Edição 115

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A difícil convivência entre festeiros e vizinhos

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RE

NA

6 O jovem empresário que incentiva a criatividade

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A rotina de quem trabalha pela beleza da Festa da Uva

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O centro que valoriza a vida busca seu espaço

A vingança que acabou na cama (e nas telas) – e aqui está Pâmela Butt nua

A

Jornada para mapear a internet

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O que esperar de faturamento na Festa da Uva

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Mudou a formula da Série C. E agora?

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3 desejos e alguns segredos

As novidades que irão desfilar na Sinimbu

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DIGA!

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro

A CONTRIBUIÇÃO DOS LEITORES | A ARTE DE SUJAR SAPATOS | A DISCUSSÃO PELA PAZ

Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

www.ocaxiense.com.br

DIRECAO Diretor Executivo - Publisher

Felipe Boff Diretora de Redacao

Uma notícia, disparada no site da revista O CAXIENSE às 20:08 de 1º de fevereiro, desencadeou entre os leitores uma das reações que mais entusiasmam a Redação. Internautas resolveram se manifestar a favor ou contra o tema do texto – a proposta embrionária de proibir festas após as 6:00, sugerida horas antes por vereadores. Lucas abriu a discussão. Ainda durante aquela noite, ele manifestou contrariedade com a hipótese de limitar a diversão do caxiense.

A partir desses dois pontos de vista, outros internautas se sentiram motivados a participar e transformaram nossa página na internet em fórum de um profícuo debate. É essa discussão inteligente, uma praxe entre os leitores de O CAXIENSE, que nos enche de orgulho. Graças a essas manifestações, a reflexão sobre a divergência se tornou ainda mais rica.

10 DIAS NA ESCURIDÃO DE UM ABISMO

Diante da discórdia, nossa equipe reforçou a percepção de que o tema merecia uma nova abordagem. Nada mais adequado, para isso, do que sujar o sapato de barro, ensinam os melhores manuais de jornalismo. Escalados para a pauta, o fotógrafo Maurício Concatto e a repórter Fabiana Seferin alteraram seus horários de sono e fizeram, durante 5 horas da madrugada de sábado (4), umaque ronda pelos arreAo refazer o passo dos principais personagens de uma tragédia dores de pelo menos 10 casas noturnas. revoltou o Estado, O CAXIENSE revela os bastidores da investigação Não apenas observaram o movimento no e conta a dor das famílias do empresário e dos 2 adolescentes mortos entorno dos clubes. Também interromperam conversas de frequentadores das baladas, bateram na porta de vizinhos e telefonaram para autoridades na tentapor Fabiana Seferin tiva de produzir uma precisa radiografia 16 correta da noite caxiense. Menos de uma hora depois, Abilio apresentou opinião oposta. Ele lembrou Esse trabalho – que você lê a partir que países como a Austrália já adotam da página 16, na reportagem de capa – medida semelhante – com resultados foi a melhor forma que O CAXIENSE positivos. encontrou para retribuir os leitores pelas incontáveis contribuições à revista e ao site. Sim, nossa maneira de agradecer é esta: dar ainda mais informações que ajudem a cidade no debate para encontrar soluções aos seus problemas. E desejamos que pelo menos essa discussão resulte na paz entre os frequentadores das festas e os vizinhos das boates.

“Não precisamos de mais leis, mas sim que façam com que elas sejam cumpridas. O horário e o consumo de bebidas nas ruas não têm nada a ver com os casos de violência na saída de algumas boates.”

“A cidade só tem a ganhar. As ruas estariam mais seguras, os moradores ficariam mais sossegados e acidentes seriam evitados.”

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Jaisson Valim, editor-chefe

Paula Sperb Diretor Administrativo

Luiz Antônio Boff

Editores-chefes

Marcelo Aramis Jaisson Valim Subeditora

Carol De Barba

Fabiana Seferin Gabriel Izidoro Rafael Machado Robin Siteneski

Dimas Dal Rosso Gesiele Lordes Paulo Pasa

Maurício Concatto Designer

Luciana Lain

COMERCIAL Executivas de contas

Pita Loss Suani Campagnollo ASSINATURAS Atendimento

Tatyany R. de Oliveira Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120

CAPA Maurício Concatto/O Caxiense


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BASTIDORES

FALA QUE EU TE ESCUTO | O ARTISTA DA FESTA DA UVA | ONDE AS IDEIAS INOVADORAS SÃO BEM-VINDAS | COMO SER SUSTENTÁVEL

Vanderlei Rigatieri e Leonardo Ribeiro, diretor e gerente da WDC Networks | Maurício Concatto /O Caxiense

Pelas infovias da vida Um empresário que larga o escritório para peregrinar por 100 cidades do país detectando a qualidade da internet. É nessa aventura que embarcou o diretorgeral da WDC Networks, Vanderlei Rigatieri, de 49 anos, ao lado do gerente de produtos da companhia, Leonardo Ribeiro, de 33 anos. O objetivo é tão duro quanto a jornada da Expedição WDC Abranet: melhorar a internet brasileira. O moderníssimo carro-laboratório da dupla é motivo suficiente para estusiarmar muitas pessoas com a ideia. Mas, talvez por estar familiarizado demais com as parafernálias high-tech – ou quem sabe pelo espírito desbravador –, Rigatieri se diz mais atraído pelo aspecto humano da experiência de cruzar o país.

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Em vez de uma conexão super rápida, uma pobre família de Várzea Grande, no Mato Grosso, é o grande marco da viagem até agora para o empresário. O carro passava pela localidade quando os pesquisadores viram uma mãe desesperada com o sumiço do filho. Havia um computador na casa, porém, antes de testar a velocidade da internet, Rigatieri e Ribeiro ajudaram na busca. Depois da boa ação, a decepção: a velocidade de download deu zero. A conexão do presente conquistado pelo filho mais velho por ser aluno destacado de uma escola pública da região vinha de provedor pirata. “O menino tinha sido o melhor da escola, poxa! A família pagava R$ 35 por mês por um serviço que era prati-

camente inútil”, revolta-se o “aventureiro”. Caxias do Sul, ao contrário de Várzea Grande, é exceção. Foi considerada uma das 4 melhores dentre as 33 cidades já visitadas no Centro-Oeste e Sul do país. Além do preparo dos provedores e do amplo alcance da rede, o projeto Infovia – que pretende instalar estrutura de fibra ótica para internet via rádio – é destaque local. Mais do que uma pesquisa, confessa Rigatieri, a expedição é o passo que faltava para sua plena satisfação pessoal. Ele já é pai, já plantou árvores – a cada empresa visitada entrega um pacotinho de sementes de Aroeira Pimenteira, para compensar a emissão de CO² do carro – e, em breve, irá transformar a jornada em livro.



1 DIA NA VIDA DE... um artista plástico da Festa da Uva Apesar de todos os olhos estarem voltados para a corte da Festa da Uva, é nos bastidores que a beleza do evento vai sendo construída. O artista plástico Paulo Nazareno, de 37 anos, é um dos responsáveis pela criação e montagem dos carros alegóricos desse encanto. Ele narra a penúltima sexta-feira antes da tão aguardada estreia: 16 de fevereiro. 8:00 É a hora que eu acordo, já que começo a trabalhar às 9:00. Garanto que vai ter engraçadinho dizendo “que vida boa!”. Mas antes quero deixar bem claro que eu trabalho até as 23:00 e ontem – como de costume – eu fiquei até as 2:00 repassando o checklist do que teria que fazer quando voltasse ao trabalho. Sem julgamentos!

amiga minha em Santa Justina. Lá tem uma cachoeira linda, perfeita para o calor que vem fazendo. Inclusive, minha amiga é massoterapeuta e já combinei um pacotão para todos da equipe façam sessões. Um “que vida boa!” moderado é aceitável agora. 15:00 De volta ao trabalho, os ânimos estavam renovados. Ao longo do dia, vou delegando tarefas e observando os detalhes. Este ano, minha aposta são as lanternas chinesas, ideia que trouxe da China há 2 anos. Trabalhando no evento há 13 anos, nunca deixei de inovar – ou tentar, pelo menos.

22:00 O combinado era que trabalhássemos até a 1:00, para compensar o prolon11:00 gamento do almoço na chácara, mas Apesar de ficarmos o dia inteiro isolados relaxamos em excesso. Estávamos muito do mundo, o clima é agradável. Tanto eu zens para trabalhar. O jeito foi sair antes. quanto meus colegas fazemos questão Combinamos de recuperar no domingo. de ouvir música. Afinal, somos artistas. O repertório é bem eclético, para não 2:00 desagradar ninguém. Rola até Wando, Não consegui deitar antes. Mesmo chepara vocês terem uma noção. gando em casa mais cedo, fui dormir no mesmo horário. Talvez seja meu relógio 12:00 biológico, talvez a tensão por ser um dos O almoço hoje foi diferente. Decidi que responsáveis pelo maior evento da cidaa equipe precisava respirar um pouco de. Seja como for, se depender de mim, de ar puro. Fomos até a chácara de uma Caxias vai ter uma festa linda.

