MARIN x HERZOG O crime que liga o chefão do futebol aos porões da ditadura
PEIXE VIVO Uma marretada por piedade
BRUXA BOA, BRUXA MÁ
Moradores antigos do interior de Caxias relembram as strias, feiticeiras que teriam existido no início do século XX e que hoje sobrevivem somente na memória – mas ainda causam medo 22.fev.2012
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Feira do Peixe Vivo: quem mata é você, não a marretada
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Mais falácia do que magia: a herança quase apagada das bruxas em Caxias
O fim dos vilões da Praça Dante
Sobe o som da vergonha
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8 A Festa da Uva de Pozenato
A CBF refém de um algoz de Vladimir Herzog
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21 CARROS E MOTOS Escolha seu combustível
Fotos: 8: Paulo Pasa/O Caxiense | 15: Ricardo Stuckert, CBF/O Caxiense | 21: Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
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Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538
Jackson vai respirar | Mobilização virtual | Repercussão da edição 167 A agonia de depender da constância do fornecimento de energia elétrica e, quando falta luz, contar com uma bateria que dura 5 horas – com o risco de apresentar falhas – para ver seu filho poder respirar por um aparelho vai terminar para Simone Ferreira, mãe de Jackson Bottim. O menino, que ficou tetraplégico após ser atropleado, não pode sair de casa e estuda com auxílio de um computador cujo mouse é movido com a pontinha de seu nariz. Com o marca-passo diafragmático, Jackson poderá sair ao ar livre e frequentar a escola, já que suas funções cognitivas são perfeitas, apesar da imobilidade física. O governo estadual cumpriu a liminar do Tribunal de Justiça, que também incluía a prefeitura de Caxias, e depositou R$ 1 milhão para que o aparelho e a cirurgia de Jackson seja realizada. “A decisão do governo foi que o Estado não iria recorrer, em função da necessidade deste menino”, explicou o secretário Ciro Simoni (PDT), contrariando a probabilidade do recurso, inclusive cogitada pelo advogado da família de Jackson. A notícia foi comemorada e compartilhada por centenas de leitores de O CAXIENSE no Facebook. Abaixo, alguns dos comentários:
Vitória para Jackson, graças a muitas pessoas que ajudaram na causa. Gi Baradelli “Essa sim é uma boa notícia. Parabéns.” Ana Perozzo Obrigada, de coração, aos que ajudaram, seja compartilhando, seja assinando a petição, seja se unindo em oração! Definitivamente, hoje é o dia das boas notícias! Taiana Rossi A notícia da vitória foi dada em sessão da Câmara de Vereadores no último dia 19, pelos vereadores Gustavo Toigo e Jaison Barbosa, pedetistas, assim como o secre-
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tário estadual da Saúde. Na mesma sessão, foi aprovada a moção pela causa proposta pelo vereador Rafael Bueno (PCdoB). Além do envolvimento com a luta da família de Jackson, Rafael também apoia o movimento de proteção aos animais abandonados, tema da reportagem de capa da última edição, que também repercutiu nas redes sociais. A seguir, alguns dos comentários sobre a matéria:
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Felipe Boff Paula Sperb Diretor Administrativo
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Temos que ter mais lares temporários, mais adoções e mais castrações! Existem veterinários que fazem ótimos preços e possibilidade de castrações gratuitas! Faltam mais projetos quanto a isso! Cristiane Arnholdt
Editor-chefe | revista
Enquanto o poder público não cobrar a responsabilidade que cada um tem para com o seu animal, nossas cidades vão vivenciar sofrimento e abandono. Neste modelo não há verba que solucione, pois a desvalorização da vida animal continua Marlene Nascimento
Leonardo Portella
Animais só querem amor, carinho e comida... Se todos fossem responsáveis pelos seus animais, ninguém viraria um acumulador. Sarah Martinelli Benedetti
Eloisa Hoffmann
Acúmulo da proteção... pode ser. Mas antes, falta de controle de natalidade, falta de punição a quem abandona, falta de donos responsáveis. Apabg Protetora Dos Animais Boa leitura! Paula Sperb, diretora de Redação
Marcelo Aramis Editora-chefe | site
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foto de capa Paulo Pasa/O Caxiense
TIRAGEM 5.000 exemplares
BASTIDORES
Uma rainha de bateria de jeans e apito | Música para curtir e se envergonhar | A estratégia dos ratos da Praça Dante
A marretada humanitária por Andrei Andrade Nos 3 dias que antecedem a Sexta-Feira Santa, a praça Dante Alighieri irá se transformar em uma grande peixaria. Ocorre a 17ª Feira do Peixe Vivo, ocasião em que 15 mil caxienses devem levar para suas casas cerca de 50 toneladas de bagres, carOUTROS MÉTODOS
Secção da medula: Consiste em um corte atrás da medula do peixe. É considerado o menos doloroso para o animal, por ser instantâneo, se aplicado corretamente, e indolor. Não é adotado por ser pouco higiênico para ser feito a céu aberto, uma vez que há sangramento do peixe e sua carne fica exposta a contaminações.
Asfixia: Simplesmente tirar o peixe da água. A morte que parece mais natural, é a mais dolorosa para o animal, que fora d’água pode agonizar por horas. Imagina se eles gritassem. Choque térmico: O resfriamento em um tanque de gelo é uma das formas mais dolorosas para o peixe ser insensibilizado. O método é o mais utilizado na indústria da pesca. Além disso, o efeito é mais curto e rapidamente o animal recupera a consciência. Além disso, os peixes mais comuns consumidos na região, como o bagre e a carpa, são mais resistentes ao frio, o que dificulta ainda mais a adoção desse método.
pas e jundiás, se forem repetidos os números do ano passado. E como anuncia o nome da feira, ninguém leva peixe morto para casa. Mesmo parecendo mortos ao serem colocados nas sacolas, eles estão vivos. As crianças e os mais sensíveis se assustam com a marretada nas cabeças dos peixinhos. Além disso, é comum – e Choque elétrico: Apesar de também ser uma forma de insensibilização rápida e causadora de pouco sofrimento para o peixe, o choque também provoca uma perda de consciência de poucos minutos. Além disso, é uma aplicação arriscada, que pode oferecer riscos para quem manipula e para quem assiste. Por isso não é adotado.
compreensível – confundir a marretada com o abate propriamente dito. A médica veterinária Daniela Jacobus, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, explica por que essa é a melhor forma de “abate humanitário” (como é definida a preocupação com a insensibilização antes da morte do peixe) e alternativas de abate. Marretada O golpe no crânio do animal, em um ponto específico acima dos olhos, provoca a insensibilização imediata. Ao contrário do que pode parecer, a marretada não mata o peixe, que apenas perde a consciência. É como uma morte cerebral. O animal só irá morrer quando o consumidor abrir sua barriga ou cortar a cabeça na hora de limpá-lo. A prática é considerada ideal porque, além de indolor, mantém o efeito anestésico por mais tempo. Ainda assim, a orientação é que a limpeza seja feita tão logo o consumidor chegue em casa, antes que o peixe retome a consciência. Sim, ele voltará a se debater até morrer por asfixia. O tempo de uma hora é seguro para o processo.
Carne O fato de não fazer o animal sofrer durante o abate interfere diretamente na qualidade da carne. O estresse libera substâncias que aceleram a decomposição da carne e provocam o desenvolvimento de bactérias. A morte mais comum, simplesmente deixar que o peixe morra por estar fora d’água, é a mais estressante. Peixes não são plantas, afinal. Opinião do consumidor Em 2011, uma pesquisa realizada pela Secretaria da Agricultura mediu a satisfação do consumidor com a Feira do Peixe Vivo. Abordou, entre outras questões, a forma como o público preferia levar o peixe para casa. A maioria dos 183 entrevistados (79%) achou melhor que o animal não se debatesse durante a viagem. Apenas 20% ainda preferiam levar o animal consciente, na sacola, para a morte mais demorada e menos traumática para quem compra. A forma de imobilização adotada pela Secretaria, o golpe na cabeça, foi aprovada por 60%, enquanto que 6% responderam ser uma forma cruel e triste de preparar o animal para a morte. Outros 4% concordam com a marretada, mas em local escondido, bem longe da consciência. 22.fev.2012
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Bom Pastor x Força Verde |
Alexandre Dal Zotto/O Caxiense
Paulo Guimarães, a vítima da partida | Andrei Andrade/O Caxiense
Futebol extremo: a 3ª divisão caxiense por Andrei Andrade No segundo balão em direção ao campo adversário, o zagueiro grita pedindo para que a bola seja trocada, pois está murcha. Do banco de reservas, seus companheiros avisam que a única outra pelota disponível havia sido furada pouco antes do jogo, no aquecimento. Ao lado do banco, a anotadora, profissional que fica em uma mesa registrando tudo na súmula da partida, pergunta para os reservas do outro time se alguém trouxe outra bola, mas ninguém se manifesta positivamente. Dentro de campo, a cada chute, mais jogadores começam a reclamar. Do pequeno público presente, não mais do que 20 pessoas, entre amigos e namoradas dos jogadores, uma estridente voz feminina faz questão de não ajudar: “como é que querem fazer campeonato sem bola, bando de bocabertas?!”, reclama a jovem, resgatando um velho termo de xingamento. Impaciente, a anotadora deixa o posto e vai até uma sala próxima aos vestiários do Estádio Municipal de Caxias do Sul para, minutos depois, voltar com uma bomba de encher. Nesse meio tempo, o time de branco já abriu o placar com um gol do jogador chamado Robert, que deu uma espécie de voadora na bola após um bate e rebate na grande área. Após uma breve parada para encher a
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bola, o jogo recomeça. De camisas brancas, o time Bom Pastor enfrenta o Força Verde, pela segunda rodada do Campeonato Municipal – Fase Ascenso, que nada mais é do que a 3ª divisão do futebol caxiense, onde 12 equipes buscam 5 vagas para a Série Prata. Nesta tarde de sábado (16), ocorre um verdadeiro clássico, pois os dois times são de bairros vizinhos, o Esplanada e o Arcobaleno. A rivalidade deixa o espetáculo mais tenso e os ânimos acirrados. Com isso, quem sofre é o árbitro e os bandeirinhas, que viram o alvo de todas as reclamações advindas dos bancos de reservas dos dois times. Quando o atacante Paulinho empata o jogo para o Força Verde em um belo chute de fora da área, todo o banco do adversário – 4 jogadores, o treinador e um massagista – levanta para reclamar com o bandeirinha que deveria ter marcado impedimento do atacante. O mais exaltado, um já folclórico reserva conformado que atende por Zaca, homem gordo, de cabelos encaracolados e pouco senso de humor, chega a dizer que se fosse para ser roubado preferia ter ficado em casa para assistir à Xuxa na TV. As coisas pioram quando, no lance seguinte, o árbitro não marca um suposto pênalti para o time que acabara de levar o gol. “Filho duma p***!”, “guampudo”, “bandido”, são alguns dos xingamentos que ouve Paulo Guimarães, árbitro da
Liga Serrana de Arbitragem desde 1996, que também é taxista. No 2º tempo, com os jogadores mais cansados, alguns pedindo substituição, o jogo perde em intensidade e os ânimos também se acalmam. As reclamações se tornam até mais educadas, o árbitro deixa de ouvir a referência a sua mãe e vira “meu professor”. No banco, os reservas já começam a comentar sobre o que fizeram na noite passada e o que esperam do sábado à noite. Apenas nos 5 ou 10 minutos finais todos voltam a se interessar pela partida e em alguns lances o Bom Pastor quase recupera a vantagem no placar. Esbarra no bom goleiro adversário, destaque absoluto da peleia. Zaca, o reserva convicto, entra em campo quando faltam dois minutos para o final do jogo e nem chega a tocar na bola. O 1x1 deixa as duas equipes ainda com chances de classificação e todos saem conformados. Informando à anotadora sobre os dados do jogo registrados no cartão amarelo que levava no bolso, o juiz fez pouco caso das palavras pouco elogiosas que ouviu durante o jogo. “Isso é que é o gostoso de apitar. Eles vêm para campo extravasar a raiva de tudo quanto é coisa, xingam, te ameaçam, mas quando o jogo acaba, é como se nada tivesse acontecido”, comenta o árbitro taxista. “Seria ruim se ninguém tivesse nem aí.”
Sem idade para aprender
Em parceria com a Secretaria Municipal da Educação e o Ministério da Educação, a Universidade de Caxias do Sul abrirá uma nova turma do curso de extensão em Educação de Jovens e Adultos (EJA). São oferecidas 45 vagas a professores que atuam na EJA voltada à população urbana e juventude e a professores que atuam na EJA carcerária. Os interessados devem inscrever-se no dia 2 de março, às 9:00, na sala 309 do Bloco E, com documento da condição de professor da EJA, histórico escolar do Ensino Superior, cópias do CPF e RG, certidão de nascimento, comprovante de residência e currículo. Os selecionados serão divulgados no dia 9 de março. O curso terá 60 horas, distribuídas ao longo do primeiro semestre de 2013, aos sábados, das 8:30 às 16:00.
