Verbetes Armando Amorim

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VERBETES



VERBETES

Armando Amorim


onheci muita gente. Amigos não me faltaram. Alguns não vejo há muito tempo, mas se encontrarmos, continuaremos o papo, pois amigos, são assim. Outros continuam perto, o que é prazeroso. Os que aqui não aparecem, me desculpem, pois já estou passando um pouco do meu “prazo de validade” e a memória, às vezes, cisma em não colaborar. Como disse no início deste livro, o que mais venho gostando nessa vida, é de gente. Aqui, coloco a grande maioria das que conheci e alegraram a minha vida e deramme a oportunidade de gostar delas. São:


A ABRAÃO MILEIP Irmão da cunhada Selma, era um divertido contador de “causos”. Foi levado mais cedo e anjos e santos devem estar às gargalhadas, ouvindo as histórias que contava do pai Salim. ACY/ MIRTES Casal pra lá de simpático, pais de Regina Coeli e Maurinho, da turma da Rua Dipsis. Acy foi quem me emprestou a garagem de sua casa, para o fatídico desmonte do meu MG, historinha que aqui conto. Dizia a todos que lhe dera uma das grandes alegrias de sua vida, ao pintar o retrato da filha. Foi um incentivador constante de minha pintura. Certa vez estava nos EEUU e de lá me ligou, vibrando, pois estava diante de um de meus quadros pendurados na parede de uma residência de americanos. E dizia que o casal o tinha arrematado em leilão. Como era corretor de café e diretor da Associação Comercial do RJ, com seu prestígio me fez expor no Museu de Arte Moderna, em meu começo de carreira. ADELINO/ ROSA Amizade trazida pelo cunhado Mirinho que, como ele, é cobra nos negócios da telefonia. Gente divertida e alegre, que agita qualquer ambiente. A esposa Rosa, não menos especial, é feita de simpatia, notando-se assim que os encontros são sempre prazerosos. ADO Esse é o famoso “Pipoca”, da turma do Divino, figura de destaque e com assento permanente no famoso bar. Quando o assunto era futebol, a discussão ficava difícil, pois é flamenguista, daqueles que não dão razão a vascaíno como eu, mesmo que se tenha. Foi inclusive diretor do clube. No seu lado esportivo, além de torcedor, foi craque do basquete e, jogando pelo Tijuca, tornou-se campeão carioca em diversas categorias. No tempo de estudante, morando ainda na Rua Haddock Lobo, frequentou o Instituto de Educação, Pardal Pinho e o sério Externato São José, onde estudei também. Armando Amorim - Memórias

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Hoje, casado e com três filhos, está morando em Ipanema. (Em tempo, acaba de mudar para belo apartamento na Barra). No tempo de colocar terno e gravata se tornou servidor público de destaque onde exerceu diversas funções no poder executivo municipal, estadual e federal sendo, inclusive, Chefe de Gabinete na Presidência da República, de 90 a 94. Atualmente é Controlador de Arrecadação do Município, estando lotado no Gabinete do Prefeito. E em empresas privadas já foi também diretor comercial de algumas. Como se vê, joga em todas. No momento, estou me aproveitando do seu conhecimento nas áreas do governo, no tão falado “tráfego de influência”, pra ver se emplaco um patrocinador para os meus livrinhos infantis sobre educação ambiental. Tou na precisação... Preciso ganhar algum... Ado produziu uma turma especial: Marcos e André, advogados e Patrícia, administradora de empresas. De nome de batismo Luiz Eduardo Ferreira Dias, o marido de D.Regina nas horas vagas é o parceiro fiel de Armando Soluri, no joguinho de pôquer. E Soluri na provocação, diz que ele sabe perder. Mas o melhor do nosso “Pipoca” são os divertidos e animados papos, sendo, portanto, uma alegria os encontros frequentes.. ADRIANA Uma espanholita lindinha, levada, e danadinha quando criança, que todos adoravam. Virou mocinha bonita e inteligente e, durante certo tempo, deu show no balé e chegou a apresentar a sua arte no Teatro Municipal de Campinas. No departamento da “cachola” é melhor ainda, pois os genes dos papais são especiais. Filhona da mana Luiza e do cunhado “Mirinho”, ainda garotinha, passou para a Unicamp e já está se formando em engenharia química. Essa minha sobrinha tem cuca privilegiada e vai longe... ADRIANO Um garotão gente boa, irmão do Jair da Carne. Foi morar em São Paulo, abandonando o sol carioca. Seu único deslize. 482 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


AFILHADOS Como os amigos e irmãos, pensando talvez que eu não teria filhos (fui o último da patota a casar), resolveram me fazer padrinho dos seus e tornei-me assim, o “segundo pai” de uma turma maravilhosa: Luiz Eduardo, filho da mana Cely e de Jayme, foi o primeiro. Depois, Flávio, da mana Regina e Ronaldo; Juliana, da mana Luiza e Altamiro. E mais: Ralph, filho dos amigos Vasco e Regina; Maurício, filho de Paulo e Jacyra; Paulinha, filha de Suzana, Samantha, filha de Luiz e Hildinha; Adriane, filha de Juacyr e Adriana, Bruno, filho de César e Edna; Robertinha, filha de Ghesa e Billy e “Miquimba”, que apesar de já ter padrinho, o seu pai, Pedro Sabiá, que morava no morro 71, me nomeou padrinho oficial. A todos, a minha benção. E aos compadres e comadres o agradecimento pela honraria. AILEDA/ FLEMING Conheci a simpática Aileda na cidadezinha de São Vicente, das Minas Gerais. Casou-se com o dinamarquês Fleming, queijeiro dos melhores, e deles chegaram quatro filhos: Jens, Klaus, Christian e André. Ainda bem novinhos perderam os pais em um desastre; mas três deles encontraram novos papais: Helio e Selma, fazendo a nossa família crescer rapidamente, para a alegria de todos nós. E Aileda e Fleming, com certeza, devem dar uma mãozinha lá de cima... ALAOR SANTIAGO Ex-administrador da Barra da Tijuca, o amigo Alaor é um dos que mais entende das coisas do bairro e do meio-ambiente. Engenheiro dos bons e de inteligência privilegiada desenvolveu uma empresa que melhor entende de tratamento de poluentes, no Rio. Para acabar com a discussão eterna sobre emissários, lagoas poluídas e outros problemas de nossa região, bastaria convocá-lo para resolver de vez essa encrenca. Não sei se aceita, mas fico torcendo para quem de direito o convoque para ser o nosso Secretário de Meio Ambiente. Daria jeito em tudo! ALBERTO MENDES Amigo de longa data é no país, quem mais entende de leite. Está Armando Amorim - Memórias

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escrevendo um livro contando a história desse importante alimento, quando nele não se coloca água ou soda cáustica. Comenta no livro as criações da nossa AAP, por ter sido a primeira a desenhar as embalagens em cartão produzidas no Brasil e de ter dado o nome de “longa vida” ao produto, que acabou sendo usado por todo o mundo. ALCIDES/ YARA Casal maravilhoso e generoso, presença que nos faz bem. Alcides Paiva, para a nossa sorte, trabalhou alguns anos na AAP e resolvia todo o meio de campo. E a sua alegria e otimismo, contagiava a todos. Yara, gente especialíssima, que nos transmite emoções positivas. Casal nota 10. ALCIDES/ LUCIA e MÁRIO BETHLEM/MARILENA Dizem os psicólogos, que os pais não devem pressionar os filhos para que estudem e muito menos dar umas porradinhas para que isso aconteça. Esta filosofia não era a do general Hugo Bethlem, marido de dona Léia e pai de Mário, Alcides e Regina. Claro que bater não era necessário; mas havia a obrigação de estudar, diariamente, o que os dois faziam, não sei se com gosto. O certo é que estudavam bastante. Volta e meia chegava em sua casa , chamando os dois para a pelada ou outro programa qualquer e o general na porta me barrava: Mandinho, pode voltar que os dois estão no estudo. Isso deu no que deu: Alcides, engenheiro super preparado, acabou diretor de megas empresas de engenharia. Um destaque. Hoje ainda faz consultoria a grandes empresas. Mário, simplesmente, foi presidente da IBM do Brasil. E o estudo não atrapalhou que fossem dignos representantes da “turma do sereno”, participando de todas as nossas aventuras. Alcides, papo inteligente e gozador dos melhores, casou-se com a linda e simpática Lúcia e vamos nos vendo nos jantares da turma antiga. Mário, com seu jeito desligado, acabou conquistando a menina mais bonita do Rio Comprido, que se quisesse, seria a nossa Miss Brasil. Não quis. Preferiu casar-se com o nosso “messier Pepé” e ter filhos maravilhosos: Adriana e André. Papai do céu chamou Mario mais cedo... O que se vai fazer... 484 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Marilena, tá faltando a sua presença nos nossos encontros... ALCINDO/ MARIA AMORIM Entre os irmãos de meu pai, o mais novo. Casado com Maria nasceram meus primos Joaquim e Denise. Era o tio das guloseimas, pois chegava a nossa casa, sempre carregado de balas e outras delícias. Não preciso dizer que na época da meninice, o mais querido. ALCYR Presença marcante na AAP. Não só pela simpatia, pelo riso farto e papo divertido, mas porque trazia dinheirinho para todos nós. Ótimo homem de vendas. ALDO/GRACE Reunião da “Turma do Sereno” sem o “Papel Fino” não tinha graça. Era ele quem dava molho ao papo, com suas tiradas sempre geniais e cínicas. Formado em advocacia, trabalhou mesmo foi na gráfica do pai, a Marques Saraiva, famosa na época. Chegou ao que parece a participar do Sindicato dos Gráficos, no seu lado sério. Mas Aldo, que responde também por “Papel”, “Nariz de Ferro” ou “Belisca a Lua”, chegou ao pedaço, vindo de onde vim: Rua Queiroz Lima. Isso quer dizer que nossas famílias deveriam se conhecer quando ainda éramos bem crianças. Talvez já batêssemos um papo de fraldas. Irreverente, gozador, um dia entrou no sério e casou-se com Grace. Juntos criaram fábrica de bijuterias e os filhos: Mônica, uma lindeza que se casou com Roderlei. Evelyn, a outra beleza, lhe deu o neto João Guilherme; e o filhão Aldinho, casado com Cláudia, que virou papai de Giovana e Felipe. Hoje, são decoradores com flores e fazem qualquer ambiente se transformar em lugar paradisíaco. Quem, portanto, precisar de pedaços de jardim é só procurar a “Verde & Harmonia” que serão bem atendidos. E Grace, de mãos habilidosas, produz ainda peças artesanais, que dizem ser notáveis. Ainda não vi, mas acredito. Armando Amorim - Memórias

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Como gostam de natureza, continuam curtindo o belo sítio em Petrópolis, no meio de pequeno zoológico e da natureza de verdade. Ainda não estive lá, mas dizem ser um lugar lindíssimo. Na época de antanho, Grace não morava no pedaço, mas era sempre bem chegada, pois, além da simpatia que nela transborda, trazia a irmã Naná, uma belezoca. Em dezenas de anos nos aturando e por até formarmos a melhor zaga do Royal, posso hoje dizer que a amizade com Aldo e Grace virou coisa de irmão. Recentemente consertou o “motor” e está estalando de novo, zerinho, para a nossa alegria. E já emplacou com Grace, tempos atrás, os 50 anos de casados. Em tempo, encontrei o “Papel Fino” no aniversário de D.Oscarina. Engordou. Pra mim, passou a ser Aldo “Papelão”. Recentemente almoçamos no Iate com a patota da antiga. E vamos nos encontrando em jantares, com a antiga turma de sereno. Continua o mesmo. ALEX Vizinho do Riviera e amigo do peito do Mandinho, Bianca e da família, Alex Teixeira foi para os states faturar uns dolarzinhos, pois não faz mal a ninguém. Lá se casou com a argentina Nathalia e estão vivendo vida feliz, curtindo o neném que chegou. Quando o Mandinho lá esteve, recebeu apoio logístico e ainda nos trouxe presentes do casal, para a família inteira. Gentilezas de Alex, que agradecemos aqui. De vez em quando, vem dos States para assistir jogo do seu Flamengo e, para nossa alegria, não se esquece em dar uma chegadinha em nossa casa. Gente mais do que especial o Alex. ALEXANDRE Como o mano Osvaldo, Alexandre foi craque de bola e do volei. Casou-se com Mariângela e deles nasceu o casal André e Isabel. André formou-se em medicina e hoje é chefe da pediatria da rede D’Or. Isabel formou-se em Direito e é cobra em assuntos internacionais. Mas Alexandre, depois de se aposentar nos negócios da telefonia, 486 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


encontrou outra atividade. Tocando um cavaquinho esperto, compõe sambinhas do tipo Zeca Pagodinho e chegou a montar estúdio em casa, para gravar seus CDs. Sabe das coisas e está sempre no pedaço, onde o samba verdadeiro se expõe. É dos bons. ALEXANDRE/ DÉBORA Sobrinho inteligente, filho de Eurídice e José Ruchiga. Nele, sobra educação e, não há na família quem não o admire. Especializado em vendas, ótimo no assunto, mudou de atividade, pois passou em concurso para agente da polícia federal, que está na moda, colocando os políticos safados na cadeia. No momento está servindo no Acre. Casadinho com a simpática Débora, os dois formam um casal pra lá de especial e são os pais do garotão Pietro e da linda Manuela. ALEXANDRE/ VÂNIA Fernandel sempre nos aproxima de gente que vale a pena conviver. Um dos mais recentes o casal Alexandre e Vânia, ele um cracasso nos breguetes de alumínio e ela professoram de história e outras matérias do ensino médio. Formam um casal que esbanja simpatia e os encontros são sempre prazerosos. ALFREDINHO Alfredo Gutierrez foi o meu marchand e vendia também obras de outros pintores em sua bela Gallerie Gutierrez, no Barra Garden, Barra da Tijuca. Casado com Mônica são pais de Daniel, Andressa e Maria Eduarda. Alfredinho entrou no mercado de arte por meu incentivo, produzindo e organizando a exposição “Quatro Tempos”, no Palácio dos Leilões. A sorte foi grande, pois foram adquiridos 52 trabalhos, para a sua alegria e a minha. Abriu então a sua galeria e ficou cobra no assunto. ALFREDO/ MARIA ROSA Esse é meu amigão espanhol, “importado” da Galícia, pai do Alfredinho, o marchand, e foi meu sócio na empresa de decoração CaArmando Amorim - Memórias

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bana Arquitetura de Interiores. Casado com a bonita e simpática Maria Rosa, deles nasceu uma bela turma: Alfredinho, Francisco Xavier, Pablo, Fernando, Maria Rosa e Maria Del Pilar. Alfredo com a sensibilidade que nunca lhe faltou, criou com a esposa e filhos e mantém com amigos, uma notável obra que protege e ajuda aos portadores de AIDS. Essa gente é do céu. E Alfredo foi pra lá para dar uma mãozinha ao Criador. ALOÍSIO Irmão de Pedro “Sabiá”, Neném, Jorge e as meninas, Aloísio morava na subida do morro 71. Crescemos juntos e foi meu companheiro diário em todas as brincadeiras. Quando rapaz iniciou a fase de dar duro na empresa de Julinho Brito, da “turma do Sereno” e lá se aposentou. Gente finíssima o “Mongonga” e grande amigo. ALMIR/ MARISE TARDIN Na Agência AAP Almir agitava e era o nosso “faz tudo”, para qualquer assunto. Quando apareciam as encrencas, bastava a frase mágica: “chame o Almir”. Quando a pressão era demais, Almir falava “chorando”. Mas resolvia. Foi um dos responsáveis pelo crescimento e sucesso da Agência, não só pelos seus fazeres, jogando em todas as posições, mas pela animação constante que contagiava a todos. E publicidade necessita disso. Chegava até a ceder a sua casa em Jacarepaguá para os nossos embalos. Com tanta dedicação, acabou virando amigo do peito. Casou-se com a bonita Marise, e chegaram às lindezas: Caroline, hoje pedagoga e professora de inglês e Cataline, fisioterapeuta. Depois de ser dono de Colégio para crianças, passou a construir casinhas em Jacarepaguá, negócio que virou sucesso. E a simpática Marise continua vendendo imóveis aqui na Barra. Quem quiser comprar algum, me avise, pois ela tem sempre um ótimo, por preço baratinho. Almir é dessas pessoas envolventes, inteligentes, que a gente gosta de ter por perto. Tem sempre ideias interessantes. Um papo que não se pode perder. Para a minha alegria, vamos nos vendo por aí. E, quando não dá, um papo de celular. ALTAMIRO (ver Luiza/Miro) 488 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


AMAURY/ ARY Amigos da antiga, os irmãos faziam parte da famosa turma do Divino. Amaury, engenheiro eletricista da Light, era quem emprestava a roupa de cônego de seu tio, para o Vasco e os nossos casamentos na casa de Neusa. Agora vive na maré mansa de Búzios. ANA MARIA I Ana Maria de Barros Duarte (em solteira) para diferenciar da outra que morava perto, era chamada de “Ana Maria Filha do General”. Elétrica, simpática e um tanto dengosa, participava, com seu papo divertido da “turma da Rua”. Agora a curtição é o filho Bruno, engenheiro de produção. ANA MARIA II Ana Maria Balaguer, nome de solteira, fazia parte da turma da Del-Vecchio e sabia que era terrivelmente bonita. Nós também. A mana Diana em criança era danadinha e queria sempre entrar em nossas peladas. ANDRÉ Irmão de Kite, filhos de Sonia Mileip, André, o “Deca”, é gente finíssima. “Sangue bom”, como diz a garotada de hoje. Na última reunião da família, nas bodas dos manos Regina e Ronaldo, apareceu com uma lindeza, uma “gata” chamada Lílian. E, além de tudo, sabe escolher a cor. Tou com você!...E a notícia mais alegre que recebí recentemente: eles se casaram... E Lílian está esperando neném. Que sejam muito felizes... Merecem! ANDRÉ do ESPÍRITO SANTO Casadinho com Delaine, André tinha que ser do Espírito Santo; pois precisa dele. É um amigo que anima qualquer ambiente. Formou-se em Direito, mas é dotado de cultura geral e, assim, sempre um bom papo, razão das conversas virarem as madrugadas. De religião e seitas, conhece todas, chegando a citar longos textos do budismo no idioma e, da bíblia, conhece cada salmo ou parábola com seus pontos e vírgulas. Sobre a maçonaria vai contando suas histórias e mistérios até chegar no tempo dos nossos imperadores Armando Amorim - Memórias

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e a proclamação da república. Tem conhecimento profundo. Esse foi um de seus papos, num dos encontros em nosso sítio. É bom, portanto de conversa, e se não fosse o que é, poderia ser animador de TV ou locutor de rádio. Em nenhum minuto deixa o papo cair. Da sua síndrome do pânico, que a gente não acredita, vai nos fazendo gargalhar com as hilariantes contações. Como transborda em simpatia e em fazer amigos, tornou-se figura conhecida em Nilópolis, onde reside e, brevemente, será eleito representante do povo de lá. Mas a sua maior virtude é ser bom. Está à postos, permanentemente para ajudar a todos. O casal são os pais de Elisete Vitória, linda e dengosa menininha, que parece estatueta de porcelana e que, por obra e sacanagem da minha cunhada Tuta, me chama de “vovô Formiga”. Tá bom. Mas fique sabendo que quando chegar ao sítio com caixas de bombons vou comer todos! Em tempo, André comprou um AP junto ao nosso. Somos agora vizinhos e muito papo vai rolar. ANDRÉ CORRÊA (ver Deco) ANDRÉ LARSEN O filhão de Aileda e Fleming, meninão esperto que durante alguns anos recebeu as bençãos do mano Hélio e de Selma, futuramente vai ser pedagogo dos bons. Acaba de passar no vestibular em Boa Esperança, MG, onde lá trabalha em fazenda, produzindo alimentos para uma comunidade. Aposto nele! ANDREA/ THEREZA Ambas são filhas de meu herói de infância Moacyr Borelli, de quem conto as façanhas neste livro, e de Rosinha, gente fabulosa. Andréa e Thereza são lindas e de personalidade tão marcante, que qualquer um adoraria ter filhas assim. E seus pais adoraram. Andréa que toca um violão gostoso, como os seresteiros da antiga, é carregada de vivacidade e ternura. Virou professora. Das melhores. A mana Thereza foi “construída” de meiguice e outros bons ingredientes. Casou-se com Luiz Antonio, oficial de Marinha. Deles nasceu uma lindeza chamada Rosinha, homenagem mais que merecida à fantástica vovó. E, agora já mocinha, se tornou uma princesa, repleta de predicados como a vovó Rosa e os sons de seu 490 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


violino já podem ser ouvidos na Musicamerata em Teresópolis. E pra quem não sabe, Rosinha é graduada em farmácia. E está linda demais! Andréa é mamãe da fofíssima Maria Isabel, que pelos traços que herdou, além da beleza, vai ser plena de arte e sensibilidade. Vamos nos “falando” por e-mails. ANGELA/ WELINTON Irmã de Hilda, Zé Augusto e Pedrinho, a inteligentíssima Ângela casou-se com Welinton e hoje vivem na serrana Teresópolis. Recentemente batemos um bom papo e ela está ótima. São os responsáveis por uma bela turma: Mônica, promotora de justiça, Patrícia e Ricardo. ÂNGELO (ver Cici/ Ângelo) ANÍBAL Irmão do Milton “Canoa” e do xará Armando. Morava no morro 71 e durante um tempo, dirigiu taxi e as famosas “lotações”. ANTENOR Um dos personagens assíduos nos fins de noite na Armando Amorim Publicidade, chegando sempre com uma historiazinha pra contar. Onde anda você? Precisamos nos ver! ANTERO I Nosso juiz oficial das peladas no campinho da Light, no morro 117, Rio Comprido. Como os de hoje, sua mãe foi muito desrespeitada. ANTERO II Amigo e cracão de bola do Royal. Morava no morro do Querosene e tinha um jeito malandro e divertido de dizer as coisas. ANTÔNIO/ TRIESTE AMORIM Armando Amorim - Memórias

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Irmão de meu pai, tio Antônio foi o primeiro dos irmãos a pisar em terras brasileiras, vindo da terrinha. Casado com Triestre, deles nasceram os meus primos Eiser, Eduardo e Elisabeth. ANTONIO ALJAN Esse é o Tuninho, figura simpática da antiga e famosa turma do Divino. Fez história no pedaço e fama de paquerador. Casado com Célia são pais de Andreia e Rafael. Vamos nos vendo nos encontros mensais da antiga turma. ANTONIO ASSAD/ IANE Êsse é do coração. Não só meu amigo do peito e de muita gente, mas também no sentido real, pois é notável cardiologista e conserta como ninguém essa nossa máquina, que às vezes cisma em não funcionar como devia. Portanto, se o “motor” de alguém precisar de reparos, pode procurá-lo para ele voltar a ficar quase zerinho. Eu, por enquanto, só o tenho como amigo. E espero, por muito tempo. Mas não deixo todo ano de dar uma chegada à sua Clínica, a Cardiomédica. Confesso porem, que certa vez acordei com alta pressão e liguei pra ele, pois na época era meu vizinho. A bronca foi tão grande por causa do cigarro que nunca mais “pitei”. Valeu o susto. Assad é dessas pessoas especiais, solidárias, e como médico participou com seus serviços em comunidades carentes, ajudando a restabelecer a vida da turma que nada tem. Com sua visão e conhecedor profundo dos problemas do sistema de saúde do Rio, tentou a política para ajudar a resolvê-los, mas perdeu uma eleição por poucos votos. Um azar do Rio, pois Assad poderia fazer muito nessa área, articulando poderes, desenvolvendo idéias e projetos eficientes que passei a conhecer. E, quem tiver a idéia para convocá-lo a ser o Secretário da Saúde, vai conseguir tornar perfeito o caótico sistema de saúde do Rio. Pois ele tem a receita e a capacidade em realizar. Casado com a simpática e delicada Iane é um prazer os encontros. Esse gente boa é fruto de uma mulher valente e dedicada chamada Maria Jorge, sua mãe. Viúva, com 7 filhos para criar, sem recursos, D. Maria passou a fabricar bolsas e outros objetos para vender. E trabalhando mais horas do que talvez um corpo pudes492 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


se suportar, conseguiu formar quatro médicos, psicóloga, professora, e outras profissões. Um deles, José Assad, que foi excelente secretário no governo de Saturnino, do qual também participei. Nos deixou recentemente, furando a fila. Outro foi o famoso e competente cardiologista, Jorge Assad. Antonio Assad é pai de uma turma linda e especial: Roberta, seguindo a profissão do pai, vai ser médica e está fazendo residência em radiologia; Renata, futura veterinária e o Antônio Carlos, com 11 anos, no momento o que gosta mesmo é de jogar futebol. E não faz por menos, quer jogar na Itália. Para a minha alegria, volta-e-meia Assad me convoca para um jantarzinho e, assim vamos nos vendo com frequência por aí, pois papo com ele é passar momentos agradáveis, ouvir idéias inteligentes, que a gente vai aproveitando. Esse considero irmão. É especial! ANTÔNIO FERNANDES Nas andanças da vida é bom conhecer pessoas solidárias. O mineiro Antônio Fernandes foi uma delas. Mas posso afirmar também que havia nele certa dose de doidice, pois me obrigou a dirigir, mesmo sabendo que eu nunca havia feito isso. E pior, colocou seu carro novinho em minhas mãos e foi-se embora. Ainda por cima, não conhecia bem as ruas, pois estava na mineira Juiz de Fóra. Em busca de emoções, aceitei e, tendo ao lado Ivete, seja o que Deus quiser! Ele quis. Logo no início, subindo uma ladeira, fui “cortado” por um bonde. Freagem rápida. Cadê o freio de mão? Não podia imaginá-lo por baixo do painel. Para sair da enrrascada, foi necessário Ivete segurar o pedal com a mão, enquanto eu apertava a embreagem e o acelerador. Fazer três coisas ao mesmo tempo, com dois pés, não estava na minha destreza. Com muito esforço conseguimos sair daquela encrenca, para a alegria dos que atrás, businavam. Veio logo outra, pois entrei em rua estreita e aparece um carro em sentido contrário. Procurei a marcha-ré e cadê? Era necessário pressionar a alavanca, mas não me haviam contado. O jeito foi sair do carro e “mandar”, com decisão, o sujeito dar a ré. Eu não Armando Amorim - Memórias

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sairia dali! (nem se quisesse...) A sorte, foi que o motorista de lá, era bem menor e não quis decidir na porrada. Resolvi logo depois parar e procurar a danada. Não achei a ré, mas achei o freio de mão. Pior, pois subindo a pirambeira em frente, antes de chegar à metade, o Vemag foi perdendo a força, parando, quase desceu de ré. O cheiro de queimado estava insuportável, pois deixei o freio puxado. Para refrescá-lo, entrei na estrada União Indústria, pensando ser mais fácil e tome fino de ônibus, caminhão e a adrenalina alta. Resolvi acabar com a “aventura”, mas antes, claro, entrei no Posto e mandei encher o tanque, pois já somavam umas três horas de doidices. Veio então a pergunta: Qual o óleo? Respondi: “Pedi para colocar gasolina!” Ele insistiu: “Mas qual o óleo que você usa? E eu: “Já falei que quero só gasolina”!” Ele novamente: “Assim você vai estragar o motor...” Aí percebi que havia qualquer coisa errada e mandei colocar o que fosse melhor. Só depois fiquei sabendo com o Fernandes, que me explicou às gargalhadas, que na Vemag, misturava-se óleo à gasolina. Mas na saída do Posto, o frentista já desconfiado, deve ter ficado completamente, pois cometi o primeiro erro da partida: pisei fundo no acelerador e o carro saiu cantando pneu, em alta velocidade e atravessou direto um cruzamento perigoso. Ufa! Naquele dia fiquei sabendo três coisas: dirigir foi uma; dirigir sem aprender antes, não se deve. A outra, de que Ivete - além de outros predicados, era uma menina corajosa e um pouco pirada. Pois ao chegarmos, estava super calma, muito tranquila, dizendo que o “passeio” tinha sido ótimo. Valeu ter conhecido o Antônio Fernandes e os momentos que passamos juntos, zoando na Manchester mineira. Valeu a convivência, não só por me ter iniciado como motorista, mas por ter me ensinado com seu exemplo, coisas importantes da vida, entre elas, a de ser companheiro. Valeu meu irmão. Mas cá pra nós, você é um pouco doido... ANTÔNIO HOMEM Com o “patrício” Antonio Homem Gouveia, um pouco teresopolitano, a amizade começou com ele sendo corretor de imóveis e 494 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


eu querendo comprar um sítio. Passamos a conviver nos fins de semana em Teresópolis, com programs para visitar propriedades. Às vezes algumas delas me interessavam, mas ele listava as suas inconveniências, o que me desanimava. Era diferente de qualquer corretor, pois me parecia não se interessar em vender somente um imóvel; a amizade valia mais. Assim, o tempo foi passando e ele convivendo em minha casa teresopolitana, já fazendo parte das acirradas partidas de buraco e sueca. Só muito tempo depois é que consegui comprar um sítio, que ele indicou como perfeito. E era. E nossa amizade já completou muito mais do que a maioridade. ANTÔNIO MEDRADO Jornalista baiano de grande cultura era uma das presenças esperadas na AAP, para a chacrinha de fim de noite. Tem muita coisa boa na cachola. Quando chegava no pedaço, era certo o papo varar a madrugada, pois nos dava prazer imenso o seu saber. ARETUSA/ JOANA As duas irmãs Aretusa e Joana França Fittipaldi (em solteiras), faziam parte da turminha da rua e transbordavam em simpatia. E não há quem não se lembre das festinhas na casa de seu Horácio e dona Malvina, seus pais, onde as comidinhas eram deliciosas. ARLÊNIO LIVIO Para colocar voz nos comerciais da AAP, os eleitos eram Eliaquim Araújo, os irmãos Célio e Cid Moreira e Arlênio Livio. E a minha preferência sempre foi Arlênio, não só por sua bonita voz, mas por pertencer a nossa patota do Divino. E nas gravações que fazíamos na Radio Nacional, os papos varavam a madrugada. Foi ele quem levou Roberto Carlos para o Divino e responsável pelo seu encontro com Erasmo. Formou com Edson, China e Erasmo como crooner, o conjunto Snakes, que servia também como vocal para Tim Maia e Roberto Carlos. Mais tarde com Roberto Carlos, Tim Maia, Trindade e Wellington, foi a vez do The Sputiniks. Era um gente boa que nos deixou cedo.

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ARLETE/ HUMBERTO Pais do Robertinho, da turma da rua. “Seu” Humberto Figueiredo foi diretor do Banco Boavista e D.Arlete, nos meus dez anos, me ensinou a fazer “topete” e segurá-lo com Gumex. Era a moda da época. Os dois formavam um casal que marcou a nossa época e todos os dias era visto passeando de mãos dadas, no pedaço. ARMANDO D’AMORIM/ IDALINA Esses são meus pais e, claro, personagens importantes deste livro. Fazer aqui elogios, não precisa. Digo só que foram magníficos em toda a vida e convido a ler as historinhas que, deles, conto. ARMANDO NÓBREGA Este meu xará é desses que gosta de ajudar. Como é entendedor profundo das artes gráficas, estava sempre dele me servindo, para as orientações de meu ofício. Trabalhou durante anos com o nosso amigo Múcio, na Maio Gráfica e continua no assunto. Recentemente me presenteou com os convites de casamento de Bianca. É gente especial e solidária, papo gostoso, e vamos nos vendo por aí. Estamos fazendo umas parcerias, para faturar mais algum. Tá difícil, mas vai acontecer. Tenha fé xará! ARMANDO SARAIVA Com este nome eram dois: pai e filho. O pai passou a ser o “Saraivão”, personagem de destaque da pracinha Del-Vecchio, onde a turma do sereno se reunia. Era mais ou menos um xerife do pedaço. O filho, além do papo inteligente e sempre gozador, acabou “subindo” mais cedo, mas deixaram seus filhos Ronaldinho e Ricardo, dignos representantes. O outro filho, o Aldo, as suas historinhas estão neste livro. ARMANDO/ SOLURI O xará Armando Soluri, advogado que se misturou com publicitário e a receita deu certo. A Exemplo, sua Agência, fez grande sucesso, principalmente nas campanhas da Casa Shopping, com a Radical Chique do Miguel de Paiva dando o seu recado. Passou depois para o ramo imobiliário, demonstrando a sua versatilida496 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


de. Quem desejar, portanto comprar um imóvel maneiro pode me telefonar que promovo o encontro, sem receber comissão! Armando é um desses papos gostosos em que a gente tem o prazer em participar. Sempre se aprende alguma coisa. Viuvo de Vilma, uma craque no turismo e ótima companhia para quem desejava viajar. Estivemos juntos em París e pude comprovar. Produziram uma turma maravilhosa: Marcelo, Leonardo, que está nos states, Alexandre e Andreia. Armando é personagem que não podia faltar em todos os acontecimentos do Chalé, moradia de Paulo e Coó, onde era muito querido, mesmo porque era o seu churrasqueiro oficial. É craque nisso. Foi ali que certo dia nos trouxe o Ado “Pipoca” e fiquei sabendo então que era também “enturmado” na famosa “turma do Divino”. Assim, amigo de vários companheiros da patota, passamos a nos reunir frequentemente e ter encontros gostosos por aí, momentos para relembrarmos as porralouquices que se fazia. Recentemente, por um e-mail que me enviou e foi repassado para o meu amigo da época das calças curtas, o Ramsay, foi descoberto o parentesco entre os dois. Assim, convivendo com Ramsay bem mais de meio século e mais de 30 anos com o meu xará, esse encontro entre os dois não havia acontecido. A aproximação se deve a esse aparelinho meio doido, que demorei a eceitar. Promoví então o encontro entre os deconhecidos primos e foi uma noitada de alegria. Mas alegre mesmo ele anda agora, pois encontrou a Hilda uma linda morena e excelente companhia. Vamos nos vendo por aí. ARMANDO VIEIRA Armando Costa Vieira Jr., além de ter exercido cargos importantes na CEDAE, é desses engenheiros cobras em cálculos. Foi ele quem fez as “contas” complicadas do “Memorial das Artes Cênicas” que criei, para ser erguido na Barra da Tijuca. Idéia de Joel Vaz, para homenagear os artistas de palco. Uma grande estrutura de concreto que flutua no ar, mas que ele garante ser possível. Acredito nele. ARMANDO DO 71 Irmão do Milton “Canoa”, da turma do morro 71. A garotada da Armando Amorim - Memórias

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rua naquela época se extasiava com seus malabarismos na bicicleta. Um tempo de relembrar e ter saudades. ARNOLDO (ver Baiano) ARNO/ HILDA TURNER “Cascuda”, “Alemão” e Arno Turner é a mesma pessoa e meu amigo desde as calças curtas. Casou-se com uma simpatia chamada Hilda e deles nasceram Bianca e Cláudio. O nosso “Alemão” era da ala de destaque da turma-do-sereno e não podia faltar em qualquer agito. Durante muitos anos não lhe perdoamos, pois foi morar em Sampa. Mas as lembranças do “Cascuda” sempre estiveram presentes, pela convivência nos agitos da turma do sereno e por ser ele gente muito especial. Finalmente, tempos atrás voltou para o Rio e está morando em Itaipava, em belo condomínio, animadíssimo, e andou plantando e colhendo hortaliças orgânicas com o filho Claudio, que é engenheiro agrícola e especialista no assunto. Agora, sua atividade principal é badalar por aí com a Hildinha, em férias permanentes bem merecidas. De diferente, quando aqui retornou, só notamos o vasto bigode. Pois o cabelo branco, pelas origens, sempre teve. Tá todo “inteirão”... Um garotão... Tem aparecido nos jantares da “turma do sereno” para a nossa alegria. Mas precisa trazer a Hildinha. ARTHUR BRANDÃO Trabalhou na AAP como Contato. Figura com senso de humor dos melhores, durante anos alegrou a Agência. Voz grave, pausada, às vezes gaguejada, com charme, que a usava para fechar grandes negócios. Fechou muitos. Em sua bela mansão em Copa, havia uma parede repleta de placas de rua, onde homenageava quem admirava ou considerava amigo do peito. Para a minha alegria, o meu nome estava numa delas. Só uma coisa atrapalhava a vida do Brandão: era o bambu. Se entrasse em recinto onde havia o dito, saía imediatamente. E se ouvisse a palavra ia se desguiando de fininho. Quando se hospedava em hotel, antes vistoriava o quarto e arredores, pra ver se não havia vestígios de bambu. Sabendo-se do seu pavor pelo vegetal, 498 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


naturalmente haveria de aparecer as sacanagens. Uma delas o autor foi o Múcio. Comprou um guarda-chuva de cabo de bambu, bem semelhante ao que Brandão usava, pois o mesmo era coberto por uma capa. Aguardou então o dia da chuva cair. E aconteceu. Trocando-o pelo de bambu, Múcio foi assistir o acontecimento. Aberto o dito, Brandão reparou algo diferente e viu que estava segurando em bambu!!! Claro que o jogou longe e voltou para AAP injuriado e esbravejando, puto da vida e querendo saber o autor. Como se vê, na AAP havia sempre espaço para uma boa sacanagem. Mas ali nasceram também muitas amizades que continuaram. Como a do Arthur Brandão Joly. ARY Primo do cunhado Júlio Baía, o engenheiro Ary é daquela quase extinta linhagem de gosto e gestos refinados, além de cultivar um senso de humor inglês e divertido. Em sua bela casa em Teresópolis, vive com a simpática Iride, sua mãe, cercado não só de caquizeiros e belos jardins, mas de lindas obras de arte. Sabe viver. ARYLIO Arylio de Sousa Aguiar foi Contato na AAP e mais do que isso, amigo do peito. Além do dia-a-dia na empresa, havia as esticadas da madrugada e um papo prazeroso e animado. Também foi meu hóspede especial e constante no Sítio Alto da Glória em Teresópolis. Dele, as saudades são muitas, pois furou a fila e se mandou mais cedo. ARTHUR DA TÁVOLA Não posso deixar de registrar a admiração que tinha por esse carioca notável, que eu torcia para ser prefeito do Rio. Era o espírito carioca mais verdadeiro. Pleno. Desde cedo caminhamos juntos. Ele fazendo o tabloide “O Metropolitano” e eu as minhas revistinhas. Não sendo crítico profissional das artes plásticas, mas entendendo profundamente do assunto, em duas páginas de um bilhete, disse exatamente o que eu quero dizer com a minha pintura. Como no final assinalava “não nos percamos”, aguardava o dia Armando Amorim - Memórias

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para continuar um bom papo. Não deu tempo, pois ele subiu fóra de hora. O Rio perdeu um iluminado. AUGUSTO CÉSAR VANUCCI Um dos notáveis da TV brasileira, responsável pelos grandes shows e especiais da Globo. Quase chegamos a ser parceiros no filme do meu personagem “Nuvinho”, que estávamos preparando; o projeto já estava adiantado, mas levaram-no antes. Seu outro lado era também notável, pois se importava com a paz e a alma de todos. Era fácil reparar nele a solidariedade, a ternura pelo ser humano. AVANICE/ J ULIO BAIA Avanice Rosália irmã de Gilda ficou sendo mesmo, “Tuta”. Foi raínha da beleza, e no topo do carro alegórico do bloco carnavalesco “Cacique de Ramos”, mandava beijinhos para o povão, que ficava “babando” com as formas esculturais de sua beleza. Isso foi em carnavais da antiga, com muita razão de quem a escolheu rainha do Cacique. Mas acabou mesmo sendo especialista em arrumar a casa, lavar, passar e cozinhar. Virou “Rainha do Lar”. Entre as manas, é a que adora uma arrumaçãozinha e não pode haver um cisco no tapete. (Berê também é assim). Bonita e com todos esses predicados domésticos, apareceu correndo o “da Bahia” e levou a preciosidade. Craque da contabilidade (quem tiver empresa, pode contratá-la), Tuta resolveu que seria advogada. E se formou. Hoje advoga e podem também contratá-la no assunto, pois é competente. A filhona Juliana, não só tem nome de princeza, como é a própria. É de falar pouco, mas quando sorri, aparece a beleza, no rosto iluminado. Vai longe a sobrinha Juju, que virou mamãe da Maria Eduarda e, recentemente, de Ana Júlia. O paizão, “Da Bahia”, mineiro de Bambuí, advogado, foi gente de todo mundo gostar. Bastava parar para um papo, que seu jeitão mineiro, irreverente e divertido conquistava a todos, principalmente a sobrinhada que o adorava. E, não havia um lojista dos shopings da Barra quem não o conhecia. Gostava de circular. E era um inusitado. Certa vez, estávamos no Barra Square para 500 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


umas comprinhas. Quando passamos por uma clínica, resolveu entrar e tomar uma vacina. E falou com a atendente que podia ser de “qualquer coisa”... Pode uma coisa dessas? Com ele podia. Júlio Baía foi um desses vencedores; um mineirinho que chegou ao Rio adolescente e resolveu vencer. Colocou anúncio no jornal oferecendo-se para trabalhar e pela sinceridade dos dizeres, várias empresas o convocaram. A partir daí deu duro e fez de tudo. Melhor, arranjou tempo para estudar contabilidade, depois Direito e, resumindo, acabou criando a Organizações Júlio Baía, que se destacou em Nilópolis onde, durante muito tempo viveu. Recentemente estive com ele nesta cidade e a cada passo que dava, vinha um amigo lhe abraçar, mostrando como era querido no local. Foi embora dessa bola azul. Uma sacanagem. E a nossa Tuta continua entre nós, com “tudo em cima”, uma “garotona” e cheia de pretendentes querendo se achegar... AVELINO “Ninguém sabe por que virou definitivamente ‘Porco Avelino”, pois não fazia sujeira com ninguém; pelo contrário, sempre foi amigo dos bons. Era uma das figuras queridas da “turma do Sereno”.

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B BAIACO Do morro 71, além de jogar um bolão, Baiaco era figura hilariante e dono do cabrito “Delícia”, história que conto neste livro. BAIANO (Arnoldo) Amigo de infância, bom de bola e membro da turma-do-sereno, Baiano morava na favelinha do morro 71, com o irmão Zeca e outros. Muitos anos depois encontro o advogado Dr. Arnoldo, procurador do INSS, dono de construtora e colecionador de obras de arte. Foi uma transformação que poucos conseguem, nesse mundo de grandes desníveis sociais, onde o filho de pobre tem pouca ou nenhuma possibilidade em não continuar pobre. Foi uma vitória que me alegrou intensamente. Baiano é pai da linda Jaqueline. BARRADAS Morava nos fundos do Seminário São José e seu brabo pai tomava conta do pedaço, onde jambeiros nos convidavam a subir neles. Apesar das ameaças dos tiros de sal, eles não aconteciam, pois Barradas sempre livrava a nossa cara. BARATA Nesse, ninguém pisava. Foi goleirão do Roial, apesar do nome. BEBEL/FERNANDO Sobrinha fofíssima, linda, filha de Eurídice (irmã de Gilda) e José Ruchiga, é dessas de se gostar, pela meiguice e muitos outros predicados. Símbolo da beleza morena brasileira. Esbanja. Virou mamãe de Gabriel, garotão esperto, e da lindeza Jade. A família vibrou. E Bebel, muito habilidosa criou uma marca para a sua produção de doces gostosíssimos. Está ficando famosa... Quem estiver festejando alguma coisa e precisar de brigadeiros deliciosos e outros docinhos, eu passo o telefone. Ou acesse WWW. B Bel Brigadeiros Gourmet.com.

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O papai é Fernando, gente especialíssima, esbanjando caráter e simpatia. Tenho a certeza que vão ter uma linda e feliz vida-adois. Merecem. BELMIRO Era uma das melhores figuras da turma do “Largo”, no Rio Comprido. Grandalhão, não combinava com o micro carro que dirigia um Renaut “rabo quente”. Irmão de Nezinho, outro bom de papo, Belmiro foi dono da “Laranjada Americana”, que criou nome no Rio; antes, foi da Marinha Mercante. Solteirão, a sua companhia era um sax, que podia ser escutado nas madrugadas, na Ladeira Souza Docca. BELUCCI Meu professor de português no La-Fayette. Amigo, se esforçava para que aprendesse o idioma, pois dizia que eu era “aproveitável”. Se atendesse ao apelo, na certa vocês estariam lendo coisa melhor. BENEDITO Irmão de Manoel Victorino, “Dito” era da turma do mano Helio. Os dois, filhos do “seu” Mello e de D.Aída, donos dos conhecidos calçados Polar/DNB. Família amiga da nossa. BENTO Irmão de Zezinho, Paulinho, Pedrinho e outros era da turma menor, mas sempre “filando” a maior, para escutar o que não devia. A filhona Ana Luiza atua no comércio exterior. Ficamos tristes com a sua saída, ainda bem novo, desse nosso chão. BERÊ Do morro 71, Berê cresceu com a turma da rua e era um moleque “presepeiro”, mas gente boa que todos gostavam. BERENICE (Berê) Minha cunhada, musa dos artistas, que ja fez sucesso nos palcos dos states. Armando Amorim - Memórias

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Entre as irmãs de Gilda, Berenice Rosana foi quem nasceu para artista. Como não aconteceu, resolveu quando mocinha, namorar todos, ou como se diz hoje, “ficar”: Sílvio César, Taiguara, Roberto Livi, Humberto Garin, Jair Rodrigues, Eduardo Lage, Roberto Figueiredo, Dedé Santana, Peri Ribeiro e devo ter esquecido outros paqueras. Mas, para dizer que nos palcos não pisou, chegou a dançar em alguns deles nos states, mostrando a ginga brasileira. Acabou casando-se com quem não tinha nada de artista e, com Ary Rosário, chegaram os filhos maravilhosos, Laércio e Paula, que já a fizeram virar vovó de Ana Beatriz e Matheus. Finalmente se formou em advocacia e virou Dra. Berenice e seu palco passou a ser o Fórum. Viúva nova virou mãe durona, criando os filhos na pressão, com rédea curta e hoje eles estão aí esbanjando virtudes. Adora ver a casa bem decorada e tem bom gosto para isso. Mas na arrumação da casa é um pouco exagerada. Não pode ver um cisco no chão e nada fora do lugar. Se alguém perguntar: “Berenice, o que você está vendo na TV”? Na certa ela vai responder: “bastante PÓ”. Esse mesmo cuidado tem com ela, ajeitando o corpinho aqui e ali e vestindo-o sempre nos trinques, pois é com razão, vaidosa. Mas os que pensam que depois de educar os filhos, a nossa Berê iria ficar só, nada disso. E não pensem os maldosos que ela apelou para a “velha guarda”. Berê está com “tudo no lugar”, corpo de mocinha de 30. Vai chover pretendentes. E choveu. Chiquinho que o diga. Hoje, os dois estão felizes, morando em Teresópolis, pois preferiram a tranquilidade da serra. E volta e meia eu e Gilda filamos a sua bela residência e a comidinha gostosa. Uma delícia, pois os papos com o casal valem a pena. E a mordomia é total. BEPE Da turminha menor da garotada da rua. Garotão legal. BERNARDO Este é nosso sobrinho neto, filho da sobrinha Valéria. Casado com a simpática Juliane, deles já nasceu a linda Maria Eduarda. Conclusão: Eu e Gilda passamos a ter uma sobrinha-bisneta. Quequéisso! 504 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Bernardo e Juliane estão morando e curtindo a linda serrana Petrópolis. Ele comandando o centenário e famoso restaurante D’Angelo, onde muitas vezes estive lá, não deixando nunca de me servir dos deliciosos e diferenciados caramelos. E não sei se ainda tem aquele pão de forma doce, coisa de deuses... BETH ROSA Companheira de Gilda no Centro de Moda Estácio de Sá, Elisabeth Rosa virou amiga da família. Gente simpática e divertida, que me presenteia com belos aipins, doces, geleias e outras guloseimas, que a minha gulodice agradece. Inteligente e de animado papo, é um prazer quando nos vem visitar. É mãe da lindeza. Luiza. BETINHO Morava na Light, nome de uma vila que iniciava na Rua do Bispo, perto da Dipsis. O irmão do Neca era um molequinho quizumbeiro, que aprontava, e estava sempre presente em todas as peladas. Não há na turma, quem dele não se lembre. BETO Da turma menor, irmão de Ana Maria Balaguer e de Diana, tinha “recheio” bom dentro do “quengo”. Gente muito boa e boa pinta, que deixava as menininhas enlouquecidas. BETOCA/ JOÃO LUIZ Nossos amigos “jardineiros”, donos da Fito Plantas, que faz mudar a natureza para muito melhor. Quem gostar de belos jardins pode contratar a empresa, pois terá uma linda paisagem para ser admirada. Os dois são “cobras” no assunto. Betoca, filha de tia Mana e irmã de Stelinha e Lúcia, é gente divertida, e tem como ingrediente principal, o bom astral. Encontro com ela é para dar boas gargalhadas. E João Luiz tem o jeito simples de São Francisco. Belo casal. São papais da lindeza Carolina e do filhão administrador de empresas e que já virou também “jardineiro”. Armando Amorim - Memórias

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BIA Amiga das boas, Ana Maria era mãe de uma turma maravilhosa: Marcelo, médico; Ricardo, engenheiro e Leonardo, administrador de empresas. Bia adorava uma viagenzinha pelo mundo e eu e Gilda, com ela estivemos em Paris, curtindo a cidade-luz. Companhia das melhores para se estar em qualquer lugar. Virou uma anja bonita e louríssima, enfeitando o céu. BIANCA/ MANDINHO As nossas crianças cresceram rápido. Num piscar de olhos acabaram aquelas festinhas com herois, pois eles em suas cabecinhas já imaginavam ser um deles. Com plenos poderes. Nós não ligávamos, pois lembráva-mos da nossa pré-adolescência. Agora, nossos filhos queridos, que moram na gente, estão iniciando a caminhada, e ficamos na torcida para que nela descubram os seus enigmas. Que sigam não deixando de lado as utopias e, se possível, curiosidade e espanto a cada passo. Estão agora “cheios de gás”, força, apetite e gana. Às vezes, até atrevidos. Bia casou-se com Deco, super especial e Mandinho com a lindeza Rachel. Caprichamos nos dois. Podem acreditar que são mesmo especiais e suas historinhas, conto neste livro. BILECO Do morro 117, era becão com a mesma classe de um Nilton Santos. Jogamos juntos algumas vezes, para o meu prazer. Tinha uma “parecência”, o jeito do cantor Monsueto. Além disso, dono da melhor risada que pude presenciar. Contagiante. BOB Da turma do Divino e frequentador da Vila da Feira, era na época dono da Milano Modas. Mas o melhor de Bob era a mana Carmem Marina, que me fazia visitar com assiduidade a sua casa na Domício da Gama. Uma lindeza de menina. Agora, Bob vive na serrana Itaipava, feliz da vida, passando só uns três dias da semana no Rio, administrando o mini-shopping 506 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


que criou no Largo do Rio Comprido e mais alguns negócios. Mas deve estar fazendo outras coisas também, pois está sempre inventando. Vamos nos vendo, nos encontros da antiga turma do Divino. BOCA O apelido foi justificado pelo tamanho da dita. Jogando no ataque do Roial, tornou-se um de seus craques. Morava no morro do Querosene e eu gostava de sair com ele por aí, só para me deliciar com suas frases repletas de malandragem. Gente boa... BORORÓ Com mais de 90 anos, era personagem diário da turma do sereno, do Lido. Compositor de vários sucessos, suas histórias eram deliciosas, principalmente as de sua tia biza Domitila, amante de D.Pedro I. BRIANT Briant Canha foi presidente da Smith Kline Beechan/Brasil, atendida por nossa agência. Mais do que cliente, Briant e a simpática esposa Teresa, tornaram-se nossos amigos. Estivemos juntos em minha última exposição em Bruxelas. Agora, trabalha em outra multinacional na Alemanha. BRUNA A filha da sobrinha Cláudia, que gosta muito de se comunicar, encontrou a profissão certa no jornalismo. E já formada fez seu aprendizado na Paulo Giovanni, onde se destacou a tia Cris. Agora está em empresa fazendo assessoria de imprensa. Vai longe a beleza, filha de Luiz Carlos. Casou-se com Daniel e já são papais do meninão Leonardo. Lindo! Fazendo o mano Helio virar bisavô. BRUNO Bruninho é nosso afilhado, filho dos compadres César e Edna. Seus papais devem ter colocado fermento em sua mamadeira, pois está beirando os dois metros. Mas cresceu também na simpatia, Armando Amorim - Memórias

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no caráter e na inteligência. Vai longe o meninão, conhecedor profundo desse aparelho doido chamado computador. Além disso, é um fotógrafo dos bons, que está fazendo fama em Brasilia. Como desejava também aprender cinema, fiz uma aproximação com a minha amiga Tania Quaresma, famosa cineasta e excelente fotógrafa também. Tania que mora em sitio em Brasilia, onde está a sua produtora, arrumou até um quarto ali pra ele. O entusiasmo de Bruno, agora é total, está vibrando com a oportunidade. Vai aprender muita coisa. Além disso, está curtindo a filhona Beatriz. BUBU/ IVISON Dionice Rosaura é seu nome, que poucos conhecem. Pra todos, a irmã de Gilda, é a Bubu, menina formidável, inteligente e bonitona. É dessas pessoas que a gente pode passar um dia inteiro conversando, pois o papo é sempre interessante. Seja o assunto que fôr, Bubu tem sempre pontos-de-vista externados de modo animado que atrai qualquer um. E foi nesse papo que o Ivison, o nosso “Vi” se encantou e ganhou a Bubu. Daí nasceu o herdeiro Juninho, que não chegou a herdar, pois virou anjo e tenho a certeza, proteje a família. Essa é uma de suas tarefas. Continuaram a vida-a-dois com a mesma fé e força de vontade, agora em terras pernambucanas. E vão erguendo animados a casinha de quintal, com galinhas, patos, horta e fazendo a comidinha no fogão de lenha, o que é uma delícia. Conhecedor profundo das coisas da eletrônica e dos aparelhos de medicina, o nosso “Vi” é dessa gente que a gente gosta de conviver. Criativo, a cada momento dele sai uma idéia engenhosa e inteligente, que vai produzindo. Recentemente compraram terreno na praia Azul e Vi disse que vai criar tilápias. Ganhei horas, ouvindo as suas histórias de menino do interior, e continuo agora ao telefone sabendo das suas variadas iniciativas. Bubu continua com o seu entusiasmo, fazendo trabalhos sociais em sua igreja e rezando por todos nós. Agradecemos. BRENO VINICIUS Sobrinho especial, filho do mano Helio e de Selma e pai da linda Manoela, a “Manu”, que se formou jornalista com louvor, pois como o pai, é de cuca privilegiada. Breno também é pai da miu508 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


dinha Maria Antônia, filhona também de Flávia. Recentemente Breno virou vovô do filho de Manu e fez meu mano Helio virar bisavô. Recentemente nasceu Daria uma menina linda e mais uma netinha e uma linda bisneta. Breno, quando criança, dizia que queria ser presidente da república. Uma pena não continuar com a idéia, pois teríamos um, bem melhor dos que estão por aí. Sua inteligência e senso de humor, suas análises sobre qualquer assunto, faz o papo ser divertido e prazeroso. Nos seus primeiros passos em dar duro, aproveitei a sua inteligência na AAP. Depois, formado, andou em outros negócios e hoje está com empresa que fabrica móveis especiais para escritório.

