Edicão 585 do Jornal O Noticias da Trofa

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Semanário | 12 de agosto de 2016 | Nº 585 Ano 14 | Diretor Hermano Martins | 0,60 €

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População em Pânico

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E o Nelinho da Trofa subiu ao pódio pub

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O testemunho de Homem ferido com um ex-combatente rebarbadora Festas da Senhora das em Cidai //PÁGs. 3-8

Dores enchem a Trofa


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O NOTÍCIAS DA TROFA 12 AGOSTO 2016

Atualidade

Semáforos voltam a funcionar

José Maria Moreira da Silva

CRÓNICA

Alguns semáforos do concelho que estavam desligados, voltaram a funcionar.

Sorria hoje, antes que o sorriso pague imposto!

O

Semáforos de Bairros voltaram a funcionar Patrícia P ereira

U

m pouco por todo o concelho, os semáforos que se encontravam desligados voltaram a “ganhar” luz, durante o dia 5 de agosto, através da intervenção da empresa Soltráfego - Soluções de Trânsito, Estacionamento e Comunicações, S.A. No entroncamento entre a Rua do Horizonte, na Estrada Nacional 318, e a Rua dos Descobrimentos, em S. Romão do Coronado, os semáforos, que há muito não estavam a funcionar, estão novamente ligados. Já os semáforos no entroncamento junto à Igreja Matriz de S. Romão, na EN 318, se encontravam a funcionar na

manhã de 5 de agosto, assim como os do entroncamento da EN 104, em Bairros, Santiago de Bougado, que já não funcionavam há, pelo menos, mais de dois anos. Recorde-se que, numa edição de abril, o NT tinha dado conta que quase todos os semáforos do concelho estavam sem funcionar, tendo-se registado acidentes e atropelamentos nalguns locais. Em dezembro de 2015, quando questionado por Manuel Silva, o presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, afirmou que “quase todos os semáforos do concelho estão caducos” e que “já foi elaborado um estudo” para colocar nova sinalização luminosa” e “fazer a manu-

tenção e substituir as lâmpadas por outras LED”. Mas antes, a 6 de novembro de 2014, o autarca tinha dito que “o problema estava a ser tratado e que era expectável a sua rápida resolução”. Só a 6 de julho deste ano foi assinado um ajuste direto de “72 mil euros” à Soltráfego para a “manutenção dos equipamentos dos sistemas de infraestruturas semafóricas municipais”, por um período de “36 meses”. A manutenção terá começado a ser feita na manhã do dia 5 de agosto, mas, à hora do fecho da edição, continuavam desligados os semáforos da Rua 16 de Maio, junto à Cepsa, assim como três na Rua Dona Goncinha, na EN 104.

Piso de madeira do Parque danificado Com o cair da noite, as temperaturas são convidativas a dar um passeio e o Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro tem sido o local escolhido de muitas pessoas, especialmente de quem está de férias pela Trofa. Ao chegar à zona Lounge do Parque, os visitantes têm sido surpreendidos, desde segunda-feira, 8 de agosto, por uma fita a vedar uma parte do piso que fora partido. Até ao fecho de edição, e a menos de uma semana da festa de Nossa Senhora das Dores, o piso ainda se en- Piso está parcialmente danificado contra por arranjar. Em frente ao Fó- ciado na edição anterior, ainda se rum Trofa XXI, tal como fora noti- encontra vedada a cascata de água

que se encontra desligada.

P.P.

XXI Governo Constitucional chefiado por António Costa tomou posse em 26 de novembro de 2015 (já lá vão mais de 250 dias!) e começou logo em campanha eleitoral, atacando o anterior Governo e anunciando o fim da austeridade, o fim da crise. Bonitas palavras que só serviram para encher as páginas do discurso de tomada de posse e para satisfazer os seus parceiros comunistas e bloquistas. As novas regras do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, que foram promulgadas pelo Presidente da República no primeiro dia deste mês, para além do aumento de receitas para o Estado, também vêm mostrar, a quem tiver a mente aberta, que afinal a austeridade não acabou, o fim da crise não acabou. Num dos países em que muitos dos seus habitantes são proprietários da sua habitação, já liquidada ou pagando a mensalidade ao banco (a maioria) é um autêntico aumento de impostos, que tentaram encapotar. Cerca de 95% dos portugueses que possuem (ou estão a pagar ao banco) uma casa estão em risco de pagar mais 20% de IMI e os outros 5% poderão ter uma dedução até 10%. Uma coisa é certa: acabaremos todos por pagar mais impostos. E dizem que a austeridade já acabou!? No anterior Governo a dívida pública era a tragédia e passados os 8 meses de Governo Socialista & Companhia, a dívida aumentou para valores absurdos! Os moralistas de outrora renderam-se! Em termos políticos é interessante verificar que os comunistas e os bloquistas, que deram o poder a António Costa para edificar a “Geringonça” estão «quedos e mudos» perante tão grave situação e perante os disparates que acontecem todos os dias. Os comunistas dizem que não comentam a alteração ao IMI, enquanto os bloquistas nem sequer «abrem a boca» para dizer seja o que for. É um ensurdecedor silêncio! Pelas novas regras, que o governo de António Costa criou, uma casa com boa exposição solar e com boa vista pode agravar o Imposto sobre Imóveis em 20%. Tanta subjetividade!? O que é isso de “boa exposição

solar”? Todas as casas em Portugal têm exposição solar, porque somos um país meridional e sol é uma das coisas que mais abunda. Será que a governação quer dizer que é uma casa virada para o solário lá do sítio? E o que é isso de “boa vista”? É por estar virada para o monte, para o rio, para o mar, para a vizinha do 5º andar do prédio da frente que é um espetáculo ou para o Estádio do Boavista? Este novo imposto encapotado comprova que quando ao preconceito ideológico se junta um pouco do resquício saudosista da luta de classes, os disparates abundam. Este novo descalabro para os portugueses, para o país e para a nossa economia é uma nova forma de ir aos bolsos dos contribuintes, que não ajuda nada as famílias portuguesas e também não ajuda nada a reativar a economia. É mais um imposto! E dizem que já não há crise!? É um autêntico aumento de impostos para os portugueses, mas para os partidos políticos as suas sedes espalhadas pelo país, e são muitas, estão isentas de IMI. Este novo imposto trata-se do coeficiente de “localização e operacionalidade relativa”, que faz parte da complexa fórmula de cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis. A alteração consta de um diploma que engloba também alterações ao nível do IRS, do IVA e do Imposto de Selo. E diz António Costa que a crise já acabou, que a austeridade já acabou! O que inventaria, o que criaria, em termos de carga fiscal, se não tivesse acabado? É um verdadeiro artista, que já mostrou as suas habilidades, desde que formou a “Geringonça”! Preparemo-nos para tudo, pois tudo é possível e em breve em vez de ler nos cartazes dos estabelecimentos comerciais: “Sorria, pois está a ser filmado”, talvez vá começar a ler: “Sorria hoje, antes que o sorriso pague imposto” ou “Não respire muito, pois António Costa pode reparar e lembrar-se também de cobrar imposto, pelo ar que respira”. moreira.da.silva@sapo.pt www.moreiradasilva.pt


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Nossa Senhora das Dores

“Queremos mesmo fazer festa” Estão aí as festas em honra de Nossa Senhora das Dores. Comissão quer “marcar” as comemorações e preparou um programa com atividades variadas. Cátia Veloso

A

Iluminação anuncia a maior romaria da Trofa Azul e dourado são as cores predominantes nas iluminações da festa em honra de Nossa Senhora das Dores, que estão nas principais ruas da zona envolvente do Parque. Nas rotundas das principais estradas da cidade da Trofa, como, por exemplo, do Catulo, dos Ex-combatentes do Ultramar e do Professor e Conhecimento, está colocada uma estrutura com uma alusão à Festa de Nossa Senhora das Dores, bem como aos 250 anos da fundação da Capela, e em algumas consta a imagem da Santa. A Rua Aba-

de Inácio Pimentel voltou a ser iluminada na totalidade, sendo que ao longo da sua extensão cada arco vai mudando de cor, enchendo a rua de um “espetáculo” de luz e de cor. Já na Rua Conde de S. Bento a aposta foi numa estrutura de coluna, em tons de azul, enquanto a Rua D. Pedro V está pintada de azul e dourado. Já no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, a iluminação apresenta-se de diferentes formas. Em volta à Capela, que está iluminada de azul e dourado, a iluminação é em forma de vela. P.P.

Comissão de Festas de Nossa Senhora das Dores ultima os preparativos para os “dias grandes” da Festa de Nossa Senhora das Dores. O terrado, instalado no renovado Parque e com a Capela como pano de fundo, começa a estar preenchido com os comerciantes que vêm com expectativa de fazer bons negócios e os divertimentos – vulgarmente conhecidos como carrosséis – estão a ser montados no antigo canal ferroviário junto ao antigo edifício da Rações Trofense. Os últimos dias “têm sido de muito trabalho”, admitiu ao NT José Viana, presidente da Comissão de Festas. Tudo está a ser preparado “com afinco e dedicação” para “que tudo esteja perfeito”. “Queremos mesmo fazer festa”, atira, antes de agradecer a S. Pedro os dias soalheiros que têm permitido ter o bar cheio. “É um meio de angariação de fundos muito importante”, salientou. O programa de comemorações está recheado de atividades religiosas e culturais, mas como ponto alto da festa José Viana elege a grandio-

José Viana espera que a Festa seja “marcante”

sa procissão com os majestosos andores no dia 21 de agosto. Destaque também para “o concerto da Orquestra Sinfónica”, com participação do coro de câmara da Academia de Música de Castelo de Paiva e de três solistas, João Terieira, Alexandra Calado e Marta Martins, pelas 21.30 horas do dia 17 de agosto. “Vai ser um concerto memorável e único, quer na Trofa quer a nível nacional”, vaticinou. O cabeça de cartaz, Paulo Gonzo, que atua na noite do dia 19 de agosto, “promete casa cheia”. Haverá duas sessões de fogo de artifício, no Parque Dr. Lima Car-

neiro. A primeira acontece na noitada de sábado, 20 de agosto, e a outra, conjugada com música, no dia seguinte. José Viana aproveitou para “deixar o convite para que as pessoas venham à festa, assistam aos eventos programados, desde a comédia ao folclore, passando pela música clássica, ligeira e popular”. “Queremos assinalar os 250 anos da Capela e temos mesmo a vontade de marcar estas comemorações que são importantíssimas para a Trofa”, sustentou. Este ano, a Comissão de Festas pertence à aldeia da Abelheira. pub


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Nossa Senhora das Dores

“Cada andor é uma manifestação de fé do povo”

Setenário, procissão de velas, missa solene e procissão em honra de Nossa Senhora das Dores são algumas das celebrações religiosas a decorrer nas festas em honra da Santa. Patrícia P ereira

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procissão de velas da Igreja Matriz à Capela marca o início da semana grande das festas em honra de Nossa Senhora das Dores, que decorrem de 13 a 21 de agosto. Em entrevista ao NT e TrofaTv, o pároco de S. Martinho de Bougado, Luciano Lagoa, contou que a Comissão de Festas, este ano do lugar de Abelheira, está a preparar as festas com “muito esforço, trabalho, grande empenho, dedicação e com uma grande alegria por servirem nesta realização das festas”. Quanto à vertente religiosa, o padre Luciano Lagoa afirmou que a organização vai decorrer no “figurino mais ou menos normal, com esta vertente de uma maior importância dada pela passagem dos 250 anos da fundação da Capela de Nossa Senhora das Dores”. O dia mais aguardado das festas é a 21 de agosto, onde são esperados milhares de pessoas para assistirem à procissão em honra de Nossa Senhora das Dores, pelos imponentes andores e “entre os 120 a 150 figurantes”. O Bispo Auxiliar do Porto, D. Pio Alves, vai presidir as celebrações da Eucaristia solene às 12 horas e depois “na saída da procissão”. Este é um dia em que é

Luciano Lagoa sublinhou a importância das celebrações religiosas da Festa

esperada “sempre muita gente”, por isso, o pároco apela para que “as pessoas venham, desfrutem e, sobretudo, que contactem com este modo de viver a fé e de estar na Igreja”. Para Luciano Lagoa, “o ponto mais alto ao nível litúrgico é a celebração da Eucaristia, em que celebra como povo a nossa fé de uma maneira especial à volta do altar”, mas que, “naturalmente”, como “manifestação pública e visível a procissão tem esta ambivalência maior e uma amplitude maior, porque toca uma maior multidão de pessoas”. Segundo o padre, os andores, com “uma imponência

muito grande”, demonstram “o amor e a fé do povo, porque ao venerarem os santos também se venera a nossa própria fé e tudo aquilo que mais intimo temos”. “É uma manifestação cultural e ao mesmo tempo religiosa aquilo que nos vai no nosso íntimo. E no interior do povo da Tro-

fa vai esta capacidade de se organizar para a organização da procissão, que é o ponto mais alto”, completou. Luciano Lagoa mencionou que a procissão está a ser preparada nos “moldes habituais”, mas com “o empenho de todos os lugares”, em que cada um prepara o seu andor e já fez os peditórios, para que “no dia tudo corra pelo melhor”. “Cada andor é uma manifestação da fé de um povo desse lugar e esse é um aspeto muito interessante nas festas de Nossa Senhora das Dores, porque envolve toda a comunidade, não só uma comissão, embora tenha a responsabilidade da organização final das festas. Cada lugar da nossa paróquia se envolve na realização da procissão, com o seu empenho em fazer o andor e a procurar que esteja o melhor possível para também poder demonstrar, por aí, a sua fé no santo patrono de cada aldeia, mas sobretudo em Jesus Cristo porque é nele que a nossa fé se centra”, terminou.