FIEE ELÉTRICA / INSCRIÇÕES Estão abertas as inscrições para as empresas do SIMECS interessadas em participar da FIEE 2013. A viagem acontecerá no período de 03 a 05 de abril. As empresas interessadas deverão providenciar a inscrição o mais breve possível e garantir sua vaga. A 27ª Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia e Automação será realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi - São Paulo. A FIEE é a plataforma ideal para promover produtos e serviços para um importante polo gerador de negócios do setor elétrico e eletrônico. Uma ótima oportunidade para apresentar ao mercado as mais recentes novidades e tendências do consumo, excelente estratégia para impulsionar vendas, fortalecer a imagem da marca, analisar a concorrência, fidelizar e conquistar novos clientes, além de estreitar relacionamento com o público comprador altamente qualificado, no âmbito nacional e internacional. Deverão participar desta edição 1.200 expositores nacionais e internacionais e 63 mil visitantes / compradores. A iniciativa do SIMECS conta com o apoio do Sebrae/RS. Informações e inscrições junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855. AUTOMEC 2013 O SIMECS está fechando o grupo que irá participar da Feira Automec 2013. O programa de visitação acontecerá no período de 17 a 20 de abril. A 11ª edição da Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços deverá reunir mais de 1.200 empresas expositoras, de aproximadamente 31 países, e receber mais de 70 mil visitantes de 31 países. A feira é um dos mais importantes eventos do país nos segmentos automotivo e de autopeças, equipamentos e serviços da América Latina. A visita promovida pelo SIMECS à Automec conta com o apoio do Sebra-RS. Através de mais esta importante iniciativa, o SIMECS deseja proporcionar às suas empresas conhecimento técnico e tecnológico, bem como a oportunidade de conhecer os lançamentos de importantes produtos em exposição na feira. As empresas interessadas devem providenciar suas inscrições junto ao SIMECS pelo fone: (54) 3228.1855. MISSÕES AO EXTERIOR Em nível internacional, o SIMECS também está intensificando os preparativos para a realização de Missões Técnico-comerciais em 2013 a importantes
+ MBA
Faculdade da Serra Gaúcha
Gestão Estratégica de Pessoas, Competências e Coaching. Inscrições até 22 de fevereiro. Início em 25 de fevereiro. Controladoria, Finanças e Auditoria. Inscrições até 8 de março. Início em 13 de março. Gestão da Inovação nas Empresas (com Ênfase em Fomento e Processo de Inovação). Inscrições até 11 de março. Início em 15 de março. Gestão Empresarial. Inscrições até 4 de março. Início em 22 de março. Mestrado Profissional em Administração e MBA Executivo Internacional. Inscrições até 15 de março (proces-
so seletivo) Gestão da Qualidade, Competitividade e Certificações. Inscrições até 30 de março. Início em 3 de abril.
+ VESTIBULAR
CAM
PUS
Anglo-Americano/IDEAU
Vestibular agendado. Última prova 22 de fevereiro, às 19:00. R$ 30
WWW.UCS.BR 3218-2800 | WWW.FSG.BR 2101-6000 | WWW.EUSOUMAISANGLO.COM.BR 3536-4404
feiras. Na Alemanha no mês de setembro, o SIMECS formará um grupo de empresas para visitar três importantes feiras técnicas. De 16 a 21 de setembro será visitada a Schweissen & Schneiden – Feira de Soldagem e Corte. Já no período de 12 a 22 de setembro será a vez da Feira IAA, voltada para o segmento de automóveis. Enquanto isso, de 16 a 21 de setembro o foco será a Feira EMO, especializada em máquinas e operatrizes. Por fim, em novembro, acontecerá a Feira Internacional de Havana em Cuba – FIHAV e no México, a Feira Expotransporte. As empresas metalúrgicas interessadas em participar das Missões do SIMECS devem entrar em contato com a entidade, através do fone (54) 3228.1855. LIVRO SIMECS A obra Por Que Somos Como Somos, editada recentemente pelo SIMECS, está sendo oferecida a um preço promocional para as empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalomecânico de Caxias do Sul e região. “Por que Somos Como Somos” é um estudo sobre as ideologias centrais da cultura empresarial do setor metalmecânico da Serra Gaúcha. O livro contou com o depoimento de 49 industriais da região. O SIMECS, ao lançar esta obra, resgatou a história do empreendedorismo do setor metalmecânico de Caxias do Sul e região. O livro pode ser adquirido nas livrarias de Caxias do Sul. Mais informações junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855. DESEMPENHO 2013 Em recente entrevista coletiva à imprensa sobre o desempenho econômico do segmento metalmecânico em 2012, o presidente do SIMECS Getulio Fonseca salientou que após o fraco desempenho da indústria nos últimos dois anos, existe a perspectiva de um cenário mais otimista para 2013. As projeções indicam um crescimento (PIB Produto Interno Bruto) de 2,8% para a indústria nacional e de 3,5% para o Rio Grande do Sul. No cenário político e econômico, Getulio Fonseca enfatiza que o ano será importante. Os governantes precisam estar focados no crescimento do país, promovendo entre outras ações, taxas de juros menores, estabilidade cambial, melhor desempenho da atividade agrícola e evitar que as crises econômicas afetem o país, reduzindo as vendas para o exterior. Neste mesmo cenário, o presidente do SIMECS espera que as crises em alguns países da Europa e Estados Unidos sejam superadas diminuindo o impacto negativo para as empresas que dependem destes mercados. EVENTO SOBRE DESIGN THINKING “Projetos em Inovação pelo Design Thinking.” Este foi o tema do evento que o SIMECS realizou em seu auditório, no dia 18 de fevereiro. Participaram empresários e profissionais das empresas do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e região. A apresentação foi feita por Reinhold Steinbeck, especialista em inovação pelo Design com mais de 15 anos
de experiência em P&D na Universidade de Stanford e Edgard Charles Stuber, graduado em Engenharia Mecânica pela FEI, com MBA Executivo pela FEA/USP e mestre em design pela Unisinos. Design Thinking é uma metodologia de resolução de problemas complexos e mal definidos. Estes problemas normalmente envolvem diversos públicos de interesse, entre eles, os usuários dos produtos ou serviços de uma empresa. A abordagem utiliza o design como um processo criativo que ajuda as organizações a inovarem, obtendo desta forma vantagens competitivas em um ambiente econômico turbulento e em rápida e acelerada mudança. A proposta desta metodologia é entender o contexto onde o problema ocorre, centrando sua atenção no ser humano, peça fundamental que não é considerada normalmente pelos métodos tradicionais de solução de problemas da qualidade. TAXA DO IBAMA A renovação do Cadastro Técnico Federal do Ibama e o envio do Relatório Anual de Atividades vencem no dia 31 de março. O alerta é da Comissão de Meio Ambiente do SIMECS. A finalidade do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Naturais, é o controle e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. As empresas devem ficar atentas a esta necessidade para que se mantenham legalizadas, prevenindose de multas e autuações. MÉRITO INDUSTRIAL O Sistema FIERGS deverá divulgar em breve as informações para mais uma edição do Mérito Industrial. A premiação é concedida pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, distinguindo industriais com marcante atuação na comunidade e no meio empresarial. A cerimônia de premiação deverá acontecer em maio. Os agraciados são escolhidos por comissão especial do Sistema FIERGS. Os candidatos devem ser encaminhados à FIERGS através dos sindicatos filiados, por entidades de classe da indústria e por integrantes da diretoria da FIERGS/CIERGS. Oportunamente o SIMECS estará recebendo as indicações dos interessados para encaminhar à FIERGS.
SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/ Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br E - Mail: simecs@simecs.com.br
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Oportunistas |
Lisandra Lutz, Div./O Caxiense
Antipáticos |
Bem alimentados |
Paulo Pasa/O Caxiense
A caçada aos vilões da Praça Dante por Leonardo Portella
Enquanto a população desfrutava de uma farta programação cultural na Feira do Livro, em outubro de 2012, Caxias conheceria por meio de um blog anônimo que as pombas não eram os únicos animais a habitar em bandos a Praça Dante Alighieri. Espertos, os ratos passaram a desfrutar dos alimentos jogados às aves e do lixo à disposição. O que no começo eram apenas algumas dezenas, passou a preocupar quando a estimativa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) apontou que cerca de mil ratos vivem no ponto principal da cidade. Na última semana, técnicos da Semma espalharam pequenas iscas com componentes químicos para matar os roedores. Enquanto isso, as pombas transmitem praticamente as mesmas doenças do rato (raiva é a principal delas), continuam livres para voar no Centro caxiense. Geralmente elas são perdoadas até por fazer cocô na cabeça de Dante Alighieri e até na casa do bispo. Carisma é tudo no mundo animal urbano. Em dezembro do ano passado, a morte de centenas de pombas na praça, por envenenamento, causou uma comoção que ratos jamais alcançariam. O culpado ainda não foi encontrado. Mas os ratos não estão nem aí com a popularidade e nem é por inveja que eles não se dão bem com as pombas da vizinhança. “Ratos não desperdiçam alimentos, comem de tudo e são oportunistas”, explicou o biólogo Otávio Valente Ruivo, do instituto Orbis, sobre a polêmica foto de um traiçoeiro rato
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atacando uma pomba indefesa na praça. A foto foi publicada em www.ocaxiense. com.br. Ratos vivem de 4 a 5 anos, têm filhotes a partir dos 3 meses de vida com ninhadas de 6 a 10 ratinhos até 4 vezes por ano. Calcule. Andando sempre em bandos, cada um deles constrói a sua toca, que possui diversas saídas. As tocas acumulam água, fundamental para a sobrevivência dos ratos. “É fácil a vida deles”, brinca Ruivo. O aposentado Francisco de Oliveira, de 71 anos, não sabia da caçada aos roedores. Frequentador da praça há anos, o morador do bairro Cinquentenário já está acostumado a observar os cinzentos transitando nos canteiros. “Andam sempre em bandos. É difícil ver um sozinho perambulando”, conta. Francisco não vê problemas na convivência entre ratos, pombas e pessoas. “Se os seres humanos têm higiene na hora de comer, não têm como pegar doenças. O problema é que muitos pais largam as crianças aqui, elas correm atrás dos pombos, colocam a mão onde não devem e acabam levando à boca”, diz ele, que é um bom entendedor quando o assunto é doença, já que aprendeu “muitas coisas legais” com sua filha, que é enfermeira. Para Francisco, os roedores da praça são diferentes. “Na colônia, os ratos eram bem ariscos. Aqui não. Aqui eles gostam das pessoas”, conta. O mesmo comportamento dos ratos centrais foi notado por Marilene Soares Freitas, de 43 anos. A vendedora de sorvetes e picolés relata que vê ratos na praça desde o início do ano passado e conta também como os roedores são sapecas.
“Há uns dois meses, um pai e a sua filha chegaram até mim. Ele perguntou sobre os ratos porque um deles estava roendo a sandália da guriazinha dele. Ele ficou com medo”, conta. Ela garante que quem está diariamente na praça já sabe conviver com os bichos. “Quem sente nojo é o pessoal que vem pouco aqui e acaba reclamando”, destaca. Ruivo derruba a tese de Francisco e Marilene. Segundo ele, não é possível afirmar que os ratos gostam de seres humanos. “Isso é um pensamento deles, que eles acabam afirmando que é um pensamento do animal”, explica o especialista. Os ratos só se aproximam dos humanos na maior cara de pau porque não os consideram ameaçadores. Nesses encontros, quem geralmente se esquiva é o animal racional. Já as pombas, que não despertam nojo na maioria das pessoas, ganham defensores. A sugestão de Ruivo para o fim dos ratos e das pombas na praça é simples, porém, demandaria mais tempo. “É a educação ambiental. Se as pessoas não jogassem alimentos para as pombas, elas não sobreviveriam ali e não manteriam os ratos no local. Pombos são animais carismáticos e exterminá-los seria um tiro no próprio pé. Já os ratos são considerados pragas urbanas. Eliminando a alimentação das pombas, elimina-se os ratos da praça”, explica. Além da alimentação de grãos e vegetais em abundância na praça Dante, embaixo do solo, as canalizações de água e o chafariz fazem da praça um bom lugar para um rato viver feliz. “Ratos são como nós. Podemos até ter alimentos, mas também não sobrevivemos sem água”, conta.
Paulo Pasa/O Caxiense
Mestra do Ritmo
Maiara Nunes, de 20 anos, trabalha em uma loja de brinquedos e tem como hobbie comandar um grupo de 40 pessoas, a maioria homens, apenas com um apito e uma dúzia de gestos. A moradora do bairro Reolon é a única mestra de bateria entre as escolas de samba da cidade. No último Carnaval, seu quesito recebeu as notas 9,8 e 9,7, insuficientes para livrar a Imperatriz do Vale do rebaixamento, mas mantiveram a média em relação às concorrentes e à própria Imperatriz em anos anteriores, quando eram os irmãos de Maiara que comandavam a bateria. Há dois anos a frente dos músicos, Maiara entrou para o mundo do samba aos 5 anos, acompanhando os dois irmãos mais velhos. Na época, já tocava o repini-
que (também chamado de repique, um tambor pequeno com peles em ambos lados). Apaixonada pelo que faz, diz que nunca cogitou desfilar pela escola sambando, de biquini ou fantasia. “Sempre preferi estar no meio dos músicos, tocando, não só no Carnaval. Quando rola um pagode, eu também acompanho. Tá no sangue mesmo”, diz. Apesar da escola não ter ido tão bem na opinião dos jurados, Maiara chamou a atenção de quem viu o desfile. “As pessoas acham curioso, muitos elogiam, alguns pedem para tirar foto. Todo mundo demonstra bastante carinho”, elogia. Sobre ter que disputar o grupo de acesso no ano que vem, ela minimiza: “acho que pode até ser bom, vai dar uma motivação maior”.
TOP5
Músicas que dão vergonha de curtir Assuma: você ouviu, curtiu, cantou e até dançou músicas que hoje te envergonham. Em um grupo criado por caxienses no Facebook, Músicas que eu tenho vergonha de curtir, rolam os mais curiosos desabafos, alguns pra lá de nostálgicos. O CAXIENSE lista abaixo cinco pérolas que já apareceram e repercutiram na página. Sinta-se à vontade para compartilhar seu constrangimento.
sutiã e não ser julgada?”, questiona o autor do post sobre a música mencionada que se emocionou com o clipe – uma viagem de carro a bordo de várias Alanis enlouquecidas – ou cantando junto com o CD homônimo, de 1995.
Beija Flor | Timbalada Essa é uma homenagem a quem tem em casa a série Axé Bahia, que tinha de É o Tchan a Chiclete com Banana. Ironic | Quando toca depois das 4:00, Alanis Morissette “Quem nunca foi uma a cara de WTF é coletiva, como diz o autor da congarota que apenas fissão. No tic tic tac do meu quer se libertar dos ditames coração, renascerá. da sociedade, sair por aí sem
Se... | Djavan A autora da confissão preferiu nem comentar. Apenas tascou o link para uma versão ao vivo do clássico do alagoano das letras impossíveis. “Pegou pesado”, reclamou um comentarista. Djavan também foi citado em outra postagem com Te devoro, aquela que diz assim: Tudo que deus criou pensando em você / Fez a Via Láctea / Fez os dinossauros”. Boombastic | Shaggy “Assim como muitos brasileiros eu tenho uma realidade paralela no meu chuveiro. Nessa outra dimensão, eu faço uma versão R&B desta canção e conquisto os corações de todo o planeta. A partir daí, sou levada para uma vida
de fama, intriga e repetidos divórcios. Termino a carreira como jurada de um show de calouros na TV a cabo, toda velha e cheia de plásticas e escândalos”, revela o texto altamente confessional.