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C CABRAL/ MARISTELA Existem certas coisas que não são explicadas muito bem. Pelo menos pra mim. Quando conheci o casal Cabral e Maristela, começamos logo a conversar como se fôssemos velhos amigos. Foi como estivéssemos continuando uma conversa e não o encontro de pessoas desconhecidas. No segundo encontro, no belíssimo apartamento na Tijuca, jantamos na cozinha, na maior informalidade, e me senti naquelas casas mineiras, junto ao fogão de lenha e ao calor da hospitalidade. Contamos “causos”, rimos e nos divertimos e quando reparei eram quatro horas da matina. Na volta para casa, a sensação continuava, de que éramos velhos amigos, desses que a gente vai cultivando durante anos, até considerá-los assim. Hoje, quando falo deles, digo que são meus queridos amigos há muitos e muitos anos, só que ainda não tínhamos nos encontrado. E mais do que isso, viraram meus irmãos. Gente pra lá de maravilhosa. E ainda me fizeram conhecer Mariazinha, mulher muito especial. Mas, Cabral e Maristela fugiram para o mato e foram morar em lugarejo de uma só rua: Porto das Flores, curtindo o amor em natureza de verdade. Fiquei com inveja. Recentemente recebí recado, dizendo que Cabral foi para outro recanto que não é deste mundo. Tiraram da gente o amigo. CACÁU Na verdade, de batismo, José Carlos Dantas, membro honorário da turma do Divino e de nossa patota do Rio Comprido. Sempre com um papo inteligente, animado, divertido e proveitoso. Onde o Cacáu está a animação é total. Nos tempos idos, fez muitas estrepolias por aí, principalmente quando formava uma trinca do barulho com Lino e Vinagre. Aprontaram. Quando vestiu terno e gravata, “mandou” na CEF, na época do presidente Gil Macieira, de quem foi o principal assessor. Assim aproveitei essa influência e na AAP produzimos belos trabalhos para a Caixa. Foi então requisitado para assessorar inicialmente o ministro Richbiter, em Brasília e, posteriormente, Ernane Galveas e João Saad. Hoje atende em importante escritório de advogacia, pois na atividade é um bamba. 510 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Gente especial o meu amigo “Cacáu”, pai de Flávia, que é filha também de Soninha, que foi da turminha da Dipsis. Certa vez veio à minha casa para adquirir o quadro intitulado “Colheita do Cacáu”. Um inusitado. Aproveito a idéia para convocar o amigo Zeca “Milharal”, pois ainda está no atelier, a “Colheita do Milho”. CADINHO (ver Raquel/Ricardo) “CANCA” Guilherme Batista, o “Canca”, é amigão do peito, gente pra lá de boa. Irmão de Leonel e Nivaldo, não havia no morro 117 ou no Rio Comprido, quem dele não gostasse. A amizade começou na época das calças curtas, nas brincadeiras, nas caçadas a passarinhos e camaleões e até quando, com 10 ou 12 anos me ajudou a fazer o enterro de meu gato, nos terrenos do Seminário, com direito à caixão e inscrição: “aqui jaz um gato valente, que botava cachorro pra correr”. Mas apesar das molecagens de criança, não chegou a dar trabalho à dona Hilda e seu “Pernambuco”, seus pais. Mais tarde, no tempo das peladas no campo da Light, da Mangueirinha e do Royal, jogamos muita bola juntos, inclusive no “Vasquinho” do Antônio “Manca Mula”. Bom de bola, de conversa, de samba e sempre com um sorriso farto, acabou andando pelos mares. Casado há mais de trinta anos com D. Anita Rocha Batista - famosa baiana da Beija-Flor, que lhe deu o filho Alexandre. Aposentou-se então da Marinha e hoje faz parte da Harmonia da “Leão de Iguaçu” e da SORDHESERJ, entidade das escolas de samba. De alma boa, curte as coisas do espírito participando ativamente na Amorc-Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz. Sempre me cobra um quadro com carro-de-bois e seu carreiro, talvez para lembrar o avô, que andou na profissão. Vou pintar. Prometo. Canca é “canca” de memória. Lembra-se de todos os detalhes do nosso tempo de criança. E de todos da antiga turma. Do velho Montano lembra o livro que lhe deu, “D. Quixote de La Mancha”, talvez o primeiro a ler. Armando Amorim - Memórias

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Recentemente, aqui em casa, lembrando a época da juventude, dizia que nunca esquecera o sabor dos “sonhos” que dona Idalina, minha mãe, preparava. Eram, na verdade, deliciosos. CÂNDIDO Para nós da “turma do sereno” era simplesmente o Maometano. Filho de hoteleiro rico, seu pai construiu não uma casa, mas um palácio, na esquina da Dipsis com Bispo. Gordinho, de óculos, com jeito de intelectual e primeiro da turma, enganava a todos, pois era um tremendo gozador e fazedor de mil-e-umas trapalhadas. CARLINHOS/ CELSO Com esses nomes há muitos. Sou obrigado a dar o sobrenome: Pacheco. Mas, se mesmo assim os da antiga não lembrarem, tenho que dizer que se trata de Carlinhos “Cabeça” e Celso “Cabeção”. Por quê? Aí deixo à sua interpretação. Craques de bola e de papo, os dois eram cadeiras cativas na “turma do sereno”, que nunca estaria completa, sem as suas presenças. Agitavam. Certa vez me proporcionaram grande alegria. Arrumaram-me uma bata e um par de tamancos e me fizeram desfilar no famoso bloco “Bafo da Onça”, do Catumbi. Uma emoção. CARLOS De mãe alemã, mas mulato (bela combinação), Carlos morava na casa do Arno e foi parceiro de todos os agitos. O filho de dona Ana nos deixou ainda bem novo, o que muito sentimos, pois era companheiro dos bons. CARLOS ALBERTO Trabalhou alguns anos na AAP e parecia um anjão barroco. Simpatia total com seus cento e tantos quilos, era um dos responsáveis pela alegria do pedaço, além de eficiente na produção de textos. Depois de muitos anos sem contato, acabou descobrndo meu telefone, para dizer que a AAP havia lhe oferecido a oportunidade para o seu início de carreira. Quando me ligou era assessor do ministro da agricultura, em Brasília. Gente boa esse “anjo”, que sempre esteve também em nossas lembranças. 512 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


CARLOS ALBERTO VILAÇA (Bebeto) Morava na Rua do Bispo, na Vila ao lado da Despensa Mundial. Era o mais bonitinho e arrumadinho da turma e não faltava em qualquer agito. Mais novo do que o pessoal veterano, era bem aceito na patota, pois sabia “obedecer”. Bom garoto, muito paquerado pelas menininhas do pedaço. CARLOS/ RUDOLF TOPKE Dois alemãezinhos simpáticos que vieram da terra do chucrute, diretamente para a Dipsis. Em três meses já estavam enturmados e começaram a aprender o que não devia, com a turma-do-sereno. Carlos trabalhou durante anos na Mercedes e Rudolf, como físico nuclear, na Nuclebrás. CARLINHOS/ÉRICA Sócio e irmão do Deco, meu genro, Carlinhos Correa é casado com Érika, moça simpática e linda. Deles nasceu a lindeza Beatriz e, depois Letícia, a Lelê, de quem Bianca é madrinha. Homem de vendas, dos negócios, vai tocando a Impricar, a melhor empresa do Rio na produção de rótulos e etiquetas e sempre atualizada, pelas constantes idas à Exposições na Europa. De vez em quando vamos nos encontrando para um papo sempre proveitoso, pois quero aproveitar a sua habilidade, para vender os meus projetinhos. É ele também que me atualiza sobre as artes gráficas, cujos avanços me deixam desnorteado. É um ótimo papo. CARMEM MARINA Irmã de Bob era a mocinha mais bonita da Tijuca. Razão dos intermináveis papos quase diários, que começavam no clube Vila da Feira e terminavam em sua casa, na Domício da Gama. Simpática e dengosa, a paquera nunca deu pé, pois acabou Carmem se tornando minha irmãzinha. Em recente encontro com Bob, ele nos colocou em contato telefônico, e relembramos os bons momentos dos tempos idos. Agora é só no Face. CAROL/ADY Irmãs e minhas amigas de muitos papos e saídas na terra de Noel. Armando Amorim - Memórias

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Sempre alegres e divertidas. De Maria Carolina e Aluízio, nasceram Ângela, Ana Carolina, Aluízio e Adriano. CARROBÉ E MARTA Carrobé na verdade, não é o do batismo. Ele é Carlos Alberto, marido de Marta, pais de um brilhante trio: Carlinhos, casado com Érika e que já lhe deram as netinhas Beatriz e Letícia; de Marcelo casado com Úrsula, a neta Alice e Deco, o André, maridão da Bianca, a Laura que é também a nossa neta. Mas, para a família e, agora, para todos nós também, ele é o Carrobé, gente especial. Seus pais, Leonel Luiz e Maria da Penha colocaram neste planetinha uma boa turma: Dequinha, Luizinho, Cravinho, Chico, Candinho e ele. Pelo lado feminino, Eliane, casada com o simpático Jonas, prefeitinho de Campo Grande e mestre na sueca. São pais do meninão Luiz Felipe. Já Enir, casada com Ítalo, são os pais de Lydia, a Dinha, namoradinha do Rafael e de Lygia, casada com David, gente esperta que sabe vender como ninguém: de remédio pra calo à avião; o que colocar em sua mão, ele vende. É bom de bico, professor no assunto. Finalmente Elaine, casada com CV. Não pensem que é de alguma facção do mal. CV na verdade é Carlos Vitor e os dois serão papais em breve ou já foram. Essa turma foi criada na Muzema, ali perto do Itanhangá, em grande área, quando a Barra ainda não era habitada como agora. Foi naquela época que o “chefe” desta turma criou o restaurante Rancho das Fantas. Mas o que ficou famoso foi o seu Rancho das Morangas, na estrada do Catonho, onde ele e os filhos recebem hoje, mais de 3 mil pessoas nos fins de semana. Carrobé é ainda craque na pesca, evidentemente ajudado pelo mestre Valcir. E volta-e-meia está em Arraial do Cabo, e adora navegar em seu barco. Quando chega está carregado de peixinhos. E não é daqueles que vai pescar e esquece a nota do supermercado no bolso. Com ele, o anzol é de verdade. Pelo lado da mamãe Marta, os irmãos são Cristina, a Tina, Roberto e Custódio. Com muitos predicados e a simpatia que nela 514 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


se revelam, as mãos hábeis de Marta sabem produzir atraentes artesanatos e belas confecções. E produzindo uma torta de limão é imbatível! Além disso, ajuda a administrar também a Impricar, firma dela e dos filhos, especializada em rótulos. E, aqui, não posso esquecer da minha profissão e anunciá-la como a melhor do Rio. A Impricar sabe vestir como ninguém qualquer tipo de embalagem, utilizando tecnologia de ponta. E se isso não bastar para convencer, um apelo aos amigos aqui listados: quem necessitar de rótulos e etiquetas procure a Impricar (dou o telefone). Ela tem qualidade, rapidez e bom preço. Deco e Bia precisam terminar as obras de sua casa! É isso aí. Vamos colaborar! Mas tenho que dizer a nota triste: Carrobé nos deixou recentemente, ainda bem novo. Uma sacanagem! CAUBY Na turma, estava no degráu de baixo, pela idade; mas de vez em quando se enturmava na maior. Casou-se com a filha do “Tião Pomba”. CAZINHA Na verdade, de nome Camilla, é filha da poeta e artista plástica Thaís. Amiga da família e de Bianca, Cazinha estava sempre nos programas dos barzinhos, das festinhas, me fazendo dormir pela madrugada, na espera. É gente bonita, inteligente, de muita sensibilidade. Foi companheira de Bianca na Universidade Estácio de Sá, estudando publicidade. Agora casadinha com Bruno, foi para Sampa, esnobando o sol carioca. E já está atuando em Agência de lá, com muito sucesso. E o melhor do casal é que nasceram os filhos Rafael e Felipe. Lindos! CÉLIA (ver Helio/Célia) CELINHO Oriundo de Cardoso Moreira, terra da boa caninha, Celinho foi “descoberto” por Aldo “Papel” e trazido para jogar no Roial. Como era bom de papo e de sereno, acabou como um dos destaques da turma. Era um dos “pedra 90” ou um cara trancham”, como se dizia na antiga. Armando Amorim - Memórias

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Calmo e sempre risonho, com uma dose sutil de bom gozador, Celinho era companheiro especial em todos os programas. Estivemos juntos em Teresópolis e por aí e não podia faltar nas peladas, pois era bom de bola. Quando esteve nos “50 anos” de Aldo e Grace eu estava viajando e não deu para revê-lo. CELINHO II Membro da turma do Divino, o irmão de Márcio, Darcy, Daniele e Denise era um dos meus papos preferidos. Muitas vezes a conversa iniciada no famoso bar acabava na madrugada no portão de sua casa na Paulo de Frontin. E juro que não era por ter irmã bonita. Recentemente o seu mano me contou que papai-do-céu o convocou. CESAR/ EDNA Deram-nos o filhão Bruno para batizarmos, demonstrando a amizade que é grande e longa. Bom de conversa, o “paizão”, como é conhecido e a “magra”, na verdade manequim das boas, são companheiros de todas as horas e andamos juntos por aí. Os compadres nos visitando mais, pois inventaram uma casa no Morro da Viúva, depois de 328 degráus, que o coroa aqui, não se atreve subir. Fico esperando que a casa resolva descer ou que instalem bondinho, tipo Pão de Açúcar. Mas estamos sempre juntos para gostosos papos ou em alguma viagenzinha. Recentemente estivemos em Visconde Mauá, curtindo um lugarzinho gostoso. Cesar, bom de conversa, achou facilmente a sua profissão que é a de vender qualquer coisa. Vai de caminhões a Seguros. É bom nisso e criou bem a família. É paizão de Cristiane e Viviane, dois amores, duas belezocas e, por causa de Cristiane, já virou vovô de Isabela, Amanda e Juliana. E de Viviane a netinha é Rafaela. Com Edna, o filhão é Bruno, meu afilhado, garotão de quase dois metros e grande também na personalidade, no caráter. Sabe tudo de informática, mas na profissão escolheu ser fotógrafo dos bons e agora está entrando também no cinema, aprendendo com a minha amiga Tania Quaresma, famosa cineasta. Também forneceu ao casal a netinha Beatriz. Nos tempos idos de Rio Comprido, Cesar fazia misérias dirigindo 516 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


o carro do pai. E vencia sempre as “corridas” irresponsáveis que se fazia no bairro. É bom de volante. Mas uma das coisas que ele gosta mesmo é o de fazer uma obrinha. Fica até excitado com tijolos, cimento, pisos e tetos. Tempos atrás comprou casa de praia só pra fazer modificações. Agora já está com outra em Guaratiba, para uma transformação total. É uma casinha com grande quintal e ele está vibrando. Tá mudando tudo. Assim vamos também nos aproveitando dele. No sítio sempre foi de ajeitar alguma coisa e, recentemente, produziu uma despensa pra nossa cozinha, de grande utilidade. A comadre Edna é da área de saúde e trabalha em hospitais. Mas está sempre em nossa casa pra ajudar a Gilda nas produções caseiras. As duas estão sempre aprontando alguma coisa. Moraram juntas um bom tempo, daí a afinidade. Como os casais se entendem bem, já estamos procurando outro lugar para sairmos por aí e curtir a vida. CESAR NUNES Cineasta dos melhores, criador do famoso Jornal da Tela, que era exibido antes dos filmes, nos cinemas. Foi quem me ensinou a arte cinematográfica, necessária na publicidade. Mas o melhor dele eram os papos, que varavam madrugadas. De tão amigo, certa vez recebo um memorial da embaixada de Portugal, me convocando a receber a Comenda D.João VI, em grande solenidade, por ser destaque da Publicidade brasileira, honraria que sabia não merecer. Assim me fez “comendador”, querendo demonstrar a sua amizade. CEZINHA Presença sempre esperada, para agitar as reuniões do Chalé. Papo divertidíssimo e gozador. CHICÃO/ OLIVINHA Êsse foi meu patrão por extensão, pois o primeiro emprego foi na empresa de seu pai, a Cia. Fabio Bastos. Por ter demorado a aceitar o convite para trabalhar, passou a me chamar de “Vt”, abreviação de “Vida torta”. Em compensação virou “Saúva” por minha culpa e “Ventania” por culpa dos outros. Apelidos à parte, Chicão foi amigo de calças curtas e crescemos juntos. Na época dos vinte Armando Amorim - Memórias

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anos, o Pontiac 430 do pai rodava sem parar, nas paqueras às menininhas do Rio. Depois veio o Studbaker conversível, presente do pai e a programação aumentou. Aproveitando a amizade rica, tirava as minhas casquinhas nas férias, em sua bela casa de campo, no Vale da Boa Esperança, conhecido como o “Vale dos Ricos”, em Itaipava. Circulava assim no meio dos bacanas e até camarão frito, servido por garçons, na casa do Adolfo Basbaumdono das Lojas Brasileiras- me eram oferecidos na piscina. E em qualquer casa que se entrasse, pertencia a um colunável e assim, o tratamento Vip. Quando as férias acabavam, voltava ao meu natural. Assim, esse “encosto” no Chicão valia, pois era também em sua casa que assistia TV (a primeira da rua a ter uma) e ainda filava uma cadeira cativa para assistir aos jogos do Maracanã. Para completar, “seu” Roque e D.Maria, seus pais, me tratavam como filho. (Sem direito a mesada). Mas posso dizer que Chicão é “mermão”, não só pelos beneplácidos, mas porque sempre fomos amigos de fé. Com Chicão, tenho muitas histórias pra contar. Tempo chegou e certo dia Olivinha me tirou o Chicão e junto, a minha boa vida; mas valeu. Pessoa maravilhosa, sorriso permanente, bonita, esbanjando simpatia, Olivinha se transformou em artista de peso. Sua pintura em porcelana é notável, daí os prêmios se acumularem. Não pude estar em sua última exposição no Belas Artes, mas as que ví em sua residência são inacreditáveis, não só esbanjando beleza, mas pela técnica super apurada. É uma artista das boas. Vamos nos vendo atualmente, nos jantares da turma do sereno. Certo dia chegou para os dois o filhão Rodrigo, hoje um bonito rapagão, que na certa possui as muitas virtudes dos papais. CHICÃO II Irmão de Rudá, Chicão era uma das figuras que animava as noitadas no Largo do Rio Comprido. Grandão no tamanho e na bondade. Trabalhou durante um tempo na mina de gesso do pai do Lino em Sergipe. CHICHO Na verdade José Rimaston, um argentino que participou da AAP. Muito bom artista gráfico, acabou se tornando amigo do peito. 518 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Um dia resolveu sair da Agência e correr mundo. De onde esteve, chegavam cartas, cartões e fotos. Serviu dois anos à Legião Estrangeira, em Djibouti, em pleno deserto africano e viajou como grumete em vários cargueiros, chegando a diversas partes do mundo. Fez da vida uma aventura. Sabia viver. CHICO (tio) Era o tio de todos da turma do sereno e o coroa que proporcionava as melhores gargalhadas das madrugadas, pois era um verdadeiro ator do humor. No livro, conto algumas histórias. CHICO ARQUITETO Meu arquiteto predileto, Chico é dessas pessoas doces que conquista qualquer um pela simpatia. Andou morando nos States, ganhando uns dolarzinhoos, mas voltou. Recentemente quase mudou de profissão, quando Gilda e Bia planejavam loja de modas e foi convidado para sócio. Mas continuou fazendo empresas e residências mais bonitas. Certo dia o pai de Rafaela e Isabela me presenteou com nova instalação elétrica no sítio e aproveito aqui para o agradecimento. Papo gostoso, animado e inteligente, volta-e-meia Chico filava o apê nos fins de semana, para o nosso prazer. Foi para a França e rapidamente tivemos notícias de que estava fazendo belas construções em terras de Renoir e ganhando muitos euros. Ele sabe das coisas. Agora, com os problemas na Europa, voltou para o Brasil e está em Campos atuando em obras importantes. Recentemente nos visitou em Teresópolis. Vamos nos vendo. CHIQUINHO “ZOIUDO” (ver Francisco Duarte) Há pesoas que eram para ser reconhecidas por aí, por seus fazeres e favores. Chiquinho é um deles. No início das atividades foi excelente baterista e craque na tumbadora. Com amigos, criou conjunto que fez sucesso. Batia tão bem no “tambor”, que certa vez o Ronny Vonn, no pico do sucesso, ao ouvi-lo, convocou o nosso Chiquinho para sair por esse Brasil. Produtor musical do setor internacional da TV Globo é ele que fazia com que as nossas Armando Amorim - Memórias

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novelas, programas especiais e todos os outros, fizessem sucesso fora do Brasil. Com 30 anos de emissora, fazendo e acontecendo, músico e entendedor profundo do assunto, foi o responsável também por dezenas de sucesso de cantores e conjuntos que se destacaram e se destacam na música brasileira. Sem a ajuda de Chiquinho, para muitos famosos, nada teria acontecido. Antes da TV andou dirigindo gravadoras, entre elas a Som Livre e, assim sabe preparar, orientar, dar as dicas e ainda por cima ajuda a produzir e a promover músicos e cantores para o caminho do sucesso. E isso tudo na “surdina”, pois trabalha nos bastidores, sem alarido, pois ele próprio não gosta de aparecer. Alguns dizem que deveria se mostrar, se destacar, mas a sua humildade não permite. Faz tudo isso, simplesmente por solidariedade, pois é um “gente boa”. Sendo assim, a gente o quer sempre perto da gente. E eu, mais do que ninguém. E não é por causa da música, pois não sou do ramo. Habilidoso também, Chiquinho gosta de consertar coisas. Assim, quando não está em sua Halley Davison e pega o seu charmoso Troller e vai ao nosso sítio é uma alegria. Logo vê que o boiler parou de funcionar e, rapidamente, mãos na ferramenta. Tempo depois todos podem tomar um banho quentinho, vencendo o frio da serrana Teresópolis. Logo depois é o reparo da descarga de um banheiro e uma bica que cisma em ficar pingando. Chiquinho logo resolve o problema. Vê então um antigo lorenzetti aposentado e diz que precisa estar em perfeitas condições, para eventualidades. Depois é o sifão da pia da cozinha, prender melhor a cuba e, vai fazendo, fazendo... E já afirma que na semana seguinte vai ser a vez de fazer funcionar a TV em todos os quartos e outras coisinhas. Como se vê, está sempre a postos para ajudar, para colaborar. Nada melhor então do que ter amigos assim. E já estou preparando em surdina, uma lista de defeitinhos ou coisinhas a fazer, que a minha inabilidade e desleixo deixaram se acumular. Pode aguardar Chiquinho! Meu amigo é também um “fazedor” em outros campos. Quando, por exemplo, estava na prefeiturinha da Barra, incentivou a criação do Mercado do Produtor, que está alí até hoje e virou um point super frequentado. Sua idéia era o de fazer com que produtores da região oeste e outras por perto tivessem um espaço para vender seus hortifrutis. E conseguiu.

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Mas Francisco dos Santos Jr, o filho de Clementina e Francisco, o nosso Chiquinho, mais do que isso tudo, é um papo inteligente, delicioso, que nos faz varar madrugadas. Também, é bom de cozinha e volta-e-meia está em nossa casa preparando inigualáveis pizzas de frigideira, que a mãe D.Clementina inventou há muito tempo e agora são vendidas no mercado. O sucesso está no modo de prepará-las e como ele incrementa as danadas, transformando-as em delícias para a nossa gula. É isso aí. Chiquinho sabe tudo da vida. Um gente boa que a gente vem torcendo para entrar para a família. E ele conhece bem a “porta de entrada”. A torcida é bem grande! Em tempo, acabou entrando e ele e Berê já estão casadinhos, morando em bela casa em Teresópolis. Volta e meia estamos por lá filando a linda moradia e as suas mordomias. CICI/ÂNGELO Anunciata (Cici) foi meu braço direito na AAP, naquilo que eu tinha horror em mexer: contabilidade. Sua competência me deixou tranquilo por muitos anos. Acabou tornando-se amiga da família. Com o maridão Ângelo, papo divertido e dos bons, estamos sempre nos encontrando por aí, principalmente nas esticadas a Teresópolis. Para enfeitar o nosso redor, a presença constante da filhona bonita, Fernanda, que acaba de se casar. Ângelo, depois de retificar seu motor, está novinho em folha e continuua com seu bom papo vendendo as suas coisinhas. É bom nisso. E se animou em conseguir patrocinadores para os meus livrinhos promovendo o meio ambiente. Torço e aguardo, pois precisamos ganhar dim-dim. CIDA (ver Pedro/Cida) CIDINHO Da turma menor, gostava de se enturmar na maior. E nós deixávamos, pois possuia irmã bonita: Yolandinha. E a filhona de Cidinho que hoje é a juíza Giselle, casou-se com o filho do Gil Seabra, o Andrezinho e já deram à Teresa os netos André e Mariana. CILENE Da turminha da Silva Pinto, que Zezinho, Arno e outros de nós Armando Amorim - Memórias

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frequentávamos. Virou cantora lírica. Inteligente e repleta de meiguice. CINDA (ver Fernandel/Cinda) CIRCE Mana do Celso e Carlinhos, da turma do Sereno. Uma simpatia. CLÁUDIA AMORIM A querida e simpática sobrinha bióloga e professora, mãe das fofas e também simpáticas Bruna e Marcela, possui um sorriso permanente que levanta qualquer astral. É dessas que se tem prazer em conversar, pois sempre se aprende alguma coisa. Fico imaginando como serão as aulas que prepara para a garotada, pois com sua cuca, a turma deve vibrar. Em tempos idos, para a nossa alegria, emprestou a sua inteligência na Armando Amorim Publicidade. Essa é especial e já virou vovó de Leonardo, filho de Bruna. CLÁUDIA/IZELMAR Sobrinha que esbanja delicadeza e simpatia. Casadinha com o locutor Izelmar, a bela voz da JB FM. Deles nasceram a lindinha Giovana, a “Gigi”, Igor e Laís. E Zema é pai ainda de lindeza Yasmin. Uma turma de gente bonita. Pela figura elegante de Cláudia, afirmo sempre que foi ela a inspiradora das personagens da minha pintura. Poderia seguir os passos da mana Renata, pois quando criança era criativa e habilidosa nos desenhos (muitos estão guardados em meus álbuns...). Mas, como a mãe Regina, prefere viver “barriguda”, produzindo filhos. CLAUDINHA Sobrinha simpática, sempre risonha e animada, é a querida filha dos cunhados Zézinho e Rivanda. CLÁUDIO LOMBARDI Participou da turma da AAP e além de vender, nos divertia. Hoje, “manda” na editora Nova Aguilar. 522 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


CLARINHA Maria Clara Lamas era a caçula das irmãs Regininha e Verinha e moravam no palacete do Rio Comprido que fica na esquina da Dipsis com Bispo. Nela as festinhas eram maravilhosas. E Clarinha, muito bonitinha. CLAYTON/ REGINA Clayton Conrado que morava em nosso pedaço, foi meu sócio na Mercadus, da qual participou também Lino Seabra. Virou depois fabricante da goiabada “Kira” e hoje está na Associação de Cartórios e outros negócios. Casado com a simpática Regina são pais de Iara. E Clayton é ainda o paizão de Adriana, Rodrigo e Márcio e já virou vovô. Vamos nos vendo por aí, pois ele está correndo atrás para conseguir patrocinadores para os meus livrinhos infantís. E Regina, que encontrei no niver do Lino, continua com a mesma beleza e simpatia dos tempos idos. CLEIDE/APARECIDA Personagens que movimentaram o chalé, Cleide e Aparecida, a “Santinha”, não podiam faltar ao agito, pela animação permanente. Cleide nos deixou cedo e Aparecida só vejo às vezes na TV, com sua filha, que faz deliciosos quitutes. CLEONICE /PAULO MURILO Cleonice Rosalva, irmã de Gilda, ficou sendo mesmo Coó. Ela e Paulo os donos do tão falado “Chalé”, aqui comentado e local da “chacrinha” da família e dos amigos. Hostess das melhores alegrava e agitava qualquer ambiente e tinha um riso e uma gargalhada que deveriam ser colocados no seguro. Durante muito tempo moraram em imenso e belíssimo AP em Copa, muito bem decorado, e o Chalé era para curtir os fins de semana. Mas um dia resolveram viver definitivamente na Barra, para a nossa alegria, da família e dos amigos. Afinal, além de lugar belíssimo, podia se filar uma sauna, a piscina, os atraentes recantos e se servir ainda de uma comidinha sempre deliciosa. Quem não quer uma sopa dessas? Nos estudos, formou-se professora e iria ser também médica. Mas acabou sendo do “lar” e se transformou em exímia cozinheira, Armando Amorim - Memórias

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para a alegria de nossa gula, que volta e meia filávamos as suas delícias. E, ainda, de vez em quando, me mandava um empadão, pois sabia dessa minha preferência. Gente divertida, antes de ser moça de posses, trabalhou na empresa Noroeste, como secretária executiva. Ao virar “madame”, criou linda loja de presentes no Via Park, com nome sofisticado: “Belle Chose”. Na verdade um point para receber parentes e amigos e se divertir. Coó sempre foi essa nossa imãzinha que todos sempre adoraram estar perto. Certo dia, quase derrepente nos deixou. Foi difícial acreditar que era verdade... Mas era... Uma maldade com todos nós. É uma grande sacanagem do destino... Casada com Paulo Murilo, o Paulão, talentoso homem de dar duro. Carregando os caminhões de sua primeira Distribuidora, acabou construindo imensa fábrica de bebidas, que por muitos anos produziu os refrigerantes Brahma. Empreendedor, inteligente e “marqueteiro”, criou também os seus, que levaram o nome de “Tamp”. Pelo lado de “dentro”, Paulão sempre foi um homem generoso, solidário, ajudando a todos, o que contrasta com a sua irreverência, o jeito gozador, que virou marca. Do casal, que não faltam elogios, e sempre cercado de muitos amigos, nasceram Gabriela, a “Gabi” e Murilinho. Viva, inteligente e charmosíssima, Gabi - xodó dos avós Murilo e Paezinha, foi ganhando a todos e acabou ganhando também o simpático vascaíno, Isaac. Como consequência, os dois ganharam uma princesa: Maria Luiza, que desde cedo virou Maluzinha. Agora está esperando uma irmãzinha para a Malu e o papai é Marcos. Nasceu! É a lindinha Maria Fernanda. O filhão Murilinho, faixa preta, campeão de Jiu-Jitsu, bom de bola, foi meio capeta em criança, mas se transformou no garotão simpático, inteligente e já virou um excelente administrador de empresas. E anda agora na Bolsa, no mercado de ações, aplicando o dinheirinho da família. Esse vai longe... “COLHER” Só podia ser irmã do “Garfo”, frequentadores da turminha do se524 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


reno. Na verdade, “Colher” era a simpática Regina, que se casou com Luiz das “Jóias”, membro efetivo da patota e gente especial. E “Garfo”, o Antonio Carlos, agitava no pedaço. CRISTINA AMORIM Competente e adorável baixinha, a sobrinha Cris, começou a fazer arte na AAP. Quando lá chegou, depois de um tempo estudando desenho industrial, reparei que estava diante de uma criadora excepcional. Mas haveria de ser assim, pois desde criancinha seus desenhos me impressionavam, pela habilidade e criatividade. Como não poderia deixar de ser, depois de alguns anos na AAP, seu “passe” foi “comprado” pelas megas agências e passou a ganhar prêmios aqui e lá fora. Andou pela Estrutural, Denison, Contemporânea e nos últimos anos na Paulo Giovanni. É sem dúvida uma das expoentes da publicidade brasileira. Foi eleita mais de uma vez a Diretora de Arte do Ano, pela ABP, e recebeu o troféu Rogério Steinberg, como a diretora de arte mais premiada do Colunistas/Rio. Ganhou Leões em Cannes, Estatuetas do Clio, medalhas nos festivais de N.Yok e Londres, além do Fiap, Prêmio Abril e várias estrelas nos anuários de Criação RJ e SP e muito mais. Uff! E, ainda, foi convidada pelo famoso Clio Awards para ser jurada. Como eu, gosta de fixar memórias da família e certa vez editou um interessante livro sobre o condomínio dos pais e seus moradores e, recentemente, nos informou que vai fazer um Cd com o pai tocando músicas ao piano. O que ele faz com um jeito só seu, inconfundível e gostoso de ouvir. Papo inteligente, bem informada de tudo, é um prazer os encontros com essa grande baixinha. É mãe da fofíssima e linda Priscilla, estilista de moda, que esteve em Milão e vai fazer sucesso, pois o gen é de primeira. Recentemente mãe e filha criaram a griffe “Ô”, que já apresenta modelos notáveis - palavra da também estilista Gilda. Mas Cris não é só notavel na arte da criação... Ela é repleta de solidariedade, de ajudar o próximo em diversas situações... Uma solidariedade plena. Grande baixinha... Armando Amorim - Memórias

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CRISTINA KROEFF Esta lindinha é a “Kite” ou Kity, filha de Sonia Mileip, irmã da cunhada Selma, morando agora em Miami. Casadinha com Mário, produziram os gêmeos mais lindos do mundo Eric e Yuri e, recentemente nasceu Ella, neném lindíssima.

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D DADÁ Com nome bonito de Danielle Doher, virou mesmo a lindinha Dadá, amiga de fé da Bibica. Volta e meia enfeitava a nossa casa nos fins de semana. Também par constante da Bianca, nas idas aos barzinhos e festas, o que me fazia ficar acordado até às 4 da matina, na espera. Além de esbanjar beleza, transborda em simpatia. As duas formaram-se na Estácio e viraram cobras na arte da comunicação. Agora, deixou de filar nosso ap, pois virou vizinha no Riviera e está emprestando o seu saber em publicidade, na Globo, além de enfeitar o lugar. Em tempo, está morando agora na Cidade Jardim, vizinha do Mandinho e continua perto da gente. É uma das queridas da família a filha de Francis. DALMO CASTELO Depois de Jorge Benjor, foi o músico mais importante do Rio Comprido. Seu primeiro parceiro foi Toneca, uma figuraça que andava em nosso pedaço. Depois, as parcerias famosas foram acontecendo, com D. Ivone Lara, Johnny Alf, Monarco e João Nogueira. Com o mestre Cartola, tem composições notáveis, como Disfarça e Chora, Chato de Bar, Amiga Oculta, Covardia, Corra e Olha o Céu e outras. Junto ao seu violão, não poderia deixar de aparecer nas noitadas do sereno. Durante um tempo, dividiu ap de cobertura em Ipanema com nosso Chico “Zoio”, trabalhou na TV e ganhou dinheirtinho com loja de roupas. Casou-se com Soninha da Paulo de Frontin, uma lindeza, filha de D. Itália. DANIEL Em mais de 30 anos. a AAP foi agência da CCPL e o pessoal da empresa virou amigo. Daniel Costa, gerente da fábrica no Espírito Santo, foi um deles. Muitas horas de bom papo, gastamos nas esticadas. “Chamaram” pra cima, antes do combinado.

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DANTE FONTAPPIÉ Irmão do Milé e goleirão do Roial era uma das presenças na “pracinha” para as noitadas de papo. DÃO Na verdade trata-se de Sebastião Luiz Pereira, sobrinho de Gilda e meu também. Neto do papai de Gilda, Saloca e de Jeanette, o Dão é um dos galãs da família e de grande parecência com o primo Popota. Consultor de marketing tem sempre projetos interessantes no assunto. Com certeza vai ter muito sucesso na atividade, pois é um empreendedor. Dão é pai de Luiz Felipe, o “Lipi” e namorado de Rosemary, a “Branquinha”. DILMA Amiga da família, de muitos bons encontros, Dilminha é a alegria permanente e como gosta de falar. Mas a gente adora escutá-la, pois é muito divertida e esbanja simpatia. Tá sumida! DIMAS JOSEF/ ESTHER Papo com o jornalista Dimas Josef é mais do que uma simples conversa. São aulas de vida, de idéias criativas que nos enriquecem. Junto com a esposa Esther, vivem vida de doação, de solidariedade. Dimas mais recentemente é o autor de uma obra notável de amor ao próximo, realizada na favelinha do morro do Banco, próximo ao Itanhangá. Com a ajuda do amigo Conde, que a fez virar um bairro, continuou ali a dar assistência ao povo de lá. Uma das iniciativas foi criar uma biblioteca, no espaço onde antes fora o prédio da administração das obras. Como a criatividade é a sua marca, para incentivar a leitura, e com a ajuda da minha cunhada Selma, criaram as “caixas de livros”, ou seja, várias caixas contendo revistas e livros para todas as idades. E Dimas entregava nas casas, com a condição de após lerem, devolverem, para que fossem levadas a outras residências. E como verificou também que alguns continuavam a não ler, bolou uma solução infalível. Entre os livros passou a colocar variadas receitas de doces, bolos, pratos salgados, etc. Conclusão: muitos que tinham dificuldade de leitura passaram a voltar aos estudos. Com frequência quase diária por lá, conhecia 528 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


e era amigo de cada morador. Hoje ajuda essa gente simples lá do céu, pois foi chamado recentemente, antes da hora. Uma pena! DIOGO Dentista e amigo das Albuquerque Salles, Dr.Diogo é personagem do Chalé. Se o dente doer, pode procurá-lo, pois ele resolve qualquer encrenca. É dos bons. DIVA Diva foi também frequentadora habitual do Chalé, espaço de Paulo e Coó, com presença sempre esperada, pela simpatia e uma conversinha sempre animada. É mamãe de Andréia, Fernanda e Toti. Tratando das coisas da psicologia, deve ter melhorado muitas cabecinhas por aí. E, pela postura, Diva sempre me pareceu uma dama inglesa, daquelas que convivem com a realeza. Tem classe. Comprou agora bela casa em Teresópolis e passou a ser vizinha de Berê e Chico. Já estivemos lá. Volta e meia nos encontramos para os deliciosos papos. DOMINGOS DA GUIA Uma lenda do futebol. Considerado o Pelé de seu tempo, apesar de ser zagueiro, Domingos da Guia era mesmo o “divino”, como lhe chamavam. Tive o privilégio de formar zaga com ele, apesar de na época já ter parado de jogar profissionalmente. Mas no time de “pelada” da Fabio Bastos, ainda dava um show, com seus quase 60. DOMINGOS VELOSO Quem frenquentou o famoso bar Divino, não se esquece da figura de Domingos, da Farmácia Medina. Fiscal de Renda, o tijucano Veloso é casado com Maria Amélia, que são pais de Carlos Frederico e Tathiana. DOMINIQUE A lourinha nossa amiga, colocou no mundo a coisa mais linda que pode existir, ou seja, Renatinha, que aos três anos, o nosso Mandinho, com quatro, já a paquerava. “Fugiram” para Petrópolis. Cadê você? Armando Amorim - Memórias

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DONATO Como todo excelente contato, era de agitar e animar a AAP, com certa dose de doidice. Fez história na Agência. DORA Não é a rainha do frevo ou do maracatu, mas reina numa bela família. É mãe de três princesas: Mônica, Aline e Valquíria, que já lhe fizeram virar muitas vezes vovó. Mônica contribuiu com Vitor e Gabriel; Aline, casada com Adriano, forneceram a linda Adriane e o danadinho do Nicolas, gente esperta que faz muito sucesso no pedaço. Com três aninhos cativa a todos. E Walquiria deu a Dora o neto Arthur. Aline recentemente nos pediu emprestada a casa de hóspedes do sítio, para morar e aguardar a sua ficar pronta. Em tempo, ficou pronta e ela já se mudou. Em seu lugar entrou a mamãe Dora, pois na tragédia das chuvas serranas a sua casa foi afetada e condenada pela defesa civil. Dora é uma batalhadora mesmo aposentada continuou trabalhando na casa da veterinária Adriana que já está a mais de dezoito anos. Mônica e Aline foram bem crianças para o sítio e se tornaram moças bonitas e prendadas, repletas de simpatia e virtudes. E, Valquíria, que nasceu bem depois, tornou-se bela moça, que se quiser, vai ser artista de cinema ou TV. Nossa amiga de longos anos, quando ajudou a manter a propriedade por algum tempo e alí nasceram as filhas, Dora continuua sendo o apoio da família em Teresópolis. Para qualquer encrenca no sítio, basta convocar a Dora, que ela resolve. Filha de Seu Estevão e Dona Helena, com esses pais só poderia ser mesmo gente boa, como os irmãos Darcy, Luiz, Maria, Arlete (uma simpatia!), Iracema e Ernandes. Além do apoio da amiga Dora vamos contando com a colaboração dessa linda família. Darcy foi o nosso homem da água, pra quem a gente sempre apelava para não faltar e resolvia ainda outras coisinhas, quando necessário. Estava sempre a postos. Virou ainda 530 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


nosso jardineiro. Além dessas habilidades, Darcy é especialista em produção de filhos e, enquanto houver nomes com a letra “D”, ele vai continuando a produzí-los. Por enquanto são Dalmir, Dalvinha, Darcio, Darcísio, Denis e Dhones. Gente boa e ótima nessa atividade! A irmã Maria, que foi craque no pandeiro e violão, também foi nossa colaboradora, quando casada com Louro, que papai-do-céu já convocou. São pais da costureira Rosilene, de Rosemary, a “Mela”, que é responsável por 5 netinhos de Maria e, ainda tem o excelente eletricista Zé Luiz que lhe deu também 3 netos e o pedreiro Carlinhos, um craque no ofício. Bela garotada que cresceu no sítio e nos alegrou. Já o irmão Luiz, casado com Maria e pais de Walace e Bruno, andou tornando o sítio mais bonito, pois é entendedor de plantas, árvores e flores. Finalmente dessa família, há os responsáveis por toda essa gente: dona Helena, mulher de fé e coragem, que passando bem dos 80, continuava supervisionando a turma. E seu Estevão, que foi chamado por Papai do Céu, era meu predileto para conversinhas ao pé da lareira, para contações do Teresópolis de antanho. Foi inclusive o mestre da construção da propriedade. A cada papo contava detalhes, inclusive a origem do projeto, cópia fiel da casa de campo, que o francês, presidente da Belgo Mineira, possuía no interior da França. Era um homem simples, repleto de sabedoria. Família especial a da Dora, nossa querida amiga. Recentemente, na tragédia com chuvas em Teresópolis, parte da sua casa foi levada pelo temporal. Como não podia deixar de ser, voltou a morar em nossa casa. Mas a mãe, a mana Maria e sobrinhos foram mortos na tragédia das chuvas. DUARTE Da ala portuguesa da turma do sereno, gente para se admirar, era um bom marcador no time do Royal. Tem empresa de refrigeração com o mano Manoel. Precisam aparecer nos jantares da turma.

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E EDDA Linda pra xuxu, minha amiga do La-Fayette. De nome completo Edda Luccacio Bonacossa, era uma “italianinha” nascida no Brasil, muito braba, que adorava discutir. Comigo. E eu adorava, pois ela ficava mais bonita do que era. Posso dizer que tinha ciúmes de mim, mas não me dava chance alguma. E eu sempre alertava: “você tem que ser aproveitada”! É um desperdício essa beleza pra nada! E meu amigo Ramsay, andou também na paquera. Essa simpatia, muito inteligente, acabou se casando com Djalma (me contaram), gente boa, também da turma e que estudara comigo quando criança, no Externato São José. EDITE Dona “Didi” é mãe de meu irmãozinho e parceiro Tom da Bahia. Da boa terra baiana, D.Didi é dessas criaturas maravilhosas, cheia de alegria e adjetivos positivos, que a gente torce para estar sempre perto. De vez em quando lhe telefono, para que a minha “bateria” seja recarregada de luz. EDNA (ver Cesar/Edna) EDU/ LUCIA Na fotografia um craque, Eduardo Nunes Rocha trabalhou durante anos na AAP e virou amigão do peito. Gente boa, solidária, na Agência e fóra dela, podia-se contar com ele para qualquer tarefa ou assunto. Foi um dos nossos esteios e vamos ainda nos vendo ou nos falando. Casado com a simpática Lúcia chegaram as filhas maravilhosas: Larissa e Raissa. Sem dúvida, o nosso Dudu faz parte do quadro de honra da nossa AAP e fez ela crescer. Hoje, continua seu ofício na Secretaria de Cultura. É gente especial. E Lucia está nos Artesanatos e os vende pelo computador. Está fazendo sucesso.

