Edição 105

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02.DEZ.2011 04.DEZ.2011

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De que morre o caxiense

Os números da insegurança

5 O luto não deve ser silenciado

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8 Como um recenseador gasta a sola do sapato

As 5 melhores criações da maratona de moda

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As mudanças na CIC, com reforço de peso

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O pedágio tenta abrir caminho para permanecer

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Um casamento no terreiro e nos fundos da igreja

17 Moisés Paese, ascensão e queda

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13 O índice Almodóvar de melodrama, suspense, sexo e absurdo

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Fotos: 6 e 11: Maurício Concatto/O Caxiense | 17: Carlos Alberto Santos, Divulgação/O Caxiense

HQCX apresenta o Herói da Nação

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02.DEZ.2011

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DIGA!

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

Os leitores da revista, como já acontecia quando éramos jornal, sempre esperam algo diferente de O CAXIENSE. Por isso, a cada edição nosso desafio de surpreendê-los é renovado. Temas que são encarados como tabu ou ficam de fora da pauta de outros veículos de imprensa, mais conservadores, aqui ganham espaço. E a mudança para o formato de revista nos permitiu aperfeiçoar a abordagem desses assuntos, tratando-os de forma mais leve, sem perder o conteúdo e a precisão jornalística. Um exemplo foi a reportagem de Carol De Barba sobre uma indústria que fabrica vibradores em Caxias – aliás, o que é que não se fabrica em Caxias? –, publicada na última edição. O texto foi escrito com inevitável bom humor, que se refletiu no título. Shamila Carpeggiani elogiou:

“Parabéns @ocaxiense! Ousada e muito gostosa a matéria da @caroldebarba: “A Fantástica fábrica de pistolim”. :P” No último sábado (26), O CAXIENSE teve orgulho de apoiar um evento inovador. Cultuado no mundo todo como berço de iniciativas interessantes que merecem ser espalhadas, o TED (Technology, Entertainment, Design) ganhou sua versão local, o TEDx Caxias do Sul, e foi um sucesso. Tive também a oportunidade de palestrar, mostrando por que a tendência de que os diários de papel sejam substituídos pela internet e por dispositivos móveis – como o iPad, o iPhone e os smartphones Android, para os quais O CAXIENSE tem aplicativos gratuitos – em um futuro muito próximo é irreversível. O que restará para a imprensa de papel? Um outro papel. Con-

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www.ocaxiense.com.br Maurício Concatto/O Caxiense

Luciana Lain/O Caxiense

Diversidade e ousadia | Ideias para espalhar | Polêmica na calçada

teúdo aprofundado, analítico, graficamente interessante, com vida mais longa do que uma notícia. Isso explica por que O CAXIENSE se transformou em revista, formato mais adequado a essa proposta. O TEDx representa bem aquilo em que acreditamos: que boas ideias podem transformar o mundo, começando pela nossa cidade. Nosso site pisou em um terreno polêmico esta semana. O que é arte? O que é publicidade? O que é patrimônio histórico? Todas essas questões cabem na matéria sobre o grafite promocional feito em frente à loja Estação dos Brinquedos, que funciona no prédio da Eberle. E os leitores trataram de debatê-las. “Se fosse em Paris ou NY seria citado como arte urbana. Aqui, nas grotas, expressão artística é multa. Atraso”, opinou Guilherme Bergmann. “Grafite é arte, não importa onde é feito. Ou vamos censurar a arte em Caxias?”, preocupou-se Ramon Munhoz. Não vai ser uma corzinha na calçada que vai descaracterizar o ‘Antigo Eberle’”, disse Crístian Lerner Oliveira. Entre os defensores da multa à loja, Ramon Tissot avaliou: “A qualquer produção humana pode ser atribuído valor cultural. Aquela calçada tem tanto valor quanto qualquer prédio histórico”. “Sou a favor do grafite, mas penso que há espaços mais propícios a esta prática do que uma calçada histórica”, concordou Rubia Michels. “Usar as calçadas que nossos avôs pisaram é roubar a nossos netos um pouco da história da cidade”, considerou Claudio Schmitt. A pintura foi removida pela loja na noite de terça (29). Ficou o debate, sempre saudável. Felipe Boff, editor-chefe

Diretor administrativo

Luiz Antônio Boff REDACAO Editores-chefes

Felipe Boff Paula Sperb Editores

Marcelo Aramis Jaisson Valim Colunistas

Renato Henrichs Roberto Hunoff Reporteres

Camila Cardoso Boff Carol De Barba José Eduardo Coutelle Robin Siteneski Estagiarios

Gesiele Lordes Vagner Espeiorin Fotografo

Maurício Concatto Designer

Luciana Lain COMERCIAL Executivos de contas

Pita Loss Suani Campagnollo Gustavo Fabião ASSINATURAS Atendimento

Tatyany Rodrigues Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120 Redes sociais Twitter: @ocaxiense Facebook: O Caxiense Revista Foto de capa Maurício Concatto/O Caxiense


BASTIDORES

Ausentes, cães e sol: os obstáculos do IBGE | Fale sobre a morte, é o que as especialistas recomendam – e nós obedecemos

Desafio policial expresso em números Como arma para combater a criminalidade, a Secretaria de Segurança Pública aposta no policiamento comunitário. Num projeto piloto, uma turma de 34 policiais militares e 16 agentes da Polícia Civil se formou para atuar e morar em 18 bairros próximos à região central da cidade. “Com base em experiências anteriores, nós podemos afirmar que haverá redução de furtos, roubos e circulação de drogas nesses bairros”, garante o comandante interino do 12° Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Jorge Émerson Ribas. O desafio não é pequeno. Conforme o

balanço do Estado, a criminalidade em Caxias aumentou. Segundo o major Ribas, uma das maiores dificuldades da BM é combater o roubo de veículos (quando o ladrão age com grave ameaça, diferentemente do furto), que subiu mais de 20%. Para ele, o aumento é natural, pois acompanha o crescimento da frota de veículos. “Cada vez mais os veículos têm mecanismos que evitam o furto, então o natural é que a incidência migre do furto para o roubo”, explica. O número expressivo na repressão do tráfico de drogas não é à toa. Conforme o

major, uma estratégia foi montada com o objetivo de diminuir a quantidade de pontos de venda de entorpecentes. “Tráfico de drogas é o grande combustível da criminalidade. A maior parte dos furtos, roubos e homicídios tem origem nele”, diz Ribas. Por isso foram intensificadas as operações. Os números da BM divergem da estatística da secretaria, por resultarem de um outro banco de dados. A Brigada afirma que Caxias registrou queda de 28 casos de homicídios no ano – diferentemente do balanço feito por Porto Alegre, que aponta estabilidade.

O balanço da segurança

2 2010

Homicídio 77 77

2011

Tráfico de drogas EM ALTA

Latrocínio 5

ESTÁVEL

EM BAIXA

Compare os números da violência em Caxias entre janeiro e outubro de 2011 com o mesmo período do ano passado:

2010

1.900

2010

2011

2010

73,1% Posse de drogas 465

2011

-10,40%

2010

2011

0 Extorsão mediante sequestro 1

2011

-5,4% Fonte: Secretaria da Segurança Pública

206 127 2010

2011

Roubo de veículo 433

2010

2011

0

2.194

2010

2011

15,5% Extorsão 19

17

2010

62,2%

1

Furto de veículo 1.423 1.346

2010

270 156

-60% Estelionato 519

Roubo

2011

11,8% Furtos

521

5.354

5.414

2011

2010

2011

20,3%

1,1% 02.DEZ.2011

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3 semanas na vida de...

Guilherme Melati Gandolfi |

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

...um pesquisador do IBGE Há 5 meses, Guilherme Melati Gandolfi, de 25 anos, recebe, a cada 30 dias, o e-mail que confirma a renovação de seu contrato como funcionário temporário federal. Se você imaginou que a vida dele é repleta de benesses por ele prestar serviço ao governo federal, precisa saber sobre a rotina dele. Ele narra, a seguir, os “melhores momentos” das últimas 3 semanas no trabalho para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quarta-feira, 9 de novembro Lá estava eu em mais uma casa, no Loteamento Portinari, pensando que nada poderia ser pior do que caminhar sob o sol sem boné e sem protetor solar,quando ouvi um bafão que rolava pelo bairro. Os moradores da residência – meus entrevistados, portanto – comentavam que Fulano havia colocado fogo em uma casa e que um grupo se reunia para se vingar. Não sei se era verdade, mas onde há fumaça há

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fogo, se é que você me entende. Piquei a mula rapidinho. Quinta-feira, 10 de novembro O casal de idosos foi supersimpático. Até que falei em dinheiro. No início, a entrevista fluía bem, sempre o idoso respondendo e sua mulher concordando com o cabeça. Mas eu tinha que perguntar: “qual a renda mensal?”. Neste momento a mulher teve uma surto de agilidade e antes que ele respondesse qualquer coisa, ela fez um sonoro “pssssssshhhh” e falou/mentiu: “R$ 2,5 mil”. Mais uma vez tive que explicar que a pesquisa era para fim estatísticos, que os dados não iriam ser cruzados e que eles não ficariam menos ricos dizendo a verdade. Sexta-feira, 18 de novembro 10:00: a mulher está acordando. Eu mereço. Ok, ok, eu até tolero o cabelo bagunçado, mas o cachorro latindo ao meu redor quase meia hora sem parar, é sacanagem.

Vou ver com o Sindicato dos Metalúrgicos como consigo protetores auditivos. Pelo menos para um ouvido. Sexta-feira, 25 de novembro Hoje, minha função foi além das fronteiras geográficas. É dia de entrevistar em Nova Petrópolis. A cidade é muito bonita. O único problema é que muitas pessoas falam alemão em vez do português. Sorte minha que entendi os entrevistados. Imagina eu sem saber se a pessoa está me respondendo ou me xingando? Terça-feira, 29 de novembro Boa notícia: faltam apenas 20% das entrevistas para concluirmos a pesquisa. Má notícia: estes 20% são aqueles que nunca estão em casa ou se fazem de difíceis. E ainda há pessoas insensíveis (pelo menos no que se refere à pele) que me deixam os 30 minutos da pesquisa em pé, no portão, torrando no sol. O jeito é torcer para que me recebam na sombra.


