES: Sábado (8): Luiz Fernando Verissimo e Jazz 6. Jazz. 21h. Centro Municipal de Cultura | Domingo (9): Happy Hour Poético “Mesa de Bar”. Poesia. 19h30. Praça Pinheiro Machado | Segunda (10): Coquitail Espoleta. Teatro de Rua. 19h. Praça Pinheiro Machado | 5ª na Praça Especial. MPB. 19h. Praça XV de Novembro. | Terça (11): The Towers Band. Pop. 19h. Casa de Verão Band/Sesc | Les Show Des Chapeaux. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura | Quarta (12): Lançador de Foguetes. Teatro. 19h30. Praça Pinheiro Machado | Quinta (13): 5ª na Praça. Pop Rock. 19h. Praça XV de Novembro | Sexta (14): Monstras SA. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura.

Divulgação/O Caxiense

TAMBÉM TOCANDO – Sábado (8): Oly Jr. e os Tocaios. Blues. 22h. Mississippi. 30286149 | House in Havana. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Fabrício Beck Acústico e Banda Disco. Pop rock. 21h. Bier Haus. 3221-6769 | Banda Radiofonia. Pop eletrônico. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Grupo Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Domingo (9): Uncle Cleeds & J.A. Harper. Blues. 20h. Mississippi. 3028-6149 | Terça (11): Blackbirds. Tributo a Beatles. Rock. 22h. Mississippi. 30286149 | Mark e Wood. Rock. 20h. Vagão Classic. 3223-0006 | Vini Isack trio. Pop rock. 21h30. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (12): Blackbirds. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Banda Disco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 32216769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (13): Electric Blues Explosion. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Jus Blakbird. Rock. 20h. Vagão Classic. 32230006 | Banda Graal. Pop rock. 21h30. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Los Medonhos. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Summer Fashion Show. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 34190900 | Sexta (14): Andy & The Rockets. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Maria do Relento. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Puracazuah e DJ Alibu. Pagode e eletrônico. 23h. Havana. 32246619 | Pietro Ferreti e Bico Fino + DJ Mono. MPB e eletrônico. 21h. Bier Haus. 3221-6769 | Dinamite Joe. Pop eletrônico. 23h.

Portal Bowling. 3220-5758 | GruOFICINAS po Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | l Teatro para Crianças | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h | EXPOSIÇÕES As inscrições devem ser feil Releituras – Exposição de tas pessoalmente, na Unidade de Roupas dos Anos 80 | De se- Teatro da Secretaria Municipal gunda a sexta, das 8h às 18h30 | de Cultura. A oficina conta com Roupas confeccionadas pelos o apoio do Sesc e é voltada para alunos da 8ª série da Escola Mu- o público de oito a 13 anos. Será nicipal de Ensino Fundamental ministrada pela atriz Carla VaErny de Zorzi, com materiais re- nez. Haverá duas turmas (de 17 ciclados, sob orientação das pro- a 28/01 e de 31/01 a 11/02), uma fessoras Sandra Gomes (Artes), no turno da manhã e outra à tarIvete Ferreira (português) e Clau- de, com aulas de segunda a sextadete de Castro (Educação Física). feira. Galeria da SMED Unidade de Teatro Entrada franca | Borges de Medei- R$ 10 e R$ 5 (conveniados Sesc) | ros, 260 | 3901-2323 Centro de Cultura Ordovás | 39011316 | l Tempo Revisitado | De terça a sexta, das 9h às 19h, sábado e l A arte de representar | De domingo, das 15h às 19h | segunda a sexta, das 8h às 12h e Com 122 obras, selecionadas das 13h30 às 18h | pela curadora convidada Odete O ator e diretor Davi de SouGarbin, a exposição procura fa- za, promove a oficina de 19 a 21 zer um resumo do conteúdo do e de 26 a 28 de janeiro, das 19h Acervo Municipal de Artes Plás- às 22h. O objetivo é desenvolver ticas de Caxias do Sul (Amarp), a comunicação e a liderança, atraque comemora as recém inaugu- vés de jogos dramáticos, trabalhar radas obras da nova galeria e sala a criatividade e espontaneidade, de guarda. estimular as capacidades intelecGaleria do Ordovás tuais e os relacionamentos sociais, Entrada franca | Luiz Antunes, e desenvolver habilidades físicas 321 | 3901-1316 como: voz, olhar, gestos, movimentos, equilíbrio, flexibilidade, AINDA EM EXPOSIÇÃO – Aos expressão corporal e verbal. Mestres. Giovana Mazzochi e Sala de Ensaio – Centro Cultural Marcos Clasen. De terça a sába- R$ 200 | Júlio de Catilhos, 1526/2º do, a partir das 17h. Galeria em | 3221-0261 Recomenda Transição – Teatro Moinho da Estação. 3221-4513 | Diversida- l Oficina Intensiva de Teade Cultural nos Trilhos da His- tro | Segunda (10), das 9h às 12h tória de Caxias do Sul. Antônio e 13h30 às 18h Carlos Lorenzett. De segunda a O ator e diretor teatral Raulino sexta, das 8h30 às 18h30, sábados Prezzi ministra a oficina entre os das 8h30 às 12h30. Espaço Cultu- dias 10 e 14 de janeiro, das 19h30 ral da Farmácia do IPAM. 3222- às 22h30. Durante os encontros, 9270 | Identidades Simultâneas: serão trabalhados jogos dramátiimagens de um lugar ou de lugar cos, improvisação, aquecimento qualquer. Simone Rosa. De se- corporal, trabalho vocal, comugunda a sábado, das 10h às 19h30, nicação corporal e leituras de texe domingo das 16h às 19h. Catna tos. A oficina é aberta a todos os Café. 3212-7348 | Mostra de Gra- públicos, principalmente a quem fite Caxias 100 Anos. Coletiva. não tem ligação com o teatro. VaVisitação livre Largo da Estação gas limitadas. Férrea. | Soulart. Lauro Grivot. B.A.S.E De segunda a sábado, a partir das R$ 200 | Marques do Herval, 31| 11h. Aristos. 3221-2679 3021-1599

