Edição 75

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Maio | 2011

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75 Ano ii

Néspolo

aponta o “dr. Alceu” como favorito no PDT Renato

Henrichs O que o Município pretende fazer com a greve dos médicos

Lembranças inspiradas do

Vôo Livre Roberto

Hunoff Por que a prefeitura também deve se preocupar com o dólar

UM BEIJO CONTRA O

Carros

velozes e inofensivos

PRECONCEITO

Dupla

André T. Susin/O Caxiense

Anderson e Luís vão ter uma filha. Daniel e Jeff ficam mais à vontade quando viajam. Paulo e Cláudio estão juntos há 26 anos. A empresária e a dentista preferem não contar nada aos amigos (nem à família). Como vivem os casais gays em Caxias – e o que pode mudar na vida deles após a decisão do STF, que selou, por 10 votos a zero, seu direito à união estável

CA-JU A definição de quem vai e quem fica nos clubes

R$ 2,50


Índice O Caxiense entrevista | 5 Edson Néspolo (PDT), braço direito de Sartori, fala de eleições e problemas de governo União gay | 7 Com direitos reconhecidos na Justiça, casais homossexuais ainda precisam lutar por aceitação na sociedade Perfil | 10 Histórias do Vôo Livre, o bar que marcou época na cultura e na política de Caxias Automodelismo | 13 Hobby que custa caro, mas tem estrutura e adeptos em Caxias Boa Gente | 16 Um motivador local, um talento tipo exportação e cinco farmácias Artes | 17 Retrato de Carol e pote secreto de Aurora Guia de Cultura | 18 Valentões nas ruas cariocas e alma castelhana na Casa da Cultura Dupla CA-JU | 21 Ainda sem contratações, clubes definem dispensas e renovações Guia de Esportes | 22 Tênis no Juventude, rústica no Parque Oásis e motocross em Carlos Barbosa Renato Henrichs | 23 Médico do SUS em Caxias se aposenta com R$ 6,9 mil

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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74 Ano ii

Memórias de uma vítima da

sAÚDe FOrÇA

tortura

AMeAÇADA PeLA

Renato

HenricHs Desfiles da Festa da Uva continuarão na Sinimbu, mas com adaptações

Frequentadores de academias e profissionais de educação física revelam que o uso de anabolizantes está disseminado em Caxias. Medicamentos para cavalos, injeções e comprimidos são contrabandeados e vendidos facilmente na cidade, expondo seus usuários a uma série de riscos

rita Brugger,

vida desenhada com graça O caxiense que caiu, desistiu, voltou e hoje

dança na TV Roberto

HunOFF Metalúrgicos se preparam para o dissídio, com foco no PPR

André T. Susin/O Caxiense

Roberto Hunoff | 4 Baixa do dólar pode afetar Caxias com desindustrialização

Abril | 2011

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Fotos: André T. Susin/O Caxiense

A Semana | 3 Um resumo do que foi notícia no site

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Marcos Pontes: o astronauta quer voltar ao espaço

Conteúdo de primeira, como de costume, em O Caxiense! Parabéns especial: José Eduardo Coutelle, Camila Boff e Carol De Barba. Leitura qualificada. Lisiane Zago

r$ 2,50

@eloisafrancisco Já estou seguindo! #ocaxiensenofoursquare

@carlacastroo Parabéns pela inovação do @ ocaxiense em usar o Foursquare! #ocaxiensenofoursquare @martasfreddo Eram os deuses astronautas? Entrevista do Marcos Pontes no @ocaxiense mostra a face de um herói. #edição74

No Site

Marca da Festa da Uva 2012| O que me preocupa é que minha cidade vai ser representada dessa forma no resto do país. Tenho minhas dúvidas se o responsável pela criação do logo pensou em coisas básicas como aplicação sobre fundos coloridos, redução e essas coisas básicas. Se a ideia era criar algo colorido, nada melhor que um back to basics resgatando os cartazes da festa das décadas de 60/70, que na minha opinião são lindos. Triste é saber que a agência responsável tem mais experiência que eu como profissional. Qual foi o critério na hora de escolher a agência? Orçamento ou qualidade do trabalho? Maurício Cardoso

ocaxiense@ocaxiense.com.br

Marca da Festa da Uva 2012| Fico muito feliz ao ver o grande número de opiniões nas redes sociais relacionado à nova logomarca que a agência criou para a Festa da Uva. Muitas críticas, muitos elogios. As críticas são grandiosamente bem-vindas. Principalmente as boas críticas, as que colaboram com o crescimento do pensamento. As com muita falta de educação, digo que são pessoas que precisam estudar um pouco mais sobre as coisas. As pessoas que estão envolvidas neste projeto têm mais de 30 anos de trabalho na comunicação. Certamente uma longa história. Muitos logotipos, muitas campanhas nacionais, muitos erros e acertos. Mas que bom que a nova programação cria o fórum. Agora é integralizar algo que foi desenvolvido com muito estudo e competência. É normal e de bom tom sermos esquerda, direita ou centro. Torcemos para Caxias e Juventude. Gostamos de azul ou vermelho. Somos católicos, protestantes, muçulmanos. Mas todos podemos ter a certeza de que o mundo gira para a frente. Vamos trabalhar com muita ação, para fazer uma festa muito colorida e festejar com muita uva, no formato de um bom vinho de Caxias. Sandro Henrique Clamer Direção de atendimento e planejamento da MultiGuia Comunicação

Agradecemos | Aos atores Gabriel Leonardelli e Bruno Parizotto Augustini, fotografados para a capa desta edição por André T. Susin, com produção de Carol De Barba e Valquíria Vita.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana MultiGuia, Divulgação/O Caxiense

Reprodução/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Nova identidade gráfica enfatiza as cores da próxima Festa da Uva; jornal ajuda moradores e turistas a descobrir a cidade no Foursquare

SEGUNDA | 2.mai Visate testa controle eletrônico dos motoristas

A Visate está testando, em 12 ônibus, um sistema eletrônico que “fala” com os motoristas, alertando-os quando há excesso de velocidade ou freadas bruscas, entre outras coisas. Para avaliar a experiência, a empresa também vai colher depoimentos de condutores e usuários. Uma iniciativa interessante.

Padre Roque assume presidência da FUCS

a empresa vencedora será assina- Isidoro Zorzi, “não adianta fazer O Caxiense chega do até o fim do mês, abrindo um e depois não ter como chegar lá”. ao Foursquare prazo de 120 dias para execução. O Caxiense é mais uma vez pioneiro no uso de novas tecnologias. QUARTA | 4.mai Ao lançar sua página no FoursTERÇA | 3.mai quare, rede social baseada em geFeira e encontros de olocalização, passa a oferecer dicas empresas lotam hotéis Festa da Uva com aos leitores sobre estabelecimenUma professora com compro- tos comerciais, pontos turísticos novo logotipo O tema Uva, Cor, Ação! A Safra missos em Caxias do Sul tentou, e outros lugares interessantes de da Vida na Magia das Cores já dá em 12 hotéis, conseguir hospeda- Caxias. O serviço está disponível nova identidade gráfica à Festa gem. Não encontrou vaga em ne- em smartphones e na internet (em da Uva 2012. As letras ganharam nhum. Conforme o sindicato do www.foursquare.com/ocaxiense). textura metálica, para lembrar a setor, a feira de artesanato Mãos No Brasil, antes de O Caxiense, indústria metal-mecânica, e os da Terra e eventos corporativos apenas o jornal carioca O Globo grãos do cacho de uva simboli- lotaram a rede hoteleira da cida- tinha página nessa rede social. zam, ao mesmo tempo, a primei- de. Mais um forte sinal da vocação ra transmissão colorida do país. O para o turismo de negócios. SEXTA | 6.mai trabalho é da agência MultiGuia.

Representante do Ministério da Educação no Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul, o petista Roque Grazzio- UCS quer construir tin foi eleito presidente do órgão. complexo de eventos O vice é da CIC, Orlando Marin. A UCS pretende construir um complexo de eventos atrás do UCS Teatro, em uma área de 63 Licitação de passarela mil m². O andamento do projeabre no dia 18 to, porém, aguarda um estudo do Saiu o edital de licitação para a impacto no trânsito – por sinal, passarela da BR-116 no São Ciro. ainda congestionado em alguns A concorrência será aberta dia 18. horários na região da universidaSe tudo der certo, o contrato com de. Afinal, como lembrou o reitor

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Prefeitura estuda ampliar táxi-lotação

QUINTA | 5.mai Táxi terá reajuste no dia 12, em cerca de 14%

Deve sair no próximo dia 12 o reajuste dos táxis, que ficará em torno de 14% – hoje, a bandeira única está fixada em R$ 3,82, e cada 100 metros rodados custam R$ 0,12. A aguardada permissão para ampliar a frota de táxis na cidade, porém, terá de aguardar mais tempo.

Enquanto nos táxis a oferta ainda é menor do que a demanda, Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade quer discutir a ampliação de outro serviço de transporte, o dos táxis-lotação. Mais carros e mais itinerários são duas das questões a serem analisadas em uma audiência pública na prefeitura, segunda-feira (9).

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

A Lupatech melhorou seu desempenho econômico-financeiro no primeiro trimestre de 2011 na comparação com o último do ano passado. A receita aumentou somente 0,6%, para R$ 137 milhões, puxada pelos segmentos de petróleo e gás e metalurgia, pois o negócio de válvulas industriais apresentou queda de 16%. O principal resultado, no entanto, foi a diminuição do prejuízo em 73%, para perto de R$ 9 milhões. Destaque para a redução do resultado financeiro negativo em quase R$ 17 milhões, próximo aos R$ 10 milhões. O Conselho de Administração também elegeu a nova diretoria da empresa: Nestor Perini para a presidência; Alexandre Monteiro para a vice-presidência de finanças e de relações com investidores; José Teófilo como vice-presidente; e Gilberto Pasquale para diretor administrativo.

Incorporação

Desde este ano a Mobitec, de Caxias do Sul, faz parte do grupo norte-americano DRI Corporation, com sede na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. A organização, líder em tecnologia digital de comunicações para transportes de passageiros em ônibus e em veículos sobre trilhos, teve faturamento de US$ 87,3 milhões no ano passado, com expectativa de crescimento de 15% em 2011. Dos 350 funcionários da DRI Corporation, 45 integram a Mobitec Brasil.

Desindustrialização

no município A primeira vista parece não ser da competência pública municipal a adoção de políticas que minimizem os impactos da desvalorização do dólar na economia brasileira. Dentre eles, o mais crítico e preocupante é a ameaça de desindustrialização por meio do crescente volume de importações de diferentes produtos. Pois encontrar formas de incentivar a indústria, criando mecanismos que combatam os efeitos dos produtos importados, também deve constar nas políticas públicas dos municípios que tem nesta atividade sua principal fonte de renda, caso de Caxias do Sul. A razão é simples: com emprego e renda é menos complicado resolver os problemas de infraestrutura, alega o professor doutor da Universidade

de São Paulo, James Wright, que nesta semana palestrou no ciclo de debates do Fórum Caxias 2030. É possível imaginar o que pode ocorrer com a cidade, já carente de recursos, se empresas locais se transferirem em busca de melhores condições para a superação do desafio da desindustrialização. Segundo o especialista, a atração de empresas não se dá apenas por meio de incentivos, mas principalmente por infraestrutura adequada e menos burocracia. Para ele, é preciso investir em projetos sustentáveis e de qualidade, que absorvam mão de obra de qualificada e paguem bons salários. A verdade é que, por aqui, pouco se tem feito para atrair novas empresas e, especialmente, manter as existentes. Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense

Recuperação

Curtas

A Amend Cosméticos abriu nesta sexta-feira no Iguatemi Caxias do Sul, com produtos principalmente para os cabelos. Fundada em 1994, a empresa comercializa suas linhas em mais de 6 mil perfumarias em todo o Brasil. A grife argentina Kevingston está trocando de endereço e se prepara para inaugurar nova loja no Shopping Iguatemi Caxias. A operação da marca no Rio Grande do Sul prevê ainda abertura de filial em Gramado. O tema da palestra de segundafeira na reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul será Você é o cara faça dos seus talentos pontos fortes e deles o seu diferencial na vida. Na apresentação estará Carlos Alberto Carvalho Filho, consultor empresarial e sócio-diretor da Clientar Educação Corporativa.

