Edição 77

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Maio | 2011

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77 Ano ii

Quem concorre a rainha da Festa da Uva (e por que não há mais candidatas)

Com a economia aquecida, funcionários e empresas de Caxias experimentam uma inversão de papéis. Muitas vezes, agora são eles que escolhem onde querem trabalhar, e não está nada fácil segurá-los no emprego

Renato

Henrichs Agora, é hora de dar infraestrutura a Vila Oliva

Caminhos do Contorno Sul no interior Roberto

Hunoff Os números do avanço da informática no país

Assis Brasil

e o escândalo da cultura

André T. Susin/O Caxiense

Dupla

CA-JU Os adversários de Caxias e Ju na séries C e D

R$ 2,50


Índice Roberto Hunoff | 4 Brasileiros estão comprando mais computadores o Caxiense entrevista | 5 As três frentes de Assis Brasil para colocar a cultura estadual nos eixos Trabalho | 7 A falta de mão de obra inverteu o jogo nas empresas: agora, o empregado escolhe o patrão festa da Uva | 10 O desejo de ser rainha encontra dificuldade de receber apoio das entidades Trânsito | 12 Por onde quer passar o Contorno Sul, plano para desviar o tráfego da área urbana para a rural Aviação | 14 A fábrica dos helicópteros que ajudaram a matar Bin Laden Boa Gente | 16 Dois líderes de projetos sociais que dão certo Artes | 17 O descabelado e os cabelos de Karina Guia de Cultura | 18 No cinema, o retorno de Jack Sparrow. No teatro, releitura de Romeu e Julieta Dupla CA-JU | 21 O calendário da jornada pelas séries C e D Guia de esportes | 22 Atletismo para estudantes e estaduais de basquete e handebol Renato Henrichs | 23 Constrangimento em Brasília e comemoração em Caxias

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o Caxiense ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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Fotos: André T. Susin/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.oCAXienSe.com.br A matéria sobre casas antigas sendo demolidas fez refletir. Como é “fácil” querer o novo sem respeitar a importância do passado. Rachel Zilio

@eugenioBazaes Excelente matéria! “É tempo de demolição” #edição77

@vanessasusin Muito interessante a proposta de jornalismo do @ocaxiense. Parabéns à equipe por dar enfoque ao que é feito na cidade. #impresso @Mirella_Steiner Adorei a matéria @ocaxiense sobre “É tempo de demolição”, as construtoras deveriam ler... #edição77 @ramontisott Na aula estamos trabalhando com a entrevista que Valquíria Vita, do @ocaxiense, fez com o Stedile. Acho que os alunos gostaram. #edição77 @schmidtthiago A composição da capa do @ocaxiense dessa semana ficou LiNDA. #edição77 @aaltomare_rj Parabéns, mesmo! Linda capa! Corajosa e passa o recado de forma objetiva e moderna! #edição76

NO SITE

Rugby | Obrigado, O Caxiense, pelo espaço dedicado a esportes menos populares que o futebol. Demonstra a postura diferenciada do jornal em relação à nossa cidade, buscando mostrar tudo o que Caxias do Sul possui, independente de ser popular ou não. Tiago Valtrick É tempo de demolição | Li a edição impressa. Está muito boa, muito bem desenvolvido o tema. Não é só uma notinha. Parabéns, galera! Marcos A. da Luz

Vídeo | O Caxiense rodou pelo interior para descobrir os pontos-chave do Contorno Sul, também chamado de Terceiro Anel Viário, de acordo com o traçado planejado pela prefeitura. Veja em www.ocaxiense.com.br o vídeo produzido pelo repórter Robin Siteneski e pelo fotógrafo André T. Susin, comparando os trechos existentes com o percurso projetado para a obra. Agradecemos | Henrique Reis Maciel, da Magic Games (Shopping iguatemi, fone 3225-5595), pela colaboração com a foto de capa; Revista AutoData (www.autodata.com.br) e Julio Soares, pela cessão do material que compõe a reportagem de capa.

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A Semana

Otaviano Fonseca, Divulgação/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Tarso chamou deputados Maria Helena (PMDB), Marisa (PT) e Alceu (PDT) ao Piratini para antecipar decisão por Vila Oliva

SEGUNDA | 16.mai Desvio Rizzo faz suas reivindicações

Com 60 mil moradores – o dobro dos habitantes de Flores da Cunha, por exemplo –, a região do Desvio Rizzo é a que mais cresce na cidade. Na segunda edição deste ano do projeto Câmara vai aos bairros, essa população teve oportunidade de expor suas necessidades. Escolas infantis, mais linhas e horários de ônibus e reforço na segurança foram as principais reivindicações apresentadas aos parlamentares. O presidente da Câmara, Marcos Daneluz (PT), disse que essas demandas já eram as mais esperadas, mas ressaltou o conhecimento de novas questões, como problemas de drenagem. Agora, os pedidos serão encaminhados pelo Legislativo às autoridades executivas responsáveis por cada área.

reforma do Teatro Municipal Pe- QUINTA | 19.mai dada pelo secretário Beto Albudro Parenti, na Casa da Cultura, querque – também do PSB –, chafinalmente poderá sair do papel. Justiça obriga médicos mando os deputados estaduais de a atender toda demanda A previsão do secretário Antonio Caxias para comunicar a decisão Feldmann é que as obras comeA juíza Maria Aline Fonseca de construí-lo no distrito caxiencem a ser executadas até o fim Bruttomesso, da 2ª Vara Cível de se de Vila Oliva, e não em Monte deste mês pela Dase Construto- Caxias do Sul, determinou que os Bérico. Respeitou as conclusões do ra. O projeto Vitrine Cultural, médicos da rede municipal devem estudo técnico feito pelo Departaque ocupará o espaço do antigo atender 100% da demanda, e não mento Aeroportuário do Estado McCafé, também já está sendo só nos casos de urgência e emer- (DAP) – e detalhado na última desenvolvido. No andar de cima, gência que chegam ao PA 24h. Em edição de O Caxiense – no fim do a Biblioteca Municipal espera ter greve há mais de um mês, os mé- governo Yeda. A comemoração do a mesma sorte em sua terceira dicos – que recuperaram o direi- anúncio levou o tópico “Vila Olilicitação para reforma, que será to à paralisação com um recurso va” ao ranking dos mais citados do aberta em junho. no Tribunal de Justiça – podem país no Twitter na tarde de quinta. comparecer apenas com 50% do quadro contratado nas Unidades QUARTA | 18.mai Básicas de Saúde, mas, conforme a SEXTA | 20.mai ordem judicial, precisam dar conta Vacinação contra gripe Geração de emprego de todas as consultas.

ganha mais uma semana

cresce em abril

Depois de números fracos em março, a geração de empregos recuperou o fôlego em Caxias do Sul no mês de abril. As vagas aumentaram 107% sobre o mês anterior, somando 1.673 novas colocações. Destaque para a recuperação da TERÇA | 17.mai indústria, responsável por mais da metade dessas vagas – gerou 983. Teatro Pedro Parenti No total, Caxias tem 169.840 pesserá reformado soas empregadas com registro na Depois da terceira licitação, a carteira de trabalho.

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Tarso confirma Vila Oliva, que se destaca no Twitter

No dia em que uma audiência pública organizada por um deputado federal de Cachoeirinha – José Stédile (PSB) – quis discutir, em Brasília, se o novo Aeroporto da Serra deveria ser em Caxias do Sul ou em Farroupilha, o governador Tarso Genro decidiu não esperar. Antecipou a notícia que seria

Tendo atingido 74,21% do público-alvo (idosos, gestantes, crianças de seis meses a dois anos e profissionais da saúde), a campanha de vacinação contra o vírus da gripe Influenza ganhou mais uma semana para tentar alcançar a meta, de 80%. A vacinação segue até o dia 27, gratuitamente, em todas as 43 Unidades Básicas de Saúde do município, em horário de atendimento normal.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Varejo

Informática

Confiança

em alta

Com 18% de participação no mercado de caminhões e ônibus na Serra Gaúcha, a TransRio Sul comemora na terça-feira (24) seu primeiro ano de atuação em Caxias do Sul. Concessionária da marca Volkswagen, a empresa anuncia o ingresso no segmento de caminhões extra-pesados acima de 400 cv. Com esta estratégia e lançamento de novos modelos, o diretor comercial Josias Carpes projeta a venda de 500 unidades em Caxias do Sul, elevando a participação de mercado para 23% ainda neste ano. Com cinco unidades no Rio Grande do Sul, a TransRio atua em 185 municípios gaúchos.

Os brasileiros elevaram em 22% as compras de computadores no primeiro trimestre do ano na comparação com igual período de 2010. Foram 3,6 milhões de máquinas, das quais quase 69% destinadas ao uso doméstico. Outro dado: 50,5% das unidades foram notebooks, revelando nova tendência de consumo. Em Caxias do Sul, embora não existam estatísticas oficiais, o mercado acompanhou este ritmo. O empresário do setor e ex-presidente

da Câmara dos Dirigentes Lojistas, Luiz Antônio Kuyava, calcula que 65% a 68% da população caxiense tenha computadores, um dos maiores índices de informatização do Brasil. O empresário também confirma a preferência pelos notebooks em função da mobilidade e revela dado interessante sobre o tipo de cliente em expansão: pessoas de mais idade, que usam o equipamento para comunicação com os filhos. Celso Podlasek, Divulgação/O Caxiense

Água quente

Pensando em praticidade para transportar chás e cafés, a Soprano Divisão Utilidades, de Farroupilha, lançou a garrafa térmica Buena. Seu diferencial está no bico, que gira 360°, e ajuda na fluidez dos líquidos na hora de servir. Ele levanta e abaixa sem que o usuário precise colocar o dedo diretamente no local por onde sai o líquido, o que torna a garrafa muito mais higiênica.

Fusão

Após sete meses de negociações, as empresas gaúchas MI Informática, ABYZ TI, LatinTec e SK Tecnologia acertaram a fusão de suas operações, criando uma só estrutura. A nova empresa nasce como uma das maiores do ramo de tecnologia da informação da Região Sul, com sedes em Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Novo Hamburgo e São Paulo. A companhia, que terá sua denominação divulgada em breve, tem faturamento inicial de R$ 50 milhões anuais, com meta de dobrar o valor em 2012, e carteira com mais de 4 mil clientes. Seu presidente é o ex-diretor comercial da caxiense MI Informática, Gelso Furlin (segundo da esquerda para a direita). Fabio Junges, Glauco Nunes, Marcos Barcarolo, Rodrigo Castro e Vitor Kuhn compõem a diretoria executiva.

Mobiliário

A diretoria da Difratelli Móveis Planejados comemorou seus 20 anos de existência com a confirmação do início de uma nova fábrica em Flores da Cunha. Nos 6 mil m² de área construída, com objetivo de reposicionar-se no mercado, a empresa pretende consolidar como marca premium a grife Difratelli

Exportação

Em meio à crise cambial, que tem tirado a competitividade dos produtos nacionais, a Livraria do Maneco mostra capacidade de ganhar mercado no Exterior. Acaba de embarcar para a República do Cabo Verde mais um lote de 1,5 mil livros indicados para Via de Fato, Div./O Caxiense

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Fatto, lançada em 2008 para atender aos consumidores das classes A e B. A companhia tem 65 revendas localizadas em 18 estados, 15 delas inauguradas nos últimos 12 meses. A Difratelli, uma sociedade dos irmãos Laurindo e Ulisses Costa, falecido em 2009, cresceu média anual de 30% nos últimos quatro anos.

