Caderno das letras 2013 2014

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A batalha dos elementos

Há muitos milhões de anos, no planeta Terra, todos os elementos estavam numa batalha que há muito tempo durava. Quatro amigos, um do elemento do fogo, um da água, um da pedra e um da floresta. Os quatro amigos eram bondosos, brincalhões e engraçados, mas as suas tribos eram rabugentas e maldosas. Eles tinham de fazer alguma coisa, porém não se lembravam de nada que os pudesse ajudar. O do elemento da água era o mais inteligente e pensou que se conseguissem levar os chefes dos elementos para um local distante da tribo, podiam chegar a um acordo. Então cada um foi para a sua tribo e pediu uma audiência ao chefe. Os elementos pediram-lhes para se afastarem das tribos, mas eles disseram que era muito perigoso. Muito desiludidos foram para o seu local secreto na montanha mais alta e contaram o sucedido. De repente, uma luz intensa cegou-os durante um momento, olharam para cima e viram o inimaginável, o elemento da luz, que era o mais poderoso, bondoso, puro e magnífico dos elementos. Muito excitados perguntaram-lhe se havia solução para a guerra. Ele logo lhes respondeu que sim, mas tinham de procurar sete pedaços do cristal da amizade que fora destruído no início da guerra. Muito determinados perguntaram se havia algo que os auxiliasse na sua demanda. Dando-lhes um mapa, informou-os de que se deveriam dirigir aos lugares assinalados. Dirigiram-se aos seis primeiros locais, onde encontraram armadilhas fáceis de superar. Porém, no último, encontraram uma besta de três cabeças que estava a dormir. Com muita cautela, pegaram no cristal e foram-se embora.


Ao juntar sete pedaços, um raio de luz foi dirigido para as pessoas e ouviram-se risos e músicas alegres por todo o mundo. Já não estava em guerra.

Eduardo José da Silva Pires Ferreira, n.º 7, 5.º A


Os gémeos

Era

uma

vez

uns

gémeos

chamados Pedro e Lucas que viviam numa rua serena nos Estados Unidos da América, tão serena que não se passava mesmo nada. Os seus vizinhos de cima eram simpáticos, mas estranhos. Tinham um caniche que ladrava durante todo o dia. Certo dia, à noite, ouviram um barulho enorme vindo do andar de cima. Acharam estranho, mas mantiveram-se calmos. Passado algum tempo, viram a polícia parada à frente do seu prédio, por isso foram ver o que se passava. Os seus vizinhos estavam mais esquisitos do que nunca. Afirmavam não se ter passado nada, portanto os gémeos voltaram para casa. – Que estranho! – exclamou o Pedro, ao chegar a casa. – Amanhã, vamos investigar. No dia seguinte, ao acordar, foram escutar a conversa dos vizinhos. Conseguiam ouvir uma voz desconhecida: – Acreditem, o vosso cão vai ficar com poderes e irá dominar todo o mundo. As minhas experiências são boas! Não contem nada à polícia, senão mato-vos. Adeus! Os dois irmãos esperaram à porta o tal homem que ia sair. Esperaram, mas ele tinha saído por outro lado. Então, desceram as escadas. – Cá estás tu, meu malandro! – disse o Pedro em voz alta ao vê-lo. Os gémeos cercaram o homem e, então, chamaram a polícia, que não tardou a chegar. – Obrigado, meninos! – agradeceu o agente reconhecido. – De nada. Foi um prazer ajudá-lo, sr. Agente! O destino do homem e dos vizinhos não foi dominar o mundo, mas sim a prisão.

Pedro Afonso Cortês, n.º 27, 5.º A


Aventuras fantásticas com os meus cães

Um dia estava a tomar o pequeno-almoço quando reparei que uma família de melros planava como se alguma coisa de mal tivesse acontecido, e os meus cães também andavam agitados. Havia uma grande confusão no meu quintal, um quintal que estava sempre calmo e verdejante, embora naquele dia tivesse algumas pintinhas brancas do orvalho que caíra durante a noite. Percebendo que me estavam a chamar, fui lá ver o que se passava; os melros foram-se logo embora, planando sobre uma árvore. Para meu espanto, havia lá um ninho com três filhotes de milhafre. Ao longe, uns homens andavam a cortar centenas e centenas de árvores, e pensei que vieram daí aqueles três filhotes, tão pequeninos como a palma da mão de um bebé. Dos meus três cães, o mais inteligente era o mais velho, de nome Rucky. Então, dei-lhe o ninho a cheirar, e ele foi em direção ao que eu previra, o lugar onde os homens estavam a cortar imensas árvores, tantas que não havia fim. Pensei logo em tirar uma peça das máquinas para deixarem de funcionar. Antes que eu fizesse algo, a minha cadela Boneca e o meu cão Bali trataram disso. Os homens, quando tentaram pô-las em funcionamento, verificaram que não trabalhavam e foram ver o que se passava. Ainda tiveram tempo de visionar os meus dois cães em ação, a roerem os fios. Então, tivemos de fugir. Pelo caminho, o meu cão Rucky encontrou um casal de milhafres a voar, como se estivesse à procura dos filhos. Parou e só depois continuou o seu caminho em direção a minha casa. Os milhafres, compreendendo o que ele queria, seguiram-nos, e lá, no meu quintal, o pobre casal nem podia acreditar no que via, os seus três filhotes.


Esta foi mais uma aventura, sempre com a ajuda dos meus três cães e dos habituais melros, os mesmos que, quando acordo, estão sempre a dançar como bailarinas nas minhas cultivações.

Nuno Diogo Belchior de Ferreira Lucas, n.º 25, 5.º A


O baú

Era uma vez um baú muito velho, muito

gasto,

muito

grande

e

com

imensas coisas dentro, algumas tão estranhas, tão fora do comum que nem nos passa pela nossa imaginação. Um dia, um menino que vivia na casa onde estava o baú perguntou à mãe: – Mãe, o que é que há no sótão? – Coisas só para adultos – disse a mãe depois de algumas hesitações. A verdade é que nem a mãe sabia o que estava no sótão, pois tal como o filho também ela tinha feito essa pergunta ao seu pai quando era criança, e ele respondera-lhe da mesma forma. De noite, o menino não conseguia dormir, pois não parava de pensar no que é que estaria no sótão. Foi ter ao quarto dos pais, que dormiam que nem uma pedra. Então, como não podia pedir à mãe para o ir adormecer, foi para o sótão. Subiu as escadas, abriu a porta e deu de caras com o baú. Naquele espaço não havia mais nada senão teias de aranha, ratazanas, lagartixas e pó. Abriu o baú e viu coisas que nunca tinha visto antes: bonecas e bonecos, soldados e soldadinhos, e outros quantos brinquedos com feições tão perfeitas que pareciam ser reais. Nisto viu um apito pequeno e prateado, que soprou depois de tirar a poeira. – Que estranho! – disse o menino para consigo. – O apito não deu som, deve estar estragado… E voltou a apitar e mais uma vez não deu som nenhum. O menino não perdeu a esperança e continuou a soprar, mas todas as tentativas foram em vão. Foi então que uma voz de meninice vinda do baú se queixou: – Que ruído horrível! Podes parar, não? E a seguir a esta muitas outras vozes vindas do baú se queixaram.


O menino olhou para o centro do baú e viu todos os brinquedos a falarem. – Como é que conseguem falar? – perguntou o menino. – É o apito – responderam os brinquedos. Depois de uma longa explicação dada pelo general dos soldadinhos, o menino percebeu que o apito despertava os brinquedos e eles ganhavam vida. A partir desse dia, os brinquedos e o menino ficaram grandes amigos, e depois de uma longa e profunda limpeza o sótão ficou um primor. Até ao final da sua vida o menino e os brinquedos nunca mais esqueceram aquele precioso momento. Depois do menino ainda vieram os seus filhos e os seus netos a brincar com os brinquedos.

Carolina Monteiro Henriques da Cunha, n.º 3, 5.º B


O pinguim João queria ser espião

Há vinte e cinco anos, no país da Pinguilândia, havia um pinguim chamado João que queria ser espião. No entanto, tinha um problema, ele era um pinguim franzino e por isso sempre que ia pedir ao comandante dos espiões para entrar na equipa, o comandante achava que ele não era capaz de fazer as coisas que lhe seriam pedidas na equipa dos espiões onde ele queria entrar. Um dia quando o João estava a brincar com os seus três amigos, António, Manuel e André, eles notaram que estava muito triste, e perguntaramlhe o que se passava com ele. O João disse que se sentia frustrado com a opinião do comandante, é que mesmo sendo franzino achava que conseguia ser melhor do que eles. O André, que era o mais esperto do grupo, deu-lhe a ideia de ir ver o que se passava com o desaparecimento dos ursos polares. É que era muito estranho e ninguém sabia o que se andava lá a passar. Os quatro amigos partiram à procura de uma explicação para o que se passava. Seria uma aventura. O Manuel, como era obeso, ficava sempre para trás e os amigos tinham de o ajudar. Mal lá chegaram, viram dois caçadores com duas metralhadoras a apontarem para um urso. Sem hesitações, os quatro pinguins aproveitaram um lago que por lá havia para mergulharem e se aproximarem desses caçadores. Sem dificuldades, tiraram-lhes uma das metralhadoras e o João conseguiu prendê-los. De regresso ao seu país, o João foi condecorado pelo comandante dos espiões. Era agora o João, o espião. E viveram todos felizes para sempre.

Rui Vidal, n.º 24, 5.º B


O sonho de Maria

Era uma vez uma menina chamada Maria. Estava uma linda tarde de verão e Maria estava estendida na toalha a apanhar sol na praia. A certa altura, decidiu fazer um passeio à beira-mar, pois estava maré baixa. Andou, andou, até que um foco de luz lhe atingiu os olhos. Ela parou e tentou tapar o foco com o pé, porque a luz vinha do chão. Finalmente, parou, e ela foi logo lá ver o que era. Era um búzio muito colorido. Quando lhe tocou, deu um choque. A menina aleijou-se e os dedos ficaram todos vermelhos, pareciam uns tomates. Entretanto, virou-se para trás e para sua surpresa viu milhares de prédios com designs muito avançados, viu também naves a voarem por cima dos edifícios e viu-se em cima de uma espécie de ilha voadora cheia de palmeiras e uma grande praia. Ela pensou: «Como é que eu vou sair daqui?». Deu milhares de voltas e encontrou umas escadas num canto da ilha que iam dar ao chão. Desceu, desceu … e quando chegou ao fim, não viu nada, só o começo de arranha-céus. Tentou encontrar alguém, mas nada. Mesmo num canto de uma rua viu um placar numa loja de telemóveis, o que era a única maneira de se saber o que lá se vendia. Ela não via nada nas montras dessa loja, só os nomes dos telemóveis e por cima nada. Entrou e perguntou onde estavam todas as pessoas, e o dono da loja disse-lhe que estavam em casa a fazer as suas compras online. Perguntou-lhe também por que razão não havia telemóveis na montra, e ele respondeu que os telemóveis eram invisíveis e só se viam se fossem ligados. Maria já estava a perceber onde estava. Estava no futuro. De repente, ouviu um barulho e alguém dizia: «Maria, Maria, Mariiia, acorda, filha!». Eram os pais que a chamavam para se levantar. Então aí percebeu que aquilo tinha sido um sonho.

Vasco Manuel Domingues Cotão, n.º 27, 5.º B


Uma viagem inesperada e um tesouro

Há muitos anos havia um menino que não tinha medo de nada e que sonhava

ir

ao

Egito

antigo

para

encontrar os tesouros lá existentes. Como ele não tinha medo de nada, o seu quarto estava decorado com as personagens assustadoras dos contos que ele ouvira dos avós. Ir ao Egito antigo era difícil, com todos os monstros existentes nas pirâmides, e ele era só um menino, não um guerreiro. Além disso, também não sabia como se ia para tal sítio, que era tão longe. Numa tarde, quando regressava a casa, depois de um dia de escola, caiu num esgoto. Não tentou sair de lá. Curioso, continuou a andar. Andou, andou, até que caiu noutro buraco, e aconteceu o que ele menos esperava: encontrou as pirâmides do Egito antigo, que ele pensava estarem tão longe e afinal estavam mesmo debaixo da cidade onde vivia. A primeira coisa que o menino fez foi tentar equipar-se, porque se não morreria nas pirâmides. Na mochila, tinha alimentos, umas panelas e umas fisgas, que por acaso levara consigo para a escola para mostrar aos seus amigos do campismo. Fixou as panelas ao corpo com a ajuda das fisgas e a colher de pau que escondera para qualquer eventualidade serviu de espada para derrotar todos os inimigos. Depois de explorar bem o terreno, chegou à conclusão de que as pirâmides estavam soterradas e que teria de escavar com as próprias mãos para descobrir a entrada. Encontrou parte de uma pirâmide que lhe pareceu interessante, escavou até encontrar a entrada e entrou. No interior desse edifício, derrotou todos os inimigos e apanhou uma caixa que tinha diamantes e ouro.

