Edição 121

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O ministério de Caxias do Sul

5 Dois caminhos no labirinto eleitoral

Gigantes em tamanho real

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6 Bloco, caneta e bicicleta

As razões para não prorrogar as atuais concessões de pedágio

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15 Ruy Pauletti, um professor visionário Os premiados que o cinema caxiense ignora

Mais carros nas ruas. É possível?

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12 Água de bebê

A paixão ferida dos torcedores alviverdes

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Fotos: 6, 10 e 15: Maurício Concatto/O Caxiense. 20: Divulgação/O Caxiense. 12: Câmara Federal, Divulgação/O Caxiense

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DIGA!

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) |

André T. Susin, Arquivo/O Caxiense

A culpa da imprensa | Omissão não é imparcialidade | A posição de O CAXIENSE

Não é só por culpa de alguns políticos que hoje somos obrigados a pagar R$ 13,40 para ir e voltar da vizinha Farroupilha por uma estrada pública, construída com o dinheiro que entregamos ao Estado e à União na forma de impostos. É também por culpa da imprensa. Para quem não tem memória, recomendo uma consulta ao acervo do Arquivo Histórico Municipal, disponível online a partir do site da Câmara de Vereadores (www.camaracaxias.rs.gov.br). Procure lá por edições de jornais entre 1996, quando aprovou-se o projeto do então governador Antônio Britto (aliás, um exjornalista) para cercar a nossa e outras cidades gaúchas de pedágios, e 1998, quando as famigeradas cancelas foram de fato instaladas. O assunto mereceu pouco ou nenhum espaço em páginas de jornais e nos microfones de rádio e televisão nesse período, salvo exceções. Quando a conta dessa vergonhosa omissão chegou à população, não havia mais o que fazer. Já estávamos no guichê. O caso dos pedágios é exemplar para refletirmos sobre um mito do jornalismo: a imparcialidade. Imparcialidade não é omissão. Quando a imprensa deixa de noticiar com a devida importância decisões que trazem impacto direto e significativo à sociedade, ela está sendo parcial. Quando fecha os olhos e ouvidos às críticas da população, também. Essa é a pior parcialidade possível, a mais covarde. A imparcialidade é mito porque, por mais objetivo que o jornalismo se

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pretenda, ele sempre resultará de um trabalho subjetivo. A definição da pauta, as perguntas feitas, as respostas anotadas, a escolha do que é ou não notícia e do destaque que cada notícia deve receber, tudo isso é feito por pessoas que têm visões próprias de mundo, ideias e ideais. Muitas vezes o peso dessa subjetividade jornalística é irrelevante – depende da notícia. Mas muitas vezes é considerável, até decisivo. É quando o jornalismo deixa de ser um mero registrador de fatos para cumprir sua função social de defender o interesse público. Nessas situações, quando percebe que o interesse público está ameaçado, a imprensa precisa enfrentar o mito da imparcialidade. O que é imparcialidade? É assegurar às fontes o direito de se manifestar sobre um tema que lhes diz respeito. É ouvir todos os lados. Isso não significa, porém, que a imprensa não possa assumir uma posição, desde que o faça abertamente – repetindo: a omissão é a pior forma de parcialidade, é tomar uma posição, sim, mas sem a coragem de assumi-la publicamente. O CAXIENSE entende que nossa cidade e nosso Estado se aproximam novamente de um desses momentos. E nós, pelo menos, não iremos nos omitir. Ainda em 2010, questionamos os então candidatos ao Piratini sobre o futuro dos pedágios. Divulgamos em primeira mão a promessa de Tarso Genro de não renovar esses contratos, que terminam em 2013, e de dar fim à praça de Farroupilha. E agora seremos os primeiros a cobrar essa promessa, até que ela seja cumprida. O CAXIENSE não deixará de ouvir quem deseja a renovação dos contratos com as concessionárias. Não retirará, delas e de seus defensores, o direito de argumentar em seu favor. Essa é a imparcialidade possível. Mas, em nome do interesse público, O CAXIENSE tem posição, e ela é clara: contra a renovação dos contratos com as concessionárias e pelo fim do pedágio de Farroupilha. Felipe Boff, diretor executivo

95020-471 | Fone: (54) 3027-5538 ocaxiense@ocaxiense.com.br

www.ocaxiense.com.br

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Tatyany R. de Oliveira Assinatura trimestral: R$ 30 Assinatura semestral: R$ 60 Assinatura anual: R$ 120 Foto de capa Maurício Concatto/O Caxiense


BASTIDORES

Especialistas analisam os opostos da política local | Uma repórter sobre duas rodas | Mais carros, é possível?

A Esplanada dos caxienses

Hygino Caetano Corsetti |

Acervo Pessoal de Maria Isabel Corsetti Orlandi, Div.

Mario David Andreazza |

Pedro Simon |

Ulysses Geremia, Arq. Histórico, Div.

Cristiana Gallo, Senado, Divulgação

rio das Comunicações de 1969 a 1974, no governo de Emílio Garrastazu Médici. Ele é conhecido por ter garantido que a primeira transmissão a cores no país fosse do corso alegórico da Festa da Uva de 1972. Corsetti estudou ComuniEliseu Paglioli (1898 – 1985) cação em Nova Jersey (EUA), organizou Graduado em Medicina, Paglioli e instalou a Escola de Eletrônica da foi ministro da Saúde por apenas 4 Marinha e foi presidente do Conselho meses, entre setembro de 1962 e janeiro Nacional de Telecomunicações (Contel), de 1963, durante o governo de João onde defendeu o investimento maciço Goulart. Foi escolhido para o cargo na Embratel e estimulou a abertura de por influência do presidente do Conse- cursos técnicos de telecomunicações. O lho, Hermes Lima. Amigo de Getúlio coronel também fez parte do gabinete Vargas, também chegou a ocupar a do Ministro da Guerra dos governos prefeitura de Porto Alegre por 10 meses. Castello Branco e Costa e Silva. Mas suas principais contribuições foram para a comunidade acadêmica. Ele Mario David Andreazza (1918 – foi um dos fundadores da Sociedade 1988) Latino-Americana de Neurocirurgia, do Ministro por dois mandatos, AndreHospital São José, ligado à Santa Casa azza foi o responsável por algumas das de Porto Alegre, e da Sociedade Brasimaiores obras em estradas no país. De leira de Neurocirurgia. Nos anos 50, foi 1967 a 1974, quando esteve à frente do professor da Faculdade de Medicina de Ministério dos Transportes, garantiu Porto Alegre e reitor da UFRGS. a construção da Ponte Rio-Niterói, a duplicação da Via Dutra e a conclusão Hygino Caetano Corsetti (1919 – da Transamazônica. Como ministro do 2004) Interior, de 1979 a 1985, implantou o O coronel Corsetti atuou no Ministé- maior programa de habitação nacional,

demarcou terras indígenas e lançou a Política Nacional do Meio Ambiente. Andreazza era lutador de jiu-jitsu e, não aceitando associações do esporte com a violência, dizia que a única ditadura que via no Brasil era a de seus dois filhos sobre a escolha dos canais da TV.

Antes de Pepe Vargas (PT), outros 4 ministros de Caxias do Sul ocuparam a Esplanada dos Ministérios. O CAXIENSE apurou quem foram eles e o que fizeram em sua trajetória política.

Pedro Simon (1930 – ) Também advogado e professor, o político ostenta 6 cursos ligados ao Direito. Atualmente Senador, iniciou a trajetória política de 58 anos como vereador, na Câmara de Caxias. Por decisão de Tancredo Neves, o caxiense foi escolhido ministro da Agricultura em 21 de abril de 1985, cargo a que acabou renunciando pouco depois, para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. Eleito para o posto em 1987, também renunciou ao mandato de governador, em abril de 1990, para ocupar o Senado, assumindo em 1992 a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que culminou no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Além dos cargos públicos, por consenso do PMDB, coordenou nacionalmente o movimento das Diretas Já pelo partido. 9.MAR.2012

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domingo CAM Vestibular A Anhanguera realiza proces-

TOP5

PUS

O melhor da Era T-Rex

Maurício Concatto /O Caxiense

Após 65 milhões de anos, as curiosidades de como viviam os dinossauros ainda são motivo de estudo. Em forma de robôs, os gigantes pisam pela primeira vez no Rio Grande do Sul, berço de descobertas de fósseis. Montada no estacionamento do Shopping Iguatemi, a exposição Era T-Rex tem uma área de 1,5 mil m², com cerca de 30 dinossauros-robôs com movimentos e em tamanho real. A visitação é de segunda a sábado, das 10:00 às 22:00, e aos domingos, das 14:00 às 20:00. Os ingressos variam de R$ 12 a R$ 30.

Caminhe no escuro As pessoas mais altas chegam perto dos joelhos dos dinossauros, que chegam a 25 metros de altura. A exposição tratou de deixar o clima selvagem. A experiência se conceitua como “caminhar no escuro”. Durante todo o percurso, é possível tocá-los, ouvi-los e ainda assistir à relação entre mãe e filhote e um ataque predador. Não confunda pterodáctilo com tiranossauro rex Se você pensa que todos os dinossauros eram iguais é porque o cinema ensinou errado. A exposição revela variadas espécies dos seres pré-históricos. E para a atividade ser também didática, a organização do evento fixou placas no chão com informações como nome científico, local de origem, peso e tamanho das espécies.

conta a história do nascimento de um filhote de dinossauro. A novidade fica por conta dos efeitos que o filme proporciona. Os dinos voam e ficam a poucos metros de quem assiste. Ventiladores são acionados e dão a sensação de que os rasantes são reais. Leve a exposição para casa Visitou a exposição e se encantou pelo mundo dos dinossauros? É possível levar um ovo com uma miniatura de dinossauro. O mimo custa R$ 5 e a experiência vale mais. Você coloca a ficha em uma máquina e a mãe dinossauro põe um ovo.

