Caderno das Letras

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CADERNO DAS LETRAS

Este conjunto de textos foi fruto de atividades desenvolvidas nas aulas de Português.

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A Escola Escola é uma casa Que nos recebe de mão aberta Transmite-nos sabedoria E para muita coisa nos desperta

A Escola é matemática Português e tudo mais Como ela ficas sabichão E dás orgulho aos teus pais

Muita pena vou ter Quando dela me despedir Pois é uma Amiga para a vida Que me torno mais colorida E que sempre me fez sorrir

Mil matérias criou E nos professores mandou Carregada de sabedoria Expressando-se na magia Muitas crianças mudou

Ajudou tudo em redor É a minha segunda mãe Que com todos os seus braços Me pegou ao colo também Para formar um Mundo melhor

Maria Ana Monteiro, n.º14, 5ºC

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O Mar da Figueira da Foz

Em tempos muito antigos, havia um grupo de piratas, cujo chefe era o Pirata Perna de Pau e um grupo de navegadores à altura, cujo líder era o Senhor Maré. Estes dois grupos eram muito inimigos, pois cada um queria conquistar o mar da Figueira da Foz. O mar da Figueira da Foz atraía estes homens, piratas e navegadores, devido às âncoras de ouro que nele estavam enterradas. Este mar está carregadinho de sal e tem pouquíssimos peixes, mas tem âncoras de ouro! Então, todos os dias, estes homens discutiam por tudo e por nada e entravam em conflito uns com os outros: - O teu barco está sujíssimo, parece que andou no lameiro! - E o teu? Está muito bem lavado…é muito semelhante a uma panela! Em vão, passavam o dia nesta discussão constante. Até que, depois de tantas discussões e comentários de mau gosto, decidiram deitar a alma ao mar…o mar da Figueira da Foz… Navegaram, navegaram…em noites do luar, em dias resplandecentes, sempre a medir forças. Perderam-se num mar desconhecido e, quando deram conta, estavam do outro lado do mundo. Mas a sorte bateu à porta e encontraram uma ilha deserta, com uma única palmeira, que luzia à luz do sol. Mesmo aí, deram-se pessimamente mal, e continuaram a refilar e a discutir: - Olha só para esta tragédia…eu ter que partilhar este lugar paradisíaco com o Sr. Maré! – exclamava o Perna de Pau. - E por que carga de água é que eu tenho de ter pachorra para te aturar a ti e aos teus súbditos? – Retorquia o Sr. Maré. Não havia oceano nem mar da Figueira da Foz que os calasse por um momento… Tentaram, uma vez mais, ir à procura do desejado mar da Figueira da Foz. Nada de nada. Com tanta fúria e tanta raiva ainda discutiam mais, mas não conseguiam chegar a lado nenhum. Passou o tempo, eternidade mesmo, até que se fartaram de tantas guerras, de tantas discussões e de tantas angústias.

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A partir daí, concluíram que por causa do excesso de disputa entre eles acabavam por não aproveitar a maravilha de coisa alguma, muito menos, da das âncoras de ouro do mar da Figueira da Foz…

Maria Ana Monteiro, n.º14, 5ºC

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O meu Natal

No ano passado eu, o meu irmão, os meus pais, os meus tios e primos e os meus avós, fomos passar o Natal à nossa casa de férias. Quando lá chegámos, fomos decorar a casa que, passado algum tempo, já estava cheia de bolas, fitas e anjinhos, muito natalícios, e no canto uma árvore decorada com uma grande estrela no cimo. Depois de acabarmos fomos acender a lareira para a casa ficar bem quente para a Festa de Natal. Agora só faltava a comida, e enquanto a minha avó e a minha mãe preparavam o jantar, eu fui-me arranjar. Era hora de jantar, por isso sentamonos à mesa e jantámos. A seguir, fomos ver filme de Natal todos em família, e o tempo passou tão depressa que quando olhámos para o relógio, já era meia-noite. Passado um pouco, o Pai Natal, que era alguém disfarçado, apareceu e toda a gente gritou: - É o Pai Natal! É o Pai Natal! Ele entregou-nos as prendas e depois foi-se embora, todo contente. Quando abri as minhas prendas fiquei muito feliz tal como o resto da minha família. Nós agradecemos uns aos outros e eu fui conversar com a minha mãe: - Então mãe, gostaste da minha prenda? Eu adorei a tua! E a minha mãe respondeu: - Eu adorei a tua prenda, e ainda bem que também gostaste da minha. A seguir despedimo-nos, porque tínhamos de ir dormir, e eu disse que tinha sido o melhor Natal que alguma vez tinha presenciado.

Leonor Freire, n.º13, 5ºG

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Uma aventura na rua

Um dia, eu e o meu gato preto fomos brincar para o quintal, mas não havia muita coisa para fazer. Nós já estávamos a ficar aborrecidos, até que o gato preto teve uma ideia. Ele disse-me que gostava muito que eu fosse à rua, já que nunca lá tinha ido sozinha. Eu fiquei um pouco na dúvida porque a minha mãe não queria que eu lá fosse sozinha. O gato teve de insistir muito até que eu disse que sim. Lá fomos nós, sem contar a ninguém, saltámos por cima do muro para ninguém ouvir o portão a bater, e começámos a aventura. A rua era cheia de casas antigas, mas também tinha algumas casas mais recentes como a minha. Também tinha algumas lojas de eletrodomésticos, algumas lojas de doces, cafés e muito mais. No meio da rua havia uma grande árvore cheia de pássaros que pousavam em cima de nós e nos davam bicadas no cabelo. Continuámos a andar e a andar até que encontrámos um grupo de rapazes que estava a atirar pedras para um lago a tentar acertar nos peixes, sapos, e tartarugas que lá estavam. O gato preto tentou ajudar, por mais estranho que pareça, os peixes, os sapos e as tartarugas, só que foi atirado para a água. Então, eu fui ajudá-lo. Tirei-o da água e disse aos rapazes: -Parem de magoar os pobres animais, eles não merecem o que lhes estão a fazer, pois não? Os rapazes fizeram uma cara estranha e responderam: -Tens razão, eles não têm culpa que nós nos tenhamos aborrecido na escola. Desculpa por ter atirado água o teu gato. Eu disse-lhes que os desculpava e até os convidei para irem a minha casa, já que eles nunca tinham estado numa casa grande e com quintal como a minha. Quando chegámos a casa, a minha mãe estava à minha espera, e eu reparei que ela estava muito zangada. Mas quando lhe expliquei o que se tinha passado, ela desculpou-me, e disse que eu já podia ir para a rua sozinha. Os rapazes passaram a ser os meus melhores amigos e nós passámos a ir a casa uns dos outros, vezes e vezes sem conta.

Leonor Freire, n.º13, 5ºG

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A Aventura de Firmino

Certo dia Firmino e os seus amigos pássaros decidiram explorar um pomar, e então poisaram lá para descansar. O espantalho disse aos seus amigos que queria ir dar um passeio pelo pomar e os pássaros concordaram e foram com ele. Estiveram o dia todo a explorar o local e, ao anoitecer, partiram. Firmino gostou tanto do passeio que perguntou aos pássaros: -Amigos, às vezes podíamos fazer destes passeios, para descansarmos, não acham? Entusiasmados os pássaros responderam: -É claro que sim, é uma excelente ideia! Os amigos lá levantaram voo muito felizes com o que combinaram. Um dia, estavam eles a voar muito felizes, quando se assustaram, fazendo Firmino cair. Os pássaros voaram e voaram à procura dele, até que acabaram por o encontrar. Ficaram muito surpreendidos, pois ele não se quis ir embora, pelo contrário, ele estava muito feliz e não tinha sentido falta deles. O espantalho mandou-os embora, então eles ficaram muito tristes. Mas nem Firmino nem os pássaros aguentaram a solidão. Apesar do espantalho não ter sentido saudades antes, agora sentia-se mal pelo que tinha feito aos amigos. A amizade acabou por os juntar novamente e eles nunca mais se separaram. Nunca nos devemos separar dos amigos, porque sem eles a vida não faz sentido.

