Edição 78

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Maio | 2011

25 FACES DA FESTA DA UVA

Caderno especial de 32 páginas encartado nesta edição apresenta as concorrentes a rainha, que desde já representam o maior evento caxiense

|S28 |D29 |S30 |T31 |Q1º |Q2 |S3

78 Ano ii

Loraine,

a história da resistência Renato

Henrichs Rachas internos no PT e no PMDB

Assis Melo, da turbulência de Brasília à calmaria de Caxias

Roberto

Hunoff Região pode ganhar novas culturas: café, mandioca e cana-de-açúcar

O que

Vila Oliva tem

Dupla

CA-JU As escalações parciais de Caxias e Juventude

R$ 2,50


Índice Roberto Hunoff | 4 A Embrapa avisa: em 10 anos, poderemos ver cafezais na região O Caxiense entrevista | 5 Assis Melo (PC do B) fala do Código Florestal, do dissídio metalúrgico e das eleições

Saulo Cruz, Câmara/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.OCAXienSe.com.br

Vila Oliva | 7 O aeroporto ameaça a paz do bucólico distrito, mas promete desenvolvimento

Boa Gente | 12 inclusão social pelo Hip Hop e sustentabilidade artística e ecológica – também no Top 5 Perfil | 13 Loraine Slomp Giron se dedica às histórias que a História não conta Artes | 16 Medusa moderna e surrealista Guia de Cultura | 18 Ressaca e intrigas nas estreias cinematográficas Dupla CA-JU | 21 Os times que começam a se formar no Jaconi e no Centenário Guia de esportes | 22 Campeonato de kart em Farroupilha e jogos de basquete em Caxias Renato Henrichs | 23 PT e PMDB envolvidos com problemas internos

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff impressão: Correio do Povo

@paulavdelima quem é que faz as capas dos jornais? São todas sensacionais! Parabéns pelo trabalho. #edição77 André T. Susin/O Caxiense

Câmara | 11 A guerra da informação no Legislativo caxiense

Matéria de capa da edição 77 é a mais pura realidade. Porém, falta qualificação de mão de obra. Vinicius Laste

@patiifagundes Na sexta, fico ligada no app do @ocaxiense para descobrir que prazeres a edição vai trazer. E amanhã, já leio no app do iPad #iphone #ipad

edição 77 | As capas e a qualidade das matérias dessa equipe do jornal O Caxiense surpreende. Orgulho de ver o trabalho dos colegas. Parabéns! Erasmo Rebechi de Abreu Feriado de quem não foi a Caravaggio | Respeito quem vai...mas não sou obrigada a ir e nem por isso tenho menos fé. Solange De Moraes Guerra nova tarifa de táxi | O negócio é caminhar, pedalar, racionalizar com caronas, é se modernizar... Iva Pavan

NO SITE

Aeroporto em Vila Oliva | Acredito que com a definição do sítio de Vila Oliva como local para a construção do novo aeroporto da Serra Gaúcha seja um marco importante para a sustentabilidade econômica da região. O Brasil tem perdido posições no ranking internacional de competitividade e um dos principais fatores é a infra-estrutura. O RS está perdendo posições no raking brasileiro por não investir em infra-estrutura. O Governo Dilma está abrindo para a iniciativa privada administrar os aeroportos, eu acredito que o caminho da viabilização deste novo aeroporto seja por aí. Rodrigo Collaro Assista em www.ocaxiense.com.br um vídeo exclusivo do jornal O Caxiense com as candidatas a rainha da Festa da Uva 2012 gravado na Antiga Estação Férrea na última semana.

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

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Agradecemos | Ao artista Victor Hugo Porto, pela capa desta edição.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Cia Molhados na Chuva, Divulgação/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Chafariz da Praça Dante e outros pontos turísticos fazem homenagem ao vinho; bonecos gigantes vão desfilar no Parque dos Macaquinhos

SEGUNDA | 23.mai Renais crônicos ficam sem medicamento

Medicamento importante para os doentes renais crônicos, o Eprex, que evita que os pacientes que fazem hemodiálise tenham anemia, entrou em falta na cidade. Cerca de 100 pessoas estão sendo afetadas, conforme a ONG Rim Viver. Na quarta-feira (25), a Secretaria Estadual da Saúde reconheceu o desabastecimento e remeteu nova carga de Eprex – ainda insuficiente – a fim de amenizar o problema, prometendo trabalhar para solucioná-lo.

“Eu produzi muito. Não aceito pouco”

A se julgar pelo slogan acima, que norteia a campanha salarial dos metalúrgicos, a negociação do dissídio da categoria não será das mais tranquilas. A primeira rodada de conversas com o sindicato patronal está marcada para 6 de junho. Os metalúrgicos pedem 14%, piso de R$ 1 mil e 69 cláusu-

las sociais. Já se sabe que o Simecs publicação de decreto do prefeito, mas os taxistas precisam esperar discorda do índice reivindicado. a adequação dos equipamentos, com um chip que vem de São PauTERÇA | 24.mai lo, para aplicar a nova tarifa. Para quem esperou o reajuste por mais Concurso homenageia as de dois anos, aguardar mais uns 25 rainhas da Festa da Uva dias não chega a ser problema. Já A confecção do vestido das can- o aumento da frota de táxis, ao que didatas terá novidade este ano. parece, vai demorar bastante. Aproveitando a feliz coincidência entre o número de concorrentes e o de rainhas que a festa já teve, a QUINTA | 26.mai comissão organizadora determinou que as candidatas se inspirem Caravaggio espera nos vestidores anteriores para atrair 350 mil romeiros criar os seus. Mais uma iniciativa Com tempo ruim no feriado e para preservar e valorizar a me- na sexta-feira, ficou concentrada mória do maior evento caxiense. no fim de semana a expectativa de atrair 350 mil pessoas ao Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio. QUARTA | 25.mai Em Farroupilha, estarão à disposição dos fiéis 20 confessionários, 35 Táxis começam a cobrar padres e missas de hora em hora.

nova tarifa esta semana

Na prática, deve começar a vigorar nesta semana, a partir do dia SEXTA | 27.mai 1º de junho, a nova tarifa de táxi da cidade, com bandeirada de R$ Programação celebra 4,50 (a atual é de R$ 3,82). O rea- o Dia do Vinho juste foi autorizado na terça, com Foi com o chafariz jorrando água

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na cor do vinho, na Praça Dante, que Caxias comemorou o dia dedicado à bebida – apenas o início de uma programação de 10 dias com atividades especiais. A Casa de Pedra, o Monumento ao Imigrante, o Jesus Terceiro Milênio, o Museu Municipal e a Estação Férrea também participam da festa, ganhando iluminação nos mesmos tons. Passeios pelo interior e uma Feira do Vinho no Largo da Estação, na manhã do dia 4, são algumas das atrações para homenagear a bebida que, se já não tem a mesma importância na economia local, não saiu do gosto dos caxienses.

Bonecos gigantes no Parque dos Macaquinhos

Se o tempo colaborar, neste domingo (29), a partir das 14h30, os frequentadores do Parque dos Macaquinhos terão uma companhia inusitada. O projeto Bonecos Gigantes de Caxias do Sul, realizado com apoio do Financiarte, irá desfilar suas criaturas para o público. Em caso de chuva, o evento será transferido para o dia 5.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

REAÇÃO TARDIA,

Marcando posição

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Getulio Fonseca, é um dos 65 integrantes da comitiva do governador Tarso Genro que irá expor na Coreia do Sul as potencialidades do Rio Grande do Sul. Com ele também está o diretor da entidade, Oscar de Azevedo. Serão promovidos encontros com empresas e importadores coreanos de diversos setores para gerar oportunidades de negócios e acesso a informações sobre o mercado asiático. Dentre as prioridades estão os segmentos da construção naval, semicondutores eletrônicos e automóveis.

MAS NECESSÁRIA

Mostra de móveis

O secretário do Desenvolvimento Econômico, Guilherme Sebben, não descansou no feriado de Caravaggio. Aproveitou para ir a Porto Alegre, onde conversou com o secretário Mauro Knijnik, responsável no governo pelas negociações para atração de novos investimentos. E que já começam a dar resultados. Nesta semana a fabricante de calçados Carmen Steffens anunciou a construção de unidade em São Leopoldo, com a geração de 1 mil empregos. Já a indiana CG Power Systems, produtora de sistemas elétricos, localizará em Guaíba sua primeira unidade na América Latina, abrindo 240 postos de trabalho. Também existem negociações encaminhadas com a montadora de caminhões Paccar e com a inglesa BMW, que avalia áreas para instalar uma unidade de montagem de seus veículos.

brevemente incorporará o apelido “Guila” ao seu nome de forma oficial, expôs ao secretário estadual o interesse de Caxias em participar do Plano de Desenvolvimento Econômico do Estado. Ou seja, a cidade quer entrar na briga pela localização de novas empresas. Atitude mais do que necessária, pois todos os olhos estão voltados para Rio Grande com seu polo naval. Se Caxias se acomodar, corre o risco de perder representatividade na economia gaúcha. Knijnik apenas ouviu a ponderação de Sebben, mas não acenou com nenhuma ação mais concreta. Guila também demonstrou a vontade caxiense de manter a Navistar, agora NC², que fabrica caminhões na cidade em parceria com a Agrale. Para breve é esperado o anúncio do município que receberá o investimento. Como já há estrutura funcionando por aqui, nada mais correto do que busPois Guilherme Sebben, que car apoio estadual para mantê-la.

Julio Soares, Divulgação/O Caxiense

Numa iniciativa do Grupo Empresarial do Mobiliário de Caxias do Sul, grupo setorial da Microempa, a 4ª Mostra do Mobiliário reunirá 11 empresas a partir de quinta-feira (2), no Iguatemi. Realizado a cada dois anos, o evento apresentará o conceito de personalização em móveis, adaptado ao estilo de cada cliente. Também haverá exposição de novidades em matérias-primas e de técnicas distintas de utilização.

Concurso

Divulgação/O Caxiense

Com a realização de uma colacion será lançado na quarta-feira (1º), a partir das 8h30, no Parque da Festa da Uva, a 14ª edição do Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias do Sul. A iniciativa é da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Rede de Vinícolas de Caxias do Sul. O tema deste ano será A Alma de um Povo. A edição de 2010 reuniu 55 cantinas, dentre as quais 27 receberam o Troféu Ouro.

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Cafezais por aqui!

Discurso afinado

Durante o Mérito Industrial, quinta (26) à noite, na Federação das Indústrias, em Porto Alegre, chamou atenção o discurso sintonizado do presidente da entidade, Paulo Tigre, e do governador em exercício, Beto Grill. Ambos entendem que o RS precisa adotar mecanismos de atração de investimentos. Ou seja, enquanto não houver uma mudança estrutural na questão tributária, o jeito é fazer guerra fiscal para não perder espaço na economia. Segundo Tigre, não dá para ficar à margem do processo. Beto Grill foi além e tocou num assunto que parece ter caído no esquecimento. Ele defende a dis-

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cussão da dívida do Estado com a União. Em torno de 17% da arrecadação estadual segue para o governo central para pagamento de uma dívida, cujos valores só se elevam. Na campanha eleitoral, o candidato do PSOL, Pedro Ruas, defendeu suspensão dos pagamentos até que as contas fossem auditadas. Mexer nessa questão é essencial para que o Estado possa amenizar a sua crise financeira. Sem esquecer: os cinco agraciados da 37ª edição do Mérito Industrial foram Marcos Guerra, de Caxias do Sul, Clóvis Tramontina,Arnaldo Passarin, José Aury Klein e Enio Lúcio Schein (in memorian).

Pode parecer heresia, mas é o que aponta estudo realizado pela Embrapa Uva e Vinho, por meio do engenheiro agrônomo José Eduardo Monteiro. As mudanças climáticas, com chuvas em excesso na Região Sudeste e redução das temperaturas no Sul, provocarão alterações profundas na agricultura brasileira. Não será surpresa, em 10 anos, ver plantações de cafés e cana-deaçúcar tomando da Serra. Como as geadas estão menos intensas, essas culturas têm facilidade de adaptação por aqui. Em compensação, deve-se perder produção de uvas, maçãs, peras e outras frutas, que precisam de frio. O pesquisador observa que essa situação já é sentida na região, o que exige a adoção de práticas agrícolas diferenciadas. No futuro, não mais que 10 anos, a solução será o uso de clones adaptados à nova realidade climática. Vem polêmica por aí!