Escolha como será seu velório Adriana Binotto e Karina Polido acompanharam de perto tragédias nacionais que comoveram não apenas parentes, mas todos os brasileiros, como os acidentes aéreos da TAM, em 2007, e da Gol, em 2009. As psicólogas porto-alegrenses estiveram em Caxias do Sul durante a 2ª Jornada Caxiense do Luto, semana passada, na UCS. Existe duração definida para esse período de luto? Adriana: A gente não pode precisar porque o luto é algo singular de cada um, mas o 1º ano costuma ser o mais difícil, em função daquelas datas importantes que se passa sem a pessoa que faleceu. Por outro lado, lidando com mortes violentas, às vezes não é o 1º ano, porque a negação pode se estender. A partir do 2° ano, quando passa o momento do impulso, a ficha começa a cair e a pessoa se dá conta que ela não tem mais pra onde fugir e se permite entrar no luto. Essa é a principal diferença entre o luto de uma morte natural para uma morte trágica? Adriana: Com uma doença às vezes se tem uma oportunidade de trabalhar o luto antecipado, oferecendo despedidas. Numa morte súbita ou violenta não se tem isso. Não que haja preparo na morte natural – preparo não se tem nunca. Karina: O tipo de morte é um fator que influencia no luto, mas não é determinante. Isso tem a ver com recursos de enfrentamento. Não necessariamente alguém que perdeu a pessoa com uma morte violenta vai ter um luto complicado comparado a alguém que lida com uma morte natural. O que são os recursos de enfrenta-

Karina Polido e Adriana Binotto |

Maurício Concatto/O Caxiense

mento? Karina: São as ferramentas que as pessoas vão adquirindo ao longo da vida. Toda vez que você passa por uma pequena perda – situação natural do ciclo do desenvolvimento humano – você as adquire. Perder um animal de estimação, mudar de escola, romper um namoro, todas essas situações que geram o luto de alguma forma nos instrumentaliza para lidar com perdas maiores, posteriores e inevitáveis. As pessoas estão preparadas para lidar com a morte? Adriana: A morte está em todos os lugares, mas as pessoas continuam evitando falar sobre o assunto. Falar sobre morte é

falar sobre vida, sobre as relações, os nossos afetos, sobre o quanto a gente está se dedicando às pessoas que nos rodeiam. Só que as pessoas evitam a todo instante falar, e é isso que dá o medo. A angústia está justamente nisso, afinal, ao falar, a gente se obriga a pensar que temos um tempo limitado aqui. Então falar é o melhor jeito de desconstruir o tabu? Adriana: Sim. Que bom se a gente puder escolher como será a nossa cerimônia de despedida, o velório. A gente já tem ritual para casar, batizar, fazer aniversário, por que não ter para isso também? É que existe uma crença de que falar atrai.

02.DEZ.2011

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No coração do problema No sombrio ranking das mortes em Caxias, as doenças circulatórias estão na ponta. A cada 14 horas e 10 minutos, o coração e outras enfermidades relacionadas matam um caxiense. É o equivalente a um em cada 4 óbitos no município. Para escapar da lógica das estatísticas, o cardiologista Fábio Alban dá dicas óbvias – mas que, até por isso, as pessoas muitas vezes ignoram. Evitar o cigarro, reduzir o consumo de sal, fazer atividades físicas regulares e controlar a obesidade integram os mandamentos da cartilha para tratar bem o coração.

As razões

Média mensal de óbitos, segundo dados da Secretaria da Saúde de 2010: Doença circulatória Câncer e outros tumores

50,9 46,2

Homicídio, acidente de trânsito e outras causas externas

22,7

Doença respiratória

20,2

Doença endócrina, nutricional ou metabólica

11,7

Doença digestiva

11,7

Outras doenças

31,7

Sexo Masculino Feminino

6,4% 11,3% 14%

26,2%

41,1% 46,5% 53,5%

“Esta noite o rock não vai rolar” Marcelo Pedroso, dono do Vagão Bar, anunciando no Facebook o fechamento do estabelecimento em dezembro em razão da alta no aluguel.

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fim da faculdade Primeiro, o indivíduo sofre para escolher a profissão que deverá seguir, provavelmente, pelo resto da vida. Depois de passar pelos árduos anos na faculdade, não quer dizer que as dúvidas deixarão de atormentá-lo. O Programa de Orientação de Carreira da UCS pretende ajudar aqueles que, finalmente, querem ingressar no mercado de trabalho, mas não sabem exatamente por onde. Realizado pelo Serviço de Psicologia Aplicada (Sepa), o programa gratuito está com inscrições abertas. O serviço é destinado a alunos de graduação que estão no último ano do curso, alunos de especialização, funcionários da UCS e a profissionais com o objetivo de elaborar seu projeto de carreira. Os encontros ocorrem sexta e terça-feira, a partir das 18:00, na sala 220 do bloco E. Inscrições e informações pelo e-mail orientacaocarreira@gmail.com ou no Sepa, na sala 117 do bloco E. Telefone: (54) 3218-2187.

Vestibular da FSG recebe inscrições

De cada 5 vítimas, uma tem menos de 60 anos. 1%

PUS

+ EVENTOS

O perfil das mortes do coração Idade 10-29 anos 30-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 70-79 anos 80 anos ou mais

CAM Há luz no

Estão abertas até o dia 12 as inscrições para o vestibular de verão da FSG. A taxa custa R$ 50 e há vagas para 16 cursos. Os estudantes que ainda estão em dúvida sobre o futuro profissional podem entrar em contato com os coordenadores de cursos e marcar um horário para conhecer a faculdade. Os coordenadores estão disponíveis para explicar como funciona cada um dos cursos e responder questões relativas à atuação profissional das diferentes áreas. O vestibular ocorre no dia 13, às 18:30. A lista de aprovados será divulgada no dia seguinte.

Bolsas para alunos do ensino médio

A Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da UCS está com inscrições abertas para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq-EM) para o período de fevereiro a dezembro de 2012. O públicoalvo são estudantes do ensino médio com interesse em fazer iniciação científica em um dos projetos de pesquisa da universidade. As inscrições devem ser feitas até dia 9. Os bolsistas PIBIC/CNPq-EM que desejam continuar no programa devem fazer o relatório final de atividades e entregá-lo, também até o dia 9, na Coordenadoria de Pesquisa (sala 313 - Bloco A). O resultado da seleção será divulgado a partir do dia 15 de dezembro, no site da UCS. Informações pelo telefone 3218-2410. UCS: FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1.130, PETRÓPOLIS. 3218-2100 | FACULDADE DA SERRA GAÚCHA: RUA OS 18 DO FORTE, 2366. 2101-6000


Maratona de Moda

BOA

Maurício Concatto/O Caxiense

TOP5

GENTE

No badalado Prêmio UCS/Sultêxtil, na quarta-feira (30), os alunos tinham o desafio de usar os tecidos da marca. Mas no Trabalho de Conclusão de Curso – mostrado um dia antes e avaliado neste Top 5 pela colunista de moda Carol De Barba –, a tarefa é, provavelmente, ainda mais complicada. É nesse momento que eles têm liberdade e domínio total sobre o processo de criação, mostrando sua faceta de criadores. Gabriela Hélio de Basso Tomasi Os personaA antrogens do escripofagia foi tor mexicano o tema central da Juan Rulfo coleção mascuforam a inslina – que levou piração para menção honrosa criar os 15 no Prêmio UCS/ looks do TCC Sultextil, aliás. Para e o modelo ele, a prática, tida ganhador do como barbárie, XXIV Prêmio serviu para justifiUCS/Sultêxtil. car a colonização Baseada no quando, na verdade, era um modo romance Pede reafirmação da cultura indígena. dro Páramo – precursor Marcela do realismo fantástico Citon de Gabriel Garcia A coleção Marquez –, em fotografias feitas impressiopelo autor – que retratavam um nou especialmente México em ruínas – e utilizanpelo material: tecido o mesmo método criativo do de estofamento de Rulfo – eliminar os exageros de carro e lã de –, Gabriela criou uma coleção ovelha mais do que possível de ser usada, justificacrua – ainda no damente simples e couro do animal. emocionante. Por meio dessas matérias-primas Vanessa extremamente ríProvin gidas, ela encaixou Ela capturou nas peças o conceito da coleção: a o espírito arquitetura e os métodos de construdo realismo ção da cidade de Machu Picchu. fantástico do escritor Rafaela colombiano Capeletti Gabriel GarA coleção cia Márquez se destaca e fê-lo virar pela variada cartela roupa. Com de cores vivas, que a modelaa criadora soube gem estilo combinar. O casulo – o colorido também nome técnico já dá pistas do tema é coccooning –, deu que, mais uma vez, novas formas ao corpo gira em torno do feminino, isolando o México: o rapto da modelo/personagem no seu princesa Mirra Catarina de San Juan. próprio universo. Fotos: Benhur Ribeiro, Div./O Caxiense

Uma Terezinha chamada Regina O grupo se chama As Terezinhas, mas não leva esse nome por ser formado só de Terezas e afins, ou ser restrito às presenças femininas. “Pode ser Maria, João, quem puder e quiser ajudar”, explica a líder Maria Regina Pereira, voluntária de profissão. Além de trabalhar na Pastoral da Criança, Regina coordena a recém-formada iniciativa, que pretende cumprir duas missões: construir uma nova igreja para Santa Terezinha do Menino Jesus – daí o nome da turma – e, principalmente, um centro de formação para jovens, no bairro Fátima Baixo. O primeiro encontro foi em outubro e, assim como as demais campanhas de arrecadação de fundos, está registrado de forma exemplar no blog http://asterezinhas.blogspot. com – tem até prestação de contas. Em 2011, ainda dá para colaborar com a rifa do Menino Jesus, que corre na véspera de Natal. Mas, para 2012, Regina promete: as Teresinhas vêm com tudo. 02.DEZ.2011

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Perspectivas

Roberto Hunoff

Além da renovação nos cargos de presidente e vices, a nova estrutura diretiva da CIC de Caxias do Sul terá mudanças em suas diretorias. Carlos Heinen, que toma posse na presidência em 19 de dezembro, acredita que metade dos atuais diretores deverá ser modificada. Para ele, algo natural, porque muitos já dedicaram anos de atuação voluntária à entidade. O presidente eleito também confirma a criação da Diretoria Institucional, que terá papel fundamental no relacionamento da entidade com os entes públicos. Na linha de frente estará José Antonio Fernandes Martins, conselheiro da Marcopolo, e um dos empresários caxienses de maior visibilidade nacional e com relacionamentos muitos próximos na área pública. Heinen começa muito bem a escolha dos seus diretores.

