Edição 86

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Julho | 2011

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86 Ano ii

Estreia: HQCX, quadrinhos no jornal Renato

Henrichs A política de boa vizinhança do senador Paim

Nelli,

a matriarca do vinho Roberto

Hunoff Sine atende 150 pessoas por dia em Caxias

Tânia Tonet traça o perfil da rainha da

O DESTINO DA

Festa da Uva

RODOVIÁRIA

Maurício Concatto/O Caxiense

Alvo de uma ação judicial que questiona a renovação da concessão sem concorrência, 17 anos atrás, o terminal de Caxias entrou na lista das estações que deverão passar por licitação até 2014. Com a medida, o governo estadual quer ir além de resolver um impasse nos tribunais. Espera também impulsionar a melhoria nos serviços

As empresas locais no

ranking nacional

R$ 2,50


Índice Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

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A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site Roberto Hunoff | 4 O conselho do presidente da CIC aos empresários: cautela O Caxiense entrevista | 5 A descrição da vaga de rainha da Festa da Uva na opinião de Tânia Tonet, uma treinadora de embaixatrizes Rodoviária | 7 Estado inicia processo para licitar terminal, concedido sem concorrência há 17 anos

Ótimas as matérias do José E. Coutelle e da Camila Boff na edição n° 85 de O Caxiense – educação e segurança não andam nada bem em Caxias. :( Adriano De Nale

Empresas | 10 O salto da Suspensys e a força dos grupos Randon e Marcopolo

@danieldalsoto E o jornal @ocaxiense chega à edição 85 com mais uma grande reportagem de capa, num tema atual sobre o ensino superior. Parabéns! #edição85

Perfil | 11 Nelli Bampi, a marca feminina do vinho em Caxias

@jornalisi Conteúdo denso na edição 85 do @ ocaxiense. Todas as pautas me interessam muito! ;D #edição85

Boa Gente | 13 As melhores bebidas, o melhor garçom, o maior evento do escotismo e uma grande agente cultural

@KelinCastoldi isso significa + vinho ou + casca na sinimbú? #maiorsafradeuva

Jogos escolares | 14 Os desafios dos talentos do esporte caxiense

@mmaarrccooss Isso é falta de laço! #trotesnaBM

Guia de Cultura | 16 Sucessos do Coral Municipal, cores do Restart e rock do Tequila Baby

@monamonixa que triste! #furtodoNanettoPipetta

Artes | 19 Quadrinistas estreiam em O Caxiense @marikmarchioro A que ponto chegamos #furtodoNanettoPipetta

HQCX | 20 Uma aventura em outro planeta Dupla CA-JU | 21 Os reflexos da largada no Brasileiro Guia de Esportes | 22 As etapas finais do Campeonato Municipal de Futebol

Recuperação da Rota do Sol | Já estava na hora, vamos ver quanto tempo leva para acontecer. Izolda Molon

Renato Henrichs | 23 Senador Paulo Paim, entre o capital, o trabalho e o Carnaval

Expediente

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Robin Siteneski Comercial: Pita Loss e Calebe De Boni Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

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100 mil trotes na BM e nos Bombeiros | Nooooossa, que gente mais ridícula. Pode deixar que eu tenho um monte de coisas pra essas pessoas arrumarem aqui em casa. OOOOOHHH povinho mais burro esse! Karen Branco Aver Câmeras da Júlio não intimidam bandidos | Quem sabe qualificar este serviço ainda mais não seria uma solução? Ao identificar a situação de perigo, deslocar os policiais com agilidade e presteza pode diminuir as ocorrências e salvar vidas! A administração municipal deve empreender um esforço maior ainda para ajudar nas soluções... Luis Fernando Possamai

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

Caxias registrou um volume de chuva equivalente a 70% da média histórica de julho, causando alagamentos, como em um prédio de Lourdes

SEGUNDA | 18.jul Movimento defende ligação entre trem e novo aeroporto

O novo aeroporto e o trem regional ainda só estão no papel, mas a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul (AUNe) já pensa em ligá-los. O presidente da entidade, o prefeito de São Marcos, Evandro Ballardin, diz que o grupo estuda a possibilidade de que o traçado da linha férrea chegue até Vila Oliva. Os prefeitos querem uma ligação direta dos municípios com o novo terminal.

TERÇA | 19.jul O número da vergonha: 96 mil trotes em um ano A Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros divulgaram um número revoltante. Os telefones 190 e 193 recebe-

ram, em um ano, 96,9 mil trotes. Para cada cinco ligações recebidas pela emergência, uma é indevida. A esperança para coibir o problema agora vem de uma lei estadual. Uma medida sancionada pelo governador Tarso Genro esta semana prevê que os donos dos telefones paguem as despesas com o acionamento indevido.

QUARTA | 20.jul Por dia, ladrões levam 6,8 carros em Caxias

As estatísticas da própria Secretaria de Segurança Pública servem de alerta para os donos de carros: mantenha o cuidado redobrado ao circular pelas ruas ou estacionar o veículo. Os dados indicam que, no primeiro semestre, o roubo de automóveis, caminhões e motos subiu 30%. Os furtos aumentaram 23%. Ladrões levaram, no total, 1.231

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veículos nos seis primeiros meses de 2011. Esse número equivale a uma média de 6,8 carros sumidos por dia.

QUINTA | 21.jul Chuva intensa, resultado previsível Em 24 horas, Caxias registrou 109 milímetros de chuva, o que equivale a mais de 70% da média de julho. O resultado não podia ser diferente: risco de deslizamentos obrigou famílias a procurar parentes, água invadiu casas e estradas ficaram danificadas. A prefeitura montou uma força-tarefa para acelerar o conserto dos estragos. A maior preocupação dos caxienses está a cerca de 50 quilômetros do município. Em São Vendelino, o aguaceiro provocou rachaduras na ERS-122, interditando a principal ligação entre Caxias e Porto Alegre.

SEXTA | 22.jul Prefeitos votam em Bento para receber a UFRGS Se dependesse dos prefeitos da região, Caxias do Sul ficará sem o campus que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pretende montar na Serra até 2013. Uma pesquisa da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) mostra que um terço dos administradores prefere Bento como a sede. A predileção se justifica por uma razão principal. A cidade escolhida fica mais próxima da maior parte dos municípios integrantes da entidade. Para a sorte de Caxias, o levantamento terá peso reduzido na avaliação da universidade. Três audiências públicas que serão realizadas entre setembro e novembro ganharão peso bem maior nos critérios de seleção.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

A MVC, uma empresa da Artecola, de Campo Bom, e da Marcopolo, elevará sua capacidade produtiva em Caxias do Sul de 600 para 6 mil toneladas de componentes plásticos para engenharia. A nova fábrica, de 14 mil m², começa a operar em agosto e gerará, ao longo dos próximos 18 meses, em torno de 200 novos empregos. Atualmente são 60 colaboradores. O investimento de R$ 4 milhões, a ser consolidado em três anos, também garantirá à empresa ampliar a oferta de produtos para outros clientes nos segmentos de implementos rodoviários e veículos de passeio.

Cautela O presidente da CIC de Caxias do Sul, Milton Corlatti, recomenda cautela ao empresariado local. Para ele, o segundo semestre não repetirá o desempenho dos primeiros seis meses do ano, mas também não será nada apavorante. Corlatti entende que o governo continua adotando estratégia equivocada no controle da inflação, apostando todas as fichas no aumento dos juros,

como fez na semana que passou o Comitê de Política Monetária, pela quinta vez consecutiva, jogando a taxa Selic para 12,5%. O presidente da principal entidade empresarial caxiense reafirma que o governo precisa reduzir as suas despesas com pessoal e aumentar os investimentos, estes sim essenciais para o crescimento sustentável da economia nacional. Magrão Scalco,Divulgação/O Caxiense

Novos empregos

Arrecadação em alta

A prefeitura de Caxias do Sul fechou o primeiro semestre do ano com arrecadação de R$ 448 milhões, em alta nominal de 17%, acima dos 12% consolidados pela União. Descontada a inflação, o aumento real é de 6%. Destaque no semestre para a forte influência de tributos próprios, como IPTU, ISSQN e ITBI, que somaram R$ 103 milhões. Já o ICMS, principal fonte de receita, ficou em R$ 123 milhões. O secretário da Receita Municipal, Ozório Rocha, registra, no entanto, uma preocupação: em junho a arrecadação do ICMS caiu 30%, revelando indícios ainda mais fortes de desaquecimento da economia. Mesmo assim, ele acredita que a administração atingirá a meta orçada de R$ 1 bilhão para 2011, parte proveniente de empréstimos federais.

Ainda atrativa

Caxias continua atraindo milhares de pessoas anualmente. Basta recordar que, nos últimos 10 anos, chegaram cerca de 35 mil. De acordo com o diretor do Sine, Antônio Pescador, são prestados 150 atendimentos diários a pessoas em busca de emprego, das quais 20% são de outros municípios. Num ambiente altamente competitivo, em que a indústria precisa de mão de obra qualificada e investe mais em automação, a colocação desse contingente, na maioria sem experiência, torna-se difícil. Talvez aí se explique o crescimento na geração de vagas nos serviços, atividade que ainda tem mais facilidades para preparar seus colaboradores.

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Tecnologia hoteleira

Caxias será a primeira cidade do país a usufruir dos benefícios de um software exclusivo para pequenas pousadas e hotéis. A solução foi desenvolvida pela Amadeus, multinacional que produz tecnologia para o mercado de viagens e turismo, e o Instituto Marca Brasil. Ela permitirá que os estabelecimentos tenham seu conteúdo disponível para reservas em todas as agências clientes da Amadeus pelo mundo. A expectativa é que hotéis e pousadas tenham crescimento inicial de 20% a 30% ao ano em suas reservas. A apresentação ocorrerá na terça-feira (26).

Curtas

O Centro de Ensino Empresarial, conveniado da Fundação Getulio Vargas, oportuniza um “test drive” aos interessados em participar do curso de MBA em Gestão Empresarial. A aula experimental ocorre na terça-feira (26), a partir das 19h, na sede da instituição. O tema proposto é Gestão empresarial: Desafios e realidades. O novo superintendente regional da Caixa Econômica Federal é Elcio José Coelho de Lara, que assume em lugar de Renato Scalabrin. O paranaense de 41 anos ingressou na Caixa em 1989 e, atualmente, estava à frente da superintendência do Vale do Itajaí, em Blumenau (SC).

Confirmação

Em maio, a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários previu queda na produção a partir de junho por conta das medidas governamentais de redução nos índices de participação dos recursos públicos nos financiamento e nos prazos de amortização. O impacto comprovou-se em

Declínio

Embora ainda positivo, o mercado de trabalho em Caxias do Sul acentua os indicadores de desaquecimento. As autoridades preferem destacar a geração de 7.470 vagas no semestre, sem registrar que o número é 25% inferior ao consolidado em 2010, que bateu na casa de 9.931 empregos. As admissões aumentaram 6%, para 58,3 mil, enquanto as 50,8 mil demissões representaram incremento de 13%. A indústria, principal geradora de vagas, tem patinado a cada mês. Em junho

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junho. Mesmo com receita crescente na ordem de 21% no semestre, a Randon registrou queda de 12% na comparação de junho com maio. Já em relação a junho do ano passado o valor cresceu 11%. A receita líquida do semestre superou os R$ 2 bilhões. Para o ano a estimativa é de R$ 3,9 bilhões.

abriu apenas 47 vagas e no semestre totaliza 2,9 mil, o que representa queda de 62% na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. A compensação vem do segmento de serviços, com 2,8 mil vagas no semestre, alta de 82%. Mas até quando esta atividade conseguirá manter o ritmo? Ou já está se processando, de forma mais efetiva, um processo de reconfiguração da economia local, com a perda de espaço da indústria?

A partir de domingo (24) e até quarta-feira, a Universidade de Caxias do Sul sedia o XVIII Simpósio Nacional de Bioprocessos. O objetivo é apresentar avanços científicos e soluções inovadoras às empresas e à sociedade, por meio da geração de novos processos e produtos biotecnológicos, que têm ampla aplicação em diferentes setores da economia. Os organizadores esperam 1,2 mil participantes. O consultor de empresas Vicente Falconi Campos será o palestrante da reunião-almoço de segundafeira (25) da CIC de Caxias do Sul. O fundador e sócio do Instituto de Desenvolvimento Gerencial falará sobre O poder transformador da gestão. O Sindicato das Indústrias da Alimentação de Caxias do Sul promove na sexta-feira (29) palestra sobre Acordos coletivos de trabalho, com o advogado Felipe Serra. Na programação, que se inicia às 19h, na sede da entidade, na CIC, também consta o lançamento do novo site do sindicato.