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Paulo Nazareno |

Maurício Concatto/O Caxiense


GENTE

Maurício Concatto/O Caxiense

BOA

Empreendedor da criatividade Samir Madi, 26 anos, é um caxiense que valoriza as experiências coletivas e a troca de ideias. Tanto que criou, em novembro, o Coletivolabs, um espaço que une em um ambiente agradável toda a estrutura para quem quer trabalhar, estudar ou desenvolver novos projetos com baixo custo. O espaço segue o conceito de coworking, que consiste em reunir pessoas que trabalham de forma independente, mas que compartilham valores e buscam gerar uma interação entre mentes criativas. Os clientes gostaram da ideia, e recomendam o serviço a outros profissionais, aumentando a rede de relacionamento. Em março, o espaço começará a oferecer cursos e, posteriormente, investirá também em projetos de pesquisa e grupos de estudos. Formando de Sistemas de Informação na UCS, Madi pesquisa na UFRGS para o desenvoler um software livre para a área da educação. Antes de montar o Coletivolabs, em parceria com os sócios Geraldine Moojen e Lucas De Ross Rossi, trabalhou de forma independente e em diferentes empresas, sempre no segmento da informática.

TOP5

Maurício Concatto/O Caxiense

Iniciativas sustentáveis Não basta cobrar das autoridades soluções para problemas que ameaçam o mundo, como o aquecimento global. É possível fazer a diferença. A jornalista Anahi Fros é uma prova. Em busca de um ambiente (e um trânsito) melhor, adotou a bicicleta como meio de transporte há mais de 3 meses. Ela indica outras 5 práticas sustentáveis da cidade – e explica como aproveitá-las. Feira Ecológica de Caxias do Sul Há quase 14 anos a feira oferece alimentos cultivados sem a adição de pesticidas, herbicidas ou qualquer outro químico. É a melhor opção para se manter saudável num país campeão no uso de agrotóxicos. Ocorre todas as manhãs de sábado, na Estação Férrea, e nas tardes de quarta-feira, no bairro Exposição. Movimento Massa Crítica O movimento, que completará um ano em março e existe em diversas cidades do mundo, incentiva o uso da bicicleta como principal meio de transporte da população. A Massa Crítica tem esperança que as ruas brasileiras voltem a ser propriedade das pessoas, e não dos carros.

de Caxias do Sul e Cáritas Caxias. Dele, geraram-se iniciativas interessantes, como cooperativas agroecológicas e feiras de economia sustentável. O grupo ainda realiza um jantar ecológico anual. Instituto Orbis Segundo Anahi, a entidade – uma das responsáveis por adiar o corte das árvores para encher a represa Marrecas – faz um importante trabalho na conscientização ecológica. A ONG age na tentativa de melhorar e conservar os ambientes e ecossistemas da região.

Banco do Vestuário O projeto tem mais de 2 anos e é um esforço do Sindivest, Polo de Moda da Serra Gaúcha, Senai e outras organizações. Recolhe os resíduos aproveitáveis da indústria têxtil e transforEscola de Formação Fé, Política e ma-os em novos produtos. As ações são Trabalho junto às comunidades mais pobres, ofereO curso que a escola promove cendo também cursos de corte e costura, já está na 9ª edição e vem de artesanato e a oportunidade de geração de uma parceria entre a Unisinos, Diocese renda com as peças finais. 10.FEV.2012

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CAM UCS abre inscrições

PUS

Mirian Gemelli, voluntária do Centro de Valorização à Vida | Maurício Concatto/O Caxiense

Dando ouvidos à vida A luta contra uma silenciosa tragédia em Caxias do Sul aguarda uma trincheira. Uma das principais organizações não governamentais (ONGs) de combate ao suicídio, o Centro de Valorização à Vida (CVV) já estaria em funcionamento caso contasse com um espaço para instalar sua sede. Empresas já receberam o contato de voluntários, mas ainda não deram retorno positivo. Enquanto isso, um caxiense se mata a cada 8 dias. Criado no Brasil em 1962 e com unidades espalhadas pelo mundo, o CVV faz uma espécie de ouvidoria para pessoas que pensam no suicídio com a intenção de preveni-lo. A funcionária pública Mirian Gemelli, de 52 anos, é uma das 25 pessoas que já fizeram o curso preparatório de 30 horas – ministrado por uma pedagoga – para receber as ligações assim que a sede estiver implantada na cidade. Ela, que nunca teve nenhuma situação de suicídio em sua família, viu na tarefa uma forma de ajudar aqueles que precisam de alguém que lhes ouça. “É um trabalho apaixonante. Ajuda a deixar as pessoas mais felizes”, diz. Mirian ressalta que os voluntários não são conselheiros, muito menos fazem qualquer julgamento, mas instigam as pessoas a pensar no que realmente sentem, a fim de estimular a preservação da vida, com questionamentos do tipo: “Você acha que isso é o melhor a se fazer?”. A ONG não tem nenhuma

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vinculação a partidos políticos ou entidades religiosas e garante serviço gratuito e anônimo. A psicóloga Daiane Gava defende a importância do serviço, já que, em muitos casos, as pessoas não encontram estrutura familiar que possa sustentar o diálogo. “Quando alguém ouve, o sofrimento alivia”, explica. Se este for o perfil predominante das famílias caxienses, será preciso muita escuta para diminuir as estatísticas. Em Caxias, entre 2007 e 2010, a taxa de suicídio média atingiu 10,58 casos para cada 100 mil habitantes – semelhante ao índice estadual, de 10,13. Os dois indicadores são altos quando comparados a dados nacionais (4,9 casos em 100 mil habitantes), mas ainda bem abaixo de países como o Japão, onde chega a 25,3 por 100 mil. A psicóloga percebe que a crescente cobrança profissional e o clima da cidade podem interferir no equilíbrio emocional. “Na Europa há estudos que apontam mais suicídios em países com pouco sol.” Interessados em fazer trabalho voluntário na ONG podem procurar Mirian no fone 9165-3295.

Taxa anual de suicídios (a cada 100 mil habitantes)

2008 2009 2010

Caxias 11,82 11,21 8,72

Estado 10,66 10,15 9,6

para bolsistas

As inscrições para o Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UCS (BIC/UCS) durante o 1° semestre de 2012 já estão abertas. Há vagas nas mais diversas áreas do conhecimento, mas o aluno precisa entrar em contato diretamente com os professores orientadores do seu curso para saber mais detalhes sobre cada pesquisa. Caso haja interesse, é necessário preencher o formulário que está disponível na UCS Virtual até o dia 9 de março. Serão considerados o currículo e o histórico acadêmico para a escolha dos orientados. A lista dos estudantes selecionados para o programa será divulgada no dia 30 de março. Se a inscrição se referir a renovação de bolsa BIC/UCS, também é obrigatória a apresentação do relatório de atividades do período anterior na Coordenadoria de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu (sala 313 do Bloco A).

+ VESTIBULARES Faculdade Anglo-Americano

Nesta sexta-feira (10) ocorrerá um dos vestibulares da Anglo-Americano. Ainda restam 2 chances para quem desejar fazer a prova. Os interessados podem agendar o teste para os dias 17 e 24 de fevereiro. As provas são sempre às 19:00. Inscrições pelo site www. angloamericano.edu.br.

Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha

O vestibular da instituição ocorre nesta terça-feira (14). As inscrições podem ser feitas até o domingo (12) pelo site www.ftsg.edu. br, e nas unidades em Caxias ou Bento Gonçalves até a segunda-feira (13). A taxa para participar é de R$ 25. A faculdade oferece 7 opções de cursos de tecnologia.

ANGLO-AMERICANO. FEIJÓ JÚNIOR, 1049, 3536-4404 | FTEC. GUSTAVO RAMOS SEHBE, 107, 3027.1300 | FACULDADE AMÉRICA LATINA. MARECHAL FLORIANO 889, 3022-8600 | UCS. FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1.130, 3218-2800


Maurício Concatto/O Caxiense

A festa do meio bilhão A Festa da Uva promete fazer a alegria não só dos turistas que chegarem a Caxias do Sul a partir de quinta-feira (16), mas também dos empresários. O presidente da Comissão Comunitária, Gelson

Palavro, estima que o evento injetará R$ 500 milhões na economia caxiense. O cálculo leva em conta a movimentação de setores como hotéis, bares, restaurantes, táxis e outros prestadores de serviço.

A festa do emprego O principal evento de Caxias será positivo também para quem tenta um emprego. Os organizadores da Festa da Uva acredi-

tam que 5 mil vagas serão criadas para trabalhar nos pavilhões até 4 de março. É uma injeção de ânimo à cidade.

Pequeno e inteligente Em meio ao boom imobiliário – que significa também uma concorrência cada dia mais dura –, já tem construtora investindo na diversificação. Na semana passada, a Coenpoc lançou um empreendimento inovador focado no público universitário. Com 72 unidades, o Piccolo Smart Residencial começará a ser construído em março, com

previsão de entrega em dois anos. Os apartamentos explicam o nome: são pequenos (cerca de 30 m²) e inteligentes (já vêm totalmente mobiliados e decorados, com móveis retráteis que permitem ao morador mudar facilmente a configuração do espaço interno). Para completar, a localização é privilegiada: a uma quadra do Bloco A da UCS.

Ela vem?

Os preparativos para a abertura da Festa da Uva, que ocorrerá nesta quinta-feira (16), aceleramse na semana final sob uma inquietação. Será que a presidente Dilma Rousseff participará da cerimônia e assistirá ao primeiro desfile? Aos organizadores, os assessores alertam que uma mudança de data da visita ao evento poderia ocorrer em função da preocupação da presidente em ficar ao lado da mãe, Dilma Jane, com a saúde debilitada. Nesta semana, a presidente já adiou viagens ao Nordeste com esse argumento.

