Edição 68

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Março | 2011

|S19 |D20 |S21 |T22 |Q23 |Q24 |S25

68 Ano ii

Francisco Rech e os dois lados do balcão

Roberto

Hunoff Duas perdas históricas no comércio caxiense

Raulino,

a história de um monólogo

Renato

Henrichs Novo aeroporto gera conflito entre situação e oposição

O TRAUMA DA INFÂNCIA

Astor Schmitt

SEM CRECHE André T. Susin/O Caxiense

Embora afirme ter construído 11 escolas infantis desde 2004, chegando hoje a 36, a prefeitura admite que ainda faltam 22 para dar conta da demanda. A insuficiência da rede municipal gera protestos nos bairros, onde as mães recorrem a creches improvisadas, e joga no colo das empresas a tarefa de remediar o problema

e a briga pelo poder na Fiergs

R$ 2,50


Índice Roberto Hunoff | 4 O fim da Cantina Pão & Vinho e a venda da Farmácia Confiança

Março | 2011

|S12 |D13 |S14 |T15 |Q16 |Q17 |S18

André T. Susin/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.OCAXIENSE.com.br PEDÁGIOS

Guia de Cultura | 16 Veja a programação e saiba como ir ao cinema de graça Boa Gente | 18 Livros, uvas e sapatilhas são ícones caxienses. Os cinco melhores ambientes para tomar café

Renato

HEnRICHS Pressões internas e externas entravam o novo aeroporto

Governo estadual abre o debate sobre o que fazer com as rodovias concedidas a partir de 2013, quando vencem os contratos, partindo de duas premissas: o modelo atual não será mantido e a praça de cobrança em Farroupilha será extinta

Bastidores da resistência do

Carnaval nos clubes

Roberto

HUnOFF As injustiças tributárias que azedam o vinho gaúcho

Dupla

André T. Susin/O Caxiense

Julio Soares, Objetiva, Divulgação/O Caxiense

Perfil | 13 Raulino Prezzi, personagens de um artista só

Serafini Filho

CA-JU A chance de se reerguer no segundo turno

Creches | 7 Protesto das mães do Mariani é só uma amostra do tamanho do problema na Educação Infantil pública

O Caxiense entrevista | 11 Para Astor Schmitt, presidente da Fiergs vetou não só seu nome, mas a região

Ano ii

Mansueto

O FUTURO DOS

O Caxiense entrevista | 5 Francisco Rech tenta entender – e explicar – por que teve que deixar o cargo na prefeitura

Artes | 10 Olhares que percorrem o mundo e que deixam impressões em gravuras

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Um perfil do ex-prefeito

Encantadora a matéria, assinada por Carol De Barba, com o ex-prefeito Mansueto. Oportunidade para conhecer mais da história de Caxias! Lisiane Zago

R$ 2,50

@suanic Não gosto de ficar elogiando, mas parabéns ao @ocaxiense pelas matérias sobre o Puerto Vallarta, objetivas e esclarecedoras. #online @lissastalli Por sinal, emocionante o perfil de Mansueto feito pela @caroldebarba no @ocaxiense #edição67 @diego_emerick O Futuro dos Pedágios? Pra mim é como se eles não existissem. E não falo de pegar o desvio. Se cada um fizesse o mesmo, resolvia. #edição67 @andrevega Mais barato que qualquer estádio que será construindo na copa #tremregional

@rafaelalgures Isso muito me interessa: Projeto ‘Internet para todos’ prevê áreas de wi-fi gratuito em Caxias #online

Pôquer | 19 Com mais raciocínio do que sorte, caxienses apostam no jogo Dupla CA-JU | 21 A sequência do Ju em casa e a estreia vitoriosa de Ferreira no Caxias Guia de Esportes | 22 Os melhores atiradores do Brasil fazem a mira em Caxias Renato Henrichs | 23 Novo aeroporto acirra debate entre situação e oposição

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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Visate aposta no SIT para desafogar trânsito | Diminuir o valor da passagem desafoga o trânsito. Vale mais a pena colocar R$ 5 reais de gasolina do que andar de ônibus. Acabar com o monopólio do transporte é a solução para reduzir preços. Léo Brum Também acho que o monopólio tem que acabar, assim ficamos bitolados a usar a Visate porque não se tem outra opção de transporte em Caxias. Abaixo o monopólio. Mônica Barbosa Machado

No Site

R$ 2 milhões por km do trem regional | Eu não acho que o investimento seja caro. O ganho que estas cidades terão será enorme, incentivando o turismo e novos investimentos. Resta saber se a linha será utilizada para o transporte de mercadorias e produtos fabricados pela região. Lucro certo de quem usufruir da linha. Torçam para que o projeto não leve mais 14 anos para sair do papel. Moisés Da Luz iPad e iPhone | Toda a coleção de edições do jornal O Caxiense está disponível para download gratuito no iPad. No aplicativo para iPhone, fique informado diariamente com as notícias do site. O Caxiense é o 1º jornal do Sul do Brasil no iPad e o único no iPhone. Erramos | Na página 10 da última edição, o nome do político que assumiu a presidência da Câmara de Vereadores em 1983 é Nelson Suzin, e não Norberto, como publicado (O prefeito de Andrépolis).

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

SEGUNDA | 14.mar Astor Schmitt desiste de concorrer à Fiergs Caxias e a região da Serra perderam seu representante na disputa pela presidência da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Em comunicado divulgado por e-mail e anunciado da CIC, Astor Schmitt, diretor da Randon, desistiu de sua candidatura. Assim, a escolha do presidente, em maio, terá só um candidato (ou seja, está definida): Heitor Müller. Importante ressaltar que quem perde, independentemente de qual seria o resultado, é a Fiergs, que se mostrou incapaz de promover um processo eleitoral com a tranquilidade e a isonomia necessárias – algo fundamental para uma instituição que se propõe, entre outras coisas, a cobrar medidas do governo. Leia uma entrevista com Astor Schmitt na página 11.

TERÇA | 15.mar Implantação do trem custaria R$ 130 milhões

Os envolvidos preferem não tratar de números, mas já se sabe, em uma estimativa inicial, que a implantação do trem regional custaria R$ 2 milhões por quilômetro, e isso somente nos custos de revitalização da linha férrea – que, pelo projeto, seguirá o antigo traçado. No total do percurso, seriam necessários R$ 130 milhões. O estudo enviado ao Ministério dos Transportes não dá ênfase a esses cálculos. Por ora, talvez não seja mesmo o mais importante. Mas chegará o momento em que as contas precisarão ser feitas. Se pensarmos apenas no volume de

dinheiro deixado nas praças de Não vamos voltar a esse assunto, pedágio da região diariamente, o porque temos sensibilidade de investimento não parece tão alto... entender quando uma coisa não é bem aceita. Vimos que um produto orgânico e biodegradável é o caminho”, disse Adiló. Vale QUARTA | 16.mar lembrar que a aplicação do proDelegada diz que Clauri duto em área urbana “não é bem morreu mesmo por acidente aceita” também pela Fepam, pela Polêmica crescente na cidade Anvisa e por lei municipal, que nos últimos dias, a morte do ve- proíbem sua utilização. E lembrereador Clauri Flores (PT), no dia se, ainda, que no final de 2009 a 7 de fevereiro, está praticamente Codeca tentou aprovar uma nova esclarecida, conforme as investi- lei municipal que permitiria o uso gações da Larissa Lecey. A titular do glifosato. Diante da contrarieda Delegacia de Delitos de Trânsi- dade de ambientalistas, acabou to revelou ao jornal O Caxiense recuando, retirou o projeto e enduas conclusões retiradas do ví- comendou testes de outras formas deo da câmera de segurança que de capina à UCS, ao custo de R$ gravou o acidente de trânsito: 1) 200 mil. Adiló diz que testes com foi mesmo um acidente, colisão o glifosato ainda estão previstos do Mercedes-Benz Classe A do no estudo, mas desde que autoripolítico com um poste na Rua zados pelos órgãos responsáveis – Moreira César; 2) Clauri dirigia o de qualquer modo, promete que o veículo e estava sozinho. O inqué- agrotóxico não será considerado rito ainda aguarda o resultado da uma opção, mesmo que os resulperícia, mas, segundo a delegada, tados sejam satisfatórios. O meio já afasta duas versões que circula- ambiente e a população respiram vam nos bastidores do meio polí- mais tranquilos. tico: a de que Clauri estaria acompanhado, e na carona do carro; e a de que ele teria sido vítima de QUINTA | 17.mar uma agressão (pós acidente ou Sindiserv reivindica lei que teria provocado a batida).

contra o assédio moral

Codeca desiste de aplicar agrotóxico nas ruas

Demorou, mas o diretor-presidente da Codeca, Adiló Didomenico, finalmente se rendeu ao óbvio. Afirmou ao jornal O Caxiense que a companhia já descartou o uso do agrotóxico glifosato (nome comercial: Roundup) como opção para substituir as roçadeiras na capina das ruas da cidade. “Foi uma decisão interna, por causa dos riscos de acidente aos trabalhadores e aos pedestres.

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A preocupação com o assédio moral, caracterizado por constrangimentos, cobranças indevidas e perseguições no trabalho, fará parte da negociação que o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) travará com a prefeitura a partir de abril, quando vai dar início à campanha salarial. O tema abrirá o segundo congresso da categoria, no próximo dia 25, e ganhará uma cartilha específica, entre outas ações de divulgação. Embora sem revelar números, o presidente do Sindiserv, João

Dorlan, diz que há muitas denúncias de assédio moral no serviço municipal. Como mudanças no funcionalismo são incumbência constitucional do Executivo – um projeto aprovado pela Câmara no governo Pepe foi vetado por esbarrar nessa questão –, Dorlan quer que o prefeito Sartori encampe a ideia de apresentar um projeto de lei que defina e estabeleça punições para o assédio na prefeitura.

SEXTA | 18.mar Caxias escolhe delegados no Plano Plurianual Integrantes da Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do Governo do Estado vieram a Caxias do Sul na sexta-feira (18) para divulgar o seminário do Plano Plurianual Participativo (PPA), que será aberto pelo governador Tarso Genro (PT) em Caxias do Sul nesta segunda-feira (21), às 18h30, no UCS Teatro. Envolvendo os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), outras entidades, representantes de setores e cidadãos interessados, o PPA irá discutir, por todo o Rio Grande do Sul, demandas prioritárias para os quatro anos do governo Tarso. Na segunda, serão eleitos seis nomes da Serra, das Hortênsias e dos Campos de Cima da Serra para integrar um Conselho do PPA, que ajudará a elaborar projeto a ser aprovado pela Assembleia até novembro. O PPA surge como uma espécie de substituto do Orçamento Participativo e da Consulta Popular. Quanto a esta última, realizada no governo anterior, Cecilia Hypolito, do Departamento de Participação Cidadã, diz que as prioridades escolhidas serão estudadas caso a caso.

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O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Hotéis lotados

Só nos primeiros 75 dias do ano o preço do álcool combustível aumentou 24%, alcançando valor de até R$ 2,69 em Caxias do Sul, muito próximo ao da gasolina, que tem média de R$ 2,72. A elevação é atribuída pelos usineiros à quebra da safra de cana-de-açúcar. Mas também pesa a baixa oferta na entressafra em decorrência do direcionamento da venda para fabricação de açúcar. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Paulo Tonolli, reconhece que o aumento tem pouco impacto nas vendas porque o consumo local é muito baixo. Mas alerta que poderá influenciar no preço da gasolina, que em sua composição tem 25% de álcool, índice que pode ser alterado pelo governo federal. O reajuste estimado para a gasolina é de 5%.

Novo hipermercado?

A diretoria da rede Zaffari, que já tem três lojas em Caxias do Sul, confirmou ao site Supermercado Moderno que tem estudos para construção de mais dois shoppings com hipermercados e que se prepara para instalar quatro lojas de bairro, com área média de 1,5 mil metros quadrados cada, e galeria comercial com farmácia e pet shop, entre outros estabelecimentos. O diretor de expansão da rede, Claudio Zaffari, não revelou as cidades escolhidas para os investimentos, mas informou que as unidades serão instaladas em áreas densamente habitadas e com toda infraestrutura presente, condições que Caxias do Sul detém, o que a habilita para abrigar um dos projetos. Em 2010 a rede obteve faturamento de R$ 2,5 bilhões, em alta de 12,3%.

Números vigorosos

Além da receita líquida consolidada de R$ 3,7 bilhões, em alta de 51%, e do lucro de R$ 249,5 milhões, crescimento de 84%, chama atenção no balanço do ano passado das Empresas Randon o valor destinado ao pagamento dos salários e benefícios de seus trabalhadores. Em salários foram R$ 426 milhões e em benefícios, outros R$ 71 milhões. A empresa abriu 1,9 mil postos de trabalho em 2010 e fechou o ano com 11,5 mil funcionários contratados. Os governos, que pouco contribuem para melhorar a vida destes trabalhadores, ficaram com R$ 382 milhões da riqueza total gerada pela Randon, que superou R$ 1,4 bilhão.

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PERDAS

André T. Susin/O Caxiense

Álcool nas alturas

HISTÓRICAS Este mês de março ficará marcado na história de Caxias do Sul por duas perdas significativas. A Cantina Pão e Vinho fechará as suas portas no dia 25 de março, depois de 36 anos de atividades. A desativação deve-se a dificuldades de os herdeiros de Ângelo Tonet, que adquiriu o imóvel em 1947, chegarem a um acordo sobre o que fazer com o negócio. A partir do dia 26 o empreendimento deixa de atender, mas o prédio, por ser tombado como patrimônio histórico do município, continuará ocupando seu espaço no início da Rua Ludovico Cavinato. O imóvel foi construído

em 1896 por José Andreazza para a elaboração de vinhos artesanais e casa de comércio. A Farmácia Confiança, uma das mais tradicionais, com loja na esquina da Avenida Júlio de Castilhos com a Rua Garibaldi e duas filiais, está fechada para reformas. Quando reabrir, porém, já será na condição de integrante da rede Mais Econômica Farmácias. Criada em 1986, com matriz em Canoas, a rede é composta por mais de 150 filiais, das quais oito em Caxias do Sul – com a incorporação da Confiança –, e emprega 6 mil pessoas.

