Edição 91

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Agosto | 2011

|S27 |D28 |S29 |t30 |Q31 |Q1º |S2

91 Ano ii

Como é um júri simulado da escolha da

rainha

Renato

Henrichs PMDB começa a se definir para a eleição em setembro

O fardo de quem usa fardão na

Academia de Letras

VOU ALI EM

RIVERA FAZER UMAS COMPRINHAS

Roberto

Hunoff Brasil Maior: o que já não parecia tão bom agora se mostra pior

E JÁ VOLTO

O que as

empresas

podem esperar da prefeitura de Caxias Maurício Concatto/O Caxiense

Acompanhamos uma das frequentes excursões de caxienses ao Uruguai para contar o que eles compram, como passam pela fiscalização precária e qual o perfil desses consumidores – os “sacoleiros”, que trazem produtos para revender, não são mais a grande maioria. Em Caxias, o comércio já acusa no caixa a concorrência da fronteira

R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br Maurício Concatto/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site Roberto Hunoff | 4 Depois do setor metalúrgico, moveleiros apontam falhas do Brasil Maior O Caxiense entrevista | 5 Secretário Guila Sebben explica o que Caxias oferece – e o que se nega a dar – para atrair ou manter empresas Compras em Rivera | 7 Atravessamos a fronteira para gastar e economizar com uma excursão de caxienses

@fdalsotto esse protesto deveria ser em frente à Câmara de Vereadores. Eles são responsáveis e têm que atuar melhor. #protestodavisate

Literatura | 11 Academia Caxiense de Letras usa fardão e toma chá das cinco, mas está longe de ter a ostentação da “irmã” nacional

@Solaguerra ...o que, diga-se de passagem, é um absurdo... só não o é para a administração municipal... #cortedeárvore

Guia de Cultura | 16 Blues clássico no Mississipi, concerto popular e erudito em Santo Sepulcro e o Hip Hop engravatado na UAB Boa Gente | 19 Boneco das antigas, bailarino contemporâneo e vestidos de todos os tempos HQCX | 20 O fantasma de um carcamano Dupla CA-JU | 21 Reação em casa e recuperação fora Guia de Esportes | 22 A estreia da UCS no Estadual de vôlei e do Caxias no Estadual de basquete Renato Henrichs | 23 Definição do PMDB vai começar antes da Festa da Uva

Expediente

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário) Comercial: Pita Loss e Calebe De Boni Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Görlich Editore, Reprodução/O Caxiense

Festa da Uva | 14 Em um júri simulado para rainha, vale tudo – e não vale nada Artes | 15 Poemas girando no espaço: Saturno. Malabares girando no ar: memória

Realmente, Dr. Mario Vanin deixa um legado, bela reportagem. Fará muita falta para Caxias. Milton Corlatti

@jornalisi Pautas interessantes na #edição90 d’@ocaxiense: da história à arquitetura e à política. Recomendo! #edição90 @pedroffr Não é só porque ele é meu tio não, mas o #HQCX do @ocaxiense feito pelo @enigma_sapiens dessa semana está espetacular. Prestigiem. #HQCX

Greve dos Médicos | Ir no Postão e um enfermeiro dizer que você teve um início de infarto e te mandar pra casa... complicado... Gabriela Renata Küch Silva Mais do que na hora de resolver essa situação!!!

Salete Maria

Corte de árvore que matou moradora | Só punir os servidores mascara a realidade, pois eles deveriam ter recebido treinamento adequado e ter a supervisão do responsável técnico dessa área. De quem é essa responsabilidade, só dos servidores ou dos gestores? Gladis Penna Terra Pra variar, nossa prefeitura vai ficar omissa novamente... São problemas e mais problemas, onde estão os vereadores nessas horas? Onde está o prefeito? Só sabem se esconder atrás de seus cargos e não são capazes de assumir nada. Tiago Zattera Só quem perdeu um ente querido sabe quanto dói!!! Vanessa Bernardino Protesto de funcionários da Visate por segurança | R$ 2,50 a passagem também é um assalto. Carla Setyn

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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Agradecemos | Serra Sul Turismo (Av. Rio Branco, 283, São Pelegrino, fone 3214-1552).

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana Maurício Concatto/O Caxiense

editada por Jaisson Valim | jaisson.valim@ocaxiense.com.br

SEGUNDA | 22.ago

QUARTA | 24.ago

Morte por queda de árvore: fatalidade ou despreparo?

Uma esperança de término para a greve interminável

Nem a Corregedoria do Município nem a Polícia Civil haviam iniciado as investigações, mas a prefeitura já tinha uma definição para a tragédia que matou a moradora do Desvio Rizzo Áurea Maria Teixeira, 48 anos, no sábado (20). Apenas cinco horas após o corte malsucedido de um eucalipto de 40 metros pela Secretaria do Meio Ambiente, uma nota de menos 50 palavras classificou o acidente como “fatalidade”. Ao lado de um dos filhos, a mulher assistia ao trabalho dos funcionários na janela de casa quando a árvore a atingiu. A família tem outro nome para o desastre: “despreparo”. As perguntas sem resposta embasam a indignação. Se o vento estava forte, não era o caso de mudar o dia do abate? Quais os fatores que fizeram com que a árvore caísse sobre a casa, e não em uma área inabitável? A região não precisava ser isolada? As dúvidas não têm fim.

TERÇA | 23.ago “Imagina cortar árvore de 40 metros de qualquer jeito”

Corte malsucedido destruiu uma casa, matou uma mulher e arrasou uma família

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Sob o barulho da motosserra, Matheus Dall Agnol tomou café da manhã com a mãe, Áurea Maria Teixeira, e programou passear com ela horas mais tarde. Não deu tempo. A queda da árvore, durante o corte da Semma, feriu o filho, matou a mulher e arrasou com a família. O jovem manifestou sua indignação ao jornal O Caxiense na terça-feira: “Imagina cortar árvore de quase 40 metros de qualquer jeito, com um monte de casas e famílias em volta?”

Prefeitura e Sindicato dos Médicos levaram quatro meses para sentar juntos e negociar o fim da greve. A conversa foi difícil, os dois lados trocaram palavras ásperas, mas saiu um acordo. O Município se comprometeu a estudar gratificações e a apresentar uma proposta nesta segunda-feira (29), e os sindicalistas terão uma assembleia para discutir o encerramento da paralisação. Fim da greve à vista?

QUINTA | 25.ago Perseguição, pânico, tiros e mortes na área central

Cinco suspeitos em um Gol trocaram tiros com a Brigada Militar em uma perseguição em plena área central de Caxias na noite de quarta-feira (24). Foram 10 minutos de pavor, sob o olhar atônito de pedestres e motoristas. A história teve desfecho na Sinimbu com a Vereador Mário Pezzi, com dois mortos – ambos com armas nas mãos. O comando da Brigada Militar garantiu que seus soldados seguiram os procedimentos de segurança na ação.

SEXTA | 26.ago Fazer carteira de motorista ganha facilidades em Caxias

Uma novidade do Detran promete tornar a vida mais fácil para os moradores da Serra que precisarem fazer a carteira de motorista ou renová-la. O órgão criou mais 23 posições para que os candidatos façam a prova teórica de forma eletrônica em sua unidade regional (Rua Bento Gonçalves, 1.693), o que amplia a oferta de exames.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Nesta semana, o prefeito Sartori fixou com seu secretariado as estratégias para os próximos meses de governo: dar prioridade à conclusão das obras em andamento, como o Sistema Marrecas, construção das estações de tratamento e o asfaltamento do interior. Com esta linha de raciocínio, o prefeito deixou claro que a administração não deve avançar em novas grandes obras. Tem lógica a cautela. O secretário de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo, admite que o desempenho das receitas do 1º semestre foi positivo, mas alerta que a tendência para os próximos meses é a desaceleração. Ainda assim, acredita que o orçamento estimado em pouco mais de R$ 1 bilhão será realizado. Búrigo, no entanto, reconhece a necessidade de controle mais rígido, pois as despesas, por razões diversas, estão aumentando acima da receita. A União, por exemplo, internamente reviu para 3,7% o crescimento do PIB deste ano contra 5% iniciais. Esta redução impacta diretamente as contas públicas. Por isso, a necessidade da cautela e do conservadorismo. Algo que o governo federal parece ainda não ter aprendido, porque continua gastando, e muito, com pessoal.

Nem é tão

bom assim! O presidente do Simecs (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul), Getúlio Fonseca, já havia alertado: o Plano Brasil Maior, lançado pela presidente Dilma Rousseff para garantir competitividade à indústria, não traria todos os benefícios apregoados. Poucas empresas teriam ganhos, porque a maioria ficaria na situação atual e algumas até seriam prejudicadas. Pois, agora, a Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul) confirma a avaliação preliminar do empresário caxiense. Por meio de estudo realizado junto a 32 empresas gaúchas, responsáveis por 42% do faturamento do setor em 2010, a entidade apurou que os atuais tributos pagos teriam acréscimo de

R$ 12 milhões anuais com o plano do governo. Para que o programa traga algum benefício o índice a ser aplicado sobre o faturamento das empresas terá de cair dos propostos 1,5% para 0,75%. Caso contrário é mais vantajoso continuar pagando os 20% de contribuição previdenciária. Além disso, a entidade defende que a migração para o plano seja opcional e não compulsória. Estas questões serão debatidas agora no Congresso Nacional, onde tramita a medida provisória, que tem como relator o deputado federal caxiense Gilberto Pepe Vargas. Esta iniciativa da Movergs, presidida por Ivan Cansan, mostra bem como a comunidade produtiva precisa estar atenta aos programas públicos. A burocracia estatal é muito esperta na defesa de seus interesses.

Melhor depois da crise O presidente da multinacional Dana na América do Sul, Harro Burmann, será o palestrante da reunião-almoço de segunda-feira (29) da CIC. O executivo relatará como a empresa conseguiu, a partir da crise, elevar o nível de desempenho. O evento marca o lançamento do 23º Fórum de Administração da Associação dos Administradores da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (Aanergs).

Mudanças contábeis

A importância de as empresas adotarem as normas internacionais de contabilidade, conhecidas pela sigla IFRS, ficou evidente em recente estudo realizado pela Ernst & Young Terco. As 50 companhias brasileiras de capital aberto que se ajustaram aos novos princípios tiveram impacto de R$ 33 bilhões no patrimônio líquido e aumento de R$ 9,4 bilhões no resultado. Executivo da consultoria, Paulo Sutcliff destaca que não houve alteração financeira ou no fluxo de caixa, mas sim no patrimônio líquido. Segundo ele, as alterações contábeis tornarão os balanços mais comparáveis e fornecerão maior nível de transparência.

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O Caxiense

Consolidação

Divulgação/O Caxiense

Desaceleração

Foco na Copa

A Marcopolo apresentou na semana que passou, em São Paulo, seu mais novo ônibus para o segmento urbano, especificamente para os sistemas BRT, corredores exclusivos do transporte coletivo, que serão implantados nas 12 cidadessedes da Copa de 2014 e em outros 25 municípios contemplados com recursos do PAC. O modelo Viale BRT traz uma série de novidades, como o dispositivo de acendimento automático dos faróis mesmo durante o dia. Internamente é mais largo, o que proporciona maior área

livre para a circulação dos passageiros. Também ganhou em altura, permitindo a inclusão de dutos de ar, alto-falantes e espaço para propaganda nas laterais superiores. O veículo, oferecido nas versões articulado e biarticulado, foi desenvolvido em diferentes configurações e capacidade de passageiros, acessibilidade e altura da plataforma para atender a diversidade e características de cada município brasileiro. A companhia estima em 2,5 mil unidades o mercado até 2014, do qual pretende absorver 40%.

Informatização

Visando à qualificação dos controles de suas atividades de distribuição e de armazenagem e o fluxo de informações, a Soprano, de Farroupilha, investe na implantação de dois softwares. Com o WMS, a empresa projeta redução de 30% dos gastos no Centro de Distribuição e aumento de 20% na ocupação do espaço. Com o TMS a companhia busca melhor controle tático e operacional dos fretes contratados, por meio do acompanhamento apurado dos gastos com este serviço.

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Na última terça-feira (23), a Flip Studio comemorou as conquistas de seu primeiro ano de atividades. Focada em desenvolvimento de software para dispositivos móveis, como iPhone, iPad, Android e Blackbarry, a empresa instalada na Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul já tem em sua carteira clientes como Arwi, Herval, Randon, Alltech, RedeSul, Pepsi Club e o jornal O Caxiense. Além de desenvolver aplicativos específicos de acordo com a demanda do cliente, possui três produtos de destaque: Sales, que facilita o processo de venda de forma simples e direta; Publishing, que possibilita às editoras a publicação dos seus conteúdos através dos tablets; e o Portal, que torna possível a disponibilização de todo o conteúdo online das empresas. As metas de futuro são ousadas, segundo o diretor Guilherme Vieira: abertura de novos mercados e lançamento de produtos.