é o quanto chega a representar a conta logística no custo final dos produtos. Para tornar a produção local mais competitiva e explorar o potencial do transporte ferroviário, a CIC reivindicou um terminal intermodal em Caxias em reunião com a ALL nesta semana.

Presente de aniversário Prestígio

Um eventual cancelamento da visita de Dilma à festa não significa o desprestígio. Ministros como

Fotos Agência Brasil/O Caxiense

Gastão Vieira (Turismo), Ana de Hollanda (Cultura) e Aldo Rebelo (Esportes) prometeram vir ao evento.

Segurança Pelo sim, pelo não, Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Trânsito discutem a estratégia para auxiliar na segurança presidencial.

Mais de 300 profissionais se envolverão na tarefa de garantir o deslocamento seguro da comitiva, já que outros cuidados estão a cargo do Exército e da Polícia Federal.

A Câmara dará à própria história um presentão de aniversário: um livro especial contando os 120 anos do Poder Legislativo local, que se completam em 2012. O lançamento deve ocorrer na Festa da Uva. Com a publicação, a cidade ganhará uma fonte de pesquisa completíssima. Até então, a principal referência para consulta era Os Poderes Fazem História, obra importante, mas singela, do ex-diretor da Câmara Guiomar Chies.

PLE

NA RIO

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Seria um bom título para um filme erótico, mas é a história real de uma caxiense de comportamento típico até os 27 anos, quando a violência do namorado mudou drasticamente – para melhor, ela descobriria rápido – os rumos da sua vida

por Gesiele Lordes

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Ele sugere assistirem a um filme pornô. Ela, que não gosta do gênero, aceita com uma estranha condição para espectadores iniciantes: exige Rita Cadillac como protagonista. “Parece que ela está gostando”, diz a mulher, nos primeiros minutos do filme, sobre a expressão da ex-chacrete em uma cena com Pitt Garcia. O que era pra ser um simples comentário soou ao namorado ciumento como um elogio aos dotes físicos do ator, conhecido como Garoto Berinjela. E a programada noite de diversão se transformou em tormento. Em segundos que custaram a passar, o rapaz – de 22 anos, 5 a menos que a namorada – agrediu a mulher a socos e pontapés enquanto descia os 10 degraus da escada interna da casa, antes de ir embora pela última vez. Foram os vizinhos, que já conheciam o histórico agressivo do rapaz, que socorreram a vítima. Ela acordou no dia seguinte, no hospital. Depois de dois dias internada, foi para casa decidida a não prestar queixa contra o ex-namorado, em respeito à relação carinhosa que mantinha com os pais dele. Ainda assim, planejava uma vingança. No caminho percorrido a pé de volta para casa, ainda dolorida e com o rosto inchado pelo choro, passou na empresa onde trabalhava – uma concessionária Wolkswagen, na Júlio de Castilhos – e pediu demissão. Era uma das melhores vendedoras daquele lugar e sabia que sua profissão tinha chegado ao fim – não por ineficiência, mas pelo desânimo que a sufocava. Aliás, nas últimas 48 horas, ela havia chegado à conclusão de que sua vida tinha acabado.“Sabe quando você se sente um nada?” E teria, se ela não tivesse acumulado energia para a vingança que julgava perfeita. Perto de casa, entrou na mesma locadora da trágica noite e foi à seção de pornográficos, onde iniciaria o plano. A caxiense Adriana Vailatti se tornaria a internacional Pâmela Butt e faria justiça usando mais do que as próprias mãos. “Mande algumas fotos suas nua...”, pediu a secretária que atendeu à ligação de Adriana em uma produtora de filmes pornográficos, contato que ela conseguiu na contracapa de um DVD. Adriana ficou surpresa com o procedimento padrão. “Mas tu é lou-

ca? Tá achando que eu sou o quê?”, reagiu ao ultraje. “De noite eu estudo. De dia eu trabalho!”, respondeu a aspirante, ofendida também ao ser questionada maliciosamente sobre os seus horários. Apesar da incompreensão da candidata, um dos diretores aceitou que ela enviasse fotografias publicadas em colunas sociais. E a aparência agradou. Três dias depois, Adriana estava em São Paulo para a sua primeira cena. Disse aos dois filhos – frutos do casamento realizado aos 17 anos com um jogador de futebol – e à família que viajaria em função da faculdade de Publicidade – curso que concluiu mais tarde na Mackenzie, em São Paulo. Cena 1. Com corpo maquiado para esconder os hematomas, Adriana fará sexo com dois estranhos diante de vários desconhecidos. Nem mesmo sua desinibição natural foi suficiente para impedir o pânico. Não fosse o diretor ficar lembrando que ela precisava se vingar, talvez não tivesse concluído a cena. “Eu lembrava (da agressão) e ficava com muita raiva. Tinha que fazer alguma coisa que doesse na alma dele (ex-namorado)”, conta Adriana. A mãe da estudante começou a desconfiar das frequentes viagens da filha a São Paulo. Ela ficava lá por 4 dias e gravava duas cenas de 45 minutos, em dias intercalados, pelas quais, inicialmente, recebia R$ 38 mil. Depois de 6 meses na Brasileirinhas, a maior produtora de filmes pornográficos do país, Adriana – batizada como Pâmela pelo diretor M. Max –, ganhava o seu primeiro filme como protagonista. A sugestão foi do próprio dono da produtora, Luís Alvarenga, satisfeito com o desempenho da novata que ganharia em 2007 o Venus Award de Melhor Atriz Bra10.FEV.2012

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sileira, uma espécie de Oscar dos filmes pornográficos, em Berlim. Pâmela estreou como destaque em um longa ao lado de Zezinho, o anão do programa Pânico na TV. Minutos antes do início da filmagem de Pânico das Mulheres surgiu o arrependimento. O papel principal daria visibilidade suficiente para que seus familiares acabassem descobrindo o segredo. “Eu tinha medo que eles não me aceitassem mais”, conta Adriana. Em meio a uma crise de choros, a jovem foi incentivada por ninguém menos que Rita Cadillac, coadjuvante da noite do espancamento. Antes da gravação, a ex-chacrete ligou para a mãe de Adriana e revelou o verdadeiro motivo das viagens à capital paulista. Encorajada, ela confirmou a versão da colega. Surpreendentemente, a mãe foi compreensiva. Os filhos, na época com 14 e 9 anos, ficaram sabendo pela boca da avó sobre a nova profissão da mãe. “No início foi difícil, eles ouviam piadinhas na escola”, lembra Adriana. “Mas Adriana, tu precisava? Tu está passando fome?”, questionava a única irmã da atriz. Na família, somente ela, que sempre teve personalidade oposta à da caçula, ofereceu resistência, ainda que passageira, à escolha de Adriana. Mas a aprovação só se aproximava da unanimidade dentro de casa. “Todo mundo achava que era por causa do dinheiro, mas não é”, conta Adriana, sobre o lado de fora. De origem italiana, as irmãs foram criadas em Ana Rech, sob rígida educação. A mãe era dona de casa e o pai – que morreu quando Adriana tinha 12 anos – ocupava um importante cargo na Eberle, suficiente para pagar o estudos das filhas no católico Colégio Murialdo. Os poucos namoros de Adriana foram sérios e acompanhados abertamente pela mãe, que sempre foi mais flexível do que o pai. Com era comum na vila, a caçula da família Vailatti seguiu hábitos conservadores. Na juventude, pela frequente participação nas missas de domingo, foi convidada para dar aula de catequese. Atendeu ao chamado e ministrou o catecismo durante um ano. “A vida é louca!”, simplifica a ex-catequista. No auge da vingança, Pâmela contracenou com Garoto Berinjela, a semente da discórdia. Aos poucos, a ira foi dando espaço ao profissionalismo. Em 3 anos de carreira, Pâmela Butt já atuou em mais de 100 filmes nacionais e ao lado de astros do cinema pornô,

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Adriana, na sua casa em Caxias | Maurício Concatto/O Caxiense

“Todo mundo achava que era por causa do dinheiro, mas não é”, diz Adriana sobre a opinião das pessoas quando ela revelou a profissão de atriz pornô, com a qual ganhou R$ 38 mil pelos primeiros 90 minutos de trabalho


como Kid Bengala, Oliver – do lendário Teste de Fidelidade, apresentado por João Kléber – e subcelebridades como Alexandre Frota e Mateus Carrieri. As participações em produções estrangeiras, que lhe levaram a países como França, Grécia e Alemanha, renderam uma virada profissional. Em uma gravação com a francesa Eurofilms, as ideias criativas de Pâmela chamaram a atenção da produtora europeia. Um diretor sugeriu que a atriz fizesse alguns cursos de aperfeiçoamento e a convidou para trabalhar com ele atrás das câmeras. Exausta da profissão e sensível ao pedido do filho mais velho, Adriana parou de atuar e aceitou o desafio como diretora. “Tem que estudar... Na época do Luís XV, o pessoal fazia sexo embaixo das mesas, nos jantares...”, exemplifica Adriana, ao explicar a realidade das produções europeias, que podem exigir meses de trabalho e, muitas vezes, buscam retratar partes da História. Bem diferente do Brasil, onde, na sua opinião, há falta de preparo dos diretores e o mercado não oferece recursos suficientes para sustentar produções mais elaboradas. O nome Pâmela Butt, no entanto, não vai ser esquecido tão fácil. Além de

filmes marcantes, como O Aniversário de Nossa Estrela, onde ela completa 30 anos e ganha um homem para cada ano de vida, sua trajetória na TV também foi explosiva. Em 2009, uma das polêmicas envolveu o programa CQC, da Band. Em uma exibição ao vivo, foi ao ar um quadro gravado em que ela respondia às mesmas perguntas que um padre. Na bancada, o apresentador Marcelo Tas a anunciou como prostituta. Tas corrigiu imediatamente o equívoco, mas não contentou a atriz. Revoltada com os apresentadores, de quem era muito próxima, Adriana processou a emissora e a produtora do programa, a argentina Cuatro Cabezas. Em 2010, a atriz foi indenizada em mais de R$ 150 mil. “Há diferenças entre atriz pornô e prostituta”, informa categoricamente, a quem ainda reste dúvida sobre os termos. A participação no Calcinha Justa, um programa de entrevistas exibido pelo Band Privê Brasileirinhas, Os Gozadores, exibido no Multishow, e Sem Controle, no SBT, renderam menos popularidade, mas melhores lembranças.