Linha ampliada

Confirmando informação liberada em fevereiro, a Marcopolo apresenta na próxima quinta-feira (24) os novos modelos da Geração 7 de ônibus rodoviários, o Paradiso DD

1800 e o Paradiso LD 1600, veículos de última geração e de alto valor agregado. O encontro ocorrerá a partir das 11h30, na unidade de Ana Rech da Marcopolo.

Expansão

A meta de aumentar a receita em 10% sobre o ano passado, atingindo valor de R$ 110 milhões, foi detalhada pela diretoria da Marelli Ambientes Racionais aos 35 gestores de suas lojas exclusivas. Na sexta-feira (18), foi encerrada a programação

Pesquisa

Caxias do Sul é a primeira cidade do interior a conhecer a pesquisa Visão de Marketing, desenvolvida pela ADVB/RS em parceria com a REALI Estratégia & Marketing. Na segunda (21), às 19h, a ADVB/

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de três dias da 15ª convenção Marelli. Para 2011 estão previstas novas unidades em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e no Peru. O portfólio de produtos ganhará uma linha de assentos coletivos e outra de mobiliário diretivo.

RS apresenta na CIC os resultados da pesquisa e reúne especialistas da área para um debate sobre o tema Marketing estratégico X Marketing tático – o que presidentes e CEOs esperam dos gestores de marketing?.

A realização da FIMMA Brasil 2011, em Bento Gonçalves, lotou a rede hoteleira de toda a região para o período de 21 a 25 de março. A feira terá 650 expositores, com expectativa de receber 40 mil visitantes, gerando US$ 309 milhões em negócios. Dentre as inúmeras atividades do evento está o Projeto Comprador, que levará 24 importadores à cidade para negociar com expositores, num total de 450 encontros. Dentre os países representados estarão África do Sul, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México e Peru.

Curtas

A CIC de Caxias do Sul promove na segunda-feira (21), a partir das 18h45, a 11ª edição do Seminário de Boas Práticas. O tema do evento é Ativos intangíveis, apresentado pelo sócio-diretor da Excellent/Match, Gilmar Casagrande. O presidente do Comitê Regional Serra Gaúcha, Leonardo Siqueira Borges, ainda falará sobre Ativos intangíveis na prática. Será neste sábado, no CTG da Codeca, o lançamento oficial da Feira Internacional de Cultura e Artesanato Mãos da Terra e 3ª Mostra do Artesão Caxiense, que ocorrerão de 29 de abril a 8 de maio, no Centro de Eventos do Parque da Festa da Uva. O lançamento é uma das atividades comemorativas ao Dia do Artesão. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), palestra segunda-feira (21) na reuniãoalmoço da CIC de Caxias do Sul. Ele falará sobre a preparação do novo modelo de desenvolvimento do Rio Grande do Sul. As empresárias Sirlei Massoni, Ivanice Tonolli e Martha Sehbe Golin e a escritora Teresinha Tregansin são as convidadas do Encontro da Mulher Empreendedora. A promoção ocorrerá na CIC de Caxias do Sul na terçafeira (22), a partir das 19h30. A Agrimar promoverá na quartafeira (23) um Dia de Campo, na localidade de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula. O objetivo é apresentar novas tecnologias disponíveis no mercado, como a colhedora de cenouras e beterrabas importada da França, que melhora a produção e ameniza a falta de mão de obra.

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O Caxiense entrevista

“O ESTRAGO JÁ ESTÁ FEITO” Francisco Rech (PP) reclama da falta de apoio de colegas de partido e da prefeitura e acha que denúncias que provocaram sua saída do Executivo têm fundo pessoal

André T. Susin/O Caxiense

A

Francisco Rech foi assistir à manifestação de Ana Corso na terça (15)

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

ele quisesse, afinal é um cargo de confiança. Minha função política acabaria em 31 de dezembro de 2008. Quando o Cassina (Flávio Cassina, atual secretário da Habitação) assumiu, a pedido do prefeito, eu continuei na administração, mas em outra função, porque Habitação eu não queria mais.

primeira polêmica da administração Sartori em 2011 não demorou a causar uma baixa na equipe. A interdição da obra do Residencial Puerto Vallarta, a pedido do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), por estar próximo demais ao Aeroporto Hugo Can- Por quê? tergiani, custou o cargo de direA Secretaria de Habitação é tor geral da Secretaria de Obras uma tortura só. Eu não tinha caa Francisco Rech (PP), ex-secre- belo branco quando entrei lá. Se o tário da Habitação e sócio-fun- cara tem um pouco de alma, vê os dador da imobiliária Itaperu, que problemas da cidade, mães com comercializa o empreendimento. três ou quatro filhos que não têm Segundo o DAP, o residencial, onde morar. E a prefeitura não que deveria ter oito tem como atender, andares e dois de muitas vezes é gensubsolo, poderia “Não temos te de fora e que já atrapalhar o tráfego engenheiros foi contemplada. Se aéreo. Parou no ter- e arquitetos temos 15 mil de deceiro piso, embora que trabalham fasagem e construa grande maioria de ímos 1 mil, vamos suas 124 unidades já na prefeitura? De deixar de atender 14 tenha sido vendida, manhã estão de mil. um lado do com financiamento pelo Minha Casa balcão e de Qual era a sua inMinha Vida. Rech tarde, do outro” tervenção na aprodeixou o governo vação de projetos um dia depois de a como diretor geral vereadora Ana Corso (PT) pedir da Secretaria? abertura de sindicância para apuQuando encaminha o projeto, rar suposto tráfico de influência o empreendedor vai na secretadele para conseguir a aprovação ria da Habitação com sete vias. da obra na prefeitura. A Secretaria de Obras também tem que dar um parecer, que é o Qual a sua função na imobiliá- pluvial. Quem dava o parecer é ria e na secretaria de Obras? o engenheiro (a parte do esgoto A nossa especialidade (na imo- doméstico fica com o Samae). Sobiliária) é habitação popular, só mente isso. trabalhamos nisso. Somos Correspondentes Imobiliários Caixa, A sua presença na Secretaria fomos um dos primeiros na cida- não influenciava a aprovação ou de. A minha função na Itaperu é não de projetos? meramente de ser sócio. É mais o De jeito nenhum. Da Habitauso do meu nome e aval na hora ção, passava pelas secretarias de de, por exemplo, alugar uma sala. Saúde, Educação, Planejamento, Como diretor, eu estava na Secre- Meio Ambiente, Obras e Samae. taria das 8h da manhã às 21h. A Cada secretaria tem uma semana minha dedicação foi para lá de para dar o retorno, dizendo o que exclusiva. o empreendedor tem que fazer. A vereadora me dar essa atribuição Como foi sua indicação para a de ir lá e querer aprovar, isso não direção geral da Secretaria? existe. Nem na própria Secretaria Fui secretário da Habitação por de Obras. É uma coisa técnica, da quatro anos e diretor geral da se- qual eu não conheço nada. cretaria de Obras por dois. No início de 2008, disse para o pre- O senhor assinava as liberações? feito que não iria concorrer e que Não, quem assinava era o engesomente sairia da Secretaria se nheiro e o secretário. 19 a 25 de março de 2011

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O senhor não acha que há conflito de interesse por ter trabalhado nas secretarias de Habitação e Obras enquanto é sócio de uma imobiliária? Não. Nada impede eu ser sócio de uma empresa. Não é dedicação exclusiva. Não temos uma série de engenheiros e arquitetos que têm escritórios próprios e trabalham na prefeitura? De manhã estão de um lado do balcão e de tarde, do outro. Mas no seu caso é um cargo de confiança. Mas o projeto não é meu. Se fosse meu poderia até causar constrangimento para que fosse aprovado. Nós não somos construtores – podemos até passar a ser –, nossa função é vender e encaminhar o financiamento. E eu não sou corretor, sou sócio da empresa. Quem constrói o residencial Puerto Vallarta é a Globo Engecon. Dificilmente alguma imobiliária tem exclusividade na venda. A não ser que os caras tenham tirado as placas de lá. A sua empresa vai perder com o embargo da obra? O estrago já está feito. O residencial está vendido, e imagina as famílias, que na maioria são casais jovens... É evidente que é um problema sério. Para nós, como representantes, assim como para as outras imobiliárias, está todo mundo cobrando como vai ficar. Ouvi gente falando que a Caixa era responsável, mas se o projeto foi aprovado pela prefeitura, ela vai duvidar do quê? A interdição

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não tem nada a ver com a Itaperu ver de conferir. Eu fui falar com para todos. Ninguém ia imaginar ou com o Francisco Rech. A ver- o chefe de Gabinete, o Feldmann que eu tomaria essa atitude. Dedade vai vir à tona. (Antonio Feldmann, que substitui pois, alguns se manifestaram diinterinamente Edson Néspolo). Fa- zendo que eu tinha cometido um A Itaperu pretende tomar algu- lei se ficava melhor para a admi- erro terrível. O Empinotti (Celso ma ação legal? nistração se eu saísse fora... E eles Empinotti, secretário de Obras) é Estou preocupado por estar – o Búrigo (Carlos Búrigo, secretá- um que não se manifestou, não sendo caluniado e tenho que to- rio de Gestão e Finanças) também me ligou nem disse absolutamenmar alguma providência sobre estava lá – aceitaram. Isso foi na te nada. Por essas coisas que, se eu isso. A empresa talvez também sexta-feira (11 de março, dia em tivesse que recomendar para um tenha, porque são danos causados que entregou o cargo). amigo a política, eu diria: “Não e não sei qual o objetivo – se é povai, porque é uma área perigosa, lítico, provavelmente seja. Não há Depois o senhor só dá cobra”. um desespero por parte de quem falou com o partiE, no momento “Infelizmente, comprou, de chegar ao ponto do? em que você faz alde pegar o dinheiro de volta. Na Não, com o par- o partido não guma coisa de útil maioria, eles não botaram dinhei- tido eu não falei. tomou nenhuma para a sociedade, ro. Foi comprado, já está averbado Eu esperava até que iniciativa. isso incomoda o ade escriturado no registro de imó- o partido ou pelo versário. Aí, usa-se veis. Eles querem o apartamento menos alguém da Foi mesmo dessas rasteiras, desmesmo. A dificuldade que vai ter Executiva entrasse decepcionante. sa política suja exaEsperava que, é com o empreendedor, que esta- em contato comitamente para dar um va construindo o prédio de acor- go para pedir o que no mínimo, “para-te quieto”. A do com o projeto. estava acontecen- me ligasse” Ana Corso está me do. Infelizmente, o acusando de tráfico Antes de sair da Secretaria de partido não tomou de influência, mas o Obras, o senhor comunicou o nenhuma iniciativa. Foi mesmo que dizer de prédios inteiros que partido? decepcionante. Esperava que o foram construídos sem aprovação Não. partido, no mínimo, me ligasse. nenhuma dos projetos? Como o senhor chegou a essa decisão? Quem acompanha a política sabe que, nesses casos, a pessoa estando fora do ambiente deixa os outros bem mais à vontade. A surpresa começou quando falaram que ia ser interditado. E quando falaram, já estava. O senhor decidiu sair depois das denúncias da Ana Corso? Não das denúncias, das calúnias. E é evidente que a administração tem todo o direito e o de-

O senhor tem receio da abertura de uma sindicância? Não, em absoluto. Como secretário, era ordenador de despesas. Nunca fui comunicado de nenhuma restrição, por exemplo, pelo Tribunal de Contas. E, se tivesse, a Procuradoria Geral do Município teria me falado. Estou com a alma tranquila.

O senhor acha que o objetivo das denúncias é atingir a administração do prefeito José Ivo Sartori? Eu acho que é mais pessoal. Nós tivemos sempre debates acalorados, evidentemente (Ana Corso e Francisco Rech foram colegas na legislatura anterior). Só que ela achou agora esse gancho, que na opinião dela deve ser uma coisa O senhor falou que não recebeu muito legal. Ela viu que ali era a apoio do partido. E dos colegas chance de me destruir. Eu acho o da administração? contrário. Ela vai se dar mal se for Não, porque foi uma surpresa feita a justiça.

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Crianças desatendidas

A EDUCAÇÃO

INFANTIL

PRECISA CRESCER A falta de creches públicas gera protestos nos bairros e transfere a demanda para as escolinhas privadas e para as empresas

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André T. Susin/O Caxiense

Casa de Maria de Lourdes vira creche improvisada no Mariani

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janela da frente quando a campainha toca. No interior, uma espécie de sala-cozinha abriga sse aqui é um terror”, diz Maria de também 10 crianças, que estão Lourdes Farias, ao pegar no colo divididas em dois sofás. “É muium menino de dois anos, com to apertado para tantas. E tenho cabelos cacheados e chupeta na só esse espaço”, conta Marli. “Eu boca, que, apesar da afirmação, coloco desenho, tenho uma caixa transparece um ar angelical. En- de brinquedo para eles. Eles dorquanto uma das crianças está no mem quando querem, porque tecolo dela, uma menina um pou- nho só esses dois sofás.” Enquanto co maior está deitada assistindo ela fala, os garotos assistem a um Backyardigans, o DVD mais visto canal da televisão aberta e a únina casa, na pequena televisão que ca menina dorme tranquilamenestá em cima do armário. A mo- te, enrolada em várias cobertas. radia de Maria de Lourdes está to- “Eles não têm onde brincar, então mada por objetos de crianças. Nas destroem tudo”, diz Marli, desculprateleiras, brinquedos e lápis de pando-se pela desorganização da cor estão próximos a imagens e sala. “Só arrumo a casa de noite, pequenas estátuas porque de dia não de santos. A mesa dá.” Ela quase nunca está coberta por ma- “Às vezes até sai de casa durante madeiras. “Os pais levo no médico. o dia. Quando é imtrazem o leite e eu Eu não queria prescindível, arrufaço.” Outros dois mais cuidar, mas ma alguém para figarotos, de cerca de car com as crianças. as mães não três anos, brincam “Às vezes até levo descalços sobre col- têm onde largar”, no médico. Eu não chões e edredons diz Marli, dona queria mais cuidar, no chão, enquanto de uma creche mas as mães não a música do dese- improvisada têm onde largar.” nho animado toma No mesmo bairro conta da sala. Maria vivem Rosa Maria de Lourdes é aposentada e cuida de Barros e os três filhos (uma de 10 crianças no Mariani, um menina de sete anos, um menino dos bairros de Caxias que não de cinco e uma menina de sete possuem creche pública. “Estou meses). Rosa não tem condições fazendo um favor para as mães. financeiras para deixar os filhos Já faz quatro anos que cuido de com uma das senhoras do Mariacrianças aqui”, diz alto, para dri- ni que transformaram as casas em blar os gritos dos pequenos no creches improvisadas – logicamesmo ambiente. “Quer suqui- mente, elas cobram pelo trabalho. nho?”, pergunta ao menino no Mesmo se tivesse, não há mais vacolo, que aceita. gas. Na falta de uma creche públiA campainha toca. É um pai ca, a solução foi apenas uma: levar que veio buscar o filho. Já passa os filhos no trabalho. Rosa é catadas 17h. Maria de Lourdes ten- dora de lixo e passa por diversos ta levantar. Mas agora tem dois bairros todas as manhãs e tardes. meninos no colo. “É uma briga. “Faço isso para me manter. PreUm quer colo, o outro também.” ciso de dinheiro, então levo eles. As crianças, cujas idades vão dos Eu tenho que me virar de alguma três aos sete anos, chegam cedo – forma. Não estou trabalhando de a primeira delas vem ainda dor- carteira assinada por não ter com mindo no colo dos pais, às 6h20. quem deixar as crianças. Já perdi “E nos últimos dias vieram mais oportunidades de emprego. Vatrês pedindo para eu cuidar dos mos nas creches e não tem vaga. filhos, mas eu não tenho mais Isso é muito grave”, afirma. Os condições”, acrescenta. três filhos a acompanham todo o Em uma casa muito próxima dia – com exceção da mais velha, dali mora Marli Signorelli. Dois que, à tarde, vai para a escola. meninos colocam os rostos na “Ela fica bem braba por ter que por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