Tecnologia

Visando manter a curva crescente de seus negócios, a Constare amplia a oferta de produtos ao mercado. Dentre as novidades para este ano estão os serviços na nuvem (cloud computing) e o licenciamento de softwares e treinamento. O diretor Leomar Lima sustenta que a maioria das corporações faz pouco

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mestrados e doutorados. Encomendados pelo governo daquele país, que tem o português como língua oficial, os livros foram selecionados pela Universidade Federal de Cabo Verde. No ano passado a Livraria do Maneco já havia enviado 1 mil unidades para lá.

uso dos recursos oferecidos pelos softwares. Cita o caso do Outlook, direcionado basicamente para troca de e-mails, quando poderia ser usado para a organização diária das empresas. Com cinco anos de atuação, a Constare elevou sua carteira de clientes em 50% e o faturamento em 36% nos últimos dois anos.

O Iguatemi anuncia a chegada de mais duas lojas. A Milon, grife infantil do grupo Kyly, abriu as portas de sua primeira loja no Estado na sexta (20). Seu segmento de atuação é formado por clientes dos três meses aos 12 anos de idade. Ainda neste ano, a empresa pretende agregar mais 10 lojas. Para agosto está programada a abertura da primeira loja Forum na Serra. A iniciativa é da empresária Renata Stedile.

Curtas

De quinta a sábado (26 a 29) ocorrerá o evento denominado Vitrine Requinte Noivas & Festas. Em sua terceira edição, no InterCity Premium Caxias do Sul, reunirá 36 expositores numa área de 400 m². Também haverá desfiles e mostras fotográficas de casamentos da Serra Gaúcha. Será no domingo (22), no Salão dos Capuchinhos, o almoço do Programa Miniempresa de 2011. O objetivo é promover a integração dentre os participantes e arrecadar recursos para o financiamento da feira de comercialização dos produtos do programa, marcada para o período de 28 de junho a 3 de julho no Shopping Iguatemi. Os resultados da pesquisa Marcas de quem Decide da Serra Gaúcha serão apresentados na segunda-feira na reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul. A exposição caberá ao diretor da Qualidata Informação Estratégica, Paulo Di Vicenzi. O encontro será alusivo ao Dia da Indústria, comemorado em 25 de maio. A Marcus Hendler elevou em 30% as vendas on line de almofadas com a promoção especial do Dia das Mães. A cada três unidades adquiridas, o cliente ganhava uma quarta. A quiropraxista Verônica Daros inaugurou consultório no Moinho da Estação. Lá fará avaliações, diagnósticos e tratamentos de distúrbios da coluna vertebral e das articulações, sem uso de medicamentos, nem de procedimentos cirúrgicos. O Sindicato dos Metalúrgicos programou para segunda (23) a apresentação das reivindicações da categoria para a campanha salarial 2011. O encontro ocorrerá no Personal Royal Hotel, a partir das 8h. Os trabalhadores reivindicam aumento de 14% e mais 69 cláusulas sociais.

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André T. Susin/O Caxiense

O Caxiense Entrevista

A cultura deve ser planejada levando em conta a estética, a ética e a economia, conforme Luiz Antonio de Assis Brasil

“A cultura não vive

sem um certo escândalo”

Para o secretário estadual da Cultura, os processos culturais precisam romper estruturas, principalmente no RS, que, segundo ele, herdou o pior orçamento do país para a área

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ficuldades, para chegar num nível aproximado do que se tem praticado internacionalmente, que é uiz Antonio de Assis Brasil de- em torno de 1%, sendo que muifende investimentos perenes em tos Estados já têm isso. cultura e acredita que o grande desafio da gestão é transformar Quais as implicações da mudanrevolucionários em funcionários, ça na Lei de Incentivo à Cultucitando o sociólogo português ra (LIC), que agora faz parte do Boaventura de Souza Santos, para Pró-cultura, junto com o Fundo manter o ímpeto e a vontade de de Apoio à Cultura (FAC)? transformação dos que agora faIsso já vem do governo anterior. zem parte do governo. O secre- Me parece uma estrutura bem intário estadual da Cultura esteve teressante porque ela nos permiem Caxias para a aula magna do te dar apoios diretos através do programa de pós-graduação em FAC. O Fundo acaba sendo mais Bens Culturais da Faculdade dos democrático porque consegue Imigrantes (FAI). atingir projetos de menor ambição do ponto de vista de aplicação A secretaria conta com apenas financeira e acaba resultando em 0,07% do orçamento do Estado, uma distribuição mais equânime uma decisão do governo passa- dos recursos. Logo vamos publido. Qual percentual pretende car o resultado do FAC, que conalcançar até o fim desta gestão? templou 30 projetos de até R$ 30 Nós temos um projeto de recu- mil. Havia uma disponibilidade peração orçamentária, que pre- de R$ 880 mil, mas a ideia é tentar cisa ser discutido com o gover- aumentar o valor para o segundo nador, planejando o orçamento semestre e fazer dois editais por para o ano que vem. A nossa ideia ano. é uma recuperação paulatina, sabendo que o Estado está com di- Será preciso fazer realocações por Camila Cardoso Boff camila.boff@ocaxiense.com.br

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de verbas? O FAC é alimentado por várias fontes, inclusive do financiamento da LIC, então quem ganha a LIC também destina uma verba para o FAC. É um processo interessante, vamos ver o que vai dar.

presas estatais, que estão colaborando conosco, para que possamos realmente fazer uma política cultural. Nós temos que desfazer a ideia de que o Pró-Cultura e as leis de incentivo resolvem tudo. Não, isso é uma parte. Temos que pensar o Estado como um interQuais as medidas implantadas veniente no processo cultural e na para garantir a transparência circulação dos bens culturais. dos processos financeiros da Secretaria, como capComo fomentar o tação de recursos consumo da cultujunto à iniciativa “O evento ra financiada por desaparece. privada? leis de incentivo? Po s s i b i l i t a m o s Se tem uma O consumo vai o acesso livre dos demanda muito pela via da circuconcorrentes aos relação. O papel do sultados e ao anda- grande para Estado é fazer a mento do processo. eventos. Será circulação dos bens que é o melhor? Há reuniões com de modo que seja um grupo bastante Temos que acessível ao maior democrático ao qual pensar nisso. número de pessoas. pertence o ConseNa medida em que lho Estadual de Cultrabalhamos com tura, por exemplo. O Pró-Cultura recursos públicos nós temos um é, sem dúvida, a vitrine, mas para compromisso ético com a cidadafazer uma política cultural efe- nia e fazer com o que acesso seja tiva, não podemos depender só o mais límpido possível. Isso não das leis de incentivo. Precisamos significa exatamente gratuidade de orçamento e de apoio de em- absoluta, mas disponibilizar es21 a 27 de maio de 2011

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ses bens da cultura e a sua circulação através da diminuição dos custos. Também tem que se estudar o que está acontecendo. Se se trata de algum projeto equivocado que não havia uma demanda, ou se foi algum problema de divulgação. Para tudo é preciso haver uma consulta das demandas, mas essas consultas devem ficar desvinculadas do evento para ser realmente uma política. Porque o evento acontece, se desfaz e, em geral, não fica nada. Temos que pensar em projetos duradouros, que permaneçam. Por exemplo, a otimização de uma biblioteca pública. Nós estamos trabalhando com o Ministério para a implantação dos Pontos de Cultura, que nós temos 67 no Rio Grande do Sul (mais 10 devem ser instalados em Caxias neste ano). O projeto de governo de quatro anos está sugerindo a implantação de 500 Pontos de Cultura. Eles são efetivamente relevantes para a permanência de um projeto, como um ponto de cinema, um ponto de leitura e as brinquedotecas. São projetos de longa duração. Esses sim terão um olhar bastante próximo da administração pública. Porque uma política de eventos não sub-existe, não cumpre a sua finalidade, porque o evento desaparece. O interessante é que se tem uma demanda muito grande para eventos. Será que é o melhor? Temos que pensar nisso.

para que isso aconteça. Não pode ser uma tarefa só de uma secretaria, uma pessoa, precisa ser uma conjunção de esforços, porque numa sociedade em que exista o consenso da preservação de um determinado bem cultural, esse bem não vai desaparecer. Quais as áreas da cultura que precisam de mais incentivo? Todas. O orçamento é absolutamente insuficiente – é o pior orçamento para a cultura de todo o país. Mas iremos paulatinamente estabelecendo algumas prioridades. Estamos muito bem com o Ministério da Cultura. Nós assinamos o convênio de ingresso do RS no Plano Nacional da Cultura, que nós não tínhamos, porque os governos anteriores não quiseram assinar. Quais as mudanças projetadas para a Casa de Cultura Mário Quintana? A Casa de Cultura Mário Quintana pretende ser uma grande vitrine da cultura contemporânea e internacional, e nós estamos determinados a fazer isso. Com apenas quatro meses, estamos começando a conseguir. Nós temos lá um diretor muito operoso, dinâmico, que é o Marcos Barreto, que está, de fato, dando visibilidade. Estamos enfrentando alguns problemas, que já começamos a resolver, de estrutura física do prédio. Estamos estabilizando os programas que haviam, dando à Casa de Cultura uma programação muito efetiva e muito contemporânea, que está atraindo um grande número de pessoas. Nós tínhamos uma instituição problemática e agora não. É uma instituição muito dinâmica, que congrega um monte de gente, inclusive no horário noturno.

O FAC prevê contemplar projetos que coloquem em funcionamento prédios historicamente importantes, como a antiga fábrica Eberle? Sim, só resta saber se atinge os valores, porque geralmente essas restaurações de prédios são muito onerosas, seria um projeto mais ligado à LIC. Mas me parece que o primeiro passo é a comunidade estar consciente da necessidade Que tipos de polêmica são benéde preservação. Se houver essa ficas para a cultura? consciência, a própria comuniA cultura não vive sem um cerdade vai acionar suas lideranças to escândalo. O processo cultural

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é, em si, um processo de romper sendo capaz de reclamá-los. A estruturas consolidadas. Quem terceira dimensão é a econômica. conhece a história da cultura Precisamos encarar que a cultura sabe que isso sempre foi assim. é geradora de emprego e de renda. Nós precisamos um pouco disso, dessa ousadia de romper com a Existem projetos para Caxias? coisa estabelecida, fazendo novas A minha ideia é que a região propostas estéticas que as pes- habilite-se mais, através de prosoas, por vezes, estão um pouco postas ao Pró-Cultura. No modesacostumadas, pelo menos no mento que tivermos recuperado a nosso meio – gaúchos, um povo capacidade orçamentária, a partir conservador. Nós temos que ter do ano que vem, vamos estabeleuma cabeça transcer prioridades, não formadora e não ter só para a Serra, mas “Numa sociedade para todo Estado. medo disso. em que exista Regiões em que a Ter um ex-membro o consenso da cultura é mais prode orquestra à fren- preservação de blemática, como a te da Secretaria é metade Sul do Esanimador para os um determinado tado, vão precisar entusiastas do Tea- bem cultural, de intervenção mais esse bem tro da Ospa? forte. Convocamos Claro que sim. não vai os produtores culNós estamos num desaparecer” turais da região para processo de viabique se habilitem no lização da Casa de Pró-Cultura, porConcertos da Ospa. É um proje- que certamente serão contemto de R$ 32 milhões, mas nós já plados os projetos merecedores. temos uma verba de emenda par- Também conclamamos que parlamentar, que está contingencia- ticipem dos Colegiados Setoriais da, de R$ 20 milhões, com a qual porque são eles que vão determiqueremos dar início. A iniciativa nar as políticas para as diferentes privada está dependendo muito regiões do Estado. de ter os alicerces. Eu quero ver se neste ano começamos a obra. O senhor recusou o convite para concorrer à vaga deixada por Ela deve servir somente a con- Moacyr Scliar na Academia Bracertos orquestrados? sileira de Letras. O que pesou na Exatamente, será uma casa para decisão? concertos. O período subsequente à morte foi o período de inscrição para Quais os principais apontamen- novas candidaturas. Eu estava tos que devem constar no Plano realmente muito abalado, como Estadual da Cultura? ainda estou. Custo a me convenO plano deve desenvolver as cer dessa realidade. Simplesmente três dimensões da cultura. A pri- não fiz o que outros com cabeça meira é o plano estético, os bens fria fariam. simbólicos, as Belas Artes, como são chamadas e confundidas O senhor continua escrevendo? como a única forma de cultura. Sim. Não mais tanto quanto eu Tem também o plano ético, que costumava, mas eu sabia que seria é a cidadania através do consumo assim. de bens culturais. Toda pessoa detentora de cultura é melhor cida- Qual o próximo livro? dã, porque se torna mais crítica, Mais um romance, que envolve reflexiva e ciente de seus direitos, um naturalista francês.