Brinque de palentólogo Para encerrar a exposição Era T-Rex, as crianças podem brincar de escavar uma grande caixa de areia com uma réplica de fóssil soterrada. Dica (óbvia, mas não custa repeVoe com os tir): se você pretende passear com a pterodáctilos família no Shopping Iguatemi, faça A visita começa com uma isso antes de levar as crianças para animação em 5D. O filme a mostra.

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so seletivo neste domingo (25), às 9:30. A inscrição pode ser feita pelo site www.vestibulares.br até sexta (23) ou diretamente nas unidades da faculdade até sábado (24). A taxa é de R$ 25. No site ainda é possível conferir a relação dos cursos oferecidos, edital do vestibular e informações sobre bolsas de estudo e financiamento. Também há opção de fazer provas agendadas, marcadas às quartas, sextas ou sábados.

AutoCAD na América Latina

Estão abertas as inscrições para o Curso de Extensão em AutoCAD 2012 Fundamentos, com certificado da Autodesk. A atividade é voltada para engenheiros, arquitetos, projetistas e designers. Há duas opções de horários: de 09 a 20 de abril, de segunda a sexta-feira, das 13:30 às 17:30, ou de 28 de abril a 9 de junho, aos sábados, das 9:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:45. Os pré-requisitos são noções básicas de Windows e Esino Médio. Inscrições no Serviço de Relacionamento da faculdade, pelo telefone 30228600.

Vinho comparado

A Escola de Gastronomia UCSICIF abre inscrições para o Curso de Formação de Juiz Internacional para Qualificação de Vinhos, que qualifica sommeliers, enólogos e­ agrônomos para participar de bancas avaliadoras em concursos internacionais. O curso ocorre de 11 a 15 de junho (segunda à sexta-feira, manhã e tarde), com carga horária de 40 horas. As aulas serão teóricas e práticas, com visitas técnicas às vinícolas da região. As inscrições podem ser feitas até 15 de abril, pelo site www.ucs.br, no link Gastronomia. Informações pelo telefone (54) 3292-1188. ANHANGUERA: SINIMBU, 2.590, 32233910 | ESCOLA DE GASTRONOMIA UCSICIF: Av. da Vindima, 1.000. Parque de Eventos Eloy Kunz. Flores da Cunha. 3292-1188 | FACULDADE AMÉRICA LATINA: MARECHAL FLORIANO, 889. 3022-8600


GENTE

A Alice caxiense

Maurício Concatto/O Caxiense

BOA

Incentivada pelos professores da escola, Natalia Borges Polesso, de 30 anos, começou a escrever e não parou mais. Sem ainda ter lançado um livro, ela participa de concursos literários, mantém um blog de contos e terá um deles publicado na edição de abril da revista ME: Multicultural Echoes Literary Magazine, da California State University. O texto tem o título de A Última Dança, que descreve uma cena em que duas pessoas decidem dançar para sempre. Professora de inglês e Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), ela transforma elementos do cotidiano em cenas fantásticas. O livro Alice no País das Maravilhas é uma das suas referências. “Gosto de como Lewis Carroll desconstrói a realidade, como ele cria, daquela forma maluca, um outro país, um outro mundo. E eu também gosto de como a Alice se relaciona com ele, desse estranhamento que ela tem e que pode bem existir na nossa vida, quando olhamos as coisas com os olhos menos cansados. É bom manter certa atitude de surpresa para com a vida e com as pessoas e isso certamente me ajuda a escrever”. Sobre o segredo de um bom texto, Natalia revela. “Ler é fundamental, mas não é o principal. A prática somada à leitura faz com que as ideias venham naturalmente”. Para quem quiser conferir seus textos, basta acessar o blog A Inércia de Alice no endereço www.ainerciadealice.blogspot.com.br.

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Especialistas apontam saídas para o labirinto eleitoral caxiense A reviravolta na corrida pela prefeitura de Caxias do Sul após a saída do ministro Pepe Vargas (PT), do Desenvolvimento Agrário, deixou um clima de incertezas e expectativas na cidade. Para responder às questões mais salientes, O CAXIENSE ouviu dois especialistas no assunto: o doutor em Ciências Políticas e professor de Sociologia e Direito da UCS, João Ignacio Pires Lucas (filiado ao PT), e o coordenador do curso de Ciências Políticas da Faculdade América Latina e vice-presidente do PP, Fábio Vanin.

Fábio Vanin |

Alex Milesi, Divulgação/O Caxiense

“Segurança e trânsito. Na questão da segurança, sem dúvida nenhuma, vai haver um debate de contestação e de defesa em relação às atividades do atual governo”, sugere Vanin, sobre os temas que devem pautar as eleições

Pepe Vargas era nome tão forte assim? Fábio Vanin: Acredito que por ter sido ex-prefeito e por ter tido uma boa avaliação, sem dúvida era um candidato forte. Em Caxias, quem já foi prefeito é sempre um candidato forte, e também por ele ser de um partido extremamente estruturado, como o PT. João Ignacio Pires Lucas: Sim. Eu diria que Caxias tem dois grandes líderes, que são o Pepe e o Sartori. Claro que a cidade tem eleições muito disputadas, mas Pepe seria o principal, na falta de Sartori. Unir PP e PT não é uma traição às raízes históricas do partido na cidade? Vanin: Prefiro não responder. João Ignacio: Hoje em dia o contexto nacional e o estadual são diferentes, e as raízes já têm pouco significado. Os parâmetros são os partidos do governo federal e os que estão na oposição. Seria mais difícil o PT com o PSDB do que com o PP, no atual contexto. Qual o principal tema que

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irá pautar as eleições? Vanin: Segurança e trânsito. Na questão da segurança, sem dúvida nenhuma, vai haver um debate de contestação e de defesa em relação às atividades do atual governo. João Ignacio: Eu identificaria a saúde, na medida em que tivemos o episódio da greve (dos médicos) e uma diminuição da qualidade da saúde em Caxias. O transporte também, porque têm sido tomadas medidas muito paliativas. O PMDB é o segundo maior partido da cidade em número de filiados e tem o principal cargo na prefeitura. Naturalmente não deveria ter candidato próprio? Vanin: O PMDB é estruturado em Caxias. Nas últimas 7 eleições, sempre teve candidatos e isso demonstra a sua força. O fato da Administração ter mostrado força nesta unidade de partidos pode ser um indício de que o governo foi além do PMDB e por este fator não seria contrário ao partido apoiar outra candidatura. Ele pode abrir mão da candidatura para defender um governo em


que ele esteve à frente. A conjuntura continuaria o trabalho do PMDB. João Ignacio: O número de filiados não pesa muito, importa mais ser ativo e ter uma boa organização. Eles são os maiores também por causa das coligações e por ocuparem lideranças importantes. É claro que é estranho. Mostra um declínio, tanto do PMDB quanto do PT. Já na arrancada não ter candidato é um atestado de fragilidade partidária. A falta de um consenso no PT não prejudica a mobilização da militância? Vanin: Eu acho que sempre que nas prévias há possibilidades de rupturas. O PT tem maturidade, vai saber lidar com este tipo de situação. Ele tem a capacidade de discutir internamente. João Ignacio: Depende. Eu vejo com bons olhos que se tenha uma disputa interna. Mas também tem o momento posterior, que é de unificação pela disputa de suas candidaturas. O PT já estava se preparando para esta fase 2. Como o candidato acabou saindo, o partido voltou à fase inicial, mas me parece estar em tempo hábil.

dadas aos problemas como saúde, habitação, transporte... Os candidatos sabem usar as redes sociais? Qual o impacto que elas poderão ter nas eleições? Vanin: A gente vai ter que esperar as eleições para verificar isso. Cada vez mais os políticos percebem que é uma forma de estar em contato com os eleitores. A gente vê alguns políticos de outras gerações que usam com qualidade essas ferramentas. Os candidatos estão se inserindo, está se tornando algo indispensável para quem exerce a atividade política. João Ignacio: A rede social ainda é uma ferramenta que não tem sido usada adequadamente. O pessoal pode ter um conhecimento, mas o âmbito delas do ponto de vista da política é restrito, por que as pessoas não usam com essa conotação, como no Egito, por exemplo. Mas, sim, é uma tendência.

