A Estética dos Quadrinhos

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A ESTETICA ESTETICA DOS qUADRINHOS

Bruna Alessa

Jonas Almeida

Guilherme Sanches

Willian Mendes



A ESTETICA ESTETICA DOS qUADRINHOS Bruna Alessa Guilherme Sanches Jonas Almeida Willian Mendes



Sumário

Introdução

05

Capítulo 1 - A 9ª Arte

07

Capítulo 2 - A Estética da Arte Sequencial

15

Capítulo 3 - História da Marvel

21

Capítulo 4 - The Incredible Hulk

25

Capítulo 5 - Captain America

29



Introdução Quem, quando criança, nunca tomou para si a identidade de um super-herói? A fantasia nos motivava a criar, toalha de banho servia como capa, um relógio colorido como um super transformador e pronto, lá íamos nós, preparados para lutar. Todas as inspirações vinham de personagens criados bem antes do nosso tempo, muito antes dos desenhos animados e do cinema colorido, originalmente eram simples desenhos que transmitiam em uma única imagem diversas expressões e palavras. Várias dessas imagens colocadas em uma sequências formavam aquilo que hoje chamamos de "Arte Sequêcial". Ao longo da história, várias dessas criações serviram como meio de comunicação para atingir as massas, influenciar a política e disseminar ideologias, utilizando artifícios tanto racionais quanto humorísticas. As histórias em quadrinhos, com o tempo, se diversificaram para atender a maior parte do público, evoluiu e hoje é reconhecida como arte.

05



Capítulo 1

A 9ª Arte


Nem sempre, as Histórias em Quadrinhos fizeram parte da hierarquização da arte, como a dança, a música, a pintura e até mesmo o cinema que tem seu processo de criação juntamente com os quadrinhos, isso está relacionado diretamente a sua origem lá atrás em 1827. Os primeiros quadrinhos são diferentes dos padrões estéticos que temos ilustradores de seu tempo, pois representava a história através de imagens, onde trazia os desenhos

separados

da

escrita, sendo ela apenas uma legenda. Ainda como precursores

deste

movimento temos os alemão Wilhelm Busch (1832 – 1908) e o francês Georges Colomb (1856 – 1945). O período entre o final do século 19 e o meio M. Vieux Bois - Quarto Suicídio de Rodolphe Töpffer 1827

do século 20 foi marcado por

grandes mudanças sociais e pela evolução dos meios de comunicação, onde os quadrinhos se tornam uma das principais formas da comunicação de massa. os quadrinhos se destacaram com propósito de atender as necessidades mercadológicas de informação, como uma ferramenta para a comunicação de massa e para a criação de uma cultura popular que ainda era inexistente nos Estados Unidos. Foi no ano de 1895 que surgiu a primeira história em quadrinhos moderna, criada por Richard Fenton Outcalt - The Yellow Kid se tornou um marco no novo modelo de quadrinhos, adotando um novo padrão que se mantém até os dias de hoje. Fenton criou um personagem que possibilitava a criação de histórias fixas – Um garoto de cabeça grande, orelhudo, de seis ou sete anos, careca, com um camisolão amarelo sujo – as mensagens dos quadrinhos vinham escritas em sua roupa, mensagens

sempre

com

tons

irreverentes,

narrativas progressivas assim como os balões que são índices dos comics. 08

The Yellow Kid - Richard Fenton Outcalt (1985)

Capítulo 1 - A 9ª Arte

Capítulo 1 - A 9ª Arte

atualmente foram criados pelo suíço Rodolphe Töpffer um dos mais importantes


The Yellow Kid marca o movimento de abertura para novas HQs e ao mesmo tempo para os jornais que adotavam o sensacionalismo e o humor para atrair leitores. Os primeiros quadrinhos possuíam um teor totalmente sensacionalista que não gerava em seu leitor conhecimento e não despertava nenhuma reflexão ou sensibilidade, assim não parte da cultura erudita - que buscavam satisfação artística de uma maneira que fossem privilegiados e se destacassem de forma bruta da cultura popular, criando um grande contraste social reforçando o conceito do ideal de superioridade e inferioridade da população através da arte. O surgimento de uma arte popular em um momento onde a arte era uma forma de expressão pertencente à burguesia e a alta cultura, fez com que as HQs entrassem em um âmbito da marginalização e entulho artístico. Para o filósofo americano Richard Shusterman, a cultura popular pode atingir todas as classes a partir do momento em que trouxer uma maior liberdade e praticas da vida, sem que a arte seja separada da vida, como acontece com o conceito de "american way of life" ou "estilo de vida americano" que se