Ueba, Divulgação/O Caxiense

este show, o repertório dos quatro garotos de Veranópolis terá canções de todos discos, participação de convidados especiais e duas baterias no palco, além de muitas outras surpresas. Vagão Bar R$ 12 (nome na lista, até meianoite) e R$15 | Estação Férrea | 3223-0007

Os Blackbirds, a banda dos garotos de Veranópolis, comemora aniversário em Caxias. A Ueba, grupo de teatro de Caxias, se apresenta em Torres

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Sem Título

P

por Guilherme augusto cavion elos amores falsos, ou pelos verdadeiros sem fé, sem força para romper os nãos da vida. Por toda essa ira que despejo em você, toda essa culpa que faz pensar e não sofrer. Pelo roubo de sonhos. Pelo medo de falar. Pelo escrever e apagar. Pelo sim e pelo não. Pela falta, vão. Mentir pra si mesmo, viver pesadelo. Por se acostumar em planejar ser pego de surpresa. Pela felicidade. E de pelo medo do mundo nos tomá-la, tentarmos escondê-la. Pelo esquecer para lembrar. Pela vontade de parar de errar. Pelo falar-não-fazer. Pelos socos que a vida dá em você. Por todo ouro que brilha no olho mas condena na alma. Por tudo que eu quero, você quer, eu espero. Por isso lutamos, por um mundo com mais amor.

Thay Andrade | Sem título |

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Yuki (em japonês, floco de neve) é um gato surdo. Thay Andrade, que o fotografou em uma tarde lenta na chácara, conversa com ele mesmo assim. E Yuki responde. “Ele percebe quando tu chega, tem um sexto sentido incrível”, diz a artista que ganha dinheiro cobrindo eventos e fazendo books (de pessoas) e fotografa animais por hobby. “Gosto de pessoas. E fotografá-las se divertindo é muito legal”. Para Thay, fotografar animais é mais difícil. “As pessoas sorriem para a foto”. Com quatro gatos em casa, Thay conhece bem a independência e o temperamento felino. Eles não posam para fotos – embora, no resultado, pareça – mas quando sorriem é com expontaneidade.