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EDUARDO ALMEIDA REIS Carioca que virou mineiro conheci Eduardo quando ainda fazendeiro, criador de gado Pitangueiras (dizia ser o melhor do mundo). Suas crônicas na revista O Produtor de Leite que eu editava ficaram na lembrança de todos, pelo humor e gozação com a sua própria atividade de “tirador de leite”, razão de ter escrito o livro “As vacas leiteiras e os animais que as possuem”. Gozador de tudo e de todos, com inteligência e cultura que transbordam, Eduardo é autor dos deliciosos livros “Burrice emocional”, “De Colombo a Kubitscheck” e o recente “Amor sincero custa caro”, que evidentemente, não vale para esposa Cibele. Membro da Academia Mineira de Letras, Eduardo escreve deliciosas crônicas para o jornal mineiro “Hoje em Dia”. EDUARDO AMORIM/ THAÍS Irmão de Eiser e Elisabeth, nossos primos, filhos dos tios Antonio e Trieste. Thaís e Eduardinho são pais do garotão Rodrigo. EDUARDO “TUCA” Da turma dos “Cometas”, do Rio Comprido, grande amigo que nos deixou fora de hora. De vez em quando aprontava alguma estrepolia no bairro e, assim, dizia-se, que era um tanto doido. Foi um de meus papos preferidos na tribo. Gente boa, inteligente e prestativa. Faz falta a sua presença, as suas inusitadas e divertidas porralouquices. EISER/MARIA AMÉLIA Filho do tio Antônio, irmão de meu pai e da tia Trieste, Eiser, capitão de mar e guerra, foi companheiro das noitadas. Casadinho com Maria Amélia chegaram os filhões Leonardo, o Léo, hoje fiscal do INSS, que está morando em Natal, RN, casado com Aninha; e a princesa Giselle, advogada, que já deu uma netinha para Eiser e Maria Amélia: a menininha Carolina, mais conhecida por Carol. Eiser andou recentemente se esforçando para levantar a Beneficiência Portuguesa, o notável hospital de outrora, mas com tantas complicações, não foi possível. Uma pena. Depois foi convidado para ser diretor do hospital estadual Rocha Faria, para ajeitá-lo, Armando Amorim - Memórias

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pois é cobra em administração. Perdeu assim a boa vida das esticadas em Maricá. Maria Amélia cobra em turismo, conhecedora dos lugares e viagens, durante muitos anos atuou nessa atividade, com sucesso. ELIANE/FLAVINHA Mãe e filha, amigas de Santos, hóspedes frequentes do Chalé. Além de embelezarem o espaço, agitavam e animavam o paraíso de Paulo e Coó. Agora, as duas estão morando nos States e fazendo sucesso. Flavinha e o maridão já produziram uma belezoca, a Samantha, fazendo Eliane virar vovó. ELIAS NASCIMENTO Quando diretor do Bradesco adquiriu uma coleção de minhas pinturas, para expô-las nas salas de clientes Vip’s. Colecionador de obras de arte há em sua casa alguns A.Amorim, para a minha satisfação e meu bolso. Marcou presença na turma do Chalé. ELISABETH AMORIM Irmã de Eiser e Eduardinho, filha dos tios Antônio e Trieste, foi ela que nos emprestou diversas fotos da família apresentadas neste livro. Parece peça de porcelana inglesa. Delicadíssima. É mãe de Andréia. ELISABETH FONSECA Recebo uma ligação de Juiz de Fóra, MG, de alguém que está no atelier do artista Petrillo, lendo o catálogo da exposição “Brava Gente Brasileira”, exibida aqui no Rio. Quer saber se o A.Amorim do catálogo é o Mandinho que ela conhecera. Era. O papo foi delicioso e me contou que se tornara artista plástica por minha causa, apesar do primeiro trabalho ter sido executado com os dedos. Explicou: “sou a irmã mais nova de Glorinha Fonseca, que morava em São Vicente de Minas e assisti por volta de 1960, você pintando.” Me lembrei então das andanças por aquelas terras e da namoradinha mineira. Na época, o destaque da moda estava nas saias pintadas e pintei uma para Glorinha. Isso me conta Elisabeth, menina novinha na época, com seus 12 anos, a deixou fascinada. Diz então que “roubou” alguns tubinhos de tinta (Oh! 534 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


que “roubo” notável), mas não os pincéis. Pintou assim a sua primeira obra, com os dedos! Recentemente recebi o delicioso bilhete: “Parabéns grande A.Amorim! artista importante no meu despertar para a arte da pintura. Tenho muita gratidão por você. Tão pequena, aprendi a apreciar e entender das cores, as formas, a pintura. Apreciava até o cheiro das tintas. Ficava fascinada com as cores. Já confessei que guardei por muitos e muitos anos, um tubo de tinta azul! Lindo! Obrigado Mandinho (como eu conheci) Parabéns! Hoje, Elizabeth é ótima artista plástica, com belos quadros pintados e diz ter colocado em moldura, parte da roupa que pintei, depois de muito usada por sua irmã Glorinha. Que prazeroso esse encontro... ELMO/ SANDRA Meu pupilo na publicidade, Elmo Guimarães, além de funcionário da AAP, virou companheiro do dia-a-dia. Casou-se com uma pessoa especialíssima, a Sandra, para mim Sandroviski e os dois passaram a ser a minha companhia certa nas idas semanais ao sítio Alto da Glória, em Teresópolis. Para a alegria do casal, chegou uma filhona, que virou uma linda moça. Fomos companheiros durante os 30 anos da AAP e mais alguns na Cia. Fabio Bastos. Acabou sendo cobra na publicidade, profissão que até bem pouco tempo exercia. Mas notícia recente, para a tristeza de todos nós, foi chamado mais cedo do que devia. ELPENOR GOMES Meu colega de La-Fayette e companheiro de papo e de ir à missa aos domingos. Primeiro aluno da turma, sempre dele sobrava uma cola. Mas o que valia mesmo, era a amizade. Juro. Você sumiu? Precisamos nos ver! ENY Nossa amiga Eny viveu e vive atualmente, uma linda história de amor, com Sebastião José Damasceno. Poderia ser assunto de novela. Nos tempos idos, Sebastião foi seu primeiro namorado e ela, igualmente a sua primeira namorada. Naquela época de jovens, cada um acabou seguindo o seu caminho e nunca mais se encontraram. Anos passaram, e cada um formou a sua família. Eny caArmando Amorim - Memórias

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sou-se e nasceu a simpática Valéria, hoje casada com Marcos, que deram a Eny a bela netinha Michelle. Além do ofício que aprendeu com a mãe, Valéria é doceira das boas e eu me delicio com os doces de abóbora e bolos de fubá que me presenteia. Durante bom tempo foi secretária de meus amigos Assad e Iane. O mesmo aconteceu com Sebastião, pai de Jackson, Jeferson e Jamerson, este levado mais cedo por papai do céu. Tempo passou, e já viúvos, pensavam que a vida sentimental tinha sido encerrada. Filhos crescidos, vida acomodada, deixavam o tempo passar. Mas certo dia, o destino fez com que os dois se reencontrassem e, as mesmas emoções dos tempos de outrora surgiram. Conclusão: os dois estão casadinhos, vivendo uma linda história de amor, em sua confortável casa em Campo Grande, com quintal repleto de fruteiras e onde são colhidas as deliciosas mangas que sempre me presenteia e de outras frutas, sempre bem chegadas. Este ano de 2016 estão comemorando 10 anos de casados com bonita festa. De ofício, Eny é exímia costureira, artista da agulha e linha, passadeira e, assim, ajuda hoje em dia, Gilda e Bianca a produzirem os uniformes da Salles Amorim. ERALDO LEITE Um “show-man” dos melhores que assisti. Cantor de uma voz como poucas, representava, dançava, contava piadas como ninguém e ainda fazia imitações hilariantes. Era para ser destaque no cenário artístico brasileiro, mas as oportunidades não apareceram. Várias vezes fui assistí-lo em casas noturnas superlotadas e mesmo assim não “explodiu”, como dizem. Fora do palco é ainda mais gozado e gozador, contando casos e inventando personagens, o que nos faz morrer de rir. Recentemente foi obrigado a criar teatrinho de marionetes para animar festa de criança, que ele próprio criou e que é sensacional. Volta e meia ia com nossa patota para o sítio em Teresópolis. Como continua morando em Niteroi, vamos nos falando pelo telefone. ERASMO CARLOS Filho de Dona Diva, cantor e compositor da “Jovem Guarda” que 536 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


todos conhecem, era da famosa turma do Divino. Estivemos também juntos no La-Fayette e, como eu, não era muito chegado aos estudos. Gente boa, simples e simpática, de imenso caráter e, assim, sempre de bem com a vida. Não há quem dele não goste. Seus primeiros passos foram no Snakes, conjunto vocal que fazia base para Tim Maia e Roberto Carlos e parece ter sido criado com a ajuda do frei Cassiano da igreja dos Capuchinhos. Na época da juventude, confesso que suas músicas não habitavam a minha praia, pois a onda que nela chegava era a da bossa nova. Confesso e poucos sabem que ele curtia também a bossa nova, mas na época, nós da zona norte, não tínhamos trânsito na patota zona sul, onde surgia a nova bossa. Acabou virando o precursor do rock tupiniquim. Hoje, fazendo um balanço do que produziu, posso dizer que o “Tremendão” é autor de canções geniais e importantes e faz parte da galeria dos notáveis. E, se não bastasse, é vascaíno doente, como eu. Formou uma família bonita e unida e a curtição agora são os netos É isso aí, “bicho”. Está faltando a sua presença nos encontros da velha turma. Aguardamos. ERMELINDA Essa é a tia “Mimi”, mãe de Rogério e Lúcia e irmã de minha mãe. Adorava escutar o seu pianinho, tipo Carolina Cardoso de Menezes. Era grande interprete das lindas músicas de Ernesto Nazaré. ERNESTINHO Carioca que se preze, tem o seu jornaleiro preferido. Aquele que lhe dá atenção, que troca cheque, que deixa levar uma revista para ler e depois devolver e, principalmente, para contar as novidades do pedaço. O meu, sempre foi Ernesto Sereno, ou simplesmente Ernestinho, com sua completa Banca na movimentada esquina da Presidente Vargas com Uruguaiana. De tradicional família italiana, Ernestinho é filho de pai jornaleiro e irmãos idem: Orlando e Belmiro, este último com Banca do outro lado da rua. Além de ser cobra no assunto, Ernestinho tem muitas outras qualidades, entre elas a de escrever poemas, compor músicas, sair no Bloco Badalo de Santa Teresa e saber conversar como ninguém. Adora um “papo cabeça”, ao mesmo tempo em que é um romântico inArmando Amorim - Memórias

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verterado. A sensibilidade nele se aflora de tal maneira, que ao recitar os seus poemas se emociona quase as lágrimas, isto no burburinho da banca, sempre lotada de fregueses. A sua Banca, por sorte, era instalada quase em frente de minha Agência de publicidade (ainda se encontra lá) e assim pudemos manter contato quase diário, durante anos. E, são tantos os seus dotes, que certa vez estávamos criando uma campanha para um leite pasteurizado quando, passando por sua Banca, lhe ofereci um desafio: criar um conceito para a campanha. No dia seguinte, recebi uma série de slogans e até uma quadrinha que foi transformada em jingle. A campanha foi um sucesso! Há quinze anos não frequento o local, mas os papos continuam, mesmo que sejam ao telefone ou em encontros por aí. E eu e Gilda aguardamos a sua chegada ao sítio, para preparar as divinas pizzas, que ele há vinte anos promove , dizendo serem as melhores entre as que alguém um dia saboreou. Esperamos. Enquanto isso, Ernestinho vai fazendo amigos, que já devem passar do milhar, pois este é um dos dons que Deus lhe deu. ESTHER Professora de francês do La-Fayette, que não se pode esquecer. Devo confessar que agi certa vez usando uma mentirinha. Sabendo ser super-religiosa e tendo eu perdido uma prova que precisava de nota, apelei: “sou congregado mariano e estava trabalhando na quermesse da igreja”. Isso foi o bastante para imediatamente marcar nova prova. Acabei passando de ano, com a ajuda dos santos, que me perdoaram. EURICO Comandante da Marinha era um dos que não faltavam ao papo de fim-de-noite na AAP. Foi trazido pelo Luciano e passou a fazer parte de nossa patota. EUNICE Essa, durante anos me tratou como um rei, preparando as comidinhas da casa. Bolos deliciosos e doces divinos, além de risoles, empadinhas, pastéis e o que minha gula, aspirava. Morava no 538 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


morro 71, reduto de gente especial por onde andei. EURÍDICE/ RUCHIGA A filha de Maria Luiza, minha sogra, entre todos os irmãos, a primeira a chegar, levou o nome de Vanja Eurídice. Mas é conhecida pelo apelido de “irmãzinha”. Foi especialista nas coisas da beleza, quando professora da Niasi e andou por esse Brasil, ensinando como se pode ficar bonita. Era ela a própria modelo, pois beleza sempre esbanjou. Acabou criando o seu Salão de Cabelereiro, pois foi craque no assunto. Tempos depois, resolveu fazer outras coisas bonitas. E no artesanato foi uma artista das boas: os santos barrocos que o digam, além de outras coisinhas, todas lindas. Casando-se com o gaúcho José Ruchiga, gente especialíssima e que transborda em simpatia, nasceram também filhos especiais, bonitos, as suas preciosidades: Alexandre e Bebel. O garotão é dessas figuras especiais e não há quem dele não goste. Principalmente a simpática Débora, com quem se casou e presentearam Eurídice com os netos Pedro e Manuela. Estão morando no Norte, pois Alexandre está servindo a Polícia Federal. A mana Bebel casou-se com Fernando e é da beleza por dentro e por fora. Encanta pelo jeito dengoso com todos. É a mamãe de Gabriel e Jade e está produzindo doces deliciosos na sua “B Bel”. Não é, portanto, nada demais, que esta minha cunhada, por ter filhos tão amorosos, habituou-se a falar tudo no diminutivo, o que foi a sua marca. Éra uma mãezinha especialzinha, que adorava os filhinhos, as irmãzinhas e irmãozinhos, os cunhadinhos, os cachorrinhos e todas as pessoazinhas que viviam ao seu redorzinho, pois ela, na verdade, foi sempre um amorzinho, uma belezocazinha. Recentemente virou uma anjinha... EVANDRO Foi da primeira turma da rua, quando ainda brincávamos de calças curtas. Morando no mesmo prédio onde morávamos, me fez sentir medo de cachorro, pois possuía o “Guri”. Terrível! EXPEDITO Da turma do Divino, ficou conhecido ao promover, na época, os Armando Amorim - Memórias

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famosos chicletes de bola “Ping-Pong”, no programa de Jair de Taumaturgo, na TV. Nunca vi calma igual. Certa vez a turma encheu uma Kombi e estava voltando de uma festa em Petrópolis. Com muita neblina, acabou batendo numa pedra e virou. As portas se abriram, alguns caíram na estrada e com esforço outros saíram. Éramos uns doze e feita a contagem, faltava um. Foi quando o Vasco avistou no escuro, uma cabeça, com o corpo por baixo da viatura. E em seguida, escutou a voz calma e pausada do Expedito: “quer fazer o favor de tirar a Kombi de cima de mim...”

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F FAGULHA (ver Fogo/Fagulha) FARIAS Era responsável pelo setor de composição da AAP. Dono de bela voz, à noite se transformava em crooner, além de dar “canja” em nossas festinhas. “FARMÁCIA” Do morro 117, um canhotinha que jogava igual ao Gerson da Seleção. Formamos um timaço no Grêmio do Bispo, com Caramelo, Danilo, Temponi, Aurinho, Bileco, João, Neném e outros. FERNANDEL/ CINDA De nome completo Fernando Vieira Sampaio, chegou à AAP contratado por José Duarte, o nosso “Zé das Vacas”, que era fotógrafo e agenciador de anúncios no interior. Certo dia Fernandel demitiu-se da função, pois não desejava mais viajar e entrou em minha sala com a frase pronta: “Acho que você deve me contratar!” Com essa certeza só me restou contratá-lo, sem saber pra quê. Mas, com o passar do tempo, acertei na contratação, pois foi a pessoa mais habilidosa e criativa que conheci. Mais que isso: virou meu amigo do peito, meu irmão. E eu conto: Certa vez estávamos projetando novas instalações para o Departamento de Arte, com oito novas pranchetas em linha, armários e estantes. Sabendo das mudanças, Fernandel perguntou se não poderia executá-las. Minha primeira indagação foi saber se era marceneiro. A resposta foi sincera: “não”. Mas insistiu que era capaz da produção. Apesar de conhecer o assunto, pelos meus anos em decoração, resolvi testá-lo. Foi comprada a madeira e ele apareceu no escritório com um serrote enferrujado, martelo e mais algumas ferramentazinhas, que no máximo conseguiria produzir um caixote. Para complicar ainda mais, as pranchetas seriam instaladas junto a Armando Amorim - Memórias

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uma parede curva, difícil de serem produzidas. Pois bem, naquele dia passei pela sala e o vi colocando papéis no chão e quando olhei espantado, me informou que estava fazendo os moldes. Saí sorrindo, pois nunca tinha visto aquilo. Mas estava “pagando pra ver”. Pagando no duro, pois já sentia o prejuízo. Para encurtar, depois de algum tempo, a sala estava totalmente instalada: armários, estantes, pranchetas escamoteáveis (criação dele), forração em fórmica; uma beleza! Inacreditável! Posteriormente, para qualquer coisa difícil de ser executada, o Fernandel era o escalado. Podia ser de qualquer natureza. Recordo-me que, certa vez, teríamos que fotografar mais de trinta cooperativas de leite, em cidades diferentes, localizadas desde o Estado do Rio até próximo à Bahia. E o tempo era muito curto e se fosse colocado no papel, qualquer um diria ser impossível. Era, pois, tarefa para o Fernandel. Mas para azar maior, a chuva caía violentamente nas regiões, fechando inclusive algumas estradas. Para o nosso espanto, dias depois chega o Fernandel, em tempo menor do que se podia pensar, nos entregando uma série de rolos de filmes. A festa foi geral, mas faltava ver como estariam as fotos, pois fotógrafo nunca tinha sido. Como um milagre, estavam sensacionais! A partir daí construiu letreiros, peças promocionais gigantes; produziu troféus em acrílico, executava serviços de bombeiro, eletricista, pedreiro e até carro, geladeira e ar condicionado consertava. Sem dúvida, é o indivíduo mais criativo e habilidoso que conheci e possuidor de uma energia sem igual para executar qualquer tarefa. Podia não conhecer nada de um assunto; mas se resolvesse fazer, fazia perfeitamente. Quando criei outra empresa (de letreiros), lançando as “lantejoulas” (painel-flash), o Fernandel era o reponsável por tudo. Produziu instalações gigantescas com 600m2, o maior do Rio, para a torre do BANERJ, no topo do maior edifício de Niteroi, com letras de 10m de altura e outros. Também o painel do cometa Halley, colocado por cima do túnel Novo, com 500 m2. Instalou também a decoração da cidade no carnaval e todas as outras que a nossa 542 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


empresa Mercadus produziu. Algumas vezes, instalações que os próprios engenheiros achavam complicadíssimas. Mas com Fernandel, nada é impossível. Nesta época já éramos muito amigos, ele frequentando quase diariamente a minha casa, além do Sítio em Teresópolis. Um dia resolveu construir uma marcenaria em Jacarepaguá e levantou sozinho um prédio de três andares e de lambuja construiu a sua bela residência no fundo de um quintal com variadas fruteiras, inclusive com mangueiras que produzem deliciosas “carlotinhas” e outras mais, como uma que nem nome tem, mas fornece mangas amarelas divinas. Que sempre me presenteia. Dizem que por causa delas a propriedade vale o dobro. Pode ser. Casou-se então com uma pessoa tão especial como ele: Dona Cinda, para os íntimos “Dona Orora”, que lhe deu filhos maravilhosos: Fernandinho e Luciana. Hoje, apesar de sua valentia, de seu “falatório”, quem manda na casa e nele é “Dona Orora”, que acaba de ganhar uma cozinha sensacional, o seu maior desejo. Pode uma coisa dessas? A maioria das “patroas” sonham com jóias, roupas de griffe e outras coisinhas. Já o sonho de Cinda sempre foi panelas, trecos dos seus afazeres e uma cozinha bem grande como acabou de ganhar. E nela passa horas preparando as delícias que sabe fazer como ninguém... Nos tempos de hoje, cá pra nós, Dona “Orora” é peça rara. Pai durão, Fernandel fica feliz com a capacidade e destreza do filhão Fernando no computador e da filha Luciana que se formou em Direito e vai ser um destaque na profissão. Garanto. Autor de instalações como a Churrascaria Plataforma, casas noturnas, hóteis e belas residências e até árvores de natal gigantescas, Fernando Sampaio assina móveis notáveis, com acabamentos e concepções raros de serem vistos. Além disso, com sua habilidade e conhecimento, constroi e reforma residências. E atualmente anda sendo convocado para recuperar prédios tombados pelo patrimônio histórico, pois deixa ele novinho igualzinho como foi construído. É craque o meu amigo, meu irmão, que hoje adora ler, ouvir boa música e sair por aí em aventuras. Recentemente Armando Amorim - Memórias

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foi criador de periquitos e depois curiós, com carteirinha, mas acabou desistindo por falta de tempo. Fernandel é um dos personagens notáveis que conheci. E meu amigo do peito. FERNANDA Filha da mana Maria Luiza e de Altamiro, jóia especial da família. É uma publicitária que vai arrasar, pois tudo que faz, sempre mostrou competência. Andou dando duro na Ambev, das cervejas e guaranás e agora em Banco de São Paulo, e em outras atividades. Mas poucos sabem que foi campeã brasileira de Tái Ken Dô, em sua faixa. Assim, não folguem com ela, pois é prejuízo na certa. Além de tudo é lindíssima, cheia de charme e talento. Morava em Campinas, mas quando vinha ao Rio, juntava-se à Bianca e pareciam irmãs. E a sua presença em casa, uma alegria. Agora está dando duro em Sampa e estamos com saudade da presença e dos papos gostosos. Bem que você poderia passar as férias entre nós. Aqui tem sempre um cantinho pra você. Linda! FERNANDO SAMPAIO (ver Fernandel/Cinda) FERNANDO I Da Aureliano Portugal e colega do La-Fayette, Fernando participava também da turma-do-sereno. Gente boa. FERNANDO II Da ala da “terrinha”, primo do Mazinho, fazia parte da turma do sereno e jogava no Roial. Meio “perna-de-páu”, arrumava vaga pela simpatia. Começou a dar duro como gráfico na Marques e Saraiva e acabou criando a sua. Gente esperta e competente. FERNANDO TEIXEIRA Artista gráfico dos melhores, ilustrador de livros infantis e nosso apoio na Barbosa Lima Editora, produzindo a revista Embalagem Vende. Trabalhou também em minha empresa Mercadus, onde produzia desenhos maravilhosos. As suas criações foram responsáveis pelo sucesso da empresa. Aerografista de sucesso, agora 544 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


as suas criações passaram para o computador, onde produz desenhos notáveis. Na charge é campeoníssimo e recentemente lançou o livro “Personalicaturas”, com texto de Nancília Pereira e que vem fazendo muito sucesso. Na revista O Produtor de Leite da CCPL que editamos, ilustrava as crônicas de Mário Barbosa que ficaram famosas. Casadinho com Marion, são pais de Ana Caroline, a Carol, que aos 10 anos já mostrava a sua indignação e solidariedade com a turma sem oportunidades e lançou seu primeiro livro de poesias. Notável: “Se eu pudesse mudar o mundo”. Com certeza, ela vai conseguir. Veja o que diz: “Menino de rua/ que vive abandonado/ E todo atrapalhado, coitado! Menino de rua,/ Sem nenhuma atenção/ Só de ver isso/ Já me corta o coração. Menino sozinho/ Como um passarinho/ Sem ninho. Menino que come/ Comida do lixo/ Menino que vive/ No maior sacrifício. Menino de rua/ Mesmo sofrendo/ Vive na maior alegria/ E com muita folia.” Agora, virou mocinha linda, continua fazendo belas poesias e vai sendo a alegria dos pais. Passou para a UFRJ e vamos ter uma arquiteta das boas. Garanto. Ainda é novinha, mas está casadinha com Guilherme desde agosto de 2011. Fernando, além dos papos inteligentes, presença sendo agradável em nossa casa, é um dos maiores craques em comunicação visual e quem necessitar de peças promocionais, ilustrações, etc., pode me procurar que apresento o artista. Está também virando meu sócio em algumas coisinhas que juntos vamos produzindo. E passou a ser amigo do peito, desses especiais. FERENC ASZMANN Amigo e companheiro dos tempos do La- Fayette. Depois dele, se tornou o famoso fotógrafo das noivas do Rio. É fera no assunto. FERRARI/ALICE Como eu, Ângelo Ferrari foi dono de agência de publicidade e, assim, aprendiz de doido. Deixou o ofício no comando dos filhos, para aproveitar a vida. Recentemente me contou os lugares bem diferentes que ia conhecer por aí, com Alice, mostrando que sabe viver. Armando Amorim - Memórias

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Já Alice é fazedora de doces extraordinários, que a minha gula não resiste. Posso dizer que são diferentes e, melhores do que os dela, não existem. São divinos. Garanto. Aproveito a oportunidade para aqui também agradecer as tintas e as telas que recentemente me presenteou e que já viraram umas pinturinhas. Ferrari e Alice são os papais de Andreia e Ângelo Jr e, este, como disse, virou publicitário. O casal, pela simpatia, foi presença sempre esperada no Chalé de Paulo e Coó. Ferrari com uma conversinha inteligente e animada e Alice surgindo sempre com uma delícia para tornar o papo mais saboroso. FIBINHA Filha de Fernanda, grande amiga da minha mãe, foi da turminha das meninas da rua. Volta e meia, entrava nas peladas e era craque. Depois de anos, voltou para o pedaço e está morando na Paula Frassinetti, ex-Dipsis. FLÁVIO/ FLÁVIA Além de sobrinho, Flávio é meu querido afilhado, filho mais velho da minha mana Regina. Um dos galãs da família e gente super especial. É casada com a simpática e bonita Flávia pais da lindinha Beatriz e de Bruno. Flavio que morou muitos anos perto da gente, era o xodó do avô Armando. Comanda hoje a “Olho Nu Promoções”, que está fazendo sucesso, criando e promovendo muitas exposições e outros eventos. FLÁVIO SNELL Presença sempre especial no Chalé. É mago das finanças. Homem do “larjan”. Tem muito... FOGO/FAGULHA Ninguém tem dúvida que são irmãos e eram assim conhecidos na turma do Divino. Estavam proibidos de entrar em posto de gasolina. Fogo, gente especial, um dos bons papos da turma do Divino e 546 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


presença sempre festejada. Grande sacanagem ter subido antes do tempo. Mas o que se vai fazer... Fagulha, o nosso Paulo Roberto sempre agitou o pedaço e era um dos notáveis. Recentemente o encontrei na reunião de fim de ano da patota e ele não mudou nada. Continua no agito de sempre, agora, com a barba um pouco mais branca. FRANCISCO BASTOS (ver Chicão/Olivinha) FRANCISCO VICENTE Você está devendo! Busco meu álbum de casamento e releio o seu recado no telegrama: “Queda de baluarte não significa fraqueza, nem invalida anos de resistência. Cerimônia estarei presente. Coragem, campeão!” Agora eu pergunto: Onde está a sua coragem, campeão? Membro destacado na turma do sereno, sósia do pianista Sérgio Mendes, Chiquinho “zoiúdo” sempre aprontou com a sua irreverência e gozação. Esse já nasceu esperto e bem novo se enturmou na patota veterana e não se curvava à nada e à ninguém. Em qualquer confusão com algum membro “coroa” (ele com treze e nós com vinte), não levava “cascudo” ou desaforo pra casa: xingava ou dava pedrada. Quando chegou aos 15, já era membro efetivo da turma e acabou na ‘Galeria dos Notáveis”, por sua presença de espírito e esperteza. Gente finíssima, que sabe das coisas. E que fez muitas estrepolias por aí. Bem moleque, aprendendo a dançar com as manas, que eram professoras no assunto, saia por aí, com Paulinho “Crioulo” e Julinho e iam para as gafieiras, onde dava o seu show. Saiu depois pras bandas de Ipanema, e o ap de cobertura virava animado point. Até meu amigo Tom da Bahia por lá aparecia, para cantar seus sucessos e tocar seu violão esperto. Além de se formar em Economia, acabou virando Dr. Francisco Duarte, pois ganhou de herança uma “puta nota” e, de gozado, passou a ser gozador de uma boa vida. E como dizem, o dinheiro faz milagre, chegou a ficar bonito e até os olhos diminuíram. Em minha última exposição, apareceu com uma morena lindíssima, Armando Amorim - Memórias

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uma “puro sangue”, de fechar comércio. É... dinheiro faz milagre... Mas garanto que não foi pelo dim-dim. Zoio foi boa cria da patota e tem papo inteligente e fisgou a morenassa na conversa. A bela se chama Tereza e já se vão uns 15 anos de juntamento. Vê se te manca e ponha a argola no dedo! No mais, pode ser visto em qualquer dia, no Bracarense, quando não está curtindo a boa vida em sua mansão em Búzios. Sabe viver o “Zoio”... E eu vou me deliciando com a sua presença nos encontros, agora da Turma do Divino, onde foi também uma das figuras mais ilustres. E, para a minha alegria, continua o mesmo gozador e irreverente Chiquinho, o filho do velho e durão Albano, da pracinha Del-Vecchio. FRANCISCO ASZMANN Um dos maiores fotógrafos do mundo, pai de Ferenc Aszmann. Húngaro de nascimento esteve em campo de concentração nazista e durante a sua estada conseguiu guardar o negativo de uma foto, que depois recebeu 36 prêmios internacionais. Como o negativo era em vidro e foi partido, vi algumas vezes retocando a foto - um grupo de bois correndo. Foi um dos poucos que conseguiu fugir das atrocidades e acabou sendo um dos mais famosos da fotografia, com 360 prêmios internacionais. No Brasil, acabou tornando-se excelente pintor. E um papo dos melhores, contando as suas aventuras. FRANCISCO MIRANDA/ZILÁ Marido de Zilá e pai da amigaTânia, Francisco esbanjava cultura, o que me dava enorme prazer nas conversinhas que viravam a madrugada. Deve estar dando aula de Brasil a anjos e santos, pois conhecia com profundidade a nossa terra e o nosso povo. FRANCISCO XAVIER DINIZ Francisco foi um dos excelentes ilustradores da AAP. Também andou trabalhando com o fotógrafo Paulo Sallorenzo. Agora, vamos nos comunicando no Face.

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FREI ROMEU Pertencente à ordem Servos de Maria, servindo na igreja Nossa Senhora das Dores, no Rio Comprido, fez uma obra admirável dedicada aos pobres da região. Um homem santo.

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G GABRIEL E SONIA Com nome de arcanjo, o marido da simpática Regina é “mermão”, desde a época do Divino. É gente super especial, dessas para se guardar no peito. O filhão José Rodrigo foi chamado cedinho, talvez porque havia falta de anjos no céu. Ficou Renato, que estudou Administração e andou pelo negócio imobiliário, mas agora é empresário de craques de futebol. Ele com Daniela já deram a Gabriel e Sonia, os netos Enrico e Valentina que vão fazendo a alegria dos pais e dos vovós. Gabriel foi um companheiro de todas as noitadas e meu primeiro “marchand”, na exposição no Museu de Arte Moderna. Se continuasse na atividade daria certo, pois levava jeito para o assunto. Amigão também de Jorge Benjor, estava com a rapaziada na inauguração da Academia de Jiu-Jitsu de Murilo Carvalho, no Rio Comprido, quando apareceu o “Canudo”, com o seu violão, cantando em inglês. Foi alí que começaram a chamá-lo de “Babulina” e o apelido pegou. Vamos nos vendo por aí, para minha alegria, relembrando boa quilometragem de conversa nos papos do Divino, nas noitadas da casa da Neusa e por onde continuamos andando. Gabriel poderia também estar nas artes plásticas. Pintou alguns quadros e seria um dos bons, pois sensibilidade não lhe falta. O que faltou foi o tempo, pois sempre deu muito duro na rede de hotéis Bela Vista. Agora, aposentado, volta e meia está nos States com Regina, curtindo a bela casa do filho e paparicando os netos. Recentemente me telefonou, para reunirmos a antiga turma do Divino, no local onde era o famoso bar e que virou botequim, mas nem ele mais existe. Fica aqui neste livro, somente as contações deste notável ponto de encontro dos tempos idos, onde muita farra fizemos e onde encontrei grandes amigos. Como o Gabriel. E, para lembrarmos as porralouquices que fazíamos, a velha guarda continua agora se reunindo, e Gabriel não pode faltar, pois é especial presença. GABRIELA/MARCOS Esta é a minha sobrinha Gabi, filha de Paulo e Coó, menina super 550 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


especial, esperta e bonita, que conseguiu produzir a coisa mais fofíssima que existe: Maria Luíza, a “Maluzinha”, filha também do vascaíno Isaac. Essa vai ser uma das artistas da família. Já me presenteou com diversas lindas pinturas, histórias criativas e já fui assistí-la no teatro, representando papel de destaque. Numa dessas ou em todas, vai se destacar. Basta querer, que dons e talentos tem de sobra. Falando fluentemente o idioma de tio Sam, tempos atrás Gabi montou com o mano faixa-preta Murilo, esquema que recebia muito bem e hospedava a turma de gringos que vinha ao Brasil para saber mais sobre o jiu-jitsu dos Gracie. O negócio fez sucesso. Craque de computador, Gabi criou um criativo site sobre o casamento de Bianca e Deco. Já está encomendado um das minhas pinturinhas, pois preciso vendê-las... Sempre com uma conversa, animada e divertida, Gabi é também voluntariosa, de personalidade marcante e sabe o que quer. Gente boa. E, além do mais, ama os animais. Principalmente um certo cão. É isso aí... Já está casada com o gente boa Marcos e moram na bela residência de Jacarrepaguá com a queridíssima Malu. Agora a barriga tá crescendo e vem aí uma menininha. Em tempo, já chegou e se chama Maria Fernanda e vai reinar. É lindinha. GATTI Dr. Gatti, casado com Dona Flor, pais de Elma e Helena, eram nossos vizinhos no nº 39 da Praça Del Vecchio, Rio Comprido. Foi ele quem certa vez me salvou. Estava nos meus 10 anos, quando numa madrugada já em sono profundo, minha mãe com seu instinto, foi colocar uma coberta, pois o tempo esfriara. Fazendo um carinho, como era de costume, verificou que eu estava ardendo em febre e logo o termômetro acusou acima dos 40° C. Reparou então o machucado em meu pé, com enorme inchaço. Estava há dias assim, sem contar nada a ninguém, pois sabia que isso impediria as brincadeiras na rua e no morro 71. E essas, sempre descalço, o que fez piorar a situação. Foi chamado urgente o primeiro médico que diagnosticou tétano; este Armando Amorim - Memórias

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chamou outro e começou a correria em casa, pois me “desenganaram”, que era o mesmo em dizer, que eu iria pro beleléu. Chegaram parentes, vizinhos e os choros e rezas eram fáceis de serem ouvidos. Finalmente, o padre que me deu a extrema-unção. Entregaram-me então um grande crucifixo que ficava pendurado na parede e o coloquei no peito, esperando, com medo, a dita chegar. Mas quem chegou foi o Dr. Gatti, vindo de um plantão, avisado por Dona Flor, sua esposa. Examinou-me, foi em sua casa e trouxe uma série de remédios, ao mesmo tempo em que retirava os médicos e todos do quarto. Me aplicou umas quatro injeções e pela manhã lancetou o ferimento, fazendo punções e colocando curativos. Uma semana depois, já estava brincando com a garotada, na certeza que o Dr. Gatti e a reza de tanta gente, me salvaram. Mas, me disseram depois, que se eu passasse mais um dia sem ser medicado, o tétano seria fatal. Valeram, portanto, o instinto e o amor de minha mãe e a chegada do Dr. Gatti. Que Deus os tenha. GEORGE BARNEY O único australiano que vi de perto. Vivia de agenciar passeios de barco na Baia de Guanabara. Certo dia resolveu voltar para a sua terra, pois pararam de fabricar o guaraná caçula. Dizia que nada mais o prendia aqui. GERALDO CASTRO O pai de Castrinho (o humorista) deveria ser bem mais conhecido e famoso do que o filho. Geraldo de Castro foi um dos melhores artistas plásticos de nosso país, no mesmo nível de Portinari e Di Cavalcanti e alguns poucos. Seus barcos e mares são notáveis, pois conseguia formas e planos inusitados, com cores difíceis de serem encontradas em qualquer palheta. Na casa da minha cunhada Berê tem uma tela sua belíssima que passo bom tempo olhando, quando estou lá. Gostava do refúgio de seu atelier, apesar de ser bom na conversa e no humor. Um mestre da arte, que deve ser promovido e admirado. GIL SEABRA/ TERESA Do clã dos “Santos Seabra”, Gil era da turma menor mas passou 552 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


rapidamente para a maior, pela esperteza. Casou-se com a bela e simpática sergipana Teresa e nasceram os filhões Joaquim e André Luiz. Garotões especiais. Gente amiga, Gil não deveria nos deixar tão cedo; mas papai do céu o convocou. Ficam as lembranças do tempo de convívio, dos joguinhos de sueca e poquer, dos papos que sempre foram divertidos e gostosos. Saudades do baixinho... Muitas. GILBERTO VILLARDI Da turma do Divino, um artista das jóias. Certa vez me fez criar uma coleção para produzir um desfile. Uma experiência diferente e divertida criando colares, pulseiras, brincos e anéis. Só não soube se ele acabou fazendo ou alguém teve coragem de comprá-los. Gilberto era a companhia preferida dos finais de noite no Divino, pois é inteligente e bom de papo. Numa de nossas revistas preparou interessante artigo sobre o pássaro Trinca-Ferro. É bom nisso também. Andamos muito por aí, pois é um prazer as conversinhas com ele. É pai de Gustavo e Gabriel. Um mora na França e outro no Japão. Depois de muitos anos, acabamos de nos encontrar no Face. Uma alegria esse encontro. GILDA Essa vale ouro em minha vida. É o meu amor. É só ler o seu capitulo. GILDO Presença marcante na AAP, nos finais de expediente, para a reunião diária, que alí acontecia. De vendedor de papel para as nossas revistas, virou amigo da turma e animador do pedaço. Onde anda você? Aguardo notícias. GLEIDE A mais bela mulata da Bahia (coroada por mérito) foi amizade das boas, iniciada quando chegou ao Rio para festejar o título. Passamos nessa época dias maravilhosos. A irmã Vera, não menos bonita, médica famosa, foi Miss Bahia e vice Miss Brasil. Família linda, pois a mãe era também bonita. Gleide passou a viver no Armando Amorim - Memórias

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Rio, nos enfeitando. Volta e meia passava na Armando Amorim Publicidade, para a alegria dos nossos olhos. Estudou Administração na Estácio e trabalhou por muito tempo na Petrobrás. Sempre foi uma companhia maravilhosa de se conviver, pois o papo era sempre gostoso. Mas certo dia um “gringo” carregou a nossa musa para a Suécia. Deixou de ser a Gleide Santos Guerreiro e virou Gleide Guerreiro Bergvall. Casada com Jorgen tem um bonito filho, o Johannes. Como a Suécia era muito frio, resolveu mudar com o marido (que pinta muito bem) e estão felizes morando em Cascais, Portugal. A tristeza ficou por conta da mana Vera, que ainda nova nos deixou, pois Papai do Céu precisou dela lá em cima para enfeitar o ambiente. GLORINHA FONSECA Uma das simpáticas que encontrei num lugarzinho muito especial: São Vicente de Minas, terra da cunhada Selma. Além da minha paquera, foi ela que me fez montar em cavalo pela primeira vez. Senti-me herói de filme de mocinho. E andamos por muitos lugares gostosos. Foi um tempo bom de não se esquecer. Recentemente nos reencontramos no facebook e para a minha alegria, formou bela família. Merecia. GLORINHA (Tia) A Tia Glorinha virou “tia” de todo mundo, fazendo a classificação do parentesco virar parte de seu nome. Era presença obrigatória em qualquer acontecimento das Albuquerque Salles por seu “fair -play” invejável. Mãe de Márcio Dick, Paulo Cesar e Sérgio Murilo. Foi pro céu fofocar, pois disso ela não abria mão. GLORINHA/HELINHO (ver Helio Mileip/Glorinha) GRACY Um monumento! A mais bonita do Instituto La-Fayette. O nome, nem tanto, pois se chamava Graciozila. Mas isso não contava, pois o resto valia: não só de rosto bonito, mas com curvas que enfeitavam descidas e subidas, fazendo o olhar se deliciar. Isso me 554 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


fez ir muitas vezes à Rua Petrocochino 50, na Vila de Noel. GUILHERME BATISTA (ver “Canca”) GUSTAVO O almirante (já deve ser) Gustavo Freire Castelanni, irmão de Ivone, bela morena, foi o melhor goleiro do Roial e companheiro dos programas da turma. Cadê você? GUSTAVO I Sua simpatia e seu violão faziam as esticadas na Barra sempre mais divertidas. Gente boa. Presença que não podia faltar nas noitadas em casa de Neusa e nas reuniões do Divino. GHESA/ BILLY Florenice Rosângela, mais conhecida por “Ghesa” irmã de Gilda, se formou em Educação Física, mas não é adepta de nenhum movimento nem ginástica. Gosta mesmo da “Economia” e de comer fartamente. Se a chamarem para um show, peça de teatro ou cinema, ela vai, mas sem o mesmo entusiasmo se o convite for para ir ao restaurante, pizzaria ou churrascaria. Nesses locais, ela arrasa. Loura que não é burra conseguiu juntar dois predicados: é bonita e hilariante. As más linguas, dizem que a “portuguesa” é pHD em economia pois seus bolsos são costurados, para os reais não escaparem. Casadinha com Ubiratam, o Billy, que já foi diretor da TV Globo, mas possui outros predicados, entre eles, a voz. Poderia ser cantor de sucesso. Se alguém duvidar, basta saber dos gens que foi formado, os mesmos do mano Pery Ribeiro, ou seja, iguais aos de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, seus pais. É pouco ou querem mais? Os filhões são mais que perfeitos. Luiz Sérgio, nos seus quase um metro e noventa, fanático tricolor, poderia ser qualquer coisa, em que o físico e a beleza fossem necessários. Não quis e preferiu a Comunicação, formando-se em jornalismo e depois fez OdontoloArmando Amorim - Memórias

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gia e hoje é ótimo dentista. Bom de conversa, educado e divertido é um “bom partido” que anda pela praça e as mamães sonham para marido das filhinhas. Mas acho que a linda Débora já o fisgou. Tá amarradinho nela... A irmãzinha desse galã é a minha afilhada Roberta, a “Beta”, a mais completa miudinha que conheço: inteligente, bonita, charmosa, estudiosa, organizada, fofíssima, educada, esperta e podese colocar mais uma dezena de predicados, que ela merece muito mais. Acabou de se formar médica e vai ser uma das melhores. Além disso, no jogo de buraco, arrasa. GILBERTO/BEPE. Os filhos de Francisco e Arlete faziam parte da turminha da Dipsis. Bepe anda entre nós, mas Gilberto foi para os states e casouse com Mary, do Peace Corps. Acabou virando ianque, chegando a lutar no Vietnã, em caças. Está vivo. GUTO Membro cativo da Turma do Divino, o economista Fernando Augusto era um de seus destaques. Casado com Sílvia, são pais de Clarisse e Gutinho. Continuamos nos vendo, agora mais “cacarecados, nos encontros mensais da antiga turma”. E anda preparando empresários em Treinamento de Resultados. É bom nisso o irmão de Ado Pipoca.

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H HELENA/FRANCISCO Primeira filha de Olga e José Carlos, que fazem parte de nossa família, Helena reina em qualquer ambiente, possuidora que é de personalidade marcante e cheia de vida. O que fala vem sempre carregado de vibração e entusiasmo, que nos contagia. Casada com Francisco, são pais das belezas: Alessandra, advogada, Andressa, arquiteta e Larissa, da comunicação. Helena é psicóloga e desenvolve belo trabalho relacionado à família e a terceira idade e suas observações certa vez me disse que estavam sendo postas em livro. Espero que seja editado, pois já cheguei nesse assunto. Recentemente soube que ela também andou ajudando o INFA, Instituto da Família, do mano Helio. Helena é mesmo muito especial... HELIANE/ALAIN Neta de meu padrinho e irmã da que está acima, Heliane trabalhou na AAP e sempre foi uma das minhas notáveis, além de enfeitar a empresa, com sua graça e beleza. Era a nossa musa. Deve ter herdado a arte da mamãe Olga, uma pintora super talentosa. Casou-se com o engenheiro francês Alain, gente doce e finíssima e hoje moram em terras de Renoir, com as filhas Nina, Marion e Bianca. E, Marion, já deu um netinho ao casal Gaubert, o garotão Calvin. As saudades são muitas dessa gente boa e só nos resta o Face e e-mail. E lembre-se que prometeram passar em minha casa, na próxima vinda ao Brasil. Aguardo. HELIETE/PEDRO Irmão das duas anteriores e ainda há mais duas, mostrando que Olga e José Carlos descobriram a fórmula de produzir meninas lindas por dentro e por fóra. Heliete é também especialíssima. Casou-se com Pedro que é físico, e são pais de Taissa e Diego. HELINHO/CÉLIA Meu sobrinho é um físico, com jeito de monge. Encontrou a simpática e especial esposa Célia, na mesma cidade mineira, onde o Armando Amorim - Memórias

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seu pai encontrou a dele: São Vicente de Minas - exportadora de gente boa. Com Célia, o papo é tão gostoso, que a gente torce para não acabar. Pena que não são tantos, pois foram morar na serrana Teresópolis. Os dois formam um casal espetacular. Irretocável! Helinho, na cuca, não sei de ninguém que tenha mais saber. Além de bacharel, doutor em física, tem muitas dezenas de trabalhos científicos publicados aqui e fóra do Brasil. É cobríssimo nisso e basta colocar seu nome na internet, para ter certeza do que afirmo. Helinho foi um dos maiores fãs do seu avô, meu pai, e em seu sítio em São Vicente de Minas já anunciou que vai cultivar uvas para fazer vinho e nele colocar o seu nome. Uma homenagem que espero beber. Nos natais em casa dos manos Helio e Selma, antes do início da ceia, sempre se comenta e agradece o ano que passou. Essa era a tarefa do avô Armando e depois de Helio e Selma. Nos últimos, a tarefa tem sido de Helinho, quando podemos perceber a sua lucidez sobre as coisas que nos cercam e a necessidade em sermos cada vez mais solidários. É o que sempre digo; se não fosse um homem da ciência, seria sem dúvida um monge franciscano... HELIO MILEIP/GLORINHA Helio, irmão da cunhada Selma, veio também de São Vicente de Minas, para encontrar uma jóia de menina, no Rio: a enfermeira Glorinha, um dos dengos da família. Dupla simpática e maravilhosa que todos gostam, um privilégio a convivência. Glorinha possui o sorriso mais cativante que conheci e deve fazer muito bem aos pacientes do Barra D’Or e outros que ela serve por aí pois, com certeza, curam mais do que qualquer remédio. E ela, com Helinho Mileip, formam o “Casal Delicadeza”. Não pode existir outro igual. HELIO/SELMA O mano Helio e a cunhada Selma, são personagens de uma história maravilhosa de vida a dois e de solidariedade, que conto neste livro. 558 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


HELIO/VERA Primos do Júlio Baia, casal de papos deliciosos e alegres, com “contações” prazerosas de se ouvir. Hélio nas horas vagas é pintor. Vera que é mamãe de Lúcio e Hernane foi funcionária de destaque da Biblioteca Nacional. Quando encontrava os dois era uma alegria, pois havia sempre muitas coisas interessantes para se ouvir e aprender. Vera agora nos deixou, para a tristeza de Hélio e de todos nós, pois era presença constante em todos os encontros e desfrutávamos da sua alegria e inteligência. Estou devendo uma visita em casa de Helio, para apreciar as suas obras de arte. Vamos marcar! Não deu tempo, Helio foi encontrar Vera. HELIO/ VERINHA “Roma” O nosso amigo Helio “Roma”, homem das cozinhas, defeito só tem um: é flamenguista. Casado com Verinha, artista plástica que assina “Veruska”, e que, com suas pinturas nos faz viajar em cores e formas atraentes, para a imaginação se deliciar. Produziram uma turma de respeito, que já os fizeram virar vovôs. Adriana, casadinha com Fábio, o “Zezé”, lhe deram Luiza e Rafael; Alexandre com a esposa Marcela, o neto João Pedro; e André, com Renata, o casal de gêmeos Gabriel e Bruna. Hélio e Vera são personagens que animavam o Chalé de Paulo e Coó nos fins de semana. Não podiam faltar. Hélio, churrasqueiro-mór, enquanto ia queimando as carninhas e servindo-se da cervejinha, destilava as suas gozações, para animar o pedaço. Muitas vezes pra cima do dono do quintal. As suas cozinhas ficaram famosas e podem ser vistas no Casa Shopping e em várias centenas de residências. É bom nisso. Em um dos últimos papos passou a relembrar os tempos idos, com a sua turma do Fluminense, o que me fez parecer que acabava de ler este livro. Viveu as mesmas emoções que vivi. HÉLIO ZEITUNE Da turma do Divino, muito aprontou. Ganhou grana alta com imArmando Amorim - Memórias

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portados, por via não oficial. Com lojas por todos os cantos, certo dia, por causa do mano Beto, segundo sua informação, encontrou com gente que ele não se dava muito bem: polícia federal. Em outro encontro com o mesmo pessoal, na casa do irmão, achou melhor jogar pela janela calças Lee, camisas de griffe e outras coisinhas, para a alegria por quem debaixo dela passava. Uma chuva de importados. O jeito foi tirar férias em Buenos Aires, em viagem não muito confortável na mala do carro do pai. Lá ficou alguns anos e montou loja de modas que fez sucesso. Mas voltou ao Brasil e ao convívio agora nos papos com a turma do Divino. Continua no ramo das vendas, onde é excelente no ofício. HELOISA (Helô) De tão amiga da mana Cely, foi incorporada à família, para a nossa sorte, pois era carregada de predicados: da inteligência à simpatia. Escutá-la sempre foi um prazer para a nossa cachola. Como se aprendia... Virou anja do departamento dos intelectuais. HELOÍSA/JÚLIO Irradiando beleza e simpatia, Heloísa, cobra da matemática é mais uma do quinteto Olga/José Carlos de nossa família teresopolitana. Casou-se com o médico Júlio e são pais de Juliana, advogada e de André e Breno que estudaram na PUC, engenharia e economia. HENRIQUE Irmão de Mário “Pupu”, gente boa da “turma-do sereno”, mas que bem novo nos deixou. São muitas as saudades do “Gringo” HERIVELTO MARTINS Herivelto e Dalva de Oliveira eram os vovós da nossa fofíssima sobrinha e afilhada Roberta. Antes do casamento com Dalva, Herivelto foi pai de Hélio e Hélcio. Com a “Estrela Dalva”, nasceram Peri Ribeiro e meu cunhado Ubiratan, o Billy. Depois da separação, Herivelto casou-se com Lourdes e nasceram Fernando José, a atriz Yaçanã Regina e Herivelto Filho. Essa é a história de seus amores.