aproveita

das

tiras

para

propagar a ideia filosófica do consumo,

com

reforço

no

movimento artístico Pop Art que utiliza a estética dos quadrinhos para a composição das obras de arte, em uma sociedade mais consumista e capitalista, que

Superman - Pop ArtImágem disponível em http://cdn.europosters.eu /image/750/adesivos/superman-pop-art-logo-i12026.jpg

tornou a cultura popular mais aceita por todos. Dentro desse processo de aceitação a estética dos quadrinhos também passou por uma nova reformulação, na parte visual chamado de pintura realista ou hiper-realista, o que tornou a cultura popular mais próxima da cultura erudita e a formação de um novo sistema ideológico político e social que traziam aos quadrinhos um novo marco, se tornou critico, produziram respeito, despertaram interesse e curiosidade, o que mudou ainda mais a visão que as pessoas possuíam dos quadrinhos. Através de um longo processo foi aceito e entendido como arte, a nona arte! 09

Capítulo 1 - A 9ª Arte

atingia o objetivo da estética do feio e do belo, sendo ignorado e visto com indiferença por


Capítulo 1 - A 9ª Arte

Cronologia

1920 Na década de 20 os quadrinhos ainda possuíam texto com tons sensacionalistas e cômicos, com ênfase na retratação da arteirice das crianças e animais como Little Nemo (de Winsor McCay) e Popeye (de E.C. Segar). Somente no final da década em 1929 com a grande depressão econômica que assombrou os E.U.A, é que os quadrinhos tomaram um novo rumo. Tarzan adaptado por Hal Foster

1930 - A Década de Ouro A década de 30 começa não só com os efeitos da crise, mas com o desenvolvimento de um novo gênero antes inexplorado dentro dos comics, a aventura. Ficou conhecida como a década de ouro dos quadrinhos, onde três grandes vertentes fizeram sucesso, o gênero policial com os quadrinhos de Dick Tracy, criado por Chester Gould, a Fantasma de Lee Falk (Imágem disponível em http://www.guiados quadrinhos.com/personagem/ imagens/2012/06/378person_ 2276.jpg

ficção-cientifica, Flash Gordon de Alex Raymond e as Aventuras na Selva, tendo como grande ícone Tarzan adaptado por Hal Foster, surgiu o primeiro herói que usava uniforme, Fantasma, de Lee Falk, e em 1933 é criado o primeiro super-herói com identidade secreta, Superman de Siegel and Shuster, mas só chegou às bancas em 1938 quando seus direitos foram vendidos por seus idealizadores para DC Comics, Superman seria publicado na revista Action Comics 1, suas publicações trouxeram grande interesses políticos em um tempo onde a 2ª guerra mundial acabara de começar, 1939. Nesse mesmo período surge Namor, um herói hibrido aquático e o Tocha Humana, um andróide flamejante,

Superman de Siegel and Shuster nº 1 - 1938(Imágem disponível em http://www.guiadosquadrinhos. com/edicaoestrangeira/Show Image.aspx?id=2&path=301_2.jpg &w=400&h=545)

ambos inimigos declarados. Em meio à guerra, como estratégia o governo norte americano percebendo a capacidade que as histórias em 10


quadrinhos tinham em atingir as massas “pediu aos heróis se juntasse as causas em prol do país” assim transformou antes inimigos em amigos Namor e Tocha Humana, participariam junto da luta contra o os inimigos

Capítulo 1 - A 9ª Arte

do povo americano.