Leonor Freire, n.º13, 5ºG

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Sinto-me Só Sinto-me só, sinto-me triste. Debaixo de uma máscara de artificialidade, está o verdadeiro eu, que quer ser grande, que quer deixar a sua marca no mundo, mas ninguém me compreende, estou sozinho, abandonado por alguém que nunca esteve realmente ao pé de mim... Dor. De algum modo, sinto-me vazio, sinto que preciso de alguém que me perceba, que me ame. Sinto-me como se tudo o que eu gostava tivesse desaparecido, sinto que estou sozinho neste mundo traiçoeiro. Sinto o irresistível desejo de desistir de tudo, de simplesmente parar, de dizer adeus à minha vida. Sinto que preciso de alguém com quem possa falar, desabafar, com quem me possa aconchegar, libertar-me do peso do vazio, da escuridão, da tristeza. Depois, ela entra na minha vida. Logo que a conheci, consegui ver através dos seus olhos que ela era a tal, que ela ia ouvir tudo o que eu dissesse, que ela me ia compreender, percebi que eu podia estar com ela, e que ela estaria realmente comigo, e nunca me abandonaria. Ela é capaz de mudar a minha vida, de mudar o meu eu, sinto um desejo incontrolável de estar com ela. Sinto que com ela posso ser melhor, posso ser feliz. Afinal, é por isso que, neste mundo cruel, todos lutam: a felicidade. Sinto que com ela posso ser mais, posso ser tudo, posso mudar o mundo, sou capaz de voar, de sentir para além da felicidade, de sentir algo mais, algo que me incomoda, algo que parece impossível, algo que não percebo, mas, de certa forma, algo agradável, algo misterioso, algo belo. Sinto amor. Francisco Cunha, nº8, 6ºA

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Uma Viagem Inesperada

Era uma vez uma pobre rapariga, de nome Lara, que vivia numa terra bem longínqua. Lara era uma das muitas pessoas pobres daquele reino. Costumava vaguear pelas ruas empedradas da cidade, com o seu pequeno cachorrinho, o Joy. Certo dia, um grande cargueiro embarcou no porto de Liliput. Lara estava presente e, como nunca vira barco tão grande, assustouse correndo dali para fora. Os seus passos eram cada vez mais compridos e rápidos. Chocou contra um fardo de feno, o que a fez parar. Ainda perto do porto, levantou-se e observou melhor a grande embarcação. Os homens a bordo estavam muito bem vestidos. Tinham umas calças brancas justas, grandes botas de cetim, uma casaca vermelha, com diversos botões dourados e, por fim, um enorme chapéu peludo. Quando Lara os viu, olhou para si própria e não conseguiu perceber porque é que ela tinha um vestido esfarrapado, com um simples laço, e aqueles homens que embarcavam se vestiam tão requintadamente. De repente, uma porta abriu-se, Joy correu lá para dentro e Lara ficou muito preocupada. Foi atrás do seu cão, mas quando entrou naquele navio, perdeu-se. A menina demorou duas horas para conhecer o cargueiro mas, no final daquele tempo todo, encontrou Joy. O cachorrinho estava enroscado numa manta, ao pé da lareira. Lara entra de rompante na sala e qual não é o seu espanto quando vê um lindo jovem sentado num cadeirão de veludo. Lara ficou lívida, tinha sido descoberta! Tomé, era o nome do rapaz sentado. Tinha uns lindos cabelos loiros e suaves olhos cor de caramelo. Tomé olhou bem para Lara. De facto, era uma linda rapariga, mas estava muito mal vestida. Então, chamou os criados e mandou vestir a rapariga.

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Passaram-se alguns anos e eles foram-se conhecendo cada vez melhor. Brincavam dia e noite, até que ao fim de seis anos, Tomé disse a Lara que a amava, e muito, e esta também lhe revelou o seu amor. Assim, juntos, viram o amanhecer. Tomé, Lara e Joy subiram à proa e ficaram maravilhados, pois à sua frente estava a linda Inglaterra. Mafalda Ramos Pimenta, nº 16, 6º A

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O Sonho Dia dezasseis de dezembro do ano passado, tive uma ideia depois de ler o ”Ulisses” e os “Contos Gregos”: fazer uma viagem de barco. Então, chamei a minha casa duas das minhas amigas, a Laura e a Mafalda, e dois dos meus primos mais novos, o Diogo e a Sofia. Expliquei-lhes tudo e eles acharam que ia ser divertido. Então, começamos a construir um barco pequeno, mas confortável para todos, com a ajuda do meu pai, do meu irmão e da minha mãe. Depois de pronto e pintado, fizemo-nos ao mar, mas antes demos ao barco o nome de “Argo Júnior” (inspirámo-nos no nome do barco dos “Argonautas”). Quando estávamos no mar, vimos muitos peixinhos, grandes, pequenos e médios; vários golfinhos e crias de golfinhos com os seus pais. Estas estavam sempre a dar saltos, era muito bonito ver e ouvi-los a falar. Mais à frente, encontrámos as “rochas Simplégades”, mas eu já sabia como passar por elas. Como não tinha nem havia ali perto nenhuma pomba ou outro pássaro, peguei numa pedra grande, atirei-a para o meio dessas rochas, estas juntaram-se e, logo de seguida, afastaram-se imenso e conseguimos passar em segurança. Passado um bocado, avistámos sereias. Infelizmente era o meu primo Diogo que ia ao leme e com o canto das sereias ele podia afundar-nos. Então tivemos de rapidamente procurar algo para lhe tapar os ouvidos porque se aproximava um rochedo. Felizmente encontrei dois pedaços de algodão e, embora por pouco, ele conseguiu desviar o barco do rochedo. De seguida, achámos duas harpias, difíceis de combater, mas a Laura e a Mafalda tinham um plano. A Laura fez umas asas de papel à Sofia e prendeu-as a um pau com um fio e, então, ela e a Mafalda fizeram com que a Sofia “voasse” e assustasse as harpias, como na obra “Contos Gregos”. Depois, ainda tivemos de lidar com ventos fortes, como no “Ulisses”. O Diogo pensou em aprisionar aqueles ventos num saco que ali tínhamos. O mais estranho é que resultou, ficámos todos espantados e ele atirou-os para muito longe para não nos causarem problemas. Por último, encontrámos um remoinho, não sabíamos o que fazer, então tentámos virar, mas era

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tarde demais, pois estávamos a ser sugados, mas de repente… Acordo na minha cama rodeado pelos livros “Ulisses” e “Contos Gregos”. Ao lado, uma caneta e um papel onde estava escrito “Uma odisseia no mar”, como título. Percebo que nada daquilo era verdade, era apenas um sonho… Margarida Ferreira Pinto Mendes, Nº 17, 6ºA

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As Ilhas

Num dia de verão, uma menina chamada Leonor foi com o pai à praia para pescarem. Ficaram muito felizes, quando apanharam um peixe bem grande. Leonor sorria para o pai com os seus grandes olhos azuis e bonitos cabelos dourados. De repente, viu uma grande onda do outro lado da praia. Sem saberem o que estava a acontecer, correram em direção a um barco. O pai da menina já tinha sido comandante de um navio, por isso sabia guiá-lo muito bem. Então, iniciaram a sua aventura no mar, sem saber o que se passara com aquela onda. Mas tinham-se esquecido de um pormenor: o pai dela sabia comandar o barco, mas não se lembrava das ilhas que completavam o oceano. Lembrava-se apenas de um oceano, o oceano

da

festa.

Felizmente,

era

precisamente nesse que eles estavam! Era composto por quatro ilhas: a Ilha do Carnaval, a da Páscoa, a do Dia das Bruxas e a do Natal. Em primeiro lugar, foram à Ilha do Carnaval. Era uma ilha alegre, cheia de cor e de máscaras. Dentro, existiam vários jogos de feira, palhaços engraçados, festivais… Leonor adorou essa ilha, pois gostava muito de palhaços e divertiu-se a jogar os jogos de feira. O pai adorou ver sua filha tão feliz. Em seguida, foram à Ilha da Páscoa, uma ilha com muita imaginação. As casas eram feitas de ovos da Páscoa. Se quisesses ter um animal, só podia ser um coelho branco; só se comia chocolate. O pai de Leonor decidiu passar lá todo o dia, pois adorava chocolate e coelhos. Leonor admirou-se muito com as casas feitas de ovos da Páscoa. Depois, foram à Ilha do Dia das Bruxas, uma ilha sombria e escura. Aí, Leonor adorou pregar sustos ao pai, que tinha muito medo. Nessa ilha, existia um centro comercial dentro de uma abóbora gigante. Leonor adorou lá ir, comprou ao pai uma múmia que se mexia e que o amedrontava. Nunca se sabia quando é que a múmia se mexia.