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A família de Herivelto era de Paulo de Frontin-Rj e os irmãos, muitos: Hedelacyr, Hedemyr, Hednar, Holdira e Heclenira. Se os nomes eram complicados, pior foi para o filho da irmã Heclenira, que se casou com Tranquilino. Isto porque os pais resolveram juntar os nomes e o menino virou Heclelino. Pode? Considerado um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos, com mais de 500 composições, Herivelto em suas canções foi contando a história do Rio, os seus costumes, os seus personagens e lugares. Quem hoje escuta as suas músicas, saberá como era a nossa cidade antigamente. E para recordar lembramos; “vão acabar, com a Praça Onze/ Não vai haver mais escolas de samba/ não vai... “mangueira, onde é que estão os tamborins ó nega/ Viver somente de passado chega/ põe as cabrochas na avenida... “ai, ai, ai, Isaura/ Hoje eu não posso ficar/ se eu cair em teus braços/ não há despertador, que me faça acordar/ “... e também: “Talvez na volta te encontre no mesmo, lugar...” E é autor da consagrada “Ave Maria no Morro”, Barracão de zinco/sem telhado/sem pintura lá no morro/barracão é bangalô...de “Caminhemos”, “Pensando em ti” e muitas centenas de canções que permanecem em nós. Certa vez entrou na arte cinematográfica, quando OrsonWelles esteve no Brasil. Foi o seu assistente. Mas o filme, “Tudo é Verdade” (me parece que o título era esse), nunca foi exibido e causou grande confusão nos States, talvez pelas mensagens que expunha. Recentemente o cineasta Rogério Sganzerla produziu um documentário, aproveitando várias cenas belíssimas do filme. Quando houve a separação de Herivelto e Dalva, grande polêmica tomou conta da cidade e ficaram famosas as canções que diziam ser feitas de um para o outro, alimentando a briga. Parece que foi iniciada por Dalva, quando cantou; “Tudo acabado entre nós/ já não há mais nada...” De Herivelto veio a resposta: “Não fale desta mulher perto de mim/ não fale para não lembrar minha dor...” Dalva continua: “Errei sim, manchei o teu nome/ mas, foste tu mesmo o culpado/ deixava -me em casa/ me trocando pela orgia...” Armando Amorim - Memórias

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Dalva de Oliveira foi nossa maior cantora, com belo e inusitado timbre de voz, alcançando agudos incríveis. Até hoje, as cantoras a consideram, de voz inigualável. De seu cantar, ninguém esquece: “Que será?”, “Fim de comédia”, “Neste mesmo lugar”,”Kalu”, “Praça Onze”, “Ave Maria no Morro”, “Máscara negra”, “Bandeira Branca e tantos outros sucessos. Cantou em muitos palcos do mundo e até a jovem Rainha Elizabeth II e membros da família real foram assistí-la em sua apresentação em Londres. Dalva, paulista de Rio Claro era irmã de Nair, Margarida e “Lila”. Herivelto, além de compositor que foi, era um papo delicioso, pois sabia contar histórias e fatos do Rio, como fez em suas músicas. Certa vez, numa das minhas exposições, me dizia da vontade em pintar. Tenho a certeza que se transformaria em pintor naífe, pois mostraria nas telas, o que mostrou nas canções. E veio a pergunta depois dos elogios: você me ensina a pintar? Não pude perder a oportunidade: “Me ensine então a compor?” Na certa, eu ganharia na troca. HILDA Irmã de nosso “Garrucha” e também de Ângela e Pedrinho. Era uma das simpáticas que formavam a turminha das meninas. Adorava bater um papo com ela, pois tinha muita coisa inteligente na “cachola”. Hoje, curte os filhões Igor e Vagner. Onde anda você? Estamos com saudades. HILDINHA/LUIZ Luiz Guimarães da Silva é pouco conhecido. Mas se falarmos que é o “Barba Roxa”, aí todos vão saber de quem se trata. E o apelido tem a sua lógica. Quando rapaz, não podia ver uma saia andando, com alguém dentro: era um tremendo “Barba Azul”. Aí cismou em ser comunista - desses que quer que se divida tudo. Claro!. Era um vida boa... Deixou então que lhe crescesse a barba e passou a ser o “Barba “Vermelha”. Certo dia alguém lembrou que misturando-se o azul ao vermelho, surge a cor roxa. Não deu outra; ele virou o conhecido “Barba Roxa” do Rio Comprido e outras bandas. Tempos depois, querendo viver o regime foice e martelo, mandouse para a Tchecoslováquia, com bolsa de estudos para aprender 562 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


cinema. O líder estudantil estava agora em outras bandas, querendo vivenciar o que pregava. Só que não era bem o que esperava. Não aguentou o regime duro dos estudos e, principalmente, em ser obrigado a acordar às cinco da matina no inverno, para tomar banho frio. Na verdade desejava ser comunista no verão, com belas loirinhas à sua volta e acordando a hora que lhe desse vontade.Afinal, sentir frio, não estava no “livrinho”. Acabou conseguindo fugir, com a ajuda da CIA norteamericana e foi para París e em seguida chegou ao Brasil. Aqui, acabou fazendo o que sempre fez: nada. Conhecemos-nos ainda jovens e nossos papos duravam horas. E havia razão: eu não concordava com nada que dizia e vice-versa. Aí, haja tempo para um convencer o outro. Quase sempre o papo começava no Divino e acabava no portão da minha casa, com o leiteiro e o padeiro fazendo as suas entregas. Pior para mim, pois no dia seguinte teria que trabalhar cedo na Cia. Fabio Bastos e o Luiz só chegava lá a tardinha. Isso mesmo; diariamente passava pela empresa para continuar a discussão. Como alí não dava e até atrapalhava, o jeito foi arranjar um oficio para o “Barba Roxa”. Criamos então a revista Avenida Central, que conto em outra parte deste livro. O fato é que ele acostumou-se ao trabalho e fundou a Editora Lugon e mais tarde um banco de fotos. E foi sócio da empresa de mala direta G.C.Huffard, bem conhecida. Em contato com pintores e galerias, acabou virando marchand de sucesso e hoje, possui bela coleção de obras de arte. Todos hão de perguntar: com tanta amizade, ele foi o seu marchand? Não foi. Mais uma vez não nos entendíamos: o “Barba” dizia que os preços de meus trabalhos estavam fora de mercado. E eu, os vendia muito bem, para a sua agonia. E haja discussão... Nesta época já funcionava a Armando Amorim Publicidade e ele era presença diária. Havia agora muita gente para ele discordar. E se ninguém quisesse, acabava discutindo sozinho, pois isso nele era orgânico. De bom mesmo, teve o pai, Edgard Horácio e a mãe, dona Zulmira, gente maravilhosa e poeta das melhores. Um dia resolveu pintar e produziu telas naífes lindas, que eu gostava de apreciar e ela de me mostrar. Tornamos-nos bons amigos, principalmente porque era eu, um dos poucos a aturar seu filho. Mas o Luiz foi sempre amigo do peito, bom caráter, bom filho. Armando Amorim - Memórias

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Apesar disso não o eximir de ser um chato! Bom papo, pela cultura que tem, um dia conseguiu “ganhar” a Hildinha. Claro que ela está canonizada e para todos nós é a Santa Hilda. Moça bonita nos 17 anos no Rio Comprido, Hildinha era bem paquerada pela rapaziada e eu mesmo andei falando umas besteirinhas pra ela. Quando muito mais tarde me foi apresentada, já noiva do “Barba Roxa, fiquei perplexo: Não podia ser! Mas era. Na época de mocinha, Hildinha arrasou. Chegou a ser beijada por Kirk Douglas, depois de um “kiss me please” dela e um “I love you”, dele, num carnaval em Brasília. Teatral (conta tudo representando), Hildinha foi convidada pela Fernanda Montenegro para entrar no teatro. Não aceitou, e perdemos uma grande atriz. Mas ganhamos uma amiga que nos diverte, pois é o humor, a alegria em pessoa. Para ela, coisa boa é “coidedoido”. Estando sempre em nossa companhia, a farra nunca falta. Principalmente quando estamos no sítio, em Teresópolis. Alí a sua presença e os uisquesinhos, tornam o show completo: canta, dança e representa. Do casal nasceu Samantha e viramos compadres. Moça inteligente e bonita, a afilhada se formou em comércio internacional e outras coisinhas; estudou nos states e fala fluentemente vários idiomas. É moça prendada. Trabalha na terra de tio San vendendo aviões, junto com o meu primo Rogério, e já é cobra no assunto, pois competência não lhe falta. Nas artes, dá um show quando dança o flamenco, com muita graça. Xodó dos pais, com muita razão, Hildinha volta-e-meia passa uma temporada com a filhona. E faz isso também, claro, para tirar umas férias do “Barba Roxa”, pois é um chato, um pentelho! E falo assim, para que ele leia e venha discutir. Estou a postos! HIRAM MARTINS Presença sempre esperada no Divino, não só pelo violão bem tocado, que nos proporcionava boas noitadas, mas pelo papo firme que era. Só muito tempo depois soube que é primo do cunhado Billy. Precisa aparecer nos encontros do pessoal do Divino... Aguardamos. 564 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


HOMERO Grande personagem do Rio Comprido, pois media quase dois metros. Chegou bem perto de ganhar um Chevrolet, por uma chave do próprio, enfiada no sabonete Lifeboy; história que aqui conto. HOMERO SETTE Foi o primeiro filósofo que conheci de perto. Suas frases eram geniais. Trabalhou como gerente na Cia. Fabio Bastos. HORA O professor Pompílio da Hora, do Instituto La-Fayette, rigorosíssimo e de grande cultura, me colocou certa vez em segunda época, no latim. Me fez estudar tanto, que consegui tirar nota dez . A primeira e única em minha vida. Acabamos amigos. HUGO WANISH Ex-presidente da Smith Kline Beechan, no Brasil, foi um dos amigos que o convívio quase diário, nos tornou assim. Inteligentíssimo e maior ainda na simpatia. Hoje é diretor de outra multinacional nos states: Schering, em New Jersey.

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I IBSEN O nosso quase almirante Ibsen Carlos de Campos, para nós, nunca deixou de ser o “Bissoca”, bom de bola, bom de farra e figura de frente da primeira turma da rua. Folião de nascença acabou virando vice-presidente da Escola de Samba União da Ilha, quando mudou-se para aquelas bandas. E continou assim. Na época da meninice, sua casa vivia em animação total, não só pela família divertida, com destaques para o tio Abílio e o primo Bilinho, que agitavam, mas porque seus pais, Heitor e Quininha, recebiam a garotada do morro e de onde viesse, para assistir cinema ou o regional em seu quintal. Às vezes ainda havia recital de piano de sua mãe Quininha, uma craque no instrumento. No dia de aniversário do “Bissoca” eu sempre tirava uma casquinha, pois nascemos em 10 de julho e dona Quininha fazia questão que comemorássemos juntos. Na época da Segunda Grande Guerra, por causa da escassez de gasolina, o carro de seu Heitor passou a andar movido à gasogênio, com enormes tubos adaptados no parachoque traseiro. Foi o único a fazer isso na região. Viuvo de Suely, Ibsen é pai de três varões: Ricardo Ibsen, Robson Carlos e Ronald Heitor, que o fizeram virar vovô. Um vovô-garotão, que continuou por aí, aprontando. Mas conheceu Ana Maria, que ele chama de santa, apaixonaram-se e passaram a viver vida maravilhosa. Quando na marinha o quiseram lhe dar o galão de almirante, pediu baixa, pois não desejava ficar sentado em gabinete refrigerado. Foi então comandar navios da marinha mercante e lá ficou por 10 anos. IDA/IVETE Sobrinhas de minha avó eram presenças semanais em nossa casa. Alegres, bem baixinhas, enormes na simpatia. IDAIR/ILSE Irmãs de Ida e Ivete por parte de pai, eram também presenças 566 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


em nossa casa, acompanhando a “tia” Olívia, que trazia enormes sacos de biscoitos, para a nossa alegria em criança. IEDA (ver Luiz/Ieda) IONE Menina bonita, Ione Bandeira era uma das paqueradas pela tribo, que não resistia ao seu andar. Jornalista competente trabalhou na Armando Amorim Editora, para o prazer de nossos olhos. ISABEL/PEDRO A caçula dos “Motta” é advogada e casou-se com Pedro, engenheiro naval. São pais de um maravilhoso trio: Thiago, Leonardo e Beatriz. Se desejasse, Isabel seria Miss em qualquer parte do mundo, pois esbanjava beleza. Muita. ISABEL NERES Essa é uma amiga especialíssima, um tipo de mãe-preta que tive. Na empresa, além da arrumação geral, cuidava permanentemente de mim. Coração lindo! ISABELINHA Delicada, voz baixinha, bem magrinha, Isabel Maria era uma das personagens da turminha das meninas da Dipsis, como também a prima Vitória. ISMAEL PEREIRA/ LYGIA Amigo de tantas noitadas, diáriamente Ismael passava na Armando Amorim Publicidade. Se faltasse um dia, algo teria acontecido. Lá ficou conhecido como “Vedeko”, nome de sua metalúrgica em Miguel Pereira, que fabricava torneiras revolucionárias e outros badulaques. Casado com Lygia são pais das princesas Rosa, médica e a comunicadora Virgínia. Por onde anda você Ismael? Tou com saudades dos bons papos...

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ISMAEL SILVA Em memorável encontro, conhecí Ismael Silva, fundador da primeira escola de samba e compositor da pesada. Aqui, conto as histórias que me contou. ITAMAR “ITAMARO” Conhecido como “Itamaro”, zelador de um prédio da “pracinha”, era sacaneado pelo jeito gozado de falar, uma temeridade que fazíamos. Quando não encontrava a palavra certa para se expressar, inventava. E quando repetíamos as suas frases, ele partia para a porrada e o jeito era correr, pois o homem virava fera. “Itamaro” possuia força descomunal e chegava a levantar carro no braço para que fosse mudado o pneu. Mais do que “zelava”, participava de todas as brincadeiras da turma-do-sereno. Foi a única pessoa que conheci, que não dormia para descançar. Dizia ele: “vrou dromi pra sunhá com o bicho que vai dá”. Muitas vezes, foi com a “brabuleta”, que no sonho, a tinha visto pousada na “jinela”. Uma fera e gente divertida. No sábado, era presença certa na gafieira “Elite”. IVAN MILEIP/MARIA Irmão da cunhada Selma, filho de seu Salim, sabe como ninguém contar os “causos” da família, principalmente do pai, mascate. Casado com a simpática e inteligente Maria, deles nasceram as lindezas Paula e Clara. Vamos nos vendo só nos natais ou nas comemorações, pois moram longe. Uma pena! IVETE SANTOS Hoje, o Santos não deve estar mais em seu nome, pois foi substituído por Lazarinni, formando bela família, com filhos maravilhosos Heider e Vinicius. Foi um tempo bom das minhas andanças por Juiz de Fóra, onde, além dela, encontrei muita gente especial, como Lourdes, Heider, Emília, Raul, Érika, Santinha, Glorinha, Najla, Magda, Heitor, Jairo, Dirceu e outros que só não lembro o nome. Era tempo de bonde, de footing na Rua Halfeld, da comidinha mineira, da casa de fotos da Batista de Oliveira e tantos lugares sem nome e aprazíveis, que ficaram guardados no lugar das boas lembranças. E ela também. 568 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


J JAIR/ REGINA Conhecido como “Paulista” ou “Jair da Carne”, pois é distribuidor da própria, Jair Vega Garcia sempre foi o xodó da turma do sereno. Simpatia total, meu companheiro de missa e depois das noitadas. Quando se mudou para Copa, fui lá pintar um painel na parede, para enfeitar o seu apê. Astral luminoso, em qualquer programa a sua presença era indispensável. Bom de bola, hoje ainda se arriscava nos fins de semana nas peladas, com seu amigo Miéle, (antes dos uisques) no campinho do “Clube dos 30” ou no Ipozeira. Gente supimpa como o Jair, só poderia encontrar a simpática Regina, mineira de se gostar, no primeiro olhar. Deles nasceram: Fernanda, uma simpatia que se formou em economia, mas quer agora entrar na moda e está na Universidade Cândido Mendes. Já a lindeza Bianca está estudando História na UFRJ e é da “linha cultura”. JANARELLI O dentista Janarelli era uma das figuras permanentes nas noitadas do Divino. JEANETTE/ JOSÉ Jeanette, a “Nete” é uma das três irmãs de Gilda por parte do pai Saloca. Um trio que sempre esbanjou simpatia. Marly foi chamada mais cedo por papai do céu e ficaram entre nós Jeanette e “vó” Marise. Jeanette casou-se com José, o “Zeca” e deles nasceram Jeanetinha, ou Bimbinha”, Rodrigo, o “Digo”, Marcelo, José Luiz, Maria de Fátima, Maria de Lourdes, a “Dinha”, Jorge Luiz e Sebastião, o “Dão”. São filhos maravilhosos, uma turma especial. Recentemente foi uma alegria rever todos, no casamento de Jeanetinha. Bela recepção em ambiente lúdico, onde se percebia a harmonia e alegria da bela família, com certeza abençoada por Papai do Céu. JEANETTE “BIMBINHA” Sobrinha de Gilda por parte de pai e, naturalmente minha tamArmando Amorim - Memórias

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bém, Jeanetinha ou “Bimbinha” é mocinha linda e prendada, gerente comercial nos fazeres e está casadinha com Sérgio Ricardo, o “New”, empresário. Estivemos no casamento, realizado em um lindo sítio, onde presenciamos a reunião da bela família. JENS/LILIAN Filho de Aileda e Fleming e, depois de Helio e Selma, virou o Dr. Jens, médico respeitável. O sobrinho casou-se com Lillian e produziram uma boa turma: Anne, Fleming e Breno. Tempos atrás, Jens foi prefeito de Coqueiral, MG, reeleito em primeiro turno, com boa vantagem, mostrando que o povo do município lhe adora. Não podia ser diferente. E foi reeleito com mais de 70% dos votos. Agora, como não pode exercer o terceiro mandato, o povo de lá quer que a esposa seja a eleita. Jens é gente especialíssima e divertida. JESUS MOTTA Companheiro da Fabio Bastos e parceiro de muitas andanças por aí. Por onde você anda? JOAQUIM TEIXEIRA/ DIVINO Membro efetivo da “turma do Divino, Joaquim quando não estava no famoso bar, podia ser encontrado ali perto, no clube Vila da Feira, jogando volei. Craque nesse assunto, conta “Pipoca”, foi convocado duas vezes para a seleção brasileira, antes da era Bernadinho. Segundo outras contações, fez muitas estrepolias no “pedaço”. Uma delas era entrar no cine Madri, ao lado do Divino e junto com os “comparsas”, soltava galinhas durante a exibição de filmes de suspense. Isso, claro, em tempos idos, quando as brincadeiras e as porralouquices não podiam faltar.. No seu lado sério, de dar duro, foi comerciante, dono da Beca Modas e também do restaurante Galeria, no Fashion Mall. Algumas vezes eu e Gilda comíamos lá uma comidinha gostosa, sem saber que o dono era o Joaquim. Uma pena, pois, quem sabe, haveria descontos. No lugar, foi ele um dos iniciadores da boa comida, chegando a ter vários pontos de sucesso. Uma delas, a Delicatesse fez história, pois era uma das poucas no Rio a oferecer bebidas diet, que ainda não eram fabricadas por aqui e outros quitutes 570 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


importados, para atender uma freguesia vip. Dominava o lugar. Hoje, segundo Ado “Pipoca”, está com muito no bolso, curtindo a vida. Merece. É casado com Joice, professora e pedagoga. Vamos nos vendo nos encontros da Turma e é um dos bons de papo e de simpatia. Gente boa o Joaquim... JOAQUIM/ALBERTINA O casal Seabra, pais de Moema, Jurema, Lino e Gil, durante anos me recebeu em sua bela residência. Ela me fazendo saborear a deliciosa comidinha mineira, muitas vezes preparada em seu forno à lenha e ele, parceiro na sueca. Nessa casa encontrei muitos amigos, como Walter Batista, Santiago, Cleide e Paulo André, Nunes, Tavares, Alcindo e o filho Quim, Célia e Liberato, Abel Mendonça , Ramiro, André Filho, autor de “Cidade Maravilhosa, que virou hino da cidade e mais alguns. Era uma casa sempre repleta de gente amiga. JOAQUIM “MALUCO” Com apelido de “maluco”, que passou a ser sobrenome, é fácil perceber que aprontava na turma-do-sereno. Apesar de a idade mental estar por volta de 3 meses, sempre nos brindou com papos inusitados. Cracão de bola no Royal era uma das nossas diversões. JÖHANNA/ JÜRGEN DÖBEREINER Conhecí essa alemã notável, que viveu em Praga, mas que para a nossa sorte chegou ao país em l950 e se tornou brasileira. Com o marido Jurgen, homem também notável da ciência, formavam um casal extraordinário, não só pelo saber, mas pela simplicidade e simpatia. Editei para eles a revista Pesquisa Veterinária Brasileira e nos tornamos amigos. Johanna, em seus estudos e pesquisas, descobriu muitos mistérios das plantas e do solo, o que fez desenvolver a agricultura brasileira. Em um de seus estudos, descobriu a fixação do nitrogênio por bactérias na soja, fazendo o Brasil deixar de importar por ano, mais de 2 bilhões de dolares de adubos nitrogenados. Foi a responsável, portanto, pelo grande avanço das exportações dessa cultura. Além disso, seus estudos foram a chave para a criação do PROALCOOL. O seu nome era um Armando Amorim - Memórias

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dos poucos, no Brasil, indicados para o Prêmio Nobel. Foi também uma recordista de artigos publicados em revistas científicas internacionais. JOANA FITTIPALDI (ver Aretusa/Joana) JOÃO ANTÔNIO Excelente aerografista da AAP que acabou virando criativo pintor e professor de arte. Volta-e-meia trocamos “figurinhas”. JOÃO SILVA Foi um dos melhores diretores do meu Vasco e, além disso, gostava de bichos como eu. Certa vez me presenteou com um casal de várias espécies para o início da criação em nosso sítio, em Teresópolis. Chegamos assim, a possuir mais de cem animais, em pequeno bosque que cercamos para a alegria da garotada. E minha. JOÃO BOSCO Da turma do Divino. Era o homem dos conjuntos musicais e de animar os fins-de-noite. Estava à frente do sestexto Pigalle, que dizia não haver melhor. O que todos duvidavam. JOÃO “GRANDE” Do morro 117, João foi meu companheiro de bola; jogava com a elegância de um Didi. Mecânico de profissão foi o autor do conserto da longarina do meu MG, que conto neste livro. JOEL Baterista, sobrinho do pianista Bené Nunes e irmão do Antônio Maria, o “Rico”. Era membro da tribo do sereno. Meio doidinho na adolescênciia estava sempre aprontando algo inusitado. JOEL VAZ Esse é o homem que substitui qualquer Lorax. Basta chegar perto dele. Voz calma, mastigada, dolente como um mantra, vai falando e explicando com gestos suaves, que na vida não se deve ter afobação. 572 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Em nosso primeiro encontro, reparei que havia alguma “parecência” entre nós; não na sabedoria, pois, sou seu aprendiz. Mas, como eu, Joel faz muitas coisas diferentes ao mesmo tempo, nessa diversão que é trabalhar, misturando fazeres, descobrindo novos caminhos. Foi diretor da TV Globo, na época dos americanos na empresa, da TV Bandeirantes, e acabou cineasta. Comandou a Casa da Produção, edita livros, vídeos; produz filmes; apresenta programa na TV sobre assuntos esotéricos; se envolve em mega -projetos, como o de um parque agrícola e, não faz muito tempo, acabou criando a “Ribalta”, imensa casa de espetáculos, na Barra da Tijuca. Foi também homem de apoio do “Orla Rio”, que transformou o cenário das praias do Rio. Recentemente, Secretário de Meio-Ambiente de Caxias, na gestão Zito, realizou interessantes projetos. Depois foi secretário de assuntos especiais na prefeitura de Belfort Roxo, às voltas com o “lixão” da cidade. Ufa! Deu para cansar... Mas se pensam que terminou, há muito mais: às quartas-feiras vai ao Teatro Vanucci continuar a obra deste, que é palestrar sobre as coisas da vida e da alma. E se tudo não bastasse, fez uma obra admirável na mansão que construiu no Itanhangá, com cursos de alfabetização e profissionalizantes, para o pessoal carente da região. Diariamente ia também à Caxias onde, com parceiros, tocava uma série de projetos, na empresa Expertise. Hoje, assessora também projetos ambientais. JONATHAN/ STEPHANIE É uma dupla encantadora. Filhos dos irmãozinhos Pedro e Cida, Jonathan, quando criança, aprontava com tiradas divertidas. A mana Stephanie, sempre me pareceu uma princesa dos Contos de Fada, que se lia, em criança. Parecia esculpida em fina porcelana. Como não podia deixar de ser, se transformou em bela moça e foi estudar na Universidade de Pensilvânia história da arte. Andou também no Sotheby’s Institute em Londres. Em 2014 casou-se com Andre e eu e Gilda estivemos na bela festa, onde assistimos a alegria e vibração do casal. Jonathan, que ficou grandão, começou os estudos na Universidade Boston College e agora já está em atividade, utilizando o que aprendeu. Além disso, é craque no karate. Armando Amorim - Memórias

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Como receberam privilegiados gens, os dois vão fazer muito sucesso. Em tempo, já estão fazendo. JONAS ALVES CORREA Da turma de calças curtas da rua, possuía a coleção completa das estampas do sabonete Eucalol, que eram lindas e, com elas, aprendia-se um pouco de história. Jonas era um dos companheiros mais comportados, cabeça no lugar. Melhor dizendo, o mais inteligente. Na época, confesso que me dava certa frustação ao vê-lo, com Robertinho, vestidos de escoteiros, cheios de apetrechos. Queria ter também aquela indumentária Depois que cresceu, formou-se em administração de empresas pela antiga Fafueg, da UEG, e cursou o professorado de desenho na Escola Nacional de Belas Artes. Mas foi trabalhar no Banco do Brasil, emprego Vip da época, inicialmente em Dourados, Mato Grosso, terra onde nasceu. Lá foi também professor de matemática, pois sempre se destacou nesse assunto. De volta ao Rio exerceu cargos importantes no Banco e casou-se com a paranaense Cacilda, que lhe deu os filhos Vladimir, engenheiro dos bons, competentíssimo, com bons serviços prestados à Hidroelétrica de Furnas, especialista em linhas de transmissão. E, ainda, toca um violão esperto e dá canja em barzinhos com a sua arte, além de participar do coral Gerando Vozes, da empresa. Vlad já deu uma netinha pro Jonas: Maria Clara. A filha é a Tatiana, que trabalha em grande multinacional e está se formando em Comunicação Social na Cândido Mendes. Além disso, é atriz pela CAL e excelente cantora e compositora e faz parte da banda Private Dancers, onde é a vocalista. E sua música Onagata Otosan está fazendo sucesso. Recentemente, ficamos a relembrar as brincadeiras de um tempo que foi muito bom. E Jonas me enviou uma poesia, inspirada na época das nossas calças curtas, escrita ao voltar de um encontro com o mágico lugar, depois de dezenas de anos sem vê-lo. O título é “SUMARÉ”, morro onde zoamos a valer. Diz assim:

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“Sumaré Exultante Ainda recordo Os morros onde outrora brinquei O capinzal ondulante Mar verde que o vento agitava Um dia O capim colonião Ressecado pelo sol implacável Ardeu em labaredas Fogaréu assustador causado Pelo disparo de uma flexa incendiária! O campo da Mangueirinha As peladas com a turma do morro Mandinho,Robertinho, Bereco e Peroba Foram nomes que a memória escreveu Numa bola de futebol O bonde na esquina, a marcha diminuída Saltar andando, a primeira queda ( De costas, as vezes, não dava! ) As peladas de rua, as linhas de passe O gol anulado, as vidraças partidas O bate-boca infindável, os nomes feios Os penaltis que nunca foram batidos! Sumaré Cheiro de jambo, sabor de jamelão O sol se pondo, a montanha enegrecida. O alvorecer eterno dos folguedos A luminosa evocação dos anos verdes. Armando Amorim - Memórias

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Foi realmente um tempo bom, onde brincamos a valer, subindo em jambeiros, jogando bola de gude, rodando pião e outras brincadeiras que não são mais brincadas. E recordo de sua imponente casa, pintada de amarelo, construída pelo tio Francisco, com quintal de frutas, inclusive com uma bela mangueira que oferecia doces mangas “carlotinhas”. E lembro-me também de Dirceu, gente amiga que lá morava. Depois dele, morou na bela casa Lulu Santos, com os pais “major” e Vera. JONAS DO ROSÁRIO Saído da Funabem, entrou na AAP e se transformou no melhor artefinalista da Agência. Grande valor como artista e mais ainda de alma e caráter. Vivia em alegria permanente que a todos contagiava. Muitas vezes eu ia ao departamento de arte, assistí-lo produzindo aerografias belíssimas. A sua vitória, foi uma das minhas. JORGE BENJOR Crescemos juntos, em todas as brincadeiras, quando ainda lhe chamávamos de “Canudo”. Acompanhei a sua transformação em “Babulina”, Jorge Ben e, finalmente, Jorge Benjor. Bom de bola, de pandeiro, de caráter. O resto, todos conhecem. E neste livro conto um pouco de sua história. JORGE/ REGINA Desde miudinho com os manos Helio e Selma, o sobrinho Jorge só deu alegrias. Casou-se com a simpática Regina e nasceram as bonitas filhonas Tatiana e Bruna, formando uma família muito especial. Vamos nos vendo nos encontos na casa dos manos Hélio/Selma. JORGE LUIZ/ SHEILA O filho de Zezinho e Rivanda, Jorge Luiz, é gente esperta, pois se casou com Sheila, que além de competente - destaque na American Express – é também muito linda, delicada, inteligente e simpática. Sorte grande que o nosso sobrinho ganhou. 576 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Deles, vieram Daniel, o “Dan” e Leonardo, o “Léo”, miudos lindos e inteligentes. Único defeito do casal é o de morar atualmente em Sampa e nos privar do convívio. Em tempo, Jorge agora está entre nós. JOSÉ ALFREDO DAMÁSIO Companheirão das matanças de aula no La-Fayette, era o galã do colégio. Eu me aproveitava disso, pois, por onde andava, estava sempre cercado delas e, volta-e-meia, sobrava uma pra mim. Pegava a rebarba. JOSÉ ANÍBAL Engenheiro agrônomo, que também entende muito do leitinho que bebemos. Com jeito mineiro e gostoso de ser, é papo para se ter à beira de fogão a lenha, sem prazo para terminar, em casa de fazenda., cenário por onde circula.. É dos bons amigos que vou colecionando nesta vida. Foi destaque no Leite Glória, e agora contribui com a sua sabedoria e experiência, na Parmalat. Conhece como poucos, a arte e sabedoia em se produzir leite e ter sucesso na atividade. JOSÉ BARBOSA LIMA Tio e amigo, personagem de uma incrível história contada neste livro. Pai de Lúcia e Rogério e primo do famoso Barbosa Lima Sobrinho, que foi presidente da ABI. JOSÉ CARLOS/OLGA De nossa família teresopolitana, quando nasci, já eram amigos de meus pais e os pais de Olga, compadres de meus avós. Casal maravilhoso, só podia produzir uma turma de respeito e pra lá de bonita: Helena, Heloisa, Heliane, Heliete e Isabel. José Carlos, que se parecia com o ator Clark Gable, muitas vezes foi meu parceiro no carteado. Olga, repleta de talento pintava telas belíssimas e foi a minha motivadora nessa arte. JOSÉ CARLOS/NAÍDE De nome completo José Carlos Bustamante de Carvalho, casado com a simpática Naíde, foi diretor financeiro da CCPL em seu Armando Amorim - Memórias

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auge. Em anos de convívio e muito papo, pude ter a certeza de ser pessoa pra lá de especial, pelos predicados que não lhe faltam. Foi meu vizinho no Riviera, e agora goza férias permanentes em sua bela casa em Angra dos Reis, onde lá estive, com barco na porta, talvez lembrando o seu tempo de comandante da nossa Marinha. Merece. JOSÉ CARLOS DANTAS (ver Cacáu) JOSÉ CARLOS DESGRANGES Na turma do sereno, foi um de seus destaques. Respondia também pelo apelido de “Gengivinha” ou “Pasmado”. Era o galã do Rio Comprido. Durante algum tempo foi o vendedor das roupas que eu pintava nas lojas chiques da zona sul. Era bom nisso. Vendia todas para a minha alegria. JOSÉ DUARTE Na AAP, conhecido como “Zé das Vacas”, pois era especialista em fotografar as ditas, para as nossas publicações. Além disso, foi excelente vendedor de anúncios da revista O Produtor de Leite, pois era muito conhecido e querido no meio rural e amigo dos grandes criadores de gado. Passou a ser um especialista no assunto. Continuou na Gaba Editora e se transformou em amigo do peito. Inclusive, foi o responsável indireto pelo meu casamento, pois foi ele que fez o convite à Gilda para trabalhar na AAP. É pai de uma boa turma, inclusive de Suzana, que foi minha secretária e é hoje engenheira agrícola, a “rainha” do cultivo dos cogumelos Shiitake. O amigo Zé é dessas almas puras, com bondade que transborda. Foi sempre animador ouví-lo nas contações. Agora, papai do céu o convocou e o papo é lá no alto. JOSÉ GUILHERME MERCHIOR Companheiro do La-Fayette, foi uma das inteligências mais notáveis que conhecí. Hoje, está entre os cem maiores intelectuais do século. Pena ter morrido novo, pois quanta coisa ainda teria para nos contar. É autor, entre outras obras: “A astúcia da mímese”, “Saudades do carnaval”, “As idéias e as formas”, “A natureza do processo”, “Formalismo e Tradição Moderna”. Virou 578 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


“imortal”, não só para a Academia Brasileira de Letras, mas para todos nós. JOSÉ LOPES Zé Lopes morava numa das únicas casas em estilo moderno, da Paulo de Frontin, avenida de belas moradias do Rio Comprido. Seu pai era o dono da famosa leiteria Vitória. Gente tranquila, bom de papo, muitas vezes varamos madrugadas em conversas que não conseguíamos terminar. JOSETTE Sobrinha do pianista Bené Nunes, Josette, um “avião” que trabalhava no próprio: era aeromoça. Uma linda presença na turminha das meninas e paquera constante da rapaziada. JOSEMAR Companheiro da Aureliano Portugal, mas personagem da “turmado-sereno”. Boa praça e bom das idéias. Irmão do “Sansão”. JOSIMAR (JÔ) Artista criativo e de grande sensibilidade, consegue com minúsculos pedaços de madeira, formar inquientantes obras de arte. Foi frequentador diário da AAP após o expediente do Itamarati, onde trabalhava. JULIANA/MARCELO Além de sobrinha, filha da mana Luiza e de Miro, a dentista Juliana é minha querida afilhada, dona de grande beleza e simpatia ainda maior. De muitos predicados, montou o seu Consultório dentário em Jaguariuna. Pela competência, tem fila para ela atender. Recentemente casadinha com o engenheiro Marcelo, gente finíssima, o casal passou a viver uma vida maravilhosa. Deles nasceu a lindinha Marina, fazendo Luiza e Miro virarem vovós. E, brevemente, vamos ter nenem no pedaço. Em tempo, já nasceu e se chama Olivia e virou novo dengo da família. Pediu-me certa vez e vai ganhar a tela “Colheita do Algodão”. JULIANA (Juju) Armando Amorim - Memórias

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Mocinha muito especial, minha sobrinha de personalidade marcante, filha dos cunhados Tuta e Júlio. Uma lindeza a Juju, que é mamãe de Maria Eduarda, uma menininha espertíssima e de Ana Júlia, linda gorduchinha. JULIETA (JUJU) Julieta Marly foi minha amiga de La-Fayette e morava também no bairro. Sendo uma das primeiras da turma, sempre me presenteva com uma “colinha”. Gente maravilhosa que há muito tempo não vejo. Mas ficaram as boas lembranças. JULINHA, JU Era uma das musas da rua e também das fugidas noturnas. Simpatia total e pra lá de inteligente. Atendia também por “Chapeuzinho” e Ju. Era uma das mais paqueradas da turma, pois era toda redondinha, macia, gostosa mesmo... Confesso que no início, quando passava por mim, eu tinha que lhe dizer umas gracinhas. Mas ela muito séria não oferecia nenhuma abertura. Mas depois nos entendemos muito bem. Seu Face é super paquerado, pois está sempre repleto de assuntos interessantes e de lindas imagens. Recentemente me descobriu no facebook e vamos nos vendo e falando. E seu Face é super paquerado, pois está sempre repleto de assuntos interessantes e de lindas imagens. Posso garantir que não mudou quase nada... Nas fotos me parece que continua com a mesma “maciez”. Está com o mesmo jeitinho, feliz, morando no norte do país, no Pará. Mas tempos atrás ela me surpreendeu. Está pintando telas belíssimas, com muita arte e sensibilidade. JÚLIO BRITO/ALCIONE Chegou bem novo da “terrinha”, diretamente para a nossa tribo. Chegou e foi logo se enturmando e se destacando. Em pouco tempo já era do primeiro time da “turma-do-sereno” e figura que não podia faltar nas noitadas ou em qualquer programa. Nas peladas, 580 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


na porrada ou em qualquer atividade, mostrava disposição das melhores. Foi depois vender privada, banheira, torneiras e outros badulaques de construção e como os que chegam do país de Cabral, ficou rico. Casou-se com Alcione Cândida, uma das mais simpáticas meninas da turma e nasceu o filhão Julinho, e as filhas Cristiane Maria e Maria de Fátima. Foi presidente do clube mais bonito e chique da Barra da Tijuca, a Marina, e ali ainda manda, pelo prestígio. Fui lá algumas vezes e pude comprovar. E na “turma-do-sereno” é da “Galeria dos Notáveis”; um cara “tranchan”, como no antanho se dizia. Nele, só uma coisa me intriga; passando muito dos 60, é exatamente igual quando tinha os seus 20. Há algum mistério nisso que ainda não conseguí desvendar. Já não duvido que seja de outro planeta. Mas o incrível aconteceu. Tiraram ele da gente, antes do tempo. JÚLIO Irmão de Homero foi responsável por uma façanha, que o obrigou a tirar férias por uma semana. Fato que aqui conto. JUREMA/OSVALDO A “Ju”, da turma da rua, craque do volei e na beleza, acabou casando-se com o também craque desse esporte, meu amigo, o dentista Osvaldo, jogador do Flamengo e depois seu técnico e bom também de pelada. Os filhões maravilhosos chegaram: Rosinha, Luciane e Osvaldinho. Rosa casou-se com Cesar, que morava em nosso chão e passaram a viver em Fortaleza. Cézinha trabalhou na Coca-Cola e hoje tem outros negócios por lá. Fizeram Osvaldo e Ju vovôs, quando nasceu Tayane, moça bonita que já esteve nos states fazendo intercâmbio e recebendo honrarias, virou médica. E também Yan, que já esteve na Holanda, vive agora nos Estados Unidos. Já Luciane, que sempre foi do esporte e se formou em educação física, deram as netas Aline, que joga volei pelo Flamengo e Larissa, que já nadou, fez balé aquático e agora, como a irmã, está no volei. O marido é o José Mauro, mestre em informática e professor na Estácio. Osvaldinho seguiu os caminhos do pai. Formou-se em odontologia e passou em primeiro lugar para a Marinha. E, como Armando Amorim - Memórias

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o pai, vai acabar sendo diretor do seu Centro Odontológico, pois é cobra nisso. Casou-se com Karina, formada em enfermagem e que está fazendo mestrado. Companheiros da sueca e das noitadas, hoje, com netos, posso revelar as aventuras noturnas da época de namoro de Osvaldo e Ju.. Como o pai “Seabrão” de Ju marcava duro e os manos Lino e Gil não fazendo por menos, o jeito era fugir nas madrugadas, para as boates da Barra. E formávamos a patota com Ju, Osvaldo, Moema, Ivete, o primo Eiser, Julinha, e sua mana, Ruy Paneiro e Vasco. Passamos noites divertidas, maravilhosas. Mas na volta, sempre a “tremedeira”. Apesar de que valia a aventura. Como sempre, quando se faz coisa escondida, um dia a chave quebrou na fechadura e, mais tarde recebo recado de dona Albertina, mãe da Jurema me convocando para uma “conversinha”. Gente maravilhosa, a mãe dos Seabras (só ela descobriu), nos perdoou, ficou na “moita” e continuamos amigos. Me desculpe o mano Lino, que só soube agora e Gil, que foi pro céu sem saber. Osvaldo e Ju continuam morando na mansão que foi da família Seabra.

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K KAFA Na verdade, Sérgio Weilland Vaz. Esse, no Rio Comprido, aprontou. Membro de destaque dos “Cometas” foi o responsável por muitas estrepolias. O delegado do pedaço, Primavera, não aguentava mais a sua presença e quando lá chegava por alguma porralouquice, já saía gritando: “tire esse maluco daqui!!!” Acabou virando policial. O que se vai fazer... Mas nos seus dias “calmos”, era um bom papo e podia se notar a sua inteligência. E nos divertia com suas idéias anarquistas. KITTY/ MÁRIO De batismo, ela é a Cristina, mocinha bonita que se casou com Mário e foram morar nos states, mas volta e meia estão entre nós. Além dos predicados, a filha de Sônia e o maridão, conseguiram produzir duas lindezas gêmeas, que são os filhos Eric e Yuri. Recentemente chegou a princesa Ella. Parecem anjos que caíram por aí. KLAUS/LETÍCIA (Laetitia) Filho do amor e de criação dos manos Helio e Selma formou-se em Comércio Internacional e já trabalhou em Copenhagen, Dinamarca, na multinacional Dumex-Alpharma. Vai longe o sobrinho. E se os pais biológicos Aileda e Fleming estivessem entre nós, estariam vibrando com o seu talento. Diz que vai escrever um livro sobre a história dos queijos finos no Brasil, da qual seu pai, queijeiro dos bons, participou. Casou-se com a lindeza Letícia e são papais do meninão Lars, e com certeza o casal está vivendo vida-a-dois maravilhosa. Merecem. KLEBER Amigão da primeira turma da pracinha. Era um galalau, meio pra desengonçado e desfilava com seu rema-rema de grandes rodas, que há muito não se vê. Seu pai era o desenhista que produzia os Armando Amorim - Memórias

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grandes cartazes dos filmes, colocados nas portas dos cinemas. Eu me admirava em vê-lo algumas vezes, nesta produção. KLÊNIO Um excelente pintor, que executa marinhas do porte de um Pancetti. Fui presenteado com algumas de suas telas. Gente especial e de divertido papo. Cadê você? Apareça! KLEVERSON Trabalhou na AAP durante anos e era um artefinalista dos melhores. Ao mesmo tempo, pelo tamanho, era o “leão-de-chácara” do pedaço. Possui um coração maior que ele. Recentemente voltamos a nos falar e para a minha alegria, continua o mesmo gente boa de sempre, curtindo as duas filhas e, no momento, no ramo imobiliário. Mas está fazendo curso de CAD para desenho de arquitetura e brevemente estará cobra no assunto, como sempre foi no desenho publicitário. Este é dos bons.

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L LAÉRCIO TADEU Esse é o único que aqui não conheci, mas Gilda e as suas outras manas dizem que foi um menino de ouro. Aos quinze anos, um onibus mal intencionado o encontrou na bicicleta. Virou anjo. Das lembranças, ficaram as brincadeiras, a vivacidade e as paqueras das menininhas da região e adorava trabalhar. Novinho entrou na Light e certamente faria bela carreira, pois, rapidamente foi promovido. Dele, agora, só as saudades das manas, que afirmam, teria uma bela vida, não só pela inteligência, vontade de aprender, mas, sobretudo a simpatia que irradiava. Uma pena. LAÉRCIO ROSÁRIO Filho dos cunhados Berê e Ary Rosário é o sobrinho do som e já trabalhou com Sidney Magal. Hoje está na TV Globo como sonoplasta, sendo um dos melhores no assunto. É um garotão de ouro, simpático, cuca fresca, super educado pela mamãe “durona”. Está casadinho com a simpática Fabiana e produziram uma linda princesa, a filha, Ana Beatriz. LAERTE GRISI/ SARITA Foi vice-reitor da UFRRJ, Diretor da Veterinária, pesquisador e autor de centenas de trabalhos científicos. É considerado um dos maiores especialistas do mundo em parasitologia. Conceituado internacionalmente no assunto. (basta clicar o seu nome na Internet para se confirmar). Como não somos do ramo, o que mais admiramos em Laerte é quando atravessa os portões da Universidade, para um chopinho e jogar conversa fóra. Aí aparece o seu senso de humor, a sua irreverência e, naturalmente a sua exagerada inteligência. De vez em quando me pedia ajuda para eleger o reitor da Universidade Rural, produzindo campanhas. Todos venceram. Agora, quero fazer a dele, pois a Universidade merece ter um Reitor do seu naipe. Amigão do peito, Laerte é dessas pessoas especiais e, com Sarita, a esposa, formam um casal nota 10.

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LÁZARO Grande amigo do morro do Salgueiro, repleto de talento, hoje vive nos states e não podemos mais aproveitar os seus bons papos; mas, quando vem ao Brasil, bate um fio e a conversa continua. LAURA Esta é a nossa neta querida, filha de Deco e Bianca. É uma danadinha de sapeca e com quase 3 anos já faz um monte de estrepolias, para a minha alegria. Quando nasceu, a felicidade foi tão grande, que não resisti e lhe escrevi uma carta que está neste livro. LEILA ARENO Da turminha da rua, Leila, era uma beleza de menina e esbanjava simpatia. Foi nossa Senhorita Rio, com muito merecimento. LEILA DINIZ A musa do Rio, pela pessoa especial que era, merecia placa na AAP, não só pelos momentos que embelezou o recinto, mas pelas tiradas geniais de fazer qualquer um gargalhar. Foi espetacular, quando usou biquini esperando o seu bebê, o que escandalizou o Rio. Talentosa artista fez história na cidade. LENITA No final da Rua Citiso havia a papelaria do “seu” Murilo e de dona Abigail que vivia lotada, mas os fregueses, poucos. A razão era por ter se transformado em point preferido da rapaziada. Podiase dizer que essa preferência era pelos donos da papelaria, gente simpática e boa de papo. Mas a verdade é que os dois eram pais da Lenita, que além de muito bonita, possuia os olhos mais lindos que já ví: iluminavam o pedaço. E se não bastasse essa lindeza, ainda chegavam às primas, tão parecidas e também bonitas. Lá havia ainda uma miudinha charmosíssima e “cheia” de conversa, a maninha Sandrinha. Hoje, Lenita continua bonita e é fonoaudióloga, com consultório na Barra. E curte os filhos Paulo Sérgio, economista e advogado e a lindeza Guilene, que preferiu a comunicação e transitar pelo teatro, TV, dança flamenca e é ainda 586 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


dubladora. A neta Dominique, dizem que é linda. Não duvido, pois tem a quem puxar. LENISE MARIA/ROBERTO Amiga das manas Regina e Luiza e como elas, professora. Trabalhou na AAP e nos corrigia todos os erros de linguagem. Seu riso farto, gostoso e permanente ajudava a alegrar o ambiente e a beleza a enfeitá-lo. Possuia uma avó maravilhosa, na época beirando os noventa anos, mas de uma notável lucidez. Me prazerava dela escutar fatos do Império e as vezes que vira D.Pedro II. Lenise, irmã de Luizinho, casou-se com Roberto, gente especial que vivia no pedaço e deles nasceram Bruno, economista; Eduardo, chegado às forças armadas e Paulo, que ainda apronta o segundo grau. Turma boa. LÉO CHRISTIANO Léo é o amigo dos livros de arte, e há anos vem promovendo a cultura brasileira. Recentemente juntou-se a Múcio Capobiango e editaram livro sensacional sobre a obra de Portinari. Papo envolvente, com ele sempre se aprende alguma coisa. LEONEL BRIZOLA Gostava do Brizola. Politicamente não batia palmas para algumas de suas idéias, mas reconheço a sua obsessão pela melhoria da educação no país, talvez o nosso maior problema. Criou com Darcy Ribeiro uma escola padrão, que deveria ser implantada em todo o país. Também estava com ele, quando falava mal do FMI, com suas imposições e interferências e, principalmente, da famigerada OMC, dominada pelos países ricos e, consequentemente, os privilegiando nos embates de ordem comercial entre nações pobres ou em desenvolvimento. Se não fosse o que foi, poderia ser um bom publicitário, pois dele escutei centenas de jargões e frases notáveis. Também poderia ser um escritor de contos. Nas conversas, em várias horas escutando as suas “contações”, me deliciei, não só pelos enredos, mas pelo senso de humor. Faria sucesso.

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Esbanjava personalidade, detalhe que falta na maioria dos nossos políticos. Foi um brasileiro dos bons, que poderia ter sido mais bem aproveitado. E fico pensando o que diria se vivesse nesse tempo de 2016. Com sua personalidade forte, acho que derrubaria muita gente. LEONÍDIA AMORIM/ARLINDO Irmã de meu pai, tia Leonídia chegou aqui com o marido Arlindo. Este, dizia, que veio beber água pela primeira vez, no Brasil. E comentava: “água, não lhe sei o gosto”. Talvez, com saudades do seu vinhozinho, anos depois retornaram para a terrinha”. LEVI “MALUCO” Conhecido também como “Levi Morte Certa”, pode se notar que muitas vezes separava o joio do trigo e ficava com o joio. No Rio Comprido, aprontou. Certa vez um mequetrepe lhe apontou uma arma. Na sua malucada valentia abriu a camisa e mandou o cara atirar. O cara atirou. Não morreu disso, mais ficou estragado. LIA Essa é a Maria Lia José Azevedo, uma das minhas amigas queridas. Escritora, jornalista e nossa tradutora de textos italianos na editora, Lia era participante ativa da “chacrinha” de fim de noite, na AAP. Além da beleza e de muitos predicados, é mãe da lindeza Marina. Além do papo gostoso, era uma figura esguia, linda. Cadê você menina? LICÍNIO Da turma do Rio Comprido, acabou goleiro do Roial durante uma temporada. Virou delegado de polícia. LIMA/CLEIDINHA Empresário de grandes artistas é personalidade que não podia faltar às reuniões do Chalé, com a sua alegria, que contagiava. Era o sub-churrasqueiro , pois quando o Soluri não se apresentava, pegava nos espetos. Cleidinha, gente simpática que enfeitava o pedaço. Lima está diariamente no Face, sempre expondo bons conceitos. 588 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


LINA SCALÉRCIO Durante anos, a italianinha Pasqualina foi a minha secretária na Cia. Fabio Bastos. Depois, na AAP. Razão de receber dos amigos mais visitas do que devia. E juravam que iam alí para me ver. Chegavam sempre com alguma desculpa, mas não deixavam de jogar uma paquera pra linda lourinha. Certa vez fizemos uma série de fotos, pois se pensava transformá-la em modelo publicitário para a nossa Agência. Iria fazer muito sucesso, pois era uma “puro-sangue”. Não deu tempo, pois foi com a família pra Itália. Passou a viver em Trento, com o marido e filhos lindos. Na época nunca se esquecia de enviar uma cartinha ou cartão, contando as novidades. Em tempo, recentemente nos encontramos via facebook e recebi muitas fotos. Continua linda. Está feliz vivendo uma boa vida com o maridão Pino, e com os bonitos filhos Alessandra e Pierluigi. Moram agora em Roma e vamos nos falando. Em tempo, recentemente virou vovó. LINEU/LINO/JURANDIR/ROSA Esse é um quarteto maravilhoso que sempre nos serviram, imitando a mãe lavadeira, mulher de fibra e de luta. Lineu e Lino trabalharam durante muitos anos na AAP e Jurandir sempre foi o pintor de todas as casas da família. Já Rosinha, era a “faz tudo” da casa da mana Cely e depois dos sortudos sobrinhos Flávio e Flávia. Há muito está incorporada à família, para a nossa sorte. Uma simpatia que a gente festeja. LINO/ANA SEABRA Amigo de infância e andando juntos há mais de meio século, passou para a categoria de irmão. Com ímpeto para fazer negócios, depois de trabalhar nas empresas do pai Seabra, fundou firma de pulverização de minérios, fabricou modulados de concreto, peças de moinho e outras coisinhas, inclusive abrindo loja de artigos de presente e instituto de beleza. Acabou criando comigo a empresa Mercadus, fabricante dos painéis “Flash”, que fez muito sucesso. Mas antes de tudo isso, exerceu cargo de tesoureiro no Ministério da Fazenda. Hoje, é proprietário de grande jazida de um mármore exótico e está procurando quem a queira comprar. Preço: 5 Armando Amorim - Memórias

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milhões de dólares (quem tiver comprador me avise, pois divido a comissão, que é bem alta !). Casado com don’Ana, especialíssima criatura, de paciência ilimitada e quase santa, pois aturar esse Seabrinha não é fácil. O filho Gil é auditor e administrador de empresas e agora foi para os States ganhar dolarzinhos. E, Alberto, que foi craque do basquete e, recentemente, campeão carioca pelo Flamengo (só não sabe escolher time), tem agora empresa de promoções e eventos que está fazendo sucesso. Como a maioria da turma do sereno, Lino fez muitas estrepolias por esse Rio. Agitava. Adorava carros e, durante certo tempo esmerilhou um fusca, com tala larga, motor cromado e quatro canos de descarga que faziam grande “esporro”. Até o dia que o velho Seabrão mandou o capataz seu Ivo, “cimentá-los”. Gostava também da velocidade, mas certa vez saiu pelo vidro da frente. Acalmou-se. Hoje, a única agitação e o que adora fazer é ir para um lugarzinho saborear um peixinho, com o chopinho que não pode faltar. É... o tempo faz mudar... LIZA Luiz Antônio Brandão, mais conhecido como Liza, era um dos bons papos nos encontros do Rio Comprido. Não podia ser diferente, pois foi cria de Ruy Paneiro, que lhe ensinou o que devia e o que não devia. Mais, o que não devia fazer. Mas, na verdade, Lisa é dessas pessoas que esbanjam inteligência e sobre qualquer assunto tem pontos de vista que nos fazem pensar. Ia ser médico, mas antes da formatura resolveu cursar economia e foi dar duro depois na Dow Química por muitos anos, além de ter com os irmãos, a Diagonal Arquitetura. Hoje, possui a sua empresa de produtos químicos PoliQuim e curte seu sítio em Guaratiba. Vamos nos vendo por aí, nas reuniões da turma do Divino. LÚCIA BARROS Companheira e amiga de Gilda, na Universidade Estácio de Sá, passaram a ser amiga da família. Repleta de talento, um furacão para resolver qualquer parada e sempre em total animação. Em minha última exposição, vendo os seus motivos, resolveu fazer a 590 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


ambientação, não só decorando-a com flores, panos de juta e outros adornos, mas fazendo linda “instalação”, onde não faltaram pipas, bolas de gude, latas de amendoim torrado, peões colocados em canteiros de areia, mostrando as brincadeiras dos meninos de minha pintura. É uma craque! E, nos papos, uma das melhores. Na Universidade, era a promotora de eventos, sempre mostrando criatividade, apresentando muitas vezes, detalhes inusitados e de grande beleza. Hoje continua na atividade e é consultora e promotora de eventos das melhores e quem quiser contratá-la, faço a aproximação. E, garanto, qualquer festa vai “bombar”! Recentemente foi convocada pela família, para organizar o casamento de Bianca e Deco e não precisa dizer que a cerimônia foi maravilhosa, perfeita. Oportunidade aqui para o nosso agradecimento, por mais esta. LUCIANE Filha de Osvaldo e Jurema a Luciane foi para o lado dos esportes como os pais, e acabou se formando em educação física. Casou-se com José Mauro. As filhas seguiram também a mãe e estão nos states estudando e são craques no vôlei. Estão fazendo sucesso. Larissa, a mais nova, estava no colegial e, talvez já esteja na universidade. E Alyne, fazendo Engenharia. LUCILI Foi uma das meninas da turminha da rua. Uma simpatia. Foi sócia de Grace na empresa de decoração com flores. E de seu casamento com Robertinho, nasceram Soninha e Beto e já é vovó de Maria Clara. LUCINHA BARBOSA LIMA Jóia da família, Lucinha é filha da tia Mimi, irmã de minha mãe e de Zé Barbosa. Boa de conversa e de alegrar o ambiente. Preparada e de notável inteligência, andou em vários países com as amigas Mônica e Neide, curtindo a vida. Trabalhou em empresa de aviação e foi professora das boas. Recentemente foi minha sócia na Barbosa Lima Editora, no relançamento da revista Embalagem Vende. Agora, voltou a dar aulas para a garotada.