Divulgação/O Caxiense

Reforço estratégico

Empregos Com seus rodízios, as pizzarias tornaram-se um dos negócios mais atraentes da gastronomia caxiense. Mas mesmo quem trabalha apenas com a la carte está em busca de funcionários para

dar conta da demanda. A Pizza Hut seleciona 10 candidatos para Caxias do Sul para atender a expectativa de elevar suas vendas em 20% em dezembro e janeiro.

Renda em alta As empresas associadas ao Simecs remuneraram seus trabalhadores, no ano de 2010, com R$ 1,6 bilhão, cifra 27% superior àquela do ano anterior. Também pagou na forma de participação nos lucros e resultados mais R$ 103,9 milhões, crescimento de 59%. Com isso, a média salarial do setor pulou para R$ 2.091, em alta de 10%. Na forma de benefícios suportados pelas empresas

foram mais R$ 405 por mês, elevando a remuneração média para R$ 2.496. Os dados constam do Balanço Social da entidade, distribuído durante a solenidade de entrega do Mérito Gigia Bandera 2012 aos empresários Norberto Fabris, da Randon, e José Rubens de la Rosa, da Marcopolo, e para Elisa Tramontina, uma das fundadoras da Tramontina, de Carlos Barbosa.

Altos e baixos Motivo de reportagens da imprensa nacional e estadual por conta da possibilidade de não honrar compromissos financeiros neste ano, a Lupatech é uma das 58 empresas selecionadas pela Finep e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para desenvolver projeto para o pré-sal. Em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a

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empresa caxiense apresentou a proposta de aplicação de materiais nanoestruturados em vedações poliméricas para válvulas para uso na indústria de petróleo e gás. Os organismos federais destinarão R$ 1 milhão para o desenvolvimento do projeto. No total serão 110 milhões, dos quais R$ 9,6 milhões para projetos gaúchos.

O Simecs programou para o dia 6 de dezembro palestra com o consultor César Souza. A partir das 16h, na CIC Caxias do Sul, falará sobre Os desafios das empresas diante das ameaças de desindustrialização e o cenário econômico para o Brasil em 2012.

13º Salário

A economia caxiense recebeu na quarta-feira, dia 30, uma injeção adicional de R$ 142 milhões por conta do pagamento da primeira parcela do 13º salário, que deve gerar volume total de R$ 219 milhões. Os recursos devem ter como destino principal a quitação de dívidas em atraso para a reabilitação do crédito. O presidente da CDL Caxias, Paulo Magnani, observa que estes valores serão importantes para as empresas garantirem a sua liquidez. Ele revela que a falta de liquidez é uma das maiores causas de fechamento das organizações. Também destaca que 1/3 da população caxiense economicamente ativa está endividada e que a maioria, 53%, tem dívidas com dois a cinco estabelecimentos comerciais.

Inovação A Union Fibras, de Caxias do Sul, desenvolveu uma manta de polipropileno que trará mudanças significativa no setor automotivo com a diminuição de ruídos e melhorias no isolamento térmico. O material pode ser aplicado no painel, assoalho, teto, colunas, bagageiro e portas, dentre outros, potencializando o sistema de refrigeração e ampliando o conforto sonoro dos passageiros. Cláudio Chaves, diretor da empresa, destaca que o material é reciclável e mais higiênico do que os tradicionais por impedir a proliferação de fungos e bactérias. Por sua alta capacidade de absorção, pode ser uma alternativa em ações de prevenção, contenção e recuperação de desastres ambientais, como o que ocorreu com a Chevron, no Rio de Janeiro, no início de novembro.


André Susin/O Caxiense

ple

na rio

Renato Henrichs Novela sem fim Mudou o Natal ou mudou o governador Tarso Genro? Na contramão do que afirmou durante a campanha eleitoral e também ao que o PT manifestava no governo Yeda Crusius – de ser contrário à prorrogação dos contratos –, o governo negocia a renovação com o consórcio Univias. O Conselhão de Tarso já anunciou ser contra essa prorrogação.

Por novo modelo A deputada estadual Marisa Formolo (PT) mostrou-se indignada com o resultado da pesquisa encomendada pelo consórcio Univias e utilizada para justificar as negociações entre governo do Estado e concessionárias. Coerente com posições anteriores, a parlamentar petista defendeu o modelo comunitário para a concessão de rodovias. “Eles (pedágios comunitários) podem resolver tanto os problemas das estradas que precisam de obras como daquelas que só precisam de manutenção. Se a população pudesse comparar com o que poderia ser melhor, não teria dado essa resposta”, avalia Marisa.

Resultado suspeito André Susin/O Caxiense

Em entrevista à Rádio Caxias, Marisa não escondeu sua desconfiança: “Não sei onde encontraram essas pessoas que aprovam o atual modelo. Aqui na região o que a gente mais ouve são pessoas contra os pedágios. As respostas são discutíveis, O consórcio Univias tem o respaldo de pesquisa a como em todas as pesquisa. respeito do tema. O Instituto Methodus entrevistou Em 2013 tem que terminar 1.500 pessoas no Estado. Na região, foram 142 pessoas esse modelo. Não tem mais lei que o sustente”. ouvidas em Farroupilha e Caxias do Sul. E 71,8% delas garantiram concordar com a permanência das atuais concessionárias na exploração das rodovias estaduais – desde que haja reduções de tariSe não for Geni Peteffi, será alguém do PMDB. fas e mais investimentos. É o que garante a maioria dos vereadores ouvidos a respeito da eleição para a presidência da Câmara. Afinal, houve acordo nesse sentido no início Com base nessa pesquisa, o governo do Estado po- da atual legislatura. A aposta, porém, dá como favas contadas não derá negociar com o consórcio Univias – que promete extinguir o posto de pedágio de Farroupilha e reduzir só a candidatura como a vitória dela e, mais, a a tarifa de carros de passeio para R$ 4,40 (em vez de interinidade na chefia do Executivo quando o aumentá-la para R$ 6,60). Para compensar “bonda- prefeito José Ivo Sartori tirar férias em janeiro des” assim, os atuais contratos seriam renovados até próximo. A presidência do Legislativo municipal seria 2024 (como chegou a tentar o governo Yeda, em proexercida, nesse período, pelo provável vice, Franposta execrada pela então oposição). cisco Spiandorello (PSDB), que volta à Câmara nos próximos dias.

Maioria aprova

Presidente e prefeita

Pacote de bondades

Pendência

Surpreende o esforço do consórcio Univias de permanecer na exploração dos pedágios. Nessas horas não há desequilíbrio econômico-financeiro na atividade. Aliás, como ficaria esse desequilíbrio? Representantes do governo garantem que o suposto passivo de R$ 1,7 bilhão, alegado pelas concessionárias, seria quitado também em troca da renovação.

A quem de direito A Comissão Pró-Universidade Pública da Câmara de Vereadores procura agendar audiência com o Ministério da Educação para reivindicar uma filial da UFRGS na Serra.Afinal, essa é uma decisão que passa pelo MEC e não (ou não apenas) pela Reitoria daquela universidade.

02.DEZ.2011

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Harty Moisés Paese |

Maicon Damasceno, Arquivo/O Caxiense

Os caminhos de Moisés Paese De liderança política promissora a personagem de escândalo político – como o vereador pedetista despencou do auge à renúncia 12


Aos 15 anos, Harty Moisés Paese experimentou o gosto pela política. Acompanhava o pai em visitas para atrair mais filiados ao PDT. Começava ali uma trajetória pública de sucesso – seria presidente de grêmio estudantil, do Diretório Central de Estudantes da UCS e, no auge, da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Aos 15 anos, Harty Moisés Paese experimentou o efeito das drogas. Influenciado por amigos, tornou-se usuário. Começava ali uma escalada que o levaria à desgraça pública – investigado pelas autoridades, detido por posse de drogas, obrigado a abandonar o poder. Os caminhos paralelos de Moisés se tornaram incompatíveis e insustentáveis na última segunda-feira (28), quando o pedetista renunciou ao seu mandato. O ofício em que comunicou a decisão, alegando “problemas particulares”, foi entregue por um assessor no meio da tarde. No início da noite, Moisés agiu como boa parte dos viciados age ao sofrer uma pesada derrota. Foi buscar consolo nas drogas. Vestindo boné, camiseta e bermuda, despertou a atenção de policiais militares parado em um ponto de táxi na frente da CIC, imponente instituição onde muitas vezes representara o Legislativo caxiense. Os PMs seguiram com a ronda, mas retornaram. E, ao retornar, flagraram Moisés dentro de um táxi com 7 papelotes de cocaína a seus pés, comprados no bairro 1º de Maio, ali perto. Terminou o dia na delegacia, onde assumiu a posse do entorpecente – será indiciado por isso – e foi liberado. Na saída, foi fotografado pela imprensa e recusou-se a dar entrevista. O argumento: desde aquela tarde, não era mais um homem público. Moisés Paese começara a se distanciar do cargo público que havia conquistado com 3.557 votos nas eleições de 2008 meses antes. Estava em sua 3ª licença consecutiva de 30 dias – as 2 primeiras, por alegados motivos médicos; a última, para tratar de problemas pessoais – na Câmara de Vereadores. Acumulara a impressionante marca de 65 faltas às sessões legislativas, 8 delas não justificadas. As drogas o afligiam em sua vida pessoal, mas foi a tentativa de omiti-las que arruinou sua vida política. Moisés apresentou 3 atestados médicos falsos, com carimbo, assinatura e registro de um profissional que não existe, para justificar faltas a 4 sessões