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Oportunidade

Termina no domingo, no Centro de Eventos da Festa da Uva, a terceira edição do evento Mãos da Terra, que difunde o artesanato e o folclore. É uma iniciativa interessante que precisa ganhar ainda mais corpo, principalmente aumentando as oportunidades de negócios para o artesanato local, que não pode depender exclusivamente de uma feira anual. Esta atividade

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merece atenção ainda maior do poder público, com apoio na forma de capacitação e principalmente da criação de novas oportunidades para a venda. Pode ser uma forma de evitar problemas sérios que se avizinham com a desindustrialização. A próxima edição da feira está confirmada para 2012, faltando definição da data. A princípio, mesmo período da atual.

Abertura de mercado

O diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Caxias do Sul e coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo e Gás do Sistema FIERGS, Oscar de Azevedo, participou da Offshore Technology Conference, nos Estados Unidos, onde divulgou o potencial da cadeia de petróleo, gás e energia da Serra Gaúcha. A maior feira mundial da indústria oceânica reúne 2,5 mil expositores e 60 mil visitantes. Para desenvolver a cadeia gaúcha o comitê também trabalhará no apoio para cadastro no Sistema Petrobras e na análise das competências em processos industriais de empresas para fornecimento à atividade de petróleo e gás.

Agronegócio

As quatro principais empresas de Caxias do Sul marcaram presença destacada na Agrishow 2011, maior feira do agronegócio da América Latina, que terminou na sexta-feira em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O evento reuniu quase 800 marcas do Brasil e do Exterior, recebeu mais de 160 mil visitantes e consolidou negócios superiores a R$ 1,4 bilhão, 16% do valor inicialmente estimado de R$ 1,2 bilhão. A Guerra enfatizou o rodotrem canavieiro, com capacidade de carga 10% superior ao modelo anterior. A Randon também destacou sua linha canavieira, igualmente com um rodotrem. Com 12,5 metros de comprimento em cada semirreboque tem condições de transportar até 90 m³ em cada caixa de carga. A unidade de negócios Volare, da Marcopolo, inovou com o lançamento de um miniônibus produzido especialmente para o setor agrícola. Indicado para aplicações severas no campo e fora-deestrada tem dentre suas características a maior altura em relação ao solo e suspensão reforçada. A Agrale reforçou na feira o lançamento do trator 6110, oficialmente apresentado na Expointer 2010, em Esteio. O modelo tem nova cabine e sistema de rodado duplo, que agiliza a operação da retirada do pneu externo. Além destas empresas, a cidade ainda foi representada pela Voestalpine, com exposição de tubos de aço em formatos especiais e agregação de processos, como dobra, furação e acabamento a laser para cabinas de tratores e máquinas agrícolas; Hidrover, Mec-Rul Rugeri e BP Componentes Hidráulicos.

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André T. Susin/O Caxiense

O Caxiense entrevista

“Posso ser candidato a prefeito, a vice-prefeito, a vereador ou a nada – e ficar até o último dia aqui, ao lado do prefeito”, diz o chefe de Gabinete

“O DR. ALCEU ESTARIA

NA MINHA FRENTE” Edson Néspolo não esconde a vontade de concorrer a prefeito, mas entende que o deputado estadual Alceu Barbosa Velho é o melhor nome do PDT

O

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

gabinete do prefeito não parece pertencer ao mesmo prédio frio do Centro Administrativo. A madeira esquenta o ambiente daquela ala do edifício, que ainda lembra a época em que abrigava a Festa da Uva. Não que o gabinete seja menos atribulado do que o restante da prefeitura. Na antessala do escritório de José Ivo Sartori (PMDB), Edson Néspolo (PDT) despacha como chefe de Gabinete, trabalho que compara a um para-choques dos problemas administrativos. Ele recebeu O Caxiense na tarde de terça-feira (3), véspera de assumir a presidência do PDT. O líder pedetista admite o interesse em se candidatar a prefeito, mas pondera que o advogado Alceu Barbosa Velho, a quem trata de “doutor”, tem mais apelo popular.

ria na minha frente. Ele tem mais nome do que eu, saiu da viceprefeitura e de uma eleição para deputado estadual. Temos que analisar o entorno, mas a gente nunca sabe, falta um ano e meio para a eleição, é bastante tempo ainda. Se tiver uma alternativa e se os partidos precisarem de mim, estou à disposição. O senhor pretende continuar a carreira política, no próximo ano, como candidato a vereador? É um momento de definição. Se eu assumir a presidência (o que aconteceu no dia seguinte), muda tudo, porque tenho que coordenar o partido. Por outro lado, como eu coordenei as duas últimas campanhas do Sartori, tem muita gente que também fala isso. Eu falo que tem quatro alternativas, e nem eu sei o que pode acontecer. Posso ser candidato a prefeito, a vice-prefeito, a vereador ou a nada – e ficar até o último dia aqui, ao lado do prefeito. Também não estou com essa ganância ou com essa soberba de ser ou querer ser alguma coisa. Vou deixar as coisas acontecerem.

O PDT vai ter candidato a prefeito? O partido tem que respeitar toda essa coligação. Ele não pode sentar na mesa e querer impor nada, mas temos bons nomes para poder construir juntos o candidato a prefeito. Existe um acordo entre o PDT e o PMDB sobre quem teria a próVocê quer ser candidato? xima cabeça de chapa? Tem o dr. Alceu, que está em Não, acho que existe uma quesuma boa condição. Eu seria uma tão de respeito entre os partidos, alternativa, mas reconheço que e talvez isso leve o PMDB a nos nesse momento o dr. Alceu esta- apoiar.

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Se decidir ter candidato pró- para ficar pensando individualprio, como o PDT vai tentar per- mente. suadir o PMDB a abrir mão da prefeitura? O senhor acha que há possibiliAcho que uma coisa que pode dade de manter os 15 unidos? pesar muito é trabalharmos em É difícil, mas acho que o PDT cima de pesquisas. Não adianta, e o PMDB podem manter de 10 as pessoas têm que olhar aqueles a 12 partidos tranquilamente. que, em nível popular, têm maior Seria uma grande estrutura para apelo. Sei que isso não é decisi- ganhar a eleição. Isso é a chave de vo, mas também deve contar na tudo, é só ver na última, o Sartori hora dos 15 partidos (PMDB, tinha 120 candidatos a vereador e PDT, PTB, PP, PHS, PSDB, PSB, o Pepe, 15. Isso é uma coisa que PPS, PSC, DEM, PR, desequilibra qualPRB, PV, PSDC e PT quer eleição, não do B) definirem. Os “PDT e PMDB adianta o cara achar partidos não vão de- podem manter de que uma figura vai finir um nome por 10 a 12 partidos ganhar sozinha. É ser mais bonito. Vão tranquilamente. partido, gente, midefinir aquele que litância, estrutura Isso é a chave tem possibilidade de financeira, tudo de tudo. ganhar. conta em uma camDesequilibra panha. Como convencer qualquer todos os partidos eleição” Quando vai ser feida base a apoiar ta essa discussão, uma candidatura? somente no ano Por isso que digo que não adian- que vem? ta ninguém se impor, isso tem que Acho que antes, março, abril do ser construído dentro dos demais ano que vem, tem que estar mais partidos. Os 15 partidos têm que ou menos fechado. Tem que cosentar e escolher os dois candida- meçar a discutir ainda este ano. tos (prefeito e vice) para que todos Assim que tiver o encaminhaapoiem. Ninguém vai ganhar a mento das convenções, começar eleição sozinho. O PT mesmo ti- a reunir os presidentes e pensar nha uma boa estrutura e na outra nos nomes. Vou trabalhar muito eleição perdeu porque só tinha ele dentro dos partidos para manter e o PC do B. Essa questão da co- essa unidade. Talvez deixaremos ligação influencia e é importante. para depois da Festa da Uva para Por isso temos que trabalhar na fechar, mas tem que ser discutido unidade dos 15 partidos, não dá antes, este ano ainda. 7 a 13 de maio de 2011

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Depois da desavença entre Alceu Barbosa Velho e Vinicius Ribeiro (os dois foram candidatos à Assembleia Legislativa), o PDT está unido para 2012? Está unido, tanto que estávamos juntos na chapa. Acho que os líderes do partido mostraram grande maturidade nessa convenção. Qualquer discórdia foi colocada em segundo plano pela questão partidária. É importante para o PDT que os dois (Alceu e Vinicius) estejam juntos desde agora para mostrar unidade. Como defender a unidade dos outros se o partido não está unido? Acho que essas coisas foram, senão totalmente, quase que totalmente superadas. Como fica a sua relação com Sartori enquanto PMDB e PDT definem quem estará à frente na chapa? Eu separo muito bem a questão partidária aqui. O Sartori sempre me respeitou, em seis anos e meio, sem eu nunca ter sido do partido dele. Isso não vai mudar nada. Se tiver qualquer problema de nós (os dois partidos), eventualmente, não estarmos juntos, bom, isso é uma coisa para daqui a um ano. Até porque, se eu vier a ser candidato a alguma coisa, tenho que sair seis meses antes. Isso é um problema para ser resolvido lá no

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final de março (de 2012). Antes disso, não vai atrapalhar. Uma das promessas de campanha era a construir creches. Por que o governo se recusa a construir uma no Mariani, dando preferência a uma área de lazer? Eu acho que nunca foram feitas tantas creches como o Sartori fez. Claro que não tem como atender toda a demanda, porque Caxias é a cidade que mais cresce no Estado. A do Mariani não foi negada, a questão aí é de envolvimento político. A comunidade definiu aquilo como uma área de lazer. O Mariani vai ter a sua creche, mas aquele local vai ser para área de lazer, que já está até licitada. O prefeito tem intenção de, no ano que vem, fazer a creche, mas não vai ser por pressão política e por outros interesses que nós vamos mudar aquilo que foi decidido no Orçamento Comunitário. A prefeitura tem uma alternativa, além da judicial, para acabar com a greve dos médicos? Tem. Estamos estudando com vários segmentos, mas não posso divulgar ainda. Não estamos somente aguardando a resposta judicial para tentar achar uma solução o mais rápido possível. Sem chamar o sindicato?

Temos 6 mil servidores mu- obrigados a manter 50% do atennicipais. É muito complicado dimento). Agora, lógico, quando dar aumento somente para um a questão legal for restabelecida segmento sob pena de os outros (a prefeitura recorre para proibir servidores entrarem na Justiça e a greve novamente), vamos tomar talvez conseguirem a equipara- providências para resolver isso. ção. Se não tivermos a anuência do Sindiserv, que foi com quem Assim como os médicos não posempre negociamos, dem ter aumento é difícil achar uma diferenciado, tamsolução em separa- “Quando é para bém não podem do para dar aumen- pegar o aumento deixar de trabalhar to somente para os mediado pelo o tempo pelo qual médicos. Quem não Sindiserv, os são contratados. cumpriu aquilo que Na verdade, essa médicos aceitam, questão estava acordado foi é compleo Sindicado dos Mé- mas na hora xa, porque existem dicos. Eles pediram que o Sindiserv legislações que fauma comissão, nós deve conversar lam em número de indicamos e, sem junto, não” atendimentos por discussão nenhuma, dia. Parece simples entraram em greve. para quem está de Outra coisa, quando é para pegar fora. Claro, eles foram contratao aumento mediado pelo Sindi- dos para 20 horas semanais, mas serv, os médicos aceitam, mas na é uma questão que nós estamos hora que o Sindiserv deve con- tomando as providências para versar junto, não. É uma coisa, no acertar, e vamos adequar cada simínimo, absurda. tuação à nova realidade. Por que o Município não exonera os médicos que não cumprem horário? Porque, nesse momento, estamos sob uma questão judicial, que é o cumprimento de metade da carga horária (os médicos foram autorizados pelo Tribunal de Justiça a fazer greve, mas são

O senhor acha que foi um erro entrar na Justiça para impedir a greve em vez de negociar? Não, foi um acerto. Para quem está na administração, não tem outra saída. Até porque esse piso de R$ 9 mil (pedido pelos médicos) não é uma questão local, é uma reivindicação nacional.