Spin Doctor | Two Princes A vergonha aqui nem parece ser tanto da música da desaparecida Spin Doctors, hit na metade da década de 90, mas sim do universo em que ela está inserida: “gorro, casaco tamanho maior sobre camisa de flanela, calça masculina. Anos 90 VOLTA PRA MIM!”. O grito é de pura nostalgia. 22.fev.2012
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Prorrogação
Caxienses precisam parar de pagar e começar a cobrar. A suposta dificuldade de conservação das estradas, que ainda nem aconteceu, não é justificativa para concordar que pedágios são a melhor opção. Melhor para os dois lados, já que a Convias alega prejuízos, é simplesmente encerrar a praça de Farroupilha em abril. Paulo Pasa/O Caxiense
A juíza Ana Inés Algorta Latorre, do Tribunal de Justiça Federal da 4ª Região, concedeu liminar para que o contrato entre Convias e Estado seja prorrogado até 10 de dezembro. Significa que a data anunciada pelo governador Tarso Genro (PT) para o fim do pedágio entre Caxias e Farroupilha pode não ser em 16 de abril. O Estado pode – e irá – recorrer.
Senso comum
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Se a concessionária dos pedágios alega prejuízos milionários, por que quer prorrogar o contrato? A população é prejudicada, o Estado é contra o modelo atual. Se ninguém está contente, por que continuar? A menos que as contas não estejam certas...
Argumento dos “pró-pedágio” No texto de sua liminar que prorroga o pedágio da praça entre Caxias e Farroupilha até 10 de dezembro, a juíza Ana Inés Algorta Latorre usa os mesmos argumentos dos setores “pró-pedágio” que têm sido repetidos constantemente: prejuízos financeiros da Convias, temor pelo futuro das estradas “já que, com a retomada das praças pelo poder público, nada há que assegure, ao menos por enquanto, a qualidade e eficácia do serviço” e falta de garantia de que “o valor da tarifa será efetivamente reduzido em benefício dos usuários sem prejuízo da conservação e realização de melhorias nas estradas”.
Desoneração da folha
R$ 1 MILHAO Anote na agenda: em 27 de março será sorteado R$ 1 milhão a um único ganhador, 5 prêmios de R$ 20 mil e 500 prêmios de R$ 1 mil aos consumidores que fornecem seus dados ao programa Nota Fiscal Gaúcha no momento da compra. Até o final do ano, 100% dos estabelecimentos varejistas precisam aderir ao programa, que já conta com 2,8 mil estabelecimentos cadastrados, em 250 cidades gaúchas. “Exercendo a sua cidadania, o contribuinte está ajudando o Estado a combater a informalidade e quem ganha com isso é o cidadão, que indiretamente recebe mais serviços de saúde, segurança pública e educação”, avalia o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.
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Fabricantes de armas, bombas, granadas e outros equipamentos militares e mais dezenas de setores estão incluídos na Medida Provisória 582, que amplia a desoneração da folha de pagamento. A MP foi aprovada na Câmara de Deputados na última quinta-feira (20). Além de eliminar a contribuição previdenciária paga pelos empresários sobre seus funcionários, a medida aumenta de R$ 48 milhões a R$ 72 milhões o limite para enquadramento de empresas no sistema de tributação por lucro presumido.
Indústria menos otimista Em fevereiro, a consulta feita com 804 empresas mostra previamente que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) tem leve queda neste mês. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a redução é de 0,4% em relação ao resultado consolidado do mês anterior. A queda da prévia é resultado da piora das avaliações do empresariado em relação ao momento presente, já que o Índice da Situação Atual caiu 0,7%. Já o Índice de Expectativas, que mede o otimismo do empresário em relação ao futuro, ficou estável entre janeiro e a prévia de fevereiro.
O feitiço que não resistiu ao tempo
Respeitadas por medo, as strias, como os imigrantes italianos chamavam as bruxas, foram esquecidas pela História. Alguns dizem, ainda baixinho, que elas faziam o mal. Outros atestam o talento para o bem. Envoltas em mistério desde sempre, talvez nunca tenham tido poder algum por Daniela Bittencourt 22.fev.2012
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A primeira filha da costureira Lourdes tinha dois anos quando pegou sarampo. A doença trouxe os incômodos sintomas, como as manchinhas vermelhas e a febre. Incômodos, mas tratáveis. A preocupação se intensificou quando a menina passou a apresentar reações fora do comum. Gritos desesperados e uma força que não condizia com seu corpo frágil. Os pais mal conseguiam segurá-la na cama. Até o médico ficou surpreso com as reações. O remédio receitado para acalmar não adiantou. Desesperado, o pai orou a Santo Antônio pela saúde da criança. Em sinal da graça atendida, pediu que ela ganhasse uma flor branca. A madrinha da menina, que morava em Porto Alegre, estava de passagem pela Serra. Sem saber que ela estava doente, decidiu fazer uma visita a Galópolis. Para não chegar sem nenhum presente, colheu algumas flores no meio do caminho. Chegou à casa da irmã com uma rosa branca e entregou para a pequena. “Na mesma hora, ela parou de chorar”, conta Lourdes. Hoje, 48 anos depois, a costureira continua sem saber o que acometeu a filha naquela época. Lembra das histórias que ouvia da mãe quando era criança, sobre a existência de mulheres, na comunidade, que faziam o mal para os outros. Eram as bruxas, ou strias, em dialeto. Descendentes de italianos, elas moravam no interior das comunidades e traziam um livro antigo que conteria rituais e feitiços, passado de geração para geração. Por meio destes rituais, as mulheres invocavam o bem e o mal. “Não posso dizer com certeza que foi [bruxaria], mas acredito que tinha gente querendo o meu mal e acabou pegando nela”, supõe Lourdes. A historiadora Sônia Storchi Fries, responsável pelo Banco de Memória – Memória Oral do Arquivo Histórico de Caxias, lembra que a figura é recorrente nos relatos de moradores de Caxias. “Ninguém se identifica como bruxa, mas elas estão presentes, são reconhecidas e lembradas em várias comunidades.” Com poucos registros, porém, as histórias acabam se perdendo. Restam as lembranças. “Quando era criança, eu ouvia as mulheres conversando enquanto lavavam roupa no rio, falando que a fulana era bruxa. Elas tinham um livro, onde estavam os ensinamentos”, recorda Lourdes, que menciona o Livro de São
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Cipriano. As histórias ouvidas na infância da ex-moradora de Galópolis, que habitam também o folclore de outras comunidades do interior, acabaram protegidas pela distância dessas localidades em relação ao centro do município. Algumas ainda guardam parte de suas lendas e contos populares. Mas, sufocado pela perda da memória dos mais velhos ou pela falta de interesse dos mais novos, o folclore vai se apagando. Para a geração que hoje tem seus 40 ou 50 anos, descendente dos primeiros moradores do interior, talvez as strias sejam uma vaga lembrança de histórias que as nonas contavam. E os mais velhos nem sempre gostam de lembrar dos mistérios cuja origem é difícil definir. Muitos ainda evitam falar sobre o assunto. Aos 74 anos, bem distante daquele episódio da doença inexplicável da filha, a costureira Lourdes pediu para não ter seu nome verdadeiro divulgado, mesmo morando há mais de 30 anos fora de Galópolis. Para ela, melhor não arriscar: da comunidade onde passou sua infância, adolescência e parte da vida adulta, traz como herança um punhado de histórias sem explicação. Entre elas, o relato contado mais de uma vez pela sua mãe. A história aconteceu provavelmente entre as décadas de 1910 e 1920, quando a mãe da costureira ainda era uma criança. “Minha mãe era mocinha e uma irmã dela, neném, ficou doente. Não sabiam o que ela tinha, mas estava fraquinha. Minha avó ficou desconfiada de alguma bruxaria e, quando abriu o travesseiro da pequena, tinha uma coroa de penas dentro. A neném morreu. Depois, um tio da minha mãe disse que deveriam ter levado a menina para o padre. Dizem que as bruxas faziam esses trabalhos”, conta. Uma vizinha de Lourdes, quando ainda morava em Galópolis, também teria sido vítima de alguma força estranha. O filho, por volta dos 5 anos, estava ca-
minhando no pátio de casa com o pai quando caiu e quebrou a perna. Foi levado para o hospital, em Caxias. Precisou de cirurgia, mas não se recuperava. A avó do menino, ao abrir o travesseiro, encontrou o trabalho feito de penas, alfinete e fitas. Levou para um padre, que desfez o mau-olhado. Só então a criança ficou totalmente curada. “Até que ela não descobriu o trabalho, o menino não melhorava! Eu lembro, fui visitar ele no hospital”, recorda a mulher, que tem uma justificativa para os protagonistas das histórias serem todos crianças: “Dizem que, quando a bruxa faz um trabalho e a pessoa é forte, pega em alguém da família que seja mais frágil”. Até hoje morador de Galópolis, o advogado Dorvalino Mincato, de 74 anos, não foi vítima de nenhum mal oculto, mas lembra da mulher misteriosa que visitava as casas durante sua infância na 4ª Légua. De vestido largo, escuro e longo, sobreposto por um avental, lenço na cabeça, ela era respeitada pelos adultos. As crianças nutriam uma mistura de medo e curiosidade pela senhora que ia lhes dar doces. “Ela era meio andarilha, não se sabia direito onde morava. Mas ela não ficava na casa dela, sempre saía para visitar os moradores e era bem recebida, levava doces para as crianças. Depois que ela ia embora, os pais mandavam jogar os doces fora. A gente ficava com um dó... Se percebia que era mais medo que eles tinham”, relata Mincato. Sobre a família da mulher, quase nada era revelado, assim como sua ocupação. Em suas visitas, a velha costumava ouvir mais do que falar. O garoto atribuía à suposta bruxa ares de inteligência, talvez pela voz pausada, as roupas sóbrias e pela aparente segurança. “Ela era isolada do contexto social. Daí que vinha a mística, o pessoal achava que ela tinha uma força, mas eu nunca soube de ela ter feito alguma coisa”, confessa. A historiadora Sônia
explica que a postura dos adultos em relação às feiticeiras revelava cautela. “As strias eram vistas pelos moradores com respeito, mas um respeito muito mais relacionado ao medo de que elas pudessem fazer algum mal. Em alguns relatos, também era atribuído a elas o poder de fazer o bem.” A moradora do bairro Nossa Senhora da Saúde Nair Antonieta Zanrosso, de 77 anos, recorda rumores de que o livro de rituais também continha orientações para o bem. Sua madrinha seria uma das portadoras desse conhecimento, usado de forma positiva. “Uma vez, um sobrinho dela ficou no hospital. Estava todo inchado, não sabiam o que era. Não melhorava nem morria. Alguém tinha feito o mal para ele. Mandaram buscá-la, ela foi lá e ele melhorou”, relata. A história teria acontecido há cerca de 30 anos. A mulher já faleceu e ninguém sabe que fim levou o livro. Reais ou imaginários, os poderes das bruxas contribuíram para a construção de uma identidade cultural. Alguns detalhes, como as roupas largas e escuras, o lenço na cabeça e o livro de rituais, se repetem na memória de moradores de diferentes localidades. A força pelo mauolhado também era atribuída às bruxas, como relatou em entrevista ao Banco de Memória do Arquivo Histórico de Caxias, em 1993, a moradora de Ana Rech Idalina Webber Rech: “Achavam que se ela olhasse a criança, ficava doente. Mas se ficou doente é porque tinha que ficar doente. Será que ela fez mal por olhar, coitada?! Passa de boca para outra, sabe? E aquilo aumenta.” Para a historiadora Loraine Slomp Giron, a tentativa da Igreja Católica de sufocar algumas práticas como as simpatias e benzeduras pode ter contribuído para a criação das bruxas no imaginário popular. “A Igreja Católica fazia uma grande campanha contra essas benzedeiras, então pode ter uma relação direta entre elas e essa ideia de bruxas.” Ela lembra que já no século XV, na época da Inquisição, a Igreja lançou o livro Martelo das Bruxas, onde ensinava a reconhecer as feiticeiras e suas práticas. “Talvez esta relação, de alguma forma, possa ter ficado no imaginário. Mas nunca encontrei nenhum livro de bruxaria na bibliografia usada pelos imigrantes”, afirma. Com poucos registros relacionados a sua história, em Caxias as “bruxas” podem ter despertado medo muito mais por crendice do que por qualquer feitiçaria comprovada. O que não quer dizer que elas não tenham existido.
o liVRO
“Todos os moradores que falam em strias falam também deste livro, que continha as orações, os rituais”, destaca Sônia. Segundo relatos, o livro teria vindo com as imigrantes italianas, sob o título de Livro de São Cipriano. Rosa acredita que algumas vizinhas de Galópolis o guardavam em segredo, provavelmente com medo de serem vistas como strias. “Muitas delas ficavam bem quietinhas porque tinham o livro em casa”, especula. Para Nair Antonieta, o que tornava as strias poderosas era mesmo o livro, que, apesar de saber da existência, nunca viu. “Podiam usar tanto para o mal quanto para o bem. Se usasse, funcionava”, afirma. Mas o livro poderoso também podia ser instrumento de sofrimento para a própria stria. Isso porque era necessário que ela encontrasse alguém apto a receber a obra, para que pudesse morrer em paz. “Diz que tem que passar adiante, senão ela não morria. Sofria, mas não morria. A minha madrinha teve um filho, mas não sei o que aconteceu com o livro. Eram mais as mulheres quem costumavam ficar com ele”, explica. Os supostos poderes do livro despertavam curiosidade e cautela também na Igreja Católica. Antonieta conta que em determinado momento as obras foram recolhidas pelo padre da comunidade, que também fazia suas benzeduras (não muito bem vistas pela Igreja), mas sempre para proteção dos fiéis. “O que ele fez com os livros eu não sei”, confessa. Ainda hoje, ela acredita que o Livro de São Cipriano era o segredo da magia. “Acho que qualquer um que quisesse fazer o bem ou fazer o mal, se fizesse como está no livro, poderia funcionar, sim.” Quem quiser testar não precisa voltar no tempo nem ser descendente de strias. Em Caxias, o Livro de São Cipriano é vendido em estabelecimentos especializados em obras esotéricas. O livreiro, que diz nunca ter ouvido das strias, não sabe precisar se é o mesmo livro antigo que orientava as tais bruxas. Uma pesquisa na internet revela que a obra tem variações, como o Livro de São Cipriano Capa Preta e o Livro de São Cipriano Capa de Aço. “São todos iguais, mesmo conteúdo, só muda a capa”, garante o livreiro, que vende o exemplar Capa Preta por R$ 75. “Ele é mais procurado por curiosos e por adeptos da Umbanda, mas muitos deixam de levar por ser um livro caro.” O livro também pode ser facilmente encontrado na internet e é famoso por conter a Oração da Cabra Preta, pela qual seria possível conquistar a pessoa amada. Para a historiadora Loraine, o Livro de São Cipriano não passa de uma compilação de rezas: “É um livro de rezas, para benzer. Não tem nada a ver com bruxaria nem com os imigrantes, porque existem benzedeiras de todas as origens, não só italianas. É uma prática local, que existe em todas as partes do Brasil. Muitas trabalhavam com ervas, com chás, com penas, isso continua até hoje”, explica.