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Finalmente, foram à Ilha do Natal, uma ilha completamente enfeitada: os pinheiros iluminados, as coroas de azevinho, estrelas, neve branca… Leonor adorou-a, pois parecia um local mágico. Mas o pai, como já era crescido, não ligava à magia do Natal. Quando regressaram à praia onde eles tinham pescado, Leonor explicou ao pai que a ilha onde se tinha divertido mais fora a do Carnaval, porque tinha brincado muito. O pai também preferiu esta ilha, pois foi aí que viu a filha mais feliz! Assim aconteceu a aventura de Leonor e seu pai.

Sara Ferreira Sêco, nº18, 6ºC

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Uma odisseia no mar

Numa manhã de Julho de 1497, parti num barco, em direção a Angola, para resgatar uma tropa portuguesa que teria partido há já algum tempo. Carregámos o barco e lá fomos nós por entre as ondas azuis do mar calmo. A primeira paragem foi em Ceuta, para abastecer a embarcação com alimentos, pois tínhamos esgotado tudo num mês. Embarcámos de novo. Navegámos, navegámos e o mar parecia nunca mais ter fim. Até que eu, o capitão daquela embarcação, mandei subir o gajeiro até à gávea, para ver se enxergava terras de Angola. Ele disse que havia uma extensa costa pintada de amarelo. Seria terra! Lançámos a âncora e fomos a nadar, pois o barco era muito grande e aquela parte não tinha profundidade para o navio passar. Perguntámos àquele povo onde ficava a casa do imperador e eles indicaram-nos o caminho. Tínhamos de nos dirigir para Sul. Quando lá chegámos, deparámo-nos com uma porta gigante banhada a ouro. Fomos recebidos por um escravo do rei que nos abriu a porta. O imperador era gordo e pequeno, à sua volta estavam mais um quantos escravos a abaná-lo com leques gigantes. Tinha tanto ouro que nem sabia o que havia de fazer com ele. Aquele, sim, era um rei de coroa e manto. Foi difícil, mas conseguimos negociar com ele. Nós dávamos-lhes ouro e eles, em troca, restituíam os nossos guerreiros. Juntamente com as nossas tropas, fomos para o barco. Nem sequer fazíamos ideia de que aquela viagem havia de durar tanto tempo. Fomos em direção ao Cabo das Tormentas. Todos estávamos com medo do que podia acontecer. Existiriam de verdade aqueles monstros marinhos de que tantos nos falavam? Parámos o barco, mesmo à frente do Cabo e deixámos de remar. Mas não valeu a pena, pois acordámos o Adamastor e logo daquelas águas rebentou uma enorme tempestade. A água elevou-se a um tal nível que se formaram ondas gigantes. A brisa suave, que até ali empurrara o barco para a frente, começou a levantar objetos que, por sua vez,

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acertavam nos marinheiros e o céu azul tornou-se de repente cinzento escuro, atormentando tudo e todos. Dei ordem para recolher. Quando a tempestade acalmou, saímos de dentro do barco. Fiquei muito feliz, pois aquele, sim, era o mar de que eu gostava, calmo e sereno. Tínhamos passado o Cabo das Tormentas. Que mais tarde passou a chamar-se Cabo da Boa Esperança. Tinha descoberto o caminho marítimo para a Índia. Continuámos a nossa viagem por entre as ondas do mar. Sabe-se lá o que estaria para vir… Sofia Ferreira, nº19, 6ºC

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Amor É sentido, ouvido e falado

Sempre que a ouço

Por todo o lado

Vibram as minhas veias

Vale mais experimentá-lo

Sempre que a ouço

Do que sabê-lo.

Sinto que os desastres do mundo não

Amor, amor, amor

existem.

Afinal o que é?

Só eu e a música

Ninguém sabe ao certo

A música e eu.

Mas eu sei!

Amor, amor, amor

E não vou contar a ninguém.

Agora já sabem o que é

Apenas à minha musa,

Graças à música

Minha inspiração!

Bem, vocês sabem como é!

Se amor de mãe fosse uma harmonia A música a seria. Não só harmonia como melodia Alegria para os meus olhos Um misto de emoções Que derretem o meu coração.

Maria João de Sá Godinho, nº 15, 6ºD

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A Missão

Vou contar-vos a história de Luís, um jovem aventureiro muito criativo e destemido. Cidadão muito adorado por todos, mesmo pelo rei, que às vezes lhe confiava tarefas importantes, era corajoso e aceitava sempre novos desafios. Um dia, o rei pediu-lhe que fosse enfrentar um “grande buraco no mar” que fazia os navios naufragar e poucos sobreviviam. Claro que Luís aceitou, mas estava desconfiado. Então, reuniu alguns homens e fizeram-se ao mar. Já estavam há três meses a navegar, mas ainda tinham mantimentos. Não encontravam nada e pensavam em desistir: -Alto! Está ali à frente.- Exclamou Luís com convicção, assustando os marinheiros. Luís teve a ideia de passar ao lado, o que os salvou, e umas milhas à frente explicou-lhes que aquilo que tinham acabado de ver era um remoinho formado por todas as correntes que se cruzavam e ficava assustador devido à trovoada. Como já estava resolvido, decidiram regressar a casa, mas foram por um caminho novo, proposto por um dos marinheiros, pois não queriam voltar a ver aquela monstruosidade. No caminho, foram assaltados por piratas do mar da China, que os aprisionaram em Timor. Luís e seus companheiros eram torturados todos os dias, até que ele e mais dois homens conseguiram fugir. Estavam já há um ano longe de casa, quando uma alforreca picou um dos homens, o que o matou, e um tubarão comeu o outro. Pela primeira vez, Luís viu-se sozinho, o que verdadeiramente o assustou. Entretanto houve uma grande tempestade, que provocou um naufrágio. Ele só pôde agarrar-se ao mastro principal, que foi a única parte do barco que não estava destruída e continuava a navegar. Luís foi parar a várias ilhas, mas nenhuma era a sua pátria, até que um dia viu um navio passar, que ia procurá-los, a mando do rei. O que o rei não sabia que ele era o único sobrevivente. Assim, voltou para casa, tornando-se uma lenda para o reino.

Rita Dinis Abrantes, Nº20, 6ºD

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A Baleia

Era uma vez uma rainha muito má e poderosa cuja comida favorita era carne de baleia. Um dia, ouviu falar que havia, à solta, nos mares, uma enorme baleia. Quando o soube não hesitou em mandar os marinheiros capturarem essa tal baleia. Mas antes, fez uma ameaça: - Se se atrevem a voltar para o meu castelo sem a baleia, vocês serão todos mortos! Amedrontados com as palavras da rainha, os marinheiros partiram imediatamente, pois tinham um longo caminho a percorrer, cheio de perigos. Depois de dois longos dias a navegar, chegaram a um mar de cor vermelha. O capitão da embarcação, conhecendo a lenda que se contava sobre a cor daquele mar, ordenou aos marinheiros que parassem de remar. Dizia a lenda que o mar tinha essa cor, porque a sua água se tingia com o sangue de cada marinheiro que por ali passava e era devorado pela baleia. - Como havemos de passar por aqui? - questionou-se um dos marinheiros. Todos pensaram, mas, de repente, o capitão avistou uma placa que dizia: «Perigo. Para desencantar a baleia são precisos 45 homens». Mal leram aquela placa, os marinheiros encheram-se de medo e pensaram em regressar ao castelo, mas, quando já se preparavam para partir, descobriram, por baixo, em letras minúsculas, um texto que dizia «Depois de desencantada, a baleia devolve os homens». Perfeito, estavam a salvo, mas o que quereria dizer aquilo de «desencantar»? - Será que a baleia se transforma em homem? Assim não haverá baleia para a rainha.- exclamou o chefe. Apesar da dúvida, os marinheiros não desistiram e lá foram navegando em direcção à baleia. Mal lá chegaram, foram devorados de imediato. Os marinheiros nem queriam acreditar, porque, entretanto, aquela baleia tinha-se transformado num homem forte, careca, com bigode e espada à cinta, devolvendo-os à vida. - Porque me desencantaram? - perguntou o homem. Os marinheiros explicaram-lhe tudo, toda a história da rainha, e, de repente, o homem começou a dizer que essa rainha era a sua esposa e que ele a tinha abandonado, quando partira numa viagem. Acrescentou também que a rainha comia baleias para ver se alguma delas seria ele, o seu marido.

