ANO 1 • NÚMERO 6 • 2015 • R$10,00
ANO 1 • NÚMERO 6 • 2015 • R$10,00
HAJA FÔLEGO
ON-LINE Torcedores que encabeçam grandes portais de notícias do futebol
Revista Só Futebol
Estadual chega ao fim, hora de Brasilerão
PAIXÃO
O DONO
DA BOLA
Artilheiro e revelação do futebol paranaense, Rafhael Lucas fala sobre suas conquistas
O Santa Mônica tem o espaço ideal para o seu evento
~ Casamentos . Aniversários . Formaturas . Eventos Empresariais . Confraternizações SANTA MÔNICA CLUBE DE CAMPO BR 116 - km 6 - nº 5000 - Mauá - Colombo - PR
Marketing 3675-4266 l 3675-4268 www.santamonica.rec.br
EDITORIAL
A
edição 06 da Revista Só Futebol sai do forno em um momento de decisão. Com o final do Estadual, as equipes focam seus treinos e estratégias para ter destaque no Brasileirão. A Copa do Brasil também está presente nas páginas da revista, apresentando as mudanças da competição e a esperança dos times paranaenses em obter melhores resultados no ano de 2015. Rafhael Lucas, capa desta edição, conta sobre a sua trajetória e fala sobre as conquistas no Coritiba. Batemos um papo também com o preparador físico Carlinhos Neves sobre seu novo projeto na China. Demos a volta ao mundo em busca de jogadores pratas da casa que são destaques em times pouco conhecidos de diferentes países e encontramos, nos Estados Unidos, brasileiros que também fazem bonito no futebol americano. Ainda na terra do Tio Sam, um projeto inovador leva jovens atletas para lá, onde eles estudam em universidades americanas e mostram o bom futebol verde e amarelo. Nas próximas páginas, você ainda vai ler sobre a dificuldade dos jogadores em se recuperar, física e psicologicamente, de lesões, além de sites feitos por torcedores e para torcedores e a história de Riuler, que tem seus direitos econômicos divididos entre Coritiba e Atlético.
OLIK COMUNICAÇÃO R. Pamphylo D’Assumpção, 908 Rebouças | Curitiba – PR (41) 3209.3389 www.olikcomunicacao.com.br facebook.com/revistasofutebol
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO Fernanda Brun fernanda@olikcomunicacao.com.br
JORNALISTA RESPONSÁVEL Thais Vaurof – Mtb: 8270/PR thais@olikcomunicacao.com.br contato@olikcomunicacao.com.br
COLABORADORES Bruno Rolim, Mahani Siqueira, Priciane Crocetti, Ricardo Galeb, Sandoval Matheus, Thaisa Meraki
REVISÃO Thalita Uba (Lumos Traduções)
PROJETO GRÁFICO Lais Pancote
DIAGRAMAÇÃO Sabrina Evelize Godarth
PARA ANUNCIAR Bazar de Mídia – Mário Jorge Ribeiro (41) 9581-2056 | (41) 3209-3389 Nenhuma empresa ou pessoa está autorizada a retirar produtos, comercializar espaços publicitários ou editoriais, a não ser com autorização por escrito da Olik Comunicação, situada na cidade de Curitiba.
Uma boa leitura!
• Revista Só Futebol •
5
SUMÁRIO
28 22
NOSSA CAPA FOTO: Lucas Costa
08
GIRO DO FUTEBOL
14
COPA DO BRASIL
Novidades sobre os campeonatos rolando no Paraná
Mudanças de regras na nova edição do campeonato
6
• Revista Só Futebol •
18
BRASILEIRÃO
22
ENTREVISTA
28
FUTEBOL AMERICANO
O Paranaense acabou, agora é hora de falar de Brasileirão
Rafhael Lucas assume papel de protagonista no Coritiba
Os curitibanos que carimbam o passaporte para jogar em times do exterior
32
INTERNACIONAL
38
FUTEBOL EM IMAGENS
44
SAÚDE
Empresa brasileira leva jovens atletas para estudar e jogar futebol em universidades norte-americanas
Momentos marcantes do Campeonato Paranaense
Como as lesões podem influenciar – e muito – o psicológico dos jogadores
32 56
66 48
PAPO CABEÇA
52
JOGADOR
O caminho do preparador físico Carlinhos Neves e seus novos desafios
Paranaenses saem do estado para jogar em times de diferentes países
56
PERFIL
60
IMPRENSA
O jovem Riuler e sua camisa, dividida entre Coritiba e Atlético
Torcedores encabeçam portais respeitados com notícias de seus times do coração
66
POR ONDE ANDA
70
INTERNET
O meia Gabiru desiste da aposentadoria e acerta com novo clube - mas não tira o Furacão do coração
Mantenha suas redes sociais atualizadas com o feed de alguns ídolos
• Revista Só Futebol •
7
GIRO DO FUTEBOL
Torneios
pelo estado Do amador à grande vitrine do estadual, passando pelo futebol americano, saiba como as equipes paranaenses se comportaram até agora © RAFAEL FALAVINHA
© RAFAEL FALAVINHA
CAMPE AT O PARANAON ENSE
Teto típico curitibano Chega de se preocupar com condições climáticas. O Clube Atlético Paranaense, junto com a CAP S/A e a empresa espanhola Lanik, apresentaram a conclusão do teto retrátil da Arena da Baixada. Com isso, o estádio passa a ser o primeiro da América Latina e do hemisfério sul (construído para o futebol) com a tecnologia. Foram cinco meses de obra até a apresentação do sistema. No dia 5 de abril, no jogo contra o Prudentópolis, o torcedor pôde ver a novidade em funcionamento. Além de
8
• Revista Só Futebol •
evitar preocupações com as condições climáticas, a tecnologia permite um melhor controle de ruídos e habilita o local a receber outros tipos de eventos. Em coletiva de imprensa, o presidente do clube, Mario Celso Petraglia, afirmou que um estádio tem uma utilização muito pequena para uso somente do futebol. “O Atlético Paranaense manda, na melhor das hipóteses, 40 jogos por ano (...). Hoje, o nosso estádio está projetado, realmente, para diversos tipos de evento”.
Goleiro Gasparzinho muralha © ASSESSORIA LONDRINA ESPORTE CLUBE
CAMPE AT O PARANAON ENSE
Vitor, goleiro do Londrina, só sofreu três gols na primeira fase do campeonato estadual, destacando o Tubarão como a defesa menos vazada até então. Presente no elenco do alviceleste desde o final de 2013, o camisa 1 foi essencial na conquista do título paranaense e no acesso à Série C, ambos em 2014.
CAMPE AT O PARANAON ENSE
Após 54 anos, o Operário volta a disputar uma final de Campeonato Paranaense. Conhecido como Fantasma da Vila desde 1958 por assombrar os grandes clubes da Capital, o time de Ponta Grossa tem uma grande motivação para vencer o torneio: o título ainda é inédito pro alvinegro do bairro Vila Oficinas, que tem 103 anos de atividade e já foi vice-campeã 14 vezes. Em 2014, o alvinegro disputou o Torneio da Morte e, por pouco, não foi rebaixado para a Divisão de Acesso. Com um bom planejamento, a diretoria conseguiu reverter o quadro, reuniu um grupo de empresários patrocinadores que mantêm os salários dos jogadores em dia. O sucesso do clube se mostrou também pela quantidade de associados: nos últimos três meses o número aumentou de 700 para 2 mil sócios.
CAMPE AT O PARANAON ENSE
450 minutos
Fundado em 2008, o novato FC Cascavel está pela primeira vez na elite da competição e já chamou atenção nacional ao bater um recorde. Sua defesa não foi furada nenhuma vez nos cinco primeiros jogos – 450 minutos mais os acréscimos –, conferindo à equipe o título temporário de melhor defesa do Brasil. A invencibilidade foi ao fim na 6ª rodada, quando o Londrina fuzilou duas vezes o goleiro Juninho. O clube encerrou a primeira fase na oitava posição, uma à frente do Atlético Paranaense, escapando do Torneio da Morte.
• Revista Só Futebol •
9
GIRO DO FUTEBOL
Mascote? Que nada, torcedor! CAMPE AT O PARANAON ENSE
Com direito a cadeira cativa na área VIP, olhos acompanhando cada detalhe das jogadas, e até mesmo empolgação de quem é fiel ao time até morrer, uma cena constante chama a atenção de quem assiste aos jogos no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, a casa do Operário. Uma cachorra chamada Diana, moradora do local, comparece a todos os treinos e não perde uma partida do time mandante.
Futebol americano © DAYANE WOSCH
no Paraná
Favorito, o atual bicampeão nacional Coritiba Crocodiles – e campeão de todas as seis edições do Paraná Bowl – tenta manter sua hegemonia no Paraná e conquistar mais um
10
• Revista Só Futebol •
título. Porém, seus atuais adversários representam grandes obstáculos nessa empreitada. O Opção Pyros Maringá, revelação da temporada 2014, conta com o ex-técnico do Croco, o
norte-americano Jhonny Mitchel. O UFPR Brown Spiders, fruto da fusão entre UFPR Legends e Curitiba Brown Spiders, estreou este ano com campanha invicta e comanda a tabela. O Foz do Iguaçu Black Sharks reúne reforços mexicanos no elenco de jogadores para acirrar ainda mais a competição. Já o Paraná HP (vice do ano passado) e o Unicentro Knights trouxeram mudanças em suas comissões técnicas. Com três rodadas concluídas, o Crocodiles está na terceira posição. Ao fim da primeira fase, em que todas as equipes se enfrentam em turno único, os dois primeiros colocados estarão classificados para o Paraná Bowl VII, a grande final. Terceiro e quarto lugares se enfrentam para decidir o terceiro lugar geral do campeonato.
Traje novo Além das faixas horizontais, a camisa apresenta outros detalhes em preto. O uniforme é completo com shorts preto e meias verdes. Quem quiser adquirir a camiseta pode encontrá-la no nike. com e nas lojas do clube no Couto Pereira e na internet (CoritibaStore.com.br).
© ASSESSORIA CFC
A Nike e o Coritiba desenvolveram a nova terceira camisa da temporada. De cor verde claro, o modelo mantém o design tradicional da camisa principal, mas troca por pretas as faixas horizontais que conhecemos como verdes. De acordo com Rogério Bacellar, presidente do clube, o uniforme “abrirá as portas para novas surpresas ainda este ano”.
• Revista Só Futebol •
11
GIRO DO FUTEBOL
Luiz Carlos Casagrande foi oficializado presidente do Paraná Clube. Casinha, como é conhecido, assumiu o cargo após a renúncia de Rubens Bohlen e avisou que seu principal foco de trabalho será fazer uma gestão compartilhada, na qual todos os conselheiros participem e somem esforços rumo a um futuro promissor. Aldo Coser, primeiro vice-presidente, destacou que não se fala mais em crise. “A partir de agora, estaremos todos unidos, juntos, em prol do melhor para o nosso clube.”
Federação No início de abril, aconteceu, na sede da Federação Paranaense de Futebol, a assembleia geral de posse da diretoria eleita. Hélio Pereira Cury foi reeleito e empossado oficialmente na cerimônia que teve a presença de filiados da entidade.
Xaxim O título da II Taça Xaxim de Futebol foi decidido entre Recreativo e Malharia Cristiane, no estádio do Grêmio Ipiranga, na Vila São Pedro, em Curitiba. Com grande presença de torcedores das duas equipes, o Malharia foi superior nos 90 minutos e ergueu o troféu depois do placar de 3 a 1.
12
• Revista Só Futebol •
© JULIA ABDUL-HAK
© ASSESSORIA PARANÁ CLUBE
Novo presidente
Futebol 7 © ADRIANE LIGMANOWSKI
Já começou a XVI Curitiba Cup de Futebol 7. Disputada na categoria adulto livre, a edição está cheia de novidades. A principal é a divisão das equipes em três séries, ouro, prata e bronze, com premiação específica para cada uma. O campeonato segue até o dia 28 de junho, com partidas sempre aos domingos.