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bruxaria moderna corOas Se historicamente as bruxas eram identificadas por suas vestimentas – desde as roupas escuras, o avental e o lenço na cabeça lembrados pelos moradores do interior até o chapéu e o sapato de ponta torta que marcam o imaginário popular –, hoje elas costumam passar despercebidas. Tornaram-se mais discretas. O bruxo Luís Gustavo Pereira, ou Lugus Dagda Brigante (nome pagão), de 26 anos, estudioso e adepto da bruxaria há 14 anos, desmitifica a figura tradicional. “Se você me visse na rua, você não saberia que sou bruxo. Uso camiseta, calça jeans e tênis. Um dos estigmas que precisa cair é que bruxos são pessoas anormais. Existem pessoas que fantasiam muito, que não têm noção do que é bruxaria religião e bruxaria fantasia”, afirma. O pentagrama, por exemplo, atribuído a religiões como a Wicca – um segmento dentro da bruxaria moderna –, não é um objeto de identificação, mas sim de proteção, explica. “Ninguém usa um símbolo para ser reconhecido como bruxo, mas sim pelo poder de proteção que ele tem. É claro que, em momentos de culto, tem as vestes específicas, que são túnicas.” Bisneto de uma benzedeira e parteira que morou na região de Guaporé, Lugus conta que ela era vista como stria. “Ela tinha alguns costumes apontados como estranhos pela família, e sempre ouvi falar muito a respeito disso: usava ervas, chás, tinha rezas específicas”, lembra. Mas garante que não herdou nenhum conhecimento nem sabe da existência de livro repassado pela bisavó, descendente de italianos que vieram do Vêneto. Só quando começou a estudar a bruxaria é que ligou a história da strigeria, a bruxaria italiana, aos boatos sobre a avó benzedeira. “Essa questão do livro é polêmica. Se for ver, durante a Idade Média, mais de 90% da população não sabia ler nem escrever, então é provável que não haja livro algum, e sim que o conhecimento tenha sido transmitido de forma oral”, argumenta. Sobre os feitiços e o suposto poder de fazer o mal, Lugus afirma que a perseguição da Igreja Católica criou a imagem negativa que acompanha a bruxaria até hoje. A intenção dos feitiços e rituais ensinados na bruxaria moderna, que cultua a natureza e o universo e prega o equilíbrio entre todas as coisas, deve obedecer à lei máxima: “faça o que quiseres desde que ninguém prejudiques”. “Não posso afirmar que bruxas são somente pessoas boas. Existem pessoas boas e más em todas as religiões. As pessoas têm seu próprio caráter, e todas as religiões vêm com fim bom em si. Cabe ao indivíduo que a segue encontrar o meio adequando que a religião oferece para realizar causas e intenções benéficas”, explica Lugus. Segundo ele, todos os seres humanos, bruxos ou não, têm acesso à magia: um católico quando reza, um cético quando deseja que alguém se dê mal (ou bem). Até o leitor pode realizar um feitiço, que nada mais é do que um “ato potencializador de intenção”, diz o bruxo. Quem se arrisca?
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A coroa encontrada dentro dos travesseiros nas histórias de Lourdes era recorrente no folclore da década de 50 e 60. O trabalho que levava mau-olhado ao dono do travesseiro era feito com pena e fios, segundo os relatos. A escritora e moradora de Galópolis, Teresinha Rihl Tregansin, autora do livro Galópolis – El Profondo Vale Verde, lembra destes boatos da época em que era criança. Anos mais tarde, buscou esclarecer a história: “Perguntei a uma religiosa, que falou que isso vinha do movimento da cabeça da gente, que fazia com que as penas se enredassem”, conta. Loraine, ex-moradora de Forqueta, também achou o artefato estranho dentro de seu travesseiro. “Era uma coisa redonda, de penas, amarrada com linha de costura, encontrada em um travesseiro que nunca saiu da tua cabeça. É curioso, mas nunca atribuí a nada místico, sempre fiquei pensando que eram os fios que faziam parte da costura do travesseiro. Simplesmente joguei fora.” A maioria das pessoas, porém, tinha outra interpretação. “Segundo a crença, àquele que encontrasse essa coroa, era um aviso de que iria morrer. Uma amiga encontrou e chegou a me mostrar, mas não aconteceu nada com ela”, lembra Teresinha. Como as coroas iam parar lá dentro, ainda é um mistério.
Feitiço
para atrair o amor (para leigos) 1 vela rosa 1 quartzo rosa incenso de rosas brancas Em um sexta-feira à noite, após tomar um banho, recolhase em um ambiente agradável. Sente-se em uma posição confortável e, diante de si, acenda a vela e o incenso. Sinta o aroma do incenso entrando em você. Pegue o quartzo rosa e feche os olhos. Visuali- ze uma estrela cor-de-rosa grande alimentando seu chacra cardíaco, que fica no meio do peito. Este é o chacra responsável pelos sentimentos, emoções e autoestima. No momento em que estiver se sentindo totalmente pleno, abra os olhos. Deixe a vela queimar até o fim e guarde-a consigo. A partir de então, pode começar a procurar um amor para si. “Este é um feitiço de amor para consigo mesmo, para que a pessoa se volte para si. Ninguém vai conseguir amar aos outros sem amar a si mesmo”, explica Lugus.
José Maria Marin, presidente da Confedereção Brasileira de Futebol |
Rafael Ribeiro, CBF, Divulgação/O Caxiense
Como o chefão da CBF pediu a cabeça de Herzog Conforme a Organização dos Estados Americanos (OEA), “o Brasil não cumpriu ainda sua obrigação de investigar, perseguir e punir os responsáveis pela morte de Vladimir Herzog”, jornalista assassinado durante a ditadura militar. O repórter investigativo britânico Andrew Jennings revela a ligação de José Maria Marin, que era deputado da Arena, com a perseguição política que terminou no assassinato por Andrew Jennings | Agência Pública 22.fev.2012
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Brasília, 11 de dezembro de 2012: O deputado Romário (PSB) chega de mansinho na sala da Comissão de Esporte e Turismo da Câmara Federal. Uma centena de pares de olhos seguem o icônico Baixinho. Ele parece estar em grande forma, leve, relaxado, sorridente, e um brilho no olhar que promete: um dos maiores goleadores do mundo está prestes a marcar mais um. Sem fazer alarde, como sempre, Romário simplesmente marca: gol! O deputado aguarda pacientemente por alguns minutos. Então, o presidente da mesa lhe passa a bola. É sua vez de falar. Ele não sorri agora. “As pessoas me param na rua para dizer: ‘traga o Teixeira de volta, o novo presidente da CBF é pior’”. Pronto. Com apenas uma frase ele agarrou a bola e: gol! Durante 23 anos Ricardo Teixeira desviou dinheiro da FIFA e da CBF. O peso da corrupção finalmente o forçou a renunciar em março de 2012 e os torcedores puderam recolher as faixas “Fora Teixeira” que estendiam nos estádios. Como o cara que assumiu a CBF, o octogenário José Maria Marin, poderia ser pior que o antecessor? A resposta está fora do campo do futebol, em uma história sórdida que vem do tempo da ditadura militar. Por isso a indignação em São Paulo – onde manifestantes protestaram diante de sua casa – nas colunas dos jornais, no Congresso, onde foi acusado de ter “as mãos sujas de sangue”.
veis do corpo, que chegaram a provocar hemorragia uterina.
São Paulo, 15 de março de 1971: Enquanto os torturadores da Oban davam choques na militante de esquerda que depois viria a comandar o país, José Maria Marin, que depois se tornaria o comandante do futebol brasileiro, assumia o mandato de deputado estadual. O senhor Marin aderira à Arena, o partido criado para os políticos da ditadura. Ele gostava dos militares porque eles o deixavam pertinho da caixa-forte; e os militares o apreciavam porque era a caixinha de música deles. Bastava apertar o botão, e lá ia Marin discursar na Assembleia, denunciando os comunistas ou qualquer um que a Oban quisesse, dando o pretexto para prender e torturar. De vez em quando Marin se encontrava com Sérgio Fleury nos bastidores políticos ou nos restaurantes da moda em São Paulo. Fleury era um sádico de primeira, um artista da tortura. O Príncipe da Dor supervisionava inquéritos e operava uma rede de cativeiros privados – em casas, chácaras – onde clandestinamente os presos políticos eram torturados dias a fio. Muitos morreram – ou simplesmente desapareceram. Os seus gângsters em trajes civis invadiam qualquer casa a qualquer hora e quando queriam se divertir, espancavam o suspeito. As crianças assistiam, aterrorizadas. Os revólveres disparavam. Marin tinha Brasília, 13 de dezembro de 1968: 4 Fleury em alta conta. anos depois do golpe militar que implantou a ditadura no Brasil veio uma lei – o São Paulo, janeiro de 2013: “Depois famigerado AI-5 – que dava ao milico que a ditadura se instalou, ser jornalista que estivesse na cadeira da presidência se tornou uma ocupação prejudicial à o poder de fazer o que lhe desse na te- saúde. Eu tinha saído do país seis meses lha. O Congresso estava amordaçado, os antes e estava em Londres, trabalhando partidos políticos, banidos e os direitos para o serviço brasileiro da BBC”, lembra humanos, extintos. A censura corria sol- o jornalista Nemércio Nogueira. “Eu e ta nos jornais, na música, no teatro, no um colega fizemos um lobby para que a cinema. Sabendo-se ilegítimos e odiados BBC oferecesse um emprego ao amigo pelo povo, os generais declararam a guer- e jornalista Vladimir Herzog. Em 1965 ra suja contra os opositores. Torturava-se eles contrataram o Vlado, que veio com e matava-se na Operação Bandeirantes – a mulher, Clarice; eles tiveram os dois a Oban –, executada por policiais civis e filhos em Londres, Ivo e André”. Depois militares e secretamente financiada por de 3 anos na BBC, em agosto de 1975, empresários brasileiros e corporações ele voltou com a família para o Brasil, e americanas – que pagavam bônus para foi nomeado editor-chefe da TV Cultutirar os sindicalistas de suas fábricas. Em ra, uma emissora do governo do Estado. 1970, entre os milhares de presos estava Agora ele estava na esfera de influência uma jovem estudante, Dilma Rousseff, do deputado José Maria Marin, portaque se juntara a um grupo clandestino voz de Fleury e dos generais. de guerrilha urbana. Ela descreveu, em A ditadura começava a rachar. A luta uma entrevista de 2011, as pancadas que armada tinha sido sufocada, os guerrirecebia nua e amarrada, entremeadas por lheiros eliminados. Alguns generais prechoque elétricos nos pontos mais sensí- gavam um retorno gradual e cauteloso
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“Mais do que nunca é necessário agir para que a tranquilidade reine novamente nesta Casa e, principalmente, nos lares de São Paulo”, disse Marin, atual presidente da CBF em discurso na Assembleia, pela Arena, pedindo a cabeça de Vladimir Herzog
Marin e Romário, agora deputado: “as pessoas me param para dizer: ‘traga o Teixeira de volta, o novo presidente da CBF é pior’” | Ricardo Stuckert, CBF, Divulgação/O Caxiense
à democracia. Mas os linha-dura não queriam ouvir falar nisso; para continuar nos negócios precisavam da “ameaça vermelha”. Os soldados da tortura concordavam do fundo do coração. Eles conseguiram ajuda externa. Os serviços de segurança da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai lançaram a Operação Condor, sincronizada através de uma base da CIA no Panamá, prendendo e assassinando lideranças de esquerda e opositores da ditadura em toda a América Latina. Vlado era mais do que um respeitado ex-repórter e produtor da BBC. Graduado em Filosofia, era um documentarista bem sucedido e professor de jornalismo na Universidade de São Paulo. Outros colegas jornalistas recordam: “Vlado tinha um estilo direto e despojado de falar e escrever, e não era dado à retórica. Uma frase que usava com frequência, que resume o pensamento dele – e está gravada em sua lápide –, era: “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”. Ivo Herzog me disse: “Sim, meu pai era membro do Partido Comunista Brasileiro. Mas não era um grupo armado. Era mais como um grupo de debates”. As denúncias serviam ao que Fleury e
seus sádicos queriam. Eles começaram a água, eles estavam gritando nomes. prender os suspeitos de serem comunisA campanha se mudou para o Contas e torturá-los para obter mais nomes. gresso. São Paulo, setembro de 1975: Claudio Marques era um provocador barato, um porta-voz dos torturadores que entrava nos lares da cidade pela TV. “Conheci o Claudio pessoalmente, como jornalista, e ele me parecia um canalha. Acho que ele não era mais do que um oportunista que viu na ditadura uma forma de obter favores, patrocínio para sua coluna, seu programa de TV, um emprego, qualquer coisa”, lembra o jornalista Nemércio Nogueira, amigo e colega de Vlado na BBC. Claudio fazia tudo que podia para conseguir a gratidão dos generais. Fleury queria vermelhos? Claudio proveria. Ele começou a escrever sua Coluna Um. “Viram o noticiário de ontem na TV Cultura? Falando do esquerdista vietnamita Ho Chi Min?”. Não interessava que a matéria tivesse vindo da BBC Visnews, ali estava a prova de que o canal estatal tinha sido tomado pelos vermelhos! E o governo vai ficar parado assistindo a isso? Isso foi na primeira semana de setembro. Dois dias depois, a coluna de Claudio espalharia o veneno pela segunda vez. As prisões dos comunistas suspeitos começaram na última semana de setembro. Amarrados na Cadeira do Dragão, com eletrodos no nariz e no pênis, e afogados em baldes de
São Paulo, 9 de outubro, 1975: O fantoche escolhido para fazer o aquecimento era o deputado Wadih Helu, outra criatura da ditadura. Ele tomou assento nas fileiras da Arena enquanto providenciava lugares discretos para os interrogatórios dos torturadores de Fleury. Helu trazia “denúncias graves” a seus colegas na Assembleia. Veja só: o governo tinha acabado de inaugurar um novo sistema de esgoto e quem assiste à TV Cultura não ficou sabendo disso. Eles não mandaram equipe! (controle sua vontade de rir, o fim da história é funesto). Fingindo tremer de raiva, o deputado Helu prosseguiu: “a ausência da equipe da TV Cultura nas inaugurações do governo não é novidade para quem tem acompanhado a coluna de Cláudio Marques, denunciando a infiltração de elementos comunistas na TV do Estado”. Helu subiu o tom: “Eles só mostram notícias negativas, nada de positivo. Estão fazendo proselitismo do comunismo subserviente, tornando-se, como diz Claudio Marques, ‘a TV Cultura vietnamita de São Paulo’, usando dinheiro do povo para prestar um desserviço ao governo e à Pátria”. Helu sentou. Era a vez do deputado arenista José Maria Marin. 22.fev.2012
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“Acho estranho que apesar da imprensa estar levantando o problema há tempos, pedindo providências aos órgãos competentes em relação ao que está acontecendo no canal 2, não tenha acontecido nada até agora.” “Não é só uma questão daquilo que eles publicam mas o desconforto que provocam não apenas aqui, nem apenas nos círculos políticos, mas que se comenta em quase todos os lares paulistas.” Alguma coisa tinha que ser feita. “Gostaria de chamar a atenção da Secretaria de Cultura de São Paulo, do governador do Estado, que devem definitivamente apurar as denúncias publicadas na imprensa de São Paulo, em especial, pelo corajoso jornalista Claudio Marques.” “Faço um apelo ao governador do Estado: ou jornalista está errado ou está certo. Essa omissão por parte da Secretaria do Estado e do governador não pode persistir. Mais do que nunca é necessário agir para que a tranquilidade reine novamente nesta Casa e, principalmente, nos lares de São Paulo”. Sérgio Fleury e seus gorilas agora tinham carta branca para trabalhar. Essa era a mensagem do discurso de Marin. O relógio estava correndo depressa no sentido de abreviar a vida de Herzog. “Naquele tempo a gente vivia no olho do furacão”, lembra o amigo e colega de Vlado Paulo Markun. Oito dias depois, Markun foi preso. “Fui torturado e confessei que era membro do Partido Comunista”, disse.