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vir trabalhar comigo. Ela tem vergonha.” Quando estava grávida da última filha, Rosa abandonou o carrinho onde juntava o material reciclável, por não ter condições de puxá-lo. Por isso, as sacolas de lixo hoje são penduradas no carrinho do bebê – dessa forma, Rosa não precisa carregar a filha no colo. “Quando a nenê começar a caminhar eu vou pegar de volta o carrinho grande de lixo.”

de o mês passado reivindicando uma creche, a maior necessidade do bairro. De acordo com o grupo de mães, há 333 crianças de zero a três anos e 200 de quatro a cinco anos no Mariani. Portanto, são mais de 500 crianças, apenas naquele bairro, sem acesso à Educação Infantil – o que indica que o déficit de toda a cidade deve ser muito maior do que 2 mil. “Estima-se que seja pelo menos de 6 mil crianças em Caxias”, diz o vereador Rodrigo Beltrão (PT), que acompanhou a mobilização das mães. Elas começaram os protestos no final de fevereiro, quando se posicionaram contra uma área de lazer, com campo de futebol, quadra de bocha e academia, que começaria a ser construída no Mariani. Segundo as mães, a decisão no último Orçamento Comunitário (OC) teria sido priorizar uma creche – a prefeitura sustenta o contrário. Dias depois da primeira manifestação, as mulheres impediram que as máquinas começassem a abrir terreno para a área de lazer. Na semana seguinte, o grupo foi até a prefeitura cobrar do prefeito José Ivo Sartori (PMDB) uma resposta para a falta da creche. Gritos de “crianças na rua, prefeito, a culpa é tua”, ecoavam em frente ao Centro Administrativo. As mães foram recebidas pelo chefe interino de Gabinete, Antonio Feldmann. Ele reafirmou às manifestantes que a obra da área de lazer era decisão do OC, e por isso não pode ser impedida, e disse que não poderia prometer uma creche para não alimentar uma ilusão. Diante disso, as mães resolveram improvisar uma creche, durante uma tarde, no Centro Comunitário desocupado do Fotos: André T. Susin/O Caxiense

A Constituição Federal confere prioridade absoluta aos direitos e interesses das crianças e adolescentes. “Antes de fazer qualquer coisa, o Município tem que dar prioridade às crianças”, afirma a promotora da Infância e da Juventude Adriana Chesani. Como o déficit oficial em Caxias é de 2,2 mil vagas, a promotora ajuizou uma ação, que tramita desde 2007, determinando ao Município a abertura de 2.242 vagas de Educação Infantil. Entende-se como Educação Infantil a que abrange crianças de creches (dos zero aos três anos) e de pré-escola (de quatro a cinco anos). A ação está no Superior Tribunal de Justiça. “O prazo (para que as vagas sejam criadas) é de quatro anos, que começam a contar quando houver decisão definitiva. Esse é o problema”, lamenta a promotora. O número de vagas solicitado foi baseado na informação que o Município repassou em 2007, referente à quantidade de crianças em lista de espera. Em 2011, este número certamente é muito maior. “O déficit é muito alto. Recebemos reclamações das mães do Mariani, dizendo que lá as crianças estão excluídas da Educação Infantil. Se apenas em um bairro tem isso, nos outros deve

ter situação semelhante”, conclui hoje são 3.404, conforme o secreAdriana. “Não é uma questão de tário. “Além delas, há 1.226 criano Ministério Público querer ou ças de quatro e cinco anos na prénão essas vagas, mas sim que as escola”, acrescenta, explicando crianças têm direito a elas.” que a pré-escola será obrigatória A prefeitura alega que tem con- até 2016 – por isso, os espaços das dições de manter 36 escolas de escolas regulares municipais esEducação Infantil. tão sendo adequaPara que todas as dos para a educação crianças de zero a “Não estou infantil. cinco anos tenham trabalhando de Edson atribui a onde ficar enquanto carteira assinada insuficiência de os pais trabalham, por não ter com creches públicas ao entretanto, o poder crescimento da cipúblico estima que quem deixar as dade – que, na últiseria necessário ofe- crianças. Vamos ma década, aumenrecer mais 22 esco- nas creches e tou sua população las. “Para construir não tem vagas”, em 70 mil pessoas. cada uma o investi- diz Rosa “O Município não mento é de R$ 700 consegue acompamil. Para 20 escolas, nhar esse cresciseriam quase R$ 15 milhões. Mais mento. O déficit não zera porque o custeio. E para cada criança o precisamos dessas 22 escolas, e, investimento é de R$ 4,2 mil por enquanto isso, vão chegando noano na Educação Infantil. A limi- vas crianças. A demanda é crestação sempre é o investimento. cente. E não é do governo Sartori, Existe limitador de investimento do governo Pepe. Vem vindo. Isso dentro do próprio orçamento. Se não é realidade de Caxias. É realieu pudesse dizer ‘no ano que vem dade do Brasil.” vamos fazer tantas escolinhas...’ Para as 36 escolinhas municiMas não é bem assim. Tem que pais, as inscrições ocorrem semter o equilíbrio financeiro”, jus- pre no mês de setembro. A seletifica o secretário municipal da ção consiste em alguns critérios, Educação, Edson da Rosa. Em como vulnerabilidade social, ren2011, ainda não foi inaugurada da e zoneamento. nenhuma escolinha, mas, segundo o secretário, a previsão é que A Educação Infantil em sejam construídas duas – uma Caxias mereceu uma audiência em Forqueta, em parceria com o pública, organizada pela Comisgoverno federal, e outra em local são de Direitos Humanos, Cidaainda não definido. dania e Segurança da Câmara de O programa de ações da Secre- Vereadores, na sexta-feira (18). O taria prevê a criação de duas esco- objetivo era esclarecer os dados las infantis por ano, desde o início específicos da área e apresentar do governo Sartori, em 2004. Na propostas de melhorias. Mas o época, conforme Edson, havia 25 que um dos principais motivos em Caxias. Em seis anos, foram que levaram à realização da audiconstruídas 11 escolas. Até 2004, ência foi o protesto das mães do 1.691 crianças eram atendidas, e Mariani, que manifestam-se des-

Na creche para funcionários da UCS, Maria Eduarda e mais 51 crianças são atendidas. No horário do almoço, o pai Alexandre fica com a filha

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bairro. “Conseguimos doação de lanche para 40 crianças. Não teria lanche para todos dias, por isso o ato de protesto durou um dia só”, explica Ranulfa Vargas, uma das líderes das manifestações. A creche mais próxima fica no Reolon, onde, segundo Ranulfa, não há mais vagas. “Aqui no Mariani há crianças espalhadas em creches de outros bairros. As mães, muitas vezes, gastam no aluguel de van. Isso quando não é irmão cuidando de irmão em casa. Temos aqui grande incidência de mães muito jovens, de 14, 15 anos, e elas precisam trabalhar.” Ranulfa e uma das outras mães, Andrelise de Moraes, afirmam que não desistirão dos protestos contra a construção da área de lazer. “Nos disseram na prefeitura que quem trancar a obra, de agora em diante, vai responder sob as penas da lei”, diz Ranulfa. “É direito que a criança tem, de ter educação dos zero aos seis anos. Por que não tem creches?”, questiona Andrelise. No loteamento Conquista, que pertence ao bairro Santa Corona, a reclamação é a mesma. “Em 2007, ficou definido no Orçamento Comunitário que uma creche seria prioridade, mas ela ainda não foi construída. Dizem que não tem dinheiro”, reclama Vera Penteado, presidente da associa-

ção de moradores. Segundo ela, a sua parte”, diz o vice-presidente dora da escolinha, Isabel Correa. mais de 100 crianças precisam de do Sindicato dos Metalúrgicos, Na tarde de quarta-feira (16), sete creche no Conquista. Leandro Velho. “Em 2009, as bebês brincavam tranquilamente empresas metalúrgicas caxienses em uma salinha de tapetes coParalelamente à deficiên- gastaram R$ 874.724 em auxílio- loridos, cuidados por duas procia da Educação Infantil pública, creche”, contabiliza o diretor exe- fessoras. No corredor em frente existem em Caxias 117 escolinhas cutivo do Simecs, Odacir Conte. ao berçário havia oito cadeirotes particulares, onde não faltam vaHá casos em que o próprio local enfileirados. As crianças fazem gas. As mensalidades variam de de trabalho dos pais disponibiliza cinco refeições diárias, além de R$ 200 a R$ 700, dependendo da creche gratuitamente. Na Univer- participar de diversas atividades, localização da escola e das ativi- sidade de Caxias do Sul, 52 crian- tanto dentro da escolinha quandades que ela oferece – algumas ças são atendidas. A escolinha da to no pátio e no jardim, que elas dispõem até de aulas de inglês, UCS, no entanto, também não dá chamam de “florestinha”. No inínatação e judô. Para auxiliar os conta da demanda. “A regra é de cio da tarde, Maria Eduarda, três funcionários a manterem os filhos acordo com o tempo de casa do anos, preparava-se para a hora da em escolinhas particulares, tanto funcionário, porque soneca. O pai, Alemetalúrgicos quanto comerciá- não tem vaga para xandre Silva, ressalrios têm direito, por convenções todo mundo”, conta “O Município ta que, além da ecocoletivas, a um auxílio-creche. De Claudete Salvador não consegue nomia mensal, ter acordo com o Sindicato do Co- Terhorst, que tra- acompanhar o uma escolinha para mércio Varejista de Caxias (Sin- balha na UCS há 12 crescimento. O a filha desde os três dilojas), o benefício de R$ 150 é anos. Ela leva diameses no próprio obrigatório para mães comerciá- riamente as duas fi- déficit não zera local de trabalho garias, que o recebem até a criança lhas, uma de quatro e, enquanto isso, rante segurança: “Se completar seis anos. No caso das anos e outra de um, vão chegando acontece alguma metalúrgicas, a ajuda é de R$ 163 para a creche, que novas crianças”, coisa, me chamam e mensais para crianças matricu- considera excelente. diz o secretário eu logo estou aqui. E ladas em escolinhas particulares Há mães que já redá para ficar com ela ou, para as que ficam em casa servaram vagas para na hora do almoço”, com um familiar ou conhecido, bebês que ainda estão na barri- explica. Maria Eduarda, porém, de R$ 61. Nos dois casos, o auxí- ga. “Temos solicitações até para assim como todas as outras crianlio dura até elas completarem três dezembro deste ano. Recebemos ças da escolinha da universidade, anos. “Lutamos para que vá até os bebês de três, quatro meses de só poderá ficar lá até completar seis anos, porque é até quando as idade, que vêm logo que acaba a quatro anos. Depois, terá que discrianças ficam em casa. E as esco- licença-maternidade. Se as mães putar uma vaga nas escolinhas linhas são muito caras. A prefei- precisam esperar alguns meses municipais ou ingressar em uma tura deveria aumentar o número pela vaga, recebem auxílio-creche particular até ter idade suficiente de vagas públicas. O sindicato faz no período”, explica a coordena- para ir para o colégio.

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Artes

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KARINA K

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Beatriz Balen Susin | Encontro|

por MARCELO MOURA

arina abriu os olhos, o mundo parou para admirar seu olhar esverdeado, e ela aproveitou a parada para escolher um novo destino. A cada manhã uma viagem, as tardes transformam desconhecidos em amigos, a noite termina trazendo a saudade e as lembranças, assim os dias dançam para a cigana Karina. Ela não está aqui, não está nem aí, ela está lá, sempre lá, onde nunca havia estado, com os objetivos em mente e o coração tranquilo. Muito não é o bastante, pouco é o que importa, talvez ela responda assim a quem lhe perguntar sobre suas andanças, o mais certo é que ela responderá isso sem estar por perto. Verão, óculos, cerveja e cabelos presos por aí...

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Inverno, neve, echarpe e cerveja por aqui, Karina já esteve nesses lugares, não importa quais sejam, acredite. Pode ser que ela retorne para dizer “tchau” novamente, distribuir uns sorrisos e ofender os acomodados. Karina pensa no que fala, mas também fala o que pensa, seja aqui ou na Suíça, nenhuma divisa divide aquela personalidade. Ela parte sabendo um pouco, e volta conhecendo mais um pouco, ainda assim não é o suficiente, nunca será, é claro. Karina voltou exausta, suas pálpebras desabaram, escondendo seus belos olhos, e agora ela dorme profundamente. A qualquer momento ela acordará, o mundo vai parar, e nós teremos que nos despedir, mais uma vez.

