Edição 102

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04.NOV.2011

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As famílias que também se sentem atrás das grades

A violência que virou literatura

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12 Sartori será o Lula de Caxias em 2012

Lugares que respeitam os cadeirantes

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2 horas e 40 minutos de pavor

4 Como a crise europeia repercutirá aqui – e como minimizá-la

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Velhos e novos ídolos do rock 2

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O controle remoto não controla

Hábitos de consumo tipicamente caxienses dos anos 80

17 Crônicas do sistema solar

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Fotos: 4, 5 e 12: Maurício Concatto/O Caxiense | 17: Reprodução/O Caxiense


DIGA!

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) |

O que é a reportagem | DJ da Saveiro | Rankings e discussões O repórter pergunta o que quer para a fonte. A fonte responde o que quer para o repórter. Desse diálogo, quase sempre impessoal e muitas vezes por telefone, sai uma matéria. É a receita básica de produção do jornalismo diário. Da qual O CAXIENSE também se vale, para as notícias que você lê todos os dias em nosso site. O jornalismo de revista, porém, é diferente – ou deveria ser. Aqui, a rápida troca de informações entre repórter e fonte é insuficiente para se construir uma reportagem. Reportagem é diferente de matéria. Leva mais tempo, exige mais do que perguntas e respostas. É preciso estar lá, observar o que está acontecendo, ouvir outros diálogos – espontâneos, não provocados pelo repórter – e, no fim, ter a capacidade de elaborar uma narrativa consistente e interessante sobre tudo que viu e ouviu. Foi o que fez o editor Marcelo Aramis na reportagem de capa da edição anterior, Bonecas da alta sociedade, depois de ter passado meses acompanhando eventos do debut do Clube Juvenil. Alguns leitores não gostaram. No Twitter, não diretamente a @ocaxiense, jovens que aparecem na reportagem se queixaram. Por e-mail, uma leitora também reclamou, mas pediu para não ter seu comentário publicado. Estamos sempre abertos às críticas. No entanto, muitos leitores gostaram. E manifestaram sua opinião diretamente à revista nas redes sociais. No Twitter, Lara Taufe deu seu testemunho:

Tô abismada! Essa matéria d’@ocaxiense sobre o Debut ficou demais! Haha. Ri muito. É e-xa-ta-men-te assim.

“Adorei a matéria de capa”, disse Clarissa Silveira. “Leve, sutil e realista”, classificou Lisiane Zago, surpreendida (positivamente) pelo bom humor do texto. Falando agora em matéria, e não reportagem, esta seção também se dedica a repercutir a opiniões dos leitores sobre o conteúdo diário no site. Uma das matérias chamou atenção pela forma como foi chamada nas redes sociais: “Dando fim à baderna: prefeitura e BM já fecharam 22 bares. E atenção, ‘DJ da Saveiro’: você é o próximo alvo”. Fora da Saveiro, parece, a popularidade do DJ está em baixa. No Facebook, Marcos Adriano da Luz comentou: “Esse recado é pra no mínimo uns 100 na cidade, ehehehehe”. Pedro Susin acrescentou: “Pelo menos não falaram em DJ do Chevette, porque aí sim teria mais uns 100”. Marcelo Generosi, bemhumorado – aliás: salve o bom humor! –, sugeriu: “Palito de dentes embaixo das unhas dos DJs das Saveiros!!!”. Outra matéria, sobre a queda de Caxias do Sul de 3º para 23º lugar no Estado em um ranking de desenvolvimento socioeconômico, acendeu uma discussão política no Facebook de O CAXIENSE. Começou com Celso Gomes: “Parabéns aos anos de Governo Sartori...”. Jordan Tonet respondeu: “Sim, claro... É culpa do Sartori que 200 famílias vêm morar em Caxias a cada semana e os serviços não dão conta”. E aí fez-se o “diálogo”. Celso: “Se não me engano, temos uma greve dos médicos em andamento. Tem precisado do serviço público de saúde, sr. Jordan?”. Jordan: “Comentário oportunista em cima da greve de uma classe arrogante. Leia a matéria: 2009 - Saúde: 0,9038 (alto)”. E Celso de novo: “Pois é, sou oportunista há 6 meses... E pelo andar da carruagem serei por mais 6”. Sem entrar no mérito das opiniões (e do ranking): ficamos felizes por oportunizar o espaço para debate. Felipe Boff, editor-chefe

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BASTIDORES

Homer Simpson assiste à TV | Eles não nasceram aqui, mas são caxienses | O pesadelo da realidade vira literatura

2 horas e 40 minutos na vida de...

Helen Bianchi |

Maurício Concatto/O Caxiense

... uma refém de ladrões de carro O portão demora para fechar. Um ladrão põe o revólver na cabeça dela. Ela pensa: “Agora vou morrer!”. Isso tudo aconteceu com Helen Bianchi, de 31 anos. Ela narra, em primeira pessoa, um pesadelo que se tornou moda em Caxias. Em 6 dias de outubro, a Polícia Civil registrou 7 casos em que ladrões invadiram a residência das vítimas quando elas chegavam para roubar seus veículos. Domingo, 23 de outubro de 2011 21:50 - Tinha certeza de que não tinha ninguém suspeito perto de casa. Estava mais cuidadosa desde que meu vizinho foi assaltado. Mas quando eu vi aqueles dois homens entrando na minha casa, enquanto o portão da garagem fechava. Eu achei que eles me matariam. Não pude evitar:

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buzinei e gritei. Inútil. Apenas os deixei mais agressivos e atraí meu filho, que estava no terceiro andar, para aquele inferno. 21:53 - Me mandaram entrar no carro, mas não obedeci. Preferia que me matassem naquela hora, com um tiro. Me arrependi de ter gritado. Meu filho descia as escadas correndo. “O que foi, mãe?” Ele caiu. “Não desce”, consegui gritar. Mesmo assim, ele viu o momento em que eu estava com uma arma apontada para a cabeça. Percebi a inexperiência do ladrão que segurava a arma. Isso me deixava mais apavorada. 21:58 - Os vizinhos perceberam o crime quando viram os ladrões saindo com meu carro. Fui até a casa da vizinha da frente,

pedi para chamar a polícia. Ela pensou que eu tivesse atropelado meu filho sem querer. 22:20 - A ficha estava caindo. Com medo, meu filho foi para a casa de meus pais. Fui para a delegacia. Lá, disseram que o vizinho que ouviu meu grito poderia ter ligado. Eu falei que muitas pessoas estão desacreditadas da polícia. Ele não ligou porque não tinha certeza do que se tratava. 23:30 - Cheguei em casa, mas sabia que aquilo não tinha acabado. Nunca vou tirar a cena daqueles ladrões entrando na MINHA CASA. Sentia medo, pavor, insegurança. Raiva. Dos impostos que eu pago. Do governo. Eu trabalho para uma vida melhor, e os bandidos estão livres, fazem o que querem e nada acontece.


TOP5

Nelir e outro cadeirante descem as rampas do Pratavieira | Maurício Concatto/O Caxiense

Caminho livre para os cadeirantes Caxias ainda tem uma rampa íngreme pela frente até oferecer condições adequadas aos cadeirantes. Para a presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Nelir de Oliveira, de 50 anos, a cidade merece uma modesta nota 6 nesse quesito. “As novas construções nem sempre são fiscalizadas. É como se não existissem leis para os deficientes”, critica. Mas Caixa ainda há esperança. Empresas Os bancos da rede pública são preparacomeçam a se conscientizar sodos para acolher os cadeirantes, mas, em bre a importância de facilitar o Caxias, um se destaca. Pela facilidade de acesso dos usuários de cadeiras acesso às rampas, a agência da Rua 20 de Setemde rodas, como mostram os bro com a Rua Garibaldi facilita a vida de quem exemplos positivos listados a precisa de seus serviços. seguir por Nelir. Panvel Shopping Prataviera A Panvel No Centro da cidade, o da Aveshopping tem elevador nida Júlio para o transporte de de Castilhos com a um andar a outro. As lojas têm Vinte de Setembro provadores adaptados que peré uma exceção mitem maior independência. entre as farmácias. As entradas são outro ponto a Diferentemente favor. Elas permitem que, após da maioria das acessar o shopping, o cadeiranconcorrentes, ela te vá de um ponto a outro do tem rampa de fácil estabelecimento. acesso.

Casa da Cultura Com elevador e corredores largos, a Casa da Cultura recebe bem quem usa cadeira de rodas. Serve de modelo para o Centro de Cultura Ordovás, quase impossível de ser acessado.

Zaffari e Big Na concorrência dos hipermercados, o Zaffari leva a melhor, mas o Big não fica muito atrás. Os dois pontos são os melhores para os cadeirantes fazerem as compras do mês. 04.NOV.2011

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Maurício Concatto/O Caxiense

BOA

GENTE

Jovem que planeja Não se deixe confundir com a pouca idade de Carlos Samuel Freire de Oliveira, de 23 anos. Eleito no dia 25 de novembro para a presidência da CDL Jovem – departamento da Câmara de Dirigentes Lojistas –, Freire já acumula a experiência de quem começou a trabalhar aos 12. Desde cedo atuou na Yang Modeladores, empresa de propriedade de seus pais. No início fazia atividades corriqueiras. Ajudava no serviço de banco, auxiliava em trabalhos de office boy. Onze anos depois, a situação está diferente. Freire virou diretor financeiro da empresa. “Se você cresce em uma empresa, suas responsabilidades também aumentam”, comenta o rapaz. Agora, as responsabilidades estão maiores ainda, na CDL Jovem, entidade que conheceu graças à mãe, Ângela de Cássia Freire e na qual ingressou em 2008. “As empresas precisam colocar no papel seu trabalho. A CDL Jovem vai ajudar no planejamento das empresas. Vamos cobrar a atuação dos nossos departamentos nesse apoio estratégico”, avisa o novo presidente, que tem muita vida pela frente para planejar.

“Ele está numa idade tal que pode dizer qualquer coisa, inclusive isso...”