Na noite de 24 de outubro, 15 dias depois dos discursos raivosos de Helu e Marin na Assembleia, os policiais chegaram na TV Cultura querendo levar Vlado. Os colegas de redação argumentaram que ele estava fechando o jornal da noite e que, se o levassem naquele momento, o programa não iria ao ar. Vlado se ofereceu para ir voluntariamente à polícia no dia seguinte. Vlado foi incauto? Era ingênuo? Um colega e amigo dele me disse: “Minha interpretação é que, morando em endereço bem conhecido, sendo um jornalista renomado, com um cargo alto na TV estatal, e sem envolvimento na luta armada, ele não tinha muito o que temer”. São Paulo, 25 de outubro de 1975: Vladimir Herzog, 38 anos, acordou mais cedo do que de costume na manhã de sábado. Fez a barba, tomou banho e deu um beijo de despedida em Clarice, que ainda estava na cama. Ela queria levantar e fazer o café da manhã, mas ele lhe disse que não se preocupasse, que no caminho pararia em uma padaria para tomar um café com leite. No fundo, no fundo, todos os que não eram aliados do regime tinham medo de “desaparecer”. Afinal, naquela época isso acontecia mesmo. Vlado combinou de encontrar um colega que o acompanhou até o número 921 da Rua Tutóia, no bairro do Paraíso, hoje o 36º distrito policial. Eles chegaram por volta das 8:00. Por trás dos muros altos guardados por sentinelas funcionava a Oban. Vla-
do cruzou o portão de entrada e disse ao recepcionista seu nome completo, profissão, número de RG. E esperou sentado em um dos bancos de madeira no amplo hall que conduzia a um vidro e uma porta de ferro. Minutos depois, foi levado para interrogatório. Vlado recebeu a ordem de tirar as roupas e colocar os trajes de prisioneiro. Na sala de interrogatório já estavam dois prisioneiros com os rostos cobertos por capuzes pretos. Um deles, Rodolfo Konder, reconheceu o amigo: “consegui erguer um pouco o capuz e reconheci seus sapatos, os mocassins pretos do Vlado”. Vlado negou ser membro do Partido Comunista. Konder e o outro prisioneiro foram levados. Pouco tempo depois, eles ouviram os gritos de Vlado quando os choques elétricos começaram. Os gritos duraram boa parte da manhã. “Os choques eram tão violentos que Vlado uivava de dor”, diz Konder. “Eles ligaram um rádio para abafar o som”. “Cerca de uma hora depois, eles me levaram para outra sala onde pude tirar o capuz e eu vi o Vlado. O homem que fazia o interrogatório aparentava uns 35 anos, era magro, musculoso, com uma tatuagem de âncora no braço, disse-me para falar para ele que era inútil resistir”, lembra Konder. “Vlado estava com o capuz enfiado na cabeça, tremendo, desfigurado. Tive que ajudá-lo a escrever uma confissão dizendo que ele tinha sido convencido por mim a entrar no PCB e listar outros membros do partido.” Sobre isso, seu filho, Ivo Herzog me disse: “eles interromperam os choques e ditaram
Versão de suicídio foi desacreditada já no enterro de Vladimir Herzog | Ricardo Stuckert, CBF, Divulgação/O Caxiense
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uma nota para ele escrever. Ele obedeceu, escreveu, então refletiu e rasgou a nota. Eles aumentaram a voltagem, os gritos dele voltaram a ser ouvidos e os choques o mataram”. Ele hesita um pouco e para de falar. “Minha família não gosta de recordar a tortura. Eles não tinham necessidade de matar meu pai – foi sem intenção.” “Fleury estava na sala?”, perguntei. “Não sabemos”, diz Ivo. “Mas sei que o Marin estava bem preparado para colocar a vida do meu pai em perigo e assim ficar bem com os militares.” Tarde da noite, Clarice Herzog recebeu as notícias da morte do marido. 25 de outubro de 1975, horas mais tarde: Os torturadores vestiram Vlado apressadamente com as suas roupas, passaram o cinto da calça em volta do pescoço, penduraram o corpo na cela e o fotografaram de novo, dessa vez alegando que ele havia se matado. A foto não era nada convincente: os pés dele tocavam o chão e seus joelhos estavam dobrados. Seu corpo foi entregue às autoridades religiosas esperando que fosse enterrado – e as evidências do crime também. A tradição judaica não permite que os suicidas sejam enterrados em seus cemitérios. Mas quando o Shevra Kaddish – o comitê fúnebre judaico – estava preparando o corpo para o funeral, o rabino Henry Sobel reparou nas marcas de tortura. Ele ordenou que Vlado fosse enterrado no centro do cemitério. A versão do suicídio tinha sido desmentida. As notícias da morte de Vlado se espalharam à medida que os jornalistas e opositores gradualmente ocupavam as ruas. A tragédia havia levado para a classe média os fatos que ocorriam em todo o país. Lentamente – foi preciso outra década para restabelecer algo que parecesse mais com a democracia –, o golpe militar arrefecia. Sobel diria depois: “o assassinato de Herzog foi o catalisador da volta da democracia”. São Paulo, 7 de outubro de 1976: Um ano e 2 dias depois de “salvar” a TV Cultura – e de ter incitado a prisão que terminou com o assassinato de Herzog –, Marin mais uma vez discursava na Assembleia Legislativa de São Paulo. E, novamente, o deputado reclamava. Não sobre os vermelhos. Dessa vez, estava aborrecido com a falta de reconhecimento público a Sérgio Fleury, o delegado. Um homem que recentemente tinha emboscado e matado os guerrilheiros corajosos o bastante para enfrentar a ditadura.
Isso foi tirado da gravação oficial do discurso de Marin: “aqueles que o conhecem de perto, sabem que ele é um chefe de família exemplar, mas, mais do que tudo, ele cumpre seus deveres como policial da maneira mais louvável possível”. “Não conseguimos entender como um policial desse calibre, um homem que dedicou sua vida inteiramente ao combate do crime, um homem que muitas vezes pôs em risco não apenas a sua vida mas a de seus familiares não está recebendo o reconhecimento que merece”, dizia Marin. “Conhecendo seu caráter como eu conheço, não há dúvida de que Sérgio Fleury ama sua profissão; de que Sérgio Fleury se dedica ao máximo, sem medir esforços nem sacrifícios para honrar não apenas a polícia de São Paulo, mas acima de tudo seu título de delegado de polícia. Ele deveria ser uma fonte de orgulho para a população de nossa cidade”, acrescentou o deputado Marin. “Por isso, senhor relator, na certeza de refletir o pensamento dos moradores de São Paulo, queremos expressar o orgulho que sentimos por ter em nossa polícia o delegado Sérgio Fleury”, concluiu o atual presidente da CBF. St. Helier, Jersey, 17 de novembro de 2012: Antigo amigo dos militares, ainda amigo de José Maria Marin e ainda procurado pela Interpol por lavagem de dinheiro, Paulo Maluf (PP) dá risada diante da decisão judicial de que ele é um ladrão que desviou 10,5 milhões de dólares da obra de uma estrada em São Paulo. Por que ele deveria se importar? Tem 81 anos agora, o governo nunca conseguirá o dinheiro de volta enquanto ele estiver vivo nem conseguirá obter provas suficientes para recuperar os estimados 1,7 bilhões de dólares desviados por ele no decorrer de anos. Maluf se aproximou dos cofres públicos pela primeira vez quando os generais o nomearam prefeito de São Paulo em 1969. Três anos depois ascendeu ao governo do Estado de São Paulo, fez de José Maria Marin seu deputado, e lhe passou as chaves do tesouro estadual em 1982. O acontecimento mais memorável durante os 10 meses de governo de Marin em São Paulo foi ser vaiado na Assembleia Legislativa depois que vieram à tona empréstimos suspeitos feitos por um banco federal. Os amigos o indicaram para dirigir a seção São Paulo da CBF. O desempenho de Marin foi suficiente para impressionar Ricardo Teixeira, que o nomeou vice-presidente da CBF em 2008. Quando as revelações que fiz a respeito
“O senhor José Maria Marin, o delator da ditadura, é responsável pela prisão e assassinato de Vladimir Herzog. Ele tem as mãos sujas de sangue, não pode ser o presidente da CBF”, diz o deputado Adriano Diogo, outra vítima da tortura
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das propinas de Teixeira o forçaram a sair da FIFA e da CBF, Marin era o substituto conveniente. Ele havia provado que compartilhava dos pontos de vista de Teixeira sobre o futebol; se pode ser roubado, roube. Marin foi flagrado na TV afanando uma medalha do campeonato juvenil. Três meses depois, o jornalista esportivo Juca Kfouri desenterrou o discurso de Marin na Assembleia em outubro de 1975, denegrindo Vlado Herzog. Juca culpou Marin pela prisão e morte do jornalista. Juca também apresentou aos leitores o discurso inacreditável de Marin elogiando o torturador Sérgio Fleury. Um jornalista de São Paulo, que acompanha a carreira de Marin, diz: “Marin não é nem um rato, é um camundongo”. São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2012: Um grupo de manifestantes está na frente da casa de José Maria Marin, nos Jardins. Carregando faixas, tambores, tamborins, microfones e um carro de som, os que protestam cantam músicas compostas especialmente para a ocasião. Uma delas pergunta: “olha a ficha suja do Marin, será que ele é? Será que ele é? Será que ele é dedo-duro?”.
Entre eles está Adriano Diogo (PT), de 63 anos que também foi preso e torturado pela Oban em 1971 e ficou na cadeia alguns anos. São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2012: Adriano Diogo (PT) está discursando novamente, mas agora como parte de seu trabalho cotidiano. Ele é deputado da Assembleia Legislativa de São Paulo, como era José Maria Marin 37 anos antes quando ele atacou a TV Cultura. “Senhores e senhoras, primeiro eu quero congratular-me com essa nova geração que faz escrachos (nomeando e envergonhando) na porta dos torturadores pela ideia brilhante de ir à casa de José Maria Marin.” “O senhor José Maria Marin, o delator da ditadura, é responsável pela prisão e assassinato de Vladimir Herzog”, disse Diogo. “Ele tem as mãos sujas de sangue, não pode ser o presidente da CBF.” Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013: Mensagem oficial. “A Comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai investigar a responsabilidade do Estado pela morte do jornalista
Vladimir Herzog em 1975, durante a ditadura militar (1964-1985).” De acordo com a petição, o Brasil não cumpriu ainda sua obrigação de investigar, perseguir e punir os responsáveis pela morte de Vladimir Herzog. “O caso Herzog ilustra o fracasso do judiciário durante a ditadura militar brasileira e na democracia”, diz Viviana Krsticevic, diretora executiva do Center for Justice and International Law, sediado em Washington, que veio ao Brasil anunciar a aceitação da petição. “Queremos saber quem é responsável pelo que aconteceu com o meu pai”, diz Ivo Herzog. Ninguém vai chamar José Maria Marin para testemunhar? Ele ignorou o convite para comparecer ao encontro do Comitê de Esporte e Turismo em Brasília, deixando o gol livre para Romario. Port Louis, Ilhas Maurício, 30 de maio de 2013: Será o início do 63º Congresso da FIFA; espera-se dos delegados que endossem as “reformas” do presidente Sepp Blatter. Será que José Maria Marin do Brasil será o único acusado de cumplicidade em um crime de assassinato?