Curtas

Termina na segunda-feira (30) o prazo de inscrição das empresas interessadas em participar da 27ª Pesquisa de Salários e Remuneração e de Indicadores de Gestão, promovida pela Associação Serrana de Recursos Humanos. Os resultados serão divulgados no final de julho. Desde sexta-feira (27) a loja iPlace, do Iguatemi Caxias, comercializa a segunda geração do iPad. O novo modelo demorou pouco mais de dois meses para chegar ao Brasil depois do lançamento nos Estados Unidos. O Centro de Ensino Empresarial da Fundação Getúlio Vargas realiza na terça-feira (31), a partir das 19h, aula inaugural do Pós-MBA em Inteligência Empresarial. A aula será ministrada por Ronaldo Rangel, coordenador do curso. O tema da reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul de segunda-feira (30) será Fraude: o desafio da gestão empresarial. A exposição será de Antônio Celso Ribeiro Brasiliano, doutor em Ciência da Informação e Inteligência Estratégica. O encontro marcará os 15 anos da Fortaleza Serviços de Vigilância. A Viezzer Engenharia entregará na quarta-feira (1º) o Spazio Bella Città. Com apartamentos de dois e três dormitórios, o empreendimento fica no bairro Pio X.

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Leonardo Prado, Agência Câmara/O Caxiense

O Caxiense entrevista

Assis, sobre 2012: “Definido é que devemos estar na chapa majoritária – como candidato a prefeito ou a vice, não sabemos”

PONTE AÉREA

DO PODER A

Assis Melo articula forças entre a ultimamente conturbada Câmara Federal e o temporariamente calmo Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias

dos regularem a ocupação de áre- tar da base com as denúncias e projetos meus, está a questão do as de preservação permanente, a permanência de Palocci no go- transporte coletivo. Hoje, o trabaela faz em conjunto com os muni- verno? lhador desembolsa um valor fora votação do Código Florestal co- cípios e a União. Para mim não tem desconfor- dos padrões normais econômicos locou em lados opostos produtoto nenhum (risos). Ando pelos e precisamos rever isso. Não vejo res rurais e ambientalistas. Assis O governo é contra essa emenda. corredores de cabeça erguida e por que o trabalhador tenha que Melo (PC do B) escolheu o lado O governo foi contra, mas uma continuo meu trabalho. Se tem pagar para ir trabalhar. Então, nós do relator do projeto, o compa- parte só, não toda a base. Tanto alguém que cometeu alguma irre- apresentamos um projeto que ganheiro de partido Aldo Rebelo que deu maioria. Eu votei a favor gularidade, tem lei para resolver rante a gratuidade do transporte. (SP), e votou a favor. As emendas de todas as matérias relacionadas isso. Eu não estou aqui para julgar Outros são a regulamentação do 186 (que regulariza atividades em ao Código que tinham acordo de ninguém. uso da câmera de vídeo no local Áreas de Proteção Permanentes praticamente todas as bancadas. de trabalho e o projá desmatadas) e 164 (que perPalocci deveria ser grama que coloca mite aos estados estabelecerem a Como você avalia o Código investigado na Câ- “Entre a assistentes sociais e vontade de exploração e a regularização de aprovado? Dez ex-ministros do mara ou no Senapsicólogas nas escoáreas desmatadas) foram as mais Meio Ambiente assinaram uma do? las. melhorar polêmicas. Na última semana, carta atacando o texto. Eu não tenho essa o Código Assis também foi entrevistado no A questão é a seguinte: entre a posição, porque o Como foi a partiprograma CQC, da Band, e não vontade de melhorar o Código e governo já se ma- (Florestal) e a cipação no CQC? soube responder o que significa a a realidade, existe uma distância nifestou sobre isso. realidade, Fizeram-lhe outras sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bis- muito grande. O deputado Aldo Se tiver alguma ou- existe uma perguntas? sexuais, Travestis e Transexuais). relatou um acordo na casa, com tra coisa, existem os distância Foi muito rápido, Também na agenda do deputado vários setores, inclusive do gover- órgãos judiciais que muito grande” muito sem preparaestão a retomada da negociação no. Portanto, está aí o equilíbrio vão dizer se deve ção. Não aprofundapelo dissídio do Sindicato dos entre o meio ambiente e a produ- ser investigado. Não ram a discussão, foi Metalúrgicos, do qual é presiden- tividade, e essa é a condição bási- vou ser eu que vou discorrer so- mais aquilo ali mesmo. Eu nem te, e o início das articulações para ca. Outras questões são baseadas bre isso. tive a oportunidade de ver qual as eleições municipais de 2012. em pensamentos filosóficos e até foi a minha participação no promesmo ideológicos. Não pode- Você já encaminhou duas con- grama. Por que você votou a favor da mos discutir questões ideológicas quistas importantes para a ciemenda 164 do Código Flores- baseadas em um tema de tanta dade e a região: a extensão da Qual a sua opinião sobre a decital? importância como é a regula- UFRGS e a passarela na BR-116. são da presidente de interromNa verdade, ela regulamenta a mentação da produção no nosso Quais são seus próximos proje- per a distribuição de cartilhas situação de 2 milhões de pessoas país. O acordo é fruto da força do tos? contra homofobia em escolas que trabalham nas margens de entendimento de cada segmento Continuar procurando sempre públicas? rios. Essas pessoas são realmente que está colocado dentro do Con- o desenvolvimento e a valorizaGeralmente, essas questões se os pequenos, quase micro produ- gresso. Tanto que a maioria, go- ção do trabalho e resolver aque- tornam um campo de batalha de tores. Nós achamos que elas deve- verno e oposição, votou favorável las questões que entendemos que argumentos. Eu não tenho conheriam estar protegidas na lei e, por ao projeto. devem ter intervenção do Estado. cimento da cartilha. Nosso país isso, votamos a favor. A emenda Esse é um projeto não só nosso, tem uma constituição que respeitambém não libera para os esta- É desconfortável ser parlamen- mas do nosso partido. Entre os ta o direito de escolha das pessopor ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

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as, sexual ou religioso. A presidente Dilma cedeu à pressão de um segmento da população. Precisamos encontrar uma maneira de educar sobre isso mantendo a unidade do povo brasileiro.

chapa majoritária – se vamos estar como candidato a prefeito ou a vice, não sabemos. Essa estatura política o partido tem. O PC do B parte deste princípio, que estará na majoritária. Temos nomes importantes, não só o meu, mas o da Mas você é a favor ou contra a companheira Abgail (secretária distribuição de material educa- estadual de Turismo, Abgail Pereitivo sobre homossexualismo em ra) e do próprio vereador Renato escolas? Oliveira. Tudo aquilo que venha para orientar as pessoas é positivo. O O PC do B romperia com o PT Estado tem o direito de informar. para ter candidato (a) próprio O fato de as pessoas conhecerem (a)? não quer dizer que vai influenciar Não há rompimento porque não na escolha sexual delas. existe uma aliança tática com o PT. Teve, mas as eleições de 2008 Em Caxias, o PC do B pretende já passaram. Existe uma aliança ter candidato a prefeito? no governo federal e no Estado, O PC do B vai estar no proces- mas são outras esferas. No Muniso de 2012, agora, a forma como cípio, não tem aliança nem com o vai estar é um procedimento que PT nem com ninguém. O PC do ainda está em análise no nosso B tem uma posição independente. partido. O PC do B tem nomes e condições de estar na chapa ma- Gostaria de ser candidato a prejoritária. Estamos analisando o feito? cenário e conversando com ouA minha posição é de tocar o tros partidos. mandato de deputado federal. Mas temos que ter claro isso: se Não é um objetivo do partido ter o partido achar que nós devemos candidato próprio para o próxi- ter candidato e essa candidatura mo pleito? for com meu nome, vamos seguir Estamos olhando a corrida elei- a orientação político-partidária. toral e as forças políticas para encontrar um projeto para a cidade Como concilia o mandato de dee para o PC do B se posicionar. O putado federal com a presidêndefinido é que devemos estar na cia do Sindicato dos Metalúrgi-

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cos, especialmente agora, com o seada na realidade econômica da início da campanha salarial? nossa cidade. Não está resolvido Temos procurado reforçar nos- se o sindicato patronal aceitará ou sa equipe e a direção do Sindica- não. Infelizmente, o presidente do to. Juntamente com nosso vice- Simecs, através da imprensa, colopresidente, Leandro cou que não tende a Velho, temos proaceitar. As negociacurado encaminhar “Não vejo ções nem começaas reivindicações por que o ram e já há um préda categoria. Nor- trabalhador condicionamento malmente estou em tenha que da presidência do Brasília terça, quarta Simecs. Vamos tene quinta. Nos outros pagar para ir tar demovê-lo dessa trabalhar. dias, procuramos posição através do Apresentamos estar no sindicato. diálogo e das negociações. Trabalhaum projeto para O fato de ser depu- a gratuidade” mos com a expectado federal lhe dá tativa de acordo no mais poder na neíndice que pedimos gociação do dissídio? e dentro da data base (1° de junho, O que dá poder de negociação para ser pago a partir de julho). é a mobilização da categoria. Se você achar que um mandato de Se houver uma negativa do Sideputado federal resolve, não mecs, podemos esperar novas precisava mobilizar a categoria, greves nas metalúrgicas de Caprocuraríamos só eleger. O que xias? vai resolver é a mobilização e a A greve é um instrumento imparticipação efetiva dos trabalha- portante. Agora, nós não inidores e o chamamento que o sin- ciamos negociação com vistas à dicato fará. paralisação. Sempre procuramos a mobilização da categoria. DeveVocê acredita que o Simecs (Sin- mos analisar qual o momento que dicato das Indústrias Metalúr- o instrumento da greve deve ser gicas, Mecânicas e de Material usado ou não. Vamos trabalhar Elétrico de Caxias do Sul) vai no sentido de acertar o dissídio acolher a proposta de 14% de re- na mesa de negociação. Mesmo ajuste? que tenha greve, vai ter que haver Colocamos uma proposta ba- negociação para acertar.

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Expectativa nas alturas

VILA OLIVA

COM OS PÉS NO CHÃO

O

André T. Susin/O Caxiense

Moradores do distrito tentam imaginar, com algum ceticismo, como o novo aeroporto poderá transformar a vida mansa e sem infraestrutura do interior

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por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

caminhoneiro aposentado Ademir Daneluz, 70 anos, já ouviu falar tanto sobre o aeroporto de Vila Oliva que aborda o assunto com propriedade. “Digamos que é um lugar onde poucas vezes se tenha visto neblina, apesar de ser bastante alto. Por isso vai ser instalado ali. Vai valorizar muito a Vila.” Escorada no balcão do restaurante da família, o único do distrito, a nora de Ademir, Vanderlúcia Daneluz, 44 anos, pondera: “É, tem o lado bom, mas também o lado ruim. Hoje é um vilarejo tão calmo, tranquilo. Com o aeroporto vai ter tanto barulho”. “Ah, barulho nós vamos ouvir mesmo, mas é a mesma coisa que tu estar deitado e passar um caminhão. Depois que ele passa tu dorme de novo”, minimiza Ademir. Vanderlúcia tem razão. Se existe uma coisa que não falta hoje em Vila Oliva é silêncio. Uma conversa no tom de voz mais normal parece ecoar no lugar que, de tão acostumado a seus poucos habitantes, lança olhares desconfiados a qualquer estranho. A comerciante explica, ao seu modo, o tamanho diminuto do povoado. “Os jovens precisam ir para a cidade se quiserem estudar. Quem trabalha na lavoura vem de outros lugares, porque quem estuda um pouco não vai querer trabalhar na roça”, analisa. A pacata vila parece ter vocação para atrair gente de fora, seja por trabalho, seja por lazer. A maior produtora de maçã de Caxias – a cidade colhe cerca de 65 mil toneladas por ano – vê sua população de 1,3 mil habitantes triplicar na época de safra, entre os meses de novembro e março. Trabalhadores que se mudam para o começo da colheita tomam as plantações e passam a frequentar a vila, tornando-se alvo da observação receosa dos nativos. Também há outras ocupações ainda mais breves. A última festa em honra ao padroeiro da paróquia, Santo Expedito, em abril, reuniu 1,2 mil