Base Quem é que sobe? bicampeã! Os próximos meses serão decisivos para a Divisão de Acesso 2015. Andraus, Batel, Cianorte, Francisco Beltrão, Grêmio Araponguense, Pato Branco, Paranavaí, Portuguesa Londrinense, Toledo e Paraná Soccer Technical Center (PSTC) são as dez equipes que brigam pelo acesso à elite do Campeonato Paranaense. O regulamento deste ano sofreu algumas alterações e se aproxima da primeira divisão do estadual: todos os times se enfrentam em turno único na fase inicial. Em seguida, os oito melhores classificados seguem para o mata-mata.
© ASSESSORIA CFC
CAMPE AT O PARANAON ENSE
No começo de abril, a equipe sub-19 do Coritiba conquistou o título da Dallas Cup, tradicional torneio de base que reúne clubes de todo o mundo de diferentes faixas etárias (do sub13 ao sub-19) nos Estados Unidos. Invicto, o time comandado por Eduardo Barros venceu o Monterrey, do México, por 3 a 1 na final, no Toyota Stadium. O time, que já havia sido campeão em 2012, quando se juntou ao rol que já conta com Cruzeiro, São Paulo, Atlético-PR e Vitória, fechou o torneio com média de três gols por jogo. POR: THAISA MERAKI
• Revista Só Futebol •
13
COPA DO BRASIL
Sonho paranaense As regras da Copa do Brasil mudaram mais uma vez. Será que agora vai?
S
e olharmos as últimas edições do torneio, considerado o mais democrático do futebol brasileiro, é possível prever que está próximo o dia em que um clube paranaense irá levantar, finalmente, a taça de campeão da Copa do Brasil. Nos últimos anos, Coritiba e Atlético bateram na trave, o que gerou uma frustração nos torcedores
14
• Revista Só Futebol •
que viram o time do coração com as mãos próximas ao troféu, mas amargaram a segunda colocação. Ficou uma sensação ruim. Aquele sentimento de que tinha tudo para dar certo, mas não deu. Nas duas finais consecutivas do Coxa, em 2011 e 2012, e na decisão atleticana de 2013, a regra do jogo era um “pouco menos difícil”. Os clubes que disputavam a Libertadores da América, ou seja, os quatro ou cinco primeiros colocados do Brasileirão do ano
© DOLLARPHOTOCLUB
anterior, ficavam de fora. Em 2013, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mudou o regulamento. A Copa do Brasil aumentou em número de datas e em quantidade de times. Deixou de ser disputada apenas no primeiro semestre para se estender até novembro, além da incluir os times brasileiros que disputam a Libertadores, que entram em uma fase mais avançada. Outra alteração foi no processo de classificação
para a Copa Sul-Americana. A fase eliminatória brasileira deixou de existir. O Brasil enviará quatro representantes para a competição e a escolha deles não é mais pela posição no Brasileirão. Serão indicados os clubes que deixarem a Copa do Brasil antes do início da Sul-Americana. Ou seja, os times mais bem colocados do Brasileiro do ano anterior e que forem eliminados cedo da Copa do Brasil terão a chance de entrar na Sul-Americana.
• Revista Só Futebol •
15
COPA DO BRASIL Em janeiro deste ano, mais uma pequena alteração foi feita pela CBF e, enfim, o regulamento definitivo da competição foi determinado. Agora, na quinta fase, os confrontos também serão definidos por sorteio, mas a principal diferença é no critério da grande final. A decisão continua sendo disputada em dois jogos, porém, agora o gol fora de casa não é mais critério de desempate – mesmo modelo adotado na Libertadores. Caso esse formato de final existisse desde a primeira edição, apenas quatro das 27 finais poderiam ter um resultado diferente. Criciúma e Grêmio (1991), Grêmio e Flamengo (1997), Sport e Corinthians (2008) e Vasco e Coritiba (2011). O Coxa teria tido a chance de definir o título de
2011 por disputa de pênaltis. Pela regra nova, a soma do placar dos jogos, Vasco 1 x 0 Coritiba, em São Januário, e Coritiba 3 x 2 Vasco, no Couto Pereira, seria de 3 a 3, o que levaria para a cobrança de penalidades. Mas, na ocasião, o clube carioca garantiu o título por ter feito dois gols na casa do adversário. As regras mudaram. Cabe, agora, aos times paranaenses acertar a pontaria e, quem sabe, colocar as mãos na tão cobiçada taça da Copa do Brasil.
CLUBES PARANAENSES O estado tem cinco representantes na Copa do Brasil deste ano: Atlético, Coritiba, Paraná, Londrina e Maringá. Até o fechamento desta edição da Revista Só Futebol, dois clubes já foram eliminados.
CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DOS TIMES PARANAENSES NA COPA DO BRASIL
CORITIBA
ATLÉTICO
PARANÁ
Com 21 edições, é o time paranaense com o maior número de participações e também o que atingiu as melhores colocações. Foi semifinalista em 2001 e 2009 e finalista em 2011 e 2012. Na primeira fase, eliminou na primeira partida o Vila Nova-MG. O adversário da segunda fase é o Fortaleza-CE. A primeira partida será no Estádio Castelão.
Em 19 edições, foi apenas em 2013 que o Furacão chegou à sua única final de Copa do Brasil. Acabou derrotado pelo Flamengo. Na primeira fase, o Furacão empatou por 1 a 1 nas duas partidas com o Remo-PA. A vaga para a segunda fase veio nos pênaltis, vitória por 5 x 4. O próximo desafio do Atlético é o Tupi-MG.
A Copa do Brasil nunca trouxe lembranças muito boas para o torcedor tricolor. Das 17 participações, por três vezes o time chegou às quartas de final, mas foi eliminado duas vezes pelo Corinthians (1995 e 2002) e uma pelo Palmeiras (1996). Em 2015, mais uma decepção. O tricolor não conseguiu passar da primeira fase e foi eliminado pelo modesto Jucupiense-BA. Na partida de ida, o Paraná venceu por 1 a 0. No jogo da volta, derrota pelo mesmo placar. Na decisão por pênaltis deu Jacupiense, 5 x 4.
16
• Revista Só Futebol •
© DIVULGAÇÃO CORITIBA FOOT BALL CLUB
AGORA, NA QUINTA FASE, OS CONFRONTOS TAMBÉM SERÃO DEFINIDOS POR SORTEIO, MAS A PRINCIPAL DIFERENÇA É NO CRITÉRIO DA GRANDE FINAL. FORMATO
LONDRINA
MARINGÁ
Assim como todo o ano de 2014, a Copa do Brasil foi muito boa para o Tubarão. Apesar da eliminação, fez dois jogos bem disputados com o Santos. Neste ano, mais uma vez o time do litoral paulista e nova eliminação. Duas derrotas por 1 a 0 e a desclassificação da Copa do Brasil logo na primeira fase.
O vice-campeonato do Paranaense garantiu a vaga para o Maringá. Na primeira fase, bateu o Madureira-RJ. Agora pega o Santos, jogando a primeira partida no estádio Willie Davids.
A Copa do Brasil está sendo realizada no formato mata-mata, desde o início até a decisão. Na quarta fase, os dez grupos que permanecerem vivos se juntarão àqueles que estão disputando a Libertadores – além do Fluminense, sexto colocado no último brasileiro.
COMO FOI NO ANO PASSADO Na edição de 2014, os times paranaenses decepcionaram e ficaram pelo caminho. J. Malucelli e Paraná foram eliminados na segunda fase por Novo Hamburgo e Ponte Preta, respectivamente. O Londrina caiu perante o Santos na terceira fase e Coritiba e Atlético pararam nas oitavas de final, perdendo para Flamengo e América-RN. POR: RICARDO GALEB
• Revista Só Futebol •
17
BRASILEIRÃO
Agora é
pra valer O Campeonato Paranaense acabou, o que significa que é hora de pensar nos verdadeiros desafios da temporada. Vai começar o Brasileirão
Q
uando essa edição da Revista Só Futebol foi para a gráfica, ainda era impossível saber o desfecho final do Campeonato Paranaense. O Coritiba e o Operário se preparavam para a disputa da final, enquanto o Paraná Clube amargava uma dolorida eliminação nas quartas-de-final, diante do Operário. Já o Atlético, condenado a disputar o malfadado Torneio da Morte para evitar um catastrófico rebaixamento, certamente vai preferir esquecer os primeiros meses de 2015, seja lá qual tiver sido seu destino ao final do Estadual. A partir de maio, independente da história escrita no Campeonato Paranaense, o Trio de Ferro e o Londrina assumem como principal desafio, a disputa o Brasileirão. Da Série A à Série C, os representantes do Estado nas duas divisões de elite voltam suas atenções para o torneio nacional com o desafio de obter resultados melhores do que os do ano passado. Enquanto os times da capital
18
• Revista Só Futebol •
decepcionaram nas tabelas de 2014, a equipe do interior, por sua vez, garantiu o acesso à terceira divisão com o terceiro lugar na Série D e tem a chance de continuar sua ascensão rumo à elite.
EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL Na Série A, Coritiba e Atlético terão o desafio de superar o péssimo desempenho no Brasileirão de 2014. Durante boa parte do ano passado, a dupla Atletiba lutou contra o fantasma da degola e só se viu livre da ameaça nas últimas rodadas do torneio. Em 2015, os dois rivais serão comandados por treinadores que, além de buscar os melhores resultados para suas equipes, terão a meta de se firmar no concorrido mercado de técnicos, já povoado por medalhões como Felipão, Luxemburgo, Tite, Levir Culpi e Osvaldo de Oliveira. Marquinhos Santos disputará seu quarto Brasileirão pelo Coritiba, mas espera que, pela
primeira vez, esteja no banco durante as 38 rodadas. Entre idas e voltas, ele ainda não teve a oportunidade de implementar seu trabalho durante dois turnos inteiros com a equipe do Alto da Glória. Mais experiente após treinar o Bahia em 2014 e voltar a Curitiba na reta final da temporada para ajudar o Coxa a se livrar do rebaixamento, o técnico conta com a confiança do bom início de ano para deixar de ser um “profissional promissor” e sonhar com voos mais altos na carreira. Terceiro técnico a sentar no banco do Atlético em 2015, Milton Mendes chega ao clube rubro-negro para apagar o incêndio deixado pelas desastradas passagens de Claudinei Oliveira e Enderson Moreira. O treinador comandou o Paraná Clube no Campeonato Paranaense de 2014 e obteve bons resultados com a Ferroviária de Araraquara, time com que conquistou o título da Série A2 do Campeonato Paulista. Bastante desconhecido no Brasil, Milton começou sua carreira de técnico em Portugal, onde trabalhou por sete anos, e passou outros cinco anos no Catar. No Furacão, ele saberá pela primeira vez como é disputar um Campeonato Brasileiro.
ESTABILIDADE É O CANAL?
cadeiras na Vila Capanema não é sinônimo de boas campanhas. Caso consiga manter o cargo até dezembro com um desempenho consistente, o novo técnico pode ser a prova de que o Tricolor precisa para dar mais tempo e estabilidade aos seus treinadores. É tudo o que quer a torcida, cansada dos oito anos consecutivos na segunda divisão (um recorde entre times brasileiros) e das doloridas eliminações nesse começo de 2015.
2014 É PASSADO Em 2014, não faltaram motivos para o torcedor do Londrina sorrir. O título paranaense, depois de 22 anos de fila, e a vaga conquistada na Série C, graças à terceira posição na tabela da Série D, foram as grandes conquistas do mais orgulhoso time paranaense no ano passado. Em 2015, o desafio será maior. A complicada tabela da terceirona, com jogos em turno e returno, promete impor novas emoções ao Tubarão. O primeiro confronto já está marcado e será contra a Portuguesa, dia 17 de maio, no Estádio do Café.
A eliminação diante do Jacuipense na Copa do Brasil custou caro para Luciano Gusso, demitido do cargo de treinador do Paraná Clube depois de quatro meses. O novo comandante tricolor (não definido até o fechamento desta edição) tentará ser o segundo técnico em nove anos a defender o time durante todas as rodadas do Campeonato Brasileiro. Em 2013, Dado Cavalcanti trabalhou do início ao fim do torneio e levou a equipe à sua melhor pontuação desde a queda do clube para a segunda divisão, em 2007, sinal de que a já tradicional dança das
• Revista Só Futebol •
19
BRASILEIRÃO
DADA A LARGADA Confira os cinco primeiros confrontos dos times paranaenses no Brasileirão de 2015.