A litogravura de Beatriz Balen Susin integra a exposição Gravuras: Acervo do impressor Amaro Albuquerque, no Campus 8. A mostra reúne 50 gravuras, de 50 artistas que foram alunos ou professores de cursos na Cidade das Artes da UCS. As obras integram um acervo com mais de 300 gravuras do impressor responsável pelo Atelier de Artes Visuais. Depois de diversos testes de impressão, quando o artista aprova o resultado e seleciona a chamada PA (prova do artista), Amaro escolhe a sua cópia, a PI (prova do impressor), entre as primeiras da série. Estas selecionadas para a exposição são da década de 80 e contam parte da história da gravura em Caxias. Entre os artistas, nomes importantes como Diana Domingues, Genoveva Finkler, Lídia Stangherlin, Marinês Busetti, Rita Brugguer, Sergio Lopes e Vitor Hugo Porto.

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Julio Soares, Objetiva, Divulgação/O Caxiense

O Caxiense Entrevista

Diretor da Randon interpreta a postura parcial do atual presidente, Paulo Tigre, como um veto à região

“É UM RECUO ESTRATÉGICO”

A

por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br e ROBERTO HUNOFF roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

pós manifestações públicas do atual presidente, Paulo Tigre, favoráveis à candidatura de outro concorrente, Astor Schmitt anunciou segunda-feira (14) sua desistência de disputar a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nas eleições de maio. No entanto, ele afirma manter o projeto para a escolha seguinte, em 2013, de levar a Serra ao comando da entidade onde atua há 20 anos e da qual é atualmente o vicepresidente. O diretor corporativo e de relações com investidores da Randon falou com O Caxiense após apresentar o balanço positivo do grupo em 2010, avaliando também o cenário econômico atual. O senhor não vai participar de nenhum cargo da diretoria, e dessa forma Caxias fica sem representatividade na Fiergs. Até que ponto isso pode prejudicar a região? Nossa abstenção tem origem na constatação de que não era muito próprio de nossa parte sermos protagonistas de uma divisão na indústria gaúcha, e também por termos bem claro que, por uma iniciativa da liderança maior da Fiergs, nós sofremos um claro veto, como também sofreu um veto a nossa região. Então, por tudo isso, resolvemos nos abster. Essa decisão foi unânime, entre mim e os representantes das indústrias da região. Eu acho que

não participar de uma gestão ou de um processo eleitoral não tem nada demais. É simplesmente uma forma de dizer que nós não nos sentimos bem dividindo e interagindo com quem nos vetou. Mas isso não significa necessariamente que a gente não tenha nenhuma participação. A Fiergs merece o respeito de uma grande entidade. Não estamos conformes é com a atitude das lideranças. E, como nós todos sabemos, as lideranças são passageiras, a instituição fica. O senhor disse que o fato de a Serra superar as dificuldades desperta posições contrárias. O veto à candidatura tem a ver somente com o fato de a região representar uma alternativa ao comando atual ou está ligado à relevância da Serra? Para essa pergunta eu certamente não tenho resposta. Nós teríamos que dirigi-la para o senhor Paulo Tigre. Eu não sei o que o moveu, mas a sensação que nós temos é que, por uma série de iniciativas, que nós qualificamos como obscuras, pouco transparentes, de certa forma até desleais conosco, nós nos sentimos vetados, como pessoa e como região. A razão disso eu realmente não tenho condições de responder. Como foi a reunião da semana passada com candidato Heitor Müller? Eu tive uma reunião com o presidente Paulo Tigre na qual ele me fez um apelo de mantermos a unidade da indústria e dos industriais gaúchos, que acho que é pertinente, o presidente tinha

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Astor Schmitt diz que desistiu da candidatura este ano, mas segue com o projeto de levar a Serra a liderar a Fiergs em 2013

pesquisa do IBGE aponta que, de 2003 a 2010, o consumo no Brasil cresceu 69% enquanto a produção ficou na marca dos 31%). Essa dessintonia evidentemente está abrindo espaço à chegada de importados baratos de todo mundo. Nós estamos gerando renda lá fora. Isso precisa de um redirecionamento, porque se essa tendência não for alterada a indústria brasileira fica relativamente menor. Então tem aí um feixe de ações certamente relacionadas com o câmbio, com os juros, com o Custo Brasil, com inovação, tecComo o senhor planeja manter nologia, ganhos de eficiência etc. o projeto de gestão até a eleição São medidas de grande alcance e de 2013? que precisam ser implementadas A nossa abstenção é um recuo para que a gente possa retomar estratégico, e um a competitividade período de três anos colocada sob risco. passa de maneira “Por uma série Precisamos jogar o mais rápida do que a de iniciativas jogo da globalizagente imagina. Dis- obscuras, pouco ção, mas uma coisa semos claramente transparentes, é ser aberto, outra é que a ideia da nossa ser ingênuo. candidatura, seja eu até desleais, ou não, a aspiração nos sentimos No ano passado, serrana em exercer a vetados, como empresas de Caxias presidência da Fier- pessoa e tiveram conflitos gs, está mantida. E como região” com o Sindicato certamente um poudos Trabalhadores co mais à frente, baiMetalúrgicos, e a xado o pó do momento, voltará à Randon registrou o caso mais mesa. grave. Como isso se refletiu nas práticas da empresa e como está O senhor demonstrou preocu- essa relação neste ano? pação com a perda de competitiEu acho que nós todos, emprevidade e de espaço da indústria sários e trabalhadores, temos que brasileira, que aponta para um entender que não vivemos um possível processo de desindus- sem o outro. Não existe empregatrialização do país. Como rever- do sem empregador nem empreter esse quadro? gador sem empregado. E portanto Há uma clara dessintonia entre o bom senso manda que nós teo crescimento do consumo e o nhamos uma relação harmônica. crescimento da indústria. (Uma No ano passado, essa relação harque fazer esse posicionamento. Também tive um encontro com o então adversário e hoje candidato único, Heitor Müller, com quem tenho uma relação pessoal de longa data. Então, naquela oportunidade se buscava algum tipo de composição, mas que infelizmente não se viabilizou e nós tivemos duas alternativas: ou disputarmos, o que não teria nada de errado, é até bastante democrático, ou nos abstermos de participar do processo. O consenso foi de nos abstermos.

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a negociação do dissídio salarial será difícil, já que os resultados apresentados pela empresas são, na maioria, positivos? Eu acho que nunca foi fácil, e este ano as coisas me preocupam. Há um cenário que vai impor dificuldades. Certamente o lado dos reivindicadores, os sindicalistas, vai usar os bons números de 2010 como pressão para buscar vantagens ao longo de 2011. E nós precisamos enxergar a realidade, onde os números de crescimento registrados em 2010 dificilmente se repetirão em 2011. Não é realista esperar isso. Vamos ter dois polos rigorosamente opostos na visão das coisas. Não será muito O senhor acredita que neste ano fácil de administrar, mas confio mônica, usando o mote dos PPRs, foi quebrada, redundou num movimento paredista, tivemos greves, interrupção de atividades, e eu acho que esse processo não produziu nada para ninguém. Nós perdemos, nossos trabalhadores perderam, certamente lideranças sindicais também ganharam muito pouco – o presidente do sindicato dos trabalhadores chegou a ser preso e agredido, segundo dizem. Quem é que ganhou com isso? Todos nós, coletivamente, perdemos, e acho que jogar um jogo de perde-perde não é muito sensato. Eu prefiro o jogo do ganha-ganha.

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que se encontre um caminho de convergência dentro de um quadro de harmonia e de diálogo para que isso seja superado e se atinja algo palatável para ambos os lados. O salário médio atual do setor metalúrgico é de R$ 1,9 mil, segundo o Simecs. O senhor acredita que essa situação pode fazer com que as empresas do setor metalmecânico busquem alternativas de mão de obra mais barata em outros locais, como aconteceu no ABC paulista, ou não é uma regra para Caxias? Acho que Caxias não é exceção a nada. Vejo isso com indisfarçada preocupação. O que aconteceu no

ABC, que está sofrendo um claro processo de esvaziamento, é que a indústria automotiva de lá já foi relativamente mais importante do que é, e o que causou isso foi a progressiva perda de competitividade. Em outras regiões havia mais incentivos, menos custos, salários e vantagens menores, e naturalmente a indústria migrou. Hoje, Caxias tem níveis médios de salário na indústria – não só na metalmecânica – dos mais altos do Estado. Então, se nós formos com sede demais ao pote, numa visão estratégica de longo prazo – pois nada disso ocorre do dia pra noite –, evidentemente estamos pavimentando o caminho para ser o ABCzinho.

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André T. Susin/O Caxiense

Perfil

Bailarino, ator, diretor e professor, Raulino criou a base da carreira sozinho, lutou pela arte e nunca teve medo de dar a cara para bater

Roteiro para um

monólogo T

por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

u vais embora de costas, mas tu voltas de frente”, disse dona Juventina, a mãe do jovem de 28 anos – velho comparado aos amigos de 19 – que saía de casa. Ele, casca dura, retrucou. “Eu posso estar na m... e tu não vai me ver voltar de frente.” E foi o que aconteceu. Lá fora, Raulino Prezzi encontrou a arte, com quem flertava desde os 14 anos, e se apaixonou de vez. Foi bailarino, ator e diretor de teatro e atuou no cinema. Hoje, é também empresário e professor. Nas costas, leva tatuada a clássica de Caetano Veloso: Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. No braço, tatuou em francês Fabriqué par Rau, que significa “fabricado por Rau”. “Eu me fabriquei. Sou as minhas conquistas, as minhas consequências, os meus pensamentos, aquilo que eu como, que eu vejo, que eu ouço e, principalmente, sou aquilo que eu falo.” Depois de 30 anos de carreira, diz: “Eu sei a hora de entrar, mas eu sei muito melhor a hora de sair. Só pessoas atinadas têm

isso. E eu acho que está chegando a hora de eu fechar uma certa cortina na minha vida”. Raulino nasceu no dia 23 de junho de 1967, às 4h15 da manhã. Foi o primeiro homem, de uma família com duas irmãs, a mais nova nascida 15 anos antes dele. “Eu tinha uma irmã gêmea, que veio primeiro, e morreu. Minha mãe ficou meio assim, mas o médico disse ‘espera um pouco que eu acho que tem outro’. E daí, cheguei”, conta Raulino. O menino teve uma infância um tanto solitária no bairro Rio Branco e a casa inteira para brincar. “Eu cresci em quintal, de muita árvore, muito bicho, mexer na terra, cavocar. Eu não sou de geração tecnológica, urbanista, essa coisa de apartamento. Eu fui criado solto.” Dentro de casa, Raulino juntava mesas para fazer palco, pregava cobertor com percevejo para fazer cortina e brincava de super-herói com pano de prato. “Desde criança, eu achava que estava apresentando algo. Tinha os vizinhos que faziam dança, então, ia assistir aos espetáculos. Mas o que me fascinava não era a dan-

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Prestes a completar 30 anos de carreira, Raulino Prezzi fala da solidão e dos preconceitos e dificuldades de fazer arte em Caxias

ça em si, era o fato de as pessoas fiquei com muito medo. Se fosse estarem em cena. Só que naquela vergonha, teria parado.” Ser piada época eu ainda não sabia o que na escola marcou muito a adolesera isso”, lembra. cência do garoto que com 14 anos, Na adolescência, Raulino foi aprendeu a ter 21 e a se defender estudar no Colégio sozinho. Logo cheLa Salle. Lá, fez uma gou o tempo dos amiga que trabalha- “Desde criança, espetáculos de final va no Edifício Es- eu achava que de ano. A escola Ratrela, bem ao lado estava quel da Silva, onde de uma escola de apresentando ele dançava, tinha dança. “Eu passava o seu, e todas as na frente e ficava algo”, conta despesas extras coRaulino, que admirado de como muns nessas apreas pessoas dança- começou a dançar sentações. “Com vam iguais. Aquilo aos 14 anos, que dinheiro eu ia foi cada vez me cha- escondido da mãe pagar o figurino? mando mais atenCom o da mamãe”, ção e um dia, aos 14 deduziu o jovem, anos, eu decidi me inscrever. Foi que havia perdido o pai um ano num sábado, 8 de agosto de 1981”, antes. Quando contou para a mãe precisa. O dinheiro da mesada que estava dançando, teve que ennão era suficiente para pagar as frentar uma resposta ácida e preaulas. Raulino pediu uma bolsa, vista: ‘se o teu pai estivesse vivo ganhou meia. Para o resto, sacri- tu não estarias fazendo isso’. Mas ficava a mesada. “Eu tive uma in- ela pagou, e foi ao espetáculo com fância, e acredito que não mudou as irmãs de Raulino. Não fizeram muito, de ser chacota das pessoas, nenhum comentário. “Para elas, de ser apontado. Eu já estava sen- foi como se nada tivesse acontedo repreendido fora. Se falasse na cido”, conta. Para Raulino, a prifamília, poderia ser repreendido meira dança ficou marcada para dentro de casa também. Por isso, sempre. “Chamava-se Depois de 19 a 25 de março de 2011

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Criança, ensaiava a pose de exigente professor de dança; Em Palhaços, do Raízes; Aos 14 anos, com os colegas Ivana. Lauro e Pérsio