1940 Com o crescimento da 2ª guerra, cresce também o número de criação de heróis, entre 1940 e 1945 estima-se que foram criados aproximadamente 400 super-heróis,

desses

que

foram

criados

poucos

sobreviveram ou tiveram em suas histórias um importante

Namor de Bill Everett - 1968

desenvolvimento. Entre eles os que mais se destacaram com o tempo foram: Batman criado no final de 1939 por Bob Kane, O Fantástico Capitão Marvel de C.C.Beck e o grandioso Capitão América tido como, a maior criação feita em um tempo de grandes conflitos, pois sua criação foi totalmente política, visto como "Sentinela da Liberdade".

1950 A década de 1950 não foi a das mais fáceis para as HQs, quando o livro psiquiatra alemão Dr. Fredric Wertham é publicado, um verdadeiro terror se inicia no mudo dos comics, em sua extraordinária obra, Sedução do Inocente, de 1955 Fredric traz a ideia de que os

Detective Comics nº 38 - 1940 (Imágem disponível em https://hqrock. files.wordpress.com/2011/12/detective -comics-38-robin-first.jpg)

quadrinhos são fontes de perdição e progenitores de informações que deturpam e levam à juventude a imoralidade. Instaurando-se então o código de ética das HQs que censuram os futuros roteiros e publicações. A

década

também

foi

marcada

pelo

aparecimento das histórias intelectuais como Peanuts, de Charles M. Schulz que conta a história de Charlie Brown e seu cão Snoopy.

1960 - A década de Prata Em quanto novos heróis surgem, alguns 11

Peanuts, de Charles M. Schulz


buscam se firmar no mercado, esse é o caso do Flash da DC Comics que passa por uma nova reformulação, para a linha de frente da DC retornam a Mulher-Maravilha, Batmam, Superman e Aquaman, diante desse cenário de mudanças quem não se mostra feliz é a rival Atlas Comics (hoje Marvel) pedem então para que Stan Lee elabore um plano que

Capítulo 1 - A 9ª Arte

possa bater de frente com

a

"Liga

da

Justiça".Surge assim o Quarteto Fantástico, uma equipe

formada

por

pessoas que possuem relações entre si. No ápice da Guerra Fria, o quadrinho toma uma posição totalmente política diante da posição dos

americanos

perante

os

soviéticos e a corrida espacial. Personagens

importantes

também fizeram suas primeiras aparições

nesta

época

como,

Trabalhar - Mafalda (Imagem Disponível em https://buenosaires paratodos.files.wordpress.com/2013/02/trabalhar-mafaldamiguelito-quino.jpg

Homem-Aranha, X-Men e Homen de Ferro da Marvel, Mafalda, de Quino.

1970 - Década de Bronze Em 1973 Dik Browne cria Hagar - o Horrível, tido até hoje como um

dos

melhores

quadrinhos

mundiais de humor.

1980 Um tempo onde quadrinho não são mais somente para crianças, novas publicações e mudanças incluem em seus projetos outro público alvo, os adultos. O próprio Batman passa por uma reformulação e se torna o cavaleiro das trevas, gótico, sombrio, com um tom mais

Hagar, o Horrível de Dick Browne (Imágem disponível em http:// www.guiadosquadrinhos.com/edicao/ShowImage.aspx?id=41070 &path=gea/q/qu04210001.jpg&w=400&h=588)

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forte, já a sensualidade e loucura ficam por conta da Elektra, criada por Frank Miller, nesse mesmo meio também temos Sandman de Neil Gaiman. meio dos quadrinhos, o pensamento crítico despertava a busca pelo conhecimento e pela informação, Bill Watterson criou aquele que seria o seu trabalho mais representativo que geraria pelo mundo milhões de fãs, Calvin e Hobbes. Calvin, um garoto de seis anos e seu amigo tigre vivem diversas aventuras através de sua Calvin e Hobbes de Bill Watterson (Imágem disponível em http://images.virgula.uol.com.br/2015/11/ GUERRA-CALVIN-E-HAROLDO.jpg)

mente

como

fonte

de

grandes

pensamentos e informações. Suas tirinhas traziam assuntos como morte, vida, guerra e paz, assuntos complexos para um garoto de sua idade.