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Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista

“A comunidade espera alguém que tenha a imagem que ela própria faz de si. Naquilo que ela faz, a comunidade se sente espelhada”, diz Tânia

“A RAINHA É O ALTEREGO

DA COMUNIDADE”

Há 15 anos preparando candidatas para conquistar – e sustentar – o título de soberana da Festa da Uva, Tânia Tonet traça o perfil da rainha a partir da expectativa dos caxienses

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por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br

pesquisadora Tânia Tonet não acredita que só cultura, beleza e simpatia sejam capazes de fazer uma rainha da Festa da Uva. Entretanto, há 15 anos preparando meninas para a disputa da coroa, acumulou soluções para tudo aquilo que não depende das características pessoais de cada candidata. Até 3 de setembro, dia da escolha das soberanas, nove candidatas incluem na agenda intensa do préconcurso pelo menos uma aula por semana no escritório de Tânia, em pacotes de 10 horas e 20 horas de treinamento. Logo que o concurso foi lançado, algumas delas procuraram a pesquisadora para uma consultoria na elaboração do traje para o desfile. Agora, querem aprender como devem se portar, saber o que responder aos jurados e descobrir o significado e o peso do título que elas almejam. Na edição deste ano, pela primeira vez, as 25 candidatas passarão por quatro avaliações. Na primeira etapa, serão avaliados pela Comissão Social durante o pré-concurso pontualidade, assiduidade, relacionamento, postura, elegância e controle emocional, correspondentes a 20% da nota final. Na segunda, que vale 25%,

serão analisados os conhecimentos gerais e culturais, em entrevista individual. Em outra entrevista, que também representa 25%, testa-se a desenvoltura e a dicção e oratória das candidatas. A última etapa, com peso de 30%, ocorre só no dia da escolha. As candidatas almoçam com os jurados, que observam nelas os critérios de beleza, simpatia e elegância e confirmam suas impressões sobre esses atributos na passarela. Tânia está contente com a profundidade do novo sistema de avaliação. O concurso 2011 é provavelmente o que mais dê sentido ao trabalho que ela desenvolve. De Adélia Eberle, em 1933, a Tatiane Frizzo, em 2010, o que mudou no conceito de rainha da Festa da Uva? Mudou a festa. E mudando a festa, a cidade, muda também o concurso. Primeiro a rainha era soberana de uma vindima. Acabava a festa, deixava de ser rainha. Hoje a gente tem uma rainha de uma festa até a outra. A própria festa se transforma, porque nasce como feira especializada em uvas e depois segue o desenvolvimento da cidade, tem as feiras agroindustriais. Com isso, vai assumindo aos poucos o caráter de identidade de Caxias. As meninas, até de uma forma espontânea, dizem assim:

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“eu quero representar Caxias do é o papel dela mesmo. O que ela Sul”. representa para Caxias? A rainha é o alterego da comunidade. Por isso E não representam? que se valoriza tanto. Se tu converNa verdade, elas sas com outras conão são soberanas munidades, elas não da cidade, como “Sonho que um conseguem entender por exemplo em dia essas notas como é que para nós Antônio Prado, que (do concurso) é tão importante nem escolhe a rainha sejam colocadas como a gente consedo município. As gue fazer um evento num telão, como gurias dizem que tão forte. Para a coquerem “represen- é feito nas munidade de Caxias, tar Caxias” porque escolas de a escolha da rainha é a Festa da Uva é o samba do o evento mais imporevento maior do Rio de Janeiro” tante da festa. Quanmunicípio. E elas dido sai no jornal, cada zem “evento maior” um já escolhe o seu também (risos). Nessas manifesta- trio. Durante muito tempo teve ções espontâneas, e até ingênuas e uma confusão sobre o concurso, um pouco repetitivas, elas tradu- se dizia que não era um concurzem uma verdade. Porque a festa so de beleza, que a parte cultural ganhou uma importância muito contava muito. Mas existia uma grande para o município, ultrapas- dissonância entre isso e o processou o elemento uva. Superou guer- so de escolha. Eu mesma cheguei ras, trocas de poder, crises econô- a ver muita miss participando de micas, crises políticas, enfim. E júri da rainha (na escolha de 2009, continuou existindo. Natália Anderle, Miss Brasil 2008, integrou o júri). Não existia uma A partir dessa transformação, o avaliação realmente cultural. Agoque muda no concurso? ra, em 2011, existe. Finalmente. As Isso tem a ver com a transforma- meninas estudam muito, se preção da sociedade. Este ano estamos param. E tu achas que em cinco vivendo uma coisa bem importan- minutos eles tinham condições de te: o fato de começar a definir o avaliar isso? No momento em que perfil da rainha. Até agora, sempre tu tens as funções da rainha, tens se falou da importância da rainha, o perfil. O concurso é muito mais mas ficava um pouco confuso qual uma seleção do que concurso, no 23 a 29 de julho de 2011

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sentido de competição. A gente está caminhando para a melhoria. Parece que as notas vão estar à disposição. E sonho que um dia essas notas sejam colocadas num telão, como é feito nas escolas de samba do Rio de Janeiro, e que a gente tenha a transparência total. Não precisa ser por jurado, mas por avaliação. Notas por jurados eu acho que a gente ainda não tem maturidade social para chegar nisso. Se a escolha da rainha é mais uma seleção do que um concurso, qual seria a descrição desse perfil, o anúncio da vaga? Precisa-se de moças que promovam a festa. Erroneamente as meninas dizem que elas vão divulgar. Quem divulga é a área de comunicação. A rainha promove a festa, faz o relacionamento com os diferentes públicos e tem a representatividade. O que a comunidade espera da rainha? A comunidade espera alguém que tenha a imagem que ela própria faz de si. Uma menina que seja bonita, simpática, culta, que saiba falar, tenha uma postura de acordo com os valores que a gente tem e que se identifique com a comunidade. Naquilo que ela faz, a comunidade se sente espelhada. A falta dessa avaliação cultural

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do novo regulamento fez com verdade a rainha é a pessoa que faz que a festa, em outras edições, a entrega de dois anos da vida dela deixasse de escolher a rainha que para a comunidade, sem remunea comunidade esperava? ração. É uma pessoa que está traA questão nem é tanto o resul- balhando em função de uma causa. tado. Não acho que a gente teve À medida em que a gente entender péssimas rainhas. Todas as que mais isso coletivamente, vai ficar estiveram ali procuraram fazer o bem mais interessante. Não existe melhor. Mas o processo está me- ex-rainha. É uma responsabilidade lhorando. E isso é mais impor- muito grande. A rainha deixa de tante, porque a gente trabalhar, mas será perdeu muito a partieternamente aponcipação de entidades. tada como rainha. “O respeito Com um processo de escolha mais transpa- (pela rainha da O perfil e a postura rente, a gente conse- Festa da Uva) da rainha podem gue fazer com que ve- vai existir ser moldados? nham mais entidades. Tem coisas que sempre. Também acho que as podem ser desenentidades passaram A admiração, volvidas. Tu podes, por períodos de crise. não. Essa por exemplo, deTalvez, no futuro, se elas têm que senvolver a comupossa fazer com que as conquistar” nicação, a cultura... entidades tenham um Mas tem coisas que retorno maior. Porque vêm de dentro. Por tem um investimento grande e, isso que a gente diz: “estude, faça quando a candidata é eleita, nin- tudo, mas seja você”. Porque tu não guém mais fala da entidade. consegues manter uma postura de alguém que tu finges ser. Tu acabas Hoje, quem quer ser rainha da caindo. Elas têm que ter claro isso: Festa da Uva? não é só um vestido bonito. É traIsso continua como era uma vez. balho e responsabilidade com uma As meninas ainda têm muito o de- causa comunitária. sejo de ser rainha da Festa da Uva. Ser rainha é algo bem valorizado. Qual a relação entre a soberania Claro que, embora a Comissão de uma rainha e a proximidade tente explicar, quem entra de fora que ela deve ter com o público? ainda tem uma visão daquela coiA rainha é um símbolo. E os símsa do glamour de ser rainha. E na bolos têm que estar próximos e ao

mesmo tempo distantes, porque se não estiverem distantes vão perder o significado de símbolo. O Paixão Côrtes me disse: “O símbolo é importante, na medida que, pelo símbolo, tu chegas na causa. O fato de as pessoas me confundirem com o Laçador fez elas se perguntarem quem era o João Carlos Paixão Côrtes. E, perguntando quem era o João Carlos Paixão Côrtes, chegaram no tradicionalismo”. Eu te digo a mesma coisa da Festa da Uva. A rainha é um símbolo, e o fato de vê-la e admirá-la deve levar à própria festa e à causa que ela representa. Em qualquer seleção que busque um perfil, corre-se o risco de não selecionar ninguém. Isso não acontece em um concurso de escolha de rainha da Festa da Uva. Neste caso, o fato de conquistar o título pode ser capaz de construir a soberania ou desenvolver as aptidões necessárias para o cargo? Não. A gente espera chegar um dia a uma pré-seleção. Então, para entrar no concurso já seriam necessárias algumas coisas básicas. Enquanto elas são rainhas, vai existir o respeito sempre, porque existe amor pela festa e respeito pela própria comunidade, que tem uma boa autoestima. O respeito vai existir sempre, sempre, sempre. A admiração, não. Essa elas têm que conquistar.

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Rodoviária

Mudança nos transportes

prestes a embarcar

em NOVA FASE

Estado começou processo para licitar o terminal de Caxias e de outras 291 cidades, em um ambicioso plano que sonha oferecer comodidades de aeroportos aos passageiros

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Estação de Caxias recebe 100 mil passageiros por mês

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acabou no final do ano passado). Em uma segunda etapa, Albuquerque pretende abrir o procesdevassa no Departamento Autô- so nas cidades onde as empresas nomo de Estradas de Rodagem têm dívidas – de até R$ 180 mil (Daer) pode ter sinalizado a úl- – com o Daer. Um grupo de 135 tima parada de um negócio de empreendimentos deixou de pafamília para os administradores gar os repasses necessários para da rodoviária de Caxias do Sul e explorar as rodoviárias. de outros terminais do Estado. A Como o contrato ainda tem operação voltou a trazer a tona validade por mais três anos e as algo que preocupa o Ministério contas com o governo estão em Público há mais de dia, Caxias só entrauma década e meia: rá na terceira fase de a suspeita de irre- “Fora alguns licitações. A Secretagularidade nos con- taxistas e ria da Infraestrutura tratos das 292 esta- atendentes de ainda não tem prações no Rio Grande lanchonetes, zo, mas busca abrir do Sul. nova concorrência A divergência ca- que não são até 2014, antes mesmuito educados, xiense já viajou lonmo do fim da conge. Chegou a Bra- não dá para cessão. sília, no Superior reclamar”, O impasse jurídico Tribunal de Justiça avaliaViviane pressiona o governo (STJ). O argumento estadual a acelerar do Ministério Púos processos, mas blico na ação civil pública local está longe de ser o única motie em outros 36 processos se asse- vação. A intenção é melhorar os melha às justificativas da força-ta- serviços oferecidos nos terminais, refa para defender concorrências alvo de intensas reclamações em em todo o Rio Grande do Sul. Ao todo o Estado. “O poder conceprorrogar o contrato com os atu- dente (o Daer) nunca se preocuais administradores até 2014, o pou em atualizar as regras das roEstado desrespeitou a Constitui- doviárias. A maioria das estações ção e outras leis federais, que de- não tem condições de receber terminam licitação para conceder passageiros”, reforça o presidente os serviços públicos. da Agergs, Edmundo Fernandes O governo gaúcho deu a parti- da Silva. da nesta semana para abrir a licitação das rodoviárias – inclusive a Na avaliação do diretor de Caxias do Sul. Na quinta-feira de Transportes Rodoviários do (21), o secretário estadual de In- Daer, Saul Sastre, a rodoviária fraestrutura, Beto Albuquerque de Caxias destoa desse cenário. (PSB), encaminhou à Agência Es- Ele considera o terminal modelo tadual de Regulação dos Serviços para outros municípios. Usuários Públicos Delegados do Rio Gran- ouvidos pelo jornal O Caxiense de do Sul (Agergs) a minuta dos concordam com os elogios. processos. O secretário espera A designer de sapatos Mayer que o órgão aprove o documento Vebber conhece bem as qualidaem 30 dias para que, em uma pre- des e os defeitos da rodoviária da visão otimista, os primeiros pro- cidade. Ela mora em Caxias e, há cessos sejam abertos em 120 dias. cinco anos, trabalha em Farroupilha. Na última quinta-feira (21), A rodoviária caxiense fi- precisou se deslocar até a rodoviácará de fora da primeira leva de ria por ter perdido a linha comum licitações, que pode começar em que passa próximo de sua casa. 2011. O governo pretende dar Aproveitou a espera para tomar prioridade para os 153 terminais café em um dos bares. Ela avalia que, além de terem acordo pror- como boa a qualidade do serviço, rogado sem licitação, estão com mas espera ainda mais – a comecontratos vencidos, como é o caso çar pelo atendimento nos guichês. de Carlos Barbosa (irregular des- “Mesmo em horários movimende março) e Canela (cujo contrato tados, tem poucas atendentes, sopor ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