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Acervo Pessoal de Ivana Andreis/O Caxiense

maconheiro. Hum, viado’, que amigos João Pulita, Cádia Cipriaainda existe... Era tudo muito in- ni e Roberto Ribeiro o chamaram gênuo, era o início da carreira das para a peça infantil Frufru e a pessoas, todos queriam mostrar Borboletinha Azul, que o grupo o que estavam fazendo”, recorda. apresentavam em escolinhas. Mas Para Raulino, foi o foi a atriz e diretoaprendizado dessa ra Zica Stockmans, “família”, principal- “Descobri que amiga de Vôo Livre, mente da convivên- sou ótimo no que quem fez o convite cia no Raízes, que eu faço. Às vezes definitivo. “Um dia lhe colocou onde as pessoas dizem a gente se olhou e está. “Muitas vezes disse ‘vamos montar eu chegava em casa ‘ai, se achou’. A uma peça?’ E monverdade é que extremamente cantamos A Ida ao Teasado e chorava. To- é muito difícil tro”. O espetáculo de mava café e chora- a gente assumir comédia escrachada va, achando que eu isso”, diz Raulino já estreou concoria ganhar um colo rendo em um festival da minha mãe. Ela do Teatro do Sesc. me dizia: ‘tu podes desistir ama- Ganhou todos os prêmios. O sunhã, se tu quiseres’”, se emociona. cesso rendeu uma temporada de Em vários momentos Raulino quase um ano. Depois, cada um pensou em desistir. E não foi por foi cuidar das suas coisas – Zica falta de colo que não o fez. Apren- já era professora, inclusive – e ele deu a superar sozinho e acompa- foi chamado para um teste em Rei nhou o Raízes até o fim, em 1990, Lear, clássico de Shakespeare, em em Palhaços, de Luís Arrieta. Caxias. Nunca teve resposta sobre o teste. Da mágoa, veio a decisão: Depois do fim do Raízes, “Vou trabalhar com quem realcada um teve que fazer sua vida. mente quer trabalhar comigo: eu”. Muitos foram embora de Caxias. Chamou mais quatro atores, que Raulino ficou. Virou professor de ele conhecia de outros espetáculos dança. Lecionou em algumas es- e sabia que estavam avulsos – Jean colas – até em Flores da Cunha – , Brandão, Patrícia Pereira, Daniel entre elas, talvez onde tenha feito Dutra e Nilva da Silva –, explicou seus principais trabalhos na área, que não tinha a mínima noção do a Endança. Mas, desde o Raízes, que era uma direção teatral, mas Raulino sentia necessidade de sa- queria que eles confiassem nele. ber o que estava fazendo. “O Jair Montou a peça Pic Nic no Front montava um balé e eu questio- (2000), que deu origem ao grupo nava ‘tá, mas eu sou o quê nesse Atores Reunidos. “Quando eu vi, balé? Tem personagem, não tem, já estava com um grupo na mão. tem um roteiro?’”. Acho que essa Além dos atores, chamei também necessidade de querer descobrir o Juares Barazetti para fazer iluum personagem, um roteiro, de minação e, no final das contas, ele querer verbalizar, que eu fui pro- é o único que continua comigo, curar no teatro”, analisa-se. No fim desde agosto de 1999.” Em quadas contas, o teatro que o procu- se 12 anos, a companhia monrou, por duas vezes. Primeiro, os tou Dona Otília lamenta muito Mauro Peregrina, Divulgação/O Caxiense

Acervo Pessoal/O Caxiense

uma noite antes. Acho esse nome lo Heróis Medievais, um marco bárbaro”. na história da dança caxiense, montado para uma Festa da Uva No início da década de 80, e divulgado nacionalmente, Rau uma época produtiva da dança foi convidado para o time de elicaxiense, em que surgiram diver- te, o Raízes. No começo, ensaiasos grupos independentes, veio va, exaustivamente, aos finais de o desejo de contar uma história semana. A partir do espetáculo à plateia através das montagens. Momentos Elis, o grupo ganhou Nessa época, um grande amigo o patrocínio da Enxuta, os bailade Raulino, Pérsio Neves, que, “se rinos viraram trabalhadores de estivesse vivo, seria um excelente carteira assinada e Raulino teve coreógrafo”, criou o Rumo Novo, que deixar o emprego de office grupo que revelou bailarinos boy. “A minha mãe, obviamente, como Lauro Rosa e Ana Teixeira, ficou louca pela segunda vez. Na ambos futuros Raízes. “Nós falá- verdade, acho que já era a décima vamos sobre separação, relacio- vez, mas ela não demonstrava”, renamentos, coisa que não se fazia flete. O emprego de bailarino, não na época, não havia preocupação tinha tanto respeito quanto o de com roteiro”, relembra Raulino. office boy. “Durante muito tempo Nesse tempo, nasceu também o as pessoas me perguntavam o que Dança Centro de Estudos (res- eu fazia e quando ouviam ‘danponsável pelo Raízes, a maior ço’, falavam ‘sim, mas tu trabacompanhia de dança que a cida- lhas com o quê?’”, inconforma-se de já viu, reconhecida nacional- Raulino. Dançar dava muito mais mente), fundado “pelas meninas trabalho do que trabalhar em esda Dora (Rezende Fabião, coreó- critório. “Uma das coisas que eu grafa)”. Jair Moraes, na época, o mais aprendi dentro do Raízes foi primeiro bailarino a verdadeira essência do Balé Guaíra, de da palavra disciplina. Curitiba, foi quem É a palavra que, para trouxe a dança “A minha mãe, mim, pode resumir o contemporânea. obviamente, grupo Raízes.” “A mesma vonta- ficou louca pela de que eu tinha segunda vez”, Entre os compasquando era crian- conta Raulino, sos da dança, ele tamça eu tive quando bém conheceu vários sobre a decisão de o Dança abriu. A artistas da cidade. Sigrid (Nora) viu, trocar o emprego O QG dessa turma deve ter notado de office boy pela era o bar Vôo Livre. pela minha cara dança profissional “Íamos ao bar falar estampada ‘pelo sobre arte. Eu era amor de Deus me cliente de carteirinha. convidem’, e me deu uma bol- Fazia performances. Ganhei até sa para estudar lá.” Na época, o um troféu de destaque da dança. Rumo Novo já estava se separan- E a ‘loucurama’ que as pessoas do, e Raulino tinha quase 18 anos. achavam que rolava, era bateDepois de integrar o corpo papo de arte. Aquele preconceito de baile da escola no espetácu- de ‘tu trabalha com teatro? Hum,


Guilherme Giordani, Divulgação/O Caxiense

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(2001), Até a Próxima Estação (2002), Quase Amores (2003), A Cigarra e a Formiga (2004), Extremos (2005), Sós – Solidão, A Comédia (2006, monólogo de Rau, uma de suas melhores atuações), Amor com Humor se Paga (2007) e Cru (2009). Agora Raulino se prepara para Romeu e Julieta, dividindo o palco apenas com a atriz e diretora Ana Fuchs. Como em tudo na vida, Raulino se dedicou plenamente ao grupo, mas chegou a um ponto em que não sabia se queria continuar como estava. Cru, um espetáculo com texto e interpretação visceral, nudez e insinuação de movimentos sexuais, chocou plateias. “O Cru, pra mim, foi o boom desse afastamento de elenco. Ouvimos algumas críticas que geraram fofoquinhas e, bem... eu estou com 43 anos. Eu não preciso mais passar por isso”, explica. Consciente da qualidade do trabalho que fez com o Atores Reunidos, agora Raulino quer qualidade de vida. “Descobri que sou ótimo no que eu faço. Às vezes as pessoas dizem ‘ai, se achou’. A verdade é que é muito difícil a gente assumir isso. Eu fui um sucesso, eu sou um sucesso. Porque

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Guilherme Giordani, Divulgação/O Caxiense

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Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Mauro Peregrina, Divulgação/O Caxiense

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1. Plenamente dedicado à dança, Raulino trocou o emprego de office boy pelo grupo Raízes 2. Em Quase Amores, um dos primeiros trabalhos do grupo Atores Reunidos 3. Sobre o monólogo Sós, uma de suas melhores atuações, ele diz: “me identifico muito com esta vivência solitárias das personagens, que nos seus universos, tentam ser felizes e procuram algo a mais em suas vidas” 4. Cru, talvez um dos trabalhos mais ousados e polêmicos de Raulino

eu sou uma pessoa normal que sitário, ministrando as disciplinas batalhou por uma arte, tenho res- Comunicação Corporal, num peito por ela, não admito que fa- MBA da Faculdade da Serra Gaúlem mal dela, que falem mal dos cha, e Criatividade em Comunimeus atores, que são meus filhos.” cação Institucional, da Faculdade Do grupo, restaram de Tecnologia. “Eu Raulino e Ana Fununca saí daqui, e chs. “A Ana tem um “A arte é deixo muito claro pensamento muito um grande isso, que como a maduro quando diz embasamento, gente sabe, Caxias que não podemos não é fácil nesse mas não é fazer com que um campo. O meu sunome de dez anos se mais a minha cesso, na minha perca do nada, seja prioridade”, diz o concepção de sucesjogado fora.” artista que agora so, já foi feito. Eu já Pa r a l e l a m e nt e , quer qualidade entrei para a história Raulino dirigiu, por da arte de Caxias do de vida fora, Maria do HorSul”, reflete. Depois to na peça Querida disso tudo, ainda há Mamãe e no moespaço para um sonólogo Em Cena. Também tra- nho. “Fazer um longa-metragem. balhou com o Coro Municipal, Ter um papel forte dentro de um nos espetáculos Romancero Gi- longa e ver como é que eu me tano, Celebration e BR Paixão. saio, se eu, Raulino, consigo me Apaixonado por cinema, teve a aguentar mais de uma hora numa oportunidade de atuar nos cur- tela”, ri. tas Endereço, de Lissando Stalivieri, que também gravou a peça Prestes a completar 30 Extremos, e Famílias felizes se anos de carreira, depois dos abalos parecem, de Marcelo Müller. com Cru, Raulino não quer mais Ainda recebe alguns textos, pro- perder os finais de semana para a postas para dirigir, mas sua dire- arte – só com Rodolfo Valentino, ção principal é a da agência Dex um cachorro da raça Shitzu, seu Comunicação. Além disso, acaba fiel companheiro. “Está na hora de estrear como professor univer- de eu cuidar um pouco mais de

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mim, fazer com que a minha vida seja um espetáculo, e não mais fazer espetáculos para os outros, entende? A arte é um grande embasamento, mas não é mais a minha prioridade.” Por causa e pela arte, Raulino enfrentou preconceitos, quebrou barreiras. “Eu me defendi. Eu não me deixei atingir. Se eu tivesse escutado tudo o que as pessoas me disseram eu não teria feito nada.” Ele agradece e ama imensamente aos primos Fátima, Nélson e Marta Randon, à irmã Ziza e aos sobrinhos Adriano e Cláudia Battisti e Thaís e Samuel Mello, que o acolheram como irmãos, mas queria ter tido um pai mais presente, uma mãe, uma irmã mais velha mais amiga, uma família que se reunisse para jantar. “Eu não tive e tenho muita inveja, porque a família é a base de todo ser humano. Eu tive que criar a minha base sozinho, lutar por aquilo que eu queria, botar a cara para bater aos 14 anos. Então, tu imaginas, com 43, eu não tenho nada a perder. As coisas podiam ter sido mais adocicadas, mas tenho muita gratidão pela arte ter entrado na minha vida. Eu acho que a arte é tudo. Só quem gosta sabe e vai entender o que eu estou falando.”

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Guia de Cultura

Constantin Film Produktion, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Na animação Animais unidos jamais serão vencidos, os bichos lutam pela água. A história se passa na África e é dirigida por alemães e Maribel Verdú. 127 min..

CINEMA Recomenda l Animais unidos jamais serão vencidos | Animação. 13h30, 15h50 e 19h50 (dub.). | Iguatemi A animação alemã (só por isso já vale metade do ingresso) conta a história de um grupo de animais africanos que fica sem água por culpa de uma represa e resolve sair em guerra contra os humanos, para que não interfiram mais na natureza. Dirigido por Reinhard Klooss, Holger Tappe. Livre. 96 min.. l Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles | Ação. 13h50, 16h50, 19h20 e 22h (leg.) | Iguatemi Depois de evoluir para os robôs e as epidemias, voltamos à estaca do “medo está lá fora”. É claro que o mundo será atacado por extraterrestres “como nunca se viu antes”, e óbvio que só vai sobrar algum lugar dos Estados Unidos. Dirigido por Jonathan Liebesman. Com Michelle Rodriguez, Aaron Eckhart e um elenco enorme. 12 anos. 116 min.. Os primeiros leitores que enviarem e-mail Promoção Cinema para ocaxiense@ocaxiense.com.br ganham ingressos para os filmes em cartaz no GNC Cinemas.

l Tetro | Drama. 20h, de quinta a domingo. | Ordovás O mais novo filme do premiado diretor Francis Ford Coppola (Poderoso Chefão), conta a história de Bennie, que vai a Buenos Aires para encontrar seu irmão, Tetro, um escritor promissor, desaparecido há muito tempo. Com Vincent Gallo, Alden Ehrenreich

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AINDA EM CARTAZ: Bruna Surfistinha. Drama. 14h30, 17h, 19h30 e 21h50. Iguatemi. | Cisne Negro. Suspense. 21h20 (leg.). Iguatemi | Enrolados. Animação. 16h (dub.). UCS. | Esposa de Mentirinha. Comédia romântica. 13h45, 16h15, e 18h50 (leg.). Iguatemi. | Gnomeu e Julieta. Animação. 18h e 22h10 (dub.). Iguatemi. | O Discurso do Rei. Drama. 21h40 (leg.). Iguatemi. | O Turista. Ação. 18h e 20h (leg.), sem a última sessão na terça (22). UCS. | Rango. Animação. 14h10, 16h30 e 19h (dub.). Iguatemi | Sexo sem compromisso. Comédia romântica. 14h, 16h40, 19h10 e 21h30 (leg.). Iguatemi | INGRESSOS: Iguatemi: Segunda e quartafeira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 32095910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA Recomenda l Grito Rock Caxias do Sul | Sábado(19), 17h30 | O Grito Rock é o maior festival integrado de música independente da América Latina, ocorrendo simultaneamente em mais de 130 cidades brasileiras e em nove países. Em 2011, pela primeira vez, o

festival será realizado em Caxias do Sul. Workshops: Bateria: João Viegas. 13h30. | Técnica vocal: Tita Sachet e Fran Duarte. 14h20. | Baixo: Benhur Lima. 15h10. | Guitarra: Frank Solari. 16h. | Produção musical: Ray-Z. 16h50. | Produção executiva e mercado “rock” no estado: Marquise 51. 17h40. | Home studio: Nei Neto. 18h30. | Shows: The Dancing Demons. 17h30. | Bob Shut. 18h. | Zava. 19h. | doyoulike?. 20h. | Tópaz. 21h. | Os Oitavos. 22h. | Apanhador Só. 23h. | Largo da Estação (shows) e Casa das Oficinas (workshops) Entrada franca | Estação Férrea | 3025-3030 l Andy Just (USA), Danny Vincent (ARG) e Tiago Cerveira (SP) | Terça (22) e quarta (23), 22h | Toyo foi até o 10º Encontro Internacional de Harmônicas, em São Paulo, buscar pela mão o gaitista Andy Just, da Ford Blues Band. Para acompanhar o cara, além de Danny Vincent (guitarra) e Tiago Cerveira (harmônica e guitarra), Sérgio Selbach (baixo) e Clark Caballo (bateria). Mississippi R$20 (feminino) e R$ 25 (masculino), na terça; R$ 25 (feminino) e R$ 30 (masculino), na quarta | Estação Férrea | 3028-6149 TAMBÉM TOCANDO: Sábado (19): Adriano Trindade e Max Viana. MPB. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | DJ Elias Cappellaro. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 34190990 | Cidade Baixa. MPB. 20h. Teatro do Sesc. 3221-5233 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Kook’s. Rock. Vagão Bar. 3223-0007 | Guerra dos Sexos. Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. Move. 3214-1805 | Gustavo Reis Acústico. Samba

rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Jorge Flores + Folha Seca. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 32205758 | Lady Jane + Dinamite Joe. Pop rock. 23h30. Bukus Anexo. 3285-3987 | Luidhi Moro Müller. Lançamento do CD. Nativista. 20h30. Teatro São Carlos. 32144400 | Mercedes Blues Band. Rock clássico. Mississippi. 30286149 | Projeto ACME. Eletrônica. 22h. The King Pub. 3021-7973 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Metallica Cover - Garege Inc. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | Domingo(20): Domingueira Zarabatana. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Som Brasil com Pagode Júnior. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(22): Cardo Peixoto e Nara Aquiar. Som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ Gui Oliveira. 18h. The King. 3021-7973 | Quarta(23): Adriano Trindade. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Classic Gamer. Vagão Classic. 3223-0616 | Dubu Nobre. Samba. 20h30. Boteco 13. Boteco 13. 3221-4513 | DJ Gui Oliveira. 18h. The King. 3021-7973 | Marício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774 | Projeto Rock e Cultura. Vagão Classic. 3223-0616 | Quinta(24): Dan Ferreti e Fabricio Beck Trio. Samba rock, e rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Balada Sertaneja. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Conjunto Bluegrass Portoalegrense. Rock clássico. Mississippi. 30286149 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Happy Hour DJ Gui Oliveira. 18h. The King. 3021-7973 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 3223-0616 | Sexta(25): Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | DJ Gui Oliveira. 18h. The King. 3021-7973 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h.