João Miguel de Mascarenhas Ilharco, n.º 9, 5.º C


Uma banda desaparece No século atual, em Londres, uma banda chamada «One Direction» desaparece a meio do concerto. A Leonor, o Pedro e a cadela Luna percebem que é um caso para os Três Maravilhas! Começam por ir ao estádio onde o concerto tinha decorrido. Mal lá chegaram, foram rapidamente falar com os polícias que estavam encarregados do caso. Estes informaram que a banda tinha desaparecido enquanto o palco estava coberto de fumo. De seguida, vão falar com a agente da banda, que estava horrorizada. A chorar, ela diz-lhes que não era suposto haver fumo no concerto. Os Três Maravilhas dizem-lhe para descansar um pouco e vão-se embora. Entretanto, seguem para o palco e analisam-no com o kit que o pai de Leonor, que era polícia, lhe tinha oferecido. Descobrem que o raptor tinha deixado lá as máquinas de fumo. Descobrem também duas impressões digitais. Depois de pedirem ao pai de Leonor para as analisar, descobrem que eram de duas raparigas de dezasseis anos fanáticas pelos «One Direction». Vão tentar falar com elas. No meio de toda a confusão, a curiosa Luna começa a encostar a orelha a tudo e ouve qualquer coisa. O Pedro tenta abrir uma porta, a mesma que captara a atenção da cadela, mas acaba por perceber que estava trancada. Em coro, perguntam onde estava a chave, mas ninguém responde. Não desistem de encontrar a chave. Assim, tanto procuram que têm sucesso. Mandam então a Luna procurar as tais raparigas, e ela encontra algo. Pedro e Leonor seguem a cadela e encontram-nas. Vão à polícia e as raparigas são presas.

Rita Veloso Cristóvão Santos, n.º 17, 5.º C


Um monstro e uma princesa linda Há muitos anos vivia numa floresta encantada um ser estranho, triste, solitário e monstruoso. Era o Mamusonte, uma mistura de mamute e bisonte. Ele tinha um aspeto medonho: uns cabelos compridos, escuros e encaracolados, uns olhos da cor do fogo e uma pele encortiçada. O seu grande sonho era um dia ser um animal como os outros. Certo dia, o Mamusonte foi à procura de alimento na floresta e, com tristeza, viu que cada animal que por ele passava, fugia. Chegou a um ponto que só queria tornar-se como eles; por isso, com a ajuda de um machado, cortou o cabelo e as suas enormes unhas. Quando chegou ao pé dos animais, verificou que eles continuavam a fugir. Numa noite, alguns dias mais tarde, o Mamusonte pensou para ele: «Eu vou ser tão mau, tão mau que nunca ninguém irá conhecer outro igual a mim.». Não muito longe da floresta encantada, havia um castelo no cimo de um monte, e o Mamusonte foi até lá. Encontrou uma princesa e pensou: «Quem melhor do que esta princesa para eu libertar a minha maldade? Vou raptá-la!». O Mamusonte levou-a num saco para a floresta encantada e quando ia para o abrir pensou que ela talvez o achasse muito feio. No entanto, quando ele abriu o saco, a princesa disse: – Oh! Quem és tu? Não te conheço, mas és bonito!! E o Mamusonte respondeu: – Eu, bonito? Nunca ninguém me disse isso!! E assim começou uma amizade. A mesma que acabaria por se transformar em amor. Ao casamento deles, na floresta encantada, foram todos os animais, pois a princesa também essa mudança conseguiu.

Bernardo João Simões Ferreira, n.º 6, 5.º C


A melhor paisagem do mundo

Numa bela manhã de primavera viajava eu pelos Alpes franceses, quando me deparei com uma paisagem deslumbrante, onde tudo era verdejante. À direita, havia uma pequena casa de madeira com aspeto desolador. Era antiga e rústica. Estava abandonada como um pobre mendigo a pedir nas ruas. À esquerda, existiam pinheiros verdes e solitários. Um deles destacavase pelo seu tronco áspero e grosso e por ser tão alto como um dinossauro em pé. Logo atrás, num casario muito bonito, sobressaía uma igreja com uma torre pontiaguda, semelhante à ponta de uma lança bem aguçada Ao fundo, havia montanhas verdejantes. Eram tão altas como um arranha-céus. Os seus recortes irregulares permitiam ver o nascer do sol. A encimar a paisagem existia o imenso céu nublado. O seu cinzento carregado era semelhante ao nevoeiro da manhã. Esta foi a melhor manhã da minha vida, porque vi a melhor paisagem que eu possa imaginar.

Bruno Miguel Cabral Pocinho, n.º 7, 5.º C


Wolf

Ana estava sentada no sofá. Os pais tinham saído e já perdera os avós. A menina tinha apenas consigo a sua irmã mais nova, Beatriz, que estava à sua responsabilidade. Em casa, ouvia-se apenas as portas a gemerem. De repente, Ana ouviu um barulho no telhado. Beatriz estava a dormir e não ouviu nada.

O

que

seria

aquilo?

Ana

queria

investigar. Havia um problema. O que faria com Beatriz?

E

se

ela

acordasse

e

fizesse

disparates? Nesse caso, quando os pais chegassem, à meia-noite, iria ser castigada. Nesse momento, Ana teve uma ideia. Beatriz andava no terceiro ano, por isso já sabia ler. Decidiu assustá-la. Sabendo que ela tinha muito medo de lobos, escreveu-lhe um bilhete, que colocou na sua mesa-de-cabeceira, com a seguinte mensagem:

«Beatriz, por favor, não saias da cama. Ouvi um barulho estranho, parecido com o dos lobos. Talvez seja um, vou tentar caçá-lo. Se saíres da cama, há muitas probabilidades de ele te comer. Ana»

Na verdade, Ana não foi à procura de um lobo nem pretendia caçá-lo, foi ver o que se passava no telhado. Da janela do sótão, a janela mais alta da casa, lançou uma corda que prendeu na chaminé. A menina, aventureira como era, trepou-a e subiu ao telhado. Lá em cima encontrou apenas Wolf, o seu antigo cão, que fugira há algum tempo. Com todo o cuidado, ajudou-o a descer do telhado, e Wolf, mal pôs as patas em terra firme, fugiu novamente. Ana, cheia de alegria por o ter encontrado, correu e pulou atrás dele, sem grande sucesso. Passaram por


matas e mais matas, mas só ao fim de algum tempo o seu cão se deixou apanhar. No entanto, havia um pormenor. Os pais estavam a chegar, encontravam-se a aproximadamente um quilómetro de casa. Ana e Wolf tinham de regressar imediatamente do seu «passeio» noturno. Viram uma bicicleta e não hesitaram, seria mesmo a pedalar que voltariam para casa. Chegaram a casa antes dos pais. Por sorte, os pais deixaram que as filhas ficassem com o cão. A partir daí, as meninas nunca mais o perderam de vista, brincavam com ele e até lhe compravam brinquedos.

Marta Luísa Elias Garcia Brás, n.º 16, 5.º D


A cidade Docelândia

Numa cidade longínqua chamada Docelândia, onde tudo era feito de doces, todos os anos inauguravam uma feira. Nessa feira, os divertimentos que existiam eram o «quem come mais doces», o «alvo ao doce»… Um

dia,

um

menino

chamado

Docinho foi com a sua mãe à feira. Quando chegaram, o Docinho ficou estupefacto a olhar para tanta doçaria. Ele ficou tão contente que puxou a sua mãe para ir divertir-se consigo. O menino estava tão indeciso que não conseguia escolher, não sabia para onde ir. Passados alguns minutos … lá se decidiu e gritou aos ouvidos da mãe: – Quero ir ao «alvo ao doce»!!! Por favor! Nesse jogo, o Docinho tinha de acertar no alvo com o doce até conquistar cem pontos, e tinha sete tentativas; no final, se ganhasse, ganharia um «monte» de doces. Quando começou a jogar, estava muito ansioso, tão ansioso que fez tudo rapidamente; e porque a excitação era tanta tirou logo das mãos do funcionário daquela banquinha o saco com o seu prémio, o que fez com que as pessoas ficassem a olhar para ele. Em seguida, já mais baixinho, o Docinho disse à mãe: – Mãe, podemos ir ao «quem come mais doces», se faz favor? A mãe até o deixaria ir, o único problema era que para aquele jogo tinham de ter mais de treze anos, e o menino só tinha onze. No entanto, ele disse que conseguiria aguentar. Começou o jogo. O menino nunca parou, só o fez quando conseguiu ganhar. O seu prémio foram dois bilhetes para a feira. O Docinho estava a ter um dia muito feliz, mas tudo mudou algumas horas mais tarde quando ficou cheio de dores de barriga. Nessa altura,


começou a pensar que poderia dizer algo muito importante às pessoas para o bem da sua cidade. Sem hesitações, exclamou: – Meus caros amigos, gostava de vos dizer que ouvi comentar que muitas pessoas saem daqui a queixar-se de que esta feira só tem doces estragados, mas eles estão errados, nós é que comemos muitos doces, por isso, eu aconselho-vos a mudarem o nome à cidade, que esta passe a chamarse «Vegetalândia». Assim, começaríamos a ser mais saudáveis. O Presidente da Câmara concordou, e a cidade mudou de nome, de «Docelândia» para «Vegetalândia».

Maria Miguel de Brito Graça Gonçalves, n.º 15, 5.º D


O inspetor Max

Era um dia calmo para a Polícia Judiciária (PJ), e o inspetor Jorge Mendes, também conhecido por inspetor Max, estava a beber o seu café quando se assustou com o colega Sérgio Calado que vinha a correr, gritando: – Temos outro caso! Temos outro caso! «Mais uma dor de cabeça…», pensou o inspetor Jorge. «Qual é desta vez?» – Um grupo de assaltantes fez das suas… na casa do Presidente, e matou-o!!! – Então vamos já para lá – respondeu o inspetor Jorge prontamente. E lá foram eles, apressados, no seu jipe. Chegando ao local, começaram a investigar. Algumas horas mais tarde, terminado o trabalho naquele espaço, foramse embora e enviaram o que recolheram para análise, no laboratório. Passados dois dias, chegaram os resultados das impressões digitais, que pertenciam a cinco pessoas: Vítor Seabra, Manuel Mendes, Maria Correia, Patrícia Ferraz e Ricardo Cardoso. Através de tecnologia avançada, conseguiram também o reconhecimento facial dos assaltantes, e foram no seu encalço. Um mês mais tarde, ajudados pelas equipas de buscas, encontraramnos, tendo ficado detidos até ao dia do julgamento. Chegado esse dia, dirigiram-se ao tribunal, pelas mãos da PJ, e foram acusados de invasão de propriedade privada, roubo e homicídio. Cumpriram pena de dez anos e seis meses por tudo aquilo que tinham feito. Já muito cansado, o inspetor Max, somando mais um sucesso, foi para casa, dirigiu-se ao seu quarto e aterrou na cama, estafado! Era mais um caso resolvido, finalmente!