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Maurício Concatto/O Caxiense

Baixo número de atendentes nos guichês é uma das poucas queixas de usuários. No geral, o terminal de Caxias é tido como modelo no Estado mente duas ou três”, observa. Praticamente uma especialista em rodoviárias, Viviane Apolinário também gosta do terminal da cidade. Ela treina vendedores das lojas Quero-Quero para comercializar consórcios e, em suas palavras, “visita” sua casa em Novo Hamburgo somente nos finais de semana. “Fora alguns taxistas e atendentes de lanchonetes, que não são muito educados, não dá para reclamar. Claro que rodoviária nunca é muito limpa”, avalia ela, que nesta semana passou pelo terminal pela quinta vez. Viviane e seus colegas são tão “ratos de rodoviária” que trocam indicações sobre a localização de banheiros limpos em cada terminal. Os elogios se devem, em parte, a uma série de obras iniciadas em 2007. As melhorias na acessibilidade e nos guichês e a instalação de painéis eletrônicos, além da reforma na fachada, ainda não finalizada, custarão cerca de R$ 1 milhão. Mas, se os planos do governo estadual se tornarem realidade, a rodoviária caxiense, a exemplo de outras unidades espalhadas pelo Estado, ficará ainda melhor após a licitação. A concor-

rência levará em conta, além do Beto Albuquerque defende o depreço oferecido pela concessão, bate com as prefeituras. “Muitas dois quesitos que influenciarão na das rodoviárias estão em lugares qualidade dos serviços prestados: ruins, fazem os ônibus entrar no a experiência do candidato e os Centro das cidades”, avalia. investimentos que ele prevê para Embora considere desnecessáa estação. ria nos próximos anos a mudanAlém disso, o Daer espera que ça de endereço da rodoviária, o os novos concessiosecretário municinários apostem na pal de Planejamenvenda de passagens “Quer saber to, Paulo Dahmer, pela internet, que por que demorou admite o estudo ainda engatinha em tanto tempo? de um novo local. Caxias e no Estado, “Até agora está tudo e invistam em um Pergunte à Yeda e bem. O problema é ao Rigotto. Era sistema informatique eventualmente zado e interligado um assunto teremos de tirar os com outras cidades empurrado ônibus intermunici– que, nas previ- com a barriga”, pais do Centro”, ansões mais otimistas, tecipa. só sairá a partir de diz secretário Apesar dos planos 2014. Os passageicom as alterações na ros teriam benefíconcessão das rodocios semelhantes aos usuários de viárias, a Secretaria Estadual de avião. Poderiam acompanhar os Infraestrutura precisa se preparar horários de saída e as previsões para a reação dos atuais adminisde chegada, além de participar tradores. Sócio da empresa resde programas de fidelidade, que ponsável pelo terminal caxiense, diminuíram o valor dos bilhetes Glauber Gobatto dirige o Sindicapara os compradores frequentes. to das Agências e Estações RodoAté a discussão sobre a loca- viárias do Estado no Rio Grande lização do terminal caxiense na do Sul e resiste à ideia de entregar Rua Ernesto Alves deve voltar a a concessão antes de 2014. “Para ganhar força quando o Estado fazer uma licitação primeiro tem lançar a licitação. O secretário que cumprir a lei. Então, primei-

ro tem que encerrar os contratos, mesmo que eles sejam precários”, exige. Albuquerque nega que as mudanças signifiquem rompimentos de contrato. “Não tem quebra de contrato se as rodoviárias estão operando sem licitação. O que estamos fazendo é seguir uma determinação do Ministério Público do Estado e da força-tarefa do Daer”, rebate. A reação de Gobatto pode ter uma explicação familiar. Ele toca um negócio que começou com o avô Urbano Marietti em 1958, quando a Veppo (responsável pela estação porto-alegrense) deixou Caxias. Nos últimos anos, começou uma batalha judicial para se defender da ação do Ministério Público, que considerou irregular a prorrogação realizada em 1994. O Tribunal de Justiça, em Porto Alegre, concordou com os promotores, mas o empresário tem esperança de reverter a decisão nas cortes superiores, em Brasília. A resistência também pode indicar o interesse financeiro de Gobatto. A empresa evita divulgar seu faturamento – e nem o Daer, nem a Agergs souberam informálo. Outro número, porém, ajuda a

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de INTIMAÇÃO

6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: quinze (15) dias. Natureza: Rescisão de Contrato Processo: 010/1.09.0002053-1 (CNJ:.0020531-09.2009.8.21.0010). Autor: José Ari Manenti. Réu: Rosane Alves dos Passos Rodrigues. Objeto: INTIMAÇÃO da devedora Rosane Alves dos Passos Rodrigues, atualmente em lugar incerto e não sabido para que pague, por depósito judicial ou diretamente ao credor (com recibo), no PRAZO de QUINZE (15) DIAS, a contar do término do prazo deste edital, o débito indicado abaixo, mais correção monetária e juros de mora incidentes no período, sob pena de incidência de multa de 10% sobre o total e prosseguimento com penhora e alienação judicial de bens. Valor do débito: R$ 5.576,50. Caxias do Sul, 10 de maio de 2011. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. JUIZ: Joseline Mirele Pinson de Vargas.

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Na reformulação defendida pelo governo entrarão também as linhas de ônibus, que hoje não têm os serviços fiscalizados adequdamente dar uma ideia da movimentação de recursos. A estação caxiense recebe uma média de 100 mil passageiros por mês. A cada passagem vendida, a empresa de Gobatto recebe 11%. No transporte de cargas, esse percentual sobe para 15%. A Marietti também administra o guarda-volumes. O líder sindical desconversa. “Se o valor da passagem é menor, a comissão também é. A estação recebe muito menos para prestar o mesmo serviço. É o caso de Caxias-Farroupilha, em que a passagem custa R$ 3. Não paga nem o papel da impressora”, reclama. Segundo ele, outros terminais no Estado enfrentam uma situação pior. “Tem rodoviárias que, não fosse o bar ou o restaurante do concessionário, não teriam condições de se manter com o que está previsto no contrato.” Gobatto ressalta que o sindicato não é contra a intenção do governo de fazer novas concorrências para concessões com o prazo vencido, mas cobra mudanças nos termos. Ele defende licitações por mercado, em que as estações menos movimentadas seriam compensadas por aquelas com mais passageiros. O secretário estadual descarta a proposta, porque acredita que todas as estações terão rentabilidade. Ele revela que o

concessionário de cada uma será escolhido separadamente. Albuquerque lidera o processo de renovação das rodoviárias em sua segunda passagem pelo Palácio Piratini. Ele ocupou a antiga Secretaria dos Transportes no governo Olívio, no fim da década de 90 e no início dos anos 2000, quando já havia regulamentação para a legislação que prevê a licitação para as concessões. Mas se nega a assumir a responsabilidade pela demora em resolver o problema. “Quer saber por que demorou tanto tempo? Pergunte à Yeda (Crusius, ex-governdora) e ao Rigotto (Germano Rigotto, exgovernador). Era um assunto que estava sendo empurrado com a barriga”, acusa. Outra mudança para os passageiros está na mira do secretário. Ele pretende licitar a maior parte das 1,7 mil linhas intermunicipais no Estado pelas mesmas razões das rodoviárias: concessão sem concorrência. A perspectiva é de um processo ainda mais tumultuado pelo número de interessados e os interesses em jogo. “Estação rodoviária tem uma por cidade, não existe problema de mercado. Agora, para uma empresa operar uma linha gorda, deve levar algumas menores jun-

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to”, entende o secretário. rodoviárias, o transporte de carA Agergs recomenda caute- gas e os veículos de turismo. “Obla para escapar dos transtornos. viamente, não é o número ideal. “Não podemos fazer algo abrup- Precisaríamos de um concurso e to. A coisa não está bela, mas pelo de cursos de capacitação urgentemenos está funcionando. Se que- mente”, admite um dos diretores brarmos de forma muito abrupta, do Daer, Saul Sastre. uma empresa pode simplesmenPara organizar o mercado que te decidir não transportar mais gera 50 mil empregos diretos, o passageiros”, teme Daer ainda prevê o presidente da um plano diretor do agência, Edmundo “Não podemos transporte rodoviFernandes da Silva. ário do Estado, que Para evitar proble- fazer algo abrupto. faria uma radiogramas, Albuquerque A coisa não está fia da atual oferta e bela, mas pelo faz a advertência: das demandas sem “Qualquer empresa menos está atendimento. A que desative linha funcionando”, partir dele, o órgão precariamente, sem pretende exigir que a autorização do afirma Edmundo, ao menos duas emDaer, vai perder o presidente presas operem em direito de participar da Agergs cada mercado. das licitações. GenO primeiro passo te querendo entrar para colocar esse nesse mercado é o que não falta”. projeto em prática é a contrataA exemplo das rodoviárias, o ção de uma consultoria que crie o secretário espera o aumento na plano. Só que o órgão sequer tem qualidade do serviço prestado. As data para começar a concorrência novas concorrências deverão im- a fim de encontrar essa empresa. por regras de acessibilidade para “Com muito otimismo, ocorre os ônibus e normatizar os pontos depois de agosto”, pondera Saul, de embarque e desembarque nas ressaltando que isso depende do estradas. Hoje há um descontro- orçamento do governo. Ainda há, le nas paradas por conta da difi- portanto, muita estrada pela frenculdade na fiscalização feita pelo te para que Caxias e outros muDaer. São 120 fiscais que, além nicípios do Estado regularizem o das linhas, também monitoram as mercado rodoviário.