Ao longo deste ano, a paróquia de S. Martinho de Bougado tem promovido diversas iniciativas, como concertos e a exposição sobre a Capela de Nossa Senhora das Dores, como forma de assinalar os 250 anos da sua fundação. Para completar, será lançado, este fim de semana, um livro sobre a Capela, que “vai dar-nos uma imagem muito próxima daquilo que é a Capela e a sua importância histórica, mas também uma descrição de todo o seu interior, exterior e zona envolvente”. “É uma obra que me parece muito interessante e importante e dedicamos assim a grande realização que estamos a preparar nesta altura das festas”, completou o padre Luciano Lagoa.

“Queria convidar todas as pessoas a participarem nas várias celebrações. Ao nível profano há uma série de acontecimentos, que chamam a atenção por si, mas também que participem na vertente religiosa, nas celebrações litúrgicas e que se coloquem um bocadinho diante de Nossa Senhora das Dores para que façam as suas preces e agradeçam tudo aquilo que Nossa Senhora das Dores vai fazendo por nós, para que assim possam viver de uma maneira ainda mais profunda estas festas”.

40 anos a tocar os sinos da Capela Passaram-se 250 anos desde a construção da Capela de Nossa Senhora das Dores e se as paredes falassem teriam, certamente, muitas histórias para contar. Entre perdidos e achados, O Notícias da Trofa encontrou Joaquim Dias da Costa, que em outros tempos deu corda aos sinos que se fizeram ouvir do alto da torre da Capela. Aos 79 anos, Joaquim Dias da Costa viajou no tempo e voltou à infância, em que já andava ligado aos sinos ainda que, por essa altura, não fossem os da Capela da Senhora das Dores. “Já desde os oito ou nove anos que tocava na Igreja Matriz e, passados muitos anos, já eu era casado, quando vim para a Capela”, recordou Joaquim Costa. Auxiliado por umas simples cordas, Joaquim Dias da Costa tocou durante cerca de quatro décadas os três sinos do alto da Capela de Nossa Senhora das Dores, que em dia de festa tinham “um toque especial e tocavam durante todo o percurso da procissão”. “Quando passava a Senhora das Dores tocava tipo as

Livro assinala 250 anos da Capela

Avés Marias para as pessoas deitarem as flores e o fogueteiro dar a girândola”, recordou o sineiro. Em dia de festa de Nossa Senhora das Dores, o sino tocava às 9 horas, ao meio dia e perto das 20 horas. “Tocava por amor à causa, porque gostava de tocar e por devoção. Nunca recebi um tostão”, afirmou Joaquim Dias da Costa. Não fazia disto profissão, mas o gosto pelos sinos levou-o durante cerca de 40 anos a tocar os da Capela de Nossa Senhora das Dores até ao ano de 2012. Uma arte que se prolonga no tempo e se faz ouvir no alto de cada capela ou igreja para que o som chegue o mais longe possível. Normalmente, os sinos são de bronze e em forma de campânula e produzem som quando percutidos com o badalo, com o intuito de advertir os cristãos para os principais acontecimentos da comunidade local, em alguns casos, tal como explicou Joaquim Dias da Costa, com me- vão das simples badaladas, ao do- Uma melodia que só alguns domilodias especiais. Dotados de uma brar, toque picado, encadeado ou nam e que outros já só guardam na linguagem convencional, os toques repicado, que é dos mais festivos. memória. L.O./C.V.

A devoção pela Senhora das Dores “A nossa vida tem muitas dores e Nossa Senhora ensina-nos a viver com a dor. É uma honra para quem pode organizar este ano a festa de Nossa Senhora das Dores. Vi toda a gente a entregar-se de alma e coração, quiseram embelezar com coisas simples, mas que mostram o carinho por uma mãe que nos ama e que amamos também. Andei por muitos países e sempre levei a Nossa Senhora das Dores comigo no coração”. Padre Simão Pedro

“A Senhora das Dores é a Senhora da salvação. Nossa protetora. É agradável saber que o povo da minha terra tem uma grande devoção à Senhora das Dores. Toda a gente tem dores e distingue-as bem da alegria e Nossa Senhora foi alívio em muitas dores, daí a gratidão das pessoas de exigirem um templo e venerá-la”. Padre Fernando Campos


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Nossa Senhora das Dores Próxima edição do jornal a 22 de agosto A próxima edição do jornal O Notícias da Trofa será distribuída a 22 de agosto. O adiamento da publicação da próxima edição prende-se com o facto de podermos noticiar as festas de Nossa Senhora das Dores antes de irmos de férias, principalmente a procissão, que se realiza a 21 de agosto.

O Notícias da Trofa vai de férias de 22 de agosto a 4 de setembro A direção do jornal O Notícias da Trofa informa que a redação estará fechada para férias entre os dias 22 de agosto e 4 de setembro. Por essa razão, durante estes dias, não haverá atendimento ao público nem serão distribuídas as edições semanais nesse período. No entanto, a equipa do NT fará a cobertura dos acontecimentos mais relevantes no concelho ao longo desses dias e a publicação das respetivas notícias será feita na primeira edição do mês de setembro, que será publicada no dia 9.

Fé, música, comédia e folclore compõem programa da Festa de Nossa da Senhora das Dores

Paulo Gonzo atua na Trofa a 19 de agosto A

romaria de Nossa Senhora das Dores está quase a chegar e já está tudo a postos. As atividades vêm-se repercutindo e com a chegada do mês de agosto são quase diárias. O Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro vai ser palco de momentos religiosos, musicais, de comédia e folclore. Maria do Sameiro atua esta sexta-feira, 12 de agosto, às 22 horas, e no sábado, 13, decorre, às 19 horas, a eucaristia na Igreja Matriz, seguida de procissão de velas até à Capela Nossa Senhora das Dores e, mais tarde, pelas 22.30 horas, atua o Conjunto Típico do Vale. No domingo, 14, há setenário (que se realiza até dia 19, sempre às 19 horas) e missa, às 19 horas. No mesmo dia, está ainda programado um festival de folclore, às 21.30 horas. Segunda-feira sobe ao palco o Conjunto Típico Sons e Cantores do Ave e, no dia seguinte, Fernando Rocha e Pedro Neves e sua banda (22 horas). A 17 de agosto é a vez da Banda Sinfónica da Trofa dar música e, a 18, atuam

Marcus e DJ Hallux, no trio elétrico. Um dos pontos altos está reservado para sexta-feira, dia 19, com o concerto de Paulo Gonzo. O artista que interpreta temas como Jardins Proibidos, Dei-te Quase tudo e Sei-te de Cor atua no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, às 22.30 horas. A partir das 9.30 horas de 20 de agosto, o Grupo de Bombos Juventude em Força de S. Mamede do Coronado vai anunciar a festa até ao pôr do sol. Entre as 14.30 e as 23.45 horas, cabe às bandas da Trofa e de Melres dar música à cidade e, às 24 horas, o céu ganhará cor com a monumental sessão de fogo de vista. No domingo, dia 21 de agosto, realizar-se-á, às 8.30 horas, uma missa por todos os benfeitores e, entre as 9.30 e as 23.45 horas, atuam as bandas de música da Trofa e de Amares. A missa solene está agendada para as 12 horas de 21 de agosto e a procissão em honra de Nossa Senhora das Dores para as 17 horas. Às 24 horas, tem início uma sessão de fogo

Festas atraem milhares de pessoas

piromusical. A 22 de agosto, decorre a Feira das Sementes, missa pelos benfeitores, às 8.30 horas, e, entre as 9.30 até ao pôr-do-sol, a Banda de Música da Trofa e de Famalicão animam a festividade. No último dia de festa, 23 de agosto, há, pelas 8.30 horas, uma missa pelos

benfeitores e, às 15 horas, o Cortejo da Aldeia da Abelheira à Moda Antiga e das restantes aldeias. O encerramento de tantos dias de festa decorre às 20 horas de 23 de agosto. Por estes dias, a Trofa está em festa e motivos não vão faltar para visitar a cidade. L.O./C.V.


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Entrevista

“É através de festas desta grandeza que a comunidade preserva a sua identidade cultural” Foi eleito o primeiro presidente da União de Freguesias de Bougado, após a reforma administrativa que ditou a fusão de S. Martinho e Santiago. Luís Paulo assumiu o compromisso de exercer funções com rigor financeiro e essa tem sido a bandeira ao longo do mandato. Sendo a freguesia palco da maior romaria do concelho, o NT entrevistou o autarca para perceber em que medida a Festa de Nossa Senhora das Dores enriquece Bougado. E aproveitou para fazer o balanço de quase três anos de mandato. Cátia Veloso

O Notícias da Trofa (NT): A freguesia de Bougado é palco da maior romaria do concelho da Trofa. Em que medida é que a Festa de Nossa Senhora das Dores promove o nome da freguesia além-fronteiras? Luís Paulo (LP): De facto, as grandiosas Festas em honra de Nossa Senhora das Dores são a maior romaria do concelho da Trofa e estamos certos que, em 2016, as festas dignificarão o nome de uma das maiores romarias de todo o País. São milhares os que nos visitam pelos nossos andores, pela procissão, pela nossa Capela e pelas nossas gentes, demonstrando assim a enorme importância desta romaria para o nobre engrandecimento do nome da nossa terra. NT: Que impacto a nível turístico tem a festa para Bougado? LP: Na sociedade atual, o turismo de eventos destaca-se, cada vez mais, como uma tendência promissora que gera movimento económico e social para o lugar onde se insere. Os eventos, e em especial a Festa de Nossa Senhora das Dores, funciona, por um lado, como instrumento de promoção para a imagem de uma região como destino turístico a ser consumido e que ajuda a promover as suas belezas naturais, a sua gastronomia e o nome da cidade e concelho da Trofa. Por outro lado, é através de festas desta grandeza que a comunidade trofense preserva a sua identidade cultural frente ao processo da globalização. NT: Como é que a Junta de Freguesia se associa a estas festas, que este ano assinalam também os 250 da construção da Capela Nossa Senhora das Dores? LP: A Junta de Freguesia de Bougado (S. Martinho e Santiago) associa-se de forma indelével às comemorações dos 250 anos da Capela de Nossa Senhora das Dores com um apoio financeiro de relevo à Comissão de Festas. Aproveitamos este momento para honrar e parabenizar todas e todos os que, ao longo deste quarto de milénio, deram o seu contributo, essencial ao contínuo engrandecimento da sua história.

Luís Paulo faz um balanço positivo de quase três anos de mandato

NT: Estão quase cumpridos tes sejam elas pequenas ou grandes. três anos de mandato. Qual o ba- Temos, no seguimento daquilo que lanço que faz do exercício de fun- tem sido a nossa prática diária, desções como primeiro presidente da de o dia da nossa tomada de posse, União de Freguesias de Bougado? várias obras que se iniciaram e conLP: O nosso papel como execu- cluíram em 2014, em 2015, em 2016. tivo é impulsar e melhorar a nossa A título de exemplo recordo que, em Freguesia e a cidade da Trofa, atra- 2015, reabilitamos a zona envolvenvés da manutenção e reparação das te à sede de Junta de Freguesia e o ruas e jardins, dar atenção às pesso- edifício da Junta em S. Martinho, as e impulsionar o bem-estar da nos- requalificamos a Casa Mortuária, sa população. num projeto de cerca de 150 mil euO nosso compromisso foi e é, aci- ros, eletrificamos o Cemitério de S. ma de tudo, o de credibilizar a ins- Martinho. tituição, trabalho, muito trabalho e Continuamos, neste ano de 2016 o de ter uma atuação que se paute e por toda a freguesia de Bougado, pelo realismo, quer em S. “Em setembro começa pela transpaMartinho rência, pelo ri- a ampliação do Cemitério que r em gor e escrutiSantiago, nadas por to- e criação de infraestruturas com pavidos e em qualmentações, para Casa Mortuária quer momento. repaviem Santiago” É na base mentações, dos pr i ncídrenagens pios que atrás enunciei que sinto de águas pluviais e colocação de um grande orgulho e também uma passeios, como são exemplos a dreenorme responsabilidade em ser o nagem de águas pluviais e recolocaprimeiro presidente da União de ção de passeios na Rua 16 de Maio, Freguesias de Bougado e, natural- em Santiago, bem como a pavimenmente, o balanço que faço é extre- tação na Rua do Passadouro ou a dremamente positivo. nagem de águas pluviais e colocação de passeios na Rua das Indústrias, NT: Quais as principais obras em Lantemil, na zona envolvente à que destaca deste mandato? Capela da Nossa Senhora da LivraLP: Todas as obras são importan- ção, ou a efetuada na Rua da Ribei-

ra, entre outras. Como dizia, temos ambição e vontade de fazer sempre mais e melhor e, por isso, melhoramos as condições do espaço do Moinho da Abelheira, nomeadamente com a eletrificação, colocação de sistema de rega para o melhoramento do jardim e do espaço envolvente. Em maio deste ano, demos início à requalificação do espaço envolvente do Largo António Barreto e que já concluímos. Iniciamos, e terminamos, o arranjo urbanístico do Souto da Lagoa, em Santiago de Bougado, com intervenções nas zonas ajardinadas, retificação dos passeios e colocação de sistema de rega automatizado em todos os canteiros. Acabamos de concluir a construção de ossários no Cemitério em S. Martinho de Bougado. Para além da obra física, demos especial atenção ao todo que é o movimento associativo, nas suas diferentes formas e expressões, social, desportiva, cultural, económica ou lazer, pois temos consciência e sabemos que potenciando a sua cultura participativa se garantem os direitos de cidadania e se reforça a componente democrática da sociedade.