1990 Os anos 90 foram marcados por dois grandes acontecimentos, o primeiro deles tecnológico com o crescimento da tecnologia no processo de produção e a influência dos quadrinhos japoneses (mangás) que de forma direta influenciaram na concepção de novo conteúdos por parte dos americanos.

2000 - Pós Modernidade Com o começo do século e as tragédias que se somaram a ele como os atentados terroristas as torres gêmeas, os quadrinhos buscaram reforçar a ideia de Os Cavaleiros do Zodíaco de Masami Kurumada (Imágem disponível em http://mlb-s2-p.mlstatic. com/manga-conrad-cavaleiros-do-zodiaco-saintseiya-33-bonellihq-13702-MLB4320883340_0520 13-F.jpg

exemplos dos heróis e separá-los dos vilões. Os

quadrinhos

passaram

a

ser

constituídos com o intuito de atingir outros mercados, são criados já com o objetivo de virarem filmes, desenhos e outros. 13

Capítulo 1 - A 9ª Arte

Em 1985 com as fortes mudanças no



Capítulo 2

A Estética da Arte Sequencial


Capítulo 2 - A Estética da Arte Sequencial

As revistas de histórias em quadrinhos são os principais meios de publicação da arte sequencial, que com o tempo desde suas primeiras publicações deixaram de ser apenas pequenas tirinhas impressas em jornais para se tornarem revistas em que seus conteúdos são inteiramente de quadrinhos, com gráficos mais ajustados, com maior qualidade das impressões e das cores o que trouxe para o público uma experiência visual nova e atraente. A arte sequencial possui "a imagem" como principal meio de linguagem e a escrita como meio secundário, espera que seu público crie uma percepção maior para a leitura da obra, são onomatopéias, balões de fala, riscas que indicam movimento e luz que se repetem ao longo de toda arte criando um tipo de linguagem essencial e conhecida para a interpretação da história.

Criação A criação de um quadrinho é composta a partir do seu enquadramento e da percepção dos elementos que devem fazer parte da imagem, faz parte desse processo a emoção, o tom e o timing (cronometragem em português) este ligado a cronologia e a ordem temporal que as informações seguirão.

Sequência – Timing A sequência das histórias se apresenta como um dos fatores mais importantes para o entendimento geral de uma obra, pois ela determinará o que virá depois. Existem alguns tipos de sequência: Transição de Momento: Quando o intervalo temporal de um quadrinho para o outro é curto, facilita o entendimento do usuário sem que cause questionamentos da sequência da história. Transição de Ação: Está exige mais atenção do leitor para entender as ações que se seguem. Transição de Trama: As ideias que se seguem nos quadrinhos possuem um relacionamento maior com o leitor, pois ele precisa entender que a história não mudou somente seu tema. Transição de Cena: Aqui o funcionamento acontece através da dedução que une a trama e os intervalos ao mesmo tempo.

Emoção – Perspectiva A emoção é gerada através da perspectiva que o leitor tem da imagem, sua finalidade é manipular para que a mensagem recebida pelo leitor seja a mesma que o 16


A

cena

de

uma

HQ

é

Capítulo 2 - A Estética da Arte Sequencial

quadrinho desejava passar. criada

propositalmente através de formatos e perspectivas que possam despertar no leitor suas emoções mais profundas. Todo processo deve atender o ideal de sentimento que será gerado no público, se a história chamará atenção, se o design por si só realizará essa função.

Os Balões - Escritos e Fala Os primeiros quadrinhos não possuíam balões de fala, no máximo a escrita vinha por meio de legendas que ficavam no rodapé das imagens, o uso da fala nas HQs foi um marco que trouxe um novo aspecto para a arte sequencial.

Visão - Roy Thomas e John Buscema (Imagem Disponível em https://hqrock.files. wordpress.com/2013/07/vision-crying.jpeg)

Os balões marcam todo o começo de uma história, assim tamanha importância que ele tem para os quadrinhos. Para Eisner: À medida que o uso dos balões foi se ampliando, seu contorno passou a ter uma função maior do que o simples cercado para a fala. Logo lhe foi atribuída a tarefa de acrescentar significado e de comunicar a característica do som à narrativa (EISNER, 2001, p. 27).