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André T. Susin/O Caxiense

Toda forma de amor

“A primeira coisa que tu pensa é se está fazendo algo errado”, diz Jeff (D), sobre olhares que recebe ao jantar com Daniel no Dia dos Namorados

COM A BÊNÇÃO

DA JUSTIÇA E

por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

stá marcado para 30 de julho o nascimento do bebê que será criado pelo metalúrgico Anderson Augusto Cambraia Prates, 29 anos, e pelo inspetor de qualidade Luís Augusto Dorneles Alves, 34 anos. Sem condições de ficar com a criança, a mãe repassará a guarda a Anderson, que a registrará em seu nome. Foi na semana que passou, depois que a gestante fez o ultrassom, que o pressentimento de Anderson e Luís se confirmou. Eles terão uma filha. “Achamos que uma menina vai compreender melhor”, diz Anderson, deixando claro que ela terá uma criação longe de qualquer preconceito. O nome já foi escolhido: Louisihê. O berço de Louisihê está pronto. Foi construído pelo pai de Anderson, que faz móveis. Tanto a família dele como a de Luís apoiam a decisão dos dois, e ajudarão a cuidar da filha do casal – palavra que, pelo uso social, há anos ampliou seu significado para contemplar pares do mesmo

sexo. Hoje todos concordam com o relacionamento, mas os pais de Anderson resistiram por cerca de dois anos. “A aceitação veio devagar. Para eles, todos os casais gays extravasavam”, conta o metalúrgico, que é muito discreto, assim como o parceiro. Os dois nasceram em Alegrete, cidade que, embora conhecida pelo tradicionalismo da fronteira, segundo Anderson, tinha pessoas com pensamento mais aberto do que os conservadores de Caxias. “Aqui tem essa coisa de família moral”, diz ele. Especialmente, afirmam, no terreno religioso. Nesse campo, o casal encontrou abrigo na Umbanda. “Eu sou pai de santo. Tenho vários ‘filhos’ homossexuais, vários casais vêm aqui”, observa Luís, na sala da casa onde eles moram, que também é o local onde fazem os cultos. “E não é uma opção sexual. É uma condição. Ninguém decide: ‘hoje vou virar gay’.” Ao longo dos 13 anos em que estão juntos, os dois enfrentaram muitas situações de discriminação. Em uma delas, Anderson entrou com um processo contra dois

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Casais gays, agora reconhecidos também pelo STF, contam como é viver juntos e enfrentar o preconceito em Caxias

colegas de trabalho – um homem vantou o número de pessoas que e uma mulher – que, segundo ele, afirmam morar com um cônjuge o “perseguiam”. “As pessoas falam do mesmo sexo. No Rio Grande coisas porque têm preconceito. do Sul, confirmou-se a existência Acham que gays se prostituem”, de 3.661 casais gays. Os dados das relata Luís. “Sabendo se portar, cidades ainda não foram divulganão tem deboche e preconceito”, dos, mas a expectativa é de que completa. Mesmo assim, o casal antes do fim do ano possa ser conunca sai de mãos dadas na rua. nhecida a parcela que diz respeito “Eu acho que já dá, apenas a moradores para quem for corade Caxias. No Brajoso”, diz Luís, rindo. “Aquilo (contar sil, são mais de 60 Pouco depois de que era gay) virou mil casais homossechegar a Caxias, contra mim. xuais. O supervisor Anderson e Luís fo- Perdi amigos de informações do ram ao cartório, em Instituto Brasileiro 2005, para registrar por causa disso. de Geografia e Esa união estável – O inconsciente tatística (IBGE) em que no Rio Grande coletivo destrói”, Porto Alegre, Adedo Sul já era auto- alerta uma mir Koucher, explirizada. “Dá direito dentista ca que a pergunta a pequenas coisas, passou a integrar como abrir conta o questionário do conjunta, ser dependente em pla- Censo pelo mesmo motivo que nos de saúde e em clubes. É uma hoje não se pergunta mais se as coisa muito minúscula perto do pessoas têm videocassete em casa. que poderia ser feito no Brasil”, “A gente vai adequando os quesanalisa Anderson. tionários à realidade. Isso não O casal foi um dos que contri- aparecia tanto 10 anos atrás como buíram, no Censo de 2010, para aparece agora.” a elaboração de uma estatística inédita. Pela primeira vez se le“Tu viu que tem carne de 7 a 13 de maio de 2011

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disso, e não quero perder mais ração, mas, com a decisão, caso a ninguém. O inconsciente coleti- relação termine, as partes podem vo destrói”, alerta, denunciando a ter acesso a benefícios como heridicularização dos gays nos pro- rança e pensão alimentícia. Regramas humorísticos de TV como cebendo os mesmos direitos que incentivo ao pensamento precon- os heterossexuais, os casais gays ceituoso. “Eu nunca nem tentei também poderão adotar crianfalar”, diz a empresária, que assim ças. Filha dos novos tempos, a que começou o relapequena Louisihê cionamento homospoderá ter dois pais sexual precisou pro- “Alguns gays não só na prática, curar terapia. “Tem têm que lidar mas também no paamigos nossos que com o próprio pel. E a empresária amamos, mas não preconceito, por e a dentista ganham sabem. Eles contam mais um incentivo piadas de gays e a isso se escondem. ao sonho da matergente ri junto. Va- É melhor assumir nidade. mos fazer o quê?”, do que ficar revela. É Alfie – como no armário”, Na mesma sema- opina Paulo o mulherengo perna em que o Supresonagem interpremo Tribunal Fetado no cinema deral (STF) reconheceu a união por Michael Caine, em 1966, e estável dos casais homossexuais, Jude Law, em 2004 – o nome do as duas refletem que oficializar cachorro schnauzer do diarista o relacionamento não é necessá- Paulo Roberto Gadens, 48 anos, rio no momento. “Para mim, ca- e do aposentado Cláudio da Luz, samento é o que a gente já vive”, 51 anos. “Ele é como se fosse um afirma a empresária. Enquanto filho”, diz Paulo. Ele e Cláudio foisso, elas alimentam um projeto ram os primeiros gays de Caxias maior, que é apenas um sonho até do Sul a obter no cartório o conque estejam estabilizadas finan- trato de união estável, feito que ceiramente. Querem adotar um simplificam em uma frase: “Casabebê. “Para ajudar e amar esse fi- mos no civil”. “Foi logo que a Juslho”, acrescenta a empresária. tiça gaúcha permitiu. Saiu todo mundo correndo. Duas drag queFoi unânime a votação no ens foram as madrinhas”, lembra Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo, segurando Alfie no colo. – 10 a zero –, concluída na noite Em um porta-retratos na sala, o de quinta-feira (5), que fez com casal exibe a foto do dia em que que a união estável homoafetiva a união foi oficializada, oito anos passasse a ser considerada enti- atrás. Estão sorridentes, com ócudade familiar em todo o Brasil, los de sol e segurando o registro. como já ocorria no Rio Grande “Alguns se chocaram. Mas muitos do Sul. “O Tribunal de Justiça do me parabenizaram, não por ternosso Estado foi protagonista”, mos casado, mas por dar a cara a destaca a advogada Mônica Mon- tapa, já que aceitamos sair no jortanari. Ela explica que aqui já nal na época”, explica Paulo, que é eram assegurados direitos como a da seguinte opinião: “Alguns gays divisão de bens em casos de sepa- têm que lidar com o próprio pre-

conceito, por isso se escondem. Acho que é melhor assumir, encarar, do que ficar no armário”. Paulo nunca precisou contar para a mãe que é gay. “Eu nunca disse o que eu era e ela nunca falou nada. Toda mãe sabe.” Menos de um ano depois que os dois se conheceram e se apaixonaram, estavam morando na mesma casa. “Daí, depois de tanto tempo, o Cláudio quis casar. Ele já era aposentado, e achava que eu ficaria mais seguro caso acontecesse alguma coisa”, explica Paulo, que usa a aliança de casado na mão esquerda e a de noivado na direita. Cláudio preferiu não participar da entrevista. Juntos há 26 anos – mais tempo do que muitos casamentos heterossexuais –, os dois também enfrentam desgastes na relação, como qualquer casal. E buscam se adaptar. Hoje, preferem dormir em camas separadas. Fora de casa, Paulo é discriminado mesmo sozinho. É alvo de olhares diferentes, e mais de uma vez viu, na rua, uma criança cutucar a mãe e apontar para ele. “E a mãe às vezes fica dando risada junto com o filho, isso que me espanta. Ela incentiva a ter preconceito.” Assim como Anderson e Luís, Paulo nunca saiu de mãos dadas em público com o parceiro. “Dependendo do lugar, se for em uma boate GLS, ok. Mas na rua, depois de duas quadras o pessoal já está chamando a polícia.” “Andar de mãos dadas no Brasil? Nunca. Vamos ser mortos”, diz o cabeleireiro Jefferson Hoffmann, 39 anos, conhecido como Jeff, que mora há três anos com o também cabeleireiro Daniel Carvalho, 24 anos. Foi em viagens a outros países, como ArAndré T. Susin/O Caxiense

soja?”, pergunta a empresária de 35 anos à parceira, uma dentista de 39 anos, na fila do buffet de um restaurante. Talvez seja por causa do tempo de convivência, mas as duas tornaram-se tão parecidas – na forma de se vestir, e até fisicamente – que as comidas que escolheram para colocar no prato naquele dia foram praticamente as mesmas. Elas se conheceram há quatro anos, quando a empresária estava em processo de separação do marido. Viraram amigas, mas a amizade cresceu com o sentimento que tinham uma pela outra. “Foi acontecendo, não foi nada premeditado”, conta a empresária. Dois meses depois de “ficarem” pela primeira vez, ela se mudou para a casa da dentista, que morava sozinha. Chegou dizendo que ficaria por uns tempos. Está lá até hoje. As duas preferem não dizer os nomes, já que a relação não é assumida para as famílias e os conhecidos. A maioria deles, dizem elas, acreditam que são somente boas amigas. O que também não deixa de ser verdade. “É um amor, que é amizade e respeito”, começa a empresária, para em seguida explicar melhor o relacionamento: “É bem diferente. Tem um cuidado maior, a gente compartilha tudo, entende o que a outra precisa. Transcende o que vive um casal normal”. “Vejo como um casamento sem obrigações”, define a dentista. Mesmo tendo apenas uma cama de casal no apartamento, elas dizem que pouquíssimas pessoas sabem da relação. A dentista, nas vezes em que contou para conhecidos que é homossexual, se arrependeu. “Aquilo virou contra mim. Perdi amigos por causa

Anderson e Luís – com a foto do dia em que oficializaram sua união na parede –, apoiados pela família, aguardam a chegada da filha adotiva