Bruno Ferreira, a dedicação, o empenho e a enorme disponibilidade para que toda a burocracia inerente à complexidade do assunto fosse ultrapassada com brevidade e a contendo de todos para que, no fundo, todos os bougadenses saíssem a ganhar. Como dizia, a obra de ampliação do Cemitério, construção de ossários, construção de furo artesiano, vedação e criação de infraestruturas para a futura Casa Mortuária em Santiago, já entregue e que vai iniciar-se já em setembro, atinge, nesta primeira fase, um investimento global de cerca de 200 mil euros, que conta com o apoio da Câmara Municipal. Esta obra contemplará a construção de uma nova secção no cemitério com cerca de cem novas sepulturas, a construção de ossários idênticos aos que estão já construídos no Cemitério de S. Martinho, a vedação/delimitação de terrenos e a colocação de todas as infraestruturas necessárias tendo em vista a futura construção da nova Casa Mortuária. NT: Quando é que os bougadenses de Santiago poderão ver a obra da nova Casa Mortuária concluída? LP: O projeto, no seu todo, tem um custo total estimado de cerca de meio milhão de euros e nesta fase a Junta vai gastar, como disse, cerca de 200 mil euros. São muitas as nossas ambições e vontade de fazer sempre mais e melhor. Todavia e como sabem, a nossa gestão tem sido extremamente rigorosa e assumimos publicamente o compromisso de pagar aos fornecedores no prazo de cinco dias úteis. É pois com realismo e em consciência que não temos condições de assumir datas sem antes termos a certeza que temos dinheiro para pagar. Contudo, tenho a convicção de que com o nosso trabalho e o nosso esforço, vamos contornar as dificuldades do presente e legar às gerações futuras uma cidade mais moderna, mais coesa e sustentável, com projeção e reconhecimento a nível nacional.

NT: Quais os desafios que pretende abraçar até ao fim do mandato? LP: Como já afirmei em diversas outras ocasiões, o futuro é no que este executivo da Junta de Freguesia está centrado. Por isso, e no seguimento dos inúmeros passos e negociações, podemos anunciar que vamos dar início, já em setembro, à ampliação do Cemitério, construção de ossários, vedação e criação de infraestruturas para a futura Casa Mortuária em Santiago. Neste complexo processo negocial e que se arrastava há cerca de 20 anos quero, em primeiro lugar, expressar uma vez mais e em nome de todos os bougadenses, o nosso profundo agradecimento à família Cruz que, com a cedência gratuita de uma grande parcela de terreno de sua propriedade, nos possibilitou permutar com a Fábrica da Igreja o espaço neNT: Tenciona recandidatar-se à cessário para esta grandiosa obra. Junta de Freguesia nas próximas Aqui chegados, é justo também eleições? destacar e agradecer à Comissão FaLP: Posso ser candidato ou... inbriqueira, em especial ao Sr. Padre clusive não ser...


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Nossa Senhora das Dores

Andor da Senhora das Dores pesa uma tonelada e está pronto para a procissão

Cinco quilogramas de alfinetes, 300 metros de cetim, mais de 13 metros de altura e cerca de mil quilogramas de peso. As medidas estão tiradas e o andor está pronto para arrancar. L iliana Oliveira Cátia Veloso

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oão Silva, de 32 anos, está nestas andanças há 20 e o tio José Silva, de 51, há mais de 30. Ambos começaram por influência de João Silva (pai), armador de profissão há quase quatro décadas, gerente da Funerária Trofense. João Silva, o filho e o irmão são responsáveis pela armação e decoração do andor de Nossa Senhora das Dores, que vai participar na procissão em honra da padroeira, no próximo dia 21 de agosto, pelas 17 horas. “Antigamente, não eram tão recheados, não havia brilhantes, eram outras matérias”, recordou José Silva. Depois, “foram evoluindo e crescendo”, acrescentou. Agora, quem olha para eles vê mais do que um simples andor, vê a arte que sai das mãos de quem prescinde de máquinas e usa apenas um martelo como auxiliar. “O ano passado fizemos três andores: Paranho, Valdeirigo e Esprela. Este ano, reunimos na empresa e decidimos que só íamos fazer o da Senhora das Dores. Enquanto pudermos fazer, nós fazemos”, explicou João Silva. Foram precisas muitas horas de trabalho no salão paroquial de S. Martinho de Bougado, ao longo de 15 dias, para que o andor estivesse pronto. Em tons de azul e branco, com materiais que resistem ao tempo, alguns deles desde 1972, mas também franjas, pérolas, fitas e flo-

res, o andor de Nossa Senhora das Dores sai à rua a 21 de agosto, um dia que começa cedo para pai, filho e tio. “Nós chegamos às 7 horas, pomos o andor lá fora deitado, montamos as peças e com a ajuda dos nossos colaboradores e também dos outros colegas levantamos o andor já com as peças principais. Depois só temos que colocar as peças laterais”, descreveu João Silva. Nesse dia, são milhares os que se espalham pelas ruas da Trofa para apreciar os andores que dão vida à procissão em honra de Nossa Senhora das Dores, que arranca da Igreja Matriz, passa pela Rua Conde S. Bento, segue em direção ao Parque de Nossa Senhora João Silva e José Silva estão responsáveis pela armação e decoração do andor de Nossa Senhora das Dores das Dores e Dr. Lima Carneiro, dá a tradicional volta à Capela de Nos- portado por homens que vinham do andor e a promessa fica cumprida, a ção em geração”, adiantou João Silsa Senhora das Dores e regressa ao Ultramar, que tinham promessas”. não ser que haja um homem que lhe va, que já recebeu do pai e do tio os ponto de partida. “Este andor era carregado só por pes- queira dar o lugar”. “É a fé e o orgu- conhecimentos suficientes para dar soas com promessas, nem só do Ul- lho de ser da Trofa” que os move ano continuidade à arte de fazer andores. Tradição com passado e futuro tramar” e, atualmente, “continua a após ano na arte de armar e decorar José Silva, que quando era pequeno Dito assim, parece fácil. No en- haver pessoas que querem carregar os andores. “Sentimos orgulho, por- já acompanhava o irmão (João Silva), tanto há histórias que não saem da por promessa”. No entanto, já estão que este é um trabalho que já vem explicou que foi com ele que aprenmemória. José Silva relembra o mo- definidos os homens que devem car- de muitos anos”, afirmou João Sil- deu “a trabalhar, passando de geramento em que a chuva veio dificul- regar o andor. Assim, explicou José va, que assume sentir-se satisfeito ção em geração”, acabando por entar a missão de quem carrega os an- Silva, “o que a gente faz é dizer: se quando “as pessoas elogiam”. Uma sinar o sobrinho, “que vai ensinar dores, que por si só já são pesados. você tem promessa ponha a mão no arte que querem “passar de gera- mais alguém”. “Há muitas histórias caricatas, só um livro para se fazer história”, comen- Curiosidades tou José Silva. “Já ardeu um, outro - Cada andor que integra a procissão representa uma aldeia da paróquia de S. Martinho de Bougacaiu à linha (de comboio), outro vi- do: Santa Margarida (Valdeirigo), Senhora da Assunção (Esprela), S. José (Finzes), S. Martinho (Conha pesado demais e os homens ao rôa Real, S. Martinho e Carqueijoso), Nossa Senhora do Rosário (Abelheira), S. Sebastião (Paradedescê-lo ele tombou, porque estava la), S. Bárbara (Mosteirô), S. António (Gandra), S. Roque (Ervosa) e Senhora das Dores (Paranho); muito encharcado”, relembrou. Con- - O andor de Nossa Senhora das Dores tem 7,5 metros de largura e pesa 650 quilogramas sem estar ta quem anda nisto há muitos anos armado, sendo usados mais de 13 mil alfinetes que, antigamente, o andor “era trans- - Custam cerca de 2.500 a 3.000 euros.

Senhora das Dores com devotos pelo mundo “Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares, graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelo mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça). Ámen”. Esta é uma das orações que é dedicada a Nossa Senhora das Dores. De seguida, deve rezar-se os Terço das Dores, contemplando cada Dor e rezando um Pai Nosso e sete Avé Marias em cada dor contemplada. Nossa Senhora das Dores é um dos nomes que se refere à Virgem Maria, evocando as tristezas da sua vida. E são sete as dores de Maria: a

primeira dor foi a angústia que teve a Senhora quando ouviu a profecia de Simeão sobre Jesus; a segunda dor foi o temor que teve a Senhora fugindo com o seu Filho para o Egito; a terceira dor foi o desamparo que teve quando perdeu o seu Filho em Jerusalém; a quarta dor foi a amargura que teve quando encontrou seu Filho com a cruz às costas; a quinta dor foi a agonia que teve quando viu o sofrimento e a morte do seu Filho no alto da cruz; a sexta dor foi a aflição que teve quando lhe puseram seu Filho morto nos braços; a sétima dor foi a soledade em que ficou a Senhora com sepultamento do corpo do Filho no Santo Sepulcro. Estas sete dores, que representam acontecimentos da vida da Virgem Maria, encontram-se retratadas

em azulejos que estão no interior da Capela de Nossa Senhora das Dores, em S. Martinho de Bougado. As festas em sua honra tiveram origem em Colónia, em 1413, e repercutem-se por todo o mundo. Em 1221, no mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha, foi erguida em sua honra um altar. Com o passar do tempo, várias devoções surgiram para meditação sobre as Dores de Maria. Entre as tradições, em vários locais do mundo, os paroquianos transportam estátuas de Nossa Senhora das Dores em procissões, uma vez que se tornou padroeira de várias paróquias em vários países, entre eles Eslováquia. A Trofa tem pela Virgem um respeito imenso e é em sua honra que a festa do mês de agosto decorre.


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Nossa Senhora das Dores

O “interregno” das celebrações religiosas nas Festas Na atualidade, a devoção à Virgem das Dores continua muito viva tal como nos tempos passados e as tradicionais festividades têm o mesmo esplendor e são um dos elos mais fortes que unem as gerações dos séculos dezoito e dezanove às gerações atuais. Mas nem sempre foi assim...

D

urante quase uma década, a romaria sofreu um revés. No ano de 1943, por ordem expressa do Bispo do Porto de então, D. Agostinho de Jesus e Sousa, foi interrompido o programa relativo à parte religiosa e litúrgica das festas. Nesse ano, o prelado portuense emitiu uma nota pastoral sobre festas, não permitindo a realização de festivais noturnos (vulgo noitadas) nos dias que imediatamente antecedessem os das cerimónias religiosas, implicando com a feitura tradicional dos andores, exigindo que se observasse escrupulosamente o calendário litúrgico o que, no caso das festas de Nossa Senhora das Dores, obrigava a transferência da romaria para 15 de setembro, o dia da festa litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Mas os trofenses, principalmente os paroquianos de S. Martinho de Bougado, não acataram o decreto diocesano, uma vez que mexia com a tradição de quase dois séculos de existência, pois a romaria já se realizava com as características profanas e religiosas desde a segunda metade do século dezoito, e por outro lado, não refletia o espírito da doutrina geral da Igreja, mas sim um mero critério pessoal do respetivo prelado, “pois só na diocese do Porto e na de Lamego - de onde D. Agostinho acabara de chegar, tal se verificava. Assim, os trofenses continuaram a fazer Festivais Diurnos e Noturnos, a Feira de Semen-

tes na Segunda-feira e um Cortejo Alegórico, em substituição da Procissão. Acresce que, por ordem eclesiástica, a capela de Nossa Senhora das Dores mantinha-se encerrada durante todos os dias de festa. Os romeiros e os inúmeros devotos de Nossa Sªdas Dores ficaram tristes com a decisão do Bispo do Porto e andavam desgostosos por ver a sua festa maior amputada das cerimónias religiosas. Entretanto, por morte de D. Agostinho e da transferência de Portalegre para o Porto de D. António Ferreira Gomes, reacendeu-se a esperança da realização das festas nos molde tradicionais, desde os primórdios da romaria. Após algumas reuniões com os responsáveis da paróquia e da diocese, a partir do ano de 1953 reiniciaram as festas com grande esplendor e entusiasmo com o regresso de todas as cerimónias religiosas e litúrgicas e da Majestosa Procissão com dez vistosos e ornamentados andores, únicos no Norte do País.

de Mãe das Dores ou da Soledade. Salienta-se duas na região norte do País. História da Senhora d'Agonia A afeição à Senhora d'Agonia surge em 1751. A sua imagem entrou na capela do Bom Jesus nesse ano e é aí que se inicia a devoção. Mais tarde, em 1783, a Sagrada Congregação dos Ritos (Roma) permitiu que fosse celebrada nesta capela (conhecida agora como capela de Nossa Senhora da Agonia) uma Missa Solene todos os anos no dia 20 de Agosto. Neste dia, feriado municipal de Viana do Castelo, realiza-se uma grande procissão denominada Procissão ao Mar...em honra de Nossa Senhora da Agonia. História da Igreja e devoção a Nª Sª das Dores, Póvoa de Varzim Em 24 de julho de 1768, o arcebispo de Braga, D. Gaspar de Bragança, concedeu autorização para a colocação da imagem de Nª Sª das Dores na Ermida do Senhor do Monte. “No dia 8 de junho de 1784 regista-se uma curiosa procissão em que a imagem da Sª das Dores é conduzida a Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado da Misericórdia”. A romaria, ou a Festa das Dores como é chamada, realiza-se anualmente no terceiro domingo de setembro.