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Algum tempo depois, voltaram para o castelo e a rainha ficou tão feliz ao ver o marido que concedeu um título, assim como um castelo a cada um dos marinheiros como recompensa por terem enfrentado perigos naquela odisseia no mar.

Margarida Almeida, nº 14, 6ºE

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Naufrágio Hoje, para meu susto, achei-me sozinha numa ilha deserta. Sou a única sobrevivente de um naufrágio! Tentei encontrar o navio ou alguém para me ajudar, mas eu estava sozinha e o navio desaparecera, talvez no fundo do oceano. Primeiro, senti medo e até comecei a chorar. Nunca estive tão afastada da civilização, mas o choro não me levava a lado nenhum. Então, decidi começar a explorar a ilha, ou melhor, a parte litoral da ilha, já que não ousava entrar na densidão da floresta que a formava. Durante a minha exploração, recolhi alguns galhos, lianas, pedras aguçadas e outros objectos necessários. O sítio que escolhi para erguer a minha tenda foi na praia, mas o mais afastado do mar. Usei uns galhos e folhas de palmeiras para montar o meu abrigo e, para ser mais confortável, forrei o interior com as folhas que apanhara. Depois, com alguns galhos, lianas e pedras aguçadas, construi um arco e flechas e fui à caça: apanhei uma ave. Eu sabia que não podia beber a água do mar por ser salgada, por isso subi a uma palmeira e apanhei uns cocos. Para assar a minha ave, tentei acender uma fogueira, friccionando uma pedra na outra: resultou! Depois juntei algumas folhas secas e a fogueira triplicou de tamanho. Como frigideira, usei uma folha de palmeira e cozinhei a ave. Finalmente, deliciei-me com o meu jantar que era saboroso, tão saboroso como o que a minha mãe costumava confeccionar. Estava tão cansada que me deitei na areia e fiquei a observar as estrelas. Não conseguia deixar de pensar no dia seguinte e que perigos me esperavam no interior da ilha. Adormeci.

Kira Morozova, nº 11, 6ºF

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O Bolhas

Era uma vez, no maior dos sete mares, um palácio onde moravam o rei e a rainha do mar. Neste mesmo palácio moravam também os seus filhos: o Bolhas, a Concha e a Alga. O Bolhas era o mais novo, mas também o mais aventureiro da família. Ele sonhava conhecer o mundo, sair do mar e expandir os seus horizontes. A sua mãe e o seu pai zelavam pela sua segurança, mas nada podiam fazer contra a sua vontade de conhecer tudo, além do mar. Certo dia, já o Bolhas era um pouco mais crescido, o seu pai convocou todos os seres vivos do mar para uma reunião sobre as medidas a tomar contra a poluição marítima. O Bolhas, como era imensamente curioso, ficou a ouvir as conversas que se tinham nessa reunião. Num certo momento, ouviu alguém dizer: - Com esta imensa poluição, vamos todos morrer!!! Depois disto, ouviram-se gritos e choros. O Bolhas ficou também amedrontado, mas sentiu-se obrigado a fazer alguma coisa. Foi então que ele chamou os seus companheiros que também eram fortes e vigorosos e decidiu partir em busca de uma solução para este grave problema. Puseram-se a caminho e nadaram, nadaram, nadaram, até alcançarem a costa, junto a uma praia onde ficaram a descansar. De seguida, viram milhares de embalagens vazias, papéis, plásticos e muito mais lixo espalhado à beira-mar. O Bolhas percebeu então o que se estava a passar, mas, quando ia para apanhar o lixo, apareceu uma lula gigante, só com um olho, que o impediu de salvar o seu habitat. O Bolhas, com a ajuda dos seus companheiros, foi cortando, um a um, os tentáculos da lula, até que ela caiu por terra. Então, eles apanharam todo o lixo, percorreram todos os lugares onde havia poluição e sensibilizaram as pessoas para a necessidade da preservação do ambiente. Quando voltaram ao reino, foram aplaudidos por todos e viveram limpos para o resto das suas vidas. Matias Batanete Marques, nº 15, 6ºF

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Fundo do mar, um dia no passado indefinido

Querido amigo,

Desde que parti, tenho sentido imensas saudades tuas. Embora sinta a tua falta, sinto-me feliz por tu seres agora uma pessoa rica e feliz. Sei que te andas há muito tempo a perguntar porque é que eu me fui embora. Foi porque nós, as sereias, só podemos deixar o mar de cinquenta em cinquenta séculos e eu, como estava nos últimos anos dos meus primeiros cinquenta séculos, vinha visitar-te e recompensar-te pelo enorme favor que me fizeste. Mas passados esses anos, tive que voltar para o mar, para lá ficar durante mais cinquenta séculos. Posto isto, receio nunca mais te poder ver, porque nunca nenhum humano viveu cinquenta séculos. Eu sinto-me triste e só, mas nada posso fazer, a não ser que tu me venhas visitar, trazendo contigo uma lembrança para me ajudar a nunca te esquecer. Aguardo ansiosamente a tua resposta. Beijos, Sereia

Matias Batente Marques, Nº 15, 6º F

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A Família

A minha família foi sempre o mais importante da minha vida, mas, foi preciso vivermos um momento difícil para perceber o quanto ela é verdadeiramente relevante para mim. Quando o meu irmão João nasceu, eu não sabia bem o que era um bebé, porque, sendo filho do meio, foi o primeiro irmão bebé que eu conheci. Passadas poucas semanas após o seu nascimento, sem eu saber como, caiu da cama e perdeu os sentidos. A primeira coisa que eu fiz foi chamar os meus pais, que ligaram imediatamente para o 112 e transportaram o meu irmão para o hospital. Eu também quis ir, porque estava preocupadíssimo, mas não pude e acabei por ficar em casa com o meu irmão mais velho, enquanto os meus pais o acompanharam na ambulância. Depois de uma hora e meia de espera, ouvi o barulho da porta da rua a abrir e o meu pai, preocupado, veio ter connosco e disse: - O vosso irmão está muito mal, partiu muita coisa e há poucas hipóteses de não ficar paraplégico. Eu, sabendo o que é ficar numa cadeira de rodas uma vida inteira, respondi: - Há chances, não há??!... No dia seguinte, fui ao hospital visitar o meu irmão, que dormia profundamente. Foi nesse momento que eu entendi o quanto era ele importante para mim. Passado algum tempo, o meu irmão foi submetido a uma operação cujo risco de insucesso era enorme, mas seria a única hipótese que tinha de poder sobreviver. Já sem expectativas positivas sobre a operação, estava a ir para casa quando a minha mãe me ligou, contentíssima: - Resultou!!! O João não vai ficar numa cadeira de rodas, está curado!!!!! Eu desliguei o telemóvel e corri o mais rápido que consegui até ao hospital. Passado algum tempo, deram-lhe alta e regressou a casa. Depois daquele dia, nunca mais o deixei sozinho e responsabilizei-me por ele. Acreditem, a vossa família vale muito mais que todo o dinheiro do mundo. Façam tudo para não a perderem.

Matias Batanete Marques, Nº 15, 6º F

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O Livro fechado

Era uma vez um livro fechado, Tristemente fechado. Nunca ninguém o abrira, Nem sequer para ler a primeira página.

Quem o comprara Trouxera-o para casa, Enfiara-o numa prateleira Ao lado de muitos outros.

Ali estava, ali ficou. Um dia, mais não podendo, suspirou… Mas não chegou ao fim o suspiro, Duas mãos o acariciaram No aperto da prateleira.