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André T. Susin/O Caxiense

Regeane, monitora do Ciad: “Não tem nada pra fazer aqui. Até os 18 anos, ou se estuda, ou se trabalha na lavoura. Eu prefiro estudar” pessoas no salão da igreja – 100 a menos do que o total de habitantes de Vila Oliva. Aos fundos da igreja está um amplo e bem cuidado campo de futebol que sedia inúmeros campeonatos de várzea ao longo do ano, sempre com equipes de todos os distritos de Caxias. Um rodeio realizado há 16 anos, sempre em novembro, é outro evento famoso da comunidade. A Casa da Juventude, uma espécie de colônia de férias do Colégio Anchieta, um dos mais tradicionais de Porto Alegre, também mobiliza a vila, gerando alguns empregos temporários cada vez que recebe os alunos da Capital. A instalação do aeroporto regional de cargas e passageiros em terras olivenses é a esperança de que o distrito se desenvolva de forma definitiva. Se o assunto tomou conta das manchetes dos jornais e dos discursos políticos e foi parar até nos Trending Topics, a lista de assuntos mais comentados do Twitter no Brasil, em Vila Oliva não poderia ser diferente. Na sexta-feira (20), dia do anúncio oficial, teve quem soltasse foguete para comemorar. A estagiária Daniela Sobierai, 17 anos, acha que o telefone da subprefeitura nunca tocou tanto em um só dia: repórteres querendo entrevistas, gente perguntando se havia hotel e agência de turismo. “No fim, eu só dava risada. Coitados, nem tem nada disso aqui”, conta a jovem. Enquanto não aparecem sinais concretos da obra – a notícia de que o governo federal e o Estado devem repassar R$ 4,4 milhões para o projeto do terminal foi divulgada na quinta-feira (26), depois da visita de O Caxiense ao

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distrito –, os moradores mais velhos, que ouvem falar do assunto há pelo menos 15 anos, mantêm os pés no chão. Na sala de espera da Unidade Básica de Saúde (UBS) pipocam opiniões pouco otimistas: “Isso vai demorar uns 10 anos pra ficar pronto”, estima um; “Uma vez um subprefeito, Adelino Ferrazza, saiu no jornal parado no meio do nada dizendo: aqui será o aeroporto. O coitado já morreu faz muito tempo e nunca viu o tal”, lembra outro. “Todo mundo aqui já encomendou o seu jatinho”, ironiza um terceiro. Eles também preveem o fim da tranquilidade na rua principal, hoje mais ocupada por pedestres do que por carros. A Avenida Gaviolli, a 40 km de Gramado, está na rota de ligação entre o futuro aeroporto e a região das Hortênsias. Ao se aposentar e voltar para a terra natal, Renan Daneluz, 47 anos, dedicou-se a recolher relatos e fotografias que contassem a história de Vila Oliva. Enquanto não encontra um lugar para instalar um museu, guarda os registros em envelopes na antiga casa da família, onde mora com a esposa e o filho. “Aqui se vive bem, com muita tranquilidade e qualidade de vida”, enfatiza. As duas décadas morando em Caxias, no bairro Sagrada Família, não lhe convenceram de que seu lugar no mundo fosse outro. “Em todos os anos que morei em Caxias continuava dizendo que eu era paroquiano de Vila Oliva.” Renan tornou-se uma espécie de enciclopédia do distrito. Ele lembra a primeira fase de Vila Oliva, quando descendentes de portugueses criavam gado naquelas terras. “Em 1932, a explo-

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ração da madeira começou com plantar conforme a fase da lua, e os irmãos Francisco e Luiz Oliva, os japoneses queriam usar técnique deram origem ao novo nome cas de manejo. Daí, convenceram do lugar”, explica. Era a primeira os agricultores perguntando: tu atividade econômica que atrai- vai plantar na terra ou na lua?”, ria mão de obra externa, criando relembra Renan. “Dizem que Caum povoado. Em seu ápice, a vila xias cresceu por causa da inveja. chegou a sediar 14 serrarias. Con- Aqui não foi diferente. Um via forme o desmatamento avançava, o outro plantar maçã ou outra lotes de terra eram vendidos a fi- fruta e resolvia fazer o mesmo.” lhos de imigrantes Assim, iniciou-se italianos, que então a fase da fruticulimplantaram a agri- “Tem o lado bom, tura, com destaque mas também o cultura. para maçã, pêsseRenan conta que, ruim. Hoje é go, ameixa e caqui. durante a fase de tão calmo, “A maioria é gente exploração da maboa, mas no meio deira, a padroeira da tranquilo. Com o sempre tem aqueparóquia era Santa aeroporto vai ter les que não são”, diz Catarina. “Com a tanto barulho”, Renan, justificando chegada dos descen- projeta a resistência dos nadentes de italianos, Vanderlúcia tivos aos trabalhaa santa foi deposdores vindos para a ta porque queriam colheita. Para ele, a um santo homem, que ajudasse instalação do aeroporto não é a a desenvolver Vila Oliva. Como única responsável por mudanças era uma causa impossível, esco- em Vila Oliva. “A paz e a tranquilheram o Santo Expedito. Tardou, lidade já estão ameaçadas pelas mas vai acontecer. O aeroporto grandes plantações”, observa. chegou aí, não chegou?”, constata. Vila Oliva pertenceu a São FranA auxiliar de enfermagem cisco de Paula até 1954, quando a Cristina Lorete de Castilhos população, por plebiscito, definiu Schalins, 40 anos, tenta explicar a sua anexação a Caxias do Sul. O resistência dos moradores à obra. primeiro benefício da mudança “Muito da inocência da Vila vai veio logo em seguida, com a ins- se perder. Eu achava que tinha talação de energia elétrica, puxa- que ter o aeroporto para trazer da a partir da rede de Santa Lúcia também o asfalto. Agora que a esdo Piaí. Com a sede a 45 km de trada está vindo por conta, acho Caxias, Vila Oliva congrega ou- que nem precisa mais ter”, afirma. tras sete localidades: Grota, Santa Natural de Caxias, ela mudou-se Cruz, Santa Teresinha, Tunas Al- para Fazenda Souza ao ser chatas, Flor do Campo, Beira Campo mada para trabalhar na UBS de e Mangueirinhas. Vila Oliva. Há 12 anos indo toNa década de 1970, destacava- dos os dias de um distrito ao ouse o plantio de trigo e milho, so- tro, não pensa em abrir mão da mente para subsistência. Depois, tranquilidade e da segurança do um clã de japoneses se instalou e lugar. O policiamento se resume propôs parcerias aos agricultores. à Patrulha do Interior, da Briga“O pessoal daqui tinha mania de da Militar, que há meses, segundo

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André T. Susin/O Caxiense

Quadro com vista aérea, tradicionalmente “patrocinado” pelo subprefeito, retrata a sede do distrito em 2010 os moradores, não aparece por lá. Também lá a greve dos médicos da rede de saúde pública parece não ter chegado. Na UBS são realizados 13 atendimentos pela manhã, 11 de tarde, sempre previamente agendados, de acordo com o Programa de Saúde da Família. Uma equipe, formada por médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e dentista atende todas as

gerações de uma mesma família, com atenção especial à prevenção de doenças. Em 2010, o distrito foi contemplado na segunda fase do Programa de Asfaltamento do Interior (PAI) e, aos poucos, vê o acesso principal a Caxias ser pavimentado. Vila Oliva sedia um dos 14 Centros de Inclusão e Alfabetização Digital (Ciad) da prefeitura.

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“Seriam 12 computadores ligados à Internet, mas a prefeitura levou oito para o conserto e nunca mais voltou. Faz mais de ano isso”, explica a monitora Regeane Tyburski, 16 anos. O centro funciona no clube de mães da paróquia. Durante a tarde, crianças com idade por volta de oito anos se revezam nas quatro máquinas restantes para acessar jogos educa-

tivos. Estudantes um pouco mais velhos entram no Orkut e fazem pesquisas para a escola. Adultos e idosos aparecem para aprender a lidar com o computador. No Ciad, também funciona uma biblioteca pública, cujos livros têm tanta adesão quanto as máquinas, principalmente por parte das crianças. “É um local que foi feito pensando na comunidade.

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Tem muita gente que recrimina o Ciad, dizem que a prefeitura não tinha onde botar o dinheiro. Eu não dou bola, sei o quanto ajuda as pessoas ter um contato com computador”, afirma a jovem.

se estuda, ou se trabalha na lavoura. Eu prefiro estudar.” Regeane, Daniela e outros 35 jovens formam o grupo que a cada manhã, por volta das 6h30, embarca em um ônibus cedido pela Secretaria Municipal de Se os mais velhos veem com Educação. A inauguração da Escerta desconfiança a instalação do cola Estadual Antônio Avelino aeroporto, os jovens esperam que Boff, em Fazenda Souza, no ano a obra transforme as perspecti- passado, permitiu que eles e aluvas da vila. “Vai trazer mais em- nos de outros três distritos – Vila pregos, oportunidades, gente de Seca, a própria Fazenda Souza fora. O impacto vai ser positivo, e Santa Lúcia do Piaí – não prede inovação”, empolga-se Danie- cisassem mais ir até Ana Rech, la, a estagiária da subprefeitura. pelo menos, para cursar o ensino Regeane, monitora do Ciad, tam- médio. Depois de fazer o ensino bém tem a expectativa de que o fundamental na escola municipal distrito se desenvolva. “Tinha de Vila Oliva, Regeane sentiu o gente contrária, mas não é só Vila impacto da mudança de métodos. Oliva que vai ganhar visibilidade, “Na escola daqui tu recebia um para Caxias também vai ser bom”, parecer, se estava bom ou ruim. acredita. Daniela é natural de No- Lá é por nota, e os professores são noai, tem cabelos escuros e lisos, muito exigentes. Não sei como é pele morena e olhos uma escola particucastanhos puxados. lar porque nunca Regeane é loira, tem “Todo mundo estudei numa, mas olhos azuis, pele aqui já a cobrança deve ser alva, veio de Ere- encomendou o a mesma”, compara. chim. Em comum, seu jatinho”, as duas carregam Até os mais enuma mistura de ino- ironiza um tusiastas da vida no cência e esponta- morador, ainda bucólico distrito neidade que a sim- duvidando da reconhecem os proplicidade da vida construção blemas estruturais no interior atribui do aeroporto do lugar. Para conaos seus moradosultas com médicos res. Além de ícones especializados, sada diversidade populacional que car dinheiro ou comprar qualquer ocupa o distrito, as duas represen- coisa que não seja comida é pretam bem como é ser jovem por lá. ciso ir a Caxias. De ônibus, a viaAmbas estão em Vila Oliva há 10 gem leva pouco mais de uma hora anos, quando as famílias vieram e custa R$ 6,30. O veículo antigo, do norte do Estado para trabalhar com bancos de couro, sacode no nas lavouras do distrito. Os pais asfalto e ainda mais nos trechos das meninas se apegaram ao lu- de estrada de chão. A combinação gar, mas elas acalentam o sonho de morros íngremes com estrada de ir embora para estudar. de terra precária em função das Aos sábados, Daniela vai a Ca- obras de asfaltamento, à espera da xias assistir aulas de um curso téc- mistura de piche e cascalho, deixa nico em informática e adminis- apreensivos os motoristas de cartração, faculdade que ela pretende ros pequenos. Em Fazenda Souza, fazer. “Bem que podia ter internet distante cerca de 25 km, notam-se aqui na subprefeitura”, diz, sem sinais de urbanização: comércio muita convicção, antes de contar mais variado, prédios de até três que, no tempo livre no trabalho, andares, casas com piscina, resgosta de ler. “Agora estou lendo taurantes. Os ônibus particulares este, Quando Nietzsche chorou. que transportam funcionários de É maravilhoso”, declara, girando indústrias chegam até lá, o que o corpo na ponta dos pés com o oportuniza outras possibilidades best-seller nas mãos. de trabalho. Além da distância, Regeane conseguiu o estágio talvez a diferença crucial seja a no Ciad porque sabia “o básico estrada totalmente asfaltada que do básico” de computação: ligar, liga o distrito à Rota do Sol. desligar, entrar na internet. Não é Na parede da subprefeitura, que adepta de redes sociais e diz que é uma espécie de central de serviusa a web para pesquisar sobre ços de Vila Oliva, com posto dos assuntos que ouve falar na escola. Correios e UBS, estão dois quaMetade do salário da jovem, cerca dros com fotos aéreas do distrito, de R$ 250, vai para uma poupan- patrocinadas pelo subprefeito de ça. O plano é aplicar o dinheiro cada época como se fosse uma na faculdade de Educação Física. herança de suas gestões. O inter“A outra metade fica para com- valo de 10 anos mostra uma conprar as minhas coisinhas, roupas, siderável expansão da Vila Oliva cadernos.” Mas ela só pretende se de 2010 em relação à de 2001. Pomudar para Caxias se conseguir rém, nada comparado ao que a foconvencer a mãe, que trabalha tografia da próxima década deve na padaria da vila, a ir junto. “No retratar, com as transformações meu ponto de vista, não tem nada que virão na esteira do futuro aepra fazer aqui. Até os 18 anos, ou roporto.