Traços comuns na devoção à “Mater Dolorosa, Mãe Sofredora Mãe Soberana” ou Senhora da Agonia Os povos da Península Ibérica, e particularmente do Norte a Sul de Portugal, tiveram desde sempre uma especial devoção a Maria, havendo de modo particular várias paróquias, igrejas e capelas dedicadas sob a invocação

Registos históricos recolhidos por António Costa

Testemunho de Deolinda Rosa da Cruz sobre a festa de Nossa Senhora das Dores

Segunda-feira era dedicada aos “namoricos” Depois do domingo dedicado a Nossa Senhora das Dores, a segunda-feira da festa era um dos dias mais aguardados pelas jovens, uma vez que era dedicado aos namoricos. Com 91 anos, Deolinda Rosa da Cruz, natural de Ervosa, recorda como é que a juventude “vivia” a festa em honra de Nossa Senhora das Dores. Tanto no domingo como na segunda-feira de Nossa Senhora das Dores eram dias em que as raparigas estreavam roupa para ir à festa. E como os pais não as deixavam ir às noitadas, os dias tinham que ser bem aproveitados. Assim, a segunda-feira da Senhora das Dores era dedicada “aos namoricos” e, recorda, até “vinham raparigas da Maia muito asseadas”, com “bons vestidos e de sapatos”, enquanto as da Trofa usavam “chinelos feitos de encomenda no Soares de Lousado”. Mas isso não era um obstáculo, pois, assegura Deolinda, arranjavam “sempre namoros” e “um ror de-

les”. “Éramos umas raparigas bonitas e jeitosas”, justificou. As raparigas encostavam-se à Capela de Nossa Senhora das Dores e cabia aos rapazes andar ao seu redor. “Vinha um e logo de seguida punham-no a mexer para vir outros. E mesmo que tivessem namoros, nas festas eles namoravam com quem queriam e nós com quem queríamos”, declarou, contando que no final os namoros voltavam para as raparigas e elas acabavam por os aceitar. Já quanto aos andores, Deolinda recorda-se que, “durante alguns anos, não traziam os santos”, porque “o padre não autorizava”, e que eram feitos de “ramada com uns cachos” ou de outras matérias. Depois a festa “retomou aos tempos antigos”, apresentando “uns andores lindos”, que teriam “mais ou menos o mesmo tamanho” que os de agora, atraindo “gente de longe para os ver”. P.P./A.C.

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Cultura

As tradições do mundo no palco de S. Romão Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado promoveu o seu Festival Nacional e Internacional de Folclore, no sábado, 6 de agosto. Patrícia P ereira

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música e cultura da Rússia estiveram no palco do Largo de S. Bartolomeu, em S. Romão do Coronado, através da apresentação da Russian Exemplary Choreografic Ensemble “Dance-Voyage”. Com apenas dois acordeões foi possível criar os ritmos russos, dançados pelas bailarinas que apresentaram em palco vários trajes típicos da sua terra. O grupo da Rússia foi o primeiro a apresentar-se no Festival Nacional e Internacional do Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado, organizado na noite de sábado. Depois de um grupo internacional, regressou-se às culturas portuguesas, com as atuações do rancho anfitrião, do Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira Ria” (Murtosa) e o Grupo Danças e Cantares do C.S. Soutelo (Rio Tinto). O encerramento do festival esteve a cargo de um grupo da Roménia, o Ansamblul Folcloric Doina Timisului. O presidente do Rancho Folclóri-

co de S. Romão do Coronado, José Paredes, contou que, este ano, surgiu “a ideia de fazer uma coisa diferente dos anos anteriores” e daí trazer, pela “primeira vez”, um grupo da Rússia e outra da Roménia. “Não queremos ser melhores do que os outros, mas sermos diferentes. É essa a nossa preocupação. Isto tem os seus custos, mas nós temos que estar preparados para isso”, completou. Inicialmente estava previsto a presença do Sanjh Internacional Folk, da India, mas “à última da hora e por qualquer motivo” informou que “não podia vir”, tendo sido substituído por um grupo da Roménia. Para a vinda destes grupos, José Paredes contou com o apoio de várias pessoas ligadas aos “ranchos de Fânzeres e de Paranhos”, na pessoa do “senhor Alfredo”. “Trabalhamos para ter uma coisa diferente na nossa terra. São grupos diferentes do nosso folclore e por isso apostamos nisso para termos cá coisas diferentes. Vamos ter esperança que no futuro vamos continuar a ter o festival na-

Russian Exemplary Choreografic Ensemble”Dance-Voyage”

cional e internacional”, referiu. No dia 26 de agosto, dedicado ao S. Bartolomeu, o Rancho de S. Romão do Coronado, juntamente com “mais três”, vai atuar na festa deste Santo,

assinalando assim os seus “43 anos de existência sem interrupção”. Para manter o grupo no ativo, o presidente assegura que “há um esforço de toda a gente e da direção”, uma vez

que “as ajudas não são muitas”. José Paredes referiu que o rancho tem “o privilégio de ter uma sede que funciona todos os dias”, para “angariar algum dinheiro para as despesas”.

“(Re)Cantos da História” dos nossos antepassados A Rua Santa Isabel, junto ao edifício da Junta de Freguesia, em Alvarelhos, foi palco do 19.º Festival de Folclore do Rancho Folclórico de Alvarelhos. “a representação de várias zonas”. E tendo em conta como decorreu o festival, o presidente fez um balanço “totalmente positivo”, uma vez que até “excedeu as suas expectativas”. “Está fantástico. Até pelo tempo que está muito agradável e a moldura humana também é excelente. Acho que não se podia desejar melhor. Temos os ingredientes necessários para ter um bom espetáculo de folclore. Está toda a gente animada e acho que está a correr muito bem”, completou. Quanto a saídas, Rui Costa declarou que “até à Santa Eufémia os fins

Festival realizou-se junto ao edifício da Junta de Freguesia Patrícia P ereira

Com a sua atuação, o Rancho Folclórico de Alvarelhos pretendia “representar os seus antepassados”, através das “danças de roda e de coluna, malhões, chulas e viras”. Com o “Carro Canto” contou a história das “pessoas antigas” que quando queriam “ouvir o carro a cantar o levavam ao rio para apanhar um bo-

cado de água nas rodas” para depois “vir a chiar”. No reportório não faltou ainda a “já muito habitual ‘A Padeirinha’” que “enalteceu o padeiro da freguesia”. O 19.º Festival de Folclore, que decorreu na noite de sábado, 6 de agosto, contou ainda com as atuações do Grupo Folclórico e Etnográfico de Palmeira (Braga), Grupo Folclórico e Cultural “As Lavradei-

ras do Vale do Sousa” (Lousada) e o Rancho Folclórico Nossa Senhora da Abadia (Barcelos). O presidente do Rancho Folclórico de Alvarelhos, Rui Costa, mencionou que estas zonas estiveram “dignamente representadas”. Quanto ao festival, Rui Costa afirmou que foi preparado com “todo o empenho, esforço e com toda a dedicação”, procurando ter

de semana estão quase todos preenchidos”, sendo que, este ano, têm “uma média de 20 saídas” e “ainda estão a aparecer e a serem solicitados para festas, romarias e festivais”. No entanto, o presidente recorda que as saídas “já não são como há dez anos” e que “as coisas estão muito diferentes até pela conjuntura económica que temos vindo a atravessar”. “Mas felizmente não nos podemos queixar. É verdade que 90 por cento das saídas são permutas, mas penso que isso abrange quase todos os ranchos do concelho e não só”, referiu.


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Pacotes de açúcar que ‘dizem não à violência na infância’ O

Rancho do Divino Espírito Santo promoveu festival Rancho Folclórico do Divino Espírito Santo organizou o seu 4.º Festival Nacional de Folclore, no sábado, 6 de agosto. Patrícia P ereira

O exterior da Capela do Divino Espirito Santo, em S. Mamede do Coronado, recuou no tempo. Máquinas agrícolas e fardos de palha montaram o cenário de uma eira de casa de lavoura, onde antigamente as pessoas também se juntavam a dançar e a cantar, no final de um dia de trabalho. Assim foi o cenário do 4.º Festival Nacional de Folclore do Rancho Folclórico do Divino Espí-

rito Santo, que se realizou na noite de sábado, 6 de agosto, no recinto da Capela do Divino Espirito Santo. Além do grupo anfitrião, o festival contou com as atuações do Rancho Folclórico Sampaense (Oliveira do Hospital), do Grupo de Folclore da Casa do Povo de Válega (Ovar), Rancho Folclórico Santa Marinha de Mogege (Vila Nova de Famalicão) e do Grupo Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de Vale Domingos (Águeda).

seu café do dia vai ter um sabor especial quando apreciar o pacote de açúcar que o vai acompanhar. Além de o tornar doce, o pacote faz-se acompanhar de mensagens alusivas a um lema que na Trofa já todos conhecem: “Diz não à violência. Pensa com o coração”. Para isso, a Delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa lançou o desafio à Empacotal e criaram uma coleção de 25 pacotes de açúcar com as mensagens que compõe o mural que se encontra na Praça dos Direitos das Crianças, em S. Martinho de Bougado. “Só se ensina uma criança a amar, amando-a”, “Ser criança é ter coragem de não ter medo”, “É pelo coração que as pessoas ligam”, “Os maiores presentes que podem dar às crianças são raízes e asas” ou “Crie laços. Não maltrate. Cuide”. Estes são alguns exemplos de mensagens, acompanhadas pelas ilustrações do mural, que vão fazê-lo pensar antes de saborear o aroma doce da bebida. O projeto da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Trofa e da Delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa, através do projeto CLDS Trofa 3G Motor de Oportunidades, começou em abril, de forma a assinalar o mês de prevenção contra os maus-tratos na infância. Foi então lançado o desafio aos alunos das escolas básicas do

Pacotes de acúçar com mensagens sobre os Direitos da Criança

concelho que reproduzissem através da arte a temática da não violência na infância. Do desafio resultou um mural com 18 painéis que não passam despercebidos na Praça dos Direitos das Crianças. Foram estes murais que passaram da praça para os pacotes de açúcar. “Consideramos que ter estes trabalhos, que brotaram das mãos das crianças, num momento comum do dia a dia de todos, associados a uma frase de prevenção, poderá fazer a diferença e levar à reflexão”, afirmou Carla Lima, coordenadora do Trofa 3G – Motor de Oportunidades. O objetivo é que o alerta para as situações de violência estejam na ordem do dia todos os meses do ano e não apenas em abril. “Estamos muito orgulhosos com o produto final,

porque cumpre um dos objetivos a que nos propusemos no projeto Trofa 3G, nomeadamente combater as situações críticas de pobreza e violência, particularmente da infantil”, acrescentou Carla Lima. A coleção vai estar disponível na Delegação da Trofa da CVP, de forma a ajudar a instituição. A Fibruhotel e Exemplos Actuais associaram-se à causa tendo as caixas dos pacotes de açúcar disponíveis para venda na Rua Professor António Araújo, junto à Escola Secundária da Trofa. O café ganhou mais sabor com as mensagens dos 1394 alunos e professores que ajudaram na iniciativa. São pacotes de amor com o intuito de dizer não à violência infantil. L.O./C.V.

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Homem ferido com rebarbadora Despistou-se e derrubou poste U

m homem ficou ferido na sequência de um corte com uma rebarbadora, ao fim da manhã de segunda-feira. O alerta chegou aos Bombeiros Voluntários da Trofa cerca das 12.15 horas para um homem ferido na Rua Fonte da Gregossa, em Cidai, Santiago de Bougado. Para o local a corporação mobilizou uma ambulância, que prestou socorro à vítima de cerca de 60 anos. Segundo informações do INEM, que também teve duas equipas no local na ambulância de Suporte Imediato de Vida de Santo Tirso e na Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Vila Nova de Famalicão, Homem apresentava um “corte extenso no abdómen” o homem apresentava “um corte ex- do para a unidade de Vila Nova de Médio Ave. tenso no abdómen”. Foi transporta- Famalicão do Centro Hospitalar do

Uma condutora circulava na Rua 16 de Maio, na direção Trofa-Vila de Conde, quando, alegadamente, se despistou e embateu num poste de iluminação, derrubando-o. O acidente ocorreu cerca da meia noite de 5 de agosto, junto à empresa MeC.V. talogalva, em Santiago de Bougado,

na Estrada Nacional 104. A estrada esteve cortada ao trânsito. A tomar conta da ocorrência esteve a Guarda Nacional Republicana da Trofa. Apenas a condutora se deslocava no veículo e não precisou de assistência médica. P.P.

confessou ao NT, alertando para um cenário que, apesar das ações de sensibilização e de limpeza, continua a ser uma triste realidade no concelho da Trofa. E não são só tinteiros que se podem ver despejados nas zonas florestais da Trofa: monstros ele-

trodomésticos, mobiliário e sofás são “presença assídua” nas bermas dos caminhos florestais, revelando que há muita gente que faltou às aulas de formação cívica na escola... e na vida.

Tinteiros “pintam” cenário de falta de civismo

Tinteiros foram depositados numa zona florestal perto do Castro de Alvarelhos

Sérgio Oliveira nem queria acreditar quando, ao fazer BTT num caminho existente numa zona florestal perto do Castro de Alvarelhos, se deparou com uma “situação inacreditável”: centenas de toners (tinteiros) depositados na berma da rua. “Fiquei de boca aberta”,

C.V.