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O JOGO DA MÃO DE OBRA

André T. Susin/O Caxiense

Trabalho redobrado

Com alta rotatividade, empresas investem em qualificação interna e mantêm processos de seleção permanentes para enfrentar o apagão da mão de obra

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por ROBERTO HUNOFF roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

esmo que pareça apologia aos oito anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o bordão “nunca antes na história deste país” reproduz claramente o estágio das relações capital e trabalho na Serra. Em momento algum de seus mais de 130 anos de história a região conviveu com a realidade atual, em que trabalhadores escolhem as empresas onde querem atuar. Especialistas de agências de recrutamento de Caxias do Sul – principal produtora de ônibus e implementos rodoviários do Brasil – confidenciam que não estão mais entrevistando para identificar as aptidões dos interessados nas mais de 2 mil vagas disponíveis mensalmente no setor automotivo da cidade. São os trabalhadores que questionam os benefícios oferecidos pelas empresas para decidir em qual querem exercer atividades. A falta de material humano se estende desde as funções mais simples, como a de auxiliar geral, até cargos de gestão, mas com ênfase nas atividades que exigem alguma qualificação. Dentre essas, a disputa é muito grande por soldadores, pintores e montadores.

A carência atingiu tal nível que a Guerra, fabricante de implementos rodoviários, investiu na estruturação interna de uma escola de soldadores, que prepara e qualifica mão de obra desde setembro do ano passado. Nesse período, mais de 200 funcionários, dentre recentemente admitidos e antigos, receberam treinamento específico de 30 horas de um instrutor contratado pela empresa em horário integral, exclusivamente para essa função. “Montamos sala de aula para apresentação teórica e laboratório para a prática. Está sendo muito mais barato e eficaz do que terceirizar a qualificação”, revela a gerente de recursos humanos da Guerra, Ana Paula Gateli, mesmo que a empresa perca para outras organizações em torno de 15% dos trabalhadores que fazem o treinamento. “Sem a escola, os prejuízos seriam maiores.” A disputa por profissionais qualificados tem repercutido diretamente no aumento da rotatividade das empresas, que hoje alcança o dobro dos índices históricos. Assim, além de ampliar o quadro para atender as demandas da produção, o setor de recursos humanos precisa repor o pessoal que se demite. O diretor executivo de adminis-

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tração e finanças da holding das Empresas Randon, Luis Oselame, conta que no primeiro trimestre do ano ocorreram em torno de 1,3 mil admissões na companhia, das quais apenas 500 para elevar o quadro, que agora é de 11,8 mil trabalhadores. O restante foi para reposição. “Nunca se viveu período tão intenso por procura de mão de obra como a dos últimos anos”, afirma.

mas mais sérios do setor é a tendência de elevação dos salários das funções técnicas e básicas, inflacionando o mercado. Segundo ele, a situação não é salutar para nenhuma empresa, pois todas perdem competitividade. Seu cálculo é que no chão de fábrica os salários já estão 15% acima do normal. Quando o cargo é de gestão, a dificuldade reside na falta de pessoal qualificado, e quem está O executivo da Randon re- à altura da função aproveita o conhece que a principal causa para momento para pedir uma remua saída voluntária é neração elevada. “O a concorrência das salário médio de demais empresas, “O grande um supervisor em principalmente as problema está períodos normais de pequeno e médio varia de R$ 5 mil no chão de porte, que oferecem a R$ 6 mil. Hoje o salários melhores fábrica, onde pedido é de R$ 10 às pessoas mais jo- qualquer mil, ou seja, equivens, de visão mais melhoria de valente ao cargo de imediatista e que salário provoca gerente”, compara dão pouco valor aos Santos. Um estudo desejo de sair”, benefícios indiretos. do Sindicato das “O grande problema observa Oselame Indústrias Metalúrestá no chão de fágicas, Mecânicas e brica, onde qualquer de Material Elétrico melhoria de salário provoca o de- (Simecs) de Caxias do Sul aponta sejo de sair. Como não há como que o salário médio do setor é de atender a todos, muitos acabam R$ 1,9 mil, sem incluir os cargos saindo”, assinala. de direção. O gerente de recursos humanos Na visão de Oselame, para os da Agrale, Paulo Ricardo dos San- postos de gestão a situação é metos, confirma que um dos proble- nos crítica na Randon, porque há 21 a 27 de maio de 2011

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Julio Soares/O Caxiense

Paulo Donizete, recém contratado pela Guerra, é um dos muitos metalúrgicos que tiverem de ser recrutados em outros ramos da economia estímulos por meio da promoção interna, o que garante a formação de um banco de gestores. Mesmo assim, ele reconhece que existem desafios nessa área. Atualmente, 80% das promoções ocorrem por meio de seleção interna. Para as funções iniciais de produção, a Randon flexibilizou as exigências técnicas e passou a aceitar trabalhadores provenientes de outras atividades industriais. Mas esse pessoal passa por um mês de treinamento intensivo interno antes de ser incorporado à produção. “São cinco turmas permanentes, com 20 a 22 novos funcionários. Ao encerramento de uma, se inicia outra”, explica Franciele Vitali Rigo, analista de recursos humanos da Randon. Segundo ela, é baixo o número de trabalhadores que deixa a empresa logo após o treinamento, razão para que o programa seja mantido e ampliado. A segurança é preocupação central no processo de contratação de novos funcionários. Oselame afirma que esse item é crucial para as pessoas que vêm de fora para cumprir uma atividade repetitiva sem ter conhecimento sobre ela. “O pior prejuízo para uma organização é ver um funcionário mutilado por acidente.” Na Agrale, a flexibilização de exigências técnicas e de escolaridade, pensada num primeiro momento, foi abortada por se enten-

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der que poderia trazer prejuízos à produção. A saída tem sido intensificar o treinamento interno visando à promoção, principalmente de soldadores, chapeadores e montadores, e buscar no mercado pessoal para as funções básicas. Boa parte dos contratados vem de outras atividades industriais, como pequenos estabelecimentos comerciais, oficinas mecânicas, borracharias e agricultura. Para reter seus funcionários, a Agrale tem o Programa Valorizar, que define as competências para cada cargo. A ideia é manter esses critérios. “Se mexermos e fugirmos das características, poderemos ter pessoas não habituadas a essas necessidades e prejudicando o processo”, diz o gerente Santos. A Guerra abriu mão de algumas exigências, como segundo grau completo, para determinadas funções. A orientação é contratar e então estimular a conclusão da escolaridade. Para segurar seus funcionários, a empresa redesenhou o programa Gestão por Competência, redefinindo cargos e salários, com visão mais no mercado, e acenando o seu desenho de carreira futura. No segmento de gestores, a Guerra trabalha com investimento interno por meio do programa G+Oportuniza. Segundo a gerente Ana Paula, o grande problema identificado é que tecnicamente os candidatos são bem preparados, mas com baixa liderança e

experiência, além da forte con- 500 candidatos que recebe mencorrência do mercado. salmente, 25% são aproveitados. Com o programa, a companhia Outra constatação sobre identificou um novo perfil de cana situação atual do trabalho na didato: as mulheres, que em breve região é o crescimento da mão passarão a integrar as linhas de de obra feminina, com destaque produção, inclusive na solda. “Já para o seu comprometimento, temos cerca de 40 mulheres pronconsiderado superior ao dos ho- tas para trabalhar. Estamos agora mens. “São raros os casos de falta na fase de finalização do projeto injustificada. Por isso, estamos es- para fazer mudanças internas, tudando formas de como vestiários esaumentar a presenpecíficos, e prepaça de mulheres nas “Quando não rando os homens linhas de produção”, para este novo moé a falta de observa Franciele, mento”, relata Ana analista da Randon. qualidade (dos Paula. Dentre as empresas candidatos), é a A Marcopolo do grupo, a Fras-le, concorrência também aposta no fabricante de ma- que atrasa a crescimento da mão teriais de fricção de obra feminina, contratação,” com quase 2,8 mil inclusive em áreexplica Santos, funcionários, já tem as onde ela não é 20% da sua linha de da Agrale comum, como eléprodução formada trica, acabamento, por mulheres. solda e operadoras A presença feminina também se de empilhadeiras. Essa preocupaestende ao Programa Qualificar, ção se estende para as duas escoque desde 2005 prepara jovens las de formação que a Marcopolo de 16 a 18 anos para o mercado. mantém na cidade, com 160 aluInicialmente, não havia nenhuma nos aprendizes. A encarroçadora menina inscrita. Hoje, elas já ocu- acabou de abrir um curso no segpam 10% das 140 vagas oferecidas mento de costura para meninas. nos cursos de montador, mecânica, usinagem e manutenção, com O quadro da Randon hoje duração de dois anos. está equilibrado com a demanda, Para melhorar a captação de com poucas vagas em aberto. A pessoas a Guerra criou o pro- necessidade atual é de 250 a 300 grama Portas Abertas, permi- pessoas por mês para repor a rotindo que os interessados levem tatividade. os currículos até a empresa. Dos Na Agrale, a rotatividade pas-

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sou da média histórica de 2% para 4%. São 1,8 mil funcionários, dos quais 240 contratados em 2011, havendo ainda 90 vagas abertas. Para fechar uma colocação a empresa precisa fazer de sete a oito entrevistas. “Quando não é a falta de qualidade, é a concorrência que atrasa a contratação,” explica Paulo Ricardo dos Santos. Na Guerra, a rotatividade saiu do patamar de 1,8% para 3,5%. Atualmente a empresa precisa recrutar, todo mês, até 60 pessoas para atender demandas de produção ou repor saídas. Para preencher vagas técnicas são necessárias de oito a 10 entrevistas, num período que pode chegar a um mês até encontrar o candidato certo. Segundo Ana Paula, muitos empregados forçam o seu desligamento na certeza de que encontrarão colocação fácil. “Boa parte está endividada. Com a rescisão e o Fundo de Garantia, quita as dívidas e procura novo emprego”, revela. Depois de contratar 2,3 mil pessoas no ano passado, das quais 1 mil para repor saídas, a Marcopolo já incorporou, em 2011, mais 550: 200 para novas vagas e 350 para compensar demissões. A encarroçadora de ônibus leva de 30 a 60 dias para preencher uma vaga. Nas funções técnicas, como de segurança do trabalho,

chega a 90 dias. Mensalmente, há necessidade de 100 contratações para repor e aumentar o quadro. Segundo o diretor de recursos humanos, Osmar Piola, isso acentua a necessidade da qualificação interna. A Marcopolo está ampliando o Centro de Treinamento e tem como projeto requalificar todos os trabalhadores em 2011 e preparar mais mão de obra por causa dos volumes futuros de produção. O Centro de Treinamento da Agrale foi ampliado para receber duas turmas do curso de montador multifuncional automotivo. São 20 alunos de 16 a 18 anos em cada turma, que terão aulas por 18 meses. “Precisamos olhar mais para este pessoal,” afirma Santos. A Guerra também aposta nos jovens. Com o Projeto Formare, prepara adolescentes de 16 a 18 anos no curso de montagem de implementos rodoviários. Também está dando mais atenção aos cotistas que mantêm em cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Outra das razões para a grande rotatividade é a dificuldade de adaptação à cidade, pois boa parte dos empregados vem de regiões distantes, em alguns casos até 500 quilômetros de Caxias do Sul. Segundo Franciele, da