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CONVENÇÃO COLETIVA O SIMECS, através do presidente Getulio Fonseca, do diretor executivo Odacir Conte e do Coordenador da Comissão de Relações Trabalhistas, Osmar Antonio Piola recebeu no dia 23 de maio a visita da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul. Na ocasião, o sindicato profissional entregou aos dirigentes do SIMECS a pauta de reivindicações referente às Negociações Coletivas de 2011. Por sua vez, o presidente do SIMECS Getulio Fonseca entregou ao vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Leandro Velho, a pauta da classe empresarial. Oportunamente, as duas entidades darão início às reuniões de negociação, sendo que o primeiro encontro está marcado para o dia 06 de junho. A data-base da Convenção Coletiva é 1º de junho. SEMINÁRIO AMBIENTAL Está marcada para o dia 15 de junho a realização do importante Seminário Ambiental: “Sustentabilidade na Indústria.” A organização do evento é do SIMECS, através da sua Comissão de Meio Ambiente e destina-se aos empresários e profissionais das empresas do segmento metalmecânico representadas pela entidade na região. O seminário que será realizado em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, acontecerá no Auditório da CIC, das 13h 30min às 18 horas. O encontro inicia com o tema: Sustentabilidade na Indústria, tendo como palestrante: Cláudio Broechat (Especialista em Engenharia Econômica pela Fundação Dom Cabral; Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais e Professor e pesquisador do Núcleo Petrobrás de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral. Na sequência, será apresentado o tema: Emissões de Gases do Efeito Estufa e Oportunidades em uma Economia de Baixo Carbono. O palestrante será: Eduardo Baltar de Souza Leão (Mestre em Administração com ênfase em Gestão da Tecnologia e Produção pela UFRGS; Especialista em Finanças Corporativas; Bacharel em administração pela Universidade Federal de Pernambuco. As empresas do SIMECS devem providenciar a inscrição através do fone: (54) 3228.1855. MISSÃO À COREIA DO SUL O Presidente do SIMECS, Getulio Fonseca representará a entidade na Missão Governamental, Institucional e Empresarial à Coreia do Sul, que ocorrerá de 27 de maio a 04 de junho. Também estarão presentes os diretores do SIMECS, Norberto Fabris e Oscar de Azevedo (coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás e Energia da FIERGS). A Missão tem como objetivo estreitar os laços entre o país asiático e o Rio Grande do Sul. A iniciativa, que conta com 65 participantes, é uma parceria da FIERGS, através do Centro Internacional de Negócios, com o governo do Estado e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Promoção ao Investimento. Serão promovidos encontros com empresas e importadores coreanos de diversos setores para gerar oportunidades de negócios e acesso a informações sobre o mercado asiático. A Coréia do Sul cresceu rapidamente nos últimos 40 anos, num fenômeno que ficou conhecido como “o milagre do Rio Hangang”, transformando o país num polo de desenvolvimento industrial de alta tecnologia em setores como construção naval, semicondutores, eletrônicos e automóveis, sendo berço para gigantes da indústria mundial, tais como Samsung, LG, Hyundai e Daewoo. FEIMAFE 2011 No período de 26 a 28 de maio um grupo de 22 representantes das empresas do SIMECS cumpre visita à Feimafe 2011 – Feira Internacional de Máquinas e Ferramentas. O evento acontece no Parque Anhembi em São Paulo. A feira que iniciou no dia 24 de maio conta com mais de 1.300 expositores. A feimafe 2011 também será uma oportunidade para os visitantes conhecerem as tendências da indústria, fazer contatos e planejar os rumos do setor industrial. Os setores de exposição: Máquinas-Ferramenta; Moldes e Fundição; Sistemas de Solda; Sistemas Integrados de Transporte Interno; Automação; Robôs Industriais e Manipuladores; Células e Sistemas Flexíveis; Controle de Qualidade Integrado à Fabricação; Máquinas de Medição; Máquinas Tridimensionais, entre outros. LIVRO SIMECS / SÃO MARCOS Atendendo convite da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de São Marcos – ACIS, o SIMECS fará a apresentação da obra Por Que Somos Como Somos para os empresários deste município. O evento acontecerá no dia 06 de junho na ACIS. Os autores do livro, Charles e Tânia Tonet irão mostrar os passos dados pelo SIMECS para o seu lançamento. Após a apresentação, a obra será comercializada para os participantes do evento. Por outro lado, as empresas do SIMECS e a comunidade em geral interessadas na compra do livro, podem fazê-lo junto às principais livrarias de Caxias do Sul. A Obra Por Que Somos Como Somos está sendo comercializa ao preço de R$ 60,00. Mais informações pelos fones (54) 3228.1855 e 3228-8572. PRÊMIO MÉRITO INDUSTRIAL Em solenidade realizada no dia 26 de maio em Porto Alegre, o diretor do SIMECS e vice – presidente do Conselho de Administração da empresa Guerra S/A, Marcos Guerra e o diretor - presidente da Tramontina S/A, Clóvis Tramontina receberam o Prêmio Mérito Industrial do Rio Grande do Sul FIERGS/CIERGS edição 2011. O mérito que fez parte das comemorações do dia da indústria também foi entregue a Arnaldo Passarin, Enio Lucio Schein (in memoriam) e José Aury Klein. Criado em 1971, o Mérito Industrial é uma premiação concedida pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul nos anos ímpares, distinguindo industriais com marcante atuação na comunidade e no meio empresarial. DIA DA INDÚSTRIA O avanço da indústria dita os rumos da evolução histórica. Nesse cenário de transformações, as empresas representadas pelo SIMECS trabalham para proporcionar mudanças em nossa sociedade, trazendo benefício para todos. Uma trajetória de mais de meio século construindo ações com os olhos no futuro e os valores do passado. Sempre com orgulho de seu papel decisivo no desenvolvimento do polo metalmecânico regional. Na passagem do Dia da Indústria (25 de maio), o SIMECS deseja que o sucesso continue sendo a ferramenta constante para as suas 2.700 empresas representadas em 17 municípios da região. Para o SIMECS, é motivo de orgulho reconhecer a força de trabalho de 68 mil pessoas, que através de uma ação positiva e constante, enaltecem esta sociedade economicamente produtiva. SIMECS, acreditando no trabalho como fonte de realização. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO Mais de 200 pessoas participaram no mês de maio do evento sobre PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário. Promovido pelo SIMECS em parceria com a CIC, OAB, ARH Serrana e Sescon, o evento contou com um público de profissionais do segmento metalmecânico e escritórios contábeis. A palestra tratou dos temas: “Apresentação do formulário de PPP” e “Laudo Técnico na Concessão de Benefícios Previdenciários” abordados pelos médicos peritos supervisores, Daniel Tubino Bortolan e Iraklys Ney Stephanou Filho. Após as apresentações o evento foi aberto para perguntas.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – simecs@simecs.com.br

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Câmara de Vereadores

Esclarecimentos

ou munição a Câmara de Vereadores, o plenário é relativamente calmo, escândalos são raros e os vereadores pregam a unidade da casa como se fosse – e é – um bem a ser preservado diante da opinião pública. Em algumas ocasiões, além da disposição física do lugar em que a oposição fica toda à esquerda da mesa, as divergências aparecem. Nas últimas vezes foram por causa de pedidos de informação sobre a construção da barragem do Marrecas, que, depois de uma rejeição, teve uma segunda tentativa aprovada. O instrumento vem

ções poderiam ser repassadas diretamente pelas secretarias aos vereadores. “Existe uma orientação jurídica para não repassarmos certas informações, como relação de funcionários e salários. As pessoas podem se sentir prejudicas e processar o Município.” Da parte de quem faz os pedidos, as visões são menos moderadas. Os vereadores apontam a necessidade de informação para o trabalho na casa. Rodrigo Beltrão, líder da bancada do PT neste ano, compara-os a uma bola para jogadores de futebol e lembra que fiscalizar o Executivo é uma das atribuições da casa e reclama que

que mais fez esse tipo de requerimento neste ano, fossem aprovados sem discussão. A discussão foi feita, os três pedidos foram rejeitados. “Como damos sustentação ao governo Sartori, sabemos discernir quais são importantes e quais são instrumento político. Sabemos da intenção do vereador pela apresentação do pedido. Às vezes já vem com o julgamento, como nos pedidos da vereadora Ana e do vereador Beltrão”, acusa Geni. “Quando comecei a discussão, achei que não iam aprovar somente aquele pedido. Muitas vezes, quando ele coloca o Executivo na situação de ter que re-

ça da casa. Depois que derrubaram o primeiro pedido, o (Carlos) Búrigo (secretário de Gestão e Finanças) veio falar com a Geni. Poderiam ter aprovado direto, deram munição para nós.” A reincidência da discussão sobre o financiamento e desapropriações para construção da barragem também chega perto de criar uma desavença interna na oposição. O presidente da casa, Marcos Daneluz (PT), foi a plenário para criticar a decisão da Justiça, em primeira instância, de suspender a licença para que as árvores fiquem na área alagada pela barragem. André T. Susin/O Caxiense

N

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

Pedidos de informação já aumentaram 42% em relação ao ano passado no Legislativo caxiense

Na Câmara de Vereadores, até 23 de maio, já são 20 pedidos de informação. Apenas dois deles foram da situação sendo mais utilizado neste ano. Foram 20 pedidos de informação até 23 de maio contra 14 no mesmo período do ano passado. Um aumento de pouco mais de 42%. Apenas dois deles foram da situação, um nem foi enviado ao Executivo. Durante todo o ano de 2010, os vereadores encaminharam 32 requerimentos. Neste ano, que nem está na metade, portanto, já fizeram 62% dos pedidos de informação de 2010. Quem recebe os requerimentos dos vereadores no Executivo é o secretário de governo Pedro Incerti (PDT), que diz não ver relação entre o aumento e a proximidade com as eleições municipais. Em 2008, foram 42 pedidos aprovados, 71 em 2009, – véspera das eleições estaduais e proporcionais –, e 29 em 2010. Neste ano, cinco dos pedidos apresentados pelos vereadores não foram aprovados. “Como ainda estamos no quinto mês, precisamos esperar para verificar se há conotação política nesses pedidos”, pondera Incerti. O secretário também aponta que alguns pedidos nem precisariam ser feitos, alega que as informa-

nem sempre os requerimentos são respondidos na sua totalidade. “Às vezes, vem adornados de blindagem política. Para nós, não muda em nada a proximidade com o período eleitoral”, afirma Beltrão. O vereador alega que o único pedido seu acompanhado de conotação política foi sobre o gabinete da então primeira-dama Maria Helena Sartori (PMDB) durante as eleições do ano passado. A esposa do prefeito teria começado a aparecer mais em ações da prefeitura. “Tinha certeza do uso político do gabinete, mas não tínhamos ilegalidade a ser comprovada por falta da alocação de recursos do gabinete.” Algumas vezes, os pedidos de informação acabam despertando recorrentes desavenças. Foi o que aconteceu no final do mês de abril entre Ana Corso (PT) e a líder do governo na Câmara, Geni Peteffi (PMDB). Ambas lembram espontaneamente do episódio ao comentar os pedidos de informação. Geni tinha médico às 20h e pediu – conforme disse em plenário e não se envergonha em repetir – que os três pedidos de informação de Ana, a vereadora