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PERFIL

POLIVALENTE

NA VIDA Bicampeão gaúcho, o ala Douglinhas, de dois metros de altura, se desdobra trabalhando em uma metalúrgica, um restaurante e um projeto social

Alexander Fernandes, Foto Italia, Div./O Caxiense

A

Com 224 pontos, Douglinhas foi o cestinha da equipe no Campeonato Gaúcho

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

peonato Gaúcho, o atleta se manteve firme em todas as funções, com apenas quatro horas de sono por noite. A agenda superlotada pesou muito para que Douglas emagrecesse os oito quilos, motivo pelo qual agora se empenha em recuperá-los antes do início da Supercopa Brasil, em abril.

s únicas preocupações do camisa 10 do Caxias do Sul Basquete na última semana de 2010 eram malhar, comer e dormir. Os 15 dias de férias foram destinados ao descanso de um ano inteiro de muito trabalho e de vitórias. “Tenho de recuperar uns oito quilos”, revela Douglas Nathan dos Reis o ala, que foi o cestinha da equipe é natural de São Paulo, capital. e um dos principais destaques no Filho do casal de jogadores de Campeonato Gaúcho. Mesmo as- basquete Denizete Correa e Carsim, a soma de conquistas não in- los Alberto dos Reis, Douglinhas fla o ego do atleta. Sua voz calma sempre teve a quadra como um e ritmada e o olhar direto e franco segundo lar. “Minha mãe me lesó cedem espaço a uma ponta de vava para os jogos dela quando agitação e gracejo quando encon- eu era criancinha. Ela ficava jotra o treinador Rodrigo Barbosa, gando e eu brincando e correnpor quem tem especial afeição. do em volta da quadra. Teve um “Daí, coach. Tudo bem?”, per- momento que ela disse: ‘Tens de gunta Douglinhas, que mede dois levar a sério se é isso o que você metros de altura e quer’. E isso acontenão faz jus ao apeceu quando eu era lido no diminutivo. “Decidi ficar muito novo, tinha “Tudo certo”, res- porque gostei só oito anos”, lemponde o treinador. muito da cidade. bra. Denizete sem“Vai pra academia Cheguei com a pre foi sua principal hoje?”, retruca Roapoiadora. A mãe drigo. “É claro”, res- cara e a coragem preparava os treinos ponde. E a conversa e graças a Deus e ensinava os fundaprossegue num rit- fui bem tratado mentos do esporte mo amistoso, bem pelas pessoas”, ao filho. Já a figura diferentemente da conta o jogador paterna foi bastante pressão dos dias de reduzida na infânjogo, na recepção da cia de Douglas. O sede esportiva do Clube Juvenil. casal separou-se quando ele tinha Mas logo após as comemora- apenas dois anos. ções do Ano Novo, Douglas reHoje, aos 25 anos, Douglas já tomou seus outros compromis- teve a oportunidade de defender sos. O contrato com o Caxias do diversas equipes brasileiras e alSul Basquete dura apenas os três gumas estrangeiras, acumulando meses do campeonato estadual. grandes conquistas. O jogador Assim, o jogador teve de sair do carrega no peito as medalhas dos tabuado do ginásio de esportes e bicampeonatos gaúcho e paulista conquistar espaço em outras áre- e um título brasileiro. O currículo as, onde a cobrança, às vezes, é soma passagens pelos times Esmuito maior do que a de acertar peria, Pinheiros, COC-Ribeirão um passe ou fazer uma cesta. Pa- Preto, Minas Tênis Clube, Lonralelamente ao basquete, Douglas drina e Caxias do Sul Basquete. trabalha na Voges no turno da Além disso, jogou pelo Valls, da madrugada, das 3h às 8h, e atende Espanha. “Um agente espanhol no restaurante Elizabeth Hermo- passou uma temporada aqui no za, de Dida, seu colega de equipe, Brasil e me chamou. Mas eu era das 13h às 14h30. No semestre muito moleque, e fui para dispupassado, todas as terças-feiras, tar com jogadores top. Eu estava estudou Engenharia Mecânica na com 19 para 20 anos. Daí acaUCS. E durante três tardes por bou não dando certo. O técnico semana trabalhou no projeto so- da equipe preferiu dar lugar para cial Cestas e Livros, mantido pelo um jogador mais experiente, com Clube Juvenil. Ao longo do Cam- toda a razão. Então eu voltei”, 8 a 14 de janeiro de 2011