Na ternura e na urgência das mãozinhas de uma menina o livro fechado se abriu e sorriu!

Paula Matos, n.º 16, 6º F

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A Minha Família e Eu

Certo dia, nas férias de Verão, a minha prima de Lisboa veio passar uns dias a Coimbra. Passadas duas semanas, eu fui com eles, sem os meus pais, para Lisboa e fiquei lá durante algum tempo: brinquei, dancei, fui às compras... Certo dia, depois de ficarmos um bom tempo a conversar, fomos jantar, vimos televisão e, de seguida, fomos dormir. Já na cama, a minha tia deu-me um beijo, apagou a luz e desejou-nos uma boa noite. Nessa noite não consegui dormir, pois faltava-me alguma coisa. Não demorei muito tempo a perceber que o que eu sentia era saudade: saudade da minha mãe, de quando, à noite, ela me aconchegava e me dizia para ter uma boa noite, do meu pai a dizer para eu estudar e o som da novela que ele via e, por fim, mas não menos importante, do meu irmão, porque eu ia-lhe sempre dar um beijo e ouvia-o a contar os números até dez. Nesse momento, percebi a importância da minha família e como gostava dela.

Ana Carolina Filipe, n.º 2 - 6ºG

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A Ilha Na imensidão de um manto azulado de água cristalina e calma, avista-se uma pequena e estreita ilha rodeada de uma faixa de areia fina, macia e dourada com os raios de sol. A ilha, incrustada no meio do oceano, é enfeitada por esguias palmeiras, sobre baixos arbustos que lhe conferem um ar exótico e tropical, em que o verde sobressai. Ao longe, na linha do horizonte, o céu e o mar parecem abraçar-se adornados por diferentes tons de azul. No firmamento, observam-se pequenas nuvens esbranquiçadas que se assemelham a bocadinhos de algodão suspensos no anilado do espaço.

Texto coletivo, 6ºG

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Página do meu diário

25 de Outubro de 2010 Hoje, de manhã, vim parar a uma ilha, depois de um naufrágio. No início, fiquei triste, porque perdi muitos amigos, mas, agora, já não estou. Pelo menos consegui salvar-me, ainda nem sei como. Quando cheguei, não sabia o que fazer, por isso fiquei um pouco a ver o mar e a pensar na vida. Depois, fui apanhar algumas frutas para comer. De seguida, com ramos de palmeiras, fiz uma cama para tentar dormir. Ao terminar tudo isto, estava um pouco cansada, mas, mesmo assim, fui apanhar algumas conchas e fazer desenhos na areia. Quando dei pelo tempo, já era noite, por isso, estava com "a barriga a dar horas", então procurei comida. De repente, enquanto andava a ver se encontrava frutos, deparei-me com um lago, era tão bonito! A sua água cristalina e luminosa fez-me lembrar um manto brilhante que os meus pais me tinham oferecido. Fiquei tão maravilhada que até me esqueci da fome e acabei por adormecer na areia.

Ana Carolina Filipe nº 2 - 6º G

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Fundo do Mar, tempo indeterminado Querido Pescador;

Já passou algum tempo desde que me fui embora. Parti, pois achei que a minha promessa de te dar ouro e prata estava cumprida, mas depois disso aconteceram muitas coisas que te vou contar. Eu vivia na Atlântida, onde o meu pai era o rei, mas ele descobriu que eu me andava a encontrar com um humano e que lhe andava a dar prata e ouro e expulsou-me do reino. Desde então, ando por aí a tentar descobrir um lugar para viver e sobreviver aos perigos do mar. Também eu tenho saudades tuas, pois estava acostumada a ir, todas as semanas, dar-te o ouro e a prata e ver a tua grande beleza. Por ti, eu sinto uma grande paixão, mas tenho pena de nunca mais te voltar a ver. Espero que fiques bem e que tenhas o resto da tua vida cheio de felicidade.

Beijos da tua Sereia

Bárbara Simões, nº4, 6ºG

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Uma Visita Especial

Certo dia, fui a Lisboa com a minha família. Ia muito emocionado, principalmente por ir à freguesia de Benfica e visitar o Estádio da Luz. Nós chegámos às dez horas e parámos ao pé da Torre de Belém, a torre mandada construir no tempo de D. Manuel I, e fomos visitá-la. Subimos e vimos a vista sobre o rio Tejo: a água era tão límpida! Depois fomos ver o Padrão dos Descobrimentos, onde está o Infante D. Henrique, que tem na sua mão uma caravela rodeada pelos seus marinheiros. No fim da visita, fomos almoçar a um restaurante na freguesia de Benfica: comemos sopa de legumes, frango de churrasco com batatas fritas, arroz e salada e como sobremesa gelado de chocolate. No final do almoço ficámos muito satisfeitos. Passado pouco tempo, fomos visitar o estádio, que para os fãs é conhecido como “A Catedral”. Vimos todos os espaços, como por exemplo: as bancadas, a arquitetura e a beleza deste estádio. Até tive oportunidade de ver o voo da águia chamada Vitória. Quando parou de voar, a águia poisou no meu braço. Além disso, vi os jogadores a treinarem, o treinador atual, Rui Vitória, e a sua equipa técnica. A meio da tarde voltámos ao carro para regressarmos a casa, mas, antes de partirmos, fiquei agradecido à minha família, principalmente aos meus pais. Eu cheguei à conclusão que a minha família decide sempre o que é melhor para mim.

Gabriel Santos, n.º6, 6ºG

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O tesouro

Estava noite e fazia muito frio, as ondas do mar batiam forte contra o navio. O único tripulante acordado estava a beber à espera do capitão que vinha de barco a remos duma ilha longínqua chamada “dnalsi daed”. O nome não fazia sentido, mas esse era o mistério. Contava a lenda que lá havia um tesouro muito precioso. Passadas algumas horas, ouve-se um tiro ao ar, era o sinal do capitão que estava a chegar perto do navio. Quando chegou, mostrou aos marujos o que tinha trazido de lá de tão especial. Era o desenho de um código com várias letras espalhadas pelo papel (d; n; a; l; s; i; d; a; e; d), ninguém o conseguiu decifrar. Como eles eram muito curiosos, decidiram descobrir qual seria o código que aquilo escondia, mesmo que tivessem de correr todo o mundo. Primeiro pararam em Lisboa (uma cidade banhada pelo Atlântico). Perguntaram a várias pessoas, mas só uma sabia, nada lhes disse, dizia que era crime contar a alguém. Então eles, muito aterrorizados, foram tentar desvendar mais sobre esse tal mistério em Wimbledon, uma cidade na Inglaterra governada por piratas. Perguntaram a milhares de pessoas e nenhuma vira tal coisa, até que, já desesperados e sem esperanças encontraram um menestrel ao qual perguntaram. Então o homem começou a contar a história daquele tesouro. Há cerca de cem anos atrás houve um pirata, cujo nome não deve ser prenunciado, que por ter encalhado numa rocha e com esse encalhe a sua esposa ter morrido, desesperado e sem mais nada que fazer na vida sem ela, suicidou-se, arrancando o seu próprio coração atirando-o para a água. Dizem que ainda deve andar a vigiar a ilha onde encalhou e que o coração estando vivo, quem o trocar pelo seu terá uma vida eterna. Os marujos ficaram apavorados, o capitão fascinado e decidido, queria o coração para ele. O homem que tinha acabado de contar a história acordou com eles que por mil dobrões os ajudava a chegar à tal ilha. O capitão, seguindo as rotas para a ilha que tinha da outra vez foi lá parar. Quando chegaram lá o homem disse: “Toca a escavar!” Todos ficaram muito indignados com tal ordem, mas obedeceram. Então, ele foi-lhes explicando o porquê. Explicou-lhes que havia uma ilha submersa debaixo desta própria ilha com o nome “Dead Island”, nome que, lido ao contrário era o nome da ilha já conhecida e que decifrava o código que traziam em mãos.