Ana Marília Esteves Sobreira, n.º 4, 5.º D


O Monstro e o Mistério do Rio Era uma vez, há muito tempo atrás, uma pequena aldeia muito bonita junto ao vale dos Montes Nevados. Nos arredores daquela aldeia, havia belos pomares que davam frutos deliciosos e muitas flores, cujo perfume era arrastado pela brisa que ali habitava. Todos eram felizes! Todos cantavam! Todos dançavam! Todos exceto um pobre monstro que era desprezado pelos aldeões. Ele era bondoso e, por mais que se esforçasse para fazer amizade, todos diziam: – Olhem para aquela criatura verde asquerosa! – Cheira tão mal! E está sempre com aquelas roupas rasgadas e … – Mas eu por dentro não sou mau – dizia ele, à beira das lágrimas. Pobre monstro, tão solitário! Se ninguém gostava dele como era, por que razão estaria ali? Pegou nas suas coisas monstruosas e foi-se embora. “Nunca serei feliz aqui “ pensou. Começou por caminhar, muito lentamente, sempre para cima sem saber o seu triste destino. Talvez fosse para o cume de um dos montes. Passavam dias e o pobre coitado ainda não sabia se devia parar. Um dia, tão cansado, desmaiou na neve branca que refletia os raios de sol. Acordou atordoado e com fome, mas, por sua sorte, desmaiara ao lado de um abrigo protegido por rochas que tinha espaço para fazer um quarto. Em frente à gruta, corria um rio de águas límpidas. Isso permitia pescar e ter água pura para beber. Acabando por entrar, perguntou: – Está aqui alguém? Não ouviu resposta e começou a preparar a sua futura casa. Passaram dias, meses, anos e o monstro tinha criado o hábito de, no seu aniversário, expulsar a tristeza, chorando e deitando as lágrimas para o rio que corria até a aldeia. Ao chegarem lá, como era de costume, as lágrimas eram recolhidas do rio para as casas dos aldeões. Depois, quando bebiam água ficavam felizes sem motivo, satisfeitos sem fazer nada… Claro que, ao fim de alguns anos, se percebeu que era por causa da água. Infelizmente, não percebiam o que tinha a água ou porque era sempre naquele dia. Todos os anos chamavam cientistas diferentes e todos diziam o


mesmo: “ Ao mesmo tempo é a água mais perfeita e mais esquisita”. Alguns aldeões começavam a afirmar que se tratava do “Mistério do Rio”. Até que um desses dias “especiais” chegou e um rapaz loirinho de olhos azuis decidiu subir o monte, caminhando nas margens do rio até chegar à nascente e desvendar o mistério. Mentiu à mãe, dizendo que ia acampar com os amigos e lá foi, com muita confiança. A certa altura, o rapaz encontra um monstro que chorava. – AAHHH…! – gritou o rapaz, preparando-se para fugir. – Tu és um aldeão? – perguntou o monstro. – Sim – respondeu, percebendo que não lhe iam fazer mal – vim desvendar o mistério do rio. Diz-se que a água anda estranha. O monstro riu-se. – Meu rapaz, este rio é o rio da Felicidade: transforma o triste em contente, o mau em bom. Estou a expulsar a minha tristeza deitando lágrimas para o rio e oferecer-vos felicidade, se é que me estás a perceber. – Sim, compreendo muito bem, exceto a parte de “expulsar a minha tristeza”. Houve silêncio. O monstro, apesar de não querer recordar a história, explicou ao miúdo. O rapaz reconheceu a injustiça. Afirmou que tratavam mal o monstro e, mesmo assim, ele oferecia felicidade. Pegou na mão do monstro e levou-o até à velha praça da aldeia. – Atenção a todos! Muitas caras enojaram-se ao ver o monstro. – Quem está aqui connosco é mais um aldeão normal. – continuou o rapaz – Vocês desprezam-no, mas é ele que vos dá a água da felicidade. – O quê? – Que parvoíce! O rapaz contou a história do monstro. Alguns pareceram acreditar. Infelizmente, a maior parte exigiu: – Prova-nos! Dizendo isto, a multidão parecia ter calado o monstro. –Tragam-me um copo de água – pediu. Uma menina correu até ao monstro e deu-lhe o pedido.


– O meu desejo é ser um de vós. Então, chorou para o copo e bebeu…

KABUMMM!!!!!

O monstro transformara-se num rapaz, num Deus, num humano sobrehumano que nem eu, o narrador, consigo descrever. Agora todos percebiam o que sentia o monstro. Comparados com a sua nova

aparência

os

aldeões

eram

defeituosos.

Pediram

desculpa

e

agradeceram não só pela resposta do Mistério do Rio como pela felicidade oferecida. Passado algum tempo, o monstro voltou ao normal. Ninguém se importou com isso, até pelo contrário: a notícia correu de boca em boca, de país em país até o mundo todo saber a história do mistério e aprender esta importante lição de vida.

FIM

João Paiva Castelo-Branco, n.º 16, 5.º G


A pior refeição

Era um dia chuvoso em meados de fevereiro, tinha havido aulas de manhã e os alunos estavam de rastos. Na hora de almoço, o João, o Silvino e o Renato foram ver a ementa. – Oh, é peixe com batatas e tomates! – exclamaram em coro. Eles foram almoçar sem alternativa de escapar ao sofrimento de comer peixe. Já no refeitório, o Silvino disse: – Nem era assim tão mau. – Até foi bom! – exclamou o João – Foi muito bom! – afirmou o Renato A tarde foi diferente, o sol começou a aparecer no céu e todos se divertiram. O Renato chegou a casa por volta das 19 horas e 30 minutos e reparou que a mãe estava a encomendar.... – Piza? –interrogou o Renato. – Porque penso que tu gostas e nós cá em casa todos nos deliciamos. – respondeu a mãe. – Faz antes uma comida mais saudável, como bacalhau com espargos e batatas cozidas!-exclamou o Renato. – Vou seguir o teu conselho. – disse a mãe. E assim foi, em casa do Renato agora só se come comida saudável e nutritiva e ele tem muito melhores resultados escolares e desportivos.

Afonso Miranda, nº1, 6ºB Cristiano Santos, nº7, 6ºB António Campos, nº5, 6ºB


Para bem crescer bem terás de comer Emily e Ema A história começa como todas as outras… Era uma vez uma elefanta juvenil, chamada Emily, que se achava muito gorda, embora fosse a elefanta mais bonita e elegante de toda a savana. Todas as elefantas juvenis a seguiam e admiravam. Os elefantes, por estarem tão apaixonados, falavam entre si a respeito da tromba de Emily: “É fantástica! E aquela sua tromba… um espanto. Acho que estou apaixonado!” ou então “Fiu! Fiu! Valha-me o Santo Elefante! Que bela tromba, giraça! Até os meus olhos saltam das órbitas!” Todos os da sua idade a adoravam e até lhe davam os amendoins que encontravam. Claro que ela não os comia, por terem demasiadas calorias! O que muitos não sabiam era que ela, sempre que comia, ia logo vomitar tudo. Isto repetia-se a todas as refeições e quem sabia do sucedido confrontava-a: “Porque é que fazes isso? És uma das mais magras, quer dizer, és a mais magra da nossa espécie! Um destes dias pintas-te de amarelo às manchas castanhas e quase que pareces uma girafa de tão esquelética que te estás a tornar. Só te faz mal!” Por mais que lhe perguntassem se ela estava bem, Emily não respondia, ignorando todas as perguntas e conselhos. O que ninguém sabia, vou eu agora contar: Era verão e todos os elefantes estavam nas “Poças do Zec”. Nessa altura, Emily estava bem com o seu peso e não se preocupava com as tendências da moda e cuidados a ter com a silhueta. Estava ela, tranquila e relaxada, a passear o olhar pelas poças, eis que… vê um elefante “super-híper-mega-maxi-giro” (como ela pensava), elegante, musculado e alto que, ao reparar nela junto da geladaria, a repreendeu: “Olha lá, já sei que me achas giro (também todas me acham!), mas pensas mesmo que tens alguma hipótese comigo, balofa? Se fosse a ti, procurava era um mamute como namorado! Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!”. Ela ficou destroçada!


A partir desse momento, Emily decidiu emagrecer e tornar-se muito bonita, para que todos os elefantes reparassem nela, especialmente o elefante das poças que elas descobriram que se chamava Groucho. Bem, voltando de novo à história… Ao contrário do que o leitor possa estar a imaginar, Emily não passou a praticar nenhuma dieta saudável, ou seja, ela escolhia as suas próprias dietas, pensando que fazia bem, embora essas fossem muito rígidas: exercício físico em excesso, alimentos baixos em calorias e, por vezes, apenas duas maçãs por dia. Ela estava a ficar muito doente, mas, sempre que via a sua imagem refletida em algum rio ou riacho, afastava-se logo, achando-se muito gorda e feia. Emily planeava todos os dias o que ia comer, ou não! Os pais faziam udo para que ela melhorasse e procurasse ajuda médica, mas ela não lhes prestava atenção, ignorando-os e trancando-se no quarto. Certo dia, o diretor da escola dirigiu-se à sala da turma de Emily. Ia acompanhado por uma elefanta um pouco forte, cujo nome era Ema. – Olá turma! Esta é a Ema, a nova aluna. Ela veio transferida de outra escola. Espero que a tratem bem e respeitem! – informou, ao entrar na sala, com a sua habitual voz grossa. – Sim senhor, Senhor Diretor! – responderam todos. – Ema, podes-te sentar ali, ao lado da Emily. E também realizas com ela o trabalho sobre a alimentação. – disse-lhe a professora. – A Emily depois explica-te tudo sobre o trabalho. Entretanto, tocou e todos saíram. No intervalo, Emily e Ema juntaram-se a falar sobre a ida da nova elefanta para aquela escola. – Eu vim para esta escola, porque não conseguia continuar na outra. Gozavam todos comigo, por ser gorda. Como a minha família não gostou disso, mudou-me de escola! – contou Ema, com resignação. – Não te sentiste triste por sair daquela escola? – inquiriu Emily. – Por um lado, sim. Deixei a escola onde andei muito tempo. Por outro, não fiquei triste, como sou mais forte que as outras elefantas, tratavam-me mal. Não é fácil e como me irritava…– respondeu Ema. – Vou-te confessar uma


coisa… Nunca contei isto a ninguém, mas eu sofro de um problema comum. Tal como existem pessoas que sofrem de bulimia ou anorexia, eu sofro de compulsão alimentar. Quando me irrito ou fico ansiosa demais, como compulsivamente e é por isso que sou assim, forte. Já tentei controlar-me, mas acabei sempre por ter recaídas! – Sinto muito! Para dizer a verdade, eu também sofro de um problema alimentar. Sofro de bulimia. Aos poucos e poucos, estou a tornar-me anorética. Sempre que olho para algum riacho, vejo uma elefanta gorda e feia. Não tenho coragem para procurar ajuda e quando penso “Amanhã é que é!”, acabo por voltar ao mesmo. – contou Emily, a chorar. – Bem, eu vou ajudar-te, mas também me ajudas, não ajudas!? – pediu Ema, com um pequeno sorriso. – Claro! Vamos nos ajudar mutuamente e juntas vamos superar tudo! – explodiu Emily, enxugando as lágrimas. – Podemos depois dar o nosso testemunho para o trabalho! – recomendou Ema. Passaram o dia todo juntas, a combinar uma ida ao veterinário, para se aconselharem e marcarem novas consultas. No dia seguinte, depois das aulas, seguiram até ao veterinário, a passos um pouco rápidos, por já estarem atrasadas. – Os conselhos do Doutor foram ótimos. Temos consulta, outra vez, amanhã à tarde. E não podemos faltar! – exclamou Ema. Voltaram outra vez à consulta que se passou a repetir duas vezes por semana, depois das aulas. Após alguns meses de consultas e terapias de grupo com outros elefantes, as duas elefantas, Emily e Ema, começaram a melhorar e a passos largos! O trabalho que realizaram sobre a alimentação foi um êxito e toda turma adorou. Bem, agora é só esperar que as duas elefantas fiquem boas e voltem a comer normalmente: várias refeições ao dia e em poucas quantidades, beber muita água e comer de tudo um pouco, neste caso, comer vários tipos de ervas, de gramíneas, de frutas e de folhas de árvores! Ana Filipa Correia Santos, nº4, 6ºB


O velho palacete

Num verão, os três primos Rita, Paula e José decidiram passar as férias juntos, perto do velho palacete abandonado. Foram os três sozinhos, já que tinham prometido ser responsáveis e autónomos. Partiram às sete horas da manhã, da casa da Rita. As mães deles, irmãs, estavam preocupadíssimas, mas acabaram por se acalmar. O palacete ficava numa ilha, quase deserta, mas muito bonita. Eles iriam para uma (quase) mansão, onde ficariam até uma semana antes de acabarem as férias. Quando chegaram, arrumaram logo as coisas e decidiram ir dar uma olhadela pela ilha. Ao passarem pelo velho palacete, viram uma placa que continha a seguinte frase: «Não entrar, ou então nunca mais verá o céu nem pisará a terra!» De repente, alguém tocou no ombro do José, que se arrepiou todo. – Ááááááhhhh!!!! – gritou. – Descansa, sou só eu – confortou-o a governanta (eles foram sozinhos mas na mansão havia uma governanta, claro). Passaram os dois dias seguintes a arrumar as coisas e a porem os quartos à sua maneira. – Olhem lá, querem dar uma vista de olhos ao palacete? – perguntou a Paula, que era muito curiosa e aventureira. – Vamos a isso! ‘Tava a ver que nunca mais perguntavas! – exclamou a Rita. – ‘Bora lá!- acrescentou o José. E assim foram espreitar o palacete, todos contentes e entusiasmados. Entraram pé ante pé, sem um único pio, o respirar reduzido e por vezes até suspenso. Quando chegaram a um corredor, ouviram alguém exasperado a informar um homem:


– Agora vieram para cá uns pirralhos para nos arreliar! Isto é inadmissível! Não vamos conseguir continuar a busca, chefe! Temos de os mandar daqui para fora, imediatamente. – Tens razão, Frank. Mas, se eles nos descobrem ‘tamos tramados, pá! Feitos ao bife! Vamos parar à prisão! – exclamou a outra voz. – Para conseguirmos encontrar a receita, precisamos de ter cuidado, e muito. Ao ouvirem aquilo, ficaram chocados. Estariam a ouvir os famosos ladrões de gastronomia Manchard e Frank, os ladrões mais temíveis do país? Haveria uma receita preciosa no palacete? Eles iriam descobrir. Todos os dias à noite, ouviam uns sons vindos do palacete. – Aqueles patifes querem afugentar-nos a todo o custo! – comunicou a Paula à Rita. – Mas nós não vamos deixar que eles nos assustem, nem por nada. Lá iam eles, todas as tardes procurar indícios da tal receita do melhor chocolate do mundo (entretanto eles tinham descoberto de que era a tal receita) e dos seus ladrões. Até que…Certo dia, suspeitando que alguém os vigiava, Manchard e Frank decidiram pregar uma partida ao trio. A dupla iria atirar os primos ao mar! – Hoje ‘tou com um mau pressentimento, por isso é melhor levarmos os telemóveis e, já agora uma navalha – sugeriu o José. – Podemos vir a precisar. No palacete, espreitaram tudo, e quando chegaram às escadas, viram um vulto muito alto. Antes de prosseguirem o caminho, puseram o número da polícia na marcação rápida do telemóvel. Deram uns passos em frente e...... – Oh não, caímos numa armadilha! – gritou a Rita. Os homens encurralaram e prenderam os três. Depois, muito à pressa foram ligar o barco. O José resolveu telefonar nesse momento à polícia e a Rita, com a navalha, soltou o José e a Paula. Passados cinco minutos, apareceu o chefe da polícia para comunicar ao grupo que os ladrões tinham sido presos e iam a caminho da esquadra, que tinha sido recuperada a receita (que entretanto os ladrões tinham encontrado) e


que agora eles estavam a salvo e poderiam passar o resto das férias em sossego. – Para vos recompensar, tomem estas medalhas e estas barras de chocolate – disse o chefe da polícia. E assim, em sossego (mas sempre a espreitar todos os cantos), passaram o resto das férias a divertirem-se.