“Temos que viver com isso”

José Ivo Sartori (PMDB), prefeito, sobre Pedro Simon, que o considera a principal liderança do PMDB gaúcho, em entrevista ao Jornal do Comércio

Rubens Brum, padre de Forqueta que viu ladrões roubarem o dinheiro arrecadado na missa de Finados

Caxienses por decreto

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O balanço

Os agrados

2011 | 5*

2010 | 5

2009 | 3

2008 | 17 2007 | 6

2006 | 8

2005 | 7 2004 | 2

2003 | 9

2002 | 5

2001 | 4

Confira como foi a distribuição de títulos de cidadão caxiense e emérito nos últimos anos

Outros homenagiados | 4

Cidadãos eméritos | 28

Honrarias desde 1958

Cidadãos caxienses | 131

Há um seleto grupo que não nasceu em Caxias do Sul mas tem todo o direito de se dizer cidadão caxiense. Desde 1958, 131 personalidades receberam o título por decreto legislativo. O 132º nome a ser incluído na galeria será o médico Vicente Geraldo Gallicchio. Natural de Erechim, ele dirige o Hospital Saúde há 36 anos. A Câmara não deixa de homenagear também aqueles que nasceram em berço local. Dom Paulo Moretto se tornará cidadão emérito em 7 de dezembro. Às vezes alvo de crítica por sua banalização, a distribuição desses agrados diminuiu na última legislatura, como mostra o quadro ao lado.

* incluindo homenagens a dom Paulo Moretto e a Vicente Gallicchio Fotos: Vicente: Divulgação/O Caxiense | Dom Paulo: André Susin, Arquivo/O Caxiense


“O telespectador não tem escolha”, diz o ombudsman da TV brasileira Dono de um controverso olhar sobre a TV brasileira, o jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho apresenta um programa televisivo. Mas nem ali ele sossega. O VerTV, na TV Câmara, serve justamente para atacar a má influência do conteúdo que chega às casas dos telespectadores. Para debater a mídia e a inclusão digital, Leal visitou Caxias na segunda-feira (7) e conversou com a revista O CAXIENSE sobre seu alvo de críticas preferido.

A regulação permitiria a democratização e a presença de mais atores nesse cenário.

A TV brasileira ainda trata o espectador como um Homer Simpson? Trata, e não apenas o telejornal (Leal escreveu artigo, em 2005, relatando que o jornalista William Bonner se referia ao espectador do Jornal Nacional como ‘Homer’). A TV não faz esforço para colocar questões que elevem a capacidade crítica. Há ênfase ao consumo, ao individualismo, sem referência sobre a vida em sociedade.

Quais os três piores programas? Três seriam pouco. Os piores são aqueles policialescos (preferiu não citar nomes), que colocam a barbárie humana na casa das pessoas. Banalizam a violência, tornando-a algo inerente ao ser humano quando, na verdade, são momentos excepcionais.

Existe vida inteligente na TV? Já houve momentos de grandes produções, mas são esporádicos.

O controle remoto não é o melhor controle social da mídia? Isso é falácia. A programação está cada vez mais igual porque os programas que dão audiência são rapidamente copiados. O telespectador não tem escolha. Ele muda de canal para ver sempre a mesma coisa.

Piadas como a de Rafinha Bastos (que disse que comeria a cantora grávida Wanessa Camargo e o bebê dela) merecem punição? Não sei o tipo de punição que poderia ser, mas falta um conselho regulador. Um conselho poderia aprofundar a discussão com especialistas e apresentar a análise às emissoras para tirar o programa do ar ou tomar as providências.

Por exemplo? Na própria Rede Globo, minisséries como O Auto da Compadecida e o especial A Paixão Segundo Ouro Preto. Levam o telespectador a pensar e refletir, não simplesmente engolir o que está De quem é a culpa por mortes de sendo mostrado. jornalistas que acompanham operações policiais: das empresas que os O senhor é um dos defensores mandam para lá ou das autoridades de que se regule a mídia. Isso não é que permitem a presença deles nas censura? ações perigosas? A mídia não é um poder diferente A culpa é das empresas que, por queLaurindo Lalo Leal Filho | dos demais. Ela tem que ter regras para rer divulgar a qualquer preço uma ação Valter Campanato, ABr, Divulgação/O Caxiense funcionar. Não é censura. Ao contrário. violenta, expõem seus profissionais.

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CAM Marketing

PUS

Cerimônia de premiação dos internos do Case | Maurício Concatto/O Caxiense

Aprendendo a escrever futuro No microfone, a vice-diretora da Escola Paulo Freire, Marlise Oliboni, discursava. Pincelava a fala com textos produzidos pelos garotos que se sentavam em duas filas de cadeiras logo à frente. A cada trecho, uma salva de palmas. No final, falou de Deus. Parecia ler um pedaço da Bíblia. Mas não. Eram os versos premiados de um jovem de 18 anos. Além do rapaz, outros 12 meninos esperavam ansiosos, na sexta-feira (4), para autografar o livro Recriar textos, que reúne os melhores trabalhos de alunos de entidades assistencialistas da cidade. Para os ganhadores que não são do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), a entrega das medalhas ocorreu ainda na Feira do Livro. Mas, para os jovens da antiga Febem, essa cerimônia só pôde ocorrer atrás dos muros – eles cumprem medida socioeducativa em regime fechado. “Alguém quer falar alguma coisa?”, perguntou Marlise. Silêncio. Angela Vielmo, professora de Português, foi estimulada a ir até o microfone. Falou de catarse, evasão na literatura e outras expressões difíceis, mas responsáveis por instigar os 27 alunos a participar das oficinas literárias durante o ano.

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Em seguida, L., de 17 anos, aceitou o convite de Marlise. Interno do Case desde março, foi detido por roubo e sequestro. Infância problemática, mãe alcoólatra, padrasto violento não justificam as motivações de um crime, mas evidenciam as consequências de uma infância roubada. L. passou por tudo isso, e resolveu escrever sobre a experiência. Catarse pura. Ficou com o 3º lugar na categoria prosa. Do resultado, ele se orgulha. Da realidade, não. “Apanhava a socos, com madeiras de prego e com vara de marmelo”, conta em um trecho. A infância aparece como o tema predileto nos escritos. “Eles sentem como se algo fosse roubado deles”, explicou Angela. Mas os garotos também miram o amanhã. “Quando projetam algo, falam em ser advogados, arquitetos...” L. fala em ser juiz. Daqui um mês, deve prestar o Enem. O exame, assim como a premiação, acontece no Case mais tarde do que as datas normais. Enquanto o futuro não chega, o jovem se consola, no presente, em autografar o livro que ajudou a escrever – com as mãos marcadas pelas cicatrizes do passado.

do bem

Os alunos da disciplina Gestão de Marketing, do curso de Administração da FSG, passaram o semestre aprendendo teoria. Para mostrar que absorveram os conceitos e que serão bons marqueteiros, nada melhor que uma ação beneficente. O Desfile do Bem - Na Passarela a Solidariedade terá as coleções de verão das marcas Mormaii, Maria Santa, Scapularium e Puc. Os ingressos custam R$ 15 e um quilo de alimento não perecível ou material de higiene pessoal. Tudo será repassado para a Associação Criança Feliz e Projeto Mão Amiga. O desfile ocorre nesta sexta (11), às 20:00, na quadra de esportes da faculdade.

+ EVENTOS Encontro de Egressos de Arquitetura e Urbanismo

SEX. 20:00. CAMPUS 8. UCS Debate sobre a construção do curso e suas perspectivas, com os ex-coordenadores de Arquitetura. Alunos e egressos do curso pagam R$ 10, professores da UCS R$ 15 e demais interessados R$ 30.

Semana Acadêmica de Arquitetura

SEX. e SAB. FSG Na sexta haverá a palestra As Igrejas de Oscar Niemeyer, com Luciane Scottá, às 19:30, no auditório. No mesmo horário, na sala D205, ocorre oficina de croquis, com Juliana Silveira. A semana acadêmica termina no sábado com o passeio Caminhos da Memória, com Roberto Filippini. Saída da Cantina do Prédio C da FSG, às 8:30. Gratuito.

Sábado Extensivo

SAB. 9:00. FTSG. Palestra sobre o tema Aspectos Gerais do Processo Eleitoral, com o professor Fábio Scopel Vanin. Voltada a acadêmicos da faculdade.

Diálogos Raciais

QUA. 9:00. FSG. O curso de Direito realiza mesa redonda sobre a questão racial, dentro da Semana da Consciência Negra.

Palestra Escrituração Fiscal Digital do PIS/PASEP e COFINS

QUI. Das 14:00 às 17:00. UCS Voltada a alunos de Ciências Contábeis da UCS e a profissionais. A palestra terá Guilherme Dal Pizzol, da Receita Federal, e ocorre no auditório do Bloco J. O programa contempla os assuntos como plataforma SPED. Inscrições podem ser feitas no Protocolo Acadêmico - Bloco E ou pelo site da UCS (www.ucs.br) até terça-feira. A entrada é um quilo de alimento não perecível. UCS: FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1.130, PETRÓPOLIS. | CAMPUS 8: RS 122, Km 69, S/Nº. 3218-2118 | FSG: OS 18 DO FORTE, 2.366, SÃO PELEGRINO. 21016000 | FACULDADE DE TECNOLOGIA DA SERRA GAÚCHA: MARECHAL FLORIANO, 889, CENTRO. 3022-8700


Arquivo Pessoal/O Caxiense

De olho na Laci Um nome que costumava ser ouvido apenas nos bastidores do futebol gaúcho passou a ocupar, nos últimos meses, páginas e mais páginas das editorias de Esportes dos jornais. Laci Ughini batiza a Copa que se tornou a última esperança para um time caxiense conquistar título neste ano (e, de quebra, uma vaga à Série D do Brasileiro em 2012). O Juventude começa no feriado de terça-feira (15) a fase final da competição contra o Lajeadense, no Estádio Alfredo

Jaconi (leia mais na Arquibancada). Em um bastião masculino, Laci conquistou espaço e chegou à vice-presidência do Tribunal de Justiça Desportiva depois de uma carreira como advogada trabalhista com escritório em Porto Alegre. Um câncer de cérebro interrompeu a trajetória de 63 anos, em setembro de 2010. “Ela era de escorpião, uma fera. Fazia tudo certinho na ponta do lápis”, diz o filho Silvio Ughini.

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ple

na rio

Renato Henrichs

Dobradinha

Lula aqui O que Lula significou na eleição presidencial do ano passado, José Ivo Sartori representará aqui na campanha municipal do ano que vem. Os nomes que forem abençoados e/ou escolhidos por Sartori já

terão meio caminho andado. Até Pepe Vargas, candidato em potencial do PT, declarou que o atual prefeito fez um bom governo (para não entregar o ouro, com a ressalva de que poderia ter feito mais).

Acerto petista

tros dois pretendentes ao posto. Ao contrário, abrirá espaço para que Marisa Formolo concorra à Pesquisa feita na cidade pelo Câmara Federal e Marcos Daneluz à Assembleia Legislativa em Instituto Methodus comprovou a alta popularidade e a boa fase 2014. Se Pepe for eleito, é claro. do governo e do prefeito Sartori. E a grande surpresa foi a colocação da Cultura entre as melhores secretarias avaliadas. Situa-se entre as 2 primeiras. Algo impensável em Caxias até tempos atrás.