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Magrão Scalco, Grupo Randon, Divulgação/O Caxiense

Caxias no ranking

Invensys saltou 101 posições no levantamento, cresceu 46,5% em 2010 e alcançou o posto de melhor do país no segmento

PONTO PARA

QUEM CRESCE

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por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

emos em Caxias o primeiro nível da indústria de autopeças”, orgulha-se o vice-presidente de operações do Grupo Randon, Erino Tonon, ao falar do reconhecimento que uma das empresas do conglomerado acaba de receber. Com apenas nove anos, a Suspensys, caçula de uma corporação que iniciou sua história em 1949 e é um dos símbolos do espírito empreendedor caxiense, foi eleita pela segunda vez a melhor empresa brasileira do setor da autoindústria pela revista Exame. A edição especial da publicação, que traz um ranking das melhores e maiores empresas do Brasil em diversas categorias, também destacou outras companhias caxienses, como RGE, Fras-le, Master, Marcopolo, Agrale, Guerra, Unimed Nordeste, Brasdiesel e os grupos Marcopolo e Randon. No ranking geral das maiores companhias do país por volume de vendas da Exame, a Suspensys ocupa o 358º lugar. A empresa fechou o faturamento de 2010 em R$ 1,2 bilhão (aproximadamente um quarto do total do grupo, que faturou R$ 5,5 bilhões), ficando abaixo das também caxienses RGE, Marcopolo e da Randon Implementos. O que surpreendeu, e lhe valeu o título de melhor da autoindústria, foi o crescimento. Além de subir 101 posições na tabela de 2009 para 2010, em

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apenas um ano a empresa cresceu impressionantes 46,5%, enquanto o setor registrou 6,65%. Um dos motivos para essa liderança, aponta Tonon, é a inovação. A Suspensys aposta alto em pesquisa. Tanto que, em sua curta trajetória, já encaminhou 40 pedidos de patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. “A Suspensys é uma fornecedora de sistemas para veículos comerciais (caminhões e ônibus) e justamente por isso tem que se atualizar sempre, porque oferece o conjunto completo”, explica o vice-presidente. De acordo com ele, os próprios consumidores exigem cada vez mais qualidade, o que é fundamental para evitar acidentes. O Grupo Randon direciona, anualmente, R$ 200 milhões à melhoria de suas empresas. Além do treinamento e qualificação de funcionários nas escolas internas e experiências nas unidades e empresas associadas ao grupo no exterior, Tonon faz questão de destacar um investimento em particular, que custou à Randon em torno de R$ 30 milhões: o campo de provas para veículos comerciais. “É o mais moderno da indústria mundial”, garante. A Marcopolo – outra indústria fundada em 1949 e bandeira da pujança caxiense – ganhou destaque na Exame pelo desempenho na Bovespa. De acordo com pesquisa da consultoria Economática, as ações da

Pesquisa da revista Exame, que aponta as 1.000 melhores e maiores empresas do Brasil, destaca o volume de vendas e o avanço dos grupos Randon e Marcopolo

empresa ficaram em quarto lugar Mundo da África. O evento, além dentre as que mais valorizaram de ser o responsável pela unidaem 2010 – subiram 119%. Seu va- de da Marcopolo naquele país lor total de mercado foi avaliado ter obtido o melhor resultado de em R$ 2,9 bilhões. No ranking sua história, impulsionou outros das 500 maiores, ela ficou em recordes. No ano passado, a Mar194º, subindo 50 posições em re- copolo também teve seu melhor lação a 2009 e comemorando um desempenho em vendas, atingincrescimento de 38,4%. De acordo do receita de R$ 2,964 bilhões, com o diretor de relações com in- com produção de 27.580 ônibus. vestidores da Marcopolo, Carlos Para 2011, a previsão é chegar Zignani, tudo isso aos 29.300 ônibus é fruto do avanço e ultrapassar os dos negócios da “Temos em R$ 3 bilhões. E, para empresa também Caxias o os próximos anos, no Exterior. Hoje, primeiro nível com a proximidade a corporação man- da indústria de das Olimpíadas de tém operações na 2012 e da Copa do Argentina, África autopeças”, Mundo 2014 no Brado Sul, Colômbia, orgulha-se Tonon, sil, Zignani espera Egito, Índia, Méxi- vice-presidente resultados melhores co e China. “Isso é de operações do ainda. “Continuareimportante porque Grupo Randon mos investindo em dá volumes. Temos aumento de capaciuma produção basdade, especialmentante diversificada em várias regi- te no país. Os jogos acontecerão ões. E as crises pegam menos as em 12 cidades, o dobro da África, empresas que atuam em mercados e todos esses locais terão que famais diversificados”, avalia. Ele zer investimentos de melhoria na diz que a Marcopolo tinha certeza infraestrutura. A companhia tem de que a crise de 2008-2009 seria que estar pronta para entregar de curta duração e não freou os produtos.” investimentos que havia prograNa lista geral da Exame, a camado para 2008-2010. “Fizemos xiense melhor colocada foi a diversos acordos, inclusive com RGE, que, apesar de atingir R$ 3,3 os sindicato trabalhistas, para que bilhões de vendas em 2010, cresficássemos com o quadro funcio- ceu apenas 4% e caiu de 136º em nal capacitado e aproveitássemos 2009 para 145º. Como o portao momento em seguida (após a voz e diretor-presidente da RGE, crise), porque seria uma opor- Luis Henrique Ferreira Pinto, estunidade de crescer”, relembra. tava em viagem, a empresa prefeEssa oportunidade foi a Copa do riu não conversar com o jornal.

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Maurício Concatto/O Caxiense

Perfil

A TERNURA DE UMA

FORTALEZA Como Nelli Augusta Valentini Bampi tornou-se, sutilmente, imprescindível para a história da própria família

Aos 84 anos, Nelli já não vai para a roça, como fez a vida toda. Mas segue amparando os filhos e representando seu legado na vinícola

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por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

cerimônia de premiação do Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias, promovido anualmente pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma ilustração fiel do ambiente de uma das principais atividades econômicas da cidade. Na vitivinicultura, é comum que mulheres trabalhem ao lado de seus maridos, mas não que tomem a frente do negócio e, muito menos, que o batizem. Conforme Gilmar Onsi, engenheiro agrônomo da secretaria, as cantinas caxienses que participam do prêmio caracterizam-se por ser prioritariamente familiares, exceto as cooperativas. “São vinícolas com produção que varia entre 100 mil e 4 milhões de litros. As mulheres estão sempre presentes no trabalho, porque normalmente é um casal que toca o negócio, mas o chefe é o homem”, descreve. Para ele, a atividade mais leve, se comparada a outras tarefas no campo, é o que permite a participação feminina mais intensa. A cantina Nelli Augusta Valentini Bampi e Outros é um símbolo desse modelo, mas destoa no quesito liderança do empreendimento. Premiada nas três últimas edições do concurso, Nelli inicialmente resiste aos convites para receber o reconhecimento por produzir um dos melhores vinhos do município. Alega estar velha demais para essas coisas. Mas bas-

ta a mínima insistência dos filhos, com o argumento de que é ela quem batiza a cantina, para que ela concorde em ir à premiação. Encarar um palco onde a maioria que sobe é masculina a deixa dividida entre duas sensações. “Me dá vergonha por ser só eu de mulher, mas eu fico feliz também”, confessa, com tímido sorriso. Nesta edição do concurso, 55 vinícolas e 245 amostras concorrem em sete categorias. Duas delas vêm da cantina de Nelli. A amostra de vinho branco de mesa tem 50 concorrentes, e a de tinto, outros 60. Na semana passada foram feitas as análises sensoriais. A próxima etapa consiste no exame físicoquímico das amostras selecionadas em laboratório. Os premiados devem ser conhecidos no dia 10 de agosto. Para Nelli, ter tomado a frente da cantina após a morte do marido, Maximino Maria Bampi, vítima de infarto em 1994, deveu-se ao fato de os filhos não quererem assumi-la. Já os herdeiros afirmam que não poderia ter sido diferente. “O nome da cantina é uma forma de valorizar o esforço dela para nos criar”, explica Raimundo, o filho mais velho. Por tradição, as chefes da família de Nelli sempre foram as mulheres. Quando ela tinha dois anos e meio, o pai faleceu. Restaram a mãe, ela, duas irmãs e um irmão, que acabou ficando aos cuidados de um tio padre. A família voltou para a casa dos avós de Nelli, onde viviam também duas tias soltei-

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ras. Com a morte do avô, anos mais tarde, estava formada uma casa das sete mulheres à italiana. E Nelli tomou as rédeas da família sem deixar de lado o recato, a timidez e a ternura.

co da uva e corrige com açúcar.” Simples assim, segundo ele. Uma nova cantina está em construção na propriedade da família, em São Virgílio de Forqueta. “Vai facilitar o processamento, o comércio, tudo”, comemora Raimundo. O casamento de Nelli com Mas Nelli vê com desconfiança Maximino, na década de 1950, o empreendimento. “Pra que ter iniciou a atividade da família na outra pipa? Vão gastar dinheivitivinicultura coro à toa”, acredita. mercial. Do parEla cita a facilidade reiral com isabel, “O nome da atual do trabalho se bordô, seibel e ni- cantina é comparado aos temágara branca, saem uma forma pos antigos, quando em média 140 to- de valorizar o não havia máquinas neladas de uvas por como os tratores ano. Parte delas re- esforço dela para auxiliar na prosulta em cerca de 60 para nos criar”, dução. “E mesmo mil litros de vinho, diz Raimundo, assim, é difícil enengarrafado pela o mais velho contrar gente para Cooperativa For- de sete filhos trabalhar”, decepcioqueta, que também na-se. compra o restante “Hoje não faço de uvas in natura. Nelli nunca foi mais nada”, lamenta Nelli, apesar de consumir a bebida que ajuda a de os cuidados da ampla casa em produzir. “Gostava de tomar no que vive com dois filhos, a nora e almoço, mas me dava sono e eu dois netos serem de sua responsanão podia dormir, porque tinha bilidade. Para quem contou a vida que voltar para a roça”, admite. em dias de longas jornadas de Assim, substitui o vinho por um trabalho, ver o tempo passar pela adocicado suco de uva, também janela da cozinha angustia. A sofeito pela família. Ela diz que não lidão é quase palpável, permeada precisa experimentar o produ- pelo cheiro da comida preparada to que leva seu nome para saber no fogão à lenha e pelo som do que é de qualidade. “Só sei que rádio sintonizado na AM. Então fizemos vinho com a uva, sem Nelli ocupa-se com caprichosos nenhuma outra porcaria dentro”, crochês em panos de prato e corenfatiza. tinas. “Eu faço para vender”, reveRaimundo faz coro à mãe. “Para la, com o sorriso de uma criança fazer o vinho, não tem muito mis- que faz qualquer traquinagem tério. Precisa de pipa boa e uva para juntar uns trocados. “É braboa. Daí mede o grau glutâmi- bo, mas no dia de hoje eu me cha23 a 29 de julho de 2011

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Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Exceção feminina entre os premiados, Nelli reluta em comparecer, mas vai: “Me dá vergonha por ser só eu de mulher, mas fico feliz também” mo ‘contente’”, garante. “Vontade de trabalhar não falta. A cabeça é que está se perdendo”, afirma com lucidez, quando na verdade foi o corpo que lhe traiu. Nelli deixou de ir para a roça há 12 anos, por conta de problemas de circulação que causaram dificuldade para caminhar, mas até hoje ela não se conforma. Deixar de se sentir útil é inevitável para alguém que trabalhou duro por quase sete décadas. A lembrança mais remota da lida na roça a remete ao transporte de uvas no lombo de mulas, do alto de seus seis anos. Na mesma época, já cozinhava quantidades consideráveis de polenta, a ponto de não conseguir virar a panela para tirar a comida. Nelli orgulha-se de nunca ter ido a bailes ou festas. Dançar, só em casamentos. Lazer não era uma opção para quem seguia uma rotina comum a mulheres do meio rural: acordar muito antes do dia clarear e ser a última a ir dormir. Quando era preciso fazer pão, Nelli saía da cama às 2h da madrugada. Caso contrário, podia dormir até as 4h, preparar o café da manhã, seguir para a ordenha de vacas, encaminhar o almoço e ajudar nos parreirais. À noite, o trabalho só terminava por volta das 23h. Com os filhos pequenos engatinhando, Nelli não ia dormir antes de limpar o chão da casa, hábito