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André T. Susin/O Caxiense

No restaurante do amigo e colega de quipe Dida, Douglas cuida da recepção dos clientes e da balança reflete. Em uma segunda oportunidade, Douglas retornou à Espanha para disputar um camp – campeonato que reúne jogadores de diversas nacionalidades. “Fiquei três meses e foi bem legal. Tive propostas de algumas equipes, mas preferi voltar para o Brasil e jogar no Londrina.” E foi exatamente quando defendia o time paranaense que veio a oportunidade de vestir a camisa do Caxias do Sul Basquete. Na disputa do Campeonato Sul Brasileiro, em 2008, os dois times se encontraram em quadra. “Foi uma partida muito difícil e a gente acabou perdendo. O Rodrigo me viu jogar e me convidou a vir para Caxias”, conta. O técnico caxiense revela que ficou impressionado com a qualidade do jogador logo que o conheceu. “Ele fazia de tudo, jogava como armador, ala, pivô. Na época, ele estava com os salários atrasados, passando dificuldades. A situação era o precário do precário. Conversei com o treinador do Londrina e convidei o Douglas para vir a Caxias.” No primeiro ano, Douglas ficou apenas dois meses. Jogou o Campeonato Gaúcho e logo em seguida voltou para a casa da família em São Paulo. “Ele era bem quieto”, recorda Rodrigo. Esse perfil sofreu grandes mudanças quando o jogador aceitou defender o Caxias pela segunda vez, no ano seguinte. “Em 2009, veio bem mais falante”, diz o treinador. Após o fim da temporada, Douglas resolveu se fixar em Caxias. A grande aproximação entre jogadores e comissão técnica, nunca antes encontrada por ele em outras equipes, foi um dos fatores para isso. “Decidi ficar porque gostei muito da cidade. As pessoas me acolheram muito bem. O tratamento com os jogadores é como o de uma família. Não é

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uma coisa que você encontra normalmente. Cheguei aqui com a cara e a coragem e graças a Deus fui bem tratado pelas pessoas que me receberam. Pude me sentir à vontade”, conta Douglas. Esse sentimento de família, que ajuda a suprir a distância e a saudade de sua mãe e dos irmãos Marcus, Clayton e Matheus, reconfortou-o em algumas datas importantes. “Convidei o Douglas por dois anos seguidos para passar o Natal conosco, na casa de um cunhado, para ele não ficar sozinho. Ele se sentiu muito bem”, conta Luiz Bernardi, presidente do time. O treinador Rodrigo explica que a união entre os atletas é uma preocupação e um diferencial da equipe. “Conosco, todos saem juntos. Ao contrário de outros lugares, procuramos trazer os jogadores para perto. Isso dá segurança. Não tem cobrança, só a deles mesmos, que vai de quanto estão comprometidos com o projeto.” Com a decisão de morar em Caxias em tempo integral, Douglas teve de encontrar outras ocupações, pois o basquete lhe assegurava apenas três meses de salário. Para isso, os colegas de equipe foram peças fundamentais. Dida, pivô do Caxias do Sul Basquete, é sócio-gerente do restaurante Elizabeth Hermoza, na sede social do Recreio da Juventude. A amizade entre os dois rendeu a Douglas um emprego. “Ele faz a recepção dos clientes, fica na balança. É um curinga, minha pessoa de confiança”, conta o atleta-empresário. Dida recorda que o colega se mostrava em dúvida sobre a vida instável do esporte, e que muitas vezes lhe pedia conselhos. “A gente conversava muito como amigos. Dei apoio moral para ele ficar, mas sempre com o pé atrás, porque sabia que ele ti-