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Começaram a escavar e encontraram a ilha subterrânea. Já tinham passado várias horas que andavam à procura do pirata morto vivo e também do coração, cansados e desanimados, caíram num sono profundo. Quando acordaram, nem queriam acreditar no que viam, o coração tinha dado à costa durante a noite e encontrava-se mesmo ali, ao lado deles. Quando já se iam embora todos contentes com o que queriam, encontram o tal pirata morto vivo. Cheios de medo e a tremelicar o pirata dirige-se para eles e pergunta quais eram as suas intenções ao ali estarem. O capitão responde-lhe que pretendia a vida eterna. O pirata muito contente por eles o terem encontrado, mas também algo ingénuo, pede-lhes o coração de volta, pois só assim podia ir ter com sua amada no fundo das águas e ser livre e feliz. Ficaram todos muito sensibilizados, o capitão, no entanto, um pouco apreensivo, tinha algo muito valioso nas suas mãos e não estava disposto a perdê-lo assim tão facilmente. Foi então que o pirata morto vivo lhe contou a sua história de vida, sozinho e infeliz a deambular por terras de ninguém, uma vida eterna e infernal. Com isto, esquecendo o seu egoísmo, decidiu entregar-lhe o coração para ter a sua verdadeira vida de volta ao mar.

Dinis Sousa, Nº4, 7ºF

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Era uma vez uma ilha

Era uma vez uma ilha. Essa ilha ficava no meio do oceano e os seus habitantes viviam muito felizes e em harmonia com a natureza e com o mar. Nessa ilha vivia um menino muito curioso e, todas as noites pedia ao pai, que era navegador, para lhe contar os segredos que o mar escondia. Esse menino chamava-se Pedro e para o pai era o seu maior tesouro, visto que a sua mulher morrera há uns anos. - Pai, conta-me uma história sobre o mar.- Pediu Pedro certa noite. - Está bem! Ora deixa cá ver...Esta ilha tem uma lenda que conta como foi formada.disse o pai. - Oh...conta, conta! - Entusiasmou-se Pedro. - Ok! Então, há muito tempo, quando ainda existiam reis e rainhas, um navio pirata invadiu um reino distante. Começaram a incendiar tudo, a raptar as mulheres e os bebés, e a roubar tudo o que podiam. No paço real, o rei e a rainha corriam de um lado para o outro, pois não encontravam o seu querido filho. Sentiam medo, pois o bebé não aparecia em lado nenhum. Passaram-se anos e anos, e o rapaz continuava desaparecido. O rei já tinha mandado os seus soldados vasculhar o reino inteiro, mas não havia sinal dele. A rainha, desesperada, disse ao rei: - Não percas tempo em terra. São piratas, organiza uma expedição pelo mar. E o Rei assim fez. No dia seguinte, bem cedinho, saíram barcos e mais barcos, carregados de soldados, na esperança de o encontrar. Já era quase noite, e o rei começava a perder a esperança, nesse momento, ao longe, um dos seus homens alertou-o que estava a ver uma pequena armada de barcos que navegava para trás de uns gigantescos rochedos. Imediatamente o monarca ordenou para seguirem aquela pequena frota. No entanto, quando chegaram aquele local não viram nada nem ninguém, viram unicamente uma parede de rocha. O rei ficou tão furioso que mandou disparar todos os canhões naquela direção. A parede de rocha cedeu e abriu, mostrando o seu interior... - E o que havia lá dentro? Interrompeu, curioso, Pedro. - Calma, ouve com atenção... Lá dentro o rei encontrou imensas riquezas vindas de todos os cantos do mundo.

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Saiu do barco para terra firme e contemplou tudo com espanto. Ao abrir uma portinha escondida viu imensas mulheres e jovens. Quando os tentava ajudar ouviu uma voz feroz: - O que andas a fazer aqui pai? O rei quase desmaiou com o susto Virou-se para trás e viu aquele jovem rapaz, dizendo: - Filho! - Não me chames filho. Abandonaste-me há anos e por isso fui criado por piratas. Eles contaram-me tudo. - Não estás a perceber, eles é que te raptaram! Ouvindo estas palavras o jovem rapaz olhou para os piratas e ficou muito triste. - Pai, eu quero ficar contigo, quero ficar ao teu lado e da mãe. Foi então que se travou uma violenta batalha que fez com que os enormes rochedos se partissem em mil bocados formando uma ilha. - E depois, e depois? Queria saber Pedro. - Os piratas foram levados para o tal reino e foram presos. Depois foram viver para aquela ilha muitas pessoas e o jovem filho do rei passou a reinar.

Ana Rita M. Saramago, nº3, 7ºC

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Novos povos, novas culturas Era uma vez um rapaz chamado Joel. Ele era um menino muito pequeno , mas com uma imaginação muito grande. Além disso, ele era divertido, alegre, curioso e aventureiro. O seu sonho era viajar de barco pelo mundo, conhecer novos países, novas culturas, aprender mais e mais sobre outros povos. No dia em que Joel , fez 19 anos, recebeu um barco, daqueles com que ele sonhava desde pequeno. Pôs a cabeça a pensar, como conseguiria ir fazer uma viagem daquelas, os seus custos, tudo...Um ano passou, e Joel continuava a planear a sua viagem de sonho. Passado um ano e meio, desde que Joel recebeu o barco, o rapaz já tinha tudo planeado ao pormenor. Sem pressa alguma, fez as malas, levantou dinheiro, comprou um kit de primeiros socorros, tudo o que o ajudasse para a sua saúde, bem estar...levou consigo, sim porque o mar não é para brincadeiras. Chegou o grande dia, despediu-se da família e amigos, e pôs-se a navegar pelo oceano. Estava tudo muito calmo, em pleno mar, quando as luzes do barco começaram a piscar, Joel foi ver o que se passava...Relâmpagos, incontáveis relâmpagos rasgavam as gigantes ondas marítimas. Estava criado o caos e Joel não sabia o que fazer. Foi para o leme do barco para tentar controlá-lo. Conseguiu fazê-lo até que uma enorme onde atingiu o barco e Joel perdeu os sentidos, após ter batido com a cabeça na esquina da mesa. Quando acordou, estava perdido em alto mar, tentou comunicar para a polícia marítima, mas não tinha rede para o fazer. Passadas umas horas, o jovem avistou terra, qual o seu espanto quando percebeu que estava no Mar Mediterrâneo, e que estava prestes a entrar em Itália. Visitou Roma, Veneza...experimentou novas comidas e costumes e passados cinco dias pôs-se novamente a caminho. O seu próximo destino era a Índia e a Tailândia...demorou vinte e cinco dias até lá chegar. Tirou fotos, fez novos amigos, aprendeu o Indiano e o Tailandês. Já que estava para esses lados da Ásia, quis ir para a Austrália, embora não ficasse no continente asiático. Na Austrália, conheceu os melhores chefes de cozinha que cozinharam para ele, fez novos amigos...os cangurus! Ate aí estava a ser uma ótima viagem, até que o radar volta novamente a falhar e tudo o resto também...Teve de ficar por lá mais uns dias. Foi até á América do Norte, do outro lado do mundo, demorou setenta dias. Gostou de visitar Nova Iorque, essas cidades. Voltou á Europa. Ele foi descansar um pouco, até que...quando acorda, acorda numa praia deserta,

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tentou chamar alguém. Estava desesperado. Começou a fazer planos para lá ficar muito tempo. Foi ao barco, e na dispensa já não tinha nada para comer. Sem querer, olhou para as máquinas ao pé do leme e qual foi o seu espanto, quando...viu que estava tudo bem com o barco. - Que grande equívoco - disse ele boquiaberto,- estou no Brasil ...mas...como é que é possível? Antes de chegar a casa só tinha mais dois destinos: o Reino Unido e Paris. No Reino Unido, visitou a famosa Tower Bridge, o famoso museu: British Museum e o palácio da rainha: Buckingham Palace, entre outros. Em Paris, visitou a Torre Eiffel, provou os queijos, os vinhos, tudo de bom que lá havia. - Mas que delicioso! - exclamou ele,- que bela forma de terminar esta aventura! Joel chegou a casa, mais homem, mais culto, com uma melhor forma de encarar os problemas, com novas culturas, com novas línguas, o jovem passou o seu curso e arranjou trabalho, graças àquela viagem.