Quais os 3 erros que os candidatos terão que evitar se quiserem ganhar as eleições? Vanin: Eu acho que o candidato tem que ter cuidado com determinadas informações que ele passa para o eleitor, O que o eleitor vai levar em para não ter que voltar atrás conta na hora de escolher o em alguma declaração por candidato a prefeito? reagir sem avaliar o contexto, Vanin: É redundante o que sem cautela. O segundo é não eu vou dizer, mas acho que escutar o eleitor, se considerar o eleitor vai avaliar a história o dono das melhores ideias do candidato, a questão das e não promover debates. E o propostas, quem vai ter as terceiro erro seria não estar melhores alternativas para as atento à esta nova forma de dificuldades que o cidadão tem comunicação virtual. Não estar no dia a dia. inserido nas redes sociais, hoje, João Ignacio: As pesquisas eu acredito que é ser fadado ao indicam, e eu mesmo tenho fracasso. feito pesquisas aqui em Caxias, João Ignacio: O salto alto que existem 3 fatores princique é comum quando copais. O histórico do partido e meçam a sair as pesquisas. do candidato na cidade. Aque- Discutir questões nacionais e la questão da bipolarização: deixar de tratar de questões Caxias é similar ao Brasil e ao da cidade, isso pesa muito na Estado, onde existem 2 frentes visão do eleitor. E o terceiro é que sempre concorrem, uma usar propostas populistas de contra a outra. E o terceiro se resolver questões difíceis de refere aos assuntos conjuntuforma rápida, que todos sabem rais, às soluções que vão ser que não é assim.

João Ignacio Pires Lucas |

Jonas Ramos, Divulgação/O Caxiense

“O pessoal pode ter um conhecimento, mas o âmbito delas do ponto de vista da política é restrito, porque as pessoas não usam com essa conotação”, diz João Ignacio sobre a atuação dos candidatos nas redes sociais

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3 horas na vida de... …uma ciclista iniciante

Gesiele Lordes |

Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Para revelar as agruras de um ciclista no acidentado relevo e no perigoso trânsito de Caxias do Sul, a revista O CAXIENSE convidou a repórter Gesiele Lordes para pedalar por uma manhã. Depois de recuperar o fôlego, ela narra a experiência: 7:25 Dei um tapa no celular e encerrei o terceiro alarme de função soneca. Se eu fosse um pouco mais organizada, teria levantado antes e feito todos aqueles alongamentos necessários para que eu, uma típica sedentária da geração Y, não sentisse essas dores horríveis que agora me atormentam. Considerando que até as 7:35 eu ainda estava em stand by, ter tomado café e escovado os dentes é uma vitória.

pole e o calor infernal dos últimos dias. 8:10 Meu trajeto até o trabalho é simples: 5 quadras em frente e duas à esquerda. Mas sobre duas rodas isso fica difícil. Motoristas que não ligam o pisca e a falta de um espaço próprio e sinalização para ciclistas me deixaram em situações de risco. Pior, só se tivesse chovido. 9:30 Tenho uma entrevista com um adepto das bicicletas. Não é tão longe da redação mas, por zelo à vida, optei por um caminho em que não precisasse atravessar a BR-116. Um pouco mais longe, mas seguro.

9:50 O administrador de empresas Paumer 8:00 Lorandi, de 32 anos, me conta sobre sua Eu já deveria estar na redação, mas meu relação com a bicicleta, o instrumento prédio não tem garagem e descer com de seu hobby preferido. Entre suas avenuma bicicleta por 3 andares (somado à turas estão pelo menos duas viagens minha lentidão matinal) gera atrasos, anuais à praia de Arroio do Sal, na comalém de cansaço. Depois dos 56 degraus, panhia de amigos, além das lembranças era hora de encarar o trânsito da metró- de sua infância, quando desbravava a

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então despovoada região de São Luiz da 6ª Légua. Participante da Massa Crítica, ele defende que, para o movimento ter uma imagem positiva, é preciso que a prefeitura o apoie. Concordo. 10:10 Hora de voltar. Como além de sedentária eu também sou geograficamente perdida, o fotógrafo do O CAXIENSE, Maurício Concatto, ia me guiando de carro. Eu pedi para ele ir pelo trajeto mais plano possível. Apesar do sorrisinho brincalhão de quem ia me ferrar, ele até tentou cooperar. Mas, como se trata de Caxias, foi uma tarefa difícil. A cada 15 metros eu trocava as marchas. 10:25 Depois de um manhã de altos e baixos – literalmente –, quando me acomodei em minha mesa em frente ao computador e ao lado do ventilador, descobri o real significado de zona de conforto. Drauzio Varella e seus colegas médicos que me perdoem, mas me rendi e todas as recomendações de vida saudável foram para o espaço naquele momento.


Julio Soares,Objetiva, divulgação/O Caxiense

Potencial caxiense Até Caxias, que possui um índice bem mais próximo do número americano, tem espaço para o crescimento, pela lógica de Oliveira. Aqui, há um veículo para cada 1,8 habitante. Só existe um problema nes-

Resultado de 3 anos de trabalho, um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) colocou Caxias do Sul na 29ª posição do ranking nacional de gestão fiscal. No Estado, só ficou atrás de Guaporé. Para a entidade fluminense, o Município atingiu nota de excelência nas receitas próprias (apresenta dependência reduzida das transferências governamentais), na capacidade de investimento e nas condições de pagar suas dívidas.

Alerta fiscal

Caxias só não conquistou lugar melhor no estudo da Firjan em razão dos gastos com pessoal. Se só esse critério fosse levado em conta, Caxias cairia para a 1.178ª posição. De cada R$ 10 de receita corrente líquida, pouco mais de R$ 4 vão para a folha de pagamento – cerca de R$ 2 a menos do que o limite legal.

triplicar o número de marcas disponíveis nos anos 2000. O país tem um carro para cada 6 habitantes, segundo ele. Nos Estados Unidos, há um veí­culo para cada habitante.

se otimismo. O país ainda não oferece transporte coletivo de qualidade para estimular que as pessoas só retirem o carro da garagem em caso de necessidade. Basta percorrer as cidades na hora do rush para perceber.

A discussão de medidas para a proteção do vinho brasileiro se tornou passional. Até se pode compreender a chiadeira contra um eventual aumento de impostos para os produtos do Exterior, mas não dá para admitir uma campanha de boicote à produção nacional. A mobilização na web despreza o que o próprio governo já percebeu: há indícios de que os vinicultores locais sofrem com a concorrência desleal dos importados. O desafio do governo, que abriu investigação para as salvaguardas, é encontrar uma saída que beneficie o setor sem prejudicar os consumidores.

Silêncio estranho

Foi estranho o comportaA divulgação de última mento da prefeitura hora dá a má (e, às com relação à viavezes, errada) imgem do prefeito José pressão de que se deIvo Sartori ao Chile seja esconder algo, o e à Argentina, no que é grave. Dá margem ainda para acresábado (17). Mesditar que eles não mo horas antes da sabiam, mesmo, da transmissão do carviagem – algo igualgo para a presidente da Câmara, Geni mente preocupante, Peteffi, assessores diziam por sugerir falta de comuni“desconhecer” o assusto. cação interna. Maurício Concatto/O Caxiense

Excelência fiscal

O medo de que a invasão chinesa intensifique a desindustrialização nacional une até os lados opostos: patrões e empregados. Na segunda-feira (26), Caxias pretende levar uma multidão para protesto em Porto Alegre. Centrais sindicais e empresários organizam a manifestação, que ocorrerá em outras cidades do país.

Parece CA-JU

Trânsito saturado? Que nada! Um número apresentado pelo presidente da Ford Brasil, Marcos de Oliveira, na CIC, mostra por que o Brasil se tornou um cobiçado mercado automobilístico, a ponto de ver

Desindustrialização

ple

na rio

Negociações progressistas O PP ainda negocia qual caminho seguirá na corrida à sucessão de José Ivo Sartori. Com bênção da senadora Ana Amélia Lemos, os progressistas se reuniram esta

semana até com o PC do B de Assis Melo. Agora, para a eleição de vereadores, o partido já anunciou uma definição: vai mesmo de chapa pura.

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Ruy Pauletti com a família, em Três Passos | Arquivo Pessoal, Divulgação/O Caxiense

As aventuras do professor Pauletti Apaixonado por viagens, o docente começou a cavalo a trajetória no Magistério. E foi longe em sua façanha: décadas mais tarde, transformou a UCS em uma das principais universidades do Sul

por Rafael Machado 12


Na Câmara Federal |

Câmara Federal, Divulgação/O Caxiense

Um estudante que resolvesse voltar à Universidade de Caxias do Sul (UCS) depois de 20 anos iria se surpreender. O campus central faz jus ao nome Cidade Universitária: ganhou prédios, recebeu novos estabelecimentos comerciais e o trânsito interno sofreu melhorias. Se o visitante decidisse ingressar em qualquer bloco, teria outro motivo para se espantar: o número de alunos e de curso explodiu. Essa transformação pela qual passou a instituição tem a assinatura de um homem obstinado pela educação: Ruy Pauletti. O avanço da UCS aparece como uma das principais marcas na biografia do professor, que morreu no domingo (18) no Hospital da Unimed, em Caxias do Sul, após sofrer um infarto. Pauletti nasceu em 15 de fevereiro de 1936, na comunidade de Val dei Gamberi, onde hoje é o bairro Santa Corona. Foi leiteiro, baleiro do antigo Cine Ópera e ajudante de fotógrafo. Tinha tanto orgulho de seu passado profissional que fazia questão de apresentá-lo nos programas eleitorais. Mas a vocação era mesmo o Magistério. Em 1957, aos 21 anos, Pauletti entrou na sala de aula para iniciar a carreira de professor. Não foi um começo fácil, como lembra o filho Ruy Marcelo de Oliveira Pauletti. “A escolha pelo ofício de lecionar foi fruto de vocação. Ele saiu de uma condição social muito restrita, e logo começou a dar aulas nos lugares mais ermos do Estado”, conta. Em uma época em que asfalto nas es-

tradas era raro e os automóveis só estavam disponíveis para bolsos mais abastados, o professor não tinha alternativa senão ir às escolas a cavalo. A galope, segundo o filho, podia perceber todas as dificuldades das comunidades com as quais cruzava. “Daí veio a inspiração para se dedicar a melhorar as condições de vida das pessoas pela educação”, conta Ruy Marcelo. Em Três Passos, para onde se transferiu em 1958, o professor ganhou projeção a ponto de conquistar uma vaga na Câmara de Vereadores local. Na cidade, liderou uma mobilização para a criação da Escola Técnica Rui Barbosa, onde fez o científico (uma espécie do que hoje é o Ensino Médio) – Pauletti já era formado como técnico rural. Anos depois, ele acabou no Ensino Superior. Para fazer o curso de Estudos Sociais pela Universidade Regional de Ijuí (Unijuí), ele trabalha no município de dia e viajava à noite para a instituição. O esforço valeu a pena. Em 1971, conquistou o primeiro lugar no concurso estadual para o Magistério. Mas a década de 70 também marcaria uma guinada na carreira do professor: ele começava a se afastar da sala de aula – mas jamais deixaria o ensino de lado. Depois de uma passagem como delegado de Educação (o equivalente hoje a coordenador regional de Educação), ele assumiu, em 1975, a Pró-Reitoria de Administração e Extensão da UCS.