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que manteve mesmo depois de eles crescerem. As crianças, com pouca diferença de idade entre si, ajudavam a cuidar umas das outras, e aprenderam a caminhar em meio às parreiras, já que Nelli não podia se furtar de nenhum dos papéis que desempenhava. “A Elena era um bebê e ficava em casa dormindo. Quando acordava, o Raimundo, que tinha dois anos, ia me chamar na roça para cuidar dela”, lembra. Os “outros” do nome da vinícola são os filhos de Nelli, sócios no negócio. Ivo, 58 anos, é quem toca a vinícola, ao lado da esposa. Raimundo, 62 anos, dedica-se à presidência do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul há 22 anos. Além deles, Nelli tem outros cinco filhos. “Quando o mais velho tinha 14 anos, eu já tinha sete filhos. Naquela época era assim, tudo o que vinha, vinha”, justifica. Dois deles, Dirceu, 55 anos, e Moacir, 50, formaram-se engenheiros. “Pobre a gente continua sendo, mas a vida já foi mais difícil. Embora todos quisessem estudar, não era fácil como hoje, que só não estuda quem não quer”, acredita Raimundo. Os três primeiros tinham à disposição somente a escola da comunidade, que ensinava até o equivalente à 5ª série do ensino fundamental de hoje. Assim,

frequentava-se o colégio até os 10 nunca fui para o colégio”, conta anos e depois dediNelli, tentando discava-se exclusivafarçar a frustração mente à roça. Dir- “Gostava de que sua voz trêmula ceu, o quarto filho, tomar (vinho) revela. A mãe, que decidiu mudar-se no almoço, mas era professora antes para a casa de um me dava sono de o marido morrer, tio em Caxias para ensinou-lhe o básie eu não podia cursar o ginásio. No co em casa. Contas turno contrário da dormir, porque de dividir ela foi escola, arranjou um tinha que voltar aprender só depois trabalho como en- para a roça”, de adulta, pelas netregador de bananas lembra Nelli cessidades imposem um caminhão. tas pelo trabalho na A mãe o incentivou cantina. a persistir. “Pelo menos assim tu Nelli estimulou os filhos que não passa vontade de comer ba- puderam estudar, mas a ideia de nana, porque sempre vai sobrar ficar com o ninho materno mais uma pelo caminho”, sugeriu Nelli. vazio a desagradava secretamenMoacir contou com a facilida- te. As marcas de tanto trabalho de de um ônibus que transpor- ficaram evidentes em suas mãos, tava estudantes que moravam que destoam do corpo quase fráem Forqueta, podendo estudar e gil de uma senhora de 84 anos. A continuar na casa dos pais. Am- força de Nelli acabou reprimida bos foram aprovados pela Uni- por um ambiente onde era costuversidade Federal do Rio Grande me que mulheres não se destacasdo Sul e moraram gratuitamente sem, por mais que fossem a fortana Capital na Casa do Estudante. leza da casa. Ela disfarça a mania De outra forma, seria improvável dos descendentes de italianos, que trocassem a lida no interior que usam as mãos para conversar, de Caxias por grandes empresas cruzando os dedos e segurandoda região metropolitana de Porto os com força. Quando fala dos fiAlegre ou do Rio de Janeiro, onde lhos engenheiros que moram lontrabalham atualmente. ge – e ela sabe o que cada um está As filhas Elena, 60 anos, Ivete, fazendo, a cada dia – aperta ain53, e Leda, 48, não seguiram o ca- da mais as mãos, como que para minho dos irmãos, mas completa- transferir a saudade que sente no ram o ginásio, um avanço em re- peito, e reclama: “Para que trabalação à escolaridade da mãe. “Eu lhar tanto? Não entendo...”.

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Alexandre Matias Borges

Nos horários de maior movimento no Baita-Kão Lanches, os garçons devem desejar ter um clone para dar conta do serviço. Alexandre tem. “Meu irmão gêmeo também trabalha aqui. Às vezes, ele atende uma mesa e eu chego logo depois. ‘Tu é ligeiro cara!’, me dizem os clientes”, diverte-se, enquanto tenta explicar o motivo que lhe deu o prêmio de Melhor Garçom na votação popular do Divina Cozinha 2011. O garçom trabalha há nove anos no BaitaKão, a empresa do tio. Em Estrela, onde morou até os 18 anos, Alexandre trabalhava com pai, em um ferro-velho. “A gente ajudava o pai. Mas a mão sempre dizia: ‘em primeiro lugar, o estudo’”, lembra. Para ele, ter calma e paciência são os principais atributos de um bom garçom. “Tem que gostar de trabalhar com pessoas. Eu fiz muitos amigos aqui, porque faço tudo com prazer”.

Marilene Caon Pierucini

Ela tem um título de Cidadã Caxiense, mas, às vezes, ainda se sente estrangeira por aqui. “Caxias é muito fechada para quem vem de fora”, conta Marilene, que está na cidade desde os 14 anos. Recentemente, ela recebeu da Câmara de Vereadores, o título de Mestre da Cultura Popular. Formada em Filosofia pela UCS e estudiosa de Psicologia, a escritora ocupa a cadeira número 15 da Academia Caxiense de Letras. Entre a produção autoral – mais de 20 obras, individuais e em antologias – ela dedica boa parte do seu tempo ao fomento da cultura local em organizações sociais e políticas. “Acho lindo pensar que o artista deve viver da sua arte. Mas, para isso, ele precisa ser um agente cultural”, defende. Na infância, Marilene se apaixonou pela A Divina Comédia, de Dante Alighieri, o livro de cabeceira do avô. Aos 10 anos, já tinha lido tudo e fazia crítica consistente dos clássicos de Machado de Assis e José de Alencar. Como agente cultural, vai além da literatura. “Eu quero a cultura como um todo. Querer público sem pensar em como formá-lo é como querer construir uma casa a partir do telhado.”

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Bebidas | Divina Cozinha Top

Nicoly

Maurício Concatto/O Caxiense

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por Marcelo Aramis

Donaty “Deixei de viajar para Disney e não quis festa de 15 anos para guardar dinheiro para isso, que sempre foi o meu sonho”, diz Nicoly, 17 anos. Na terça (26), ela viaja para Rinkaby, na Suécia, onde participa do Jamboree Mundial de Escoteiros. Cerca de 38 mil escoteiros, de 150 países, devem participar do acampamento. Pela primeira vez sozinha no Exterior, Nicoly acredita que o acampamento mundial seja uma oportunidade para descobrir novas culturas e fazer amigos.“É como conhecer o mundo inteiro em um só lugar. Para todos que estão lá, os fundamentos são iguais, as promessas são as mesmas. Mas o escotismo se adapta a cada país.” No Grupo Escoteiro Moacara, Nicoly aprendeu a valorizar o ser humano e o ambiente, trabalhar em equipe e estar “sempre alerta” para ajudar. “O escotismo é um estilo de vida. É lá que eu tenho as melhores amigas. Foi onde eu formei meu caráter. Participo desde os nove anos. Então, é a minha vida.”

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Realizado pela Dolaimes Comunicação e Eventos, o Divina Cozinha Top contou com mais de 2 mil votos no site do concurso que elegeu os melhores da cidade em enogastronomia. Confira a lista da categoria Bebidas com os produtos mais lembrados na votação popular.

Carta de Vinhos | O restaurante Per

Mangiare tem mais de 30 itens na carta de vinhos, do bom nacional Salton Classic, a R$ 18, ao chileno Almaviva, um dos melhores do mundo, a R$ 500. O Per Mangiare Emporium oferece vinhos a preço de prateleira para acompanhar o almoço.

Vinho | A categoria premiou dois vinhos. O Lote 43, o ícone da Miolo, de Bento Gonçalves, é um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot, O vinho é elaborado somente em safras excepcionais e custa cerca de R$ 85 a garrafa. A vinícola Boscato, de Nova Pádua, conquistou o prêmio pelo Reserva Boscato Merlot (safra 2007). Espumante | A Vinícola Peri-

ni, de Garibaldi, foi a marca mais lembrada na categoria Espumante no Divina Cozinha. O Moscatel Asti Casa Perini, que mantém o gás e parte do açúcar natural da bebida, custa cerca de R$ 20 no site da empresa e é campeão de vendas. Nos últimos tempos, vinícola tem comemorado uma mudança de hábito no consumo de espumantes. Eles deixaram de ser lembrados somente nas festas de fim de ano para transformarem dias comuns em ocasiões especiais.

Cerveja | Como melhor com-

panhia para a mesa de bar, os caxienses elegeram a Polar. “Uma campanha exaltando, sem modéstia, o que o nosso estado tem de melhor. Ou seja: tudo”. Este é o mote do movimento Gaúcho Sem Modéstia, a nova campanha da cervejaria. Cerveja e bairrismo foram aprovados pelos caxienses.

Drink | O drink Adios Muchachos, feito com curaçau blue, vodka, sprite e gelo, é servido no BaitaKão Lanches. O sabor adocicado atrai principalmente o público feminino. É um aperitivo para o lanche e uma boa opção para a happy hour no espaço anexo da casa. 23 a 29 de julho de 2011

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Jogos Escolares

CORRIDA DE A OBSTÁCULOS

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Atletas caxienses deparam com um grande desafio logo no início da carreira: o esporte de alto rendimento é profissão para poucos. Em Caxias do Sul, para quase ninguém

Destaque do atletismo, Bruna quer conquistar o Pan-Americano

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sete modalidades – vôlei, handebol, futsal, futebol de campo, basquete, atletismo e xadrez – ainda os 14 anos, Bruna Aparecida de na infância e juventude. A maior Oliveira já desponta como desta- parte dos atletas caxienses que que do atletismo. Em apenas três conseguiram construir uma caranos de treinamento, a estudante reira esportiva profissional comedo 1° ano do Colégio Murialdo çaram pelos Escolares. Somente já soma os títulos do Estadual na em 2010, a competição reuniu categoria menores em 2010 e foi 7.275 alunos das redes municia nona colocada da mesma prova pal, estadual e particular de ensino Campeonato Brasileiro, ambos no, que disputaram mais de 2 mil defendendo a equipe da UCS. “Ela partidas. Isso representa 9% dos nunca tinha feito treinamento al- alunos matriculados no ensino gum. No primeiro teste, se desta- básico da cidade. cou perante as outras meninas. Vi Foi representando a escola EsBruna correndo e cola Municipal Casgostei. Ela era forte, telo Branco que Panão muito alta e titrick Machado, 22 nha boa coordena- “São poucos os anos, ganhou destação nas passadas”, que seguem que no atletismo e a carreira, cerca recorda o técnico vislumbrou a possida equipe da UCS, de dois ou três bilidade de um futuAndré Schieck. O por ano, apesar ro promissor no espotencial de Bruna porte. Por influência mostra a aptidão de de muitos terem da irmã, em 2003, Caxias para formar potencial”, diz aos 14 anos, fez um talentos do esporte André, treinador teste para integrar a e revela a falta de al- de atletismo equipe da UCS e foi ternativas da cidade selecionado. “Fui pepara garantir-lhes gando o gosto. Aos uma carreia. poucos estava ganhando dos meBruna é apenas uma das cen- lhores da UCS. No final do ano, tenas de atletas que buscam nas em uma competição na cidade de pistas uma oportunidade de ob- Júlio de Castilhos, bati o recorde ter uma vida melhor. Conforme da prova e ganhei o primeiro luo técnico André, assim como gar na categoria mirim nos 1.000 ela, cerca de 95% dos alunos que metros”, recorda Patrick. O menicomeçam no atletismo são de no de origem humilde, então mofamílias de baixa renda. Este é rador do bairro Fátima, foi conjustamente um dos motivos para quistando espaço no mundo do que a maior parte dos atletas não atletismo. Aos 15 anos, venceu as consiga vencer um complicado provas de 400m, 800m e 1.500m obstáculo: a falta de recursos e a nos Jogos Escolares. No ano sedificuldade em obter patrocínios. guinte, repetiu o feito e venceu O técnico explica que cerca da também os Jogos Intermunicipais metade dos atletas desiste do es- do RS (Jirgs) e os Jogos Escolares porte na fase mais importante do do RS (Jergs), etapas regional e início da carreira, assim que passa estadual da competição. Com os pelas categorias de base. Por falta resultados, conquistou uma vaga de garantias no esporte, procu- para defender a escola na fase naram outras profissões. “Encami- cional. Em 2008, teve a principal nhamos os atletas para empresas mudança em sua vida. Patrick rede Caxias para disputar os Jogos cebeu o convite para fazer um tesdo Sesi. Assim continuam trei- te na Orcampi, de Campinas (SP). nando e conseguem um trabalho Recebeu seu primeiro contrato com renda fixa”, ameniza o treina- profissional e mudou-se para a dor. O percentual de permanên- cidade paulista, onde se prepara cia no atletismo cai drasticamente para disputar o Troféu Brasil dese considerarmos uma carreira fendendo a equipe. exclusiva ao esporte. Isso decorre da inexistência de equipes profisO handebol será a próxima sionais em Caxias e resulta na mi- modalidade na disputada dos Jogração dos jovens para outros es- gos Escolares. As partidas ocortados. “São poucos os que seguem rem entre os dias 8 e 21 de agosto. a carreira, cerca de dois ou três Alana Anker Vieira, 17 anos, depor ano, apesar de muitos terem verá buscar novas medalhas para potencial”, avalia. a Escola Santa Catarina. A atleta ingressou no esporte aos 10 anos. Os jovens que têm poten- Com uma breve carreira de sucescial para o esporte de alto nível so, ela integra a equipe da UCS e são descobertos quando a práti- soma diversas convocações para ca esportiva ainda é sinônimo de as seleções gaúcha e brasileira. brincadeira. Os Jogos Escolares Defendendo o Estado, Alana foi Professor Luiz César Santos, rea- campeã no Brasileiro de Seleções lizado pela Secretaria Municipal em 2008. Um passo à frente estão de Esporte e Lazer, são a porta de as jogadoras Alessandra Ares, 18 entrada para uma possível carrei- anos, e Lais Bordin da Silva, 19 ra de sucesso. A competição tem anos, que percorreram o mesmo a função de destacar talentos em trajeto. As duas defendem a equipor JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