CORITIBA
LONDRINA
CHAPECOENSE – 09/05 (ARENA CONDÁ)
PORTUGUESA – 17/05 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
GRÊMIO – 16/05 (COUTO PEREIRA)
GUARANI – 24/05 (BRINCO DE OURO DA PRINCESA)
SPORT – 24/05 (ILHA DO RETIRO)
JUVENTUDE – 31/05 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
AVAÍ – 30/05 (COUTO PEREIRA)
TOMBENSE – 07/06 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
FLUMINENSE – 04/06 (MARACANÃ)
BRASIL DE PELOTAS - 28/6 (BOCA DO LOBO)
ATLÉTICO
PARANÁ
INTERNACIONAL – 10/05 (ARENA DA BAIXADA)
CEARÁ – 08/05 (VILA CAPANEMA)
GOIÁS – 16/05 (SERRA DOURADA)
SANTA CRUZ – 15/05 (ESTÁDIO DO ARRUDA)
ATLÉTICO MINEIRO – 24/05 (ARENA DA BAIXADA)
BOA ESPORTE – 23/05 (VILA CAPANEMA)
JOINVILLE – 30/05 (ARENA JOINVILLE)
BAHIA – 29/05 (FONTE NOVA)
FIGUEIRENSE – 03/06 (ARENA DA BAIXADA)
BOTAFOGO - 02/06 (VILA CAPANEMA)
POR: MAHANI SIQUEIRA
20
• Revista Só Futebol •
• Revista Só Futebol •
21
ENTREVISTA
Dono do
pedaço Estrela relâmpago, Rafhael Lucas enfim assume papel de protagonista no Coritiba, deixa para trás o passado conturbado e foca no desejo de ser ídolo coxa-branca
22
• Revista Só Futebol •
© LUCAS COSTA
S
ob o céu nublado e chuvoso de Curitiba, o gramado do Couto Pereira está encharcado. Habitantes costumeiros do tapete da casa coxa-branca, os quero-queros não dividem espaço com mais ninguém e sobrevoam tranquilamente a faixa lateral do campo, sem serem incomodados. A poucos metros dali, sentado nas cadeiras do Setor Pro-Tork, Rafhael Lucas observa, invejoso, a movimentação das aves pelo território que, em 2015, passou a chamar de seu. Desta vez, o camisa 99 do Coritiba não está no estádio para continuar sua saga goleadora com a camisa alviverde, e sim para conceder uma entrevista exclusiva para a Revista Só Futebol. Em cada resposta, o jovem atleta de 23 anos não consegue esconder o desejo de entrar em campo sempre que possível, como os quero-queros. Finalmente incorporado ao elenco principal, com direito a vaga cativa no time titular e – melhor ainda – liderança da artilharia da equipe alviverde no ano, Rafhael Lucas tem toda a razão em não querer qualquer distância do gramado. Afinal de contas, foram três anos de revezamento entre empréstimos para times mais modestos, períodos nos elencos sub-20 e sub-23 do Coxa e até um tempo de recuperação após uma grave lesão no joelho. Nada mais indicado, portanto, do que aproveitar ao máximo a boa fase e aplicar dentro de campo o amadurecimento conquistado desde 2012. “Eu passei por três clubes nesse período. O
primeiro foi o São Carlos, um time muito importante para mim, pois lá pude crescer como pessoa e, hoje, posso dar valor a tudo que o Coritiba me oferece. O segundo clube foi o Arapongas, pelo qual disputei a Série D e consegui marcar três gols em cinco jogos, o que foi muito bom profissionalmente. Depois, fui para o Atlético Sorocaba, quando já tinha sofrido a lesão aqui no Coritiba e ainda não estava 100%. Lá, nem cheguei a jogar. Mas voltei para cá, continuei treinando e me esforçando e agora estou feliz, vivendo essa boa fase”, comemora Rafhael, ainda sem perder de vista o incidente que atrasou sua carreira. Era começo de 2013 e o atacante já fazia parte do elenco principal do Coritiba. Na primeira partida da temporada, no entanto, um rompimento dos ligamentos do joelho obrigou o jogador a passar um ano inteiro em recuperação, sem poder atuar. Dois anos depois, o destino parece ter acertado as contas com Rafhael Lucas, um dedicado – mas não muito talentoso – zagueiro, que descobriu a verdadeira vocação no futebol graças, justamente, ao destino e ao desconforto que sentia ao ocupar as posições mais defensivas do campo. “Desde pequeno, eu sempre quis ser jogador de futebol e acabei escolhendo a zaga, mas não ia muito bem na defesa, não. Quando cheguei no infantil do Coritiba, estava faltando atacante e, como eu era o pior zagueiro, acabei sendo escolhido para assumir. Já no primeiro jogo que fizemos, marquei dois gols e, desde então, nunca mais voltei para a defesa. Ainda bem”, comenta o artilheiro.
• Revista Só Futebol •
23
ENTREVISTA
© LUCAS COSTA
Se a decisão pela posição em campo veio quase que por acidente, não se pode dizer o mesmo sobre a inspiração de Rafhael Lucas. Fã incondicional de Ronaldo Fenômeno, o craque coxa-branca afirma, desavergonhadamente, que costumava imitar os penteados do ex-jogador e revela se inspirar no estilo de jogo do artilheiro brasileiro das Copas quando está em campo. Apesar de ter deixado para trás a mania de copiar o cabelo de Ronaldo, ele já provou que tem conseguido imitar o ídolo no quesito faro de gol. Pouco antes da sessão de fotos que ilustram essa matéria, aliás, ele esteve no cabeleireiro para retocar o já tradicional topete. O vaidoso craque da camisa 99 ainda garante não levar a vida badalada do seu maior ídolo. Em um relacionamento sério há mais
“SEMPRE QUE EU TENHO UM TEMPINHO DE DESCANSO, QUANDO NÃO PRECISO TREINAR OU VIAJAR PARA OS JOGOS, GOSTO DE DORMIR. NÃO TEM COISA MELHOR.” 24
• Revista Só Futebol •
de seis anos, Rafhael Lucas citou a noiva Bruna em diversos momentos da conversa – antes, durante e depois da entrevista – e revelou que o casamento está marcado para o final do ano, com todos os detalhes acertados. Para completar, o principal “hobby” do atacante não poderia ser mais pacato: nos momentos de folga, ele gosta mesmo é de dormir. “Sempre que eu tenho um tempinho de descanso, quando não preciso treinar ou viajar para os jogos, gosto de dormir. Não tem coisa melhor. Fora isso, o futebol ocupa a maior parte da minha rotina. Assisto a todos os jogos que posso e se reservo um tempo para jogar videogame, escolho jogos de futebol”, conta o comportado – e sonolento – jogador alviverde. Cochiladas, preparativos para o casamento e jogos de videogame à parte, Rafhael Lucas está completamente focado no seu futuro como jogador coxa-branca. Decidido a se tornar ídolo no Alto da Glória, o atacante vê o atual momento e a boa relação com o técnico Marquinhos Santos como elementos que podem fazer toda a diferença em sua carreira, principalmente depois de um 2014 turbulento.
© LUCAS COSTA
“Quando cheguei no infantil do Coritiba, estava faltando atacante e, como eu era o pior zagueiro, acabei sendo escolhido para assumir.”
MINHA VEZ Com a artilharia em 2015, Rafhael Lucas mantém a tradição: nos últimos 10 anos, nenhum jogador conseguiu repetir o feito dois anos seguidos. Em 2016, ele terá a chance de quebrar o feitiço. Confira os artilheiros dos últimos 10 estaduais. 2014: Cristiano (Maringá) – 10 gols
2009: Rafael Moura (Atlético) – 14 gols
2013: Alex (Coritiba) – 15 gols
2008: Keirrison (Coritiba) – 18 gols
2012: Baiano (Operário) – 13 gols
2007: Alex Mineiro (Atlético) – 17 gols
2011: Bill e Davi (Coritiba) e Giancarlo (Cianorte) – 12 gols
2006: Leandro (Iraty) – 18 gols
2010: Bruno Mineiro (Atlético) e Ariel (Coritiba) – 11 gols
2005: Tiago (Iraty) – 10 gols
• Revista Só Futebol •
25
ENTREVISTA
© LUCAS COSTA
“Ano passado, quando o Celso Roth estava aqui, eu fiquei um pouco esquecido na equipe sub-23 e ninguém dava atenção para a gente. Quando o Marquinhos voltou, eu fiquei com uma esperança a mais e continuei trabalhando muito forte. Já o conhecia das categorias de base e ele acabou me chamando para subir para o elenco principal, junto com o Walisson. Espero agarrar essa oportunidade, manter a boa fase e continuar dando muitas alegrias à torcida do Coritiba”, completa.
Finalmente, depois de anos de dedicação, centenas de recortes de jornal guardados por sua mãe desde o início da carreira e diversos momentos complicados, Rafhael Lucas não precisa mais sentir inveja dos quero-queros. Agora, aquele gramado também é dele. POR: MAHANI SIQUEIRA
Bate-pronto Data de nascimento: 21/03/1992 Cidade natal: Curitiba Ídolo: Ronaldo (Fenômeno) Melhor jogador de todos os tempos: Ronaldo (Fenômeno) Comida favorita: Arroz e feijão Lugar preferido: Curitiba Um gol inesquecível: O primeiro contra o Nacional e o gol no Atle-Tiba Além do futebol, algum outro esporte do coração: Gosto de assistir a jogos de tênis Lugar favorito em Curitiba: Couto Pereira
26
• Revista Só Futebol •
Agora tambĂŠm disponĂvel para download! facebook.com/revistasofutebol
FUTEBOL AMERICANO
American
crocodiles Três atletas do Paraná já experimentaram o futebol americano in loco, na terra natal do esporte, os Estados Unidos
F
orça da natureza do futebol americano praticado no Brasil, com cinco títulos paraenses e dois brasileiros, o Coritiba Crocodiles também já exporta atletas para a terra natal do esporte, os Estados Unidos. Ao todo, três jogadores do time paranaense têm experiências sólidas em terras americanas. O último a ir foi o defensive tackle Kawan Pivatto, 25, que embarcou em março para a Flórida. Para ele, a abertura do mercado americano para os paranaenses pode ser atribuída ao estilo brasileiro de jogar. “Brasileiro é aquele que tem raça e não desiste fácil. Brasileiro tem muito coração quando se fala em esportes.” Nos EUA, Pivatto defenderia o Florida Marine Raiders, que disputa a X-League, a liga de futebol americano indoor (em ginásios fechados). No entanto, acabou voltando ao Brasil um mês depois, após fechar um contrato vantajoso, interrompendo
28
• Revista Só Futebol •
temporariamente a carreira yankee. Por ora, ele prefere não revelar mais detalhes sobre o acordo, sabe-se apenas que ele vai jogar pelo Juventude F.A., de Caxias do Sul. Os outros dois atletas do Crocodiles que jogaram nos Estados Unidos já estão de volta ao Brasil há mais tempo. O cornerback Leonardo Tomadon, 18, voltou no fim do ano passado, trazendo do hemisfério norte bons resultados e uma clavícula quebrada. “Diria que foi a única coisa ruim que trouxe de lá”, diz. Nos EUA, Tomadon participou de todos os jogos da temporada regular da liga estadual da Carolina do Norte, nível high school, e se lesionou no último. Por isso, ficou fora dos playoffs. Seu time, o Rabun Gap Eagles, chegou à final. O wide receiver Joe Roger, 25, pode ser considerado uma espécie de pioneiro. Foi o primeiro dos três a ir para os EUA e voltou há cerca de dois anos, depois de passar oito meses em terras americanas. “Não foi fácil, guardei dinheiro por um longo tempo, não sabia
© DAYANE WOSCH
nem falar inglês básico”, conta. Para se aproximar do padrão físico dos atletas americanos, Roger também precisou adquirir 15 quilos de massa corporal. Na avaliação dele, foi uma “grande experiência”. “A diferença é gritante. Lá, existe cuidado por parte do governo para com os atletas, o incentivo ao esportista é algo cultural”, avalia. “É uma experiência totalmente diferente, não dá nem pra comparar com os jogadores de futebol aqui do Brasil. Um jogador da NFL, por exemplo, está em um nível técnico muito superior se você comparar com o futebol, o soccer, brasileiro.” Apesar do pouco tempo nos Estados Unidos, Pivatto também já notou essas diferenças. Lá, os treinos são mais puxados e a estrutura é, de fato, melhor, segundo ele. “A arena aqui é até climatizada”, diz.