Ao lado da ex-governadora Yeda Crusius | Divulgação/O Caxiense

Começava, ali, uma trajetória em que ajudaria a transformar a universidade numa das principais do Sul do país. Antes de chegar ao comando da instituição, em 1990, Pauletti teve uma passagem como secretário da Educação durante parte da administração do prefeito Mansuetto Serafini Filho (19891992). Foi ali que o vereador Francisco Spiandorello (PSDB), então secretário da Habitação, confirmou a determinação do colega. “Pauletti sempre foi um líder e empreendedor, um homem que amava Caxias do Sul e tinha iniciativa para buscar seus objetivos e aplicar suas ideias”, afirma. Mas foi mesmo na UCS que conseguiu deixar suas maiores marcas. Definido pelo parlamentar como articulador, Pauletti costumava debater com colaboradores as melhores formas de executar seus projetos, o que ajudava a projetar Caxias até mesmo no contexto internacional. Spiandorello cita convênios com instituições na Itália e intercâmbios de estudantes e professores. “Pela educação, ele fazia acontecer as coisas nas quais acreditava e valorizava. Gostava muito de crianças, jovens e idosos e isso se refletia em vários projetos e ações na sua vida”, define Spiandorello. O destaque frente à UCS, instituição que dirigiu por 12 anos, ganhou reconhecimento nas urnas. Pauletti se elegeu a uma vaga na Assembleia Legislativa em 2002. Em 2006, depois de um 3º 9.MAR.2012

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Na UCS |

UCS, Divulgação/O Caxiense

lugar na disputa para prefeito, conquistou uma vaga na Câmara Federal. Meses antes de assumir o cargo em Brasília, Pauletti deu uma demonstração de como defendia suas convicções políticas. Líder da bancada do PSDB, ele precisaria defender um projeto encaminhado por Germano Rigotto (PMDB), a pedido de sua sucessora, Yeda Crusius, para aumentar impostos. Não aceitou e renunciou à liderança ao classificar o reajuste como quebra de palavra da sigla dada a ele. Na Câmara Federal, Pauletti voltar a se destacar pela atuação na educação. Foi autor, por exemplo, do projeto de lei que autorizou o governo federal a criar a Escola Técnica Federal de Metalurgia de Caxias do Sul, em fase final de execução. Apesar do esforço, não obteve a reeleição em 2010. “Campanha eleitoral é baseada em marketing, e acho que não fizemos esse trabalho de forma a atrair os votos de que precisávamos”, justifica o presidente do PSDB caxiense, Egídio Basso. Nos últimos meses, Pauletti estava focado na família. Segundo Spiandorello, o exparlamentar tinha um convite

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para atuar na área de educação junto à equipe do governador paulista, Geraldo Alckmin, em cargo ainda a ser definido. Enquanto a proposta não prosperava, ele continuava as atividades com os familiares. O filho Rafael Felipe Pauletti lembra o lado aventureiro do ex-deputado, mesmo com 76 anos. “Ele nunca parava, estava sempre se reinventando. Tinha feito recentemente uma viagem de 12 mil quilômetros pelo Brasil com um amigo e estava programando uma visita a Portugal para os próximos meses”, lembra Rafael. Ruy Marcelo reforça o depoimento do irmão: “Me lembro do pai-herói da minha infância, das aventuras nas quais nos envolvíamos em longas viagens em carros precários, num tempo em que o Oeste do estado era um lugar deserto, que ele ajudou a prosperar. Meu pai sempre dizia que somente uma vida vivida para os outros vale a pena ser vivida. Ele viveu conforme essa filosofia, e teve uma vida plena. Morreu cheio de planos de mais convivência com a família, especialmente com as netas Isabel, Sofia e Helena, e o neto Caetano. Não creio que haja um jeito melhor de chegar ao desfecho da vida.”


NOVO HORizONTE PARA AS ESTRADAS Governo estadual começa a estudar o impasse dos pedágios e admite que os caminhos para solucioná-lo passam por um mesmo ponto: o fim das atuais concessões em 2013

por Fabiana Seferin 9.MAR.2012

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O Palácio Piratini ganhou a chance de livrar o Estado de um problema que se arrasta pelas rodovias gaúchas há quase uma década e meia. Em razão da adoção de um modelo defasado, os gaúchos pagam um pedágio caro, que subiu 90% além da inflação, em 28 praças de arrecadação, mas não veem todo o dinheiro chegar às estradas. A boa notícia é que essa contradição tem prazo para acabar. Em 2013, as concessões se encerram, permitindo a correção de um erro histórico. Um novo horizonte às rodovias só será vislumbrado se o governo estadual cumprir a promessa de se recusar a renovar as atuais concessões. “Vamos extinguir a praça de pedágio de Farroupilha, reduzir os preços dos pedágios e não iremos prorrogar os atuais contratos”, repetiu o governador Tarso Genro no dia 13, durante a solenidade que

anunciou a contratação de uma consultoria para buscar alternativas aos próximos 20 anos. O discurso ainda é visto com desconfiança por entidades e líderes comunitários, porque integrantes do Piratini já fizeram rodadas de negociações com o consórcio Univias, que administra quase dois terços das estradas concedidas – incluindo o Polo de Caxias do Sul. Além da rejeição na própria base aliada, uma eventual prorrogação das atuais concessões encontraria resistência no Ministério Público de Contas e a Promotoria do Patrimônio Público. Uma decisão do Tribunal de Contas do Estado reforça a determinação contra uma eventual prorrogação. O secretário estadual de Infraestrutura, Beto Albuquerque, trata de tranquilizá-los. Ele faz coro ao discurso do governador e promete uma outra solu-

ção para as estradas que não a renovação dos contratos até o próximo ano. O estudo recém-anunciado ajudará o governo definir as opções, como o pedágio comunitário ou uma nova licitação. “Com base nesse estudo da consultoria, não cometeremos o erro dos governos anteriores, que investiram em um modelo de pedágio defasado. Pretendemos investir de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões em um sistema que dê retorno à população”, comparou o secretário. Por retorno à população, entendamse também tarifas mais baratas – nos bastidores, cogita-se um pedágio a R$ 3,50 (o valor caso ele fosse corrigida pelos índices inflacionários). Hoje o valor atinge R$ 6,70 para automóveis, o que representa um aumento de 346% desde o início da concessão, em 1998. O reajuste para carros de passeio supe-

7 RAzõES PARA NãO PRORROGAR AS ATUAiS CONCESSõES

Obras escassas

As concessionárias não têm obrigação de construir novas estradas ou fazer duplicações – uma tarefa que cabe ao Daer. O contrato prevê apenas a manutenção das rodovias, dos trechos urbanos e o monitoramento da qualidade das pistas.

Tarifa cara

Em 14 anos, a tarifa subiu 346%, 212 pontos percentuais a mais do que a inflação. Se as tarifas fossem ajustadas de acordo com o IPCA, os pedágios custariam R$ 3,51.

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ra até mesmo a previsão inicial, determinada por contrato, em 36% – culpa de um acordo assinado em 2000 (pelo próprio Albuquerque), depois de decisões judiciais contrárias ao Estado, que, anos antes, havia reduzido os preços unilateralmente. Os transportadores sentem no caixa os efeitos nocivos do pedágio. O coordenador de frota da transportadora Plimor, Fabiano Salvador, conta que a empresa gasta cerca de R$ 112 mil por mês só em viagens pela Serra. Os motoristas de carro de passeio também têm prejuízos. A moradora de Bento Gonçalves, Lucinara Masiero, de 39 anos, gasta R$ 160 por mês. Estudante da Universidade de Caxias do Sul (UCS), ela precisa passar pela praça de Farroupilha pelo menos 3 vezes por semana. “É uma afronta ao condutor, que já paga vários impostos e tem pouco

Lucinara Masiero |

Maurício Concatto/O Caxiense

Administração cara

Os custos operacionais das concessionárias atingem valores bem superiores aos pedágios comunitários. Isso diminui os investimentos. Apenas R$ 4 em cada R$ 10 arrecadados vão para as estradas no Polo de Caxias – esse valor é o dobro nas praças estatais. As concessionárias argumentam que os custos operacionais incluem guincho e atendimentos de emergência, não oferecidos pelas praças estatais. Também lembram que têm outras despesas extras, como impostos.