Curtas

O diretor industrial e de recursos humanos da Marelli, Francisco dos Santos, palestra na CIC de Caxias do Sul na quarta-feira (31), às 8h, no projeto Café com Informação. Falará sobre Gestão de pessoas: habilidades comportamentais. O Trino Polo e o Sebraes/RS promovem a 22ª edição do Bom-Dia TI com palestra do professor Isidoro Ciconet Filho. Na sexta-feira (2), a partir das 8h, na CIC Caxias, ele falará sobre Gestão do relacionamento com clientes. Alunos do ensino superior ou técnico têm até quarta-feira (31) para inscreverem-se no Programa de Estágios 2012 da CPFL Energia, holding controladora da RGE. No Rio Grande do Sul existem vagas para as unidades de Passo Fundo, Caxias do Sul e Gravataí. As inscrições devem ser feitas no site www.rge-rs.com.br. O Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas da Região Nordeste do Estado comemora o Dia da Nutricionista com um seminário de liderança e motivação. Será na terçafeira (30), das 15h às 19h30 na CIC Caxias.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Maurício Concatto/O Caxiense

O Caxiense entrevista

Guila Sebben: “Dissemos para a Hyundai que não seriam R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões que iriam inviabilizar uma fábrica de US$ 100 milhões”

“NÃO VAMOS ENTRAR

EM BRIGA FISCAL” Secretário do Desenvolvimento Econômico explica por que o Município não dá incentivos tributários nem doa áreas para empresas

C

por ROBERTO HUNOFF roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

om pouco mais de três anos e meio no comando da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Guilherme Sebben é responsável pela criação de políticas públicas para atrair novos investidores e também por manter as atuais indústrias instaladas na cidade. Apesar da concorrência crescente com municípios vizinhos e o risco de desindustrialização, Sebben não concorda com uma política municipal de doações de terras e abono fiscal. Para ele, a cidade já oferece uma estrutura organizada capaz de receber empresas de todos os portes. Quando foram definidas as questões do planejamento estratégico, foi pensado no fomento econômico como forma de ampliar a capacidade de atração de empresas? Muitas empresas estabelecidas em Caxias não tiveram incentivos fiscais, tributários e territoriais. Não nos cabe sair distribuindo benefícios. A cidade se desenvolveu bem sem essa política. Ou melhor, cresceu economicamente bem. Temos de manter as empresas que estão em Caxias competitivas. A maior oneração tributária não é o

ISS. Não podemos deixá-las mais competitivas falando em desoneração porque isso não nos compete. Da mesma forma, como o Município não detém uma grande quantidade de áreas, não tem como beneficiar uma empresa ou um setor e deixar os outros de fora desse processo. Não vamos entrar em briga fiscal nem em briga territorial. Ajudamos o setor ouvindo as demandas e buscando viabilizar questões de infraestrutura e logística. Quando a Cooperativa Aliança chegou para falar conosco, disseram que iam montar uma nova cooperativa e precisavam de 10 hectares. O Município não tem essas terras. Para viabilizarmos isso precisamos negociar junto ao prefeito, visualizar uma área, decretar utilidade pública, desapropriar e indenizar. Não posso dar uma resposta em menos de seis meses. Isso valeu para a Keko também? Da Keko não participei. Foi um ano anterior ao meu período. Mas, pelo que tenho conhecimento, sim. E a Plásticos Itália estava com uma proposta de obter uma área com 10 anos de isenção, mais terraplanagem e ainda sem pagar pelas terras. Se abrisse esse precedente, o que faria com as outras 50 empresas de plásticos com 20 anos de mercado em Caxias? Tenho de

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ter a mesma política para todas. R$ 3 milhões que iriam inviabiliA gente consegue viabilizar infra- zar o negócio de uma fábrica de estrutura com uma nova zona in- US$ 100 milhões. Aí é outro tipo dustrial. Isso foi muito importante de tratativa. Caxias tem bastante no Plano Diretor de 2007. Toda a área. É só dizer que tem interesse ZR3 (Zona Residencial 3) permite que localizamos. Viabilizamos o indústrias de pequeacesso, abastecemos no porte, e toda a ZI com água, coleta(Zona Industrial), “Se o fator mos o esgoto depois indústrias de peque- crítico para de tratado. Levamos no, médio e grande uma empresa estrutura viária para porte de qualquer escoamento da proatividade. Se o fa- ficar em dução, negociamos tor crítico para uma Caxias é a disponibilização empresa ficar em ganhar o de energia. Temos o Caxias é ganhar o terreno, então gasoduto. Sentamos terreno, então não não posso com a empresa e disposso fazer nada. cutimos todos os fafazer nada” tores decisivos para a Não está faltando instalação. ousar no sentido de trazer uma empresa grande? Caxias não está deixando de ser O gargalo é o ICMS. É a maior competitiva por apostar somente carga tributária. Estou falando há na infraestrutura? algum tempo com a NC² (montaCaxias hoje é competitiva muito dora de caminhões) e eles não têm mais pelos 100 anos de história do geração de ISS. É muito pouco. que por uma ação específica do VaMas têm milhões em geração de nin, do Pepe ou do Sartori. A cidaICMS. Então o grande gargalo é de se desenvolveu porque alguém com o governo do Estado. Mas es- puxou o barco. Porque se empretamos trabalhando juntos. endeu, se acreditou, se investiu, se trabalhou. E também porque o E no IPTU, a prefeitura pode ne- poder público soube acompanhar gociar? o ritmo. Mas cabe, sim, um novo Sim. Dissemos para a Hyun- posicionamento para os próximos dai, para a NC², para a Pakar 20 anos. O Fórum 2030 apontou que não seriam R$ 2 milhões ou que se não tivermos um novo po27 de agosto a 2 de setembro de 2011

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sicionamento poderemos passar por um processo de desindustrialização. Uma cidade que viverá muito mais de prestação de serviços.

PROTECIONISMO ARGENTINO Diversas empresas do setor metalmecânico de Caxias do Sul e região, representadas pelo SIMECS estão sendo atingidas pelas medidas unilaterais adotadas pela Argentina no comércio exterior. Para esclarecer este assunto, o SIMECS realizou em agosto, em seu auditório, o evento “Mercado Argentino e seus Desafios” reunindo um expressivo público composto por empresários e executivos do setor metalmecânico. O encontro teve a apresentação de Luciano D´Andrea - Executivo do CONCEX – FIERGS e de Frederico Behrends, Coordenador do Grupo Temático de Negociações Internacionais – FIERGS. Conforme Luciano D´Andrea, as práticas mais prejudiciais incluem restrições protecionistas contra diversos produtos brasileiros, sem contar os subsídios internos a determinados setores concorrentes, como é o caso de bens de capital. Cerca de 40% da pauta das exportações gaúchas estão sendo diretamente afetadas. Até agora o problema tem sido tratado caso a caso, na esfera da Reunião Bilateral BrasilArgentina. O posicionamento do setor industrial gaúcho em relação às barreiras argentinas foi encaminhado pela FIERGS ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No documento foram solicitadas medidas urgentes para a retomada da normalidade. HYUNDAI Caxias do Sul têm grandes chances de receber a primeira fábrica de elevadores do Grupo Hyundai no Brasil. Ao cumprir visita na cidade no mês de agosto, o vice-presidente da Hyundai Elevator, Young-Key Park, mostrou-se satisfeito com o que viu, e disse que a boa impressão colhida será importante para a decisão que a empresa coreana irá tomar sobre o local a ser escolhido para instalar a fábrica. Young-Key foi recebido pelo Presidente do SIMECS, Getulio Fonseca. Também participaram do encontro os diretores da entidade, Oscar de Azevedo, Reomar Slaviero, João Cláudio Pante e Rudinei Suzin e o Prefeito José Ivo Sartori. Esteve acompanhando o vice-presidente da Hyundai Elevator, o presidente da Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcos Coester. No SIMECS, houve uma troca de informações sobre a representatividade do segmento metalmecânico local no Brasil e no mundo e a atuação da Hyundai Group, da Coréia do Sul. O representante da Hyundai visitou ainda, a empresa Voges e a prefeitura municipal. A Hyunday busca uma área de 100 mil metros quadrados para instalar a planta. NOVA NR 26 Com o objetivo de prestar informações sobre a Segurança na Utilização de Produtos Químicos - a nova NR 26, o SIMECS, através de suas Comissões de Meio Ambiente e de Segurança e Saúde Ocupacional do Trabalho, realizou no dia 17 de agosto, novo evento para as empresas do seu segmento. O encontro contou com a participação de um expressivo público, composto por empresários e profissionais das empresas do SIMECS, ligados às áreas de segurança, higiene, saúde e meio ambiente, elaboradores de rótulos e fichas com dados de segurança de produtos químicos, toxicologia, transporte de produtos químicos perigosos, gestão e comércio de produtos químicos. Na oportunidade, o engenheiro de segurança do trabalho e vice-presidente do Subcomitê de Especialistas das Nações Unidas, Roque Puiatti, abordou a Portaria n.º 229, de 24 de maio de 2011. Esta portaria alterou a Norma Regulamentadora n.º 26, criando a obrigatoriedade da Classificação, Rotulagem Preventiva e Fichas com Dados de Segurança de Produtos Químicos, em atendimento a Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho, com a adoção do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. GIGIA BANDERA 2011 As empresas associadas ao SIMECS já podem indicar os nomes de empreendedores do segmento empresarial metalmecânico, os quais irão concorrer ao Mérito Metalúrgico Gigia Bandera 2011. O SIMECS lembra que o prazo final para as indicações é 15 de setembro próximo. Esta será a 19ª edição do mérito, cujo objetivo é de homenagear personalidades empresariais, que tenham se destacado por sua performance ética, moral e profissional, evidenciada pela conduta empreendida e pelas atividades desenvolvidas em seu meio. As indicações deverão ser encaminhadas ao SIMECS, por escrito, através do e-mail: viviane@simecs.com.br ou pelo fone/fax (54) 3228.1855. A solenidade de entrega da outorga está marcada para o dia 25 de novembro de 2011 no Clube Juvenil em Caxias do Sul. CHINA / MERCADO COMERCIAL As empresas do segmento metalmecânico que já têm alguma relação comercial ou que estejam interessadas em estabelecer algum tipo de parceria com a China, terão a oportunidade de conhecer melhor esta realidade. No dia 08 de setembro, o SIMECS realizará em seu auditório a palestra: China um “continente” de contrastes, ameaças e oportunidades. A apresentação do evento será dos engenheiros Claiton Gaieski Pires e José Carlos Vanin Junior, ambos com grande experiência profissional no segmento de importação e exportação junto ao mercado asiático. Os palestrantes abordarão as oportunidades e ameaças envolvendo as importações e exportações para a China e as tendências das relações comerciais com aquele país para o futuro. Inscrições, junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855. MISSÃO / ALEMANHA Já carimbou o passaporte para a Alemanha o grupo de 25 empresários e representantes das empresas metalmecânicas que participará da 21ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS ao exterior. O grupo que terá a coordenação do presidente do SIMECS, Getulio Fonseca e do diretor executivo, Odacir Conte, cumprirá visita às feiras IAA em Frankfurt, de 15 a 25 de setembro e a EMO, de 19 a 24 de setembro, em Hannover. A IAA é a maior feira do mundo no setor e irá apresentar completo panorama do ramo de negócios de automóveis em âmbito internacional. O evento tem como atrativo a exposição de carros de passeio, reboques, moto home, acessórios automotivos e motos. Já, a EMO, vai expor: máquinas-ferramenta, sistemas de acabamentos, ferramentas de precisão, fluxo automatizado de material, tecnologia computacional, eletrônica, industrial e acessórios. A Missão do SIMECS conta com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. EVENTO INOVAÇÃO Inovar para crescer. Este é foi o tema da palestra que o SIMECS promoveu no dia 25 de agosto, em seu auditório, para as empresas do seu segmento. A apresentação do assunto esteve a cargo do engenheiro Reneu Hartemink, pós-graduado em finanças e marketing e consultor do CETA-Senai e SEBRAE. Hartemink abordou aspectos ligados à Inovação e seus impactos na competitividade; Tipos de inovação; Manual de Oslo; Gestão da Inovação na empresa; Orgão de apoio a inovação; Instrumentos de apoio a inovação; Apoio estadual sobre o tema. EX-DIRETOR SENAI / HOMENAGEM O ex-diretor de educação e tecnologia do SENAI-RS, Paulo Presser, foi homenageado pelo SIMECS, em evento que contou com a participação dos dirigentes da entidade e dos presidentes dos conselhos e diretores das escolas SENAI. Na oportunidade, o diretor do SIMECS e presidente do conselho consultivo SENAI Nilo Peçanha e Construção Civil, Jones Francisco Mariani, entregou uma placa, enaltecendo a trajetória de 36 anos de atuação de Paulo Presser à frente do SENAI, onde ocupou diversos cargos. Estando à frente do SENAI, inúmeras foram as parcerias com o SIMECS, especialmente no campo de educação profissional. Sua participação também foi fundamental na instalação do Centro Tecnológico Automotivo de Caxias do Sul – Autotrônica, o qual está formando e qualificando jovens para o mercado de trabalho nas empresas representadas pelo SIMECS. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br - E - Mail: simecs@simecs.com.br