de SP –, onde pretende continuar na direção de filmes até o fim do ano e passar os períodos de férias entre sua casa em Caxias e seu apartamento em São Paulo. Além do trabalho, o namoro com um corretor de imóveis francês também é um forte laço que a prende ao Exterior. Mesmo com o apoio dos familiares à carreira, Adriana pediu que eles nunca assistam a nenhum de seus filmes. “Eu quero que eles só vejam a Adriana. A Pâmela é um personagem”, diz a diretora, que, a longo prazo, pretende voltar definitivamente para Caxias e passar mais tempo com a mãe e os filhos, de 19 e 14 anos. Em relação à sua vida profissional, ainda não sabe o que vai fazer. Popular, ela garante que cansou da “vida de glamour”. Para Adriana, essa exaustão, rara entre celebridades, pode ter causado o suicídio de sua colega Leila Lopes, em 2009.“Eu sempre tive consciência: não é isso que eu quero para mim”, admite a estrela, do alto dos seus 35 anos de maturidade, 6 no mercado pornô, estável a ponto de pensar na aposentadoria. Hoje, a raiva que ela sentia do ex-namoAtualmente, Adriana mora em Pa- rado deu lugar a algo muito próximo à ris – aprendeu francês com uma amiga gratidão.

Adriana, antes da fama, em Caxias

Arquivo pessoal, Divulgação/O Caxiense

Pâmela, famosa, em Paris

Arquivo pessoal, Divulgação/O Caxiense

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O GRITO DA BALADA Uma jornada pela noite caxiense mostra que a baderna está longe de ser generalizada. Mas, mesmo pontual, o problema faz barulho suficiente para tirar o sono de uma cidade inteira, que agora cogita até limitar o horário de funcionamento das casas noturnas


Estação Férrea, ponto de concentração de casas noturnas | Maurício Concatto/O Caxiense

É mais de meia-noite. As ruas que abrigam os principais estabelecimentos noturnos se transformam em estacionamentos e paradas para desembarque. As moças saem dos veículos em cima de saltos altos, as cores vivas do batom se destacam na maquiagem, os cabelos bem alinhados balançam com a brisa da noite. O tímido vento também contribui para que o perfume dos rapazes se espalhe pelo ar. De camisas com botões abotoados, entram nas boates. Para eles, será uma grande noite de diversão. Para a vizinhança, em uma parte dos casos, o início de uma noite mal dormida. Na madrugada de sábado (4), O CAXIENSE percorreu os principais points da noite caxiense e constatou que a baderna está longe de ser generalizada. Ela se concentra em áreas onde os frequentadores preferem fazer festa não sob as luzes do globo giratório das danceterias, mas sob a luz da lua – ou do sol, já que alguns estendem a balada até o amanhecer. Mas é o bastante para tirar o sono não só dos vizinhos, mas de fiscais, policiais e outras autoridades, a ponto de se cogitar até um horário-limite para o funcionamento dos bares e boates.

São 2:00. A calmaria no entorno das principais casas noturnas do bairro São Pelegrino é interrompida por um grupo de adolescentes que insistem em falar alto no meio da rua. Sem ter permissão para entrar nas boates, a turma de 7 meninos se amontoa em uma escadaria ao lado da casa de pagode Europa. Lá, brincam com o celular, se jogam uns por cima dos outros, cantam. Depois de algumas horas cansam do local e se dirigem à Estação Férrea – que ainda está tranquila, com poucas pessoas escoradas nos carros, conversando e bebendo sem exageros aparentes. Lá, o grupo transita sem destino, fazendo barulho por onde passa. Assim como os adolescentes, dezenas de pessoas caminham pela madrugada caxiense fazendo algazarrara e incomodando os moradores

das proximidades. “De quinta-feira a domingo, minha esposa e eu não conseguimos dormir direito, pois somos acordados com o barulho. A lei que obriga o fechamento das conveniências dos postos à meia-noite (aprovada em 2000), deveria se estender também a fruteiras e mercearias, que passam a madrugada vendendo bebida para a juventude”, cobra o empresário Mário Corsetti, de 57 anos, que mora na Rua Os 18 do Forte. Não são só as pessoas que transitam pela madrugada que incomodam os moradores do bairro: a altura do som dos veículos também. “Há 5 anos, sou acordada com o barulho insuportável dos carros que passam em frente ao meu prédio. O som é tão alto que dá a impressão de as paredes estremecerem”,


“De quinta a domingo, minha esposa e eu não conseguimos dormir direito. Somos acordados com o barulho”, relata Corsetti, que mora na Os 18 do Forte

Mário Corsetti |

Maurício Concatto/O Caxiense

reclama a aposentada Oclênia Siega, de area interna das danceterias, como Are68 anos. na Country Bar, Imperatriz e Galpão Gaúcho, os policiais militares ouvem As reclamações sobre perturbação do menos queixas de vizinhos. Outro caso sossego público são constantes em Ca- é o Xerife Country Bar, no bairro Unixias. Só em janeiro, 20 denúncias foram versitário. No começo da madrugada, atendidas pelo Setor de Fiscalização da no interior do estabelecimento, o moviSecretaria Municipal de Urbanismo. O mento parece ser intenso, mas, no lado problema exige da Brigada Militar uma de fora, o clima é de calmaria: apenas mudança na estratégia de policiamento. carros e vendedores ambulantes divi“Procuramos destacar alguns policiais dem a rua. É nesse horário que seguranpara atuar em operações mais refor- ças e taxistas aproveitam para dar uma çadas, que exigem uma demonstração pausa para o lanche. Os funcionários do de força, como abordagens em bares e cachorro-quente e do churrasquinho se patrulhamento nas imediações de casas tornam o centro das atenções. Enquannoturnas, por exemplo. Nossa atuação to recebem os clientes, comentam sobre neste locais, através de operações pro- a noite: gramadas, é realizada em sua maioria “Aqui, a rua é sempre tranquila. O durante os finais de semana. Contudo, movimento aumenta perto das 4:00 naqueles dias em que não foi possível e segue até as 5:00. Não tem brigas ou programar uma operação específica, os muita baderna. Às 6:00, tudo se encerdemais policiais militares que estão de ra”, relata a vendedora, que pediu para serviço têm condições de atender qual- não ser identificada. quer ocorrência e realizar patrulhamenSegurança do Xerife, Rose Maciel, de to”, explica o major Jorge Ribas, coman- 42 anos, concorda. E acrescenta: “Não dante do 12º Batalhão do Policiamento me arriscaria a trabalhar em boates faMilitar (12º BPM). mosas pela criminalidade. Afinal, o que Onde o agito costuma se restringir à se ganha na noite ajuda, mas não paga a

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vida”, comenta. No outro lado da cidade, a situação não é nada calma. São 4:00. Mesmo com a Move sem festa, a Rua Gaston Luis Benetti, próximo ao Shopping Iguatemi, ferve. Latas de cervejas sobre os carros, garrafas espalhadas pelo chão, cacos de vidro na sarjeta e centenas de pessoas em meio a uma muvuca generalizada. Ao som ensurdecedor dos carros, gurias com idades entre 15 e 25 anos dançam e rebolam até o chão. Seus microvestidos não acompanham o movimento de seus corpos, e acabam subindo até onde não deveriam. Ao redor, homens observam as meninas enquanto ingerem bebida alcoólica e pedem bis ao final de cada apresentação. Para completar o cenário de desordem, motociclistas empinam suas motos e motoristas fazem rachas em meio à multidão. Em 20 minutos, nenhuma viatura da Brigada Militar passa pelo local, embora o comando garanta que operações frequentes faça autuações e apreensões de carros irregulares. O problema só não é mais grave por um