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Paulo, precursor da união gay em Caxias

gentina, que os dois sentiram-se balham em lados opostos da sala, ajudava a resolver os problemas. um pouco mais à vontade na rua os dois quase nem conversam du- E eu percebi que era esse tipo de para demonstrar que são um ca- rante o dia – quando chegam em relação que eu queria ter com alsal, com gestos simples como co- casa, aplicam a máxima dos casais guém, essa cumplicidade. Quanlocar a mão no ombro do outro – que compartilham também a ro- do vi, estava apaixonada”, relata eles contam que em Buenos Aires tina profissional e tentam não fa- Daniele. é mais comum enlar sobre o trabalho. Em 2005, no Dia dos Namoraxergar casais gays. A profissão que dos, Daniele pediu Caroline em “E lá não tem aquele “Andar de escolheram, segun- namoro – e ela aceitou. Mas as constrangimento mãos dadas do eles, é uma das duas só se viram pessoalmente no hotel, na hora poucas em que os quase um ano depois. A relação no Brasil? que perguntam se a gays estão inseridos resistiu à distância por dois anos, cama do quarto é de Nunca. Vamos sem sofrer precon- período em que elas precisavam ser mortos”, casal ou de solteiro”, ceito. Jeff cursou atravessar o país para se enconacrescenta Daniel. acredita Jeff, Artes Plásticas e Da- trar. Assim que Daniele terminou “No Brasil, essa coi- que há três niel estudou Moda e a faculdade, fez as malas e musa de todos serem Estilo – em ambas dou-se de Carlos Barbosa, onde anos mora aceitos nunca vai faculdades havia morava, para a casa de Caroline, acontecer”, imagina com Daniel outros gays, e eles que vive com a mãe e os dois irJeff. não se sentiram dis- mãos na Bahia. “Temos muita Os dois também criminados. “Sofri sorte. Temos um casal de amigas fizeram a declaração de união es- mais na infância, porque a infân- que estão juntas há 10 anos e a tável no cartório – o que facilitou cia de quem é gay é muito compli- família de uma delas ainda não quando pediram um visto para ir cada”, relata Jeff. Eles não deixam, aceita”, explica Daniele por MSN. aos Estados Unidos. Quando es- no entanto, de comentar sobre os Na nova cidade, o casal pode tavam lá, um garoto perguntou se olhares que recebem. No Dia dos ficar de mãos dadas, e até se beieles eram namorados. A primeira Namorados, por exemplo, quan- jar. “Acho que aqui é mais norreação foi não saber se poderiam do entram em um restaurante, mal”, diz Daniele. Ela acredita que responder que sim. “Foi a mesma sentem que os olhos das pesso- quando a situação é vista de longe coisa que pensamos para dar essa as das outras mesas os acompa- não “incomoda” tanto as outras entrevista: ‘vai ter algum proble- nham. Daniel faz cara de despre- pessoas. “Acho que o preconceito ma, será?’. Daí depois chegamos ocupado e, balançando a cabeça, aparece mesmo quando é com alà conclusão: ‘o que a gente tem sinaliza que não fica incomodado. guém da sua família: filho, filha, a perder?’”, revela Jeff. “Para nós, Jeff diz que sim, mas ressalta que irmão, tios.” Daniele sempre soufalar sobre isso é como se esti- isso não o impediria de entrar em be que era homossexual. “Com véssemos falando sobre a nossa um local. “A primeira coisa que uns cinco anos eu já era afim de profissão”, completa ele, que não tu pensa quando sente um olhar uma menina. Daí contei para uma vê como tabu apenas a homos- desses é se tu está fazendo algo pessoa, que me disse que aquilo sexualidade, mas sim tudo o que errado.” era errado. Eu nunca envolve sexualidade. “Em Caxias gostei de ficar com do Sul tem muito gay. É visível.” Quase 3 mil “Acho que meninos. Mas ficava Jeff diz que nunca precisou apre- quilômetros de disporque me disseram sentar Daniel como seu namora- tância separavam a aqui é mais que era errado ficar do. “As pessoas sabem.” O mesmo publicitária Daniele normal”, diz com meninas.” Ainacontece com os amigos e com os Chama, 26 anos, e a Daniele, que da pequena, teve clientes do movimentado salão secretária executiva mudou-se de uma conversa com onde os dois trabalham. “Nunca Caroline, 29 anos, Carlos Barbosa a mãe. “Lembro de nos perguntaram. Tem que ser que prefere não dichorar um monte. muito íntimo para perguntar isso. vulgar o sobrenome. a Salvador Ela falando que ia Poucas pessoas têm a ver com a Elas se conheceram para ficar ser difícil, que eu ia nossa vida. Não é importante fa- em 2000, pela inter- com Caroline sofrer preconceito, lar”, diz Jeff. Os dois moraram net. Caroline, momas que ela ficajuntos por muitos meses sem radora de Salvador, ria sempre do meu que os próprios colegas de traba- nunca tinha ficado com uma mu- lado. Acho que a maioria das lho soubessem. Mas, aos poucos, lher. Daniele vivia na farra. “Esta- mães vai empurrando para baixo frases como “temos que comprar va sempre namorando e ficando do tapete”, diz Daniele, que hoje leite”, trocadas entre eles no salão, com um monte de meninas. Eu pretende casar com parceira e ter deixaram clara a situação, que não e a Carol éramos muito amigas. filhos. “Essas coisas normais de precisou ser explicada. Como tra- Eu contava tudo para ela, e ela me casal.”

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Perfil

Volnei, dono do estabelecimento, não pensa em reativá-lo: “Marcou profundamente. Mas foi o negócio certo na hora certa”

UM BAR

PARA VOAR “

N

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por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

inguen no tsukawanu kotoba / hyotto shite / ware nomi shireru gotoku omou hi”, declamou o poeta Dhynarte de Borba e Albuquerque à atenta plateia de clientes do pequeno bar, num japonês improvisadamente decorado com a colaboração do pessoal da lavanderia Tóquio. Com o rosto coberto de Minancora e uma maquiagem inspirada em motivos nipônicos, feita com a ajuda de integrantes do grupo de dança Raízes, ele surgiu da escadaria da cozinha, que ficava numa espécie de mezanino, tilintando sininhos. Nas mesas simples, onde artistas plásticos, escritores, poetas, bailarinos, jornalistas, fotógrafos, universitários, políticos, militantes do movimento estudantil e intelectuais estavam sentados em cadeiras de palha, a brasa e o aroma de incensos finalizavam a composição do ambiente. “Há dias em que penso / ser minha linguagem, / talvez, a do vento”, significa, em português, o poema, que poderia muito bem falar de uma correnteza que passou por Caxias do Sul em 1989. Passageira como uma brisa e paradoxalmente forte como o tornado que levou Dorothy para Oz, conduziu alguns caxienses mais vanguardistas para uma viagem que durou até 1994, e foi, nas palavras

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de Marco de Menezes, “cultural, etílica e sexualmente excitante”. O bar Vôo Livre – com o acento em forma de asa delta então em vigor – ficava numa região geograficamente “nada a ver”, define o poeta, jornalista e professor Dhynarte. Na Rua 20 de Setembro, em frente à antiga CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), ao lado de onde seria depois a boate Amadeus – o popular Bafão. Gaivotas, pássaros e toda sorte de objetos voavam no céu da cidade em perfil, com fábricas e prédios, que estampava a fachada do Vôo Livre. “Esses objetos eram vazados no vidro, entrava uma luz bacana ali. O nome também era escrito à mão, numa letra mais estilizada”, lembra Marco, que ajudou a pintar a obra, com o amigo Manoel Licks, e fez muitos cartazes e material de divulgação. “O bar foi feito pelas nossas próprias mãos”, conta um dos antigos donos, hoje trabalhando com vendas, Volnei Mari. A única decoração interna era o teto, inspirado nas tendas árabes, coberto com um tecido feito de sacos de linhagem que eles mesmos apanharam no Porto de Santos, desmancharam, recosturaram e penduraram. “Gerações de ácaros moravam ali”, brinca o fotógrafo Mário André Coelho. No cardápio, além de cervejas e destilados, esfirras, quibes e o prato mais pedido, o Beirute, prepara-

As histórias do Vôo Livre, ponto de encontro que, entre o fim dos anos 80 e o início dos 90, inspirou a cultura e a política em Caxias dos por Eliana Turbay, descen- venções que aconteciam a qualdente de sírio-libaneses e especia- quer momento, sem que ninguém lista nesse tipo de culinária. “Eu reclamasse. Ao contrário, às vezes ia toda sexta, com meu marido e até desconhecidos improvisavam meus filhos, a Mona e o Tarcos, e entravam na roda. comer as esfirras mais maravilho“Era uma porralouquice (risos). sas do planeta”, se emociona a ar- Foi um ponto que fugiu do padrão tista plástica Miriam de Caxias. Um úlGazolla. Tudo isso timo suspiro liberc o m p l e m e n t a d o “Não importava tário depois do Cio pelo atendimento a estética física, da Terra, em 1982, de uma lenda, o folporque nos anos 90 clórico garçom Pe- importava a tudo se burocratiessência, a alma. drinho – lembrança zou”, avalia Dhynarimediata de todos os Havia um estado te. “Ninguém presex-frequentadores de poder ser tava atenção, com do local. olhos maldosos, no amplo, total e que os outros estaMas não foram irrestrito”, vam fazendo. Suro ambiente nem a lembra Miriam giam muitas ideias comida que fizeram ali, umas se concredo Vôo Livre um estizavam, outras não, paço tão importante e marcante mas afinal era muito rico no camno passado da arte caxiense. Na po mental.” Segundo ele, esponépoca, Caxias era absolutamente taneidade era a palavra-chave na carente de atrações culturais, uma essência do Vôo Livre. Nenhum das razões que motivaram o em- encontro precisava ser combinapreendimento. Os artistas, inte- do, nenhuma colaboração forlectuais e simpatizantes, natural- çada, tudo fluía de uma maneira mente, adotaram o bar como um muito informal. Sem esforço, as lar. Havia uma parede fixa desti- parcerias davam certo, porque nada a exposições, um biombo as pessoas fundamentavam suas onde o público/criador pendura- ideias e comportamentos. “Elas va seus escritos – poemas, mani- pareciam ser mais autênticas do festos, ideias, recados –, declama- que agora. Tinham referenciais ções de poesia – para os rebeldes, para construir sua identidade. Tisarau era um termo muito con- nham opinião”, reflete. servador – e de todo tipo de texMarco de Menezes lembra que tos acompanhadas de percussão, o local foi fundamental para o performances de dança... Inter- estabelecimento de algumas car-

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Na 20 de Setembro, agora há um restaurante

reiras. “Era o espaço que as pessoas tinham para se expressar livremente.” O próprio Dhynarte é um exemplo disso. “Meu livro Um olhar sobre a cidade foi todo apresentado lá. Fomentação de ideias era ali”, afirma. A dupla de poetas se conheceu no bar. Um bom tempo depois, em 2006, Marco organizaria e apresentaria a coletânea 3, da qual participam Dhynarte, Fabiano Finco e Odegar Junior Petry – outro assíduo do Vôo Livre. Lá, Marco também faria amizade com Vinícius Todescchini, e as poesias que começaram a ser musicadas no balcão, entre uma cerveja e várias, resultariam no álbum Arrebaldeação, de 2003. Numa daquelas mesas, o então bailarino do Raízes Raulino Prezzi e a atriz Zica Stockmans arriscariam contracenar na comédia escrachada A Ida ao Teatro, estreia dele como ator. “Era um local de movimento cultural super latente. Era um QG de cultura, onde se ia para discutir o assunto, falar dos seus projetos, assistir aos colegas”, conta Raulino, que dançou, atuou, declamou, voou livremente nos domínios do bar. “Se não tivesse havido o Vôo Livre, eu acho que nós teríamos gasto a nossa juventude em coisas menos honestas ou que nos tivessem causado menos impacto”, sentencia Marco, para quem o lugar tem um significado ainda mais próximo. Na época, estudante de Medicina, ele morava no prédio em cima do estabelecimento. Vivia sem dinheiro, pois “estava numa fase muito hedonista”. Quando não tinha condições nem de “botar na conta”, ajudava a lavar pra-

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tos em troca de um Beirute, ou ficava na cola do amigo barman Licks, esperando as sobras. “Uma noite, um casalzinho pediu uma tábua de frios, mas acabou brigando e deixou tudo lá. Com o aval do Licks, ataquei”, ri.