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niria o valor dos lotes já com toda a infraestrutura. Esse valor seria o investimento do banco mais uma remuneração do capital. Nós só permitiremos a instalação de quem tiver um plano de negócios que gere emA desindustrialização vai atacar direta- prego, arrecadação e desenvolvimento. mente a arrecadação do Município. O retorno do ICMS é uma das principais Essa é uma resposta da prefeitura à dififontes de arrecadação, e as indústrias geram culdade de comprar área para trazer as o imposto. A cidade vai continuar crescen- empresas? do, e quanto mais crescer, mais demandas Quando me procurarem, vou dizer “olha, vai ter nas áreas social, de infraestrutura, tenho essas mil áreas na iniciativa privada. de lazer, saúde e educação. Só que vais comprar, e não Se o crescimento econômiganhar. Mas não vais pagar co diminuir, passaremos a “Caxias tinha R$ 2 milhões por hectare, perder arrecadação, fôlego dois Sine e sim o valor da área mais a e força para fazer frente às e 130 mil infraestrutura, com a remudemandas da cidade. Temos trabalhadores. neração do capital”. Estamos a preocupação e colocamos procurando alternativas, e no nosso plano estratégico. Hoje tem esta é possível, viável e ecoTambém estamos trabalhan- um Sine nomicamente atrativa. Não e 170 mil do forte para a criação da Lei que tenha prioridade, mas as Geral das Micro e Pequenas trabalhadores empresas que se instalarem Empresas, que é uma forma formais” vão precisar abrir contas. E de desenvolver o empreendeprovavelmente, como o bandorismo. co vai estar lá presente, poderá abrir uma carteira de clientes fantástica. Quais benefícios que a lei traria? Então, é bom para quem investir. É excePrincipalmente desburocratizar acesso e lente para o Município. renovação do alvará. Poderá ter um regime fiscal diferente para a pequena e micro- Como é o projeto do Camelódromo? empresa. Não quero dar detalhes porque a Pensamos em realocá-los. Estamos tenSecretaria da Receita está estudando. Tam- tando uma parceria público-privada. Seria bém estamos fazendo a municipalização de uma concessão com investimento da iniPolíticas de Emprego e Renda, que é uma ciativa privada. Os comerciantes não estão proposta de convênio entre a prefeitura e o felizes onde estão. As bancas são antigas, Ministério do Trabalho e Emprego. Nosso pequenas, corredores apertados, um calor projeto é ousado. Estamos propondo uma do inferno no verão, umidade no inverno, Pesquisa de Emprego e Desemprego para e estão deslocados. A Moreira César preciCaxias. Nenhum município do interior sa ser alargada mas não pode, porque estão tem essa pesquisa paga pelo MTE. Além de ali. O novo local duplicaria a capacidade. trabalhar com os dados do Caged (Cadas- Daqui a dois ou três meses devemos apretro Geral de Empregados e Desempregados), sentar o projeto para a comunidade. faríamos pesquisas de campo, verificação das condições de trabalho e informalidade. Qual argumento você está dando para as empresas se instalarem em Caxias? Qual o objetivo? Primeiro a gente fala dados concretos Criar cursos de capacitação e qualifica- e reais. O empreendedor, muitas vezes, ção. A pesquisa dirá em que setor está fal- quando busca expandir seus negócios para tando a mão de obra. Temos de ter dados um outro Estado, país ou continente, vem para justificar ao Ministério a criação de com desconfiança do que vai encontrar. A uma turma de 100 alunos a cada 2 meses. primeira coisa que a gente faz é mostrar que a gente trabalha com coisas reais. O reMuitas empresas vão ter de disputar essa presentante da Hyundai me disse que prea mão de obra capacitada em Caxias? cisava de 100 mil metros quadrados. Dez A empresa vai me procurar e dizer que hectares temos de barganhar um pouquiquer vir para cá. Vou apontar o cenário nho, mas existem essas áreas. A infraestrude trabalho na cidade com a Pesquisa de tura interna a iniciativa privada prepara e Emprego e Desemprego atualizada. É uma entrega pronta. Não vai faltar água, enerestrutura que Caxias vai ter para se dife- gia, acesso, maneiras de escoar a produção. renciar dos outros municípios. Em uma Temos muitos incentivos. Só não temos os segunda etapa, seria a instalação de um tributários e territoriais. A gente mostra a ponto de atendimento ao trabalhador co- organização produtiva de Caxias. Esse é ordenado pela prefeitura. Caxias tinha dois um diferencial. Nós não fomos à Coreia Sine (Sistema Nacional de Emprego) e 130 porque não ficamos sabendo. Fui ao Estado mil trabalhadores. Hoje tem um Sine e 170 no intuito de nos convidarem. Não concormil trabalhadores formais. Aumentou o damos com a concepção de que Caxias não público e reduziu a capacidade de atendi- faz parte do processo de desenvolvimento mento. Vamos instalar uma segunda uni- do Estado. Levei o nosso estudo socioedade. Mas isto é um outro estágio. conômico em português-inglês para o secretário (estadual). Aí o coreano veio para A secretaria não tem a visão de instalar visitar Pelotas e Santa Maria e desviamos um novo Distrito Industrial? a agenda dele. Mostramos o município. Sim. O projeto está demorando porque Dissemos que a cidade vai fazer sua parte. tem a concepção de buscar um agente fi- Localizar área, levar infraestrutura externanceiro que entre com o capital, alcance na para abastecimento dos insumos, água, ao Município o recurso para desapropriar e energia e o que precisar de plástico para os indenizar a área. Estamos discutindo com elevadores. A gente cerca de uma maneiesse parceiro e já tivemos boas reuniões. ra que mostra que o maior incentivo é vir Montaríamos um conselho gestor que defi- para cá através dessas oportunidades.

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Robin Siteneski/O Caxiense

Vamos a las compras

FREGUESIA

ATRAVESSA

A FRONTEIRA Embarcamos com um grupo de caxienses para saber por que crescem as excursões de compras daqui para o Uruguai

Q

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

uase zero grau, o dia mal amanheceu e o senhor sentado em uma cadeira dobrável na esquina da Avenida Sarandi grita a cada quatro segundos ou sempre que passa alguém na sua frente: “Olha o sacolão! Olha o sacolão!”. São 8h30, poucos consumidores circulam pelo principal endereço dos free shops de Rivera. Se anunciasse “Olha a luva! Olha a luva!”, certamente faria mais sucesso àquela hora. O sacolão do vendedor e sua propaganda em portunhol são esnobados pelos sacoleiros que recém começam a ocupar as calçadas da cidade uruguaia vizinha à brasileira Santana do Livramento. Entre os consumidores que já despertaram em busca de produtos importados baratos, há um grupo de 32 caxienses, que eu acompanho. Nossa jornada começara na véspera, às 22h sexta-feira (19), em frente à Igreja de São Pelegrino, de onde partimos para oito horas de viagem em um ônibus com o bagageiro praticamente vazio – situação que mudaria completamente nas horas seguintes. Trata-se de uma excursão que vem se tornando comum. Desde o começo do ano, a Serra Sul Turis-

mo, empresa pela qual viajamos, aumentou as idas a Rivera, antes quinzenais, para a frequência semanal. Ao custo de R$ 140 por passageiro, o ônibus normalmente pega a estrada lotado. Nesta viagem, ainda sobram alguns assentos. Já no início do trajeto, a guia pega o microfone e faz um alerta. “Ninguém vai trazer pneus, remédios... Por favor, nada de remédios. Nem Viagra, seu Delvo”, diz a mulher, dirigindo-se a um senhor de 73 anos, veterano nas viagens de compras ao Uruguai. Sento em um dos últimos bancos, calculando que lá fiquem as pessoas mais dispostas a conversar. Ao meu lado, no assento da janela, Neiva Zanotto, confirma a aparência simpática e conta que, embora já conhecesse Rivera, estava indo pela primeira vez só para comprar. A mulher de meia idade e cabelos negros, que encontrou a empresa de ônibus três semanas antes pelo Google, vai à procura especialmente de cosméticos e de um par de óculos escuros. Naquele momento, porém, sua ansiedade se concentra em outra questão: quem matou Norma em Insensato Coração? Por causa da viagem, estava perdendo o capítulo final da novela, e também não poderia assistir à reprise, na noite de sábado.

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Dezesseis dos 33 passageiros ços). Fora disso, entra-se no temiviajam com a mesma motivação do – pero no mucho – território de Neiva. Buscam produtos para “além da cota”. Além da quantia si, para amigos e conhecidos, e não das mercadorias, há outra restripara revender. Decano da excursão ção legal. Brasileiros não poderiam de compras, Delvo Bagatini obser- comprar mais de uma vez por mês va que isso reflete uma mudança em zonas de fronteira. ocorrida nos últiDepois de uma mos oito anos, com parada no meio da a queda do dólar “Ninguém vai noite, para lanche, em relação ao real. trazer pneus, o ônibus alcança a Antes, os sacoleiros fronteira às 6h45 de remédios. Por predominavam. Seja sábado (20). Por R$ qual for o objetivo favor, nada de 9,90, o café da mada viagem, a cota remédios. Nem nhã é livre, mas isso paira sobre todos Viagra”, orienta não faz muita difecomo uma sombra a guia logo rença – os salgados ao longo do trajeto. e bolos do estabedepois de o Parece soar assim: “A lecimento em frenCota”, com iniciais ônibus partir te ao Parque Intermaiúsculas e entonacional, ainda do nação de narrador lado de Santana do de trailer de filme. Ela é lembrada Livramento, não são exatamente já no embarque, com piadinhas de abrir o apetite. Lá fora, travestis – “Não vai passar da cotinha” –, ainda ocupam o parque – na vere vai se transformando em tensão dade uma praça, que divide Brasil até a hora de passar pela fronteira. e Uruguai. Às 7h45, atravessamos Para quem entra no Uruguai por a praça, cortando o vento gelado, via terrestre ou marítima, é per- e chegamos à Rua Sarandi, com as mitido trazerprodutos no valor de lojas ainda fechadas. O comércio US$ 300 (em torno de R$ 500), só começa a funcionar por volta com algumas regras – é proibi- das 8h30, como que acordado pedo importar três unidades de um los gritos de “Olha o sacolão” do mesmo produto, exceto bebidas vendedor de rua. (no máximo 12 litros, de qualquer Os free shops estão espalhados tipo) e cigarros (limite de 10 ma- em cinco quadras da Sarandi, que 27 de agosto a 2 de setembro de 2011

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Camelôs com produtos falsificados e free shops exaltando bebidas e outros produtos nas fachadas dividem espaço na Avenida Sarandi

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fica numa baixada, entre o Parque a fiscalização é uma loteria, diz Internacional e a Praça General o motorista do ônibus, Romulo José Gervasio Artigas. Na rua pa- Cristiano Ferreira. Só em Santana ralela se concentra o comércio do Livramento, porém, ela recode alimentos, como queijo, doce lheu R$ 4.022.461,31 entre janeiro de leite e alfajor. Modelos anore- e julho deste ano, 27,42% a mais xicamente magras em anúncios do que no mesmo período do ano de perfume dividem as calçadas passado. com as bancas improvisadas dos “A gente sabe que as cotas não ambulantes. Ali eles vendem gar- são respeitadas e que não há fiscarafas térmicas, toucas e lenços. lização suficiente. Pela proximidaUma placa publicitária da grife de de, caxienses têm feito muito essas roupas uruguaia Bellmur convive viagens, o que está atrapalhando pacificamente com camisetas em o comércio local. Estamos sendo sacos plásticos, com a inscrição muito ameaçados por esses pro“Lacoste” improvidutos”, reclama, a sada em letras arre550 quilômetros de dondas sobre caixas “As cotas não distância, o preside papelão. dente da Câmara de são respeitadas. Dirigentes Lojistas “Sólo piden des- Caxienses têm (CDL) de Caxias do feito muito essas cuento y presentes”, Sul, Paulo Magnani. diz Beatriz Silvera, viagens, o que Para ele, no entanto, vendedora do free está atrapalhando não são só as muamshop Del Siglo, des- o comércio bas da fronteira urucrevendo os típicos guaia que tiram o luconsumidores bra- local”, queixa-se cro dos comerciantes sileiros. O aumen- Magnani, da CDL de Caxias. Compras to deles em Rivera, nos Estados Unidos onde a comerciária também têm impacmora há 25 anos, é acompanhada to por aqui. “Está se criando um por uma redução dos uruguaios comércio paralelo, estamos sendo nos supermercados de Santana do bombardeados por um comércio Livramento. Uma reordenação do ilegal. O consumidor procura mafluxo, determinada pela virada na neiras de pagar mais barato mas cotação do dólar. não sabe o prejuízo que está cauA loja em que Beatriz trabalha sando a toda uma comunidade.” é especializada em perfumes, um dos produtos que mais atraem Em Rivera, enquanto causo consumidores ao Uruguai. Um prejuízos à economia caxiense em frasco de 50 ml de Versace Blue uma loja de roupas masculinas, Jeans custa US$ 36 (R$ 60,84 ao ouço o fim de uma música de Luan câmbio turismo praticado no dia, Santana, seguida de um radialista com dólar a R$ 1,69). Um 212 falando em espanhol. “Mas vocês Sexy de 100 ml sai por US$ 58 (R$ realmente gostam das músicas em 98,02) – em uma loja caxiense, é português aqui?”, pergunto. “Sim, vendido por R$ 359. Não há muita sim. Luan Santana, Victor e Léo... variedade em eletrônicos ou rou- As novelas. Eu só assisto novelas pas masculinas, mas as lojas ven- brasileiras. As mexicanas, argendem casacos femininos a um bom tinas e uruguaias são um terror”, preço, R$ 70. Além de perfumes conta a vendedora. Do lado urue cosméticos, um grande atrativo guaio, ela me passa a informação são as bebidas. No free shop Ba- que faria sucesso no ônibus mais rão, um homem enche o carrinho tarde: Wanda, mãe do vilão Léo, de supermercado com garrafas matou Norma. e comenta com um amigo: “Se a Enquanto alguns consumidofiscalização não pegar, tudo bem”. res carregam malas de rodinha Uma garrafa de vinho Casillero del nas ruas de Rivera para facilitar Diablo custa US$ 8,60 (R$ 14,53). o transporte das compras, outros Em um dos maiores supermerca- preferem fazer viagens constantes dos de Caxias, ela é vendida a R$ aos ônibus para descarregar a mer31,90. Em promoção, quatro litros cadoria. O nosso não ficou parado do whisky Jack Daniel’s estão por no tradicional estacionamento dos US$ 87 (R$ 147,03). Em Caxias, ônibus, mas na Avenida Paul Harestá nas prateleiras do súper por ris, perto da Receita Federal. R$ 99,90 a garrafa. A experiência de seu Delvo faz com que ele conheça outros meApesar de algumas lojas canismos. Ele vai a Rivera há 40 oferecerem, não adianta tirar no- anos. “Desde quando o caminho tas abaixo do valor real dos pro- não tinha um metro de asfalto”, dutos. Funcionários da Receita orgulha-se. Com o rosto marcaFederal têm tabelas de preços do por rugas, um pouco corcunda do que é vendido nos free shops. mas caminhando rapidamente, Quem passa dos US$ 300 no to- Delvo é o tipo de pessoa que se tal de compras deveria declarar e você disser onde mora, vai copagar a sobretaxa, 50% de imposto nhecer um vizinho seu que vive sobre o valor excedente, antes de há anos no seu bairro mas você sair deixar Santana do Livramen- nunca ouviu falar. Caminhoneiro to. O posto da Receita fica aberto aposentado, hoje ele aproveita o todos os dias, das 8h às 20h. Mas trajeto para comprar bebidas, mas