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Randon, essa parcela dos funcio- há mais oferta de trabalhadores”, nários sofre muito com a saudade conclui Piola. da família, que pode ser visitada somente nos fins de semana ou Paulo Donizete da Rosa com menor frequência. Dados da Júnior, 19 anos, é um dos muitos prefeitura indicam que, em mé- metalúrgicos que até pouco temdia, 200 pessoas chegam sema- po atuavam em outros ramos. No nalmente ao município em busca seu caso, em um supermercado, de emprego. onde desempenhava a função de Santos, gerente da Agrale, conta auxiliar de vendas. Filho de metaque uma das prinlúrgico, o jovem encipais tarefas tem trou em abril como sido identificar no- “Boa parte está auxiliar de produvas ações para re- endividada. ção da Guerra. crutar pessoal, além Com a rescisão e Segundo ele, estadas habituais, como va decidido a trocar anúncios em jornais o Fundo de de ramo, porque via e rádios e por meio Garantia, quita na indústria mais de agências. Uma as dívidas e chances de crescidas novas estraté- procura novo mento. Além disso, gias é a distribuição emprego”, ele destaca o fato de de cartazes em arnão precisar mais mazéns da periferia conta Ana Paula trabalhar nos fins de e em escolas técnisemana. cas, locais e de cidaEstudante do 3º des distantes até 90 quilômetros ano do ensino médio, Paulo Dode Caxias. nizete também acredita que a inPiola, da Marcopolo, assinala dústria valoriza mais o funcionáque a maioria das pessoas contra- rio. Sua meta é continuar fazendo tadas é para suprir vagas básicas, cursos técnicos e, futuramente, pois as técnicas são preenchidas faculdade. Ele é um dos candidapor um processo de seleção in- tos que levaram seu currículo à terna, depois de cursos de qualifi- empresa aproveitando o projeto cação e capacitação. Um número Portas Abertas. significativo desses trabalhadores contratados vem de outras cida* A versão original desta repordes, num raio de até 45 quilôme- tagem foi publicada na edição 261 tros daqui. “No município não da Revista AutoData.

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Aline Aparecida Dallegrave (Festa do Vinho Novo)

O SONHO DE

SER RAINHA

Daiane Rizzi (Churrascaria Espeto de Ouro)

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Andrei Cardoso, Divulgação/O Caxiense

tia e comprometimento. Mas uma candidata não precisa apenas do seu próprio sonho e empenho para ser coroada. Se dependesse disso, teríamos o maior número de aspirantes a soberana da história em 2011, pois mais de 30 garotas retiraram regulamento e fichas de inscrição na Réplica 4 dos Pavilhões. Ao contrário: a falta de entidades que apoiem essas candidaturas deve fazer com que tenhamos a menor leva de concorrentes de todos os tempos. As inscrições pode ser feitas até o meio-dia deste sábado (21) – nas

fotografias acima, O Caxiense mostra as candidatas que se apresentaram até a tarde de sexta. De acordo com Mari Ribeiro, integrante da Comissão Social da Festa da Uva e responsável pelas inscrições do concurso desde 2008, a procura este ano surpreendeu especialmente no início do prazo, em 4 de abril. Porém, das mais de 30 meninas que retiraram os documentos, a maioria não tinha, como exige o regulamento, o apoio de “entidades responsáveis e legalmente constituídas, como:

Antônio Carlos Lorenzett, Divulgação/O Caxiense

esde 1933, com Adélia Eberle Lupo, a escolha da rainha é um dos principais momentos da Festa da Uva. Desfilar usando o traje típico, ser coroada – como rainha ou princesa – ou mesmo só o fato de tornar-se embaixatriz, percorrer a Sinimbu num belo carro no corso alegórico, são imagens que povoam a fantasia de muitas meninas caxienses. Mais do que um sonho, significa também muito trabalho. Apenas nos quatro pri-

meiros meses de reinado, época mais intensa de divulgação, as Soberanas da Festa Nacional da Uva 2010, a rainha Tatiane Frizzo e as princesas Aline Galvan Perera e Kátia Pisetta Weber, por exemplo, já haviam cumprido mais de 160 compromissos oficiais – visitas a municípios, instituições, escolas, comércio, empresas e compromissos com a imprensa de Caxias do Sul e região. As soberanas são o rosto e a voz da festa e de toda a tradição que ela representa. Além da beleza, devem ter conhecimento, simpa-

Inscrições para o concurso que vai eleger um dos símbolos mais importantes da Festa da Uva esbarram no mito de que apoiar uma candidata custa muito caro

Thais Bachi, Divulgação/O Caxiense

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por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

Amanda Gazola Nichele (entidades do comércio)

Studio 7, Divulgação/O Caxiense

Adriane Muneretto (São Luiz da 6ª Légua)

Renato Hubert, Divulgação/O Caxiense

Studio 7, Divulgação/O Caxiense

Escolha das soberanas

Jéssica Thomé (Fazenda Souza)

Lídia de Oliveira Flores (Magazine Luiza)

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Paula Souza dos Santos (SER Caxias)

Muriel Rocha Pistorello (Rápido Transpaulo)

Tatiana Bortoluzzi, Divulgação/O Caxiense

e a atual princesa, Kátia Pisetta não são divulgados) que acrediWeber, as entidades foram pro- tamos ter a capacidade de avacuradas por 16 garotas – mais do liar os quesitos que a festa busca, que a quantidade de como cultura, coinscritas no concurmunicação, beleza, so até o fechamento “Não é o vestido passarela, compordesta edição. tamento... São pesEm 2006, o trio de mais bonito, soas que conhecem instituições foi pro- a menina mais e, de alguma forma, curado por 24 inte- bonita que já se envolveram ressadas, para um vence, e sim a com a festa”, explica concurso que teve candidata mais Lisandra, que reco27 participantes. nhece o mito de que “Nós não divulga- preparada”, uma candidata cusmos nada, os currí- diz Mari, da ta caro. “É preciso culos chegam auto- Comissão Social desmistificar isso. É maticamente”, conta uma questão muito a gerente executiva mais de trabalhar a do Sindilojas, Lisandra De Bona. candidata, que ela conheça a festa Consequentemente, já é tradicio- e quem está representando. Tem nal realizar uma pré-seleção entre um glamour, mas não é um invesas meninas, sem a participação timento que não se possa fazer. das diretorias e com a ajuda de Caxias tem uma vastidão de meespecialistas, para que a escolha ninas bonitas, mas também tem seja justa, imparcial e forte. “Con- uma vastidão de indústrias e emvidamos cinco pessoas (os nomes presas que poderiam investir.” José Zignani Fotografia, Divulgação/O Caxiense

Nas instituições que tradicionalmente inscrevem candidatas, é comum chegarem currículos de jovens que buscam apoio para concorrer a soberana da Festa da Uva até um ano antes do concurso. A SER Caxias, por exemplo, escolheu sua representante dentre seis interessadas. A união das entidades do comércio, formada pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros), é a campeã de currículos. Com um histórico de fortes candidatas e tendo eleito uma rainha em 2008, Andressa Grilo Lovatto,

Roberta Toscan (San Pelegrino Shopping Mall)

Francine Abreu Guerra (Caminho do Saber)

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Andrei Cardoso, Divulgação/O Caxiense

parem tanto quanto deveriam é que elas acham que o valor é muito alto. Mas não é o vestido mais bonito, a menina mais bonita que vence, e sim a candidata mais preparada”, esclarece.

Leandro Araújo, Divulgação/O Caxiense

Clubes Sociais, Esportivos, Culturais, Recreativos e de Serviço, Centros Culturais e Acadêmicos. Entidades Representativas, Entidades de Classe, Empresas, etc... (no máximo três)”. Nesses casos, muitas deixam os dados com Mari, para o caso de alguma entidade sem candidata procurar a Festa da Uva. “Até 2008 elas deixavam inclusive fotos, além do nome e telefone. Mas é muito difícil ter um retorno, as entidades não costumam buscar a gente. E nem é o papel da Comissão fazer isso, só que a procura é grande”, conta. Este ano, três empresas entraram em contato com Mari, que tinha uma lista de nove candidatas à procura de quem as apoiasse – ou seja, pelo menos seis já ficariam fora do páreo. A causa dessa diferença, explica ela, é um mito contra o qual a Festa da Uva luta desde a última escolha: “O problema das entidades não partici-

Julio Soares, Divulgação/O Caxiense

Julio Soares, Divulgação/O Caxiense

Shania Pandolfo (UAB e Visate)

Carla Brandalise (E.C. Juventude) 21 a 27 de maio de 2011

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Rodovia no papel

À esquerda, a Estrada Quinto Slomp, início do traçado do Contorno Sul, em frente ao Campus 8

Local da futura interseção com a BR-116

PARA VENCER O TRÂNSITO

E AS MONTANHAS Trajeto planejado para a construção do Contorno Sul tem desafios geográficos e econômicos

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

ada poderia perturbar os arredores da casa de Geni Tonietto Dal Ri na manhã de quarta-feira (18). Enquanto o sol enchia de (falsas) esperanças os que aguardavam por um dia mais quente, o marido dela cuidava da horta, separada do resto do terreno por uma cerca, e um filhote de vira-lata preto recebia alegremente quem adentrasse o terreno. Essa tranquilidade, no entanto, poderá ser alterada nos próximos anos. A residência de Geni fica no pé de uma montanha, quase no limite de Forqueta com o Desvio Rizzo. O acesso é uma rua de chão batido, ladeada por bergamoteiras, próxima à Estrada Municipal José Dani, tampouco pavimentada. A estrada poderá ser, em parte, substituída por uma rodovia com quatro faixas, somando 80 metros de largura – entre as pistas, o canteiro central e o espaço reservado para expansões e escoamento de