o risco da descida no escuro, ela lembra do alerta de Eliana para não danificar a decoração: “cuidado para não pôr fogo no teto”. Miriam também tem essa saudade apaixonada do Vôo Livre. “Era maravilhoso. E não importava que a estética física chamasse Zica também é saudosa. a atenção, importava a essência, Considera o bar quase como uma a alma. Havia uma identificação, entidade indepenum estado de poder dente. “Não sei que ser amplo, total e coisa mais maluca, “Dizer que fulana irrestrito”, filosofa. mas ficou como re- é do tempo O fotógrafo Mário ferência. Dizer que André relembra do Vôo Livre fulana é do tempo uma das particido Vôo Livre signifi- significa várias pações da artista. ca várias caracterís- características de O público do bar ticas de uma pessoa. uma pessoa. A adorava fazer festas A gente comunga- gente comungava à fantasia. Numa va uma maneira de delas, em que quauma maneira de pensar ali dentro, e se ninguém foi fanera uma multidão”, pensar”, diz Zica tasiado, marcaram diz. Ela conta que, presença um Bohá 20 anos, seria neco de Neve, um complicado para uma mulher sair “Morangão” interpretando tresozinha de casa e ir a um bar, a chos de Strawberry Fields Forever, não ser que esse bar fosse o Vôo dos Beatles, e Miriam. “Ela cantaLivre. “A gente podia ir tranquila va muito bem, e fez uma canção que com certeza encontraríamos à capela que silenciou o povo”, um conhecido, um amigo. En- testemunha Mario André, autor contros, casais que se formavam de uma exposição que ocupou e separavam, todo mundo acom- as paredes do lugar com retratos panhava as trajetórias”, lembra. em P&B e integrante da clientela Várias das toalhas de papel que jornalística. Tanto repórteres e focobriam as mesas ela levou para tógrafos da extinta Folha de Hoje casa, rabiscadas com mapas de como do jornal Pioneiro, após os espetáculos, pingos de cerveja fechamentos das edições, trocae ideias. Certa vez, Zica partici- vam as ilhas das editorias pelas pou de uma performance que “na mesas do Vôo Livre. “A Folha e época era o máximo, hoje em dia a agência de publicidade Studio é até brega”. No meio da noite, um Uno, que eram do Paulo Triches, grupo de artistas apagou as luzes, trouxeram profissionais de fora. silenciou a música, desceu as es- Deu uma arejada, entrou um cadas da cozinha segurando velas pensamento novo, modernizou e andou por entre as mesas, re- nossa categoria. Era uma boemia citando poemas. Além de correr inteligente”, diz Mario André.

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Dhynarte estreava seus poemas no bar: “Ninguém prestava atenção, com olhos maldosos, no que os outros estavam fazendo” O Vôo Livre também era muito associado às diretrizes políticas da esquerda. “Abrimos no dia 13 de fevereiro, mesmo dia da fundação do PT em Caxias”, orgulha-se Volnei. Entre esquerdistas, reza a lenda que o garçom Pedrinho era o único pedetista, brizolista fanático, a colocar os pés no bar. Segundo Volnei, e também para o deputado federal Pepe Vargas (PT), o final daquele ano de 1989 reservaria dois dos momentos mais marcantes na história do bar. No primeiro, taças em brinde para comemorar a chegada de Lula ao segundo turno das eleições presidenciais. No segundo, copos erguidos para esquecer a vitória de Fernando Collor. De acordo com Pepe, não é difícil provar que o estabelecimento era uma referência não só intelectual, artística e cultural, mas também política. “Era tão de esquerda que ganhei o prêmio Destaque Vôo Livre na categoria em todas

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as edições”, lembra. O troféu, aliás, é uma das memórias mais queridas dos boêmios. A premiação inciou em 1990, quando o bar já estava melhor estabelecido financeiramente. A estatueta era sempre desenvolvida por um artista plástico convidado. A lista de candidatos, em todas as áreas da arte (dança, teatro, literatura, fotografia) e na política, ficava pendurada em uma parede, acima de uma urna. Os clientes anotavam seus favoritos em papéis dobrados e depositavam na caixa. Pepe, Raulino, Marco, Dhynarte, Zica, Mario André... todos eles, e muitos outros, foram agraciados com a honra. A noite de entrega do prêmio era uma grande festa, como todas as outras noites, só que com discursos dignos de Oscar. “Uma vez até o Pedrinho ganhou, nem lembro a categoria que arrumamos para ele”, recorda Volnei.

vre despertam muitas emoções tentando, mas não sabe se emplano antigo dono. “Marcou profun- caria. “O mundo é outro, o ritmo damente. Eu me descobri dentro é outro. Até eu vejo diferente... do bar, fazia parte de mim. Até quando quero juntar pessoas hoje as pessoas pepara produzir uma dem para reabrir... peça, não faço isso mas foi o negócio “Lá, as pessoas numa mesa de bar. certo na hora certa”, davam a cara A gente não é mais reflete Volnei. É di- para bater, o tão hippie assim”, fícil definir quais os diz. Para Raulino, fatores específicos corpo, a pele, nunca existirá nada que resultaram no a voz. Tinha igual. “Agora tudo é surgimento de um que mostrar muito tecnológico, espaço tão fértil em trabalho pelo futurista, frio. Lá, ideias de vanguar- talento”, lembra as pessoas davam da em plena Caxias a cara para bater, o conservadora. Pro- Raulino corpo, a pele, a voz. vavelmente, o espíTinha que mostrar rito da década de 80 trabalho pelo ta– marcante no Brasil não só pelas lento.” Dhynarte concorda com eleições diretas como também o ator e vai além. Propõe quase por uma série de movimentos um desafio para quem é do tempo artísticos alternativos – chegou da Capital da Cultura. “O que me um pouquinho atrasada na Ser- indigna é que hoje as pessoas têm ra. Hoje, a cidade mudou, foi até mais liberdade e, ao mesmo temCapital da Cultura, mas será que po, estão mais conservadoras e toparia embarcar em outro Vôo reparando mais no que os outros As lembranças do Vôo Li- Livre? Zica diz que vê as pessoas fazem ao invés de criar.”

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Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Brincadeira séria

Sozo realizou um sonho de infância ao brincar com as miniaturas, que podem alcançar 130 km/h

PEQUENOS

VELOZES A

por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

manhã gelada da última terça-feira (3) não era o dia mais propício para corridas automotivas. Além do frio de 8° e sensação térmica inferior devido a ausência de sol, a pista se encontrava molhada em alguns pontos. Para o jovem piloto Guilherme Arrosi Gomes de Almeida, 17 anos, as condições climáticas pouco favoráveis não foram prorrogativas para adiar o treinamento. Integrante da equipe Rizzo Racing, Guilherme precisava praticar para melhorar o tempo da volta rápida na pista localizada no estacionamento do Martcenter. Ao lado do pai, Walter Almeida, o piloto pega o carrinho pintado de roxo, abastece o tanque de combustível e o coloca na pista. Nas mãos, segura o rádio transmissor, que, entre outras coisas, controla o sistema de câmbio, direção, acelerador e freios. Com um grunhido constante e agudo do motor de 28 mil rotações por minuto, o carro completa a volta de 170 metros em aproximadamente 11 segundos. O jovem piloto é mais um dos entusiastas do automodelismo, hobby que aos poucos vem ganhando espaço em Caxias. Atualmente a cidade conta com pelo menos seis equipes, uma associação com mais de uma centena de praticantes cadastrados, duas lojas de equipamentos e uma pista de corrida.

O automodelismo consiste na reprodução de automóveis em escalas reduzidas guiados por um rádio controlador. Eles podem ser elétricos ou movidos a nitrometano. O carrinho de Guilherme, que custou aproximadamente R$ 1,4 mil, é uma réplica de um décimo do tamanho do original. Em alguns países, a prática já é considerada esporte e é a forma que o jovem encontrou de expressar a paixão pelos veículos automotores. Nos momentos de lazer, que são levados muito a sério, ele treina e participa de competições com as miniaturas. Como formação profissional, realiza o curso técnico em autotrônica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Enquanto Guilherme ainda necessita da ajuda dos pais para patrocinar a compra e manutenção do carro, Deividi Zenatto da Silva cobre os próprios custos. Aos 30 anos, o técnico de cardiologia trabalha nos hospitais Pompéia e Círculo. Nos momentos de folga, por pelo menos três vezes por semana, coloca os carrinhos a rodarem na pista do Martcenter. Há três anos Deividi conheceu o automodelismo através do cunhado, Fernando Sozo, um dos principais incentivadores da modalidade em Caxias. Foram dois anos de diversão descompromissada guiando os pequenos veículos em garagens, no estacionamento do parque da Festa da Uva e na

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Com uma pista de corrida, seis equipes registradas e uma associação, o hobby de comandar pequenos carrinhos tem se popularizado em Caxias pista, até levar mais a sério a diversão e começar a competir. Ao lado de Sozo e de Sache Borges, ele faz parte da equipe Mercedes Benz Racing. Em pouco tempo, surgiram os resultados. Em 2010, Deividi venceu uma das etapas da Copa Conesul disputada em Portão e terminou a competição em terceiro lugar.

Esse dado não é confirmado por Rodrigo Chiesa, proprietário da loja Audiotec Hobby. Entretanto, ele relata que a procura pelos carros se encontra num bom momento. Há cinco anos no mercado, o empresário acredita que já vendeu entre 500 e 600 unidades nas duas lojas instaladas em Caxias. Ele apresenta outro índice positivo: de cada cinco pessoas Para Sozo, guiar os carri- que iniciam no hobby, uma pernhos foi a concretização de um manece. “O normal é o cliente sonho que não pôde ser realizado chegar na loja meio perdido, quena infância. Aos 37 anos, ele ad- rendo um carro a combustão”, ministra uma empresa que pro- conta. move eventos automotores. A paiO motivo da preferência pelos xão pelos carrinhos fez com que carros movidos a nitrometano fundasse a Associação Caxiense em relação aos elétricos é muitos de Automodelismo, simples. Rodrigo reatualmente com 132 sume essa demanda sócios e 20 parti- “Tenho relatos em uma só frase: de praticantes cipantes ativos em “Ver uma compecompetições. Após a que gastaram tição de carro elérevitalização da pis- R$ 25 mil no trico é como assista do Martcenter há tir a uma corrida ano passado”, três anos, a ideia de de Fórmula 1 sem Sozo é a construção revela Fernando som.” “As pessoas de uma sede para Sozo, um dos querem ouvir o ronreunir os praticantes incentivadores do co do motor e ver a dos diversos tipos automodelismo fumaça”, completa. de modelos, entre Para isso, é possível eles carros, camiadquirir um equinhões, jipes, aviões, helicópteros pamento de qualidade com aproe barcos. “Queremos divulgar o ximadamente R$ 1,6 mil, avalia esporte que, somente em 2010, Rodrigo. Para os gastos adicionais movimentou quase R$ 700 mil com manutenção, que incluem em Caxias conforme minhas con- reposição de peças e combustível, tas. Tenho relatos de praticantes são necessários pelo menos mais que gastaram R$ 25 mil no ano R$ 100 mensais para os praticanpassado”, revela. tes de final de semana. 7 a 13 de maio de 2011

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por Paula Sperb e Marcelo Aramis Colaborou Camila Cardoso Boff e Felipe Boff

Comércio | Farmácias Necessárias para a saúde, mas com artigos de perfumaria. O que há de melhor em serviço e descontos

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de produtos de marca própria, a rede gaúcha tem nove lojas em Caxias e um cartão fidelidade que, depois de conquistada a pontuação mínima, confere vantajosos descontos.

Dario

Amorim “A acomodação é a maior parceira do insucesso. Estar ansioso até é compreensível, mas acomodar-se jamais. Corra em busca de seus resultados!”, diz a atualização mais recente do perfil do palestrante e consultor Dario Amorim (@dario_amorim). Dario, como se vê, atua no segmento de motivação e também vendas e liderança, há mais de 20 anos. Seu trabalho consiste em buscar soluções para diferentes problemas o que exige uma postura flexível. “Estou sempre na rua”, diz Dario sobre sua rotina, que demanda atendimento a diferentes tipos de clientes. Em 10 de junho, Dario lançará o livro Ser + Com Motivação com outros autores e ministrará workshop sobre o tema, no UCS Teatro.