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Robin Siteneski/O Caxiense

Alguns free shops oferecem notas abaixo do valor da compra, mas, em caso de flagrante, isso não adianta: a Receita tem uma tabela de preços não dá conta sozinho. Paga a viagem para mais duas pessoas, que o ajudam a trazer o carregamento – e, principalmente, a diluir as garrafas em três cotas. Delvo jura que sempre toma cuidado para não ultrapassar a cota. E, para evitar as caminhadas até o ônibus, pede que funcionários do Barão levem as caixas de bebida até o veículo. Durante a tarde, a Avenida Sarandi fica mais cheia. É fácil reconhecer brasileiros nas ruas, nas lojas, nas placas de carros e motos estacionados. Quando começo a fotografar o movimento, os ambulantes fazem cara feia. “Pode ser um jornal ou a polícia”, justifica um deles, em espanhol. Outro, mais jovem, distribui panfletos de uma revenda de pneus, mas não

aconselha a levá-los no ônibus. O melhor é ir de carro, colocá-los em Rivera e voltar com eles rodando. A Receita não incomoda, garante, a menos que sejam pneus coreanos – marcas que não são vendidas no Brasil chamam atenção da fiscalização. Quem compra em Rivera com frequência alerta que os produtos das lojas de rua que não são free shops e dos camelôs não são confiáveis – ou seja, lá eles não têm mais prestígio do que aqui. O que não impede sua proliferação. No início da Sarandi, há um aglomerado de bancas de ambulantes. Lá, pencas de tênis de marcas famosas – falsificados – ficam expostos na rua tão naturalmente como bergamotas à beira das estradas da Serra. Apesar do receio em ser fotogra-

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fados, os camelôs não parecem ser bagageiro do corredor e o que será incomodados pela polícia ou pela embarcado embaixo, no compartifiscalização. mento de carga. Comprou cosméticos, licor, o par de óculos escuros, Depois de levar alfajores e objetos de para o ônibus a indecoração. Andréia formação privilegia- “Tem que vir dos Santos, que esda sobre o último com uma tava em Rivera pela capítulo da novela, lista, senão tu segunda vez, aproouço os colegas fa- te perde”, diz veitou o preço dos larem sem mistérios perfumes. “Tem que Andréia, que sobre o que compravir com uma lista, ram. Os motoristas aproveitou senão tu te perde”, lacram caixas com o preço dos explica. Nesta excurfitas adesivas e as perfumes são, levou a colega etiquetam, dando o em Rivera de trabalho Loreni canhoto aos donos. Oliveira Selestino, Temos que partir que volta com jarras cedo, às 15h30, e não só porque e garrafas térmicas – além, é claro, a viagem é longa – quanto antes de perfumes. saírmos, mais leve a fiscalização. Na outra ala, a dos compradoNeiva separa o que vai com ela no res revendedores, está Lourdes

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abro a bagagem. O fiscal retira as bebidas e os perfumes de dentro das sacolas, com as quais eu tentava evitar que as garrafas quebrassem, remexe um pouco no restante do conteúdo e me autoriza a fechá-la. Em segunda, me aponta com quem eu devo falar. Avanço até o local onde estão sendo vistoriadas duas vans escolares e duas caminhonetes. Ao A partida no meio da tarde lado, o inspetor-chefe, Carlos Lutranquiliza um pouco quem ultra- ciano Sant’Ana, se ocupa de fiscapassou “A Cota”. Quantos de nós? lizar um carro. Ele explica que as “Todo mundo passou da cota”, co- mercadorias apreendidas podem menta-se no ônibus. A barreira da ser leiloadas, remetidas à admiReceita perto da saída de Santana nistração pública ou destruídas. do Livramento não é mais do que Antes disso, porém, quem as peruma estrutura com teto de zinco, deu pode entrar com recurso para que protege o caminhão onde fi- tentar reavê-las. A verificação da cam as mercadorias Receita, segundo ele, apreendidas, e um não tem hora para ônibus convertido “Não temos acontecer. Pode ser em delegacia, onde em toda as baintenção de parar feita se fazem os regisgagens de um ônibus tros. Naquele ponto, todo o mundo. ou outro veículo, por porém, quem é pego Queremos impor amostragem (como com produtos além o risco para no meu caso) ou da cota não pode quem não faz a naquelas que despagar a sobretaxa: maiores susregularização das pertam toda a mercadoria peitas. Na manhã fica retida. O viajan- compras”, diz o daquele sábado, a te recebe um auto de inspetor-chefe barreira tinha eninfração e sai com o contrado 19,33 quirisco de ser proceslos de maconha ensado pelo Ministério Público por rolados em um cobertor dentro de descaminho. uma mala em um ônibus de linha. Quando nos aproximamos do Perto disso, meus US$ 100 além da posto de fiscalização, as piadas e as cota, que passaram batidos, ficam conversas diminuem e as atenções inofensivos. “Não temos a intense voltam para as janelas do ôni- ção de parar todo o mundo, e isso bus. “Nos pararam”, lamentam os não é necessário. Queremos impor passageiros. Imediatamente, dois o risco (de ser flagrado) para quem pensamentos me vêm à cabeça: não faz a regularização das com“Ótimo, vou entrevistar alguém da pras”, explica Sant’Ana. Receita” e “Droga, passei da cota.” Entre o que tinha no maleiro do De volta ao ônibus, sou ônibus e o que carregava comigo, ovacionado por ter supostamente somava US$ 401,50 em produtos livrado os companheiros de viaimportados. Na mochila, levava gem de uma fiscalização mais rígiduas barras de chocolate e um fone da e, enfim, respiro mais tranquilo. de ouvido, além dos sapatos novos Além de mim, apenas um dos pasque já estava usando – dica dos sageiros teve a mala, sem cadeado, sacoleiros. Na mala, minha sede aberta pela Receita Federal – e sede consumo se mistura às enco- quer foi chamado para acompamendas dos colegas: quatro litros nhar a vistoria. de whisky, um de vodca e um de O motorista Leandro conta que, absinto; dois perfumes: mais um enquanto eu conversava com o fone de ouvido; um creme hidra- inspetor-chefe, o fiscais pediu que tante; e, para fechar, um prosaico todas as portas do bagageiro infepacote de cuecas. rior fossem abertas, entrou no ônibus e apalpou as malas no compar“Repórter, eles querem timento superior. Se tivesse sido abrir a tua mala”, me avisou Lean- um pente-fino, conta o outro modro da Cunha Constante, um dos torista, Romulo, todos os passageimotoristas. Eu nem notara, mas a ros seriam chamados para fora e bagagem nem estava devidamente convidados a ficar do lado de suas fechada. A mala tem segredo, mas bagagens enquanto os agentes da a senha ficara alinhada – para abri- Receita verificariam item por item. la, bastaria empurrar o botão. AnSorte deles que, desta vez, a opetes que o agente da Receita possa ração foi por amostragem – e sorme dizer qualquer coisa, saio com te também que o escolhido tenha bloco e caneta na mão, além da sido eu, com minhas poucas garracarteira de trabalho bem à vista na fas, fones de ouvido e um inocenmala, e peço uma entrevista. “Vai te pacote de cuecas. Assim, caixas ter que ser com o inspetor-chefe”, cheias de bebidas, uma coleção de responde ele, antes de voltar nova- perfumes e até cadeiras de madeimente a atenção para a mala. De ra atravessaram a fronteira ilesos e, óculos escuros, é difícil saber se ele à meia-noite, desembarcaram com chegou a levantar os olhos. Então, seus donos em Caxias.

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Maria Pedroni, dona de uma malharia em Caxias há 20 anos. No Uruguai, ela complementa a linha de produtos que oferece trazendo casacos, tênis, bolsas e mesmo malhas. Assim como outros sacoleiros, Lourdes diz que as viagens viciam. Pelo volume de compras, é fácil perceber. Um deles voltava com R$ 2 mil só em perfumes.

Carregadores ajudam clientes a levar compras para ônibus, que deixam a cidade lotados de mercadorias; Receita faz fiscalização por amostragem


Maurício Concatto/O Caxiense

Clube da literatura

Para se aproximar do público, ACL promoveu semana de atividades em que participante interpretou O Pequeno Príncipe com touca de natação

Simplicidade imortal O fardão e o chá das cinco durante as Feiras do Livro enganam. A Academia Caxiense de Letras tenta ostentar o glamour de sua “irmã” nacional, mas enfrenta o desprestígio

L

por CAMILA CARDOSO BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br

embrada pelo objetivo de querer ser a representante da literatura, uma manifestação tão particular da arte, a Academia Caxiense de Letras tem ares de um ostentoso grupo literário, como diretoria, sede e membros imortais. Foi elaborado há três anos até um fardão, semelhante a uma toga de formatura, em um chamativo tom de azul usado ao menos pela diretoria nos eventos especiais (como o jantar de encerramento das atividades), com toda pompa que uma entidade como essa exige. Mas o observador não pode se deixar enganar. Essas características que soam imponentes contrastam com a simplicidade de seus membros – e, às vezes, até de suas obras. A atual presidente, Alice Cristina Brandão Velho, 64 anos, frequentou as primeiras reuniões como simpatizante, em 2000. Lídia Lauer, uma amiga da família que fora sua professora e incentivara o gosto pela leitura, introduziu Alice nas reuniões. Na época, ela tinha apenas um livro publicado. Participante da União Brasileira de Trovadores, que congrega autores da trova literária, achou que era mais uma oportunidade de conviver de perto com as letras. Após quatro anos à frente da academia, o tempo máximo de acordo com o estatuto, Alice se prepara para passar o cargo de presidente a um dos

colegas. A diretoria já havia tomado uma decisão unânime. Mario David Vanin, acadêmico desde o segundo ano de ACL e que vinha se reaproximando cada vez mais das atividades conforme se desligava de outros cargos, fora aclamado presidente do cinquentenário da ACL, a ser comemorado em 2012. Nem deu tempo de ele receber a notícia. Morreu no dia seguinte à escolha. Agora, a diretoria precisa buscar outro nome, que poderá ser aclamado ou eleito, caso haja um interessado. “O pessoal fica arredio de dizer que quer concorrer”, confessa Alice, dando a entender que os atuais integrantes não são obcecados por cargos. A maior preocupação da atual diretoria não aparenta ser a sucessão presidencial, mas a adesão de novos acadêmicos. Das 40 cadeiras, apenas 28 estão ocupadas. O outro desafio, mais recente, é encontrar 50 escritores dispostos a escrever 50 textos para colocar em prática um projeto de compor um livro comemorativo pelo jubileu de ouro da academia. O grupo se reúne no segundo sábado de cada mês para tratar de assuntos da academia e promover debates em torno de assuntos da literatura. Os acadêmicos também levam suas obras para compartilhar com os colegas e realizam saraus. Com a chegada do inverno, a frequência dos integrantes diminui, já que os acadê-