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chuva. Pelo menos esse é o plano do Contorno Sul – também chamado de Terceiro Anel Viário –, que deverá ligar o Campus 8 da UCS à comunidade de Santo Homobom, na Rota do Sol, perto de um dos acessos a Ana Rech. Na semana que passou, O Caxiense percorreu a área rural de Caxias para visitar pontos-chave do futuro anel viário. O plano funcional, que custou R$ 136 mil, tramita na Câmara de Vereadores como projeto de lei para garantir que proprietários não construam sobre o local das futuras pistas. A maior parte do plano para o Contorno Sul não prevê o aproveitamento de estradas existentes. Mas no início do traçado – que deverá ter um viaduto e alças rotatórias em frente ao Campus 8 – ele seguiria parte da Estrada Quinto Slomp e da José Dani. Geni desconhece o projeto que poderá trazer o barulho de carros e caminhões, mas já ouviu comentários sobre a obra. A 500

metros da casa dela, um sobri- do Vinho e passará perpendicunho, Ivo Lazzari, tem mais infor- larmente à Estrada do Imigrante, mações. Conta que a prefeitura bem no ponto do Pórtico da Imiteria recomendado a uma família gração. vizinha que não repartisse suas terras entre os herdeiros. Seria Um dos pontos mais impormelhor esperar a aprovação do tantes do Contorno Sul será, sem projeto na Câmara, para não pre- dúvida, a ligação com a BR-116. judicar os futuros donos somente O objetivo é permitir a quem vem com terrenos em que não pudes- de Garibaldi ou Bento Gonçalsem construir. A ves, por exemplo, propriedade de Ivo, não precise entrar à beira da Estra- “O projeto mesmo na área urbana para da Municipal José deve custar passar por Caxias. Dani, também poOs mapas do plano derá ser reservada. alguns milhões, e funcional e o vídeo Daquele ponto para serão necessários produzido pela Serfrente, o traçado do outros milhões viços Técnicos de Contorno Sul – que, para fazer o Engenharia (STE) na verdade, com- estudo de impacto para ilustrar o traplementará o Terçado indicam que ceiro Anel Viário já ambiental”, diz a ligação será feita existente, formado Sandro, da Seplan a cerca de 600 mesó pela Rota do Sol, tros da Cantina Ludeverá passar pela nelli, em direção a Linha Conceição e abrir caminho Galópolis, depois de uma curva sobre propriedades particulares. fechada. Para percorrer o trecho Terá cruzamento com as estra- entre o local do futuro acesso no das Adelino Sirtori e Municipal Campus 8 e a ligação com a BR-

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Fotos: André T. Susin, Arte: Luciana Lain/O Caxiense

Final do Contorno Sul, na Rota do Sol, com ligação para Ana Rech (à direita)

Um túnel de 705 metros seria construído em área próxima à antiga Pedreira Caxiense e à Estrada Abramo Perini

116, hoje, são necessários cerca de 20 minutos, fora dos horários de pico, para cumprir os 15 km de distância. O Contorno Sul terá 27,6 km no total, mas a maior parte será entre a BR-116 e a Rota do Sol, e não entre a 116 e o Campus 8. Neste trecho, o trajeto deverá ficar mais curto e rápido. O maior obstáculo para construir essa ligação é o mesmo do restante do trajeto: o relevo. A previsão é que a intersecção, que deverá ser semelhante à do começo do Contorno, na RSC-453, seja feita entre dois morros. Além de grandes porções de terra, algumas construções terão que ser removidas. Uma delas, possivelmente, é o Restaurante da Serra, mantido por Fridolino Zummach. Pelo plano funcional, que ainda poderá receber modificações, o negócio dele está na área que deve ser transformada em um dos retornos. O comerciante até fala em indenização e realocação, mas sem acreditar muito. “Acho que nem vamos ver o projeto ficar pronto”, diz Fridolino. O diretor da área viária da Secretaria de Planejamento, Sandro Royes Bittencourt, explica que a rodovia realmente deve levar algum tempo para sair do papel. O plano funcional demorou 18 meses para ser elaborado e teve cinco versões. Foi feito para atualizar o Plano Diretor da Cidade e dar início a uma longa jornada na busca de recursos. “O projeto mesmo

deve custar alguns milhões, e serão necessários outros milhões para fazer o estudo de impacto ambiental. Mas, sem um mínimo de informações, ninguém iria querer financiar”, esclarece Sandro. A partir do entroncamento com a BR-116, a estrada planejada entra no trecho mais acidentado. Entre os bairros Vila Leon e Cruzeiro, está prevista a construção de um túnel de 705 metros, com elevadas para entrada e saída. Na Estrada Abramo Perini, no Vila Leon, há casas próximas do asfalto onde começaria uma dessas elevadas. Ao fundo, existe um barranco, que deve impor dificuldades na execução do projeto e também na obtenção de licença ambiental, já que a área é coberta por mata nativa. Hoje, é difícil enxergar a clareira onde ficaria a boca do túnel, mesmo com a boa vontade dos moradores em deixar a reportagem entrar em suas casas e utilizar a varanda. O melhor ponto de referência para saber o local aproximado do túnel é a desativada Pedreira Caxiense. Depois das elevadas e do túnel, o Terceiro Anel Viário avançaria por um território ainda mais rural, que oferece uma bela vista das montanhas, e ali teria dois acessos a outro grande plano dos caxienses: o Aeroporto da Serra, em Vila Oliva. O percurso terminaria na comunidade de Santo Homobom. Na interseção com

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a Rota do Sol, teria uma ligação resse nessas áreas, especialmente com Ana Rech. A área hoje exibe naquelas que ficariam próximas à placas indicando que o local inte- ligação com o aeroporto de Vila gra as obras do Sistema Marrecas. Oliva – o local seria ideal para A interseção seria escoamento da prologo depois de uma dução da indústria “No futuro, curva, entre dois se os dois projetos morros – o terreno teremos uma saíssem do papel. foi elevado para que diminuição de Perto da dificula estrada não preci- custos por manter dade financeira, as sasse acompanhar de Caos espaços a serem montanhas a descida. Segundo xias parecem simBittencourt, a in- desapropriados ples de ser contortenção é utilizar o sem construções”, nadas. O secretário desnível para passar ressalta Paulo compara a obra à o Contorno Sul por Dahmer Rodovia do Parque baixo da Rota do Sol (BR-448), que dese construir as alças viará o tráfego da rotatórias mais à frente. BR-116 na entrada de Porto Alegre. Essa estrada, com 22,7 km, O Contorno Sul deverá tem conclusão prevista para o ser construído longe do períme- final de 2012, com investimento tro urbano para que não se repita de R$ 824 milhões. A esperano que acontece com a BR-116, a ça de Dahmer é que o secretário Rota do Sol e as perimetrais. Es- estadual de Infraestrutura, Beto sas rodovias expressas acabam Albuquerque – que é seu colesendo muito utilizadas para loco- ga de partido, no PSB –, ajude a moção urbana, conforme o secre- convencer o DNIT a custear a tário municipal de Planejamen- elaboração de um projeto para o to, Paulo Dahmer. “Assim que o Contorno Sul. Albuquerque já deplano for aprovado na Câmara, monstrou interesse na proposta. vamos encaminhá-lo ao DNIT Para o secretário de Planeja(Departamento Nacional de Infra- mento, a única maneira de fiestrutura e Transportes), colocar a nanciar a obra seria com apoio demanda para fazer um projeto e federal. “Ter esse plano foi um verificar se há possibilidade de fi- primeiro passo. Se, no futuro, nanciamento”, enumera. Dahmer conseguirmos dinheiro para a afirma que a Secretaria vai fazer obra, teremos uma diminuição de uma revisão do zoneamento nos custos muito grande por manter arredores do futuro contorno, já os espaços a serem desapropriaprevendo um aumento de inte- dos sem construções.” 21 a 27 de maio de 2011

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Sikorsky Aircraft Corporation, Divulgação/O Caxiense

Máquinas de guerra

Modelo desenvolvido para o governo norte-americano, com modificações especiais, foi usado na Operação Gerônimo

O NINHO DO

FALCÃO NEGRO

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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

aso um helicóptero não tivesse caído durante a Operação Gerônimo, o mundo provavelmente teria levado mais tempo para descobrir alguns detalhes sobre a missão que acabou tirando a vida de Osama Bin Laden. As informações divulgadas logo depois do anúncio do presidente norte-americano Barack Obama eram conflituosas, mas parte da cauda que caiu do outro lado do muro do esconderijo do líder da Al-Qaeda denunciou: pelo menos um helicóptero da Sikorsky, da linha dos Black Hawks, os falcões negros, foi usado pela Marinha no ataque. Alguns modelos desse tipo de helicóptero foram desenvolvidos ou completados na fábrica da Sikorsky na Flórida, Estados Unidos, visitada por O Caxiense pouco depois da morte da Bin Laden. O discreto complexo da United Technologies, em West Palm Beach, oculta números poderosos – a companhia vendeu US$ 54,3 bilhões em 2010 – e trabalho pesado. Circundado por uma área de preservação ambiental de 60 mil acres, o lugar abriga duas empresas do grupo, a Pratt & Whitney – fabricante de motores para ônibus espaciais, que sofreu com os cortes no orçamento da Nasa durante o governo Obama – e a Sikorsky. O nome desta última lembra o fundador russo Igor Sikorsky, e as instalações na Flórida fazem parte do Development Flight Center

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(DFC) – a matriz da fábrica de helicópteros fica em Stratford, Connecticut. Nos hangares, discrição também é algo exigido daqueles que visitam a United Technologies – os vizinhos não causariam alarde: a maioria são jacarés, que também circulam dentro do terreno da companhia. Logo na entrada, a segurança pede passaportes dos estrangeiros e recolhe câmeras e telefones celulares. A guarita seguinte, da Sikorsky, que fica com os passaportes, é decorada com fotos dos animais que apareceram à vista da janela. “Temos 34 aeronaves de teste no local, é mais do que muitas forças armadas”, orgulha-se John Fischetti, o gerente-geral do DFC. Engenheiro de formação, ele conta que o desenvolvimento e os testes, especialmente os de alto risco, são realizados ali, mas a construção dos helicópteros ocorre em outras fábricas. No caminho entre os quatro hangares aos quais O Caxiense teve acesso, alguns vestígios das provas que são feitas com as máquinas de guerra: blocos de concreto gigantescos, usados para averiguar o peso a ser carregado. Espaço para testes é o que não falta. Além da pista privada de 2.133 metros, há um lago para provas de pouso na água e uma ampla área verde. Fischetti explica que uma nova aeronave passa cerca de quatro anos em desenvolvimento e testes antes de voar pela primeira vez. É nesse estágio que se encontra o X2, helicóptero que

Uma visita à empresa que faz o Black Hawk, o helicóptero que ajudou a matar Bin Laden

a empresa desenvolve sem apoio modificadas uma ao lado do oudo governo norte-americano. tra, e ‘colocamos uma cortina’”, Para a Sikorsky, o modelo repre- brinca Fischetti. senta a próxima geração de aeroErica Gonzales, que trabalha naves de guerra. Deverá atingir o nas vendas externas para as Amédobro da velocidade dos helicóp- ricas, explica a relação da empresa teros atuais, alcançando impres- com o governo norte-americano. sionantes 643,72 km/h. “Acabo Quando a Sikorsky desenvolve de receber uma mensagem: ‘o X2 helicópteros ou melhorias em está aqui, nós o desmontamos e conjunto com Washington, o gonão está em condiverno tem o direições para que visito de escolher para tantes estrangeiros “Temos 34 quem as aeronaves vejam’. Uma pena”, aeronaves de serão vendidas. Na informa o engenhei- teste no local, realidade, na maioro logo no início do é mais do que ria das vezes, faz tour. Sobre a aposta a intermediação muitas forças de gastar milhões de do negócio, como dólares para desen- armadas”, aconteceu com os volver um produto orgulha-se quatro S-70B Seainda sem compra- o gerente ahawks, também dor, Fischetti expli- John Fischetti anti-submarinos, ca: “Vamos conscomprados para truí-lo e dar para os voar em baixa alclientes brincarem. É como se diz, titude sobre o mar pelo governo uma invenção só tem valor se ou- brasileiro. No total, 10 desses hetros enxergarem valor nela.” licópteros poderão fiscalizar as Os hangares têm helicópteros bacias do pré-sal, cada um adquidos governos da Arábia Saudita, rido por US$ 26 milhões, informa Israel, Canadá e, obviamente, Es- Malcolm MacGregor. Um dos tados Unidos. O dos canadenses vendedores que viajam ao Brasil é uma aeronave de busca e res- para negociar com as forças argate da Marinha, equipado com madas nacionais, Malcolm explimísseis anti-submarino. Algumas ca que uma venda como essa leva aeronaves estão ali para receber anos para ser fechada. Até onde modificações. Afinal, governos se sabe, os Sikorsky brasileiros que pagam milhões de dólares não serão usados para caçar terpor um helicóptero devem querer roristas. Trata-se apenas de uma “opcionais”. E um dos desafios, necessária renovação da frota. exigência dos clientes da Sikorsky, é “esconder” as modificações que * O repórter visitou a Sikorsky a as nações fazem uma das outras. convite da empresa, ao lado de ou“Às vezes temos aeronaves de dois tros vencedores do Prêmio Santos governos não tão amigos sendo Dumont de Jornalismo 2010.