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Ale Amorin, Divulgação/O Caxiense

A exposição Sculptura, de Ale Amorin, revela o impressionante talento de um estreante na arte da escultura Paiol. 3213-1774 | Rafa Gubert & Tita Sachet. Rock clássico. Mississippi. 3028-6149 | Sexta Cultural. Seresteiros do Luar. Samba de gafieira. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Sweet Beetle Juice. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Toolbox. Pop rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 |

TEATRO Recomenda l 2ª Semana do Teatro | De domingo (20) a domingo (27) | Uma série de espetáculos gaúchos premiados, além de oficinas de aperfeiçoamento, comemoram o Dia Nacional e Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude (20/03) e do Dia Internacional do Teatro e Circo (27/03). Oficinas: Improvisação Teatral com Objetos. Daniel Colin. Terça (22), das 13h30 às 17h30. Sala de Teatro do Ordovás. A partir dos 14 anos. Gratuita (com agendamento prévio). | Produção Teatral. Airton Oliveira. Quinta (24) e sexta (25), das 19h às 22h, e sábado (26), das 9h às 12h, e das 13h30 às 17h30. Espetáculos: Como num livro Aberto. Infantil. Domingo (20), às 16h30. Teatro do Ordovás. Entrada franca. | Jogo da Memória. Infanto-Juvenil. Terça (22), às 9h. Teatro do Ordovás. Entrada franca, com agendamento prévio. | Dia Desmanchado. Adulto. Terça (22), às 20h. Teatro do Sesc. R$ 10 e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | O menino que aprendeu cedo demais. Infantil. Quinta (24), às 14h30, e sexta (25), às 9h e às 14h30. Teatro do Ordovás. Entrada franca | Sobre saltos de Scarpin. Adulto. Sábado (26), às 20h. Casa da Cultura. R$ 10 e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Informações: 3901-1316

l Hã!? | Domingo(20), 19h30 | O humorista Diogo Portugal traz a Caxias do Sul o seu espetáculo de stand up comedy, em que interpreta os personagens Boy, Dani Ficado, Pâmela, entre outros. Teatro São Carlos R$ 50, R$ 35 (promocional/antecipado) e R$ 25 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

GRUPO DE ESTUDO l Cinema, Literatura e Psicanálise | Quinta (24), 20h | O grupo é uma realização do Instituto de Psicanálise do Self e Do Arco da Velha Livraria e Café. A atividade Clínica de Interpretação do Enredo de Filmes será dividida em 15 encontros, com três horas de duração cada e datas agendadas. Até dezembro, serão exibidos filmes baseados em livros com tramas psicológicas e psicopatológicas. Nesse encontro, acontece a apresentação do programa e distribuição de material. Participantes efetivos receberão certificado de curso de extensão pelo Instituto Contemporâneo de Psicanálise e Transdisciplinaridade de Porto Alegre. Psicólogos têm entrada franca. Do Arco da Velha R$ 20 (por encontro/mês) ou R$ 50 (mês) | Os 18 do Forte, 1690 | 3028-1744

EXPOSIÇÕES l Acervo de gravuras do impressor Amaro Albuquerque | De segunda a sexta, das 8h às 22h30 | Seu Amaro é funcionário do Campus 8 e trabalha há 30 anos “fazendo a parte técnica” das gravuras, como diz. Escolheu 50 litografias, dentre o que de melhor já

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imprimiu, para a mostra. Trabalhos de artistas que fazem parte história da gravura em Caxias, nas cópias que ficaram para Seu Amaro. Hall do Campus 8 Entrada franca | RS 122, Km 69 | 3289-9000 AINDA EM EXPOSIÇÃO: A arte está em esconder a arte. Artes Karem Sartor dos Santos. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30. Farmácia do Ipam. 32229270 | Abre alas. Fotos do acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. De segunda a sexta, das 8h às 18h. Câmara de Vereadores. 3218-1600 | Arte pela Arte. De segunda (21) a sexta, das 8h30 às 18h e no sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 32213697 | Aromas, texturas e cores. Leonor Aguzzoli. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 | História do Trabalho da Mulher (1820-1940). Museografia de Denise Spiadorello e fotos de Márcia Dall Ago. De terças a sábados, das 9h às 17h. Museu Municipal. 3221-2423 | Kit de Sobrevivência. Frank Jeske e Jorge Soledar. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado e domingo, das 15h às 19h. Galeria do Ordovás. 3901-1316 |

DANÇA l Tango Gaucho | Sexta (25), às 20h30| O evento promovido pelo Clube Ballroom também terá aulas, mas este é o dia para curtir os mestres dançarem e se arriscar no salão. Sede Social Recreio da Juventude R$40 | Pinheiro Machado,1762 | 3223-2159

Cinema | Sculptura

Primeiros passos no labirinto por Marcelo Aramis

Rostos macabros, corpos putrificados, caveiras. A exposição Sculptura, de Alessandro Amorin, revela o aspecto repulsivo da morte. E eu, que da morbidez quero distância, quis ver tudo bem de perto. Sculptura é a exposição de um estreante. Isso sim eu achei sinistro. Ale começou a esculpir há quatro anos. Tatuador há 19, reconhecido pela qualidade do traço e pela habilidade com a luz e sombra nas suas tatuagens, ele se considera melhor escultor do que desenhista. E tem razão. Pelo menos, se comparar o nível de habilidade com tempo de dedicação ao trabalho. A admiração pela escultura veio bem antes do desenho, das várias tatuagens pelo corpo e da barba comprida. Foi na infância, em frente à TV, enquanto Fernanda Torres interpretava uma escultora no remake de Selva de Pedra, em 1986. A tatuagem virou ofício e o impulso escultor ficou guardado. Agora que revirou memórias, Ale quer investir nisso. Existem muitas semelhanças entre o desenho e a escultura de Ale. Como tatuador, o artista é talentoso e mestre em luz e sombra, faz com que os elementos que ele tatua pareçam sair da pele. Como escultor, ele concretiza a tridimensionalidade que é ilusão em suas tatuagens. Cada peça da série é uma obra de engenharia. Labirinto, o título dado a uma caveira, é um bom termo para definir a complexidade da estrutura das peças. O crânio é composto por diversos arabescos com cavidades profundas que chegam até o centro da peça. Na obra Braço Branco, só a mão é interiça. De qualquer ângulo que se olhe, é possível enxergar através da peça. “Parece que vai quebrar”, eu disse, inconvenientemente, enquanto Ale separava as peças para levar para a galeria. Me referia ao aspecto frágil e leve das tramas que formam o braço em espiral. Coral e Ovo Cósmico são esculturas que envolvem outras. Com encaixes perfeitos, as peças internas são tão interessantes quanto a parte mais exposta das obras. As texturas são outro destaque da obra, rica em detalhes. As peças vão ao forno duas vezes. Depois da secagem, o artista usa óxidos ferrosos para dar cor à cerâmica e destacar os relevos. Alguns detalhes das peças, esquecidos pelo artista – cada obra leva exige semanas de trabalho para ficar pronta –, são revelados somente neste processo. Outras interferências, como as digitais do escultor, também aparecem nessa etapa. Ele não se importa e as aceita como parte da obra. Eu não encontrei nenhuma. Ale, que encontra digitais em peças com vários tipos de textura, não se diz perfeccionista. Conhece anatomia o suficiente para criar seres imaginários com a mesma complexidade dos ossos e músculos do corpo humano, mas não se acha estudioso. É apaixonado pela arte da escultura, tem um talento impressionante e se considera aprendiz. De iniciante, Ale só tem a modéstia. 19 a 25 de março de 2011

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Palavro

Passar batom é um hábito indispensável para Gládis Palavro, que considera o modesto gesto de vaidade uma herança de sua mãe, dona Tarcísia. Mas Gládis herdou – e passa adiante – muito mais. Simpatia e simplicidade são características unânimes entre amigos e meros conhecidos, que Gládis trata com carinho e costuma chamar pelo nome. O envolvimento de Gládis com a Festa da Uva (ela forma o casal da presidência com o marido Gelson Palavro – "eterno namorado" há 28 anos) começou em 2003 quando sua sobrinha Greice Tedesco foi escolhida princesa da edição de 2004. Deste momento em diante, Gládis se tornou parte da Festa e figura animada dos Pavilhões. Ela descreve o trabalho ao lado de Gelson durante a Festa como uma "diversão só", apesar da exigência de tarefas administrativas da função. Impossível não ser divertido com a energia esbanjada por Gládis, da hora em que acorda (muito cedo!) até a hora de dormir. Na última terça (15), os 17 casais da Comissão Comunitária da Festa da Uva foram apresentados e, na segunda-feira (21), será apresentada a Comissão Social. Com novo grupo, Gládis projeta o trabalho para a próxima Festa: "Queremos mexer com a comunidade e empolgar os visitantes. Nosso objetivo é que todos se sintam parte da Festa".

André T. Susin/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

Gládis

André T. Susin/O Caxiense

por Paula Sperb e Marcelo Aramis

Katherine

André T. Susin/O Caxiense

Brusa

Maneco

Arcângelo Zorzi Neto Empresário, livreiro e ator, o multitarefas Maneco assumiu na última terça-feira (15) mais uma empreitada. O personagem que é a cara de Caxias agora pensa com responsabilidade nacional. Empossado vice-presidente da Associação Nacional de Livrarias, o fundador do grupo Miseri Coloni quer aprovar, "urgentemente", a Lei do Preço Fixo para o mercado livreiro. Segundo ele, a concorrência das grandes redes com as pequenas e médias livrarias é desleal. "Buscamos moralizar o mercado livreiro no Brasil. Os grandes têm um poder de barganha com as editoras que os pequenos não têm." Maneco está motivado. Pretende ir a Brasília buscar apoio político. E o Brasil tomou o tamanho de Caxias.

Katherine Brusa trabalha com dança desde os quatro anos. E a palavra trabalho cabe pela maneira como a bailarina, coreógrafa e produtora cultural se dedica à arte. Hoje ela administra e dá aulas de balé clássico no Ballet Margô Brusa, escola da mãe, onde o irmão Matheus também tem uma companhia de dança contemporânea. Katherine também dançou na Cia. Municipal durante oito anos. Em 2005, quando saiu do grupo, se apresentou no espetáculo Trinômio com as colegas Sinara Suzin, Carolina Campos e Carol Zine. A parceria com Sinara permanece até hoje. Katherine é produtora cultural do Teatro do Moinho da Estação, projeto recém contemplado nos Pontos de Cultura. Como professora, tem o mesmo nível de exigência da mãe. "Eu cobro bastante. Para mim, a dança não é só lazer. É um trabalho recíproco. Tento fazer com que as meninas vejam o balé como possibilidade de uma carreira." Katherine repassa o exemplo bem sucedido da escola da mãe, que completa 28 anos.

Catna Café | Com três ambientes aconchegan- Giardino | Seja no jardim ou no amLazer | Cafés

Bella Gulla | Muitíssimo bem localizada na luxuosa entrada do San Pelegrino Shopping Mall, a Bella Gulla serve por aqui cinco variedades do Café do Mercado, o famoso – e saboroso – estabelecimento do Mercado Público de Porto Alegre. E também dá para pedir a moagem do grão preferido e levar para casa. Espaço amplo, wi-fi e outras comodidades completam o ambiente.

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tes, o Catna Café da Júlio de Castilhos, 2.854, mistura bom cardápio com arte: dos porta-copos em forma de quebra-cabeça desenvolvidos pela artista plástica Marinês Busetti às exposições, com curadoria de Mona Carvalho, que circulam no segundo andar do Catna.

biente envidraçado, os “fofos”, pãezinhos com diferentes coberturas – doces ou salgadas –, são o atrativo principal. Café é pedida garantida, mas o milk shake e a limonada suíça também são recomendados.

Do Arco da Velha | A bebida que melhor combina com livros tem no cardápio da livraria e cafeteria acompanhantes como deliciosos quiches. A cada parada para um café, uma distração com as mudanças na disposição dos livros que ficam perto das mesas, uma espécie de vitrine interna.