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Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Descobertas nos Jogos Escolares, Alessandra e Lais disputam a Liga Nacional de Handebol; Enio veio para Caxias tentar uma chance no vôlei pe principal da UCS, que disputa a Liga Nacional. Aos 10 anos, Lais deixou o futsal para ingressar no handebol, ainda pouco reconhecido no Brasil. Os treinos na Escola Santa Catarina começaram a apresentar resultados. Com o time da escola, a atleta venceu as etapas municipal, regional dos Jogos Escolares e ficou em segundo lugar na fase estadual. Após ingressar na equipe da UCS, em 2006, Lais foi convocada para integrar as seleções gaúcha e brasileira sub-15, e conquistou medalhas de ouro na Copa Mercosul e no Pan-Americano, e a 13ª colocação do Mundial, disputado em 2010 na República Tcheca. Alessandra também começou a treinar aos 10 anos na Escola Santa Catarina. Escolheu o esporte por diversão. “Todas as minhas amigas entraram para a escolinha de handebol”, recorda. Foram dois anos de treinamento até trocar o handebol pela ginástica olímpica. “Eu via na televisão e queria fazer os negócios na barra, virar estrelinhas”, justifica. Alessandra não passou mais do que três meses longe das quadras. “A ginástica não era o que eu esperava. Minhas colegas do handebol pediram para voltar para a equipe e eu voltei”, revela. O ingresso de

Alessandra na vida esportiva teve petições estaduais. Alexandro foi apoio integral da família. Isso campeão em quase todas. Atuporque seu pai, Alexandre Carlos almente o atleta vive do esporte. Ares, 57 anos, entende os benefí- Defende o Esporte Clube Pinheicios que a carreira ros, de São Paulo, oferece. “O esporte e integra a seleção é revigorante. Um “No início nos brasileira que irá atleta e uma pes- preocupou um disputar Pan-Amesoa comum com a pouco pelo ricano de Guadalamesma idade são handebol não jara em outubro. O pessoas totalmenpai de Alexandro, ser reconhecido”, te diferentes”, avaAdelar Pozzer, conta lia Alexandre, que conta Adelar, que sempre apoiou jogou nas extintas que verá o filho no o filho. “Na época o equipes de futsal da Pan-Americano esporte não era diEnxuta e Comapa. de Guadalajara vulgado. No início Ele recorda que a finos preocupou um lha começou a treipouco pelo hannar com mais de 10 de colegas da debol não ser reconhecido, mas escola, e somente duas seguiram sempre demos apoio”, relata. no esporte. “O handebol exige muito. As meninas precisam ter Caxias não é o único lugar capacidade de aguentar a cobran- com poucas alternativas para o ça”, conta o pai. esporte de alto nível. Para Enio No handebol masculino, Ale- Gabriel Sousa Macedo, 15 anos, é xandro Pozzer, 22 anos, é a prin- uma opção melhor do que Lajes cipal referência em Caxias. Há 11 (SC), de onde saiu no ano passado anos, o aluno da escola municipal para tentar a carreira de atleta por Alfredo Belizário Peteffi, come- aqui. No primeiro teste foi rejeitaçou a praticar o esporte. Ao todo, do pela equipe de futsal UCS. Por disputou por três anos os Jogos insistência dos pais, resolveu faEscolares, que lhe renderam pelo zer uma segunda tentativa, dessa menos um título municipal. Aos vez no time de vôlei. Sem nunca 13 anos foi selecionado para a ter praticado o esporte, foi aproequipe do Recreio da Juventude, vado, basicamente, pela estatura: que o levou para diversas com- 1m88cm. Caso tenha persistên-

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cia, talento e um pouco de sorte, Gabriel poderá repetir os passos de Felipe Kreling, 23 anos, que atualmente disputa o Campeonato Paulista. Mais conhecido pelo apelido de Fejão – escrito assim mesmo –, o jogador iniciou a carreira aos 12 anos nos Jogos Escolares, defendendo o colégio Madre Imilda. Não demorou muito ser descoberto pelos treinadores das categorias de base da UCS. A ascensão foi rápida e logo Felipe integrava a equipe principal. Pela universidade o levantador disputou quatro edições da Superliga de Vôlei, a principal competição nacional da modalidade. Hoje, com uma carreira consolidada, o atleta mora em São Paulo e defende o Rio Claro. Apesar das dificuldades impostas pela falta de incentivo financeiro, Caxias segue anualmente formando centenas de jovens promessas no esporte, que poderão se transformar em estrelas ou simplesmente se apagar como supernovas. Bruna, Alana e Enio são apenas três exemplos de jovens que têm como projeto de vida integrar essa minoria que se dedica exclusivamente ao esporte. E os exemplos de Felipe, Alexandro e Patrick que o caminho é árduo, mas não impossível.

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Guia de Cultura

Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense

por Camila Cardoso Boff | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Coral Municipal de Caxias do Sul comemora 35 anos de carreira com o lançamento do CD Mosaico na sala de teatro do Ordovás nhum alarme, os bandidos usaram um túnel de 84 metros cavado sob o cofre e levaram três toneladas de dinheiro. O longa marca a estreia do diretor MarCINEMA cos Paulo no cinema. No elenRecomenda co, Eriberto Leão, Lima Duarte, l Assalto ao Banco Cen- Giulia Gam e Milton Gonçalves. tral | Ação. 14h15, 16h50, 19h20 14 anos. 104 min. e 21h30 | Iguatemi A produção nacional é inspira- l Meia noite em Paris | Coda na história do maior roubo a média. 22h (leg.). | Iguatemi banco já realizado no Brasil e o Resta apenas uma sessão para segundo do mundo. Barão (Mi- assistir ao mais recente filme de lhem Cortaz) teve a grande ideia Woody Allen. Na trama, a viagem de ganhar muito dinheiro em de um escritor frustrado à Cidapouco tempo ao cometer o cri- de Luz da década de 20, onde ele me perfeito, sem violência. Para encontra Scott Fitzgerald, Ernest isso, bastou arrumar as pessoas Hemingway, Picasso e Salvador certas, dispostas a receber R$ 2 Dalí. 10 anos. 100 min. milhões. Após cerca de três meses de operação, R$ 164,7 mi- l Harry Potter e as Relílhões foram roubados do Banco quias da Morte: Parte 2 | Central, em Fortaleza. Sem dar Aventura. 13h30, 16h20, 19h10, um único tiro, sem disparar ne- 21h50 (leg.), 13h10, 16h (3D,

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dub.). 18h50 e 21h40 (leg. 3D) | Iguatemi Quem é muito fã da saga pode investir na sessão 3D sem medo. Quem apenas gosta, vale economizar a diferença do ingresso e assistir outro filme, pois a quantidade de efeitos não compensa. Na última parte da história, o clima continua sombrio e um pouco de sangue confere certa maturidade à aventura. Com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson e Ralph Fiennes. 12 anos. 132 min.

mais elaborados e coisas proibidas no horário nobre. Com Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Carol Castro e Augusto Madeira. Dirigido por José Alvarenga Jr.. 14 anos. 99 min.

l Cilada.Com | Comédia. 15h, 17h, 19h e 21h | Iguatemi O filme agrada quem gostava do seriado pelo canal Multishow e do quadro no Fantástico. Na versão para o cinema há diálogos

l A Viagem de Chihiro | Animação. Terça (26), às 15h | Ordovás Chihiro é uma garota de 10 anos que acredita que todo o universo deve atender aos seus caprichos. A protagonista se revolta ao saber

l A Árvore | Drama. Sábado e domingo, às 20h | Ordovás Mais duas oportunidades para assistir ao drama que mostra como uma menina de oito anos enfrenta, com a inocência das crianças, o luto pela morte do pai. Com Charlotte Gainsbourg, Aden Young, Morgana Davies. Direção de Julie Bertuccelli. 12 anos. 100 minutos.

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que vai se mudar de cidade. No caminho, ela entra em um túnel e descobre uma cidade deserta a ser explorada. O desenho japonês faz parte da série Cinekids e tem entrada franca. Livre. 122 min. l Deu a Louca na Cinderela | Animação. De segunda a quintafeira, às 15h | Ordovás Frieda, a madrasta da Cinderella, se cansa do equilíbrio entre o bem e o mal no mundo dos contos de fadas. Ela se une a outros vilões para derrubar os mocinhos. Cinderella (ou apenas Ella) começa a história como a típica dama em apuros, mas é obrigada a se unir ao Príncipe Encantado para defender seu universo. A sessão integra o projeto CineSesc, com entrada gratuita.

nior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA

l Victor Hugo Canta Gonzaguinha | Sábado (23), às 20h O show é uma dupla homenagem. Além de marcar os 20 anos da morte de Luiz Gonzaga, Victor Hugo lembra o pianista Geraldo Flach, morto em janeiro deste ano, responsável pelos arranjos e integrante do espetáculo de 2007 a 2010. Teatro do Sesc R$ 5 (comerciários), R$ 10 (empresários, estudantes e idosos) e R$ AINDA EM CARTAZ: Carros 2. 20,00 (público em geral) | Moreira Animação. 14h30 e 16h40 (dub.). César, 2462 | 3221-5233 Iguatemi | Se beber, não case! Recomenda Parte 2. Comédia. 19h50 e 22h (leg.) Iguatemi. Diariamente 18h l Mosaico | Domingo, às 20h e 20h (leg.), exceto sábados, às O show marca o lançamento do 19h. (leg.) UCS. | Transformers primeiro CD gravado pelo Coral – O lado oculto da lua. Ação. Municipal de Caxias do Sul. O 18h40 e 21h20 (leg.) Iguatemi | título faz referência a estilos de Os Pinguins do Papai. Comé- diferentes épocas entoados pelo dia. 13h45, 15h45 e 17h45 (dub.) grupo ao longo de 35 anos de carIguatemi | Winnie The Pooh. reira. Destacam-se as gravações Animação. 13h (dub.) Iguatemi de Desgarrados e Cordas de Espi| Kung Fu Panda 2. Animação. nhos, canções premiadas do natiDiariamente às 16h. (dub.) UCS. vismo gaúcho, e o Hino de Caxias Sábados, às 19h. (leg.) UCS. do Sul, que teve a participação da Orquestra Municipal de Sopros. Na trajetória recente do coral, INGRESSOS - Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ hoje formado por 35 integrantes, 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia estão os espetáculos Gota D’Água entrada, crianças menores de 12 anos e sê- (2004), Romancero Gitano (2005), nior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ Celebration (2006), Beatles – a 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 Razão e a Paixão (2008) e Pare (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en- Olhe Escute (2010). trada, crianças menores de 12 anos e sênior Sala de Teatro do Ordovás com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in- Entrada franca | Luiz Antunes, teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e 312 | Panazzolo | 3901-1316

Recomenda l Tequila Baby | Sexta (29), às 23h Como o último CD lançado é de 2008, quem curtia a banda no começo dos anos 2000 – se é que não mudou de gosto – pode ir ao show com a certeza de ouvir sucessos como Sangue, Ouro e Pólvora e Velhas Fotos. Vagão Classic R$ 25 | Av. Júlio de Castilhos, 1.343 | 3223-0616

TAMBÉM TOCANDO - Sábado (23): Ópera Liz e Vicca. Rock. 22h30. Bukus Anexo. 3285-3987 | Os Avassaladores. Funk. 23h. Move. 3214-1805 | Alamo Leal & Blues Groovers. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | AC/DC Cover RS. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Lonely Hearts Club Band. Beatles cover. Rock. 23h. Leeds. 3238-6068 | Blues Heads. Blues. 21h30. Zarabatana. 3218-6192 | Banda Izzi e Louise e Dj Mono. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | A4 e DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 32205758 | João Villaverde e Filhos l Restart | Quarta (27), às 21h | de Ye. Samba. 23h30. Boteco 13. Graças às férias de inverno a 3221-4513 | DJ Ely Yabu Eletrôgurizada vai poder ir ao show no nica. 23h. Pepsi Club. 3419-0900

| Kook’s. Rock. 22h. Vagão Classic. 3223-0616 | Domingo (24): Virô Sensação e DJ Eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 32205758 | Domingueira Zarabatana. 17h. Zarabatana. 3218-6192 | Segunda (25): Tributo a Lynyrd Skynyrd. Blues. 22h. Mississipi. 3028-6149. | Terça (26): Nico Smoljan y Shakedancers. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Robledo Rock e Domênico Anzolim. Rock. 22h. Bier Haus. 32216769 | Quarta (27): Alemão Ronaldo. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Blackbirds - Tributo Pink Floyd. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (28): Série Grandes Nomes Especial Roberto e Erasmo, com Tom Rock. 21h30. Zarabatana Café. 3218-6192 | HardRockers. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Fabrício Beck. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Urbanamente. Bate-papo com grafiteiro Trampo e discotecagem com DJ Negadalucas. Hip Hop 21h30. Vagão Classic. 3223-0616 | Grupo Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Tainã e Julian. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (29): Junk Box. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Folha Seca. Pop rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Franciele Duarte e Banda. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Metalblast e The Sceptic. Metal. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Grupo Barbaquá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774

FESTA l 5ª Festa do Agricultor | 23, 24 e 29 de julho Com o tema Mãos que lidam com a terra, a festa homenageia os produtores de Fazenda Souza, a terra dos hortifrutigranjeiros.