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micos preferem se resguardar para tura da academia, como uma antoevitar doenças. Por esse e outros logia lançada em 2010 em homemotivos, a atual diretoria busca nagem aos 100 anos da chegada do aproximar pessoas mais jovens. “O trem, precisam buscar patrocínios pessoal com idade madura, dos 50, ou dividir as despesas entre si. Na 60 e até 70 anos, precisa cuidar da Feira do Livro, no estande já catisaúde”, afirma Alice. vo da academia, a diretoria recebe Na semana passada, os acadê- autores, promove lançamentos e, micos ampliaram principalmente, reum pouco o círculo úne escritores. É lá de frequentadores “O que me atrai também que realiza dessas reuniões ao mais é essa um dos mais tradirealizar a Semana história vitalícia cionais hábitos das do Escritor e Artista da academia. academias, o chá das Caxiense, com uma cinco. “Ficamos lá o sequência de pales- Tua família pode dia todo e chega uma tras abertas ao públi- perder a tua hora que vai dando co realizadas no an- obra, mas a uma fominha, então fiteatro da Câmara academia, não”, a gente organiza isso. de Vereadores. Anu- diz Ângela Broilo Todo escritor gosta almente, a academia de dar uma passapromove também dinha, ouvir uma um concurso literário, que come- musiquinha, tem um charme todo çou como local e hoje aceita inscri- especial”, conta Alice. ções de qualquer lugar do mundo. Basta enviar um trabalho para esÉ comum que os acadêmicos tar inscrito. Se os premiados forem tenham se tornado imortais após moradores de Caxias ou região, frequentar algumas reuniões como provavelmente serão chamados simpatizantes, a convite de um para integrar a academia. amigo ou conhecido já acadêmiOs acadêmicos também se dedi- co. O frequentador é incentivado a cam a visitar escolas, instituições elaborar um dossiê com textos de beneficentes, como a Associação sua autoria e entregá-lo à diretoria, dos Pais e Amigos dos Deficientes junto com um currículo. A partir Visuais (Apadev) e levam leituras de então, o postulante a uma das para os presos da Penitenciária In- cadeiras precisa frequentar 10 reudustrial de Caxias. Sem qualquer niões da academia – assiduidade fonte de renda fixa, a academia que serve tanto para demonstrar depende dos próprios integrantes interesse quanto se adaptar à dipara financiar as ações. Quando nâmica dos encontros. Após esse planejam uma obra com a assina- período, o dossiê é compartilhado 27 de agosto a 2 de setembro de 2011

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Maurício Concatto/O Caxiense Foto Real, Divulgação/O Caxiense

pelo presidente com o conselho o trabalho seja público”, opina consultivo, formado por outros Hoffmann, autor de livros técnidois membros, que decidem se o cos sobre metalurgia, poesias e até escritor será ou não imortalizado. pesquisas históricas sobre o Velho O número da cadeira a ser ocupa- Oeste americano. da é escolhido por sorteio. Apesar dessa exigência, na gesÂngela Broilo, 42 anos, foi uma tão de Hoffmann a academia das últimas a ingressar na ACL. tornou-se um grupo mais aberto Ao ser convidada para participar à comunidade, recebendo os chacomo simpatizante das reuniões, mados membros simpatizantes já tinha um livro publicado, Bar nas reuniões. Hoje ele dedica-se a de Baco (uma coletânea de con- investigar a história da academia, tos), e cursado a ofique pretende lançar cina literária do esem livro em 2012, critor Luiz Antonio “Quando fui no aniversário de 50 de Assis Brasil em presidente anos da instituição. Porto Alegre. “Quando fui presiouvi frases Antes disso, era re- preconceituosas, dente fui obrigado datora publicitária, a ouvir algumas fraprofissão que esco- como que a ses preconceituosas, lheu na adolescên- academia fedia a como que na academofo, pela idade cia com a esperança mia só tinha escride que teria contato de seus membros” tor sem sucesso, que com a literatura. “O afirma Hoffmann a academia fedia a que me atrai mais é mofo, pela idade de essa história vitalícia seus membros, ou da academia. Significa que tu não que era uma academia autodidata, morre mais. Tua família pode per- sem ninguém com curso superior”, der a tua obra, mas na academia, lamenta Hoffmann, que tem uma não”, afirma. Para ela, o importan- resposta na ponta da língua para te é ter vontade de adquirir conhe- cada uma das críticas. “João Spacimento, independentemente da dari Adami foi a primeira pessoa idade. “As pessoas estão lá todas a escrever a história desta cidade interessadas pelo mesmo assunto, e tem seus livros usados por proa literatura”, resume. fessores e alunos até hoje. Zulmiro A obrigatoriedade ou não de o Lermen escreveu tudo o que prepostulante ter obras publicadas cisamos saber sobre os primeiros causa certa divergência. A atual di- habitantes desse lugar, e hoje todos retoria defende não ser necessário, conhecem a Maria Helena Balen. já que a academia precisa atrair au- Cora Coralina, por exemplo, nuntores mais jovens que a preservem ca colocou os pés numa universino futuro. “Tem gente que acaba dade e é ícone da literatura. E, ora, se afastando pela áurea do imor- sempre teve gente bonita e jovem tal, e ficamos muito tempo sem a na academia”, defende. entrada de novos acadêmicos. Mas a gente cultiva valores importantes A instituição guarda suas como a humildade do intelectual”, semelhanças com a Academia afirma Marilene Caon Pieruccini, Brasileira de Letras, esta já com secretária da ACL. 114 anos de existência. A princíSalvador Hoffmann, que foi pre- pio, o propósito da ACL, da ABL sidente da diretoria na década de e de outras academias é o mesmo: 90 e hoje integra o conselho con- reunir escritores e intelectuais para sultivo, julga essencial a publica- encontros periódicos onde se disção de pelo menos um livro. “A cutem assuntos relacionados aos troca de presidência a cada quatro livros e à literatura em geral. Hoje, anos é benéfica porque, apesar de a ABL é criticada pelo caráter poseguir o estatuto, a academia se lítico que assumiu e por receber a reveste de uma nova roupagem. candidatura de qualquer aspiranEu acho que tem que ter pelo me- te a imortal que tenha um padrinos um livro publicado para que nho influente, apesar de o estatuto

Alice lidera entidade criada nos anos 60 por entusiastas da literatura

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prever que o postulante deva ser cedeu um cômodo da casa, até se brasileiro nato e ter publicado, mudarem para a Sala Nobre do em qualquer gênero da literatura, Recreio da Juventude. A Casa da “obras de reconhecido mérito e Cultura Percy Vargas de Abreu e valor literário”. Se, na fundação, a Lima também acolheu as reuniões ABL contava como até a prefeitura renomes como Olavo querer o espaço. Bilac, Joaquim Na- “Cada escritor tem Foi quando, em buco, Rui Barbosa o seu mundinho e 2003, sem um lugar e Machado de As- é difícil tirá-lo determinado para a sis, eleito primeiro de lá. Por isso, realização de uma de presidente por aclasuas reuniões menmação, hoje tem o tem uma certa sais, os acadêmicos desunião e um senador José Sarney, promoveram um o ex-vice-presidente certo desprestígio encontro em plena Marco Maciel e o da academia”, praça Dante. Vereacirurgião plástico avalia Hoffmann dores se sensibilizaIvo Pitanguy entre ram com a situação seus imortais. Ene cederam uma sala quanto isso, autores da Câmara para que como Vinícius de Moraes, Mário as reuniões ocorressem por cinQuintana e Carlos Drummond de co meses. Finalmente, em 2004, a Andrade nunca ocuparam uma academia conquistou sua sede decadeira. finitiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Em Caxias, o maior entusiasta Com os encontros itineranda formação de uma academia foi tes nas sedes provisórias, uma o historiador e então barbeiro João das principais contribuições da Spadari Adami, ao lado de Cyro Academia acabou se esvaindo: de Lavra Pinto, Zulmiro Lermen e o acervo de obras dos primeiros Virgilio Zambenedetti. As primei- integrantes foi perdido, restando ras reuniões se deram na barbearia apenas alguns exemplares que os de Adami, onde hoje está instalado acadêmicos foram guardando em o Banco do Brasil, na Praça Dan- suas bibliotecas próprias. Hoje, te Alighieri. Depois, em uma sala cerca de 300 títulos são guardados cedida pela Metalúrgica Eberle, ali na biblioteca da academia. perto. Em seguida, o pai da então No estatuto original, os fundapresidente Nelly Veronese Mascia dores estabeleceram a existência

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de 40 cadeiras e que cada uma delas deveria ter como patrono uma personalidade ligada às artes e já falecida, mas no início nem todas tiveram essa figura. Apenas em 1988, após uma pesquisa, Hoffmann encontrou os 15 nomes que faltavam. As cadeiras também nunca foram completamente ocupadas, uma vez que a empolgação nos idos de 1962 com a criação da academia não se concretizou em adesão real à instituição. “A primeira diretoria convidou um número bastante grande de escritores, mas alguns desistiram antes mesmo de tomar posse”, conta.

tros. Em 1980, a ausência era tão sentida que o encerramento das atividades chegou a ser proposto. A diretoria então decidiu que aqueles que deixaram de frequentar seriam proclamados membros históricos e se iniciaria uma nova fase, convidando outros participantes. Hoje, a cadeira deve ser ocupada até a morte, quando o acadêmico torna-se membro histórico. A medida busca evitar que os integrantes peçam desligamento, como fez o escritor Marcondes Tavares, que desistiu da instituição e se tornou estilista. Hoffmann acredita que a participação na academia exija uma haEntre os nomes bilidade talvez não mais conhecidos que muito comum hoje, passaram pela aca- “Tem gente que que se reflete na didemia nos últimos acaba se afastando ficuldade de enconanos estão os escritotrar associados. “O res Mario Gardelin, pela áurea do perfil do acadêmico Nestor José Gollo, imortal, mas a requer grande dose morto em 2009, Re- gente cultiva de humildade. Não gyna Gazola e Maria valores como se identifica como Helena Balen. acadêmico quem a humildade Na gestão de Nelly não tem uma boa Veronese Mascia, do intelectual”, dose de simplicidaentre 1986 e 1988, a diz Marilene de para poder conentidade amargou viver. Cada escritor um de seus mais difítem o seu mundinho ceis períodos, em que a presidente e é difícil tirá-lo de lá”, acredita Hochegou a ver as reuniões mensais ffmann. “Por isso tem uma certa sem nem um acadêmico a não ser desunião e um certo desprestígio ela. E nem por isso deixou de re- da academia, é preciso derivar da gistrar em ata o vazio dos encon- companhia um do outro.”

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Preparativos reais

JULGAMENTo

ENSAIADO NA CORTE

O

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por FELIPE BOFF felipe.boff@ocaxiense.com.br

interrogatório já passa de 40 minutos. A ré, entretanto, continua com o sorriso firme no rosto. O único sinal de nervosismo é bem disfarçado – a mão esquerda presa entre as pernas cruzadas –, o tom de voz permanece agradável e inalterado ao longo da conversa e a moça se mostra disposta a passar horas ali, se necessário, para responder qualquer tipo de pergunta. O problema é que neste julgamento ela não busca absolvição, mas ascensão. De embaixatriz a rainha – ou, vá lá, princesa – da Festa da Uva de 2012. E tem outras 24 concorrentes – 22, se aceitarmos que ela também se contentaria em ser uma das duas princesas –, a maioria com argumentos muito parecidos a seu favor e boa parte delas igualmente preparadas por uma banca de consultores e orientadores. É neste momento que o júri procura se assegurar de que a candidata tem plena consciência de seus atos, ou melhor, de seus desejos. “Você sabe que, junto com a coroa, vem aquela carteirinha...”, começa a perguntar uma das duas ex-rainhas (ou “soberanas de edições passadas”, já que na Festa da Uva nunca se perde a majestade) que compõem o corpo de jurados. A candidata fica em silêncio, com olhar intrigado. “Você não sabe de qual carteirinha eu estou falando?”

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Arte de Luciana Lain/O Caxiense

Como receberia uma cantada? Está disposta a fazer programas de índio? A Festa deve continuar sendo da Uva? As perguntas que uma candidata a rainha responde num júri simulado

Sentada em uma cadeira de plástico, sozinha no centro do salão, a jovem suspende a respiração. Depois de sonhar toda infância e adolescência com aquele título, depois de ter passado por uma dura préseleção para poder concorrer a ele, depois de tanto estudo desde que o concurso começou... ela teria deixado algo passar? Haveria alguma coisa que pudesse mesmo não saber sobre o posto de rainha da Festa da Uva? Pior: deixaria pela primeira vez, naquela noite, uma pergunta sem resposta? A moça pensa rápido e não vê alternativa senão admitir, timidamente: “Não...” Então a rainha, graciosamente, encerra o breve suspense: “É a carteirinha da Funai. Porque você vai ter um monte de programa de índio para ir. Vale a pena?” “Sim”, diz a candidata, aliviada – uma resposta que mal pode ser ouvida entre as risadas do grupo. Depois da pergunta sobre a carteirinha, os jurados dão goles maiores nas taças de vinho que têm à frente e já conversam animadamente entre si. Alguns até abrem o “voto” para a candidata que acaba de passar por uma bateria de no mínimo 50 perguntas em sequência. “Tenho certeza de que você está no trio”, diz uma jurada. Chegava ao fim – ao mesmo tempo em que começava um providencial jantar para os convidados – mais um júri simulado para o concurso de escolha da rainha

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da Festa da Uva. É um recurso das por uma autoridade durante uma concorrentes mais bem assessora- solenidade? das para enfrentar o júri oficial, no Jornalistas perguntam sobre atupróximo dia 3 de setembro. Faziam alidades, locais e globais – formuparte da mesa julgalando questões que dora 12 pessoas de nem presidentes e qualificações diver- “Você sabe que, ministros saberiam sas: duas rainhas de junto com a responder. Pesquiedições anteriores, testam os coroa, vem aquela sadores psicólogas, estilista, conhecimentos hisconsultor de marke- carteirinha...”, tóricos da candidata ting, pesquisadores diz uma rainha, e, principalmente, a da história de Caxias enigmática, visão que ela tem da do Sul e/ou da Festa querendo checar nossa história. Forda Uva, escritores ma-se até uma banas credenciais e jornalistas (entre cada anti-Festa da eles o autor desta da candidata Uva para ver como reportagem, que a jovem se sai na decomprometeu-se a fesa do evento: se a preservar os nomes de todos os uva já não é tão importante ecodemais participantes, inclusive da nomicamente, Caxias não deveria candidata). ter, em seu lugar, uma festa metalmecânica? Como ficam os descenDas rainhas, dado seu co- dentes de outras etnias nessa ode à nhecimento de causa, vêm as ques- imigração italiana? Até que ponto tões mais realistas, digamos assim. a Festa da Uva não virou só um Querem medir o grau de respon- grande feirão para comprar pantusabilidade da moça para usar uma fas e edredons baratos? coroa como a que elas ostentaram, Na artilharia de interrogações saber se está pronta para acordar do júri simulado, vale tudo e não cedo e dormir tarde sempre bonita vale nada. Afinal, aquela é a hora e sorridente, certificar-se de que, de errar. Mas não parece haver caso não chegue perto do trono o resposta certa ou errada para ser suficiente para ser rainha, ela não rainha. Com o jornalista, a candiserá uma princesa triste. Mas há data ganha pontos ao opinar soperguntas soberanas mais psico- bre política sem ficar em cima do lógicas: se tivesse à frente uma ca- muro. E perde quando diz que seu deira muito confortável e outra de maior defeito é ser perfeccionista palha, em qual ela sentaria? E tam- – o defeito mais virtuoso que há. bém há questões mundanas levan- Ninguém é perfeito... E nem deve tadas pelas psicólogas: o que ela fa- ser, se quiser representar todos os ria se, como rainha, fosse cantada caxienses.