Ana Filipa C. Santos, n.º 4, 6.ºB


As Estrelas

Tudo começou há muitos anos atrás. Alice era uma rapariga muito sonhadora, tinha uns longos cabelos ruivos como as cenouras, umas sardas castanhas e um sorriso que brilhava como as estrelas. Sentia-se muito triste pois o seu pai fora um dos escolhidos para combater na Segunda Guerra Mundial e tinha muito medo de não o voltar a ver. Uma noite Alice olhou pela janela e perguntou à mãe: – De onde vêm as estrelas? – De um sítio longe daqui chamado Espaté Maré. – respondeu a mãe. – Espaté Maré? A sério? E onde fica isso? – No fundo da Maré se procura o Ré...não sei onde fica, mas isto era o que a tua bisavó dizia. – E há alguma história? – perguntou Alice com curiosidade. – Sim, conta-se que um jovem aventureiro numa viagem partiu e nunca mais voltou, o seu barco afundou-se numa “maré de tempestades”, vento, chuva, trovões e, por fim, um arco-íris do tamanho dos Himalaias. O rapaz voou com o vento e mergulhou no mar, quando acordou estava numa terra em que o céu era azul com uns pontos brancos, era lindo! “ O que são? “ perguntou ele, “ São estrelas “ explicou um homem de barbas que apareceu do nada “ Quero levá-las comigo, vão valer uma fortuna “ pensava o jovem aventureiro. “ Tu não sais daqui vivo, nem com as minhas estrelas “ sussurrou e desapareceu. O jovem tentou levar todas as estrelas que via para dentro da sua bolsa, do seu chapéu e da sua camisola. Conta-se, também. que ele bem tentou voltar a terra, porém o homem de barbas fez diversos feitiços, maldições e mesmo ataques que dificultaram a saída. Contudo, o jovem conseguiu sair com as estrelas, só que, ao chegar ao mar, elas colaram-se ao céu. Mas havia alguém que não queria que isso acontecesse... Então já te tinhas esquecido? O homem de barbas vingou-se, e levou-o de volta para Espaté Maré e nunca mais voltou. Tornar-se-ia escravo do homem de barbas. Há pessoas que afirmam ver o seu fantasma refletido no mar com um saco cheio de estrelas. Mas quem sabe?


– Uau! Mãe, mas se ele nunca pode voltar como é que veem o fantasma? – Isso é mesmo um mistério. É óbvio que acreditou, pensou e nunca parou de sonhar! – respondeu a mãe. – Mas isso é possível? – estranhou a Alice. – Claro, se fizeres tudo para conseguires o que queres, irás chegar ao topo! – afirmou a mãe. – É isso que vou fazer, pensar, acreditar e nunca parar de sonhar! O pai irá voltar são e salvo. Pois ele é o mais forte! O pai nunca voltou, Alice cresceu, casou-se, teve filhos, e agora netos. Mas nunca deixou de pensar que o pai um dia viria. E quem sabe…

Laura Pinheiro, n.º 15, 6ºB


As 7

Tudo começou com as sete amigas Mariana, Marta, Cátia, Carolina, Inês, Margarida, Laura e Teresa. As sete estavam a tirar as coisas do cacifo para o último dia de aulas. – Vamos lá, já tocou! – avisou a Mariana. – A mãe da Marta vem buscar-nos, temos de nos despachar! – disse a Inês preocupada. – Até já deve ter chegado!-insiste a Inês tentando parecer a mais responsável. – Já estou aqui à espera há 15 minutos! Venham lá! – grita a mãe da Marta – Eu bem vos disse! – comentou a Inês. – Anda e cala-te! – resmunga a Teresa. Entraram no jipe da mãe da Marta. – Uma, duas, três, quatro, cinco, seis…. A Cátia? – pergunta a mãe preocupada. – Não sei, ela estava ainda agora connosco! – diz a Laura preocupada, estranhando o que estava a acontecer. – Vou lá ver na escola! Deve-se ter atrasado outra vez! – afirma a Margarida. Passados 20 minutos, a Margarida volta sem resultados. A mãe da Marta decidiu levá-las pensando que a Cátia já tinha ido para casa. – Depois ligam para casa dela pelo telefone fixo ou eu paro ali para vocês irem falar com ela ou com os pais para saber o que aconteceu! – diz a mãe. – Porque é que a casa da Cátia tem um placar a dizer vendido? – pergunta a Mariana intrigada. –Tens razão! Mas porquê? – concorda a Teresa. – Sinto que algo de mal aconteceu! – sublinhou a Margarida. – E o trabalho de Geografia? – pergunta a Laura.


– Pois falta a Cátia! Como vamos dizer ao "setôr" de Geografia que não fizemos o trabalho com a Cátia porque ela desapareceu? – pergunta a Mariana. –Não sei, logo pensamos numa solução! Agora vamos fazer o trabalho de geografia sobre a Dinamarca! Já para o computador!- ordena a Marta. – Hoje, para o lanche, fiz o que cada uma gosta para a Mariana fiz uma salada com cenoura, tomate e cebola; para a Carolina arranjei um iogurte; para a Laura um pão com ovo mexido; para a Marta umas rodelas de maçã, laranja e ananás; para a Inês uma posta de pescada; para a Teresa um chá caseiro e para a Margarida feijões vermelhos!- informou a mãe da Marta atarefada. – Boa! – dizem todas em sintonia. – A tua mãe é brutal! – exclama a Teresa. – Mais que brutal, fantástica! – reforça a Mariana. – D..- escreve a Marta à procura de Dinamarca-Docelândia? – Han??? – dizem elas. – Carrega para ver o que é!- sugere a Margarida curiosa. – São imagens de uma ilha de doces que vai abrir hoje! A presidente não vos é familiar? Não posso! É muito perto daqui! – Que horror! Uma ilha de doces, não vamos cair nessa parvoíce só nos vai pôr gordas! – diz a Carolina. – Concordo!-dizem todas. Passado 1 hora. – E fim! Vamos ser as melhores! Tenho saudades da Cátia sinto que lhe aconteceu alguma coisa muito má e se ela não voltar!- lamentou-se a Mariana que era a que tinha mais afinidade com a Cátia. – Não chores! Ela há de voltar! Acredita! – diz a Teresa a tentar consolá-la. – Liga a TV! Vamos divertir-nos! – sugere a Laura a tentar animar.


– Olha estão a falar sobre a Docelândia! Vamos ver! – exclama a Teresa entusiasmada. – Hoje vai abrir a nova ilha de Whashville, a Docelândia, vamos falar com a Presidente! Como se chama? – pergunta o apresentador. – Docinda – diz ela. – Sr.ª Docinda, porque decidiu pegar numa ilha deserta e torna-la nesta maravilha de doces?-indaga o jornalista, deliciado a comer a muralha de chocolate. – Eu acho que as pessoas devem comer mais do que gostam, mesmo que faça mal ou bem. Mesmo que se engorde estamos a fazer o que gostamos. – anuncia a Sr.ª Docinda com um ar convincente. – Mas e as crianças não devem crescer saudáveis? – pergunta o jornalista. – Não, pois as crianças são egoístas e parvas, pois só pensam em fazer o que lhes faz bem!!! – grita a Sr.ª Docinda. – Muito obrigado pela sua entrevista! A Docelândia têm chamado todo o mundo à atenção! Desde pobres a ricos. Estão todos lá! Venha e divirta-se. – conclui o jornalista. – Isto é horrível! –diz Marta. – Porquê? – perguntam todas. – Acabei de ler no computador que todo o mundo vai ficar a viver na Docelândia, deixando as suas obrigações. – comenta a Marta com um ar preocupado. – Isso é horrível! Temos que intervir! – afirmam as seis. As 6 decidiram ir de barco até à ilha. Quando chegaram não estava lá ninguém e os doces não existiam. – Não posso, foi uma armadilha! Olha, a imagem que aparecia no jornal era um cenário. E não existia nenhum jornalista era alguém mascarado. – conclui a Carolina descobrindo tudo.


– Descobriram, mas não chega, pois as pessoas estúpidas como são acreditaram e agora vão morrer. – ameaça a Sr.ª Docinda aparecendo do nada. – Mas o que é que vai fazer às pessoas? – pergunta a Mariana preocupada. – Vão ser atiradas ao mar! AHAHAHA!!!! – disse Docinda com um riso maléfico. – Espera é a Cátia! – descobre a Laura. – Cátia! Porque estás a fazer isto?. – pergunta Mariana. – Vocês eram sempre as meninas saudáveis, deixando a gorda da Cátia para trás! Nunca me quiseram no grupo. Era sempre a das gorduras e óleos! – Mentira! Nós adoramos-te! – afirmam todas. – A sério? – pergunta ela arrependida. – Sim! Aceita as nossas desculpas . – pedem elas. – Sim, aceito………………….. – Acorda Cátia! É o último dia de aulas! – adverte a mãe de Cátia– Mas…Afinal foi um sonho – descobre ela.

Laura Pinheiro, Nº15, 6ºB, e Teresa Marcelino, Nº18, 6ºB


Viagem ao submundo Era inverno e estava a nevar. Eu e uma amiga passeávamos na rua e ao passar junto a um poste de iluminação reparámos num folheto que dizia “Perdeu-se cão preto e grande com coleira, rafeiro, chamado Adolfo”. A minha amiga adorava animais, por isso decidimos procurar o rafeiro. Passámos toda a manhã num bosque mas nada. Quando estávamos prestes a sair, vimos um disco cor-de-rosa a pairar no ar na vertical. Ficámos tão curiosas que lhe tocámos. Puxámos uma espécie de porta que se abriu. Espreitámos e vimos um bosque, igual ao bosque onde estávamos, só que a preto e branco. Achámos muito engraçado. Então saltámos lá para dentro. Onde estaríamos? De repente ouvimos um cão ladrar. Aproximámo-nos sem fazer barulho. Olhámos bem para ele. Era o cão desaparecido do folheto. Quando já estávamos a uns quatro metros, o cão olhou para nós, a tremer, veio ter connosco. Como ele estava cheio de medo, fizemos-lhe muitas festas e ele ficou mais confiante. Repentinamente, ouvimos um som de frigideira a bater. O cão assustouse e fugiu. Corremos atrás do cão, mas ele era muito rápido e não o conseguimos acompanhar. Saímos do bosque e entrámos numa aldeia igual à nossa. Andámos um bom bocado, até que a minha amiga parou e disse “Olha para aquela casa!”. Eu olhei, era igualzinha à minha casa, só que a preto e branco. Bati à porta. A porta abriu-se. Saiu de lá um homem muito velho, com cerca de oitenta anos. Eu perguntei-lhe onde estávamos. Ele respondeu que nos encontrávamos na rua principal de Vila Nova de Famalicão. Convidou-nos a entrar e para surpresa nossa encontrámos dentro de casa o cão


desaparecido. O senhor contou-nos que o deixou entrar porque ele estava a tremer e cheio de frio. Então, alimentou-o e aqueceu-o num cobertor. Nós dissemos que o cão era nosso e que se tinha perdido. Eu perguntei-lhe que dia era e ele respondeu: “18 de novembro de 1750”. Passámos lá a tarde e descobrimos o passado da minha casa. Será que aquele senhor era meu parente? O sol desapareceu e já era noite. Voltámos para o nosso mundo, entregámos o cão aos donos, despedi-me da minha amiga, fui para casa e passei a noite a pensar nas histórias que o homem me tinha contado.