Francisco Ferraz, Nº15, 7ºC

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E Foi Verdade

Era uma vez duas irmãs, Marina e Inês, que planeavam ir de férias, em 2012, para Phuket, uma bela ilha tailandesa. Chegado o mês de abril, fizeram as malas e seguiram viagem até ao seu escolhido destino de férias. Passados uns dias, as irmãs e o seu grupo de turistas foram dar um passeio de barco pelo mar, o qual parecia uma lagoa, tal era a tranquilidade das suas águas. Até ver, corria tudo às mil maravilhas! Mas, a dada altura, no horizonte, estava a formar-se um longo “tubo” de água, que corria na direção dos turistas no barco. O mar, outrora calmo, estava agora agitado, com a fúria de um leão quando tenta abater a sua presa. O guia, apercebendo-se de que vinha lá um tsunami, tentou apaziguar o pânico ali instalado, fazendo os possíveis para manter toda a gente no barco. Porém, Marina e Inês não lhe deram ouvidos; preferiram acreditar na sua habilidade para a natação do que num guia que não conheciam de lado algum, apesar de ele as ter advertido da existência de crocodilos naquela zona. Elas saltaram para a água e nadaram, nadaram, nadaram, na esperança de conseguirem salvar-se. Subitamente, um crocodilo veio por trás das duas irmãs e atacou Marina, a mais velha, deixando-a a esvair-se em sangue. Na tentativa de a salvar, Inês bradou por socorro, pois a irmã já não tinha forças para tal. A sorte esteve do seu lado, pois andavam por ali uns pescadores que, ouvindo os gritos da rapariga, correram até ela, munidos com arpões de pesca próprios para matar. Já perto do grande monstro, atiraram-lhe quantos arpões levavam, e, apesar do animal se ter debatido, conseguiram, por fim, acabar com ele. Os pescadores heróis alcançaram duas vitórias: mataram o crocodilo, salvando, consequentemente, a vida da jovem, e ganharam a eterna gratidão das duas irmãs. Marina, contudo, tinha de ir ao hospital mais próximo, o hospital Bankok, pois a hemorragia não estancava e ela podia “[…] morrer pois continuava a perder muito sangue […]” – ficara a saber depois de uma conversa que teve com um cirurgião, no hospital, que, mais tarde, a suturaria com 27 pontos. Após duas longas semanas a recuperar e a aguardar que as águas baixassem, Marina e Inês puderam, finalmente, regressar ao hotel, onde tinham estado hospedadas antes de se dar esta confusão, para fazerem as malas e, assim, voltarem para casa.

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Chegadas ao aeroporto, depois de uma curta viagem de táxi, apanharam um avião direto até Lisboa, apesar que o voo teve uma duração de treze horas. Quando saíram do avião, um autocarro levou-as até Coimbra, onde seriam acolhidas pela sua família. A partir daí, Marina e Inês nunca mais quiseram voltar a Phuket, uma linda ilha, cuja beleza ocultará um terrível cenário de morte e destruição… Hoje em dia, Phuket continua a ser um ilha lindíssima, fortemente abalada pela última vez em 2013, um ano depois desta incrível história de sobrevivência de duas irmãs, cuja vida de uma delas já esteve seriamente em risco… Ana Marília, n.º1, 7º F (História baseada em factos reais)

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Texto de opinião

E se eu vos disser que a série televisiva mais vista na Fox é a emocionante série de ação e aventura “Hawai Força Especial” (“Hawaii Special Force”)? Na minha opinião, os atores desta série ensaiam imenso para a conseguir levar o mais longe possível, ou seja, para que ela nos seja apresentada da forma o mais realista possível. Mas também existem episódios em que há público que não consegue ver determinadas cenas, por exemplo, cadáveres sem cabeça ou órgãos espalhados por todo o lado. Pessoalmente, adoro ver esta série, porque é como se sentíssemos que aquilo acontece, todos os dias, na realidade. Contudo há uma pequena parte de espectadores que não gosta da série, por causa da violência. Claro que depende do gosto de cada um, mas, para mim, é um programa brilhante.

Joana Abrantes nº11 8ºC

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Coimbra, 31 de dezembro de 2015 Diário, Desta vez, não começo com mais um “hoje o dia foi”, desta vez não começo com uma introdução pensada, desta vez só te peço que me acompanhes. Hoje é o último dia do ano e todos os anos as memórias passam-me pelos olhos. Decidi escrever-te, aqui, um resumo de cada mês, para que, no futuro, consulte este dia para me lembrar de 2015. Então foi assim: Em janeiro, a minha irmã fez 18 anos. Ela teve direito a duas festas e estive presente nas duas. A primeira foi em minha casa, no dia antes do teste de francês. E a segunda foi num restaurante, o nosso restaurante habitual. Estavam lá casais da infância da minha irmã, os vizinhos da casa antiga, os amigos dos meus pais, alguns escuteiros e o grupo de amigos da minha irmã. Em fevereiro foi o corta-mato distrital (se não me engano). E o meu pai fez anos. Não fizemos nada de especial. Foi um mês simples. Em março fiz eu anos. Também não fiz nada de extraordinário. Mas andei imenso nesse dia! Também houve greve nesse mês. Esse foi sem dúvida um dia interessante. Em abril foi o “Field day”. Mandei a Constança encher 100 abdominais e ela encheu. O chefe Luís mandou-me a mim e ao Afonso varrer o salão de Serpins. O salão. Foram duas horas difíceis. Em maio, tive excelentes momentos com amigos. Mas nada que não fosse comum nos outros meses. Em junho só queria que as aulas não acabassem, o que é bastante absurdo, mas é verdade. Junho foi como o ponto de reviravolta de todas as histórias. Nos filmes tristes há finais felizes, os contos de fantasia tornam-se reais. E eu não queria férias. As férias de Verão foram como sempre. Recebi as notas (bem melhores do que esperava),encontrei-me com amigos, troquei muitas mensagens, tive o acampamento regional (ver resumo na página 65) e passei uma semana na escola de verão, que para minha surpresa, foi uma das melhores semanas de 2015, e tivemos a festa da Palheira (excelente como sempre). Em setembro começaram outra vez as aulas. A escola está muito diferente. Vazia, sem animação, mas enfim, é a escola. Em outubro voltei a ter aulas de guitarra. Adorei esse mês.

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Em novembro não me lembro ao certo do que aconteceu. Acho que foi o mês em que desenvolvi um gosto estranho pela escrita. Dezembro é o mês de que melhor me lembro. Os Coldplay lançaram o novo álbum! A minha mãe fez anos. Decorreu a entrega de prémios (que é sempre um evento agradável) e descobri um problema no pé, não muito grave. Mas esse problema fez com que não fosse possível chegar ao fim do corta-mato. E por ter desistido entrei para a ginástica. Reviravoltas atrás de reviravoltas. Foi um bom ano, mas já nada volta. 2016 não tem nada que prometa, mas logo se vê. Estou à espera de uma reviravolta como em 2015. “2015” é também o nome da minha playlist, que estou a ouvir agora. Comecei a escrever ao som da Everglow dos Coldplay e já estou na See You Again. Coincidências. Olha, Bom ano diário.