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conhecer seus erros, a maioria O discurso soou como dissogovernista ‘patrola’”, rebate Ana. nante do resto da bancada oposiA vereadora fez cinco pedidos cionista, que exigia investigação. individuais de informação neste De qualquer maneira, Daneluz ano e não os relaciona à proximi- não poderia votar por ser predade das eleições. Seriam esclare- sidente da Câmara. “Temos que cimentos de acontecimentos pon- parar de brincar com o dinheiro tuais. “Agora, é uma público. Quando casa política. Eles fazemos uma obra não podem deixar a “Como qualquer como essa, os órbola quicando para oposição, onde gãos responsáveis chutarmos. Como pudermos acertar precisam se maniqualquer oposição, o Executivo, festar antes do iníonde pudermos cio das obras, não acertar o Executivo, vamos acertar”, R$ 120 milhões dediz Ana vamos acertar.” Ana pois. Votaria a favor também lembra do Corso (PT) do segundo pedido, pedido de informa- sobre caráter mas tentar parar a ções sobre Marre- político obra é inadmissível”, cas, que, conforme esclarece Daneluz. a vereadora classifiDurante sessões, ca, foi ‘surpreendentemente’, foi debates acalorados ou uma frase rejeitado. Os parlamentares, en- mal dita podem levar algum temtão, se articularam para emplacar po para serem esclarecidos. Dauma comissão temporária, que neluz já foi escolhido presidente acompanharia o andamento das da Câmara por ser o mais modeobras, e formularam outro pedi- rado dentro da bancada do PT – e do, menos detalhado, sem o que o a insistência em discutir pedidos Executivo possa temer que sejam de informação pode fazer com informações confidenciais – o que eles sejam rejeitados. nome dos proprietários das terras Na Câmara de Vereadores, não desapropriadas com os valores há como projetos ou requerimenpagos por elas individualmente. tos não terem nenhuma conota“Muitas vezes, é culpa da lideran- ção política. 28 de maio a 3 de junho de 2011

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por Paula Sperb e Marcelo Aramis

Meio Ambiente | Sacolas Ecológicas Pequenos estabelecimentos estão mais preparados do que as grandes redes para adotar postura ecológica

Fruteira Ecológica | Se estiver despreve-

nido, não tem problema. Ary Cargnino, proprietário da fruteira que vende orgânicos, faz questão de embalar os produtos em sacos de papel ou caixas de papelão, exatamente como todos mercados faziam antigamente. É possível comprar sua própria sacola (Bento Gonçalves, 2.483).

Armazém da Roça | Além de “trazer saúde

Jankiel Francisco Claudio

Jankiel foi o primeiro de sua comunidade, no Beltrão de Queiroz, a concluir o ensino superior, fato que foi celebrado em uma festa aberta aos vizinhos no ano passado. O relações públicas formado pela UCS trabalha no setor de RH da Marcopolo, mas há mais de uma década se dedica ao Hip Hop. Chiquinho, como também é chamado, é fundador do Poeta Divilas, cujo slogan é “o estudo é a cura”. O grupo propaga o movimento como uma ferramenta de inclusão social através de ações culturais. Atuando com as abordagens do grafite, dança de rua, MC (música cantada) e DJ (música tocada) o trabalho social de Jankiel atinge centenas de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Jankiel também colaborou na divulgação da necessidade uma Semana Municipal do Hip Hop, recentemente aprovada pelos vereadores, e, neste mês, organizou a 1ª Parada Contra o Crack de Caxias do Sul.

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Greice De Barba

Até domingo (29), no Ordovás (Luiz Antunes, 312) um misto de narrativas pessoais e sustentabilidade pode ser vistos na exposição Ponto a Ponto da artista plástica Greice De Barba. Os pontos partiram da colaboração de diferentes pessoas que responderam ao convite da também arte educadora entregando peças de crochê, do acervo pessoal ou feitas especialmente para a mostra. Greice também teve seu projeto aprovado para exposição Pécoras (semelhante ao Cow Parade), que espalhará ovelhas customizadas pelas ruas da cidade. A ovelha de Greice será coberta com sacolas plásticas, mais um indicativo da preocupação com o meio ambiente. Em 2010, a artista recebeu prêmio destaque na Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), de Bento Gonçalves.

pelo alimento”, como diz o slogan, o estabelecimento oferece um acessório que é praticamente para toda vida: a sacola de palha. Certamente sua vó usava uma para fazer a feira, hábito mais responsável do que consumir dezenas de sacolas plásticas. As sacolas custam de R$ 35 a R$ 50. (Júlio de Castilhos, 3.155).

NutriVittal | Sucos, chás, alimentos com

soja, cereais, snacks orgânicos... Tudo pode ser comprado e levado para casa de forma sustentável nas sacolas de palha de trigo. São três tamanhos (pequeno, médio, grande), nos valores R$ 28, R$ 32 e R$ 35 respectivamente (13 de Maio, 702).

Big | A rede Walmart tem como meta reduzir

50% o uso de sacolas plásticas em suas lojas até 2013. Para isso, vende sacolas ecológicas e oferece desconto de R$ 0,03 a cada sacola plástica não utilizada ou cinco itens adquiridos (Marquês do Herval, 859).

Zaffari | Todos os caixas possuem as sacolas

ecológicas do Zaffari para vender por R$ 3,99. Um preço razoável, que deveria incentivar a substituição. Pena que a maioria dos empacotadores não receba instrução para colocar os produtos nessas sacolas. Reclamações são frequentes (Alfredo Chaves, 1.332, Borges de Medeiros, 391e Sinimbu, 135).

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Perfil

Loraine, que acorda no máximo às 5h, faz a pé o trajeto de sua casa, no Centro, até a universidade, onde mantém o trabalho de pesquisa

Outra

história

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

migração versus escravidão” era o título do primeiro projeto de pesquisa apresentado pela historiadora Loraine Slomp Giron. “Era” porque o tema não foi aceito pela Universidade Federal do Paraná, onde Loraine tentava ingressar em um programa de mestrado. “Não aceitaram, negro não dava ibope”, conta. Defensora desde pequena de que todos deveriam ter direitos iguais – independentemente de cor ou classe social – a pesquisadora sempre se interessou pelo estudo dos negros. Com o projeto que foi refutado ela tentava provar que o Brasil tinha gasto muito mais importan-

do estrangeiros da Europa do que aproveitando a mão de obra dos escravos libertos – ou seja, o país roubou dos negros e deu dinheiro aos imigrantes. “Caiu o mundo, queriam me matar”, relembra Loraine, dizendo uma frase que repetiu a vida toda: “Como são atrasados no Brasil.” Aos 74 anos, Loraine preparase para se aposentar da UCS, onde lecionou desde os anos 60. “Tive 5 mil, 6 mil alunos.” Este é o primeiro ano que ela não está em sala de aula, mas continua dedicando-se a projetos de pesquisa que resultaram em mais de 20 livros publicados e 180 artigos assinados. No escritório de sua casa, prateleiras forradas de livros que vão até o teto assistem Lorai-

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Preocupada com a questão negra e das minorias, a professora Loraine Slomp Giron apresentou a realidade para mais de 5 mil alunos que passaram por suas aulas ne contabilizar: “Os que não estão aqui foram em caixas, 73 no total, para a minha casa em Forqueta.” A pesquisadora não cita os autores de sua preferência. “Quando se lê 400, 500 livros por ano fica difícil selecionar.” Em Caxias, Loraine vive há 50 anos em uma casa construída em 1927, que resistiu ao tempo e ao crescimento da cidade – “em frente ao falecido Ópera”, é como costuma explicar seu endereço. A casa tem uma janela com vista para a Rua Dr. Montaury. Olhando para fora, Loraine sabe contar a história de cada uma das famílias que já morou ali, pensa até que poderia escrever um livro só com o que descobriu sobre as casas que fazem parte do que ela

chama de “Velha Caxias”. “A vida de uma pessoa não é tão importante sem considerar a vida da comunidade onde ela está inserida. Cada casa tem uma história magnífica. Mas as pessoas não se interessam pelo passado”, lamenta. Foi dessa janela também que nos anos 90 Loraine viu as pessoas queimadas correndo Cine Ópera afora, durante o incêndio que encerrou as atividades do cinema. O acidente – embora Loraine não considere o incêndio como tal – é citado inclusive em um de seus livros, Cinema: Lembranças (2007), escrito juntamente com Kenia Pozenato. Foi no distrito de Forqueta, “onde só havia Slomp”, que Lorai-

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Studio Geremia/Arquivo Pessoal/Div./O Caxiense

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1. Loraine, na infância, quando ainda morava em Forqueta; 2. Em Trento, na Itália, em 2001, com uma professora da Universidade do Espírito Santo; 3. Em viagem às ruínas de Cartago, na Tunísia, em 2005 ne nasceu, em 1936. Lá viveu apenas os cinco primeiros anos de vida, “mas os mais importantes”. Criou-se brincando com os primos, já que a diferença de idade tanto da irmã mais velha quanto da mais nova era muito grande. A vida nas colônias de Forqueta – onde existia apenas a estação de trem, a casa de comércio do avô, a casa de Loraine e a dos parentes – foi muito livre, e a menina sofreu quando a família mudou-se para Caxias. “Eu por mim morava lá até hoje.” Quando a irmã mais velha saiu de lá para estudar, a mãe, que odiava Forqueta, achou a oportunidade perfeita para ir para a cidade. “Achei o fim. Aqui era um ovo, mas tinha cercas, e eu nunca me acostumei com cercas, portões e portas fechadas.” A menina começou a estudar no colégio São José. “Não tinha gostar, eu tinha seis anos, achava aquilo um saco. Me botaram lá e pronto”, diz, contando que sentia-se bem quando ia para a praia, onde a família, que viajava bastante, passava todos os verões. Perto do mar de Torres, Tramandaí ou Capão, Loraine curava-se do que todos achavam ser um problema pulmonar – mas que, na realidade, era apenas rinite alérgica. Na época, a maresia era o único remédio. Quando tinha idade suficiente para cursar o Ginásio, ela mudouse para Porto Alegre, onde estudou no colégio Bom Conselho, uma escola interna frequentada apenas por meninas de famílias muito tradicionais. O colégio fazia jus a educação de qualidade que propagandeava, segundo Loraine, principalmente por que os professores eram os mesmos

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que davam aula na universidade federal. Os anos foram horríveis. “Porque quando tu perde a liberdade, tu perde tudo.” As irmãs do colégio eram alemãs, muito mais severas do que as francesas do São José, e conversavam em alemão o tempo todo. “E a gente não entendia nada. Era muito difícil e ficávamos meio isoladas.” Ao sair do internato, Loraine ingressou no curso de História e Geografia da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Preferia ter estudado na federal, mas o pai fez questão de pagar uma universidade particular. “Ele me deixou escolher o curso, pelo menos.” Ainda durante a faculdade, aos 21 anos, casou-se com Raul Antônio Giron, com quem namorava desde os 15. Recém-casados – e formados –, os dois mudaram-se de volta a Caxias. “Minha mãe quis que eu casasse logo porque naquela época tinha aquele medo que as mulheres engravidassem. Era muito estresse, o que é besteira, porque eu casei virgem.” Raul era muito diferente de Loraine. “Ele gostava das coisas muito exatas. Ele fez Ciências Contábeis, eu fiz História, era outra cabeça. Mas era um homem muito inteligente”, conta. Os problemas que o casal enfrentava eram ideológicos. Raul era de direita e Loraine, de esquerda, o que não foi um empecilho nos primeiros anos, já que quem está apaixonado não enxerga muitas coisas. Com o tempo, as divergências viraram discussões sérias. “Tudo o que acontecia era responsabilidade dos comunistas, por causa da Guerra Fria, então eu era responsável por ações na União Soviética, na Hungria, na