São inúmeros os formatos de balões que existem e que são usados para o uso das falas nos quadrinhos, entre os mais usados temos:

Fala

pensamento

sussuro

Grito

trÊmulo

O balão da fala é o mais usado, pois mostra de forma direta o que o personagem está a dizer.

Com um formato de nuvem, ondulado ele indica o pensamento ou memória do personagem.

Não possui um formato especifico mais se diferencia dos outros, pois seu contorno é pontilhado, é usado quando o personagem cochichar ou sussurrar.

Para chamar a atenção do leitor, esse balão possui um formato mais energético, cores fortes, bordas grossas!

Possui um formato tremido, traz a ideia de medo.

Além dos modelos acima citados podemos ver nos quadrinhos as falas sem balões, elas são utilizadas quando na história existe um narrador, ou indica apenas a legenda. 17


Capítulo 2 - A Estética da Arte Sequencial

Expressões De certa forma é incrível saber que todos os aspectos que compõem o quadrinho precisam sempre possuir sincronia para que a mensagem possa atingir seu objetivo com clareza. Isso se aplica a forma como o criador do quadrinho desenha seus personagens e se os personagens conseguem se expressar de uma forma mais realista possível para que o leitor entenda. São várias as expressões usadas por nós humanos, elas começam lá atrás quando ainda somos crianças em um processo de conhecer e assimilar tudo o que nos rodeia, criando uma percepção de como as expressões ocorre. Os gestos precisam estar diretamente ligados a história, eles precisam servir como suporte para que haja precisão e coerência no enredo.

raiva

Medo

Alegria

Surpreso

Dissimulação

Ameaça

poder

18


As onomatopeias são um dos recursos mais utilizados nos quadrinhos, sua forma já se tornou parte presente em todas as histórias, a expressão do som, através das palavras, tenta se aproximar de forma mais realista possível do som original. Consegue de forma visual se diferenciar de todo o restante do quadrinho, pois em muita das vezes a onomatopéia não respeita os limites do quadro. Possui uma estética diferente das palavras, faz o uso de cores fortes, seus tamanhos e suas formas são maiores que as letras normais do quadrinho. O termo na maioria das vezes usado para representar o som vem da língua inglesa e acaba por se enraizar nas histórias em quadrinhos por todo o mundo. Até mesmo aqui no Brasil.

19

Capítulo 2 - A Estética da Arte Sequencial

Onomatopéias



Cap铆tulo 3

Hist贸ria da Marvel


Uma das principais editoras americanas de quadrinhos, a Marvel, surgiu em

Capítulo 3 - A História da Marvel

meados da década de 30 e foi fundada por Martin Goodman. Porém seu primeiro nome passava longe do que conhecemos atualmente, já que inicialmente era conhecida por Timely Comics. Seu fundador era editor de revistas famosas que continham histórias com o tema faroeste. Com sede em NY, fez sua primeira publicação em 1939 e apresentou ao mundo os primeiros super heróis da companhia, o Tocha Humana e Namor na revista Marvel Comics. A publicação foi um sucesso o que estimulou a equipe a lançar mais uma edição no ano seguinte. Já na década de 40, a dupla Jack Kirby e Joe Simon foi responsável pela origem do primeiro herói patriota, o Capitão América. Ele deu as caras nas revistas, pela primeira vez em março de 1941 o que fez com que a edição vendesse mais de um milhão de exemplares. Se aproveitando do patriotismo americano e o momento de guerra pelo qual o mundo enfrentava, a cartada foi certeira, fazendo assim com que a febre dos quadrinhos surgisse. Porém assim como a guerra fez a venda dos quadrinhos darem um salto gigantesco, o fim da mesma provocou um declive grande na média de vendas. Para se manter viva, a Timely expandiu seu universo para diversas áreas. Nos anos 50, a empresa e suas concorrentes sofreram bastante com o baixo número de vendas, e para tentar escapar dessa crise, heróis dos anos 40 foram ressuscitados, porém sem muito êxito. Mas graças ao grande sucesso de sua principal rival, DC Comics, que investia pesado na história de super heróis, que a empresa conseguiu voltar com tudo para o mercado. Em 60, Jack Kirby e Stan Lee, criaram o Quarteto Fantástico, que obteve um sucesso imenso e que estimulou a criação de outros heróis na mesma época, como Homem - Aranha, que também foi criado por Stan Lee e Steve Ditko. Em meio a tantas empresas buscando se destacar dentro desse universo, a Marvel Comics acabou se tornando uma das mais diferenciadas do mercado, já que suas histórias traziam um contexto mais próximo da realidade e também pela qualidade de seus produtos e a originalidade de seus personagens. Stan foi um dos roteiristas que mais