O programa americano de treinos e jogos também tende a formar jogadores mais completos. Com 22 jogadores, a equipe de Leonardo Tomadon tinha um plantel reduzido. Por isso, cada jogador precisava saber atuar em mais de uma posição. Além de cornerback, sua primeira posição, lá ele também jogou como free safety, outside linebacker, strong safety, running back, fullback, wide receiver, tight end e até mesmo kicker. “Jogar no país do futebol americano é sensacional. Lá, todos são loucos pelo esporte, seja do gênero ou da geração que forem. Mesmo no high school, o envolvimento da comunidade é grande. Todas as rodadas possuem matérias em sites e jornais, com comentários e palpites de especialistas”, acrescenta.
• Revista Só Futebol •
29
© DAYANE WOSCH
FUTEBOL AMERICANO
PADRÃO EXPORTAÇÃO
A qualidade dos jogadores do Croco é destaque no Brasil e no exterior Leonardo Tomadon
PEQUENOS RÉPTEIS
“LÁ, TODOS SÃO LOUCOS PELO ESPORTE. MESMO NO HIGH SCHOOL, O ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE É GRANDE. TODAS AS RODADAS TÊM MATÉRIAS EM SITES E JORNAIS, COM COMENTÁRIOS E PALPITES DE ESPECIALISTAS.” 30
• Revista Só Futebol •
Os três atletas do Croco com experiência americana descobriram que queriam jogar futebol americano cedo, e tiveram influência da TV. Com Joe Roger, o catalisador foi uma propaganda da emissora de TV a cabo Sky, quando ele ainda tinha sete anos e morava em Alta Floresta, Mato Grosso. “Foi imediato. Minha mãe nem sabia do que se tratava e eu só sabia que queria jogar”, lembra. Com Kawan Pivatto a história apenas troca de emissora. Desde cedo, admirava os esportes de contato e assistia aos jogos transmitidos pela ESPN. “Aos 18 anos, me sentia vazio e tinha muita vontade de dar aquelas ‘porradas’ que via na TV, chegava a sonhar com isso”. Quando começou
© DAYANE WOSCH
No caso de Tomadon, o interesse surgiu aos 14 anos. Além da TV e do Madden NFL, jogo de futebol americano para videogames, ele também tinha um amigo que já fazia parte do Crocodiles. Foi sua salvação. “Se eu não jogasse futebol americano, provavelmente não
Joe Roger
© DAYANE WOSCH
a pesquisar sobre o esporte no Brasil na internet, procurou os organizadores do Crocodiles e entrou na equipe com facilidade. “Naquela época, não tinha essa de testes, não era tão sério como hoje. Mas já havia muito coração naquele sonho e não é à toa que, hoje, o Croco é o que é.”
praticaria outro esporte. Sou muito ruim em todos os outros”, brinca ele. Agora, as perspectivas dos três são diferentes. De volta, Kawan Pivatto quer tentar uma vaga na seleção brasileira. “Vou mostrar que ali é meu lugar e que vai demorar para me tirarem dali”, diz. Para Leonardo Tomadon e Joe Roger, o foco é nos estudos e no campeonato paranaense. “Acho que a maior lição que eu já aprendi com o esporte é que toda ação realizada por mim, por menor que seja, pode afetar todos os meus companheiros. Então, faço sempre o meu melhor, para que seja o melhor para quem está ao meu redor também”, finaliza Tomadon. POR: SANDOVAL MATHEUS
“BRASILEIRO TEM MUITO CORAÇÃO QUANDO SE FALA EM ESPORTES". Kawan Pivatto
• Revista Só Futebol •
31
© DIVULGAÇÃO
INTERNACIONAL
Sonho americano Empresa brasileira leva jovens atletas para estudar e jogar futebol em universidades dos Estados Unidos, com direito a bolsas que chegam a 50% do valor do curso
L
ucas Gabriel Honório ainda não se decidiu. Engenharia de Petróleo, Engenharia Oceanográfica ou Business Management (similar ao curso de Administração) são as opções que o jovem considera para seus estudos na Judson University, localizada na cidade de Elgin, no estado norte-americano de Illinois. Ele viaja para os Estados Unidos em agosto, quando começarão as
32
• Revista Só Futebol •
aulas. Lá, Honório terá dois anos para decidir o futuro, já que o modelo de ensino praticado no país permite que os estudantes só escolham suas futuras profissões após dois anos na universidade. Enquanto reflete sobre as possíveis profissões e se adapta à nova rotina, o jovem contará com a inseparável companhia do futebol, esporte responsável por levá-lo até a distante cidade de Elgin. Honório foi um dos escolhidos na primeira seletiva paranaense da Next Level, empresa especializada
campeonatos e showcases, em que acabei me destacando. Depois disso, a confirmação foi questão de tempo, já que tive um bom desempenho nos estudos de inglês, o que é muito importante”, comenta o atleta. Engana-se quem pensa, aliás, que basta talento com a bola nos pés e uma boa condição física para passar pela seletiva e conseguir uma aprovação junto às universidades norte-americanas. Segundo Pierre Boulos, representante da Next Level em Curitiba e um dos responsáveis pelas primeiras etapas da seleção, o desempenho dentro de campo é apenas um dos vários critérios analisados pelos profissionais para incluir os jovens nos treinamentos que podem dar direito a uma bolsa. © ARQUIVO © DIVULGAÇÃO PESSOAL
em levar estudantes brasileiros para estudar em universidades nos Estados Unidos com bolsas especiais destinadas a atletas que podem chegar até 50% do valor do curso e chegam a representar uma economia anual de 12 mil dólares em relação ao investimento total sem o auxílio. A iniciativa, que já contava com sedes em outras cidades, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Natal, agora tem representantes em Curitiba e promete fazer avaliações regulares de atletas do Paraná. Acertando os últimos detalhes antes de partir para a nova casa, Honório revela que recebeu acompanhamento da empresa desde o início e que o processo teve várias etapas antes da finalização e da confirmação de matrícula na Judson University. “Após a minha aprovação, iniciei uma preparação para os estudos de inglês e treinamentos físicos. Durante todo esse tempo, a Next Level organizou amistosos para nos colocar em forma e também para gravar e editar vídeos dos nossos melhores momentos. É com base nessas imagens que os técnicos das universidades americanas selecionam os atletas. Também tive a oportunidade de viajar com a empresa para
Pierre Boulos, Douglas Nardi e Arthur Klas, responsáveis pelo projeto
“NOSSO TRABALHO É OFERECER UM ASSESSORAMENTO AOS ATLETAS QUE PRETENDEM ESTUDAR NOS ESTADOS UNIDOS. CUIDAMOS DE TODA A DOCUMENTAÇÃO E TAMBÉM DO RELACIONAMENTO INICIAL COM AS UNIVERSIDADES.” Pierre Boulos, representante da Next Level em Curitiba • Revista Só Futebol •
33
© DIVULGAÇÃO
INTERNACIONAL
“SEMPRE TIVE O SONHO DE SER UM JOGADOR PROFISSIONAL E AGORA ELE ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA, MAS PRIMEIRAMENTE IREI ME FOCAR NOS MEUS ESTUDOS E NO FUTEBOL UNIVERSITÁRIO.” Lucas Gabriel Honório, atleta selecionado e com bolsa garantida “Nosso trabalho é oferecer um assessoramento aos atletas que pretendem estudar nos Estados Unidos. Cuidamos de toda a documentação e também do relacionamento inicial com as universidades. Nas nossas seletivas, levamos em conta o nível de inglês dos estudantes, que precisa ser muito alto, seu desempenho nos estudos e também suas características físicas e técnicas. Depois de selecionados, fazemos vários treinos e jogos amistosos para acompanhar os atletas e gravar os vídeos que serão assistidos pelos treinadores. São eles que definem, a partir do orçamento destinado pela universidade, quais atletas têm condições
34
• Revista Só Futebol •
de ganhar as bolsas”, comenta Boulos. Geralmente, as bolsas oferecidas pelas entidades norte-americanas rondam perto dos 50% do valor total do curso. Ainda assim, o preço para estudar nos Estados Unidos é alto e pode facilmente ultrapassar 10 mil dólares por ano. Por isso, as condições financeiras das famílias também são um critério avaliado pela Next Level no processo seletivo. Caso aprovado, o estudante tem várias obrigações a cumprir na universidade e um vínculo obrigatório com o time local. O desempenho nos estudos é acompanhado de perto e deve ser satisfatório para que o auxílio seja mantido.
Muitos atletas que ganham o direito a estudar em universidades norte-americanas realmente pretendem seguir uma carreira no curso escolhido, mas é inevitável que muitos deles partam para os Estados Unidos com o sonhado objetivo de se profissionalizar no futebol. É o caso de Honório. Ele promete estar totalmente focado nos estudos, mas não esconde o desejo de se tornar jogador caso se saia bem nos torneios universitários. A hipótese, de acordo com Boulos, é bastante real. “Na Next Level, nós trabalhamos apenas com futebol universitário e levamos os melhores atletas que podemos. Se o menino estiver entre os maiores destaques da Liga Universitária,
pode ser selecionado para o draft da Major League Soccer (liga principal de futebol dos Estados Unidos e do Canadá) e acabar assinando contrato com um time profissional”, afirma Pierre. Daqui a quatro anos, Honório poderá resolver seguir carreira como engenheiro ou administrador. Um bom desempenho nos cada vez mais profissionais
gramados norte-americanos pode colocá-lo em times que hoje contam com craques como Kaká, David Villa e Frank Lampard, principais estrelas do campeonato disputado no país. Se depender da Next Level e de outras iniciativas parecidas, o idioma português não vai parar de se popularizar no futebol estadunidense. MAHANI SIQUEIRA
PORTAS ABERTAS Quer tentar sua vaga para estudar e jogar futebol nos EUA? Eis os primeiros passos necessários. • Você precisa ter nascido entre 1° de agosto de 1993 e 31 de julho de 2001. • Preencha o formulário de inscrição no site oficial do projeto: www.esportenoseua.com • O valor da inscrição é de R$ 200. • Esteja preparado fisicamente e tenha noção de que um alto nível de inglês é fundamental.
SELEÇÃO CRITERIOSA É preciso passar por várias avaliações para conseguir uma bolsa. Confira: • A família precisa comprovar ter condições financeiras de arcar com os estudos e com a vida do estudante pelo período do curso. • O atleta precisa conseguir uma nota de pelo menos 61 no TOEFL, um dos principais exames de inglês do mundo. Algumas universidades chegam a pedir um índice próximo a 90. • O estudante deve fazer o SAT, espécie de Enem aplicado nos Estados Unidos e obrigatório para quem quer entrar em universidades. • É fundamental ter um perfil de atleta, ser responsável e comprometido com os estudos. • As notas na escola devem ser boas e o jovem precisa comprovar que é esforçado em suas atividades. • Por fim, claro, é preciso ter nível técnico e preparo físico acima da média.
PASSO A PASSO Mas como funciona todo o processo de seleção? • Os atletas inscritos passam por uma peneira na cidade em que se inscreveram e assistem a palestras sobre o projeto. • As famílias dos atletas selecionados passam por uma entrevista para dar detalhes sobre as ambições e os objetivos dos filhos. • Todos os jovens passam por avaliações mensais e têm seus lances gravados. • Enquanto isso, a Next Level auxilia os estudantes com a documentação necessária e, quando necessário, com os estudos de inglês. • Depois de completos os treinamentos e as gravações dos vídeos, a Next Level envia vídeos dos atletas que cumpriram todos os critérios para os treinadores de diversas universidades norte-americanas. • Com base no orçamento anual da universidade, os técnicos escolhem os atletas para seus times.