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Essa posso garantir, tem cuca privilegiada. Atualmente anda bem feliz, pois encontrou o gente boa Paulo. Mas Lucinha, um recado: estou aguardando você dar baixa na Barbosa Lima, pois Gilda está com seu nome lá e não pode abrir a empresa que quer. Anime-se menina! Mãos a obra! LUCINHA Estudou no La-Fayette e foi companheira das boas. Anos depois, em reunião de família, me apresentaram como mãe da esposa do sobrinho Breno. Nos bancos do colégio, não poderíamos imaginar esse encontro. LUCIANO/ NEUSA BARBEDO Convivência desde as calças curtas, mais do que amigo, Luciano virou também irmão. Casadinho há muito tempo com Neusa, nasceram às belezas: Ana Claúdia, dentista e Ana Flávia, analista de sistema. Já o filho Ricardo, na Marinha era o comandante Barbedo, engenheiro naval. Mas, se transformava fóra dela, em famoso promoter de grandes festas e shows no Rio e outras bandas. Agora são os bufês transados, fazendo grande sucesso. Sempre ao nosso lado, Luciano é também oficial da marinha, capitão de mar e guerra e lá, entre vários cargos foi professor na Escola de Guerra Naval, entre outros. É também Administrador de Empresa e, participou ativamente da Armando Amorim Publicidade e se transformou entre outras coisas, autor de uma das passagens hilariantes da Agência, quando conseguiu conquistar a conta da multinacional Smith Kline, caso que conto neste livro. No tempo da antiga, foi ele quem me fez aprender a nadar, na piscina do sítio Curiboca, na Rio Petrópolis, onde passávamos dias de férias, com seus irmãos Lúcia e Luiz e a turma do sereno. Crescendo juntos e já rapazes, pude filar muito, como carona, o seu Chevrolet Belair, um luxo na época. Membro cativo e de destaque na “turma-do-sereno”, foi sendo um prazer a convivência quase diária, não só pela amizade, mas pelo papo sempre inteligente e divertido. É gente pra lá de especial; e, como se dizia na época, um cara “barreiro”. Vamos nos vendo por aí, pois ele agora é o responsável pelo ajuntamento da antiga “turma do sereno”, em encontros para jantar. 592 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


LUCÍLIA/ NATÁLIA Filhas de meus tios-avós Manoel e Maria, Lucília e Natália eram as primas queridas de meu pai, que se referia a elas, sempre com muita ternura e carinho. Possuem os traços de minha avó Miquelina, mulher elegante e bonita. Lucília casou-se com Agostinho e deles nasceram Nícia e Neide. LUIZ /JORGE “DAS PEDRAS” Os irmãos moravam em bela mansão na Rua do Bispo, com fachada totalmente em pedra, daí o apelido, que poderiia ser também “Pedreira”. Filamos muito os seus salões de sinuca, tenis de mesa, pista de bocha e outras coisinhas. A casa possuía até capela, com belos vitrais. Quem do Jorge não se lembra, ele foi o dono do posto de gasolina da Rua da Estrela. LUIZ ANTÔNIO Foi diretor de compras do grupo Vigor, depois Spam/Leite Mimo, cliente da AAP. De tanto frequentar a Agência, nos fins de noite, acabamos não só amigos, mas sócios. Fundamos a Embalatec, empresa que representou no Rio, diversas fábricas de embalagens de São Paulo. LUIZ CARLOS I Ao anoitecer, no largo do Rio Comprido, era certo encontar Luiz Carlos, sempre de terno e gravata e com papos que iam pra Kafka, Freud, Jean-Jacques Rousseau e por aí. Pela madrugada, se despedia e ia passeando até Copacabana. Como não havia ninguém para acompanhá-lo, ia falando sozinho. Era o seu lado doido. LUIZ CARLOS II Esse é Luiz Carlos Marino Rosa, médico de fazer micro-cirurgia no cérebro, pai das minhas sobrinhas Bruna e Marcela. Sempre pronto a atender pedidos de “socorro”, quando alguma coisa não ia bem com os nossos pais. Aqui, meus agradecimentos. LUIZ CARLOS/ IEDA Amigos de infância do cunhado Paulo Murilo, acabaram nossos Armando Amorim - Memórias

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também. Gente muito especial que encontramos sempre no Chalé e em outras andanças. Luiz Carlos foi homem do turismo e preparava excursões para andar por esse mundo. Hoje está no negócio de gravação de CDs. Com Luiz, é sempre papo longo, que muitas vezes acabam nas coisas do antigamente, relembrando a vida que se levava: tranquila e mais romantica. Ieda, gente de agir, decidida, agradável de conversar, pois sempre tem uma boa contação. Pode ser vista todos os dias subindo e descendo o Alto da Boa Vista, no maior pique, para manter a saúde e o corpinho. Uff, só em escrever isso, fiquei cansado. Mas uma coisa que alguns desconhecem é que Ieda é sambista das melhores. Sabe dizer no pé. Assisti e posso afirmar. LUIS EDUARDO ARAÚJO Não é nada demais dizer que gosto dele, pois não pode haver quem não goste. Amigo de alguns poucos anos, iniciada na revista Glória Rural, mas dá a sensação que é amizade de infância, dessas que a gente vai construindo ao longo dos anos. Luis é como se dizia antigamente, “pedra noventa”, ou seja, gente muito especial. Hoje está na Parmalat, ajudando os produtores de leite a produzirem com mais eficiência, pois é cobra neste assunto. LUIZ EDUARDO/GISELLE A mana Cely e o maridão Jayme Abreu, me honraram na escolha para padrinho do garotão Luiz Eduardo, exemplo de gente boa, apesar do defeito em ser flamenguista. Engenheiro mecânico, cobra em Refrigeração, bom de bola e de conversa, para deixá-lo feliz, basta entregar-lhe um livro e um lugar sossegado. Casou-se com a loiríssima e simpática Giselle, que acabou sócia de Gilda, na griffe “GG”. Do casal nasceu a princesa Maité que está se formando em Letras, Português e Literatura na Federal do RJ e virou moça bonita e prendada. Também o príncipe Leon, veio se juntar ao filhão bacana, Ramon, formado em Letras, Literatura na PUC e é autor de lindas poesias. Formam uma bonita família, especial, cheia de bons predicados. Luiz anda se destacando ainda na prefeitura de Paraíba do Sul, produzindo interessantes projetos, pois tem cuca privilegiada. 594 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


LUIS DE FRANÇA Artista dos melhores, formado na AAP, sendo depois disputado por outras Agências. Recentemente batemos um longo papo, quando lembramos os bons tempos da AAP, época de não se esquecer. Premiadíssimo em publiciade, esse maranhense, depois do grande sucesso na arte da comunicação, resolveu virar Dj. E virou o DJ Zod e anda fazendo muito sucesso. De Santa Teresa, onde mora atualmente levou de lá o “Santa Levada” para vários cantos do Rio, fazendo a turma se mexer com música bem brasileira, alegre e irreverente. Dotado de muita criatividade, criou também a Setlist Brazuca e outras coisinhas para animar a moçada. Gente especialíssima o França e de quengo afiado. LUIZ “DAS JÓIAS” Cadeira cativa na “turma-do-sereno” e companheiro fiel em todas as programações. Não havia agito que Luiz não estivesse presente, pois, a turma o obrigava a ir. E ele, obediente ia. E a sua presença era indispensável, pois estava sempre de bom astral, animava os papos e alegrava o ambiente. O apelido veio do pai, fabricante de jóias. Casou-se com Regina, a “Colher”, também da turma. LUIZ MOREIRA Respeitado advogado, Luizinho defende também seus conceitos e opiniões, com a mesma veemência se estivesse em um Tribunal do Juri. Sempre foi um papo formidável, “alto”, que não podia faltar na AAP, nos finais de expediente e em qualquer mesa de bar. Andou no ramo dos tecidos e fazendo outras coisinhas. Onde esteve os amigos sempre foram muitos, pois é desses de se gostar. A filhona é Luana, uma lindeza e sua grande alegria. Durante algum tempo, o filho de D. Guilhermina e padrinho do Renan, do Vasco, podia ser visto na Praça XV, no meio de peixinhos, com os tios Quim e o gente boa Manolo. E fez de tudo, inclusive andando pela Coréia do Sul tratando de negócios. Armando Amorim - Memórias

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Luizinho é daqueles bem chegados em qualquer roda. Conta fatos com enredo e interpretação teatral. Prazeroso vê-lo e ouví-lo. Quando o assunto é então política, sai de baixo, pois o “bicho péga”, pois ele se altera falando dos pilantras e das pilantragens. Deveria entrar na política. Votaria nele e prepararia a Campanha. Agora, não sei se é mania ou medo mesmo de que roubem seu dinheirinho. Ele tem uma série de macetes para usar cartões, e o cheque dele é único e vigiado. É sempre preenchido com caneta tinteiro, coisa que ninguém mais tem; e a tinta, é produzida por ele. Diz que todos os atendentes do Banco sabem disso e não pagarão cheque algum se não estiver preenchido assim. Precisamos nos ver! LUIZ MARTIN Gente boa, irmão de Paulinho Careca, membro permanente da turma do Divino. Boa pinta era um dos galãs do pedaço. LUIS SÉRGIO Meu sobrinho galã, que deixa as menininhas suspirando, é irmão da afilhada fofíssima, Roberta. Bom de bola e de estudos formouse em jornalismo e depois odontologia e já virou excelente dentista. Além da inteligência, possui senso de humor dos melhores e as piadas são sempre bem colocadas. É tricolor como o primo Mandinho e já sofreram juntos muitas vezes no Maraca. Quem manda nele agora é uma lindeza, a Débora. Estão noivos. LUIZMAR Desenhista e artifinalista da AAP. Nunca deixou de ter um sorriso estampado no rosto, mesmo diante das pressões que os prazos sempre curtos lhe eram impostos. Virou amigo. LUIZA/ALTAMIRO Minha mana Maria Luiza foi feita de paz e bem com a vida. Está dempre com largos sorrisos nos lábios, o que nos faz bem a sua presença. Inteligente e habilidosa, a nossa caçula anda produzindo belas 596 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


pinturas e atraentes peças artesanais, como mesas e vasos incrivelmente decorados com pedaços de cerâmica. São lindíssimas. Também bolsas sofisticadas, transados mosqueteiros e outras artes. A única coisa que não concordo é que ainda não fez uma exposição para que todos possam se deliciar com todas essas belezas. Sempre animada, Luiza é papo pra muitas horas. Todos da família gostam de escutá-la, pois conta qualquer fato com entusiasmo o enredo completo. Nenhum detalhe deixa de ser explicado para se entender melhor o assunto. E sempre, em total animação. Altamiro, pra gente, o Miro, filho de Canejo e Isabel, é gente com inteligência privilegiada e carregado de predicados, como o da solidariedade. Está sempre pronto a ajudar. Morando em Campinas, não falta a qualquer reunião da família, para a nossa alegria, pois é dotado de um papo animado e divertido. Formado engenheiro mecânico, especializou-se em telefonia e nisso é cobra. Andou pelas multinacionais, na França, Espanha e por aí, e acabou criando a sua empresa, que vai fazendo muito sucesso: a Data Network Telecomunicações. Gente especial o Miro, que junto com a mana fizeram nascer filhos maravilhosos: Juliana, minha afilhada dentista, casadinha com Marcelo, que já lhes deram as netas Marina e Olivia, a linda e talentosa Fernanda, publicitária e, Adriana, engenheira química, que pelo gen adquirido, vai fazer também muito sucesso. Certa vez fui visitá-los em Campinas, quando pude perceber que gostam de morar bem. Em casa belíssima, espaçosa, acolhedora e hospitaleira me trataram como um rei; e ainda me fizeram relembrar as comidinhas deliciosas da D. Idalina, minha mãe, preparadas magistralmente pela mana Luíza. Valeu. E me convidem novamente, pois adoro uma mordomia...

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M MACACO Como não dizia o seu nome a ninguém, preservo a sua identidade, pois gostava mesmo em ser conhecido assim. Morador do morro do Querosene fez nome e história no Roial, onde era cracão de bola. Mas eu me deliciava era com a sua malandragem, nos ditos e no andar. Gente boa e especial. MAGAL/MAGALI Muitas vezes, pela trilha que resolvem seguir, atingindo o povão, muitos artistas são rotulados. Sidney Magal, talvez seja um desses. Entretanto, quem o conhece, sabe que é um sujeito de gosto refinado, entende de arte, de nossa cultura e uma das pessoas lúcidas que encontrei. Papo com ele é dos bons. E em qualquer assunto, sabe das coisas. Arrazou em lambadas, músicas latinas, mas poucos sabem que é especial interprete de bossa nova e samba de raiz. Além dos seus sucessos que o povo canta até hoje, como “Sandra Rosa Madalena”, “Meu sangue Ferve por você” e tantas outras, o nosso Sidney se revelou ator de cinema, de teatro e TV e fez carreira como humorista na “Escolinha”. Casado há bem mais de vinte anos com a bela baianinha Magali, que andou pelo teatro, deles nasceram Rodrigo, Nathalia e Gabriela. Hoje, vivem numa deliciosa casa na Estrada do Coco, na Bahia, pois sabem morar bem. E pra dar inveja, curtem bela residência na beira da praia da ilha de Itamaracá. Aqui no Rio, morou também numa das mais belas casas da Barra, com cada canto querendo dizer alguma coisa. Tem bom gosto o “cigano” e sua Magali. Continua fazendo muito e merecido sucesso. Recentemente minha Gilda e as manas foram hospedadas pelo casal em sua casa na Bahia. MANUELA Minha sobrinha neta, filha do sobrinho Breno, a linda Manu, jornalista, cedo foi morar em Bruxelas e ainda está por lá. Casou-se com Pieter Jan e deles, nasceram Cesar e Daria fazendo o garotão Breno virar vovô e meu mano Helio bisavô. Quequéisso. E eu entro nesse também como tio-bisavô. 598 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


MANA Na verdade, conhecida por tia Mana de todos, a mãe de Aristela, Betoca e Lúcia é possuidora de uma personalidade marcante, e que envolve pela simpatia e arte de conversar. E se não bastasse esses e outros predicados, é uma notável pianista, dessas de dar concerto. MANDINHO (ver Bianca/Mandinho) MANDINHO “Urubu” Era da turma da rua. Como chegou depois de mim no pedaço, passou a ser conhecido pelo apelido de Mandinho “Urubu”, para o seu azar. Afinal, antiguidade é posto. Companheiro de Chico Ramos, os dois conheceram duas irmãs e estão casadinhos e morando no mesmo prédio. Na infância, como eu, morou no Catumbi, na Rua Queiroz Lima e nossos pais, que chamavam também Armando, foram grandes amigos. MANOEL VICTORINO Irmão do “Dito” e filho de dona Aída e seu Mello, “Manel” foi da primeira turma da Pracinha Del-Vécchio. Nasceu em Santa Rita do Sapucaí, na fazenda do bisavô e com 1 ano chegou ao Rio, onde foi morar inicialmente no Leme e Tijuca. Ainda garoto parou em nosso chão, tempo das brincadeiras que não se tem mais. Estudou no Externato São José, onde eu e outros da turma também frequentamos. Depois foi para o Santo Inácio e em 1952 saiu do nosso pedaço e foi morar em Copa. Cursou economia na Marquês de Olinda e em 1959 casou-se com Maria Rita e tiveram 5 filhos: Gustavo, Maria do Rosário, João, Maria Pia e Giuliana. Entre idas e vindas Minas-Rio, morou dois anos na Itália, para tratamento dos filhos, quando conheceu e se tornou filho espiritual do sacerdote capuchinho Pio de Pietrelcina, tornado santo. Seu pai era dono da DNB-Calçados Polar, a mais famosa na época no Rio, razão do Manoel desfilar na turma com sapatos que custavam “uma nota”, entre eles o “Herlaine”, com altas solas de borracha. Um luxo. Depois da fábrica de sapatos, voltou para a terra natal onde se Armando Amorim - Memórias

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tornou fazendeiro, com cultura de café. Recentemente batemos um bom papo, relembrando aquele tempo das peladas, da bola de gude, das pipas e de todas as brincadeiras. Tempo de não se esquecer. MANUEL Pelo nome, sabe-se que veio da terrinha. Mas andou primeiro na França, onde foi executivo de grandes empresas. No Brasil, iniciou-se em outra atividade, sendo um dos sócios do restaurante “Padeiro”, no Itanhangá e, depois, do excelente “Mercado do Peixe”, no mesmo local. Nele, você escolhia o dito que queria se servir e pedia para o cozinheiro prepará-lo, do jeito que bem quisesse. Isto me faz lembrar de um restaurante semelhante, onde se escolhia o peixe no aquário. Apareceu então um freguês diante dele, procurando ver qual o mais apetitoso para devorá-lo, quando reparou que um peixinho bem miudinho, fazia-lhe sinal com a barbatana, para que chegasse mais perto. Foi aí que escutou: se escolher minha mãe, vai levar porrada! Manuel é gente de sensibilidade maior e sabia receber como ninguém os amigos. Valia à pena comer um peixinho em seu restaurante. E não iria encontrar nenhum outro para lhe ameaçar. Nem a conta... Mas Manuel voltou para a França, com a brasileirinha eleita Liana e acabou o restaurante. Uma pena... MANOEL Também da “terrinha”, fazia parte da ala portuguesa da turma do sereno. Além disso, jogava no Royal e era um becão de “espanar”. Deve ainda estar em sua loja de refrigeração, na Paulo de Frontin. Há muito não o vejo. MANOEL AMORIM/MARIA Irmão de meu pai, típico português que chegou ao Brasil, para ganhar dinheiro. Foi dono de padarias, daqueles de acordar as cinco da matina e trabalhar aos sábados e domingos. Casou-se com Maria Ramos e deles nasceu o primo Acácio. MAOMETANO (ver Cândido)

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MARCELA A filha de minha sobrinha Claudia Amorim ia ser mais uma publicitária na família, pois estava em curso de propaganda. Mas, talvez por influência do papai médico Luiz Carlos, resolveu ir para o campo da medicina. Por enquanto está se preparando para enfermagem, para depois virar médica. Está casadinha com Sergio. MARCELINHO Sobrinho bom de bola. Se quisesse, poderia escolher qualquer time do Rio, para jogar, pois seria destaque e acabaria na Seleção brasileira.. É gente supimpa, de todo mundo gostar e admirar e, assim, esse filho de Zezinho e Rivanda vai colecionando amigos. É, na verdade, um garotão muito especial. Soube que está organizando uma escolinha de futebol para a garotada e, com certeza, vai fazer sucesso, pois professor melhor, não há. Está sempre rodeado de amigos e também de amigas, bem selecionadas. Sabe das coisas... MARCELO/MARILENE Uma das boas coisas em ser “revisteiro”, foi encontrar o casal Marcelo e Marilene. Casal nota dez, os dois viraram amigos. Quando não estavam mergulhando ou viajando por aí - o que adoravam fazer - sobrava um tempinho para um jantar, ou um papo em sua mansão na Barra, onde estão dependurados alguns A.Amorim. E era sempre conversa para entrar pela madrugada, às vezes, com a mamãe Maria Helena presente. MARCELO Eu e o computador não nos entendemos. Desconfio que ele não goste de mim. E tem mais, acho até que ele adora me sacanear e a última entrada de vírus, acho que foi ele que deixou. E até ajudou... Razão de ter um técnico de confiança para consertar esse louco instrumento, que já foi chamado de cérebro eletrônico. Posso dizer que ele é Marcelo, um dos melhores. Durante anos e muitas vezes, botou para funcionar o meu “ferro-velho”, que cismava em não ir para o asilo cibernético. De tantas houve que acabamos Armando Amorim - Memórias

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amigos. Isso também porque os papos sempre se estendiam para outros assuntos e Marcelo é dessas pessoas especiais e inteligentes. MARCELO/ÚRSULA Tempos atrás Marcelo se associou com Mandinho e lançaram o Guia Mais Útil, que fez sucesso, apesar de que necessitava de aperfeiçoamentos. Com certeza iria fazer sucesso. Mas os irmãos Carlinhos e Deco convocaram Marcelo a se incorporar na empresa da família, a Impricar, especialista em rótulos e etiquetas. Ao mesmo tempo em que Mandinho era chamado também para trabalhar na Glaxo, numa boa oportunidade. E o negócio foi adiado. Marcelo está casado com Úrsula, que já teve um site de venda bem interessante, mas acabou aceitando convite para funcionar em um órgão de defesa do consumidor. Os dois são os papais de uma menininha linda chamada Alice, que possui os olhos mais bonitos que se pode ver. MARCELO/LÚCIA/LYGIA Filhos dos Moutinho faziam parte da turminha menor da Dipsis. Garotada esperta e simpática. MARCELO CHEBLE No início era uma portinha no Mercado do Produtor que Marcelo conseguiu transformar no melhor point da Barra. Ficou, assim, conhecido como o “Bar do Marcelo”. Não havia quem não o conhecesse. E não era só pelos deliciosos pastéis que servia junto com a esposa, entre eles o de camarão com catupiry, que o fazia ser super frequentado. Além das delícias havia o Marcelo, que no meio do tumulto, sempre arrumava um tempinho para servir também a sua simpatia e seu bom papo. Era então natural que o negócio iria crescer. E cresceu. Ampliou o espaço e, agora, já se podia se servir de deliciosas peixadas e outros pratos, para a satisfação de qualquer gula. Assim, de tantas idas, viramos amigos. Mas certo dia recebemos a notícia de que Marcelo sairia do peda602 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


ço. Tristeza para os bons gourmands e o sentimento de perda do programa certo e agradável dos sábados. Mas logo chegou outra notícia: Marcelo iria instalar o Skinna, agora restaurante com mais conforto, garçons bem vestidos, ambiente acolhedor, servindo camarões, peixes, uma sopinha de siri ou camarão com funghi secchi ou de outros habitantes do mar, mas também massas, carnes e variadas delícias. E, como não poderia deixar de faltar, os pastéis assinados por ele; inconfundíveis. Mas além de tudo, quem no Skinna chegar, vai ser recebido por Marcelo, gente especial, bom papo, cortesia em pessoa. Portanto, quem ainda não conhece o melhor restaurante da Barra e um dos melhores do Rio, dê uma chegada à Rua Armando Lombardi, 205, em frente ao La Mole, para confirmar o que eu digo. Além de sentir prazer em se servir de pratos de se “lamber os beiços”, em ambiente super agradável, vai acabar ganhando mais um amigo, como eu ganhei. E esse, vale à pena. MÁRCIA CAPOBIANGO (ver Múcio/Marcia) MÁRCIA RESENDE Nossa amiga paulista, que nos diverte em seus papos. Durante algum tempo, em parceria com Gilda, fabricaram uma linha de perfumes, que fez relativo sucesso. Só não se desenvolveu, pois na época Gilda sofreu um sequestro e não se encontrava em condições de continuar o negócio, que estava em seu início. Marcia resolveu então abrir um restaurante em Jacarepaguá e o nome sugeri: “Renoir”, com belo e vistoso letreiro, apresentando uma pintura impressionista do mestre. Apesar do belo local e servindo pratos deliciosos, Márcia resolveu passá-lo adiante, pois dizia ser negócio complicado. Com os filhos criados, achou que era o momento de ir para os states, ganhar dólares. Ganhou e está agora gastando eles no Brasil. Recentemente apareceu aqui em casa com a filha Carolina e o belo e esperto netinho. E estamos bolando algum negócio para ganhar um dinheirinho. Quem sabe? Mas nada disso, ela está agora em Campinas tocando uma Trully Nolen.

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MÁRCIA SAINT BRISSON Uma das belezinhas da turma, com jeito moleque e atraente. Paquera do “Saúva”, nos tempos de bem mocinha. Hoje, tem empresa de decoração e mora em Petrópolis. Vou sabendo dela no Face. MARCINHO “POPOTA”/DESIREE Um dos galãs da família, que podia estar ganhando dinheirinho, nas novelas da Globo. Não quis. Resolveu com os irmãos ser dono do barzinho “Caras e Caretas”, que virou, durante bom tempo, point da Barra. Andou fazendo sucesso na American Express. É um garotão educado e pra lá de simpático, filhão de Zezinho e Rivanda. Com a esposa Desiree virou papai da linda Valentina. MARCIO DICK Filho da “tia” Glorinha, resolveu viver gostosamente. Depois de ser contabilista em multinacional do petróleo, abdicou do paletó e gravata e durante anos viveu na sossegada praia de Itaipuaçu, virando “botiquineiro”. Queria a paz. Sabia viver. MÁRCIO GUIMARÃES Nomeado Secretário de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, no governo Saturnino Braga, me convocou para organizar e dar forma à Secretaria, pois, antes, não existia esse tipo de secretaria. Fizemos uma série de projetos interessantes, que conto neste livro. E sua orientação era para que atingisse o pessoal menos favorecido, chegando às periferias e favelas do Rio, pois sempre se importou com essa gente. Não havia quem dele não gostasse e a Secretaria fez sucesso, elogiada por Saturnino. Médico pediatra dos melhores, até bem pouco tempo, se dedicava às suas clínicas. Foi Secretário de Saúde de Itaguai para resolver problemas do povão de lá, mas acabou virando médico em cidade do interior, pois sabia da necessidade desse povo se consultar. Depois de alguns anos, voltou a fixar residência no Rio e passou a clinicar em vários hospitais, pois sempre foi muito solicitado. Recentemente virou diretor de uma OS. E lembrando os tempos idos, me convocou para criar projetos sociais. Mas já saiu dessa.

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É pai com a mamãe Ilma de uma turma especial, maravilhosa, todos esbanjando virtudes e competência. A filha Claudia, advogada das melhores, casada com Adolfo e mamãe de Clara; Gustavo como o pai é médico, e entre outras especialidades é pneumologista infantil. No momento é diretor de hospital na Bahia. Casado com Daniele que é médica também, são os pais de Gabriel e Marina. E Marcelo, como Cláudia é advogado, professor de direito, de português e com pós-graduação na PUC e FGV. Casado com Roberta que são os papais de Thiago e Thomas. Realmente uma turma boa de estudo. Hoje, em nova etapa, Márcio administra um hospital e está casado com Renata e estão vibrando com a chegada do lindo garotão Vitor. Renata, uma simpatia, também é prendada e produz um artesanato lindíssimo. Para ter certeza da sua habilidade e sensibilidade, basta acessar. www.renataguimaraesatelier.elo7.com.br Gente de um coração boníssimo e com variadas virtudes, Márcio é bom de “contações” e papo para varar a madrugada. Apesar da seriedade da profissão, é gozado e gozador e um especialista em fazer amigos. Parece que no Rio não há quem não o conheça e não há quem dele não goste e admire. É, na verdade, gente muito especial esse meu amigo... MARCOS Faz parte da patota do Mandinho, nas andanças, festinhas e paqueras. Garotão dos bons, educado. Na época do Riviera, quando ele jogava tênis, eu imaginava que seria nosso futuro Guga. Era realmente cracão nesse esporte. Recentemente no aniversário do Mandinho tive a alegria de encontrá-lo e relembrar aqueles tempos. MARCOS LEONARDO/ MARY ANGELA Meu sobrinho é Zootecnista e há muitos anos é administrador da bela fazenda Tuiuiu, de Luiz Antônio de Almeida Braga, dono do Banco Icatu, que lí certa vez ter comprado a tela “Vaso de Flores”, de Guignard, por US$ 1,2 milhão. Mas ainda não tem, em sua notável coleção, um A.Amorim. Não sabe o que está perdendo... Armando Amorim - Memórias

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Marcos é de uma turma quase extinta, pois é do “paz e amor”. Nunca o vimos aborrecido, reclamando da vida ou de alguma coisa. Vive no lugar certo, pois, desde menino gostava das coisas da natureza. Casou-se com a doce e simpática Mariângela ou Mary Angela (até hoje não confirmei) menina bonita, simpática e muito especial e vivem no “mato” com os maravilhosos filhos: Gabriel e Yuri, que viraram garotões bonitos e inteligentes. Sempre nos convida para conhecer as belezas do lugar e as lindas obras de arte alí espalhadas. Vamos aparecer... Nos aguardem... MARGARETH “Cliente” do “Chalé”, Margareth adora uma viagenzinha. Quando a procuramos, nos informam que está na Bélgica, no Egito ou em qualquer lugar deste planeta. Sabe curtir a vida. MARIA AMORIM/CARLOS Eram os tios dos risos e das gargalhadas efusiantes, que alegravam qualquer ambiente. As saudades são muitas. MARIA CELY/JAYME A mana Cely, primeira filha de D. Idalina, era aquela menina que foi super estudiosa, caprichosa, “centrada”, “cabeça no lugar” e assim, por toda a vida. Professora e craque no português. Prendada, preparava um bolo de laranja dos deuses, que eu me deliciava. Casada com Jayme Abreu, o “Tio Mengo” para a garotada, homem que agitava qualquer ambiente, pois adorava uma discussãozinha. Gente boa e querida por todos, o Abreu, filho único de D. Rosa e seu Jayme. Os dois eram os papais do filhão Luiz, inteligentíssimo, que se casou com Gisele e deram pra Jayme e Cely, os netos Ramon, Leon e Maitê. A mana Cely, uma doçura de pessoa, solidária e fantástica criatura que todos amavam. E Jayme um gente boa, especial. Saudades. MARIA DÉA Da turminha da mana Cely, mas que se enturmava com a nossa rapaziada.

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Havia nela um jeito preguiçoso e sensual. MARIA DE LOURDES Esta é a “Dinha”, filha da irmã de Gilda, Jeanette. Moça bonita e simpática é dona de uma conversa divertida e animada, que anima qualquer papo. Gerente de loja no ofício é casada com Alberto, o “Beto”, e são pais de Caroline, a “Carol”, estudante e de Leonardo, o “Léo”, que se formou em odontologia. MARIA LUIZA/ SALOCA A sogra, de tão maravilhosa (sem querer fazer média), só podia ter uma filha especialíssima como a Gildinha. Mulher de fibra e de grande coragem pariu dez filhos, fazendo os próprios partos. O sogro, um revolucionário que não conhecí, viveu vida tumultuada, que aqui relembro, relatada pelas filhas. MARIA LUIZA (Malu) Esta é a Maluzinha, filha da sobrinha Gabriela e de Isaac, uma das mais inteligentes da família. Aos 12 aninhos já era considerada uma das melhores alunas do Saint John. Escreve muitíssimo bem, fácil de notar nos bilhetes que me manda, e que guardo todos. Pudera, quando não está nas atividades, pode ser vista com um livro na mão. Volta e meia vai aos states ver o pai Isaac e como é esperta, já fala o idioma. Além de todas as habilidades, produz criativas pinturas que estou colecionando, pois sempre me presenteia com elas. Outro presente que guardo bem guardado é o livro de cronicas em que uma delas escrito por ela e que me presenteou no último natal, com dedicatória especial. E se não bastasse, há pouco tempo fui assistí-la no teatro, em bela apresentação. Parabéns! Tem alma de artista. Recentemente com as amigas produziram um bem bolado take, onde dançaram e representaram as “empregadas”. Aos 15 anos agora, virou moça linda, com mais talento ainda. Vai longe. E olhe aí lindinha, guardo bem guardado o bilhete que me mandou, pelo meu aniversário. Guardo não só pela bela mensagem, mas também porque gosto de ler bons textos. Armando Amorim - Memórias

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MARIA MENDES/ANTÔNIO BENTO Pais de nossa mãe, o avô nâo deu tempo de conhecer, pois morreu novo. Em 1920 ele fundou com amigos e foi presidente da Associação Protetora dos Filhos de Paredes de Coura, sua terra natal, no Minho, Portugal, e também onde o meu pai viveu os seus primeiros anos. A vó Maria conviveu conosco a vida inteira, e era mais do que especial. Livrou-me inúmeras vezes de levar porrada da mãe, pois sempre arrumava uma desculpa para as minhas lambanças. MARIA REGINA/RONALDO A mana Regina com seis filhos e netos, ainda parece uma “cocotinha”, para a alegria do cunhado tricolor Ronaldo - o “magro”, e de Flávio, Renata, Cláudia, Vanessa, Roberta e Sabrina, uma tremenda turma, onde só há gente boa e bonita. Regina também é excelente artista plástica e tem criado um estilo inusitado, disputado por muitos clientes daqui e do exterior. E até Ronaldo, leva jeito para as artes, pois já produziu belas tapeçarias. É arquiteto e foi sócio de empresa de ar condicionado para grandes instalações e hoje edita revista de refrigeração e produz outras coisinhas. A irmã Valéria é cobra em estatística, tendo sido diretora do IBGE. Os pais, D. Teonila e Maximiano, este, alfaiate que fez nome, com o irmão Otelo, vestindo os colunáveis do Rio. MARIA RUTH /RIOMAR Irmã de Chicão e Marisa, Ruth era da turma da mana Cely. Casou-se com Riomar, gente especial e foram para Comendador Venâncio, em Lages do Muriaé, viver vida de fazendeiro. Deles nasceram: Marco Antônio, Francisco Cesar e Roque. MARIA DO CÉU A Céuzinha e a mana Adriana, a Nininha, são pessoas maravilhosas que convivem há muitos anos com a turma da casa da mana Regina e passou a fazer parte da família de todos nós. Estudou no Santa Úrsula e hoje dá aula de português e espanhol. Céuzinha, sempre teve dois atributos que lhe marcaram. Um deles é a sua beleza loura e permanente. O outro, nada tem a ver 608 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


com o primeiro, mesmo que maldosos possam atribuir o fato à cor de seus cabelos. Ela, na verdade, é escandalosamente “desligada”. Para ilustrar o seu desligamento, certa vez foi passar um fim de semana merecido em hotel, principalmente para ela que passava o dia inteiro cuidando dos filhos Raulzinho e Rafaella e de todas as tarefas da casa. Tudo perfeito, maravilhoso. Só não prestou foi o dia seguinte, quando Céuzinha acordou e deparou-se com o cartazete/recado: POR FAVOR, ARRUME O QUARTO. Furiosa começou a falar: Não arrumo nada! Basta a semana inteira! E foi se alterando: Não arrumo e não arrumo! Como já se viu um hotel de luxo pedir ao hóspede para arrumar o quarto! Um absurdo! Depois de um discurso revoltado, alguém explicou que o recado era para a camareira. E foi avisada que se visse outro com “NÃO PERTUBE”, não precisava falar cochichando e nem deixar de dar a descarga no banheiro. (Aqui, a seu favor, é bom lembrar que Céuzinha não tinha como hábito, frequentar hotéis. E é muito natural a revolta). A Céuzinha mais aliviada foi dar uma voltinha e parou na barraquinha que vendia o delicioso caldo-de-cana. “Salta um, por favor!”. E veio o primeiro gole de Céuzinha e a imediata reclamação: “Moço, tem açucar demais”! Prepare outro com menos! E nem deu tempo de alguém explicar. É assim a desligada Céuzinha. A linda lourinha que sempre encontramos na casa da mana Regina e é uma simpatia. Ela agora tá curtindo a vida, passeando pra todos os lados, pois arrumou boa companhia, o Ricardo. MARIAZINHA Não canta, mas é também uma “Pequena Notável”. Com a mineirice de berço, vai encantando a todos, com aquela conversa gostosa, inteligente e de animação pela vida. A amizade que chegou via Cabral e Maristela vou conservando-a nos papos ao telefone, mas sua presença faz falta. Está com planos para morar um pouco em Juiz de Fóra, onde possui bela moradia e alí está parte da família e também um pouco no Rio. E já nos convidou para passar um tempinho lá para curtir a Manchester mineira, lugar que curti bons momentos na juventude. . Armando Amorim - Memórias

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MARILA I Irmã do Ibsen, o “Bissoca” e filha de seu Heitor e D. Quininha, Marila pertencia a primeira turma das meninas, da rua Dipsis. Está morando agora em Teresópolis. MARILA II Prima da Waldete, era gente agradável de se conversar e pertencia à turminha da rua Dipsis. Tivemos centenas de horas de papo. MARÍLIA “LOURA” Lourinha linda da Barão de Petrópolis, se enturmou na turminha da rua. Era uma alegria encontrá-la. MARÍLIA MORENA Musa da rapaziada da “turma-do-sereno” e a mais paquerada. Moderninha, possuía um balanço muito superior ao da “garota de Ipanema”. Pena não termos o nosso Vinicius de Morais para descrever seus dotes. MARÍLIA PERA Uma das que moraram no Rio Comprido, para a nossa alegria. Foi namoradinha, na época, do Luiz Barba Roxa. Isso é o que ele diz. MARILENA/MÁRIO A mais bela menina do Rio Comprido, além de reunir outros predicados. Morava na Rua Santa Alexandrina, mas, como era prima da Lenita, passou a frequentar o nosso pedaço. Aí apareceu o “Messier Pepé” e por ela foi o escolhido, não pelo tamanho do pé, mas por suas inúmeras qualidades. Uma simpatia, a Marilena. Precisa ir nos jantares da turma do sereno. MARILU Apresentada pelo amigo Resende, a gaúcha de São Borja- terra de Getúlio Vargas é Maria de Lourdes no batismo. Mãe de Sônia e de Maria Helena, casada com o americano Bob, a amiga Marilu é dessas pessoas que possui estoque excepcional de bom papo. 610 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Entra em qualquer assunto com entusiasmo e é prazeroso ouví -la. Para a minha alegria, é fã da arte que produzo e em sua bela moradia estão quatro A.Amorim expostos, além dos que adquiriu para presentear amigos. MARILZA Excelente na agulha e linha, costureira notável, virou parceira de Gilda no Centro de Moda da Estácio e amiga da família. MARISA I Conhecida como Marisa da Citiso, era uma linda moreninha com andar cheio de classe, e parecendo flutuar no ar. Lindo mesmo! E o pessoal da tribo, de olho. Hoje, mora em Icaraí e casou-se com o primo da Hildinha. MARISA II Como havia outras na rua, ficou sendo conhecida como Marisa Filha do General. Além de menina bonita, transbordava em simpatia. MARISA/ JOSÉ AUGUSTO Irmã do Chicão e de Ruth era uma das simpáticas meninas da Rua Dipsis. De tanta a amizade, virou minha irmãzinha.. Casouse com um dos destacados membros da “turma-do-sereno”, que dizia se chamar José Augusto, mas ninguém acreditava, pois, para nós sempre foi o “Garrucha”. Do casal nasceram: Regina Lúcia, psicóloga, trabalhando no Wizzard, Rosângela, que é dona da Vila Rô e Reynaldo, que trabalha na Baby Buggy, ajudando a fabricar os carros do pai. Agora o casal vai se mudou para Camboinhas e, assim, a antiga Dipsis, perdeu um dos últimos remanescentes da memorável patota. MARISE/ MOISÉS Minha cunhada maravilhosa, que virou “vovó”. Marise mora no meu coração. A irmã mais antiga de Gilda e de mais doze, para os nossos filhos perdeu o título de tia e virou “vovó” e, quando pequenos, “fofó” Marise. Gente pra lá de especial, dessas que se pode apontar Armando Amorim - Memórias

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virtudes, adjetivos e superlativos à vontade: boníssima, solidária, amorosa, dedicada, gente finíssima e por aí à fora. Cuidou de nossa “Bibica”, como uma avó das melhores e em todos os momentos de sua meninice esteve ela ao seu lado, distribuindo carinho. Casada com Moisés, nasceram os filhos Valéria, Miriam, Vilma e Vagner. Valéria,, virou fisioterapeuta e é mamãe do garotão Bernardo e da linda Vitória. O filhão Vagner, o nosso “Vavá”, andou pelo mundo e se fez jornalista. Para a nossa alegria, é padrinho de nossa filha.. Miriam, a “Mimi”, dedicada enfermeira, acabou se formando em delicadeza, com jeitinho meigo, sempre pronta a ajudar. E Vilma, a “Vivi”, psicóloga, é do “papo cabeça” e vale a pena uma discurssãozinha com ela, pois seus pontos de vista são bem interessantes e fazem a gente pensar. Mas a “vó” Marise não é só das prendas domésticas e mãezona dessa turma. É uma artesã muito criativa e em qualquer material que passa por suas mãos, vira coisa bonita. Agora estou sabendo que vive passeando em todo o Rio de Janeiro, curtindo a vida. Adorei. Gente danadinha de boa a Marise. MARISTELA (ver Cabral/Maristela) MARITA Filha de Renato Bastos e prima do Chicão foram sempre a amiga de gostosos papos. Cadê você? MÁRIO BARBOZA Escritor, cronista, autor de peças teatrais e produtor de leite em sua Granja Mirim, Mário Canellas Barboza é gente de se ouvir, sem dizer nada, e assim ter mais tempo para se deliciar. Entre seus livros editados, “A Alma da Vaca” é um de meus preferidos, com crônicas ou “causos” acontecidos com a gente do campo, abordando o seu humor, o lado pitoresco desse povo e, principalmente as suas emoções. Casado com D.Rosa é sempre uma grande alegria encontrar o Mário e com ele bater uma prosinha, onde não podem faltar os comentários de nosso Vasco. Fico só neste lado do Mário, pois o de empresário, diretor e presidente de organizações ligadas ao leite, ao cooperativismo são tantas, 612 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


que poderia aqui me confundir. E tenho que lembrar que durante anos, Mário me presenteou com uma crônica para a revista O Produtor de Leite, que pelo sucesso, marcou época. MÁRIO BETHLEN (ver Alcides/Mário) MÁRIO GORDO Era o peso pesado da “turma-do-sereno” e uma de suas especiais figuras. MÁRIO MINEI /HERMÍNIA Em nossas vidas, de vez em quando a gente se depara com pessoas extraordinárias, que nos fazem bem a companhia e vontade de estarmos perto delas o máximo possível. Mário Minei é uma delas, e o encontrei em tempos idos, por obra e graça do amigo Tom da Bahia. Especialista de renome nas doenças do ouvido, nariz e garganta, Mário é também excelente na arte de fazer amigos. Ninguém é tão gentil como ele e, ainda, tem de quebra o gen oriental da paciência. É um papo dos bons e as feijoadas em sua casa são maravilhosas. Certa vez me salvou. Depois de dar uma geral no escritório, envolvido com fungos e muita poeira, quando chegou a madrugada acordei quase sem poder respirar e apelei para o amigo. Fomos rapidamente para a sua Clínica, pois eu estava tendo um edema de glote, com a garganta se fechando. Em poucas horas estava salvo, totalmente curado. Aproveito para agradecer outra vez a sua bondade e competência. Sou fã dele e de Hermínia, a simpática companheira. MÁRIO MESSAGGI /MARIA Foi meu sócio na Cabana Arquitetura e sua alegria contagiante nos fez viver excelentes momentos, arrumando a casa dos outros. Perdemos esse convívio, pois voltou para a sua terra da garoa, abdicando do imenso sol carioca, o que não é de muito bom gosto. MÁRIO/ REGINA Casal maravilhoso com quem convivemos, não só pela simpatia, mas pela amizade que era grande. Regina virou “anja”, numa grande mancada do destino, pois estava tendo uma vida maraviArmando Amorim - Memórias

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lhosa aqui. Mário há um tempo não é visto, pois foi andar por aí para diminuir as tristezas. MÁRIO “SURUMICA” Não morava no pedaço, mas foi entronizado na turma do sereno, por ser muito especial. Ninguém sabia dizer o porquê do “surumica”. E ele escondia a razão. MÁRIO/TUDE Cantora que não quis fazer carreira, Tude, filha dos meus padrinhos e irmã de Olga e Rosa. Casou-se com Mário Fialho Valadares e, deles nasceram Mariozinho e Marília. Fazem parte de nossa família teresopolitana. MÁRIO VICENTE Gente muito especial, bom papo, Mário “Minigite” não perdia uma noitada em que se jogava muita conversa fora, nas reuniões da “pracinha”. Foi um dos presidentes do nosso Roial. MÁRIO VINAGRE Da turma do Divino, um dos mais gozados e gozadores. Na verdade, um pouco “porra-louca” que nos divertia. Qualquer história que contava, haveria de ter humor. Volta e meia chegava à casa dos Seabras, fazendo o pedaço ficar agitado e divertido e não havia quem dele não gostasse. Com Lino, Cacáu e mais alguns, aprontou muito nesse Rio. MÁRIO WAISMANN Conhecido com Mário “Pupu”, gordinho, simpaticão, cara bolachuda de neném, era uma figura deliciosa da “turma-do-sereno”. Irmão de Henrique, o “Gringo”. MARLENE I Secretária da AAP no seu início e por muitos anos, Marlene Maximiano mostrou-se heroína, ao aturar a cambada. E isso, com simpatia e alegria. MARLENE II Irmã de Paulinho e José Carlos era uma das belezas da turma das 614 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


meninas. Hoje, está casada com Joaquim, que Aldo conheceu e diz ser gente muito especial. MARLY II Prima da Marília e Regina (que foi namoradinha do Ramsay), uma das simpatias da turma da rua, em meados do século passado. MARLY GIUSEPPE Ruivinha bonita, da patota da mana Cely, com a qual convivemos, no tempo das calças curtas. MARLY/VICENTE Mana da Gilda, por parte do pai, Marly era gente muito simpática, que todos gostavam. Casada com Vicente, deles nasceram Glauciane, Joseane, Dulciane e Leonardo. MARQUINHO/ TEREZINHA Dizem todos os irmãos, que Marco Antônio foi o filho mimado do pai Saloca. Não presenciei esse tempo, mas assistí muitas vezes o carinho especial da mãe Maria Luíza, com o mais moreno da família. Hoje é um galã da raça negra, que bem poderia estar estrelando as novelas da Globo. Mas preferiu nesta emissora, ser seu sonoplasta. É de falar pouco, mas presta atenção a tudo e foi crescendo por dentro e a alma ficou bonita. Poderia tentar o futebol, pois algumas vezes o ví jogar e posso assegurar que daria um belo lateral, para qualquer time do Rio. Também não quis e vai aprendendo as coisas da TV. Recentemente o irmão caçula de Gilda casou-se com a simpática Terezinha, craque na costura e que, volta e meia trabalhava com Gilda e Bia na Salles Amorim. “MARROM” Na verdade, Décio ou “Dedé” do Rio Comprido, uma briga indigesta que ninguém encarava. Mas era calmo, bom papo e inteligente. Na TV Globo foi segurança e virou mote do Chacrinha: “O Marrom vai ser papai”. MARTINHA/RODRIGO Amiga de tantos anos, Martinha é dessas pessoas animadas que Armando Amorim - Memórias

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a gente tem vontade de encontrar. Para o meu prazer esteve presente com o marido Rodrigo em minha última exposição, quando recordamos os bons tempos de convívio com a turminha, que sabia passar momentos deliciosos. MATTOS Não podia faltar aos agitos de fim-de-noite na AAP. Com sua carregada pronúncia da “terrinha”, era um excelente contador de causos divertidos. No seu lado de “dar duro”, andou na pesca, mas depois se acalmou no agenciamento de seguros e, finalmente, dono de motel. MAURÍCIO Meu afilhado, sobrinho de Regina Helena e filho de Paulo e Jacyra. É dos bons... MAURÍLIO MOREIRA Fazia loucuras em sua possante moto, na época dos bondes e lotações, o que era uma temeridade. Virou depois delegado de polícia, da banda boa. Era figura que não podia faltar nos papos do Rio Comprido ou no bar Divino. Gente boa! MAURO MONTALVÃO Quem é da antiga, conheceu o famoso apresentador de TV e Rádio Mauro Montalvão e que foi locutor de campo, do Oduvaldo Cosi, chegando a cobrir três copas do mundo e amigo de Pelé e outros notáveis. Mas antes de tudo isso, trabalhou em salinas no Rio Grande do Norte, foi ajudante de carpinteiro, propagandista de laboratório farmacêutico e outros servicinhos. Na TV, seus programas musicais alcançavam altos índices no Ibope. Artista que nele se apresentava fazia sucesso. Durante 20 anos ficou no ar, com sucesso, o programa “Mauro Montalvão em 4 Tempos”. Os mais novos não sabem que foi o apresentador mais elegante da televisão e, nos bons tempos, chegou a ter um Bugatti, sonho de consumo de muitos. Quando se aposentou da telinha, andou vendendo pastéis e bolinhos, que diziam ser deliciosos. Mas o melhor de Mauro foi a sua solidariedade. Permanentemen616 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


te a postos, para ajudar a qualquer um, a que horas fosse. Se não pudesse, pedia ajuda a São Judas Tadeu, pois com ele se entendia. Esse fez bem a muita gente e está em lugar de honra, assegurado por Papai-do-Céu. MARTIN BRAUN Interessante personalidade que conheci, quando era diretor da multinacional Smith Kline. De origem alemã, morou em barcos ancorados e em chalés no meio de florestas. Quando andei expondo em Bruxelas, me levou com Gilda para conhecer lugares incomuns da cidade. De grande inteligência possuia conceitos de vida interessantes. MARTINHO Irmão de Múcio Capobiango, Martinho sempre estava cercado de belas mulheres. Nas reuniões, era difícil escutar dele qualquer palavra. Se numa tarde ele conseguisse emitir umas cinco, seria recorde. Os amigos sempre foram muitos. Um deles foi David Nasser e Martinho passou a ser um “faz tudo”, inclusive depois que o jornalista e também produtor de leite sofreu derrame e necessitou andar em cadeira de rodas. Foi seu companheiro até o fim. Transformou-se depois em fazendeiro e andou produzindo em pequeno laticínio, iogurtes, bebidas lácteas e outras delícias. Foi chamado antes da hora, pois tinha muita coisa pra fazer aqui. MAZINHO/ VANDA Da turma do sereno, Osmar Marques de Saraiva foi um dos presidentes do Roial e agitava nosso chão. Casou-se com uma das belezas da turma, Vanda, irmã de Vera e Chico “Zoio”. Mazinho e Vanda acabaram virando vovós, por culpa de Denise, Osmar e Dayse. A grande tristeza foi Vanda sair desse nosso mundinho antes do tempo. MENNA CONDORELI Em tempos idos atendia também por Menna “Colt” Condorelli, e dizia-se pelo “canhão” que levava na cintura. Mas era da paz e dele nunca saiu um tiro; usava-o para amedrontar. Certa vez, no auge da ditadura, saiu para paquerar com Ado “Pipoca”, seu Armando Amorim - Memórias