Arte de um cartaz usado em protesto em frente à casa de Marin, em novembro de 2012 | Divulgação/O Caxiense
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PLATEIA
O inimigo de Pinochet | Amostras grátis de monólogos| Mona Carvalho e Claudia Leitte | Cidade do Rock
“Gosto da festa da mesa posta, onde todos são bem-vindos” por Andrei Andrade
José Clemente Pozenato |
Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
Um espelho que reflete o todo. Para o escritor e professor José Clemente Pozenato, a Festa da Uva é o oportunidade do caxiense ver a si mesmo como parte da cidade em que vive. Mesmo para quem é de fora, assim como ele – nascido em São Francisco de Paula – e os próprios idealizadores da “nossa festa maior”, o evento é a chance de promover uma cidade que acolhe sem distinções. Por isso, quando foi convidado para ministrar a palestra A Importância da Festa da Uva, em um seminário de planejamento realizado na última quartafeira (20), o escritor fez questão de ressaltar a diversidade local. “É injusto dizer que a festa é só da imigração italiana. Muitas inteligências e muitas fés contribuíram para construir e promover Caxias do Sul”, disse Pozenato. O escritor chegou a Caxias do Sul em 1950 para estudar no Seminário Nossa Senhora Aparecida. Conheceu a Festa da Uva ainda menino, um período que conserva claramente na memória. “Lembro do dia em que passei pelo estande do Lanifício Gianella e vi dois bonecos deitados. Um deles, tremia de frio. O outro, dormia tranquilo, pois estava enrolado em um colchão Gianella. Era uma maneira simples de promover o produto, sem nenhuma tecnologia, mas que marcou, tanto que nunca esqueci”, recorda, ainda encantado com a cena, o autor de O Quatrilho, O Caso do Martelo, entre tantos outros livros. No dia 20 de fevereiro do ano que vem, quando iniciar a 30ª edição da Festa da Uva, José Clemente Pozenato gostaria de ver reforçada aquela que considera a razão de ser da celebração: agregar pessoas. “Gosto da festa que passa a ideia de que a mesa está posta e de que todos são bem-vindos. Acho essa noção fundamental. Em 2006, a chamada falava da Alegria de estarmos juntos, e isso é importante resgatar”, avalia. Naquela edição da festa, Pozenato era também o secretário municipal de Cultura. Em sua palestra, chegou a dizer que a mistura entre exposição e comemoração que caracteriza a Festa da Uva serve para mostrar “quem somos e o que fazemos”. E que por isso, quanto mais as culturas diferentes que fazem Caxias mudar de fisionomia forem agregadas, mais a festa estará retratando “quem somos”. Passadas 29 edições do evento, Pozenato acredita que o modelo ainda não está estagnado e que há espaço para renovação. “Uma das marcas do município de Caxias do Sul é saber se renovar sem perder de vista a tradição. E esse mesmo conceito se aplica à festa, que nunca perdeu a capacidade de surpreender”, analisa. Sobre o convite recebido para falar sobre a festa diante de 200 lideranças locais, José Clemente Pozenato diz ter sido um ato de consideração: “acho que me senti ainda mais caxiense depois disso.” 22.fev.2012
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CINE
Gael García Bernal. Alfredo Castro. Antonia Zegers. De Pablo Larraín
NO O filme reconstrói os dias que marcaram o começo do processo do fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1988, no Chile. Pressionado pela comunidade internacional, Pinochet aceita realizar um plebiscito para definir sua continuidade ou não no poder. Acreditando que esta seja uma oportunidade única de pôr fim à ditadura, os líderes do governo resolvem contratar René Saavedra (Gael Garcia Bernal) para coordenar a campanha contra a manutenção do ditador. Com poucos recursos e sob a constante observação dos agentes do governo, Saavedra consegue criar uma campanha consistente que ajuda o país a se ver livre da opressão governamental. Estreia. ORDOVÁS QUI. (21) e SEX (22) 19:30 | SÁB. (23) e DOM. (24) 20:00 * Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.
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O reino gelado
Cirque du Soleil: Outros Mundos
Heróis juvenis entram numa fria, literalmente. Essa é a história da animação russa, inspirada em um conto clássico de Hans Cristian Andersen (que tem no currículo A pequena sereia, O patinho feio, O soldadinho de chumbo... “só” isso). Em um mundo coberto de gelo por uma rainha má que quer gelar todas as almas, uma jovem corajosa irá resgatar sua família, sequestrada pela bruxa. Isso porque o pai da garotinha é um vidreiro que produz espelhos que refletem não só o corpo, mas a alma das pessoas. Curiosamente, outra versão do mesmo conto deve chegar aos cinemas ainda neste ano, com o nome Frozen, produzida pela Disney. Estreia
O mais famoso circo acrobático do mundo traz um espetáculo concebido especialmente para um filme em 3D, dirigido por Andrew Adamson (Shrek) e com produção executiva de John Cameron (Avatar). Na história, jovem casal é separado e precisa enfrentar uma jornada pelo mundo fantasioso e impactante do Cirque du Soleil para encontrar um ao outro. Estreia
GNC 3D 14:00-16:00-18:00 CINÉPOLIS 3D 13:00-15:00-17:00
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GNC 3D 17:20-19:30-21:45 CINÉPOLIS 3D 16:40-18:50-21:20
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A negociação Nem a crise financeira escapa da romantização do mundo pelo cinema. Neste longa, Robert Miller é um desses caras que aparecem na lista da revista Forbes dos ricaços. Quando decide vender sua empresa para poder se dedicar à família, parece que está abdicando da fortuna por um bem maior, mas a verdade se mostra bem mais obscura conforme os fatos se desdobram na trama. Se a história não despertou sua atenção, que tal dar uma chance para as atuações primorosas de Richard Gere e Susan Sarandon? De Nicholas Jarecki. 2ª semana. GNC LEG 22:10 CINÉPOLIS 13:30-18:40
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O lado bom da vida Drama romântico que conta a história de um homem e uma mulher buscando recomeçar suas vidas após um período traumático, os transtornos psíquicos dos personagens principais divide o público entre o riso e a comoção. Embora alguns elementos narrativos aproximem o filme de uma comédia romântica, a trama vai muito além. Com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert De Niro. De David O. Russell 4ª semana GNC LEG 16:20 CINÉPOLIS 16:00-21:00
★★★★★ 12
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Os Miseráveis Para uns, a adaptação do romance de Victor Hugo não passa de cantoria chata, demorada e cansativa. Para outros, um musical genial, candidatíssimo ao Oscar de Melhor Filme e aos outros 7 que disputa. Nada como a democracia, não é? Talvez o melhor seja recomendar o filme, que não tem uma fala sequer, apenas para os fãs de musicais. Com Russel Crowe, Hugh Jackman e Anne Hathaway. De Tom Hooper. 4ª semana. GNC 17:50 CINÉPOLIS 17:30
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Lincoln O favorito ao Oscar de Melhor Ator, Daniel Day Lewis, interpreta o presidente Abraham Lincoln nesta cinebiografia de um dos homens mais importantes da história dos Estados Unidos. Apesar de ser biográfico, o filme tem foco nos anos da Guerra Civil, quando Abraham conduziu o país à abolição da escravidão. Com Sally Field. De Steven Spielberg. 5ª semana.
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GNC 21:00
Duro de matar: Um bom dia para morrer Quando você vê que vai estrear mais um Duro de matar, pode até se perguntar: “por quê?”. Talvez só haja mesmo um motivo. Em seu final de semana de estreia, o 5° filme da série liderou a bilheteria nos EUA, arrecadando U$ 25 milhões. Na trama, o policial John McClane ajuda o filho, Jack, a escapar de um perigoso terrorista russo. Ele não curte reencontrar o pai, mas a insistência de John em ajudá-lo acaba, aos poucos, quebrando o gelo. Com Bruce Willis e Jai Courtney. De John Moore Estreia. GNC 13:30-15:30-17:40-19:5022:00 14:45-17:00-19:15-21:30 CINÉPOLIS 13:15- 18:00-22:30 12 15:40-20:10 1:36
As aventuras de Tadeo
João e Maria – Caçadores de Bruxas Quinze anos após sobreviverem à prisão na casa de doces, João – que ficou diabético – e Maria decidem viver como caçadores de recompensas para livrar o mundo das bruxas. Com Jeremy Renner eGemma Arterton. De Tommy Wircola. 5ª semana. GNC 3D 20:00 CINÉPOLIS 3D 21:10 | 3D 19:00
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O voo
★★★★★ GNC 18:50-21:40
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GNC 3D 13:20-15:20 CINÉPOLIS 3D 12:30-14:40
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Meu namorado é um zumbi
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O diretor Robert Zemeckis (De volta para o futuro, Forrest Gump) deu um tempo nas animações (O Expresso Polar, Os Fantasmas de Scrooge) para voltar ao live-action com o drama estrelado por Denzel Wahington. O ator encarna um piloto de avião meio herói, meio vilão. Apesar de salvar uma aeronave da queda com uma manobra incrível, ele precisará encarar as consequência da conduta de risco que tinha ao leme durante toda a carreira. Com Denzel Washington, John Goodman e Don Cheadle. De Robert Zemeckis. 3ª semana.
Indiana Jones da nova geração (não à toa feito em animação), essa produção espanhola conta a história de um pedreiro que sonha em se tornar um aventureiro. De tão wannabe de Indiana Jones, adotou o seu sobrenome e até o chapéu Fedora. Mas em sua expedição a uma cidade perdida do Peru, Tadeo ainda conta com a ajuda de um cachorrinho inseparável e maluco. De Enrique Gato. 4ª semana.
Amor Filme que conquistou os críticos por ser tão sensível quanto impiedoso, Amor narra o drama de um casal de velhinhos (ambos com mais de 80 anos) que, distante da filha que vive em outro país, precisa suportar o peso da idade e a proximidade da morte. O filme então levanta a questão: mesmo na terceira idade, estaremos preparados para a morte? Com JeanLouis Trintignant, Emmanuelle Riva. De Michael Haneke. 3ª semana. CINÉPOLIS 14:00-16:50-19:30-22:20
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Um zumbi sofrendo de crise de identidade se descobre apaixonado por uma garota viva, que deveria ser uma de suas vítimas. Mas como ele não é o único matador de seres humanos no pedaço, precisa protegê-la com suas unhas e dentes de morto-vivo. 3ª semana. CINÉPOLIS 12:50-15:10-20:40 10 GNC 14:15
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De pernas pro ar 2 A saga continua. Mas não a de Ingrid Guimarães e Maria Paula, que protagonizam a comédia, e sim do filme que segue em cartaz após 9 semanas contra tudo e contra todos. Ingrid Guimarães, Maria Paula. De Roberto Santucci. GNC 13:40-15:40
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Divulgação/O Caxiense
MUSICA + SHOWS SEXTA-FEIRA (22) Evânio e Gaita
21:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol
Mirta Gomez e Trio
23:30. R$ 5. Cachaçaria Sarau
Vem Ki Tem + Dj Gilson
22:30. R$ 20. Portal Bowling
Sem Razão
23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13
Os Retocáveis
23:00. R$ 12. Bier Haus
Blues Beers
SÁBADO (23) Grupo Canto Charrua
22:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol
Rodrigo Sasha + Disco
23:30. R$ 20. Portal Bowling
Happy Birthday To Me
23:00. R$ 15 a R$ 20. Level
Puracazuah!
23:30. R$ 20 e R$ 10. Boteco 13
Festa Fluor
23:30. R$ 25 e R$ 15. Havana
Vice e Verso
23:00. R$ R$ 15 e R$ 20. Buku’s Anexo
H5N1
23:00. R$ 12. Bier Haus
Fran Duarte e Banda
22:30 R$ 15 e R$ 20. Mississippi
Caxias Rock City Agora é pra valer. Depois das oficinas e exibições de curtas realizadas desde quarta-feira (20), o Grito Rock pluga os instrumentos para honrar seu nome nos palcos do Vagão, do Zarabatana e do Parque dos Macaquinhos. Surgido em 2000 em Cuiabá-MT e tradicional em diversas cidades do país, esse é o 3° ano que o evento ocorre em Caxias, organizado pelo ManiFestaSol e pela Casa Paralela. Confira a programação: SEX. (22) Banda Rocartê (POA). 20:00. Grutito. Zarabatana Bandas Cuscobayo (Caxias), Mary O and the Pink Flamings (POA) e Petit Mort (Buenos Aires/ARG). 23:00. R$ 15 e R$ 12. Vagão SÁB. (23): Bandas Velho Hippie (Caxias), Anônimos Aduzidos (Maringá/PR), Grandfúria (Caxias) e Afoxetal (POA). 16:30. Gratuito. Parque dos Macaquinhos Bandas Carlos Zanetinni & Nelo Johann (POA), Barracuda Project (Caxias) e Vespas (Cachoeirinha). 23:00. R$ 15 e R$ 12. Vagão
23:00. R$ 40 e R$ 20. Place des Sens
DOM. (24): Bandas Diagnóstico Urbano (Caxias), Rutera (Caxias), Mar de Marte (Erechim) e Dr. Hank (POA).16h30. Gratuito. Parque dos Macaquinhos
22:30. R$ 50 e R$ 25. Pepsi Club
Seguuuuuura, peão!