• Revista Só Futebol •
35
36
• Revista Só Futebol •
• Revista Só Futebol •
37
Campeonato
paranaense O Trio de Ferro em partidas que testaram o coração dos torcedores 38
• Revista Só Futebol •
© FRANKLIN DE FREITAS E VALQUIR AURELIANO
FUTEBOL EM IMAGENS
• Revista Só Futebol •
39 © FRANKLIN DE FREITAS E VALQUIR AURELIANO
40
• Revista Só Futebol •
© © FRANKLIN FRANKLIN DE DE FREITAS FREITAS EE VALQUIR VALQUIR AURELIANO AURELIANO
FUTEBOL EM IMAGENS
• Revista Só Futebol •
41 © FRANKLIN DE FREITAS E VALQUIR AURELIANO
42
• Revista Só Futebol •
© © FRANKLIN FRANKLIN DE DE FREITAS FREITAS EE VALQUIR VALQUIR AURELIANO AURELIANO
FUTEBOL EM IMAGENS
• Revista Só Futebol •
43 © FRANKLIN DE FREITAS E VALQUIR AURELIANO
SAÚDE
© NADALIN FOTOGRAFIA
Lesões e seus medos Machucados inevitáveis em campo podem afetar o psicológico dos jogadores
L
esões e traumas são uma grande preocupação para atletas profissionais. Dúvidas como a necessidade de cirurgia, afastamento dos campos, tempo de recuperação e se haverá uma recuperação integral da lesão pairam na
44
• Revista Só Futebol •
cabeça do jogador e também do clube. Após um machucado, ninguém sabe exatamente o que acontecerá com o atleta. Além de iniciar um tratamento físico que pode envolver cirurgia e fisioterapia, é preciso focar no psicológico do jogador, principalmente se esse atleta for afastado dos jogos. “Quando um jogador
afastamento dos campos. “Fiquei com medo que voltasse a acontecer alguma coisa. Quando voltei a jogar, senti que perdi um pouco da motricidade fina na perna esquerda, por exemplo, o que me levou a não conseguir mais a jogar no nível em que eu estava antes da lesão”, desabafa. © NADALIN FOTOGRAFIA
é afastado da sua atividade profissional devido a lesões ou cirurgias, é comum que ele se questione sobre a continuidade ou não da sua carreira, se conseguirá ter o mesmo desempenho físico e técnico no seu retorno e, em caso de ser titular, se ocupará o mesmo espaço na equipe quando se recuperar. Todas essas dúvidas, aliadas à mudança brusca de rotina, podem provocar alterações emocionais significativas se não forem equacionadas adequadamente”, explica o professor Gilberto Gaertner, coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo. Sebastian Martinez foi jogador profissional por 14 anos, jogou duas vezes pela seleção da Áustria e competiu na Champions League pelo SK Rapid na temporada 2005/06. No decorrer de sua carreira, teve seis lesões – duas consideradas graves. “Sofri uma lesão séria no joelho esquerdo e fiquei cinco meses sem jogar partidas oficias pelo SV Ried, da Áustria. O mais difícil foi recuperar a confiança nos movimentos naturais com a perna. Acredito que a lesão psicológica é a mais demorada para curar”, afirma. Martinez destaca que o trauma trouxe uma sensação de insegurança durante seu tempo de
“O MAIS DIFÍCIL FOI RECUPERAR A CONFIANÇA NOS MOVIMENTOS NATURAIS COM A PERNA. ACREDITO QUE A LESÃO PSICOLÓGICA É A MAIS DEMORADA PARA CURAR.” Sebastian Martinez • Revista Só Futebol •
45
SAÚDE COMO MANTER A CABEÇA NO LUGAR
© ARQUIVO PESSOAL
O atleta deve estar preparado psicologicamente para um eventual trauma que o afaste dos campos. Não é possível prever uma lesão, mas é possível evitar que ela tenha um impacto grande no psicológico do jogador. “Uma questão de ordem geral que pode ser estimulada é que o jogador desenvolva atividades extracampo, o que evita que seu foco existencial seja exclusivamente o futebol. Desenvolver resistência psicológica e resiliência é fundamental para o atleta superar não apenas episódios de afastamento por lesão, como também as
AUXÍLIO PROFISSIONAL
Professor Gilberto Gaertner é coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo
outras inúmeras dificuldades que terá que enfrentar na carreira curta, intensa e desafiadora que é a de jogador de futebol”, confirma Gaertner. Existem alguns sinais que indicam danos psicológicos em jogadores afastados de suas funções. Tristeza, irritabilidade, desânimo e insegurança são alguns deles. É necessário que o clube esteja envolvido no processo de recuperação do atleta. “O trabalho de psicologia do esporte pode contribuir com o suporte psicoemocional, ofertando inúmeras técnicas que podem reduzir o tempo de recuperação, como treinamento mental, visualização, ativação voluntária do sistema imunológico, controle dos pensamentos, meditação, etc. Outro aspecto que faz muita diferença é o suporte social e afetivo contínuo da equipe e da comissão técnica, pois é através dele que o jogador continua se sentindo parte importante do grupo, o que facilita a transposição do período de recuperação”, explica Gaertner. O maior medo de um jogador com lesão é o retorno. Este, porém, pode ser compensador. “Voltar a jogar foi difícil, mas também reconfortante. Minha recuperação levou cinco meses e, quando ficou tudo certo, foi uma felicidade. Senti que todas as horas de fisioterapia e o esforço valeram muito”, conta Martinez, que sentia muito medo de não voltar a jogar. Uma preparação constante no psicológico dos jogadores pode evitar consideravelmente danos maiores em caso de lesões, que, na maioria das vezes, são inevitáveis. “A preparação psicológica bem conduzida auxilia sobremaneira nesse processo, pois predispõe o atleta a responder melhor ao período de afastamento, a trabalhar com as inseguranças e o orienta a se envolver consciente e ativamente no seu processo de recuperação”, finaliza Gaertner. POR: PRICIANE CROCETTI
46
• Revista Só Futebol •
PAPO CABEÇA
Desafio
chinês
Depois de ganhar tudo no futebol brasileiro, preparador físico paranaense Carlinhos Neves fala sobre novo projeto no país asiático e relembra conquistas
O
município de Jinan, na China, abriga uma população de mais de 2 milhões de pessoas e é a capital da província de Shandong. É na cidade do sudeste chinês que o time do Shandong Luneng manda seus jogos. Atual campeã da Copa da China e da Supercopa, a equipe viveu uma verdadeira invasão de brasileiros nos últimos anos. Além de Vagner Love, Aloísio, Diego Tardelli e do ex-Coritiba Junior Urso, o elenco conta com o técnico Cuca no comando. Atraído pelo sério projeto de desenvolvimento do futebol praticado no país, o preparador físico Carlinhos Neves chegou ao clube em janeiro de 2015 é mais um a fortalecer o esquadrão brasileiro no time do Shandong. Depois de trabalhar em diversos clubes brasileiros e ganhar todos os títulos possíveis em mais de 30 anos de carreira, o paranaense
48
• Revista Só Futebol •
Carlinhos Neves assumiu um novo desafio ao se unir a Cuca – com quem havia trabalhado no Atlético Mineiro – para fazer parte da revolução pela qual o futebol chinês está passando. O profissionalismo praticado no país oriental e a seriedade com que o esporte tem sido visto foram os grandes motivos que fizeram o preparador físico mudar o rumo da carreira. “A China está com um projeto muito sério para o futebol local. Os clubes têm investido em contratações de comissões técnicas e jogadores do mundo todo. Houve também a inclusão obrigatória do esporte nos colégios, para as crianças, e o desenvolvimento da prática em novos campos que serão criados no país. Particularmente, o intercâmbio com comissões técnicas, viagens e observações de outros métodos são o que me impulsiona, além de tentar contribuir para a evolução do futebol como um todo aqui na China”, revela.
© BRUNO CANTINI
“A CHINA ESTÁ COM UM PROJETO MUITO SÉRIO PARA O FUTEBOL LOCAL. OS CLUBES TÊM INVESTIDO EM CONTRATAÇÕES DE COMISSÕES TÉCNICAS E JOGADORES DO MUNDO TODO.”
• Revista Só Futebol •
49
© BRUNO CANTINI
PAPO CABEÇA
“PLANEJAR OS TREINAMENTOS FICOU MUITO MAIS SEGURO E PRECISO, MELHORANDO O DESEMPENHO DE FORMA MUITO MAIS ESPECÍFICA, AUMENTANDO A VIDA ÚTIL DOS ATLETAS“. Nascido em Curitiba, o preparador físico tem uma profunda ligação com os clubes paranaenses. No Coritiba, Carlinhos iniciou a carreira no futebol com um estágio quando ainda estava nos primeiros anos da faculdade de Educação Física. A promoção para a equipe principal não demorou, mas mudanças no departamento de futebol, no entanto, o fizeram aceitar o convite para trabalhar no Atlético, onde conquistou seu primeiro título profissional: o Campeonato Paranaense de 1982. O preparador físico ainda passou pelo Grêmio de Maringá e foi um dos primeiros profissionais contratados pelo então recém-fundado Paraná Clube, onde
50
• Revista Só Futebol •
ajudou a formar a comissão técnica, e teve mais uma passagem por cada clube da capital. A última foi em 2011, quando trabalhou no Atlético ao mesmo tempo em que auxiliava Mano Menezes na comissão técnica da Seleção Brasileira. Apesar de ficar pouco tempo com a equipe verde e amarela, Carlinhos garante que o desafio valeu a pena. “A experiência na Seleção foi muito boa. Fizemos o que foi combinado, que era renovar a o time depois da Copa de 2010. Durou o tempo que nos deram, deu para compreender a complexidade de estar em uma seleção com todo seu glamour e todos aqueles problemas”, resume o profissional, orgulhoso dono de
uma medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. As principais glórias, no entanto, vieram mesmo em grandes clubes. Por Palmeiras, São Paulo e Atlético Mineiro, Carlinhos conquistou seus títulos mais importantes. Na equipe alviverde, conquistou os Brasileiros de 1993 e 1994. No tricolor paulista, o preparador físico integrou a comissão técnica que venceu a Libertadores e o Mundial Interclubes de 2005 e ajudou Muricy Ramalho a levar o clube ao tricampeonato Brasileiro entre 2006 e 2008. Pelo Galo, foi campeão da Libertadores de 2013 e da Copa do Brasil de 2014. Títulos e troféus à parte,
© DIVULGAÇÃO SHANDONG LUNENG
© BRUNO CANTINI
Carlinhos Neves também não esconde a satisfação de ter participado da revolução que a fisiologia do esporte sofreu durante o período que compreende sua carreira. “Como todas as ciências, a preparação física evoluiu com ajuda da internet e a globalização das informações. Hoje, sabemos em tempo real qual a distância percorrida, a forma como ela foi percorrida, a intensidade, o número de piques, a distância destes piques, em que momento do jogo, em que espaço do campo, e vários outros dados, como a frequência cardíaca atingida e outros aspectos importantes, tanto em treinos como em jogos. Planejar os treinamentos ficou muito mais seguro e preciso, melhorando o desempenho de forma muito mais específica, aumentando a vida útil dos atletas. O contrato com o Shandong Luneng vai até 2016 e Carlinhos garante que, até lá, pretende se manter no fuso horário asiático. Depois de encerrar a incursão pelo projeto chinês, o preparador físico promete analisar ofertas e, quem sabe, voltar para perto da família e para o país onde conquistou tantos títulos e onde firmou a base da vitoriosa carreira. Toda a trajetória e a experiência adquirida ao longo dos mais de 30 anos no futebol são vistas, aliás, como conquistas tão relevantes quanto os troféus. “Tão importante quanto os títulos foi aprender e conviver com profissionais tão experientes e competentes, que se tornaram grandes amigos até hoje. Infelizmente, alguns já nos deixaram. Orgulho-me muito do aprendizado adquirido durante a carreira”, finaliza Carlinhos. POR: MAHANI SIQUEIRA
• Revista Só Futebol •
51
JOGADOR
Pés-vermelhos
pelo mundo Do Japão ao México, passando por Sérvia e Chipre, jogadores paranaenses rodam por clubes menos conhecidos de todo o mundo
ESTORIL-PRAIA (PORTUGAL)
INDY ELEVEN (USA)
Nome: Vagner da Silva
Nome: Kléberson
Natural: Araruna
Natural: Uraí
Posição: Goleiro
Posição: Volante
MARÍTIMO (PORTUGAL) Nome: Fransérgio Natural: Rondonópolis Posição: Volante
TIGRES (MÉXICO) Nome: Juninho Natural: Wenceslau Braz Posição: Zagueiro
52
• Revista Só Futebol •
SPORT BOYS (BOLÍVIA)
GRENOBLE (FRANÇA)
Nome: Eduardo Salles
Nome: Ilan
Natural: Curitiba
Natural: Curitiba
Posição: Zagueiro
Posição: Atacante
O
s mais famosos paranaenses a atuarem no futebol fora do país são, sem dúvida, o meio-campo Fernandinho, do Manchester City, e o lateral Rafinha, do Bayern de Munique, duas potências do futebol europeu que têm presença certa nas transmissões da TV a cabo. Mas há outros “pés-vermelhos” atuando no futebol do exterior, em clubes bem menos badalados. O veterano
pentacampeão mundial e ex-atleticano Kléberson, por exemplo, hoje joga pelo Indyan Eleven, dos Estados Unidos. Contudo, o caso mais notável de boleiro paranaense em terras estrangeiras é o do meia Leandro Almeida, que fez quase toda a sua carreira no exterior. Natural de Cornélio Procópio, ele hoje joga pelo Omonia Nicósia, de Chipre, uma pequena ilha do Mar Mediterrâneo, ao sul da Turquia, cuja população, de pouco mais de 1,1 milhão de habitantes, é menor do que a de Curitiba.