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André T. Susin/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

por Paula Sperb e Marcelo Aramis

Cultura | Cinema Com proposta mais comercial ou alternativa, Caxias tem opções de cinemas, inclusive itinerante, e aguarda a inauguração de um novo complexo

GNC | São seis salas, uma delas com 3D, bombonière repleta de guloseimas, cartão fidelidade (para acumular pontos e trocar por prêmios ou descontos) e campeões de bilheteria em cartaz. Terça-feira é dia de pagar meia entrada. Ordovás | Para poucos e bons, já que há apenas uma sala, a Ulysses Geremia. A programação alternativa passa por rigorosa seleção de filmes. O ingresso custa só R$ 2, inversamente proporcional a qualidade.

Davi

UCS | Se você perdeu algum filme em

de Souza

Médico do coração, dos olhos, da pele... e do sorriso. Davi de Souza é o fundador do grupo Médicos do Sorriso, que atende pacientes no Hospital da Unimed desde 2003. A novidade para o grupo, ou melhor, “um sonho realizado”, como diz Davi, é poder atender pacientes da rede pública a partir do próximo mês. Com patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) os doutores-palhaços atenderão também no Hospital Geral. Os remédios são o humor, o contato, a descontração, tudo com muito improviso. O resultado, a maior cura que os Médicos do Sorriso alcançam, é fazer com que os pacientes internados esqueçam por alguns momentos do seus sofrimentos. Em 2009, o documentário Dr. Palhaço: as incríveis aventuras dos Médicos do Sorriso e suas maravilhas curativas na Mérica, de André Constantin e Nivaldo Pereira, mostrou o trabalho do grupo de atores.

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Luciani Kieling Kist

Oficialmente, instrutora de aprendizagem é o cargo ocupado por Luciani Kist. Mas, na prática, ela representa muito mais para os 22 jovens que participam do Projeto Pescar, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul. A convivência diária com os adolescentes em vulnerabilidade social está transformando aos poucos cada um deles, que desenvolvem suas aptidões nas aulas oferecidas pelo projeto. Ao concluírem o curso, no final deste ano, eles terão mais do que vagas de emprego garantidas no comércio caxiense. Terão adquirido experiência de vida em cada atividade proposta e conduzida por Luciani.

cartaz, olhe a programação do UCS Cinema, ele pode estar na agenda. Preço acessível, estacionamento gratuito, sem filas e deliciosa pipoca – salgada ou doce.

Sesc | O foco são mostras temáticas,

normalmente com entrada gratuita. O Cinema do Sesc já realizou um circuito de filmes franceses neste ano, com sessões comentadas. Não é incomum se deparar com animações russas, dramas israelenses...

Cinema vai aos bairros | Não

é uma sala de cinema, mas um projeto itinerante da prefeitura que existe desde 2006 e leva filmes para a comunidade de bairros, vilas e distritos de Caxias. Para 2011, a meta é ampliar o público.

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Descabelado

| Daniel Herrera| O tema “No cotidiano, as revelações da natureza…” instigou fotógrafos da cidade a participarem do prêmio V Clic Ambiental. O registro “descabelado” de Daniel Herrera ficou em segundo lugar na categoria Paisagem Natural. A árvore tem um reflexo perfeito. Um paradoxo com linhas tão descompassadas formadas pelos galhos.

KARINA

K

por Marcelo Moura

arina abriu os olhos, o mundo parou para admirar seu olhar esverdeado, e ela aproveitou a parada para escolher um novo destino. A cada manhã uma viagem, as tardes transformam desconhecidos em amigos, a noite termina trazendo a saudade e as lembranças, assim os dias dançam para a cigana Karina. Ela não está aqui, não está nem aí, ela está lá, sempre lá, onde nunca havia estado, com os objetivos em mente e o coração tranquilo. Muito não é o bastante, pouco é o que importa, talvez ela responda assim a quem lhe perguntar sobre suas andanças, o mais certo é que ela responderá isso sem estar por perto. Verão, óculos,

cerveja e cabelos presos por aí... Inverno, neve, echarpe e cerveja por aqui, Karina já esteve nesses lugares, não importa quais sejam, acredite. Pode ser que ela retorne para dizer “tchau” novamente, distribuir uns sorrisos e ofender os acomodados. Karina pensa no que fala, mas também fala o que pensa, seja aqui ou na Suíça, nenhuma divisa divide aquela personalidade. Ela parte sabendo um pouco, e volta conhecendo mais um pouco, ainda assim não é o suficiente, nunca será, é claro. Karina voltou exausta, suas pálpebras desabaram, escondendo seus belos olhos, e agora ela dorme profundamente. A qualquer momento ela acordará, o mundo vai parar, e nós teremos que nos despedir, mais uma vez.

Participe | Envie para artes@ocaxiense. com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível

5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 30 (Trinta) dias. Natureza: Anulação de Título Processo: 010/1.08.0017029-9 (CNJ:.0170291-66.2008.8.21.0010). Autor: Mecânica Vivicar Ltda. Réu: Adriano Sartori Objeto: CITAÇÃO de Adriano Sartori, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 16 de fevereiro de 2011. SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas - Escrivã. JUIZ: Silvio Viezzer.

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Guia de Cultura

Disney, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Piratas do Caribe 4 é filme da Disney, sim, mas que agrada adultos, que devem lotar as salas de cinema para rir com o pirata Jack Sparrow de Paris e pelo interior francês. Após a exibição, haverá um bate papo sobre a construção e a presença do cinema experimental no Brasil e no Rio Grande do Sul. CINEMA As entradas custam R$ 5 e 2,50 Recomenda (meia). l Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misterio- l O Noivo da Minha Melhor sas | Aventura. 15h15, 18h15 e Amiga | Comédia romântica. 21h15 (leg.), 13h e 16h (dub. 3D), 19h40 e 22h10 (leg.) | Iguatemi 19h e 22h (leg. 3D) | Iguatemi O longa água com bastante açúOrlando Bloom e Keira Kni- car estrelado por Kate Hudson ghtley estão fora da sequência, (ela é filha da Goldie Hawn!) esmas quem precisa deles com Jo- treou em quinto lugar nas bilhehnny Depp (Jack Sparrow), Pené- terias brasileiras, arrecadando lope Cruz (filha de Barba Negra), R$ 1,2 milhões. Baseado no livro Ian McShane (Barba Negra) e homônimo de Emily Giffin, conta Keith Richards (Capitão Teague) a história do triângulo amoroso em busca da Fonte da Juventude? entre duas amigas de infância e o Dirigido por Rob Marshall. 12 noivo de uma delas. Com Colin anos. 141 min.. Egglesfield e Ginnifer Goodwin. Dirigido por Luke Greenfield. 12 l Residência de Arte | Terça anos. 112 min.. (24), 21h30 | Vagão Classic O curta é resultado de um estudo de imagens que o diretor Vinicius Guerra realizou na França, em 2010, após ser contemplado em um edital da Unesco. A expe- l Padre | Ficção. 14h30, 17h e riência é um recorte de paisagens 21h40 (leg.) | Iguatemi urbanas e rurais feitas pelas ruas Dizer que é um thriller western

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pós-apocalíptico e se passa em um mundo alternativo, devastado por séculos de guerra entre homens e vampiros, deixa o longa bem mais legal do que explicar que um padre desobedece a lei da Igreja para rastrear vampiros que raptaram sua sobrinha. Com Karl Urban, Cam Gigandet, Maggie Q. Dirigido por Scott Charles Stewart. 14 anos. 88 min..

Branagh. Com Natalie Portman, Chris Hemsworth e Anthony Hopkins. 10 anos. 114 min..

l Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio | Ação. 13h50, 16h30, 19h10, 21h50 (leg.), 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30 (dub.) | Iguatemi Rio de Janeiro, carros, fortões e gostosas é a receita do longa para continuar na liderança das bilheterias brasileiras. Vai entender. Com The Rock, Paul Walker, Jordana Brewster, Vin Diesel. Dirigido por Justin Lin. 14 anos. 134min..

l Abutres | Drama. De quinta a domingo (22), 20h (leg.) | Ordovás No domingo, sessão comentada com os convidados Homero Ribeiro, artista plástico, produtor cultural e presidente da ONG Moinho de Ideias, e Marcelo Müller, cinéfilo que escreve para o blog The Tramps. O elogiado longa argentino trata da questão da máfia das indenizações de seguros por acidentes automotivos. Dirigido por Pablo Trapero. Com Ricardo Darín e Martina Gusman.

l Thor | Aventura. 19h20 (leg.) | Iguatemi Ação, piadas inteligentes e muito clima de amor entre Thor e Jane Foster no longa que conta a história do herói mitológico da Marvel. Dirigido por Kenneth

AINDA EM CARTAZ: O Ritual. Suspense. 20h (leg.). Sem sessão na terça (24). UCS | Pânico 4. Terror. 18h (leg.). UCS | Rio. Animação. 13h40, 15h40 e 17h40 (dub.). Iguatemi, 16h (dub.). UCS

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Andressa Ferreira, Divulgação/O Caxiense

Headbangers, uni-vos: sábado é dia de metal com Hecatombe. Para os mais sossegados, Graforréia Xilarmônica INGRESSOS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA Recomenda l Graforréia Xilarmônica | Sábado(21), 23h | Formada em 1987, inspirada na Jovem Guarda e nos grupos estrangeiros dos anos 60, a banda criou um som bem humorado, divertido e despreocupado, com alguns toques de música nativista. Carinhosamente conhecida como a Filarmônica do Bom Fim, a Graforreia é hoje uma das bandas alicerces do rock gaúcho. Vagão Classic R$ 20 | Júlio de Castilhos, 1343 | 3223-0616 Recomenda l Metal is the law | Sábado (21), 23h | O rock pesadíssimo da Hecatombe é a trilha sonora da festa.