nha um grande talento.” 3ª e 4ª séries das escolas Dante O ala Daniel Grigol Três tam- Marcucci e Maria Aracy Trinbém conseguiu abrir mais uma dade Rojas. “Eu o escolhi para porta para Douglas em Caxias. dar mais uma ajuda financeira”, O trabalho no setor de trefilação revela Rodrigo. Mas a principal na fábrica Voges veio pela indi- recompensa não foi o dinheiro, cação do colega. “Fiquei sabendo e sim o contato com os pequeque tinha uma vaga em aberto na nos. Nesse ambiente não havia empresa, encaminhei o currículo pressão para obter vitórias nem do Douglas para o resultados, fato que setor de Recursos de alguma forma Humanos e Espor- “No começo, remeteu Douglas à tes e logo em segui- pensei que não sua própria infância da chamaram ele”, ia aguentar. dentro das quadras. conta Daniel, que Nenhum dos “Foi um trabalho trabalha como enque gostei muito de colegas da genheiro eletricista fazer. Pude ter um na Voges. A ativida- fábrica sabia que contato maior com eu era atleta”, de desempenhada as crianças. É um por Douglas na ma- diz o operário universo totalmente drugada é extenu- da madrugada diferente. Eles não ante e consiste em estão ali por causa transformar placas de competição. Esem finos fios de cobre. “O coorde- tão mais para aprender, para ter nador do setor disse que eu não ia uma base para atuar tanto dentro conseguir. Aprendi a ver o outro quanto fora do esporte.” lado da vida fora do basquete. No Em Caxias, escolhida por seus começo, pensei que não ia aguen- habitantes e carinho recebido, tar. Nenhum dos meus colegas da o basquete deixou de ser a sua fábrica sabia que eu era atleta. No vida e passou a ocupar apenas período do Campeonato Gaúcho parte dela. “O momento de muquase me dispensaram”, diz Dou- dar é sempre muito difícil. Estou glinhas. A diretora de Relações tentando fazer isso. Não quero do Trabalho da Voges, Eduviges depender só do basquete. Quero Rossa, explica que todos os fun- ter outra carreira”, planeja. E esta cionários da fábrica são contra- nova carreira começou a se detados conforme a aptidão para senhar no setor metal-mecânico. o cargo, independentemente de “Os outros jogadores mostraram suas habilidades esportivas. Ten- um monte de coisas que ele não do ou não intenção de admitir queria para a vida dele. Acho que um atleta profissional, o resultado Douglas se sente mais feliz que há do ingresso de Douglas na Voges três anos. Mas ainda assim acho foi a conquista do título do Cam- que ele devia dedicar os 12 meses peonato Municipal do Sesi no do ano para o basquete, porque ano passado. tem potencial de jogar em qualquer equipe do Brasil”, acredita Incansável, Douglas ainda Rodrigo. O certo é que, longe das completou a jornada como ins- quadras até março, quando initrutor por três tardes semanais no ciam os treinos para Supercopa projeto social dirigido por Rodri- Brasil, Douglas deve seguir nas go Barbosa e Rogério Caberlon. A madrugadas de trabalho na Voges proposta era apresentar os funda- e ao lado de Dida, colega, amigo e mentos do basquete a alunos da patrão, na hora do almoço.

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Dupla por JOSÉ EDUARDO COUTELLE

Reforço

A dupla CA-JU contará com mais um importante apoiador no Gauchão 2011. O Banrisul assinou, na última quinta-feira (6), às 11h, na sede do banco, em Porto Alegre, contrato de patrocínio com os times caxienses. O novo uniforme do Juventude, com a marca do Banrisul estampada na parte posterior, será apresentado nesta quarta-feira (12), às 21h, no Havana Café. O vice-presidente Administrativo e Financeiro, Roberto Tonietto, representou o clube na cerimônia na capital, no lugar de Milton Scola, que está de férias. Pelo lado grená, o presidente Osvaldo Voges compareceu ao evento. O coordenador de marketing, Fernando Silveira, espera que as novas camisas estejam disponíveis para os torcedores até o dia 17 de janeiro. O uniforme oficial 2011 do time grená havia sido apresentado no dia 15 de dezembro. No dia 28, foi acertado o convênio com o Banrisul. “Esta será uma camisa nova”, diz Silveira. O logotipo do Banrisul vai ocupar a barra inferior da camisa, sobreposta ao calção. A marca da Voges ficará na barra frontal. Os patrocínios da Oi, Fátima e Selltis permanecem no mesmo lugar. Os valores contratuais não foram revelados a pedido da direção dos dois clubes. “Não estamos divulgando os números, mas posso te dizer que é um bom valor”, resume Silveira.

Valores mantidos

O torcedor vai desembolsar R$ 20 para assistir os jogos do Gauchão, contra equipes do interior, no Jaconi. Com dupla Gre-Nal e CA-JU, o valor do bilhete sobe para R$ 40.

PRÉ-TEMPORADA

MÉDICA

Na última semana, a equipe grená teve mais duas baixas durante os treinos. O zagueiro Vanderlei, apresentado na última semana, sofreu uma distensão na coxa direita e deve ficar afastado até o dia 14 janeiro. Outro que começa a temporada no Departamento Médico é Marcelo Oliveira, que permanecerá mais três semanas em recuperação de distensão no músculo posterior da coxa direita. O volante Bruno foi liberado na manhã da última quinta (6), e já reiniciou o trabalho com bola. O lateral Alisson, que sofreu fissura na escápula, deve retornar aos treinos no início desta semana. Para evitar novas baixas, revela o supervisor de futebol, Vanderlei Bersaghi, o direção do clube optou por não realizar o último amistoso antes da estreia no Campeonato Gaúcho.