na Câmara. O escândalo estourou na imprensa no final de outubro. Denunciado, o então vereador assumiu que os atestados eram forjados, mas tentou se livrar da culpa. Disse que foram apresentados por iniciativa de um assessor, com a intenção de ajudá-lo, sem o seu conhecimento, durante um período em que “sumiu”. “O meu erro foi por omissão. Essa pessoa (o assessor) me disse que não falsificou os atestados, que os comprou”, afirmou a O CAXIENSE na época. Os documentos, porém, também levavam a assinatura do então vereador. Ao confessar que os atestados eram falsos, Moisés também admitiu publicamente o problema com as drogas. Contou que se sentia deprimido e estressado e recorria a elas, desaparecendo por alguns dias – justamente as ausências que o complicaram quando tentou justificálas com papéis forjados. A derrocada de Moisés Paese, no entanto, envolve mais do que sua dependência química. Moisés sempre seguiu os passos do pai, Renato. Seguiu sua profissão, a advocacia. Seguiu sua orientação ideológica, o trabalhismo. E repetiu seus feitos políticos. Renato Paese foi vereador por 12 anos e presidiu a Câmara caxiense em 1998. Moisés estava em seu primeiro mandato, mas já alcançara a presidência do Legislativo, que exerceu em 2010. “Nas campanhas, o Moisés sempre foi o braço direito do pai. Teve uma participação decisiva, tinha muito trânsito e conhecia muita gente”, afirma Luiz Carlos Muniz, ex-presidente municipal do PDT e amigo da família. A recíproca, naturalmente, era verdadeira. Rena-

to lançou Moisés candidato em 2008 e comemorou com ele a vitória depois de uma “campanha rápida”, como lembra Muniz. O talento político de Moisés, acrescenta, precedeu o apoio do pai. “Ele sempre teve muita facilidade nos estudos, carisma e bom discurso. Era daqueles que convencia as pessoas porque era convencido das coisas que dizia. Na verdade, os Paese têm na veia o sangue político”, diz Muniz, lembrando que um irmão de Renato, Josué Paese Filho, o Kiko, é vereador em Farroupilha, pelo PP. Em comum com o pai, entretanto, Moisés não tem só os êxitos. Renato Paese também esteve no centro de um escândalo político. Em novembro de 1997, sua ex-assessora Silvia Francisca Antoniazzi denunciou-o ao Ministério Público por exigir metade de seu salário. Silvia diz que, além de trabalhar para Renato na Câmara, tinha de atuar pela manhã em seu escritório de advocacia. “Ele me impunha isso. Eu era muito nova e precisava do emprego.” Silvia, que conhecera o vereador quando presidia o movimento jovem do PDT, concordou com a situação durante 8 meses. Mas revoltou-se quando Renato colocou Moisés como assessor. “Ele tirava de mim para dar para o filho. Só que o filho dele não trabalhava. O Moisés nunca estava presente (nas sessões)”, lembra. Para comprovar sua denúncia, Silvia levou aos promotores uma gravação em áudio. O processo durou quase 5 anos, e acabou em acordo. De acordo com ela, Renato teria que pagar uma 02.DEZ.2011

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indenização equivalente R$ 50 mil, por danos morais, danos materiais e constrangimento ilegal, mas ela aceitou encerrar a causa por algo em torno de R$ 10 mil. Na Câmara, porém, o escândalo não teve consequência para Renato, que concluiu seu mandato normalmente no ano 2000. “ O negócio estourou no dia da posse dele (como presidente do Legislativo) e ninguém fez nada. Eles se protegem”, acusa Silvia. Recentemente, Renato voltou a ser notícia. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público por, supostamente, se aproveitar de uma condição particular para redirecionar para a 3ª Vara Criminal casos que deveriam tramitar na 4ª Vara Criminal. A troca era necessária sempre que Renato atuasse no processo, uma vez que juíza da 4ª Vara, Cidália de Menezes Oliveira, com quem é casado, deve se declarar impedida de julgar causas em que ele advoga. Muitos clientes de Renato são presidiários, entre os quais a juíza Cidália seria considerada mais rigorosa do que a titular da 3ª Vara, Sonáli da Cruz Zluhan. O CAXIENSE procurou Renato Paese em seu escritório, mas ele não quis dar entrevista.

de chegar à Câmara. No final da década de 90, foi eleito para a presidência do DCE da UCS com votação recorde. Mas sua gestão, entre 1999 e 2001, não foi tranquila. Segundo Rodrigo Beltrão (PT), hoje vereador, que presidira a entidade na gestão anterior, o DCE ficou desativado por mais de 5 meses durante a presidência de Moisés. O grupo que deveria comandá-la se desentendeu e as eleições não foram chamadas na data em que deveriam acontecer, em 2000. As contas do DCE também sofreram contestação à época. Em entrevista a O CAXIENSE em dezembro de 2009, pouco antes de assumir a presidência do Legislativo, Moisés comentou o caso: “As denúncias feitas na época eram as mesmas que acontecem em todo pleito de DCE, coisas do movimento estudantil, de gente jovem. Houve controladoria interna, auditoria externa da UCS, e não teve problema nenhum. Foi mais uma questão de política mesmo”. Três anos depois de deixar o comando do DCE, Moisés obteve mais uma votação recorde, desta vez para o Conselho Tutelar. Só que a vitória não veio sem nova polêmica. O concurso previa, além da votação, a aplicação de provas. Moisés passou em português e legislaDiferentemente do pai, Moisés Paese ção, mas reprovou no exame psicotécenvolveu-se em polêmicas ainda antes nico. Com outros candidatos na mesma

“O meu erro foi por omissão”, disse Moisés para explicar os atestados falsos, culpando um assessor (embora sem revelar seu nome) pelos documentos

Posse de Moisés Paese como presidente da Câmara, em 2010 | Letícia Capra Rossetti, Câmara/O Caxiense

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situação, entrou na Justiça, conseguindo uma liminar favorável. O processo, no entanto, continuou tramitando sem chegar a um desfecho, e ele jamais pôde assumir o cargo. Nenhuma dessas polêmicas se compara, porém, às que Moisés experimentou este ano – antes mesmo dos atestados falsos e da renúncia. Depois de ter liderado e representado os 16 colegas ao longo de 2010, o pedetista entrou em rota de colisão com os demais vereadores em 2011. Suas ausências, cada vez mais frequentes, começaram a gerar comentários nos bastidores da Câmara sobre o problema com as drogas. Mas havia, até a metade do ano, uma solidariedade velada. Solidariedade que diminuiu quando chegou-se à votação mais polêmica desta legislatura: o aumento de 17 para 23 vereadores a partir de 2013. Moisés, apesar de ter tocado as obras de ampliação física da Casa no ano anterior, posicionou-se contra o aumento na tumultuada sessão do dia 10 de agosto, que terminou por aprovar a proposta. Foi duramente atacado por isso, acusado de incoerência e demagogia. “É o vereador mais caro do país. Se ele (Moisés) não quiser trabalhar, que deixe para os outros”, alfinetou Guiovane Maria (PT), referindose às faltas constantes do pedetista. O mesmo Guiovane viria assumir, depois, a presidência da Comissão de Ética, responsável por apurar a responsabilidade de Moisés no caso dos atestados falsos. Naquela sessão, Moisés subiu à tribuna para, pela primeira vez, dar uma explicação pública para seus afastamentos. Apresentando exames, disse que sofre de hepatite C, que teria sido contraída na adolescência através de uma tatuagem. No esteio da tensa votação, no entanto, Moisés encontrou um aliado. Daniel Guerra (PSDB), que também votara contra e fora igualmente criticado – o terceiro voto contrário foi de Rodrigo Beltrão (PT), que sofreu apenas uma reprimenda interna de seu partido. No dia seguinte, Moisés e Guerra apresentaram um projeto de lei para extinguir os cargos de assessor político aos quais cada vereador tem direito, ressaltando que isso traria economia aos cofres públicos. Procurado por O CAXIENSE na quarta-feira (30), Guerra não quis comentar a renúncia do colega, alegando que integra a Comissão de Ética, responsável por apurar o caso dos atestados – a Comissão de Ética apresentaria seu relatório final na quinta (1º), em horário posterior ao fechamento desta edição. A revista também tentou contatar Moisés Paese inúmeras vezes durante 2 dias (terça e quarta), em casa, na Câmara e em seu escritório e por telefone. Ex-assessores atenderam a reportagem, mas não quiseram dar entrevista. Moisés Paese fez mais do que admitir que os atestados médicos eram falsos. Há um mês, assinou um cheque de R$ 1.870,97 para devolver os valores correspondentes às 4 sessões que faltara. Entretanto, ele ainda tem pendências na Casa. Ao repassar o comando do Legislativo a Marcos Daneluz (PT), em 2011, o pedetista não entregou o smartphone BlackBerry destinado ao uso exclusivo do presidente. O aparelho, que foi comprado pela Câmara por R$ 2,3 mil alguns anos atrás, hoje baixou bastante de preço. A Câmara cobra de Moisés apenas a reposição do telefone, em um modelo semelhante. Um débito que sua renúncia pretende encerrar, porém, é com o próprio partido. Quando a denúncia dos atestados falsos tornou-se pública, pedetistas começaram a cogitá-la 02.DEZ.2011