Por coincidência

Maurício Concatto/O Caxiense

PT caxiense definirá, no próximo dia 19, o atual deputado federal Gilberto Pepe Vargas como pré-candidato à prefeitura de Caxias no ano que vem. A escolha não esquecerá os ou-

Dentro da prefeitura, o que todos comentam é que está certa a dobradinha Alceu Barbosa Velho/Antonio Feldmann para disputar a sucessão de Sartori. A chapa daria continuidade ao acerto PDT/PMDB, partidos que detêm hoje o controle da prefeitura. Mudariam apenas as posições de prefeito e vice.

Ausências solenes Mesa Diretora da Câmara deverá encaminhar medida salutar para ser colocada em prática a partir do ano que vem. Os vereadores ausentes das sessões solenes terão desconto no salário. Não há mais como o Legislativo promover tantas homenagens se os próprios parlamentares (a maioria deles) não comparecem a elas.

Cidade inteligente

Aprovação relativa As modificações anunciadas pela prefeitura no trânsito da cidade ainda deixam dúvidas e queixas. Sinal de que elas deveriam ter sido mais discutidas. A decisão de acabar com 56 vagas de estacionamento na Sinimbu está sendo criticada por lojis-

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tas vinculados à CDL. Na Câmara de Vereadores, o oposicionista Rodrigo Beltrão (PT) questionou o fato de, em 7 anos, o governo municipal estar com apenas uma estação de transbordo de ônibus em construção e outra em licitação.

Ao lado do vice Nelson Sbabo e do diretor-executivo Victor Hugo Gauer, o presidente da CIC, Milton Corlatti, participa esta semana, no Rio de Janeiro, de evento promovido pela IBM do Brasil. O tema do evento é emblemático: cidades inteligentes. Para o gerente de novos negócios da IBM, Fernando Faria, o que torna a cidade mais inteligente “são os serviços providos pelo governo, de forma geral”.


Júlio Soares, Divulgação/O Caxiense

Roberto Hunoff

Instabilidade no horizonte A economia brasileira passará por períodos de instabilidade nos próximos anos, consequência da crise fiscal dos países europeus. O alerta foi feito na CIC de Caxias do Sul pelo vice-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Carlos Henrique Horn. A grande dúvida está na intensidade e no tempo que a crise perdurará. Horn reconheceu, no entanto, que o Brasil deve sofrer menos do que outras nações porque seus fundamentos macroeconômi-

cos estão mais sólidos do que em outras crises. Ele também foi enfático na defesa de ações de curto prazo, como a antecipação de alguns investimentos públicos, caso da Petrobras, para enfrentar a crise. Mas foi claro que no longo prazo a industrialização deve estar no topo das prioridades do governo. Ou seja, mudar radicalmente o quadro atual do câmbio ou criar mecanismos de apoio à indústria nacional, hoje fortemente prejudicada por produtos importados.

Expansão O número de lojas em funcionamento no San Pelegrino Shopping Mall vai aumentar em novembro, mês em que comemora seu primeiro ano de atividades. Ocupando sala provisória desde agosto, a Mormaii abriu unidade definitiva nesta semana no piso tér-

reo do shopping. Outra rede que prepara o desembarque é a grife porto-alegrense Rabusch, que terá loja no primeiro andar. O espaço de 85 m² será exclusivo para moda feminina. O primeiro ano do shopping foi comemorado na quartafeira (9).

Crescimento Para marcar seus 15 anos de existência, o Iguatemi realiza promoção que premiará 2 clientes com produtos das lojas do shopping. As opções vão desde jantares até viagens internacionais. Os cupons podem ser trocados até domingo (13) e o sorteio será no dia seguinte. O shopping também anuncia a chegada de novas lojas: Panvel e Potthoff Pratas, elevando para 139 as unidades em operação. De acordo com

dados da direção, o shopping recebe anualmente mais de 8 milhões de consumidores. Seu faturamento até setembro cresceu 44% sobre igual período do ano passado, totalizando perto de R$ 167 milhões. O dado aparece no balanço da Iguatemi, empresa de capital aberto detentora de 8,4% da operação de Caxias. A companhia incluiu em sua receita total R$ 14 milhões originados no shopping local.

Alívio A presidente Dilma Rousseff sancionou na quinta-feira (10) o projeto de lei que altera o Simples Nacional e amplia os benefícios para micro e pequenos empresários. O ato realizado em Brasília teve a presença do secretário da Microempa de Caxias do Sul, Joacir Hylário Fontana. Entre as principais mudanças está o novo enquadramento das microempresas, agora com limite de faturamento de R$ 360 mil anuais, e das empresas de pequeno porte, em R$ 3,6 milhões. O limite para o Empreendedor Individual foi elevado de R$ 36 mil para R$ 60 mil anuais.

Balanços A semana foi de divulgação de balanços trimestrais por 3 empresas caxienses com ações na Bolsa de Valores. A Marcopolo somou receita líquida consolidada de R$ 2,4 bilhões, crescimento de 14%, no período de 9 meses. Seu lucro atingiu R$ 230,6 milhões, com margem líquida de 9,5%, em alta de 8%. A Randon apurou R$ 3,1 bilhões de receita líquida, crescimento de 16%. Obteve lucro líquido de R$ 218,9 milhões, com margem de 7%. Já a Lupatech continua operando no vermelho. Encerrou o período de 9 meses com prejuízo de R$ 129,5 milhões, decorrência do resultado financeiro líquido negativo. Sua receita cresceu 8%, para mais de R$ 470 milhões.

Crédito Em torno de 35 mil empresas do varejo gaúcho, das quais perto de 5 mil em Caxias, migrarão a partir de dezembro para um novo sistema de proteção ao crédito. Elas acompanham iniciativa da Confederação Nacional do Comércio Varejista, por meio do SPC Brasil, que fechou parceria com a Serasa, resultando num banco de dados que reúne 84% das informações cadastrais do país. Os lojistas passam a ter 17 tipos de informações de pessoas físicas e jurídicas – antes, eram 5 –, com a possibilidade de customização. A mudança, segundo Paulo Magnani, presidente da CDL, se refletirá em custos menores e maior capacidade de recuperação de crédito. Em outubro, o valor da dívida dos consumidores com o comércio de Caxias é de R$ 28,8 milhões. Para Magnani, situação sob controle, mas preocupante. 04.NOV.2011

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a pena das FAMÍLIAS “Ele ainda é uma criança”, diz Neiva. A criança tem 24 anos. Por roubo ao comércio, está na Penitenciária Regional de Caxias do Sul, mais conhecida como Presídio do Apanhador. A mãe mostra o que traz na sacola plástica: pães, chocolates, refrigerante. É dia de visita, e Neiva continua tentando dar ao filho Anderson o melhor que consegue. Na casa em que vivia com ele, no Centro da cidade, as fotos do jovem ocupam lugar de destaque. E é perto dali que ela localiza parte da culpa pelo envolvimento do rapaz com o crime. No Parque dos Macaquinhos, que frequentou desde a

por Camila Cardoso Boff e Robin Siteneski 12


infância, Anderson aprendeu a andar de skate. Na carona, segundo a mãe, vieram as más companhias. “Aquilo ali foi a perdição”, diz Neiva. Anderson se perdeu, relata a mãe, aos 17 anos. Numa tarde, o telefone tocou. Anderson não estava em um campeonato de skate fora da cidade, como pensava Neiva. Depois de fazer um assalto, fora perseguido, baleado e preso, contou-lhe o policial. “Eu errei porque não dei limite. Roupas e tênis de marca, o melhor skate, as viagens para os campeonatos... Por mais que fosse difícil, eu dava um jeito, mas achava que estava fazendo o certo”, admite. A notícia de que Anderson estava preso jogou-a também em uma espécie de prisão. Desencadeou a depressão e a síndrome do pânico, que até hoje a afligem. Na época, Neiva chegou a cortar os pulsos, numa tentativa desesperada de esquecer a mistura de decepção e saudade do filho. “Penso nele quando acordo, quando tomo banho, quando vou comer alguma coisa que eu sei que ele não vai ter”, conta. Na manhã do ensolarado feriado de Finados, cerca de 50 pessoas, a maioria mulheres, aguardavam sua senha ser chamada pelos agentes. Ao passar pela porta de ferro, que se abre a cada intervalo de 20 ou 25 minutos, os grupos de 5 visitantes terão bolsas, sacolas e corpos revistados, para só então encontrar filhos, maridos, namorados e irmãos. Mas sentem-se como se estivessem sempre lá dentro. “Estou aqui no Apanhador há 3 meses, antes fiquei um ano lá na Pics”, contabiliza uma visitante, referindo-se à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (Pics). De fato, elas nem sempre usufruem da total liberdade que lhes é de direito. Muitas se aprisionam à rotina semanal de percorrer 40 quilômetros do Centro até o Apanhador, na divisa com São Francisco de Paula. No dia 2 de novembro, Neiva veria o filho após 20 dias. Empregada doméstica, ela trabalha também nos fins de semana, e folga apenas em feriados. Neiva é a primeira a identificar como repórteres os dois jovens que se aproximam perguntando sobre a demora para entrar, o tratamento dos agentes, a dificuldade de chegar até lá. Com a revelação, uma sutil divisão acontece. Quem não quer dar entrevista afasta-se discretamente. As mais curiosas e interessadas em falar se aproximam. “Nos tratam como se a culpa deles fosse nossa também. Não é assim em todos os casos”, protesta uma 04.NOV.2011