Gabriel Lain, Divulgação/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê-

meio da semana sem se preocupar com aula no dia seguinte. A abertura será com a Preface. Depois, som com o DJ Rodrigo Salvador. All Need Master Hall Pista 1º lote a R$ 20, 2º lote a R$ 25, 3º lote a R$ 30 e 4º lote a R$ 35. Pista vip 1º lote a R$ 50, 2º lote a R$ 60 e 3º lote a R$ 70. Camarotes a R$ 60 por pessoa. Pontos de venda: Aroma Café (Shopping Prataviera, 3021-3055), Mini Kalzone (San Pelegrino Shopping, 3220-4007), Chilli Beans (Shopping Iguatemi, 3027-7829), Farmácias Mais Econômica (3205-2020) e online, pelo www.blueticket.com.br.

Na quarta (26), a banda Restart movimenta as férias escolares na All Need Master Hall; na sexta (29), menos cor e mais rock com Tequila Baby no Vagão Classic

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Isabel Bridi, Divulgação/O Caxiense

Fazenda Souza comemora Festa do Agricultor com Olimpíada Uma das novidades é o Café da Colônia, com café, leite, vinho, quentão, pão, cuca, bolo, biscoitos, grostoli, polenta brustolada, chimias, salame, queijo e morcilha. O ingresso custa R$ 15. Destaque também para o corso alegórico, domingo, às 14h, na Avenida Dante Marcucci, almoço típico no clube Minuano, domingo, às 12h (ingresso a R$ 15) e a Olimpíada do Interior, com provas de chute a gol com bola de pano, corrida do saco, serrar lenha e debulhar milho com as mãos. As eliminatórias ocorrem às 18h deste sábado (23) e às 19h da próxima sexta-feira. No sábado o Parque de Exposições abre às 14h, com apresentação de grupos de dança às 16h e shows de Gabrielzinho (19h30) e Caborteiro de Bagé (20h30). Domingo a abertura é às 10h, com apresentação de danças às 17h e show com Caravana Mirim às 18h30. Na sexta (29) o parque abre às 17h. Show da banda Estrela da Serra às 21h. A entrada é gratuita. Informações pelo telefone 3901-1466. Fazenda Souza

LAZER l Estação de Inverno | Até 5 de setembro. Segundas a sábados, das 9h às 22h, e domingos, das 14h às 21h Na Estação de Inverno do Shopping Iguatemi, crianças e adultos podem brincar em uma pista de patinação no gelo, montada na Praça de Eventos. Ingressos a R$ 25 para 30 minutos, R$ 30 para 45 minutos e R$ 10 para cinco voltas de carrinho (para crianças). A outra atração é uma sala de cinema 6D. Além dos óculos 3D, a plateia também sente a movimentação das poltronas, o vento batendo no rosto, jatos de água e alguns aromas. O cinema apresenta os filmes Park dos Dinossauros, Mina Encantada e Fábrica de Chocolate. Cada sessão dura cinco minutos e o ingresso custa R$ 8.

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Shopping Iguatemi RST-453, 2.780 | 3214-9292

EXPOSIÇÕES Recomenda l Paralaxe: cinco trajetórias em perspectiva | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 19h, e sábados, das 9h às 15h Na exposição, cinco artistas mostram suas interpretações sobre o papel do homem e da existência humana. São telas de Hulda Russo e Marcone Dornel, litogravuras de Hélio de Souza F. e esculturas de Che Kalika e Mario Cladera, que reuniu o grupo. Deccor & Arte Entrada gratuita | Feijó Junior, 1.006, São Pelegrino | 3537-7877 AINDA EM EXPOSIÇÃO: Abstrato Contemporâneo. Alex Milesi. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 | Bruno Segalla, o operário da arte. De segunda sexta, das 8h às 12h, e das 13h30 às 18h. Instituto Bruno Segalla. 3027-6243 | Dispor. Mara de Carli, Marcos Sari e Tiago Giora. Até sábado (23), das 15h às 19h. Galeria do Ordovás. 3901-1316 | Invernada dos negros. André Costantin e Daniel Herrera. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 32213697 | No Ar: o Rádio e a Televisão em Caxias do Sul. De terça a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal | Olhos inquietos. Leandro Zandoná. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do Ipam. 3901-1316 | Percepções Acromáticas. Natalia Bianchi. Diariamente, das 8h às 20h. Sesc. 3221-5233.

RECREIO GUARANY Aos Associados que amam o seu Clube.

A PEDIDO

Deve estar chegando em vossas mãos uma Circular convocando-os para uma Assembléia Geral Extraordinária, para a próxima segunda-feira, dia 25 de julho, com início a partir da 18:30 horas. Em meu nome - como Ex- Presidente, com mais de 12 anos de serviços ao nosso Guarany, sem receber benesses de qualquer espécie, quero conclamar a todos os Associados para comparecerem - em sua totalidade - porque o assunto da citada Assembleia é para carimbar, irresistivelmente, a morte, sem dó nem piedade, do Recreio Guarany. O nosso segundo Lar, que acarinhou os nossos Associados por quase 4 gerações. É uma injúria sem tamanho, ocasionada por uma diretoria que não teve competência suficiente para enfrentar as dificuldades, achando melhor um motivo para fugir de sua responsabilidade primeira e única. É uma bofetadada inglória, maldosa, aos 91 anos de uma Entidade que fez História no panorama Social e Cultural de Caxias do Sul. Não se omitam, venham a pé, de carro, de ônibus, de cadeiras de rodas, muletas, se for o caso, porque estarão participando de uma noite Heróica, para dizer “Não” a uma eventual “fusão” com um clube co-irmão. Para mim, não passa de uma doação que não levará a lugar nenhum, tendo tudo a perder. Venham com determinação e sem medo de lutar. Na verdade, estão dando - de graça - um Patrimônio, hoje, de mais de 25 milhões de reais. É um Tsunami maior do Planeta. O Clube tem oxigênio suficiente para sobreviver, não necessitando de fusões de qualquer natureza. Nós temos tutano de sobra para estancar tal leviandade, dúbia e nebulosa. Estamos em perigo iminente, mas com vossa presença podemos dizer um “NÃO” para uma situação dolorosa e degradante. Muito obrigado e conto todos os que têm orgulho verdadeiro pelo Recreio Guarany. Alberto Arioli Ex-Presidente do Recreio Guarany da década de 1980

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Artes artes@ocaxiense.com.br

EsTREIA: HQCX por CARoL De BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br

Pela união de Sinistro, Clerk, Srta. Nemo, Algures e Overplay, surge a HQCX. Por trás desses codinomes – que os autores se deram o trabalho de inventar só para serem usados na abertura deste texto – estão Adan Lucius Marini, Frank tartari Fialho, Luciana Lain, Rafael Rodrigues e Thiago Danielli, a equipe de quadrinistas – nada de Liga da Justiça, nem qualquer outro time de Vingadores – que O Caxiense convocou para resgatar seus leitores do vácuo de boas histórias em quadrinhos. A partir desta edição (na página a seguir), o jornal terá um espaço fixo dedicado à nona arte, a HQCX, com histórias que vão mostrar que a HQ não é coisa de criança e que o termo não se limita a definir apenas um gênero, mas sim um meio para os mais diferentes estilos de traço e conteúdo. Os roteiros serão escritos por Rafael e ilustrados por Adan, Luciana, Thiago e Frank (que também fará alguns textos). Rafael chegou a participar de revistas independentes lançadas por artistas caxienses no começo dos anos 2000, como a espécies e a Stigma. Seu gênero preferido é o terror, mas não é esse tipo de roteiro que deve prevalecer nas HQs publicadas em O Caxiense. “A gente está trazendo um material que a maioria acredita que é coisa de criança, não no sentido depreciativo. Mas é que falta esse conhecimento de que existem obras pensadas para ser algo mais adulto. Esse é o objetivo. trazer algo diferente, que entretenha mas tenha conteúdo por trás”, avisa o ilustrador e também roteirista Frank tarta-

ri Fialho, que assina como FtF. Adan, que começou a desenhar como passatempo e hoje, além de ser ilustrador profissional, faz direção de arte em um agência de publicidade, é bastante versátil – vai do cartoon ao realismo – e trabalha com diversas técnicas. “tenho um tipo de traço bem variado e estou sempre buscando técnicas diferentes. Acho que mesmo no preto e branco, por mais simples que seja, tem que passar emoção.” O estudante de Artes Thiago já colabora com as tirinhas da Soama, publicadas no Guia de Cultura de O Caxiense, mas está especialmente empolgado com a HQCX: “Nunca tive um trabalho autoral impresso, de fato. É a primeira vez. tenho um traço orgânico, despojado, com linhas não muito precisas.”. Luciana, cuja identidade não secreta estuda Design e trabalha como designer em O Caxiense, é fã de tirinhas. “Gosto de fazer um traço mais cartoon”, relata. Esse tipo de desenho é mais limpo e, no caso de Luciana, bastante gracioso. A cada edição do jornal, HQCX publicará uma história completa, que deve ser compreendida individualmente (mas poderá ter continuações, como esta primeira, Crônicas do Sistema Solar, que inicia com Mercúrio e segue com os demais planetas). A cada semana elas serão ilustradas por um desenhista diferente, contemplando diversos gêneros – ficção científica, terror, humor –, todos voltados ao público adulto, como explica Rafael: “Consideramos que os leitores do jornal são um público com um nível cultural diferenciado. Então, procuramos fazer histórias com conteúdo, para pessoas mais exigentes”.

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Dupla por JANINE STECANELLA | janine.stecanella@ocaxiense.com.br

Maurício Concatto/O Caxiense

De folga na rodada deste final de semana, Juventude e Caxias jogam no próximo domingo (31), longe de Caxias do Sul. A equipe grená vai a São Paulo encarar o Santo André no Estádio Bruno José Daniel, às 15h. O Caxias tem um ponto na Série C e saldo zero, já que empatou com a Chapecoense em 2 a 2, domingo (17). O Santo André foi derrotado pelo Brasil de Pelotas na primeira rodada e, mesmo com a perda de pontos da equipe xavante – por ter escalado um jogador irregularmente –, o time paulista ainda não pontuou na terceira divisão. O Joinville, que não jogou na primeira rodada, vai a Pelotas neste domingo (24) encarar o Brasil, no Estádio Bento Freitas, às 16h. No dia 31, o Juventude irá ao Paraná enfrentar o Cianorte, às 16h, no Estádio Olímpico Albino Turbay. O Cianorte também ganhou, do Cruzeiro de Porto Alegre, na primeira rodada. No entanto, o alviverde é líder do grupo A8 da Série D, com três pontos e saldo de quatro gols, enquanto o Cianorte tem os mesmos três pontos, mas saldo um. O Metropolitano não somou pontos porque folgou na primeira rodada e enfrenta o Cruzeiro, em Porto Alegre, neste sábado (23), às 15h.

Novidades

Com a expulsão de Itaqui e Totonho na partida contra a Chapecoense, o Caxias deparou com um novo obstáculo: jogadores para a reposição. A solução da direção grená foi rápida. Na última quinta-feira (21) foi anunciado como novo reforço da equipe o volante Ramos, 26 anos, que estava no Lajeadense. O atleta passou por clubes como Santos, Esportivo, Mogi Mirim-SP, América-MG, Brasil-Pel. O Caxias deve anunciar nos próximos dias um lateral direito, já que Totonho é o único jogador de origem da posição.