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Artes artes@ocaxiense.com.br

SATURNO por ACÁCIO FERREIRA DE GEÓRGIA

Eu sou o poeta do tempo e do espaço aberto, Desde o princípio a poesia estava em mim, Na forma de energia, que explodiu afim De expandir minha obra para o vazio deserto. A poesia fluiu e habitou o vazio sem fim, Nas fronteiras das dimensões do tempo certo, Para cada poema que eu tornei liberto, Quando escrevi o livro da minha vida enfim. E eu vou soltando o verbo através da palavra, A poesia que surge da minha própria lavra, Vai dando vida nova para a obra que eu faço. Assim eu vou compondo a minha poesia, Que com o tempo vai liberando energia, E os poemas saem girando pelo espaço.

Miriam Cardoso de Souza | Malabarista |

Realizada em 2009, em um circo em Vacaria, a obra de Miriam ainda emociona a artista. “Essa fotografia me marcou porque foi num domingo que levei minha mãe ao circo para espairecer. Havíamos perdido o pai na quarta.” O circo rendeu uma série predominantemente em preto e branco com destaque para o movumento das cenas, uma metáfora à dor do luto e à necessidade de seguir em frente.

Participe | Envie para artes@ocaxiense. com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

Edital de Interdição 1º Vara de Família – Comarca de Caxias do Sul

Natureza: Interdição Processo: 010/1.7.0005705-9 (CNPJ: 005705136.2007.8.21.0010). Requerente: Alzira Canuto e outros. Requerido: Terezinha Canuto. Objeto: Ciência a quem interessar possa de que foi decretada a INTERDIÇÃO do REQUERIDO (A): Terezinha por setença proferida em 04/07a Canuto, /2011. LIMITES DA INTERDIÇÃO: total. CAUSA DA INTERDIÇÃO: quadro probatório que evidencia a incapacidade total e permanente da parte interditanda para reger sua pessoa e administrar seus bens, por sofre doença que o incapacita para os atos da vida civil. PRAZO DA INTERDIÇÃO: indeterminado. CURADOR NOMEADO: Marcelino Canuto. O prazo deste edital é o do art. 1.184 do CPC. Caxias do Sul,18 de agosto de 2011. SERVIDOR: GEOVANA ZAMPERETTI NICOLETTO. JUIZ: Maria Olivier.

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Guia de Cultura

Fox Films, Divulgação/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Em Planeta dos Macacos: A Origem, uma macaquice dos cientistas coloca a raça humana em perigo

CINEMA

| Ordovás Um tom escuro, uma história cheia de teias internacionais e um certo desconforto com o mundo global e agonizante. O último vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro cria esse cenário nebuloso, no qual conflitos familiares, pessoais e escolares se entrelaçam em uma trama densa e pesada. Leve o lenço e relaxe no final da sessão. Isso vai ser necessário. Entrando na 2ª semana em cartaz. Com Mikael Persbrandt, Trine Dyrholm e Markus Rygaard. 119 min. 2010.

l Planeta dos Macacos: A Origem | Aventura. 14h10, 16h30, 18h45, 21h15 (leg) | GNC Nem todo parente é gente boa. Após brincarem de Deus, cientistas fazem com que nossos parentes mais próximos, os macacos, adquiram inteligência quase humana. E aí o planeta já não é mais tão nosso assim. Baseado no clássico de 1968. Estreando em Caxias. Dirigido por Rupert Wyatt. Com Ja- l Assalto ao Banco Central mes Franco, Andy Serkis e Freida | Ação. 17h e 22h10 | GNC Pinto. 105 min. 2011. É filme, mas pela quantidade de atores globais e pela direção bem l Amor a Toda Prova | Ro- que poderia ser uma novela das mance. 14h20, 16h45, 19h10, nove com um pouco mais de ação. 21h30 (leg) | GNC Ao contrário dos atores, que são Entre a virgindade e um casa- tipicamente brasileiros, as cenas e mento malsucedido, não existem os cortes de edição tentam copiar tantas diferenças assim. Steve Ca- o estilo americano de produção. rell que o diga. Ô ator que sofre! Entrando na 6ª semana em cartaz. Se em O Virgem de 40 anos ele Dirigido por Marcos Paulo. Com penou para conseguir a primeira Juliano Cazarré, Milton Gonçalves mulher, em Amor a toda prova e Hermila Guedes. 104 min. 2011. ele tem de reconquistar a esposa. Estreia esta semana. Dirigido por l Onde está a felicidade? | Glenn Ficarra e John Requa. Com Comédia. 14h40 e 19h30 | GNC Steve Carell, Ryan Gosling e JuSe depender da personagem lianne Moore. 118 min. 2011. principal e da atriz que a interpreta (Bruna Lombardi), a felicidaRecomenda de certamente não está no Brasil. l Em um Mundo Melhor | Mesmo com uma história fraca, o Drama. Sábado e domingo, às 20h filme levou o prêmio do Festival

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de Paulínia. Possivelmente, o tom cômico da obra tenha feito a diferença. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Carlos Alberto Riccelli. Com Bruna Lombardi, Bruno Garcia e Marcello Airoldi. 110 min. 2011.

berg. O filme mergulha numa atmosfera obscura e misteriosa, onde, numa espécie de metalinguagem, apenas as imagens perdidas de uma câmera Super 8 podem decifrar o suspense. Entrando na 3ª semana em cartaz. Com Elle Fanning, Amanda Michalka e Kyle l Os Smurfs | Animação. 13h20, Chandler. 112 min. 2011. 15h30, 17h40, 19h45, 21h50 (dub) | GNC l Lanterna Verde (3D) | Ação. Os bonequinhos azuis que já fi- 13h40, 16h20 (dub) e 19h, 21h40 zeram muito sucesso em outros (leg) | GNC tempos invadiram a cidade granEsse é o típico caso em que a pude e estão transformando-a numa blicidade do filme é inversamente gigantesca confusão. Assim como proporcional à qualidade da prono desenho animado da década dução. Hal Jordan não passa de pide 80, eles continuam fugindo do loto mimado que é escolhido por terrível Gargamel. Entrando na 4ª um motivo desconhecido para se semana em Caxias. Dirigido por tornar um dos Lanternas Verdes. Raja Gosnell. Com Hank Azaria, A única coisa pior que o enredo é Katy Perry e Jonathan Winters. a interpretação do casal protago103 min. 2011. nista. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Martin Caml Professora Sem Classe | pbell. Com Ryan Reynolds, Blake Comédia.14h, 16h, 18h, 20h (leg) Lively e Peter Sarsgaard. 105 min. | GNC 2011. Mais uma comédia estrelada por Cameron Diaz. Ela interpreta uma l Os Pinguins do Papai | Coprofessora gostosa, é claro, que média. 16h (dub) | UCS mais se parece com uma adolesO filme é um clichê. Jim Carrey cente rebelde e mimada. Entrando no papel de pai de pinguins é um na 2ª semana em cartaz. Dirigido clichê. Os próprios pinguins no por Jake Kasdan. Com Jason Segel cinema são um clichê. E os clichês e Justin Timberlake. 92 min. 2011. fazem de Os Pinguins do Papai mais uma típica comédia ameril Super 8 | Ação. 22h | GNC cana. Se a produção deixa a deseA câmera intranquila do diretor jar na originalidade, pelo menos J. J. Abrams aparece mais uma vez faz render alguns momentos de nesta produção de Steven Spiel- gargalhada. Atenção especial para

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a dancinha dos animaizinhos do continente gelado. Entrando na 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por Mark Waters. Com Carla Gugino e Angela Lansbury. 94 min. 2011. l Harry Potter e As Relíquias da Morte: Parte 2 | Aventura. 19h30 | UCS Balanço final: oito filmes, três ídolos adolescentes, uma batalha incrível e uma varinha quebrada. A saga do bruxinho chega ao fim onde tudo começou, na Escola de Bruxaria de Hogwarts. Sério, dá uma tristeza ver o fim da saga. Mas quem chegou de turista na sessão, não leu os livros ou não assistiu aos filmes anteriores vai sair do cinema sem entender a história. Entrando na 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por David Yates. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. 130 min. 2011.

Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Disco. Anos 80. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta Cultural. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Ton Rock. Homenagem a Roberto e Erasmo Carlos. 22h. Aristos. 3228-9046.

TEATRO l Homens de Perto II | Sábado e domingo, às 20h No cinema, uma segunda versão sempre pode ser perigosa. Ou supera o primeiro filme (o que é bom, é claro), ou acaba de vez com a expectativa do público e transforma o que era uma boa fórmula em uma péssima história. Depois do grande sucesso da primeira versão, o espetáculo Homens de Perto experimenta sua continuação nos palcos caxienses. A promessa é manter o estilo escrachado e nem sempre politicamente correto. Teatro São Carlos Regina Peduzzi, Div./O Caxiense

Maicon Damasceno, Div./O Caxiense

INGRESSOS - GNC: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$

R$ 10 | Moinho da Estação | 3028- para a fama de barulhento. O pon6149 to rock da Estação leva o slogan ao extremo e programa para o final Recomenda de semana uma apresentação em l Concertos ao Entardecer | homenagem à banda de heavy meDomingo, às 18h tal Pantera, banda texana que fez Os concertos ao entardecer do sucesso no início dos anos 90. Coral Municipal são desses espetá- Vagão Bar culos meio que simbólicos: início R$ 15 | Estação Férrea | 3223-0007 de noite, final de domingo e canções na Igreja do Santo Sepulcro. Também tocando: SábaNa apresentação, os cantores mes- do: Tony Night e Ulisses Vieira. clam músicas populares e eruditas. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Entre as interpretações, o texto Creedence Clearwater Revival Oração ao Vento é o fio condutor Tribute. Rock cover. 0h30. Vagão do espetáculo. Se o seu domingo Classic. 3223-0616 | DJ Fábio Cofor um dia agitado, o programa devilla e Dj Titi Branchi. Anos se apresenta quase como parada 80. 23h. La Barra. 3028.0406 | Vice obrigatória. Agora, se a deprê ba- Verso. Rock. 23h30. Bukus Anexo. teu no domingo, é melhor passar 3215-3987 | DJ Léo Z e DJ Dutra meio longe. E, se for, não esqueça Vila. Eletrônica. 23h. Pepsi. 3419de colaborar, levando um quilo de 0900 | Cia Country. Sertanejo. alimento não perecível. A con- 23h. Place de Sens. 3025-2620 | DJ tribuição não é obrigatória, mas Luciano Mayer e DJ Gui Oliveira. pode fazer a diferença. Eletrônica. 23h. Move. 3214-1805 Igreja do Santo Sepulcro | Quarteto Paiol. Tradicionalista. Entrada gratuita | Av. Júlio de Cas- 20h. Paiol. 3213-1774 | Lennon tilhos, Lourdes | 3218-6192 Z & The Sickboys. Rock. 22h.