Zarabatana | O café do Ordovás tem mais do que localização cultural privilegiada, programação artística e decoração convidativa. Os cafés também são gostosos com opções que levam creme, leite condensado e até bebidas alcoólicas, mas de leve.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Nova aposta

Pôquer NOSSO

DE CADA DIA Em Caxias já existem dois clubes federados, que mantém cerca de 1,6 mil sócios

Fotos: André T. Susin/O Caxiense

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Pôquer pela internet pode virar fonte de renda ou simplesmente lazer

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

ogadores veteranos fumando charutos e bebendo uísques importados não representam mais a realidade do pôquer mundial. Graças ao Texas Hold’em, o jogo deixou de ser considerado de azar e ingressou para o grupo dos esportes mentais ao lado do xadrez. Em Caxias, o Touché Club e o River Club somam aproximadamente 1,6 mil sócios. Há diversos grupos de amigos que reúnem-se para jogar informalmente em suas próprias residências e um número incontável de pessoas que acessam os sites www.pôquerstars.com e www.fulltiltpôquer.com, que oferecem a possibilidade do usuário jogar até de graça.

mundial. “Já comecei com o segundo lugar. Ontem (13) terminei a etapa na 23ª posição. Até a semana passada estava em segundo. A próxima etapa é dia 27 de março. A chance de eu cair fora do grupo que vai pra Las Vegas é muito pequena”, contabiliza. Há dois anos CelsoA se dedica ao esporte com uma rotina de estudos, mas sem substituir a atividade profissional de cirurgiãodentista. Em nenhum momento Adami pensou em assumir o pôquer como fonte de renda. “Não tenho como objetivo viver do pôquer. Pra mim é só uma diversão, uma maneira de passar o tempo. É mais fácil eu trabalhar como dentista para ganhar dinheiro. Nesses dois anos, com o que eu ganhei não teria como ter um salário”, conta. “Quem quiser viver exclusivamente do pôquer precisa fazer um gerenciamento do dinheiro, além de disponibilizar uma grande parte do tempo para o estudo do esporte. Outra recomendação é iniciar torneios com limites baixos de inscrição”, sugere Adami.

Jogar com amigos e pela internet são as opções do cirurgião-dentista Celso Ricardo Adami, 33 anos, que uma vez por semana, após sair do consultório, segue para um compromisso inadiável: se encontra com amigos para o “Pôquer das Quintas”. O intuito principal é diversão, com investimento suficiente para Foi exatamente o que Grinpagar a janta. “Temos um grupo d3rbr, ou Leonardo Alvariza bem heterogêneo e inclusive faze- Amaral, como é mais conhecido mos um ranqueamento. Jogamos fora dos sites, fez. Há cinco anos, das 20h até a 1h, sempre na casa Leonardo teve o primeiro contade um dos participantes. Às vezes to com o pôquer Texas Hold’em. chega a dar 25 pesComeçou levando o soas”, revela. esporte como uma “Temos o É com o nome de diversão. Três anos CelsoA, apelido uti- estudante, o depois passou a dislizado nos torneios empresário, putar partidas com digitais, que o den- entre homens e taxa de inscrição e tista atrai atenção. O há pouco mais de jogador atualmente mulheres. A idade três meses largou a ocupa a terceira po- varia de 18 a 65 profissão para viver sição do Campeona- anos”, diz Rodrigo exclusivamente do to Brasileiro promo- Padilha, diretor pôquer. Leonardo, vido pelo site www. do River Club 29 anos, é professor b e s t p ô q u e r. c o m . de tênis e até pouco Restando apenas tempo atrás dava três das 16 etapas, ele almeja o tí- aula no clube Recreio da Juventulo. O campeão ganhará a inscri- tude. Agora, sendo seu próprio ção para participar do principal chefe e trabalhando na comodievento do Campeonato Mundial dade de casa, consegue montar a de Texas Hold’em, em Las Vegas, agenda de trabalho, além de ter a que custa US$ 10 mil, e receberá remuneração ampliada. “Desde hospedagem e transporte gratui- que comecei nunca tive um mês to. Somando 300 pontos, apenas no vermelho. O pôquer é um es10 atrás dos primeiros colocados, porte de habilidade e estudo. AinAdami já tem praticamente ga- da existe preconceito das pessoas, rantida a viagem para os Estados muito por falta de conhecimento. Unidos. Isso porque os outros 19 Alguns comentam, ‘ah, o meu tio primeiros colocados ganharão perdeu uma chácara jogando pôa inscrição de US$ 1 mil para o quer’. Hoje o jogo é bem regulaevento mais “humilde” dentro do mentado”, explica. 19 a 25 de março de 2011

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André T. Susin/O Caxiense

River Club reúne jogadores mais experientes em torneio com inscrição de R$ 10. Para os novatos, recomenda-se as rodadas de R$ 5 O estilo de vida desportista de já aceitam e compreendem sua Leonardo foi substituído por um escolha. “A minha mãe gosta do mais sedentário. Para a profissão jogo. Mas ela ficou meio receosa dar certo, Grind3rbr dividiu o dia no começo. O meu pai aceitou em turnos de atividade. “Eu jogo bem. Mostrei os meus gráficos. em média seis horas por dia e te- Hoje me apoiam.” A aprovação nho duas horas de da família coincide estudo. Tenho horácom a tranquilidario pré-definido. Ba- “Desde que de financeira obtisicamente jogo duas comecei nunca da nos primeiros horas pela manhã, à meses. Atualmente, tarde jogo mais duas tive um mês no Leonardo tem plano horas e de noite ou- vermelho. O poker de acumular uma tras duas. Entre uma é um esporte certa quantia de disessão e outra , cos- de habilidade , nheiro e investir em tumo estudar”, com- revela Leonardo outros projetos. partilha. Para conseguir obter um bom Amaral, que Da mesma forretorno financeiro, deixou o emprego ma que o pôquer ele disputa partidas conquistou espaço de U$ 20 a inscrina vida de Celso e ção em pelo menos seis mesas ao Leonardo, o esporte se tornou mesmo tempo. Como resultado, popular para milhares de outras o atleta das cartas já alcançou a pessoas. Isso se deu, diz o presimarca de três mil partidas dis- dente da Federação Gaúcha de putadas em um único mês. Para Texas Hold’em, Máximo Bertaisso, Leonardo investe US$ 50 mon, porque esta é a primeira mil, algo em torno de R$ 85 mil, vez em que se pratica o carteado mensais e tem um percentual de de forma lícita. “Tivemos nos úlrentabilidade que varia entre 9% a timos cinco anos muitas decisões 10% deste valor. favoráveis ao Texas Hold’em. Não Com pouco mais de três meses é um jogo de azar. Foi aprovado trabalhando diariamente confor- em diversas instâncias judiciais. me a lógica do pôquer, Leonardo Temos um status mundial como o cede espaço para Grind3rbr. “Eu xadrez. A TV passou a transmitir amo o pôquer, eu gosto de viver os jogos”, conta Bertamon sobre o dele. Não sinto vício, é um tra- esporte que desde 2005 é regulabalho normal. Hoje eu já me en- mentado. xergo vivendo do pôquer”, conta. A justificativa dos atletas do Distante da família que mora em Texas Hold’em em retirar o esRio Grande, atualmente os pais porte do grupo dos jogos de azar ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível

Prazo: 30 (trinta) dias. Natureza: Ordinária - Outros. Processo: 010/1.08.0022462-3 (CNJ:.0224621-13.2008.8.21.0010). Autor: Luiz Cezar Rech. Réu: Paulo Alves da Silva. Objeto: citação de Paulo Alves da Silva, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do prazo do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, a presente ação, ciente de que, em não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 22 de fevereiro de 2011. SERVIDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta. JUIZ: Darlan Élis de Borba e Rocha.

O Caxiense

rodadas seguem e jogadores são eliminados. Aos poucos, dos 40 restam apenas nove que decidem o torneio em uma mesa. À 1h30, apenas um atleta mantém todas as fichas e é o campeão. O diretor Rodrigo Padilha explica que é importante deixar de lado a antiga visão sobre o pôquer. Ele conta que, nos torneios de Texas Hold’em, não existe a possibilidade do jogador perder grandes somas de dinheiro. O atleta paga a inscrição, no caso R$ 10, e concorre ao título. Para participar, o jogador precisa ser sócio do clube. Para isso basta o pagamento da anuidade de R$ 20 e ser maior de idade. O River Club oferece a diversão do esporte em torneios baratos. Para os aprendizes, “Não é um jogo de Padilha recomenda Às 20h, carros azar. Foi aprovado os jogos das quarlotam o estacionatas-feiras, quando a mento do River aos em diversas inscrição é de R$ 5. poucos. “Vamos instâncias As mulheres tem a jogar um poquerzi- judiciais. Temos sua vez nos torneios nho”, diz um rapaz um status mundial das sextas, exclusina portaria. A porta como o xadrez”, vos para elas, tammaciça de madeira bém com inscrição diz Máximo revela um pequeno a R$ 5. Com um púcorredor que leva Bertamon blico heterogêneo, ao bar. O torneio o River não chega a está prestes a cometer um perfil de pesçar. Dezenas de pessoas, a maio- soas que buscam no pôquer uma ria homens de pouco mais de 20 forma de entretenimento. “Temos anos, se aglomeram no pequeno o estudante, o empresário, o prorecinto. Ao todo são seis mesas fissional liberal, entre homens e de pôquer para até 60 pessoas mulheres. A idade varia de 18 a jogarem um mesmo torneio. As 65 anos”, completa Padilha.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul.

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tem como base o número de cartas que cada um recebe. No tradicional, os jogadores mantém uma mão de cinco cartas e podem pedir para trocar até três. No Hold’em, cada participante joga com apenas duas cartas na mão, não existe troca, e o restante do jogo é formado pelas cartas coletivas que ficam dispostas na mesa. E é justamente esta característica que, conforme o diretor esportivo do River Club, Rodrigo Padilha, torna o Hold’em um esporte de análise e não sorte. Regulamentado e pagando os devidos impostos, o River está aberto seis vezes por semana. Na noite da última terça-feira (15), cerca de 40 pessoas participaram do torneio cuja inscrição custava R$ 10.

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PODER JUDICIÁRIO

Edital de intimação

1ª Vara de Família - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: TRINTA (30) dias . Natureza: Homologação de Acordo Processo: 010/1.11.0002811-0 Autor: RICARDO BIASUZ e LISSANDRA GUERRA RODRIGUES BIASUZ. Objeto: Intimação a quem interessar possa, visando resguardar interesses de terceiros, que as partes ingressaram com pedido de modificação do regime de bens de casamento, alterando de regime de comunhão parcial de bens para o regime de separação total. Caxias do Sul, 28 de fevereiro de 2011. SERVIDOR: Alzira Pedroso de Morais. JUIZ: Sérgio Fusquine Gonçalves.

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Dupla por FABIANO PROVIN

Estreia com vitória Rodrigo Fatturi, S.E.R. Caxias/O Caxiense

O novo técnico do Caxias, Luiz Carlos Ferreira (foto), estreou com pé direito. Uma importante vitória de 1 a 0 sobre o Botafogo da Paraíba, em João Pessoa, pela Copa do Brasil. Agora, no dia 6 de abril, na partida de volta, o grupo grená pode empatar sem gols ou em 1 a 1 que se classifica às oitavas de final. Se passar, pegará Coritiba ou Atlético-GO – o Coxa venceu o primeiro confronto, em Goiás, por 2 a 1. O único fato a ser lamentado foi o gol perdido por Pedro Henrique no segundo tempo. Poderia ter garantido a classificação antecipada. Mas, o Caxias tem plenas condições de vencer o Botafogo novamente, desta vez no Centenário. Ferreira, 58 anos, natural de São José do Rio Preto (SP), foi apresentado oficialmente na manhã do dia 12. Ele substituiu Lisca, que pediu demissão por telefone após a derrota nos pênaltis para o Grêmio, na decisão da Taça Piratini. Ferreira passou por inúmeras equipes do futebol paulista e ficou conhecido pelos nove acessos que comandou naquele Estado, entre eles Rio Branco, Araçatuba, Comercial, São Caetano e Santo André. Ele estava no União São João de Araras, que disputa a Série A-2 do Paulistão.

JU COM TUDO PARA RESOLVER EM CASA Dos próximos cinco jogos do Juventude na Taça Farroupilha, quatro serão no Jaconi. O segundo turno do Gauchão é mais curto em relação ao primeiro – são sete jogos, em vez de oito. A primeira partida foi contra o Pelotas (1 a 1). Se quiser ampliar suas pretensões no campeonato, nada mais justo do que começar a provar neste sábado (19), às 18h30, contra o Santa Cruz, que é capaz de avançar na competição. Depois do Cruzeiro, na Capital (dia 23), os papos receberão, pela ordem, Inter-SM (27), Grêmio (30) e Porto Alegre (3 de abril). Em relação à estreia nesta fase, o técnico Picoli está melhor servido. Os jogadores que estavam no departamento médico foram liberados, exceto o zagueiro Bruno Salvador, que trata um edema ósseo no joelho esquerdo. Segundo o preparador físico Rodrigo Squi-

nalli, o zagueiro Édson Borges e os atacantes Zulú, Jean Coral e Rafael Aidar não terão condições de atuar nos 90 minutos. Ou seja, Picoli não deve colocar todos em campo, até para evitar um desgaste maior e, por consequência, novas lesões. Borjão é referência na zaga, onde deve atuar com Rafael Pereira e Fred. Nas laterais, Anderson Pico e Tiago Silva. No meio-campo, a briga de volantes: Umberto, Jardel e Gustavo. O treinador sacou o capitão Umberto no primeiro trabalho, deixando Cristiano com a responsabilidade de armar as jogadas com Gustavo e, na frente, Aidar e Júlio Madureira. Em Pelotas, Christian começou a partida no esquema 4-51, ao lado de Cristiano. Acredito que Umberto deve permanecer no time, pela sua funcionalidade e liderança. Mas isso é uma decisão de Picoli, obviamente.

Política e futebol não combinam

A Copa do Mundo será em 2014 e a movimentação política em torno do tema só aumenta. Na semana que passou, circulou pela Câmara dos Deputados um documento que contém assinaturas de parlamentares para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades no Comitê Or-

ganizador Local (COL) da Copa. Há, porém, uma movimentação para tentar evitar a CPI. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, é um dos acionistas do COL. Em 2006, o comitê da Copa da Alemanha lucrou U$S 263 milhões. Teixeira foi à Câmara pedir ao presidente Marco Maia (PT-RS) para que a CPI não seja criada.