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a fim de evitar, além do prejuízo pessoal de Moisés com o processo de investigação na Câmara, arranhões à imagem do PDT. A preocupação se justifica pelas ambições da sigla no ano que vem: eleger o deputado estadual Alceu Barbosa Velho prefeito de Caxias do Sul. “Isso se conversava no partido quando isso começou a ir longe demais, para não desgastar ele ou o partido”, revela Alceu. Presidente municipal do PDT e chefe de Gabinete da prefeitura, Edson Néspolo assegura, no entanto, que a renúncia foi uma decisão pessoal de Paese. “Quer maior punição do que renunciar a praticamente um ano e meio de mandato?”, acrescenta. A renúncia pode ter amenizado a pressão política, mas não livra Moisés de possíveis punições. Além da Câmara, a Polícia Civil e o Ministério Público apuram o caso dos atestados falsos. Essas investigações podem resultar, em caso de processo e condenação, na perda dos direitos políticos, tornando o pedetista inelegível por até 8 anos, na pena mais rigorosa. E, mesmo tendo deixado sua cadeira no Legislativo, ele ainda

poderia ter seu mandato cassado pelos colegas – o que não teria efeito prático. O ocaso de Moisés Paese não apaga suas realizações como político. Na presidência da Câmara, em 2010, mostrouse dinâmico para implementar algumas melhorias. Lançou o projeto Câmara vai aos bairros, um avanço na aproximação do Legislativo com a população, cujo sucesso pode ser traduzido em números. Mantido pelo atual presidente, o projeto reuniu cerca de 300 moradores da região do Serrano para que os vereadores ouvissem suas reivindicações na 7ª e última edição deste ano, realizada na mesma segunda-feira em que seu criador entregava o mandato. No ano passado, Moisés tomou a iniciativa de formar uma força-tarefa, em parceria com a prefeitura, para compilar as leis municipais, revogando regras que caducaram e facilitando a consulta e o funcionamento da Casa. Instaurou a tradução em libras das transmissões da TV Câmara, beneficiando os surdos. Preocupado com a ressocialização de presidiários, implantou o projeto que emprega estagiários do regime semia-

berto na Câmara de Caxias. Na quarta-feira (30), Moisés Paese completou 37 anos. Estava praticamente incomunicável – colegas de partido, amigos e mesmo familiares não sabiam informar onde encontrá-lo ou como contatá-lo. Nem por isso foi esquecido. Em sua página no Facebook, recebeu dezenas de mensagens de felicitações pelo aniversário e, principalmente, solidariedade pelo momento difícil que atravessa. “Ele vai fazer um tratamento e, com certeza, vai se recuperar. É bastante inteligente e sabe que tem uma hora de dar um basta nessa situação. E a hora chegou”, diz o amigo Luiz Carlos Muniz. Dias antes de atingir o auge de sua carreira política, na entrevista concedida a O CAXIENSE em dezembro de 2009, Moisés disse: “Quero receber bem aquilo que vier para mim, sabendo que se eu receber uma coisa ruim lá adiante vai ser porque eu plantei assim. Tenho que aprender com isso, tenho que evoluir”. A queda é dolorosa, mas também é uma oportunidade para reiniciar a caminhada.

Renato Paese (E, de branco), em visita o filho na Câmara | Setor de Comunicação da Câmara Municipal/O Caxiense

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Éverton e Fabiano sobem ao altar e entram na História Com direito a banho de fumaça e a água de cheiro, Caxias do Sul celebrou, num pequeno terreiro de umbanda, um dos primeiros casamentos religiosos entre duas pessoas do mesmo sexo do Estado

por Vagner Espeiorin

Éverson e Fabiano vestiam branco. Estavam igualmente trajados, quando romperam pela porta e seguiram pelo terreiro de umbanda. O caminho até ali era cheio de ornamentos. No chão, um tecido vermelho, preso por flores artificiais, ladrilhava o trajeto. Margeando o tapete, 7 pessoas de cada lado seguravam espadas de São Jorge, que se cruzavam no alto, formando arcos entorno da dupla. De mãos dadas, os dois faziam, ali, uma caminhada rara: eram os protagonistas de um casamento religioso entre duas pessoas do mesmo sexo, um dos primeiros no Estado. As espadas representavam a proteção de Ogum e Iansã, os donos do matrimônio, segundo as crenças religiosas. As duas entidades são casadas, e, pelo visto, não se importaram de abençoar a união entre dois homossexuais. Diferentemente da maior parte das religiões, a umbanda acredita que o amor independe de sexo. Foi essa premissa que uniu Fabiano Borges Leite, de 26 anos, e Éverson Moreira Silva, de 22 anos, no sábado (26) na Associação Espiritualista Mãe Iemanjá e Cacique Guarani. Assim como a própria doutrina, o terreiro fica às margens da cidade. Para chegar até o local, os visitantes entraram por ruelas, numa região não tão rica de Caxias. Em frente à 02.DEZ.2011

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associação, a via é tão pequena que mal vidados precisaram conviver com cheicomportava os carros que estacionaram ros de variados tipos. Inicialmente, a por ali. casa recebeu água com aroma de rosas. O perfume se misturou ao odor que se Embora pouco conhecida de muitos soltou das brasas que defumavam o lodos caxienses acostumados aos rituais cal. O primeiro a incorporar uma enticatólicos, a umbanda encontra terreno dade foi Mello. Por meio de rodopios e fértil na cidade. “Temos mais de 600 de gestos com a face, o Cacique Guarani terreiros”, assegura Luiz Carlos Mello, das Sete Flecheras baixou no pai de sanque comanda mais de 25 filhos de santo to. Durante o rito, ele bebeu guaraná e no momento das celebrações. fumou um cachimbo que projetou no A escolha pela religião não se deu ar um cheiro ainda mais forte de ervas. apenas por ser uma das únicas a aceitar Os outros 20 filhos de santo, aos pouuma união assim. Fabiano nasceu em cos, também entraram em transe. As berço de umbanda e é “filho” de Mello. mulheres, com longos vestidos brancos, De descendência africana, desde peque- giravam em torno de si, de olhos fechano, acompanha os rituais nos terreiros. dos. Os homens vestiam camisetas e Ele e Éverson – que é de família católica calças, algumas semelhantes a bombamas acabou aderindo à umbanda de- chas. Alguns se jogavam ao chão bruspois de adulto – se conheceram há cer- camente. O som que se propagava vinha ca de um ano numa Festa de Iemanjá, das batidas de tambores e de miçangas num terreiro no bairro Universitário. O de plástico que entravam em contato encontro deu certo. Começaram a na- com a superfície de um porongo, lemmorar. Três meses depois, noivaram e brando o barulho de búzios sendo jogamarcaram a data para o enlace. dos à sorte. O casamento pela tradição da umQuando boa parte dos médiuns – banda é bastante ritualístico. Antes da como são chamados os filhos de santo – entrada do casal, o pai de santo e duas já estava no estado de semiconsciência, dezenas de filhos de santo se prepara- o casal entrou no altar. A partir daí, o ram para iniciar a cerimônia. Amonto- processo foi simples e rápido. A primeiados no pequeno espaço em frente ao ra manifestação oral veio de uma fala altar, eles rezaram e evocaram cantos ágil do cacique. Em seguida, o protocopara que as entidades viessem ao plano lo para casais heteros manda o homem dos humanos. beber vinho e a mulher comer uma uva. Para ajudar nessa “travessia”, os con- E quando o casal é do mesmo sexo? Não

há saia justa. Fabiano e Éverson beberam vinho e degustaram a uva. As alianças, abençoadas com azeite doce, foram trocadas. Os noivos falaram. Prometeram se manter unidos inclusive diante das adversidades. Uma cerimônia como esta também esteve sujeita a imprevistos. “Tivemos que modificar um pouco o protocolo inicial, porque quando o Cacique baixou, todos acabaram em transe”, esclareceu a organizadora do casamento Vera Almeida, explicando as inconveniências que às vezes as entidades também provocam. Quando o Cacique incorporou, os médiuns formaram as duas filas em torno do tapete. Mas o plano não era esse. O instante não era para os espíritos agirem. Ao perceber a situação, Vera controlou a cerimônia e poucos notaram a antecipação das entidades. Segundo Vera, o casal não fez grandes exigências. Apenas pediram para entrar juntos no altar – na umbanda, o homem também aguarda a chegada da mulher, a exemplo do que ocorre na Igreja Católica – e desfilaram sobre o tapete vermelho ao som do hino da religião. Éverson e Fabiano choraram. O primeiro lavou o rosto em lágrimas. Fabiano secou com um pano vermelho, num gesto de carinho – maior até que um beijo (que não houve durante o ritual).

Éverton lavou o rosto em lágrimas. Fabiano secou-o com um pano num gesto de mais carinho do que um beijo entre os dois Fabiano e Éverton recebem a proteção de Ogum e Iansã Carlos alberto santos, divulgação/O Caxiense

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Num momento importante do ritual, casal bebe o vinho e come a uva sob olhar de Mello | Carlos alberto santos, divulgação/O Caxiense

A cerimônia terminou com as sauda- de futebol. ções dos convidados e com as entidades Tia Maria, como era chamada a avó retornando ao plano espiritual. Ogum e de Fabiano, que já morreu, foi a priIansã também se despediram. meira a alertá-lo de que o mais importante era tê-lo alegre e bem, em vez de A proposta de casar partiu de Fabia- vê-lo impossibilitado de concretizar os no. Desde jovem, o rapaz tinha o desejo próprios sonhos. “Hoje eu aceito trande subir ao altar, colocar uma aliança e quilamente a situação do Fabiano. Não dizer “sim”. Desde jovem, também, per- tenho vergonha de ele ser homossexual cebeu que isso dificilmente aconteceria e aprendi a gostar também do Éverson”, ao lado de uma mulher. afirma Borges. A mãe do noivo já pressentia que a O casamento só veio oficializar a relasingularidade do filho desde a infância ção que os dois mantêm. “Vejo o Éverdele. “Quando Fabiano estava na 4ª sé- son como um filho”, diz Maria Helena, rie, as professoras me chamavam na es- que abriu carinhosamente as portas cola para dizer que ele preferia brincar para o casal. Além deles, a irmã Camila com meninas do que com guris”, recor- e duas netas também dividem a residênda Maria Helena Leite, de 50 anos, ao cia. Essa relação só é possível pela libercomentar que precisou lutar muito para dade e a boa convivência que a família que o filho não sofresse preconceito. de Fabiano faz questão de cultivar. Foi na adolescência que o rapaz se assumiu. Maria Helena nem se assustou A mesma receptividade não é enquando o filho contou a ela sobre sua contrada na casa de Éverson. O pai do condição sexual. “Eu já imaginava”, ad- jovem não aceita bem a orientação semite a mãe. xual do filho. A mãe, embora concorde, Os sinais de que Fabiano poderia ser não assistiu ao casamento. Os irmãos gay não foram tão bem recebidos pelo do rapaz acabaram sendo o laço famipai, Antonio Thadeu Borges. O medo liar mais próximo. do que as pessoas diriam acabou afasO irmão mais velho, Leandro Moreira tando-o do filho. O tempo, porém, mos- Silva, de 28 anos, estava receoso com a trou que estava sendo egoísta. “Se meu repercussão que o casamento tomou. A filho é feliz ao lado de outro homem, reação dos pais era uma incógnita para eu não posso proibir a felicidade dele. o primogênito: “Não sei como vão reaEu amo meu filho”, avalia o pai, que gir com as fotos do jornal e a aparição sonhava em ver o rapaz como jogador na televisão...”