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Incêndio consumiu 250 hectares de floresta Um grande incêndio devastou uma extensa área florestal e chegou a ameaçar habitações e empresas no Muro e Santiago de Bougado. Patrícia P ereira

“V

ocês são uns heróis”. Emocionada, uma habitante na freguesia do Muro agradeceu aos bombeiros por terem evitado o pior. Esta quarta-feira, 10 de agosto, foi um dia negro no concelho da Trofa, com dois focos de incêndio florestal a deflagrarem no lugar de Lantemil, em Santiago de Bougado, e nos lugares de Vilares, Gueidãos, Matos e S. Pantaleão, no Muro. Com habitações, empresas e uma coudelaria em perigo, a pronta intervenção dos agentes de proteção civil, assim como a de populares, munidos de cisternas e mangueiras, foi decisiva. Joaquim Teixeira contou que a habitação do seu filho estava “em perigo de arder” e, também devido ao “muito fumo”, foi-lhe pedido para “tirar tudo” e desligar a eletricidade. A Estrada Nacional 14, junto à Peça Má, foi cortada ao trânsito. O alerta para o incêndio foi dado cerca das 14.30 horas de quarta-feira e, segundo João Goulart, comandante dos Bombeiros Voluntários da Trofa, foi-lhes dada a indicação de poder existir “vários focos, uns a progredir em Santiago de Bou-

gado e outros no Muro”. “Verificamos que se tratava de um único incêndio, que já consumia todo o interior da zona florestal nas duas freguesias”, adiantou. Uma das dificuldades prendeu-se pela “escassez de meios”, uma vez que era “uma área bastante grande, o fogo propagava com muita intensidade e alguma velocidade, necessitando de vários meios de combate de primeira intervenção que tivessem disponíveis”. “À medida que iam chegando os meios, principalmente os Bombeiros Voluntários da Trofa, fomos posicionando e definindo prioridades em matéria de proteção às habitações e indústrias. Com o papel ativo de todos conseguimos manter controlado este incêndio”, completou. Outra das dificuldades prendia-se com “a orografia deste terreno, nomeadamente com elevações e depressões que fazem com que se manifeste neste local fenómenos de ventos locais que potenciam propagação do incêndio em várias direções, como também facilita a projeção de matéria incandescente que potencia focos secundários”. E apesar de “algumas habitações

Populares preocuparam-se em manter as chamas longe de um depósito de gás

Bombeiros e população passaram momentos muito difíceis na quarta-feira

e indústria terem corrido riscos”, João Goulart assegurou que estes foram “sempre riscos controlados e ligeiros” e, “felizmente, não houve nenhuma situação de perigo”. O incêndio foi dado como extinto cerca das 20 horas desta quinta-feira, mas os agentes de proteção civil ainda se mantêm em vigilância. Cerca de 250 hectares de floresta ficaram destruídos. Durante os dois dias estiveram no local 80 operacionais, apoiados por 27 veículos. Quatro operacionais foram transportados à unidade hospitalar, “um por uma questão traumática, outro por fadiga”, um foi vítima de inalação de fumo e “outro teve uma indisposição súbita”. Muitos foram os que que contribuíram com água e outros alimentos para os Bombeiros Voluntários da Trofa. Em comunicado, direção e comando “agradecem as ofertas” e dão conta de que “os fogos (pelas 22 horas de 11 de agosto) estão extintos no concelho, pelo que a Associação já não tem necessidade deste tipo de bens”.

Direitos Reservados

Incêndio destrói parte de vinha em Ervosa

Incêndio destrui parte da vinha

O incêndio que deflagrou na Abelheira, em S. Martinho de Bougado, na tarde de domingo, 7 de agosto, fez estragos de centenas de euros numa vinha, no lugar da Ervosa. Segundo fonte ligada aos proprietários da vinha, o fogo atingiu “uma pequena parte” da produção. “Ainda não está contabilizado ao certo, mas o prejuízo ascende a centenas de euros, sem dúvida, só pelos tratamentos que se gastou durante o tempo de crescimento do fruto”, contou ao NT. E só “passados alguns dias” é que se poderá avaliar as reais consequências do fogo “no resto da vinha”. Segundo a mesma fonte, os estragos só não foram maiores “porque o dono das vinhas ao lado andou lá com o filho a transportar água para apagar o fogo”, concluiu. C.V.

GNR imprescindível no apoio à população Elemento da Guarda Nacional Republicana ampara uma mulher que viu a casa quase ser tomada pelas chamas, na tarde de quarta-feira, em Lantemil, Santiago de Bougado. Um outro, com um grande ramo em punho e sem outro meio, ajuda populares a afastar as chamas de uma outra habitação. Mais um homem de farda, desta vez de mangueira a tentar proteger os bens de outrem. No Muro, os outros elementos da GNR foram essenciais para manter a calma entre a população e a garantir a segurança de todos. A intervenção dos militares nos incêndios que pintaram um cenário negro em Santiago de Bougado e Muro, ao longo do dia de ontem, foi essencial para que a situação não fosse de calamidade. C.V.


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Padre Fernando Campos festejou bodas de diamante sacerdotais

João Mendes

Fernando Campos assinalou 60 anos de sacerdócio na terra natal, em S. Martinho de Os nossos heróis Bougado.

P

Fernando Campos celebrou os 60 anos de sacerdócio na terra natal Cátia Veloso A. Costa

“A

nossa terra está sempre no nosso coração”. Foi desta forma que o padre Fernando Campos se manifestou depois da eucaristia solene de ação de graças pela passagem dos 60 anos de ordenação sacerdotal, que se realizou na Igreja Nova, em S. Martinho de Bougado, no domingo, 7 de agosto. Foi na terra natal que o padre celebrou as bodas de diamante sacerdotais, contando com a presença de muitos amigos, familiares e paroquianos. Durante a cerimónia, Fernando Campos recebeu como ofertas um paramento para a celebração de eucaristia, um ramo de rosas e uma estatueta com a imagem de Nossa Senhora. Atualmente a exercer funções de pároco em Esmoriz, o sacerdote deixou palavras de elogio e gra-

tidão para com os trofenses, enaltecendo o espírito de empreendedorismo que favoreceu o desenvolvimento que se verificou na Trofa ao longo de 60 anos. “Estou admirado com o progresso da Trofa. Quem a conheceu há 60 anos e a vê hoje, nota que está diferente para melhor. Estão de parabéns os nossos autarcas e todo o povo”, assinalou em declarações ao NT. Luciano Lagoa, pároco de S. Martinho de Bougado, espera que o exemplo de vida de Fernando Campos “possa respigar na vida da comunidade e ajudá-la a ser fiel na sua entrega ao Senhor, segundo a própria vocação”. “É um apelo a que mais jovens, sentindo o chamamento, também digam sim a Jesus Cristo. A dedicação a Cristo dá alegria e faz de nós pessoas realizadas. A prova disso é o padre Fernando Campos”, afirmou, sem deixar de assinalar “a fi-

delidade, a força da fé a alegria com que vive o ministério sacerdotal”. O pároco frisou ainda o contributo de Fernando Campos para “levar o nome da Trofa a outros lugares”. E como estamos em agosto e as celebrações em honra de Nossa Senhora das Dores já começaram na Trofa, Fernando Campos também quis assinalar a época, referindo que “é agradável saber que a população da terra tem uma grande devoção pela Senhora das Dores”. “Na verdade ela personifica uma experiência comum a toda gente, que ao longo da vida tem dores. A Nossa Senhora foi o sufrágio e o alívio de muitas dores, daí a gratidão das pessoas, que erigiram um templo. Mas esta devoção não está localizada. Está implantada na Trofa, mas pertence a toda a gente das redondezas. A Nossa Senhora das Dores é a Senhora da Salvação”, asseverou.

“Expectativas altas” para festa da Senhora da Assunção Está tudo a postos para a festa em honra de Nossa Senhora da Assunção, que se realiza de 13 a 15 de agosto, nas imediações da Igreja Matriz de Alvarelhos. A festa começa a partir das 8.30 horas deste sábado, com os Rufos do Castro a percorrer as ruas da paróquia anunciando o início das festividades. À noite, pelas

21.30 horas, a animação está a cargo do Agrupamento Musical Osiv. Tiago Maroto e sua banda vai ser o protagonista da noitada de domingo, que termina com uma sessão de fogo de artifício. O ponto alto das festas é na segunda-feira, dia de Nossa Senhora da Assunção. Há missa às 7.30 horas e missa e Profissão de Fé às 10.30 ho-

ras. De tarde, há a atuação de Daniel Miranda e suas bailarinas (15.30 horas), a entrada da Fanfarra de Santa Maria de Alvarelhos (16.30 horas) e a celebração da Palavra e da procissão em honra de Nossa Senhora da Assunção. Segundo Nélson Silva, da comissão de festas, as expectativas são “bastante elevadas”.

or estes dias, muitos tem sido os trofenses que se têm destacado pela positiva, no panorama local e nacional. E se os nossos atletas de alta competição, como o ciclista Daniel Silva que honrou o concelho com um fantástico terceiro lugar na Volta a Portugal, ou o maratonista Rui Pedro Silva, que no próximo Domingo, dia 21, representará as cores da nossa terra nos Jogos Olímpicos do Rio são dignos e mais do que merecedores da nossa admiração, existem outros inexcedíveis que mais do que uma referência, são verdadeiros heróis trofenses. Falo do corpo dos Bombeiros Voluntários da Trofa, uma nobre equipa de mulheres e homens que, por estes dias, enquanto a maioria trabalha ou goza férias, se desdobram em esforços para combater os vários fogos activos no concelho da Trofa, abdicando de noites bem dormidas, da companhia das suas famílias ou de umas férias merecidas para lutar contra os incêndios, colocando-se de forma valente entre as chamas e a floresta, as casas, as fábricas e os trofenses desesperados e sitiados pelo fogo. Os Bombeiros Voluntários da Trofa são, no mais genuíno sentido da palavra, verdadeiros heróis trofenses. Não só agora, perante o cenário dantesco que se apoderou do nosso concelho e que cobriu os céus da Trofa de nuvens negras, mas duran-

CRÓNICA te todo o ano, a acudir emergências, a ir em socorro de quem precisa e sempre alerta e preparados para o que der e vier. Acontece que os bombeiros precisam da nossa ajuda tal como, a qualquer momento, poderemos precisar da ajuda deles. E a melhor maneira de o fazer é tornando-nos sócios desta importante associação. Às vezes precisamos do choque para ser reactivos e tomar iniciativa, e contra mim falo que não era, até hoje, sócio dos Bombeiros Voluntários da Trofa, mas a verdade é que uma corporação de voluntários precisa de toda a ajuda que lhes pudermos dar. O meu apelo, neste Verão quente de catástrofes e incendiários, é que abdiquem de um pequeno valor dos vossos orçamentos, se for possível, claro, e que se façam sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa. Para que eles continuem o seu fantástico trabalho e para que possam ajudar mais e melhor. São apenas 18 euros por ano que irão, com toda a certeza, fazer a diferença e ajudar muita gente. Finalmente, queria deixar uma palavra de agradecimento, não só aos nossos bombeiros mas também à GNR, à Protecção Civil e a todos os trofenses que, como podem, têm ajudado os bombeiros a combater as chamas. É nos piores momentos que o melhor da humanidade se evidencia. Muito obrigado a todos!


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12 AGOSTO 2016 O NOTÍCIAS DA TROFA

Juventude em Festa com muita cor e “balanço positivo” O

areeiro de Bairros ‘vestiu-se’ de cor. Música, animação e cor não faltaram na noite de sexta-feira, 5 de agosto, com a juventude bougadense a dizer presente à atividade da Junta de Freguesia animada pelos DJ Aman e Mario. Sábado foi dedicado às tendências deste ano, com um desfile de moda do comércio local, seguido da atuação dos DJ K.R.A.S.H (Henri Josh e MC Katorz). “O balanço é positivo” para a

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Atualidade

iniciativa Juventude em Festa, afirmou Luís Paulo, presidente da Junta de Freguesia de Bougado. “Tivemos muita gente a assistir ao espetáculo, o cenário estava muito bonito e correu tudo bem, dentro das nossas expectativas”, assegurou Luís Paulo. O regresso ao areeiro de Bairros parece ter sido “uma aposta ganha”, porque “é completamente diferente”, embora “o Souto de Bairros seja também um espaço bonito, para

Jovens divertiram-se com a Festa das Cores

Desfile de moda entreteu na segunda noite

este tipo de espetáculos”. “É completamente diferente” ter como palco o areeiro de Bairros, fundamentou o presidente da Junta. Depois da cor, da música e da moda já se pensa na próxima iniciativa. Bougado em Festa regressa a 28 de agosto, com o

tradicional concurso de melões casca de carvalho e a Feira das Tradições. A organização viu-se obrigada a prolongar o concurso para o final do mês, uma vez que houve a necessidade de se adaptarem “ao ciclo dos melões”. “Os melões na zona só co-

meçam a sair a partir mais ou menos do dia 15 e, por isso, não fazia sentido fazermos uma festa antes dos melões começarem a sair. Portanto, tivemos que adaptar a festa aos melões e não o contrário”, explicou o autarca. L.O./C.V.