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André

Piazza No Colégio do Carmo, André Piazza era sempre o melhor da classe. Os colegas não tinham dúvida que ele iria longe. E ele foi mesmo. Há quatro anos, trabalha na sede mundial da Dell, em Austin, nos Estados Unidos. Apesar de jovem – 31 anos –, ocupa posição destacada. É gerente de produto na área de marketing de serviços. Em um ambiente profissional extremamente competitivo, André não deixa de lado preocupações sociais. Pensa em sustentabilidade ambiental e em como as pessoas vão se adaptar a tantas novidades tecnológicas. Os tablets vão acabar com os PCs? Os smartphones vão aposentar os celulares convencionais? E como ficará quem não souber lidar com essas inovações? A resposta de André é tranquilizadora: “A palavra-chave é convivência”. Para ele, as tecnologias é que devem se adaptar às pessoas, e não o contrário.

Farmácia do Círculo | A loja da rua Visconde de Pelotas se destaca pela variedade de produtos de perfumaria e medicamentos. O funcionamento 24 horas também rende pontos para a matriz da rede caxiense.

Central | Uma das mais tradicionais farmácias de Caxias zela pelo prédio da antiga residência Scotti, construído na década de 1920 e tombado pelo Patrimônio Histórico em 2004.

Ipam | Outra farmácia com vocação cultural, a loja matriz dedica espaço a exposições de obras de arte. Também é referência quando o assunto é atendimento 24 horas. Mais Econômica | Rede que cum-

pre a promessa de cobrir a oferta dos concorrentes, entre outros atrativos para justificar o nome.

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Artes artes@ocaxiense.com.br

A LATA

N

por Luciane Trentin

a casa dos avós de Aurora, onde ela costumava ir nos finais de semana, havia um pátio grande de grama verde rodeado de flores coloridas. Nos fundos, um pomar e uma horta bem cuidada. A casa era antiga e ofuscantemente laranjada, mas o tempo já mostrava sinais de madeira descascada. As janelas eram enormes e com venezianas gigantes. Todas as aberturas da casa eram pintadas de bege e, sempre que a menina chegava e subia a pequena escadaria que dava acesso à porta de entrada, o cachorro vinha correndo abanando o rabo contente. Era um velho vira-lata preto, de pernas curtas e pelos longos; de expressão risonha e olhar inocente. Aurora Catarina amava os finais de semana, o cão, a casa, o pátio e a família reunida. Foi assim que cresceu e aprendeu as coisas mais importantes que guardou pra vida. Mas havia algo naquela casa que instigava permanentemente a curiosidade da mocinha. Curiosidade que morava dentro de uma lata colorida, nunca retirada do topo do armário da cozinha. Era uma lata reluzente com um rótulo vermelho e amarelo queimado. No centro, o desenho de um biscoito de manteiga com um sorriso de chocolate gigante. Toda vez que Aurora Catarina olhava para aquele biscoito sorridente, desejava incontrolavelmente alcançar o topo da estante. E quando entrava na cozinha o olho da menina logo se preocupava em verificar a sua lata, que por anos esteve sempre no mesmo lugar, intacta. Aurora acreditava que algo mágico estava escondido naquela lata maravilhosa guardada no alto, e todas as vezes que conseguia ficar sozinha na cozinha tentava escalar o armário. Todas as tentativas fracassaram, e uma delas lhe custou hematomas sérios. E esses hematomas nunca impediram Aurora Catarina de continuar tentando. A vovó poderia lhe contar sobre o conteúdo da lata se ela tivesse perguntado, mas a mania de descobrir coisas por si mesma sempre fez Aurora aprender suas lições do jeito mais complicado. E naquele domingo, meses depois do último incidente, Aurora Catarina finalmente ficou sozinha na cozinha. Todos pareciam se divertir na sala com o mais novo bebê da família. A menina então foi até a despensa e encontrou uma

velha lata amarela, já quase sem tinta. Apoiou a cadeira na estante e a lata amarela sobre a cadeira. Respirou fundo, olhou para o alto e iniciou sua escalada. Aurora Catarina se equilibrou no alto da sua “escada” improvisada e agarrou a sua lata mágica com as mãos ansiosas, constatando que estava pesada. Ela sabia que algo mágico estava por ser descoberto, e ela não estava enganada. O peso da conquista desequilibrou Aurora Catarina, que segurava o seu troféu com força. A lata sob os seus pés cedeu e, antes que conseguisse se segurar, todo aquele amontoado de lata, cadeira e menina foram ao chão. O barulho fez a família inteira migrar para a cozinha. Encontraram a pobrezinha ainda deitada no assoalho, sem um arranhão, mas coberta de farinha. O cenário seria bem engraçado se Aurora Catarina conseguisse parar de chorar. Muito mais do que qualquer dor que a queda poderia ter causado, descobrir farinha na sua lata mágica foi uma decepção insuportável. Foram anos e anos sonhando em alcançar o inalcançável, e quando conseguiu chegar perto do seu sonho, descobriu que era tudo uma fantasia de menina boba. Quando parou de chorar a única coisa que conseguiu balbuciar foi uma sentença indignada - “Que desperdício! Uma lata bonita dessas e cheia de farinha.” E todos riram achando que era um estranho momento de fazer uma piada. Mas qualquer que tenha sido a graça, Aurora não estava tentando ser engraçada. Frustrada, a menina sentou na mesa enquanto sua mãe limpava a bagunça. A vovó, pacientemente, sentou-se na sua frente, abriu a velha lata amarela e tirou de dentro um biscoito com um grande sorriso achocolatado. E foi a primeira vez na vida, com os olhos brilhando de felicidade, que a menina experimentou aquele biscoito tão desejado. E ele era doce como ela imaginou e mais crocante do que havia sonhado. Aurora não esperava que aquela lata velha da despensa guardasse tamanha surpresa. E ela só parou de comer os biscoitos quando a vovó tirou a velha lata da mesa. A lata mágica de farinha voltou para o seu lugar, no topo da estante da cozinha. E a menina voltou pra casa naquele final de semana, com perguntas respondidas, mas com algumas indagações que não seria capaz de compreender naquela hora. Na mão, um pacotinho de biscoitos, cuidadosamente preparados pela vovó, especialmente para sua neta.

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Carol

| Tomas Brugger| Com o tema Portrait em P&B, a foto de Tomas Brugger venceu o concurso de maio do Clube do Fotógrafo. Carolina Machado mora no interior do Estado e “posou com extrema competência lançando seu olhar profundo, olhar que se perpetua e nos toca na alma”, explica Tomas.

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Guia de Cultura

Universal, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Ricardo Darín, sempre ele, é um advogado especializado em acidentes no filme Abutre, que estreia no Ordovás na próxima quinta (12)

CINEMA

tória de Bem Carson | Drama. Sábado (07), às 14h | Centro Cultural Espírita Jardelino Ramos Um menino pobre, com notas baixas na escola, cresce e vira o diretor do Centro de Neurologia Pediátrica do Hospital Universitário Johns Hopkins, nos EUA. Haverá debate com uma psicóloga e uma assistente social. A exibição faz parte do projeto Cinema na Comunidade, da Unimed Nordeste-RS. Informações pelo telefone (54) 3225-5272.

l Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio | Ação. 13h50, 16h40, 19h20 e 22h00 (leg.), 13h40, 16h20, 19h10 e 21h50 (dub.) | Iguatemi Brian (Paul Walker), Mia (Jordana Brewster) e Dom (Vin Diesel) estão foragidos desde as versões 1, 2, 3 e 4 do longa. Agora, Recomenda Luke Hobbs (The Rock) se junta a eles e todos vão acelerar seus po- l Água para elefantes | Draderosos carros nas ruas do Rio de ma. 19h30 e 22h10 (leg.) | IguaJaneiro. Dirigido por Justin Lin. temi 14 anos. 134min.. No belo longa de Francis Lawrence, destaque absoluto para a l Mãos Talentosas: A His- elefoa Tai, que arranca sem esfor-

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ços suspiros, comentários em voz alta e palmas da plateia. Quem leu o livro, diz que a adaptação é fiel ao best-seller de Sara Gruen. Com Recomenda Robert Pattinson, Reese Witherspoon e Christoph Waltz. 12 anos. l Thor | Aventura. 14h, 16h30, 121 min.. 18h50 e 21h20 (leg.), 13h30 (dub. 3D), 16h10, 19h e 21h30 (leg. 3D) l Como você sabe | Comédia | Iguatemi romântica. 21h40 (leg.) | IguateHá quem diga que a fantasia mi criada pela Marvel para levar seu O filme é dirigido pelo vetera- herói mitológico à telona é tão inno James L. Brooks, mas não es- crível que pode até ser comparada pere encontrar aqui a acidez de com O Senhor dos Anéis. Na dúMelhor É Impossível nem o riso vida, melhor não perder. Dirigido inteligente que ele soube usar em por Kenneth Branagh. Com Naalguns episódios de Os Simpsons talie Portman, Chris Hemsworth que escreveu e produziu. Só um e Anthony Hopkins. 10 anos. 114 triângulo amoroso clichê. Com min.. Paul Rudd, Reese Witherspoon, Jack Nicholson e Owen Wilson. l Hop – Rebelde sem Páscoa 10 anos. 120 min.. | Comédia. 14h30 e 17h (dub.) |

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Iguatemi No longa, o filho do coelho da Páscoa foge para o mundo dos humanos porque, imagine só, não quer passar o resto da vida entregando ovos e deseja se tornar um baterista. O coelho azarado é acidentalmente atropelado por um motorista desastrado, que, obviamente, terá que salvar a Páscoa. Dirigido por Tim Hill. Livre. 97 min.. l Abutres | Drama. De quinta (12) a domingo (22), 20h (leg.) | Ordovás Dirigido pelo argentino Pablo Trapero, o filme conta história de um “abutre”, ou melhor, advogado especializado em acidentes rodoviários, que abandona o trabalho sujo para viver ao lado de uma paramédica. Com Ricardo Darín, sempre presente, e Martina Gusman.

César Casara (piano), já tem seis anos de estrada, e gravou o CD Tangos y Milongas em 2008, com apoio do Fundoprocultura. As composições têm influências principalmente do tango, da milonga, do chamamé e da música clássica. Casa da Cultura R$15 e R$7,50 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l 3ª edição Programa Quinta Sinfônica 2011 | Quinta (12), 20h30 | O repertório escolhido para este concerto traz a influência do Jazz na música clássica com a apresentação de obras de George Gershwin. Na formação da orquestra, instrumentos diferenciados como banjo, sax-alto, sax-tenor, e um grande conjunto de músicos somando 60 integrantes. Destaque para a solista Olinda Allessandrini, no piano. O espetáculo também comemora os 15 anos do Campus 8 e do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCS. UCS Teatro Entrada franca (sugere-se a doação de alimentos não perecíveis) | Cidade Universitária | 3218-2100