MARVEL (Imagem disponível em http://cantinhonerd.com.br/tag/punho-de-ferro/) 22


se destacaram na história da empresa até da empresa nos dias atuais, além de que com o passar dos anos, ele conquistou o posto de diretor da empresa. Na década de 70, mais um período de baixa, atinge a empresa, mas que no meado da década se recuperou. Já em 80, uma nova visão da empresa abriu diversas portas. Com a compra da empresa

Stan Lee (Imagem disponível em http://cinemacao.com/ 2015/04/30/stan-lee-ensina-como-fazer-umaparticipacao-especial-em-filmes-da-marvel/)

de

animação

Friz

Freleng,

que

era

responsável pela Pantera Cor de Rosa, ela

passou a produzir desenhos animados como, G.I. Joe, Transformers e Muppet Babies. Em 1998, a empresa foi comprada pelo empresário Ronald Parelman que colocou a mesma na bolsa de NY e aumentou o número de títulos públicos, e graças a isso, a empresa cruzou o começo da década de 90 em alta, já que os números de vendas estavam altos dentro do território americano. Mas como nem tudo são flores, novamente a empresa entra em uma crise financeira, que envolvia diretamente Parelaman, que foi acusado de desviar grande parte do que era da Marvel para seus próprios interesses. No auge da crise, surge Isaac Perlmutter que assume a empresa junto de seu sócio, Avi Arad. Ambos decidem licenciar os direitos de muitos de seus heróis para estrelarem grandes filmes de Hollywood, na tentativa de reerguer a empresa. Mesmo após muita crise e uma grande fase de dificuldades e escândalos, a Marvel hoje é disparada a maior empresa do ramo, ficando muito a frente de sua principal concorrente, DC. Além disso, a empresa é responsável por gerar um dos maiores mitos da cultura popular, Stan Lee. Com a chegada do um novo século, foram criadas mais algumas linhas editoriais. Seu catálogo atual possui cerca de cinco mil personagens. Em 2009 a empresa foi comprada pela Walt Disney Company, por quatro bilhões de dólares.

23

Transformers Nº 12 – 1986 (imagem disponível em http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao /ShowImage.aspx?id=63415&path=rge/t/tr002 100012.jpg&w=400&h=543)

Capítulo 3 - A História da Marvel

hoje, e que por isso acabou virando ícone



Capítulo 4

Nome Real: Robert Bruce Banner Altura: 244 cm Peso: 635 Kg Primeira Aparição: Incredible Hulk #1 (1962) Origem: Incredible Hulk #1 (1962)


História do Personagem Robert Bruce Banner é filho do Doutor Capítulo 4 - The Incredible Hulk

Brian Banner, um físico nuclear, e de sua esposa, Rebecca. O pai de Bruce era alcoólatra e sentia ódio do amor que a mãe de Bruce tinha pelo seu filho. Esse ódio era ainda maior quando Brian pensa que seu filho pode ser um mutante, por conta da exposição à radiação que Brian, como um físico nuclear, passou. Insano, o pai de Bruce abusara dele e posteriormente assassinara Rebecca na sua frente. Após Brian ser trancado em um hospital psiquiátrico, Bruce foi criado pela sua tia, irmã de Brian, como se fosse seu próprio filho, entendendo todo sofrimento causado pelo seu pai. Bruce desenvolveu múltiplas personalida-