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moça de voz grave e expressivos olhos o meu coração. Se alguma coisa aconteverdes, antes de se juntar ao grupo das cer com ele, eu não continuo aqui”, procaladas. fetiza, em casa, com uma das mãos sobre a Bíblia. O temor aos homens, maior A convivência com os familiares de do que a Deus, se explica na visão que outros presos ainda causa desconfian- ela tem sobre as chances de um bandiça a Neiva. “Tem pessoas maravilhosas, do. “No mundo do crime, é a história mas tem outras que fico bem longe. Não dos dois Cs: cadeia ou cemitério”. sei se foi por causa da minha criação O maior sonho de Neiva é que o filho muito correta e respeitadora, mas ain- presidiário, ao ser solto, fuja dos dois da hoje me apavoro. Tem coisas com Cs abandonando a criminalidade. Ela, que eu nunca vou me acostumar”, conta como sempre, está disposta a ajudar. a mulher de 51 anos. Quando jovem, Não se importará em pagar para que Neiva desejava trabalhar como investi- Anderson volte a estudar. “Porque emgadora da Polícia Civil. “Graças a Deus, prego mesmo vai ser difícil”, acrescenta, meu pai não me deixou. Quero distân- lembrando que o filho não tem qualcia desse mundo, seja do lado que for.” quer experiência profissional. Anos depois da prisão de Anderson, Há três anos, Anderson conseguiu as ideias suicidas da mãe não ficaram progredir do regime fechado para a lipara trás, apesar do tratamento. “É berdade condicional. E Neiva fez o que como eu digo: Jesus, o Senhor conhece planeja fazer de novo. Investiu em um curso supletivo para o filho. Mas Anderson desistiu. Então Neiva tentou outra saída. Mandou-o viajar, para longe – queria afastá-los das amizades ligadas ao crime. Mas logo Anderson passou a

reclamar de saudade e quis voltar. Em Caxias, o problema foram as inimizades. Havia criado desavenças na cadeia. Com medo de represálias, passou a andar armado. Até que foi novamente capturado. “Nenhuma mãe quer um filho em cadeia alguma, mas o pior lugar do mundo é o presídio de Caxias”, diz Neiva. Ela não fala do Apanhador, mas da Penitenciária Industrial. “É uma faculdade do crime. O que tu não sabe, lá dentro tu aprende.” Para ela, o tratamento dado aos familiares é um reflexo sutil do que os agentes submetem aos presos. Neiva desconfia que Anderson já tenha apanhado atrás das grades. Porém, não sabe ao certo, já que o filho poupa a mãe desses detalhes. “Se eu descobrir, ele sabe que eu vou atrás desse pessoal dos direitos humanos. Ele já está pagando pelo que ele fez lá dentro, ninguém precisa castigá-lo mais”, afirma. A mudança de Anderson para a nova penitenciária, porém, a tranquiliza um pouco. Pelo menos na comparação com a cadeia anterior. “No Apanhador, a gente gasta mais, é mais longe, mas os agentes nos respeitam. Eles devem ter filhos e devem entender que a gente nunca vai criá-los para cometer um crime”, teoriza Neiva, que planeja deixar um dos empregos para ter ao menos alguns fins de semana livres. Preocupação da qual não se livra, no entanto, é com o dinheiro. Os gastos com o filho continuaram depois da prisão, se é que não pioraram. “Uma pessoa presa gasta o dobro que gastava aqui fora”, calcula Neiva, sem muita exatidão. Se Anderson estivesse trabalhando quando foi preso, sua mãe poderia receber o auxílio-reclusão. A Previdência Social paga a um parente ou dependente o valor que o apenado ganhava antes de ir para a prisão, até o teto de R$ 866,66. Em Caxias, 91 pessoas – o equivalente a apenas 11% dos 810 detentos da cidade – receberam o benefício em outubro, somando uma verba de R$ 72,2 mil. “A ideia é proteger a família. Tentar ajudar aqueles que não fizeram nada de errado e dependiam financeiramente de quem é preso. Eles não têm culpa se o cara fez bobagem”, explica Cristiano Fagundes Koch, gerente-executivo do INSS de Caxias. Se o preso voltar a trabalhar, no regime semiaberto ou dentro da cadeia, ou o beneficiário passar a receber um salário superior ao auxílio, este é cancelado.

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É do auxílio-reclusão que Michele tira R$ 545 todos os meses. “Sempre agradeço a Deus por isso”, diz a jovem, que gasta cerca de R$ 120 mensais com transporte para visitar o marido semanalmente, às vezes mais de um dia. Leva alimentos e cigarros, que o preso também transforma em alimentos. Vende os cigarros a outros detentos e gasta o que arrecada na cantina do presídio, segundo ela. Funcionária de uma fábrica de brinquedos, Michele teve que assumir sozinha os cuidados coim a infância da filha, de 3 anos. Entre as duas, o assunto prisão ainda é um tabu. “Me corta o coração falar sobre isso”, admite a jovem, desviando o olhar. A menina, naturalmente, queria saber onde o pai está. “Está na casa dele, mas não pode sair de lá agora”, amenizava Michele. A sogra, no entanto, acabou com as ilusões da criança. Quando a pergunta foi endereçada a ela, contou que o pai estava preso. E agora a questão que Michele costuma ouvir é outra, com uma ponta de revolta: “Como assim meu pai está na cadeia, mamãe?”. A menina já esteve na “casa” do pai. A visita das crianças ocorre apenas uma vez por mês. A última foi uma festa no Dia das Crianças, com direito a palhaço, churrasco com maionese e outros agrados para grandes e pequenos. Em dias de visita, Michele acorda às 4:30. A van, alugada por familiares de apenados, passa para buscá-la. Geralmente, são 15 passageiras. Ela é a primeira da rota. Cada visitante paga R$ 17 pelo trajeto, ida e volta, da porta de casa até o presídio do Apanhador. Para quem não tem carro, a alternativa compensa. Só a passagem do ônibus intermunicipal que passa pela penitenciária custa R$ 5,65 por viagem. Michele passou 7 de seus 19 anos ao lado do marido. A aparência e a voz grave indicariam alguém com mais idade, mas ela preserva alguns traços da época em que o namoro começou, como

POPULAÇÃO CARCERÁRIA Presos

Capacidade

Apanhador Capacidade: 420 Ocupação: 330 90 vagas livres

PICS Capacidade: 300 Ocupação: 480 180 presos além da capacidade * os números informados são aproximados, por questões de segurança, segundo a Delegacia Regional Penitenciária.

os gestos efusivos e o sorriso constante. Conheceu o marido num dia em que ele passava em frente à igreja dela. Tinha 12 anos. Apaixonada, saiu da casa dos pais e abandonou a escola na 6ª série para morar com ele no 1º andar da casa da sogra. Hoje, Michele teme não saber o que fazer longe do marido, mesmo que eles estejam separados pelo cárcere. “Mas a gente não tem mais tanto assunto. Quando eu venho (no presídio), durmo com ele na cela, porque

estou cansada também”, relata. A relação, inevitavelmente, mudou. “Cortei o cabelo mas ele não gostou, disse que fiquei feia”, acrescenta, tentando disfarçar o desapontamento. Por que, então, vai visitá-lo toda semana? Michele enumera razões. Primeiro, acha que isso pode beneficiar o marido perante a Justiça, como um sinal de ressocialização. Depois, diz sentir dó, por considerar a prisão um inferno na Terra. E então chega ao motivo principal. “Ah, eu amo ele. Se não amasse, não vinha mais.” Refrigerante, margarina, arroz, massa, cigarros envoltos em plástico, carne, presunto, queijo, xampu, desodorante e sabonete enchem a sacola que Andressa leva para o namorado recluso no Apanhador. Ela faz isso há cerca de 1 ano e 3 meses, todos os domingos, pelo menos. Na véspera, após uma jornada de 6 dias de trabalho, Andressa prepara a comida e separa nas embalagens adequadas para levar ao presídio. Andressa é um nome fictício. Todos os nomes de mulheres e mães de presos (além dos próprios presos) citados nesta reportagem são fictícios. Foi uma condição delas para darem entrevista. O motivo é simples: não querem ser julgadas pela sociedade por crimes que não cometeram. E, muitas vezes, ocultam essa situação até de parentes e amigos. Andressa escondeu dos pais, durante um ano, que seu namorado era presidiário. Nem mesmo a mãe, que de vez em quando emprestava – e ainda empresta – para ela visitá-lo na cadeia, sabia. Caixa de uma loja no Centro, a jovem teme o preconceito que essa revelação pode trazer. A avó, com quem ela divide a casa, reprovou o relacionamento quando descobriu onde estava o namorado. O casal não estava junto quando ele foi para a cadeia, em 2007, por assalto ao comércio. Depois de 3 anos namorando, passaram quase um ano separa

“Nenhuma mãe quer um filho em cadeia alguma, mas o pior lugar do mundo é o presídio de Caxias”, diz Neiva, sobre a Pics. Preso pela segunda vez, o filho dela foi para o Apanhador 04.NOV.2011

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Neiva, em depressão e com síndrome do pânico | Maurício Concatto/O Caxiense

dos, período em que o homem foi detido. A reaproximação veio depois que Andressa encontrou a mãe do apenado na rua. Soube que ele estava na cadeia e que falava nela com frequência. Através da mãe, começaram a trocar correspondências, até o dia em que Andressa decidiu visitá-lo no Apanhador. “Achei que não gostava mais dele”, lembra. A ansiedade de rever um ex-namorado não é nada comparada à tensão da primeira revista íntima. No Apanhador, 2 mulheres por vez se despem na sala em que são examinadas por uma agente penitenciária – sempre uma mulher. Separadas por uma parede, elas devem se agachar 3 vezes de frente e 3 vezes de costas enquanto a agente aproxima o detector de metais. O procedimento é para evitar que visitantes levem objetos proibidos (drogas, armas) ou perigosos escondidos nas partes íntimas. “Por mais que você esteja acostumada, sempre fica um constrangimento”, relata Andressa. A reclamação pela distância de Caxias ao Apanhador é quase unanimidade entre mulheres e mães dos presos. Mas as que já passaram pela experiência de ver alguém na Penitenciária Industrial, que fica perto da área central, concordam que, quanto ao tratamento dado aos visitantes, há bem menos do que se queixar. Conforme o relato delas,

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na Pics o procedimento reflete as condições em que vivem os presos, amontoados em grupos de 18 em celas feitas para 4 pessoas. A revista é ainda mais embaraçosa. De 4 em 4, as mulheres entram em uma sala sem divisórias para passar pela fiscalização. Também existe uma restrição maior quanto à roupa. Mulheres não devem usar vestimentas muito curtas ou apertadas. Ao contrário do Apanhador, que em dia de visitas fica com as galerias e um pátio livre para os reclusos as receberem, em separados dos detentos, a Pics tem apenas um pátio e a superlotação não permite a liberação das galerias. O controle do modo como estão vestidas é aplicado para evitar briga entre os presos por causa das mulheres. Uma jovem conta que chegou a ser mandada de volta para casa por estar usando legging. Outra proibição é a de usar tênis com amortecimento durante as visitas, sob o argumento de que elas poderiam esconder pequenos objetos na borracha. Também não é permitido entregar maços de cigarro aos reclusos – por isso, as visitas levam os cigarros em sacos plásticos. Como Andressa, outras mulheres costumam dar dinheiro aos apenados para que usem na cantina, onde são vendidos lanches, refrigerantes e os disputados cigarros – maços vindos do Paraguai, comprados por R$ 2 na rua, custam R$ 4 na cadeia. Colchonetes, travesseiros e

cobertores também entram nas visitas. O mesmo vale para eletrônicos como televisão, rádio e ventilador. Além de apoiar e abastecer o namorado, Andressa também cuida de sua saúde. Quando necessário, requer no Fórum a saída do preso, que sofre com problemas cardíacos, para que faça exames. O trâmite demora. Segundo ela, levou um mês para marcar um eletrocardiograma fora da prisão. A mãe dele compra remédios, incluindo alguns para problemas pulmonares, que seriam agravados pela umidade das celas. O rapaz tenta corresponder trabalhando. Atrás das grades, dedica-se a manufaturar produtos artesanais, como bolas de couro e objetos de decoração. Assim, enquadra-se na norma que prevê a redução da pena em um dia para cada 3 dias trabalhados. E já acumula 200 dias trabalhados. Nesse ritmo, no ano que vem poderá pedir a progressão de regime, do fechado para o semiaberto. Não é o que ela deseja. “No semiaberto, tem que ter muita cabeça. Tu tem que trabalhar o dia todo e voltar para a prisão à noite”, lembra. Quando o namorado finalmente conseguir a liberdade, Andressa quer viver com ele. “A vó já sabe que quando ele sair vamos morar juntos e ele vai trabalhar. Se não trabalhar, tchau. O mínimo que ele pode fazer é mostrar que mudou”, sentencia.