Marketing grená

Após a saída de Fernando Silveira do marketing do Caxias, na quarta-feira (16) o presidente Osvaldo Voges anunciou uma parceria com a Maestro Marketing, nova agência responsável por negociar os grandes patrocínios do clube. A assinatura do contrato ocorreu em Porto Alegre entre Voges e o diretor da Maestro, Wesley Cardia. A opção pela

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empresa, segundo Voges, ocorreu porque Cardia tem experiência no marketing esportivo – trabalhou para a dupla Gre-Nal, Palmeiras, Flamengo, Clube dos 13 e Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Permanecem com o Caxias as relações com associados, camarotes, mezaninos e a comercialização de placas no estádio e da loja Espaço Grená.

Jogou muito no Caxias

No dia 14 de junho de 2000 ele foi o autor do primeiro dos três gols contra o Grêmio do então treinador Antônio Lopes. Aos 44 minutos do primeiro tempo Gil Baiano fez 1 a 0 – depois Ivair e Márcio fecharam o placar – e, no jogo da volta, no Olímpico, foi só administrar o resultado e garantir a conquista do título estadual inédito para o Caxias. Na quartafeira (16), Gil Baiano visitou a delegação grená na Paraíba, antes do jogo pela Copa do Brasil. Atualmente, o ex-meia grená, que encerrou a carreira em 2008, é gerente de futebol do Treze, de Campina Grande (PB). No encontro, Gil, 40 anos, recebeu do presidente Osvaldo Voges uma camisa grená de presente (foto). “Só tenho a agradecer ao Caxias. Desejo boa sorte nessa caminhada”, declarou. Rodrigo Fatturi, Caxias/O Caxiense

Nos últimos dias ocorreu uma série de mudanças nas categorias de base do Juventude. Depois da promoção de Carlos Eduardo de Moraes de técnico dos juniores para auxiliar de Picoli, Péricles da Costa (então coordenador da base) ocupou o cargo. Péricles, o gerente da base, Rubens Rossetto Filho, e o técnico do juvenil, Lucas Isoton, foram dispensados. Para o sub-20 foi contratado o exatacante alviverde Fernando Luiz Rech, 37 anos. Formado no Ju, ele já havia trabalhado como gerente de futebol profissional em 2008 e 2009. Os desligamentos, segundo argumento da diretoria, integram o processo que visa cortar gastos, dentro da atual realidade financeira do clube. Assim, o cargo de gerente não será preenchido. O time sub-17 passou a ser treinado por Carlos Leiria, que estava no sub-15. Guilherme Bossle, do sub-14, subiu de categoria.

Edgar Vaz, Juventude/O Caxiense

Base reformulada

Troca-troca

Depois da saída de Lisca do Caxias, Marcelo Rospide foi demitido do Porto Alegre – no seu lugar voltou Luis Antônio Zaluar. Pela ordem, a dança dos técnicos neste Gauchão – até sexta (18), pelo menos – começou com a saída de Gilmar Iser do Novo Hamburgo (veio Julinho Camargo). Depois, caiu Beto Almeida, no Juventude (assumiu Picoli). Luis Carlos Winck foi dispensado do Inter-SM e Gilmar Gasparoni, o Suca, foi contratado. No Veranópolis, saiu Edson Porto e chegou Leandro Machado (que já saiu, voltando Gilmar Dal Pozzo); no Cruzeiro, saiu Armando Dessessards e foi contratado Leocir Dall’Astra. No Santa Cruz, Edson Porto ocupou a vaga de Paulo Porto. No Pelotas, Dal Pozzo havia sido demitido para a chegada de Dessessards. E, no São Luiz, saiu Beto Campos e entrou Paulo Porto. Façam suas apostas até o término do Gauchão.

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Guia de Esportes

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Alexander Fernandes, Foto Itália/O Caxiense

TIRO

1º Torneio Aberto de Duplas será na quarta

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Enxutão, Municipal 1 e 2, Sagra- ta na competição. da Família, Zona Norte e Fátima Florestal Recomenda Entrada gratuita R$ 15 ingresso para torcida grená l 3ª Etapa Copa Brasil de | Clélia Jaeger Betti, 21, Florestal Tiro | Sábado e domingo, às 9h | l Futebol Sete Livre Série A Lajeado As armas mal esfriaram da 1ª | Sábado, 14h15 e 15h15 | Etapa do Campeonato Gaúcho e Três jogos iniciam a segunda l Cruzeiro x Juventude | já voltam ao trabalho. A 3ª Etapa fase da competição. O confron- Quarta, 16h | Copa Brasil de Tiro iniciou na to mais aguardado será protagoApós jogar contra o Santa Cruz sexta-feira (18) com a modalida- nizado pelas equipes Guerra e em casa, o Juventude viaja para de Fossa Olímpica. No sábado e Randon, que estrearam com o pé Porto Alegre para enfrentar o no domingo serão disputadas a direito goleando os primeiros ad- Cruzeiro. Na primeira rodada da Fossa Dublê e o Skeet. A organi- versários. Taça Farroupilha, o Cruzeiro gozação espera a presença de apro- Sábado, 14h15: Guerra x Ran- leou o Porto Alegre por 8 a 0, e ximadamente 100 competidores. don (Fras-le), Suspensys x Marco- na sequência venceu o Grêmio Clube Caxiense de Caça e Tiro polo (Randon) | 15h15: Fras-le x em pleno Olímpico por 2 a 0. A Entrada gratuita | Estrada de Ana Pisani (Fras-le) defesa alviverde terá de ficar atenRech, em direção à Barragem do Fras-le e Randon ta, principalmente com o atacante Faxinal. Seguir bifurcações sinali- Entrada gratuita | Fras-le: RS 122, Diego Torres, que mar c ou três zadas km 66, 10.945, Forqueta. Randon: gols nas duas partidas. Estrada dos Imigrantes, s/n°, 3ª Estrelão Légua R$ 20 entrada. Idosos e estudantes portando documentação, R$ 10 | Av. GOLFE l Juventude x Santa Cruz | Protásio Alves, 8.301, Porto Alegre l Torneio Abertura Maria Sábado, 18h30 | Alice Rezende | Sábado, 9h30 | Após conquistar o empate con- l Caxias x Canoas | Quarta, Os amantes do golfe poderão tra o Pelotas no estádio Boca do 21h50 | retornar aos gramados neste final Lobo, a equipe alviverde volta a O 3° jogo da equipe grená no rede semana. No sábado, o Torneio jogar nos relvados do Jaconi. O turno do Gauchão é contra a fraca Maria Alice Rezende marca a re- adversário é o Santa Cruz, time equipe do Canoas. O time, que já abertura do Caxias Golf Club em que goleou o Inter-SM por 3 a 0 mudou duas vezes de nome em 2011. O torneio conta com 18 na última rodada do Gauchão. um curto espaço de tempo, amarburacos e é classificatório para o Ocupando a 4ª colocação e com ga a última colocação da chave 1. Campeonato do Clube por Han- um jogo a menos que os demais Centenário dicap. adversários, a vitória coloca o Ju- R$ 20 entrada. Idosos e estudantes Caxias Golf Club ventude com 4 pontos, empatado portando documentação, R$ 10 | Entrada gratuita | Estrada do Gol- com o Veranópolis na 3ª posição. Thomas Beltrão de Queiroz, 898 fe 1.111 - Fazenda Souza Alfredo Jaconi R$ 20 entrada. Idosos e estudantes portando documentação, R$ 10 | TÊNIS Hércules Galló, 1.547, Centro FUTEBOL l 1º Torneio Aberto de Dul Municipal | Sábado, 13h30, l Lajeadense x Caxias | Do- plas | De quarta (24) a domingo domingo, 13h15 e 15h15 | mingo, 18h30 | (27) | Serão dois jogos comemoraA equipe grená terá uma difícil As inscrições estão abertas até tivos. Primeiro, um envolvendo missão a cumprir neste domingo. domingo para o torneio de dudirigentes das equipes e convi- O Lajeadense ocupa a 2ª posição plas, que inicia na quarta (24). Ao dados. E na sequência, o jogo en- na classificação geral e é líder todo, sete categorias serão disputre Hawaí, atual campeã da série da chave 1 na Taça Farroupilha. tadas. prata, e Guarani, campeã da série Além disso, jogando no Florestal, Sede Esportiva do Clube Juvenil ouro. No domingo ocorrem as 11 com apoio da torcida, a equipe R$ 60 por dupla | Marquês do Herpartidas da 1ª rodada. ainda não sofreu nenhuma derro- val, 197

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Renato Henrichs

Interesse geral

Fila de espera e 340 reservas confirmadas. A reunião-almoço da CIC, nesta segunda-feira (21), com a presença do governador Tarso Genro, é um sucesso antecipado de público. É o Ibope do governador que está alto ou é a expectativa em relação ao possível anúncio do local do novo aeroporto que provoca tanto interesse? Resta saber como estará o estado de espírito dos presentes depois da palestra de Tarso. É muito pouco provável que ele tenha condições de anunciar o que o empresariado local quer ouvir.

Sob suspeita

Para o vereador Ari Dallegrave (PMDB), o deputado federal Gilberto Pepe Vargas não estaria defendendo os interesses de Caxias do Sul em relação à localização do futuro aeroporto. Na sessão de quinta-feira (17) da Câmara, Dallegrave chegou a colocar sob suspeita todo o processo de definição do local em função de algumas ações do petista, defensor da necessidade de mais estudos a respeito.

Debate rebaixado

As acusações feitas por Ari Dallegrave (PMDB) ao deputado federal petista Pepe Vargas tiveram imediata resposta da vereadora Ana Corso (PT), na mesma sessão. Ana entende que esse tipo de acusação rebaixa o debate sobre o tema. “Não temos nada contra Vila Oliva”, diz Ana, “mas o tema não está esgotado. Não há como negar que há duas opções em análise, Vila Oliva e Monte Bérico. Querer jogar Caxias contra o deputado por conta disso é fazer um jogo rasteiro”.

Luiz Chaves, Div./O Caxiense

Por que tanta celeuma em relação à localização do futuro aeroporto regional? A resposta é simples: porque o tema é tão significativo para o desenvolvimento da cidade quanto foram a chegada do trem a Caxias do Sul, em 1910, e a passagem da BR-116 (antes BR-2) pelo município. Tendo em vista a importância do mercado aéreo, contar com um aeroporto moderno, aparelhado e em condições de receber inclusive grandes cargueiros, é fator estratégico para garantir o crescimento da região.

Diego Netto, Div./O Caxiense

Pelo futuro

Leonardo Prado, Div./O Caxiense

renato.henrichs@ocaxiense.com.br

BAIRRISMO

NÃO AJUDA

De certa forma, as declarações de Ana Corso sobre o aeroporto (leia abaixo) fecham com as do prefeito José Ivo Sartori (PMDB), por mais estranho que isso possa parecer. Cobrado a respeito de uma posição mais clara sobre a localização do aeroporto, o prefeito também queixou-se da possibilidade de se apequenar o debate: “Ser bairrista não ajuda o desenvolvimento regional”, defendeu Sartori em entrevista concedida à Rádio Caxias. Palavras de José Ivo Sartori: “A gente tem que ter cautela, tem que ter paciência. Não é porque a gente pensa de um modo diferente, por ser de um partido diferente, que vai se fazer exigências além da conta”. Mesmo assim, o prefeito

confia na escolha da região de Vila Oliva para a implantação do futuro aeroporto.

E Pepe? Ao pedir mais estudos, agora de viabilidade econômica, para o secretário Beto Albuquerque, de Infraestrutura e Logística, e ao próprio governador, o deputado Pepe Vargas (PT) deixa margem à especulação sobre sua preferência por Monte Bérico como o local mais adequado. Novos levantamentos sobre demanda e de viabilidade econômica têm sido os argumentos utilizados por quem não aceita o resultados dos estudos técnicos já realizados pelo Departamento Aeroportuário do Estado (DAP) durante o governo de Yeda Crusius (PSDB), favoráveis a Vila Oliva.

Novas avaliações

Ana Corso não aceita que o governador Tarso Genro seja obrigado a anunciar o novo local do aeroporto na visita que fará à cidade nesta segunda-feira. Segundo ela, Germano Rigotto e Yeda Crusius

tiveram essa chance e nada fizeram. “Tarso não tem três meses de governo, é pouco tempo. Muitas coisas precisam ser avaliadas, inclusive o investimento que a obra vai significar”, afirma.

Essa discussão deve ver o que é melhor para a demanda regional, o que é melhor para todos Vereadora Ana Corso (PT), a respeito da definição da área do futuro aeroporto regional.

Um mandato só

A demora na indicação não deixa Caxias do Sul não deverá mais ter reeleição para prefeito. A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou esta semana o fim da reeleição e mandato de cinco anos para presidente da República, go-

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Parceira

A Visate comemorou com justo orgulho 25 anos de criação – e igual período de exploração da concessão do transporte coletivo urbano de Caxias do Sul. Em sua fala no almoço comemorativo à data, quinta-feira (17), o diretor Fernando Ribeiro colocouse mais uma vez à disposição da administração municipal para a implementação de mudanças no sistema atual, como a implantação do sistema de integração – ainda em estudo na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes.

Chapa única

Terminou quinta-feira o período de inscrição de chapas para concorrer à próxima eleição da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Com a desistência (ou adiamento) de Astor Schmitt, a única inscrita foi a chapa de Heitor Müller. O industrial concorre, portanto, em chapa única – mas não unida ou unificada, muito menos de unidade. Não haverá qualquer representante da Serra na chapa.

Conselheiro

Visita do governador a Caxias, nesta segunda-feira (21), poderá definir outra pendência: a representação do governo do Estado junto ao Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul. A demora na indicação não deixa dúvidas de que o cargo – não remunerado – está sendo muito disputado.

Sociais

Presidente Gelson Palavro e vice (e diretor social) Milton Corlatti, com as esposas, apresentam segunda-feira (21) os integrantes da comissão social da Festa da Uva 2012. Serão 12 casais que cuidarão de eventos como a festa de escolha da rainha, em setembro.

Quatro anos

vernadores e prefeitos. Pela proposta, os candidatos que estão no cargo ainda poderão concorrer à reeleição, que seria permitida até 2014. Mas esse não é o caso de José Sartori, que já foi reeleito em 2008.

Tarso permanecerá em Caxias até o fim da tarde de segunda para o seminário regional do Plano Plurianual Participativo (PPA), referente ao período 2012-2015. Será o primeiro debate desse tipo no Estado e garantirá a definição do planejamento estratégico – diretrizes e metas – para as políticas públicas do Rio Grande do Sul nos próximos quatro anos.

19 a 25 de março de 2011

O Caxiense

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