NCREDIBLE HULK - 1999 #110 (Imagem disponível em http://marvel.com/comics/ issue/16448/incredible_hulk_1999_110

des reforçadas por esses acontecimentos, mas que foram recalcadas com o tempo. Ele era um garoto prodígio, com um grande intelecto e quando cresceu se tornou um grande físico nuclear, mas um acidente nuclear mudou sua vida completamente. Banner estava em uma base de testes de armas nucleares no Novo México, onde seria testada sua mais nova invenção, a “bomba gama”, que era colossalmente mais potente que as bombas de Hiroshima e Nagasaki, quando descobre que um adolescente desavisado está na zona de perigo. Desesperado, Banner pede para seu ajudante Igor Starsky parar a contagem regressiva e corre para salvar a vida do jovem, porém Igor era um agente soviético e não fez nada na esperança que Bruce morresse com a explosão.

The Incredible HULK – Nº1 (Imagem disponível em https://comicstore.marvel.com /Incredible Hulk-1962-1999-2/digital-comic/ 3357)

A bomba explode antes que Banner pudesse sair da zona e é atingido por uma quantidade exorbitante de radiação gama. Por conta de uma anomalia genética, Bruce não morre na explosão, pelo contrário, é transformado em uma criatura humanóide, verde, gigante e forte chamada de “Hulk”. Banner se transforma pela primeira vez ao cair da noite, e volta a sua forma normal ao amanhecer. Mas, após essa primeira transformação, qualquer descarga de adrenalina, estresse ou perigo fazia com que Bruce se transformasse em Hulk. 26


Normalmente, ele possui pedaços da memória de Banner, tornando-se um ser não tão irracional assim, mas sua personalidade pode variar, pois Banner possui múltiplas o Hulk Cinza e o Hulk Fundido, que são personalidades de Banner tomando controle da fera.

Contexto Estético As principais inspirações para a construção deste personagem foram os clássicos “Monstro de Frankenstein” e “O Médico e O Monstro” os quais lembra. O Incrível Hulk, segundo seus criadores Stan Lee e Jack Kirby, reflete a situação em que o mundo se encontrava na época, no auge da Guerra Fria. Isso fica muito explicito no começo de sua saga, onde Banner sofreu com a radiação gama da bomba que ele mesmo tinha projetado e que foi explodida pelo seu assistente que era um espião soviético disfarçado. A aparência verde de Hulk foi puramente por acaso. Inicialmente, a cor da criatura era cinza, porém alguns problemas de impressão levaram o tom de sua pele a ficar marrom e esverdeada. Assim que percebeu, a Marvel manteve a cor verde, remetendo às cores geradas por alguns compostos radioativos como césio e plutônio, que foi aprovado tanto pelos criadores quanto pelos leitores. Até mesmo o fato do Dr. Banner ser um físico nuclear tinha relação com a crise política instalada no mundo. Os Físicos nucleares, na época, tinham uma importância estratégica gigantesca para os Estados Unidos, desde o Projeto Manhattan (o qual foram produzidas as bombas as bombas que devastaram Hiroshima e Nagasaki) que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial e o começo da Guerra Fria. Bruce, assim como os físicos do Projeto Manhattan, trabalhava no desenvolvimento de armas para os militares; e a “Bomba-G” explode no deserto do Novo México, onde foram realizados os primeiros testes atômicos nos EUA. O fato de seu ajudante ser um espião iugoslavo também é crucial quando destacamos a época em que o quadrinho foi publicado, pois a Iugoslávia tinha acabado de ser dominada pelos Comunistas da URSS, porém o governante da época, marechal Tito, não seguia todos os ditames da União Soviética, por isso o modelo de socialismo empregado na Iugoslávia era diferente dos demais países. Nas primeiras aventuras do Hulk, grande parte dos seus inimigos eram vilões comunistas, mas também havia críticas aos Estados Unidos, como por exemplo, o principal inimigo do gigante esmeralda, o general Ross.

