Quem tem medo da psicoterapia

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Quem tem medo da psicoterapia?


1 em cada 5 pessoas tem uma perturbação psicológica ao longo da vida. Já viu o que significa sobre as pessoas que o rodeiam? Ou será que significa algo sobre si? Significa, fundamentalmente, que existe algum nível de sofrimento emocional que se traduz em pensamentos distorcidos, em visões sobre si e o mundo que não o ajudam a conquistar os seus objectivos pessoais, porque também o seu comportamento fica alterado. Perturbação psicológica pode ser encarada como um desafio com o qual qualquer pessoa se poderá confrontar ao longo da vida. Desta forma, o mal-estar ou as dificuldades sentidas terão um impacto negativo no seu desempenho laboral, na sua relação com a família e com os seus amigos. Muitas vezes é como se já não se reconhecesse, ou não compreendesse porque é que se comporta de determinada forma. Será que tem de ser assim?


“Já pensei várias vezes em ir a um psicólogo, mas acho sempre que devia ser capaz de sair disto sozinho...”


Todos nós sofremos Todos nós estamos preparados para resolver problemas. Isto acontece porque existe uma capacidade no ser humano para analisar situações e através de processos complexos de pensamento ir procurando resoluções para eles. No entanto, certamente já sentiu que embora possa resolver com facilidade problemas do diaa-dia nem sempre isso acontece com aquilo que o perturba emocionalmente. Isto deve-se à complexidade do sistema que permite o equilíbrio entre o que precisa e a forma como as suas emoções e comportamentos influenciam a sua obtenção. Grande parte da sua vida conseguirá resolver o que lhe vai acontecendo. Mas, existem alguns temas ou situações onde isso não será possível porque o nível de sofrimento é muito elevado. Não é por existir algo de errado consigo. É, simplesmente, porque a mobilidade desse sistema bloqueou.


“Mas porque é que eu me sinto a bloquear? Eu sempre funcionei perfeitamente. Isto não faz sentido”


Quando o sofrimento se instala Nem sempre conseguimos perceber porque nos sentimos mal ou porque deixámos de ser capazes de fazer o que fazíamos antes, ou porque é que tudo parece ser tão cansativo e desafiante. Provavelmente, quererá acreditar que estes estados são passageiros. Que, a curto prazo, tudo se resolverá magicamente e deixará de sofrer. Mas, mês após mês, poderá sentir que não está a encontrar resolução para o desânimo e tristeza, para a agitação e irritabilidade, ou para a sua ansiedade. Se assim for, é provável que esteja a bloquear. Este bloqueio impede-o de ser capaz de usufruir da sua vida e de ter controlo sobre a mesma. A existência de um sofrimento emocional que se vai avolumando acaba por poder constituir uma perturbação psicológica. Será que ainda vai a tempo de não agudizar o sofrimento?


“Isto é uma vergonha. Se as pessoas soubessem que eu ia ao psicólogo iam achar que eu estava maluco.”


Olhar para o sofrimento A ideia de que recorrer a serviços de psicologia ou a psicoterapia poderá ser vergonhoso é natural. Durante muitos anos existiu uma conotação muito negativa sobre perturbação psicológica, fundamentalmente associada a um imaginário de contextos de hospitais psiquiátricos muito austeros, filmes que retratavam a doença mental grave aguda ou crónica, pessoas que sofriam e eram colocadas à margem da sociedade com rótulos de perigosidade. Está a ver a angústia? A realidade, hoje em dia, é bem diferente. Para lhe dar um exemplo concreto, na Oficina de Psicologia são atendidas mais de 1000 pessoas por mês. Todas elas se sentem muito confortáveis no espaço do consultório e o seu objectivo principal ao falarem connosco passa por se sentirem bem. Porquê? Porque sabem que a psicoterapia promove saúde psicológica.


“Mas para conversar tenho os meus amigos que, pelo menos já me conhecem... Em que é que a psicoterapia é diferente de uma conversa?”


Trabalhar com o sofrimento Como é que uma conversa pode ser diferente de uma conversa? A resposta é simples: Porque não é só uma conversa. É uma intervenção. Todo o processo tem várias fases e um psicólogo trabalha com aquilo que a ciência afirma que é eficaz para ajudar as pessoas. o Numa intervenção psicológica existe avaliação Um psicólogo sabe avaliar o que se passa consigo a vários níveis: pensamentos, vivência e expressão das suas emoções, modo de se relacionar com os outros, diferentes comportamentos e suas funções. Juntando tudo isto para lhe providenciar um quadro completo do que está a acontecer consigo. o O acompanhamento psicológico é confidencial As suas sessões tornam-se um espaço único e privilegiado porque é só seu. Tudo o que disser fica dentro do consultório.