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Próximas rodadas

O BALANÇO

DAS ESTREIAS

Contra o Brusque, o Juventude foi absoluto. A equipe alviverde teve o domínio da partida e superou as expectativas para a estreia. Teve um primeiro tempo de muita movimentação e boas jogadas pelas laterais. A vantagem de 3 a 0 no primeiro tempo foi importante para segurar a pressão da equipe catarinense. Na segunda etapa, o Brusque se organizou em campo, teve mais posse de bola, mas não conseguiu diminuir a diferença no placar. Quando a equipe de Santa Catarina esboçava uma reação, o Juventude fez o quarto gol e liquidou a partida no Alfredo Jaconi. Os jogadores de destaque no primeiro jogo do Ju na Série D foram

Alex Telles, Anderson Pico, Júlio Catarina diminuiu a vantagem, Madureira, Zulu e Cristiano (que fazendo seu gol aos 37 minutos e marcou dois gols). dando sinais do que seria a segunda etapa. Na volta do intervalo, reO 2 a 2 no placar final não ajustada em campo, a Chapecoense agradou a torcida grená na partida teve o controle do jogo. Mesmo asde estreia do Caxias na Série C, jo- sim, o Caxias conseguia segurar o gando no Estádio Centenário. Mas, placar, até ter dois jogadores expullevando em consideração o con- sos – Itaqui e Totonho – e, aos 42 texto do jogo, principalmente no minutos do segundo tempo, ceder segundo tempo, o empate não foi o empate. completamente ruim. As condições do gramado, enO Caxias teve domínio da partida charcado pela chuva, prejudicaram no primeiro tempo jogando contra a atuação das equipes. Sem dúvida, uma Chapecoense desorganizada e o futebol do Caxias é superior ao sonolenta. Fez dois gols, com Paulo apresentado no último domingo Rangel e Pedro Henrique, e enca- (17). Os destaques na equipe grená minhava os três pontos. No final do foram Paulo Rangel, Pedro Henriprimeiro tempo a equipe de Santa que e Márcio Hahn.

O Juventude realizou um amistoso na tarde de sexta (22), em Porto Alegre, contra o São José. A partida serviu para o técnico Picoli utilizar os jogadores que não aturam con-

tra o Brusque no dia 16, no Alfredo Jaconi. Em boa partida, a equipe alviverde venceu pelo placar de 3 a 0, com dois gols de Nico Martínez e um de Léo Pereira. O teste serviu,

também, para a equipe alviverde conhecer o gramado sintético. O Ju joga novamente nesse tipo de piso, desta vez para valer, contra o Cruzeiro, dia 7, pela Série D.

Jogo-treino em Porto Alegre

O Caxias fez um jogo-treino contra o time reserva do Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre. O placar foi 2 a 1 para a equipe colorada. Guilherme Macuglia apro-

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Goleada em amistoso

veitou para observar as alternativas do banco do Caxias. O gol grená foi marcado pelo atacante Lima. Renan, Elivelton e Ramos, última contratação grená, destacaram-se

pela boa movimentação. O Caxias volta a campo neste sábado (23), às 15h30, para um amistoso contra o Novo Hamburgo no Estádio do Vale.

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Guia de Esportes

Campeonato Municipal terá a final da Série Prata neste fim de semana; equipe de bocha do Juventude joga em São Virgílio com o time local

FUTEBOL

no Municipal I: Goias x Século XX, 13h15 | Hawai X Londrina, 15h15 | Enxutão: União De Zorzi x Fonte, 13h15 | Kaiser x Águia Negra, 15h15 Municipal I Av. Júlio de Castilhos esq. Av. Pedro Mocelin, Cinquentenário Enxutão Luiz Covolan, 421, Santa Catarina | 3211-1155 Entrada gratuita

Recomenda l Campeonato Municipal de Futebol | Sábado (23) e domingo (24) A Série Prata do Campeonato Municipal vai conhecer seu campeão neste sábado (23). O Estádio Municipal I recebe a disputa pelo terceiro e quarto lugar, e logo ao final da primeira partida entram em campo os dois times que brigam pelo título da Série Prata de VÔLEI 2011. No domingo (24) ocorre mais uma rodada da Série Ouro, l Recreio da Juventude x com dois jogos no Municipal I e UCS | Sábado (23), às 13h30, dois no Enxutão. 15h30, 16h30 As equipes do Recreio da JuvenSÉRIE PRATA – Sábado (23): tude e da UCS se enfrentam neste Uruguai x S.E.R. Linha 3 (jogam final de semana em quatro catepela 3ª e 4ª colocação), 13h15 gorias: pré-mirim, mirim, infantil | S.E.R. Reolon x S.E.R Reolon e infanto. Unidos da Esperança (final da Sé- Recreio da Juventude rie Prata), 15h15 Entrada gratuita | Atílio AndreaSÉRIE OURO – Domingo (24), zza, 3.525 | 3028-3555

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Recomenda Catarina: Colégio Murialdo x l 9º Copa da Farmácia do Rumo Certo Futsal, 21h | FZ FutIpam | Sábado (23) e domingo sal X AABB, 10h | Força Feminina (24) Pôr do Sol x Força Jovem, 11h Neste final de semana ocorre Enxutão mais uma etapa da Copa Farmá- Luiz Covolan, 421, Santa Catarina cia do Ipam. Os jogos são dispu- | 3211-1155 tados em diversos horários no Escola Santa Catarina Enxutão e no Ginásio da Escola Matheo Gianella, 1.160, Santa CaSanta Catarina. tarina | 3211-3716 Entrada gratuita Sábado (23), no Enxutão: AFFEPAL/Protásio Alves x Liga Feminina Flores da Cunha, 19h | BOCHA Força Feminina Pradense x União Feminina Flores da Cunha B, 20h l Campeonato Municipal | UCS/Altechs Tools/Prefeitura de Bocha Pontobol | Sábado de Caxias do Sul x Independente (23), a partir das 13h30 Serrano, 21h | Sábado (23), no As equipes de São Virgílio e do Santa Catarina: Escola San- Juventude disputam a primeira ta Catarina B x G.E. São Luiz/D’ partida da decisão neste final de Vieri/Gilberto Oficina, 19h | semana, em São Virgílio. O seUnião Feminina Flores da Cunha gundo jogo será no próximo sáA x BGF Futsal, 20h | Cristóvão bado (30), no Recreio Guarany. de Mendoza x Escola Santa Ca- Cancha da Igreja São Virgilio tarina/Prefeitura de Caxias do Entrada gratuita | Estrada de São Sul | Domingo (24), no Santa Virgílio da 6ª Légua

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

Edgar Vaz, Divulgação/O Caxiense

Rafaela Dariva, Divulgação/O Caxiense

por Janine Stecanella | guiadeesportes@ocaxiense.com.br


Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Waldemir Barreto, Agência Senado/O Caxiense

Ex-taba índia

Recreio Guarany decide em assembleia, nesta segundafeira (25), o destino do clube, pronto para ser incorporado pelo Recreio da Juventude. A atual diretoria elencou em nota os aspectos positivos dessa incorporação. Ex-dirigentes reclamam que não se falou no futuro do patrimônio do clube.

Antes tarde...

Trecho compreendido entre Caxias e Lajeado Grande da Rota do Sol foi incluído no programa de recuperação de quatro rodovias da Serra, a ser implantado pelo Daer. O secretário Beto Albuquerque, da Infraestrutura e Logística, mostrou-se sensível às reivindicações de usuários.

POLÍTICA UNINDO

CAPITAL E TRABALHO

Herança política

Maurício Concatto/O Caxiense

Comunidade do bairro Santa Fé pretende manter representatividade na Câmara de Vereadores, abalada com o falecimento de Clauri Flores. Recém-eleito para a presidência da associação do bairro, Valmor Santos Flores está sendo preparado para disputar uma cadeira no Legislativo na eleição municipal do ano que vem.

Revisão orçamentária

Para quem questiona o aumento dos custos do Sistema Marrecas, vale a pena conhecer a posição do deputado Paulo Pimenta (PT) sobre a duplicação da BR-101, que elevou em 73% o orçamento original: “Essa obra, em particular, enfrentou a necessidade de um conjunto de alterações técnicas, motivadas por questões ambientais, que tiveram a participação do próprio Ministério Público”. Por causa de reajustes orçamentários em várias obras é que está sendo criticada a atuação de Hideraldo Caron na direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Não se limitará ao encontro com sindicatos patronais a estada do senador Paulo Paim (PT) em Caxias, nesta quarta-feira (27). A agenda do senador caxiense é muito mais ampla, com o objetivo de ouvir as diversas forças da comunidade local, a fim de estabelecer prioridades de ação do parlamentar. Será uma demonstração prática de que capital e trabalho podem dialogar. O roteiro de Paim começará com um almoço na Associação dos Aposentados. À tarde (17h30min), ele terá encontro no Sindicato dos Metalúrgicos com todas as entidades sindicais de trabalhadores e representações políticas da cidade. À noite, será a vez do jantar e reunião

informal com os sindicatos patronais. Por que não? Paulo Paim será tema do Carnaval de Porto Alegre no ano que vem. Nada menos que 16 sambas concorrem para a trilha do desfile da escola Imperadores do Samba. A escolha será na semana que vem. Enredo da escola: Imperadores apresenta Paulo Paim: um leão na luta, que faz o bem sem olhar a quem. “Ainda vamos discutir a linha de desenvolvimento da homenagem, com ênfase nas obras e nos trabalhos de Paim, que são muitos”, ressalta o mestre-sala Ramón, da escola de samba porto-alegrense.

Pela maioria

O coordenador do Orçamento Comunitário, Gelson Marcon, enfatiza que, numa democracia, é preciso respeitar o que a maioria quer. Por esse motivo, diz ele, não há o que discutir em relação à construção de área de lazer no bairro Mariani – e não a creche reivindicada pelas “mães do bairro Mariani”. Por maior que seja a exploração política do episódio, a área de lazer foi definida como prioridade em assembleia do OC.

Dois pesos

Já os críticos do posicionamento da prefeitura a respeito da creche do Mariani lembram a construção da cancha de rodeios no parque Mário Bernardino Ramos, da Festa da Uva, realizada sob o patrocínio do ex-vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT). A exemplo da creche, a obra não passou pelo crivo do Orçamento Comunitário e, mesmo assim, foi construída.

Tanto faz

Pergunta de alguém com dúvidas a respeito da necessidade de ampliação do número de vereadores no Legislativo caxiense: “A Câmara tinha 21 vereadores e ficou com 17. Alguém sente falta desses seis? Talvez só aqueles candidatos que ficaram sem a vaga”.

Em compensação

A maior preocupação dos contrários ao aumento do número de vereadores é o inchaço da máquina, sempre uma possibilidade – apesar da anunciada redução do orçamento. Só um rígido controle pode impedir o mau uso do dinheiro público. Como é o caso de vereador que se posicionou contra esse aumento, “por razões morais”, mas paga – com dinheiro público – assessora política que jamais colocou os pés na Câmara.

Com bom senso dá para a gente avançar Chefe de Gabinete Edson Néspolo, ao anunciar que a prefeitura pretende apresentar proposta aos médicos do Município em até três meses. A proposta prevê plano de carreira para a categoria.

Micro e pequena

Criação da futura Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério, ainda depende da aprovação de projeto de lei encaminhado ao Congresso em março. Será o 39º ministério de Dilma

Rousseff. O deputado Pepe Vargas (PT), que preside comissão que trata do tema na Câmara Federal, foi lembrado para o cargo. A empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, também está no páreo.

Presidente Maia

Câmara de Indústria, Comércio e Serviços vai mudar sua rotina de reuniões-almoços semanais para receber, numa sexta-feira, o presi-

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dente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. A presença de Maia na CIC está marcada para 12 de agosto.

Sem concorrência

A demanda no mercado aéreo doméstico brasileiro teve um crescimento de 21,39% no 1º semestre deste ano. No Aeroporto de Caxias, cresceu apenas 8%. O administrador Henrique Elustondo tem uma explicação: não houve incremento de oferta e muito menos concorrência tarifária. Um cenário que deverá mudar com a entrada em operação aqui, a partir de novembro, da Azul.

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