Transparência deficiente

Daer e as concessionárias têm dificuldades de fornecer informações básicas, como arrecadação e o investimento por polo rodoviário. Os dados deveriam ficar à disposição no site do órgão estadual, mas as planilhas estão desatualizadas.

Exigência reduzida

Desde 2000, quando os pedágios assumiram os serviços de guincho, o contrato permite 59 irregularidades na pavimentação, como desnível ou trincamento, por quilômetro. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) classifica como ruim um asfalto com 60 irregularidades por quilômetro. 9.MAR.2012

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retorno. Na maior parte do trajeto en- tos pelo Estado pela alta tarifa. tre Bento e Caxias a pista é simples”, reRepresentante dos motoristas, o seclama a condutora, que não usa o desvio cretário-geral da Associação dos Usupor medo de roubo. ários das Rodovias Concedidas (Assurcon), Agenor Basso, culpa o modelo A indignação ganha embasamento pelo investimento reduzido – nos pedános números. Nos últimos 6 anos, o gios comunitários, dobra o percentual consórcio Univias registrou uma recei- de dinheiro que chega à estrada. “Para ta líquida (após impostos) de R$ 289,5 as concessionárias não interessa discumilhões nas 4 praças da região, mas os tir modelo, tarifas ou prazo, porque elas 191 quilômetros do polo só receberam estão apoiadas em um contrato legal, 38% desse valor. Os demais recursos que não as obriga a construção de noserviram para guinchos e ambulância, vas estradas ou duplicação de rodovias, despesas de custeio, entre outros. O apenas a manutenção. As concessionápresidente do Univias, Guillermo De- rias não estão preocupadas com os usuluca, pede cautela na comparação entre ários, que financiam os seus trabalhos, arrecadação e investimentos. “Nos pri- apenas com seu lucro”, enfatiza. meiros anos, a concessionária teve prePor tanta confusão em torno das canjuízos, pois os gastos com a implantação celas, os caminhos para solucionar o das praças superaram o valor arrecada- impasse dos pedágios passam por um do no período”, afirma o executivo, que mesmo ponto: o fim das atuais concesresponsabiliza o desrespeito dos contra- sões em 2013.

De cada R$ 10 arrecadados com uma tarifa que subiu 3 vezes a mais do que a inflação, apenas R$ 4 vão para melhorias nas estradas.

Desequilíbrios

As concessões deram margem ao já famoso “desequilíbrio econômico-financeiro” – dívida do governo com as concessionárias por descumprimento do contrato, agravada pelo uso de desvios às praças e intervenções judiciais. As concessionárias reclamam de um prejuízo de R$ 3 bilhões no Estado – o Tribunal de Contas do Estado apontou um débito de R$ 69 milhões.

Modelo defasado

A concessão se baseou no modelo argentino, que provocou revolta na população e levou ao congelamento das tarifas. O governo gaúcho concedeu os 7 polos às empreiteiras que aceitaram assumir a maior extensão de rodovia por uma tarifa pré-fixada. Nas mais recentes licitações federais, por exemplo, o critério de seleção foi o menor preço.

cronologia do impasse 1998

Concessionárias começam a cobrança dos pedágios. Valor para carros atinge R$ 3, mas a cobrança era apenas em um sentido.

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2000

Pressionado por decisões judiciais que previam indenizações milionários, o governo Olívio Dutra faz acordo com as concessionárias e resolve aceitar a cobrança em dois sentidos.

2002

O STJ decide pela legalidade da praça de Farroupilha, que não estava prevista nas leis aprovadas em 2006 pela Assembleia Legislativa. Nos anos anteriores, o posto ficou fechado a maior parte do tempo.


4 CAMiNHOS POSSÍVEiS Renovação dos atuais contratos

A escolha conseguiria evitar uma batalha judicial de cobrança dos desequilíbrios econômicos-financeiros e permitiria a negociação de menores tarifas, além de dar a chance para a inclusão que prevejam investimentos. Apesar de possibilitar ajustes, essa opção manteria os vícios atuais e não corrigiria o principal problema dos pedágios: o modelo. Isso significa o risco de novos desequilíbrios e o retorno da tarifa cara no futuro.

Nova licitação

Com nova concorrência, o governo teria liberdade para trocar o modelo. Abriria a possibilidade de outras empresas, o que poderia baixar ainda mais a tarifa e garantir maiores investimentos Sem negociação com as atuais concessionárias, a escolha levaria para os tribunais a discussão dos desequilíbrios das concessões que se encerram em 2013. A concessão à iniciativa privada também significa a retirada de uma parcela da arrecadação para o lucro das empresas (algo justo), reduzindo os investimentos.

Pedágio comunitário

Esse sistema chega a investir 80% da arrecadação em obras, sem necessidade de rediscussão de valores de contrato. As tarifas chegam a ser 60% mais baratas. Sem cronogramas, as obras costumam demorar. O processo ainda se torna mais lento, porque o governo precisa abrir licitação. Hoje, as praças também não oferecem serviços de auxílio aos usuários, como ambulância e guincho.

fim dos pedágios

O motorista, já onerado com impostos como o IPVA, ficaria livre de desembolsar novas quantias para a manutenção de estradas. O governo teria dificuldade para manter as rodovias em boas condições. Para conservar 10 mil quilômetros não pedagiados, a verba anual média costuma ser de apenas R$ 300 milhões – no ano passado, o valor destoou e subiu para R$ 450 milhões.

2007

Assembleia Legislativa abre uma CPI para averiguar 9 supostas irregularidades, inclusive as altas tarifas e o desequilíbrio econômico-financeiro. O resultado decepciona os usuários.

2009

Como a União não apoiou a prorrogação dos contratos por 15 anos, o governo Yeda Crusius transfere unilateralmente o controle dos pedágios à administração federal. A medida deixou os pedágios sem fiscalização até 2010.

2011

Governo Tarso Genro reassume as concessões, cujos contratos se encerram em 2013. 9.MAR.2012

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PLATEIA

Um porco falante no cinema | Todos os ritmos da volta às aulas | Comemore: 8 espetáculos de teatro | Cores de outono

EM BREVE:

Em cartaz, num cinema longe de você... por Dimas Dal Rosso Em uma cidade encravada numa das regiões mais frias do país, os moradores se orgulham da pujança econômica e do avanço da qualidade de vida, mas se inquietam com um mistério. Os mais divertidos, os mais polêmicos e os mais interessantes filmes jamais chegam até os cinemas. Esse parágrafo poderia ser a sinopse de um drama sem graça e de mau gosto. E é. Resume a dificuldade de Caxias do Sul de assistir aos longas mais comentados do Brasil. Estreia nacional de semana passada, Shame, que acompanha a trajetória de um dependente de sexo, é o exemplo mais recente de obra que irá demorar a chegar – ou só virá direto em DVD. Mas o município coleciona outros casos, como o filmesensação de 2012, Drive, e os vencedores do Oscar O Artista e A Separação. As empresas culpam a falta de retorno comercial para a escassez de

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filmes que consideram “alternativos” (mas que não são tão alternativos assim). Toda a logística começa com as distribuidoras. Elas são divididas entre as grandes, produtoras que vendem os seus filmes para todo o mundo, e as independentes, empresas sem ligações com outras que compram as produções fora do país. Na hora da transação, os longas de maior renda e com atores da moda se tornam os preferidos, porque os contratos exigem uma renda média. O representante da Sony no Rio Grande do Sul, Roberto Plotecia, cita o rendimento que uma cópia de R$ 4 mil precisa ter para ser considerada bem-sucedida. “Para continuar em cartaz, ela precisa de um lucro de no mínimo 500%”, explica Plotecia. Não bastasse ser vista como pouco rentável, Caxias vê sua situação se complicar por outro agravante: os 2 principais cinemas são franquias. GNC e Cinépolis não compram os longas direto das distribuidoras – só

recebem o material da matriz. “Porto Alegre nos envia o número de cópias que acha necessário. Normalmente, os independentes ficam nos cinemas da capital”, afirma Juliana Souza, gerente do GNC caxiense. Especialista em cinema, o jornalista Emílio Ferasso aponta mais problemas nessa trama. Ele acredita que a preferência pelos blockbusters se torna ainda mais acentuada graças à massiva divulgação, esquecendo-se de acompanhar outros longas. “As pessoas são seduzidas pelas campanhas publicitárias para assistir a esses enlatados”, constata. Para escapar da armadilha, Ferasso propõe que os próprios exibidores busquem uma solução. “Os cinemas deveriam comprar uma cópia de filmes alternativos. Eles tem que tentar ver isso como um investimento. Assim, com o tempo, o público começaria a gostar”, acredita. Sem que isso ocorra, o drama de Caxias não terá um happy end.


CINE

De Chris

Renaud e Kyle Balda.

O Lorax - Em Busca da Trúfula Perdida Com apenas duas sessões de pré-estreia, o longa narra a busca de um garoto de 12 anos pela única coisa que lhe fará ganhar a afeição da garota dos seus sonhos. Para encontrá-la, ele deve desvendar a história de uma fofa e charmosa criaturinha que luta para proteger seu mundo. Na versão dublada, perdemos a voz de Danny DeVito como o Lorax. CINÉPOLIS DUB. SÁB. (24) e DOM. (25) 14:30-18:40 IGUATEMI DUB. SÁB. (24) e DOM. (25) 16:20

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de responsabilidade dos cinemas.