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amigo de fé, justamente em encontro que uma turma marcou no teatro da Praia, para protestar. E esperavam a chegada do líder Vladimir Palmeira, Condorelli, com sua conhecida japona da marinha, ficou na porta batendo papo com o pipoqueiro. Lá pelas tantas, avisaram no teatro que a polícia havia descoberto o movimento e estava na porta. Houve tumulto e, confundido, cercaram o Condorelli que não entendeu nada. Conclusão: teve que puxar o seu colt “canhão”, render a patota e sair de fininho... Da turma do Divino, muito aprontou com a patota nesse Rio, e são muitas as façanhas contadas pelo “Pipoca”, nas reuniões agora, da antiga turma. Morando na Barra e vendo a sua cor, sabe-se que atualmente esse botafoguense é praieiro, com rede de volei e promovendo campeonatos. Em seu lado de dar duro, foram muitos anos de Banerj, onde se aposentou. Casado com Leda curtem agora o neto que o filhão presenteou. MENELÃO Ninguém lhe sabia o nome e ficou assim conhecido na turma do Leme. Foi a pessoa mais distraída que encontrei e seus “esquecimentos”, conto neste livro. MENEZES Companheiro da Cia. Fabio Bastos e das peladas. Foi quem “contratou” Domingos da Guia já meio coroa, e me deu a oportunidade de formar zaga com o “Divino”. MESSIAS Foi um dos responsáveis por tornar-me salgueirense, quando lá morava, e me apresentou à passista Narcisa que virou minha musa. MICA (Josemir) Amigo que encontrei nos jantares da madrugada. Vendedor de balas e um dos exemplos de solidariedade e imenso caráter que tive o prazer de conhecer. Conto aqui nossos encontros. 618 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


MIGUEL GARETTO Meu amigão chileno, que durante muitos anos andou por terras brasileiras, ensinando o pessoal do campo, produzir com eficiência. Companheiro de muitas jornadas e muita conversa, de idas à Teresópolis, um dia resolveu voltar para a sua Santiago. MILÉ Na verdade, Pietro Fontappié, fotógrafo por muitos anos do jornal O Globo. Morava na Paulo de Frontin, mas diáriamente se juntava à patota do sereno. Era dos bons. Em meu início na publicidade, ensinou-me os truques da fotografia e produzia belas fotos para os meus anúncios da Fabio Bastos. MILTON PANNAIM Médico de renome, dono do Sanatório de Jacarepaguá, gostava de inovações. Virando fazendeiro, construiu mini-usina de laticínios na propriedade e foi no Brasil, o primeiro a colocar o leite em saquinho plástico. E me fez criar a embalagem do “leite Paquequer”. Depois, criou a primeira Central de Inseminação Artificial do país, importando touros famosos. Um deles foi o Villeneuve, que por sua excepcionalidade, ergueram-lhe estátua na Holanda. Pois ele foi lá e fretou um avião para trazê-lo. No dia seguinte mandou o motorista me apanhar, para que o touro me conhecesse. Esse foi o recado. Um idealista o Pannaim. MILTON “CAVEIRA” Personagem da turma do Rio Comprido, mas que morava no Cemitério do Catumbi. Daí surgirem interessantes passagens, que conto neste livro. MILTON CASADO Morando na Itapiru, passou a ser membro cativo da nossa tribo. Jogava no Roial e era bom de bola. MILTON SANCHES Para a maioria, Miltinho, gente maravilhosa que encontrei na Smith Kline e virou amigo. Hoje, para a nossa reclamação, vive em São Paulo. Armando Amorim - Memórias

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MILTON “CANOA” Amigo de infância do morro 71 e participava da turma da Dipsis. Neste livro, conto passagem hilariante da qual foi o personagem principal. MIQUELINA/ JOAQUIM AFONSO Meus avós por parte de pai. O avô não cheguei a conhecer, mas a vó Miquelina passou uma temporada morando em nossa casa e foi uma figura inesquecível: elegante, educada e muito bonita. Gostava muito dessa avó. MIRIAM Esta é a “Mimi”, minha simpática e especial sobrinha, filha de Marise e Moisés e irmã de uma boa turma: Vavá, Vivi e Valéria. Enfermeira e craque na área de queimados, que aliviou o sofrimento de muita gente. Em nosso planetinha não encontrei gente mais delicada. É delicada nos gestos, nas atitudes, no falar com a gente. E não preciso dizer de sua inteligência, pois todos já conhecem e sabem que é muita. Uma belezoca de pessoa e bonita, principalmente agora que ficou mais gordinha. Adoro essa sobrinha, repleta de gestos generosos. MOACYR/ROSA Rosa era filha de meus padrinhos, casada com Moacyr Borelli, herói dos meus tempos de criança. As aventuras dos dois conto aqui no livro. São os pais das maravilhosas Theresa e Andréa. MOEMA Filha dos Seabra, Moema era da turminha das meninas do pedaço, de adorável papo. Como naquela época havia os amigos “confidentes”, eu era um dos dela. Muito conversamos. De amiga virou irmãzinha. E era uma presença certa, nas saídas noturnas escondidas, quando a irmã Ju, Ivete, Julinha e outras, encontravam a nossa turminha para curtir as boates do Rio. Grande amiga de Julinha, que se mudou para o Pará. Gente especial a Moema. Hoje vive em Copa e diariamente curte a famosa praia. Merece. Volta e meia estamos numa prosinha pelo telefone, para lembrarmos os tempos da antiga. 620 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


MÔNICA/MUCINHO/MARCELO Uma trinca de ouro, filhos de Múcio Capobiango e Angela. Mônica a “Xuxu”, menina linda, de jeito dengoso, por um bom tempo andou no Havai, curtindo aquele marzão e as suas ondas; É a mamãe de Manuela. Mucinho, um capetinha em criança, hoje gosta mesmo é de sair por aí, curtindo a natureza. Papai de um meninão que virou anjo e do garotão que acaba de nascer, o João Pedro. Aprendeu o “pulo do gato” com o pai que é professor das artes gráficas e futuramente vai tocar a mega Maio Editora. Marcelo, gente finíssima, virou artista de teatro e devia ser aproveitado na novela das 8, pelo seu talento; mas anda também pelos comerciais da TV, e muitos o conhecem dali. Soube agora que criou um curso de teatro que está bombando. MÔNICA COSTA Estudou moda na Universidade Estácio de Sá com Gilda e virou amiga da família. As duas formam uma dupla das boas e andaram arrasando na produção de Desfiles de Moda. Não faz muito tempo, virou mamãe de gêmeos Luca e Nina , e está super feliz. Não podia ser diferente. MÔNICA TURNER É a simpática “alemãzinha”, de lindos olhos azuis, que fazia parte da turma mais nova da patotinha das meninas da rua. Irmã de Arno e Silvinho casou-se com Pedro Paulo e nasceu a princesa Cláudia, que é advogada. Tempos atrás virou minha sócia, junto com a prima Lúcia na Barbosa Lima Editora Ltda, criada para relançarmos a revista Embalagem Vende. Mas dela se retirou, para dirigir escritório de empresa alemã aqui no Brasil. Volta e meia vai à Estônia, terra de seu pai, para curtir o restante da família que lá vive. País pouco conhecido, mas de grande beleza e cultura. Agora, Mônica “fugiu” para a serra e está morando perto do mano, em Itaipava/Petrópolis. MORENO Da turma da Itapiru, mas frequentador da turma da “pracinha”, onde batia uma bola com nossa rapaziada. Bom companheiro. Armando Amorim - Memórias

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Depois de alguns anos, o encontrei promovendo no Rio festas sensacionais de nossa cultura popular. MOTTA/LAUDELINA Meus queridos padrinhos, com quem passei dias maravilhosos em Teresópolis. Pais de um trio maravilhoso: Olga, Tude e Rosinha. Conto aqui a história deles. MOZART BEMQUERER Com esse sobrenome, não preciso dizer de suas qualidades. Foi quem recriou no DDD do Ministério da Educação a revista Cultura, da qual participamos. Chegamos a vender nas Bancas, mais de 100 mil exemplares, mensalmente. Foi uma amizade trazida por Múcio, que aproveitei bem, pelos papos inteligentes que proporcionava a sua presença. Voz mansa, pausada, ia sempre dizendo verdades definitivas... MÚCIO/ MÁRCIA Ao Capobiango não era permitida a ausência nos papos de fim-denoite na Armando Amorim Publicidade. Muitas vezes, da gráfica ia para a casa, tomava banho e, do Leme vinha para a AAP na cidade, encontrar a patota. E ele ia alí, para divertir a todos, com seus “causos” da vida rural, acontecidos em sua cidade mineira, Guiricema, que a turma duvidava existir. Dos amigos, o mais bonito, um perfeito galã hollydiano, acabou estrelando diversos comerciais da Agência, pois além do mais, levava jeito para ator. Chegando novinho na Cidade Maravilhosa, foi massagista (jura que só fazia massagem), vendedor dos melhores e depois de passar por alguns negócios, acabou fundando a Maio Gráfica Editora, uma das grandes do Rio, atualmente. Um dia, encontrou a super Márcia - linda por fóra e por dentro, gente especialíssima e craque em fazer lanchinho para a criançada. Daí ja ter até virado capa de revista, pois sua empresa se destacou, servindo os Kits Aniversário e virou especialista no assunto, promovendo e vendendo Cursos. Émpreendedora, quando saiu de seu emprego bancário, resolveu conquistar independência e mãos à obra. Acompanhei alguns de seus passos quando, inicialmente, a venda de roupas a fez ter casa própria. 622 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Depois foram as famosas tortinhas e outras delícias... Kit aniversário e foi por aí... Inundada de arte tem um jeito de expô-la em multiplicidade, que pode ser em objetos utilitários, numa parede texturizada ou em belas telas onde surgem rosas, girassóis, casarios luminosos e outros mais, que nos encantam. Mais recentemente iniciou estudos para a criação de um portal sobre Artes e se for lançado, vai ser sucesso. Cheia de atividades e predicados, Márcia se formou em Arteterapia e fez pós-graduação na matéria. Recentemente esse assunto evoluiu e com a amiga Rossana inauguraram o Atelier Arteterapeutica e acabo de receber convite para um Workshop em que fará palestras, entre elas, “Aprendendo a cuidar de si para cuidar do outro” e “Trabalhando o abandono através de Van Gogh”. Quero ir.. E se não bastasse, Márcia escreve deliciosamente. Lí alguns dos textos que produz que flutuam bem acima das gaivotas. Transbordam em emoções, vão ao fundo da vida. Em outros, um simples engarrafamento na cidade, descobre imagens e faz ela escrever “Sombras”, que dele me apropriei e peço licença para aqui reproduzí-lo: “Estou no trânsito...o espaço é limitado. Muitos carros. Muitos sons. Por que estou aqui? Como irei sair? Vou largar o carro e correr. Correr para onde? Uma chama quente invade meu estômago e se espalha por todo o meu corpo. Que vontade de arrancar a roupa! Sou um grão de milho de pipoca sendo espremido por outros, que estouram, que se estufam egoísticamente, que se empurram, que se machucam, para espertamente salvarem-se das chamas que esquentam a panela. E transbordam e fogem E eu? Faço como as pipocas ou fico e luto? Decido ficar e lutar: respiro fundo, repito mantras, tento conectar o lado esquerdo com o direito do cérebro. Estou mais calma, mas ainda não estou bem. Imagino um lugar tranquilo: estou com um golfinho numa praia de águas transparentes, em profundo mergulho... Quero ar, ar, ar, ufa! Que alívio! E meu amigo golfinho continua perto de mim. Sinto-me leve... Um anjo com asas... subindo, subindo... Agora, bato as asas freneticamente como um beija-flor. Quero saArmando Amorim - Memórias

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borear o néctar das flores. Estou me sentindo tão livre, leve, sem medos. Percebo que sou muito frágil, apenas um pequeno beijaflor, romântico e indefeso. A angústia e o medo retornam, mas uma voz ecoa para não deixar que eu perca o caminho para a saída do círculo opressor e diz: -Tu não és frágil, pois espantas uma das mais temidas criaturas: o gavião”. E neste mesmo tema de autora, ela lançou em Portugal o livro “A Lagarta e o Casulo”, sobre arteterapia, com prefácio de Bruno Gagliasso, que vem vivendo como ator, experiências no assunto. Brevemente será lançado no Brasil. Além da inteligência, das habilidades, há nela atributos da alma, como a solidariedade, a alegria de servir a todos. Não pode também ver ninguem doente, que chega logo com uma receitinha. Em minha última gripe, correu a me telefonar, receitando uma infalível, que por dever passo adiante, pois me curou: o chazinho se faz colocando numa panela uma colher de açucar, um dente de alho picado e um limão inteiro cortado em quatro pedaços. Em fogo brando vai-se mexendo e quando o açucar começar a dourar, retirar a panela do fogo e, com soquete, amassar o limão e o alho e colocar um pouco d’água. Voltar ao fogo para esquentar o chá, que em seguida se junta uma colher de mel. Basta agora bebê-lo e se embrulhar nas cobertas; o suadouro virá. Garanto que ressuscita. Marcinha é assim, sempre pronta a ajudar e encantar a todos, com seu jeito meigo e ao mesmo tempo alegre e decidido. Depois disso, só resta dizer que, além de tudo é também linda por fóra e sabe fazer uma torta aprendida com deuses, que a minha gula devorou em êxtase, saboreada depois da peixada que nos serviram. (quero a receita). Finalmente, só posso dizer ao maridão Múcio: com Márcia, você ganhou nesta loteria dos encontros. Apesar de merecer, és um homem de sorte, um cagão! É feio falar, mas é como se dizia na antiga. E, nós também somos, por ter amigos assim.

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MURILINHO Meu sobrinho, bom de jiu-jitsu (é Faixa Preta) participa da academia dos Gracie e andou produzindo uma excelente revista no assunto. É campeão também na simpatia e se formou administrador de empresas. Em criança e adolescente era terrível, e quando sobrava um tempinho dava uns “tecos” com bolinha de borracha, em certa garotada. No momento o filhão de Paulo e Coó anda trabalhando no mercado de capitais e tenho a certeza que vai se destacar, pois, esperteza é com ele. Mas andei sabendo também que tem vontade de ir para os States, ensinar o judô dos Gracies, de quem foi professor. A sua casa já foi transformada na Grace Praia, e já conta com muitos alunos. MURILO Ou para ser lembrado, o tenente Murilo, da “Esquadrilha da Fumaça”. Possuía banco cativo no Largo do Rio Comprido. MURILO/ HORTÊNCIA Comandante da Marinha Mercante, o pai da Silvinha era um dos “coroas” que frequentava a “turma-do-sereno”, quando não estava em altos mares. A esposa Hortência era também de se enturmar e até de dar palpite. Em sua casa, por causa do neto Maurício, foi iniciado o conjunto “Barão Vermelho”, com Cazuza e Cia. MURILO /PAEZINHA Pais do Paulão, “Murilão” foi ponta direita do Fluminense e fez sucesso. Casou-se com Paezinha, doceira das boas. Na comunidade em que vivia, em Jacarepaguá, era queridíssimo pois, além da bondade e solidariedade com todos, criava eventos e animava o lugar. MUTT Membro honorário da turma do Divino. Foi da antiga Polícia Especial, a famosa do casquete vermelho, que dava muita porrada.

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N NÁIR/HEGBERTON Esses são os papais de Rachel, menina linda e especial que adoramos e que nosso “moleque” conseguiu conquistar. Muita sorte!!! O pai, homem dos mares, é oficial da marinha, Capitão de corveta, professor da Escola Naval, entendedor ainda de máquinas dos navios. Já Nair é dessas mulheres empreendedoras, decidida, um verdadeiro vulcão! Criou e dirige a bem sucedida ETT First RH, empresa que fornece mão-de-obra para grande número de empresas, entre elas várias multinacionais. Neste negócio se destaca também seu filho Guilherme, fervoroso tricolor, advogado, homem dos estudos e super preparado em finanças. Mas para nós, o melhor da mineira Nair, é a sua presença. Em qualquer encontro, não há como não prestar atenção às suas contações. Alegre, divertida, papo gostoso de ouvir, pois até quando necessário, vale um palavrãozinho, deliciosamente bem colocado. Morando um pouco no Rio e outro em Teresópolis, a linda casa na serra, por dentro e por fora, torna-se um lugar gostoso de estar. Cada canto uma arrumação criativa, harmonizando o lugar. Lindos jardins de muitas flores, pois ela as adora, laguinho com repucho, pérgulas e muitos etceteras. Até um recanto que juro me trouxe uma invejazinha: o seu atelier fóra da casa, onde alí são produzidas as suas belas pinturas em porcelana. Posso jurar que num lugar assim, minha produção duplicaria. Os jardins lindíssimos, de belas flores, que certo dia não me contive e fotografei todas elas. Aproveitando a oportunidade, agradeço as couves cortadinhas que me presenteia, colhidas em sua horta, sem agrotóxicos. São deliciosas. NÁDIA Na esquina da Citiso com a Praça Del-Vecchio morava Nádia, menina bonita, delicada e dengosa. Era uma das nossas musas mirins, namoradinha de Serginho Caruso. Rapaz de sorte. 626 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


NANÁ/ANTÔNIO Naná era uma das eleitas da turminha do sereno, alegria para os nossos olhos. Uma da lindas do nosso pedaço, mas naquele tempo ainda era muito novinha. Casou-se com Antônio, gente simpática e finíssima e viraram pais da bela atriz Christine, mãe de Pedro, que foi a médica Ariane na novela “Viver a Vida” da Globo, e atuou em várias outras, entre elas, “Corpo e Alma”, “Estrela Guia”, “Esplendor” e mais algumas. A irmã Gisela, advogada, virou Capitã-tenente da Marinha. E Leonardo, caçula, se formou em comunicação social na PUC. Naná, agora aposentada da carreira brilhante na Souza Cruz, está pintando telas belíssimas. Ainda não vi, mas acredito nos que viram e afirmam. E quero ver! Pesar por Antônio, gente boa que não merecia sair dessa nossa bola azul. NANA /GLEIDSON Essa é a amiga Mariana, mas pra gente, a Nana, menina muito especial e também um pouco aventureira. Formada em jornalismo e acho que em mais coisas, muito inteligente, um dia foi encontrar com o namorado fora do Brasil e ficou por lá. Só que o namorado Gleidson, conhecido trapezista, trabalhando em diversos circos da Europa, acabou motivando a nossa Nana a ser também trapezista. E ela virou também artista do trapézio. Viveram muitos anos por lá. Os dois agora casadinhos, e já com o filhão Enrico resolveram voltar para o Brasil, para a nossa alegria. NARCISA Famosa passista do Salgueiro e minha musa do samba. Bonita e com curvas nos lugares certos, sabia dizer nos pés e no molejo, a nossa dança. Muito especial. NATÁLIA TIMBERG Numa das minhas exposições a grande atriz apareceu, trazida pelo amigo Múcio, e fiquei conhecendo uma pessoa extraordinária. Doce, voz calma e bem colocada, o que diz vai entrando sem querer na gente. E, naquele dia mostrou que era também generosa, pois me escreveu bilhete, dizendo: “Meu encontro com sua Armando Amorim - Memórias

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pintura foi uma das coisas mais felizes e enriquecedoras que me aconteceu nos últimos tempos. Obrigada.” Apartir desse dia, não pude deixar de me fazer amigo. NAZARÉ Foi um costureiro famoso do Rio, para quem pintei muitos tecidos e roupas para a granfinagem, no tempo que essa era a moda. NECA Irmão do Julinho Brito, Neca fazia também parte da turma do sereno. Gostava de uma peladinha, mas não era do ramo. NEI COELHO Presença quase diária na AAP animava o pedaço com a sua permanente alegria e o seu bom astral. Gostar dele era uma unanimidade. A ele, o meu permanente agradecimento por introduzir Múcio Capobiango na AAP, que a amizade de anos o fez virar meu irmãozinho. Continua trabalhando no ramo gráfico e foi uma grande alegria quando me telefonou recentemente. NEIDE Irmã de Paulo Roberto, da turma da rua. Quando garotos era a nossa preferida para as brincadeiras de “pera, uva e maçã”. NEIDE VIEGAS Artista criativa no estilo concretista e se não bastasse, muito bonitinha. Volta-e-meia viajava pelo mundo, mostrando os seus belos trabalhos. É uma craque. Atualmente é a Tia Neide para os seus alunos e foi candidata a deputada nas últimas eleições. Merecia vencer para elevar o nível em que está. Depois do Rio Comprido e Copacabana, mora agora nas serras de Santa Teresa, onde curte o seu belo visual. NÉLIO Meu amigo da turma do morro 117, conhecido como “Gago”, irmão do Jorge Benjor. Era bom de bola e de briga. 628 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


NÉLIO JORGE Diz o cantor Dicró, que cunhado morando em nossa casa é pior do que goteira na cama. Mas, muitos anos vivendo conosco, Nélio Jorge irmão de Gilda, contrariou o cantor. Gente boa, especial, de coração maior que ele, o cunhado foi sempre o nosso “homem de apoio”, ajudando até nas tarefas do lar. E contribuia na constante alegria, com seu jeito gozador, hilariante. Um verdadeiro “palhaço”, sem que aqui eu o esteja qualificando, com subterfúgios. Era “palhaço” de fazer humor a cada instante, de gozar todos, sobrando muito para a secretária Raquel, que o secretariava nas atrapalações com o mulheril, nos telefonemas e nas “armações” que sempre foram muitas. Na TV Globo aprendeu a sonoplastia e virou cobra no assunto, sendo requisitado aqui e alí, por outras produtoras, para criar sons em novelas e minisséries que a gente viu. Nélio casou-se com Conceição e deles nasceu Pedro Paulo, garotão inteligente e bonitão, que passou para Medicina, na Uerj. De outra produção, é pai de Camila. Saiu então de nosso AP e foi morar na “mansão” da família no Irajá. Também andou morando com o mano Zezinho e andando por aí. Recentemente, depois de uma entrada e saída de hospital, veio morar novamente em nossa casa. Conseguiu então um bom contrato com a TV Record, como sonoplasta e alugou uma casa perto do trabalho, com carango na porta. De vez em quando a gente a gente dá uma sorte!!! Uff! Resolveu então ir para o Paraná morar com uma antiga namorada. Que bom!!! Em tempo, voltou a morar em nossa casa. Na verdade, goteira é melhor. Mais recentemente voltou a trabalhar na Record, bom salário e já alugou casa perto do trabalho. Chega! E saiba que seu quarto virou um Atelier... NENÉM I Do morro 71, filho de Seu Eurico e D. Maria, irmão de Pedro Sabiá, Jorge e Aluísio e das meninas, todos, amigos do peito e de convívio. Foi um dos fundadores do Estrela Azul, onde joguei algumas peladas. Armando Amorim - Memórias

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NENEN II Do morro 117, era um cracão de bola e jogamos juntos, em vários times por aí. Se continuasse, poderia chegar à Seleção. NEY Ney e família são personagens que não podiam faltar aos encontros no Chalé. E quem tiver casinha para construir, pode convocá-lo. É dos bons. NOÊMIA AMORIM A única irmã do pai que não veio para o Brasil. Preferiu viver em seu Portugal, bebendo um bom vinho e curtindo a vida na aldeia. Quando caso com José da Costa, foram para os Estados Unidos. Lá nasceram os meus primos gêmeos, Eduardo e José. Mas voltaram pra terrinha. NOÊMIA Minha professora de português, no Instituto La-Fayette. A culpa em não aprender foi só minha, pois era boa de ensinar. NUVEM QUE FALA Até hoje ninguém havia descoberto o seu nome e muitos da turma do Divino desconfiavam que fosse esse mesmo. Mas meu serviço secreto descobriu que se chama na verdade João Silva, gente boa, mas um tanto porralouca, que certa vez quebrou todo o famoso bar, sem saber por quê. Mas sempre foi bom amigo e bom de conversa e uma figura que ninguém esquece. NUVINHO Esse é um anjo que criei, mas quando precisei dele, nada de me dar uma mãozinha. Um ingrato.

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O OCTÁVIO Octávio Mello Alvarenga foi muitos anos o Presidente da centenária SNA - Sociedade Nacional de Agricultura e muitos devem ter lido os seus inteligentes comentários sobre as coisas do campo, em sua coluna em O Globo. Notável por sua cultura geral, por seu humor, Octávio, além de escritor, criador de universidade foi um incentivador compulsivo de nossa agricultura. Último companheiro de Maria Julieta, filha do poeta Carlos Drumond de Andrade, é autor do livro “Rosário de Minas”, recentemente lançado, que suscitou muita polêmica, ao penetrar na vida íntima do poeta. Misturando inteligência com irreverência, diz que “quero envelhecer com indignidade”. Não deu tempo... ODETE Irmã mais nova de minha mãe, a tia Dedé era adorada por todos nós. Morou vários anos em nossa casa e era a tia querida, super prestativa. Foi paquera de Lamartine Babo. OLDEMÁRIO TOUGUINHÓ Conhecido jornalista esportivo do JB, Oldemário foi um dos personagens do Rio Comprido, pois morava alí perto, no Catumbi. Joguei com ele e contra ele futebol de salão no Minerva e era bom de bola e de discussão. Apaixonado pelo futebol acabou sendo um dos melhores reporteres do assunto, onde por dezenas de anos foi editor de esportes do JB. Foi um dos melhorers amigos do Pelé. OLGA (ver José Carlos/Olga) ORLANDO Esse é o Lando, gente especial de se gostar. Cração de bola e desse intrincado aparelho chamado computador. Pai da minha fofíssima sobrinha-neta, Priscilla. ORLANDO GALANTE

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Irmão de Sirinha, moradores do morro 117, era um dos bons papos da madrugada e amigo do peito. Tirava sempre boas coisas da cachola. Era também um dos bons de bola e jogamos juntos no Grêmio do Bispo. OSCAR/ JAQUELINE Um uisquezinho e Oscar, o papo pode durar uma noite, pois será divertido. Além da simpatia e de bom amigo, é meu “homem de apoio”, para embarcar meus quadros para fora do país, pois é uma complicação e um quilo de documentos. Casado com Jacqueline, que é uma simpatia, Oscar César, quando moço, foi bem levado e estava sempre aprontando alguma. Certa vez, saindo da boate Night and Day, já “mamado”, subiu num carrinho de lixo e pagou ao “varredor” para levá-lo mais adiante, no Assírius. Como era boate em que só parava carrões, com motorista, Oscar chegou em “seu carro” e também com seu “chofer”. Dizem alguns que ainda empunhou a vassoura e transmutou-se em Ben-Hur em sua biga. Durante certo tempo virou produtor de cinema nacional e responsável por alguns “azarões” de bilheteria, entre eles, “Vida e Glória de um Canalha”, estrelado por Milton Rodrigues, Odete Lara, Annik Malvil, participação de Flávio Migliaccio e direção de Alberto Sabag. Nesse filme, dizem que, por haver se desentendido com o tio Carlos Caldeira, um dos donos das Organizações Folha de São Paulo, colocou o nome do bandido de “Caldeirinha”. Daí, o tio quis queimar o filme e foi formada a confusão na família. Outra versão é que foi coincidência e Carlos Caldeira pediu para que fosse mudado o nome. E foi. Passou a ser “Carvalinho”. Outro filme que produziu “As Quatro chaves mágicas”, com Daniel Filho, Dorinha Duval, Dita Corte Real, Emiliano Queiroz, Abel Pera, Milton Gonçalves e Wilson Grey, chegou a ganhar a “Coruja de Ouro”. Mas perdeu a grande chance, quando lhe ofereceram “Macunaíma’ e ele não acreditou em seu sucesso”. Resolveu então virar marujo e comprou o grande veleiro holandês Maagen, que andou ‘tumultuando” as águas, pelas farras que aprontava. Mas havia regras para todos os tripulantes. Se não fossem cumpridas, o sujeito era expulso. No mar. 632 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Frequentador de leilões, certa vez levou 16 tapetes persas para serem leiloados, mas viu um Corvair especial que seria também leiloado. Acabou trocando pelos tapetes e andou desfilando por uns tempos no carrão; mas acabou arrematando mais de cem bichos empalhados, para distribuir nos jardins de sua casa. Era um inusitado. E gente muito boa que a gente gosta. Cadê você? Apareça! OSMAR Craque de bola do Roial e durante um bom tempo formamos a sua zaga. OSVALDO/JUREMA (ver Jurema/Osvaldo) OTACÍLIO Amigão do La-Fayette, Otacílio José da Fonseca Lima, o “Tatá”, sempre foi o companheiro em qualquer programa, inclusive quando era necessário “matar” uma aulinha, para paquerar as meninas do Instituto de Educação. OTELO/ STELINHA Muitas estadas em nosso sítio em Teresópolis e de andar por aí. Sempre foram bons companheiros. Otelo “subiu” cedo, o que lamentamos, pois era papo de nos divertir e saber das novas piadas. Ficou Aristela, que é mamãe dos garotões Junior e Christian. Certa vez, Stelinha, em nosso sítio resolveu pintar, depois de minha insistência, pois sabia que a sua sensibilidade iria permitir. E permitiu, pois produziu telas admiráveis. É presença sempre bem chegada, não só pela simpatia e amizade, mas pelo papo e contações deliciosas. É gente adorável. E tem a quem puxar: a mamãe, “tia” Mana, pianista notável e, também, gente muito especial. Agora, anda nas andanças por aí, com as amigas Tuta, Sonia e outras.

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P PABLO SEREJO Crítico de arte, conhecido internacionalmente, foi quem introduziu a minha pintura na Europa, promovendo várias exposições. Gostava das figuras esguias, das minhas caboclas e da minha gente das favelas. Também professor de arte na Universidade de Frankfurt, este chileno me ensinou muitas coisas deste ofício, em papos que viravam a noite. PACHEQUINHO/ PACHECÃO Apesar de morarem na Itapiru, os dois irmãos, bons de bola, jogaram no Roial e foram integrados à turma do sereno. Gente boa, papo firme, os dois passaram no teste com nota alta. “PAPEL FINO (ver Aldo/Grace) PARAGUASSU/ SUELY São os nossos amigos gaúchos que andaram em terras cariocas, sem deixar de lado o velho chimarrão. Pais das bonecas Suelene e Carolina, duas princesinhas. PASSOS O professor Passos, na verdade José da Fonseca Passos, desembargador e grande tricolor, foi meu amigo fora do Instituto LaFayette. Ensinou-me História e fazia pressão para que eu estudasse, pois repetia várias vezes que eu daria certo. Não conseguiu, mas continuamos amigos. PAUL DELANEY/RENE O amigo velejador veio de encontros na Fleischmann Royal Nabisco, depois Kraft Foods, para quem produzimos a revista Glória Rural. Hoje é diretor de empresa internacional de sucos. De pais ingleses, passou parte de sua vida em terras da Rainha, onde se formou e depois se especializou em agricultura dos trópicos, para fazer crescer e melhorar a nossa pecuária. Conhecedor dos mares e das terras há nele muitas histórias para se viajar e aprender. 634 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Resolveu morar no “meio do mato”, em plena Serra dos Órgãos, em natureza de verdade, onde com René, constroem um jeito gostoso de viver. Apesar do convite, ainda não passamos um fim de semana no cafofo serrano, mas vamos chegar... Rene é gente especialíssima, craque em fisioterapia e na arte de cativar. Andou pela Europa, pelos EUA e agora está entre nós. Para a alegria de Paul. PAULINHA Amor de pessoa, a sobrinha Paulinha além de esbanjar beleza, é excelente na culinária. Irmã de Laércio, filhos dos cunhados Ary do Rosário e Berenice. De lindo sorriso e de grande simpatia, alegra qualquer ambiente. Sou seu fã. Até bem pouco tempo, fez sucesso o seu Café 44 na Tijuca. Agora curte o filhão Matheus, que é uma graça, menino esperto que desenha muito bem. Foi morar na Bahia, pois virou secretária do amigo Sidney Magal. Passou a me mandar uma deliciosa farinha baiana, que transformava em uma farofa dos deuses. Depois de um tempo, voltou para as terras cariocas e no convívio com a gente. E mais recentemente foi morar na serrana Teresópolis, perto da mãe e de Chiquinho, que ajudaram a montar a bela moradia. Quando criança, perguntei seu sonho e qual o melhor presente que gostaria de receber. A resposta veio rápida: ir sózinha ao supermercado e comprar o que desejasse. Prometí e combinamos então que lhe daria 1 hora dentro dele, comprando o que quisesse comprar e coubesse no carrinho. Apesar de muitos anos terem passado, a combinação continua de pé. Sei que as compras agora serão outras, mas o que foi prometido continua valendo. Continuamos a nos ver por aí, para a minha alegria e agradeço aqui os deliciosos quitutes que me manda. E volta e meia estamos em Tere, pra curtir a sua presença e a sua gostosa comidinha. PAULO BULUS Falar bem de síndico acho que ninguém fala. Mas o nosso era especial e administrou o bloco 4 do Riviera de maneira competente. Casado com D.Carmem esbanjam simpatia. E se não bastasse, Armando Amorim - Memórias

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são os pais do Paulinho, o maior “chapa” do Mandinho. Gente amiga que a gente gosta. PAULINHO BULUS Esse é amigo do peito do Mandinho menor e sempre foram companheiros de todas as brincadeiras da infânciia e das farras no computador. Dominam esse doido aparelho. Garotão dos bons, conversa divertida, Paulinho sempre formou com o Mandinho, uma boa dupla. E para a farra, aonde um ia, o outro ia também. São amigos do peito, para a nossa alegria, pois Paulinho é gente muito especial. É vidrado em aviação, e está estudando Ciências Aeronáuticas nos States e, com certeza, em pouco tempo estará nos ares. Já pilota helicóptero. PAULO CESAR Amizade ainda nova, mas que vai longe, pois é proprietário de um papo inteligente e divertido e foi trazido pelo amigão Assad. Para qualquer assunto, sua análise e seus pontos de vista são sempre apresentados com uma coerência e sabedoria, que não há como não aceitá-los. Paulo é bamba também em telemarketing e fez muito sucesso a sua Bandeirantes Telemarketing Call Center, que atendia grandes empresas. Além disso, entende tanto de telefone, que faz qualquer conta diminuir pela metade. Conhece a fórmula mágica e já deu assessoria técnica sobre o assunto. É pai de uma lindeza chamada Carol. Vamos nos vendo por aí, pois os encontros são sempre prazerosos e, tempos atrás fomos vizinhos no Rio 2, onde dele cheguei a filar deliciosa feijoada. Agora, Paulo mudou-se para a sua bela casa no Recreio e juntos com o Antônio Assad, criaram o site social “Saúde Rio”, que visa fazer com que milhares de usuários possam pagar menos por consultas médicas e outros benefícios. Idéia do Paulo. No site me convidaram para dar uma mãozinha. Tou dentro! Vamos nos vendo por aí, para a alegria da minha cachola. No momento comanda a campanha a vereador de nosso amigo Dr. Assad, que com certeza vai ser eleito, para melhorar o nível da Camara. É preciso. 636 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


PAULO CÉSAR/LULA Ao nome Paulo, era acrescentado “Aguinha”, apesar de gostar mesmo é de um uisquezinho. Foi chamado ainda bem cedo, o que nunca aceitamos, não só pela companhia amiga, mas também pela diversão que nos proporcionava. Aqui no livro, é responsável por uma história meio surrealista. Casou-se com uma das meninas mais bonitas do Rio, a bela Lula - moreníssima de olhos azuis. Um “avião”! Se entrasse em concurso, seria eleita, facilmente, a nossa Miss Brasil. E se isso não bastasse, menina que esbanjava simpatia. Para a minha alegria vamos nos falando. Deles, nasceu o filhão Rubem, muito parecido com o pai. Deve estar aprontando. PAULINHO GUIMA/ANNE Com vinte anos na França, Paulo Guimarães, o “Paulinho Guima” é compositor, arranjador, músico dos bons e papo dos melhores. Com a esposa Anne, resolveram criar a “Maison do Brasil”, em Nice, um belo e atraente lugar para apresentar a arte brasileira. Anne, especialista em antiguidades e já tendo desenvolvido esse trabalho na Alemanha, conheceu o Brasil e ficou maravilhada pela Terra e sua arte. Nosso encontro foi por terem visto uma reportagem da exposição ”Brava Gente Brasileira” e resolveram visitá-la. Disseram eles que estavam percorrendo o país em busca de pintores que pudessem representar bem a nossa brasilidade. E gostaram dos meus “neguinhos” e minhas “caboclas” e o convite veio para uma exposição individual, inaugurando a Galeria da Maison.. (Só assim, essa minha gente pobre, viaja: em tela). E eu me sinto um aproveitador. Vamos nos falando ao telefone e e-mails e quando vem ao Brasil, passa por aqui para contar as novidades. PAULINHO DO “NENÉM” Filho de Neném e sobrinho de Pedro “Sabiá” e Aluísio “Mongonga”, só poderia sair menino esperto. E foi. PAULO MAGOULAS Apresentado pelo “Barba Roxa”, não devia ser de boa recomendação. Mas é. Virou amigo dos bons. Ótimo de cuca e de contações, Armando Amorim - Memórias

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encontrá-lo é um prazer. Tornou-se um personagem do Rio, com fama de conhecedor profundo da brasileiríssima cachaça. Presidente da Academia Brasileira da Cachaça é, nas horas vagas, publicitário e jornalista. Oferece cursos para profissionais, conta histórias e dá informações sobre a “branquinha” em palestras nos bares e por aí. Faz parte também da Confraria de Cachaça Copo Furado. Como não é chegado a computador e com ele não se dá bem, usa a ajuda das filhas Luciana, Mariana e Gisela. PAULO MARTIN Para nós, da “turma-do-sereno”, Paulinho “Careca”, gente finíssima e presença diária nos papos da madrugada. Não podia faltar a qualquer agito. Cadê você! Precisa aparecer! Todos estão sentindo a sua falta. PAULO MURILO (ver Coó/ Paulo) PAULO NEWTON Filho de dona Dalila e seu Newton, Paulinho além de ser um dos mais bonitos da turma, possuía voz de Dick Farney e era o cantor oficial de nosso pedaço. Isso, na época, lhe valia belas namoradas. Formou-se em Direito, mas virou “babalorixá” de respeito e dizem, ajeita qualquer cabeça desorganizada. Aos vinte anos ou por aí, mudou-se para a Santa Clara, em Copa, e passei a filar o seu “ap” nos fins de semana, para curtir a praia, a amizade e as comidinhas gostosas da mamãe Dalila. Tempo bom... PAULO ROCO/REGINA Gente simpática e especial, Paulo Roberto, o nosso Paulo “Roco” era presença certa nos fins de semana no Chalé e em todos os seus embalos e também nas minhas exposições. Casado com a simpática e animada Regina, Paulo agita qualquer ambiente, com suas “contações” sempre interessantes e divertidas. Gente boa o Roco. Além de curtir os filhos Márcia, Natasha e Paula, o nosso Paulo agora fica “bobo” é com os netos Victor e Pedro. Nas atividades empresariais, é o maior especialista em flores artificiais e outros negócios. Quem necessitar desse assunto pode lhe fazer a encomenda, pois vai se servir dos melhores arranjos e jar638 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


dins que não precisam ser regados ou tratados. Em vendas, não há melhor. Com sua conversa envolvente, não como não ceder. Paulo é de contar muitas histórias interessantes e papo gostoso para qualquer assunto. Mas recentemente andou muito triste, pois a querida Regina saiu inesperadamente de nosso mundinho. PAULÃO VILLARDO Na época em que eu possuía casa de veraneio em Búzios e Saquarema, Paulão nâo poderia faltar. Não só pela amizade, mas porque era o parceiro preferido nos jogos de xadrez. Em qualquer desses lugares, Paulão Villardo já possuía quarto reservado. Quando comprei o Sítio Alto da Glória em Teresópolis, o quarto passou a ser de casal, pois recebia também a esposa Sílvia, a “Florzinha” ou “Pivete” e, posteriormente, a lindeza Carolina, filha dos dois. De tantos encontros maravilhosos e constantes, Paulão passou a fazer parte da ala dos amigos do peito. Mas precisamos nos ver para colocar os papos em dia. Hoje, com Rita, vive vida feliz. PAULO DE TARSO Filho do mano Helio e de Selma, Paulo de Tarso esbanja virtudes e sorriso permanente. Com a esposa Marisa, são pais dos garotões Pedro e Vitor. Inteligentíssimos. Engenheiro dos bons, Paulo é também prestativo, solidário e gosta de ajudar, seja na empreitada que fôr. Está sempre à postos. Era um dos netos preferidos do avô Armando, meu pai, que se deliciava com a sua presença e gentilezas. E não podia deixar também de ser querido por toda a família. Esse é tipo de gente nota 10. PAULO/ YOLANDA Há bem mais de 40 anos, Paulo Sallorenzo é meu fotógrafo preferido. Produziu magníficas fotos para os clientes da AAP. Mas virou irmão, pois é gente especialíssima, amigo, sempre de bom humor e um prazer a sua papo. Suas tiradas inteligentes e gozadoras Armando Amorim - Memórias

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sobre qualquer assunto aliviam nosso fígado. De sua máquina saem fotos belíssimas, inusitadas e é craque em trucagens. Precisa expô-las. E quem tiver uma foto rasurada, rasgada, antiga ou nova, pode contratá-lo, que ele tem poder de fazer voltar igualzinha como era antes. Agora tem também um blog intitulado “Revista Ilustrada”, onde além de mostrar algumas de suas fotos, ele está aberto para quem deseja expor também, além de deliciosos textos. Vale anotar e verificar: www.sallorenzo.com. Está sensacional. Outro que não pode deixar de se acessar é sallorenzoluzimagem. blogspot.com, pois Paulo apresenta diariamente fotos sensacionais, além de poesias e textos lindíssimos que vão contando uma história. Além de excelente fotógrafo, Paulo foi um dos donos da TV Metro que fez muito sucesso. A esposa Yolanda, com jeito gostoso de conversar, além de adorar plantas e bichos como ninguém, é craque nos doces e produz um panetone divino. Aqui, agradeço a chegada deles em alguns Natais. São os pais de uma bela turma: Paulo José, o Paulinho, formado em Informática na PUC e também fotógrafo e que casou com Patrícia; a mana Letícia, jornalista e Ilana que está se formando em Biologia completam a bela família E agora Paulo e Iolanda estão curtindo o netinho e a netinha, que são lindos. Os dois formam um notável par, que a gente tem o privilégio de conviver. Em tempo, fotografou o casamento de Bia e Deco, que agradecemos aqui o presente, e não preciso dizer que ficaram sensacionais e estão fazendo enorme sucesso. “PÉ NA COVA” (ver Zeca/Nadir) PEDRINHO Pedro de Barros Duarte, que hoje deve ser general ou marechal, era da turma da rua. Atualmente, mora em Goiânia. PEDRO “MEIRA” Conhecedor profundo de qualquer tinta ou produto para pintar, 640 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Pedro, que trabalhava na “Meira” não só me fornecia o material, mas foi o meu orientador técnico. Era presença quase diária na AAP, animando os fins de noite. PEDRO BRASIL Diretor do setor comercial da TV Globo, era ele quem resolvia as minhas encrencas para colocar os comerciais da AAP em programações onde já não havia espaços. De tantos apelos e muito papo, acabamos amigos e ele volta-e-meia largava seus fazeres e ia à Agência para uma conversinha. PEDRO/ CIDA Esses fazem parte da minha história e os fatos que aqui conto, comprova. Eu e Gilda passamos um mês em sua casa em Bruxelas, com direito a passeios memoráveis, comidinhas gostosas e tratamento Vip. No Brasil, acompanhando o seu trabalho quando presidente da Smith Kline pude perceber a sua visão em marketing e a inteligência, bem acima de qualquer mortal. Como na época eu assessorava empresas em projetos de marketing pude, com ele, fazer meu phD, sem que percebesse. Aprendí muito. Hoje é presidente internacional da Pfizer. Fóra desses assuntos, Pedro é papo dos melhores, de humor permanente. Além dos vários predicados, sabe escolher esposa. E encontrou uma brasileirinha linda, charmosa, elegante chamada Cida, que lhe deu dois filhos maravilhosos: Jonathan e Stephanie. Turma especial a família Lichtinger. Em tempo, estivemos recentemente com eles no Brasil e muitas novidades vieram nos contar. Fomos também ao casamento de Stephanie, em festa maravilhosa. Acreditamos que Pedro e Cida passarão a vir mais vezes ao Brasil, para aproveitar o “marzão” na porta, porque compraram belo AP na Avenida Atlântica. PEDRO DRAGON Advogado de multinacional era personagem diário em nossa agência de publicidade. Com sorriso permanente alegrava o pedaço. Onde anda você meu amigo? Precisa aparecer! Armando Amorim - Memórias

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PEDRO “SABIÁ” Valente, bom de pernada, foi um de meus irmãozinhos do morro 71. Formamos bela zaga nas peladas do Roial. Era o filho de seu Eurico e dona Maria e irmão de Aloísio, Nenem, Jorge e as meninas Marly, Titita, Maria e Jorgina. Foi o bamba da região. Neste livro, conto algumas de suas façanhas. “PERERECA” Zé Carlos “Perereca” era um dos amigos da turma do Divino. Gente divertida, agitada, que alegrava qualquer papo. De vez em quando aprontava uma confusão. Sinto falta dele nos encontros atuais da turma, pois gostaria de saber como está depois dos 60. PERY RIBEIRO Irmão de nosso cunhado Billy, Pery Ribeiro, além de possuir uma das melhores vozes do Brasil, foi cronista dos bons, faceta que poucos conhecem. Foi um dos responsáveis pelo sucesso da bossa nova, com interpretações que ficaram em todos, quando cantou Barquinho, Eu e o mar, Garota de Ipanema, entre tantas. Inclusive, nesta última, foi seu primeiro intérprete. Estava ele no “Bon Gourmet”, quando Tom Jobim tirou um pedaço de papel amarrotado do bolso, com a letra de Garota de Ipanema e cantarolou a canção que tinha composto com Vinícius, na véspera. Como estava preparando o disco “Pery é todo bossa”, com arranjos do maestro Lyrio Panicalli, no dia seguinte voltou lá com um gravadorzinho e a Garota de Ipanema, com seu “doce balanço”, entrou no long-play. Quando menino chegou a “ator” de cinema, dirigido por nada mais, nada menos do que Orson Welles e apareceu depois em outros produzidos aqui e até nos states. Depois de se formar em contabilidade, virou cameraman da TV Tupi. Mas, com a voz que Deus lhe dera, só poderia mesmo ter virado o excelente cantor que é e saiu por aí fazendo sucesso, não só no Brasil, mas também no México, onde morou, e em vários países da América Latina e nos Estados Unidos, quando com Glorinha Leporace e outros, abriam os shows de Sérgio Mendes, com o Bossa Rio.

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Teve programa também na rádio Roquete Pinto apresentando a boa música e contando algumas histórias. Além de ser gente especial, bom de conversa, tinha mais dois predicados: Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, seus pais. Em recente papo Pery disse da vontade em morar em Teresópolis e me pediu ajuda. Não deu tempo, pois foi chamado mais cedo e deve estar deliciando o Criador com a bela voz. PÉROLA A filha do major e prima de Alcione, que casou com Julinho Brito, sempre foi menina animada e simpática que a galera gostava de papear. Uma jóia. Paquera do Peroba. “PEROBA” Aqui o apelido, pois poucos sabiam que se chamava José Werner Klein. Bom de bola, titular do Roial e grande amigo, não podia faltar nos papos da tribo. Hoje, é advogado e se refugiou pelos lados de Miguel Pereira. Com grande sabedoria me disseram que cruzou o sangue germânico com o africano, mostrando que membro da turma do sereno sabe das coisas. Estamos querendo te ver. Apareça! PIANKOWISK O amigo Pianka, na verdade Pienkoviski Dolga Braga, um dos melhores cartunistas do país, era figura que não podia faltar na AAP, pois o quengo funcionava bem, para o nosso deleite. Passamos longo período sem nos ver, pois foi morar em Governador Valadares, MG, e está por lá. Mas para a minha alegria descobriu o meu face e vamos nos falando por aí. Mas precisamos nos encontrar pessoalmente para lembrar e reviver os bons momentos de antigamente. Seus desenhos para as ilustrações de artigos e livros, até hoje fazem sucesso. Claro, eram geniais! PIETRO FONTAPPIE (ver Milé) “PINDUCA” Morava na Aureliano Portugal, mas sua área de atuação, para a nossa alegria, era na turma-do-sereno. Armando Amorim - Memórias

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Bom de violão animava as noitadas na Del-Vecchio. PINHEIRO /INAH O marido da Inah, Pinheiro era presença permanente na turma do sereno. Como despachante nas horas vagas, foi quem registrou, em 1962, a AAP. Foi sempre presença bem chegada à turma do sereno. Tinha sempre boas histórias pra contar. O Papel Fino diz que ele vai casar novamente. PRISCILA Linda, dengosa, esta minha sobrinha neta, filhona da Cris, com certeza herdou o gen da mãe e vai aprontando por aí. Quando criança dizia que seria bióloga. Talvez o gen artístico da mãe tenha sido mais forte e ela acabou se formando estilista de moda. Foi para Roma se aperfeiçoar no assunto. Um luxo. Com certeza vai fazer nome na moda brasileira e, quem sabe na internacional também. O paizão é o gente boa Lando que, com certeza está orgulhoso. Em tempo, Priscilla voltou e está enchendo o nosso redor de beleza. Pois isso ela tem de sobra... Recentemente, junto com a mãe criaram a griffe “Ô” que já apresenta modelos lindos, de gosto refinado, analisados assim pela também estilista Gilda.

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Q QUEIROZ Queria que o meu personagem “Nuvinho” se enturmasse com a Angélica da “telinha” e me levou para conhecê-la em São Paulo. Foi seu diretor durante anos e um dos responsáveis pelo seu sucesso. A lourinha adorou o personagem e suas historinhas. Produtor e cobra em cinema e vídeo e com muitos outros predicados, filmou um dos comerciais de sucesso da AAP. Hoje anda com grandes projetos. Um deles é o livro “The New Brazilian Bombshell ou “A Nova Carmen Miranda”, uma obra de ficção inspirada na vida e arte da “pequena notável” e que levou alguns anos de pesquisa”. Vários outros estão a caminho e podemos adiantar que todos são espetaculares, pois Queiroz é notável em criatividade. QUINCAS Morava na Aureliano Portugal, mas circulava em nosso pedaço, enturmando-se na patota. Muitas vezes nos encontramos em Juiz de Fóra aonde lá chegava para vender pneus e eu para fazer coisa muito melhor, pois namorava a mineirinha Ivete.

