Miguel era um belo rapaz Vivia sozinho em seu lar Gostava de ler todo dia Mil fantasias, poesias Tinha uma casa Na beira do mato Trabalho na terra Sustento dos braรงos
Odiava ter que ir à cidade Sentiam-no desajustado, lesado Suas roupas demais coloridas Sua cara de bicho perdido Quem muito sonhava Não era bem visto Chamavam de louco Procure um serviço!
Um dia um vento encantado Quis destruir a cidade, a maldade Sem pena botou tudo abaixo Toda riqueza perdida Miguel chegou logo Querendo ajudar Deu o que tinha Seu teto, seu lar
Logo a cobiça cresceu Quando eles viram seu campo, seu rancho Mandaram-no embora dali Miguel teve de consentir, e partir Andou madrugadas Sem cama, tristonho O corpo doía De seu, só os sonhos
De noite Miguel, o errante Ouviu um barulho, um marulho Tirou sua roupa, encantado É o mar! É o mar! É o mar! É o mar! Nadou entre as ondas Mergulhou, banhou-se Sentiu que era livre Boiando no mar
Miguel com as costas nas dunas Sorria de volta pro cĂŠu, cĂŠu Estrelas cadentes passando A lua risava num canto Depois dessa noite SĂł quis viajar Vive com pouco Lhe basta sonhar
Miguel é um belo Quixote Conhece gente todo dia Sua casa, seu lar é a estrada Seu pão, fantasia e poesia