1:27

PROJETO X

PROTEGENDO O INIMIGO

Acredite se quiser, essa mistura de American Pie com Se beber não case (é dos mesmos produtores) foi baseada em uma história real. Há alguns anos, o adolescente australiano Corey Worthington deu uma festa em sua casa e postou o endereço do local no MySpace. O que era para ser um petit comité acabou num evento com mais de 500 pessoas e um prejuízo de aproximadamente U$20 mil. No longa, 3 formando do colégio protagonizam a festa de arromba. 2ª semana.

O roteiro pode não ser lá muito inovador, mas Denzel Washington tem seus fiéis seguidores: o filme arrecadou R$ 1,2 milhão no final de semana de estreia. Matt Weston (Ryan Reynolds) é um agente novato da CIA, responsável pela manutenção de um abrigo na cidade do Cabo e entediado pela falta de ação no trabalho. Quando Tobin Frost (Denzel), um ex-investigador brilhante mas corrupto e procurado pela agência, é levado para o local, será o fim do tédio de Matt mas o início de uma jornada para cruzar a cidade, proteger seu inimigo e sua própria vida. A princípio, a equipe pretendia rodar as tensas cenas de perseguição nas favelas do Rio de Janeiro, mas desistiu por temer a falta de segurança. 2ª semana.

IGUATEMI 14:40-19:10 CINÉPOLIS 17:00-21:35

ANDERSON SILVA: COMO ÁGUA

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1:28

O documentário narra os bastidores e o combate decisivo na carreira de um maiores lutadores brasileiros de MMA, responsável por popularizar o esporte no Brasil: Anderson Silva. Na época, o atual campeão do peso médio no UFC e dono de diversos recordes mundiais tinha que derrotar Chael Sonnen ou seria IGUATEMI 16:45-21:00 dispensado pela organização do evento. CINÉPOLIS 14:10-19:10 12 IGUATEMI 20:00 1:16

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Grazi Stanley

Tucci. Wes Bentley. Jennifer Lawrence. De Gary Ross.

Jogos Vorazes Em um futuro não muito distante, a Capital (antiga América do Norte) é divida em 12 distritos que pagam tributos abusivos ao governo. E eles tem uma forma cruel de reforçar sua arrecadação: um reality show que obriga um adolescente de cada região a lutar até a morte ao vivo pela televisão. Estreia. CINÉPOLIS LEG 14:20-17:30-20:30-22:00 DUB 13:0016:00-19:00 IGUATEMI LEG 13:10-16:00-18:50-21:40-21:50. DUB 13:20 SEX. (23), SEG. (26) a QUI. (29) 16:15 14

Massafera. Selton Mello. Milton Gonçalves. De José Eduardo Belmonte

BILLI PIG Quando a filha do chefe do tráfico é atingida em um tiroteio e entra em coma, uma aspirante a atriz, seu marido – um corretor de seguros falido –, e um falso padre finalmente têm a chance de se dar bem na vida. O problema é que, para isso, precisam realizar um pequeno milagre. Ah, claro, a comédia também tem um porco que fala – daí o nome –, que é o grande conselheiro da mocinha sobre as trapaças e confusões do marido. Estreia. IGUATEMI 15:00-17:00-19:20-21:20

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GUERRA É GUERRA Dirigida por McG, mesmo diretor de As Panteras e As Panteras Detonando, a comédia romântica tem o mesmo clima dos filmes do trio de bonitonas que combatem o crime: entre tapas e beijos. Os tapas, no caso, são entre 2 espiões da CIA que disputam o amor da protagonista. O longa pode não ter agradado nos Estados Unidos mas, no Brasil, estreou em segundo lugar – perdeu só para John Carter – e arrecadou quase R$ 2,6 milhões. 2ª semana.

PEQUENOS ESPIÕES 4

Uma espiã aposentada é convocada de volta à ação e incorpora ao time de agentes seus 2 enteados e o filho bebê. O quarteto embarca em uma aventura para derrotar o vilão manipulador do tempo Timekeeper enquanto tenta esconder a operação do pai da família, um repórter conhecido justamente por desmascarar espiões. Sucesso entre as crianças, a quarta parte da franquia arrecadou mais de R$ 1,6 milhão de reais no primeiro final de semana de exibição. 2ª CINÉPOLIS 15:10-17:20-19:30-21:40. SÁB. (24) e DOM. (25) 12:50. semana. IGUATEMI 13:30-15:30-17:30-19:30-21:30 CINÉPOLIS LEG 3D 16:30- 20:50 SEX. (23), SEG. (26) a QUIN. (29) 14:30-18:30 SÁB. (24) e DOM. (25) 12:30 IGUATEMI DUB 13:45-15:45-17:45

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MOTOQUEIRO FANTASMA: ESPÍRITO DE VINGANÇA Nicolas Cage continua o mesmo, mas a caveira foi redesenhada no segundo longa da série. A nova caveira é mais escura e corroída, para parecer que realmente está pegando fogo, e não apenas fica entre as chamas, como no primeiro filme. Na história, o motoqueiro fantasma vai à Europa Oriental se livrar de um contrato com o demônio. 5ª semana. IGUATEMI 22:00

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JOHN CARTER Baseado no romance A Princess of Mars, de Edgar Rice Burroughs, o longa – cujo trailer começa com um apocalíptico arranjo instrumental da música Kashmir, do Led Zeppelin – conta a história de um ex-militar americano que também se torna herói de guerra em Marte. O projeto, que em 2004 era da Paramount e só em 2007 foi parar nas mãos da Disney, manteve a maior contribuição de seu primeiro diretor, Robert Rodriguez (de Pequenos Espiões): os cenários fantásticos do artista Frank Frazetta. 3ª semana. CINÉPOLIS 3D DUB 13:30-16:10 LEG 18:50-21:50 IGUATEMI 3D LEG 19:00

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MUSICA + SHOWS

Rock furioso

Nada de leveza no repertório: quando a Rage Against The Machine Cover subir ao palco, relembrando os sucessos da banda liderada por Zack de La Rocha, não faltarão os hits furiosos das trilhas sonoras de filmes e games de ação. Um prato cheio para os rockers e headbangers.

SEXTA-FEIRA (9)

SEX. (23) 23:00. R$ 12 e R$ 10. Vagão Classic Divulgação/O Caxiense

África Latina e Supremacia Rastafari (SC)

23:00. R$ 10 e R$ 8. Aristos

Branco no Preto

22:00. R$ 10. Bier Haus

DJ Márcio Daniel

22:00. R$ 20 e R$ 30. Cathedral

Tira Onda + Dan Ferreti

23:00. R$ 35 e R$ 20. Havana

Freak Me

22:00. R$ 10. Level Cult

Rafa Gubert & Tita Sachet

22:30. R$ 18 e R$ 12. Mississippi

Maurício e Daniel

20:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol

Flash Back com Barbarella

23:30. R$ 20. Portal Bowling

Canteriando

20:00. Gratuito. Zarabatana

SÁBADO (24) Noche Latina cón Kiko Ferrer 23:00. R$ 10 e R$ 8. Aristos

Banda Disco

Homens VS Mulheres – A Revanche 23:00. R$ 35 e R$ 20. Havana

Mercedes Blues Band

22:30. R$ 18 e R$ 12. Mississippi

Grupo Paiol

21:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol

DJ Ely Yabu

23:00. R$ 40 e R$ 20. Pepsi

Long Play

23:30. R$ 20. Portal Bowling

Baladinha estilosa

Desta vez, o tema da edição caxiense da festa Looks Like – famosa em Porto Alegre – é rock. Os DJs Maurício Placeres, Vini Chagas e Amanita, da capital, e Jorgeeeeenho (foto), de Caxias, prometem um set dominado pelo gênero, em versões nacionais e internacionais. Como já é tradição, quer for (bem) vestido a caráter – no caso, camiseta de banda – paga menos na entrada e ainda pode ganhar guampinhas de Angus Young e shots de brinde. SÁB. (24) 23:00. R$ 20 e R$ 15. Vagão Classic Divulgação/O Caxiense

22:00. R$ 10. Bier Haus

Black cult

Os trio de DJs Negada Lucas (foto), Cesinha e Cetolas comanda a noite na festa Urbanamente. No repertório, black music, rap e hip hop – para ninguém reclamar que os gêneros não tem vez na terra famosa pela qualidade das bandas de rock. SÁB. (24). 22:00. R$ 15 e R$ 12. Level Cult 9.MAR.2012

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Enio Cesar, Divulgação/O Caxiense

+ SHOWS DOMINGO (25) Sai Dessa

23:30. R$ 20. Portal Bowling

Domingueira

20:30. Gratuito. Zarabatana

TERÇA-FEIRA (27) Acústico ToolBox

22:00. R$ 10. Bier Haus

QUARTA-FEIRA (28) Robledo Rock e Domenico Ranzolin 22:00. R$ 10. Bier Haus

Jhonatan e Carlos

21:00. Gratuita. Paiol

QUINTA-FEIRA (29) Fabricio Beck e Br 80

22:00. R$ 10. Bier Haus

Grupo Macuco

23:00. R$ 15 e R$ 5. Paiol

Reencontro de gêneros

Em sua 10ª edição, a Festa do Reencontro comprova a fama de balada diversificada. Uma das principais – e mais bacanas – atrações é rapper que despontou no cenário brasileiro do gênero, Emicida. Também tem o poprock da Forfun, pagode do Jeito Moleque e sertanejo universitário com Lucas e Felipe. Na tenda eletrônica, os DJs Mena e Rodrigo Salvador. Ingressos antecipados no College Yes Cultural, Hot Music Instrumentos Musicais e Loja Hip. SÁB. (24) 20:00. R$ 20 a R$ 50. Pavilhões da Festa da Uva.