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Tchecoslováquia. Sabe, era mui- de São Paulo. to cansativo ser responsável pelo Em 1960, graduava-se apenas mundo”, lembra Loraine, expli- quem tinha condições de estucando que nem era ligada a par- dar fora. “Todos esperaram até tido comunista. “Eu só era de es- ter uma universidade em Caxias”, querda, achava que a sociedade diz, enquanto um relógio cuco devia ser justa, igualitária, conti- toca na cozinha da casa. Por causa nuo achando. Mas ele não, achava disso não foi difícil começar a traque tudo tinha que ser assim, com balhar, e ela começou dando aulas categorias sociais diferentes.” Eles de História no colégio São Carlos. ficaram juntos por seis anos. Ofi- Depois, foi convidada para ser cialmente o casamento durou 12, uma das primeiras professoras da até o falecimento de disciplina de HistóRaul, já que os dois ria da América no nunca oficializaram “No primeiro ano curso de História da a separação, tanto (como professora UCS, no ano de sua que Loraine man- de História na abertura. Mas não tém tem até hoje o UCS) fizeram um aceitou o convite na sobrenome do exhora, alegando que abaixo-assinado marido. desconhecia a maO casamento trou- para me tirar téria, além de não porque eu exigia xe dois filhos, Luís possuir bibliografia. Antônio, nascido muito”, diz “A guerra terminou em 1959, e Felipe, Loraine com o mercado edide 1962 – “conselho torial brasileiro, hade Loraine: tenha no via escassez muito máximo dois”, acrescenta. Os me- grande de livro. Eu podia comninos foram criados por ela du- prar os livros que eu quisesse, só rante os anos 60, uma época em que não tinha”, recorda. Ela avenque a separação não era comum, turou-se nos sebos de Porto Alemuito menos bem vista pela so- gre, em uma época que levava-se ciedade. “Foi bastante difícil. Nós quatro ou cinco horas de ônibus sofríamos preconceito, ela sofria. em estrada de chão batido até a Caxias era muito conservadora. Capital, adquiriu uma série de liNinguém se separava, os casais vros e estudou durante um mês. podiam não se aturar, mas fica- Depois disso, estava pronta. “Clavam juntos e tinham aquela ima- ro que, se eu não quisesse dar aula gem de família perfeita. E nós não bem, pegava uma enciclopédia e tínhamos isso”, conta Felipe, hoje pronto”, diz Loraine. consultor na área de educação, Nos anos 60, a demanda reprique vive em Forqueta. mida fez com que os alunos fossem mais velhos que a professora. Loraine também era dife- “Todos os que fizeram História rente em Caxias por ser uma das foram meus alunos. Mário Garpoucas com graduação – depois delin foi um, por exemplo”, reda licenciatura, fez mestrado em lembra Loraine, conhecida por Filosofia pela UFRGS e doutora- ser rigorosa. “No primeiro ano do em Ciências Sociais pela PUC fizeram um abaixo-assinado para

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me tirar porque eu exigia mui- ela, que iniciou os trabalhos de to.” Nem todos se importavam pesquisa 10 anos depois que virou com essa característica. Luiza professora da UCS. “Se eu produIotti, hoje diretora do Instituto zi tanto não foi graças à univerMemória Histórica e Cultural e sidade, porque trabalhei em pesprofessora de História, tinha 17 quisa de graça até enjoar. Fazia anos quando entrou no curso que porque gostava mesmo.” planejava fazer apenas por um Os anos de dedicação origisemestre, antes de se transferir naram incontáveis publicações, para Jornalismo ou Arquitetura. muitas delas voltadas à história Mudou os planos quando teve a da imigração italiana na região. primeira aula com Loraine. “Ela Entre os livros publicados, cuja dava aulas maravilhosas. Era uma quantidade Loraine não sabe prehistória diferente do cisar, estão Imigraque a gente aprenção e Colonização dia na escola, não “Ela lutou contra (1975), As sombras era de decorar datas a ditadura de do littorio: o fascise fatos, era uma ou- peito aberto. Se mo no Rio Grande tra História, que eu estivesse em São do Sul (1994), 100 nunca tinha visto. anos de imprenAquilo fez com que Paulo, com o que sa regional: 1897dizia aos alunos, eu me apaixonasse”, 1997 (2004), Terra não estaria viva conta Luiza. e homens: colônias Luís Antônio, o fi- hoje”, conta o e colonos no Brasil lho mais velho, hoje filho Luís (2004) e Presença jornalista da revista Africana na Serra Época em São PauGaúcha: Subsídios lo, ainda se lembra das vezes em (2009). Hoje, com leis que obrique a mãe o levou para o traba- gam o ensino da cultura afrolho. O menino de oito anos ficava descendente nas escolas, Loraine em um cantinho da sala de aula conta que finalmente tem espaço só escutando e apreciando o jei- para pesquisar sobre negros. to como ela encantava os alunos Ao longo de toda a trajetória, com suas explicações. “Ou então Luís destaca a postura da mãe nos nos jardins da universidade, dan- anos de ditadura militar. Para ele, do aulas como se fosse Sócrates”, Loraine foi uma batalhadora pela descreve. resistência democrática e pelo diOs anos de profissão deixam reito à liberdade, especialmente claro para Luís que a mãe sempre de expressão. “Ela lutou contra a manteve a fé em seus alunos. “Ela ditadura de peito aberto, esteve é uma professora nata. Formou dentro do movimento de contespessoas de várias gerações, é aí tação de um regime que era perque estão as maiores obras delas.” verso. Ela teve sorte por estar na Por ser uma figura tão emblemáti- UCS. Se estivesse em São Paulo, ca no curso de História os alunos com o que ela fez nas manifestafizeram uma espécie de homena- ções e dizia aos alunos, não esgem à professora, denominando a taria viva hoje”, imagina. Loraine premiação de um campeonato de explica o segredo: “Uma coisa futsal, realizado há algumas se- que nunca me pedem é como eu manas, como Taça Loraine Slomp sobrevivi à ditadura com essa miGiron. A pesquisadora não ficou nha cabeça. Foi simples. Era só exatamente feliz com a menção. dizer fulano, autor do livro tal, “Meu Deus, que coisa horrível.” pensa isso, fulano pensa aquilo. O filho a descreve como uma Tirava a responsabilidade de diapaixonada pela vida universi- zer que eu pensava”. tária. “Ela sempre se pautou por três coisas: o amor à família, a fé Diariamente Loraine leno conhecimento e a dedicação vanta entre 4h e 5h da manhã. ao trabalho, o que colocou mui- “Quando acordo de manhã detas vezes acima de tudo”, diz Luís. sanimado, penso na minha mãe, “Ela sempre foi muito franca e que deve estar pegando os livros transparente. Quando era possí- dela e indo a pé até a universidavel nos dava carinho e atenção, de”, diz Luís. Ela divide sua rotiporque não era fácil para ela, que na entre os projetos de pesquisa trabalhava 12 horas por dia e, na UCS e outros estudos, como o quando tinha um tempo, traba- que está realizando agora, sobre lhava na casa”, complementa Feli- os negros de Vacaria na época de pe, o filho mais novo. escravidão, dado que está levanLoraine chegou a dar 64 horas tando juntamente com a prefeitude aulas por semana, dividindo- ra de lá. Aos finais de semana vai se entre Cristóvão, São Carlos, a Forqueta, onde ainda mantém Cursão e UCS. “E ainda fazia uma casa e onde vivem dois dos pesquisa. E as pessoas dizem que seus quatro netos. “Estou ‘aponão conseguem”, conta, ao res- sentanda’ este ano”, diz Loraine, saltar que na pesquisa não existe que parece ser incansável. “É esse descanso em sábado ou domin- excesso de mudança que torna a go. “Minha tese de doutorado eu vida realmente divertida. Depois fiz trabalhando das 4h às 10h, eu de velho se fica muito mais esperescrevia 20 páginas por dia. Em to. Não tem nada que te surpremáquina de escrever”, salienta enda.”

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível

4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: Ordinária - Outros. Processo: 010/1.10.0005289-3. (CNJ:.0052891 - 60.2010.8.21.0010). Autor: Escritório de Contabilidade Posenatto Ltda. Réu: APF Equipamentos e Suprimentos para Informática e outros. Objeto: CITAÇÃO de APF Equipamentos e Suprimentos para Informática, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art.232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 15 de abril de 2011. SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Sergio Augustin.

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Sem título

| Marcus Vinicius Lorenzet | Cenas surrealistas são a principal característica dos trabalhos do designer Marcus Lorenzet. A inspiração pode surgir do cotidiano, que é transformado para uma faceta um tanto mais obscura da realidade – ou do inconsciente. Marcus admira artistas como Salvador Dalí, Tim Burton, Travis Smith, Dave McKean e o brasileiro Gustavo Sazes. Um trabalho pode levar até 8 horas para ficar pronto. Mais ilustrações de Marcus podem ser vistas em www.artspell.net.

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Guia de Cultura

Warner Bros, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Em Se Beber Não Case 2, estão todos praticamente casados, mas ainda cometem os erros que nos fazem morrer de rir no cinema

CINEMA

20h e 22h10 (leg.) | Iguatemi O enredo, todo mundo já sabe: um cara que está prestes a casar se envolve em confusões absurdas na despedida de solteiro e some do mapa. O primeiro longa fez sucesso por surpreender os espectadores. Agora, os produtores apostam que a graça dessa segunda parte é justamente por que eles já sabem o que vai acontecer. Será? Dirigido por Todd Phillips. Com Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e Justin Bartha. 16 anos. 102min..

l Os Agentes do Destino | Suspense. 13h45, 16h15, 19h30 e 21h40 (leg.) | Iguatemi Perto de se eleger senador nos Estados Unidos, David Norris (Matt Damon) se apaixona pela dançarina Elise Sellas (Emily Bunt), mas ao tentar viver esse amor é sabotado pelos Agentes do Destino. Pelo trailer, parece um suspense de ficção com o poten- l Piratas do Caribe 4: Navecial de A Origem. Dirigido por gando em Águas MisterioGeorge Nolfi. 12 anos. 106 min.. sas | Aventura. 15h15, 18h15 e 21h15 (leg.), 13h e 16h (dub. 3D), Recomenda 19h e 22h (leg. 3D) | Iguatemi l Se beber, não case! Parte 2 Reza a lenda que ao invés da | Comédia. 13h30, 15h40, 17h50, Fonte da Juventude, Jack Sparrow,

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Angelica, Barbossa, Barba Negra e Capitão Teague deveriam ter navegado os sete mares em busca de um orçamento e um roteiro melhor. Dirigido por Rob Marshall. Com Johnny Depp, Penélope Cruz, Ian McShane, Geoffrey Rush e Keith Richards. 12 anos. 141 min..

No enredo, o diplomata Joseph Wilson (Sean Penn) escreve um editorial para o jornal New York Times alegando que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, de forma a justificar a invasão. Como retaliação, a esposa dele, Valerie Plame (Naomi Watts), que é agente secreta da CIA, tem sua identidade revelada intencionalmente.

Recomenda l Jogo de Poder| Suspense. Sábado (28) e domingo (29), 20h. Quinta(02) e sexta(03), 19h30 (leg.) | Ordovás O longa foi o único filme norteamericano indicado à Palma de Ouro em Cannes no ano de 2010.

AINDA EM CARTAZ: O Noivo da Minha Melhor Amiga. Comédia romântica. 18h (leg.). UCS | Rio. Animação. 14h15 e 16h45 (dub.). Iguatemi, diariamente às 16h, sábado e domingo também às 14h (dub.). No domingo (29), preço único de R$ 3. UCS | Thor.