o campo inteiro para treinar situações reais de jogo. O treino será fechado, exclusivo para comissão técnica, sem acesso a torcedores e imprensa. Desse jogo-treino, disputado entre time titular e reserva, sairá a equipe que deve iniciar a partida contra o Santa Cruz, no dia 16. A principal dúvida do treinador é com relação ao companheiro de Everton (dir. foto) no ataque. Por enquanto as opções são Balthazar, Palacios, Waldison. A última possibilidade é o atacante Manoel, ex-Inter e PSV, que deve ser apresentado nesta semana. “O Manoel é um jogador que eu conheci 11 anos atrás. Apostamos em conjunto nele e torcemos para dar certo. Mas não podemos esperar que resolva todos os nossos problemas”, diz o treinador. O restante da equipe já está confirmado por Lisca e segue com: Matheus; Patrício, Edson Rocha, Para substituir o amistoso Neto e Edu Silva; Felipe Manoel, deste sábado pela manhã, o técni- Itaqui, Edenilson e Rodrigo Paulisco Lisca fará um coletivo usando ta; Everton e um segundo atacante.

Amistoso

O treinador Beto Almeida realiza o seu último teste com a equipe alviverde antes da estreia no Gauchão, contra o São Luiz, no dia 16. Neste sábado, o Juventude enfrenta o Santa Cruz no Estádio dos Plátanos, às 17h. Com a saída de Alex Teles, o comandante papo tem como opções em seu elenco o lateral Anderson Pico ou o volante Tiago Silva improvisado. O restante do time deve permanecer o mesmo que vem atuando nos últimos amistosos: Jonatas; Fred, Umberto e Tiago Silva; Moisés, Gustavo, Anderson Pico, Jardel e Christian (Cristiano); Júlio Madureira (Denílson) e Zulú.

Copa São Paulo

A equipe treinada por Carlos Morais disputa o segundo jogo na 42ª Copa São Paulo de Futebol Junior. Após começar com o pé esquerdo, quando foi derrotado para o Paulista-SP por 1 a 0, com o gol contra do lateral Rodrigo, o time alviverde enfrenta, neste domingo, às 14h, o São Bernardo-SP. Para o Ju, só a vitória interessa, pois apenas o líder de cada grupo e os nove melhores colocados pelo índice técnico avançam para a fase seguinte. Na próxima quarta-feira (12), às 14h, o Juventude volta aos gramados para enfrentar o Funorte-MG.

Paixão financeira

O último concurso da Timemania garantiu ao clube alviverde a permanência na elite do futebol para a temporada de 2011. O Ju ficou com a 18ª colocação geral do ano, somando 905.678 apostas, ou 1,5% do total. O primeiro colocado foi o Flamengo, com 3.848.273 apostas, 3.575 a mais que o Corinthians, segundo colocado. No Concurso 172, o time alviverde superou todos os adversários e ficou com o primeiro lugar. No total foram 111.502 apostas. Que o resultado sirva de incentivo à luta para voltar à Série C.

Baixa alviverde

O lateral Alex Teles (foto), que vinha ganhando espaço na equipe principal, sofreu uma lesão no joelho esquerdo e deve ficar fora de atividade de três a seis semanas. O incidente ocorreu na partida contra o Nacional-AM (29 de dezembro) e a lesão foi confirmada na quarta (5). O lateral, que pertence ainda à equipe

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Edgar Vaz, Divulgação/O Caxiense

Sócios, conselheiros e locatários de camarotes devem fazer a troca de suas carteirinhas na Sala dos Sócios, junto ao Estádio Centenário. Isso porque o sistema de acesso do estádio foi atualizado. A nova carteira já será necessária para a partida do Caxias contra o Pelotas, no dia 19 de janeiro. Os únicos que poderão permanecer com o documento antigo são os locatários de mezaninos. Conforme a contagem mais recente, a torcida grená soma aproximadamente 2 mil sócios contribuintes – desconsiderando os dependentes – nas nove modalidades oferecidas pelo clube. O coordenador de marketing, Fernando Silveira, ressalta que o objetivo do Caxias é aumentar esse número para 5 mil em um futuro próximo.

Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense

Contagem dos sócios

de base, joga também como ala apoiador, e às vezes até como ponta. Para o Gauchão, o Ju não contará com a presença do meia Marcos Paraná, emprestado para o Veranópolis por seis meses, com retorno somente para disputa do Brasileirão Série D.