Arena, um dos pontos onde a situação era tranquila no sábado (4) | Maurício Concatto/O Caxiense

detalhe geográfico: a rua fica distante de imóveis residenciais. O mesmo não se pode falar da Avenida Rossetti, que divide os bairros Pio X e Santa Catarina, onde está situado o Clube Alternativo. A danceteria fica em área totalmente residencial. Enquanto na maioria das casas as pessoas estão indo embora, no Alternativo o movimento se intensifica. De acordo com um segurança – que pediu para não ser identificado – quando as festas em outros lugares terminam, os baladeiros migram para lá. O clube é um dos poucos – senão o único – que permanecem abertos até as 10:00, o que costuma resultar em desordem no entorno. Por esse motivo, é alvo de queixas, tendo registrado inclusive crimes violentos. No dia 22 de janeiro, um jovem de 20 anos começou a atirar em frente ao clube. Os disparos mataram um taxista e um segurança. “A comunidade que mora aqui está indo trabalhar e tem de passar por pessoas urinando na rua, vomitando, fazendo atos obscenos. É preciso colocar ordem, limitar o horário”, cobra o presidente da Associação de Moradores do Bairro Pio X, Alberto Camilo. O CAXIENSE procurou um dos donos do Clube Alternativo por duas vezes, mas ele não quis conceder entrevista. Se a casa não fecha mais cedo,

os taxistas criaram seu próprio toque de recolher. Para escapar da violência e dos transtornos com gente que exagera na bebida, os motoristas passaram a se recusar a atender a clientela depois das 6:00. “Por estarem bêbados ou muitas vezes drogados, os passageiros se recusam a pagar a corrida, vomitam no banco, insultam os taxistas. Trabalhar depois de um certo horário não dá mais lucro, apenas prejuízo. O Alternativo deveria fechar mais cedo”, avalia o presidente do Sindicato dos Taxistas, Adail Bernardo da Silva. O debate pela limitação dos horários já chegou ao ouvido dos vereadores. Em reunião da Comissão Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação, o vereador Mauro Pereira (PMDB) sugeriu, de modo informal, uma proibição para o funcionamento depois das 6:00. O objetivo, segundo ele, seria reduzir as brigas e crimes ao amanhecer. “É tempo suficiente para se fazer festa. Depois disso, vira bagunça e atrapalha o resto da população”, diz. A Brigada Militar mostrou simpatia à ideia. O excesso de bebida e a presença em festas até depois das 6:00 são apontados pelo major Ribas como agravantes para a criminalidade. “O consumo indiscriminado de álcool e de drogas ilícitas, aliado a uma legislação permissiva com criminosos, acaba conduzin-

do aos delitos mais graves e violentos. Depois das 6:00, as pessoas estão muito cansadas, irritadas pelo sono e propensas a dirigir alcoolizadas ou até mesmo descarregar suas frustrações em outra pessoa em uma briga”, avalia. A proposta costuma ter o apoio dos vizinhos, mas conta com a descrença de frequentadores das casas noturnas. “As brigas acontecem em todos os horários. Não é impondo horário que diminuirão. A pessoa, muitas vezes, já vem embriagada de casa e incomoda assim que chega na festa, isso pode ser às 12:00 ou às 5:00, por exemplo”, opina Jéssica Ferreira da Silva, 20 anos, que aguardava sentada na grama a carona do pai de sua amiga. O metalúrgico Robson Silva, de 32 anos, acredita que a solução para a redução da criminalidade não esteja vinculada à limitação de horários. “As pessoas têm de ter mais consciência de seus atos. Não acho certo a maioria pagar pelo erro de uma minoria que não tem bom senso”, opina Silva, referindose às brigas que ocorrem em frente ao Alternativo. Cidades como Diadema (SP) já adotam medida semelhante – e comemoram os resultados. No município paulista, considerado um dos mais violentos de São Paulo até o início dos anos 2000, o fechamento de bares às 23:00 contribuiu para a redução da taxa de homi10.FEV.2012

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“As brigas acontecem em todos os horários. Não é impondo horário que diminuirão. A pessoa, muitas vezes, já vem embriagada de casa e incomoda assim que chega na festa”, opina Jéssica cídios. O índice de ocorrências caiu 54,88% em 2011, comparado a 2010, resultado que derrubou a taxa de homicídios para a marca de 9,52 por 100 mil habitantes – em Caxias, esse indicador costuma superar os 25 casos por 100 mil. Além da limitação de horário como forma de apaziguar os ânimos entre os caxienses, a Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara de Vereadores de Caxias discute outras alternativas, como a proibição do consumo de bebidas alcoólicas nas ruas e a instalação de câmeras em frente às boates. A titular da 5ª Promotoria de Justiça Criminal, Simone Martini, cobra outra medida. “Um dos fatores que contribuem para a perturbação é a falta de zoneamento. Caxias não possui áreas para atividades de lazer noturno”, ressalta Simone. O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurante e Similares, João Antônio Leidens, reclama que a responsabilidade pelo problema só recai sobre os donos dos estabelecimentos – o que considera uma injustiça. “Não adianta tocar a responsabilidade em cima dos proprietários. A maioria está dentro da lei. É necessário um trabalho

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em conjunto com o setor de segurança, fiscalização da prefeitura e, também, educação da população”, salienta. Os fiscais e policiais ouviram clamores como o de Leidens e começaram a reagir nos últimos meses. Só em janeiro deste ano a prefeitura autuou 60 casas noturnas por irregularidades. Além disso, a Secretaria de Urbanismo tem se reunido com proprietários e órgãos de segurança para discutir alternativas que tragam melhorias à noite caxiense. Nesses encontros, os empresários assinam um termo no qual se comprometem em zelar pela paz, também, fora dos estabelecimentos. O esforço, aliado ao aumento das ações dos policiais militares, apresenta os primeiros resultados positivos. “Desde que Brigada começou a passar com mais frequência o número de brigas e de casos de som alto diminuiu”, assegura a aposentada Arlei Viecelli, de 72 anos, que mora na Rua Sinimbu, no São Pelegrino. Mas o esforço é insuficiente. Enquanto a solução definitiva não chega, a balada do conflito segue, e a população se divide entre aquela que se arruma para se divertir e aquela que se arruma para dormir – e muitas vezes não consegue pegar no sono pela baderna.


PLATEIA

Drama racial, YoDa Digital | rock De orquestra | Hip Hop em caxias, tragicoméDia Do litoral | grafites ao ar livre

O velho desfile de cara nova Na 29ª edição da Festa Uva, uma das principais – e mais clássicas – atrações do evento, o corso alegórico, chega renovada à Sinimbu

A proximidade do início da Festa da Uva aguça a curiosidade sobre as tão comentadas novidades do tradicional corso alegórico – em 2012, sob o pomposo nome Desfile Cênico Musical. A grande mudança é que, este ano, todos os desfiles serão realizados à noite. Eles também seguirão um novo trajeto – que inicia na Rua Andrade Neves e termina na Praça Dante Alighieri, um trecho mais plano que deverá facilitar as encenações – e serão transmitidos em detalhes para o público por meio de 3 telões. Com a nova estratégia, a expectativa é lotar as ruas e os 1.918 lugares da arquibanca em frente à Catedral. Os desfiles ocorrem nos dias 16, 17, 22, 24, 25 e 29 de fevereiro e 2 e 3 de março. Os ingressos estão à venda na Casa da Cultura, diariamente, das 8:30 às 19:00, ou pela internet, no site oficial da Festa. Veja o que se espera, na teoria, para a 1ª apresentação.

Roteiro Será dividido em 4 blocos. O primeiro é chamado de Acolher, e pretende mostrar o lado hospitaleiro de Caxias do Sul. É nesse momento que o corso distribuirá cachos de uva para os espectadores. A segunda parte ilustrará a agricultura da cidade, desde os tempo dos imigrantes até os dias de hoje. Depois, a transformação, que focará no desenvolvimento econômico da região. No último tema, Celebrar, o corso convidará a todos para curtirem as coisas boas da vida. Carros alegóricos e Alegorias Em 2012 o desfile contará com 10 carros alegóricos, 4 deles sobre plataformas puxadas por tratores e 6 sobre chassis motorizados. Ainda há 6 alegorias, que serão empurradas por figurantes. No primeiro bloco, desfilarão 4 carros alegóricos. Os restantes contarão com 2 carros e 2 alegorias cada. Os veículos vêm decorados com lanternas chinesas, e parte deles servirá de cenário para uma última performance. Figurino O corso alegórico contará tanto com trajes de época fiéis quanto com releituras. Foram adicionadas cores e estilos para tornar o espetáculo mais artístico.

Dança, coro e encenação O elenco contará com 8 grupos de dança, coral com 150 vozes e mais 1,5 mil figurantes. A trilha do coro é da Orquestra Municipal de Sopros. No final, todos se reúnem em frente à Catedral para uma performance final. 10.FEV.2012

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CINE

Liam

NEESON. Ewan MCGREGOR. De George LUCAS

STAR WARS – EPISÓDIO I: A AMEAÇA FANTASMA O longa que marca o início da segunda trilogia da saga e conta a história de como os jedis QuiGon Jinn e seu aprendiz Obi-Wan Kenobi encontram o garoto escravo Anakin Skywalker (que, no futuro, será o lord sith Darth Vader) no desértico planeta Tatooine reestreia em 3D. Para desespero dos fãs, George Lucas insiste em continuar alterando os filmes a cada relançamento em novas tecnologias. Desta vez, há pelo menos uma diferença da versão lançada em 1999: um Yoda digital substituindo o boneco usado no original. Estreia. CINÉPOLIS (3D)

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MILLENIUM – OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES Baseado no livro homônimo do sueco Stieg Larsson, o sombrio longa de Fincher narra a investigação de um assassinato que ocorreu há 40 anos pelo jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig) e pela perturbada hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara). Para quem viu o longa original sueco e leu os livros, um aviso: o final do consistente roteiro de Steven Zaillian é diferente. Disputa o Oscar em 5 categorias. 3ª semana.