27

Capítulo 4 - The Incredible Hulk

personalidades recalcadas em seu subconsciente, gerando, assim, “outros Hulks” como



Capítulo 5

CAPTAiN CAPTAiN AMERICA AMERICA Nome Real: Steven “Steve” Rogers Altura: 189 cm Peso: 100 Kg Primeira Aparição: Captain America #1 (1941) Origem: Captain America #1 (1941)


História do Personagem Criado por Joe Simon e Jack Kirby, o herói apareceu pela primeira vez em "Captain Capítulo 5 - Captain America

America n1º" em março de 1941, cuja capa mostra o herói socando Adolf Hitler. Embora tenha data de capa como março de 1941, a HQ saiu pela Timely Comics à editora que depois de tornaria a Marvel em dezembro de 1940. Nessa

data

o

mundo

estava

mergulhado na segunda guerra mundial e horrorizado com o Nazismo, o jovem Steve Rogers queria se alistar ao exército americano, mas foi diversas vezes recusado pela sua Captain America Nº1 – 1941 (Imagem disponível em http://marvel.com/comics/collection/83/marvel _masterworks_golden_age_captain_america_vol _1_hardcover

fragilidade física. Mas ele se submete a um experimento do governo e recebe o soro do super soldado e ganha força e agilidade sobre humanas. Vestindo um uniforme idealizado por ele mesmo com base na bandeira americana, também recebeu um poderoso escudo como arma, um escudo indestrutível feito de vibranium. Foi o primeiro personagem a usar um uniforme baseado na bandeira dos Estados Unidos. A partir de então Rogers se torna um super herói. Nos quadrinhos o Capitão América provou diversas vezes ser o personagem mais crítico ao governo de seu país, que durante a Segunda Guerra Mundial simbolizou a luta dos Estados Unidos contra o Nazismo. O

popular

herói

americano

desapareceu das bancas nos anos 50. Mas em Captain America Nº76 (disponível em http://marvel. com/comics/issue/22639/captain_america_comics _1941_76

1964, a Marvel, desta vez capitaneada por Stan Lee e Jack Kirby, resolveu trazê-lo de volta, agora

em uma das edições da revista dos Vingadores, mais tarde, em HQs solo publicada no gibi "Tales Of Suspense" (ainda em 1964). Para explicar um terrível acontecimento com o herói no passado, que o fez não envelhecer. Os autores vieram com uma explicação do "acredite se quiser": durante a tentativa de deter um avião bomba lançado pelo nazista 30


Barão Zemo (um grande vilão do Capitão América), nosso herói caiu nas águas frias do oceano, onde permaneceu congelado em um bloco de gelo por décadas, o que impediu O capitão também fez sucesso no cinema e na TV. Em 1944 virou seriado de matinê. Nos anos 60, foi transformado em desenho animado. No ano de 1977 houve dois telefilmes com Red Brown. Já 1990, estrelou um filme feito para o cinema, com a direção do diretor Albert Pyun. Agora Chris Evans empunha o famoso escudo em "Capitão América - O primeiro vingador" (2011).

Contexto Estético Criado em no auge da Segunda Guerra Mundial, o herói surge como uma alternativa do levantamento do patriotismo dos americanos por seu pais. Com um uniforme e escudos que traziam as cores da bandeira americana, a empresa buscava exaltar a superioridade intelectual e de força de seu pais frente a seus adversários. O grande representante americano também teve como uma de suas principais funções cativar a atenção dos jovens que liam os quadrinhos, com o intuito de convencer os mesmo que a vida nas forças armadas era repleta de aventura e emoções intensas, fazendo assim com que os jovens pensassem de maneira mais positiva em se alistar ao exército americano. As roupas do capitão, sempre mantiveram características fixas, como por exemplo suas cores, mas sempre passaram por aprimoramentos que traziam para os quadrinhos os avanços tecnológicos que o pais produzia, principalmente durante o período da Guerra Fria. Com uma aparência confiante e que transmite cuidado e responsabilidade, o herói foi pensado para transmitir o sentimento de proteção que os cidadãos americanos possuíam com um exército avançado como o deles. Seu escudo que ao mesmo tempo representa a proteção que o herói proporciona, também traz em suas características do ataque, já que o mesmo é utilizado para tal função nos combates.

31

Capítulo 5 - Captain America

seu envelhecimento, enquanto todos achavam que ele tinha morrido.




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