Lembra disso? Uma viagem pelos hábitos de consumo caxienses na década de 80 por Carol De Barba A pior tempestade de todos os tempos. Com os cotovelos abertos sobre o parapeito da janela, o queixo apoiado nas mãos e um olhar que muita gente classificaria como “de peixe morto”, a garota observava as nuvens mais horríveis que já vira na vida cobrirem os céus de Caxias do Sul. Se ela não tivesse nada para fazer, tudo bem. Acompanhada por uma bela seleção de clássicos do AC/DC, enfiaria os fones do iPod nas orelhas e ficaria hipnotizada até que os clarões dos raios na janela não violassem mais o escuro do quarto. Mas não. A qualquer minuto o pai chegaria em casa com o tão esperado carro zero quilômetro, e a mãe e o irmão mais novo já estavam prontos para dar uma volta no veículo, fizesse chuva ou sol. Foi só ela terminar esse pensamento para ouvir um ronco de motor e a buzina soando na frente da residência. Sem tirar os fones, virou para a porta do quarto, correu

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em direção às escadas e desceu voando, escancarando a pesada porta de madeira maciça. Tudo que queria era que a maldita volta na quadra acabasse o mais rápido possível. Até que viu a porta do veículo levantar. Le-van-tar. E o pai cinquentão, com um sorriso que o deixou 30 anos mais novo, desembarcou do banco da frente de um DeLorean. Um DeLorean! Igualzinho ao que aparecia naqueles filmes da série De Volta Para o Futuro, só que novinho em folha. Percebendo que era a única do lado de fora, tratou de saltar logo para dentro do carro e se acomodar para a volta, que já considerava durar bem mais que uma quadra. Quando o pai virou a chave, um longo trovão encheu o ar. “Para os diabos com a Lei de Murphy. Pisa fundo!”, pensou. Foi como se o motorista ouvisse seus pensamentos. Ele enterrou o pé no acelerador e então um clarão a deixou cega e tudo tremeu e ela segurou forte seu irmãozinho e... pronto. Tudo aparentemente normal de novo. Olhou para trás e não acreditou no que seus olhos viram: dois rastros de fogo por onde passaram os pneus do magnífico DeLorean. A rua não era mais asfaltada, mas coberta de paralele-

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pípedos. Sua casa havia sumido, dando lugar a um terreno baldio. Sentindo as mãos pesadas, olhou para baixo e percebeu que não segurava mais o finíssimo iPod, mas um grotesco walkman amarelo e cinza com uma fita K7 do AC/ DC – pelo menos a música se salvara. Notou que vestia uma camiseta estampada pelo boneco do Fofão! E, quando achou que nada estava tão ruim que não pudesse piorar, percebeu no reflexo do espelho retrovisor uma cabeleira crespa, quase um blackpower, grudada na sua própria cabeça com presilhas verde, rosa e laranja fosforescente! Só foi capaz de uma reação: gritar. Gritar tanto, tão alto e com tanta força que sua voz chegou aos leitores da revista O CAXIENSE e levou todo mundo de volta para uma viagem pelos anos 80 na Pérola das Colônias. Ganhar um beijo sonolento do pai que chegava em casa de madrugada depois de um longo serão na Eberle. Jogar bola no Pedro Carneiro Pereira, o ginásio do Parque dos Macaquinhos. Fazer academia na Physical, ou aeróbica na Estica Vida. Ir pras festas na boate Verde Neon, Roda Viva, Tiffany’s (do

Alfred Palace, quando dava para economizar um pouco). A domingueira de shows no Incitatus. Pegar a matinê do cinema Imperial ou do Cine Vêneto. A moda e o best-seller Almanaque Anos 80 (Ediouro) disseminaram referências da década de 80 pelo país nos últimos tempos – e fizeram quase todo mundo desejar ter vivido esse período –, mas quem já passou dos 28 anos de idade com certeza lembra desses e de muitos outros costumes que faziam parte exclusivamente da rotina dos caxienses. Gente como o dentista Marcelo Visoná, de 33 anos, que viaja ao reviver as lembranças mais divertidas da infância e da pré-adolescência. Ele morava em Ana Rech na época, e só tinha idade suficiente para ir ao centro de Caxias junto com a mãe, normalmente para fazer compras. Embora sonhasse crescer logo e pegar o ônibus sozinho – leia-se: trocar o carrinho de lomba que descia zunindo em frente ao colégio Murialdo por um skate para fazer manobras radicais nas rampinhas salpicadas por toda extensão da Praça Dante –, cumpria o itinerário familiar da forma mais comportada possível. Um dos lugares que frequentava era o grande Centro de


Compras Prataviera, onde hoje fica o shopping homônimo. “Era uma loja de departamentos. Cada andar para um público.” Mas sua loja preferida era a Dedão, uma espécie de surf e skate shop direcionada aos jovens, anexa à boutique Fedrizzi. “Acho que foi a primeira a vender roupas de marca, tipo Hang Loose. Tinha uma marca da cidade chamada Mad Dogs que era febre na época. Precisava rezar um terço para convencer a mãe a comprar.” Outra parada obrigatória eram as Lojas Brasileiras – aquela do slogan “O barato é aqui”, cuja garota-propaganda era uma Hebe com o mesmo cabelo de 2011 porém pouquíssimas plásticas –, em São Pelegrino. “Lembro de ir lá só para andar na escada rolante”, ri Marcelo. Na mesma quadra, bem na entrada da Galeria Luchese, outro marco que alimentou a paixão do dentista e de tantos outros garotos como ele, apaixonados por música e responsáveis pela futura cena rock’n’roll da cidade: a Piff Discos. “Bah, era o que existia de discos. Discos mesmo, bolachão, vinil, long play. Fora isso, no máximo umas fitas K7”, enfatiza. O CD só chegaria ao mercado caxiense na década seguinte. “Era caro comprar disco. Os importados eram muito caros... E tinha todo o ritual”, rememora Marcelo. O ritual consistia em ouvir as músicas no rádio em um dia, monitorar a estação no dia seguinte para gravá-las em fita K7 e então compartilhar o repertório com a turma para ver quem descobria o nome da banda ou do álbum. Depois, os garotos passavam dias – até meses – economizando para ir até a Piff e comprar o tal LP. O fotógrafo Alex Milesi, que morava na “colônia” – Linha Feijó, mais precisamente, onde sua família cultivava uva –, também só vinha ao Centro sob a supervisão dos pais. As raras visitas, entretanto, tinham um significado e um propósito muito especial. Ele vestia roupas de domingo, os melhores sapatos, e arrumava os cabelos para comparecer às elegantes sessões de cinema. “Sabe que eu lembro até hoje do Rambo II. Assisti ao lançamento, acredita? No cinema Guarany”, emociona-se. No Cine Ópera ele viu a estreia de O Exterminador do Futuro, o primeiríssimo, em 1984. Nas lembranças de Milesi e tantos outros saudosos frequentadores, o Ópera foi o mais grandioso cinema que a cidade já teve. “Parecia aqueles anfiteatros antigos, os grandes teatros europeus.” A colossal construção na esquina da ruas Pinheiro Machado e Dr. Montaury, que após um incêndio na década de 1990 deu lugar a um edifício de garagens, era toda revestida internamente com madeira entalhada e exibia uma tela tão grande quanto as dos cinemas de shopping center. Como antigamente sediara o Teatro Apollo, de fato, mantinha muitas semelhança com as grandes casas de espetáculos. A mais marcante provavelmente era a plateia, que possuía cadeiras no centro, no 04.NOV.2011

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mezanino e em patamares intermediários, com corredores de passagem nas laterais. “Só o som que era horrível. Mas a gente achava o máximo”, recorda o fotógrafo. A jornalista Flavia Bellini lembra não só de ir ao cinema como de observar o movimento do público da sacada do apartamento da avó, num dos prédios mais antigos de Caxias, o Edifício Vaccari, ao lado do Clube Juvenil. “Ia para a varanda ver as pessoas passando na praça, arrumadas para o cinema, os bailes de gala.” Mas isso só depois de bater muita perna atrás da imensa lista de materiais para enfrentar o ano letivo no Colégio do Carmo. “A vó me levava sempre no Bazar Nair”, conta, lembrando da fulgurante – e mutante, conforme o vento – fachada da loja. Como toda jovem bem encaminhada, aos 15 anos – depois de debutar, é claro –, Flavia passou a frequentar o Curso Padrão de datilografia durante a tarde. “Várias amigas minhas faziam, os pais incentivavam bastante.” Nas aulas, exercitou a escrita e ganhou mãos ágeis – habilidades úteis para a profissão de jornalista – graças às várias horas de prática nas pequenas máquinas azuis da Olivetti. No fim do dia, a menina Flavia costumava ajudar a mãe com as compras, dando um pulinho no mercado do garoto bochechudo – cujo pavilhão era todo ornamentado com mulheres e frutas desenhados pelo então iniciante ar-

tista Vitor Hugo Porto – que resumia o jeito com que os caxienses chamavam o lugar onde compravam seus mantimentos: o Super Cesa. “Ia quase todo dia no super sozinha. Não tinha tanta preocupação. Podia até esquecer a chave, era só pular o portão de casa.” Menos violência – e menos rigor quanto a menores dirigindo sem carteira de motorista – possibilitaram que Flavia começasse a carreira no jornalismo aos 17 anos, como locutora das madrugadas da rádio Studio FM. “Era o técnico, o barulho do vento e eu naquele 21º andar do edifício Estrela”, lembra. A emissora fazia sucesso entre os adolescentes. Apesar do horário, o programa tinha uma numerosa e fiel audiência, que ligava para pedir músicas ou usar a apresentadora e sua bela voz como uma espécie de pombo-correio, lendo recados apaixonados de um ouvinte para outro. Foi com o salário da rádio que Flavia conseguiu juntar o dinheiro para dar um senhor presente à mãe. O lançamento com que todas as donas de casa caxienses sonhavam. “Fui nas Lojas Arno e comprei uma máquina de lavar louça da Enxuta. Ela adorou”. As Lojas Arno formavam a maior rede de varejo da região na época. A propaganda de uma das filiais era tão marcante que Marcos Giordani, um dos donos da pizzaria Giordani, nunca mais esqueceu do endereço completo. “Número