Coral Municipal mostra sua versão comportada na Igreja do Santo Sepulcro; no Teatro do Sesc, peça coloca os homens sobre saltos 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

MÚSICA

l Restart | Sábado, às 23h Gritos histéricos acompanhados pelo choro das fãs. A noite de sábado em Caxias promete ficar mais colorida com a banda Restart. As roupas extravagantes e a pouca idade do quarteto costumam chamar mais a atenção que as próprias músicas do grupo. Os nomes dos integrantes da banda também são um show à parte: Pe Lanza, Pe Lu, Koba e Thominhas. All Need Master Hall R$ 30 (pista), R$ 60 (pista vip) e R$ 60 (camarote) | Castelnovo, 13.351, Capivari | 3028-2200 l Encontro de Gigantes | Domingo, a partir das 15h Duas duplas sertanejas de peso se apresentam na cidade neste domingo. Victor e Léo são os recordistas de público na cidade. Em 2010, levaram aos pavilhões mais de 23 mil pessoas. Agora, eles vêm acompanhados da dupla Maria Cecília e Rodolfo, que parece não cansar de colocar músicas nas listas de mais pedidas das rádios. Pavilhões da Festa da Uva R$ 30 (pista), R$ 70 (área vip) e R$ 90 (camarote) | Ludovico Cavinatto, 1.431, Nossa Senhora da Saúde | 3221-5753

Recomenda l Sunday Harp | Domingo, às 19h Um sopro, e o som se faz. O clima meio nostálgico no ar (e no fôlego), o blues rolando solto e mais de vinte gaitistas convidados no palco. O Sunday Harp sempre transforma Caxias do Sul em um pedacinho do sul dos Estados Unidos. Mas nem só de blues vive o espetáculo. Os gaitistas prometem tocar os mais variados estilos, além, é claro, de homenagear o centenário de Robert Johnson, o l Pantera Cover | Sábado, às primeiro bluesman americano. 23h30 Mississippi O Vagão Bar não está nem aí

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Mississippi. 3028.6149 | Gustavo Reis. Acústico. 22h. The King. 3021.7973 | João Villaverde e Yê. Samba Rock. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | DJ Rodrigo Dias. Eletrônica. 23h. Nox. 3027-1351 | Dinamite Joe. Pop. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Jean Brandão. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Pow!. Acústico. 23h. Leeds. 3238-6068 | Domingo: Tool Box. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sunday Harp. Blues. 22h. Mississippi. 3028.6149 | Pagode Júnior. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Set com DJs. Eletrônica. 17h. Zarabatana. 32289046 | Segunda-feira (29): Fabrício Beck e Banda Volux. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Terça-feira (30): Trahma. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Uncle Cleeds & J. A. Harper. Blues. 22h. Mississippi. 3028.6149 | Gustavo Reis. MPB. 21h. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta-feira (31): Blues Beers. Blues. 22h. Mississipi. 3028.6149 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. Paiol. 3213-1774 | Quinta-feira (1º): Pietro Ferreti e Bico Fino. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | João Victor e Cássio. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | July Berti e Domenico Anzolin. Rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Sexta-feira (2):

R$ 35 (na hora), R$ 30 (antecipado), R$ 18 (estudantes e idosos) e R$ 15 (antecipados para estudantes e idosos) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino l Sobre Saltos de Scarpin | Sábado, às 20h A típica peça que toda mulher gostaria de assistir. Os medos e as angústias dos homens (sim, os homens também sofrem) expostos em praça pública, com bônus: ver um homem, literalmente, se equilibrando no salto. A peça é baseada na obra do cronista – um tanto machista – David Coimbra. Teatro do Sesc R$ 15 (público geral), R$ 7,50 (estudantes e idosos) | Moreira César, 2.462, Pio X | 3221-5233

FILOSOFIA l Ciranda do Pensamento | Sábado, às 16h “Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro”, diz a música de uma banda gaúcha. Mais do que querer estar alegre, a canção sinaliza para um certa obrigação de se sentir contente. A Ciranda do Pensamento deste mês quer discutir a felicidade em tempos pós-modernos: obrigação ou conquista? O filósofo Gilmar Marcílio, a psicanalista Margane Stumpf Masochi e

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o publicitário João Alfredo Ramos Júnior debatem sobre o dever de ser feliz. Se o papo não for alegre, promete, pelo menos, assustar os momentos de tristeza. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

HIP HOP Recomenda l Semana do Hip Hop | De 29 agosto a 4 de setembro Depois de superar a polêmica na Câmara, a Semana do Hip Hop caxiense começa nesta segunda (29), com rappers e grafiteiros celebrando o estilo com oficinas, palestras e shows. Vai rolar até o Workshop Hip Hop e o empreendedorismo pessoal – seria a faceta engravatada da cultura popular? Programação: Segunda (29), 19h: Abertura. UAB. Terça (30), 10h: Encontro de Graffiti. 10h. Largo da Estação Férrea | Quarta (31), 10h: Hip Hop contra o Crack. Ordovás | 19h30: O Hip Hop e o movimento Negro. UAB | Quinta (1º), 19h30: Hip Hop e o Empreendedorismo pessoal. Em seguida, ocorre o encontro Hip Hop, Novos Rumos. UAB | Sexta (2), 19h: Palestra com Rapper Gog. UAB. Entrada gratuita | Luiz Antunes, 80, Panazzolo

EXPOSIÇÃO Recomenda l Paralaxe: Cinco Trajetórias em Perspectiva | De 21 de julho a 27 de agosto. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 19h, e sábado, das 9h às 15h Tudo é diferente em Paralaxe. Os artistas são diferentes uns dos outros. As técnicas são as mais variadas. E os espectadores não devem compactuar sempre com as mesmas opiniões. Aliás, a diferença já está no próprio nome da exposição. Paralláxis vem do grego, e é a diferença aparente na localização de um corpo quando observado por diferentes ângulos. Decor & Arte Entrada gratuita | Via Decoratta, São Pelegrino l Servir e não ser servido | De 30 de agosto a 1º de outubro. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30 O lixo serve de matéria-prima. O produto vem de oficinas ministradas por Dirce Gobato nos bairros Jardim América e Ana Rech. O que é jogado fora é remodelado, realinhado e ganha nova roupagem. Dá forma ao artesanato e funciona

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como renda para as famílias envolvidas. O projeto Servir e não ser servido só estreia na terça, cheio de boas intenções. Espaço Cultural da Farmácia do IPAM Entrada gratuita | D. José Barea, 2.202, Exposição l Viva seu sonho | Sábado, das 8h30 às 22h30, e domingo, das 9h às 22h Não temos por aqui o Tio Sam apontando para ninguém, mas em compensação apelamos para o sentimento. Com o nome Viva seu sonho, a exposição em cartaz no San Pelegrino Shopping Mall quer mostrar os atrativos de se trabalhar no Exército (como se as armas de brinquedo na infância não fossem atraentes o suficiente). Na mostra, roupas, equipamentos militares e aparelhos de comunicação que fazem parte da história do Exército. San Pelegrino Shopping Entrada gratuita | Av. Rio Branco, 425, São Pelegrino Recomenda l Sublimação | Até 2 de setembro. De segunda a sexta, das 8h30 às 16h Na exposição, 16 obras da artista plástica de Flores da Cunha Dalva Belló. Ela explora os traços fortes e colagens para dar forma a suas obras. Esta é a última semana para quem quiser conferir a exposição. Galeria Municipal Entrada gratuita | Casa da Cultura | 3221-3697 Também em exposição: Arte em xeque. Fotografia. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 8h às 22h30. Campus 8 da UCS. 3289-9000 | Arte em Macramê. Artesanato. Ana Marchioretto. De segunda-feira a sábado, das 9h às 18h30. Salão de Beleza Iza (Os Dezoito do Forte, 1.420). 3223-7209 | Lições de um Jovem Fotógrafo. Fotografia. Walter Brugger. De terça-feira a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal. 3221.2423 | Olhos nos Olhos. Pintura. Rafael Dambros. De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h30, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 32127348 | | Imagens são lugares. Fotografia. Adriane Hernandez. De segunda a sexta-feira, das 8h às 22h30. Campus 8 da UCS. 32899000 | Nosso Olhar. Fotografia. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h. | Expomoda. Fotografia. Coletiva. De segunda-feira a domingo, das 10h às 20h. San Pelegrino Shopping. 3022-6700 | Barrocas. Colagem. Nana Corte. De terçafeira a sábado, das 17h às 22h. Boteco 13. 3221 4513 | Linha de Partida – Gravuras de Iberê Camargo. Gravura. Iberê Camargo. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h. Ordovás. 3901-1316.

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião 5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: TRINTA (30) dias. Natureza: Usucapião Processo: 010/1.09.0046896-6 (CNJ:.0468961-24.2009.8.21.0010). Autor: Fabio Aurelio Grison e outros. Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre o imóvel a seguir descrito. IMÓVEL: “Um terreno urbano, sem benfeitorias, localizado na Rua Catulo da Paixão Cearense esquina com a Rua Aleiro de Abreu, quadra 878, Bairro Presidente Vargas, neste Município de Caxias do Sul, com área de 378,78m², medindo e confrontando: ao Norte, por 31,45m com terreno de Fabio Aurélio Grison e Vagner Grison; ao Sul, por 31,68m com a Rua da Catulo da Paixão Cearense; ao Leste, por 12,00m com terreno de Fabio Aurelio Grison e Vagner Grison, ao Oeste, Por 12,00m com a Rua Aleixo de Abreu.”. Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC),sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo(s) autor(es). Caxias do Sul, 05 de agosto de 2011. SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas. JUIZ: Silvio Viezzer.

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Nazareno Paulo

Evandro

Pedroni Nas primeiras vezes que Evandro pisou no linóleo, em 2001, foi para levar a irmã Roberta às aulas na Escola Preparatória de Dança (EPD). Logo, o garoto foi convidado para frequentar a EPD. Em 2004, entrou para o elenco da Cia. Municipal de Dança e não demorou para se tornar o destaque do grupo. Na última semana, o bailarino retornou de um ano de estudos na Áustria e apresentou o espetáculo Ménage – parceria com Luan de Lima e Daniel Medeiros. No curso na Salzburg Experimental Academy of Dance (SEAD), Evandro foi selecionado para ingressar direto no segundo ano e ganhou bolsa de estudos. Um patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura custeou a estadia. Além do apoio dos amigos e da bilheteria de Ménage, o bailarino deve inaugurar em breve o site www.serramundo.com.br para dividir experiências e angariar fundos para uma vida em euro. “Na Europa tem mais bailarinos, mais escolas e mais concorrência. Mas também tem muito mais lugares para dançar”, explica Evandro, sobre os planos de carreira. Nas férias, ele curte a família e justifica no palco cada real que Caxias investe na dança. Castro da Rocha, Reproduçãoão/O Caxiense

No dia 26 de julho, um filho de Nazareno foi sequestrado. Nanetto Pipetta, o boneco mais querido do teatro caxiense, foi devolvido 32 horas depois de ter sido levado com o carro do artista. Desbravador do País da Cocanha, Nanetto já viajou o mundo e até fez show em espanhol para plateia tailandesa. “Ele é um ator. Apresenta todos os espetáculos como mestre de cerimônia”, conta o criador deste e de outros quatro personagens articulados com estrutura de arame, ofício que aprendeu quando trabalhava em uma metalúrgica mas já sabia que tinha nascido para ser artista. O sequestro virou piada nos shows de Nanetto, que uma vez morreu, resuscitou e fez graça com isso também. “No início, as crianças têm medo dele. Não porque acham feio, mas porque se assustam por ele ser tão vivo”, diz o bonequeiro. O enredo da morte marcou a estreia de Nazareno, com a irônica Mortinha, que falava dos “benefícios” do tabagismo e chamava atenção pelas articulações, marca do artista. Uma das mortes mais vivas de que se tem notícia.

Maurício Concatto/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

por Marcelo Aramis

Figurinos da Festa da Uva | Clássicos por Véra stedile zattera

No concurso das soberanas da Festa da Uva deste ano, cada candidata homenageará no vestido o traje de uma ex-rainha. É a primeira vez que a homenagem é clara e determinada, mas o hábito é antigo. Conforme a pesquisadora Véra Zattera, autora do livro Figurinos de Vindima, lançado em junho, a inspiração é cíclica. “Nos vestidos, cada rainha homenageia uma anterior”. Isso explica por que as mangas amplas acenam – e espalham beijos pelo ar – em todas as edições da festa. Além da manga – a “calça jeans” do vestuário das soberanas –, Véra comenta outros coringas dos trajes das rainhas.

Odila Zatti, 1934 | A segunda

rainha da Festa da Uva foi a precursora da manga ampla, com a qual seria impossível colher uvas. Véra explica: “As mangas grandes foram fundamentadas em um traje do sul da Itália, da Sicília. E todos os figurinistas se espelharam”. Quando os vestidos típicos passaram a aparecer também nos desfiles do concurso, além dos trajes oficiais das soberanas, as mangas amplas caíram como luvas para o tal “efeito de passarela”.

Helena Luíza Robinson, 1961 | A esvoaçante mas inabalável manga superou a guerra e 12 anos de interrupção na Festa. O vestido de Helena Robinson era mais curto – conforme Véra, uma característica da época – mas manteve os mesmos traços do traje de Odila. Um cinto de metal, outro clássico lançado pela segunda rainha, aparece como elemento principal do modelo.

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Sílvia Slomp, 1986 | O cinto com brasão de Helena volta quase igual no traje de Sílvia Slomp. “A saia é um pouco recolhida e mostra a anágua branca”, descreve Véra, sobre mais um elemento do vestido de Odila, repetido em vários trajes da Festa da Uva. O mais “recolhido” da lista é também o mais brilhoso. Porque, tradicionalismos à parte, era preciso brilhar nos 80.

Cristina Briani, 1991 | O vestido de Cristina não tinha o cinto metálico. Se tivesse, a generosa gola teria escondido o acessório. Inspirada no remoto traje siciliano, e usada sem modéstia no vestido de Cristina, a gola ampla é o quarto elemento do grupo dos imortais.