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

CORREÇÃO: Na semana passada, a foto publicada na sinopse deste filme era do longa original sueco de 2009, e não da produção atual. Rebecca

HALL. Dominic WEST. De Nick MURPHY

O DESPERTAR

IGUATEMI 21:15 CINÉPOLIS 12:20-15:30-18:50-22:00

12 1:02 Não bastava uma filha do mal. Os cinemas caxienses também andavam precisando de uma especialista em fenômenos paranormais. Em mais um longa de terror que entra em cartaz na cidade, ROMÂNTICOS ANÔNIMOS Florence Cathcart coloca seu ceticismo em dúvida A talentosa confeiteira Angélique Delange e o ao ser chamada para visitar um pensionato e expli- empresário Jean-René Van Den Hudge são tímidos car as visões do fantasma de uma criança. A história incorrigíveis. E o defeito que torna a união improváse passa em 1921, em uma Inglaterra assolada pela vel será decisivo para aproximar o casal. 2ª semana. Primeira Guerra Mundial. Estreia. ORDOVÁS. SEX. (10) 19:30 IGUATEMI 14:15-16:30-18:45-21:30 SÁB. (11) E DOM. (12) 20:00. QUI. (16) 19:30 14

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Emma Adam

SANDLER. Rohan CHAND. De Dennis DUGAN

CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE A glória para os fãs de Adam Sandler: o ator não só escreveu o roteiro como também interpreta os dois protagonistas da história. Jack Sadelstein se prepara para o evento do ano: o Thanksgiving, Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, quando receberá a visita da irmã carente e passivo-agressiva Jill. Só que ela não vai mais querer voltar para casa. Estreia. IGUATEMI 14:00-16:00-18:00-20:00-22:00 CINÉPOLIS 13:20-15:40-17:50-19:50-21:50 14 1:46

STONE. Viola DAVIS. Octavia SPENCER. De Tate TAYLOR

HISTÓRIAS CRUZADAS Baseado no best-seller A Resposta, de Kathryn Stockett, aborda a segregação racial e a luta pelos direitos das mulheres nos Estados Unidos dos anos 60. A jornalista Skeeter Phelan constrói uma amizade com duas empregadas negras, que irá abalar as regras da sociedade. Tem 4 indicações ao Oscar. Estreia. 14

CINÉPOLIS 15:20-21:00

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OS DESCENDENTES

Matthew King (George Clooney) é um milionário no centro de uma crise familiar: descobre-se traído pela mulher, agora em coma, É mais um blockbuster americano, só que ao contrário: não vai e não sabe lidar com as filhas. Apesar dos momentos engraçados, o nada bem de bilheteria. Enquanto o ex-policial Nick Cassidy ame- drama faz King e a plateia refletirem sobre a vida. 3ª semana. aça suicídio do parapeito de um prédio em Nova York, o diamante mais valioso do mundo está sendo roubado. 3ª semana. 12 IGUATEMI 19:45 1:55 16 IGUATEMI 22:10 CINÉPOLIS 13:00-18:20 1:42

À BEIRA DO ABISMO

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FILHA DO MAL

Isabella Rossi recruta dois jovens padres para salvar sua mãe, que há 22 anos matou 3 pessoas durante seu próprio exorcismo e contiUm dos maiores sucessos da Disney, que marcou a história da nua possuída não por um, mas por 4 demônios. 2ª semana. sétima arte como o primeiro longa de animação indicado ao Oscar IGUATEMI 15:15-17:15-19:15 de Melhor Filme, volta aos cinemas em versão 3D. Na trama, um CINÉPOLIS 16:40-18:30-20:20-22:10 príncipe que não tem amor no coração é amaldiçoado e transfor16 mado em fera. O feitiço só será quebrado quando ele encontrar e 1:38 conquistar o verdadeiro amor. 2ª semana.

A BELA E A FERA

IGUATEMI (3D) 13:30 CINÉPOLIS (3D) 12:10-14:10

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VIAGEM 2: A ILHA MISTERIOSA

SHERLOCK HOLMES: O JOGO DE SOMBRAS Sherlock Holmes enfrenta o su arquiinimigo Professor Moriarty. A maior parte do roteiro é baseada no livro O Problema Final, de Sir Arthur Conan Doyle, mas também há outras histórias, como O Signo dos Quatro. 4ª semana.

Com todos os clichês de aventura e lição de moral típicos da Dis12 1:55 ney juntos e misturados (apesar do filme não ser do estúdio), Via- IGUATEMI 19:00-21:45 gem 2 narra a missão do jovem Sean Anderson (Josh Hutcherson, o mesmo protagonista de Viagem ao Centro da Terra, para ninguém reclamar que não é uma continuação) em busca do avô (o oscariza- ALVIN E OS ESQUILOS 3 do Michael Caine), perdido em uma ilha mítica. 2ª semana. Depois de cantar, dançar e aprontar peripécias, as Esquiletes, Alvin e seus amigos vão parar em uma paradisíaca ilha deserta, onde IGUATEMI 13:45-15:45-17:45 cantam, dançam e aprontam mais peripécias. 8ª semana. CINÉPOLIS 12:30-14:40-16:50-19:00-21:10 1:27

IGUATEMI 15:00-17:00

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MUSICA + SHOWS SEXTA-FEIRA (10) Nino Henz

20:30. R$ 10 e 20. Boteco 13

Orquestra roqueira Iniciando as comemorações dos 45 anos da Universidade de Caxias do Sul, a Orquestra Sinfônica da UCS e a banda HardRockers voltam aos palcos para reapresentar um dos espetáculos mais aplaudidos pela plateia caxiense, o Rock in Concert. Sob a regência do maestro Manfredo Schmiedt, eruditos e roqueiros interpretam Queen, Europe, Van Halen, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii e Detonautas. Como em outubro de 2010, a apresentação será ao ar livre.

★★★★★

Ale Ravanello Blues Combo 22:00. R$ 12 e 18. Mississippi

DOM. (12). 10:30. Livre. Estacionamento da UCS TV.

Constelação

23:00. R$ 20 e 25. Havana

Oitentalha

23:30. R$ 10 e 20. Portal Bowling

Filhos de Gaya

22:00. Livre. Rondinha (Arroio do Sal)

SÁBADO (11) Festa Latina

22:00. R$ 15 e 20. Vagão Classic

João Villaverde e Filhos de Iê

Independência ou rock

É fato que a música autoral caxiense é rica – vide a quantidade de projetos inscritos em cada novo edital do Financiarte. Mas faltam, sim, oportunidades para as bandas mostrarem seu trabalho. Visando suprir pelo menos uma pequena parcela dessa lacuna, surge o 1° Caxias Rock Festival, reunindo grupos independentes da cidade e região. A entrada é gratuita e a função acontece no Largo da Estação Férrea, com shows das bandas Baby Sitters, Corrente Sanguínea, Edon, Faiver + Gulis & Neko (da Doyoulike?, de Porto Alegre), Torvo, Vendettas e The Course. DOM. (12). 14:00. Livre. Largo da Estação Férrea

20:30. R$ 10 e 20. Boteco 13

Lennon Z & Sickboys

22:00. R$ 12 e 18. Mississippi

Tributo a Tim Maia

22:00. Livre. Praça da Emancipação (Arroio do Sal)

Marcelo Nuñes

23:00. R$ 25 e 40. Havana Caldeirão do Funk. 23:00. R$ 10 e 20. Move

Tudo é jazz

O Quarteto All Jazzeira, do músico Roberto Scopel (trompete e flugelhorn) e dos irmãos João (bateria), Luiz Gustavo (contrabaixo) e André Viegas (guitarra), sobe ao palco do Mississippi para apresentar ao público todas as possibilidades criativas do jazz – puro ou com boas doses de blues e até bossa nova. SEG. (13). 22:00. R$ 10 e 15. Mississippi

Banda Splash

Divulgação/O Caxiense

23:30. R$ 10 e 20. Portal Bowling

DOMINGO (12) Puracazuah

22:00. R$ 10 e 20. Portal Bowling

QUARTA-FEIRA (15) HardRockers

22:00. R$ 10 e 15. Mississippi

QUINTA-FEIRA (16) Francine Duarte e Banda

22:00. R$ 10 e 15. Mississippi

Vera fora dos trilhos

Em quase 5 anos de Vagão Bar, boa parte das noites memoráveis da casa tiveram a ilustríssima trilha sonora da banda Vera Loca. É quase impossível não se deixar levar pelo refrão canalha-romântico e pelo coro de “oh oh ohs” de Borracho y loco. Nesta sexta (10), a festa promete ser mais especial ainda: o grupo comemora seus 10 anos no palco do Vagão Classic. SEX. (10). 22:00. R$ 20 e 25 . Vagão Classic

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Hip Hop na batida caxiense “Hip Hop não é uma roupa, uma música, um calçado, uma forma de falar ou andar, não é uma dança, não é um clipe, não é organizar um evento... É um estilo de vida”, explicam os organizadores do evento Essência Urbana, que pretende reunir dançarinos, intérpretes, coreógrafos e fãs da cultura em conexão plena para compartilhar conhecimento, diversão e, se possível, transformação. Na programação, workshops de street dance gratuitos, batalhas e mostras cênicas. Cyphers (rodas livres de dança) a qualquer momento. SEX. (10): Workshop Tati. 14:00. | Workshop Denis. 15:00 | Batalhas. 16:00 | Mostra Cênica. 20:00 | SÁB. (11): Workshop Jet. 14:00 | Workshop Pedrinho. 15:00 | Workshop Driko. 16:00. Centro de Cultura Ordovás. Divulgação/O Caxiense