2614, Rua Moreira César, entre a Júlio e a Pinheiro”, demonstra. Mas o empresário tem motivos melhores para guardar os anos 80 com carinho na memória e nas paredes dos seus restaurantes. Além de colecionar quinquilharias da época, que expõe nas pizzarias – há uma categoria só de brinquedos, por exemplo –, foi em 1983 que ele e o irmão abriram o primeiro rodízio de pizza da cidade, estabelecendo um hábito cultural: ir no roda-pizza. “Não existia reserva, era só chegar, porque nem telefone tinha no começo. Telefone era caríssimo, fomos ter o primeiro só 5, 6 anos depois”, lembra. A primeira sede da pizzaria não foi no bairro Santa Catarina, como muitos pensam. Era na Avenida Rio Branco, esquina com a General Sampaio, quase em frente à Igreja dos Capuchinhos, no mesmo lugar onde antes havia uma filial do maior rival do Super Cesa: o Calcagnotto. “A maior exigência do Sr. Antoninho Calcagnotto para quem pegasse o ponto era que não colocasse um super, porque eles tinham acabado de construir um maior, algumas quadras adiante”, conta o empresário. Todos os produtos usados no preparo das deliciosas pizzas também vinham do super cujo personagem-símbolo era um grilo falante, como o da história do mentiroso Pinóquio. “Um dos meus itens preferidos da coleção que está na pizzaria é um saco pardo do Calcagnotto, com o grilo desenhado”, orgulha-se Giordani.

Nos anos 80, fazer curso de datilografia valia a pena e ter uma linha de telefone em casa era para poucos Nesta e nas páginas anteriores, anúncios da época nos jornais Folha de Hoje e Pioneiro Reprodução/O Caxiense

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PLATEIA

proGramaÇÃo de terror No ciNema | viva a sociedade alterNativa Na música | aplausos para o retorNo de um palco

PEQUENOS E GRANDES JUNTOS PELO ROCK

Eles já se apresentaram diversas vezes em Caxias, em casas noturnas que nem existem mais. Agora voltam à cidade como uma das atrações principais do Descarrilhados Rock Festival 2011 – que tem todas as condições para se consolidar como festival do estilo, fazendo par à celebração ao blues nascida a poucos metros dali, na mesma Estação Férrea. Eles são Replicantes, Bidê ou Balde e Wander Wildner, ícones do rock gaúcho, uma espécie de subgênero do rock em si, que faz os moradores do Estado inflarem o peito de orgulho – #rsmelhoremtudo, que faz algum sentido quando se pensa em suas bandas de rock e, tomara, venha a fazer também com mais um reconhecido festival de música. Descarrilhados será aberto nesta sexta (11), com Replicantes, banda punk criada por garotos imberbes que há muito viraram gente grande – Carlos Gerbase, por exemplo, é diretor de cinema, doutor e professor da PUCRS – e que pouco conserva dos anos 80, quando estourou com músicas rápidas e energéticas como Nicotina e Surfista Calhorda. O show é no Vagão Bar (na Estação), seguido dos talentos locais Tubarão 75, Noise Killer e Mouai. Simultaneamente, o rock descarrilha no Vagão Classic (no Centro, no lugar do falecido Revival) com a carismática Bidê ou Balde. E lá os caxienses podem matar a saudade de assistir a um show com performance. O vocalista Carlinhos costuma suar litros de dentro do seu terninho preto retrô. Sem perder o ritmo, Bob Shut tem a missão de manter animado o público, já fiel, que conhece as músicas autorais da banda indie local – coisa rara, aliás. Depois é a vez de Tia Chica e Greek Van Peixe. No sábado (12), o rock é para dançar com os DJs Jorgeeenho, Saulo e Paulinho, no Vagão Bar; no Classic, quem abre os trabalhos é justamente o ex-vocalista dos Replicantes, Wander Wildner, que

segue carreira solo no seu estilo difícil de definir, mas que, resumindo, é brega. Grandes chances de ele também surgir no palco com um terno, mas colorido e com flores de plástico na lapela, à Falcão. Como bom punk, Wander valoriza o circuito alternativo.“Hoje, em Porto Alegre, onde conheço o cenário, posso dizer que não há mais locais que façam com que novas bandas se revelem”, analisa. Pontos para o Descarrilhado Rock Festival, que fará mais do que abrir espaço – e em nobre companhia – para o rock caxiense. Vai produzir um CD com 2 músicas de cada banda local que se apresentar. Depois de Wander, Zava, Corpo Presente e Os Oitavos entram no palco do Vagão Classic. Com uma legião de seguidores das redes sociais, que se encarregam de divulgar clipes e músicas da banda, a Zava promete segurar a empolgação pós-ex-replicante-neo-brega. Só que com outro estilo. “Acabamos nos aproximando de outros grupos pela própria rede”, conta o guitarrista e vocalista João Perez. E não tem bom festival sem parceria entre as bandas. VAGÃO BAR E VAGÃO CLASSIC

SEX. 22:00. R$ 15 e R$ 20. SÁB. 23:00. R$ 15 e R$ 20

Os Oitavos |

Milena Leal, Div./O Caxiense

Replicantes |

Divulgação/O Caxiense

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CINE

Timothy

GIBBS. Michael LANDES. Darren LYNN BOUSMAN

11.11.11 O diretor de Jogos Mortais aproveitou o misticismo em torno da data amaldiçoada do calendário deste ano e mostra um homem infernizado por coincidências assustadoras e obsessões numéricas. Conforme a lenda, no dia 11 de novembro de 2011 – a data da estreia do filme –, às 11:11, a 11ª porta do céu será aberta e o 11° anjo, do mal vai aterrorizar o mundo. Se a profecia se confirmar, não haverá sessão, mas se o fim do mundo for adiado para 2012, o filme perde a graça antes da estreia.

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GNC 14:00-16:00-18:00-20:00-22:00

Daniel

CRAIG. Rachel WEISZ. . De Jim SHERIDAN

A CASA DOS SONHOS

No fim do corredor, onde até o papel de parede lembra O Iluminado, duas garotinhas de vestido, de mãos dadas e fantasmagóricas, compõem a cena – um spoiler – do cartaz do filme. Um homem se muda com a família para uma sombria casa de madeira (Hollywood sempre busca tranquilidade em casas mal-assombradas) com passado e acontecimentos assustadores. O resultado final é um roteiro Frankstein que não agradou o diretor e deixaria o homenageado Stanley Kubrick envergonhado. GNC 14:40-16:15-19:10-21:30

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TERROR NA ÁGUA

O tubarão de água doce do filme não deixa nada a desejar para o clássico Tubarão, Anaconda ou Aligator. Por algum motivo que nem a National Geographic sabe explicar, a espécie dos jovens-compouca-roupa-e-muita-azaração insistem em voltar para a água mesmo vendo os amigos morrer um a um, vítimas do mostro do lago. GNC 13:30

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21:45

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Clive

1:40

Owen. Catherine Keener. De David Schwimmer

Confiar

Annie ganha um MacBook Pro e passa a se relacionar com Charlie pela internet. Ela tem 14 anos, é afetuosa e gosta de esportes. Ele tem 16 anos, é bonito e joga vôlei no colégio. Um par perfeito, exceto por uma descoberta no trágico “encontro real”. Charlie mente, tem 35 anos e é pedófilo. ORDOVÁS QUI-SEX 19:30, SÁB-DOM 20:00

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1:46

O PALHAÇO

Selton Melllo, que se recuperou de uma crise criativa, lidera a bilheteria nacional e se afirma como diretor promissor. No filme, ele vive a melancolia de Pangaré, um palhaço que distribui alegria no circo – ainda que decadente – mas é incapaz de curar a própria tristeza.

★★★★ ★

GNC 14:15-16:15-18:45-21:00

10

1:30


REFÉNS

Nicolas

CAGE. Nicole KIDMAN. De Joel Schumacher

Quatro bandidos invadem uma casa luxuosa, fazem um casal e a filha de refém e tentam roubar o cofre. Acostumado a jogar dinheiro pela janela na vida real, Nicolas Cage vai reagir e proteger a fortuna da família. No meio da trama, grandes revelações. Entre golpes violentos e vidros estilhaçados, eles lavam roupa suja.

GNC 15:00-17:00-19:20-21:10

12

1:31

ATIVIDADE PARANORMAL 3

Imagens de documentário em filmes de terror não são novidade, assim como a sequência dessa franquia. Uma família é assombrada por fantasmas e providencia câmeras para o Vale a Pena Ver de Novo. 4ª semana. GNC 15:45-17:40-19:30

14

1:34

OS TRÊS MOSQUETEIROS ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de Interdição 1ª Vara de Família - Comarca de Caxias do Sul. Natureza: Interdição Processo: 010/1.11.0015427-2 (CNJ:.0028490-60.2011.8.21.0010). Requerente: Nelson José Caberlon. Requerido: Caterina Dal Pos Caberlon. Objeto: Ciência a quem interessar possa de que foi decretada a INTERDIÇÃO do REQUERIDO(A): Caterina Dal Pos Caberlon, por sentença proferida em 30/08/2011. LIMITES DA INTERDIÇÃO: Sem limites. CAUSA DA INTERDIÇÃO: Incapacidade para reger sua pessoa e administrar seus bens . PRAZO DA INTERDIÇÃO: Indeterminado. CURADOR(A) NOMEADO(A): NELSON JOSÉ CABERLON . O prazo deste edital é o do art. 1.184 do CPC. Caxias do Sul, 27 de setembro de 2011. SERVIDOR: Maria Cristina Chiele Bernardi JUIZ: Maria Olivier.

Depois de três semanas em cartaz, o espetáculo 3D do clássico fez um intervalo. Ninguém pediu, mas eles voltaram a ocupar a vaga na programação, uma injustiça com Almodóvar. A pele que habito teve pré-estreia e nunca mais voltou. GNC 16:30-19:00 UCS 18:00

12

1:40

OS SMURFS

A temporada dos Smurfs em Nova York não acaba mais. Em Caxias, o filme entra para a 15ª semana em cartaz. Tudo azul. UCS. 16:00

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1:43

KUNG FU PANDA

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO

Edital de interdição

2ª Vara de Família – Comarca de Caxias do sul.