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R RALF Esse é meu querido afilhado, filho do meus irmãozinhos Vasco Loureiro e Regina. Formou-se engenheiro de produção e é cobra no assunto, super bem preparado e me informaram que está trabalhando na NET. De vez em quando vejo foto dele com uma gata, a Gabriela, e estão curtindo uma gostosa vida na serrana Teresópolis. Gente especial o Ralf. RAFAEL AGOSTINI Amigo do “Papel Fino”, Rafa pintava às vezes na turma do sereno. Mas era figura de destaque e muito conhecida do Bar Divino, onde aprontava. Sempre muito levado e sonso. Na mala de seu Skoda podia ser encontrado um arsenal de artefatos e bugigangas, para arrumar confusão. O que ele sabia fazer com perfeição Está vivendo boa vida em Maricá. E, com certeza está aprontando por lá. RAMON Meu sobrinho neto foi parceiro do meu filho Mandinho em muitas andanças por aí e se formou em Letras, Cultura Contemporânea e Literatura na PUC. Já está escrevendo textos e poesias excelentes. Vale acessar seu site Menino Urbano http://ramosramon.com.br para ter certeza. E ler poesias como a do Anel sem Dedo, que diz: Liguei para ela/mas caí na caixa postal/ Resolvi não deixar recado/ (só sirvo minha voz feita na hora tipo feijão fresco). Teu fantasma que à noite ronda/ não existe e, por não existir, / não sangra não derrama/ nem colhe recados largados/ Num post -it vagabundo/ na porta da geladeira. Não retornas a ligação/ jamais discada teclada lacrada/. Não dá ricall, por não retornar/ finge não agredir mesmo que/por não existir/me faça te bombear muito mais forte. 646 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Além desse atributo, Ramon é engajado em projetos sociais, sempre pensando no outro. Gente especial o Ramon. Só fico a imaginar a alegria que teria a vó Cely, minha irmã, se estivesse viva para ler seus escritos. Ela que era também das letras, iria vibrar. RAMOS O Chico Ramos era membro da nossa tribo, sempre presente nos acontecidos. Gente boa, com um astral maravilhoso, onde chegava era benquisto, não só pelo papo, mas pelo sorriso permanente. Faz muito tempo que não é visto, mas vou achá-lo. Em tempo, achei o homem e vamos nos falando por telefone. E mais que isso, como possui amigos importantes, me deu a notícia que está tentando patrocinadores para os meus livrinhos infantís sobre meio ambiente, pois o Lino Seabra lhe entregou a coleção. RAMSAY/CÉLIA O “Ramuca”, para quem como nós o conhecemos na infância, chegou ao pedaço bem garoto e gostava de uma guerrinha de pedra, tão comum na época. Acabou enturmando-se e crescemos juntos. Era em sua casa, que muitas vezes a “chacrinha” se formava, não só por ele, mas pelos pais Montano e Oscarina, muito liberais para a época e, por isso “entendiam” as nossas porralouquices adolescentes. Os primos Osvaldo e Umbertinho também engrossavam a turma, muitas vezes para escutar o pianinho gostoso tocado por Ramsay. Muito Noel Rosa, que fazia sucesso. Formado em economia, funcionário de destaque na Caixa Econômica Federal, certo dia resolveu abrir um bar, defronte a estação do Meier. Me pediu para criar nome e logotipo e assim o bar passou a se chamar “Xop-Xup”, pois era a sua intenção, que os frequentadores bebessem muito chope ao som de um “fundo de quintal”. Muita gente “xupou o xope”, mas tempos depois ele saiu fóra daquela encrenca, pois não era espanhol, nem português. Aturar bêbado até as 5 da matina, não dava... Tempos depois, resolveu ganhar dinheiro com o cocô dos outros, pois abriu uma empresa com caminhões adaptados em limpesa de fossas. Armando Amorim - Memórias

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Deixou o negócio para os filhos Eric e Marc e comprou a pousada Flamingo, em Búzios. Deve ter se enjoado de alguns anos vivendo a boa vida praiana, pois vendeu o negócio e voltou novamente para a Barra da Tijuca, onde foi um de seus primeiros moradores, numa casa construida pelo meu mano Helio. Recentemente estivemos juntos, estudando a fabricação de perfumes. Mas ele foi morar em Taubaté, SP, esnobando o nosso sol e o negócio foi adiado. Ramsay, na época de nossa juventude, era quem “apanhava” mais meninas, não só pela estampa, mas pelo papo inteligente de “cerca lourenço”. Sua presença de espírito era genial, em qualquer assunto. Lembro-me que certa vez, numa batida de carro, na Avenida Atlântica, saiu de dentro do “batido” um sujeitinho enfezado, cheio de desacatos e que foi logo gritando: “Sabe com quem estás falando? (era aquela velha época...) e arrematou: “Sou general!”. E o Ramsay calmamente: “E eu tenho culpa?”. Com o riso da platéia que se formara, o general que parecia ser da banda ruim, não teve outro jeito e se mandou”. Amizade que já fez bodas de ouro, Ramsay há muito é meu irmão. Da sua turma de casa, as saudades são muitas. Até do “Sultão”, o cão. Hoje, de “patroa” nova, que é uma simpatia, ganhei mais uma irmãzinha: a advogada Célia. Em tempo, o casal voltou a morar no Rio, para a nossa alegria. RACHEL Essa é uma mocinha linda e especial, gente doce, generosa e prestativa, casadinha com nosso filhão Mandinho. Amor de menina que conquistou a família toda. Pela simpatia, inteligência e delicadeza. E nos desculpe Nair e Hegberton, seus pais, pois agora ela é também um pouco nossa filha. RAQUEL/ RICARDO Secretária e “faz tudo” na AAP, depois na GABA e também na Salles Amorim, com muitos anos de presença, passou a fazer parte da família. Sempre alegre e risonha, Raquel acompanhou o crescimento do Mandinho e atendia pacientemente os seus pedidos, que eram muitos e a toda hora, pois talvez pensasse que a “secretária” fosse dele. 648 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Com a simpatia que Deus lhe deu, acabou ganhando o Ricardo, que atende por “Cadinho”, gente inteligente e prestativa, que pela convivência, se tornou um de meus bons amigos. Transbordando disposição, ao vê-lo trabalhar dá até cansaço. Além disso, gosta de ajudar e não suporta ficar parado. Ao chegar em nosso sítio, em Teresópolis, uma alegria pra mim. De início vai dando bronca no caseiro, pois as falhas logo são visíveis aos seus olhos de gente que gosta das coisas bem feitas. Em pouco tempo o “Marreco” pois é assim também chamado, coloca tudo no lugar e só falta dar lustro nos gramados. E é a ele a quem apelo, quando necessito ir a lugares complicados ou sem estacionamento. Aí vira meu motorista e é craque nisso, pois durante muitos anos dirigiu os seus possantes caminhões. E tem ainda outros predicados, pois é craque em compras de supermercado, ensinando-me alguns truques, um dos quais revelo aqui, na compra de frango congelado. Como normalmente passa umas três horas por lá, estudando preços, logo ao chegar apanha o dito e o esconde em lugar quente da loja. Na hora de pagar a conta vai lá apanhá-lo e o bicho já estará pesando a metade. Inteligente, Cadinho é uma presença agradável e um de meus papos preferidos. Gente nossa, gente boa o Cadinho. Os dois formam um casal especial: marreco e marrequinha. REGINA/RONALDO A mana Maria Regina, apesar da quantidade dos aniversários em que soprou velinhas, parece ainda uma mocinha. Bonitinha, cheia de charme, casou-se com o arquiteto Ronaldo, o nosso “Magro”, e resolveram aumentar bem a população brasileira. Foram chegando então o Flávio, meu afilhado, e uma fila de meninas lindas: Renata, Cláudia, Vanessa, Roberta e Sabrina. E o casal já é vovô, pois Flávio e Flavia lhe deram Beatriz e Bruno. A Renata e Carlos Eduardo são os papais de Pedro e de Ana Bella. E Cláudia e Zema, foram os fornecedores dos netos Igor, Giovanna, Yasmin e Laís. Fico imaginando quando as três que faltam casar começarem a produzir. Vai ser necessário alugar clube para os festejos da família. O tricolor Magro é cobra em refrigeração, não só montando granArmando Amorim - Memórias

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des instalações, mas agora, aposentado, edita revista para o setor e produz outras coisinhas. Regina, de uns tempos para cá se descobriu como pintora e tem produzido telas belíssimas e criativas. E já vendeu muitas para várias partes do mundo. Tem talento a “menina”. REGINA I Morava em Valença, mas passava as férias na casa da irmã Selma. Morena bonita, com tudo no lugar, a chateação só vinha com o começo das aulas, quando ela retornava à terra. Era uma das paqueras da patota. REGINA/ CARLOS ALBERTO Da turminha da rua, Regina Coeli, sempre uma simpatia, casouse com Carlos Alberto, gente boa do lugar, que levou o apelido da fruta que nasce na bananeira. Inteligente e bom companheiro, Carlos Alberto foi procurador da república e era um empreendedor. Volta-e-meia desenvolvia algum projeto, sempre com sucesso. Conhecido e querido por todos no Rio Comprido, recentemente faleceu, entristecendo a patota. Regininha, além da simpatia, possuia papais notáveis: Mirthes e Acyr. REGINA LAMAS Morava na mansão em que o Cândido “Maometano” havia morado e as festas ali foram memoráveis. REGINA HELENA/RUY Foi esteio da AAP, na venda de anúncios. Bastava chegar com a sua beleza - que era em demasia - para os clientes, estonteados, irem assinando as autorizações. Na rua, muitos a paravam, convidando a ser atriz de cinema, miss, capa de revista, modêlo e etc. Certa vez estávamos jantando e um casal de senhores sentados em outra parte do restaurante se levantou e chegou até a nossa mesa, dizendo que a tinha visto entrar e queriam vê-la de perto. Era, realmente, muito bonita, a irmã de Paulinho, casado com a 650 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


simpática Jacyra, que lhe deram a também linda sobrinha Márcia e o garotão Maurício, meu afilhado. Hoje, casada com o simpático engenheiro Ruy, mostra que a beleza pode ser eterna. REGINALDO Gente especial da turma do Divino. Estudamos também juntos, no La-Fayette e sempre foi um papo gostoso, de varar a madrugada. Morava perto da gente, na Aureliano Portugal. RENATA/CARLOS EDUARDO A sobrinha linda, meiga e talentosa, filha da mana Regina e de Ronaldo, começou nas programações visuais na AAP, pois desde nenenzinha fazia belos e criativos desenhos, que até hoje guardo. Produziu na Agência, lindos trabalhos e era uma das nossas melhores artistas. Depois disso criou a própria empresa - “Olho-Nu” Design - e anda fazendo lindas produções. São revistas, folders, logotipia, webdesign, fotos e filmagens empresariais e o que se necessitar comunicar. É cobra nisso e suas produções são geniais. Quem desejar esses trabalhos pode me ligar que faço a aproximação. Casou-se com o mergulhador Carlos Eduardo, gente muito especial e também talentosa, excelente fotógrafo, que anda produzindo belezas em seu Studio. São os produtores de crianças lindas e espertas: Pedrinho, que pelo habilidade já demostrada em primeiros desenhos, vai na esteira da mãe, além de esbanjar inteligência. Esse é dos bons... cuca privilegiada. Especial... E Ana Bella, no momento parecendo uma boneca de porcelana. Linda. A família mora em casa de dar inveja, construída no final do séc.19 e que mantém o pé direito de quase 5 metros, altas portas, piso de pinho de riga e outras maravilhas. Outra façanha do casal são os passeios que estão sempre fazendo, levando os filhos, que aproveitam as aventuras. Viver assim é muito bom. Aproveito a oportunidade para agradecer ao Carlos as fotos que fez dos minhas 140 telas da coleção “Brasil, dos brasis” e meu obrigadíssimo à Renata, pelas montagens de meus livrinhos infantis sobre meio ambiente, que ficaram lindíssimos. É uma craque... E, mais agradecimentos pelo site que me presenteou, com as minhas pinturas. Ficou lindo, com muita arte, sensacional!! www.armandoamorim.com.br E meu muito obrigado por resolver todas as miArmando Amorim - Memórias

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nhas encrencas do computador, que me odeia. E, finalmente um agradecimento por montar esse meu livro e dar forma para ser lido. RENATO DANTONI Companheiro das madrugadas, Dantoni é um dos personagens deste livro e responsável por me fazer rir, com as suas histórias. RENATO NUNES Pai de Renatinha, a mais fofa miudinha, Renato foi excelente cineasta. Como seu pai, Cesar Nunes, me fez conhecer um pouco deste ofício e produziu diversos comerciais para a AAP. Gente gentil, boa, de coração tão imenso, que um dia, ainda jovem, não aguentou e parou. Fazem-me falta os seus papos nas noitadas, sua cordialidade permanente, a sua calma presença. Era uma especial figura. RESENDE A amizade começou quando José Honório Resende era diretor da Smith Kline, cliente da AAP. Acabamos transpondo a amizade e nos tornamos sócios em uma indústria de perfumes: “Casa de Piangelli”, na qual participava também o químico Vanderley Passos. Resende é dessas figuras que fazem bem a presença, não só pelo senso de humor que nele transborda, mas também no senso crítico daquilo que não anda certo, principalmente no campo político. Quando certa vez nos encontrávamos em viagem à Serra Gaúcha, mostrou o seu lado criativo e de virtuoso contador de histórias. Para divertir a criançada do ônibus, criou uma contação divertidíssima sobre um anãozinho. Em menos de uma hora estava alí um livro. Bastaria colocar no papel que iria fazer grande sucesso, como o daquele momento. Imagino como deve ter divertido os filhos Marcos, Ricardo e Carolina. E agora deve estar fazendo muita graça para o neto Matheus, filho da Carol, que é um meninão lindo. Depois de passar com destaque por algumas multinacionais, resolveu ganhar dinheiro com animais. Não pensem que ele os cria ou vende. Ele os mata! Assim, a Truly Nolen, especializada em exterminar baratas, ratos, 652 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


cupins e outros mais, vai fazendo sucesso. E agora está também criando empresa de higienização de ambientes e me convocou para criar seu visual. E pode até virar meu marchand, pois volta e meia traz alguém para comprar um quadrinho. É amigo do peito, que está sempre pronto para ajudar os outros. Gente boa. Um dos papos mais inteligentes e divertidos que anda por aí. Recentemente casou-se com Elisabeth Camaz, gente simpática e alegre e estão morando em Sampa, ou seja, o único defeito do casal. REYNALDO DE JESUS Este é um coroa levado. Sacaneia criança de 1 ano ou até quem já passou dos 80. Ninguém escapa de suas gozações, dos seus comentários ou das suas terríveis brincadeiras. Às vezes a criançada não aguenta, e lhe “tasca”. Está sempre criando slogan e o pior é que acabam pegando: “O tempo urge”, “Boca de garapa”, “Família nefasta”, “Megalomaníaco preponderante”, “Jogo duro” e por aí. Filho de “seu” Antônio e D. Antonieta, o nosso Rey sempre foi um grande peralta... Daí se pensar que deve ter batido com a cabeça e os parafusos soltaram. Quando adolescente, foi colocado interno no La-Fayette, pois D. Antonieta não lhe aguentava em casa. Pior para o pessoal do colégio, que conviveu com as suas porralouquices. Foi amigo quando da turma do Divino. Muitos anos depois o reencontrei, já envolvido pela amizade com a família de Gilda. Uma festa rever o “Lacerda”, como era conhecido no Divino, pela semelhança com o político da época. E a partir daí foi entrando para a família, sentando à nossa mesa e até quarto exclusivo ele passou a ter em nosso sítio, em Teresópolis. Casado com dona Verinha que não pôde aturar as suas encrencas, lhe deixou um belo apartamento e uma coleção de obras de arte, que ele diz valer uma fortuna. Armando Amorim - Memórias

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Como ganhou dinheiro (e muito) vendendo aço inox na Petrobrás, sobrou para ele apartamentos, casa em Muriqui, escritórios e muitos dólares. Isso era o suficiente para deixar de trabalhar e há anos faz isso. Assim, sempre sobrou muito tempo para zoar por aí e tempo para conversar com todos, mesmo com quem não conhece. Em qualquer lugar puxa conversa com quem estiver por perto, seja lá quem for. Irreverente, mais para perto de doido, está sempre rodeado de gente rindo de suas gaiatices. Nosso filho Mandinho, quando criança, o adorava, não só pelos presentes que eram fartos, mas por se divertir também com suas doidices. Assim, viviam nos shoppings da vida, mas ás vezes o pau comia entre os dois. Rey, como o chamamos, chegava na sorveteria ou em qualquer loja, e dizia que o nosso moleque vivia na Funabem e tinha permissão para passar os fins de semana com ele. Aí pedia sorvetes, balas, bonés e o que fosse. O incrível, é que conseguia. Para outros, ele apresentava o moleque de 9-10 anos, dizendo que na verdade ele tinha 19 e era anão, Mas ás vezes os dois se desentendiam e o Rey com seus cabelos brancos que impressionava a quem passava, ameaçava e gritava: “Vou te deserdar moleque!” Para a vergonha do Mandinho, que sumia. E os dois viviam assim. O Mandinho quando precisava ir a um lugar fazer alguma coisa, comprar alguma besteirinha, o primeiro a procurar era o tio Rey, que sempre lhe atendia. Quando isso não acontecia, a discussão no telefone acabava às vezes até em palavrão. Suas amizades não têm limite. Parece que no Rio, não há quem não o conheça. Nos restaurantes, em qualquer um, logo aparece o maitre cheio de sorrisos e olás e os garçons para conversar. E não sabemos por que de tanta simpatia, pois em todos eles reclama da comida, do preço, pede abatimento, brinde, e ainda rouba copo, guardanapo, cinzeiro, paliteiro, etc. Por onde andou, agitou, brincou e fez o povo rir. RICARDO “GORÓ” Dentista de profissão, Dr. Goró sempre foi figura dos papos das 654 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


madrugadas, no Largo do Rio Comprido. Pode-se dizer, que em qualquer conversa destacava-se pela inteligência. Era bom nisso. RICARDO MELO Filho de Luciano e Neusa, amigos da antiga, Ricardo durante o dia era o comandante Barbedo de nossa Marinha e a noite e nos fins de semana se transformava no promoter Ricardo Melo, um dos mais destacados festeiros do Rio de Janeiro. Se continuasse seria, sem dúvida, o nosso Ricardo Amaral, de galão no ombro. Mas resolveu criar bufês transados e tem empresa que vai indo de vento em popa. RICARDO VIEIRA Foi o diretor comercial da revista Embalagem Vende, editada pela A.Amorim Editora e responsável pelo seu sucesso. Andamos recentemente em nova parceria, na revista Casa Barra, mas ele resolveu ir para Recife convencer a turma de lá a anunciar outros veículos. Nisso ele é professor catedrático, pois sabe vender como ninguém. Nessa relação virou amigo do peito e só não concordo quando espalha por aí que sou seu pai. Não é por nada não... É que as idades não combinam. No mais, é alma boa e vive curtindo a sua maior paixão: o filho Ricardinho, que tem uma mamãe dedicadíssima, a Marly, gente muito simpática que admiramos e gostamos. Além disso, Marly é cantora, de voz linda e diferente. Em um de seus shows que assistimos, foi muito aplaudida, um tremendo sucesso. Em outras horas, Ricardo também canta e toca um violão dos melhores e se apresenta em shows pela cidade. Podem contratá-lo, pois é dos bons. E, brevemente, estará com CD na praça. Em tempo, voltou ao Rio, e andou tocando com o filho Mandinho e o parceiro Marcelo, o Guia Mais Útil, onde mostrou que é bom nas vendas. Como esse negócio infelizmente não emplacou, por diversas injunções, estou elaborando outro, para fazermos nova parceria e aproveitar a sua capacidade em vender alguma coisa, pois nisso, não há igual. É o melhor! “RICO” Sobrinho do conhecido pianista Bené Nunes, Antônio Maria, de Armando Amorim - Memórias

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apelido “Rico”, era o calendário vivo da turma. Sabido como excepcional, bastávamos perguntar em que dia da semana cairia qualquer data do ano, que de imediato respondia. Além disso, sabia a data de aniversário de todos da região. ROBERTA I Minha afilhada fofíssima e inteligente filha dos cunhados Ghesa e Billy. É uma miudinha sensacional. Acaba de se formar em medicina e agora é a Dra. Roberta. Já falei como ela é em outra parte deste livro. Mas repito para reafirmar, que é especialíssima super esperta, linda, educadíssima e muitos outros predicados. E dançando, sabe dizer no pé. Eu já ví. ROBERTA II Filha da mana Regina e de Ronaldo, a sobrinha Beta podia ser modelo das passarelas, mas, cobra nos estudos, se formou engenheira, especialista em solos. Vai longe, a lindeza... Durante um tempo andou construindo represa na República Dominicana. Essa vai ser destaque na profissão. ROBERTO BOENTE Um das boas companhias nas chegadas de Teresópolis, Saquarema e outros cantos. Leva muito jeito para pintar, mas não quer entrar nessa. É primo de Suely e Toninho, gente boa da turminha da rua, mas só ficamos sabendo, anos mais tarde. Eu, com a dupla Roberto e Paulão, passamos momentos divertidos em grande “quilometragem” de papo e zoando por aí. Onde anda você? Precisamos nos ver! Por enquanto está valendo o Face e, apesar dos anos que não lhe via, parece que nada mudou. Continua igualzinho. Quero a receita. ROBERTO DIMITRIUS Algum anjo deve ter se perdido na imensidão dos céus e o responsável por novas contratações convocou o meu querido sobrinho Beto, para a vaga. Enquanto andou nesse planetinha foi querido por todos, pela permanente solidariedade, pela espontânea bondade e pelo sorriso constante. Por onde anda 656 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


agora, com certeza continua sendo também muito querido. ROBERTO FERREIRA Durante muitos anos, Roberto Ferreira da Silva Pinto foi presidente da CCPL, cliente da AAP, por mais de duas décadas, tempo de grande progresso da Cooperativa Central. Conversas no dia-a-dia em assuntos da empresa transformou-se em amizade das boas. Engenheiro agrônomo e produtor de leite participaram ainda como vice-presidente da centenária SNA- Sociedade Nacional da Agricultura, e a presidência da Cooperativa de Crédito de Alfredo Chaves, além de presidente de honra da Cooperativa de Leite e outras instituições. De cliente, virou amigo do peito e não deixamos de nos ver. Certa vez, construindo bela residência em sua fazenda em Alfredo Chaves, ES, me convidou para uns palpites no projeto. E foi prazeroso criar recantos e espaços, que sem dúvida ele, a esposa Idalmara e os filhos Gustavo e Letícia estão agora curtindo. Vamos nos falando frequentemente, para a minha alegria. ROBERTO FIGUEIREDO Filho de Humberto e dona Arlete, Robertinho é meu amigo desde as calças curtas e mais tarde, na turma do sereno. No tempo de criança, formou dupla de escoteiro com Jonas e a gente invejava as indumentárias, cheias de badulaques. E era o mais bonitinho da turma. Com Lucili, nasceram-lhe os filhos Sonia Regina, psicóloga e Roberto Cláudio, o Bob, arquiteto e já é vovô de Maria Clara e Miguel. Numa Casa Cor criou um ambiente que fez muito sucesso e que chamou de Flashback Bar. É o dono da empresa Ouriço Arquitetura e Design e nela vai mostrando o seu talento. No segundo casamento, com a bonita e simpática Áurea, nasceu a filha Alessandra, que se formou em cirurgiã-dentista e é cobra em ortondentia. E o filho Mauro, engenheiro, mora nos states. Formado em Direito, Robertinho foi diretor da Auto-Modelo, nos bons tempos e depois entrou para o mercado de capitais, onde Armando Amorim - Memórias

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também se destacou. Vamos vendo o casal, para a nossa alegria, nos jantares da turma do sereno. ROBERTO ROMANELLI Durante anos foi presença diária na AAP e, algumas vezes, no sítio Alto da Glória, em Teresópolis. Fez parte da equipe dos que sonharam com o lançamento da revista Fato e Razão, que acabou não acontecendo. Jornalista dos bons, escritor e poeta, com mais de quatro mil poemas, foi correspondente no Itamaraty e no Ministério das Relações Interiores da Itália. Comandou também o stúdio fotográfico que montei em parceria com a fotógrafa Tânia Quaresma e gostava de colaborar em todas as áreas da AAP. Foi um dos nossos notáveis, que vibrava com as produções da Agência e era um empolgado em dela participar. Um dos meus parceiros da noite, nas andanças pela zona sul depois do expediente, Romanelli se destacava entre os que me incentivavam na arte. Dizia ele que se aposentaria com assinatura A. Amorim - que ficaria famosa e assim colecionava crayons que eu volta-e-meia rabiscava. Sei que ainda os guarda, mas lamento não lhe ter concretizado o sonho. Recentemente resolveu produzir assuntos bem diferentes do que exercera; andou produzindo joias e bijuterias de arte, tipo exportação, que são lindíssimas. Grande amigo o Romanelli, mas nos tratamos como irmãos, pois é assim que nos consideramos. E não podia ser diferente, pois Roberto é dessas pessoas que quase não existem mais, nesses tempos de correria. Dele recebo frequentemente cartas ou mensagens por e-mail, de textos que prepara ou quando, simplesmente lê alguma coisa interessante. E quase sempre são mensagens que nos enche a alma de coisas positivas. Para o filho Mandinho, quase diariamente o fazia gargalhar, passando mensagens divertidas. É amigo que preservo há mais de 50 anos, para o bem das minhas emoções. Peço a ele licença, para aqui reproduzir o recente recado que me enviou:

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“Por onde andamos nós,que raramente nos vemos e falamos? Vivemos engolidos pela pressa ou pela saga de tantos compromissos? Ó Deus, que maratona é essa? E será que tudo o que fazemos e que tanto nos tem separado, é tão importante assim? Assim, deixo um recado de saudade para você pensar e refletir: Sim, caro Armando, por mais que a vida corra e o mundo agite e gire, por favor, acredite: o nosso coração não muda de posição e nele você tem o seu lugar. E se tempo e a distância costumam nos arrastar, como se fossemos folhas de outono,que se separam pelo sopro do vento, nosso coração não muda de lugar. Sim, apesar dos anos passados, eu sou o mesmo, mais velho, mais desgastado, menos magro e elegante, mas o mesmo homem que conserva a sua mão estendida para os amigos, o peito aberto, o ombro compreensivo, e o pensamento alerta. Por isso você sabe e eu sei que, a qualquer hora, você pode me chamar. pois a nossa amizade permanece presente e viva. É que nosso coração não muda de lugar. Armando Amorim - Memórias

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Agora quem diz sou eu: ter amigos assim como o Romanelli, pode-se dizer que a vida vai valendo ser vivida. Sendo jornalista, escritor e poeta, estou sempre me deliciando com os seus geniais escritos. RODOLPHO Membro da turma da rua e presença que não podia faltar nas férias em Paquetá, pois era o nosso pescador oficial de siris. Um craque na tarefa. RODRIGO JOSÉ É conhecido melhor por “Digo”, filho da irmã de Gilda, a Jeanette e, entre os irmãos foi o que escolheu a carreira militar. É tenente. O sobrinho ainda não se casou, mas está de namoro firme com a psicóloga Bianca, a “Bia”. Estamos na torcida, aguardando o casório. ROGÉRIO/ SÔNIA O primo “Roger” foi fazer a vida nos states. E fez. Mas, antes de chegar lá, foi personagem hilariante, que adorava trocar alguma coisa, história que conto neste livro. Casado com a bonita e simpática Sônia, só podiam ter filhas lindas e especiais: Rebecca e Priscilla, quando crianças, craquíssimas na ginástica olímpica. Agora, Rebecca que já tem brevet está fazendo Engenharia e Priscilla, Administração. ROGERINHO (China)/HELEN Filhão dos cunhados José Gilvan e Rivanda, junto com os irmãos, criaram o bar “Caras & Caretas”, que se transformou em lugar de agito na Barra. Super sarado (sem anabolizante), poderia fazer sucesso nas passarelas. Mas diz que não é a sua praia. Era um dos mais paquerados do pedaço. As menininhas ficavam loucas com a sua chegada em qualquer lugar. Mas curtiu mesmo a bela Helen , uma simpatia de menina, com quem está casado. Estão curtindo agora o garotão Pedro. RONALD GABRIEL Da turma do Rio Comprido, era prazeroso o dia em que encon660 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


trava o Ronald. A conversa não podia acabar, pois era sempre inteligente e divertida. ROQUE Meu professor de matemática, no La-Fayette. Confesso que não tolerava essa matéria, mas acabei amigo do professor e muitas vezes fomos juntos, assistir jogos no Maracanã. Momento em que era proibido falar qualquer assunto de estudo, para a minha alegria. ROQUE/ MARIA Pais do Chicão, Marisa e Ruth. Como vizinhos e amigos desde criança, frequentava a sua casa como se fosse a minha. ROSA BORELLI (ver Moacyr/Rosa) ROSA NEPOMUCENO Jornalista de destaque na imprensa brasileira, repórter que foi de Manchete, O Globo, Isto é, e outros mais, Rosinha é também escritora de sucesso e, além do mais, cantora de bela e gostosa voz. Em 1999 escreveu o livro “Música Caipira da Roça ao Rodeio” (Editora 34) vencedor do Prêmio Clio 2000, da Academia Paulista de História. E, recentemente, “O Jardim de D. João”. Era uma presença constante na AAP, com seus papos inteligentes, seu sorriso contagiante e, por isso, sempre bem-chegada e esperada. E, como se isso não bastasse, um colírio para os nossos olhos. Papo gostoso e proveitoso, sempre me deu prazer as conversinhas, pois ia me aproveitando da sua inteligência pra saber das coisas que estão bem acima das gaivotas. Amante de plantas e flores, durante certo tempo organizou a natureza, criando belos jardins em sua empresa de paisagismo. Rosinha é mãe da super-linda Maria, artista plástica e interessada em cinema que, recentemente, lhe deu a netinha Sofia. Agora, Rosa Nepomuceno anda metendo as mãos em ervas aromáticas, no mundo das especiarias e passou a ser mestra do assunto. Basta ler os livros “Viagem ao Fabuloso Mundo das EspeArmando Amorim - Memórias

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ciarias” e “O Brasil na Rota das Especiarias. (JOSÉ OLYMPIO), para se ter certeza. É, sem dúvida, a que mais entende do assunto no Brasil. Voltou assim às origens, lembrando-se de sua Botucatu, com quintal, horta e jardim e do tempo em que chegou ao Rio e conviveu com plantas e ervas em seu sítio de Nova Friburgo. Chegou a produzir uma linha de temperos artesanais, que transformavam qualquer prato em delícia de deuses. Hoje, é ainda colunista de Aromas da revista Claudia Cozinha e faz palestras sobre o assunto. Assistí uma delas, para ficar sabendo sobre aromas que ainda estão escondidos na floresta amazônica, dos cravos nativos do Rio de Janeiro, das baunilhas da Mata Atlântica e a riqueza de aromas e sabores que existe entre nós e ainda não percebida. Nesta mesma semana, influenciado por Rosa, ao chegar em meu sítio, bebi um chá de capim limão, colhido numa moita nascida perto da casa e que nunca havia provado. É delicioso! Com esses conhecimentos e predicados, fico a imaginar que bela e irresistível cozinheira a minha amiga daria! E a filha Maria, uma artista fantástica, criativa com instalações lindas de se ver. Criou uma arte bem diferente. ROSA SEABRA Esta é a filha mais velha de Osvaldo e Jurema. Foi o dengo da família e fazia a vovó Albertina vibrar. Depois de casada com Cesar, foi morar fora do Rio, em Fortaleza, e está por lá até hoje. A filha Tayane está se formando médica e Ian está morando nos Estados Unidos. ROSINHA Essa é a “Soizinha”, ex-secretária da mana Cely que virou membro da família, não só pelo tempo, mas pela simpatia permanente preparando gostosas iguarias. Agora está na casa dos sobrinhos Flavio e Flavia. Casal de sorte! ROSINHA DA DIPSIS Não há quem não se lembre da Rosinha “Sangue-de-boi” que morava em nosso chão. Inteligente, alegre e divertida, fazia misé662 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


rias nos patins, não havendo homem que imitasse as acrobacias que fazia. Menina que todos da turma-do-sereno reverenciavam o apelido, não de bom gosto colocado, era por seu desempenho nas rodinhas. ROSINHA/ALMEIDA Vizinhos simpáticos por muitos anos, o casal passou a fazer parte da família. Dona Rosinha virou “tia” de todos. RUBEN CÉSAR Homem de teatro que me fez criar cenário para duas peças: “Trilogia da Liberdade” e “Ganga Zumba”. Para a primeira construí o cenário com esculturas de arame farpado; na segunda, uma favela surrealista. Ele aceitou. Era um tanto doido. RUBENS LIMA Da turma do sereno e um dos empolgados pelo Roial, apesar de não praticar nenhum esporte. Mas foi o responsável pelos jornais do clube e seu fotógrafo oficial. Gente boníssima. RUDÁ IGUATEMI Amigo que não podia faltar nas madrugadas do Rio Comprido, o irmão de Chicão era um dos animadores do pedaço, com as suas permanentes gozações. Virou delegado de polícia, da “banda boa” RUTH/GERMANO Morena bonita da turminha mais velha casou-se com Germano Lyra, meu parceiro de sueca e por muitos anos diretor do Banco Central, quando o ministro da fazenda era o Delfim Neto. Foi depois, diretor do Nacional de Minas Gerais. São pais de uma turma boa: Edgar, Germana e Pedrinho. RUY PANEIRO Esse é irmão. Jornalista dos melhores do Rio atuou por muitos anos no JB. Resolveu também ser advogado. Foi o meu companheiro diário nas noitadas e nas “namorações”. Era tanto a nossa parecência, que um dia resolveu ser também “revisteiro” e editou Armando Amorim - Memórias

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muitas publicações. Para imitá-lo, passei a escrever artigos e reportagens, mas claro, sem o seu brilho. Aí ele foi à forra e começou a pintar. Assim, Ruy Silveirinha Paneiro foi sendo colega nos fazeres e amigo diário de muitas andanças por esse Rio e fora dele. Contabilizamos muito papo nas madrugadas, o que me fez saber de sua inteligência, de suas ironias e até das boas molecagens. Adorava esmerilhar o meu MG e depois o Oldsmobile, mas, andar ao seu lado, correndo mais do que o Senna, só com Lorax. Hoje, anda rindo à toa, pois o primeiro filhão nasceu: Ruy Eduardo, um bitelão, que aos dois meses, dizia ele, “faz muitas gracinhas e quer falar.” E a responsável por essa alegria, Fernanda, ainda não conheci. Na certa ele não quer me apresentá-la, com medo que revele quem realmente é. Milagre existe! Conheci Fernanda! Moça linda e muito simpática. Ruy vai ter que explicar como conseguiu, pois com certeza usou de todos os artifícios válidos e outros proibidos. Além dela, pude comprovar a vivacidade de Ruyzinho, gente miúda espertíssima. Não poderia deixar de me aproveitar do seu jeito gostoso de contar as coisas e transcrevo uma de suas reportagens publicada no Jornal do Brasil, em novembro de 1971, sobre as consequências da construção do elevado da Paulo de Frontin, avenida em que situava a sua bela residência. Assim, vai enriquecer as minhas contações sobre o bairro do Rio Comprido. Sob o título INTERDIÇÃO – HISTÓRIA DE UMA RUA QUE PERDEU A PAZ, diz ele: “Se foi duro aguentar a poeira e o barulho das obras, muito pior foi assistir à transformação da Avenida Paulo de Frontin em pista de alta velocidade”. Afinal todos os moradores estavam acostumados com a tranquilidade. Agora, porém, vem o mais difícil: perder o medo de passar debaixo do elevado. Antes da obra, peladas na rua. Durante a obra, poeira, barulho, caminhões cheios de terra espalhando sujeira, serras elétricas à noite. Depois, o tráfego enorme, a proximidade da Zona Sul. Os acidentes, a tranqüilidade cada vez mais distante. Hoje, a dúvida: o elevado aguentará? Da tranqüilidade ao medo, a vida é cada vez pior na Paulo de Frontin. Flores e paz 664 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Até 1966, a Avenida Paulo de Frontin era a tranqüilidade total. Sobretudo na parte final, acima da Praça Condessa Paulo de Frontin – ou Largo do Rio Comprido, como preferem os moradores. Ali, só ia quem morava. Um carro, uma vez ou outra. Muito raramente um caminhão. Dava para se jogar bola no meio da rua, e a garotada jogava o dia todo. Os campinhos da pelada ficavam em frente ao Seminário de São José e em frente ao prédio de um hospital abandonado, que foi concluído e transformado no Centro de Processamento do Banco Nacional de Minas Gerais. A rua, de tão calma, era uma espécie de segundo quintal, onde também se pulava carniça, se brincava de bandeira ou se andava em carrinho de rolimã. Todo mundo se conhecia. A Paulo de Frontin parecia uma alameda particular, enfeitada de flamboyants em toda a extensão. Flamboyants vermelhos e amarelos, plantados alternadamente. E que foram derrubados para construção do elevado. Eram ao todo 212 árvores. Coloridas e amadas. Isso tudo, até as enchentes de 66. Aí começou a segunda fase da rua, prenúncio da pior. Poeira em tudo Com as enchentes de 66, foi preciso abrir uma vala no meio da pista de subida da avenida, para dar espaçamento às águas. Os bueiros estavam entupidos e foi a única forma de conduzir a água, diretamente para o canal. Depois da enchente, a vala ficou. E todo o transito passou a ser feito por uma única pista – a de descida. Nessa ocasião o Túnel Rebouças estava sendo concluído e os caminhões desciam a Paulo de Frontin, carregados de terra, uns atrás dos outros. Sem parar. Dia e noite. Barulho e poeira. Terra que subia da pavimentação e ia sujar até os apartamentos mais altos. Já não dava para se jogar bola na rua.. Nem pular carniça ou andar de bicicleta. Falava-se num elevado, mas não havia certeza de nada. Ninguém sabia dos planos do DER. Só se podia constatar os resultados de uma obra: a do Túnel Rebouças. E no fundo todos esperavam o dia de serem vizinhos da Lagoa Rodrigo de Freitas, de Copacabana. De toda a Zona Sul. A poeira, o barulho, quase não tinham importância. Armando Amorim - Memórias

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Um túnel, por dois Em 68, dezembro, a notícia: os 212 flamboyants coloridos que tornavam a avenida-canal Paulo de Frontin uma das ruas mais bonitas do Rio, estavam com os dias contados. O DER ia derrubar tudo para começar a construção do elevado Paulo de Frontin. Não houve quem não reclamasse. A depressão foi geral. Mas as árvores tinham que sair. O Rio Comprido precisava de pista maior para a ligação Norte-Sul-Norte via Rebouças. O Departamento de Parques prometeu aproveitar a maioria das árvores em outros locais da cidade e, embora isso não acontecesse porque quase todos os flamboyants eram velhos e morreram na retirada, deu para consolar os moradores. Num instante vieram as serras elétricas, Os caminhões virando concreto a noite inteira, as explosões para desmonte de pedreiras e os bate-estacas. De alameda colorida, a Paulo de Frontin começava a transformar-se em simples apoio para uma pista de concreto. Uma pista elevada e de alta velocidade. Free-way. Apenas um trecho da BR-101. Deixava de ter dois túneis formados pelas flores dos flamboyants para ter o Rebouças. Cada vez o pessoal da avenida custava mais a acostumar-se com as transformações. Um acidente por dia A Paulo de Frontin entrou na fase dos acidentes. Uma curva defronte ao número 753 causou perto de trinta batidas sérias e oito mortes até que o DER resolveu impedir a ultrapassagem, colocando cavaletes de madeira. As freadas e as batidas leves, porém, continuaram. Numa média de um acidente por dia, ao longo da Paulo de Frontin. Esta fase, bastante ruim, ainda continua, com incidência de batidas menor. A velocidade, que em média passou a ser de 70 km por hora nos períodos de menos tráfego, fez com que quase todo mundo esquecesse a tranqüilidade daquela rua um dia. Há cinco anos. Mas ainda assim, dava para acostumar. Agora, o medo. A pior fase mesmo é esta. Quem tem de passar debaixo do eleva666 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


do, tem medo. Se possível, não passa. Parcialmente interditada, a Paulo de Frontin é hoje uma rua quase deserta novamente. Só que sem a liberdade e a paz de 66. O elevado que vinha servindo até de guarda-chuva para quem saia de casa desprotegido, é agora olhado de longe e de lado. Quanto mais longe e mais de lado, melhor. Ainda mais depois que uma rádio divulgou “E atenção: ainda há perigo de desabamento”. Quem tem carro procura dirigir o mais perto da calçada externa, de forma a não ficar inteiramente sob o elevado. E quem anda a pé, procura o canto do passeio. O medo chegou e ficou. Os moradores mais antigos acham que vai demorar. Esse é o cara, meu amigo, meu irmão... Mais de 50 anos de amizade, que acabou, pois subiu mais cedo. Uma grande sacanagem que a gente não aceita, não entende...

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S SABRINA A sobrinha “Sassá” poderia ser atriz de sucesso. Predicados não faltam à “elétrica”. Isto porque, quando criancinha, parecia andar ligada à tomada, pois agitava. É uma das sobrinhas queridas, de jeito moleque e atraente, filha da mana Regina e de Ronaldo. Disseram-me que vai estudar também Comunicação. E, se não bastasse, além de inteligente é lindíssima. Andou morando em Londres, estudando e tornando mais bonita a cidade. Mas voltou ao Brasil, para a nossa alegria. Essa, é uma sobrinha talentosa e super especial. Abriu agora um site que vende coisas lindíssimas. Vou divulgá-lo. SALIM MILEIP/MARIA RAULA A esposa, não tive tempo de conhecê-la, mas dizem ter sido gente muito especial. Mas do Salim, aproveitei as contações de histórias de “Mil-e-uma-Noites”, que ele as viveu e que me faziam viajar pelo misterioso Oriente. Eram os pais da cunhada Selma e de uma turma das melhores: Soninha, Abraão, Ivan e Hélio. SALOCA (ver Maria Luíza/Saloca) SAMANTHA A minha afilhada querida, que conversa em vários idiomas e é cheia de cursos que andou fazendo por aí. Vive há bastante tempo nos states e está mostrando pros gringos, que nosso país tem gente mais inteligente do que eles possam pensar. Além de tudo, ainda ficam sabendo que a beleza das brasileiras, é imbatível. De grande simpatia, Samantha vai conquistando a todos, por onde anda e chega. É especialíssima. No momento vende aviões para o meu primo Rogério e obras de arte para o pai. É esperta também nessas tarefas. Volta-e-meia vinha ao Brasil para contar as novidades e, recentemente chegou para viver aqui um tempinho e ficar junto aos pais.

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Querida, minha benção. SAMBARILOVE (ver David Pinheiro) SÃO JOSÉ Nome de batismo ele tem, mas no Rio Comprido, bairro onde morava, ninguém sabia. Ele sempre foi o nosso São José, não só pela barba que apresentava, mas pela bondade de santo. Foi um dos companheiros de muitos papos pelas madrugadas nas reuniões no Largo. Não devia revelar aqui o seu nome, pois gostava do apelido. Mas, passados muitos anos, posso dizer que o nosso São José chama-se Roberto. SANDRA SEGABINAZE Esta é a nossa Sandrinha, uma “miudinha” que fazia sucesso na turma da antiga. Com seus 5 anos discutia com o pessoal, dava sugestão, além de ser uma gracinha de menina, muito lindinha. A irmã da Lenita então cresceu e virou a mãe de Daniele e Bruno e hoje é uma competente professora e supervisora pedagógica e vamos nos falando nos e-mails. Ofereceu para fazer a revisão dos textos desse livro e eu não lhe quis dar esse trabalho, razão de muitos erros que certamentente estão por aí. “SANSÃO” Na verdade José Barbosa, figura das melhores do Rio Comprido. Sem “pêlo” na parte de cima, o apelido era a gozação. Foi vendedor e dono dos negócios mais diferentes. Fez de tudo na vida. Cada encontro nosso, estava vindo de um novo lugar, que poderia ser de corte de madeira no Mato Grosso ou pescando badejo em alto mar. A última vez que lhe ví, estava sendo dono de um bar na São Francisco Xavier - nova experiência. Largou a freguesia e ficamos no papo até o bar fechar. Figura divertida e bom de conversa há algum tempo não sei do seu paradeiro. Mas tenho a certeza que vai aparecer, talvez dizendo que andou pelo Xingu, vendendo celular pra índio ou cama d’água no sertão nordestino. Dele, tudo é possível. SATURNINO BRAGA Quando prefeito do Rio fiz parte de seu governo, junto com Márcio Guimarães, numa das secretarias que ajudei a criar. Em muitas Armando Amorim - Memórias

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reuniões e papos, pude perceber o conteúdo de suas ações e propósitos, que se resumia em melhorar a situação dos mal comidos e mal morados. Havia nele uma vontade sincera de reverter a situação, investindo o que fosse possível em educação, saúde e canalizava esforços na criação do “governo-comunidade”, uma das melhores soluções que a nossa cidade já teve, para resolver seus problemas. Nada parecido com o prefeito Cesar Maia e nem com o atual, seu filhote, que quer dar “choque de ordem” em coisinhas sem importância e se esquece do essencial para a população de baixa renda: saúde, educação, etc. Ridículos e incapazes. Com Saturnino não havia concessões de qualquer natureza, para fazer o que não é certo e honesto. Não havia privilégios, conchavos e “arrumações”, como é comum nos políticos. Acabou por isso expulso do PDT, não recebeu apoio da câmara de vereadores e nem da mídia carioca. Sua esposa Eliane, durante o seu governo, desenvolveu um trabalho extraordinário no Serviço Social e estivemos juntos muitas vezes; é uma mulher notável. Como nunca foi adepto de “factóides” e chanchadas políticas demagógicas, Saturnino sempre apareceu pouco na mídia e nunca lhe deram a dimensão que merece. Para mim, um dos notáveis homens públicos que apareceram por aqui. SELMA Paquera do Paulo Martin, Selminha era na tribo da rua, uma das mais simpáticas. Formava dupla com a Marília Morena. E que dupla! SELMA II Secretária por muitos anos da AAP. Uma “sofredora” que atendia turma muito doida. Às vezes não aguentava e chorava. SELMA SALIM (ver Helio/Selma) SEBASTIÃO “DÃO” (ver Dão) SEBASTIÃO PIRES/ELSA Foi amizade iniciada em meu primeiro emprego (Cia. Fabio Bas670 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


tos) e continua até hoje, apesar de que agora resolveu viver em Pequeri, MG, longe da gente. Maridão de Elza, que é uma simpatia, são pais do engenheiro de alimentos João Aprígio, que está fazendo carreira de grande sucesso. O outro, Carlos Henrique, que é biomédico, vai no mesmo caminho. “Tião” e Elza são desses amigos que a gente gostava de que estivessem sempre por perto, mas “fugiram” para a paz do interior. SERGINHO Irmão de Eduardo “Tuca”, Serginho era uma das boas peças da patota do “Long River” e aprontava também na turma dos “Cometas”. SERGIO Técnico do Roial e gente pra lá de boa. Sabia comandar a rapaziada e vibrava com o nosso timaço. SÉRGIO/ALFEU Os gêmeos eram da turma menor, filhos de Helio Barroso Neto, conhecido homem do cinema e do som. Gravei em seu estúdio em Botafogo muitos comerciais da AAP. Sua esposa, D. Gladys era uma mulher alta, bonita e simpática e dirigia um carro conversível, o que não era comum na época. A filha era da turminha das meninas. SÉRGIO CINELLI Companheiro do La-Fayette e depois dele. Foi o maior festeiro do Rio de Janeiro e animação não lhe faltava. Ficaram famosas as suas festas no América, na Campos Salles. Andou pelo projeto Orla Rio e fazendo outras coisinhas. É dos bons. SÉRGIO CARUSO Personalidade inteligente do Rio Comprido e da turma do Divino, Serginho trazia sempre para o papo, temas complexos, difíceis para a “cachola” da rapaziada. Fazia parte da ala dos intelectuais, mas sempre guardava uma tirada espirituosa para animar o pedaço. Era divertido assistí-lo nas gozações, muitas vezes não Armando Amorim - Memórias

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sendo percebidas pelo interlocutor. Era fino o seu humor... Para a minha alegria, voltamos a nos encontrar recentemente, agora “senhores”, e não há como não recordar as estrepolias e sacanagens que se fazia na época do Divino. E, para a alegria de todos, continua o mesmo. Andou também em nosso pedaço, na pracinha, e foi o namoradinho da Nádia, menina bonita e simpática da turminha das meninas. E a boa pinta ajudava a paquerar a meninada e, ainda levava vantagem, quando pilotava a sua lambreta. No seu lado sério formou-se em Física, mas resolveu ser professor. E foi dos melhores, ensinando em universidades e por aí. Foi também coordenador do curso de Arquitetura da Gama Filho. Sendo o mais politizado da turma, desde moleque organizou movimentos e fez militância séria, chegando a assessor especial da presidência da república e do Ministério da Cultura e diretor geral na Câmara de Vereadores RJ. Hoje curte os filhões Tiago, economista, Felipe, jornalista e Gabriel, vestibulando. Vamos nos vendo nas reuniões mensais da turma do Divino e continua exatamente igual na cuca, nas gozações e reformado por dentro, pois recebeu fígado novo da prima. E continua também conhecedor e apreciador dos bons vinhos. Pode voltar a beber todos. SÉRGIO MARQUES Conhecido jornalista e colunista da Última Hora e outros jornais, promovia quase diariamente a minha pintura em sua coluna. Quando não havia assunto, inventava. Amigão. SÉRGIO MURILO Morando na parte de cima da Paulo de Frontin, fazia parte da grande turma do Rio Comprido. Gente boa, que cativava a todos, sempre era bem chegado nos papos que varavam a madrugada. Se não me engano, seu pai possuia fábrica de chapinhas na Rua da Estrela. Não tenho certeza.