Concerto para a Páscoa

A temporada 2012 dos Concertos ao Entardecer começa com o espetáculo do Grupo Vocal Cant’Arte sob a regência da Maestrina Anita Bergmann Campagnolo, e com a participação especial do pianista Fernando Rauber Gonçalves. Nesta primeira apresentação, o tema será Concertos da Paixão, uma homenagem à Páscoa. DOM. (25) 18:00. Entrada franca. Capela Santo Sepulcro

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Renato Reiniger, Divulgação/O Caxiense

PALCO + ESPETACULOS Anatomia da Boneca

Em uma performance multimídia, a atriz Andressa Cartegiani incorpora uma mulher-boneca feita de emoções, comportamentos, imagens e culturas. QUA. (28). 20:30. R$ 15 e R$ 7,50. Teatro 14 Municipal 0:50

Eva Ave Marias – Mulher em Movimento

Uma mulher entre sapatos-personagens atira para todos os lados. Provoca a sociedade, a igreja e a cultura. Com a atuação de Tina Andrighetti, as mulheres do espetáculo não lutam para ser iguais aos homens, gritam pelo respeito a saudável e incontestável diferença. QUI. (29). 20:30. R$ 15 e R$ 7,50. Teatro Municipal

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1:00

Dom Quixote 2.0

Dom Quixote e seu amigo Sancho Pança saem do clássico de Cervantes para o século XXI. Vão transformar o caos em fantasia e buscar a amada Dulcinéia, agora uma intocável diva do pop. A superprodução da Ueba Produtos Notáveis, O Bom Quixote – O Delírio Urbano, tem direção de Jessé Oliveira e os fantásticos figurinos de Raquel Cappelletto.

Romeu e Julieta de Bento

A Trupe dos Quatro, de Bento Gonçalves, se inspirou na tragédia de Shakespeare para fazer comédia. Em Quem tem medo de bagunça?, a mais famosa história de amor e as intrigas entre os clãs Montecchio e Capuleto viram motivo de piada. SEX.(23) 10:00 e 15:00. Gratuito. Teatro Municipal.

L

1:00

Teatro do bairro

Os Grupos Comunitários do Programa Gentencena apresentam diversas histórias. As peças são resultado de oficinas gratuitas de teatro realizadas em 5 núcleos em bairros da cidade. DOM.(25) 20:30. Entrada franca. L Teatro Municipal. 1:30

SÁB. (24). 18:30. Entrada franca. Praça Dante Aligheri. L 1:00

Monólogo circense

O premiado ator Heinz Limaverde (Prêmio Braskem 2006 e 2008) atua em O Fantástico Circo-Teatro de Um Homem Só. Com a direção de Patrícia Fagundes (Prêmio Açorianos de Teatro 2011) o ator transita por diversos personagens do cenário Holoclownsto conta a história de 6 pacircense: mulher barbada, mágico, palhaço, lhaços aprisionados no último vagão de etc. um trem. Esquecidos, eles carregam apenas uma mala com pedaços do passado. A peça SÁB.(24) 20:30. R$ 10 R$ 5. combina a inocência de um palhaço com o Teatro Municipal. 14 1:30 horror de uma guerra mundial. A montagem é da Troupp Pas d’Argent, do Rio de Janeiro.

Palhaços tristes

A vez delas

A 3º edição da Mostra de Teatro Mulher em Cena ocorre de quarta (28) a 1° de abril. A palestra de abertura, Processos de criação artística e autossabotagem, com Luciana Martuchelli, ocorre na quarta (28), às 13:00, no Aristos London House. A entrada é gratuita. Para as oficinas Koshi or not Koshi, com Ana Woolf; Meu Corpo-Meu Lar, com Natália Marcet; O Caminho do Artista, com Luciana Martuchelli as inscrições custam entre R$ 50 (uma oficina com direito a ingresso para 2 espetáculos) e R$ 220 (combo para as 3 oficinas, ingressos para os 5 espetáculos, passeio e festa). Informações pelo fone 9996-1244, com Elisabete Souza.

TER.(27) 20:30. R$ 10 e R$ 5. Teatro Municipal. 16 1:30

Amores inventados

Uma mulher de meia-idade conta – reinventa, exagera – histórias dos amores de sua vida. São 30 anos de memória seletiva e 16 anos da peça em cartaz. O monólogo Maldito Coração me alegra que tu sofras, com a atriz porto-alegrense Ida Celina, tem direção de Mauro Soares e texto de Vera Karam. SÁB. (24) DOM. (25) SEG. (26) 20:00. R$ 14 20 e R$ 10. Casa de Teatro. 0:50 9.MAR.2012

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ARTE

MA RIM

As inscrições para o 14° Caxias em Cena, que ocorre de 11 a 23 de setembro, encerram no dia 30. Até a quarta (21), apenas 6 peças haviam sido inscritas. Conforme a coordenadora da Unidade de Teatro da Secretaria da Cultura, Ângela Lopes, a meta é trazer até 30 espetáculos em 13 dias de programação. É o maior festival de teatro da cidade, a maior concentração de público, a melhor vitrine... Todos os grupos recebem cachê. E entre as 6 peças já inscritas, não há nenhuma caxiense. Divulgação/O Caxiense

Marcelo Aramis

Cena acomodada

POA/Caxias

Os vermelhos do marrom

O perfil de Miriam Cardoso de Souza no Facebook informa que ela é advogada. O álbum a revela como grande fotógrafa. Na fuga da rotina de trabalho ela viaja para praticar o hobby com qualidade profissional. É da natureza que gosta mais. Tem um portfólio suficiente para montar uma boa exposição sobre qualquer estação do ano. Por ocasião, escolheu as paisagens de outono. Guardou os belos cinzas de inverno, os arco-íris de primavera e os amarelos de verão. Na exposição Autumn, a estação do marrom amarelado, selecionou 25 imagens: cores vivas descobertas em folhas mortas. Autumn

Miriam C. de Souza. SEG-SEX. 10:00-19:00. DOM. 16:00-19:00. Catna Café.

Devaneios Digitais

Tiago Marcon. SEG-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

Figurinistas de Rainhas

Coletiva. TER-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Arte Francesa

Vanilda Lizot. SEG-SEX. 9:00-18:00. Teatro São Carlos

Claro que está acontecendo dentro de sua mente, mas porque esta significa que não é real

Júlia Martinato. SEG-SEX. 9:00-19:00. Farmácia do Ipam

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O Porto Alegre em Cena, que tem uma programação duas vezes maior do que o festival caxiense, acontece na mesma época. Dessa forma, Caxias conseguiria fazer uma parceria para aproveitar espetáculos, dividiria os custos, aproveitaria a viagem dos grupos internacionais. Poderia ser assim, mas não é. Porto Alegre exige exclusividade da maioria dos espetáculos. As peças em comum normalmente ocorrem por iniciativa dos grupos, que se inscrevem em ambos festivais. É o caso do clown Cancionero Rojo (foto), a melhor peça da 12ª edição do nosso festival. O grupo argentino já está inscrito entre os 6 primeiros, com um novo espetáculo.

Mais arte na Casa de Teatro

A Curadoria Independente de Mona Carvalho inaugura um novo espaço de arte. A Casa de Teatro da Tem Gente Teatrando também será uma galeria. Os artistas interessados devem enviar portfólio para curadoriaindependente@gmail.com, com currículo, título e release da proposta, fotografias e dimensões das obras.


Enderecos

Andrei Cardoso, Divulgação/O Caxiense

A

cinemas: CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 15 (NOITE), R$ 23 (3D). TER. R$ 8, R$ 12 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 17 (MATINE E NOITE), R$ 23 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. GNC. rsc 453 - km 3,5 - Shopping Iguatemi. 3289-9292. Seg. qua. qui.: R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club) R$ 7 (meia). Ter: R$ 6,50. Sex. Sab. Dom. Fer.R$ 16 (inteira). R$ 13 (Movie Club) R$ 8 (meia). Sala 3D: R$ 22 (inteira). R$ 11 (meia) R$ 19 (Movie Club) | ORDOVÁS. Luiz Antunes, 312. Panazzolo. 3901-1316. R$ 5 (inteira). R$ 2 (meia) |

TEATROS: CASA DE TEATRO. OLAVO BILAC, 300. sÃO PELEGRINO. 3221-3130 | teatro municipal: Doutor Montaury, 1333. Centro. 3221-3697 | galerias: catna café: Júlio de Castilhos, 2546. são pelegrino. 3221-5059 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, (54) 3221.3697 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | museu municipal. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221.2423 | TEATRO São CARLOS. Feijó Júnior, 778. São Pelegrino. 3221-6387.