Natureza: Interdição Processo: 101/1.110012437-3 (CNJ: 0023505-48.2011.8.21.0010). Requerente: Jakchon Dalle Molle Mainieiri. Requerido: Lourdes Maria Dalle Molle Mainieiri. Objeto: Ciência, a quem possa interessa, de que foi decretada a Interdição do requerido(a): Lourdes Dalle Molle Mainieiri, por sentença proferida em 09/09/2011. Limites da interdição: atos da vida civil. Causa da interdição: depressão aguda, com agravamento clínico. Prazo da interdição: Indeterminado. Curador Nomeado: Jakcson Dalle Molle Mainieiri. O prazo deste edital é o do art. 1.184 do CPC. Caxias do Sul, 26 de setembro de 2011. Servidor: Iara C. Thomas, Escrivã. Juíza: Maria Olivier.

A aventura do panda atrapalhado, a salvação do kung fu, é desses filmes que a criançada não se cansa de assistir. Para os moradores do bairro Sagrada Família, uma chance de ver a história em tela grande. SAGRADA FAMÍLIA 14:00

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1:32

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

Na Welton Academy, uma conservadora e rigorosa escola, um ex-aluno de literatura se torna professor e ensina aos alunos o a não ser tão comportados. ORDOVÁS QUI. 15:00

L

04.NOV.2011

2:08

23


Divulgação/O Caxiense

MUSICA + SHOWS SEXTA Oitentákulos

22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Trahma

21:00. R$ 10. The King

Lustrando os Trastes e A Banda

23:00. R$ 10 e R$ 12. Aristos

Preto no Branco

22:00. R$ 10. Bier Haus

Quarteto Paiol

22h. R$ 6 e R$ 8. Paiol

Pedrino e Léo

23:00. R$ 20 e R$ 40. Xerife

Dan Ferreti e Banda

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Saci Pererê

23:00. R$ 20 e R$ 25. Havana

Electric Blues Explosion

22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

Sexta Cultural

21:00. Zarabatana

DJ Vanucci

22:00. R$ 12. Overmundo

Sabado Infrene

22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Clássico, jurássico e imperdível

Já viu pegada de dinoussaro? Então aproveite, porque não é todo dia que um peso-pesado da história do rock pisa em Caxias. Com 4 décadas de estrada (em diversas formações), a banda escocesa Nazareth toca por aqui. Os anos de glória ficaram no passado, mas os hits não. O visual é metaaaal!, mas os caras são bons mesmo é de balada. Love Hurts e Dream On – não confundir com a não menos melosa do não menos jurássico Aerosmith – são pedidas certas do repertório. SÁB. 23:00. R$ 50 (1º lote). All Need Master Hall

Zé Bitter

23:00. R$ 20 e R$ 35. Portal Bowling Divulgação/O Caxiense

Por natureza e Africa Latina 23:00. R$ 10. Aristos

Gustavo Reis

22:00. R$ 10. Bier Haus

Paiol

22:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

DJ Lucky e DJ Rodrigo Dias 23:00. R$ 25. Nox Versus

Seleção do Samba

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

DJ Do Santos

23:00. R$ 25 e R$ 40. Havana

DJ’s Léo Z e DJ Elias Cappellaro 23:00. R$ 20 e R$ 40. Pepsi Club

Caras de mau e pagodinho meloso

O nome já parece moleque demais para idade dos integrantes. Em 21 anos de carreira, Os Travessos passou por algumas mudanças. A mais notável é a ausência de Rodriguinho. Que pena né? O vocalista passou a seguir carreira solo, mas o grupo continuou. Filipe Duarte assumiu o vocal, manteve os gritinhos histéricos das fãs e hoje conta com os colegas Chorão (percussão), Edi (bateria) e Rodrigão (percussão). SEX. 23:30. R$ 20 (F) e R$ 35 (M). ConD.

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Juliano Bonamigo, Divulgação/O Caxiense

+ SHOWS SÁbado DJ’s Paulinho, Saulo e Jorgeeeenho 23:00. R$ 15. Vagão

DJ André

22:00. R$ 12. Overmundo

Franciele Duarte

22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

Domingo Declarações

21:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Domingueira

17:00. Zarabatana

Novos hippies

Dj Luciano Lancini e Nóia

Programação

DJ Rodrigo Dias

1★ 14:30 - Mixtu 15:00 - DJ Zonattão 15:40 - IM-PulsAR, Performance teatral 16:10 - Hábitos Groove (foto) 17:00 - Hayet Escola de Danças 17:30 - Xispa Divina 18:10 – Hare Caxias, Roda de mantras 18:10 – Velho Hippie 19:00 – ArticulAções 3★ 19:30 – Zingado 20:30 – Projeto CCOMA 3★ 21:10 – Jockers Crew 21:40 – Mahabharata 4★ 22:20 – Eterno Sátiro, Performance teatral 23:00 – Dones Primata 23:40 – Sandálias 00:30 – A Célula SÁB.14:00. 1 Kg de alimento. Estação Férrea

Segunda Sextaneja

22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling 22:00. R$ 12. Bier Haus

23:00. R$ 20 e R$ 40. Xerife 23:00. R$ 10. Nox Versus

Sunny Pop

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Tira Onda

23:00. R$ 20 e R$ 25. Havana

Diavoli Casino

22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

Manuela Stalivieri 22:00. R$ 12. Overmundo

Terça (15): BlackPool

22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

Quarta (16)

Gane Coloda, Divulgação/O Caxiense

Sopros e Acordes e Hardhockers

Tudo é alternativo no ManiFestaSol, que carrega no nome a manifestação cultural, a festa da arte independente e o sol das boas vibrações. No palco musical, bande Caxias, como Velho Hippie (foto acima), Mahabarata, Dones Primata e CCOMA e da região – Hábitos Groove (Flores da Cunha), Xispa Divina (Sobradinho), Sandálias (Porto Alegre) e A Célula (Farroupilha). Também vai ter performances de teatro e dança e outras alternativas: banca de trocas, artesanato, roda de mantras e terapias como reiki e realinhamento de chakras. Hare!

Maurício e Daniel 21:00. Livre. Paiol

Robledo e Domenico

22:00. R$ 10. Bier Haus

Quinta (17) Drive

22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Arthur Dalla

22:00. R$ 10. Bier Haus

Macuco

21:00. R$ 6 e R$ 10. Paiol

Rafa Gubert e Tita Sachet

22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

Late que eu tô passando

Valesca colocou 350 ml de silicone nas nádegas. Depois, adotou Popozuda como sobrenome artístico e trocou a prótese: 550 ml. Da favela para o mundo, o sucesso do grupo Gaiola das Popozudas não para de crescer. A funkeira que participou da última edição do reality A Fazenda, rebola seu principal hit na festa festa Mansão do Stifler, “a mais insana do ano”, inspirada em American Pie. E canta outros sucessos como Larguei meu marido, Agora eu tô solteira e Quero te dar.

Xica Bandida

19:00. San Pelegrino

SÁB. 22:00. R$ 25. Move 04.NOV.2011

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Tina Coelho, Divulgação/O Caxiense

PALCO + ESPETACULOS UP! No palco, 130 bailarinos e 16 coreógrafos se alternam entre o Hip Hop, o balé e as danças de salão. O espetáculo mostra o aprendizado dos alunos que passaram pela escola Carla Barcellos. “São muitos estilos, prefiro não colocar uma temática à apresentação”, explica a diretora do espetáculo, Carla Barcellos, que preferiu não dar um título conceitual para a mostra. Sábia. SÁB. 20h. R$ 18. UCS Teatro

Dom Quixote Cinco cenários, 72 bailarinos, dezenas de trocas de figurino. Toda essa movimentação marca a reabertura do Teatro Municipal, após 6 longos meses fechado para reforma. A missão cabe à escola Dora Ballet, com leques, castanholas e tudo que a versão dançada da célebre história do anti-herói espanhol tem direito. E com entrada gratuita.

Efêmero e eterno O encontro entre o ator e bailarino Carlos Simioni e o diretor japonês Tadashi

Endo, que mora na Alemanha há mais de 30 anos, aconteceu por acaso. Em 2003, Tadashi veio ao Brasil para participar de um evento de dança que acabou sendo cancelado. Aproveitou a viagem, conheceu o Teatro Lume de Campinas, e, por tabela, o trabalho de Carlos Simioni. Em Sopro, o resultado da parceria, Simioni usa uma roupa de papel – uma nova a cada sessão – para dançar o sentido e a falta de sentido da vida. O roteiro estende o tempo. No palco, um sopro, símbolo do que há – ou do vazio – entre o início e o fim da vida, levaria 20 segundos. O espetáculo já passou por países europeus e pelos Estados Unidos e será apresentado pela primeira vez no Rio Grande do Sul. DOM. 20:00. R$ 5. Teatro Municipal 0:50

Divulgação/O Caxiense

SEX. 20:00. Teatro Municipal 1:40

Caxias que dá samba

A quarta edição do Salão Sul terá cinco casais de bailarinos e professores, bailes, workshops e oficinas nos dias 18, 19 e 20. No dia 17, o elenco do festival apresenta um compacto da programação no palco da Estação Férrea. Carlinhos de Jesus, a maior atração do evento, vem de novo, para ensinar samba de gafiera. E também se apresenta na abertura. QUI. 21:00. Estação Férrea

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ARTE

Inovação premiada Filipe Vebber inscreveu dois trabalhos no 5º Salão do Campus 8. Uma pintura com traços e técnicas tradicionais e uma ilustração com hidrocor e nanquim em tela de algodão (foto). O artista apostou que a pintura iria ganhar. Errou. Técnicas menos tradicionais e trabalhos experimentais acabaram sendo os mais premiados do Salão. No ano passado, uma instalação que misturava pintura, vídeo e escultura, de Alessandra Baldissarelli, ficou entre os premiados. A academia é também um espaço apostas menos acadêmicas. SEG.-SEX. 9:00–19:00. SÁB. 15:00–19:00. A partir de 17.NOV. Ordovás.

+ EXPOSICOES VI Mostra Real da Maçonaria da Serra Gaúcha

Coletiva SEG.-SEX. 9:00–19:00. SÁB. 15:00–19:00. Ordovás.

Camuflagens

Nelson Wilbert. SEG.-SEX. 9:00–19:00. SÁB. 15:00–19:00. Saccaro.

Frames da Dança

2★

Coletiva. SEG.-SÁB. 8:00–20:00. Sesc

Moúsai: à luz do luar, entre sombras, o patrimônio se revela Coletiva. TER.-SÁB. 9:00–17:00. Museu Municipal

Na TáBUA

Coletiva. SEG.-SEX. 9:00–19:00. SÁB. 15:00–19:00. Ordovás.