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Priscila Tomazzoni, 2004 | A saia diagonal recolhida do traje da Sicília voltou no vestido que Priscila Tomazoni usou no dia que recebeu a coroa. A gola copiou o modelo de Cristina. As famosas mangas também não foram exclusividade da rainha enquanto embaixatriz. O Caxiense

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Dupla

RECUPERAÇÃO Se tivesse vencido o Cruzeiro no último sábado (20), o Ju praticamente teria garantido a classificação. Com o empate em 1 a 1, vai buscar neste sábado (27) uma vitória fora, contra o Metropolitano, adversário direto por uma vaga na próxima fase. Na rodada anterior, a mudança no meiocampo, com a saída de Léo Maringá e a entrada de Nico Martínez, não teve o efeito esperado, e Picoli deve mudar de novo neste sábado. As principais jogadas ofensivas foram pelas laterais e, após a saída de Alex Telles, o Ju decaiu em

produtividade, improvisando Anderson Pico na lateral-esquerda e jogando com Celsinho pela direita. O meio-campo, destaque na competição, teve atuação apagada e não foi bem ofensivamente. Júlio Madureira e Zulu não tiveram bom aproveitamento na área e nem mesmo Cristiano, com suas jogadas individuais, conseguiu mudar a história do jogo. Fica a expectativa de que o apagão do último fim de semana tenha sido superado e que o Ju se apresente melhor em Blumenau, recuperando os pontos perdidos em Caxias. Maurício Concatto/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

FORA DE CASA

Pegaram o Bepe

Figura constante no Estádio Centenário, Eduardo Sachet foi ferido na última partida do Caxias, após uma confusão que começou na torcida xavante e contou, supostamente, com o envolvimento do massagista do clube de Pelotas, que teria lançado a bomba que atingiu a torcida grená na arquibancada, ferindo Sachet no rosto. Integrante do Conselho de Notáveis do Caxias, Sachet se transforma em Bepe, o mascote grená, nas partidas no Centenário. Além de ter um torcedor ferido, o Caxias contabiliza um prejuízo de R$ 2.280 pelo destruição das instalações do clube pelos torcedores xavantes. O Caxias vai encaminhar a documentação com as imagens e os orçamentos para a Federação Gaúcha de Futebol.

Sem critério

O mínimo a comentar sobre o trio de arbitragem do jogo entre Caxias e Brasil de Pelotas é a falta de critério para conduzir a partida. É verdade que isso não comprometeu o placar, mas a expulsão de Souza, do Caxias, e de Rafael Xavier, do Brasil, não ficou clara nem mesmo na súmula do juiz Edivaldo Elias da Silva. Nela, o árbitro informa que a auxiliar Tatiana Jacques de Freitas presenciou as provocações de Souza a Rafael Xavier e por isso expulsou o jogador do Caxias. A súmula diz também que Souza, após ser expulso, teria ido em direção a Tatiana com o intuito de protestar e teve que ser contido pelos colegas. Só que o juiz não explica, no documento, por que expulsou o jogador xavante.

Fora até 2012

Sem dúvida a saída de Alex Telles, após ter confirmado uma lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo na última terça-feira (23), é um perda considerável para o Juventude na disputa da Série D. Jovem revelação do time alviverde, Telles tinha a titularidade garantida na lateral-esquerda e se firmava como um dos jogadores mais importantes do time do técnico Picoli. A previsão de recuperação para lesão dessa gravidade é de seis meses, mas pode variar conforme o atleta. Alex Telles passou por cirurgia sexta (26) e espera voltar aos gramados em janeiro de 2012. O substituto imediato da posição é Rodrigo Crasso, mas Picoli também observou, durante a semana, Moisés, que atua pelo Ju na Copa Laci Ughini. Maurício Concatto/O Caxiense

Rodrigo Fatturi, S.E.R. Caxias/O Caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

por JANINE STECANELLA | janine.stecanella@ocaxiense.com.br

AGORA, O CAXIAS

QUER TER ALTA “Estamos na UTI. Com uma vitória, vamos para o quarto”. Foi com essa frase que o técnico Argel definiu a situação do Caxias na Série C quando desembarcou no Centenário. A vitória não veio contra o Joinville no dia 14, mas chegou no último domingo (21), no clássico gaúcho contra o Brasil de Pelotas. E os três pontos vieram com ótima atuação, com destaque novamente para Têti e Pantico

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(autor dos dois gols grenás), Souza na zaga, Rodrigo Heffner na lateral-direita e Ramos no meiocampo. Além disso, o Caxias deu sorte: com o empate entre Santo André e Joinville, deixou a lanterna do grupo. Motivação de sobra para, neste domingo, tentar vencer o time de Santa Catarina em Joinville e, no quarto, começar a pensar na alta, a classificação à próxima fase da Série C. 27 de agosto a 2 de setembro de 2011

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Guia de Esportes Edgar Vaz, Juventude/O Caxiense

por Vagner Espeiorin | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Futebol profissional em Caxias no fim de semana, só na Copa Laci Ughini: time B do Ju recebe o Lajeadense

VÔLEI l Voges x Marcopolo | Sábado, às 13h30 Voges e Marcopolo se enfrentam em Caxias. Mas calma, as indústrias não estão disputando mercado. São os times de voleibol feminino das empresas que decidem qual é a melhor equipe da cidade, pelo campeonato do Sesi. Ginásio da Marcopolo Entrada gratuita | Rio Branco, 4.889, Ana Rech Recomenda l UCS x Paladino/Sogil | Sábado, às 16h O grande objetivo é ficar entre as quatro melhores equipes e se classificar à próxima fase do Campeonato Gaúcho de Vôlei Feminino. Uma vitória sobre o adversário de Gravataí pode colocar a UCS na zona de classificação. Vila Olímpica da UCS

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Entrada gratuita | Francisco Getú- para grudar no líder Cianorte, lio Vargas, 1.130, Petrópolis que descansa nesta rodada. Estádio do Sesi R$ 25 (arquibancada) e R$ 12,50 (estudantes e idosos) | Itajaí, 3.434, FUTEBOL Vortan | Blumenau l Juventude x Lajeadense | Domingo, às 15h l Joinville x Caxias | DominNa Copa Laci Ughini as coisas go, às 16h não vão tão bem para o Ju. Com A tarefa não é nada fácil: vencer dois jogos, a equipe caxiense fez o líder do grupo fora de casa. Mas só um ponto. Domingo passado, o Caxias precisa derrotar o Joinperdeu fora para o Santo Ângelo e ville se quiser mesmo se distanficou na lanterna do grupo. ciar do rebaixamento – ou, como Estádio Alfredo Jaconi diria o técnico Argel Fucks, “sair R$ 10 (arquibancadas), R$ 5 (es- da UTI”. Depois da vitória sobre o tudantes e aposentados) | Hércules Brasil de Pelotas, no último final Galló, 1.547, Centro de semana, os grenás passaram a respirar um pouco melhor na Sél Metropolitano x Juven- rie C, mas o time ainda precisa da tude | Sábado, às 15h ajuda de “aparelhos”. No último final de semana, o Ju Estádio Arena Joinville decepcionou em casa e cedeu o R$ 25 (arquibancada), R$ 12,50 empate de 1 a 1 ao Cruzeiro-Poa. (estudantes e idosos), R$ 35 (cadeiAgora, o alviverde quer derrotar ras 1) e R$ 45 (cadeiras 2) | Inácio o Metropolitano em Blumenau Bastos, 1.084, Bucarein | Joinville

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BASQUETE Recomenda l Caxias x LUBA | Sábado, às 19h O Caxias estreia no Campeonato Estadual de Basquete Masculino contra a LUBA de Uruguaiana. Neste ano, o time local passa a agregar o nome Festa da Uva. Clube Juvenil R$ 3 (antecipado) e R$ 5 (na hora) | Victório Buzelatto, Madureira

FUTSAL l 9ª Copa Farmácia do Ipam | Sábado, a partir das 19h, e domingo, a partir das 9h Seis jogos movimentam o campeonato feminino da noite de sábado e à manhã de domingo. Ginásio do Santa Catarina Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

A audiência pública realizada pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária da Câmara, que tratava sobre Feira de Economia Solidária, na quinta-feira (25), contou com a participação de uma das assessoras políticas do vereador Daniel Guerra (PSDB). A presença inusitada foi anunciada pelo presidente da comissão, vereador Rodrigo Beltrão (PT), por tratar-se de uma pessoa até então desconhecida na Câmara.

Desgraça

Vereadores petistas querem a “cabeça” do secretário do Meio Ambiente, Adelino Teles, e a responsabilização dos servidores públicos envolvidos no acidente que provocou a morte da Áurea Maria Teixeira, 48 anos, ocorrida sábado passado (20), no Desvio Rizzo. Rodrigo Beltrão pediu a demissão de Teles. Denise Pessôa chamou os servidores de “despreparados”. No auge do bom senso, o vereador Edio Elói Frizzo (PSB) lembrou a necessidade de cautela e sensibilidade dos colegas. “A pior política que pode existir é aquela de tirar proveito sobre a desgraça dos outros. Cabe à polícia e ao Poder Judiciário se encarregarem de investigar e esclarecer a situação”, declarou Frizzo.

PMDB SE MEXE EM SETEMBRO O processo eleitoral no PMDB caxiense não vai esperar o final da Festa da Uva, como quer o prefeito José Ivo Sartori. O início dele está marcado para 25 de setembro, quando ocorrerá a convenção municipal do partido, em que serão escolhidos o novo diretório e o novo presidente.

Serão os novos integrantes do diretório os responsáveis pela condução dos rumos que o PMDB tomará na campanha municipal do ano que vem. Ou seja, decidirão se sai com candidatura própria ou apenas apoia o pedetista Alceu Barbosa Velho (apresentando o candidato a vice).

Desapropriações

Em atendimento a uma reivindicação da bancada oposicionista, chegou à Câmara durante a semana o projeto do Executivo para desapropriação de terras que vão possibilitar a construção do sistema Marrecas. A desapropriação das áreas onde está sendo instalado o Sistema obe-

deceu a um desdobramento inédito. “Buscou-se o entendimento amigável”, ressalta o texto do projeto. Dessa forma, foram considerados para fixação dos valores dos terrenos desapropriados: descrição do imóvel, estudo e diagnóstico de mercado, além da tradicional avaliação de benfeitorias. Maicon Damasceno, Arquivo/O Caxiense

Muito prazer

Para sobreviver

Os investimentos anunciados na semana que passou pela direção do Hospital Pompéia vêm na contramão da crise que atinge os hospitais filantrópicos gaúchos – e que o governo Tarso Genro (PT) insiste em ignorar. Por uma questão de sobrevivência, o Pompéia terá até junho do ano que vem um centro clínico e uma nova UTI, entre tantas iniciativas que, além de outras intenções, pretendem suprir a falta de leitos hospitalares na cidade. Em oito anos, o hospital investirá R$ 18 milhões.

Patrimônio caxiense

O complexo da Estação Ferroviária ficou abandonado por 20 anos. Agora, a Procuradoria da União quer que a prefeitura recupere em um mês aquilo que não foi feito em duas décadas. Somente no início de julho o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o projeto de recuperação das antigas garagens dos trens (foto), pro-

posto pela prefeitura após a cessão de uso para o Município. É preciso agora um espaço de tempo para que o trabalho seja encaminhado. Aliás, está na hora de a União doar pura e simplesmente toda a área da extinta RFFSA para a comunidade caxiense, e não apenas cedê-lo por determinado período. A Estação Ferroviária é marco oficial da cidade.

Crise internacional

Para os que se surpreenderam com a pauta da reunião da última quarta-feira (24) do secretariado municipal – “as repercussões da crise financeira nas atividades da administração municipal” –, a resposta está com os cortes orçamentários feitos pelo prefeito José Ivo Sartori (PMDB). A determinação é de manter apenas as obras essenciais em andamento.

“Será necessário rediscutir a estrutura do serviço, visando qualificar o atendimento prestado à comunidade” Secretária Maria do Rosário Antoniazzi, da Saúde, ao anunciar a suspensão do edital para contratação de funcionários terceirizados para o Samu.

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Presença de Lya

Avessa a badalações literárias, a escritora gaúcha Lya Luft abrirá uma exceção para Caxias do Sul. Ela aceitou convite para participar da programação da Feira do Livro deste ano.

Apoio democrático

Vereador Gustavo Toigo (PDT) e prefeito José Ivo Sartori foram felizes em seus pronunciamentos na homenagem prestada pela Câmara aos 50 anos da Campanha da Legalidade. Ambos lembraram a importância do movimento liderado por Leonel Brizola, para o qual os veículos de comunicação – de forma especial o rádio – tiveram papel decisivo. Ficou no ar uma pergunta: como seria hoje o comportamento da imprensa em relação à Legalidade?

Recuo que engrandece

A secretária municipal da Saúde Maria do Rosário Antoniazzi, que tem um trabalho reconhecido apesar de todas as adversidades, cometeu um erro estratégico ao propor a terceirização do serviço do Samu. Não é o momento adequado para reformulação tão radical (e, segundo muitas fontes, necessário). Há que se ter condições políticas para implementar determinadas ações. E há que se ter grandeza, como ela teve, para saber recuar.

Na era do jato

Muito antes do esperado, foram definidas as primeiras ações para a construção do novo aeroporto. Grupo de trabalho designou o Departamento Aeroportuário do Estado para elaborar o projeto executivo. Além disso, decidiu algumas especificações técnicas que nortearão o planejamento da obra. Por exemplo: a pista do futuro terá 3,1 mil metros (o que permitirá operações com aviões de grande porte), o pátio terá 40 mil m² e o terminal de passageiros, 5 mil m².

Velho problema

O número de assaltos a ônibus na cidade está perto dos 50 – apenas no mês de agosto. A Brigada Militar, ao contrário do que poderia parecer, não se encontra alheia à situação. Apenas se queixa do velho problema enfrentado pelas forças policiais devido a uma legislação frouxa: a Brigada prende os assaltantes, a Justiça solta.

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