CUKARICKI (SÉRVIA)
GAZIANTEPSPOR (TURQUIA)
Nome: Lucas Piasentin
Nome: Chico
Natural: Londrina
Natural: Pato Branco
Posição: Zagueiro
Posição: Volante
SUWON SAMSUNG BLUEWINGS (COREIA DO SUL) Nome: Kaio Natural: Curitiba Posição: Meia
AL-JAISH (CATAR) Nome: Lucas Mendes Natural: Curitiba Posição: Zagueiro
CEREZO OSAKA (JAPÃO) Nome: Pablo Natural: Londrina Posição: Atacante
SHUKURA KOBULETI (GEÓRGIA) Nome: Luizinho Natural: Curitiba Posição: Meia
OMONIA NICÓSIA (CHIPRE) Nome: Leandro Almeida Natural: Cornélio Procópio Posição: Meia
• Revista Só Futebol •
53
JOGADOR Leandro começou a carreira no Uraiense, da cidade Uraí. Dali, foi para o Corinthians, voltou ao Uraiense e, depois, foi para o Londrina. Após uma partida, vista por empresários, recebeu o convite para jogar no MKT, da Hungria. A partir daí, fez carreira lá: primeiro no MKT; depois, em Buki, Szombathelyi Haladás, Ferencváros e Debreceni.
Naturalizou-se húngaro e chegou a atuar pela seleção do país. Interrompeu a jornada na Europa Central apenas em 2005, quando voltou ao Brasil e jogou a Taça Libertadores e o Campeonato Brasileiro pelo Atlético-PR. Em 2010, fechou contrato com o atual clube. Outro paranaense com sólida carreira internacional é o
© PILISE GÁBOR
O CASO MAIS NOTÁVEL É O DO MEIA LEANDRO ALMEIDA, QUE FEZ QUASE TODA A SUA CARREIRA NO EXTERIOR, NATURALIZOU-SE E CHEGOU A ATUAR PELA SELEÇÃO DA HUNGRIA.
54
• Revista Só Futebol •
zagueiro londrinense Lucas Piasentin, atualmente no Cukaricki, da Sérvia. “A Sérvia é bem diferente do Brasil. Eu estou indo para o meu segundo ano aqui, mas já me sinto bem adaptado, tanto eu como minha esposa e minha filha. O idioma é bem difícil, mas com o passar dos dias, sempre aprendemos algumas palavras novas. Eu consigo entender quase tudo, mas ainda não consigo falar muito”, conta. O Cukaricki não é uma potência europeia daquelas que estamos acostumados a ver, montando times com jogadores de diversos pontos do globo. Além de Piasentin, há apenas outros dois estrangeiros no elenco, ambos africanos, de Gana e da Nigéria. O time voltou à elite do futebol sérvio na temporada 2013/2014. Ficou em quinto lugar no campeonato nacional, com uma campanha surpreendente. Coincidência ou não, foi o momento em que Piasentin também chegou ao time, vindo do União da Madeira, de Portugal. Depois que o Estrela Vermelha, uma das duas maiores potências do futebol sérvio, foi desclassificado pela FIFA, o time acabou conquistando uma vaga para a Liga Europa de 2014/2015. “No começo da temporada, a
No Cukaricki, da Sérvia, o zagueiro Lucas Piasentin compõe, hoje, a defesa menos vazada do campeonato sérvio
© CRÉDITO FOTO
COM CARREIRA SÓLIDA
© ARQUIVO PESSOAL
imprensa dava como certa a nossa queda para a segunda divisão. Não acreditavam no time”, diz Piasentin. “O Cukaricki, hoje, na Sérvia, é um modelo a ser seguido. Temos uma boa infraestrutura, bons novos jogadores, alguns das seleções sub-21 e sub-23 do país, um presidente que acompanha de perto o crescimento do clube e pessoas capacitadas trabalhando.” Atualmente, o clube tem a defesa menos vazada do campeonato nacional. Da leva mais recente, o atacante Pablo, natural de Londrina, chegou este ano ao Cerezo Osaka, do Japão, onde atuará ao lado do uruguaio Diego Forlán, do brasileiro naturalizado alemão Cacau e sob o comando
do técnico também brasileiro Paulo Autuori. “Já me sinto muito bem adaptado. Com o estilo de jogo, com a comida, com tudo”, enfatiza. “Temos dois intérpretes dentro do clube que dão todo o apoio necessário e mais dois membros da diretoria que são japoneses, mas falam muito bem o português. Os jogadores japoneses sempre tentam falar algumas palavras em português pra ajudar e eu também me esforço”, explica. O Cerezo Osaka é um dos maiores times do Japão, mas hoje está na segunda divisão do campeonato nacional. Situação que o paranaense espera contribuir para reverter. E ele já marcou gol com a nova camisa. “Como o técnico é brasileiro, ele coloca em prática a filosofia e o modo de trabalho dele. Claro que o estilo das outras equipes não é como o nosso, é mais correria. A da nossa equipe é de jogar com tranquilidade, com a posse de bola e sempre pra frente.” Fora da Europa e da Ásia, o futebol paranaense também tem jogadores em times da América Latina: o zagueiro Juninho, de Wenceslau Braz, joga no Tigres, do México, e o atacante Eduardo Salles, de Curitiba, chegou este ano ao Sport Boys, da Bolívia. POR: SANDOVAL MATHEUS
• Revista Só Futebol •
55
PERFIL
Pomo da concórdia
A história de Riuler, o garoto de 17 anos que aproximou Atlético e Coritiba
A
Seleção Brasileira conquistou, em março, o Campeonato Sul-Americano Sub-17 de 2015, e o futebol paranaense contou com quatro atletas: o Coritiba foi representado pelo goleiro Bruno, enquanto o Atlético
56
• Revista Só Futebol •
Paranaense teve convocados o goleiro Juliano e o zagueiro Zé Marcos. A maior curiosidade, no entanto, ficou reservada ao quarto nome, o volante Riuler de Oliveira Faustino. Natural de Bastos, cidade de 20 mil habitantes do interior de São Paulo, o jogador tem uma característica única: defende o Atlético, mas uma
pois o Furacão já havia passado por uma situação incômoda em 2012, quando acertou com o atacante Mosquito, que havia deixado o Vasco por atrasos no auxílio financeiro. Na ocasião, o Atlético foi acusado de violar um pacto entre os principais clubes do país, sendo excluído de algumas competições de categorias de base em 2013. Após a resolução
do impasse, Mosquito defendeu a equipe no Campeonato Brasileiro e na Libertadores de 2014. No fim, não renovou contrato e acabou retornando ao Vasco em 2015. O Furacão não queria o mesmo cenário para Riuler e, por isso, evitou fazer o registro do jogador na Federação Paranaense, para que a transferência não fosse configurada.
© DIVULGAÇÃO/CORITIBA
parcela de seus direitos econômicos pertence ao arquirrival Coritiba. Como isso veio a acontecer? A história é complexa e se arrasta desde 2012, quando o volante chegou à capital paranaense. Sem ser bem aproveitado no São Paulo, Riuler acertou com o Trieste, atuando na equipe sub14 do clube amador do bairro de Santa Felicidade. Não tardou para que o Coritiba demonstrasse interesse e firmasse com ele um contrato de formação, vigente por dois anos. O bom desempenho fez com que, ainda em 2012, o meio-campista fosse convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira Sub-15. O impasse veio em 2014, quando o Coritiba demorou para entrar em contato com os representantes de Riuler para negociar o primeiro contrato profissional. A primeira proposta foi abaixo do esperado, especialmente considerando que o volante, além de defender a Seleção Sub-17, era o capitão da equipe nacional. Na ocasião, o Cruzeiro e o próprio São Paulo sinalizaram interesse no atleta. Foi aí que o Atlético entrou na jogada, oferecendo valores mais condizentes com o que a família do volante esperava. Ainda assim, não foi uma decisão fácil,
“O FUTEBOL PARANAENSE SÓ TEM A GANHAR COM A APROXIMAÇÃO DE ATLÉTICO E CORITIBA.” Rafael Stival • Revista Só Futebol •
57
A relação ruim entre as diretorias de Atlético e Coritiba, naquele momento, também contribuiu para isso. A polêmica chegou a prejudicar Riuler, que foi “desconvocado” da equipe que representaria o Brasil na Copa das Nações, que aconteceu em agosto de 2014, mesmo sendo o capitão. O impasse persistiu, mas Riuler seguiu treinando, mesmo sem poder atuar em partidas oficiais. Tudo mudou com a eleição da nova direção alviverde, liderada por Rogério Bacellar, em dezembro. Todas as partes se reuniram: Atlético, Coritiba e o empresário Rafael Stival, que administra a carreira de Riuler. “Sentamos todos juntos à mesa para decidir a melhor solução e não deixar o atleta ser prejudicado. No fim, houve o entendimento”, explicou Stival. No acerto, o Coritiba recebeu uma compensação financeira e a situação incomum da divisão dos direitos econômicos foi definida. “Cada clube ficou com uma parcela dos direitos, no melhor desfecho. O futebol paranaense só tem a ganhar com a aproximação de Atlético e Coritiba”, complementou o agente de Riuler. Outros indicadores da união entre os maiores rivais do Paraná foram acordos comerciais, como o acerto com uma operadora de telefonia celular, anunciado em cerimônia conjunta, além de uma campanha relacionada à paz no Atletiba disputado pelo
58
• Revista Só Futebol •
© DIVULGAÇÃO/CORITIBA
PERFIL
“ELE É FORA DE SÉRIE. UM JOGADOR COMO ELE NÃO PODE FICAR SEM ATUAR, OS CLUBES TOMARAM A MELHOR DECISÃO COM ESSE ACERTO.” Rafael Stival
“SENTAMOS TODOS JUNTOS À MESA PARA DECIDIR A MELHOR SOLUÇÃO E NÃO DEIXAR O ATLETA SER PREJUDICADO. NO FIM, HOUVE O ENTENDIMENTO.” Rafael Stival acerto”, disse o empresário. Resolvido o impasse, o volante teve confirmada sua convocação para o Sul-Americano Sub-17 de 2015. Na competição, foi o capitão em quatro oportunidades. A confirmação oficial veio no dia 29 de janeiro de 2015, quando o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF publicou o novo contrato de Riuler, válido até 28 de dezembro de 2019. POR: BRUNO ROLIM
CORAÇÃO DIVIDIDO
Riuler é pivô de uma conciliação entre os dois maiores times do estado. CAP e Coritiba dividem seus direitos econômicos
• Revista Só Futebol •
59
© DIVULGAÇÃO/CORITIBA
Campeonato Paranaense, com direito a entrevistas coletivas com atletas e ídolos dos dois clubes. Para Stival, o fato de Riuler ser um jogador de Seleção Brasileira e considerado diferenciado contribuiu para que os rivais chegassem a um denominador comum. “Ele é fora de série. Um jogador como ele não pode ficar sem atuar, os clubes tomaram a melhor decisão com esse
IMPRENSA
Paixão on-line Muito além das arquibancadas, torcedores têm voz e vez em sites dedicados aos times do coração
O
ano era 1996. O Atlético, da dupla Oséias e Paulo Rink, não cansava de balançar as redes dos adversários no antigo Joaquim Américo. Apesar de acanhado, o estádio tinha público fiel e apaixonado. Entre eles, os amigos Juarez Vilella Filho e Cleverson Freitas, torcedores fanáticos e entusiasmados com tudo o que estava acontecendo com o clube. “O time estava muito bem naquele
60
• Revista Só Futebol •
Brasileiro, a Baixada vivia lotada e o clube passava por várias transformações. Tudo isso precisava ser contado e mostrado. Nada melhor do que a internet para fazer isso”, relembra Juarez. A rede mundial de computadores ainda engatinhava e a conexão era discada. Tudo era novidade. “Pesquisamos muito e achamos legal o site da torcida do Atlético-MG, feito em Java, que obrigava a clicar em ‘A torcida do Galo é a maior e mais temida’. Se não fizesse isso, o navegador fechava. Era uma ótima ideia de como um torcedor deve
se comunicar com outros torcedores.” Outra fonte de inspiração para Juarez foi o site do argentino Independiente. “Tinha um misto de jornalismo esportivo e fotos e vídeos de torcedores loucos pelo time. Ficamos horas navegando e o nosso conceito de página do torcedor nasceu naquele dia. Queríamos que o Atlético tivesse algo tão apaixonante como aquilo.” Assim nasceu o Furacão.com, site colaborativo onde o torcedor tem vez e voz para expressar o seu amor pelo clube. Com o passar dos anos, a página cresceu e se transformou em referência sobre os assuntos do Atlético, mas sem deixar de ser democrática. “Cada vez mais, o torcedor internauta quer ter o seu espaço. Ele gosta de ver sua opinião publicada, comentada e compartilhada. Desde que não ofenda ninguém, tudo é publicado”, comenta Juarez. Porém, existe uma regrinha básica que todos os 30 colunistas do site precisam seguir. “Somos independentes, tanto que quando um colunista passa a ser da diretoria do clube, ele se afasta do site”, acrescenta. O que sustenta mais de 15 anos de dedicação, tanto on-line como nas arquibancadas, é a paixão pelo time. “A gente respira o Atlético e quer saber sobre ele 24 horas por dia. Esse amor e envolvimento reflete no site, que é genuinamente rubro-negro, feito por atleticanos e para atleticanos, com amor e dedicação ao Atlético.”