l Rio | Animação. 13h20, 15h30, 17h40 e 19h40 (dub.) | Iguatemi A animação da Pixar, dirigida por Carlos Saldanha, divide opiniões de especialistas – há quem diga que as piadas de Era do Gelo, do mesmo diretor, são mais inteligentes – mas é sucesso de público. Tanto que já está em car- TAMBÉM TOCANDO – Sábataz há um mês, com salas cheias. do(07): Long Play + DJ Eddy. Livre. 96 min.. Rock. 21h. Portal Bowling. 32205758 | High Voltage. Tributo a AINDA EM CARTAZ: Inverno AC/DC. Rock. 23h. Vagão Clasda Alma. Drama. 20h. Ordovás. sic. 3223-0616 | Junk Box. Rock. Até domingo (8) | Rango. Anima- 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Merção. 16h (dub.). UCS | Invasão do cedes Blues Band. Blues. 22h. Mundo: Batalha de Los Ange- Mississippi. 3028-6149 | DJs Aules. Ação. 18h (leg.). UCS | Fúria diotronic. Pop. 23h. La Boom. Sobre Rodas. Ação. 20h15 (leg.). 3221-6364 | Balada do Beijo com Sem sessão na terça (10). UCS Gaiola das Popozudas. Eletrônica, pagode e sertanejo univerINGRESSOS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ sitário. 23h. Move. 3214-1805 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en- | Bobshut + DJ Jorgeeeeenho. trada, crianças menores de 12 anos e sênior Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 | House in Havana. Eletrônica. (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club 23h. Havana. 3224-6619 | AdriaPreferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças no Trindade e Banda convidam menores de 12 anos e sênior com mais de 60 Fabão (vocalista do Monobloanos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estu- co). Samba. 00h. Boteco 13. 3221dantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club 4513 | Wicca + Folha Seca. Pop Preferencial). Horários das sessões de sábado rock. 23h30 Bukus Anexo. 3285a quinta – mudanças na programação ocor- 3987 | Quarteto Paiol. Tradiciorem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Indusnalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e Domingo(08): Pagode Júnior + funcionários da UCS). Horários das sessões DJ Eddy. Pagode. 21h. Portal Bode sábado a quinta – mudanças na programa- wling. 3220-5758 | Segunda(09): ção ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Or- Contramão, com Red Light Rock dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antu- + Zelda + Talibã. Rock. 22h. Vanes, 312, Panazzolo. 3901-1316. gão Bar. 3223-0007 | Terça(10): Flávio Ozelame. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Projeto Rock e Cultura. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Cardo Peixoto Acústico. Som Brasil e samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gui Oliveira DJ. EleMÚSICA trônica. 18h. The King. 3021-7973 l Quarteto Instrumental | Quarta(11): Classic Gamer. Yangos | Sábado (07), 20h | 21h. Vagão Classic. 3223-0616 A banda, formada pelos mú- | HardRockers. Rock clássico. sicos caxienses Tomás Savaris 22h. Mississippi. 3028-6149 | Trí(violão), Rafael Scopel Antunes plice. Pop rock. 22h. Bier Haus. (acordeon piano e cromático), 3221-6769 | Maurício e Daniel. Cristiano Klein (percussões) e Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível

5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 30 (trinta) dias. Natureza: Ordinária - Outros Processo: 010/1.10.0018899-0 (CNJ:.0188991- 22.2010.8.21.0010). Autor: Marcos Valer. Réu: Supertrunfonet Ltda. Objeto: CITAÇÃO de Supertrunfonet Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 24 de fevereiro de 2011. SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas - matr. 12553875. JUIZ: Silvio Viezzer.

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1774 | Quinta(12): Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Erlon Péricles, depois Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 3223-0616 | Fabrício Beck + Banda Volux. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Bora Balança + DJ Eddy. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta(13): Blues Beers. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | Maurício Santos e Trio. Som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Betty Full + DJ Eddy. Pop rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364

TEATRO

sábado das 15h às 19h | Sob curadoria de Ana Zavadil, a mostra traz obras da artista convidada Vera Wildner e de Angela Zaffari, Beth Gloeden, Celma Paese, Esther Bianco, Fabiano Rocha, Giana Kummer, Karina Laino, Leandro Machado, Liane Krezinger, Rosali Plentz e Sheila Prade. EXPOSIÇÕES Galeria do Ordovás l Ponto a Ponto | A partir de Entrada franca | Luiz Antunes, terça (11), às 19h30. De segunda 312 | 3901-1316 a sexta, das 9h às 19h, sábado das 15h às 19h l Cultura tibetana nas peA exposição da artista plástica regrinações budistas | De Greice De Barba pretende contar segunda a quarta (11), das 8h às muitas histórias através de uma 22h30 | arte sustentável que passa de geA exposição é resultado do reração em geração: o crochê. gistro da peregrinação da arquiteSala de exposições do Ordovás ta e fotógrafa Ilka Filippini, entre Entrada franca | Luiz Antunes, 2006 e 2010, pela Ásia. Ela visitou 312 | 3901-1316 os oito principais núcleos budistas e outras regiões da Índia e do l Registros de um tempo – Nepal, onde vivem populações 30 anos de arte e 20 anos de refugiadas do Tibete depois da moda | De segunda a sexta, das invasão chinesa, na década de 50. 9h às 19h, Sábados e domingos, Galeria de Arte do Campus 8 das 15h às 19h| Entrada franca | RS 122, Km 69 | A exposição resgata imagens, 3289-9000 lembranças e depoimentos sobre poesia, teatro e moda coletados l Cidades imaginárias | De durante a carreira de Marcondes segunda a sexta, das 8h30 às 18h e e Eva Tavares. sábados, das 10h às 16h | Saguão do Ordovás A exposição da artista plástiEntrada franca | Luiz Antunes, ca uruguaia Martha Rodriguez 312 | 3901-1316 Planke, que mora em Porto Alegre desde 2006, reúne 52 obras l Acumulações Sensíveis | em técnicas de colagem de papel De segunda a sexta, das 9h às 19h, sobre papelão. ocorre na quinta

Galeria Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Mostra de Painéis sobre a Colonização Italiana na região. Nancy Tronquini. Segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados e domingos, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do Ipam. 3222-9270 | Fotos-Fotógrafos, em homenagem aos 30 anos do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul. José Alberto Selbach Júnior. Até segunda (09), das 8h30 às 18h30. Câmara. 32181600 |

FEIRA l Mãos da Terra | Sábado (07) e domingo (08), das 14h às 22h | Bonecas e chapéus russos, estatuetas africanas, malha peruana... Pela terceira vez em Caxias, a Feira Internacional de Cultura e Artesanato oferece uma mostra de peças feitas em todo mundo nos Pavilhões. Serão 250 expositores, com representantes de 28 países e 15 estados brasileiros. A produção local também estará representada na Feira do Artesão Caxiense. Último final de semana da feira. Centro de Eventos da Festa da Uva R$5 (o estacionamento custa R$5) Paris Filmes, Divulgação/O Caxiense

Recomenda l (E)terno | Domingo(08), 20h | Através do teatro e da dança, imagens e sensações relacionadas aos sentimentos de espera e solidão instigam o público a vivenciar todas as angústias, decepções e incertezas de uma mulher que aguarda notícias do marido que viajou. Na peça da Cia 2, Márcio

Ramos dirigiu a atriz Tefa Polidoro com orientação de Lucieane Olendzki. Teatro do Sesc R$20 e R$10 (estudantes, comerciários e sênior)| Moreira César, 2462 | 3221-5233

Nem só de araras em extinção vive o Rio de Janeiro. Em Velozes e Furiosos 5 (!), a cidade recebe fortões, garotas fora de lei e carros envenenados

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Dupla por FABIANO PROVIN

Fora de campo

André T. Susin/O Caxiense

Fabiano Provin/O Caxiense

As comissões técnicas da dupla estão definidas. No lado grená, o treinador Guilherme Macuglia tem como auxiliar Ricardo Cobalchini (não está descartada a vinda de Tarcício Macuglia, irmão de Guilherme, que era seu auxiliar no Criciúma). O preparador físico é Darlan Schneider; o treinador de goleiros é Rogério Maia; o coordenador do departamento médico é Carlos Bergamaschi; o auxiliar de preparação física e fisiologista é Marcelo Rohling; os fisioterapeutas são João Peccini Corrêa e Marcos Geremia; os massagistas são Jurandyr Júnior e Roberto de Freitas; a nutricionista é Paula Scavino; e o roupeiro é Maikel Rech. A comissão do Ju é formada pelo treinador Antônio Picoli; pelo auxiliar Carlos Eduardo de Moraes; pelo preparador físico Rodrigo Squinalli; pelo preparador de goleiros Márcio Angonese; pelo médico Fábio Baldisserotto; pelos fisioterapeutas Ricardo Finger e Jean Franco Michelon; pelo fisiologista Éverson Batassini; pelos massagistas Édson de Camargo e Elton Vargas; pela nutricionista Katiuce Borges; e pelos roupeiros Nilton Soares (Zico) e Marlon de Souza.

MOVIMENTAÇÃO

EM RITMO LENTO As direções do Caxias e do Juventude, acho, sabem o que estão fazendo em termos de planejamento para o segundo semestre. Nesta época em que o trabalho de bastidor é mais intenso, a movimentação, falando-se em liberações de atletas ou contratações, está em ritmo lento nos estádios Francisco Stédile, o popular Centenário, e Alfredo Jaconi. Ressalto que se trata apenas de uma opinião. Sou totalmente favorável às negociações feitas no maior sigilo possível. E que os novos atletas sejam realmente apresentados em uma entrevista coletiva. Mas, no meio do caminho, sempre tem alguém que deixa escapar uma palavra, faz uma ligação para plantar uma pista... No Juventude, do grupo de 29 jogadores que encerrou a participação no Gauchão, três foram oficialmente liberados (Jean Coral, Ismael Espiga e Rodrigo Ost). O atacante Fausto, que tem passe vinculado ao clube, não deve atuar este ano porque, emprestado ao Linense-SP, lesionou-se e passou por uma cirurgia em um joelho – está em recuperação. Da lista, devem permanecer no Jaconi os goleiros Jonatas, Carlão e Follmann; os zagueiros Rafael Pereira, Fred, Bruno Salvador e Bressan; os volantes Umberto, Jardel, Gustavo, Deoclécio e Fabrício; os meias Cristiano, Jander (é volante de origem) e Ramiro; os laterais Moisés e Alex Telles; e os

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atacantes Júlio Madureira, Morais, Zulú e Rafael Aidar. Podem não estar na reapresentação do dia 16 de maio, até pelo fato de terem poucas chances para atuar, o centroavante Telê, o lateral Celsinho e os meias Paulo Josué e Christian. Anderson Pico deve ser negociado pelo Grêmio, dono do seu passe, mas manifestou interesse em permanecer no Jaconi. No lado grená a fotografia da equipe também deve mudar. O zagueiro Neto (quando jogou, foi bem), o meia Diogo, o lateral Thiaguinho e os atacantes Marcus Vinícius e Palacios não integram mais o time. Dessa forma, oficialmente são 26 os jogadores do Caxias. O meia Zé Carlos treinava separadamente antes da folga – a reapresentação será nesta segunda-feira (9). Podem ser negociados os volantes Itaqui e Edenílson. O atacante Éverton foi para o Coritiba. Devem ficar no Centenário os goleiros André Sangalli, Matheus e Sidivan; os zagueiros Édson Rocha e Marcelo Ramos; os laterais Gerley e Alisson; os volantes Felipe Gonçalves, Gere, Marcos Rogério e Bruno; o meia Nakata; os atacantes Pedro Henrique, Sato e Lima. Devem sair (palpite deste colunista) o zagueiro Vanderlei, os laterais Patrício, Edu Silva e Marcelo Oliveira, os volantes Felipe Gonçalves e Dê e os atacantes Waldison e Balthazar. Em época de especulação... André T. Susin/O Caxiense

Ex-goleiro do Juventude, Márcio Angonese é o novo preparador do time profissional. Ele trabalhou com a equipe juvenil (sub-17) e, atualmente, estava com os juniores (sub-20), treinados por Fernando Rech. A promoção ocorreu porque o preparador Humberto Flores, também ex-goleiro papo, deixou o clube. Humberto foi para a Ponte Preta-SP, clube que disputará a Série B do Campeonato Brasileiro e é treinado por Gilson Kleina. Angonese começará a trabalhar com a comissão técnica em 16 de maio, data marcada para a reapresentação dos jogadores. Angonese formou-se nas categorias de base do Ju em 1995 e encerrou a carreira como atleta em 2009, pelo Criciúma.

André T. Susin/O Caxiense

Promovido

Espaço para o debate

A direção do Caxias reativou em maio um projeto que estava parado e estimulava o debate entre os associados. O Fórum Grená recomeçou no dia 3 com a proposta de envolver o torcedor nas ações que pretendem ser desenvolvidas principalmente visando ao aumento do número de sócios e de público nas partidas disputadas no Centenário. O plano é organizar encontros a cada 15 dias no Salão Nobre do estádio. Podem participar associados com mensalidade em dia, administradores do Caxias e pessoas previamente convidadas. As datas e temas das reuniões do Fórum Grená estão prédefinidas: dias 17 e 31 de maio (para ouvir ideias e planejar ações para a Série C), 14 e 28 de junho (apresentação da campanha a ser desenvolvida), 12 de julho (ações pré-jogo Caxias x Chapecoense), 26 de julho (avaliação de resultados), dias 9, 16 e 30 de agosto (ações pré-jogo para confrontos do Caxias com Joinville, Brasil-Pe e Santo André-SP) e 13 de setembro (avaliação de resultados na fase classificatória da Série C).