Leandro, vestido de branco, veio com a mulher e acompanhou o ritual no terreiro. Era o único representante da família no altar. Mesmo apoiando o relacionamento, algumas condicionantes se impuseram para que a homossexualidade do irmão fosse aceita no círculo familiar.“É melhor que ele se assuma e mantenha uma relação do que fique por aí, como muitos homossexuais”, comenta ao falar de pessoas que utilizam silicone ou mutilam o corpo. A própria cerimônia inicialmente foi colocada em xeque por Leandro. A desconfiança inicial cedeu espaço para uma aceitação comparativa. “A umbanda também tem certidão de nascimento, eles acreditam em Deus, que chamam de Zambi, e Cristo é Oxalá”, repetiu numa tentativa de esclarecer que o casamento também é bem visto aos olhos de Deus. “Corági”, disse o amigo Rodrigo Souza, de 25 anos, a Fabiano, quando ele lhe apresentou o convite de casamento. Rodrigo não só foi convidado para estar no casamento raro, como foi convocado a ser o padrinho. A proposta não poderia ter sido feito à pessoa mais certa. “Eu sou o melhor amigo do Fabiano”, comentou e depois reafirmou: “Sou sim”. Gay assumido, Rodrigo conheceu o Fabiano há 7 anos. Ele trabalhava no setor de informática de uma rede de 02.DEZ.2011

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supermercados e o futuro amigo promovia produtos no comércio varejista. Mesmo depois de virar funcionário público, a amizade se manteve. Evangélico, ele se viu diante de médiuns e umbandistas na noite de sábado. Coragem para passar pela cerimônia ele teve, mas a história é outra quando o assunto é ser noivo. “Acho que eu não teria a coragem de casar assim como eles”, descreve. Depois da cerimônia na Associação, o choro deu lugar à festa. Os convidados foram recepcionados no Salão Paroquial da Igreja de São Pelegrino – sim, a a mesma que ajuda a perpetuar os ritos

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católicos (que não aceitam a união gay) sob a atenção dos belos afrescos de Aldo Locatelli. O espaço é alugado há mais de três décadas por Gelson Frosi, de 58 anos. Como não há uma relação direta com a Paróquia, a recepção aconteceu sem contratempos. O casal também não falou que a comemoração seria um casamento gay. Frosi não se importou, agiu com normalidade e mostrou boa disposição no atendimento. Um índicio de que a sociedade, aos poucos, assimila melhor as conquistas homossexuais. “É como uma festa normal”, define o locatário. Mas não é. Um casamento gay ainda guarda muito de particularidade.

Afinal, não é todo dia que acontece. O primeiro passo foi dado. Outros talvez virão. “A gente foi bem procurado esta semana querendo saber do casamento. Essa divulgação toda vai ajudar outros casais homossexuais a ter a mesma coragem”, projeta Éverson. Durante a festa, uma surpresa. O pai de santo Luiz Carlos Mello trouxe a certidão de casamento. Com o documento, o casal pretende agendar o pedido de união estável ainda em dezembro em Caxias do Sul. Cidade que, apesar da tradição, ainda é do progresso. O enlace de Fabiano e Éverson confirma esse status.


PLATEIA

O cinema argentino na tela| O tango argentino no palco | A dança caxiense e seu “the best of” | Luz moderna no museu

O gênio mudou para continuar o mesmo Em A Pele Que Habito, Almodóvar tenta produzir o filme mais singular da carreira. Mas, como mostra nossa comparação com outras obras marcantes de sua cinematografia, ele fez e ao mesmo tempo não fez uma obra tão diferente assim (?). Isso é ótimo!

Dono de um jeito singular de filmar, Almodóvar criou uma espécie de subgênero: o “almodovarismo”. Mas, em A Pele Que Habito, o cineasta tenta subvertê-lo. Foi, ao mesmo tempo, bem e malsucedido na tarefa. Produziu o filme diferente de tudo que já fez. Só que sua marca continua ali: discute identidade sexual, manipula o nonsense com maestria, domina o uso de cores como ninguém etc. etc. etc. Sensacional!

MELO DRAMA

SUS

SEXO

PENSE

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Ata-me O cara sai de uma instituição psiquiátrica e rapta uma ex-atriz pornô para tentar provar seu amor. A colorida, inusitada e apreensiva sequência que antecede o sequestro expõe o domínio de Almodóvar.

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Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos Por que o cinema precisa de verossimilhança? Por que não abusar das cores até se aproximar do brega? Por que não escrachar na atuação dos atores? Aqui, comicidade pouca é bobagem.

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Tudo Sobre Minha Mãe A mãe recém perdeu o filho e parte para reencontrar o pai do adolescente. Nessa jornada, cruza com travestis – construídas de forma tão humana que até o mais machista se identifica com elas.

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FALE COM ELA Um enfermeiro tem tanto apreço com uma bela (e adormecida) paciente que leva o espectador a se perguntar: por que tanta dedicação a uma desconhecida? A obsessão é uma obsessão de Almodóvar.

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CINÉPOLIS 21:50

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CINE

Ricardo

Darín, Muriel Santa Ana, Ignacio Huang. De Sebastián Borensztein

UM CONTO CHINÊS Procure o melhor adjetivo para elogiar uma performance. Provavelmente, sua escolha será injusta com Ricardo Darín. No filme, ele mostra por que é um dos principais atores vivos no mundo. Faz também refletir: é mais absurdo um barco naufragar por ter sido atingido por uma vaca que caiu do céu ou a guerra? Aliás, não deixe a sessão antes dos créditos. Você descobrirá um novo (e surpreendente) detalhe a história do gado voador. Estreia.

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CINÉPOLIS 17:25 – 19:40

OPERAÇÃO PRESENTE

“Como é que Papai Noel, não esquece de ninguém? Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem”, diz a música que frustra criancinhas desde que o Noel existe. O filme reforça a ilusão. Mesmo equipado com a mais alta tecnologia, Papai Noel esquece de uma criança. Um herói vai recorrer às aposentadas renas para corrigir a falha. Estreia. GNC 14:00-16:00-18:00-20:00-22:00 CINÉPOLIS (3D) 14:15 - 16:30 - 18:45 - 21:00

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AMANHÃ NUNCA MAIS

A dificuldade em dizer “não”. Só isso para compreender as razões que levam um atrapalhado anestesista (Lázaro Ramos) a enfrentar o trânsito cruel de São Paulo e os mais diferentes percalços para buscar o bolo de aniversário da filha. Em se tratando de bolo, você sabe: tudo pode desandar de uma hora para a outra – inclusive, o próprio filme. Estreia. CINÉPOLIS 13:20 - 15:20 GNC 15:00-20:10

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AMANHECER - PARTE I

NÃO SEI COMO ELA CONSEGUE

Sarah Jessica Parker aparece no cinema num combo 3 em 1: cuida da casa e dos filhos, mantém o casamento e ainda é dona de um cargo executivo. Tudo de cabelo bem arrumado e roupa perfeita. Dilemas da mulher moderna com direito a neuras e frustrações. 2ª semana. GNC 21:20

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Em lua de mel em Paraty, no Rio, Bella desafia a força sobrenatural de Edward, perde a virgindade como humana e engravida. Embora pareça um roteiro de Manoel Carlos, a parceria com o Brasil termina aí. 3ª semana. GNC 13:30-16:10-19:00 13:50-16:20-19:30-21:50 CINÉPOLIS 13:50 16:20 (Exceto SÁB. DOM) 17:45 19:00 (Exceto QUA.) 20:15

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De Chris

GATO DE BOTAS

Jim

Henson, Jason Segel, Nicholas Stoller. De James Bobin

OS MUPPETS

A crítica norte-americana amou o retorno dos bonecos. Os pais parecem que vão adorar também – talvez até mais do que os filhos, embora o longa seja infantil. O filme promete nonsense, sarcasmo e risadas. Está repleto de referências sofisticadas, como a paródia do O Diabo Veste Prada, quando Miss Piggy se torna a editora da Vogue Paris, tendo como assistente a personagem de Emily Blunt – sim, ela revive o mesmo papel do original. Estreia. GNC 14:20 - 16:30 - 19:10 - 21:30 CINÉPOLIS 13:00 - 15:30 - 18:00 – 20:30

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OS ESPECIALISTAS

Tudo o que se espera de um filme de ação: porrada, tiroteiro, perseguição – testosterona em doses elevadas. A história também é o que se espera. Um ex-agente britânico adia a aposentadoria porque seu mentor virou refém do inimigo. O diretor estreante Gary McKendry, porém, garante que o elenco não interpreta o papel que se espera dele. Será? Estreia.

Miller

O jeitão mimoso, sedutor e latino conquistou tanto o público em Shrek 2 que chegou a hora de o Gato de Botas ter um filme para chamar de seu. Mas o felino é ingrato com seu passado. Parece que a animação tenta a todo o custo se desvincular de sua origem, evitando referências ao original. O filme bebe, mesmo, nos clássicos do western para criar uma atmosfera que, a exemplo de Muppets, também agrade aos adultos. Pré-estreia. CINÉPOLIS 16:20 (Sáb. e dom.) GNC 16:45 (Sáb. e dom.)

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1:30

HAPPY FEET 2: O PINGUIM

Filho de peixe peixinho é? Pode até ser, mas não funciona com pinguins. Depois de trair a espécie ao não saber cantar, Mano volta à telas com um filho, um desastre também na dança. 2ª semana GNC 3D - 14:10-16:45-19:20

21:40

L

1:43

OS 3

Antes de se despedir do lugar que dividem, 3 universitários, uma menina e 2 rapazes, resolvem espalhar câmeras pelo apartamento para vender os móveis online. O moderno site de vendas se transforma em reality show de um triângulo amoroso. 2ª semana. GNC 13:15-16:40

14

1:19

CINÉPOLIS 14:30 - 17:00 - 19:30 - 22:00

14

1:56

ATIVIDADE PARANORMAL 3

A origem dos pesadelos das famílias nas versões anteriores. Em 1988, os espíritos já eram visitas “de casa”, mas filmados em VHS.