“SITE GENUINAMENTE RUBRO-NEGRO, FEITO COM AMOR E DEDICAÇÃO PELO ATLÉTICO, POR ATLETICANOS E PARA OS ATLETICANOS.” Juarez Vilella, Furacão.com
INTERNAUTAS COXAS-BRANCAS Foi também em 1996 que o coxa-branca Marcelo Carneiro iniciou um projeto que uniu a paixão pelo clube à internet. “Naquela época, o Coritiba não tinha página na web, e eu, adolescente, me uni com outros torcedores para criar o Coxanautas.” As dificuldades técnicas também apareceram, mas o sucesso foi grande. Em apenas um ano, eram mais de 50 colaboradores, o que obrigou uma reformulação no site para atender melhor aos torcedores. Hoje, o site é reconhecido como um dos principais espaços dos torcedores do Coritiba. São 12 colunistas e mais três
• Revista Só Futebol •
61
colaboradores que cuidam da parte administrativa. “É um site de torcedor para o torcedor. Ali, ele pode se manifestar. Buscamos o que o coxa-branca realmente quer saber, não apenas o que o clube pretende mostrar”, destaca Carneiro, que contabiliza cerca de 1 milhão de acessos por mês, isso quando o time está no meio da tabela. “Se o Coxa está bem – ou muito mal –, os acessos chegam a 3 milhões.” A independência e a isenção também são seguidas à risca. “Temos um bom relacionamento com a diretoria do Coritiba, o que pode mudar de gestão para gestão. Mas não deixamos que o clube interfira no nosso trabalho. Representamos a torcida, não somos a palavra oficial do clube”, destaca.
© LUCAS COSTA
IMPRENSA
“JÁ TIVE QUE AJUDAR A PAGAR, MAS AGORA O SITE SE SUSTENTA E PAGA SEUS CUSTOS DE SERVIDORES.” Marcelo Carneiro, Coxanautas
PARANÁ CLUBE ON-LINE O Paranautas.com nasceu um pouco depois do próprio clube. A ideia era simples: ter um fórum de discussões entre torcedores. “Um grupo de amigos se juntou para fazer parte do canal #ParanáClube no mIRC (programa de chat on-line) para debater sobre o clube”, conta Alan de Souza Albino, atual presidente do site. Em 1998, ele ganhou a “roupagem” atual e virou um portal de notícias. Administrado de forma voluntária, os torcedores dividem as atribuições para mantê-lo. Entre algumas tarefas estão cuidar do servidor, escrever matérias e moderar debates. Com o passar dos anos, o conceito do site foi sendo modificado. “Na época do fórum, cada torcedor expunha suas ideias, criticava tudo sem censura, mas dentro das regras estabelecidas pela página. Hoje, temos a seção de Colunistas, local destinado para as opiniões, e tudo é de responsabilidade de quem escreve.”
62
• Revista Só Futebol •
© LUCAS COSTA
TRABALHO VOLUNTÁRIO O tempo dedicado sem esperar retorno financeiro reforça ainda mais a paixão pelo clube. “Ninguém vive do site. Cada um tem suas atividades profissionais e encontra tempo para colaborar”, aponta Juarez. Segundo Albino, o Paranautas também é mantido por torcedores que não pedem nada em troca. “Tudo é voluntário. Se precisamos de dinheiro para alguma ação, realizamos uma ‘vaquinha’ entre os foristas.” Carneiro pensa em um dia poder se dedicar exclusivamente ao Coxanautas, unindo paixão e profissão. “Sou desenvolvedor de web e tenho uma empresa nessa área. O Coxanautas sempre foi minha segunda atividade e sonho em me dedicar exclusivamente ao site, mas sempre com responsabilidade.”
VIABILIDADE Manter um site de torcedor para torcedor é um desafio muito grande, principalmente na área financeira. A viabilidade vem por meio do trabalho
voluntário e da publicidade, principal fonte de renda. “O site se mantém basicamente com anúncios. Passou o tempo da vaquinha e hoje ele se paga. Mas todos os colaboradores são voluntários, ninguém recebe salário”, explica Juarez, do Furacão. com. No Paranautas.com, a situação é similar. “Desde a criação, a proposta é ser autossustentável. O site é mantido pela venda de alguns produtos da marca e pela comercialização de banners. Tudo é voluntário”, relata Albino. Criador do Coxanautas, Carneiro já teve que colocar a mão no bolso. “Ajudei a pagar algumas vezes, mas agora o site se sustenta e paga seus custos de servidores.” Mas apesar das dificuldades operacionais do início e os percalços financeiros, o amor pelo clube do coração faz com que tudo seja superado. E, considerando a velocidade e a capacidade de novas formas de comunicação que a tecnologia nos apresenta quase diariamente, cada vez mais arquibancadas, teclados e telas touch screen estarão próximos. POR: RICARDO GALEB
• Revista Só Futebol •
63
PUBLIEDITORIAL
Campeonato Amigos da Bola
movimenta futebol amador de Curitiba
D
esde o dia 28 de fevereiro, a bola está rolando no 6o Campeonato Amigos da Bola. Neste ano, 16 times do futebol amador de Curitiba estão na disputa. São cerca de 480 atletas inscritos entre jogadores amadores e ex-profissionais. O campeonato aconteceu pela primeira vez em 2010, com apenas sete times inscritos. A ideia surgiu a partir da necessidade de se criar uma agenda de jogos comum entre diversos times amadores de Curitiba. “Com o Amigos da Bola, temos um calendário de jogos para o ano todo. As partidas estão cada vez
Competição acontece há seis anos e reúne 16 times de futebol de campo e cerca de 480 jogadores
mais disputadas, pois a competição é um estimulo a mais para os jogadores fazerem seu melhor dentro de campo”, ressalta Wander Marconi, idealizador do projeto. Segundo ele, o objetivo principal do campeonato é criar e fortalecer laços de amizade entre os participantes através da prática do esporte de uma forma organizada e saudável. Para manter esse espírito, o regulamento da competição possui algumas regras específicas, como o limite de apenas três jogadores federados por time e a quantidade livre de substituições durante as partidas. “Dessa forma, conseguimos assegurar que o objetivo principal do Amigos da Bola não se perca”, destaca.
CALENDÁRIO O campeonato acontece até novembro, com jogos sempre aos sábados. A disputa é feita em duas fases. A primeira, por pontos corridos, com partidas em turno e returno que somam um total de 30 jogos por time. Os oito melhores colocados se classificam para a segunda fase, que será disputada no mata-mata, na forma de cruzamento olímpico. Este ano, os jogos estão acontecendo nos campos de Combate Barreirinha, Tanguá, Iguaçu, Flamenguinho e Trieste. A coordenação da equipe de arbitragem é de responsabilidade do ex-árbitro da Federação Paranaense de Futebol,José Gentil.
64
• Revista Só Futebol •
ENERGIA PARA A PAIXÃO NACIONAL A marca número um em comprimidos e shots energéticos Vivamil está patrocinando o campeonato deste ano. A parceria com a empresa teve início nos jogos das finais do ano passado e se consolidou nesta nova edição. Desde agosto de 2014, a Vivamil iniciou um trabalho junto ao futebol paranaense, o Projeto Vivamil Soccer. De acordo com Guilherme Conrad Lopes, representante de vendas da marca, o objetivo principal da empresa é incluir seu produto no futebol amador e demonstrar como a cafeína pura e concentrada
pode ajudar no aumento da vitalidade e na melhora da performance dos jogadores que a utilizam antes das partidas. “Os atletas que disputam o Amigos da Bola recebem os comprimidos antes dos jogos e aqueles que os utilizam já relataram a diferença que sentiram no desempenho dentro de campo”, destaca Lopes. “Estamos dando um grande passo a fim de popularizar o uso da cafeína concentrada no esporte que é a paixão da maioria dos brasileiros”, finaliza.
• POVO DA BOLA • ESTRELA VERMELHA • BEBEBUM • MASTER URCA • OPERÁRIO MERCÊS • RÁDIO TAXI CAPITAL FC • OS TEIMOSOS FC • REAL SANTO INÁCIO • PIRIRI • COMETA • SPARTAK FC • OPERÁRIO AHÚ • SAMPDÓRIA • OURO VERDE • DE LADO FOOT GÓLES • BUTANTÃ FC
© DIVULGAÇÃO AMIGOS DA BOLA
EQUIPES QUE ESTÃO NA DISPUTA EM 2015
OS TIMES CAMPEÕES DO AMIGOS DA BOLA 2014 - OPERÁRIO AHÚ 2013 - MASTER URCA 2012 - POVO DA BOLA
2011 - MASTER URCA 2010 - ESTRELA VERMELHA
• Revista Só Futebol •
65
POR ONDE ANDA
Gabiru: o retorno Parado por um ano inteiro, meia refuta aposentadoria e acerta com novo clube, apesar da preferência pelo Furacão
“Gostaria de jogar no Atlético mais uma vez, mas essa diretoria não gosta de mim e eu falo mesmo, não tenho receio. Eles não respeitam minha história no clube.”
