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AS TENDrnCIAS DA VIOLENCIA NA VIDA SOCIAL BRASILEIRA

EDITORIAL

AS TENDÊNCIAS DA VIOLÊNCIA NA VIDA SOCIAL BRASILEIRA

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Identificamos o desenvolvimento de formas de generalização da violência organizada e difusa dentro e fora do Estado e avaliamos que diversas tendências se desenvolvem na vida social brasileira. Dentre elas está a questão do et1wcídio social ou processo seletivo de extermínio de segmentos sociais pobres e miseráveis, realizado sob as mais variadas formas, visando quase sempre grupos étnicos raciais definidos: negros, nordestinos etc.

Outra tendência torna visível uma cultura da violência que é justificadora no plano ideológico, aterrorizadora no plano psicológico e favorável ao desenvolvimelllo de soluções autoritárias no plano da ordem social como, por exemplo, a violência dentro dafamt7ia que assume formas hierarquizadas de relações sociais. Assim destacamos a questão da infância e da juventude como um centro de inlimeras disputas simbólicas e de poder em torno das quais a cultura da violência e as formas de crime difundem a tendência ao incremento da violência.

Uma terceira tendência diz respeito ao desenvolvimento das formas capitalistas na estrutura do crime organizado: narcotráfico, comércio e contrabando de armas, extorsão, seqüestro e corrupção cujos modos de organização envolvem estruturas e segmentos do aparelho policial, judiciário e do Estado. O crime hoje está infiltrado dentro de setores da representação política participando, portanto, das instâncias de legitimização do poder. Isso fa z com que a violência organizada e difusa, combinada com a crise econômica, enfraqueça os processos organi-::,ativos, até mesmo substituindo-os, produzindo um refluxo na organização associativa e comunitária particularmente nos bairros pobres e periferias urbanas.

A quarta tendência baseia-se na indlÍstria cullllral de massas, na mídia e nos processos de formação de opinião plÍblica através dos aparelhos privados de hegemonia que acabam sendo polarizados pelo apelo ao uso da força como instrumento instaurador da segurança, desestruturando ainda mais os aparelhos policial e judiciário.

A questão do aparelho judicial e das estruturas policiais se enl'ontra entrelaçada com a crise do Estado e do bloco no poder afetando diretamente os cenários sociais. Os casos do Rio de Janeiro e de Maceió são emblemáticos nesse se11tido. Mas podemos identificar na ação organizada e nas formas de violência direta e simbólica cenários parciais que são análogos a esses macro-cenários de visibilidade nacional.

A disputa de poder político no Brasil se apresenta na lura pela cidadania e pelo "direito a ter direitos" em confronto com as ideologias que clamam pelo controle policial e militar do espaço público. A partir da identificação da violência como obstáculo podemos pensar nas estratégias de direitos e na luta pela justiça como instrumentos e valores-chave para barrarmos o genocídio social da era neo-liberal.

Frente à urgência da ampliação e democratização neste debaJe e frente à exigência de elaboração de projetos estratégicos alternativos, a revista PROPOSTA espera poder colaborar na discussão política com este número sobre genocídio social. O

{i ELO Assoc1açao Próximos cursos:

Março: 1 B a 20 - Cultivo de ervas medicinais

Abril: B a 1 - Práticas veterinárias no alcance do produtor (homeopáticas, caseiras e profiláticas) 1 5 a 1 7 - Criação de minhocas e produção de adubo orgânico na propriedade rural 22 a 24 - A importância da alimentação saudável (pratos naturais e integrais, mas saborosos)

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CONTEXTO INTERNACIONAL

é uma publicaçãJ semestral do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia UniversidadeCatólicadoRio de Janeiro. Seu propósito é promover o debate acadêmico no Brasil no campo das relaç:>es internacionais e estudos comparados.

Instituto de Relações Internacionais - IRI PUC/RJ - Rua Marquês de São Vicente, 225 Vila dos Diretórios Casa 19 CEP 22453-900 - Gávea - Rio de Janeiro - RJ Tels.: (021) 529-9494-529-9493- Fax: 274-1296

CARTAS

Democratização dos meios de comunicação

Quero agradecer o envio da revista Proposta que recebo regularmente e que leio atentamente. O último número achei muito interessante porque trabalhei e desejo de novo trabalhar aqui em Moçambique nos meios de comunicação, sobretudo na rádio. Acho que é o meio que aqui pode chegar mais longe na educação popular.

Estamos começando o nosso trabalho aqui em Moçambique e ainda não temos publicação nenhuma onde possamos divulgar a sua revista.

Acho que o vosso trabalho em Educação Popular é muito importante e desejo felicitar-vos por ele. (Begona lnarra - Moçambique)

Com muito interesse li o nº 58 da revista Proposta que me enviaram. O tema abordado na revista Democratização dos meios de comunicação - me pareceu muito interessante e válido. Para mim é importante receber este tipo de revista porque me permite manter-me informada sobre temas atuais do Brasil.

Cordialmente desejo pleno êxito nas edições futuras da revista Proposta. (Elisabeth Andersson - Chile)

Permuta

Recebemos correspondência para avaliação da revista Proposta. Atestamos o recebimento periódico da referida publicação e achamonos agradecidos pelo envio em forma de permuta. Gostaríamos de continuar recebendo pois a referida revii>ta é de importância ímpar, com informações úteis à nossa atividade. (Loreno Siega - Setor de Comunicação Social- Centro Vianei de Educação Popular - Lages, SC).

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