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Guia de Esportes

Sesc RS, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Sesc oferece aulas de surf em Capão da Canoa para começar 2011 aprendendo um novo esporte e colaborando com pessoas carentes mingo, 10h | Torres As 10 cestas permanecem mais um final de semana na beira da Praia Grande. Teste sua habilidade em lances livres e concorra a FUTEBOL prêmios, sorteados a cada 10 mil Santa Cruz x Juventude | nutos. Sábado, 17h | Entrada gratuita Após a vitória contra o Nacional-AM por 1 a 0, o treinador Beto Almeida já havia mencionado: “Vamos começar a entrar no polimento”. Esse processo, na última semana, enfocou o aprimo- l Rafting de Mar | Sábado e ramento da cobrança de faltas e as domingo, das 10h às 19h | Areias jogadas ensaiadas. Neste sábado, Brancas e Arroio do Sal o alviverde volta a campo para seu Neste sábado o bote aporta na último desafio antes da estreia no praia de Areias Brancas, e no doCampeonato Gaúcho. O Ju deve mingo retorna para Arroio do iniciar com Jonatas; Fred, Umber- Sal. Aproveite a oportunidade de to e Tiago Silva; Moisés, Gustavo, remar e pegar ondas até a beira Anderson Pico, Jardel e Christian da praia. A atividade é gratuita e (Cristiano); Júlio Madureira (De- acompanhada por instrutores. nílson) e Zulú. Entrada gratuita Estádio dos Plátanos Entrada gratuita | Gaspar Silveira l Beach Soccer | Sábado, 9h, e Martins, 1.448, Santa Cruz do Sul domingo, 15h | Areias Brancas e Arroio do Sal Neste final de semana começa o LITORAL campeonato de futebol de areia, l Bola na Cesta | Sábado e do- que reúne 28 equipes em cinco

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categorias. No sábado pela manhã serão disputados cinco jogos, entre atletas mirim, infantil e juvenil, na praia de Areias Brancas. No domingo à tarde, os times das categorias livre e master jogam três partidas na arena montada em Arroio do Sal. A competição segue até o início de março, sempre nos finais de semana. O evento reúne equipes de diversas praias do litoral, além de um combinado de veranistas caxienses. Entrada gratuita

l Arvorismo | Até o dia 23 de janeiro, das 8h às 19h | Capão da Canoa A modalidade consiste em atravessar alguns trechos caminhando sobre uma corda presa a duas árvores (neste caso, postes). O arvorismo é para todas as idades, desde crianças até idosos, sendo necessário apenas espírito de aventura. E, claro, o esporte é realizado sob supervisão de um

instrutor. Casa Sesc Estação de Verão 2kg de alimento não perecível | Av. Beira Mar, esquina Av. Ruda, Capão da Canoa Recomenda l Aulas de Surf | Quartas, a partir das 16h, e domingos, a partir das 8h | Capão da Canoa Se você sempre quis surfar e não tinha nem disposição ou dinheiro para comprar uma prancha, terá uma boa chance de aprender o básico do esporte. O Sesc oferece um curso de surf por um custo simbólico e beneficente. As aulas ocorrem todas as quartas e domingos na beira da praia, em frente à Casa do Sesc. O curso se divide em duas etapas: na areia, onde são ensinados os movimentos, e dentro d’água. São aceitos aspirantes a surfista de todas as idades. Se sua lista de realizações em 2011 inclui surfar, não tem desculpas para não aprender. Casa Sesc Estação de Verão 2kg de alimento não perecível | Av. Beira Mar, esquina Av. Ruda, Capão da Canoa

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Itamar Aguiar, Piratini, Divulgação/O Caxiense

Em nome da Copa

O pedetista Kalil Sehbe e a comunista Abgail Pereira, quem diria, vão trabalhar muito próximos no governo Tarso Genro. A principal tarefa de ambos, na secretaria de Esporte o primeiro e na pasta de Turismo a segunda, será a preparação do Estado para a realização da Copa de 2014. Poderá ser a consagração de ambos.

Defesa da fauna

Chega às raias do ridículo a sugestão de instalação de novos pardais ao longo da Rota do Sol, a fim de proteger a fauna da região. A limitação de velocidade em 40Km em trechos da rodovia tem conseguido provocar até agora somente muito transtorno e alguns acidentes - envolvendo humanos, nunca animais.

Trem municipal

Até março estará definido o repasse ao município de todos os bens imóveis e faixa de domínio (até Forqueta) da área da Estação Ferroviária. O repasse, a ser firmado mediante convênio entre o Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional) e a prefeitura, prevê a utilização da área por 20 anos. Pouco? Outros convênios, assinados no passado, previam um prazo de apenas dois anos.