Tira Onda + Bruno & Renan
Vai, vai, vem, vem, vem – Homenagem à Escola de Samba Vai-Vai
DOMINGO (24) Tira Onda + Dj Rodrigo Salvador 17:00. R$ 5 e R$ 8. Place des Sens
Pagode Jr + Vitor Hugo e Samuel
21:00. R$ 20. Portal Bowling
Os peões e peonas de Caxias do Sul, até os aspirantes, irão mostrar destreza, senso de humor e até alguma calcinha no campeonato de touro mecânico do Circuito de Rodeio do Bulls, cujas eliminatórias começam neste final de semana e as finais no dia 1° de março. E a premiação não é pouca coisa, não: os campeões, um cowboy e uma cowgirl, recebem uma viagem para aproveitar a Festa do Peão de Barretos, com direito a passagens, hospedagem e Vip Pass. A noite ainda terá boi no rolete, show com a dupla catarinense Téo & Edu, autores do hit sertanejo NHACbeijo. SEX. (23). 22:00. R$ 25 a R$ 45. Bulls
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Divulgação/O Caxiense
22:30. R$ 15 e R$ 20. Mississippi
+ SHOWS TERÇA-FEIRA (26) Adriano Trindade
21:30. Gratuito. Boteco 13
QUARTA-FEIRA (20) Mateus & Fabiano
21:30. R$ 5 e R$ 10. Boteco 13
Jhonatan e Carlos
21:00. Gratuito. Paiol
QUINTA-FEIRA (21) Grupo Macuco
21:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol Federico Barco 23:30. R$ 15 e R$ 20. Havana
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A volta do Arena
A partir desta sexta (22), os fãs de sertanejo universitário ganham um velho novo espaço para se divertir. Trata-se do Arena Gold, nada mais do que o Arena Country Bar totalmente repaginada, porque a moda é repaginar. Em 650 m², o espaço tem pista de dança, 5 camarotes, lounge, jardins e um ambiente especial para eventos fechados. A pista ganha 8 telas de LCD e moderno sistema de som e luz. A nova Arena irá abrir todas as sextas-feiras e vésperas de feriado. Na reinauguração, só para convidados, a festa fica sob o comando de Fábio Dunk, revelação da música sertaneja. SEX. (22). 23:00. Fechado. Arena Gold Paulo PAsa/O Caxiense
23:30. R$ 5 e R$ 10. Boteco 13
Mateus & Fabiano + Dj Gilson 23:00. R$ 20. Portal Bowling
Samba bom
Quem é fã não vai perder. Quem só ficou conhecendo quando O CAXIENSE publicou o perfil dos vovôs do Seresteiros do Luar, na edição 166, tem agora a chance de conferir ao vivo o samba de raiz do grupo que já tem mais de 50 anos de música. Os Seresteiros são Micaio (violão), Perdigão (voz e pandeiro), Milton Pereira (pandeiro), Djair Pereira (surdo) e Cléber Medeiros (pandeiro). SÁB. (23). 23:00. R$ 5. Cachaçaria Sarau
EDITAL DE PRIMEIRO E SEGUNDO LEILÕES E lNTlMAÇÃO DE VANIUS ANTONIO BALBINOTTI DATAS: 1ª hasta: 14/03/2013, às 14h05min. 2ª hasta: 28/03/2013, às 14h05min. LOCAL: Fórum, Rua Dr Montaury, 2107, 2° piso, Caxias do Sul, RS. CLAUDIOMAR DA S. SlL\/ElRA, Leiloeiro Oficial, autorizado pelo Juiz de Direito Comarca, 5ª Vara Cível, venderá em público leilão nos dias, horas e local acima mencionados, os bens penhorados no processo de execução n° 010/1.08.0021254-4, que BANCO BRADESCO S/A move a VANIUS ANTONIO BALBlNOTT|, como seguem: 01 (uma) fração ideal de 6.875,00m², mais ou menos, dentro de uma área maior de 47.330,00m², terras rurais, campos e matos, sem benfeitorias, localizada em Vila Seca, neste município, contida por uma vez área maior de 55.000,00m², de terras rurais e parte urbana, com as seguintes confrontações: ao Norte, com Av Dante Marccuci; ao Sul, com terras de herdeiros de Luiz Guerra; ao Leste, com a estrada Estadual que conduz ao Apanhador, com terras de herdeiros Angelo Custódio da Silva, e ao Oeste, com imóvel da Sociedade Recreativa Ideal, com terras da prefeitura municipal e com propriedade de herdeiros de Angelo Balbinotti, imóvel registrado no Cartório de Registro de lmóveis de Caxias do Sul, 2ª zona, sob livro 02, fls 01, matriculado sob n° 29.424, fração ideal avaliado em R$ 90.000,00. 01 (uma) Fração ideal de 2.625,00m² dentro de urna area maior de 39.654,00m², sem benfeitorias, em comum com os outorgantes Romulo Balbinotti e Arones Balbinotti, conforme divisões a seguir, com seguintes medidas e confrontações. ao Norte, na extensão de 76,50m, com terras do lote urbano n° 06, da quadra 01, que pertencerão ainda por esta escritura ao casal de Nadi Balbinot; ao Leste, com extensão de 38,00m, com terras do lote urbano n° 08, pertencente ao Albino Antonio Zolin, por 20,00m com lote de n° 09, que pertencerá a Arones Balbinotti, por 20,00m, Com 0 lote de n° 10, pertencente ao Luiz Candido de Oliveira, por mais de 20,00m com terras do lote de n° 11, que passará a pertencer a Arones Balbinotti, por mais 23,00m com lote de n° 12, que pertencerá ao condomínio Romulo Balbinolti e, finalmente 51,00m com terras do lote urbano 13, pertencente aos herdeiros de José Maria de Oliveira, ao Sudoeste, com extensão de 239,50m, com imóvel pertencente aos herdeiros de Luiz Guerra; ao Sul, na mesma medida de 65,00m com terras dos herdeiros de Angelo Balbinotti; ao Sudeste, por 117,00m; e ao Oeste, extensão de 191,00m, de herdeiros de Angelo Balbinot, em ambos os lados, imóvel matriculado sob n° 11.550, registrado Cartório de Registro de lmóvel de Caxias do Sul, 2ª zona, livro 02, fls 01, fração avaliado em R$ 70.000,00. 01 (parte) Lote urbano de nº 05, da quadra 01, com área aproximadamente de 5.321,40m², com 42,50% de um prédio de alvenaria com dois pavimentos, construção simples e em regular estado de conservação, distando o prédio todo aproximadamente 30,50m da esquina formada pela Rua Av Dante Marcucci e a Estrada Estadual que se destina ao Apanhador, mais uma casa de madeira para moradia, prédios esses geminados ao que será atribuído ao casal Nolcy Balbinotti e em consequência disso é instituída a meação nas paredes dos referidos prédios sendo que o de madeira situa-se nos fundos e o de alvenaria ao Iado esquerdo, tomando-se com base para referência observador postado de costa aos prédios e com frente para Av Dante Marcucci, mais um prédio de alvenaria de construção simples fazendo frente para estrada Estadual, com as seguintes medidas e confrontações; ao Norte onde faz frente, extensão de 11,35m, com a Av Dante Marcucci, até encontra-se parede de ação com prédio que pertencerá a Nolcy Balbinotti e localizado ao lado direito pelo Leste, desse ponto, mais ou menos, 7,50m, no sentido norte/sul e daí mais 14,00m no sentido Leste, onde irá confrontar com a Estrada Geral que conduz ao Apanhador, a partir desse ponto de encontro sempre pelo Iado leste, segue uma linha reta no sentido Norte/Sul, por mais ou menos 55,00m, sempre confrontando a mesma estrada estadual até confrontar com lote urbano de n° 07 de herdeiros de Angelo Custódio Silva, nesse encontro forma um ângulo de 90°, e confronta sempre com o mesmo lote de n° 07, na extensão de 41,50m, por uma linha reta no sentido Leste/Oeste, forma novamente um ângulo de 90° frente para Sul, e em linha reta confrontando em linha reta confrontando 20,00m com lote de n° 07, e, em 35,00m com parte do lote de n° 08 de propriedade de Albino Antonio Zolin; desse ponto parte uma linha oblíqua de 76,50m, mais ou menos no sentido Leste/Oeste, onde confronta pelo Iado Sul, com terras rurais que passaram a pertencer a Rornulo Balbinotti, Arones Nadir Balbinoti; novamente segue na direção Norte, por uma reta de mais ou menos 40,00m, confrontando pelo Iado Oeste com terras de herdeiros de Angelo Balbinotti; novamente forrna um ângulo de 90° e segue mais ou menos 16,00m no sentido Oeste/Leste e confrontando pela parte Norte com terras da Prefeitura Municipal; outra vez forma um ângulo de 90° e segue por uma reta de mais ou menos 27,00m, confrontando pelo lado Oeste com as rnesmas terras da Prefeitura Municipal; novamente um ângulo de 90° defletindo em sentido Leste na extensão DE MAlS OU MENOS 24,5OM com terras de com mesmo lote n° 06, que couberam a Romulo Balbinotti, finalmente ern outro ângulo de 90° deflete no sentido Norte com mais ou menos 50,00m atá encontrar novamente a Av Dante Marcuccl e confrontando com toda a extensão pelo lado Oeste com as mesmas terras que couberam a Romulo Balbinotti, integrante ainda do lote DE Nº 06, da quadra de n° 01, imóvel registrado sob n° 11.551, Cartório de Registro de lmóveis de Caxias do Sul, 2ª zona, imóvel avaliado em R$ 70.000,00, total da avaliação em R$ 230.000,00. Depositário: devedor, ÔNUS: lmóveis penhorados Estado do Rio Grande do Sul. Caso não houver lnteressados na 1ª hasta, pelo valor igual ou superior da avaliação, os mesmos irão a 2ª hasta no dia, hora e local acima referido neste serão vendidos pela melhor oferta inadmitindo prego vil. (Artl 686, VI e 692, CPC). Ficando o devedor intimado por meio deste, caso não localizado pelo Sr. Of. de justiça, por ocasião da intimação pessoal. Honorários do Leiloelro em caso de arrematação por conta do arrematante. lnformações c/ o Leiloeiro sito Travessão Cavour s/n, Capela São João, Cx postal 280, email- clauleiloes@gmail. com.br Fone (54) 9978-O293. Flores da Cunha, 17 de dezembro 2012 . Sílvio Viezzer - Juiz de Direito. Rosane Zattera Freitas - Escrivã Judicial. Claudiomar da S. Silveira. Leiloeiro Oficial
22.fev.2012
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Fotos: Divulgação/O Caxiense
litoral + eventos Denver Reginato e Banda + Top Banda SEX. (22). 22:00. Gratuito. Praia Grande. Torres
4ª Copa Mercosul de Taekwondo
SÁB. (23). 8:00. Gratuito. Ulbra. Torres
Grupo Sperandires
SÁB. (23). 17:00. Gratuito. Casa de Verão Band. Torres
MC Jean Paul
SÁB. (23). 22:00. Gratuito. Praça da Emancipação. Arroio do Sal
Beach Rockers
SÁB. (23). 22:00. Gratuito. Praça Leonel Pereira (Feira do Livro). Tramandaí
Circuito Municipal de Pesca
DOM. (24). 8:00. SAAS. Arroio do Sal
Torneio de Vôlei de Praia SESC
DOM. (24). 11:00. Gratuito. Quiosque do Zequinha. Areias Brancas
Banda Inépsia
DOM. (24). 22:00. Gratuito. Praça Leonel Pereira (Feira do Livro). Tramandaí
Um Céu de Estrela (filme)
Tradicionalismo premiado
É com uma bagagem recheada de premiações que o grupo musical Chão de Areia se apresenta por todo o país. Entre diversas premiações nos festivais de música daqui do Estado, do Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, o trio acumula ainda o 1º lugar na 20ª Moenda da Canção de Santo Antônio da Patrulha e melhor música na opinião do público no 35º Festival Nacional da Canção, de Boa Esperança (MG). No quesito música, o trio representa muito bem o tradicionalismo. SEX. (22). 22:00. Gratuito. Praça Leonel Pereira (Feira do Livro). Tramandaí
Jovem mistura
Se tem uma coisa que o Litoral Gaúcho faz é dar espaço para novas vozes. E é daí que surgiram os irmãos Anderson e Everton. Naturais de Sapiranga, os guris deram os primeiros passos aos 13 anos, incentivados pelo pai que também é músico. Porém, o som é uma mistura – não muito promissora – de sertanejo com música gaúcha, batidão estilo vaneira e sertanejo de raiz. A dupla tem agenda cheia nos finais de semana de março. SEX. (22). 22:00. Gratuito. Balneário Atlântico. Arroio do Sal Xiru Sander Scherer, Divulgação/O Caxiense
SEG. (25). 17:00. Gratuito. Praça Pinheiro Machado. Torres
Rossano Duary + Enedir + Sertania Gaúcha + Guilherme Rocha QUA. (27). 21:00. Gratuito. Praça XV. Torres
Jack Daniels gratuito Lembrou do famosa bebida norte-americana, né? Porém, Jack Daniels (sem o apóstrofo) é uma banda que traz de volta o hard rock dos anos 70 e 80. O grupo carioca lançou sua primeira demonstração com covers em 2009. SEX. (22). 22:00. Gratuito. Balneário Atlântico. Arroio do Sal
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Guto Muniz, Divulgação/O Caxiense
PALCO
Falando sozinho sem vergonha Realizada pela companhia Tem Gente Teatrando com a intenção de trazer a arte para quem fica em Caxias do Sul durante o período de férias, a 1ª Mostra de Monólogos de Caxias do Sul apresenta seus últimos espetáculos na sexta (22) e domingo (24). O sábado (23) é reservado para uma oficina onde não tem apenas gente falando consigo.
Amostra Grátis A história de amor, de risos, de tristezas e desejos de uma solitária palhaça que busca, em um catálogo de homens, um companheiro para sua vida. Porém, o que chega a sua residência é uma grande surpresa, que irá permitir a ela viver todos os seus sonhos românticos. SEX. (22). 20:30. R$ 20 e R$ 10 (estudantes idosos e antecipados). Casa de Teatro.