Legenda Duração

Classificação

Carol De Barba Street style caxiense

Os sites e imagens de street style – ou seja, estilo da rua – invadiram o universo da moda com força total nos últimos anos. Por aqui, a modelo e fotógrafa Madelaine Novello, a Madi, também vem caçando clics dos personagens mais estilosos que circulam por Caxias para alimentar o blog Uh La La Made In Brasil (madelainenovello. blogspot.com.br). Além do estilo das ruas caxienses, Madi também compartilha matérias e editoriais bacanas com os leitores. Na foto, ela posa no melhor estilo street style, produzida por Pepe Pessoa, para as lentes de Silas Abreu. Divulgação/O Caxiense

MÚSICA: Aristos. Av. Júlio de Castilhos, 1677, Centro 3221-2679 | Bier HauS. Tronca, 3.068. Rio Branco. 3221-6769 | CAPELA SANTO SEPULCRO: Júlio de Castilhos, s/n°. Lourdes. 3222-1636 | cathedral. Feijó Júnior, 1.023. São Pelegrino. 3419-0015 | HAVANA. Rua Dr. Augusto Pestana, 145. Moinho da Estação. 3215-6619. | LEVEL CULT: CORONEL FLORES, 789. 3536-3499. | Mississippi. Coronel Flores, 810, São Pelegrino. Moinho da Estação. 3028-6149 | PAVILHÕES DA FESTA DA UVA. Ludovico Cavinatto, 1431 Caxias do Sul. 3027-1733 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | Pepsi Club. Vereador Mário Pezzi, 1.450. Lourdes. 3419-0900 | Portal Bowling. RST 453, Km 02, 4.140. Desvio Rizzo. 3220-5758 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 | ZARABATANA. Luiz Antunes, 312. Panaz­ zolo. 3228-9046.

Avaliação ★ 5★

Cinema e Teatro Dublado/Original em português Legendado Animação Ação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Drama Documentário Ficção Científica Infantil Policial Romance Suspense Terror Fantasia

Música Blues Coral Hip hop Jazz Pop Reggae Tradicionalista

Eletrônica Erudita Funk Metal MPB Pagode Rock Samba Sertanejo

Dança Clássico Forró Hip hop

Contemporânea Folclore Jazz Salão

Flamenco Dança do Ventre

Artes Diversas Pintura

Escultura Artesanato Fotografia Grafite Desenho Acervo

Clima glacial

O fascínio e o encantamento das geleiras glaciais inspiraram os brincos, anéis, colares e pulseiras do Outono/Inverno 2012 da Maria Santa Acessórios. A coleção Alasca é divida em 5 linhas que representam fenômenos naturais característicos do território: a aurora-boreal, a vegetação típica tundra, o sol da meia-noite, a noite polar e as formações de gelo e neve. Para caraterizá-los, foram usadas pedras em tons de branco e transparente, misturas de tons de verde e lilás, dourados, variações de azul, vermelho e laranja. Os metais são a prata-óxi, cobre e ouro-velho. 9.MAR.2012

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ARQUIBANCADA Dupla Ca-Ju na segunda rodada do Gauchão | Recreio na colônia | Entre raquetes e pizzas | Futebol, na quadra e na várzea + ESPORTE FUTEBOL: Campeonato Municipal de Futebol – Séries Ouro e Prata

SÁB. (24) e DOM. (25). Estádio Municipal, Enxutão, Complexo Esportivo da Zona Norte e Campo do Madrid

Futebol Sete Master – Jogos do Sesi (masculino)

SÁB. (24). 10:00 e 10:45. Sede Campestre Agrale, Sede Campestre Pisani, Sesi

Futebol Sete Livre (masculino) SÁB. (24). 15:00 e 15:45. Sede campestre Randon e Sesi

Por uma vitória

Apenas uma vitória será capaz de trazer novos ânimos para a equipe do Juventude após a crise dentro e fora do campo. Com somente um ponto conquistado dos 9 disputados na Taça Farroupilha, o time terá que mostrar serviço contra o Ypiranga, em casa.

Caxias volta ao Vale

Após se encontrarem na final da Taça Piratini, o Caxias volta ao Vale dos Sinos para encarar o Novo Hamburgo, pela quarta rodada do segundo turno do Gauchão. Com um estiramento na coxa direita, o zagueiro Jean deve ser substituído por Lino.

SÁB. (24). 21:00. Estádio Alfredo Jaconi

SÁB. (24). 18:30. R$ 20 e R$ 10. Estádio do Vale

Olimpíada Colonial para estudantes

Seis escolas participam da Olimpíada Colonial Escolar, nas mesmas modalidades alternativas disputadas durante a Festa da Uva – provas como arremesso de queijo, corrida de cariola, debulhar milho, amassar uva com os pés etc. Todos os alunos receberão medalhas e certificados, a escola campeã recebe um troféu, e a torcida mais original e animada ganha um kit com material esportivo. SEX. (23). 8:00. Enxutão

ENXUTÃO: LUIZ COVOLAN, 1.560, MARECHAL FLORIANO | SESI: CIRO DE LAVRA PINTO. BAIRRO FÁTIMA. 3229-6500 | SEDE CAMPESTRE AGRALE: BR 116, KM 145, 15.104 | ESTÁDIO ALFREDO JACONI: HÉRCULES GALLÓ, 1.547 | ESTÁDIO DO VALE: SANTA TERESA, 420, LIBERDADE NOVO HAMBURGO | ESTÁDIO MUNICIPAL: JÚLIO DE CASTILHOS, S/M°. BAIRRO CINQUENTENÁRIO | CLUBE JUVENIL: Rua Marquês do Herval, 197. Madureira |

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Tênis vai acabar em pizza

O 1º Rei da Quadra, torneio aberto de duplas do Clube Juvenil, reunirá esporte, gastronomia e humor. As partidas serão definidas em sorteio. Haverá premiação para Rei e Rainha da quadra, Melhor Forehand, Backhand, Serviço, Voleio e Fair Play. No encerramento, a chef Viviane Chies servirá pizzas aos atletas no Levi Bistrô. SEX. (23). 8:00. Enxutão


Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

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re

na Gabriel Izidoro

Tire o seu sorriso do caminho… O direito de sonhar por um futuro melhor no futebol brasileiro. Proposta linda do diário Lance!, reproduzida no blog do jornalista Juca Kfouri. Pena que não sairá daqui: http://migre.me/8nc90.

A pluralidade no futebol brasileiro. Com óbvio agravante aqui na província. Dados de recente pesquisa da Pluri Consultoria, disponíveis aqui: http://migre.me/8nceP.

O futebol tem no seu encanto sua maior tragédia – e isso é o que faz dele, não obstante as tentativas de conspurco, o maior espetáculo da Terra: a paixão. A mais profunda e incurável paixão que uma criatura pode ter (já assistiu a O Segredo dos Seus Olhos?), que faz o sangue fluir naturalmente do amor ao ódio a cada pulso daquele musculozinho no lado esquerdo do peito. É assim. Não há razão. A razão é daninha ao apreciador do futebol. A razão transforma o futebol em negócio. E ninguém vai sair de casa no domingo para sofrer

e sorrir pelo confronto entre duas tabelas de Excel. Na velocidade em que este sangue flui do amor ao ódio, a paixão pode cometer injustiças – pode. Pode nutrir alguns carinhos fúteis – pode. Pode alimentar falsos ídolos – pode. Pode ser cruel, volúvel, cega e tão traiçoeira como a mais traiçoeira das promessas não cumpridas de acabar com os pedágios – pode. Tudo isso pode. E acontece. Só não pode aceitar brincadeira. A paixão é o menos indicado dentre todos os sentimentos para ser testado na leviandade.

E é a imensa paixão que a papada guarda por seu clube que transformará o Jaconi no pior lugar do mundo para qualquer profissional ou dirigente do futebol alviverde estar neste sábado (24). Queiram as vontades, que do modo mais pacífico e ordeiro possível. Mas não espere – ou pior ainda, exija – misericórdia da paixão numa hora dessas, senhor profissional ou dirigente. Espere pelo tempo e aja rápido, para fazer o sangue fluir novamente. Com tempo e resultados, o amor volta. Hoje, para quem lhe tem afeto, o Juventude é espinho.

Aonde vais tu, garboso infante? O lateral-esquerdo Gerley, ex-Caxias, hoje pouco aproveitado no Palmeiras, entrou no radar do Coritiba. Único paranaense na Série A.

Alexandre Barroso foi uma escolha do presidente alviverde Raimundo Demore – vamos tentar começar assim. A Velhinha de Taubaté aqui não acredita em pressão do BMG. Até encarava a hipótese com algum agnosticismo, mas um profissional de reconhecida competência no futebol – e de fora da aldeia, obviamente – me assaltou em flagrante delito de provincianismo com a seguinte interpelação: “Que que o BMG quer saber quem é o técnico do Juventude?”. Verdade. É um banco. Se há algo com que ele vá conspirar, dificilmente será com

o sucessor de Picoli. Então, resta o quê? Resta o que me parece ter sido uma solução e não uma convicção de Demore, quando da escolha. São conceitos bem distintos. Já achava, antes, muito difícil que Barroso fosse o técnico do Juventude na Série D. Com 7 a 0 no lombo e um descarrego de metralhadora verbal no vestiário, a permanência vira resistência – a despeito de caráter e competência de qualquer profissional, e Barroso me parece ter ambos os quesitos de sobra. É só uma impressão de momento e ambiente. 9.MAR.2012

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O M I T ÚL

! S IA

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Você que namora na banca, é apaixonado pelo site, paquera a assinatura do vizinho, manda cantadas nas redes sociais... É hora de assumir um relacionamento sério!

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