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anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA Recomenda l Concertos ao entardecer| Domingo (29), 18h | A apresentação marca o início da série baseada na música de câmara, que completa 18 anos em 2011. Os convidados são o Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica da UCS, formado por Fernando Costi, Everton Bragagnolo (trompetes), Paulo Fernando Ferreira (trombone), Ramon Rizzon (trompa) e Felipe Istan (tuba), com participação do grupo Caxias Brass Ensemble, que reúne músicos dos naipes de metais da Osucs e Orquestra Municipal de Sopros. Capela do Santo Sepulcro Entrada franca (sugere-se a doação de alimentos não perecíveis) | Júlio de Castilhos, s/ n° | 32899017

Edson Pereira, Divulgação/O Caxiense

Aventura. 20h (leg.). UCS | Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio. Ação. 16h30, 19h10 e 21h50 (leg.), 14h, 18h45 e 21h30 (dub.). Iguatemi l Concerto de 75 Anos do Colégio La Salle Caxias | INGRESSOS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ Domingo (29), 15h45 | Orquestras e coros da escola La 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior Salle comemoram o aniversário com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 da instituição com convidados. (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Igreja dos Capuchinhos Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças Entrada franca | General Sampaio, menores de 12 anos e sênior com mais de 60 161 | 3220-9400 l Quinta Sinfônica | quinta (02), 20h | A Osucs antecipa seu espetáculo e apresenta concerto na data em que se festeja a República Italiana, instituída através de um plebiscito em 1946. No repertório, uma cortina lírica, com Árias de Óperas de grandes compositores italianos. Os ingressos devem ser retirados na Livraria do Maneco ou no teatro, a partir das 18h. UCS Teatro Entrada franca | Cidade Universitária | 3289-9017 TAMBÉM TOCANDO – Sábado(28): Ballantine’s + Corpo Presente. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Blues Heads. 23h. Leeds. 3238-6068 | Bob Shut. Pop rock. 22h. Bier Haus. 32216769 | Ex-BBBs Rodrigo e Talula. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Festa da Tequila. Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. 23h. Move. 32141805 | Vera Loca. Abertura com acústico 2203. Rock. 22h. Vagão Classic. 3223-0616 | Creedence Clearwater Revival Tribute. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | RS Samba. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Trio Ton, depois, DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 18h. The King. 30217973 | Rê Duprê. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Vitrine Viva +Dinamite Joe. Rock. 23h30

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Edson Pereira registra o cotidiano cubano em Las Calles de Havana

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TEATRO l Fando e Lis | Sábado (28), 20h | Abandonados em um mundo de desespero e impossível comunicação, Fando e sua amada Lis viajam em busca da maravilhosa cidade de Tar. O texto é de Fernando Arrabal, com direção de Eduardo Colombo. No elenco, Anderson Martins, Geison Sommer, Icaro Costa, Marcio Carvalho e Raiana Paludo. 14 anos. Teatro do Sesc 1 quilo de alimento para o Programa Mesa Brasil | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

das 8h às 12h, e das 13h30 às 18h | História do artista, que foi também operário e líder do movimento sindical, através de documentos, recortes de jornais, esculturas e objetos pessoais. Instituto Bruno Segalla Entrada franca | Andrade Neves, 603 | 3027-6243

cubana, a tradição e a cultura da cidade de Havana. Iguatemi Entrada franca | RSC 453, 2.780 | 3289-9292 l Cadernos de Viagem | De segunda a sexta, das 9h às 19h; sábados e domingos, das 15h às 19h | A artista porto-riquenha Beatriz Santiago Muñoz está em Caxias do Sul desde o dia 9 de maio para produzir um trabalho para a 8ª Bienal do Mercosul. Ela coletou objetos vinculados a noções políticas. Galeria do Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l A porta aberta | A partir de quarta(1º). Visitação de segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30 | Em xilogravuras, pinturas, desenhos e composições, a artista Alessandra Baldissarelli procura produzir obras que abram as portas da mente e da vida para novas oportunidades. DANÇA Espaço Cultural da Farmácia do l Graça | Sábado(28), 20h | Ipam AINDA EM EXPOSIÇÃO – A De Andrea Bardawil, o trabalho Entrada franca | Dr. José Barea, vida tem a cor que você pinta. é um encontro, uma aproximação 2.202 | 3901-1316 Miriam Cardoso. Anglo-Amerientre duas pessoas que se conhecano. De segunda a sexta, das 8h cem e se respeitam mutuamente, l V Clic Ambiental | Abertu- às 22h. 3536-4404 | Brumas da apesar de trajetórias distintas. ra sexta(03), às 20h. Visitação de Saudade. De segunda a sexta, das Corpo e pensamento, de um lado segunda a sexta, das 9h às 19h, 8h às 22h. Campus 8 | 10 Anos do construído na cultura popu- sábados e domingos, das 15h às Museu dos Capuchinhos. De selar e de outro no ensino formal 19h | gunda a sexta, das 8h às 11h, e das da dança cênica, no mundo das Mostra das fotografias selecio- 14h às 17h. Museu dos Capuchiacademias de dança. Ingressos nadas no concurso. nhos. 3220-9400 | No Ar - o Rápodem ser retirados na sede da Sala de Exposições do Ordovás dio e a Televisão em Caxias do Unidade de Dança ou Livraria Do Entrada franca | Luiz Antunes, Sul. Terça a sábado, das 9h às 17h. Arco Da Velha. 312 | 3901-1316 Museu Municipal | Mostra de Teatro do Ordovás Painéis sobre a Colonização ItaEntrada Franca | Luiz Antunes, l Las Calles de Havana |Se- liana na região. Sábado(28), das 312 | 3901-1316 gundas a sábados, das 9h às 22h, 8h30 às 12h30. Espaço Cultural domingos, das 14h às 21h | da Farmácia do Ipam. 3222-9270 As 15 fotografias de Edson Pe- | O Observador. Diariamente, reira foram produzidas durante das 8h às 20h. Jardim de Inverno EXPOSIÇÕES uma viagem de estudos a Cuba, Sesc | Ponto a Ponto. Sábado(28) l Bruno Segalla, o operá- em 2010. Refletem o retrato e e domingo(29) das 15h às 19h. rio da arte | De segunda sexta, a carga simbólica da revolução Ordovás. 3901-1316 |

River Road Entertainment, Divulgação/O Caxiense

Bukus Anexo. 3285-3987 | Domingo(22): Trio Legal, depois, DJ Eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(31): Projeto Rock e Cultura. Sala de Ensaio Apresenta. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | The Blugs. Blues. 22h. Mississippi. 30286149 | Isack e Juliane Acústico. Rock e blues. 22h. Bier Haus. 3221-6769 |Ton Rock’n’Roll. 21h30. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta(01): Alemão Ronaldo e Fabricio Beck. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Juke Joint & Beale Street. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Classic Gamer. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Quinta(02): Beale Street. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Alexon Mendes Acústico, após, Fabricio Beck e Trio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sandro e Santoro, depois, DJ Eddy. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 32230616 | Sexta(03): Beale Street. Blues. 22h. Mississippi. 30286149 | Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Disco+ DJ Eddy. Pop rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Junk Box, depois, DJ Mono. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Blue Slave. Sexta Cultura. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 |

Naomi Watts e Sean Penn interpretam casal envolvido em conflito de interesses do governo americano em Jogo de Poder

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Dupla por FABIANO PROVIN | fabiano.provin@ocaxiense.com.br

O volante papo Gustavo e o goleiro grená André Sangalli esperam com ansiedade o retorno aos gramados. O primeiro, de 19 anos, segue uma rotina de sessões de fisioterapia após cirurgia realizada no joelho direito. Gustavo lesionou os ligamentos no jogo contra o Grêmio, dia 30 de março, pelo Gauchão. Sangalli, 31 anos, está parado desde 16 de março. No jogo contra o Botafogo-PB, válido pela Copa do Brasil, ele teve um problema muscular na coxa direita. Desde então, não jogou mais. Atualmente, o goleiro faz reforço muscular.

Três vezes

Parte da torcida grená, principalmente a adepta às redes sociais, está apreensiva. Pela terceira vez o Caxias deve contratar o atacante Marcelinho, 24 anos, ex-Grêmio e com passagem pelo Exterior. O detalhe: o atleta não atuou pelo clube caxiense. Em 2009 e em 2010, ele só treinou. Basta lembrar o caso de Diogo, que ficou incontáveis meses no Centenário se recuperando de lesões, jogou duas partidas e foi embora.

TIMES COMEÇAM

A TOMAR FORMA No lado grená, são 20 dias de trabalho. No alviverde, quase duas semanas. Encerradas as primeiras etapas da preparação para as disputadas séries C e D, as equipes do Caxias e do Juventude começam a tomar forma durante os treinamentos promovidos pelos técnicos Guilherme Macuglia e Antônio Picoli. Talvez por ter liberado mais atletas, o trabalho está mais adiantado no Estádio Centenário, onde o treinador já promoveu coletivos. No Alfredo Jaconi, a movimentação tática com distribuição de coletes para titulares e reservas deve começar na próxima semana. No Caxias, Macuglia escalou Sidivan; Alisson, Fábio Santos, Édson Rocha e Gerley; Márcio Hahn, Itaqui, Marinho e Thomaz; Pedro Henrique e Lima. A formação foi o clássico 4-4-2, com cinco novidades em relação ao time que encerrou as participações no Gauchão e na Copa do Brasil – no gol, na zaga e no meio-campo. Depois entraram Vinícius (saiu Rocha) e Paulo Rangel (Pedro Henrique). Entre os considerados reservas, atuaram o zagueiro Vanderlei e os volantes Gere,

Saulo e Felipe Gonçalves. Além do meia Marinho (sétima contratação), 20 anos, ex-Inter, a direção pretende anunciar outros reforços.

No Jaconi, as atividades ainda se resumem às partes física e técnica. A última formação alviverde que entrou em campo (dia 24 de abril, Ju 1 x 2 Inter) teve Jonatas; Anderson Pico, Rafael Pereira, Fred e Alex Telles; Umberto, Jardel (depois Christian), Cristiano e Ramiro (Celsinho); Júlio Madureira (Rafael Aidar) e Zulú. Todos permaneceram no Juventude, que, além da Série D, oficializou a participação da Copa da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), a chamada Copinha. Por enquanto, o único reforço foi o volante Léo Maringá. Sobre novidades, parece que a direção irá apostar novamente em atletas uruguaios. Da primeira turma de quatro jogadores, apenas um permanece em Caxias do Sul, o meia Christian – que variou muito com boas e médias atuações. O atacante Ismael Espiga, o lateral esquerdo Planchón e o meia Alvaro não integram mais o grupo.

Itaqui ficou

Na mesma semana em que o Caxias foi eliminado da Copa do Brasil pelo Coritiba, o volante Itaqui havia dado entrevistas praticamente se despedindo do clube – falou sobre o fim de um ciclo. Neste sábado (28) faz um mês que o esquadrão grená não joga oficialmente. Por um lado, ganha o Caxias com a permanência de Itaqui, pois é um líder no

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vestiário, comprometido com a camisa que veste, e bom jogador. Para o atleta, existia a expectativa de uma negociação, como a que ocorreu com outro volante, Edenílson, apresentado oficialmente no Corinthians-SP na tarde do dia 20 de maio. Nada é definitivo no futebol, mas parece que o ciclo de Itaqui pode durar mais um tempo no Centenário.

Bases avançam

As categorias de base da dupla CA-JU estão avançando de fase na Copa FGF Sub-17 (juvenil) e no Gauchão Sub-20 (juniores). Na primeira etapa do Estadual júnior, o Caxias venceu cinco jogos, empatou dois e perdeu um; marcou 27 gols e sofreu apenas quatro. Na segunda fase, venceu as três partidas que disputou. O Ju somou seis empates e duas vitórias (fez 18 gols e sofreu oito). Na segunda etapa foram duas vitórias e um empate. Os próximos desafios são neste sábado (28), do Ju, e domingo (29), do Caxias. Os papos recebem o Ivoti e os grenás, o Porto Alegre. Ambos os confrontos estão programados para as 15h, em Caxias. Pela Copa Sub-17, o Caxias está invicto – venceu cinco partidas e empatou uma. Marcou 10 gols e não sofreu nenhum. Os papos também ganharam cinco jogos, mas perderam um (fizeram 16 gols e levaram cinco). Na segunda fase, Caxias e Ju ficaram na mesma chave.