O Bairro faz

Coletiva. SEG.-SEX. 8:00-18:00. SÁB. 8:30-12:30. Farmácia do IPAM

O ventre e o Leite

5★

Bruno Segalla. SEG.-SEX. 9:00–12:00. 14:00–7:00. Instituto Bruno Segalla

Retratos

3★

Vitor Hugo Senger. SEG.-DOM. 10:00–22:00. San Pelegrino

CA

MA RIM

Marcelo Aramis

Combinação de bom gosto

Já faz tempo que a Saccaro investiu na venda de móveis como peças de arte. No ano passado a Concept Store, a loja/galeria da empresa, descobriu sua afinidade com a arte tradicional. Vitor Senger marcou a estreia do espaço com retratos de ídolos da música e do cinema. Os clientes gostaram. E compraram. Na última quinta (11), Nelson Wilbert abriu a exposição Camuflagens. Em 13 obras de acrílica sobre tela e papel, Wilbert apresenta um trabalho parecido com os de Senger. Depois de diversos processos digitais sobre ícones da arte, o artista pincela camuflagens em padrões de arabescos, militar e florais. Conforme a proprietária da loja, Daniela Palandi, as exposições são abertas para o público geral e devem ocorrer pelo menos uma vez por ano. “A ideia é buscar artistas que complementem a proposta conceitual da loja”, explica Daniela. Combina tão bem que poderia ocorrer o ano inteiro.

Woodstock de bolso

Gasta-se quase nada para curtir o Manifestasol, que terá mais de 10 horas de programação, com música, teatro, dança e até massagem para quem cansar. O site do festival (www.manifestasol.wordpress. com) segue a mesma onda alternativa e disponibiliza uma coletânea com o trabalho autoral de 10 artistas desta edição. Relaxe, o download é gratuito. 04.NOV.2011

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Enderecos

Daiane Daros, Divulgação/O Caxiense

A

cinemas: GNC - rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi | 3289-9292. Seg.qua.qui: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab.Dom.Fer.R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | UCS. Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis. 3218.2100. | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia).

MÚSICA: ALL NEED MASTER HALL. RUA CASTELNOVO, 13351. CAPIVARI, 3028-2200 | Arena. Perimetral Bruno Segalla, 11.366. São Leopoldo. 3021-3145. | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | Boteco 13. Augusto Pestana. Moinho da Estação. 3221-4513 | COND BAR. ANGELO MURATORE, 54. DELLAZZER. 3229-5377 | ESTAÇÃO FÉRREA. AUGUSTO PESTANA. SÃO PELEGRINO | Havana Café. Augusto Pestana, 145. Moinho da Estação. 3215-6619 | Leeds. 18 do forte, 314. Lourdes | Paiol. Flora Magnabosco, 306. São Leopoldo. 3213-1774 | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | MOVE. GASTON LUIS BENETTI, 849. LOTEAMENTO PARQUE SANVITTO 8407-4942 | Nox Versus. Darcy Zaparolli, 111. Villaggio. 3027-1351 | Pepsi Club. Vereador Mário Pezzi, 1.450. Lourdes. 3419-0900 | Portal Bowling‎. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 3220-5758 | The King: Tronca, 2802. Rio Branco. 3021-7973 | Vagão. Coronel Flores, 789. São Pelegrino. Moinho da Estação. 3223-0007 | Vagão Classic. Júlio de Castilhos, 1.343. Centro. 3223-0616 | Xerife. Hilário Pasquali, 34. Universitário. 3025-4971 | Zarabatana. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3228-9046 teatros: TEATRO MUNICIPAL. RUA DR. MONTAURY, 1333. CENTRO. 3221-3697 | TEATRO São CARLOS. Feijó Júnior, 778. São Pelegrino. 3221-6387 | SESC. Moreira César, 2462. PIO X. 3221-5233 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3228-9046 | casa de teatro. oLAVO BILAC, 300, SÃO PELEGRINO | UCS TEATRO. FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1130. PETRÓPOLIS. 3218-2100 galerias: Câmara Municipal. Alfredo Chaves, 1.323. Exposição. 3218-1600 | CAMPUS 8. RS-122, s/n°, Km 69. Forqueta. 3289.9000 | CATNA CAFÉ. Júlio de Castilhos, 2546. Centro. 3221-5059 | Instituto Bruno Segalla. 30276243 | Andrade Neves, 603,Centro | Museu Municipal. Visconde de Pelotas, 586, Centro. 3221-2423 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3228-9046 | Saccaro. Av. Therezinha PaulettiSanvitto, 344. 3283-1333 | San Pelegrino. Rio Branco, 425. São Pelegrino. 30226700 | sesc. mOREIRA CÉSAR, 2462, PIO X. 3221-5233 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150

Legenda Duração

Classificação

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Aventura Comédia Drama Infantil Policial Romance Suspense Terror Ficção Científica

Música Blues Coral Eletrônica Erudita Funk Jazz MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista

Dança Clássico Dança do Ventre Folclórica Hip hop Salão

Contemporânea

Artes Desenho Fotografia

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Diversas Escultura Pintura

Carol De Barba

40 anos de tricô

Para comemorar “40 anos de paixão pelo tricô” e resgatar a poesia da criação de peças autênticas e originais, a Friolã buscou em sua essência a inspiração para o inverno 2012. Resgata a riqueza dos detalhes do trabalho artesanal, criando peças raras e sofisticadas, inspirada nos ladrilhos hidráulicos produzidos manualmente desde o final do século XIX no Brasil e no design do seu tricô fabricado desde a década de 1970. Para ilustrar o catálogo, a modelo Sabrina Onzi (Cast One) foi fotografada por Weslei Torezan, com direção de estilo de Rafaela Tomazzoni; estilista da Friolã, e direção de arte da agência LOTE75.

Moda em 3D

A terceira edição da revista Magnabosco aposta numa novidade que promete deixar os tecidos e looks do verão 2012 mais desejáveis ainda: imagens em três dimensões. A publicação já está sendo distribuída na tradicional loja de departamentos caxiense, que também terá suas vitrines decoradas com a mesma tecnologia. A concepção e elaboração da revista são da Quanta Propaganda, com fotos de Silas Abreu e entrevistas e edição de Anahi Fros. Os looks e pesquisas tem assinatura da consultora de moda e estilo Simone Rech, com beleza e produção de Aline Montes, Franciele Mangoni e Maureen Gianni.


ARQUIBANCADA Nos Gramados, a última chance em 2011| Na água, a fisgada da sorte | Nas ruas, pedaladas em alta velocidade + ESPORTE FUTSAL: Copa Ipam

Santa Catarina A x União Flores da Cunha: SÁB. 19:00. Escola Sta. Catarina Protásio Alves x Imigrante: SÁB. 20:00. Escola Sta. Catarina Santa Catarina B x ACBF: SÁB. 21:00. Escola Sta. Catarina

HANDEBOL: 2ª Fase do Campeonato Estadual Masculino Cadete

SEX (11). 18:00. SÁB. 8:00-19:00. DOM. 8:00-18:00. Sede Campestre do Recreio da Juventude

FUTEBOL: Campeonato Municipal de Futebol – Sub 13 SÁB. 15:15. Estádio Municipal

FUTEBOL: 2ª fase do Campeonato Municipal Sub-15 Sagrada Família x Projeto CAE e Caxias Olímpico x CFA Caxias. SÁB. 14h. Estádio Municipal

RUGBY: Finais do Campeonato Estadual SÁB (12). 13:00. Ana Rech

BOLÃO: Jogos Abertos

Caipora x Esperança. SEX. 19:15. Salão Paroquial de São Pelegrino Virakopus x Unidos. SEX. 19:15. Salão Paroquial de Forqueta União x Unidos. QUA. 19:15. Salão Paroquial dos Capuchinhos Caipora x Virakopus. QUA. 19:15. Salão Paroquial de São Pelegrino

CAMPO DE RUGBY: FINAL DA AVENIDA RIO BRANCO, ANA RECH | CATEDRAL DAS PIPAS: AV. PLANALTO, BENTO GONÇALVES | ESCOLA SANTA CATARINA: MATHEO GIANELLA, 1.160, SANTA CATARINA | ESTÁDIO MUNICIPAL: AV. PEDRO MOCELIN, CINQUENTENÁRIO | FAZENDA PAMPA RURAL: CAMBARÁ DO SUL. 8KM APÓS O TREVO DE CAMBARÁ. | SALÃO PAROQUIAL DOS CAPUCHINHOS: GENERAL SAMPAIO, 161, RIO BRANCO | SALÃO PAROQUIAL DE FORQUETA: PADRE VICENTE BERTONI, 1.390, FORQUETA | SALÃO PAROQUIAL DE SÃO PELEGRINO: AVENIDA RIO BRANCO, SÃO PELEGRINO

Ju comemora gol em partida que assegurou classificação |

Edgar Vaz, EC Juventude, Divulgação/O Caxiense

Título de honra O Juventude está a dois jogos de garantir vaga Série D do Campeonato Brasileiro em 2012. Na partida do próximo feriado, pelas finais da Copa Laci Ughini, o time alviverde precisa repetir contra o Lajeadense o desempenho das semifinais: assegurar um resultado confortável no Alfredo Jaconi para viajar a Lajeado com tranquilidade.

O time só avançou à última fase graças à vitória em casa por 3 a 0 contra o Novo Hamburgo – na partida de volta, perdeu por 2 a 1. O título seria um consolo para o futebol de Caxias em um ano que merece ser esquecido TER. 20:00. Estádio Alfredo Jaconi. R$ 10 a R$ 20.

Pescaria da vitória Aqui não tem espaço para história de pescador. Os competidores do Campeonato Agapia de Isca Artificial precisarão não só fisgar os maiores peixes, mas botá-los na balança se quiserem a taça. Conforme o regulamento, cada um apresenta 7 animais, e o mais leve é descarta-

do. Quem somar o maior número de quilos é o vencedor. Nove dos 50 participantes ainda têm chance de título. DOM. 9:00. Fazenda Pampa Rural. Cambará do Sul. 8km após o trevo de Cambará.

Pedalando pela unidade Entre 6 e 8 ciclistas caxienses devem participar do Campeonato Gaúcho de Meio Fundo em Bento Gonçalves. A prova é considerada de alta velocidade. Entre os atletas da região, a competitividade á ainda

maior. Manter a unidade do pelotão é crucial para a equipe que quiser vencer. DOM. 9:00. Catedral das Pipas. Bento Gonçalves 04.NOV.2011

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04.NOV.2011 11.NOV.2011

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