Joana Mendes Azevedo, nº 8, 6.ºC,


O Ladrão de Chocolate Um dia fui à Feira de Chocolate em Óbidos. De repente, ouve-se uma senhora a gritar: – Não há chocolate! Toda gente ficou espantada e só se ouvia: – Ah! Oh! Mas como?! Não é possível! No dia seguinte fui ao supermercado e também lá o chocolate desaparecera. Nas notícias falaram de o chocolate estar a desaparecer em todo o mundo. Um dia o ladrão descuidou-se. Tinha os sapatos enlameados e quando entrou no supermercado para roubar deixou pegadas. A polícia viu as pegadas e achou estranho o facto de serem muito pequenas. Seria o ladrão uma criança? Não, não podia ser. Uma criança a percorrer o mundo a roubar chocolate? Numa tarde fui com uma amiga passear. A meio do caminho vimos uma caixa. Curiosas abrimo-la. No interior estava uma espécie de um portal. A minha amiga colocou lá um dedo e o portal sugou-a. Fiquei assustada, sem saber o que fazer. Depois também coloquei o meu dedo e fui ter com ela. Entrámos numa caverna muito escura e assustadora. Sentimos que estávamos a ser seguidas. Olhámos para trás e vimos um lobo. Corremos imenso até que chegámos a um ponto em que o perdemos de vista. A seguir, entrámos numa floresta mágica. Lá tudo era muito pequeno. De repente, ouvimos umas gargalhadas. Seguimo-las e vimos uns duendes a mordiscar chocolates e a rir. Então eram eles os ladrões de chocolate. Momentos depois, ouvimos as suas explicações. Eles tinham ouvido falar que o chocolate era muito bom e então quiseram provar. Mas quando provaram ficaram viciados e tornaram-se ladrões de chocolate. Eu e a minha amiga dissemos para eles devolverem todos os chocolates e aprenderem a fazer os seus próprios chocolates. E assim foi, eles aceitaram a nossa proposta e tudo acabou bem. Maria Beatriz Girão Abreu, nº 15, 6ºC


A princesa que não sabia rir Era uma vez uma princesa que não sabia rir. O rei contratava bobos mas nem com os bobos ela ria. Um dia estava a princesa no seu jardim, quando ao longe apareceu uma figura muito pequenina a voar. A criatura era uma fada que lhe disse: – Eu sei o que tens, e sei como resolver. – Estás a falar a sério? – perguntou a princesa. – Podes mesmo ajudarme? – Eu não! – disse a fada – mas o feiticeiro bom pode. – Verdade? Que bom! – disse contente a princesa. – Sim estou a falar verdade, mas tem cuidado! Para chegares lá tens de passar pelas feras, depois pela bruxa e finalmente pelo gigante – avisou a fada. – Estou disposta a correr esse risco! – afirmou a princesa. – Estou a ver que és corajosa. Aqui tens um mapa – disse a fada ao mesmo tempo que lhe entregava o mapa. – Adeus, fada – despediu-se com um sorrisinho nos lábios.

A princesa andou, andou e quando olhou para o mapa reparou que estava no sítio das feras. À sua frente encontravam-se cinco feras. Correu para trás 500 metros e depois voltou para o local das feras.


Ficou espantada quando viu um leão a dormir a sesta. E continuou o seu caminho muito feliz. Seguidamente, viu uma bruxa que ficou toda vermelha após cinco minutos de luta. Mais uma vitória para a princesa. Continuou a andar, muito feliz. Caminhou durante toda a noite e não encontrou o feiticeiro nem o gigante. No dia seguinte de manhã, continuou a sua caminhada. Andou, andou até que bateu em qualquer coisa. Olhou para cima e viu o gigante. Este, após quinze minutos de luta, começou a chorar como um bebé. A princesa ficou tão feliz que quase sorriu. Quando foi falar com o feiticeiro este disse-lhe que estava curada. Ficou muito feliz e voltou para casa a sorrir e a rir.

Pedro Miguel Carvalho Homem Santiago, n.º 19, 6.º C


Sobre o Universo Existem dois significados para a palavra “espaço”: o espaço que as coisas ocupam, e o espaço que está fora do nosso planeta, que é muito maior do que nós e que fica à vista durante a noite. Vamos concentrarmo-nos neste último. Este espaço tem e não tem muita coisa. Por um lado, tem muitas galáxias, planetas, estrelas, asteroides, cometas…Por outro lado, há o vazio, onde nem mesmo o ar existe. No entanto, existe uma coisa no nosso universo, que consegue ser quase tão misterioso como o próprio Universo. Uma coisa que existe em quase todos os recantos de dia, mas desaparece quase por completo durante a noite. Essa coisa é a luz. A luz é muito mais complexa e misteriosa do que parece. Aliás, nem os nossos cientistas a conseguem compreender totalmente. Ela pode ser a mais rápida do Universo, no entanto, há estrelas tão distantes de nós, que quando nos chega a luz do seu nascimento, a estrela pode já estar morta! A luz comporta-se como uma onda, podendo ter vários comprimentos. Há as maiores, que podem ter mais de centenas de metros de comprimento as ondas rádio - e há as mais pequenas, que podem ter apenas alguns nanómetros de comprimento. Por exemplo, 1 metro corresponde a 1 000 000 000 000 nanómetros. Algumas pessoas podem pensar que a luz visível é muito variada. No entanto, ela representa apenas 3% dos vários comprimentos que a luz pode ter.

Isto é só uma minúscula parte do Universo!

Tomás da Silva Costa, nº 20, 6º E


A lenda dos cristais

Era uma vez três amigos, o Matt, o Jack e o Félix, que eram parte de um grupo secreto, os “Shadone Hunters”. O secretismo era tanto que, no mundo real, viviam vagueando pelas ruas sem que ninguém desconfiasse deles. Julgavam-nos normais, o que fazia sentido, visto que, para além dos 257 membros, ninguém sabia do seu “negócio”, digamos assim. Eles próprios usavam portais escondidos para se deslocarem do mundo real para aquele onde eles viviam e conviviam quase como uma civilização. Esse mundo repleto de criaturas hostis, de variadíssimas espécies e tipos: grandes, pequenos, altos, baixos, gordos, magros, fortes, fracos, vermelhos, negros, amarelos, blá, blá, blá! Bom, vamos lá começar a história! Matt ligou ao JacK: – Oi! Como é que vais? – Vou bem, pá. Então, p’ra que é que ligaste? – responde o Jack. – Foi para saber uma coisa. Por acaso sabes por que é que o telemóvel do Félix está desligado para aí há um mês? – Não faço a mínima ideia. Porquê? – Ah! É que ele mandou-me uma carta a dizer: “No dia 10 de dezembro vem ao café da rua 666. Temos problemas. Traz o Jack.” E eu queria-lhe perguntar para que raio é que ele me enviou isto! – Isso é já amanhã! – exclama Jack. – Muito obrigado, mas eu tenho uma coisa chamada calendário no meu quarto. – replica Matt. – Então, quanto a isso não podemos fazer nada. Teremos de esperar atá amanhã. No dia seguinte… – Oi! – saúda o Matt. – Oi! – repete Jack. – Estão atrasados! – reclama Félix. – Que eu saiba, a carta não trazia horas. – resmunga Matt. – Desembucha, que se passou?


– Problemas que tiraram o “master” do sério: o cristal da luz e o da escuridão foram…bem, não se pode dizer roubados, mas desapareceram. – Como é que?!... Impossível! – grita Jack. – Ui, que esta vai ser dura!... – suspira Matt. – A nossa missão é recuperá-los – lembra Félix. O Matt e o Jack desataram a rir. – Isso vai durar dias! – diz o Jack, entre gargalhadas. – Temos um mês e vários dias para os encontrar – declara Félix. – Isso serve – refere Matt. – Vamos a isso! Uns dias depois… Jack liga ao Matt. – Jo! – Matt, consegui localizar o cristal da luz. – O Google ajuda, não é? – Pois claro. Uns “Shadone Hunters” rebeldes roubaram o cristal e esconderam-no num armazém nos arredores de Pole Shift. – Ok, estou lá num segundo. Quando Matt lá chegou, uma luta decorria entre Félix e três rebeldes. Félix parecia vacilar. Matt entrou nas calmas. – Vai uma aposta: dou-vos uma sova em cinco segundos. Um rebelde investiu contra si, mas conseguiu desviar-se e deu-lhe uma cotovelada nas costas; depois correu para outro, acertou-lhe com uma joelhada no estômago e atirou-o ao restante. – Contei quatro segundos. Ganhei! – diz o Matt, ao mesmo tempo que pegava no cristal da luz, que flutuava a meio metro do chão, e o atirava ao Félix. Nisto, um rebelde correu para a outra saída com o outro cristal. – Oh! Por amor de… – suspirou o Matt. Teleportou-se para a frente dele e pregou-lhe uma rasteira. Apanhou o cristal e disse: – Missão cumprida! Jack chegou ao local e, os três, dirigiram-se para os altares dos cristais, onde os foram colocar.

Paulo Alexandre Carvalho Fernandes da Eugénia, n.º 17, 6.º F


Uma aventura

Era uma vez uma menina chamada Mafalda que vivia numa aldeia chamada Cavaleiros. A Mafalda tinha uma irmã com o nome de Mariana e um irmão chamado Rodrigo. Um dia os três irmãos decidiram ir acampar para um mato que havia lá na aldeia, porque queriam explorar uma mina e nunca tinham ido a nenhuma. Quando chegaram ao mato, montaram a tenda e foram nadar num lago de água doce. Depois, fizeram uma fogueira e assaram um peixe para o jantar. À noite colocaram umas luzes na cabeça e foram explorar a mina. A mina estava muito escura. Depois de ligarem as luzes a Mafalda disse: – Vamos lá explorar isto! Andaram muito porque a gruta era comprida. De repente eles começaram a sentir o chão a tremer e a Mariana perguntou: – O que é isto? – É um tremor de terra! – gritou o Rodrigo. – Vamos sair daqui!-gritou a Mafalda E saíram todos a correr da gruta com medo de morrer esmagados por rochas, mas conseguiram sair a tempo sem qualquer ferimento. – Ufa, ainda bem que conseguimos sair a tempo! – disse a Mariana. – Íamos morrendo! – disse o Rodrigo E foram dormir porque estavam muito cansados.


No dia seguinte, quando eles acordaram, ouviram dois homens a conversar: – Os pais destes três devem estar preocupados! – disse um dos homens. E eles repararam que já não estavam na tenda mas sim numa carrinha que os levara a um sítio deserto, onde só havia uma única casa. E a Mafalda sussurrou: – Olhem, a porta dá para abrir! – Boa! Vamos fugir! – sussurrou o Rodrigo. E os três saíram em silêncio e foram até ao sítio do acampamento, arrumaram as coisas e foram para casa.

Matilde Melo, n.º 20, 6.ºF


Cabelos de oiro Eram nove da noite quando a pequena filha de Bianchi, um pouco irrequieta, ansiava a chegada do pai. A menina tinha olhos azuis e cabelos loiros que davam brilho à Roma de inverno. Ouve-se o típico ranger da porta, e Bianchi entra em casa encharcado da chuva cristalina. Enrola-se numa toalha e, com a sua grave e forte voz, apressa-se a contar uma história: – Minha querida, hoje irás levantar voo e ouvirás um verdadeiro sonho pela primeira vez! – Ó pai, que disparate! – ria a menina à gargalhada. – Calma, já vais ver. A história chama-se "Cabelos de Oiro". Tudo começou com um grande cavaleiro que combatia, sem dó ou piedade, o terrível frio de inverno de Roma... – Aposto que o cavaleiro és tu. – voltou a rir a menina, imaginando o seu pai cavaleiro. Deixa-me acabar! O malvado frio de Roma entristecia, lentamente, cada pessoa, fazendo-as muitas vezes sofrer de desgosto. – Pobre coitadas... – O cavaleiro não via outra saída a não ser fugir de Roma. – continuou Bianchi. – Assim fez. Procurava um raio de Sol. Nem que fosse o último que visse...

Bastava

um

para

acabar

com

aquele

sofrimento

gelado.