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O NOTÍCIAS DA TROFA 12 AGOSTO 2016

Atualidade

O testemunho de um ex-combatente O Notícias da Trofa foi conhecer uma das muitas histórias de vida de ex-combatentes da Trofa. Abel Ferreira esteve em Moçambique e de lá conta episódios bons e maus, que ficarão para sempre marcados na memória. Cátia Veloso

“E

stou convencido que a Nossa Senhora de Fátima andava lá comigo”. As palavras saem emocionadas de uma voz que treme à medida que o passado é relatado. Abel Ferreira recorda-se com grande precisão de várias passagens de um passado que marca como uma cicatriz e que fica para sempre na memória daqueles que viveram a servir a pátria. E que orgulho era, nos idos anos 70, servir Portugal no Ultramar. Suor, sangue e lágrimas por uma nação, que se sobrepunha a tudo. Abel Ferreira foi um dos militares que foi destacado para Moçambique e, apesar de se considerar “um felizardo comparativamente com o que muitos viram e experienciaram”, o ex-combatente trofense também viveu momentos de perigo. Um deles foi passado durante uma coluna militar que regressava da cidade de Tete para um aldeamento onde estava instalada a Companhia de Abel Ferreira. O caminho estava pejado de minas, umas designadas “anticarros” e outras “antipessoal”. Três “Berliet” (veículos mais utilizados pelas forças armadas portuguesas) foram destruídas e restava apenas a de Abel Ferreira, que estava carregada de bidões de gasolina. “Aquela não podia encon-

trar nenhuma mina, senão ia tudo pelos ares”, recordou, em entrevista ao NT. Um civil arriscou-se a prosseguir caminho com um outro camião e este também pisou uma mina. Definitivamente, era uma lotaria percorrer aquele caminho. Perante o barulho, Abel e um colega acabaram por sair da “Berliet” e ver “in loco” os estragos no camião. Pouco tempo depois, nova mina explode, mas desta vez atinge um soldado bem perto do trofense. “Ainda levamos com bocados de areia e terra nos olhos e fugimos para a nossa viatura. Os estilhaços da mina atingiram várias pessoas, inclusive um sargento que levava consigo correio “top secret”, que acabou por ficar espalhado no chão. Os momentos que se seguiram é que fazem Abel Ferreira evocar Nossa Senhora de Fátima: “O nosso capitão, que se seguia na hierarquia, era o único que podia apanhar o correio. Ele desceu da viatura, começou a apanhar os papéis e quando chegou ao local onde eu estive com o meu colega calca uma mina e fica sem uma perna”. A coluna militar foi, então, obrigada a passar a noite naquele local, debaixo da “Berliet”, e Abel Ferreira passou “uma hora a apalpar cada centímetro de terra” onde se deitou. “Da forma como me deitei, da forma como fiquei até acordar”, relatou.

Abel Ferreira junto a um Unimog destruído por uma mina

Este foi um dos momentos mais dolorosos vividos por Abel Ferreira no Ultramar. O ex-combatente “assentou praça” a 31 de agosto de 1971 no Porto, no Quartel CICA 1, onde fez a recruta e se formou como condutor até ser transferido para a Cavalaria 6, para fazer a especialidade. Ainda esteve no Regimento de Infantaria n.º 15, em Tomar, até ser mobilizado para o Ultramar, a 30 de maio de 1972, tinha pouco mais de 20 anos. Ao choque inicial sucedeu-se um sentimento de privilégio por estar ao serviço de uma farmácia militar. “Fazia transporte quer de pessoal civil e militar, como de material para a farmácia. Fornecíamos as companhias que estavam em guerra”, contou. Mas um dia recebeu ordem de transferência para a zona de combate. Lá viveu outro episódio difícil: “Numa coluna militar, tive a infelicidade de levar um furriel que não falava e que adormeceu. Ao fim de três horas a conduzir a Unimog – viaturas com bancos atrás que levavam militares – adormeci e despistei-me numa pequena ravina. Houve feridos, mas sem gravidade, e o primeiro-sargento da Companhia quis castigar-me. Valeu-me o capitão, que me protegeu”. E foi para evitar ter de confrontar o feitio do primeiro-sargento - aliada à pasmaceira que se vivia na zona onde estava – que Abel Ferreira decidiu “ir para a cidade” como atirador e testemunhar os efeitos nefastos das minas. Pouco tempo depois, quis o destino que Abel Ferreira regressasse a Nampula e integrasse uma Companhia de Adidos, mas destacado para a farmácia militar. E aí passou 19 meses que “não foram férias porque não havia dinheiro”, afirmou. As noitadas nos bairros, as idas à praia e o serviço como bombeiro ocuparam os tempos livres de Abel em Moçambique. Um dos episódios mais engraçados que viveu foi no Carnaval de 1974, na piscina do Ferroviário de Nampula, quando decidiu vestir-se de mulher. “Fiz sucesso”, revelou. O regresso a Portugal aconteceu a 21 de

junho de 1974, já havia estalado a Revolução. Essa acabou por “prejudicar” a vinda de Abel Ferreira, que tinha previsto a viagem em abril, mas a vaga que lhe cabia acabou por ser ocupada, várias vezes, por “oficiais, sargentos e familiares destes”, contou. Com orgulho se autodenomina ex-combatente e com igual sentimento exige uma tatuagem feita em Moçambique e onde se pode ver uma espada a trespassar as palavras “lutei”, “sofri” e “venci”. O lamento só toma lugar quando refere que se sente “abandonado” pelo País. “Antes da Revolução éramos tidos como heróis e rapidamente passaram-nos a chamar assassinos. Isso deve ter dado jeito a imensa gente”, sublinha, para logo dizer que “está desiludido com a política”. Abel Ferreira relembra que “há muitas pessoas que ficaram com stress de guerra” e “muitos outros tombaram no Ultramar e lá estão esquecidos e abandonados”.

Abel Ferreira no Carnaval de 1974


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Atualidade

Crónica

Literária mente César Alves

Os sentidos na escrita

U

ma das principais razões pelas quais as pessoas costumam preferir os livros aos filmes ou a qualquer tipo de audiovisual, é a liberdade que o livro nos dá para imaginar a história à nossa maneira. Não é novidade para ninguém que, quando vemos uma novela, um filme, uma série, estamos a aceitar a visão de alguém – um realizador, um diretor de fotografia – sobre a história. Estamos a aceitar e a consumir uma interpretação que não é a nossa. Daí que a capacidade de fazer o leitor viajar seja, não só a característica mais importante e bonita de um livro, mas também uma ferramenta e uma qualidade de um bom escritor. É a partir dos cinco sentidos que um escritor consegue fazer o seu leitor viajar. Quando o leitor se encontra sentado, a ler, num sofá, perde, está num local e num universo completamente diferente daquele em que a história se passa, à partida. Ou seja, é como se tivesse perdido a capacidade dos seus cinco sentidos. O leitor não consegue ver as paisagens. Então temos de apresentar os cenários, os locais, o espaço da nossa história, ao leitor, numa espécie de descoberta guiada. Como é óbvio quando, na vida real, conhecemos um espaço, não o absorvemos um sentido de cada vez. E ao mesmo tempo que introduzimos o espaço, apelando aos sentidos, aguçamos a curiosidade do leitor. Ele tem de querer estar lá. Repare-se na diferença entre a frases “Entrei no quarto, que cheirava a mofo, e reparei que as paredes eram azuis” (aqui, a divisão não tem qualquer interesse, é vulgar) e a frase “Ainda não tinha aberto a porta e já sentia o cheiro (olfato) bafiento daquele quarto onde nunca tinha entrado. (curiosidade do leitor) A maçaneta da porta era áspera e seca (tato). Quando entrei, as tábuas do chão velho chiaram (audição), senti o sabor do pó (gosto) na boca, ao mesmo tempo que reparava no azul das paredes (visão), um azul que nunca tinha visto (colocamos aqui o leitor a comparar todos os azuis que conheceu na vida). É óbvio que existem vários tipos de escrita. Este conselho serve para as histórias, os romances, em que pretendemos que o leitor fique pregado onde está sentado, agarrado ao nosso livro, durante horas, perdendo

Covelense vence concurso internacional de fotografia Ana Assunção venceu a categoria “Arquitetura Clássica” num concurso internacional de fotografia, que se realiza, mensalmente, em grupo fechado de Facebook. Patrícia P ereira

até a noção do tempo. Estes pequenos pormenores, que pareçam insignificantes, são importantíssimos para que consigamos exatamente isso. O leitor não quer a “papa toda feita”. Quer descobrir, entrar num mundo novo e descobrir. É essa a magia da leitura.

Livro da Quinzena

O Segredo do meu Marido, Liane Moriarty. Um dia decidi ler um livro diferente. E fui à biblioteca da minha mãe. Escolhi-o pelo título (adoro segredos. Não adoramos todos, nos livros?) e fiquei um fã. A história baseia-se na narrativa um pouco cliché de um conjunto de famílias suburbanas. Mas a forma como a autora nos consegue guiar pela história e pela linha narrativa principal, é sublime. Capaz de me prender, mesmo não sendo uma história da minha eleição. Literariamente, estamos conversados.

H

ouve um dia que Ana Assunção decidiu visitar Viana do Castelo. De máquina fotográfica na mão, a trofense, natural da freguesia de Covelas, ia captando o que passava ao seu redor. E foi a partir da Pousada, que decidiu fotografar o Santuário de Santa Luzia. Uma fotografia que “não foi pensada” e que foi tirada ao “acaso”, valeu-lhe o 1.º lugar na categoria Arquitetura Clássica, do mês de junho, no concurso internacional de fotografia, que se realiza mensalmente, no grupo fechado Black & White Universe, onde “concorrem pessoas de todo o mundo”. Em entrevista ao NT, Ana Assunção contou que quando visitou “a zona”, aproveitou que “a vista era fantástica”, que “as nuvens davam um ar dramático e que a composição estava no ponto certo” para fotografar o Santuário de Santa Luzia. “O acaso ajudou”, completou. A fotógrafa ficou “muito contente” por ter sido a vencedora, uma vez que “já tinha concorrido e em outras categorias”, tendo chegado a ficar em 10.º e 5.º lugar. “Também foi bom ter ganho com uma fotografia tirada em Portugal”, afirmou. Foi com “nove anos” que Ana recebeu a sua “primeira máquina fotográfica, ainda a rolo”, tendo sido nessa altura que teve o “primeiro contacto ‘a sério’ com a fotografia”, uma vez que tinha “uma máquina só sua” e que “podia experimentar à vontade”. Um “gosto” que foi “desenvolvendo”, mas que só começou a levar “mais a sério” durante o curso de Tecnologias de Comunicação Multimédia no ISMAI, quando começou a “ter noções da semiótica, composição, luz,

Imagem que valeu o 1.º lugar a Ana Assunção

entre outros”. “Começou como um hobbie - que adoro - e passou para algo mais ‘profissional’ que aproveito sempre para enquadrar na minha área: design. Comecei por ver a fotografia como uma ferramenta para usar na criação de mensagens gráficas e acabei por me apaixonar pela arte”, complementou. Ana declarou que já participou “num ou outro concurso”, que, apesar de serem “sempre desafiantes, não são o que mais a motiva ao fotografar”, fazendo com que “não participe em muitas” provas. “Gosto especialmente de fotografia de rua/fotorreportagem. Apanhar momentos inesperados e não programados é o que me dá mais gozo”, referiu. Já em julho, a trofense teve mais fotografias selecionadas pela Black & White Universe: dois na categoria “Shoot All” e outra na “Fotografia de Rua”. Se ficou curioso com o trabalho fotográfico de Ana Assunção, visite a sua página de Facebook em www.facebook.com/AnAssuncaoPhotography.

Como funciona o concurso? Criado pelo fotógrafo Teo Philus, que mora nas Filipinas, o Black & White Universe é um concurso que acontece em grupo fechado no Facebook, onde o criador e outros fotógrafos analisam as fotografias postadas, selecionam “as melhores” e dessas elegem as dez melhores de cada categoria. No final do ano, os primeiros lugares são julgados para eleger o vencedor que aparece na Revista Internacional B&W Universe. Para participar, só pode enviar fotografias a preto e branco, tiradas por máquinas semiprofissional e profissional. São várias as categorias existentes, como, por exemplo, Fotografia de Rua, Retrato de Mulher, Homem ou Criança, Paisagem, Fauna e Flora. A seleção da fotografia vencedora não está relacionada com o número de gostos nem de visualizações, mas pelos seguintes critérios de avaliação: Composição, Criatividade, Originalidade, Qualidade Técnica e Impressão geral.


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O NOTÍCIAS DA TROFA 12 AGOSTO 2016

Desporto

E o Nelinho da Trofa subiu ao pódio da Volta

Daniel Silva segurou o 3.º lugar e na última etapa da Volta a Portugal mostrou excelente forma ao ser o terceiro melhor no contrarrelógio. O Nelinho da Trofa subiu ao pódio da prova rainha do ciclismo nacional.

Daniel Silva subiu ao pódio da Volta Cátia Veloso

N

o domingo à tarde, a Trofa esteve de olhos postos em Daniel Silva. O ciclista da Rádio Popular/Boavista partiu para a 10.ª e última etapa da Volta a Portugal em 3.º lugar, mas numa situação que não lhe dava garantias de que poderia cumprir sem esforço a prova de contrarrelógio de 32 quilómetros. No topo da classificação da Volta a Portugal,

ma física e uma excelente condição anímica eram requisitos obrigatórios para defender o último lugar do pódio. Foi isso mesmo que o ciclista trofense demonstrou, com uma prova de arregalar os olhos, terminando em 3.º lugar, apenas a três segundos do 2.º classificado, Raul Alarcon – que acabou por tomar o 4.º lugar da geral até ali defendido por Joni Brandão – e a 50 segundos do vencedor da etapa e 2.º classificado na Volta, Gustavo Veloso. “O dia do contrarrelógio era decisivo, pois qualquer um dos cinco primeiros podia entrar ou sair do pódio. Nunca me preocupei com o tempo que os adversários iam a fazer, aliás, digo sempre ao meu diretor desportivo, que vai com o carro de apoio atrás de mim, para ir em silêncio, não dando qualquer tipo de informação ou incentivo. Gosto de ir concentrado a ler os dados do Garmin, a pulsação e os watts/Kg que vou a desenvolver para havia muita coisa que podia mudar e o “Ne- fazer uma gestão de esforço eficiente”, revelinho da Trofa” – como é conhecido na “caravana” – não podia dar margem aos opositores. A “calcar-lhe” os calcanhares estava Joni Brandão, que revelou estar em grande forma na competição, e ainda Raul Alarcon, com a função de mostrar o poderio da W52/FC Porto. E nem sendo o contrarrelógio a especialidade de Daniel Silva, que é trepador nato e por isso bem melhor na montanha, a boa for-

lou em entrevista ao NT. A excelente prestação valeu-lhe a subida ao pódio, em Lisboa, mas antes já muito trabalho estava feito. Daniel Silva partiu para a Volta como segunda opção da equipa Rádio Popular/Boavista, atrás de Rui Sousa, eleito chefe de fila. À partida, o corredor da Trofa teve “menos pressão mediática”, mas assegura que “dentro da equipa” sempre sentiu “responsabilidade”. “Os dirigentes acreditavam que eu seria capaz de fazer um bom lugar na Volta”, complementou. Só se percebe a real condição física já em competição, porque “o corpo nunca responde da mesma forma ao treino e à alimentação” e, depois, “porque nunca se sabe como estarão fisicamente os adversários, cerca de 150, uns com mais capacidades e probabilidades de ganhar do que outros”.