Patrícia Pinheiro, N.º22 8ºC

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Lembra-te de mim “Aguenta-te. Respira. Salva-te. Vai acima, inspira, vai abaixo, expira.”Lembro-me de repetir estas palavras para mim e para ti, e depois só para mim. Lembras-te como tudo foi? Como eu te perdi? Eu lembro-me. Lembro-me demasiado bem e não paro de pensar nisso. O mar estava bravo, bravíssimo. O vento soprava como um uivo selvagem por entre a escuridão do céu. Embora não fosse noite, até pelo contrário. O Sol tinha nascido há pouco mas as nuvens cobriam-no como um manto cinzento assustador. Não posso continuar a recordar-me disto. Tenho que me levantar, já estou atrasada. Vou trabalhar. Hoje não fui ao café. Costumava ir lá encontrar-me com a Dona Helena e tomar café, mas hoje não vou e ontem não fui. Desde aquela noite, sinto que não mereço esse tipo de prazer. Quando cheguei ao trabalho, olharam para mim com pena. Na altura, fui uma excelente escritora, diziam eles. Mas depois daquela noite, nem tenho vontade de escrever notícias. Depois de eu própria ter sido notícia. Nós termos sido notícia. Aquela noite ter sido notícia. Saí do trabalho, despedi-me. Despedi-me hoje. Depois de tudo o que se passou nunca mais escrevi por gosto e estaria a trair a literatura se não escrevesse por gosto. E agora aqui estou eu a escrever-te uma carta, no meu sofá. O sofá que já fora nosso. O sofá onde ficávamos a conversar até que os assuntos acabassem. O que era difícil e raramente acontecia. Sempre adorei falar contigo, tinhas sempre assunto. Mas agora, já não posso falar contigo e isso vai-me destruindo, aos poucos. A culpa foi minha, eu quis ir contigo ao mar. Sempre adoraste aventuras e esta ia ser a nossa grande aventura. Uma aventura que íamos levar no bolso para o resto das nossas vidas. E levámos. Vamos levar essa aventura para sempre, porque foi a tua última aventura. Lembro-me de estares a pôr o barco no mar e dizeres que este seria o início das nossas vidas. Como se fosse o despertar de um sonho. Só que não foi. Despertou-me, isso é certo. Nunca tinha percebido ao certo o efeito que tinhas em mim. Nunca fui uma pessoa romântica e tu também não eras. Éramos indiferentes ao amor e eu adorava isso. O dia estava tão bonito e, de repente, tudo mudou. Um feixe de luz ameaçou a terra, começou a chover. Gotas pesadas e velozes começaram a cair em cima de nós. O vento soprava tão fortemente que nos fez perder o controlo do barco. Que poucos instantes depois, virou e levou-nos com ele ao fundo do mar. Mas eu voltei, e tu não. Eu podia-te ter

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salvado. Podia ter-te estendido a mão. Podia ficar sem forças, mas ter-te-ia salvado. O meu maior medo sempre fora falhar. E eu falhei. Não apenas te perdi, como falhei. E o meu coração aperta quando digo isto, a minha voz treme, falha, e pelo canto do meu olho foge uma gota de água. Sinto que cada lágrima que perco é um bocado de mim. Tenho saudades tuas, mas tu não tens saudades minhas e eu não tenho saudades do mar. O mar que te puxou e que me puxou. O mar que te levou e que me encontrou. A culpa não foi do mar. Foi minha que te levei para lá. Sempre disseste que morrerias por mim. Nunca o levei a sério. Era algo que considerava apenas bonito de se ouvir.”Lembra-te de mim”. Estas foram as tuas últimas palavras. Numa vida, pessoas chegam, pessoas partem. O mundo continua a girar, o tempo a passar e, sendo assim, nunca vou parar de te amar. Irei convencer-me que a tua luta acabou, mas trarei sempre comigo, um pouco de ti. E que o nosso fim, não seja agora.

Patrícia Pinheiro, N.º22 8ºC

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“It´s kind of a funny story”

Seria de esperar que um filme com o ator Zach Galifianakis fosse provavelmente um dos melhores filmes desta geração. Retratando

os

maiores

problemas

que

afetam a sociedade jovem como o stress, a preocupação

de

obter

bons

resultados

escolares e a integração nos grupos sociais, o filme “It’s kind of a funny story” toma esta realidade como um assunto. Embora o tema seja bom e o título chamativo, o início deste filme, que tinha tudo para ser excelente, foi uma grande desilusão, perdendo os espectadores antes de chegar à melhor parte. Concordo que é bastante “cliché”, o rapaz fica com a rapariga e segue o seu sonho de ir para uma escola de artes. Mas um “cliché” adaptado, em que não é um rapaz e uma rapariga de uma beleza esmagadora, nem se passa num castelo ou numa escola secundária. Passa-se num gabinete de psiquiatria, enquanto os dois jovens recuperam de uma depressão. Este drama romântico contém momentos de comédia, uma comédia que não nos faz rir à gargalhada, um tipo de comédia elegante, não admirada por todos. É um filme muito relativo, que apenas interessa a um grupo de espectadores específicos. Concluo que, sendo um excelente filme, tem as suas desvantagens, as quais podemos ignorar tendo em conta o assunto pertinente do filme e a sua história.

Patrícia Pinheiro, N.º22 8ºC

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Supera-te!

Ter um modo de vida saudável é ser feliz. Já reparaste que coisas tão simples como comer de maneira equilibrada, praticar diariamente exercício físico e regular o tempo ligado à tecnologia, te pode tornar alguém mais orgulhoso de ti mesmo? Concordo que, de vez em quando, (um “de vez em quando” trimestral e não diário) sabe bem passar mais um bocadinho de tempo no computador ou comer algo menos saudável, mas há que regular. Essa rotina de passar o dia em casa à frente de um ecrã a comer aperitivos e doces não torna ninguém feliz. Não nos podemos queixar de falta de conhecimento. Somos constantemente alertados para os riscos de uma vida não saudável. E só têm estes modos maus de vida porque querem. Para não falar que as pessoas obesas sofrem. Têm tanto o estar físico como o psicológico arruinados. São os últimos a ser escolhidos, não têm roupa que lhes interesse, não acompanham os outros miúdos no recreio, e muito mais. Não fiques aprisionado a esta vida, controla a tua própria mente. Supera-te. Não era melhor praticar desporto do que ficar a observar? Uma vida saudável é uma escolha inteligente. Basta fazer exercício regularmente e comer de modo responsável. “Corpo são, mente sã”. Escolhe o teu futuro. Escolhe ser feliz.

Patrícia Pinheiro , N.º22 8ºC

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Sem imaginação

Um papel em branco, um lápis de carvão e o desespero pela frente para escrever uma narrativa e dar vida às personagens inanimadas. Estou sem imaginação, paralisada e sem saber o que escrever. Os meus neurónios deram um nó e só um milagre o consegue desfazer. Comecei a falar com o que tinha à frente, para servir de inspiração. De repente, algo inesperado veio a acontecer. O Lápis parece ter ganho vida própria, estava a escrever sozinho! Como por magia, a folha de papel branca ia-se transformando em letras, depois em palavras e finalmente em frases. Eu, boquiaberta, observava o bailado sem fim do meu Lápis a poisar suavemente no papel. Este não se queixava, já estava habituado a ser usado para fazer rascunhos e rabiscos. Agarrei nele e comecei a escrever, ou a tentar, pois já não era a minha mão a que tinha controlo no Lápis. Ele brincava comigo e eu com ele. À medida que íamos desenhando as palavras o texto começava a ganhar forma e sentido. As ideias fluíam e de um momento para o outro parece que estávamos em sintonia! Ficámos durante uns bons minutos a conversar e a escrever histórias. Até que, um momento de infelicidade bate à porta, tudo parou. O Lápis deixara de bailar com a folha de papel, o seu trabalho estava feito, da sua ponta de grafite já não restava nada. Então, eu despedi-me dele e pousei-o levemente, para mais tarde, quando eu precisar, ele estar ali ao lado para me ajudar.

Ana Catarina Santos, n.º3, 8ºG

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O Grande Dia Passou-se o sábado, repleto de agitação, com constantes correrias da cozinha para o largo principal e do largo principal para a cozinha, para que no domingo tudo estivesse perfeito. Chegado o grande dia, não é que estava mais que perfeito!? As pessoas exaustas, mas alegres e realizadas, tinham caprichado nas decorações, nos andores e em tudo o resto. O largo estava decorado com candeeiros e flores de papel colorido que vinham de todas as ruas da aldeia e por ramos de oliveira presos nos poucos postes de eletricidade que existiam. O cheiro do cabrito nos fornos a lenha, cozinhados e temperados com o habitual carinho nas caçarolas, espalhava-se por todo o lado! E a procissão… A bela e magnífica procissão que se preparou para a Senhora das Dores, padroeira daqueles habitantes, com andores decorados com rosas vermelhas, rosadas e brancas, estrelícias, fetos, todas as bonitas plantas que se encontravam nas redondezas e ainda os santos e padroeiros esculpidos à mão pelo Mestre Joaquim! Todos comeram, beberam, dançaram, marcharam com belas roupas e divertiram-se o máximo possível, mas o ponto alto da festa foi o arraial com muita música. As pessoas, todas vestidas de branco conviviam felizes umas com as outras.

Ana Filipa C. Santos, n.º4, 8.ºG

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