Uma pausa surgiu entre Bianchi e a história, mas antes que a sua filha perguntasse o que se passava, ele continuou olhando para as nuvens: – Os dias passavam como os segundos do relógio. Até que um dia, o cavaleiro viu uma linda menina tão bela como mar ou o luar... Por ternura e compaixão à menina o cavaleiro levou-a para sua casa onde a cuidou com muito amor. Desde aí, jurou nunca mais a deixar até ao fim dos seus dias e, sem perceber, com os cabelos de oiro da menina o frio desapareceu juntamente com o seu desgosto. E nesse preciso momento, Bianchi sai do quarto. João Paiva Castel-Branco, n.º 15, 6º G


A mudança

Teresa era uma menina de 7 anos e que vivia no Alentejo, em Fronteira. Fronteira era uma terra pequenina, mas com vastos campos para serem cultivados e muitas colinas com animais. Teresa vivia num desses montes, rodeados de animais, da vaca e do porco até à galinha e ao pavão. Tinha uma casa muito grande e, à volta, pequenas casinhas com tábuas escritas. Todos os dias, quando acordava, ela e as suas quatro irmãs iam a correr, cada uma para uma casinha. Teresa costumava ir para a casinha com a placa “Vacas”. Entrava e um senhor velhote estava sentado num banquinho, ao lado das vacas, com um balde cheio de leite. Teresa levava o balde à sua irmã mais velha e juntas levavam-no para casa, para a mãe o ferver e o poderem beber. Todos os dias, Teresa fazia isto e ia para a escola. Mas aos 12 anos, Teresa teve de ir estudar para Coimbra. Foi viver para casa da terceira irmã, a irmã do meio, que já era casada e tinha um filho. No primeiro dia de escola, Teresa levantou-se, foi para a escola, para o 7º ano. Fez logo amigas, mas era muito diferente de todas porque não era uma menina da cidade. Com o passar dos tempos, Teresa foi-se habituando a viver na cidade, mas havia um dia em que ela podia ser a rapariga do campo. Todos os anos, na Golegã, ia um fim de semana inteiro para casa dos tios e vestia as suas botas grandes e o seu casaco de pelo e ia montar a cavalo com a família. Teresa, quando acabou o curso, casou-se e teve três filhos. Um dos filhos sou eu. E, mesmo assim, todos os fins-de-semana, vamos a Fronteira, à sua casa grande e vemos os cavalos, as vacas, as galinhas e os pavões porque mesmo que sejamos diferentes dos outros, não significa que sejamos piores e não temos de mudar quem somos para que os outros gostem de nós.

Margarida Freitas, nº24, 6ºG


Uma viagem entre eras

No fim do séc. XIX, no ano de 1893, na América havia um cientista chamado Barney Stone. Ele tinha uma boa vida: era novo, estava no início da sua carreira e, brevemente, iria pedir a sua namorada em casamento. Estava cada vez mais nervoso, à medida que o dia se aproximava, mas, quando este chegou, ele exclamou para si próprio: – É hoje! Vou pedir a minha amada em casamento! Já estava tudo preparado: o arranjo de flores, a caixa com o anel… Quando chegou a hora, Barney foi buscá-la a casa para irem dar um passeio os dois juntos e, quando ele se sentiu preparado, ajoelhou-se e perguntou-lhe: – Emily Cooper, aceitas casar comigo? Ela, emocionada, exclamou: – Claro, claro que aceito! Barney pôs-lhe o anel suavemente na sua mão, mas, nesse momento, um ladrão veio e, para lhe roubar o anel, esfaqueou-lhe a barriga e ela morreu. Berney pediu ajuda às poucas pessoas que passavam por lá e finalmente, chegaram médicos para a tratar, porém, tudo foi em vão, ela já estava morta. No funeral, Barney chorou muito com saudades de Emily e, nesse momento, veio-lhe uma ideia brilhante à cabeça: – Vou construir uma máquina do tempo para salvar a minha amada! Ele trabalhou, trabalhou, trabalhou e ao fim de quatro anos, conseguiu acabá-la. Agora só faltava testá-la para ver se funcionava. Formou-se um turbilhão de luzes e faíscas e lá estava ele outra vez no dia do pedido de seu casamento. Agora, em vez de irem os dois para o parque, foram para um local mais movimentado, a praça principal da cidade. Quando ele a ia pedir em casamento, apercebeu-se de que se tinha esquecido das flores, por isso, pediu: – Emily, fica aí, não te mexas, tenho de ir só à florista! Quando ele saiu da loja, viu-a caída no chão. Tinha sido atropelada por uma carroça. Nesse momento, deitou-se no chão e abraçou-a com muita força. Percebeu que o destino não podia mudar a morte das pessoas. Então, voltou para o sítio onde estava a máquina do tempo e adormeceu lá, mas, sem


querer, a sua mão carregou no botão de «Futuro muuuito distante»! Quando acordou, viu um monte de grutas à sua volta e apercebeu-se de que estava noutra era. Uma rapariga aproximou-se dele e disse: – Chamo-me Charllote Robinson, vem comigo conhecer a minha aldeia! Eles os dois aperceberam-se de que fora o seu reencontro. Dirigiram-se os dois para a aldeia e viveram o resto da sua vida juntos.

Rosa Silva, n.º 28, 6º G


Um campismo selvagem

Joana, Filipa, Carlos e Manuel são quatro amigos que frequentam a escola secundária de Évora. Estão todos no décimo ano, mas em áreas diferentes: artes, ciências, humanidades e economia. Estando o segundo período a terminar, os quatro amigos começaram a fazer para as férias da Páscoa. Como eram muito aventureiros, decidiram fazer campismo selvagem nos arredores de Évora. Após a afixação das pautas com as avaliações, e como as notas foram boas, os pais deixaram-nos ir. Pegaram em duas tendas de campismo, uma para as raparigas e outra para os rapazes, e lá foram eles com as mochilas cheias de roupa e comida enlatada no carro do pai do Manuel. Quando chegaram ao local escolhido, junto a um maravilhoso rio, montaram as tendas e divertiram-se a explorar a zona. À noite, após uma refeição de sandes de atum, e como começava a esfriar, resolveram acender uma fogueira. O Carlos pegou na sua viola e os outros acompanharam-no a cantar as suas músicas preferidas. O serão estava a ser bastante divertido mas, de repente, ouviram um barulho estranho e dois homens encapuçados surgiram do escuro, armados. Assustados, os quatro amigos juntaram-se uns aos outros, enquanto viam os homens roubarem os seus telemóveis e todo o dinheiro que tinham. Todos ficaram muito assustados e desesperados por não poderem contactar com ninguém. Nessa noite abrigaram-se na tenda das meninas mas não dormiram um só segundo. Pela manhã, ao saírem da tenda, a Joana reparou em algo que estava no chão. Mal podiam acreditar quando viram um cartão de cidadão que suposeram ser de um dos ladrões. Puseram-se então a caminho e, após andarem vários quilómetros a pé, chegaram a Évora. Cansados e todos transpirados, dirigiram-se para a esquadra da polícia onde contaram a sua história. No fim do dia foram levados para casa num carro da polícia e decidiram que nunca mais iriam fazer campismo selvagem. Vasco Filipe Ferreira Ventura, n.º 18, 6.º I


A Razão pela qual digo não a Deus

Fiquei extasiado. Haviam-nos dito que podíamos dispersar pelo espaço onde nos encontrávamos. Novamente, fiquei extasiado. Olhava em volta e só via luz, luz, luz. Metaforicamente, é claro. Àquela hora da tarde, o sol ainda não se tinha posto, mas faltava pouco. Havia lojas, restaurantes, um homem de lata (pintara-se de dourado para parecer ouro - mas a mim ele não me engana), pessoas conversando sobre as suas vidas, política, economia, ou mesmo conversando sobre nada. E, mais uma vez, luz. Tanta luz. Pensei em ir para cima, ver a estátua do Poeta. Oh!, quis o Destino, fatal como a paixão ardente, que eu, por alguma razão alheia ao meu propósito de ser, descesse o Chiado. Oh!, fatal destino! Que me foste tu mostrar! Comecei a minha descida ao Inferno. Na altura, não notei, era só luz, luz, luz. Mais lojas, mais restaurantes, mais pessoas conversando sobre tudo e sobre nada. À medida que fui descendo, o sol ia-se pondo, o ar que se alojava nos meus pulmões tornava-se mais frio. Passara já um terço da minha descida. Eram tantas as expetativas que tinha para aquela parte da peregrinação, dadas as maravilhas que já tinha visto, ouvido, sentido e degustado. Não fiquei dececionado, não ainda. As lojas eram ainda mais espantosas que as de cima, três milhões de vezes mais iluminadas e agitadas. As pessoas eram três vezes mais ricas do que as que passeavam por lá, no topo. As suas conversas, mais interessantes e interessadas apenas por aqueles suficientemente cultos para as compreenderem. A sua presença quase que ofuscava por completo os malabarismos dos trapezistas e as melodias dos músicos de rua que pediam esmola. Talvez devido à sua insignificância aparente, as pessoas que por ali passavam pareciam não reparar neles. Mas eu sim. Agora, o crepúsculo aceso na Rua das Luzes e o ar, outrora quente e acolhedor, tornara-se quase tão pesado como as carteiras das mulheres à minha volta.


Lá fui eu para o último troço da Rua Garrett, esperançado por encontrar melhor e maior. E o Chiado não me desiludiu. As lojas ainda mais ricas e cheias de pessoas, ainda mais abastadas do que as próprias boutiques onde compravam a roupa, a joalharia, o ouro ou só comparavam os preços para sua satisfação. E era tanta a luz proveniente deste novo Éden que descobrira... cegava-me total e profundamente. Já não via o céu, o sol se pondo, os meus colegas há muito desaparecidos, as dezenas de pedintes na rua, só... o Chiado e todo o seu esplendor. Até o ar me parecia mais quente e o vento, batendo-me na cara, soava a uma voz feminina, poderosa e cativante, envolvendo-me. Lá estava eu, finalmente, no último sétimo do meu trajeto. De bom humor, obviamente, cantando e trauteando. Já não se avistavam mendigos, nem malabaristas, nem músicos de rua há um bom bocado. Ao fundo, erguia-se um magnífico centro comercial, que se estendia ao subsolo, acessível por meio de escadas rolantes. Gente entrava e saía, ia-se apinhando à entrada e ria-se estridentemente. Ainda antes, mesmo ao meu lado, encontrava-se uma gigantesca Zara, não menos luxuosa do que os outros estabelecimentos que já visitara. E, à direita da Zara, num degrau de mármore branco, um homem. Nem poderia dizer com toda a certeza que se tratava de um homem. A sua barba não era feita há pelo menos um mês, diria eu pelo seu estado. O casaco verde que vestia, em farrapos, era permeável ao frio e à humidade de janeiro. Os seus pés descalços eram os pés de um morto, a única coisa imóvel naquela rua por natureza movimentada. O cartaz que segurava deteve-me por um instante. Não me recordo do que dizia exatamente, mais um pobre coitado queixando-se da sua vida: o típico desempregado sem abrigo ou família nem lugar para onde ir, apenas a esperança de que uma alma caridosa passasse por si e lhe desse uma moeda. Preparava-me para o abandonar, quando os seus olhos cansados, lívidos como o mármore onde se sentava, se levantaram e recaíram nos meus. E o peso do mundo desabou sobre mim. De um momento para o outro, a luz que me havia cegado o olhar desapareceu e a verdadeira natureza do mundo revelou-se-me clara como a água. Desde os fariseus passeando-se pelo Chiado até aos estabelecimentos onde comerciavam. O frio instalou-se e o sol


há muito que já se deixara ocultar pelos altos edifícios. A Rua das Luzes era o lugar mais sombrio de toda a Criação. Olhei o homem nos olhos tão esquecidos por Deus, assentei ao de leve a minha mão no seu ombro e desci ao centro comercial sempre cabisbaixo; sentei-me de cócoras na berma da estrada e esperei, juntamente com os meus colegas que aí se encontravam, que nos viessem recolher.

António de Sá Godinho, n.º 3, 9ºA


Para bem crescer, bem terás de comer A minha mãe sempre me disse «Tens que comer menos doces». «Está bem, está bem...» respondo-lhe eu. É por situações destas que eu invejo a sua simpreza de espírito. Alguns poderiam chamar-lhe burrice, mas, como é a minha mãe, não convém exceder limites. Começa logo pela primeira palavra: «Tens». Que fique bem claro que eu apenas «tenho» de me alimentar (não interessa como, desde que o faça) e dormir, tudo o resto é opcional. Como tal, a afirmação contradiz-se a si própria e não pode ser comprovada, por isso, é mentira, eu não tenho «que comer menos doces». Mas pensemos por um segundo que é verdade. Que acontecerá se não o fizer? Que mal tem uma cárie ou duas? Pois bem, instigado por esta dúvida, resolvi pesquisar que tipo de problemas o consumo excessivo de doces pode causar. Encontrei num site de notícias sobre saúde a resposta ao meu problema: 78% das pessoas que seguiam uma alimentação com alto nível glicémico sofrem de cancro do pâncreas, segundo um estudo feito pelo Annals of Epidemiology, nome bastante cómico dado o assunto do qual se trata, visto que a tradução portuguesa do nome da organização que publicou o estudo é Anais da Epidemiologia. Menos cómicas são as estatísticas. 78%?! Significa que, em cada 4 pessoas que gostem um bocadinho mais de doces, 3 delas terão cancro de pâncreas. Bom, a bem dizer, seriam 3,12 pessoas, mas como esse valor não é muito prático, decide-se arredondar às unidades. Dos vários problemas que os doces trazem, decidi enumerá-los, para facilitar a leitura: •

Cancro do pâncreas e da mama;

Obesidade;

Problemas dentários;

Diabetes;

Vício;

Anorexia monetária;

… Começo a pensar que talvez tivesse sido melhor se eu tivesse escutado

a minha mãe... Poupar-me-ia não só a saúde, como também o tempo que


gastei a fazer esta pesquisa e este texto. Talvez agora, que jรก sei o desfecho...