Humor em dose dupla Introduzidos na cena teatral durante o 10º Festival de Teatro de Pelotas, Dedé e Pul voltam a Caxias com o show Os Fulanos. O espetáculo mistura stand-up e esquetes cômicas, personagens inéditos e imitações que interagem – e muito – com a plateia. A dupla é conhecida por quadros que fizeram sucesso no YouTube (como Sílvio Santos no Motel), por vender 200 mil cópias de um CD de piadas (se música não vende, imaginem humor) e por aquecer o público antes do seriado Toma Lá Da Cá, exibido durante 3 anos pela Rede Globo. Meia-entrada para estudantes é limitada a 100 ingressos por sessão. SEX.(10) e SÁB.(11). 21:00. R$ 30,00. Teatro São Carlos. 1:00

Luciana Mena Barreto, Divulgação/O Caxiense

PALCO

Ditadura tragicômica O texto de Roberto Athayde é um dos mais marcantes da dramaturgia nacional, bem como a interpretação de Marilia Pêra, que viveu por duas vezes a protagonista. A peça Apareceu a Margarida faz uma crítica à ditadura militar de forma tragicômica e coloquial. Uma professora, Dona Margarida, resolve, no primeiro dia de aula de uma turma de 5ª série, expor suas idéias nada ortodoxas aos alunos (no caso, a plateia). A montagem gaúcha, da Cia TeatroOfídico, é estrelada por Renato Del Campão. SEX.(10) e SÁB.(11). 21:00. R$ 30,00. Centro de Cultura de Torres. 1:00

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Guilherme Jordani, Div./O Caxiense

CA

ARTE

MA RIM

Marcelo araMis

Champanhe inspirador

O melhor logotipo da Festa da Uva

A arte não está só nas galerias ou em espaços especialmente destinados a exposições. Nesse período pré-Festa da Uva, e durante todo o evento (que vai de 16 de fevereiro a 4 de março), repare bem nos postes e canteiros públicos da cidade. Pendurados e expostos neles, você verá 30 painéis de madeira em formato de uva, grafitados pelos artistas Fábio Panone Lopes, Henrique Padilha, Johnatan Souza e Luan Castilhos. Os trabalhos são verdadeiras obras de arte – e a melhor identidade visual que a Festa teve nos últimos tempos. Os grafites, feitos sobre escultura em madeira, têm cores variadas – numa escala cromática que gira em torno das tonalidades reais do fruto mas escapa aos mais fluorescentes e saturados –, com recortes de preto e branco, como referência à evolução da televisão – o tema da Festa em 2012. “Busquei modernizar um pouco a decoração, com traçados estilizados e um toque de cubismo e surrealismo”, explica Lopes, o coordenador do projeto.

★★★★ ★

Decoração da Festa da Uva Coletiva. Ao ar livre.

Luiza Horn Iotti escreveu sobre as origens do champanhe na Serra Gaúcha. Antônio Giacomin, Beatriz Balen Susin, frei Celso Bordignon, Diana Domingues, Gilmar Marcílio, Iolanda Gollo Mazzotti, Rafa Schüler, Rogério Baierle e Thaís Gazolla Zanettini criaram telas, esculturas, crônicas e música sobre o tema. Guilherme Jordani fotografou as obras e o filósofo Jayme Paviani comentou as imagens. O trabalho dos artistas após uma imersão na história e na estética do champanhe deu origem ao livro e à exposição da Confraria do Champanhe da Serra Gaúcha Vivências Sensoriais Leituras Múltiplas – O Espumante, contemplados pelas leis municipal e federal de incentivo à cultura. O lançamento de ambos será na terça (14), às 20:00, na Galeria Municipal.

Jazz por R$ 30 Vivências Sensoriais Leituras Múltiplas - O Champanhe Coletiva. A partir de TER. (14) 20:00. QUA-QUI. 8:3018:00. Galeria Municipal.

Ponte do Guaíba

Coletiva. SÁB-QUI. 9:00-21:00. Casa de Cultura de Torres

Figurinistas das Rainhas da Festa da Uva

Véra Stedile Zattera. Estreia QUI. (16) 20:00. TER-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

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Fotografias Pinhole de Neusa Zini

SEG-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

Rascunhos e História

Roberta Rech Mandelli. SEG-SEX. 8:30-18:30. SÁB. 8:30-12:00. Farmácia do Ipam

Fotógrafo Poeta

Giancarlo Mantovani. SEG-SEX. 8:00-22:30. Galeria Universitária - UCS

Bailarino de jazz e balé clássico há 7 anos, Tiago Paim, de 24 anos, criou o Feeling Grupo Esperimental de Dança “para que todo mundo tivesse condições para dançar”. O estúdio – na Rua Isidoro Mary, 332, Pio X – oferece aulas de jazz, street jazz e estilo livre (exercício). A mensalidade para uma aula por semana é de R$ 30. Inaugurado no dia 2 de fevereiro, já conta com 20 alunos. Interessados podem entrar em contato pelo fone 9179-0993 ou pelo e-mail grupoexperimentalfeeling@yahoo.com.br.


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enderecos CINEMAS: CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 15 (NOITE), R$ 23 (3D). TER. R$ 8, R$ 12 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 17 (MATINE E NOITE), R$ 23 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. GNC. RSC 453 - KM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER.R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) | MÚSICA: BOTECO 13. AUGUSTO PESTANA. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3221-4513 | CASA DE CULTURA DE TORRES. AV. JOSÉ A. PICORAL, 171, CENTRO, TORRES, (51) 3664.1411 – RAMAL 706. | ESTACIONAMENTO DA UCS TV. FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1130, CIDADE UNIVERSITÁRIA. PETRÓPOLIS. | ESTAÇÃO FÉRREA. AUGUSTO PESTANA. SÃO PELEGRINO | HAVANA. RUA DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619. | MISSISSIPPI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | MOVE. RUA GASTON LUÍS BENETTI, 849. PARQUE SANVITTO. CIDADE NOVA. 8407-4942. | PORTAL BOWLING. RST 453, KM 02, 4.140. DESVIO RIZZO. 3220-5758 | PRAÇA EMANCIPAÇÃO. AVENIDA ALEGRETE, S/Nº, ARROIO DO SAL | RONDINHA. ARROIO DO SAL | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1.343. CENTRO. 3223-0616 | TEATRO: TEATRO SÃO CARLOS. FEIJÓ JÚNIOR, 778, 2º ANDAR, SÃO PELEGRINO, (54) 3221.6387 | CASA DE CULTURA DE TORRES. AV. JOSÉ A. PICORAL, 171, CENTRO, TORRES, (51) 3664.1411 – RAMAL 706 | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316 | GALERIAS: CASA DE CULTURA DE TORRES. AV. JOSÉ A. PICORAL, 171, CENTRO, TORRES, (51) 3664.1411 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221.2423 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, (54) 3221.3697 | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

Carol De BarBa

Moda integrada e madura Um dos mais respeitados eventos de moda do Estado chega à sua 10ª edição mais maduro e focado. O Integramoda – que decodifica tendências para o setor têxtil gaúcho – preparou uma programação mais especializada e dinâmica para anunciar as novidades de Primavera-Verão 2012/2013. O grande momento da noite, a apresentação das tendências – com desfiles, é claro –, foi dividido em dois fóruns, um voltado para confecção e outro para malharia. Além da agilidade, a mudança dá mais autonomia e visibilidade aos dois grupos que fazem o encontro acontecer, o Comitê de Estilo da Fitemasul e o Núcleo de Moda do Sindivest. É bom lembrar que as disputadas inscrições para o 10° Integramoda, que ocorre em 7 de março, no Samuara, com o tema Frescuras de Verão, já estão abertas.

O que comprar nas liquidações

Legenda Duração

Classificação

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Aventura Comédia Drama Documentário Infantil Policial Romance Suspense Terror Ficção Científica

Música Blues Coral Eletrônica Funk MPB Pagode Pop Sertanejo Tradicionalista

Erudita Rock Samba

Dança Contemporânea Dança do Ventre Hip hop

Flamenco Clássico

Artes Diversas Escultura Artesanato Fotografia Pintura Grafite

Jazz

Aproveitando que as pesquisadoras do Polo de Moda da Serra Gaúcha acabam de retornar de uma viagem de observação por Paris, Firenze e Copenhague, e que fevereiro é mês de promoção nas lojas caxienses (a Ponto Mix, no Iguatemi, vai até domingo (12) e o Liquida Tchê até o próximo sábado (18)), uma das coordenadoras do Integramoda, Thaís Neves, elencou para a coluna as peças que devem permanecer essênciais, no mínimo, até o próximo verão. Em matéria de calças, invista nas skinnys – que já viraram um novo clássico – e nas pantalonas – com ar de glamour anos 70. As blusas serão amplas, do tipo túnicas, e também continuam em alta as sobreposições. As saias longas, que apareceram tímidas nessa temporada, devem virar hit, mas a novidade são as assimétricas – de preferência curtas na frente e mais longas atrás. Por fim, modelos que marquem e valorizem a cintura – vale blusa, saia, vestido e calça. 10.FEV.2012

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ARQUIBANCADA Coreografias nos Pavilhões | a DuPla Ca-Ju busCa a Taça PiraTini | TaCaDas na Praia | Passeio CiClísTiCo sob a luz Da lua Luiz Chaves, Div./O Caxiense

+ ESPORTE CICLISMO: Passeio Noturno Sobre Rodas

SEX. (10). 20:00. Casa Estação Verão (Arroio do Sal)

GOLFE: Torneio Roberto Maisonnave SÁB. (11). 8:30. São Domingos Golf Club (Torres)

FUTEBOL: Campeonato Municipal de Futebol SÁB. (11). 13:30. Estádio Municipal

VÔLEI: Etapa Classificatória de Vôlei de Duplas

DOM. (12). 9:00. Casa Estação Verão (Arroio do Sal)

ESTÁDIO CENTENÁRIO: THOMAZ BELTRÃO DE QUEIROZ, 898 | ESTÁDIO DO VALE: SANTA TERESA, 420 (NOVO HAMBURGO) | CASA ESTAÇÃO VERÃO: PRAIA GRANDE (ARROIO DO SAL) | SÃO DOMINGOS GOLF CLUB: ESTRADA DA SALINA, 1000 (TORRES) | ESTÁDIO MUNICIPAL: CINQUENTENÁRIO | ESPAÇO MULTICULTURAL DOS PAVILHÕES: LUDOVICO CAVINATTO, 1431.