“Não contava que o Joni trouxesse o Veloso ‘às costas’ na Senhora da Graça”

Ciclista contou com o apoio de muitos trofenses na etapa da Senhora da Graça

Daniel Silva percebeu que estava em boa forma “logo na chegada a Braga e Fafe”, primeiras etapas. A “certeza” de que podia disputar a Volta veio na Senhora da Graça. “Senti que podia vencer a etapa quando o Joni Brandão e Gustavo Veloso seguiam juntos e eu decidi atacar. Seria normal que não houvesse entendimento entre os dois e eu tiraria proveito disso, só que não contava que o Joni trouxesse o Veloso ‘às costas’. Mas quando seguia

na frente, sempre que olhava para trás, via o Joni a puxar e o Veloso na sua roda. Já estava a contar que, nos últimos metros, o Veloso fosse atacar, pois tem uma ponta final muito forte”, recordou. Este dia acabou por ser um dos “mais marcantes” para o corredor, porque esteve “perto de ganhar a mítica etapa e de brindar os inúmeros trofenses que estavam ao longo da subida” a apoiá-lo e aos quais agradece “imenso”.

“Se continuar na RP/Boavista, o objetivo será tentar vencer a Volta” O outro dia especial foi “último”, que ditou a subida ao pódio. O 3.º lugar foi a melhor classificação de Daniel Silva na Volta a Portugal, depois de ter sido 4.º, em 2012. Esta conquista a muito se deve ao trabalho de toda a equipa Rádio Popular/Boavista. “A partir do momento que passei a ser o mais bem classificado, a equipa protegeu-me ao máximo, ajudou-me todos os dias na colocação nas partes finais das etapas, evitando quedas e cortes no pelotão. Estou-lhes muito grato, pois fizeram um trabalho espetacular e que não é reconhecido nem visualizado pelas pessoas”, sublinhou. A época ainda não acabou e, por isso, Daniel escusa-se “a fazer planos para o futuro”. No entanto, admite que, “se continuar na RP-Boavista, o principal objetivo será tentar vencer a Volta a Portugal”.


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Atualidade

Mamedense é massagista da equipa do “camisola amarela” É uma das pessoas que os ciclistas mais querem ver depois de uma prova. As mãos servem para recuperar de centenas de quilómetros pedalados, mas também para abraçar vencedores ou afagar os vencidos. Nesta Volta a Portugal, porém, derrota foi coisa que a W52/Futebol Clube do Porto não conheceu, por isso o mamedense Celestino Pinho, massagista da equipa, só teve que se preocupar em motivar os corredores que dominaram a competição este ano.

L

onge dos tempos em que também ele triunfava em cima de uma bicicleta – foi campeão nacional de ciclocrosse -, Celestino Pinho saboreia as vitórias de outra forma. Depois de abandonar a competição, fez questão de continuar ligado ao ciclismo. Fidelizou-se à W52 que, este ano, firmou uma parceria com o Futebol Clube do Porto, e contribuiu para que Rui Vinhas vencesse a “camisola amarela” e que Gustavo Veloso mostrasse, mais uma vez, que é um dos melhores corredores a competir em Portugal. Em entrevista ao NT, Celestino Pinho explicou que “a preparação da equipa começou a ser feita em fevereiro”. “A nossa equipa funciona de forma diferente das outras, porque o objetivo da época é só a Volta a Portugal e tudo é planeado para

essa competição. Durante o ano fomos ganhando várias corridas, mas o esforço de cada ciclista foi todo planeado para chegar à Volta na melhor forma”, explicou. Um “percurso longo”, que fez a equipa “abdicar de ganhar muitas corridas”, mas que no fim permitiu chegar à meta em primeiro lugar na Volta e também garantir o 2.º e 4.º lugar. Celestino Pinho é um dos massagistas da W52/FC Porto e ao longo da competição, além de cuidar do corpo dos ciclistas, também tinha como função “preparar os pequenos-almoços e lanches”. “A seguir às corridas, estamos muito tempo com os corredores e falamos muito enquanto estamos na massagem. Às vezes, as nossas palavras e a disponibilidade são importantes para eles, são momentos em que podem desabafar e aliviar todo o stress acumu-

lado nas corridas”, asseverou. E numa equipa “muito exigente” como é a W52/FC Porto, todo o trabalho “tem se ser desenvolvido com profissionalismo, porque os corredores sentem tudo o que se passa à sua volta”. Já muitas vezes Celestino Pinho foi confrontado com a pergunta de como é sentir a vitória agora com outra função. A resposta cinge-se a “é um sentimento diferente”, até porque “é impossível medir na balança” o que se vive em cima de uma bicicleta e o que se sente de fora. O que importa, diz, “é que me sinto bem neste mundo, é onde gosto de estar”. Como momentos marcantes, e à parte da vitória de Rui Vinhas, Celestino Pinho elege “o apoio dos Celestino Pinho é de S. Mamede do Coronado e integra o grupo de massagistas da W52/FC Porto adeptos” - numa dimensão que a equipa “não estava habituada a ver” Costa, que “estava admiradíssimo vai continuar na equipa na próxima -, os festejos no Dragão Caixa e ver com o grupo que estava ali”. temporada, como peça fundamena satisfação do presidente, Pinto da “Tudo indica” que o mamedense tal para continuar a fazer campeões. Direitos Reservados

Cátia Veloso

João Leite, Beatriz Martins e João Cunha no pódio do Prémio Cidade de Barcelos

João Leite foi vencedor no escalão de juniores

João Leite (ACDC Trofa), Beatriz de de Barcelos, no dia 7 de agosto. Martins (UC Trofa) e João Cunha No escalão de juniores, João Lei(UC Trofa) subiram ao lugar mais te, que veste a camisola da Associaalto do pódio do 31.º Prémio Cida- ção Cultural e Desportiva de Ciclis-

mo (ACDC) da Trofa, cumpriu os 37,5 quilómetros de prova em linha e, nos últimos metros, superiorizou-se, ao sprint, aos principais opositores Fábio Costa (Centro de Ciclismo de Barcelos) e Pedro Braga (Escola de Ciclismo Carlos Carvalho), que ficaram com o 2.º e 3.º lugares, respetivamente. Ao “Roda na Frente”, João Leite revelou que as principais dificuldades foram “o calor” e “a parte final em paralelo, que fazia com que a roda traseira da bicicleta deslizasse”. Este é o primeiro triunfo do corredor que teve uma época marcada por “alguns problemas de saúde” e “quedas”. Por isso, esta vitória, “tem um sabor muito especial”, revelou. Já no escalão de juvenis, Beatriz Martins, da União de Ciclismo da Trofa (UCT), foi a melhor, entre as raparigas, nos 15 quilómetros da Beatriz Martins foi a melhor entre as raparigas, em juvenis prova em linha. Destaque ainda para João Cunha, 7,5 quilómetros, em infantis, segui- Ana Pereira, também da UC Trofa, da UC Trofa, que venceu a prova de do do colega de equipa João Costa. foi 2.ª classificada no escalão. C.V.


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Desporto

Rui Pedro Silva a caminho dos Jogos Olímpicos

O trofense Rui Pedro Silva vai correr a Maratona nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a 21 de agosto. Patrícia P ereira

A

ntes de partir para o Rio de Janeiro, Rui Pedro Silva participou na corrida de apoio à sua participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016, que decorreu na terça-feira, 9 de agosto, no centro da cidade de Vila Nova de Famalicão, numa iniciativa organizada por uma loja de desporto famalicense. O edil famalicense, Paulo Cunha, foi uma das “mais de duas dezenas de pessoas” que participou neste “treino de despedida”, tendo aproveitado a oportunidade para entregar a Rui Pedro Silva a bandeira do Município. Paulo Cunha afirmou que, “em Vila Nova de Famalicão, vão estar todos a torcer por si”, salientando que, “apesar de não ter nascido

em Famalicão - Rui Pedro é natural do concelho da Trofa -, vive cá há vários anos e os famalicenses já o adotaram com muito carinho e admiração”. Também o Futebol Clube de Famalicão juntou-se à onda de apoio ao atleta, oferecendo-lhe um cachecol do clube. Esta quarta-feira, 10 de agosto, Rui Pedro Silva viajou com destino ao Rio de Janeiro para a sua terceira participação em Jogos Olímpicos. No Rio 2016, o atleta vai correr a Maratona, que está marcada para as 9.30 horas do dia 21 de agosto. Recorde-se que o atleta trofense, considerado o melhor fundista português dos últimos anos, esteve nos dez mil metros em Pequim'08 (34.º lugar) e na Maratona em Londres'12, a qual não terminou. Em entrevista

Rui Pedro Silva contou com muito apoio - inclusive do presidente da Câmara de Famalicão - no último treino antes da viagem para Brasil

ao NT, Rui Pedro Silva, de 35 anos, promete “dar o seu melhor” nesta corrida “muito especial” e “única, onde tudo pode acontecer”. “Na

maratona é preciso ter um pouco tou, referindo que vai aproveitar que de sorte, além de se estar bem. Irei “muitos atletas vão, quase de certeza, fazer a primeira parte mais cautelo- cometer alguns exageros no início”. sa e a parte final mais rápida”, con-

Nelson Dias no Nacional de Supercross O piloto trofense, Nelson Dias, quer terminar o Campeonato Nacional de Supercross no pódio.

Depois de ter conseguido um 3.º lugar na categoria MX1 e o 5.º em Elite, na última etapa do Campeonato Nacional de Motocross, o piloto Nelson Dias, natural da Trofa, está a disputar o Nacional de Su-

percross, com o objetivo de “terminar entre os três primeiros”. Uma tarefa que Nelson Dias sabe que vai ser “difícil”, uma vez que é “o único piloto da frente que não é profissional”. “Infelizmente, estou a correr sem apoios, apenas com uma pequena ajuda de uns amigos que

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Patrícia P ereira

Nelson Silva quer terminar nos três primeiros lugares

não é o suficiente para me poder preparar a 100 por cento. Mesmo assim, vou tentar dar-lhes as maiores alegrias e fazer o melhor de mim. Obrigado a todos”, declarou. O Nacional de Supercross já começou no sábado, 6 de agosto, na “mítica pista bairradina” do Areeiro na Poutena. A primeira de quatro paragens do campeonato foi organizada pela secção de Motorismo do Centro Social Cultural e Recreativo da Poutena, que apresentou “um traçado com 500 metros

de extensão e uma largura de cinco metros”. O arranque do Campeonato Nacional de Supercross foi ganho por Hugo Basaúla, que em 2015 foi campeão nacional nas classes Elite e SX1. Mas o trofense conseguiu um lugar no Top 5. Na primeira manga terminou em 5.º lugar e na seguinte foi 4.º lugar, ficando, na geral da classe de SX1, com o 5.º lugar. Nelson Dias estava com “boas expectativas para esta primeira prova”, sendo que, “inicialmente, nos treinos sentia-se confortá-

vel com a Suzuki RMZ 450 e com a pista em si”. “Na manga de apuramento garanti logo a qualificação ao terminar em 2.º. Já nas finais perdi um pouco a concentração e não estava a conseguir rodar rápido e estava a escolher trajetórias muito lentas”, referiu. A segunda prova do campeonato é já este sábado, 13 de agosto, em Fafe, e Nelson Dias quer “estar dentro do pódio”.


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Trofense apresenta-se frente ao Famalicão

12 AGOSTO 2016 O NOTÍCIAS DA TROFA

Desporto

“Mais de 200 jovens” na formação do Trofense

O Departamento de Formação do Clube Desportivo Trofense já se encontra a trabalhar na nova época. As captações decorrem desde segunda-feira, 8 de agosto. Patrícia P ereira

Já está marcada a apresentação aos sócios da equipa sénior do Clube Desportivo Trofense. A equipa, que milita na série B do Campeonato de Portugal Prio, vai disputar o jogo de apresentação frente ao Futebol Clube Famalicão, que está na 2.ª Liga. A apresentação está marcada para as 18 horas da próxima segunda-feira, dia 15 de agosto, no estádio do Trofense e a entrada é gratuita. O plantel sénior do Trofense vai ainda ser apresentado no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, pelas 21.45 horas de segunda-feira, integrando o programa das festas. P.P.

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“M

uito concentrado”. É desta forma que se iniciou a nova época 2016/2017 pelo Departamento de Formação do Clube Desportivo Trofense, que pretende dar “continuidade ao seu projeto”, que tem como objetivo “formar homens e promover os seus talentos na equipa sénior”. O diretor responsável pelo Departamento de Formação, Pedro Carvalho, contou que “desde julho” está a ser “tudo planeado” para a nova época”, salientando “as imensas dificuldades”, que são minimizadas por “um grupo coeso, desde o coordenador Jorge Maia, todo o grupo técnico, corpo clínico, diretores, atletas e pais”. “Sabemos que juntos, vamos fazer um bom trabalho e

dignificar este grande clube”, complementou. Com a saída de Manuel Wilson do Clube Desportivo Trofense, que era o responsável pelo departamento, Pedro Carvalho afirmou que as “dificuldades serão acrescidas”, uma vez que, “nos últimos anos, foi um elemento muito importante na formação”, mas assegura que vão “dar continuidade ao projeto”. Este ano, o Trofense vai ter equipas a competir nos Juniores, Juvenis A, Iniciados A e B, Infantis 7 e 11 e Escolas Sub10 e Sub11. Há ainda a Escola Trofintas. O diretor adiantou que serão “mais de 200 atletas”, tornando o Trofense na “maior associação do concelho”. A nível competitivo, o objetivo passa por “disputar o acesso aos nacionais, nomeadamente a equipa de Juniores”.