Antรณnio de Sรก Godinho, n.ยบ 3, 9ยบA


Comida saudável VS Comida não-saudável, quem irá ganhar?

Nesta história, vou contar como decorreu uma enorme guerra entre a comida saudável e não saudável. Era mais um dia normal, ou seja, conflituoso e barulhento na cidade da comida “saudávelenãosaudável” situada na cozinha do Sr. Ernesto. Esta cidade está separada por um muro, o “muro das bolas de Berlim”, composto, tal como o nome indica, por uma parede espessa de bolas de Berlim, de todos os feitios: com creme, sem creme, com chocolate, enfim, uma infinidade de combinações. Este muro separa a parte Norte da parte Sul da cidade da comida “saudévelenãosaudável” que estão em guerra fria desde que a obesidade, o cancro e os problemas cardiovasculares se tornaram um problema bastante comum na nossa sociedade. Na parte Norte, situa-se a comida saudável, onde todos os alimentos são crus e simples, sem aditivos nem conservantes. Nesta parte da cidade, todos os alimentos estão em forma, com o IMC (Índice de Massa Corporal) entre os 18,5 e os 24,9. O líder desta parte da cidade é o ananás Fernanda que tem espinhos e que com eles combate os inimigos transformando-os em comida saudável. Na parte Sul, localiza-se a comida não-saudável com o IMC acima de 25. Nesta parte da cidade, todos os alimentos são alterados com aditivos e conservantes. Aqui existem muitos traidores, todos os que passaram da parte da comida saudável para a não-saudável, que são os alimentos transgénicos. Estes preferiram aliar-se à parte não-saudável, juntando-se a fragmentos de outros alimentos de forma a adaptarem-se às exigências dos consumidores, que levam uma alimentação não-saudável. Esta guerra tem uma particularidade: se um alimento matar outro, este segundo passa a pertencer à raça do primeiro. Por exemplo, se o ananás Fernanda matar a pizza Amílcar, esta irá passar para o lado da comida saudável, transformando-se num alimento saudável. É claro que esta guerra é uma luta entre comidas desarmadas, lutando apenas “corpo a corpo”. Luta de batatas cozidas com batatas fritas, luta de sumo natural com sumo altamente modificado. Nesta guerra, o vencedor iria servir de alimento aos consumidores: se fosse a comida saudável, estariam todos em forma com o IMC localizado entre 18,5 e 24,9, sem doenças cardiovasculares, ou de qualquer outra espécie,


relacionada com a má alimentação. Mas o principal objetivo da comida saudável era bastante ambicioso: queriam acabar com o cancro no mundo. Porém, se a comida não-saudável ganhasse iria haver, para sempre, problemas relacionados com a má alimentação e o cancro seria a principal causa de morte em todo o mundo. Passada uma longa e dolorosa guerra, surgiu o grande vencedor: a comida saudável. Assim, com a ajuda da Liga Portuguesa Contra o Cancro, conseguiram erradicar o cancro no mundo e todas as pessoas ficaram felizes e saudáveis. A comida não-saudável fora derrotada. Nunca mais haveria doenças relativas à má alimentação. E é por isso que se deve sempre escolher a comida saudável para o nosso prato quando comemos, pois teremos diversas ventagens se a ingerirmos, derrotando, de alguma maneira, doenças que, à partida, são consideradas incuráveis.

David Nogueira da Rocha Nº5 & João Manuel Canavarro Nº12 Turma A, 9ºano


“Para bem crescer, bem terás de comer”

Os meus olhos assustados, fragilizados, com a última luz de vida escondiam o que outrora foram aqueles olhos azuis rejuvenescidos e ardentes. Como tinha saudade dos meus brilhantes cabelos loiros, sedosos e macios ao toque. Sempre fui a única culpada, ignorei tudo o que me diziam. Ouvia o que os professores diziam, o que os meus pais diziam, o que todos aqueles que realmente sabiam aconselhavam, no entanto, nada fazia para o mudar. Todos os erros que cometi estou a pagá-los agora. Era jovem e irresponsável, enquanto andava no secundário nunca comia na cantina da minha escola, fazia questão de me alimentar só de "comida de plástico" onde nada era natural. Tudo artificial e desvitaminado. Em casa, recusava-me a comer vegetais, trocava-os por fritos e a fruta por açúcares. E aí chegamos ao que sou hoje, uma rapariga de 18 anos com cancro do intestino. Pelas estatísticas, não irei poder saborear o paladar da comida por muito mais tempo. Esses erros, de que atrás falei, acarto agora com as suas consequências. Tento aproveitar cada dia como se fosse o último, ver cada raio de Sol como se fosse uma bênção, cheirar cada cheiro como se fosse uma dádiva. Neste momento a minha vida já não faz muito sentido, no entanto, tento usá-la para evitar que outros cometam os erros e as asneiras que cometi. Tento usar a minha vida, a minha experiência, o meu testemunho para alertar para os perigos e para que consigam corrigir a tempo e, acima de tudo, não se tornarem no bocado de carne perecível, com “prazo de validade” como me tornei. Por isso, muitas vezes digo: “Para bem crescer, bem terás de comer”…

Joana Cascão, n.º 10 João Sequeira, n.º 11 9º A


“A Roda Cósmica”

No Cosmos, cujo conhecimento ficou em grande parte a dever-se a Carl Sagan, estão integradas as galáxias, as estrelas, os planetas, os cometas, etc. Resumindo, é tudo o que conhecemos e muito mais. O ser humano também é um exemplo de um Cosmos que, à escala universal, é microscópico, sendo constituído por células em vez de estrelas e planetas. Estas, ao unirem-se, formaram tecidos que, por sua vez, originaram órgãos que garantem o correto funcionamento do organismo, o “Cosmos” humano. Hoje vou falar-vos de um Universo especial, do qual depende o funcionamento do “Cosmos” humano. É conhecido por quase toda a gente mas nem sempre lhe é dado o devido valor, e chama-se Roda dos Alimentos. Este Universo é constituído por diferentes grupos, uns mais pequenos que outros. Se compararmos os diferentes grupos a galáxias, os alimentos serão os planetas. Como surgiu então este Universo da Roda dos Alimentos? Os diferentes grupos da Roda dos Alimentos são formados por alimentos que foram alvo da seleção natural, proposta por Charles Darwin. Esta selecção afetou a evolução dos alimentos, levando à eliminação de alguns deles que eram prejudiciais ao “Cosmos” humano e ao aparecimento de outros melhor adaptados para garantir o equilíbrio desse Cosmos. Quanto mais saudável para o organismo humano, maior o grupo. Por exemplo, os cereais e seus derivados e os tubérculos apresentam a maior proporção na Roda dos Alimentos, enquanto que as gorduras e óleos formam o menor grupo. Para preservar o equilíbrio no “Cosmos” humano devemos ter uma alimentação saudável, seguindo na nave da Vida através deste Universo maravilhoso. Para isso, devemos respeitar as regras do Universo, evitando acidentes. Se isso não for feito, podemos aumentar o risco de doenças terríveis, que destruirão o “Cosmos” de cada um. O Cancro é bom exemplo de como um acidente pode perturbar o “Cosmos” humano. Este pode manifestar-se em diferentes sistemas do corpo humano, as nossas galáxias, assim como um buraco negro pode destruir o sistema solar.


Para evitar o aparecimento de cancro e de outras doenças perigosas, devemos ter uma alimentação saudável, ou seja, da qual façam parte de forma equilibrada alimentos de todos os grupos da Roda dos Alimentos. Desta forma, criamos defesas, os glóbulos brancos, verdadeiros “guerreiros” contra os “inimigos” do nosso Cosmos, invisíveis a olho nu mas com uma imensa capacidade destrutiva que atacam de forma silenciosa e de surpresa. Concluindo, o nosso organismo é um Cosmos que precisa de ser protegido para não ser extinto, e para isso o pequeno Universo da Roda dos Alimentos pode ser um aliado muito poderoso na luta contra os nossos inimigos. Tiago Lé, Nº17, 9ºA


Corpo humano… usamo-lo para correr, pensar, no entanto, apesar de muitos não se aperceberem, é o maior local de guerra do mundo. Todos os dias o nosso organismo procura, deteta e elimina ameaças. Todavia, com a aquisição de métodos saudáveis, pode diminuir-se o seu trabalho. Estava um dia normal no organismo do Arsénio. Ele encontrava-se muito feliz, no entanto, o seu organismo não podia dizer o mesmo, pois este tinha encontrado células de cancro. Arsénio era forte, preguiçoso e guloso, as suas práticas alimentares não eram as melhores: – Alerta! É uma célula cancerígena! Reúnam os melhores soldados, isto é uma emergência! Repito uma emergência! – gritou alarmado o Sargento Branco. – Caramba! Depois de tantos avisos que o Arsénio recebeu sobre as suas práticas alimentares, e agora nós é que sofremos! – disse o general Vermelho. Após estes acontecimentos, estava lançada a I Guerra Corporal Arseniana. Todos os glóbulos se colocaram em posição e começaram a recuar para as pernas para, daí, começarem a conquistar todo o corpo. A função dos glóbulos brancos era, obviamente, a de combate, por outro lado as hemácias forneciam mantimentos e as plaquetas eram os “cães de guerra”. Depois de conquistarem as pernas, parte mais fácil, tiveram grande resistência do exército cancerígeno na parte da bacia: – Recuem soldados, esta é uma daquelas batalhas muito complicadas. Temos de dar a volta se queremos chegar ao coração! – concluiu o Sargento Branco. – Foi um ótimo dia de batalha, soldados, agora descansem. – disse o General Vermelho. No dia seguinte, os glóbulos brancos sofreram muitas perdas e as hemácias ficaram sem mantimentos para os ajudarem: estava assim instalado o cancro. Dias depois Arsénio foi ao médico e foi diagnosticada a doença, este ficou destroçado e passou a semana deprimido. No entanto, algo se passava no organismo do Arsénio. Depois de todo o sangue ter sido submetido ao controlo do cancro depois da derrota na “batalha da aorta”, surgiu um leucócito especialmente treinado para a guerra. Este chamava-se Leandro, o leucócito, e, sem nenhum leucócito do seu lado, pegou


em várias plaquetas e disfarçou-se de célula cancerígena. Após uma grande subida acabou por chegar à base, o coração. Foi aí que se deu o célebre dia A. Depois da entrada no coração, Leandro, o leucócito, destruiu o reator principal da base das células cancerígenas e acabou por eliminá-las do organismo do Arsénio. Acabou assim a IGuerra corporal Arseniana e a vitória foi do organismo. Depois de o médico lhe ter dado alta, Arsénio seguiu uma dieta muito saudável e ficou livre de qualquer ameaça ao seu organismo.

Tiago Bessa Curado, n.º 18, e Jaime Marques, n.º 8 9º A


Mon futur professionnel/ Le métier de mes rêves

Je rêve d’être un scientifique, depuis longtemps. Je ne sais pas encore quel domaine de la science je choisirai, car j’adore les mathématiques, la chimie et les animaux. Je pense qu’être scientifique sera super ! On fera des découvertes fantastiques et je serai connu par tout le monde. Ce n’est pas facile de devenir scientifique ; je dois étudier beaucoup et c’est nécessaire d’avoir de bonnes notes dans le brevet et dans le bac pour aller à l’université. Je pense que je peux entrer dans une université aux États-Unis. Mais ce métier a des choses moins positives aussi. Parfois, les recherches sont tellement dures qu’on n’a pas de temps pour la famille. Pourtant le travail en équipe sera fantastique ! Partager mes connaissances et mes doutes avec mes amis scientifiques pour améliorer une expérience, c’est génial ! Je rêve que, un jour, je changerai l’humanité pour le mieux. Pour finir, pour être scientifique je pense qu’on doit être persistant, travailleur et passionné par la science.