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1:00
Anatomia da boneca
O projeto utiliza o hibridismo de linguagens para a criação e execução do trabalho, como intervenções performáticas em lugares inusitados e vídeos editados em tempo real na cena. Um dia antes do espetáculo, no sábado, rola a oficina Processos Híbridos de Criação, com João Ricardo, um dos criadores do espetáculo. É a partir das 14:00. DOM. (24). 20:30. R$ 20 e R$ 10. Casa de Teatro 14
1:10
PACO INDÚSTRIA METALÚRGICA S/A
CNPJ/MF nº 89.562.748/0001-91 NIRE 43 3 0001968 3 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA A Assembleia Geral Extraordinária foi realizada no dia 31 de Dezembro de 2012, às 10 horas, na sede social da Companhia, em Caxias do Sul (RS), na Rodovia RSC 453, s/ n.°, Pavilhão A1, Desvio Rizzo, com a presença de acionistas representando a totalidade do capital social, todos com direito a voto. Sob a presidência e secretaria, respectivamente, dos acionistas Gustavo Miotti e Janaína Miotti, consoante ordem do dia de todos previamente conhecida, por unanimidade de voto, com a abstenção dos legalmente impedidos, foi deliberado: (1) Aprovar a alteração no endereço da sede social da Companhia para: Rodovia RSC 453, s/n.°, Pavilhão A1, Desvio Rizzo, CEP 95110-690, na cidade de Caxias do Sul (RS); e (2) Aprovar a capitalização proveniente de Lucros Acumulados, no valor de R$ 5,11 (cinco reais e onze centavos) e R$ 2.142.044,89 (dois milhões e cento e quarenta e dois mil e quarenta e quatro reais e oitenta e nove centavos) provenientes da Reserva para Doações e Subvenções, sem emissão de novas ações, com o que o capital social da Companhia foi aumentado para R$ 42.726.410,00 (quarenta e dois milhões e setecentos e vinte e seis mil e quatrocentos e dez reais); em consequência, aprovar a alteração da redação do Artigo 5°. do Estatuto Social que passará a vigorar com o seguinte teor: “Artigo 5°. – O capital social é de R$ 42.726.410,00 (quarenta e dois milhões e setecentos e vinte e seis mil e quatrocentos e dez reais) dividido em 42.726.410,00 (quarenta e dois milhões e setecentas e vinte e seis mil e quatrocentas e dez) ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal”. Nada mais havendo, a Assembleia foi encerrada e lavrada a ata que foi lida e tida conforme em todos os seus termos, sendo assinada pelos acionistas. Gustavo Miotti, Presidente da Assembleia, Janaína Miotti, Secretária da Assembleia; Acionistas presentes: Gustavo Miotti, Janaína Miotti, Rodrigo Miotti, Leonardo Miotti, Lourdes Maria Vanin Miotti, Luiz Antônio Boff, Silvino Gildo Agnesi Filho, Nivaldo Della Giustina, Claiton Gaieski Pires, Walter Romeu Vanin, Gustavo Luís Boff, Felipe Boff e Mateus Boff. Na qualidade de Presidente, declaro que esta ata é cópia da ata lavrada no livro próprio e autênticas as assinaturas. Caxias do Sul, 31 de Dezembro de 2012. Gustavo Miotti - Presidente da Assembleia. Janaína Miotti - Secretária da Assembleia. Paulo Roberto Sachett. OAB/RS 61.071. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul. Certifico Registro em 05/02/2013, sob n°3752636. Protocolo: 13/035113-0, de 29/01/2013. Empresa: 43 3 0001968 3. Paco Indústria Metalúrgica S/A. José Tadeu Jacoby - Secretário-Geral.
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Douglas Trancoso, Divulgação/O Caxiense
CA
ARTE
MA RIM
Marcelo Aramis
Volta às aulas
Lei Rouanet, apoie Mona Carvalho e não Claudia Leitte Quando leu que a cantora de axé Claudia Leitte levou quase R$ 6 milhões da Lei Rouanet para financiar sua turnê, a produtora cultural caxiense Mona Carvalho, que penou para captar pouco mais de R$ 240 mil junto ao Ministério da Cultura no final do ano passado para o projeto Arte na Rua, teve uma ideia para chamar a atenção dos empresários caxienses. Na mesma noite, pegou um cartaz e escreveu o pedido para que a Lei apoie ela, e não a pop star. Quando postou no Facebook, choveram curtidas e compartilhamentos. “Não é nada contra a Claudia Leitte, é só uma forma de chamar a atenção mesmo. Porque não só eu, mas muitos produtores que não têm os nomes tão conhecidos penam para captar recursos. São poucas empresas que apoiam, e estas normalmente abraçam os mesmos projetos. Se não serviu para chamar a atenção, pelo menos eu me diverti”, brinca Mona.
Atelier Revisitado
SÁB 10:00-21:00. DOM 11:00-19:00 MartCenter Shopping
Documenta Costumes: Carnaval
Emili Colório. SEG-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 9:00-12:00. Farmácia do Ipam
Márcia Cassal. SEG-SEX.8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal
Coletiva. SEG-SEX. 8:0017:00. Campus 8
Exposição Eu, Tu, Eles
Lucas Lermen. SEG. 11:00-21:00. TER-
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Releituras do Egito Antigo
Texturas do Silêncio
Vinícius Guerra. SEG-SEX. 9:0019:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás
O Ballet Margô Brusa já está com ingressos à venda para o espetáculo que a escola apresentará durante o Festival de Verão de Caxias do Sul, nos dias 2 e 3 de março. Além de coreografias do espetáculo de fim de ano da escola, incluindo dança contemporânea da Cia. Matheus Brusa, o elenco apresenta readaptações e as estreias Coppelia, solo de Jessica Pistorello, o conjunto Amigas de Clara, de O Quebra Nozes e Somewhere, remontada pelo renomado coreógrafo Jair Morais, em sua passagem pela escola em janeiro. No total, serão 32 coreografias e 1:30 de espetáculo. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).
Barracuda em Berlim
O Barracuda Projet, duo de Pablo Lucena Horn (computadores e guitarra) e Leandro Gitaci (baixo elétrico), que lançou em dezembro de 2012 o seu álbum de estreia, foi selecionado para o Festival Grito Rock em Berlim. Os caxienses se apresentam no dia 2 de março no Acker Stadt Palast. E aproveitam a viagem para divulgar o primeiro trabalho em Praga e Amsterdã. Quer saber o que os alemães ouvirão? No sábado 23 o duo faz show no Grito Rock caxiense, no palco do Vagão (veja na página 24) e no domingo (24) faz trilha ao vivo para o espetáculo Anatomia da Boneca, na Casa de Teatro (página 27).
A
os
Billy Alexander, SXC, Div./O Caxiense
Endere
cinemas: CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB. DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer. R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 8 (inteira). R$ 4 (meia) |
MÚSICA: Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | BOTECO 13. Dr. Augusto Pestana, s/n°, Largo da Estação Férrea, São PelegrinO. 3221-4513 | bukus anexo. Rua Osmar Meletti, 275. Cinquentenário. 3215-3987 | BULLS. Dr. Augusto Pestana, 55. Estação Férrea. 3419.5201 | CACHAÇARIA SARAU. Coronel Flores, 749. Estação Férrea. 34194348 | cond. Angelo Muratore, 54. Dellazzer. 3229-5377 | HAVANA. DR. AUGUSTO PESTANA, 145. mOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT. CORONEL FLORES, 789. 3223-0004 | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | NOX VERSUS. Darcy Zaparoli, 111. vilaggio Iguatemi. 8401-5673 | OLIMPO MUSIC. PERIMETRAL BRUNO SEGALLA, 11655, São Leopoldo. 3213-4601 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PEPSI club. Rua Guerino Sanvitto, 1412. Villaggio Iguatemi.3019-0809 | PORTAL BOWLING. RS 453, KM 2, 4140. SHOPPING MARTCENTER. 3220-5758 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 TEATROS: teatro municipal. Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | CASA DE TEATRO: Rua Olavo Bilac, 300. São Pelegrino. 3221-3130 galerias: campus 8. Rod. RS 122, Km 69 s/nº. 3289-9000 | ESTAÇÃO SAN PELEGRINO. Av. Rio Branco, 425. São Pelegrino. 3022-6700 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, 3215-4301 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316 | SESC. MOREIRA CÉSAR, 2462. pio x. 3221-5233 |
Legenda Duração
Classificação
Avaliação ★ 5★
Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. Aventura Bonecos. Comédia. Documentário. Drama Fantasia. Ficção.Científica. Faroeste Infantil. Romance. Suspense. Terror. Musical. Policial.
Música Blues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista
Dança Clássico. Folclore. Hip.hop
Contemporânea. Flamenco. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre Salão.
Artes Acervo. Fotografia. Pintura.
Desenho. Grafite.
Diversas Escultura. Gravura. Instalação
Carol De Barba Grito da moda
O Grito Rock Caxias 2013 também vai ter moda – além da programação de shows e oficinas culturais, que vai até domingo (24). E tudo gratuito, sempre às 15:00, no Parque dos Macaquinhos. No sábado (23), tem Oficina de Confecção de Carteiras com Material Reciclado. Quer quiser participar precisa levar uma caixa limpa de leite longa vida e tesoura. No domingo, são duas aulas: Customização de Jeans (precisa calça velha ou um short) e Customização de Camisetas com Stencil (levar camiseta e retalhos de pano).
Nem ecológico nem legítimo Você sabia que pode ser ilegal, no Brasil, afirmar que determinado produto é feito em couro sintético ou ecológico? A norma (Lei 4.888), vigente desde 1965, proíbe a utilização do termo couro em produtos que não tenham sido obtidos exclusivamente de pele animal, sob pena de detenção do infrator de 3 meses até 1 ano, ou multa, por crime de concorrência desleal. Em 2013, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) pretende ampliar o acesso das indústrias e da população a essas informações. Ficam, pelo menos, duas perguntas: como fiscalizar? E como denominar adequadamente os materiais que imitam couro? Não adianta apenas chamar a atenção para irregularidades, também é preciso pensar em uma solução que não prejudique nem atacado nem varejo. 22.fev.2012
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Andrés Virviescas, SXC, Div./O Caxiense
CARROS E MOTOS
Blindagem automotiva sem mitos A blindagem automotiva tem se mostrado uma alternativa de proteção atraente para quem teme a violência no dia a dia – principalmente quem vive em grandes metrópoles. De acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), somente no primeiro semestre de 2012, 4.275 veículos brasileiros passaram pelo procedimento, um aumento de 4,92% na comparação com o mesmo período de 2011. A seguir, o especialista Fábio Rovedo de Mello, da Concept Blindagens, desfaz alguns mitos que cercam o assunto.
PESO X PROTEÇÃO
Quanro maior o nível de blindagem, mais camadas de componentes constituem a proteção, e maior fica o peso do veículo. A blindagem de nível I, por exemplo, não agrega muito peso, mas
Escola de piloto
garante proteção apenas contra disparos de armas de calibre 22 e 38, de acordo com a norma de resistência balística NBR 15000. A mais praticada no mercado brasileiro, a IIIA, acrescenta mais peso, porém, suporta tiros de pistolas 9 mm e de revólveres .44 Magnum, uma das mais potentes armas de mão.
AÇO
O avanço da tecnologia permitiu a troca de boa parte do aço pelas mantas PREÇO de aramida – tecido formado por fibras Ao definir a blindadora que executará muito leves, mas de alta resistência o serviço, desconfie e fuja das que ofee grande absorção de energia. Ainda recem valores muito abaixo das demais. assim, como o material é flexível e A blindagem é complexa e envolve uma maleável, alguns pontos vulneráveis série de materiais específicos, profisexigem uma sobreposição em aço, o sionais especializados e tratamento chamado overlap. personalizado para cada veículo.
PNEUS
Não existe blindagem de pneus. Entretanto, é possível aplicar a cada roda um sistema de proteção, como uma
A Mitsubishi Motors acaba de lançar uma escola de pilotagem. E o curso Mitsubishi Premium Racing School será coordenado por Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão da Stock Car e campeão Brasileiro de Rally Cross-country, no mais novo autódromo do Brasil, o Velo Città, de Mogi Guaçu (SP). “Os participantes terão dois excelentes carros durante as aulas, o Lancer Evolution X e o Lancer Evo R com potência de 306 cv, além das palestras e a convivência com outros pilotos”, garante Ingo. São apenas 8 vagas, e o aluno aprovado no final do curso estará apto a requerer a carteira de piloto profissional de pista, categoria PGCB. As próximas turmas serão em 5 e 6 de abril, e 17 e 18 de maio. Inscrições com Renato Perotti, pelo e-mail renatoperotti@mmcb.com.br.
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cinta de aço ou de polímeros especiais. Eles permitem rodar por alguns quilômetros, a certa velocidade, aumentando a probabilidade de deslocamento até uma zona de segurança.
A fiscalização e regularização do setor de blindagens no país é de responsabilidade do Exército Brasileiro.
Fotos: Divulgação/O Caxiense
GARAGEM Antes de ler, dois termos para ajudar os leitores pouco familiarizados com mecânica: Octanagem é o índice de resistência do combustível à detonação; PPM significa partes por milhão (nível de emissão de enxofre na queima).
Gasolina COMUM OU ADITIVADA
(Cerca de 1000 ppm de enxofre)
Ambas opções possuem a octanagem de 87%. A diferença fica por conta do pacote de aditivos e detergentes presentes na aditivada, que fazem com que ela mantenha mais limpo o sistema de alimentação do combustível, removendo inclusive acúmulos de carbono dos bicos injetores e válvulas de admissão. De R$ 2,94 a R$ 3,09 (média)
Gasolina Premium
(Cerca de 30 ppm de enxofre)
Com octanagem de 91% a 97%, a gasolina premium gera potência superior no motor de carros de alta performance – veículos comuns rodam normalmente com esse combustível. Tem índices de enxofre menores na sua composição, ou seja, é menos poluente. Chega a R$ 3,69
Dilema flex
Carros flex podem utilizar tanto gasolina quanto álcool, inclusive ambos ao mesmo tempo. Segundo especialistas, não há vantagens nem desvantagens na mistura.
Álcool (etanol)
Este é o combustível mais limpo. Possui octanagem de 105% e não emite enxofre em sua queima – por isso é o menos poluente. Todos os países podem produzi-lo, mas apenas o Brasil desenvolve a fórmula do etanol. O gasto de energia elevado para sua produção e a exigência de amplas áreas de plantio para sua matéria-prima, a cana, provocam controvérsias sobre ele ser ou não um combustível alternativo. R$ 2,06 (média)
Diesel S1800
(Cerca de 1800 ppm de enxofre)
Tem menor consumo porém elevado nível de poluentes. Na composição química S10, que tem menor índice de emissão de enxofre na combustão, é o principal combustível do continente europeu. No Brasil, um lei de 1976 impede a comercialização de carros de passeio movidos a diesel. Conforme a norma, por sermos muito dependentes do transporte rodoviário, todo óleo diesel refinado no país deve ser destinado a caminhões e ônibus. R$ 2,39 (média)
Fuja da reserva
A pane seca pode resultar em multa e guinchamento. Ficar empenhado com o carro por falta de combustível é uma infração com pena de R$ 85,13 e 4 pontos na CNH.
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