66
• Revista Só Futebol •
forma ideal para a disputa do estadual. Com o clube gaúcho, o meia tem contrato assinado por três meses, até o fim do campeonato estadual. Embora não esconda a alegria pelo novo acordo, Gabiru confessa que gostaria mesmo é de vestir novamente a camisa do Atlético, onde jogou por mais de cinco anos e conquistou quatro campeonatos paranaenses e o histórico título brasileiro de 2001. Ele sabe que o sonho é quase impossível de se tornar realidade e coloca a culpa na diretoria rubro-negra. “No Rio Grande do Sul, eu sou muito mais bem tratado e as pessoas lá têm muito respeito por mim. Me ofereceram emprego e eu estou indo. Gostaria de jogar no Atlético mais uma vez, mas essa diretoria não gosta de mim e eu falo mesmo, não tenho receio. Eles não respeitam minha história no clube. Ganhei tudo pelo Atlético e isso ninguém vai tirar de mim. Recebo muitas mensagens de carinho da torcida e fico muito feliz com esse reconhecimento, mas não tem jeito mesmo (de voltar)”, lamenta o meia. E quando o Campeonato Gaúcho e o contrato com o Panambi chegarem ao fim? Questionado se esse será o último clube de uma longa carreira, Gabiru evita antecipar o fim de sua trajetória nos gramados e garante que não vai recusar as boas ofertas que aparecerem. Caso não chegue nada interessante, ele já tem planos (mais ou menos) traçados. “Eu gosto de aproveitar minha família. Gosto de ficar com meus filhos, passar um tempo com a minha esposa. Fico tranquilo e Curitiba sempre será nossa casa. Mas depois de parar de jogar, penso em assumir um cargo de auxiliar técnico ou algo parecido. Numa dessas, posso ser técnico no futuro. Mas daí tem que estudar bastante, né?”, pondera.
• Revista Só Futebol •
67
© DANIEL BOUCINHA
R
odoviária de Curitiba, quinta-feira, 29 de janeiro de 2015. Adriano Gabiru caminha misturado à multidão antes de embarcar no ônibus que tem Porto Alegre como destino final. Da capital gaúcha, o jogador que fez o gol do título mundial do Internacional em 2006 ainda teria mais algumas horas de viagem até Panambi, minúsculo município do noroeste do Rio Grande do Sul. Na pequena cidade, o atleta de 37 anos foi recepcionado como grande estrela pela diretoria e pelos torcedores do Panambi, time que busca o acesso à divisão de elite do futebol gaúcho e aposta no herói colorado como principal arma. Em 2014, depois de disputar apenas duas partidas pelo Conilon no Campeonato Capixaba, Gabiru deixou o clube com a alegação de falta de pagamentos. No resto do ano, sem encontrar times interessados, o meia acabou ficando totalmente parado. Ele nega que tenha se aposentado oficialmente em qualquer momento, mas tampouco manteve a rotina de um atleta profissional. Em entrevista à Revista Só Futebol, pouco antes de embarcar rumo ao seu novo desafio, ele contou por onde andou nesse período de inatividade. “Desde que fizeram sacanagem comigo lá no time do Espírito Santo e eu saí, fiquei parado aqui em Curitiba. Eu sou um cara muito preguiçoso e acabei não treinando nada. Não fui para a academia, não corri, só fiquei por aí. Estava esperando surgir uma proposta, mas não veio nada interessante e eu só recebi esse contato do Panambi no final do ano. Estou muito feliz que deu tudo certo e finalmente vou poder jogar”, conta Gabiru, que estima um tempo de 15 a 20 dias até chegar à
© DANIEL BOUCINHA
POR ONDE ANDA
PARANAENSE ADOTADO Embora seja alagoano de Maceió e tenha conseguido seu maior feito no futebol jogando por um clube gaúcho em um estádio no Japão, Adriano Gabiru tem uma grande identificação com o Paraná e é um orgulhoso morador de Curitiba. Contratado pelo Atlético junto ao CSA em 1998, jogou no Furacão até 2005 (com empréstimos para o Olympique de Marseille e para o Cruzeiro dentro desse período). Em 2011, depois de passagens por vários times, acertou com o Corinthians-PR para a disputa do Campeonato Paranaense. Dois anos depois, após passagens frustradas por CSA (onde começou a carreira, em 1997) e Guarany de Bagé, ele topou o desafio de jogar a Suburbana pelo Combate Barreirinha. “Era exatamente do que eu estava precisando. Queria algo mais leve e o convite do Combate acabou sendo importante para mim. Foi muito legal. A diferença do futebol profissional é enorme em todos os sentidos, mas no fim o que vale é jogar bola e ser feliz”, reflete, feliz e pronto para jogar bola em um novo clube. Afinal de contas, é isso que vale. POR: MAHANI SIQUEIRA
68
• Revista Só Futebol •
© DANIEL BOUCINHA
“EU GOSTO DE APROVEITAR MINHA FAMÍLIA. GOSTO DE FICAR COM MEUS FILHOS, PASSAR UM TEMPO COM A MINHA ESPOSA. FICO TRANQUILO E CURITIBA SEMPRE SERÁ NOSSA CASA.”
• Revista Só Futebol •
69
INTERNET
Sigam-me os bons
Ídolos e clubes para seguir no Instagram
RAFHAEL LUCAS
@rafhaellucas99 O atacante que é o destaque do Coritiba é discreto quando o assunto é redes sociais. Sua conta no Instagram é privada, por isso quem quiser ver o dia a dia do jogador relatado por lá, precisa antes ter a autorização dele! Quem já acompanha?
O zagueiro do Coritiba não é o craque mais ativo no Instagram, mas quando dá as caras por lá, mostra um pouco da sua intimidade com a família, as conquistas em campo e os colegas de time.
70
• Revista Só Futebol •
© DIVULGAÇÃO
LUCCAS CLARO @luccasclaro
ATLÉTICO PARANAENSE
@atleticoparanaense
A página oficial do time no Instagram mantém os fãs do time atualizados sobre o time que entra em campo a cada partida, curiosidades do estádio e os torcedores que estão nas arquibancadas dos jogos.
PARANÁ CLUBE @paranaclubeoficial
GABRIEL YAN
© DIVULGAÇÃO
@gabriel_yan
O perfil oficial do Paraná no Instagram publica fotos e vídeos com os destaques do time. Jogadores e torcida também estão sempre presentes por lá, mostrando todo o seu amor pelo futebol.
Destaque na defesa do Paraná Clube, nas redes sociais Gabriel mostra um pouco da sua rotina de trabalho e pessoal também. A paixão pela profissão e o amor pela família ficam em evidência nas fotos e frases postadas pelo jogador.
• Revista Só Futebol •
71
QUADRAS
ONDE JOGAR CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA R. Ipiranga, 770 - Capão Raso (41) 3598-7098 / (41) 9879-0025 www.ceipiranga.com.br S Churrasqueiras
Escolinha de futebol
Salões de festa
Campos de grama natural
2,08 M
INAUGURADO EM 2010, O CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA POSSUI UM COMPLEXO ESPORTIVO COM 10 MIL METROS QUADRADOS, RODEADO DE ÁREAS ARBORIZADAS. O ESPAÇO OFERECE TRÊS QUADRAS COBERTAS DE GRAMA SINTÉTICA PARA FUTEBOL SOCIETY E É EQUIPADO COM AMPLOS VESTIÁRIOS, ESCOLINHA DE FUTEBOL, LANCHONETE COMPLETA COM SEIS CHURRASQUEIRAS E DOIS SALÕES DE FESTAS – PARA A REALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS, CONFRATERNIZAÇÕES E FESTAS. O CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA REALIZA CAMPEONATOS E TORNEIOS EMPRESARIAIS, ALÉM DE COMPETIÇÕES ORGANIZADAS PELA FPF7.
O jogador de futebol mais alto do mundo tem 2,08 m e se chama Kristof Van Hout. O belga, logicamente, é goleiro.
72
• Revista Só Futebol •
Um jogador profissional corre entre 9 e 11 quilômetros durante os 90 minutos da partida de futebol.
GUNHA SPORTS Rua Dionira Moletta Klentz, 237 Santa Quitéria (41) 3016-4232 www.gunhasports.com N Wi-fi
As bolas de futebol aprovadas pela FIFA têm dois tamanhos. Para jogadores com mais de 12 anos, elas são de tamanho 5, e devem pesar entre 420 g e 450 g. Para jogadores entre 8 e 12 anos, as bolas são de tamanho 4, e pesam entre 350 g e 390 g.
Salões de festa
S
Campos de Campo de grama grama natural sintética
A GUNHA SPORTS É UM CENTRO URBANO DE TREINAMENTOS QUE OFERECE A SEUS CLIENTES E PARCEIROS UM ESPAÇO DE MAIS DE 30 MIL METROS QUADRADOS, COM CINCO CAMPOS DE GRAMA NATURAL E UM CAMPO DE GRAMA SINTÉTICA COBERTA PADRÃO FIFA – O MAIOR DE CURITIBA. O ESPAÇO CONTA, AINDA, COM VESTIÁRIOS, CHURRASQUEIRAS, BAR, LANCHONETE E ESTACIONAMENTO PARA MAIS DE 150 CARROS, TODO EQUIPADO COM UM MODERNO SISTEMA DE CÂMERAS. TODA A ÁREA É COBERTA POR SISTEMA WIFI. A GUNHA SPORTS POSSUI, TAMBÉM, TRÊS SALÕES DE FESTA DEVIDAMENTE EQUIPADOS PARA PROPORCIONAR CONFORTO E SUCESSO PARA FESTAS E EVENTOS.
• Revista Só Futebol •
73
CRUZADINHA PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br (?) solar: é gerada pela célula fotovoltaica Medida do Banco Central para manter a inflação sobre controle Empresa que ocupa as páginas publicitárias de uma revista
14ª letra Tecla de "apagar", no teclado
Assunto das aulas de Direito
Falatórios Lady (?), princesa vivida por Naomi Watts em "Diana" (Cin.) Comer, em inglês Alcunha de Rui Barbosa
© Revistas COQUETEL
Substância produzida por uma Atleta coespécie de canhão, a fim de que mo o suíço estações de esqui possam Roger funcionar até mesmo no verão Federer
Produto substituto do similar líquido, em supermercados, por ser menos inflamável
Aptidão bem desenvolvida no atirador
Explicação popular para a genialidade
Forma de Budismo japonês
Estudar (texto) O enredo de novelas
Formação natural nos Lençóis Maranhenses Idade (?): segue-se à mocidade
Trapo, em inglês Orixá dos mares
Que faz muito bem alguma coisa
Banda de "Losing My Religion"
Teatro do (?), gênero de Eugène Ionesco
Ricardo Boechat, jornalista brasileiro
Fábio Barreto, cineasta carioca Selva, em francês Dotado de asas
Local de coleta de frutas, em sítios "Santa (?)", programa do GNT que dá dicas de organização (TV) Centro de treinamento do Clube Atlético Mineiro (fut.)
Lama, em inglês Oferte; conceda
Estado do Elevador Lacerda (sigla) (?) trip: crise psicodélica (gíria)
3/bad — eat — mud — rag — rem. 4/bois. 7/absurdo. 11/tagarelices.
BANCO
Peixe que se defende inflando
58
Solução I
E A N U L E I T R T A G AR D I E A T J R A G U I A R E M P O M A S A N M A J U D A D
N C O D O E L L E M A G D E L R B A L D A E DO A
L
I A Z M I C R A DU N H A A B O I A L B G A
N E V E A R T I F I C I A L
A B S U R D O N I S T A T
E
• Revista Só Futebol •
C
74
Produto isento de registro conforme RDC 27/2010 da ANVISA. Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico. Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades. NÃO CONTÉM GLÚTEN.
encontre uma loja. Ligue:
0800 606 5606* *Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira Das 9h às 18h
Em qualquer lugar ou ocasião, tome Vivamil® e ganhe disposição na hora. Vivamil® não é remédio, é cafeína pura e concentrada que age em minutos e dura por até 5 horas. Ganhe mais disposição para os esportes, foco nos estudos e rendimento no trabalho. Experimente Vivamil® em comprimidos ou shot e dê adeus à preguiça.
O 1° comprimido e o 1° shot de cafeína pura do Brasil. vivamilbrasil.com.br