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Formado em 1970 em arquitetura, logo foi fisgado por Ângela, que lhe presenteou com 3 filhos e foram morar em São José dos Campos, pois curtiam a calma das cidades do interior. Lá nasceram Alexandre, depois Raphael e, finalmente, a princesa Tatiana. Em 78 voltaram para o Rio e, em 1989 já dirigia a sua Modulor, de comércio e engenharia. Os filhos cresceram e foram lhe dando netos. Tatiana, com Bayard contribuiram com Giulia e Luisa. O mais velho, Alexandre, casado com Daniela, “forneceram” João Pedro, mas já está à caminho mais uma netinha. E, finalmente, Raphael com Carolina, lhe presentearam com o casal Sofia e Bernardo. O sétimo é o Nathan, na verdade filho de uma sobrinha que veio completar o curso de Oceanografia no Rio, casada com Ângelo e está morando em sua casa. Hoje a sua Modulor, Construtivos Modernos está sob a direção dos filhos Raphael, engenheiro civil e Tatiana, administradora de empresas. Mas Sérgio continua a dar uma mãozinha, quando necessário. E quem quiser construir uma casinha em 30 dias, ou outras coisinhas, pode contratar a Modulor que ela resolve. Para a nossa alegria, ele tem chegado aos encontros da velha turma do Divino, que sempre frequentou e era um dos seus destaques. SÉRGIO SILVA Esta é uma amizade das boas, “pescada” na CCPL, um dos clientes da AAP. Engenheiro mecânico que instalou fábricas e postos de recepção para a empresa, o “Serjão” entra aqui na categoria dos amigos inteligentes. De vez em quando nos encontramos e o papo rola por muitas horas, pois eu o estimulo a contar o que sabe, para assim, aprender. É amigo do peito o marido de Rosângela e pai do marqueteiro Mário Sérgio e de Élen, bióloga. Durante bom tempo resolveu viver vida mansa, em Friburgo, e produzia ali, hortaliças orgânicas. Depois foi administrador da fazenda Salto Pequeno em Passa Três/Rio Claro e, com certeza, fez as bichinhas produzirem muito mais leite, que é enviado para a Danone. Desse assunto, é mais que professor. Conhecedor de todos no setor, certa vez me levou na Fleischmann Royal, para fazer revista para o Leite Glória. E, durante 6 anos ela circulou, com muito sucesso, Armando Amorim - Memórias

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até a empresa ser vendida para a Parmalat, me fazendo ganhar um dinheirinho. Voltou a morar no Rio, aonde veio reorganizar o Jockey Clube. Mas agora está na Firjan, para atuar no setor leiteiro. Já marcamos encontro para colocar o papo em dia. SERRANO Contato da AAP e grande amigo, que divertia a todos na Agência. Como não possuia um dos dedos da mão, fazia disso uma brincadeira: encostava o “cotoco” no bolo do botequim, para espanto do português que reclamava: “Oh! gajo! estais com o dedo furando o meu bolo?! E ele então mostrava o dedo cortado rente, dizendo: só estou apontando e perguntando o preço...Era um grande gozador. SHEILA (ver Jorge Luiz/Sheila) SHIA KNOBEL Da turma do Rio Comprido. Jogou no Roial. Dizem que agora mora nos states e apronta por lá. SHULIPA Parecido com o personagem, Herbert “Shulipa” não morava no pedaço, mas como jogador do Roial acabou se enturmando. Seu fiador para a entrada na turma-do-sereno foi Aldo “Papel”. Como foi aprovado por ser esperto, ficou. SIDNEY MAGAL (ver Magal/Magali) SILVINHA Filha do “marinheiro” Murilo e de D. Hortência, pertencia à turma das meninas e agitava em todas as brincadeiras. Mãe de Maurício, tecladista do conjunto “Barão Vermelho”, era em sua casa que a turma se reunia para ensaiar. O pai de Maurício, Péricles de Barros, foi diretor de promoções do jornal O Globo. SILVIO TURNER Irmão mais novo do Arno e Mônica, e primo de Vitória, pertenciam 674 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


a turma mirim, mas às vezes se misturava à tribo mais velha, para aprender besteira. Hoje vive vida de “roça” em Vargem Grande, curtindo a natureza e paparicado por suas três belezas: Sílvia, Vanessa e Natalie. As novidades a gente ia colocando em dia, pelo telefone. Agora, Arno me disse que estão procurando um lugar para ele também em Itaipava, onde já mora e também a mana. A família Turner vai se juntar. SÍLVIO /RUY Os irmãos, na época, eram os galãs do Rio Comprido; mas a irmã Celina era de fechar o comércio. Uma parada! Boa pinta, arquiteto de interiores, hoje chamado de decorador, Ruy era o mais bem vestido do nosso pedaço. SÍLVIO SANTA ROSA Sobrinho do conhecido pintor Santa Rosa, um dos meus preferidos. Marido da simpática Nelma, Sílvio trabalhou em minha empresa Mercadus e depois fundou a sua. Hoje, juntos, estamos criando alguns projetos para a cidade do Rio de Janeiro, e outras coisinhas. Tem sido um dos melhores vendedores que conheci. Portanto, meu amigo, estou esperando fechar o primeiro negócio e já vou gastar por conta. E você será o responsável! Vamos trabalhar! SÍLVIO SAMPAIO Pintor dos bons, morando no Rio Comprido, foi o autor de várias fachadas de motéis do Rio, esculpindo motivos astecas em cimento. Muitos devem lembrar delas. SILVINO NETO Humorista famoso na época do Rádio, conhecido por “Pimpinela”, foi morador ilustre do Rio Comprido. Seu filho é o também humorista Paulo Silvino e para quem não sabe o cantor Dickson Savana, com bela voz, por sinal. O pai Silvino, diziam que cuspia para o alto e aparava no bolso, onde estava o lenço. Nunca ví. SINO Pintor de muita precisão e criatividade. Está produzindo belos trabalhos e vai se destacar no cenário. Armando Amorim - Memórias

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“SIRINHA” Amigão do peito, do morro 117, bom de bola e muito especial. No tempo em que se podia subir em qualquer morro, circulamos por eles e quase sempre para jogar animadas peladas no campo da Light e outros por aí. É um cara muito legal. SÔNIA RAMALHO Amiga dos Albuquerque Salles desde criancinha, gente alegre e simpática, o que faz a sua presença sempre agradável. Nos seus tempos de 60 anos fez uma festa inesquecível no Clube Marina, na Barra, em que não faltaram discursos, performances e muito riso. Nela, mais um atributo naquele dia percebi: é showgirl das boas. Também uma das animadoras do chalé de Paulo e Coó, não podia faltar aos agitos. No mais recente alí, apresentou-se como a noiva na festa de São João e, com muita farra e gozação, foi “casada” com o nosso Chiquinho, pelo “padre” Sidney Magal. Sabendo-se de sua performance, prometi e vou criar, uma peça teatral, evidentemente uma comédia, e ela será a personagem principal. Não confunda, pois não quero dizer que você é uma palhaça. Mas que parece, parece... SÔNIA MILEIP Irmã da cunhada Selma, Soninha veio também de São Vicente de Minas, cidade mágica que só produz gente das melhores. Encantadora, Soninha é mãe de um casal maravilhoso: Cristina, a Kity e André, o Deca. A Kity, casadinha com Mário, homem dos imóveis, está morando nos states e lá nasceram os lindos filhotes Eric e Yuri. E mais recentemente a Ella, menina linda. Deca, por enquanto no namoro e, por sinal, sabe escolher a parceira, que conheci e é uma beleza. Em tempo, Deca e Lillian casaram-se e torço para serem felizes. Merecem. A tristeza recente ficou por conta de Soninha, que papai do céu arrumou alguma coisa pra ela fazer lá em cima. Esqueci-me de falar de Sinésio, pois não há quem dele não gostasse, pois era muito especial. SUELY BOENTE Um dos dengos da turma da Dipsis. Era a própria simpatia ves676 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


tida de menina e, pela beleza, uma alegria para os nossos olhos. Além disso, cativava a todos pelo papo inteligente e seu jeitinho de falar baixinho e dengoso. Não sei se por trabalhar muitos anos na Socila, criou um jeito de andar todo seu, pisando como estivesse numa passarela de nuvens. Como se dizia na antiga era cheia de “it”. No mais, foi professora e hoje é a mamãe charmosa de Anna Clara. E continua uma beleza, fato constatado por todos, quando esteve em minha última exposição. SUZANA I Irmã do “Paizão” e nossa amiga, sempre alegrou nas andanças no sítio Alto da Glória, em Teresópolis. Casou-se com Paulo Garrido, e mudaram-se para Brasília. Não perdoamos. São pais de Rennan. SUZANA II Foi secretária na AAP e acabou engenheira agrícola. No momento, cultiva cogumelos Shiitake no sítio em Atibaia, além de implantar sistemas do cultivo em outras propriedades no país. Já virou “Rainha dos Cogumelos”, pois é uma das que conhecem mais esse assunto no país e o negócio vai de vento em popa. Fez o curso com louvor na Universidade de Viçosa e mora em Atibaia. É uma beleza que encanta a todos, a filha de Zé Duarte. SUZIE HETCH Americana do Norte que serviu no Peaces Corps de seu governo e, além de morar na casa dos Seabras, viveu por certo tempo no morro do Salgueiro. Especialíssima amiga. Recentemente, depois de trinta anos sem nos vermos, esteve em minha casa com a Moema, para o meu espanto e alegria. Chegou dos states para um bate-papo de várias horas, onde transbodaram as emoções. Continua a mesma, no sorriso alegre e na solidariedade, cuidando na terra americana dos meninos infratores e outras “ajudações” ao próximo. Recordamos em horas, os bons anos de companheirismo. Valeu Suann, minha amiga Suzie. SUZY Esta é a Suzette, mãe do esperto Bel, o Gabriel. Armando Amorim - Memórias

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Assistente de Gilda nos primeiros momentos da confecção de roupas iniciou ali o seu aprendizado. Virou amiga da família. Há tempos foi morar em terras espanholas, em Las Palmas, na ilha Gran Canarias (um luxo!), onde se casou e está vivendo uma merecida boa vida. Volta-e-meia “bate-um-fio”, contando as boas novidades, para a nossa alegria. O último durou duas horas de papo com Gilda. Em tempo, recentemente chegou das terras espanholas, e foi uma alegria os papos que vararam a madrugada. Muitas contações divertidas de boas lembranças. E veio carregada de presentes para toda a família. Eu fui presenteado com um estojo sensacional de pintura e já o transformei em diversas telas. Só lamentamos a sua volta rápida para a Espanha, pois é gente especial que adotamos na família. E sua presença, anima e contagia qualquer ambiente. Aguardamos a sua volta. Que seja breve! Em tempo, acabamos de receber as fotos de seu casamento, agora valendo anel no dedo, e que pelas imagens da cerimônia, estavam todos vibrando. E nós aqui vibramos também.

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T TÂNIA Secretária da AAP e detentora de calma e tranquilidade em excesso, necessárias para aturar a moçada da Agência. Super eficiente e grande na simpatia. TÂNIA QUARESMA Jornalista, cineasta, poeta, fotógrafa e mais algumas habilidades, executando todas elas com genialidade. Nas coisas do espírito, é zen, é a monja Junko, que promove retiros mensais na chácara onde mora e onde está instalado também o seu estúdio Caminho do Meio, em sociedade com Malu. Assim é Tânia, excelente em qualquer dos assuntos em que transita. Nos tempos de antanho, foi membro da turma de fim-de-noite na AAP, nos papos das madrugadas e, juntos, chegamos a montar um estúdio fotográfico, com apoio do pai Miranda. Certo dia resolve ir para a Alemanha, sem dinheiro, sem falar o idioma, e fui confirmar no Cais do Porto, ela subir no desconfortável cargueiro, segurando uma maleta com meia dúzia de roupas. Parecia que não levava nada, mas na cachola havia muito mais do que se podia imaginar. Para encurtar, em pouco tempo já recebia lá, prêmio como cineasta. Aqui, nesse ofício, fez e faz filmes notáveis, como “Nordeste: Cordel, Repente, Canção”, considerado o melhor filme sobre cultura popular do país, e que fez despontar artistas do nordeste, como Zé Ramalho, muitos outros. Trabalhando com o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua e sempre com olhos voltados contra as desigualdades sociais e outros sofrimentos, produziu excelentes filmes, como o documentário de Josué de Castro-“Por um Mundo sem Fome”, “Crianças Abandonadas”, e diversos outros foram se destacando, como o documentário sobre Paulo Freire, “Educar para Transformar”, “Trindade”, “Som de Cristais”, “Os Pioneiros”, “Pé de Moleque” e a lista, enorme. Agora está para produzir um documentário sobre João Cândido, o negro que chefiou a Revolta dos Marinheiros. Para fazer tantas e notáveis produções, a sua receita é infalível. E Armando Amorim - Memórias

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eu conto: acorda as 5 e pouco da manhã, faz o seu zazen, que é uma meditação; come coisinhas saudáveis no desjejum em companhia de passarinhos e depois vai conversar com árvores e flores, para então tomar banho de rio. As 9 ou 10 horas está em sua moderna ilha de edição e, como não poderia deixar de ser, produzindo coisas notáveis para os nossos olhos e a nossa sensibilidade. Além das inúmeras realizações, uma que se destacava em tempos idos, era o filhote Alexandre, que transitava pela AAP, com seu jeito belo e moleque. Hoje, casado com Christina, virou restaurateur e está em Brasília, no Armazem Nacional, mix de bar, padaria, delicatessen e restaurante, preparando comidinhas deliciosas. Recentemente apelei para Tania ajudar o meu afilhado Bruno, fotógrafo que queria aprender cinema. Ela prontamente atendeu e mais, lhe arrumou um quarto na chácara onde mora. Eu e ele estamos super agradecidos pela atenção. Filha notável de Miranda e Zilá, vivendo nos arredores de Brasília, continua distribuido emoções e querendo, como sempre, um mundo melhor para todos. Uma amiga querida e vitoriosa. TARIK DE SOUZA É o mais importante crítico e conhecedor de música do país, o meu amigo Tarik. Em novembro de 1974 lançou a “Revista do Rock”, Históriia e Glória, e convocou a Armando Amorim Publicidade para a parceria. Nela participavam Ana Maria Bahiana, Ezequiel Neves, Okky de Souza, Chico Caruso e outros expoentes, como o correspondente nos states: Henfil. Fez grande sucesso como revista alternativa, mas sofreu o mesmo mal do Pasquim, a falta de apoio publicitário. É considerada até hoje, como a mais importante revista sobre Rock lançada no país. É só colocar seu nome na Internet para aparecer sites e blogs e até leilão das antigas edições. Com artigos memoráveis no Jornal do Brasil e outras mídias, Tarik é quem mais entende de música no Brasil, seja ela qual for. Escreveu para inúmeros veículos do país, como Veja, Isto é, Estadão, Folha de São Paulo, Vogue e muitos outros e apresen680 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


tou diversos programas em rádios e por aí. Entre suas obras se destacam “Tem mais Samba”, “Rostos e Gostos da MPB”, “Som nosso de cada dia” e “Autopsia de Corpo Vivo”. Recentemente foi coordenador da parceria da Editora 34 e o Grupo Pão de Açucar, quando se editou uma série de livros sobre a MPB. Para conhecer seus ensaios e se deliciar, basta entrar em mais de 2.000 páginas de qualquer provedor. Além dessa relação com a música, Tarik é desses papos que não se pode deixar de estar perto, para se ouvir coisas inteligentes e aproveitáveis para a cachola. TECA Essa foi uma companheira carinhosa e gostava de chamego. Entre os da família é a que menos incomodava e a única que não pedia dinheiro. Seu pequeno e único defeito era latir um pouco alto. TERÊNCIO Com nome de remédio, era um garotão da turma menor, sempre divertido e que “penetrava” também na maior. Gente boa o Terêncio. Se não curar, procure atendimento médico. TERESA CRISTINA Prima de Rogério, Lúcia e nossa também, Teresa Cristina são daquelas em que transborda simpatia. Cobra na costura andou trabalhando com Gilda no Centro de Moda da Estácio. É mãe da lindeza Andressa. TEREZA BORELLI (ver Andréa/Tereza) TEREZONA Da turma da rua e muito amiga das manas mais novas, Regina e Luiza. Uma simpatia, onde transbordava a educação. Não a vemos há muito tempo; mas me informaram que hoje é juíza. TERRA/ TERRINHA Ambos da turma do Divino. Um batizado de Celso e outro, de Carlos. Terrinha possuía, não só lojinha de moda na Rua HadoArmando Amorim - Memórias

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ck Lobo, mas cavalo no Jockey. Dizem que certa vez inscreveu o mesmo cavalo, com dois nomes diferentes, para correr em dois páreos no mesmo dia. Na primeira corrida, o nome do cavalo castanho claro era o seu próprio. No último páreo da tarde, apareceu o mesmo, mas com outro nome e marrom: tinha sido pintado por Terrinha. Isto é o que contam, mas não confirmo, pois vindo a informação do pessoal do Divino, é bem provável que seja gozação. Hoje, Carlos Terra vive em Rondônia e Celso Terra em Búzios, onde possui famosa empresa que vende imóveis. Voltamos a nos ver, em reuniões da turma do Divino. TIÃO “CARNICEIRO” Do morro 71. Um “armário” pela altura e largura, além da força e disposição. Mas era uma dama no trato com todos. Só o ví brabo uma vez, quando enfrentou sozinho um bloco inteiro de carnaval, no largo do Rio Comprido. Alí virou fera. TIÃO “POMBA” Sujeito divertido, do morro 71. Criava frases com bichos que ficaram famosas. Dele, aqui no livro, apresento uma contação divertida. “TIM-TIM” Irmão de Augusto “Crioulo” e Tuninho, ambos morando no morro 71, era conhecido pelas frases espirituosas, carregadas da boa malandragem. Os três, ótimos na pernada e meus amigos do peito. ”Tim-Tim” mudou-se depois para o Salgueiro e casou-se com Uda, filha do Casimiro Calça Larga, o grande comandante da escola de samba Salgueiro, cuja quadra leva o seu nome. TIM MAIA Sebastião Rodrigues Maia, o nosso cantor/compositor que se foi, era presença constante na turma do Divino. Bastava escutar uma voz alta, rápida e grandes risadas, que já se sabia que estava no pedaço. Agitava. Nasceu na Rua Afonso Pena e possuía uma penca de irmãos. 682 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Acho que12. No seu início, na Igreja dos Capuchinhos, época do Frei Cassiano, fundou o conjunto “Tijucanos do Rítmo”. Depois se juntou com Erasmo e Roberto Carlos, Arlênio, Wellington no “Sputiniks” apresentando-se no salão paroquial, mas logo se desentenderam. Mais tarde passou uns tempos nos states, mas os de lá não o receberam bem, pois fez estrepolias e o fizeram voltar. Quando menino, seu Altivo e D. Maria, seus pais, donos de uma pensão, tiveram muito trabalho com o “moleque”, que adorava largar as marmitas na rua, para jogar pelada. Mas bastava chamá-lo de Tião “Marmiteiro”, para escutar: “é a puta que pariu”. Em outras, sempre tirava um pouquinho de cada marmita para matar a sua gula. Pode? Tornou-se um dos mais importantes cantores do país. Fantástico. TOM DA BAHIA Filho de dona Didi, Tom da Baia fez muito sucesso no país com a dupla Tom & Dito. Maestro, arranjador, compositor e cantor, Tom é craque em fazer amigos. A sorte foi minha em lhe conhecer, pois mais do que amigo, se tornou um irmão. Além disso, nos tornamos parceiros em mais de quatro dezenas de músicas e brevemente lançaremos um CD. Também um musical infantil onde vamos colocar animação para apresentá-lo no Yotube. O filhão João Gabriel, produção também da simpática Carmem que é gente sensacional, psicóloga de imensos gestos solidários. No casamento do Mandinho e Rachel, João Gabriel esteve lá e pude constatar que virou um garotão lindo. De outra produção, Tom deu mais dois netos para D.Didi, os gêmeos Cai e Taiane, de lindos olhos verdes e já chegaram a maioridade.. TUNECA Cadeira cativa na turma-do-sereno, o Antônio Afonso foi o maior “pé-de-valsa” da região. Dançava pra caramba. Um craque. Quando entrava no salão, todos paravam para ver o show. Estava morando em Governador Valadares, mas faz muito tempo e não temos notícias dele.

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TUNINHO I De tanto sair na porrada com ele e sua turminha de Ipanema, na época das desavenças entre o pessoal zona norte/zona sul, acabou meu amigo e parceiro de muitas peladas. No início, eles não admitiam que um cidadão zona norte, namorasse uma ipanemense, o que eu fazia com Solange Regina, que morava na San Martin. Quando Tuninho fundou empresa de material de surf me convocou para a programação visual e cheguei a criar alguns desenhos para as pranchas que vendia. E jogamos muitas peladas juntos. TUNINHO II Esse é o Antonio Carlos, craque de bola do Roial e que “largou” o futebol, para assumir a direção da mega internacional Papel Pirahy, de um grupo inglês. Antes, andou por Portugal, onde lá criou as Listas Telefônicas Portuguesas. É gente competente. TUNINHO III Basta dizer que se trata do Tuninho “Mecânico”, para todos no Rio Comprido saber quem é. Papo dos melhores, sua oficina na Rua do Bispo, mais se conversava do que se trabalhava. Gente especialíssima. TUNINHO BOENTE Hoje, é juiz de respeito. Na antiga, o irmão da Suely era um dos membros da turminha menor, mas se chegava também na maior. Garotão bacana, que na eleição já foi juiz eleitoral. TUNINHO BRITO Figura quase lendária do Rio Comprido, solteirão convicto e assim convivendo com as turmas de quatro gerações. Economista, chegando a professor de universidade, Tuninho gostava mesmo era de conversar, daí o apelido de “Segura a Goma”, ou “Papo Curto”. Isto porque, se alguém parasse para o papo, não haveria como sair fora. Se tentasse, ele segurava pelo braço, na camisa, pois tinha sempre mais alguma coisinha pra dizer. TUDE (ver Mário/ Tude) 684 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


“TREZENTOS RÉIS” Valia muito mais do que isso. Amigo do morro 71, compadre do Pedro Sabiá, era um super parrudo, com força descomunal, razão de nunca o ter visto saindo na porrada com ninguém. O pessoal tinha juízo. Seu papo sempre gozador divertia a moçada.

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U UMBERTO/ OSCARINA Professor catedrático e homem do saber geral, Umberto Montano era o “ouvidor” da “turma do sereno”. A esposa Oscarina, sempre ao lado, dava os retoques finais. O professor, figura elegante nos gestos e na estampa. Com voz que não gritava, ao contrário, calma, grave e bem articulada, com certa melodia, acalmava a quem lhe trazia seus problemas e angústias adolescentes. Como vivíamos a época de pais austeros, “seu” Montano era a nossa abertura e, com seus conhecimentos e erudição, apontava a solução para cada caso. Ajudou assim, a “educar” e dar rumos à turma do sereno. A mim, em particular, quando nos meus 16/17 anos levei a ele a primeira tela que pintei. Transbordou-se em elogios, o que me fez acreditar que era bom neste ofício, apesar de saber depois, que nem tanto. Mas foram os elogios, daquele que eu considerava referência de cultura, que me animou a pintar o segundo, o terceiro e continuar. Mesmo porque a cobrança era permanente, para que não parasse. Era o orientadoor da rapaziada. Canca, recentemente me contou que o primeiro livro que lera, D. Quixote, foi dado por ele, para incentivá-lo à leitura. Com a mesma sensibilidade que cultivava belas orquídeas, acabou também artista plástico, produzindo belos quadros que podem ser vistos na casa de seu filho Ramsay. Assim, com a esposa Oscarina, não menos especial, a turma do sereno teve, não só um guru, mas um casal de gurus. Tempos atrás estive nos 95 aninhos de Oscarina e pude rever também o sobrinho Umbertinho Cariello que andou frequentando a patota do sereno. Mas ela, recentemente, foi encontrar o maridão. Gente especial que nos deixa saudades.

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V VALDETE Conseguiu juntar beleza com simpatia e aí, era pra se admirar. No portão de seu prédio, na Rua do Bispo, gastamos muitas horas de bom papo. Possuía pai brabo! - seu único defeito. Hoje é dona de uma Ótica, pra combinar com o colírio que foi para os nossos olhos. Cadê você menina! VALDIR I Trabalhou na AAP e era o indispensável “faz tudo”. E o melhor: em cada tarefa solicitada, mesmo as mais difíceis ou penosas, eram recebidas com sorriso, pois alegrava-se em colaborar. Filho de Nair, gente boa, que foi babá da prima Lucinha e amiga da família, Valdir casou-se com Nilce e resolveram povoar esse mundo. Deles, nasceram Bruno, Denise, Magno, Maico, Waldeir, Geovanni, Daiana e Renan. E, apesar da idade, virou vovô. O filho Bruno casou-se com Alessandra e lhe deram os netos Ruan e Evelyn. E mais duas netinhas chegaram, a Bruna e Beatriz, com o casamento de fiha Denise com o Toni. Depois de trabalhar alguns anos como laboratorista de estúdio fotográfico, Valdir resolveu estudar eletricidade e fez curso até de pedreiro e pintor. Como gosta de aprender, agora está estudando sistemas mais complicados de eletricidade e eletrônica, para aplicação em aparelhos de segurança e outros mais. Hoje é craque em todos os assuntos em que se mete e quem precisar dessa mão-de-obra pode me telefonar, que lhe dou o recado. É um dos meus queridos amigos e gente especial. Vamos nos vendo por aí. VALDIR II Por ser diretor de marketing da CCPL e esta cliente da AAP, estivemos sempre juntos. Daí a amizade cresceu e virou companheiro de muitos “fazeres”. Valdir é por aqui, quem mais entende do leitinho que bebemos e sabe como ninguém, vendê-lo. VALÉRIA Minha sobrinha fisioterapeuta, mãe da lindeza Vitória e do garotão Bernardo. Morou muitos anos na serrana Teresópolis exerArmando Amorim - Memórias

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cendo a profissão, mas voltou para nosso convívio. Já virou vovó da linda Maria Eduarda, por obra do filhão Bernardo e de Juliane. A filhona Vitória parece que vai ser estilista de moda. VALÉRIA/ CARY Eu e Valéria somos padrinhos da encantadora Samantha, filha de Luiz e Hildinha. Valéria é dessas meninas muito especiais, inteligente e delicada. Super preparada, está envolvida em mil e uma atividades. Durante algum tempo morou nos states e foi, entre outras coisas, assistente jurídica de várias empresas. Hoje, morando na tranquila Poços de Caldas com o marido Cary, os dois, além de curtirem o filhão Dmitry, estão envolvidos com série de projetos com a USP e outras universidades e instituições, aqui e no exterior. Valéria faz parte da ASTM - American Society for Testing and Materials, uma entidade que é responsável pela regulamentação e padronização técnica de materiais, produtos, sistemas e serviços da indústriia americana. É também membro da Trustees of Reservation, uma entidade ligada a preservação ambiental. E vai ser minha parceira nos livrinhos que produzí sobre preservação do meio ambiente, para que circulem nos states. Preciso ganhar uns dolarzinhos... VALTER VICENTE/ ELSA Começou em função burocrática na AAP e se tornou um dos maiores publicitários do Rio. Super criativo e um pouco doido, acabou fundando anos depois e com sucesso, a sua Agência. Casado com Elsa, gente amiga e especial, e pai de uma turma especial, infelizmente foi “chamado” mais cedo, o que entristeceu todos nós. Com certeza está em algum bom lugar, dando idéias geniais e promovendo esse nosso fantástico universo. VALMIR AYALA Crítico de arte dos mais conhecidos foi meu parceiro em várias discussões e horas de discordâncias. Nunca chegamos a conclu688 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


sões partilhadas sobre arte. No mais, era um destacado intelectual brasileiro, poeta e escritor dos melhores. Cheguei, para ele, a editar a revista “Arte Contemporânea” em parceria com o crítico literário Sérgio Rosa. VANDERLEY/ TOTA Químico industrial, professor da UFRRJ e consultor de várias empresas multinacionais, Vanderley Passos foi com Rezende, meu sócio na indústria de perfumes “Casa di Piangelli”, desenvolvendo notáveis coleções. Vanderley é desses que anima qualquer papo, pela sabedoria e inteligência. Casado com a simpática Tota possui uma linda mocinha que tem nome e jeito de princesa: Priscila. Família muito especial, amiga e que adoramos encontrar. Em falar nisso, precisamos nos ver... VANUCCI (ver Augusto Cesar Vanucci) VANESSA Querida sobrinha que morou um pouco em nossa casa e o restante em nossos corações é gente espetacular, garotinha nota 10. Volta e meia sai pelo mundo, pois é uma abusada. E na volta, para agradar a minha gula, me presenteia com uma sacola de chocolates. Andou participando de um projeto espetacular, que apresenta o Bocó, que se for lançado vai fazer muito sucesso. Filha da mana Regina e de Ronaldo sabe preparar uma lasanha incrível que não existe! Pelo menos pra gente, pois nunca a provamos e nem o cheiro sentimos. Mas aguardamos. Ajudou a paginar este livro, pois é fera no computador. Em tempo, nos abandonou e foi para a França com o amigo Chico. E os e-mails e telefnemas vão chegando, contando as novidades. No momento, anda equilibrando bandejas em restaurante para ganhar uns eurozinhos. Mas está feliz nos novos ares. Aviso final: Voltou ao Brasil, para uma temporada, pois não estava aguentando o inverno naquelas bandas. E entre os presentinhos que trouxe, além do caviar do Zeca Pagodinho, me presenteou com um vidro de trufas, pois certa vez me escutou dizer que não morreria antes de prová-las. (Deve ter gasto as economias que lá juntou!). Vou, portanto, aguardar uma data especial, convocar os amigos para saborear a famosa e cara iguaria. Armando Amorim - Memórias

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Agora, depois de idas e vindas, para a nossa alegria, parece que vai ficar entre nós, pois está estudando para fazer concurso público. Além disso, está ensinando idiomas e outras matérias e fazendo exportações para a França e ganhando um dinheirinho. E, com certeza, voltará a ser nossa hóspede nos fins de semana. Como este livro tá demorando a sair, tenho que dizer que Vanessa agora se transformou em professora de matemática e está com uma penca de alunos. VASCO LOUREIRO Podia ser meu amigo, só por ter esse nome. Mas foi companheiro de todas as noitadas, de andar por aí e acabamos compadres e irmãos. Com vozeirão tipo Cid Moreira, poderia ter entrado nesse assunto; mas preferiu ser advogado, trabalhar no Felix Pacheco como datiloscopista e por muitos anos no SERPRO, onde se aposentou. Certa vez foi nomeado diretor do Felix Pacheco da Praça Mauá. No primeiro dia deu um rolé pelo espaço, vendo o pessoal trabalhando e contou uns 20. Fez então uma comunicação para uma reunião com todos no dia seguinte. Chegou cedo para a reunião, mas apareceram só uns 12. Perguntou então pelo resto do pessoal e disseram que eram só aqueles e soube então que os outros eram despachantes. Veio então a ordem: a partir de agora, qualquer despachante não passa do balcão! E todos os processos seriam atendidos pela ordem de chegada. (era o manjado atendimento que priorizava os que davam dinheirinho para o despachante e este para os funcionários e até o Diretor entrava na partilha). Conclusão: Vasco ficou Diretor por 3 dias. Foi exonerado... Encarnando o verdadeiro espírito carioca, divertido, irônico e gozador, não podia faltar em nenhum embalo. A comadre Regina, uma simpatia e gente pra lá de boa, paciência em pessoa, foi a escolha certa, para aturar o Loureiro em todas as suas façanhas. É uma santa! Faz tempo que fugiram do Rio e estão aproveitando as delícias de Teresópolis, com a bonita prole: Renan, biólogo, com mestrado em biologia molecular é um cobra nessa ciência complicada. É professor e pesquisador no assunto. Ralf, meu afilhado, fez engenharia de produção. Acho que está trabalhando em multinacional. Tá em boa companhia de Gabriela, que tenho visto no Face. É linda! Ralf é gêmeo da linda Rovena, fonaudióloga, que já tem a sua empresa no assunto e trabalha ainda na rede D`Or. 690 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


Uma beleza de mocinha! Como a amizade com o Vasco já contabilizou mais de meio século, muitas histórias há para se contar, nas andanças por esse Rio. Como a maioria não posso revelar, pois sempre foi “moleque”, “sem~vergonha” e não “vale nada” (posso dizer isso sim, pois o livro é meu!!!), escolhi uma divertida passagem, quando ele, nos fins de semana, realizava “casamentos”. Está neste livro. “VELHA” Na verdade, Mazinho, irmão de Berê. Amigo desde o tempo da bolinha de gude. Pela lerdeza, dava a impressão que estava com 80 anos; daí o apelido. VERA ARRUDA/TONINHO Quando chegavam à AAP, uma alegria. Sempre em animação e mostrando projetos criativos, a serem implantados nas praças públicas. Idealistas, estavam sempre pensando levar cultura e entretimento para a criançada. Recentemente soube que Toninho está morando em Sampa. Quando casou, Vera foi morar na Suécia, também andou pelos states, mas está agora no Rio, acho que em Itaipuaçu, curtindo os filhos e continuando com seus projetos, agora outros, pois como fonoaudióloga deseja correr todo o Brasil para melhorar a situação de quem sofre da dificuldade na leitura, a dislexia. É uma especialista nisso e vai conseguir. Mas nunca esqueceu o seu lado solidário e está sempre a postos para ajudar alguém ou alguma comunidade. VERA ASSAD Vera é dessas pessoas especiais, doce, amiga, difícil de não se gostar. Sempre de bom astral, no momento está mais feliz ainda, curtindo o netinho, filho de Marcela. VERA GILDA Sempre alegre e risonha, agitava na turminha das meninas. Muito bonitinha. Casada com Vicente, gente simpática que me foi apresentada em minha última exposição. Foi uma alegria revê-la.

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VERA Irmã de Chico “Zoio” e Vanda, Verinha era de total animação em qualquer brincadeira. Agitava, a filha do seu Albano, que é mamãe de Fábio e Flávio e os netos já chegaram. Ainda por cima foi a rainha do Roial! Gente que a gente gosta. VICENTE Irmão do Zezinho, Paulinho Fifi e dos outros, Vicente era figura diferente. Saía por aí fazendo discurso integralista, sem reparar que isso tinha terminado há muito tempo e até Plínio Salgado, no espaço onde anda, devia rir de sua empolgação. Agora é monarquista de carteirinha em Curitiba e quer que a gente tenha rei ou imperador. Vive na contramão, mas é muito inteligente e papo pra lá de interessante. Principalmente quando se quer rir. VILLELA /ZILDA O nosso amigo Zé Maria Villela, casado com Zilda, sobrinha de Getulio Vargas, foi o responsável por um casamento que se transformou numa das mais bonitas vida a dois. A do mano Helio e Selma. Foi ele que levou o Hélio a cidadezinha mineira, São Vicente de Minas, para passar uns dias na casa da avó. Abençoada idéia, pois nessa ida Helio conheceu Selma, que os lá de cima escolheram a dedo para ele. Grandes amigos, Villela e Helio estudaram juntos no Externato São José e acabaram sócios na empresa SARTE Engenharia. Além disso, moraram a vida inteira em um condomínio na Barra, no Itanhangá, um dos primeiros condomínios do país ou o primeiro. Experiência que dez amigos toparam fazer e que deu certo. VILMA Mais conhecida como “Vivi”, a sobrinha é psicóloga e professora. Filha de Marise e mana de Vavá, Mimi e Valéria, possui um jeito especial, gostoso e inteligente de discutir. Papo com ela é interessantíssimo, pois temos que usar a inteligência no gráu máximo, para compartilhar. Sabe das coisas, sabe de tudo. É especial! VINICIUS Na verdade Dr. Vinicius, amigo da família que, fez os partos de 692 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


meus filhos, dos sete do mano Helio e dos seis da mana Regina, colocando no mundo, boa parte da família. Com ele a conversa é mais do que divertida, principalmente com as pacientes. Nos partos de meus filhos, que assistí, inicia sério, com uma reza. Depois, é só piada e brincadeira para relaxar, o que nos faz parecer que ao tomar a palmadinha, em vez de chorar, a criança ri. Hoje, é também diácono, tratando também da alma. VITOR BARONE Gente especial da turma do Divino e por algum tempo, meu professor de judô. Foi dono de bela loja de decoração na Tijuca e teve mais alguns negocinhos. Depois virou revisteiro como eu e editou revista sobre autómóveis. No tempo em que entrei na decoração de interiores, muita figurinha trocamos e me ajudou a comprar muitos móveis. Inclusive, quando era necessário algum móvel “antigo”, ele sabia envelhecê-lo rapidamente. Inicialmente ele os enterrava e depois colocava alguns cupins para dar os furinhos. Mas era negócio sério, pois os clientes ficavam sabendo. Garanto. VOVÔ DAS BALAS Figura delicada e bondosa foi um querido personagem de nosso pedaço. General de muitas estrelas, com seus quase 90 anos descia a rua diariamente com passos lentos, mas firmes, e parava diante de toda criança. Aí, abria uma latinha e oferecia deliciosas balas. Não é preciso dizer que era a alegria da garotada e passou a ser conhecido pelo apelido merecido de “vovô das balas”. Mas, vovô de verdade era de Ana Maria, Diana e Beto Balaguer.

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W WAGNER Esse é o “Vavá”, filho da “vovó” Marise e padrinho de nossa filha Bianca. É cobra no jornalismo e já andou pelo mundo, em muitas aventuras. Em seu começo, foi redator na AAP. Para um papo com ele, a inteligência tem que ser muito usada. É bom nisso. Depois de uma temporada emprestando a sua cachola privilegiada à Petrobrás, andou também na alemã ThyssenKrupp, de siderurgia. Um craque. WALDEMAR/G ERDA Pais do Arno, Sílvio e Mônica, seu Waldemar Turner, estoniano de nascimento e D. Gerda, alemã. Desde criança frequentando a sua casa, filei muito lanchinho com sotaque germânico, o que adorava. Waldemar, dono da clicheria Esto, foi quem primeiro me ensinou este apêndice das artes gráficas, da qual era extraordinário mestre. Quando criança adorava vê-lo aos domingos, produzindo esculturas em madeira, que executava com muito jeito e arte. Mais tarde, passei a “babar” com seus desenhos a bico-de-pena. WASHINGTON/ SUELY Na verdade, é o conhecido Pastor Washington Alves de Souza, que Joel Vaz nos aproximou e nos tornamos amigos. Foi homem de negócios, quando dirigiu o grupo Paraibuna de Juiz de Fóra, o grupo Sílvio Santos e o Ponto Frio. Agora toca a empresa de pesca Perfeita Criação. Além de exercer o seu ministério religioso, ligado à Assembléia de Deus, é presidente da Associação Cristã de Pesquisa e Preservação do Meio Ambiente. O início da amizade estava relacionado as coleções de livrinhos que criei sobre meio ambiente, que ele deseja que seja adotado em todas as escolas do Estado. Mas nas chegadas em nossa casa e na sua, os papos passaram a ser prazerosos, não só quando conta histórias divertidas de sua longa vivência, mas também quando nos faz entender coisas da alma e de fé, pois esta, nele transborda. Faz bem a sua presença em nossa casa, pelo seu querer bem, suas contações, seu senso de humor e pelas orações que sempre ajudam. A esposa Suely, 694 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


não menos especial, transborda em simpatia e delicadeza. É um prazer encontrá-los. WASHINGTON RODRIGUES Estudou na minha turma do La-Fayette e foi a mais precoce escolha de profissão. Ainda menino, enfiava uma varinha numa caixa de fósforos ou numa laranja, imitando rádio transmissor da época, e irradiava as partidas de futebol, no pátio do colégio. Virou o famoso repórter “Apolinho” e foi o melhor comentarista esportivo do país. WILMA Mãe da menininha bonita Cida e de mais uma boa turma. É gente super especial e de simpatia total. WILSON I Irmão da cunhada Rivanda, Wilsom é quem movimenta hoje o condomínio Riviera. Diariamente vamos nos vendo e uma conversinha com ele é sempre estimulante. Gente muito boa e amiga. No momento está construindo e vibrando com a sua casinha em Praia Grande, Saquarema e quando nos vemos, conta cada detalhe que vai criando. Como mudamos agora, ficaram difíceis os encontros. WILSON II Vindo do Catumbi, foi o melhor ponta esquerda do Roial. Enturmou-se na patota e ficou. WILSON III Uma tonelada de alegria. Amante da pesca no mar, volta-e-meia me trazia alguns peixinhos que dizia ter pescado, num barquinho que alugava na Praça 15. Sempre duvidei, pois com seus 180 quilos, só de traineira reforçada. Gente boníssima, alegre e grande companheiro. De gráfico, passou a fabricar pães e doces árabes. Não faço fé que prospere, pois deve comer todos. WILSON “BORONATO” O vulgo desse ilustre personagem da turma-do-sereno ninguém soube explicar a razão. Até agora, a mais convincente foi a de Armando Amorim - Memórias

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alguém que disse que era por ter ele, cara de “boronato”. Pode uma coisa dessas? Mas era muito querido pela patota. Onde anda você? Apareça! WILSOM “CARAMELO” Na verdade, Wilsom Queiroz, mas conhecido mesmo por “Caramelo” foi o mais completo jogador de futebol que vi jogar, da qualidade de um Pelé, sem exagerar. Jogou um pouquinho no profissional e logo parou, apesar de continuar “secura” nas peladas. Trocou o futebol pela Tapeçaria Super, que o pai lhe presenteou. Jogamos juntos em vários clubes, muitas vezes chegando a disputar três partidas em um só dia, em times diferentes. Além de ser ótimo com os pés na bola, era craque também com as mãos, quando tocava o seu violino. Companheiro e amigo dos bons, por muitos anos. WILSOM “DA LIGHT” Morava numa vila de antigos funcionários da Light, que ficava na Rua do Bispo e foi amigo de muitas brincadeiras na infância e de muitas peladas na adolecência. Bom companheiro. WILSOM SANTANA Amigão dos papos no sereno, quando ia à cidade, seu ponto era a AAP, para continuar a conversa. Chamaram-no antes do que devia, para a nossa tristeza. Irmão da especialíssima Teresona. WISTON CHURCHILL/CANDICE Com nome de primeiro ministro, Churchill é amigo do peito e, entre nós há boa quilometragem de papo. Foi um dos responsáveis pelo sucesso da AAP e um de seus destaques, trazendo bons contratos para a empresa, ao mesmo tempo ajudando no que fosse necessário. Não há quem dele se esqueça. Marcou posição. Hoje vive em Porto Alegre, com a simpática gauchinha Candice. Deles nasceu gente bonita: Thiago, que deixou a engenharia para se transformar em cineasta e Thaila, advogada que acabou virando promoter e vai promovendo festas por lá. Vamos nos falando no facebook, nos e-mails e nas ligações, para o papo, que é sempre bom. Gente especial. 696 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


X XAVIER O amigo “Xaxá” por muito tempo apagou fogo. Agora, para esquecer a vida de bombeiro está aposentado, e com vida mansa na Barra. XIMANGO Morava no morro 117. Moleque pra lá de quizumbeiro, mas de simpatia enorme. Alegrava a turma-do-sereno.

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Y YAÇANÃ Yaçanã Martins, atriz de teatro e novelas, filha de Herivelto Martins e irmã do cunhado Billy, recebeu em sua casa, muitas vezes, com o marido Sergio, o meu filho Mandinho. E a mordomia deveria ser muito boa, pois bastava o tio Billy telefonar, que ele em segundos largava o que estava fazendo e se aprontava. Yaçanã foi também produtora da rádio MEC e, assim, contribuiu com as minhas emoções, me fazendo escutar a verdadeira música brasileira e outros programas notáveis. YOLANDINHA Irmã de Cidinho da turma da rua e lindeza de menina. Possuia um andar elegante e diferente e sua beleza enfeitava nosso pedaço.

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Z ZÉ AUGUSTO (ver Marisa/Zé Augusto) ZÉ CAVALCANTE Cinegrafista dos melhores do Rio, muitos comerciais de TV produzimos juntos, para os clientes da AAP. Um deles, o “Siliskid”, ficou registrado como notável não só pela empresa, como pelos organismos da propaganda. O Zé pela competência ajudava também na direção, pelo senso crítico e imensa criatividade. Recentemente o presidente da Smithkline na época Pedro Leitchinger, hoje presidente internacional da Pfizer, relembrando os bons tempos, me confidenciou que o filme Siliskid marcou época na empresa pela criatividade e produção. Mas, além deste, Zé Cavalcante produziu por aí centenas de filmes importantes. Na verdade, o melhor da parceria, eram os papos antes, durante e depois das filmagens e na casa do produtor Renato Nunes. Zé é especial, uma alegria os encontros. Morador de Santa Teresa, não há no lugar quem não o conheça, pois é bom de conversa e de fazer amigos. Agora o Zé está andando com Nair pelo mundo, curtindo a vida. Merecem. Vamos nos vendo por aí quando possível e em qualquer exposição ele está à postos para me presentear com filmagens e fotografias. Amigão. ZÉ CARLOS Da turma mais antiga do mano Helio, José Carlos Moreira Alves era seu parceiro de botão e de xadrez, bem antes de chegar a presidente do Superior Tribunal Federal, algumas vezes exercendo o cargo de presidente da República. ZÉ CARLOS II Conhecido como o “Filho do Prefeito”, pela história que conto neste livro. Hoje, dirige empresa de administração de imóveis. Garotão educado e gente boa, que participava da turma do sereno. ZÉ TRIM Molequinho esperto, vendedor de amendoim e meu amigo do peiArmando Amorim - Memórias

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to. Muitos papos tivemos nas madrugadas, nos jantares do Mab’s. A sua história, conto neste livro, ZECA/NADIR Na chamada do colégio, no Instituto La-Fayette, respondia por José Augusto Ferreira. Na patota, o nome era mesmo “Zeca Milharal” e outros. Foi companheiro de fé e de noitadas, rodando muito por esse Rio, no seu Vemag. Numa delas, ao pararmos na “Sapolândia” (Jardim Sulacap), pois havíamos acabado de entregar em casa, Martinha e Joana “Tico-tico”, fomos rendidos. Era a época da ditadura e aí Zeca se apavorou. Chegou um caminhão lotado de soldados que cercaram a Vemag e vimos muitas metralhadoras apontadas. No meio deles, surgiu um camarada de pijama, exigindo documentos. Tive que perguntar onde era a “guerra”, pois não tinha sido avisado. Dísse-me que era tenente, mas também lhe pedí os documentos, pois pela pinta eu também não acreditava. Depois de um bate-boca e certos risos dos soldados, foi-se embora, avisando que alí não poderíamos parar, pois era área militar. No dia seguinte, soube que foi pura cena de ciúmes, pois paquerava a Joana. Acabou recebendo bronca do pai da moça, que era brigadeiro. Bem feito! Zequinha sempre foi meu companheiro na época das provas parciais e finais, pois tínhamos que estudar tudo aquilo que não tínhamos estudado durante o ano. Eu, bem mais do que ele. Na hora do lazer, valia escutá-lo em seu piano, aprendido na época com Hamirton Vallim. Tocava e ainda toca gostosamente, de maneira que é só dele, tirando sons e ritmos que nos deliciam os ouvidos e a alma. É um craque. De tantas paqueras, acabou encontrando a simpática Nadir, uma super-especial, e casaram-se. Um encontro abençoado. Sorte dele. Nasceram então a Daniela, dentista, e Cristiano Augusto, bom de música e de desenho industrial. Com Zeca, o convívio foi sempre prazeroso e quase diário, pois trabalhávamos na cidade e eu ia ao final do expediente, à Casa Cruzeiro, de seu pai, na Visconde de Rio Branco, filar a carona. Foi um tempo bom e continua sendo, pois vamos nos vendo por aí, para a minha alegria. Até bem pouco tempo estavam morando em Teresópolis, perto do meu sitio; mas voltou.

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ZECA BRITO Bom de bola nas peladas noturnas na pracinha, Zeca era o gozador-mór em qualquer reunião. Além disso, poucos sabem que era um exímio violinista. ZECA “MACONHA” Apesar de nunca ter dado uma “puxadinha” e nem chegado perto da erva, o apelido pegou. Era um dos bons papos da turma-dosereno e divertia a todos. ZECA TOTÓ Este era da patota de Ipanema. Muito falador, certa vez foi a uma farmácia comprar “camisinha”, na época, chamada de “venus”. E todo animado, foi justificando a compra ao farmaceutico: “hoje vou ao aniversário de minha “mina” e, quem sabe se não vou ganhar um presente no final da festa”. Mas foi só chegar, se esconder e sair de fininho, pois o pai da namoradinha era o farmacêutico que lhe atendera. ZEZÉ “LOCUTORA” Na verdade, Maria José. Não há quem não conheça a voz, pois há mais de 30 anos aparece em off, dizendo bonito a maioria dos comerciais do rádio e TV. É a mais completa do ramo a minha querida amiga e os nossos comerciais sempre venderam mais por causa da sua privilegiada voz. Para a minha alegria, ainda vamos nos vendo. Ou quando não dá vale o e-mail. ZEZINHO/RIVANDA O primeiro homem a chegar à grande família dos Albuquerque Salles, foi José Gilvan, o “Zezinho”. Poderia ter sido humorista, pois atributos não lhe faltam. Mas preferiu, no início, ser vendedor de frios em empresa multinacional, pois o casamento veio cedo com dona Rivanda e precisava ganhar dinheirinho. Mesmo porque os filhos foram chegando em penca: Jorge Luiz, Claudinha, Marcelinho, Rogerinho e Marcinho. A mãezona Rivanda ficou no controle da filharada, marcando em cima. Quando algumas vezes foi preciso aumentar a receita, arregaçava as mangas e viraArmando Amorim - Memórias

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va vendedora de jóias, roupas e o que aparecesse. Uma guerreira. Zezinho, entre os irmãos de Gilda, é talvez, o que encontrou um modo alegre de viver. Mas certa vez foi convocado ao trabalho “duro”, quando criou na favela da Rocinha a Distribuidora de Bebidas Chalé, com o apoio do professor no assunto, o cunhado Paulo Murilo. Deve ter ganhado uma grana preta, pois passou a desfilar em carrões e morando muito bem. Viveu por longo tempo entre a Barra da Tijuca e Búzios, pois ninguém é de ferro. A única preocupação do Zé e também a grande curtição, são os cinco filhos. Inicialmente os três filhões mais novos, chamados nos “inhos”: Marcelinho, cracão de bola; Marcinho e Rogerinho, todos sarados, gente bonita para estar em qualquer novela. Durante certo tempo, a trinca criou o bar “Caras e Caretas”, que se tornou point da Barra. Um sucesso. O outro filho, Jorge Luiz, gente bem especial, está casadinho com a bela e talentosa Sheila e fizeram o nosso Zé virar vovô da bonita garotada: Daniel, o Dan e Leonardo, o Léo. Agora está entre nós. Finalmente, com tantos “homões”, haveria de ter alguém para dar o toque delicado em casa: Claudinha, mocinha prendada e alegre. E, ainda, a companhia de Wilsom - “páu-pra-toda-obra”. Em tempo, parece mentira, mas não é. Zezinho certa vez voltou a dar duro! E muito! Montou um restaurante na beira da praia, na Barra. Fui verificar e era “vero”. Mas logo fiquei sabendo também, que passou ele adiante, pois, naturalmente, acordar cedo e dormir tarde, não é algo bom para a saúde. ZEZINHO/MARLENE Vizinho e amigão desde a época da adolescência, o filho do general Edgar e dona Amália era um dos companheiros de todas as brincadeiras. Em plena juventude zoamos por aí e onde um estava o outro era presença certa. Quando meninos ficavam horas imaginando o que seríamos em adultos. As mais modestas pretenções nos tornaríamos milionários e ganharíamos o mundo.Um de seus sonhos em pilotar jatos, quase aconteceu, pois chegou a ser cadete da aeronáutica. Pelo meu lado, ser um arquiteto tipo Niemeyer, nem cheguei a me aventurar. Ele acabou nas coisas da 702 Memórias de Uma Pessoa Comum - Armando Amorim


engenharia da Telerj e eu fazendo algumas coisinhas variadas, de importância menor. Mas os sonhos valeram. Há um tempo estivemos juntos, numa de minhas exposições de pintura e recordamos alguns dos papos da antiga e fatos que passamos juntos. Estava ele animado pela vida que estava levando, apesar do sonho jovem desfeito. E rimos muito pelo dinheiro que deixamos de ganhar, nos projetos idealizados na adolescência. Pouco tempo depois, chega a notícia de que tinha virado anjo. Isso não tenho dúvida de que foi uma grande sacanagem do destino, pois merecia vida bem mais longa. O que se vai fazer... Sobrou a simpática esposa Marlene, gente especial e a filha Andréa, jornalista/radialista, assessora de comunicação e pra lá de inteligente. Muito parecida com Zezinho, o “Ziro” e a mãe. ZIZI BARTOLDI Essa é a Zeily, mineirinha linda de São Vicente de Minas, que transbordava simpatia. O papai era o homem dos laticínios e conhecedor profundo dos queijinhos e outros laticínios. Certa vez encontrei uma mocinha na escola de laticínios Candido Tostes, em Juiz de Fora, com sobrenome Bartoldi. Perguntei se conhecia a Zeily e a resposta: é a minha mãe...

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