MEU PAÍS

Quando o personagem de Rodrigo Santoro vem ao Brasil, ele precisa arrancar a frieza que adquiriu na Europa. E aqui as coisas fervem. Ele descobre uma irmã deficiente mental rejeitada pelo outro irmão viciado em jogo. 2ª semana. Ordovás Qui-Sex. 19:30. Sáb-Dom 20:00

12

1:30

Em entrevistas à imprensa, Selton Mello falou de angústia, tristeza e depressão. E resolveu colocar toda essa carga na história de um palhaço melancólico e não autobiográfico, ressalta o diretor. 6ª semana.

★★★★★ 10

1:30

14

1:24

O ZELADOR ANIMAL

Com animais falantes dando conselhos para o zelador reconquistar a namorada, o filme promete agradar a família toda. As crianças até riem, mas os adultos bocejam. UCS 18:00

O PALHAÇO

GNC 18:20-21:45 CINÉPOLIS 13:40-15:45

UCS 20:00

L

1:42

OS SMURFS

Nessa temporada, eles decidiram fazer algo de diferente: se estabeleceram aqui há 18 semanas. E teve boatos de que o filme era ruim... P*, se isso é filme ruim, o que quer dizer “filme bom” né? UCS 16:00

L 02.DEZ.2011

1:43

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Divulgação/O Caxiense

MUSICA + SHOWS Sexta Elixir

23:30. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

DJs Lio Krieger, Dana e VJ Gambit 22:30. R$ 25 e R$ 40. La Barra

Creedence Clearwater Revival Tribute

22:30. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

Tea for Tree

20:00. Livre. Zarabatana

Junk Box

22:00. R$ 10. Bier Haus

Evânio e Anderson

22:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

Tonho Crocco

23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13.

Romance argentino

A relação não deu certo, e a bailarina se mudou para Buenos Aires. Arrependido, o homem foi atrás. Vagou por bordéis à procura da grande paixão e se apaixonou novamente. Pelo tango. “O espetáculo reúne teatro, música e dança”, explica César Casara. Em Una Noche em Buenos Aires, ele se junta a Tomás Savaris, Rafael Scopel e Cristiano Klein no grupo Yangos, a música do espetáculo. SÁB. 20:30. UCS Teatro. De R$ 15 a R$ 60.

Puracazuah!

23:00. R$ 20 e R$ 25. Havana

Vendettas, Stonteantes e Os Canalhas 23:00. R$ 12. Vagão Bar

Mercenários Inglórios

23:00. R$ 15. Vagão Classic

Feito em casa

Produções próprias, artistas caxienses e música nos jardins do Ordovás. No clima de encerramento do ano, o Centro de Cultura resolveu juntar nomes como Cardo Peixoto, Lê Daros, Claiton Mazzochi para mostrar composições individuais no Nossa Voz – 1º Festival de Música Autoral. DOM. 18:00. Entrada Gratuita. Ordovás.

Sábado Long Play

23:30. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

ToolBox

22:30. R$ 20 e R$ 35. La Barra

Creedence Clearwater Revival Tribute

22:30. R$ 12 e R$ 18. Mississippi

1:25

Rock nos trilhos

Anaxes, Barracuda Project, Lacross, Herdeiros e Mercenários Inglórios se apresentam no festival dedicado aos novos talentos do rock local. O local é que muda. Do Parque dos Macaquinhos, para a Estação Férrea. Sáb. 15:30. Entrada gratuita. Estação Férrea. Divulgação/O Caxiense

DJs Alibu, Caio Brito, Fernando Basso e Jorgeeenho 22:00. R$ 20 e R$ 40. The King

DJ Rodrigo Dias

23:00. R$ 20. Nox Versus

DJ Tom Hopkins

23:00. R$ 20 e R$ 40. Pepsi

Overcast

23:00. R$ 25 e R$ 40. Havana

Nômades

23:00. R$ 15. Vagão Bar

HardRockers

23:00. R$ 15. Vagão Classic

Ameaçados de extinção

De 10 anos para cá, o sucesso do Bonde do Tigrão despencou e as letras se tornaram muito mais apelativas. Na Move, eles reencontram as “tchutchucas”, que já estão mais para “preparadas”, cantam as clássicas e apresentam as novas composições. A nova fase faz o Cerol parecer ingênuo. SÁB. 23:00. R$ 20. Move.

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Christian Jung, Divulgação/O Caxiense

+ SHOWS Domingo Pagode Júnior

22:30. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Projeto Caiubi

20:00. Livre. Zarabatana

Domingueira Set com DJs 16:00. Livre. Zarabatana

Terça Branco no preto

22:00. R$ 10. Bier Haus

Quarta

Quinta Disco

22:00. R$ 10. Bier Haus

Sextaneja

23:30. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

Grupo Macuco

22:00. R$ 5 e R$ 15. Paiol

Mesmo em relação aos ídolos, Tonho Crocco é do contra. No mais recente trabalho, O lado brilhante da Lua, ele brinca em uma analogia com The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Já que era para ser o início da carreira solo, que fosse alegre. Mas é bom que o ex-vocalista do Ultramen seja do contra. Na última polêmica, ele quase foi processado depois de fazer uma música em que expôs o nome dos deputados estaduais que votaram a favor de um aumento de salário. Virou febre no twitter, impulsionou seu trabalho e, de quebra, prestou um serviço público. SEX. 23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13.

Tríplice 22:00. R$ 10. Bier Haus Maurício e Daniel 21:00. Livre. Paiol

Samba rock polêmico

Todos choram no Natal O repertório da 3ª edição do encontro da Orquestra Municipal de Sopros e a Orquestra Sinfônica da UCS para o Brilha Caxias começa com Os Planetas, de Gustav Holst. Depois, um universo mais conhecido da plateia: Canções de Natal de Todo o Mundo. Porque o choro, tradicional nos concertos natalinos, sempre fica para o final. A regência é do Maestro Manfredo Schmiedt. Se chover, o espetáculo será transferido para a Igreja São Pelegrino. QUI. 20:30. Entrada gratuita. Parque dos Macaquinhos.

02.DEZ.2011

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A Botija de Ouro. Ana Rech. Ganâncias e verdades desconhecidas incendeiam a história de Antônio, nordestino que vai estudar na cidade grande. Quando retorna, precisa se readaptar à realidade. Perdoa-me por me traíres. Panazzolo I. Na história, o clima de traições e intrigas conjugais que eternizam a perturbada criação de Nelson Rodrigues. SÁB. 19:00. Gratuito. Ordovás. A Bacurinha. Jardim Eldorado. Um malentendido coloca uma menina em uma confusão com os pais e o vizinho. Trechos Dramáticos e Trejeitos Cômicos. Panazzolo II. O grupo buscou a carga dramática em textos de Tchekhov, Shakespeare e García Lorca e comédia em Luís Fernando Veríssimo. El Cid. Jardim Eldorado. Adaptação da obra de Pierre Corneille, El Cid, mesmo na hora da morte, não desiste de defender seu povo. DOM. 19:00. Gratuito.Ordovás.

O tradicional e concorrido espetáculo de final de ano do Ballet Margô mostra as melhores e premiadas produções de 2010 em compactos de 3 a 4 minutos. Em solos, duplas, trios ou em grupo, 55 bailarinos se apresentam em duas sessões (sexta e sábado). No domingo, a Companhia Matheus Brusa Dança Contemporânea apresenta as coreografias que se destacaram em competições nacionais.

★★★★★

SEX. SÁB. 20:00. R$ 15. Teatro Municipal. DOM. 20:00. R$ 15. Teatro Municipal.

DOM. 14:30. Entrada Gratuita. Casa das Oficinas. 0:45

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1:05

Ariano Suassuna para iniciantes No final da temporada da Tem Gente Teatrando, a escola apresenta Burundunga – A Comédia do Baixo Ventre. Ambientada no Nordeste, a história questiona os valores políticos e as relações de dominação e poder. Espetáculos de estreantes inspirado por um mestre. SEX. SÁB. 20:30. R$ 10 a R$ 20. Casa de Teatro.

Encontro de gigantes Na sexta-feira, o grupo de Ney Moraes dança Ident(idade). O espetáculo é aperitivo para o combo Fragmentos. Em duas sessões, na quarta e na sexta, serão apresentadas mais duas coreografias, além de Ident(idade). Tres Partes Y Una Pared, da coreógrafa argentina Brenda Angiel, a 1ª criação da Cia Municipal de Dança, volta em parceria inédita. Na 1ª noite, a Cia. Municipal comanda a cena, com a participação do grupo ArticulAções, dirigido por Sigrid Nora. Na segunda sessão, invertem-se os papéis. Nas duas sessões, o grupo ArticulAções apresenta Divisões e Recortes, de Ney Moraes, Magda Bellini, Verónica Gomezjurado e Sigrid Nora.

★★★★★

SEX. 20:30. Gratuito. Ordovás (Ident(idade)) QUA. QUI. 20:30. Gratuito. Teatro Municipal. 0:50 (Fragmentos)

Pequena Ilusão de Marisol

Ao tocar violino, Marisol faz com que o avô pegue no sono. Achando que havia morrido, ela desmaia e passa viver uma série de ilusões. A peça será encenada pelo grupo Balabulabá, formado há 4 anos nas oficinas do Departamento de Arte e Cultura da Secretaria Municipal da Cultura.

1:20

Esperanto caxiense Produzido pelo Grupo de Criação e Pesquisa em Cultura Popular, o mesmo do misturado Mixtu, Cor e Sotaque explora a mestiçagem da cultura popular através da dança e da música, com uma orquestra de latas. Cada um tem uma linguagem diferente, mas todos se entendem. SEX. 20:00. Gratuito. Casa das Oficinas (Estação Férrea). 0:45

Tatieli Sperry Monteiro, Divulgação/O Caxiense

Ao longo do ano, 5 núcleos de teatro desenvolveram oficinas de comportamento cenográfico e voz. Os grupos mostram o resultado neste fim de semana. Confira a programação:

Ballet Margô, Divulgação/O Caxiense

MOSTRA GENTENCENA

Palco cheio de troféus

Maurício Concatto, Divulgação/O Caxiense

PALCO


CA

ARTE

MA RIM

Marcelo Aramis

Luz sobre o passado Liliane Giordani e Myra Gonçalves passaram algumas noites no museu. Precisavam de baixa luminosidade para usar a técnica do light painting na construção das imagens. Na exposição Imagens Ordinárias – Uma noite no museu, elas mostram 35 fotografias de objetos do acervo e as expõe entre a mobília histórica do local. Coletiva. SEG-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Camuflagens

Nelson Wilbert. SEG-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Saccaro

Chuvas

Marcos Clasen. SEG-SEX. 10:00-19:30. DOM. 16:00-19:00. Catna Café

3 noites para os campeões Sexta e sábado, o Ballet Margô Brusa, peixe grande da dança caxiense, apresenta compactos de 3 a 4 minutos das coreografias que conquistaram prêmios em festivais em 2011. E domingo é dia de filho de peixe. A Cia. Matheus Brusa Dança Contemporânea apresenta seus campeões. Ambos são imperdíveis. Quando se trata dos prêmios da família Brusa, não é exagero dizer que a apresentação de fim de ano da escola é uma amostra do que há de melhor no balé clássico gaúcho.