Com mais de 10 anos de estrada, a banda vai mostrar um repertório “completamente insano”, adiantam, de Pantera a Slipknot, Metallica a Rammsein, Motorhead a Avenged Sevenfold, e músicas próprias. Vagão Bar R$15 e R$12 (com nome na lista até a meia-noite) | Coronel Flores, 189 | 3223-0007 l Vicini per Sempre | Domingo(22), 20h | No mês de maio Caxias do Sul comemora mais de um século da imigração italiana e, para marcar a data, a Orquestra Municipal de Sopros reapresenta o espetáculo Vicini per Sempre. Com regência do maestro Gilberto Salvagni, participação especial do Coral Municipal e dos solistas Patrícia Vianna e Juliano Brito. O repertório aborda os principais segmentos da música italiana: a música erudita representada pela ópera, a trilha sonora, a canção popular das décadas de 1960 e 1970 e o folclore. Os ingressos devem ser retirados antecipadamente na Foto Itália, Racon Consórcios ou duas horas antes do espetáculo na portaria do clube. Clube Juvenil Entrada franca | Júlio de Castilhos, 1677 | 3901-1316 TAMBÉM TOCANDO – Sábado(21): Uranius Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Seleção do Samba convida Pelezinho do Samba (ex-vocalista do Art Popular). Samba. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Gustavo Reis e Trio, depois, Adriano Trindade. Pop rock e samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Barracuda Project e Mindgarden. Rock. 22h. Aristos.

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3221-2679 | Dinamite Joe + DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Djs Convidadas. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Elas primeiro. Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | LookaLike. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Federico Barco. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Ópera Liz + Fullgas. Rock. 23h30 Bukus Anexo. 3285-3987 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Domingo(22): Pagode Júnior + DJ Eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(24): The Cotton Pickers. Blues. 22h. Mississippi. 30286149 | Cardo Peixoto Acústico. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Zé Bitter Rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta(25): Serra Country Festival. Henrique & Diego. Michel Teló. Fernando & Sorocaba. Parque da Festa da Uva. 21h. 3028-2200 | H5N1+ DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Velho Hippie. Rock. 23h. Leeds. 32386068 | Blackbirds. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Disco. Pop rock. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Moby Dick. Led Zeppelin Cover. Rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Pop Clube Acústico, depois, Fabrício Beck. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 32216769 | Classic Gamer. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Véspera de feriado. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta(26): Mersey Trio. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Tríplice. Pop

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rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Hector D’Marco + DJ Eddy. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Rodrigo Marenna e Sasha Zavistanovicz. Rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 32230616 | Sexta(27): Mersey Trio. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Los Infernales. Festa da Tequila. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 32216364 | Flash Back + DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 32205758 | Marcelo Duani, depois, DJ Mono. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 32131774

TEATRO

l Solos Contemporâneos, Alguns Rumos | A mostra traz aos palcos locais três trabalhos da edição 2009/2010 do programa Rumos Dança, mantido pelo Itaú Cultural. Workshop com Cláudia Müller. Segunda (23), das 9 às 12h, das 13h30 às 17h30. Sala da Cia. De Dança. Inscrições gratuitas. | Dança Contemporânea em Domicílio. De Cláudia Müller. Qualquer pessoa pode pedir gratuitamente, em sua casa, escritório, loja, mercado, em uma praça, no café que frequenta, etc. Solicitações na terça (24), das 9h às 12h. | O Que Acontece a Morte. De Marcos Klann. Trabalha a possibilidade de gerar no corpo possíveis sensações com a proximidade da morte. Ingressos na Unidade de Dança e livraria Do Arco da Velha. Quarta (25), 20h, no Teatro do Ordovás. | Interface2. De Ney Moraes, com a Cia. De Dança e o Grupo ArticulAções. | Florescer. De Cristina Lisot. | Como Superar o Grande Cansaço?. De Eduardo Fukushima. Sexta (27), 20h, no Teatro do Sesc. O ingresso é um quilo de alimento não-perecível. | Workshop com Eduardo Fukushima. Quinta (26). Das 14h às 18h. Sala da Cia. de Dança. Inscrições gratuitas.

A artista porto-riquenha Beatriz Santiago Muñoz está em Caxias do Sul desde o dia 9 de maio para produzir um trabalho para a 8ª Bienal do Mercosul. Ela trabalhou com pessoas da comunidade, coletando objetos vinculados a noções políticas, guardados em acervos semi públicos ou privados e que não sobreviveriam sem o empenho pessoal de quem o guarda. Dentro do projeto Cadernos de Viagem, nove artistas de diferentes nacionalidades percorrem regiões do Rio Grande do Sul e, a partir desta experiência, produzem uma obra. Beatriz inaugura a exposição com um bate-papo com o público sobre seu processo de criação. Galeria do Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

EXPOSIÇÕES

Recomenda l Brumas da Saudade | De segunda a sexta, das 8h às 22h | O artista Rafael Pagatini, com a participação dos gravuristas Anico Herskovits e Mara de Carli Santos, expõe obras que visam captar as transformações da neblina na paisagem. A partir da relação entre a xilogravura e a fotografia digital, a névoa é apresentada como a metáfora do velar e desvelar, da ausência e da presença, como uma forma de interpretar o sentimento da saudade nas artes visuais. Galeria de Arte do Campus 8 Entrada franca | RS 122, Km 69 | 3289-9000

l Cadernos de Viagem | A partir de quarta (25), às 18h30. De segunda a sexta, das 9h às 19h; sábados e domingos, das 15h às 19h |

l O Observador | Diariamente, das 8h às 20h | Com pinturas a óleo e fotografia, a exposição retrata o olhar dos artistas Giovana Mazzochi

e Marcos Clasen sobre o ritmo frenético humano e a busca pela sensibilidade. Jardim de Inverno Sesc Entrada franca | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l 9ª Semana Nacional de Museus - Memória da Construção do Monumento Nacional ao Imigrante | Sábado (21), 9h | Oficina de Memória Oral com Sônia Storchi Fries, do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, com gravação de depoimentos. Monumento Nacional ao Imigrante Entrada franca | 3221-2324 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Anaglyph - Artistas em 3D. Segunda a sábado, das 9h às 22h, domingos, das 14h às 21h10. Iguatemi | 10 Anos do Museu dos Capuchinhos. De segunda a sexta, das 8h às 11h, e das 14h às 17h. Museu dos Capuchinhos. 32209400 | Ponto a Ponto. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado das 15h às 19h. Ordovás | Beleza Póstuma. Segunda a sexta, das 8h às 22h30, sábado das 8h às 12h. Ftec. 3027-1300 | Registros de um tempo – 30 anos de arte e 20 anos de moda. Até domingo (22). Ordovás | Acumulações Sensíveis. Sábado(21) e domingo(22), das 15h às 19h. Ordovás | Cidades imaginárias. De segunda à sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal |Mostra de Painéis sobre a Colonização Italiana na região. Segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados e domingos, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do Ipam. 3222-9270 Rafael Pagatini, Divulgação/O Caxiense

Carlos Pontalti, Divulgação/O Caxiense

Recomenda l Romeu e Julieta | Sábado (20) e domingo (21), 15h e 16h | O espetáculo estrelado por Ana Fuchs e Raulino Prezzi tem o financiamento do Prêmio Anual de Incentivo à Montagem Teatral e marca os 10 anos da Companhia Atores Reunidos. Ao contrário do clássico de William Shakespeare, quem conta a história aqui são os Freis Lourenço e João, personagens acusados da morte dos jovens pombinhos. Casa da Cultura R$ 15 e R$ 7,50 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 32213697

DANÇA

Shakespeare com outra perspectiva é a proposta de Romeu e Julieta, peça narrada pelos freis; Nas artes plásticas, as brumas de Rafael Pagatini

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Dupla por FABIANO PROVIN | fabiano.provin@ocaxiense.com.br

LONGO CAMINHO

17/07 (domingo), 15h: Caxias x Chapecoense 29/07 (sexta-feira), 21h30: Santo André x Caxias 05/08 (sexta-feira), 21h30: Brasil x Caxias 14/08 (domingo), 15h: Caxias x Joinville 21/08 (domingo), 15h: Caxias x Brasil 28/08 (domingo), 16h: Joinville x Caxias 02/09 (sexta-feira), 21h30: Caxias x Santo André 18/09 (domingo), 10h: Chapecoense x Caxias

Ju na 1ª fase da Série D

ATÉ O ACESSO

Rodrigo Fatturi, Div./O Caxiense

Grupo A – Paysandu-PA, Águia de Marabá-PA, Rio Branco-AC, Araguaína-TO e Luverdense-MT. Grupo B – CRB-AL, GuaranyCE, Fortaleza-CE, AméricaRN, Campinense-PB. Grupo C – Macaé-RJ, MadureiraRJ, Marília-SP, Brasiliense-DF e Ipatinga-MG. Grupo D – Caxias, Brasil-Pe, Chapecoense-SC, Joinvile-SC e Santo André-SP.

datas das partidas de Ju e Caxias agendadas para 14 e 21 de agosto. Por recomendações conhecidas da Brigada Militar (BM), de que não há efetivo disponível para cuidar de duas partidas em horários próximos, é praticamente certo que um dos jogos deve mudar de data – provavelmente ser antecipada para sábado, dia 16 de julho. Como faltam 57 dias para as estreias, há tempo hábil para que uma definição seja encaminhada. Voltando à Série D, são 40 clubes divididos em oito grupos formados por cinco times cada. O Ju está na chave 8, ao lado de Brusque-SC, Metropolitano-SC, Cianorte-PR e Cruzeiro-POA. Na primeira fase todas as equipes de cada grupo se enfrentam em sistema de turno e returno. Os dois melhores avançam às oitavas de final. Quem chegar às quartas disputará a terceira divisão em 2012. A Série D está programada para terminar no dia 13 de novembro (a Série C, no dia 12). A partir de agora a dupla CA-JU precisa se preparar para as batalhas que virão pela frente. O caminho é longo até a conquista do acesso. É bom que dirigentes, jogadores e torcidas não se esqueçam disso.

Rodrigo Fatturi, Div./O Caxiense

Os grupos da Série C

Caxias e Ju conheceram seus adversários nas competições nacionais. O Caxias, na verdade, soube antes do Ju devido à liberação antecipada da tabela e do regulamento da Série C. Mais recentemente, no dia 17 de maio, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu os grupos da quarta divisão, o calvário que o Juventude enfrentará neste ano. A mesma entidade que ‘organiza’ o futebol nacional liberou também no dia 17 um cronograma revisado da terceira divisão. Todos os dias e horários dos jogos do Caxias divulgados na segunda semana de abril foram alterados devido à negociação que envolve a transmissão de partidas pela TV Brasil. O detalhe é que a estreia grená, que estava programada para o dia 16 de julho (um sábado), no Estádio Centenário, foi transferida para o dia seguinte. Entretanto, a CBF definiu que o Juventude fará sua primeira apresentação no Estádio Alfredo Jaconi pela Série D no mesmo dia 17 de julho. A única diferença é o horário – grenás às 15h, papos às 17h. O Caxias está no grupo D, com Brasil-Pe, ChapecoenseSC, Joinvile-SC e Santo André-SP. Além da estreia, coincidem as

Negociação

No Caxias, a boa notícia é a ida do volante Edenílson para São Paulo, com o objetivo de oficializar sua contratação pelo Corinthians. Os presidentes do clube paulista, Andrés Sanchez, e grená, Osvaldo Voges, deram entrevistas afirmando que Ed irá disputar o Brasileirão pelo alvinegro. Entretanto, o Corinthians ainda não oficializou a contratação do volante grená. Até o final de 2008, o jovem de 21 anos era office boy em Porto Alegre. Na época, Ed fez um teste no Guarani de Venâncio Aires e depois veio para o Caxias. Com a camisa grená o jogador marcou seis gols e atuou 82 vezes – venceu 36 partidas, empatou 22 e perdeu 24. Na divulgação da seleção do Gauchão, Ed foi eleito o melhor segundo volante da competição (outro grená, Gerley, foi o melhor lateral esquerdo). Boa sorte a Edenílson.