O maior vencedor da patinação artística brasileira, 3 vezes campeão do Pan-americano e 15 do Brasileiro, Marcel Stürmer, apresenta as coreografias que consagraram a sua carreira no esporte. O espetáculo é gratuito e integra a programação de abertura da Festa da Uva. DOM. (5). 17:00 QUI. (16). 21:00. Espaço Multicultural dos Pavilhões

Grená pega o Inter

Papo tenta vitória

DOM. (12). 17:00. R$ 40 a R$ 80. Estádio Centenário.

DOM. (12). 19:30. R$ 20 e R$ 40. Estádio do Vale

Invicto, o Caxias joga com o desafio de manter a liderança do Gauchão – e isso é motivo suficiente para o torcedor grená lotar o Centenário no jogo contra o Inter na penúltima rodada da Taça Piratini. Como o adversário só pensa na Libertadores, não deve ter todos os titulares. Idosos e estudantes pagam R$ 20.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA UNIENFER COOPERATIVA DE ENFERMAGEM LTDA NIRE 43.4.00093664 CNPJ 08.216.477/0001-10 A Diretoria da Unienfer Cooperativa de Enfermagem Ltda, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, CONVOCA todos os associados para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária que se realizará no dia 23 de Fevereiro de 2012, tendo como local sua sede sita à Rua Os Dezoito do Forte - 422, Sala 606 – Caxias do Sul RS, em primeira convocação às 13:00 horas com a presença mínima 2/3 dos associados em condições de votar; em segunda convocação às 14:00 horas com a presença mínima da metade mais um dos associados em condições de votar e em terceira e última convocação às 15:00 horas com a presença mínima de 10 (dez) associados em condições de votar, para tratarem do seguinte: ORDEM DO DIA: 1- Prestação de contas dos Órgãos de Administração, referente ao exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2011, acompanhada de Parecer do Conselho Fiscal, compreendendo: a) Relatório de Gestão; b) Balanço Patrimonial; c) Demonstração das Sobras Apuradas ou das Perdas Decorrentes da Insuficiência das Contribuições para Cobertura das Despesas da Sociedade, 2- Destinação das Sobras Apuradas ou Rateio das Perdas Decorrentes da Insuficiência das Contribuições para Cobertura das Despesas da Sociedade, Deduzindo-se, no Primeiro Caso as Parcelas para os Fundos Obrigatórios. 3- Eleição e Posse do Conselho Fiscal; 4- Fixação do Valor dos Honorários da Secretária, Conselho de Administração e Fiscal; 5- Plano de Atividades para a Cooperativa Exercício 2012; 6- Outros Assuntos de Interesse Social. Para efeitos de Quorum o Número de associados é 40 Caxias do Sul RS, 31 de Janeiro de 2012. Enfª. Rosalina Cappellaro Andreazza Presidente Enfª. Santina Trajano dos Santos Vice Presidente

OURO DO PAN NA FESTA DA UVA

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 6ª Vara Cível Comarca de Caxias do Sul Prazo de: trinta (30) dias. Natureza: usucapião. Processo: 0150/1.11.0028126-6 (CNJ: 0049118-70.2011.8.21.0010). Autor: Cristiano Boff. Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre veículo a seguir descrito. “Veículo Ford Galaxie 500 XL, modelo fastback, cor bordô, motor nº C262853”. Prazo de quinze (15) dias para contestar, querendo a contar do término do presente edital (Art. 232, IV, CPC), sob pena de serem presumidos como verdadeiros alegados pelo (s) autor(es). Caxias do Sul, 20 de janeiro de 2012. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. JUIZ: Sílvia Muradás Fiori.

Para confirmar presença na fase final da Taça Piratini, o Juventude precisa ganhar do Novo Hamburgo fora de casa. O time do Vale dos Sinos faz boa campanha e está na zona de classificação do grupo 2. Já o alviverde perdeu as duas últimas partidas que disputou. Os portões serão abertos às 18:00.


RE

NA Gabriel izidoro Gabriel Citton. O técnico caxiense está assumindo a seleção brasileira juvenil de handebol. Mais respaldo para quem já preside o Conselho Municipal do Esporte, até o final do ano.

Lei Maria da Penha, na Capital. Ou será que não, desta vez?

Segunda-feira (13), Alexandre Barroso assume o cargo de diretor técnico indicado pelo BMG, no Alfredo Jaconi. Aos 57 anos, já foi técnico de Corinthians-AL e CRB, além de coordenador da base do Cruzeiro e integrante do departamento de futebol do AtléticoMG. Segundo dirigentes papos, será um trabalho “em conjunto”.

Porque em outubro, a reformulação da Série C, passando daquilo que o presidente grená Osvaldo Voges adequadamente definiu como “torneio da vaca” para um campeonato quase de verdade, precisa se tornar a segunda notícia do ano para o Caxias. Logo atrás do acesso à Série B de 2013, que se definirá naquele mês. A Terceirona nacional não se tornou mais fácil – é importante que o torcedor tenha clareza disso. Mas se tornou infinitamente mais viável do que era. Se alguém

ainda tem dúvidas quanto a se associar, ou está tentando convencer um amigo, lide com o seguinte argumento: 9 jogos no Centenário garantidos. Só na primeira fase. Podem ser mais. E se o número passar de 10, é porque estes serão apenas para fazer festa. Não tem mais desculpa. Do torcedor – da comunidade toda, na verdade –, para não se associar ou não apoiar de alguma forma. E do próprio Caxias, que tantas vezes se arrebentou (ou se desmanchou) pelo tiro curto da competição.

“Aventura do presidente” A expressão acima foi usada pelo diretor do futebol do Caxias, Marcus Vinícius Caberlon, para descrever a ideia de pavimentar o Passo d’Areia com gramado sintético. Na quarta-feira (8) à tarde, com sensação térmica acima dos 40ºC, o zagueiro

grená Jean deu o seguinte testemunho à Rádio Caxias: “A sola da chuteira queimava. Mas queimava, mesmo, a gente tinha que ficar jogando água para suportar”. O presidente referido, no caso, é o da Federação Gaúcha, Francisco Novelletto Neto. Divulgação/O Caxiense

A

A notícia do ano (até outubro)

Noção Está certo que a chuva de terça-feira (7) foi anormal, está certo que a rede subterrânea da cidade precisa melhorar muito para ser considerada sofrível. Mas, enquanto colchões velhos – como aque-

Estrelas

Além de tetracampeão mundial em 1994 e pai do zagueiro papo Ricardo Filho, o ex-zagueiro Ricardo Rocha é também um dos organizadores brasileiros dos torneios

le que impediu o escoamento da água que inundou o Alfredo Jaconi – continuarem sendo retirados dos canos, vai ficar difícil convencermos os ratos de nossa superioridade intelectual.

de Showbol. Entre suas pretensões num futuro próximo estaria a promoção de um CA-JU da modalidade, em Caxias. Já houve sondagem entre ex-atletas da dupla.

Ué? Seu time não recebeu?

Reportagem de Adriano Wilkson publicada na edição de 8 de janeiro da Folha de S. Paulo revela que em 2011 o Rio Grande do Sul destinou R$ 33,22 milhões de verbas públicas a clubes de futebol, entre recursos estaduais e municipais. Sem considerar estádios e projetos de base ou sociais. Foi o recordista nacional neste tipo de concessão. O Rio de Janeiro, segundo colocado, vem lá atrás, com singelos R$ 17,3 milhões, entre aportes federais e municipais. Santa Catarina, com representantes nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro, entrou com R$ 5,28 milhões.

Conta O Rio Grande do Sul tem dois clubes na Série A do Campeonato Brasileiro – ambos com patrimônio e conquistas de gigantismo proporcionais às dívidas com o governo (escolha a esfera que quiser), um com direito a administrar um condomínio de credores, o outro, em competição continental, beneficiário de um terreno público em área alagada. Depois, resta um representante na Série C, em processo de saneamento do passivo, e dois na Série D – dos quais um tem títulos nacionais e busca recuperar suas contas. Cada qual representa sua comunidade, pessoas, trabalhadores. Por iniciativa própria e esforço solitário, Caxias e Juventude seguem sobrevivendo – e este é bem o termo – longe demais da Capital. Duas perguntas: 1 – Por que tem que ser assim? 2 – Até quando? 10.FEV.2012

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