A deputada eleita Maria Helena Sartori (PMDB) reassume vaga na Assembleia Legislativa, em 1º. de fevereiro, com muita disposição – e poder. Depois de ser conduzida à vice-presidência estadual do partido, foi escolhida presidente da Comissão de Finanças da Assembleia, graças a um cochilo de parlamentares do PT. O cargo abrange todas as discussões e encaminhamentos a respeito do orçamento estadual.

Novo secretariado

Apesar das pressões de assessores mais próximos, o prefeito José Ivo Sartori ainda não definiu qualquer modificação no secretariado municipal. “Agora não é hora”, parece dizer o chefe do Executivo municipal. Áreas consideradas politicamente influentes e estratégicas para a eleição do ano que vem – como Obras, Transportes e Habitação – estão na mira dos que pregam mudanças. E agilidade.

Diálogo

Feridas abertas

fora de hora

André T. Susin/O Caxiense

Por mais que afirmem o contrário, os comandantes do PT caxiense não gostaram da condução de Marcos Daneluz à presidência da Câmara. A ausência da bancada petista na cerimônia de posse é a prova disso. Nem os deputados Gilberto Pepe Vargas e Marisa Formolo compareceram. Pepe porque preferia ver Ana Corso na presidência. Marisa porque não assimilou a concorrência da candidatura Daneluz a deputado estadual. Para complicar, Daneluz tem votado favorável a muitos projetos do governo. O que, por sua vez, explica o comparecimento em massa de assessores de Sartori e do próprio na solenidade realizada na última segunda-feira.

Área financeira

Afirmação do novo secretário estadual de Infraestrutura, Beto Albuquerque (PSB), deixou muita gente preocupada. Durante a cerimônia de posse no cargo, ele disse que a questão dos pedágios no Rio Grande do Sul deve ser resolvida com diálogo. De que vale, então, a garantia do governador Tarso Genro (PT), ainda durante a campanha eleitoral, de que os pedágios estavam com os dias contados? Segundo Tarso, à época, os pedágios (especialmente o de Farroupilha) acabariam com o fim dos contratos entre governo do Estado e concessionárias, a vencer em 2013. A partir de então, o governo adotaria o modelo de pedágios comunitários. Falar em diálogo, agora, implica

em admitir a possibilidade de algum tipo de negociação – e, portanto, de algum tipo de concessão –, estratégia que, imaginava-se, já estaria descartada pelo novo governo. A preocupação maior em relação ao discurso de Beto Albuquerque remete ao governo petista anterior, de Olívio Dutra, no qual o socialista foi secretário de Transportes. Ao tentar uma negociação com as concessionárias – dentro do clima então reinante de “Olívio é o caminho, Britto é o pedágio”–, o máximo que Beto Albuquerque conseguiu foi o estabelecimento da bidirecionalidade. Até hoje se questiona a validade da cobrança na ida e na volta de qualquer trajeto em rodovias privatizadas.

A situação é alarmante. Precisamos de providências urgentes para estancar o aumento da criminalidade Vereador Gustavo Toigo (PDT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ao reivindicar junto ao secretário estadual de Segurança Pública a designação de mais 30 policiais civis e a instalação de uma Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa em Caxias do Sul.

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Tradicionalismo

O vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) dará adeus às atividades no Executivo no fim do mês, com a realização de novo Rodeio Crioulo de Caxias do Sul, do qual é uma espécie de patrão de honra. Reeleito para o comando da 25ª. Região Tradicionalista, Jó Arse deverá ir para o gabinete de Alceu na Assembleia Legislativa. Tem lógica: o movimento tradicionalista foi definitivo para a eleição do deputado.

Festa italiana

Não é por falta de planejamento que a Festa da Uva 2012 não será um grande êxito. Muitas coisas estão andando para garantir uma perfeita organização ao evento, a começar pela definição prévia de duas comemorações: os 40 anos da primeira transmissão de TV a cores no Brasil (o desfile de carros alegóricos) e a extensão do Ano da Itália no Brasil.

Brainstorm

Ganha adeptos na comissão comunitária a sugestão de fazer concurso entre agências de publicidade e profissionais da área para escolha da campanha promocional da Festa da Uva 2012. A comissão daria o tema, as condições, os elementos e escolheria a melhor proposta. Além de ser uma iniciativa democrática e comunitária, evitaria equívocos.

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