Uns vão, outros ficam

Após a reapresentação grená (9 de maio), o clube divulgou uma lista dos jogadores presentes no vestiário. Um dos que não estavam no grupo era o lateral direito Alisson. Prestes a ser negociado, a comissão técnica resolveu acreditar novamente no potencial do jogador, que foi reintegrado aos profissionais. A misteriosa informação foi divulgada em nota oficial encaminhada por e-mail.

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Em contrapartida, o volante Dê, que treinou até o início da semana, foi liberado. O mesmo ocorreu com o atacante Balthazar. No site do Caxias, o atacante Waldison e o goleiro Matheus continuam no clube – não se sabe até quando. Itaqui ainda não teve a situação definida e segue treinando. Ele concedeu entrevistas, após a eliminação da Copa do Brasil, praticamente se despedindo da casa.

17/07 (domingo), 17h: Juventude x Brusque 31/07 (domingo), 16h: Cianorte x Juventude 07/08 (domingo), 16h: Cruzeiro x Juventude 14/08 (domingo), 17h: Juventude x Metropolitano 21/08 (domingo), 16h: Juventude x Cruzeiro 28/08 (domingo), 16h: Metropolitano x Juventude 04/09 (domingo), 17h: Juventude x Cianorte 18/09 (domingo), 16h: Brusque x Juventude

Os grupos da Série D

Grupo 1 – Penarol-AM, CuiabáMT, Roraima*, Rondônia* e Acre*. Grupo 2 – Trem-AP, Sampaio Corrêa-MA, São Raimundo-PA, Pará* e Piauí*. Grupo 3 – Guarani de JuazeiroCE, Santa Cruz-PE, Porto-PE, Santa Cruz-RN e Alecrim-RN. Grupo 4 – Bahia de Feira-BA, Vitória da Conquista-BA, Coruripe-AL, Sergipe* e Paraíba*. Grupo 5 – América de Teófilo Otoni-MG, Anapolina-GO, CRAC-GO, Gama-DF e Gurupi-TO. Grupo 6 – Boavista-RJ, SEC-RJ, Formosa Esporte-DF, Vila NovaMG e Espírito Santo*. Grupo 7 – Cene-MS, Oeste-SP, Mirassol-SP, Operário-PR e Cerâmica-RS. Grupo 8 – Juventude, BrusqueSC, Metropolitano-SC, CianortePR e Cruzeiro-PoA. * Por ainda disputarem campeonatos estaduais, algumas equipes não confirmadas na competição.

Duas novidades

O Ju iniciou a preparação para a disputa da Série D. Como de praxe, os jogadores passaram por uma série de exames antes de iniciarem o condicionamento. No mesmo dia (16), o vice-presidente de futebol Raimundo Demore anunciou a contratação do volante Léo Maringá, 32 anos, que fica no Jaconi até final do ano. Outra novidade é a liberação de Anderson Pico pelo Grêmio, que aguardava definição para saber se retornaria ao Ju, onde disputou o Estadual. Pico foi reintegrado aos profissionais no dia 20 e fica por empréstimo até o final de 2011.

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Fabiano Provin/O Caxiense

Caxias na 1ª fase da C

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Guia de Esportes

Leandro Gregoletto, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Crianças de 10 a 12 anos vão começar a semana fazendo exercício nos Jogos Escolares, no Sesi

FUTSAL l Jogos Escolares de Futsal Feminino | Sábado, das 8h30 às 12h30 | As meninas da categoria juvenil decidem neste sábado quem levará o título de campeã para casa. Ginásio 1 da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130

HANDEBOL l Campeonato Estadual Juvenil Masculino | Sábado, das 8h30 às 20h, e domingo, das 9h às 12h | Equipes de Santa Maria, Porto Alegre, Osório e Santa Rosa virão a Caxias para a disputa da 1ª fase da competição. UCS e Recreio da

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Juventude defenderão a cidade e lutarão para manter o título na Serra. Sábado, 8h30: UCS x Margarida | 11h30: RJ x Internacional | 17h: UCS x GAO | 20h: RJ x Margarida | Domingo, 9h: UCS x Internacional | 12h: RJ x GAO Sede campestre Recreio da Juventude Entrada gratuita | Atílio Andreazza, 3.525

dal | Domingo, 9h: Galópolis x Concórdia. SRA Galópolis Entrada gratuita | Rua Edviges Gallo, 160, Galópolis

VÔLEI

l Jogos Abertos de Voleibol Masculino | Sábado, a partir das 14h30, e domingo, a partir das 14h | Durante o final de semana, três equipes da UCS e os times do BASQUETE Imigrante, da Randon e da CEEF l Campeonato Estadual Fe- disputam a competição. minino Sub-14 | Sábado, das 9h Enxutão às 18h30, e domingo, às 9h | Entrada gratuita | Luiz Covolan, As meninas de Galópolis repre- 1.560, Santa Catarina sentam Caxias em quadra. Sábado, 10h30: Galópolis x l Campeonato Celso Silva Osório | 15h: Galópolis x Sino- Schaidhauer | Domingo, das

9h15 às 13h30 | Equipes femininas de Campo Bom, Veranópolis e Canela vêm a Caxias para disputar a competição com times locais. Ginásio da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130

ATLETISMO l Jogos Escolares de Atletismo | Segunda (22), às 8h | Cerca de 400 jovens, entre 10 e 12 anos, participam das provas de pista (50m, 150m, 600m, revezamento 4 x100), salto (altura e distância), lançamento de pelota e arremesso de peso. Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

O Palácio do Planalto comandou uma tropa de choque na Câmara para impedir a aprovação do requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, acusado de multiplicar por 20 o seu patrimônio pessoal no período em que foi deputado federal – uma clara demonstração de como funcionam o tráfico de influências e a abertura de portas do poder em Brasília. Entre os integrantes da tropa, para justificar a rejeição do requerimento, estava o deputado caxiense e líder interino do PT, Gilberto Pepe Vargas. Pepe avaliou como descabida a convocação de Palocci: “O ministro não quer esconder nada. O aumento de patrimônio está colocado em sua declaração de renda.”

Eleição na rua

Duas chapas disputam o controle da Associação dos Docentes da Universidade de Caxias do Sul (Aducs). De um lado, nomes identificados com a chapa de Nilva Rech Stédile na disputa pela reitoria no ano passado: João Ignácio Pires Lucas, Dagoberto Godoy, Luciano Masocco e Alexandre Viecelli. De outra parte, os professores Jefferson Panarotto, Elias Denicol, Cláudio Pessoa de Oliveira e Márcia Oliveira. O comando da Aducs é considerado estratégico para a estruturação da campanha eleitoral de sucessão do reitor Isidoro Zorzi.

Volta à ativa

O ex-deputado estadual Valmir Susin volta às lides sindicais. Ele foi eleito presidente do Sindicato Rural em substituição a Renato Antonio Formolo. A posse será no próximo dia 3. O sindicato reúne os proprietários rurais da região.

Megafesta

A comercialização dos espaços para expositores garantirá mais uma vez a base de sustentação financeira da Festa da Uva. O valor fixado é de R$ 357 o metro quadrado. O empresário Rodrigo Postiglione, diretor de Feiras e Exposições, providencia diversas iniciativas para melhorar a infraestrutura do parque e, principalmente, dar melhor aspecto ao local. Mais que isso: está aberto a sugestões que possam contribuir para tornar a festa do próximo ano o grande evento sonhado por todos.

André T. Susin/O Caxiense

Nada a declarar

Impasse continua

A juíza Maria Aline Brutomesso reiterou, na semana que passou, a determinação de que os médicos da rede pública municipal garantam atendimento em 100% das urgências e emergências. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Marlonei Silveira dos Santos, isso já vinha sendo cumprido – até porque, também de acordo com o médico sindicalista, a procura pelas unidades da Secretaria Municipal da Saúde caiu bastante. O quadro só reforça o impasse criado em torno da mobilização.

Autonomia

VITÓRIAS E DERROTAS

DO AEROPORTO O governador Tarso Genro colocou dois parlamentares governistas em situação constrangedora: José Stédile (PSB) e Pepe Vargas (PT). Ele poderia ter avisado ambos que o Piratini seguiria a avaliação técnica do Departamento Aeroportuário do Estado, feita ainda no final do governo Yeda Crusius (PSDB). Um telefonema evitaria que Stédile insistisse na realização de uma natimorta audiência pública para discutir a localização do futuro aeroporto regional. Outra ligação certamente faria com que Pepe, ainda na manhã de quinta-feira (19), desistisse de lembrar que “a localização geográfica mais adequada é Mato Perso”.

A partir da confirmação de Vila Oliva como o local do futuro aeroporto, novas mobilizações se farão necessárias. Em primeiro lugar, é claro, está a busca de infraestrutura adequada para aquela região do município. Depois, a ligação rodoviária entre Caxias e Gra-

mado (uma das grandes beneficiadas com a decisão governamental). Outro ponto que não pode ser esquecido é a garantia de conclusão da reforma do Aeroporto Hugo Cantergiani. Pelos cálculos do próprio DAP, as obras estão atrasadas seis meses. Ou mais.

Não foi por acaso que o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Milton Corlatti (na foto, ao centro, entre o secretário estadual de Infraestrutura, Beto Albuquerque, e o prefeito José Ivo Sartori), comemorou a escolha de Vila Oliva como uma vitória da entidade. De fato, desde o início do processo de discussão do local, a entidade posicionou-se a favor do distrito caxiense. Não por oportunismo, bairrismo ou interesses partidários, mas porque já tinha informações técnicas a respeito e conhecia as dificuldades apresentadas por Monte Bérico – desapropriações inviáveis, topografia etc.

Crítico da administração Sartori em geral, e da procuradoria do Município em particular, o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos também sofre reveses nas questões jurídicas. O Tribunal Regional do Trabalhou negou provimento ao recurso impetrado pelos advogados de Marlonei, autores de uma ação em que ele pede vínculo empregatício ao Hospital Saúde Ltda. O presidente do sindicato alega que, de maio de 1978 a junho de 2010, atuou como médico plantonista em unidade de pronto atendimento adulto do Saúde. A 2ª Vara de Trabalho de Caxias não reconheceu a existência de relação de emprego entre as partes, já que o requerente atuou no hospital na condição de médico autônomo. O TRT endossou a decisão.

Sonhar não é proibido

Diante das insinuações de que o partido está sem candidato forte para disputar a eleição municipal do ano que vem, alguns peemedebistas caxienses alegam ter uma carta na manga. Não seria o auto-lançado vereador Mauro Pereira, mas sim o ex-governador Germano Rigotto. Como na antiga piada de Garrincha, resta saber se integrantes do PMDB local combinaram com os russos. Ou, no caso, com Rigotto.

Curto e certo Vai ter barragem, sim, e que se responsabilize se alguém não cumpriu as exigências Vereador Marcos Daneluz (PT), presidente da Câmara, ao afirmar que as obras do Sistema Marrecas não podem parar para que sejam feitas averiguações de possíveis problemas.

www.ocaxiense.com.br

Nunca é demais destacar: corajosa e prenhe de espírito público a manifestação do presidente da Câmara, Marcos Daneluz, a respeito do Sistema Marrecas. Na contramão de ações intempestivas de integrantes de sua bancada, o vereador petista afirmou que questionamentos, principalmente de ordem ambiental, não podem significar a paralisia da obra orçada em R$ 200 milhões.

21 a 27 de maio de 2011

O Caxiense

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