Tomás Bessa, n.º 18, 9ºA


O pesadelo sombrio

Carlos era um rapaz alto e de boa estatura física, que vivia com os pais e o irmão mais velho. Sonhava vir a ser um agente secreto para acabar com os criminosos. Certo dia, enquanto Carlos e o seu irmão, Teodoro, regressavam a casa depois de um passeio, estranharam o silêncio. Aquele silêncio não era habitual, pois a mãe enquanto fazia as suas tarefas cantarolava, para si, e o seu pai martelava com o seu martelo. Decidiram entrar, percorreram a casa, chamando pelo pai e pela mãe. Contundo, estes não responderam. Corajosamente, entraram no quarto dos pais, lugar que nunca tinham visto. Mal abriram a porta, Carlos soltou um grito. A sua mãe encontrava-se deitada na cama, sem respirar, pois tinha levado um tiro, e o seu pai estava preso com uma corda ao pescoço, uma vez que o assassino o tinha enforcado. “Quem poderá ter feito isto?” Pensou. “Os nossos pais nunca fizeram mal a ninguém, só queriam pão para nos dar de comer.” – Espera, está ali um bilhete. – disse Carlos. Teodoro agarrou no bilhete e leu-o. “Meu caro amigo Carlos, penso que temos uns negócios pendentes. Se fosse a ti pagaria a tua dívida, ou o teu irmão será o próximo. Deixar-te-ei pistas para me encontrares. O teu amigo sombrio.” – Quem é este homem? E que dívida é essa? Juro-te que irei até ao fim do mundo e farei esse tal de sombrio pagar pela morte dos nossos pais. – Ajudar-te-ei, mas não vamos ser consumidos pela vingança. – Prometido. Carlos encontrou ali a sua oportunidade para poder fazer o que sempre sonhou e poderia contar com a ajuda do seu irmão. No dia seguinte, partiram. Ao saírem de casa, encontraram outro bilhete que dizia: “Meu caro amigo Carlos, qual será o teu país favorito? O país onde sempre sonhaste ir? O país onde o teu irmão poderá ver a morte? Logo de seguida, partirão e dirijam-se para a Alemanha. Dirige-te lá e a tua dúvida permanecerá. O teu amigo sombrio.” Carlos pensou durante um pouco e deduziu que o país onde sempre sonhara ir era Itália. Sim, Itália era o seu sonho.


Decidiram partir para Itália. Enquanto esperavam pelo avião, uma rapariga, Margarida, dirigiu-se a eles e perguntou-lhes: – Procuram pelo sombrio? – Sim, como sabes? – A minha irmã foi vítima do sombrio. Recebi um bilhete dele a dizer que mais dois rapazes tinham sido vítimas, e ordenou-me que me encontrasse com vocês. Poderei ir convosco? – Claro! – respondeu Carlos. Os três chegaram a Itália e, imediatamente, embarcaram para a Alemanha. Numa sexta-feira treze, receberam um novo bilhete: “Meus caros amigos, Carlos e Margarida. Agora que vieram ter comigo, teremos o encontro final. Dirijam-se para a Jamaica. O vosso amigo sombrio.” Os três ficaram um pouco receosos, pois não conheciam este sombrio nem sabiam do que ele era capaz. Mas, com coragem, seguiram em frente, porque não podiam deixar que esta pessoa matasse as suas famílias, logo teriam de se vingar, pelo menos Carlos. Chegaram à Jamaica e partiram para o local combinado. Quando iam para atravessar a passadeira, uma carrinha vermelha para à sua frente. Três homens saíram e agarram Carlos e Teodoro. Estes dois perceberem que foram traídos, pois é Margarida que ordena que os amarrem e os atirem para a traseira da carrinha. Nesse momento Carlos amaldiçoou a sua vida. A carrinha parou em frente a uma fábrica abandonada. Mal entraram na carrinha, Carlos e Teodoro viram a figura de uma pessoa vestida com um fato preto. Aquele era o sombrio, aquele era o encontro final. A conversa iniciou-se mal, pois sombrio falou da morte dos pais de Carlos e da forma como estes tinham sofrido. Carlos, consumido pela vingança, agrediu o sombrio tentando matá-lo, mas os homens que o tinham amarrado não permitiram. O sombrio ordenou que os matassem, mas para surpresa de Carlos, é Margarida que não o permite. Carlos vê ali a sua oportunidade para acabar com o sombrio, pois agora seria ele a sofrer. Agarrando a arma de um dos homens, Carlos corre em direção a sombrio para acabar com ele.


– Tu prometeste que não serias consumido pela vingança – gritou-lhe Teodoro. – Ele acabou com a nossa família, ele tem de pagar por tudo o que nos fez. De repente, à frente de Carlos estava um corpo caído, o corpo de sombrio. Afinal, o homem que tinha acabado com a família de Carlos era Hugo, um ex-colega de Carlos, com quem este nunca se tinha dado bem. Quanto a Margarida, esta pediu desculpas aos dois irmãos e os três partiram rumo à casa de Carlos.

Ana Carolina Coelho, nº1, 9ºD


Acerto das Previsões

Previsões. Tentativa baseada em cálculos que nos permite ter uma ideia aproximada de um acontecimento do futuro. Um processo normal nos governos de todo o mundo para tentar prever receitas, despesas, crescimento económico… mas parece que esse não é o forte em Portugal. Quando se prevê alguma coisa em Portugal, passado algum tempo, acerta-se essa previsão, que fica muito longe do esperado. Mas então, o que corre mal neste processo? A resposta é simples: quando, em Portugal, se faz uma previsão, esta é baseada em médias. Por exemplo, no novo orçamento do estado. Prevê-se uma receita com os cortes nos salários da função pública e pensionistas de uns valentes milhões de euros. Essa taxação depende do salário e vai aumentando, consoante o valor mensal que cada um recebe. Fiquei ontem a saber que, em média, um funcionário público tem um ordenado de 1300 euros. Multiplicou-se o valor da taxação (200 euros) pelo número total de funcionários públicos e a previsão estava feita. Só existe um problema: o número de pessoas com salários muito reduzidos é enorme. Mas então, o que faz a média? O que faz a média são as quantias exuberantes que uma minoria desses trabalhadores recebe. Imaginemos: eu tenho quatro rebuçados e o meu colega, outros quatro. A média é obviamente quatro. Mas se eu tiver um rebuçado e o meu colega sete, a média é de quanto? A média mantem-se em quatro. Se eu taxar dois rebuçados a quem tenha quatro, três a quem tenha mais de seis e nenhum a quem tenha menos de dois, o resultado baseado da previsão baseada na média é diferente do resultado baseado na realidade. Agora não se ponha o governo a taxar rebuçados à toa.

Hugo Antunes, nº 9, 9º D


MÃE Palavra MÃE… Palavra que em todos os quatro cantos do mundo é conhecida. É também uma palavra que nos faz pensar… Se “pesquisarmos” bem lá no fundo, são três letras que, por mais que escrevamos, nunca acertaremos na “definição”. Desviei-me para este tema, pois, como todos sabemos, é a melhor pessoa que conhecemos. O Mundo pode cair-nos aos pés, mas ela estará sempre lá para o voltar a pôr no sítio. A minha? Ana Paula Violante. Uma senhora que sempre fez e faz tudo pelos filhos; mulher trabalhadora. Eu não tenho palavras para descrever o amor indescritível que sinto pela minha mãe. Está sempre com um sorriso na cara (impressionante, de facto). Quando partir (esperando eu que seja daqui a uns bons anos, muitos bons…) vai ser mau, bastante doloroso. Mas terei que pensar que Ela estará sempre e repito, sempre, a olhar por mim e pela minha família. Eu gosto mesmo muito, muito mesmo da minha mãe, e nada no mundo me fará separar dela. M – Ã – E, palavra graciosa, digna de ser escrita milhões de vezes. Amo-te, Mãe.

Afonso Violante, n.º 2, 9ºE


Futilidades

Toda a gente sabe que a vida não é justa nem nunca foi, mas se a maneira de pensar e de viver das pessoas não mudar radicalmente, nunca será. Certo dia, a minha melhor amiga contou-me algo que vira numa rede social, e eu logo pensei que tinha que desabafar com o papel. Portanto, o assunto que me leva a escrever esta crónica são as futilidades e as injustiças presentes na nossa sociedade. Por que razão nos lamentamos sempre, quando não nos falta nada de essencial, e até recebemos amor, e quando milhões de pessoas vivem em condições extremamente piores que as nossas? Porque é que as pessoas ligam mais às aparências e aos bens materiais do que à beleza interior e aos valores do coração? Como a minha melhor amiga referiu, há gente que diz que um aparelho eletrónico – neste caso um Iphone – é a sua vida, mas conseguiriam estas mesmas pessoas sobreviver sem comer ou dormir, ou sem ter amigos com quem contactar através desses aparelhos? Será assim tão difícil valorizar o que é mais importante? E não estou a dizer que não é fixe ter um Iphone e que não gostava de ter um, mas vivo facilmente sem ele, e esforço-me por dar valor ao que tenho, que é tanto comparado com o que milhões de pessoas possuem. Talvez essas pessoas que declararam que viviam para os Iphones estivessem apenas a brincar, mas e se não estão? E se estivessem mesmo a falar a sério? Penso que é um problema grave, mas alimento a esperança de que, num futuro não muito longínquo, os humanos caiam em si e percebam o que realmente lhes faz falta. Talvez pensem um bocadinho mais nos outros, pois muitos deles são quem lhes fabrica a roupa e os aparelhos eletrónicos e, ainda, são escravizados! E nós? Queixamo-nos e queremos sempre mais e mais. Sejamos, ao menos, mais solidários e menos fúteis, mas sobretudo, mais honestos connosco próprios.

Mafalda Agante, n.º 10, 9º E


Voluntariado

Há uma altura em que todos os jovens se perguntam qual a sua função no mundo, e acham que não conseguem contribuir para um mundo melhor. Era disso que estava a falar com a minha mãe, quando nas notícias se debatia esse assunto. Estávamos sentadas na mesa de madeira da cozinha, com a televisão pequena ligada. – Ao contrário do que pensas, não são só os governos que podem fazer uma diferença no mundo. Qualquer pessoa pode – disse-me ela. – Sim, mas o quê? E para quê? – perguntei. – Dar é sempre melhor que receber. Uma palavra amiga, um pacote de massa… são esses pequenos gestos que fazem as grandes diferenças. – Mas mesmo assim… não vai mudar o mundo – contestei. – Mudas o mundo de uma pessoa quando contribuis para a sua felicidade. A minha mãe estava certa. Porém, eu não era daquelas celebridades que doam milhares de euros a instituições, ou daquelas cujas músicas, filmes e livros inspiram os outros e os ajudam a sonhar. Era apenas eu, alguém que doava algumas roupas e brinquedos, mas nada mais… ou será que era? Sim, eu tinha o poder de o fazer, mas e a coragem? Somos nós que podemos fazer a diferença, alegrar o dia e a vida de alguém, basta querermos. Não me ia lamentar mais. Era a altura de atuar. E quando, na televisão, apareceu uma notícia a falar de voluntariado nas Filipinas, não pensei duas vezes. Ali estava a minha oportunidade, não a ia perder. Agora sabia qual a minha função… o meu lugar no mundo. Era fazer dele um mundo melhor para os que mereciam... e ajudar outros jovens a decidirem-se quanto a contribuir para um futuro mais risonho.

Mafalda Agante nº10 9ºE


De escola para escola

Quem não me conhece deve achar que sou uma pessoa problemática, pois a verdade é que já mudei de escola três vezes. Fiz a pré-escolar e a primária num colégio religioso na Conchada, no quinto ano fui para outro colégio, também religioso, e esta foi a primeira vez que mudei de escola. Receei as mais variadas coisas: ter dificuldades em fazer amizades, ter más notas, enganar-me nas salas, (pois estava habituada àquela monotonia da primária, naquele colégio pequeno, acolhedor, muito familiar, até de que ainda sentia saudades), já para não falar dos amigos que tive de deixar e com quem cresci. Mesmo com todos os receios e contratempos, quis mudar. De início, quando cheguei àquele colégio, não foi fácil: perdia-me na escola, não conhecia ninguém e foi aí que comecei a dar-me com quem também andava sozinho. O certo é que fiz muitos amigos, mas nenhum de valor! Aquele colégio era um colégio cheio de bons alunos, mas todos de mau coração. Já no sétimo ano, mudei-me para uma escola pública. Foi o descalabro total! Gastava a mesada toda em guloseimas e batatas fritas, não tinha o melhor dos comportamentos, andava desligada das aulas, faltava aos apoios, etc. A sensação foi ótima, até que chegou o momento em que vi as minhas notas a descer, a uma velocidade incrível. Quando quis mudar, tarde demais! Claro que aprendi com os erros e, de novo, mudei de escola. Mas quando decidi vir para a Martim certifiquei-me de que tudo ia ser diferente. E foi! Ando na Martim de Freitas e adoro.

Rafaela Pombo, n.º 18, 9º E


Mon avenir

Bonjour. Ce matin je vais interviewer une copine sur le métier qu’elle va choisir dans l’avenir. – Salut! Je peux parler avec toi? – Oui, bien sûr. Qu’est-ce que tu veux? – Je voulais savoir quelle profession choisiras-tu dans l’avenir? – Bien, j’adore les sciences et les mathématiques, donc je serai pharmacienne. – Alors, tu feras un bac scientifique, n’est-ce pas? – Oui, mais mes notes ne sont pas fantastiques. – Mais si tu veux ce métier tu devras étudier plus. – Je sais! – J’ai déjà terminé les questions, merci. Au revoir! – De rien, au revoir !

Laura Porto Mariz, n.º 16, 9ºF


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