Trabalhar com o sofrimento o Acompanhamento psicológico provoca mudança Um psicólogo possui ferramentas de trabalho que, em função da avaliação efectuada, se adequam de formas diferentes. Estamos a falar de: 1. Registos que o ajudam a tomar consciência daquilo que o faz sentir-se se mal e de que forma se poderá estar a prejudicar; 2. Aprendizagem de técnicas para transformar a relação com os seus pensamentos e modificar comportamentos que não lhe são úteis; 3. A própria relação terapêutica é usada como espelho das suas relações com os outros, ajudando-o a modificar padrões de relacionamento que o deixam insatisfeito; 4. A consciência e vivência das emoções mais dolorosas é modificada através de técnicas que transformam a própria forma como o cérebro está a funcionar, passando de um sistema de desequilíbrio para um sistema equilibrado; 5. Garantia de que quando termina o processo sabe o que pode fazer para não voltar a sentirse da mesma maneira.


Trabalhar com o sofrimento o Numa intervenção psicológica existem profissionais qualificados para o ajudar Um psicólogo para poder exercer a sua profissão terá de ter estudado pelo menos 5 anos e efectuado um estágio profissional. Além disto para ser considerado psicoterapeuta terá feito uma formação específica, eminentemente prática, de pelo menos 4 anos. Acresce as diversas actualizações formativas que vai efectuando... Todo este trabalho para quê? Para garantir que estudou as formas mais eficazes para trabalhar com perturbações psicológicas e que sabe aplicar os princípios de mudança da melhor forma para cada pessoa. o Quando em acompanhamento psicológico está protegido por um código ético e deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) Um psicólogo tem de estar credenciado na OPP e obedece a um código ético que regula a sua actuação e princípios de trabalho.


“Eu até queria ter ajuda psicológica. Mas acho que é muito caro e demora muito tempo”


Acabar com o sofrimento A probabilidade de já ter ouvido falar de psicologia é elevada. Mas será que ouviu algo sobre o número de sessões mais eficazes e sobre planos de intervenção que são diferentes em função dos problemas que as pessoas nos trazem? Provavelmente, leu ou ouviu descrições associadas a intervenções muito longas, de vários anos. Provavelmente com valores de sessões acima de 60€. A realidade é que existem diversos estudos que demonstram eficácia com intervenções psicológicas mais breves (8-12 sessões) tendo como base a terapia cognitivo-comportamental ou integrativa, que recorre a diferentes modelos para se adequar às suas necessidades. Em concreto, na Oficina de Psicologia o tempo médio de intervenção são 4 meses e os valores por sessão vão ao encontro das capacidades de cada um.


“Parece que não se percebe muito bem o que lá se passa nas consultas, e às vezes fico perdido com tantos termos que me parecem a mesma coisa”


Caminho para o bem-estar Poderá ouvir algumas designações associadas ao trabalho feito por um psicólogo. Vamos lá: 1. Psicólogo: profissional formado em Psicologia, habilitado para intervenções em várias áreas da psicologia 2. Psicólogo clínico: profissional formado em psicologia clínica habilitado para intervenções psicológicas. 3. Psicoterapeuta: psicólogo clínico especializado numa formação pós-graduada em qualquer uma das seguintes abordagens teóricas, por ex: cognitivo-comportamental, integrativa, existencialista, psicodinâmica/psicanalítica, humanista, construtivista, gestalt 4. Psiquiatra: profissional formado em Medicina que se especializa em Psiquiatria. Tem como objectivo o tratamento de perturbações psicológicas, fundamentalmente, através de medicamentos dirigidos às causas orgânicas. 5. Intervenção psicológica: conjunto de procedimentos validados cientificamente para ajudar pessoas com perturbação psicológica ou que pretendam aumentar níveis de bem-estar ou auto-conhecimento.


Caminho para o bem-estar 6. Sessão: designação que significa o mesmo que consulta 7. Cliente: aquele que procura serviços de psicologia, também referido como paciente ou consumidor (no sentido de quem usufrui de um serviço) 8. Processo psicoterapêutico: conjunto de procedimentos, ao longo de várias sessões, que pressupõem avaliação das queixas do cliente, formulação de diagnóstico (se aplicável), aplicação de técnicas validadas cientificamente, trabalho de prevenção de recaída e término do processo. 9. Terapia alternativa: A psicologia não é uma arte, ou terapia alternativa. É uma ciência, que tem métodos de validação das suas práticas, exige qualificação, recorre a técnicas próprias (mas não prescreve medicação) e o cliente tem direito a questionar se o modelo que está a ser utilizado é o mais eficaz para o seu problema.


A perturbação psicológica mais frequente é, na sua larga maioria, passível de ser tratada em contexto psicoterapêutico. Por isso, é tão importante o seu despiste precoce e rápido encaminhamento para psicólogos clínicos qualificados. Se verifica que pode estar mais vulnerável, ou já se apercebeu que está a sofrer de uma perturbação psicológica identificada, procure ajuda qualificada. No website principal da Oficina de Psicologia – http://oficinadepsicologia.com – é possível encontrar informação aprofundada sobre psicopatologia e saúde mental, para que todos possam assumir um papel responsável e informado na gestão da sua saúde.



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