Preparativos

Técnicos da Fifa estiveram na Serra na semana que passou para inspecionar os candidatos a Centros de Treinamento de Seleções (CTS) na Copa do Mundo. Foram vistoriados a Vila Olímpica Várzea Grande (Gramado), o Centro de Treinamento Hotel Continental (Canela), o Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos (Bento Gonçalves) e o Estádio Municipal de Esportes (Castanheiras, em Farroupilha). No Estado, são 12 as cidades que podem receber os CTS. Alvorada (Pedra Branca Futebol Clube) e Novo Hamburgo (Estádio do Vale) foram as primeiras visitadas. Os outros municípios são Canoas (Complexo da Ulbra), Caxias do Sul (Centenário), Osório (Centro Esportivo Davi Fleck), Pelotas (Fragata FC), Santo Antônio da Patrulha (Parque da Guarda) e Viamão (CT Vila Ventura). Não há previsão para a vistoria em Caxias. No Centenário, tudo está pronto – a grama recebe cuidado especial e as arquibancadas foram lavadas com jatos de água.

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Fabiano Provin/O Caxiense

Em recuperação

Rodrigo Fatturi, S.E.R. Caxias/O Caxiense

O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, comprou uma briga com os clubes rebaixados à Terceirona Gaúcha (a ser disputada em 2012). Oito equipes (uma da Serra, o Garibaldi) foram proibidas de se inscrever na Copinha, programada para iniciar em agosto deste ano. “De repente, se tivermos um número pequeno de inscritos, poderemos abrir exceções para clubes da Terceira Divisão. Porém, entidades com salários atrasados e sem patrocinadores não serão inscritas. Os clubes não têm que concordar, eu convido quem quiser”, polemizou o dirigente. A Copa FGF de 2011 deve homenagear a advogada e ex-vicepresidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) Laci Ughini, falecida no ano passado. A direção do Juventude tinha a expectativa de que a Copinha fosse chamada Willy Sanvitto, patrono e construtor do Estádio Alfredo Jaconi na década de 1970. Ele morreu aos 78 anos no dia 12 de maio do ano passado. Em 2010, a competição levou o nome de Enio Costamilan, ex-dirigente grená.

Fabiano Provin/O Caxiense

A Copinha

O Caxiense

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Guia de Esportes

Idalicio Umpierre, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Quarenta e cinco competidores devem disputar cinco categorias no Kartódromo de Farroupilha neste fim de semana

KART

Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC) Recomenda Entrada gratuita | Atílio Andreal Faeli Regional de Kart | zza, Parque Oásis Sábado, 13h, e domingo, 8h30 | São esperados pelo menos 45 l Caxias x Porto Alegre competidores nas cinco diferen- (Juniores) | Domingo, 15h | tes categorias disputadas: Speed O time treinado por Felipe En(motor de moto e caixa de câm- dres mantém campanha de 100% bio), Fórmula (motor de 125 ci- de aproveitamento. Neste dominlindradas), Elétrica (225 cilindra- go, os rapazes tentarão manter das), Cadete (pilotos até 11 anos) o retrospecto novamente diante e Meio Século (para pilotos com do Porto Alegre. Já praticamente até 45 anos). Esta será a segunda classificada, a equipe grená prede cinco etapas do campeonato. cisa de somente um empate para No sábado ocorrem os treinos li- seguir para as quartas de final da vres, para no domingo os motores competição. roncarem pra valer. Associação Atlética Bangu Kartódromo de Farroupilha Entrada gratuita | Tronca, 3.456, Entrada gratuita | São Vicente, Rio Branco 375, Cinquentenário - Farroupilha

FUTEBOL l Juventude x Ivoti (Juniores) | Sábado, 15h | O time alviverde enfrenta novamente o Ivoti, em partida válida pelo primeiro jogo do returno da 2ª fase da competição. No primeiro encontro, o Ju se deu melhor. O atacante Gustavo aproveitou um erro de reposição de bola e marcou o único gol da partida.

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O Caxiense

ram a terceira colocação. Sábado, 9h: UCS x Corinthians AC (UCS) | 10h30: Juvenil x Corinthians SC (UCS) | 15h: UCS x Corinthians SC (Juvenil) | 16h30: Juvenil x Corintians AC (Juvenil) Ginásio I da UCS e Clube Juvenil Entrada gratuita | UCS: Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis. Juvenil: Marquês do Herval, 197

l UCS x Corinthians SC | Sábado, às 19h | Os rapazes da categoria sub-19 da UCS também estreiam neste final de semana no Estadual. O adversário é o Corinthians SC, tradicional time de Santa Cruz do Sul. Para defender a equipe caxiense, o treinador Tiago Frank contará com a atuação do ala Franco Lazzari, que integra a SeBASQUETE leção Gaúcha Sub-19. l Campeonato Estadual Ginásio I da UCS Sub-17 | Sábado, 9h | Entrada gratuita | Francisco GetúOs dois representantes de Ca- lio Vargas, 1130 – Petrópolis xias – UCS e Clube Juvenil – estreiam no Campeonato Estadual da categoria. O técnico da UCS, CICLISMO Tiago Frank, acredita que a competição será muito equilibrada l 3ª Etapa do Campeonato e que nenhum time despontará Gaúcho de Mountain Bike | com vantagem. Em 2010, os me- Domingo, às 8h30 | ninos da universidade conquistaAproximadamente 200 ciclis-

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tas irão participar do circuito de 36 quilômetros pelas estradas vicinais do interior de Flores da Cunha. A prova será aberta para competidores amadores e federados. Serão disputadas 12 diferentes categorias – as principais realizarão duas voltas. Entre o percurso, além de estradas de chão, os participantes terão de percorrer trechos que incluem duas trilhas e atravessar um córrego. Largada em frente à Praça da Bandeira Entrada gratuita | Dr. Montaury, Centro - Flores da Cunha

VÔLEI l Copa RS infanto masculino | Sábado, 10h e 13h | Na chave B, jogam as equipes Apav/Canoas, SGNH/Novo Hamburgo, Kolosh/Nova Petrópolis e UCS. Serão disputadas seis partidas. Os meninos da universidade entram em quadra duas vezes. Primeiro contra o SGNH, às 10h, e na sequência, às 13h, diante do Kolosh. Ginásio II da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Teatro

Diego Netto, Div./O Caxiense

Articulador da rejeição ao projeto de criação da Feira de Economia Solidária, por esta ter vício de origem (não é da competência do Legislativo tal iniciativa), Edio Elói Frizzo (PSB) não poupa o parlamentar petista: “Ele tem uma cultura autoritária. Se quisesse mesmo aprovar o projeto, e não fazer politicagem, teria feito contatos prévios inclusive na prefeitura. Quando um vereador quer construir alguma coisa, de fato, faz assim. E não teatro, como ele fez no dia da votação”.

A explicação

Aos que estranharam a pequena participação de políticos na Romaria de Caravaggio, quinta-feira (26), a explicação de uma velha raposa da política local: “Nenhuma novidade: não estamos em ano eleitoral. Para alguns, a santa só faz milagres perto das urnas”.

Em cima do lance

O governo do Estado tem mais sorte do que juízo. A verba de R$ 3,3 milhões do programa federal de auxílio a aeroportos deveria ser usada no Hugo Cantergiani. Com a definição do local do futuro aeroporto, a Seinfra vai canalizar o recurso para o projeto de Vila Oliva – com contrapartida de R$ 1,015 milhão. O que não deixa de ser uma boa saída para iniciar o processo de construção do novo aeroporto.

PARTIDOS

Concurso

EM EBULIÇÃO Clima interno no PT caxiense está em ebulição. A divisão na bancada do partido na Câmara é evidente. Recentemente o vereador Guiovane Maria declarou a um veículo de comunicação que o partido não pode abrir mão dos mandatos de Pepe Vargas e Marisa Formolo. Depois disso, o vereador Marcos Daneluz bateu de frente com seus colegas de bancada (Ana Corso e Rodrigo Beltrão) ao defender a continuidade das obras da Barragem Marrecas. E, para completar, o deputado Pepe Vargas ficou mal em dois episódios recentes: ao ter que defender o ministro Palocci e no constrangimento em relação à definição do futuro aeroporto regional em Vila Oliva – ele defendia Monte Bérico.

No PMDB, o clima não é diferente. A preocupação é em relação aos estragos que estão sendo provocados pelo vereador Mauro Pereira, que está se apresentando em todos os cantos de Caxias do Sul como pré-candidato a prefeito. Paralelamente, o partido já sabe que a orientação estadual e nacional será a apresentação de candidatura própria em todas as cidades, principalmente nas de maior porte. Há quem diga que o vereador Mauro Pereira estaria lançando seu nome como pré-candidato a prefeito para se cacifar a ser vice do deputado Alceu Barbosa Velho na disputa pela prefeitura. Hipótese que chega a preocupar o deputado pedetista.

Sem a menor chance. Em 2012 vou participar apoiando. Não concorro Do ex-governador Germano Rigotto (PMDB), sobre a possibilidade de disputar a prefeitura de Caxias no ano que vem, como lembraram alguns dirigentes peemedebistas.

Pré-candidatos

Até outubro, quando será realizado o encontro municipal petista, resoluções aprovadas pelo diretório municipal negam a possibilidade de realização de prévias para definição de candidatura a prefeito, garante o presidente do PT caxiense, Alfredo Tatto. Oficialmente, o deputado Gilberto Pepe Vargas e o vereador Marcos Daneluz colocaram-se à disposição do partido para disputar a sucessão municipal. “Mas sem imposições”, diz Tatto.

Segundo Tatto, Daneluz diz que é pré-candidato, colocou-se à disposição do partido, mas apoiará o que a maioria decidir. Pepe Vargas, por sua vez, ao falar de políticas de alianças no diretório municipal – diante da lembrança de seu nome para candidatar-se à prefeitura –, disse que continuava, como sempre, a serviço do partido, e que cumpriria rigorosamente o que fosse decidido, “apoiando incondicionalmente o que fosse deliberado”.

PC do B com petistas

Embora tenha três bons nomes – Assis Melo, Abgail Pereira e Guiomar Vidor – para concorrer, é muito provável que o PC do B saia mais uma vez em dobradinha com os petistas na eleição do ano que vem, indicando o vice. A prioridade estabelecida pela

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direção nacional do partido é conquistar as prefeituras das capitais. E, nesse sentido, as negociações seriam em torno da candidatura da deputada federal Manuela D’Ávila, estrela comunista, para o governo de Porto Alegre. Com o PT oferecendo o vice.

Depois dos concursos para escolha da agência de publicidade e da coroa da rainha, a Festa da Uva proporciona a abertura de mais um processo democrático: o da escolha da música tema do evento de 2012, que tem como slogan “Uva, Cor, Ação! A safra da vida na magia das cores”. Com essas ações, a Festa da Uva marca pontos junto à comunidade, dando chances para uma participação maior na elaboração do evento. O concurso da música tema é uma ação da Diretoria de Cultura, comandada pelo secretário Antonio Feldmann.

Terceira via

Há um movimento nos bastidores políticos da cidade no sentido de discutir uma alternativa ou terceira via para as eleições municipais de 2012. Prevendo uma polarização entre PT (Pepe Vargas) e PDT (Alceu Barbosa Velho), algumas lideranças estariam tentando construir uma aproximação entre PSB, PMDB e PTB, além de outros partidos menores. Nomes? Os encontros dos representantes desses partidos definirão.

Leonardo Prado, Div./O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

Rejeição ao projeto de criação da Feira de Economia Solidária provocou a reação do proponente Rodrigo Beltrão (PT). Em nota divulgada por e-mail e no seu blog, Beltrão afirma que o debate em torno do tema evidenciou de forma mais clara a outra face da Câmara de Vereadores: “Por um lado, a propaganda oficial dá publicidade ao lado elogioso da Câmara. O outro nos dá conta de um parlamento à moda antiga, em que, muitas vezes, o coronelismo impera. Quanto a isso, deixei clara minha posição: não beijo a mão de ninguém.”

Marcelo Bertani, AL/O Caxiense

Outra face

Secretariado

Apesar dos sinais crescentes de desgaste de alguns secretários, e por extensão à própria imagem da administração municipal, dificilmente o prefeito José Ivo Sartori vai promover alguma mudança em sua equipe. A não ser que alguém peça para sair... Mas é evidente o prejuízo que o governo Sartori está tendo perante à sociedade devido à letargia de algumas pastas – e algumas de ponta.

Aposentadoria

O ex-deputado caxiense Victor Faccioni completa 70 anos em 5 de agosto. Pelas regras do Tribunal de Contas do Estado, é a data limite para sua atuação como conselheiro da instituição.

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O Caxiense

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