Par perfeito A Cia. Municipal de Dança e o grupo ArticulAções apresentam juntos a 1ª criação da Cia., Tres Partes Y Una Pared, de 1999. Entre os 2, Sigrid Nora, a 1ª coordenadora da Cia. e atual diretora do ArticulAções, e 12 anos desde a 1ª vez. No espetáculo, bailarinos presos por cabos desafiam a gravidade e o jeito de fazer dança contemporânea: um marco. A coreografia de Brenda Angiel está entre as melhores no repertório da Cia., que voou alto logo na estreia, caiu feio e ainda hoje tenta se estabilizar.

Coleção Primavera Verão 2011

Coletiva. SEG-SEX 9:00-19:00. SÁB. 9:00-15:00. Arte Quadros

Fábio Balen

Coletiva. SEG-DOM. 10:00-22:00. San Pelegrino

Na TáBUA

Coletiva. SEG-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás.

O Ventre e o Leite

5★

Bruno Segalla. SEG-SEX. 9:00-12:00. 14:00-7:00. Instituto Bruno Segalla

O ciclo e as estações

Giovana Mazzochi e Marcos Clasen. SEG.-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás.

Colorindo a Itália Depois de uma árdua peregrinação em busca de patrocínio, a artista plástica Cristiane Marcante e a curadora Mona Carvalho embarcaram na última quinta (1°) para a Itália. Cristiane vai expor a obra acima na Florence Biennale. Aplausos para TAM, Florense, Dolaimes Comunicação, Milletour e D’graf, iniciativa privada que patrocina a arte caxiense além das leis de incentivo. 02.DEZ.2011

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Enderecos

Ben Hur Ribeiro, Divulgação/O Caxiense

A

cinemas: CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 15 (NOITE), R$ 23 (3D). TER. R$ 8, R$ 12 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 17 (MATINE E NOITE), R$ 23 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer.R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) | UCS. Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis. 3218.2100. R$ 10 (INTEIRA). R$ 5 (MEIA).

MÚSICA: Arena. Perimetral Bruno Segalla, 11.366. São Leopoldo. 3021-3145. | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | Boteco 13. Augusto Pestana. Moinho da Estação. 3221-4513 | COND BAR. ÂNGELO MURATORE, 54. DE LAZZER. 3229-5377 | ESTÁDIO ALFREDO JACONI. HÉRCULES GALLÓ, 1.547, CENTRO | ESTAÇÃO FÉRREA. AUGUSTO PESTANA. SÃO PELEGRINO | Havana Café. Augusto Pestana, 145. Moinho da Estação. 3215-6619 | LA BARRA. CEL. FLORES, 810, SÃO PELEGRINO | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | Nox Versus. Darcy Zaparolli, 111. Villaggio. 3027-1351 | Paiol. Flora Magnabosco, 306. São Leopoldo. 3213-1774 | Pepsi Club. Vereador Mário Pezzi, 1.450. Lourdes. 3419-0900 | Portal Bowling‎. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 32205758 | THE KING PUB. TRONCA, 2802. RIO BRANCO. 3021.7973 | Vagão BAR. Coronel Flores, 789. São Pelegrino. Moinho da Estação. 3223-0007 | Vagão Classic. Júlio de Castilhos, 1.343. Centro. 3223-0616 | Xerife. Hilário Pasquali, 34. Universitário. 3025-4971 | Zarabatana. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3228-9046 teatros: CASA DAS OFICINAS. AUGUSTO PESTANA, 50. SÃO PELEGRINO. SESC. Moreira César, 2462. PIO X. 3221-5233 | TEATRO MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333. CENTRO. 3221-3697 | TEATRO São CARLOS. Feijó Júnior, 778. São Pelegrino. 3221-6387 | ucs teatro. francisco getúlio vargas, 1130. petrópolis. bloco m. 3218.2100 | galerias: ARTE QUADROS. FEIJÓ JÚNIOR, 975, SALA 1.007, SÃO PELEGRINO | CAMPUS 8. RS-122, s/n°, Km 69. Forqueta. 3289.9000 | CATNA CAFÉ. Júlio de Castilhos, 2546. Centro. 3221-5059 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | Instituto Bruno Segalla. 3027-6243. Andrade Neves, 603,Centro | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221.2423 | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3228-9046 | Saccaro. Av. Therezinha PaulettiSanvitto, 344. 3283-1333 | San Pelegrino. Rio Branco, 425. São Pelegrino. 3022-6700 | sesc. mOREIRA CÉSAR, 2462, PIO X. 3221-5233

Legenda Duração

Classificação

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Aventura Comédia Drama Documentário Infantil Romance Suspense Terror Ficção Científica

Música Blues Hip hop Samba

Coral Eletrônica Funk Erudita Jazz MPB Pagode Pop Rock Sertanejo Tradicionalista

Dança Contemporânea

Artes Desenho Fotografia

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Diversas Escultura Pintura

Carol De Barba Lixo luxo

Se você não conseguiu visualizar como lixo para uns vira moda, e das boas, para outros, repare na foto que ilustra a coluna. A bolsa, criada pela acadêmica de Design de Moda Surya Salvador Paes, leva resíduos de tecido e malha, e foi um dos trabalhos da disciplina Laboratório de Criatividade, ministrada por Sérgio Lopes, desfilados na 9ª Maratona de Moda do Campus 8.

Banco do Vestuário

Sustentabilidade está na moda, mas deveria ser rotina. E uma das iniciativas criadas para estimular a prática do consumo consciente, que merece mais atenção dos empresários da moda, é o Banco do Vestuário. Criado por uma liga de entidades – além do Polo de Moda, Senai, Sindivest, Fitemasul e UCS também Codeca, FAS, Fundação Caxias e Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego – o banco centraliza e reaproveita os resíduos gerados pelas indústrias têxteis e de confecção e capacita pessoas para o mercado de trabalho. Na última segunda-feira (28), ele comemorou 2 anos contabilizando 153 formandos em Corte e Costura, 35 em Tear Moda Casa. Arrecadou 72 toneladas de resíduos diversos, provenientes de 50 empresas, e distribuiu 50 toneladas entre 180 entidades.

A próxima Gisele O olheiro que descobriu tops como Gisele Bündchen, Carol Trentini e Alessandra Ambrósio, Dilson Stein, promove em Caxias Seleção Para Novos Modelos. A função será no Personal Royal Hotel, quinta (8) e sexta (9), das 15:00 às 20:00.


ARQUIBANCADA Basquete e tênis movimentam o Juvenil | Atletismo e futebol no Sesi | Taekwondo no Enxutão | O rugby vai a Bento + ESPORTE TAEKWONDO: Festival do Projeto Talentos do Futuro DOM. 9:00-12:00. Enxutão

ATLETISMO: 7º Circuito Caxiense de Pista/Festa da Uva QUI. 19:00. Sesi

RUGBY: Campeonato Gaúcho de Seven

SÁB. 13:00. Estádio da Montanha. Bento Gonçalves.

FUTEBOL SETE: Campeonato da Meincol SÁB. 09:30-11:30. Sesi

BASQUETE: Campeonato Estadual de Basquete Masculino sub-17 e sub-19

SEX. 21:00. Sub 17. Clube Juvenil x UCS SÁB. 10:00. Sub-17. Clube Juvenil x Luba | 13:00. Sub-17. UCS X Luba | 16:00. Sub-19. UCS x Clube Juvenil | 20:00. Sub-17. Luba X UCS DOM. 09:00 Sub 17. Luba X Ceat/Bira | 11:00. Sub-19. Clube Juvenil x Corsc SÁB-DOM. Clube Juvenil

ESTÁDIO DA MONTANHA: AV. OSVALDO ARANHA, S/N, BENTO GONÇALVES | JUVENIL: MARQUÊS DO HERVAL, 197, MADUREIRA | ENXUTÃO: LUIZ COVOLAN, 1.560, STA. CATARINA | SESI: CIRO DE LAVRA PINTO, S/N, BAIRRO FÁTIMA

Competição de tênis no Juvenil |

Divulgação, Clube Juvenil/O Caxiense

TÊNIS PARA TODOS No ano passado, os representantes do Clube Juvenil se deram bem e trouxeram a taça para para casa. Nesta edição, os tenistas querem manter o bom retrospecto. Mas não vai ser tarefa fácil. O Circuito de Tênis da Serra Gaúcha reúne os melhores competidores da região e do Estado em diversas categorias. Além

da 1ª, 2ª e 3ª classe – os melhores do ranking –, o circuito abre espaço para crianças, mulheres e seniores. Eles devem ajudam a formar o elenco de mais de 150 tenistas aguardados para a competição. SEX. SÁB. 15:00. Clube Juvenil.

Basquete rumo à final Depois de conquistar a Copa Festa da Uva de basquete, o Caxias do Sul entrou em quadra contra a Sogipa, na quarta-feira (30). No primeiro confronto das semifinais do Campeonato Estadual, o time serrano venceu com tranquilidade a equipe de Porto Alegre por 80 x 69. No

próximo jogo, segunda-feira, se o Caxias levar a melhor, garante vaga na final. Uma derrota exige um novo confronto, que será disputado na terça-feira (6), às 20:00. SEG. 21:00. R$ 5. Clube Juvenil 02.DEZ.2011

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Você que namora na banca, é apaixonado pelo site, paquera a assinatura do vizinho, manda cantadas nas redes sociais... É hora de assumir um relacionamento sério!

Assine O Caxiense e ganhe uma camiseta exclusiva.

3027-5538 Promoção válida também para paixões à primeira vista.

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