Nesta época, o Departamento de Formação pretende ainda “finalizar a certificação da formação” e “continuar a desenvolver um projeto futuro”, que passa pela “criação da academia”. Para isso, Pedro Carvalho mencionou que o departamento

conta com “o total apoio da comissão administrativa, através de Miguel Dias (direção Trofense), que não tem poupado esforços para realizarem um bom trabalho”. “Todos sabemos que a formação é a base para o sucesso do clube”, concluiu.

Dérbi concelhio na 1.ª Divisão Distrital de futsal

Centro Recreativo de Bougado e Grupo Desportivo de Covelas vão encontrar-se na primeira jornada da série 2 da 1.ª Divisão de futsal da Associação de Futebol do Porto (AFP). As duas equipas trofenses defrontam-se a 8 de outubro, no pavilhão da coletividade bougadense. O sorteio já é conhecido e ditou que a ronda inaugural tivesse um dérbi concelhio na Trofa. Na época passada, enquanto o Grupo Desportivo Covelas militou na série 2 da 1.ª Divisão e acabou no 5.º lugar, o Centro Recreativo de Bougado terminou em 7.º lugar da 2.ª Divisão, mas subiu à 1.ª Divisão por via administrativa, devido à desistência de algumas equipas. Mas antes, as duas equipas vão defrontar-se na Taça Distrital, na qual estão

no grupo 10, juntamente com o Mindelo e o Labruge. O primeiro jogo do grupo realiza-se a 24 de setembro, com o Covelas a deslocar-se ao reduto do Labruge e o CR Bougado a receber o Mindelo. As equipas trofenses defrontam-se a 1 de outubro. Já a Associação Recreativa Juventude do Muro, que na época passada desceu à 2.ª Divisão, não inscreveu equipa e por isso está de fora da competição. Pelo contrário, o Futebol Clube S. Romão aumentou a representatividade na modalidade e inscreveu uma equipa sénior masculina, que militará na 2.ª Divisão da AFP. O primeiro jogo dos romanenses é no pavilhão desportivo da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro diante do Luso Académico. C.V.


22 O NOTÍCIAS DA TROFA 12 AGOSTO 2016

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Desporto

Família EAT em convívio C

erca de cem pessoas, entre atletas, dirigentes, direção, familiares e amigos da Escola de Atletismo da Trofa (EAT), rumaram até Arcos de Valdevez, a 31

arquivo

António Neto foi 3.º no Sunset Running

António Neto corre pela Trifitrofa

de julho. Tratou-se do convívio aproveitando as temperaturas alO trofense António Neto, que cor- decorreu no sábado, dia 6 de agosto. anual, que pretendia ainda encer- tas, houve quem aproveitasse para re pela Trifitrofa, participou na pro- O atleta trofense classificou-se em rar a época 2015/2016. dar um mergulho no rio. va de corrida de 11 quilómetros do 3.º lugar em Veteranos M60. Foi um dia pleno de convívio, Sunset Running Vila do Conde, que P.P. partilha e muitas brincadeiras. E P.P.


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12 AGOSTO 2016 O NOTÍCIAS DA TROFA

Agenda

João Pedro Costa

Dia 12 18.30 horas: Apresentação do FesTrofa 2016, no ETC Lounge 22 horas: Atuação de Maria do Sameiro, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro Dia 13 21 horas: Eucaristia na Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado, seguida de procissão de velas até à Capela Nossa Senhora das Dores Dia 15 17 horas: Celebração da Palavra e procissão em honra de Nossa Senhora da Assunção, em Alvarelhos 18 horas: Jogo de apresentação do CD Trofense frente ao FC Famalicão

Farmácias

Dia 12 Farmácia Barreto Dia 13 Farmácia Nova

Dia 14 Farmácia Moreira Padrão Dia 15 Farmácia Ribeirão Dia 16 Farmácia Trofense Dia 17 Farmácia Barreto Dia 18 Farmácia Nova Dia 19 Farmácia Moreira Padrão Dia 20 Farmácia Ribeirão Dia 21 Farmácia Trofense Dia 22 Farmácia Barreto

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Polícia Municipal da Trofa 252 428 109/10 Jornal O Notícias da Trofa 252 414 714 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

CRÓNICA OS REIS DO PAPEL HIGIÉNICO?!

D

e regresso de um período de férias e, como sempre, de volta à Trofa, deparei-me com um frenesim em torno de uma publicação anónima de panfletos, onde a minha imagem aparece associada, e que circulavam no interior e imediações do estádio do Clube Desportivo Trofense e do seu campo de treinos em Paradela! A intenção, certamente, já toda a gente sabe, até porque este tipo de “modos operandi” na nossa cidade já é antigo e bem arraigado em algumas hostes! O que não estava à espera era da falta de originalidade dos panfleteiros, dado que afirmam o que eu já tinha afirmado! Na minha crónica publicada, em 2015, no jornal “O Notícias da Trofa” e no Blog “E a Trofa é minha”, com o título “Alguém me esclarece o que é favorecimento!?”, disse que iria exercer a minha cidadania, contando factos que eram de domínio público às “entidades competentes”, atendendo a que poderíamos estar perante hipotéticos factos de enorme gravidade e que, a meu ver, iriam contra os mais altos interesses dos trofenses. Em concreto, 135.000€ de dinheiros públicos provenientes dos nosso impostos, entregues em 2014, por parte dos responsáveis da Câmara Municipal da Trofa, a uma coletividade - o C.D. Trofense - que estava em insolvência técnica, mergulhada em dívidas monstruosas (onde se in-

cluí as Finanças e a Segurança Social), que só sobrevivia porque lhe foi exonerado parte do passivo (60%) passando, mesmo assim, dos 6 milhões e 750 mil euros para os 2 milhões e 700 mil euros. Para se perceber a grandeza do valor, imagine-se 1.500 pessoas no estádio – e já seria igual a um jogo de casa cheia, o que não acontece há anos – e, cada adepto despender 4 mil e 500 euros para se resolver o problema! Fica então a dúvida de qual o critério utilizado pelo executivo camarário para injetar na coletividade, já doente, liderado por alguns rostos vindos das mesmas direções que endividaram o C.D. Trofense, ao invés de falar verdade aos trofenses! Terá alguma coisa a ver com o famigerado cumprimento de promessas pré-eleitorais, na medida em que a coletividade esteve em risco de não entrar em competições, precisamente no período de campanha eleitoral no verão de 2013? Se sim, compreenderiam os trofenses que estaríamos a falar de batota ao mais alto nível, com reflexos objetivos no desfecho eleitoral? Meras coincidências, ou talvez não, que o Contrato Programa para a entrega do subsídio tivesse ocorrido na primeira oportunidade, após a tomada de posse, não se tendo voltado a repetir daí em diante? A verdade, é que estiveram na posse de todo o conhecimento documental imposto por lei – certidões, balanços, contas, planos de ação, etc. – e entenderam estes responsáveis camarários

que estavam reunidas condições objetivas, com garantias de longo prazo, para que a estrutura do C.D. Trofense se viabilizasse, sendo essa a indicação que foi dada para a comunidade, a julgar por tão avultada verba e os propósitos que elas se propunham realizar. Mas, se o critério pode ser discutível, o mesmo já não acontece com a execução do referido Contrato Programa (subsídio) e é aqui que interessa não perder o rasto ao dinheiro… Dizia o protocolo, para que os 135.000€ fossem entregues ao Clube: “a) 75.000€ para atividades regulares das camadas jovens.”; “b) 60.000€ para instalações de Paradela, em particular o “aumento dos balneários e criação e apetrechamento de sala de estudos”. Estranheza, porque os pais dos atletas também pagaram, como aliás em anos anteriores e posteriores a 2014, para que os seus filhos frequentassem as atividades regulares das camadas jovens, e quanto às benfeitorias, desconhecem-se! Que ações de controlo foram empreendidas e cautelas tomadas, pelo executivo camarário, em função do elevado grau de sufoco do Clube em consequência da sua exposição a credores? O que levou o executivo camarário a não mais protocolar com o Clube, em 2015 e 2016, preferindo abandona-lo, contradizendo a aparente segurança da sua opção de 2014 e aposta estratégica assumida? Cabe, por isso, ao executivo mu-

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nicipal e aos responsáveis do Clube, esclarecer dúvidas, a quem de direito, para que a confiança nas nossas instituições não se perca. Uma hipotética intervenção da Polícia Judiciária, entidade que não acaba com nada (como afirmam os panfleteiros), seria muito bem-vinda, reforçando assim esse propósito. Quanto ao C.D. Trofense, fundado em 1930, dotado de “utilidade pública” pelos que nos antecederam, mantida durante os seus primeiros 80 anos de vida – PERDEU-A – e por culpa desta “geração” (a nossa, os vivos) que embarcou em grandezas e esqueceu-se da verdadeira dimensão da terra! Os associados, os adeptos, os que gostam do futebol - uns foram cúmplices, outros impotentes. Resta à TROFA, uma terra pequena mas de gente capaz, talvez ainda bairrista, caminhar como outros já fizeram (novo “Ribeirão 1968”, novo “Salgueiros 08”, novo “Felgueiras 1932”, novo “Marco Canaveses 09”, novo “Maia Lidador”, etc…) para REFUNDAR o C.D. Trofense, também num novo Clube, retomando o “ADN” antigo – o “CLUBE DESPORTIVO TROFENSE 1930”, a bem de uma estrutura de formação de Homens, de convívio e de valores, de desporto e de saúde, de honra e de contas e, em consequência – do bom nome de todos os trofenses. Termino aqui este assunto, de uma aparente injúria ou difamação à minha pessoa, que considero sem relevo ou importância, deixando assim clara a perspetiva que o panfleto não pretendem esclarecer. Agradeço a todos os que vendo os panfletos a circularem me contactaram e demonstraram a sua solidariedade, mas sem “stress”, cada um nunca deixa de ser quem é.

Norte 2020 disponibiliza mais 25 milhões de euros Com o objetivo de “mitigar as desigualdades de financiamento existentes”, o NORTE 2020 (Programa Operacional Regional do Norte 2014/2020) lançou novas oportunidades de financiamento comunitário para apoiar os municípios do Norte de Portugal. Este reforço surge como “resposta a uma situação de desequilíbrio com subfinanciamento de alguns municípios que representam uma parcela relevante da população urbana aquando da afetação, a 1 de junho, de fundos para os Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU), ascendendo a um total de mais de 380 milhões FICHA TÉCNICA

de euros”. Freire de Sousa, gestor do NORTE 2020 e presidente da CCDR-N, considerou que os “mais 25 milhões de euros” disponibilizados são “um montante simbólico se comparado com o valor alocado à implementação dos PEDU”. “Esta decisão reveste-se de uma importância significativa em termos de sinalização de uma permanente atenção às dinâmicas de coesão na região e de uma intransigente transparência quanto ao modo de as influenciar e sobre elas agir, sempre em estreita articulação com o enorme esforço que os municípios vão quotidianamente

fazem para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”, salientou. O incremento deste pacote de apoios assumiu como indicador objetivo de medida do “referido desequilíbrio o financiamento per capita atribuído no PEDU, levando a denominador, e dada a natureza da medida, apenas a população predominantemente urbana”. A mitigação, a “aplicar objetivamente a todos os municípios com financiamento PEDU per capita inferior à média total, poderá vir a abranger 12 municípios e prevê a aplicação de 9,5 milhões de euros em projetos de reabilitação, sejam edifícios públicos ou priva-

dos, habitação social e espaços públicos ou de animação das cidades”. “Acrescem 4,5 milhões de euros para promover a mobilidade urbana ambiental e energeticamente mais sustentável. Por outro lado, 11 milhões de euros serão destinados a iniciativas de inclusão social que tenham como objetivo reduzir a pobreza, a exclusão e o desemprego em territórios urbanos problemáticos, identificados nesta fase em 16 municípios onde se concentra uma maior densidade de fogos de habitação social”, avançou o gabinete de comunicação da CCDR-N, remetendo mais informação em www.norte2020.pt.

Diretor: Hermano Martins (T.E.774) Sub-diretora: Cátia Veloso (9699) Editor: O Notícias da Trofa Publicações Periódicas Lda. Redação: Patrícia Pereira (9687), Cátia Veloso (9699), Magda Machado de Araújo (TE1022) | Setor desportivo: Marco Monteiro (C.O. 744), Miguel Mascarenhas (C.O. 741) Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva (C.O. 864), João Pedro Costa, João Mendes | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda. | Assinatura anual: Continente: 22,50 euros; Extra europa: 88,50 euros; Europa: 69,50 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros NIB: 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,60 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: O Notícias da Trofa - Publicações Periódicas, Lda. NIF.: 506 529 002 Registo ICS: 124105 | Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 50 % do capital ou mais: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores e não veiculam obrigatoriamente a opinião da direção. O Notícias da Trofa respeita a opinião dos seus leitores e não pretende de modo algum ferir suscetibilidades. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


24 O NOTÍCIAS DA TROFA 12 AGOSTO 2016

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