Série C

No Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende fechar com a TV Brasil um contrato de quatro anos para a transmissão da Série C. Em 2010, a emissora veiculou em sua grade as partidas finais da competição. O pacote incluiria, para os clubes – a exemplo do que acontece na primeira e segunda divisões, guardadas a proporções financeiras –, 23 passagens aéreas por equipe para o deslocamento acima de 500 quilômetros e, abaixo dessa distância, um ônibus luxo. As partidas seriam transmitidas nas noites de segunda e sextafeira, nas manhãs de domingo e tardes de sábados. Uma boa notícia para o Caxias, que teria uma sensível redução nos custos de viagem – irá para Pelotas, Chapecó e Joinville (SC) e Santo André (SP). Faltaria apenas assinar o contrato. Caso a negociação se concretize, a CBF praticamente descarta a possibilidade de extinguir a Série D em 2012 e promover um inchaço de clubes na terceira divisão, como especula-se no meio futebolístico. Podcast | Escute todas semanas os comentários de Fabiano Provin sobre a dupla CA-JU em www.ocaxiense.com.br.

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Guia de Esportes Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

TÊNIS l Aberto Recreio da Juventude | Sábado e domingo, a partir das 8h30 | Os primeiros jogos da competição, que vale pontos para o ranking estadual, foram na sextafeira (6). Cerca de 250 tenistas disputam o aberto nas 12 diferentes categorias, que vão de crianças a partir de 10 anos até adultos de 55. As finais estão marcadas para domingo à tarde. Para os inscritos na 1ª Classe, um incentivo maior: prêmio em dinheiro de R$ 1 mil para o campeão, R$ 600 para o vice e mais R$ 900 divididos entre os participantes das semifinais e quartas de final. Recreio da Juventude Entrada gratuita | Atílio Andreazza, 3.525, Sagrada Família

RÚSTICA l 8ª Rústica do Loteamento Millenium | Sábado, 9h e 10h | Corredores devem movimentar as ruas do Parque Oásis neste sábado. Crianças entre nove e 14 anos disputam a minirrústica de 3 mil metros. Para os mais velhos, a partir dos 15, será disputada a rústica de 7 mil metros de distância. A largada será realizada em frente à escola Zélia Rodrigues Furtado, com qualquer tempo. Escola Zélia Rodrigues Furtado Bortolo Zanrosso, 1.069, Parque Oásis

MOTOCROSS

Handebol caxiense treina desde fevereiro

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7 a 13 de maio de 2011

Recomenda l 2ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross | Sábado e domingo, a partir das 8h30 | Carlos Barbosa

Os principais pilotos de motocross do Brasil irão aportar na Serra neste final de semana. Aproximadamente 200 participantes, alguns vindos da Inglaterra, Argentina, Paraguai e Uruguai, disputarão em sete categorias. No sábado pela manhã, a partir das 8h30, serão realizados os treinos livres e classificatórios. No domingo, os motores roncam pra valer após o warm up, programado para iniciar no mesmo horário. Na sequência, a partir das 11h30, serão disputadas as sete baterias. Para os espectadores, boas notícias: as ruas são calçadas até a entrada do circuito e o estacionamento é gratuito. Motódromo Fabiano Audibert Ingresso para os treinos de sábado, R$ 5. Domingo, R$ 13 | Seguir as sinalizações da Rua Buarque de Macedo, Ponte Seca - Carlos Barbosa

FUTSAL l Copa Ipam | Sábado, 17h30 | Começa com solenidade a principal competição do futsal feminino caxiense, com 32 equipes – 10 a mais do que no ano passado. Às 17h30 ocorre a cerimônia de abertura, no Enxutão, e logo seguida será realizada a partida comemorativa entre União Flores da Cunha e FZ Futsal. A primeira rodada da copa, com jogos pra valer, está marcada para o final de semana seguinte. Enxutão Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l Municipal | Terça (10) e quinta (12), às 19h45 e 20h45 | Completando a segunda rodada no grupo D, o Planalto enfrenta o Quilmes, time que foi goleado

pelo Torino na estreia por 7 a 1, e amarga a lanterna. Com a vitória, o Planalto pode ir a 6 pontos e manter a liderança isolada. Já na chave A, o jogo entre Casa da Lataria e Us Piá promete muita emoção. As duas equipes, que ocupam as últimas colocações do grupo, precisam da vitória. Terça (10), 19h45: Planalto x Quilmes | 20h45: Casa da Lataria x Us Piá | Quinta (12), 19h45: Eldorado x Real | 20h45: Arsenal x MGA Enxutão Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Marechal Floriano

HANDEBOL Recomenda l Luna x Itapema | Quinta (12), às 20h | As meninas do Luna, comandadas por Gabriel Citton, estreiam na próxima quinta-feira (12) na Liga Nacional. O adversário é o fraco Itapema, equipe que nas últimas duas temporadas não conseguiu bons resultados e terminou em último. Para este ano, a Liga segue no mesmo formato das edições anteriores. Todas as equipes enfrentam-se em turno e returno, e as quatro que alcançarem maior pontuação seguem para as semifinais. A equipe caxiense treina desde fevereiro para tentar, no mínimo, repetir o feito do ano anterior, quando conquistou a 4ª colocação. Para Citton, o objetivo inicial é a classificação para a segunda fase. Nesta temporada participam, além da equipe caxiense, Novo Hamburgo, Itapema, Blumenau, Concórdia, São Bernardo e Santo André. Ginásio Poliesportivo Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Para tirar o discurso

Diego Netto, Câmara/O Caxiense

Diego Netto, Câmara/O Caxiense

A líder do governo na Câmara, vereadora Geni Peteffi (PMDB), discorda da tese de que rejeitar o pedido de informações ao Executivo sobre a construção do Sistema Marrecas foi um erro estratégico da situação. Para a peemedebista, ao questionar determinados aspectos da principal obra da atual administração, a bancada oposicionista (leia-se os vereadores petistas Rodrigo Beltrão e Ana Corso) quer apenas discurso. “Não vão levar”, resume Geni.

Exposição de motivos

Segundo Geni, todas as informações necessárias a respeito da obra, inclusive sobre indenizações, estão à disposição dos interessados no Samae. Ou foram incluídas na exposição de motivos do projeto que autorizava novo empréstimo contraído junto à Caixa Econômica Federal. “Pelo jeito, os vereadores votaram a autorização do empréstimo e nem sabiam o que estavam aprovando”, diz ela.

QUANTO GANHAM

OS MÉDICOS

Está decidido que o prefeito José Ivo Sartori (PMDB) não concederá abono salarial dos médicos da rede pública, como alguns vereadores defendem. Os profissionais da área da saúde deverão se contentar, por enquanto, com os reajustes salariais que todos os servidores do Município têm recebido. Até porque, na avaliação do governo, a greve dos médicos está se esvaziando.

Saídas para o impasse entre médicos e prefeitura? O governo Sartori trabalha com duas situações: a curto prazo, a contratação de mais profissionais. A longo prazo, a constituição de uma fundação pública de direito privado.

A diferença com iniciativa semelhante, adotada em Porto Alegre, é que aqui o trabalho não se resumiria ao atendimento do Programa de Saúde da Família.

O salário de um médico da rede municipal está hoje, em média, na casa dos R$ 4,6 mil (por quatro horas diárias de trabalho). Mesmo com o abono concedido pela prefeitura de Porto Alegre, o salário daqui fica acima da média de vencimentos dos profissionais da Capital. Está no Diário Oficial do Município: no mês passado, um servidor médico de Caxias do Sul aposentou-se com vencimentos de R$ 6,9 mil.

Uma atitude lamentável. Deixa a obra sob suspeita

Santa Teresa

Teresa no Largo Pastelão (junto à Rótula da Avenida São Leopoldo) agora em junho, mês de aniversário de Caxias do Sul. A estátua será mantida pelas Irmãs Carmelitas.

PDT unido

A mesma reunião que definiu a Executiva municipal, colocando o chefe de Gabinete, Edson Néspolo, na presidência do partido, já aclamou o nome do deputado Alceu Barbosa Velho como candidato a prefeito pelo PDT.

A ideia dos pedetistas é mostrar aos demais integrantes da coligação Caxias para todos que, mesmo depois de uma convenção disputada por três chapas, está unido, sem especulações internas que possam atrapalhar a campanha de 2012.

CC de carreira carreira e não

Em resposta à nota Incentivo aos CCs, publicada na edição passada, o Sindicato dos Servidores Municipais esclarece que o item 19 da pauta da Campanha Salarial 2011 se refere à reivindicação de que 10% dos atuais cargos em comissão (CCs) sejam ocupados por servidores de

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Pergunta de peemedebista a um dirigente partidário local: “Como é, já conseguiram convencer o Búrigo a ser candidato a prefeito?” “Sim. Mas em... São José dos Ausentes.” Búrigo continua sendo o candidato dos sonhos de correligionários peemedebistas e também de partidos da coligação que sustenta hoje a administração Sartori.

Data a lembrar

O dia 20 de maio poderá ser conhecido como a data em que o governador Tarso Genro anunciou a região de Vila Oliva como a mais adequada para a instalação do futuro aeroporto regional da Serra gaúcha. Basta que Tarso siga as recomendações técnicas – e não os interesses políticos. No dia 20, o governador deverá estar aqui para participar da quarta edição do Horti Serra Gaúcha.

Caxias 2030

Vereador Rodrigo Beltrão (PT), ao comentar a rejeição, na Câmara, de seu pedido de informações à prefeitura sobre o Sistema Marrecas.

Comissão da paróquia da Catedral Diocesana, designada para homenagear a padroeira de Caxias do Sul, está com tudo pronto. Vai inaugurar a estátua de Santa

Candidato onde?

Luiz Chaves, Div./O Caxiense

Diego Netto, Câmara/O Caxiense

Vereador Edio Elói Frizzo (PSB) vai encaminhar projeto que prevê o tombamento do prédio da antiga Metalúrgica Abramo Eberle, também conhecida pela sigla Maesa, de interesse do patrimônio cultural e histórico do município. De propriedade hoje do Estado, que o recebeu em troca de pagamentos de tributos atrasados do grupo Mundial, o prédio da Rua Plácido de Castro – por enquanto ocupado pela Voges, que está de mudança – poderia abrigar um grande mercado público. Só dependeria de um acerto entre governo do Estado e administração municipal.

afiliados políticos, como a coluna se referiu. Segundo o Sindiserv, o objetivo desse item é a qualificação e valorização profissional do servidor, conforme prevê a Constituição, que faculta a nomeação de servidores de carreira para cargos em comissão.

Coordenador do Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração da USP, o professor James Wright falou no Fórum Caxias 2030 que considera “quase criminosas” as exigências da FIFA à construção de novos estádios para a Copa do Mundo 2014. “O Brasil deve se concentrar nos já existentes. E realizar obras que podem ser aproveitadas depois por toda a população”, opinou. Sobre Caxias, disse que a cidade precisa definir um ícone “que expresse a sua marca”. A partir disso, terá a substância do que é e pretende fazer.

Divulgação/O Caxiense

Mercado Maesa

Excesso de rigor

Técnicos do Departamento Aeroportuário do Estado e integrantes da Controladoria e Auditoria Geral do Estado têm sido extremamente rigorosos no acompanhamento dos trabalhos de reforma e ampliação do Aeroporto Hugo Cantergiani. Alguns itens para a obra orçada em R$ 2,4 milhões vão precisar de nova licitação. Um cuidado sempre bem-vindo ou apenas preciosismo?

7 a 13 de maio de 2011

O Caxiense

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